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hwares · 1 year ago
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#002 | AS VOZES DA SUA CABEÇA: um guia para vozes de personagem ✦ ⁎
Hala, hala forasteiros! Tempos atrás recebi a seguinte mensagem:
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Demorei para responder porque não somente precisava pensar e elaborar com cuidado, mas a vida fora da internet entrou no caminho. Mas consegui tirar um tempinho para pensar sobre e escrever um guia. 
Admito que esse é um assunto curioso pra mim, também! Já tentei de muitas maneiras mudar as vozes dos meus personagens e não sei dizer se sucedi em alguma. Então, irei fazer um compilado de dicas que coletei ao longo dos anos e adicionar algumas observações! Vou tentar trazer alguns exemplos, também. Antes de começarmos com o guia, precisamos esclarecer dois pontos muito importantes.
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DISCLAIMER | Essas são somente as minhas opiniões. Não estou tentando ditar regras sobre como as pessoas devem escrever ou jogar roleplay. Tampouco tentando me colocar como autoridade ou expert no assunto. Estas são apenas minhas opiniões e inferências sobre o assunto. Todos são mais que bem vindes para colaborar ou discordar por replies, reblogs e asks (com educação)! 
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01. O QUE É VOZ DE PERSONAGEM, HWA?
De maneira básica, a voz da personagem é a personalidade dela. É como aquela personagem se apresenta e se define dentro duma obra ou, no nosso caso, um turno. 
Pensa que você está em um cômodo com um seus amigos, as luzes estão apagadas e uma bruxa enfeitiçou todo mundo para ficar com aquela voz distorcida de testemunha na televisão: como você distinguiria cada um? 
Provavelmente através dos vícios de linguagem (né, hum, tipo…); o uso ou não uso de determinadas palavras e gírias; a entonação; por vezes até a respiração! Tudo isso e tantos outros definem a ‘voz’ das pessoas e, também, das personagens!
Mas é preciso que saibamos a diferença entre a nossa voz enquanto autor da voz da nossa personagem. 
A voz de autor está ligada a estrutura das sentenças, se você é mais descritivo(a/e) ou não, se escreve turnos longos ou pequenos, etc. Cada autor possui sua própria voz — ou, como chamamos comumente, estilo. 
A voz da personagem está ligada com as características de fala e comportamento de cada personagem. Ou seja, se a personagem usa gírias ou não, palavras sofisticadas ou não, se gesticula enquanto fala, etc. Essas coisas são definidas conforme você desenvolve a personagem, estando intrinsecamente conectadas com a história/personalidade dela.
02. PROSSIGA COM CUIDADO, OS ESTERIÓTIPOS!
O segundo ponto importante é o seguinte: quando falamos de voz de personagem, precisamos nos atentar aos estereótipos. 
Há uma linha finíssima entre fazermos associações comuns e inocentes devido a certos detalhes que nossas personagens possuem e cometermos um crime de ódio. Por isso, é necessário atentar-se ao que você escolhe atribuir e pensar no porquê — e principalmente, se é necessário. 
Eu recomendaria afastar-se de estereótipos, contudo, eles não são necessariamente ruins; mas você precisa ter sensibilidade e cuidado ao usá-los. Como assim? 
O Chico Bento, por exemplo. Sendo um personagem da zona rural, ele possui uma fala bem característica / estereotipada de alguém que você associaria ao interior (meu r é igualzinho ao dele, a famosa poRRta). Isso é ruim? Não! O Chico é um ótimo personagem para se ensinar sobre as variações linguísticas brasileiras. E, no caso, ele aparece como uma representação de um tipo de família e criança interiorana — mas é importante destacar que somente funciona pelo Chico Bento ser um personagem bem escrito, e há toda uma sensibilidade na construção dele. Não somente faz sentido ele falar como fala, mas em nenhum momento a sua pessoa é tratada com desrespeito em sua caracterização. Nós não rimos do Chico por ser caipira, nós rimos das situações, da história. E mais de uma vez, o Maurício usou os quadrinhos para dar lições importantíssimas sobre o preconceito linguístico.
Isso não é uma desculpa, porém, para você abusar de esteriótipos ou irá criar uma caricatura. Nem tudo o que você atribuir ao seu personagem precisa de uma razão ou justificativa; mas isso vale para coisas como gostar de chocolate ou desgostar do cheiro de peônias. Se estamos nos referindo a características que podem ser interpretadas como estereótipos, especialmente estereótipos ruins, nós precisamos sim de uma boa razão: se não houvesse uma construção de personagem por trás do Chico Bento, ele poderia muito facilmente ter se tornado uma caricatura. Quando criamos personagens — e principalmente, que são diferentes de nós — precisamos ir atrás de pesquisar o que é ou não considerado um esteriótipo ruim, entender questões culturais e sociais antes de sairmos emprestando coisas. 
Lembre-se: criação de personagem e voz de personagem andam de mãos dadas. Não dá para ter um, sem o outro. Por isso, é necessário prestarmos atenção e fazermos uma boa pesquisa antes de sairmos associando comportamentos porque pode, sim, resultar em algo ofensivo. 
Cientes disso, por fim, vamos às dicas!
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VOZ DE PERSONAGEM
Agora, vamos desmistificar o maior mito: 
Voz de personagem não é diálogo. 
Tudo o que escrevemos como o personagem é a voz dele — é por isso que a voz da personagem está intrinsecamente relacionado com a construção e desenvolvimento dela. E, por isso, precisamos ter uma boa noção de quem a personagem é enquanto a estamos escrevendo. 
Uma boa comparação é pensarmos em atores: os melhores são aqueles que não só mudam a sua voz ou jeito de falar quando estão atuando, mas que se transformam numa outra pessoa. Não dizemos, de vez em quando, algo como “nossa, eu nem reconheci esse ator daquela série! Está tão diferente!”? Ou, outras vezes, “ai, esse ator é sempre a mesma coisa em todo papel!”? Pois bem, a voz de personagem é a mesma coisa. 
Precisamos lembrar que escrita é interpretação — da nossa parte, como escritores, e da parte de nossos partners que irão ler. Não podemos subtrair a maneira como as pessoas vão ler e compreender nossos turnos de como escrevemos eles: e é por isso que voz de personagem, para funcionar, tem que ir além do diálogo. Precisamos deixar descrições, informações… coisas que irão compor a imagem e personalidade da nossa personagem na cabeça de nossos partners. 
Sendo assim, a voz da personagem requer um esforço e atenção maior na escrita. Às vezes escrevemos coisas em turnos e histórias sem pensarmos muito; ou pelo contrário, passamos várias horas procurando algo em específico para colocar quando não ter uma especifidade poderia ser muito mais interessante. Mas como assim? 
Quando pensamos em voz de personagem, precisamos nos atentar na nossa escrita como um todo: precisamos enxergar nosso turno, por inteiro, como a visão da personagem. 
Não adianta meu personagem x e meu personagem y terem diálogos bem distintos, mas escrever o resto igualzinho! 
Pense que nós, como seres humanos, possuímos vivências diferentes. Mesmo irmãos sob o mesmo teto podem ter experiências únicas com seus pais — nós pensamos diferentes uns dos outros, possuímos valores e crenças diferentes. Que, claro, podemos compartilhar uns com os outros, mas o ponto é que temos individualidade. E como mostramos isso? Através de como nos vestimos, como gesticulamos, como falamos, o que postamos ou não nas nossas redes sociais, o que pensamos etc. 
E é isso que compõe a nossa voz — ou, em outras palavras, a personalidade. 
Lembrem-se: a personagem só existe na página. Mesmo que exista um faceclaim, páginas de inspiração e coisas assim, a personagem só existe, de fato, no turno. Na escrita. Se nós não atribuirmos personalidade para ela enquanto escrevemos, ela não tem como ter uma voz. 
Nós, como seres humanos, temos a vantagem que existimos indepdendente de alguém estar nos vendo ou não. E, quando encontramos outras pessoas, elas estão nos assistindo e observando cada detalhe de como agimos; e o mesmo serve para nós, vendo outro ser humano.
Personagens em um turno não possuem essa vantagem. Se nós não escrevermos o que estão fazendo, observando, sentindo ou percebendo, simplesmente não há como saber.
Mas eu acho mais fácil explicar por exemplos!
Então vamos lá atrás do grupo de forasteiros que habitam esse blog! Hoje serão dois exemplos! O primeiro contará com 02 personagens (Hoyun e Nas) e o segundo com outros 02 (Young e Sang). 
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(*) Novamente, esses exemplos foram todos escritos por mim para este guia! Dessa maneira, perdão se não estiverem super bem escritos! O meu foco com esses trechos é sempre tentar exemplificar o máximo possível, mais do que “qualidade”. Mas a gente vai tentando, né?
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EXEMPLO #001
Primeiro, vou dar uma breve descrição das personagens para essa cena (que se passará na Coreia Antiga/um período não especificado da dinastia Joseon): 
Hoyun, mercenário e caçador de recompensas em Hanyang. Ninguém sabe, ao certo, sobre seu passado, mas rumores dizem que serviu ao Rei como seu guarda pessoal por anos antes de ser demitido e colocado numa lista de procurados. 
Nas, mercenário e caçador de recompensas em Hanyang. Filho de um açougueiro, cresceu como um “intocável” (baekjeong) num vilarejo ao sul da capital. Entretanto, no começo de sua adolescência, caiu nas graças de nobres devido à sua boa aparência e serviços de mercenário, conseguindo sair do vilarejo após a execução de seu pai. 
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Os portões da residência ainda estavam escancarados quando chegaram. Ótimo, não chamaremos atenção. Naquele horário, criados deixavam as propriedades de seus senhores para enviar mensagens, despejar excretos de latrinas ou limpar os enormes pátios. Se precisassem chamar pela criadagem dos Choi para abrirem os portões, certamente olhos curiosos apareceriam por entre frestas das pedras dos muros vizinhos para observá-los — e, naquela tarde, era melhor que não houvesse rastros de sua visita.  Hoyun olhou por cima do ombro, se assegurando que estavam sozinhos na rua. Esperou duas garotinhas sumirem na esquina antes de direcionar sua atenção para Nas, parado ao seu lado. “Vamos,” desamarrou o leque de sua cintura e o abriu num único balançar de mão, “Nosso ganso dos ovos de ouro nos aguarda.”  De nariz erguido, cruzou um braço atrás das costas e passou pelo portão. Criados se moviam pelo pátio acendendo os candeeiros e varrendo as varandas. Do fundo da propriedade, o cheiro de temperos e carne adentrou suas narinas, causando seu estômago a roncar. Sua última refeição havia sido nas primeiras horas do dia, quando ainda estava na estalagem: um mingau melequento, aguado e desprovido de sabor. Fora o suficiente para sustentá-los durante a ‘aventura’ daquela manhã, mas uma ofensa para seu paladar. Passou a língua pelas gengivas em reflexo à memória, tentando afastar a sensação de que ainda havia arroz enfiado por entre os dentes.  Hoyun caminhou pelo pátio vagarosamente, admirando o canteiro colorido enquanto se abanava, aguardando alguém vir atendê-lo — era como os nobres se comportavam. Nunca oferecendo explicações ou justificativas; sempre aguardando que os viessem atender, que estivessem ao seu dispor. ‘É isso o que servos fazem, não é?’. Aquela voz debochada ressoou em sua mente, e sua mão se fechou num punho em suas costas. ‘Você morreria por mim, Hoyun?’. Não mais. “Como posso ajudá-los?” A súbita voz grossa e monótona do guarda pessoal de Hojong — Kyumin, se lembrou — o retirou de sua mente, as memórias se dispersando com a mesma rapidez que haviam aparecido.  Respirou fundo, então se virou para o guarda. “Estamos aqui para ver o Sr. Choi.” Hoyun ofereceu seu melhor sorriso para Kyumin, levantando seu gat para que o homem pudesse ver seu rosto. “Temos horário marcado.” Piscou.  Kyumin permaneceu com a mesma expressão de bosta, apenas assentindo com a cabeça antes de retornar para dentro da residência. O horário, em questão, era duas horas antes, mas sabia que Hojong não reclamaria uma vez que o passasse a informação que obtivera na estalagem: seria sua moeda de troca para conseguir o patrocínio que precisavam para quitar a escritura de servidão de Sang. Então estaremos livres. Por fim, deixariam o passado para trás, e toda aquela porcaria de títulos e status. Uma vez em Jeju, começariam do zero. “Você gosta de laranjas, Nas?” Reabriu o leque, abanando-o contra a própria face. “Ouvi dizer que Jeju é cheio delas.”
