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#Capitão Archer
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Para Quem Gosta, Temos um Prato Cheio e Saboroso
Esse post é especial para os amigos e os ainda não amigos, que gostam de responder perguntas de todo tipo e medir os seus conhecimentos por brincadeira ou para se aperfeiçoar: nosso caldeirão de Quiz. Tem para todos os gostos: Literatura Brasileira, História, História do Século XX, Língua Portuguesa, Informática e questões de concursos. Refestele-se: A capa é parecida, mas esse é diferente do…
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filmes-online-facil · 2 years
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Assistir Filme Crepúsculo de Uma Raça Online fácil
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Crepúsculo de Uma Raça - Filmes Online Fácil
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Quando a agência do governo encarregada dos índios não entrega os escassos suprimentos, devidos por tratado, para a orgulhosa tribo Cheyenne em sua estéril reserva no deserto, os índios famintos entendem que foram mais abusados do que vale a pena tolerar. Mais de 300 cheyennes abandonam a reserva destinada a eles, partindo em uma travessia de 2.400 km rumo à sua ancestral área de caça. Isso é encarado pelo governo como um ato de rebelião, que então tenta impedir a jornada. O Capitão de Cavalaria Thomas Archer é encarregado de sua captura, mas durante a busca cresce seu respeito pela sua nobre coragem, e decide ajudá-los.
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blogdebrinquedo · 2 years
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Capitão Jonathan Archer e Beagle Porthos - Action Figure Perfeita 1:6 da Série Star Trek: Enterprise
Capitão Jonathan Archer e Beagle Porthos – Action Figure Perfeita 1:6 da Série Star Trek: Enterprise
A EXO-6, especialista em figuras de Star Trek com qualidade de museu, lançou uma action figure perfeita do capitão da espaçonave NX-01 na série de televisão Star Trek: Enterprise. A série foi criada por Brannon Braga e Rick Berman, teve 4 temporadas e foi exibida originalmente entre setembro de 2001 e maio de 2005. O Captain Jonathan Archer Star Trek: Enterprise 1:6 Scale Action Figure captura o…
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oomeomitoalenda · 3 years
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Diário do Capitão - Pessoal. Data Estelar: 249724.72 A tripulação está de volta! Depois de algum tempo fora do ar - ou fora do espaço - estamos de volta e nos preparando para novas missões, novos encontros, travando novos conhecimentos, fazendo novos amigos e talvez até trazendo novos membros para a Federação. Assim vamos em frente honrando o legado das grandes tripulações para e de grandes nomes da Federação e da Frota Estelar, como os capitães Kirk, Spock, Pike, April, Archer e tantos outros grandes nomes da história. Fim do diário de bordo. - Capitão Marshall Oak USS Enterprise NCC 1701-B =/\= . Projeto Star Trek Enterprise B . =/\= . #StarTrek #JornadaNasEstrelas #StarshipEnterpriseB #USSEnterpriseB #Enterprise #USSEnterprise #NCC1701B #StarshipEnterpriseB #StarFleet #UFP #FanFilm #StarTrekFanFilm #MovieEra #TME #StarTrekEnterpriseB #StarshipCaptain #CaptainOak #CaptainMarshallOak #TheLostYears #TLY #OngoingMission #ToBoldlyGo #WhereNoManHasGoneBefore #TheMovieEra #TME #HistoryUntold #ExpandedCanon #ProjetoEnterpriseB #ProjectEnterpriseB #FanFilm (em USS Enterprise NCC 1701-B) https://www.instagram.com/p/CWeC-PXFVdE/?utm_medium=tumblr
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informarbem · 4 years
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Os concertos dos próximos dias, semanas e meses. Todos os espetáculos novos e as datas e os festivais adiados para 2021
CONCERTOS
LUÍSA & SALVADOR SOBRAL Teatro Tivoli, Lisboa, 6 e 7 de janeiro CAPITÃO FAUSTO Teatro Aveirense, Aveiro, 8 de janeiro SANTA CASA PORTUGAL AO VIVO Campo Pequeno, Lisboa, e Pavilhão Rosa Mota, Porto Campo Pequeno, Lisboa Áurea, 15 de janeiro Mishlawi, 16 de dezembro Camané e Mário Laginha, 22 de janeiro The Gift, 23 de janeiro David Carreira, 24 de janeiro Super Bock Arena - Pavilhão Rosa Mota Xutos & Pontapés, 22 de janeiro Mishlawi, 23 de janeiro Camané e Mário Laginha, 29 de janeiro Rui Veloso, 30 de janeiro David Carreira, 31 de janeiro DINO D'SANTIAGO Teatro Viriato, Viseu, 22 de janeiro TRÊS TRISTES TIGRES Teatro Aveirense, 22 de janeiro MANEL CRUZ Centro Cultural Vila Flor, Guimarães, 23 de janeiro CLÃ Teatro Municipal de Bragança, 29 de janeiro TIM Theatro Gil Vicente, Barcelos, 29 de janeiro HARRY STYLES Altice Arena, Lisboa, 16 de fevereiro - reagendado para data a anunciar MÃO MORTA Theatro Circo, Braga, 19 e 20 de fevereiro DESCONCERTOS Coliseu de Lisboa 24, 25, 26, 27 e 28 de fevereiro CARLÃO Teatro Aveirense, Aveiro, 13 de março DIOGO PIÇARRA Altice Arena, Lisboa, 20 de março SWANS Hard Club, Porto, 28 de março YES Campo Pequeno, Lisboa, 11 de abril MELANIE C Capitólio, Lisboa, 28 de abril
SKUNK ANANSIE Coliseu do Porto, 5 de maio Coliseu de Lisboa, 6 de maio GOD IS AN ASTRONAUT Estúdio Time Out Lisboa, 16 de maio Casa da Música, Porto,17 de maio MICHAEL KIWANUKA Campo Pequeno, Lisboa, 20 de maio Super Bock Arena, Porto, 21 de maio NICK CAVE AND THE BAD SEEDS - CANCELADO Altice Arena, Lisboa, 24 de maio GUNS N' ROSES Passeio Marítimo de Algés, Oeiras 2 de junho IDLES Coliseu de Lisboa, 7 de junho AEROSMITH Altice Arena, Lisboa, 8 de junho IRON MAIDEN Estádio Nacional, Oeiras, 21 de junho SIMPLE MINDS Coliseu do Porto, 21 de junho Campo Pequeno, Lisboa, 22 de junho ANDREA BOCELLI Estádio Municipal de Coimbra, 26 de junho FAT FREDDY'S DROP Campo Pequeno, Lisboa, 6 de julho TASH SULTANA Coliseu de Lisboa, 6 de setembro EVANESCENCE Altice Arena, Lisboa, 9 de outubro OPETH Coliseu de Lisboa, 25 de outubro CUT COPY Coliseu de Lisboa, 29 de outubro THE BLACK CROWES Campo Pequeno, Lisboa, 12 de novembro BON IVER Altice Arena, Lisboa, 18 de novembro
FESTIVAIS 2021
ID NO LIMITS Centro de Congressos do Estoril, 9 e 10 de abril Confirmados: Rejjie Snow, Kelsey Lu, Coucou Chloe e Biig Piig, entre muitos outros NORTH MUSIC FESTIVAL Alfândega do Porto De 20 a 22 de maio Confirmados: Deftones, Moonspell, Bizarra Locomotiva, PAUS, Bed Legs, Paraguaii (21 de maio), The Script, The Waterboys, Lamb, Sensible Soccers, Keep Razos Sharp (22 de maio) NOS PRIMAVERA SOUND Parque da Cidade, Porto De 10 a 12 de junho
10 de junho Tyler, the Creator Beck FKA Twigs Cigarettes After Sex Mura Masa Kim Gordon DIIV Koffee Caroline Polachek Georgia Octo Octa b2b Eris Drew Arnaldo Antunes Black Midi Throes + the Shine Penelope Isles Sherelle David Bruno Holy Nothing Nídia Arrogance Arrogance 11 de junho Tame Impala Pavement Doja Cat Chromatics King Krule Khruangbin Bad Gyal Jehnny Beth Avalon Emerson Rolling Blackouts Coastal Fever Aurora Halal Shellac Special Request 100 Gecs Okay Kaya María José Llergo Montanhas Azuis Desire D. Tiffany Pile Mvria 12 de junho Gorillaz Bad Bunny Dinosaur Jr. C. Tangana Earl Sweatshirt Little Simz Paloma Mami Jawbox Pabllo Vittar Jamila Woods Yung Beef Rina Sawayama DJ Playero Helado Negro OM Sangre Nueva DJ Marcelle/Another Nice Mess Mina & Bryte Derby Motoreta's Burrito Kachimba Dry Cleaning Chico da Tina DJ Firmeza VOA HEAVY ROCK Estádio Nacional, Oeiras 16 de junho: System of a Down, Killswitch Engage, Sepultura, Bizarra Locomotiva 17 de junho: Bring Me the Horizon, Crossfaith e Sylosis ELECTRIC DAISY CARNIVAL De 18 a 20 de junho Praia da Rocha, Portimão ROCK IN RIO LISBOA Parque da Bela Vista, Lisboa 19, 20, 26 e 27 de junho
19 Junho Palco Mundo Foo Fighters The National Liam Gallagher
20 Junho Palco Mundo Black Eyed Peas Ivete Sangalo David Carreira
26 Junho Palco Mundo Xutos e Pontapés Duran Duran A-ha Bush
27 Junho Palco Mundo Post Malone Jason Derulo Anitta HMB
Galp Music Valley Bárbara Tinoco
GALP BEACH PARTY Matosinhos De 25 a 26 de junho EDP COOL JAZZ Hipódromo Manuel Possolo, Cascais Julho 2021
2 de julho John Legend 21 de julho Yann Tiersen 24 de julho Miguel Araújo com Rui Veloso como convidado especial Tiago Nacarto com Bárbara Tinoco 25 de julho Lionel Richie 27 de julho Neneh Cherry Kokoroko 28 de julho Herbie Hancock 31 de julho Jorge Ben Jor AFRO NATION Portimão, Algarve De 1 a 3 de julho Cartaz SUMOL SUMMER FEST Ericeira Camping 2 e 3 de julho
2 de julho de 2021 Palco Sumol
Burna Boy SAINt JHN Piruka Mobbers
Palco Quiksilver
Spot (DJ Set) Rita Maia (DJ Set) ActivaSom + EnigmaCru (Live Act)
3 de julho de 2021 Palco Sumol
Trippie Redd Eixo Norte-Sul com: - Norte: Mundo Segundo, Maze, Ace, Deau, Virtus, DJ Guze e DJ Spot - Sul: XEG, Chullage, Sir Scratch, Kappa Jotta, Deezy e DJ Big
Nenny Phoenix RDC LON3R JOHNY + Sippinpurp RIOT
Palco Quiksilver Mike El Nite (DJ Set) Flaca (DJ Set) Alcool Club (Live Act) NOS ALIVE Passeio Marítimo de Algés De 7 a 10 de julho
7 de julho Black Pumas Fontaines D.C. 8 de julho Red Hot Chili Peppers Alt-J War on Drugs Nothing But Thieves Seasick Steve The Lumineers 9 de julho Angel Olsen Moses Sumney Hobo Johnson and the Lovemakers Sea Girls Tom Misch 10 de julho Da Weasel Alec Benjamin HAIM Two Door Cinema Club Caribou Parcels The Strokes Faith No More La Roux Manel Cruz ROLLING LOUD Praia da Rocha, Portimão De 6 a 10 de julho A$SAP Rocky Future Wiz Khalifa Cartaz completo RFM SOMNI Praia do Relógio, Figueira da Foz De 9 a 11 de julho Cartaz SUPER BOCK SUPER ROCK De 15 a 17 de julho Meco
15 de julho A$AP Rocky (palco Super Bock) Jungle DJ set (palco Somersby)
16 de julho DaBaby (palco Super Bock) Hot Chip (palco Super Bock) Brockhampton (palco Super Bock) Slow J (palco Super Bock) Wire (palco EDP) Goldlink (palco EDP) Pedro de Tróia (Palco LG by Rádio SBSR )
17 de julho Foals (palco Super Bock) Kali Uchis (palco Super Bock) Local Natives Boy Pablo (palco EDP) Son Lux (palco EDP) Ganso (palco EDP)
MEO MARÉS VIVAS Vila Nova de Gaia De 16 a 18 de julho Confirmados: Anitta e Liam Payne (a 17 de julho), Jessie J (18 de julho) SUMMER OPENING Funchal, Ilha da Madeira 16 e 17 e 23 e 14 de julho Confirmados: Plutónio, Bispo, Deejay Telio, Plutonio e Slow J FMM SINES Sines De 23 a 31 de julho Confirmados: Dead Combo com Mark Lanegan, Lina_Raül Refree, Pongo, Ava Rocha, Cimafunk, Guiss Guiss Bou Bess, Lankum, Lavoisier + João Bento, Maria João & Carlos Bica Quarteto, Marina Satti & Fonés, Melingo, Muthoni Drummer Queen, Rizan Said e Third World VAGOS METAL FEST Quinta do Ega, em Vagos De 29 a 31 de julho
29 julho Dimmu Borgir Trollfest Unleash The Archers Nekrogoblikon The Ominous Circle Uburen Solar Lyfordeath
30 julho Testament Harakiry For The Sky Asphyx Pitch Black Alekto Lecks Inc.
