Paganismo Germânico em Debates Atuais. Visite: asatrueliberdade.com
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Cinco anos! . Em 15 de novembro de 2015 era iniciado esse projeto, que começou singelo, teve grandes ápices de divulgação de conteúdo básico sobre paganismo e hoje está mais focado nos problemas que aquilo pra nós é sagrado -- a Natureza -- tem sofrido. . Foram cinco anos de altos e baixos, aprendemos, crescemos, fizemos amizades, inimizades, atacamos o nazismo e o racismo, o fundamentalismo cristão, rimos e fomos agraciados com tantas boas companhias! . Agradecemos muito a todos os muitos que nos acompanham desde que começamos com poucos likes, enfrentando dinossauros do racismo/nazismo pagão, ou os que se somaram quando ensinamos conteúdo mais seguro, traduzindo/compilando informações que até então não existiam. . Da Aielly (forma carinhosa que chamamos a página) surgiram três livros, e ficamos felizes de termos ajudado tantos pagãos nesse começo tão conturbado do paganismo no Brasil. O trabalho está longe de ter acabado, mas uma coisa temos certeza: seguimos o caminho certo. Obrigado a todos os que continuaram conosco! . Agradecimento especial à Andreia Marques e ao Dan Cruz sem os quais esse projeto jamais seria o que é hoje. . A equipe da Aielly, em especial #Seaxdeor. #Heathenry #Asatru #Paganismo #Aniversário https://www.instagram.com/p/B45LvFknxU5/?igshid=1hkiqfn45tkm8
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"André Breton, no Segundo Manifesto do Surrealismo, proclamou: “Tudo indica a existência de um certo ponto do espírito, onde vida e morte, real e imaginário, passado e futuro, o comunicável e o incomunicável, o alto e o baixo, cessem de ser percebidos como contraditórios”.
O que é o “ponto do espírito”? Algo abstrato ou concreto? Pode ser visto, experienciado? Sim. Na opinião de Octavio Paz, “Filho do desejo, nasce o objeto surrealista: a reunião de montanhas é outra vez cena de gigantes, as manchas na parede ganham vida, põem-se a voar e são um exército de aves que, com seus bicos terríveis rasgam o ventre da formosa acorrentada.” Os deslocamentos de objetos, caminhar ao acaso e ter encontros inesperados, o método paranóico-crítico de Salvador Dali, os registros de sonhos, a escrita automática, segue Paz, não são “exercícios gratuitos de caráter estético”, pois “Seu propósito é subversivo: abolir esta realidade que uma civilização vacilante nos impôs como a só e única verdadeira”. A destruição da falsa realidade revela outra, que “se levanta de sua tumba de lugares comuns e coincide com o homem”, na qual “somos de verdade”. Nela, “o mundo já não se apresenta como um ‘horizonte de utensílios’, mas como um campo magnético.”
Imagem: Artista desconhecido, via Pixabay
Texto via Surrealismo Solúvel
#paganismo#visão de mundo#ásatrú#heathenry#heathenismo#heathen#pagão#surrealismo#surrealista#arte surrealista
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"A Natureza não existe"
Dizer isso pode soar um pouco estranho vindo de um pagão, mas tenha paciência e se aconchegue junto ao fogo do nosso lar, tome uma porção de comida e receba nossa mais sincera hospitalidade enquanto lhe conto melhor sobre isso.
Não quero aqui falar sobre “o homem” como uma entidade abstrata, mas, durante muito tempo, vários grupos humanos ancestrais que tive o prazer de conhecer suas histórias, viveram sem sequer uma palavra para “Natureza”.
Isso à primeira vista pode parecer absurdo e contraditório, porque temos a ideia razoavelmente acurada de que eles eram povos que viviam do que chamamos de Natureza e para o que chamamos de Natureza, e seria bastante estranho se eles sequer a percebessem como uma entidade separada.
Essa divisão entre Homem versus Natureza é produzida na cultura ocidental como uma consequência do modo de pensar romano, ainda no grego physis (Φύσις) é usado para se referir à totalidade integrada das coisas existentes, incluindo-se aí o humano, que seria apenas a parte dotada de pensamento ou racionalidade (λόγος). Mas é ainda entre os gregos que a physis, sua forma de entender a Natureza, passa a se opor ao nomos (νόμος), a lei ou costume, isto é, à “civilização”.
Mas o que essa discussão nos interessa enquanto heathens germânicos, sejamos anglo-saxões ou nórdicos? O fato de que ao expandir sua “civilização” e cultura, tanto pela espada como pela Bíblia, os romanos fizeram com que adquiríssemos essa noção de separação do meio natural.
O idioma anglo-saxão carece de uma palavra nativa para “Natureza”, bem como o nórdico antigo o importa do latim. Esse fenômeno não é restrito aos germânicos, os povos indígenas do Brasil que conheço, por exemplo, não possuem uma palavra para “Natureza”.
Isso porque a “Natureza” como algo abstrato e separado do humano, contra o qual estamos constantemente lutando, não era exatamente vista como querem Hobbes, Locke, Marx e outros pensadores que tendem a colocar essa separação ocidental como um fato essencial no processo “evolutivo” dos seres humanos.
