Tumgik
#eu rezei por isto
anditwentlikethis · 4 months
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meus meninos 😭😭😭
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patroachilleant · 1 year
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ITS IN THE TREES, ITS COMING!!!
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No clássico cult de terror "A Noite do Demônio" (Jacques Tourneur, 1957) um cético psicólogo nova iorquino viaja para Londres com a intenção de pesquisar sobre uma suposta onda de acontecimentos paranormais.
Em determinado momento, um médium interpretado por Reginald Beckwith encarna um homem desesperado (dublado por Maurice Denham) e profere a emblemática frase "It's in the trees! It's coming! The demon it's coming!!!" que pode ser traduzida como "Está nas árvores! Ele está vindo! O demônio está vindo!!!"
Eu começo o texto com este trecho pois ele é o mais famoso do filme, já que em setembro de 1985 a cantora e compositora inglesa Kate Bush utiliza essa parte como sample na música "Hounds of Love", a segunda faixa do álbum homônimo.
Neste disco Bush, que sempre foi conhecida pela sua habilidade de falar sobre o amor de forma extremamente sensível, divide o sentimento como um feixe de luz atravessado por um prisma, observando a forma que algo tão intrínseco à vivência humana se manifesta nas nossas interações.
O álbum é separado entre o lado A, que fala sobre experiências universais de forma muito mais clara, e o lado B, que utiliza da alegoria de uma sobrevivente de um naufrágio delirando enquanto tenta sobreviver a uma longa e fria noite no mar para falar sobre como nós nos sentimos perdidos quando estamos apaixonados (e obviamente esse é o lado mais experimental do álbum).
Bem, por mais incrível que pareça na minha descrição capenga, o álbum foi um sucesso. A sua primeira faixa, "Running Up That Hill", é um marco na cultura pop e é utilizada até hoje (sim, Stranger Things, eu estou olhando pra você) para falar sobre amores inalcançáveis, já que Bush canta sobre um casal que faria de tudo para trocar de lugar e, finalmente, se entenderem melhor.
Mas voltando para a faixa-título, em "Hounds of Love" Bush transforma, de forma brilhante, o sentimento no vilão da sua história. O título significa "Os Cães de Caça do Amor", e a música começa justamente com o sample, e logo após Kate segue falando que desde criança ela tem medo do amor.
A cada vez que percebe que está se apaixonando, é como se os cães de caça do dito cujo estivessem lhe perseguindo. E eu acho que nunca fui tão bem representado.
Crescer como uma criança do interior não é ruim. Crescer como uma criança negra e queer no interior é outra história. Veja bem, não é como se tivesse me faltado amor familiar, pois felizmente minha família, mesmo que do jeitinho dela, sempre esteve de braços abertos para mim.
Mas ao mesmo tempo, a expectativa de viver um romance adolescente que é criado dentro de nós desde a infância, algo tocante e avassalador, que nunca foi possível.
Eu sempre fui viado demais para as garotas e feio demais para os garotos. Também nunca fui uma pessoa interessante, e sempre me coloquei no lugar de amigo. Eu serei seu eterno companheiro, aquele que escuta suas alegrias e seca as suas lágrimas, mas nunca, nunquinha, serei ao menos cogitado para ser o seu amor.
E quando algo é tão distante, tão descolado da sua realidade, não é de se surpreender que você se feche quando isto é posto na sua frente. Então acabei crescendo assim, sem coragem nem mesmo para tentar experimentar o amor.
Sou covarde, confesso. Eu enfrentaria todo o batalhão espartano, substituiria Sísifo em seu castigo eterno e trocaria minha alma com o diabo para fugir de um sentimento tão dilacerante como o amor.
Eu preferia tomar todo o veneno de Romeu e Julieta e morrer sozinho, virar uma estátua de sal como a mulher de Ló, ser crucificado quantas vezes necessárias para que, nem mesmo em pesadelo, eu cruze novamente com uma flecha do cúpido.
Mas a vida não é tão fácil assim, só eu e Afrodite sabemos o quanto eu rezei para cair não nessa armadilha novamente. Seguindo os passos de Kate, eu joguei meus dois sapatos no lago torcendo para que o meu cheiro fosse despistado, e ainda sim os cães de caça do amor me encontraram novamente.
E, como tantas vezes fui antes, estou encarcerado dentro do papel de amigo. Como tantas vezes fui antes, serei calmo e compreensivo, o eterno companheiro de suas alegria e lágrimas. Mas nunca, nunquinha, poderei ser seu amante.
Está nas árvores. Ele está vindo.
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sentimentosdemim · 24 days
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Carta do ex para a ex :
Querida, escrevo para dizer que vou te deixar. Fui bom marido por 7 anos. As duas últimas semanas foram um inferno. O seu chefe me chamou para dizer que você tinha pedido demissão e isto foi a gota. Na semana passada, nem notou que não assisti ao futebol. Te levei na churrascaria que mais gosta. Chegou em casa, nem comeu e foi dormir depois da novela. Não diz que me ama. Está me enganando ou não me ama mais. P.S. Se quiser me encontrar, desista. A Júlia, aquela sua ‘melhor amiga’ da academia e eu vamos viajar para o nordeste e vamos nos casar! Ass: Seu Ex-marido.
Resposta: Querido ex-marido, nada me fez mais feliz do que ler sua carta. É verdade, ficamos casados por 7 anos, mas dizer que você foi um bom marido é exagero. Vejo a novela para não lhe ouvir resmungar a toda hora. Reparei que não assistiu futebol, mas com certeza, foi porque seu time tinha perdido e você estava de mau humor. A churrascaria deve ser a preferida da amiga Júlia, pois não como carne há dois anos. Fui dormir porque vi que a cueca estava manchada de batom. Rezei para que a empregada não visse. Mas, com tudo isto, ainda o amava e senti que poderíamos resolver os nossos problemas. Assim quando descobri que eu tinha ganhado na Loteria, deixei o meu emprego e comprei dois bilhetes de avião para o Taiti, mas quando cheguei em casa você já tinha ido. Fazer o quê? Tudo acontece por alguma razão. Espero que você tenha a vida que sempre sonhou. O meu advogado me disse que devido à carta que você escreveu, não terá direito a nada. Portanto, se cuida! P.S. Não sei se lhe disse, mas a Julia, minha ‘melhor amiga’, está grávida do Jorginho, nosso personal. Espero que isto não seja um problema…
Ass: Milionária, Gostosa e Solteira.
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SEGUNDO AVISO!!.... (Maria Santíssima fala de *Medjugorje)
"Autorizar a realização de mudanças num contexto praticamente sedimentado ao longo dos anos (Medjugorje) poderá trazer incompreensões em diversos níveis. Os mais exaltados rebelar-se-ão inconformados, e em agitação blasfemarão revoltados. De alguma maneira estarão sendo 'prejudicados' materialmente..."
"A estes meu coração se fecha, po...is não há como aceitar barganhas ou privilégios de qualquer espécie. Logo surgirão os inconformados diante dos bloqueios superiores...."
"Mas haverá os que tristemente compreenderão que todo e qualquer benefício particular não poderia estar ligado a nenhuma forma de recompensa pessoal... Muitos são os interessados em usufruir das 'benesses' oriundas de Manifestações Divinas.
"Medjugorje não poderia ser diferente. Não poderia se tornar ponto turístico a milhares, que no íntimo, apenas se beneficiam com isso. É preciso barrar o que não seja autêntico e não esteja do meu agrado..."
"Sou Mãe de todos; os que lá chegam por condições financeiras favoráveis, e dos que nem possuem para a sua subsistência. Como Mãe Universal imaginai as dores que tenho sentido. Vós não sabeis de coisa alguma, misérias ocultadas aos olhos do mundo! Não podeis nem imaginar as atrocidades existentes por trás dos véus..."
"Amada filhinha. Aceitai o que for decidido pelo Vaticano e sedes os que, embora entristecidos, acatarão a decisão final, cientes de que nem tudo ali está do MEU AGRADO. Poderia vos falar muito, mas muito mais, (Mensagens mais longas) porém não diante da estrutura montada por mãos humanas!..."
"Tua vida ocultada filha, terá enorme valor por justamente não fazeres parte de um 'planejamento humano' distante da pureza desejada. Não vos aflijais!! Tudo será por POUCO TEMPO!!... Não há mais tempo!!... O que deveria ser anunciado já o foi insistentemente!!.... Poucos ouviram!!..."
"O mundo a cada dia se consome em histerias contagiosas. O ser humano está enlouquecendo em função da angústia latente que se instalou coletivamente. Desafios imperiosos em busca do que chamais de ‘qualidade de vida’!!..."
"Pobres humanos!! Pobres vítimas dessa neurose global. Serenai os corações e desejai apenas estar em Nossa Companhia... Conosco haverá a chance de uma Paz verdadeira... A Nossa Paz!!... Descansa filha.....”
Tua Mãe
Maria SS a Marjorie Dawe
(Ao terminar comecei a ficar aflita com o grau de responsabilidade em publicar tudo isso. Nunca deixei de ter medo... Não que eu não confie em minha Mãe... Eu não confio em mim!!! Rezei muito e implorei que houvesse então uma confirmação. Não que eu duvidasse de Maria...)
Abri em Mt.21,21 onde está sublinhado:
Jesus respondeu: “Em verdade vos declaro, que se tiverdes fé e não hesitardes, não só fareis o que foi feito a esta figueira (que secou) mas ainda se disserdes a esta montanha: levanta-te e atira-te no mar, isto se fará... Tudo o que pedirdes com fé na oração, vós o alcançareis!!...”
*AQUI O PRIMEIRO AVISO SOBRE MEDJUGORJE
https://www.facebook.com/284413505008678/photos/a.300097746773587.69915.284413505008678/780911852025505/?type=1&theater Ver mais
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gralhando · 3 years
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Culpas.
— Amor, posso te contar um segredo. Não fui trabalhar hoje. Tive insônia, dor. Aí fui no chat de meditação pra dormir...
— E... e por que isto é segredo?
— Era um chat mexicano. Mas apareceu um brasileiro... chamado Gabriel.
— Por quê?
— Sei lá.
— Transou com o Gabriel?
— Prometia dormir em 5 minutos.
— Quê?
— Transamos. Mas nos arrependemos.
— Amore, estava com dor na bunda ou fogo na bunda? Ele deve ser um satanista...
— É não, amor. Ele tem o sonho de casar e ter filhos. Disse que eu fizesse o mesmo.
— Você gozou com ele?
— Gozei sozinha. Ele não fez nada nele.
— Você que fez ele gozar?
— Não. Ele não gozou. Eu fiz sozinha.
— Foi o que pensei. Esta fala de arrependimento... isto de não... de mixoscopia, voyeurismo. Ele é satanista.
— Ele disse que eu me arrependesse. E esperasse um homem. Não quis meu contato e nem chance de nos falarmos mais. Eu não sei se essa era a sorte que me esperava... eu cair na real enfim.
— Ele é satanista. Ele não quer ser amigo neste padrão de configurar um falso messianismo de arrependimento e perdão. É como se plantasse uma bomba psíquica e fosse embora rápido. Deixa um caos de arrependimentos que ele mesmo inventou e que na verdade são culpas podres cobertas de chantilly.
— Não é isto, amor. Ele é evangélico. Disse que eu lesse o livro de João. Que seria bom pra mim.
— Ele queria que você se sentisse mal. Satanistas podem ser qualquer coisa, inclusive satanistas. Os satanistas mais sem imaginação e desprovidos de inteligência é que ficam com o rótulo. Os que têm alguma capacidade são todas as outras coisas.
— Ele me pediu perdão por trair os valores... Todo mundo é satanista pra você. Até eu.
— Não é isto. Qualquer pessoa que minta produzindo desvios semânticos e ridicularize a verdade geralmente é.
— Eu não faço isso.
— Você foi na igreja e ridicularizou o grito.
— Eu não ridicularizei. Eu fiquei assustada.
— Sim, amore, este susto é cinismo. Você falou mal do grito porque o grito incomoda.
— Não tinha intenção.
— Se ridiculariza um mero humano em sua ânsia pelo inatingível...
— Ele recebeu a oração do pastor. Se comprometeu com deus. Não ridicularizei. Achei exagerado.
— Naquele dia disse que você era por causa da oração que escreveu ao 'pastor dos clamores' que pode especialmente ridicularizar os gritos.
— Eu exagerei.
— Você escreveu e entregou para tua amiga que estava envolvida com um agiota.
— Eu errei. Eu rezei o evangelho ontem sobre 'vinde a mim as criancinhas'. Foi no ponto, você sabe o que quer dizer?
— Não sei o que o evangelho quer dizer. Não sei. Já vi nas notícias estes dias atrás que filósofos estão usando algo parecido para deixar o campo semântico intencionalmente confuso e inexato de modo que não seja possível condenar a pedofilia. Então acho que rezar assim não é bom.
— Ai! Mas está no evangelho.
— O próximo passo é dizer que não se pode julgar...
— Não pode julgar. Será julgada também.
— O julgamento é um processo inato da minha função de viver.
— Devia repensar essa conduta. Nós só podemos julgar a nós mesmos.
— Você está fundamentalmente falando contra o STF? Sabe que um tal Alexandre Hitler está colocando na prisão quem fala mal. Estão prendendo quem fala mal do STF. São 11 juízes que julgam o tempo todo.
