Tumgik
#caderno dos afetos
sussurros-do-tempo · 5 months
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Aprender No coração da vida, um aprendizado se revela, Um encanto que desabrocha, como pétalas de aquarela. Você, meu amigo, capturou o segredo do sentir, Desvendou o amor, fez dele seu existir.
O amor é um poema, em versos desconhecidos, Um livro sem fim, de capítulos repetidos. Aprender a amar, como dançar ao luar, Um passo após o outro, sem nunca recuar.
No caderno da alma, escrevemos com ternura, Histórias de afeto, numa dança que perdura. Empirismo do coração, lições a cada batida, É vivendo o amor que se entende a sua medida.
Palavra vasta, o amor tem mil faces, Cem significados, em diversas interfaces. Como o sol que se põe, mas sempre retorna, O amor é eterno, como a chama que entorna.
Reaprender, atualizar, como folhas ao vento, O amor é mutável, mas sempre intenso. Não há fórmula exata, nem lógica precisa, Apenas a entrega, a alegria que avisa.
No fim, o amor transcende a explicação, É uma canção que embala o coração. Não precisa entender, apenas sentir, Pois amar é viver, é existir.
Então, deixe-se levar pelas ondas do afeto, Não busque entender, apenas aceite. Pois o amor é uma jornada sem roteiro, Apenas ame, e descubra o verdadeiro.
Paulo de Brito
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wickedlyrefined · 28 days
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❛ i can't believe you hid this from me. ❜ (drizella)
Considerando o distanciamento gradual de Drizella a última coisa que esperava era ver ela xeretando suas coisas no escritório em casa, ainda que imaginasse que a jovem só estava procurando algum pertence que Lúcifer tenha lhe roubado e corrido para se esconder no escritório, não seria a primeira vez. Contudo, não imaginava que a filha fosse encontrar papéis referentes as finanças, mais especificamente o fato de que estava inteiramente endividada ainda. ❝Posso saber por que está mexendo nas minhas coisas?!❞ O tom de voz saiu áspero quando viu a ruiva com o caderno de contabilidade nas mãos, a fala subsequente dela lhe fez respirar fundo para tentar manter a calma, ainda que fosse difícil. ❝Não lhe contei por que não é da sua conta, a dívida é minha pra pagar e você não tem que saber nada sobre ela.❞ Sendo sincera, a própria Verônica não gostava da ideia da dívida e buscava fingir que ela não existia na maioria dos dias. E machucava seu orgulho que isso chegasse ao conhecimento da filha, por que a última coisa que ela precisava era que soubesse que estavam basicamente no vermelho outra vez. Conseguia ver que Drizella discordava do que ela dizia, mas quando que não era dessa forma? ❝Como você achou que consegui dinheiro para fundar a Elysian? Para nos conseguir uma boa casa quando a maldita da Cinderela e o principezinho dela basicamente nos exilaram? Suas roupas caras e joias nunca se pagaram sozinhas, todo luxo tem seu preço.❞ E claro, não era culpa da filha, naquela situação a Tremaine mais velha sabia inteiramente que a única culpada era ela mesma. Que mesmo sem condições optou por manter a pose e viver com dignidade de alguém com o nome delas, que optou por continuar mimando a filha por que essa era a única forma de afeto que ela sabia expressar. Levou uma mão até a cabeça quando ouviu a súbita acusação de que era por isso que estava tentando a empurrar para Merida ou algum príncipe qualquer, agora, aquilo era o suficiente para que Verônica começasse a ficar irritada verdadeiramente.
❝Não vou mentir que sim, me seria imensamente bom se você se casasse com Merida ou qualquer outro membro da realeza, certamente isso seria o suficiente para que eu me visse livre das minhas dívidas... Mas não, Drizella, não é por isso que eu insisto tanto nessa ideia.❞ A frustração era nítida tanto na voz, quando na expressão da mais velha. ❝Imagino que deva ser extremamente difícil para que você entenda isso, mas faço isso por que me importo com você, por que quero o melhor para você! E céus, você não viveu tudo que eu vivi, você não entende que eu sei do que eu estou falando.❞ Por que quando o assunto era ser uma decepção, isso ela entendia perfeitamente, sabia o que era fazer as escolhas erradas e como a falta de praticidade naquele setor da vida poderia acarretar em decepções sem fim. ❝Você acha que eu quero que você se case por dinheiro e status apenas por mim? Sinceramente... Eu quero que se case com alguém que lhe garanta estabilidade que nós não temos a bons anos, com alguém que não vai te magoar... Esse mundo não é bom para pessoas como nós, Drizella, uma vez que nos veem como vilãs... Não existe felicidade no amor pra gente, existe apenas a dor da perda e relacionamentos miseráveis, eu sei bem... Me casei por amor e veja onde isso me levou.❞ A voz já estava mais carregada de amargura e dor, odiava lembrar do passado e de toda a dor vivida em seus casamentos. Não queria que nenhuma das filhas tivesse de experienciar o luto de um marido ou esposa, queria muito menos que tivessem a dor de um coração partido como ela teve quando se casou com o pai de Cinderela. E se não poderiam ter felicidade no amor, queria ao menos que elas pudessem ter tudo que o mundo lhes oferecesse, que tivessem estabilidade e fossem respeitadas, não lembradas pra sempre como as meia irmãs desengonçadas de Cinderela. Os passos na direção da filha foram apressados, tirando o caderno laranja das mãos dela, o olhar se tornando mais frio. ❝Se não consegue entender que eu quero o melhor pra você, apenas esqueça dessa porcaria de caderno e viva sua vida. Não é problema seu, eu vou ficar bem. Agora saia, quero ficar sozinha.❞ O tom era ríspido e frio, em partes, com as memórias confusas que andava tendo não era difícil agir daquela forma. Mesmo que odiasse a pessoa que viria a se tornar, a forma que futuramente seria verdadeiramente cruel com suas filhas mesmo sem motivo para tal. Foi apenas quando Drizella saiu do escritório que se permitiu largar a fachada fria e inabalável, deixando que lágrimas caíssem por seu rosto. Não queria ser odiada pelas filhas e ficar sozinha, mas parecia não haver qualquer destino para ela que não fosse esse.
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edouardlermite · 4 months
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IX - THE HERMIT
Ainda me lembro das vezes que cruzei com Édouard Bonhomme na kappa phi! Ele era tão parecida com Oussama Guessoum, mas, atualmente, aos 33 anos, me lembra muito mais o Tyler Posey. Fiquei sabendo que atualmente é fotógrafo e artista e que ainda é sábio e solitário. uma pena acabar encontrando ele assim… Não é possível que esteja envolvido com o acidente de Fiona e a morte de victor, certo?
aest: gaveta abarrotada de cadernos - varais de fotografias que deram errado - uma cabana ao lado do riacho -sobretudo preto - pilhas de livros velhos - câmeras analógicas - móveis de madeira - um homem bebendo culpa - dois olhos brilhando na noite escura
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aviso: abandono parental, desaparecimento, drogas lícitas
. Não era de se tardar com os espólios da memória .
06/06/2024
Os signos resvalavam sobre ele: um cadeado de latão, uma chave forte, a pirâmide de penas no canto da mesa; decifrava o universo de sinais no silêncio do quarto de madeira e, sob os efeitos duma confluência desconhecida dos astros, ou por causa da sopa de signos, setas e metáforas daquele cômodo abarrotado de livros, foi tomado de súbito por uma saudade alucinada do tempo de outrora. Ao mesmo tempo que queria resguardar-se dos flagelos do passado, ansiava o retorno do ontem como se fosse o amanhã, como se pudesse esperar pelo que vai acontecer nos dias que já foram. Estendeu os braços por debaixo da cama e puxou das sombras um baú grande. Seu tesouro mais valioso; o cofre dos seus afetos e conceitos, feito de madeira e metal, pintado e envernizado.
Sob o magnetismo de seu tesouro perdido e achado, banhado à luz do mistério das palavras escritas e o emblema dos signos estampados, ao abrigo da abóbada de deuses e estrelas que circunscreve seu universo íntimo, mas também: a terra, a luz e o tempo, acreditou piamente poder escutar sua solidão dizendo-lhe para que abrisse a arca, agora posta sobre a escrivaninha de cedro. Cedeu aos delírios daquela madrugada insone e rodou a chave grossa pelo segredo do cadeado que pendia do baú, um arrepio subiu-lhe a espinha, a parte de si que temia pelos espólios daquele cofre de recordações escondeu-se atrás da parte que sentia sede de ver mais uma vez as criptas de sua própria memória. um rangido fino e liso fendeu o ar… fotografias, envelopes, retalhos, receitas manchadas, amuletos de pedra, cartas de baralho escritas… lembrava-se de tudo e de nada, inerte num meandro de encontro da curiosidade com a saudade, sacou um caderno escuro e robusto abarrotado de papeis avulsos que pendiam as pontas por entre as páginas secas, abriu a capa realizando um estalo alto e abriu um carta clipada à contracapa, a carta emanou o cheiro de uma manhã distante na cidade de Desine. 
10/09/2020
“...Je veux te raconter comment j'ai vécu et tout ce qui m'est arrivé…”
Mudei-me há um ano para Denise, não vivo longe de Des Moines, mas o suficiente para sentir que não estou perto, afinal fugi - assumo aqui na intimidade de minha carta à mim - daquele lugar que foi palco dos piores momentos que já vivi. Encontro-me agora só, pela primeira vez completamente só. Neste quase um ano que morei na route du ruisseau pude sentir o veneno dos fantasmas de des moines saindo lentamente pelas frestas de meu quarto a noite. Os dias são muito mais claros aqui e pela manhã consigo ver pela janela,  na colina que fica depois do riacho, uma revoada de estorninhos que migram da oliveira para a plantação de lavanda, tenho cultivado uma horta e comecei a desenvolver um grande projeto de multimídias no atelier que improvisei no celeiro, eu chamo o estúdio de grotte du fugitif, já estou produzindo o escopo da primeira parte do projeto e os resultados estão me satisfazendo muito, ainda estou no começo, verei que fim levará esta promessa que me faço.
