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#feitiço para coisas perdidas
wikibibs · 1 year
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Feitiço Para Coisas Perdidas- Jenna Evans Welch (+14 anos)
Willow se sente perdida no mundo desde o divórcio de seus pais, como se nenhum lugar do mundo fosse realmente seu lar. E sua maior convicção é que precisa viajar o mundo todo para encontrar onde se encaixaria. Seu plano é começar com um intercâmbio em seu próximo ano escolar, mas ele acaba mudando quando sua mãe (que não é a mais presente do mundo) acaba levando ela até Salem, já que herdou uma casa de sua irmã, a quem Willow nunca tinha ouvido nem falar.
Enquanto isso Mason acabou de se mudar para a cidade das bruxas para mais um lar temporário, que ele troca como roupas íntimas desde que sua mãe perdeu sua custódia. Mas dessa vez parece ser diferente, já que a mulher que o acolheu é amiga de colégio de sua mãe. Mason é apaixonado pelo céu e pelas estrelas.
E é assim que eles se conhecem. Willow entra na casa de sua tia sem que sua mãe saiba, no meio da noite, enquanto Mason queria dar mais uma olhada no telescópio que viu enquanto visitara a casa de dia com seu “pai” temporário, que é o corretor. Desde então parece que seus destinos foram entrelaçados.
A escrita da Jenna segue um padrão, desde Amor e Gelato (que eu não gosto tanto assim não), e como me apaixonei por Amor e Azeitonas resolvi dar uma chance para esse. E ainda bem que dei. Até porque já fui bem obcecada pela história de Salem e tive minha fase querer ser bruxinha né. Inclusive as tias bruxas são a melhor parte da história.
A única coisa que eu mudaria era: fazer dois livros ao invés de um com dois pov. Eu normalmente amo livros de romance com os povs dos dois protagonistas, mas nesse caso as duas histórias eram TÃO interessantes que eu facilmente leria um livro sobre a família Bell e a bruxaria e um sobre a história do Mason e sua adaptação com a nova família, então isso me deixou um pouquinho tristinha, mas a história é ótima. Apesar do romance acontecer bem rápido, não me pareceu nada forçado ou jogado, achei muito lindinho de ler. Meu coração ficou completamente preenchido de amor após essa leitura.
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silencehq · 2 months
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O Traidor da Magia foi levado primeiro para a Ilha de Circe. Um portal foi aberto dentro da Casa Grande direto para a Ilha para que Quíron, Argos e Dionísio pudessem levar o Traidor em segurança sem contato com os outros semideuses. A deusa os recebeu pessoalmente às 06h30 da manhã já com suas vestes impecáveis, cabelos bem arrumados e lábios vermelhos. Se Circe estava desconfortável por ter quatro seres masculinos em seu território, ela não demonstrou. Do lado direito da deusa estavam três filhas, do seu lado esquerdo, dois lobos e um leão descansavam tranquilamente parecendo dóceis, não inspiravam ameaça como deveriam. A deusa deu as boas vindas e os direcionou para o prédio principal do seu resort, o luxo sendo esbanjado em todos os lugares através de mármore branco, tecnologia e magia. O lugar recém reformado estava pronto para receber os visitantes. 
Todos foram conduzidos para um imenso salão privado que ficaria fechado o tempo inteiro durante a visita dos semideuses, era o que Circe chamou de a Sala do Trono. O motivo? O grande trono de névoa escura no meio do salão. Olhar diretamente para o trono deixava os visitantes com os olhos cansados e a mente um pouco confusa. Mas não estavam ali para admirar um trono, o Traidor da Magia foi chamado a frente para que Circe pudesse examiná-lo de perto. 
“Suas memórias estão voltando, semideus?” questionou com curiosidade apenas para vê-lo parecendo hesitante. Não precisava de uma resposta verbal pois um simples olhar para a Marca de Hécate, a deusa já suspeitava de uma teoria, só precisava ter certeza. Circe movimentava-se com passos graciosos, seu longo vestido branco parecia flutuar ao seu redor. Uma de suas filhas trouxe até a deusa uma bandeja de ouro com um vidro transparente e um copo. Uma poção. Assim que a deusa retornou para perto do semideus e abriu a poção, o líquido mudou de cor. De translúcido, virou azul claro. “Beba isso, semideus.” instruiu. Para evitar resistência, a própria deusa tomou um pouco. “É apenas uma poção da verdade. Agora tudo o que eu e você falarmos, será a mais pura verdade.” sua voz soava firme, segura de si. O Traidor da Magia não tinha escolha a não ser beber também o líquido. O interrogatório então começou. A Marca de Hécate brilhava num tom fraco de dourado e a deusa então não se intimidou em fazer perguntas sobre as memórias em falta do semideus. As respostas recebidas confirmavam sua teoria: ele não se lembrava de nada não porque tinha esquecido ou porquê Hécate colocou um feitiço para que ele esquecesse, na verdade, o homem não tinha ideia do que estava acontecendo. 
Para completar e terminar o interrogatório, Circe esticou as mãos e tocou as têmporas do semideus que ficou imediatamente mole, desmaiando. O Traidor, ao invés de cair no chão, flutuou no ar envolto em uma névoa roxa. A deusa tinha os olhos fechados e a mente estava visitando a do semideus, vasculhando encontros secretos que poderiam ter acontecido com sua mãe, procurando provas da culpa dele. Não havia. As memórias não estavam lá. A única coisa que encontrou foi confusão, medo e ansiedade. A mente que visitava estava perdida, confusa e terrivelmente apavorada. Aquela mente não era a de um culpado, era a de mais uma vítima da magia ardilosa de Hécate. Esbarrou por fim em uma única lembrança que parecia mais forte do que as outras, a sensação de pavor lhe cercava, teve um vislumbre do inconsciente dele lutando contra uma força que o prendia e entendeu.
E, para sua surpresa, Circe lamentou.
Em algum momento que ele foi usado, a mente do garoto lutou tanto contra a magia de Hécate que despertou. Em algum momento, ele ficou consciente enquanto Hécate lhe possuía. Através dos olhos dele, via todos os campistas no Acampamento Meio-sangue ajoelhados no chão, ouvia gritos distantes e sentia o medo terrível que todos emanavam. Ah, que truque baixo. Hécate tinha explorado os Defeitos Mortais dos semideuses? Zeus não iria gostar nada de ouvir sobre isso.
A mente do garoto tentava resistir mas a magia de Hécate era forte demais para lutar contra e até ele foi puxado para seu próprio pesadelo. Circe arrepiou-se com a tortura mental que aquilo deveria ter sido e saiu rapidamente para não espiar mais nada. Quando abriu os olhos e retirou seu feitiço do semideus, o deixou de pé sendo sustentado por sua névoa. Não sabia se ele estaria confortável com magia depois de tudo o que experimentou, mas era melhor do que cair no chão. 
Olhando para os diretores, a deusa tinha um sorriso que só podia ser descrito como divertido quando, com um movimento suave das mãos, tirou as pulseiras mágicas do Traidor. 
“Talvez da próxima vez que vocês prenderem alguém, aconselho que trabalhem com um curandeiro que saiba lidar com memórias. Hécate brincou com todos vocês, Quíron. De novo. Pelos deuses, vocês realmente não aprendem?” Circe parecia exasperada mas fez um sinal para uma das filhas que rapidamente lhe trouxe outro par de pulseiras, dessa vez eram pulseiras douradas. “Ouro Imperial e magia, uma arma e uma prisão eficaz. Hécate não conseguirá usá-lo de novo, pelo menos não se ele for o único.” 
A última palavra fez os diretores se entreolharem antes de se voltarem para a deusa. “O que você quer dizer com o único, Circe?” Dionísio questionou, os olhos estreitos para a Feiticeira. A pergunta divertiu a bruxa que não segurou mais a risada graciosa. 
“Vocês, homens, são todos iguais. Burros como portas! O semideus não tem magia própria, o símbolo que ele tem na mão? É sim a Marca de Hécate, mas também é um ampliador de magia. Está dourado agora por causa das pulseiras e por causa da poção que certamente o expôs. Mas o problema? Acho que é meio óbvio e eu já disse isso.” o sorriso malicioso esticava aqueles lábios vermelhos e a deusa rodeou o Traidor com interesse. “Ele não tem magia. Então outra pessoa tem. Alguém próximo, alguém muito mais forte. O garoto é apenas… uma cobaia, uma vítima. Uma vítima que despertou durante o pior momento possível e a tortura foi tão grande que a própria mente bloqueou a única memória que ele poderia ter sobre o assunto. As memórias dele não estão apenas em falta, elas simplesmente não existem. Presumo que minha mãe tenha aprisionado a mente dele e assumido seu corpo, já ouviram falar em possessão? Muito comum entre os deuses, quando queremos algo que não podemos fazer ou simplesmente não queremos?” a deusa calou-se apenas para que sua voz soasse do outro lado da sala, vindo de uma de suas filhas. “Apenas arranjamos alguém que faça para nós.” o sorriso da semideusa era idêntico ao da mãe. Os olhos da menina eram verdes, mas agora estavam roxos como o de Circe. Tão rapidamente como começou, a magia se foi e Circe voltou a falar por si mesma: “A magia dela ainda está nele, mas parece… fraca demais. Agora que ela já sabe que a cobaia foi descoberta, talvez desista de procurar outra vítima. Ou talvez… ela já tenha alguém no alvo. Vocês estão com o Grimório, não é?” ela nem esperou que os diretores concordassem, apenas caminhou para sentar-se em seu trono. A névoa se solidificou um pouco mas ainda parecia estranho olhar para aquilo. 
“Cuidado com as pessoas que tiveram acesso ao Grimório.  O garoto pode ser uma vítima, mas talvez quem está realmente por trás disso, não seja.” o alerta era claro, explícito demais para que os diretores ignorassem. Precisavam ficar de olho nos Filhos da Magia. “Estarei treinando os Filhos da Magia, ficarei de olho nos filhos de Hécate. Se eu notar alguma inconsciência, avisarei. Irei treiná-los para fechar a fenda e, como prometido, irei oferecer as respostas que vocês tanto esperam sobre a fenda.” a promessa foi reforçada, não precisava ser jurada novamente pois nem mesmo Circe ousadia quebrar um juramento feito para o Rio Estige. 
“Minhas filhas irão preparar um quarto para o garoto, Hécate sugou demais a energia dele e a minha magia também não foi gentil. Elas irão levar poções de fortalecimento e até a hora do almoço, ele estará com as forças recuperadas. A Marca de Hécate ficará escondida sob o glamour dessas pulseiras a partir do momento em que saírem dessa sala. Podem ir, vocês fedem.” enrugou o nariz em desgosto. Podia ter prometido que não faria mal a nenhum deles, mas ter que aguentar os homens por mais do que o tempo necessário ia além da paciência de Circe. 
Assim que todos saíram da sala e seguiram as filhas de Circe para o quarto que seria ofertado para o semideus, Quíron esperou que fossem deixados a sós enquanto as Feiticeiras se afastaram para pegar as poções para se voltar ao filho de Afrodite. “Devemos desculpas a você, Maxime. Mas dada a situação, não parecia haver outra possibilidade senão presumir que você era o verdadeiro culpado. Os semideuses serão informados e, quando você estiver restaurado, poderá assumir de volta os seus cargos tanto de Conselheiro do Chalé quanto instrutor de Poções e Venenos.” O centauro ofereceu as desculpas e Dionísio apenas os ignorou completamente, já começando a mexer no frigobar do quarto em busca de uma coca diet. As filhas de Circe trouxeram as poções e o tratamento começou. Desculpas talvez não fossem o suficiente para o quão complicada aquela situação deixou a vida do semideus, mas Hécate era ardilosa e tinha mexido com todos. De novo, aparentemente. O que quer que “De novo” significasse, iriam descobrir na última noite ali. 
O PRONUNCIAMENTO DE CIRCE
Após o fluxo de campistas diminuir passando pelo portal, a voz da deusa reverberou pela Ilha inteira com as seguintes informações: O filho de Afrodite não é um Traidor da Magia, bem, ele é, mas não de maneira voluntária e consciente; ele foi uma vítima da magia de Hécate que aprisionou a mente dele e o possuiu para realizar o ato de Traição. Circe explicou sobre as memórias não estarem faltando, a verdade é que as memórias não existem. O semideus teve sua energia vital drenada pela magia de Hécate, teve a mente aprisionada e torturada durante o último ataque.
A deusa informou também que ele está usando pulseiras douradas por precaução para evitar que Hécate tente usá-lo mais uma vez, que as chances de que isso aconteça são mínimas e que, dentro de sua Ilha, todos estariam seguros. Inclusive o semideus que antes foi considerado um Traidor consciente e voluntário ao invés de uma vítima. A deusa encerrou a transmissão desejando uma boa estadia para os semideuses e alertando os Filhos da Magia: “Os treinos começam às 19h e eu não tolerarei atrasos.” 
EXPLICAÇÕES DIRETAS
A roda de Hécate (ou Strophalos) é um símbolo ligado à deusa da magia. No meio divino é chamado de A Marca de Hécate, é conhecido por estar ligado à consciência da deusa, ser um ampliador de magia e um símbolo de abertura de caminhos. Para os deuses e semideuses, a presença da marca deixa explícito a submissão e a influência da deusa sobre a pessoa. 
A Poção de Fortalecimento que Mary Ann Bishop encontrou realmente expôs a influência de Hécate sobre o Maxime Dubois, de Afrodite. A Marca de Hécate começou a brilhar com um leve brilho dourado quando Quíron o mandou colocar as pulseiras mágicas que Circe mandou pelo HERMEX. 
A teoria de Circe, desde o princípio, foi que Hécate tinha usado o semideus. A deusa presumiu isso ao ver a Marca brilhando em dourado. Isso porque o brilho dourado marca resistência, se estivesse brilhando em preto, seria de fato uma marca feita de acordo com a escolha de quem a tivesse na pele.  
As pulseiras Mágicas de Circe, as que vieram pelo HERMEX, como dito na informação do evento, começaram a trazer lembranças para o semideus. Suas lembranças são poucas porque Hécate aprisionou sua mente e o possuiu para cometer o ato de traição. 
Para que não reste dúvidas, o momento da lembrança que Circe viu mais clara na mente do filho de Afrodite foi sobre o drop dos Defeitos Mortais. A figura encapuzada na frente da Casa Grande controlando por magia todas as visões dos semideuses era sim Maxime, ou melhor, era o corpo dele usado pela magia de Hécate. Foi ali que ele despertou momentaneamente por fatores que ficarão a cargo da player explicar. 
O importante é: ele foi uma vítima de Hécate. A deusa realmente brincou com todos ao utilizar o filho de Afrodite como cobaia de seus movimentos. Como Circe disse, é possível que exista outra pessoa por trás dos ataques. 
OOC 
Tivemos a primeira pegadinha do malandro do RP? Mais ou menos. De fato, o aprendiz da magia realizou o segundo ataque mas… ele foi forçado. Hora das desculpas, façam fila, queremos rir! 
Essa foi uma explicação sobre o Traidor para que não fique dúvidas sobre o envolvimento do aprendiz da magia, ainda vamos ter um BASTIDORES DOS ATAQUES mas isso será APÓS o fechamento da fenda. 
Tudo o que Circe contou, o pronunciamento de Circe é todo de conhecimento geral em IC. A parte do POV é para conhecimento ooc sobre como ocorreu o interrogatório. 
Agradecemos aos envolvidos oficiais e não oficiais nessa primeira parte do fim! Adoramos ver o caos que reinou na dash. 
Semideuses mencionados:
@maximeloi como o Traidor da Magia. 
@apavorantes como quem descobriu o poção que expôs o traidor. 
Lembrando que para acompanhar tudo na íntegra, basta olhar o andamento de todos os plots no POST DE ATUALIZAÇÃO. 
Tanto o Traidor da Magia quanto quem descobriu o culpado foi fruto de um sorteio na central, organizado com base nos voluntários que envolviam: Filhos de Hécate, Aprendizes da Magia e Filhos de Magia.
