Tumgik
#Uriel Da Costa
momo-de-avis · 7 months
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I mentioned in the other post a Portuguese jewish man who felt unable to adapt to jewish communities in the netherlands and committed suicide. I didn't remember his name. He was Uriel da Costa, who was a new christian from a long assimilated new christian family, and who had a religious crisis and began to study judaism in secret using only a bible, then discovered a cousin who practiced judaism and both managed to convert the whole family. The issue with his fitting in was that his judaism was idealised and, in many cases, fictional, in the sense that, since he had no tools to study actual judaism, just the old testament, there were even rituals performed that aren't even a part of judaism. So when he arrived in the netherlands and took refuge in one of its synagogues, he was shocked at the difference. He began to question his faith again and developed his own doctrine. He was kicked out of the synagogue but had to come back because he had no sustenance and no community (the portuguese synagogue of Amsterdam was incredibly powerful, socially and economically, so much so, and this is super interesting to me, that new christians persecuted by the inquisition who left the country and ran to Amsterdam, PRETENDED to be jewish while keeping their catholic faith secret just to find a sense of community and protection and build their lives). The synagogue, in turn, forced Uriel to publicly apologise and perform penance, and eventually it was too much for him and he took his own life. I know this was not the only case, but it's the one we know that ended tragically. His story was actually commented by several other philosophers. Just thought I'd clear up my half-truth from before
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atletasudando · 1 year
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Zanolli y Mondino sobresalieron en la apertura del Nacional u20 de Argentina
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Fuente: CADA En la pista sintética del Estadio Municipal Jorge Newbery, en Rosario, se puso en marcha la 52a. edición del Campeonato Argentino u20 que sirve como test hacia una intensa temporada internacional de la categoría. Varios de los nombres descollantes de esta generación se lucieron en la jornada inaugural. Entre las damas, principalmente la entrerriana Victoria Zanolli, al obtener los 100 metros llanos y el salto en largo. En la prueba de velocidad marcó 12.10, delante de Valentina Napolitano (FAM) con 12.24, mientras que en salto en largo estableció el récord de campeonato al pasar por primera vez los 6 metros y ubicarse en el top ten histórico absoluto de la especialidad. Su registro fue de 6.09 m. Otras dos atletas que asoman con posibilidades para las competiciones internacionales son la vallista Helen Bernard-Stilling y la garrochista Carolina Scarponi, ambas de FAM. Esta se impuso en su prueba con 3.80 m., mientras que Helen ganó los 100 metros vallas en 14.08. Las otras campeonas del primer día fueron Sofía Ibarra (58.50 en 400), Juana Zuberbuhler (4:45.66 en 1500), Shalom Lescano (18:33.81 en 5.000), Juana Checovich (11.18 en bala), Martina Prieto (41.72 en jabalina), Giuliana Baigorria (53.21 en martillo) y Dalila Rosa (56:15.47 en marcha de 10 mil metros), mientras que la posta corta fue para la FAM con 48.96. La prueba de los 100 metros llanos resultó el "plato fuerte" del sector masculino con un gran duelo entre Tomás Mondino y Lucas Villegas, ambos mejorando el tope de los campeonatos. El santafesino ganó con 10.53, tres centésimas por delante de Villegas, cuyo hermano Tomás se quedó con la medalla de bronce en 10.69. Varios atletas que todavía militan en la u18 se lucieron este sábado: el chubutense Agustín Coronel con sus 48.68 en los 400 llanos y el cordobés Diego Pérez-Güercio con 14.60 en los 110 metros con vallas, prueba en la que su compañero de equipo Lorenzo Rossetto le escoltó a seis centésimas. Otras valiosas actuaciones se dieron en salto en largo, donde los bonaerenses coparon el podio a través de Nahuel Pedernera (7.25), Ezequiel Sferra (7.21) y Germán Fernández Rivero (6.85). Con los cuatro primeros por debajo de 4 minutos, Uriel Rodrigo Muñoz se adueñó de los 1.500 en 3:54.35, seguido por Lorenzo Riba con 3:54.67. Y otros campeones del primer día fueron Leonardo Guerrero (33:21.20 en 10 mil metros llanos), Félix Oruezabala (4.00 en garrocha), Alvaro Joaquín Gelves (45.34 en disco), Antonio Martínez (53.63 en jabalina) y Pedro da Costa Lemos (49:11.54 en la marcha de 10.000). También FAM ganó la posta 4x100 en 42.82. FOTO: finalistas de los 100 metros llanos   Read the full article
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littlecmer · 3 years
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🌊 RESUMO: uma pequena história de como Eugenie perdeu sua conexão com o mar e tomou medo das ondas.
Mesmo que não compartilhasse o mesmo sangue, era fato que todas as Wellers possuíam um laço especial com o mar. Não era diferente com Eugenie, que sempre havia gostado de nadar e da vida dento da água. A mais nova peripécia fora quando, em seu aniversário de doze anos, pediu uma prancha de presente de aniversário. Gostava de observar Cordelia e Ruby com as ondas e até mesmo invejava a destreza de ambas na água, a forma como parecia dançar com o oceano, os corpos sincronizamos na mesma frequência que o mar. Era bonito e Eugenie perguntava-se se também era assim. Mas para aprender a surfar ela não quis nenhuma das irmãs! Não, queria que fosse alguém diferente, para que não passasse a mão em sua cabeça diante dos erros e que para também não se comparasse muito caso fosse péssima. As aulas eram constantes e Eugenie gostava cada vez mais... Até que tudo deu errado.
Era um dia de céu azul e mar calmo, aparentemente tranquilo. No entanto, após alguns minutos na água, alguma coisa mudou. Algumas nuvens cinzentas começaram a tomar conta do céu e o mar parecia intenso. A água parecia pesar em seu corpo e parecia como se alguma energia a puxasse para baixo. Eugenie nunca tivera medo do oceano, afinal e as palavras da instrutora lhe acalmavam. “Não há nada com o que se preocupar, querida.” Afirmava a mulher, de modo que Eugenie confiava. No entanto, pareciam se afastar cada vez mais e mais da costa e a cor da água se tornava cada vez mais escura. Queria ser corajosa como as irmãs, mas estar presente ali naquele momento lhe causava arrepios na espinha. Uma tempestade parecia prestes a cair e Genie não queria estar na água caso acontecesse. “Acho melhor voltarmos.” Murmurou, virando na prancha na direção da areia, que já parecia tão distante! Ouviu uma gargalhada alta e profunda, um som que fez com que seu âmago tremesse. Virou-se para a instrutora Uriel com cuidado, porque tinha medo de que o som tivesse emanado dela... E estava certa. A pele da mulher parecia ter assumido um tom nada natural, semelhante ao roxo e os dentes haviam se tornado presas pontudas. Ela abriu a boca e nesse momento, após soltar um grito rápido, Eugenie saiu de sua prancha, nandando para o fundo do mar.
Estava escuro demais! Não era capaz de ver nada, apenas de sentir um puxão em sua perna que a arrastava para cada vez mais fundo. Desesperada, tentava gritar e se soltar do aperto firme em seu tornozelo, mas nada adiantava. Sentia o pulmão se encher de água enquanto perdia a consciência... E então houve um estrondo forte como um trovão, seguido de um clarão na água. Ao seu redor, tudo se iluminou por alguns segundos e Eugenie fora capaz de enxergar a figura de um polvo gigante ao seu redor, os tentáculos segundo suas pernas e impedindo que alcançasse a superfície. Tudo então se apagou e Eugenie pensou em sua família pelo que achava ser a última vez na vida. 
Acordou em uma cama de hospital sem saber o que tinha acontecido ou quantas horas tinham se passado após o acidente. Descobriu ter ficado em como induzido por aproximadamente três semanas após ter se afogado durante a aula de surf e que sua recuperação sem sequelas tinha sido considerado um milagre. Desde aquele dia, Eugenie tomou medo de algumas criaturas do oceano e jurou nunca mais entrar na água, porque desejava jamais sentir novamente o desespero e falta de ar vivenciados anteriormente. Abandou sua prancha e o canto do oceano, dedicando-se a uma paixão secundária e mais segura, a tecnologia. 
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goodomensseason2 · 3 years
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Capítulo 14- Calvário
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Fanfic traduzida da original “Not so much falling, at first” da @rjeddystone​ !
Lista de capítulos originais e traduzidos aqui
ALERTA DE GATILHO: Conflitos modernos e crimes de guerra, sangue, morte, fome, campos de internamento para refugiados, alusões a testes nucleares e pensamentos suicidas sob estresse.
***
Crowley se enganara sobre quanto tempo levaria para reunir todos aqueles cérebros , mas no fundo ele sempre foi um otimista. Ainda assim, os três não perderam tempo. A rede de Anathema começou uma pesquisa fervorosa, Crowley estocou giz e Aziraphale fez cálculos usando o que sabia das ciências atuariais do Céu. Este último item requeria o conhecimento profundo de como usar um ábaco, o que ele possuía.
Uma manhã, os estudos de Aziraphale o trouxeram para os livros da biblioteca novamente, e ele encontrou a página na segunda edição onde a nota de Raphael estava, ainda amassada e não lida. Levantando-se do sofá no apartamento de Crowley, Aziraphale passou pela cozinha e entrou pela porta do escritório.
Crowley estava empoleirado, não em seu trono, mas em um pequeno banquinho no chão em um canto, pairando como uma gárgula com dedos empoeirados sobre a Pedra em sua teia, e acenando com a mão de um lado para o outro, para mudar o espectro de uma estrela do tamanho de um punho. Ele moveu dois dedos para um lado e a cor mudou para um adorável azul gelo. Um fluxo de gases delicados flutuou em torno dele como fragmentos de seda.
Aziraphale prendeu a respiração e admirou-o, seu coração doendo de repente, mas completo. Ele segurou o livro contra o peito e decidiu que poderia esperar, só mais um pouco.
Apesar de sua imobilidade, os olhos de Crowley se levantaram um momento depois. "Algum problema, Anjo?" ele perguntou preocupado. Enquanto falava, sua mão comprida se esticou como por reflexo e segurou a pequena estrela em sua palma, como se para impedir sua queda.
"Não", disse Aziraphale e sorriu, apesar de suas preocupações. "Parece adorável."
"É, mas não vai parar arcanjos. E onde eu colocaria isso? "
"Nós poderíamos ter mais luz na sala."
"Humf", as sobrancelhas de Crowley se arquearam. Ele pareceu se aquecer com o pensamento, seus dedos dançando quase inconscientemente no ar para manter o minúsculo astro flutuando. Aziraphale não apontou a recomendação de Azazel sobre fazer apenas coisas que um humano faria com a Pedra. Ele conhecia a maioria dos humores de Crowley, e este era delicado demais para ser criticado.
"Vou tomar o café da manhã, certo?"
"Tudo bem."
Aziraphale fechou suavemente a porta do escritório e fez exatamente isso. Calcular quando o Fim (Parte Dois) ocorreria era claramente mais importante do que a carta de qualquer maneira, especialmente considerando as notícias ouvidas na frequência angelical (AM) pela madrugada.
***
Michael estava cansado. Mas não dos pesadelos.
Inferno, quer dizer, Lorde Beelzebub tinha ligado tarde [Nota da autora: porque, aparentemente, o bem também nunca consegue dormir].
O trabalho de Uriel e Sandalphon estava saindo pela culatra, elu dissera. O medo dos chamados desordeiros, combinado com economias tensas, estava fazendo com que alguns governos sem alma considerassem fazer algumas mudanças. Obviamente, os anjos eram bons demais em ser bons.
O primeiro impulso de Michael foi acusar e outre príncipe de fazer uma piada — de muito mau gosto — mas Michael não era impulsivo e, em vez disso, pediu friamente os detalhes. De alguma forma, explicou e Senhor das Moscas, os humanos conseguiram usar a Ira e a Cobiça para fazer pessoas más pensarem em fazer o bem. Algo precisava ser feito. Talvez adicionando Preguiça ou Inveja à mistura. Certamente eles precisavam interferir nas relações públicas, senão outra coisa.
Tal ideia nunca fora abordada por nenhuma política de condenação, Michael tinha certeza disso, mesmo que não conseguisse encontrar nenhum de seus tratados perdidos sobre o assunto. Era totalmente impossível. Os humanos faziam o bem ou o mal. Eles não podiam tirar algo bom de ambos.
No final, Beelzebub sugeriu que Michael entregasse o assunto ao Inferno, e Michael teve que concordar. Apenas para garantir que não fosse mesmo nenhuma influência etérea latente, Michael acelerou a papelada de transferência sob a disposição sempre útil (e vaga) de "tentação para provar os santos". Michael não confiava em ninguém além de si mesmo para arquivar esta papelada, e então a noite passou, assim como outro pesadelo.
Ele não duvidou. Anjos não duvidavam.
Terminou tudo uma hora antes do nascer do sol. Mas uma hora depois, ele ainda não tinha dormido.
Já era de manhã, hora padrão do Éden, e apesar de seu cansaço, Michael caminhou com Gabriel diante de fileiras de soldados com asas de pardal. Foi uma cena pacífica, apesar das espadas, lanças e alabardas. O mar de cristal cintilava atrás deles e o Trono distante pairava envolto em nuvens e silêncio familiar. Michael deixou seu olhar varrer as fileiras nervosas de anjos enquanto Gabriel, que se encarregava dos assuntos militares do dia-a-dia, caminhava um passo atrás, bem acordado e radiante.
Ele dizia: "Vocês, pardais, não têm nenhuma experiência em enfrentar um inimigo em solo. Os humanos são muito mais numerosos que nós, milhares para um. Sem mencionar " ele riu " vocês não fazem ideia de como lidar com uma evasão de enxofre. "
"Vamos guardar isso para mais tarde", disse Michael sério, enquanto alguns olhos piscaram de medo. "Mas espera-se que vocês mantenham suas asas em guarda no exercício de hoje. Obedeçam às ordens do seu capitão. Avancem, nunca recuem. "
"Além disso", disse Gabriel com o aceno de Michael, "vocês irão praticar ao lado de nossos novos aliados. Claro, nem sempre concordamos, mas enquanto eles estiverem dispostos a deixar o passado de lado para um bem maior, espera-se que todos mantenham a paz. "
"Não sejam descuidados", acrescentou Michael. "Esta é uma missão de libertação."
Ele e Gabriel pararam diante da fileira central, de costas para o trono. Os olhos de Michael vagaram para um soldado que ele estava acostumado a encarar por entre as fileiras. Ele notou que seus olhos verdes empalideceram em preocupação, mas não de medo.
Bom.
***
Beelzebub não costumava fazer discursos, mas memorandos internos se perdiam e as atualizações de comunicação do Inferno eram, na melhor das hipóteses, irregulares. [Nota da autora: os aviários ainda não tinham nem sido atualizados para pombos-correio.]
Felizmente, ao contrário do Céu, e príncipe tinha apenas dois demônios para informar sobre o "exercício de treinamento" daquele dia.
Infelizmente, um era Legion.
E príncipe reuniu os dois [Nota da autora: um termo muito vago no caso de Legion] no topo das inacessíveis alturas do norte que obscureciam Pandemônio. Aqui, os ventos gemiam acima dos planaltos sem sol, cheios de almas atormentadas de preguiçosos impotentes à deriva. Beelzebub explicou: "Lorde Gabriel fará uma visita à Ásia. Os senhores Abaddon e Mammon se juntarão a ele. Você irá saltar do outro lado do lago com o Príncipe Michael. "
Todos os dez mil membros da Legião vieram vestidos com armaduras estragadas pelas batalhas anteriores. Ele fez uma saudação elegante e pedaços delas retiniram.
"Vou servir à contento, sua Desgraça — não se preocupe — temos treinado para isso — desde a última guerra."
"Após a batalha, haverá um interrogatório pós-conflito para todos", acrescentou Beelzebub.
Elu não se concentrou em nenhum deles enquanto falava. "Fiquem entre os soldados de infantaria e ... integrem-se."
"Obrigado, sua Baixeza —estou muito — muito animado em ir para a superfície — sabe como eu sou, uma figurinha fácil", disseram outros poucos.
O outro demônio também ficou em posição de sentido, mas apenas quando algo sem pernas se levantou.
O Conselho das Trevas do Inferno geralmente se reúne no Abismo [Nota da autora: Algo tem que olhar de volta.] Mas hoje era um dia para impressionar, e esse senhor demônio se ofereceu como voluntário no ato. Lorde Amalek não ficava em sua forma favorita havia séculos, mesmo naquela época em que ele saíra de férias com a Guerra e a Poluição para as Ilhas Marshall. Ele parecia uma nuvem doentia e sempre exibia um tom branco nebuloso e indutor de dor de cabeça que desvanecia todas as cores. Sua aura ondulou com gritos silenciosos.
Beelzebub resistiu ao desejo visceral de gritar sob o efeito do que, tecnicamente, não era são. "Lorde Amalek", disse, "eu acredito que você estará no seu pior?"
A explosão estática de miasma terminou em: "SSCertlamente, prínsssscipe." Amalek fez uma reverência ao se retrair ligeiramente. Olhos pálidos como uma alfinetada se manifestaram como andarilhos em seu vazio já pálido. "Eu sssssserei apenas útil para nossos alliadosssss."
"Nosso Rei quer que eu lembre você de que o Príncipe dos Céus deve ter certeza de nossa lealdade e gratidão."
"Se nosso senhor mandar"— Mais uma vez, a estranha reverência — "Estou sempre ansioso para desssapontá-los."
***
Havia dois alvos. Um não chegaria à maioria das exibições públicas, mesmo para o público adulto, mas o outro ficava logo após a fronteira com o continente norte-americano.
O campo de batalha se estendia repleto de trincheiras pateticamente rasas, que ofereciam pouca cobertura, exceto por um arbusto ou rocha ocasional. As forças angelicais e demoníacas dirigiram-se para o outro lado, em direção a um vale empoeirado a oitocentos metros de distância. Na outra extremidade, tremeluzindo com o calor, pairavam as formas rígidas de um complexo militar.
Os anjos e demônios estavam em número semelhante contra seus inimigos, mas muito menos armados. Cruzando o vale a pé e em veículos vinham soldados, alguns com artilharia pesada e todos com muito mais balas do que os imortais para atirar. Helicópteros rugiram no céu meia hora depois. Esses soldados nunca tinham lutado contra inimigos alados antes, mas também não gostavam de fazer perguntas ou perder. As balas não pararam desde o meio da manhã.
Não pela primeira vez, Jaelle tentou não pensar em como descer tão longe do alvo os deixava vulneráveis ​​a ataques. Ela tentou não pensar em como seria levar um tiro — ou morrer. Os anjos compartilhavam seus sonhos de alegria ou luto, mas como seria para mil anjos compartilharem um sonho como aquele?
Presentemente, ela e Matarael se jogavam no chão enquanto mais balas passavam raspando. Eles apoiaram seus escudos e se agacharam atrás deles. Os pés de Matarael escorregaram para trás quando uma salva de balas quase acertou seu calcanhar. "Eles não ficam sem balas nunca?" ele perguntou.
"Não dá pra falar agora, Mat."
"Você viu o Capitão Ariya?"
"Meio ocupada aqui, Mat."
"Abaixem-se, vocês dois!"
Eles viram a granada diante do demônio que a arremessou, e se achataram sob seus escudos enquanto ele, um dos Legion, se jogou do lado deles e cobriu a cabeça.
O outro lado da colina explodiu.
Os disparos instantaneamente diminuíram.
"Uau!" O demônio sorriu, erguendo os olhos enquanto a poeira baixava. A sujeira cobria seu rosto, mas seu sorriso brilhava. Ele usava um capacete com dois orifícios cortados na parte superior por motivos relacionados aos chifres.
"Hum, obrigada" disse Jaelle.
"Sem problemas." O demônio sacudiu a poeira de seu sobretudo manchado de óleo. "A gente tem que se proteger aqui, né."
Juntos, os três correram para o abrigo precário mais próximo pouco antes de outro ataque começar. Era uma pedra que mal era grande o suficiente para se esconderem atrás dela, no topo de uma encosta. Matarael pressionou suas costas contra a rocha e se atrapalhou com sua lança. Sua armadura tilintava toda vez que se movia, embora ele tivesse apertado os encaixes ao máximo. Observando-o, o demônio riu.
"Parece que você ainda precisa crescer e aparecer, júnior."
"Muito engraçado", disse Matarael.
"O que são algumas piadas entre amigos?" O demônio puxou outra granada de um cinto e pegou o pino entre os dentes. Com um puxão rápido, ele jogou o dispositivo parecido com uma pinha quase despreocupadamente por cima do ombro. Rolou colina abaixo e explodiu. Jaelle ouviu gritos por um instante.
"O que foi isso?!"
"Os vi chegando enquanto corríamos. Não vestem as nossas cores." Matarael imediatamente comentou: "Mas quais são as cores do uniforme de vocês?"
"O que, isso?" O demônio usava algo que era parte fibra sintética e parte cota de malha. "Não é bem um 'uniforme '."
Eles se abaixaram quando o tiroteio sacudiu novamente.
"Perdemos a maior parte de nossas roupas na Queda," disse o demônio. "A gente pilha um pouco de tudo. Não desperdiçamos ―" Outra granada voou e os anjos gritaram quando algo explodiu.
"―não queria. Peguei este de um cavaleiro. "
"Não brinca," disse Matarael, e engoliu em seco. Jaelle estava contando sua respiração.
Aos três, ela se acalmou o suficiente para perguntar: "Qual era o seu nome mesmo?"
"Somos Legion."
"Quero dizer, seu nome."
"Legion." O demônio estendeu a mão. "Embora meus amigos me chamem de Eric. Acho que agora somos amigos."
"Ordens do príncipe", murmurou Matarael.
"Mat, seja gentil" disse Jaelle. Ela apertou a mão com cautela. As unhas dele eram pintadas de preto brilhante. "Prazer em conhecê-lo, Eric. Eu sou Jaelle. Este é―"
"Mat."
"—E você parece saber de batalhas."
"Mais diversão do que eu já tive em todo o século."
"Onde está o nosso apoio aéreo?" perguntou Matarael.
"Provavelmente evitando o deles", disse Legion-também-conhecido-como-Eric. Todos eles se encolheram quando um par de helicópteros rugiu acima. A artilharia salpicou o deserto com tiros de metralhadora. Jaelle empurrou a si mesma e aos companheiros contra a pedra.
