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#mercadoria ambulante
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Folhas esparsas
Graça, Paz e Alegria!
Mensagem do Portal Evangélico Compartilhando Na Web.
Em Paris, uma senhora recebeu, sem saber, um exemplar do Evangelho das mãos de um vendedor ambulante de mercadorias em domicílio que vendia de Bíblias. Quando, porém, começou a lê-lo e percebeu que era obra evangélica, rasgou-o, cheia de ira, em quantos pedaços pôde e jogou-os na rua.
Outra senhora, pobre, profundamente triste e desalentada, que passava por uma grande tribulação, vendo um dos pedaços na calçada, apanhou-o e começou a lê-lo: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para a vossa alma” (Mateus 11.28–29), e não pôde ir adiante. Muito emocionada, quis saber que Livro continha o resto daquelas Palavras.
Vendo um policial, perguntou-lhe: “O senhor pode dizer-me qual é o Livro que contém estas Palavras e onde poderei adquiri-lo?” O policial, depois de ler o pedaço de papel, disse que continha uma parte da Bíblia e deu-lhe um endereço onde poderia conseguir o Livro todo.
Dirigindo-se imediatamente ao local indicado, a senhora mostrou o pedaço de papel à pessoa que atendia no estabelecimento, comprou a Bíblia e começou a lê-la. Sua tristeza transformou-se em alegria, e aquela mulher tornou-se nova criatura em Cristo Jesus. Logo depois, começou a frequentar uma igreja evangélica e foi batizada.
Forte abraço!
Em Cristo,
Ricardo, pastor
OBS - Caso o player não toque a mensagem até a execução da música no final, você pode clicar nos "três pontinhos" (...) no próprio player e ouvir direto no Spotify. Aproveite e siga nosso Podcast por lá ou em outra plataforma que agrega podcasts! Pesquise "Ministério Compartilhando"!
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schoje · 2 months
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A prefeitura do Rio de Janeiro registrou 11.382 autuações em 11 dias, período de vigência do atual decreto que trata de ações restritivas decorrentes do novo coronavírus. Entre as autuações estão multas e interdições a estabelecimentos, infrações sanitárias, multas de trânsito, reboques e apreensões de mercadorias. A Secretaria Municipal de Ordem Pública interditou, inclusive, uma festa de swing – troca de casais – com cerca de 30 pessoas.  Segundo balanço divulgado hoje (6), foram aplicadas 844 multas a bares, restaurantes e ambulantes e 148 estabelecimentos foram fechados. Apenas ontem (5), houve 1.144 autuações, com 25 multas a estabelecimentos e ambulantes, além de 18 interdições de bares e restaurantes. A prefeitura informou também que, na noite de ontem, agentes da Coordenadoria de Fiscalização de Estacionamento e Reboque faziam uma ronda na Praia da Reserva quando notaram vários carros estacionados na orla, em um local escuro e distante. Os fiscais constataram que se tratava de uma festa de swing a céu aberto. Cerca de 30 pessoas participavam do encontro. Alguns deixaram seus veículos no local e fugiram, outros pegaram seus automóveis e saíram às pressas. Ao todo, dez carros foram autuados e três rebocados.  Risco de contágio As medidas restritivas do atual decreto seguem em vigência até o fim da próxima quinta-feira (8). Diante do aumento no número de casos e de mortes por covid-19, as ações visam reduzir os riscos de contágio da população. Estão permitidas as atividades econômicas consideradas essenciais, como mercados, farmácias, serviços ou lojas de assistência e produtos veterinários, bancos e lotéricas, entre outros. A prática de atividades físicas individuais em praias, praças e áreas particulares é permitida.   Entre outras restrições, está suspenso o funcionamento de boates, danceterias, salões de dança e casas de espetáculo. Também estão proibidas as atividades econômicas nas areias das praias, incluindo ambulantes; comércio exercido em feiras especiais, feiras de ambulantes, feiras de antiquários e feirartes.  Segue vetada a permanência de pessoas nas vias, áreas e praças das 23h às 5h; e, nas areias das praias, em parques e cachoeiras, em qualquer horário; a realização de eventos, festas, rodas de samba, em áreas públicas e particulares.  Os comboios de fiscalização contam com agentes da Secretaria de Ordem Pública, Guarda Municipal, Vigilância Sanitária e apoio da Polícia Militar em diversos pontos da cidade como Zona Sul, Lapa, Tanque, Madureira e Barra da Tijuca, além da atuação da Guarda Municipal por todo o município.
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zensufiyya · 6 months
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Esta é a 'Masjid Kapal', ou a Mesquita do Navio na província de Semarang, Java Central, Indonésia. Inaugurada recentemente, foi inspirada na Arca do Profeta Nuh [Noé] a.s.
Novas atrações turísticas na cidade de Semarang, Java Central continuam surgindo. Além de viajar no centro da cidade, existem atrações únicas que podem ser encontradas no final da fronteira entre a cidade de Semarang e a região de Kendal.
