Tumgik
#Poetas do silêncio poetas em silêncio
fabien-euskadi · 2 years
Text
Poetas do silêncio, poetas em silêncio
Catorze versos ébrios de metonímia em sorvo e meio de sigilo: Quadras, duas, mais um duo de tercetos e sinónimos de estilo. O vazio pejado de mancheias de metáforas: olhares de papelão E laranjas lilases (ah!) como quem diz que sim dizendo que não, Pois tudo o mais que se diga é sempre algo menos qu’um zero. Dizem-se poetas, dizem-se tudo, dizem tudo, dizem que quero Mudar o Mundo com versos, quando o Mundo quer é ser igual. Silencio, eu digo. E digo: o teu silêncio é a antecâmara do mal. Fingem-se poetas, poetas de métricas errantes e horas d’ estio - Talvez sejam o que dizem, mas o que dizem é a poesia do vazio.
                                                                         Fabien Euskadi
9 notes · View notes
projetovelhopoema · 2 months
Text
Você vai voltar? Acho que não acredito mais nisso. Fiquei pensando o que eu diria quando você voltasse, até que parei de acreditar em mim mesma. Eu nem lembro mais como é seu rosto, a fragrância comum que você usava, seus toques suaves… Quando tento lembrar da sua voz o silêncio ecoa por toda a minha mente nublada. Estava tudo bem, até que eu voltei e você não estava mais aqui, perdi todas as esperanças. A porta da frente não se abrirá novamente. O “nós” se perdeu tão fácil que eu nem acredito que um dia existiu; Não acredito que um dia eu te chamei de meu e eu fui sua. Por você, perdi a esperança de mim mesma. Será que eu te perdi por que me antecipei demais? Ou fui muito estúpida para acreditar que era real? Me frusto com você e comigo mesma por um dia ter pensado em alguma alegria mútua. Você foi para longe de mim e ainda não sei se isso foi bom, já que cada lugar que já passamos traz um peso familiar dentro de mim. Então, por favor, não volte para tentar cobrir a sua ausência, talvez eu consiga me achar sem você.
— Maria Eduarda em Relicário dos poetas.
103 notes · View notes
vilanizar · 4 months
Text
Eu nunca pensei muito em como seguir em frente, na verdade, eu nunca achei que precisaria, mesmo que todos os meus instintos dissessem que sim, porque eu tinha amor o suficiente para nós dois. Eu tinha fogo o suficiente para aquecer qualquer coisa que ameaçasse esfriar entre nós. Tinha todas as palavras para suprir seus dias de silêncio. Eu tinha confiança o suficiente para lhe entregar meu coração e aceitar fragmentos do teu. Eu tinha paciência o suficiente para aceitar tudo o que viesse de você, mesmo que fossem coisas ruins. Tinha cuidado o suficiente para te dar colo e me dar esse mesmo colo quando você não fosse recíproco a respeito disso. Eu possuia a capacidade de ceder em todas as situações possíveis para que você não estivesse desconfortável em momento algum, mesmo que isso me colocasse em situações de desconforto, quase que, o tempo todo.
Eu tinha tudo. Eu era tudo. Eu conseguiria tranquilamente manter nós dois funcionando por muito tempo. Até me dar conta que eu poderia ser todas essas coisas para mim, ao invés de ser para você. Até perceber que, se eu podia me fazer tão inteira para te manter comigo, eu poderia ser inteira para mim e caminhar sem todo esse peso nos meus ombros. Porque a gente até pode querer muito, mas, infelizmente, não dá para querer por dois. E se a gente se trabalha para ser inteira, é justo que o outro venha e nos transborde. Não dá para viver em função de suprir a falta de alguém que está ali de corpo presente e a quilômetros de distância emocionalmente. Não dá para gastar energia e tempo com quem não se divide com você com o mesmo comprometimento. É impossível amar um fantasma para sempre.
Vilanizar e Carpinejando em Bar dos Poetas.