PORTAL DA TRANSPARÊNCIA
O culpado foi sorteado no início do plot do traidor mediante todos os nomes que demonstraram interessem em trair.
As pessoas que receberam as dicas, prompts oficiais e consequências oficiais (sonhos/problemas de saúde) foram sorteadas quais receberiam ao longo do plot mediante interesse da EQUIPE atualmente explorada (filhos da magia, filhos de Hécate, de Circe, Morfeu e Hipnos)
Quem descobriu o Traidor foi sorteado semana passada mediante interesse demonstrado pelos membros da EQUIPE explorada.
TODOS os plots foram desenvolvidos (e estão sendo até o final do fechamento da fenda) com base em diálogo com os players da Equipe dos Filhos da Magia e os Aprendizes da Magia.
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d4rkwater · 2 months
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𝐉𝐎𝐒𝐄𝐏𝐇 𝐁𝐀𝐑𝐊𝐄𝐑 ⸺ 𝖳𝖠𝖲𝖪 𝟥.
                                             ⸻ ・ ⸻
Pedir por uma noite tranquila parecia demais nos últimos meses, tanto que acordar no dia seguinte vivo e sem nenhuma surpresa era considerado, de fato, um milagre. Estava dormindo no chalé 3 junto a Yasemin quando ouviu a gritaria e o alarme tocando. Ambos, na euforia, levantaram da cama as presas e logo estavam juntos com suas respectivas equipes de patrulha. Joseph tinha suas adagas duplas em mãos, mas o anel em seu dedo denunciava que além delas, carregava consigo o tridente que havia ganhado na última missão. Como sempre se colocou atrás de Aidan, cobrindo sua retaguarda como sempre fazia, afinal, depois de inúmeros treinos juntos, tinham finalmente criado uma boa sinergia. Estavam seguindo na direção dos gritos quando o corpo do semideus pesou, cedendo sem controle algum sobre suas pernas, de joelhos no chão e com a cabeça pendida para trás enquanto seus olhos ficavam brancos.
O olhar confuso encarou a cachoeira e na sequência o início da fenda, local que passou a evitar desde o último incidente com Yasemin. A sensação que tinha era de puro desconforto, mas isso era só o começo, a ponta do iceberg. Sua mente foi tomada pelas vozes outra vez, no desespero tentou se afastar daquele lugar, mas de nada adiantou. Elas continuaram falando, gritando e ordenando para que jogasse algo valioso no abismo escuro. Não podia acreditar que o feitiço feito por Héktor e entregue por Quíron tivesse dado errado, não depois de tanto tempo em paz e sem ouvir um único ruído. Se já estava desesperador ouvi-las mais uma vez, seu pânico cresceu quando o corpo parou de obedecer. Joseph não tinha mais nenhum controle, nada do que fazia partia diretamente de si, começando pela forma como caminhava em direção a grande abertura e, assim como havia ocorrido antes, a barreira se abriu para que passasse.
Conhecia e muito bem àquela sensação. A raiva, o ódio, a tristeza e o arrependimento crescendo de modo descontrolado. A mente dividida entre continuar sã ou ceder de vez as mentiras que ouvia e machucavam. Elas sabiam muito bem como deixa-lo fragilizado, como pegar diretamente na ferida e abrir sem um pingo de piedade. Era sufocante reviver toda a sua trajetória até ali, tudo o que havia sacrificado para agradar a todos, especialmente um pai que nunca foi presente. Abriu mão do que gostava, das coisas que queria aprender ou fazer, apenas para ser um bom filho, aquele que dava exemplo e, quem sabe um dia, fosse o orgulho de Poseidon. Só ele sabia o quanto se doava ao acampamento, as pessoas que amava e a um proposito cruel. Não tinha controle sobre o corpo, mas era possível sentir as lagrimas escorrendo pelo rosto conforme revivia cada feito, incluindo suas oferendas sempre rejeitadas ou respondidas por outros deuses que não lhe deviam nada, mas que tinham certa compaixão.
Não queria aceitar, não queria viver naquele tormento outra vez, se recusava a acreditar. Se recusava a acreditar que tudo o que era dito e mostrado não passava da mais pura verdade. Quando foi a última vez que fez algo por ele? Em que momento, nesses 13 anos, deixou de se machucar para não machucar os outros? Quantas vezes mais iria se sacrificar por um deus que ignorava sua existência e, provavelmente, só o reclamou por piedade? Quantas vezes mais deixaria que o visse como fraco só por ser legal ou bonzinho demais? Quantas vezes mais deixaria de ser ele mesmo? As vozes tinham razão. Ele era fraco. Sua lealdade o limitava e agora era hora de quebrar aquelas correntes. De ser livre.
A batalha interna foi perdida no momento em que se rendeu as vozes e seu propósito. Sentiu que havia recuperado o controle do próprio corpo, mas a mente divida espaço com a nova razão. Ele nunca mais se rebaixaria ou correria atrás de migalhas. O olhar encarou a imensidão escura sem medo, pelo contrário, era tão convidativa que se permitiu fazer parte dela. Se antes ele queria ser o orgulho do pai, agora ele se tornaria o pior pesadelo de Poseidon. Independe de quem fosse o traidor, Joseph agora traia sua família, as pessoas que amava, ao ficar do seu lado. E como prova da nova lealdade, entregou-se como oferenda ao saltar na fenda. Nada poderia ser mais valioso do que a própria vida.  
Foi puxado de volta para a realidade no momento em que seria engolido pela escuridão, os palmos buscaram apoio na grama úmida pela friagem da madrugada, agarrando-se a elas enquanto tentava acalmar a própria respiração. O coração batia tão acelerado que podia senti-lo na garganta. Confuso, encarou os outros semideuses conforme se levantava. As pernas tremulas, assim como as mãos que se agarraram as adagas na falsa esperança de acalmá-las. Ele seria mesmo capaz de trair todos os seus amigos? De se juntar a quem quer que fosse? A sensação era esmagadora, horrível e de difícil descrição. Só uma coisa era certa... O mar estava agitado, confuso e extremamente perigoso.  
semideuses mencionados: @misshcrror @aidankeef @silencehq
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nvghtmcres · 11 days
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Não é nenhuma surpresa ver ELENA SARRATEA andando pelas ruas de Arcanum, afinal, a BRUXA DO COVEN OF THE SHADOWED FLAME precisa ganhar dinheiro como DONA DA LOJA DE LEMBRANÇAS PERDIDAS. Mesmo não tendo me convidado para sua festa de CENTO E DOZE ANOS, ainda lhe acho OBSTINADA e CONFIANTE, mas entendo quem lhe vê apenas como RANCOROSA e TRAIÇOEIRA. Vivendo na cidade HÁ SESSENTA E QUATRO ANOS, ELLE cansa de ouvir que se parece com EVA DE DOMINICI.
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nome: elena sarratea. apelido: elle. idade: 28 de setembro de 1912, 112 anos. local de nascimento: sevilha, espanha. espécie: bruxa. organização: coven of the shadowed flame. ocupação: dona da loja de lembranças perdidas e necromante. sexualidade: bissexual. altura: 1,68. cabelo: preto. olhos: verdes.
ABOUT
Em um pequeno vilarejo no sul do território argentino, um coven de bruxas ainda menor se disfarçava entre os mundanos. As mulheres da família Sarratea praticavam bruxaria para curar e proteger, mas sua especialidade era a necromancia. Muitas falavam com os mortos e invocavam feitiços para benefício próprio. Foi com a ideia de se tornar a mais poderosa entre elas que uma jovem bruxa invocou um demônio e tentou enganá-lo. Se aproveitando da tolice da mulher, a criatura amaldiçoou todo o vilarejo, provocando uma enorme enchente. Os moradores tiveram suas casas e plantações completamente destruídas, precisando deixar tudo para trás na tentativa de se salvarem. 
O incidente resultou na descoberta da verdadeira identidade das bruxas, que foram caçadas e queimadas. As que conseguiram escapar tiveram que fugir para terras distantes, se separando e dando um fim ao coven. No entanto, as mulheres descobriram que a maldição das próprias Sarratea estava apenas começando. Ao longo dos anos, uma lenda se espalhou pelos quatro cantos do planeta: Toda vez que uma Sarratea se apaixonar, terá seu coração roubado. Elena nasceu na Espanha e mesmo anos depois do acontecido, a história da família continuava sendo perpetuada. Sua mãe a criou com as raízes de sua terra natal, mantendo viva a chama do coven que um dia pertencera. As habilidades da bruxa para necromancia logo despertaram e Elena se tornou uma das aprendizes mais habilidosas. 
Elena passou a sua juventude praticando bruxaria e conhecendo novos lugares. Durante esses longos anos nunca teve a chance de se apaixonar e por isso acreditava que a maldição da família fosse apenas uma lenda antiga. No entanto, tudo mudou quando conheceu um homem esbelto e misterioso. O envolvimento de uma noite se estendeu por semanas, até que a mulher pudesse assumir que estava perdidamente apaixonada. Nesse momento, a figura masculina deu lugar a um demônio monstruoso, revelando a sua verdadeira identidade. Em seguida, Elena sentiu uma pontada no peito e depois um vazio. Era exatamente como ter o seu coração arrancado. 
Depois de ser enganada, a bruxa abandonou a família, detestando a própria linhagem por passar para ela aquele destino cruel. Durante a fuga, Elena foi atraída para um vilarejo na Alemanha, um lugar irresistível. Entretanto, ao chegar à Arcanum percebeu que era um beco sem saída e lamentou suas escolhas mais uma vez. Determinada a mudar a própria vida, a bruxa se juntou ao Coven of the Shadowed Flame, deixando o passado para trás. Abriu uma loja de lembranças perdidas, onde também praticava a arte da necromancia, e prometeu para si mesma que se tornaria a bruxa mais poderosa da região, independente do que custasse.
CONNECTIONS
001. MUSE 1 — Foi quem recebeu Elena assim que ela chegou em Arcanum. Por conta disso possuem uma amizade de anos e estão sempre se ajudando. 
002. MUSE 2 (sobrenaturais) — Para Elena, essa pessoa é como um mestre. Mesmo que tenha mais de 100 anos de idade, ainda tem muita coisa para aprender e é nessa pessoa que ela se inspira. 
003. MUSE 3 (humanos) — Elena costumava ter certa antipatia por humanos, mas isso foi até conhecer essa pessoa. Para ela, não há nada mais engraçado do que um humano preocupado com as coisas mais mundanas da vida, por isso acabou se afeiçoando. 
004. MUSE 4 — Desde que teve seu coração roubado, Elena se aventura em muitas relações superficiais. Essa pessoa é o seu casinho preferido e por isso estão sempre se encontrando quando bate a carência. 
005. MUSE 5 (demônio) — Essa é a pessoa culpada por toda desgraça na vida de Elena, ao menos é isso que ela pensa. Foi esse demônio, o responsável por enganar a bruxa e arrancar seu coração. 
006. MUSE 6 (bruxa) — Assim que chegou na cidade e bateu os olhos nessa pessoa, Elena soube que ela seria sua rival. Por ser uma bruxa poderosa e respeitada, Elena almeja ter tudo que ela tem.  
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mollymayfair · 8 months
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( ♡ ) — MOLLY MAYFAIR'S PROFILE.
get to know more about the daughter of circe.
Nome completo: Mary Margaret / Molly Mayfair  Apelidos: Mol, Mare ou Maggie  Idade: 22 anos Signo: Peixes Ocupação: Campista do Chalé #15 de Circe, Integrante dos Filhos da Magia e Instrutora de Transfiguração Pai Divino: Circe Arma(s): Adaga/Varinha Status: Viva Traços:  (+) Confiante, energética, apaixonada e bondosa (-) Obsessiva, avoada, curiosa e distraída Interesses:  Namoro, roupas, arrumar o cabelo, feitiços, livros de magia, poções para intolerantes à poções (isso nem existe ainda), livros românticos de fadas, tudo que começa com a letra ‘M’, astrologia, pessoas do signo de escorpião, capricórnio e áries (oof), Rachel Elizabeth Dare, profecias, magia elemental, ativismo ambiental, proteção da natureza, transformações mágicas e bruxos.  Desinteresses:  Pessoas caretas, preconceitos, pensamentos da vanguarda mortal, ciência até certo ponto, matemática, questões filosóficas que a fazem querer morrer, roupas cinzas/bege, a estética sem cor no estilo de abnegação do universo de Divergente, o universo de Divergente, pessoas maldosas, falta de empatia com o próximo, batalhas e monstros. 
RESUMO: Molly nasceu na Ilha de Aiaia, com o nome de Mary Margaret, filha de Circe. Ela nasceu com o dom de transformar qualquer coisa em animais, algo que sua mãe só conseguia fazer a partir de poções mágicas. Graças a isso, Mary Margaret se tornou sua ‘protetora’ mais requisitada, estando sempre na beira da ilha para enfeitiçar invasores. Só que um desses invasores, uma vez, foi uma família de bruxos que sequer tinham ideia de que estavam em Aiaia e ao encontrar uma pequena garotinha perdida, resolveram lhe resgatar e adotar. E então Mary Margaret se tornou Molly. E passou anos com a família Mayfair, que eram seguidores de Hécate. Foi somente quando completou 12 anos e a garota foi forçada a ir para o Acampamento, porque sua família foi atacada por monstros (ironicamente enviados por Circe, que acreditava que a garota havia sido sequestrada). Quando chegou foi reclamada automaticamente, mas se tornou uma situação porque ela não queria exatamente voltar para a Ilha e sua mãe acabou ficando um pouco ressentida. O relacionamento das duas é um pouco conturbado, mas elas se amam muito e Circe está sempre ali para proteger sua bebê. 
Seu nome de nascimento é Mary Margaret, e ironicamente “Molly” é um apelido para ambos. 
Ela ama a letra ‘M’, pois todos os seus nomes começam com ela. 
Ela é alérgica a poções. Ela não pode tomar poção mágica de nenhum tipo senão seu rosto explode e sua garganta fecha, não é nada bonito. Entretanto, a medicina mortal funciona perfeitamente na garota. Não é engraçado? A filha da Deusa das Poções Mágicas não pode tomar poções. 
Sendo uma bruxinha, claro que a Molly ama astrologia. Ela está sempre fazendo o mapa astral de geral, querendo saber qual o ascendente, qual a vênus e qual o marte, é mais incomum ver ela interagindo com alguém sem pedir isso antes do que o contrário. 
Ela é uma ativista em relação aos direitos animais e ao meio ambiente, trabalhando com isso em ONGs quando não está no Acampamento Meio-Sangue. 
Ela foi inspirada a se tornar uma ativista pela atitude de Rachel E. Dare durante o ensino médio. 
Entretanto, apesar de amar os animais e lutar pelos seus direitos, Molly não possui vontade nenhuma de fazer medicina veterinária. Ela acha que não teria o estômago necessário, pois sofre ao ver os bichinhos em dor, mesmo que ela estivesse ali para ajudar aquilo. A verdade é que tinha medo de não conseguir fazer nada, pois a culpa e o luto lhe matariam. 
Seu tipo favorito de feitiço é de makeover, geralmente com roupas e com cabelo, mas também já fez muitos feitiços com maquiagem. O melhor feitiço que já fez foi em si mesma, fazendo com que seu cabelo tenha mechas rosa ou azul claro, que mudam de tom de acordo com sua aura e com o que está sentindo. 
Suas cores favoritas são rosa, azul e lilás, mas em furtacor. Talvez porque sua magia toma o aspecto totalmente de furtacor e glitter, até mesmo quando não está mexendo com feitiços de cores. 
Molly era muito fã de Digimon, se inspirando desde pequenininha na Mimi Tachikawa para tudo. O fato de que ela também tem um nome com inicial ‘M’ só fazia a semideusa lhe idolatrar mais. 
Molly se refere a relacionamentos românticos como “sonhos” e nunca “pesadelos”. Ela acha que namorar é sonhar, então está sempre com essa mentalidade quando entra em um novo relacionamento. 
Apesar de se considerar uma “bruxa do amor”, Molly jamais faria algum feitiço com isso. Primeiro porque respeita muito o Chalé de Afrodite e segundo que ela acredita que não se deve influenciar as emoções de alguém com magia, porque amor é algo lindo e que deve surgir com naturalidade. 
