Tumgik
#Revista da Tevê
liawuan · 2 years
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E pra quem quiser
"Nunca se esqueça de que o sol se levanta e se põe com seu sorriso.”
Os sete maridos de Evelyn Hugo.
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 O ano era 1988, você havia interpretado Lady Macbeth em uma adaptação para o cinema. Poderia ter se candidatado ao Oscar de Melhor Atriz. Não havia ninguém no filme como você, isso era fato. Mas se candidatou ao de Melhor Atriz Coadjuvante, já que quando a votação começou, era essa a categoria que havia sido indicada. Um ato de esperteza típico seu. 
Era óbvio que Shuhua  votou em você.
Ela havia ficando em casa, com seu agente, amigo e ex marido — esse que abrilhantava a casa com sua filha— foi o preferível do que ir aquela premiação, sendo sincera consigo mesma, as oportunidades de trabalho estavam escassas e ambíguas. O tempo havia passado, a vida em Hollywood tinha começado seu declínio, mas havia uma longa estadia no topo. Então, não, ela não se deu o trabalho de pegar um avião, passar o dia fazendo maquiagem para se encolher num vestido na frente de milhões de pares de olhos desagradáveis. Estourou pipoca o suficiente para um batalhão e se sentou no sofá na frente da TV esperando sua vitória.
Você usava um dos seus famosos vestidos vermelhos de seda, tão aberto nas costas que era quase possível ver a curva de seus seios, seios estes que já foram emoldurados pelas mãos de Yeh, ela também se lembra da suas mãos subindo pelas pernas dela, os lábios estão descendo pelo peito, e la se vai à compostura e cada pedaço sanidade. A cabeça com os fios loiros pressionada contra a mesa, Shuhua tenta não gritar, porém, você já está descendo pelo belo corpo e sabe a onde vai beijar... A lembrança era velha e ainda assim linda.
Quando anunciaram seu nome, subiu no palco e fez um discurso descontraído e elegante, como o de acostume. Quando estava prestes a sair, deu um daqueles sorrisos que faziam o Sol e a Lua fundiram-se e virar a Terra de cabeça para baixo e disse:
— "E, para quem se sentir tentado a dar um beijo na tela da tevê, por favor, cuidado para não lascar o dente".
Shuhua levou a mão sobre o rosto e sentiu as lagrimas caindo. Seu ex marido passou as mãos em suas costas, beijou sua bochecha e disse "Ainda dá tempo, ligue para ela" ele falou.
Mas não foi o que ela fez, não após ler certas notícias na revista de fofoca. Uma foto sua e de Jennie — Uma das novas estilistas queridinhas de Hollywood — desfilando como melhores amigas nas ruas. Shuhua sabia que tinha um caso com a Kim, ela também havia sido sua "Melhor amiga" por um longo tempo. Esse fato junto a covardia e medo de olhar nos seus olhos ou ouvir sua voz no telefone, e quem sabe, escutar a risada de Kim no fundo, a impediu de te ligar, ainda não, não era o momento, talvez quem sabe daqui a um ano ou dois.
O que Shuhua não sabia era que um ano e meio depois você morreria de um Enfisema pulmonar não tratado.
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N/a: É de comum acordo que todos que viram Yeh Shuhua no vestido verde lembraram da Evelyn, certo?
Pq eu penhoraria a alma por ela e passaria o resto da vida pagando os juros sem nunca reclamar.
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gabrielcaetano · 1 year
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Skank @ Mineirão, 25.03.23
Minha memória musical mais antiga é sobre o Skank. Tinha 9 anos em 1999 e uma das rádios de Nova Serrana era sediada no prédio em que moro até hoje. Desci até o primeiro andar e pedi para o locutor tocar Mandrake e os Cubanos, que eu gostaria de gravar numa fita K7. Depois fiz mais vezes, a primeira foi com o Skank. Porque tinha que ser.
Nos programas de tevê e nas fotos das revistas, eles estavam sempre com camisas de times de futebol. Samuel sempre fardava uma da Sampdoria, super estilosa. Moleque apaixonado por bola que eu era, me amarrava naquilo. O tempo passou e eles não são mais a mesma banda. E cresceram também dentro de mim. As letras ganharam sensibilidade, as composições ficaram mais sofisticadas, o som se encontrou com outros ritmos… Abusando das tantas fronteiras de Minas Gerais. E por esses anos todos, continuaram a tirar novos sucessos da cartola. Foi assim até hoje, quando se apresentaram pela última vez.
Presenciar um adeus é um negócio impactante. Primeiro, porque claro, o fim é o capítulo onde recordamos de tudo que aconteceu até o presente. E o carisma do Skank fala pela história da banda, que em meio a seu punhado de hits, cantou sobre como a vida é melhor se levada com simplicidade. É a constante da obra, do primeiro ao último álbum. Não existe representação melhor da filosofia mineira que isso, e vê se pode, mesmo que difundida em meio a música britânica. Olhando do fim, bate uma felicidade porque estive aqui hoje e também gratidão, pela presença constante da banda em minha vida. Foi o máximo.
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naoenadanada · 6 months
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E SE NÃO EXISTISSEM CAMPEONATOS?
Outro dia fiquei brisando: e se não existissem campeonatos? Possivelmente influenciado por todo esse falatório envolvendo a inclusão do skate nas Olimpíadas, acabei esbarrando com essa divagação em algum lugar ocioso da minha mente, e inclusive compartilhei a brisa com alguns amigos, no famoso grupo de WhatsApp. Serviu como laboratório, no sentido de legitimar a curiosidade.
Assim, embarque comigo nesse exercício de imaginação: e se a “cultura” do campeonato de skate nunca tivesse existido? Como seria a fisionomia do skate global num cenário desprovido da existência da competição? Você consegue imaginar? No atual estágio do skate, no qual milhares de skatistas conseguem desenvolver uma trajetória sem a necessidade de competir, essa brisa nem parece tão fantasiosa, afinal tem correspondência no mundo real. Mas como seria isso no passado? O skate de décadas anteriores teria sobrevivido e chegado até aqui se os campeonatos jamais tivessem existido? Como teria sido a transmissão da cultura do skate, desde o momento mais embrionário até hoje, sem a competição? Lojas, marcas, pistas, revistas, vídeos, festas… tudo isso se sustentaria sem o campeonato?
Este é um texto com mais perguntas do que respostas, eu sei disso. É difícil responder sobre algo que não aconteceu concretamente. Mas, se existe uma característica marcante e comum aos skatistas é a imaginação. Quem cria manobras também pode criar cenários utópicos. Então, vamos continuar brisando…
Quem inventou o campeonato de skate? Quem foi a primeira pessoa que chegou e falou: “Vamos ver quem é o melhor?”. Sinceramente não sei, e não creio que seja fácil obter essa resposta. Sigo, portanto, especulando. Teria sido um skatista ou o pai de um skatista? A sede de competição é algo inerente ao ser humano? O skatista não escapa dessa sina? Ou teria sido alguém de fora do rolê que teve a ideia de colocar os skatistas pra competir? Um familiar? Um dono de marca? O dono da pista? Tenho uma curiosidade legítima sobre isso. Talvez morra sem saber a resposta.
Gostamos de afirmar que o skate não é um esporte, mas a simples existência do campeonato é um Calcanhar de Aquiles. O observador externo pode sempre – e com certa razão – questionar: “Ué, mas tem competição”. É verdade, tem competição. Por isso, essa reflexão de imaginar o skate sem campeonatos também tem um componente de massagem no ego: não seria bem louco pensar que o skate poderia ser inclassificável como esporte?
Um pouco de realidade: os campeonatos foram importantes e marcantes para a minha geração, mas a atual estrutura do skate permite uma vida sem competição. Ou tô errado? Não sei se a minha geração de fato gostava de competir, ou se foi induzida a gostar. Era algo inevitável? Tinha que acontecer? O skate poderia ter vingado sem o espírito competitivo? Quem ficaria mais triste numa realidade paralela sem campeonatos: o skatista ou o patrocinador?
Nessa utopia (embora alguns possam até chamar de distopia), a inserção do skate na tevê não seria com os campeonatos transmitidos nas manhãs de domingo, mas sim com vídeos de skate de hoje e de ontem. Não tenho dúvida de que seria mais legal, mas teria audiência e/ou apelo comercial?
Pensar num mundo sem campeonatos de skate significa apagar da história uma vasta tradição, sem direito a exceção. Obviamente, eu não teria o menor problema em cancelar a existência da longa lista de organizadores picaretas, premiações meia-boca, obstáculos mal construídos, voltas enfadonhas e figuras paternas reclamando do lado de fora da área. Mas, por outro lado, seria com profundo pesar que deletaria o inesquecível frontside wallride do Mureta na 4ª etapa do Circuito UBS 89, em Pirassununga, ou aquela genial apresentação artística do Neil Blender no Street Style In Tempe, no Arizona, em 1986. Isso pra não falar do Rodrigo TX em Praga, do Ueda na Alemanha ou do inacreditável fakie 5-0 fakie flip do Bob durante o Best Trick dos X-Games 2000. Tudo isso poderia ter acontecido fora do ambiente do campeonato? Poderia. Mas aconteceu no campeonato. E teríamos que viver sem isso.
Formatos alternativos também seriam eliminados. Ou melhor, nunca teriam nascido. Desafio de Rua, King of the Road e até aquele inocente Game of Skate pra aquecer as pernas antes da sessão. Se implica em qualquer tipo de competição, está fora de cogitação. Não é um exercício fácil, pois todas essas coisas são divertidas e estão impregnadas na nossa cultura.
Nos últimos, digamos, vinte anos, a cobertura tradicional dos eventos de skate foi perdendo o sentido e o espaço nas revistas especializadas. Se nos anos 80 os campeonatos representavam a parte mais “quente” de uma revista, a partir dos 90 isso foi mudando, e o skate competitivo acabou virando notícia fria, destinada a receber umas poucas e burocráticas páginas distantes das partes mais nobres dos veículos. Então, dá pra supor que as revistas atuais estariam preparadas para um mundo sem campeonatos. Mas fico me perguntando se as marcas e as lojas que anunciam nas revistas também estariam prontas pra isso. E, sem elas, ficaria quase impossível entregar estas linhas que você lê agora.