131 notes · View notes
lisaalmeida · 3 months
Text
Que tormento é beijar-te sem que o saibas
Sem que eu mesmo saiba como beijar-te
Se me és tu astro muito mais além das estrelas
E a mim pra ser poeta me falta arte
Que dirias tu se eu te escrevesse
Por reais palavras, como te sinto
Talvez a mim a alma não mais doesse
E a ti não chegasse o silêncio com que minto
Mas eu queria poemas perfeitos. Perfeitos actos
Com toda a imponência, como a dos astros
Que te circundam para lá deste universo
Beijar-te como quem rouba à boca beijos
Beijos de lábios nunc´antes beijados
Pelos lábios da tua boca que sonho em verso
jorge du val
Tumblr media
41 notes · View notes
aquedadoanjo · 4 months
Text
Tumblr media
Capítulo 7. Praça John Lennon Eu me lembro bem da sensação anestésica daquele verão, A brisa fresca da paixão, juntos na sala de casa quando estreou a segunda temporada de Stranger Things, você me ligou de madrugada e eu atravessei o bairro tão rápido com sua bicicleta emprestada só pra assistir com você, tão clichê como um romance deve ser, O vento gelado no rosto enquanto penso no calor do teu abraço, seu quarto nosso forte, Você prometeu que não deixaria nada nos destruir, Eu ouvi você falar sobre meu medo bobo, chorei e sorri, Nós somos tão diferentes, ao mesmo tempo tão iguais,
Você me fez amar Bethânia e eu baguncei seu gosto musical com meus álbuns indies de pop experimental e quando eu lembro de nós sempre me vejo em cima da bike, Pedalando entre euforia e ansiedade, paramos na minha capela favorita do bairro. O Sol atravessa as figuras dos anjos nos vitrais, eu te encaro e no silêncio daquela segunda-feira a tarde, por um breve momento consigo sentir paz. Eu e você filhos do pecado, dois anjos apaixonados, todo amor é santificado. Talvez você esteja certo em não conseguir ficar, em outra vida ainda vou te encontrar. Num mundo onde amores como o nosso possam ser celebrados nas catedrais. Lembro da primeira vez que coloquei ‘’Oslo’’ da Anna of the North pra tocar na TV, 
Aquele lugar era tão lindo que não parecia ser real, sempre ignorei os sinais, Talvez eu nunca conheça Oslo, talvez esse tratado de paz seja esquecido, Semanas na sua casa, madrugadas em padarias católicas, trocando o dia pela noite, Fugindo dos vampiros, usando sua escova e tomando suas doses de amor matinais, Você costumava fazer anéis de guardanapo, Mas usamos alianças de verdade por tão pouco tempo, Confesso que também tinha um pouco de medo dos julgamentos, Mas mesmo que eles me queimem, eu só queria te amar, Foda-se, é tarde mais, eu nunca vou conhecer Oslo, Eu nunca vou ter você e eu sempre vou passar pela minha antiga casa na Praça John Lennon, imaginar como devem ser felizes as versões menos covardes de nós,
Espero que toda dor que você me causou por seus medos te ensinem nos palcos da vida, O destino tem seus mistérios, ele amou Yoko mais que a fama, isso pode ser real? O amor só é visível quando sobrevive às mais duras guerras, transcende a dor, posso ser tolo por acreditar que uma flor que nasceu num campo de batalha, possa florescer? Me beija enquanto os generais tentam nos caçar, essa guerra nunca vai acabar. Tantas vidas, tantas eras, os falsos sábios, os padres, as bruxas, os magos e os registros akáshicos podem provar: Nunca provei o gosto do teu amor em praça pública. Os melhores perfumes são segredos do Oásis proibido, Por que eu me sinto culpado por dançar de um jeito doce e feminino, Só você pode desnudar o véu que se esconde na pérola do luar, E só a Lua pode testemunhar o reencontro dos poetas Arthur Rimbaud e Paul Verlaine depois de quinhentos dias sem teu doce cheiro numa temporada solitária preso pela saudade infernal, Lindo, eu tenho medo desse ritual, todos os olhos me condenam por te amar. Se eu fugir você vem comigo? Você enfrentaria tudo isso? Eu sei que não.