Nas culturas nativas, e os paganismos são um tipo de cultura nativa, a Natureza não está separada de nós, mas os diversos entes animais, minerais, vegetais, fungos, etc. que a compõem são vistas em estreita relação com os humanos. Os humanos não se veem como esferas individuais mas como rizomas, raízes profundas, o tempo todo interrelacionando-se com o outro e definindo-se a partir dessa relação.
Nesse sentido, o que nós chamamos de “Natureza” — aquilo que não é humano, que exploramos em vez de interagir —, em oposição à “Sociedade” — aqueles com quem interagimos socialmente — não exatamente existe. A “Natureza” é parte da sociedade; ancestrais podem habitar em árvores e montes, um carvalho poderia ser testemunha de juramentos e casamentos, o Mar era visto com temor, os trovões as batidas da marreta do campeão dos deuses.
Deuses esses que em si faziam parte do mundo, pertencendo a ele imanentemente, ou seja, não eram espíritos transcendentais e afastados do que aqui acontece. A Natureza é cheia de personalidades, e então não é apenas um véu que mistifica e oculta, mas o próprio revelar-se daquilo que é sagrado, isto é, daquilo que é vivo e proporciona vida.
E assim, a “Natureza” era uma ideia dispensável, porque, de fato, a relação dos povos pagãos com a Natureza era tão profunda que eles não conseguiam se enxergar como algo separado dela, um ente assustador contra o qual lutavam absurdamente.
Penso eu que essa seja uma linda lição que os antigos povos pagãos têm a nos ensinar, principalmente numa época em que aqueles que seguem cegamente o deus pregado decidiram destruir completamente o que chamam de Natureza, que para nós pagãos, é a parte mais sagrada de nosso “self”, e não uma mera fonte de recursos a ser destruída sem reflexão.
#Natureza#Paganismo#paganismo nórdico#asatru#heathen#heathenry#heathenismo#heathendom#heathenism#animism#animismo
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As distinções superficiais frequentemente revelam semelhanças subjacentes e coerência de uma matéria maior do que as diferenças aparentes. É, por exemplo, quase um clichê se referir aos primeiros povos germânicos como tristes, sem humor e fatalistas. É verdade que mitos e lendas germânicas continuam a insistir sobre o tema da morte, mas muitos mitos fazem isso. Não é de surpreender que a morte e seu significado último no todo da experiência humana sejam um fato e um problema com os quais nenhum homem pode estar despreocupado. Se a morte é triste, então os povos germânicos eram tristes; Então, infelizmente, é todo mundo. A tristeza germânica, se é que isso pode ser justificável, é mais perceptível quando consideramos sua relação com a estrutura do cosmos germânico. De um ponto de vista cristão, isto é, um ponto de vista não-germânico, a morte é uma espécie de abertura para a salvação ou condenação, um ponto em todo o tempo pelo qual o homem necessariamente vai para a vida ou para além da vida. A experiência da morte transcende as vicissitudes do mundo da impressão sensorial. A realidade além é eterna. Na figuração germânica, há algo assim na representação da festa dos guerreiros em Valholl e em algumas das descrições do tormento em Niflheim. Há uma diferença essencial, no entanto. Nos mitos germânicos, todos esses "outros" mundos não transcendem a natureza do insubstancial. O paralelo germânico ao dia do Juízo Final, Ragnarok, o colapso do Yggdrasil, o freixo do mundo, que inclui dentro de seus ramos e raízes universais todos os mundos, destrói não apenas o mundo do homem, Midgard, mas Valholl e Niflheim e tudo mais. Essa falta de eternidade é, do ponto de vista cristão, "triste" — é peculiarmente anticristão pensar no céu como não permanente. Mas os primeiros povos germânicos não eram cristãos, e aparentemente a eternidade da salvação da alma individual não lhes interessava muito; pelo menos, com relação ao que ainda temos, eles não escreveram muito sobre isso.
Superficial distinctions frequentlyreveal underlying similarities and coherence of greater matter than the apparent differences. It is,for example, almost a cliché to refer to early Germanic people as gloomy, humorless, andfatalistic. It is true that Germanic myths and legends continually dwell on the subject of death,but then, many myths do this. Not surprisingly, death and its ultimate significance in the wholeof human experience is a fact and problem with which no man can be unconcerned. If death isgloomy, then the Germanic peoples were gloomy; so, unfortunately, is everybody else. Germanicgloominess, if there can rightly be such a thing, is most acutely noticeable when we consider itsrelation to the structure of the Germanic cosmos. From a Christian, that is, a non-Germanic,point of view, death is a kind of opening out to salvation or damnation, a point in all timethrough which man necessarily goes to life or nonlife beyond. The experience of deathtranscends the vicissitudes of the world of sense impression. The reality beyond is eternal. In theGermanic figuration, there is something like this in the representation of the feasting of warriorsin Valholl and in some of the descriptions of torment in Niflheim. There is an essentialdistinction, however. In the Germanic myths, all of these ‘other’ worlds do not transcend thetyranny of the insubstantial. The Germanic parallel to Doomsday, Ragnarok, the collapse ofYggdrasil, the world ash, which includes within its universal branches and roots all worlds,destroys not only man’s world, Midgard, but Valholl and Niflheim and everything else. This lackof eternality is, from a Christian point of view, ‘gloomy’—it is peculiarly un-Christian toconceive of heaven as not permanent. But the early Germanic people were not Christians, andapparently the eternality of salvation of the individual soul did not concern them much; at least,with respect to what we still have, they did not write much about it.