O exercício imaginativo também colide com a memória afetiva. Isso não tem nada a ver com a minha trajetória pífia nos circuitos amadores dos anos 90, embora eu guarde lembranças muito legais dessas ocasiões. É que viver numa realidade sem campeonatos de skate equivale a viver sem a volta do já saudoso Jeff Grosso no Savannah Slamma (1988), hilária e histórica do primeiro ao último segundo.
No fim das contas, não sei se gostaria de viver num mundo sem essa memória. (Viegas) @entao_virgula
publicado originalmente na CemporcentoSKATE #217
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rebelhevrts · 1 year
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did your muse grow up with any particular television shows? do they have a favorite, or a memory tied to these shows? // who was their first celebrity crush? // does you muse like road trips, or would they prefer to fly in a plane?
☽✩*ೃ 𝓂𝒶𝒾𝓁 𝒷𝑜𝓍 : OPEN— 👻
' did your muse grow up with any particular television shows? do they have a favorite, or a memory tied to these shows? '
            ☾ ⋆・゚:⋆・゚ gwen cresceu praticamente grudada na telinha da tevê. quando criança era fissurada em desenhos animados, especialmente os que passavam de manhã (em sua maioria clássicos importados do japão tipo kirby, sailor moon e pokémon) e que ela só conseguia ver por completo aos fins de semana, quando não tinha que ir para a escola. na adolescência ela se viu obcecada por cinema, decerto por influência de seu pai, mas não tinha mais paciência para séries de televisão.
' who was their first celebrity crush? '
            ☾ ⋆・゚:⋆・゚ ela faz questão de que todos saibam da sua admiração por uma winona ryder, cujo rosto ela tem espalhado pelo quarto em fotos, pôsteres e recortes de revista.
' does your muse like road trips, or would they prefer to fly in a plane? '
            ☾ ⋆・゚:⋆・゚ viagens de carro, na sua opinião, são as melhores porque fazem-na se sentir em um clipe.
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VOCÊ SABIA? As tevês e revistas estão cheias de anúncios de novas bonecas, enchendo de brilho os olhos de muitas meninas – isso é fácil saber. Agora, o que pouca gente sabe é que as bonecas nem sempre foram brinquedos! A Vênus de Willendorf, encontrada nas cavernas da Áustria, foi feita provavelmente há 30 mil anos As bonecas existem há milhares de anos, desde os tempos das cavernas. E, no começo de sua história, elas não serviam para brincar. Tinham, quase sempre, uma função religiosa, só podendo ser manuseadas por sacerdotes e curandeiros. @cristinadonasantamalafaia Ainda temos vagas! Participe! Acompanhe nossas redes! Participe das campanhas e divulgue seu produto e serviço!!! ATENÇÃO estamos com uma campanha super especial! Chama no direct!! Aproveite!!! #jornalalecrim #cultura #educação #turismo #lazer #boasnotícias #novidades #jornal #divulgaçãoinstagram #empreendedoresdesucesso #divulgacaoeparceria #divulgação_deperfis #teresópolisrj #saojosedovaledoriopreto #petropolis #friburgo #mage #guapimirim #macuco #saopedrodaaldeia #araruama #cabofrio #riodasostras #arraialdocabo #iguaba #visiteteresopolis
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Já passava das 4 da manhã quando deixei a sala principal da casa, ainda cheia de gente que incansavelmente dançava e bebia como se nunca mais fosse existir outra festa. Mas era compreensível, depois de tanto tempo sem que a faculdade tivesse aulas presenciais, era de se esperar que fizessem festas em qualquer lugar juntando alunos de todos os cursos, praticamente todos os dias da semana. 
Era início de um novo semestre, o meu último na faculdade. Não sabia quem eram os calouros, não tinha mais veteranos e, sinceramente, só queria me formar logo. Há pouco tempo começara um estágio em uma revista que falava sobre música, o foco eram artistas e bandas do estado, algo pra dar visibilidade ao cenário musical atual na California. Marcar presença em shows e procurar por entrevistas, além de escrever elas, fazia parte do meu trabalho como repórter e editora e faz tudo da Los Angeles Music Magazine. Era um trabalho legal, fazia o que gostava. Essa enrolação toda é pra contar como eu conheço esse cara. 
Cheguei as notificações no celular, a única mensagem era de 10 minutos atrás quando Sarah me perguntou, com as letras completamente trocadas, onde eu estava. Segundos depois vi ela passando entre tropeços e risadas atrás de mais um monte de gente que ia em fila beber tequila em uma arminha de água que alguém colocava na boca de todo mundo - completamente...insalubre. Ri sozinha lembrando disso, minha amiga realmente nunca me deixava sozinha, a não ser quando estava bêbada e quem respondia por seus atos era eu. 
A casa era muito mais de madeira do que qualquer outra coisa. Uma grande sala, com sofás e tapetes, uma tevê e caixas de som gigante ainda estavam ali, por baixo da decoração insana de serpentinas penduradas no ventilador de teto, baldes enormes com latas de cerveja, copos esquecidos por cima dos móveis e muito glitter espalhado pelo chão; se ligava diretamente a cozinha que, diferente da sala que era iluminada somente por luzes coloridas que piscavam e uma luz negra que vinha de um abajur, era bem iluminada por leds branquinhos. Um grande balcão de mármore ficava bem no meio do ambiente, cheio de garrafas de bebida, copos, gelo, limão, ás vezes balas e doces, as vezes drogas, e as vezes gente sentada ali conversando e respirando graças a grande janela que dava pros fundos da casa, logo em frente a bancada. Era ali que eu estava, sentada com as mãos apoiadas um pouco atrás do corpo, me encostando no meu próprio peso enquanto ria de alguma bobagem que meus amigos falavam, quando vi ele. 
Sabia que o conhecia de algum lugar, mas era meio que inacreditável demais pra parecer que pudesse já ter visto aquele rosto em algum lugar. Quando desviei a atenção por um segundo do assunto que Sarah falava entusiasmada, olhei pra sala e lá estava ele. Parece que tinha acabado de chegar, sorria de um jeito presunçoso e discreto cumprimentando outro cara. Usava um casaco, jeans e botas, parecia um pouco mais velho que eu, talvez uns 25. O cabelo era ruivo, comprido, lisinho e deixava uma franja cair pelo rosto. Via as luzes amareladas da festa piscarem atrás dele, formando uma silhueta, e permitindo ver perfeitamente os traços do seu rosto. Um narizinho lindo diga-se de passagem, olhos verdes, uma marra de bad boy, chegava a parecer antipático. Mas talvez alguém tão bonito não pudesse mesmo parecer legal. Confesso que na hora fiquei encantada pelo jeito com que reparava o ambiente ao seu redor, um olhar levemente superior e sexy, enquanto enchia um copo com alguma bebida, os braços cheios de pulseiras, mãozinhas delicadas. Chegou a me dar um arrepio e um frio na barriga, uma vontade de rir, ajeitei a postura, acho que deu pra perceber que fiquei inebriada olhando pro cara. Sarah chamou pelo meu nome bem quando ele virou o rosto pra onde eu estava, e desviei o olhar antes que pudesse perceber se ele tinha me visto. 
O resto da noite passou e eu pude ver todo mundo, conversar, reencontrar colegas, dançar, dar muita risada com gente que não via a muito tempo. A sensação no ar era de euforia total, todo mundo querendo recuperar o tempo perdido, querendo se abraçar, estar perto, se divertir - era como se estivessem sempre no único lugar onde queriam estar em todo o mundo, completamente satisfeitos, só que em qualquer festa ou lugar que estivesse lotado. A sede de socializar, de se soltar e viver uma juventude que foi aprisionada por quase dois anos era imensa e sinceramente, muito bonita de se perceber e vivenciar. Uma energia deliciosa de aproveitar os momentos que aparecessem pra viver. 
Entre toda essa euforia, não vi mais o cara. Não parecia mesmo ser da faculdade, talvez estivesse só de passagem. Eu tive uma fase louca de querer me apaixonar e com certeza ficaria pensando em encontrar ele de qualquer jeito de novo, se já não tivesse superado isso. Talvez com o tempo e com os acontecimentos da minha vida eu meio que anestesiei essa parte de mim, e simplesmente não pensei mais naquilo...pelo menos, não muito. E não até aquele momento. 
Meus pés doíam e junto ao fato de eu não beber, já estava reparando a hora e aquele clima da festa de quanto todo mundo está bêbado demais pra perceber qualquer coisa ao seu redor. Estava cansada de dançar e conversar parecia impossível com o som tão alto, assim como sentar em algum sofá da sala, ocupado por casais ou por pessoas que simplesmente pulavam nele como se estivessem drogadas...bom, e talvez estivessem. Procurando um lugar pra descansar enquanto Sarah não respondia minhas mensagens, subi as escadas que davam pro segundo andar, onde tinham quartos e banheiros, que a essas horas com certeza já estavam ocupados com gente fazendo todo tipo de coisa de que se pode imaginar. Entre portas entreabertas e trancadas, fui até o final do corredor, onde sabia que tinha uma sacada; ninguém ia pra lá, somente quem já tinha ido em muitas festas naquela casa sabia que a porta no final do corredor não estava trancada, apenas precisava de um empurrãozinho pra se abrir e dar acesso á varanda. Sabia que era onde ia encontrar as espreguiçadeiras menos confortáveis do mundo mas que no momento, pra mim, eram com certeza ideais. Empurrei a porta colocando o peso do meu corpo pra que abrisse e deixando que meus cabelos caíssem no rosto, logo sentindo a suave brisa gelada da madrugada entrar em minhas narinas. Dei um passo pra fora da casa e ao olhar pro lado, percebi que não estava sozinha. 
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emcontoscom · 4 years
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O Vale do Medo: O que é o Clube da Noite?
Gutyerrez Filho
Porque filmes e histórias de Terror são importantes em nossas vidas?
Assistir a um filme de terror ou ler um bom livro do gênero pode até parecer uma bobeira para muitos, mas na verdade se trata de uma jornada de auto-conhecimento pelo Vale do Medo.
O que é o Vale do Medo?
Todos temos  um Vale do Medo dentro de nós. Ali está os nossos anseios, nossos traumas do passado, nossos fracassos, nossos pontos fracos. O Vale do Medo sempre irá existir. Para você e para mim. Não importa se você acredita ou não nele, ou se você dá trela ou não para ele. Ele existe porque somos humanos e seres humanos colecionam inconscientemente traumas e medos.
