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#pressuposições
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O cenário brasileiro tem experimentado um influxo impressionante de livros que abordam o tema da cosmovisão. Simplificando um assunto bastante complexo, cosmovisão diz respeito a pressuposições que todo o ser humano possui (esteja ele consciente ou não) que residem em nosso mais interior (coração) formando assim uma orientação de vida, um comprometimento com verdades pelas quais você vive e morre. Trata-se de um conjunto de motivações, crenças, certezas, valores e ideais que formam o instrumento interpretativo da realidade, além de ser a base de nossas ações e decisões.
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mitleid · 1 year
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O Que é o Vazio?
O Vazio é um modo de percepção, uma maneira de olhar para a experiência. Essa modalidade não acrescenta e não retira nada dos dados brutos provenientes dos eventos físicos e mentais. Você olha para os eventos na mente e para os sentidos sem qualquer pensamento sobre a existência de algo por trás deles. Essa modalidade é chamada de vazio porque ela é vazia das pressuposições que normalmente…
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pedrocordier · 4 years
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Aa da Programação Neuro Linguística ( PNL ) é composta por um conjunto de pressupostos ( crenças fortalecedoras ) sobre nós mesmos, sobre o outro e sobre o mundo em que vivemos. . Essas pressuposições também servem como princípios para orientar o modo como vivemos as nossas vidas. . Conhecer, entender e compreender esses pressupostos é fundamental para entendermos o outro ( e a nós mesmos ) e a sua maneira de enxergar o mundo para então, podermos ajudá-lo ( e nos ajudarmos também ) com muito mais efetividade. . . Por isso, eu gravei uma Série de 14 VÍDEOS e disponibilizei, gratuitamente, em uma PLAYLIST no YouTube, para que vocês possam assistir, curtir, comentar... E compartilhar com seus amigos! . . Para ACESSAR a SÉRIE DE VÍDEOS, basta CLICAR NO LINK AQUI NA BIO do meu perfil ou ACESSAR o MEU CANAL no YOUTUBE! . . Ah! Depois passem aqui e deixem o feedback de vocês, combinado? . . ... #PNL #Pressupostos #Vídeos #Pressuposições #ProgramaçãoNeuroLinguística #CrençasFortalecedoras #Princípios #Aprender #Coaching #compartilhar #Terapia #Psicoterapia #Hipnoterapia #TLT® #HipnoseClínica #Mindfulness #MindfulnessFuncional #TimeLineTheraphy® #AprendizadoContínuo ... . https://www.instagram.com/p/CAgaMw7A2H1/?igshid=1fpa5lkd8twbo
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paulo-leminski · 4 years
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 A partir das categorias de Intertextualidade e metáfora realizarei uma análise do cartoon feito por Paulo Stocker (2008) associado diretamente a obra poética de Paulo Leminski. Partindo disto, será tecida uma análise sobre a como através de discurso indireto e pressuposições o ilustrador constrói seu discurso e de como elementos metafóricos trazem sentido a charge. Com base na presença significante para a compreensão do que o cartunista propõe os textos do próprio homenageado, Paulo Leminski, vem à tona por meio da proposta do discurso presente no texto. Pensando nisto, é de eximia importância perceber que textos estão associados ao texto a ser analisado e o porquê do uso da metáfora. Paulo Leminski construiu uma obra com o foco numa crítica ao pensamento social urbano, onde declara a importância da poesia para a minimização do sentimento de paranoia pelo progresso da sociedade urbana-industrial, Leminski diz que “os poetas são os heróis de seus países porque eles dizem as coisas que precisam ser ditas e através da loucura dos poetas a sociedade respira.” Por esse caminho, a presente análise abarcará as imbricações estabelecidas por Pedro Stocker e de como as categorias de intertextualidade e metáfora servirão de ponto de encontro para o entendimento do discurso existente no texto.
 
Partindo do conceito de Intertextualidade a partir de Bahktin e Fairclough será estabelecida uma análise tem em vista que:
 
A Intertextualidade é a combinação da voz de quem pronuncia um enunciado com outras vozes que lhe são articuladas. Essas vozes podem ser articuladas não apenas em discurso direto, quando atualizam as palavras exatas do texto anterior, mas também em discurso indireto, parafraseando, resumindo, ecoando.
 
Vinculando a categoria metáfora que também será utilizada como ponto de análise para o texto, onde se compreende:
 
A essência da metáfora é, segundo Lakoff & Johnson (2002), “compreender uma coisa em termos de outra”. As metáforas moldam significados identificacionais em textos, pois, ao selecioná-las num universo de outras possibilidades, o/a locutor/a compreende sua realidade e a identifica de maneira particular.
 
O ilustrador Paulo Stocker homenageia no ano de 2008, o seu chará Paulo, o Leminski que completaria 64 anos no ano datado da charge. Disfarçado como parte da cidade, parte da rua, e imbricando de maneira intertextual os poemas do próprio Polaco ao seu cartum, utilizando de elementos metafóricos onde a cidade responde ao poeta “Um dia a gente ia ser Leminski”, surgindo grandioso, o bandido que sabia latim está vivo nos muros da cidade, em sua poesia marginal, entre a pressa e preguiça do dia a dia. Neste jogo de palavras, retoma novamente a quantas vezes o poeta especificava que “vai vir o dia em que tudo que eu diga seja poesia”, a poesia é vista aqui como o “suprassumo da linguagem” e a meta do poeta é trazer para o cotidiano e a rotina dos dias a experiencia empírica existente na poesia como figura de completude do social que estabelece vários discursos ligados a fragmentos de discursos anteriores/posteriores que partilham da mesma compreensão é como que “a arte existe poque a vida não basta”, e porque a vida não basta? É a crítica que  Paulo Leminski, quando defendia o heroísmo dos poetas, trazia as palavras destes como uma necessidade orgânica para sociedade, quando diz que todos os países amam seus poetas, porque dizem as coisas que precisam ser tidas, ao dizer isso é possível identificar como a linguagem possui importância fundamental no processo de transformação e/ou reprodução de práticas dentro da estrutura social e como, aos olhos de Paulo Leminski, a poesia, mesmo como “inutensílio” e figura de beleza, pode carregar críticas ideológicas as hegemonias estabelecidas como parâmetros de felicidade e bem-estar vendido pelas  classes dominantes.
Pensando nisso através de um discurso indireto o cartonista utiliza de assimilação e pressuposições e cria uma conexão com a obra de Paulo Leminski, o que, seguindo esta linha faz associar a charge em que ver-se prédios representando metaforicamente a figura de uma cidade, sendo um deles até caracterizado como o próprio poeta, com seus óculos e grandes bigodes, para representar que a cidade acolhe o poeta em seus muros e ruas, demostrando que ele faz parte deste todo, que nos aproxima ainda de outro verso “Ainda vão me matar numa rua /. Quando descobrirem, / principalmente, / que faço parte dessa gente / que pensa que a rua / é parte principal da cidade. Para bom entendedor, a charge está regada de referências ao pensamento crítico de Leminski, explanado em suas eloquentes aulas e em seus concretos poemas, sobre contemplação da sociedade urbana industrial, a paranoia pelo “progresso” tecnológico e o desnivelamento causado pela injusta distribuição de renda, condicionando a grande maioria das pessoas a fecharem-se para os seus sonhos e fundirem-se ao que a estrutura os propõe.
O poeta curitibano estabelece uma relação com a rua, os movimentos de vanguarda, a poesia concretista e o grafite como quebra de paradigmas sociais onde ele próprio diz que a inovação é antissocial porque ela propõe uma nova sociedade, tais movimentos, alguns até marginalizados, surgem como práticas sociais que se dispõe a transformar determinadas estruturas hegemônicas. Tendo toda essa bagagem a tirinha, com apenas uma oração, vem pontual para englobar traços marcantes do discurso do poeta concretista, a partir do primeiro verso de “um dia a gente ia ser Homero” o chargista vincula sua ilustração de maneira intertextual utilizando de fragmentos de discursos presentes da vida-obra de Leminski para homenageá-lo e além disso, pela metáfora através da figura do prédio com a caricatura do poeta, é possível perceber este elemento utilizando no discurso de Strocker para trazer o significado que o Polaco ilustre é parte da cidade tendo em vista que ao seu nome foi atribuído a pontos turísticos de sua cidade, praças e escolas, por meio dos grafites e desenhos em sua homenagem com caricaturas suas e poemas, ou seja, Paulo Leminski através de sua obra permanece vivo e visto pela cidade.
 
REFERÊNCIAS
 
 
LEMINSKI, Paulo. Toda Poesia. São Paulo: Companhia das Letras, 2013.
