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#civilização ocidental
antimidia · 2 years
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Nossa República é um fracasso? - Por Harry Pratt Judson (1895) [tradução livre]
Nossa República é um fracasso? – Por Harry Pratt Judson (1895) [tradução livre]
Tradução Livre | Eder Capobianco Publicado originalmente no The American Journal of Sociology, Volume 1, Número 1, em julho de 1895. Um cavalheiro proeminentemente conectado com o serviço diplomático de uma nação européia, disse para mim poucos anos atrás: “Você deve se lembrar que sua república ainda é apenas um experimento. Um século não é nada na história de uma nação. E ainda está para ser…
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yuxvee-a · 1 year
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𓏲 ་ ࣪ ་ quando você passa pelos corredores da academia, todos se atentam aos seus passos, afinal é a grande 𝒀𝑼 𝑿𝑼𝑬❜𝑬, a princesa da 𝐂𝐇𝐈𝐍𝐀, tendo nascido em 𝐗𝐀𝐍𝐆𝐀𝐈, sob o signo de 𝐄𝐒𝐂𝐎𝐑𝐏𝐈𝐀𝐎. está no 𝐎𝐈𝐓𝐀𝐕𝐎 𝐀𝐍𝐎 com a tenra idade de 𝐕𝐈𝐍𝐓𝐄 𝐄 𝐐𝐔𝐀����𝐑𝐎 𝐀𝐍𝐎𝐒. dizem que se parece com 𝐂𝐀𝐑𝐎𝐋𝐈𝐍𝐄 𝐇𝐔, mas são apenas boatos !
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+ : adaptável , vivaz , independente , resiliente , carismática
- : mercurial , egocêntrica , imprevisível , manipuladora , imprudente
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𝐎𝐕𝐄𝐑𝐕𝐈𝐄𝐖 .
𝐒𝐓𝐀𝐓𝐒 𝐏𝐀𝐆𝐄 .
nome completo: yu xue'e \ celine yu ( nome ocidental )
apelidos: yu , yuxu
data de nascimento: 16 de novembro, 1997
local de nascimento: xangai, china
orientação sexual: heterosexual ( pansexual )
relacionamento: noiva do @principe herdeiro da espanha
família: yu xiaowen , yu lixun , yu zhaoxiang , yu jianguo , yu huidi & yu yangjian ( irmãos ) , yu shimin & zheng xiuying ( pais )
animais de estimação: minzhe ( um chow chow preto-azulado ) , meiying ( uma cão de crista chinês albina ) & daoji ( um hanoveriano preto )
educação: oitavo ano na academia preparatória real , genética & moda ( extracurriculares ) , comitê de diversidade ( clube ) & hipismo ( esporte )
idiomas: mandarim ( & xangainês ) , cantonês , inglês , francês & italiano ( fluente ) , alemão, árabe & espanhol ( intermediário )
𝐀𝐄𝐒𝐓𝐇𝐄𝐓𝐈𝐂𝐒: mismatched earrings and shoes, a faint whiff of guerlain spiriteuse double vanille, an overwhelming amount of missed calls and unanswered texts, staring too long at something or someone, the wind  on your face atop a horse’s back, melodic laughs, exchanged whispers at the break of dawn, heart shaped sunglasses holding back wisps of hair, the ache of your title like a wound, walking barefoot through sand, grass, marble and water, fresh honey, the texture of la mer serums on your skin, fig and yogurt cake, feeling the pulse of someone else with your lips, glittery and black clothes, the soft fur of a dog between your fingertips, slightly smudged lipsticks, adrenaline fuelled and filled pastimes, red carnations and white lilies in a vase, the feeling of never being enough as a default.
𝐂𝐇𝐀𝐑𝐀𝐂𝐓𝐄𝐑 𝐏𝐀𝐑𝐀𝐋𝐄𝐋𝐒: serena van der woodsen ( gossip girl ) , elaine parks ( the love witch ) , carla rosón ( elite ) , jackie burkhart ( that '70s show ) , rachel green ( friends ) , daisy buchanam ( the great gatsby ) , marissa cooper ( the o.c ) & clementine ( eternal sunshine of a spotless mind )
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o estado imperial da china é exemplo de prosperidade e integridade tanto para aqueles que admiram a grande huaxia, quanto para opositores que questionam a ascensão vertiginosa da potência asiática. com a retomada do poder pela dinastia ming, da qual a atual família monárquica é sucessora de zhu yuangzhang, a regência celeste dos yu tem no imperador xiaowen o líder político e espiritual supremo, sagrado e inviolável, filho do céu e pai do povo, que aliado a vinte e um ministérios, três comissões, o banco central e ao gabinete de auditoria nacional, governa com triunfo o segundo maior país em extensão do mundo e a maior economia global. berço de incontáveis invenções revolucionárias, ainda é considerada o grande expoente científico e tecnológico mundial, conciliando inovação e modernidade à cultura e tradição, tão abrangentes como as proporções continentais de suas fronteiras. o shenismo, adotado pelos descendentes imperiais, e considerado religião predominante no estado chinês, junto à multitude de crenças, do islã ao cristianismo, são responsáveis por grande parte dos costumes que compõem a exuberante civilização e história sínicas e as colocam como o quarto destino turístico mais popular do mundo. da grande muralha à cidade proibida e praça da paz celestial de pequim, dos arranha-céus de xangai aos guerreiros de terracota e quarteirão muçulmano de xi'an, das montanhas de guilin ao santuário de preservação de pandas de chengdu, do lago das cinco flores em juizhagou aos pilares de arenito e ponte de vidro de zhangjiajie, dos templos de kunming, a cidade eterna da primavera, à floresta de pedra de shilin, de hong kong à macau e taiwan, são mais de quatro mil anos de vivacidade e riquezas que fazem da china o dragão de ouro.
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❝  você não é uma princesa por ser filha de um rei, mas sim por ser irmã do imperador da china, a maior potência do mundo. você nunca precisou se preocupar com a possibilidade de herdar o trono, porque mesmo que as leis de seu país permitissem uma mulher de herdar o trono, você tem seis irmãos mais velhos, todos já com seus filhos. isso lhe deixou a vontade para crescer explorando o mundo e tudo o que tinha a oferecer, mesmo que eles tentassem lhe prender por te considerar… frágil. começou a trocar os dias pelas noites porque as melhores festas duravam a noite toda, por isso sempre fora comum vê-la dormindo pelos cantos, nos lugares mais improváveis. seu irmão mais velho a mandou para a academia na esperança de te ‘endireitar’, de transformar a menina em mulher, mas… longe dos olhos atentos dos familiares, você apenas se rebelou e começou a fazer tudo o que sempre quis fazer. não importa que você não seja capaz de enxergar completamente, afinal as pessoas consideram até charmoso quando está com brincos tropados ou sapatos diferentes. sua visão prejudicada nunca a impediu e jamais a impedirá de nada. apesar de ser considerada uma preguiçosa de notas ruins, você tem sede pela vida. é como se a bebida, o calor humano, o sexo lhe dessem pelo que viver. você adora tudo isso. talvez seja porque sabe que sua doença nos olhos está progredindo e parece não haver cura, talvez porque saiba que existe a possibilidade e acordar algum dia e não enxergar… nada. enquanto isso não acontece, você está disposta a viver o máximo que pode, sufocando a mágoa e a fúria pela doença que ousa ameaçar lhe tirar a visão ❞
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𝐓𝐖: menção de distúrbios psicológicos, menção de pensamentos e ações suicidas & menção de abuso mental e negligência
sete é um número tão auspicioso como agourento na tradição chinesa, e sete lhe é concedido ainda no ventre. a sétima gestação da admirada imperatriz xiuying, você nasce às sete e sete de uma manhã de inverno em novembro de mil novecentos e noventa e sete. o anúncio da sua chegada uma fotografia granulada nos braços do imperador, nos braços de seu pai, suficiente, para a apelidarem carinhosamente de pérola imperial, o brilho dos enormes olhos acastanhados como o das pérolas chocolate e bronze do taiti. o dócil registro dispersado em jornais, narrado nas rádios até os limites continentais que cingem a china, e para além das fronteiras milenares.
em uma jovem infância reluzente você cresce em meio a tensões políticas e ameaças de revoltas republicanas, mas também tem o som da cantiga da sua mãe em seus ouvidos, o deleite de muitos com apenas um vislumbre da sua presença, e o grave das vozes de seus irmãos e os braços tonificados e fortes que a carregam por onde a sua pequena voz demanda com entusiasmo infantil. em um alvoroço de sorrisos treinados, apertos de mão ensaiados e palavras decoradas, você deixa para trás as memórias simples, mas calorosas. princesa é um título que você veste com compostura e elegância forçadas, por sorte não é o seu destino, apenas um complemento.
há um motivo para as suas recordações serem, em sua maioria, de sons e toques. as íris admiradas de nascença não passam de um adereço fútil cravejado nas delicadas feições que a compõem. é o que você escuta com meros cinco anos, e junto a primeira das suas siglas. a mutação fruto dos alelos parentais, omitida nos príncipes da casa real, a contempla e a subjuga. a genética defeituosa te agracia com o diagnóstico de amaurose congênita de leber, insanável e degenerativa. te agracia com a última imagem eternamente inerte nas suas memórias, os olhares de pena que logo se mesclam a expressões amargas e de dessabor em cada um dos membros imperiais. logo a imperfeição se torna indizível pelos corredores do palácio, na privacidade dos aposentos e na serenidade dos jardins e templos. se possível fosse, censurada até mesmo nos pensamentos que estampavam desgosto.