Quando você assiste um filme de terror ou lê um livro do gênero, você vê um personagem em uma situação assustadora. Ele está aterrorizado pois está sendo perseguido por um serial killer, um monstro, um morto-vivo, um mutante, uma besta ou um alienígena. Em todos os casos, acima de tudo, o protagonista do filme ou livro está lutando pela sua sobrevivência e quando assistimos ou lemos nos colocamos no lugar desse protagonista, depositamos o nosso eu nele, e ele passa a fazer parte de nós. É possível sentir a tensão e o medo que o protagonista sente e querer que ele sobreviva, que ele escape do vilão, demônio ou monstro assassino que quer lhe destruir. Isso acontece por que sem que nós percebamos, nos colocamos no lugar do protagonista, ou seja no fundo estamos  fingindo que o protagonista somos nós.
É isso mesmo! Em cada filme que você assiste, ou  em cada livro que você lê, você inconscientemente procura identificar pedaços do seu eu ali. E caso não encontre, você achará aquele livro ou filme uma droga. Por isso que temos sempre um filme favorito, ou um livro favorito. Você já parou para pensar sobre isso? Seu livro ou seu filme favorito falam bastante sobre você e sobre seus medos. Inclusive os seus protagonistas favoritos são sempre modelos de referência para a forma que você enfrenta a vida.
E se seu filme ou livro favorito for do gênero terror? E se seu protagonista favorito for na verdade o vilão da história?
E se eu te dissesse que o monstro do filme também é uma parte do seu eu, no seu inconsciente e que você precisa saber lidar com ele?
Na verdade quando assistimos a filmes de terror, sempre, tanto o protagonista quanto o vilão  na verdade é uma parte do seu subconsciente que habita o seu Vale do Medo. De alguma forma ele estão lá. As vezes o vilão vence, as vezes o mocinho vence, mas eles fazem parte da representação de um mesmo todo: você
Imagine que o Jason que persegue e mata todos possa ser comparado ao desemprego chegando, ou mesmo a depressão e ansiedade de um mundo que jaz em uma pandemia louca. Toda história é uma lição. Histórias e filmes de terror querendo ou não são guias de sobrevivência para que você possa saber lidar com situações difíceis. Sejam na prática da vida cotidiana ou emocionais. Nossas vidas não passam de uma coleção de histórias de terror. Cada dia é uma longa metragem de 24 horas, cheia de microconflitos onde ora o vilão vence o mocinho, ora é derrotado por ele.
De acordo com a conceituada revista Forbes existem várias teorias psicológicas para explicar por que isso acontece. Uma delas, chamada de teoria do ambiente controlado, sugere que assistir a filmes de terror nos permite ter uma reação de "luta ou fuga" em um ambiente seguro onde controlamos todas as variáveis.Uma teoria similar chamada de teoria da exposição diz que quanto mais frequentemente experimentamos gatilhos de ansiedade em um ambiente controlado, mais nos tornamos capazes de lidar com essas ansiedades no mundo real. A teoria da exposição é freqüentemente usada por terapeutas para tratar pacientes com fobias graves. Outra ideia é que os filmes de terror produzem o chamado "estresse bom", o que proporciona ataques gerenciáveis ​​de estresse que podem gerar uma resposta que fortalece nosso sistema contra estressores maiores causando efeitos positivos  no sistema imunológico. Uau! Já Pensou?
Somos feitos de puro sentimentos. Isso é um fato. Tudo o que fazemos e não fazemos se originam de sentimentos dentro de nós. Não podemos controlar isso, mas podemos lidar com isso da melhor forma possível.
Artistas de forma geral expressam o seu Vale do Medo por meio de sua arte, como uma forma de tentar entendê-lo e manuseá-lo, mas pessoas que não gostam e nem sabem se expressar também possuem esse Vale e podem acabar perdidas por não conseguirem se orientar.
Há muito tempo atrás, antes do seu computador e do seu celular existirem... antes do facebook e do whats, antes da televisão, do telefone e do rádio, sabe-se que os povos primitivos tinham o costume de sentar-se em volta de fogueiras. Os mais novos ouviam as histórias contadas pelos mais velhos. Histórias em formas de lendas, repassadas por várias gerações. Lendas sobre a criação do mundo, sobre a origem da vida, das coisas e do ser humano. Questões do tipo "De onde viemos? Quem somos e para onde vamos?" - essas questão perduram até hoje e são debatida em todo tipo de lugar.
Estar em volta da fogueira ouvindo histórias no passado era uma forma de crescer, refletir e aprender sobre o mundo em que se vivia e sobre variadas questões que mesmo simples podiam se tornar perturbadoras.
Hoje, em mundo globalizado e com alta tecnologia, as formas de contar histórias mudaram, nossas fogueiras se transformaram em tevês de tela planas, séries, filmes, livros, HQs, mangás, sites e blogs, grupos de bate papos e redes sociais. Mas ainda as histórias continuam sendo a melhor forma de se conectar consigo mesmo.
E aí que entra o Clube da Noite. O que é o Clube da Noite?
O Clube da Noite, é um blog que se trata do gênero terror criado pelo escritor Gutyerrez Filho em 2014 e a proposta desse blog não é apenas divulgar artistas, escritores, youtubers, desenhistas ou músicos; sejam amadores, semi-profissionais ou profissionais, mas também compartilhar resenhas e análises críticas de livros, filmes, HQs, animes e mangás, lendas, creepypastas e relatos sobrenaturais de pessoas comuns.
No final das contas o Clube da Noite pretende ser como uma fogueira aonde se senta ao redor para ouvir, contar e colecionar histórias e expressões de todos os tipos de pessoas, não com o intuito de ser um lugar de entretenimento mas sim um lugar para compartilhar conhecimento de verdade e quem sabe trazer uma pequena luz para aqueles que querem saber lidar da melhor forma possível com as trevas do seu Vale do Medo.
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surrealsubversivo · 5 years
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Infância (leve-me ao início?)
Caríssimo amigo,
Leve-me para a infância novamente, para os dias que ficávamos na frente do computador jogando fogo e água no clickjogos, para os dias que passávamos horas e horas no YouTube debatendo se a Xuxa tinha feito realmente um pacto com o demônio, para as noites nas calçadas do bairro jogando conversa fora e para a intimidade de momentos que não voltam mais. Leve-me para os dias que eu tinha medo de dormir por causa das histórias de terror que ouvia na escola: loira do banheiro?, lendas urbanas?, o verdadeiro significado de coca cola?. Leve-me para as reuniões de familia quando nossos pais falavam como era divertido o tempo deles: como eles aproveitavam os dias, andando de bicicleta e pegando roupas emprestadas, ou de como eles estudavam sem uma mochila, mas sim com um saco de arroz, ou como eles esperavam ansiosamente para ver o Chacrinha e as chacretes na tevê com a família no domingo. Leve-me para os dias que eu morria de vergonha da menina mais bonita da escola, para o dia que dei meu primeiro beijo na menos bonita, ou para aqueles que de fato era divertido dançar quadrilha acompanhado de crianças. Nós invejavamos nossos irmãos mais velhos, queriamos ser como eles? Com certeza, eu te apresentava as músicas pop's que minha irmã costumava ouvir no mini mp3 cinza dela, enquanto você me mostrava as revistas pornográficas do seu irmão, e como duas crianças inocentes como de fato eramos, riamos como ninguém. Leve-me para aquelas vezes que brincávamos de pique esconde com todas as crianças da rua do modo mais orgânico e inocente que se pode brincar: vinte e nove, T1, T2, T3, T4, T5 LAVOUEU. Leve-me para aquela primeira vez que você quebrou o braço e sua mãe fez exatamente tudo o que você queria para ver você bem. Leve-me para o momento que eu de fato vou me orgulhar de ter vivido, de acordar cedo aos sábados para ver Chaves no sbt, de berrar as musicas da sandy e junior, de sentir uma infância sem celular, de descer uma rampa com uma garrafa de coca cola e de pintar o quintal inteiro com um tijolo vermelho para brincar de corrida de tampinhas. Eu falei com sua mãe que eu queria ficar mais tempo brincando com você, mas eu tinha que voltar para casa quando o relógio batia às seis horas em ponto, afinal seu pai chegava do trabalho ás sete horas, com o humor temperamental de sempre e com a mesma garrafa na mão, e você tinha que entrar, enquanto eu via a porta engolir seus grandes olhos castanhos doce amigo. E crescemos tipo o jogo que tanto adoramos, Fogo e água? Sim, Eu me afogava nas chamas e você se queimava nas águas, mas mesmo assim, não desistiamos nunca, continuávamos juntos. Então só hoje eu experimento todas essas emoções novamente, só para me relembrar: que ainda há motivos para sorrir.
Por: Surreal subversivo
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blogdavania · 3 years
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A calça Lee
Quando eu era bem jovem vivia dura, sem mesada, sem dinheiro, sem lenço só com documento.
Naquela longínqua época o objeto de desejo de dez entre dez garotas era a calça Lee.
Apareciam em propagandas na tevê, nas revistas, e as garotas descoladas tinham a tal calça para chamar de sua.
Existia apenas um modelo, masculino e feminino, sem a variedade de hoje em dia, não sabíamos o que era skinny, bag e outras novidades.
A lavagem era sempre a mesma, sem os azuis claros ou escuros e quando as queríamos rasgadas ou desbotadas, nós sempre o fazíamos usando a criatividade e o bom e velho boca a boca.
O meu mundo por uma calça Lee!
Quando via uma menina qualquer, uma felizarda, vestindo uma Lee, ficava imaginando como seria a sensação de vesti-la e desfilar pelas ruas dentro de uma delas.
Meu reino por uma calça Lee!
O tempo passou, a moda mudou e a vida também.
Hoje tenho calças jeans de várias cores e modelos, e são tantas que chega a ser um exagero.
Mas nunca vou me esquecer do dia em que comprei a minha primeira e verdadeira calça Lee, nem da sensação que tive.
Fazia tanto tempo que eu a desejava que quando finalmente a consegui o meu primeiro pensamento foi:
"Então era só isso vestir uma calça Lee"?
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dropsfal · 6 years
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Menu dégustation: fevereiro e março
 Coisas vistas & ouvidas & preparadas & assistidas & comidas & visitadas; mas não todas, não tudo, não todo o tempo.
