dani-kokama

[dani-kokama]

E se Deus estiver nas sombras?

E se Deus também estiver naquele dia escuro,

na dor que nos cala, na emoção que ninguém viu?

E se for ali, no mais profundo do medo,

que Ele sussurra com mais verdade?

Somos feitos de luz e de sombra,

de flor e raiz,

de corpo e de alma,

de terra molhada e céu estrelado.

Somos humanos,

e mesmo assim, divinos.

Criados à imagem e semelhança

não para sermos perfeitos,

mas inteiros.

[dani-kokama]

Eu honro o amor que foi, eu acolho o amor que é.

Liberto o que precisa ir, e recebo o que está pronto para ficar.

[dani-kokama]

FLORESCER TAMBÉM É DESPEDIDA

Eu não quero que você vá. Eu quero te ver florescer. Me dá mais uma chance de te mostrar que pode ser leve também. Aos amores que deixei pelos caminhos machucados, perdoem-me se fui ausência, se parti em silêncio, mas cada passo que dei foi tentando sobreviver. À minha mãe, perdoe pela imaturidade de sentir. Pelos momentos em que me fechei, me afastei ou me revoltei. Por vezes, era só a menina assustada tentando entender um mundo que já havia me ferido cedo demais. Aos meus amigos, sei que nem sempre estive presente, mas quando vocês precisaram, eu tentei estar — com meu coração inteiro. E quando não consegui responder, quando me silenciei… saibam que eu tentei. O mundo da matéria pesava, e o virtual não me ancorava. Me sentia fora do tempo, fora do lugar… Afinal, a mulher que aqui escreve — a dita “ovelha negra” — é aquela que lutou sobre as próprias dores para tentar seguir. A morte, ou talvez o renascimento, é só mais uma porta. E eu a atravesso com fé. E a você… aquele que chegou tão rápido — e ao mesmo tempo, demorou tanto. Te pedi ao universo tantas vezes… e um dia, você simplesmente veio. Viemos com bagagens, dores, traumas, medos… e mesmo assim, você me viu. Me sentiu, desde o primeiro dia. E eu juro, meu amor, juro com toda minha alma: eu me tornei uma versão melhor de mim porque você acreditou em mim. A vida nos colocou frente a frente com escolhas difíceis, com feridas expostas, com caminhos que pareciam pesados demais… mas ainda assim, algo em nós dois escolheu continuar. Escolheu se enxergar, se sentir, se acolher. E eu sou muito, muito feliz por termos vivido isso. Por termos nos encontrado quando tudo parecia escuro demais. E eu sei: vamos nos encontrar de novo. Porque almas assim se reconhecem além do tempo. Essa alma ainda é aquela menina, mulher, amiga, esposa… buscando por respostas, só que agora… com um pouco mais de silêncio.

[dani-kokama]

CÉU CINZA

Meus olhos, que já viram tanta beleza no mundo, hoje estão inchados, marejados… buscando um motivo, um respiro, uma pausa. Mesmo com o corpo cansado, a alma gritando e o coração apertado, eu ainda tô aqui. Respirando. Sentindo. Lutando.

Desde cedo a vida me ensinou sobre responsabilidade. Eu não tive tempo para ser só menina. Fui me tornando mulher, mãe, guerreira… mesmo quando por dentro, tudo ainda pedia colo. Atravessei abusos, silêncios, noites sem fim. Costurei feridas com a coragem que eu nem sabia que tinha. Mesmo quando só queria dormir… e não mais acordar.

Mas ainda assim, eu amo. Amo com tudo que sou. Amo com poesia, intensidade e verdade. Amo meus filhos, meu companheiro, meus amigos… E me esqueço, tantas vezes, de amar a mim mesma.

A vida me cobra, e eu respondo. A rotina me pesa, e eu carrego. A alma grita, e eu silencio.

Hoje, cansada… eu só queria repousar na paz. Um lugar de silêncio onde eu possa ouvir minha própria essência. Um canto sagrado dentro de mim, onde ainda vive uma chama. Porque sim, ainda existe uma menina aqui. Uma mulher que sonha. Uma alma que ainda quer florescer.

Minha dor é real. E merece ser acolhida. Mas eu também sou real. E sou maior que tudo que me machucou. Sou rio e sou vento. Sou floresta eu sou a soma de todas as forças. Sou sensível, mas também sou forte.

Meus filhos me olham com esperança. Eles sentem meu amor mesmo quando eu me perco de mim. Eles me têm como raiz. Como lar. E mesmo nos meus dias mais sombrios… eu continuo sendo isso para eles. Eu sou mãe. E isso já é ser universo inteiro.

