Tumgik
#não posso nem ficar inconsciente por algumas horas
carameloazedo · 1 year
Text
sonhos...PAREM de me trair... PAREM....parem parem
0 notes
brenddamaria · 4 years
Text
Sobre (re)começar a fazer um quadrinho
Meu nome é Brendda Maria e eu faço quadrinhos. 
Comecei aqui, sete anos atrás, com essa tirinha que eu nem lembrava que havia postado.
Tumblr media
Na época, eu tinha muita vontade de fazer quadrinhos e não sabia exatamente por onde começar. Mas eu fui lá e fiz. Fui aprendendo a contar minhas histórias na prática. Errei um bocado. Acertei algumas vezes. Mas sempre tentei colocar um pouco de mim e muito sentimento dentro do que eu faço. 
Minha primeira publicação impressa - Como sobreviver à terra da luz - foi lançada em 2015, em parceria com a Débora. Como eu não tinha tanta segurança, Débora fez os Layouts de página e eu desenhei. O roteiro foi feito em conjunto, somando um monte de coisas que a gente achava engraçado sobre ter uma banda de bruxas góticas com uma combi no prego, travando o trânsito de uma avenida importante de Fortaleza.
Tumblr media
Foi nessa época que eu tomei pra mim que minhas histórias seriam sempre protagonizadas por mulheres e se passariam em Fortaleza - porque eu queria ver e ler histórias que fossem mais próximas de mim e das pessoas que eu conhecia. Ai veio o Silêncio (2015), o Manual de Sobrevivência a Vida Adulta (2016) e, mais recentemente, o Cais do Porto (2019).
Tumblr media
Entre o Manual e o Cais do Porto foram 3 anos sem publicar nenhum impresso. Eu fiz uma tirinha ou outra e esbocei um monte de inseguranças, medos e tristezas, em uma espécie de diário gráfico, enquanto lidava com emprego de 8h que me deixava exausta e várias crises de ansiedade, que mais tarde se tornaram depressão. 
Esse intervalo de 3 anos me fez perceber o quanto eu utilizo os quadrinhos como uma forma de me conectar comigo mesma, com o que eu sinto, gosto e com o quero falar pra mim e pras pessoas. Eu confesso que eu me cobro muito e tenho medo de parecer repetitiva, já que gosto de contar histórias sobre o cotidiano. Então, eu decidi que eu ia estudar roteiro, aperfeiçoar meu desenho fazendo tirinhas pra internet, e que isso ia me ajudar a me preparar pra fazer um quadrinho maior, com uma história mais madura e mais bonita.
No dia 5 de agosto de 2020 eu comecei a publicar o Apartamento 501 no Instagram e no Twitter. No dia 28 de agosto eu parei. Mesmo depois de ter sido publicada pela Conrad (editora que fez parte da minha adolescencia e que publicou Paradise Kiss, no Brasil, meu mangá favorito) e ganhado um HQ Mix de desenhista revelação por conta do Cais do Porto, esse medo não desapareceu.
Produzir quadrinhos não é fácil. Eu me cobro muito pra sempre ser melhor e fazer algo melhor. Tal hora essa cobrança vira gatilho e eu fico travada. Me cobro mais... Travo mais... Ficar nesse ciclo vicioso, que minha terapeuta já deve estar cansada de me ouvir falar, é mais cômodo do que tomar alguma atitude.
Aqui estou eu tentando vencer minhas inseguranças e destravar, dando o primeiro passo. Admitir que sou uma grande medrosa e que muitas vezes eu ajo de maneira inconsciente para reforçar a ideia de que eu não estou preparada para fazer um novo quadrinho é total viver uma síndrome do impostor. Eu mesma coloco um peso de 300 elefantes cor de rosa sobre algo que é prazeroso pra mim. Então decidi que ia recomeçar a fazer quadrinhos, tentando não cobrar de mim produzir várias páginas por semana, enquanto faço freela e trabalho 8h por dia no setor de marketing de um hotel. 
Alô Brendda Maria do futuro, você vai me agradecer por isso. 
Recomeçar o Apartamento 501 tá sendo meu maior desafio. Ando pra todo lado com um caderno, no qual escrevo todas as ideias de diálogo que veem a minha cabeça - ou que escuto de outras pessoas. Nessas horas não é condenável ser uma véia fofoqueia de calçada. 
Tumblr media
Também tô lendo tudo que posso. Já coloquei Solanin, Tools Challenge, Spinning e Laura Dean vive terminando comigo entre meus quadrinhos favoritos. Ler outros quadrinhos têm me feito descobrir alguns elementos gráficos interessantes que podem incrementar minha forma de contar histórias. Só que a minha maior motivação pra destravar, na verdade, foi ver Soul - da Pixar - e me sentir extremamente tocada pela forma como a 22 vê magia e tem prazer de fazer as coisas mais bobinhas do cotidiano. 
Eu também vejo magia no cotidiano... No céu rosa de Fortaleza... Na forma como a gente não vê o tempo passar quando tá conversando com alguém que a gente ama... E quero compartilhar isso com vocês em forma de quadrinhos. 
Desde o comecinho dessa semana eu passei a tirar um tempo pra cuidar do Apartamento 501 e dos outros projetos que compartilharei com vocês, em breve. Pode ser que as coisas fluam de um jeito mais rápido ou mais de vagar do que eu imagino. Mas o que importa é que agora, mesmo com medo, eu tô fazendo. 
No fim das contas, tentar superar o medo serve pra tudo na nossa vida. Tomara que dê bom. Vamo lá time!
8 notes · View notes
oneshots-onedi · 4 years
Text
Harry Styles está de greve! - Part. 02
Tumblr media Tumblr media
Parte I
O verão havia resolvido dar as caras por Londres. O clima quente não ajudava em absolutamente nada com a minha irritação, essa cujo já havia se tornado uma companheira sem escrúpulos e ouvinte de minhas reclamações.
Sim, eu andava tão irritada que esse sentimento poderia facilmente ser humanizado.
Alguns dias se passaram desde que Harry declarou greve a mim. Admito, no começo eu realmente pensei que ele não iria levar isso a sério e iria desistir, mas não, eu estava terrivelmente enganada. Meu marido estava cem por cento determinado a me ver subindo pelas paredes somente por vingança e divertimento sádico.
Eu já havia lhe comprado flores – girassóis, pois eu sei que é o que ele mais gosta –, comprei os melhores chocolates também, juntamente de um jogo para vídeo game que era lançamento e eu sabia que ele iria adorar, mas tudo o que ele fez foi me agradecer com um singelo beijo na bochecha e sair correndo para a sala para jogar aquela merda, me deixando pela milésima vez na semana com cara de tacho.
É óbvio que eu não havia feito tudo isso somente pelo sexo, jamais, eu realmente havia reconhecido meu erro e estava tentando melhorar a cada dia e de forma irredutível, Harry não me deixava passar de carinhos e mimos.
Contudo, durante um desses gelos que ele havia me dado, decidi que não seria nada justo sofrer sozinha enquanto o bonitão se divertia com minhas reações incrédulas. Eu havia passado a usar de algumas provocações que sabia que para ele era muito tentador – modéstia parte.
Era muito comum eu ser pega pelo meu marido andando pela casa somente com uma de suas blusas gigantes sem absolutamente nada por baixo, deixando isso evidente ao pegar qualquer coisa no chão que caiu “sem querer”. Fazia questão de me secar após o banho de forma “desatenta” deixando a porta do banheiro aberta num ângulo estratégico que eu sabia muito bem que ele veria e quase o vi ceder enquanto assistíamos um filme que eu mesma coloquei sabendo da quantidade de cenas de sexo que haveria, mas isso acabou resultando em uma pequena discussão...
Sábado passado. 22h. Londres:
Deitada no sofá com minhas pernas sobre o colo de Harry, eu encarava a televisão totalmente entediada. Não que eu não gostasse de cinquenta tons de cinza, estava bem longe disso na realidade – mesmo que o filme tivesse diversas falhas e coisas sem sentido algum. Porém, em um sábado a noite, tudo o que eu queria estar fazendo era estar montada no rosto de Harry, sentindo sua língua macia deslizando pela minha boceta enquanto eu teria meus dedos segurando seu cabelo gemendo seu nome loucamente e não vendo a Anastasia perder a virgindade com o gostoso do Christian.
Mas claro que essa minha vontade não seria atendida tão facilmente já que meu marido parecia muito entretido no que assistia, talvez nem notando que o carinho que fazia com delicadeza em meu pé estava me deixando cada vez mais acesa.
- Eu não faço amor... eu fodo com força. – A frase já saturada ecoou da tv e mesmo que eu a achasse tosca, no momento ela me pareceu tão apetitosa que senti uma fisgada em meu baixo ventre.
- Tsc. – Harry resmungou, eu sabia que ele também achava aquilo bobo – Idiota.
- Pelo menos ele fode, né? – Resmunguei como uma criança birrenta o alfinetando.
- Mas todo mundo sabe que fazer amor é mais gostoso. – Ele disse óbvio como se aquela conversa fosse costumeira, bom, e de fato era... antes dele me privar de fazer sexo – Devagar é sempre mais gostoso.
Suas palavras foram simplistas, mas a reação em meu corpo foi imediata e eu sabia que isso fazia parte de seu jogo. Eu não era a única a fazer provocações ali, Styles vez ou outra fazia questão de soltar frases como tal, como se elas não tivessem nenhuma importância, quando na verdade ele sabia que eu estava sedenta.
- É, tem gente que não faz nenhum dos dois... – Alfinetei mais uma vez, fingindo desinteresse.
Notei o olhar que ele me lançou de lado, mas o mesmo ignorou minha frase voltando sua atenção ao filme.
As cenas iam se passando e com isso o clima na sala pareceu ter ficado ainda mais quente. Hora ou outra eu me pegava mordendo os lábios de forma inconsciente ou então soltava um suspiro sôfrego quando via Christian investir seu quadril contra o de Ana.
Era impossível não se sentir excitada.
Foi quando fui esfregar minhas pernas para tentar conter aquele tesão reprimido, que meu pé esbarrou num volume característico e ao mesmo tempo eu pude ouvir Harry sofregar baixinho.
Meus olhos caíram sobre sua pessoa e notei que ele mordeu rapidamente seu lábio inferior, talvez se repreendendo mentalmente por ter se auto denunciado.
E então eu sorri minimamente, mas não quis que ele percebesse. Fingi prestar atenção no filme, esse cujo ainda estava nas partes que haviam gemidos e cenas instigantes.
Sorrateiramente, estiquei um pouco mais meu pé, tocando mais uma vez aquele volume que começará a crescer. Sem direcionar meu olhar em sua direção, o remexi como quem não queria nada acabando por acariciar seu pau coberto pela bermuda fina.
Harry soltou um murmuro baixinho, mas não me impediu como eu acreditei que faria, provavelmente acreditando que eu havia feito aquilo sem querer.
Ajeitei um pouco mais meu corpo no sofá, o deixando agora mais deitado de uma forma que meus pés alcancem melhor meu objetivo.
Os atores gemiam na tv, enquanto eu queria estar gemendo para Harry.
Meus dedos rasparam novamente pelo membro, que ainda não estava totalmente duro, mas eu sabia que não iria demorar.
- Uhum. – Harry fez um barulho com a garganta como se estivesse tossindo no mesmo instante que consegui sentir a cabecinha de seu pau.
Ah, ele está sem cueca...
Agora mais atrevida eu movi meu pé para cima e para baixo como se realmente estivesse batendo uma para ele, isso resultou em um gemido baixo de sua parte e sua mão segurou minha panturrilha firmemente.
- O que pensa que está fazendo? – Perguntou semi cerrando seus olhos enquanto os fitava em mim.
- O quê? – Me fiz de desentendida – Estou apenas me arrumando, não posso? – Finjo estar irritada e logo me desvio de sua atenção me segurando para não rir.
O filho da puta queria, mas iria me negar somente por orgulho.
Voltamos então nossa total – ou nem tanto – atenção ao filme. Eu já estava ficando incomodada com a vontade louca de sentir aquele pau metendo fundo em mim, mas eu não poderia simplesmente ir lá e sentar sem o consentimento do dono. Sendo assim me contentei em tentar me aliviar entre algumas esfregadas e outras que eu fazia afim de amenizar aquilo.
- Para com isso! – Ele disse de repente logo após eu tentar mais uma vez conter o meu tesão.
- O que eu fiz agora caralho? – O encarei irritada.
- Para de esbarrar no meu pau, ‘ta doendo! – Ele respondeu no mesmo tom e sua afirmação me faz sorrir.
- Eu posso resolver isso para você. – Eu saio posição que estava ficando rapidamente de joelhos no sofá - Você sabe que eu posso fazer parar de doer, é só você me deixar te chu...
- Eu já te falei que estou de greve. Não vai rolar! – Falou sério me encarando com um semblante fechado.
- Harry, seu pau ‘tá duro! – Meu som sai agudo, denunciando minha incredulidade – Você prefere ficar com seu pau duro do que acabar com essa greve idiota?
- Se eu estou de greve a culpa é sua! – Acusou me deixando ainda mais indignada.
- Essa sua greve já não faz mais sentindo a partir do momento em que você também está louco para foder! – Rebato sua acusação – Olha isso! – Aponto pro seu volume evidente.
- Agora você está preocupada com o meu pau? – Me pergunta utilizando do tom irônico – Até eu começar a greve você não estava nem ai pro coitado que também só queria um pouco de carinho! – Respondeu totalmente emotivo.
- Eu já pedi desculpas. – Respondi manhosa – O que eu tenho que fazer para você me perdoar? – O bico formado em meus lábios fez Harry suspirar e desviar o olhar.
- Aish, eu vou ir dormir. – Disse se levantando fugindo do assunto.
- Hazz... – Chamei ainda manhosa o vendo virar as costas.
- Boa noite, (S/n). – Ele disse me cortando, demonstrando que havia colocado um ponto final naquela discussão, me deixando mais uma vez sozinha, incrédula e molhada...
Naquela noite eu resolvi que dormiria no sofá, mas antes de dormi me senti no direito de me tocar bem do jeito que eu gosto enquanto o nome de Harry saia involuntariamente pelos meus lábios – mesmo que ele não merecesse. Na manhã seguinte eu acordei em nossa cama e eu sabia que o Styles havia me levado até lá enquanto eu dormia, até porque ele odeia quando eu durmo no sofá depois de uma discussão ou algo relacionado.
Assim estávamos seguindo desde então, ele ignorava minhas investidas e eu era obrigada a me satisfazer sozinha. E agora, enquanto dirigia de volta para casa, me questionava até quando Harry Styles iria aguentar estar nessa brincadeira sem fundamentos.
Eu estava cansada, o dia havia sido exaustivo como era de costume e tudo que eu queria fazer ao chegar em casa era relaxar, mas eu sei muito bem que isso será um desafio já que o mais tenho feito naquela casa é me estressar.
O trajeto não dura mais que vinte minutos e por mais que seja curto, eu agradeço por ter ar condicionado em meu carro, caso contrário estaria derretendo nesse final de tarde insuportável, visto que minha roupa social não ajuda em absolutamente nada com o calor.
Sem muita dificuldade, estaciono meu SUV banhado na cor preta ao lado do Ford Mustang vermelho, cujo seu dono estava cada dia mais próximo de me ver explodir em raiva ou tesão. Um dos dois iria acontecer de qualquer maneira.
Pego minha bolsa juntamente de alguns pertences e depois de conferir se o portão da garagem realmente estava fechado, sigo para dentro do meu doce lar.
Já na entrada retiro meus saltos que estavam prestes a me matar e sem muita preocupação largo minha bolsa ali no sofá. Harry odeia quando faço isso, mas seria por um curto tempo que ela ficaria ali, não teria problema.
Acabo juntando minhas sobrancelhas em confusão quando noto o silêncio em que a casa está mergulhada. Pelo horário era para meu marido estar fazendo alguma de suas artimanhas, como pintar seus quadros enquanto ouve músicas no volume máximo ou então estaria tocando violino no quintal situado no fundo da casa. Qualquer coisa que fosse barulhenta o suficiente para que eu o notasse ali.
Talvez ele esteja dormindo, afinal ultimamente ele vêm se esforçando demais por conta de um comitê de organização para uma exposição que terá em Gangnam e isso está o deixando mais cansado que o normal.
É, talvez seja isso.
Com esse pensamento sigo para a cozinha afim de tomar uma água gelada. A porra do calor estava me irritando ao máximo. Pego um copo e saco a garrafa que estava quase trincando devido sua temperatura gélida. Assim que levo o copo até meus lábios, meus tímpanos capitam um som um tanto... familiar.
De início acredito ser apenas impressão minha ou talvez o barulho nem tenha vindo de dentro de casa. Mas quando dou o terceiro gole o barulho volta, fazendo com que eu pare de beber no mesmo instante.
Eu conhecia aquele ruído e conhecia muito bem. Se for o que eu realmente penso ser...
No mesmo instante abandono meu copo ali na pia e guardo a garrafa na geladeira. Provavelmente Harry não notou que eu já cheguei, por isso tento fazer o mínimo de barulho possível enquanto caminho em direção ao corredor que nos leva até nosso quarto.
A cada passo que dou, o som fica mais evidente e quando estou próxima à porta, sinto meu ventre fisgar e sou obrigada a morder meu lábio para que o suspiro excitado não saia por ele.
Harry está gemendo. Sua voz grossa está murmurando coisas desconexas enquanto o som de sua mão batendo uma também ecoa.
Antes mesmo de ver a visão de fato, eu a imagino e no mesmo momento me seguro ao máximo para não me tocar ali.
Assim que chego no quarto a porta está meio aberta, talvez seja porque meu marido não esperasse que eu chegasse um pouco mais cedo ou então ele tenha feito propositalmente. De qualquer forma, a paisagem que tenho faz minhas pernas bambearem e meu meio esquentar.
---------------
Perdão qualquer erro que me passou despercebido
59 notes · View notes
roryw · 4 years
Photo
Tumblr media Tumblr media Tumblr media Tumblr media Tumblr media Tumblr media
POV: i need this to stop
TW: agressão física, agressão psicológica, violência doméstica, pensamentos suicídas, acidente de carro
Era uma noite chuvosa, mas não uma simples chuva, era uma tempestade, daquelas que as pessoas olham pela janela e fazem a piada do mundo vai acabar. Diversos jornais de San Diego diziam que não chovia daquele jeito há anos, era um verdadeiro dilúvio. Enquanto todos estavam em casa se protegendo daquela quantidade imensa de água, Aurora estava nas ruas, dirigindo seu carro mais rápido do que deveria, as cenas do que se haviam passado nas últimas horas ainda passavam em sua cabeça…
1 hora antes
— Aurora Marie, o que raios é isso aqui?  — seu pai entrou em seu quarto com uma cara nada boa, jogando vários panfletos de faculdades de artes em sua cama  — Achei que tinha sido muito claro, você não vai fazer faculdade de artes, nem sobre meu cadáver!
Não era novidade que seus pais não apoiavam sua carreira nas artes, mas ela nunca se importou para o que eles queriam dela e não seria agora que iria
—  Desde quando eu ligo para o que você quer? É o meu futuro e eu farei o que eu quiser com ele. — respondeu no seu tom debochado que sempre dirigia ao seus pais — Já que falou em cadáver porque não aproveita e cai morto para ver as coisas que eu faria sobre ele.
— That’s enough!­ — usou um tom muito mais alto e autoritário que fez Aurora se assustar —  Eu aguentei por demais as suas rebeldias, a sua língua afiada, suas roupas inapropriadas e essas suas atitudes, a partir de hoje se ver você fazendo um rabisco se quer te mandarei para um internato na China!
— Isso! Me manda embora mesmo! Tenho certeza que isso facilitaria muito a sua vida. — levantou-se de sua cama, andando em passos firmes em direção ao seu pai que mantinha a mesma impressão — Você não pode me impedir de fazer qualquer coisa que eu quiser.
— Enquanto você estiver sobe meu telhado e usando o meu dinheiro, posso fazer o que quiser com você e suas coisas.