Ela tem uma admiração especial grande pelos chalés de filhos de deuses conectados com a natureza. Ela sempre tenta se tornar amiga de alguém que é conectado com plantas, flores ou animais. 
Ela é fã de livros sobre fadas, principalmente ACOTAR. Ela gosta de ler as partes eróticas, mas também porque acha muito engraçado como as fadas passaram de mulherzinhas com asas de borboleta para homens sarados que são selvagens e transam de forma animalesca. 
Seu verdadeiro sonho é um dia formar o seu próprio Coven de Bruxas. 
Enquanto não tem seu coven, tem o seu Mirror Club, que se trata de uma organização de semideuses que gostam do bizarro. Eles se encontram para conversas sobre histórias de fantasmas, compartilhar gore que aconteceu durante suas missões e muito mais. 
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emicierri · 6 months
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Pós-aula
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❝Graças ao diretor, Emme descobriu que não precisava temer toques alheios — mesmo que viessem dele, quem menos esperava.❞
⋆˚✿˖° dire crowley & oc | conteúdo sexual | menção implícita de estupro | cosplay cc.
Aquele dia havia sido particularmente exaustivo para Emme Raude.
Desde manhã cedo, enfrentou uma série de desafios com as turmas que lecionava. Alguns alunos estavam completamente imersos na leitura, ávidos por explorar universos que os livros ofereciam. Outros, no entanto, pareciam completamente alheios ao poder das palavras, distraídos com conversas paralelas e qualquer outra coisa que não fosse referente a aula.
Tinha feito o seu melhor para inspirar, independentemente de seus diferentes níveis de interesse e capacidade. Conduziu discussões sobre os clássicos da literatura, interpretando poemas, explorando feitiços e analisando a origem de cada nome deles. Mas, no fim do dia, ela mesma estava exausta de tanta dedicação.
Ainda que fatigada, Emme sabia que eram emoções passageiras. A paixão que sentia pela leitura, a alegria de ver seus alunos se transformando à medida que descobriam as histórias e mensagens escondidas nas páginas, tudo isso a incentivava.
Conforme Emme caminhava pelos corredores da imponente Night Raven, as lembranças de sua infância começaram a inundar sua mente. Quem a via no auge de seus vinte e sete anos não cogitaria de que foi uma criança pobre e solitária, vivendo no seu próprio mundo.
Naquela época, jamais teria imaginado que se tornaria uma professora respeitada e amada por seus alunos, apesar dos desafios que a vida lhe impunha. Emme lembrava-se das tardes silenciosas que passava na biblioteca da pequena cidade onde cresceu. Seus pais trabalhavam incansavelmente para sustentarem-se, e ela muitas vezes se via só, perdida nas páginas de histórias que a despistavam daquela dura realidade.
Hoje, enquanto enfrentava turmas com alunos diversos, alguns dos quais não sabiam apreciar a preciosidade das palavras, Emme sabia que estava cumprindo seu dever enquanto professora. Ela lhes dava a oportunidade de descobrir o mesmo amor pela leitura que a ajudava em seus dias solitários.
A senhorita Raude segurava uma papelada, envolvendo-a nos braços. Tratavam-se de papéis com todo o cronograma, incluindo horários e futuros testes, tal como anotações pessoais sobre o desempenho de seus alunos. Decidiu dirigir-se à sala do diretor para entregá-los, sabendo que lá estaria segura até que a sala dos professores fosse destrancada.
Chegou ao seu destino, batendo na porta antes de entrar. Sem nenhuma resposta, abriu e viu o vazio. Caminhou até a mesa, colocando cuidadosamente os papéis sobre ela. O ambiente era elegante demais, transmitindo uma sensação de autoridade que sempre a fazia se sentir um pouco desconfortável.
Quando Emme se virou para sair, seus olhos se fixaram em uma figura alta e extravagante que apareceu repentinamente atrás de si. O diretor, vestido como sempre com seu terno escuro com detalhes brilhantes ao longo da peça. Seus cabelos assimétricos estavam à mostra, além de estar desprovido da capa que tanto costumava usar. Crowley a observou com um sorriso misterioso.
Emme deu um pequeno salto de surpresa, sentindo seu coração acelerar.
— M-Me desculpe, Sr. Crowley, eu só estava deixando uns papéis importantes em sua mesa — explicou ela, desconcertada.
O mais velho manteve seu sorriso e acenou com a cabeça.
— Sem problema, senhorita! É um prazer receber visitas inesperadas em minha humilde toca.
Ela não pôde evitar soltar uma risada diante da maneira única com que o diretor Crowley se expressava. Seu jeito peculiar e suas palavras elaboradas eram algo que ela nunca tinha presenciado.
— No momento não posso entrar na sala dos professores, por isso vim deixar tudo isso aqui — Emme explicou, tentando manter um ar sério, apesar da atmosfera descontraída que envolvia seu chefe.
— Bastava me pedir as chaves, estaria à sua disposição — afirmou, com aquele típico olhar que escondia segredos.
Emme, um pouco intimidada com a proximidade súbita do diretor, deu um passo para trás, mas seu traseiro acabou encostando na mesa, fazendo-a sentir-se encurralada.
— Supus que seu horário de trabalho havia acabado.
Dire riu suavemente, mantendo sua encarada por trás da máscara sobre Emme.
— Meu trabalho nunca termina! Sou um profissional ativo, e os negócios do colégio não têm hora marcada para serem resolvidos — ele afirma com orgulho, como se estivesse gabando-se de sua incansável dedicação. Ele recebeu risos debochados.
— Bem, espero que sua dedicação também inclua não perder os papéis.
— Confie em mim, senhorita! Sou tão atento quanto um corvo. Seus documentos estarão em boas mãos — Crowley jurou, colocando a mão sobre o peito de maneira teatral.
— Sendo assim, que a sua responsabilidade também se assemelhe a de um corvo.
O diretor apreciou a leveza e o bom senso de humor de Emme, e um sorriso sincero curvou seus lábios. 
— Soa diferente conversar com alguém que não me olha com desconfiança. Os alunos não parecem acreditar muito nas minhas qualidades — ele comenta, em um tom de brincadeira, mas que deixou Emme um tanto sentida.
— Acho que deve ser necessário tempo para que eles as percebam. Nem sempre nossas primeiras impressões sobre as pessoas são as melhores, mas um pouco de interação nos faz descobrir o que há por trás das aparências de alguém.
— Oh, então me considera um homem com algo bom a oferecer, professora? — sua voz buscava a resposta dela de forma diligente. Mas ela, tentando manter a compostura, permaneceu em sua fisionomia de sempre.
— Desculpe, mas não faço ideia do que está falando.
Num piscar de olhos, o rosto do diretor estava ainda mais próximo ao dela, e Emme se viu cercada pelo corpo esguio e grande de Crowley. Ele inclinou a cabeça em sua direção, e embora Emme não soubesse o que havia por baixo daquela máscara da qual cobria quaisquer fisionomias que formasse, ele a olhava com um nível de interesse que nunca havia sentido antes por alguém.
A mulher sentiu uma mistura de surpresa, tensão e curiosidade enquanto se encontrava naquela situação inesperada com seu próprio superior.
— Acho que vou gostar de conhecer o seu lado fora do profissional, senhorita.
Emme ficou atônita com a ousadia de Crowley, cujas garras falsas agora seguravam seu rosto com firmeza. Ela sentiu a pressão em seus dedos, mas o cuidado que ele teve impediu que causasse qualquer dano ao seu rosto maduro e macio.
Assim que as faces se aproximaram, Emme sentiu o hálito do diretor em seus lábios, mas a intensidade da situação a deixou aflita, indagando-se se ceder aos encantos do chefe naquele momento era seguro. Emme costumava pensar muito na sua reputação antes de fazer qualquer coisa, fosse no ambiente de trabalho ou longe dele.
Pensando demais nisso, virou o rosto, evitando o beijo que parecia iminente, com um pouco de apreensão.
— A senhorita está me evitando? — sussurrou ele, com compreensão na voz.
Emme sentiu o calor subir suas bochechas e uma onda de confusão a invadir. O momento estava se tornando mais complexo do que jamais imaginou.
— Não, eu só… — continuou ela, meio hesitante. — Eu só não quero fazer assim, e aqui. Alguém pode nos ver… — a última frase saiu trêmula e enfraquecida, pois seu pescoço foi beijado vagarosamente.
— Está fora de cogitação que alguém apareça — ele tranquilizou, fazendo com que Emme suspirasse alto assim que ele chupou a região. — E a porta está trancada.
Emme se perguntou em qual momento ele havia fechado a sala com chaves, ou se era um pretexto para o mesmo conseguir o que queria. Talvez a segunda alternativa se aproximasse à realidade, pois pelo tempo que conhecia o seu superior, ele mentiria para conseguir o que almeja. Pequenas pausas pairavam no ar enquanto o diretor Crowley enrolava alguns minutos.
Ele distribuía beijos pela bochecha e mandíbula de Emme, criando uma sucessão de toques suaves que aumentava à medida que Crowley explorava cada centímetro da pele dela através da boca, selando-a no canto de seus lábios.
— Diretor, nós não podemos… — em vão, Emme tentava convencê-lo de impedir o que aconteceria entre eles.
— Está sendo impossível esconder minha atração pela senhorita! Todos os dias, me pego pensando em como é seu cheiro de perto, quão suave é sua pele e qual é o gosto do seu beijo — ele segurou sua face mais perto, encantado com a cor esmeralda nos olhos dela. — Deixe-me experimentar, professora.
Com um aperto na cintura, Crowley deixou explícito seu desejo pela mulher à sua frente. Desejava que ela descobrisse seu interesse e fizesse bom proveito disso, entregando-se às investidas do diretor. As orbes olhavam para baixo, querendo responder, mas permanecia sem saber como agir diante daquela declaração.
Para conseguir sua resposta, pressionou os lados dela com mais firmeza, enquanto lambia sua orelha por dentro. Não era acostumada com nenhum tipo de contato físico, então desconhecia como reagir aos toques de Crowley, embora o quisesse demais.
Contendo os gemidos, fincou as unhas nos ombros dele, ação que o fez sorrir contra seu ouvido. Subitamente, os lábios arroxeados do superior se encontraram com os dela. Emme só não esperava que fosse ser beijada afoitamente, sentindo a língua habilidosa do diretor encontrando-se com a sua. Se esfregavam na outra com desespero, e para Emme, demorou alguns segundos para acompanhar o beijo, era rápido demais para dar conta. Segurou a parte de trás dos cabelos dele e tentou ter domínio, mas obviamente falhou. Era um ósculo carregado de luxúria, onde nenhum dos dois tinha previsão de pausa.
Emme interrompeu por pouquíssimos segundos para pegar ar, mas só foi possível por um curto período. Crowley invadia sua boca violentamente, enquanto fios de saliva se conectavam. Emme soltava suspiros pesados à medida que acompanhava o beijo, tendo o corpo envolvido pelos braços surpreendentemente fortes dele.
— Eu não consigo… parar de te beijar… — ele balbuciou, partindo para degustar um pouco mais daquele contato.
Sem mais resquício de fôlego, Emme afastou seu corpo, para recuperar a respiração que perdeu. A visão de seus lábios inchados, ainda preenchidos pelo resistente batom escuro, fascinou Crowley, do qual se deleitou com a fisionomia da professora. Sua língua para fora, o rosto vermelho, tudo isso contribuía para levar o homem à loucura.
— Como você é linda — Crowley segurou seu queixo, o acariciando. — E seu beijo é doce como você, minha querida.
Afastou uma mecha de sua franja, podendo apreciar mais do seu rosto. Poderia olhá-la por horas, ele nunca se enjoaria.
— Sr. Crowley… Eu nunca fiz com alguém que eu gostasse. Sendo assim, não sei como me comportar fazendo isso — foi sincera, colocando as mãos em seu peito.
Emme tinha vergonha de admitir aquilo. Sua primeira experiência sexual foi trágica, e desde então nunca mais fez com ninguém.
— Está dizendo que gosta de mim?
— Não, eu… Quer dizer…
— Porque eu sim, senhorita Raude. Eu me prendi em você, e eu poderia degustar de você todos os dias se me permitisse.
Nada foi respondido, permanecendo em silêncio por alguns segundos, até surpreendê-la ao levantar seu corpo e posicionar em sua mesa. Emme se apoiou em seus ombros, se assustando de leve com o acontecido. Avistou um sorriso dele, que em seguida aproximou-se do pescoço da jovem moça e começou a chupá-lo sem sutileza, proporcionando à Emme uma sensação gostosa.
— Você está toda arrepiada, meu amor — tocou os braços dela com cuidado, descendo as garras até a barra de seu vestido, levantando aos poucos até que pudesse alcançar as coxas por baixo. Com isso, agarrou com força, alisado-as. — Macias. O que sente quando toco aqui?
Apertava as coxas da mulher, sentindo a espessura da carne, tudo isso enquanto tinha a boca próxima ao ouvido dela. Porém, decidiu usar a boca para lamber as coxas, mordiscando toda a região com fome de sua pele. Ele fazia tudo isso enquanto a olhava fixamente, mostrando o quão habilidosa sua língua era.
Passou a tatear sua bunda, começando gentilmente para poder apressar os movimentos depois. Emme estava sendo tomada pelo diretor que tanto achava misterioso, quando agora descobriu um de seus segredos: era desejada intensamente por ele.
— Acho que agora sei minha parte favorita em seu corpo~! — disse ele, fazendo menção às nádegas, que as apertou mais uma vez.
— Sr. Crowley… — chamou com manha, como se estivesse querendo dizer algo.
— O quê? Me diga o que quiser, querida.
— Estou… ardendo… aqui embaixo…
Prontamente captou, olhando para a virilha ainda coberta pela calcinha. Ele lambeu os próprios lábios, mais ainda ao ver uma mancha mais escura na peça. Agarrou com os dígitos, mas foi repentinamente parado por Emme. Olhou para ela, que se preocupou com a expressão que a mesma apresentou.
— Eu não posso — segurou sua mão com certa força, mas Crowley relaxou o músculo para que a acalmasse e mostrasse que não queria obrigá-la a nada.
— Não tenha medo — acariciou seus quadris delicadamente. — Não farei nada que te deixe desconfortável, porque sou muito legal~!
Emme se constrangia sempre que estava prestes a fazer aquilo com alguém, sendo muitas vezes obrigada a ouvir calamidades quando recusava se envolver sexualmente. Ela pensava que nunca entenderiam que sexo é complicado para alguém que fez sem paixão, cuidado e principalmente consentimento.
— Posso mostrá-la que não farei nada que desgoste, meu anjo? — ele indagou, com uma voz amável.
— Seja gentil… por favor.
Por trás da máscara, seus olhos brilharam com a confiança que Emme provou ter para com o diretor. Ele imaginou que teriam que parar por ali, o que para Crowley estaria tudo bem.
Mas voltando para onde estavam, ele abaixou sua peça íntima, que estava umedecida, indicando que a ardência que Emme sentia vinha da excitação. Removida completamente, teve a bela paisagem de sua intimidade lambuzada de gozo, que pulsava.
— Nem meti e está toda molhada — colocou toda a mão por baixo dela, estudando como Emme reagia a cada ação. Era tão sensível que ficou trêmula somente com aquilo. — Tão delicada. Gostaria de te sentir por dentro, mas por hoje usarei meus dedos. Vê como sou legal, senhorita?
Emme aguardou pelo que viria, que foi os dedos compridos de Crowley adentrando sua cavidade bucal, já sem os anéis pontiagudos que costumava usar. Ela não moveu um músculo, como se não soubesse o que fazer no momento.
— Chupe, querida. Faça do jeito que sabe.
Aos poucos, compreendia que a inexperiência de Emme a deixava nervosa, e consequentemente sem saber como se comportar. Mas aquilo tornava tudo mais excitante, a ingenuidade dela só o estimulava a ir mais além do que onde se encontravam.