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Quanto mais se aproximavam da casa de Hojong, mais guardas caminhavam pelas ruas. Em pares e sozinhos, a mão firme em suas bainhas e os olhos atentos. Ali, estavam mais próximos do palácio, o que significava que qualquer perturbação ocasionaria em dez ou mais guardas se aglomerando para investigar. Precisavam ser cuidadosos, não levantar suspeitas. Nas os cumprimentava com um breve aceno de cabeça e um sorriso, as mãos caídas ao lado de seu corpo, pronto para sacar sua adaga se precisasse. Ou sua pistola, se muito necessário.   Parou ao lado de Hoyun, rapidamente inspecionando a área com os olhos. Duas garotinhas caminhavam em direção ao bosque, cada uma segurando um balde de madeira. Pelas roupas, eram filhas de criados indo buscar água para o jantar. Não conseguiu conter um pequeno sorriso, lembrando de sua própria infância indo à beira do rio buscar água para as sopas de coelho de sua mãe. Retornou sua atenção a Hoyun quando esse falou, assentindo com a cabeça antes de segui-lo para dentro.  Assim que pisaram no pátio, o denso aroma da carne bovina cozida com molho de soja e gergelim o envolveu num morno abraço. Uma carninha para o jantar cairia bem, uma vez que haviam ficado sem almoço. Umedeceu os lábios, e estava prestes a sussurrar para Hoyun sugestões para a refeição daquela noite quando notou a figura de Kyumin se aproximando.   Nas imitou a postura do amigo, cruzando os braços atrás das costa. Embora mais desajeitadamente, precisando de duas tentativas para dobrar adequadamente os braços sem enroscar as mangas do dopo no galho atrás de si. Odiava usar aquelas roupas. As longas mangas de seda eram leves demais, o fazendo sentir como se estivesse com os braços pelado. Por outro lado, o gat com aquele cordão de contas era pesado demais; preferia os chapéus de palha que costumava usar na infância. Mas, obviamente, nunca poderia se vestir como um intócavel num lugar como aquele.  Suspirou, esfregando as contas coloridas entre seu polegar e indicador, sentindo a frieza do marfim enquanto Hoyun conversava com Kyumin. Quando o guarda se afastou, Nas olhou para o amigo, admirando como a seda enquadrava os ombros largos e retos; como caminhava com o peito estufado e queixo erguido usando aquelas roupas que custavam mais que sua escritura de servidão. Ao contrário dele, Hoyun nascera naquele meio, mesmo que não mais pertencesse nele. Fazia sentido, então, o amigo caminhar por aí cheio de confiança usando tecidos e acessórios caríssimos. Nas não era o mesmo.  Se sentia usando uma fantasia como os palhaços que performavam nos mercados, usando máscaras pintadas e imitando comicamente os trejeitos mesquinhos dos yangbans. Um mímico. Um impostor.  Balançou a cabeça, soltando o cordão.  “Tangerinas. Jeju é cheia de tangerinas.” Jeju, a ilha dos exilados. A conhecia bem. Todas as pessoas de seu vilarejo, cercada pelo mar, conheciam. Seu pai costumava trocar as carnes e ervas por lulas e baiacus com os pescadores, que o contavam histórias sobre como Jeju era tão diferente deles. Sobre como pessoas como eles não eram tão diferentes dos outros. “Mas é… gosto.” Disse, distraidamente, mexendo no cordão de seu dopo.   “Hoyun.” O chamou, incerto.  “Você acha mesmo que…” Franziu as sobrancelhas, levantando os olhos para encarar o amigo. “Não sei se deveríamos contar sobre ele pro Hojong.” Pensara sobre aquilo o dia inteiro. Sabia que aquela informação era valiosa, que era o que precisavam para sumirem daquele lugar. Mas não parecia certo. Nas não era o mais inteligente do grupo, sabia disso. Era os músculos, o que mantinha todos seguros. Mas não conseguia parar de pensar que havia algo errado naquilo tudo. “‘Cê não acha melhor esperar um pouco? Só até… não sei.”
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Escrevi um pouquinho mais para deixar mais visível algumas diferenças nas vozes. Vamos retormar: voz de personagem é sobre interpretação. Precisamos pensar na voz do personagem como a maneira que a gente quer que essa personagem seja interpretada. 
Como o Hoyun é alguém cujas pessoas não sabem muito, quis dar um ar mais misterioso para ele. Alguém confiante, um pouco descontraído, mas que guarda um segredo angustiante. O Nas, por outro lado, é um cara simples. 
Será que eu consegui? A verdade é que só vocês podem me dizer. 
Porque, no fim do dia, a gente não consegue controlar a interpretação que as pessoas vão ter de nossos personagens; a gente só pode apresentar elementos e tentar constituir uma cena que transpira essas percepções. Então vamos quebrar em partes:
Para o Hoyun, que cresceu entre a nobreza e serviu ao príncipe herdeiro (com quem tem um passado complicado), o fiz perceber os criados e os afazeres que ocorrem dentro de uma residência nobre. Para o Nas, que cresceu como um intocável (para aqueles que não sabem: a Coreia costumava funcionar num sistema de castas, os intocáveis era a última casta e eram compostas, entre outras coisas, por açougueiros, que viviam separados do resto da sociedade), não há qualquer razão para perceber os afazeres dos criados, ou sequer usar essa nomenclatura: distinguir as pessoas entre títulos é mais uma coisa de quem cresceu entre eles, na minha opinião. Para o Nas, que cuida da segurança de todo mundo no grupo, o mais importante eram os guardas. 
O Hoyun não consegue distinguir a comida específica que está sendo preparada, mas o Nas, filho de um açougueiro, obviamente o consegue. Além disso, enquanto Hoyun pensa na comida sem graça que comeu que, para ele, foi algo “marcante” e ruim sobre seu dia, Nas sequer se importou — somente pensou no que comeria depois. Nas cresceu com pouco, nem sempre comendo as melhores comidas; Hoyun, por outro lado, cresceu provando do melhor. 
O Hoyun não repara em como a vestimenta está, nem como ela cai em si, está acostumado a usá-las; Nas, por outro lado, fica incomodado com o simbolismo daquelas roupas, assim como o modo como elas ficam em si. 
Na lembrança de Hoyun sobre o príncipe, o monarca usa o termo “servo” em contraste com o “criado” de Hoyun. Foi uma maneira de destacar como o príncipe era arrogante; e mostrar como essa arrogância é um ponto de ressentimento de Hoyun. A conversa sobre títulos, sobre como os nobres demandam e esperam coisas — foram escolhas que fiz para mostrar que o Hoyun não se enxerga mais naquele meio, mesmo tendo crescido como um. 
Outro detalhe: Hoyun, que tem um conhecimento limitado de Jeju, usa o termo laranja enquanto Nas, que conhece muitíssimo bem sobre a ilha que é distante deles, sabe que são tangerinas a especialidade de Jeju. Eu, como quem escreve, poderia ter simplesmente deixado Hoyun dizer tangerina ou, até mesmo, bergamota. Mas… ele como personagem saber dizer não faria sentido.
Tentei, também, usar um linguajar mais simples durante o turno do Nas; para o Hoyun, contudo, fui um pouco mais metódico. 
São escolhas sutis. Mas cada coisa que escrevemos importa.
Lembre-se: a voz da personagem não é somente como ela fala. O que notamos ou não em um cômodo ou lugar, quais falas ou objetos nos remetem ao quê, nossas habilidades… tudo está relacionado com quem somos, nossa personalidade, nossa voz.
Se me colocarem num quarto cheio de itens de futebol, fotografias de jogadores e similares, só iria saber reconhecer os jogadores de +10 anos atrás — e, claro, saber o que é uma bola e um gol. Não gosto de futebol. O meu conhecimento é de quando minha mãe era ligadona nos times, e ficava me falando bastante do Kaká (eu tinha uma crush nele), Pato, Ronaldinho… enfim. Então, se eu fosse descrever um cômodo cheio de itens de futebol, sairia algo assim: 
“O cômodo estava cheio de retratos expondo os rostos sorridentes de jogadores os quais não reconhecia. João me disse que as decorações, exclusivas em azul e branco, eram a representação do time o qual aquele estádio pertencia, o qual também não sabia o nome; alguma coisa com G? Ou talvez um F.” 
Vamos ver o segundo exemplo. Dessa vez serão mais curtos, com mais dinamismo:
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EXEMPLO #002
Young, antes de sua mãe abrir um restaurante no pequeno vilarejo em que moravam, eram criados de uma família proeminente da região. Cresceu como qualquer outra criança pobre, servindo as vontades de seus senhores; e quando sua mãe adoeceu e faleceu, poucos anos após abrir o restaurante, se juntou a uma trupe.
Sang, o filho bastardo de um Lorde, o garoto cresceu numa casa de gisaengs — profissão que, em sua adolescência, foi obrigado a exercer. Atualmente, contudo, convive com o bando de mercenários que o salvaram de sua situação.
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Com um longo e alto suspiro, Young esticou os braços acima da cabeça. “Que tédio! Não aguento mais esperar.” Fungou. Apoiou os cotovelos no peitoral de madeira da enorme janela atrás de si, deitando a cabeça para trás. A vista de ponta cabeça era tão entediante quanto a normal. “Se eu fosse um nobre, plantaria várias azaleias no meu jardim. As roxas.” Juntou os lábios num bico, então, deixou a cabeça cair de volta para frente, olhando Sang do outro lado do cômodo. “Não vejo graça nessas plantinhas de lago.” 
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Fazendo uma breve reverência, Sang ofereceu um sorriso para a atendente ao deslizar a porta do cubículo no restaurante onde aguardavam por seus amigos. A mocinha deu uma breve olhada para Young atrás de si, mas retornou a olhá-lo quando, gentilmente, colocou as mãos sobre as dela. “Muito obrigado.” Disse pegando a bandeja das mãos delicadas dela, ignorando as reclamações e barulhos de Young — as bochechas dela enrubesceram e ela rapidamente fez uma reverência, permanecendo com a testa colada ao chão até Sang retornar a fechar a porta de hanji.  “Chū yū ní ér bù rǎn.” Recitou em mandarim conforme colocava a bandeja sobre a mesa, se recordando do ditado que aprendera anos antes. “São flores de lótus.” Prosseguiu a se sentar ao lado de Young, ajustando seu dopo para cair sobre seus joelhos em vez de dobrar sobre seu colo. “Eu gosto delas.”
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Quando as bochechas da atendente avermelharam, Young revirou os olhos, divertido. “Sempre o charmoso e irresistível.” Sorriu, enchendo o saco do amigo. “Me diga, Sang-ah. É difícil ser bonito assim? Hum? Constantemente cercado de garotas que não conseguem esconder a vergonha quando você as toca tão gentilmente.” Com as palavras, deslizou um dedo pelo braço de outrem, parando um pouco antes de atingir a manga do magnífico dopo de seda rosa. Então, o deu um leve peteleco no nariz. “Só lembre que não vou ajudar a cuidar de nenhum bebê.”  Levantou as sobrancelhas com as palavras dele. “Que porra você acabou de me chamar?” O deu um cutucão com o joelho, fingindo estar ofendido. “Yah, Sang. Você acha que pode me xingar em outra língua só porque eu não entendo?” Desencostando da parede, o mostrou a língua. “Acabo com você.” Murmurou com um bico. Young se encostou em Sang, apoiando seu peso contra o braço dele para poder olhar os doces que estavam na bandeja.   
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Tentou fingir que não estava prestando atenção no que Young dizia, se atentando a encher as xícaras com chá e dispondo os pratinhos com biscoitos e doces caramelizados de pêssego sobre a mesa. Se encolheu inteiro com os arrepios que lhe subiram o corpo com o toque do amigo. “Não vai mesmo, porque não vai ter nenhum bebê.” Revirou os olhos, bem-humorado, empurrando-o para longe de si.  Mordeu a língua, segurando o riso. “Crescer da lama imaculado. É um ditado, Young-ah.” Disse a última parte com o tom de quem consola uma criança, o canto de seus lábios se alargando num sorriso. “Lotus florescem na lama e continuam brancas, por isso representam nobreza. Resiliência. Pureza.” Explicou, balançando a cabeça positivamente para dar ênfase às palavras.  Você é tão bonito quanto essas flores, Sang. As palavras do general ressoaram em sua mente, e seus dedos tremeram vagamente com o fantasma do toque dele em sua nuca. “Por que azaleias?” Se apressou a perguntar, espantando as memórias. “Digo, são lindas. E bem perfumadas. Mas parece uma escolha específica.” 
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“Não sei, parecem caros.” Disse, dando de ombros. A madame Kim sempre usava roxo. Young se recordava de como o hanbok da mulher brilhava quando a luz do sol se debruçava sobre ele.  Quando finalmente quitaram o contrato de servitude e deixaram a residência dos Kim, um pouco após abrirem o restaurante, sua mãe comprara um tecido naquela mesma cor de azaleia. Não era tão brilhante quanto o da madame (o tecido não era o mesmo, ou algo assim), mas, em sua opinião, o sorriso da mãe quando o usava a deixava muito mais vezes mais radiante que madame Kim. Pegou um dos docinhos e enfiou na boca, murmurando um hmm com o sabor adocicado do recheio. “Porra, isso é muito bom.” 
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Dessa vez, meu foco estava em criar um constraste entre Young e Sang:
O primeiro, que cresceu pobre e como um criado, é muito mais despojado e solto. É afeituoso e gosta de brincar com seu amigo, não possuindo problema nenhum em cosntantemente tocá-lo. Também é simples, e gosta das coisas meramente porque elas o lembram outras — queria mostrar uma imagem de alguém que é carinhoso, um pouco bricalhão.
O segundo, que cresceu numa casa de gisaengs (cortesãs) e atuou como um por anos, é muito mais contido e refinado. Sang sabe mandarim, a língua dos nobres e grandes homens de Joseon; quais os tipos de doces que estão os sendo servidos. Ele, também, naturalmente começa a servi-los e é sensível ao contato constante de seu amigo — meu intuíto era mostrar alguém mais delicado e educado.
Novamente, somente vocês podem me dizer o quão efetivo foi. As características estão inscritas ali em diferentes maneiras. Talvez, se tivesse mais tempo para elaborar e escrever mais e mais "respostas" desses turnos, talvez conseguisse ir adicionando mais detalhes e pegando o jeito de cada um: porque, de verdade, não existe fórmula mágica para imediatamente termos a voz de uma personagem. Nós a desenvolvemos com o tempo, de pouquinho em pouquinho, a cada nova vez que escrevemos como ela.