 A newsletter do Drops tá indo razoavelmente bem. Talvez eu consiga achar o tom. Umas poucas pessoas escrevem pra comentar depois de lerem, o que é muito gentil. O site da newsletter tem um mecanismo que me permite saber quem leu, quem clicou no linque, quem isso, quem aquilo, mas estou me comportando como uma freira e não mexo naquilo. Esse tipo de coisa só faz a gente descobrir que os amigos são só educados e não leem porra nenhuma na real e eu, além de não querer sofrer, não quero mesmo saber.
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Reescrevi um texto começado há muito, meu amigo Paulo copidescou, acho que agora vai; Brasil.
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Comecei outra escrevinhação; parei porque doentíssima; não recomecei ainda porque irresponsabilíssima; recomeçarei na outra semana porque divertido; divertido.
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A verdade é que eu ia reler o segundo volume dos diários da Sontag, acabei re-relendo o primeiro por motivos de: muito amor no coração.
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Vi a amada @luciananepomuceno em março. Saudades; babe; saudades.
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Não vi o querido Gui em março. Ele vai embora pra Bélgica de novo porque o amor volta para lá. Queria odiar o Michel por me leva o Gui de tempos em tempos; mas né; quem odeia o Michel; gente? Ninguém. O amor nos exige flexibilidade na agenda e espaço no passaporte. Pelo menos no caso do Gui.
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 Vi, na Netflica, Retribution. Achei o começo meio nhenhenhé. E depois, uma chatura.
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Também na Netflix; para felicidade de minh’alma; a nova temporada nova de Z Nation; o melhor apocalipse zumbi que já foi feito. Vi todos os episódios num gole. Pelamor; que coisa tonta e divertida.
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Comecei a ler; bem no finzico de março; o Modernismo; do Peter Gay. Tem uns livros que você deve ler para aprender o que eles ensinam e para aprender o quanto você é burro e não sabe coisa alguma nesse mundo.
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Fiz uns dez, sem brincadeira, escondidinhos de carne-moída-de-soja (que é a carninha moída que Maliu-Naturebínea come). Ela tá na fissura desse trem e pediu direto.
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 Bebi vinho rosé como uma profissional. Meus familiares estão emocionados com meu esforço, minha superação.
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Tive uma gripe assustadora em fevereiro. Veja que não falo em resfriado, foi gripe. Mais de quarenta graus em várias fases, lábios gretados, dor, dor, dor, doía atrás dos olhos. Foi assustador, sabe, porque Marli também ficou muito doente, uma não conseguia cuidar da outra. Ficamos, cada uma em sua cama, passando por um inferno de quatro (!!) dias e mamando em caixas de suco de laranja (cara, e se não tivesse suco? Nunca mais vou deixar de comprar esse treco), até que conseguimos nos levantar, trocar lençóis, tomar banho, fazer sopa, café com leite, essas coisas banais. Ficamos aqui sozinhas, muito, muito doentes. Um amigo disse que foi treinamento pro apocalipse zumbi. É muito assustador estar tão doente que não se consegue ir ao médico.
Quando eu já estava melhor a ponto de usar as redes, contei pra Telinha que, lá do Rio, deu um jeito de virem entregar sopa aqui. Que amor, que amor.
Demorô muito para ficarmos boas.
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Nosso querido gatão cinza-cabeçudo teve câncer e morreu nessa temporada. Olha; muita tristeza; tristeza demais.
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Assisti Familienfieber. Adorei.
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Assisti  Blue Jay, Ruth & Alex e  Learning to Drive e chorei que nem uma paca. Aliás, outra particularidade sobre fevereiro: chorei, chorei, chorei.
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Assisti um documentário incrível, Dries, sobre o costureiro belga Dries Van Noten. O documentário dá muita ênfase ao processo criativo dele. Como o cara começa, monta, estrutura e lança uma coleção. Sou completamente maníaca por esse assunto. Adoro o setor fofoca de qualquer documentário: quem é casado com quem, quem dá em cima de que modelo, como são espalhados os anéis de prata da pessoa sobre todos os móveis da casa e como são empilhadas as revistas (tou falando daquele sensacional documentário do Lagerfeld que, aliás, vou rever), mas minha fraqueza é o processo. Como o cara tem as ideias, como escolhe, como decide, que caminhos o cérebro dele percorre a casa decisão, antes, a cada momento anterior de cada decisão.
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Outro documentário; sobre casas enormes e raras e caras e exóticas. Poucos episódios; produção linda; curti mais ou menos.
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Oscar, né? 
Eu me preparei lindamente, vi quase tudo, aprendi sobre quem ia vestindo o que e tal, e daí um dia antes da cerimônia; a árvore aqui da frente de casa caiu, levando todos os fios do mundo e o jipe do meu irmão. Sem Oscar, aliás, sem luz; sem telefone; sem internet por três dias.
Gostei de muito do que vi. Gostei imenso (oi; Claudio Luiz) do filme do Churchill; mas achei sinceramente inferior ao sensacional Into the storm.
Gostei do A trama fantasma. Gostei da piração do relacionamento deles; mas a vida fica me devendo um filme sobre criação de moda. Eu queria mesmo era um filme; uma ficção; que mostrasse mais e mais detalhes da criação; sabe; do processo. Fiquei meio fuéééén com A trama; decepcionadinha com a falta de detalhes e do cotidiano; da oficina da criação; dos croquis; da busca de tecidos e tal. Seguindo meu próprio conselho; se tou de mimimi; eu que devia escrever uma história assim; eu sei; não é isso que tou sempre dizendo? “Não reclame de quem faz; faça o seu”. Pois é.
A forma da água. Quase ninguém gostou desse filme; né; e eu lamento demais por vocês; seus chatos. Que mais cês querem de uma história de amor? A forma é um conto de fadas; só. Sem efeitos especiais; sem elucubrações; sem tralha. Ilógico e irresponsável; como toda história de amor é ou deveria ser. “Mas ela comeu meia dúzia de ovos cozidos com o lagartão da Amazônia e já fugiu com ele; porra?”. É; teve uma que comeu maça envenenada; teve uma que jogou as tranças; teve aquela outra que foi beijada e acordou... Então temos essa daí; que dançou e comeu ovo cozido e sentiu uma coceira no pescoço e se jogou num mundo novo e estranho e assustador com o lagartão. A forma tem isso: é paixão instantânea, sem conversa, os minúsculos detalhes, a fraqueza no joelho, o entregar do seu mundo pro outro, achei o filme uma metáfora pra paixão. Sabe, aquela “vamos lá agora”, que a gente nem sabe se tem futuro, se dá liga, se ele não vai implicar com o nosso cachorro mimado, com o fato da nossa mãe falar demais, com nossa incapacidade de manter a vida nos trilhos, sei lá. De novo, isso me atraiu: o conto de fadas. Como saber, depois de um olhar rápido pra moça adormecida; se vai dar certo? A gente não sabe, mas salva a princesa, mata a bruxa e é feliz para sempre, na velocidade dum livrinho de capa dura coleção “para todas as crianças”, o que, umas vinte, vinte e cinco páginas (com bastante ilustração). 
Cês deixem de ser chatos e beijem mais.
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Re-re-re-re-revi Tudo Bem no Ano Que Vem (Same Time, Next Year), um lindo filme de 1978. Porra; lindo; já que falamos de contos de fadas. Que filme. O Alan Alda pisoteia no coração da gente; isso se a Ellen Burstyn não nos matar antes de amor. Corre ver lá na Netflix; monstro da chatura.
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Munido de toda força de vontade do mundo e com coragem pra malhar que nem um loco, ou bombado até os canos, não sei, o menino do The Killing me reaparece aqui praticamente do tamanho dum carro, numa série chamada Altered Carbon. Eu adorei; que minha vida é ver esses trens trash. Tem aquele diliça que em Roma (se você não viu; vale; só duas tempôs curtinhas uma vida de diversão) se besunta de azeite; como chama essa cliatula?
A Carla @riendetout me deu o livro; vou ler esse mês. * 
Março acabou com geral me mandando boicotar a Netflix. Amo vocês caras; mas não tenho dinheiro pra pagar tevê a cabo; menos ainda pra ir ao cinema; ninguém gosta de mim; então não sou convidada pra na-da e minha vida social é zero. De modos que Netflix é; tipo; tudo que eu faço nessa existência. Sinto muito; mas fica pra próxima.
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Março também acabou com meu computador indo pro beleléu e comigo presa três horas num carro no meio duma chuva alucinante. São Paulo parada e eu querendo morrer. Não tenho grana pra ir morar em qualquer outro lugar; se tivesse; iria. Vocês que têm grana e ficam nessa merda de cidade me assombram. Que caralhas vocês tão fazendo aqui? Dinheiro mal gasto é a coisa que mais me deprime na vida. Cês não sabem viajar e não sabem viver.
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O calor que; a partir do fim de março; deveria nos dar uma folga; segue bombando e me enlouquecendo. Que inferno.
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Li uma sensacional biografia do Carlos Magno escrita por Jean Favier. Sensacional; um livrão.
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Li o Rumor da língua; do Barthes. Por falar sobre livros que destacam nossa ignorância.
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Vi Colateral. Adorei porque é pá-pum tem o crime; investiga o crime; resolve o crime; sem drama pessoal; irmã alcoólatra; traumas de infância; DRs com o pai do bebê; filhos problemáticos; dores d’alma. Resolve essa porra de crime e vamos para o próximo. Como nos ensinou Poirot.
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Comecei uma série nova com a Kyra-alguma-coisa-pintinha-debaixo-do-olho; mas parei porque sei lá. Vou retomar em abril.
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Garrei num imenso amor por jardinagem; se é que se pode chamar de “jardinagem” o que fazemos nessa minha casa sem quintal; né. Plantas e suas mumunhas; como crescem; do que precisam; “essa água tem cloro demais?”; “ela precisa de sombrinha?”. Acho que faz parte do processo de envelhecimento gostar das plantinhas sem que elas estejam em nosso prato cobertas de molho de mostarda com mel.
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Outro amor que garrei foi no Rex Stout e no Nero Wolfe. Gente; por falar em crimes sensacionais. Li Serpente; Clientes demais e Cozinheros demais.
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Dois alunos de redação pararam de ter aula comigo em fevereiro-março. Os dois sem emprego nessa nova fase do Brasil onde está tudo bem e a economia está se recuperando lindamente. Nem sei mais o que dizer.