Abrindo a boca vagamente, Emme colocou os dedos do diretor dentro, envolvendo a língua entre eles. Fez aquilo enquanto olhava para Crowley, como se estivesse querendo saber se estava indo bem. Nisso, gemeu para dentro quando ele adentrou mais fundo.
O mascarado simulou uma penetração com os dedos, alcançando o fundo da garganta da professora, da qual ofegou com o ato, mas continuou. Era saboroso provar um pouco dos dígitos de seu superior, que assistia tudo com um sorriso nada inocente. Emme mexia a cabeça para trás e para frente, consecutivamente, com o rosto rubro de vergonha.
Crowley tirou os dedos dali, que com eles, lambuzou os lábios dela com a própria baba da mesma, ficando tão cintilantes e atraentes que o homem se viu induzido a beijá-la. Fez isso enquanto apalpou as nádegas dela, entre apertos. A senhorita Raude se apoiou no peitoral dele, o surpreendendo ao perder a timidez em beijar.
— S-Senhor… — gaguejou, tentando implorar por mais.
— Não pare, me deixe te provar.
Puxou-a para outro beijo, a boca já seca de tanta saliva que perderam. Para esquentar, Crowley posicionou as pernas da parceira por volta do seu quadril, para que pudessem ficar mais colados ao outro. O busto dela se pressionava ao de Crowley, propiciando uma sensação gostosa a ele, que estava de olho nos seios dela desde que se envolveram naquela noite.
Mas tinha uma área que achava mais interessante.
— Tudo bem pra você se eu meter agora?
A respiração de Emme estava acelerada o bastante para não responder de primeira, olhando-o por longos segundos para se certificar de que realmente confiava nele.
— Sim…
Com mais um ósculo iniciado, Emme prontamente sentiu seu íntimo sendo invadido. Ofegou, justamente pelos dedos terem raspado no clitóris. Crowley realizou movimentos repetidos, mas que estavam sendo um tanto árduos pela pouca abertura que a vagina possuía. Mesmo assim, aquilo o incentivou a continuar, indo mais rápido e profundo que conseguisse.
Deleitava-se com os gemidos agudos de Emme bem pertinho de seu ouvido, enquanto ela enroscava os braços ao redor do pescoço dele. Dedilhou por dentro com certa rapidez, sendo um pouco difícil para Emme se adaptar. Pelo desconforto, tratou de agarrá-lo mais firme, como se seu corpo amenizasse a sensação. A vagina piscava em alguns momentos, engolindo os dedos por conta própria.
— Gulosa…
As mãos de Crowley se estenderam para acariciar suas curvas, traçando linhas lentas ao longo de seu corpo antes de pousar em seus seios empinados. Ele os apertou e amassou com força, provocando gemidos de prazer nos lábios de Emme.
Seus dedos traçaram círculos ao redor de sua entrada, aplicando uma leve pressão até que ela relaxou o suficiente para que ele deslizasse para dentro. Com um movimento rápido, ele empurrou mais um dedo profundamente em seu buraco apertado, fazendo com que seus músculos ficassem tensos. Inclinando-se para frente, ele começou a empurrar ritmicamente, atingindo o ponto sensível dela com cada impulso.
Enquanto aumentava o ritmo, o suor escorria da testa dela. Ela arqueou os quadris para cima, encontrando cada impulso, implorando por mais. A respiração deles ficou mais pesada à medida que seus corpos se moviam em sincronia.
— Ah, deliciosa… — ele ofegou entre as estocadas.
Sua outra mão alcançou por baixo de sua bunda, levantando cada lado de sua nádega rechonchuda, expondo sua intimidade estreita ainda mais para ele admirar.
Crowley retirou-se completamente antes de entrar novamente em sua entradinha molhada, desta vez penetrando mais profundamente do que nunca. Ela gritou com uma mistura de dor e prazer, suas paredes se alargando aos poucos. Mesmo ambicionando por mais, acabou antecipando o orgasmo que tanto se aproximava.
Seus gemidos se transformaram em choramingos quando ele acelerou. Ela agarrou a borda da mesa com força, as unhas cravando-se no material frio, deixando marcas crescentes em seu rastro. O suor escorria por seus corpos, misturando-se em uma bagunça pegajosa. Suas respirações tornaram-se irregulares, combinando perfeitamente com o ritmo um do outro.
Após vários minutos de intenso dedilhado, ambos atingiram o clímax simultaneamente. Emme ejaculou em sua mão, liberando mais líquido do que deveria. O gozo deixou Crowley bem melado ali, porém não fez questão. Lambeu cada lado da mão, saboreando o gostinho que ela possuía.
— Prefere comer coisas amargas, senhorita? Seu sabor é tão azedinho~!
Emme ainda se encontrava desnorteada, sem saber o que fazer, ou falar. Estava uma completa bagunça, com as pernas abertas, restos de gozo deslizavam por sua entrada. Com a mente nas nuvens, demorou alguns segundos para voltar à realidade.
— …eu não gosto de coisas doces — respondeu à dúvida de Crowley, que o surpreendeu por achar que ela não havia ouvido seu comentário.
— Contraditório, pois você é um docinho — flertou, segurando seu rosto. Emme se permitiu abrir um sorriso, dando um beijo rápido nele.
— Eu deveria ir — Emme diz, lembrando de um detalhe em seguida: — Não esqueça de guardar os documentos.
Crowley formou uma fisionomia séria por um instante, como se tivesse entrado em transe por um momento. Olhou para um lado e outro, sequer lembrando da última vez que os viu.
— Ah…! Os documentos! Onde os coloquei mesmo?
Ela deu uma bela revirada de olhos e cobriu o rosto com uma mão, desacreditada.
Quando ouvia os alunos reclamando da desatenção do diretor, não imaginava que fosse pra tanto.
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sentimentosindeleveis · 7 months
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Última Carta de (des)Amor
Esta será a última carta de amor sobre nós. 
Talvez eu seja obcecada em narrar minha vida, Mas se minha vida é minha Quero me assegurar de estar com a caneta E com a tinta. 
Nós fomos longe em nossos emaranhados,  quem foi o pior?  Eu ou você?  Queria dizer que o imbecil foi você,  mas se me coloco a  pensar,  tentar entender…  vejo que fui pior que você,  pois eu sempre soube o que viria acontecer, mas meu apego me fazia  querer…
E você dizia que eu era uma feiticeira, Mas quem fazia o feitiço era você. Quem compõe um rap para uma mina que conheceu há dois dias?  Você foi o malandro mais malandro que eu conheci em TODA minha vida. 
Você é abusivo?  Ou eu sou vitimista? Qual o desfecho oficial? Qual o final? A gente é artista? Tá perdido na vida? Por que você me machuca, afinal? Eu vejo que há amor, mas o que é o amor? Isso é amor Ou é só dor?
Amor, para mim, é eu estar lá para o meu amor quando ele me chamar Amor, para mim, é me conectar tão intensamente que as falas passem a ser mínimas Pois um ao outro sente, pressente, entende...
Você estava lá, mas nem sempre soube como estar Me fez pensar ser inconveniente  Quando eu havia rompido todos os limites para permanecer contigo Naquele dia em que eu penetrei no seu ego Expondo o contexto: tinha descoberto  que você havia mandado um vídeo meu na cozinha, fazendo comida, para amigos seus E ainda insistia que eu fiquei com meu amigo, sem eu nunca ter feito isso Eu estava namorando com um cara que gravou um vídeo Enquanto só ficávamos, para se exibir, talvez… Ou só me objetificar… não sei.
Naquele dia eu quis o deixar, eu já o amava mas não dava pra acreditar Que você não tinha escrúpulos. Eu fiquei tão ressentida, Magoada, perdida Agora que consigo entender O que me falou quando estava muito embriagado Me olhou com cara de dengoso (E a essa altura da noite eu já havia o perdoado faz tempo Pois tenho coração de trouxa), E perguntou se eu iria o deixar, Você estava com medo Eu não tinha entendido que era sobre aquele momento Meu lindo… Eu nunca deixo quem eu amo E nem desprezo minha profundidade Quando eu entro, como te avisei bem,  Eu não sei viver sem… Pois, para mim, é sobre parceria na jornada da vida Não apenas sobre mera companhia Eu não quis destruir seu ego por prazer, eu quis o mostrar... Eu queria que enxergasse para se curar.
Seu medo de ser ferido sempre o fez tão reativo Quantas vezes me insultou, quis me reduzir Sendo que eu bem sabia o ser humano que tinha sido até ali. E o que eu fiz para ti? Mas você precisava da minha pequeneza, Ao menos, achava que precisava, Mas na verdade, meu bem Eu te amava Por nada na vida eu te deixava
Sabe, você deveria sair da zona da conquista Ela que ocasiona a defensiva Quando a gente é fluído, as coisas acontecem Não precisa forçar, É só deixar rolar Eu lembro que se aproximou de mim elogiando minha relação familiar Lembro de uma foto que postou da sua mãe para a elogiar, Mas eu não me atentei que foi uma manifestação excepcional, Não face do mundo real, Você tinha um dia específico para ligar, tratar, negociar.. E logo começou a criticar a minha maneira de me doar Eu tinha que aprender a me controlar Deixa minha família se virar. Sua racionalidade o levava para longe Tão longe… O colocando em grandes cenários Mas seu coração, que é tão lindo, Você esqueceu… acho que aí dentro… Eu juro que tentei adentrá-lo… mas é um campo-minado... E meu coração não é de aço.
Meu bem, diga a verdade que já foi dita antes Você chegou a querer me engravidar propositalmente Definiria nossos destinos assim, me seguraria permanentemente. Mas eu sou borboleta Quero alguém para saltar Não aterrissar E você quis me levar, Mas nunca soube observar Que para borboleta se manifestar O casulo precisa se alimentar A lagarta precisa se transformar E a existência é um reinventar  E o amar é sobre viver e estar Não sobre apenas apoiar, mas sobre se encantar Vivenciar, contemplar…
Do meu primeiro amor, Para este, Devo confessar Estou bem a frente..  A decepção a se superar naquele  foi a não construção de uma família tradicional e de um ser humano operacional.  Desta vez,  eu preciso superar  aquilo que nem tenho coragem de expressar Por não querer ver alguém replicar. 
Em todas as vezes em que você se foi, amor Eu clamei por você inconscientemente,  Enquanto tentava me convencer de que estava obedecendo o fluxo do rio. Mas nós estávamos com o remo.
Desta vez, não quero prolongar com nossos intermináveis diálogos,  Eu desejo apenas encerrar O momento foi O rio correu Virou história Registrou-se na memória
O Universo aproximou-nos com um propósito E todo esse emaranhado é o nosso legado.  Voa Voemos Você foi o maior zé mané  Que eu já vi Mas também uma das almas mais lindas  Que já conheci.
Fechando oficialmente, cabe ao Mestre Djonga: “Um Show de Truman, vivemos juntos Um milhão de traumas criamos juntos É, um filho lindo fizemos juntos É-é, essa porra até valeu a pena"
Gratidão, Universo.🌷💚
-Karen Dias
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Nell Park: All In
As pálpebras se moviam de um lado para o outro, deixando claro que o seu despertar seria mais uma vez turbulento e cheio de espasmos. Tinha dado uma melhorada agora que estava em território francês, mas ainda assim, suas noites eram formadas por sonhos inquietos e manhãs cercadas de gritos mortos por pesadelos horripilantes. E ela queria dizer que eles eram novidade em sua vida, mas Nell tinha aquilo como uma companhia constante.
Quando terminou de se debater nos lençóis, pegou a varinha na cabeceira da cama e segurou firmemente. Nunca soltava dela e era praticamente extensão de sua mão. Até mesmo quando estava tomando banho ou dormindo, era a uma distância de dois dedos de sua cabeça e ela já estava armada. A segurança que sentia vinha do conforto de que poderia se defender. Ela, e ninguém mais por ela. Nem mesmo a figura pesada que adormecia ao seu lado.
Olhou para o homem por alguns segundos, antes de torcer o nariz e se levantar da cama, sem fazer nenhum som. Levava poucos minutos para se enfiar em seu vestido, casaco e botas, saindo dali o mais rápido possível, deixando para trás apenas resquícios de sua presença. Ao aparecer na delicatessen de sempre, os cabelos presos em um coque feito às pressas, a atendente lhe lançou um olhar longo em reprovação e cumplicidade.
— Segunda vez na semana, Senhorita Park — ela lhe diz, batendo o pedido no caixa antes mesmo que Nell abra a boca.
— É meio solitário no castelo, então me viro como posso — esclareceu, piscando de forma tão inocente que parecia mesmo que era uma desculpa plausível.
— Ao menos compensou? — a outra seguiu a conversa, preparando o desjejum comum da mais nova.
— Foi alguma coisa — Nell deu de ombros, uma das mãos enfiada no bolso, segurando a varinha. — Ele não era bem o meu tipo.
— O quê, ele não era casado?
Aquilo tirou uma risada de Park. Era a história da sua vida, mesmo, não podia negar.
— Ele era apenas mais um desses caras que se acham poetas por trabalhar em um escritório em frente ao rio — estalou a língua no céu da boca. — Nada realmente especial, aqui em Cannes você balança uma árvore e cai uns cinquenta do mesmo tipo.
A atendente riu, antes de deixar na mesa da garota o café espumoso e seus croissants recém saídos do fogo.
— A verdade é que se você não está sendo ameaçada de morte, não está feliz.
Park sentiu um arrepio nas costas, sabendo o quanto que aquilo era verdadeiro. Apenas sorriu e concordou, com uma frase espertinha antes de sorver o café em silêncio. Aquilo também era reflexo de sua memória permanente, ela sabia. Uma espécie de alívio por estar em situação limite o tempo todo, porque era para isso que ela estava programada e não sabia como quebrar o ciclo.
Começou quando estava no Salem Institute for Young Witches. Quando era só uma adolescente que fazia performances aos seus 13 anos nos jogos intercolegiais, representando o instituto. Quando uma das jogadoras de quadribol do outro colégio de magia para garotas parecia possuída por uma entidade e começou a disparar feitiços contra todos eles, assassinando um número de adolescentes sem precedentes em um evento daquele porte. Nell mergulhou entre os cadáveres de seus colegas e ficou ali, imóvel, desacelerando seu coração em uma tática que tinha aprendido em um livro. E por parecer morta, nada de fato lhe atingiu, dando tempo de pedirem reforços e a MACUSA aparecer. Eles disseram que a jogadora tinha perdido a cabeça e que seria levada a uma das unidades terapêuticas do país, que sentiam muito pelas vidas perdidas, que investigariam o assunto. Mas nada disso iria tirar o terror dos olhos de Nell, que num momento estava sendo jogada aos ares em uma competição de líderes de torcida e no outro estava vendo a garota da sua equipe com o pescoço quebrado ser lançada para o outro lado.
— Preciso ir. Para a diretora dizer que não me paga para ficar turistando por Cannes, não custa nem meio segundo — comentou, lançando os sickles sobre a mesa, antes de sair, piscando para a atendente. — Te vejo no próximo fim de semana.
O caminho para a escola era perigoso, como tudo o mais. Franceses gostavam de resolver as coisas com queimas grandes de fogueiras e desde que a reforma do sistema de ensino foi vazada para a população, a frente do Ministério era tomada por protestos que pareciam acidentes para os trouxas, mas toda a comunidade bruxa sabia que não eram vazamentos de gás e sim ameaças contra o presidente do estado bruxo. Desviou de duas barricadas suspeitas antes de chegar no castelo, a expressão vazia e arrogante de sempre quando surgiu razoavelmente apresentável na sala dos professores, aguardando as decisões da semana.
— Lim, Lim — cumprimentou os dois irmãos platinados que estavam ali, antes que ela se afundasse em uma das poltronas dali, cruzando as pernas, parecendo pensativa. — Como que eu tenho a sua mesma idade e ainda assim acabei como estagiária e você saiu direto do exército para ser professor?
— Você não saiu correndo do seu estágio pela metade quando chegou aqui no meio do ano letivo passado? — Seungmin Lim perguntou a ela, arqueando uma sobrancelha. — Algo sobre tentarem matar você na Coréia do Norte?
