A Cada Segundo Ocupam com mais Vontade a Ferrugem da Foice de Cardeias, Originando um Novo Evangelho
A ferrugem amanhece em figa
Fisgando o fígado por fora da pele
Tal ideia é milimetricamente organizada
Por enxertos de garrafas açucaradas
O único anjo que me circula é o flúor
inventar circunstâncias, aguar circos circuncidados
A gratidão é uma emoção invertebrada
Expondo as vozes desprezadas de minha memória muscular
Adqua-me entre graves vozes
E a pulsão nas arcadas-encantadas
Que botos barganham por amor
A cada meia hora, a bandeira troca de valor
Cabem quantos vieses em comentários especializados?
Cabem quantas cobras de vidro em fonemas do horário nobre?
Cabem quantas hipóteses dentro do teu céu cor de carne?
Cabe quanto pedantismo em soluções tão frágeis ?
Ouço vozes aveludadas
Cantando canções dessincronizadas
Sobre praticar esportes de luxo
Com sobras da chacina de quarta
E outra vez a mesma farda
E outra vez um acidente
Que duques empunham
Para alegrar sua virtude
Cumprimentar suas extensões apêndices
Celebrar cada uma das crenças
Que perduram como um fragmento
De uma história desdobrável
Cada gota do teu despreparo
Atraí tubarões e postulantes a tubarões
Envaidecidos pela compostagem de aspirinas
Arrotam com arrogância seus mitos e compulsões
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Boa noite, filme o sacrifício do cervo sagrado, #PierrotRuivo
Boa noite, prontinho ✨
Enviem uma sugestão de filme ou livro + tag para os Tumblr’s abaixo para ter suas autorias reblogadas:
@verbetaveis @convalescida @reptilha @borboletasnegras @recitos @provacoes @poetificamos @adesejei @nevalisca @conjugames
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Fôlego
A falta suspira transtornos tragicômicos
Aquilo que petrifica os sentidos
Menos meus olhos amargos
Exuma-se licores de dúzias de dias atrás
Eu nego com força
Qualquer arbitrariedade
Qualquer nome que me tenha
Como o apego escolhido ao cadafalso
Perdão a tudo o que testemunhei
As pequenas façanhas químicas
Tratadas pelo pronome do milagre
Toda a exposição de feridas reinauguradas
Os comícios desenham o sexo de relógios
E os tampam com sua degustação
Ao inventar lobby e desgosto
Instigam uma nova tendência entre os corpos
Eu nunca mais amaria outro toque
Se moiras me tecessem espadas fragmentadas
Supostamente, louvaria acima do céu de gesso
A tempestade se desprende no céu da boca-apocalipse
O corpo trepida, o corpo se distancia
Ossos bordam novos territórios
Os olhos pendem aos borrões de liquidificações
Em que líquidos espessos se expressam densos
Ao atraso dos teus vis coelhos
Me tenha envolvido na paixão temida
São apenas sorrisos-anzóis
Fisgando pela noite carícias enferrujadas
Tudo isso que eu falo
É sobre um impulso que não existe
Marcados a sentença de tal possibilidade
Um balé encenado de frente para o espelho
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Queratina
Eu traí suas mãos de lábios
Aos teus lábios em formatos de mãos
Dilatei cores incomuns em teus dentes
Casei, me arrependi e divorciei-me do teu tato
És tu um anjo sujo
Velando a memória além dos mitos
Imitando a força irascível além do flerte
Sugando imagens para a vã depuração
Me assombram viúvas do futuro
Onde se repete a mesma façanha
Eu atrelado a você, como uma doença
Ou vislumbres apáticos sem você
Me escondi ao alcance dos seus olhos
Como se atravessasse evitando conflitos
A linha profana entre atração e distância
Era a dinâmica que nossos olhos se perseguiam pela noite
Em minha boca foram colhidos frutos enferrujados,
Lençóis sujos e buquês mortos de amores esquecidos
A contragosto minha boca escondeu a idade
Existe um motivo e uma fome inacabada
Há um rio doce e disforme
Criado da canção dos teus cílios
Discursos são propagados ao êxtase
Para bustos de mármore
Carrossel, outra vez que dorme e morre
Como uma roleta russa escolhe a maldição
Pois sua imprevisibilidade era uma dádiva
A dúvida encrava-se em seus pares mundanos
Eu mecho os lábios sem proferir sons
Como se ensaiasse um discurso ou feitiço
De pés descalços na terra, eu cavo túmulos
Atrás da herança hesitante da minha origem
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Substâncias
A última estrofe de nossas vidas, um troféu
O último encontro de nossas vidas, um simpósio
O último tato desajeitado, a manutenção da tentação
O ato se encerra com ressentimentos e reticências...