Por isso precisamos ter uma boa noção de quem nossas personagem são e usarmos o turno inteiro para montar sua personalidade, sua voz. Somente assim seremos capazes de efetivamente interpretá-las — e, consequentemente, tê-las sendo interpretadas da maneira de queremos.
RESUMINDO…
A verdade é que não há uma fórmula para fazermos a voz da personagem. Entretanto, como vimos, há algumas coisas que podemos nos atentar quando as escrevemos para dar uma ajudada a compor a voz dela.
(1) Dê uma característica chave para sua personagem.
Sang, por exemplo, é um gisaeng.
Gisaengs passavam por treinamentos e, num geral, viviam vidas muito diferentes dos outros cidadãos de Joseon. Apesar de serem da casta dos intocáveis, as mais populares eram tratadas muito bem pelos nobres e viviam confortavelmente.
Sendo assim, há muitas características que posso atribuir a Sang para destacar sua voz e seu desenvolvimento: ele sabe outros idiomas, teve acesso a educação (coisa que só os nobres tinham), sabe sobre o comércio, como servir, dançar e cantar etc. Além disso, é o filho bastardo de um nobre, o que também adiciona uma outra camada que pode ser explorada e definidora da personalidade ele.
(2) Explore essa característica.
Obviamente, não dá para mostrar absolutamente tudo num único turno e, por isso, precisamos ir de pouquinho em pouquinho, sempre prestando atenção em nossos turnos e no que colocamos ou não neles.
Perceba que, em vez de tentar dizer que o Young é despojado, simplesmente acrescentei ações que mostram que ele é despojado. Ele não segue uma etiqueta, está sentado de qualquer jeito, botando defeito nas coisas dos outros etc.
Voz de personagem está muito próxima do conceito de mostrar não dizer, mas não vou me aprofundar sobre isso nesse guia porque é algo muito complicado e delicado (quem sabe num futuro). Mas o importante a se atentar é: nós precisamos botar em nossos turnos o que dizemos sobre a personagem. Se eu quero o Young seja despojado, então ele precisa agir dessa maneira através das ações dele — e isso vai, consequentemente, montando a personalidade / voz dele.
(3) Adicione ações que marcam a personalidade.
Adicionar maneirismos e comportamentos é uma parte muito importante. Muitas vezes acabamos adicionando um monte de coisa em nossos turnos que mostram os pensamentos e sentimentos das nossas personagens… mas nada que mostre como eles se comportam ou como são. E isso é um erro.
Lembrem-se: personagens tem corpo. Dentro do turno são criaturas vivas e, por isso, tem manias e trejeitos.
Gaguejar, colocar as mãos nos bolsos, suspirar, bufar, falar baixo, gritar, olhar nos olhos da outra pessoa, brincar com a barra da camisa, usar gírias, usar palavras mais sofisticadas… tudo isso são pequenos detalhes que fazem a diferença na caracterização / voz da personagem. Explore esses detalhes! Dê coisas diferentes para seus personagens!
Quer saber, vamos brincar novamente!
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EXEMPLO #003
Se aproximou da multidão que se aglomerava em volta do mural da praça. O Rei Joong oferece uma recompensa para qualquer um que o entregar informações que levem a prisão do grupo de forasteiros acusados de roubar a propriedade da Rainhã Mãe. "Boa sorte." Disse.
Acabei de inventar esse trecho para que possamos mexer nele um pouco — propositalmente o deixei sem nenhuma marca para que possamos brincar bastante! Já aprendemos que voz não é somente diálogo, e por isso vamos mexer nela adicionando mais corporalidade. Vou tentar adaptá-la para alguns dos personagens que usei nesse guia:
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Abaixando seu gat, Hoyun se aproximou da multidão que se aglomerava em volta do mural da praça. Estivera observando a comoção há alguns minutos, mas esperara os guardas reais se afastarem antes de se juntar aos curiosos a lerem o anúncio fixado — as chances de serem algum dos oficiais que conheciam seu rosto era grande, e preferia evitar encrencas depois do almoço. Não fazia bem para a digestão. Deu uma última olhada ao redor, se certificando que ninguém do palácio estava por perto. Não precisou se aproximar muito para conseguir ler, o decreto oficial pintado em grandes letras nos dois idiomas da nação — o que o levou a levantar uma sobrancelha. Anúncios reais sempre vinham em desenhos para a população geral, analfabeta, pudesse compreendê-los; eram raros aqueles que vinham escritos e, principalmente, na língua dos eruditos e nobres que, como todos sabiam, estavam acima da lei. O Rei Joong oferece uma recompensa para qualquer um que o entregar informações que levem a prisão do grupo de forasteiros acusados de roubar a propriedade da Rainhã Mãe. Os cantos de seu lábio se alargaram num sorriso, e Hoyun não conseguiu segurar um bufo debochado. "Boa sorte." Disse baixinho por entre seu riso, os olhos fixos no nome de Joong. "Estarei ansiosamente esperando por você, ó vossa majestade." Fez uma breve reverência com a cabeça, se virando em seus tornozelos para se retirar do meio da multidão. Juntou as mãos atrás das costas, caminhando pela rua principal com o sorriso ainda em seus lábios. Então era assim que o homem queria brincar. Apesar de toda a oficialidade do decreto, não era nada além de uma ameaça, um aviso. Joong estava procurando por ele — e Hoyun se certificaria de ficar em um lugar onde pudesse encontrá-lo.
EXPLICAÇÃO | Como pré-estabelecido, o Hoyun tem um passado com o Rei. É uma relação complicada, os famosos amigos que se tornam inimigos jurados. Para ele, a situação é um desafio. Além disso, Hoyun é um mercenário confiante em suas habilidades, o ponto, então, é escrever de uma maneira que exponha como tudo é cínico para ele. E, novamente, o uso de certos termos (como analfabeta) para expor que ele um dia já foi parte dos nobres, e ainda tem uma visão marcada por tal: eu, como autor, preferia ter escrito 'desprovida de educação' mas usar o termo analfabeto soou algo muito mais mesquinho e mais em conta com alguém que tem o passado dele.
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Nas não se considerava alguém curioso, mas se aproximou da multidão que se aglomerava em volta do mural da praça. Estava a caminho de comprar alguns tanghulus, mas a situação chamou sua atenção. Se enfiou por entre as pessoas, ficando na ponta dos pés para tentar enxergar melhor. Para sua surpresa, porém, em vez dos desenhos detalhados, o papel estava lotado de grandes letras. Sang estivera tentando ensiná-lo a ler, mas as formas ainda eram muito confusas para ele. Assim, cutucou uma das pessoas em sua frente, que afobadamente dava opiniões sobre o escrito. "Hey, uh, você pode me dizer o que está escrito?" Gesticulou com o queixo para o papel amarelado. "O que é que 'tá todo mundo querendo saber?" Limpando a garganta, o homem leu em voz alta: O Rei Joong oferece uma recompensa para qualquer um que o entregar informações que levem a prisão do grupo de forasteiros acusados de roubar a propriedade da Rainhã Mãe. "Oh." Coçou a nuca com a mão, olhando para o papel. Então o rei estava buscando informações sobre eles? Interessante. Ora, se precisava pendurar um decreto, das duas uma: ou estava desesperado ou aquilo era uma mensagem. Mas o palácio e a agência de investigação eram arrogantes demais para admitir que precisavam de ajuda e pendurar um decreto na praça principal em busca de informações, de uma maneira que somente quem soubesse ler conseguiria entender… é, aquilo era uma mensagem. Afinal, seus patrocinadores e clientes eram apenas nobres, não havia motivo para desenharem para a compreensão geral. Tinham um alvo para aquelas palavras. Balançou a cabeça, rindo baixinho. "Boa sorte." Duvidava que alguém fosse abrir a boca, especialmente para os homens do rei. Talvez devesse ficar preocupado, afinal, o monarca nunca parecera se importar com as ações deles, não dessa maneira. Mesmo que, no passado, tivessem tido alguns conflitos muito mais diretos. Levou a mão para a lapela de seu dopo, onde sua adaga estava escondida: se viessem atrás dele, Nas os mostraria do que era feito.
EXPLICAÇÃO | Nas pode não ser o cérebro do grupinho, como ele mesmo disse antes, mas ele é o lado tático, não é burro e sabe fazer suas associações: obviamente, compreenderia de primeira que é uma ameaça! Não há cinismo aqui, apenas as observações de um homem confiante e simplista.
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"Yah, o que é aquilo?" Apontou para a praça, tentando afastar a atenção do senhor Shim do livro de contas. Eu acho que a guarda pregou um anúncio. O homem explicou, se afastando do balcão para olhar na direção onde havia apontado. Young rapidamente enfiou o objeto no bolso. Iria devolvê-lo em breve, somente precisava alterar algumas coisinhas em seu nome. "Vamos lá ver, então!" Juntos, se aproximaram da multidão que se aglomerava em volta do mural da praça. O Rei Joong oferece uma recompensa para qualquer um que o entregar informações que levem a prisão do grupo de forasteiros acusados de roubar a propriedade da Rainhã Mãe. Young juntou as sobrancelhas, abaixando a cabeça enquanto pensava. Sabia que tinham feito um trabalho impecável… não havia como o rei ter descoberto em dois dias que haviam roubado as escrituras. Não, alguém abriu a boca sobre algo. Mordeu o lábio inferior, as mãos se fechando em punhos enquanto repassava os detalhes das últimas noites em sua cabeça. Hojong? Não, ele não falaria nada… seria o mais prejudicado de todos. Mas as cópias eram perfeitas, não havia como o rei saber. 'Ora, pois se estamos falando de recompensa, eu tenho uma informação!'. A voz aguda do senhor Shim chamou sua atenção, quebrando seus pensamentos ao meio. Young levantou a cabeça para olhá-lo atrás de si, deixando um sorriso aparecer no canto de sua boca. "Boa sorte!" Disse, dando um tapinha no ombro do dono do restaurante. "Não se esqueça dos pobres pilantras que enchiam seu bolso quando ficar rico, hein! Há." Deu uma gargalhada e o senhor Shim o acompanhou, dizendo repetidamente 'claro claro' conforme se separavam da multidão de volta a entrada do restaurante. Que tentem. Pensou, colocando a mão sobre o peito, onde a pistola estava escondida debaixo de seu dopo. Não eram um grupo de bandidinhos qualquer — se o rei pensava que podia capturá-los, estava terrivelmente enganado. "Mas, sabe, hein. Parece perigoso… e se você conseguir informações e eles te capturarem?" Arqueou as sobrancelhas, passando o braço por volta do ombro do homem. "Aconteceu com um amigo meu uma vez! Ele foi dar informações e…" Gesticulou na frente do pescoço, imitando uma faca. O homem fez uma expressão de espanto e, então, cuspiu no chão, espantando os mau agouros. "Pois é… eu teria cuidado. Mas viu, e se eu pagassa amanhã a minha conta?"
EXPLICAÇÃO | O Young é um pilantrinha, não tenho mais o que dizer. Ele é o ladrãozinho do grupo e foi o responsável pelo roubo. Apesar de sua aparência toda brincalhona, lá no fundo, ele tem muitas dúvidas sobre si e tem medo de desapontar seus amigos — ou, pior, ser a razão pela qual eles sejam pegos: por isso, a primeira reação dele é a dúvida.
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E aí? Deu para notar algumas diferenças entre as versões de cada um? Como eu disse, só vocês podem me dizer se eu consegui dar personalidade para cada um deles: vocês são os leitores, meu público, as pessoas que estão consumindo o que estou escrevendo. Eu só posso tentar.
Mas espero que entandam que o importante é que você encontre a sua própria maneira de adicionar voz aos personagens, se baseando nessas dicas (e em outras que você encontrar sobre o assunto!)
Acho que isso é tudo que posso oferecer por hoje!
A verdade é que voz de personagem é um conceito mais complexo do que parece: ele realmente exige muito mais de nós como escritores ou jogadores. Mas é uma coisa muito divertida de explorar!
E, honestamente, enquanto elaborava esse guia, percebi que há muitas outras coisas que posso tentar explicar para compreender melhor o conceito e, também, sobre a criação de personagem. Se houver interesse, os farei quando possuir tempo novamente!
Sem mais delongas,
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hwares · 2 years ago
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Hala, tag! Estou preparando os próximos guias e tutoriais que planejo postar, mas gostaria de aproveitar e pedir sugestões! Para quem não sabe, eu faço guias e informativos de escrita assim como tutoriais de notion (e, possivelmente, algumas outras ferramentas). Eu vou deixar no read more alguns dos guias que estou escrevendo, mas, se alguém quiser dar uma sugestão, seria ótimo para saber se tem algo específico que os residentes desta tag gostariam.
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[GUIA] Como montar / pesquisar background de personagens
[GUIA] Quando e como usar exposição e diálogo em turnos para desenvolver personagens
[GUIA] Como escrever / desenvolver turnos grandes
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hwares · 2 years ago
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Fui ler seu blog e quase chorei. Sou defensora nata do turno pequeno, é tão bom, é tão prático, tão mais fácil. Lembro quando esse assunto veio nos SanJu e criticaram eles, eu lembro que fiquei chateada porque fui eu que comecei com uma das asks, é legal ver que alguém que entende do assunto fez um post nesse nível com tantos detalhes. Parabéns, gostei muito do seu conteúdo, a partir de hoje tem uma seguidora fiel.