"Pelo menos a mira deles é ruim", disse Matarael, quando estava expirando graças ao céu.
"instalações de má qualidade ― produto da preguiça." Legion sorriu. "Acrescente uma pitada de Ira ― impede o atirador de pensar com clareza ― mas, só para avisá-los, as armas virão cada vez maiores."
Jaelle tentou acalmar os nervos, mas podia ouvir gritos enquanto o helicóptero continuava seu ataque aos campos atrás dela. Avançar. Como eles poderiam avançar?
"Qual é o ponto de tudo isso?" ela murmurou alto.
"Sigam-me," disse Legion inutilmente.
"Jaelle, são as ordens", disse Matarael.
"Ordens que preciso entender para seguir, caso contrário, qual é o ponto?" O queixo de Matarael caiu e o sorriso de Legion explodiu de alegria.
Jaelle percebeu que tinha adicionado certas expressões não-angélicos a sua pergunta e pôs a mão na boca: "Sinto muito. Eu tenho esse péssimo hábito de ... Desculpe. "
Legion riu de ambos. Ele gritou sobre a próxima saraivada de tiros. "Eu gosto de você, Jaelle! E eu que pensei que os anjos fossem chatos!"
O rosto de Jaelle ficou vermelho enquanto seus olhos ficaram cinzentos de vergonha.
"Olha, não se preocupe com isso. Às vezes todos nós só precisamos de um dia na parte superior, er, na parte inferior? Não sei." Legion disse. "Ar fresco, um pouco de exercício. Eu acho que está me fazendo bem ― ou algo assim. "
"Legi ― quero dizer, Eric ― como avançamos?" perguntou Jaelle. "Vocês podem transformar suas espadas em armas? Ainda não aprendemos como fazer isso."
"E eles os enviaram para a batalha mesmo assim?"
"Sim", disseram Jaelle e Matarael ao mesmo tempo.
"Não fazemos perguntas", acrescentou Jaelle.
"Mas você estavam fazendo isso de forma tão empolgada agorinha." Legion ergueu as mãos rapidamente. "Desculpe, desculpe, eu sei que não estou ajudando. É o hábito, você sabe, semear dúvidas e tudo. Tenho certeza de que seus supervisores benevolentes têm um plano. "
"E os seus?"
"Eu não tenho supervisores benevolentes. De qualquer forma, a maior parte de nossa liderança está com Lorde Gabriel hoje, lidando com algum tipo de ... "
O ar se expandiu e uma súbita cobertura de nuvens retumbou com um trovão. Em um flash como uma faca, um raio partiu um helicóptero em dois. Jaelle se esqueceu de respirar quando as duas metades fumegantes do veículo caíram com demônios e anjos.
"Não!" ela gritou, e saltou sobre seus pés, mas o relâmpago caiu em direção ao complexo inimigo.
"De pé, você é um alvo.", apontou Legion.
Jaelle jogou o escudo no ombro. "Vou voltar!"
"Você não pode. Jaelle, as ordens são― "
Mas Jaelle correu sem esperar. Logo Matarael estava seguindo. Legion correu atrás deles, ainda sorrindo como num piquenique.
Jaelle não xingou de novo. Ela orou.
"Olhe!" A cinco passos dos destroços, Matarael jogou os três no chão enquanto o helicóptero destruído arrotava uma segunda explosão de fogo vermelho-escuro. Era umcheiro acre e os olhos de Jaelle se encheram de lágrimas enquanto ela ficava meio cega com a fumaça.
" Mat ..." Jaelle começou a tossir novamente e puxou-o para perto para gritar em seu ouvido. "Você pode tirar os soldados dessa fumaça?"
Matarael estava tossindo muito forte para responder, mas ele acenou com a cabeça.
Jaelle empurrou a onda de calor de volta em direção ao helicóptero, depois golpeou o casco até sua espada emperrar, engolindo em seco enquanto sua garganta se fechava por causa da fumaça. Apoiando um pé no metal quente, ela puxou o revestimento e tentou não respirar enquanto estendia a mão para dentro. Juntos, eles arrastaram vários corpos para a escassa segurança atrás dos destroços.
"Oh, olhe, é um de mim", disse Legion. Brincalhão, ele estapeou ambas as bochechas de seu outro eu. "Bom dia, flor do dia!"
O outro Legion, que usava trajes igualmente incompatíveis, abriu os olhos e sorriu. "Oh, olá, Eric."
"Um bom dia para você, Eric, como está a guerra?"
"Oh, já vimos coisas piores, não vimos, Eric?"
Usando os destroços como cobertura, Jaelle abriu as asas sobre uma piloto humana deitada.
A mulher semicerrou os olhos para ela, depois para as asas, depois para as nuvens negras acima. "O q ... o que é você?" Ela fechou os olhos novamente e gemeu.
"Ei, fique acordada, ok?" disse Jaelle. Ela acenou com a mão sobre o pior dos ferimentos. "Você vai ficar bem, mas precisa desistir de ser uma soldado, pelo menos desse tipo, certo? É o oposto do que você queria ser quando criança, e você sabe disso. "
A mulher olhou fixamente, então estremeceu quando as lacerações em seu rosto se curaram. "Mas como você sabe disso? E como...? Quer dizer, eu acho, bem, sim, senhora. "
"Eu não sou ninguém", disse Jaelle, e mergulhou de volta nos escombros. Ela ajudou Matarael a tirar um anjo de debaixo dos destroços. Depois de colocá-lo no final da linha, eles tiraram seu capacete. Jaelle recuou em choque.
"Capitão Ariya?" Rapidamente, Jaelle arqueou as asas sobre o anjo inconsciente. O primeiro Legion ergueu os olhos com cautela e pegou a arma de um soldado. Ele se ajoelhou e mirou no campo. "Eu cuido disso, mas você pode manter suas asas abaixadas?"
"Eu não posso. Ele está ferido. "
"Seu funeral e papelada," Legion deu de ombros. Uma enxurrada de tiros atingiu as primárias da ala direita de Jaelle e ela gritou. A próxima onda desceu contra o metal em chamas e ricocheteou, arrancando um dos dedos de Legion.
"Ei!".
"Você está bem?" perguntou Matarael.
Legion encolheu os ombros. "Pelo menos não é um dos mais importantes." Ele se levantou para ter certeza de que os artilheiros sabiam exatamente quais dedos ele ainda tinha, então se jogou para o lado contra os destroços.
A armadura de Ariya estava tão golpeada que tinha feito o oposto de seu trabalho. Jaelle lutou com as fivelas para retirá-la. A respiração do capitão era curta e aguda, mas seus olhos estavam abertos. A cor deles girava em prata e amarelo doentio, suas pupilas indo de um lado para outro, depois apertando-os, como se ele não pudesse enxergar bem. "O que aconteceu?"
"Está tudo bem, capitão."
"Jaelle? Não consigo ver ... nada. "
"Você vai ficar bem."
"Você sabe, mentir é meu trabalho." disse Legion em um falso sussurro.
"Ele vai ficar bem", disse Jaelle.
"Ooh, isso me deu arrepios."
Jaelle pôs de lado a raiva e se levantou. Dali, podia ver claramente o massacre que seu avanço havia deixado para trás. Não apenas soldados mortais, mas anjos e demônios semelhantes, todos apanhados por tiros e explosivos.
Jaelle engoliu em seco enquanto seu estômago se revirava. O Príncipe Michael estava acostumado a ver essas coisas, não estava? Talvez todos os soldados estivessem. Por que ela sempre era uma má soldado?
"De pé, você é um alvo.", disse Legion. Ele recarregou a arma com munição milagrosa. Onde ele disparou, eles ficaram presos e explodiram.
Antes que Jaelle pudesse discutir, ela avistou algo cruzando o vale, depois algo mais, meia dúzia de coisas, todas vindo na direção deles. Lembravam-lhe tartarugas, exceto que ela tinha certeza de que eram cem vezes maiores e mais rápidas. E mais mortais.
Matarael colocou os últimos feridos atrás dos destroços. "Jaelle, devemos seguir em frente."
"Aquilo são tanques", disse Jaelle.
"E eles estão na nossa frente", disse Legion alegremente.
"Certo, nós ..." Ela olhou para Ariya, procurando ordens melhores, mas o capitão não se mexeu. Jaelle esqueceu o que ia dizer. Em seis mil anos ela nunca se acostumara com a morte.
"Jaelle!" Matarael gritou.
Jaelle abaixou-se automaticamente e sentiu as balas atingirem seu escudo. Ela agarrou-se ao chão e gritou.
Está tudo bem, está tudo bem, está tudo bem, está tudo bem ..., ela disse a si mesma, cerrando os punhos quando eles começaram a tremer. Deixou cair sua espada. Não deveria fazer isso. Ele vai ficar bem. Ele não está aqui, está em casa. Não é melhor estar em casa?
Sem erguer os olhos, Jaelle tateou em busca da espada, cada vez mais frenética por não conseguir encontrá-la. Ela teve um pensamento horrível então, que talvez fosse melhor se ela fizesse uma viagem para casa antes que as balas se transformassem em morteiros. Só pode doer por um momento, certo? Não foi isso que todos disseram? Uma bala entre os olhos, talvez. Melhor do que uma bomba de morteiro explodindo você em pedaços mais tarde.
Mas não. Não pareceria certo. Não seria certo. E se alguém precisasse dela? Como Mat ou Eric? E quanto àqueles que precisavam de todos eles?
Algo fez um clanck. Matarael plantou seu escudo entre os dois e o fogo inimigo. Quando ela olhou para cima, ele segurava sua espada. "Jaelle, Ariya deixou alguma ordem?"
"Não", Jaelle olhou para trás, para a forma imóvel de Ariya. "Acho que vamos seguir em frente."
Matarael fechou os olhos. Jaelle o viu se acalmando visivelmente. Ela se perguntou se ele estava tendo os mesmos pensamentos que ela. "Devemos fazer o que pudermos", disse ela com firmeza. "Certo."
"Exatamente." Ela pegou a espada.
Junto com Legion, eles correram para a pedra protetora e mergulharam atrás dela. Jaelle olhou para a esquerda, depois para a direita. Não havia mais cobertura além daquela rocha, só uma pequena depressão na terra onde o solo afundou. Em torno dos três, esquadrões de anjos avançaram lentamente pelo campo de batalha. Muitos tinham demônios os seguindo, cada um mais bem equipado do que eles e, Jaelle percebia agora, mais bem vestidos também. Cada anjo brilhava como um farol, e um farol era um alvo fácil.
"Então," disse Legion. "Tanques. Você tem alguma experiência em combate a tanques? "
"Não, mas eu leio um pouco."
"Esplêndido!" disse Legião. "Seus livros dizem algo sobre tanques revestidos de ferro?"
"Talvez carruagens revestidas de ferro." Uma ideia se acendeu na mente de Jaelle. "E chuva." Ela olhou para a tigela empoeirada por mais um momento, então se virou rapidamente para Matarael. "Mat...?" ela perguntou.
"O que?"
"Você pode fazer chover? Para que o solo se transforme em lama, como um lamaçal? "
"Eu só faço chuviscar."
"Mas e se você fizesse chuviscar um monte ..." A luz alvoreceu azul nos olhos de sua amiga.
"Okay, certo. Bem, assim que as nuvens de tempestade passarem. Não quero atrapalhar o estilo de Lord Sandalphon. "
Jaelle perguntou: "Eric, você tem um rádio? Os capitães precisam saber ... "
O demônio alcançou seu cinto e puxou um microfone de rádio em uma bobina de fio. Ele apertou o botão e disse, "Força das Trevas Um, aqui é Força das Trevas Um, está ouvindo, Força das Trevas Um? Está na escuta?"
Uma voz idêntica à do demônio ressoou no rádio. "Força das Trevas Um, aqui é Força das Trevas Um. Na escuta. Prossiga."
"As coisas estão prestes a ficar molhadas, Força das Trevas Um. Recomendamos galochas, se puder avisar nossos aliados para que saiam do vale. Câmbio."
"Certo, Força das Trevas Um. Câmbio."
"Mais alguma coisa, sua glória?" Legion perguntou a Jaelle.
"Não diga isso. Eu não sou ninguém. Apenas ..." Jaelle balançou a cabeça. Ela não tinha tempo a perder. "Apenas diga a eles para irem para um terreno mais alto, se não for problema."
"Força das Trevas Um para Força das Trevas Um, por favor, diga aos nossos aliados para subirem pra um terreno mais alto ou haverá problemas, câmbio."
"Não foi o que eu disse—"
"Entendido, Força das Trevas Um. Solicitada permissão para dizer isso dramaticamente, Câmbio. "
"Não, di—"
"Permissão concedida, câmbio." Legion olhou para Jaelle. "Mais alguma coisa, Capitã Ninguém?"
Jaelle decidiu que não havia tempo para discussões. "Existe uma maneira de atrair o restante dos inimigos para o vale?" ela perguntou.
"Acho que, se eles pensam que estão ganhando ..."
"Então diga aos demônios e anjos para recuarem."
"O que?" perguntou Matarael. "Jaelle, nossas ordens são para seguir em frente."
"E vamos, assim que voltarmos."
"Jaelle, não acho que seja uma boa ideia." Mas Legion já havia clicado no rádio.
"Força das Trevas Um, aqui é Força das Trevas Um. Diga aos nossos aliados para fazerem uma retirada tática temporária para a elevação sul antes do avanço final. Câmbio." Legion cobriu o bocal por um momento. "É tudo uma questão de fraseado", disse ele a Matarael com um sorriso, antes de o alto-falante estalar novamente.
"Roger, Força das Trevas Um. Estamos levando fogo pesado.Câmbio." O sorriso de Legion era o mais largo até agora. "Então mande os gafanhotos, Força das Trevas Um. Câmbio."
"Roger, Força das Trevas Um. Força das Trevas Um na escuta. Mantenha a cabeça baixa para os gafanhotos. Câmbio."
"Gafanhotos?" ecoou Matarael. "Vocês tem gafanhotos?"
"Não, mas vocês tem," disse Legion. Eles se abaixaram quando o barulho ensurdecedor de um milhão de asas de insetos desceu sobre suas cabeças.
"Isso é tão legal," o demônio riu enquanto eles revoavam para frente. Estava praticamente pulando de alegria. "Eu sempre quis um verdadeiro enxame de gafanhotos. Trabalhar com vocês, anjos, é incrível. Pegamos emprestados tantos brinquedos legais. "
"Hum, obrigada." disse Jaelle. "Mat?"
Matarael fechou os olhos e acalmou a respiração. Um momento depois, ele os abriu. Eles brilhavam como prata, não a cor do medo, mas uma poderosa cor de platina que refletia um arco-íris. Ele gesticulou para cima e de repente a chuva caiu em folhas prateadas igualmente brilhantes, brilhando bem atrás do enxame.
Jaelle sorriu apesar de tudo que passara, sentindo sua esperança reacender-se pela primeira vez naquele dia. "Quanto tempo você consegue aguentar, Mat?"
"É a minha área", disse Mat, um sorriso aparecendo no canto dos lábios enquanto ele se concentrava.
"Quanto tempo você precisa?"
"Empurre a chuva para o norte apenas quando todos estiverem prontos, só até o pé da colina antes do complexo por enquanto. Eric, você pode confirmar quando todos estiverem fora? "
O demônio checou com seus outros eus no rádio. "Estou fora. E seus pardais, raio de sol? " riu Legion. "O que? Oh, eles não são meus. "
"Eles estão fora", relatou Matarael, olhando através do vale com seus olhos brilhantes.
"Mat!"
"Bem, se os pardais não são seus e Ariya se foi, de quem são eles?" perguntou Legion.
"De Deus", disse Jaelle.
"Ela tem razão," Legion disse com uma risada. "Eu gosto de você, Capitã Ninguém. Eu realmente gosto. "
***
Dentro do complexo havia quartéis, casas de trabalho e meia dúzia de hangares para grandes embarcações. Um hangar não era usado para veículos. De vez em quando, precisava ser ventilado. As portas foram abertas com a aproximação da tempestade.
Havia um jardim na frente. Para fotojornalistas aprovados.
Enquanto Jaelle, Legion e os outros anjos cruzavam o campo de batalha, o complexo jazia acima de tudo. Se os soldados em seus postos pareciam mais calmos do que a situação pedida, era porque as pessoas que pensam que são intocáveis ​​esquecem como recuar.
Os que observavam o vale não prestaram atenção à névoa que se erguia ao pé da colina, mesmo quando ela se intensificou numa neblina, eriçando-se estranhamente como a silhueta nebulosa de um exército. Os pontos mais brilhantes dos olhos de Amalek piscaram dentro e fora dele, às vezes apenas o par de costume, às vezes muitos mais. Mas mesmo isso os humanos rejeitaram como um truque de luz.
Então Amalek rosnou. E avançou.
Os guardas na guarita e nas torres franziram um pouco a testa. Sem saberem o que mais fazer, gritaram avisos, depois ordens para que ele parasse e ergueram os rifles.
Em vez disso, o demônio se ergueu como uma onda crescente, rugindo seu grito inaudível até que os soldados largaram as armas e pressionaram inutilmente as mãos nos ouvidos. Imediatamente, Amalek empurrou e passou pelo portão de entrada , esfregando-a como um limpador de cachimbo. Outra parte dele escalou os portões e a cerca, desgastando o arame farpado como se fosse lã.
E então ele passou, e atrás dele não sobrou nada além dos corpos. A nuvem de Amalek se eriçou de novo sobre as cercas com correntes, farpas amarradas em arame e canos de rifles ―como se tudo atrás tivesse se tornado uma base fantasma.
No pátio, os poucos soldados em pé começaram a se sentir menos do que intocáveis. Alguns recuperaram suas armas apesar do nada horrível que machucou suas orelhas. Alguns até conseguiram atirar nele.
A massa miasmática de Amalek simplesmente absorveu as balas. Então houve silêncio, pouco antes de ele se eriçar novamente e dispará-la de volta.
Alguns soldados correram. Alguns não. Todos eles morreram.
Uma sirene começou a ressoar na torre de vigia.
Com um silvo de aborrecimento, Amalek deslizou pela base dela. Quando as luzes vermelhas giraram, ele abriu caminho pelo vidro das janelas. As luzes giratórias pararam e as sirenes silenciaram.
O alarme havia soado, entretanto. Os reforços saíam de seus bancos no refeitório ou de suas camas no quartel. Satisfeito, o demônio se espalhou em direção ao hangar com o jardim.
Um raio caiu em seu caminho.
Quando o clarão e o ozônio se dissiparam, Michael se levantou, as asas brilhantes e alvas como a neve. Amalek reprimiu seu entusiasmo de caçador e se retraiu em uma reverência. Como cortesia, ele baixou as penas eriçadas.
"Isso foi um erro, Lorde Amalek," disse Michael.
"Como assssim, alteza?" o demônio sibilou. Sua voz espalhou facas no ar. "Eu tenho as coisasss sob controle."
"Deixe os cativos."
O Lorde demônio se enrolou como se estivesse olhando por cima do ombro do anjo. "Ssó queria livrá-los todos de sua missssséria, se você me pedisssse."
"Eu não pedi." Do outro lado do pátio, mais soldados saíram do refeitório. Eles se amontoaram em jipes e caminhões. Uma metralhadora montada foi apontada e disparada. Michael balançou sua espada como alguém que espantasse uma mosca, e as balas se desviaram longe. Aquelas que passaram por ele se enterraram na névoa de Amalek e não conseguiram nada além de dar-lhe novas bordas.
Michael se apoiou na espada e disse, como se nem tivessem sido interrompidos: "Estamos aqui para salvar os prisioneiros, sua desgraça."
Amalek se retraiu, depois se expandiu novamente e disse: "Como quisssser, vosssssa alteza".
Mais uma vez, o demônio fluiu em direção aos soldados, como a poeira rolando de uma nova estrela, acelerando sob seu próprio peso. Ele se ergueu como uma onda se acumulando e depois caiu, e os gritos alarmados dos humanos e o esmagamento de suas máquinas de guerra foram abafados.
Enquanto o sempre dissonante Amalek se afastava, Michael captou, no limite da audição, o som de uma lâmina deslizando ao longo de uma pedra de amolar. Se o som tivesse uma temperatura, esta teria sido medida em kelvins negativos. Michael ficou ligeiramente surpreso. A Morte estava, é claro, em qualquer lugar onde houvesse vida. As aparições especiais eram raras da parte de Azrael, mas nas últimas semanas já haviam ocorrido duas.
Mesmo assim, esse não era o departamento de Michael. (Ninguém lembrava muito bem a qual departamento a Morte pertencia.) Ele não pensou muito nisso, apenas encarou o hangar novamente. Dentro havia um conjunto de celas feitas de arame galvanizado. No chão manchado de cada cela havia uma cama surrada.
O lugar todo parecia um canil largado às traças. E o cheiro de um também: mofo e suor, resíduos e doença. Era uma prisão, mas pior que uma. As prisões tinham incentivos para manter seus habitantes vivos.
Ao ver um anjo, os mortais aprisionados se encolheram contra o fundo de suas celas. Michael reconheceu neles os sinais de doença, fome, hematomas, feridas e queimaduras químicas... Ele sabia que o protocolo padrão era remover os grilhões por milagre. Largue as correntes, escancare as portas, liberte os cativos. Mas o entulho e as feridas o deixaram pensando que nenhuma catarse seria melhor do que arrasar este lugar imediatamente depois. Ele deu um passo à frente.
Cautelosamente, os prisioneiros agarraram-se uns aos outros através das grades. Estavam com medo de sua própria libertação? Michael se perguntou, olhando fixamente em olhos selvagens e desgastados por noites sem dormir. Não havia esperança, absolutamente nenhuma. Talvez tudo se tornasse em medo quando se era um prisioneiro. Talvez a única esperança que você pudesse ter seria de que as coisas simplesmente ... acabassem.
Michael agarrou o peito com uma dor repentina como se tivesse sido esfaqueado. Perfurado direto em suas asas. Parecia um estremecimento de corpo inteiro. Rapidamente, ele desviou o olhar e tentou recuperar a compostura. O que era isso? Não era assim que um anjo deveria se sentir.
Um raio caiu nas proximidades. Enquanto a calçada ardia, a aura protetora de Sandalphon engoliu o pátio.