 
RAMALHO, Viviane. RESENDE, Viviane de Melo. Análise de discurso (para a) crítica: O Texto como material de pesquisa - Viviane Ramalho - Viviane de Melo Resende. Coleção: Linguagem e Sociedade Vol. 1 Campinas, SP: Pontes Editores, 2011.
 
SCHUMANN, Werner. Ervilha da fantasia. 1985. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=zkl57-hC3ko&t=10s>. Acesso em 07 de dezembro de 2020.
 
STOCKER, Pedro. Cartum em homenagem a Paulo Leminski, 2008. Disponível em:
<https://zemaribeiro.farofafa.com.br/2008/08/24/leminski/> Acesso em 07 de dezembro de 2020.
 
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existocom · 4 years
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Este artigo apresenta os embasamentos filosóficos e metodológicos da psicoterapia fenomenológico existencial: a filosofia existencialista e o método fenomenológico, destacando sua particularidade no modo de encarar a existência humana e de proceder o processo psicoterapêutico. O existencialismo oferece um olhar sobre a condição humana enquanto algo não definido, livre para fazer escolhas e em constante transformação, que se constitui em seu existir concreto por meio de sua experiência singular, imerso no mundo e na relação com as pessoas, espaços e consigo mesmo. O método fenomenológico propõe uma abertura para o entendimento das singularidades da existência em seus modos próprios de se manifestar, buscando compreender as distintas características e disposições de cada indivíduo, evitando pressuposições ou conceitos prévios sobre a pessoa, buscando captar o modo como se revela a cada encontro.
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reveme · 4 years
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Sempre quero saber como você está. Penso em você com frequência. Gostaria de saber do impacto das novidades mas acabo achando despropositado, acabo achando que você acharia estranha minha curiosidade.
Essas malditas inferências pressuposições...
Me preocupo com você e gostaria de contribuir de alguma forma com seu bem estar mas sou apenas um idiota carente e perdido, que oferece ajuda não solicitada porque não sabe pedir a ajuda que precisa. E nem quero aprender a pedir.
Nem vou pedir.
Nem exigir.
Nem aceitar.
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tenebrobscuro · 3 years
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Após todo a minha meticulosa [*apuração analítica*], não existe hipoteses, especulação, subterfúgio, pressuposições, conjecturas e ambiguidade.
Apenas o (’indício tangível’) na {”realidade plausível”}.
E ao concluir definindo com proficiência e perspicácia, a única convicção ao verossímil !, eu vou sabiamente dizer em seu [*silencioso consentimento*] e na sua (*CONIVÊNCIA*):
- Perante aos meus olhos ao (vê-los), “TODOS TITUBEARAM E MALOGRARAM”
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g1vent0fly · 3 years
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A verdade nunca é descoberta estudando-se sobre ela; a verdade tem que ser encontrada, tem que ser defrontada. A pessoa que estuda sobre o amor é como a pessoa que estuda sobre o Himalaia olhando um mapa das montanhas. O mapa não é a montanha! Se você começar a acreditar no mapa, continuará não conhecendo a a montanha. Se ficar muito obsessivo com relação ao mapa, a montanha pode estar bem ali na sua frente e você não será capaz de vê-la. As coisas são assim. A montanha está na sua frente, mas seus olhos estão pregados nos mapas – mapa da montanha, mapas diferentes da mesma montanha, feito por exploradores diferentes. Alguém escalou a montanha pelo lado norte, alguém pelo lado leste. E fizeram mapas diferentes: o Alcorão, a Bíblia, o Gita. – mapas diferentes da mesma verdade. Mas você está carregando mapas demais, está oprimido demais com o peso deles, não consegue dar sequer um passo. Você não consegue ver a montanha que está bem ali a sua frente, seus picos cobertos de neve, que brilha como ouro sob o céu da manhã. Você não tem olhos para vê-la. O olho preconceituoso é cego, o coração cheio de conclusões está morto. Faça muitas pressuposições e sua inteligência começará a perdes a perspicácia, a beleza, a intensidade. Fica obtusa. A inteligência obtusa é o que chamamos de intelecto. Os que vocês chamam de inteligência não são de fato inteligentes; eles são apenas intelectuais. O intelecto é um cadáver. Você pode enfeitá-lo com grandes pérolas, diamantes, esmeraldas, mas um cadáver ainda é um cadáver. Estar vivo é uma coisa totalmente diferente (Osho – Coragem, o prazer de viver perigosamente, pag. 27). https://www.instagram.com/p/CS7e5CMhseF/?utm_medium=tumblr
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afastemsevacas · 4 years
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Aula Gestalt (por Marcela Leite Minhoto)
Gestalt Terapia Integrada
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muitas vezes, a memória do fato é pior do que o fato em si.
o medo de sentir pode ser pior do que o acontecimento em si.
trauma é sempre um movimento interrompido. e sempre volta.  Gestalt só trabalha com o que aparece (e não com pressuposições de que a pessoa pode ter um trauma).
ajudar a pessoa a encontrar a melhor forma de se colocar no mundo mediante a situação (e a forma como ela aparece).
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cada pessoa é artista de sua própria existência (Selma Ciornai).
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dentro do campo terapêutico, também existe um campo que se forma entre o terapeuta e a pessoa que ele atende. E os fenômenos só aparecem no campo. Nós estamos no campo e o campo está em nós. 
Falar em primeira pessoa para assumir responsabilidade sobre seus atos (e existência). Quando te escuto, percebo coisas em mim e posso te devolver coisas a partir da percepção que eu produzo enquanto terapeuta.
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a nossa forma de viver é uma tentativa de buscar uma forma de se organizar e estar no mundo (a melhor forma para o nosso organismo). Saúde é uma boa forma (não existe só uma resposta possível).
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o todo é super importante em um processo evolutivo.
Livro: “Ego, fome e agressão”
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Paradoxo da mudança: quanto mais você tenta mudar, menos você muda
Livros: “Diálogo e o Processo Terapêutico na Gestalt Terapia” e “Gestalt Terapia Integrada”
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unidade indivíduo/meio, mecanismo de auto-regulação, olha-se mais o processo e a potência do vir-a-ser. 
Use a sua percepção para dar significado ao que você está sentindo.
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“você pode me atender? estou precisando muito me ouvir” para transformar, a gente precisa se relacionar.
awareness: mais do que processo cognitivo, é  um processo de totalidade (amplia a consciência)
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você nunca tem awareness sem estar em contato. ela ocorre na totalidade.
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tudo o que pode ser percebido, só pode ser percebido no agora.
possibilidade de experienciar o ser e a existência.
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como a pessoa se interrompeu neste momento?
para dissolver essa questão, precisa ter contato com ela (sente, mobiliza energia, faz contato e fecha a questão, que se dissolve e outra surge). moça, velha e Belchior: cada hora você foca em uma imagem para que ela surja do fundo. Se você não foca, vira uma massaroca.
a pessoa não está percebendo? não está sentindo? não está respondendo?
Gestalt não quebra defesa: trabalha a favor das defesas (essa pode ser a melhor forma que você está no mundo agora: ela está a favor do que agora?).
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maior conflito que leva pra terapia: o que o indivíduo precisa não é aquilo que ele deseja
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como cresço  reorganizo? a partir do ajustamento criativo.
como cresço? quando estou na minha melhor forma de estar no mundo.
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fenômenos passam a se mostrar de forma diferente quando você se abre para dar uma resposta diferente a estímulos, diferente do que você se acostumou a fazer.
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“Eu sou eu Você é você Eu faço minhas coisas, Você faz as suas, Não vim a este mundo para viver de acordo com as suas expectativas.? Se nos encontrarmos, é lindo. Se não nos encontrarmos, nada há a fazer” (cresceremos de outra forma).
Passado, presente e futuro estão congregados no devir.
É no presente em que os tempos se encontram.
Gestalt ressignifica a partir daqui (não podemos ressignificar a percepção que tivemos no passado). Sustentamos daqui pra frente.
lembramos do passado estando no presente (não somos exatamente iguais ao que éramos quando vivemos aquilo: acrescentamos coisas, transformamos outras). O ser humano não é estático (nem atravessa duas vezes o mesmo rio). planejamos o futuro estando no presente (penso com o meu corpo, que está no presente, a partir dos pensamentos, desejos e medos que tenho no presente).
O homem não é só fruto do meio: também é filho do jeito como ele capta o meio, as significações que dá a ele e como o vivencia.
Cada linha constitui um tipo de sujeito.
Terapia não é lugar de realizar desejos, mas de reconhecer desejos.