31 julho Emperor Kataklysm Sotz' Arsea Apotropaico Veneno Califórnia MEO SUDOESTE Zambujeira do Mar De 3 a 7 de agosto Confirmados: Bad Bunny, Lewis Capaldi e Profjam (4 de agosto), Meduza (5 de agosto), Major Lazer, Meduza e Deejay Telio (5 de agosto), Ozuna e Melim (6 de agosto), Timmy Trumpet e Bispo (6 de agosto) DOURO ROCK Peso da Régua De 5 a 7 de agosto Confirmados: GNR NEOPOP Viana do Castelo De 11 a 14 de agosto BONS SONS Cem Soldos, Tomar De 12 a 15 de agosto O SOL DA CAPARICA Parque Urbano da Costa da Caparica De 12 a 15 de agosto 12 de agosto: Mão Morta, Moonspell, António Zambujo, Clã, Fernando Daniel e Melim 13 de agosto: Anselmo Ralph, Plutónio, ProfJam e Rui Orlanda, Alberto Indio 14 de agosto: Diogo Piçarra, HMB, Pablo Martins, Sam the Kid com Orquestra e Orelha Negra, Twenty Fingers VODAFONE PAREDES DE COURA Paredes de Coura De 18 a 21 de agosto Confirmados Pixies Idles Jarvis Cocker Tommy Cash Princess Nokia Slowthai BadBadNotGood Alex G Beabadoobee Woods Viagra Boys Squid Floating Points (live) Mall Gra Haai Mão Morta Mac DeMarco L'Impératrice The Comet Is Coming Nu Guinea (live band) Yellow Days Yves Tumor & Its Band EDP VILAR DE MOUROS Vilar de Mouros De 26 a 28 de agosto
26 de agosto Placebo Suede
27 de agosto Limp Bizkit Hoobastank Tara Perdida
28 de agosto Iggy Pop Bauhaus Wolfmother The Legendary Tigerman
SUPER BOCK EM STOCK Várias salas em Lisboa, 19 e 20 de novembro
2022 BARROSELAS METALFEST De 28 de abril a 1 de maio de 2022 Confirmados: Autopsy, Terrorizer, Anvil, MGLA e Gutalax, entre outros
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nerdgeekfeelings · 6 years
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Checklist dos lançamentos do mês de Julho na Netflix. Dedicado pra aqueles que, assim como eu, têm muita coisa pra colocar em dia depois do fim do semestre.
Series
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Orange Is The New Black – Temporada 6 (27/7/2018)
Samantha! – (6/7/2018)
Anne with an E – Temporada 2 (6/7/2018)
Good Girls (3/7/2018)
Sugar Rush (13/7/2018)
Bordertown (15/7/2018)
Roman Empire: Reign of Blood: Master of Rome (27/7/2018)
Incríveis por Dentro (20/7/2018)
Jogos Sagrados (6/7/2018)
Grimm – Temporada 6 (3/7/2018)
Archer – Temporada 9 (13/7/2018)
Bates Motel – Temporada 5 (10/7/2018)
El Chapo (Em breve)
The Comedy Lineup (3/7/2018)
Comedians in Cars Getting Coffee: New 2018: Freshly Brewed (6/7/2018)
Bem-vindo à fam��lia (27/7/2018)
O Joel McHale Show com Joel McHale: Parte 2 (15/7/2018)
Final Space (20/7/2018)
Gran Hotel – Temporada 3 (20/7/2018)
Filmes
Minha Primeira Caçada (6/7/2018)
Próxima Parada: Apocalipse (13/7/2018)
Extinção (27/7/2018)
Meu Passado Me Condena (5/7/2018)
Vizinhos 2 (14/7/2018)
Pixels (28/7/2018)
Warcraft – O Primeiro Encontro de Dois Mundos (14/7/2018)
Duck Butter (1/7/2018)
Uma Repórter em Apuros (10/7/2018)
Sob a Pele do Lobo (6/7/2018)
Temporada de Caza (15/7/2018)
Dope: Um Deslize Perigoso (7/7/2018)
Clube dos Infiéis Honestos (19/7/2018)
Ricki and the Flash: De Volta pra Casa (31/7/2018)
Sobrenatural: A Origem (2/7/3018)
Documentários e Especiais
Operação Enganosa (27/7/2018)
Juventus: Prima Squadra: Parte B (6/7/2018)
Somebody Feed Phil: Segundo Prato (6/7/2018)
O Diabo e o Padre Amorth (23/7/2018)
Turismo Macabro (20/7/2018)
Last Chance U: A vida depois da EMCC (20/7/2018)
Kids
As Épicas Aventuras do Capitão Cueca (13/7/2018)
Pato Pato Ganso (20/7/2018)
Luna Petúnia: De Volta à Incrivolândia: Temporada 2 (20/7/2018)
Zoe e Raven: Temporada 2 (6/7/2018)
A Pior das Bruxas: Temporada 2 (27/7/2018)
Going for Gold (15/7/2018)
  [NETFLIX] Estreias de Julho de 2018 Checklist dos lançamentos do mês de Julho na Netflix. Dedicado pra aqueles que, assim como eu, têm muita coisa pra colocar em dia depois do fim do semestre.
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15 livros obrigatórios para ler durante a vida
Como as pessoas leem cada vez menos atualmente, é normal escutar que é “melhor ler qualquer coisa do que não ler nada”. Mas, para que a leitura seja transformadora, o mais indicado é se dedicar às obras que marcaram a história da literatura. A Revista Bula realizou uma enquete para descobrir quais são, segundo os leitores, os livros obrigatórios para se ler durante a vida. A consulta foi feita a colaboradores, assinantes — a partir da newsletter —, e seguidores da página da revista no Facebook e no Twitter. Os 15 mais votados foram reunidos com suas respectivas sinopses, que foram adaptadas das originais, divulgadas pelas editoras. Os títulos estão organizados de acordo com o ano de lançamento: do mais recente para o mais antigo.
Meridiano de Sangue (1985), de Cormac McCarthy
Com base nos acontecimentos históricos ocorridos na fronteira entre os EUA e o México no século 19, Cormac McCarthy reinventa a mitologia do Oeste americano. A história acompanha um garoto sem nome, conhecido apenas como “kid”, que é forçado a deixar o lar ainda na infância. Para sobreviver, ele ingressa na gangue brutal do capitão John Glanton, uma companhia de mercenários que, a mando dos governantes locais, atravessa o deserto com a missão de matar o maior número possível de índios e trazer de volta seus escalpos. Glanton é acompanhado pelo juiz Holden, um personagem sem escrúpulos que nunca dorme e anota em um caderno todas as suas observações cruéis.
Cem Anos de Solidão (1967), de Gabriel García Márquez
A obra mais importante de Gabriel García Márquez, o livro narra a fantástica e triste história da família Buendía, que vive na pequena e fictícia Macondo, ao longo de um período de 100 anos. A trama acompanha as diversas gerações da família, assim como a ascensão e a queda do vilarejo em que vivem. Os Buendía nascem e morrem, vão embora ou permanecem na aldeia até seus últimos dias. O que todos possuem em comum é a luta contra a realidade e a solidão que sentem, mesmo vivendo em meio a muitos. “Cem Anos de Solidão” consagrou Gabriel García Márquez como um dos maiores autores do século 20.
Grande Sertão: Veredas (1956), de Guimarães Rosa
Nesta obra, o autor utiliza da linguagem própria do sertão para que Riobaldo, o protagonista-narrador, conte sua vida. Riobaldo, um jagunço, fala sobre suas histórias de vingança, lutas, perseguições, medos, amores e dúvidas pelos sertões. A narração é sempre interrompida por momentos de reflexão sobre os acontecimentos do sertão e Riobaldo divaga constantemente sobre a existência do diabo, já que acredita ter vendido sua alma a ele. Além disso, o narrador conta sobre Diadorim, outro jagunço com quem estabelece uma relação diferenciada, que se coloca nos limites entre a amizade e o relacionamento afetivo de um casal.
Lolita (1955), de Vladimir Nabokov
“Lolita” é um dos mais importantes romances do século 20. Polêmico e irônico, ele narra o amor obsessivo de Humbert Humbert, um cínico intelectual de meia-idade, por Dolores Haze, Lolita, de 12 anos. Humbert se casa com a mãe de Lolita e, após a morte da esposa, começa a se relacionar com a garota. Para evitar que Lolita fuja, ele alega que ela será enviada para um orfanato se o deixar. Humbert também manipula a garota com dinheiro e presentes, em troca de favores sexuais. Nabokov compôs a maior parte do manuscrito — que ele mesmo chamou de “bomba-relógio” — entre 1950 e 1953. Nos dois anos seguintes, ouviu recusas de várias editoras. O livro foi publicado apenas em 1955.
O Apanhador no Campo de Centeio (1951), J.D. Salinger
O livro acompanha um fim de semana da vida de Holden Caulfield, um jovem de 17 anos, estudante de um respeitado internato para rapazes, o Colégio Pencey. Ele é expulso da escola depois de tirar notas ruins, e precisa voltar mais cedo para casa no inverno. Durante o caminho de volta, o rapaz busca adiar ao máximo o encontro com os pais, fazendo uma viagem reflexiva sobre sua existência, a partir de sua peculiar visão de mundo. Antes de enfrentar os pais, ele se encontra com algumas pessoas importantes na sua vida e, junto a elas, reflete sobre as hesitações que se passam em sua mente.
O Estrangeiro (1942), de Albert Camus
“O Estrangeiro” é a obra de ficção mais aclamada de Albert Camus e conta a história de Meursault, que vive na Argélia durante a colonização francesa. Ele recebe um telegrama comunicando a morte de sua mãe e comparece ao enterro, mas não demonstra nenhum tipo de emoção. Em uma briga com o irmão de uma de suas amantes, Meursault, delirando, acaba matando o homem a tiros. Durante o julgamento, o assassinato parece ficar em segundo plano, já que a acusação se concentra no fato de que Meursault não conseguiu chorar no velório da mãe. Ou seja, se ele é incapaz de sentir remorso, é um misantropo perigoso e pode cometer outros crimes.
O Lobo da Estepe (1927), de Hermann Hesse
Harry Haller acredita que sua integridade depende da vida solitária que leva em meio às palavras de Goethe e as partituras de Mozart: um intelectual próximo aos 50 anos, tentando equilibrar-se à beira do abismo dos problemas sociais e individuais, ante os quais a sua personalidade se torna cada vez mais ambivalente. Haller sente um permanente mal-estar, cuja fonte é sua inadequação à sociedade e à vida burguesa. Ele aluga um quarto na casa de uma senhora, onde pretende se isolar e se matar quando fizer 50 anos. Mas, ao conhecer Hermínia, Maria e Pablo; Haller embarca em uma viagem de autoconhecimento que pode levá-lo à redenção.