a prisão áurea e existência póstuma que tentam lhe impor são tentativas vãs de conterem o espírito indômito contido detrás das pupilas e retinas desconsoantes que agora te caracterizam. a década de punições emocionais avultam sua independência, os anos de negligência estimulam o desalento. com a condição pairando em seu ombro, oprimindo sua exuberância, penalizando seu futuro, eles demandam que abdique das suas individualidades, da sua ânsia por sentir, por viver. então você se rebela em maneiras que lhe cabem. mas a culpa te consome, o medo irracional dos seus comportamentos levarem ao abandono. você se afasta dos que compartilham seu sangue, fazendo de palavras vis armas bélicas, montando seu arsenal com vícios e impulsividades nocivas. um ciclo maníaco e que se repete com constante autodepreciação e ira, até o estopim.
seus olhos deixam de ser a maior de suas imperfeições quando a segunda sigla que a rege é ressaltada. ela não é louca. é apenas uma princesinha mimada que está buscando atenção magoando todos que a rodeiam. por um tempo você tenta se adaptar, mas dói quando são esforços falhos e você sente a necessidade paradoxal de se ferir com substâncias lícitas e ilícitas e atos sexuais precoces e inseguros, na tentativa de acabar com o que tem dentro e a consome por inteiro, deixando um vazio estrondoso. a apatia permanece a única resposta do antigo imperador e imperatriz, do agora imperador e ministros chineses. até o momento em que com pílulas demais em seu organismo e meia garrafa de moutai, você apropria de um dos luxuosos carros de zhiaoxiang e perambula por xangai. as retinas anômalas não auxiliam na persistência do seu corpo em recobrar a sobriedade, e o impacto do veículo com a infame ponte waibaidu é a única sensação que se recorda além do desespero por ajuda. a tipificação do transtorno de personalidade limítrofe, novamente progênito de sua família, é encarada com desprazer e contínua insensibilidade. assim como o acl, o tpb cai no sigilo da família imperial.
não além dos seus tímpanos é necessário para se recordar das palavras que deixam os lábios de xiaowen, seu irmão, seu imperador, em discussão com os demais ministros yu. como alguém de tamanha beleza e olhar de corsa que transparece inocência é capaz de velar um interior tão maculado e falho? a fala consome suas veias em ira, e você se prepara para irromper no salão imperial, mas ao repassar o confronto nos olhos da sua mente, os físicos se preenchem de água que transborda como o grito preso em sua garganta. você não sabe para onde seus pés a levam, a memória muscular ainda intacta, até seus dedos se encontrarem com grama e então água. doce e frígida, lancinante, mas um bálsamo para as fissuras que aparecem na superfície do seu cerne a cada instante que vive. os latidos de minzhe e choro de meiying quebram o transe. seus dentes batem um contra o outro, os lábios arroxeados, suas roupas e longos cabelos enrijecidos pelo conjunto da água e temperaturas negativas. então a voz de jianguo soa perto demais, as palmas quentes ardendo na pele de seus ombros enquanto ele os chacoalha, esbravejando.
é um consenso. em poucas semanas todas as suas roupas, coleção de perfumes, de óculos com lentes de coração e produtos la mer estão cuidadosamente preparados e reservados em malas e mais malas. as coleiras de min e mei a postos junto com os devidos documentos. seu passaporte com algumas dezenas de carimbos no aperto esmagador de suas mãos enquanto embarca no avião imperial rumo à itália. os fármacos pesam na birkin preta que te acompanha, mas o sorriso em seus lábios é encantador na mesma medida em que os olhos esquecidos brilham em caos. as últimas palavras de xiaowen para você ainda ressoam. comporte-se, xue'e, essa é sua chance de ser a princesa que a china merece. não me desaponte, não desaponte nosso povo. faça jus ao seu nome, à nossa casa. longe do escrutínio diário você finalmente pode ser quem sempre desejou. embora a ideia de enviá-la à academia tenha sido exclusivamente dele, você tateia as oportunidades. não importa que há alguém a espera do outro lado. seu futuro ligado ao dele, seus segredos atrelados aos dele, seus genes possivelmente se misturando ao dele em uma nova vida. você passaria as suas imperfeições? o que diriam de você de onde ele vem? você não pode se apaixonar, se apegar, é apenas mais um dos saltos do destino sob o qual você deve aprender a se equilibrar, mas um que jamais pode combinar com sua peça de roupa preferida, assim como qualquer coisa em sua vida.
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blogdojuanesteves · 4 months
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DERRADEIRO > MARCO ALVES
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Derradeiro (Edição do autor, 2023) do paulista Marco Alves deve ser visto e lido essencialmente como uma poesia visual pois transmite uma mensagem não só através desta linguagem mas também da verbal, associada pelos textos do escritor Diógenes Moura, pernambucano radicado em São Paulo e da curadora paulistana Rosely Nakagawa, que pelo seu conteúdo poético possibilita outros pontos de vista sobre esta mesma obra.
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De acordo com o português Ernesto Manuel Geraldes de Melo e Castro (1932-2020), expoente da poesia concreta portuguesa e teórico da linguagem e das tecnologias de comunicação, a poesia visual aparece de uma forma consistente quatro vezes na história da arte ocidental: durante o período alexandrino, na renascença carolíngia, no período barroco e no século XX. Seguimos aqui nas tintas do barroco que nas imagens de Alves formatam seu estatuto visual com seus tons quentes e chiaroscuros predominantes, em matizes caquis, castanhos e bronzes, sob a introdução de Moura, pinceladas literárias que abrem o caminho para o leitor.
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A poética do visual é um tipo de apresentação em que – extraindo-se certas distinções entre os gêneros textuais e outras formas de arte – o texto, as imagens e os símbolos são dispostos de modo que o elemento visual assume papel preponderante na obra, não dependendo de elementos verbais para ser caracterizado como poesia; entretanto aqui juntam-se harmoniosamente. Considerando o livro como essencialmente visual, em meio a dois códigos linguísticos distintos, tendo a palavra mais que um mero apêndice, a propor uma infinidade de leituras ao leitor e  construindo uma intrincada rede intersemiótica.
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Desde seu início o livro apresenta seu pequeno e específico grupo de personagens: poucas famílias de uma faixa etária mais vivida; ambientes na maioria avessos à tecnologia e às vezes precários em um espaço rural, de auto subsistência que misturam-se com suas atividades econômicas. Mostram-se altivos em expressões resilientes e em seus afazeres, como se o autor fizesse parte da família, o que é bem próximo da realidade, pelos mais de oito anos que Alves já esteve com seus retratados.
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Com seu formato poético, Derradeiro articula em forma de arte o registro da vida rural do interior de Minas Gerais. É, segundo seu autor, resultado de um amplo documentário fotográfico sobre a  permanência de um modo de vida antigo, simples, e ao mesmo tempo repleto de significados culturais. "São pessoas, animais, roupas, moradias, objetos, hábitos, sensações e sentimentos." No entanto, esclarece Alves, não trata apenas das resistência deste modo de vida, mas sim "sobre a acomodação possível de pessoas e comunidades a uma existência viável em que as tradições já se misturam a comportamentos contemporâneos."
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A ideia de uma fotografia essencialmente vernacular, ou seja aquela que busca determinadas comunidades em espaços temporais específicos, foi antecipada já nos anos da Grande Depressão nos estados Unidos, pelos americanos Walker Evans (1903-1975)  e Dorothea Lange (1895-1965) entre outros que trabalharam com a Farm Security Administration (FSA), um organismo governamental criado em 1937. Em 1966 o americano John Szarkowski (1925-2007), curador do Museum of Modern Art ( MoMA) de Nova York entre 1962 e 1991 no seu livro The Photographer’s Eye ( MoMA, 1966), associava a fotografia fine art à fotografia dos registros mais cotidianos, especialmente aquelas que aprofundam-se em certos valores, como a vida e trabalho familiar. Seu argumento era que toda fotografia poderia possuir os méritos ontológicos que ele buscava.
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Para a curadora Rosely Nakagawa que escreve o texto final do livro, "As metáforas presentes nas imagens de Marco Alves nos remetem a alguns símbolos básicos que nos desenharam como civilização, mesclando percursos, agriculturas e culturas: o homem, a fome, o lugar, o sítio, o sol, a noite, o fogo, o mato, o abrigo, o bicho." Elementos não tão distantes - apesar da ausência do registro humano mais explícito e o monocromatismo predominante - de livros anteriores do autor como Opará- Onde nasce o São Francisco ( Ed. do autor, 2013) e Habitants ( Ed.do Autor, 2015), com a ideia do vernacular presente na essência de sua obra mais ampla.
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Em 2000, o historiador de arte e curador australiano Geoffrey Batchen, professor da Oxford University, escreveu o ensaio Seminal Vernacular Photographies, usando o termo "fotografia vernacular" para referir-se ao que, nesta época, costumava ser  excluído da história da fotografia ou seja o registro mais cotidiano e íntimo - e a interação de seus personagens com o próprio meio fotográfico. Embora, possamos ver que, passados mais de 20 anos, o reconhecimento dessa produção vem aumentando e sendo recebido nos nas grandes instituições de arte e em muitas publicações, quando podemos acrescentar uma infinidade de práticas que tratam de um registro étnico e de gênero mais abrangente.
"Um porta-retrato e eis que o olho de vidro, a câmera, anuncia a intimidade do que virá a seguir. Antes, um gato, um quase prenúncio, passeia em frente a uma casa, uma. porta uma janela. Uma cena de cinema. Tudo, nas duas imagens e nas que virão a seguir é derradeiro." escreve Diógenes Moura em sua indefectível sintaxe. Ele explica que esculpida no silêncio, derradeiro é uma palavra que significa o que não é sucedido por nenhuma outra coisa, ou ação, ou sentimento da mesma espécie. O escritor cria um paradoxo à ideia da fotografia, na qual cada imagem é testemunho da perenidade. A senhora produzindo seu queijo caseiro artesanal, provavelmente não será seguida por alguém da família, segundo este. É a tradição que se dissolve com o tempo, e que essa resiliência contemporânea é finita. Embora, na maioria das situações, a fotografia tenha a contradição como um elemento intrínseco. 