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zeneaartedeviver · 4 years
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Zen não é uma religião
Zen não é uma religião e eu jamais o admitiria como uma. Religiões são crenças fundamentadas em pressuposições teológicas.O zen não se apoia em nada. É por isso que eu o admiro tanto.O zen é prática e percepção.O zen é a vida.Nesse sentido, longe de qualquer apoio, o zen levita sem bases.Alguns o confundem com o budismo chamando-o de zen budismo mas apenas foi lá que lhe deram mais ênfase. Zen é essência, e sendo assim nada lhe falta ou precisa ser acrescentado. Não precisa de palavras depois dele. Zen é visceral. Não há respostas óbvias nem caminho trilhado. É descoberta e, nesse sentido, tremendamente pessoal e prático. Não há divindades. Não há deuses. Não há sequer um deus com letra minúscula ou com letra maiscúla, ou com todas letras maiúsculas. Não há necessidade de deuses ou mitos. Não precisa de uma história. Não há pretensão. O zen é. Somente isso lhe basta. Ser é sua essência.
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luantavares · 4 years
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Da perspectiva cristã, a razão é uma descrição da maneira como Deus pensa. É a maneira como ele estrutura a criação e a maneira como estrutura sua revelação. Assim, uma pedra não pode ser uma pedra e uma não pedra ao mesmo tempo e no mesmo sentido. E a Bíblia assume a necessidade de lógica em seus ensinos e argumentos. Por exemplo, Jesus assume que a Bíblia não pode se contradizer quando ele contendeu com Satanás, e não há registro de que o próprio diabo tenha discutido com ele sobre isso. Então, ele também usou o mesmo princípio para confundir os fariseus, como quando observou que o Messias deveria ser filho e senhor de Davi. Os escritos dos profetas e apóstolos também estão cheios de argumentos que pressupõem as leis da lógica.
Não há nada de errado com a razão em si, se removermos dela as suposições desnecessárias. E quando fazemos isso, descobrimos que a razão é uma arma imparável nas mãos de um cristão. Por exemplo, descobrimos que toda a ciência desmorona em alguns segundos quando testada pela razão. Obviamente, se identificamos a ciência com a razão, então não podemos dizer isso, já que a ciência seria razão. Mas se considerarmos que razão significa lógica sem a bagagem de suposições desnecessárias, então a afirmação de que a ciência é racional é aniquilada. Isso se deve a sua confiança na indução, na sensação e na falácia formal de afirmar o consequente em seu pensamento e procedimentos. Qualquer um desses três itens destruiria a afirmação de que a ciência é até mesmo um pouquinho racional. A ciência é apenas uma versão sofisticada e sistematizada do irracionalismo.
Se insistirmos neste ponto em apologética, então todas as objeções científicas contra a fé cristã seriam destruídas mesmo antes de serem examinadas. O método da ciência destrói a si mesmo e impede que ela descubra qualquer coisa sobre a realidade. A abordagem usual na apologética é lisonjear a ciência e dizer que ela pode de fato descobrir a verdade se for conduzida de maneira apropriada. Então, a defesa do evangelho se transforma em um debate sobre a ciência, e assim o incrédulo neutraliza o propósito do cristão, independentemente do resultado do debate. O reino dos céus não progride.
Até mesmo a versão popular da apologética pressuposicional endossa a ciência, embora ensine que não podemos prová-la sem pressuposições bíblicas. Mas isso é ainda mais ridículo. A ciência é irracional em si mesma, o que significa que nenhum conjunto de pressuposições pode justificá-la ou prová-la, exceto provar sua falsidade. Portanto, esta forma de apologética pressuposicional torna a Bíblia cúmplice da mentira. Em vez de defender a fé, ela comete blasfêmia.  A razão pertence aos cristãos. Não devemos permitir que os não cristãos se apoderem dela, depositando nela suas suposições pessoais. Eles reivindicam a razão para si mesmos. Eu a tomo de volta.
━━━━━━━━━━━━━━━ Vincent Cheung. The Spirit Sword. Disponível em Captive to Reason (2009), pp. 101-105. Tradução: Luan Tavares.
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cristonossajus · 4 years
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Astronomia Divina
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Depois de toda uma vida de incessante propaganda enganosa de que a terra é um globo, uma imensa bola  azul, que possui uma velocidade de rotação de 1.666 Km/h, numa velocidade orbital de 107.200 km/h, descobrimos pela graça do Pai que isso é a maior mentira dos últimos tempos. A nossa oração é que você irá colocar seus preconceitos e pressuposições, à porta da investigação e tomar tempo para…
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profcarlosloiola · 4 years
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RUDOLF STEINER
Os enigmas da filosofia
Apresentado como um esboço em sua história
1900/1914
ARQUIVO ONLINE RUDOLF STEINER
2020
Prefácio à nova edição em 1923
Prefácio à nova edição em 1918
Prefácio 1914
PRIMEIRO VOLUME
Para uma orientação sobre as diretrizes de apresentação
A visão de mundo dos pensadores gregos
A vida do pensamento desde o início da era cristã até Johannes Scotus Erigena
A visão de mundo na Idade Média
As Visões de Mundo da Era Moderna e da Evolução do Pensamento
A Era de Kant e Goethe
Os clássicos do mundo e da concepção de vida
Visões de mundo reacionárias
Visões de mundo radicais
Prefácio à nova edição em 1923
Quando, por ocasião de sua segunda edição em 1914, ampliei meu livro Visões de Mundo e da Vida no XIX ( Welt- und Lebensanschauungen im neunzehnten Jahrhundert ), o resultado foi o presente volume, Die Rätsel der Philosophie. Neste livro pretendo mostrar os elementos das visões de mundo que aparecem historicamente e que movem o observador contemporâneo desses enigmas para experiências de maior profundidade de consciência ao encontrar os sentimentos com os quais foram experienciados pelos pensadores do passado. Tal aprofundamento dos sentimentos é de profunda satisfação para quem está engajado em uma luta filosófica. O que em sua mente está se esforçando, é fortalecido pelo fato de que ele vê como esse esforço tomou forma em pensadores anteriores, a quem a vida concedia pontos de vista que podiam estar próximos ou distantes dos seus. Desta forma, pretendo neste livro servir aqueles que precisam de uma apresentação do desenvolvimento da filosofia como um complemento aos seus próprios caminhos de pensamento. Tal suplemento será valioso para qualquer um que, em seu próprio modo de pensar, deseja sentir-se em harmonia com o trabalho intelectual da humanidade, e, também de quem gostaria de ver que o trabalho de seus próprios pensamentos tem suas raízes em uma necessidade universal da alma humana. Ele pode compreender isso quando permite que os elementos essenciais das concepções históricas do mundo se desdobrem diante de seus olhos, e, também para aqueles que precisam de uma apresentação do devir da filosofia como um complemento às suas próprias maneiras de pensar. Para muitos observadores, no entanto, essa exibição tem um efeito depressivo. Isso faz com que a dúvida invada suas mentes. Eles veem os pensadores do passado contradizendo seus antecessores que, por sua vez, contradizem seus sucessores. É minha intenção, por conta deste processo, mostrar como este aspecto deprimente é extinto por outro elemento. Vamos considerar dois pensadores. À primeira vista, a contradição de seus pensamentos nos parece dolorosa.  Levemos esses pensamentos sob uma inspeção mais próxima. Achamos que ambos os pensadores direcionam sua atenção para reinos inteiramente diferentes do mundo. Suponha que um pensador tenha desenvolvido em si mesmo o estado de espírito que se concentra no modo em que os pensamentos se desdobram na tecelagem ou trama interior da alma. Para ele, torna-se um enigma de como esses processos internos da alma podem se tornar decisivos em uma cognição concernente à natureza do mundo externo. Este ponto de partida emprestará uma cor especial a todo o pensamento dele. Ele falará de maneira vigorosa da atividade criativa da vida do pensamento. Assim, tudo o que ele diz será colorido pelo idealismo. Um segundo pensador volta sua atenção para os processos acessíveis à percepção sensorial externa. Os processos de pensamento através dos quais ele mantém esses eventos externos na percepção cognitiva não entram em si mesmos em sua energia específica no campo de sua consciência. Ele dará uma volta aos enigmas do universo que os colocarão em um ambiente de pensamento no qual o próprio chão do mundo aparecerá em uma forma que tenha semelhança com o mundo dos sentidos.
Se alguém aborda a gênese histórica dessas visões de mundo conflitantes com pressuposições que resultam de tal orientação de pensamento, pode-se superar o efeito mortífero que essas perspectivas de mundo têm umas sobre as outras e elevar o ponto de vista a um nível do qual elas aparecem em apoio mútuo.