O Castelo (1926), de Franz Kafka
O agrimensor K. chega a uma aldeia coberta de neve e procura abrigo num albergue perto da ponte. Ele foi chamado para prestar seus serviços num castelo ali perto. No dia seguinte o herói vê, no pico da colina gelada, o castelo: como um aviso sinistro, bandos de gralhas circulam em torno da torre. No entanto, K. nunca consegue chegar até o alto, os donos do poder não permitem que o faça. Em vez disso, o suposto agrimensor recorre aos moradores da vila, para que o ajudem a entrar em contato com os funcionários do castelo. Enquanto espera, ele aceita trabalhar na aldeia, imerso em um ambiente de indiferença, burocracias e dificuldades.
A Época da Inocência (1920), de Edith Wharton
Em “A Época da Inocência”, Wharton tenta compreender os valores que guiaram a sociedade norte-americana até a Primeira Guerra Mundial. Na velha Nova York no fim do século 19, vive o abastado advogado Newland Archer. Prestes a se casar com a inocente May Welland, uma jovem da aristocracia local, ele conhece a prima de sua noiva, a condessa Olenska, que retorna da Europa após divorciar-se do marido. Apaixonado por Olenska e exasperado pelas restrições do mundo a que pertence, Archer vaga em busca da verdadeira felicidade ao mesmo tempo que procura amadurecer, imerso nas tradições que se vê obrigado a seguir.
Anna Kariênina (1877), Liev Tolstói
Publicado originalmente em forma de fascículos, entre 1875 e 1877, a obra conta a história de Anna Kariênina, uma aristocrata da Rússia Czarista que aparentemente tem uma vida perfeita, com riqueza, um casamento estável, popularidade e um filho amado. Mas, em seu interior, ela se sente extremamente vazia. Isso muda quando ela conhece o impetuoso oficial Conde Vronsky, com quem inicia um caso extraconjugal. Vronsky afirma que se casará com ela assim que ela se divorciar do marido, Alexey Karenin, mas Anna é vulnerável às pressões da sociedade. Ao mesmo tempo, ela teme que Vronsky se relacione com outra mulher e se torna cada vez mais possessiva e paranoica.
Crime e Castigo (1866), de Fiódor Dostoiévski
O livro retrata a vida de Rodión Románovitch Raskólnikov, um estudante de direito que vive em um cubículo em São Petersburgo. O jovem ganha dinheiro fazendo pequenas traduções, mas vive à beira da miséria e não consegue honrar seus compromissos básicos, como o aluguel. Desesperado por dinheiro, ele planeja matar velha Aliena Ivánovna, uma agiota. Ele tenta justificar seu ato por meio de uma teoria: se grandes homens, como César ou Napoleão, foram assassinos absolvidos pela História, por que ele não seria? Quando a polícia resolve investigar o crime, Raskólnikov se sente perturbado ao ser interrogado pelo juiz Porfiri Pietróvitch.
Jane Eyre (1847), de Charlotte Brontë
Jane Eyre, uma garota órfã e rebelde, vive na mansão de Gateshead Hall, sob os cuidados de uma tia. Após um confronto com sua tutora, ela é enviada para a escola Lowood, onde recebe uma rigorosa educação, tornando-se uma mulher madura e independente. Formada e depois de ter trabalhado como professora por dois anos em Lowood, ela aceita o emprego de tutora de Adèle, na casa de Thornfield Hall. Aos poucos, ela começa a se aproximar de seu patrão, o sr. Edward Rochester, e se apaixona por ele. Jane sente que finalmente encontrou a felicidade, mas Rochester esconde segredos que podem separá-los para sempre.
O Morro dos Ventos Uivantes (1847), Emily Brontë
O patriarca da família Earnshaw, dono na fazenda Morro dos Ventos Uivantes, faz uma viagem e, ao retornar, traz consigo um pequeno órfão, que recebe o nome de Heathcliff. O filho legítimo do sr. Earnshaw, Hindley, fica enciumado e submete o irmão adotado a várias humilhações. Já sua irmã, Catherine, se torna uma grande amiga de Heathcliff e os dois se apaixonam com o passar do tempo. Apesar desse amor, Catherine decide se casar com Edgar Linton, que possui melhores condições financeiras. Então, Heatchcliff deixa o Morro dos Ventos Uivantes e retorna anos depois, rico e disposto a se vingar de todos que o humilharam, mas ainda apaixonado por Catherine.
Dom Quixote (1605), Miguel de Cervantes
O livro narra a história do engenhoso fidalgo Dom Quixote e de seu fiel escudeiro Sancho Pança em três incursões pelas terras da Mancha, região de Aragão e da Catalunha, na Espanha. Dom Quixote adora ler histórias de cavalaria e, de tão influenciado por elas, enlouquece e sai em busca de aventuras memoráveis, tentando imitar seus heróis favoritos e levando consigo Sancho Pança, que tem uma visão mais realista dos fatos. O clássico de Miguel de Cervantes é considerado o expoente máximo da literatura espanhola e, em 2002, foi eleito por uma comissão de escritores de 54 países o melhor livro de ficção de todos os tempos.
Hamlet (1603), de William Shakespeare
O Rei Hamlet de Dinamarca acaba de morrer, deixando seu filho, o Príncipe Hamlet, e a viúva Rainha Gertrudes. O irmão do Rei, Cláudio, logo se casa com Gertrudes, assumindo o trono. Certa noite, um fantasma aparece ao príncipe, alegando ser seu pai, e revela que foi morto por Cláudio, que o envenenou. O Príncipe Hamlet passa dias perturbado e recluso, sem saber se deve acreditar no espírito, até que descobre como saber a verdade. Ele monta uma peça de teatro encenando a morte do pai e convida toda a corte para assistir ao espetáculo. Ao ver a reação de Cláudio, que se levanta cambaleante após a cena do assassinato, Hamlet se convence de que o tio é culpado e decide se vingar.
15 livros obrigatórios para ler durante a vida publicado primeiro em https://www.revistabula.com
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filmes-online-facil · 2 years
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Assistir Filme O Traidor Online fácil
Assistir Filme O Traidor Online Fácil é só aqui: https://filmesonlinefacil.com/filme/o-traidor-2/
O Traidor - Filmes Online Fácil
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Roy Clayton (Guy Pearce) é um agente do FBI que lidera as investigações de uma perigosa conspiração internacional. Uma pista faz com que entre em seu foco Samir Horn (Don Cheadle), um ex-capitão de operações especiais do exército norte-americano. Misterioso, Horn é responsabilizado quando uma grande operação fracassa. Isto faz com que ele desapareça antes que qualquer um o escute, o que gera a criação de uma força-tarefa formada por diversas agências, com o objetivo de encontrá-lo. É quando Carter (Jeff Daniels), um veterano da CIA, e Max Archer (Neal McDonough), um agente do FBI, são incumbidos da missão.
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kiluary-blog · 7 years
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A lâmina da Assassina #11
Capítulo 11 O treinamento com os assassinos devia ter valido a pena, pois Archer estava do outro lado da carruagem empunhando uma adaga oculta entre os dois antes que Celaena conseguisse piscar. — Por favor — sussurrou ele, o peito inflando e esvaziando em intervalos irregulares. — Por favor, Laena. — Celaena abriu a boca, pronta para explicar tudo, mas Archer arquejava, os olhos arregalados. — Posso pagar. Uma pequena e miserável parte de Celaena estava levemente orgulhosa diante da visão do cortesão se acovardando. Mas ela ergueu as mãos, mostrando que não estava armada – ao menos até onde Archer podia ver. — O rei acha que você faz parte de um movimento rebelde que está atrapalhando os planos dele. Uma gargalhada áspera e curta – tão crua que nada do homem suave e gracioso era reconhecível sob aquele som. — Não faço parte de movimento nenhum! Que Wyrd me desgrace, posso me prostituir, mas não sou um traidor! — Celaena manteve as mãos onde Archer pudesse ver, e abriu a boca para dizer a ele que se calasse, se sentasse e ouvisse. Mas Archer continuou: — Não sei nada sobre um movimento desses, nem mesmo ouvi falar de alguém que ousaria tentar se colocar no caminho do rei. Mas... mas... — O fôlego dele se equilibrou. — Se me poupar, posso lhe dar informações sobre um grupo que sei que está começando a reunir poder em Forte da Fenda. — O rei está atrás das pessoas erradas? — Não sei — falou Archer rapidamente — mas tem um grupo... sobre o qual ele deve querer mais informações. Parece que recentemente descobriram que o rei talvez esteja planejando algum novo horror para todos nós... e querem tentar impedi-lo. Se Celaena fosse uma pessoa legal e decente, diria a Archer para tomar tempo, se acalmar e organizar a mente. Mas ela não era uma pessoa legal e decente, e o pânico do cortesão fazia com que a língua dele se soltasse, então ela o deixou continuar. — Só ouvi clientes sussurrando a respeito de vez em quando. Mas tem um grupo formado bem aqui em Forte da Fenda, e querem colocar Aelin Galathynius de volta no trono de Terrasen. O coração de Celaena parou de bater. Aelin Galathynius, a herdeira perdida de Terrasen. — Aelin Galathynius está morta — sussurrou Celaena. Archer fez que não com a cabeça. — Eles acham que não. Dizem que está viva e levantando um exército contra o rei. Está procurando restabelecer a corte, encontrar o que sobrou do círculo íntimo do rei Orlon. Celaena apenas o encarou, desejando que seus dedos se abrissem, desejando que ar entrasse em seu pulmão. Se fosse verdade... Não, não era verdade. Se aquelas pessoas realmente alegavam ter encontrado a herdeira ao trono, essa herdeira tinha que ser uma impostora. Seria mera coincidência que Nehemia houvesse mencionado a corte de Terrasen naquela manhã? Que Terrasen fosse a única força capaz de enfrentar o rei – se o reino pudesse se reerguer, com ou sem a verdadeira herdeira? Mas Nehemia jurara nunca mentir para Celaena; se soubesse de alguma coisa, teria dito. A assassina fechou os olhos, embora estivesse ciente de cada movimento de Archer. Na escuridão, ela se recompôs, afastou aquela esperança desesperada e tola até que nada além de um medo eterno a cobrisse de novo. Celaena abriu os olhos. Archer a olhava boquiaberto, o rosto branco como a morte. — Não tenho intenção de matar você, Archer — disse ela. O cortesão afundou o corpo contra o banco, afrouxando a mão sobre a adaga. — Vou lhe dar uma escolha. Pode fingir a própria morte agora mesmo e fugir da cidade antes do alvorecer. Ou posso lhe dar até o fim do mês, quatro semanas. Quatro semanas para discretamente colocar seus negócios em ordem; presumo que tenha dinheiro preso em Forte da Fenda. Mas o tempo vem com um custo: manterei você vivo apenas se puder me dar informações sobre o que quer que seja esse movimento rebelde de Terrasen e o que quer que saibam sobre os planos do rei. Ao fim do mês, você fingirá a própria morte e deixará esta cidade, irá para algum lugar longínquo e nunca mais usará o nome Archer Finn de novo. O cortesão a encarou atenta e cautelosamente. — Precisarei do resto do mês para recolher meu dinheiro. — Ele exalou, então esfregou o rosto com as mãos. Depois de um longo instante, Archer falou: — Talvez isto seja uma bênção disfarçada. Poderei ficar livre de Clarisse e começar a vida do zero em outro lugar. — Embora Archer tivesse dado um sorriso hesitante para Celaena, os olhos ainda pareciam assombrados. — Por que o rei sequer suspeitou de mim? A assassina se odiava por sentir tanta pena de Archer. — Não sei. Ele só me entregou um pedaço de papel com seu nome e disse que você era parte de algum movimento para atrapalhar os planos dele, quaisquer