Ah, fico muito feliz pela sua ask! Eu quis fazer o post após conversar com uma amiga sobre inseguranças quando fazemos turnos menores; sendo que, na verdade, não existe diferença entre turnos grandes e pequenos. Repito o que disse no post: nenhum turno vai ser bom ou ruim baseado no tanto que escreveram, seja muito ou pouco — o que importa, no fim do dia, é se nós e nossos partners estão se divertindo e aproveitando a interação. Fico muito, muito feliz pela sua ask! E obrigado pelo apoio!
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hwares · 2 years ago
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Oi, boa noite! Tudo bom? Acabei de ler seu texto sobre gramática e queria trazer relatos. Até pq eu to escrevendo uma série de ensaios falando sobre a minha opinião sobre os jogos da tag e isso é um dos assuntos.
Eu percebi que recentemente tem rolado um culto na tag à "escrita normativa". Na verdade já tem anos, mas parece que quanto mais o tempo passa, pior fica.
Pessoal quer escrever muito e quer escrever bonito. E de verdade, tá tudo bem pra mim. A forma como você escreve tanto faz. Mas eu tenho preguiça, eu escrevo o mínimo possível, da maneira mais clara possível justamente pq acredito que a jogatina tenha de ser rápida e fácil. Quando me deparo com essas pessoas, muitas das vezes eu acabo não entendo o que a pessoa tá dizendo pq ela se preocupa tanto com escrever bonito e "certo" que começa a utilizar palavras que tu não usa no dia a dia e eu me pego pesquisando sobre a palavra pra manter uma interação em um rpg de tumblr.
Já rolou uma vez de a pessoa não querer interagir comigo pq eu não escrevia direito. Já aconteceu de uma interação seguir um rumo diferente pq eu não entendi a palavra. E o contrário também. Acho que eu escrevi de forma tão simples que a pessoa simplesmente não entendeu o que eu quis dizer.
E eu até compreendo quando o rpg é de época e tudo mais, mas creio que há um equívoco. Tipo, eu posso narrar a cena como uma pessoa de 2023, mas fazer o meu personagem falar como uma pessoa do século XVI.
Sei lá, só achei legal comentar sobre isso.
Muito obrigado pelo seu relato! Sinto muito que você tenha sido vítima de preconceito linguístico :( Infelizmente já vi acontecer bastante por essas terras. Nós nunca, nunca, devemos julgar alguém pela maneira como ela escreve. Independentemente se é um julgamento pejorativo ou "bom" — nenhum esteriótipo, no fim do dia, é bom. Eu gostaria de aproveitar e fazer alguns comentários, se não se importar! Pois algumas coisas que você mencionou são discussões que existem nas ciências da linguagem e por entre os estudiosos da escrita, da língua etc.
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Clareza é o conceito mais complicado da escrita — e todos estamos fadados a falhar nela. E de verdade, não importa se escrevemos de maneira "elaborada" ou "simples". Em fato, o que é escrever de maneira "simples" ou de maneira "elaborada"? Vale uma reflexão. Mas, só porque não colocamos palavras diferentes, não significa que estará claro. Porque às vezes algo que escrevemos está super claro para nós, mas para outra pessoa pode não estar. Isso é muito comum, não conseguirmos transmitir a imagem como imaginamos. Por isso, quando não tenho certeza, por exemplo, eu gosto de perguntar! Acho muito válido, inclusive. "O que você quis dizer com esse trecho?", "Eu interpretei assim…". Todo mundo possui seu próprio estilo! Nem sempre está atrelado ao fato de querermos soar mais ou menos algo; algumas pessoas simplesmente escrevem de jeito x ou y.
Além disso, tomar um rumo diferente pode não ser ruim! Mesmo que tenha sido devido a uma interpretação diferente da intencionada. Afinal, escrita é exatamente isso, não é? Ler e interpretar. Quando escrevemos algo e colocamos no mundo, não podemos garantir com quais sentidos ela irá circular; essa é a mágica do roleplay, eu diria.
Vou admitir que eu sou culpado de incluir algumas palavras diferentes. Porém, não para soar mais bonito ou chique: mas porque o significado descreve muitíssimo bem o que quero dizer! Mas, realmente, pode ser cansativo ficar perguntando ou pesquisando! Especialmente quando estamos jogando. Entretanto, também acho que sempre estaremos fadados a procurar o significado de palavras. Expandir o vocabulário é uma coisa boa! Às vezes a gente não conhece a palavra não porque ela não é usada ou caiu em desuso, mas porque não é da nossa região, não é do nosso contato imediato. Descobrir palavras novas pode ser uma experiência muito mais impactante do que imaginamos! Tanto do nosso próprio idioma, quanto de um estrangeiro.
O que me lembra, também, que só porque uma palavra tem definição x no dicionário não quer dizer que o significado dela seja aquele! É um lembrete importante. Então temos que tomar cuidado.
E personagens também possuem vozes; igual às pessoas na realidade. Alguns falam com mais gírias, outros com menos; às vezes a pessoa possui uma caracterização específica com a muse dela. Pense nisso!
Mas, dito isso, seu relato é uma experiência válida! E não pense que estou descreditando. Foi legal, mesmo. Seu estilo, que você considera simples, deve ser respeitado da mesma maneira que o do próximo, que às vezes pode ser considerado elaborado. É legal termos discussões sobre escrita, porque não é uma experiência e nem uma ciência objetiva e singular. Devido a diferentes fatores, temos percepções e noções diferentes de como nós e outros escrevem. O que é elaborado pra um, pode não ser pra outro; o que é simples pra um, pode não ser pra outro — o mesmo com curto, longo, muito ou pouco… não é uma questão tão simples!
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hwares · 2 years ago
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COMO SE ORGANIZAR PARA RESPONDER UM TURNO!
Sinto que esse título pode ser meio estranho, porque todos sabem como responder um turno, ao menos, é o que estou garantindo aqui. Mas vou dar uma situação: você recebeu a resposta do turno, mas não sabe como começar a responder, de fato, abre o post e fica lendo e lendo, a criatividade não parece estar muito em alta… O que fazer? 
A ideia veio em uma conversa com um amigo, onde citamos a dificuldade em escrever as respostas das threads de forma “rápida”, que, às vezes, é possível demorar alguns dias para sair algo que nos agrade realmente, ou temos a vontade de responder, mas existe a falta de criatividade para tal. E não é um caso isolado, porque já escutei reclamações semelhantes e é por isso que estamos aqui, espero conseguir ajudar. Avisando que esse guia está cheio de cores, se te incomodar durante a leitura, me avise.
Os turnos aqui são curtos, bem bobos e não condizem com qualquer personagem que tenho por aí, ou seja, não passam de exemplos.
PASSO UM: LENDO A THREAD QUE RECEBEMOS.
Jasper tinha os fios curtos e colados em seu rosto, tudo por conta do suor que escorria devido ao sol forte contra sua cabeça, mesmo que coberta pelo chapéu, aquele calor infernal não estava contribuindo para sua vida naquele momento. Segurava o timão com força, tentando manter o barco firme no mar, seu pai contava consigo para levar a tripulação para o píer e todos seguirem juntos. “Almirante Adonias, nós precisamos de provisões para os próximos dias. A tripulação que está com meu pai é complicada.” Referiu-se aos homens mais velhos, aqueles que queriam comer ou beber até o mundo acabar. Os olhos miraram o garoto loiro ao fundo do convés, o reflexo dos óculos alheios quase atrapalhando sua visão. “Você consegue cuidar disso, por favor! Chame Niming se precisar de ajuda.”
PASSO DOIS: JUNTANDO OS PONTOS CHAVES.
Agora que o turno foi lido (independente de quantas vezes o fez), vamos pegar os pontos chaves que podem ajudar na resposta. “Como assim pontos chaves, Rinn?” Simples, se você não sabe como responder o que tem, junte detalhes que chamem sua atenção antes de sair escrevendo.
Qual a situação? Em qual situação estamos inseridos, onde o turno está se passando e tudo que acontece.
No exemplo: estamos em um barco, no mar e prestes a chegar em um píer. Não sabemos quanto tempo vai demorar ou a distância em si, mas sabemos onde estamos e podemos usar desses artifícios para criar o cenários.
Quem tá sendo citado? Para quem é a resposta e quais são as outras citações?
No exemplo: a resposta vai para Jasper (a capitã? a filha do capitão? o que ela é?), quais outras pessoas são citadas? O pai da mesma, o possível capitão. A tripulação. E temos uma nova citação “Niming”, quem é Niming? Você tem liberdade de dar uma função, um traço e até criar esse NPC, visto que a outra pessoa não lhe deu mais informações. 
Qual a posição do seu personagem no contexto da thread? Qual a relação entre eles? O que seu char é ali, qual sua relação com o outro personagem e por aí vai. Seja no 1x1 ou em uma comunidade, qual a relação entre os personagens?
No exemplo: Jasper e Adonias podem ser amigos, parentes ou apenas capitã e marujo. Você determina isso antes, na conexão/plot que fechou com o partner! Dependendo da relação, você pode escrever como o char se sente em relação a pessoa, veja abaixo.
O esfregão passava contra a madeira com afinco, querendo tirar uma mancha de óleo que constava ali. Era o tipo de coisa que muitos não gostavam de fazer, mas o loiro até que gostava, preferia manter tudo limpo ao seu redor. Conhecia Jasper desde os cinco anos, seus pais serviram juntos no exército e até fizeram parte da mesma tripulação, logo os filhos iam ser amigos de longa data e Adonias era muito agradecido por ser parte da tripulação da moça, ela sempre a salvou em todas as situações imagináveis, era sua melhor amiga, quase sua irmã de outra mãe. 
Vejam bem, foi relatado que Adonias e Jasper se conhecem desde pequenos, por isso, ele consegue falar com tanto carinho sobre a moça. Colocar coisas pessoais, sentimentos do char pelo outro e lembranças é uma boa forma de “encher linguiça” para que a thread não fique pequena ou coisa assim. 
O que vamos responder? Como fazer os diálogos? O que vai ser respondido de um char para outro?
Creio que as respostas sejam óbvias quando chegamos na questão do diálogo, basicamente só ler e colocar uma frase “aleatória” ali, mas que condiz com o que está sendo dito. Mas acho importante trabalharmos esse tópico também, principalmente para continuar o dinamismo do turno e não fazer o negócio morrer na praia, porque é complicado quando a gente manda recebe um turno e não temos uma continuação, uma outra fala para criar um novo diálogo. Meu intuito aqui é dar aberturas para que quando a Jasper responder, ela não se prender apenas no que começou. Vejamos o que foi dito no exemplo:
“Almirante Adonias, nós precisamos de provisões para os próximos dias. A tripulação que está com meu pai é complicada.” 
“Você consegue cuidar disso, por favor! Chame Niming se precisar de ajuda.”
Temos dois diálogos abertos, um sobre buscar provisões e outro que envolve um NPC, o que podemos responder? Existe algo que vai gerar mais diálogos? Podemos escrever mais? Todas as respostas dependem da nossa vontade na hora, vou dar duas opções de respostas, uma só respondendo o necessário e mantendo a conversa apenas nessa roda e a outra vai envolver o que já temos disponível + uma nova linha de conversa. 
PRIMEIRA OPÇÃO:
“Claro, capitã Jasper! Vou providenciar tudo que for necessário”.
“Vou chamar sim, porque toda ajuda é precisa para alimentar toda a tripulação… A nossa come bem, a dos nossos pais é ainda pior.”
Simples e usando apenas o que temos no primeiro turno, ou seja, o primeiro e o segundo diálogo. Quando a pessoa for responder, tem como continuar a conversa e aumentar, caso o partner deseje (acho importante, porque esse diálogo é muito simples e pode acabar com mais duas linhas, terminando a thread por aí mesmo, se não tiver mais movimento), é bom para todo mundo! Com “bom”, estou querendo dizer porque a) você respondeu b) tem espaço para seu partner continuar.
SEGUNDA OPÇÃO:
“Claro, capitã Jasper! Vou providenciar tudo que for necessário”.
“Vou chamar sim, porque toda ajuda é precisa para alimentar toda a tripulação… A nossa come bem, a dos nossos pais é ainda pior.”
“Inclusive, vamos usar outro barco? Acho que nossa doce Brisa Tropicana não vai aguentar um monte de gente”.
“Verdade. Estava esquecendo, parece que o Ycaro vai ficar no píer dessa vez, problemas familiares ou coisa assim. Ele já falou contigo?”
Temos as respostas da primeira opção e duas novas, que podem ajudar a sustentar a thread por mais tempo. Usei as mesmas cores, laranja e vermelho, para mostrar que correspondem aos dois diálogos que temos em aberto no jogo. Invés de esperar abrir um espaço para fazer tais comentários, optei por colocar de uma vez para que o diálogo entre Adonias e Jasper não morra na praia. Pensando no partner que pode ficar sem criatividade para continuar a “única conversa” presente no texto, por que não colocar mais falas? Por que não deixar seu personagem falar tudo que quiser, mas que, claro, se mantenha dentro do contexto que estão inseridos? 