— Eu não preciso do seu dinheiro, porra! me manda para rua, me expulsa dessa casa, me deserda, I don’t fucking care, não ligo para você nem para o que você quer de mim. — a ruiva podia sentir a raiva dominando seu corpo, sua relação com seu pai nunca fora boa, situações como aquela eram muito recorrentes, mas aquela em específico parecia estar saindo fora do controle
— Já chega! Está na hora de você aprender uma lição. — o mais velho pegou um taco de baseball que ficava de decoração em seu quarto após algum de seus primos ter esquecido ali. Ele seguiu para o outro cômodo ligado ao quarto que foi planejado era para ser um closet mas ela usava como estúdio de artes. Aurora segui-o com medo do que veria a seguir, e assim que entrou no quarto viu seu pai acertar um dos seus estojos de lápis com o taco, o objeto voou contra a parede e o material se espalhou para todo o lado. Antes que ela pudesse dizer qualquer coisa ele golpeou um dos seus quadros em andamento, rasgando a tela com o taco.
— O que está fazendo? Para com isso! — seu tom agora era de desespero, artes era a coisa que ela mais amava, mais a representava e não suportaria ver tudo aquilo perdido. Se aproximou tentando segurar o mais velho mas a única reação dele foi virar e deferir um tapa em seu rosto tão forte a ponto de ela se desequilibrar e cair no chão, levou a mão no rosto assustada e indignada. A próxima vítima foi seu carrinho de tintas, parecia que ela assistia tudo em câmera lenta, os recipientes estourando e as cores se espalhando pelo ar. A esse ponto sua mãe já havia chegado ao quarto para saber o que estava acontecendo, mas ela não parou o marido, apenas assistiu a cena, talvez assustada demais para pará-lo, ou talvez apenas concordando com as atitudes dele. Porém, Aurora não ia desistir de todo seu trabalho, levantou-se determinada a pará-lo, mas ao se aproximar e tentar fazer qualquer movimento, o Whittemore mais velho segurou seu pulso com força, uma força o suficiente para deixar uma marcar e fazer a garota reclamar de dor
— Jesus Christ, Sarah, segura ela. — exclamou para a esposa que prontamente o respondeu, segurando os braços de Aurora, impedindo com a força que podia da filha fazer qualquer movimento contra o marido. Desse jeito então, Rory foi obrigada a assistir todo seu trabalho ser destruído. Seu trabalho que não era apenas isso, era seus sentimentos, seu jeito de expressar, suas memórias e seu futuro, destruído, em milhares e milhares de pedaços — Pai, por favor, para. — suplicou, em meio a lágrimas que ardiam seus olhos e escorriam pelo seu rosto, aquilo doía mais do que ela poderia explicar, era como se alguém estivesse arrancando um pedaço de seu coração. A cena não deve ter durado muito tempo, mas para a garota parecia ter durado uma eternidade, parecia que estava vivendo um loop infinito onde tinha que assistir seu pai acertar cada coisa que ela havia produzido com um taco de baseball. Não só isso, mas também assistiu vários de seus cadernos de desenho serem rasgados, cada pedaço daquele quarto havia sido destruído até que não houvesse mais nada intacto.
Quando toda aquela cena de terror acabou, Aurora estava em choque, as lágrimas já escorriam sozinhas e ela nem tentava se mexer mais, apenas saiu de seu transe quando seu pai andou em sua direção, com a mesma expressão raivosa de antes de tudo aquilo começar — Espero que tenha assistido tudo isso com muita atenção, minha filha, pois eu poderia fazer muito pior com você. — toda aquela tristeza que a garota sentia se transformou em raiva com aquelas palavras, ela não aguentava mais aquele ambiente.
— Eu te odeio. — as três palavras foram pronunciadas carregadas de todo ódio e raiva que ela sentia, e o mais velho, ao ficar mais irritado com aquilo, pegou o taco e ameaçou bater na própria filha. Porém a ruiva já estava tão anestesiada e nem piscou com o movimento, ficando com a expressão de raiva intacta no rosto. Aquilo deixou seu pai com mais raiva ainda, a ponto de segurar a mais nova pelos cabelos e empurrá-la contra a parede, chegando perto para ameaçá-la, mas dessa vez verbalmente.
— E você acha que eu não te odeio? Eu me arrependo do dia em que você nasceu, eu sabia que uma filha melhoraria a minha imagem, mas você… você é uma tormenta Aurora, você é inútil, nunca vai vencer na vida com essa sua atitude arrogante, só não me livro de você pois pegaria mal para mim. — aquelas palavras não a surpreenderam mas não significa que não doeram, principalmente porque ela simplesmente se sentia assim por dentro… um nada. E se nem seu próprio pai poderia amá-la, quem poderia? — Robert… — o Whittemore mais velho começou a sair do cômodo quando a esposa o chamou, ela queria dizer que ele havia passado dos limites, que aquilo não era certo, e por mais que Aurora tivesse seus defeitos ela não merecia aquilo, mas o homem não deu chance alguma para a mulher falar, apenas virou e deu um tapa em seu rosto, talvez até mais forte do que havia dado na filha  — Agora não, Sarah! — disse por fim deixando as duas a sós.
— A gente não precisa viver desse jeito, você sabe disso. — Rory falou virando-se para sua mãe, mas a mulher só a olhou raivosa e saiu dali, deixando-a enfim, sozinha. Olhar em volta era torturante, mas era inevitável e quando sua ficha finalmente caiu, ela desabou a chorar, um daqueles choras que nos faz soluçar e perder o ar, aquilo apenas doía demais para aguentar. Ela não suportava mais ficar ali, vendo aquela cena, sabendo que seu pai estava na mesma casa que ela, então sem saber muito bem o que ia fazer, saiu daquele cômodo passando pelo quarto apenas para pegar as chaves do seu carro, fez o caminho pela casa até a porta da frente, não a importava que estivesse chovendo, que fosse escuro e estivesse tarde, ela só não podia mais ficar ali.
Entrou em seu carro e deu partida, começando a dirigir sem rumo nenhum. As palavras de seu pai ecoavam em sua cabeça, ela se sentia exatamente como ele havia falado, uma inútil, uma pessoa sozinha, que não merecia ser amada, querida, ou qualquer coisa boa que ela sempre sonhou. Não queria se sentir daquele jeito, queria se sentir mais forte que aquilo, mas ela apenas não era, e não sabia lidar com aquilo, então, por um momento, ela desejou não sentir nada, desejou bater o carro e tudo aquilo acabar, talvez realmente existisse um lugar melhor depois de tudo aquilo. Como um karma de seus pensamentos, um gato surgiu no meio da rua, fazendo Aurora se assustar e desviar do animal para que não o atropelasse, porém a chuva não a perdoou e por conta da pista molhada perdeu o controle do carro, que foi de encontro ao poste causando um acidente, por ter batido a cabeça no volante, a garota ficou inconsciente, talvez, tudo aquilo tivesse acabado mesmo.
10 notes · View notes
tmagbr · 4 years
Text
Avisos de conteúdo: irrealidade, morte de membro da família, psicose, fogo, ferimentos (queimaduras), trauma craniano, sacrifício, aracnofobia, suicídio gráfico, gore, insetos.
MAG 008 — CASO 0071304 — “REDUZIDO A CINZAS”
 
ARQUIVISTA
 Depoimento de Ivo Lensik a respeito de suas experiências durante a construção de uma casa em Hilltop Road, Oxford. Depoimento original dado em 13 de março, 2007. Gravação em áudio por Jonathan Sims, Arquivista Chefe do Instituto Magnus, Londres.
Início do depoimento.
 
ARQUIVISTA (DEPOIMENTO)
Faz quase vinte anos que trabalho na construção civil, majoritariamente nos arredores de Oxford. Quando meu pai faleceu em 1996, eu assumi os negócios e me mantive trabalhando firmemente desde então.
Posso fazer quase qualquer serviço para o qual me chamarem, mas minha especialidade são novas construções – encanamento e fiação, especificamente – e meio que ganhei uma reputação de sempre estar disponível em cima da hora, então não é incomum para mim ser chamado no meio de uma obra para trabalhar. Quando eu aceitei o serviço numa casa em Hilltop Road em meados de novembro, nada sobre a situação me pareceu estranho. O cara que fazia a fiação para eles tinha sido convocado para servir de jurado e iriam perder um funcionário por algumas semanas, então me chamaram para substituí-lo. Eu tinha outro trabalho durante o dia, mas minha noiva, Sam, tinha ido a um congresso em Hamburgo por um tempo e estávamos guardando dinheiro para o casamento, então imaginei que poderia dar um jeito durante as noites.
Bem, Hilltop Road é uma rua bem escondida nos arredores da área de Cowley. Não há muitas repúblicas estudantis nela, então, na verdade, é um lugar bem calmo, especialmente depois que todas as crianças que moram ali vão dormir. A construção da casa em si estava no começo ainda, já que disputas pela propriedade deixaram o terreno trancado por anos, então quando eu apareci, estava praticamente vazia. Tinha dois pisos com um loft que seria outro quarto, para combinar com as outras casas da rua. As portas tinham sido instaladas, mas as fechaduras não, e o espaço das janelas ainda permanecia vazio, deixando entrar a brisa fresca. Aquele lado da rua era virado para South Park com cercas demarcando o final de cada jardim. O jardim desta casa em particular estava cheio, principalmente, de materiais de construção e entulho, mas eu me lembro que, estagnada ali, havia uma árvore. Era grande e, obviamente, morta — só para deixar claro que aquilo me assustava para caramba. Parecia produzir sombras estranhas, que eram escuras e nítidas mesmo nos dias mais nublados.
No entanto, não foi a árvore que começou. Não, aquilo aconteceu em minha terceira noite de trabalho. Deveria ser umas oito ou nove da noite, já que tinha anoitecido havia cerca de duas horas. Eu estava trabalhando na fiação do térreo quando ouvi batidas na porta da frente. De primeira, pensei que poderia ser um dos construtores que tinha esquecido algo, mas então percebi que não haviam fechaduras nas portas, qualquer um dos outros saberia disso e só entraria de uma vez. Comecei a me sentir um tanto incomodado quando as batidas voltaram. Ao longo dos anos eu me envolvi em discussões com uns encrenqueiros que queriam causar confusão nos meus canteiros de obras, então peguei um martelo e me aproximei. Fiz o meu melhor para segurá-lo casualmente, como se  já estivesse em uso.
Abri a porta para dar de cara um homem modesto num casaco marrom. Ele era bem novo, branco, talvez na casa dos vinte anos, barbeado e com cabelo castanho desgrenhado. Seu casaco tinha um corte antigo; parecia para mim que ele tinha saído diretamente de uma polaroid antiga. Disse que seu nome era Raymond Fielding e que ele era o proprietário da casa. Enquanto ele falava, senti meu pulso se fechar com mais força no martelo, mas nem faço ideia do porquê. Perguntei se tinha alguma identidade ou documentos e ele entregou o que parecia, até onde eu conseguia dizer, a escritura da casa, assim como o do terreno abaixo dela, e, sem dúvidas, ela listava um homem chamado Raymond Fielding como o dono. Então o deixei entrar.
Desculpei-me pelo vento frio e disse que os vidros seriam instalados nos próximos dias, mas que até lá, o lugar ficaria frio. Ele não respondeu, apenas se dirigiu até a esquadria da janela nos fundos e encarou o jardim. Tentei voltar ao meu trabalho mantendo um olho nesse estranho. Nada nessa situação me soava certo, mas ele não parecia estar fazendo nada suspeito, só parado ali, olhando para o jardim. Então retornei minha concentração à fiação.
Depois de um minuto ou dois, percebi um cheiro desagradável e pungente. Pensei que talvez tivesse feito algo de errado com os fios, mas não, aquilo cheirava como cabelo humano queimado. Olhei para onde Raymond estava, porém ele tinha sumido. No lugar onde ele estava havia apenas um trecho no chão de madeira chamuscada, aparentemente ainda em brasas e emanando aquele fedor horrendo. Corri para pegar o extintor de incêndio de um quarto adjacente. Eu havia saído só por uns segundos, mas quando eu retornei, o cheiro tinha sumido e não havia mais nenhuma fumaça ou fogo, somente a marca de queimado no chão de madeira em frente àquela janela. Ao tocá-la descobri que estava que estava tão fria quanto o resto do chão. Comecei a limpar e percebi que a madeira debaixo dela parecia estar intacta, com só uma camada de fuligem e cinzas. Procurei por Raymond nos arredores, mas se em algum momento ele já esteve ali de verdade, então já havia ido embora. Foi só quando eu terminei de limpar a marca que a estranheza da situação se consolidou em minha mente e eu comecei a entrar em pânico
Eu acho que deveria explicar um pouco do meu medo, pois não era por causa de espíritos ou cheiros fantasmas ou qualquer coisa tipo. Sabe, há um histórico significante de esquizofrenia entre os homens da minha família. Meu pai teve, assim como meu tio-avô e em ambos os casos, levou-os ao suicídio. Não sei muito sobre meu tio-avô, mas presenciei o declínio de meu pai em primeira mão. Começou pouco depois do divórcio com minha mãe, mas parando para pensar, talvez os estágios iniciais foi o que exacerbou os problemas no casamento deles. Sendo assim, ele começou a passar muito tempo trancado em seu estúdio realizando “sua obra”. Eu tinha mais ou menos 24 ou 25 anos na época e ainda morava na casa dele. Eu trabalhava com meu pai fazendo basicamente o mesmo que faço hoje e foi nesse ponto em que eu comecei a tomar a frente dos negócios, já que meu pai começou a priorizar sua “obra” em vez do trabalho de verdade. Acontece que sua “obra” se tratava de fractais. Ele ficou obcecado por eles, parecia gastar todo seu tempo os desenhando, os encarando, medindo os padrões que criavam. Ele poderia falar comigo por horas sobre a matemática por trás deles e que estava prestes a descobrir uma grande verdade. Ele balançaria a matemática às suas fundações assim que descobrisse essa verdade, escondida naqueles padrões cascateantes dos fractais.
Um dia eu voltei para casa e encontrei meu pai encarando algo pelas frestas das persianas aterrorizado. Ele jurava que alguém o estava seguindo, disse-me que estavam planejando interromper seu trabalho. Perguntei se ele sabia quem era, mas ele balançou violentamente a cabeça e disse que eu saberia assim que o visse porque “todos os ossos estavam em suas mãos”. Eu tentei ajudá-lo, é claro, mas ele se recusava a tomar qualquer medicação, dizia que isso interferia com sua obra e que ele não era perigoso, então eu não poderia entregá-lo. Eu sabia que era só uma questão de tempo até que ele se machucasse e tinha certeza de que logo viria o dia em que ele não atenderia as batidas na porta pesada. Eu arrombei a porta para encontrá-lo morto numa piscina de sangue, com cortes profundos ao longo dos pulsos e braços. As paredes estavam cobertas por desenhos de fractais, cada superfície estava lotada deles e aparas de lápis forravam o chão. O inquérito concluiu que a morte foi suicídio, no entanto o médico legista não pôde identificar a ferramenta que foi usada nos cortes em seus braços ou o porquê dele ter uma expressão tamanha de medo no rosto.
Era por isso que o perceptível desaparecimento de Raymond Fielding me preocupava tanto. Eu era mais jovem que meu pai, mas ainda existia a possibilidade dentro de mim. Essa linha de pensamentos era provavelmente o porquê de eu não estar prestando tanta atenção quanto eu deveria em onde eu estava pisando, e então escorreguei na parte molhada do piso que eu tinha acabado de limpar. Caí para frente, batendo forte minha cabeça. Não acho que fiquei inconsciente por mais do que alguns segundos, porque quando levantei estava sangrando de um corte profundo em uma de minhas têmporas. Tentei chegar até meu carro, mas estava tão tonto que só de ficar de pé já era claro que dirigir estava fora de questão. Então chamei uma ambulância. Ela chegou rápido e me levou ao hospital John Radcliffe.
Quando cheguei lá, eles foram bem atenciosos e rapidamente determinaram que eu tive uma concussão severa e seria internado para ficar em observação. Contei ao meu médico tudo sobre meu encontro com Raymond Fielding. No caso de serem sinais de qualquer desenvolvimento de esquizofrenia, eu queria saber o quanto antes. O doutor ouviu cuidadosamente e disse que era improvável, e que seria surpreendente se eu tivesse desenvolvido alucinações tão abruptamente, mas que me manteriam sob observação. Percebi que, enquanto explicava minha experiência, a enfermeira que aferiu minha pressão parecia ouvir atentamente, no entanto, ela saiu antes que eu pudesse perguntar o porquê.
Fiquei no hospital por mais dois dias. Sam quis interromper sua viagem quando soube da concussão, mas eu disse a ela que o perigo real já tinha passado e que eu deveria melhorar até o encerramento do congresso, então fiquei praticamente sozinho nesse meio-tempo. Foi na manhã antes dela retornar que eu vi aquela enfermeira de novo. Tinha recebido as notícias de que todos os testes tiveram bons resultados, então antes de ser liberado, ela veio fazer uma última checagem em mim.
Perguntou-me se eu tinha certeza de que o homem que tinha ido à casa em Hilltop Road tinha chamado a si mesmo de Raymond Fielding. Eu disse que sim e que tinha até visto sua assinatura na escritura do terreno, mas que eu não sabia nada sobre o histórico do lugar. Ela ficou em silêncio e sentou-se. Essa enfermeira era uma mulher mais velha, malaia eu acho, e eu estimaria que por volta dos cinquenta anos, porém não perguntei sobre isso. Ela disse que sua família viveu em Hilltop Road por um bom tempo e ela conhecia o lugar sobre o qual eu estava trabalhando. Nos anos 60, a casa que ficava ali tinha pertencido a um homem chamado Raymond Fielding. Ele era devoto da igreja e usava o lugar como casa de recuperação em nome da diocese local, cuidando de adolescentes fugitivos e jovens com transtornos mentais. A vizinhança aparentemente não gostava disso, visto que os residentes frequentemente se envolviam em problemas e a Hilltop Road tinha começado a ganhar certa reputação por isso. No entanto, ninguém nunca disse uma palavra contra Raymond, quem, até onde todos sabiam, era uma alma tão boa e gentil a ponto de ser quase universalmente amado.
Ninguém tem muita certeza de quando Agnes se mudou para lá, alguns até diziam que ela era a verdadeira filha de Raymond, já que os dois se pareciam um pouco e ela era mais nova do que a maioria das crianças que moravam lá. Ela não deveria ter mais do que onze anos quando apareceu ali e não falava muito mais do que seu próprio nome se perguntada. Todos simplesmente começaram a perceber aquela criança de cabelos castanhos em marias-chiquinhas encarando-os pelas janelas da casa de Raymond. Até onde se pode dizer, isso era tudo que ela fazia: encarar as pessoas pelas janelas. Era incômodo, mas ninguém tinha nenhum problema com aquilo.
Nos anos que se seguiram, as crianças da casa de recuperação pararam de causar problemas na vizinhança de Hilltop Road. Não foi uma mudança óbvia, mas gradualmente as pessoas que viviam ali eram menos vistas cada vez menos. Raymond ainda estava ali e parecia perfeitamente animado. Se qualquer um lhe perguntasse sobre algum residente que não tinha sido visto havia um tempo, ele explicava que essa pessoa tinha se mudado ou achado outro lugar só para ela, e ninguém se importava o suficiente para confirmar as informações. Logo, as únicas pessoas vivendo naquela casa eram Agnes e Raymond. Então Raymond também desapareceu. Agnes devia ter 18 ou 19 nessa época e ainda mal falava. Quando ela era questionada sobre o que aconteceu com Raymond, ela simplesmente respondia que ele tinha ido embora e que agora a casa era dela. As pessoas se preocuparam um pouco com isso e a polícia conduziu uma pequena investigação, mas a casa fora legalmente entregue a Agnes e não havia nenhum sinal de assassinato. Nenhum sinal de Raymond também.