Eles tem tantos discípulos, vão dizer que sou louco, eles me odeiam como eu sou. Gritam coisas que nunca pude te contar, cruéis demais para se acreditar. Eles nos vigiam e querem um triste fim, eu enfraqueci no teu veneno, Sua língua te protege, mas suas ações te incriminam, seus contratos me aprisionaram, poesias tristes demais, verdades não comerciais, uma seita de narcisistas, Fui privado do amor, abusos secretos, poder demais na mão de loucos, eu esqueço tudo isso quando eu deito na grama da Praça John Lennon e contemplo o luar com você,
Quantas guerras ainda vamos vivenciar? Eles me negaram o Paraíso por amar. Eu mordi o fruto do conhecimento, vamos fugir desse lugar barulhento? Tensão de pensamentos, corpos se descarregam, O amor pode ser calmo, se eu soubesse a forma certa de amar, Ir para outras galáxias num olhar e ouvir o som dos anjos num suave canto,   Você pode entrar no meu jardim, deitar na minha cama, sentir a mansidão de cada respiração que oxigena o sangue que corre em minhas veias, que alimentam minhas entranhas como galhos feitos de arte que abrigam o meu coração nu, que sussurra: Todo ato de amor é sagrado, você pode imaginar?
23 notes · View notes
eu-estou-queimando · 7 months
Text
Cheguei num lugar tão estranho dentro de mim, que a poesia não mais brota, não estou queimando mais, fico revisitando o passado em busca de alguma faísca perdida pelo caminho, mas, em mim o passado fica empoeirado rapidamente, até esquecido, a minha poesia nunca me pertenceu, não tenho uma poesia escrita que eu ame mais ou menos, na verdade nem lembro delas, quando vou reler alguma se quer me reconheço nas linhas, eu queimo e eu mesmo apago da mente, da minha trajetória.
Sigo buscando em mim a intensidade perdida, o afeto genuíno, o transbordar, eu sou meio copo, não sei se meio vazio ou meio cheio, mas não posso vir aqui e reblogar algo que não me queima mais, então posto o que coloco no papel e fica ali, parado, amarelando as folhas. Acho que está chegando o fim do meu ciclo por aqui, sinto que estou a me despedir deste local que tanto me acolheu, tanto me fez queimar toda minha intensidade.
Sou uma economista, racional, baseada em exatas, mas aqui eu sou a menina que tem um diário, que escreve sem medo, dos sentimentos, dos erros ortográficos, a moça que senta na areia da praia e tenta entender os mistérios da vida.
Eu escrevi mais para esvaziar, que guardar, paredes cheia de diplomas, conquistas, prêmios, quem diria que a jovem cheia de parafusos, andando, não se arrastando chegaria tão longe com sua bengala física, e aqui é a minha bengala emocional que mantém em pé sentimentos que guardo e só me sufocam até ir para o papel.
Nunca pensei em expor o que sou aqui, é frágil, é secreto, é algo só meu, quem conhece meus dois mundos não entende, quem conhece apenas um, acha cansativo, lidar com números, lidar com sentimentos, eu me via num lugar confortável em ambos os lados, mas agora está chegando ao fim.
Sinto falta da poesia dele, sua melhor parte era essa, aqui tinha um certo sentido quando eu poderia ler um dos maiores poetas anônimo que já li, era visceral, genuíno na sua natureza por em linhas organizadas seus sentimentos bagunçados.