Paul Bauschatz — The Well and the Tree
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Fragmento de “Mastering Witchcraft” de Paul Huson
“Quando você lança um feitiço, você em efeito vai estar colocando algumas “maquinarias” delicadas em operação. A maquinaria em si mesma é feita do mesmo que os sonhos são feitos, e a eletricidade que corre através dela serão seus próprios desejos e emoções pulsantes. Agora, para reunir essa maquinaria, em primeiro lugar, e então fazê-la mover-se, você precisará ter empregado suas vontade ardente, uma fé firme como rochas, e uma virulenta imaginação em iguais, extenuantes quantidades. Você terá escravizado-se para trabalhar-se na configuração mental (frame of mind) onde será inconcebível que a magia pudesse falhar”
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Eu, baseado nas evidências históricas que tive contato, pessoalmente penso que as runas começaram a ser criadas e usadas como um sistema de escrita influenciado pelos alfabetos itálicos do norte e grego. A alfabetização entre as tribos germânicas era uma questão de elites governantes e as classes associadas a elas.
Se Tácito viajasse em um momento em que as runas estavam se tornando tão conhecidas para ser as " notæ" (não existe a palavra "runa" na obra de Tácito) referida por ele na De Oirigine e Situ Germanorum, acho que ele deveria ter as visto muitas vezes (então, elas deveriam ser conhecidas de algum jeito). O problema é que na Gramática de Ælfric, ele diz que letras (littera) são stæf no inglês da época. Se os símbolos vistos por Tácito, e que ele descreve em sua obra fossem runas, por qual razão ele não as designaria pela palavra para letras (littera) em seu idioma, preferindo a mais que obscura palavra nota?
Por outro lado, pode-se argumentar que elas eram "mistérios" associados a mágicos, oráculos, etc. Mas as evidências rúnicas iniciais não eram assim: eram principalmente usadas por ferreiros e artesãos manuais, como maneira de marcar suas obras, ou ainda registrar versos nelas.
Além disso, olhando para os eventos cronológicos, parece que os romanos e os gregos começaram a ter trocas culturais com as tribos germânicas principalmente a partir do século II aC (gregos) e meio do século I aC (romanos) em diante.
Vamos contar os Bastarnae como um povo germânico oriental e então vamos contar que eles têm algumas influências sobre o Antigo Futhark, pois a runa *oþala aparentemente está ligada à letra grega Omega, já que os Bastarnae tiveram contatos com o mundo grego; além disso, vamos contar que as tribos germânicas conheceram pela primeira vez os romanos nas guerras da Gália de César e, em seguida, os alfabetos itálicos do norte deram às runas a maioria de suas formas iniciais.
Se Tácito escreveu a Germania em 98 dC, e considerando o tempo necessário para desenvolver a primeira forma fixa com 24 caracteres do Elder Fuþark do primeiro contato entre as tribos germânicas e o mundo greco-romano, parece improvável que a inscrição rúnica mais antiga (o pente com a inscrição harja) data apenas de 160 dC, e que as runas foram usadas como um oráculo no meio deste tempo.
Eu acho que as runas precisavam de um tempo depois de serem disseminadas através das tribos germânicas para serem usadas por elas como um oráculo, se esse fosse o caso. Se as descobertas mais antigas são de 160 dC, e então elas começaram a aparecer de forma mais ou menos regular, parece improvável que em 98 dC já tenhamos runas usadas dessa forma.
Se as notæ de Tácito fossem runas, elas não deveriam ser tão desconhecidas naquela época, e Tácito teria uma ideia delas, provavelmente relacionada ao seu próprio alfabeto latino, já que as evidências arqueológicas de seus usos mostram como elas foram usadas, seguindo a forma como eu penso.
Além disso, as ligações de runas (bindrunes) não aparecem em contextos mágicos, mas semelhantes a abreviaturas, em contextos profanos, comuns locais onde as inscrições rúnicas aparecem. Quando runas eram usadas com fins mágicos, e sim, há evidências disso, a magia não estava nos caracteres em si, mas na mensagem que eles transmitiam. Como na magia ocidental, eram as sentenças, os sons produzidos pelas letras, as palavras, que carregavam o poder mágico. As runas, por si, não eram sagradas.
Contra isso se pode argumentar que cada runa possuía um nome e era identificada com um “arquétipo”, o problema é que desde de o uso da escrita totalmente fonética, com o alfabeto fenício, e passando por seus descendentes, como o alfabeto grego, o alfabeto romano, o que usamos, é a única exceção e não dá nomes próprios às suas letras, ao contrário, as identificando apenas com os sons que elas fazem.
Obviamente isso não invalida os oráculos com runas, apenas ressalta que é uma aplicação moderna, mas não por isso menos efetiva magicamente falando, além de abrir perspectivas de novos usos das runas, que foram até então omitidas por apenas as olharmos como oráculos.