que sejam esses planos. Archer riu com escárnio. — Gostaria que pudesse ser esse tipo de homem. Celaena o avaliou: o maxilar bem marcado, a estrutura corporal larga, tudo sugeria força. Mas o que acabara de ver... aquilo não era força. Chaol soubera imediatamente que tipo de homem Archer era. Chaol enxergara através da ilusão da força, e ela não. A vergonha esquentou suas bochechas, mas Celaena se obrigou a falar de novo: — Você realmente acha que pode descobrir informações sobre esse... esse movimento de Terrasen? Embora a herdeira deles só pudesse ser uma impostora, valia a pena investigar o movimento em si. Elena pedira que Celaena procurasse por pistas; ela poderia encontrar algumas ali. Archer assentiu. — Haverá um baile amanhã à noite na casa de um cliente; ouvi ele e os amigos murmurando sobre o movimento. Se eu colocar você dentro da festa, talvez tenha chance de investigar o escritório da casa. Talvez até encontre traidores de verdade na festa, não apenas suspeitos. E algumas ideias sobre o que rei poderia estar tramando. Ah, aquela informação poderia ser muito útil. — Mande os detalhes para o castelo amanhã de manhã, aos cuidados de Lillian Gordaina — disse Celaena. — Mas se essa festa se revelar um monte de besteira, vou reconsiderar minha oferta. Não me faça de tola, Archer. — Você é protegida de Arobynn — declarou ele, baixinho, abrindo a porta da carruagem e mantendo o máximo de distância que podia ao sair. — Eu não ousaria. — Que bom — falou Celaena. — E, Archer? — O cortesão parou, a mão na porta da carruagem. Ela inclinou o corpo para a frente, deixando um pouco daquela obscuridade maliciosa brilhar nos olhos. — Se eu descobrir que não está sendo discreto, se chamar atenção demais para si ou tentar fugir... vou acabar com você. Está claro? Archer deu um aceno curto. — Sou seu eterno servo, milady. — E então ele lançou um leve sorriso que fez com que ela questionasse se por acaso se arrependeria da decisão de deixá-lo viver. Recostada no banco da carruagem, Celaena bateu no teto e o cocheiro seguiu para o castelo. Embora estivesse exausta, tinha uma última coisa a fazer antes de dormir. Celaena bateu uma vez, então abriu a porta do quarto de Chaol apenas o bastante para olhar para dentro. Ele estava imobilizado diante da lareira, como se há pouco estivesse andando de um lado para o outro. — Achei que estaria dormindo — falou Celaena, entrando. — Passa da meia-noite. Ele cruzou os braços, o uniforme de capitão amassado e desabotoado no colarinho. — Então por que se incomodou em passar aqui? De qualquer modo, achei que não fosse voltar para casa esta noite. Celaena fechou mais a capa ao redor do corpo, os dedos enterrando-se na pele macia, e ergueu o queixo. — Parece que Archer não era tão irresistível quanto eu me lembrava. Engraçado como um ano em Endovier pode mudar o modo como vemos as pessoas. Os lábios de Chaol se repuxaram para cima, mas o rosto permaneceu solene. — Conseguiu a informação que queria? — Sim, e mais um pouco — disse ela. Celaena explicou o que Archer lhe contara (fingindo que ele acidentalmente passara a informação, é claro). Explicou os rumores acerca da herdeira perdida de Terrasen, mas deixou de fora as partes a respeito de Aelin Galathynius procurar restabelecer sua corte e montar um exército. E sobre Archer não fazer parte do movimento de verdade. Ah, e sobre querer descobrir os verdadeiros planos do rei. Quando terminou de contar a Chaol a respeito do baile que aconteceria, ele caminhou até a lareira e apoiou as mãos na moldura, encarando a tapeçaria pendurada na parede acima. Embora estivesse desbotada e surrada, Celaena imediatamente reconheceu a antiga cidade aninhada na lateral de uma montanha acima de um lago prateado: Anielle, o lar de Chaol. — Quando vai contar ao rei? — perguntou ele, virando a cabeça para olhar para Celaena. — Só quando souber se isso é mesmo real, ou só depois de usar Archer para conseguir o máximo de informação possível antes de matá-lo. Chaol assentiu, afastando o corpo da lareira. — Apenas tome cuidado. — Você vive dizendo isto. — Tem algo errado em dizer isto? — Sim, tem! Não sou uma tola idiota que não pode se proteger ou usar a cabeça! — Alguma vez insinuei isto? — Não, mas fica dizendo “tome cuidado” e me dizendo o quanto se preocupa, insistindo em me ajudar com as coisas e... — Porque eu me preocupo! — Bem, não deveria! Sou tão capaz de tomar conta de mim quanto você! Chaol deu um passo na direção dela, mas Celaena se manteve onde estava. — Acredite em mim, Celaena — disparou ele, os olhos irritados. — Sei que pode tomar conta de si mesma. Mas me preocupo porque me importo. Que os deuses me ajudem, sei que não deveria, mas me importo. Então sempre direi para você tomar cuidado, porque sempre me importarei com o que acontecer. Ela piscou. — Ah. — Foi tudo o que conseguiu dizer. Chaol beliscou o osso do nariz e fechou os olhos bem apertados, então tomou um fôlego longo e profundo. Celaena deu um sorriso tímido para ele.
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oomeomitoalenda · 5 years
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Hoje desejamos um Feliz Aniversário ao grande ator Scott Bakula, nascido neste 9 de outubro, de 1954, e que interpreta o Capitão Jonathan Archer, da Enterprise NX-01, na série Star Trek: Enterprise...!! O explorador Capitão Archer, como personagem, foi um dos primeiros desbravadores do Universo de Star Trek, na muito amada e por vezes muito criticada também, Star Trek: Enterprise. Mas o certo é que Scott Bakula/Jonathan Archer, chegou ao panteão inesquecível dos grandes capitães da Frota Estelar, e tem lugar reservado no coração dos Trekkers...!! Que seja feliz e tenha uma vida longa e próspera, hoje e sempre...!! ☺️ VLEP...!! 🖖 #GrupoKobayashiMaru #GKM #KobayashiMaru #PortoAlegre #RS #Brasil #StarTrek #StarTrekBirthhday #BirthdayWishes #StarTrekEnterprise #ENT #ScottBakula #JonathanArcher (em Grupo Kobayashi Maru . Jornada nas Estrelas . Star Trek) https://www.instagram.com/p/B3a3zohFPdA/?igshid=11o20eq3axnt5
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oomeomitoalenda · 5 years
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Hoje desejamos um Feliz Aniversário ao grande ator Scott Bakula, nascido neste 9 de outubro, de 1954, e que interpreta o Capitão Jonathan Archer, da Enterprise NX-01, na série Star Trek: Enterprise...!! O explorador Capitão Archer, como personagem, foi um dos primeiros desbravadores do Universo de Star Trek, na muito amada e por vezes muito criticada também, Star Trek: Enterprise. Mas o certo é que Scott Bakula/Jonathan Archer, chegou ao panteão inesquecível dos grandes capitães da Frota Estelar, e tem lugar reservado no coração dos Trekkers...!! Que seja feliz e tenha uma vida longa e próspera, hoje e sempre...!! ☺️ VLEP...!! 🖖 #GrupoKobayashiMaru #GKM #KobayashiMaru #PortoAlegre #RS #Brasil #StarTrek #StarTrekBirthhday #BirthdayWishes #StarTrekEnterprise #ENT #ScottBakula #JonathanArcher https://www.instagram.com/p/B3a3l86gExd0E26zNrAKNSAIJXmkmQkQzbN8Ys0/?igshid=gnwwwb1z7zkd
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oomeomitoalenda · 7 years
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O mundo trekker comenta detalhes do último episódio de Star Trek Discovery e as "ligações" com as raízes do cânone de Star Trek como um todo!! Na imagem, a tela do Tenente Saru, que pede uma lista dos capitães mais "decorados" (não seria "condecorados"?) onde vemos grandes nomes conhecidos como Robert April, Jonathan Archer, Matt Decker e Christopher Pike - além da recente incluída Philipa Georgiou... Uma pequena dúvida seria: esta lista não deveria incluir também o - teoricamente grande e famoso - Capitão Kelvar Garth, cujas façanhas eram admiradas por James Kirk na academia...?? VLEP...!! 🖖 (em Grupo Kobayashi Maru)
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oomeomitoalenda · 7 years
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Feliz aniversário para Scott Bakula...!! Ele deu vida a Jonathan Archer, o capitão da Enterprise NX-01, no seriado "Star Trek: Enterprise"...! VLEP...!! 🖖 #ScottBakula #JonathanArcher #StarTrekEnterprise #NX01 #NX01Enterprise #CaptainArcher #GrupoKobayashiMaru #GKM
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kiluary-blog · 7 years
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A lâmina da Assassina #12
Capítulo 12 O baile de máscaras aconteceu em uma propriedade voltada para o rio Avery e estava tão lotado que Celaena não teve problemas para entrar com Archer. Philippa conseguira encontrar um vestido branco delicado, feito de camadas de chiffon e seda estampadas como penas sobrepostas. Uma máscara combinando obscurecia a metade superior de seu rosto, e penas de marfim e pérolas tinham sido entremeadas nos cabelos. Felizmente, era um baile de máscaras, e não uma festa normal, pois Celaena certamente reconhecia alguns dos rostos na multidão. Eram em sua maioria outros cortesãos que ela conhecera um dia, junto com madame Clarisse. Durante o percurso de carruagem até ali, Archer prometera que Arobynn Hamel não participaria, nem Lysandra – uma cortesã com quem Celaena tinha uma história longa e violenta, e alguém que a assassina tinha quase certeza de que mataria se visse novamente. No fim das contas, só ver Clarisse passeando pela festa, organizando encontros entre seus cortesãos e convidados, já foi o suficiente para deixá-la agitada. Enquanto Celaene fora de cisne, Archer se vestira de lobo – a túnica metálica, as calças justas cinza como um pombo e as botas pretas reluzentes. A máscara de lobo cobria tudo exceto os lábios sensuais, que estavam entreabertos em um sorriso bastante lupino no momento, enquanto ele apertava a mão que Celaena apoiara sobre seu braço. — Não é a melhor festa na qual estaremos presentes — disse ele — mas Davis tem o melhor chef de pâtisserie em Forte da Fenda. De fato, ao longo do salão, mesas estavam lotadas com os doces mais lindos e extravagantes que Celaena já vira. Massas recheadas com creme, biscoitos polvilhados com açúcar e chocolate, chocolate, chocolate chamando-a para todas as direções. Talvez pegasse alguns antes de sair. Foi um esforço retornar o olhar para Archer. — Há quanto tempo ele é seu cliente? Aquele sorriso lupino hesitou. — Já faz alguns anos. E foi por isso que reparei na mudança de comportamento. — A voz de Archer baixou até virar um sussurro, as palavras fazendo cócegas nas orelhas de Celaena quando ele se aproximou. — Está mais paranoico, come menos e se entoca no escritório sempre que pode. Do outro lado do salão de baile em domo, enormes janelas davam para um pátio que se voltava para uma extensão reluzente do rio Avery. Celaena conseguia imaginar aquelas portas escancaradas no verão, e como seria delicioso dançar ao longo da margem do rio sob as estrelas e as luzes da cidade. — Tenho uns cinco minutos antes de precisar fazer minhas rondas — falou Archer, os olhos seguindo Clarisse, que patrulhava o salão. — Ela vai esperar um leilão por mim em uma noite como esta. — O estômago de Celaena se revirou, e ela percebeu que pegava a mão dele. Mas Archer apenas lhe lançou um sorriso confuso. — Apenas mais algumas semanas, certo? Ainda havia bastante amargura, e Celaena apertou os dedos de Archer de modo reconfortante. — Certo — jurou ela. Archer apontou o queixo na direção de um homem