E tu, se parece comigo
Reflete-se em meu sangue
E no mesmo instante, não é mais
O que era, foi-se indesejado
Fogo e dor corroboram o fim
Amônia sob os vestígios de corpos
Há a química acima das nuvens
Acima dos conceitos de catedrais
Cantei tanto sobre você entre pernas
Que soprei o humo da tua vinda
Em beijos que me desacreditavam
Possuir as pulsões que sorriam
Escalei mantras, mastiguei tabus
Vomitei amarras, me arrastei para fora de pesos
Insuficientes aos meus pecados, preciso de outros
Hei de construir aos teus valores novos crimes
Sou efeito de somas e divisões
Corações do mundo pútrido
Enxertado de recordações desagradáveis
E imagens bélicas de beleza ímpar
É impossível me diferenciar, após a síntese
Meu cheiro em teus dedos, já é uma morte revivida
A força não me renovará, nem a promessa ou a barganha
Tal aliança deverá ser viver plenamente em tua memória
Por fim, eu venci minha alquimia
Por sorte, eu sofri menos do que imaginava
Por azar, você não estaria mais aqui
E eu tinha uma certeza, deveria continuar...
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Meus Hábitos à Tuas Ordens
E tudo que eu escrevo é fruto do vício
Em encenar melodramas envelhecidos
Riscar rostos com a ponta dos dentes
Usar teu púbis ao meu luto, transtorna-lo em véu
Me tens atado em teus discursos
Demônios bifurcam caminhos em tuas feridas
Começam pela espinha, tomam agora o torso
Apossam-se de braços e pernas, esquecem da anca
Os ombros são uma travessa
Onde ossos de anjos feios são servidos
Deleite-se com hipóteses e decepções
Envelhecem a pele e dão um ar low profile
Referencie minha imagem aos lábios de valsa
Eu sei que eles perfumam-se ao meu descaso
Uma vitória assoprada por gênios inúteis
Teu vigor é uma insistência assimétrica
A ficção vira hábito, a ficção é um frenesi
Tal força dita a farmácia aquém da química
Onde corpo-templo alcança, o homem o veda
Eu tardo minhas expressões à ponta da língua
Todo inferno é púrpura
Rogado de boas intenções
Suas paredes de falos dissecados
Dizem-nos o ódio secular que habita
Assombrado pelo meu próprio rosto
Adormeço na catedral do meu prazer
Rezo impurezas em minha saúde pública
Aterrem-me de uma vez em outro desastre
A sala que me espera, dita-se orfanato
Uma após a outra, fugas desistem
Como minha própria testemunha, advirto:
A minha vontade de possuir álibis, será minha ruína
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Suspiro/Intuito
Ao teu desprazer teocrático, ainda pulso
Mesmo que tenha gritado preces ao meu declínio
Conforme-se com teus horizontes de cortinas e véus
Há olhos e sorrisos tão afiados quanto máscaras
E quem dorme contigo, te detesta
Desgastada sentença, ordinária presença
Açoite e propostas, promessas e vaidades
Aqui se encolhe em traumas alheios
Soluço entre teus beijos e cigarros
Um romance nocivo, em véspera do final
A boca que cala, me curva à um cova de dentes
Desgarrado céu da boca matutino
A essência que nos apavora
O rancor que devora anos
A dúvida que se preste
Aos olhos esculpidos de culpa
Choro enquanto gozo rancores de plástico
Alagando teu deleite com minha penitência
O despreparo é um imã, atraindo outras anfitriãs
Meu serpenteio é um cadáver enxertado de soluções salinas
Me amparo aos muros, vomito teu nome
Enquanto me fareja por saias rodadas
Me escondo no escombro de madrugadas
Inférteis ao que tu pensas, recluso permaneço
Atente-se enquanto me falsifico viúvo
Arrastando teus ossos como joias
Medito dentro de espelhos incompletos
Desenho tua silhueta em tijolos embriagados
Desprendido de ti, aprendi a ser solidão
