Tumgik
micro-macro · 3 years
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Descompassado
Vi suas fotos hoje.
No seu olhar eu me imaginei nadando num rio a noite, livre e sorridente. Iluminado somente pela lua e despido de tristezas conseguia flutuar, mais leve que a água, mais leve que o peso da dúvida.
A primeira invade minhas pupilas com a certeza de que atingiria meu coração. Foi certeira. A segunda, com um leve sorriso me desestabilizaria por inteiro. Saí do eixo como se fosse Pisa.
Amaldiçoo cada milímetro que nos separa. Cada centímetro que me impede de te encontrar agora. Cada metro que me sufoca. Cada quilômetro que me atropela todos os dias.
A luz da aurora para tudo isso é saber que eu irei te ver. De um jeito ou de outro vou minimizar essas medidas ao tamanho de um abraço.
Se você me esperar eu estarei contigo, de corpo e alma presentes me entregando de presente, por inteiro para você.
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micro-macro · 3 years
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Laboro
No capítulo de hoje do guia para o Rafa iremos abordar o assunto trabalho. O que dá trabalho, o que toma tempo e o que gera fruição.
Entre as coisas que dão trabalho estão coisas enfadonhas, coisas chatas e obrigatoriedades.
Dentre alguns exemplos estão efetivamente trabalhar, levantar cedo, sair de casa e ganhar muito dinheiro para receber uma parte.
Trabalho dá trabalho.
Fazer compras e ter que subir uma ladeira enorme, dá trabalho.
Ficar num lugar sem poder sair até dar um determinado horário. Conversar com pessoas desinteressantes ou interagir num geral, dão trabalho.
Coisas que tomam tempo são atividades que não são necessariamente laboriosas, mas que atrasam seu dia como pegar ônibus, pegar uma fila, dessas não muito grandes.
Agora o que gera fruição são coisas ainda mais simples, ainda mais gratuitas como, poder andar cerca de 2 km numa leve garoa conversando sobre tudo, tomar cerveja num posto de gasolina enquanto se descobre aleatoriamente que uma estrutura estranha no canto é uma estação para lavagem de roupa em 1 hora.
Decidir numa conversa besta sobre vegetarianismo que o melhor dia para não comer carne é na sexta-feira já que as segundas já são tristes demais por si só para termos mais essa quebra de paradigmas e mesmo assim, de forma bem despretensiosa parar mesmo de comer carne no último dia útil da semana. Fazer o expediente diário nem parecer trabalho.
Esses são só alguns exemplos de que coisas que são oferecidas de coração não dão trabalho, mas são uma alegria.
Até o próximo capítulo do guia onde falaremos sobre...
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micro-macro · 3 years
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A pequena Silene
O carro beirava os 120 km/h, velocidade máxima permitida pela via. O dia estava quente apesar de ainda ser manhã, ideal para sair de Borda do Campo e ir em direção ao Lago Santo uns 60 km adiante.
Silene dirigia sem música, sem pensamento algum a não ser no trajeto. Não fosse a condução e o caminho se desdobrar por pura memória muscular, ela teria sofrido um acidente. De súbito, como se quisesse se distrair um pouco da monotonia da estrada, ela começou a se lembrar da noite anterior quando sua mente não estava tão serena quanto agora.
Depois de chegar do trabalho, Silene só teve ânimo para tirar os sapatos, se jogar no sofá da sala e olhar para o teto, respirando fundo. Nas primeiras inspiradas o ar quase não chegava, a ansiedade bloqueou fisicamente o aparelho fonador. Seu pulmão parecia vazio, mas a boca fazia de tudo para puxar ar.
Esses 20 segundos duraram uma eternidade.
Abaixando a cabeça, ela conseguiu forçar alguma movimentação e distrair sua mente o suficiente para envolver-se num abraço solitário, solidário. Quando seus braços envolveram seu corpo e as mãos apertaram seus próprios ombros ela conseguiu respirar novamente.
Alheia ao que acabara de acontecer, Nyx adentrou o ambiente, caminhando calmamente a gata recebeu Si com saudade e animação. O que tirou dela um sorriso bobo.
Cheguei em casa, Nyx, você está com fome?
Como se entendesse, a gata deu um leve miado. Havia comida em seu pote, mas por vezes a felina aguardava Si voltar para que a acompanhasse no jantar.
Vamos lá, vou remexer o pote para você, disse Si enquanto se levantava e caminhava mais tranquila
Nyx era um ponto de luz na vida de Si, se acreditasse em alguma divindade diria que foi enviada por Deus para cuidar dela. A gata tinha cerca de 3 anos, pelos negros e brilhantes além de patas brancas como luvas e meias. Seu nome representa a noite e Si gostava de imaginar que suas patas brancas representavam as estrelas. O amor entre elas era tão puro e verdadeiro que Si tatuou Nyx em seu braço e ela sabe que se pudesse, Nyx faria o mesmo.
O restante da noite passou como de costume. Depois de jantar, Silene, brincou um pouco com Nyx, assistiu alguma série sul-coreana, acessou suas redes sociais e foi dormir. Pelo menos já era sexta, ela pensou enquanto se preparava para deitar.