troncudo de meia-idade que fazia a corte a um grupo de pessoas bem-vestidas. — Aquele é Davis — disse o cortesão, sussurrando. — Não vi muito durante minhas visitas, mas acho que ele pode ser um líder importante nesse grupo. — Está presumindo isso embasado no lampejo de alguns papéis na casa? Archer colocou as mãos nos bolsos. — Uma noite, há uns dois meses, eu estava aqui quando três dos amigos dele vieram... todos meus clientes também. Era urgente, disseram, e quando Davis saiu do quarto... Celaena lançou um sorriso a Archer. — Você, de alguma forma, acidentalmente ouviu tudo? O cortesão também sorriu, mas o sorriso sumiu quando olhou de novo para Davis, que estava servindo vinho para as pessoas reunidas em volta dele, inclusive algumas jovens que pareciam estar a um ou dois anos dos 16. O próprio sorriso de Celaena também sumiu. Aquele era um lado de Forte da Fenda do qual ela não sentira falta nenhuma. — Eles passaram mais tempo reclamando do rei do que fazendo planos. E, independentemente do que possam alegar, acho que não se importam de verdade com Aelin Galathynius. Acredito que só querem encontrar um monarca que sirva melhor aos interesses deles, e talvez só queiram que ela levante um exército para que seus negócios prosperem durante a guerra que se seguiria. Se a ajudarem, lhe derem os recursos tão necessários... — Então ela estaria em dívida com eles. Querem uma rainha marionete, não um verdadeiro monarca. — É claro... é claro que iriam desejar algo assim. — Sequer são deTerrasen? — Não. A família de Davis era, fazia anos, mas ele passou a vida inteira em Forte da Fenda. Se alegar lealdade a Terrasen, será apenas uma meia verdade. Celaena trincou os dentes. — Desgraçados egoístas. Archer deu de ombros. — Isso pode ser verdade. Mas também resgataram um bom número de vítimas em potenciais das forcas do rei, aparentemente. Na noite em que os amigos dele irromperam na casa, foi porque haviam conseguido salvar um dos informantes do interrogatório do rei. Eles o tiraram de Forte da Fenda antes do alvorecer do dia. Será que Chaol sabia daquilo? Considerando como reagira por ter matado Cain, Celaena não achava que torturar e enforcar traidores fizesse parte dos deveres do capitão – ou que sequer fossem mencionados para ele. Ou para Dorian, pensando bem. Mas se Chaol não estivesse no comando do interrogatório de possíveis traidores, quem estava? Seria aquela pessoa a fonte que dera ao rei a última lista de traidores da coroa? Nossa, havia tantas coisas a serem levadas em conta, tantos segredos e tramas. — Acha que consegue me colocar dentro do escritório de Davis agora? — perguntou Celaena. — Quero investigar um pouco. Archer deu um risinho. — Minha querida, por que acha que a trouxe até aqui? — Ele a levou suavemente até uma porta lateral próxima, uma entrada de criados. Ninguém reparou quando entraram, e se tivessem reparado, as mãos de Archer percorrendo o corpo, os braços, os ombros, o pescoço de Celaena sugeririam que buscavam um pouco de privacidade. Com um sorriso sedutor no rosto, Archer puxou Celaena pelo pequeno corredor, então escada acima, sempre com o cuidado de movimentar as mãos sobre o corpo dela para o caso de alguém os ver. Mas todos os servos estavam ocupados, e o corredor do andar de cima estava vazio e silencioso, com as paredes de painéis de madeira e o carpete imaculado. As pinturas ali – diversas de artistas que Celaena reconhecia – valiam uma pequena fortuna. Archer se moveu com uma destreza que provavelmente vinha de anos de entrar e sair despercebido de quartos. Ele levou Celaena para um conjunto de portas duplas trancadas. Antes que ela conseguisse tirar um dos grampos de Philippa do cabelo para destrancar a fechadura, uma haste surgiu na mão do cortesão. Ele lançou um sorriso conspiratório para Celaena. Um segundo depois disso, a porta do escritório se abriu, revelando um quarto alinhado com estantes de livros sobre um carpete azul ornamentado, com samambaias em vasos espalhadas pelos cantos. Havia uma grande mesa no centro, duas poltronas diante dela, e um divã estendia-se próximo a uma lareira apagada. Celaena parou à porta, pressionando o corpete apenas para sentir a adaga enfiada dentro dele. Ela roçou as pernas para verificar as duas outras presas às coxas. — Eu devo descer — falou Archer, olhando para o corredor atrás deles. Os sons de uma valsa subiam do salão de baile. — Tente ser rápida. Celaena ergueu uma sobrancelha, embora a máscara cobrisse suas feições. — Está me dizendo como fazer meu trabalho? Ele se aproximou, roçando os lábios contra o pescoço dela. — Não sonharia com isso — respondeu para a pele de Celaena. Então Archer se virou e foi embora. A assassina rapidamente fechou a porta, então caminhou até as janelas do outro lado do quarto e fechou as cortinas. A luz fraca que brilhava sob a porta foi suficiente para enxergar enquanto se movia até a mesa de madeira de lei e acendia uma vela. Os jornais da noite, uma pilha de cartões de resposta ao baile de máscaras daquela noite, um registro de despesas pessoais... Normal. Completamente normal. Celaena vasculhou o restante da mesa, abrindo gavetas e batendo em cada superfície para verificar se havia compartimentos secretos. Quando isso não deu em nada, ela caminhou até uma das estantes de livros, puxando os volumes para ver se algum era oco. Estava prestes a se virar quando um título chamou sua atenção. Um livro com uma única marca de Wyrd estampada na lombada em tinta vermelho-sangue. Celaena o puxou para fora e correu até a mesa, apoiando a vela ao abrir o livro. Estava cheio de marcas de Wyrd – cada página coberta com elas, e com palavras em uma língua que Celaena não reconhecia. Nehemia dissera que era conhecimento secreto – que as marcas de Wyrd eram tão antigas que tinham sido esquecidas havia séculos. Títulos como aquele foram queimados com o restante dos livros sobre magia. Celaena encontrara um na biblioteca do palácio – Os mortos andam – mas havia sido uma besteira. A arte de usar as marcas de Wyrd estava perdida; apenas a família de Nehemia sabia como usar devidamente seu poder. Mas ali, nas mãos dela... Celaena folheou o livro. Alguém escrevera uma frase na parte de dentro da quarta capa, e a assassina aproximou a vela para olhar o que havia sido rabiscado. Era uma charada – ou alguma combinação estranha de palavras: É apenas com o olho que se pode ver corretamente. Mas que diabo aquilo significava? E o que Davis, um negociante meio corrupto qualquer, fazia com um livro sobre marcas de Wyrd, entre tantas coisas? Se estava tentando interferir com os planos do rei... Pelo bem de Erilea, Celaena rezou para que o rei jamais ouvisse falar das marcas de Wyrd. Ela decorou a charada. Anotaria quando voltasse para o castelo – talvez perguntasse a Nehemia se sabia o que significava. Ou se tinha ouvido falar de Davis. Archer poderia ter lhe dado informações vitais, mas ele obviamente não sabia de tudo. Fortunas haviam sido desfeitas quando a mágica se perdeu; pessoas que tinham ganhado a vida durante anos explorando seus poderes foram subitamente deixadas com nada. Parecia natural que buscassem outra fonte de poder, embora o rei a tivesse ilegalizado. Mas o que... Passos soaram no corredor. Celaena agilmente colocou o livro de volta na prateleira, então olhou para a janela. O vestido era muito grande, e a janela pequena e alta demais para que ela conseguisse sair facilmente por aquele caminho. E sem outra saída... Uma tranca estalou nas portas duplas. Celaena se apoiou na mesa, pegando o lenço, curvando os ombros e começando um choro soluçado deprimente assim que Davis entrou no escritório. O homem baixo e corpulento parou ao vê-la, o sorriso que estivera em seu rosto sumiu. Felizmente, Davis estava sozinho. Celaena ergueu o rosto, fazendo o melhor para parecer envergonhada. — Ah! — disse ela, secando os olhos com o lenço através das aberturas da máscara. — Ah, desculpe, eu... eu precisava de um lugar para ficar sozinha por um momento e d-d-disseram que eu poderia entrar aqui. Os olhos de Davis se estreitaram, então se voltaram para a chave na fechadura. — Como entrou? — Uma voz suave e hesitante, transbordando de suspeita... e um toque de medo. Ela emitiu mais um soluço e estremeceu. — A governanta. — Celaena esperava que a pobre mulher não fosse esfolada viva depois daquilo. Ela conteve a voz, tropeçando e se apressando com as palavras. — Me-meu prometido m-m-me d-deixou. Sinceramente, às vezes se questionava se havia algo de errado consigo por conseguir chorar tão facilmente. Davis a avaliou de novo, o lábio se contraindo – não por empatia, percebeu Celaena, mas por nojo daquela mulher tola e chorona, soluçando por causa do noivo. Como se fosse um desperdício colossal de seu precioso tempo reconfortar uma pessoa sofrendo. A ideia de Archer ter que servir àquelas pessoas que o olhavam como se ele fosse um brinquedo a ser usado até que se quebrasse... Celaena se concentrou na respiração. Só precisava sair dali sem levantar suspeitas de Davis. Uma palavra para os vigias no fim do corredor, e ela estaria em mais apuros do que desejaria – e poderia arrastar Archer consigo. Celaena soluçou e estremeceu mais uma vez. — Há um toalete para as damas no primeiro andar — falou Davis, aproximando-se dela para acompanhá-la para fora. Perfeito. Quando o nobre se aproximou, retirou a máscara de ave que usava, revelando um rosto que provavelmente fora bonito na juventude. A idade e o excesso de bebida o haviam fustigado em bochechas flácidas, cabelos ralos e loiros como palha e compleição abatida. Capilares haviam estourado na ponta do nariz dele, manchando-o de um vermelho-arroxeado que se contrapunha aos olhos cinza aquosos. Ele parou perto o suficiente para tocar Celaena e estendeu a mão. Ela limpou os olhos mais uma vez, então colocou o lenço de volta no bolso do vestido. — Obrigada — sussurrou Celaena, olhando para o chão quando Davis pegou sua mão. — E-eu peço desculpas pela invasão. Celaena o ouviu tomar fôlego repentinamente antes de ver o lampejo de metal. Ela o imobilizou no chão em um segundo – mas não rápido o suficiente para evitar a ferroada da adaga de Davis no antebraço. Os metros de tecido que compunham seu vestido a incomodavam enquanto prendia o homem no carpete, uma linha fina de sangue aumentava e escorria pelo braço exposto dela. — Ninguém tem a chave deste escritório — grunhiu Davis, apesar de estar imobilizado sobre as costas. Corajoso ou tolo? — Nem mesmo minha governanta. Celaena mexeu a mão, apontando para os pontos no pescoço dele que o deixariam inconsciente. Se pudesse esconder o antebraço, ainda poderia sair dali despercebida. — O que estava procurando? — indagou Davis, o hálito fedendo a vinho enquanto ele agitava o corpo contra as mãos de Celaena. Ela não se incomodou em responder, e o homem impulsionou o corpo para cima, tentando soltar-se. Ela jogou o peso do corpo contra Davis, erguendo a mão para dar o golpe. Então ele deu uma risada baixa. — Não quer saber o que estava naquela lâmina? Celaena poderia ter rasgado o rosto dele com as unhas pelo sorriso reluzente que Davis lhe deu. Em um movimento suave e ágil, ela pegou a adaga dele e cheirou. A assassina jamais se esqueceria daquele cheiro almiscarado, nem em mil vidas: gloriella, um veneno suave que causava horas de paralisia. Tinha sido usado para derrubá-la na noite em que