Hegel e Haeckel, considerados lado a lado, apresentarão à primeira vista a mais perfeita contradição. Penetrando na filosofia de Hegel, pode-se ir junto com ele no caminho ao qual um homem que vive inteiramente em pensamentos está vinculado. Ele sente o elemento pensamento como algo que o capacita a compreender seu próprio ser como real. Confrontada com a natureza, surge nele a questão da relação em que se encontra em relação ao mundo do pensamento. Será possível seguir sua mente se puder sentir o que é relativamente justificado e frutífero em tal disposição mental. Se alguém pudesse entrar nos pensamentos de Haeckel, pode segui-lo novamente parte do caminho. Haeckel só consegue ver o que os sentidos captam e como isso muda. O que é e muda desta maneira ele pode reconhecer como sua realidade, e ele só fica satisfeito quando é capaz de compreender todo o ser humano, incluindo sua atividade de pensamento, sob esse conceito de ser e transformação. Agora, deixe Haeckel olhar para Hegel como uma pessoa que lança conceitos sem sentido e arejados sem levar em conta a realidade. Conceda que Hegel, poderia ter vivido para conhecer Haeckel, teria visto nele uma pessoa que era completamente cega para a verdadeira realidade. Assim, quem for capaz de entrar em ambos os modos de pensar encontrará na filosofia de Hegel a possibilidade de fortalecer seu poder de pensamento ativo e espontâneo. No modo de pensar de Haeckel, ele encontrará a possibilidade de se tornar consciente das relações entre formações distantes da natureza que tendem a levantar questões significativas na mente do homem. Colocados lado a lado e medidos um contra o outro dessa maneira, Hegel e Haeckel não mais nos conduzirão ao ceticismo opressivo, mas nos permitirão reconhecer como brotos da vida, e que são enviados de cantos muito diferentes do universo.
Esses são os fundamentos em que o método da minha apresentação tem suas raízes. Não pretendo ocultar as contradições da história da filosofia, mas pretendo mostrar o que permanece válido apesar das contradições.
O fato de Hegel e Haeckel serem tratados neste livro para revelar o que é positivo e não negativo em ambos pode, na minha opinião, ser criticado como errôneo apenas por alguém que é incapaz de ver como é proveitoso tal tratamento do positivo. Deixe-me adicionar mais algumas palavras sobre algo que não se refere ao conteúdo do livro, mas que, no entanto, está conectado a ele. Este livro pertence aos meus trabalhos referidos por pessoas que afirmam encontrar contradições no curso do meu desenvolvimento filosófico. Apesar do fato de eu saber que tais reprovações não são motivadas pela vontade de buscar a verdade, eu as responderei brevemente. Tais críticos sustentam que o capítulo sobre Haeckel dá a impressão de ter sido escrito por um seguidor ortodoxo de Haeckel. Quem ler no mesmo livro o que é dito sobre Hegel, achará difícil sustentar essa afirmação. Superficialmente considerado, pode parecer, no entanto, que uma pessoa que escreveu sobre Haeckel, como eu neste livro, tenha passado por uma transformação completa do espírito, quando publicou mais tarde livros como Conhecimento do Mundo Superior e Sua Realização, Ciência Oculta, etc.
Mas a questão só é vista sob a luz certa se nos lembrarmos de que minhas obras posteriores, que parecem contradizer minhas anteriores, são baseadas em uma percepção espiritual intuitiva do mundo espiritual. Quem pretende adquirir ou preservar para si uma intuição desse tipo, deve desenvolver a capacidade de reprimir suas próprias simpatias e antipatias e entregar-se com perfeita objetividade ao tema de sua contemplação. Ele deve realmente, ao apresentar o modo de pensar de Haeckel, e ser capaz de ser completamente absorvido por ele. É precisamente deste poder de se render ao objeto que ele deriva a intuição espiritual. Meu método de apresentação das várias concepções do mundo tem sua origem na minha orientação para uma intuição espiritual. Não seria necessário ter realmente entrado no modo materialista de pensar meramente para teorizar sobre o espírito. Para esse propósito, é suficiente simplesmente mostrar todas as razões justificáveis ​​contra o materialismo e apresentar este modo de pensar, revelando seus aspectos injustificados. Mas, para efetuar a intuição espiritual, não se pode proceder dessa maneira. É preciso ser capaz de pensar idealisticamente com o idealista e materialísticamente com o materialista. Pois somente assim será despertada a faculdade da alma que pode se tornar ativa na intuição espiritual.
Contra isso, há objeções que podem ser levantadas e que, em tal tratamento, o conteúdo do livro perderia sua unidade. Eu não sou dessa opinião. Um relato histórico se tornará mais fiel quanto mais se permitir que os fenômenos falem por si mesmos. Não pode ser tarefa de uma apresentação histórica combater o materialismo ou distorcê-lo em uma caricatura, pois dentro de seus limites é justificado. É certo representar materialisticamente os processos do mundo que têm uma causa material. Nós só nos perdemos quando não chegamos ao insight que surge quando, ao perseguirmos os processos materiais, somos finalmente levados à concepção do espírito. Sustentar que o cérebro não é uma condição necessária de nosso pensamento na medida em que está relacionado à percepção sensorial é um erro.
Goetheanum em Dornach, perto de Basileia,
novembro de 1923 / Rudolf Steiner
Prefácio à nova edição de 1918
Os pensamentos a partir dos quais a apresentação do conteúdo deste livro cresceu e que formam seu suporte básico foram indicados no Prefácio da edição de 1914 a seguir. Então, ao que foi dito, gostaria de acrescentar algo relacionado a uma questão que vive mais ou menos conscientemente na alma de alguém que recorre a um livro sobre os enigmas da filosofia. É a questão da relação da contemplação filosófica com a vida imediata. Todo pensamento filosófico que não é exigido por esta vida está condenado a permanecer estéril, mesmo que atraia por algum tempo alguns leitores de inclinação contemplativa. Um pensamento frutífero deve ter suas raízes nos processos de desenvolvimento que a humanidade como um todo tem que sofrer no curso de sua evolução histórica. Quem quer que pretenda descrever a história da evolução do pensamento filosófico de qualquer tipo de ponto de vista pode, para esse propósito apenas, confiar nos pensamentos que são exigidos pela própria vida. Eles devem ser pensamentos que, quando levados à conduta da vida, penetrarão o homem de tal maneira que ele obtenha delas energias capazes de direcionar seu conhecimento. Eles devem se tornar seus conselheiros e ajudantes na tarefa de sua existência. Exatamente porque a humanidade precisa de tais pensamentos, é que visões filosóficas do mundo passaram a existir. Se fosse possível dominar a vida sem eles, o homem nunca teria sido internamente justificado para pensar nos "Enigmas da Filosofia". Uma época que não está disposta a pensar tais pensamentos mostra através deste fato meramente que não sente a necessidade de formar a vida humana de tal maneira que ela possa realmente se desdobrar em todas as direções de acordo com seu destino original. Mas para tal desinclinação, uma pesada penalidade deve ser paga no curso da evolução humana. A vida permanece subdesenvolvida em tais eras, e os homens não percebem seu estado doentio porque não estão dispostos a reconhecer as demandas que, no entanto, continuam a existir profundamente enraizadas dentro deles e que simplesmente não conseguem satisfazer. A idade seguinte mostra o efeito de tal negligência. Os netos encontram na formação de uma vida atrofiada algo que foi causado pela omissão dos avós. Essa omissão da era anterior transformou-se na vida tardia imperfeita no tempo em que os netos se encontram colocados. Na vida como um todo, a filosofia deve governar. É possível pecar contra essa exigência, mas é inevitável que esse pecado produza seus efeitos.
Somente entenderemos o curso do desenvolvimento do pensamento filosófico, a existência dos "Enigmas da Filosofia", se tivermos um sentimento do significado de que a contemplação filosófica do mundo possui para uma existência humana completa e plena. Foi com tal sentimento que escrevi sobre o desenvolvimento dos enigmas da filosofia. Eu tentei mostrar através da apresentação deste desenvolvimento que tal sentimento é justificado interiormente.
Contra esse sentimento, surgirá desde o início, nas mentes de alguns leitores, uma certa objeção que, à primeira vista, parece estar baseada em fatos. A contemplação filosófica supostamente é uma necessidade da vida, mas, apesar disso, o esforço do pensamento humano no curso de seu desenvolvimento não produz soluções claras e bem definidas para os enigmas da filosofia. Pelo contrário, eles são ambíguos e aparentemente contraditórios. Há muitas análises históricas que tentam explicar as contradições apenas aparentes por meio de ideias superficialmente formadas de caráter evolutivo. Eles não são convincentes. Para encontrar o caminho neste campo, a evolução deve ser levada muito mais a sério do que normalmente é o caso. É preciso chegar à percepção de que não pode haver qualquer pensamento que seja capaz de resolver os enigmas do universo de uma vez por todas de uma maneira abrangente. Tal é a natureza do pensamento humano que uma ideia recém-descoberta logo se transformará em um novo enigma. Quanto mais significativa for a ideia, mais luz ela produzirá por um certo tempo; quanto mais enigmático, mais questionável se tornará na era seguinte.