De madrugada, interrompendo o seu sono até então tranquilo, a ansiedade chegou chutando todas as portas da casa até o quarto de Silene. Ela acordou de supetão e sentou-se na cama. A respiração estava ofegante novamente como já aconteceram outras vezes. Com algum esforço conseguiu controlar a sua respiração e tornar a deitar. Ainda de olhos abertos encarando o teto do seu quarto, Silene decidiu que bastava.
O pensamento foi para várias soluções possíveis, flertou com a solução final e depois voltou à realidade, as coisas não poderiam terminar assim. Foi então que ela lembrou do Lago Santo, já havia ido algumas vezes para lá e a paisagem sempre trazia uma paz que mesmo que tivesse problemas seria nada diante do poder da natureza. Essa lembrança teve efeito suficiente para que ela pudesse retornar aos braços de Morfeu.
No dia seguinte, mesmo sem a obrigação de acordar por efeito da rotina e dos alarmes, Silene despertou. Estava estranhamente descansada apesar da noite anterior e rapidamente se preparou para ir para o Lago. Tomou um breve café, fez checagens básicas no funcionamento do carro e partiu.
Agora, Silene já consegue vislumbrar os contornos que indicam que ela está chegando ao seu destino. A estrada já estava com um asfalto diferente e dali poucos metros entrou num terreno sem o revestimento preto. Faltava pouco para chegar ao Lago.
O local era afastado da cidade, era quase uma aventura em si só chegar a ele por entre as árvores, mas tudo valeria a pena.
Silene estacionou o carro o mais próximo que pôde, a partir dali teria que seguir a pé, então ela pegou sua mochila no porta-malas e caminhou entre as árvores para chegar ao Lago.
Quando chegou diante da água seus olhos brilharam metaforicamente pela beleza e depois literalmente pelo reflexo do sol, ele era ainda mais bonito do que se lembrava.
Sem perder muito tempo Silene tirou camiseta, calçado e tudo mais o mais rápido que conseguiu e em pouco tempo estava de maiô e correndo em direção a forma d’água.
O Lago abraçou Silene, a água que apesar de gelada a recebeu como uma velha amiga. Silene boiou e admirou o céu. Tudo o que a preocupou na noite anterior se espalhou pelo Lago e foi distribuído de forma homeopática. Já com um sorriso no rosto Si voltou para a terra e pegou quantas pedras conseguiu carregar na sua mão direita, voltou para o Lago e nadou até que a distância entre a superfície e o solo fosse de alguns metros. Ali ela respirou fundo enquanto seus pés mantinham a sustentação e num movimento único Si nadou em direção ao fundo.
Quando chegou ao solo, Si quase não sentia mais as pedras na mão, ela estava apertando elas com força e isso tirou um pouco da sua sensibilidade. Cada pedra representou para ela ali um problema, um estresse, um motivo para desistir. Com raiva, determinação e vontade de viver, Si jogou as pedras em direção ao solo e as viu cair e ficarem ali imóveis.
Rapidamente ela nadou em direção a superfície e como se fosse sereia chegou ao ar que seus pulmões clamavam, pulando do fundo para a superfície a água em volta dançou e Si sentiu que estava sendo rodeada por dançarinas de balé. Cada agrupamento assemelhava-se a uma pequena pessoa, girando em sentido horário, subindo e descendo cercando a estrela do show. Si sorriu e dançou também. Seu cabelo tinha um brilho vermelho e forte, como que se cada fio fosse iluminado por fusão nuclear vinda diretamente do sol.
Si e as bailarinas de água rodaram e rodaram, ela subiu num redemoinho que se formou em seus pés e mesmo com os olhos fechados ela sentiu que estava a metros acima do chão. Sem sair do ritmo, trompetes, trombetas soaram anunciando o início de uma nova era. Tudo ocorria enquanto ela descia lentamente em direção a água que ria de toda a performance. Caminhou pelo Lago e patinou com os pés nus, com seu braço direito arqueado para baixo e sua perna esquerda no ar, Si movimentou-se como ginasta que patina no gelo.
Com a medalha de ouro em seu peito, ela deu um último salto e tornou a cair na água. O sorriso não saia de seu rosto.
E não sairia mais.
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micro-macro · 5 years
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micro-macro · 6 years
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Hey @staff, for all the issues you’re having running this site
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micro-macro · 6 years
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Chen and Ink on Instagram / Society6
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micro-macro · 6 years
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Don’t forget to look up and see the beauty all around you. 🦋
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micro-macro · 6 years
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Vincent van Gogh (Dutch, 1853-1890) - Portrait of Joseph Roulin, 1889
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micro-macro · 7 years
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peter in civil war: i can't go i've got homework
peter in homecoming: im dropping out of school
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micro-macro · 7 years
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doctor who meme  ♥  [2/2] doctors:  t e n
I was so scared of the Doctor. Because I’ve seen him. He’s like fire and ice and rage. He’s like the night and the storm in the heart of the sun. He’s ancient and forever. He burns at the centre of time and he can see the turn of the universe. And he’s wonderful.
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micro-macro · 7 years
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micro-macro · 7 years
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Me walking out of spider man homecoming
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micro-macro · 7 years
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micro-macro · 7 years
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micro-macro · 7 years
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/u/danykli
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micro-macro · 7 years
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On July 10th, 1856, Nikola Tesla was born at midnight during a lightning storm. The midwife thought the violent storm was a bad omen and declared he would be a child of darkness, to which his mother replied, “No. He will be a child of light.” Source
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micro-macro · 7 years
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