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Podemos enxergar as belas imagens de Alves sob a luz da chamada estética do instantâneo, algo que surgiu com uma tendência na fotografia Fine Art no início dos anos 1960. A apresentação de assuntos do dia a dia aparentemente banais e enquadramentos descentralizados, frequentemente apresentados sem ligação aparente de imagem para imagem e, em vez disso, confiando na justaposição e disjunção entre imagens individuais, as quais primorosamente o fotógrafo executa em Derradeiro, ressaltando aqui a construção de uma palette excepcional ao longo da publicação a nos lembrar do barroco de muitos mestres da pintura, em uma espécie de homenagem ao seus retratados aos quais demonstra intimidade e carinho.
Diógenes Moura define poeticamente: "E os segue, dias, noites, meses, anos permanecendo "diante", como testemunha de uma vida cotidiana ainda protegida, em algum canto do país. Enquanto pelo lado de cá os homens insistem em "progredir", com suas garras do pós-tudo, por dentro do livro a resposta do tempo é inexorável: estamos aqui desde sempre repetindo o mesmo de antes, o mesmo depois, o que será eterno." Certamente Derradeiro é um dos pouquíssimos livros de fotografia cujo raro esforço longo e contínuo é visível. As afinidades do autor com o que fotografou é longeva e fiel, quando ainda produziu seus dois primeiros livros acima citados, atravessou uma pandemia e chegou até agora, bem como sua parceria com o escritor na edição de imagens celebrando esta ocasião.
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Uma espécie de guia foi criado por Moura no final da edição onde um texto literário, toma o papel das legendas, legando uma espécie de roteiro afetivo para o leitor, um conjunto de cinco partes com as páginas que dividem o livro no lugar dos tradicionais thumbs dão um ganho extra na extensão do texto principal, menos descritivo e mais poético. Nele é possível sentir a mimetização do fotógrafo em seu ambiente.
Pensando no livro organizado pelo antropólogo cultural americano Andrew Shryock,  Off Stage on Display -Intimacy and ethnography in the age of public culture (Stanford University Press, 2004) a ideia de auto-conhecimento e a consciência dos outros aflora no conjunto produzido por Marco Alves em um recorte que podemos incluir comunidades nacionais inteiras, grupos étnico-raciais, classes socioeconômicas, movimentos religiosos e diásporas globais. Um terreno que pode não ser totalmente transparente e que muitas vezes é um local de intimidade social. As lacunas e barreiras que diferenciam estes contextos de exibição tornam difícil representar, esteticamente e politicamente, apesar do papel essencial que desempenha na criação de uma cultura, coisa que Derradeiro propõe e realiza  com extrema eficiência.
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Imagens © Marco Alves.  Texto © Juan Esteves
Infos Básicas"
Textos: Marco Alves, Rosely Nakagawa, Diógenes Moura
Coordenação editorial: Marco Alves e Diógenes Moura
Curadoria: Diógenes Moura
Projeto gráfico: Ricardo Tilkian
Tratamento de imagens: Marco Alves e Ricardo Tilkian
Impressão: Ipsis Gráfica/ Tiragem de 250 exemplares capa dura, em papel Garda Pat Kiara
O livro será lançado no Festival Foto em Pauta de Tiradentes dia 07 de março ( quinta-feira) , às 19h, na tenda ao lado do Teatro dos Bonecos onde estará a exposição das imagens que abre na quarta-feira dia 6 de março.
Na sexta-feira dia 8 acontece uma conversa com o autor e Diógenes Moura  no teatro, às 16 hs com o tema Cédula de identidade: do homem particular ao homem universal.
Será lançado também em São Paulo, ainda sem data definida.
Para adquirir o livro contatar o autor pelo e mail: [email protected]
Leia mais sobre o livro Habitants de Março Alves  aqui no blog:
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buenoslibrosblog · 4 months
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𝐈𝐦𝐚𝐠𝐞𝐦 𝐞 𝐏𝐨𝐝𝐞𝐫 | ★★★★☆
Cheguei ao fim do livro, publicado em 2011 pela editora da universidade de São Paulo. Sempre foi um ponto de interesse o modo de autoafirmação e organização no modelo expansionista, e o maior dos exemplos fica por conta da civilização de grande relevância na história ocidental, e seu domínio, no qual perdurou por cinco séculos. O autor Paulo Martins fez um belo trabalho de pesquisa, reunindo diversos materiais, possuindo características de uma obra coletiva, no proveito do enriquecimento do conteúdo.
Fica evidente o nível de complexidade na elaboração nesta linha de pesquisa, com foco na proposta do projeto de poder, na representação de Otávio Augusto. O interesse da obra foi atribuída ao mundo romano à época do primeiro principado, na busca da adequação de divulgação em imagens verbais e imagéticas, então é bastante perceptível ao leitor essa inclinação de associações aos eventos-chave na conjuntura social da época, possivelmente seria difícil relacionar apenas informações codificadas através das ruínas.
Fica no modo “hard de leitura”, com sua considerável profundidade, um material rico em detalhes e informações que podem servir de auxílio nesta jornada. Recomendo primeiramente uma imersão aos aspectos gerais do império romano, em algum ponto senti um certo desconforto, e por ser um livro técnico, muito técnico, talvez possa ser algo não muito convidativo; mantendo uma leitura arrastada e quase entediante.
// 𝐈𝐦𝐚𝐠𝐞𝐧𝐬
✹ figura 37. retrato republicano - Metropolitan Museum (MET) | New York, EUA.
✹ figura 48. Augusto com Coroa de Louros.
✹ figura 52. Augusto - La Alcudia | Mallorca, Espanha.
✹ figura 53. Augusto - Museu Arqueológico de Veneza, Itália.
✹ figura 54. Retrato póstumo de Augusto - Museum of Fine Arts | Boston, EUA.
@buenoslibrosblog
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peter1001r · 6 months
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"Quo deus et quo dura uocat Fortuna, sequamor"
"Sigamos por onde um deus e por onde a dura Fortuna me chama!" Que livro fantástico. Depois de muito tempo (uma leitura bem parcelada), consegui terminar a Eneida. Essa tradução que eu ganhei é em prosa e tem algumas notas no final. Minha professora comentou comigo que não é uma tradução direta do latim, mas é uma tradução muito interessante. Vale muito a pena ler uma obra que teve uma relevância gigantesca na construção da chamada civilização ocidental. Acho que é de grande valor conhecer as obras que foram a base da cultura que é tão relevante até hoje, que suscita discussões e adaptações de sucesso até hoje (como alguém pode comentar da grande quantidade de recontagens das histórias da Antiguidade Greco-romana). A linguagem dessa versão é um pouco desafiadora. Foi por isso que fiz pausas ao longo do semestre, por conta do cansaço de outras leituras da graduação. Mas apesar disso, não é uma linguagem que impeça a compreensão.
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gabi-de-a · 9 months
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Ao João (Joaninho)
Que falta imensa você faz.
Nem toda a altura do céu,
Nem o ponto do mar mais profundo,
Nem o peso de tudo no mundo,
Jamais poderiam medir mais.
De todas as escalas que existem,
Do subjetivo ao mais racional,
Em Joules, Quilômetros, Gramas,
O que for mais ao sul, ou Ocidental,
Quantos círculos tiverem no inferno,
Ou o calor da mais ardente chama,
Unidade nenhuma mede a saudade sentida de alguém que tanto se ama.
O amor é, por si, sua própria grandeza,
E muito delicada em ser medida,
Tem seu próprio princípio da incerteza,
Mais curioso que qualquer partícula.
Porque o amor sempre está em algum lugar,
E também em todos ao mesmo tempo.
Por mais grandiosa sua intensidade,
Só o captamos de momento em momento,
E sua complitude intraduzível
Segue movendo o mundo inteiro.
Da mesma forma é, então, a saudade,
O outro lado dessa ilustre moeda,
O coração que por alguém bate
Vive sua vida à espera.
Todo lugar não é suficiente,
Precisava estar aqui ao lado!
Perto o bastante para abraçá-lo,
E te ver sorrindo mais uma vez.
Nunca, em toda a minha vida, quis a Europa tão perto da América.
Civilização nova e velha, por uma curta ponte unidas.
Que a viagem nem durasse um dia,
Só uns minutos, menos que horas,
Que nossa distância fosse só uma porta,
E que ficasse aberta, sem cerimônia.
Queria estar perto, para matar a saudade,
E que, assim, mal doesse ir embora,
Pois já bem logo voltaria
Para ouvir do dia suas histórias.
Por mim, faria a nova Pangeia,
Mas tem que colar Portugal no Brasil!
Coimbra bem ao lado de Cuiabá,
Fazer todo esse espaço sumir.
O povo merece ser feliz,
O Ursalino anseia cantar,
Mas não tem música, batida, ou dança,
Enquanto você não voltar.
Não há socialismo que chegue,
Nem bandeira vermelha a tremular,
Vai sempre faltar um pedaço,
Até a saudade passar.
E essa saudade só passa quando voltarem os seus lindos olhos,
Que olhem, atenciosos, para a história do país.
Seus olhos lindos, que tanto choram,
Tanto amam,
E me encantam,
Ao me lembrarem da sorte de ser vista por ti.
Quero mesmo que volte logo,
O mar já está a subir,
Cheio das lágrimas de saudade,
Até que chegue por aqui.
Eu te amo.
Gabriela de Alencar
Setembro de 2023
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todaysdestination · 10 months
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A Grécia: Um Destino Incrível para Explorar!
A Grécia é um destino que encanta os viajantes com sua combinação única de história rica, lindas paisagens , cultura única e hospitalidade calorosa. Este país mediterrâneo é verdadeiramente um tesouro escondido, e que certamente merece um lugar de destaque aqui no meu blog.
Segue abaixo então, algumas das razões pelas quais a Grécia é um destino incrível para explorar!