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Reli muita Katherine Mansfield em fevereiro. Saudade dela e da fase da minha vida em que a descobri.
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Comecei a ler O império do efêmero. Que livro.
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O cara é casado, tem trocentos filhos e vai lá e me dá uma entrevista toda séria e com ares de especialista, de guru, sobre como é maravilhosa a solidão. Entrevista aplaudida e divulgada pela contentinha profissional que mora com pai, mãe, irmã e cachorro. Gente, não sabe brincar, não desce pro parquinho. E nem começa você a me dizer que “pode-se estar só em meio à multidão”. Ah, claro que “pode-se”, tovarisch, claro. Mas nem vem que não tem.
 Solidão é estar tão doente que se desmaia na frente do fogão com a canja fervendo; é acordar muito tempo depois, sopa seca na panela, gata e cão em cima porque não tinha ninguém por você ali, nem naquele momento e nem em qualquer outro. Não glamouriza a solidão, gente, é uma miséria. “Adoro estar comigo mesmo” é uma fofura, mas só até seu crânio ir de encontro à cerâmica do chão da cozinha e você acordar sozinha; com um galo gigantesco e metade do rosto inchado; sem ninguém que te acordasse; acudisse; soprasse seu rosto depois; durante a sua imensa crise de choro no sofá. Absolutamente sozinha.
Essa gripe do começo de fevereiro me ensinou como eu sou sozinha nesse mundo e como eu estou fodida. Fodida.
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dez anos atrás eu fiz um projeto com o Ale em que líamos um livro por dia, alguns em espanhol, outros em português para o letramento bilíngue. ele já tinha interesse e gostava de ler, se perdia entre livros da biblioteca da escola, revistas em quadrinhos. se não era o tempo da tevê e do brincar, lá vinha ele com seus livrinhos. escolhia o do dia e se deitava perto de mim para lê-lo. falar o tempo todo que é importante ler e usar o livro para "punir" a criança é dar um tiro no pé. para ter efeito, é necessário cultivar em si o tão essencial hábito. ler com elas, se quisermos que elas façam disto uma rotina. ler perto delas, ler para elas, falar sobre nossas próprias experiências com a leitura e o que aprendemos ao nos aventurarmos nesse mundo das letras e do imaginar é o que fará crescer nelas o interesse , se tivermos o cuidado de regar periodicamente com curiosidade em abundância. tá dando o exemplo por aí? me conta. tá difícil? como posso te ajudar? manda uma DM.😘 https://www.instagram.com/p/CL5oQwMFk__/?igshid=1e7066r460cux
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heyalbqrq · 4 years
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deixa eu te falar que #2 💬 | neon e déjà vu 🕶️
Texto original via tinyletter@heyalbqrq.
Há muitos gatilhos que me trazem sensações inexplicáveis - ou quase, principalmente na música. O que é a vida sem uma trilha sonora? Se você não é o tipo de pessoa que escuta música 24h por dia, com certeza tem pelo menos uma música favorita, aquela que te traz uma sensação inexplicável, mas você ama. Acontece que são poucos os estilos que tem o poder de causar conforto ou desconforto de forma geral, que te faz mergulhar por sensações esquisitas e te colocam em um estado de hiato racional, se você não sabe do que estou falando, talvez conheça essa música: https://www.youtube.com/watch?v=bAgmGZ9iQ2Y
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Conhecida como Floral Shoppe 420 (Macintosh Plus), essa trilha é um marco na evolução do estilo Vaporwave, que surgiu na primeira década de 2000. Agora que você relembrou ou teve seu primeiro contato com o estilo, feche os olhos imaginando figuras se formando aleatoriamente como glitches na tela, fita cassete voando, palmeiras verdes quase neon, o céu rosado, talvez uma lamborguini branca em alta velocidade enquanto surge uma estátua grega no horizonte com referências estéticas asiáticas a cobrindo como pintura enquanto ela segura uma janela de software do photoshop com características do Windows 95. Insano…
O vaporwave permeia e se adapta na rede e entre os fãs e produtores como um mutante que apesar de tudo não perde a essência, mas não vamos falar como surgiu ou o que define o vaporwave, há muito conteúdo na internet que pode dar esse background mais sólido. Enfim, sample distorcido, som ambiente, música de elevador, e fragmentos sonoros de elementos dos anos 80/90, essa boa mistura independente do que vier junto, é vaporwave. Mas tão complexo quanto sua definição talvez seja o que ele passa. Quando surgiu, ele era uma manifestação crítica contra o consumismo e certos aspectos do estilo de vida, e por mais estranho que pareça, acabou assumindo uma posição contrária ao que deveria e foi explorado por artistas a ponto de ser tornar um estilo influente e com crescimento exponencial, não há limites do que se pode fazer com esse estilo.
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Voltando ao sentimento, talvez esse tenha sido o fator comum para quem o admira, quando o vaporwave se traduz em imagem criando o aesthetic, não é apenas piração que ele reflete, mas também coisas do cotidiano que ao mesmo tempo que se fazem reais, não existem. No reddit há uma comunidade interessante engajada ao vaporwave, e talvez sua descrição seja o suficiente para uma forma pitoresca de representar o que as notas não conseguem descrever:
"O capitalismo global está quase lá. No fim do mundo, haverá apenas propaganda líquida e desejo gasoso. Sublimados a partir de nossos corpos, nossos sentidos serão incessantes escadas rolantes que permeiam por ambientes artificiais intocados, cada vez mais que humanos, drogados e drogados, catalisados, consumindo e consumidos por uma economia incansavelmente rica de informações sensoriais, valorizada pelo pixel. O Virtual Plaza dá as boas-vindas a você."
A Era Moderna trouxe estudos cruciais para o avanço de muitos âmbitos da sociedade, nessa época a nostalgia possuía uma grande relação com a melancolia e chegava a ser considerada um estado clínico, uma vez que não representava apenas uma sensação de saudade do passado que permeia entre a tristeza e o conforto, mas também de um passado irreal, algo que nunca existiu. Com o tempo, a percepção sobre nostalgia se moldou de formas curiosas, sendo percebida até mesmo como uma sensação ou sentimento prazeroso e ao mesmo tempo mórbido, não no sentido depreciativo, mas por trazer um amortecimento aos pensamentos e também estímulos de desconexão com o tempo ou espaço.
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Agora, imagine um shopping todo vazio e claro, cintilante com linhas e placas em neon enquanto um leve jazz ambiente se mistura com os arranjos da música do elevador aberto. Ou uma casa com cores pastéis e uma piscinas com a água rosa como o céu que te encara com nuvens parecendo algodão doce e plantas surgindo dos pilares que te rodeiam e lembram construções épicas. Ou um quarto todo lilás com grandes janelas de vidro que deixam entrar um laranja forte do por do sol, e ele transforma parte de tudo que está ali em rosa e adiciona também outros tons ao passar sobre seu videogame, tevê de tubo e revistas de moda. Lugares que nos trazem nostalgia por carregarem elementos dos quais já tivemos e momentos que experienciamos na infância, parece ser isso, mas não é, pois tudo o que ele faz é nos proporcionar uma sensação falsa do que não vivemos, realidade utópicas fragmentadas em pequenos momentos de memórias que não nos pertencem. Um déjà vu, nostalgia, vaporwave.
Você também pode ouvir este e outros episódios no podcast #detfq 💬 Ouça no Spotify, Soundcloud, Google Podcast, Apple Podcast e mais. Por fim, segue alguns links interessantes 🔗 - Vapor no Reddit (aqui tem muito conteúdo irado) - Ouça + Macintosh Plus (um estilo que não se limita, experimente mais) - Na UFRF (artigo irado em PDF sobre Vaporwave) - Playlist (para continuar a imersão)
Por ora é isso, câmbio e desligo.
Nº2 • ANO 1 • FEV/21 Publicado originalmente em Ago/20 assine #detfq apoie o autor compre meus livros e artes
🧼👐💦
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haifmyseif · 7 years
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jovens
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Um dia, de supetão, enquanto lia meu livro na sala de espera, eu ouvi um senhor dizendo que “essa raça jovem, só causa tumulto desnecessário", o outro homem ao seu lado completou: “querem que todo tipo de pessoa apareça na tevê, falam de representividade, como se fosse normal encontrar um gay na rua...".
De repente, o sol que me aquecia me queimou, o ar que me satisfazia me entoxicou e eu percebi, que os argumentos que eu pensei, eu falei.
“Realmente, deviam colocar mais pessoas burras nas novelas, já que são tão comuns pelas ruas!"
Não esperei meu nome ser chamado, deixei para ler o final daquele capítulo em outro momento. Minha cabeça foi inundada por lembranças, como quando fui atendida pela primeira médica negra, ou vi a primeira pessoa de cabelo enrolado numa revista. Me senti bem, mesmo que por minutos. Mas, depois, voltei a ser bombardeada por coisas que eu não sou e que, inevitavelmente, gostaria de ser.
Porque é aquela coisa, representividade não se trata de colocar 1% de cada coisa, se trata de retratar a vida real. Um país não é constituído por corpos brancos e magros, héteros e religiosos. Em um só bairro existem tantas vidas, não limite-as.
Precisamos de mais como nós nas telas, porque somos cidadãos, consumimos e lutamos, todos os dias ao acordar.
“Deve ser aquele tal de feminismo”, eu ouvi baixinho, ao sair da sala de espera.
Por: xhxixmxl
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afrodiversidades · 6 years
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AfrodiversidadeS e poder
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Por Bito Santos
Que tal falarmos, nesta primeira semana do mês de abril, sobre ‘poder’ e (nosso) poder? A primeira palavra vai escrita aspeada porque é mais uma no rol daqueles termos transformados em sobrenaturais – principalmente, por alguns trabalhos academicistas –; a segunda é a que, de fato, interessa, para mim, conversar sobre. De uma forma ou de outra, o poder está em nossos atos mais simples, desde a hora em que acordamos até quando vamos dormir. Bem, falando nisso, é na dinâmica de acordar e dormir – e, principalmente, o ínterim (i.e., o que fazemos durante ela) –, inserida em um cotidiano (de dias, de semanas, de meses etc.), que se conformam os anos, as décadas, as práticas sociais, enfim, as conjunturas todas. Atentemos para isso, mais do que urgentemente.