#runas#mistérios#magia#runes#magic#magick#Ásatrú#asatru#heathenismo#heathenry#heathendom#paganism#paganismo#pagão#heathen#Vikings#Viking
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"As únicas pessoas que mudaram a história foram as que mudaram o pensamento dos homens a respeito de si mesmos." -- Malcolm X Nossa história foi radicalmente mudada com o surgimento do cristianismo. De muitas religiões tribais ou populares, nossos ancestrais passaram a ser submetidos a uma única religião, uma única forma de ver o mundo, uma única forma de ver a si mesmos.
Uma fé para todos dominar. Uma única crença. Mas, qual a necessidade real disso? Produto de um local que ia se dessacralizando aos poucos, cada vez mais palco de revoltas e sentimentos vis, surgiu, numa época conturbada, o cristianismo, que só conseguiu se expandir após perder quase todas as suas características originais pelas mãos dos primeiros "doutores da Igreja", que, ao aceitar o credo dos rebeldes judeus, o romanizaram e acabaram com quase todos os traços étnicos próprios dos judeus na cultura cristã, deixando apenas um conjunto de dogmas e histórias vazios de seu sentido original.
O paganismo é uma forma de tentar nos redescobrir, uma volta radical a algo que ficou lá atrás e acreditamos que de alguma forma faz parte de nós, está vivo e pode voltar.
Mas não podemos mudar nossas histórias pessoais e coletivas sem mudar a forma que vemos o mundo. O paganismo é 50% sobre enxergar as coisas de uma forma diferente, e 50% sobre enxergar a si mesmo de forma diferente. É fácil criticar "abraçadores de árvores", mas é difícil perceber que a natureza é sagrada segundo a visão de nossos ancestrais, que cada árvore, cada animal, ou mesmo cada pedra, tem uma personalidade. Parece absurdo que nem tudo no mundo seja sobre a importância do homem, numa sociedade tão influenciada pelo cristianismo ou correntes contra ele. Mas o paganismo não é nem contra nem a favor do cristianismo; na verdade ele é * fora * do cristianismo.
Um dos esforços mais básicos para novos pagãos é aprender lidar com novas ideias, e abandonar as antigas. Parar de olhar para os deuses como entidades paternais, como serviçais que nos ajudam em problemas nossos. Você já parou pra se perguntar qual a função dos rituais, por que os antigos sacrificavam, como eles se viam no mundo? Mesmo após tantos séculos de cristianismo, e, na verdade, justamente por causa dos séculos de cristianismo, podemos ver que o humano ainda possui aspirações básicas que, a exceção do falido Império Romano, de certa forma eram saciadas com uma visão de mundo capaz de fazer o homem tratar a natureza com respeito, uma dose de terror, e ao mesmo tempo uma sensação de "casa". Aprender a recuperar esses sentimentos é o que realmente é complexo em nosso tempo, onde as cidades querem nos engolir e a única alternativa parece a civilização.
Os prédios tampam nossa visão do céu. O asfalto impede-nos de tocar a terra. Os vidros e os ar-condicionados impedem-nos de sentir a brisa. Fones de ouvido nos impedem de ouvir pássaros. Estamos profundamente fechados em nós mesmos, humanos, ou nos achando a raça superior, ou o ser com dons inimagináveis dados por algum deus, ou simplesmente fascinados com nosso intelecto. Somos incapazes de olhar para o mundo, e ouvir sua voz. Tratamos quem faz isso como louco, doente. Mas não sabemos que um daqueles índios mortos muitos séculos atrás, que habitava essa terra já sabia lições que não somos capazes de compreender até hoje: sem ver a nós mesmos e ao mundo da forma que deveríamos, estamos levando ambos, o mundo e a nós, à completa destruição.
Acho que uma das mais belas lições do politeísmo nos dias atuais é essa: podemos viver, podemos respeitar, podemos reescrever nossas histórias. Só precisamos de humildade, e ver a natureza e seus seres, visíveis e invisíveis, como eles sempre foram vistos, pela maior parte da história humana: sagrados, e dignos de respeito.
