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#Fotografia noturna de ruas movimentadas
clickdofelix · 1 year
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Fotografia Noturna: Capturando a Beleza na Escuridão
Descubra os segredos da fotografia noturna e aprenda a capturar a beleza única que emerge na escuridão. Domine as técnicas essenciais, aproveite a iluminação disponível e transforme suas fotos noturnas em verdadeiras obras de arte. Leia mais para descobrir como explorar o mundo mágico da fotografia noturna. Introdução: Desvendando a Magia da Fotografia Noturna A fotografia noturna é uma forma de…
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ianuviedo · 6 years
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EXCERTO DE UM CADERNO
O absurdo de caminhar feito um desconhecido pelo corredor do 5º andar da Universidade de Artes, observando os quadros que eu sabia serem de Camila, cartazes de peças nas paredes, desenhos inocentes como anjos - e pensar que a minha literatura não estava em parte alguma -, o doce absurdo de ser conduzido pela mão por Camila até a escada de incêndio, onde fumamos, bebemos um vinho doce e nos beijamos iluminados pela avenida que corria abaixo de nós; a fumaça, o sabor do vinho e da pele, a saliva, a respiração suspensa entre um gemido e o ruído das ruas - diante minha memória tudo isso ergue-se grandioso, pulsando de significado. Evidente que percebo o quanto essas cenas habitam um vácuo entre a vida e a literatura. Abate-se sobre mim, às vezes, a culpa, ou melhor dizendo, a pressão da arte, esta que expõe a expressão como isolamento dentro de nossas próprias concepções.
Quando numa mesa de plástico em alguma rua noturna de São Paulo Camila e eu bebíamos cerveja e conhaque, tomados por qualquer ternura, e ela falava sobre seu trabalho, e o quanto ele poderia ser visto como um distanciamento da nossa situação política, a tragédia brasileira. Ela dizia isso tocada pelas luzes do crepúsculo e do bar, e era de fato como se falasse sobre uma criatura viva que demanda cuidados. Em tempos como o nosso, pensei, propor profundidade é política real. Sei que, às vezes, nesse mergulho, todos os pontos de referência parecem perdidos, e todos os lugares que pisamos parecem vazios, e queremos só voltar à superfície, respirar do mesmo ar que todos. Millôr: “épocas de grandes repressões são épocas de grandes sutilezas”. Eu entendo, Camila, a própria literatura soa obsoleta na era do dinamismo da imagem, e seja lá o que a gente se proponha a fazer, precisaremos de fôlego.
A poesia das madrugadas nas ruas, a poesia da escada de incêndio, a poesia do chão dos banheiros, a poesia dos passeios pelos cemitérios, a poesia dos cinemas vazios, a poesia da rosa sobre a ponte, a poesia das marcas de batom, a poesia das coisas esquecidas, a poesia das chuvas noturnas, a poesia de chegar na hora exata em que ela começa a cantar, a poesia de dias sem fim na janela, a poesia das estações de metrô, a poesia de não chegar a tempo para a peça, a poesia dos estranhos, a poesia das ressacas, a poesia das marcas no pescoço, a poesia dos rastros pelo quarto, a poesia das despedidas súbitas, a poesia de perder-se, a poesia das arcadas dentárias nas costas, a poesia dos recortes de jornal, a poesia dos reflexos, a poesia dos olhos tão próximos, a poesia de descer ruas movimentadas em silêncio, a poesia de deixar sentenças pelos muros, a poesia de abandonar copos pela metade, a poesia dos postais endereçados a outros, a poesia da insanidade, a poesia dos maços de Rothman’s, a poesia dos pés descalços pelos tapetes da casa, a poesia de belos cálices roubados, a poesia de um doce no bolso do casaco, a poesia de só observar, a poesia do suor, a poesia de chaves de casas demolidas, a poesia de provar uma maçã no banho, a poesia do sangue pelos lábios, a poesia da crítica, a poesia das cinzas, a poesia do cu, a poesia de velar o sono, a poesia de passar a noite, a poesia de se encontrar no centro, a poesia do espelho rachado, a poesia do vinho doce demais, a poesia das brasas no escuro, a poesia do nada; são tudo fragmentos de um mosaico formado por fotografias vivas, que se alteram diante do olhos de quem as veja.
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