"Michael, o que foi?" ele chamou, apressando-se, maça a postos. "Você está bem?"
Michael se percebeu de joelhos. "Sandalphon?"
"Há uma mudança nas ordens?"
Michael estava muito perturbado para ouvir a ansiedade em sua voz. Ele balançou sua cabeça. "Não."
"Você está ferido?"
"Eu preciso ... ajude-me." Michael estendeu a mão. Ele tremia.
Sandalphon o ajudou a se levantar. "E agora?"
Na presença de outro, a compostura de Michael voltava rapidamente. Ele abriu todos os olhos, e o desgosto desenfreado de laranja doentio com vermelho raivoso. "Acabamos com isto", disse ele, friamente, "e então nunca mais acontecerá".
"Certo," disse Sandalphon, embora seu olhar vacilasse. Ele reajustou a arma. "Quer dizer, nem tudo, certo? Precisamos de mais alguém para punir— "
"Decole e elimine os desertores", disse Michael.
"Tem certeza de que está bem?" perguntou Sandalphon, recuando apesar de tudo.
"Eu estou sempre bem."
Sandalphon disparou em direção ao céu. Seu impacto na tempestade causou um estrondo de trovão.
No pátio vazio, Michael decidiu que todo aquele medo não era seu. Ele simplesmente se impressionara. Realmente não deveria ter exagerado. Essa tarefa precisava de compaixão. Os humanos eram criaturas tão frágeis.
Em um momento, ele suavizou sua luz e fechou os olhos espalhados em suas asas e pele. Em vez de olhar para fora, ele olhou para dentro, alcançando seu núcleo, o centro frio que lembrava geleiras e flocos de neve. Se lembrou de como ser um anjo de olhos azuis e se virou para encarar o hangar e as pessoas que precisavam de libertação. Havia palavras para tempos como este: "Não temam. Vossa salvação se aproxima. "
Eles ainda estavam com medo. Talvez eles sempre fossem assim. Michael não podia culpá-los. Não. Todos eles sabiam que, no fundo, essa libertação não era liberdade. Não de verdade.
Tudo que posso lhes dar é mais tempo para terem medo.
***
A chuva encheu o vale, suave mas implacável. A água corrente afogou gafanhotos e o tiroteio. Armas montadas se recusaram a ficar de pé.
Os jipes e tanques afundaram primeiro. Portas e cabines se abriram enquanto as tripulações saíam para escapar da terra movediça. Depois que o dilúvio fez seu trabalho, a chuva diminuiu e os anjos avançaram novamente, desta vez mais encorajados.
Os soldados mortais em fuga se viraram para meio nadar, meio correr. Alguns arrastaram consigo os mais atordoados dentre os seus. Muitas armas e botas perdidas ao longo do caminho.
Enquanto isso, dez legiões de gafanhotos ainda circulavam o vale, agora mergulhando baixo, balançando alto, zumbindo sua ameaça contra aqueles que fugiam em qualquer direção, exceto para o complexo.
No topo da colina, a névoa inchada de Amalek enrolava-se no topo da colina como uma serpente. Um trovão caiu das nuvens de tempestade em advertência e cada raio causou um curto-circuito nas cercas e incendiou as torres. Os inimigos dos anjos cambaleou ao pé da colina e olhou para trás, cercados.
Então eles jogaram suas armas em rendição.
***
No momento em que Jaelle e o resto baixaram as espadas, a falta de tiros parecia assustadoramente silenciosa. Apesar da vitória, a encosta da colina distante pairava envolta em medo e exaustão. E ainda assim aquela nuvem nauseante pairava sobre a prisão destruída.
Com mais (muito mais) da ajuda de Legion, anjos e demônios moveram seus feridos do campo de batalha para uma triagem no sopé da colina. Um punhado de curandeiros de Raphael estava entre eles. Eles iam e vinham por um círculo sagrado próximo, levando os piores feridos de volta para Casa em cascatas de luz crescente. Alguns entraram no complexo para cuidar dos resgatados.
"E agora?" Legion perguntou a Jaelle e Matarael.
Jaelle notou mais mortais feridos à sua esquerda entre os soldados capturados. Alguns ficaram imóveis. Embora não fosse aquela quietude certa que ela temia, seu peito apertou novamente. Ela acenou para uma das Myriad.
"Suponho que você não poderia dispensar alguém para cuidar deles?" ela sussurrou.
Myriad parecia confuso. "Por quê?"
Jaelle não conseguia entender a pergunta. "Por que não?" ela respondeu. "Eles provavelmente nunca imaginaram que prisioneiros de guerra poderiam receber misericórdia. Isso pode mudá-los. "
Myriad considerou isso e sorriu calorosamente. "Entendo. É só que o príncipe não fez nenhuma menção a isso. "
"Mas não há nada contra, há?"
"Suponho que não." Com outro sorriso, a anjo anfitriã correu para o resto dos curandeiros. Jaelle percebeu que a mandíbula de Legion havia afrouxado.
"Quem é aquela?" ele perguntou.
"Quem é quem?"
"Que?" Legion disse, e apontou. "E lá, também, e ... lá."
"Oh, hum, ela é a Myriad", disse Jaelle. "Ela faz de tudo um pouco."
"Ela é linda."
"Os demônios gostam de coisas bonitas?" perguntou Matarael, perplexo.
Jaelle lhe deu uma cotovelada nas costelas e sussurrou: " As pessoas gostam do que gostam, Mat. Seja legal."
Legion pareceu não notar nenhum deles. Em vez disso, ele suspirou melancolicamente.
Jaelle deixou suas asas desaparecerem no éter e olhou para o deserto transformado. Pedaços de ruína fumegante na água pareciam manchas em um espelho. Ela sentiu alguém pegar sua mão, percebeu que era Matarael e seu peito relaxou.
"Acabou, pelo menos." Jaelle apertou a mão dele. "Obrigado, Mat."
"Não sabia que eu era capaz." Ele olhou para o complexo onde a estranha névoa ainda se enrolava. "O que é aquela coisa?"
"Aquele é Lord Amalek", disse Legion, interrompendo sua ânsia de franzir a testa com desconforto visível. "Não que eu tenha inveja, mas ele está no Conselho das Trevas."
"Como ele está tentando parecer?" perguntou Matarael. "Eu acho que é meio como ... uma metáfora." O demônio se encolheu. "É a forma favorita dele."
A nuvem de terror se dissipou e Michael saiu, as asas brilhando contra a névoa. O rosto do príncipe estava severo como rocha. Muitos anjos se aprumaram, encorajados por sua aparência.
"Os prisioneiros foram libertados", Michael anunciou, o que trouxe aplausos cansados, mas sinceros, das fileiras mistas. Jaelle conseguiu distinguir as pessoas amontoadas dentro da cerca, parecendo abatidas e angustiadas com a ruína fumegante. Devia haver pelo menos quinhentos deles.
Sandalphon pousou em um raio e acenou com a mão, o que fez as nuvens se dispersarem. Acima, o céu claro estava vermelho com a noite. Sandalphon ergueu sua maça e espiou por cima da multidão. Jaelle engoliu em seco quando os olhos dele caíram sobre ela, mas eles mudaram imediatamente para Matarael. Instintivamente, ela apertou a mão do amigo. Sandalphon sussurrou algo para o príncipe.
Michael pareceu frustrado e depois cansado. "Matarael," ele chamou.
Matarael tornou-se tenso quando um murmúrio varreu as fileiras. Então ele se apressou colina acima. Jaelle seguiu de perto sem ser questionada. Legion, sem uma palavra de protesto, seguiu os dois. Todos eles pararam e saudaram.
"Sim, sua graça?" perguntou Matarael.
"Nós avançamos em uma tempestade seca. Qual capitão disse para você fazer chover no campo de batalha? "
"Eu, hum ... nenhum, meu príncipe."
Michael e Sandalphon trocaram palavras mais baixas. Jaelle sentiu seu estômago revirar.
"Foi isso mesmo?" perguntou Michael. "Foi ideia sua?"
"Tínhamos que parar o inimigo de alguma forma, sua graça", disse Matarael, e acrescentou rapidamente: "Com todo o respeito, quando perdemos o Capitão Ariya..."
"Suas ordens eram para avançar."
"Foi ideia minha, excelência." Jaelle correu para a frente. "Nós estávamos no meio disso. Matarael está encarregado da chuva da primavera e do degelo, então... "
"Então você disse a ele o que fazer?"
"Sim, sua graça."
"Ela salvou minha vida, sua graça," acrescentou Legion, muito mais confortável do que qualquer um dos dois anjos.
"Umas cem vezes pelo menos", acrescentou outro dele nas proximidades.
Amalek ferveu: "Eric, seja sssssilento."
"Silencioso como um rato, senhor," disse o demônio rapidamente.
"Não preciso de desculpas, soldado", disse Michael a Jaelle. Ele olhou através do vale e perguntou: "Qual era o seu plano para os prisioneiros de guerra?"
"Plano?" Perguntou Jaelle. Ela se virou como se eles estivessem falando sobre outros prisioneiros. Sentiu um movimento estranho atrás dela, mais uma presença do que qualquer coisa visível. Ele desceu a colina assim que ela se virou, evitando ser visto até mesmo pelo canto do olho.
Todos os anjos conheciam Azrael, mas poucos o tinham visto. Não era aconselhável tentar.
Jaelle congelou quando sua mente de repente se recusou a pensar. "Sua graça...?" Ela não tinha certeza de como terminar a pergunta, que resposta queria ou precisava.
Michael respirou fundo. "Esta é uma missão de misericórdia", disse ele. "Você acha que é sábio dar a alguns humanos em guerra a chance de compartilhar o que viram aqui antes da batalha final nos próximos meses?"
"Mas, não estamos lutando contra todos os humanos. Alguns podem se arrepender. "
"E alguns não vão."
"Mas se eles querem paz..."
"Você não foi treinada para a paz, soldado."
"Não, mas..."
"Amalek?"
A nuvem doentia se contraiu como um leão agachado para saltar.
"Você sabe o que fazer."
Jaelle ofegou quando o demônio avançou. Ele saltou colina abaixo como uma matilha de lobos, irregular, eriçada e farpada. Anjos e demônios se afastaram para fora de seu alcance.
Ao chegar ao pé da colina, em vez de pular no inimigo, ele se espalhou. Houve um flash de luz brilhante doentia e gritos dos prisioneiros no mesmo instante. Eles foram breves.
Jaelle gritou algo incompreensível e correu para a frente, sem saber como poderia lutar sem desembainhar uma espada em um aliado, mas com a intenção de fazer algo. Talvez uma ideia viesse a ela. Talvez...
Amalek espalhou-se, engolindo o lago, as pedras, os tanques ...
No meio da colina, alguém segurou o braço de Jaelle. Ela puxou sem olhar, todo o caminho até a borda daquela nuvem devoradora, antes que uma segunda mão se juntasse à primeira e a segurasse, cuidadosa, mas firme, até que ela pudesse apenas lutar inutilmente, olhando, como os arbustos ao redor das margens do lago pegou o veneno e começou a morrer.
"Me larga!" ela gritou.
"E deixar você morrer?"
Ela não esperava aquela voz.
Tão instantaneamente quanto o flash de devastação veio, a escuridão o engoliu e Amalek desapareceu, mergulhando fundo na terra e lançando uma névoa sulfúrica sobre tudo. Cada planta e erva daninha se foram. Havia apenas cadáveres no meio.
"Não." Jaelle arfou, horrorizada. Tudo tinha sido tão rápido. Como isso aconteceu tão rápido? "Ele não pode—!"
"Ele já fez." Michael se colocou entre ela e a visão horrível do deserto, chamando sua atenção como só ele poderia.
A garganta de Jaelle ficou seca. Seus gritos se transformaram em soluços. "Por quê?"
A pergunta ecoou em um silêncio repentino. Nenhuma asa farfalhou. Ninguém respirou.
Então Sandalphon disse: "Agora ouça aqui, soldado, suas perguntas são —"
"Está tudo bem, Sandalphon," Michael interrompeu. "Você e eu tivemos que aprender, não é?"
Matarael correu em direção a eles, mas recuou diante do olhar severo de Sandalphon. Atrás dele, Legion chutou a terra e carregou seu rifle roubado. Ele mordeu uma unha.
Jaelle percebeu que eles não eram os únicos a observá-la. Devia estar chamando atenção, chorando inutilmente, mas cada vez mais ela descobria que não se importava. Ela queria correr, mas não sabia para onde, então caiu de joelhos, apenas vagamente ciente de que isso significava lama em suas roupas. Ela se sentia fraca. Mais fraca do que quando Ariya morreu. Depois daquela luz horrível, o ar ficou mais escuro de alguma forma.
Michael não a deixou, apenas sentou em seus calcanhares. "Ouça, soldado", disse ele. "Essas pessoas que libertamos, se você soubesse o que elas passaram, se você realmente soubesse, entenderia. Devemos a eles essa misericórdia. "
"Mas o amor não é uma dívida."
Sandalphon zombou. "Você se atreve a dar um sermão ao seu príncipe?"
"Está tudo bem, Sandalphon," disse Michael. Para Jaelle, ele disse: "Se você se permitir sentir cada momento de tragédia neste mundo, a dor a matará cem vezes".
"Você não sabe disso."
"Depois de cem bilhões de almas? Não seja ingênua. " Michael se levantou e olhou para Matarael. "Cuide dos feridos, você e o resto", disse ele. "Agora."
Legion puxou o braço de Matarael até que ele se virou relutantemente. Então o resto dos exércitos do Céu e do Inferno seguiram o exemplo, apressando-se como se estivessem desesperados por algo para fazer além de olhar. Mas houve olhares para trás, sussurros preocupados. Jaelle ouviu seu nome entre eles. Ela queria se esconder.
Sandalphon ainda a olhava com desaprovação. "Depois de uma façanha pública como essa, sua graça, devemos —"
"Sandalphon, providencie para que os prisioneiros humanos sejam vestidos e alimentados, depois leve-os para casa em segurança", disse Michael.
"O que?" As asas de Sandalphon se abriram de surpresa. "Michael, não é o suficiente que nós ...?"
"Diga a eles que o Todo-Poderoso tem sido misericordioso", disse Michael, ainda olhando para Jaelle. "E diga-lhes que se arrependam nestes dias finais."
"Mas não há tempo para ... mas eles nem mesmo ..." As mãos de Sandalphon se agarraram à gravata por ajustar. "Alteza, certamente não há tempo para infantilidades—"
"Você acha que minhas ordens são infantis?"
"Não, sua graça!"
"Bom. E não os deixe em qualquer posto avançado, Sandalphon. Certifique-se de que eles estejam seguros. "
"Sim sua Majestade." Sandalphon se recompôs e voltou para o complexo. Ele olhou para trás uma vez, perplexo e inquieto. O medo frio de Jaelle se dissolveu em tremores. Tentou dizer algo, mas a fraqueza estava piorando. Ela percebeu que a batalha a estava alcançando. A sensação de esgotamento em suas mãos e pés a fez se perguntar se sua alma havia decidido deixar seu corpo físico. Acontecia com humanos. Um corpo mortal pode morrer de choque, tensão ou tristeza.
"Vai ficar tudo bem, Jaelle", disse Michael.
"Nada está certo."
"Nós estamos." Todo o mundo de Jaelle ficou escuro quando ela perdeu a consciência.
***
Jaelle acordou no escuro e percebeu que estava dentro de algum lugar. Então a parede se moveu e um vento frio noturno soprou sobre seu saco de dormir. Ela percebeu que estava em uma pequena tenda.
Sentando-se, ela levou a mão à cabeça, então o dia voltou a inundar e ela desejou poder dormir novamente. Se lembrou de alguma menção de que haveria um interrogatório quando a outra metade do exército chegasse. A Terra era o único lugar neutro que anjos e demônios podiam se encontrar para esse tipo de coisa, e isso significava que provavelmente havia outras tendas armadas ao lado dela.
Ela puxou os cobertores, levantou-se e saiu para o acampamento.
Lá fora, a maioria das tendas estava às escuras, mas algumas tinham as portas voltadas para trás, com soldados — demônios e anjos — movendo-se entre eles. Aqui e ali, pontos de fogueiras brilhavam onde círculos de lutadores cansados ​​se reuniam. Jaelle pôde distinguir a forma escura e redundante de Legion entre eles, narrando algo animado, mas distante demais para ouvir.
Sua própria tenda havia sido montada mais perto do pavilhão dos generais, uma marquise com várias das paredes enroladas para deixar entrar o ar noturno. Pares de demônios e anjos  montavam guarda em suas entradas. Jaelle viu Michael e Uriel lá dentro. Suas asas se dobravam para trás no éter, sua armadura de um lado, e ambos inclinados sobre uma mesa de mapa iluminada por sua própria luz, falando baixo demais para serem ouvidos.
Outras presenças sombrias estavam por perto, mas à noite Jaelle não sabia dizer quem eram. Ela adivinhou a direção de onde eles estavam vindo. O chamado dos cães infernais girou ao vento e ela estremeceu, imaginando o que Lorde Amalek poderia ter deixado para trás.
De repente, Jaelle não queria nada mais do que encontrar Matarael e deixá-lo dizer que as coisas podiam melhorar. Mesmo que ele não soubesse como, ela apreciava o quanto ele acreditava nisso.
"Pssst! Guardiã!"
Voltando-se para o pavilhão, Jaelle viu um membro da Legião acenando fervorosamente para um posto de guarda junto a uma porta. Ao lado dele estava uma Miríade, brilhando prateada como uma mensageira. Por sua proximidade, ela adivinhou que eles haviam, até aquele momento, mantido uma conversa íntima.
Quando Jaelle se aproximou, os dois bateram continência. Jaelle reconheceu os dedos crescendo de novo na mão de Legion e relaxou.
"Eric," ela disse, estremecendo com a dor de garganta. "Quanto tempo estive fora de mim?"
O demônio mantinha a voz baixa, mas ria, claramente de bom humor. "Algumas horas, Capitã Ninguém."
"É Jaelle, você sabe."
"Capitã Jaelle." Ele ainda sussurrou.
"Não, não ..." Jaelle olhou pela tenda, mas nenhum dos arcanjos notou sua aproximação. "Isso também não."
"Não se preocupe. Todos os grandes vilões partiram há um tempo. Só esperando um relatório do pessoal da limpeza antes de irmos. "
"Mal posso esperar", disse Jaelle, totalmente honesta.
"Estão te esperando, de qualquer forma", disse Myriad calmamente.
"Perdão?" Eric deu de ombros e puxou sua lança de lado.
Myriad acenou com a cabeça suavemente e Eric sussurrou: "Sua alteza a espera."
"Oh, um.... Obrigada." Jaelle disse para ser educada. Ela não se sentiu particularmente grata. Suas entranhas se remexiam de medo, vergonha e, ela admitia apenas para si mesma, nojo.
Ela respirou fundo algumas vezes, depois engoliu a ferida em sua garganta, antes de entrar.
Uriel dizia, "... começando a me preocupar. Se precisar da minha ajuda com alguma coisa, Michael, ficarei feliz em intervir. Você não pode fazer tudo. "
"Eu agradeço. Assim que Gabriel estiver de volta, podemos conversar sobre isso. "
"Em particular?" Uriel localizou Jaelle e deixou Michael vê-la olhando por cima do ombro.
Michael seguiu o olhar de Uriel. Quando viu Jaelle, endireitou-se e afastou o cansaço com um encolher de ombros. Para Uriel, ele acenou com a cabeça. "Sim, Uriel, obrigado. Mais alguma coisa sobre a missão? "
"Só acho que Gabriel vai precisar de uma bebida."
"Vou ver o que o duque Hastur quer e te seguir."
"Lave as mãos quando voltar," disse Uriel ironicamente. "Aposto que ele tem pulgas." Uriel deu a Jaelle um sorriso superficial quando ela saiu.
Michael acenou em seguida e Jaelle ocupou seu lugar com uma saudação nervosa.
O mapa na mesa exibia um terreno com uma nova borda desenhada a lápis. Onde antes havia uma cidade murada, fumegante como uma mancha solar. Michael colocou os últimos marcadores do mapa em uma caixa.
"Soldado," ele a cumprimentou brevemente. "Foi um longo dia."
Insegura, Jaelle olhou para o guarda atrás e perguntou: "Você queria me ver, excelência?"
"Sim." Jaelle se preparou para um sermão.
"Como você está se sentindo?" perguntou Michael.
"O que?" disse Jaelle, surpresa.
Michael fechou os olhos e o cansaço invadiu seus ombros. Ele não se repetiu.
"Sinto muito, alteza", disse Jaelle.
"Você continua se desculpando." Michael afastou o mapa. Deixou sua mão descansar na borda. Ele não tinha aberto os olhos. "O que é desta vez?"
"É só que não ... não consegui responder à sua pergunta."
"Você acha que isso teria mudado as coisas?"
"Como posso saber agora?" perguntou Jaelle. "Eu apenas senti ... estou tentando ter fé, mas também estou tentando ter esperança. Uma vez que os humanos morram ... "
"Eu sei, e não estou com raiva", disse Michael. "Você nasceu um anjo de misericórdia, não de julgamento."
"Não fomos todos, sua graça?"
"Sim. Até os demônios eram, "disse Michael. "Mas o julgamento de um mortal é a misericórdia de outro. Um pedido mantém a ordem. Não somos um exército de discórdia e confusão, soldado. "
Jaelle não sabia como responder, então não o fez. Ela ficou surpresa que uma parte dela entendeu, e ela estava com raiva dessa parte. Ela não sabia o que fazer com aquela raiva. Parecia importante, mas não resultava em nada. 
Certamente não era o sermão que ela esperava.
Michael acrescentou: "Eu me preocupo que você se sobrecarregue demais. Os sentimentos são tão reais quanto qualquer outra coisa, mas nem sempre estão certos. "
"Eu não entendo."
"Estou dizendo, uma das razões pelas quais perguntei por você é que estou preocupado com como você se sente." 
"Ah" disse Jaelle em voz baixa.
"O que aconteceu com os prisioneiros não foi sua culpa", disse Michael. "Você sabe disso?"
"Acho que sim."
"As circunstâncias a arrastaram para uma situação para a qual você não estava pronta."
"Pronta para o quê, excelência?"