O texto de hoje fala a respeito do poder nosso de cada dia, assim como daquele que nos parece distante - sobre o qual, muitas vezes, reunirmos energia para reclamar em grupos de WhatsApp, em postagens do Facebook ou no Twitter (e suas famigeradas hashtags). O fato é que reclamamos do poder, mas não problematizamos o fato de que ele está sempre tão próximo, seduzindo, atingindo-nos sucessivamente; que, variadas vezes, bebemos dele, gostamos de seu sabor refinadamente açucarado. Não lembramos que o açúcar refinado é o que nos consome lentamente, que, em excesso, conduz-nos para o final. Mas é açúcar, né...
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A questão é: cientificamente, ‘poder’ implica relações bastante complexas que perpassam diferentes níveis nas práticas sociais, encontrando na linguagem um de seus mais eficazes atalhos. Como já nos disse Frantz Fanon, em seu fundamental “Pele negra, máscaras brancas”, a linguagem, por exemplo, tem o poder de definir o indivíduo, de conferir-lhe o poder inclusive de perceber-se inserido e ativo em um contexto (este assegurado por um comprometimento ou não com certas identidades sociais tidas como positivas). O popular Michel Foucault foi outro teórico que pensou na relação entre poder e linguagem (discurso) e que conectou tais temas à realidade de contingentes humanos discursivamente construídos como indesejáveis e/ou perigosos. Ainda o analista do discurso Gersiney Santos, em sua tese (disponível aqui), discute sobre como a relação do Estado com a pobreza está cercada de contextos de poder para a impossibilidade de avanços cidadãos. Muitos autores e autoras têm se esforçado para apresentar contribuições cientificamente elaboradas acerca de como as coisas (em sua relação com o poder) não são tão simples. Como mencionei, a linguagem é um dos recursos potenciais de exercício e aplicação do poder, por isso ela pode afastar: o academicismo é, sem dúvida, um desses anteparos, que afasta muitos/as de entender como o poder conecta-se ao cotidiano, à prática. Infelizmente, escrever de forma fechada ainda é uma falha presente em textos importantes, da qual se aproveitam outros operadores do poder para manipular a comunicação linguística de acordo com seus propósitos.
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Ainda segundo os/as autores que citei, o poder pode ser entendido como uma construção simbólica. Em outras palavras, algo existente sem necessidade de ser sólido ou possível de ser tocado, mas que, ao mesmo tempo, sempre é sentido, capaz de ser observado e descrito em seu funcionamento. Entendo que o poder fia-se em uma conjunção bem-sucedida de determinadas forças, que angariaram poderio por meio de estratégias que se retroalimentam com base nas relações sociais (entre pessoas, meios de produção cultural, política e econômica) mais a linguagem (e, claro, seus produtos culturais, políticos e econômicos). Em síntese, certos grupos com poder simbólico (cultural, político e econômico) conectam-se a pessoas, ‘alimentando’ suas ‘necessidades’ (muitas vezes, criadas por esses mesmos grupos) com vistas a ter sua aceitação como modelos de confiança e de segurança, intentando alcançar as características de incontestabilidade e de força motriz para executar mais ações – consentidas por mais pessoas, mas definidas por grupos alheios à realidade daqueles dos quais se aproveitam, cotidianamente, através dos tempos. 
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Assim, vamos a um exemplo rapidinho: quando a mídia de massa passa a mensagem repetitiva de que tem o poder absoluto de ajudar a resolver uma situação (confrontando diretamente governantes, sempre sob o discurso da busca ‘imparcial’ pela informação e contra a ‘censura’); ou quando determinado político projeta-se dizendo que fará o que tem que ser feito para mudar toda a realidade problemática; ou ainda quando o/a artista diz trabalhar pela ‘inclusão’ e pela ‘representatividade’ em seus clipes e shows (fazendo como que um verdadeiro exército escreva insanidades contra quem se mostrar contra ele/a; tendo ‘soldados/as’ prontos/as para o ataque). Ao não acordarmos para essas estratégias de conquista de poder, conferimos a esses grupos um destaque desequilibrado para, no fim, assegurar-lhes o poder de manter-se onde estão. Aí entra aliás um dos mais interessantes entendimentos de discurso: as visões de mundo consolidadas por esses grupos possuidores de poder simbólico para implementar sua verdade no tecido social. Nomes, empresas e instituições alcançam fazer com que a guerra ocorra sem que eles precisem estar fisicamente nelas, sem sujar suas mãos, apenas reforçando sua relevância, enquanto ‘os/as soldados/as’ fazem todo o trabalho braçal – e intelectual, algumas vezes. Nesse campo estão, por exemplo, os discursos racista, classista e homofóbico: percebamos que, em geral, há alguém (com certo poder) por trás da propagação desse tipo de manifestação imunda.
A fim de conseguir o poder de ditar rumos sociais, essas forças conjuntas, com base em estudos e pesquisas (também científicas), ou até mesmo por ‘interpretações’ bem particulares, lançam mão de redes que se caracterizem por oferecer experiências de realidade alternativa e envolvente. Tais redes, como a já mencionada mídia tradicional, e, mais ultimamente, as redes sociais, conseguem construir um ambiente (supostamente) fornecedor da ‘liberdade’ – este também um conceito sobrenaturalizado e parceiro da ‘felicidade’ (que todos/as querem, mas não sabem por onde começar) – de ‘relaxar’, depois da maratona massacrante chamada rotina (trabalho, estudo, contas, relacionamentos etc.). Em boa parte das situações, as redes da falsa liberdade são vistas como verdadeiras experiências de catarse, de desabafo na qual nos identificamos e envolvemo-nos – pois, por meio delas, temos o afastamento necessário  da ‘seriedade do dia a dia’, das exigências contra as quais não temos força de combater. Parece que podemos, por fim, deslocar responsabilidades nossas para outrem. Tal transferência parece funcionar como algo mais ‘fácil’ por, aparentemente, ser distante da crítica e da identificação imediatas; e, muito por isso, de alguma forma, convence por representar o que não nos é permitido plenamente fazer/ser/estar no mundo. Um território para despejarmos os demônios que nutrimos.
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Assim, no que toca a nós, afrodiversos/as, vamos afastando-nos de um centro, daquilo que nos identifica como lindamente diferentes desse mundo no qual os vícios ocidentais configuraram o ‘ser desejável e necessário’. São constantes nossas tentativas (doloridas) de querer parecer com a branquitude (ou - como, em alguns momentos, passarei a referir-me, parafraseando Assata Shakur - a brankkkitude), sem dar-nos conta de que estamos reproduzindo um modelo de beleza e padrões ‘permitidos’ por um grupo social que se considera dono do globo terrestre – e que lucra muito com isso. Vejo também que seguimos não nos sentindo representados/as em espaços em que o poder econômico e o cultural definiram como de maioria branca, mas que sistematicamente são vendidos como ‘felicidade’ geral, o Sonho (nas palavras de Ta-Nehisi Coates). A face muitas vezes não enfrentada é aquela que conseguimos conquistar – depois de muito grito, luta e sangue –, ou seja, uma parcela mísera de participação, mas a mínima mesmo, para não esquecermos o Sonho de ‘fazer parte’. Ainda assim, vez e outra, somos lembrados/as de que temos um longo caminho para a ‘aceitação’ – nesse mesmo espaço ‘para todos/as’, mas que nunca foi pensado para nós, pretos/as (menos ainda para nós afrodiversos/as). É, desse modo, portanto, construída a lógica do apelo referente à identificação com o que não somos nós; é vendendo a ideia (da necessidade) de conseguir o que foi produzido para ser adorado, sendo, contudo, fundamental, por si só, ‘acreditar e correr atrás’ – de forma a 'chegar lá’ e sair da vida medíocre à qual muitos/as de nós somos convencidos/as a viver.  
Peguemos novo exemplo para ilustrar a conversa desenvolvida até aqui. Uma capa de determinada revista chamou atenção ao ‘definir’ o que chama de “feminismo do futuro”: quatro mulheres brancas (de traços ex-tre-ma-men-te europeus) e uma preta – apesar de altiva –, visualmente, meio deslocada no quadro proposto.
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Com base na capa da publicação, proponho uma análise, assim, bem de leve. Por trás da primeiríssima parte da revista, existem alguns discursos que, durante muito tempo, foram execrados e negligenciados por empresas como a editora da revista, pertencente às Organizações Globo (assim como ocorre com outras corporações, como o Grupo Abril (Folha de S. Paulo), o Grupo Silvio Santos (SBT), o Grupo Bandeirantes (Band) e a Igreja Universal (Rede Record), por exemplo): a saber, o empoderamento feminino, o discurso racial e o feminismo. Durante anos, neste país, a gigante brasileira Globo (e boa parte de suas companheiras poderosas) gozou de uma espécie de blindagem social: sua audiência televisiva era esmagadora e sua rede de apoio estendia-se inclusive a outros setores, como o político e o econômico. Hoje, as Organizações Globo têm braços em praticamente todos os âmbitos envolvidos com informação e entretenimento midiáticos (são emissoras de tevê e rádio, canais a cabo e publicações periódicas) espraiados em todo o Brasil – e outros setores menos conhecidos. Com a popularização das redes sociais e de seus efeitos vários (entre eles, a democratização da informação, e a reflexão histórica inclusive), diversos setores de influência social viram-se ameaçados por grupos sociais que jamais haviam conseguido voz em tais setores – outrora detentores totais do poder de informar. Estrategicamente, os conglomerados midiáticos – sendo as Organizações Globo parte de destaque – passaram a concentrar-se em estudar a mudança social de grupos historicamente negligenciados e, em seguida, abocanhar a maior quantidade de pautas possível, adicionando-os pouco a pouco às atrações de apelo mais jovem/popular; espertamente, iniciando por aquelas que demonstravam certa vulnerabilidade ontológica: como a dos LGBT, por exemplo. Na revista em destaque, existe a presença do tema lésbico, curiosamente simbolizado por uma garota branca de olhos azuis à qual a publicação confere uma identificação positiva de alguém que “reconhece seus privilégios”: a representação feminista do futuro. 