- Daniel Seaxdeor
#heathenry#heathenismo#paganismo#paganismo nórdico#asatru#ásatrú#paganism#pagão#pagan#natureza#sagrada#mãe-terra
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Esta página tem sido bem menos alimentada do que eu gostaria, e isso se deve a vários motivos. Eu estou num processo de aprendizado e aperfeiçoamento constante de meus conhecimentos e práticas e nem sempre a Wyrd é benevolente conosco, testando-nos inúmeras vezes. Adiante, seguem algumas reflexões que seriam impossíveis sem os bons amigos pagãos e politeístas que tenho e com os quais converso, e os créditos desse texto também pertencem a eles. E exatamente isso nos traz ao texto de hoje. Eu sou indubitavelmente um politeísta, e vivo na minha pele algumas dificuldades impostas por assumir essa identidade num local onde existe bem pouca tolerância para com algo não cristão. Mas o politeísmo é olhado com desdém e suspeição, nada mais óbvio, uma vez que ele foi morto há tanto tempo na Europa, e os europeus que nos colonizaram e rasgaram nossa história ao meio também apagaram as religiões nativas em sua quase totalidade. Deuses antigamente poderosos foram totalmente esquecidos, alguns, como Seaxnēat, têm apenas singelas menções de seu nome em contextos que sugerem seu antigo poder, e as tumbas do mistério engoliram quase tudo que se sabia no passado. Algumas poucas divindades como o Óðinn nórdico, ou divindades gregas e romanas tiveram um destino um pouco menos cruel, permanecendo na memória de alguma forma ou de outra, seja em escrito, seja em imaginário popular. Mas novos deuses foram criados. Talvez não reconhecidamente admitidos como divindades, talvez não tratados conscientemente de forma religiosa, esses novos deuses, a economia, o mercado, o dinheiro, o bem-estar, a família perfeita, a prosperidade econômica, o smartphone, a Netflix (e a lista é enorme daqui em diante), todos atraem nossa atenção e forças psicológicas, de uma forma muito similar a cultos. Rituais acontecem o tempo todo em nossa sociedade, mesmo quando não reconhecidos como tais: de trotes a calouros em universidades a formatura. Não buscamos mais o mestre das ervas e a sábia, à bruxa, mas vamos ao médico e à psicóloga. Xamãs e magos não são mais muito temidos, mas quase ninguém é capaz de falar grosso com um advogado ou policial. Muitas superstições pagãs morreram, algumas permanecem, mas a crença de que o trabalho dignifica mesmo quando humilhante, entre outras, tomaram seus lugares. Consideramos inumano matar um animal para oferecer suas partes ou energia vital a divindades, mas são poucos os que abrem os olhos para o assassinato de pessoas marginalizadas como mulheres, negros, gays e transsexuais, e dão para isso alguma importância. Os velhos costumes, as velhas crenças foram mortos, mas de certa forma sempre renascem. Parece inato da natureza humana agir da forma que age, apenas trocando os objetos para os quais envia sentimentos similares. Os antigos cultos sempre encontram formas de renascer, adaptados à realidade em que são condicionados. O cristianismo do século I não é o cristianismo de 20 séculos depois, por mais que ele se julgue como a Verdade única. Por mais que o deus cristão seja o mais cultuado no ocidente, nem de longe ele conseguiu todos os seus objetivos, descritos em seus livros. Nossa era é também aquela em que um ateísmo dogmático e impositivo se ergue lentamente (ou não tanto assim, em alguns momentos) contra qualquer coisa que, estranhamente, não seja similar ao cristianismo sem deus que os ateus praticam. Todos os seus costumes permanecem os mesmos (veja-se as ideias de um Auguste Comte, por exemplo), toda a visão de mundo permanece quase similar. Não há uma mudança real na forma de ver e sentir o mundo. A Natureza continua não-sagrada e sem valor. O homem continua como medida e coordenador de tudo. O intelecto é o novo deus. Mas novas mitologias surgem, também. Diversos universos de fantasia inspirados no passado, como os de Tolkien, Lovecraft, Warcraft, Gaiman e Harry Potter. Raramente eles são tomados como verdade (ainda bem!) embora muitas vezes tragam dentro de si ensinamentos, histórias, reflexões, num formato narrativo, agradável à mente humana, mas que já não intentam ser tomados como sagrados, como uma explicação real de tudo que rodeia o humano como as culturas pagãs antigas. E nós, assumidamente politeístas, pagãos, ou ambas as coisas, nos encontramos no meio desse caos. Por mais que essas reminiscências culturais do paganismo se remanifestem, elas não são suficientes para muitos de nós. Nós nos voltamos para os cemitérios de deuses, chamamos pelos seus nomes, e aguardamos uma resposta. Muitas vezes elas vêm em palavras, muitas vezes em coisas sutis. Às vezes o vento na pele, nas folhas de uma árvore, um animal, um objeto que cai, qualquer coisa, funciona como um sinal de resposta. Muitas vezes não nos perguntamos o que "ser pagão" ou "cultuar um deus pagão" significa. Muitas vezes seguimos apenas o instinto e fechamos totalmente os olhos e ouvidos para a razão, onde ela não é necessariamente algo que não é bem vindo. O paganismo é uma comunidade nova, jovem e que muitas vezes não se reconhece como tal. Entre o paganismo antigo e o novo existem, no mínimo, de 500 a 2.000 de cristianismo, e nem sempre os deuses antigos parecem gostar da forma que são chamados, das funções que querem lhes dar, e da maneira que são vistos. De seres sangrentos em busca de poder, geralmente uma versão mais light e digerível ao cristianismo é comercializada. Nós muitas vezes tememos a essência daquilo que queremos cultuar e o negamos. Lógico que não quero dizer que os deuses são maus. Na verdade, essa divisão foi algo criado pelo cristianismo. O que era mais louvado nos deuses antigos tornou-se objeto de desdém sob o cristianismo. Temos inclusive dificuldade em enxergar a sacralidade na Natureza e seus seres visíveis e não-visíveis ou em nossos ancestrais. Além disso, as entidades cultuadas em cada vertente do paganismo são únicas, individuais, bastante diferentes umas das outras. Nem todas elas são divindades da glória e poder, algumas só são voltadas para a terra e seu cuidado, outras para o trabalho, ou quem sabe, fazer um fogo para aquecer a comida. Mas a pergunta que fica é: qual o paganismo queremos? O "paganismo tecnológico" inconsciente que é oferecido pela sociedade do consumo? O paganismo do Eu? Ou o paganismo da terra, das criaturas sagradas, dos ancestrais e dos deuses? O paganismo onde esses seres são ouvidos, são vivos, e continuam sua história, sendo revividos por seus cultuadores? Existem muitos paganismos. Não quero questionar qual é, e se há, um mais legítimo. Mas existe o paganismo que eu quero para a minha vida pessoal e o que eu não quero, assim como cada um tem direito de ter o seu (mas, sonho que se sonha junto, é realidade, vale lembrar). E eu decido ouvir os conselhos antigos. Eu acho que eles ainda têm muito a nos ensinar. Inclusive que nosso "eu" e nossa "vontade pessoal" não é assim tão poderosa como queremos que seja. Nem tudo é nosso universo mental. Por Daniel Seaxdeor Na Imagem: Ídolo de Borddenbjerg, encontrado na Dinamarca, e datada de cerca de 600 anos antes da nossa Era.
