Memories - Capítulo 30
notas da autora: Finalmente o último capítulo da história, teremos apenas o epílogo que eu pretendo postar em breve. Agradeço de coração quem leu essa história. Ela significa muito pra mim e eu espero que continuem acompanhando por aqui.
avisos: palavrões, angustia, menção a arma, menção a crime, menção a gravidez.
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Eu respirei aliviado depois dela concordar. Eu também estava assustado, porque depois de tanta insistência ela simplesmente aceitou? Era num tanto estranho, mas eu não poderia reclamar.
Claire havia nos chamado pra jantar, eu estava de frente para S/n. Ela sorria animada, conversava com todos e gargalhava com as piadas do Louis, que estava sentado ao meu lado.
— Ou a comida que minha mulher fez esta muito boa ou eu devo te alertar que esta muito na cara você babando na S/n. - Louis me cutucou com o cotovelo.
Sorri sem graça pra ele, talvez eu realmente estivesse dando muito na cara, mas eu não conseguia parar de olhá-la, ver seu cabelo num brilho sem igual, seu sorriso e seus olhos quase se fechando quando ela ria. Ela era tão linda e tão minha que eu mal podia me aguentar.
Finalizamos o jantar e alguns foram ajudar Claire retirar a mesa, Zayn e Gigi foram trocar Khai e eu chamei S/n pro quarto de Louis e Claire.
Fechei a porta, os abajures espalhados pelo quarto estavam acesos então liguei a meia luz. S/n sentou na beirada da cama, ela esfregava as próprias mãos demonstrando ansiedade.
Puxei uma cadeira que estava próxima a uma pequena mesinha e coloquei em frente a ela.
— S/n… - Engoli em seco.
— Harry… – Ela sorriu, influenciando a continuar.
— S/n… – Respirei fundo sentindo meus olhos encherem d’água, eu ainda não estava entendendo que ela estava ali na minha frente e eu já sabia de tudo que tinha acontecido, eu precisava me controlar pra não perder a oportunidade – Tudo que eu vou dizer é a mais pura verdade, eu juro pela minha própria vida por mais que ela não valha tanto. – Soltei um risinho fraco e S/n franziu o cenho.
— Não fale assim, Harry. – Ela pediu e eu concordei.
— Tudo bem. Hã… – Respirei fundo – Vou pedir pra você falar só depois que eu terminar, está bem? Talvez você tenha muitas perguntas e eu vou responder uma a uma. Tudo que eu vou te dizer, eu tenho provas que é verdade por mais absurdo que vai parecer, ta bem?
S/n acenou dessa vez e eu ousei a segurar suas mãos para conseguir falar isso.
Fechei meus olhos e senti meu rosto já ficando úmido devido ao meu choro. Abri em seguida e fitei S/n por alguns segundos.
— Eu te amo desde aquele momento que te vi sentada naquele bar próximo do campus da faculdade. Eu sou totalmente seu devoto desde o dia em que você me disse seu nome e me explicou sobre aquela matéria que eu já sabia, - soltei um pequeno riso – mas era meu único jeito de me aproximar de você sem parecer um idiota. – Eu massageava seus dedos, eu sentia minha transpiração passando pras mãos dela. O rosto de S/n desfez e agora ela encarava algum ponto abaixo da minha boca – Louis estava certo quando disse que você seria a minha melhor namorada e esposa, eu me arrependo profundamente de ter levado essa aposta até o fim… Eu era imaturo e idiota o suficiente pra não admitir o quanto eu te amava, – cocei minha garganta – o quanto eu te amo, na verdade. Antes de continuar, eu queria que você soubesse disso.
Mais uma vez, um frio passou pelo meu estômago, eu queria abraçá-la e ficar dessa forma pelo resto da minha vida.