Sobre os amigos permaneço em ausência de suas vidas, com exceção daqueles que não preciso citar, mas tirando estes que não desistem de mim e de minhas paranoias iconográficas e que também estão seguindo suas vidas e seus projetos, agora que formados não estamos mais naquela instituição, temos nossos trajetos para tocar, eu acho que no fundo sempre soube disso e eles também sabiam que aquela foi a fase mais intensa de nossas vidas, mas que não seria para sempre, Que bom que não era, pelo menos algumas partes. Mas ao mesmo tempo eu me enganava e enganava os demais para que acreditassem em um brilhante futuro no qual estaríamos todos juntos, ou pelo menos passava isso em minha cabeça e eu tinha devaneios e às vezes sonhos nos quais eu era mais velho e todos da kappa phi moravam e trabalhavam em grandes empresas que surgiram naquela cidade de des moines, só poderia ser um sonho mesmo, mas o importante é que eu via todos passando na rua e eles me cumprimentavam e eu os interrogava sobre o sucesso de suas vidas pessoais e profissionais… eu andava descalço sentindo a densidade das pedras nas plantas dos pés e via passar uma multidão de rostos conhecidos e agora eles eram de todas as faces familiares daquela cidade na qual nasci e cresci: Marcie da mercearia, Susée da livraria da rua do açougue, Pietro, Sansa, Marie do Giuseppe, Marienne, Marc o costureiro, não o padeiro, Jacques, Fiona… Sim, seu rosto cruzou com o meu em um sonho e tínhamos crescido e você sorria para mim como naquele dia que nos despedimos na rue des andalusia, mas então você passou por mim, tão rápido quanto veio e eu tentei mudar o sentido, mas você sumiu na multidão de rostos conhecidos. Acordei pensando se você teria se formado, se teria tido uma família e se seria minha amiga.
Hoje sobraram essas fotos e essas cartas e estou trancando nesse baú para que pare de me torturar com a saudade e o medo desse tempo que não mais viverei, porque eu preciso não mais viver à sombra da distância dos que amei e nem mais a culpa ao pesar daquela nébula que vivi, mas que não consegue sair de mim.
Ao terminar pousou, sobre a escrivaninha, a carta escrita a próprio punho anos antes e acendeu um cigarro. Deixou que as memórias transbordassem pelo rosto, lembrou do passado, do passado do passado e lembrou de Fiona e lembrou até do futuro que arquitetou para ela, pensou que talvez em sonhos a menina estaria vivendo uma vida deliciosa, com um lindo vestido, com gosto de manteiga, com estorninhos e oliveiras que vivem depois do rio. Quis voltar no tempo.
Passou os dedos por um maço de fotografias, sacou uma. Era a foto de um homem, jovem; tinha feições semelhantes às de Édouard, porém mais robusto, um homem do campo, segurando nas mãos um chapéu e no rosto a imponência serena que tem as montanhas e as grandes pessoas. Aquele era seu irmão, a maior pessoa que teve em sua vida. Também seu cuidador, o arrimo da família que se resumia aos irmãos Édouard e Polo. Clipada à foto havia uma folha de caderno dobrada.
14/04/2005
Tirei essa foto do meu irmão Polo poucos dias antes do desaparecimento de nossa mãe, hoje faz um ano que ela desapareceu deixando todas as coisas para trás, inclusive nós. Polo não parou de trabalhar um dia se quer, mas hoje ele não conseguiu sair do quarto de nossa mãe, escutei ele chorando pela primeira vez, sei que não deve ser fácil para ele, mas queria dizer que ele faz muito por mim, por nós; mas me falta coragem de enfrentar e assumir a realidade de que não vamos mais ter nossa mãe conosco. A polícia ligou hoje para Polo e disse para ele que estão encerrando o caso do desaparecimento dela, que ela está declarada morta, mas eu prometo, em juramento nesta carta, que vou passar na prova daquela universidade e vou conseguir aquela bolsa integral para formar e trazer conforto e paz para meu irmão, para retribuir tudo que ele tem feito para mim todo esse tempo.
ass Édouard L’ermite Bonhomme
Secou o rosto do choro e do suor ao terminar de examinar as fotos do bloco, encarou por longo tempo uma foto 3x4 de sua mãe em 1995, mais jovem do que a conhecera, claro, porém com a mesma jovialidade que sempre tivera, um sorriso meigo escondido entre os longos cabelos negros e cacheados que escorregavam da boina azul royal, seus olhos enormes, como caramelos brilhantes. Apagou o cigarro.
Em sequência visitou os anuários dos colégios que passou, escolas públicas em sua maioria, mas só até o ensino médio, que fez nas melhores escolas particulares da região por meio de bolsas de estudos e do trabalho dobrado de seu irmão. Abriu o envelope que continha pequenos bilhetes engraçados e caricaturas de colegas de trabalho: cozinheiros vesgos, recepcionistas debochados, um guardanapo com um flerte que recebeu em algum evento, uma foto de Annette, uma colega barista de quando fazia bicos na cafeteria, em meados de 2010. 
Varou a noite esvaziando as camadas de sua cápsula do tempo, riu e chorou, bebeu e fumou, pediu aos deuses de todos os panteões, rezou pelo tempo, compilou e separou por cor os cúmulos de papel, chegou às profundezas e tocou o fundo de madeira… Foi só então que reparou num item que não tinha recordação alguma da existência, puxou a rígida e longa carta de tarot das frestas da madeira do fundo do baú.
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[...] Amália costumava dizer que muitas das expressões que desaguavam dos lábios da humanidade não passavam de belezas mentirosas, dizia que havia certa conformidade em fingir não dar importância ao que estava ao alcance e que com o passar do tempo simular não ver tanta relevância em demonstrações materiais de afeto se tornou quase fácil, uma falácia. Quando sentavam à soleira da porta e observavam as planícies ao longe, ela repetia delicadamente as mesmas palavras, as de que desse mundo nada se leva, mas que é mesquinho e cruel ignorar a imensidão do que podemos tocar enquanto temos acesso a ela.
Presentes representam muito mais do que um objeto propriamente dito, ela dizia, há a sutileza da escolha, dos detalhes; é necessário enxergar com olhos gentis cada passo de outrem antes daquela demonstração chegar à sua palma, cada gota de suor gasta, cada lágrima, cada palavra que premedita a entrega de um embrulho supostamente simples. Quando ela se aproximava, com seu perfume de relva molhada e ervas frescas, afagando o cabelo escuro de Caleb e tocando suas mãos feridas, pedia que ele não se apegasse ao conceito tolo de que pequenos materiais não fazem diferença porque não podemos levá-los. Valorize seu pequeno patrimônio, ela lhe dizia, seja ele um baú de tesouros ou uma pedra de rio.
Voltar ao presente era doloroso, fazia com que seu peito apertasse. Arames de aço trançando seus órgãos vitais e os transformando em um acúmulo de massa e sangue. Queria confrontar Amália imediatamente, queria dizer olhando em seus olhos que ela estava errada e que discordava totalmente. Apegar-se ao material condeno-o ao inferno; agora experimentava a sensação de encarar um buraco vazio rente aos pés. A casa ficou para trás, seus livros, seu caderno, a guitarra presenteada por David Galway quando tinha oito anos, até as marcas das patas que Astor deixava nos sofás e nas poltronas da casa eram nada se não lembranças de uma outra vida. Lembranças materiais perdidas no tempo, deixadas para morrer sob cômodos empoeirados.
Lutou para manter-se ali. Encarando esmeraldas ansiosas por uma resposta. Naquele primeiro momento, sua inicial foi uma tensão de músculos mais petrificada que o comum, ele segurou a caixa na palma da mão livre e usou o polegar para erguer a cobertura para cima. Um presente. Um presente. Ela havia lhe dado um presente.
Puxou o ar. Pesado feito chumbo.
Quando ganhou uma bússola no aniversário de dezesseis anos... Quase devolveu o objeto, quando o melhor amigo lhe deu uma das coisas mais lindas que já vira na vida, quase precisou se controlar para não o partir ao meio pelo acúmulo exacerbado de sentimentos confusos e agora… Observando o pingente oviforme e ouvindo o que ela dizia, sentiu como se pudesse implodir ali mesmo. Se perguntou se ela teria coragem de reunir seus pedaços na grama.
Caleb, from the Kazhiev Chronicles by A.L.
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esobreela-blog · 1 year
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E mais uma vez eu me machucando por amor, mas esse amor é recente e pra vida inteira, descobri que eu REALMENTE amo flores, e em uma tentativa de evitar o desmatamento um galho cheio de espinhos caiu e me corto um tantinho , o que fez com que escorresse e me desse essa sensação que sempre quis ter kkkkk
É fresco, apesar da cabeça quente esses dias, com tanta coisa pra mudar, perceber, organizar e evoluir, o sangue da minha cabeça é fresco, e só esse tantinho saindo dela me deixou tontinha que só.
E depois de passar o dia em casa sozinha, eu chorei, mas chorei muito, muito mesmo, e mais um pouco choro de novo, por sentir que finalmente eu posso dizer que estou feliz, apesar dos apesares, demorou um pouco mas eu entendi que eu sempre vou estar sozinha, e o quanto isso é mágico, faz acontecer esse tipo de coisa da foto kkkkk
E o mais legal é que quando não quiser estar eu fiz uma boa seleção das melhores pessoas para estar ao meu lado.
Mas sinceramente? No fundo eu tô cansada de estar sozinha, mas também nem de longe quero mudar isso tão cedo, não me cansei o suficiente.
As pessoas que naturalmente vem conversar comigo, entende meu jeitinho meio doidinha, avoada, leve e birutinha de ser. E não me vejo mais forçada a mudar se não faz sentido pra mim.
Ate pq ando curtindo me aborrecer sozinha e ser capaz de pegar na minha própria mão e falar, vamos tomar um ch�� e ler um pouquinho? Dps vc descansa e me escreve tudo em um caderno rosa pra depois eu te ler, mas vai ficar td bem viu? Eu sempre vou estar com você, amanhã é outro dia e juro cuidar de você, melhor que ontem e será ainda melhor amanhã.
Essa sensação de pedir desculpas, dizer eu avisei, ou tô aqui, eu te amo é incrível pq n tem mais magoa ressentimento ou dor. Eu tô feliz mas tão feliz que choro ao menor sinal de afeto, pq é lindo
E desejo no fundo do meu coração que eu continue reconhecendo como reconheci hoje que eu vou sangrar qndo me machucar mas que também eu fui programada pra me curar até que volte ao normal, que é eu estando bem.