Temos poetas incríveis aqui, mas ele sempre foi um diferencial e sempre que desejava me punir sumia, como alguém que te presenteia com o silêncio quando que te punir, eu aprendi que não devo esperar muito dele, ele faz o que pode, o problema é que sempre pode pouco. Mas qual poeta não é egoísta, eu mesmo sou, detesto que me copiem, detesto que usem minhas cinzas para ganhar "gostei" por aqui, já vi minha poesia no Facebook com minha antiga logo, com outro autor, fiquei tão furiosa que desinstalei o Facebook, depois de prometer que iria ter ao menos uma rede social, não sei se foi desculpas ou se foi raiva, era minha, você pode se conectar, mas não pode tomar pra si algo que me queimou por inteira.
Ah! Poetas que ainda queimam, sei que vocês são poucos, mas eu sei o quanto queimar é necessário, eu também já fui assim, hoje tô morna, nas minhas veias algo normal paira e me assusta, sem a intensidade, serei apenas a de exatas? Aquela que é respeitada por ser fria e calculista, por não errar com os números, será que de agora em diante terei que ser feliz com pagamentos, com reconhecimentos de exatas, será que neste exato momento enquanto espero mais um voo, eu teria que estar feliz por ser escolhida para um trabalho que amo fazer, mas nunca me fez queimar, será que eu deveria estar queimando agora? Não estou, estou triste, bem triste, com medo de ficar deprimida sozinha num quarto de um belo hotel, sendo paparicada porque sou boa no que faço. Eu sempre me pergunto se faço a coisa certa? Ajudar quem não precisa de ajuda, fazer felizes pessoas que sabem o seu saldo bancário, mas não lembro com exatidão do nome do filho, já presenciei um homem importante não lembrar que havia se separado e no final dizer que são todas iguais. Que pobreza não é mesmo, essas não tem dinheiro que compre a riqueza de ter o que o dinheiro não pode comprar.
Eu não quero me tornar assim, por isso cultivo minhas florzinhas, por isso o amor que sinto por elas me faz agradecer, que eu perca a vontade de queimar, tudo bem. Mas que eu jamais me esqueça que elas são um sonho que sonhei e julgava impossível realizar, pois hoje as tenho, as amo, sou feliz ao falar delas, sou abençoada.
Queridos poetas, talvez aqui reside devaneios meus, que irão oscilar com algumas poesias antigas, espero que entendam que talvez eu me vá, só não vou fazer despedidas.
27 notes · View notes
serdapoesia · 6 months
Text
Não te espantes da vontade Do poeta Em transmudar-se: Quero e queria ser boi Ser flor Ser paisagem. Sentir a brisa da tarde Olhar os céus, ver às tardes Meus irmãos, bezerros, hastes, Amar o verde, pascer, Nascer Junto à terra (À noite amar as estrelas) Ter olhos claros, ausentes, Sem o saber ser contente De ser boi, ser flor, paisagem. Não te espantes. E reserva Teu sorriso para os homens Que a todo custo hão de ser Oradores, eruditos, Doutos doutores Fronte e cerne endurecido. Quero e queria ser boi Antes de querer ser flor. E na planície, no monte, Movendo com igual compasso A carcaça e os leves cascos (Olhando além do horizonte) Um pensamento eu teria: Mais vale a mente vazia.
E sendo boi, sou ternura. Aunque pueda parecer Que del poeta Es locura. Hilda Hilst
In: Roteiro do silêncio (1959)
20 notes · View notes
naoedicoes · 30 days
Text
Tumblr media
OS AMANTES DA AUTO-ESTRADA DO SUL é o novo livro de Susana Araújo, que será lançado em Setembro na Colecção Mutatis-mutandis, depois de DISCURSO AOS PACIENTES CIRÚRGICOS (2020). Capa e grafismos a partir de Motorways (1968) de Robert Ellis.