— É a lei dos homens. Falo de outro julgamento, o moral. Que não dá cadeia.
— Qualquer lei é dos homens, se foi dada aos homens e está com os homens, é também dos homens e antropologicamente até os deuses são dos homens.
— Ai! Nós somos muito diferentes...
— Sim. Contrárias...
— Quem aponta um dedo, aponta três de volta para si.
— Mão é mão. Só falta agora a pessoa precisar se mutilar para estar apto a ser juiz. Acho que é o contrário disto, todos estão aptos. Se todos se assumissem juízes, a justiça ficaria de tal maneira onipresente que os crimes não teriam lugar entre os homens.
— Você está errada, mas eu não posso mudar teu pensamento porque eu também não sou perfeita. Ninguém é perfeito, amor.
— Nós mortais, somos imperfeitos, mas sabemos o que é a perfeição. Portanto surge disto a capacidade de julgar. Mortais e imperfeitos, capazes de reconhecer e amar o perfeito.
— Deus mandou amar a ele e ao próximo. Como amar julgando o próximo...
— Se você se ama e pode julgar a você mesma.
— Mas atire a primeira pedra quem nunca pecou...
— Tem uma coisa que eu sei e você vai ficar sabendo assim. Você está falando de um texto cristão porém historicamente judeu. Certo? 'Atirar pedras' significa uma coisa para um brasileiro. Para um judeu histórico não é julgar, nunca foi e nunca será. 'Atirar pedras' está muito muito distante de 'julgar'. 'Atirar pedras' é 'julgar' para um brasileiro, mas misturar as duas culturas tem uma intenção satanista por trás. 'Atirar pedras' para um judeu histórico ou um árabe é outra coisa.
— Atirar pedras é execução... né.
— Sim.
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boadehj · 4 years
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SEMIGOSPEL #005: Lady Gaga, Elton John, você e eu no escuro
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(Image belongs to Lady Gaga/Interscope Records/Streamline Records)
2020 está aí destruindo sonhos e nada como um pouco de escapismo, né não? Ainda bem que ainda existem boas notícias, nem que seja no entretenimento: saiu o disco novo da Lady Gaga (e boa parte da internet só fala disso). Para a exultação dos Little Monsters - cujo nome eu acho brega, mas entendo o contexto e a relevância do conceito - a cantora volta ao pop extravagante com seu aguardado sexto álbum, Chromatica. Consenso entre crítica e público, o retorno de Gaga às suas raízes vibrantes chega com um verniz de anos 1980 muito bem-vindo e, CONVENHAMOS, não-necessariamente inovador, já que a vibe oitentista está para a música assim como a Nutella está para a culinária gurmetizada. E tá errada a bichinha? Jamais errou. Tem que apostar no seguro mesmo (e vamos combinar que o "seguro" da Lady tá bem além da zona de conforto de 97,43% da população terrestre).    
Dito isso, dentre as muitas faixas dançantes do disco, a que me fisgou foi uma das finais: um duo fofo com Sir Elton John [falando nisso, você já assistiu "Rocketman"? Cinebiografia bem melhor - e melhor atuada - que a superestimada "Bohemian Rhapsody" (e olha que eu amei e assisti várias vezes essa)]. O artista, outra lenda viva, virou amigo pessoal e mentor de Gaga (privilegiada? magina). Inclusive, Gaga já revelou em entrevistas que o cantor britânico deu muita força a ela nos últimos anos, sobretudo com a saúde mental. 
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"Sine From Above" é um desses pops mais teatrais (mas não pense que é uma música açucarada: a faixa flerta com house e techno). Entrosadíssimos, eles cantam separados, intercalando, juntos, fazendo quadradinho de 8... E Sir Elton prova que não há limites para um septuagenário do pop. É tudo bem exagerado, onírico. Inclusive a letra, sobre alguém curado por um sinal que vem do céu. Pega a aura gospel que emana desse bate-cabelo experimental:
Quando era eu era jovem, eu rezei por um relâmpago
Minha mãe disse que ele chegaria e me encontraria
Eu me vi sem uma oração
Eu perdi meu amor e ninguém se importou
Quando eu era jovem, eu rezei por um relâmpago
Sim, eu olhei com meu rosto para o céu
Mas eu não vi nada lá, não, não, nada lá
Sim, eu olhei enquanto meus olhos se enchiam de lágrimas
Mas não havia nada lá, não, não, nada
Eu ouvi um sinal vindo do céu (oh)
Eu ouvi um sinal vindo do céu (oh)
Então o sinal se dividiu em dois
O som criou estrelas como eu e você
Antes de existir amor, havia silêncio
Eu ouvi um sinal
E isso curou meu coração, ouvi um sinal
Curou meu coração, ouvi um sinal
Curou meu coração, ouvi um sinal
Quando eu era jovem, eu me sentia imortal
E não se passou um dia sem luta
Eu vivi meus dias apenas pelas noites
Eu me perdi sob as luzes
Quando eu era jovem, eu me sentia imortal
Sim, eu olhei com meu rosto para o céu
Mas eu não vi nada lá, não, não, nada lá
Sim, eu olhei enquanto meus olhos se enchiam de lágrimas
Mas não havia nada lá, não, não, nada
Eu ouvi um sinal vindo do céu (oh)
Eu ouvi um sinal vindo do céu (oh)
Então o sinal se dividiu em dois
O som criou estrelas como eu e você
Antes de existir amor, havia silêncio
Eu ouvi um sinal
E isso curou meu coração, ouvi um sinal
Curou meu coração, ouvi um sinal
Curou meu coração, ouvi um sinal
Então o sinal se dividiu em dois
O som criou estrelas como eu e você
Antes de existir amor, havia silêncio
Eu ouvi um sinal
E isso curou meu coração, ouvi um sinal
Curou meu coração
Curou meu
Coração, ouvi um sinal
Curou meu
Coração, ouvi um sinal
Lady Gaga é dessas que mixam vida pessoal e arte, e no novo cd (desculpa. Nasci nos anos 90) não seria diferente. Fico imaginando ela perdida, angustiada, chacoalhando as pernas feito eu e você quando estamos ansiosos. É o tipo de coisa que acontece quando você ergue a voz ao céu, mesmo sem saber se pode vir algo bom de lá, e pede por respostas. Já passei muito por isso e sei bem como é: a gente fica ali, olhando as estrelas em silêncio, e torcendo que exista vida inteligente (e tagarela, se não for pedir demais) além-Terra. 
Pode demorar dias, meses, anos... Não importa. Toda espera é dolorosa à proporção das expectativas que a envolvem. Aguardar é sofrido, sim. Da fila no caixa do banco ao veredito de um exame médico, esperar nos leva ao limite. Imagina então quando você espera por uma resposta que simplesmente pode muito bem não vir? Com Deus é assim. Nem a probabilidade dá conta.  
Sou ansioso e reconheço que isso mina muito a minha espiritualidade. Em diversas situações da vida, eu perguntei a vontade de Deus diante de decisões importantes que eu tinha de tomar. Eu sempre pensava comigo "se é do interesse dEle, Ele vai dar um jeito de se pronunciar". E aí eu ficava nessas, né gente... Esperando pelo melhor. HAHAHAHA 
Quantas vezes eu marquei encontros com Deus e Ele simplesmente furou. Me subia uma raiva... Dava vontade de virar ateu só de birra (e nessas horas o pior é quando vem um ser humano aconselhar e solta um Mateus 6:34 na lata. Pensa num ranço). E tipo: eu sou desses que, de nervoso, fica com dor de estômago/cabeça/costas/garganta/cotovelo (sim, até dor de cotovelo dá, diante dxs exibidxs de plantão que adoram esfregar na nossa cara testemunhos intermináveis sobre respostas divinas espalhafatosas para dilemas absurdamente banais delxs. Como se fossem xs queridinhxs de Deus. Não tenho saco pra isso não). 
Como bom ansioso que sou, eu digo: quando você tá pra desistir, no limite mesmo, e vem do sol um sinal como o que Lady e Sir cantam na música, você nem pensa naquilo tudo que veio antes. É o êxtase do agora. Dane-se a espera, e dane-se até mesmo a resposta: você só quer curtir o fato de que não está sozinhx. Como dizem os versos, isso chega a curar o coração da gente.
Lady Gaga é gente como a gente, e pode ter certeza que ela chacoalha as pernas de nervoso, de vez em quando (a diferença é que ela faz isso usando salto plataforma). Ela tem seus dilemas, e imagino que muitos deles são espirituais. Talvez isso me faça internalizar ainda mais essa canção e a mensagem dela. Acho legal quando, na arte e na vida, rola essa troca, essa empatia catártica muito doida entre compositor e público. Não sei o dilema espiritual que você carrega neste momento, mas eu sei dizer que você não tá sozinhx. No mínimo, tem uma Lady Gaga, um Elton John e euzinho contigo. Sentados no chão, ou escorados no parapeito da janela, olhando o céu com olhos marejados, esperando (alg)um sinal.  
Antes de existir amor, havia silêncio
Eu ouvi um sinal
E isso curou meu coração, ouvi um sinal 
Bora viajar um pouco? Na letra, o sinal pelo qual Lady Gaga espera tem a ver com amor. Amor, no final das contas, é a cura pela qual ela anseia. E até ele surgir no céu, rasgando o breu e a história em antes e depois dele, tudo é silêncio. Mais ou menos como em Gênesis 1. Do nada, do meio da escuridão, surge o sinal sonoro - Haja Luz! - e tudo fica claro, enquanto o Amor ecoa num turbilhão criativo que constrói e dá sentido a todas as coisas. Antes disso, antes de existir Amor, só havia silêncio. 
Acho que, independentemente de qual seja o seu drama pessoal, você espera por algo maior do que uma simples resposta, né? Acho que você quer mais (e não há nada de errado nisso). Se você é como eu, deve estar precisando de companhia divina. Presença física, se é que isto é possível. Você quer um estímulo a mais para seguir acreditando no Amor (escrevi em maiúsculo pra que ninguém tenha dúvidas de que é uma Pessoa). Quer um turbilhão criativo lhe envolvendo, construindo e desconstruindo, significando e ressignificando tudo ao seu redor.
E quem não quer isso? Então segura a minha mão e bora dividir essa espera. Vamos olhar para o céu e deixar o vento soprar nossas lágrimas. Em algum momento um sinal mudará a nossa sorte. 
Lucas Schultz 
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1º Dia: 14/03/2020
Acordo às 10h e o meu primeiro pensamento é a pandemia que está em todo o Mundo. A primeira coisa que faço ao levantar-me é lavar as mãos com sabão, agora até canto a música dos "parabéns", visto que ouvi na televisão que a sua duração é a mesma que devemos ter ao longo da lavagem.
Após isso, vou tomar banho e tento relaxar desta situação tão triste que o ser humano está a viver. Apesar de Constituição ser a cadeira que menos gosto este semestre, lá decidi pegar no livro e começar a ler e a sublinhar com cores bonitas e agradáveis, estas até me ajudaram a esquecer por alguns minutos tudo isto que está a acontecer. Entretanto a minha mãe foi trabalhar, empregada de supermercado... Não nego que cá em casa sou a que mais se faz de forte, a que tenta transmitir energias positivas, mas também tenho medo. E fico muito assustada e ansiosa quando a minha mãe sai para trabalhar.
Decido fazer Skype com o meu namorado. Não estamos juntos há 4 dias, mas sabemos que é o melhor a fazer. Falamos sobre as notícias, sobre as rotinas de cada um, do que vamos comer, ver e estudar naquele dia. Às vezes dou por mim a olhar para ele e a sorrir automaticamente, não sei explicar porque me comporto assim, se calhar são as saudades ou por saber que ainda faltam mais de duas semanas para estarmos juntos. Mas pronto, se tem de ser assim nós respeitamos e alinhamos.
Hora de almoçar. 169 infectados em Portugal. Almoço com os meus avós, que vivem comigo. A minha avó tem mais medo do que o meu avô. Diz que o que mais pede é um milagre e que Deus nos ajude a todos. O meu avô tenta brincar com a situação, mas admite que estamos perante um acontecimento difícil. Cada um tem os seus próprios talhares e pratos. Não sei se estamos a exagerar, mas até fui eu quem sugeriu fazermos isto. Não sei, tenho medo que algum de nós esteja infectado sem saber. Ou melhor, tenho medo de estar infectada e de lhes apegar.
Após almoçar, volto a lavar as mãos com sabão. Entretanto a minha mãe manda-me sms, diz que há imensas pessoas nos supermercados a fazer compras e que nem há ovos à venda. Ela está com medo e eu tenho medo por ela, mas tenho esperança que isto termine e que irá voltar tudo ao normal. Volto a fazer Skype com o meu namorado e a estudar Constituição. Porém, sinto-me cansada e decido fazer uma sesta com o meu gato. O meu gato é mimado e quando me deitei ao lado dele, ele só me sabia lamber a cara. Naquele momento fiquei emocionada. Porque? Porque só os meus animais é que, até ao momento, me podem dar carinho desta forma. O coronavírus não afecta os animais, graças a Deus! Adormeci durante 45 minutos.