A mesma coisa parece estar se dando com a questão dos/as pretos/as: elegendo determinadas figuras, esses meios midiáticos do consumo têm forjado falsos espaços de fala, formatando novas identidades desejáveis (homens pretos e mulheres pretas com um padrão ‘consumível’ de corpo, rosto e cabelo), que funcionam como bonecos e bonecas para consolidar produtos e marcas – e que, aparentemente, possuem ‘liberdade’ de criticar e agir na estrutura de opressão, porém até a página três. Obviamente, não deixo de reconhecer que houve certa mudança há algum tempo, mas nunca é demais relembrar que ela não veio da mídia de consumo: veio a partir da mobilização de forças social e historicamente exploradas, que confrontavam, entre outras instituições hegemônicas, a própria televisão; gente inclusive de fora da Internet: gente que apanhou, que sofreu, que morreu para estarmos nos espaços que estamos hoje em dia. É, por isso, triste ver pretos/as que reproduzem discursos, mesmo sofrendo o mesmo (ou pior do) que eu; ou quando o equipamento midiático seleciona duas ou três figuras importantes de resistência – geralmente, as que não chegaram a oferecer muito risco a seus projetos de mundo – para colocá-las como únicas e exemplos a serem seguidos (por terem tentando ‘incluir-se’, sem ‘ser violenta’ com o sistema de opressão, mas sendo violentadas pelo Estado e pela mídia, por mesmas criticados). Todas as organizações e pessoas que começam a lidar de maneira embriagada com o poder – recorrentemente, concretizada no dinheiro e na exposição social –, mostra-nos a história, sempre acabaram perdidas ou naufragadas, contaminando prometedores atos de  transformação social.
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Já discuti neste espaço que meu conhecimento sobre o movimento LGBT  mostrou-me que, ao longo de sua evolução, a pressão da sociedade de consumo sobre si foi um problema a se refletir seriamente. Mesmo com minhas várias reservas ao movimento gay, também percebi que, para seus quadros mais criticamente conscientes, a pauta da cooptação da sociedade de consumo e seus vícios sociais não deixou de ser uma preocupação; no entanto, registro aqui, bastou a criação de um homem transexual em uma novela de grande audiência para que eu ouvisse elogios quase cegos da geração mais jovem (de alguns interessantes youtubers formadores de opinião, ou seja, com poder de influenciar) ao trabalho do folhetim e da emissora. Tais comentários desconsideravam ou minimizavam fatores centrais e não atentavam para o fato de que, apesar da importante abordagem da questão trans e da diversidade que outras personagens trouxeram, a novela ainda centrava a história em uma pessoa branca, rica e privilegiada. Cada vez que ouvia (e ouço) os elogios à ‘ousadia’ da emissora e da autora, penso, com meus botões, aonde irão os atores e as atrizes abertamente homossexuais e trans que participaram da produção (ou mesmo que estão na televisão): será que haverá novas personagens densas para eles/as? Será que poderão mostrar seu talento mais além do nicho ao qual foram acondicionados/as? Eu trago o caso da novela para ilustrar que os/as LGBT mencionados/as elogiosos/as do destaque trans que mais vi eram brancos/as; afinal, como um/a preto/a afrodiverso/a poderia se ver plenamente em algo tão deslocado de seu meio? Não existe representação para nós porque não estamos escrevendo a história, nossa história: quando existe, é a continuidade da terceirização da identidade preta. Digo mais, o protagonismo preto não acontecerá nesse tipo de televisão. É sempre preciso desconfiar desses grupos poderosos e dessas pessoas que têm poder  de apontar e de dizer o que é ‘certo’ e o que é ‘errado’; o que é ‘aceitável’ e o que não é; que, deliberadamente, tem o poder de incentivar a igual terceirização das responsabilidades dos indivíduos (quando o assunto é perceberem a si mesmos como parte de um todo social em luta por sua existência cidadã). A escolha é deles: e os/as protagonistas serão esmagadoramente seus/suas semelhantes.     
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No que se refere, mais especificamente, às relações que seguem a proposta de afrodiversidade (que defendo aqui), venho expondo como, de diferentes modos, o poder gerenciado pela brankkkitude tem nos impossibilitado de criar e de elaborar os laços de empatia e cuidado com quem não tem espaço nessas configurações viciadas e que são pretos/as e afrodiversos/as. É sempre importante lembrar desta palavra: ‘cuidado’. Quando nós afrodiversos/as conseguimos extrapolar barreiras e assumimos lugares de poder, a dúvida é se estamos conectando-nos a outros/as pretinhos/as afrodiversos/as; se estamos, quando percebemos esse lugar que o poder consagrado não nos tem dado, tentando assumir a dianteira de nossas existências pretas; se estamos dando abertura para sermos abordados/as por outros/as pretos/as afrodiversos/as incrivelmente talentosos; se nós estamos criando redes reflexivas e de atenção a quem quer/precisa falar e não sabe ou não vê como nem onde. Este espaço é uma dessas possibilidades de diálogo e de troca: escrever é inscrever-se nas vibrações do Tempo. 
É igualmente fundamental apontar quem são esses manipuladores do poder aliás – e manter-se atento/a a como eles operam suas estratégias. É preciso alcançar o/a outro/a afrodiverso/a, pois, repito, sempre, se dependermos do que aí está, seremos um percentual mínimo de visibilidade, de atenção e de respeito. Há exemplos de pretos/as afrodiversos/as que, mesmo estando em situações dessas redes de poder que emaranham para confundir, ainda têm deixado sua marca orgulhosa e dialogicamente: basta olhar ao redor, basta ver ao seu lado; penso que já basta de querer aproximar-se de algum/a pretinho/a afrodiverso/a apenas pelo fato de ele/a ser ou não famoso/a; de ser ou não aceito/a por seu aspecto físico; de ele/a ser ou não popular. Isso é próprio da brankkkitude: o ego, o individualismo e a traição para destacar-se – e adoecer tudo. A atenção às armadilhas do poder precisa ser foco também. Acredito que, cada vez mais, vozes de inconformidade crítica estarão fora da sintonia imposta, e é por isso que ainda escrevo. É preciso registrar nosso poder, o de articular ideias e, quem sabe, encontrar quem deseje se conectar para formarmos novos arranjos de cuidado e de resistência. O ‘poder’ precisa ser enfrentado, uma vez que não se pode fugir totalmente dele, a fim de que ele não cresça indiscriminadamente e se torne um monstro que passa por cima de qualquer coisa para manter-se erguido. O ‘poder’ também destrói.
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Dia 14 do mês passado, Marielle Franco foi executada. Uma irmã, afrodiversa. Uma árvore que tentaram abater. Uma rainha. Como se mata a realeza? Como? Neste mundo tosco e viciado, rola. Sim, Marielle foi assassinada por esse poder monstruoso que só permite que nós sejamos nós, pretos/as, dentro do que foi desenhado para sermos. Mas não! Não acabaram como os galhos, com as folhas nem com as sementes dessa rainha. A resistência segue. Estive observando todo o processo, os comentários, a repercussão... temo muito que esse caso logo perca o foco nos noticiários do poder e que ela, Marielle, vire mais uma ‘mártir dos direitos humanos’ – como fizeram com o Dr. Luther King –, usada em programas de apelo raso, fotos de perfil de Facebook e de Instagram, mais uma hashtag; enfim, temo que sua luta seja usurpada para outros fins que não o de apontar como a sociedade ocidental está corrompida – de tal modo que um Estado não demonstra capacidade de solucionar um horror cometido contra uma de seus/suas próprios/as representantes públicos/as (porque, sim, ela era VEREADORA: trata-se de um crime político também). Marielle é um exemplo (tornado notório por circunstâncias terríveis) de cidadã preta e afrodiversa que ousou enfrentar essa estrutura de poder, mantida inclusive por esses que prestam ‘homenagens’, esses pequenos grupos pequenos, possuidores de poder simbólico, que, relembrando outra vez Ta-Nehisi Coates, alimentam-se dos frutos corruptos do Sonho que vendem.
Precisamos acordar, irmãos pretos e irmãs pretas: vermo-nos como Família e entender como se processam as estratégias de poder que o dinheiro pode formatar e vender como ‘felicidade’: proteger-nos. Precisamos localizar nossa afrodiversidade para conectarmo-nos com quem está perdido/a. Vale a pena entender que perseguir o poder pelo poder não nos leva a bons lugares: existem exemplos e mais exemplos de como isso é estratégia da brankkkitude para conquistar, enganar e usurpar o diferente. Movimentos brilhantes afundaram pela cegueira por poder. É nossa história de povo preto; estamos todos/as, de uma forma ou de outra, enfermos/as. Estamos vivos, no entanto, também. Importante é achar que isso (de aproveitar-se do outro) não dá força à brankkkitude – e, por outro lado, coloca-nos para baixo –, mas é sim saber que, entendendo como são operadas essas enganações, poderemos reconhecer que não nos interessa uma existência miserável do jeito que bem conhecemos. 
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Ser e estar plenamente preto/a é estar com a Família Preta, amando nosso Povo, conhecendo nossa História, nossa Ancestralidade; cuidando-nos e aprendendo a aprender sobre nossa beleza, realeza e particularidade ancestrais. Em um mundo de brankkkitude, sempre seremos os/as outros/as, outrificados; portanto, precisamos encontrar-nos e, conectados/as, refletir juntos/as sobre nosso poder em nossa linda diferença. Ligue sua televisão; veja as revistas nas bancas; as manchetes dos portais de Internet; os filmes com maior bilheteria: perceba quantos/as pretos/as estão em destaque, e, ainda, quantos/as afrodiversos/as. É realmente uma verdadeira violência a nossa grandeza preta, mas, sem medir determinados atos e influências, estamos contribuindo com esse cenário. É preciso cuidado com o poder para cuidarmos de nós mesmos/as. Luz é vital.  
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Este texto vai para a estrela perene da resistência preta afrodiversa Marielle Franco, assim como para todos os pretos e todas as pretas que são exterminados/as sistematicamente por serem plenos/as em sua diferença: somos orgulhosamente afrodiversos/as, e seguiremos resistindo. Ubuntu.  
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CONHEÇA A MELHOR LOUSA DIGITAL INTERATIVA DO MERCADO E O QUE ELA PODE FAZER POR VOCÊ
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Imagine um sinopse branco no qual você pode nunca só multar, mas similarmente reproduzir vídeos, apresentações interativas e dinamizar informação. Parece improvável não é inclusive? Contudo agora é alguma existência tragada campa dedaleira interativa!
Sabe como tem êxito a lousa do dedo interativa? Com o sustento dentre certo sinopse raro sensível ao toque (touch screen) em simultâneo com determinado pc ambientado (efetivamente, o pc imediatamente vem no meio da lápide!) e cada projetor, você atinge fazer reuniões com interessantes bem como no máximo treinar dezenas de alunos prendendo a atenção desde todo mundo.