Ao amor que chegou em mim quando minha alma já cansava de esperar… Entreguei partes minhas que nem eu sabia que existiam. Ele ficou. Ele sentiu. Ele me viu. Mesmo com as dores, com as sombras, com os tropeços… Ele me viu. E me amou.

E aos meus amigos… mesmo quando estive ausente, eu estive presente em espírito. Sempre tentei ouvir, estar, acolher. Mesmo quando o mundo virtual me sufocava, eu ainda era amor… na essência.

E se hoje eu quis sumir… não é porque eu desisti. É só porque a alma às vezes pede silêncio. É só porque existir, às vezes, dói demais. Mas não quero que seja uma despedida. Quero que seja um recomeço. Não um fim, mas um respiro.

Eu não quero mais carregar tudo sozinha. Eu posso pedir ajuda. Posso me permitir parar. Abraçar a vida de novo, não como uma luta… mas como uma dança, mesmo que tropeçando.

Eu pertenço. Mesmo quando o mundo parece não fazer sentido. Eu tenho um lugar aqui. Minha existência carrega sementes, cura, poesia.

E eu prometo… Eu fico. Fico por mim. Pela menina, pela mulher, pela mãe, pela companheira. Fico porque ainda há beleza pra viver. Mesmo que hoje, tudo pareça nublado.

Com amor, com verdade e com a alma ainda sensível, mas disposta a continuar...

[dani-kokama]

ALMA FERIDA QUE AMA

Hoje, escrevo não com força, mas com a última centelha que ainda pulsa dentro de mim. Escrevo porque estou cansada. Cansada de ser forte desde que me entendo por gente. Cansada de carregar o mundo nas costas, o corpo marcado por dores que ninguém vê, e uma alma que grita enquanto todos pedem silêncio.

Comecei a trabalhar aos 13 anos. Desde então, nunca parei. Passei a vida tentando provar que sou capaz, tentando conquistar um lugar num mundo que nunca me acolheu de verdade. Fui abusada quando criança. Me calaram, me feriram, me roubaram a inocência. E desde então venho remendando minha história com coragem, lágrimas e silêncios.

Já desejei ir embora antes… Já pensei em levar comigo meus filhos, não por maldade, mas por medo… Medo de deixá-los num mundo que fere. Medo de que passem pelas dores que eu passei. Medo de que o futuro deles seja feito do mesmo aço frio que moldou o meu.

A rotina me esmaga. O trabalho me cobra. Os relacionamentos me exigem. E dentro de mim… só sobra cansaço.

Sou mãe, sou mulher, sou filha da floresta, sou de alma antiga, guerreira, mas às vezes só queria ser… acolhida ter aquele colo que hoje ofereço para os meus filhos. Chorar em paz sem ter a obrigação de acordar ao cantar dos passarinhos. Ficar quieta sem ser cobrada. Não ter que ser forte o tempo todo e a todo tempo.

Mas até mesmo a luz, às vezes, oscila, descarrega....

Hoje eu chorei tanto, meus olhos estão inchados, minha cabeça pesada, meu peito apertado, meu corpo dói, a alma dói. E no meio do caos, uma voz interna sussurra: "Chore, chore muito… você está dando voz ao sentir." E eu choro, porque não sei mais o que fazer com tudo isso que estou sentindo e eu sinto muito.

Essa carta é uma despedida de mim pra mim. Uma entrega daquilo que sangra, daquilo que pesa. Talvez não seja o fim.... Talvez seja o início de algo que ainda não consigo enxergar.

Eu só queria paz. Queria ser feliz. Queria sentir que existo por um motivo maior do que sofrer.

Se essa for mesmo minha despedida… Que seja com verdade, com amor, com dignidade. E se por acaso eu decidir ficar que seja porque escolhi florescer de novo, mesmo entre os escombros.

Com todo amor, de mim pra mim.

[dani-kokama]

Querida Eu...

Sinto cada palavra, cada lágrima, cada suspiro que compartilho nesta jornada de dor e de renascimento. Fecho os olhos e me permito sentir contigo aquela dor que se acumula no peito, os olhos inchados que testemunham um universo de sentimentos, a alma que clama por um respiro e pela leveza que, mesmo que distante, ainda brilha como uma esperança, uma centelha.

Lembro-me da menina que tinha apenas 13 anos que teve que aprender a ser mulher num mundo que nunca deixou espaço para a inocência.

Aquela menina, agora transformada em mãe, companheira e amiga, lutou entre abusos e silêncios, construiu sua coragem costurando feridas e, mesmo nos momentos em que o cansaço quase a levou a desistir, ela continuou – respirando, sentindo, amando....aprendendo....caindo...levantando....