foi capturada, para impedi-la de reagir enquanto era levada aos homens do rei e jogada nas masmorras reais. O sorriso de Davis se tornou triunfante. — Apenas o bastante para fazê-la apagar até meus guardas chegarem... e a levarem a um local mais reservado. — Onde Celaena seria torturada, isso ele não precisava acrescentar. Desgraçado. A quanto tinha sido exposta? O corte era superficial e pequeno. Mas Celaena sabia que a gloriella já estava pulsando em seu corpo, do mesmo modo que fizera nos dias depois de ter se deitado ao lado do cadáver desfeito de Sam, sentindo o cheiro da fumaça almiscarada que ainda se prendia ao corpo dele. Precisava ir. Agora. Celaena puxou a mão livre para apagar Davis, mas seus dedos pareciam duros, soltos; e apesar de ser baixo, ele era forte. Alguém devia tê-lo treinado, porque em um movimento rápido demais, ele a agarrou pela cintura, contorcendo o corpo de Celaena no chão. Ela caiu no carpete com tanta força que o ar foi sugado de seus pulmões, sua cabeça girava, e ela soltou a adaga. A gloriella estava agindo rápido – rápido demais. Celaena precisava sair. Um lampejo de pânico percorreu seu corpo, puro e espesso. O vestido cheio atrapalhava, mas Celaena concentrou o pouco de controle que ainda tinha em levantar as pernas e chutar – com tanta força que Davis a soltou por um momento. — Vadia! — Ele disparou contra Celaena de novo, mas ela já havia agarrado a adaga envenenada. Um segundo depois, ele agarrava o próprio pescoço enquanto o sangue jorrava em Celaena, no vestido, nas mãos. Davis caiu de lado, agarrando a garganta como se pudesse segurá-la, evitar que o sangue vital se derramasse. O homem fazia um ruído gorgolejante familiar, mas a assassina não ofereceu a compaixão de acabar com a vida de Davis enquanto cambaleava até ficar de pé. Não, sequer lhe deu um olhar de despedida ao pegar a adaga e rasgar a saia do vestido até a altura dos joelhos. No momento seguinte, ela estava na janela do escritório de Davis, avaliando os vigias e as carruagens estacionadas abaixo, cada pensamento mais confuso do que o anterior enquanto escalava o peitoril. Celaena não sabia como tinha conseguido nem quanto tempo levara, mas, subitamente, estava no chão e em disparada na direção do portão da frente aberto. Os vigias, lacaios ou criados começaram a gritar. Ela corria – corria o mais rápido possível, perdendo o controle do corpo a cada pulsação que impulsionava a gloriella em suas veias. Estavam na parte rica da cidade – perto do Teatro Real – e Celaena examinou o horizonte, buscando, buscando o castelo de vidro. Ali! As torres brilhantes jamais pareceram mais lindas, mais acolhedoras. Precisava voltar. Com a visão embaçada, Celaena trincou os dentes e correu. A assassina teve consciência o bastante para arrancar o manto de um bêbado que cochilava em uma esquina e limpar o sangue do rosto, embora tivesse precisado de diversas tentativas para manter as mãos firmes enquanto corria. Depois que o manto escondeu seu vestido destruído, ela disparou para os portões principais dos arredores do castelo – onde os guardas a reconheceram, embora a iluminação fosse fraca demais para que vissem com atenção. O ferimento tinha sido pequeno e superficial; Celaena conseguiria. Só precisava entrar, alcançar a segurança... Mas ela tropeçou na estrada sinuosa que dava no castelo, e a corrida se tornou uma caminhada cambaleante antes mesmo de chegar lá. Celaena não poderia entrar pela frente daquela forma, a não ser que quisesse que todos vissem – a não ser que quisesse que todos soubessem quem fora responsável pela morte de Davis. Ela deslizava a cada passo ao seguir para uma entrada lateral, onde portas de ferro com ferrolho eram deixadas parcialmente abertas para a noite – o quartel. Não era o melhor lugar para entrar, mas era bom o bastante. Talvez os guardas fossem discretos. Um pé diante do outro. Apenas mais um pouco... Celaena não se lembrava de ter passado pelas portas do quartel, apenas do roçar dos ferrolhos de metal quando as abriu. A luz do corredor queimou seus olhos, mas pelo menos estava do lado de dentro... A porta para o rancho estava aberta, e os sons de risadas e do tilintar de canecas flutuavam até ela. Será que Celaena estava dormente por causa do frio ou era a gloriella invadindo-a? Precisava contar a alguém que antídoto lhe dar – apenas contar a alguém... Com uma das mãos apoiada na parede, a outra segurando o manto com força ao redor do corpo, ela passou agilmente pelo rancho, cada fôlego durava uma eternidade. Ninguém a parou; ninguém sequer olhou na direção dela. Havia uma porta no fim daquele corredor que Celaena precisava alcançar – um quarto no qual estaria segura. Manteve a mão na parede de pedra, contando as portas conforme passava. Tão perto. O manto ficou preso na maçaneta de uma porta pela qual passou e se rasgou. Mas ela conseguiu chegar àquela que queria, ao quarto no qual estaria segura. Seus dedos não sentiram muito bem a rugosidade da madeira quando Celaena empurrou a porta e deslizou pelo portal. Luz forte, um borrão de madeira e pedra e papel... e pela névoa, um rosto conhecido, olhando-a, boquiaberto, por detrás da mesa. Um ruído engasgado saiu da garganta de Celaena, e ela olhou para baixo, para si mesma, por tempo o bastante para ver o sangue que cobria seu vestido branco, os braços, as mãos. No sangue, Celaena pôde ver Davis e a fenda aberta na garganta dele. — Chaol — gemeu Celaena, buscando o rosto familiar de novo. Mas ele já estava correndo, disparando pelo escritório. Chaol gritou o nome de Celaena quando os joelhos dela cederam, e a assassina caiu. Ela só viu o marrom-dourado dos olhos dele e aguentou tempo o suficiente para sussurrar: — Gloriella. Então tudo girou e ficou preto.
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A lâmina da Assassina #18
Capítulo 18 Celaena estava sentada na sala de estar da mansão de Archer, franzindo a testa para a lareira que crepitava. Não tocara no chá que o mordomo havia servido para ela na mesa baixa de mármore, embora obviamente tivesse se servido de dois profiteroles e uma torta de chocolate enquanto esperava que Archer retornasse. Poderia ter voltado depois, mas estava congelando do lado de fora, e depois de ficar como vigia na noite anterior, estava exausta. E precisava de qualquer coisa que a distraísse de reviver aquela dança com Chaol. Depois que a valsa terminou, ele apenas disse a ela que se abandonasse o posto mais uma vez, o capitão abriria um buraco no gelo do lago de trutas e a jogaria dentro. Então, como se não tivesse acabado de dançar com Celaena de um modo que fez os joelhos dela tremerem, Chaol voltou para dentro marchando e deixou que ela sofresse no frio. Talvez tivesse apenas imaginado a coisa toda. Talvez o ar gélido da noite a tivesse tornado idiota. Celaena estivera distraída durante a primeira aula sobre as marcas de Wyrd com Nehemia naquela manhã e garantira muitos sermões como consequência. Ela culpou a língua complexa e sem sentido. Aprendera algumas línguas antes – o suficiente para se virar em lugares onde as leis da língua de Adarlan ainda não tinham se enraizado – mas marcas de Wyrd eram completamente diferentes. Tentar aprendê-las enquanto também tentava desvendar o labirinto que era Chaol Westfall era impossível. A assassina ouviu a porta da frente abrir. Palavras abafadas, passos apressados, e então, o lindo rosto de Archer surgiu. — Apenas me dê um minuto para me lavar. Celaena ficou de pé. — Isso não será necessário. Não vou tomar muito tempo. Os olhos verdes de Archer brilharam, mas ele entrou na sala de estar, fechando a porta de mogno atrás de si. — Sente-se — falou Celaena, sem se importar muito que aquela fosse a casa de Archer. Ele obedeceu, sentando-se na poltrona diante do sofá. O rosto do cortesão estava vermelho pelo frio, o que fazia aqueles lindos olhos parecerem ainda mais verdes. Celaena cruzou as pernas. — Se seu mordomo não parar de ouvir pelo buraco da fechadura, vou cortar as orelhas dele e as enfiar goela abaixo. Houve uma tosse abafada, seguida por passos recuando. Depois que teve certeza de que mais ninguém ouvia, Celaena recostou nas almofadas do sofá. — Preciso de mais que uma lista de nomes. Preciso saber o que, exatamente, estão planejando, e quanto sabem sobre o rei. O rosto de Archer empalideceu. — Preciso de mais tempo, Celaena. — Ainda restam pouco mais que três semanas. — Me dê cinco. — O rei só me deu um mês para matar você. Já tenho dificuldade em convencer as pessoas de que você é um alvo difícil. Não posso dar mais tempo. — Mas preciso desse tempo para encerrar as coisas aqui em Forte da Fenda e conseguir mais informações para você. Com Davis morto, estão todos sendo mais cuidadosos. Ninguém está falando. Ninguém ousa sussurrar nada. — Sabem que Davis foi um erro? — Erros acontecem o suficiente em Forte da Fenda para sabermos que a maioria é tudo, menos um erro. — Archer passou as mãos pelos cabelos. — Por favor. Só um pouco mais de tempo. — Não tenho tempo para lhe dar. Preciso de mais do que nomes, Archer. — E quanto ao príncipe herdeiro? E o capitão da Guarda? Talvez tenham a informação de que precisa. Você é próxima dos dois, não é? Celaena exibiu os dentes para o cortesão. — O que sabe sobre eles? Archer lançou um olhar firme e cauteloso para ela. — Acha que não reconheci o capitão da Guarda no dia em que você por acaso esbarrou em mim do lado de fora da Willows? — A atenção dele se voltou para a lateral do corpo de Celaena, onde a mão dela estava sobre uma adaga. — Contou a eles sobre seu plano de me manter vivo? — Não — falou Celaena, a mão relaxando sobre a adaga. — Não, não contei. Não quero envolvê-los. — Ou é porque não confia de verdade em nenhum dos dois. Ela ficou de pé. — Não presuma que sabe qualquer coisa sobre mim, Archer. Celaena saiu batendo os pés até a porta e a escancarou. O mordomo não estava mais à vista. Ela olhou por cima do ombro para Archer, cujos olhos estavam arregalados ao observá-la. — Você tem até o fim da semana, seis dias, para conseguir mais informações para mim. Se não me der nada até então, minha próxima visita não será nem de perto tão agradável. Sem dar tempo para que o cortesão respondesse, Celaena disparou para fora da sala, pegou o manto do armário da entrada e voltou caminhando para as ruas gélidas da cidade. Os mapas e os números diante de Dorian só podiam estar errados. Só podia ser uma brincadeira, pois de maneira nenhuma Calaculla tinha tantos escravos assim. Sentado na longa mesa na câmara do conselho do pai, Dorian olhou para os homens ao redor. Ninguém parecia surpreso, ninguém parecia chateado. O conselheiro Mullison, que adquirira um interesse especial por Calaculla, estava praticamente sorridente. Ele deveria ter lutado para conseguir que Nehemia participasse daquela reunião do conselho. Mas provavelmente não havia nada que ela pudesse dizer naquele momento que tivesse qualquer impacto em uma decisão que claramente já havia sido feita. O pai de Dorian dava um leve sorriso para Roland, a cabeça apoiada sobre o punho fechado. O anel preto na mão do rei brilhava à luz fraca da lareira bestial, aquela abertura em formato de boca que parecia pronta para devorar a sala. Do lugar ao lado de Perrington, Roland gesticulou para o mapa. Outro anel preto reluziu na mão dele – o mesmo que Perrington usava. — Como podem ver, Calaculla não comporta