Penso que ao adicionarmos mais diálogos em uma cena temos um leque de oportunidades, dentre elas, quero destacar: ideias para threads futuras, usando nosso exemplo inicial, a relação dos dois x os pais; a chance da thread durar muito mais e desenvolver ambos os chars, porque se não evoluirmos a cena, infelizmente, a thread vai ficar cansativa e monótona até que um dos lados queira encerrar e abrir uma nova, criando uma pequena bola de neve que pode incomodar, em determinado momento; e o mais importante disso tudo, você acaba desenvolvendo mais seu personagem, fazendo ele falar de vários “assuntos” e mantendo uma dinâmica confortável. Creio que ajude também na otimização de tempo, por que esperar sua vez de responder, de novo, para adicionar outro diálogo, quando se pode fazer enquanto for sua vez. Isso pode ajudar até seu partner a ter mais musing para responder em seguida! 
Nada mais justo que mostrar o turno final para vocês, visto que o comecei e fiquei empolgada em escrever. Estarei usando a segunda opção de diálogos, pois gosto de fazer muitas conversas em uma única resposta. 
O esfregão passava contra a madeira com afinco, querendo tirar uma mancha de óleo que constava ali. Era o tipo de coisa que muitos não gostavam de fazer, mas o loiro até que gostava, preferia manter tudo limpo ao seu redor. Conhecia Jasper desde os cinco anos, seus pais serviram juntos no exército e até fizeram parte da mesma tripulação, logo os filhos iam ser amigos de longa data e Adonias era muito agradecido por ser parte da tripulação da moça, ela sempre a salvou em todas as situações imagináveis, era sua melhor amiga, quase sua irmã de outra mãe. “Claro, capitã Jasper! Vou providenciar tudo que for necessário”. Garantiu sorridente, apoiando o queixo contra a base do esfregão, a citação da tripulação mais velha o fez suspirar, teriam trabalho mesmo até chegarem ao destino final. “Vou chamar sim, porque toda ajuda é precisa para alimentar toda a tripulação… A nossa come bem, a dos nossos pais é ainda pior.” Brincou rindo, quase gargalhando antes de voltar o que fazia, esfregando o restante do espaço ou quase isso, porque voltou a olhar a amiga, muitas ideias e dúvidas. “Inclusive, vamos usar outro barco? Acho que nossa doce Brisa Tropicana não vai aguentar um monte de gente”. Bateu a destra, delicadamente, sobre a borda de madeira, amava aquele barco com sua vida já que foi o primeiro que a jovem tripulação conquistou e que o rapaz cuidava com tanto amor. “Verdade. Estava esquecendo, parece que o Ycaro vai ficar no píer dessa vez, problemas familiares ou coisa assim. Ele já falou contigo?”
PASSO TRÊS: CONSIDERAÇÕES FINAIS E MUITO BLAH BLAH.
Antes de continuar, quero reforçar que não estou impondo regras para como você deve responder seu turno, mas creio que ter uma base/ajuda para traçar o pensamento da resposta pode ajudar; pessoalmente, ia adorar ter algo assim quando comecei na tag e tinha problemas em responder os jogos. 
Esse é um método simples para te ajudar a pensar e elaborar uma resposta que te agrade, se for mais ou menos é seu critério; não se force a responder quando não tem pique para tal, porque é muito comum fazermos respostas no automático e depois de arrepender, claro que podemos alterar após o envio, mas se não der tempo, vai se lamentar, um pouco, sobre não ter pensado melhor ou feito de outra forma. 
Agora que as dicas foram dadas, vamos recapitular os pontos importantes, como um mini roteiro para te ajudar a responder seus jogos. Do fundo do coração, espero que esse guia ajude alguém a responder uma thread! Mas vamos recapitular, recebemos o turno, mas a criatividade faltou, então vamos salvar em algum lugar ou marcar que temos um turno para responder - caso seja no discord ou dm, porque se for no tumblr, você pode colocar nos rascunhos. Leia o turno de novo, quantas vezes for necessário para que algumas ideias surjam em sua mente. Na administração, temos um termo chamado BRAINSTORMING, que é uma chuva de ideias que são lançadas em uma discussão e você pode ter isso ao ler uma thread; quando acontecer, anote o que está pensando. “Posso colocar essa frase, enaltecer esse detalhe” e por aí vai, se achou interessante, anote! Mesmo que descarte ou altere depois. Mas vamos fazer um roteiro com tudo que aprendemos.
Após ler e fazer algumas anotações, pense qual a situação que o turno está ocorrendo. Qual o local? Como ele é? Existe alguma distância de um espaço para outro? Existem outros locais, que ainda não foram explorados? Perguntas nesse estilo podem ajudar a verificar a situação que os personagens estão.
Além do seu char e do parceiro, temos outras pessoas sendo citadas? Seja em um comentário, contando algo que ficou sabendo de fulano, até uma aparição breve de ciclano no espaço. É um NPC e é muito bom utilizarmos deles para construir uma cena.
Qual a relação entre os personagens? Eles são conhecidos, amantes, amigos de longa data, desconhecidos, etc. Me diga, o que são um para o outro? Quais os sentimentos do seu char sobre aquele que está junto? (É uma boa forma de “encher linguiça” e fazer um turno maior, mas que, ainda assim, dê um desenvolvimento legal e não pareça tudo jogado ali).
Quais são os diálogos apresentados no texto base (enviado pelo partner)? Como você pode continuar a conversa? Rascunhar ideias de resposta pode ser muito útil, talvez você não use nenhuma delas por ter uma nova ideia na hora de responder, mas é bom ter opções.
Outro ponto: saber quando acabar um diálogo e começar um novo, ou até retomar algo de outras threads (se já tem mais que uma). Ter essa flexibilidade e tato sobre as conversas do seu jogo, não insistir em algo que vai ser robótico. 
Sei que anotar tudo pode ser cansativo, até inútil, porque é só ir lá e responder invés de ficar pensando, mas um turno é quase como uma cena de filme/série, onde existe um roteiro. Nós podemos negar esse ponto, mas quando respondemos algo, acabamos pensando com antecedência antes de escrever… Apagamos, mudamos palavras, caçamos termos novos. Isso não é fazer um roteiro? Rascunhos existem e sei que muitos fazem, não é regra, mas isso pode ajudar muito na hora de escrever. Não só para joguinhos em um rpg, pra vida mesmo, uma redação, um artigo científico ou o que for, ter um rascunho é ótimo, porque você consegue mudar até estar satisfeito. Livros não são escritos de uma vez, os autores fazem inúmeros rascunhos, um capítulo pode demorar meses para ficar agradável e chegar na versão que é impressa, então, me digam com sinceridade, por que os turnos precisam ser diferentes? Por que precisam ser tão imediatos? Recebeu e respondeu. Não tem problema gostar disso, eu mesma já fiz inúmeras vezes, mas não sem fazer um breve rascunho, ao menos, um mini roteiro do que vou colocar ali. 
Parece surreal estar falando isso, porque parece que estou falando coisas fora da caixinha ou que rolam apenas no meu pessoal… Mas quero trazer uma nova visão para quem desejar aceitar. Já tive muitos problemas com meus turnos, tinha vergonha e raramente ficava satisfeita… Tenho threads que nem gosto de ler novamente, por vergonha, por saber que podia ter escrito melhor e ter dado mais abertura para meu partner. Tudo que estou falando é para mostrar um caminho de aprimoramento, não na escrita ou na organização, isso vai de cada um e no seu tempo, o aprimoramento é mental, da minha ‘neura’ em saber que podia ter feito melhor; seguindo isso, de um jeito ou de outro, vou acabar satisfeita. 
Eu bati muito na tecla sobre os diálogos e sinto que pode abrir a discussão de turnos grandes x médios x pequenos. Isso não importa muito, como o meu amigo @hwares já mostrou em seu guia, menos pode ser mais! Muitos diálogos ou ações não vão tirar seu estilo de turno, tem como fazer algo pequeno/mediano com muitos diálogos e poucas ações (um face to face/f2f, por exemplo), assim como é possível fazer as famosas bíblias com muitas ações e poucos diálogos, ou vice versa, talvez até algo balanceado entre ambos os polos. Inúmeras possibilidades, basta tentarmos, dar o primeiro passo. Existe beleza nos menores e maiores jardins!
E acabamos por aqui, espero mesmo ter sido útil e chat/inbox estão sempre abertos para vocês. Qualquer coisa que surgiu enquanto lia esse guia, por favor, me deixe saber, se concorda ou discorda do que foi dito, pode me falar. Eu curto receber feedback. 
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hwares · 2 years ago
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Pelos meus Linguistas, A Gramática Normativa.
TL;DR — Não corrija outras pessoas é falta de educação; cada um escreve como quiser; a grámatica normativa está errada.
Estar em contato com a norma culta da língua não é apenas um aspecto cultural. Trata-se, principalmente, de uma questão de prestígio social. Num país em que, historicamente, as desigualdades sociais se perpetuam, dominar o padrão culto da língua é ser detentor de um poderoso instrumento, senão de ascensão, pelo menos de imposição de respeito frente a uma interlocução dominadora. (STEIN, C. C.)
Hala, forasteiros! Hoje minha colaboração é um informativo sobre um mito que perturba linguistas e letrados há gerações: a gramática normativa. Entretanto, não pelas razões que você possa estar imaginando…
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Para não entediar ninguém, nem transformar isto em um texto acadêmico, não vou entrar em muitos detalhes e terminologia. Deixarei sob o read more algumas outras explicações, mas queria explicar brevemente "do lado de fora" também!
"Hwa, qual a sua credibilidade para discorrer sobre o assunto?" Minha credencial como estudante do penúltimo ano de linguística! Sabe, é engraçado, nós exigimos o local de fala… mas raramente o respeitamos. Especialmente quando falamos de linguagem, e principalmente da nossa língua materna. Entretanto! Prefacio este informativo reconhecendo que não sou o único linguista desta tag. Por isso, convido outros linguistas, letrados e, com muita calorosidade, aqueles também que não possuem formação nas áreas da ciência da linguagem, mas que amam o português indiscriminadamente, para opinar. Se assim desejarem. Sempre mantendo a educação, obviamente.
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Então, vamos começar com um exercício simples. Encontre os erros de português no diálogo abaixo:
NAS: Ontem, cheguei em casa tão cansado. Me deitei na cama com as roupas da rua, acredita? Mas acho que errei tudo na prova… eu sou muito burro.  HOYUN: Tu é sensacional, para. Você com certeza foi bem! Mas não tem problema em errar, também. NAS: Te amo, meu amor.  HOYUN: Eu também. Eu vou ir ao mercado rapidinho. Já volto. 
Você deve estar pensando: “Hwa, é fácil! O vou ir está errado!”. Será? Vamos ver… corrigirei usando a gramática normativa! Mas vou pegar leve:
NAS: Ontem, cheguei a casa tão cansado. Deitei-me na cama com as roupas da rua, acredita? Mas acho que errei tudo na prova… eu sou muito burro.  HOYUN: Tu és sensacional, para. Você com certeza foi bem! Mas não há problema em errar, também. NAS: Amo-te, meu amor.  HOYUN: Eu também. Eu vou ir ao mercado rapidinho. Já volto.
Das duas uma: ou você está confuse, ou está rolando os olhos e mentalmente discordando. Então eu vou explicar:
[cheguei em casa tão cansado] regência do verbo chegar é feita com a preposição a.
[Me deitei na cama com as roupas da rua], [Te amo] Não se inicia orações com pronomes pessoais oblíquos.
[Tu é sensacional] “Tu”, segunda pessoa do singular; “é” terceira pessoa do presente indicativo.
[Não há problema] “Tem” significa “posse”; “existir” é o verbo “há”.
[Eu vou ir no mercado rapidinho] Uso do verbo ir como verbo auxiliar, não há regras na gramática normativa que impeçam seu uso. Em fato, é muito comum utilizar o verbo ir como auxiliar (significando o início de uma ação ou uma ação que está acontecendo). Pode ser considerado um pleonasmo, entretanto, pleonasmo não é um erro gramatical. Em fato, nós também falamos frases como “vou indo, então” e não consideramos um pleonasmo.
Hwa, mas isso é para quando estamos falamos formalmente…
Na verdade, não. A gramática normativa não foi feita para usarmos somente quando estamos falando formalmente: ela é o uso comum da língua. Mas vamos supor que seja: você realmente vira para alguém e diz "de-mê um cigarro" quando está num casamento? Eu duvido um pouco… mas eu concordo que existem contextos! Há determinadas palavras e estruturas que usamos somente em determinados contextos e essa é uma observação válida!
E raramente, por exemplo, as pessoas falam como escrevem. Aí entra outra fake news: não é escrita que muda a fala, é a fala que muda a escrita. Nós não deixamos de usar “vosmecê” porque começamos a escrever assim: nós paramos de usar porque ninguém mais falava assim. Existem algumas exceções, sim… mas, na história das línguas do mundo, é muito mais frequente a fala mudar a escrita.
Contudo, você concorda que, no diálogo que mostrei, possuíam frases que ouvimos e escrevemos em ambos os contextos formais e informais e, mesmo assim, estavam “erradas”?
Então, o que eu preciso saber? Preciso aprender a falar "certo"?
Você já fala certo! Se outro falante do português entende o que você diz e escreve, você está falando corretamente! Eu preciso que você entenda duas coisas:
Primeiro, escrever “errado” não existe! Existem variações do português padrão, mas não erros.
Segundo, a noção de gramática normativa que existe no imaginário dos brasileiros é um mito!
Não é dizendo que você não deve seguir o que aprendeu na escola, ou que não deve escrever de uma maneira que seja considerada padrão. Não. Isso é importante, também. Porém… há outras coisas que são importantes que todos saibam, mas que, infelizmente, circulam apenas nos âmbitos da galera que estuda as ciências da linguagem. Abaixo, vocês podem encontrar outros esclarecimentos!