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elehcime · 1 year
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Se você ama, diga que ama. Não tem essa de não precisar dizer porque o outro já sabe. Se sabe, maravilha, mas esse é um conhecimento que nunca está concluído. Pede inúmeras e ternas atualizações. Economizar amor é avareza. Coisa de quem funciona na frequência da escassez. De quem tem medo de gastar sentimento e lhe faltar depois. É terrível viver contando moedinhas de afeto. Há amor suficiente no universo. Pra todo mundo. Não perdemos quando damos: ganhamos junto. Quanto mais a gente faz o amor circular, mais amor a gente tem. Não é lorota. Basta sentir nas interações do dia-a-dia, esse nosso caderno de exercícios. Se você ama, diga que ama. A gente pode sentir que é amado, mas sempre gosta de ouvir e ouvir e ouvir. É música de qualidade. Tão melodiosa, que muitas vezes, mesmo sem conseguir externar, sentimos uma vontade imensa de pedir: diz de novo? Dizer não dói, não arranca pedaço, requer poucas palavras e pode caber no intervalo entre uma inspiração e outra, sem brecha para se encontrar esconderijo na justificativa de falta de tempo. Sim, dizer, em alguns casos, pode exigir entendimentos prévios com o orgulho, com a bobagem do só-digo-se-o-outro-disser, com a coragem de dissolver uma camada e outra dessas defesas que a gente cria ao longo do caminho e quando percebe mais parecem uma muralha. Essas coisas que, no fim das contas, só servem para nos afastar da vida. De nós mesmos. Do amor. Se você ama, diga que ama. Diga o seu conforto por saber que aquela vida e a sua vida se olham amorosamente e têm um lugar de encontro. Diga a sua gratidão. O seu contentamento. A festa que acontece em você toda vez que lembra que o outro existe. E se for muito difícil dizer com palavras, diga de outras maneiras que também possam ser ouvidas. Prepare surpresas. Borde delicadezas no tecido às vezes áspero das horas. Reinaugure gestos de companheirismo. Mas, não deixe para depois. Depois é um tempo sempre duvidoso. Depois é distante daqui. Depois é sei lá.
_ Ana Jacomo
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keliv1 · 2 years
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“Alguns verbos para o jardim de J.” é lançado pela editora Hortelã
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Caramba, ia falar desse assunto na próxima semana, mas mano, quando vi a capa do livro impresso, sua certidão de nascimento (diga-se ISBN), release e que tá tão perto a data de lançamento, não resisti.
Sim, consegui uma editora para publicar “Alguns verbos para o jardim de J.”, meu primeiro romance (ficção). 
Sairá pela editora Hortelã (nome fofo, né?) e foi selecionado num chamamento de envio de originais.
Agora, está crescendo, florescendo.
Ah, Jéssica, que alegria! Ah, Joia, que emoção!
Bom, vou degustar aos pouquinhos esse momento e aos poucos vou mandar para os veículos sobre essa obra que me trouxe tantas alegrias.
Bora!
Deixo aqui o release e confira o post da editora Hortelã no IG: https://www.instagram.com/p/CjmGEDpt9z2/
“Alguns verbos para o jardim de J.”, de Keli Vasconcelos, é publicado pela editora Hortelã
São Paulo – outubro de 2022: “Alguns verbos para o jardim de J.”. Este é o título do primeiro romance (ficção) da jornalista paulistana Keli Vasconcelos. Lançado em 2021 de forma online e independente, a obra foi uma das selecionadas pelo chamamento de envio de originais promovido entre os meses de junho e julho últimos pela editora Hortelã, de São Paulo.
“Quando escrevi o romance e o publiquei como e-book, não tinha em mente a possibilidade de publicá-lo impresso. Mas também não queria que ficasse ali, perdido na imensidão de e-books na Amazon. Em 2022, vi em um blog sobre o chamamento da editora Hortelã e enviei, com aquela ponta de esperança, o original. Foi uma grata surpresa ser uma das selecionadas”, diz a jornalista.
Com o título de “A arte pode nos salvar do colapso”, a chamada de originais da editora recebeu quase duzentos textos. Além de “Alguns verbos para o jardim de J.”, foi lançado em outubro “Do Amor (Que Tive)”, de Giovanna Cezar, autora estreante do Rio de Janeiro, e há outras obras previstas para os próximos meses. A Hortelã também lançou em maio “Hello, Adam”, de Antonio Marcello, e no final de 2021 um calendário sobre árvores urbanas.
Completando um ano agora, a editora tem como proposta publicar obras que tragam reflexões sobre temas fundamentais da contemporaneidade, como o colapso ambiental, o racismo, as desigualdades em diversos níveis etc. “Livros para um mundo em crise: por menos desigualdades e modelos mais sustentáveis de viver e de produzir” é o lema que tem guiado sua linha editorial.
Nesse sentido, a história escrita por Keli Vasconcelos encaixou-se perfeitamente no tipo de obra que a editora busca publicar.
Sobre o romance
Agora, “Alguns verbos para o jardim de J.” é publicado em formato impresso. A trama se passa na cidade de São Paulo, com nuances na Nigéria. E os leitores conhecerão a trajetória de Jéssica e Joia.
Na capital paulista, em que realidades desiguais convivem quase sem se misturar, duas mulheres de vidas muito diferentes se aproximam pelo afeto que sentem uma pela outra.
Elas só se conhecem porque Jéssica, uma jovem negra do extremo da Zona Leste, é a fisioterapeuta de Joia, uma idosa branca, botânica, que mora no Alto de Pinheiros.
Apesar dos mundos opostos, as duas carregam antigos traumas. E um singelo presente vai trazer à tona essas histórias mal resolvidas: Joia ganha de Jéssica um caderno e começa a escrever suas memórias.
“Minha filha, quero te mostrar uma coisa”, falou Joia, segurando o caderno com as mãos. (...)
Jéssica leu as primeiras páginas, boquiaberta.
Respirou e por alguns momentos sentiu as lágrimas nos olhos.
Ali florescia, naquele jardim, não apenas uma velha senhora e uma mocinha. Descortinavam-se duas mulheres, de tempos diferentes e universos diferentes, dividindo experiências e experimentações diversas e que coexistiam.
“Alguns verbos para o jardim de J.” é um romance sobre contrastes, mas é também sobre encontros.
O lançamento está previsto para 5 de novembro, sábado, às 11h, na Biblioteca Pública Raimundo de Menezes, na Av. Nordestina, 780 - Vila Americana, zona leste de São Paulo - SP.
Livro: "Alguns verbos para o jardim de J."
Autora: Keli Vasconcelos  
Editora: Hortelã
ISBN: 978-65-997677-2-2
Páginas: 108
Formato: 12x18
Gênero: Romance (ficção)
Sobre a autora: Keli Vasconcelos nasceu em São Paulo, em 1982. É jornalista de formação, mas não se empolgue, pois ela é freelancer. Faz tanta coisa que no final sente que nada fez. Gosta de dizer que escreve. Quando não escreve, fotografa. Quando não fotografa, desenha. Quando não desenha, borda. E quando não borda, faz um poema. Entre tropeços e sucessos, já publicou um livro de crônicas, São Miguel em (uns) 20 contos contados (2014), e alguns trabalhos online, como a webcomic VooOnda (2020/2021). Alguns verbos para o jardim de J. é o seu primeiro romance ficcional.
Sobre a editora: Presente no mercado desde 2021, a jovem editora Hortelã tem como semente e propósito publicar obras que estimulem a tomada de consciência e “que forneçam alternativas para um mundo em crise, no curto e no longo prazo, por meio de propostas inspiradoras e criativas”. O propósito da editora é divulgar formas mais respeitosas de os seres humanos conviverem entre si e com a natureza, oferecendo em seu catálogo obras relacionadas a modelos sustentáveis de viver e de produzir e à busca por menos desigualdades. “Nós entendemos que os livros, como portadores de ideias, podem ser ferramentas potentes para mudanças culturais”, frisa.
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iwhiskeyneat · 3 months
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⠀1918 — First World War.
⠀ Diana e Steve chegaram em Londres, onde Diana, sem ter ideia do que encontraria, ficou fascinada pelo mundo moderno. As imponentes construções dos grandes prédios de Londres capturaram sua atenção, e a estética da cidade a surpreendeu. No entanto, era impossível ignorar o clima pesado e profundo que permeava os ambientes. Afinal, todos ali enfrentavam uma longa e exaustiva guerra.
⠀ À medida que caminhavam pelas ruas, Diana não podia deixar de notar a mistura de esperança e desespero nos rostos das pessoas. O barulho constante das fábricas e dos veículos militares lembrava a todos da guerra em curso. Steve explicou a Diana as dificuldades que os londrinos enfrentavam diariamente, desde racionamentos de comida até os frequentes ataques aéreos.
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Diana meeting Steve's secretary, Etta Candy.
⠀ O piloto de avião, Steve Trevor, caminhou com Diana até encontrarem sua secretária, Etta Candy. Etta prontamente se ofereceu para levar Diana a uma loja de roupas femininas, onde poderia se vestir formalmente. Etta explicou que Diana não podia continuar perambulando com sua espada, seu laço e seu escudo à vista; precisava se disfarçar melhor.
⠀ Na loja, Diana ficou maravilhada com a variedade de roupas e acessórios disponíveis. Etta ajudou-a a escolher um conjunto adequado para a vida na cidade, algo que lhe permitisse se misturar com os londrinos sem chamar atenção indesejada. Enquanto Diana experimentava diferentes vestidos e sapatos, Etta compartilhou algumas dicas sobre os costumes e comportamentos esperados das mulheres na sociedade londrina.
⠀ Embora a ideia de se disfarçar fosse nova para Diana, ela compreendeu a necessidade de se adaptar ao mundo dos homens para cumprir sua missão.
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Diana adapting to her new disguise as: Diana Prince.
⠀ Os dois se despedem da secretária e seguem rumo ao Alto Comando Britânico para entregar o caderno. No entanto, são ignorados e decidem recrutar uma equipe composta por Sameer (Saïd Taghmaoui), Charlie (Ewen Bremner) e o Chefe (Eugene Brave Rock). Este grupo, um tanto corrupto e contraditório, se junta a eles na missão de encontrar Ludendorff e tentar acabar com toda a guerra.
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Diana's first moment in a bar with Charlie and Sameer.
⠀ A equipe se dirige à Bélgica, onde enfrenta uma grande batalha. Com coragem e determinação, Diana se coloca à frente na “Terra de Ninguém”, usando seus punhos para se defender dos disparos e sua agilidade para se esquivar dos ataques. Ela consegue libertar a vila de Veld do controle alemão, tornando-se um ato histórico e memorável.
⠀ Durante a batalha, Diana demonstra habilidades extraordinárias, inspirando seus companheiros e soldados aliados. Sua bravura não só altera o curso da batalha, mas também fortalece a moral das tropas aliadas.
Diana stands up to the Germans in “No Man’s Land”.