Quem quiser ver a história do desenvolvimento do pensamento humano a partir de um ponto de vista frutífero deve ser capaz de admirar a grandeza de uma ideia em uma época e, ainda assim, ser capaz de produzir o mesmo entusiasmo ao observar essa ideia, revelando sua deficiência no período posterior. Ele também deve ser capaz de aceitar o pensamento de que o modo de pensar ao qual ele mesmo se liga será substituído no futuro por um inteiramente diferente. Esse pensamento não deve desviá-lo de reconhecer plenamente a "verdade" da visão que ele conquistou para si mesmo. A disposição da mente que está inclinada a acreditar que os pensamentos de um tempo anterior foram descartados como imperfeitos pelos “perfeitos” da época atual, não ajuda em compreender a evolução filosófica da humanidade.
Eu tentei compreender o curso do desenvolvimento do pensamento humano compreendendo o significado do fato de que a era seguinte contradiz filosoficamente a precedente. Na exposição introdutória, “Para uma orientação sobre as diretrizes de apresentação” ( Zur Orientierung über die Leitlinien der Darstellung ), eu afirmei quais ideias tornam tal compreensão possível. As ideias são de tal natureza que necessariamente encontrarão muita resistência. À primeira vista, eles terão a aparência de algo que acabou de me ocorrer e que agora eu queria forçar de uma maneira fantástica todo o curso da história da filosofia. Não obstante, só posso esperar que se descubra que as ideias não são pensadas como preconcebidas e então sobrepostas à visão do desenvolvimento filosófico, mas que foram obtidas da mesma forma em que o cientista natural encontra suas leis. Eles têm sua fonte na observação da evolução da filosofia. Não se tem o direito de rejeitar os resultados de uma observação porque eles estão em desacordo com as ideias que alguém aceita como certas por causa de algum tipo de inclinação do pensamento sem observação. A oposição à minha apresentação será baseada na negação supersticiosa da existência de forças na história humana que se manifestam em certas eras específicas e dominam efetivamente o desenvolvimento do pensamento humano de maneira significativa e necessária. Eu tive que aceitar tais forças porque a observação deste desenvolvimento havia provado sua existência para mim, e porque esta observação me tornou aparente o fato de que a história da filosofia só se tornará uma ciência se não recuarmos de reconhecer as forças deste tipo.
Parece-me então, que só é possível obter uma atitude defensável em relação aos enigmas da filosofia, frutíferos para a vida atual, se conhecermos as forças que dominaram as eras do passado. Na história do pensamento, mais do que em qualquer outro ramo da reflexão histórica, é necessário deixar o presente crescer no passado. Pois, na compreensão daquelas ideias que satisfazem a demanda do presente, temos a base para o insight que espalha a luz certa sobre o passado. O pensador que é incapaz de obter um ponto de vista filosófico adequado aos impulsos dominantes de sua própria idade também será incapaz de descobrir o significado da vida intelectual do passado. Deixarei aqui a questão indecisa se, em algum outro campo de reflexão histórica, uma apresentação pode ser frutífera, de modo que não tenha, pelo menos, uma imagem da situação atual neste campo como fundamento. No campo da história do pensamento, tal procedimento seria sem sentido. Aqui o objeto da reflexão deve necessariamente estar conectado com a vida imediata, e essa vida, na qual o pensamento se torna real como prática da vida, só pode ser a do presente.
Com estas palavras, pretendo caracterizar o sentimento pelo qual essa apresentação dos enigmas da filosofia cresceu. Devido ao curto período de tempo, desde a última edição, não há ocasião para alterações ou acréscimos ao conteúdo do livro.
Rudolf Steiner
Maio 1918
Prefácio da edição de 1914
Eu não tive a sensação de estar escrevendo um “livro do século” para marcar o início do século XX, quando comecei a delinear as Concepções do Mundo e da Vida do século XIX, que apareceu em 1901. O convite para apresentar este livro como uma contribuição para uma coleção de obras filosóficas só me proporcionou o desafio de resumir os resultados dos desenvolvimentos filosóficos até a era de Kant, na qual eu havia chegado há muito tempo, e que eu, pretendia publicar. Quando uma nova edição do livro tornou se necessária e quando reexaminei seu conteúdo, tomei consciência do fato de que somente através de uma ampliação considerável do quanto como ela foi originalmente dada, eu poderia deixar completamente claro o que eu pretendia mostrar. Naquela época, limitava-me à caracterização dos últimos cento e trinta anos de desenvolvimento filosófico. Tal limitação é justificável porque esse período constitui, de fato, uma totalidade completa que é fechada em si mesma e pode ser retratada como tal, mesmo que não se pretenda escrever um “livro do século”. Mas as visões filosóficas do século passado viveram dentro de mim de tal maneira que, ao apresentar seus problemas filosóficos, senti como ressonâncias em minha alma as soluções que haviam sido tentadas desde o início do curso da história da filosofia. Essa sensação apareceu com mais intensidade quando retomei a revisão do livro para uma nova edição. Isso indica a razão pela qual o resultado não foi tanto uma nova edição, mas um novo livro.
Para ter certeza, o conteúdo do livro antigo foi essencialmente preservado palavra por palavra, mas foi introduzido por um breve relato do desenvolvimento filosófico desde o século VI a.C. No segundo volume, a caracterização das sucessivas filosofias será continuada no tempo presente. Além disso, as breves observações no final do segundo volume, intitulado “Visão esquemática da antroposofia”, foram estendidas para uma apresentação detalhada das possibilidades filosóficas do presente. Objeções podem ser levantadas contra a composição do livro, porque as partes da versão anterior não foram encurtadas, ao passo que a caracterização das filosofias do século VI a. C. ao século XIX d. C. foi dada apenas no esboço mais curto. Mas desde que meu objetivo é dar não só um breve resumo da história dos problemas filosóficos, mas para discutir esses problemas e a tentativa de sua solução por meio de seu tratamento histórico, considerei correto reter a descrição mais detalhada do último período. O modo de abordagem em que essas questões foram vistas e apresentadas pelos filósofos do século XIX ainda está próximo das tendências do pensamento e das necessidades filosóficas do nosso tempo. O que precede esse período tem o mesmo significado para a vida da alma moderna apenas na medida em que espalha luz no último intervalo de tempo. A Perspectiva no final do segundo volume teve sua origem na mesma intenção, a saber, de desenvolver através da narrativa da história da filosofia, a própria filosofia.
O leitor perderá algumas coisas neste livro que ele poderia procurar em uma história da filosofia - as visões de Hobbes e outros, por exemplo. Meu objetivo, no entanto, não era enumerar todas as opiniões filosóficas, mas apresentar o curso do desenvolvimento dos problemas filosóficos. Em tal apresentação, é inapropriado registrar uma opinião filosófica do passado se seus pontos essenciais foram caracterizados em outra conexão.
Quem quiser encontrar também neste livro uma nova prova de que “mudei” meus pontos de vista ao longo dos anos provavelmente nem mesmo será dissuadido de tal “opinião” se eu lhe indicar que a apresentação dos pontos de vista filosóficos que eu dei no mundo e nas concepções de vida foi, com certeza, ampliado e complementado, mas o conteúdo do livro anterior foi incorporado ao novo em todos os pontos essenciais e, literalmente inalterado. As pequenas mudanças que ocorrem em algumas passagens pareciam ser necessárias para mim, não porque eu senti a necessidade depois de quinze anos de apresentar alguns pontos de forma diferente, mas porque eu achei que alterar um modo de expressão era exigido pela conexão mais abrangente em que aqui e ali surge um pensamento no novo livro, enquanto no antigo tal conexão não foi dada. Haverá, no entanto, sempre pessoas que gostam de interpretar contradições entre os sucessivos escritos de uma pessoa, porque eles não podem ou não desejam considerar a extensão certamente admissível do desenvolvimento do pensamento de tal pessoa. O fato de que em tal extensão muito é expressa diferentemente em anos posteriores certamente não pode constituir uma contradição se não se quer dizer por coerência que a última expressão deveria ser uma mera cópia da anterior, mas está pronta para observar um desenvolvimento consistente de uma pessoa. A fim de evitar o veredicto de “mudança de visão” dos críticos que não consideram este fato, seria necessário reiterar, quando se trata de pensamentos, as mesmas palavras repetidas vezes.