Para prolongar serpentinas de fevereiro
Já que meu estômago requenta lembranças
De carnavais fora de época e faíscas extra conjugais
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Intitulado
Eu dançaria entre tuas presas
Eu engoliria o fogo da tua voz
Eu me marcaria em tua tormenta
Se fosse para lhe trazer alívio
Eu respiro dentro da tua beleza
Diluindo-a sem tal intenção
Eis a selva de mãos atrevidas
Se desenhando em valsas vulgares
O Horizonte dessas pulsões
Enxergam-se nos ramos dos cilhos
Em revolta, permissão e caricatura
Devota entrega para fora do baile das máscaras
Perfumes adocicados e cinzas de cigarro
Em desleixo se arrastam em teus pulsos
A calma em que corantes derretem de tuas gengivas
Eu sangro igual as poções soltas dos teus beijos frouxos
Meus ossos cantam como sinos
Tragédias anunciadas e açucaradas
Para entreter visitas em poltronas
Contando clavículas e costelas de elefantes brancos
A flor de zinco se dissolve
Em um formigueiro
Onde formigas devoram ratos
E fazem de bordel seus restos mortais
E tudo que eu ainda sei
Era o arrepio da tua pele
Ao ser beijada lentamente
Os arrepios que emergem como furacões
No alto de meu cinismo, eu afirmo
Nos tratamos como um romance
Mesmo que empunhávamos as piores intenções
Ainda erámos morada de um zelo, mesmo que mentiroso...
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Mar do Mediterrâneo
Teus olhos de cigarras me tecem vigilas
A espreita, me olha entre véus soturnos
Todo ato, atordoa a construção do bolero
Minha nudez é um país embargado por ordem de feridas
Pendo para teus braços
Peço pela tua recepção
Ignoro meu juízo
Me desfaço de minhas vaidades
O sal do teu mar de lágrimas
Ainda era substancia empobrecida
Incapaz de mudar o sabor da cicuta
Presente em cada palavra minha
Atordoante, eu decoro seu nome
De trás para frente, enquanto transgrede
Aos espelhos de petróleo que me encantam
Eu sou a força de qualquer máquina
Meus dedos já foram o paraíso
Abrigando um mistério de névoas
Tremores vastos, vagueado guerras
Vadiando pulsões expectoráveis
Deite-se em meus lábios ensanguentados
Recrimine as bocas que surgem em meus estômagos
Doe teu sangue-pólvora dentro da minha retina precipício
Assim, hei de incriminar-me na imagem bestial que me enxergas
Tu que muda de etnias
Calça simbolismos e sotaques
Inveja ouro e outras especialidades
Em nome do vento carregado de areia
Eu me ofereci a vastidão
Eu me defendi de teu rancor
Eu me fiz em tua turva pele
Esconda-me da gula Gaia de ferro que proclama minha morte
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Que Empilhem os Corpos
Internaliza-se, trancafie-se
Guarde-se para si
No silêncio de uma noite chuvosa
Não me importa tuas dezenas de mortes
Meu peito aberto, sangrava e expurgava:
Outros corpos e animais de pequeno porte
Objetos de luxo exclusivos e carabinas
Crimes e testemunhas, amantes e álibis
Todos valsando com a vassoura
Uma valsa torta entre tapetes e ameaças
Empilhando línguas de sogras
E dissolvendo comprimidos
Amanhã talvez, eu convulsione
Feche as portas e as janelas
Não me questione, esconda-se
Ordena-me o coronel
Aceite-me como parte infindável tua
O poeta mentiu com todas as forças
Após o estrondo, o silêncio preenche
Não em tons vespertinos de luto
Não confie no Genghis Khan
Eu aprendi a amar com os dedos
Enquanto teu pai aprendera com os bichos
Me perdoe, pois somos o império das serpentinas
Os versos são belos
Aqui se ama, aqui se amaldiçoa
Em berço esplêndido, a morte avalia
Outra criança escorada em ceifadores
A ideia de paraíso lhe corrói
O corpo, a intenção e a memória