E assim, os anos se passaram e Agnes continuou vivendo naquela casa antiga. Parecia não sair quase nunca, só olhava pelas janelas. As pessoas da Hilltop Road aprenderam que era melhor não manter bichos de estimação, já que eles sumiam com frequência. Então, em 1974, Henry White desapareceu. Ele tinha cinco anos de idade e a busca não resultou em nada. As pessoas sempre fofocavam sobre Agnes, mas então essas fofocas ficaram pesadas. Tão pesadas que quando fumaça foi vista saindo da antiga casa Fielding uma semana depois do desaparecimento do pequeno Henry, ninguém fez nada. Ninguém ligou para brigada de incêndio, nem tentou ajudar. Só assistiram. Agnes não deve ter chamado nenhum tipo de ajuda também, já que quando os caminhões de bombeiro chegaram, não havia nada mais a ser salvo. Durante esse tempo ninguém viu nenhum sinal de vida vindo de dentro da construção. Nada de gritos, nada de movimento, nada além do rugir das chamas. Quando o fogo foi finalmente apagado, foram encontrados restos mortais de humanos, mas não era Agnes e nem Henry White. O único corpo encontrado era o de Raymond Fielding. Tudo o que sobrou foi um esqueleto carbonizado sem a mão direita.
Essa era a história do lugar, como a enfermeira me contou. Uma vez que os destroços foram limpos, o terreno se enroscou em complicações legais relacionadas à sua posse, ficando assim até o ano passado. Ela me pediu para que ninguém mais soubesse que ela havia comentado sobre isso, pois não queria que as pessoas pensassem que ela estava espalhando histórias. Eu disse a ela que me manteria em silêncio e ela foi embora. Não a vi novamente e fui liberado logo em seguida.
Eu descansei em casa por uns dois dias, mas achei a inatividade forçada bem chata e minha cabeça estava boa, então resolvi voltar ao trabalho. De qualquer forma, eu deveria ter evitado retornar a Hilltop Road, mas fiquei ressentido com a forma que aquela casa me fazia sentir. Não acredito em fantasmas, para ser honesto eu ainda não tenho certeza se acredito, e tinha sido assegurado pelo doutor que eu não estava demonstrando nenhum outro sintoma de esquizofrenia, então não havia razão para eu sentir essa apreensão corrosiva. Eu tinha me convencido de que o único jeito de banir essa sensação era voltar e terminar o trabalho que havia começado. Então foi isso que eu fiz, no entanto, tomei o cuidado de só trabalhar durante o dia e tentei evitar ficar sozinho.
Ainda assim, houve momentos em que eu me peguei trabalhando sozinho num quarto ou ouvindo o silêncio cair sobre o prédio. E então, eu sentia aquele cheiro novamente — aquela baforada de cabelo queimado — ou veria com o canto dos olhos um par de marias-chiquinhas desaparecendo numa quina. Com o fim do trabalho se aproximando, ficou mais difícil evitar permanecer ali depois do anoitecer, até que eu perdi completamente a noção do tempo numa tarde e percebi que, não só a noite tinha caído, como também eu era o único no prédio. Quando percebi aquilo, quase imediatamente eu comecei a suar. No início achei que eram meus nervos, até mesmo um ataque de pânico por estar sozinho, mas era o calor — um calor que parecia começar nos meus ossos e irradiar por mim. Tirei meu casaco e chapéu, mas eu fiquei cada vez mais quente, até eu senti como se estivesse cozinhando de dentro para fora. Tentei gritar, mas não conseguia respirar, não conseguia me mover. Eu estava queimando.
Batidas na porta e, de repente, a sensação desapareceu. Eu estava frio novamente, deitado no chão vazio. Tive dificuldades para levantar assim que as batidas vieram novamente. Minha mão tremia quando abri a porta. Naquele momento eu não sabia o que esperar. Seria Raymond de novo? Agnes? Ou alguma outra coisa que anunciaria o fim de minha sanidade? O que eu não esperava era um padre católico. Ele era baixo, um pouco corpulento, cabelo cortado rente e linhas de expressão profundas ao redor da boca. Ele se apresentou a mim como Padre Edwin Burroughs e disse que “Annie” tinha pedido para visitar o local. Eu não conhecia nenhuma Annie, falei isso e ele pareceu meio confuso. Disse que ela trabalhava como enfermeira no Hospital John Radcliffe. Isso dissipou meus medos o suficiente para deixá-lo entrar e perguntei se ele era algum tipo de exorcista. Padre Burroughs sorriu e me contou que sim, era exatamente o que ele era.
Então contei a ele minha história enquanto ele examinava a casa. Ele assentiu enquanto eu repassei o que aconteceu, ocasionalmente perguntando-me sobre o que havia sido dito ou como eu tinha sentido algo. Finalmente, ele pareceu satisfeito e disse que faria o que fosse possível. Ele explicou que exorcismo era, na verdade, só para demônios e que não havia algo que ele pudesse fazer quanto a fantasmas, pelo menos não oficialmente — se fantasmas existem ou não, aparentemente, ainda era uma pergunta decisiva tanto na igreja quanto fora dela —, mas ele continuou com algumas bênçãos e veria se poderia ajudar. Pediu-me para esperar do lado de fora enquanto ele trabalhava, então eu fui em direção ao jardim dos fundos e esperei.
Enquanto eu fiquei parado ali no frio, meus olhos pararam na árvore. Aquela maldita árvore bizarra. Não sei por que, mas naquele momento senti uma raiva enlouquecedora daquela árvore. Peguei um pé-de-cabra que estava caído numa pilha de madeira por perto e, jogando meu braço para trás, girei-o na direção do tronco, enterrando-o com toda minha força de vontade. Senti algo quente e molhado espirrar de onde eu tinha atingido. Seiva? Não, não parecia seiva. Liguei minha lanterna e vi sangue fluindo da árvore machucada. Escorria pelo pé-de-cabra e pingava no solo, criando riachos. Ao alcançar as raízes, eu vi algo mais com a luz de minha lanterna: se curvando para cima desde a base da árvore havia marcas escuras e antigas de queimado.
Naquele momento, fiz minha decisão. Foi fácil, como se destruir essa árvore fosse a única coisa a ser feita, o único caminho a ser seguido. Encontrei uma corrente longa entre os materiais de construção no jardim e a enrolei no tronco ainda sangrento, então prendi as pontas em meu carro. Levou menos de um minuto para ela vir abaixo, e então não havia mais sangue. Com a árvore caída de lado, desenraizada e impotente, encarei o buraco onde ela ficava e percebi algo caído ali na terra.
Descendo ali, peguei o que aparentava ser uma pequena caixa de madeira de aproximadamente seis polegadas quadradas com um padrão intrincado esculpido no exterior. Era coberta por linhas gravadas, se deformando e se entrelaçando juntas, fazendo difícil desviar o olhar. Eu abri a caixa e ali dentro havia uma única maçã verde. Parecia fresca, brilhante, com uma camada de condensação como se tivesse sido acabado de ser colhida numa manhã fria de primavera. Peguei-a. Eu não ia comê-la, não sou tão estúpido, porém mais do que árvores sangrando ou queimaduras fantasmas, aquilo deixou confuso. Ao ser retirada da caixa, ela começou a mudar. A casca ficou marrom e machucada e começou a secar na minha mão. Então se partiu. E de dentro vieram aranhas, dezenas, centenas de aranhas em erupção dessa maçã que apodrecia em frente aos meus olhos. Eu gritei e a derrubei antes que qualquer uma delas alcançasse meu braço. A maçã caiu no chão e explodiu numa nuvem de poeira. Afastei-me e esperei até ter certeza de que todas as aranhas tinham saído antes de devolver a caixa. Esmaguei-a com o pé-de-cabra e joguei seus restos numa caçamba de lixo.
O Padre Burroughs voltou pouco tempo depois. Contou-me que tinha terminado suas orações e que esperava que isso fosse de alguma ajuda. Se ele percebeu a árvore caída, não fez nenhuma pergunta sobre, em vez disso, ele só me entregou seu cartão de visitas e disse-me para entrar em contato caso houvesse qualquer problema futuro. A casa não me pareceu diferente, mas não havia cheiro de cabelo queimado, nem calor, nem fantasma, ou qualquer estranheza que eu pudesse ver. Trabalhei naquela casa por mais uma semana e, não sei se foram as orações do padre ou o desenraizamento da árvore, mas não encontrei mais nada fora do comum durante meu período ali. Depois disso, minha parte no trabalho tinha terminado e não voltei a Hilltop Road desde então.
ARQUIVISTA
Fim do depoimento.
Ah, trauma craniano e esquizofrenia latente, os melhores amigos dos fantasmas. Além da indulgência excessiva em drogas psicoativas, parece para mim que simplesmente não há forma melhor de fazer contato com o mundo espiritual. Ainda assim, brincadeiras à parte, a história da Hilltop Road nº 105 merece investigação. E, enquanto eu acredito no testemunho do Sr. Lensik acerca de suas próprias experiências tanto quanto acredito em árvores sangrentas, há uma nota mencionando que o Padre Edwin Burroughs escreveu sua própria versão desses eventos no depoimento 02118011. Enquanto eu ainda tenho que localizar esse arquivo em particular no caos passado pelos arquivos de Gertrude Robinson, a sugestão de que haja corroboração externa oferece um potencial crédito ao conto feroz do Sr. Lensik. Nenhum outro trabalhador no canteiro de obras do prédio na época reportou qualquer perturbação como as reportadas pelo Sr. Lensik.
Martin não pôde encontrar a data original em que a casa foi construída, mas os registros mais antigos que ele achou informam que ela foi comparada por Walter Fielding em 1891. Foi herdada por seu filho, Alfred Fielding, em 1923, e depois por seu neto, Raymond Fielding, em 1957. Não há registro de que tenha sido usada como casa de recuperação, certamente não conectada com a diocese católica local. Apesar da Igreja da Inglaterra manter registros da área, as quais Sasha obteve acesso, infelizmente estavam incompletos. Os residentes mais antigos de Hilltop Road confirmam o depoimento da enfermeira, Anna Kasuma, conforme relatado aqui.
Tim conseguiu organizar uma entrevista com a Sra. Kasuma, mas aparentemente não conseguiu prover mais nenhuma informação além do que ela já havia contado ao Sr. Lensik. No entanto, ela admitiu que pediu para o Padre Burroughs dar uma olhada na casa já que ela estava preocupada  e que já tinha o visto performar um exorcismo. Não há nenhuma evidência material do que aconteceu na casa, nenhum novo relato ou similar em relação ao incêndio. Mas um residente conseguiu uma foto da casa em chamas.
O obituário de Raymond Fielding brevemente reporta sua morte como resultante do incêndio e louva seu trabalho com jovens problemáticos, mas não oferece muitos detalhes sobre ambos. Agnes continua sendo um mistério por não conseguirmos encontrar nenhuma prova definitiva sequer de sua existência. Exceto… Não podemos provar nenhuma conexão, mas Martin resgatou um relatório sobre Agnes Montague, encontrada morta em seu apartamento em Sheffield na noite de 23 de novembro de 2006, mesmo dia em que o Sr. Lensik afirma ter derrubado a árvore. Ela se enforcou. Sua idade era 26 anos, coisa que não confere de jeito nenhum. Porém amarrada com uma corrente em sua cintura, havia uma mão humana decepada, uma mão direita. Seu dono nunca foi identificado, mas o médico legista aparentemente ficou perplexo, já que o decaimento do tecido parecia indicar que o dono original da mão deve ter morrido quase na mesma hora que Agnes.
Duas famílias moraram na casa desde esse depoimento, mas não houve manifestações adicionais reportadas em Hilltop Road.
Fim da gravação.
8 notes · View notes
boredandanxious · 4 years
Text
Minha última carta/texto
Não esperava que fosse assim: essa carta e o amor que um dia chamamos de nosso. Achei que seria especial, quiçá escutando uma música que antes me lembrava você, tomando um vinho na madrugada, a luz apagada e sem distratores. Mas a vida é dessas, pega a gente no pulo. Ela sempre me pegou no pulo.
Não vou negar que ainda penso em você. Mas nego que choro quando sua voz surge, nego que meu corpo treme quando vejo sua foto, nego que minhas mãos suam quando preciso passar perto da sua casa, nego que peço a Deus para você ser feliz, nego que comparo você a outras mulheres a procura de qualquer mínima semelhança. Um dia - e por um bom tempo - eu fiz tudo isso e muitas outras coisas que você nem imagina. Mas a vida andou me socando demais para me fazer perceber em como TUDO está errado. Tentei te apagar da minha vida trocando os móveis do quarto, colocando todos os objetos que você já tocou numa sacola, te bloqueando, excluindo seu número, conhecendo mulheres, aprendendo o amor próprio, ficando bêbada, ficando chapada. Só faltou a astróloga que me cobrou 300,00 para fazer o trabalho.
Achava que só iria conseguir seguir meu caminho no dia que eu acordasse sem pensar em você e mais do que isso: só seria feliz quando não sonhasse inconscientemente que ainda namoramos. Foram quatro meses de aprendizado, de frases clichês, de choros sufocantes que me faziam ter vontade de morrer e eu perdia toda minha força, de crises de ansiedades incontroláveis, de rezas para Deus trazer você de volta, de medo de sair de casa e encontrar você, de me culpar por todas suas escolhas, de sentir que não seria o suficiente para mim, de lidar com a minha insegurança e medo de seguir em frente.
Esses dias uma mulher que ando conhecendo me disse que o instagram da luna visualizou os stories dela. Não preciso continuar falando disso porque você já entendeu. Eu tenho pena de você, me desculpa mas essa é a verdade. Você tomou a decisão. Você fez suas escolhas. Arque com elas! Acha que não tenho vontade de saber se você está bem, de ver como anda seu novo visual, quais são seus novos gostos, seus novos planos para o futuro, como vai a faculdade, que músicas novas não para de escutar, que nova série você está viciada, qual roupa nova você tem usado, se tem pintado unha e cuidado da pele, se está feliz com sua vida, se está gostando da aula de violão, qual será sua próxima tatuagem e se a que fez doeu ou se você foi forte e pensou que eu podia estar lá com você como da vez do piercing. Eu tenho muita vontade. Mas não faço isso porque me machuca. Porque eu não preciso me preocupar com uma pessoa que disse que não me amava mais, que eu e o namoro que eu gostava pra caralho ela usava para tampar buraco. Eu não mereço saber de você. Apesar de ter vontade, eu não quero saber de nada que tenha você. Sabe o que é mais foda? Tem só uma situação que me faz querer saber de você. Toda vez que recebo uma mensagem com o escrito “Mariju” da nossa única amiga em comum eu tremo por achar que ela vem me contar que você se envolveu em um acidente e está no hospital ou morreu. Não sei explicar, mas é essa a sensação de medo e pavor que tenho nesses momentos.
Decidi fazer essa carta em um rolê que dei no final de semana. Eu e mais três amigos deitamos em um colchão de solteiro no chão, nos abraçamos e começamos a ouvir músicas tristes que nos lembram pessoas. Foi ótima a cena, quatro viados se agarrando e chorando por pessoas que nem se importam com a gente. Eu chorei de tristeza, mas você não foi o motivo. Ali percebi que eu podia sim ficar mal por tudo que passei, mas que já não chorava por você e que eu já não identificava você nas letras das músicas.
Apesar de saber a muito tempo que preciso deixar você ir, que você já partiu, que você já está com outra, que você não me quer, que nós somos passado; foi só por esses dias que aprendi a aceitar e a não lutar contra. Acreditava que lutar contra essas fatos era minha maior prova de amor a você. Na verdade foi a maior prova de desamor por mim. Aprendi que não preciso te apagar da minha vida como antes queria. Pra você o namoro pode ter sido qualquer coisa, mas o que interessa é que eu gostei e eu fui feliz. Está tudo bem ter um carinho pelo que eu vivi. Aprendi que tá tudo bem ter esses sonhos com você onde estamos vivendo uma vida normal e feliz. É meu subconsciente indo atrás dos momentos felizes que já passei e está querendo se agarrar a eles. Preciso deixar meu corpo de acostumar, deixar de ficar tensa, que uma hora isso vai passar. Aprendi que está tudo bem ter medo, tudo bem eu pedir mil vezes a Deus pra você voltar, tudo bem as crises e choros e a sensação de insegurança. Isso tudo só aconteceu porque eu realmente gostava de você. Aprendi que eu não preciso que você saia das minhas recordações para viver.
Você foi uma pessoa especial, você me marcou, você foi a primeira namorada que eu realmente amei. Não vou e não quero esquecer isso. E está tudo bem, O tempo me ensinou isso e o tempo vai me cicatrizando aos poucos.
E de você eu só espero uma coisa. Espero que você valorize quem está do seu lado com as escolhas que você tomou. Valorizar e respeitar. Porque ficar vendo meu instagram, twitter e tumblr para saber como estou e com quem estou não é nada saudável para você além de ser desrespeitoso com sua namorada. Arque com suas escolhas independentemente se você está feliz ou triste com elas. Se está feliz, valoriza. Se está triste, muda. Durante todo nosso namoro eu gostava da sua possessividade e da sua vontade de me controlar mesmo que de uma forma inconsciente. Achava que era uma forma de amar, mas só agora percebi como isso é tóxico e abusivo. Eu não vou aceitar isso agora. Você precisa parar com isso. Parar de procurar sobre minha vida. Não é normal. Não é saudável. Não queira controlar algo que você decidiu excluir da sua vida. 
Se sua vontade de saber como estou é tão grande o que você precisa saber é que eu não sei como estou. Você sabe, ou pelo menos costumava saber, como eu sou intensa e como eu vejo graça na vida. Já que sou intensa posso te afirmar que ainda não te superei. Não evito pensar em você e em todo mal que você me causou com suas mentiras, deslealdade e falta de respeito e de integridade e isso me dá crises de ansiedade - estou de bem com esse fato, sei que uma hora passa. E como vejo graça na vida estou esperançosa do que está por vir. Depois de muito meditar percebi que você me traumatizou e não quero/consigo me relacionar com alguém, nem confiar, nem falar o que sinto de verdade e nem me apegar. Eu sou uma pessoa que vive a vida para o amor e essa é a pior ferida que você poderia ter me deixado. No dia que você me contou que estava namorando (24/07) - como se eu já não soubesse desde abril - eu decidi tentar me relacionar com algumas mulheres. A parte que mais gostei foi perceber que não consigo ficar com alguém sem realmente gostar. Sempre percebi que não era muito de ficar e depois descartar. Então, aqui eu te afirmo, se você está preocupada se estou namorando/ficando com alguém a resposta é não - e não vou tão cedo. Você não sabe como estou de bem com isso e como novas amizades estão me ajudando. Agora, uma coisa contraditória é que minha vontade de ter uma esposa, filhos e morar fora só aumenta. Antes a imagem da esposa era associada a você, ainda bem que isso mudou e agora é só uma incógnita. Também quero que saiba que nada que posto é indireta para você ou algo para te afetar. Jamais quero te afetar. Na verdade eu não quero mais nada que envolva você. Pode ser arrogante, mas se é pra querer alguma coisa para você é que você tenha saúde. Pra mim já não importa.
Para terminar, você pode ter seguido sua vida (o que realmente duvido pelo fato de ainda estar atrás de mim), mas me deixa seguir a minha. Para de entrar no instagram da luna, no meu tumblr, twitter e instagram. Para de querer me afetar mais do que você já me afetou. Se contenta com o que você tem. Se contenta com o seu passado e o seu presente. Deixa eu, Luna, meus irmãos e todo o resto ir. A gente já não faz parte da mesma vida. Você escolheu isso. Me solta, por favor.
De você eu só quero guardar coisa boa. Você me marcou para sempre e isso já é o suficiente. Lembre-se disso. Você está na minha lembrança mais bonita, mas eu não te quero no meu presente.
Essa é minha última carta/texto para você. Adeus, Luana.
https://open.spotify.com/playlist/7clSihWTyIgBQQpdansvbz se for escutar essa playlist, escuta na ordem.