Quando acordo volto a lavar as mãos e vou preparar o meu lanche. Acho que vou dar cabo da marmelada que há cá em casa! Troco msgs com os meus amigos nas redes sociais, falamos sobre o assunto que tem abalado o mundo e o país, sobre séries, matérias... Dá para distrair e para me rir um bocado. Às vezes até imagino os meus amigos a falar pessoalmente, parece que a voz deles surge na minha cabeça. O meu namorado diz que o Trump vai fazer testes para saber se pode ou não estar infectado com o COVID-19. Adormeci por 45 minutos e há logo uma notícia destas. Também li no Público que o sangue de doentes recuperados pode ajudar a tratar o vírus. Portugal já tem 2 recuperados! Devagar se vai ao longe.
No entanto, as ruas do país ainda continuam a ter pessoas a passear e a aproveitar o belo sol deste dia. Deviam ter mais consciência dos seus atos e como estes podem trazer consequências para todos os cidadãos. É triste e vergonhoso. Mas ainda acredito que vão perceber que as suas ações estão a ser ridículas e que irão ficar em casa.
Parece que hoje, às 22h, conforme aconteceu na Itália, todos os portugueses devem bater palmas nas suas varandas para homenagear os profissionais da saúde. Eu vou aderir, obviamente!
Entretanto, após ganhar coragem, decidi começar a ouvir um áudio de uma aula de há três semanas atrás. Calma, não é ilegal! Essa aula consiste em criarmos um blog e fazer uma espécie de reportagem para os 7 convidados que iremos ter em 7 aulas distintas. Até o dia de hoje, tivemos 2 convidados. É o primeiro dia em casa, então ainda não me habituei a esta rotina caseira, acho que é por este motivo que demorei este tempo todo a focar-me. Mas agora estou determinada e vou começar a sério. O áudio tem 51 minutos. Demorei cerca de hora e meia a tirar apontamentos. Trata-se de uma jornalista de TV que conta as suas experiências por trás das câmaras em duas entidades distintas, que explica as caraterísticas do jornalista de televisão e de como este tem de ser omnipresente, curioso, antever os acontecimentos e refletir sobre o papel social que o jornalista tem.
Pois é, esqueci-me de referir. Sou finalista e quero ser jornalista! Ser jornalista é uma profissão que requer muito conhecimento, mas acima de tudo, saber brincar com as palavras e transmitir mensagens fortes ao público. Assim como as de Rodrigo Guedes de Carvalho e Bento Rodrigues. Neste momento, são dois de muitos heróis do nosso país.
1 hora e meia longe das redes sociais... Descubro que na Madeira não será necessário os habitantes pagarem água nem luz, que os bares no Porto encerram às 21h. Mais algumas medidas que estão a ser tomadas.
A minha mãe sai do trabalho às 21h. Chega cansada e muito revoltada. Conta-nos que o supermercado estava completamente cheio, que as pessoas estão desesperadas, que as filas nas caixas são intermináveis e que há quem tenha a lata de brincar com a situação e de criticar o facto de o supermercado fechar tão cedo. Louvo a minha mãe, por ser trabalhadora, corajosa e por não ter respondido mal a nenhum cliente. Não sei se conseguiria reagir da mesma forma se estivesse no lugar dela.
O jantar cá em casa foi pizza. Claramente que adorei. A minha avó nem quer ver as notícias, mas eu prefiro estar informada do que viver neste medo e ansiedade. Lá ligo a tv, não se fala de outra coisa. Ansiosa para que este assunto termine!
Após o jantar não fui lá muito produtiva. Continuei a fazer web com o meu namorado, a falar com os meus amigos, a navegar nas redes sociais e a ler constantemente notícias sobre este vírus horrível. Depois disso, decidi ouvir música e dançar! Duas semanas sem ir à academia vai custar imenso, logo eu que amo dançar. Mas vá, uma pessoa tenta transformar a sala de estar numa pista de dança.
22 horas! Fui para a varanda juntamente com a minha mãe e os meus avós. É verídico, as pessoas alinharam! Os portugueses, os meus vizinhos, batemos palmas! Houve quem gritasse "OBRIGADA!". Fiquei emocionada, quase chorei. Tão bonito, tão indescritível. Às vezes o ser humano consegue surpreender pela positiva. Será assim todos os dias, às 22h uni-mo-nos na varanda para homenagear o SNS e para demonstrarmos que estamos todos juntos nisto.
É isso mesmo, portugueses! Vamos ficar em casa e aderir à corrente!
Nas redes sociais não se fala de outra coisa, que mágico. Estou de coração cheio. Agora até dizem que amanhã é para cantar o Hino! Que assim seja!
Uma amiga minha contou-me que um vizinho ao ouvir as palmas veio à janela e perguntou "Há cura???". Acho que este tema me está a deixar ainda mais sensível do que já sou porque voltei a ficar emocionada quando ela me contou. Espero que um dia, o mais rápido possível, todo o mundo possa sair à rua, abraçar, beijar, cantar e bater palmas e gritar "ESTAMOS TODOS CURADOS! NÓS CONSEGUIMOS!"
É isso, Portugal! É isso mesmo SNS! Obrigada a todos! Obrigada, Deus!
Já rezei. Agora vou dormir. Amanhã é um novo dia e que seja melhor do que hoje. Nós vamos conseguir! E não se esqueçam, fiquem em casa!
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cres-cen-do · 5 years
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30 de Setembro de 1897, dia de sua preciosa morte.
[...] De manhã, eu a vigiei durante a Missa. Não me dizia uma palavra. Estava esgotada, ofegante; eu a adivinhava que seus sofrimentos eram inexprimíveis. Em dado momento, juntou as mãos e olhando a estátua da Santa Virgem:
Oh! Rezei a Ela com um fervor! Mas é agonia pura, sem nenhuma mistura de consolação.
Disse-lhe algumas palavras de compaixão e afeto; acrescentei que ela me havia edificado muito, durante essa doença.
E vocês, as consolações que me deram! Ah! são muito grandes!
Pode-se dizer, sem exagero, que ela passou o dia todo sem um instante de repouso, em verdadeiros tormentos. Parecia estar no limite de suas forças, e no entanto, para nossa grande surpresa, podia mexer-se e sentar-se na cama.
... Vejam, dizia ela, como tenho força hoje! Não, não vou morrer! Ainda vou viver durante meses e, quem sabe, anos!
E se o bom Deus assim o quisesse, disse nossa Mãe, você aceitaria?
Começou a responder, angustiada:
Assim deveria...
Mas, imediatamente se corrigindo, disse com uma entonação de sublime resignação, caindo sobre os travesseiros:
Aceito!
Pude recolher estas exclamações, mas é impossível reproduzir a entonação:
Não creio mais na morte para mim... Só acredito no sofrimento... Bem, tanto melhor!
Ó meu Deus!...
Eu O amo, o bom Deus!
Ó minha boa Santa Virgem, vinde em meu socorro!
Se isto é agonia, o que é, então, a morte?!...
Ah! meu bom Deus!... Sim, Ele é muito bom, eu O acho muito bom...
Olhando para a Santa Virgem:
Oh! Sabeis que estou sufocada!
Para mim:
Se você soubesse o que é ficar sufocada!
O bom Deus vai ajudá-la, minha pobrezinha, e isto vai acabar logo.
Sim, mas quando?
... Meu Deus, tende piedade de vossa pobre filhinha! Tende piedade!
A nossa Mãe:
Ó minha Mãe, garanto-lhe que o cálice está cheio até a borda!...
... Mas o bom Deus não vai me abandonar, é claro...
... Ele nunca me abandonou.
... Sim, meu Deus, tudo o que quiserdes, mas tende piedade de mim!
... Meu Deus! meu Deus! Vós que sois tão bom!!!
... Oh! sim, Vós sois bom! Eu sei...
Após as Vésperas, nossa Mãe colocou-lhe, sobre os joelhos, uma imagem de Nossa Senhora do Monte Carmelo. Olhou-a um instante e disse, quando nossa Mãe lhe tinha assegurado que ela logo acariciaria a Santa Virgem como o Menino Jesus na imagem:
Ó minha Mãe, apresente-me logo à Santa Virgem, pois sou um nenê que não agüenta mais! Prepare-me para morrer bem.
Nossa Mãe respondeu-lhe que, tendo sempre compreendido e praticado a humildade, estava completamente preparada. Refletiu um instante e pronunciou humildemente estas palavras:
Sim, parece-me que procurei sempre só a verdade; sim, compreendi a humildade do coração...
Repetiu ainda:
Tudo o que escrevi sobre meus desejos de sofrimentos. Oh! é bem verdade, assim mesmo! ... e não me arrependo de ter-me entregado ao Amor.
Com insistência:
Oh! não, não me arrependo, ao contrário!
Um pouco mais tarde:
Jamais poderia acreditar que fosse possível sofrer tanto! Jamais! Jamais! só posso explicar isso pelos desejos ardentes que tive de salvar almas.
Por volta das 5 horas, eu estava sozinha perto dela. Seu rosto se transformou de repente e compreendi que essa era sua última agonia. Quando a Comunidade entrou na enfermaria, ela recebeu todas as irmãs com um doce sorriso. Segurava seu Crucifixo e olhava-o constantemente.
Durante mais de duas horas, um terrível estertor dilacerou-lhe o peito. Seu rosto estava congestionado, as mãos violáceas; tinha os pés gelados, e o corpo tremia. Enormes gotas de suor abundante se formavam em sua testa e escorriam sobre as faces. A falta de ar ia aumentando sempre e, às vezes, para respirar, ela soltava gritinhos involuntários.
Durante esse período tão angustiante para nós, ouvia-se pela janela - e eu sofria muito com isso - todo um gorjeio de pintarroxos e outros passarinhos, mas tão forte, tão próximo e tão demorado! Rezava ao bom Deus para fazê-los calar, porém esse concerto me apunhalava o coração e eu temia que cansasse nossa pobre Teresinha.
Num dado momento, parecia ter a boca de tal modo ressecada, que Irmã Genoveva, pensando em aliviá-la colocou-lhe sobre os lábios um pedacinho de gelo. Aceitou-o, dirigindo-lhe um sorriso que jamais esquecerei. Era como se fosse um supremo adeus.
Às 6 horas, quando soou o Angelus, olhou demoradamente a imagem da Santa Virgem. Enfim, às 7 horas e alguns minutos, depois que nossa Mãe havia dispensado a comunidade, ela suspirou:
Minha Mãe! Não é ainda a agonia?... Não vou morrer?...
É minha pobrezinha, é a agonia, mas talvez o bom Deus queira prolongá-la por mais algumas horas.
Com coragem, retomou:
Pois bem!... Vamos!... Vamos!...
Oh! não gostaria de sofrer por menos tempo...
E olhando o Crucifixo:
Oh! eu O amo!...
Meu Deus... eu Vos amo!...
... Repentinamente, após ter pronunciado estas palavras caiu docemente para trás, com a cabeça inclinada para a direita. Nossa Mãe mandou, bem rápido, tocar o sino da enfermaria, para chamar a Comunidade.
“Abram todas as portas”, dizia ela, ao mesmo tempo. Estas palavras tinham algo de solene, e me fizeram pensar que, no Céu, o bom Deus as dizia também a Seus anjos.
As irmãs tiveram tempo para se ajoelhar em volta da cama e testemunharam o êxtase da santinha moribunda. Seu rosto havia recuperado a tez de lírio que tinha quando gozava plena saúde; seus olhos, brilhantes de paz e alegria, estavam fixos no alto. Fazia alguns lindos movimentos com a cabeça, como se Alguém a tivesse, divinamente, ferido com uma flecha de amor, e em seguida a tivesse retirado para feri-la mais uma vez...
Ir. Maria da Eucaristia aproximou-se com um castiçal, para ver mais de perto seu olhar sublime. À luz desse castiçal, não apareceu nenhum movimento de suas pálpebras. Este êxtase durou aproximadamente o tempo de um Credo, e ela deu o último suspiro.
Após sua morte, conservou um sorriso celeste. Sua beleza era encantadora. Segurava seu Crucifixo com tanta força, que foi preciso arrancá-lo de suas mãos, para sepultá-la. Ir. Maria do Sagrado Coração e eu nos encarregamos desse serviço, juntamente com Ir. Aimée de Jesus; observamos então, que ela não parecia ter mais de 12 ou 13 anos.
Seus membros permaneceram flexíveis até o sepultamento, segunda-feira, 4 de outubro de 1897.
Irmã Inês de Jesus
[Relato retirado do livro: Obras completas de Santa Teresa do Menino Jesus e da Sagrada Face]
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yixingloriouz · 6 years
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ZHANG YIXING FAN FICTION - 6982 miles (Cap 6)
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Acordei atordoada, mal conseguia abrir os olhos da preguiça, mas quando reparei onde estava, com o ecrã gigante desligado, e com uma manta por cima até aos ombros, me levantei rapidamente, como se tivesse atrasada para um dia de aulas. “Porra! Eu não acredito nisto” pensei, refletindo que tinha adormecido no quarto de filmes com o moço ao meu lado. Ele já não estava mais ali; as almofadas dele estavam espalhadas pelo quarto e a porta estava encostada. Mas que horas seriam? Será que dormi assim tanto?  Saí rapidamente daquele quarto com esperança de não ver o Yixing, queria sair dali, estava cheia de vergonha por aquilo que eu tinha acabado de sair. Ao fim do corredor, reparei em Hope saindo de um quarto.