⠀ A libertação de Veld marca um ponto de virada na guerra, e o heroísmo de Diana é lembrado como um exemplo de coragem e sacrifício em tempos de conflito. Além de suas proezas físicas, Diana também mostra uma liderança natural, guiando a equipe com sabedoria e compaixão, o que solidifica ainda mais seu papel crucial na missão.
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The photograph taken in “No Man’s Land” by a Londoner after Diana and her new friends liberated the place.
⠀ Naquele mesmo dia, ao anoitecer, todos se reuniram para tomar uma cerveja. Steve ensinou a Diana alguns passos de dança, e os dois dançaram juntos quando começou a nevar, intensificando a química entre eles. O sentimento que crescia dentro do peito de ambos culminou no primeiro beijo no quarto que dividiam, mas não passou disso.
⠀ A neve caindo suavemente acrescentou um toque mágico à noite, enquanto Diana e Steve dançavam sob o céu estrelado. A atmosfera estava carregada de emoção e cumplicidade, e cada movimento na dança parecia aprofundar a conexão entre eles. A troca de olhares e sorrisos tornou-se uma linguagem silenciosa de afeto e desejo. Quando finalmente se beijaram, foi um momento de pura magia e vulnerabilidade, selando a noite com uma lembrança inesquecível.
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Diana and Steve dancing under the falling snow.
⠀ Mesmo em meio à guerra, aquele breve instante ofereceu um refúgio de paz e intimidade para ambos, um momento que ficaria gravado para sempre em suas memórias.
⠀ ⠀ The celebration.
⠀ No dia seguinte, rapidamente se soube que haveria uma celebração organizada pelo General Ludendorff. Steve Trevor achou que seria uma boa ideia se disfarçar para entrar no baile e obter mais informações, sabendo que Ludendorff, juntamente com a Dra. Isabel Maru, planejava liberar um gás tóxico contra os britânicos durante a Primeira Guerra Mundial. Steve consegue capturar um dos carros presentes e, com Charlie como motorista, se passam por convidados e entram no local com facilidade.
⠀ A festa era mais reservada, ocorrendo em uma das casas do General. Diana, por sua vez, se disfarça como a esposa de um dos convidados e entra na festa. Ela fica tensa ao encontrar Ludendorff que o convida para uma dança e uma conversa, mas não demora a se desvincular do contato pronta para ataca-lo em meio ao momento mas foi pega pela mão de Steve. Ele não sabia que Diana havia entrado na festa, muito menos que ela pretendia atacar Ludendorff ali mesmo mas aquilo não era uma boa ideia.
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Diana and General Ludendorff at the celebration.
⠀ Em meio a uma pequena discussão dentro da festa, Trevor e Diana correm para o lado de fora para conseguir conversar melhor, mas são surpreendidos quando o gás começa a ser liberado, ameaçando todos dentro da casa. Diana lembra que precisa salvar as pessoas do vilarejo e, sem hesitar, corre até encontrar um cavalo, cavalgando rapidamente para salvar os inocentes. Seu companheiro, Steve, não perde tempo e segue atrás dela, também montado em um cavalo.
⠀ Ao chegar ao vilarejo, já era tarde demais. Todas as pessoas estavam mortas, e o local estava destruído pelo gás. Diana, sendo uma deusa, era imune ao veneno, mas os humanos não tiveram a mesma sorte. Em meio à fumaça, ela se ajoelha, completamente devastada e sentindo uma imensa tristeza por não ter conseguido salvar ninguém.
⠀ Diana, consumida pela dor, culpa Steve por ter tentado impedi-la de matar Ares. Steve tenta se explicar, mas suas palavras são em vão diante da tragédia já consumada. Diana promete que encontrará o General Ludendorff e o matará com suas próprias mãos. Mesmo após a discussão, Steve ajuda Diana, direcionando-a para seguir a trilha de fumaça que indicava o caminho de Ludendorff.
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marianeaparecidareis · 3 months
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“Quem são os gigantes do Amor? Eles são as Almas-Vítimas."
O NOSSO SENHOR JESUS DIZ:
“Você os divide em Vítimas da Justiça, Vítimas da Expiação e Vítimas do Amor. Mas não faça distinções! A Vítima é sempre uma Vítima do Amor."
“Quem expia? Por que eles expiam? Por Amor aos irmãos e irmãs, pelos quais pagam a parte da expiação que corresponderia aos outros: O Amor ao próximo levado ao heroísmo.
“Quem são as vítimas da Justiça? A quem eles se oferecem? A DEUS, ofendido, para lhe oferecer consolo diante da ofensa. O Amor de DEUS levado ao Heroísmo."
“O Amor é o Eterno Sacrificador. O que DEUS imolou feito carne e o que imola sua carne e sua Alma, tornando-as semelhantes ao Cristo Redentor."
“A Alma Vítima tem a certeza, como se já estivesse encerrada em Meu Reino Eterno, de ser Salva, pois cada batimento cardíaco, Movimento, Palavra, Sentimento e ação dela é Santificado pelo Amor, que a protege inteiramente da contaminação humana."
“A Alma-Vítima está em Oração mesmo quando não está expressando Oração."
“A Alma Vítima penetra em Mim e, do centro do Meu Coração, que A chama de ‘Irmã’, recebe e distribui Graças e Bênçãos para seus irmãos e irmãs. Não há limitações para MINHAS Vítimas. Tudo o que É MEU É DELES, pois quiseram oferecer seu SER ao Eterno Sacrificador."
“A alma da Vítima estende-se sobre um acúleo cujos picos são a Dor e o Amor. A Dor por não Ver DEUS amado como seu heroísmo no Amor permitiu que eles vissem que DEUS deveria ser Amado."
“Mais do que doenças e infortúnios, eles são atormentados pelas formas de Miséria Espiritual que, como ruínas em um País destruído por um inimigo, cobrem os Espíritos de seus semelhantes, anulando neles A marca de DEUS e enterrando seu Santo Nome sob a obstrução do pecado."
"Mais do que A Dor em si, a sua Dor é sentir a sua incapacidade de alcançar a perfeição do Amor, o seu sonho, pois gostariam de dar a DEUS um presente Digno da sua Perfeição. E se EU Estava preso ao Meu altar por três pregos, eles também são, por MEU AMOR, seu Amor e sua Dor são os três pregos que os mantêm crucificados até a morte, que nada mais é do que exalar seus Espíritos em MEU peito depois de ter "Conseguido Tudo".
"Meu amor! Um oceano de fogo que do alto dos Céus se lança sobre uma Alma e, com a chegada contínua de ondas de ardor, a consome como se fosse cera mole atacada por uma chama. Fome insaciável que é comum aos dois que se Amam, E Cristo Quer devorar a sua criatura para fazê-la parte de Si, e a Criatura quer insuflar DEUS em si mesma para fazer DELE a sua Vida.
“Tudo pára diante desse dominador que passa, fazendo valer seus direitos. Existência, Inteligência e Afetos se abrem e se tornam uma Asa, e o Amor procede e entra, pois é o Rei de todas as coisas.
A alma então toma as paixões de seu esposo com amor e as torna suas. O tesouro dos tesouros para ela é ser martirizada dia a dia por esse propósito e Ver A Luz voltar aos Corações e os Corações se voltarem para DEUS com os olhos do Espírito, pois O Amor converte mesmo sem Palavras e arrebata sem Cordas.
“O Amor é a Força que Governa o Universo, e O Amor é o que Salva O Mundo. E não Comandantes, Cientistas ou Médicos, mas os Amorosos são os que sabem encontrar os caminhos para as Vitórias que conduzem ao Bem, arrancando, com seu ímpeto ardente, as Correntes Satânicas que os tornam escravos do Maligno, que os Odeia.
“E se o amor dos crentes obtivesse O Milagre de tempos melhores, que pelo vosso modo de vida vos excluístes, O Amor das Vítimas, que É O AMOR mais parecido com A Perfeição do MEU próprio Amor, é o que serve de barreira À Fúria que cresce de Satanás para vos destruir numa Maldição desesperada e abre as portas ao Perdão, fundindo-as com O Fogo do Seu Holocausto.”
JESUS – CADERNOS MARIA VALTORTA.
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cmechathin · 5 months
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thought i needed something else and acted like i was okay (POV)
Ao longe, conseguia ouvir o burburinho advindo dos últimos retoques na festa de Maddie. Ela ia completar dez anos aquele dia e como sempre ficava em seu aniversário, estava extasiada por ser o foco da atenção mais uma vez. Quando a maga de fogo chegou à mansão, a pequena correu alegre até ela, mas logo demandou seu presente, que Celeste deu de bom grado. Era um diário de couro sob medida e feito à mão, protegido por um cadeado, para que pudesse escrever e desenhar sobre qualquer coisa que quisesse relacionada à sua habilidade. Os detalhes nas páginas remetiam à própria Maddie e à deusa que Celeste sabia que a protegia, Íris, além de outras deusas menores e entidades que a menina tinha reconhecido. Em breve, sua irmã mais nova voltaria com o caderno cheio de ideias e rabiscos para mostrá-la, tinha certeza.
Uma hora depois, Celeste ainda estava em seu quarto da mansão Mechathin, terminando de arrumar o cabelo. Enquanto Danielle trabalhava, ela tinha caído em devaneio, levando-se de volta ao loft, ou melhor, levando o loft para lá. Aqueles últimos dos dias com Cedric tinham sido intensos, pois tinham se permitido se envolver um pouco naquele afeto que agora Celeste tinha consciência que existia. Estava gostando dele, o que era loucura, e ainda assim não queria parar de vê-lo, o que era mais loucura ainda.
Pensava em como Maddie reagiria se Cedric comparecesse ao aniversário dela quando a voz de Sarah, sua assessora, cortou o silêncio:
— Você está mais alegre ultimamente, Vossa Graça — ela comentou e Celeste percebeu que a mulher se encontrava ao seu lado — Está namorando, por acaso?
Sarah estava com ela há cinco anos, então tinham uma certa intimidade, mas ainda assim a pergunta pegou Celeste de surpresa. Ela se obrigou a abrir um sorriso leve e rir.
— Não, só voltei com a ioga — mentiu.
Então, Sarah, que estava prestes a falar algo, fechou a boca e baixou os olhos, ficando quieta imediatamente com a aparição de Eleonor Mechathin na porta do quarto. A voz da mãe de Celeste chegou antes que ela pudesse vê-la.
— Que bom, porque Lance Doyle vai voltar para Victoria essa semana.
Celeste foi surpreendida pela segunda vez em poucos segundos e olhou para a mãe em um leve choque.
— Essa semana? — perguntou.
