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#criador
criador · 5 months
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Na minha mente, na minha memória e na minha consciência, o tempo é circular. Ele não segue uma ordem cronológica, nem uma linearidade. As coisas que pensei, vivi e que fui mudam de lugar o tempo todo, ao mesmo tempo em que está tudo aqui, em cada parte de mim. Eu mudo de ideia, mas essa inconstância não pode ser definida como mera indecisão. Nada é tão simples. Eu mudo de opinião ou de preferência porque posso, porque sou humano, estou vivo e sou mutável. Eu posso melhorar, me arrepender e corrigir erros, mas também sou capaz de cometê-los outra vez. E isso não anula todo o meu crescimento, isso é um direito meu! Eu passei os últimos anos tentando unir quem era antes de 2017 e quem eu sou agora. Não por pura nostalgia ou saudosismo, mas porque eu sempre senti que perdi uma grande parte de mim que eu gostava nos anos que se seguiram. Sem querer botar a culpa nos outros, mas buscando uma justificativa plausível, acho que eu reprimi consciente e inconscientemente aquele Yuri para me encaixar na vida de outras pessoas, para caber em outros mundos. Para passar por lugares que nunca havia passado, mas que eu gostaria de conhecer. Infelizmente, no processo, acabei me esquecendo de quem eu era: uma pessoa positiva, que via brilho em tudo, que sempre enxergava caminhos para seguir, e que, além de tudo, se sentia livre. De 2020 para cá, eu precisei muito dessa parte de mim, e sempre que tentava acessá-la, eu não a encontrava. Quase como se fosse apenas um fantasma daquilo que um dia eu fui. E eu sei que não há exatamente nada de mal nisso. Parte de nós se vai para dar lugar a partes novas. A questão é que eu sempre acreditei que aquilo não era meramente um pedacinho de mim, mas sim grande parte de quem eu um dia fui. Também nunca aceitei que esse pedaço pudesse ter morrido. De certa forma, eu sempre o senti ali, dentro de mim. E, por mais difíceis que tenham sido os últimos tempos, nos últimos meses, em específico, tenho sentido uma conexão cada vez maior com aquela parte que eu considero tão essencial em mim. Aos poucos, dia após dia, mês após mês, senti que estava acordando ela. Eu ainda tô tentando, e acho que nunca estive tão perto. Só vou descansar quando conseguir fundir o Yuri do passado e o Yuri de hoje, porque algo me diz que isso irá criar algo novo, uma parte que eu sempre quis enxergar viva em mim.
Criador
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refeita · 1 year
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slow burning
Há certa sincronia entre estranhos que muito se conhecem, você deve ter notado. Não trocamos histórias de infância, quedas de bicicletas ou mencionamos apelidos vergonhosos, ainda assim consigo reconhecer em suas mãos o nervosismo. Leio seus traços invisíveis, escritos nessa língua que falamos sem palavras, já que não podemos cruzar os muros que subimos. Ironicamente, nossos muros têm janelas, nossas barreiras insistem em se chocar. Seu timbre açucarado encontra meu ouvido atento, seu corpo sincroniza as passadas do meu e à distância por vezes parecemos orbitar mutuamente. A gravidade fez bem seu trabalho em todos esses dias, nunca nos aproximamos o suficiente para colidir nossos planetas seguros. Nossas estrelas não se parecem, nossos mundos têm cores distintas, porém, nossos destinos são teimosos. A distância instiga suas palavras, a química transforma o banal em conteúdo de linhas como essa em minhas mãos, em minhas pálpebras, gravando você nos caminhos confusos das perguntas várias que quis te fazer. Quero fazer. Nos fazemos observados, capturados pelos olhos de outros que reconhecem o mesmo que já pensei tantas vezes ser fantasia minha. Quando nossos astros dançam, outros observam de longe o próximo passo a dar, nesses momentos a distância aumenta para mais que nossas iniciais no alfabeto. Percebo a furtividade e a não permanência de seus olhos castanhos pegos no pulo, o sumiço do riso de lado, o medo de que tenham visto para além das barreiras. Me permito não fugir, não arredar o pé de cada pequeno passo que dei para mais perto de sua confusão timidamente exposta. Esgueiro entre flertes e fatos, lábios e peles coradas, piadas e olhares. Te decorei desde os olhos arredondados aos ombros largos, da linha marcada do rosto aos cílios longos. A olho nu somos pares, notados por qualquer um que disponha de um pouco de atenção. Mãos unidas por um magnetismo, ainda que não se toquem. Queimando vagarosamente, em sigilo, enquanto a chama produz sombras que nos desenham de corpos colados. Sei que você recusa decifrar as sombras, eu escolho fingir que não as vi enquanto aceito a distância, alimentando em silêncio as nuances platônicas em te roubar momentos dia após dia. Contudo — apesar de tudo — somos estranhos que muito se conhecem. Nossos planetas ainda se relacionam num sistema similar, meus cometas podem ser vistos pelos seus olhos e suas luas pelos meus. Te vi chegar com os ombros tensos, os braços não tão soltos, o rosto desenhado em linhas mais firmes. Fala esquiva, dedos nervosos, olhos brilhantes escondidos. Seus olhos me disseram adeus antes da sua boca. Paramos de queimar.