3 notes · View notes
allfeelingsabout · 4 years
Text
E então começo a me despedir da Anna
Começo a ver alguns traços nítidos, e hoje eu só consigo agradecer um lado do meu outro eu. A "Anna", por ser quem eu sou hoje. Quando eu era pequena, e sempre me perguntava porque não poderia usar roupas de meninos, ou brincar de carrinho de rolimã ou até mesmo fazer luta. A resposta era sempre a mesma. "Porque você é uma menina, e menina se comporta assim e tem que andar arrumada!". Pego minhas fotos, e vejo o quando eu fui modelo, uma princesinha da família. E uma das minhas memórias de infância, mais fortes que eu tenho. Foi quando eu estava brincando com os meninos do prédio que eu morava, tinha em torno de uns quatro anos ou cinco, não mais que isso. Joguei todas bonecas e brinquedos pela janela, falando que eu não queria mais porque eu queria brinquedos de meninos. Então o tempo foi passando, eu fui crescendo. Lembro-me de estar na hora do almoço, jogando vídeo game na sala, quando vejo algumas gostas de sangue no sofá. Fiquei desesperada, era sinal que eu me tornaria " mocinha". Detestei aquilo. Não queria! E bem...a idade? 11 anos. Com 12 e 13 anos a moda entre os jovens, era a moda de hip Hop ( largados, meio street, xxl, drop, skatista) Uma desculpa que eu poderia usar, para roupas largas, e de meninos. Eu me comportava como um. Brincava de lutinha imitando cavaleiro dos zodíaco, dragon ball, mortal Kombat. Power Rangers. Mas, meu corpo já mostrava a diferença. Meu peitos sempre apareciam. Nunca gostei de escolher roupas íntimas como sutiã, então usava muito top na época para esconde-los. E também não podia usar cuecas, porque era de meninos. E naquela época, não se podia usar, eu não podia me rebelar. Com 14 anos vi o primeiro menino transgênero na minha vida, pelo Orkut e pelo Tumblr. A sua transição me chamou atenção, porque eu queria ser que nem ele, mas eu não podia, pois seria uma vergonha para família. E foi ai que eu tive uma conversa com a minha tia, que eu queria tirar meus peitos, e me tornar um menino. Falei que quando eu tivesse 18 anos eu iria fazer. Passou uns cincos meses depois dessa conversa comecei a esquecer isso, pois estava em mudança de colégio, e descobrindo minha sexualidade. Nesta mesma época, foi quando dois grupos começaram a explodir no mundo inteiro. RBD e pussycat Dolls. Como eu não podia ser o Diego, eu me conformava em ser a Roberta. Começava aceitar mais e mais que eu uma menina, uma adolescente. E estava fora do peso, logo eu queria um padrão de corpo igual da Nicole scherzinger, eu queria ser que nem ela, chamar atenção, passar maquiagem. Comecei a passar maquiagem e principalmente delineador por conta de Hilary Duff. Mas toda vez, eu chegava em casa, e tinha que tirar, escutava que maquiagem era coisa de puta. Um dia minha mãe tirou a força o meu delineador. Então eu ficava me perguntando " não posso ser um menino, porque serei a vergonha, não posso andar que nem um, porque sou menina, mas também não posso usar maquiagem pois irei parecer uma puta". E foi assim que fui uma adolescente estranha, indo para o estilo emo e from uk. Sai do colegial tóxico, do período conturbado da adolescência, negando minha sexualidade. Pois toda vez que eu ficava com uma menina, eu me forçava a vomitar, e me auto mutilava e tentei me matar. Aquilo era impossível para mim, e sujeitei a me forçar a me relacionar com homens. Assim foi também o período que eu estudava psicologia. Comecei a sair, a viver, até que tive uma aula sobre transexualidade, eu saí no meio da aula, chorando. E meu colega na época me perguntou o que aconteceu, eu neguei, pois não poderia ser. Assim como neguei a minha bissexualidade e negava minha essência. Em 2013 foi mais um ano, que havia me dado crise, eu queria mudar, cortar o cabelo, fazer a cirurgia. A cada gole, cada dia que eu bebia de quinta a domingo, escondia isso. E me enchia de mentiras para me tornar quem eu não era. Negava tanto, e escondia tanto, que me tornava a pessoa das mentiras que eu contava. A garota descolada que não consegui ser no colegial, tomava espaço nas noites. Comecei a gostar de salto, de vestido, de maquiagem básica, pois eu via que era o mais aceito pela sociedade, pela minha família. Com 23 anos, me obriguei a gostar de usar batom, pois era assim que toda garota ou mulher a minha volta se comportavam. Aquilo era tóxico e também não aceitava muito bem o meu corpo por estar fora do peso. Todas vez que eu ia para balada de salto, eu tirava e dava para o meu melhor amigo, logo usava o tênis dele. Me sujeitava a ficar o dia todo de bota, ou salto, para provar a mim mesma que eu era mulher e conseguia a andar de salto. Odiava! Pois só queria andar de tênis. Aos 25 cortei o cabelo, mas não sabia que iria me dar crise de identidade de gênero novamente. Pois estava conseguindo performar a feminilidade. Passar batom, passar maquiagem, andar com algumas roupas mais coladas, já que estava emagrecendo. Querer usar cropped. E mostrar que era gostosa, para alimentar o meu ego. Como isso já tinha se estabelecido, não cogitava a ideia novamente, pois estava alimentando meu ego, colocando máscaras novamente. Então eu conseguia com maestria com cabelo curto. Mas, uma coisa que nunca percebemos. É a impulsividade. Ela mostra, e nos revela atitudes do nosso inconsciente. Logo vi uma brecha para ir me tornando quem eu sempre quis. Pois reproduzia o discurso de " não quero me parecer um homem", " jamais", " tá confortável assim", " mas meu medo de fazer a transição é não gostar do meu corpo depois". Hoje me vejo descobrindo quem sempre esteve aqui. Por um lado, a Anna que sempre suportou, caia e aguentava atitudes tóxicas, reproduzia compulsoriamente padrões heteronormativos. Foi guerreira. Me ensinou o que é ser uma mulher, o divino de uma mulher, o que a essência feminina representa e respeita-las a cada menstruação. Não tenho vergonha dela. Ela me ensinou muito, e assim, dia após dia, eu começo a deixar ela. Porque ela já estava indo embora, quando eu assinava bilhetes em 2015 e 2016 com o nome Matheus. Quando cortei o cabelo em 2018. Quando comecei a mudar meu guarda roupa, quando comecei a mudar o meu jeito de andar, e a definir um estilo. Quando comecei a notar que meus peitos me incomodavam um pouco na praia e na cachoeira. Quando cada pessoa que me chama na loja, me chamava de ele. Eu não ligava. Ela já estava indo embora, e tudo que eu tenho é gratidão. ( Matheus Nitsche)
5 notes · View notes
astbrero · 4 years
Photo
Tumblr media
–Flashback: tw: ansiedade; tw: violência
DREAMS, DREAMS  
                                               OR NIGHTMARES? 
A busca pela solução da maldição continuava a todo vapor e não havia descanso para ninguém nem mesmo em uma noite fria que os ventos resolveram se soltarem, exceto Astro Beaumont. Ele tinha terminado de jantado uma sopa e já estava subindo para seu dormitório para ver se conseguisse tentar dormir um pouco antes que sua cabeça endoidasse com a confusão que se desenrolava em todo canto no instituto. Estava o clima que ele adorava, então, Astro apenas deitou-se em sua cama e enrolou-se todo, fechando os olhos para que pudesse descansar sem nenhuma preocupação. Era esperança demais para o garoto…
{..}
Depois de algumas horas de sono, Astro acordou assustado e com seu corpo todo tremendo, totalmente suado pelo medo que sentia em seu organismo todo e tentou ver na escuridão, mas parecia que algo atrapalhava ainda. Agarrou o lençol com suas mãos suadas e tremidas com as lembranças que viram em sua mente como flashes rápidos e aterrorizantes. Seus braços abraçaram seu corpo para que pudesse controlar seus nervos e não emitir nenhum barulho que pudesse acordar seus parceiros de quarto, mas parecia que não estava fazendo nenhum efeito, já que pequenos soluços saiam de vez em quando. Se alguém acordasse agora, veria que lágrimas caiam do rosto de Astro sem parar. Chorar. Algo que ele não fazia há tempos, mas sabia como era a sensação de soltar lágrimas com algo ruim que matava seu coração.
 A noite de sono perfeito foi para o saco no momento em que Astro fechou os olhos e sentiu sua mente afundar em uma região de escuridão. Papai. Um alerta que seu inconsciente deu de forma tarde demais. Seus olhos fecharam para que não pudesse mais encarar a escuridão e, imediatamente, as lembranças do seu pesadelo vieram com muita força e escuridão. 
No pesadelo…
O ambiente se assemelhava ao cenário de Montreal quando ficava a noite em suas ruas modernas, mas desertas por todos estarem dentro de seus prédios; os pontos turísticos iluminando os principais pontos das cidades, exceto os becos que existiam em cada esquina; as quatros estações presentes com a predominância do inverno em cima das crianças que viviam na rua procurando alguma coisa para comer, se aquecer, se proteger. O vento fazia um bom trabalho naquela noite, visitando cada ser vivo lhe fazendo frio, mesmo estando acasalados. 
Uma figura se formava na escuridão com os pedaços do escuro fazendo cada parte do corpo: primeiro, suas pernas, depois seu tronco, suas mãos e, por fim, seu rosto com uma expressão de tristeza olhando para frente do beco que se projetava em sua frente, um lugar que mostrava tanta dor e abandono em uma criança de dez anos que encarava assustada para figura que estava em sua frente, ou para trás dela. Medo da noite, era o que aquele pequeno sentia e tremia não pelo frio, mas o sentimento de pavor que crescia em sua mente e em seu coração. 
- Por favor… Não me machuque… - As palavras saiam uma cima da outra, enquanto o jovem estava totalmente paralisado, sem conseguir mover nenhuma parte de algum de seus músculos.
A figura, colocando a cabeça por lado, franziu o cenho e tentou se aproximar, mas, parou no momento em que viu a criança se encolhendo e murmurando para que fosse embora, que a deixasse sozinha. - Eu não vou te machucar, confie em mim… - A fala de Astro saia arrastada, sem força nenhuma, ele não iria fazer mal a alguém que ele pensava que não conhecia; só queria saber… Astro não sabia o que estava fazendo ali, ou o que acontecia. 
- Por favor… Vá embora! Me deixe sozinho. - Era uma ordem e Astro via que deveria obedecer quando encarava o comportamento medroso que o outro mostrava se encolhendo e se tremendo. Ele se reconhecia ali. As lágrimas caiam sem parar pelo rosto do menino e os olhos de Astro estavam marejados devido à situação que estava se formando ali. Ele queria apenas abraçar aquele pequeno garotinho e dizer que está tudo bem, que nada de ruim vai acontecer, que ele é forte e destruidor. Mas, não conseguia, porque estava paralisado pela falta de conhecimento do que rolava. 
- Eu não vou te machucar, só quero ajudar. - 
Astro não entendia o porquê do menino não escutá-lo quando ele repetia diversas vezes que estava tudo bem, que ele não ia fazer nada de mal com ele… Também, não percebia o motivo pelo qual a dor da criança estava lhe machucando de forma parecida. Como conseguia a tristeza, o medo que o outro sentia se nem mesmo o conhecia? O que estava acontecendo? Ele queria e precisava de respostas para suas dúvidas agoniantes em sua mente.
- Vá embora! Me deixe aqui, não faça nada comigo, por favor. Está me assustando… - Seus olhos se abriram e se fixaram no que parecia ser em Astro, onde o mais velho tinha uma expressão de confuso no rosto. 
- E-e-eu… - 
- Oh céus, Astro Beaumont, pensei que fosse parecido com sua mãe em notar as coisas de primeira. Acho que eu entendi muito mal. - 
No momento em que escutou uma voz familiar, o corpo tremido de Astro virou-se de costas e encarou a figura que ele torcia para que não fosse de verdade. Breu estava ali com um sorriso presunçoso no rosto e encarando seu filho, enquanto em sua frente tinha vários cavalos carregados de pesadelos que Astro havia estudado cada detalhes deles nos livros do instituto. 
- Surpresa! Gostou? Do ambiente? Fiz tudo isso para você relembrar, o que achou? - 
- Do que você está falando, Breu? - Mesmo com medo, Astro sabia controlar essa sensação com muita força para que não mostrasse na frente do seu pai ou daria uma oportunidade de bandeja a ela para que a criatura pudesse controlá-lo. 
- Eu estava certo, então! - Comentou, dando uma revirada nos olhos e gesticulando em direção ao cenário que os envolviam. - Tudo isso é seu, Astro. Isso vem da sua memória que eu criei para conversarmos. Essa criança ai… - Falou, apontando pro menino que ainda tremia e olhava assustado para frente. - É você, no dia que meus cavalos foram visitá-los, não lembra? Quando ficou tremendo e desmaiou de medo? Acordando com váriso hematomas… Esse é uma parte do seu pesadelo, meu filho. Voltar para Montreal e encarar seus próprios monstros que você constrói… E aí, gostou agora? Sou bem criativo né?! -
Então, ele percebeu quem era a criança e do que ela sentia medo. Não era dele, isso era fato, e sim dos pesadelos - como havia sentido quando aquele fato aconteceu pela primeira vez. Um fato que Astro queria tanto esquecer pelo resto da sua vida. Aquela situação foi a primeira vez que ele passava a noite sozinho e perdido com frio e com fome. As lágrimas brotarem, então, pelo seu rosto e descendo até caírem no calçadão de pedra frio. Os joelhos de Astro ficaram bambos, fazendo com que o rapaz se desabava com suas mãos formando um punho contra o chão. Raiva, medo, tristeza, eram os principais sentimentos que ele tinham naquele momento tanto em sua mente quanto em seu coração. Como se uma parte boa e animada tivesse sido arrancada a força, e foi substituída por uma mais dolorida e trevosa. Ele deveria ter imaginado que Breu estava por trás daquilo. Que pegaria sua mente que estava voltando a ficar boa e começá-la a desperdiçá-la como fazia quando o visitava em seus sonhos no dia que conseguia adormecer. Então, Astro perguntou com sua voz tremendo pela dor que sentia pelo o cara que deveria ser pai de verdade:
- Por que? -
Breu franziu o cenho, achando aquilo um absurdo em ser perguntando, e deu uma gargalhada alta até demais para ele. Enquanto seu filho ainda tinha lágrimas que caíam sem parar, ele continuava rindo e demorou para parar, mesmo com sua respiração um pouco ofegante. - Ai aí, essa foi boa. É uma nova piada, Beaumont? Que piada horrível, hein… - Seus olhos escuros encaram o mais novo que não havia mexido nenhum músculo, estando tenso desde o começo e o sorriso de Breu morreu, sendo substituído por uma expressão raivosa. - Isso é patético! Está na hora de crescer, Astro ou você nunca vai ser como eu. E o que eu espero de você é isso: ser como eu! Sua mãe fez um pacto e espero que você cumpra, ou terá consequências graves… - 
Foi a fez de Astro dar uma gargalhada, mas uma de forma sarcástica e enquanto ele fazia isso, suas pernas criaram forças e ele levantou-se, olhando para Breu como uma expressão de ódio que ele sentia desde que descobriu a verdade. - Eu não farei nada desse pacto! Isso foi coisa sua com Astria! Resolva com ela, e não se meta na vida, PORQUE VOCÊ NÃO É NADA MEU. EU SEREI QUEM EU SOU COM SUA PERMISSÃO O… - A fala de Astro foi interrompida no momento em que Breu aproximou-se dele rapidamente e deu um tapa forte na cara dele. O rapaz o encarou incrédulo com sua mãe no rosto, afastando do mais velho. - Como… Você não pode tocar em nada! - 
- Você está no meu domínio, Astro. Eu tenho força aqui e não aceitarei nenhum desrespeito! Astria está morta! E como forma de honrar a vida dela, a mesma ofereceu a vida do caçula, caso você não cumpra com seu destino… Você não quer que o mais novo morra certo? Como sua mãezinha. - 
Sua mãe estava morta. Ele não conseguia acreditar. Pensava que por todo esse tempo, ela poderia estar escondida por causa d e Breu ou algo assim, mas nao; ela estava morta. E Breu viria atrás do caçula. A única pessoa que Astro nunca mais viu desde que foi separado dele. Seu coração contorceu-se com aquilo. Precisava aceitar, sabia disso ou perderia a única pessoa que ele amou de verdade durante sua vida toda. 
- O que me diz, meu filho? -
- Onde está? O corpo e o caçula? - 
- Isso eu não posso dizer. Mas, podemos fazer um acordo. Siga seu destino como eu quero e vocês irão sobreviver. Temos um acordo? - Perguntou, esticando a mão em direção a ele com um sorriso malicioso nos lábios. - Eu sou traiçoeiro, é claro, mas em pactos… Sou verdadeiro, Astro. - 
Ele encarou a mão do seu pai e depois seu rosto, soltando um suspiro alto. Ele estava sem saída e sabia disso. Se não concordasse, tudo iria desmoronar. Estava perdido… 
- E-e-eu acei-ei-to. - Concordou, apertando a mão dele. No mesmo momento, os olhos de Breu adquiriam uma cor dourada e uma risada foi escutada, enquanto a sombra da criatura desaparecia e envolvia Astro como se fosse um casulo. 
- Tenha bons pesadelos, Astro. Meninos… Bum! - 
Foi a última fala de Breu antes que as sombras assumissem a forma de cavalos e atacassem Astro, fazendo com que o menino gritasse e acordasse em seguida.
Realidade…
Ele não aguentava mais. A dor que sentia dentro de si parecia sair com as lágrimas e com ele se abraçando, mas havia tanta escuridão e sofrimento dentro que parecia que Astro iria explodir de tanta aflição. Ele estava perdido e as coisas só piorariam com o tempo, embora ele não quisesse. Iria ter que aguentar isso tudo sozinho e fingir que estava tudo bem, porque, bem, era o que Astro precisava fazer para que o caçula sobrevivesse. Um ato de amor, enquanto sua alma morria sem luz e talvez sem salvação
2 notes · View notes
Text
Amor de outras vidas- capitulo 126
Amanda: Oi Paulinja…-sorrindo
Paula:: Oi Amanda, tudo bem?-sorrindo de volta
Amanda: Estou bem sim…-olhando em volta- A Clarinha ainda está aqui?
Paula: Está sim, na sala dela…
Amanda visitava Clara todos os dias naquele horário, sabia que a amiga ficava por lá depois que o expediente acabava, e por isso, todas as tarde no mesmo horário estava lá, dessa vez nãp foi diferente, ela sabia que especificamente hoje, a amiga não estaria bem.
Amanda: Licença…-batendo na porta e entrando- Oi princesa.
Clara: Oi Amandinha- com um sorriso fraco
Amanda: E ai…-lhe dando um beijo no rosto- como está?
Clara: Difícil responder a essa pergunta…-marejando os olhos- Um mês…-suspirando- e nada!
Amanda: A policia não disse mais nada?
Clara: Não..-fungando
Amanda: Poxa…-sentando ao seu lado- mas e você?
Clara: O que tem eu?
Amanda: O que irá fazer?-acariciando seus cabelos
Clara: Esperar…-se levantando- é o que eu posso fazer.
Amanda: Princesa, você tem que sair dessa poxa.-indo até ela- já faz uma mês que ela fa…
Clara: Desapareceu! -rispida- até que a policia me diga o contrário, ela desapareceu.
Amanda: Tudo bem…-erguendo as mãos desapareceu…-suspirando
Clara: Desculpa…-abaixando a cabeça
Amanda: Não precisa se desculpar linda…-sorrindo- eu te entendo…olha, ainda está cedo, o que acha de sairmos um pouco?
Clara: Sair? -franzindo o cenho
Amanda: É Clarinha, sair, se divertir, será ótimo para você distrair um pouco.-sorrindo
Clara: Não Amandinha, sério, agradeço o que está fazendo, mas…-negando com a cabeça- eu não estou afim.
Amanda: Clara, até quando você vai ficar alimentando isso?-cruzando os braços
Clara: O que?
Amanda: É….-fazendo gestos- Isso de ficar alimentando essas coisas, fechada pro mundo na esperança de que os mortos ressucitem.
Clara: Não quero falar sobre isso, sério.
Amanda: Clara, olha pra você! A meses assim, trancafiada nessa sala, excluindo as pessoas da sua vida como se fosse algo normal.
Clara: Amanda eu não sei o que te deu, mas não sou obrigada a ficar escutando isso, você por favor…-apontando pra porta
Amanda: Você não aceita, é diferente! Você não quer enxergar o que está diante dos seus olhos.-irritada
Clara: E o que você tem a ver com isso mesmo?-Da mesma forma
Amanda: Realmente, eu não tenho nada haver com isso...mas eu amo você, e odeio ver você nesse buraco que você resolveu se enfiar.