#Heathenismo#heathenry#asatru#ásatrú#ásatrú e liberdade#heathendom#heathen#pagão#paganismo#pagan#paganism#wyrd#old gods#gaiman#polytheism#tolkien#warcraft
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Phone wallpapers // Gods and modern issues
The other day I got a worried person asking “why I bring politics into this” and why I am “not going to give an apology” to them because I don’t tolerate racism, xenophobia or misogyny. It was… the clumsiest attempt at emotional manipulation I’ve yet faced. I really hope that Nazis and their friends learn to read some day, because I think I do have it written down on this blog in several places that hey, fuck off.
These are from me to you, use as phone backgrounds if you want to! Click on them on my blog or reblog them to your own (I would appreciate it if you use any!) to get the full-size pictures.
1 TYR - 2 SKADI
3 ODIN - 4 FREYJA
5 LOKI - 6 IDUN
Little descriptions under the cut.
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"Claude Lecouteux afirma: “No norte da Europa, os mortos que se manifestaram em outros lugares além dos sonhos não eram, portanto, ectoplasmas, reflexos, imagens ou ilusões”. Era o mesmo para outros tipos de espíritos — espíritos da floresta, águas, montanhas, casas e assim por diante. Benjamin Thorpe escreve sobre um kobold que reorganiza as posições dos que dormem em suas camas à noite — um ato físico em vez de uma ilusão".
Citação de: The Light in the Underworld: “The Moon” by the Brothers Grimm, The Cunning Wife. [thecunningwife.com/the-light-in-the-underworld-the-moon-by…/] Imagem: "A Princesa na Floresta", por John Bauer.
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Have you ever thought how magical human languages can be?
Even though we consider our Ancestors to be somewhat inferior in culture and technology compared to our current era, they had many things more complex than us.
One of them was their language. A confederation of peoples which we can call today as "Proto-Indo-Europeans" settled some millennia ago around Europe and Asia and we can know it from: a) the traces that their language left in many of ours who speak an Indo-European language; and b) the material culture left by these peoples whenever they get in.
We are still part of them, everyone that speak one of their languages as his or her first one, or even the people who are willing to learn them as second languages, the ones from today or beautiful attested dead languages. Old Languages were quite more difficult compared to most of todays languagues, as words have many more declensions.
The same language that was spoken in the past, in Anglo-Saxon England, due to historical development and political changes is the language you are reading now. Are they the same? Well, yes and no. It is the current form of that language, but this form is itself impossible to one Old English speaker of the times of Alfred the Great understand us.
Language was bequeathed, generation after generation, using known words and adapting them to the enviroments they where used in, while some words are not used anymore, some other were borrowed, some invaded, and it also tells us many histories of how we became what we are today, no matter what is your language.
Every language itself has its own spirit, built up and kept alive by its speakers. This kind of spirits reveals many aspects of our culture and who we are. They link us to a past that is still part of us, sleeping, waiting for the time to wake up. To learn a language is the same as being invited to a culture. In a certain way, when you passionately learn a language, you can become part of this spirit and discover a new way of looking to the world, of interacting and recognizing things around you.
You become part of that culture. And it is magical to notice how a certain way of speaking is passed through centuries, and how it developed. How English, German, French, Italian, Norwegian, Spanish, Dutch, Portuguese or any language of the past is related to the languages of those ones that made them what they are today; and how the words used by a language open new worlds.
Picture: Some of the riddles of the Exeter Book.
#Heathenry#Heathen#Heathenism#Medieval#Pagan#Paganism#Heathenismo#Languages#dead languages#philology#historical linguistics
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⚠IMPORTANT ⚠
This blog is Anti- Nazi , anti- national socialism, anti- fascism, anti- white supremacy…
This blog support the LGBTQ+ community, all races of the world and all of the people that lives in our mother Earth.
If you are supporter of the groups that I mentioned in the first paragraph, please UNFOLLOW me.
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A gente aqui super admira e curte o historical reenactment (traduzido como "reconstrucionismo histórico" ou "reencenação histórica"). Existem grupos que fazem isso de forma lindassa!
Mas infelizmente a comunidade pagã muitas vezes confunde isso com o reconstrucionismo politeísta, que é outra coisa: uma abordagem da religião, e não apenas vestir-se com roupas da época pagã.
Você pode ser um reconstrucionista politeísta sem precisar ter equipamentos da época pagã! O reconstrucionismo politeísta se preocupa em entender a mentalidade pagã e aplicá-la nos dias atuais, adaptando-a às nossas condições, e claro está, adaptando nossas situações para um ambiente que propicie um paganismo mais próximo daquilo que era vivido na época pagã.
