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a foice
sempre percebi que 2 associações eram feitas à foice: morte e responsabilização ("colher o que planta"), mas nunca tinha entendido a relação entre essas duas associações. acho que agora entendo. como a gente vive é como a gente morre - quero dizer em estado de espírito. se engana quem acha que morte é morte e todas são iguais, a variar as condições de saúde. se vivemos infelizes e cheios de arrependimentos, podemos morrer assim também. projetamos longe nossa data de morte, mas a verdade é que nunca sabemos quando ela vai chegar. podemos levar arrependimentos pro túmulo e aí, nada poderá ser feito sobre isso. então é bom nos responsabilizarmos por cada passo que damos.
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que estranho que é ter um apego, quase um carinho, por momentos traumáticos que vivemos... não é saudade de quem causou ou da dor sentida, mas o fato de que passar por algo traumático muda a gente pra sempre, e poucas coisas na nossa vida causam um impacto, uma divisão, uma cisão tão grande dentro de nós. parece que clareia ou separa quem nós seríamos e quem nos tornamos. talvez o apego e o carinho venham depois que as coisas já estão superadas: sabemos que somos capazes de sobreviver, nos sentimos fortes e a situação está longe o suficiente pra não nos causar mais dor - porque depois dessa dor, já somos outra pessoa. sabe-se lá como, passamos por situações traumáticas - situações onde estamos completamente sem controle e no ápice da fragilidade e do desespero, sem isso nos demeritar como pessoa posteriormente, pelo contrário. é estarmos em contato com situações de vida ou morte e sermos obrigadas a abaixar e ajoelhar diante da nossa natureza e da natureza que nos colocou aqui, e pode nos tirar a hora que quiser. é uma lição de humildade que considero importante.
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de·sa·fo·ra·da adj
"Desaforada" pode ter diferentes significados dependendo do contexto. Geralmente, significa atrevida, insolente, desrespeitosa ou descortês, especialmente no modo de falar. Pode também, em termos jurídicos, referir-se a algo ou alguém desobrigado do pagamento de foro ou pensão enfitêutica, ou seja, isento de certas obrigações financeiras.
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why i don't like flirting in the bus porque eu não gosto de flertar no ônibus
from time to time i take the bus and a guy decides to stare at me during almost all of the way. i don't feel scared, just bothered and uncomfortable. i've been thinking for quite some time if i should feel bothered ou if it needed to bother me that much. now i understand what happens, and this is my train of thought: theses guys 1- think i'm pretty and can't deal with that, so their imbecil reflex is to immediately put it out, like a vomit and/ or 2- are bored and want a distraction. in both cases, i think that reflects a huge emotional immaturity, an inability in dealing with their own feelings - that makes me angry and unimpressed. specially because it's in the air that these guys don't give a fuck about how i might be feeling; if i'm in a good or bad day, or if they're embarassing or bothering me. also, at my age, if i don't show interest it's because i'm not interested! i'm not at the age of playing hard to get anymore (and i never had the patience to, despite of age). adding another, more parcial, thought: i've been thinking that flirting is something kind of silly and superficial. flirting makes sense if something is actually going to happen, otherwise it's just ego masturbation and a waste of time. i also don't think that it says a lot to just think i'm pretty or desirable: time taught me that someone thinking you're pretty is not the same as someone liking you. volta e meia tô no ônibus e um cara resolve ficar me encarando praticamente o caminho inteiro. não sinto medo, só incômodo e desconforto. penso há muito tempo se deveria ficar incomodada ou se precisava me incomodar tanto assim. agora entendo o que acontece, e a minha linha de raciocínio se dá da seguinte forma: ou esses caras 1- me acham bonita e não sabem lidar com isso, então o reflexo imbecil é imediatamente colocar pra fora, como um vômito e/ ou 2- estão entediados e querem se distrair com "alguma coisa". em ambos os casos, acho de uma imaturidade emocional imensa, uma inabilidade/ deficiência em lidar com os próprios sentimentos - me dá preguiça e raiva. especialmente porque está subentendido que esses caras não dão a mínima sobre como eu posso estar me sentindo; se estou num dia bom ou ruim, ou se eles estão me constrangendo ou incomodando. e mais ainda: na minha idade, se eu não correspondi é porque não me interesso! não tenho mais idade pra ficar fazendo charme (e nunca tive paciência, independente da idade). acrescento mais um ponto, mais parcial: venho achando flertar uma coisa muito boba e superficial. acho que flertar tem graça se algo concreto pode rolar, do contrário é só inflação ego e perda de tempo. também não me comunica muita coisa uma pessoa me achar bonita: o tempo me ensinou que me achar bonita não é o mesmo que gostar de mim.