“Hope!!” falei para ela
“Você já acordou?” gritou no corredor, como estivesse surpreendida
“Shhhhh!!” mandei-a calar, dando-lhe uma pequena palmada no ombro “Eu sei lá como eu adormeci! Estava cansada.”
“É, eu também não sei como você adormeceu…ao lado daquele homem.” Sorriu ela, fazendo covinha na sua bochecha.
“Pará com isso. Pobre rapaz, que nervos, eu adormeci bem mal…eu devo-lhe tanta desculpa. Hope, vamos embora, eu quero ir para casa.”
“Para casa?” questionou-me surpreendida, fazendo uma cara demasiado seria “Daqui a uns minutos, vao começar a servir o jantar. Você acordou mesmo a tempo.”
“O JANTAR? Mas que horas são?”
“Destiny, você adormeceu ok? Todo o mundo sabe disso, não há nada com que preocupar. São sete da noite.”
 Sete da noite? Meu Deus, eu sempre me senti envergonhada na casa de desconhecidos, nem á casa de banho pedia para ir e agora, nem acredito que adormeci na casa do futuro chefe do meu pai, ao lado do seu filho.
“Ah, e olha...arrume seu cabelo, por favor.” Disse apontando para o meu cabelo.
“Que, que tem o meu cabelo?”
“Venha cá.”
 Puxou-me pelo braço e levou-me ao tal quarto de onde ela tinha saído á pouco. Era uma casa de banho, muito simples e pequena, mas com muita beleza. Tinha azulejos de tons vermelhos e azuis com dragões e muralhas e toda a decoração era preta.  Olhei ao espelho e ela tinha toda a razão, o meu cabelo estava um caus, nem liso estava nas pontas. Como é que isso aconteceu?
“Você tem a certeza que só dormiu né? Você contaria para a sua irmã não contaria?”
“Cala essa boca!” disse enquanto molhei as pontas com água e tentei alisar com a ponta dos meus dedos. “Você tem algum pente?”
“Você não respondeu.”
“Hope, eu vou-lhe responder da maneira que você quer, você acha que se alguma coisa tivesse acontecido, o moço teria saído do quarto?”
“Claro que sim, deixando você descansar, com uma mantinha por cima, para repousar melhor.”
“Como é que você sabe da manta? Você me esteve a espiar não foi? Foi você que fez isto no meu cabelo!!”
“Ah, não seja dramática. Ele próprio disse que você tinha adormecido ali no quarto e que colocou uma manta por cima, para se sentir melhor porque as vezes faz muito frio cá em casa.”
“Humm, está bom. Espero que você não tenha feito nada no meu cabelo.”
“Isso é com você e com o Yixing, foi ele que esteve ao seu lado, não eu.”
“Você não vai desistir de me chatear enquanto não encontrar alguém né? Deixa só, quando você começar a namorar, vou-lhe torturar todos os dias.”
“Amanhã vou sair com o pai de manhã para conhecer a cidade e mais meninos lindos, já que você tem o Yixing.”
“Ah desisto, olha vamos andando para baixo. Mas amanhã você vai onde?”
“Vou a lado nenhum, estava brincando.” Riu-se “Tem fome?”
“Alguma.”
“Eu não. Comi bolinhos a tarde toda.”
“Sua gulosa.”
“E você dormiu a tarde toda também. Pelo menos tenho a barriga cheia.”
 Aquela rapariga nunca mudava mesmo.     Descemos as escadas e ouvimos risos no corredor, quando finalmente chegámos ao andar da cozinha, da sala de jantar e de outros locais que eu, ainda não tinha conhecido embora todos julgassem que sim, reparei no nosso pai falando e rindo com Yixing, ambos estavam vendo algo no telemóvel do meu pai. Rezei para que não fosse nada sobre mim ou sobre a Hope, o pai sempre gostava de mostrar vídeos vergonhosos. Ele tinha um meu no karaoke quando eu tinha 15 anos e pensava que sabia cantar.    Quando nos aproximámos, o nosso pai sorriu para nós, e eu nem olhar direito para o Yixing conseguia mas sabia que tinha de lhe pedir desculpa.
“Então meninas?” “Destiny, você dormiu muito. Estava assim tão cansada?”
“Pai, Yixing, eu peço desculpa. Eu não sei como adormeci e depois, foi tao difícil de acordar. Eu não faço sestas por mais de uma hora, não sei mesmo o que aconteceu.”
“Destiny, você não tem que pedir desculpa.” Yixing disse, com um tom preocupado e muito calmo. “Você dormiu bem? Peço desculpa se eu não estava la quando acordou, mas o meu pai me chamou para ir assistir á reunião e falar sobre a empresa. Eu desliguei a televisão também, assim dormia melhor. Você sente-se bem agora?”
 Ele, ele era tao preocupado com o mundo e embora eu não o conhecesse bem, ele mostrava tanto carinho pelos outros. Não me acredito que aquilo tivesse sido falso, ou só para ser simpático em frente ao meu pai. Ele realmente era um rapaz cheio de coisas boas no seu coração.
“Eu estou bem, eu dormi bem. Só me sinto envergonhada por ter adormecido numa casa de pessoas que mal conheço.”
“Ah filha, não se sinta assim. Conheço os Zhang á imenso tempo através da empresa, embora nunca tivesse cá vindo.” Riu-se. “Você não tem que se sentir assim.”
“Concordo com o seu pai. Todos temos direito de nos sentir cansados, e com sono. É algo normal, seria bem pior se você tivesse ficado acordada de mau humor e com dores de cabeça, não é verdade?”
“Sim, claro. Mas mesmo assim..”
“Olha fazemos assim Yixing, “ interrompeu o meu pai “Quando você for dar aulas á Destiny lá em casa e se sentir cansado, você pode dormir uma sesta esta bom?” riu-se.
“Okay.” Riu-se Yixing, olhando para mim colocando o dedo sobre os seus óculos endireitando-os. “É verdade, a Hope também vai ser minha aluna?”
“Ah não. A Hope vai mesmo para uma escola, o seu pai recomendou-me uma, é muito boa, e ela também é mais nova, vai ser melhor para ela. Depois de Destiny já conseguir manter conversas e conseguir compreender, escrever, aí sim vai para a faculdade. Não é?”
“É sim, pai. Embora eu ainda não saiba o que irei fazer na vida, mesmo.”
“Agora vamos focar-nos apenas no mandarim, ok?” disse Yixing, colocando sua mão no meu ombro.  Uns segundos depois, uma senhora, empregada, chegou-se junto de nós e avisou Yixing sobre o jantar. Queria entender por mim própria, mas o meu pai traduziu-nos logo rapidamente. Acompanhámos a senhora, que nos levou até á sala de jantar, a uma outra que ainda não tínhamos estado. Era mais pequena, mais comóda para apenas sete pessoas. Fiquei ao lado da minha mãe e de Hope, Yixing sentou-se em frente a mim, que continuava sorrindo e muito animado. A felicidade dele era contagiante, embora eu ainda tivesse um pouco adormecida.   Na mesa, os empregados foram colocando os pratos principais, enquanto outros pegavam nos nossos pratos e colocavam sopa. O meu pai e o senhor Zhang continuavam conversando sobre a importância da China no mercado do mundo, e números, referiam muitos números de coisas, coisas que eu não entendia porque matemática nunca esteve ao meu alcance, embora eu tenha tido boa nota porque o Francis me ajudou, me ajudou a copiar.   Hope estava mesmo sem fome, era notável ver isso mas mesmo assim comeu, e falou mais do que o normal durante o jantar, até questionou sobre a empresa do pai e falou o quanto interessada estava em estudar. “Essa garota tem momentos em que sabe mesmo surpreender” pensava eu ao vê-la tão interessada em falar com a senhora Zhang. Os meus pais sorriam para ela, felizes por Hope não ter ainda feito nenhuma asneira já que era o habitual e eu rezava que não me fazer passar nenhuma vergonha em frente de ninguém. Sempre o fez, especialmente na escola; Graças á diferença de idades, nunca estivemos no mesmo ano letivo mas nos corredores, sempre arranjou uma desculpa para vir ter comigo e envergonhar-me com perguntas idiotas. Mas mesmo assim, ela era minha irmã e a adorava tal como ela era.   Yixing, que estava em frente a mim, também se metia na conversa que o meu pai estava a ter com o seu, por vezes em tom de brincadeira dizia que não entendia certos aspetos da empresa, embora ele soubesse exatamente o que se passava. Ele era muito engraçado, sorrindo para todos e preocupando-se com o Mundo. A meio da conversa, ele desabafou sobre as casas que tinha escolhido com o pai para todos os novos trabalhadores e como podia ser complicado mudar de rotina tão rapidamente, mudar de espaço, de ambiente, de vida. O meu pai abanou a cabeça, enquanto eu continuei comendo o que tinha no prato.
“Destiny!” o senhor Zhang disse o meu nome, num tom que parecia que eu tinha feito algo de errado.
“Sim?” olhei para ele, confusa.
“Você ainda não falou nada sobre si, nem a sua irmã. O seu pai é que fala imenso sobre vocês, eu também quero ouvir a vossa voz.” Sorriu.
“Ah, eu? Eu não sei o que dizer sobre mim.”
“Eu posso descrever a minha irmã e ela descreve-me a mim, que tal?” sugeriu Hope, e sim era uma péssima ideia.
“Não, cada uma fala sobre si mesma.” Sorri, de forma irónica. Ela realmente tentou me envergonhar. “Mas o que quer saber especificamente?”
“Fale um pouco sobre si. Gosta de estudar? Ou gostava, ouvi dizer que terminou o secundário não é?”
“Sim, terminei. Eu gosto de estudar. É muito importante estudar para alcançarmos sonhos que tenhamos guardados no nosso coração.”
“E qual é seu sonho?”
 Poxa, porque é que eu fui tão emotiva ao descrever isso?! Podia ter dito basicamente que sim, em vez de todo esse discurso. Agora o que eu iria dizer?  Eu realmente tinha sonhos, muitos sonhos mas nunca iria contar cada um ali perante a família. Pensei numa resposta que fosse simples, e que eles ficassem satisfeitos.
“Eu gostaria de ajudar as pessoas.”
“De que maneira?”
“Talvez seguindo um curso relacionado com isso mesmo, medicina talvez.”
“Você não precisa de estudar medicina para ajudar as pessoas.” Disse Yixing, causando um silencio durante alguns segundos.    Ele realmente tinha razão no que estava a dizer, e ele sabia do que estava a falar. Ninguém precisa de seguir medicina, de ser tratado como “senhora doutora” para poder ajudar alguém. Todo o ser o humano tem um coração, e isso é o suficiente para poder ajudar os outros.
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inevera13 · 6 years
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Dalila
As paredes à minha volta eram de um amarelo torrado e pareciam ter sido recentemente pintadas, embora não se sentisse o cheiro a tinta fresca. Só o cheiro do pó que ninguém se incomodava a limpar há - provavelmente - anos.
A secretária à minha frente estava irritantemente desarrumada, e a mulher nela sentada tinha um ar permanentemente desorientado.
À minha volta havia mais três cadeiras, todas diferentes umas das outras e da minha. Outra coisa irritante. Tal como a luz desconfortavelmente brilhante do sol a entrar pela pequena janela.
Afundei-me na antiga poltrona castanha enquanto a mulher me sorria de forma encorajadora. Sorri-lhe de volta, tentando não mostrar o quão verdadeiramente constrangida me sentia, e puxei uma madeixa de cabelo castanho para trás da orelha. Tinha-me caído do coque perigosamente apertado, obrigando-me a resistir à forte tentação de o desfazer - o coque que me tinha dado tanto trabalho a deixar perfeito - para a voltar a pôr no devido sítio. 
Ajustei a minha mala pela quinquagésima vez desde que ali tinha posto os pés, olhos verdes esbugalhados e a piscar mais depressa do que deviam.
Será que a minha maquilhagem está bem? Será que cheiro bem de todos os poros e orifícios? 
A mulher à minha frente estava demasiado empenhada em olhar para mim para que eu pudesse verificar se a situação se mantinha igual a antes de ter entrado. 
Ela também estivera empenhada em manter uma conversa comigo, mas havia desistido quando eu quase chorei pela quarta vez. A minha voz tremia e isso preocupava-me. Se eu não conseguia manter a dignidade com uma mulher aparentemente bondosa e inofensiva, como é que eu ia fazer quando chegasse o momento em que isso seria essencial? Estava quase na hora de entrar. Eu tinha querido chegar em cima da hora para não ter de fazer exatamente isto, sentar-me na sala de espera a agonizar durante longos momentos. Apesar dos meus esforços, tinha chegado trinta minutos adiantada e já se tinham passado vinte desses minutos.
Limpei as minhas mãos suadas (ugh) à minha saia travada cinzenta e observei as minhas unhas, roídas até ao sabugo. Tinha-as limado em casa para não as poder roer mais e para elas parecerem minimamente decentes, mas continuavam feias e eu quase sentia que não me pertenciam. 
O meu anel pesava-me no dedo, quase tão pesado como o meu coração. 