Nossa época atual não possui nenhum respeito pela natureza, a trata como algo inferior, não sagrado, do qual o homem usa sem responsabilidade e nenhum vínculo. Para os antigos, sem nenhuma romantização do passado, a terra era uma entidade sagrada, a qual propiciava a vida; o subsolo era a casa dos ancestrais, os quais ajudavam a manter a fertilidade. São ideias assim do passado que, comparadas com hoje, exigem uma postura diferente e não meramente "adaptar o paganismo ao apartamento".
O reconstrucionismo politeísta não é meramente sobre ler textos acadêmicos; a sua experiência pessoal continua tendo importância; da mesma forma que você pode ler um livro esotérico por simples conhecimento, você pode ler um livro acadêmico por simples conhecimento; mas você pode ler qualquer um dos dois textos buscando ensinamentos e maneiras sobre as quais basear as práticas.
Nós reconstrucionistas pedimos respeito; o mesmo respeito que, damos a todos, exceto àqueles que se acham superiores a nós, quando estamos cansados de sermos desrespeitados e ignorados. O paganismo pode e deve ser plural; visões diferentes não devem se atacar, a não ser que queiramos ser exatamente como os cristãos que frequentemente criticamos. Aprenda a tolerar e não querer silenciar aqueles que discordam educadamente de você; e simplesmente se afastar daqueles que o fazem sem respeito. É o que eu, como reconstrucionista, tenho feito.
#Seaxdeor
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Sem ofensa a nenhum dos dois!
Acredito que essa diferença é saudável. Eu (#Seaxdeor), na prática, como reconstrucionista, prefiro acreditar naquilo que possui evidências e sentido com o que está sendo exposto na academia. Algumas pessoas acham essa abordagem limitada, o que eu discordo: a academia é fonte de informação tanto quanto um livro que consideramos "religioso", e tem a vantagem de ter passado por uma triagem, o que faz com o discurso acadêmico estar mais alinhado com a história.
Por outro lado, eu pratico uma religião viva. Um dos deuses que são mais importantes na minha prática é Seaxnéat. Existem literalmente apenas DUAS menções do nome dele, e nenhuma explicam exatamente como essa divindade era cultuada/entendida entre os antigos povos germânicos, nem na Inglaterra, nem na antiga Germânia.
É a partir daí que tanto o reconstrucionismo quanto a experiência pessoal ajudam. Analisando outras religiões comparativamente (pegue-se o título Toutatis celta, como exemplo), e usando uma boa dose de poesia, como os antigos pagãos faziam, é possível reinterpretar a figura dessa divindade nos dias atuais, o que foge um pouco do que a academia acredita ser "Seaxnéat": uma vez que ela para na evidência diretamente relacionada.
Eu acredito que academia, reconstrucionismo e uma religião viva podem dialogar muito bem, e isso não é "menos espiritual", menos legítimo. É apenas uma outra forma de abordar o mundo sagrado, baseado naquilo que conhecemos, para daí então partir em direção ao mistério.
Infelizmente, no Brasil sinto muito preconceito por carregar essa visão; não foi uma ou duas vezes que tive meu argumento desqualificado porque citei crenças que não provinham de livros como de Edred Thorsson e Diana Paxson, os quais eu respeito, mas discordo profundamente. Acredito que podemos ter mais de uma visão dentro do paganismo, e não precisamos ser uns iguais aos outros. Se você prefere o autor esotérico ao acadêmico, tudo bem! Saiba que nem sempre sua visão religiosa será compatível com a do outro, mas isso não o faz melhor ou pior; e, para não sermos iguais os fundamentalistas cristãos, a única alternativa é nos respeitar mutuamente.
- Daniel Seaxdeor
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Em outras religiões neopagãs a visão da terra como uma divindade feminina sagrada é mais comum e explorada. Dentro do neopaganismo germânico como um todo, esse tema ou entra "cru", como uma importação ou sincretismo, ou é simplesmente totalmente deixado de lado, principalmente pois ele é pouco explorado nas Eddas, que são ainda a fonte mais comum de informação, não raramente tratada de maneira equívoca como uma espécie de livro sagrado.
A primeira coisa a se ter em mente é que diferente das religiões mediterrâneas, não existe uma única divindade da terra comumente reconhecida pelos povos germânicos de toda a Escandinávia, muito menos estes e os do continente e da Inglaterra.
Nas Eddas podemos enumerar diversas divindades pagãs relacionadas com a terra: Fyǫrgin, Hlóðyn, Jǫrð, Erda/Gerdr, entre os principais. Além disso, existem os deuses Vanir, alguns dos quais masculinos, associados com características telúricas e da fertilidade: Freyja, Freyr e Njǫrðr. Mas outros deuses Æsir, que comumente não são associados com fertilidade como Gefjun, Þórr e até mesmo Óðinn (alguém lembra dele trabalhando a terra no mito do hidromel?), também assumem funções similares. Havia possivelmente Erce entre os anglo-saxões. Entre os Ingaevones Tácito dá o relato mais famoso de uma divindade reconhecida por ele como "terra mater", Mãe-Terra: Nerthus.