Sabia que ele marcaria presença no aniversário de Madeleine, mas da forma como ela falava…
— Essa semana — Eleonor confirmou — As coisas se resolveram mais cedo do que o esperado e ele antecipou a mudança.
A maga de fogo ficou sem saber como reagir e falou em alguns tons mais baixo:
— Ele não me avisou.
— Ele vai avisar daqui a pouco, acredito. Foi Penelope quem me disse.
Celeste não falou mais nada, visivelmente mais tensa que minutos antes.
— 
O imenso jardim ainda não estava repleto de crianças quando Lance e seus pais chegaram. Ele estava bonito e elegante como sempre, mas Celeste se pegou com os olhos fixos nele por motivos diferentes. Quando seus olhares se encontraram, o mago abriu um sorriso charmoso, que ela retribuiu.
— Vossa Graça — disse Lawrence Doyle pai.
— Senhor Doyle! Como passou a semana? — Eleonor perguntou, ao lado dela.
Todos os cinco se cumprimentaram e trocaram amenidades por um momento até que Lance a puxou para o lado e falou um pouco mais baixo:
— Desculpe por não te avisar antes, mas mal estava decidido e sua mãe já estava sendo notificada — ele riu e Celeste o acompanhou.
— Imagino — respondeu, pois imaginava mesmo — Então quer dizer que você vai mesmo voltar para Victoria?
— Sim, sim —  ele confirmou e o coração da maga pulou uma batida — A compra foi mais fácil do que achávamos que seria, na verdade. Nada como uma briga familiar para facilitar os negócios! — brincou, e então, após uma olhadela rápida para os lábios dela, ele continuou um pouco mais sério: — Ainda não estou instalado aqui, mas gostaria de te levar para jantar essa semana.
Ela o analisou por um segundo, sentindo o coração ficar um grama mais pesado, mas sorriu e respondeu:
— É claro.
— Você está livre na quinta?
— Estou sim — respondeu, pensando que reservava as noites que podia para outros compromissos, aqueles que sua equipe não poderia colocar em um cronograma. Celeste percebeu que estava praticamente monossilábica, adicionou com um sorriso: — É melhor que seja antes do debate mesmo, não quero estragar o encontro.
Lance riu.
— Perfeito.
A conversa com os Doyle durou o tempo dos próximos convidados chegarem, mas tendo uma mesa próxima do ramo principal dos Mechathin, não foi uma dificuldade para Lance retomar uma conversa com ela. Os Bane, Lucien e seu avô Elias, tinham chegado também e Celeste percebeu que o mago de água a observava com interesse. Como estava se tornando habitual.
Eleonor nunca gostou muito dos Bane, apenas os tolerava pois tinham bons negócios juntos. Ainda assim, quando Elias se aproximou para conversar com a matriarca que estava de pé um pouco longe de Celeste, ela o recebeu sem hesitação, competente como sempre era. Lucien também se aproximou e sentou-se ao lado da maga de fogo.
— Maddie parece feliz.
— Parece — a morena respondeu, olhando afetuosamente para a figura de Madeleine que se encontrava perto da mesa de ponche — Amanhã vai passar o dia chorosa por ter acabado.
Ele sorriu.
— Hoje eu me peguei estranhamente preocupado com a opinião dela sobre meu presente — confessou, rindo — Ela é mais exigente que você.
— Ela é uma criança! — Celeste defendeu a irmã.
— Uma criança Mechathin — o mago continuou a provocá-la — Não… uma criança que é sua irmã.
Ela revirou os olhos divertidamente, mas não podia se defender das acusações. Bebeu um gole do próprio champanhe enquanto acompanhava de forma distraída Maddie e três amigas e Lucien fez o mesmo com o uísque que tinha em mãos. Depois de alguns segundos de silêncio, ele voltou a falar.
— Você vai contar para o Cedric sobre o Doyle?
Celeste sentiu o coração acelerar com a menção — e a sugestão — e discretamente olhou ao redor, em busca de ouvintes indesejados. Ao não encontrar, rebateu, fingindo desinteresse.
— Eu preciso contar para ele?
O mago a respondeu com um erguer de sobrancelhas apenas, nem por um segundo caindo no teatro.
— Nós não temos nada nesse sentido, Lucien — ela explicou, mas ele não mudou a expressão — N��o somos exclusivos, não precisamos dar satisfações um ao outro.
As sobrancelhas de Lucien se elevaram ainda mais, dessa vez mais genuinamente descrentes e ele riu baixinho. Então, tomou outro gole do uísque e perguntou devagar, com um tom presunçoso que a irritou um pouco:
— Celeste, do que você chamaria duas pessoas que dormem juntas uma semana inteira?
Ela suspirou silenciosamente, pois ele sabia. É claro que sabia disso.
— Eu chamaria de duas pessoas satisfeitas e bem cansadas.
Lucien riu outra vez e balançou a cabeça negativamente. 
— Claro, o que você quiser.
Não pressionou sobre o que ele queria dizer, pois dessa vez não queria ouvir as opiniões do mago sobre a relação dos dois. Ele não pausou a provocação, entretanto, falando, enquanto tirava uma pequena caixa verde de dentro do terno:
— A outra pessoa satisfeita e cansada me pediu para entregar isso à Maddie — e colocou bem na frente dela, mas como se precisasse garantir que ela tinha entendido, concluiu para uma Celeste quase irritada: — É um presente do Cedric.
— Outro? — Celeste perguntou, estupidamente, mas pegou a caixa mesmo assim.
— Outro? — ele ecoou as palavras da maga, parecendo mais incrédulo que ela e logo depois, deu a risada mais alta daquela noite, balançando a cabeça novamente — Deuses...
Celeste ignorou novamente seu comentário, sabendo que não podia dar informações sobre os outros "presentes" e Lucien se levantou, deixando a Mechathin sozinha a esconder a caixa na própria bolsa.
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leiaequeime · 10 months
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Caderno dos Sonhos
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Numa realidade que se assemelhava a uma obra cinematográfica, os protagonistas, provenientes da série "Once Upon a Time", vislumbraram um desfecho feliz que, subitamente, se desviou para o abismo do terror. Um a um, os companheiros se transformaram em zumbis, movendo-se em sincronia, porém destituídos da ânsia de devorar carne humana. Seus olhos, agora brancos e resplandecentes, os guiavam por um caminho sinuoso, recitando palavras que conduziriam até uma bruxa.
A bruxa, de aura estranha e desconhecida, exercia seu controle sobre a massa, guiando-os até uma região árida e desolada. Um símbolo no chão denotava o domínio da feiticeira, no centro do qual ela aguardava pacientemente. O símbolo, reminiscente de uma inscrição celta, assemelhava-se à quinta dimensão do filme Interestelar, formando um intrigante asterisco.
Fingindo ainda pertencer ao engano, observou a bruxa, cuja semelhança com Hela, de Thor, era notória, proferindo discursos de destruição e domínio. Diante da declaração de morte iminente, um desafio foi lançado, congelando a bruxa em seu discurso ameaçador. Uma contagem regressiva se iniciou, levando a protagonista, Emma, a um estado de aflição. Enquanto o inevitável se aproximava, ela fechou os olhos, ansiando pelo desejo de libertar todos do encanto da bruxa.
Subitamente, todos foram transportados para uma floresta que evocava uma vila maia, com casas de barro e pedra. A confusão reinava entre os personagens, incluindo Emma, que buscava respostas, mas sem sucesso em recordar os eventos passados.
Henry, por sua vez, parecia ter conhecimento do que estava por vir, explorando o local árido em busca de algo crucial. Enquanto alguns bruxos testavam magias, um portal se abriu no céu, revelando o mesmo símbolo asterisco. Henry testemunhou a origem da maldade da bruxa, observando-a emergir das sombras e lançar seu poder zumbificante sobre todos. Esquivando-se, Henry adentrou o portal, mergulhando em uma jornada pelo tempo, observando distintos locais separados por linhas temporais.
Planando sobre um campo, avistou uma mulher em apuros ao lado de uma criatura. Determinado a ajudá-la, dirigiu-se imediatamente até lá. Após socorrê-la, o cenário onírico transformou-se em uma floresta tropical, onde uma árvore majestosa se erguia, entrelaçando-se em uma raça peculiar de mulheres, eram carecas, pretas com piche e estavam despidas. Essas entidades abraçavam as árvores, suas raízes envolvendo-as com suavidade, como se retribuíssem o afeto. Gradualmente, as raízes pareciam seduzi-las, acariciando-as e brincando com elas, intensificando-se ao agarrá-las com mais firmeza, sacudindo-as enquanto penetravam, proporcionando prazer acompanhado de gemidos. Dessa forma, iniciou-se o processo de absorção, conduzindo-as para o interior do tronco com uma força avassaladora. Embora tentassem gritar e escapar, a força da árvore era implacável, consumindo-as por completo e deixando apenas seus olhos à mostra através do tronco.
Ao retornar ao estranho grupo, Henry tentou interceder, mas a consumação já era irreversível. Analisando as árvores, percebeu casas no tronco e olhos que se moviam como bolas. Uma revelação surpreendente surgiu quando um membro do grupo alertou sobre a perigosa árvore, apelidada de "Olho do Diabo", cujos frutos, combinados com outros ingredientes, detinham o poder de aniquilar qualquer ser mágico.
Apesar do desconcerto inicial, o grupo começou a se aclimatar ao ambiente exótico. Ema, em meio às dúvidas persistentes e à saudade de casa, buscava incansavelmente informações que permaneciam elusivas, enquanto a sombra do mistério pairava sobre todos.
7 de março de 2018
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verbrrhage · 1 year
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Depois de todo esse vai-e-vem, eu não tenho tantas quinquilharias ou recordações físicas de minhas memórias. Tenho fotos, mas mesmo essas são escassas e cheia de buracos. Algumas semanas atrás, quando eu não conseguia encontrar um álbum de fotografias da família, me bateu um desespero horrível. Acho que a ideia apavorada de que tudo que eu vivi e tento lembrar não ter mais nenhuma base física e material na realidade me arrebatou como se eu tivesse perdido a firmeza do chão que tocava a planta de meus pés. Foi sinceramente assustador. De vez em quando, tenho dificuldades em me sentir real, me sentir tangível, verdadeiro, perceptível, vulnerável. Mais do que simplesmente não ter o que colocar em alguma recapitulação da minha adolescência, a perda hipotética daquelas fotografias representava algo maior e mais simples que acho que todo mundo já vivenciou: dias de ameaça das ausências palpáveis, dias de recordações da infância-adolescência rompida, esses dias ensurdecedores e atordoantes que perdem consistência do ar e tornam-se puramente abstratos. Feito parar de enxergar e vagar ao escuro de uma sala vazia tateando as paredes por um interruptor inexistente, sei lá. Dias de medo. Dias de perder a si mesmo. Parando pra pensar, dias que é difícil se sentir gente. Por sorte, depois de muita luta e muita procura, consegui encontrar o álbum de fotos. E são essas poucas fotos o que me resta, já que não tenho uma memória muito boa, principalmente depois da COVID. Aquele caderno de desenhos inacabados da adolescência é o que me resta, também. São as reles evidências nuas e cruas que comprovam o fato de que "Sim! Olha aqui! Eu estive nessa terra! Eu fui feliz nessa terra! Eu amei-a e fui amado!".