Tens em teu peito o teatro de argila
Favor, inventar novos deuses deliberados
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É Melhor Estar Morto, Do Que Passar de mão em mão em teus demônios
Meu peito é um porto
Onde despedidas são a certeza
Chegadas um turbulenta dúvida
Esta década está fechada para chegadas
Minha alma fora enxertada com sonhos que nunca quis
Minha carne fora enxertada com a beleza exigida
De meus estômagos são arrancados toda a fome
Mais ainda sobram-se peles e descompasso do tempo
Vejo teus filhos fedidos a cândida
Banharem-se no óleo de coco
Vestirem um denso véu de fuligem
E vagarem por esquinas, pregando sofrimento
A chuva que caí lentamente
Procura os lábios dos errantes
Que a aceitam de bom grado
Como se fora leite materno
Eu sou deposto do meu próprio sentido
Nu e exuberante, caçado por viúvas
Sufocado ao ideal do barro
Reconstrua-se querido, ao rigor deste mercado
O sangue estranho em minhas veias me faz demônio
O sotaque estranho em minha língua me faz estrangeiro
Meus olhos incêndio, fez-me artista, e sua reza um pagão
Que seja um daqueles obedientes, sem lábia subversiva
Domo a imagem do corpo que se distorce
Frente ao espelho d'água parada
Sou o cravo desossado, o perfume do passado
Eu encarno a morte cítrica que chega com chaga a todos
Eu sou a bruxa e seu feitiço
Eu sou a uva e seu licor
Eu sou a maldição e o seu deus
Eu sou o castigo e sua retalhação
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Os zumbidos no estômago
A cera na garganta
Um adjetivo para fantasiar-se
Como mal do século
Bebo da medalha
Como um placebo
Invejo a sua arcada
De caninos adagas
Gengiva de gengibre
Ácida a todas as aftas
Queima todo unto
Por receitas desnecessárias
Destile o detox para dentro olhos
Em primeiro lugar
Em segundo, um bom banho
Vermelho chá de carquejo
Desiste da ideia do veneno
Próprio filo mexeriqueiro
Põe-te em pé de igualdade
Com qualquer gole de cicuta
A espera do leite e outras colheitas
Sente-se aqui, mantenha o bronzeado
Saudável de origami, que se desdobra
No fervor do céu nublado-mornaço
Anêmica verdade, entre dentes amarelados
Café e cigarros, são os amantes dessa boca
Que tão viúva não esconde os traumas
Nas dobras e voltas que suas rugas dão
Atraso, atraso, metabolismo fraco
Franco rosto de algas vermelhas e raízes enferrujadas
Pilulas embaixo da língua para conservar a alvorada
E tudo que pode-se sonhar com eufemismos diurnos...
As Carícias Fitoterápicas, Pierrot Ruivo
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Limpe seu beijo de meu rosto
Os gracejos de romance confissão
Lhe desbotam o homem
Saído fugido dos braços do moinho
Se teus cuidados de navalha
Submergem-me em mágoas doces
Lhe quero por mais doze doses
Para enfeitar meus árduos trabalhos
Me enterre com tuas trouxas de roupas
Esquecidas embaixo da cama
Juntando-me a o bolor de pares de anos
Transformando-me a pele
Aos poucos vertemo-nos em cupins
Entalharemos dentes ao pé de tua cama
Escreveremos manifestos e escárnios
Até ceifamos tua língua
Maquiável na dentição
No rosto, na fala
Na postura cínica
E na póstuma intenção
Verdade passeio de pavão
Vaidade negada de pés juntos
Os mesmo pés juntos
Que hão de prescindir o enterro
O paraíso dionísico
Para uns e outros
Sem fim e um eterno meio
Sangue requentado e disperso
Desperdiça o inferno dos sonhos
Rogado à muito feitio idílico
Rezado com tamanho afinco
Protagonizado pela oferenda densa
A Inscrição de Minha Lápide: Eu e Fausto, Um Divino e o Outro Maravilhoso. Nenhum deles Será Narciso, Pierrot Ruivo
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