A atração turística é chamada de Mesquita do Navio, localizada em Jalan Kyai Padak, Podorejo Village, Ngaliyan District, Semarang City. A Mesquita do Navio é única porque a arquitetura do edifício se assemelha à forma de um navio.
A Mesquita é agora um dos destinos turísticos de férias. Não apenas de Semarang, os moradores de várias áreas circundantes, como Demak e Kudus e outros, observaram a singularidade do edifício. Os turistas geralmente vêm ver edifícios únicos e tirar fotos.
Essa Mesquita do Navio foi viral no ciberespaço porque a arquitetura é diferente das demais. A Mesquita, com três andares de altura, cerca de 50 metros e 17 metros de largura, é exatamente como um navio ancorado no píer.
As pessoas que visitam este local sempre ficam impressionadas quando entram na área de 2.500 metros. Eles sempre pegam seus celulares imediatamente para tirar as melhores fotos. Poucos deles escolhem o local ideal para fotografar todo o edifício da Mesquita. ⠀ ⠀ "O prédio da Mesquita é único e muito bom, inspirada na arca de Noé. Portanto, se voc�� não vem aqui para selfies, parece que te falta alguma coisa", disse Putri Citra, 26, um dos visitantes. ⠀ ⠀ Segundo ele, das muitas Mesquitas que ele visitou, o design da Mesquita do Navio foi o melhor. Para ele, essa Mesquita é uma mistura de beleza e majestade sobre o Islam. "Isso é incrível, muito bom. Não é errado se este é um dos melhores lugares da cidade de Semarang", disse ele.
A viagem para a localização da Mesquita não é muito difícil. Além de entrar no mapa no aplicativo Google Maps, a Mesquita do Navio também pode ser acessada por vários caminhos. A maioria das rotas é pela Prof. Dr. Hamka Street, depois vá para a Gondoriyo Street, ou logo antes de Kedungpane Lapas, Semarang.
A partir dessa estrada, siga em frente até chegar à vila de Podorejo. No último ponto, a placa de sinalização da mesquita está disponível, apenas um pouco continue a jornada.
Chegando ao local, você é recebido com vendedores ambulantes que vendem mercadorias de durian e rambutan. Poucos também vendem uma variedade de alimentos, bebidas e frituras.
É preciso pagar uma taxa de entrada por Rp 3.000 por pessoa para poder se locomover na Mesquita de quatro andares. Além disso, os visitantes também devem pagar pelos serviços de estacionamento por Rp 2.000. ⠀ ⠀ "O lugar é remoto, se você vem sozinho, não consegue imaginar. Mas graças a Deus por vir aqui, a vista é boa, a Mesquita do Navio também é muito boa", disse Ina, uma turista. ⠀ ⠀ Rokhim, morador da mesquita, disse que, devido ao grande número de visitantes, a comunidade ao redor da Mesquita se tornou uma bênção. Muitas pessoas aproveitam a multidão de visitantes para vender comida e lembranças. "Alhamdulillah, também temos uma fortuna da multidão de visitantes", disse ele. ⠀ ⠀ A Mesquita com quatro andares também funciona de maneira diferente. O primeiro edifício é uma sala de reuniões, a segunda e a terceira salas são locais de culto. Enquanto o quarto andar como um telhado pode ver simultaneamente o cenário natural de certa altura.
Os turistas que vêm parecem satisfeitos. Se estiver interessado, dê uma olhada neste edifício único no canto oeste de Semarang.
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abgltorgbr · 7 months
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Mudanças no Comércio Informal na Uruguaiana: Paes Anuncia Medidas Controversas
Na quarta-feira (28), o prefeito Eduardo Paes (PSD) utilizou suas redes sociais para comunicar uma decisão que reverberou no coração do Centro do Rio: ambulantes serão proibidos de ocupar a Rua Uruguaiana nas próximas semanas. A medida, tomada em conjunto com o governador Cláudio Castro (PL), tem como justificativa a alegação de que o local serve como ponto de venda para mercadorias roubadas, em…
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bunkerblogwebradio · 7 months
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Contra os pobres
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Vamos levantar a hipótese de que um governo seja contra os pobres. Que tipo de medidas esse governo poderia tomar? Talvez pudesse escravizar os pobres, valendo-se de legislação que permita e institucionalize essa prática abominável; depois poderia libertá-los sem se preocupar, minimamente, em permitir inclusão, integração e desenvolvimento, deixando-os morar em barracos provisórios e sem reconhecer títulos de propriedade sobre as próprias posses, impedir de fato de ligar luz, água, gás, telefone legalmente.
Dessa forma, os miseráveis não poderiam pedir a uma empresa que asfaltasse a rua; não poderiam usar os próprios ativos (seus barracos) para abrir uma loja, empreender e melhorar de vida. Seriam também obrigados a deixar alguém em casa o dia inteiro, pois, sem título legal, poderia ser tomada por alguém a qualquer momento. Provavelmente, então, um filho ficaria em casa sem estudar.