O relato de Tácito torna-se interessante quando consideramos o background do qual ele provém. Os romanos tinham a mania de romanizar as divindades de povos estrangeiros, processo denominado interpretatio romana, e mesmo quando não simplesmente usavam o nome latino, podiam permear noções mediterrâneas centradas na cultura greco-romana, como uma "deusa mãe terra absoluta", como a Gaia grega.
Essa multitude de deusas e alguns deuses provavelmente é uma herança dos ancestrais dos proto-indo-europeus, que com sua expansão enquanto cultura guerreira, tinham o costume de assimilar as divindades da terra/da fertilidade locais, em vez de substituí-las com as próprias divindades, estrangeiras. A ideia básica, aqui, seria que a fertilidade era um fator local, independente de uma deusa "absoluta"; na verdade a divindade era o espírito local da terra. Lembremos que os antigos não tinham uma ideia global de mundo como temos hoje, na maioria dos casos.
Mas o fato é que independentemente dessa diferença com os paganismos mais conhecidos, a natureza era algo sagrado. O que os registros nos mostram é que, por um lado, Nerthus, como uma das deusas da terra, era cultuada com grande respeito: todas as armas eram trancadas (estabelecendo assim um tempo de fríðr, sagrado, sem confrontos), grandes festas e solenidades eram preparadas onde a carruagem com a imagem da deusa passava, e os escravos responsáveis pela sua limpeza, após isso, eram afogados. Tudo isso demonstra o nível de sacralidade com o qual os ingaevones viam sua deusa da terra.
Por outro lado, a multitude de aspectos sacros relacionados com a terra e fertilidade serem associados com mais de um/a deus/a numa numa mesma tribo dos germânicos aponta não para o enfraquecimento do culto telúrico, mas para a sua especialização: alguns pontos associados com a terra tomaram tanta importância que eles passaram a ser vistos separadamente, com maior dedicação, ampliando o culto de aspectos da terra. Mas, por que tudo isso?
As evidências restantes me fazem crer que isto está muito associado com a ideia da terra enquanto solo como o local de onde viemos e para onde vamos. A terra é onde depositamos os mortos e a terra é onde colhemos nosso alimento. Mortos e fertilidade estão profundamente associados, na vida pagã. Nós podemos ver essa conexão, e entendemos que a terra, por mais que a cidade exista, ainda é a base de tudo. Sem a terra e a fertilidade, de onde o alimento que chega nas cidades seria coletado?
É na terra enquanto ser sagrado e divino que temos nossa origem. É da relação entre terra, fertilidade, chuvas e sol que não só o surgimento, mas a manutenção da vida são possíveis. O "progresso" que a humanidade fez não o separou desse processo. Óbvio que transformar o que a terra cria em produtos e colocá-los em embalagens nos faz muitas vezes não nos tornarmos conscientes dessa relação de dependência que temos do meio ambiente natural que nos rodeia, muito menos de sua sacralidade e de sua vida pulsante.
Como pagão, eu vejo a terra como sagrada. A cultuo pelo nome anglo-saxonizado Neorþe (que vem da Nerthus dos antepassados dos anglo-saxões), e, para mim, ela é uma das divindades mais importantes. A terra para mim é mãe como aquela que alimenta e dá vida. Mas como mãe, ela merece respeito, e ela está inserida na lógica do do ut des, "dou-te para que também me dês".
Se nós cultuamos a terra e a vemos como sagrada, nós a preservamos. E é nesse sentido, entendendo a sacralidade da paisagem, de rios, do solo, que creio que muitos pagãos falham hoje em dia: cristãos não admitem a profanação de suas imagens. Por que nós, pagãos, permitimos, e muitas vezes ainda fazemos nós mesmos, a degradação dos seres naturais que supostamente cultuamos? Como podemos permanecer quietos e felizes após um blót, sabendo que os rios e terra ao nosso redor estão sendo constantemente profanados com lixo?
Deixo todos esses questionamentos a nós pagãos. Espero que meditar na sacralidade da terra e cultuá-la nos leve a cuidar dela melhor. A Heathenry é uma religião de ações, não apenas de crenças. E a terra ou as terras, seja lá o nome que demos a ela(s), clama pela nossa ajuda. Nós humanos, temos uma responsabilidade e um papel para com os deuses e na grande ordem da wyrd. Assumir ou negar essa responsabilidade não nos livrará, no futuro, das consequências de nossas escolhas no passado e no presente. Esse é o lado da justiça natural do qual não podemos escapar, e destaca a importância do do ut des.
Daniel Seaxdeor
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Voices of the Ancestors

(Picture: King Penda of Mercia)
From the land of the dead
We call you From the darkest night From the shadowy sea From the hearts of the fathers From the bosoms of the mothers We call you
Through the whispers of the river in the forest Through the smile of the moon on a clear night Through the tears of the sun on a murky day Through the voice of the poet Through the wise words of the madman We call you
Through the song of the tree when the wind plays with its leaves Through the song of the rain in its branches Through the song of a bird on the first day of spring Through the song of the wolf under the moon Through the song of the crow over the battlefield We call you
Through the beauty of women and the strength of men Through the flames in the hearth Through the kiss of the iron Through the cry of the baby We call you
We are the word We are the music We are here We are with you We call you Voices of the Ancestors
By Cernunnos Crowulf
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