Hoje, carrego em mim a memória de cada batalha, de cada abraço sentido, de cada olhar esperançoso dos meus filhos. Sinto o peso da responsabilidade e a beleza de ser mãe, pois vejo neles a semente de um universo de amor que insiste em florescer mesmo entre as cicatrizes. Sinto também de forma profunda e intensa um amor que chegou, não esse tipo de amor que é visto e desenhado em redes sociais, eu falo desse amor que é real, que vai além dessa matéria, que quando minha alma, em sua busca incessante por acolhimento, chamou pelo impossível e encontrou alguém que, mesmo com suas próprias dores, segurou minha mão com ternura. Esse amor, silencioso em suas certezas e incertezas, me fez renascer e acreditar que, mesmo entre os destroços, pode haver reconstrução.

Cada amigo, cada gesto, cada ausência que me ensinou o valor da presença tudo me transformou e continua transformando. Sei que, mesmo nos momentos em que o mundo pareça pesar demais, eu aprendi a dançar com a dor e a transformar o silêncio em espaço para a cura, hoje eu sou casulo. O peso da rotina, das cobranças da vida, me lembrou que sou feita de rio que desagua entre rochas e rachaduras, do vento que chega ao entardecer de um pôr do sol após um dia cinza, e de uma ancestralidade que me sustenta. Sou a força que brota da vulnerabilidade, a poesia que se escreve nas entrelinhas das minhas lutas.

Hoje, desejo transformar minha dor em poema. Desejo sentir o sagrado que mora dentro de mim, aquela chama que nunca se apagou, mesmo quando o mundo tentava silenciar meus anseios. Quero que essa carta seja um abraço para mim mesma um lembrete de que, apesar da intensidade das tempestades, ainda existe beleza, ainda existe amor e, sobretudo, ainda existo.

Fico por mim. Fico por cada lágrima que me lembrou da minha humanidade. Fico por cada sorriso que, tímido, insistiu em brotar mesmo quando tudo parecia escuro. Fico porque, em cada recanto do meu ser, há uma menina que ainda sonha, uma mulher que ainda luta, uma mãe que ainda acredita.

Que essa carta seja a luz que ilumina os recantos mais profundos do meu ser, um canto de recomeço que ecoa na imensidão do tempo. Que ela lembre-se que, mesmo quando a alma clama por silêncio, há um universo de amor aguardando, com a certeza de que pertencemos – pois somos semente, cura e poesia.

Com todo o sentimento que pulsa no meu coração, Eu sou, e sempre serei força e amor!

[dani-kokama]

Entre as palavras não ditas e os silêncios, encontramos o amor que ainda insiste em se encontrar.

[dani-kokama]

no fundo eu já me conformei que tudo um dia acaba. inclusive o que a gente implora pro universo pra durar uma vida. ou várias.

[dani-kokama]

Um dia...

me disseram...

que já foram mais felizes...

do que convivendo comigo.

E aquilo pousou em mim

feito mal agouro

feito sombra que não some,

feito eco que não cala.

Eu, que sou intensidade em carne viva,

escutei:

"Não tenho certeza se quero você."

"Vamos dar um tempo"

Se me quer...

diga.

Com o corpo todo.

Com o olhar que beija antes do toque.

Com a voz de quem reconhece

o sagrado que carrego entre os ossos.

Se não me quer...

diga também.

Diga com a coragem das bruxas,

que não temem a própria palavra,

nem se escondem atrás de meias certezas.

Fala.

Clara.

Direta.

Crua.

Não me empurre pros labirintos da dúvida.

Não me arraste pelos corredores do “talvez”.

Eu...

não nasci pra ser incerteza.

Sou escolha...

ou sou perda.

Sou presença.

Inteira.

Forte.

Raiz.

Não sou intervalo.

Nem sou ensaio.

Gosto da verdade dita assim:

com os pés no chão

e a mão na nuca

firme...

real...

inteira.

Entrelinhas?

Só na poesia.

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💭❤️‍🩹🥲😶‍🌫️🫠

[dani-kokama]

Sou muitas. Sempre fui. Nunca me defini por uma única forma, uma só voz ou um só caminho. O que muitos chamam de indecisão, eu chamo de imensidão. Trago em mim mil versões — sou silêncio e sou grito, sou brisa e sou tempestade.

Desde cedo, entendi que escrever não era apenas uma atividade, mas uma necessidade vital. Enquanto outros escreviam para cumprir uma tarefa, eu escrevia para respirar. E ainda hoje, quando as palavras não encontram saída, algo dentro de mim morre um pouco. Por isso escrevo: para viver inteira.