Michael bateu um dedo na mesa. Ele parecia estar deliberando. Por fim, ele disse: "Já conversei com o capitão Ariya sobre você, Jaelle".
Ao ouvir seu nome, Jaelle sentiu uma onda de frio inexplicável na pele. "Conversou?"
"Ele me disse que você é teimosa, mas que nunca age. Também não acredito que seu comportamento hoje tenha saído da linha. O melhor que posso dizer é que havia um vazio e você o preencheu, e mesmo que tenha perdido de vista o objetivo do treinamento, o que você pensava ser o objetivo, bem, você utilizou recursos e unificou seu pessoal para alcançá-lo. "
"Eles não são meu... Isto é, eu acabei de fazer o ... Será que ninguém faria isso?"
"Ninguém mais fez."
"Mas eu sou ... eu não sou ninguém."
"Você não é?" Michael a olhou sério. "Você é uma guardiã. E uma soldado. O que mais é um mistério completo para mim, mas você não é 'ninguém', Jaelle. "
"Não sou tão impressionante", insistiu Jaelle. "Eu não fui corajosa, nem sábia ou forte hoje, excelência. Eu estava com medo, desesperada e com raiva. "
"Zangada, soldado?"
Jaelle temia estar sendo ridicularizada. "Sim, alteza", disse ela, "você poderia ter libertado todo este lugar sozinho, com uma mão atrás das costas."
"Então, você está com raiva de mim?"
O estômago de Jaelle embrulhou. "Parece ... quero dizer, eles podem achar cruel ter suas vidas jogadas assim."
"Estamos dando a eles uma última oportunidade", disse Michael.
"Por que você está reservando um tempo para falar comigo se eu não fiz nada errado?" perguntou Jaelle.
"Porque haverá mais missões como esta, soldado. Enquanto o Capitão Ariya está se recuperando, estou colocando você no comando do batalhão. "
"Mas eu..."
"Eu já os informei que sua explosão desta tarde foi perfeitamente razoável. Eu não vou permitir que eles te desprezem por isso. Acho que sua ingenuidade é por falta de experiência. Você está no caminho certo, só precisa de encorajamento. "
"Eu ..." Jaelle tentou se lembrar de suas maneiras. "Obrigada, sua graça, por isso. Mas não sei o que fazer. "
"Se não tiver certeza de alguma coisa, venha até mim."
"Mas eu não quero ser um incômodo — quero dizer, sim, sua graça, eu irei. Eu ... sinto muito por continuar cometendo erros. "
"Está tudo bem. Você é muito parecida com alguém que conheci uma vez. "
"Quem, sua graça?" Michael começou a enrolar o mapa.
"Não podemos ficar aqui conversando a noite toda", disse ele, sem responder. "Deve se apressar, Capitã." 
Atordoada, Jaelle fez uma saudação e saiu da tenda. O vento agitou as fogueiras do acampamento e as lâmpadas do pavilhão piscaram.
Jaelle vacilou logo depois da soleira. Ela não tinha certeza do que esperava, mas não era isso.
"Eu disse a você", disse Legion, "Capitã." Ele piscou.
"Você vai se dar bem." Myriad, com seu jeito calmo e gentil, sorriu em igual encorajamento.
Jaelle tentou retribuir o sorriso de agradecimento, depois dirigiu-se aos grupos de fogueiras no acampamento suspenso, deixando-os conversando.
Seus passos eram lentos. Ela pensou no capitão Ariya, na violência desenfreada que levou à sua desincorporação. Depois, pensou no príncipe e na com que calma ele enfrentou a mesma violência. Nenhum dos exemplos parecia certo, pelo menos não para sua própria natureza. Onde tinha chegado ali? Ela não estava tentando chamar atenção. Ela certamente não estava tentando se tornar uma capitã. Ela nunca se preparara para liderar.
E, no entanto, momentos de liderança surgiram naturalmente nas horas seguintes. Jaelle não sabia dizer por quê, mas percebeu que gravitava em torno de grupos de soldados no acampamento, fazendo check-in, colocando a mão em um ombro ou braço onde parecia necessário, às vezes apenas dando um ouvido solidário ou reunindo outras pessoas para conversar.
Matarael a encontrou não muito depois. Ele ficou feliz em falar aos outros assim que se certificou que ela estava inteira. Outros também se destacaram no grupo de Ariya, e Jaelle os descobriu a seguir. Noel, Sagiya, Hananel ... Eles eram bons com sonhos. Alguém teria que ajudá-los a se protegerem dos pesadelos.
Aquilo lhe rendera um pouco de perícia em guerra, mas, decidiu Jaelle, ela ainda não era boa o suficiente como soldado. Ela só teria que ser uma guardiã por enquanto. ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~
Notas da Autora: (1) Obra de arte: Doré, Gustave, "The Destruction of Sennacherib's Host" (1891), enviado para Wikicommons.org em 14 de novembro de 2018 e acessado em 20 de junho de 2020. (2) Meu headcanon é que alguns lordes demônios abandonaram até mesmo seus nomes quebrados para usar os nomes de tiranos que eles amaldiçoaram, como forma de se gabar. Amalek foi um criminoso de guerra.
 Capítulo Original
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graal813 · 8 years
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La CRISE n'est ni politique ni économique mais religieuse-spirituelle : DIEU ne nous sauvera pas, c'est à nous de le sauver
La CRISE n’est ni politique ni économique mais religieuse-spirituelle : DIEU ne nous sauvera pas, c’est à nous de le sauver
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Les deux articles récents, sur “Salvatores Dei” de Nikos Kazantzaki et sur “Les yeux de Satan” de Sidney Lumet, sont un préalable à ce post:
https://anthroposophiephilosophieetscience.wordpress.com/2017/03/08/les-yeux-de-satan-childs-play-sidney-lumet-1972/
https://anthroposophiephilosophieetscience.wordpress.com/2017/03/07/nikos-kazantzaki-salvatores-dei-sauveurs-de-dieu-une-ascese-consistant-en…
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topos318 · 8 years
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La CRISE n'est ni politique ni économique mais religieuse-spirituelle : DIEU ne nous sauvera pas, c'est à nous de le sauver
La CRISE n’est ni politique ni économique mais religieuse-spirituelle : DIEU ne nous sauvera pas, c’est à nous de le sauver
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Les deux articles récents, sur “Salvatores Dei” de Nikos Kazantzaki et sur “Les yeux de Satan” de Sidney Lumet, sont un préalable à ce post: https://anthroposophiephilosophieetscience.wordpress.com/2017/03/08/les-yeux-de-satan-childs-play-sidney-lumet-1972/…
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peterpwrker · 5 years
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Desde que havia ido embora de Busan, uma coisa que Malee poderia afirmar era como havia descoberto mais de si mesma, dos seus gostos e hobbies, que no começo foram apenas iniciados para cobrir o vazio que sentiu com a sua ida. Uma decisão novamente impulsiva da tailandesa, mas que ela claramente precisava. Novas aventuras havia sido feitas, novas amizades e conexões que chegaram a sua vida, a fizera sair da sua bolha de conforto e começasse a apreciar as coisas mais simples que tinha no mundo e na sua vida. Com aquilo, acabou criando uma extrema paixão por fotografia, desde a fotografar pessoas aleatórias na rua, paisagens, até o que ela achava interessante e único no seu próprio olhar.
Logo criou o gosto de viajar justamente para captar esses momentos que para ela se ficasse parada em apenas um lugar, não seria o suficiente. Então em mais uma de suas viagens, com a sua câmera na mão, andava pelas ruas totalmente sem rumo, distraída, os olhos correndo por cada detalhe onde passava torcendo para que alguma hora algum lhe chamasse atenção. Estava tão absorta em seu momento, que não percebeu que começava a andar de costas, um hábito tão comum da garota, que só se deu conta quando sentiu o seu corpo trombar contra um outro bem maior e mais forte que o seu, quase a fazendo perder o equilíbrio. Notou rapidamente o que havia acontecido, o pânico se tornando evidente na face dela. “Oh my god, i’m really sorry. Are you okay?” proferiu a desculpa sem muita demora, virando o corpo para que pudesse se desculpar apropriadamente, e assim que os olhos se fixaram no rosto tão conhecido por si, as palavras lhe fugiram naquele momento. 
O olhar arregalado, sem saber acreditar que estava vendo Uriel ali a sua frente em carne em osso, depois de tanto tempo. “Uri...” murmurou o apelido sem pensar, o olhar correndo por toda extensão do corpo do rapaz afim de ter provas concretas que não era apenas uma ilusão de sua mente. “Me desculpa, eu estava distraída tentando achar algo para fotografar… Que nem vi por onde andava.” o olhar oscilou até a câmera sua mão, sem jeito pelo o que havia acontecido. “Como você está? É tão estranho...” continuou, soltando um baixo riso, ao que arrumava o cabelo, em um ato de pura timidez. Geez, depois de tudo que já havia vivido com o coreano, voltara ao estágio inicial. Sendo um sentimento tão diferente para si. “Eu jurava que se alguma vez eu fosse lhe encontrar novamente, seria em Busan, naquela barraquinha de chocolate quente..” abriu um pequeno sorriso relembrando o local que tinha um tamanho significado para si, e a cena que já repassou por sua mente tantas vezes. Era impossível para Malee esquecer qualquer momento que havia vivido com ele. “Mas algumas coisas são melhores quando acontece sem a gente imaginar né?” arriscou fixar o olhar nos dele, tentando adivinhar o que ele poderia estar sentindo naquele momento, não se arrependendo nem um pouco quando o fez. Podia sentir que a troca de olhares falava muito mais do que as palavras trocadas. No entanto sentia que precisava falar mais alguma coisa antes de continuar o seu percusso atrás de uma nova captura de momento, que nunca seria como aquele que seus olhos faziam naquele instante. “Fico feliz em te ver de novo, você parece estar bem feliz, e isso me deixa mais leve comigo mesma, por ter ido embora daquela maneira. Você merece, Uri.”    
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toscanoirriverente · 5 years
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La teoria della montagna di merda®
A grande richiesta, mi chiedono di ripostare la “Teoria della montagna di merda” dal vecchio blog. Essa risale a qualche anno fa. Eccola qui.
Alcune persone godono nel particolare hobby di fare “debunking“. Il debunking e’ l’abitudine di dimostrare, punto per punto, che le teorie cospirazioniste (UFO,HAARP, rettiliani & co) siano false.
Non ho voglia di spiegare che la cosa piu’ difficile da dimostrare al mondo sono proprio le verita’ piu’ semplici, direi quasi gli assiomi, se non fosse che non si dimostrano affatto, ci si limita a constatare che siano assiomi e che siano necessari o presenti, per chi si occupa di matematica inversa.
Quanto piu’ vicini siamo alle evidenze ed agli assiomi, quanto piu’ complesso sara’ dimostrare qualcosa, nella media. I problemi sulle qualita’ di base dei numeri sono quelli che, come la congettura di Riemann, resistono di piu’ all’assalto intellettuale dei dimostratori.
Allo stesso modo, dimostrare che nessuna industria farmaceutica ci stia irrorandogratis di anticoncezionali perche’ agli azionisti piace venderli, e’ di una complessita immensa; entrerebbero in gioco Peano e Pareto, e come scrive qualcuno tutti mi darebbero immediatamente del fascista.
Il guaio e’ un altro: cento milioni di scimmie che battano tasti a casaccio su cento milioni di macchine da scrivere per cento milioni di anni probabilmente scriveranno l’opera magna della letteratura di ogni tempo e luogo.
Il problema e’ che produrranno anche una cataclismica, spaventosa, leviatanica, galattica Montagna di Merda.
La proporzione tra le due cose, catastroficamente a favore della merda, e’ tale che normalmente si danno le macchine da scrivere in mano a persone delle quali si presume che scriveranno qualcosa di buono.
Il motivo e’ molto semplice: se anche le nostre scimmie scrivessero l’opera magna di ogni tempo e di ogni luogo, il tempo necessario a scartare tutte le altre opere sarebbe infame.
Questo e’ alla base di quella che io chiamo “La teoria della montagna di merda“. Essa dice, in sostanza, che un idiota puo’ produrre piu’ merda di quanta tu non possa spalarne.
Prendiamo per esempio il famoso motore di Schietti.
Si tratta di una bufala catastrofica; e’ vero che i palloncini saliranno in alto, ma per gonfiarli in fondo al cilindro abbiamo usato piu’ dell’energia che otterremo.
Questa cosa e’ stata fatta presente a chietti, dicendogli che un certo Boyle e un certo Mariotte hanno detto delle cose sensate qualche tempo fa.
Il risultato e’ stato che lo Schietti se n’e’ uscito con un ulteriore delirio “Schietti dimostra falsa la legge di Boyle-Mariotte“.
La cosiddetta dimostrazione consiste nell’introdurre ulteriore complessita’: una macchina fatta di due componenti e’ difficile da falsificare, una macchina composta da stantuffi, leve, ingranaggi, miliardi di circuiti logici, eccetera, e’ dialetticamente impossibile da debunkare completamente, perche’ mancano le competenze.
Prendiamo per esempio il processore del vostro PC: si potrebbe dire che possa parlare con l’aldila’. Se siamo ciarlatani, intendo. A quel punto arriverebbe un tizio che lavora in Verilog o in VHDL e ci spiegherebbe che niente in un processore parla con l’aldila’.
La risposta del cialtrone a quel punto sara’ qualcosa di relativo alla fisica del silicio. Il guaio e’ che a quel punto l’esperto di Verilog esaurisce la sua competenza, perche’ la parte al silicio gli e’ nota solo in parte (quel tanto che serve a scrivere codice eseguibile dall’hardware nei tempi previsti), ma se andiamo allo stato dell’arte ci saranno esperti di fisica della materia che passano la vita sul silicio, e chi ha visto la modellazione matematica di un singolo nucleo di idrogeno (un delirio di operatori hermitiani) sa bene che “l’atomo di Silicio” non e’ per nulla una cosa semplice.
In pratica, se facciamo affermazioni riferite allo stato dell’arte ci vorra’ un intero team di esperti per contraddirci, a patto di riferirci ad una complessita’ abbastanza grande di fenomeni fisici. Non esiste una sola persona in grado di discutere allo stato dell’arte di una CPU, ci vuole una squadra intera.
Il problema e’ che radunare la suddetta squadra ci costera’ uno sforzo immenso rispetto a quello che costa al cialtrone affermare di pingare la madonna in persona attraverso la sua VPN.
In pratica, economicamente parlando vinceranno sempre i cialtroni, perche’ la competenza costa piu’ dell’incompetenza.
Ma c’e’ un motivo di tipo umano che mi impedisce di darmi a quest’attivita’. Il fatto, cioe’, che queste persone siano arrabbiate.
Oh, non arrabbiate come mi arrabbio io con il cane se mi scava una pianta di susini per seppellirci il pane.
Sono arrabbiate come stile di vita, nel senso adleriano del termine. (1) La rabbia per loro e’ una condizione permanente, ontologica, e’ un metodo di ricerca: la tal cosa e’ vera nella misura in cui pensarla sostiene la mia rabbia.
Poiche’ molte delle verita’ che sono passate alla storia sono state inizialmente scomode (2), queste persone ritengono che ogni affermazione che suscita rabbia sia scomoda, ergo vera.
Il problema e’ che esse non suscitano una vera e propria rabbia, e non sono nella media nemmeno “scomode“: si tratta quasi esclusivamente di affermazioni fastidiose. Fastidiose perche’ il buon Schietti si ostina ad ammorbare i commenti dei blog di mezzo mondo con la sua parafilosofia.
La strategia di queste persone e’ di ammorbare la vita alla gente con la propaganda delle loro idiozie. Poiche’ ad un certo punto ricevono una reazione di fastidio, deducono che la loro “verita‘” sia “scomoda” anziche’ capire che il problema sta nella loro fastidiosa presenza, e non nella loro scomoda verita’.
Lo scopo e’ quello di arrivare ad uno scontro, appunto, rabbioso. E questo e’ dovuto molto semplicemente al fatto che, come ho gia’ scritto, la rabbia e’ la loro condizione esistenziale: rabbia perche’ si sentono impotenti di fronte a banche e multinazionali, rabbia perche’ non riescono a realizzarsi, rabbia perche’ si sentono maltrattati dalla societa’, eccetera.
La colpa di tutto questo, ovvero delle loro disgrazie ultime, sta proprio nelle leggende, nei mulini a vento che combattono; e verso i quali rivolgono la loro rabbia. Ma il fatto che la rabbia sia la loro condizione ontologica fa si che essa non sia l’effetto dei mulini a vento,ma la causa.
La loro condizione esistenziale e’ di essere arrabbiati, soprattutto, prima di ogni cosa ed a prescindere. Di fatto questi individui si sono aggirati per il mondo, digrignando bile e vomitando odio astioso, con una vocina dentro che chiedeva loro “perche’ tanto odio?”
Perche’ tanta ingiustificata rabbia?
Improvvisamente arriva il ciarlatano e gli dice: ecco qui, puoi scegliere tra “sono arrabbiato perche’ mi nascondono la verita’ sull’ 11 settembre“, “sono arrabbiato perche’ ci stanno uccidendo con le scie chimiche“, “sono arrabbiato perche’ la free energy viene nascosta al mondo“, eccetera.
In altre parole, le teorie cospirazioniste sono solo un vestito, una copertura che serve a dare una motivazione apparente per una rabbia che altrimenti non si spiega;Blondet e’ arrabbiato perche’ come giornalista e’ una sega fritta, perche’ non ha credito in alcun ambiente giornalistico serio, denunciare il grande complotto degli ebrei gli serve perche’ dire “sono arrabbiato perche’ la mia carriera di giornalista e’ una montagna di letame” suona male, mentre “sono arrabbiato perche’ gli ebrei dominano il mondo e vogliono tagliare un pezzo di pisello a tutti” suona meglio: non contiene un’ammissione di implicito fallimento esistenziale.
Ora, qual’e’ la realizzazione massima della rabbia? Contrariamente a quanto si pensa, la massima realizzazione e’ la sua stessa diffusione; perche’ ogni volta che l’arrabbiato vede che qualcuno si arrabbia con lui trae conferma del fatto che fa bene ad arrabbiarsi, e quando qualcuno si arrabbia contro di lui, ha conferma del fatto che le sue teorie sono scomode (quando invece e’ la sua presenza ad essere fastidiosa).
Come scriveva Adler in Psicologia Individuale, “il nevrotico trovera’ nella propria nevrosi le energie per sostenere la nevrosi stessa, per quante ne siano necessarie“. (3) O, tradotto in soldoni, essi produrranno sempre piu’ rabbia di quanta ne possiate sopportare; piu’ provocazioni di quanto possiate mantenere la calma, piu’ fastidio di quanto possiate tollerare: l’energia libidica a loro disposizione, la grandezza della forza che li spinge in questo processo ha la cardinalita’ del continuo.
C’e’ un solo modo di neutralizzare questa gente: stabilito che lo scopo principe di queste persone sia di perpetuare e di diffondere lo stato di rabbia “a priori” che produce il loro stato esistenziale, il solo modo di fermarli e’ di evitare i contatti con loro.
Essi sono profondamente malati, di una malattia invisibile che si chiama rabbia. Lo scopo ultimo di questa malattia e’ il contagio, e nient’altro che il contagio; non cambierebbe nulla nell’esistenza materiale di queste persone se si scoprisse che la CIA ha demolito le torri gemelle, ne’ se si scoprisse che gli USA vogliono sacrificare la quinta flotta alla guerra contro l’Iran come dice Blondet, in entrambi i casi la nostra italianissima esistenza ne sarebbe inficiata assai poco, ne sarebbero inficiati poco i nostri successi ed insuccessi personali, eccetera.
Lo scopo ultimo della rabbia e’ propagarsi.
E la sua sconfitta e’ il fatto che gli altri abbiano una vita serena, gioiosa, per nulla arrabbiata.
Quindi, caro Schietti, ti dico una cosa: il tuo motore funziona alla perfezione, la free energy e’ alla portata di tutti, la pila di Zamboni potrebbe produrre energia gratis per tutti, (4) ma io sono felice cosi’.
E siccome sono felice, non voglio nulla di quanto dici.
E sempre sia lodato iptables. Uriel
(1) Ok, ok. Ho conosciuto psicologi adleriani capaci di mettere a posto, in pochi mesi, anni di disastri di apprendisti stregoni. Siccome sono un tecnico, la prima cosa che ho fatto e’ stata di ficcare le mani nella scatola, e ho letto un sacco di cose di Adler.
(2) Nella maggior parte dei casi la verita’ e’ comodissima. Sono salito sulla metro stamattina pensando che mi avrebbe portato qui. Era vero. Sarebbe stato peggio se fosse stato falso, e io sbagliando il senso di marcia mi fossi trovato a Cascina Gobba. In questo caso, la verita’ sarebbe comoda mentre la falsita’ sarebbe un rompimento di coglioni.
(3) Adler contestava l’affermazione freudiana secondo la quale la rappresentazione della nevrosi di fronte all’analista fosse uno sfogo energetico, un calo libidico sufficiente a fermarla.
(4) Non lo penso davvero, ma si tratta di un’affermazione che Schietti non puo’ contestare, visto che gli da’ ragione. La sua rabbia non avra’ quindi espressione, e il meccanismo di tossicita’ della rabbia sara’ fermato.