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i've been thinking about how we're living an unique moment in human history in terms of sex/ gender. it's ironic how the right to be something greater than the body is reserved to men and forbidden to women, when we're all homo sapiens. more ironic is the definition of "human" being related to the male body (genitalia).
this unique moment is due to the revision of all those concepts and the awakening of women not to be bodies, but being whole bodies, not only our genitalia/ reproductive system. specially a body not serving gender roles. that doesn't only affect our self perception, but changes our relationships. imagine relating to people not limiting yourself with the ideas of marriage and maternity! we can be anything else. i also thought, arrogantly, that this was done by the women my age, when that is due to the time/ space we're living in and all the women who want to defy what's considered standard. i've been noticing that a lot of younger women are contributing to the status quo and a lot of older women are making true revolutions in their lives (we can see that in the divorce rates). we're telling the younger what are the possible revolutions in each age.
it's impressive how the status quo takes advantage of people's alienation. but thinking about it, no one is that alienated... social opinion is very important, and can make people feel trapped, without the possibility to see other worlds. but that world we live always have cracks. our job in this world is trying to find them, because it seems that this house is now too small.
venho pensando sobre como estamos vivendo um momento inédito na história da humanidade em termos de sexo/ gênero. é irônico como o direito de ser algo maior do que o corpo é reservado aos homens e proibido às mulheres, quando somos todos homo sapiens. e mais irônico ainda que a definição de "humano" está vinculado ao corpo (genitália) masculina.
esse momento inédito se deve justamente à revisão de todas essas noções e o despertar das mulheres não pra deixarmos de ser corpo, mas sermos corpo inteiro, e não só uma genitália/ aparelho reprodutor. especialmente um corpo que não está a serviço dos papéis de gênero. e isso não afeta só a nossa autopercepção, mas as nossas relações também. imagina se relacionar sem se prender às ideias de amor romântico e maternidade! podemos ser qualquer outra coisa. também pensava, com arrogância, que esse feito era das mulheres da minha idade, quando o mérito é do espaço/ tempo em que estamos vivendo e das mulheres que escolhem repensar o que estava colocado. venho observado que muitas mulheres jovens estão preservando o status quo e muitas mulheres mais velhas estão fazendo verdadeiras revoluções em suas vidas (observamos as taxas de divórcio). damos notícias pra quem vem depois quais são as revoluções possíveis pra cada idade.
é impressionante como o status quo se aproveita da alienação das pessoas. mas pensando bem, ninguém é tão alienado assim... a opinião social é importantíssima, e pode fazer as pessoas se sentirem esmagadas, sem ver possibilidade de outros mundos. mas esse mundo em que vivemos sempre tem brechas, rachaduras. nosso trabalho pra sobreviver é achar elas, porque parece a estrutura dessa casa vem nos limitando cada vez mais - vem parecendo muito pequena.
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acabei de assistir perfect days, depois de dar faxina ouvindo um podcast sobre o feminismo hoje. acho que a combinação de ambos me fez perceber sobre como não aprendemos, ou aprendemos tudo errado sobre o que realmente é o princípio feminino, a chamada "passividade". não se trata de submissão ou infantillidade. se trata de estar aberto ao novo, isso que a vida sempre traz e surpreende a gente. é estar disposta a entender o ritmo das ondas pra conseguir mergulhar no mar, é não estar presa às expectativas e valores e conseguir olhar a vida e se deixar afetar por ela. imagino que esse princípio foi relacionado às mulheres cis por sermos capazes de gerar uma nova vida. em teoria, essa abertura ao novo seria elevada à máxima potência, nesse caso. nunca gostei da luz do dia. hoje entendo que o sol é implacável: ele continuamente nos diz que precisamos deixar algo para trás, perder.
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pensamentos sobre A Substância
eu amei o filme, como todo mundo. mas fiquei intrigada do porquê, na sala de cinema, todos estavam desconfortáveis e enojados e eu, me sentindo muito satisfeita e fascinada. acho que, de ponto de partida, esse body horror traduz meu ponto de vista sobre como muitas pessoas se fazem de civilizadas e intelectualizadas quando, no final das contas, somos corpos. corpos potentes, que realizam muitas coisas, mas também que abrem, sangram e se deformam; têm cicatrizes e sobrevivem. acho que como mulher também me deixou muito satisfeita porque o corpo usado nesse filme não é sobre uma mera exploração da imagem feminina, e sim sobre a tradução no corpo de como nos sentimos (ou podemos nos sentir): é sobre contar a história em primeira pessoa; colocar a mulher como sujeito. além disso, acho que na nossa sociedade, já diria foucault, nossos corpos são adestrados, docilizados, treinados para performar certas personas e tarefas e não saírem delas. o body horror consegue explorar o corpo e a imagem das mulheres de um jeito que não está à serviço do patriarcado. nos coloca em outras posições, literalmente. é como se você falasse pra menina sentar quieta de pernas cruzadas e ela resolver levantar e dar uma cambalhota. (alguém por favor faz um mashup de pump it up com rush do troye sivan?)
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i created this blog because i just realized how technology and the internet are bad for creation... as an artist, that is crucial for me. there's something about how short-form media captures our attention that doesn't exactly feel like is stimulating different parts of our brain, even if we do feel stimulated somehow. do you feel that too? something tells me that you do. it kills boredom, the emptiness that is so crucial to creativity. it's like you're in a house and there's a hole in the wall. that hole makes us curious and excited, but at the same time it looks small compared to the wall and the house. but that hole is so important. that crack leads to something new.
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