Continuavas fixado na estrada. Permitia-te estenderes o silêncio durante muitos quilómetros. Era um bom álibi. Quando nos aproximámos da segunda portagem, tive vontade de te agarrar, de morder o teu rosto. Queria roubar-te da estrada e recuperar o teu olhar. Queria que me voltasses a fitar com aqueles olhos de menino sôfrego que sorviam todos os meus gestos. Recordei que ainda tinhas esse olhar uns dias antes de partirmos. Esperavas por mim à porta do escritório. Com uma t-shirt verde, ávida e inquieta. Vinhas dizer-me que partirias comigo. Poderíamos finalmente fugir para longe, para um futuro. Mas agora, no carro, os teus olhos mantinham-se colados ao asfalto. Pálpebras mudas trespassadas por betume e carros em movimento.
///// Lançamento e livro disponível a partir de Setembro. ///// Pedidos/reservas via [email protected]
Susana Araújo é ensaísta, ficcionista e poeta. É a autora dos livros de poesia Dívida Soberana (Mariposa Azual, 2012), Discurso aos Pacientes Cirúrgicos (não edições, 2020), entre outros textos de poesia, prosa e teatro em antologias e publicações fugitivas. Faz pela vida como Professora na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra e Investigadora no CEComp, Universidade de Lisboa. Entre os seus trabalhos académicos destacam-se Transatlantic Fictions of 9/11 and the War on Terror (Bloomsbury 2015; nomeado Outstanding Academic Title pela Choice - Association of College & Research Libraries), vários livros de ensaios publicados em editoras internacionais e artigos em reconhecidos periódicos como European Journal of English Studies, Atlantic Studies, Studies in the Novel, Women Studies ou Critical Survey. Enfim, tira facas da garganta e cospe fogo.
3 notes · View notes
eru2 · 1 month
Text
Vi meu professor chorando
Hoje, para ser bem rigoroso, ele é meu colega de trabalho, pois damos aula no mesmo local. Eu estou a tanto tempo naquela travessa do Trianon que os papéis e tratamentos se confundem um pouco. Não sei se chamo pelo primeiro nome, pelo título ou se simplesmente não chamo. De qualquer maneira, ele me deu aula de Sociologia, no meu primeiro semestre como universitário. Então, é meu professor para sempre.
É um dos maiores - mas não "o maior", como ele frisava - especialistas em democracia e direitos humanos do Brasil. Possui blazers com cores apagadas e sempre usa uma gola olímpica altíssima e calças jeans banais. Barba farta. Pés e mãos pequenas. Cabelo arrumado e óculos grandes. Sapatos tímidos. Em conjunto, tudo uma conspiração estética para você prestar atenção tão somente na única parte que ele efetivamente quer mostrar: a cabeça, que, para ele, poeta e professor, era quase um decote de tão bonita e chamativa. Macrocefalia.
Talvez, hoje, estivesse tão pesada que pendeu para baixo. Passei por ele, na Nove de Julho. Sei que me viu, embora fingira não ver, porque nossos olhos se toparam e os dele estavam marejados, miudinhos. Em respeito a ele que sofria em silêncio, desviei o olhar para baixo e de passagem notei que o buço se recuperava de uma tragada forte no charuto. O cheiro da fumaça me invadiu e, no processo de me indignar por reflexo, lembrei que, no primeiro semestre, me avisaram do seu afastamento, por depressão.
De súbito a cena que já era sombria se fez tenebrosa. Acho que ver um professor em processo de queda e decaimento, ainda mais um desses que se escondem atrás da própria cabeça, me atinge e fere não só no presente, por empatia, mas também me ataca nas ambições futuras, por simetria e comparação. Será que, em alguma das desgraçadas segunda de Agosto que me restam, é a minha cabeça enorme que cede e eu que sou obrigado a desviar os olhos daqueles que mais me admiram?
Achei que seria tanto empático, por ele, quanto prudente, pelo meu eu vindouro, ser solidário. Voltei, dei bom dia e perguntei se estava tudo bem. Surpreso, ajeitou o terno, checou os sapatos e a calça, endireitou a gola, afofou a barba. Tudo de cabeça ereta e focada.