Clara: Eu entendo a preocupação de todos vocês, mas eu…
Amanda: Eu duvido Clara…-marejando os olhos- Eu duvido que alguém se preocupe com você do que eu…eu pensei que…que…com a perda da Vanessa, você abriria os olhos.
Clara: Do que você ta falando?-franzindo o cenho
Amanda: Eu te amo Clara...-dando alguns passos em sua direção
Clara: Amandinha eu também amo você, e agradeço por toda preocu….
Amanda: Não é desse amor que eu estou falando.-parando em sua frente- eu te amo de verdade, sou louca, completamente apaixonada por você.
No ap da Clara
Ricardo: E foi isso! -suspirando
Edu: Eu não acredito.-andando de um lado para outro- aquele homem não pode fazer!
Ricardo: Não só pode como fez Du…-suspirando
Edu: Será que ele tá envolvido com a morte da Vanessa?-pálido
Ricardo: É possível…-suspirando- Não seria a primeira vez que ele estaria envolvido com um assassinato
Edu: Não…-se desesperando- esse mesmo pesadelo de novo não…-andando de um lado para o outro- ele…ele…
Ricardo: Edu…-indo até ele- hey, fica calmo.-o abraçando
Edu: Ele…meu Deus e a Thais? A May? Com esse louco solto todo mundo corre riscos.
Ricardo: Eu sei…e por isso que não podemos contar nada a ninguém por agora está bem? -o encarando
Edu: Mas, elas precisam e se….
Ricardo: Edu, se eu estiver certo, ele não está sozinho, essa tal chefia tem várias pessoas que são seus "olhos" por toda parte, pode ser qualquer um…
Edu: Você acha que foi essa tal chefia?
Ricardo: Não podemos esquecer que tudo o que o Junior fez lá trás, havia um mandante, que ele nunca revelou…-pensativo
Edu: Mas e se ele tentar algo com alguma delas?
Ricardo: Eu vou estar sempre por perto, não vou deixar nada acontecer com elas, mas não podemos falar nada…-suspirando- primeiro pela gravidez da Thais, segundo porque não quero que o Junior ou até mesmo essa tal chefia saibam que estou atrás deles.
Edu: Podemos ao menos pedir uma ajuda a policia? -amedrontado- como você pode estar sempre por perto e de olho neles ao mesmo tempo?
Ricardo: Até da polícia eu desconfio Du, aquele medeiros e o investigador dele não são nada confiaveis.
Edu: Também não fui com a cara deles.-pensativo
Ricardo: Por isso, que isso fica entre a gente…-suspirando- não precisa ficar com medo, eu vou te proteger, e as meninas também.
Pov Vanessa
Eu estava em um lugar que não conhecia, mas as pessoas não eram estranhas, minha mãe, Eli estavam ali, ambos sorrindo por me ver acordada, e o que pra mim pareceu dois dias dormindo, foi um mês em coma. Eli continha a emoção da minha mãe enquanto o médico me avaliava, bom, ao menos ele parecia um médico.
Doutor: Bom Vanessa, você está sentindo alguma coisa? Dor?-colocando uma luz em seus olhos
Van: Não….-franzindo o cenho
Doutor: Os reflexos estão ótimos…-sorrindo- está sentindo meus toques?
Van: Sim…
Doutor: Ótimo…-sorrindo- Ainda precisamos fazer algum exames,mas aparentemente, você está bem, nenhuma sequela aparente.
Sol: Graças ao meu bom Deus…-se aproximando da filha
Van: Quando vou poder sair dessa cama doutor?
Doutor: Você precisará ficar de repouso, mas pode dar umas voltas pelos arredores da casa, mas tudo com muita cautela, você ficou um mês sem se movimentar, por isso nada de esforços…-anotando umas coisas- você precisa descansar.
Sol: Pode deixar doutor…-respondendo por Vanessa que fazia uma cara nada boa
Doutor: Bom, eu vou indo, qualquer coisa me liguem.-sorrindo- e Vanessa, seja bem vinda de volta.
Van: Obrigada…-sorrindo de canto
Eu não tinha conversado ainda com a minha mãe, eu tinha várias perguntas para fazer, como por exemplo, que lugar era aquele e por Eli estava ali conosco? Se eu estava em coma, porque não estava em um hospital? Era algo importante de se perguntar, mas eu não estava preocupada com isso agora; eu queria saber onde estava a Clara, e assim que o médico saiu, com Eli o acompanhando, resolvi perguntar.
Sol: Bom…ouviu o médico né? Descansar.-dando um beijo em sua testa
Van: Mãe, eu já descansei por um mês nessa cama.-respirando fundo- estou até dolorida.
Sol: Filha porque você não contou ao médico? Ele perguntou…-preocupada- onde dói?
Van: Mãe, relaxa ta…-suspirando- é muscular, provavelmente por ficar deitada.
Sol: Mesmo assim filha, o médico precisa saber meu amor…-aflita- quer que a mamãe faça um chá pra você?
Van: Não mãe…-achando fofo a forma como ela falou- fica tranquila, eu to bem ta!
Sol: Está bem! Mas agora descanse…-vendo a filha revirar os olhos- Por favor minha filha.
Van: Ta bom mãe…-suspirando- mas antes, a senhora pode me dizer…onde estamos? E porque a Clara não veio?
Sol: Filha, a gente vai te ezplicar tudo, mas agora v…
Van: A gente?-arqueando as sobrancelhas- ta falando do Eli?
Sol: É….-pigarreando
Van: Mãe, eu sei que alguma coisa muito estranha está rolando entre vocês, e apesar de achar realmente muito estranho, visto que o cara veste toalha de mesa como roupas…-franzindo o cenho- isso é algo da senhora e não irei me envolver, mas o que ele faz aqui afinal?
Sol: Filha, você ficou um mês inconsciente, muita coisa aconteceu de lá pra cá, bom e pra dizer a verdade, ainda está acontecendo…-desviando o olhar-muitas coisas precisam ser explicadas..
Van: Eu não consigo imaginar que fiquei tanto tempo apagada…-pensativa-
Sol: Nem eu filha, ainda mais sem a certeza de que você voltaria…-fazendo carinho em seus cabelos- mas ainda bem que voltou…
Van: Não foi fácil encontrar o caminho de volta…-sorrindo- mas a Clara me ajudou a voltar...eu não vejo a hora de encontra-la, que horas ela costuma vir aqui?
Sol: A Clara..?-se afastando
Van: É mãe…-sorrindo- eu estou com tanta saudade, quero vê-la logo, a Thais, a May, todo mundo…-ansiosa
Sol: Eu…imagino filha.-sorrindo de canto
Van: Que foi mãe?-estranhando
Sol: Filha, como eu já disse, muita coisa aconteceu nesse tempo em que você ficou desacordada…-suspirando- tem muita coisa das quais você precisa saber.
7 notes · View notes
parabensformosinho · 5 years
Text
Ai querias uma carta de amor nos anos?
Bem, isto é o melhor que se arranja nesta altura. Espero que gostes na mesma.
Olá! Sou eu. O teu namorado. Miguel. Migol. Guel. Migues Goes de Férias. Miguel Jorge Miguel Jorge Baby. Duarte. J̶o̶r̶g̶e̶ Sabes, tive esta ideia há uns dias quando estavas aqui. Pareceu-me a forma mais correta de te desejar os parabéns de uma forma gay mas fazendo com que te sintas em casa na mesma (de notar: todos os baby yodas). Honestamente não me lembro do que te disse há um ano atrás. Não acho que valha a pena ir procurar. No fundo, mudou tudo e ficou tudo na mesma ao mesmo tempo. Sinto que mudámos imenso, mas que a nossa essência ficou a mesma, se isso faz sentido. Sabes que muitas vezes não faço sentido e começo só a escrever e depois é só dar voltas à rotunda. Ok vamos tentar voltar ao objetivo. Parabéns! Fazes anos.
[AVISO: CONTEÚDO GAY] Como te descrever, Marta Formosinho. Bem, para além de tiny devil gremlin baby, a forma humana de um gato, e uma chão legend, tudo o que resta é muito gay. E nota-se que estou a empatar porque não te estou a conseguir descrever por palavras? Tipo neste momento a minha cabeça está AAAAAAA.
És genuína. E com isto digo, és a Marta Formosinho, quer a pessoa queira quer não. É um package deal. No refunds. És profundamente preocupada por aqueles que amas, mesmo que de vez em quando lhes queiras dar um pontapé nos genitais, e mesmo quando isso quer dizer deixá-los ir. És inteligente, mesmo que não te dês crédito por isso. Não se consegue passar um dia todo a sobreanalisar um ‘’ok’’ meu sem ser algo inteligente, não é verdade. Mas não só nesse aspecto, és perspicaz, és interessada, és uma mind reader do caraças.
És cativante. E confusa? E não és fácil de desvendar. E muito interessante. Sabias que foi isso que me agarrou inicialmente? Eu conseguia ler todas as pessoas e tu só me atiravas curveballs. 50% do tempo és tão energética que eu não consigo acompanhar, mas ao mesmo tempo consigo porque isso puxa por mim. És, na verdade, uma croma enorme, só que não o mostras. E continuo a não acreditar que não tiveste uma fase random.
És fucking funny. Um engraçado que me faz ficar a dar giggles. Estás sempre pronta a ouvir, sempre presente, sempre algo a dizer que pode dar uma perspetiva diferente. És sensível da melhor forma; tens um coração do tamanho das tuas bochechas, só o disfarças com piadas às vezes. És quente e dás borboletas. E és linda, mesmo que não gostes que use essa palavra.
És muito grande, apesar de seres muito pequena. E és muito grande aqui dentro (estou a apontar para mim), e este tu aqui dentro consegue calar todos os medos e inseguranças que eu tinha sobre estar numa relação, e cada semana que passa fico mais entusiasmado com isto. Quero sentar-me contigo e ver uma série e só comer comas e beber coca-cola e trocar uns beijos, e ouvir o teu riso que parece que te escapa da boca sem estares à espera, e ver o teu corpo todo a fugir-te quando a Vasinho ronca. Quero ir contigo à praia e deixar que me empurres e fazer-te amonas na água, mesmo que esteja muito fria. Quero deitar-me contigo na areia e ver as estrelas e deixar-me envolver no nosso silêncio confortável - nem sempre precisamos de palavras, e nem sempre precisamos de atirar vazio para o vazio. Quero levar-te aos meus lugares e quero que me leves aos teus. Quero cantar contigo no carro, quero passear o Balu contigo, quero obrigar-te a tirar fotos, quero dar-te a mão e abraçar-te e deixar que te agarres à minha perna e obrigar-te a ir a algum sítio. Quero Mc (esta não precisa de descrição) e quero bater-te com a minha capa. Quero ir contigo à FNAC ou à Bertrand e ficar uma meia hora só a ver livros. Quero fazer a nossa ronda pela loja da Disney enquanto nos zangamos porque estão a cantar as músicas em Português (só permito o Mal Posso Esperar P’ra Ser Rei, desculpa). Quero comer mais da tua carbonara e passear pela expo, quero fazer-te o pequeno-almoço num dia bom em que acordes feliz, quero adormecer muitas mais vezes agarrado a ti (mesmo que te esmague e ressone) e quero fazer muita, muita coisa. E sim, por agora não podemos fazer a maioria destas coisas. Mas espero que saibas que assim que esta coisa passe temos date marcado. Não me escapas, Formosinho.
Entretanto, prometo-te continuar a revirar-te os olhos quando mereces; prometo-te que vou continuar a escrever mal fôr; prometo-te que te aturo durante os teus ataques de energia durante as altas horas da noite, exceto quando tenho muito soninho, e tu agora vais dizer ‘’QUE É SEMPRE’’, ao que eu digo fica para ver; prometo continuar a dar o meu melhor para te fazer rir e para que acabes o dia com um sorriso na cara, e prometo que até um de nós matar o outro, vou estar cá para tudo.
És muito e muita coisa que eu não consigo pôr por palavras. Duvido que alguma vez consiga. Mas se algum dia conseguir, prometo que te escrevo um livro. Prosa, poesia, com imagens. Capa dura.
Parabéns, pequena. Mereces tudo, só espero continuar aqui a dar-te a minha metade. Espero que tenhas um dia feliz, mesmo dentro de casa, e que continues a ser feliz durante muito mais tempo.
Como eu não sei como acabar, isto, deixo-te com a minha música favorita do Luís Severo que me faz lembrar de ti, a Primavera.
‘‘Sol já doura o teu cabelo, avermelha as tuas sardas Perfume ao alto da serra Desenrola o novelo das vontades adiadas Urgentes como o dia que encerra Quisemos correr, fazer parte da Terra Ir em paz sem voltar guerra Se a rua ali à espera agiganta a Primavera Esquece o drama
Que o fim da tarde nunca vai ser noite E em cada peito há um instante que canta liberdade Só me reconheço em beijos teus Sabem sempre a hoje beijos teus
Dás-me um dia inconsciente mas devolves-me a noção Só quando for mesmo importante Dás-me um futuro a que tu chamas de presente Por ser já a concretização do que p’ra mim é tão distante A liberdade em estar longe, e não querer estar perto Abrir o meu peito ao teu choque elétrico Mas se há gente ali à espera p’ra estragar a Primavera Ai não descanses
Que o fim da tarde não quer mais ser noite E em cada peito há um instante que canta liberdade Só me reconheço em beijos teus Sabem sempre a hoje beijos teus
Agora solta beijos teus Agora canta liberdade
Só me reconheço em beijos teus, liberdade Sabem sempre a hoje beijos teus.’’
2 notes · View notes
chaussetes · 5 years
Text
monstro
Por que eu continuo me diminuindo, abafando, colocando abaixo de outras pessoas? Por que devo sufocar quem eu sou de verdade para fazer com que os outros se projetem acima de mim? Será que ao ser quem sou, estou ofendendo pessoas que estão ao redor, como pseudo-parasitas da minha existência? Será que preciso sempre me fazer menor, me esconder, me socar dentro de muros concretos de insegurança e ansiedade, simplesmente para não “competir” com quem está em volta? Pra não “brilhar” mais do que os outros, e assim não deixá-los “inseguros”? Ou será que isso, na verdade, é apenas um reflexo da minha própria sombra?
Cada dia que passa, percebo mais o quanto aquele clichê de que “as pessoas só fazem com a gente o que nós permitimos” se aplica repetidas vezes, em diferentes contextos da vida. Não existe esse alguém que me diminui, não tem ninguém pisando em mim pra poder escalar mais alto. E se existe, esse alguém sou eu mesma. Eu que me boto ali naquele patamar inferior, abaixo dos outros, as vezes até como uma serva, e essa atitude é um reflexo da minha própria crença interna. Eu me boto como inferior porque, inconscientemente, esse é o lugar que eu acho que mereço ocupar, e assim, estou reafirmando a certeza de que sou, sim, alguém pior que os outros.  
Engraçado que, na teoria e no consciente, sei que não existem comparações, que cada ser é único e individual. Mas quando menos espero, de novo vem aquela voz ensurdecedora que diz que não tenho valor, que sou inferior, que sou nada. A questão é que, se tem alguém pior, necessariamente existe uma outra pessoa ocupando o posto superior – estabelece-se aí a competição que me traz tanta angústia.
Posto isso, vejo que devo lidar com os fatos e observar o meu comportamento, prática essa que é mais facilmente realizada por meio de perguntas para minha própria pessoa. Pois bem. “Por que eu me boto nesse papel de inferior e deixo outros se projetarem acima de mim, ao mesmo tempo que me coloco à disposição dessas pessoas?”.
A primeira resposta que me vem à mente é que, ao mesmo tempo que uma parte se considera realmente pouco, a outra tem medo de ficar sozinha e lidar com todo esse “pouco”. Para que isso não aconteça, me coloco ali naquela posição, quase como uma serva da vontade alheia – ou das minhas próprias crenças destrutivas – já que, mesmo eu sendo tão desprezível, aquela pessoa continua presente. Então sinto quase como se vivesse em débito, como se precisasse fazer qualquer coisa para agradar, para recompensar esse outro, pelo simples fato de que ele está me poupando de viver o insuportável, que é estar sozinha.
Por outro lado, a afirmativa de que “não existem vítimas” se aplica novamente. Nenhuma relação se sustenta sozinha. Para que ela exista, precisa haver a contribuição energética e emocional de ambos os lados. Então, se a relação foi estabelecida de maneira doente, entende-se que as duas partes envolvidas em tal simbiose estão adoecidas. Volto, então, para as perguntas: “Por que, ao ser quem sou, me torno uma ameaça para algum indivíduo que me relaciono?”. Certamente, essa resposta diz respeito à outra parte dessa relação, e o que me cabe esclarecer gira em torno de minhas próprias ações e emoções, e apenas elas.
Portanto, agora mudo a dinâmica: em vez de perguntar o “porquê”, quero saber “para que”.  
“Para que me preocupo com a sensação de inferioridade que posso causar no próximo por eu expressar o meu verdadeiro ser? Será que assim estou realmente sendo tão “altruísta” com essa pessoa, a poupando do sofrimento? Ou será que acabo prejudicando e alimentando ainda mais essa relação doente, piorando o quadro pra ambos os lados?”.
Ao mesmo tempo que essa resposta é mais simples de se concluir, é também mais difícil de assumir, pois me deparo com minhas próprias falhas, com meu próprio lado que não quero olhar. Em grande parte, percebo que tenho em mim uma necessidade inconsciente de agradar, de passar a imagem de uma pessoa feliz, leve e descontraída, o que também acaba girando em torno do medo de estar só e de ser rejeitada. Mas essa obsessão em passar essa imagem – que, claramente, não condiz com realidade alguma de nenhum ser humano existente nessa terra – me faz, automaticamente, negar exatamente o que eu sinto que são os outros que fazem comigo, já que uma pessoa “feliz, leve e descontraída” não pode sentir tristeza, medo, inveja, raiva. Então, na intenção de passar essa imagem e de não frustrar a expectativa que eu sinto que os outros têm sobre mim – e que no fim das contas, é toda minha – eu acabo me censurando e me impedindo de ser quem sou: uma pessoa real, com sentimentos reais, e não um robô que serve apenas pra satisfazer os desejos alheios.
Nos últimos dias, venho percebendo que devo me deixar sentir o que sinto, da forma que vier. Então admito: eu sinto raiva. Muita raiva. Uma raiva que fica cada vez maior, que me aperta a garganta, esquenta o corpo e consome o peito. Uma raiva que fica cada vez mais difícil de controlar, que me faz querer agredir, que quase me transforma num bicho irracional. E a cada episódio fica mais claro que esse sentimento, forte assim, não tem nada de novo. Ele é antigo, guardado, sombrio, que saiu direto do fundo do poço, cheio de lodo e podridão. E cada vez fica mais difícil de controlar essa obscuridade que, no fim das contas, também faz parte de quem sou.
Parece que tudo faz parte de um grande ciclo vicioso, onde eu me abafo e diminuo, menosprezo e me traio repetidamente, me sufocando e cortando a comunicação com o mundo externo. Então, essa parte mutilada, por não conseguir se expressar, volta pro interno de forma mais pesada, frustrada e destrutiva ainda. Aí a sombra vai ficando maior, vai me dominando, até eu não conseguir mais controlar quando ela quiser sair. Se o monstro for alimentado, uma hora ele vai ficar mais forte do que sua jaula e vai sair. Ou seja, ao continuar me traindo, diminuindo, cortando a linha de comunicação do mundo interno com o externo, não me permitindo expressar o que tenho por dentro, mais cedo ou mais tarde, o lado sombra vai me consumir, e eu me tornarei esse monstro (o pior é que tal realidade nem é mais tão difícil assim de imaginar, considerando as minhas reações ultimamente). De fato, parece que estou, pouco a pouco, mudando a imagem da qual lutava tão desesperadamente para manter de “feliz, leve e descontraída” para um verdadeiro monstro. Essa mudança repentina deve assustar os outros, pois não estão habituados que eu seja um monstro para eles. Mas para mim mesma, já estou sendo há muito tempo. Que outro nome posso dar pra essa pessoa tirana que venho sendo comigo? Me machuco e me castro todos os dias em troca de uma satisfação secundária que, no fim das contas, não é satisfatória de modo nenhum. Trago pessoas pra minha vida e construo relações destrutivas onde, com isso, acabo alimentando mais o monstro. Mas é claro. O monstro é a explosão do meu interior – é a única maneira que eu ainda tenho de expressar meus sentimentos.