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ritadcsc · 1 year
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[...] ninguém melhor do que o seu Criador para saber do que você precisa.
Giulia Pepinelli em Minha melhor versão: o caminho para a plenitude da mulher de Deus (p. 31)
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cegodaltonico · 4 months
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"Diante de algo belo, o homem não deve limitar-se a sentir, mas deve procurar compreender as razões da beleza. Porque Deus tudo revestiu de beleza e a fez compreensível, afim de que, por meio dela, o homem chegasse até o Criador, Beleza Infinita."
Orlando Fedeli
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Maravilhoso, Deus!
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amantedosfandons · 8 months
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Por Todo O Meu Amor
Kay precisa lidar com a experiência atormentadora dela.
Precisa guardar o segredo para si, já que tem medo de perder a guarda da filha, mas descobre que no mundo, há com quem contar, e na tentativa praticamente impossível de apenas amizade, conhece alguém que tem o real interesse em ajudá-la.
Não é só ela que guarda um grande segredo, mas a decisão de investigar pode virar a vida dela de cabeça para baixo.
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bakedmozzarellacheese · 8 months
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heyyyt bitchessssss im back from The War (happy starecrowning)
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Quando Cristo desce, o universo estremece. Cristo é além do universo. Cristo é maior que o universo. Cristo está assentado acima do universo. Pois o universo é apenas a coisa criada e Cristo Seu Criador.
ESE meditando em Mateus 24:29, 30
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manueella · 3 months
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lidia-vasconcelos · 6 months
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O meu Criador... 💕🙏✨⭐️
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universedifferent · 1 year
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Prometheus - 2012
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criador · 30 days
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A divina existência
É muito estranho estar vivo. Compreender como é possível estar aqui, ciente e consciente de si mesmo. Não saber se somos fruto do acaso ou criação de algo único, perfeito e divino. Perfeitos nós não somos, mas esse é o chiste, é o que torna tudo tão importante, o que justifica nossos atos e define nossos anseios. Sem a imprevisibilidade, as emoções, o paradoxo, viver não seria essa aventura complexa, e nós não seriamos seres tão inteiros, tão cheios de nós mesmos. As nossas contradições nos fazem ser aquilo que somos. É difícil enxergar propósito em algo que você não planejou, escolheu e nem sabe de onde vem ou para onde vai, algo que estava com você desde que você se lembra e o acompanha até este exato momento: a vida. Se nós somos seres biológicos, adaptados a um mundo hostil e controverso, uma espécie que evoluiu através de milhares de anos e aos poucos dominou a caça, desenvolveu a tecnologia, criou a linguagem, a sociedade, a violência. Se somos esse modelo que aprendeu a viver aos poucos, ergueu civilizações, fundou templos, criou ritos, templos, religiões. Se somos parte de algo muito maior do que qualquer um de nós um dia sonhou, então como podemos ser tão frágeis, maldosos, corruptíveis? Se nós aprendemos a dar sentido à tudo a nossa volta, por que por tantas vezes é tão difícil dar sentido à própria vida? As perguntas para as quais não temos respostas nos amedronta, nos assombra. Um dia nascemos, passamos a vida inteira tentando sobreviver, buscando caminhos e meios de estar no mundo, mas quando chega o fim da vida, o que acontece? Para onde vai essa imensa efusão de pensamentos, idealizações, de mundos inteiros que existem dentro de nós? Para onde vai a nossa consciência? Consciência essa que se desenvolve rapidamente ao passo em que crescemos, mas que, com a finitude, se esvai. Muitos dizem que ela continua viva dentro do nosso espírito, essa forma que vibra em outra sintonia, que emana uma energia de outro mundo, que tem a forma do nosso corpo, nossos traços, nosso rosto, e ali repousa após a morte. Mas e se isso não for possível, então o que acontece com quem somos quando nosso tempo termina? Ficamos eternizados na história, viramos memória, saudade no peito daqueles que nos amaram? E quando o tempo passar, o mundo girar e pó for tudo aquilo que conhecemos, quem ira se lembrar de nós? Para onde terá ido nossa história, tudo aquilo que construímos? Eu me recuso a crer que somos reflexo da casualidade, apenas massa, ossos e carne. O que somos capazes de fazer: a arte, as línguas, a poesia, o cinema, a música... O que nós sentimos, o que expressamos, o amor... Tudo isso está além da nossa própria compreensão, é como se fosse algo natural à existência humana. Ninguém é capaz de explicar como seres tão complexos, imperfeitos e fúteis, são capazes de criar, criar... A criação é algo tido como divino, e de divino nós não temos nada, ou quase nada... Mas a vida, quem pode explicar a origem da vida? O que é a vida? No princípio, era o verbo, e o verbo... Puf! Vida! É difícil definir o que somos. Somos causa e consequência, indivíduos predestinados, sorte e azar? O meu peito se nega a aceitar outro significado que dê sentido a nossa existência que não seja o deleite, o desfrute, o gozo, o prazer, o amor. Todas aquelas coisas que nos movem, a ira, a raiva, o tesão, a dor, tudo isso traz sentido ao que somos, nos faz ser mais do que pensamos ser, nos leva além, e todas as coisas boas que esse emaranhado conflituoso nos faz sentir, imaginar, faz com que tudo ganhe sabor, que a vida ganhe brilho e que viver seja uma recompensa por algo que sequer fizemos esforço para ter. Eu sei, há coisas tenebrosas no mundo, mas eu tenho certeza que não deveria ser assim, que não nascemos para ver isso. É aí que entra a casualidade, afinal, Deus lança dados? Quem é Deus? Onde ele está e como ele consegue se comunicar com a gente? Ele nos criou ou nós criamos ele? Isso importa? Todos esses questionamentos só são possíveis porque um dia eu vi a luz, segui a luz, e aqui estou. Que outra atribuição eu deveria dar a minha existência?