"Sim. Desculpe".
Por nada, professor. Amanhã, sou eu.
- Brudsau
3 notes · View notes
wanted-cry-wanted-die · 9 months
Text
Entre Sombras e Silêncio: Uma Jornada pela Melancolia da Ausência
No silêncio das lembranças, ecoam as vozes ausentes que deixaram um vazio profundo em meu ser. Cada lembrança é uma nota triste em uma sinfonia de saudades, uma melodia melancólica que ressoa no meu peito cansado.
Sinto a falta de rostos que se tornaram sombras, de risos que se perderam no tempo. O vazio que deixaram é como um buraco negro, absorvendo a luz da alegria que um dia irradiava de mim. Tentar preencher é como segurar areia nas mãos, escorrendo pelos dedos, escapando incessantemente.
Nessas noites solitárias, as estrelas testemunham a minha melancolia, enquanto busco sentido nas entrelinhas do destino. "A ausência é um eco doloroso do que já foi", sussurro para o universo, como se as estrelas pudessem compreender a complexidade das emoções humanas.
Caminho por ruas desertas da alma, onde as sombras dançam ao som do vento, e os ecos do passado ecoam em cada passo. Cansado, carrego o fardo do que se foi, tentando encontrar consolo nas palavras de poetas que viveram o mesmo vazio.
"Nossas memórias são como fios invisíveis que nos prendem ao passado", escreveu algum sábio poeta, e essas palavras ressoam em mim como um lamento silencioso. O cansaço é a sombra que me segue, um peso que se acumula nos ombros de quem carrega saudades como bagagem.
Assim, entre versos de poesia e frases filosóficas, me encontro perdido na busca por significado. O vazio persiste, e eu, um viajante cansado, tento decifrar os enigmas do coração, onde as lágrimas são tinta e a tristeza, a própria página em branco da existência.
10 notes · View notes
floralino · 4 months
Text
Aqui, canalizo minhas experiências, emoções e pensamentos através da minha escrita. Cada linha que escrevo é uma tentativa de decifrar e dar forma ao turbilhão de sentimentos que experimento. A poesia se tornou meu refúgio, um espaço onde posso ser autenticamente eu mesma, sem medo de julgamento ou incompreensão.
A violência das palavras, a maneira como elas podem quebrar o silêncio e perturbar meu pequeno mundo, é algo que me fascina e teme em igual medida. No entanto, é através desta violência, através do caos que as palavras podem criar, que encontro a beleza e a catarse.
Sendo uma poeta sensacionalista, não me limito a escrever apenas sobre o belo e o sublime. Eu exploro a gama completa de emoções humanas em minha poesia, desde a alegria extática até a tristeza mais profunda. Cada poema que escrevo é um mergulho corajoso no desconhecido, uma jornada para descobrir algo novo sobre mim mesma e o mundo imensurável ao meu redor.
Viver no Brasil, um país de contrastes agudos e beleza indescritível, também influenciou profundamente minha escrita. A diversidade cultural, a rica história e as paisagens deslumbrantes do Brasil proporcionam uma fonte inesgotável de inspiração para minha poesia.
Assim, eu continuo a escrever, a explorar e a sentir, navegando através da vida com minhas palavras como bússola. Porque no final das contas, ser poeta não é apenas sobre escrever poesia. É sobre viver a poesia em cada momento, em cada respiração, em cada batimento cardíaco.