Abril de 1914 / Rudolf Steiner
Parte I
Para uma orientação sobre as diretrizes de apresentação
Se seguirmos o trabalho da mente investida pelo homem em suas tentativas de resolver o enigma do mundo e da vida, as palavras “Conhece-te a ti mesmo”, que foram inscritas como um lema no templo de Apolo, elas serão sugeridas à alma em sua contemplação. A compreensão de uma concepção mundial repousa no fato de que a alma humana pode ser agitada pela contemplação dessas palavras. A natureza de um organismo vivo envolve a necessidade de sentir fome. A natureza da alma humana em um certo estágio de seu desenvolvimento provoca uma necessidade semelhante. É manifesto na necessidade de obter da vida um certo retorno espiritual que, assim como a comida satisfaz a fome, esta necessidade, de um retorno espiritual, satisfaz o desafio da alma: “Conhece a ti mesmo”. Esse sentimento pode se apoderar da alma humana com tanta força que pode ser forçado a pensar, “Então, eu só sou totalmente humano” , no verdadeiro sentido da palavra quando desenvolvo dentro de mim uma relação com o mundo e que expressa seu caráter fundamental no desafio, “Conhece a ti mesmo”. A alma pode chegar ao ponto em que considera esse sentimento como um despertar do sonho de vida que sonhava antes desta experiência particular.
Durante o primeiro período de sua vida, o homem desenvolve o poder da memória através do qual, mais tarde, recuperará suas experiências até certo momento de sua infância. O que está antes deste momento, ele se sente como um sonho de vida do qual ele acordou. A alma humana não seria o que deveria ser se o poder da memória não surgisse da fraca vida da alma da criança. De um modo semelhante, a alma humana pode, num estágio mais desenvolvido, pensar em sua experiência do desafio expresso nas palavras “Conhece-te a ti mesmo”. Pode se ter a sensação, de que uma vida da alma que não desperta de seu sonho, a vida que se desenvolveria, por meio desta experiência não corresponderá às suas potencialidades interiores.
Os filósofos têm frequentemente mostrado que estão perdidos quando perguntados sobre a natureza da filosofia no verdadeiro sentido da palavra. Uma coisa, no entanto, é certa, a saber, que é preciso ver na filosofia uma forma especial de satisfazer a necessidade da alma humana expressa no desafio “Conhece a ti mesmo”. Deste desafio, pode-se saber tão distintamente quanto se pode saber o que é a fome, embora se possa ficar perplexo para explicar o fenômeno da fome que seria satisfatório para todos.
Provavelmente foi um pensamento desse tipo que motivou Johann Gottlieb Fichte quando afirmou que a filosofia que um homem escolhe depende do tipo de homem que ele é. Animado por esse pensamento, pode-se examinar as tentativas que foram feitas no curso da história para encontrar soluções para os enigmas da filosofia. Nestas tentativas, encontrar-se-á a natureza do ser humano revelado. Pois embora o homem tente silenciar inteiramente seus interesses pessoais quando ele pretende falar como filósofo, surgirá, entretanto, numa filosofia, o que a personalidade humana pode fazer de si mesma, desdobrando aquelas forças que são mais centrais e mais originais de sí própria.
Visto desse ponto de vista, o exame das realizações filosóficas em relação aos enigmas do mundo pode excitar certas expectativas.
Podemos esperar que tal exame possa produzir resultados concernentes à natureza do desenvolvimento da alma humana, e o autor deste livro acredita que, ao explorar as visões filosóficas do ocidente, ele encontrou tais resultados. Quatro épocas distintamente discerníveis na evolução da luta filosófica da humanidade se apresentaram à sua visão. Ele tinha que reconhecer a diferença dessas épocas tão distinta quanto a diferença das espécies de um reino da natureza. Essa observação levou-o a reconhecer no reino da história do desenvolvimento filosófico do homem a existência de impulsos espirituais objetivos seguindo uma lei definida de evolução própria, independente dos homens individuais nos quais eles são observados. As realizações desses homens como filósofos aparecem assim como a manifestação desses impulsos que dirigem os cursos de eventos sob a superfície da história externa. A convicção é então sugerida que tais resultados surjam da observação imparcial dos fatos históricos, assim como a lei natural se baseia na observação dos fatos da natureza. O autor deste livro acredita que ele não foi enganado por preconceitos para apresentar uma construção arbitrária do processo histórico, mas que os fatos forçam o reconhecimento de resultados do tipo indicado.
Pode-se mostrar que, no curso evolucionário da luta filosófica da humanidade, os períodos são distinguíveis, cada um dos quais dura entre sete e oito séculos. Em cada uma dessas épocas, há um impulso distintamente diferente em ação, como se estivesse sob a superfície da história externa, enviando seus raios para as personalidades humanas e causando, assim, a evolução do modo de filosofar do homem, tomando seu próprio curso definido de desenvolvimento.
A maneira como os fatos apoiam a distinção dessas épocas deve ser mostrada no presente livro. Seu autor gostaria, na medida do possível, de deixar os fatos falarem por si mesmos. Neste ponto, ele quer oferecer algumas linhas de orientação a partir das quais, no entanto, os pensamentos expressos neste livro não foram retirados; eles são os resultados deste livro.
Pode-se considerar que essas linhas de orientação deveriam ter sido colocadas corretamente no final do livro, porque a verdade delas decorre apenas do conteúdo da apresentação completa. Eles são, no entanto, para preceder o assunto como uma declaração preliminar, porque eles justificam a estrutura interna do livro. Pois, embora fossem o resultado da pesquisa do autor, eles estavam naturalmente em sua mente antes de escrever o livro e ter seu efeito em sua forma. Para o leitor, no entanto, pode ser importante aprender, não apenas no final do livro, porque o autor apresenta seu assunto de uma determinada maneira, mas para formar seu julgamento a respeito desse método de apresentação já durante a leitura. Mas muito deve ser declarado aqui, e somente como é necessário para a compreensão do arranjo do livro.
A primeira época do desenvolvimento de visões filosóficas começa na antiguidade grega. Pode ser traçado remotamente até Pherekydes de Syros e Thales de Mileto e chega ao fim na era do cristianismo iniciante. A aspiração espiritual da humanidade nesta época mostra um caráter essencialmente diferente daquele dos tempos antigos. É a era do despertar da vida de pensamento. Antes desta era, a alma humana vivia em imagens imaginativas (simbólicas) que expressavam sua relação com o mundo e a existência.
Todas as tentativas de encontrar a vida de pensamento filosófico desenvolvida nos tempos pré-gregos falham em uma inspeção mais próxima. A filosofia genuína não pode ser datada antes da civilização grega. O que à primeira vista parece assemelhar-se ao elemento do pensamento na contemplação oriental ou egípcia do mundo prova, numa inspeção mais minuciosa, que não se trata de pensamento real, mas de concepção simbólica e parabólica. É na Grécia que a aspiração nasce para ganhar conhecimento do mundo e das suas leis por meio de um elemento que pode ser reconhecido como pensamento também na era atual. Enquanto a alma humana concebe os fenômenos do mundo através de imagens, ela se sente intimamente ligada a elas. A alma sente-se nesta fase por ser um membro do organismo mundial; não se considera uma entidade independente separada deste organismo. Quando o puro pensamento sem imaginação desperta na alma humana, a alma começa a sentir sua separação do mundo. O pensamento se torna o educador da alma para a independência.
Mas o grego antigo não experimentou o pensamento como o homem moderno. Este é um fato que pode ser facilmente esquecido. Uma visão genuína da vida de pensamento do grego antigo revelará a diferença essencial. A experiência do pensamento do grego antigo é comparável à nossa experiência de percepção, à nossa experiência de “vermelho” ou “amarelo”. Assim como hoje atribuímos uma cor ou um tom perceptivo a uma “coisa”, o grego antigo percebe o pensamento no mundo das coisas e como aderindo a elas. É por essa razão que o pensamento naquele tempo ainda é o elo de ligação entre a alma e o mundo. O processo de separação entre alma e mundo está apenas começando; ainda não foi concluído. Certamente, a alma sente o pensamento dentro de si, mas deve ser da opinião de tê-la recebido do mundo e, portanto, pode esperar que a solução dos enigmas do mundo a partir de sua experiência de pensamento. É nesse tipo de experiência de pensamento que procede o desenvolvimento filosófico que começa com Pherekydes e Tales, culmina em Platão e Aristóteles e depois desaparece até o seu término no início do cristianismo, das correntes subjacentes da evolução espiritual. Um novo período começa com o alvorecer da era cristã. A alma humana agora não pode mais sentir o pensamento como uma percepção do mundo exterior. Agora, ele se sente pensado como o produto de seu próprio ser (interno). Um impulso muito mais poderoso, do que a corrente de pensamentos, agora irradia para a alma das correntes mais profundas do processo criativo espiritual. É somente agora que a autoconsciência desperta na humanidade de uma forma adequada à verdadeira natureza dessa autoconsciência. O que os homens haviam experimentado a esse respeito antes daquela época, tinham realmente sido apenas precursores de fenômenos antecipatórios do que se deveria, em seu sentido mais profundo, chamar a autoconsciência interiormente experimentada.