Sim, tentaram. E ela não saiu fugida daquele país porque ela era uma americana que falava inglês nas suas cartas para a sua mãe em Massachusetts, que mandava fotos de seu alojamento e deixava claro que só estava fazendo seu estágio ali na escola porque era o lugar mais barato que seus pais podiam pagar e ela ainda era membro do time atlético para compensar sua estadia e que por causa disso tudo o governo queria pegá-la para levá-la a uma prisão não registrada. Ela saiu no meio da madrugada em um barquinho com foragidos, até a China, e de lá se matou para juntar dinheiro para chegar na França e concluir seu estágio por causa de uma ameaça maior e pior que "desaparecer" para autoridades.
— Uma garota nunca revela seus segredos — rebateu, antes da chegada da diretora e do vice-diretor na sala, seguida dos demais professores e estagiários da instituição. Durante a reunião, entretanto, as cartas matinais foram entregues, e Nell riu em descrença quando viu a insígnia na que ela tinha recebido naquela manhã, sussurrando baixo consigo mesma: — Eu sabia: a aluna favorita para sempre.
Guardou o papel na sua pasta, sem nem mesmo abrir. Das duas uma: ou era o professor casado com quem tinha caso na Coréia do Norte ou a professora esposa desse mesmo professor lhe ameaçando deixar careca mais uma vez. Das duas hipóteses, Nell não tinha muita vontade de saber naquele momento. Ouvia a conversa descontraída sobre um happy hour em Londres no fim de semana e ela estava relaxada em sua poltrona.
Mesmo que ainda mantivesse a varinha presa entre os dedos debaixo da mesa. Em alerta para sempre.
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madneocity-universe · 2 years
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What You Waiting For: MeiMei Li
Em casa, tinha crescido com uma legião de meninos que consistia em seus três irmãos, que a maior parte do tempo pareciam valer por milhares de pessoas tão barulhentas e inconvenientes quanto só eles conseguiam ser, e quando saiu de casa em busca do próprio propósito e pertencimento no mundo, não teve oportunidade de conhecer meninas da sua idade e nem cultivar muitas amizades. 
Harumi era, sem sombra de dúvidas, sua primeira e melhor amiga, talvez a única também. Se elas tinham começado aquela amizade sendo fonte e porta-voz, não fazia a menor diferença quando elas se entendiam como ninguém. 
Fossem os dramas de crescer com muitas pessoas por perto, se fazer valer no mundo e perseguir as próprias verdades e se provocar sempre que tinham a chance, Mei tinha compartilhado sua vida inteira com Kang; todos os medos, todos os receios, cada abuso e atrocidade que já tinha vivido e visto e todos os pensamentos obscuros que tinha de tempos em tempos por causa da clarividência e o arquivo enorme de coisas ruins que ela tinha na própria cabeça. 
Se ela lhe contava sobre todas as coisas ruins, as boas jamais ficariam para trás. 
Não importa o quão confusas elas soassem em uma conversa. 
Depois de dispensar os alunos da aula conjunta e conjurar um feitiço pros materiais voltarem pros lugares por conta própria, quase tinha esquecido da presença de Kang ali com ela, mesmo que elas passassem boa parte do dia juntas desde que Harumi tinha chegado na ilha. Sua desculpa era que a cabeça estava cheia de assuntos e pensamentos correndo a milhares de quilômetros por segundo, e não que nem sabia como explicar pra mais jovem o que tinha acontecido na noite anterior. 
Tudo, tudo que tinha acontecido na noite anterior. 
— Eu… Achei que ele fosse terminar comigo. — Ela começa em um tom muito baixo, ao se sentar do lado da amiga, começando a relatar os acontecimentos que ficaram longe dos olhos dos presentes na festa. — Coisas boas não duram, é isso que me falam desde sempre, e eu passei uma vida inteira só esperando o pior de tudo e todo mundo porque era só o que parecia estar reservado pra mim no futuro, então eu não consegui evitar. Achei que ele ia terminar comigo e que só não queria fazer isso na frente de todo mundo, eu nem conseguia respirar e meu coração parecia prestes a explodir o caminho inteiro, porque eu tinha o pior dos cenários na minha cabeça. — E dizia aquilo com toda a sinceridade, em momento algum olhando pra longe da garota com ela, porque sabia que ela a entenderia ou pelo menos tentaria. — Mas então ele começou a se declarar e disse que eu torno os dias dele melhores, e que quer enfrentar todos os meus problemas no meu lugar se for preciso e que ele me ama tanto que quer que eu seja dele pra sempre… Como se eu fosse a pessoa mais especial do mundo, como se eu merecesse mesmo amor. Harumi, ele quer me ver feliz. Ele acha que posso fazê-lo feliz. — Depois da noite passada, descobriu que era capaz de chorar, e se podia ter algum choque quando sentiu lágrimas descendo por suas bochechas quando elas começaram a rolar, não fez a menor questão de esboçar qualquer reação, ainda muito perdida no relato. — Ele é um homem tão bom e eu o amo tanto que acreditei em cada uma das palavras dele e entreguei o meu coração pra ele, mais uma vez, ontem sem pensar duas vezes. Achei que não precisava ser salva e que tinha certeza de tudo, até ele vir e me convencer a ficar pra me casar com ele. 
A última parte a fez se lembrar do anel, inclusive, descansando plenamente em seu anelar. 
— Eu vou me casar, Harumi. Vou ser esposa de alguém e eu o amo, você consegue acreditar? 
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bellaglowe · 3 years
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A princesa no espelho
Em outro reino, muito distante daqui, uma princesa vivia escondida em uma torre. Sem janelas ou portas, a menina não podia sair de lá. Ela nunca soube como foi parar ali. Em toda a sua vida, suas únicas lembranças eram daquele lugar pequeno e sem cor. A única coisa que se diferenciava desse ambiente era um espelho dourado.
A princesa não sabia que a imagem naquele vidro era dela, então conversava com seu reflexo como se fosse uma grande amiga. Na cabeça da menina, aquela bela pessoa que ela via era alguém muito melhor do que ela e ansiava todas as noites ser como a mulher do espelho. Até que um dia, uma grande tempestade causa um estrago na torre em que ela vivia. Tudo pareceu ir ao ao chão, mas com uma queda de uma grande árvore sobre a construção, um buraco se abre na parede, permitindo a princesa tentar fugir.
No desespero para se salvar, a princesa esqueceu o espelho na torre. Para ela, sua amiga havia se perdido no meio da tempestade e por isso andou pela mata entristecida por ter deixado sua única companhia por anos para trás. Depois de muito andar, assustada com tudo o que lhe rodeia, já que ela nunca havia visto nada daquilo, a menina encontra uma pequena lagoa. Admirada por aquilo, decide se aproximar. Então a princesa é surpreendida ao ver a imagem da sua grande amiga nas águas.
Durante todo o trajeto até o seu real reino, ela viu a mesma imagem em vários lugares. Na água dos rios, nos olhos dos bichos, em vidros de janelas de vilarejos... Ao chegar no castelo, a princesa perdida foi recebida calorosamente. Sem entender nada, perguntou ao rei o que era tudo isso que estava acontecendo. O homem fez a filha se sentar e explicou.
Antes de ser levada a esse lugar, a menina vivia uma vida mais miserável do que a da torre, pois mesmo rodeada pelas riquezas da realeza, ela não se sentia feliz consigo mesma. Quando era ainda uma pequena jovem, a princesa sofreu um acidente que a deixou cega. Desesperados por uma cura, os reis recorreram a uma bruxa para que fizesse um feitiço que devolvesse a visão. Só que a feiticeira já conhecia os problemas que a menina sofria consigo mesma, então deu uma condição. Ela só devolveria a visão à garota se ela tivesse passar seus próximos anos de vida presa em uma torre, sem ver nada do lado de fora, tendo como distração somente... ela mesma. O espelho seria lhe dado para que todos os dias pudesse encarar seu reflexo até que o aceitasse. A única forma de sair dali seria passando a amar a si.
Depois de entender tudo isso que o pai explicou, a princesa pediu um espelho. E no momento que encarou seu reflexo, entendeu que a imagem da mulher que sempre desejou ser era nada além do que ela mesma.
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asterioshq · 5 months
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A TROCA
Há dias estava focada em fazer alguma pegadinha com Phyllis de alguma forma, e foi quando viu um feitiço muito interessante que mexesse na personalidade da pessoa, a fazendo acatar tudo que lhes ordenassem. Claro, era algo bobo, mas ainda sim, funcionaria o suficiente para Cassie. Precisou juntar algumas coisas, na realidade, uma mistura especial que havia feito de forma improvisada, suas velas e, claro, seu grimório de feitiços. Para garantir que ocorresse tudo bem, preferiu fazer o feitiço pela noite, aproveitando que a lua estaria quase cheia e as habilidades dos filhos de Hécate ficavam mais fortes.
A gruta sempre foi um local calmo e que lhe ajudava a ficar bem focada quando ia praticar seus feitiços, então organizou tudo ali mesmo para realizá-lo. Seu corpo parecia flutuar e as palavras saiam bem fluidas e decoradas de sua boca. Uma onda de luz roxa emanava ao redor de Cassie e de seu grimório, o qual flutuava à sua frente. Foi quando esse mana pareceu se espalhar dentro da gruta e as coisas se acalmaram. Quando abriu os olhos, tudo parecia normal, então fechou seu livro, organizou suas coisas e voltou para o chalé. - Espero que tenha dado certo. Veremos ao amanhecer. - Foi finalmente dormir e o silêncio se fez presente por todo o acampamento. 
Se alguém com habilidades para ver almas estivesse acordado, com certeza poderia ver a bagunça de longe que se tornou aquele lugar, com diversas perdidas procurando por algum corpo para tomar posse. E por volta de uma hora, assim aconteceu até que tudo voltou a ficar silencioso novamente… Pelo menos, até a primeira pessoa acordar e os gritos começarem. 
O plotdrop foi pensado e organizado pela Jessie, player da Cassie, que foi devidamente pontuada pela sugestão.
Em IC, todos os personagens acordaram no domingo em um corpo diferente do seu próprio, conforme indicado abaixo:
Alma > Corpo:
Verona > Ndari Ndari > Ambrose Ambrose > Jude Jude > Vega Vega > Zale Zale > Leo Leo > Casper Casper > Vincenzo Vincenzo > Rowan Rowan > Devon Devon > Liese Liese > Buck Buck > Dahlia Dahlia > Yumi Yumi > Steven Steven > Elara Elara > Ajla Ajla > Cassie Cassie > Lola Lola > Antonn Argos > Ravenna Ravenna > Hektor Hektor > Kali Kali > Althea Althea > Oski  Oski > Hikari Hikari > Argos  Antonn > Theron Theron > Amber Amber > Rudi Rudi > Mara Mara > Fred Fred > Kyung Kyung > Alabama Alabama > Vito Vito > Magnolia Magnolia > Odessa Odessa > Rash Rash > Lion Lion > Seraphine Seraphine > Daewoo Daewoo > Verona
Para exemplificar como vai funcionar: a Verona acordará no corpo da Ndari, que por sua vez acordará no corpo de Ambrose, que por sua vez acordará no corpo de Jude, que vai acordar no corpo de Vega e assim as trocas continuam em um efeito cascata.
O feitiço de Cassie terminará completamente no mesmo dia por volta das 20h no horário de Brasília e a resolução será dada através de um contrafeitiço lançado pelos professores graças à ajuda da deusa Circe.
Postagens de fotos e conteúdos feitas durante o plotdrop devem conter a hashtag "#astertroca" e rendem ao personagem 10 pontos ao serem enviadas para o tweet indicado e para o canal de pontuação do discord;
Os POVs referentes a esse plotdrop poderão ser entregues até o próximo domingo (28) e rendem ao personagem 20 pontos.
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b-huntstars · 8 months
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olhar pra frente é como olhar para um copo de vidro que acabara de cair no chão,
em pedaços, imperfeito e com trincados,
estou tentando organizar as minhas ideias mas elas estão perdidas em um olhar puxado, uma boca desenhada pela deusa Afrodite, um cabelo castanho escuro e uma voz que parece a 5ª sinfonia de Beethoven,
é imensurável a sensação que me é tomada em relação a qualquer coisa sobre você,
eu não consigo me dominar sobre o feitiço que você jogou em mim,
eu to sobrevivendo todos os dias somente de minuto a minuto sem saber o que vai acontecer em sequência,
eu to destruída em muitas coisas, mas a falta que tu faz me arregaça.
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Hogsmeade - Três Vassouras
Home is wherever I'm with you Entrei no pub logo atrás de Bjord e espiei o ambiente por cima do seu ombro: o salão estava decorado para o natal, com guirlandas e luzinhas de natal penduradas nas vigas do teto. O lugar estava cheio de bruxos, considerando a hora do dia (apesar de eu estar completamente perdida no horário por causa da minha viagem) e segui Bjord até encontrarmos uma mesa livre no fundo do salão. - Você já tinha vindo aqui? - perguntei em voz baixa, enquanto olhava ao redor, admirando a clientela variada do pub. Haviam velhos e jovens, alguns usando roupas modernas, outros que pareciam saídos direto de um conto de fadas ou de Hogwarts e meus olhos logo caíram no grupo de duendes sentados do outro lado salão com gorrinhos de Papai Noel e uma cara mal-humorada. Ao contrário de lá fora, ali o ar estava quente e aconchegante e logo senti a necessidade de tirar a camada extra de roupas que Bjord havia me emprestado. Tirei as luvas e o gorro e pude segurar sua mão por cima da mesa enquanto erguia a cabeça para ver a decoração ao nosso redor. Olhando com mais atenção, notei que as luzinhas de natal na verdade eram fadinhas com suas asinhas coloridas que refletiam a luz. Encantada, apertei a mão de Bjord e apontei para um conjunto de fadas logo acima das nossas cabeças. - Sabia que nas Bermudas não tem fadinhas? - exclamei, levemente indignada - Acho que elas gostariam de lá, o tempo é sempre quente e ensolarado…
***
Bjord estava estudando teoria da magia em Feitiços, achava incrível como lhe explicavam que a magia está muito além de apenas encantamentos mesmo que já soubesse disso desde antes de ir para Hogwarts. Ele tinha uma visão muito mais mística do que era magia, conseguia vê-la em muitas coisas que nem mesmo a disciplina escolar lhe abordava. Andar de mãos dadas com Freya por Hogsmead cheia de neve era mágico, sentir sua presença quente e a felicidade com que ela observava tudo no pub, também. Bjord e Freya tinham essências ligeiramente diferente que se completavam, quando ele segurou a mão dela sem as luvas no caminho sentia essa espécie de energia correndo de um pra o outro. Ela aventureira de seu ponto de ingenuidade, ele muito consciente observando tudo de dentro de sua concha segura. Suas reações quase nunca estavam em sincronia e é aí onde a magia habita: Não importava. Bjord sorriu quando percebeu que ela ficava ainda mais bonita sob aquele jogo de luz e sombras, o barulho e as risadas de outras pessoas ficavam distantes quando ela falava, logo estavam numa bolha particular. — Ah, sim, na verdade mais do que uma vez... — admitiu sem muita vergonha, agora ele correndo os olhos pelo local para analisar onde estava cada figura emblemática do ambiente. — O senhor dos correios joga cartas aqui, às vezes. Eu não bebo sempre, gosto só de escutar. Contam muitas histórias. — quando se voltou para ela novamente olhou direto para cima, para as fadas, e tentou não pensar nelas como parentes distantes de Freya. — Já aqui é cheio delas, até das com dentes venenosos... — pensou em contar que fora mordido e passou dois dias na enfermaria, mas deixou pra depois. — Como é... Nas Bermudas...? O nome é engraçado... — imaginava algo como o que viu em um cartão postal uma vez, com árvores que fazem sombra e o céu sempre em um tom alaranjado. Também tinha essa impressão do lugar ser instável por causa dos problemas que às vezes eram relatados nas cartas — e acabam se tornando temas de alguns de seus pesadelos. Fez uma cara séria enquanto analisava os duendes mal-humorados sentados num canto. Pelas expressões eles não pareciam nenhum pouco dispostos a cantar, e se fossem fazer isso tinha a impressão de que seriam muito ruins. Evitou focar nisso e passou a tentar chamar a atenção do atendente, srta. Scofield, para que fizessem o pedido. Ele balançou a mão alguma vezes competindo com outros clientes.