Mas, antes disso, fiquem com as palavras do mestre que muito defendia o brasileirismo, a língua do povo!
As formas novas da língua, ou pela composição de vocábulos, filhos de usos e de costumes americanos, ou pela modificação do sentido original, ou ainda por alterações gráficas, serão matérias de útil e porfiado estudo. Com os elementos que existem esparsos, e os que se organizarem, far-se-á qualquer coisa que no próximo século se irá emendando e completando. Não temamos falar do próximo século, é o mesmo que dizer daqui a três anos, que ele não espera mais; e há tal sociedade de dança que não conta viver menos. Não é vaidade da Academia Brasileira de Letras lançar os olhos tão longe. A Academia, trabalhando pelo conhecimento desses fenômenos, buscará ser, com o tempo, a guarda da nossa língua. Caber-lhe-á então defendê-la daquilo que não venha das fontes legítimas, – o povo e os escritores, – não confundindo a moda, que perece, com o moderno, que vivifica. Guardar não é impor; nenhum de vós tem para si que a Academia decrete fórmulas.  (Machado de Assis)
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O que é gramática normativa?
Ao contrário do que muitos acreditam, existem tipos diferentes de gramáticas. A gramática normativa é apenas um deles. Se você procurar pelo Google, ele irá te dizer que esse tipo de gramática é a que impõe regras e uma norma para os falantes de uma mesma língua. Mas, de verdade, não é bem assim.
A palavra “normativa” não significa uma norma a ser seguida, mas uma normalidade — e suas regras não são imposições, são as regularidades. Isso significa que a gramática normativa é um registro da maneira como os falantes de uma língua falam.
Ela só está juntando as maneiras como as pessoas falam e escrevem o português brasileiro e botando num manual, basicamente. Um manual não é uma regra de como a gente deve montar o aparelho; é uma instrução. Nós não somos obrigados a montar ele daquela forma; às vezes montamos com menos parafusos e dá certo! Às vezes colocamos as coisas nos lugares contrários e até dá certo… mas algumas coisas não funcionam. Outras nada funciona! A língua é assim também. Uma língua só estará errada se ninguém conseguir entender o que você está falando. Se você só cometeu um desvio ortográfico ou gramatical (são duas coisas diferentes, hein!) mas ainda é possível compreender o significado ou, ainda, se você disse algo, mas ainda dá para entender o significado mesmo que algumas palavras soem diferente ou há adições de outras não está errado.
Se é assim, por que aquelas frases que uso diariamente estão erradas?
Então, parceire. O problema da gramática normativa do português brasileiro é que ela não registra o modo como os brasileiros falam. As regras que mostrei são apenas algumas das que não encaixam com o modo como a gente usa o português. Por isso, se você começar a tentar montar sentenças e falar usando a risca a gramática normativa, nenhum brasileiro vai enteder o que você está falando. Irônico, não é?
Isso significa que todo mundo fala errado? Não. A nossa gramática sempre esteve errada porque o objetivo dela nunca foi refletir o brasileiro — a nossa gramática, desde seu surgimento, foi feita pensando em como um grupo seleto (a elite) falava e escrevia. O Brasil tem um caso seríssimo de preconceito linguístico sistematizado.
O que é preconceito linguístico?
É quando associamos características linguísticas de alguém a um esteriótipo e, consequentemente, a discriminamos. São os famosos: “respeito você, mas você escreve errado”, “quem fala mano só pode ser x”, “acho tão feio o sotaque y”, “não gosto de quem fala errado”, etc. Poucos sabem, mas, também, é um crime perante a lei brasileira.
Como você pode ver, todos nós falamos “errado”. Todos cometemos desvios do português e possuímos dialetos, sotaques. Mas nós sempre queremos apontar um tipo específico de fala ou escrita como errado. Pensem em como, na gramática normativa, o “certo” é usar “num” — mas quando queremos escrever “bonito e certo”, trocamos para “em um”. Por que fazemos isso? Porque soa bonito! Nós confundimos o conceito de gramaticalmente aceito com gramática normativa. E, por sua vez, confundimos gramática normativa com normas, imposição.
O que é gramatical aceito? É a estrutura da língua que os falantes aceitam como correta. É usar os pronomes oblíquos pessoais no começo das frases, "em" no lugar de 'a" após o chegar, falar "vou andar" em vez de "andarei", etc. É por isso, por exemplo, que o seu corretor do Word não irá corrigir se você usar “Cheguei em casa”: ele está programado (com a ajuda de linguistas!) para reconhecer o gramaticalmente aceito como válido. Ou porque você também não perderia pontos num ENEM por escrever assim!
Preciso jogar meus livros de gramática no lixo, então?
Não! É importante aprendermos a gramática ensinada nas escolas. A gramática normativa, em sua essência, não é ruim: ela é um objeto importantíssimo para padronizar uma língua e assegurar que todos os seus falantes possam se entender sem abandonar seus dialetos e outras características regionais, culturais, sociais, etc. Um país grande como o Brasil está fadado a ter inúmeras variações do português devido à várias razões diferentes: pense em  como é difícil de entender alguém de outro estado quando a pessoa está falando cem por cento em seu dialeto. Ainda que nós, aqui no Brasil, não mudamos tanto — porém, pense na China! Com mais de um bilhão de habitantes, existem zilhões de variações do mandarim! É por isso que existe o mandarim padrão (também conhecido como putonghua) para que ninguém precise abandonar suas características dialetológicas para se entender.  
E dialetos (ou sotaques) não são apenas diferenças entre estados, sabia? Dialetos podem existir por razões sociais, regionais, culturais etc. O uso de gírios é um dialeto!
Qual o ponto disso, então?
O ponto é que precisamos reconhecer que essa história de gramática normativa (ou culta) é um mito: ninguém, verdadeiramente, a usa em sua integridade. Existem regras lá que nos usamos? Existem. Mas a maioria possui exceções, por exemplo, porque não funcionam daquele jeito: não só porque, como eu disse, nossa gramática já começou no pé esquerdo… mas porque a língua está fadada a mudanças! Pensem no “vosmecê” que virou “você”, no “para” que virou “pra”, nos termos “zap”, “feicei” e outros estrangeirismos ou termos (rede social, por exemplo) que não existiam alguns anos atrás, mas agora fazem parte da nossa tão amada língua.   
Se quiser se aprofundar mais, posso recomendar artigos e vídeos sobre o assunto! Mas, por hoje, é só. Minhas últimas palavras serão essas: no cotidiano, fale e escreva como você se sentir confortável. Todos nós temos a capacidade de distinguir quando falar de maneira formal ou casual, quando usar certos termos ou nãos — e acho que todos concordamos que o Tumblr é um local casual. Então, antes de corrigir alguém, seja aqui ou na vida real, se pergunte o porquê de você estar fazendo isso. 
“É pra não ser humilhado por falar erado, Hwa” Justo! Então pergunte se a pessoa pediu, se será educado de sua parte; se, às vezes, você não está fazendo isso meramente porque você, assim como o resto da população (e me incluo nisso!) temos preconceitos internalizados relacionados com a língua. Você pode se surpreender com a reposta — ou a falta dela! Pois como diriam os analistas do discurso, o silêncio também é uma resposta.
Sem mais delongas,
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hwares · 2 years ago
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#001 | O Mais no Menos: um guia para turnos pequenos!
Hala, forasteiros! Vocês sabem qual a diferença entre turnos pequenos e turnos grandes? Pois eu irei te contar… nenhuma! Ou melhor, só uma: preferência.
Um turno nunca deve ser adjetivado em bom ou ruim baseado em seu tamanho. Sinceramente, escrita nenhuma deve ser considerada boa ou ruim baseada na quantidade de caracteres que possui. Como escritores e players, é importante sabermos disso: tamanho é somente questão de estilo. Alguns precisam de mais caracteres para se expressar, outros menos. Contudo, os clichês estavam certos, tamanho não importa!
Há outros detalhes que devemos prestar atenção quando estamos escrevendo. E é isto que iremos explorar hoje: como fazer mais em menos.
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Prefaciarei este guia — ou extenso palpite, como preferir — com a seguinte mensagem: não estou tentando ditar regras sobre como jogar roleplay. Tampouco tentando me colocar como autoridade ou expert no assunto. Estas são apenas minhas opiniões e inferências sobre o assunto. Todos são mais que bem vindes para colaborar ou discordar por replies, reblogs e asks (com educação)!  Minha única intenção com este guia é oferecer algumas dicas e mostrar que você pode escrever pouco se quiser: não precisa se descabelar ou pensar que seu turno é ruim só porque o fantasma de Victor Hugo não o agraciou numa madrugada de natal. Da mesma forma, não precisa pensar que seu turno é ruim só porque você escreveu Os Miseráveis versão de colecionador. Toda escrita é válida.
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INTRODUÇÃO
Às vezes nos remoemos pensando que nossos turnos estão ruins ou “pouco elaborados” porque não atingimos aquela lauda de 1200 caracteres. Mas vou contar uma verdade: algumas de minhas interações favoritas aconteceram com turnos pequenos! Uma delas, inclusive, é uma thread com turnos de menos de 600 caracteres! Não há vergonha nenhuma ou menos mérito em um turno pequeno. 
Honestamente, sou daqueles que não consegue calar a boca quando começa a escrever. Meus turnos costumam se estender por parágrafos e parágrafos; entretanto, há vezes em que escrever muito não é palatável. Seja porque a proposta da interação não abre espaço para discorrer ou porque não estou a fim — saber escrever muito em pouco é uma habilidade que todos deveríamos ter. 
Mas como fazemos isso? Primeiro, vamos começar definindo o que são threads. 
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AS DEFINIÇÕES
Acho que todos podemos concordar que threads seguem uma estrutura que pode ser resumida em ação e reação. O primeiro turno de uma thread sempre conterá a ação principal — o acontecimento que irá engatilhar a interação —, enquanto as repostas conterão as reações: as consequências daquela primeira ação e suas ramificações. 
Seguindo esse raciocínio, e emprestando (e brincando com) termos técnicos, podemos pensar em threads como cenas e turnos como beats. Simplificando, beat é uma unidade usada em roteiros para marcar pedaços onde há progresso numa cena — turnos possuem a mesma função. Todo turno que escrevemos movem a cena (ou a thread) de, pouquinho em pouquinho, em direção a um objetivo. Vamos chamar esse progresso de desenvolvimento. E, por sua vez, definiremos um turno bom como aquele que nos rende desenvolvimento. Ou seja, o bom turno é aquele onde conseguimos mover a cena para frente. 
E como fazemos isso? É importante lembrarmos que roleplay não se joga sozinho. Logo, “render desenvolvimento” significa que nossos turnos conseguem explorar nossas muses, dão margem para que nossos partners desenvolvam as deles e, também, desenvolvem a dinâmica e relacionamento entre as muses. 
São muitas definições, mas pensar dessa maneira nos ajudará a estabelecer uma base para dissecarmos os turnos e observar os elementos que os formam e, como consequência, compreender como podemos nos certificar que nossos turnos pequenos (e até os grandes!) são bons. 
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OS ELEMENTOS
Há três elementos essenciais em um turno e dois opcionais. Vamos começar pelos essenciais:
(01) AÇÃO
Como mencionado, threads são estruturas de ação e reação; logo, não há como ter turnos sem ações. Isso é óbvio, eu sei. Mas, precisamos pensar em quais ações são indispensáveis para turnos. Posso escrever que minha muse comprou um pão, mas será que isso atribuirá em alguma coisa?  Sempre iremos precisar de dois tipos de ação em nossos turnos: as que instigam reações (reativas) e as que movem a cena (funcionais). Elas podem se interligar, mas são diferentes.  Ações reativas são aquelas que servem para interagir, diretamente, com as muses de nossos partners. São movimentos que envolvem a outra muse, que pedem por sua reação. É um olhar na direção da muse, pegar em sua mão, oferecer um objeto, etc.  Ações funcionais irão movimentar a cena. Mas o que isso significa? Significa que são as ações que nossas muses tem com o ambiente onde estão inseridas, ações que demonstram suas caracterizações. Pense que (para não dizer nunca), raramente, estamos parados apenas ouvindo outra pessoa falar, por exemplo — estamos mexendo na barra da camisa, observando o chão, sentindo o cheiro de um pãozinho. Você pode não perceber, mas esses movimentos além das interações com a outra muse ajudam a fluir o turno.  Nossos partners podem, também, reagir às ações funcionais. Eles podem notar movimentos que nossas muses fazem e, eventualmente, as ações funcionais irão ocasionar ações reativas. 
(02) NARRAÇÃO 
Lembra o cheiro do pãozinho que nossa muse sentiu? É na narração que iremos dizer que aquilo resultou em um estômago roncando, ou que nossa muse, na verdade, odeia pão. São os sentimentos, detalhes e, mais importante, são as reações. É na narração que lidaremos com as ações reativas que nossos partners escreveram! Sim, os elementos se misturam e se interligam: você pode (e terá!) ações dentro da narração e do diálogo, assim como diálogo dentro da narração e vice-versa. É muito importante lembrar disto. 