1- Herança Histórica e Cultural:
A Grécia é o berço da civilização ocidental e um museu ao ar livre de arquitetura e história. Os mitos e lendas da mitologia grega ganham vida enquanto você conhece os templos, teatros e sítios arqueológicos desse país.
Inclusive, gostaria de aproveitar esse tema e trazer uma curiosidade histórica e reflexiva para esse tópico. Você sabia que na Grécia Antiga, o racismo não era tão presente quanto é nos dias de hoje?
Pois é, na época não existia a ideia de raça. Claro, haviam sim estereótipos étnicos, como por exemplo ‘os gregos são traiçoeiros’, mas até hoje não se tem evidência de ligação entre esses julgamentos com a cor da pele de alguém.
E você, já sabia dessa curiosidade? Deixe sua resposta aqui nos comentários!
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Continuando...
2- Ilhas Pitorescas:
As ilhas gregas são paraísos localizados no mar Egeu. Santorini é famosa por seus pores do sol espetaculares e casas brancas debruçadas sobre penhascos vulcânicos. Mykonos atrai amantes da vida noturna com suas festas animadas, enquanto Creta oferece praias douradas. Cada ilha tem seu próprio charme único, com aldeias, praias deslumbrantes e águas cristalinas que convidam à exploração.
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3- Culinária Maravilhosa:
A gastronomia grega é uma verdadeira maravilha dos deuses. Lá você deve desfrutar de pratos tradicionais como moussaka, souvlaki, tzatziki e saladas gregas preparadas com ingredientes frescos e locais. O azeite de oliva extra virgem, o queijo feta e as especiarias mediterrâneas dão aos pratos gregos um sabor autêntico e delicioso. Um aviso importante aqui, caso você visite a Grécia futuramente, não deixe de experimentar as tavernas locais e os mercados de rua para provar a verdadeira essência de uma comidinha grega.
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4- Hospitalidade Grega:
Os gregos são famosos por sua hospitalidade calorosa e amigável. Este é um lugar onde os estrangeiros são recebidos de braços abertos e onde os moradores locais estão sempre prontos para compartilhar histórias e tradições. Seja em uma conversa amigável com um habitante local ou em um convite para uma festinha de rua!
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Em resumo, a Grécia é um destino incrível que oferece diversas experiências verdadeiramente enriquecedoras. Sua rica herança cultural, paisagens, culinária e espírito acolhedor de seu povo fazem com que este país seja um dos lugares mais amados pelos turistas!
E você, sabia dessas curiosidades? Você gostaria de conhecer a Grécia?
Confesso que esse é um dos meus sonhos de destino! E assim que eu visitar esse país, teremos mais posts sobre ele por aqui!
Por hoje é só viajantes, até o próximo post :D
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ruadireita · 11 months
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FÚRIA DE TITÃS
A civilização ocidental, assim como qualquer outra de que se tem notícia, construiu-se fundamentada em três pilares: religião, língua e alta-cultura. O senso-comum encara o juízo normativo judaico-cristão como oriundo de uma mente invisível controladora e autoritária. Engana-se. Tal juízo nasce da moral individual. O homem já tinha em mente, por exemplo, que não devia matar, roubar ou cobiçar…
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amor-barato · 1 year
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(..) Ele permanecia calado. Estava ainda sentado da mesma forma de antes, com os pés cruzados muito para trás, sob o assento. Inclinava-se para frente em direção à mulher reclinada com o tricórnio de papel. Tinha entre os dedos a lapiseira que pertencia a ela. Com os olhos tão azuis como os de Hans Lorenz Castorp, o jovem fitava a sala que se esvaziara. Os pensionistas haviam-se dispersado. O piano, no canto diagonalmente oposto, não deix ava ouvir senão alguns nos suaves e espaçados, produzidos com uma mão só pelo enfermo de Mannheim, a cujo lado se achava a professora, folheando um tomo de músicas que tinha sobre os joelhos. Quando se interrompeu a conversa entre Hans Castorp e Clawdia Chauchat, o pianista cessou de tocar, deitando no colo também a mão que até então acariciava o teclado. A srta. Englehart prosseguiu estudando as notas. Os quatro únicos remanescentes da festa carnavalesca conservaram-se imóveis. Os silêncio prolongou-se por alguns minutos. Sob o seu peso baixaram-se lenta e cada vez mais profundamente as cabeças do par sentado junto do piano, a do jovem de Mannheim em direção ao piano, e a da srta. Engelhart para o álbum de músicas. Por fim, como se se tivessem posto secretamente de acordo, levantaram-se suavemente, nas pontas dos pés, e evitando lançar um olhar para o outro canto da sala, com a cabeça baixa e os braços rigidamente pendurados, sumiram-se o rapaz de Mannheim e a professora, pela sala de correspondência.
- Todo mundo se retira – disse Madame Chauchat. – Eram os últimos; já é tarde. Bem, a festa de Carnaval acabou. – E ergueu os braços a fim de tirar com as duas mãos o gorro de papel do cabelo arruivado, cuja trança cercava a cabeça qual uma coroa.
– Sabe as consequências, senhor.
Mas Hans Castorp fez que não, com os olhos fechados, sem modificar, de resto, a sua posição.
- Jamais, Clawdia – respondeu. – Jamais eu te trataria por “senhora”, jamais na vida nem na morte, se é que se pode dizer assim; deveria ser possível. Essa forma de se dirigir a uma pessoa, que é aquela do Ocidente culto e da civilização humanitária, me parece fortemente burguêsa e pedante. Para quê, no fundo, a formalidade? A formalidade, é a pedantice ela mesma! Tudo o que tu disseste a respeito da moral, tu e teu compatriota sofrente – tu queres seriamente que isso me surpreenda? Por qual tipo de idiota tu me tomas? O que tu pensas de mim?
- É um sujeito que não dá muito a pensar. Tu és um bom homem conveniente, de boa família, de desejos tênues, discípulo dócil de seus preceptores e que voltará logo às planícies, para esquecer completamente que falou em sonho aqui e para ajudar seu grande país com seu trabalho honesto sobre os canteiros. Eis tua fotografia íntima, feita sem aparelho. Achas que estou certa, sim? - Faltam-lhe alguns detalhes que Behrens teria encontrado
- Ah, os médicos de hoje em dia, se eles soubessem….
- Tu falas como o Senhor Settembrini. E minha febre? De onde ela vem?
- Bem, é um incidente sem consequências graves e que passará rápido.
- Não, Clawdia, tu bem sabes que o que dizes aqui não é verdade, e tu o dizes sem convicção, eu estou certo disso. A febre do meu corpo e os batimentos do meu coração arrasam e fazem tremer os meus membros, é o contrário de um incidente, pois não é outra coisa – e seu rosto pálido, com os lábios trêmulos, inclinou-se ainda mais para o rosto da mulher – senão o meu amor por ti, sim, esse amor que me possuiu no instante em que meus olhos te viram, ou, sobretudo, em que eu reconheci, quando eu te reconheci – e foi ele, evidentemente, que me guiou a esse lugar...
- Que delírio!
- Oh! O amor não é nada se não for um delírio, uma coisa insensata, uma defesa e uma aventura pelo mal. Por outro lado, é uma banalidade agradável, perfeita para que façamos dos nossos planos pequenas canções possíveis. Mas quanto a isso de eu ter te reconhecido e reconhecido em ti meu amor – sim, é verdade, eu já te conhecia, antigamente, tu e teus olhos maravilhosamente oblíquos e tua boca e tua voz, com aquela tua fala – já uma vez, quando eu era estudante, eu te pedi teu lápis, para enfim te conhecer mundanamente, porque eu te amava irracionalmente, e é isso, sem dúvida são meu antigo amor por ti essas manchas que Behrens achou no meu corpo, e que indicam também que estava mal…
Seus dentes batiam. Enquanto ia divagando, retirou um pé de sob o assento rangente. Ao avançar esse pé, tocou o chão com o outro joelho, de maneira que se ajoelhava diante dela, com a cabeça baixa e o corpo todo trêmulo. – Eu te amo – balbuciou – eu te amei todo o tempo, pois tu és o sentido da minha vida, meu sonho, meu destino, meu eterno desejo...
- Vamos, vamos! – disse ela. – Se teus preceptores te vêem...
Mas Hans Castorp sacudiu a cabeça, desolado, com o rosto junto ao tapete, e respondeu:
- Eu não me importaria, eu não me importo com Carducci e a República eloquente e o progresso humano no tempo, pois eu te amo!
Ela acariciou-lhe suavemente com a mão os cabelos aparados da nuca.
- Pequeno burguês! – disse. – Belo burguês de pequena mancha úmida. É verdade que tu me amas tanto?