o atual número de escravos. Tem tantos que nem mesmo cabem nas minas do jeito que está, e embora alguns cavem novos depósitos, o trabalho anda estagnado. — Roland sorriu. — Mas, pouco mais ao norte, bem ao longo do limite sul da floresta de Carvalhal, nossos homens descobriram um depósito de ferro que parece cobrir uma grande área. É próximo o bastante de Calaculla para que possamos erguer alguns novos prédios para abrigar vigias e capatazes adicionais, prender ainda mais escravos, se quisermos, e começar o trabalho imediatamente. Murmúrios impressionados e um aceno do rei para Roland fizeram com que o maxilar do príncipe se contraísse. Três anéis combinando; três anéis pretos para significar... o quê? Que estavam de alguma forma ligados um ao outro? Como Roland ultrapassara as defesas do rei e de Perrington tão rapidamente? Por causa do apoio a um lugar como Calaculla? As palavras de Nehemia na noite anterior continuavam soando na cabeça de Dorian. Ele vira as cicatrizes nas costas de Celaena de perto – uma confusão violenta de pele que o deixara doente de ódio ao olhar. Quantos como ela apodreciam naqueles campos de trabalhos forçados? — E onde dormirão os escravos? — perguntou Dorian, de repente. — Vai construir abrigo para eles também? Todos, inclusive o rei, se viraram para olhar para o príncipe. Mas Roland apenas deu de ombros. — São escravos. Por que abrigá-los quando podem dormir nas minas? Assim não perderíamos tempo levando-os para dentro e para fora todos os dias. Mais murmúrios e acenos. Dorian encarou o primo. — Se temos um excedente de escravos, então por que não libertar alguns? Certamente não são todos rebeldes e criminosos. Um grunhido ao fundo da mesa – seu pai. — Cuidado com a língua, príncipe. Não era um pai se dirigindo ao filho, mas um rei ao herdeiro. Mesmo assim, aquele ódio frio crescia, e Dorian continuava vendo as cicatrizes de Celaena, o corpo magro demais no dia em que a tiraram de Endovier, o rosto macilento e a esperança e o desespero misturados nos olhos dela. Dorian ouviu as palavras de Nehemia: o que ela enfrentou é uma bênção comparado ao que a maioria enfrenta. Dorian olhou para o pai à ponta da mesa, cujo rosto estava sombrio com irritação. — Esse é o plano? Agora que conquistamos o continente, vai jogar todos em Calaculla ou Endovier até não restar ninguém além das pessoas de Adarlan nos reinos? Silêncio. O ódio o arrastou até o lugar onde havia sentido aquela pontada de poder antigo quando Nehemia tocou seu coração. — Se continuar puxando a coleira, vai arrebentar — falou Dorian ao pai, então olhou pela mesa para Roland e Mullison. — Que tal vocês passarem um ano em Calaculla, e quando tiverem terminado, podem se sentar aqui e me contar sobre os planos de expansão. O pai dele bateu com as mãos na mesa, chacoalhando copos e jarras. — Você tomará cuidado com o que diz, príncipe, ou será expulso desta sala antes da votação. Dorian se levantou do assento. Nehemia estava certa. Ele não olhara para os demais em Endovier. Não se permitira. — Já ouvi o bastante — disparou Dorian para o pai, para Roland e Mullison, para Perrington e para todos os lordes e homens da sala. — Querem meu voto? Então aqui está: não. Nem em mil anos. O rei grunhiu, mas o príncipe já havia atravessado o piso de mármore vermelho, passado por aquela lareira horrorosa, pelas portas e entrava nos corredores iluminados do castelo de vidro. Ele não sabia aonde ia, apenas que sentia um frio congelante – um frio que alimentava o ódio tranquilo e reluzente. Desceu lance após lance da escadaria em direção ao castelo de pedra, então seguiu por longos corredores e escadas estreitas, até encontrar um salão esquecido onde não havia olhos para vê-lo erguer o punho e socar a parede. A pedra rachou sob sua mão. Não uma rachadura pequena, mas como uma teia de aranha que continuou crescendo e crescendo em direção à janela à direita, até que... A janela explodiu, vidro desabou por toda parte enquanto Dorian se agachava protegendo a cabeça. O ar entrou em uma lufada, tão frio que seus olhos ficaram embaçados, mas o príncipe se manteve ajoelhado ali, os dedos nos cabelos, respirando, respirando, respirando enquanto o ódio escorria de dentro dele. Não era possível. Talvez tivesse apenas acertado a parede no lugar errado e aquela porcaria fosse tão antiga que só estava à espera de algo assim acontecer. Jamais tinha ouvido falar de pedra rachando daquela forma – espalhando-se como algo vivo – e então a janela... Com o coração acelerado, Dorian tirou as mãos da cabeça e olhou para elas. Não havia um hematoma ou corte, nem mesmo um traço de dor. Mas ele havia acertado aquela parede com toda força que tinha. Poderia ter – deveria ter – quebrado a mão. Mas os nós de seus dedos estavam ilesos – apenas brancos por cerrar os punhos com força. Com as pernas trêmulas, o príncipe levantou-se e examinou o dano. A parede havia rachado, mas permanecera intacta. A antiga janela, no entanto, se estilhaçara completamente. E ao redor dele, ao redor de onde havia se agachado... Um círculo perfeito, livre de estilhaços, como se o vidro e a madeira tivessem coberto tudo, menos ele. Não era possível. Porque a magia... A magia... Dorian caiu de joelhos e se sentiu violentamente enjoado. Aninhada no sofá ao lado de Chaol, Celaena tomou um gole do chá e franziu a testa. — Não pode contratar um criado como Philippa para que alguém possa nos trazer doces? Chaol ergueu uma sobrancelha. — Você não fica mais em seus aposentos? Não. Não se pudesse evitar. Não com Elena e Mort e toda aquela loucura a apenas uma porta secreta de distância. Normalmente, teria buscado refúgio na biblioteca, porém não mais. Não quando a biblioteca tinha tantos segredos que faziam sua cabeça girar ao pensar neles. Por um momento, ela se perguntou se Nehemia tinha descoberto alguma coisa sobre a charada no escritório de Davis. Precisaria perguntar à princesa no dia seguinte. Ela chutou as costelas de Chaol com o pé coberto por uma meia. — Só estou dizendo que gostaria de um bolo de chocolate de vez em quando. Ele fechou os olhos. — E uma torta de maçã, e um pedaço de pão, e uma panela de cozido, e uma montanha de biscoitos, e um... — Ele gargalhou quando Celaena colocou o pé no rosto do capitão e empurrou. Chaol segurou o pé e não soltou quando ela tentou puxar a perna de volta. — É verdade e você sabe, Laena. — E daí se for? Não ganhei o direito de comer tanto quanto quiser, sempre que quiser? — Ela desvencilhou o pé da mão de Chaol quando o sorriso sumiu do rosto dele. — Sim — falou Chaol, baixinho, a voz quase inaudível sobre o fogo que estalava. — Ganhou. Depois de alguns instantes de silêncio, Chaol se levantou e foi até a porta. Celaena se sentou apoiada nos cotovelos. — Aonde vai? Ele abriu a porta. — Pegar bolo de chocolate para você. Depois que o capitão voltou, e dos dois comeram metade do bolo que Chaol roubara da cozinha, Celaena se deitou de volta no sofá, a mão sobre a barriga cheia. Chaol já estava estirado nas almofadas, dormindo profundamente. Ficar acordado até o meio da noite no baile e depois acordar para a corrida ao alvorecer naquela manhã tinha sido exaustivo. Por que simplesmente não cancelara a corrida? Sabe, as cortes nem sempre foram assim, dissera Nehemia. Houve um tempo em que as pessoas valorizavam a honra e a lealdade – quando servir um monarca não era uma questão de obediência e medo... Acha que outra corte como aquela poderia se erguer novamente? Celaena não respondera à princesa. Não quisera conversar sobre aquilo. Mas ao olhar para Chaol ali, para o homem que era e para o homem que ainda viria a ser... Sim, pensou ela. Sim, Nehemia. Poderia se erguer novamente, se pudéssemos encontrar mais homens como ele. Mas não em um mundo com aquele rei, percebeu Celaena. Ele destruiria uma corte como aquela antes que Nehemia conseguisse reunir uma. Se o rei sumisse, a corte com que a princesa sonhara poderia mudar o mundo. Aquela corte poderia desfazer o estrago de uma década de brutalidade e terror; poderia restaurar as terras destruídas pela conquista e renovar os corações dos reinos que haviam se desfeito quando Adarlan invadira. E nesse mundo... Celaena engoliu em seco. Ela e Chaol jamais seriam um garoto e uma garota normais, mas talvez ali pudessem construir uma vida própria. Ela queria essa vida. Porque embora o capitão tivesse fingido que nada havia acontecido depois da dança na noite anterior, algo acontecera, sim. E talvez Celaena tivesse levado aquele tempo todo para perceber, mas aquele homem – ela queria uma vida com ele. O mundo com o qual Nehemia sonhava, e o mundo que Celaena às vezes ousava se permitir considerar, não passava de um retalho de esperança e uma lembrança do que os reinos foram um dia. Mas talvez o movimento rebelde soubesse mesmo sobre os planos do rei e como destruí-los – como destruir o rei, com ou sem Aelin Galathynius e qualquer que fosse o exército que alegavam que ela erguia. Celaena suspirou e se levantou do sofá, movendo suavemente as pernas de Chaol para não incomodá-lo. Ela se virou, no entanto – apenas uma vez, abaixando o corpo para passar os dedos pelos cabelos curtos dele, então passou-os pela bochecha dele. Depois saiu silenciosamente do quarto, levando consigo as sobras do bolo de chocolate. Celaena estava ponderando se comer o restante do bolo de chocolate a deixaria seriamente enjoada quando virou no corredor e viu Dorian sentado no chão do lado de fora dos aposentos dela. O príncipe virou o rosto quando a viu, os olhos parando no bolo nas mãos de Celaena. Ela corou e ergueu o queixo. Os dois não se falavam desde a discussão sobre Roland. Talvez o príncipe tivesse ido se desculpar. Bem feito. Mas quando se aproximou e Dorian se levantou, Celaena deu uma olhada na expressão dos olhos cor de safira do príncipe e soube que ele não estava ali para pedir desculpas. — Está um pouco tarde para uma visita — disse ela, como cumprimento. Dorian colocou as mãos nos bolsos e encostou o corpo na parede. O rosto estava pálido, os olhos assombrados, mas o príncipe deu um meio-sorriso para ela. — Está um pouco tarde para bolo de chocolate também. Andou saqueando a cozinha? Celaena continuou do lado de fora dos aposentos, seus olhos percorrendo Dorian. Ele parecia bem – nenhum hematoma, nenhum sinal de ferimentos – mas havia algo diferente. — O que está fazendo aqui? O príncipe evitou o olhar dela. — Estava procurando Nehemia, mas as criadas dela disseram que ela havia saído, entendi que tinha vindo para cá; então achei que vocês duas talvez tivessem saído para caminhar. — Não a vejo desde esta manhã. Quer algo com ela? Dorian tomou um fôlego irregular e a campeã percebeu subitamente como estava frio no corredor. Quanto tempo ficara sentado ali no chão congelante? — Não — respondeu o príncipe, balançando a cabeça como se estivesse se convencendo de algo. — Não, não quero. Ele começou a ir embora. Celaena começou a falar antes que ele percebesse que ela estava com a boca aberta. — Dorian. O que foi? Ele se virou. Por um segundo, havia algo nos olhos dele que lembrou Celaena de um mundo havia muito queimado – um lampejo de cor e poder que ainda rodeava os pesadelos dela. Mas o príncipe piscou e aquilo sumiu. — Nada. Não tem nada errado mesmo. — Dorian saiu caminhando, as mãos ainda nos bolsos. — Aproveite o bolo — disse ele, por cima do ombro, e então se foi.