Minha escrita não busca agradar. Ela busca tocar. Convidar para um mergulho profundo, onde cada palavra é abrigo, espelho ou abismo. Meus textos são extensões da minha alma — intensos, caóticos, pulsante e vivos. Não cabem em fórmulas nem em resumos. Eles são o reflexo de quem eu sou: uma estrada em constante construção, um livro que nunca se encerra.

Escrevo para quem sente. Para quem busca o avesso da alma. Para quem, como eu, não se contenta com o raso.

Se minhas palavras encontrarem morada em você, então já valeu a pena.

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[dani-kokama]

Meu coração não é abrigo para covardes, nem repouso para quem teme o real.

Não é pouso breve, nem refúgio para quem chega carregando os escombros de um passado que se recusa a partir. Não é lugar para quem se aloja em silêncio e vai embora sem dizer adeus.

Não é sala de espera para amores incertos. Não se curva diante de afetos mornos, que só permanecem nos dias de sol. Esses, meu bem, são delírios de mentes que nunca souberam o que é sentir de verdade.

Meu coração não aceita mais migalhas. Ele quer o banquete — olhos que mergulham fundo, mãos que seguram firme, presenças que ficam mesmo quando tudo balança.

Gosto do calor, sim — mas não de fogueiras tímidas. Ou me consome inteira ou prefiro a solidão do frio. Se não for incêndio, não aquece. Se não for febre, não serve.

Não nasci para relações em silêncio. Não sou feita para os “quase”, nem para os “se”. Meu coração pede incêndios recíprocos, fagulhas que viram labaredas, e um amor que se espalha por todos os cantos, sem pedir licença.

Não tente domar uma mulher que carrega furacões na espinha e brasas nas veias. Não diga como ela deve amar, sentir ou existir. As amarras são para quem ainda vive na ilusão do controle.

Ela já sabe e ainda assim continua aprendendo, afinal as dores foram sempre grandes lições. Carregou o próprio mundo nas costas desde cedo — e ainda assim, não desaprendeu o amor bonito. Ela só acredita no amor pela forma como ama.

Tente prendê-la — e verá a gaiola virar cinza. Ela nasceu para o céu aberto, para voos altos, para vínculos reais, profundos e honestos.

Ela busca o inteiro. O agora. O real. Não se contenta com idealizações ou amores que têm medo da verdade. Quer um coração que bata fora do compasso, mas na mesma frequência. Sem ruídos, sem ausências, sem medo.

Porque a perfeição não está na matéria — está na inteireza de estar.

O coração dela é terra sagrada. É chão em movimento. E nem todos têm permissão para pisar onde o amor é templo.

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...

[dani-kokama]

O amor idealizado é leve demais para sustentar realidades. Quando ele deixar de ser só palavra bonita ou fantasia na cabeça, então talvez você descubra onde vale mesmo pousar o coração. Até lá, não se perca achando que o amor por si só é suficiente para manter de pé aquilo que a vida, na prática, já desfez. Amor precisa de verdade, presença, escolha diária. E isso dói quando percebemos que só sentimento não segura o que precisa de maturidade e ação. Que a dor de agora abra espaço para clareza. Você merece mais do que migalhas de um sonho.

Com todo amor que esse peito intenso pulsa.

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.❤️‍🩹🫂

[dani-kokama]

"O amor sem atitude é só discurso vazio, que se desfaz aos poucos com o passar dos dias."

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[dani-kokama]

A alma sente o que a boca não diz.

Carrega silêncios antigos, dores herdadas, marcas que vêm de antes do nome.

São cicatrizes da caminhada, ecos de ancestrais que ainda sussurram nos ventos.

Dores que não matam — mas moldam.

E mesmo assim, a alma dança.

Dança com o som do tambor, com o cheiro da mata, com o calor do sol no rosto.

"você é feito de terra, mas também de estrela".

Entre dores e delícias, a alma se reconecta.

Se cura. Se lembra.

Porque quem carrega a luz dos antigos, sabe —

até a dor pode florir,

quando se anda com o coração em reza e os pés no chão.

[dani-kokama]

Jamais volte pro lugar onde um dia você orou pra sair.

[dani-kokama]

Você me olhava como se eu fosse rocha antiga, guardiã de um tempo que não se quebra. E isso me apertava o peito… porque dentro de mim, sou rio em cheia, sou tempestade que vem e leva. Desmorono em silêncios profundos, me refaço em rezas baixas. Sou templo que abriga, mas também sou terra que treme. Não sou inabalável — sou sagrada em movimento.

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[dani-kokama]