E arrebatado por esse contato, já sobre ambos os joelhos, com a cabeça deitada para trás e com os olhos fechados, continuou ele a falar:
- Oh, o amor, tu sabes... O corpo, o amor, a morte, esses três não se separam. Pois o corpo é a doença e a volúpia, e é ele que faz a morte, sim, eles são sensuais os dois, o amor e a morte, e seus terrores e sua grande magia! Mas a morte, tu compreendes, é, de um lado, uma coisa difamada, insolente, que nos faz corar e nos envergonha; e por outro lado é uma pulsação muito solene e muito majestosa – maior que a vida risonha de ganhar dinheiro e de encher a barriga – muito mais venerável que o progresso que tagarela pelo tempo – porque ela é a história e a nobreza e a piedade e o eterno e o sagrado que nos faz tirar o chapéu e andar com as pontas dos pés... Mesmo o corpo, ele também, e o amor do corpo, são uma relação indecente e prejudicial, e o corpo de superfície avermelhada e pálida por medo e humilhação de si mesmo. Mas também ele é uma grande glória adorável, imagem miraculosa da vida orgânica, santa maravilha da forma e da beleza, e o amor para ele, para o corpo humano, é mesmo um interesse extremamente humanitário e um poder mais educativo que toda a pedagogia do mundo!... Oh, encantadora beleza orgânica que não se compõe nem de tintura a óleo nem de pedra, mas de matéria viva e corruptível, cheia de segredo febril da vida e da podridão! Vê a simetria maravilhosa do edifício humano, os ombros e as ancas e os seios floridos de uma parte à outra sobre o peito, e as costelas arrumadas por pares, e o umbigo ao meio na moleza do ventre, e o sexo obscuro entre as coxas! Olha as omoplatas se movimentarem sobre a pele brilhante do dorso, e a coluna que desce na direção das nádegas frescas e luxuriantes, e os grandes galhos de vasos e nervos que passam do tronco aos ramos dos pulmões, e como a estrutura dos braços correspondem àquela das pernas. Oh, as doces regiões da junção interior do cotovelo e do joelho com sua abundância de delicadeza orgânica sobre suas almofadas de carne! Que festa imensa acariciar esses lugares deliciosos do corpo humano! Festa para morrer sem se queixar depois! Sim, meu deus, deixa-me sentir o cheiro da pele da articulação, sobre a qual a engenhosa cápsula articula secretamente seu óleo deslizante! Deixa-me tocar devotamente de minha boca a Artéria do fêmur que bate em frente à coxa e que divide mais abaixo as duas artérias da tíbia! Deixa-me sentir a exalação de teus poros e apalpar teus pelos, imagem humana de água e de albumina, destinada à anatomia do túmulo, e deixa-me perecer, os meus lábios nos teus!
Não abriu os olhos, depois de ter terminado de falar.
Permaneceu sem se mover, com a cabeça deitada para trás, estendendo as mãos com a lapiseira de prata, estremecendo e vacilando sobre os joelhos. Ela disse:
- Tu és realmente um galã que sabe implorar de uma maneira profunda, no Alemão!
E lhe pôs na cabeça o gorro de papel.
- Adeus, meu príncipe de Carnaval! Tu terás uma crise de febre essa noite, eu ta predigo.
Com essas palavras, resvalou da cadeira, deslizou pelo tapete, rumo à porta, sob cujo umbral hesitou um instante, meio voltada, levantando um dos braços nus, com a mão a repousar no gonzo. Por cima do ombro disse baixinho:
- Não te esqueças de me devolver meu lápis.
E saiu (...)
Thomas Mann (A Montanha Mágica)
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linyarguilera · 1 year
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Povos Krenaks
Introdução
Os Krenaks são os últimos Botocudos do Leste, vítimas de constantes massacres decretados como “guerras justas” pelo m governo colonial. Hoje vivem numa área reduzida reconquistada com grandes dificuldades nos Estados de São Paulo (SP); Espírito Santo (ES); Minas Gerais  (MG) e parte de Mato Grosso (MT).
  Os indígenas desse grupo tribal receberam a denominação de Krenaks pelos bandeirantes portugueses no século XVIII em decorrência dos adornos utilizados pelos mesmos e do nome do líder tribal.
 Os Krenaks falam um idioma do grupo lingüístico Macro-Jê, também denominada de Borun. A língua já é quase tida com extinta, já que, apenas mulheres com mais de quarenta anos falam o idioma fluentemente, todavia ainda existe a tentativa de educar os curumins para que aprendam o idioma nativo das tribos.
Religião
 Antes da colonização europeia da pátria, os Krenacks eram politeístas animistas, com crenças na reencarnação espiritual, no espírito invisível,  nas forças da natureza, bem como na existência de seis almas, adquirindo a primeira alma aos quatro anos de idade, e por isso também ganhando seus primeiros botoques.
  Os krenaks também foram acusados de antropofagia pelos portugueses, por isso surgiriam guerras entre ambos. A primeira Carta Régea determinava a guerra ofensiva aos Botocus de MG por considerar que os mesmos eram irredutíveis  à civilização e que a guerra defensiva não estava surtindo efeitos desejados para que, a capitania pudesse conquistar a região.
Nele, Krenak fala sobre a luta pelo reconhecimento de terras indígenas em Minas Gerais, a política dos "brancos" para o Brasil, e ataques aos direitos dos índios. Foi assessor especial do Governo de Minas Gerais para assuntos indígenas de 2003 a 2010.
Ailton Krenak, que pertence à tribo crenaque de Minas Gerais, é ambientalista, escritor e líder indígena reconhecido nacional e internacionalmente.
Aos dezessete anos de idade, mudou-se com sua família para o estado do Paraná, onde se alfabetizou e se tornou produtor gráfico e jornalista.
Na década de 1980, passou a dedicar-se exclusivamente ao movimento indígena. Em 1985, fundou a organização não-governamental Núcleo de Cultura Indígena. Através de emenda popular, garantiu sua participação na Assembleia Nacional que elaborou a Constituição Brasileira de 1988. Foi em discurso na tribuna que pintou o rosto com a tradicional tinta preta do jenipapo para protestar contra o retrocesso na luta pelos direitos dos índios brasileiros.
Neste ano ainda, participou da fundação da União dos Povos Indígenas, de alcance nacional.
Em 1989, participou da Aliança dos Povos da Floresta, cujo objetivo era o estabelecimento de reservas naturais na Amazônia onde fosse possível a subsistência econômica através da extração do látex da seringueira e de outros produtos naturais.
Desde 1998, a UPI realiza, na região da Serra do Cipó (MG), o Festival de Dança e Cultura, que integra as tribos indígenas brasileiras que resistiram aos massacres que começaram com a colonização e estendem-se até hoje.
Em 2016, a Universidade Federal de Juiz de Fora concedeu a Krenak o título de Professor Doutor Honoris Causa em reconhecimento às muitas lutas políticas que abraçou. É na UFJF professor de Cultura e História dos Povos Indígenas e Artes e Ofícios dos Saberes Tradicionais.
Foi assessor especial do Governo de Minas Gerais para assuntos indígenas de 2003 a 2010.
Participou das coletâneas Tempo e história e A outra margem do Ocidente.
Bibliografia
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caisdesaudades · 1 year
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Excruciante
No fundo (talvez nem tão fundo) eu sou uma snob. Mas me irrita, irrita de verdade, e me estarrece, que pessoas com dinheiro possam desconhecer tanta coisa, de boa educação, sutileza até mitologia e o básico de história da civilização ocidental (e nem estou falando dos aspectos críticos, só o bê-a-bá). E não vamos nem falar da preferência por Miami. Eu não queria sentir isso, acho feio de verdade,…
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De um lado está a cosmovisão cristã, a base da civilização ocidental. Do outro lado estão cinco visões de mundo: o Islamismo, o Humanismo Secular, o Marxismo, o Humanismo Cósmico e o Pós-modernismo. Embora essas cosmovisões não concordem em todos os detalhes, elas são unânimes em um ponto: sua oposição ao cristianismo bíblico.
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reinato · 1 year
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SAINDO DO AQUÁRIO OCIDENTAL
Abraçar o conceito de diversidade é ousar ultrapassar as cercas que nos colocam na visão unidirecional da 'cultura ocidental' e pensar que só nós criamos algo que chamamos de civilização.
Eis, por exemplo, uma respeitável galeria de cientistas e sábios da cultura árabe-islâmica que são ignorados nas narrativas históricas sobre contribuições relevantes nas ciências e filosofia.
O mesmo se dá com a cultura asiática. Que tal rompermos a 'bolha'? Ampliar nossa visão de mundo?
Leituras Livres
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claudiosuenaga · 1 year
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A descensão ontológica do homem segundo Eric Voegelin
“Apenas homens singularmente bons podem se ofender tão profundamente com o mal”. (Eric Voegelin)
Nascido em Colônia, na Alemanha, em 3 de fevereiro de 1901, e falecido em Stanford, Califórnia, em 19 de janeiro de 1985, Eric Herman Wilhelm Voegelin foi um cientista político teuto-americano e scholar interdisciplinar conhecido por seus estudos sobre o pensamento político moderno e por seus esforços para criar uma filosofia compreensiva do homem, da sociedade e da história.
Obteve seu Ph.D. na Universidade de Viena em 1922, onde lecionou direito entre 1922 e 1938. Quando os nazistas anexaram a Áustria, Voegelin fugiu para a Suíça e em seguida migrou para os Estados Unidos; em 1944 naturalizou-se norte-americano.
Em seu novo país, lecionou na Universidade de Harvard, no Bennington College, em Vermont, na Universidade do Alabama e na Universidade do Estado da Louisiana. De 1958 a 1969 lecionou ciência política na Universidade de Munique, em sua pátria de origem, retornando em seguida para os Estados Unidos e associando-se como pesquisador sênior ao Hoover Institution on War, Revolution and Peace, junto à Universidade de Stanford, na Califórnia.
Voegelin estudou não só instituições políticas, mas também símbolos linguísticos e a natureza da civilização, tanto em textos antigos como em contemporâneos. Ele argumentava que havia uma “linha de símbolos” dentro da história, que é básica para o sucesso da teoria política. Para Voegelin, o modernismo é gnóstico e imbuído de crise.
Entre suas principais obras enumeram-se: Der Autoritäre Staat (1936), A Nova Ciência da Política (1952), Order And history, 5 vols. (1956, 1957, 1957, 1974 e 1987), Science, Politics and Gnosticism (1959), Anamnesis (1966) e From Enlightment to Revolution (1975). De acordo com a American Political Science Review, Voegelin representou para os americanos “um dos mais distintos intérpretes das correntes não liberais do pensamento europeu”.
O padrão recém-descrito certamente caracteriza as sucessivas ondas dos movimentos, mas concretamente é perturbado por alguns outros fatores. O conceito de padrão se ajusta de forma perfeita apenas à primeira onda, a da Reforma. Na segunda onda, que começou com a Revolução Francesa, o padrão se complica com a entrada da Rússia na política mundial. E, na terceira onda, que começou a Revolução Comunista, as fases do padrão são seriamente perturbadas pelas complicações advindas de dentro e de fora da Civilização Ocidental.