Estava-me a perguntar a mim própria porque raio é que não tinha trazido o meu MP3 quando se ouviu um clique que ressoou pelo pequeno escritório. O meu coração quase me saiu pela boca fora, pulsando agressivamente contra a minha garganta, o sangue subiu-me à cabeça, deixei de respirar durante um segundo e pisquei os meus olhos húmidos com força. Olhei para o relógio prateado no meu pulso. Não! Ainda tinha sete minutos! Virei os olhos para a secretária à minha frente, senti o meu pânico a invadir cada pequena parte de mim, cada célula do meu corpo, mas a mulher não parecia afetada. O sorriso que ela me dirigiu emanava tranquilidade, nunca me tinha sentido tão homicida contra alguém como naquele momento.
A porta foi aberta por uma mulher com cerca de trinta anos, vestida de branco dos pés à cabeça, cabelo platinado que lhe chegava até aos ombros e um batom escandalosamente vermelho que fazia sobressair ainda mais o seu enorme e branco sorriso. Ela não parecia pertencer ali, àquele lugar imperfeito mas acolhedor e de aspeto quase familiar. 
     - Está pronta Dalila?
Claro que eu não estava pronta! Estaria a mulher louca? Precisava daqueles sete minutos que me restavam, mesmo que eu os fosse passar a entrar em pânico e a contar os segundos. O meu corpo ainda vibrava, assolado por uma vontade incrível de gritar e correr pela porta fora. No entanto forcei-me a sorrir e a responder:
     - Sim.
A mulher - cuja etiqueta de identificação revelava o nome "Filipa" numa bonita fonte - abriu mais a porta para eu poder passar.
     - Como está tudo Dalila? - Filipa perguntou calmamente e sem olhar para mim enquanto andávamos pelo corredor.
     - Oh, vai tudo bem, obrigada! - respondi com falsa calma, tentando evitar mais conversa. Só se ouvia o clique dos nossos saltos no chão. Rezei para não tropeçar. 
Havia várias portas naquele longo e estreito corredor, mas nós paramos numa mesmo no extremo deste. Filipa olhou para mim de soslaio e eu tive de lutar contra o meu corpo para manter uma aparência relaxada. Ela não tinha de saber que estava a usar a maior parte do meu auto-controlo só para não chorar. Na verdade, era ridículo eu estar a reagir desta maneira, mas estava habituada à rotina e a saber tudo, estava habituada a estar ao controlo de tudo à minha volta, habituada ao aborrecimento da minha vida previsível mas satisfatória. E isto estava loucamente fora da minha zona de conforto, uma zona da qual não me lembrava alguma vez ter posto um pé fora. 
     - Entramos? - Perguntou ela, erguendo uma sobrancelha.
Eu sabia o quanto esta mulher me desprezava, eu não passava de uma mera mortal cobarde e com sentimentos. Montes deles. A maior parte deles negativos. Aos olhos de Filipa eu era um ser extremamente fraco. O pior era que eu pensava como ela. Não sabia se esse sentimento era devido a todas as palavras que os anúncios ligeiramente ofensivos mas objetivos da fação dela me haviam atirado, ou se era devido à minha longa e fútil busca pela perfeição. Uma perfeição que eu sabia que nunca ia atingir, uma perfeição plástica que nem sequer existia ou devia existir. Uma perfeição que o meu corpo e espírito não cessavam de perseguir. Eu queria uma perfeição física tanto em mim como no mundo à minha volta, mas quem busca por perfeição física nunca alcança a verdadeira perfeição: a espiritual.
Então...não havia sido uma decisão fácil. Mas estava tão cansada de lutar contra o meu próprio cérebro, que acabei por desistir.
Desisti da minha humanidade. 
Lembrando-me dos motivos que me haviam trazido até aqui, sorri. E desta vez era um sorriso genuíno, que eu suspeitava que tinha vindo à tona num momento de pura loucura. Até me deu vontade de rir, mas sentia tanto pânico que sabia que nunca seria capaz de parar, por isso controlei-me antes que fosse tarde demais. 
     - Entramos.
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diogo-supertramp · 6 years
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Plutão
Devo estar amaldiçoado. Procurei as palavras para contar o que sinto mas nem uma me ocorreu. Talvez não existam. De qualquer das formas ontem acendi uma vela a São Cirilo de Jerusalém. Ajoelhei-me de frente para a gravura do santo e rezei. Pedi palavras. Nem sequer parece muito. Há quem queira mais. Conheço um tipo que pediu asas de Pegasus. Outro quis a vida eterna. Loucos. Palavras peço numa palavra só. Estou tonto. Ando à boleia numa espécie de pêndulo de Focault. Procuro as palavras mas não as encontro. De bússola em maos com os polos invertidos. Isto não é nenhuma metáfora. Eu só queria as palavras que conseguissem explicar estas palavras. Talvez nem os santos entendam. Ando à deriva num oceano de displicente inconciliacao com os sentidos. Ninguém sabe o que é querer contar e ter na pele o formigueiro ignorante analfabeto. Acordei e as letras são desenhos sem significado. Este texto é um balde vazio descendo dentro de um poço fundo. Não há água nem razão e eu já estiquei tanto a corda. Acordo estremunhado e há dias em que até a fala me falta e faz falar por onomatopeias. Faço grrrrss contra o espelho e abro a boca e procuro a alma lá dentro. Nada. Estou vazio. Plano como uma tabula rasa. Devo estar amaldiçoado. Juro. Estou condenado. Subo um Everest de silêncios. Não sei como dizer-te. Procuro-te em cada rosto e em cada um lá vai mais um pedaço do meu coração. Fecho os olhos e espero pela tua voz. Às vezes consigo até lembrar-me do som. Ou imaginar. Sei lá. A vela das palavras derreteu. Cheira a saudade. Como se mede a quantidade de se gostar de alguém? Em parsecs e anos luz? Queria ter as asas de Pegasus. Uma caneta alada que voasse no papel. Não quero a vida eterna. Quero a vida ao teu lado. Bah. Nem sou de fazer estas merdas. Este tipo de coisa fica muito bem no cinema com pipocas doces. Tu sabes. É uma guerra digladiada cá dentro. Se eu acender uma vela e pedir por paz, propaga-se uma estranha inércia. A paz não vem porque eu no fundo vivo pela revolta. É o que me move. Comove-me. Luto por ti até ao fim do mundo e do tempo e de tudo. Quero a liberdade. Liassez faire. Fodasse sangro palavras de dor por ti . Só penso em ti. Não sei que forma mais crua há de dizer isto. Estava tão frio e agora tão quente e o coração, planeta distante, parte-me o peito em mil. Não consigo parar. Tenho os pés três metros acima do chão e  as asas batem resplandecentes brilhando ao sol. Penas esvoaçam no ar em desenhos fantásticos de paixão. Só penso em ti. Em ti. Tu. Se eu acender uma vela é por agradecer esta maldita maldição. Estou abençoadamente amaldiçoado. Um paradoxo de Zhuangzi. Sonho acordado e as borboletas brotam pela boca em explosões coloridas. Bateste-me mais forte do que esperava. Palavras não chegam para te dizer o que penso. Muito menos o que sinto. Posso usar todas as palavras do mundo que tu nunca vais saber como é. Cruzo o espaço entre os planetas e dou voltas a Júpiter por ti. Quando gostas queres contar aos mundos. E eu trago-te Plutão e dou-lhe a volta com um fio de nylon. É teu. Toma. E peço-te a ti: faz com ele o que mais ninguém soube fazer. Espreme-o com as mãos. Não com os pés. 
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tonyanonymous · 3 years
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Todas as mulheres do Mundo.
Se há em algum momento um erro possível de ser cometido de forma consciente por mim, este erro é escrever sobre as mulheres que eu já amei. Não que sejam muitas. As que amei não, essas foram poucas, pouquíssimas. Nem há comparação entre amor e paixão. Já disse e repito, paixão é maior, melhor e mais forte!
Tendo dito isto, me apaixonei por diversas vezes. Fiz as contas um tempo atrás, me apaixonei aproximadamente 768 vezes. setecentos e sessenta e oito. Se beijei metade disto foi muito, talvez um quinto, um sexto. Inclusive, para todas elas rezei um terço, para achar um meio para levá-las a um quarto. (piadas matemáticas claramente não são meu forte).
768 vezes. 
Algumas fortes a ponto de ainda sonhar com elas. Outras nem tanto... Algumas nem me lembro o nome, na época, viveria por vê-la. 
Me lembro do meu primeiro amor, minha nossa, como era magnifico, como eu a amava... Gabriela. Somente contei anos depois. Hoje, noiva. Claro, de um outro homem. 
Ela era mais velha. Neste ponto não há preferências, me apaixono por mulheres e pronto. Sem preconceitos, que isso? Por favor. Altas, baixas, lindas, nem tão lindas, consideravelmente feias, um pouco feia, muito feia (tem seu charme). Narizes grandes (preferência de outro amigo), pequenos, sem. Braços fortes, magros, sem. Pernas. Gosto com, particularmente, nunca me apaixonei por uma que não tem... 
Enfim, amo mulheres. Dos seus jeitos mais brilhantes ao mais estranhos... Dos dramas aos machismos contantes de se dizer que há drama apenas nas mulheres. Do me enrolar por anos pra sair comigo, à minha insistência em conseguir este feito, até ao meu pensamento: “recebi essa chance por ser um chato ou pelo meu charme ter melhorado após nove anos?”.
Nunca saberei a resposta. E nem venham me dizer. 
Pois bem, o que querem, afinal, a mulheres? O mesmo que os homens. Creio eu. O problema é saber o que essa galera toda quer. Pra mim, apenas viver, sabe? O básico. Nascer, crescer, se for conveniente se reproduzir, se irritar com a política do Brasil, votar errado, torcer no BBB, mandar o juiz tomar no cu (válido pro direito, pro futebol e também pra politica de 2016 à 2021 no Brasil), xingar o técnico de futebol de burro, trabalhar no que gosta, fofocar sobre o amigos, ter amigos, beijar os amigos, fofocar sobre pessoas famosas, xingar muito no twitter, cancelar alguém, ser cancelado por alguém, xingar, casar, ou não e morrer. 
Bem básico. 
Se é isso que querem as mulheres e é isso que querem os homens, pela lógica, basta uní-los num cômodo. Aquela história, se organizar direitinho, todo mundo transa. 
Infelizmente, é mais díficil. Bem mais díficil. No quesito mulher, principalmente. Nós, homens, precisamos conquistar antes do primeiro beijo, do primeiro encontro. Temos que convencer a mulher a nos ver. E olha, eu sei que não sou bonito. Posso até ter meu charme. Ou alguma coisa nesse sentido, porém bonito, bonito, não sou. O que me deixa apenas com uma única opção: Ser engraçado. 
Não que seja díficil ser engraçado, porém perceba: Uma pessoa que no século XXI faz piadas consideradas de humor negro não é bem aceita. Ou seja, até pra ser engraçado é necessário conquistar. 
Não reclamo nem um pouco, a parte da conquista é a que mais me divirto. Adoro sentir que estou conquistando a pessoa que está na minha frente. Uma vez me disseram que eu desejo muito a aprovação dos outros, talvez seja esse o motivo de me chamarem de mulherengo...
Ou, talvez, eu apenas goste da companhia de uma mulher. Talvez duas. Três. 
Gostaria muito de ter todas as mulheres do mundo pra mim, não nego. Não nego mesmo. Gostaria. Me sentiria bem. Acho. Não, me sentiria sim.
Ao mesmo tempo que com apenas uma, enquanto num relacionamento, ignoro todas as outras. Não nego que continuo a pensar como estão, apenas não as procuro. Deixo-as viver. 
768 paixões... Saudades das avassaladoras. Aquelas que me tiravam o ar. Destas, me recordo cotidianamente de três. Gritantes e dolorosas paixões. Distantes e sumidas paixões. Muito tempo que não me apaixono perdidamente. Que me perco numa paixão. Penso, com meus botões em um dos momentos em que sou arrogante, se as mulheres do mundo sentem a minha falta. Ao menos as 768 que me apaixonei, não cobro isso das centenas que ainda não conheci. Apenas das poucas que tive o prazer de amar. 
Aquelas bocas, os olhos, os sorrisos, o jeito que o rosto se modificava quando gargalhava, o tirar o cabelo do rosto, o colocar o cabelo atrás da orelha, o tirar de óculos, o colocar os oculos, o “aiai” após rir, a mão no meu rosto após me beijar, a mão na minha cintura, a mão no meu pescoço, na minha nuca, na minha bunda (uma vez e foi estranho), a mão na minha mão. A mão no copo, no taco da sinuca, na raquete de tênis, na manete do PC, no teclado. A mão no puxador do carro. Muitas mãos, me perdi. 
Quanta saudade sinto de cada uma das 767 paixões. Pela paixão restante, aquela que ainda briga no meu coração e contra ele para sair, que está presa na minha memória, no meu sentimento, no meu peito, que se enfiou entre cada célula do meu ser, por esta, eu mataria para ver uma última vez, beijar uma última vez, abraçar uma última vez e rir, pela última vez. 
Este texto começou como um texto meramente humorístico e terminou como uma declaração. Então, que assim seja:  “Este texto é uma peça meramente de humor e não corresponde, necessariamente, à opinião do autor. Juro pra você. Pode ficar despreocupado(a)”
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stylestoriespt · 7 years
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Behind the scenes of Dunkirk: 2ª parte
N/A: Eu e os meus títulos rsrsrs Esta parte acabou ficando grandinha como a outra por isso aproveitem!!!