Ninguém me fez virar essa coisa. Só eu mesma. Ninguém está ao meu redor me obrigando a nada. Só eu mesma. Ninguém está me diminuindo, censurando e impedindo de ser quem sou. SÓ EU MESMA.
Por isso, pergunto de novo. PRA QUE? Que paradoxo corrosivo é esse, onde eu me impeço de fazer a coisa que eu mais quero? Pra que estou me impedindo de realizar o meu próprio e maior desejo? A única coisa que quero é ser livre pra ser quem sou.
Mas e se, no fim das contas, eu sempre fui? Se assim for, realmente é um alivio. Não preciso que ninguém valide essa mudança. Posso, simplesmente, mudar.
Eu sou o monstro. E estou livre.
2 notes · View notes
Text
Quinta-feira, 27 de maio de 2010
Um amor para toda vida
Essa história seria diferente se naquela tarde de sexta-feira, mais precisamente dia 14 de janeiro , Sthefen não tivesse saído duas horas mais cedo de seu trabalho para ir ao meu encontro, no shopping onde eu trabalhava como vendedora em uma loja de roupas intimas.Combinamos que ele me encontraria as 19h00min para irmos até o bufê onde seria nosso casamento. Sempre exagerado e nem tão paciente quando o assunto era esperar, Sthefen chegou exatamente 1 hora e meia mais cedo do horário combinado, esperava-me ansioso no saguão.
Ele vestia um paletó preto com uma gravata vermelha, estava elegante, andava de um lado para o outro e não desgrudava um só minuto os olhos do relógio de pulso que o acompanhava todo o tempo.
Eu trabalhava naquele instante, sem nem ao menos imaginar que ele já estava a minha espera, mas estava tão ansiosa quanto Sthefen, contando cada segundo até a hora de acabar meu expediente.
Uma mulher entrou na loja, começou a olhar as roupas, em seguida entregou-me o que iria comprar e eu fiz sua nota fiscal, ela partiu.
Faltavam dez minutos para que Sthefen saísse de seu trabalho, isso se ele não fosse apressado e estivesse a minha esperava no saguão do shopping. Encostei-me no balcão e der repente senti um aperto em meu coração, tão forte a ponto de fazer-me inclinar o corpo. Coloquei a mão sob meu peito e a dor parecia não querer acabar mais nunca, olhei para o relógio e nele marcava exatamente 18:00min.
Fez-se um silêncio em todo o shopping e em frações de segundos todo esse silêncio tornou-se uma tremenda gritaria, uma correria de pessoas de um lado para o outro, mães querendo proteger seus filhos, sacolas sendo deixadas para trás, por fim, um disparo que fez eco em todo andar. Fiquei sem em tender ao certo o que de fato acontecia.
Em seguida escurei algumas vozes que chegavam até a loja, como se viessem de outras dimensões.
-Ele está ferido –Escutei sem ao menos saber se a voz era de um homem ou mulher.
-Meu Deus, chame uma ambulância, esse moço precisa de ajuda. –Mais uma vez escutei alguém, uma voz que vinha de longe, quase sem ter como entender.
Não agüentando mais ficar parada sem fazer nada, sai correndo pelo corredor do shopping e cheguei até o saguão, ali estava Sthefen, baleado no peito, jogado no chão.
Quando olhei para ele, quase não pude acreditar, eu entrei em desespero, comecei a empurrar as pessoas que rodeavam o local, joguei-me junto a ele, fiquei ajoelhada ao lado de seu corpo, seu peito sangrava e uma roda de sangue formava-se pelo chão ao meu redor, mal consegui reagir diante aquela situação, vendo Sthefen inconsciente, deitei sob ele, o abracei como se o meu calor o fizesse acordar. Foi em vão.
Senti mãos puxando-me pelas costas, arrastando-me para longe dele, eram enfermeiros que chegavam com uma ambulância, prontos para levá-lo para um hospital próximo. Colocaram Sthefen em uma maca, onde o empurraram até o estacionamento, eu corria atrás deles, seguindo-os, queria ficar por perto, saber de tudo. Fui na ambulância ao lado dele, segurei suas mãos o tempo todo, até chegar ao Pronto Socorro.
Sthefen foi submetido a uma cirurgia de emergência logo que chegou ao hospital, os médicos tentavam fazer com que ele reagisse ao ferimento, mas isso era quase impossível .
Fiquei horas do lado de fora com minha roupa ensangüentada por ele, desesperada, com as mãos na cabeça e olhando para o chão, sentada no sofá de uma sala de espera, o que mais me parecia o dia do meu juízo final. Enjoada de tomar café, cansada de esperar. Ele teria entrado em uma sala cirúrgica sem eu ao menos saber se voltaria, era quase impossível manter-me sem chorar, mas minha vontade mesmo era de gritar, implorar para que ele sobrevivesse e pedir para que não me deixasse. Como eu queria abraçá-lo, estar ao lado dele nesse momento. Eu queria poder salva-lo apenas com o toque das minhas mãos e nessa hora eu era apenas ninguém.
Uma médica chegou 5 horas depois da nossa chegada ao hospital, viera dar-me notícias, falar sobre o estado do Sthefen, sua fisionomia não era das melhores, o que me deixou ainda mais apavorada. Olhou nos meus olhos e quase sem saber como falar sobre o assunto, sussurrou muito calma:
-Sthefen esta em coma, por um dia, um mês, anos ou pela vida toda.
Sem querer acreditar cai no chão em um grito que assustou as pessoas, não conseguia imaginar minha vida com o Sthefen praticamente morto.
-Levante mocinha, não pode ficar ai, você vai acabar passando mal, não quer isso, quer? –Disse a médica em um tom de voz doce.
-Eu quero muito mais do que isso, quero morrer, minha vida está acabada. –Gritava
feito uma louca.
-Vamos, levante já daí. Diga-me qual o seu nome?
-Luiza, meu nome é Luiza. –Eu levantei do chão enquanto limpava meu rosto.
-Você precisa tirar essa roupa querida, vai para casa, tenta descansar um pouco talvez. – Ela tentava acalmar-me, o que parecia impossível de conseguir.
A médica saiu, havia desistido de tentar me animar, continuei ali sentada, sem saber ao certo o que fazer, tentando pensar positivo, quem sabe isso faria Sthefen acordar e ficar bem novamente.Peguei o celular dentro do bolso do meu casaco, liguei para casa, tentei dar uma explicação pelo meu sumiço repentino a minha mãe, explicar o que havia acontecido com o Sthefen e pedir roupas limpas. Sthefen era órfão de pai e mãe e seus parentes mal se importavam com sua existência, vivia como se minha família fosse mesmo a nossa família. Éramos um só, em tudo.
-Alô, mãe? –Foi à única frase que consegui dizer.
-Sim minha filha, sou eu, o que houve? Aconteceu alguma coisa? Que voz é essa Luiza? –Ela fazia diversas perguntas de uma só vez, deixando-me ainda mais confusa, demonstrava estar preocupada.
-Mãe, é o Sthefen, mãe, vem pra cá, estou no hospital, ele vai morrer. –Eu chorava, falava coisas sem sentido.
-Luiza, o que tem o Sthefen filha? Por que ele vai morrer?
-Ele foi baleado mãe, eu preciso da senhora aqui, estou no Pronto Socorro da cidade mesmo, vem ficar comigo mãe, não demora, estou com medo.
-Tudo vai ficar bem queria, estou indo até ai, fica calma. –Mesmo querendo me acalmar sua voz não negava que estava tão nervosa quanto eu.
-Traga roupas, estou completamente suja. –A ligação caiu e não consegui retornar.
Passou cerca de uma hora, era madrugada e minha mãe chegou. Levou um susto quando me olhou e percebeu que minha roupa estava ensangüentada.
-Luiza minha filha –Parou na minha frente e abraço-me tão forte que mais uma vez não contive as lágrimas.
-Mãe, ele está em coma e isso pode durar para sempre, eu o perdi mãe, o perdi.
Ficamos algum tempo sentadas naquele sofá gelado da sala de espera, expliquei como tudo havia acontecido e fui ao próprio banheiro do hospital trocar de roupa, deixar de lado o casaco ensangüentado.
Minha mãe já era de idade, não podia ficar o tempo todo ali comigo por mais que eu quisesse, sofria de pressão alta e diabetes, passar nervoso a deixava pior e tudo o que eu menos precisava eram mais problemas.
-Mãe, pode ir agora se quiser, vou ficar aqui, preciso vê-lo. –Falei um pouco mais calma do que nas outras vezes.
Então nós duas levantamos do sofá, ela me abraçou e a deixei voltar para casa. A mesma médica que havia falado comigo antes, estava passando pela sala, fui até ela correndo e a puxei pelo jaleco.
-Doutora, por favor, fale como o Sthefen está eu preciso de notícias, estou morrendo aos poucos aqui.
-Luiza, sinto-lhe dizer, Sthefen está do mesmo jeito que foi para o quarto, respirando pelos aparelhos e ainda em coma.
-É só isso que tem para dizer? –Perguntei aflita.
-Sim, diga-se de passagem, que é somente isso que tenho para lhe dizer.
-Posso entrar no quarto para tocá-lo? Olhar para ele, eu posso doutora?
-Ainda é muito cedo para você entrar no quarto, ele está em observação, espera até
o amanhecer. –Falou e logo saiu para atender aos seus outros pacientes.
Mais uma vez sozinha, esperando por respostas. Sem poder fazer alguma coisa, bebi mais um gole de café, depois sentei com as pernas encurvadas no sofá, fazendo uma volta com meus braços sob elas, baixei a cabeça e meus cabelos ficaram soltos para baixo, tentei dormir e obviamente não foi possível, não consegui pregar meus olhos um só instante, pensei no Sthefen todo o tempo, todas as horas, minutos e segundos.
Finalmente amanheceu, teria sido a noite mais longa de toda a minha vida, a mais triste também, nunca havia me sentido tão impotente, incapaz de ajudar em qualquer coisa para vê-lo abrir os olhos mais uma vez.
Uma enfermeira colocou a mão na minha cabeça e então levantei o rosto lentamente, minhas olheiras profundas falavam por si só, minha boca estava seca e meus olhos quase fechando sozinhos.
-Luiza, você esta aqui desde ontem, por que não come alguma coisa? –Ela falou demonstrando sua preocupação a me ver sozinha naquele estado.
-Não tenho fome, só quero ver o Sthefen, por favor, deixe-me entrar no quarto.
-Tubo bem, você vai vê-lo, tente ser forte Luiza. –Ela sorrio, tentando deixar-me confortada.
Entramos para a unidade de emergência do hospital, tantas pessoas morrendo pelos corredores, outras que já chegavam mortas, alguns feridos. Senti meu estomago embrulhar, um enjoou forte que fez por um momento apagar minhas vistas, mas logo passou, deveria ter sido só um mal estar passageiro.
Continuamos andando e então entramos no elevador, que nos levou até a unidade semi intensiva, onde estava Sthefen. Coloquei roupas adequadas para entrar no quarto, luvas, touca, uma roupa especial e também cobri meus sapatos, entregaram-me uma mascara, todo cuidado era pouco. Entrei no quarto, pensei que ali mesmo fosse ficar morta ao lado dele, por que para mim ele estava praticamente morto.
-Você tem 15 minutos Luiza – Falou a enfermeira.
-Tudo bem. –Respondi abaixando a cabeça em seguida.
Fiquei olhando para ele durante metade do pouco tempo que tinha para estar ao seu lado. Pensei em como seria dali para frente, os meus dias, a vida dele, fiquei pensando se ele sobreviveria, como seria se partisse. Chorei pelo restante do tempo e logo precisei sair.
Tirei a touca, luvas, roupa, decidi ir para casa, tomar um banho, avisar a gerente da loja sobre o que tinha acontecido, organizar meu tempo, avisar aos amigos e o restante da minha família do estado de Sthefen. Toda responsabilidade estava em minhas mãos.
Então sai do hospital correndo, peguei um taxi em um ponto que tinha ali próximo e fui para casa. Chegando eu organizei alguns documentos que seria preciso para o Sthefen permanecer no hospital, arrumei minha bolsa, liguei para a loja e expliquei que ficaria afastada por um tempo, avisei amigos e parentes, tomei um banho gelado para manter-me acordada, coloquei uma roupa, arrumei meu cabelo e deitei na cama em meu quarto, ali não consegui ficar sem dormir.
Acordei sonhando com Sthefen, levei um susto e levantei em um só pulo, já estava escuro lá fora, vi pela janela. Desesperada, escovei os dentes, peguei minha bolsa e fui saindo de casa novamente, voltaria para hospital e passaria a noite mesmo que do lado de fora do quarto onde estava Sthefen, mal jantei, a essa altura não sentia mais fome, bebi apenas um copo de água.
-Tchau mãe, eu volto amanhã, preciso estar por perto, ele pode precisar de mim. –Dei um beijo em seu rosto, ela estava deitada no sofá.
-Tchau Luiza, fica bem. –Seu olhar era triste.
Fui para o hospital, e ali passei mais uma noite, deitada no sofá, coberta com meu casaco, a noite era fria, o hospital vazio, o máximo que passava por ali eram enfermeiras e médicos que corriam de um lado para o outro.
Passaram-se semanas, Sthefen se encontrava no mesmo estado, em coma, minhas esperanças estavam vivas dentro de mim, não as perdia por nada, mesmo que os médicos dissessem ser um caso que só seria resolvido por um milagre, eu acreditava que ele ficaria bem, eu ainda tinha fé que nosso casamento aconteceria mais cedo ou mais tarde. Dentro do meu coração eu tinha a certeza de que Sthefen sorriria para mim mais uma vez, ele abriria os olhos hoje ou amanhã, falaria que me amava e seriamos muito felizes. Eu tinha certeza que ele ficaria bem, tinha absoluta certeza.
Sthefen ainda estava vivo por conta dos aparelhos, faziam um barulho irritante, quando eu estava ao seu lado o barulho entrava em meus ouvidos como um som que indicavam a morte, o início do fim, eu só não queria acreditar nessa hipótese, preferia continuar com minhas esperanças até que a vida provasse que elas eram em vão.
Eu sempre conversava com Sthefen, mesmo ele estando ali deitado naquela cama.
Quando uma pessoa entram em estado de coma, elas são capaz de ouvir, sentir, até mesmo responder com sinais, elas só não conseguem reagir e voltar ao seu estado normal. Sentia que ele entendia de alguma forma o que eu falava, às vezes mexia os dedos dos pés, ou das mãos, o que me deixava ainda mais agoniada, perdi as contas de quantas vezes chamei a enfermeira dizendo que ele estava acordando.
-Sthefen, eu te amo tanto, minha vida não tem sentido sem você aqui comigo, tudo parou meu amor, desde o dia em que tudo isso aconteceu. Olha, vai ficar tudo bem eu prometo, o nosso amor é maior do que isso tudo, o meu amor por você vai salva-lo, você vai ver só. Agüenta firme, você sempre foi tão forte. – Eu sorri, ao mesmo tempo sussurrava bem perto dele. – Você vai ficar muito bem. –Sai rapidamente da sala, não queria demonstrar a minha tristeza, nem queria que escutasse meu choro, caso ele fosse mesmo capaz de sentir a minha presença ao seu lado.
Fui para o lado de fora do hospital, sentei em uma escada que tinha ali mesmo, acendi meu cigarro, enquanto fumava pensava nele é claro. Era a única pessoa que ocupava meus pensamentos vinte e quatro horas por dias. Com um dos braços cruzados, soltando a fumaça para o alto, todos os nossos momentos juntos passavam correndo em minha mente e como em um filme eu apertava pausa nos mais importantes.
- Quanta saudade eu tenho de você, às vezes acordo com o gosto de seus beijos em meus lábios, sinto o calor dos seus abraços apertados e consigo arrepiar-me com o toque de suas mãos deslizando em meu corpo, seus carinhos em meu cabelo fazem falta todas as noites quando deito para dormir e percebo que no outro lado da cama você não está presente, logo agora que finalmente iríamos nos casar Sthefen, porquê você fez isso? Por quê? Você jurou nunca me deixar e agora esta aqui em um quarto de hospital. Eu quero olhar em seus olhos mais uma vez, quero dar risada ao seu lado, admirar o seu sorriso Sthefen. – Eu sussurrava baixinho comigo mesma essas palavras, chorava e soluçava em silêncio, o meu cigarro ia se acabando.
O tempo passou, cada dia parecia anos naquele sofá da sala de espera, mas agüentei, agüentei cada momento de tristeza, cada momento de angustia, segurei a barra até o momento em que descobri estar grávida.
-Mãe, eu não quero mãe, eu não posso, faz um mês que o Sthefen está do mesmo jeito que chegou no dia em que foi baleado, como posso ter uma criança agora mãe? –Eu chorava feito um bebê.
-Luiza, você precisa começar a se cuidar, agora tem que pensar em você e nesse neném que está a caminho querida, não pode deixar suas forças acabarem.
-Eu não consigo mãe, eu não sou tão forte assim, eu estou exausta, cansada de tudo isso mãe, a gente não merecia passar por tudo que estamos passando, não merecíamos.
-Querida, não há o que fazer, você vai ter esse filho, por que ele é fruto de seu amor com Sthefen, mesmo que nesse momento ele não esteja aqui para te apoiar. Ele estaria feliz agora, pense nisso. –Ela saiu para a varanda após terminar de falar.
Essa noite passei em meu quarto, trancada pensando em como seria ter um filho. Com as mãos deslizando em minha barriga eu consegui me animar pensando em tudo que minha mãe havia dito. Logo que amanheceu fui para o hospital, eu precisava contar para o Sthefen isso tudo que estava acontecendo, ele tinha que saber que seria pai em breve.
Cheguei no hospital e fui direto para o quarto, entrei e fiquei em pé, ao lado dele.Peguei uma de suas mãos, que não estava com soro, coloquei em cima da minha barriga e muito emocionada abri minha boca para contar essa novidade tão repentina.
-Sthefen, esse aqui é o nosso filho, o fruto do nosso amor, querido, pode sentir? –Eu sorria e falava ao mesmo tempo, como se ele estivesse acordado. - O nome será Sthefen se for um menino, igual você meu amor. Você colocou dentro do meu ventre uma felicidade eterna, em meio a tanta tristeza eu pude sorrir mais uma vez. Eu te amo Sthefen.
Passaram-se mais 7 meses e minhas forças estavam se acabando a cada dia, eu tinha cada vez mais certeza de que Sthefen vegetaria até sua morte, isso causava uma tremenda dor em meu peito. Minha barriga estava enorme, eu não tomava os devidos cuidados com a criança, fumava a todo tempo,era como um consolo para minha dor, era muito mais forte do que a mim mesma e mesmo pensando com muito amor nessa criança, eu não conseguia controlar o meu vicio.
Uma noite estava em minha casa com minha mãe vendo o jornal, um dos médicos ligou-me pedindo para ir rapidamente até o hospital, disse que Sthefen teria dado uma melhorada. Rapidamente coloquei outra roupa, peguei minha bolsa e voltei para o hospital, chegando lá, o médico que fazia o seu acompanhamento disse que ele teria acordado. Não consigo descrever o tamanho da minha felicidade, não existe presente maior do que Sthefen vivo e o nosso filho que estava para nascer.
Entrei no quarto, e ele estava com os olhos abertos, olhavam para mim como se quisesse dizer alguma coisa, ai então segurei sua mão, ele sorrio de lado e fazendo muita força, disse devagar:
-Eu te amo Luiza, além da vida.
Meu coração acelerou, minha garganta formou um nó, uma chama de esperança queria a todo custo acender por completo, virar uma brasa de fogo, voltar a surgir em meu peito.
-Te tenho com a certeza de que você pode ir, te amo com a certeza de que irá voltar,pra gente ser feliz, você surgiu e juntos conseguimos ir mais longe, você dividiu comigo a sua história e me ajudou a construir a minha, hoje mais do que nunca, somos dois-Cantei para ele e sorri com lágrimas escorrendo pelo meu rosto.