(03) DIÁLOGO
Por fim, temos os diálogos! Os diálogos são a junção de ambos os elementos acima: eles servem para estabelecer e desenvolver relações. É muito importante mantermos em mente que diálogos são uma espécie de ações reativas — precisamos projetar em nossas mentes, até um certo ponto, como as muses irão responder a eles quando os escrevemos. Posso escrever um diálogo onde minha muse diz “Meu pai morreu” em resposta a um “Tudo bem?”, entretanto, se o meu muse e o de meu partner não possuírem nenhuma conexão… como a muse dele poderá responder? Entende?  Quando escrevemos pedaços de diálogos em nossos turnos, é necessário que consideremos as conexões estabelecidas, o fluxo da interação, onde a cena está localizada e para onde ela está indo.
Os elementos opcionais, por outro lado, são:
(04) DESCRIÇÃO
São aquelas partes que dedicamos a descrever os ambientes, as aparências de nossas muses, etc.
(05) EXPOSIÇÃO
Lembra que nossa muse odeia pão? Então, é na exposição que contaremos o porquê (ela teve intoxicação alimentar aos doze anos por causa de um peito de peru fora da validade). São os detalhes que adicionamos para oferecer maior caracterização ou desenvolver os pensamentos de nossas muses, justificar suas ações, discorrer sobre características… enfim. Serve de muitos propósitos, mas não são essenciais em todo turno — ou são, se esse for seu estilo! E não há problema nenhum.
Agora que pensamos nos elementos que compõem um turno, vamos observar alguns detalhes para entendê-los melhor e conversar, propriamente, sobre como podemos utilizá-los de maneira a definir um turno como bom.
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OS EXEMPLOS E AS DICAS
(*) Esses exemplos foram todos escritos por mim para este guia. Assim perdão se estiverem meio… sabe. lmao.
Para referência: Ação / Narração / Diálogo / Descrição / Exposição.
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Escondido nas sombras do beco, Mangi aguardou os homens com distintivos sumirem na esquina antes de caminhar para a rua principal. Canalhas persistentes. Cuspiu no chão, expelindo o azedume que a presença deles causavam em seu ser. Olhou ao redor, flexionando os ombros quando retornou a andar. Suas juntas ainda doíam devido à sua fuga daquela manhã; Hoyun o pagaria por escondê-lo entre porcos imundos. Mangi empurrou as portas do boteco, entrando de queixo erguido. Sua presença cessou a conversa e, conforme caminhava até o balcão, pescoços viraram para o lado contrário. Sorriu de escanteio, abaixando o chapéu ao se aproximar do bar — seu pôster estava pendurado próximo ao rádio empoeirado, a palavra procurado escrita em maiúsculas. Pediu pelo álcool mais barato que podiam oferecer e manteve sua cabeça baixa ao bebericá-lo, ignorando a iniciativa de conversa da bartender.
Como podemos ver, os elementos se interligaram bastante: temos ações dentro da narração no princípio, então narração dentro das ações ao meio. Este é o turno inicial. Perceba que, mesmo diálogo sendo um elemento essencial, ele não apareceu — algumas vezes eles podem ser substituídos por ações reativas! Mas são em casos bem específicos. Por esse ser o primeiro turno da thread, em vez de iniciar a interação com um diálogo, optei por iniciar usando reação reativa e narração. Como? Vamos analisar por partes.
[Olhou ao redor, flexionando os ombros quando retornou a andar], [Mangi empurrou as portas do boteco, entrando de queixo erguido. Sua presença cessou a conversa e, conforme caminhava até o balcão, pescoços viraram para o lado contrário.] Essas são ações funcionais. Como pode ver, elas estão movimentando a cena, assim como agregando à ambientação onde a interação irá ocorrer. Essa segunda também poderia servir como uma ação reativa caso a muse de meu partner (que não existe) estiveses sentada dentro do bar (mas veremos que não está…).
[Suas juntas ainda doíam devido à sua fuga daquela manhã; Hoyun o pagaria por escondê-lo entre porcos imundos.] A exposição nos dá uma informação que não é necessária para a cena em questão, mas justifica e incrementa a ação anterior.
[Sorriu de escanteio, abaixando o chapéu ao se aproximar do bar — seu pôster estava pendurado próximo ao rádio empoeirado, a palavra procurado escrita em maiúsculas. ] Aqui a narração serviu para incluir um detalhe importante sobre o personagem: é um procurado.
[Pediu pelo álcool mais barato que podiam oferecer e manteve sua cabeça baixa ao bebericá-lo, ignorando a iniciativa de conversa da bartender.] Esta é uma ação reativa que serve para engatilhar a interação. Coloquei o personagem num ponto fixo, o dei um movimento que pode ser interceptado ou reparado.
Vamos ver uma resposta para esse turno.
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Sentado sobre os caixotes nos fundos do bar, Joong ouviu o momento em que o som de gargalhadas entre shots de tequila e ofensas após perdas no truco deixaram de ecoar para fora do estabelecimento. Intrigado, pegou seu copo e caminhou para dentro do estabelecimento novamente, abandonando a fotografia parcialmente queimada na poça que escorria para o esgoto. Naquele horário, haviam restado somente os regulares sentados às mesas. Joong apoiou os cotovelos no balcão, observando o bar ao seu redor. Bebiam em silêncio, com mãos curvadas nas bordas das mesas, prontas para alcançar as armas em suas cinturas. Joong pendeu a cabeça para o lado, seus olhos recaindo sobre a figura enchapelada na outra extremidade: um desconhecido. Continuou a encará-lo descaradamente, esperando que tivesse seu olhar retribuído. Quando não aconteceu, bufou em escárnio. Ou era atrevido ou estúpido — embora não houvesse muita diferença naquelas bandas. “Hora, não é sempre que temos forasteiros.”Disse, virando seu corpo em direção ao outro e levantando seu copo para a bartender. “Me diga, estranho, qual o seu nome?”
[Sentado sobre os caixotes nos fundos do bar, Joong ouviu o momento em que o som de gargalhadas entre shots de tequila e ofensas após perdas no truco deixaram de ecoar para fora do estabelecimento. ] Como podemos ver, esta narração está reagindo à ação reativa do primeiro turno! Joong está ouvindo o momento em que Mangi entra no bar, embora não saiba disso.
[Intrigado, pegou seu copo e caminhou para dentro do estabelecimento novamente], [Joong apoiou os cotovelos no balcão, observando o bar ao seu redor. ]. Ações funcionais, aproximam e o inserem na cena.
[abandonando a fotografia parcialmente queimada na poça que escorria para o esgoto.] Viu como é um elemento não necessária mas adiciona uma informação interessante? Nos faz pensar o que era aquela fotografia, porque ele a deixou ali, porque estava queimada… esse fato pode ser retomado mais tarde, ou pode ser mais elaborado! E é este ponto que quero reforçar: a exposição é a parte que desenvolvemos mais quando queremos "elaborar mais" nossos turnos. Mas, obviamente, é uma coisa relativa: se aumentamos a quantidade de exposição, também aumentamos as ações reativas. Vamos explorar isso mais ao fim do guia.
[Joong pendeu a cabeça para o lado, seus olhos recaindo sobre a figura enchapelada na outra extremidade: um desconhecido. Continuou a encará-lo descaradamente, esperando que tivesse seu olhar retribuído. Quando não aconteceu, bufou em escárnio. ] Ação reativa. Joong está reagindo a presença de Mangi (e perdoem o god-modding mas eu precisava de um exemplo, haha).
[“Hora, não é sempre que temos forasteiros.” Disse, virando seu corpo em direção ao outro e levantando seu copo para a bartender. “Me diga, estranho, qual o seu nome?”] Por fim, vemos o diálogo! É uma pergunta simples e conta com uma ação funcional.
Agora, vamos observar outras duas respostas. Mas, dessa vez, tente você reconhecer os elementos!
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Mangi conseguia vê-lo o encarando pelo canto de seus olhos, mas não se importou em retornar a atenção. “Tudo o que você precisa saber é que não estou procurando problemas.” Virou sua bebida em um gole, terminando-a. Era verdade. Já se deparara com mais problemas que desejara naquele dia; não precisava de mais. Balançou o copo para a bartender, pedindo por mais. “Estou esperando um amigo.” Disse, ainda não o olhando.
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“Infelizmente para você, sou eu quem decido isso.” Joong sorriu de escanteio, apoiando a cintura contra o balcão. “E, nesse momento, você me parece com alguém que procura problemas.” Similarmente ao outro, virou sua bebida em um único gole. Então, colocou o copo sobre o balcão e gesticulou para que a bartender fosse para os fundos, ignorando o estranho. “Não vou repetir minha pergunta.” Disse, a mão deslizando para a arma em seu quadril.
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Se você analisou como acima, percebeu que somente há narração, ação e diálogo nessas respostas. Veja, mesmo sendo mais curtas, elas continuam a manter o dinamismo e desenvolvimento da cena.
E, graças aos elementos adicionados anteriormente, possuímos um ambiente inteiro para explorar! Por exemplo, algumas opções de desenvolvimento que poderia ocorrer em seguida são:
Mangi colocar seu copo sobre o balcão com um suspiro derrotado por perceber que não conseguirá ficar em paz ali e, por fim, responder a pergunta.
Mangi reagir alcançando a própria arma e, Joong, por sua vez, retomar em sua resposta os outros regulares do bar se levantando ou sacando as próprias armas em sua defesa.
Mangi acabar por encarar Joong e esse perceber que é o foragido que está no pôster!
O mais legal? Todas essas três opções podem ser exploradas unicamente através de narração, ação e diálogo. No fim, o importante não é o tamanho, é a presença desses elementos que vão determinar se uma cena irá fluir e se desenvolver. Percebem que possuir apenas três elementos e pouquíssimos caracteres não tirou o mérito da interação? Ela ainda está servindo para o desenvolvimento das muses!
Mas vamos supor que você realmente quer dar aquela incrementada no seu turno, adicionar umas coisinhas… como faria isso? A maneira mais fácil de fazer isso seria adicionando mais exposição; a mais elaborada adicionando ambas exposição e descrição. Mas, como dito anteriormente, você não pode fazer isso sem aumentar a quantidade de ações: tanto as reativas quanto as funcionais. Assim como a narração e o diálogo! Lembre-se, esses três elementos são essenciais! Vamos modificar um dos exemplo. Novamente, quero que você mesmo marque os elementos.
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Mangi conseguia vê-lo o encarando pelo canto de seus olhos, mas não se importou em retornar a atenção. Continuou a fitar o balcão, reparando na poeira e nódoas em diferentes colorações que acumulavam nas rachaduras da madeira refletindo a idade e higiene do local. Torceu o nariz, retornando sua atenção ao seu copo. “Tudo o que você precisa saber é que não estou procurando problemas.” Respondeu com amenidade. Virou o álcool em seu copo num único gole, não se dando tempo para pensar demais nas marcas no fundo do vidro. Era verdade. Já se deparara com mais problemas que desejara naquele dia. Hoyun aparecera no momento certo naquela manhã para salvar sua bunda de ser apreendida. Não sabia como os policiais haviam descoberto que estava se abrigando na estalagem, embora imaginasse que Young pudesse ter algo a ver com isso — nunca devia ter penhorado o relógio que roubara de Hojong com ele. O homem possuía uma boca tão grande quanto a lista de crimes de Mangi. Com um suspiro, balançou o copo para a bartender, pedindo por mais. “Estou esperando um amigo.” Disse, recusando a encará-lo. A figura do outro estava borrada em sua visão periférica, mas conseguia notar o suficiente para decifrar que era o big boss do pedaço. Conseguia ver as expressões ansiosas dos outros regulares sentados próximos do bar, a maneira como encaravam o outro com expectativa. Aguardavam uma ordem, um julgamento. Deixou um suspiro exasperado escapar seus lábios. Esperava que Hoyun não demorasse muito. “Pode me chamar de Hojong.”
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Conseguiu percebê-los? Ainda está pequeno, entretanto, vê como adicionar mais exposição ajuda a expandir a dimensão do turno? Entretanto, se adicionarmos exposição demais podemos acabar por esquecer de oferecer margem e gatilhos para nossos partners explorarem também — assim, tome cuidado!
Se quiser, como exercício, você pode tentar expandir a segunda resposta do Joong! Eu adoraria ver!
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E assim, concluo este tutorial de turnos pequenos que ficou… grande. Como disse uma querida amiga "ironia do destino"! Espero que tenha ajudado ou contribuído de alguma forma em sua jornada rpgística!
Sem mais delongas,
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hwares · 2 years ago
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Hala, forasteiros! Hoje vou ensinar vocês a como fazer uma THREAD TRACKER no Notion! Como não há integrações fáceis e grátis para conectar o Notion ao Discord ou Tumblr, esta será uma thread tracker simples e manual — sendo assim, não é tão prático como gostamos… mesmo assim, pode ser útil para a organização!
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Este tutorial é recomendado para pessoas que já possuem familiaridade com as funções do Notion! Caso queira aprender o básico, recomendo meu primeiro tutorial.
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(1) Vamos começar digitando /database e escolhendo a opção VISUALIZAÇÃO EM TABELA / TABLE VIEW.
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Após o Notion criar a visualização em tabela, clique em DEFINIR FONTE DE DADOS/SELECT A DATA SOURCE. Aparecerá um menu na lateral direita onde você poderá digitar o nome da base de dados. No meu caso, nomearei de Thread Tracker para facilitar. Então, é só clicar em + NOVA BASE DE DADOS "[NOME QUE VOCÊ ESCOLHEU]" / + NEW DATABASE "[NOME QUE VOCÊ ESCOLHEU].
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(2) Agora, clicaremos nas opções de configurações da tabela (o símbolo dos três pontinhos!).