2.188 palavras
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1ª Parte 
Extras e expulsões 
Pousei o pente sobre o balcão e ajeitei uns fios de cabelo que tinham tomado a direção errada. 
Parei entre a casa de banho e o quarto; Percorri com os olhos a divisão à procura de algo em específico.
“Vais contar-me o que aconteceu ontem ou é segredo?” Alina atacou-me, enquanto a mesma terminava de atar as suas sapatilhas brancas.
“Hã?” Franzi as sobrancelhas, aparentando estar confusa com a sua pergunta.
Levantei mais uma vez as cobertas, as almofadas – nada. “Mas onde raios te meteste?” Murmurei para mim mesma. 
“Ontem… no restaurante do hotel… com o Harry Styles,” A sua voz acentuou a última palavra ao mesmo tempo que o seu corpo ergueu-se da sua cama.
Fingi não a ter ouvido até porque neste momento a minha maior preocupação não era sobre a primeira vez que vi e falei com Harry Styles.
“Viste o meu telemóvel?” Alina bufou alto. “Não o encontro em lado nenhum,” Despejei o conteúdo da minha mala de mão sobre a cama.
“Oh vá lá (S/N),” Suplicou-me. “Eu sou tua amiga, não sou?” Não sei como tanta curiosidade cabe dentro de uma pessoa tão pequeninha.
“Sim, és,” Rolei os olhos mas acabei por ceder. “Não aconteceu nada,” Um sorriso formou-se nos meus lábios. “Falamos,” A conversa de ontem com Harry Styles passava na minha cabeça como um filme distraindo-me do meu objetivo de encontrar o maldito aparelho. “Falamos sobre o meu trabalho-” Parei dramaticamente de arrumar a minha mala e encontrei os seus olhos atentos. “Ok, dito assim não parece nada glamoroso como tinha guardado na minha memória,” Sacudi a cabeça rindo embaraçada.
“Não me digas que mataste o rapaz de tédio?” Alina gozou da situação.
“Não! Quer dizer, acho que não, espero que não, ele parecia interessado na conver-viste o meu telemóvel ou não?” A minha cabeça começou a distorcer tudo conduzindo à frustração da minha pergunta.
“Não,” Vestiu o seu casaco e empurrou o cabelo para fora do mesmo. “Podes ter deixado num dos trailors,” Pegou na mala e começou a andar até à porta. “Só não perdes a cabeça porque tá colada,” 
“Não tem piada Alina,” Peguei as minhas coisas e corri atrás da sua pessoa. E rezei mentalmente para ela estivesse certa. 
Fionn pousava à frente da câmara com Christopher por detrás da mesma, a analisar a sua personagem. 
O espaço ainda estava adormecido na tranquilidade de apenas alguns técnicos e membros da produção.
“Aneurin,” O rapaz indicado passou pelo mesmo processo. “Podias passar mais pó preto na base do pescoço… sim aí, perfeito,” Chris passava indicações a Patricia.
Emma detalhava a próxima cena nas dunas entre Fionn e Aneurin.
“Ei, Harry,” Num ato irracional, a minha cabeça respondeu como se fosse o meu nome que tinham chamado. A figura robusta do seu guarda costas contrastava com a sua caminhando até o nosso pequeno bando. “És o próximo,” 
Harry cumprimentou polidamente os presentes.
“Bom dia (S/N),” A sua voz enrouquecida fez alguma coisa no meu estômago mexer. Traços de sono ainda visíveis nas suas pálpebras inferiores. 
“Oi Harry,” Senti as minhas bochechas quentes levantarem por conta do meu sorriso.
“Hmmm eu acho que,” A sua mão direita entrou no bolso das suas calças castanhas. “Eu acho que isto é teu,” E tiraram um telemóvel – o meu telemóvel. 
“Oh meu-, como-onde é que o encontraste?” A minha visão alternou entre a palma da sua mão e os seus olhos esmeralda. Alívio e felicidade eram mais que visíveis. A minha mão recuperou o aparelho. “Obrigada, andei a manhã toda à procura dele, como-”
“Esqueceste-te dele… ontem no-”
“Harry,” O assistente de Hoyte chamou-o.
“Obrigada,” Agradeci mais uma vez; O seu sorriso construía duas covinhas absolutamente arrebatadoras.
E os meus olhos não ganharam vergonha quando decidiram mirá-lo durante a análise da sua personagem.
“As botas estão mal amarradas,” Chris indicou e Patricia ajoelhou-se.
E depois foi só sorrisinhos e palavrinhas entre ambos.
Sinceramente, nada que já não tivesse acostumada a ver entre a rapariga e os outros membros da equipa.
Às vezes interrogo-me sobre a verdadeira personalidade da rapariga; Ela é simpática com toda a gente até ao momento em que não é mais simpática com toda a gente. Como, por exemplo, com Alina; Qualquer coisa como Alina ter-lhe passado instruções precisas e Patricia acabar fazendo à maneira dela e o resto já adivinham não é.
“Vamos?” A mão de Emma pousou sobre o meu antebraço e assim despertei.
Mais uns segundos e formava um buraco na cabeça de Patricia. 
“Obrigada Harry, salvaste-me a vida,” Alina imitava a minha voz mas não as minhas palavras; As suas mãos pousaram uma sobre a outra no seu coração.
O seu almoço ainda estava intacto e a encenação continuava.
Abanei a cabeça de um lado para o outro, contendo uma gargalhada. Arrependo-me amargamente de lhes ter contado o encontro desta manhã. 
“Como é que posso agradece-te?” Bernard estendeu o braço sobre a mesa; Alina seguiu a deixa e pousou a sua mão sobre a dele. “Talvez com um beijo,” Os seus olhos fecharam e os seus lábios formaram um bico.
“Vocês são impossíveis,” Bufei as palavras. “Nem sei como sou vossa amiga,” E uma risada emergiu das nossas bocas.
“Oi,” A minha cabeça e a de Bernard rodaram para trás e encontramos Aneurin. “Podemo-nos sentar?” Fionn e Harry atrás da sua pequena figura.
“Claro,” Bernard falou e fez espaço.
A química entre o pequeno grupo deu-se quase instantaneamente. As pessoas eram genuinamente simpáticas, fazíamos ótima conversa e até eram boas a contar anedotas.
“… e ele virou-se para mim e disse, sabes para quem estás-”
“Saluuut,” O sotaque francês interrompeu a história de Aneurin. Todas as cabeças viraram para a figura de Patricia. “Posso juntar-me a vocês?”
“Eh sim, claro,” Alina excitou.
Patricia sentou-se ao pé de Harry – claro.
“Se o olhar matasse,” Bernard sussurrou-me, com uma mão a tapar a sua boca.
Odeio quando a minha cara fala pela minha boca.
“(S/N),” O talkie walkie chamou-me. “Precisamos de ti,” As minhas mãos agarraram o aparelho e a garrafa de água e meti-me de pé, voltando a atenção de todos sobre mim.
“Preciso ir,” Os meus olhos varreram todo o mundo e por fim pousaram em Harry. Os seus lábios numa linha reta, sem reação. “Até logo pessoal,” Despedi-me do grupo.
Senti o seu olhar penetrante seguir os meus movimentos até estar fora de alcance.  
Tínhamos sido abençoados com um céu azul claro, com vagas nuvens no horizonte, um sol quente quase a atingir o seu ponto mais alto e um mar calmo; Condições perfeitas para capturar as imagens planeadas.
A praia de Malo Les Bains lotada; Não de banhistas mas de soldados, alinhados em várias e extensas filas únicas em direção ao mar. Apenas um Spitfire no ar, acompanhado de dois helicópteros. E quatro relíquias de guerra no mar do canal.
Toda a equipa tomou finalmente total consciência do enorme cenário diante dos próprios olhos; E devo dizer que ainda parecia surreal para muitos de nós.
Alguns nervos pairavam no ar.
A próxima cena era complexa; Um avião, várias expulsões, soldados a correr de um lado para outro.
Christopher oferecia os últimos conselhos a Fionn e depois deu sinal verde.
Toda vez que acontecia uma expulsão o meu coração queria sair-me pela boca, mas por fim ouvimos o “Corta!”
Claro que alguns imprevistos apareceram, alguns incidentes aconteceram, mas no final estávamos todos felizes mas sobretudo aliviados.
“Bom trabalho pessoal,” Chris agradeceu o dia de trabalho.
Segui as costas de Christopher para-
“Ei, (S/N),” Voltei-me e Fionn corria na minha direção. “Combinamos ir tomar uma bebida depois das gravações,” Penteou o seu cabelo para trás. “Coisa rápida, para descontrair e tal,” A sua risada era adorável. 
Refleti rapidamente sobre a proposta. “Ahmm, hoje não consigo,” Olhei para trás e a figura de Christopher estava cada vez mais longe. “Tenho que ver alguns e-mails com o Chris, ” Sorri como pedido de desculpas. “Fica para a próxima sim?”
“Claro,” Ouvi antes de correr atrás do diretor.
-
As minhas costas encostaram na cabeceira da cama, as minhas pernas esticaram sobre a coberta.
O ecrã do computador iluminava o meu rosto; Olhos atentos às pequenas letras e dedos apressados.
As costas do meu dedo indicador endireitavam os óculos de vista que de vez em quando teimavam em escorregar-me pelo nariz; Os meus dentes prendiam o meu lábio inferior quando o meu cérebro procurava uma certa palavra ou refletia sobre a frase escrita.
As notificações mantinham o meu telemóvel acordado; Notamente mensagens de Alina e Bernard insistindo para ir ao encontro do pequeno grupo.
(S/N) | Alina | Bernard
(S/N)
(S/NNNNNNNNNNN) 
(S/N) ma belle, vient
Agora falas francês tu
O Aneurin está a ensinarmos algumas palavras
O bar é muito giro! Nada parecidos aos de Londres
Estes franceses têm cá uma classe
Até tem karaoke!
Nós sabemos que tu adoras karaoke
Pára de ser teimosa e vem!
Tenho um monte de trabalho para terminar e e-mails para responder
Ele está aqui
Oi?
É só uma bebida, algumas músicas e depois vamos
De quem é que estás a falar?
Fica para a próxima, divirtam-se xx
Oh vá lá (S/N)
De qUEM É QUE ESTÁS A FALAR?
Au! Isso é a minha perna
DO HARRYYYY DAHH
Ele parece distraído
E preocupado
Também acho
Ele perguntou-me pOR TI
ELE ACABOU DE PERGUNTAR AO BERNARD SE ESTAVAS BEM
Parem de me distrair, tenho trabalho para acabar, adeus xx
O que lhe dizemos???
Que és uma teimosa
Que não quiseste vir porque estás com ciúmes da Patricia
Que estás neste momento no hotel a fazer trabalho que bem pode esperar
Quem precisa de inimigos com amigos destes?
Fica a saber que ele está completamente a ignorá-la
Ele está mais interessado no dia de Fionn que nos toques ocasionais nos seus bíceps
+ os olhos de Alina não largam o Fionn
Eiiii eu estou aqui!
E ISSO É MENTIRA
Só estou atenta, como os restantes
(…)
Voltei a concentrar-me totalmente no trabalho – bem, pelo menos tentei; Sejamos sinceras como é que querem que me concentre depois desta conversa?
Os meus olhos embaciavam-se toda a vez que a minha boca abria para deixar um bocejo sair; As minhas pálpebras pesavam com sono.
Quando finalmente meti ponto no último e-mail e cliquei em enviar o meu corpo relaxou.
Depois entretive-me a coscuvilhar a internet. Encontrei alguns artigos que falavam do início das gravações do novo filme de Christopher Nolan, onde revelavam aos leitores o cenário que se encontrava em Dunquerque; Encontrei vários vídeos dos curiosos que captavam os bastidores por detrás das barreiras montadas; Encontrei fotos de fãs com o Fionn e o Aneurin à porta do hotel, fotos de Harry a correr.
Mirei essas fotos por muito mais tempo que o necessário.
O meu corpo estremeceu quando uma batida na porta interrompeu a paz na divisão.
Tirei o computador de cima das pernas e puxei os óculos para cima da cabeça; As minhas meias tocavam no chão frio.
“Desculpa, esqueci-me das chaves.” Abri a porta para encontrar Alina. “Estou tão aflita para ir à casa de banho que…” Correu para dentro do quarto.
O meu cérebro deixou de processar qualquer palavra ou movimento assim a figura atrás da rapariga foi revelada; As suas mãos estavam escondidas nos bolsos das suas calças pretas; Os seus olhos intensos dirigidos sobre mim.
“Hmm… Oi,” Harry decidiu quebrar o longo silêncio. “Vim só acompanhar Alina,” Foi rápido a explicar-se mas soou como uma desculpa (?) “Como o meu quarto fica ali ao fundo do corredor,” A sua cabeça demonstrou o que tinha acabado de dizer; A sua mandibula afiada encarou-me. “Hmm… e tu… estás bem?” Os seus lábios rosa desapareceram por breves segundos para serem molhados. “Nós fomos hmm a um bar perto daqui e hmm-”
“Sim sim, estou bem,” Quis assegurá-lo o mais depressa possível. “Tinha trabalho para acabar e alguns e-mails para responder,” O meu polegar esquerdo apontou para onde sabia que ia encontrar o meu utensílio de trabalho; A minha cabeça seguiu a ação para confirmar que ele estava bem ali em cima da cama… numa página com uma foto de Harry a correr.