— Eu errei quando dormi com Courtney, eu errei quando continuei com a aposta, eu errei quando não fui o melhor marido que você deveria ter tido, eu errei e fui cego em perceber que eu estava errando com você enquanto tinha gente querendo te dar tudo que eu não consegui. – Novamente, S/n franziu o rosto e voltou a olhar diretamente pra mim – É estranho e difícil de falar tudo isso, mas eu errei e Niall errou também.
— Eu já sabia que ele havia me traído, Harry, eu te disse aque-, – S/n soltou com pressa, era um assunto dolorido pra ela com toda certeza.
Eu neguei com a cabeça brevemente.
— Ele não te traiu, S/n, mas ele fez de tudo pra nos separar. – Cortei sua fala e o rosto de S/n continuava franzido – Niall sempre quis ser eu. Ele sempre quis ter você, sempre quis viver a minha vida com você e não mediu esforços pra conseguir isso.
— Do que está falando, Harry? Está me deixando nervosa. – S/n já transparecia irritada com tudo.
— Aquela primeira vez que ficamos juntos depois do meu acidente, eu encontrei Courtney no café. Você sabe disso devido as fotos, mas eu te garanto que eu não havia falado com ela desde que voltei do coma… Como você acha que recebeu essas fotos? Sendo que ninguém além da minha família e amigos mais próximos sabia que eu já estava recuperado? – Indaguei S/n, que por sua vez revesava seu olhar no meu.
— Acha que Niall tem algo haver com isso? – Ela pareceu confusa.
— Eu tenho certeza, porque, eu armei pra encontrar Courtney e ela se entregou.
— Harry… – S/n se desprendeu das minhas mãos e se levantou, se afastando um pouco de mim – Não acha isso muito conveniente? Como eu posso saber que vocês dois não estão juntos nessa novamente? Eu realmente não imagino o intuito, mas nada que venha de você com essa mulher, é bom.
Fechei os olhos, minhas mãos começaram a tremer e um mal estar passar pelo meu estômago.
— Eu sei que parece absurdo, S/n, mas eu te afirmo que eu não diria isso se não fosse verdade. Eu não sofri o acidente por ligar pra você, eu sofri acidente por não conseguir frear numa curva… e esse acidente aconteceu porque naquela manhã, eu descobri o plano de Niall com Courtney e se quiser ver, – abri parte do paletó que eu usava e peguei um envelope segurando em direção a ela — a análise do seguro tem uma anotação que meus freios foram cortados.
S/n estava paralizada, ela piscava várias vezes rapidamente, sua mão alcançou meu envelope e descobrou o papel do seguro que Jeff havia solicitado pra mim. Eu estava armado pra fazê-la entender que Niall também foi um dos vilões da nossa história.
— Eles disseram que era culpa da ligação…
Eu acenei concordando.
— Eu sei, mas pedi ao Jeff para que pegasse a documentação oficialmente da seguradora. Eles disseram isso pois você disse no depoimento, mas a verdade é que os freios do carro foram cortados. Não é um corte mecânico, é um corte que um ser humano fez.
S/n lia o papel várias vezes, uma mão ela levou até a boca sem querer acreditar naquilo.
— Você tem… certeza? – Ela estava lacrimejando novamente.
— Sim. Niall colocou Courtney em nossas vidas também a ameaçando, eu não vou ausentar minha culpa pois eu errei também, mas desde a faculdade, ele vem tentando se colocar entre nós, S/n. Ele sente inveja do que nós tínhamos, ele sente inveja do que eu tinha… você. – Senti meus olhos lacrimejando novamente.
Eu tinha que sustentar tudo que eu estava falando, mas eu queria chorar na verdade.
— Como? E porquê? Isso não faz sentido. – S/n dobrou o papel do seguro e devolveu pra mim – Porquê ele faria isso pra depois me trair? Não tem lógica!
— Ele nunca te traiu, S/n! Eu falei com Liam no dia do parto de Gigi, ele estava falando com a cunhada e não com a amante… Niall desconfiou que nós estávamos nos aproximando e então armou tudo pra você me odiar ainda mais, essa é a razão de tudo.
S/n sentou na cama de Louis e fechou os olhos, abaixando a cabeça e respirando fundo.
— Você disse que ele ameaçou aquela moça? Foi por isso que ela me disse a verdade durante seu coma? – S/n soltou um sussurro.
— Uhum. – Murmurei me sentando ao seu lado – Niall sabia sobre algumas coisas da empresa da família dela e a ameaçou, Courtney por sua vez me ameaçou a contar a verdade pra você em troca deu ficar com ela. Eu ficando com ela…
— Eu estaria livre pra ele… – S/n completou e eu concordei com isso.
Ela parecia estar em choque com tudo isso, provavelmente ela não sabia que Niall seria capaz disso assim como eu.
— Se Niall não tivesse se intrometido entre nós, você acha que estaríamos juntos? – S/n perguntou me olhando.
— Provavelmente nossos filhos estariam correndo por esse quarto.
Os lábios de S/n tremeram e seus olhos se encheram de lágrimas. Um suspiro longo saiu de seu peito.
— Eu não sei se você acredita em tudo que eu disse, S/a, mas eu espero sinceramente que sim pois é a verdade. Não é desculpa para tudo que eu fiz, mas – eu escorreguei da cama e dobrei meus joelhos na sua frente – eu assumo total responsabilidade por todo seu sofrimento, por cada momento ruim que você passou e eu sou extremamente grato por todo cuidado que você teve comigo desde quando nos conhecemos, eu daria minha vida por você e eu só consigo pensar que eu não consigo viver sabendo que você me odeia… Então, estou te pedindo, S/n… Você poderia pensar em me perdoar? Talvez não hoje ou agora, mas minha vida não tem sentido nenhum sem você.
— Eu preciso pensar, Harry… Tudo está uma bagunça dentro da minha cabeça, pensar que um dos meus melhores amigos me fez sofrer me afastando do pai do meu bebê não é nada fácil de entender. Isso tudo é muito confuso.
Um grande arrepio passou pelo meu corpo, eu tinha quase certeza que não havia entendido corretamente o que ela havia acabado de dizer, mas engoli em seco e pisquei algumas vezes seguidamente disfarçando.
— Nosso bebê está em um lugar bom, S/n… mas sim, Niall foi culpado também de nós não termos ficado juntos, aumentado a família e…
S/n deu um riso baixo e me olhou torcendo a cabeça pro lado.
— Não, Harry. Na verdade, ele é quem foi um dos responsáveis por isso.
S/n se levantou e desviou de mim e eu a acompanhei ainda de joelhos e ficou de lado, ela passou a mão pelo topo da barriga deslizando suavemente pelo pequeno contorno arredondado até o final.
A barriga de S/n que estava escondida pelo vestido preto solto havia ganhado forma, ela segurava a parte debaixo olhando com admiração e depois olhou pra mim.
Ela está grávida?
Agora ela realmente está grávida?
— S/N?
Ela começou a soluçar durante o riso e eu fui andando de joelhos até ela com pressa e abracei suas pernas chorando junto, encostei minha cabeça na sua barriga e dei pequenos beijos.
— Você conseguiu! – Disse alegre e ainda enrolado nas pernas dela e com o queixo apoiado na sua barriga.
— Nós na verdade, Harry.
Nós conseguimos.
Calma.
Nós?
Me afastei dela desfazendo o abraço e então meus pensamentos se alinharam.
Eu vou ser pai?
S/n mudou de expressão rapidamente e ela se afastou também.
— Pela sua reação, eu já entendi mas já adianto que você não vai precisar fazer nada, Harry… Chris e eu vamos cuidar do bebê juntos, pra que nada falte pra ele ou ela, pode ter cert–
— Eu vou ser pai? – Falei em voz alta soltando um riso, me sentei nos meus tornozelos – Eu vou ser pai! – Falei mais alto dando risada e passando as mãos pelo rosto.
Há muito tempo eu não sentia isso, essa euforia, esse sentimento bom que faz eu rir e chorar de emoção, há muito tempo eu não sentia a famosa felicidade.
— Harry? Você me ouviu? – S/n perguntou – Você não vai preci–
— Você acha mesmo que eu vou abrir mão de cuidar do bebê, meu filho, que está vindo da mulher que eu mais amo nessa vida e talvez ame também nas dez próximas, S/n? – Me levantei e me aproximei de S/n, ela me olhou receosa.
— Eu não quero te forçar a nada, Harry. Eu aceitei vir aqui pois sabia que estaria aqui e é seu direito saber dessa criança, mas não quero que pense que eu quero algum dinheiro ou parte da empre–
— Shh, shh, shh… – Sussurrei fechando os olhos brevemente – Eu quero e vou fazer de tudo por vocês, meu amor. – Espalmei levemente as mãos no volume da barriga de S/n – Faz tempo? Você foi ao médico? – Falei num tom baixo.
— 8 semanas. – Ela sorriu – Na verdade, eu descobri indo ao médico, eu acabei escorregando no apartamento naquele dia que voltei da nossa discussão na maternidade, nisso machuquei o pé, tive que fazer alguns exames pois estava sentindo muita dor e os remédios não estavam fazendo efeito e uma coisa levou a outra.
S/n sorriu de lado e afagou a própria barriga, eu me sentia em pleno êxtase vendo S/n ali na minha frente e ainda por cima, grávida do nosso bebê.
Eu sou a pessoa mais feliz desse mundo!
— Mas vocês estão bem agora? Precisam de algo? Seu pé melhorou? – Continuei com as mãos na barriga dela, por mais que eu soubesse que o bebê ainda não conseguiria chutar.
— Estamos, Chris foi muito acompanheiro nessas semanas, ele me ajuda a fazer algumas coisas como compras no mercado já que o médico disse que eu não posso sofrer grandes emoções e nem grandes impactos.
Franzi o cenho.
— Eu vou te ajudar com isso, é minha responsabilidade agora.
— Não precisa, Harry.
— Mas eu quero, S/a. É meu direito como pai, como você mesmo disse, não é? – Ela concordou com a cabeça – Eu prometo que não vou te forçar a nada, mas eu te imploro pra me deixar viver isso.
— Está bem. – Ela suspirou.
Me ajoelhei de novo na frente de S/n e coloquei minha boca próxima da barriga dela.
— Hey bebê, aqui é o papai! – Falei baixinho – Papai promete que vai estar aqui o tempo inteiro, está bem? Papai vai cuidar de você e da mamãe com todo amor do mundo, ele não vê a hora de pegar você no colo, mostrar os carros que a empresa do papai e da mamãe fazem… E eu vou te dizer, você e eu temos muita sorte de ter uma mamãe dessas, viu? – Olhei pra S/n que estava emocionada novamente, ela passou a mão no meu cabelo e a outra pela barriga – Papai vai dar a vida por vocês se for preciso. Te amo, filho… ou filha!
Um estrondo do lado de fora chamou nossa atenção, em seguida veio um burburinho.
Me pus de pé e abrimos a porta. Eu caminhei pelo corredor, sentindo a presença de S/n atrás de mim.
Chegamos a sala e me surpreendo com a presença de Niall.
Louis estava sendo segurado por Zayn, Liam e Claire.
— O que está acontecendo aqui? - Perguntei.
— Resolveu aparecer, seu filho da puta? - Niall estava com um pequeno corte no supercilio, era visivel que ele estava um pouco alcoolizado.
— Saia da minha casa, Niall! Agora! - Louis gritou, mas Zayn e Liam continuaram murmurando para que ele mantivesse a calma.
— Eu me pergunto porque você não morreu naquela droga de acidente, Harry! Todos esses anos você tirando a S/n de mim, mesmo sendo um completo idiota, ela volta pra você! - Niall esbravejou.
Senti as mãos de S/n segurarem minha cintura com força. Estiquei meus braços para trás e segurei suas mãos tentando passar tranquilidade, nada poderia acontecer com ela e com o nosso bebê.
— Niall, acabou pra você. Não adianta ficar dando esse show da na casa do Louis, eu sei de tudo que você fez pra que eu e S/n ficássemos separados. Eu errei, mas você mexeu com a vida de muitas pessoas pra isso, inclusive tentou me matar. - Falei em alto e bom tom.
— Como é? O quê? - Todos na sala murmuravam, com exceção de Louis, S/n e Niall.
— Pois é pessoal, Louis e eu descobrimos tudo isso há alguns dias. O santo Niall não é tão santo assim. - Falei cheio de ironia ainda mantendo os olhos nele.
— E eu faria de novo, S/n não merece ter um cara como você! Um completo imbecil egocentrico que sempre a deixa de lado pra correr atrás de qualquer coisa estúpida. - Niall passou a mão pelo supercilio que estava sangrando, ele se virou indignado.
— Niall, vá pra casa. - S/n murmurou atrás de mim, mas eu tentava mante-la sob segurança de qualquer forma. - Em outro momento conversamos, num futuro distante na verdade...
— Oh! Você está ai! E pelo jeito você acreditou no que ele disse, S/n? - Ele riu sem acreditar - Não me surpreende, definitivamente! Harry estala os dedos e você já está de quatro por ele, como uma verdadeira cadela.
Sem pensar muito, impulsonei meu corpo pra frente querendo desconfigurar ainda mais o rosto de Niall, mas todos na sala me seguraram falando que não adiantaria nada.
— Não fale assim da minha mulher, seu bastardo filho da puta! - Gritei.
— Sua? Ha-ha! Você é um completo idiota, Styles. Sempre foi e sempre vai ser.
— Idiota que tem a vida que você dá qualquer coisa pra ter, não é Horan? Ameaça as pessoas, corta freio do carro de outras... Mas saiba que você nunca vai ter ela, nunca vai ter um casamento ou um bebê como eu tenho.
Engoli em seco e senti olhares sobre mim.
Eu tinha falado demais.
— Vo-você está grávida, S/n? - Niall olhou por cima do meu ombro e acredito que S/n apenas concordou com a cabeça. Eu não tinha confiança em tirar os olhos de Niall - Você está grávida do... Harry?
— Estou. - Ela respondeu.
Louis, Claire e os demais vieram em nossa direção para abraça-la, quase que ignorando a presença de Niall mas eu ainda estava de olho nele.
Liam caminhou até Niall e sussurrou algo no ouvido dele. Eu pude ver que Niall estava se segurando ao máximo para não chorar, parte de mim chegou a ficar com pena, mas a outra parte alertava para o fato que ele realmente tentou me matar.
— Vá embora Niall, eu não vou te denunciar pelos anos de amizade, por mais que você deveria estar atrás das grades. Deixe a mim e a minha família em paz. - Falei em um tom um pouco mais baixo e ele apenas me encarou.
— Você não merece tudo isso, Harry. Não merece. - O moreno respondeu e Liam o encaminhou até a porta e eu acompanhei com os olhos.
Em um momento de distração que Louis veio me cumprimentar, S/n se colocou ao meu lado mas de uma forma que ficou na minha frente. Nisso, ouvimos novamente um estrondo e meus olhos passaram ao redor da sala, onde focalizou em um Liam sendo derrubado e Niall sacando uma pistola.
Numa ação rápida, tentei afastar S/n, mas meus sentidos avisaram que era tarde demais ao ouvir o som do tiro.
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Os cinco néctares tântricos
“Aqui, neste corpo, existem os rios sagrados. Aqui mora o sol e a lua, e todos os lugares de peregrinação do azevinho. Eu nunca encontrei um templo mais alegre do que o meu próprio corpo. ” (Saraha Doha)
Na visão tântrica, o corpo humano representa o templo do espírito, um verdadeiro microcosmo , uma cópia exata de todo o universo.
A encarnação na forma humana representa o ápice da criação e, no conjunto das várias formas de vida, o corpo humano representa a mais elevada forma física. Os iniciados dizem que esta forma é a mais difícil de obter de todas as formas de vida.
Conseqüentemente, esse corpo físico que “vestimos” no mundo físico é de um sagrado inestimável, pois “abriga” a divindade sob a forma oculta do Eu Divino - Atman e, portanto, o templo do espírito se tornou um conceito tântrico tradicional. quando se refere ao corpo físico.
É sabido que tudo o que vem de um templo é sagrado, com a condição de que o próprio templo seja tratado como um lugar sagrado, com uma atitude permanente de consciência espiritual da parte daquele que habita nele.
O templo é, por definição, um local de culto, um edifício dedicado ao serviço de Deus. No entanto, de acordo com a tradição tântrica, Deus representa o nosso Ser Supremo, Atman ou, em outras palavras, a centelha divina interior, que precisa ser adorada no “templo do corpo”.
Limpo ou sujo, bom ou ruim, aceitável ou inaceitável - todas essas são noções relativas que consideram a cultura e a visão das coisas;
no entanto, eles podem agir como uma barreira contra a rápida evolução espiritual que o povo tântrico geralmente procura.
Ao contrário do hinduísmo tradicional, obcecado pelo que é puro ou impuro, nas autênticas tradições tântricas não existe tal conceito.
“Chandamaharosana Tantra ” expressa este aspecto tão claramente quanto possível: “o praticante nunca deve pensar em termos de puro e impuro”; ele nunca deve pensar em termos de “ser digno de ser alcançado” ou “indigno de ser alcançado”, “apto para amar ”Ou“ impróprio para amar ”. O iogue que não respeitar esse conselho perderá todos os seus siddhis (Poderes Sobrenaturais) ”.
A grande maioria das culturas ocidentais geralmente sustenta a ideia de que a transpiração, a saliva, a urina, as secreções sexuais e o sangue menstrual são impuros.
Não obstante, os ensinamentos tântricos dizem que quando o corpo está bem nutrido, saudável e limpo, tudo o que é produzido internamente representa uma coisa sagrada que pode ter para nós uma utilidade especial.
Os tântricos procuraram descobrir as propriedades especiais de todos os nossos produtos corporais.
Portanto, eles procuraram descobrir as propriedades da transpiração, lágrimas, pedaços de unhas cortadas, cera de ouvido, pêlos, barba, cílios e sobrancelhas, pêlos pubianos, e assim por diante.
Eles exploraram cada parte do corpo e todos os materiais que produz, encontrando usos mágicos para cada um deles. Eles concentraram sua pesquisa principalmente em cinco secreções corporais, que são mencionadas nos textos tântricos e budistas como “os cinco néctares”.
São elas: saliva, urina, secreções sexuais (espermatozóides e secreções vaginais), sangue menstrual e excreções. Nos ensinamentos tântricos mais elevados, estes são elementos espirituais e sagrados, que são usados nos ritos místicos, pois ajudam na evolução da pessoa.
Esses “cinco néctares” são freqüentemente mencionados tanto na tradição tântrica quanto na budista; eles são segredos bem guardados dos tântricos.
Seu uso como elementos espirituais é, de alguma forma, oposto à visão exposta no hinduísmo tradicional e no budismo.
Os tântricos argumentam que, se realmente consideramos nosso corpo como um templo, e se comemos corretamente e cuidamos adequadamente de nosso corpo, então todos os produtos resultantes dos processos internos são substâncias sagradas, dotadas de qualidades divinas.⛥
( Mago Baltazar)
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