5 notes · View notes
cxosifer · 2 months
Text
é você que tem o rastro das estrelas em seu corpo
marcas rajadas inspiradas na constelação da tigresa
que vive dentro do seu coração
selvagem
e ao mesmo tempo
tão doce
esse seu sorriso de sol
é uma tatuagem
nas minhas lembranças
com certeza
a sua beleza ímpar
é composta por contornos
que
desenham
do inverno ao outono
o meu melhor sorriso
e você nem sabia disso
naquele dia
um silêncio prateado
mexeu no cabelo
sem saber que estava
mexendo com um poeta
o seu poeta
secretamente
te devoro
doce
cravo
e canela
seu olhar é uma tela
o universo em aquarela
onde qualquer mortal se perderia
porém
por sorte
do destino
me encontrei
em devaneios
viajei
lá longe
onde a gente se perde
mas a vista
é incrível
esses seus olhos são
A inspiração
as coisas mais bonitas
vem na minha imaginação
se eu penso em você
meu dia ganha um outro tom
sua pele cor de areia
num vestido azul ou marrom
mas
mais que isso
com toda certeza
mais de mil e muitas estrelas
mar infinito de constelações
tudo isso eu enxergo em você
sem precisar da visão
tudo isso e a tigresa
cabe dentro do seu doce coração
selvagem
cxosifer
2 notes · View notes
projetovelhopoema · 3 months
Text
Estava por horas deitada, tentei apaziguar os meus pensamentos, tentei entender eles, gritei por dentro por vários minutos, mais nada adiantou. Não adianta, já tentei por várias e várias vezes, de diferentes formas, mas nada que eu faça tira esse sentimento de mim, esse sentimento de incapacidade, de insegurança. Não sei se consigo sair desse buraco que eu mesma criei, a sensação que tenho é que quanto mais tento sair, mais me afundo. Não tenho mais forças, só quero ficar quieta, quero parar de me importar tanto, tentar manter meus pensamentos em silêncio e esperar que um dia tudo mude.
— Julliany em Relicário dos poetas.
121 notes · View notes
cartogramas · 3 months
Text
É um dia chuvoso, meia-tarde e os cães. A infinita sessão de análise toma posse de mim. Abro a tampa da máquina. Ronda-me o exercício da escrita, esse ofício. Ronda-me outra vez como tantas vezes a Lupicínio. Junto dele um banzo longo que ouso agora romper em chances assim, quando nasce frondoso um tempo livre entre a urgência do trabalho dos outros. Sobre essa volta, pensei em um título relacionado ao saguão e talvez ele seja mesmo o melhor lugar para que tudo aconteça. Um saguão, não o título. Optei pelas datas por praticidade ou pressa de ocasião. Trago amarrada uma palavra há quase catorze anos - ou mais. Promessa demasiadamente prometida apodrece, é tempo do longe demais. O treze é de sorte e infortúnio, o catorze será qual ou de quem? Nada se faz por si neste mundo tão chulo. Digitar é trabalho braçal, coisa de porte e estado físico, talvez de golpe ou açoite. Sinto que ando fraco e silente, tenho dores às costas, no ombro e ciático. Vez ou outra me toca deitar. Dizem que poetas têm saúde frágil e o ofício exige o tempo e do tempo. Vou ficando velho, ando rápido, mas sinto que tenho chegado em lugar nenhum. Todo sinal se desvia da rota que traço, são fortes demais os convites de fora e precárias demais as condições pra sentar. Já pouco importa se é um ou se é oito, se é dois ou vinte e três, mesmo dois mil e vinte três ou vinte e quatro - depois do quatro já não? Sentar-se a interpelar o tempo, menos a contagem, mais do vivido. Eis. Prospectar sua generosidade volvendo argumento, acatar quando o que toca são silêncios, hiatos. Não pressionar. Busco aqui algo do que a colega chamou belamente de diário no meio de uma reunião qualquer, ou algo do que o amigo hoje distante sugeriu fragmento ou passagem. Busco algo que batizei cartograma bem antes do nome ter sido furtado enquanto eu estava de férias - fiquei ferido como quem leva um tapa na cara que nos atinge de longe. Poderá a palavra ordinária falar do extraordinário? Senão do extraordinário, pelo menos do contingente porque singular? Há coisas que só uma vida pode dizer e não há problema nenhum nisso. Veja: o termo ordinária, aqui, de forma alguma a reputa vulgar - a palavra é sempre nobre no que acalenta e corta, quando chega como aquela que acolhe ou troveja, gentil como palavra-casa ou mordaz palavra-espada que passa fio na superfície da pele e alcança até dentro da carne. Como nas coisas que atravessam a chamada ordem do dia, porém, torna-se ordinária porque determina mais rito que ritual, participa do processo que encaminha e não raro encastela, que sedentariza, fala da e pela ordem, investe na proclamação da norma e seca o vento que surge do Sul em mais outra entrada de inverno. Estou cansado dessas, as que me convidam a fazer brotar por razão. Aqui chamada de ordinária, então, é palavra desencantada e sem magia, palavra que não soa ou serve para ser lida em voz alta, que registra sem cindir, que emperra, soterra, proscreve e determina aquilo que alguém, enfim, só consegue saber. A palavra ordinária é aquela que empilha e empecilha. Tão somente inventaria. A cidade precisa dela como a um tira que protege a porta do inferno, mas que o protege como mecanismo e não máquina. O sexo dos anjos. A palavra ordinária desconhece os abismos, os prados, os charcos e cordilheiras. Desconhece Glissant. Nunca atravessou mares ou conheceu aquilo que passa entre as coisas, os sopros mais que questões. Nunca sondou a beira de qualquer precipício ou abriu olhares de pupila aberta para o vertical das ribanceiras. A palavra extraordinária não delimita: ela abre espaço. Ela faz povo e clareira. Procria. Sugere. Ela é testemunho ou barbárie.
2 notes · View notes
ssmfilms · 3 months
Text
Tumblr media
Amor...
Rasga as minhas cartas e me deixa em paz! Estou livre para amar outras moças ou quem sabe outro rapaz . . . Embriago-me agora de vinho e de memórias, A pausa do silêncio não é mera retórica, O refúgio do poeta está sempre de portas abertas! Ama nessa vida como se fossemos mortais, nosso tempo aqui emerge e nós somos um barco que nunca chega no cais . . .
2 notes · View notes
aneptune · 6 months
Text
Negação
as vezes, quase sempre, vejo as confusões de sentimentos como uma negação. você sente, sabe o que sente e sabe o quanto sente. e se nega. se nega a admitir que sente, porque sentir, por si só, já é um grande risco. amar é um ato de coragem. é resistência em meio a tanto amores de vitrines. um ato de coragem quase beirando a loucura, pois o amor é sorrateiro. da mesma forma que é cultivado pouco a pouco, pode também, nascer dos lugares mais improváveis. não só nascer, como também florescer tudo que tiver ao redor, florescer o que estiver dentro de si. como diz Camila em The lost coffe "O amor não tem princípios." . então estou aqui, te escrevendo. quebrando o silêncio da razão para dizer que eu, precipitadamente, tenho te amado em cada pequeno detalhe. como assistir o sol nascer, ou se pôr. como sorrir igual besta quando te ouço falar enquanto ri. como quando voce se anima com cada pequena descoberta, seja música, livro ou poeta. como quando você se permite ser vulnerável pois não há armaduras entre nós. como quando você fala sobre sua família e tudo que eles significam pra você. como quando você pronuncia meu nome ou como diaba dança tão bem nos teus lábios. como quando reage a mim e as lembranças da única vez que nos vimos. como teu olhar quando se embriaga de vinho e tesão. como quando me tocou com cuidado e me machucou com prazer. como quando ri da minha forma aleatória de pensar. como você ser, só você. honestamente, sinto muito que isso tenha sido pela escrita, meu coração queria poder te olhar nos olhos. mas a vida não dança no ritmo que queremos. ela coloca a música, e a gente que lute para aprender os passos.
e uma última nota sobre mim: eu sempre gostei das entrelinhas.
- Aliás... eu te odeio, estranha.
4 notes · View notes