Os meus olhos arregalaram, as minhas bochechas aqueceram.
Agachei a cabeça à procura de um buraco para me enterrar e nunca mais sair – que, para minha sorte, não existia.
Nunca o meu corpo tinha vivenciado tanta vergonha e desespero ao mesmo tempo.
A minha vontade era de explicar a situação; De dizer que estava a ver as notícias e aquelas fotos apareceram, que foi sem esperar, que não sou nenhuma maluca obcecada, que-   
Harry limpou a garganta. “Hmm é melhor ir andando,” O seu sorriso levantou as suas bochechas rosadas. “Só passei para ver se estavas bem,” Confessou. A sua cabeça encarou o chão por breves segundos. “Hmm amanhã é dia de trabalho. Boa noite (S/N),”
“Boa noite Harry,” Despedi-me com o contacto visual mais rápido do mundo e um sorriso envergonhado.
A minha testa encostou na superfície dura da porta fechada. E finalmente, expirei o ar preso nos meus pulmões. “Boa,” Murmurrei para mim mesma completamente embaraçada.
“Uh, está foto está qualquer coisa,” Minutos depois Alina comentou a tal foto.
3ª Parte
N/A: Obrigada por lerem! Se gostaram, por favor, dêem like, rebloguem e deixem as vossas opiniões e/ou perguntas na minha ask! SENÃO VOU NA CASA DE VOCÊS brincadeirinha masss significa muito para mim e só assim sei o que realmente estão a achar da série, porque eu estou a adorar escrevê-la! 
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truelifeingod · 4 years
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Eles Não Tem Em Conta Os Frutos Dos Nossos Corações
10.1.1990
Mensagem para a reunião de oração do dia 27 de Janeiro, na capela do hospital de Martigny, Suíça:
- A Paz esteja convosco. Senti a Minha Presença, que Eu estou no meio de vós. Preparai o vosso coração, para ouvir e compreender as Minhas Palavras.
Meus filhos bem-amados, há pouco mais de um ano que Eu, o Senhor, estou convosco, deste modo singular, a dar-vos as Minhas Mensagens; e, deste modo, vos mostrei as Chagas do Meu Sagrado Coração, vos fiz conhecer o estado atual da Minha Igreja de hoje e as causas da amargura da Minha Alma. Partilhei com todos vós a Minha Cruz de Paz e de Amor, fiz-vos conhecer os Meus mais íntimos Desejos e o Meu Espírito Santo lembrou-vos os Meus Preceitos. Tenho-vos lembrado os ensinamentos da Minha Igreja. Reuni-vos, porque vós sois Meus; e é justamente aos Meus que venho mostrar a Minha Glória. Eu estou em vós e vós em Mim. Eu sou a Luz do mundo e vós, Meus pequeninos, sois as naus que transportam a Minha Luz e a Minha Mensagem de Paz e de Amor. Reuni-vos, como um pastor reúne as suas ovelhas e as leva ao redil e rodeei-vos com os Meus Braços. Contudo, tenho ainda outras ovelhas que devo reconduzir ao redil.
Preparo-vos para viver em Novos Céus e numa Nova Terra (Ap 21,1), porque se aproxima o tempo em que o Amor estará de regresso e viverá no meio de vós. Bem depressa ireis sentir os Passos do Amor, no Seu Caminho de regresso e é justamente por esta razão que a Minha Voz é agora ouvida em toda a terra, como é também por este motivo que os vossos jovens têm visões. Eu disse que derramaria o Meu Espírito sobre toda a humanidade e que os vossos filhos e as vossas filhas profetizariam e que, mesmo aos mais pequenos de vós, Eu Mesmo daria as Minhas Bençãos (Act 2,17-18; Joel 3,1-2). Sim, a Minha Voz, hoje, grita no deserto. Eu chamo cada um de vós, apesar de alguns não terem compreendido as intenções do Meu Espírito e nem sequer terem compreendido nem os Sinais nem as visões dos vossos jovens. Eles não têm em conta os Frutos dos Nossos Corações 1 , mas tratam as Minhas almas eleitas por impostoras.
Eu permanecerei convosco deste modo, ainda por um pouco de tempo, mas não vos deixarei sem primeiro Me assegurar de que tereis refúgio e pastagens. Eu sou o Bom Pastor que Se encarrega de vós. Eu sou o Senhor que, à maneira de um guarda, vos vigia, Lá do Alto.
Como poderei Eu resistir e não descer, servindo-Me de qualquer meio que seja para vos alcançar, ao ouvir os vossos lamentos e a vossa agonia? Como poderei Eu resistir e não Me precipitar para vós, ao ver tantos de vós a lançar-se no fogo eterno?
Eu venho até vós, deste modo, não para vos condenar, mas para vos avisar. Venho para salvar o mundo. Não venho para condenar o mundo; mas, o mundo, uma vez mais irá confundir os Tempos, tal como já os homens confundiram os Tempos da Minha vinda como Messias e acabaram por não Me reconhecer, tratando-Me como muito bem lhes aprouve e entregando-Me aos pagãos. O mundo, já antes, havia confundido os Tempos daquele que havia sido enviado para preparar o Caminho, à Minha frente. Eles não reconheceram João Batista, que tinha vindo, com toda a retidão, como Elias, maltrataram-no, também a ele, como muito bem lhes apeteceu.
E hoje, uma vez mais, a vossa geração confundirá os Tempos, até porque esses Tempos lhes não são favoráveis. Eu disse que, nos últimos dias, enviarei à terra Moisés e Elias; mas a vossa geração não os reconhecerá. Eles não os ouvirão nem os compreenderão, mas maltratá-los-ão, rejeitando-os, tal como rejeitaram João Batista e Me rejeitaram a Mim Mesmo, como Messias.
Disse que, nestes últimos dias, surgirão muitos falsos Cristos, pelo que vos aconselhei a estar de sobreaviso contra esses falsos Cristos que, nestes vossos dias, são precisamente todas essas falsas religiões. Eu dei-vos a Minha Palavra e pus-vos de sobreaviso, de forma a não seguirdes nenhuma dessas seitas. Dei a Pedro a responsabilidade da Minha Igreja e pedi-lhe que vos alimentasse, que vos guardasse e vos amasse.
Solenemente, em verdade vos digo: Esta geração não passará, sem que tudo quanto Eu vos disse se cumpra. Por isso, não vos deixeis enganar, mas resisti aos vossos adversários, resisti àqueles que se opõem a Pedro. Eu Mesmo vos darei uma especial eloquência, para proclamardes aquilo que o Espírito, hoje, diz às Igrejas; não prepareis, pois, a vossa defesa... A figueira está amadurecida e o Meu Reino está agora perto de vós... 2 .
Rezai por aqueles que não compreendem; acreditar é também uma Graça que Eu Mesmo dou. Eu escolhi-vos e este é o motivo pelo qual vós sereis perseguidos; mas não deixeis que o vosso coração se obscureça; amai-vos uns aos outros e não julgueis. Que o Amor que vos mostrei seja o distintivo dos Meus novos discípulos, a fim de que todos possam reconhecer que vós vindes do Meu Redil e que sois filhos de Deus e (viveis) em Deus. Meus filhinhos, amai-vos uns aos outros, como Eu vos amo. Não rogueis sinais; contentai-vos com o que o Espírito agora vos oferece. Solenemente, Eu vos digo que depressa haverá Um Só Rebanho, conduzido e guiado por Um Só Pastor.
Eu sou Espírito e desejo Me adoreis em espírito e verdade, e não com palavras mortas. Por conseguinte, aprendei a rezar com o coração. Rezai por toda a Igreja; sede o incenso da Minha Igreja; e, com isto, quero dizer que rezeis por todos aqueles que proclamam a Minha Palavra, pelo Vigário que Me representa, pelos apóstolos e profetas dos vossos dias, pelas almas sacerdotais e religiosas, pelos leigos, para que todos estejam dispostos a compreender que todos quantos Eu citei fazem parte de Um Corpo: o Meu Corpo. Sim, todos vós formais um só corpo em Mim. Rezai por aqueles que se recusam a ouvir: que estejam dispostos, em vez de relutantes, a ouvir um sermão ou uma revelação inspirada pelo Espírito. Rezai, a fim de que compreendam como o Meu Espírito opera de modos diversos e como o Meu Espírito vos ensina, vos censura, vos adverte. Rezai, para que deixem que o Meu Espírito Se exprima livremente.
Disse-vos tudo isto antecipadamente, para que a vossa fé não seja abalada, quando chegarem os tempos mais duros. Recordai-vos, Meus pequeninos: Aquele que nunca foi provado, conhece muito pouco. Eu, por Meu lado, vigiar-vos-ei constantemente, mas desejo que também vós Me ofereçais o vosso total abandono, de modo a poder-vos formar como Me apraz. Desejaria que fôsseis como argila nas mãos de um oleiro. Pretendo modelar-vos a todos, de novo, à Minha Divina Imagem; pretendo voltar a dar-vos a divindade, que vós já tínheis, mas que perdestes.
Minhas flores... 3 Eu sou Aquele que mais vos ama. Abençôo-vos a todos, deixando nas vossas frontes o Suspiro do Meu Amor. Sede um.
- Vem, escuta a Minha Mãe.
A Nossa Santa Mãe:
- Recebe a Minha mensagem, Vassula. Minha flor, Eu te abençôo.
- Eu Vos bendigo, Santa Mamã. Estou a escuta.
Mensagem para a reunião de oração do dia 27 de Janeiro:
- A Paz esteja convosco. Jesus e Eu abençoamo-vos a todos. O Santo dos Santos esta no meio de vós e a Sabedoria é o vosso Mestre. Ouvi-Me. O Nosso Amor por vós é tal, que ninguém, na terra, poderá sequer aproximar-se da sua compreensão (Ninguém jamais viu Deus 4 ). O Santo dos Santos revelou à vossa nação a Sua Santa Face, manifestou o Seu Amor e mostrou-vos as Chagas do Seu Sagrado Coração. Deus amou de tal modo o mundo, que lhe enviou o Seu Único Filho, para que fosse o Sacrifício que apaga os vossos pecados, Ele que tem o Seu lugar à Direita de Deus Pai e que, pela Sua Infinita Misericórdia, desceu para estar convosco deste modo especial e para estar presente entre os Seus. O Santo dos Santos veio lembrar à vossa nação que vivesse em santidade, uma vez que Ele é Santo. Veio lembrar-vos que todos os mortais são como a erva e todo o seu esplendor é como a flor da erva. A erva seca, as flores caem; mas a Palavra do Senhor permanece eternamente (1 Ped 1, 24-25).
Meus pequeninos, a Vinha do Senhor, nestes vossos dias, estende-se a várias partes do globo e a Sua Voz ouve-Se cada vez mais, no vosso deserto. Ele multiplicará esses pequenos oásis do Seu Reino, de modo a que o Seu Reino, na terra, seja como o é no Céu. Não vos surpreendais, não fiqueis admirados; muito pelo contrário, rejubilai! Alegrai-vos por o Seu Espírito Santo Se estender, com tanta prodigalidade, a todas as nações, fazendo surgir novos discípulos. Se ao menos hoje Nos ouvísseis e não endurecêsseis os vossos corações, como no tempo da rebelião... O tempo voa e Eu imploro-vos que Nos escuteis, porque bem depressa Me não vereis mais.
Meus queridos filhos, vivei em Cristo, vivei n'Ele. Estai sempre preparados para ir ao encontro do Senhor, porque o Senhor está no meio de vós. Sede felizes e alegrai-vos Comigo. Continuai a fazer todas as coisas que tendes aprendido de Nós. Vivei as Nossas Mensagens e Deus vo-las fará compreender. Meditai nas Nossas Palavras, a fim de que, finalmente, se realize o Plano de Deus. A Sua intenção é transfigurar os vossos corpos numa cópia da Sua Divina Imagem. Ele pretende levar-vos a todos à Divindade e fazer de todos vós: Um Só Corpo, Puro e Santo. A união não será senão para Glória de Deus; vinde, pois, louvar o Senhor. Não sejais como os pagãos, diferenciando-vos entre vós, em Cristo. Todos vós que estais em Cristo deveríeis ajudar-vos mutuamente e, desse modo, cumprir a Lei de Cristo. Este é um apelo a todos os cristãos, feito pela Mãe do Senhor.
O Senhor prepara-vos a todos, a todos vós que estais sob o Seu Nome, para esse Dia Glorioso. Sim, o Senhor unirá o Seu Povo e libertá-lo-á de todos os males. A Misericórdia e a Justiça realizam maravilhas, como jamais aconteceu, depois de tantas gerações... e a União descerá sobre vós como a Aurora; e tão inesperada, como a queda do comunismo. Ela virá de Deus e as vossas nações chamá-La-ão O Grande Milagre, o Dia Abençoado da vossa história. Este Milagre será para grande Glória de Deus e, nesse dia, todo o Céu estará em festa e se alegrará profundamente... Esta a razão pela qual Eu vos imploro, Meus filhos, que vos mantenhais em constante oração e que vos ameis uns aos outros. Abandonai-vos inteiramente a Deus e Ele fará o resto.
Abençôo cada um de vós. A Minha Presença será sentida por muitos de vós, ao reentrardes em vossas casas. Amo-vos a todos.