Igual a uma criança, Sthefen fechou os olhos e dormiu para sempre.
Não pude acreditar no que estava acontecendo, bem no fundo do coração eu já sabia que isso poderia acontecer cedo ou tarde, mas com a ligação do médico, com o abrir dos olhos de Sthefen, cheguei a pensar que toda aquela situação estaria acabando, naquele momento cheguei a pensar que ele realmente estava melhorando, foi uma facada em meu peito presenciar sua morte.
-Sthefen meu amor, não me deixe, você não pode ir, temos o nosso filho para criar, não me deixe – Gritava ao falar, aos prantos, sem crer na situação.
-Luiza, não temos mais o que fazer, geralmente é assim, os pacientes tem uma melhora e partem, você precisa ser forte.
-Cansei de ser forte, não agüento mais. –Eu chorava e ao mesmo tempo secava o rosto com a manga do meu casaco.
Não aceitando sua morte, indignada com os motivos de estar ali sem vida, segurei-o pela roupa do hospital e chacoalhei o mais forte que pude, tinha a intenção de fazê-lo voltar, tudo tão errôneo de minha parte. Completamente sem sentido algum tudo o que estava fazendo, ele jamais voltaria a ser o meu Sthefen repleto de planos e vida para dar e vender.
A noite passou, toda parte burocrática para seu velório e enterro foi vista pela minha mãe, eu estava tão morta quando Sthefen, meus olhos falavam que em meu corpo não havia mais vida, apenas em meu ventre crescia uma criança que eu ao menos consegui dar atenção enquanto um feto.
Passei toda manhã em seu velório, agarrada ao caixão, disposta a não deixá-lo ir embora, quase uma louca, sem noção das minhas atitudes, sem medir palavras a ser dita, alguém sozinha desde o disparo de uma bala perdida que encontrou o meu futuro marido, por acaso ou não, por algumas horas de antecedência ou não, talvez um destino cruel e nada além disso.
Como eu temia, chegou à hora de uma despedida final, a primeira e a ultima de nós dois. Segui junto a outras pessoas o caixão, levado por homens fortes e vestidos de preto, subiam toda rua do cemitério.
Era como se eu estivesse ali dento, ao lado de Sthefen, indo embora também e deixando as pessoas de uma só vez com nosso filho, os três jutos. Foi com essa sensação que segui até sua cova.
Desceram o caixão aos poucos e joguei uma rosa branca para que levasse com ele, todo cemitério cheirava flores, um perfume que exalava por todos os lados. O céu estava azul e o sol era muito forte nesse dia, alguns urubus voavam sob nossas cabeças e fazia um barulho das árvores que balançavam com o vento de um lado para o outro em total sintonia. As pessoas me abraçavam, como se isso me consolasse. Pediam para eu ser forte, mas começando sem entender o porquê dessa crueldade com Sthefen já perdia todas as minhas forças.
Olhei para o céu e disse:
-A Sthefen, você levou embora uma parte de mim no momento em que foi sepultado, a outra parte morrera a cada dia sem sua presença aqui. Eu te amo, amo muito. –Fui saindo devagar do cemitério, ao lado da minha querida mãe.
Ao entrar no carro, comecei a sentir dores horríveis em meu ventre, cheguei a sentar no chão e sem conseguir levantar passei as mãos em minhas coxas.
-Me ajuda mãe, chama alguém, estou sangrando. – Eu gritava, agora com medo de perder a única parte importante que sobrará em minha vida.
-Calma filha, vou te colocar no carro e você vai ficar bem, sua bolsa estourou, provavelmente o neném esta querendo nascer um pouco antes da hora. –Sua voz era suave, como uma canção de ninar.
Passei a delirar, todo o cansaço, descuido com a gravidez, preocupação, nervosismo e má alimentação estava fazendo efeito naquela tarde, logo após o enterro de Sthefen.
Minha mãe levou-me imediatamente até o hospital, quando acordei já estava em trabalho de parto, fizeram uma cesárea urgente, escutei o médico conversar com os enfermeiros.
-É um menino, vejam só.
-Ele é lindo – Disse uma mulher que ali estava presente, provável que seja uma enfermeira também.
-Me deixemeu dar um beijo nele, por favor -Eu quase implorei para os médicos.
Colocaram-no do meu lado, tão pequeno e indefeso, me fez sorrir e chorar ao mesmo tempo, quanto sofrimento e quanta felicidade, não pode descrever o que senti ao ver meu filho Sthefen, tão dependente de mim.
Ficamos algum tempo no hospital, o pequeno Sthefen precisava ganhar peso, tomar alguns medicamentos, nasceu tão pequeno em comparação as outras crianças. Eu o observava aquela coisinha tão frágil por horas, sem cansar-me, todos os momentos eu passei ao lado dele, acompanhando seu crescimento, seus primeiros dias de vida.
Três anos após a morte de Sthefen e o nascimento da minha mais preciosa jóia
Esses três anos, passei ao lado do amado filho, contei a ele sobre seu pai. Uma vez por semana íamos juntos até o cemitério, levávamos flores e o meu pequeno grande Sthefen sempre fazia alguns rabiscos em folhas, dizia serem “as cartinhas do papai”. Ele era a minha maior felicidade que eu poderia ter em meio a tanta angustia, o único que conseguia tirar um sorriso do meu rosto, com um abraço me acalmava, com uma só palavra mudava os meus dias de toda semana, eu aprendi com meu filho outro tipo de amor, incondicional, absoluto.
Sempre tentei ser o melhor para o meu pequeno príncipe, uma mãe tão boa quanto a minha, mas minha dor ainda era imensa. Às vezes ia dormir com a impressão de que não fosse mais levantar, em sonhos Sthefen vinha para me buscar, tinha a sensação de que estava ficando louca, escutava vozes, escutava a voz dele. Sentia seu calor, arrepiava-me como se fosse um sinal que indicava sua presença, todas as noites era a mesma coisa, o cheiro do perfume que usava se espalhava quando todos estavam em silêncio como se somente eu pudesse sentir, começava no meu quarto e ia até a sala.
Nas vozes que eu escutava, ele sempre dizia quase a mesma coisa.
-Cuida bem do nosso pequeno Sthefen, ele nos ligara para sempre, onde quer que nós estejamos. Eu te amo Luiza
-Sou completamente sua, até morrer. Eu te amo de uma forma que meu coração chega doer Sthefen. Você foi o grande amor da minha vida, sempre será, onde quer que eu esteja estou pensando em nós dois, esperando para te encontrar só mais uma vez. Sonho com o brilho dos seus olhos, sinto o seu gosto e consigo vê-lo nas mais pequenas coisas.Parte de nós dois me acompanha todo o tempo, o nosso filho, ainda tão pequeno é a maior herança que você poderia deixar-me, vamos nos encontrar, me espera. Eu te juro o meu amor, meu eterno amor. –Foram as palavras que eu disse à ele em um dos meus sonhos, onde segurava suas mãos, conforme eu ia acordando aos poucos, ele me soltava lentamente e mais uma vez eu encontrava forças para caminhar.
Nosso amor vai além da vida.
1 note · View note
Text
Capítulo III - Heróis com um objetivo
Tumblr media
Hello, heroes!! Foi mal pela demora, vou tentar acelerar os posts dos capítulos porque estamos quase no final desse primeiro arco e eu quero introduzir a nova personagem por aqui logo :)
Aproveitem!!
2036
Sede da SHIELD, Nova York
Depois da sua luta contra aquela jovem extremamente forte, N’Chaka se arrependeu de não ter esperado pela ajuda de sua tia antes de construir aquele traje. Não chegava nem perto do que ela havia feito para seu pai, e ele nem esperava ser tão bom quanto ela, mas havia sentido falta de algo que bloqueasse os golpes e os devolvesse com a mesma força como a do Pantera Negra fazia.
Ainda tinha as garras de vibranium, o que era ótimo, e havia incrementado aquele traje com alguns toques pessoais, como o modo de camuflagem. Isso lhe permitia ser praticamente invisível, seu treinamento sendo essencial também, já que a camuflagem só ajuda até certo ponto. Seu corpo precisa saber se adaptar em qualquer ambiente.
O efeito de energia cinética fazia falta, mas pelo menos havia conseguido se infiltrar em uma das melhores agências de espionagem do mundo sem ser notado.
A segurança havia sido reforçada, doze guardas no andar em que estavam mantendo a prisioneira, mais vinte espalhados por outros andares fazendo rondas. Ou pelo menos foi o que o scanner de Morgan havia apontado quando todos eles passaram horas planejando aquela infiltração. O Sol começava a nascer, logo alguns guardas trocariam de turno, e essa troca era a oportunidade perfeita para que ele se aproximasse.
N’Chaka estava preso no teto em um canto mais escuro da sala quando a terceira ronda do andar passou. Desceu silenciosamente logo que eles se afastaram e seguiu na direção do corredor sul.
— Continue por aí até ver uma porrada de agentes parados na porta de uma sala, — Morgan disse do outro lado do comunicador. — É lá que a maluca do parque vai estar.
— Não a chame de maluca no meio do resgate.
— Não vamos fazer nada até o Coop encontrar os arquivos sobre ela. Até lá, estamos só em uma missão de reconhecimento — Lila cortou Nate.
— Por falar nisso, como anda a procura, Barton? — a Stark perguntou.
N’Chaka continuou ouvindo, mas seu foco também estava em continuar sendo o mais furtivo possível.
— Eu juro que já olhei todos esses arquivos, até me cortei com o papel de um deles. Não tem nada sobre ela aqui. E quem usa papel hoje em dia?! — Cooper soou mais irritado no final, ainda que sussurrando.
— Não procure só por algo relacionado à ela, mas também ao Capitão e sobre o projeto do super soldado. E se encontrar algo suspeito que não entenda, pode trazer — Lila disse, fazendo Cooper dar uma risada.
— Achei que estava menos interessada nessa missão.
— Só porque desconfio da garota não quer dizer que confie na Lacroix e nessa sede da SHIELD. Eles fazerem isso por debaixo dos panos, mesmo que o próprio Fury já tenha feito coisas do tipo, é demais para ignorar.
— Já definimos que ela é um clone do Steve Rogers, já temos todo o direito de interferir porque é problema dos Vingadores agora — Morgan comentou.
— E somos Vingadores?
— Nem somos um time, Nate. Somos só cinco amigos que estão cometendo um crime federal.
— Maninha, acho que se fazemos merdas desse tipo juntos, podemos ser considerados uma equipe — Cooper argumentou.
Eles falavam demais. N’Chaka não estava acostumado com tanto barulho em missões, e eles já estavam fazendo aquilo há um tempo. Mesmo assim, não estava irritado com os amigos. Só adoraria que deixassem as discussões para quando ele não estivesse cercado por supostos inimigos que com certeza iriam tentar matá-lo para proteger o experimento deles.
O jovem conseguiu se esquivar de três agentes que viraram a direita no corredor em que ele estava, fazendo um movimento rápido para dentro de uma sala escura. Seus pés pareciam nem tocar o chão e sua camuflagem enganava as poucas câmeras que Morgan não havia conseguido hackear.
Depois que passaram, N’Chaka andou devagar até o fim do corredor e olhou para a esquerda, onde viu os doze guardas parados na frente de uma porta de metal.
— Iron Girl, acho que vou querer aquela distração agora — N’Chaka retraiu suas garras, sabendo que nenhum deles tinha proteção contra vibranium.
— Ainda não temos os arquivos — Lila disse.
— Mesmo que ela tenha nos atacado, eu reconheço o medo nos olhos de alguém, e aquela garota estava com medo quando a encontramos. Não saio daqui sem ela.
— Isso aí! — Nate disse do outro lado.
— Eu concordo com o Jaguar. Já estou de saída com o que consegui encontrar sobre o Capitão, então uma distração cairia bem — Cooper
— Com a permissão da nossa querida líder — Morgan disse, um sorriso claro em sua voz.
— Vocês vão me fazer acabar sendo demitida… — todos ouviram a loira suspirar. — É bom ser uma distração incrível, Morgan, porque eles não vão sair daquela porta a menos que aquela garota saia correndo por ela.
— Tirou a ideia direto da minha cabeça — essa foi a última coisa que ele ouviu Morgan dizer antes de ouvir uma explosão forte o suficiente para fazer uma porta no fim do corredor voar contra a parede oposta a ela.
Daquela porta, N’Chaka viu a jovem loira sair andando, lançar um olhar para os guardas e corre na direção oposta de onde eles estavam.
Ele nunca viu pessoas tão confusas em sua vida. Alguns olhavam para a porta de aço reforçado que guardavam provavelmente se perguntando como ela havia fugido. Outros já corriam na direção da “fugitiva” e gritavam para ela parar, apontando suas armas para ela. Passaram ao lado do jovem sem nem olhar duas vezes na direção dele, já que tinham um alvo mais importante.
— Como fez ela sair? — N’Chaka perguntou, vendo que cinco guardas ainda estavam de pé na frente da porta e estavam preste a abri-la.
— Não fiz, era um robô com um holograma. Se chegarem perto vão saber que não é ela, então você tem dois minutos antes que voltem!
N’Chaka avançou antes que ela terminasse a frase, bem no momento que as portas se abriram e todos viram que a garota loira estava sentada do outro lado da cela com suas costas na parede.
Viu um deles puxar um rádio e foi esse o primeiro a recebeu um chute circular na lateral do rosto. Ele caiu tão rápido que nem viu de onde o golpe veio. A segunda foi uma mulher alta que tentou sacar sua arma e atirar nele, mas o herói se esquivou e se aproximou rápido o suficiente para desarmá-la e acertar um chute em seu torso que a mandou rolando para o outro lado do corredor.
Agora seu traje estava visível e sua furtividade já era.
Logo sentiu duas pessoas segurando seus braços e deu um mortal para trás, os levando consigo sem a menor dificuldade, já que o traje aumentava sua força. O movimento os fez soltar seus braços e ele aproveitou para acertar um chute na têmpora de um deles, que foi nocauteado, e um mata-leão no outro.
Ainda havia uma mulher ruiva apontando uma arma em sua direção enquanto ele tentava apagar aquele agente em seus braços, mas ela não conseguia um bom ângulo com o colega dela bem na frente dele.
Com seu foco no herói, ela não percebeu quando alguém segurou sua arma, removeu a munição usando um simples movimento e acertou uma cotovelada violenta em seu rosto. Ele definitivamente ouviu o som do nariz dela se quebrando com o impacto.
— Quem é você? — a garota loira perguntou, sua voz era firme e confiante. Ela tinha alguns machucados no rosto e nos braços, resultado da sua fuga mais cedo naquela noite.
— Um aliado que quer te ajudar — N’Chaka soltou o homem inconsciente no chão e se aproximou dela, só para ser jogado contra a parede.
— Me lembro de você. Trabalha para eles! — agora ela estava com raiva, mas a frieza ainda podia ser notada em seu tom.
— Não trabalho para eles, ou acha que precisaria derrubá-los se trabalhasse? — ele ergueu ambas as mãos, tentando acalmá-la. — Estou aqui para ajudar, mas não temos muito tempo.
— Trinta segundos — Morgan alertou.
— Sei que é pedir demais, mas preciso que confie em mim.
— Não confio em ninguém.
— Me deixa falar com ela — ele não sabia se era uma boa ideia, mas Morgan geralmente inventava ótimos planos sob pressão.
N’Chaka apertou um botão em seu pulso, deixando que a loira pudesse ouvir o que se passava em seu comunicador.
— Escuta aqui, Kill Bill, nós estamos arriscando muita coisa para salvar você. Sabemos que foi um erro te levar de volta e vamos nos desculpar quando não estivermos cercados por agentes treinados para matar qualquer um que os aborreça. Vocês tem dez segundos até estarem cercados por não sete, mas sim trinta e dois agentes que vão prender o meu amigo e te trancar de novo naquela cela. Quer mesmo ficar discutindo confiança agora?!
A jovem pareceu confusa com o nome, mas pareceu convencida.
— Posso ouvir eles chegando — ela disse, se afastando de N’Chaka e pegando uma das pistolas no chão.
— Eles só estão seguindo ordens, não vamos matá-los — ele logo avisou.
— E como espera sair daqui, dando abraços neles?
— Temos um plano. Eagle, sua posição? — ele perguntou pelo comunicador.
— Um segundo! — Cooper respondeu, e caiu do dedo por um buraco que ele mesmo fez logo em seguida. — Presente.
A loira apontou sua arma para ele quando o Barton se levantou.
— É um prazer te conhecer também — ele sorriu, imediatamente puxando os dois para o outro corredor quando uma chuva de balas começou a vir em suas direções. — Nossa carona já chegou?
— Esperando seu sinal — Nate falou pelo comunicador.
Eles correram e subiram por algumas escadas, dando de cara com dois agentes, que foram rapidamente nocauteados por Cooper com quatro golpes de seu arco. Eles subiram até perceberem que mais agentes foram enviados para as escadas e saíram na primeira porta que viram no décimo primeiro andar.
N’Chaka viu Barton pegar um cartão em seu cinto e usá-lo para abrir uma porta de metal, revelando uma sala de treinamento vazia. Havia uma janela que circulava a sala e ficava a pelo menos 10 metros do chão. Aquela seria a saída deles.
Cooper lançou uma flecha presa a uma corda fina de aço no topo da janela, olhando para a loira entre eles e estendendo a mão para ela.
— Sei que deve ter muitas dúvidas agora, mas precisamos ir logo — ele apontou com a cabeça para a janela.
Ela pensou por alguns segundos antes de se aproximar, deixando que ele envolvesse um dos braços em sua cintura.
N’Chaka esperou que a corda os puxasse para o alto antes de deixar suas garras saírem e escalar a parede até ela. Chegando ali, Cooper já colocava uma pequena flecha piscando no vidro e um tipo de ácido verde saiu da mesma, corroendo o material como se fosse papel.
Não demorou para sentirem a parede onde estavam pendurados tremer. O quinjet desceu e a escotilha na parte de trás da aeronave se abriu, revelando Iron Girl em sua armadura prata e roxa de pé ali.
— Seu uber está aqui — ela disse, alto o suficiente para todos ouvirem.
N’Chaka saltou sem dificuldade para dentro do jato, dando um rolamento e parando agachado. Em seguida viu Morgan voar até os outros dois e os trazer para dentro tranquilamente, para então fechar as portas.
— Não era isso o que eu esperava quando você disse que seria nossa carona.
— Não é como se eu tivesse roubado dos Vingadores, o meu pai que pagou por isso — Morgan ajudou N’Chaka a se levantar. — Acho que vão mandar caças atrás de nós, então vamos sair logo, Lila.
— Pode deixar — a Barton pilotava a aeronave com Nate ao seu lado. Ele se virou para a loira de pé ao lado de Cooper e acenou para ela com um sorriso. — Vai sorrindo agora. Se ela fizer merda, você vai ser o culpado.
— Quem são todos vocês? — a loira misteriosa perguntou.
— Bom, Buffy, caçadora de vampiros, nós somos membros não oficiais dos Vingadores — Morgan abriu o visor do seu traje, dando um sorriso rápido para ela. — E você acaba de ser resgatada. De nada. E quem é você?
Todos, exceto Lila, se viraram para ela, esperando por uma resposta.
— Prisioneira 0341 — ela desviou o olhar por um momento, como se estivesse tentando se lembrar de algo. — Mas podem me chamar de Samantha
10 notes · View notes
garota-das-letras · 6 years
Photo
Tumblr media
7 de Outubro
- Não pode ficar dando bola pra esses caras não! - dizia meu pai.
- Ela nem olhou na cara dele! Não é culpa dela! - defendi.
- Mesmo assim…
- O que? O cara é um drogado idiota e ela que é a culpada agora? Não né…
Quando saímos do bar ontem a noite, um homem com traços vietnamitas começou a perseguir a gente. Ficava encarando a minha irmã, seu cabelo, suas pernas, e mais outras coisas… quando parávamos em qualquer sinaleiro, ele começava a soprar a fumaça de seu cigarro na gente só pra provocar. Ele estava claramente alterado, cambaleava de um lado para o outro e esbarrava contantemente com meu pai (que estava do seu lado e eu do lado dele). Ia começar uma discussão ali mesmo, só que bem na hora que eu virei para dizer “Hey man! Do you got issues? Fuck off!”, o Matheus chegou do lado dele para trocar uma ideia. Ainda bem. Discussão não é o meu forte, mesmo com um chapadão daquele que não conseguia nem abrir a boca pra falar direito.