Ao passo que a informação é projetada no quadro de giz branco, nada é realmente escrito no sinopse, universalidade é processado no pc. Sim dá aos quadros interativos com funcionalidade que os quadros brancos tradicionais, que limitam a alfabeto com o arrimo com único arte medular.
Então o que é a lousa do dedo interativa? O quadro interativo é a melhoria tecnológica a lousas a giz, comuns nas salas dentre classe, e quadros brancos não eletrônicos, que se encontram nos locais desde serviço.
Sua existência não é fatalmente originalidade, mas pouco tempo atrás ele vem ganhando nitidez bem como conquistando todo horário mais adeptos.
Neste planeta desde alta sociedade tecnologia, cativar a solicitude dos estudantes é cada desafio bastante enorme. Desta maneira, os educadores estão integrando a tecnologia na dependência a palestra bem como adquirindo ganhos surpreendentes.
+LEIA EM GRAU SUPERIOR: A mérito da conhecimento nos 4 pilares da atenção
A lousa digital interativa igualmente é uma excelente possibilidade destinado a vários escritórios espalhados através de Arabutã. Com ele você pode esboçar ideologia em cima de equipe, documentar cronogramas desde propostas e também juntar jornada a ações bem como tarefas.
A supremacia das companhias está aderindo em direção a inédita conhecimento, com finalidade de afastar-se dos quadros brancos nem nome próprio que deixam as reuniões monótonas, bem como as aulas. Boa porque eles contem recursos poderosos e também permitem elaborar inclusive reunião a bate-papo por televisor e também videoconferências.
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Um adágio é a quadro-negro abeloura interativa MOVPLAN, que você pode obter “apenas” de que jeito lajem digital, ou pode obter no modelo Divisão Interativa Touch Pro, a original solução do loja que oferece sobre único apenas criação alguma globalização bonita entre lousa assente (a clássica, que funciona por estilo) e campa abeloura (a queridinha da nova geração dentre alunos – único verdadeiro tablet papagaio para em grau superior interatividade em cima de sala com classe), que é wow moderna e conduta! Abaixo falamos um tanto também em cima de a quadro-negro dedaleira interativa MOVPLAN.
SAIBA PRIMORDIAL O QUE VOCÊ NECESSITA EM CIMA DE A LAJEM DEDALEIRA INTERATIVA DA MOVPLAN
classe com a campa interativa digitalQuem revista modernidade e também atividade no grupo de empreitada deve pesar adquirir certa das melhores opções de campa do dedo do loja: a QuadriLine QL-700i.
Com ela, você consegue realizar só inédita modo com treinar, bem como converter também fascinante as reuniões agrupado aos seus colaboradores.
Plenamente interativo e tecnológico, esse gênero é disponibilizado em cima de distintos formatos bem como tamanhos, singularmente destinado a que você seja capaz adequá-lo a alguma característica com sítio.
Sua modernice ultrapassa os margens bem como permite que, a partir do certificação desde gestos, o usuário escreva, desenhe e também até mova produtos com o humilde puxar das garra.
Além do mais, como a região dessa campa é obra desde aço sua longevidade é fantástica!
Confira com quais utilidades a lajem digital interativa da MOVPLAN é equipada:
Ferramentas de contorno, hábito, apresentações
Ferramentas de matemática e gráficos
Forma de conquista com imagem, gravação com biombo bem como áudio
Dispositivo com certificação de escrituração mercantil, inibição do touch screen bem como estampagem de face
Expediente desde xerox de vídeos
Manifestação a rede mundial de computadores
Conjunto a áudio constituído
Uno obreiro materno que tem qualquer estilo a lousas digitais com 20 variações de modelos
O com mais perfeição touch do loja
Original exterior abrigo do mercado paterno
A QuadriLine QL-700i jamais se limita somente a estas representativas, disposição oferta bem melhor do que você pode presumir. Sabia que alor contém determinado programa educacional hospedado lhe a modo plenamente gratuita?
Com ele, os professores conseguem se enriquecer aproveitando conteúdos de habilitação e ofertando aos seus alunos diferentes opções a fim de aquisição de entendimento.
Com oriente programa, denominado como QuadriBook, o instrutor pode aditar equações matemáticas, desenhos e também gráficos na instante das explicações. Bem como inclusive pode enriquecer o concreto educativo acionando os haveres multimídia que ele lembrança.
O melhor a tudo é que não se trata de um conjunto obstruído bem como desditoso com trabalhar, visto que permite o aplicação dentre ferramentas visto que navegadores da internet, PowerPoint bem como leitores a PDF. Menos referir que inclusive permite escrituração mercantil simultânea desde lousa interativa 77 polegadas no máximo 2 usuários.
ENTENDA O MUNDO INTEIRO OS VANTAGENS DA QUADRO-NEGRO DO DEDO INTERATIVA DA MOVPLAN
Pequeno número de dos benefícios desde qualquer lajem dedaleira é que elas jamais se limitam a anotações interativas bem como na conversão desde translado dentro de artigo. Ela permite renovar o ar dentre aprendizagem bem como empreitada, ofertando o que existem desde também virgem dentro de técnica.
Se a sua estabelecimento contém gabinete desconvizinho, se você faz brainstorming com qualquer regularidade por outra forma se exige videoconferências quase a humanidade os dias, um cenário interativo é melhor do que preciso com o objetivo de a sua corporação. Drasticamente em grau superior benéfico que qualquer TV, a título de exemplo, uma vez que a campa do dedo interativa é gerada nomeadamente destinado a estas finalidades.
+ LEIA MAIS: Inclusão digital: ferramentas que promovem a afabilidade a partir da técnica
Com finalidade de o amestramento, ele é uma mendicância também. Os quadros interativos integram diversos estilos com treino dentro de qualquer original experiência. Assim, os alunos podem exercitar vendo, ouvindo e também interagindo com a lápide através do ritmo.
Sim moderniza os normas a amabilidade, já que os professores adquirem maneiras inovadoras dentre treinar o ainda que objetivo. Por causa disso, os alunos aprendem melhor bem como se lembram também do conteúdo exposto, já que isso aproxima a paço de algo que eles imediatamente estão acostumados no teu atualidade a tempo, quer dizer, a experiência com tablets, celulares touch, e também demais gadgets qualquer tempo com disseminados entre a cidadãos cabrita da recente casa, os chamados nativos digitais.
Campa Abeloura InterativaUm dos pontos fortes a alguma lousa abeloura interativa é incessantemente assentar higienizado e também ter uma manutenção condescendente, divergente das lousas que utilizam giz, que estão sempre sujas bem como causando idiossincrasia aos usuários. E também estranho inclusive dos quadros brancos, que constantemente ficam marcados pelos pincéis.
Portanto você gasta não muito com ferramentas bem como com a limpeza. Para usar você pode bater a tela com os dedos por outra forma com alguma caneta especializada a fim de alçar, detalhar figurar e também multar. Menos barafunda e também desnecessário desde dignidade. Traquejado e também fácil de usar.
Vários tipos com mídia são capazes de íntimo exibidos sobre um tela interativo. Fotos, gráficos, mapas, ilustrações, vídeos… Os professores bem como gestores evidencia muitas opções. É só lembrar que acesso possuem manifestação a internet, imagina? Pense no terra com capacidade que se abrem com o objetivo de você com só ferramente conectada a certo clique de distância do Google Maps, Google Earth, bem como todas as infinitudes do mundo na internet.
Com conectividade, os usuários possui admissão a muitas fontes com finalidade de desenvolver e também apoiar suas aulas com vídeos, artigos, imagens, ferramentas desde treino bem como muito também.
Tal como os diretores e também gerentes com instituições. A conhecimento desde quadro interativo permite a globalização dentre numerosas outras tecnologias com o objetivo de aprimorar suas funcionalidades, de que jeito PowerPoint, exame de PDFs, pen drives e também Skype. Portanto, é só valiosa escolha! Uma TEVÊ, somente que mais e GRANDE MELHOR inteligente!
Então, o que este esperando? Solicite nunca determinado estimativa com finalidade de sua lousa dedaleira interativa, conferindo o consideração e também opção de recompensa que a MOVPLAN oferece. A gente somos credenciados pelo BNDES, com opções de parcelamento sobre também 48 feitas.
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edynho80 · 5 years
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"Uma clara reconfiguração vocabular está em curso na sociedade brasileira desde 2014 para escravizar você de um modo infalível, inatacável: por você mesmo. O método é simples, o novo léxico chega diariamente pela tevê, jornais, revistas e se espalha depois em forma de ódio pela internet, mas você, inculcado de preconceito contra toda forma de humanidade, não consegue enxergar que: Ensinaram você a chamar o seu sofrimento de "superação de limites". Ensinaram você a chamar o esvaziamento das suas garantias sociais de "controle do déficit público". Ensinaram você a chamar exploração da carga individual de trabalho de "propósito". Ensinaram você a chamar os cortes e o fim dos investimentos públicos de "reforma" ou "descontinuação". Ensinaram a você a chamar sua aposentadoria de "seguridade privada". Ensinaram você a chamar perda de direitos trabalhistas de "empreendedorismo". Ensinaram você a chamar injustiça social e individualismo egoísta de "meritocracia". Ensinaram você a chamar a defesa do patrimônio público e dos recursos naturais brasileiros de "aparelhamento do estado". Ensinaram você a chamar qualquer manifestação artística ou cultural de "mamata". Ensinaram você a chamar qualquer forma de debate ou defesa do contraditório de "mimimi". Ensinaram você a chamar a defesa da Constituição e das instituições brasileiras de "comunismo". E quando você estiver esgotado, subtraído, crucificado e sozinho com esse glossário de palavras novas que lhe ensinaram, talvez entenda tudo o que fizeram com você. Por enquanto, não. Por enquanto, você está remediado demais com as importantes conquistas dos trabalhadores do passado, que lutaram por você. Por enquanto, você ainda é incapaz de reconhecer que não passa de gado neoliberal. Daqui a alguns meses, no entanto; você também estará incendiando os trens que hoje o levam para o pelourinho. A gente se encontra lá". (Texto do inspirado Marcílio Godoi) (em Point Dos Gonçalves) https://www.instagram.com/p/B459aCsnmAN/?igshid=r6uu2wmowhe5
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