1
Jesus faz alusão ao Seu Coração e ao de Nossa Mãe
2
Jesus disse isto com muita majestade, como se falasse de Si Mesmo
3
Jesus suspirou: um suspiro de Amor, unido a uma Tristeza Divina
4
"Ninguém jamais viu Deus" - significa que ninguém alguma vez compreendeu plenamente o Amor de Deus. Por conseguinte, nós não O vimos.
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jessicagilmarabd10 · 4 years
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Querida, escrevo para dizer que vou te deixar. Fui bom marido por 7 anos. As duas últimas semanas foram um inferno. O seu chefe me chamou para dizer que você tinha pedido demissão e isto foi a gota. Na semana passada, nem notou que não assisti ao futebol. Te levei na churrascaria que mais gosta. Chegou em casa, nem comeu e foi dormir depois da novela. Não diz que me ama. Está me enganando ou não me ama mais. P.S.: Se quiser me encontrar, desista. A Júlia, aquela sua ‘melhor amiga’ da academia e eu vamos viajar para o nordeste e vamos nos casar! Ass.: Seu ex-marido. Resposta: Querido ex-marido, nada me fez mais feliz do que ler sua carta. É verdade, ficamos casados por 7 anos, mas dizer que você foi um bom marido é exagero. Vejo a novela para não lhe ouvir resmungar a toda hora. Reparei que não assistiu futebol, mas com certeza, foi porque seu time tinha perdido e você estava de mau humor. A churrascaria deve ser a preferida da amiga Júlia, pois não como carne há dois anos. Fui dormir porque vi que a cueca estava manchada de batom. Rezei para que a empregada não visse. Mas, com tudo isto, ainda o amava e senti que poderíamos resolver os nossos problemas. Assim quando descobri que eu tinha ganhado na Loteria, deixei o meu emprego e comprei dois bilhetes de avião para o Taiti, mas quando cheguei em casa você já tinha ido. Fazer o quê? Tudo acontece por alguma razão. Espero que você tenha a vida que sempre sonhou. O meu advogado me disse que devido à carta que você escreveu, não terá direito a nada. Portanto, se cuida! P.S.: Não sei se lhe disse, mas a Júlia, minha ‘melhor amiga’, está grávida do Jorginho, nosso personal. Espero que isto não seja um problema… Ass.: MILIONÁRIA, GOSTOSA E SOLTEIRA.
Isso pode acontecer muitas e muitas vezes por ai pq as pessoas se recusam a ter uma conversa descente e isso pode-lhes mudar a vida ou nada.
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2º dia: 15/03/2020
Segundo dia em casa. Acordo e o pensamento é exatamente o mesmo. O que eu mais queria era receber a notícia que tinha se encontrado a cura... 
Vou às redes sociais e leio que nos Açores há o 1° caso de COVID-19, triste. E também leio a carta que o marido escreve à sua mulher enfermeira, tão bonito. Depois disto, decido parar de ler notícias fortes logo de manhã cedo.
Levanto-me e vou lavar as mãos. Os meus avós já estão acordados e a minha mãe hoje está de folga. Vá, Domingo em família. 
Após tomar o pequeno-almoço decido começar a dar asas à minha imaginação e escrever o primeiro texto para o blog da faculdade. Pego nos apontamentos que tirei no dia anterior e imagino o modo como gostaria que o meu blog fosse. Assim dou inicio ao texto, aproveito e aponto de imediato todas as ideias que vão surgindo para não me esquecer de nada para quando o criar. 
Volto a fazer Skype com o meu namorado e partilho com ele as ideias para o meu blog. Ele é mais criativo do que eu e tenta me ajudar com o título. "Conversas à solta", "Por falar em jornalismo", "Terapia da comunicação/do jornalismo". Ainda não tomei uma decisão, adoro todos. Eu e ele formamos uma boa equipa. Começo a fazer pesquisa para acrescentar informação credível acerca do jornalismo de televisão. Assim o meu blog tornar-se-á mais interessante. Pelo menos eu acho. Será que o professor também achará o mesmo? Espero que sim. 
Pego no telemóvel e vou às redes sociais. A Câmara do Porto publicou um vídeo a apelar às pessoas para ficarem em casa, só assim será possível voltarem ao Porto do antigamente. O vídeo é curto, mas o impacto das imagens é gigante. Imagens de jardins repletos de pessoas, de espetáculos de dança, da Avenida dos Aliados repleta de estudantes no cortejo académico, da Queima das Fitas, da festa continente... Segundo dia em casa e volto eu a ficar emocionada. As lágrimas vieram-me aos olhos. É surreal tudo isto que está a acontecer. Enquanto me dedico à redação do texto para o blog, esqueço-me da pandemia. Mas quando volto à realidade... O medo apodera-se de mim. Acho que o COVID-19, apesar de aterrorizante, está a causar um impacto enorme na vida das pessoas. Até ao momento, eu nunca tinha refletido ou agradecido a Deus por ter a oportunidade de puder abraçar as pessoas que mais adoro quando bem me apetecia, de ver a seleção a jogar em ecrãs gigantes na Avenida dos Aliados e no Largo Amor de Perdição, de ir a concertos e à Queima das Fitas, de cumprimentar as pessoas com dois beijinhos, de ir à faculdade e ter contacto com imensas pessoas, de encher o meu namorado de carinho e ele a mim, de partilhar com os meus amigos simples objetos e apontamentos... 
Coisas tão simples, mas que agora fazem tanta falta. Não nego, caiu-me uma lágrima enquanto escrevia este parágrafo. Já vos disse que o vírus me está a deixar ainda mais sensível?? 
Todos os Domingos estico o cabelo à minha avó e hoje não foi excepção. Enquanto o fazia, o meu avô saiu de casa para ir ao café buscar o jornal. Fiquei furiosa. Discuti em casa com a minha avó, no porquê de ele não cumprir com o que é aconselhado e a minha mãe concordou comigo. O jornal andou nas mãos de imensas pessoas... Chega a casa e eu e a minha avó discutimos com ele e dissemos-lhe para nunca mais ir buscar o jornal. Ele ri-se, mas espero que não volte a cometer o mesmo erro. 
245 infectados em Portugal. É sempre a aumentar... 
Entretanto, chegou a hora de almoço. Bife com ovo estrelado, batatas fritas e arroz. Delicioso. Hoje tenho a minha mãe a almoçar connosco à mesa. Podia ser assim sempre, principalmente nestes 14 dias de quarentena, mas amanhã ela já regressa ao trabalho. É complicado, mas lá tem de ser. 
A minha avó gosta de falar do tempo, se está frio ou calor, se chove ou se faz sol. Ela disse que ia chover, que o tempo estava incerto. Eu disse o oposto e ela disse que viu a meteorologia no dia anterior e que o céu de manhã cedo não enganava ninguém. Quem sou eu para contrariar uma mulher tão determinada e teimosa como ela? Exatamente. Ninguém. Nem o meu avô o faz, e se tenta... Exato. Fica pelo tentar. Adoro chocolate. Tenho imensos da kinder, decidi partilhar com a minha mãe e os meus avós. Todos aceitaram, gulosos. 
Alguns minutos depois, começa a chover. "Depois ainda diziam que eu era maluca.", ouço a minha avó dizer. Realmente ela tinha razão. Quando vejo a chuva afirmo, "É da maneira que as pessoas ficam em casa" e agradeço a Deus por tal. Até escrevi no Facebook, mas uma amiga minha respondeu-me dizendo que com o povo ignorante que temos, eles iam aparecer no Shopping. Enfim, até tento ter esperança que isso não vá acontecer, mas é complicado. As pessoas são ruins, não cumprem com o que lhes é pedido. Às vezes parece que preferem que se opte pelo mesmo da Itália e da Espanha, quarentena a todo o país. 
Acabo de almoçar, volto a lavar as mãos e a fazer Skype com o meu namorado. Acho que nunca imaginei que iria namorar à distância. Logo nós que somos praticamente  vizinhos. É caso para se dizer "Tão perto e, ao mesmo tempo, tão longe." Quando estou a falar com ele nem dou conta das horas passar então decido desligar a web para me focar no texto que preciso de continuar a escrever. 
Estou a adorar redigir a peça sobre esta jornalista. Tão interessante e tão profissional. Futuramente, também quero ter histórias para contar às pessoas sobre a minha profissão, histórias cativantes como as dela. Histórias que nos fazem crescer enquanto profissionais e pessoas. 
Contudo, a minha avó chama-me, pediu-me ajuda para colocar a bandeira de Portugal na janela. Atitude bonita, até a elogiei. Passado umas horas, uma prima minha pede-me ajuda para redigir um texto de apelo às pessoas para colocarem cachecóis e bandeiras nas janelas e varandas, como forma de apoio. Fi-lo com todo o gosto e acho que até ficou bastante apelativo. Decidi pegar na vitória do Euro 2016 para captar a atenção do povo e acho que resultou. 
Sem exagero, passo umas 3 horas a escrever, pesquisar, acrescentar, modificar, aperfeiçoar todo o texto e ideias para, mais tarde, pedir ajuda ao meu namorado na elaboração do blog para a peça jornalística. 
Entretanto, é hora de lanchar e lá vou eu preparar o meu pão com marmelada. Pouco tempo depois, a Ministra da Saúde fala ao país. Lá vou eu ligar a televisão. Diz que até ao final de Abril os casos vão ser imensos e que em Maio ainda vão haver muitos doentes. Meu Deus, isto não tem fim?? Eu quero regressar à faculdade, eu quero ter a minha última serenata e o meu último cortejo, eu quero cartolar com os meus amigos, eu quero abraçar os meus familiares e o meu namorado. Eu quero que volte tudo ao que era. Por favor, que estas previsões da Ministra estejam erradas, por favor! 
A minha avó até me veio dizer para apagar a televisão, que uma pessoa até fica doente só de ouvir estas notícias tristes. Obedeci ao que ela me pediu e terminei o meu texto. Enviei-o ao meu namorado e ele elogiou-o, diz que gosta de ler o que eu escrevo. Adoro que ele me diga isto, fico de coração cheio. 
Decido terminar por hoje as tarefas da faculdade. Converso com o meu namorado pelo Skype, com os meus amigos através das mais diversas redes sociais e rio-me um bocado com os vídeos que vão mandando para os grupos do WhatsApp. 
Porém, o Primeiro Ministro vai falar ao país! Enquanto as ministras pareciam estar mais calmas, o António Costa parece estar cansado e doente. Imagino que seja uma situação também muito complicada para ele, mas o homem até está a confundir certos dados. Hum, que estranho. Mas fala nas fronteiras! Amanhã a decisão final será tomada! 
É hora de jantar. Panados com arroz. Todas as semanas como panados e é sempre nos dias em que tenho treino. Apesar de estar sem aulas de dança, há rotinas que se mantém e os panados são uma delas. Enquanto jantamos em família, o Presidente da República também fala ao país e mostra-se grato aos profissionais da saúde e à todos os cidadãos portugueses. Discurso bonito, como sempre. 
Termino de jantar e decido criar o meu próprio blog para colocar estes textos que vocês estão a ler. O meu namorado está a ajudar-me. Estes textos são uma espécie de diário, onde eu vos conto o que faço e o que sinto ao longo destes dias de quarentena. Ainda não estou totalmente satisfeita com a aparência do meu blog, aposto que amanhã vou voltar a fazer alterações. Sou muito perfeccionista e o meu namorado também. Será que é por isto que somos feitos um para o outro? 
Faço uma pausa e vou tomar banho. Ponho creme no meu corpo e reflicto sobre a situação do país, até me dá aquela dorzinha de barriga. 22h! Eu, a minha mãe e a minha avó vamos para a janela! Cantamos o Hino Nacional! Fomos as primeiras da minha rua a tomar iniciativa. Há pessoas nas janelas a bater palmas. Enquanto cantava, fiquei emocionada. Quando saí da janela tive de respirar fundo para não chorar. São momentos que nunca irei esquecer, momentos que espero puder vir a contar aos meus filhos. Volto a fazer Skype com o meu namorado, também ele foi à janela. E recebo msgs dos meus amigos a dizer que também na zona deles cantaram o Hino Nacional. Incrível.
Após isto, decido com o meu namorado que no dia seguinte iremos ver Elite, uma série que víamos sempre juntos. Saiu a nova temporada há 2 dias e eu não sei quando voltarei a estar com o meu namorado pessoalmente, então chegamos a acordo. Sim, ambos somos viciados em séries e vemos algumas em conjunto. Se um de nós vir um episódio sem o outro é como se estivéssemos perante uma traição. Acho que os viciados nos vão compreender. Mas pronto, amanhã clicamos no play ao mesmo tempo e usufruirmos do momento. Mal posso esperar para voltar a estar agarrada a ele, no quentinho, a ver as nossas séries favoritas. 
Começo a ficar cansada de estar tantaaaaaas horas à frente do pc e decido ir escrever o texto que vocês estão a terminar de ler. 
Já lavei os dentes e as mãos. Já desinfectei o meu telemóvel, o teclado do pc, o rato e os comandos cá de casa. 
Já rezei. Agora vou dormir, que amanhã vou ter a minha primeira aula online. 
Obrigada, Portugueses! Obrigada, SNS! Obrigada, Deus! Todos juntos vamos conseguir! Fiquem em casa!
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