De dentro, o problema de uma Alemanha Nacional Socialista embaça os alinhamentos dos campos antagônicos; ainda de dentro, o caráter da aliança muda profundamente com a emergência dos Estados Unidos como potência mundial; e de fora, novamente a elevação da Rússia a uma nova ordem de grandeza complica a simplicidade que o padrão tinha na primeira onda.
As ondas dos movimentos não constituem um affair de história antiga, pois cada uma delas deixou seu sedimento de posições intelectuais e políticas na composição da civilização contemporânea. Num certo sentido, todas estas ondas “coexistem” hoje; suas posições sedimentadas estão vivas e a luta entre os movimentos e os contra movimentos ainda está em curso em nosso tempo.
O que chamamos de embate de opiniões em nossa sociedade “pluralista” é concretamente a guerra dos movimentos que chega até os dias de hoje. O clima moral de hoje, o problema das comunicações em nossa democracia, somente pode ser compreendido se mergulharmos para além da suposição eufemística de um debate racional — conduzido entre inquiridores da verdade com intenções pacíficas — para dentro do sangue e da fedentina da guerra, que já se alonga por quatro séculos e meio, sem um fim à vista.
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Essa imersão é especialmente necessária, se quisermos entender as recomposições das alianças, que em caso contrário seriam confusas — na verdade tão confusas que muito pensador político se arruinou, por não conseguir compreender o jogo que se praticava. Pois, da mesma forma que as ondas dos movimentos se sucedem umas às outras, ex-inimigos tornam-se amigos quando se defrontam com a iminência de um novo perigo comum; e até mesmo o novo inimigo juntar-se-á, no futuro, às fileiras dos poderes estabelecidos, quando surgir a próxima ameaça.
Aqueles que haviam sido inimigos viscerais na Reforma e na Contra-reforma descobriram, por trás de seu Protestantismo e Catolicismo, que tinham em comum uma religião cristã, quando a Revolução Francesa os confrontou com o culto da razão. E, com a ascensão do Comunismo, não só católicos e protestantes conseguiram cooperar em partidos democrata-cristãos, mas até liberais secularistas conseguiram descobrir a base que tinham em comum com os cristãos.
Este padrão de realinhamento, no entanto, sofre das mesmas complicações de que sofre o próprio padrão dos movimentos. Sob a pressão do perigo Nacional Socialista, aqueles que haviam sido inimigos na terceira onda agora reuniram-se numa frente comum sob a égide da política do Front Popular inaugurada por Stalin em 1934 e continuada nos movimentos de Resistência da Segunda Guerra Mundial.
E, na medida em que se rompia essa aliança artificial, com o fim do perigo Nacional Socialista, ela deixava em sua esteira a batalha pela alma de grandes setores das democracias ocidentais, a qual se expressa, especialmente na França e na Itália, pela discrepância entre a filiação estagnante, senão decrescente, ao Partido Comunista, e o vigor do voto comunista.
Estes são fatos objetivos sobre o caráter da opinião nas sociedades democráticas contemporâneas. Não estamos lidando com seres humanos que têm esta ou aquela opinião enquanto indivíduos, mas com cristãos e secularistas; não com cristãos, mas com católicos e protestantes; não com simples liberais seculares, mas com os liberais da livre iniciativa, de velha cepa, e com os liberais modernos de estilo socialista; e assim por diante.
É a esta rica diversificação de opinião socialmente entrincheirada e violentamente estridente que damos o nome de sociedade pluralista. Ela recebeu sua estrutura em função de guerras, e estas guerras continuam acontecendo.
A nobre e bela imagem de uma busca da verdade, em que a humanidade está engajada, com os meios de persuasão pacífica, em dignificada comunicação e correção de opiniões, está em total desacordo com os fatos. E é no meio dessa grave situação, em que as diferenças de opinião causam guerra, em vez de levar a entendimentos de paz, que encontramos o nosso problema da comunicação.
Segundo nos assegura Voegelin, a sociedade existe na e pela comunicação. Ora, se o objetivo principal da política é a vivência democrática, esta, por sua vez, não pode prescindir de uma perspectiva moral, já que não há democracia sem compostura moral. Dessa forma, democracia, comunicação e moralidade são, pois, três conceitos que se co-implicam, formando um tridimensionalismo polar (parafraseando Miguel Reale), o que ressalta a ideia de que uma não pode subsistir sem a outra, apesar de que comumente possam se mostrar em conflito.
A comunicação de caráter substantivo, no sentido da persuasão platônica, preocupa-se com a ordem correta da psique humana. A ordem da alma depende — se pudermos agora usar a terminologia agostiniana — do amor Dei; ela será perturbada quando o amor sui, o amor próprio, prevalecer sobre o amor a Deus.
Já os movimentos de que falei são um fenômeno de importância histórica mundial, no sentido de que eles constituem a revolta da sociedade ocidental contra Deus. Esta revolta expressou-se em três grandes atos simbólicos: (1) na remoção do Papado, enquanto representação da ordem divina, da cena pública do mundo ocidental; (2) no regicídio; e (3) no deicídio.
O afastamento do papado de seu lugar na ordem pública do mundo ocidental é o resultado simbólico da primeira onda de movimentos. Quando foram negociados os tratados de Münster e de Osnabrück, a Cúria não teve acesso à reunião, apesar de constar em sua pauta o importante item da redistribuição e secularização dos principados eclesiásticos.
Os protestos da Cúria nem sequer receberam resposta. Em 1648, o papado desapareceu da cena diplomática da ordem europeia. O anti-papismo, que se tornou patente nesta época, teve consequências significativas sobre a área das comunicações, na medida em que Milton desejava reservar liberdade de imprensa para a opinião protestante na Inglaterra, enquanto Locke explicitamente excluía os católicos de qualquer tolerância no reino inglês. As restrições políticas aos católicos continuaram até o século 19, na Inglaterra; e as restrições sociais continuam até hoje nos países anglo-saxões.
Se, por um lado, a remoção do papado da ordem pública do Ocidente mal foi reconhecida como o primeiro dos grandes atos de revolta, por outro, é bem compreendida a ligação que existiu entre o regicídio e o deicídio como atos simbólicos de revolta contra Deus. Recomendo-lhes que se reportem a um admirável estudo recente sobre o assunto, a L’homme revolté, de Albert Camus.
A execução de Carlos I não foi uma manifestação violenta de republicanismo contra um tirano, mas um ataque contra o “reino divino”, contra o rei enquanto representante da ordem transcendental na comunidade, e sua substituição como fonte de autoridade pela comunidade dos santos no sentido puritano. E quanto ao sentido da comunidade dos santos, de novo encareço-os a pesquisarem a literatura sobre o assunto, especialmente Hooker e Hobbes. A decapitação do rei foi, então, seguida pela decapitação de Deus, no culto da Revolução Francesa, na declaração da morte de Deus na Fenomenologia de Hegel, na substituição de Deus pelo super-homem levada a termo por Marx e Nietzsche.
Os atos simbólicos de revolta não podiam ser tomados sem desculpas, não podiam fazer sentido se não fossem precedidos pelo florescimento de um novo clima intelectual. E os termos de sua justificação tornaram-se os símbolos da linguagem no embate de opiniões em nossa sociedade pluralista. Vou insistir brevemente sobre esta questão, pois a moralidade da comunicação está intimamente ligada à verdade de seus conteúdos.
A moralidade é inseparável da racionalidade do discurso — a racionalidade entendida no sentido substantivo de veracidade. Se a linguagem empregada na comunicação é irracional, a moralidade da própria comunicação fica prejudicada na proporção direta de sua irracionalidade. Desta seara sem fim de problemas, vou abordar apenas o movimento da redução ontológica quanto à fonte aceita de ordem no homem e na sociedade. Por este movimento entende-se a transformação de nossa concepção de sociedade pelo rebaixamento da substância de ordem do logos, na hierarquia ontológica, para o nível das substâncias orgânicas e dos impulsos.
Nas concepções clássicas e cristãs de sociedade entende-se que a substância da ordem consiste na homonoia de seus membros. Os homens são membros da sociedade na medida em que participam do nous, no sentido clássico, ou do logos, no sentido cristão. Esta concepção de ordem social predominava ainda em pleno século 17.
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Foi só então, no Leviatã, que Hobbes eliminou o summum bonum divino da hierarquia do ser; e como a racionalidade da ordem desapareceu juntamente com o summum bonum, ele de forma dramática introduziu o summum malum, o medo da morte, que é uma paixão, como a nova força que injetaria razão na ordem da sociedade. A questão nunca mais foi reafirmada de maneira tão clara quanto o foi por ocasião de seu aparecimento inicial em Hobbes.
No século 18, a nova situação de uma sociedade sem a ordem de um summum bonum divino já é aceita de forma inquestionável; e a busca por sucedâneos ontológicos para a ordem, apenas semiconsciente das implicações do empreendimento, já se encontra em pleno andamento.
As principais fases da busca são bem conhecidas. A era da razão recebeu seu nome, não porque fosse particularmente razoável, mas porque os pensadores do século 18 acreditavam ter encontrado na Razão, com R maiúsculo, o sucedâneo da ordem divina. A construção era instável, porque a razão humana, no sentido imanentista, isto é, a razão sem participação na ratio aeterna, é desprovida de substância ordenante.
Podia-se falar sobre razão e proclamar que certas verdades eram auto evidentes, desde que os conteúdos da ordem ainda encontrassem aceitação social pela força da tradição; mas a questão da validade não podia ser adiada para sempre. No curso das tentativas de encontrar uma base mais sólida para o novo credo imanentista, a razão que havia sido esvaziada de substância foi dotada com o significado de uma racionalidade no sentido pragmático de coordenação adequada de meios e fins.