***
Concordei com a cabeça quando Bjord comentou sobre as fadas mordentes e apertei os lábios fechados, me segurando para não começar a dar uma aula sobre fadas, mas não consegui continuar me segurando quando ele me perguntou sobre o arquipélago da SIC. - Ah, é diferente daqui... O tempo, as plantas, os animais. Tudo é meio estranho. - fui falando devagar, lembrando de como tudo parecia novo e diferente nos primeiros dias e como essa sensação nunca foi embora - As plantas lá não me escutam. - disse, baixando os olhos para minhas mãos - As coisas não crescem direito quando falo com elas. Acho que elas não entendem inglês. - encolhi os ombros e abri novamente um sorriso quando vi a atendente cruzando o salão para tomar nosso pedido. - Tem um monte de criaturas, mas a maioria são boazinhas e estou aprendendo a me proteger... Também estou colocando em prática um monte de coisas que aprendi em Hogwarts. Todas aquelas aulas de curandeirismo estão valendo a pena! Umas semanas atrás eu precisei remend- Ah, oi! - nesse momento a atendente nos alcançou e parei de falar para estudar o cardápio, tentando decidir o que pedir. Torci o nariz para a quantidade de pratos com rins e então olhei para as bebidas, que todas tinham nomes estranhos, exceto pela cerveja amantegada, que não tinha certeza se entrava na categoria de bebidas de adultos. - Acho que o quentão é bom no frio, né? - olhei da atendente para Bjord, incerta - O que você vai pedir?
***
Não conseguiu identificar se aquela primeira apresentação do lugar era positiva ou negativa, mas confirmou com a cabeça quando ela falou sobre as plantas não falarem a mesma língua que ela. Bjord tinha essa teoria de que a magia de Freya que influenciava a natureza ao seu redor funciona melhor em lugares que se sinta confortável ou familiarizada. Arqueou a sobrancelha direita quando ela fez menção a contar mais uma história que provavelmente o deixaria preocupado, mas foram salvos pela atendente. — Ah, hum, sim. Acho que sim. É como um suco de uva que esquenta as orelhas. Para mim... hum... — a mulher com o bloco de notas olhou quase que com piedade pra Bjord, como se quisesse dizer com os olhos que quentão se encaixaria em qualquer outra descrição que não essa. Ele então se voltou para o cardápio mesmo parecendo já ter decidido o pedido. — Hidromel. E vamos querer um assado de natal pra dois... Pão com ervas e uma cesta destas iguarias natalinas... — ele ia apontando os pedidos e a mulher anotou tudo muito rapidamente. Depois apanhou os cardápios e saiu. Bjord voltou-se para Freya com um sorriso. Foi a primeira vez que conseguiu pedir qualquer coisa do cardápio. Tinha uma pequena fonte de renda agora e não se importaria de gastar até seu último galeão se fosse com Freya. — Ouvi dizer que a comida de natal daqui é muito boa. — voltou a segurar as mãos dela sob a mesa. — E sabe, acho que é só uma questão de tempo até as plantas das Bermudas te responderem... — retomou o assunto. — Demorou algum tempo até ganhar a confiança do Lírio engolidor-de-gnomos que achamos nos terrenos, lembra? — Ele até se tornou mais dócil depois de um tempo, mas aí tiveram que tirá-lo das estufas porque intimidava outras flores. Bjord sabia que a empolgação dela uma hora ia legitimar o tal lugar como sua casa também e logo estaria conversando com toda a fauna e flora sem dificuldade. Freya é talentosa, mas ainda não consegue enxergar isso em si mesma por sua atenção estar sempre em outras coisas. — E espero que você não precise usar tanto os ensinamentos das aulas de curandeirismo... — falou mais sério, mas depois deu um sorrisinho para mostrar que era só um pouco de preocupação comum.
***
Devolvi o sorriso ao reconhecer sua preocupação e carinhosamente apertei a mão de Bjord sob a mesa quando ele se mostrou curioso com quanto eu estaria usando dos meus conhecimentos de curandeirismo nos últimos meses. - Não muito… Só me machuquei mesmo uma vez desde que comecei. - meus critérios do que era um “machucado mesmo” não eram dos mais confiáveis, mas estava orgulhosa do meu histórico - E arrumei rápido, pena que foi no mesmo braço da varinha... - antes que percebesse, já estava puxando a manga do casaco e mostrando meu antebraço: além de uma coleção de pequenos arranhões causados por quatro filhotes de amasso que ainda estavam aprendendo a brincar, havia uma cicatriz grande, deixada por garras muito maiores - É meio difícil quando você não consegue alcançar, aí ficou a marca... - torci o braço, tentando mostrar como seria difícil mirar a varinha, mas parei ao ver a cara de Bjord. - Uma criatura atacou um dos bezerros apaixonados e tentei protegê-lo. Foi meio minha culpa, eu não deveria ter separado ele do grupo... - expliquei, baixando o braço lentamente - Mas no fim deu tudo certo. Consegui me curar e o bezerro também… - completei satisfeita, no momento em que a atendente nos trazia nossas bebidas com um sorriso simpático. Provei um gole do quentão e abri um sorriso ao sentir o perfume das especiarias misturadas no vinho quente. - Lembra um pouco o chá que tomamos daquela vez... - soltei um suspiro alegre ao sentir a bebida descer quente e depois o calor subir pelo meu pescoço até alcançar minhas orelhas. Devolvi a caneca de quentão para a mesa, apenas para segurar a mão de Bjord novamente - E Hogwarts? E o Newt?
***
Até que tentou ser compreensível, mas quando viu os machucados dela algo em si parece que se revirou. No meio de sua expressão tinha uma nota de pânico que ficou mais grave quando ela falou que uma criatura de verdade a atacou. Ele passou os dedos pela marca enquanto seus olhos esquadrinhavam tudo tentando imaginar que criatura teria feito isso, só conseguiu perceber que ela tinha ficado muito boa em fazer curativos. Parecia que aquelas marcas não combinavam com a Freya que ele conhecia, a garota pacífica que fala com flores e atrai as fadas como se fosse rainha delas, que era tão pura a ponto de ganhar a confiança de um unicórnio sem sequer fazer esforço. Só quando ouviu aquele tom satisfeito e orgulhoso com que ela encerrou a história foi Bjord percebeu que a imagem de uma Freya idealizada não funcionava mais. Ela é uma adulta agora, está fazendo o que gosta e suas cicatrizes vão se tornar parte de sua história assim como as dele. Bjord nunca parou para pensar que tipo de reação suas próprias cicatrizes, muito maiores em tamanho e quantidade que as dela, causavam em Freya. Ela nunca perguntou a história por trás de nenhuma delas, mesmo quando lançava olhares curiosos. Sentiu vontade de contar, de fazer disso uma coisa para aproximar-se dela, mas a atendente chegou e a ideia se perdeu. Ele também sorriu de forma simpática, mas sequer tirou os olhos de Freya. — Fico feliz. Por você e pelos bezerrinhos... — nunca tinha visto um de perto, só as ilustrações dos livros. Imaginou uma Freya muito contente perto deles. Depois de tomar um gole generoso de sua caneca o gosto não podia ser mais diferente do daquele chá, mas ainda assim concordou. — Foi uma tarde agradável... —olhou pela janela procurando o lugar no meio da neve, mas voltou-se para ela ao sentir sua mão. — Hm... Hogwarts está... é... — pensou em alguma palavra além de “difícil”, mas seu inglês ainda é muito limitado de sinônimos mesmo depois de tanto tempo. — Difícil. — completou. — O último ano é bem mais complicado, não é? Tem toda aquela teoria e ainda precisamos usar mais magia do que nunca... E as poções... Eu achava que não ia conseguir continuar no nível NIEM em poções, mas pedi ajuda ao grupo de estudos da Corvinal... — algo que o Bjord de uns anos atrás nunca conseguiria, estar com Freya o deixou mais confiante. — E o Newt está bem, ele ficou em Hogwarts porque trazê-lo para cá não é uma boa ideia. Nas férias ele abria as correspondências atrás de coisas brilhantes, uma confusão... — balançou a cabeça em reprovação. — Ah! — ele quase derrubou hidromel em si mesmo na empolgação, mas não conseguiu falar porque a moça de antes tinha voltado com os pedidos flutuando e os pousou sobre a mesa. Tudo parecia delicioso à luz daquelas fadinhas, ele pensou em "romântico", mas não sabia muita coisa sobre isso para ter certeza. Os duendes estavam nas preparações para começar a cantoria, muitas pessoas pareciam tão descrentes que fariam um bom show quanto Bjord que os olhava preocupado. Com a atenção de volta a mesa pegou a faca e começou a partir o pão em fatias enquanto avaliava a cesta. Havia nozes, biscoitos que pareciam ser mágicos, uma seleção de frutas secas e dentre outras coisas um homenzinho de açúcar vestido de vermelho que tentava fugir lá de dentro. - Pelo menos em Hogwarts o Newt pode se divertir roubando as decorações de natal... - sorri, imaginando a alegria do pelúcio ao ver o castelo todo decorado com uma infinidade de enfeites brilhantes - Você pode fazer um carinho nele por mim quando voltar de férias, também estou com saudades dele… Deixei escapar uma exclamação de surpresa quando a atendente trouxe nossa comida e assisti, encantada, enquanto os pratos levitavam até nós e depois aterrissavam na mesa. Agradeci à bruxa com um sorriso e estendi a mão para pegar um biscoito natalino. Do outro lado do salão, os duendes se preparavam para sua cantoria, olhando para o público com uma cara de "vocês vão gostar, senão...". Logo um deles se adiantava no meio do salão do pub e começava a cantar uma cantiga de natal bruxa que eu não conhecia, acompanhado pelos outros em uma harmonia meio desconjuntada ao mesmo tempo em que tocavam sininhos fora do ritmo. Me mexi na cadeira para sentar ao lado de Bjord e segurei sua mão para assistir à apresentação, lhe fazendo um carinho na palma da mão, distraída. Ele não disse nada quando lhe mostrei a cicatriz, mas vi seu sorriso sumir e dar lugar a uma expressão séria, enquanto ele passava os dedos pela marca. Eu havia me empolgado, cheia de orgulho por ter conseguido me virar sozinha, e não parei para pensar como a história poderia parecer assustadora aos ouvidos de Bjord que era sempre cheio de preocupações. Haviam mais histórias e algumas mais assustadoras, mas poderia contá-las outra hora. Em vez disso, lhe dei um beijo no rosto e descansei minha cabeça em seu ombro, enquanto o duende terminava a música com uma nota grave longa e desafinada. Poucas pessoas bateram palmas, até que o duende olhou ao redor, ameaçador e logo mais clientes se juntaram aos aplausos. - Se um dia você for me visitar, eu te mostro os bezerros apaixonados, eles são bem bonitinhos. - disse em voz baixa - Ou a gente pode ir em outros lugares ver criaturas. Ou só passear... - fiquei animada de repente com a possibilidade de conhecer lugares diferentes com Bjord. Agora que havia conseguido viajar com magia, só precisava treinar mais um pouco e conseguiria levá-lo comigo.
***
Bjord separou as fatias do pão em um prato e estava pronto pra servir os dois com pedaços do assado quando os duendes começaram sua apresentação. Ele teve um susto quando sentiu Freya do seu lado porque ficou concentrado na desafinação da primeira nota. Olhando a cena ele percebeu que deviam ter sentados juntos assim desde o começo. Quando recebeu um carinho na mão ele depositou um beijinho na cabeça dela, depois cheirou os seus cabelos mais uma vez. Voltou a vista para os Gnomos só por educação, eles eram terríveis como imaginara, então ficou assistindo com uma expressão vazia. Imaginou Newt roubando todas as decorações da sala da Corvinal até o ponto de não conseguir mais andar por ter tantas coisas em sua bolsa. — Talvez tenha sido uma péssima ideia ter deixado ele sob os cuidados daquelas segundanistas... — pensou alto e depois olhou pra Freya, mas meio que tinha uma cara de quem queria rir. Sem Bjord por lá com certeza seria um desastre. Quando a apresentação terminou ainda tinha uma expressão preocupada, mas se confundia com a do resto do público que absorvia a última nota longa da cantoria. O silencio modorrento cortando apenas por algumas palminhas aos poucos foi sumindo conforme todo mundo voltava a falar, provavelmente sobre o que tinham acabado de ouvir. O que despertou Bjord de seu devaneio foi a voz de Freya, voltando-se para ela abriu um pequeno sorriso com o canto dos lábios. — Vai ser uma aventura e tanto... Nos podemos passear com os bezerros e vê-los dançar, e li que dá pra tomar banho de mar com cavalos aquáticos... — tinha um sorriso que já era nostálgico só de pensar nas possibilidades. — Pòdemos passear depois, também. Você vai passar a noite aqui? — os olhos de Bjord brilharam como os de um cão triste esperando a resposta. Mas aos poucos seu rosto e orelhas ficaram vermelhos só de pensar na possibilidade de Freya dizer sim. Provavelmente foi o Hidromel colocando ideias em sua cabeça.
***
Tomei meu quentão enquanto escutava Bjord e meus olhos brilharam diante da possibilidade de mostrá-lo a dança dos bezerros à luz da lua ou de nadar com ele e cavalos aquáticos. Ainda não tivera a chance de aproveitar o mar do arquipélago, talvez até houvessem sereias por perto... Percebi as fatias de pão cortadas por Bjord e estendi a mão para pegar a faca e ajudá-lo, cortando o assado, mas parei no meio do caminho quando ouvi sua pergunta. Abri a boca para responder, mesmo sem saber a resposta: meus planos começavam e terminavam com chegar a Hogsmeade, depois era tudo na base do improviso. - Hm… Eu não posso voltar hoje… - comecei falando devagar, botando meus pensamentos em ordem e recolhendo minha mão - É melhor eu estar descansada para a viagem de volta. - era um feitiço difícil e já havia sentido seu peso quando cheguei ao vilarejo. Ao mesmo tempo, adorava a ideia de passar mais tempo com ele e seria um desperdício ir embora correndo - Eles devem alugar quartos aqui, ou no Cabeça de Javali… - Você precisa trabalhar amanhã? - perguntei, notando seu olhar triste. Estando perto do natal, eu tinha alguns dias de folga para aproveitar o feriado, que inicialmente havia planejado passar explorando o arquipélago, mas não sabia se Bjord tinha a mesma sorte. Também não me incomodaria de ajudá-lo no trabalho, ou ficar mais tempo até que ele tivesse um dia de folga. Senti meu rosto esquentar enquanto me admirava por encontrar desculpas para não ir embora e tomei mais um gole de quentão, que não ajudou em nada, fazendo minhas bochechas queimarem ainda mais.
***
Não conseguiu esconder quase nada do contentamento de saber que ela não iria embora da mesma forma que chegou. Faria o possível para aproveitar esse tempo juntos e embora estivesse quase a certa urgência de fazer todos os minutos valer a pena sabia que as coisas seriam perfeitas de qualquer forma. — Sim... Melhor... — concordou para reforçar a ideia de que era a melhor opção. — Eu fico instalado na... — mas aí alguma coisa o fez parar a frase e ficar meio paralisado por uns segundos, depois corrigiu a fala. — Podemos perguntar, depois, ficam aberto até mais tarde... — agora Bjord estava tão vermelho quanto a roupinha do homem de açúcar que finalmente pulou da cesta. O prendeu sob a mão por instinto. — Hã? Ah, não. Quero dizer, sim. — estava enrolado como se não conseguisse processar tantas informações de uma vez, mesmo a maior parte delas estando só em sua cabeça. — Mas posso tirar uma folga. Vou tentar fazer o Newt vir... — Quando Bjord olhou para Freya estava um pouco menos vermelho. Ele deixou o homenzinho fugir da mesa porque ficou com pena de comê-lo. — Também não consigo com aquelas rãs de chocolate... — comentou. Depois de experimentar uma primeira garfada do assado ele aprovou com os olhos. — Podemos ir a floresta... Ou a outro lugar usando pó de flu! A Lareira dos correios está ligada à rede... — acenou com a mão para pedir mais uma rodada de bebidas porque a da sua caneca tinha acabado. — Ou voar no Penunbra... Ele já aprendeu a bater as asas direitinho... Quero dizer, mais ou menos... — fez uma expressão de quem pensa melhor, mas não contou que da última vez caiu de quase dez metros. Teve sorte de ter sido na água.