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Em LAYOUT, iremos DESLIGAR a opção MOSTRAR TÍTULO DA BASE DE DADOS / SHOW DATABASE TITLE. É uma escolha estética — se preferir, obviamente, pode deixar o título aparecendo!
(3) Voltando à tabela, clicaremos na propriedade NAME / NOME. Aparecerá um menu onde vamos apagar o nome da propriedade, trocar o símbolo e diminuí-la (é só passar o mouse sobre a linha que separa as propriedades e puxar para o lado).
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Sinta-se à vontade para escolher qual símbolo preferir, mas é importante deixar essa propriedade sem nome! Em fato, deixaremos essa coluna inteira vazia.
Por que, Hwa? Porque tudo o que colocarmos nessa primeira coluna se transformará numa subpágina e não é isso que queremos! Assim, nossa thread tracker começará da segunda coluna.
Após essas alterações, a minha ficou assim:
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(4) Em seguida, editaremos a propriedade TAGS. Novamente, clique sobre a propriedade e troque ambos nome e símbolo — essa coluna será para colocar o nome de nossas muses!
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Antes de prosseguir para a próxima coluna, vamos preencher uma das linhas com o nome de uma muse. Como esta coluna está configurada com uma propriedade de SELEÇÃO MÚLTIPLA / MULTI-SELECT, tudo o que escrever nela se tornará uma tag — isto será muito prático caso possuamos múltiplas threads numa mesma muse.
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Uma vez criada a tag, você verá que ela aparecerá no menu. Se você passar o mouse sobre ela, aparecerão três pontinhos: clique neles e aparecerá opções para mudar a cor de fundo! Vou deixar a minha em roxo para manter a temática.
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(5) Agora, nós iremos criar outra coluna e, por sua vez, outra propriedade. Para isso, basta clicar no símbolo de + logo ao lado da coluna que acabamos de editar.
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Aparecerá esse menu lateral. Primeiro, na barra, vamos escrever o nome da propriedade. Essa será a aba onde colocaremos o nome de nossos parceires, então chamarei de opposite.
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Em seguida, vamos mudar o tipo da propriedade: clique onde está escrito TIPO / TYPE e escolha SELEÇÃO MÚLTIPLA / MULTI-SELECT.
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Agora, vamos preencher com o nome de algum opposite nosso! Como não possuo nenhum, irei inventar! Ficou assim:
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Vamos repetir esse processo até termos todas as colunas que queremos. Recomendo adicionar as colunas de partner, plataforma e progresso. Troquei alguns ícones que havia colocado, e ficou assim:
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Bom, está pronta a sua thread tracker! Como eu disse, é bem simples. Entretanto, serve para manter a organização! Eu acho… de qualquer maneira! Você pode inventar e mexer para adaptar e personalizar de acordo com suas necessidades e gostos.
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hwares · 2 years ago
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Hi! Faz um tempinho que passei a usar o Notion para organizar meus muses e outros aspectos da minha vida rpgística — e da mesma maneira, faz um tempinho que uns amigues me pedem ajuda para usá-lo. Entretanto, percebi que muitas pessoas não estão familiarizadas com o Notion e suas possibilidades. O Notion é um aplicativo grátis e prático. Não é tão personalizável quanto o Tumblr e possui algumas limitações quando comparado ao Google Docs; entretanto, ainda é uma opção muito boa para aqueles que querem um espaço prático e facilmente personalizável, mas acham outras plataformas muito inconvenientes. O Notion não é complicado, mas pode ser intimidador no princípio! Por isso decidi fazer um tutorial!
⭒ Neste tutorial, irei ensinar a montar uma MUSE PAGE com personalização avançada! ⭒
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Na verdade, esta é a TERCEIRA PARTE do meu tutorial. A primeira e a segunda podem ser encontradas no google docs — as primeiras partes são focadas em explicar detalhadamente a Interface, Páginas e Elementos do Notion. Como algumas pessoas podem não estar interessadas e, como ficou muito longo, me pareceu melhor deixar no google docs. Se estiver interessade em aprender desde o princípio a como utilizar o Notion, recomendo checar o google docs!
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(1) Vamos criar uma página e escolher a opção PÁGINA VAZIA / EMPTY PAGE. Depois, vamos para as configurações de página e escolher a opção TEXTO PEQUENO / SMALL TEXT e LARGURA COMPLETA / FULL WIDTH. Dessa maneira teremos um espaço maior para trabalhar.
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(2) Sinta-se à vontade para colocar um título! Para o tutorial, em vez de escrever um, colocarei um espaço no bloco de título para ficar em branco — minha intenção é utilizar uma imagem para usar como título. Para o banner e ícones da página colocarei uma coisinha simples. Por enquanto, minha página está assim:
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(3) Agora, adicionarei uma imagem para título. Vou ensinar o primeiro "truque": como quero deixar a imagem centralizada na página, eu vou clicar no primeiro bloco de texto da página, onde está escrito CLIQUE NA BARRA DE ESPAÇO PARA A IA, OU "/" PARA COMANDOS… / PRESS 'SPACE FOR AI, '/' FOR COMMANDS. Vamos digitar / para aparecer a lista de opções de comandos; então, digitar columns e escolher a opção de 3 COLUNAS / 3 COLUMNS.
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É autoexplicativo, mas essa opção fará a página ser dividida em TRÊS COLUNAS. Nós iremos clicar na coluna do meio e digitar /image. Depois que escolher uma imagem para o título, ela ficará centralizada. Assim:
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Se você passar o mouse sobre a imagem e/ou sobre as colunas, verá que aparecerá uma opção para ajustar o tamanho delas. Eu ajustei um pouco para ficar maior!
(4) Agora, vamos clicar num bloco que esteja fora das colunas, para que a nossa database fique com o tamanho inteiro. Isso mesmo, nossas muses vão ficar numa database — dessa vez, vamos escrever /database e escolher a opção VISUALIZAÇÃO EM GALERIA / GALLERY VIEW.
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O Notion irá criar uma visualização em galeria, mas você precisa criar a database. É simples:
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Se o menu na lateral direita não aparecer automaticamente, basta clicar onde está escrito em DEFINIR FONTE DE DADOS/SELECT A DATA SOURCE. Então, você vai clicar no campo onde permite escrever (na imagem, ali onde está selecionado escrito Muses!) e escrever… Muses. Você pode, em fato, dar o nome que preferir! Em seguida, é só criar em + NOVA BASE DE DADOS "[NOME QUE VOCÊ ESCOLHEU]" / + NEW DATABASE "[NOME QUE VOCÊ ESCOLHEU]. Ele irá aparecer assim:
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(5) Por questões de organização, vamos faxinar essa galeria. Primeiro vamos excluir a Página / Page 2 e 3 — basta clicar sobre elas com o lado direito do mouse e escolher a opção excluir / delete. Depois, vamos clicar nos três pontinhos e abrir o menu de opções de personalização da galeria.
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Em Layout, iremos DESLIGAR a opção MOSTRAR TÍTULO DA BASE DE DADOS / SHOW DATABASE TITLE; em VISUALIZAÇÃO DO CARTÃO/CARD PREVIEW, a opção CONTEÚDO/PAGE CONTENT; em TAMANHO DO CARD/CARD SIZE, a opção MÉDIO/MEDIUM; ABRIR PÁGINAS EM/OPEN PAGES IN, a opção MODO LADO A LADO/SIDE PEEK.
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(6) Agora, vamos para a subpágina na galeria (página/page 1). Nós vamos clicar nela e excluir tudo o que está nela, deixar ela sem nada.
Essa é a hora que eu ensino o truque mais poderoso do Notion — você deve ter percebido que ele possui uma opção de inserir equações: graças a essa opção podemos usar o KaTeX para expandir as opções de formatação do Notion. Como vamos fazer isso? É muito fácil. Você irá clicar no bloco do TÍTULO e escrever: \large{Nome\;do\;Personagem}
\large é a propriedade para mudar o tamanho da fonte. Há 10 opções disponíveis: \Huge, \huge, \LARGE, \Large, \large, \normalsize, \small, \footnotesize, \scriptsize, \tiny.
{} todo texto que não for um "código", por assim dizer, irá entre {}.
\; é o "código" que indica que deve ter um espaçamento ali.
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Você pode acessar o site do KaTeX para olhar outras opções de formatação!
Agora, selecione tudo e aperte (no seu teclado) CTRL + SHIFT + E.
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CLIQUE EM DONE PARA CONFIRMAR, e pronto! Por enquanto, não vamos colocar o nome do personagem, okay? Nós iremos usar essa primeira subpágina que estamos montando como MODELO / TEMPLATE. Por isso deixaremos as informações em branco.
Okay, agora podemos colocar o ícone e a capa da subpágina. A minha está assim:
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(7) O próximo passo é adicionar as propriedades / properties que iremos dar para os nossos personagens para organizá-los. Você vai ver que há uma pré-criada chamada Tags. No campo da frente estará escrito VAZIO / EMPTY — clique nele! Agora, só precisa escrever as tags. Sinta-se livre para ir criando quantas quiser! Por enquanto, eu somente farei duas: OPEN, CLOSED. Para criar, é só escrever a tag e, em seguida, clicar nela no campo que aparecer abaixo na frente de CRIAR / CREATE.
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Agora, clicaremos em + ADICIONAR PROPRIEDADE / + NEW PROPERTY. e criar uma propriedade chamada PARTNER. Depois, uma propriedade chamada OPPOSITE. É a mesma lógica de antes: escreva no campo, e para criar clique na opção que irá aparecer.
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Por enquanto, elas ficarão vazias! Ou, se preferir, pode deixar um modelinho para ser preenchido depois. Por exemplo:
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(8) Com o "cabeçalho" pronto, vamos passar para o conteúdo da subpágina. Lembra que em VISUALIZAÇÃO DO CARTÃO/CARD PREVIEW, escolhemos a opção CONTEÚDO/PAGE CONTENT? Então! Isso significa que a "imagem" que ficará aparecendo na galeria, serão os primeiros elementos da subpágina. Por isso, para ficar bonitinho, vamos adicionar uma imagem!
Vamos escrever no bloco /image e selecionar a opção que aparecerá. Então, adicionaremos uma imagem. A minha ficou assim:
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Viu ali na galeria? Ficou a imagem que colocamos!
(9) Por fim, vamos colocar as informações de nossa muse. Mas vamos deixar bonitinho, né?
Para isso, de novo, usaremos as equações! Dessa vez vamos digitar: \color{#ffffff}\colorbox{#7471a2}{Nome do personagem}
\color{#ffffff} é o código que mudará a cor da fonte! Sinta-se à vontade para mudar o #ffffff por outra cor!
\colorbox{#7471a2} é o código que irá mudar a cor do fundo! Sinta-se à vontade para mudar o #7471a2 por outra cor!
Dessa vez não é necessário utilizar os \; para marcar espaço.
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Novamente, selecione tudo e aperte (no seu teclado) CTRL + SHIFT + E. Não se esqueça de CONFIRMAR clicando em concluído / done. Vai ficar assim:
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Para colocar o nome do personagem, iremos clicar para fora da equação e escrever. Assim:
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Bom, agora nós iremos duplicar esse bloco, mas mudando para outras informações! Para duplicar, basta clicar no bloco e apertar CTRL + D no seu teclado. O meu ficou assim:
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Você pode ir adicionando quantas outras informações quiser / precisar! Eu quis, depois, colocar uma imagem de divisória e adicionar uma parte para headcanons!
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Depois que adicionar todas as informações que você deseja, você pode fechar a subpágina — clicando naquele ícone lá das setinhas!
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(10) Para o toque final, iremos voltar para o menu de opções da database e clicar em PROPRIEDADES / PROPERTIES. Você verá que, ao lado das propriedades que criamos, há um ícone de OLHO. Você vai clicar neles para habilitar que essas propriedades fiquem à mostra na galeria.
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Você verá que a galeria, agora, irá mostrar essas propriedades assim:
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(11) Lembra que eu disse que essa subpágina seria usada como MODELO / TEMPLATE? O que quis dizer com isso é que, para facilitar, sempre que você for criar uma muse nova, você pode duplicar essa página "sem informações" e depois só substituir! Assim você não precisa criar tudo desde o princípio de novo…
Para isso, basta clicar com o lado direito do mouse sobre o "card" na galeria e escolher a opção duplicar! Fácil, não? Depois é só ir modificando o quê precisar.
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(*) Eu sei que o Notion oferece uma ferramenta para criar templates dentro da plataforma, porém, acho muito mais complicado do quê fazer assim!
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Prontinho! Está pronta a sua página de muses no notion! Mais do que fazer uma página super elaborada, meu propósito com esse tutorial era apresentar / ensinar funções que irão ajudar vocês a começar. Com o tempo, pretendo disponibilizar alguns templates mais estéticos! Assim como fazer outros tutoriais sobre a plataforma!
Caso possua dúvidas, não hesite em me mandar uma mensagem e tentarei ajudar!
Sem mais delongas, espero ter ajudado de alguma forma!
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hwares · 2 years ago
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Este é um SIDEBLOG voltado para compartilhar recursos de escrita e roleplay em português ocasionalmente! Tenho bons anos de experiência com escrita e atualmente também a estudo e uso profissionalmente; assim, gostaria de tentar ajudar um pouquinho. Isso não me fez uma autoridade, obviamente! Só alguém que possui muitas coisas guardadas e adoraria compartilhar! Se beneficiar uma pessoa, já vou ficar contente!
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