A redução do significado da razão, no entanto, apenas tornou mais dolorosamente claro o vácuo criado pela abolição do supremo bem como fonte de ordem racional. Onde deveria a cadeia infinita dos meios e fins em ação encontrar seu ancoradouro, se o logos da ordem desaparecera? O utilitarismo parecia ter encontrado uma resposta no auto interesse do homem, que cuidaria que suas ações não lhe fossem prejudiciais, mas úteis.
Mas a concepção de ordem pelo maior bem do maior número, ou pelo equilíbrio do auto interesse esclarecido, ou pelo equilíbrio mais específico alcançado com a busca do lucro econômico, revelou-se destoante frente à desordem e ao sofrimento humano produzidos concretamente nas sociedades que viveram os primórdios da Revolução Industrial.
Como o amor a Deus era tabu, Comte inventou o amor autônomo ao homem, e cunhou para este sentimento recém-descoberto o termo altruísmo. O auto interesse do homem, que agora adquiria a conotação de egoísmo, poderia ser complementado pelo novo altruísmo como uma força estabilizadora da ordem no utilitarismo de um John Stuart Mill.
A tentativa de substituir a razão pelo útil foi seguida por outras etapas de descensão ontológica — como, por exemplo, pelo descenso às forças tecnológicas da produção, em Marx; à estrutura racial dos grupos humanos, em Gobineau e seus seguidores; e, finalmente, aos impulsos biológicos, na psicologia do inconsciente. Assim, a substância da ordem desceu, na escala ontológica, a partir de Deus, resvalando hierarquia abaixo pela razão, a inteligência pragmática, a utilidade, as forças de produção e determinantes raciais, até chegar aos impulsos biológicos.
Este deslizamento da substância da ordem pelos níveis da hierarquia ontológica interessa tanto ao historiador quanto ao filósofo. Pois, do século 18 ao presente, a redução ontológica completou seu curso. O âmbito de possibilidades teóricas para se encontrar sucedâneos ao summum bonum está em princípio esgotado. Esta observação não implica, porém, que novas variações de etapas anteriores da redução estejam impedidas de se desenvolver e encontrar aceitação temporária; também não sugere que reduções anteriores firmemente entrincheiradas perderão em futuro próximo seu poder como credos sociais. No entanto, o fato de a redução ter completado todo seu curso não deve ser tratado como algo sem importância. Para o cientista social, este fato é o indício mais importante de que a “modernidade” esgotou seu ciclo.
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Vou agora extrair algumas conclusões dos tópicos escolhidos e brevemente esboçados. A moralidade é inseparável da racionalidade. A conexão será esclarecida pela definição de consciência dada por Etienne Gilson: A consciência é o ato de julgamento pelo qual aprovamos ou reprovamos nossas ações à luz de princípios morais racionais. Para agir racionalmente, o homem tem que saber quem ele é, em que espécie de mundo ele vive, e qual é sua posição na ordem do ser. Um homem confuso quanto à essência de sua existência é um homem incapaz de ação racional; e se ele é incapaz de ação racional, é também incapaz de ação moral.
Se a “opinião” é caracterizada pelas concepções de natureza humana e de ordem social que surgiram no decurso da redução ontológica, o conhecimento da essência da existência fica seriamente perturbado. E se perturbações desse tipo determinam o clima de opinião — como de fato o fazem, em nossa sociedade “pluralista” — as opiniões comunicadas se tornam irracionais, enquanto os atos de comunicação se tornam moralmente deficientes na proporção de sua irracionalidade.
A comunicação, mesmo que seja substantiva em intenção, será, não formativa, mas deformativa da personalidade, se a concepção de ordem que ela comunica muda um nível da descensão ontológica. Além disso, o tipo de comunicação pragmática que diferenciamos adquire um significado novo e sinistro, nessa situação, na medida em que a comunicação se torna essencialmente pragmática ao se deslocar para o nível da substância substituta. Ela não consegue, de maneira alguma, funcionar como persuasão, no sentido platônico, mas apenas levar a estados mentais de conformismo e a comportamentos de conformidade.
E, finalmente, como a natureza humana, mesmo sob o ataque da comunicação pragmática, continua a ser o que ela é, deve-se esperar que a resistência ao propósito do comunicador venha a se valer dos recursos de uma alma que é essencialmente aberta a Deus. Desde que se tornou essencialmente pragmática, a comunicação não pode mais confiar na persuasividade da razão, que ela decapitou. Para alcançar seu propósito, o comunicador pragmático, por conseguinte, tem que confiar no arsenal de truques psicológicos — suppressio veri e suggestio falsi, repetição, a “grande mentira”, e assim por diante — para criar as dispersões emocionais que irão prevenir seu público de questionar a autenticidade substantiva de sua comunicação. Por essa razão, a comunicação essencialmente pragmática é inevitavelmente levada à intoxicação.
Texto resgatado, reunido e compilado por Cláudio Suenaga.
Cláudio Suenaga é mestre em História pela Universidade Estadual Paulista (Unesp), onde defendeu a primeira dissertação de mestrado sobre o Fenômeno OVNI no Brasil. Colaborador de inúmeras revistas e escritor com cinco livros publicados, milita como jornalista investigativo à caça de civilizações desaparecidas, cidades perdidas, monumentos megalíticos, tecnologia avançada antiga, fenômenos ufológicos, paranormais, milagrosos e sobrenaturais, seitas messiânicas, milenaristas e satânicas, sociedades secretas e todo tipo de teorias conspiratórias e mistérios em geral.
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buenoslibrosblog · 10 months
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O Processo Civilizador - Volume 2: Formação do Estado e Civilização. ★★★★☆
Acredito no potencial dos clássicos, e fico feliz pela experiência de leitura nos dois volumes de “Processo Civilizador”, publicados pela Editora Zahar. Posso assegurar aos admiradores de humanas, é muito satisfatório ler os trabalhos de Norbert Elias. Nesta postagem, sigo tratando do “material” que teve sua publicação original em 1939, uma verdadeira obra prima, digna em ocupar “lugar” ao lado de tantos outros trabalhos realizados pelos “imortais” da sociologia.
No segundo livro de “O Processo Civilizador – Formação do Estado e Civilização”; obtive uma experiência literária densa, foi necessário recorrer ao material de apoio. Não é o tipo de obra sociológica que exige uma breve leitura, o livro contém bastante notas de rodapé, possivelmente farei uma releitura.
O autor organizou uma pesquisa “milimetricamente” nas questões socioeconômicas e seus desencadeamentos nos aspectos socioculturais; deixando evidente no “recorte histórico” uma mudança comportamental mediante poderes territoriais, influências, disputas nas sucessões dos controles em diversas casas de guerreiros localizados na região franca do ocidente e desintegração dos vínculos feudais.
Deixando também evidente distinções nas representações do feudalismo senhorial pós-carolíngio e o principesco, realizou importantes apontamentos na transição histórica, na busca incessante do poder entre “diversas casas”, onde teriam como objetivo o monopólio do vencedor.
Mesmo através das fortes influências dos descendentes dos Capeto, não ocorreu uma concentração definitiva nas regiões “monopolizadas”, sendo determinando apenas como um “próximo passo” (ainda existindo, mesmo de forma reduzida, articulações conspiratórias, consequências de competições) ao caminho de uma monarquia absoluta.
Em todo momento, Norbert Elias utiliza uma linha de pesquisa comparativa entre Alemanha, Inglaterra e França. O leitor perceberá que mesmo no “pós-transição” feudal, o autor menciona magistralmente, ainda em sua composição sociológica os efeitos nas correlações de poderes nas mãos dos burgueses e absorção cultura herdados da sociedade de corte. Recorrendo aos recursos na autonomia da violência e transformação social na formação do Estado-Nação.
Fechando minhas conclusões sobre o livro, vejo que tenho vontade em realizar uma releitura e aprofundamento em outras fontes fontes que trabalham sobre o tema. Não posso dizer que o livro contém um entendimento inalcançável, isso fica de acordo com cada leitor e sua “bagagem de conhecimento”. Tenho vontade de fazer ainda aquisições de três outras obras de Norbert Elias; A Sociedade de Corte, A Sociedade dos Indivíduos e Os Alemães.
@buenoslibrosblog
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TRANSIÇÃO DO PLANETA
Quem assistiu "Revelações Pré-Históricas, do historiador Graham Hancock, deu um passo importante sobre o paradigma da história da da civilização em nosso planeta, que crava na história atual do Ocidente, que a civilização humana começou o seu desenvolvimento depois da última era glacial, a pouco mais de 12 mil anos.
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Hancock, através de anos de pesquisa, consegue provar que outras civilizações existiam espalhadas por todo o planeta, antes desse evento catastrófico. Eram sociedades distantes umas das outras que tinham características semelhantes em sua cultura. Na arquitetura, existem as Pirâmides encontradas em quase todos os continentes, onde a maioria servia como observatório astronômico. O exemplo mais conhecido são os registros encontrados nas construções antigas do Egito, com informações da existência do povo da Atlântida, bem organizados socialmente e avançados no conhecimento da astronomia. Atlântida era um continente antigo, que na época em que ocorreu o esfriamento do planeta, sofreu um colapso geológico, afundando. Praticamente todos pereceram durante o acontecimento, sobrevivendo apenas parte da elite social e seus sacerdotes, que previram com extrema precisão, a data para a ocorrência do cataclisma.
Desconsiderando o que a ciência atual nos informa sobre a era chamada Pré-história, os primeiros hominídios (primatas), chamados de Raça Evita, surgiu, segundo estudos mais recentes, a mais de 27 milhões de anos. Dessa época, até a mais ou menos 540 mil anos atrás, os primatas foram evoluindo em um determinado ritmo, até que um evento cósmico permitiu a transferência de uma humanidade de outra Galáxia, que transitava com o seu planeta chamado Capela. Eram os Adamitas (site: União Divinista - http://www.uniaodivinista.org/linha_e.html).