É de se esperar que uma história futura de evolução espiritual chame esse tempo de “A Era do Despertar da Autoconsciência”. Só agora o homem se torna no verdadeiro sentido da “palavra consciente de todo o escopo de sua vida da alma, o “Ego”. O peso total deste fato é mais instintivamente sentido do que distintamente conhecido pelos espíritos filosóficos da época. Todas as aspirações filosóficas dessa época conservam esse caráter geral até a época de Scotus Erigena.
Os filósofos deste período estão completamente submersos em concepções religiosas com seu pensamento filosófico. Através desse tipo de formação de pensamento, a alma humana, encontrando-se em uma autoconsciência desperta inteiramente deixada aos seus próprios recursos, esforça-se para obter a consciência de sua submersão na vida do organismo mundial. O pensamento torna-se um mero meio de expressar a convicção sobre a relação da alma do homem com o mundo que se adquiriu de fontes religiosas. Mergulhada nessa visão, nutrida por concepções religiosas, a vida é vista como a semente de uma planta na alma da terra, até que ela se rompe na luz.
Na filosofia grega, a vida do pensamento desdobra suas próprias forças internas. Leva a alma humana ao ponto de sentir sua autodependência. Então, das profundezas da vida espiritual, um elemento se rompe na humanidade que é fundamentalmente diferente da vida de pensamento - um elemento que encheu a alma com uma nova experiência interior, com a consciência de ser um mundo em si, repousando em seu ponto de gravitação interior. Assim, a autoconsciência é primeiramente experimentada, mas ainda não é concebida sob a forma de pensamento. A vida do pensamento continua a ser desenvolvida, escondida e abrigada no calor da consciência religiosa. Deste modo, passam se os primeiros setecentos ou oitocentos anos após a fundação do cristianismo.
O próximo período mostra um caráter totalmente diferente. Os principais filósofos sentem o despertar da energia da vida do pensamento. Durante séculos, a alma humana consolidou-se internamente através da experiência de sua autodependência. Começa agora a procurar o que pode reivindicar como seu autocontrole mais íntimo. Descobre que esta é a sua vida de pensamento. Tudo o mais é dado de fora; o pensamento é sentido como algo que a alma tem que produzir a partir de sua própria profundidade, isto é, a alma está presente em plena consciência neste processo de produção. O impulso surge na alma para ganhar em pensamento um conhecimento através do qual ele pode se iluminar sobre sua própria relação com o mundo. Como algo pode ser expresso na vida de pensamento que não é em si apenas o produto da alma? Isso se torna a questão dos filósofos daquela época. As tendências espirituais do nominalismo, do realismo, do escolasticismo e do misticismo medieval revelam esse caráter fundamental da filosofia dessa época. A alma humana tenta examinar sua vida de pensamento em relação ao seu conteúdo da realidade.
Com o encerramento deste terceiro período, o caráter do empreendimento filosófico muda. A autoconsciência da alma foi fortalecida através de um trabalho centenário realizado no exame da realidade da vida do pensamento. Aprendemos a sentir a vida do pensamento como algo profundamente relacionado à própria natureza da alma e a experimentar nesta união uma segurança interna da existência. Como marca desse estágio de desenvolvimento, brilha como uma estrela brilhante no firmamento do espírito, as palavras “penso, logo existo”, que foram ditas por Descartes (1596 - 1650). Sente-se a alma fluindo na vida do pensamento e, na consciência dessa corrente, acredita-se que se experimenta a verdadeira natureza da própria alma. O representante daquela época sente-se tão seguro dentro dessa existência, reconhecido na vida do pensamento, que chega à convicção de que o verdadeiro conhecimento só pode ser um conhecimento que é experimentado da mesma maneira que a alma experimenta a vida pensada baseando-se em sua própria fundação. Isso se torna o ponto de vista de Spinoza (1632 - 1677).
Surgem agora filosofias que moldam a imagem do mundo, e de como deve ser imaginado quando a alma humana autoconsciente , concebida pela vida do pensamento, pode ter sua posição adequada dentro desse mundo. Como o mundo deve ser representado para que dentro dele possa ser pensado que a alma humana corresponda adequadamente ao conceito necessário da autoconsciência? Isso se torna a questão que, numa observação imparcial, encontramos no fundo da filosofia de Giordano Bruno (1548 - 1600). É também distintamente a questão para a qual Leibnitz (1646 - 1716) procura a resposta.
Com concepções de uma imagem do mundo que surge de tal questão, a quarta época na evolução da visão filosófica do mundo começa. Nossa idade atual está aproximadamente no meio desta época. Este livro quer mostrar até que ponto o conhecimento filosófico avançou na concepção de um quadro de mundo no qual a alma autoconsciente pode encontrar um lugar tão seguro, de modo que possa entender seu próprio significado e sentido dentro do mundo existente.
Quando, na primeira época de busca filosófica, a filosofia derivou seus poderes do despertar da vida do pensamento, a alma humana foi estimulada pela esperança de adquirir um conhecimento de um mundo ao qual pertence com sua verdadeira natureza, que não se limita à vida manifesta através do corpo dos sentidos.
Na quarta época, as ciências naturais emergentes acrescentam uma visão da natureza à imagem filosófica do mundo que gradualmente percebe sua própria base independente. À medida que essa imagem da natureza se desenvolve, ela não retém nada de um mundo no qual o ego autoconsciente (a alma humana experimentando a si mesma como uma entidade autoconsciente) deve se reconhecer. Na primeira época, a alma humana começa a se desprender da experiencia do mundo externo e a desenvolver um conhecimento preocupado com a vida interior da alma. Essa vida da alma independente encontra seu poder no elemento do despertar do pensamento. No quarto período, surge uma imagem da natureza que se desprendeu da vida interior da alma. A tendência surge para pensar a natureza de tal maneira que nada possa ser misturado em sua concepção que tenha derivado da alma e não exclusivamente da própria natureza. Assim, a alma é, neste período, expulsa da natureza e com suas experiências internas confinadas ao seu mundo subjetivo. A alma não está prestes a ser forçada a admitir que tudo o que pode ganhar como conhecimento, pode por si só ter um significado apenas para si mesmo. Não pode encontrar em si nada que aponte para um mundo em que essa alma possa ter suas raízes com seu verdadeiro ser. Pois na imagem  da natureza não pode encontrar nenhum vestígio de si mesmo.
A evolução da vida do pensamento prosseguiu por quatro épocas. No primeiro, o pensamento é experimentado como uma percepção vinda de fora. Nesta fase, a alma humana encontra sua autodependência através do processo de pensamento. No segundo período, o pensamento esgotara seu poder nessa direção. A alma agora se torna mais forte na experiência de sua própria entidade. O pensamento em si agora vive mais em segundo plano e se mistura ao autoconhecimento. Não pode mais ser considerado como se fosse uma percepção externa. A alma se acostuma a experimentá-lo como seu próprio produto. Deve chegar à questão de o que este produto da atividade da alma interior tem a ver com um mundo externo. O terceiro período passa à luz dessa questão. Os filósofos desenvolvem uma vida cognitiva que testa o pensamento em relação ao seu poder interior. A força filosófica do período se manifesta como uma vida no elemento do pensamento como tal, como um poder de trabalhar através do pensamento em sua própria essência. No curso dessa época, a vida filosófica aumenta em sua capacidade de dominar o elemento do pensamento. No início do quarto período, a autoconsciência cognitiva, com base em sua posse de pensamento, passa a formar uma visão filosófica do mundo. Essa imagem é agora desafiada por uma imagem da natureza que se recusa a aceitar qualquer elemento dessa autoconsciência. A alma autoconsciente, confrontada com essa imagem da natureza, sente como sua questão fundamental, “Como obtenho uma visão de mundo em que tanto o mundo interior com sua verdadeira essência e a natureza externa, está firmemente enraizado ao mesmo tempo?" O impulso causado por essa pergunta domina a evolução filosófica desde o início do quarto período; os próprios filósofos podem estar mais ou menos conscientes desse fato. Este é também o impulso mais importante da vida filosófica da era atual. Neste livro, os fatos devem ser caracterizados que mostram o efeito desse impulso. O primeiro volume do livro é apresentar o desenvolvimento filosófico até meados do século XIX; o segundo seguirá esse desenvolvimento até o presente momento. É para mostrar no final como a evolução filosófica leva a alma a aspectos em direção a uma futura vida humana em cognição. Com isso, a alma deve ser capaz de desenvolver uma imagem do mundo a partir de sua própria autoconsciência, na qual seu verdadeiro ser pode ser concebido simultaneamente com a imagem da natureza que é o resultado do desenvolvimento científico moderno. Uma perspectiva filosófica futura adequada ao presente deveria ser revelada neste livro a partir da evolução histórica da visão filosófica do mundo.