Pisco os olhos e estou lá, plantado, no aeroporto de São José dos Pinhais, PR, às 14 horas da tarde do dia 5 de agosto de 2022. tenho 21 anos, mas não sinto tudo isso. E o calejado caderno de poucas folhas, rasgadas e incompletas, repousa dentro de uma mala puída. Nele, uma história picotada por memórias secretas, talvez, como espelho oblíquo de figuras dispersas, entre reflexos esvaziados e concentrados sob o momento que marcou tal vida incompleta. Mágicos instantes de ruptura, ou a bruta quebra desse paradigma. Uma mudança repentina, uma desventura subvertida, um mergulho no desconhecido, nossa sina... A longa partida, o dia da viagem e a dura hora da despedida; tudo fulgura e desatina.
Pisco os olhos outra vez. Num quarto atabalhoado, entre pilhas de livros e papéis, é outubro de 2023 e, no canto da minha caixa de roupas há um pacote branco encardido com um punhado de fotografias avulsas, mas guardadas com carinho. Ali, onde sei que estão com certeza absoluta. Onde posso tocá-las, cheirá-las, encará-las e ver que, de fato, o meu querido e obtuso passado existiu. Existiu em amor-saudade e afeto sem rosto, nem endereço, mas com cores de infância e nostalgia. Tenho nítida e fixada na mente a imagem dos dias...
Aquele céu azul-claro giz-de-cera tinha cheiro de sorvete de menta-com-chocolate e gosto da quente brisa perene de verão. Onde o sol castiga e, depois, quando ele some, o sol faz falta. Nas nuvens nubladas da cerração e das chuvas e do frio, eu virei mofo. Depois ousei florescer. E, então, quando o mundo adoeceu, murchei. Nunca mais fomos os mesmos.
Por muito tempo fiquei assim meio inerte, semiacordado, observando-me por trás e enxergando tudo embaçado, sem espelhos, sem reflexos. Como se assistisse a vida de um estranho. Como se eu fosse voyeur de minha própria existência.
No breu da cortina fechada, o brilho azul-pálido do computador segue o ronronar de um ventilador barato e as canções melancólicas repetidas... Nessas situações a gente deve parecer uma criatura animalesca, eu imagino, né? Um bicho-homem, uma besta em uma jaula. Num zoológico distante e vazio, aos poucos morrendo por dentro. Seu espírito, sua selvageria, sua naturalidade, sua curiosidade e sua inocência são descascadas, depredadas, pedaço por pedaço. O que resta são carcaças, objetos inanimados, calados, comicamente tristonhos.
Como que a gente lida com o fim dos dias? Como a gente aguentaria estar inteirado da finalidade das coisas? Houve uma última vez para cada uma das facetas da nossa existência. A última vez que comi ali, a última vez que abracei ele, a última vez que dancei acolá, a última vez que ouvi ela rindo.
E eu gostaria de ter sabido... Gostaria de ter sabido que aquela tarde na casa de Sarah foi a última vez que estivemos tão felizes, tão felizes juntos, antes do mundo discorrer furiosamente sobre nossos ossos. Ali. No filme que tentamos assistir e que não lembro o nome. A pipoca que eu fiz e não saboreei direito. As brincadeiras bestas, o gargalhar, o silêncio, os olhares pensativos e distantes, a gratidão velada, as ausências precoces, os planos, as promessas e os sonhos de um futuro idílico. A finitude crua convivendo com a negação e o medo em contraste com aquela vã esperança da inocência. Eu queria muito, muito mesmo ter sabido que aquela era, na verdade, sem querer, a nossa última chance. As nossas últimas horas dividindo o mesmo ar e o mesmo fuso-horário. Um minuto estamos ali e, no outro, torno-me outra pessoa. E o mais engraçado é que se eu soubesse do fim, não acho que teria feito nada muito diferente. Hoje, não acho que eu imploraria desesperadamente para que aquele dia durasse para sempre, como uma criança esperneando pelo brinquedo amado. Mas eu gostaria de saber do fim, sim. Gostaria de realmente entender que eu nunca mais os veria, que aquele período da nossa vida estava se encerrando, que nunca mais eu os teria ao meu lado. Não eu como eu era. Não eu como sou agora. Gostaria de saber. Como se tivesse tocado um alarme em todos os nossos celulares no mesmo tempo. E aí todos nós soubéssemos. Como alguém muito idoso, ciente de seus últimos dias na terra -dolorosamente ciente, terrivelmente ciente da iminência do fim. Eu gostaria de saber. E eu gostaria de abraçá-los com força. Gostaria de sussurrar-lhes bem baixinho um "Obrigado. Obrigado por tudo...". Gostaria de lhes desejar coragem. De dizer com todas as palavras um "Isso foi tão, tão bom, não foi?". Gostaria de ter ficado com aquela receita de brownie. Gostaria de ter roubado aquela camiseta. E dizer um "Nossa, como foi bom!". Sabendo que tinha sido tão, tão bom que já dava saudade. E gostaria de pedir que não esquecessem; de mim, da gente, daquele lugar perene, naquele tempo fugidio.
Carreguei esse luto-saudade como uma mochila pesada nas costas doloridas, lá, juntinho de todo o amor sem-rumo que ainda guardo e não sei onde colocar. Por ela, por eles, por aquele lugar inane. Porque passa, a gente vai, e não volta, mas o amor que fica depois renasce, revigora e resplandece. Fazer o quê? Amo as coisas abandonadas, os rejeitados, os desprezados. Amo gatos pretos, sonhos aracnídeos, bonecas velhas, CDs obsoletos, chaves sem fechadura, mensagens nas paredes dos banheiros públicos, livros usados e machucados com dedicatórias simples e desbotadas. Amo a estética de prédios abandonados retomados pela natureza, cobertos pela vegetação, pelo verde e pela terra e pelo chão. Amo a história. Amo a antiguidade. Amo vestígios do passado. Vivo em razão disso, vivo fixado pensando em qualquer coisa que comprove a presença inconfundível da humanidade. Caço a conectividade das coisas terrenas. Apego-me aos fatos simples. Das evidências de um desaparecimento gradual até o inegável amor que ficou pra trás.
Pisco os olhos e estou lá, plantado, no terminal rodoviário de Rio Branco, AC, às 21 horas da noite do dia 4 de janeiro de 2017. Tenho 15 anos, mas sinto na pele tudo o que poderia ter sido.
No fim das contas, o que eu faço com tanto sentimento verde meninil? Onde coloco? Pra onde vai? O que fazer com essas agridoces lembranças? O que faço com tanta Vontade? O que faço com essa meia-metade? O que posso fazer com mãos tão pequeninas? O que posso fazer agora, sendo que já é tarde? O que faço com as partes do meu coração que são deles? O que faço com essa dolorida saudade?
Já sei!
Faço o que posso. Subsisto de pequenas vitórias, sim, por mais minúsculas que elas sejam. De nascer do sol em nascer do sol.
Sei que entalhei teu nome no meu coração. Guardei-o com cuidado. Guardei-o. E tive que viver com isso.
E também sei o seguinte: não jogo fora. Não jogarei nada fora. Não sou disso e quem me conhece já sabe. Sempre quis muito provar um pouco de tudo, sempre tive essa vontade insaciável queimando dentro do meu estômago. Sou meio colecionador ávido, meio acumulador degenerado. Sou de guardar. Guardar os suvenires de uma guerra sangrenta, as lembrancinhas religiosas assustadoras. De açambarcar relíquias e tesouros que qualquer outro ser são julgaria como lixo descartável. Mesmo quando provavelmente essa seria a opção mais saudável, mas acho que nasci assim, errado. Meio doido, meio desesperado, com teimosia pulsando nesse sangue atravessado. Sou dessas maluquices. Sou de compartimentalizar. Sou de lembrar que éramos praticamente crianças. Sou de deixar ser. Sou de adorar o pior: o desabrochar, o enlace e o despedaçar. Sou de ficar com os cacos, sou de juntar os pedaços.
Sou de deixar o amor repousar ali, onde ele sempre há de ficar.
Ali!
Mas é claro que ele estava ali! É óbvio que ele ainda ficava ali.
Aqui.
Ainda estou aqui. Ainda me lembro. Ainda acendo uma vela. Ainda penso nisso, ainda estou de luto, ainda nos desejo um mundo mais gentil. E se eu pudesse passar uma mensagem derradeira para ela, para eles e para aquele lugar amaldiçoado, seria justamente essa: “Amor esteve aqui! O amor vai permanecer comigo! Aqui, guardado!”, sim, acho que seria isso. “Lá atrás, agora e amanhã... O amor vai continuar aqui, do meu lado”.
#me
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biancatupinamba · 1 year
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Outubro 23
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Outubro chegou!
Nossos arcanos da vez são o Papa e o As de copas!
Na Bíblia existem muitas citações a uma “fonte de água viva” Um dos exemplos mais famosos é a passagem: João 4 - 13Jesus afirmou-lhe: “Quem beber dessa água terá sede outra vez; 14aquele, porém, que beber da água que Eu lhe der nunca mais terá sede. Ao contrário, a água que Eu lhe der tornar-se-á nele uma fonte de água jorrando para a vida eterna.” 15A mulher lhe pediu: “Senhor! Dá-me dessa água, para que eu não tenha mais sede, nem precise voltar aqui para tirar água.”
Esse texto nos passa uma mensagem importante: Onde e do que estamos nos alimentando?
É o momento de olharmos para os nossos compromissos, acordos e métodos. Porque você está onde está? O que lhe fez se associar as pessoas e instituições que tem ligações? Você reproduz um padrão familiar? Social? Inconsciente?! Nesse mês teremos a tendência a demonstrar o nosso amor pela tradição que perpetuamos ou até mesmo veremos nascer dentro de nós o entendimento sobre a importância de fazer parte de um grupo tradicional de estudo. O valor da família. Essa é a hora de ir buscar respostas diretamente na fonte com líderes influentes que possam mostrar o caminho. É hora de beber da fonte de água viva, chega de terceirizar o conhecimento, se alimentando de migalhas..