A Raça Evita, nesse período, foi desenvolvendo suas condições biológicas, nas mesmas condições em que o planeta se desenvolvia, completando ciclos obrigatórios, passando por extinções em massa, até alcançar as condições de receber uma nova humanidade, mais avançada que eles, acompanhados de novos elementos biológicos, fazendo com que a Raça Evita também pudesse se desenvolver mais rapidamente. Essas transições são muito comuns por todo o Universo. mas por que há essas mudanças de um planeta para o outro?
Há 540 mil anos, Capela possuía uma civilização muito mais avançada que a humanidade do nosso planeta naquela época. Eles tinham se desenvolvido e alcançado a mesma condição em que estamos hoje, com um grande conhecimento tecnológico/científico. Porém, boa parte dos adamitas evoluíram muito pouco moralmente falando, nivelados ao atraso na relação social - leiam "Exilados de Capela".
Toda a humanidade da Terra, considerando os encarnados e desencarnados, passou a ser de Evitas e de Adamitas. A partir de então, os novos habitantes começaram a reencarnar nos corpos dos terráqueos, se misturando com os Evitas, trazendo novos conhecimentos e desenvolvendo habilidades ainda inexistentes na humanidade do planeta. Em determinado momento, por volta de 200 mil anos atrás, quando os primeiros agrupamentos sociais já eram formados, os encarnados passam a receber orientações doutrinárias.
Ao todo, foram 12 bíblias entregues, sempre com o objetivo de orientar a humanidade em compreender a existência de um só Deus e que todos devem agir fazendo o bem, com um só objetivo de evoluir. Claro que os informes sempre eram colocados de acordo com as condições que os homens pudessem compreender. A regra espiritual dos altos escalões em nosso orbe, para a entrega dos informes doutrinários para os encarnados, está resumida perfeitamente na frase a seguir:
"vamos dar fubazinhos para pindainhos, quirela para frangotes e grãos inteiros para adultos".
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Outros cataclismos ocorreram durante os 540 mil anos, até o último dilúvio bíblico mencionado no Gêneses, fazendo parte da população encarnada perecer novamente por causa das ações comprometedoras que a sociedade da época insistia em praticar. A humanidade sempre deixou de lado os ensinamentos doutrinários que eram entregues durante os tempos, valorizando mais as facilidades e inclinações ao cometimento de faltas.
Mas o trabalho de auxílio é ininterrupto, então começa a ser realizado um grande trabalho na região do antigo mundo, onde muitos grupos viviam entre Egito e a Mesopotâmia. Nômades dos desertos da África começaram a disseminar a ideia do Deus único e o povo de Abraão, Isaac e Jacó ganha a permissão de viver sob a guarda dos Faraós, vivendo com o seu povo, transformando os judeus em mão de obra da organização social no Egito.
Esse povo quase escravo, continuava a seguir os ensinamentos dos Patriarcas, formaram famílias, cresceram, até que Moisés inicia o grande Êxodo. Naquele momento o futuro povo de Israel recebe a lei de conduta para que os homens pudessem avançar moralmente. Era os "10 Mandamentos da Lei de Deus", a lei que norteou a conduta humana para todos os encarnados, foi planejada para se espalhar por toda a Terra. É a lei que Jesus, o Cristo Planetário até então, mostrou como o povo judeu deveria se comportar. Por isso Jesus é chamado de o Exemplo Divino, não o único filho, como muitos pregam até hoje. E mais uma vez, um grande carma punitivo é definido a se fazer. O povo judeu não compreendeu os registros das escrituras. Herodes manda esquartejam João Batista, o Elias prometido que reencarnaria antes de Jesus para preparar o terreno com o batismo no Rio Jordão e o próprio mestre Jesus, massacrado e humilhado diante de todo o seu povo, a mando dos sacerdotes da época.
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Avisando que o carma punitivo seria materializado, João Evangelista, no fim de sua vida, através da mediunidade, escreve o livro do Apocalipse, profetizando todos os acontecimentos dos próximos 2 mil anos. Alerta sobre o poder da Besta que surgiria em Roma - a cidade dos sete montes, dos cavaleiros, da reencarnação de Elias em tempo certo para restaurar a Doutrina, com a entrega do Evangelho Eterno ou a última bíblia da humanidade, antes dos catacismas punitivos, que reduziria toda a humanidade para 1/3.
São 5 as reencarnações de Elias no último milênio, sendo as duas últimas, para entregar toda a codificação com o nome de Espiritismo e depois completando o seu trabalho, entregando o Evangelho Eterno, livro prometido no Apocalipse, com o nome de Divinismo, na figura do mestre Osvaldo Polidoro, reencarnação ocorrida no Brasil.
Entramos no século XXI agora com a humanidade alcançando o ápice do conhecimento tecnológico, porém, mais uma vez, a degradação, a libertinagem, a imoralidade e a inversão de valores, é propagada por todo o planeta. Quantas guerras já ocorreram pelo mundo todo? Estamos melhor, igual o pior que na época dos Capelinos?
Estamos vivendo o período final do Apocalípce chamado fim dos tempos. Deus é Onisciente e permitiu que esse período chegado fosse profetizado para que cada centelha encarnada se esforçasse o suficiente, para permanecer e continuar evoluindo na Terra. Por todos os lugares, pessoas estão profetizando que os tempos são chegados e astronomicamente, os astros também indicam que o momento de mudanças é agora - vamos lembrar que o planeta não se desloca apenas em volta do sol, a Terra acompanha a translação envolta do sol, mas o sol também está em um ciclo, em volta de uma estrela maior que ele, que da mesma forma está girando em volta do centro de nossa galáxia, s assim por diante. São ciclos e mais ciclos para a evolução da centelha divina e da matéria de todo o plano relativo deste Universo.
Se já matou a charada, entendeu que a conduta moral definirá a separação de quem permanecerá e quem será expulso do planeta. As ações de cada pessoa, tanto no plano material como no plano invisível, produz aspectos determinantes, indicando o nível ou grau em que cada centelha se encontra separando-as, não existe outro critério de medição individual. Ou seja, os critérios emocionais e de justiça terrena, ou de classe social, nada importa, quando falamos de nível espiritual na seleção dos espíritos.
Muitas mudanças físicas também ocorrerão durante o expurgo e a própria ciência tem conhecimento hoje dos acontecimentos possíveis. Além do que está omitido da sociedade, temos previstos mudança dos polos, grandes terremotos, explosões de grandes vulcões. Será mesmo que as pessoas poderosas que dirigem os governos mundiais e que gastam trilhões de dólares observando os astros, faz somente para procurar extraterrestre? Há quanto tempo ouvimos essa mesma baboseira nos telejornais? Com toda a tecnologia, a única coisa que eles conseguiram foi somente algumas ondas de rádio? Temos cientistas 24 horas monitorando a movimentação das placas tectônicas, os vulcões, as explosões solares. Ocorreram quantas catástrofes significativas depois da virada do século? até então, o homem era o único que se destruía em massa, mas nos últimos anos, assistimos mudanças bem estranhas. Nesse exato momento, em pleno verão de janeiro, na capital de São Paulo, estamos com temperaturas de inverno, dormindo com cobertor. Quem pode, já tem o seu bunker construído sob a superfície e na Noruega, temos um famoso depósitos de sementes para estoque. A humanidade tinha a chance de ter seguido as orientações feitas por Jesus, quando reencarnou e depois se comunicou através dos seus discípulos. Era previsto um grande avanço em conhecimento, o que seria menos impactante a transição. Em vez disso, além de assassinar um Cristo Planetário, foi destruindo tudo que existia de conhecimento. Antes mesmo, muito sobre a Terra se perdeu durante o incêndio da biblioteca de Alexandria. O que sobrou, foi capturado e escondido nos porões do Vaticano. Durante séculos, quem dominou o ocidente foram os Romanos, primeiro como Estado e depois como instituição autoproclamada representante de Deus.
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A Terra alcançar o nível vibracional e seguirá seu trânsito na região cósmica em que estamos, até meados do século XXI, previsão também para que ocorram todos os cataclismos. E muitas comunicações mediúnicas já informaram que a seleção da separação já começou, primeiro nos planos invisíveis, expulsando os espíritos que estão na sub-crosta, e depois fará a seleção dos encarnados do planeta. No Brasil por exemplo, percebemos uma separação das pessoas quando falamos de valores morais da nossa sociedade, que segue os conceitos morais judeu/cristã. A questão ideológica dos valores materiais, a anulação da existência de Deus e os seus ensinamentos, escondendo as Verdades Divinas, incentivando a prática das condutas corruptoras, confundi até mesmo os espíritos que vieram para a encarnação ensinar e ajudar aqueles que ainda tinha chances de permanecerem no planeta. Por isso, os pais que ainda são conscientes, tenham mais atenção com os jovens e crianças, que precisam de ajuda nessa fase de formação dos valores em suas mentes. São nesses meios que mais as ideologias se aproveitam.
Deus quer seus filhos agindo como irmãos, um auxiliando o outro, através do cumprimento de Sua Lei. E só! Tudo que leva as pessoas ao sectarismo, não esquecendo das instituições religiosas que se atacam apenas para atender aos interesses materiais e pessoais dos seus líderes, se o encarnado não tiver o devido discernimento de compreender que todos estamos na Terra com o mesmo objetivo, também será levado ao erro. Não adianta ser desse ou daquele grupo se a conduta do irmão não respeitar a Lei.
Para os que ficarem na Terra, os tempos serão novos e melhores, onde a Justiça será mais eficaz. Agradeçam a Deus, pois ter que recomeçar de novo num planeta onde a humanidade ainda é primitiva, levarão apenas as lembranças de que um dia viveram no paraíso. As condições planetárias serão bem piores também.
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