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mariliva-mello · 1 year
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Não quer dizer que a arte seja pecado, Deus é o próprio criador da arte. Deus é um artista! Observe a complexidade do universo veja os pássaros, as árvores. Deus é maravilhoso, e um grande artista. Não simplesmente em fazer arte, mas em exibi-la.
- Pr. Luiz Hermínio
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ritadcsc · 2 years
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Esse é o estado original que o Criador sonhou para vivermos com Ele no início de tudo: caminhar lado a lado, livre de vergonha, culpa e em perfeita comunhão.
Laura Souguellis em Devocional de toda mulher (p. 32)
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Descubra tudo sobre Deus: Sua natureza como um espírito, Sua presença onipresente e Sua influência em todas as coisas. Neste vídeo, exploraremos a definição de Deus como um espírito, Sua santidade e Sua conexão com todas as criaturas. Entenda como Ele é eterno, justo e amoroso. Além disso, saiba por que é crucial conhecer a Deus, mesmo para aqueles que não buscam Sua presença, e como a consciência moral desempenha um papel em nosso relacionamento com Ele.
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katnipworld16-blog · 10 months
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Você acredita em Deus?
Aos 17 anos essa era uma pergunta que eu me fazia constantemente. Nasci um lar cristão, mas não fazia ideia do que a palavra "cristã" significava. Tive uma adolescência cheia de magoa e solidão.
A separação dos meus pais, a doença de minha mãe, o sofrimento pelo primeiro amor, a falta de recurso e de alguém que me apoiasse verdadeiramente como filha. Resultado de tantos acontecimentos tristes aos meus olhos eu cresci uma adolescente introvertida e tímida, propensa a depressão que duvidava da existência de um Deus.
Tive poucos amigos, dos quais trago comigo até hoje. Sempre estive um pouco a cima da média dentre meus amigos, gostava de estudar e mesmo nos tempos onde não gostava, ouso dizer que tinha um talento, uma certa facilidade com o aprender! Acredito que seja a minha curiosidade, desde criança, em querer saber, em buscar as respostas e amar coisas novas e diferentes.
A minha mãe sempre me dizia, nas minhas crises existenciais de ansiedade e vazio interno que era "falta de Deus", e tal afirmação me deixava ainda pior pois eu tinha convicção de que era algo neurológico, que a ciência tinha a resposta: os antidepressivos.
O DIA QUE UMA LUZ (mesmo que pequena) SE ASCENDEU EM MEUS PENSAMENTOS.
Estava com minhas amigas em um parque, era durante a manhã e deveríamos estar na escola. Uma delas indagou a respeito da existência de Deus, elas acreditavam, eu no entanto respondi:
-Eu tenho minhas duvidas se Deus existe. Se eu entrasse no meio da avenida e um carro me atropelasse e eu não morresse, ai então acreditaria que Deus existe.
Fomos para casa, isso era uma sexta feira. Na segunda de manhã indo pra escola eu fui atropelada, não só não morri como não quebrei um osso se quer, caída do asfalto eu tenho poucas lembranças do que sucedeu após o baque, mas me contam que eu não desmaiei, ainda consegui passar o telefone da minha mãe, antes de ir pro hospital, tenho algumas pequenas marcas no rosto que me lembram desse dia.
Muitos podem achar supersticioso, muitos podem achar coincidência. Mas isso pra mim foi a resposta de que existia uma força criadora maior do que meu entendimento, me ensinou a nunca mais questionar isso!
DEUS EXISTE!
Eu já fui incrédula.
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