***
- Eu tentei cuidar de um sapo de chocolate, quando estava no segundo ano… - comentei, pensativa, enquanto me servia das batatas que acompanhavam o assado - Mas ele derreteu. - concluí, observando enquanto o pequeno papai noel de açúcar escorregava da mesa e fugia entre os pés dos outros clientes do pub. Escutei atenta enquanto Bjord listava o que poderíamos fazer juntos. Eu, que estava animada só de surpreendê-lo no trabalho, nem tinha pensado na possibilidade de irmos juntos a algum lugar pela rede de Flu. Havia uma porção de lugares bruxos que poderíamos visitar juntos, mas nem sabia por onde começar minha lista. Abri e fechei a boca algumas vezes, tentando lembrar o nome daquela ilha que havia visitado logo nas minhas primeiras férias de Hogwarts, quando Bjord sugeriu que também poderíamos voar no Penumbra. - Ele tá voando? Você ensinou ele?! Ah, eu quero ver! - exclamei, cheia de animação, mas logo baixei a voz - Quer dizer… eu não quero ver mesmo... Mas se eu pudesse. Se não precisasse… Só queria saber como ele é. - terminei minha caneca de quentão com um suspiro frustrado e desisti de tentar me explicar. Nesse momento, um dos duendes voltou ao meio do salão do pub, esperando a atenção da plateia para começar sua próxima canção. A maior parte do bar não lhe deu a menor atenção e foi preciso um pigarreio alto para que notassem sua presença. - Deve estranho voar sem enxergar ele. Imagina só, ver alguém voando em um cavalo invisível. - disse rindo baixinho, no mesmo momento em que o duende cantava a primeira nota de uma canção trouxa de natal - Ah! Eu conheço essa! - exclamei e imediatamente cobri a boca com as mãos, enquanto ganhava um olhar torto de um dos duendes.
***
Bjord mastigou pensativo enquanto ela tentava sem muito jeito explicar que gostaria de ver Penumbra, o Testrálio. Se sentiu um pouco culpado, não era a primeira vez que as raízes diferentes criavam entravam em pauta dessa forma, para ele, poder ver os bichos não era uma grande coisa porque na maior parte de sua vida escolar eles já estavam ali. Demorou um tempo até saber do que se tratava. Mas se parasse para pensar ele não gostaria que Freya pudesse ver o Penumbra algum dia, quis dizer isso mas não conseguiu achar uma forma que não soasse tão... Dramática. — Não é tão diferente, quero dizer, ele é... Hm... Ele não é como um cavalo normal, você já viu as ilustrações, não é? E o Penumbra ainda é meio desajeitado, mas aprendeu tudo sozinho... — ele sentiu vontade de se justificar, mas toda vez que tentava desenvolver uma fala imaginava que talvez esse tipo de coisa ainda seja muito fora da realidade de Freya. Tinha medo de ser a pessoa a estourar a bolha pacifica que ela estava envolta pois sabia que a vida faria isso de alguma forma. Já está fazendo. Pensou olhando de relance para o braço dela onde agora havia uma cicatriz. E olhando para o duende pela primeira vez com uma expressão que não era negativa ficou feliz do tópico da conversa mudar rapidamente. Nem ligou para as outras pessoas que pareceram notar os dois ali pela primeira vez e perguntou à Freya depois de engolir mais uma porção do assado. — O natal dos... hm... Trouxas... — nunca iria se acostumar em usar o termo em voz alta. — É muito diferente? O do meu povo... — e ele parou uns segundos para refletir, afinal a maioria das pessoas de Ymir podia ser considerada trouxa mesmo que existissem fora das leis de sigilo. — Bom, em Ymir os costumes são distantes dos bruxos... — continuou como se um lado da razão tivesse vencido o embate. Depois olhou para a decoração e cantoria como se quisesse indicar as diferenças. Quando voltou-se a ela novamente os olhos estavam brilhando com a mesma curiosidade que já havia mostrado ao longo do tempo que se conheceram. Parecia estar fazendo um esforço para não enche-la de perguntas, principalmente sobre a canção — que como esperado soava péssima na voz do Gnomo. As outras bebidas chegaram flutuando dessa vez. Bjord pegou a sua ainda no ar e bebericou um pouco, o hidromel parece ter lhe dado coragem pois em seguida ele a abraçou pelo ombro imitando um casal que viu uma vez. Ficou surpreso com a própria atitude e logo percebeu que fez a coisa certa quando aconchegou Freya.
***
Sorri ao ouvir Bjord se esforçar para me descrever Penumbra. Eu tinha uma boa visão de como ele era, na minha imaginação. Mas sempre ficava aquela curiosidade de como ele era mesmo. Nos livros os testrálios eram sempre descritos como sombrios e assustadores, mas não sabia como um filhotinho poderia ser assustador. Mesmo os desenhos que tinha visto não me pareciam assustadores. Talvez houvesse alguma coisa na aparência dele que estavam esquecendo de me contar… Pensava enquanto observava os duendes cantando, sem perceber que estava murmurando a letra da música junto. Só voltei a mim quando Bjord me perguntou do natal dos trouxas. Encolhi os ombros e espetei um pedacinho do assado enquanto pensava o que seria um natal dos “trouxas”. - Depende, eu acho. Em casa a gente decora uma árvore, que nem em Hogwarts, mas não tão grande, e enfeita tudo com luzinhas… Mas são elétricas. E de manhã o Papai Noel deixa presentes para as crianças. - olhei na direção para onde o Papai Noel de açúcar havia fugido - Eu achava que ele era um bruxo, ou alguma coisa assim. - disse, cheia de dúvidas. Me aconcheguei no abraço de Bjord enquanto uma nova caneca de quentão aterrissava suavemente na minha frente. Tomei mais um golinho da bebida, mas sentia que ela já tinha feito sua parte: tinha esquentado não apenas minhas orelhas, mas todo meu rosto estava aquecido e tinha certeza que minhas bochechas estavam coradas. - Vocês têm árvores de natal em Ymir? - perguntei, falando devagar. Bjord sempre comentava como Ymir era diferente, mas na minha cabeça era muito parecido com Hogsmeade, ou o vilarejo onde cresci.
***
Demorou quase um minuto para que ele pudesse formar uma imagem mental da descrição que Freya lhe deu. Tinha dificuldades para cortar a relação de eletricidade e relâmpagos então em parte de sua fantasia ele ficou se perguntando como é que os pais de Freya conseguiam engarrafar raios se não possuíam magia. As aulas de estudos dos trouxas sempre eram muito vagas quando tentavam explicar como os não bruxos usavam as coisas. Seus primos também não conseguiram lhe dar uma explicação satisfatória sobre como a eletricidade corria por entre os fios e alimentava os aparelhos eletrônicos. — Hm... Bem, montamos árvores e é até parecido... — disse voltando ao presente enquanto olhava de novo para os enfeites do bar. — Mas definitivamente não são de Natal. Comemoramos outra coisa, é como um festival... Tem música e leitura de poemas ou profeciasl... Acontece na noite mais longa do ano, então também tem essa fogueira enorme... — ele até que tentou selecionar bem as palavras e o que dizia, mas o Hidromel além de lhe dar coragem também lhe tirava alguns filtros. Uma troca quase justa. — E nós lutamos... Com espadas e outras armas... E quem ganhar é abençoado. Eu nunca ganhei... Ah! Tem uma caçada de dia para o banquete e... — ele parecia muito nostálgico, mas algo o beliscou como se seus próprios sentidos tivessem avisado que se entrasse em muitos detalhes acabaria instigando mais ainda a curiosidade de Freya. Nunca haveria momento para conversar com ela sobre sacrifícios de animais, ou de humanos... Franziu o cenho e ficou quieto por um momento. — Hm... Acho que aqui é mais tranquilo. Até trocam presentes. Queria ter comprado um pra você. — e tomou mais um gole generoso de Hidromel quando o Gnomo parou de cantar. Alguém avisou que um grupo musical bruxo ia iniciar uma apresentação em breve e todo mundo do bar bateu palmas animado. Bjord agradeceu a Odin por isso, depois beijou as bochechas rosadas de Freya sem motivo nenhum. Não pareceu suficiente, então a beijou nos lábios. Duas vezes.
***
Ouvi Bjord contar sobre Ymir com a mesma atenção que ele me ouvia quando falava do meu natal. As lutas e caçadas pareciam coisas que se lia em livros de fantasia. Junto com um festival, com banquetes e fogueira, só me deixava mais curiosa para saber mais sobre o lugar onde ele havia crescido. Enquanto ele se perdia em suas lembranças, o olhei, pensativa, tentando imaginá-lo lutando com uma espada. Pisquei lentamente, sentindo minha cabeça leve por causa do quentão. Minha imaginação falhou, enquanto tentava juntar o Bjord sorridente ao meu lado com as imagens de guerreiros que se via em filmes e finalmente desisti quando ele se curvou para me dar um beijo no rosto. - Eu também não te trouxe nenhum presente. - teria corado, se meu rosto já não estivesse vermelho - Se eu soubesse que viria… Mas ver você é o suficiente. - disse com um sorriso. Não podia estar mais feliz enquanto retribuía seus beijos cheia de carinho, esquecendo completamente que estávamos cercados de gente. Sua barba me fazia cócegas, me arrancando um sorriso, e passei o braço ao redor de sua cintura para abraçá-lo enquanto o beijava. Ouvi então uma risadinha baixa, logo acima da minha cabeça. Me afastei de Bjord apenas o suficiente para recuperar o fôlego e ergui meus olhos, avistando um grupo de fadinhas da decoração agrupadas em uma das vigas de madeira do teto, nos observando. Fazia tanto tempo que não via uma que abri um sorriso, como se visse um velho amigo. - Pera, tenho uma coisa pra vocês… - sem desfazer meu abraço com Bjord, estendi a mão para apanhar um dos biscoitos de natal da mesa e estendi para as fadinhas - Também estava com saudades de vocês! - não eram exatamente as mesmas que às vezes encontrava nos terrenos de Hogwarts, mas só ver criaturas familiares já me deixava feliz.
***
Agora que tinha começado ele quase que não conseguia largar Freya. Parte daquele sentimento que refreava seus impulsos tinha caído sabe-se lá em que golada do Hidromel. Ficou feliz em perceber que ela não parecia se importar, depois mais ainda quando se separaram e ele pode perceber que estavam bagunçados e sorridentes. Bjord já estava acostumado com a presença de Freya lhe desviar muito do que tinha como sua “personalidade”, mas o que antes era transformado em tempestade hoje era um dia de primavera com céu limpo e brisa quente. Até sentiu suas orelhas queimarem, mas provavelmente foi por culpa do Hidromel de novo. Ele olhou para cima também quando ela o fez. Se sentiu meio ofendido que as fadinhas amigas dela estavam rindo e assistindo a cena, fechou a cara numa expressão resignada que Freya não pode ver por estar ocupada alimentando-as. Enquanto isso ele arrumava o cabelo dela só pra sentir os fios macios correndo por seus dedos, e percebendo o estado de seus rubores resolveu que era melhor pararem com a bebida antes de terem mais sentidos prejudicados. — As fadas do castelo me seguiam... Acho que te procurando. Ficavam me assistindo trabalhar nos jardins, mas como você não apareceu devem ter me achado desinteressante... — ao menos a maior parte delas, as mordentes ainda achavam a pele dele perfeita para cravar os dentinhos. Ele observou algumas delas dançarem por cima da cesta, depois olhou para um espaço do salão onde alguns casais estavam colados e se balançavam ao ritmo lento de uma música sobre um boneco de neve encantado que não conseguia achar seu amor de Natal. Primeiro ele ficou meio triste pelo tal boneco, depois ficou grato por ter um amor de natal ao seu lado. Depois sentiu vontade de dançar com Freya como aqueles outros casais estavam fazendo. Olhou para ela novamente e resolveu deixar essa ideia suspensa por um momento. Na verdade, sua cabeça estava começando a ficar cheia de ideias que não pareciam ser inteiramente suas. Ele agradeceu que Fionn não estava ali na janela para pressentir algumas delas que tinham desapontado sem ele querer. — Ah! — exclamou lembrando, mas foi mais uma tentativa de desviar o foco dos pensamentos do que qualquer outra coisa. — Fionn está tentando arrumar uma namorada! Ou namorado... Ainda não deu pra saber se é um macho ou uma fêmea, ou se Fionn é macho ou fêmea... — fez uma expressão de confusão por um momento antes de continuar. — E as tentativas de me assassinar também diminuíram. Só sete nesses últimos três meses. — comentou isso como se fosse uma vitória, e de certa forma era mesmo. Não pretendia revelar assim, mas meio que escapou com a animação.
***
As fadinhas tagarelavam felizes no seu idioma ininteligível, enquanto eu partia o biscoito em pedaços para distribuir. E quanto mais biscoito eu partia, mais fadinhas apareciam. Logo a maior parte da decoração do pub brilhava ao nosso redor, conversando e dando risadinhas, até que não havia mais biscoito nenhum para distribuir. - Não precisa ficar triste, eu tenho outra coisa para você… - os biscoitos haviam acabado e uma última fadinha pousou na cesta vazia, parecendo decepcionada. Levei a mão ao bolso do vestido e apanhei um punhado de folhas secas, amarradas em um ramo de incenso. Puxei uma única folhinha do ramo e o devolvi para o bolso. A fada me observou atenta, enquanto eu fechava as mãos em concha ao redor da folha e depois murmurei alguma coisa entre meus dedos. Sentindo a expectativa da minha platéia, aguardei um segundo a mais para fazer mistério e então abri as mãos. A folhinha antes seca agora estava verde novamente, com uma florzinha violeta brotando do seu caule. Impressionada, a fadinha voou até minha mão para apanhar a flor e logo outras fadas se juntaram para vê-la de perto. Era uma das flores que cresciam nas Bermudas e provavelmente eram uma novidade para as fadinhas. Orgulhosa do seu novo presente, a fadinha ergueu a flor no ar e bateu suas asas para longe, sendo seguida por suas amigas. Observei as fadinhas voando para longe antes de voltar minha atenção para Bjord, quando o ouvi citando Fionn. Meus olhos brilharam diante da possibilidade de ver mais unicórnios, e melhor, talvez bebês unicórnio no futuro. Mas meu sorriso desmanchou quando ele comentou as tentativas de assassiná-lo. - Como assim? - minha voz saiu trêmula enquanto, na minha cabeça, revia Bjord sendo jogado longe pelo unicórnio - Ele te machucou? - me afastei o suficiente para inspecioná-lo como se só agora fosse notar que tinha algum pedaço faltando.