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kiluary-blog · 7 years
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A lâmina da Assassina #23
Capítulo 23 Ele devia ter ouvido errado. Porque não havia qualquer possibilidade de Celaena ser tão arrogante, tão tola e louca e idealista e corajosa. — Perdeu a noção completamente? — As palavras se elevaram até virarem um grito, uma revolta de ódio e medo que percorreu o corpo de Chaol tão rapidamente que o capitão mal conseguia pensar. — Ele vai matar você! Vai matar você se descobrir. Celaena deu um passo na direção de Chaol, aquele vestido espetacular reluzindo como mil estrelas. — Ele não vai descobrir. — É apenas uma questão de tempo — retrucou ele com os dentes trincados. — O rei tem espiões que observam tudo. — E preferia que eu matasse homens inocentes? — Aqueles homens são traidores da coroa! — Traidores! — Celaena deu uma gargalhada. — Traidores. Por se recusarem a abaixar a cabeça diante de um conquistador? Por abrigarem escravos fugidos que tentam voltar para casa? Por ousarem acreditar em um mundo melhor do que este lugar abandonado pelos deuses? — Ela balançou a cabeça, parte de seu cabelo deslizando. — Não serei a açougueira dele. E Chaol não queria que ela fosse. A partir do momento em que ela fora coroada campeã, o capitão se sentira enojado ao pensar em Celaena fazendo aquilo que o rei lhe ordenara. Mas aquilo... — Você fez um juramento a ele. — E quantos juramentos ele fez a monarcas estrangeiros antes de marchar com seus exércitos e destruir tudo? Quantos juramentos fez quando subiu ao trono, apenas para cuspir nessas promessas? — Ele vai matar você, Celaena. — Chaol a segurou pelos ombros e sacudiu. — Vai matar você, e me obrigará a fazê-lo como punição por ser seu amigo. — Aquele era o terror contra o qual Chaol lutava, o medo que o assolava, que o fizera não ultrapassar o limite por tanto tempo. — Archer tem me dado informações verdadeiras... — Não dou a mínima para Archer. Que informação útil aquele babaca arrogante poderia? — O tal movimento secreto de Terrasen existe de verdade — disse ela, com uma tranquilidade enlouquecedora. — Eu poderia usar a informação que reuni sobre ele para barganhar com o rei para que me liberte ou para que apenas me dê um contrato mais curto. Curto o suficiente para que, caso ele venha a descobrir a verdade, eu já tenha partido há muito tempo. Chaol grunhiu. — Ele poderia fazer com que fosse chicoteada apenas por ser tão impertinente. — Mas então a última parte das palavras dela foi registrada por Chaol, atingindo-o como um soco na cara. Eu já tenha partido há muito tempo. Partido. — Aonde você vai? — Qualquer lugar — respondeu Celaena. — O mais longe que consiga chegar. Chaol mal podia respirar, mas conseguiu dizer: — E o que faria? Ela deu de ombros, e os dois perceberam que o capitão estivera segurando os ombros de Celaena. Ele afrouxou as mãos, mas seus dedos se desesperavam para pegá-la de novo, como se aquilo, de alguma forma, a impedisse de partir. — Viveria minha vida, imagino. Viveria do jeito que quero, pelo menos uma vez. Aprenderia a ser uma garota normal. — Quão longe? Os olhos azuis e dourados dela brilharam. — Eu viajaria até encontrar um lugar onde jamais ouviram falar de Adarlan. Se é que existe tal lugar. E nunca mais voltaria. E porque era jovem, e tão estupidamente esperta e divertida e maravilhosa, em qualquer lugar em que estabelecesse seu lar haveria um homem que se apaixonaria por ela e que a tornaria sua esposa, e essa era a pior das verdades. Isso o tomara sorrateiramente, essa dor e o terror e ódio ao pensar em qualquer outra pessoa com Celaena. Cada olhar, cada palavra de Celaena... Chaol nem mesmo sabia quando havia começado. — Vamos encontrar esse lugar, então — disse ele, baixinho. — O quê? — Celaena franziu as sobrancelhas. — Irei com você. E embora Chaol não tivesse perguntado, os dois sabiam que essas palavras continham uma pergunta. Ele tentou não pensar no que Celaena dissera na noite anterior, na vergonha que sentiu ao abraçá-lo quando Chaol era um filho de Adarlan, e ela, uma filha de Terrasen. — E quanto a ser capitão da Guarda? — Talvez meus deveres não sejam o que eu esperava que fossem. O rei escondia coisas dele; havia tantos segredos, e talvez Chaol fosse pouco mais que uma marionete, parte da ilusão através da qual ele começava a enxergar... — Você ama seu país — falou Celaena. — Não posso deixar que desista de tudo. Chaol percebeu uma pontada de dor e esperança nos olhos de Celaena, e antes que se desse conta do que fazia, diminuiu a distância entre os dois, uma das mãos na cintura e a outra no ombro dela. — Eu seria o maior tolo do mundo se a deixasse partir sozinha. E, então, lágrimas desceram pelo rosto dela, e a sua boca se tornou uma linha fina e trêmula. Chaol se afastou, mas não a soltou. — Por que está chorando? — Porque — sussurrou Celaena, a voz falhando — você me lembra de como o mundo deveria ser. De como o mundo pode ser. Jamais houve um limite entre eles, apenas o próprio medo e o orgulho idiotas do capitão. Porque a partir do momento em que a tirou daquela mina em Endovier e ela colocou os olhos nele, ainda destemida apesar de um ano no inferno, Chaol caminhava em direção àquilo, caminhava em direção a ela. Então Chaol limpou as lágrimas de Celaena, ergueu o queixo dela e a beijou. O beijo a desnorteou. Era como voltar para casa ou nascer ou subitamente descobrir uma metade de si que estava faltando. Os lábios de Chaol eram quentes e macios contra os dela – ainda hesitantes, e após um momento, ele se afastou o bastante para encarar Celaena. Ela tremia com a necessidade de tocá-lo por completo de uma só vez, de senti-lo tocando-a por completo de uma só vez. Chaol desistiria de tudo para ir com Celaena. Ela entrelaçou os braços no pescoço do capitão, a boca de Celaena encontrou a de Chaol em um segundo beijo que fez o mundo debaixo dela desabar. Celaena não sabia quanto tempo haviam ficado naquele telhado, enroscados um no outro, bocas e mãos passeando até que ela gemeu e o arrastou pela estufa, escada abaixo, para dentro da carruagem que esperava do lado de fora. E, em seguida, houve o caminho de volta para casa, pelo qual Chaol fez coisas com o pescoço e a orelha de Celaena que a fizeram se esquecer do próprio nome. Os dois conseguiram se conter quando chegaram aos portões do castelo e mantiveram uma distância respeitável enquanto caminhavam de volta para o quarto de Celaena, embora cada centímetro dela parecesse tão vivo e incandescente que foi um milagre conseguir chegar à porta sem puxar o capitão para dentro de um armário. Mas logo estavam dentro dos aposentos, em seguida, à porta do quarto, e Chaol parou quando ela pegou as mãos dele para conduzi-lo para dentro. — Tem certeza? Celaena levou a mão até o rosto do capitão, explorando cada curva e sarda que tinham se tornado tão impossivelmente preciosas para ela. A jovem esperara antes – esperara com Sam, e tinha sido tarde demais. Mas agora, não havia dúvidas, nem um pingo de medo ou incerteza, como se cada momento entre ela e Chaol tivesse sido um passo numa dança que levara àquele ponto. — Nunca tive tanta certeza de uma coisa na vida — falou Celaena. Os olhos dele estavam incendiados por uma fome que se igualava à de Celaena, e ela o beijou de novo, puxando o capitão para dentro do quarto. Ele se deixou levar, sem interromper o beijo conforme chutava a porta para que se fechasse atrás deles. E então só havia os dois, e pele contra pele, e quando chegaram àquele momento em que não havia mais nada entre eles, Celaena beijou Chaol intensamente e deu a ele tudo o que tinha. Ela acordou com o alvorecer invadindo seu quarto. Chaol ainda a segurava junto ao corpo, exatamente como tinha feito a noite inteira, como se Celaena fosse, de alguma forma, deslizar durante o sono. Ela sorriu consigo mesma, tocando o pescoço do capitão com o nariz e inspirando-o. Chaol se mexeu, apenas o bastante para que Celaena soubesse que tinha acordado. As mãos dele começaram a se mover, se entrelaçar no cabelo dela. — De maneira nenhuma vou sair desta cama para correr — murmurou ele na cabeça de Celaena. Ela deu um risinho baixo. As mãos de Chaol desceram pelas costas dela, sem nem mesmo esbarrar nas cicatrizes. Ele beijara cada cicatriz nas costas da campeã, no corpo inteiro, na noite anterior. Ela sorriu no pescoço do capitão. — Como está se sentindo? Como se estivesse em todos os lugares e em lugar nenhum ao mesmo tempo. Como se, de alguma forma, tivesse passado a vida semicega e agora conseguisse enxergar tudo claramente. Como se pudesse ficar ali para sempre e ser feliz. — Cansada — admitiu Celaena. Chaol ficou tenso. — Mas feliz. Ela quase chorou quando o capitão a soltou por tempo suficiente para se apoiar em um cotovelo e encará-la. — Mas está bem? Celaena revirou os olhos. — Tenho quase certeza de que “cansada, mas feliz” é uma reação normal depois da primeira vez. E tinha quase certeza de que precisaria falar com Philippa sobre um tônico contraceptivo assim que saísse da cama. Porque, pelos deuses, um bebê... Ela riu com escárnio. — O quê? Celaena apenas balançou a cabeça, sorrindo. — Nada. — Ela passou os dedos pelos cabelos do capitão. Um pensamento lhe ocorreu e o sorriso sumiu. — Quantos problemas acha que vai ter por causa disto? Celaena observou o peitoral musculoso de Chaol se expandir quando ele respirou fundo, abaixando a cabeça para apoiar a testa no ombro dela. — Não sei. Talvez o rei não se importe. Talvez me dispense. Talvez seja pior. É difícil saber; ele é imprevisível assim. Celaena mordeu o lábio e passou as mãos pelas costas fortes do capitão. Desejava tocá-lo daquela forma havia tanto tempo – mais tempo do que percebera. — Então vamos manter em segredo. Passamos tanto tempo juntos que ninguém deve notar a mudança. Chaol ergueu o corpo de novo, encarando-a. — Não quero que pense que concordo em manter isto em segredo porque tenho vergonha. — Quem disse qualquer coisa sobre vergonha? — Ela indicou o próprio corpo nu, embora estivesse coberto pelo lençol. — Sinceramente, fico surpresa por você não estar saltitando por aí, se gabando com todo mundo. Eu certamente estaria se tivesse transado comigo. — Seu amor por si mesma não tem limites? — Nenhum. Chaol se aproximou para mordiscar a orelha dela, e os dedos dos pés de Celaena se contraíram. — Não podemos contar a Dorian — disse ela, baixinho. — Ele vai descobrir, aposto, mas... Acho que não deveríamos contar imediatamente. Chaol parou de mordiscar. — Eu sei. — Mas então ele se afastou e Celaena encolheu o corpo levemente enquanto o capitão a avaliava de novo. — Você ainda... — Não. Há muito tempo que não. — O alívio nos olhos dele fez com que Celaena o beijasse. — Mas ele seria mais uma complicação se soubesse. E não havia como saber de que forma o príncipe reagiria, considerando como as coisas andavam tensas entre eles. Dorian era muito importante na vida de Chaol; Celaena não queria destruir aquele relacionamento. — Então — falou Chaol, dando um peteleco no nariz dela —, há quanto tempo você queria... — Não vejo como isso é da sua conta, capitão Westfall. E não direi até que você me diga. Ele deu outro peteleco no nariz dela, e Celaena afastou os dedos de Chaol. Ele pegou a mão dela, erguendo-a para olhar para o anel de ametista – o anel que ela jamais tirava, nem mesmo para tomar banho. — O baile de Yule. Talvez mais cedo. Talvez mesmo no Samhuinn, quando lhe dei este anel. Mas no Yule foi a primeira vez que percebi que não gostava da ideia de você com... com outra pessoa. — Chaol beijou as pontas dos dedos dela. — Sua vez. — Não vou contar — falou Celaena. Porque não fazia ideia; ainda estava tentando entender quando exatamente havia acontecido. De alguma forma parecia que sempre tinha sido Chaol, mesmo no iniciozinho, mesmo antes de os dois se conhecerem. Ele começou a protestar, mas Celaena o puxou de volta sobre si. — E chega de falar. Posso estar cansada, mas ainda há muitas coisas para fazer em vez de sair para uma corrida. O sorriso que Chaol lhe deu era faminto e malicioso o suficiente para que ela gritasse quando ele a puxou para debaixo das cobertas.
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