Estaremos olhando para nossas relações com mais afeto e desejo de celebração. Será que quem eu amo sabe que eu o amo? Será que minha relação com Deus é abundante o suficiente? Eu tenho me economizado no exercício da minha fé? Tenho sido preguiçosa?
Vou mostrar ao mundo e contagiar todos ao meu redor com o que acredito. Serei a prova viva do que professo porque agora quero “fazer direito”. Essa é uma energia que gosta de organização, respeitar o protocolo social e oficializar aquilo que anda fora dos padrões sociais exigidos. Organize seus cadernos, organize seus estudos. Seja melhor do que já é e coloque isso a disposição do mundo.
Essa é a fé que contagia. Fé em Deus, fé no amor, fé na vida e fé na tradição, mostrando ao mundo porque estou onde estou e sobre como é bom estar lá.
Quero me curar das feridas que doem por todo o tempo que não pude celebrar quem eu sou. Quero ser vista, quero andar na linha e quero ser boa com o outro, quero dar o que eu tenho de maior e melhor dentro de mim.  Minha avó sempre disse “a boca fala do que está cheia o coração” Nesse mês iremos poder ver com clareza o que está transbordando dos nossos corações, do que eu não me canso de falar.
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incertascoisas · 1 year
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apenas verde
escrevo no vazio, no espaço indestinado a ser usado
a minha escrita que era para outro lugar – mas escrevi no lugar que estava diante de mim.
eu estava no lugar certo, porém equivocadamente as letras não apareceram.
dei apenas as peças verdes ao grande público e este achou que a bandeira era apenas verde
e há aí uma vontade de ser sublime
uma vontade de realce em alguma paisagem dos meus afetos
uma vontade de fantasia real
como um sonho terno, cheio de emoção apaixonada de amor vermelho
vermelho quente de sangue, de músculo, de pele.
Mas, na mesa só as peças verdes sorriem para a luminária pendente do teto branco caiado desse instante.
o professor explica, os alunos ouvem e alguma coisa acontece nesse pequeno mundo
nesse grande mundo, algum aprendizado – muito particular por fim...
tão indestinado, por fim
com destino e sem destinatários.
tudo escrito, mas sem nenhuma palavra nesse caderno, além do verde bandeira.
será o reinado árabe? será a famosa floresta?
falta o ouro gráfico, mas sobra royalties nos bolsos dos reis e príncipes.
a perfeição habita esse chão, toda gente muito perfeita e impecável –
franzindo a testa, sem entender muito bem o que acontece nessa mesa de realidade.
é apenas uma impressão,
uma vaga ideia paira os seus céus.
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revistatbr · 1 year
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Lista #TBR: Romeu e Julieta
Sim, você leu certo. Nossa lista #TBR de hoje é baseada em uma das peças mais encenadas, conhecidas e adaptadas de todos os tempos: Romeu e Julieta, de Shakespeare. Fizemos uma lista das 5 melhores adaptações inspiradas livremente na história do casal mais trágico de todos os tempos.
1 - Prazeres Violentos, Chloe Gong - Editora Alta Novel (2022; 464 páginas)
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Em seu romance de estreia no mercado literário, Chloe Gong tece uma trama de poder, violência e mistério nesta original e cativante adaptação da obra de Shakespeare. Repleto de cenas de ação, de suspense e até mesmo de um leve terror, Prazeres Violentos não conta uma história de amor comum: ressentimento, ódio e violência marcam os encontros entre Juliette Cai, herdeira da Gangue Escarlate, e Roma Montagov, herdeiro da gangue rival Flores Brancas, na Xangai de 1920. 
O livro mostra o preço que a guerra sangrenta entre as gangues causa à cidade e aos seus habitantes que estão relegados ao caos quando um monstro aparece à solta na cidade. "O poder é uma coisa que poucos podem alcançar. Qualquer pessoa pode se tornar comandante de um monstro se seu coração for cruel o suficiente".
Parte de uma duologia, cuja sequência "Finais Violentos" será lançada no dia 30 de julho de 2023 em português, Prazeres Violentos é uma fantasia histórica urbana que ficou na lista do New York Times por mais de vinte semanas consecutivas, tornando Chloe Gong uma das autoras mais jovens de YA a permanecer na lista de best-sellers do jornal. 
2 - Julieta, de Anne Fortier - Editora Arqueiro (2014, 400 páginas)
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E se a história que você conhece de Romeu e Julieta não fosse a original? 
Nascidas em Siena, na Itália, Julie Jacobs e sua irmã gêmea, Janice, foram adotadas aos 3 anos e criadas nos Estados Unidos por sua tia-avó Rose após perderem os pais em um acidente de carro. As duas gêmeas não podiam ser mais diferentes: Janice sempre foi bonita e popular enquanto que Julie, ávida leitora de Shakespeare, sempre esteve mais voltada para causas sociais e em busca de direitos.
Com a morte súbita de Tia Rose, Janice herda a casa e Julie ganha apenas uma carta da tia, na qual ela revela alguns segredos de família: o verdadeiro nome das irmãs é Giulietta e Gianozza Tolomei e a mãe delas deixou algo escondido em banco na cidade de Siena - um tesouro familiar, muito antigo e misterio - que somente Julie pode descobrir o que é. Intrigada, ela parte para Siena em busca de respostas, mas tudo o que descobre são alguns papéis velhos: um caderno com diversos esboços de uma única escultura, uma antiga edição de Romeu e Julieta e o velho diário de um famoso pintor italiano, Maestro Ambrogio. 
No diário descortina-se uma história trágica: há mais de 600 anos, dois jovens amantes, Giulietta Tolomei e Romeo Marescotti, morreram vítimas do ódio irreconciliável entre os Tolomei e os Salimbeni. Desde então, uma terrível maldição persegue as duas famílias. "Está vendo? Eu lhe disse - afirmou ele, afastando as pequenas mechas de cabelo que haviam grudado em seu rosto feito espaguete molhado. - Para toda maldição existe uma benção..." 
Em seu romance de estreia, Anne Fortier traça pistas falsas e reviravoltas para criar uma história de amor repleta de enigmas que nos faz percorrer Siena tanto no passado quanto no presente em busca de respostas para a maldição que ameaça a vida de nossa Julie. Uma mulher que nesse percurso encontra suas origens, sua identidade e um sentimento completamente novo para ela: o amor. 
3 - When You Were Mine, de Rebecca Serle - Simon & Schuster Books for Young Readers (2020; 352 páginas)
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Rebecca Serle escreve "When You Were Mine" pela perspectiva da esquecida Rosalina, o objeto passageiro do afeto de Romeu antes dele conhecer sua prima Julieta, no original de Shakespeare. O livro de Serle se passa no sul da Califórnia nos dias de hoje, onde Rob Montag (Romeu) e Rose Caplet (Rosalina) são estudantes de ensino médio e vizinhos por grande parte de suas vidas. Eles são melhores amigos, mas essa amizade está começando a se tornar algo a mais para a felicidade de Rose que sabe que os dois estão destinados a ficar juntos. 
Rose tem esperado por anos que Rob a beije - e quando ele finalmente o faz, é perfeito. Mas, então, Julieta se muda de volta para a cidade. Julieta que costumava ser a melhor amiga de Rose e que agora inexplicavelmente a odeia. Julieta que é linda, vingativa, um pouco doidinha... e que deseja ficar com Rob. E Rob? Rob também se interessa por ela, largando Rose (amizade e qualquer outra coisa) na sarjeta.
"When You Were Mine" é uma história sobre a empolgação do primeiro amor e a devastação que segue a primeira rejeição amorosa. Por ser narrado na voz super adolescente de Rose, o livro pode ser um pouco arrastado e cansativo no início, parecendo ter sido escrito para o espectro mais jovem dos YA. O uso tão intenso desse foco narrativo nos faz ficar com impressões muito superficiais de Rob e Julieta, por exemplo. O que se destaca no livro, no entanto, é como a autora consegue passar com tanta eficácia as várias emoções da personagem principal: esperança, alegria, decepção, raiva, ciúmes, frustração, tristeza, culpa, solidão, desespero, luto, para falar de algumas.  Ainda não foi feita a tradução do livro para o português, mas existe um filme lançado em 2023 no Brasil pelo Disney+ chamado Rosaline que foi (livremente) adaptado deste livro.
 
4 - Julieta Imortal, de Stacey Jay - Editora Novo Conceito (2011, 237 páginas)
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"Houve um tempo em que eu desejava passar a eternidade com Romeu Montecchio. No entanto, deveria saber que devemos ter cuidado com o que desejamos. Eu não tive". Em Julieta Imortal, Stacey Jay traz uma nova acepção para o "amor eterno" em Romeu e Julieta. Nossa heroína não morre por amor, mas sim é morta pela ambição de seu marido Romeu em se tornar imortal. Com o sacrifício da jovem, ele se torna um Mercenário, um ser imortal que habita corpos sem alma e é motivado por único objetivo: corromper almas apaixonadas pelo sacrifício do  amor em busca de imortalidade.  
Em seu leito de morte, motivada pela dor que sentia por causa da traição do amado, Julieta aceita tornar-se uma Embaixadora da Luz: uma alma que procuram proteger o amor verdadeiro das garras gananciosas dos Mercenários. "Duvido que eu seja realmente um Embaixador. Prometi servir a Deus e à luz, mas meu coração está cheio de ódio. Detesto Romeu"
A dor, a mágoa e o sofrimento de Julieta permeiam a narrativa do livro que foca em sua nova missão após de 700 anos de luta a favor do amor: habitar a alma de uma jovem californiana chamada Ariel para salvar as duas almas apaixonadas das mentiras dos Mercenários, isto é, da persuasão de Romeu. No corpo de Ariel, Julieta experimenta emoções que a muito tempo não sentia e passa a travar uma luta que coloca em jogo a salvação de sua própria alma. 
Parte de uma duologia que termina com o livro "Romeu Imortal", lançado em 2012, Stacey  Jay consegue criar de forma maestral um universo completamente novo para uma das histórias mais conhecidas de todos os tempos e que tem como pano de fundo o amor como uma arma de ataque e de defesa. O único porém do livro é sua continuação que infelizmente não consegue manter o nível desse primeiro livro.