***
Percebendo que falou demais Bjord dedicou quase um minuto para mastigar a comida, provavelmente neste meio tempo estava tentando achar um jeito melhor de contar para Freya que a natureza selvagem de Fionn só sumia quando ela estava por perto. Pelo que andou lendo os unicórnios demoram mais para se acostumar com a presença de homens do que de mulheres e ainda assim por serem criaturas poderosas podem oferecer risco se acharem que estão em perigo. — Hã... Hm... Sim. Mas não como da outra vez... Não... — ele olhou para as fadinhas deixando a mesa e ouviu alguém comentar sobre como os dois tinham roubado quase toda a decoração do bar. Bjord não sabia bem porque ficou com vontade de rir quando ouviu isso, mas ao virar para Freya e ver sua expressão voltou a ficar sério. — Fionn... Bem, ele é uma criatura muito cheia de personalidade, às vezes não gosta de companhia... Acho que espera que eu leve você de volta... — cutucou a comida com o garfo, pensativo. — E... Bem, não gosta muito de ser estudado também, então passei a visitá-lo só por companhia e melhorou, um pouco... A vida na floresta deve ser estressante, quero dizer... Um unicórnio consegue sobreviver muito bem, mas tem conflitos por lá... — resolveu ser sincero porque sentiu que se mentisse ela saberia. Agora que estavam próximos fisicamente começou a perceber que conseguiriam ler um ao outro sem muito esforço se quisessem.   O único esforço que fez foi ocultar que achava o unicórnio meio rabugento, a maior parte das vezes que foi atacado por Fionn nos últimos tempos foi porque o unicórnio mudava de ideia ou implicava com Bjord de graça. Quando parou pra pensar era até meio cômico, mas não sabia como dizer isso a ela. — Não fiquei ferido, desculpe se te preocupei... — sorriu fraquinho porque sentiu uma vontade enorme de se exibir, de deixar claro que estava se tornando um homem mais competente e que da próxima vez seria ele quem a protegeria de algum perigo.   — Posso tentar chama-lo, amanhã. Ele nem sempre atende ainda mais agora que tem esse outro da mesma espécie... — quase esqueceu que essa era a notícia principal. Tentou recuperar um pouco do entusiasmo. — Ah! Ele é muito bonito e tímido e parece não gostar do jeito, hm... Da forma que Fionn é cheio de energia. Mas ficam sempre juntos, é um bom sinal, não acha? — quase que sem pensar a aconchegou mais pra si como se fosse uma forma de reafirmar a própria ideia.
***
Ainda dei uma olhada desconfiada em Bjord antes de relaxar, aceitando que ele estava mesmo bem. Apesar de já estar satisfeita com o quentão, a segunda caneca ainda estava cheia na minha frente e tomei mais um golinho, com pena de desperdiçar a bebida fumegante. - Eu poderia tentar falar com Fionn amanhã. Talvez ele fique feliz em me ver. - disse com um sorriso - E quem sabe posso conhecer o namorado dele. Ou namorada. Concordei lentamente enquanto Bjord comentava que a vida na floresta poderia ser estressante. Na teoria, eu sabia que nem todas as criaturas eram amigas entre si, mas só recentemente estava aprendendo isso na prática. Mesmo assim, não entendia como o unicórnio podia ser tão dócil a ponto de em um momento nos levar em um lindo passeio de despedida pelos terrenos de Hogwarts e depois resolver atacar Bjord sem motivo nenhum. - Talvez devesse perguntar na SIC se alguém entende porque ele se comporta assim. - franzi a testa, tentando pensar, mas logo desisti. Meus olhos caíram nas pessoas dançando no centro do salão do pub e as observei por um instante, me sentindo um pouco aérea. Voltei a abraçar Bjord, mais tranquila por saber que ele não tinha se machucado gravemente e descansei minha cabeça em seu ombro com um suspiro feliz. - Será que ele está bravo com você porque eu não apareci mais? Ou será que ele acha que você está atrapalhando o namoro dele? - perguntei, enquanto começava a rir. Tinha alguma coisa muito engraçada em imaginar Bjord atrapalhando o namoro de um casal de unicórnios.
***
Tinha algumas ideias sobre o porquê de Fionn ser tão agressivo com ele, mas nenhuma delas era baseada em alguma fundamentação que pudesse ser clara ou que estivesse em condições de explicar. Bjord concordou com a cabeça quando ela sugeriu perguntar a algum colega de trabalho, depois riu junto com ela. Ainda não tinha parado para pensar na possibilidade de estar atrapalhando. — Hm, será? Bem, eu meio que tentei ajudar algumas vezes... — olhou para as fadinhas dançando em cima de suas cabeças tentando lembrar, depois percebeu que ficou meio tonto com o movimento luminoso e olhou Freya. — Mas foram poucas as vezes que realmente cheguei perto dos dois. Talvez você dê sorte. Podemos tentar amanhã. — pareceu muito satisfeito. O tempo que passou amargando a partida de Freya para o outro lado do mundo criou essa pequena parte nele que aflorava uma vontade descontrolada de que fizessem tudo juntos, procurando constantemente qualquer motivo para não desgrudarem mais. Só agora tinha ficado consciente disso. Então a beijou mais uma vez. A banda continuou com outra música lenta que fez ele lembrar que nunca tinha ido a um baile da escola com Freya. Que nunca tinha ido a baile nenhum. — Você quer... Hm... — e olhou para a banda, depois para alguns pares de pessoas dançando em seus espaços limitados dentro do bar lotado. Ninguém além das fadas parecia se importar com isso, elas circundavam as pessoas rodopiando e tremulando sua luminescência como se estivessem hipnotizadas pelo som. Bjord só sabe parte do conceito do que é dançar com alguém, leu em algum livro e viu figuras vivas que simulavam muito bem como funciona. A coragem de convidá-la provavelmente partiu do hidromel, ele agora está muito mais parecido com o garoto tímido que já foi um dia do que a pessoa cheia de atitude que decidiu ser. Sorriu fraquinho como alguém que não tem muita certeza de para onde está indo, mas ainda assim tem esperança de que seja bom de alguma forma.
***
- Dançar? - completei a pergunta de Bjord e olhei novamente para os poucos casais dançando pelo pub. Todos pareciam muito felizes, se movendo lentamente no ritmo da música, com as fadinhas piscando alegremente ao seu redor, dando um ar romântico à cena. Me decidindo, voltei a olhar para Bjord com um grande sorriso no rosto - Eu quero! - concordei com a cabeça, animadamente. Levantei depressa demais e senti o pub bambear ao meu redor por um instante. Pisquei algumas vezes, resolvendo que tinha atingido minha cota de quentão e estendi as mãos para segurar as de Bjord, fazendo que ele se levantasse e viesse comigo. Nunca havia dançado assim com ninguém, mas estava ansiosa para tentar. A música que tocava era uma canção natalina bruxa, contando sobre alguém que havia ganhado um hipogrifo de natal. Troquei um olhar com Bjord entre risos, imaginando a surpresa incrível de encontrar um hipogrifo sob a árvore de natal. Parei a alguns passos da nossa mesa e dei um passo para diminuir o espaço entre nós. Ainda segurando suas mãos, as puxei ao redor da minha cintura e fiquei na ponta dos pés para lhe dar um beijinho nos lábios. Ergui então meus braços ao redor do seu pescoço, como já tinha visto outros casais fazerem. As fadinhas que haviam nos abandonado quando os biscoitos acabaram logo voltaram para nos circular, com suas asas mudando de cor lentamente enquanto refletiam a luz do ambiente. Olhei para Bjord, cheia de expectativa, e abraçada com ele, tentei dar um primeiro passo para seguir a música.
***
Não teve muito tempo para processar, talvez estivesse esperando que o quentão fizesse o efeito contrário em Freya e a deixasse mais tímida, mas ela que o tira da mesa e logo se vê numa posição de valsa. Estava nervoso por encostar nela desse jeito, e mesmo que não tivesse ninguém olhando sentia que todo o resto do bar estava assistindo o momento com ansiedade. Deu um primeiro passo para o lado, depois para o outro, foi tudo meio desajeitado até conseguirem acertar o ritmo. Ao menos não pisou no pé dela nenhuma vez até aqui. — Acho... Acho que pegamos o jeito. — ao menos era o que parecia a ele porque girar no lugar o deixou um pouco mais ébrio do que já estava, mas também parecia que a cada movimento que repetiam parte da timidez era deixada de lado. Freya ficava muito bonita iluminada pelas cores das fadas que circundavam os dois, Bjord falou isso no ouvido dela, depois a beijou de volta. Não conseguia parar de sorrir. — Talvez um dia... Eu te presenteie com um Hipogrifo. Uma das fêmeas do castelo pôs um ovo, mas ele já nasceu... — Bjord riu da própria ideia, depois pareceu pensativo por um momento. Tinham os rostos meio colados, ele tinha acesso livre ao perfume do cabelo dela. Apesar de ser uma festa natalina era como estar sendo abraçado por uma brisa de primavera. Ele pôde notar que algumas flores da decoração ao redor deles brotaram gêmeas ou estavam maiores.   — Ou talvez... um unicórnio... Fionn não vai se importar se você ficar com algum filhote dele. — a música mudou para algo mais agitado e ele parou a dança, mas não saiu da posição. Encarou os olhos claros dela, estavam brilhando, podia se ver refletido neles. Foi uma das poucas vezes até ali que Bjord viu a própria beleza. Acariciou a bochecha dela com o indicador, depois seus lábios meio tingidos de vinho, quando os beijou o fez de forma suave. De olhos fechados ouvia um coro de valquírias sobrepondo a canção do bar. De volta ao mundo, ainda agarrado a ela, olhou em volta como se estivesse vendo tudo pela primeira vez. — Podemos terminar a noite em outro lugar? Só eu e você. — os olhos cinzas de Bjord encontraram com os dela e tentaram se comunicar de alguma forma, depois do último beijo ele começou a ter essa sensação de que ali tinha gente demais. Só Freya era o suficiente.
***
Os primeiros passos foram pequenos, meio confusos, mas quando meu olhar encontrou com o de Bjord e parei de pensar no que estava fazendo, tudo ficou mais fácil. Giramos lentamente no lugar, abraçados o tempo todo. Esqueci por um instante onde estávamos, o bar ao nosso redor saiu de foco e não sabia mais se o calor no meu peito era só culpa do quentão. Ri baixo quando Bjord sugeriu me dar um hipogrifo de presente. Como na música, pensei na casa toda destruída e como minha pequena cabana nas Bermudas não seria grande o suficiente para receber um hipogrifo. - Quem sabe, um dia, tenha uma casa grande suficiente para ter um hipogrifo morando com a gente. E um unicórnio, por que não? - tive um rápido vislumbre de eu cuidando de um filhote de unicórnio, com Bjord ao meu lado, e quis ficar em Hogsmeade para sempre. Ver tantas criaturas mágicas novas no arquipélago não era tão divertido, se ele não estava por perto. O abracei com força, me sentindo feliz de um jeito que não me sentia há meses e só percebia isso agora. Foi fácil esquecer que logo precisaria me despedir mais uma vez, quando meu rosto estava tão perto do seu que podia me ver refletida em seus olhos, ao mesmo tempo em que ele acariciava meu rosto, tão delicadamente, até nossos lábios se tocarem. Retribuí seu beijo lentamente, aproveitando cada segundo, demorando o máximo que pude antes de nos separarmos novamente. Só então me dei conta que a música havia mudado e continuávamos abraçados, parados em pé no meio do bar, enquanto as outras pessoas haviam voltado para seus lugares, ou dançavam mais animadamente. De repente, o pub pareceu cheio e barulhento demais. Mesmo já tendo combinado que o veria no dia seguinte, não queria que a noite acabasse e concordei silenciosamente com a cabeça, quando Bjord me perguntou se poderíamos ir a outro lugar, só nós dois. Muito relutante, desfiz nosso abraço e voltamos para nossa mesa apenas para apanhar nossos casacos e pagar a conta. Só me dei por satisfeita quando deixamos o pub e pude passar o braço pela sua cintura, para seguirmos abraçados pela rua já escura.
em 2022-09-13
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wexvim · 2 years
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Sistema operacional similar ao IOS
O sistema operacional semelhante ao IOS já foi feito a instantes atrás e reconhecerá o nome Asimagínem e o símbolo será lobo que eu vou deixar para todos saberem qual vai ser o símbolo desse sistema que eu deixar para quem quiser ver pois se na verdade tudo isso vai ser deixado para sempre deixado aí, pois eu sei muito bem que o nome pode mudar, tudo isso vai ser para que eu lembre o quanto esse tipo de animal é amigo do homem, e vendo o quanto tudo isso o venha a ser deixado para todos o vejam o quanto tudo isso o venha a ser visto por uma conta muito mais instentadíssimo no qual isso o possa ser mais eu sei muito bem o quanto tudo o possa ser visto por conta de todas essas coisas no qual tudo isso o esteja para ser pronto, muitos não sabem de nada desse modo o quanto tudo isso esteja sendo falado agora pois se todas essas coisas nas quais eu estou falando agora o possa imaginar, mais eu sei muito bem o quanto tudo isso o possa ser visto pois se isso vai ser deixado escrito nesse minuto é um método de ser deixado pronto para todos, e na hora na qual eu deixar para todos lerem logo mesmo atualizará o nome na qual estiver sublinhado com a linha vermelha e estiver com a letra maiúscula ao mesmo tempo, pois isso poderá levar no máximo 42 segundos por meio das máquinas, mais tudo isso vai chegar para todos aqueles no qual ainda não tem, mais no momento no qual eu vou deixar tudo isso escrito digitalmente não será uma aposta perdida, mais se isso estiver pronto legalmente todos aqueles que um dia notarem o quanto a diferença vai ser vista por conte de um simples modo de todos começarem a ver algo novo nesses instantes no qual o podem suceder nesses das pois se tudo isso vai ser visto por causa desses momentos que nas quais tudo isso o seja muito mais notável, pois eu sei que fiz feitiço pois tudo isso já vai ser contado, pois se você está lendo tudo isso fique sabendo que o seu computador ou seu e-mail puxará tudo isso de mim tudo isso em menos de 2 minutos, e quando tudo isso começar a aparecer no seu aparelho, tudo isso vai mudar para que nunca mais ser copiado, mais tudo isso vai chegar na hora certa e no dia certo, fique esperando os momentos exatos para isso começar a aparecer para todos.
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mollymayfair · 7 months
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[THE MAGICIAN] + [THE LOVERS] + [THE MOON]
THE MAJOR ARCANA
[THE MAGICIAN] - Are they resourceful? What skills do they possess that help them navigate the world around them?
Molly sempre dependeu bastante de magia para fazer tudo. Ela vem de uma família que se orgulha em praticar o oculto, e como sempre foi um prodígio, ela tende a ter um feitiço até mesmo para trocar de roupa. Então, quando se trata de ter conhecimento e habilidades mágicas, ela é a melhor. Só que, quando se trata de qualquer coisa não-mágica, ela se torna apenas uma garotinha muito burrinha e peitudinha.
[THE LOVERS] - What do they consider to be the "perfect partner", be it romantic, platonic, alterous, etc.? Is there someone like that in their life?
O parceiro perfeito é exatamente o que ela tanto procura. Ela não sabe bem o que considera o parceiro perfeito, meio que fugindo da ideia de ter um "tipo". É totalmente aberta a tentar qualquer coisa desde que a outra pessoa lhe faça ficar atraída, seja fisicamente, emocionalmente ou intelectualmente. Entretanto, ela acredita que o parceiro perfeito precisa ser alguém que a conhece, que ela consegue conversar, e que o relacionamento deles não seja somente namorar. Que as conversas deles não sejam apenas sobre o namoro e sobre como eles se amam tanto. Ela precisa conversar e ter uma amizade verdadeira, que possa falar sobre seus interesses e escutar sobre os interesses alheios também.
[THE MOON] - If they had to choose one trait to describe themselves, what would it be? Is it a genuine answer, or the illusion/persona they put on for others?
Ela provavelmente se descreveria como linda e talentosa, o que não deixa de ser verdade. Entretanto, a Molly é uma garota um tanto quanto perdida. Ela se esconde em confiança e animação, mas sem a magia e sem o acampamento, ela não sabe tão bem assim quem ela é e nem muito menos o que fazer. Obviamente possui seus interesses, principalmente o ativismo ambiental, mas ela ainda sente que não se encontrou totalmente e que nunca teve a chance de fazer isso, pois passou de ser a Assistente da Circe para ser a Bruxa do Coven Mayfair. Ela servia de muleta mágica para seus parentes desde que se conhecia por gente.
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ateaultimapagina · 2 years
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Novidade | "Feitiço para coisas perdidas", de Jenna Evans Welch
Da autora do best-seller Amor & gelato, “Feitiço para coisas perdidas” é um romance mágico e emocionante sobre dois jovens tentando encontrar seu lugar no mundo. Com lançamento previsto para o dia 10 de março, já pode ser adquirido em pré-venda. Sinopse: Willow sente que não pertence a lugar nenhum, por isso acredita que a única maneira de encontrar seu verdadeiro lar é viajando pelo mundo. Mas…
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