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gocreativestopblog · 4 years
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Livros: Design Centrado no Usuário
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Fala, galera! Decidimos trazer aqui mais um livro super bacana para a área de UX Design, o livro da vez é Design Centrado no Usuário de Travis Lowdermilk 😉 Design Centrado no Usuário Travis Lowdermilk, em sua obra Design Centrado no Usuário: um guia para o desenvolvimento de aplicativos amigáveis, percorre os caminhos essenciais para a compreensão dos princípios básicos do design voltado ao atendimento das necessidades dos usuários. Utilizando-se de ferramentas do universo UX (User Experience), como entrevistas, grupos de foco, testes de usabilidade, criação de personas, documentação de processos, avaliação heurística etc, o autor ensina, de modo rápido e direto, todos os conceitos da pesquisa até o desenvolvimento de um app. Desmistificação dos termos O primeiro capítulo se dedica a uma explanação geral dos termos adotados em um projeto de Design, abordando as diferenças de sentido entre as palavras Design Centrado no Usuário (DCU), User Experience Design (UX), Usabilidade e Interação Humano-Computador (IHC). Além disso, Travis desmistifica o processo centrado no usuário ao quebrar achismos e pressuposições comuns quando falamos nesse assunto.
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Gráfico sobre a relação entre usabilidade, IHC, DCU e UX Por exemplo, DCU não é formado apenas pela disciplina ampla do design; sua aplicação envolve o comprometimento de um time integrado de profissionais e outras áreas do conhecimento, principalmente pelas áreas humanas da sociologia e antropologia, além da ergonomia e programação. DCU também não é subjetivo: a intenção do designer vai além da estética – que é realmente um elemento importante da experiência do usuário (UX), mas não é a única e muito menos a de destaque. Por conseguinte, DCU não é perda de tempo, pois é somente a partir de uma profunda ligação com as angústias dos usuários que se projeta uma verdadeira experiência a qual atenda suas exigências e realmente faça diferença no dia a dia. Afinal, os questionamentos comuns de um processo de design, por mais técnicos que sejam – devo utilizar este tipo de botão? Que linguagem de programação devo usar? O que devo incluir no meu portal? -, são respondidos simplesmente pelos indivíduos que utilizarão seu produto. Tipos de usuários Outro aspecto interessante apontado por ele são os tipos de usuários: em uma escrita cômica e centrada, Lowdermilk determina os clientes e utilizadores de produtos mais complicados de lidar, como os “informantes exagerados”, “obcecados por controle” ou ainda “o advogado do Diabo”. Segundo ele, é necessário compreender como cada personalidade funciona e agir de modo a amenizar seus danos colaterais, fornecendo atenção suficiente para cada um e estabelecendo um tipo de jogo de cintura – uma questão muito importante no momento de coleta de dados ou entrevistas. Conclusões Travis explora, assim, as nuances que encontramos ao projetar experiências em formato de aplicativos ou sites, focalizando essencialmente nas necessidades e requisitos dos usuários.  Sua longa lista de documentação auxilia em todas as etapas do projeto, facilitando a absorção mais completa do conteúdo, bem como a disponibilização de um resumo para cada capítulo e sugestões de conteúdo ao final. Modelos de documentos citados também são registrados no livro, de modo a exemplificar a aplicação de personas, manifestos, detalhes do projeto, requisitos do usuário e muito mais. Assim, é um ótimo material para quem está começando no mundo do UX Design e deseja compreender os princípios norteadores e as ferramentas básicas utilizadas de qualquer aplicação que envolva um uso por um indivíduo específico. Por que ler este livro? Acreditamos que Design Centrado no Usuário aborda de uma maneira muito clara e simples os caminhos básicos necessários a qualquer profissional de UX Design iniciante; sua abordagem constantemente se encontra em um equilíbrio entre as necessidades do usuário e as necessidades do negócio, pautando-se em métricas, pesquisas e protótipos para a projetação eficiente de um produto. Além disso: Travis Lowdermilk é um profissional de UX Design nativo da Microsoft, atuando em equipes multidisciplinares e evangelizando a disciplina ao longo de sua carreira; Os capítulos se dividem em uma ordem clara e progressiva de introdução ao assunto, entendimento dos usuários, planejamento, ferramentas de pesquisa e implementação, testes, protótipos e recolhimento de feedbacks, formando um ciclo de vida de projeto muito didático e próximo a de um profissional do mercado; O storytelling é apresentado como uma ferramenta muito poderosa dentro do Design, como já foi evidenciada pelo método do Design Thinking e da área do Audiovisual; É um livro muito recomendado por profissionais como Daniel Furtado e professores universitários; Introduz conceitos básicos, de modo a contribuir para a reflexão de como fazemos projetos e de que modo devemos exercitar nossa criatividade no cotidiano corrido e submisso ao tempo. É isso, pessoal! Espero que tenham gostado! Não esqueçam de conferir o post sobre o livro Não me faça pensar. Read the full article
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wanderhipnose · 4 years
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6 Passos para aprender a gostar de qualquer coisa! . . O processo de modelagem se divide em três fases. A primeira consiste em observar o modelo enquanto ele está tendo o comportamento que se quer modelar. Durante essa primeira fase, a pessoa se imagina dentro da realidade do outro, usando a segunda posição e imitando o que o outro faz até obter basicamente os mesmos resultados. A pessoa se concentra naquilo que o outro faz (comportamento e fisiologia), como ele o faz (estratégias de pensamento interno) e por que ele o faz (crenças e pressuposições em que se apoia). Aquilo que ele faz pode ser obtido através da observação direta; o como e o porquê são obtidos através de perguntas. Na segunda fase, analisa-se sistematicamente os elementos do comportamento do modelo para descobrir o que faz a diferença. Se algum elemento for deixado de fora e fizer pouca diferença, é porque não é necessário. Se alguma coisa for deixada de fora e isto fizer diferença quanto aos resultados obtidos, trata-se de uma parte essencial do modelo. Durante essa segunda fase, refina-se o modelo e tenta-se compreendê-lo conscientemente. Isso é exatamente o oposto dos processos tradicionais de aprendizagem. A aprendizagem tradicional recomenda que se acrescente um segmento de conhecimento por vez, até formar o todo. Mas isso impede que se perceba facilmente o que é essencial. A modelagem, que é a base da aprendizagem acelerada, reúne todos os elementos e depois subtrai para descobrir o que é realmente necessário. A terceira fase, a fase final, propõe uma maneira de ensinar essas habilidades a outras pessoas. Um bom professor deve criar um ambiente em que os alunos sejam capazes de aprender por si mesmos como obter os resultados desejados. Os modelos são criados segundo critérios de simplicidade e possibilidade de verificação. Não é necessário saber por que ou como eles funcionam, assim como ninguém precisa conhecer o funcionamento de um carro para dirigi-lo. . . Siga para mais conteúdo e até o próximo! . Deixa seu ♥️ e seu comentário q eu sempre respondo! . . . . . #aprendizado #pnl #neurolinguistica #primeiropasso #brasil #love #gosteipostei #wanderhipnose (em Wander Hipnose) https://www.instagram.com/p/CAmh1H-Bb1T/?igshid=koww16k4ru3a
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arcadiacaida · 7 years
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não tenho mais
não tenho mais a paciência de ser poeta em um mundo de máquinas vagas e pressuposições verdadeiras ou falsas, adiante de toda verdade a mentira se eleva tenho sete pesos no interno do espírito essa vaga fonte de tormento e libertação; a poesia que é o fogo do espírito vazando minha morte, meu eu, minha ressurreição, desejo de se ir antes do tempo desejo de ficar mais do que se pode atravessar o deserto dos outros cavando túneis pra colina da solidão;
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