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lxaurxel-blog · 6 years
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@mrsalazcr
◜・゜❝ Inicialmente pretendia ficar no banco mais ao canto do evento por alguns minutos, tendo o intuito de descansar seus pés após tanto tempo caminhando de um lado para o outro. Porém, não podia negar que a preguiça tomara conta de si e mesmo sem planejar Uriel acabou se acomodando no lugar. As costas relaxadas contra o banco de madeira enquanto os dígitos de suas mãos brincavam com uma moeda que recebera de troco em uma das barraquinhas, jogando a mesma de um lado para o outro em puro tédio. Vez ou outra as orbes esverdeadas passeavam pelos acontecimento da área, achando alguns acontecimentos interessantes, exatamente como agora. De algum bolso pode ver uma carteira indo de encontro ao chão, ponderara se devia ir atrás desta ou não. Era errado deixá-la ali, então em meio a um suspiro pesado levantou-se e seguiu até o objeto, juntando o mesmo olhou para o lado, vendo o dono de tal não hesitou em ir atrás. Chegando perto o suficiente de tal levou sua destra até o ombro alheio, sutil para não assustar a pessoa. “Com licença, acho que deixou sua carteira cair.” Disse antes mesmo da pessoa se virar. ❞
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montnor · 4 years
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editorial coordination / copyediting / translation (pt/en) Cristina Ataíde. Embodying the void (Museu Coleção Berardo, 2020) | Constellations I & II: a choreography of minimal gestures (Museu Coleção Berardo, 2020) | Joana Escoval. Mutações. The Last Poet (Museu Coleção Berardo, 2020) | Ana Manso. Agar (Cura.books, 2019) | Rui Sanches. Mirror (Fundação Carmona e Costa, Museu Coleção Berardo & Sistema Solar, 2019) | Miguel Palma. (Still) Modern Discomfort (Museu Coleção Berardo, 2019) | Pires Vieira. Trash — Lixo de Artista (Museu Coleção Berardo, 2019) | André Romão. Fauna (Museu Coleção Berardo & Hatje Cantz, 2019)
Contemporânea #5 (physical ed.) translation (pt-en): Antonia Gaeta w/ Jorge Queiroz, “A conversation” | António Poppe & Hugo Canoilas, “A language journey to the southern hemisphere” | Carlos Vidal, “Yonamine: A cosmopolitan x-ray (300 slices of toast)” | David Revés, “Wishing Landscapes” | Filipa Correia de Sousa, “Ana Cardoso: Unexpected play of shapes” | Isabel Nogueira, “Arlindo Silva: From painting to cinema, photography, and ‘the return to painting’”; “Luís Paulo Costa & Rui Toscano. The experimental exercise of freedom: Malevich and two contemporary works” | José Marmeleira, “Pedro Vaz: Azimute” | Maria Beatriz Marquilhas, “Dealmeida Esilva: Five Figures and a Rauschenberg Arrow” | Miguel Mesquita, “Luísa Jacinto: Space in painting” | Sérgio Fazenda Rodrigues, “Bruno Pacheco: Diluting the image and proposing another gaze” | Sofia Nunes, “Carla Filipe: Painting between precariousness and transitivity” proofreading (en): Cristina Sanchez-Kozyreva, “Figurative painting on the run, painting still”
Contemporânea 10-11-12/2020 translation (pt-en): David Revés, “Adriana Proganó: We're all ducks wanting to be horses” | Eduarda Neves w/ Tiago Madaleno, “Tiago Madaleno: A Garden at Night” | Isabel Nogueira, “Lisboa Soa” | José Marmeleira, “Ad Minoliti: Nave Vermelhe”; “Nuno Sousa Vieira: Deep Line”; “Gonçalo Pena: Metafísica” | Isabel Carlos w/ Ângela Ferreira, “Ângela Ferreira: Power Structures (Crouch-touch-pause-engage)” | Susana Ventura, “Karlos Gil: Come to Dust” proofreading (en): Alberta Romano, “It's a date: Dana Lok”; “It’s a date: Fernão Cruz” | Cristina Sanchez-Kozyreva, “Belén Uriel: Antes, despues, ayer, mientras, ahora”; “Lena Henke: Ice to Gas”; “Yuli Yamagata: Bruxa” Contemporânea 07-08-09/2020 translation (pt-en): Alice dos Reis, “Pedro Barateiro: My body, this paper, this fire” | Antonia Gaeta, “Earthkeeping. Earthshaking — art, feminisms, and ecology” | Bárbara Silva, “MATTIN: Expanding Concert (Lisbon 2019-2023)” | Gisela Casimiro, “Second Brain I/III” | Isabel Nogueira, “Marcelo Cidade: Equivalence and imbalance”; “Susana Mendes Silva: How to Silence a Poet” | José Marmeleira, “Homo Kosmos (cough cough)”; “Joana Escoval: Mutações. The Last Poet”; “Mariana Caló & Francisco Queimadela: Radial body”; “Through Windows” proofreading (en): Eduarda Neves, “Not Cancelled! — The Work of Art in the Age of Viral Propagation” | Cristina Sanchez-Kozyreva, “Zheng Bo: The Soft and Weak Are Companions of Life 柔弱者生之徒” Contemporânea 04-05-06/2020 translation (pt-en): David Revés, “Pedro Barateiro: Abismo” | Gabriela Vaz-Pinheiro, “Anuário'19, portrait of art in the city before an outbreak” | Isabella Lenzi w/ Bárbara Wagner & Benjamin de Burca, “Swing and fight” | José Marmeleira, “Trying to imagine the future” | Justin Jaeckle w/ Gabriel Abrantes, “Gabriel Abrantes: Melancolia Programada” (en-pt) | Sofia Nunes, “Laure Prouvost: Melting into one another ho hot chaud it heating dip” others Luís Alegre, The Design of Melancholy (Stolen Books, 2020, ce, tr pt-en) | Pedro Lapa, “Film as art, art as film: first moments in Portugal” (Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, 2019, tr pt-en; “Joaquim Rodrigo’s painting: a particularity in the Portuguese case” (Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, 2019, ce, tr pt-en); “To identify and find strange: the drift in Júlia Ventura’s work” (Colégio das Artes, 2019, tr pt-en) | Carlos Alberto Carrilho & Rita Ferrão, “Space and memory: the window as a freeze-frame” (Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, 2019, tr pt-en)
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Curtas produzidos por alunos da UFOP serão exibidos em Ouro Preto
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Apresentações acontecem hoje com entrada gratuita O Cine Vila Rica apresenta nesta quinta-feira, 12, às 19 horas, os filmes "Precisamos nos encontrar" e "Submergir, curtas metragens produzidos por alunos dos cursos de jornalismo e artes cênicas da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). Logo após a exibição haverá uma roda de conversa com as equipes de direção das obras audiovisuais formadas por Laryssa Gonçalves, Marcela Mudadu, Jahi Amani e Julia Morais. As filmagens dos curtas foram feitas no decorrer do segundo semestre de 2019, como atividade de finalização da disciplina Produção e experimentação audiovisual, ministrada pelo professor Adriano Medeiros da Rocha, no curso de Jornalismo. O objetivo do curta "Precisamos nos encontrar" é mostrar o confronto interno e externo que dependentes de drogas podem causar. Por sua vez, "Submergir" tem como objetivo tratar de temas sensíveis como traumas e luto de uma maneira subjetiva e com personagens próximos ao público-alvo.  Segundo a diretora Marcela Mudadu, durante a produção do curta “Precisamos nos encontrar” foi percebido um crescimento pessoal e profissional de toda equipe. “Fico feliz e grata de poder ter tido essa experiência que acrescentou-me muito”, comemora. Jahi diretor de Submergir fala um pouco sobre a obra, "SubEmergir fala sobre perda, sobre  luta, sobre superação. É uma mensagem que surge de nós para nós mesmos, uma analogia sobre se permitir sentir, se superar e se curar. É essa a mensagem que queremos disseminar entre os espectadores é sobre esperança". Atualmente, o Cine Vila Rica funciona no Anexo do Museu da Inconfidência, que fica na Praça Tiradentes, 139, no Centro de  Ouro Preto. Ficha Técnica:
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foto: Hugo Andrade Curta SubEmergir Direção - Jahi Amani Ass. Direção - Júlia Moraes Roteiro - Jahi Amani, Caio Duarte, Alexandre Coelho, Hugo Teixeira e Júlia Moraes Produção - Julliana Almeida, Hugo Teixeira, Marina Fioravante Direção de Arte - Hannah Baudson, Victor Fagundes Direção de Fotografia - Alexandre Coelho, Caio Duarte Desenho de Som - João Renato, Fernando Alberto Montagem - Jahi Amani, Lucas Porfírio Fotografia- Dreikon Barbosa Assessoria- Daiana Augusto Curta Precisamos nos encontrar assistente de direção- Marcela Rezende Mudadu Silva Captação- Clara Isabella Fonseca Lemos Montagem-Nathalia Vergara Desenho de Som-Fabrício Pereira Diretora de Arte-Gabriela de Paula Paiva Diretora de Arte-Karla Beatriz Cezar de Paulo Rezende Produtora-Lavínia Dias Torres Montagem-Matheus Henrique Iglesias Alves Produtora-Victória Silva e Oliveira Diretora-Laryssa Gonçalves de Lima Produtor- Luciano Lobo Costa Produtor- Pedro Henrique Cunha Editor- Vinícius Leite Dias Fotografia-Uriel Silva Assessoria- Daiana Augusto Read the full article
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atletasudando · 2 years
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Los u18 de la Argentina se lucieron en los Juegos Evita
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Fuente: CADA La intensa y promisoria actividad que la categoría u18 tuvo en esta temporada arentina -desde los Juegos Odesur de la Juventud en Rosario, los Campeonatos Nacionales, la Copa Nacional de Clubes y el reciente Sudamericano en Sao Paulo argentina- se prolonga ahora con las pruebas de los Juegos Evita, entre el 25 y 29 de octubre en Mar del Plata. Y allí estuvieron varias de las figuras argentinas de aquellos eventos. Entre las principales actuaciones se mencionan la de la campeona sudamericana y recordwoman nacional de martillo, Giuliana Baigorria (FOTO), quien venció ahora en los Evita con 60.82 m (implemento de 3 kg). Y otra figura del sector lanzamientos,  Anelis Korniejczuk, logró ahora 40.58 m. con jabalina de 600 gramos, además de ocupar el tercer puesto en bala (3 kg) con 12.55, escoltando a  Mailén Velázquez (13.00) y Marisa Jacqueline González (12.84). Victoria Zanolli  y Renata Godoy  son otras de las puntales de la categoría. Godoy, bicampeona sudamericana, ganó ahora un hexathlon. Zanolli se impuso en su especialidad de salto en largo con meritorios 5.84 m. y también lo hizo en los 100 metros llanos con 12s.15w, delante de la bonaerense Morena Zárate (12.38w) y la santafesina Camila Anabel Rodríguez (12.39). Tras su ascendente nivel exhibido en el Sudamericano, la vallista Helen Bernard Stilling marcó ahora 14s.20 en 100 (vallas de 0.76), seguida por Victoria Mojica con 14.65. Y otras ganadoras fueron Malena Bustamante  con 41s86 en 300 metros, Mayra Palacios  con 7m11s14 en 2000, Ana Robledo  con 16m08s28 en la marcha de 3.000 metros, Nayla López con 1.59 m. en salto en alto y Joaquina Durá con 11.33 en salto triple. En la jornada de clausura, Bernard-Stilling sumó otro triunfo en 295 m. vallas y también ganaron la campeona sudamericana Juana Zuberbuhler con 2m23s20 en 800 y Selen Olivieri con 38.74 en disco. Las pruebas masculinas de velocidad volvieron a exhibir el buen nivel de los últimos tiempos. Matías Castro fue el vencedor en los 100 metros con 11s01, seguido por Ciro Vitar con 11.10 y Matías Elizaincin (BA) con 11s.14. En las eliminatorias, éste había registrado su mejor personal de 10.87. Y sobre 300 metros, el vencedor fue Ignacio Cabrera con 35.29, una centésima por delante de Castro. En los 3.000 llanos se reunieron varios de los mejores especialistas del país y cuatro de ellos corrieron por debajo de 9m, con victoria de Uriel Muñoz en 8m51s59. Muñoz también se adjudicó los 800 metros en 1m56s93, Otros ganadores fueron Agustín Coronel con 14s47 en 110 m vallas (0.84m), Germán Muñoz en 295 m. vallas, Pedro da Costa Lemos con 18m38s46 en la marcha de 4.000 metros, Joaquín Ocampo con 185 em. en alto, Facundo Diez Gómez con 6.45 en largo, Tomás Salgado con 12.71w en triple, Martín Reynoso con 15.58 en bala, Tomás Pacheco con 51.10 en disco, Ezquiel Barra con 55.79 en jabalina y Juan Salvador Olivera con 53.86 en martillo, quedando las pruebas combinadas (hepta) para el Franco Agustín Pérez. Read the full article
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gustavoespadas · 5 years
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La Dirección de Selecciones Nacionales da a conocer la convocatoria Preliminar de jugadores seleccionados por el Director Técnico Gerardo Martino, para disputar la Copa Oro 2019 que se celebrará del 15 de junio al 7 de julio en 15 ciudades de Estados Unidos, así como en San José de Costa Rica y Kingston, Jamaica. El yucateco Henry Martín, del América es uno de los convocados. El Reglamento de la Copa Oro establece como fecha de la convocatoria preliminar de hasta 40 jugadores el 16 de mayo y será la primera semana de junio cuando se entregue la lista definitiva de 23 jugadores. La lista de convocados es la siguiente: Jonathan Orozco – Santos Laguna Raúl Gudiño – Guadalajara Hugo González – Necaxa Guillermo Ochoa – Standard Lieja Luis Rodríguez – Tigres Fernando Navarro – León Jorge Sánchez – América Diego Reyes – Leganés Carlos Salcedo – Tigres César Montes – Monterrey Héctor Moreno – Real Sociedad Néstor Araujo – Celta de Vigo Miguel Layún – Monterrey Jesús Gallardo – Monterrey Edson Álvarez – América Iván Rodríguez – León Jonathan Dos Santos – LA Galaxy Carlos Rodríguez – Monterrey Andrés Guardado – Real Betis Erick Gutiérrez – PSV Eindhoven Luis Montes – León Hirving Lozano – PSV Eindhoven Uriel Antuna – LA Galaxy Alexis Vega – Guadalajara Raúl Jiménez – Wolverhampton FC Rodolfo Pizarro – Monterrey Roberto Alvarado – Cruz Azul Orbelin Pineda – Cruz Azul Marco Fabián – Philadelphia Union https://www.instagram.com/p/BxfBSQXgXeO/?igshid=16yk7lvb6931u
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goodomensseason2 · 4 years
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Capítulo 12 – Cabra-cega
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*
Em algum lugar de Oxfordshire existe uma sala com duas portas. Uma se abre para uma biblioteca, a outra é uma Saída. Como uma porção de outras Saídas na biblioteca, de vez em quando o “i” se apaga sozinho. Nessas horas, se lê apenas “Sa-da”. Eventualmente a letra volta a acender.
Uma mesa de carvalho na sala está atolada de livros desde ontem. Não que ela não seja usualmente cheia de livros. Mas esses são livros diferentes. Junto a eles, há uma crescente pilha de papéis avulsos, arrumados à mão e numerados. Neles foram rabiscadas letras, palavras, frases, parágrafos e poemas.
Nenhum em linguagem humana.  
*
Um certo glaciar noventa graus ao norte se mantinha firme no mesmo lugar por milhares de anos. Ele estava seguro, tanto quanto uma geleira pode se sentir segura, de que não se desprenderia dali só porque o petróleo estava em alta por aqueles dias. Mas ao lado dele, outros glaciares cediam. Mesmo com a pesada nevasca tomando conta da paisagem, o estalar e o lamento de coisas milenares quebradas não poderia ser ignorado.
Ao contrário da reflexiva e velha montanha de gelo, a jovem tempestade sobre o ártico estava empenhada, tanto quanto uma tempestade pode se empenhar, em elevar os vales de encontro às montanhas.
Michael não tinha o costume de analisar seus próprios estados de espírito, mas ele tinha vindo para observar o gelo ancião e a neve jovem pintarem o mundo de branco. Era algo reconfortante de algum modo. O frio nunca o incomodara. Quando se é guardião de alguma coisa, é geralmente bom tomar distância dela para seu próprio bem.
A tempestade passou eventualmente, deixando uma camada de branco perfeito por todo o lugar. Alguns flocos macios continuaram a cair, e Michael aconchegou-se em um monte de neve e tentou dormir.
Três anos atrás, quando dormia mais profundamente, o Príncipe dos Céus muitas vezes sonhara com a Queda, com a exatidão do raio em sua espada. Apesar de seu horror, ainda não havia nada tão transcendental quanto a liberação da incerteza, quando tudo o que era incerto cai no vazio. Algumas pessoas farão qualquer coisa pela certeza. É uma sensação tão fácil de confundir com a paz. Mas, ultimamente, os sonhos de Michael estavam longe de ambas as coisas. A batalha ainda se desenrolava, mas os papéis haviam se invertido. Era Lúcifer em chamas numa fúria justa. Era Lúcifer quem pegava o raio em uma lâmina de prata justa. E era Lúcifer, Filho da Manhã, que usava a coroa de sete estrelas da Virtude e quebrava as pedras douradas do pavimento para ver seu irmão cair.
No silêncio, Michael acordou assustado e sacou sua espada do éter. Suas asas se arquearam em defesa e, em seguida, contraíram novamente. Ele largou a espada e caiu de joelhos. Felizmente, não estava cercado por demônios nem mesmo anjos. Tinha sido apenas um sonho.
Sempre era apenas um sonho. Mas sempre o mesmo sonho. Isso tinha que significar alguma coisa.
Michael não orou. Se pedisse ajuda, dizia a si mesmo, era porque estava falhando. Os anjos deveriam ser perfeitos.
Afundando de volta na neve, Michael mandou sua espada para longe e enterrou o rosto nas mãos, tentando afastar a dor em suas asas que dizia que ele precisava de mais descanso para se curar. O sono estava claramente encerrado por aquele dia.
Os humanos não falam apenas sobre esfolar gatos. Eles tinham muitos ditados inteligentes. Melhor prevenir do que remediar, por exemplo. Um pássaro na mão. E aquele sobre a futilidade de perseguir dois coelhos...
Eles também sabiam o que os tempos desesperados exigiam.
Os humanos gostam de dizer que não existem dois flocos de neve iguais. Eles dizem isso como se alguém tivesse sentado e os catalogado. Os anjos não encontraram nenhuma evidência conclusiva desses catalogadores. Mas às vezes os humanos entendem o Céu por acidente. Quando dois flocos de neve com dimensões iguais e fractais correspondentes deslizaram pelo campo de visão de Michael, ele sorriu com menos cinismo, porque era uma piada.
"Você deveria estar descansando, Gabriel."
Gabriel cruzou o monte de neve descalço. "Raphael disse que se eu dormisse mais, ele me denunciaria por Preguiça."
"Você é culpado disso?"
"Não, mas estou como novo." Ele rolou o ombro para provar.
"Isso é bom."
Gabriel se sentou. “Na verdade, pensei que íamos nos encontrar hoje.”
“Devo ter perdido a noção do tempo.” Michael sentiu seu rosto ficar vermelho. Ele começou a se levantar, mas Gabriel tocou seu braço e sorriu.
“Ainda temos um pouco de tempo.”
“Perdi o treino matinal. Como foi?"
"Bem. Eles estarão prontos para o teste em alguns dias.”
Michael olhou para as estrelas, suspirou e sentou-se novamente. Perguntou: "Como sabia onde me encontrar?"
"Bem, nós três pensamos em onde tiraríamos uma soneca se não fosse no ninho, e eu tive um palpite de que seria um dos dois lugares. Aqui embaixo."
Michael fez uma careta. Gabriel nem sempre era o ponteiro mais rápido do relógio, mas ninguém conseguia superá-lo em estratégia.
"Falando em Raphael," Gabriel acrescentou, "Uriel disse que vocês dois tiveram uma briga?"
"Ele está sendo difícil."
“Não comparado a alguns.”
Eles observaram a neve por um momento, os flocos caindo sobre suas asas. Por fim, Gabriel bateu com o dedo no joelho. "Você está preocupado."
"Um pouco."
"Você está pensando nele?"
"Não."
Gabriel bateu no dedo de novo. Então Michael suspirou de forma áspera.
"Bem, agora estou", disse ele, depois insistiu: "Ele não me incomoda."
"Mas algo sim." Gabriel cruzou as mãos em torno dos joelhos. “Não é de hoje. Algo está incomodando você há algum tempo."
“Eu sou o Príncipe do Céu. É meu trabalho ser incomodado. "
“Mas você não está dormindo. Nada bem."
"Vou descansar quando acabar."
"É só que…"
Por um momento, Michael imaginou que Gabriel parecia nervoso, mas isso nunca aconteceu.
"É que, eu sei que não sou tão forte quanto você, Michael. Mas sejam quais forem as batalhas que travamos, quaisquer que sejam os inimigos que enfrentamos... sempre fomos mais fortes juntos. "
"Eu sei."
"Você sabe que eu faria qualquer coisa, menos cair por você."
Em algum lugar ao sul (todo lugar era ao sul), perto o suficiente para soar como um trovão, uma geleira menos pesada rachou e desabou no mar. Michael fechou os olhos até que o estrondo passou.
"Obrigado", disse. "Mas não é nada, realmente."
Gabriel forçou um sorriso. Eles observaram a paisagem um pouco mais, então ele disse: "Você sabe, vou sentir falta da neve."
“É quase tão bom quanto água,” Michael concordou.
"É melhor", insistiu Gabriel, e pegou um punhado do material recém caído.
"Na verdade, não", disse Michael.
"Não?" Gabriel começou a tirar pedaços do material espesso na palma da mão e colocá-los na boca como batatas fritas. “É como água que você pode mastigar. Ainda está tão limpa neste extremo norte. É revigorante. Os humanos fazem todo tipo de coisa com ela. Algumas são absolutamente ridículas. ” Ele deu outra mordida, esperou até que Michael não pudesse deixar de sorrir, então caiu de costas.
"O que você está fazendo?" perguntou Michael.
Gabriel sorriu. "Anjo de neve."
"Anjo de neve?"
“Os humanos chamam assim. Eles batem os braços para fazer asas — isto é, as crianças — assim. ”
Michael pigarreou e tentou parecer sério. "E quando você descobriu isso?"
“Eu os vi há alguns anos.”
Gabriel puxou a manga de Michael e o outro anjo retrocedeu obedientemente, mas não sem dizer: "Isso é ridículo. Por que estamos fazendo isso? ”
“Porque ridículo também significa divertido. Você não vai perder isso, vai?" Gabriel riu.
"Eu já estou fora."
"Não no meu turno. Eu conheço todos os jogos.”
Michael olhou para o céu coberto de neve. A frieza do solo infiltrando-se em suas asas o surpreendeu. Parecia uma cura. Restavam tão poucos lugares verdadeiramente limpos no mundo. Verdadeiramente santos. Ele fechou os olhos.
"Você sentirá falta das crianças?" perguntou.
"Sim." Gabriel estendeu o braço e pegou sua mão e Michael deixou. “Elas vão ficar bem, não vão, onde quer que elas vão?”