5 - Uma história de amor agridoce, de Loan Le - Editora Nacional (2022, 320 páginas)
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Mesmo sendo vizinhos, os estudantes secundaristas Bao Nguyen e Linh Mai se evitaram a maior parte de suas vidas. Além de um breve encontro num templo budista quando os dois eram crianças, eles nunca interagiram entre si, mesmo que nada tenha sido pedido por seus pais. 
Há anos, os Mai e os Nguyens vivem uma rixa gastronômica, por serem donos de restaurantes vietnamitas que competem pelo público da mesma vizinhança e os jovens desconfiam que existem sentimentos mais profundos do que uma mera competição amigável por clientes.
Se Bao tivesse que se descrever, diria que é uma pedra: sólido e seguro, mas nem um pouco interessante a despeito de sua fascinação com palavras estranhas. Suas notas são medianas, seu status social insignificante e até mesmo no restaurante dos pais é visto como o quinto melhor funcionário pelos pais. Se Linh pudesse falar seu sonho, diria que é ser uma grande artista. Infelizmente, seu amor pela pintura vive em conflito com o medo de não atender a expectativa de sua família. Seus pais dependem dela de modos que não estão dispostos a admitir, incluindo obrigando-a a trabalhar quase em tempo integral em seu restaurante.
É num momento de total desespero de Linh com o restaurante de sua família lotado que Bao decide lhe dar uma mãozinha. E, o que deveria ser uma parceria breve tornar-se o início de vários encontros no jornal da escola que os levam a se perguntar porque demoraram tanto tempo para se conhecer. 
Questionamentos sobre identidade e as dificuldades da adolescência são exploradas juntamente com a experiência de ser uma criança imigrante vietnamita refugiada nessa comédia romântica repleta de comida que nos traz amantes fadados pela rixa que surgiu da complicada história de suas famílias. 
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2- Flores /花
Flores /花 IV.       A sensação que não conhecia V.           Um pesar que nunca senti VI.            Está chamando por uma paixão
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4- A sensação que não conhecia
                Mesmo com uma garoa leve, nós fomos andando para aquele lugar. Impressionava-me ter sido convidado, e realmente me alegrava, já que raramente eu seria capaz de convidar. Não sei quem ele era, mas já o tinha notado; Koichi chamava a atenção, e com certeza não era apenas a minha. Parecia alguém interessante, então, por que recusar o convite? O que mais me incomodava era o porquê ele me chamou... Sendo que tinha amigos com ele, e ele preferiu ficar sozinho... Comigo?
                A gente conversa calma, e não deixa o silêncio nos afligir. Eu faço questão de responder e acrescentar sempre que ele pergunta algo.
- É interessante conversar com você, gosto de gente que fala e fala sem medo.
                Eu não deixo atravessar que estou temendo um pouco? Que bom que não. Eu sorrio como se realmente me enquadrasse numa personalidade como aquela. Nós não nos preocupamos em molhar nossos cabelos; eu acredito que Koichi não voltaria para a escola, mas eu ainda me pergunto se deverei voltar.
                Nós vemos o parque um pouquinho longe, e já vejo o quanto é bonito. Bem pertinho, as flores rosa caem das árvores e preenchem o chão, um tanto molhadas. Nunca tinha visto dessas mesmas flores, e nunca mesmo, molhadas.
- São lindas mesmo...
                Ele não se preocupa de sujar suas roupas, então eu não me preocupo também. Nós nos enchemos de perguntas, - acho que eu era grosseiro às vezes-, perguntas que jamais pensei que responderia tão espontâneo, acho que as árvores me deixaram seguro; eu não tive medo daquele menino.
- Você é diferente de qualquer pessoa que já conheci.
- Não gosto de ser diferente.
- É um diferente de especial! Não é ruim, é ótimo. Eu tomei coragem de te chamar até aqui...
- Porque queria me conhecer?                 -É.
                Mesmo que não éramos amigos, poderíamos facilmente nos tornar. Eu abro meu caderno e recito umas frases que havia formado há um tempo, imaginando um cenário parecido com este: “Frente aos olhos teus um mundo azul brilha. Caindo de maneira divina como as flores da Cerejeira caem. O coração da criança convulsivamente brilha. Salta de maravilhada, a emoção de um momento. Em plena chuva de Sakura o vento vinha do Sul”. Eu ri para descontrair: - Você gosta dessas coisas?
- É interessante... E estranho, não entendi nada.
- Tudo bem, é mesmo... - Não me deixa triste, deixa feliz. Não é para entender mesmo, é para soar bonito, então está perfeito! [...] Ele me olha diferente, talvez especial? Eu não sei o que quer dizer, então me abaixo um pouco...
                As flores aqui tão perto fazem me sentir especial; eu as toco as sinto perto. Por um instante eu esqueço de que ele estava aqui. E só de notar, já tinha me dado um beijo no rosto.
5- Um pesar que nunca senti
                Eu fiz isso porque ele merece. Eu faço sempre, e me aproveito disso para poder fazer com ele, também. Eu não entendi nada do que havia dito, mas que soava bonito, soava. Sinto que corei um pouco, mas ele não notaria. Quando me viro para ele, está um pouco corado também, é tão rosa quanto as flores no alto.
- Por que fez isso? É nojento.
- As garotas gostam.                     
- Exatamente.
                O que me deu? Não era isso que era para dizer, mas a verdade é... As garotas gostam, por que ele não? Ele não é... Talvez eu tenha me confundido de alguma forma? Depois de ouvi-lo o caminho inteiro, já tinha certeza de que ele gostaria de qualquer forma de afeto, eu me enganei.
- Não achei que iria te incomodar, não faço mais. - Eu sorrio baixo, porque realmente errei. Não sei o que fazer agora, nem o que dizer... [...]
- É verdade que as garotas gostam, é?
                Que graça. Hanabi é jovem e não entende que é puro jogo de interesses. Eu apenas rio e evito responder qualquer coisa, enquanto ele parece se constranger um pouco.
- Com você é diferente, eu quis te agradar.      
- Diferente de quê?
                Novamente, eu digo coisas sem sentido nenhum. Para me conter, o melhor é ir embora. Hanabi é como uma flor, que todos vêem, mas nem todos enxergam. Uma flor tem que pegar com cuidado, tem que apreciar de longe, e usar para fazer poesia... Não é para todos.
- Eu tenho que ir agora, tudo bem pra você?
- Claro, não tem problema... Ah, Koichi...           
- O quê?
- Você vai falar comigo de novo outro dia?
                Eu irei, com certeza eu irei. Até juntar mais um pouco de coragem e meios de agradá-lo. Eu deveria trazer algum presente... Mas não pode ser nada romântico, ele não quer. Cartas são péssimas também. O que eu sei afinal? Incomodar? Não posso chamá-lo para sair de novo, ele vai achar isso estranho. Eu irei encontrá-lo lá, sempre no mesmo lugar, e ficar pelo mesmo tempo. Eu consigo conquistá-lo em uma semana? Talvez menos, ou talvez mais...
- É que... Foi divertido, você fala alto. - Ele ri da minha cara, e ri alto. Eu rio também. Nós voltamos juntos para não sei onde. O clima nublado vai indo embora, enquanto descemos e nos distanciamos do parque. Aquelas flores continuam nos acompanhando... Meio molhadas.  
 6- Está chamando por uma paixão
                É claro que depois do encontro, eles passaram a se ver mais vezes, e mais vezes, cada vez mais frequente. Koichi deixava seus amigos todos os dias para poder ficar com Hanabi, naquele banco onde batia sol. Eles chegaram a passear outras vezes, e para isso, Hanabi faltava algumas aulas. Não tinha muitos lugares para irem, mas só de estarem juntos, já os deixava felizes.
                Koichi sabia desde o dia no parque, que tinha se apaixonado por Hanabi, e que se esforçaria para ficar do seu lado. Ele também sabia que não podia demonstrar que o que sentia era amor, porque Hanabi era jovem, e não iria querer, mas um dia ele diria, e mesmo se recebesse um “não”, Hanabi não deixaria de ser seu amigo, ele imaginava; Hanabi entenderia, e aceitaria, não o faria sofrer, não o deixaria distante.
                Hanabi foi para casa depois daquele passeio, e pensou sozinho: Podemos ser amigos. Desde então, ele tem se esforçado para ser um bom amigo, talvez mais simpático, e um melhor ouvinte. Hanabi dizia coisas que não concordava, só para receber a aceitação de Koichi, não queria que ele desistisse, que fosse embora, que se cansasse dele, afinal, Koichi foi o único com quem ele conseguiu se abrir, e um dia, certamente diria sobre isso; sobre ser só, e não porque quer ser, mas porque Koichi era o único capaz de fazê-lo se sentir confortável o bastante para se abrir.
                [...]
- Eu ouvi que devemos dizer o que sentimos... Eu tenho algo a dizer.                   -Eu também tenho.
- Você é o único amigo que eu tenho. Eu minto às vezes porque quero que goste de mim.
                Ele não gostou de ouvir, queria que fosse verdadeiro. Pediu uma vez em que isso aconteceu, e ele deu. Foi uma importante vez: “- Não falo sem medo, controlo tudo que digo. Talvez esta seja a primeira vez que assumo.” A admiração pode ter diminuído um pouco, mas não seria o suficiente para pará-lo...
- Não ligo. O que tenho para dizer é mais importante.
                Koichi não sabia o que teria levado Hanabi a dizer, mas por ter dito, o faria dizer. Ele estava pronto para qualquer rejeição, e se esforçaria.
                Hanabi não sabia o que Kochi tinha para dizer, e não achou que fosse realmente mais importante do que tinha dito; Hanabi não sabia sobre Koichi, e Koichi não sabia sobre Hanabi, que tinha ouvido do além que tinha que dizer, porque há um tempo estava deprimido de se ser quem era, e por isso queria pedir ajuda; então, pediu discretamente ao único amigo que tinha.
- Eu gosto de você, Hanabi. Quando digo que você é especial, é porque faz me sentir como nenhum outro amigo faz. Eu te amo, Hanabi. Eu quero estar cada vez mais próximo de você.
                Ele falou firme, porém leve, esperando a reação. Hanabi não teve. Em seguida, ficou ainda mais triste do que estava antes; Hanabi perdeu o único amigo que tinha. Não disse mais, só se levantou e foi, para mais distante. Foi pensando o que queria dizer... E o que quis dizer ao dizer “quero que goste de mim”. É claro que, por dentro, ambos desejavam ficar perto outra vez, e se resolver, para continuarem juntos. Porém, ambos receavam a reação, e por isso, se mantiveram a distancia, cada um por seu caminho.
Seguinte: Frutos de doce amor, por favor. / 果実
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