Ele ainda nos seguiu até uma quadra antes do hotel. Hoje eu sei que a minha irmã olhou pra ele sim, ela com a mania de ficar encarando qualquer um que tem olho puxado pra tentar adivinhar de onde é. Quando ele avançou na direção dela, meu tio entrou na frente e, só depois disso, que eu me dei conta da situação. Mas mesmo assim… um encontro de olhares da o direito a alguém de querer avançar sobre o outro? O cara estava fora de si… claramente inconsciente de seus atos. Portanto, o fato de ele agir daquela forma estava tão intrínseca a si que mesmo involuntariamente agia de forma… babaca? Ou simplesmente a droga, seja lá o que ele tenha usado, o tornou daquele jeito e conscientemente ele agiria de outra forma?
São perguntas que não posso responder, só acreditar…
•••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••• Sobre o dia sete, de fato:
-Aqui foi onde gravaram algumas cenas do primeiro X-men.
Estavamos numa espécie de casa/mansão/castelo, chamada Casa Loma. Ali gravaram vários filmes. Todo interior foi trabalhado à la século XVIII. Como diz a sábia Suelena: “eu gosto de coisa velha”, então aproveitei bastante o que a casa tinha a oferecer. Inclusive… dei minhas próprias escapadas do grupo para apreciar sozinha, mas não sumi por muito tempo.
- Venha, vai começar!
Era um curta sobre a biografia do Homem que construiu aquele lugar. Ele chegou a controlar 25% da economia canadense mas por algum motivo (dormi nessa parte) ele faliu. A mansão foi tomada pela prefeitura, que abriu portas ais turistas… tipo nós.
- Aonde fica os estábulos? É lá que eu quero ir!
- Então vamos!
Para chegar precisávamos passar por uma “passagem secreta” que, no mês do Halloween, estava toda metida a horrores desnecessários… e assim saímos. Foi um bom passeio, apesar da parte final.
Dali passamos para comer e não sobrou muito tempo para ver o ROM (Royal Museum). Apesar da passagem rápida, eu amei o ambiente e desejei ter um pouquinho mais para apreciar… o salão de arquitetura chinesa e os fósseis jurássicos foram as partes que mais gostei, além das moedas pérsicas e coleções de artigos tribais dos maias, astecas, nipônicas e muitas outras da África. Além do mais, havia duas coisas que queria ter visto com mais calma: o salão de arte moderna e a entrada, onde tinha uma exposição sobre como os museus do mundo estavam lidando com a arte exposta por eles depois do #MeToo. Essa hashtag viralizou depois que foi aderida por mulheres do mundo artístico para denunciar assédios, abusos, etc que elas sofreram no meio de trabalho. Lá tinha todo um histórico de notícias e a maneira como agora se lida com a arte dos homens denunciados. Contudo… passei rápido demais para conferir em detalhes :(
Em seguida, fomos embora do museu e, logo ao lado, caminhamos pelo campus do complexo universitário de Toronto. Como tudo na cidade, as universidades não poderiam ser nada se não um espectro temporal de arquiteturas num mesmo lugar. Várias belezas juntas e misturadas… e uma arpa.
Pela janela eu pude vê-la. Uma moça tocava uma música muda. Não podia ouvi-la, mas seus graciosos dedos dançavam com precisão naquelas cordas. Entrei em hipnose por alguns segundos, e desejei escutar o que aquela receita mágica faria com meus ouvidos…
- Bora, Amanda! Tá ficando pra traz!
E voltei a cabeça no lugar.
••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••
- É aqui?
- Sim… estamos num bairro coreano.
- Olha, Luana! Um monte de coisa escrito em coreano! - indagou minha priminha, Marieli
- Você dançar “Idol”, Amanda? - perguntou Vitor, irmão da Marieli
- Fi… eu não danço nem forró direito! E olha lá!
Pior que é isso mesmo… da última vez eu e o menino ficamos dando piorra e ficamos tontos! Um destalento. Ainda bem que pelo menos escrever a gente escreve.
Ou tenta… né?
Aquele era o Poop Café, e como o nome já denuncia, é um café cuja temática é… cocô! Uma proposta é bem pitoresca, talvez por isso não tenha curtido muito… estava cheia então só belisquei os sorvetes da minha mãe e da Luana. Fiquei mais conta de escrever e pensar…
Pensar…
••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••
- Ai miga… assim não dá né? Entra logo nessa selfie que tá difícil!
- Vocês querem que eu tire a foto?
- AMÉM, UMA BR AQUI ALELUIAAAAA, por favor, tire!
- Digam “queeeeijo!”, quer dizer, “cheeeeese!”
- Hahaha, cheeeeeese!
- Olha, querido, a foto ficou boa, mas você fechou o olho… deixa eu tirar outra.
- Okay. Cheeeeeeese!
- Haha! Olha, seu olho tá aberto agora mas tá tipo aqueles peixes…
- Meu Deus! Que pessoa maravilhosa de sincera kkkkkkk vou muito te seguir no Instagram! Tira mais uma?
- Tuuudo bem! Sorrindo!
- Cheeeeeeese!
- Aí, essa ficou boa!
- Aeeeee! Obrigada!
E foi assim que tirei aquela foto para aquele grupo perdido de brasileiros. Ele não pegou meu ig, não sei nenhum nome sequer, mas quando compatriotas se encontram nada disso é necessário: somos todos irmãos!
Estávamos apenas eu, o Matheus e minha avó. Passamos no Chipotle (restaurante mexicano) para comprar comida pro meu avô. Estava tudo bem normal, até um cara alto e muito moreno empurrar nosso companheiro e sair pela porta.
- Excuse me, Sir! You must pay…
A atendente não terminou a frase, e o homem saiu com uma marmita sem pagar…
- É vó… essas coisas só acontecem quando eu tô contigo!
1 note · View note
gamextreme · 3 years
Text
Bem movimentado aqui recentemente, não?
Isso nunca é um bom sinal... Enfim...
Não me vêm a cabeça nenhuma lembrança da qual creio já não ter falado aqui, então deixemos este capítulo em stand-bye por um período...
Eu ainda tenho de capital real por volta de 30Rs, provavelmente irei deixar pra provocar um colapso renal no dia 12/11... Tenho somente que não o adiantar turu, provavel que consiga....
Mas o foco desse post são as dores, especificamente as fisiológicas... Frequentemente minha barriga doe, na verdade sempre que presto atenção ou lembro dela eu volto a sentir alguma coisa... As vezes é por conta de leite, outras é por conta de gases, as vezes por motivos sobrenaturais visto que eu quase nada como então não era pra ter nada provocando mal estar.... A região da bexiga também, desde o dia em que uma pedra tapou o ureter e eu fui todo doído para o hospital pra solucionar as 19 horas sem mijar, desde esse dia eu passo por periodos de irritação na bexiga... As vezes eu fico com vontade de urinar mesmo sem ter nada pra sair, as vezes eu faço um esforço e nada sair... Um incômodo usual... Quanto o tórax, as vezes respirar dói, sinto algumas "pontadas" nos pontos mais baixos do que seria o meu pulmão... Como também sinto essas pontadas inesperadamente ao longo do dia... O problema recente novo é a garganta ressecada/inflamada que dificulta respirar/engolir e coisas do tipo....
É bom recordarmos do meu olho direito, cuja visão a distância é altamente difusa... Quando eu era pequeno eu costumava olhar para o sol com o olho direito quando eu fazia o caminho casa - escola de carro... Ao longo dos anos fizeram efeito, embora na época eu acreditava que nada ocorreria... Não preciso bem lembrar das pedras, embora nunca tenham provocado alguma dor real as vezes ocorrem incómodos... O da bexiga é o habitual, mas as vezes ao urinar eu acabo fazendo tanto esforço que algumas lágrimas caem sem eu querer....
Bem, este é o dia a dia doloroso de Davi, embora após tanto tempo assim você acaba se acostumando e ignora essas sensações incômodas, mas basta lembrar q existem pra tudo voltar....
Tumblr media
Esse é o davizinho, o menino que so queria alegrar todas as pessoas...
Mas, conheceu crianças que tiveram azar mas ainda sim sorriam para tirar o peso dos outros...
Mas, sofreu por 2 meses um tratamento psra algo que sequer lhe fazia ficar mal..
Mas, acreditava que seus pais ficariam felizes ao verem seu filho também feliz...
Mas, sofreu bullying e injustiças do 2 ao 5 ano, enquanto tentava ajudar os amigos e controlar brigas...
Mas, passou 14 anos de sua vida sendo algo que não era, buscando um caminho diferente por se achar errado...
Mas, foi enviado para escolas, cursos e turmas erradas e diferentes, por diversos motivos e razões, os quais levaram a acontecimentos piores e/ou que poderia ter levado a uma vidinha mais calma e feliz..
Se juntarmos tudo, nada da esfera pessoal de certo nessa vida... Ao menos a entidade responsável pelo meu azar compensou e me deu "sorte" quanto ao resto... Tudo que não envolva minha felicidade da certo no final... HC quanto minha suspensão injusta, o Neves quanto minha expulsão inesperada, IF quanto minha reprovação revertida... Sempre tem alguem que me ajuda muito nesses momentos para fazer essas coisas darem certo.. E quando não tem, como as notas, provas e trabalhos, tudo sempre termina bem... Seja o professor faltar, estar de bom humor, a prova ser muito fácil ou algo do tipo... Quanto a desencontros com pessoas, tudo sempre se resolve de alguma forma... Quanto aos meus pais, o mesmo ocorre...
A unica santa coisa que nunca da certo é o que realmente importa...
Curiosamente algo que nunca deu certo, nem naturalmente e nem com muito esforço, foi L: mais uma prova dele ter sido o 3° erro desta vida zzz
É até estranho eu sempre estar sem muito com o que me preocupar e continuar tristinho... É um modus operanti praticamente...
Essa forma do universo compensar o que ocorreu é inútil... Não me importa o futuro ou o presente mais.... Eu quero consertar o passado, o meu erro...
Mas, isso é impossível...
E eu posso passar por mais 13 anos de jejum sentindo todas essas dores se acentuando a cada dia, mesmo assim não chega a significar um mísero segundo do momento em que te vi ir embora no último dia de aula e nada fiz...
Aquela cadeira, aquele ângulo e aquela tarde
Esse é uma das poucas lembranças que nunca revivi em sonhos
Meu cérebro sabe que eu não suportaria passar por este momento duas vezes, seja na vida real ou no imaginário....
Todo esse peso sendo suportado pelo pequeno Davi... Ele no fim, merece essa penitência, seu inconsciente sabe disso e o faz reelembrar de tudo todas as noites em que dorme... Revivendo lembranças, sempre sabendo que estou revivendo um momento mas nunca fazendo nada de diferente... Eu não consigo, simplesmente...
Koneko se eu pudesse eu iria me ajoelhar em brasas para demonstrar meu arrependimento... Mas você sequer esta mais nesse mundo... Somente em lembranças, o problema inicial: o tempo passa...
Mas era com você que eu estava junto e feliz, foi a você que eu causei problemas e te consequentemente fiz infeliz...
Eu polui uma memória feliz...
Por mais que eu chore, compense, peça desculpas ou reze, é imperdoável...
Meu cérebro nada mais faz o que eu sigo como filosofia, quem te faz ficar mal deve ser afastado...
O problema é que eu mesmo sou o motivo da minha própria tristeza, então como fugir de si?
Enquanto não souber esta resposta, estou fafado a lembrar do que é estar feliz para imediatamente ver tudo ser tirado de ti, por algo que você mesmo fez...
Ao menos, a solução pra este problema é simples: não dormir!
Não posso voltar a segurar sua mão se eu não sonhar mais, simples e efetivo... Porém, o cansaço uma hora vence...
E uma skill do Davi atual que não é alta é a stamina... Para conseguir passar o máximo de tempo sem se cansar, ter um metabolismo lento talvez ajude...
O que leva aos problemas da falta de fome e sede...
Obviamente não deve ser esse o motivo embora seja bem conveniente tururu
O que tiramos disso tudo é que claramente eu estou doente... Meus pais deveriam perceber e fazer algo a respeito, mas nem notam nada.... O que é o esperado visto a cegueira e incompetência total a tudo...... Mas, quanto aos amigos próximos? Bem, eu nunca contei a história toda a ninguem e os únicos que perceberiam a diferença são os do Neves... Os que sobraram de mais próximos é Maia, ao qual ainda não falei nem 1% dos ocorridos durante o IF então meio que fica difícil... Danoel e Nat nunca viram o Davi normal então não tem uma referência para trabalhar...
Um davi com pensamentos que remoem sobre si mesmo, avaliando o por que de cada passo enquanto procura tanto um destino, um motivo, um modo e um referencial....
E agora eu me pergunto, por que eu me sinto sozinho?
P a tempos perguntou por que eu gostava de pelúcias, depois dessa singela pergunta e comecei a filosofar no motivo de cada coisa bobinha da minha cabeça...
Essa é a pergunta para a qual não tenho resposta definitiva, mas tenho um palpite:
Eu me coloco em uma ilha deserta, com alguns coqueiros, algumas árvores e um espaço considerável para andar, tudo cercado pelas águas do oceano e absolutamente nada até o horizonte... Neste local, após um mês, eu teria feito talvez uma casa, umas roupas e até um boliche... Depois de um ano, quem sabe um mini hotel, um bunker subterrâneo e outras construções... Em 50 anos, eu teria torrado a paciência e começado a criar monumentos e explorado o mar com uma balsa... Porém, caso um tsunami ocorresse e destruisse tudo, ao retornar pra minha ilha eu iria encontrar alguma parte de minha história?
A resposta é simples, não irá...
O oceano apagou a sua história e somente você pode falar o que ocorreu...
Eu tenho medo do oceano, eu tenho medo de perder coisas, perder locais, perder lembranças, perder, pessoas...
Eu não gosto da mudança, pois ela as vezes substituí as provas do que ocorreu...
E esse passado então se torna uma história, igual a que eu estou a contar aqui, uma história a qual pode sofrer mudanças e divergir do real... Mesmo eu me esforçando muito, ainda tenho muitas lacunas e misturo muitas coisas.... Ter outra pessoa compartilhando essa história, tendo vivido nessa ilha, é um cenário perfeito!
Além de podermos contar a nossa história para os outros, poderíamos ainda passar tardes rindo sobre o dia em que tentamos abrir um coco com outro que caiu do coqueiro... Eu queria, koneko, poder conversar com você sobre todas as minhas e as suas lembranças, para assim montarmos o quebra-cabeça que foi a nossa relação...
Eu não gosto de estar sozinho por ter medo da minha história um dia ser apagada pelo oceano... Quem irá falar das pelúcias de Davi quando eu não estiver mais aqui?
Meu medo é que ninguém o faça...
Eu... preciso me recompor.... Volto já
0 notes
dehbarrosreal · 3 years
Text
Autossabotagem – Não a deixe paralisar sua vida!
Você sonha grande, quer ir além e conquistar diversos objetivos, mas sente que nunca consegue concluir nada com relação àqueles sonhos e sempre acaba fazendo algo que te leva para o caminho oposto dos seus desejos? Talvez isso ocorra porque você está se autossabotando!
Se nunca ouviu falar sobre isso aqui vai uma explicação simples: a autossabotagem é o processo de atrapalhar nossos objetivos, por meio de comportamentos e/ou pensamentos negativos e limitantes.
Há pessoas que fazem isso com frequência e nem percebem, outras já sabem que são os principais “inimigos” de seus objetivos, mas fingem não ver.
O problema de não ter essa consciência, ou fingir não ver esse comportamento autodestrutivo é que a pessoa se mantém em um ciclo de grande motivação seguido pela frustração da falha, que geralmente fere sua autoestima, gerando insegurança e medos.
É importante mudar esse comportamento para se permitir conquistar o que quer, mas isso não é uma tarefa fácil, principalmente quando envolvem pensamentos autodestrutivos.
Para te ajudar com isso separei abaixo algumas etapas importantes para começar a mudança e para tornar mais claro usarei o exemplo de Anne (personagem fictício).
Anne tem uma coleção de motos e decidiu se desfazer delas por não ter mais dinheiro, tempo e saúde para cuidar de todas, mas toda vez que tenta vender uma moto acaba desistindo.
1) Pare de se julgar
Antes de mudar quaisquer comportamentos na sua vida, sejam eles autodestrutivos ou não, é preciso avaliar como você se julga, se é bom consigo, pois nada pode ser iniciado enquanto você se tratar indevidamente.
Você deve aprender a silenciar a voz interna que te desmotiva e deprecia e, para isso, precisa mudar seu diálogo interno. Abrir mão do seu autojulgamento e soltar o chicote que usa para se ferir a cada erro cometido, como se fosse um carrasco.
Um bom jeito de começar a enfraquecer seu carrasco interno é tratando-se bem, avalie: “Eu deixaria outra pessoa falar comigo da mesma forma que eu estou falando?”, se a reposta for negativa ESTÁ NA HORA DE MUDAR!
Entenda que você é seu melhor amigo e deve, no mínimo, tratar-se como você trata a pessoa que mais gosta na vida!
Ex.: Se a Anne ficar se julgando por gastar tanto tempo e dinheiro com as motos, ficará paralisada se sentindo estúpida, com pena de si mesma e sem forças para fazer qualquer mudança.
2) Perceba quando e como você se sabota
Avalie em quais momentos você está se sabotando e como está fazendo isso, essa observação é importante para trazer clareza em onde você está falhando.
Ex.: Toda vez que está finalizando a negociação de venda Anne pensa coisas como: “Tenho muito apego a essa!”, “Preciso fazer a manutenção, não posso entregar para outra pessoa no estado em que está”, “Ainda não andei muito com ela, depois eu anuncio novamente”.
Perceba que Anne entende a necessidade de se livrar das motos, consegue dar início ao objetivo de vender, mas na hora de finalizar encontra desculpas para voltar atrás. Sua autossabotagem começa na hora da entrega da moto e ela faz isso por meio de desculpas sobre o que ainda precisa ser feito.
Algumas pessoas terão dificuldades na hora de se programar ou de dar o primeiro passo em direção ao objetivo, darão diversas desculpas disfarçadas de motivos, cada um a sua maneira inventará um jeito de ir em direção oposta ao objetivo final.
3) Entenda qual o motivo da autossabotagem
Por mais que não pareça, sempre há um ganho secundário e é ele que motiva a autossabotagem, pode ser se manter na zona de conforto, evitar algum confronto e diversos outros, irá depender muito de cada situação.
Encontrar esse ganho secundário permitirá você entender seu comportamento e mudar a percepção inconsciente de que está ganhando ao se sabotar.
Ex.: Anne acredita que as motos a tornam uma mulher mais interessante e aventureira, ao avaliar esse conceito percebeu que pouco se aventura, pois passa muito tempo resolvendo os problemas das motos e, também por isso, quase não tem tempo para sair e ter assunto com os amigos. No fim, as motos mais atrapalham do que ajudam.
4) Aceite que está se sabotando e trace rotas de mudança
É como dizem “o primeiro passo é aceitar”, perceba que ser uma pessoa autossabotadora não te torna inferior e nem diminui quem você é.
Após aceitar que você é assim, terá mais tempo para descobrir como mudar isso e aí deverá traçar caminhos que te tirem do autoboicote.
Esse é um processo de tentativa e erro, será preciso testar as ideias que você tiver e ver como funcionam na realidade.
Ex.: Ao aceitar que é autosabotadora Anne parou de se enganar e lutar contra isso, o que deu mais energia para encontrar soluções. Como identificou sua forma de autossabotagem passou a tentar jeitos de não desistir da venda, descobriu que para ela funcionava envolver uma agência de vendas, assim ela não conseguia mais desistir pois já havia firmado um compromisso.
Lembre-se: Parar de se sabotar pode levar tempo e necessita grande dedicação, mas vale a pena e te permite construir a melhor versão de você e sua vida! Se você já está atuando na mudança, respeite seu tempo, reconheça e comemore cada conquista.
0 notes