"Claro."
"Quer dizer, eu odiaria se elas ficassem com medo."
“Isso sempre irá acontecer.” Michael estremeceu, mas de repente estava pensando em febre e em uma cama muito pequena. “Não há nada que possamos fazer sobre isso.”
"Desculpe", disse Gabriel, lendo algo no rosto do amigo. "Eu posso parar de falar."
Michael segurou a mão de Gabriel com mais força e acenou com a cabeça.
Eu gostaria que pudéssemos dormir aqui, ele pensou. A neve continuaria caindo. Podemos ser enterrados no frio.
Mas e se ele sonhasse de novo?
Michael se sentou respirando fundo e empurrou o sono para as sombras — exatamente quando uma faixa vermelha de luz tremulou no céu.
"Michael, você está bem?" disse Gabriel.
"Uriel está aqui", disse Michael, levantando-se rapidamente. A faixa de penas cintilantes da aurora desceu e Uriel apareceu, leve como o vento na neve. Sandalphon pousou em seguida em um raio. Ele carregava sua pasta e parecia muito satisfeito consigo mesmo.
“Parece que você o encontrou,” disse Sandalphon, feliz. "Sabíamos que você poderia."
“Quase uma hora antes da reunião,” disse Gabriel. Ele olhou para Sandalphon com a mesma temperatura de uma geleira. Seu amigo encolheu os ombros se desculpando.
“Há um ditado sobre pássaros madrugadores”, disse Michael, arrumando o cabelo. “E nós temos um verme para pegar.”
 *
Alguns livros voltam para a estante de estudos. Alguns outros são retirados. As pilhas na escrivaninha mudaram com o passar das horas, mas ainda são pilhas, uma pequena cidade de arranha-céus de livros.
O “Í” no sinal de saída pisca novamente e a porta abre e fecha. O habitante do escritório está de partida novamente: um vento seco bate em seu chapéu e casaco quando ele sai. A areia, branca e estranhamente quente para esta época do ano em Oxfordshire, penetra no tapete por um vento forte.
A porta se fecha e a sala fica em silêncio.
 *
Era domingo de manhã. O gramofone tocava a sinfonia nº 101 de Haydn em ré maior quando Aziraphale entrou na livraria pela sala dos fundos. Ele arquivou alguns romances que havia levado para cima na noite anterior em seguida e caminhou até a porta. Deslizou um dedo entre a janela e a persiana e espiou pela fresta, para verificar a rua.
Puxou o dedo quase imediatamente. A sombra voltou ao lugar.
Aziraphale ajustou a gravata e engoliu em seco uma vez. Então ele girou nos calcanhares e caminhou para a sala dos fundos da loja. Encontrou Crowley dando o último passo com um salto. Eles se deram os braços, olhos arregalados. Crowley não parou para colocar seus óculos de sol.
"Anjo, pela janela, acabei de ver—"
"Crowley, é—"
Ambos pigarrearam e então Aziraphale respirou fundo.
"Ele deve ter acabado de chegar."
"Quem chegou?" Houve passos mais leves e o som da plaquinha de identificação numa coleira de cachorro. Então Adam surgiu.
“Uma pergunta muito boa”, disse Aziraphale.
“Está tudo bem, Adam, eu tenho um plano,” disse Crowley.
“Nós temos um plano”, corrigiu Aziraphale.
“Existe um plano,” Crowley emendou, e sorriu.
 *
O ocupante da biblioteca retornou. Tábuas ásperas de argila, tão velhas que parecem pedras, estão alinhadas ao longo do comprimento de um livro. É um livro de fotos. As fotos parecem versões quebradas dos tablets, o que é estranho, porque geralmente a arqueologia funciona ao contrário.
Ele pendura o chapéu e o casaco. Pega sua caneta e faz outra anotação.
*
Do outro lado da rua de uma livraria no Soho, estava o Arcanjo Michael, o único que não estava correndo para algum lugar além de onde ele estava. Se ele estivesse com um rosto diferente, Aziraphale ainda o teria conhecido. Havia aquela postura militar, é claro. E havia aquele sorriso, duro como aço, apesar de suas curvas rosas suaves.
Michael olhava para o Bentley com desconfiança. E o Bentley estava, tanto quanto um automóvel restaurado sobrenaturalmente poderia, retribuindo o olhar.
"Ele está sozinho?" Crowley sussurrou por cima do ombro de Aziraphale
"Aparentemente sim, meu querido." Aziraphale estava mais uma vez na porta, sua sombra a apenas um fio de cabelo do lado dele.
"Ele sabe sobre a porta dos fundos?"
"Nunca me preocupei em mencionar."
"Temos uma porta dos fundos?" perguntou Adam.
“Nunca nos importamos em mencionar,” admitiu Crowley.
“Para emergências”, disse Aziraphale. "Ela dá para a rua da, oh ..." Ele parou porque, no fundo de sua mente havia feito uma aritmética apressada sobre a idade de Adam em relação à loja ao lado. Terminou rapidamente dizendo, "um vizinho".
“Então os arcanjos certamente não saberão sobre isso,” Crowley concluiu, sorrindo com inocência. Crowley também era bom em matemática.
O demônio tirou a chave reserva do gancho. "Adam?"
"Não posso ver vocês brigando?" Adam perguntou a Aziraphale.
“Não é tão interessante quanto parece”, disse Aziraphale, reprimindo com força o alarme que esta questão suscitou. "Crowley, você não vai esquecer—"
"Claro que não, anjo." Crowley beijou a mão de Aziraphale e pegou a mochila atrás da caixa-registradora. “O número está no arquivo de contatos. Assuste-o como o diabo, anjo. Ele bem que tá merecendo. ”
"Com prazer." Aziraphale tirou a jaqueta do cabide e vestiu-a. Ele ajeitou as lapelas e espanou as mangas. Depois de dar as costas para Adam e Crowley, pôs de lado seu sorriso agradável.
Acontece que Michael não tinha vindo sozinho.
Aziraphale saiu e trancou a livraria de costas para ele. Só para diminuir a velocidade, olhou para os dois lados antes de atravessar a rua e, quando a pista estava limpa, caminhou vagarosamente até a calçada oposta. Quando ele pisou no meio-fio, Michael deu um passo para trás.
“Bom dia, sua graça.” disse Aziraphale.
"É isso, Aziraphale?"
“Como os jovens dizem hoje em dia, cadê a sua galera?”
“Vim conversar.”
“Certamente uma conversa é melhor entre amigos. Quanto mais melhor."
"Somos apenas nós dois aqui, Aziraphale, e mal somos associados."
"Bem, então eu conheço um bom café onde podemos tomar um chá para conversarmos."
“Isso não será necessário.”
"Você está no Soho, Lorde Michael. É assim que as coisas são feitas aqui.”
Aziraphale saiu andando sem olhar para trás.
 *
A sala em Oxfordshire está escura. Um projetor de slides está conectado agora. Um modelo mais antigo, com roda e slides de plástico. Seu obturador é uma coisa desagradável.
Clique-clac.
As projeções estão todas envelhecidas em tons de sépia. Este é uma colina na Mesopotâmia.
Clique-clac.
Isso, uma ruína em Alexandria.
Clique-clac.
E aqui está Paniel Falls na Síria, antes da guerra.
Nas sombras nebulosas que ocupam o resto da sala, o habitante olha entre a tela, a pedra e o livro. Ele alterna uma mão entre o botão do projetor e a caneta-tinteiro.
Clique-clac.
Aqui está um círculo em um quadrado.
Outra observação é feita.
Ele não fala, nem suspira, nem geme. Ao contrário do projetor, ele não faz muito barulho. De vez em quando, ele traça uma forma na palma da mão com um dedo, da mesma maneira que um pianista lembra uma música ao tocá-la.
 *
Crowley trancou a porta dos fundos, fechou todas as cortinas e subiu com Adam até o telhado. Lá eles poderiam ter uma boa visão da rua.
"Não foi Michael quem derrubou Lúcifer?" Adam perguntou.
Crowley se inclinou sobre um muro baixo para ver as ruelas. Adam fez o mesmo. Em seguida, eles verificaram a avenida.
“Não foi tão fácil assim”, disse ele.
"O que aconteceu?"
“Michael desembainhou sua espada. E então, Lúcifer. E então, o Céu ... Crowley acenou com as mãos de forma explosiva. "Bem, tudo se partiu como um ovo."
"Então, é culpa do Michael você ter caído?"
Crowley encolheu os ombros com uma contração. “Não vejo dessa forma. Naqueles dias, os arcanjos ficavam atrás do Véu. Tempo de sobra para obter conselhos sobre conflitos administrativos, nenhuma razão para questionar ordens... ” Ele se agachou sobre os calcanhares e observou Aziraphale descer a rua, seguido por um perturbado Michael. “Agora veremos.”
"Veremos o quê?" perguntou Adam.
“Qual é a dessa distração.”
 *
 O café não ficava longe. Na verdade, era uma loja de onde, pouco antes do Armaggeddon, um Aziraphale mais nervoso tinha sido encurralado por três arcanjos e posteriormente socado com força no estômago por ser, nas palavras deles, "um anjo caído". Aziraphale ergueu o queixo sem lançar um olhar.
Michael o fez.
Quando Aziraphale subiu para o pátio do café, ele ergueu um dedo para o chá. Sentou-se enquanto o barista preparava o de costume.
Um momento depois, Michael se sentou na cadeira em frente a ele. "Isso foi muito rude, Aziraphale."
"De modo algum. Este é o meu prazer, já que você é meu convidado. Você gosta do seu chá com leite?"
"Sim. Não. Na verdade, mudei para o café esses dias. ”
“Ah. Achei que você parecia cansado." Aziraphale sorriu e fez outro gesto em direção ao balcão.
Michael disse: "Você certamente sabe como se portar perto dos humanos".
“Eu diria que sei como me portar entre eles.” Aziraphale recostou-se, os dedos entrelaçados na barriga. Quando Michael não respondeu, ele se permitiu franzir a testa. “Você costumava ir e vir um pouco antigamente. Como está a Observação da Terra? Não é assustador, todas essas coisas acontecendo? "
"Não estou aqui para acompanhar isso, Aziraphale."
"Então, em que posso ajudá-lo?"
"Acha que preciso da sua ajuda?"
"Não pode estar aqui para fazer exigências."
*
“Lá vamos nós,” disse Crowley.
Uma Uriel severa e um Sandalphon sombrio se aproximavam da loja e liam a plaquinha das horas pendurada na janela de vidro da porta.
“Está aberto ou não está?” Uriel perguntava, enquanto ela e Sandalphon tentavam decifrar o bloco de texto com tinta.
Adam sussurrou: "Por que eles estão esperando?"
“Os anjos são defensores das regras, mesmo quando as estão alterando”, explicou Crowley. "A porta está trancada, a inscrição está fechada. Temos até uma da tarde antes que comecem a suspeitar que não estamos. "
“Eles sabem que estamos aqui?”
“Eles conhecem o carro. Provavelmente, eles pensam que a Pedra Filosofal vai aonde eu vou.” Crowley passou a mão por uma alça da mochila. “Estranho que eles não possam sentir isso. Pensava que isso fosse algo que eles pudessem sentir. Nós podemos... ”
“Talvez seja um sistema de segurança”, disse Adam. “O novo smartphone do meu pai bloqueia com a impressão digital.”
"Prático." Crowley sorriu para Adam. "Mas vamos dar a eles outra coisa com que se preocuparem."
*
A resposta de Aziraphale deixou Michael sem palavras por um momento. E garçone* trouxe o serviço de chá e café e Aziraphale cuidou de sua bebida com paciência. Michael não tocou no café.
“Esta é uma visita de cortesia”, disse Michael. “Estou aqui com um aviso.”
"Que atencioso."
"É para o seu amigo demônio, Crowley."
Aziraphale olhou em volta, mas foi um milagre literal que ninguém os tivesse ouvido até agora. Ele disse: “Uma mensagem para Crowley? Isso me soa como algo vindo do departamento do Inferno. Você não foi deixado de fora de lá?"
"Aquele é o carro dele fora da sua loja."
"Você quer dizer que ele nunca deixou um endereço de encaminhamento no Inferno?"
“Isto não é um jogo, Aziraphale.”
“Aparentemente é,” disse Aziraphale. “Qual é o prêmio?”
“O inferno quer que ele devolva o que roubou. Ele sabe o que é, não direi mais nada sobre isso. "
“Eu sei o suficiente, acho. Não pude deixar de ouvir Dagon e Beelzebub se gabarem de sua aliança com vocês outro dia. Essa é uma nova ordem do Céu?”
“As ordens do Céu não mudaram, mas não são da sua conta.”
"Exceto que são sim, porque você está aqui", disse Aziraphale, e tomou outro gole de chá.
“Tenho certeza de que Crowley acha seu roubo muito engraçado.”
“Não é surpreendente que você não o conheça muito bem”, disse Aziraphale. “Não ouvi nada sobre roubo de qualquer tipo. E ele me conta tudo. ”
"Ele conta?"
"Sim." Aziraphale sentiu a mentira travar na garganta, mas engoliu em seco. "Perdão."
Michael se inclinou para frente na mesa. "Aziraphale, percebe como é perigoso, o que você está fazendo agora?"
“A cafeína dificilmente me causa nervosismo.”
"Quero dizer aqui, entre os humanos, me desafiando."
*
Crowley olhou para a avenida e depois para o Bentley no meio-fio. O sinal no cruzamento mais próximo estava vermelho. Sorriu e ergueu a mão entre ele e Adam. "Como você acha que eles gostam de Westminster esta manhã?"
A luz ficou verde.
Crowley estalou os dedos e os faróis do Bentley brilharam. Uriel e Sandalphon tropeçaram para trás contra a porta da loja quando a buzina soou. Em seguida, o motor rugiu, os pneus cantaram e o carro disparou pela Avenida Shaftesbury em direção ao teatro.
Uriel e Sandalphon começaram a correr, até que Uriel parou Sandalphon e apontou para o céu.
Crowley e Adam mergulharam no chão quando dois relâmpagos dispararam para cima. O céu azul brilhante ficou cinza imediatamente, mascarado por turbulentas nuvens carregadas.
O Bentley acelerou e a tempestade o perseguiu.
*
Aziraphale revirou os olhos para cima conforme trovões estalavam no céu. Michael cruzou os braços enquanto xícaras e pires de porcelana em cada mesa sacudiam com a tempestade.
O cinza nas nuvens se tingira de um vermelho revelador. Aziraphale procurou por sinais de enxofre.
"Oh, não é enxofre, Aziraphale", disse Michael calmamente. "Isso é para ocasiões especiais."
Aziraphale pôs de lado o chá e pegou um guardanapo. Ele dobrou-o uma vez, depois novamente, como uma forma de se acalmar.
"Michael", disse ele lentamente, "você não está insinuando que machucaria pessoas inocentes para me coagir, está?"
"Você está insinuando que todos aqui são inocentes?" Michael respondeu. Apenas seus olhos se moviam, apontando primeiro para um lado, depois para outro: "Aquela mulher, traindo o marido, ou aquele homem ali, um ministro, vendendo ações quando sabe que estão prestes a cair. Sem falar de todos os pequenos pecados: a raiva das ruas, a inveja, a rebelião e o orgulho... ”
"Você sabe de tudo isso?" Aziraphale endireitou-se e fingiu olhar em volta. "Surpreendente. Você, um anjo de misericórdia, de olho em cada pecado mortal.”
"Não há outro jeito, Aziraphale. Conhecer o bem é conhecer o mal. Havia apenas uma Árvore.”
"Sim, bem, podia-se imaginar que você deixaria as acusações para seu irmão."
“É uma observação. O mundo está totalmente perverso. O mal está se infiltrando em tudo.”
Aziraphale foi pego de surpresa. O príncipe muitas vezes parecia estar acima da tempestade, mas desprendimento nunca foi seu estilo. Sempre houve, bem, convicção. Não sobre o mal, mas sobre o bem.
“E ainda assim,” disse Azirzaphale cuidadosamente, testando essas novas águas, “o Todo-Poderoso poupou o mundo do Armagedom. Sua misericórdia é verdadeiramente grande e além de nossa compreensão.”
"Meu ponto é, Aziraphale, Crowley não tem para onde correr."
“Ele dirige na maioria dos lugares, para ser honesto”, disse Aziraphale com desenvoltura.
"Eu também sei disso."
*
As rodas do Bentley guincharam enquanto ele virava para o sul em meio a uma cacofonia de buzinas. Do ar, Sandalphon deixou o fogo vermelho dançar nas pontas de seus dedos. Ele selecionou um raio do ar e mirou-o, então disparou o míssil para as ruas.
A embreagem do Bentley mudou de marcha, o pedal do acelerador bateu no chão e um grande número de pombos alçou vôo temendo por suas vidas. O raio atingiu o centro de um cruzamento — e nada mais, já que os carros em todas as pistas puxaram seus freios para evitá-lo. Motoristas amaldiçoaram o céu e o carro vazio, e a fossa fumegante que se formou no cruzamento.
Com o motor praticamente rosnando, o Bentley fez uma curva e entrou em uma rua lateral.
Pairando gloriosamente sob o sol acima da tempestade, Uriel olhou para Londres através do vazio entre as nuvens.
“Não consigo ver bem o suficiente. Pode desanuviar um pouco, Sandalphon? "
"Num momento, acho que ele está indo para a ponte."
 *
As luzes do escritório voltam se a acender. Uma carta repousa aberta em cima de um arquivo. Como tudo na sala, o gabinete é feito de madeira polida. Como esse professor e pesquisador adquiriu móveis mais bonitos do que qualquer outro escritório neste lugar é motivo de debate entre a equipe. A teoria predominante é que deve ser o benefício do cargo.
Ninguém consegue se lembrar de quando ele foi contratado.
O envelope que continha a carta estava caído ao lado. O destinatário é o Dr. Oswald A. Zealot, ℅ OX1 3BG, Broad Street, Oxford. Uma resposta já foi enviada.
Depois que a carta é analisada, volta o chapéu e volta o casaco. O “Í” pisca novamente. Desta vez, geada e poluição entram com a partida do acadêmico.
*
No apartamento do andar superior da livraria, Crowley segurava uma carta escrita em pergaminho. Tinha chegado em resposta a uma enviada na manhã de sábado, o que era excepcional, já que os Correios normalmente não faziam entregas nos fins de semana. A carta chegara à caixa de correio de Aziraphale lacrada com cera e fora endereçada a um Sr. A.J. Crowley, ℅ Sr. A.Z. Fell, naquela livraria do Soho que nunca abre.
[Nota da autora: Isso não era verdade (como o aviso no Capítulo 2 pode atestar). Mesmo assim, Aziraphale ficou positivamente irritado porque os Correios sabiam exatamente a livraria em questão.]
A carta estava escrita em letras que Adam não conseguia ler, mas havia um número de telefone na parte inferior. O número também era uma adição recente no extenso arquivo de contatos de Aziraphale no andar de baixo.
Em sua outra mão, Crowley segurava seu celular. Ele estava adicionando o número à sua agenda.
"Aziraphale vai ficar bem?" perguntou Adam.
"Eu ficaria preocupado se fosse Gabriel, mas Michael é mais cauteloso", disse Crowley.
"Gabriel é aquele da Base Aérea, certo?"
“Sim, anjo do norte. Olhos violetas. Sorri demais. ”
"Então, onde ele está?"
"Provavelmente tocando sua corneta." Crowley largou a carta e disse: "Fique perto para que isso funcione."
"O que é isso?" Adam percebeu que Crowley não estava fazendo nenhum movimento em direção à porta.
Crowley ajustou algumas configurações, em seguida, tirou um carregador de celular de trás da cama e conectou-o ao telefone. "É um truque, mas eu já fiz isso antes. Vamos só deixar isso aqui. "
"Para que vai deixar seu telefone?" perguntou Adam, que com toda a sua imaginação não conseguia se imaginar fazendo tal coisa de boa vontade. "Tio Crowley, isso não faz nenhum sentido."
Crowley ergueu os óculos escuros e sorriu. "Oh, acredite em mim, você vai gostar disso. Pegue minha mão."
E em algum canto em um lugar chamado Oxford, um telefone tocou.
*
Aziraphale pôs o chá de lado. Isso era estranho. Ele sabia que o Céu não era imune à hipocrisia, ignorância e orgulho. Houve um tempo em que ele fazia vista grossa a essas coisas, ou mesmo as justificava, dizendo para si mesmo que ele simplesmente não tinha fé o bastante. Mas em sua busca para se tornar mais fiel, ele percebeu que a maioria dos anjos no Céu eram tão ignorantes de seus vícios quanto ele.
Portanto, a premeditação de Michael era... perturbadora. Como a sensação de garras ao seu redor. Aziraphale teve a estranha sensação de que estava de volta ao Nono Círculo do Inferno com o diabo parado bem perto de seus ombros.
Tentando manter o tom leve, ele perguntou: “Michael, esse negócio com os demônios, do que se trata? Seu irmão deu as caras? "
“O adversário não tem nada a ver com isso.”
"Presumo que você tenha a garantia de Lorde Beelzebub sobre isso", disse Aziraphale. "Bem, se os demônios abandonaram o hábito de mentir após esses seis mil anos, louve o Senhor."
"Agora você está sendo jocoso."
“Gosto de pensar que estou sendo um anjo melhor.”
Michael riu. "Você?"
“Não é difícil ser melhor do que isso”, argumentou Aziraphale. "De todos os arcanjos, Michael, você passou a maior parte do tempo na Terra, e ainda, apesar do Armagedom estar claramente fora de questão, você parece determinado a dar um fim à vida aqui."
"E você passou mais tempo na Terra do que qualquer anjo e, ainda assim, parece determinado a defender seus caminhos errados."
"Como você fez uma vez."
“Este é o fim, Aziraphale. Não há mais tempo para ser ingênuo. Você foi avisado." Michael se levantou.
Aziraphale não estava pronto para terminar a conversa, então não terminou. "Desculpe, mas você acha que foi ingênuo?"
"O quê?"
"O que você acabou de dizer." A carranca de Aziraphale se aprofundou. “Quando você revisou meu relatório de Sodoma, ficou horrorizado com os danos. Agora você acha que salvar vidas é ingênuo? ”
“Nós somos anjos, Aziraphale. A misericórdia é apenas um lado do que fazemos. Também há o Julgamento. ”
“Mas sempre com amor, especialmente para você,” Aziraphale insistiu. “As estrelas em sua coroa representam as Virtudes, não é? Humildade, diligência, temperança, pureza ...”
"Onde você quer chegar?"
"—fé, esperança e amor."
“Os humanos têm amor, Aziraphale. Nós temos ordens a cumprir. ”
Aziraphale jogou o guardanapo no chão e se levantou. "De onde diabos você tirou essa suposição?" ele reclamou, agora totalmente ofendido. "Mais uma vez, você está começando a soar como o seu irmão."
Os humanos ao redor deles continuaram a ler seus jornais e mordiscar torradas.
"Agora você está apenas tagarelando." Michael olhou para o café e ficou gelado de despeito. “Um mero principado contaminado por este mundo não poderia entender a necessidade de julgamento.”
"E um mero arcanjo?"
"Eu não sou um mero arcanjo."
"Claro que não. Você é o Príncipe. De onde vêm essas novas 'ordens'? ”
“Nada disso é novo”, disse Michael. “O Grande Plano foi fielmente pronunciado passo a passo por Metatron nos últimos seis mil anos. Se houvesse ordens para parar, nós as teríamos ouvido.”
"Certo. Deus te livre de pensar por si mesmo. "
“Como eu disse, o mundo estava destinado ao fim. Se falhamos, é um erro que o Céu deve corrigir a qualquer custo. ”
Aziraphale fez a conta das bebidas enquanto Michael se virava para sair. Deixando o pagamento embaixo da xícara na mesa, Aziraphale seguiu-o para a rua. De certa forma, ele se sentia da mesma maneira que havia se sentido ao seguir Gabriel até Sodoma todos aqueles séculos atrás — apenas com raiva desta vez, porque agora ele se permitia ficar com raiva em vez de nervoso. Não era fúria. Certamente não era ira. Essa raiva queimava como brasas bem cuidadas sob uma panela.
“Você sabe quem não está nos bons livros do Céu, Michael? O tipo de pessoa que diz coisas como ‘a qualquer custo’ ”. Quando o príncipe continuou andando, ele acrescentou: “Talvez Lorde Beelzebub pudesse lhe dar um passeio e mostrar onde essas pessoas estão recebendo sua justa recompensa ”.
Um trovão explodiu e Michael parou de andar. Ele se virou, seus olhos azuis brilhantes estreitos, seu sorriso achatado pela exasperação.
Pedaços brancos de granizo começaram a cair pela calçada.
“Não finja conhecer a vontade do Todo-Poderoso melhor do que ninguém, Aziraphale”, disse Michael. "O mundo é muito perverso para qualquer um ouvir a voz dela."
“Você tem tentado recentemente?”
A nevasca estalou nas vitrines enquanto a expressão de Michael ficava ainda mais fria. O granizo foi acompanhado por uma chuva cortante e gelada que não atingiu nenhum dos dois. Fez os pedestres caminharem com passos rápidos, mas cautelosos. Os carros deslizaram em suas pistas no gelo negro.
“O mundo tem que acabar”, disse Michael. “Este foi o veredicto desde o momento em que o mal nasceu. Nada de bom pode ficar. Tudo corre o risco de corrupção. ”
"Tudo?"
“Eu sugiro que você e seu demônio aproveitem o mundo enquanto ele durar. Não há como vocês nos pararem desta vez. ”
E naquele momento o chão tremeu e as lojas, os postes de luz e os carros balançaram com um abalo. Até os dois anjos cambalearam.
"O que diabos ...?" Aziraphale engasgou, quando algo piscou atrás das nuvens.
"Muito bem."
Aziraphale olhou para baixo para ver Michael se levantando da calçada.
“Quer você entregue a minha mensagem ou não—”
"Mas você não viu—?"
“—sabe qual a minha decisão.”
Aziraphale sentiu um frio na barriga novamente. Ele quase podia sentir o cheiro do enxofre. "Sobre o que?"
"Obrigado, Aziraphale", disse Michael. “Eu me perguntava onde fazer o marco zero para o Dia do Julgamento.”
"Você certamente não está falando sério."
“Começaremos pelo Soho”, disse Michael.
"Deus tenha misericórdia."
"Suponho que dependerá de você. Fique e proteja-os, se puder. ”
Michael girou nos calcanhares para se afastar, mas parou de repente. "O que?" perguntou. Ele se virou e lhe lançou um olhar acusador.
Aziraphale olhou por cima do ombro. "O que quer dizer?"
Michael balançou a cabeça, então um raio atingiu o local onde estava e ele disparou em direção ao céu.
Aziraphale prendeu a respiração e apertou seu coração disparado. Ele se sentia esmagado por um espremedor e não conseguia explicar o porquê. Não sabia explicar o que acabara de ver. Ou sentir. Ou o que isso significava.
Por fim, voltou em segurança para a livraria. Ele se trancou nela.
“Crowley? Adam?"
Não houve resposta e ele suspirou de alívio. Em seguida, baixou todas as cortinas e foi direto para o telefone perto da caixa registradora. Ele puxou seu arquivo giratório de contatos e ergueu o receptor.
Um momento depois, o telefone tocava do outro lado da linha. Após outro momento, um som vibrante encheu a loja e o receptor de telefone caiu no chão, tocando.
 *
Os pneus do Bentley guincharam quando ele mudou de faixa, contornando o tráfego da manhã na ponte de Londres. A embreagem mudou novamente e o freio se dobrou até o chão enquanto um raio vermelho se espatifava na estrada à frente. Por toda a ponte, as buzinas começaram a soar. Alguns motorista puxaram seus freios e abriram as portas dos carros para gritar apropriadamente a mudança abrupta do clima.
Sandalphon saiu da fumaça. Ele abriu a mão e outro relâmpago trouxe uma maça para empunhar.
O Bentley perceptivelmente fez uma inversão de marcha e bateu em uma barreira. [Nota da autora: O Bentley estava bem. A barreira não.]
Outro pilar de relâmpago caiu em seu caminho e agora Uriel chegava, faixas de fogo vermelho caindo ao redor dela como labaredas solares. Ela pegou uma que se solidificou em uma alabarda.
O Bentley balançou para trás sobre os pneus, desviou para a esquerda, depois para a direita e deu a ré em uma curva de três pontos. Seus limpadores oscilaram uma vez, preocupados.
Os dois arcanjos se aproximaram do carro.
Inclinando-se para a frente, Sandalphon espiou pelo para-brisa. "Bem, onde ele está?" ele perguntava.
Uriel balançou a cabeça, absolutamente perplexa. "Está possuído?"
“É o carro dele”, disse Sandalphon, no tom desesperado de quem acreditaria na lógica até a morte. "Um demônio não pode possuir um carro possuído."
Sandalphon estava absolutamente certo. Os demônios são tradicionalmente contra a escravidão dos seus. Mas qualquer proprietário de automóvel, mortal ou não, admitirá que existem carros repossuídos. É exatamente por isso que o Bentley pôde fazer o que fez. Os anjos, não tendo tendência a dirigir para nenhum lugar, nunca souberam disso.
Um terceiro raio aterrissou e Michael estava lá, asas brancas como a neve abertas e a espada em punho.
"Onde ele está?"
"Não aqui." Sandalphon baixou a voz e se inclinou quando Michael se juntou a eles. "Devemos destruí-lo?"
O Bentley de repente levantou poeira ao fazer uma curva fechada. Com um estalo de seu tubo de escapamento que soava conspicuamente como um certo demônio mostrando sua língua, o carro acelerou de volta ao longo da ponte de Londres, buzinando letras rudes em uma melodia que trazia à mente lutas de espadas, relâmpagos e kilts.
Sandalphon se preparou para persegui-lo depois disso, mas Michael levantou a mão. "Deixe."
"Mas—"
“O aviso foi dado”, disse Michael. "O resto é com Gabriel."
 *
Um telefone tocou em Oxfordshire.
Em um elegante saguão, a funcionária da recepção pegou o telefone. Seu nome era Carol. Era o que dizia a placa de identificação à sua frente. Ela era assistente administrativa chefe. Era menos emocionante do que parecia.
Carol apertou o botão da linha externa e o toque parou.
“Biblioteca Bodleian. Aqui é Carol. ”
"Carol? Adorável. O Dr. Oswald A. Zealot está, por favor? ”
"Não tenho certeza, mas posso verificar para o senhor."
"Verificar? Que gentil. Na verdade, se você pudesse deixar o receptor do telefone no balcão de frente para o saguão de entrada, apenas enquanto verifica, isso seria extremamente útil da sua parte. ”
Carol não era facilmente influenciada pelo sobrenatural. Ela era, no entanto, muitas vezes influenciada pelo tédio. Neste posto, ela havia atingido níveis tão extraordinários de tédio que escolhia o suéter com três dias de antecedência e meias combinando, apenas para ter algo para fazer.
Carol colocou o telefone no balcão conforme as instruções, depois saiu do corredor e subiu a escada seguinte para verificar o escritório do professor Oswald.
“Segunda vez hoje,” ela murmurou.
*
A funcionária tinha acabado de virar a esquina no andar superior da biblioteca quando algo estranho aconteceu no saguão.
O telefone estava, de acordo com todas as leis da dinâmica termonuclear, parado em silêncio sobre o balcão. No momento seguinte, no entanto, um espectro de cores pálidas disparou como um cometa para fora do fone de ouvido dele e, depois de fazer um arco como uma fonte, depositou um anjo vestindo uma gravata xadrez.
Para ir além da questão de danças sociais sobre cabeças de alfinetes, anjos e demônios seguem algo como o Princípio da Incerteza de Heisenberg, embora sejam geralmente mais certos do que Heisenberg. Quer viajem inteiros ou em ondas de luz ou escuridão (respectivamente), eles também podem trazer por milagre tudo o que — e quem — eles precisarem.
Aziraphale aprumou-se e ajeitou o casaco e a gravata. “Meu Deus, isso é muito mais rápido do que um círculo sagrado”, disse ele, como se pudesse ter perdido uma aposta.
Crowley e Adam, que estavam esperando no pátio, ouviram e correram de volta.
"Começando a me preocupar, anjo", disse Crowley, assim que Carol retornou.
“Bem-vindo à Old Bod,” ela disse alegremente. "Vocês podem entrar, por favor?" Ela gesticulou para o balcão e pegou o telefone. "Sinto muito, parece que o doutor... Alô?"
"Algo errado, senhorita?" perguntou Aziraphale em tom de conversa.
Carol olhou do telefone para o anjo como se houvesse algo familiar entre os dois. Sua expressão dizia "Mas isso é impossível", e ela desligou o telefone: "Oh, ele deve ter desligado."
"Que pena."
“Se o senhor puder assinar o seu nome nesta página, por favor...”
"Claro." Aziraphale já havia pego a caneta.
O parágrafo acima da folha de inscrição dos visitantes é o seguinte:
“Eu, por meio deste, comprometo-me a não remover da Biblioteca, nem a marcar, desfigurar ou ferir de qualquer forma, qualquer volume, documento ou outro objeto pertencente a ela ou em sua custódia; não trazer para a Biblioteca, ou acender nela, qualquer fogo ou chama, e não fumar na Biblioteca; e prometo obedecer a todas as regras da Biblioteca. ”
Era um juramento muito bom, e Aziraphale não se importou em assiná-lo com seu pseudônimo.
Adam puxou a caneta em seguida. "Como é que isso funciona?" ele perguntou, olhando um pouco de latim no topo da página.
“Oh, o Old Bod tem um preço de entrada interessante, abaixo do comum,” Aziraphale explicou alegremente. “Para evitar a perda de conhecimento, todos os visitantes devem fazer um juramento na porta de que não acenderão nem atearão fogo nas instalações.”
“Você não precisa ler em voz alta”, acrescentou Carol, um pouco aborrecida com o fato de o visitante estar fazendo seu trabalho (e deixando-a com algo menos para fazer). "A não ser que você queira."
Adam acenou com a cabeça sabiamente. "Faz sentido. O fogo é ruim para os livros ”, ele comentou, batendo a caneta no queixo. “Mas não está em latim. Achei que você precisava do latim para torná-lo oficial. ”
"Oh, você pode tentar o latim se quiser", disse Carol, "é do outro lado."
Adam explorou isso com grande interesse. Ele tropeçou no início, mas continuou. Adam se interessava por latim, assim como muitos outros assuntos, etéreos e ocultos inclusos, depois de ler a Divina Comédia de Dante. (Ele tinha uma propensão natural para isso.) Após sua recitação, ele também assinou seu nome.
“Eu deveria adicionar uma inicial do meio”, disse ele a Crowley, “para torná-lo mais oficial”.
“J's são legais”, comentou Crowley, que aprovou.
“Eu gosto de N”, disse Adam. Ele o escreveu com seu melhor floreio. “Isso faz com que as iniciais sejam ‘qualquer  um’. Então, posso ser‘ qualquer um ’.”
"Muito inteligente", disse Aziraphale. "Só um 'N' então?"
"Vou pensar em algo mais tarde."
Aziraphale olhou carinhosamente para Crowley, que estava irradiando o sorriso "ele tem a quem puxar" que vem naturalmente a um mentor orgulhoso.
"Qual o próximo?" Adam perguntou a Carol. “Temos que furar nossos dedos e marcar com sangue? Ou usar cinzas queimadas à meia-noite? "
“Tradicionalmente, os alunos prestam juramento durante o Michaelmas [N.T.: festival cristão em homenagem a São Miguel celebrado pelos ingleses em 29 de setembro] ”, explicou Carol pacientemente. (Ela tinha ouvido teorias mais estranhas.) “Mas uma assinatura simples está bom.”
Crowley trocou de ombro a mochila que carregava, pegou a caneta e assinou seu nome preferido também. A mochila estava, é claro, quase vazia.
Carol inclinou a cabeça. "Com licença, senhor, seus óculos de sol..."
"São receita médica, receio", disse Crowley encantadoramente. “Eu sou sensível a isso.” Ele acenou vagamente para as luzes.
"Claro senhor."
Aziraphale perguntou: “Desculpe-me, mas ouvi que o Dr. Oswald A. Zelot trabalha aqui. Esse ainda é o caso? ”
“É, mas parece que ele está fora. Você é um colega? ”
“Oh, bem, isso é lisonjeiro”, disse Aziraphale.
"Nem um pouco, anjo", disse Crowley calorosamente. “Fomos colegas de escola”, disse ele a Carol, “de antigamente. Pensei em dar uma passada e mostrar o lugar ao nosso afilhado. "
“Que cativante. Bem, ele não está em seu escritório, mas tenho certeza de que está por perto ”, disse Carol. Para Adam, ela disse: "Você gostaria de fazer o tour autoguiado?"
Ela apontou para alguns panfletos próximos, então Adam pegou um e agradeceu educadamente.
“Aproveitem a biblioteca.”
Juntos, eles entraram nas salas abobadadas, onde prateleiras de madeira brilhavam à luz baixa das lâmpadas.
A voz de Adam caiu para um sussurro animado. “Isso é incrível. Somos como agentes secretos, fingindo ser seus colegas. ”
“O truque é que éramos colegas dele”, disse Aziraphale afetadamente. “É melhor evitar a falsidade sempre que possível, Adam.”
"Mas você mente muito, tio Aziraphale."
"Eu... eu não acho."
Crowley deu ao anjo um sorriso carinhoso.
“Suponho que às vezes tenho que ajustar certas declarações de fato”, admitiu Aziraphale. "Mas apenas para não sobrecarregar os mortais com minha existência profunda."
“Você disse ao cliente esta manhã que não tinha uma primeira edição do Hamlet quando ...”
"Isso é diferente. Ele não teria se importado com isso como eu. "
Crowley riu afetuosamente para os dois.
Antes de procurar o professor, os três visitantes investigaram todas as prateleiras, mesmo aquelas que Crowley considerava um tanto chatas. Crowley correu seus longos dedos pelas lombadas dos livros enquanto avançavam. Livres de poeira. Parecia fora do normal.
Ficou claro pela extensão e variedade das coleções que os detentores desta biblioteca não brincavam em serviço. Pelo menos um deles não. O velho estudioso sempre teve uma queda por conhecimento. E para olhos cor de avelã, como aconteceu. Realmente não tinha sido culpa dele. Ninguém o avisou.
Adam lia o panfleto: “A antiga biblioteca foi usada como a biblioteca de Hogwarts em Harry Potter”.
Eles subiram a próxima escada, Aziraphale usando o corrimão enquanto Crowley colocava as mãos nos bolsos e se deixava subir os degraus, a cabeça esticada para trás para olhar o teto. Era um edifício imponente. Tinha uma arquitetura impressionante e mais livros do que qualquer um poderia imaginar.
“Não são apenas livros aqui, Adam”, dizia Aziraphale. “Tem pergaminhos, astrolábios e até obras de arte. A Bodleian é um tesouro de conhecimento. ”
"Sinistro."
“Isso também, possivelmente.” Aziraphale murmurou.
"Essa parte pode deixar por minha conta.”, Crowley assegurou-lhe com um toque em seu ombro.
"Então vocês conhecem mesmo um anjo que trabalha aqui?" Adam sussurrou, uma vez que estavam bem longe da recepção. O segundo andar dava para uma área de estudo e o teto era abobadado na sombra.
“Ex-anjo,” Crowley corrigiu.
“Ele era um dos Guardiões”, explicou Aziraphale. “Na época, havia um grande tráfego entre o Céu e a Terra, cuidando de Adão — o primeiro Adão, isto é, e do florescimento da raça humana. Ele se meteu em alguns problemas. ”
"Quer dizer que ele caiu?" perguntou Adam.
"Bem, sim e não", disse Crowley, olhando para os corredores sombrios do outro lado do caminho. “Ele já estava aqui quando a decisão foi tomada. Dizem que todos os arcanjos, menos Raphael, foram enviados atrás dele. "
"Mas as histórias dizem que Raphael—"
“Bem, como um colecionador de livros, posso dizer que eles nem sempre são precisos”, disse Aziraphale, enquanto Crowley coçava o cabelo vermelho-fogo e olhava para o teto. "O que quero dizer é que ele foi renegado."
"O que ele fez?"
"Ah ..." Crowley deu de ombros. “É um pouco complicado aí.”
“Eu li que ele tem quatorze cabeças. Ele realmente tem quatorze cabeças? Com pescoços também? ” perguntou Adam. "Ou eram asas de cada lado?"
“Todos nós temos nossas formas favoritas”, Crowley encolheu os ombros. "De qualquer forma, ele é um velho amigo meu, a gente sai pra beber hoje em dia. Nós nos reuníamos uma vez a cada meio milênio mais ou menos para conversar sobre —”
Aziraphale tossiu um pouco.
“—coisas, coisas chatas, como todo mundo faz.”
Aziraphale perguntou: "Você se lembra onde ele colocou a porta, não é, querido?"
“Ele tem uma espécie de código para isso”, disse Crowley. “Muda de vez em quando.”
"Como uma passagem secreta?" perguntou Adam.
“Muito parecido,” disse Crowley. "Exatamente." Ele manteve o olhar incisivo sobre Aziraphale. "E vocês vão verificar as portas ali" — ele apontou para um lugar vago onde parecia que a biblioteca continuava —"enquanto eu dou uma olhada aqui."
Aziraphale assentiu satisfeito e conduziu Adam para longe de onde os dois sabiam que estava a porta.
*
Enquanto isso, lá embaixo, outro visitante acabava de chegar. Ele sorriu e, ao saber quais eram as regras de entrada, leu o juramento em latim perfeito, para grande surpresa de Carol. Ele sequer olhou para o papel.
“Você aprendeu na escola?” Carol perguntou.
“Ora, sim”, disse o homem imediatamente. “Isso é uma coisa que as pessoas fazem na minha escola.” Ele sorria amplamente. Era um sorriso confiante, do tipo que fazia com que outras pessoas se sentissem naturalmente confiantes, sem pensar.
Afinal, a fé era uma virtude.
Carol verificou o nome abaixo do juramento. Surpreendentemente, havia apenas um. Ela olhou de volta para o visitante. Ele tinha olhos de cores muito estranhas. Ela se esqueceu de perguntar pelo outro nome.
"Bem, aproveite a biblioteca, Sr. Gabriel."
“Oh, apenas Gabriel,” disse o homem com os olhos cor de violeta. "E eu vou, sim."
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Notas:
• Fonte da Arte: Doré, Gustave. “David Escapes Through a Window,” Doré’s English Bible, 1866. Obtido de Wikicommons.org em 19 de abril de 2020.
• O juramento da biblioteca é real! O fogo e a umidade são os terrores das bibliotecas em todos os lugares. A Old Bod é atualizada há décadas, mas o ar é bastante seco.
*Nota da tradutora: Pra quem não entendeu o “e garçone” é simplesmente uma forma neutra de se referir à pessoa que serviu Aziraphale e Michael no café. No original era “waitron”.
• Você pode conferir os outros capítulos traduzidos e originais em inglês de @rjeddystone​ na Master List NSMFaF aqui
6 notes · View notes
urielfanelli · 4 years
Text
A grande richiesta, mi chiedono di ripostare la “Teoria della montagna di merda” dal vecchio blog. Essa risale a qualche anno fa. Eccola qui. Alcune persone godono nel particolare hobby di fare “debunking“. Il debunking e’ l’abitudine di dimostrare, punto per punto, che le teorie cospirazioniste (UFO,HAARP, rettiliani & co) siano false. Non ho voglia di spiegare che la cosa piu’ difficile da dimostrare al mondo sono proprio le verita’ piu’ semplici, direi quasi gli assiomi, se non fosse che non si dimostrano affatto, ci si limita a constatare che siano assiomi e che siano necessari o presenti, per chi si occupa di matematica inversa. Quanto piu’ vicini siamo alle evidenze ed agli assiomi, quanto piu’ complesso sara’ dimostrare qualcosa, nella media. I problemi sulle qualita’ di base dei numeri sono quelli che, come la congettura di Riemann, resistono di piu’ all’assalto intellettuale dei dimostratori. Allo stesso modo, dimostrare che nessuna industria farmaceutica ci stia irrorandogratis di anticoncezionali perche’ agli azionisti piace venderli, e’ di una complessita immensa; entrerebbero in gioco Peano e Pareto, e come scrive qualcuno tutti mi darebbero immediatamente del fascista. Il guaio e’ un altro: cento milioni di scimmie che battano tasti a casaccio su cento milioni di macchine da scrivere per cento milioni di anni probabilmente scriveranno l’opera magna della letteratura di ogni tempo e luogo. Il problema e’ che produrranno anche una cataclismica, spaventosa, leviatanica, galattica Montagna di Merda. La proporzione tra le due cose, catastroficamente a favore della merda, e’ tale che normalmente si danno le macchine da scrivere in mano a persone delle quali si presume che scriveranno qualcosa di buono. Il motivo e’ molto semplice: se anche le nostre scimmie scrivessero l’opera magna di ogni tempo e di ogni luogo, il tempo necessario a scartare tutte le altre opere sarebbe infame. Questo e’ alla base di quella che io chiamo “La teoria della montagna di merda“. Essa dice, in sostanza, che un idiota puo’ produrre piu’ merda di quanta tu non possa spalarne. Prendiamo per esempio il famoso motore di Schietti. Si tratta di una bufala catastrofica; e’ vero che i palloncini saliranno in alto, ma per gonfiarli in fondo al cilindro abbiamo usato piu’ dell’energia che otterremo. Questa cosa e’ stata fatta presente a chietti, dicendogli che un certo Boyle e un certo Mariotte hanno detto delle cose sensate qualche tempo fa. Il risultato e’ stato che lo Schietti se n’e’ uscito con un ulteriore delirio “Schietti dimostra falsa la legge di Boyle-Mariotte“. La cosiddetta dimostrazione consiste nell’introdurre ulteriore complessita’: una macchina fatta di due componenti e’ difficile da falsificare, una macchina composta da stantuffi, leve, ingranaggi, miliardi di circuiti logici, eccetera, e’ dialetticamente impossibile da debunkare completamente, perche’ mancano le competenze. Prendiamo per esempio il processore del vostro PC: si potrebbe dire che possa parlare con l’aldila’. Se siamo ciarlatani, intendo. A quel punto arriverebbe un tizio che lavora in Verilog o in VHDL e ci spiegherebbe che niente in un processore parla con l’aldila’. La risposta del cialtrone a quel punto sara’ qualcosa di relativo alla fisica del silicio. Il guaio e’ che a quel punto l’esperto di Verilog esaurisce la sua competenza, perche’ la parte al silicio gli e’ nota solo in parte (quel tanto che serve a scrivere codice eseguibile dall’hardware nei tempi previsti), ma se andiamo allo stato dell’arte ci saranno esperti di fisica della materia che passano la vita sul silicio, e chi ha visto la modellazione matematica di un singolo nucleo di idrogeno (un delirio di operatori hermitiani) sa bene che “l’atomo di Silicio” non e’ per nulla una cosa semplice. In pratica, se facciamo affermazioni riferite allo stato dell’arte ci vorra’ un intero team di esperti per contraddirci, a patto di riferirci ad una complessita’ abbastanza grande di fenomeni fisici. Non esiste una sola persona in grado di discutere allo stato dell’arte di una CPU, ci vuole una squadra intera. Il problema e’ che radunare la suddetta squadra ci costera’ uno sforzo immenso rispetto a quello che costa al cialtrone affermare di pingare la madonna in persona attraverso la sua VPN. In pratica, economicamente parlando vinceranno sempre i cialtroni, perche’ la competenza costa piu’ dell’incompetenza. Ma c’e’ un motivo di tipo umano che mi impedisce di darmi a quest’attivita’. Il fatto, cioe’, che queste persone siano arrabbiate. Oh, non arrabbiate come mi arrabbio io con il cane se mi scava una pianta di susini per seppellirci il pane. Sono arrabbiate come stile di vita, nel senso adleriano del termine. (1) La rabbia per loro e’ una condizione permanente, ontologica, e’ un metodo di ricerca: la tal cosa e’ vera nella misura in cui pensarla sostiene la mia rabbia. Poiche’ molte delle verita’ che sono passate alla storia sono state inizialmente scomode (2), queste persone ritengono che ogni affermazione che suscita rabbia sia scomoda, ergo vera. Il problema e’ che esse non suscitano una vera e propria rabbia, e non sono nella media nemmeno “scomode“: si tratta quasi esclusivamente di affermazioni fastidiose. Fastidiose perche’ il buon Schietti si ostina ad ammorbare i commenti dei blog di mezzo mondo con la sua parafilosofia. La strategia di queste persone e’ di ammorbare la vita alla gente con la propaganda delle loro idiozie. Poiche’ ad un certo punto ricevono una reazione di fastidio, deducono che la loro “verita‘” sia “scomoda” anziche’ capire che il problema sta nella loro fastidiosa presenza, e non nella loro scomoda verita’. Lo scopo e’ quello di arrivare ad uno scontro, appunto, rabbioso. E questo e’ dovuto molto semplicemente al fatto che, come ho gia’ scritto, la rabbia e’ la loro condizione esistenziale: rabbia perche’ si sentono impotenti di fronte a banche e multinazionali, rabbia perche’ non riescono a realizzarsi, rabbia perche’ si sentono maltrattati dalla societa’, eccetera. La colpa di tutto questo, ovvero delle loro disgrazie ultime, sta proprio nelle leggende, nei mulini a vento che combattono; e verso i quali rivolgono la loro rabbia. Ma il fatto che la rabbia sia la loro condizione ontologica fa si che essa non sia l’effetto dei mulini a vento,ma la causa. La loro condizione esistenziale e’ di essere arrabbiati, soprattutto, prima di ogni cosa ed a prescindere. Di fatto questi individui si sono aggirati per il mondo, digrignando bile e vomitando odio astioso, con una vocina dentro che chiedeva loro “perche’ tanto odio?” Perche’ tanta ingiustificata rabbia? Improvvisamente arriva il ciarlatano e gli dice: ecco qui, puoi scegliere tra “sono arrabbiato perche’ mi nascondono la verita’ sull’ 11 settembre“, “sono arrabbiato perche’ ci stanno uccidendo con le scie chimiche“, “sono arrabbiato perche’ la free energy viene nascosta al mondo“, eccetera. In altre parole, le teorie cospirazioniste sono solo un vestito, una copertura che serve a dare una motivazione apparente per una rabbia che altrimenti non si spiega;Blondet e’ arrabbiato perche’ come giornalista e’ una sega fritta, perche’ non ha credito in alcun ambiente giornalistico serio, denunciare il grande complotto degli ebrei gli serve perche’ dire “sono arrabbiato perche’ la mia carriera di giornalista e’ una montagna di letame” suona male, mentre “sono arrabbiato perche’ gli ebrei dominano il mondo e vogliono tagliare un pezzo di pisello a tutti” suona meglio: non contiene un’ammissione di implicito fallimento esistenziale. Ora, qual’e’ la realizzazione massima della rabbia? Contrariamente a quanto si pensa, la massima realizzazione e’ la sua stessa diffusione; perche’ ogni volta che l’arrabbiato vede che qualcuno si arrabbia con lui trae conferma del fatto che fa bene ad arrabbiarsi, e quando qualcuno si arrabbia contro di lui, ha conferma del fatto che le sue teorie sono scomode (quando invece e’ la sua presenza ad essere fastidiosa). Come scriveva Adler in Psicologia Individuale, “il nevrotico trovera’ nella propria nevrosi le energie per sostenere la nevrosi stessa, per quante ne siano necessarie“. (3) O, tradotto in soldoni, essi produrranno sempre piu’ rabbia di quanta ne possiate sopportare; piu’ provocazioni di quanto possiate mantenere la calma, piu’ fastidio di quanto possiate tollerare: l’energia libidica a loro disposizione, la grandezza della forza che li spinge in questo processo ha la cardinalita’ del continuo. C’e’ un solo modo di neutralizzare questa gente: stabilito che lo scopo principe di queste persone sia di perpetuare e di diffondere lo stato di rabbia “a priori” che produce il loro stato esistenziale, il solo modo di fermarli e’ di evitare i contatti con loro. Essi sono profondamente malati, di una malattia invisibile che si chiama rabbia. Lo scopo ultimo di questa malattia e’ il contagio, e nient’altro che il contagio; non cambierebbe nulla nell’esistenza materiale di queste persone se si scoprisse che la CIA ha demolito le torri gemelle, ne’ se si scoprisse che gli USA vogliono sacrificare la quinta flotta alla guerra contro l’Iran come dice Blondet, in entrambi i casi la nostra italianissima esistenza ne sarebbe inficiata assai poco, ne sarebbero inficiati poco i nostri successi ed insuccessi personali, eccetera. Lo scopo ultimo della rabbia e’ propagarsi. E la sua sconfitta e’ il fatto che gli altri abbiano una vita serena, gioiosa, per nulla arrabbiata. Quindi, caro Schietti, ti dico una cosa: il tuo motore funziona alla perfezione, la free energy e’ alla portata di tutti, la pila di Zamboni potrebbe produrre energia gratis per tutti, (4) ma io sono felice cosi’. E siccome sono felice, non voglio nulla di quanto dici. E sempre sia lodato iptables. Uriel
A grande richiesta, mi chiedono di ripostare la “Teoria della montagna di merda” dal vecchio blog. Essa risale a qualche anno fa. Eccola qui. Alcune persone godono nel particolare hobby di fare “debunking“. Il debunking e’ l’abitudine di dimostrare, punto per punto, che le teorie cospirazioniste (UFO,HAARP, rettiliani & co) siano false. Non ho voglia di spiegare che la cosa piu’ difficile da dimostrare al mondo sono proprio le verita’ piu’ semplici, direi quasi gli assiomi, se non fosse che non si dimostrano affatto, ci si limita a constatare che siano assiomi e che siano necessari o presenti, per chi si occupa di matematica inversa. Quanto piu’ vicini siamo alle evidenze ed agli assiomi, quanto piu’ complesso sara’ dimostrare qualcosa, nella media. I problemi sulle qualita’ di base dei numeri sono quelli che, come la congettura di Riemann, resistono di piu’ all’assalto intellettuale dei dimostratori. Allo stesso modo, dimostrare che nessuna industria farmaceutica ci stia irrorandogratis di anticoncezionali perche’ agli azionisti piace venderli, e’ di una complessita immensa; entrerebbero in gioco Peano e Pareto, e come scrive qualcuno tutti mi darebbero immediatamente del fascista. Il guaio e’ un altro: cento milioni di scimmie che battano tasti a casaccio su cento milioni di macchine da scrivere per cento milioni di anni probabilmente scriveranno l’opera magna della letteratura di ogni tempo e luogo. Il problema e’ che produrranno anche una cataclismica, spaventosa, leviatanica, galattica Montagna di Merda. La proporzione tra le due cose, catastroficamente a favore della merda, e’ tale che normalmente si danno le macchine da scrivere in mano a persone delle quali si presume che scriveranno qualcosa di buono. Il motivo e’ molto semplice: se anche le nostre scimmie scrivessero l’opera magna di ogni tempo e di ogni luogo, il tempo necessario a scartare tutte le altre opere sarebbe infame. Questo e’ alla base di quella che io chiamo “La teoria della montagna di merda“. Essa dice, in sostanza, che un idiota puo’ produrre piu’ merda di quanta tu non possa spalarne. Prendiamo per esempio il famoso motore di Schietti. Si tratta di una bufala catastrofica; e’ vero che i palloncini saliranno in alto, ma per gonfiarli in fondo al cilindro abbiamo usato piu’ dell’energia che otterremo. Questa cosa e’ stata fatta presente a chietti, dicendogli che un certo Boyle e un certo Mariotte hanno detto delle cose sensate qualche tempo fa. Il risultato e’ stato che lo Schietti se n’e’ uscito con un ulteriore delirio “Schietti dimostra falsa la legge di Boyle-Mariotte“. La cosiddetta dimostrazione consiste nell’introdurre ulteriore complessita’: una macchina fatta di due componenti e’ difficile da falsificare, una macchina composta da stantuffi, leve, ingranaggi, miliardi di circuiti logici, eccetera, e’ dialetticamente impossibile da debunkare completamente, perche’ mancano le competenze. Prendiamo per esempio il processore del vostro PC: si potrebbe dire che possa parlare con l’aldila’. Se siamo ciarlatani, intendo. A quel punto arriverebbe un tizio che lavora in Verilog o in VHDL e ci spiegherebbe che niente in un processore parla con l’aldila’. La risposta del cialtrone a quel punto sara’ qualcosa di relativo alla fisica del silicio. Il guaio e’ che a quel punto l’esperto di Verilog esaurisce la sua competenza, perche’ la parte al silicio gli e’ nota solo in parte (quel tanto che serve a scrivere codice eseguibile dall’hardware nei tempi previsti), ma se andiamo allo stato dell’arte ci saranno esperti di fisica della materia che passano la vita sul silicio, e chi ha visto la modellazione matematica di un singolo nucleo di idrogeno (un delirio di operatori hermitiani) sa bene che “l’atomo di Silicio” non e’ per nulla una cosa semplice. In pratica, se facciamo affermazioni riferite allo stato dell’arte ci vorra’ un intero team di esperti per contraddirci, a patto di riferirci ad una complessita’ abbastanza grande di fenomeni fisici. Non esiste una sola persona in grado di discutere allo stato dell’arte di una CPU, ci vuole una squadra intera. Il problema e’ che radunare la suddetta squadra ci costera’ uno sforzo immenso rispetto a quello che costa al cialtrone affermare di pingare la madonna in persona attraverso la sua VPN. In pratica, economicamente parlando vinceranno sempre i cialtroni, perche’ la competenza costa piu’ dell’incompetenza. Ma c’e’ un motivo di tipo umano che mi impedisce di darmi a quest’attivita’. Il fatto, cioe’, che queste persone siano arrabbiate. Oh, non arrabbiate come mi arrabbio io con il cane se mi scava una pianta di susini per seppellirci il pane. Sono arrabbiate come stile di vita, nel senso adleriano del termine. (1) La rabbia per loro e’ una condizione permanente, ontologica, e’ un metodo di ricerca: la tal cosa e’ vera nella misura in cui pensarla sostiene la mia rabbia. Poiche’ molte delle verita’ che sono passate alla storia sono state inizialmente scomode (2), queste persone ritengono che ogni affermazione che suscita rabbia sia scomoda, ergo vera. Il problema e’ che esse non suscitano una vera e propria rabbia, e non sono nella media nemmeno “scomode“: si tratta quasi esclusivamente di affermazioni fastidiose. Fastidiose perche’ il buon Schietti si ostina ad ammorbare i commenti dei blog di mezzo mondo con la sua parafilosofia. La strategia di queste persone e’ di ammorbare la vita alla gente con la propaganda delle loro idiozie. Poiche’ ad un certo punto ricevono una reazione di fastidio, deducono che la loro “verita‘” sia “scomoda” anziche’ capire che il problema sta nella loro fastidiosa presenza, e non nella loro scomoda verita’. Lo scopo e’ quello di arrivare ad uno scontro, appunto, rabbioso. E questo e’ dovuto molto semplicemente al fatto che, come ho gia’ scritto, la rabbia e’ la loro condizione esistenziale: rabbia perche’ si sentono impotenti di fronte a banche e multinazionali, rabbia perche’ non riescono a realizzarsi, rabbia perche’ si sentono maltrattati dalla societa’, eccetera. La colpa di tutto questo, ovvero delle loro disgrazie ultime, sta proprio nelle leggende, nei mulini a vento che combattono; e verso i quali rivolgono la loro rabbia. Ma il fatto che la rabbia sia la loro condizione ontologica fa si che essa non sia l’effetto dei mulini a vento,ma la causa. La loro condizione esistenziale e’ di essere arrabbiati, soprattutto, prima di ogni cosa ed a prescindere. Di fatto questi individui si sono aggirati per il mondo, digrignando bile e vomitando odio astioso, con una vocina dentro che chiedeva loro “perche’ tanto odio?” Perche’ tanta ingiustificata rabbia? Improvvisamente arriva il ciarlatano e gli dice: ecco qui, puoi scegliere tra “sono arrabbiato perche’ mi nascondono la verita’ sull’ 11 settembre“, “sono arrabbiato perche’ ci stanno uccidendo con le scie chimiche“, “sono arrabbiato perche’ la free energy viene nascosta al mondo“, eccetera. In altre parole, le teorie cospirazioniste sono solo un vestito, una copertura che serve a dare una motivazione apparente per una rabbia che altrimenti non si spiega;Blondet e’ arrabbiato perche’ come giornalista e’ una sega fritta, perche’ non ha credito in alcun ambiente giornalistico serio, denunciare il grande complotto degli ebrei gli serve perche’ dire “sono arrabbiato perche’ la mia carriera di giornalista e’ una montagna di letame” suona male, mentre “sono arrabbiato perche’ gli ebrei dominano il mondo e vogliono tagliare un pezzo di pisello a tutti” suona meglio: non contiene un’ammissione di implicito fallimento esistenziale. Ora, qual’e’ la realizzazione massima della rabbia? Contrariamente a quanto si pensa, la massima realizzazione e’ la sua stessa diffusione; perche’ ogni volta che l’arrabbiato vede che qualcuno si arrabbia con lui trae conferma del fatto che fa bene ad arrabbiarsi, e quando qualcuno si arrabbia contro di lui, ha conferma del fatto che le sue teorie sono scomode (quando invece e’ la sua presenza ad essere fastidiosa). Come scriveva Adler in Psicologia Individuale, “il nevrotico trovera’ nella propria nevrosi le energie per sostenere la nevrosi stessa, per quante ne siano necessarie“. (3) O, tradotto in soldoni, essi produrranno sempre piu’ rabbia di quanta ne possiate sopportare; piu’ provocazioni di quanto possiate mantenere la calma, piu’ fastidio di quanto possiate tollerare: l’energia libidica a loro disposizione, la grandezza della forza che li spinge in questo processo ha la cardinalita’ del continuo. C’e’ un solo modo di neutralizzare questa gente: stabilito che lo scopo principe di queste persone sia di perpetuare e di diffondere lo stato di rabbia “a priori” che produce il loro stato esistenziale, il solo modo di fermarli e’ di evitare i contatti con loro. Essi sono profondamente malati, di una malattia invisibile che si chiama rabbia. Lo scopo ultimo di questa malattia e’ il contagio, e nient’altro che il contagio; non cambierebbe nulla nell’esistenza materiale di queste persone se si scoprisse che la CIA ha demolito le torri gemelle, ne’ se si scoprisse che gli USA vogliono sacrificare la quinta flotta alla guerra contro l’Iran come dice Blondet, in entrambi i casi la nostra italianissima esistenza ne sarebbe inficiata assai poco, ne sarebbero inficiati poco i nostri successi ed insuccessi personali, eccetera. Lo scopo ultimo della rabbia e’ propagarsi. E la sua sconfitta e’ il fatto che gli altri abbiano una vita serena, gioiosa, per nulla arrabbiata. Quindi, caro Schietti, ti dico una cosa: il tuo motore funziona alla perfezione, la free energy e’ alla portata di tutti, la pila di Zamboni potrebbe produrre energia gratis per tutti, (4) ma io sono felice cosi’. E siccome sono felice, non voglio nulla di quanto dici. E sempre sia lodato iptables. Uriel
A grande richiesta, mi chiedono di ripostare la “Teoria della montagna di merda” dal vecchio blog. Essa risale a qualche anno fa. Eccola qui.
Alcune persone godono nel particolare hobby di fare “debunking“. Il debunking e’ l’abitudine di dimostrare, punto per punto, che le teorie cospirazioniste (UFO,HAARP, rettiliani & co) siano false.
Non ho voglia di spiegare che la cosa piu’ difficile da…
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martimcribeiro01 · 5 years
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Paco Britto é condecorado pelo Corpo de Bombeiros
Honraria foi concedida a 90 pessoas na Academia de Bombeiro Militar | Foto: Vinicius de Melo / Agência Brasília
O governador do Distrito Federal em exercício, Paco Britto, foi agraciado na noite desta quinta-feira (12) com a Medalha Mérito Musical Anacleto de Medeiros. A solenidade de entrega da condecoração aconteceu no Auditório Coronel José Nilton Matos, na Academia de Bombeiro Militar. Como não pôde comparecer ao evento por razões de agenda, Paco enviou como representante o seu chefe de gabinete, Paulo César Chaves.
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Autoridades recebem Medalha Mérito da Procuradoria-Geral do DF
Ao todo 90 pessoas foram laureadas com a homenagem. Criada em setembro de 2014 pelo Decreto nº 35.846, a Medalha Mérito Musical Anacleto de Medeiros é destinada a condecorar músicos (civis e militares) e personalidades pelo reconhecimento de suas contribuições acerca da história da Banda de Música do Corpo de Bombeiros Militar do DF (CBMDF) e da trajetória musical da corporação no âmbito da capital federal.
O nome da honraria vem do instrumentista, compositor e maestro carioca Anacleto de Medeiros, que fundou a banda dos bombeiros do Rio de Janeiro e a conduziu. Trata-se do mesmo grupo musical que hoje atua em Brasília, pois foi remontado quando a capital do país mudou para o Planalto Central.
Chefe de gabinete da vice-governadoria, Paulo César (em destaque) representa Paco na solenidade | Foto: Vinícius de Melo / Agência Brasília
Durante a solenidade, Paulo César destacou que, além de cuidar da segurança do cidadão em momentos difíceis, o CBMDF também espalha alegria e cultura para todo o DF.
Já o maestro titular da banda, major Uriel Silva Ferreira dos Santos, falou de sua satisfação em ver todos os músicos da banda agraciados com a medalha. “Esse é um reconhecimento que não é só nosso, da banda de música, mas de toda a corporação. Aos nossos agraciados, essa condecoração é um reconhecimento a todos que promovem os valores da cultura musical e social”, destacou.
Além de Paulo César Chaves e do major Uriel, participaram da mesa oficial de condecoração dos agraciados o comandante-geral em exercício do CBMDF, coronel Reginaldo Ferreira de Lima; o comandante do Centro de Comunicação Social do CBMDF, tenente-coronel Moisés Alves Barcelos; o  presidente do Banco de Brasília (BRB), Paulo Henrique Costa; e o maestro substituto da banda, major Idízio dos Santos Lacerda.
Paco Britto é condecorado pelo Corpo de Bombeiros publicado primeiro em https://www.agenciabrasilia.df.gov.br
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