Se esses pobres ousassem empreender e capitalizar o tempo em casa, inventando um trabalho, como cuidar das crianças dos vizinhos, cozinhar e vender comida, costurar, fazer cabelos, unhas, depilação, vender produtos básicos diretamente da porta de entrada, esse governo imaginário poderia proibir as creches informais, poderia pedir uma licença e um curso custoso para virar cabeleireiro e esteticista, poderia aumentar os requisitos higiênicos e de qualidade de comida e roupa, jogando milhões no mercado informal.
Se, ainda assim, alguns obstinados tentassem vender produtos na rua, aí seria fácil proibir vendedores ambulantes de pipoca, algodão-doce, churros, relógios, balões, sorvetes, pôr um monte de fiscais a apreender a mercadoria. E para pagar esses fiscais, seria preciso aumentar os impostos sobre os pobres.
Quando alguns desses pobres conseguissem construir ou comprar uma humilde moradia, o governo poderia tranquilamente expropriá-la para construir ruas, pontes, estádios, deixá-los ao próprio destino ou mandá-los a bairros-dormitórios nas periferias das cidades. Agora, finalmente, esses pobres seriam menos visíveis e talvez se consiga desincentivá-los a vir às praias e à Zona Sul.
Mas suponhamos que ainda alguns cabeças-duras tentem transportar as pessoas no centro por um preço acessível; nesse caso se poderia proibir o transporte voluntário, alegando motivos de segurança (funciona sempre) e chamando-os de “piratas”, “clandestinos” ou “perueiros”.
E se, por acaso, alguns desenvolvessem espíritos antigoverno, e se nesses bairros abandonados surgissem outros grupos de poder (quem diria!), imaginemos, vendendo cigarros, licores ou droga, se poderia então proibir tudo e punir sumariamente os recalcitrantes. Afinal, com a justificativa de que as drogas fazem mal, será fácil prender jovens, pais, filhos e mães, destruindo famílias inteiras e o tecido social.
Vamos supor agora que alguns bem-intencionados critiquem o governo e peçam uma inversão de marcha – poderiam propor ajudar os pobres, por exemplo, com “mais educação” (um bom slogan para o horário eleitoral). Aí o governo poderia criar escolas estatais para pobres com o dinheiro dos próprios pobres, ensinando disciplinas pouco úteis para passar da miséria à classe média (filosofia, sociologia, antropologia), mas muito úteis para criar súditos obedientes (lê-se cidadãos críticos), em lugar das únicas disciplinas com as quais pobres do mundo inteiro melhoraram de vida (ciência, matemática, português). Com militantes no lugar de professores e deturpando a ciência com conteúdo ideológico, a obra é completa.
Para fazer tudo isso, precisa de muito dinheiro, claro. A arrecadação do imposto de renda dos ricos não basta, é preciso taxar os pobres, mas com a informalidade da economia é difícil. A única solução é taxar o consumo. Aí não tem como escapar, a arrecadação do governo aumenta e talvez alguns deles nem notem.
Agora qualquer aumento de gasto é financiado pelos pobres; todas as vezes em que falaremos em “gasto social”, estaremos na verdade gastando o dinheiro dos pobres!
Qualquer referência a fatos reais é puramente casual.
*Este artigo foi originalmente publicado como capítulo do livro “O Futuro da Democracia”, org. Ângela Francesca Grando Veit e Pedro Maciel Echel. Porto Alegre: Buqui, 2017. Série “Pensamentos Liberais”, 21ª edição.
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capitalflutuante · 8 months
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O Estado de São Paulo contará com reforço de mais de 15 mil policiais militares nas ruas durante os dias de festejos de Carnaval. A mobilização começará no próximo sábado (3), com o pré-Carnaval, e ficará ativa até o domingo (18), no pós-Carnaval. O anúncio foi feito nesta terça-feira (30) pelo governo do estado. Nos eventos de carnaval nas ruas, os foliões poderão contar com dois tipos de ação dos agentes de segurança. Um deles é o policiamento de aproximação, feito por policiais a pé, circulando uniformizados por locais estratégicos e de grande aglomeração para fácil localização. Também haverá o policiamento à paisana, agentes com trajes civis, em meio ao público, para observar atitudes suspeitas e alertar a central de operações. “Os policiais que vão atuar nas operações também receberam treinamento específico para lidar com casos de importunação sexual. Os PMs atuarão no acolhimento e no devido encaminhamento das vítimas para as redes de proteção”, destacou o governo, em nota. Roubos de celular Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP), a Polícia Militar vai atuar especialmente no combate à receptação e roubo de celulares, um dos crimes mais comuns no período do Carnaval. “A receptação dos celulares é muito rápida. O criminoso furta o celular, leva para outra pessoa e já sai daquela área. