viumtextinho
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Depósito de Textos
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Minha cesta de ideias, romances, experiências e vontades.
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viumtextinho · 1 year ago
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De cá pra lá
Primeiro dia pós-carnaval.
Acordei mais cedo do que imaginei, porque ainda não tem cortina na sala do apartamento dos meus amigos.
Nem sei se um dia vai ter, porque é bom deixar o sol entrar.
E ele entrou, me convidando pra uma caminhada.
Aceitei, levantei e fui.
Refiz o percurso da folia dos dias anteriores, comparando mentalmente o momento eufórico e o molhar suado com a calmaria e o molhar garoa.
Vi uma pomba branca e suja na Horácio Lane.
Enquanto a observei, ela não voou.
Tentei entender se tinha alguma mensagem ali, pra captar e contar pros meus amigos.
Mas não.
A vida só é assim.
"Às vezes a paz se suja e prefere os pés no chão ao ver o mundo de cima."
E eu vi, do chão, os lugares onde dancei, beijei e voei.
Lembrei das pessoas, dos sorrisos, das mãos e das bocas.
Alguns nomes.
E soube de novo que hoje é só um dia depois de ontem, mas com mais lembranças.
Com contrastes, surpresas boas e ruins.
Porque a gente vive.
Às vezes menos.
E um dia nunca.
Mas a gente vive.
Sem porquê, talvez.
Simplesmente porque sim!
Porque nos ensinaram que o tempo passa da esquerda pra direita,
e é pra lá que a gente vai.
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viumtextinho · 1 year ago
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Controverso
Uma vez, ainda criança, vi uma galera da minha família
pegando no pé do meu pai. Foi uma das raras vezes que isso aconteceu na frente
dele.
Nesse dia, ele me olhou e falou “seja menos polêmico do que
eu, sua vida vai ser mais fácil”.
Eu nunca fui um cara polêmico, apesar de já ter gerado polêmicas.
Mas, se for pra adotar um rótulo, prefiro o de “controverso”.
Gosto de gerar dúvidas.
Porque, normalmente sei como responde-las.
E as que eu não sei, gosto de ir atrás e descobrir.
Gosto de quando as pessoas me acham completamente educado e
polido e depois se confundem com meu lado mais ácido e apimentado.
Tanto quanto gosto quando quem antes conheceu meu lado mais
louco, entende a minha paz e a minha calma.
Nunca ouvi tanto quanto em 2023 que sou um cara apaixonante,
magnético.
Se fosse pra apostar, diria que é por isso tudo.
Quando parece que foi, tem mais.
E o que me deixa mais feliz é saber que assim será pra
sempre.
Não pelo fato de eu ser quem sou, mas sim pela infinita
transitoriedade que é ser quem sou.
Eu não faço ideia do que vem, de como vou reagir ao mundo.
Estive pensando no banho, hoje, que minha última namorada sempre
esteve numa grande busca pelo auto-conhecimento.
E eu, por outro lado, vivo buscando o que eu chamei de auto-desconhecimento
consciente.
Que é estar sempre atento às coisas que eu já era ou já
tinha, mas ainda não sabia. E, a partir disso, assumo isso como meu de verdade
ou desconstruo, pra então partir pra próxima mini crise de personalidade.
Eu falei... prefiro ser controverso. Remar contra a maré, como
dizem.
O negócio é que eu tenho sorte e não me lembro de algum dia
na vida a maré estar contra mim.
E não, eu não me deixo levar pra qualquer direção.
Talvez eu seja tipo aqueles lugares que a gente vê na TV,
que a bolinha sobe mesmo estando na descida e que a água sobe pela torneira, ao invés de escorrer.
E assim eu sigo, desafiando a física e meu pai, um pouco.
27/12/2024
Vinícius Fregnani
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viumtextinho · 2 years ago
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Boa noite
"Meu ar de dominador dizia que eu ia ser seu dono, e nessa eu dancei".
Na verdade eu não me acho dominador, nem ar disso tenho.
E mais, nunca quis ser seu dono.
Mas, realmente, dancei.
Me dói um pouco lembrar que até rolaram algumas noites sem seu "boa noite", não faz tanto tempo. Talvez já fossem os sinais do que você não queria.
Só que hoje, essa noite aqui, ela é cruel.
Porque está sendo nela que, desde sei lá quando, propositalmente não nos damos "boa noite".
Nos evitamos.
Nos demos um "boa vida" no meio tarde, meio que englobando todos os "bons" e "boas" possíveis, quase que como uma bomba atômica.
E ela me explodiu.
Porque eu lembro de muito, lembro de muito que disse e que ouvi.
E penso, mais ainda.
E sinto.
E não sei se vou ter companhia pro show de quinta.
Não sei se compro um notebook novo ou viajo pra Punta Cana.
Estou claramente atordoado.
Falei com a sua mãe e sua irmã.
Sua mãe é otimista, e sabe o que dizer pra não deixar a esperança de alguém morrer.
"Vai que vocês se reencontram".
Nem falei nada, mas não acho que nos reencontraremos.
Só nos desencontramos, e talvez desde sempre.
Fomos dois desencontrados apaixonados, orbitando o mesmo sonho, mas de mundos completamente distintos.
E sabe o melhor? Foi lindo!
Eu te vi de muitos ângulos, e você sabe os meus favoritos.
Eu te ouvi, de perto e de longe, cantando e sussurrando. Te ouvi com o coração, e queria ter ouvido mais.
Te senti com os dedos, com a alma e com o faro de um amor improvável e cheiroso.
Senti seus gostos, do mais doce ao mais amargo.
Tive a experiência completa do que é ser seu e te ter.
Fiquei louco ao te conhecer, e o que vi foi demais, vazou!
Eu transbordei.
Você secou. E não é culpa sua.
Nem sei se é minha, como já achei antes.
Talvez, se fôssemos mais brandos com nossos gênios desde o início...
Eu te daria um boa noite hoje.
23/05/2023
Vinícius Fregnani
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viumtextinho · 2 years ago
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O quebra-cabeça
Há quem diga que a vida é um grande quebra-cabeça.
Com o tanto de lógica e racionalidade que venho carregando comigo, preciso dizer que até concordo, mas não-literalmente, óbvio.
A vida é a vida, quebra-cabeças são quebra-cabeças.
Mas, afinal de contas, de onde vem essa metáfora?
Porque no quebra-cabeça você já sabe a imagem final.
E na vida?
Talvez, em alguma medida.
E é aí que mora minha concordância.
Não acho que a vida seja um grande quebra-cabeça, mas sim uma sucessão deles.
E nesses recortes menores é mais possível de se imaginar as imagens que serão montadas. É até mais fácil saber as que deseja.
E bom, as peças estão aqui, na nossa frente.
Do lado, em cima e embaixo.
São as pessoas, os caminhos e até a parede da baia onde você trabalha.
E sabe o que é bom? O mesmo que também pode ser ruim: a possibilidade de entender a próxima figura antes mesmo de monta-la, só olhando as peças.
Bom porque te adianta, salva tempo.
Ruim porque pode te contar antes da hora algo que você não quer.
A cor pastel da parede da baia onde você trabalha não está aí no meio?
Sonho ou pesadelo.
A cor do cabelo daquela pessoa que você diz que ama também não está?
Talvez ela tenha pintado e vai fazer surpresa.
Mas mais provável que ela já não caiba mais no seu quebra-cabeça.
Monte-o pra ver e viver.
Viva pra monta-lo e vê-lo, e entender que viver é quebrar a cabeça e a cara.
E o coração.
E que ele pode ficar obsoleto a qualquer momento, mesmo que eternizado como um quadro na parede da tua memória.
05/04/2023
1:30
Vinícius Fregnani
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viumtextinho · 3 years ago
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Os mesmos novos caminhos
Como pode um caminho ser novo e ser o mesmo?
Acho que descobri, voltando de ônibus de SP.
Me acostumei a estar no controle, ou melhor, no volante.
Me acostumei a ser o dono do caminho, por assim dizer.
Me acostumei com o dever da máxima concentração, do cuidado e da atenção monótona de só olhar pra frente.
E, só olhando pra frente, sei exatamente onde estarão os buracos, os prédios, os radares, cada outdoor que, hora ou outra, muda sua mensagem e causa uma surpresa boa e que alivia.
Eu confesso: estar na capital é prazeroso, mas as idas e as voltas estavam me chateando como nunca.
Acontece que ontem, deitado na poltrona 23 (que eu sempre escolho de propósito), do lado direito do ônibus, contemplei um caminho diferente.
Eu vi construções que nunca tinha visto, pequenos riachos que eu nem sabia que existiam.
Vi bichos, vi casas, vi mato.
Vi o que não via tem tempo. E até o trânsito me passou a sensação de calma, de desacelero, de saber que na hora certa a coisa anda.
Ouvi música, refleti sobre a vida, repassei meus sonhos e desejos mentalmente.
Pensei em me mudar, em viajar, em comprar algumas coisas que preciso e nas músicas que vou tocar no aniversário da minha avó.
Tudo isso sem o dever da máxima concentração, do cuidado e da atenção monótona de só olhar pra frente.
É claro que devemos ser os condutores das nossas vidas.
Mas foi bom sentir de novo a leveza que é não ter que estar no controle.
Poder olhar pra janela e contemplar o caminho, mesmo que seja aquele de sempre.
Bom... mal posso esperar pra ver o que tem do lado esquerdo.
26/10
Vinícius Lima Fregnani
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viumtextinho · 3 years ago
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Definitivo
Eu tenho algumas tatuagens, e pretendo ter mais.
Inclusive, tenho uma lista de ideias que, assim que possível, quero zerar e recomeçar.
Algumas têm significado, outras nem tanto.
Muitas, nenhum.
E isso não me assusta, mesmo sabendo que elas estarão definitivamente em mim.
Talvez as tatuagens sejam uma das únicas coisas marcadas pela sua característica definitiva que não me trazem repulsa.
Não sou fã do Raul Seixas, mas também prefiro ser uma metamorfose ambulante. E as tatuagens até que ajudam com isso.
Romances eternos que, fossem eternos de fato, não estariam no plural.
A mesma cidade, na mesma casa, pra sempre.
E as pessoas que trabalharam a vida inteira no mesmo lugar?
Respeito, mas tudo isso me soa monótono.
Como dizia meu avô: cada um é cada um, e vice-versa.
Dentro da definitividade do conceito, se permitem as indefinições.
E talvez pelo espírito curioso e aventureiro, eu prefira as incertezas e a volatilidade das águas onde mergulho.
Saber que a água evapora é libertador.
Me tatuo, com tinta e tudo mais que a vida me trouxer.
Mas ser definitivo, definitivamente, não é pra mim.
Vinícius Lima Fregnani
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viumtextinho · 3 years ago
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1, 2, teste...
Porque, sobre a prática, é absoluto: ou é vivida, ou não há.
E que bom que tudo o que se deseja haverá.
Desejei; desejamos.
E houve.
Como você me ouve perto e quente.
Como eu te ouço com a língua e com a pele.
Houve força, energia e troca.
Ouve a música...
Ouve o som que a gente faz!
Ouve o meu olhar vibrando quando cruza o seu.
Tudo isso houve.
Houve e há.
E digo mais: há de haver.
Quer testar?
01/09
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viumtextinho · 3 years ago
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Linguagens do sofrer
Nos últimos dias tenho pensado muito sobre a tristeza.
Provavelmente porque ela não vem me assolando. Pelo contrário, me sinto num ótimo momento, um dos melhores da vida.
E talvez esse privilégio tenha me permitido olhar pra tristeza de fora, debate-la, tentar entender as formas de senti-la e de expressa-la.
Não me imagino chegando numa conclusão, até porque esse nunca é meu objetivo, mas, pra mim, tudo começa da individualidade de cada um.
E talvez, aí mesmo, tudo já se acabasse. Porque é simples assim.
Cada um é um mundo, que enxerga uma mesma coisa, mas reage à ela de formas totalmente diferentes, únicas. E o resultado só pode ser esse: tristezas únicas.
Mas trazendo a ousadia à tona e desconsiderando as infinitas possibilidades de ser triste, será que poderíamos agrupa-las?
Me pergunto isso porque, hoje, temos as tais "linguagens do amor".
Elas nada mais são do que uma série de comportamentos rotulados, que cabem melhor nessa ou naquela caixa.
Ter uma linguagem do amor compatível com a de alguém é garantia de que?
Impossível dizer, mas que gera sensação de pertencimento, isso é inegável.
E se agrupássemos, então, uma série de comportamentos e reações oriundas da tristeza e tivéssemos as "linguagens do sofrer"?
Geraríamos conexões? Sensação de pertencimento?
Especialistas, por favor, digam-me qual é o meu jeito de sofrer.
27/06
Vinícius Fregnani
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viumtextinho · 3 years ago
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O vento
Quanto tempo faz
Que o tempo não tira um momento paz
E olha pra dentro pra ver o que foi
Com o tempo?
Sem menos ou mais
Mirando pra frente e andando pra trás
O tiro mais certo que mata sua dor
É o vento
Que leva o que pesa
E deixa o que é leve
Que bate na cara
Mas nunca se atreve
A te machucar
Seduz o calor
E se diz ser só brisa
Mas passa varrendo
Quando mais precisa
Te fazer voar
Vinícius Fregnani
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viumtextinho · 3 years ago
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Pra sempre
Qual é o plural de "ex"?
Pergunto isso por não querer usar a palavra "namorada".
Pra efeitos práticos, vou considerar que tenho 4 delas.
3 eu namorei, de fato; uma não. Mas depois de 7 meses se fazendo companhia, certamente seríamos ex um do outro caso um de nós fosse convidado a participar daquele excelente programa de TV.
Dito tudo isso, acordei hoje com saudade.
Saudade de quase todas.
Da primeira não, mas das outras 3 sim.
E não saudades da época que passamos juntos, mas saudades delas.
Das características únicas de cada uma.
Dos cabelos longos, dos diferentes tipos de beijo.
Dos diferentes gostos e sotaques.
Das diferentes risadas e gargalhadas.
Até das mesmas e diferentes implicâncias e broncas.
Das viagens, das declarações; feitas e recebidas, veladas ou não.
A segunda e a terceira hoje namoram.
Parecem felizes, e fico feliz com isso.
A quarta eu não sei, mas parece feliz nas fotos do app que ninguém conhece.
A primeira meio que casou e mora na Austrália, acho fantástico.
No fim, me peguei refletindo se fui um estágio de felicidade pra todas elas.
Concluí que sim, tanto quanto elas foram pra mim. Fomos mais ou menos efêmeros, mas fomos efêmeros; e únicos.
E sem falta modéstia, sei que todas elas sentem saudade de mim de alguma forma.
Não de me ter, mas de meter, talvez.
Mas que lembram de mim com carinho, isso eu sei que lembram.
Sentem falta de me ouvir cantar e de ouvir música comigo.
De me ouvir falar de futebol e de videogame. Talvez...
Estou feliz, e torço pra que elas também estejam.
Sou feliz, e disso elas sabem, mesmo com todos os pormenores da vida.
Até que a morte nos separe, seremos "ex".
Ou melhor, seremos "ex" até depois de mortos.
29/05
Vinícius Fregnani
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viumtextinho · 3 years ago
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Todo dia
Eu penso em você todo dia.
Desde antes do dia que você partiu. Mas mais ainda depois.
Isso porque, contigo aqui, eu não pensava em você; eu vivia com você.
Pensar em você é o que me resta, especialmente agora, que já não nos falamos mais.
E não sei se por ironia do destino ou só porque realmente você está muito presente em mim, cada coisinha me diz seu nome.
Hoje, 08/03, dia das mulheres.
Como eu queria que você fosse a minha.
E nem digo no sentido "esposa", mas a mulher com quem eu sou homem, numa cama ou numa mesa de bar.
Continuo assistindo a série que você recomendou, e ontem assisti três episódios que me desmontaram. Um com um pedido de casamento e outros dois que se dividem pra demonstrar uma despedida.
Chorei, muito.
E pensei mais ainda.
Pensei que, quem sabe, no nosso roteiro também não exista um desencontro grandioso que antecede o encontro definitivo.
Viveremos pra saber.
Levei o Nicolas pro aeroporto com os meninos e, inevitavelmente, te vi lá.
Sentei contigo no chão na fila do checkin, comi batata no banco ali fora e te abracei forte na frente do embarque.
Também tive aquela grande ideia, que talvez me leve pro Shark Tank um dia, e estou elaborando tudo, você sabe com quem.
Nessa semana tenho a minha primeira reunião na gravadora.
Semana que vem tenho meu primeiro show em SP.
Queria te contar tudo isso e muito mais.
E queria te abraçar e beijar logo depois.
Queria te ouvir, até mesmo reclamando.
Estou com saudades, mas realmente não sei se é a melhor coisa ir até a nossa conversa do WhatsApp pra dizer tudo isso.
Talvez por medo de não ver sua fotinho por lá, como foi num dia em que eu desabafaria.
Todo dia eu penso em você.
Todo dia eu penso em falar com você.
Todo dia eu me sinto certo por ter me distanciado, tanto quanto me sinto errado.
Espero que as coisas estejam indo bem, que a vida esteja fluindo.
Espero te encontrar de novo um dia.
Todo dia, quem sabe...
08/03/22
Vinícius Fregnani
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viumtextinho · 3 years ago
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Últimas impressões
Não vi tudo, mas vi o suficiente.
O suficiente pra traçar uma linha do início ao fim.
O que fui, o que você foi. O que fomos em dupla.
O que fomos em trios, quartetos e quaisquer outras formações.
E bom, não entendi tudo, mas entendi o suficiente.
Pra valorizar a parte boa, mas não esquecer a parte ruim.
Pra me reaproximar de mim e ser quem sou, como sou.
Pra separar o inventado do real.
E bom, dentre as boas coisas que aprendi contigo, uma delas é o ponto final.
Por isso nem foi tão difícil coloca-lo naquele domingo.
Difícil foi não pensar que ele talvez fosse um respiro antes do próximo parágrafo.
Mas a minha última impressão, aqui relatada confirma: seja o que for, eu não espero que ele seja nada.
Já faz um bom tempo que não penso sobre isso, inclusive.
E bom, como toda boa trilogia (não que essa seja uma delas) é hora de colocar um ponto que eu sei que é final.
Até as próximas impressões
03/11
Vinícius Fregnani
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viumtextinho · 3 years ago
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De mim pra fora
Preciso escrever mas mal sei o que.
Tenho pensado em tanta coisa, tanta gente, tanto, que ainda não consegui decidir sobre o que falar.
Já tenho várias ideias de harmonias pra músicas novas, título pra textos, mas só o que eu consigo dizer agora é isso: que não consigo dizer nada.
Isso é um paradoxo?
Tanta coisa pra botar pra fora e o resultado ser o oposto.
Acho que nunca estive tanto em silêncio.
Meus amigos que mais e sempre souberam de mim provavelmente não sabem de tudo em tempo real como costumavam.
E não por serem maus amigos, mas porque nem pra eles tem saído tudo que eu quero (e talvez precise) falar.
Acho que um dia eu falo.
Quem sabe pra algum desconhecido na rua, tipo cena de filme.
Ou então pra cada pessoa que vira e mexe mora nos meus pensamentos.
Melhor, quem sabe tudo isso vira música. Um álbum, com mais de 1 milhão de play em cada música, pra eu me aposentar, excluir o WhatsApp e viver viajando.
Acho que meu primeiro destino seria a Grécia.
Quem será que iria comigo?
24/02
Vinícius Fregnani
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viumtextinho · 3 years ago
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2021
Estou naquele momento em que a sensação de que o vídeo está acabando bate, e então a gente dá aquele toquinho na tela pra ver quanto falta pra barrinha chegar no fim.
Na verdade, no meu caso o "vídeo" de 2021 acaba e se extende por mais 7 dias em 2022, pra então me jogar pra um verdadeiro e completo ano novo.
E bom, nesse ano de 2021 que ainda tem oficialmente mais 5 dias, eu vivi muita coisa.
Nem vim aqui pra colocar todas elas numa prateleira dizendo o que foi bom e o que foi ruim, mas sim pra deixar o registro da complexidade do meu ser.
Vim aqui pra confirmar as milhares coisas que senti e fiz, e pra deixar pra posteridade uma lembrança do quanto esse coração é capaz.
Em 2021 eu fiz de tudo, de um extremo ao outro do espectro do que se aconselha e do que se não. Com várias aventuras pelo meio.
2021 vai acabar com o gosto daquilo que realmente precisa acabar.
Tipo o pudim do Natal, aquela viagem maravilhosa e aquele copo com uma mistura duvidosa.
2021 vai acabar tanto quanto 2020 acabou e como 2022 também acabará.
Mas é claro, 2021 também vai deixar um gostinho de quero mais.
Uma dúvida sobre o que seria e uma maior ainda sobre o que será.
Obrigado, 2021, por ter me deixado vivo.
Obrigado, 2021, por ter me deixado viver.
Nos vemos em breve, 2022.
27/12
5:05
Vinícius Fregnani
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viumtextinho · 4 years ago
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Em frente
"Então vamos" - eu disse.
Você fechou a porta do carro, entrou em casa e eu fui embora.
Aquele primeiro semáforo estava verde.
Quantas vezes você saiu de casa e também pegou ele aberto? Imagino que seja impossível dizer.
Virei à direita com a sensação de liberdade por não ter tido que parar, mas logo botei os pés no chão com um semáforo vermelho à frente.
Foi simbólico.
Principalmente depois de todas as conversas.
Especialmente depois de tudo que já foi vivido.
A sensação boa de ir sem impedimentos é real, pra nós dois.
Mas nunca tinha me sido tão podada.
Eu gosto de seguir sem saber onde é o fim, muito menos quando.
Você também.
Eu não gosto de ser obrigado a parar, a interromper qualquer caminho, qualquer ida.
Aliás, quem gosta?
Muito por isso, olhei pros dois lados e furei o farol.
Que delícia é acelerar com todos os sinais abertos, beijos e arrepios.
Mas é estranho pensar que alguma hora vou chegar em algum fechado.
E eu não quero passar por uma fase amarela, de "tirar o pé".
O que eu faço então?
Fecho os olhos e acelero sem pensar no quanto posso me machucar?
Visto o cinto e sinto tudo de forma mais prudente?
Enquanto o carro anda eu descubro, degustando alguma música boa com você do lado.
03/11
Vinícius Fregnani
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viumtextinho · 4 years ago
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Quintas impressões
Chegamos ao marco de uma semana.
Esses dias disse que meu gráfico de melhora estava sendo constante: cada dia as coisas melhoravam um pouquinho.
Mas as oscilações começaram (o que é normal), e tem dia que fica mais difícil.
Depois de quase quarenta sábados juntos, naquele não estivemos e nesse, pela primeira vez, com certeza não estaríamos.
Quando me dei conta disso, na sexta, fiquei estranho.
Mas ao mesmo tempo trouxe coisas pra consciência e estou sendo o máximo honesto, aberto e justo comigo mesmo.
Hoje, domingo, fui tomado por uma ansiedade e uma angústia fortes, e tô me permitindo senti-las, sem fugir.
Fiz uma meditação esses dias que fala sobre conflitos internos que tem me ajudado - no app do Headspace, recomendo.
Fato é que eu tenho sentido muita coisa, e nem sei o que sinto quando você inicia uma interação e de repente migra pra apatia de respostas que mal são respostas.
Tá confusa?
Eu tô.
Mas escrevi música pra ir me achando.
Escrevi texto também, você sabe.
Espero que você se encontre e se descubra, como disse que quer.
E que o mesmo aconteça do meu lado.
Às vezes me pergunto se não é esse o único caminho: se descobrir.
Bom, descubramos.
12/09
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viumtextinho · 4 years ago
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Quartas impressões
Na verdade hoje é quinta.
Os dias estão passando e eu estou fluindo.
Tem muita dúvida em mim, mas tô em paz com elas.
Sempre falei das minhas manchas de cores e, baixada a poeira, cores totalmente opostas se misturaram pra me pintar.
Carinho e mágoa, culpa e tranquilidade, ansiedade e conformismo, desconfiança e confiança...
É um mundo novo...
Você também sente isso?
Só fico com medo de estar evoluindo e tomar qualquer golpe duro, do nada.
Minhas emoções estão se dando bem com a minha razão, mas sempre fica claro que meu coração guarda muito, muito mesmo da gente.
"Ver no que dá".
Não é muito diferente agora.
Quer dizer, é sim. Mas o conceito é o mesmo.
A gente viu muito.
E vai ver sempre, porque viver é ver no que dá.
Eu tô vendo no que dá tudo isso, e em breve volto pra falar no que deu.
09/09
Vinícius Fregnani
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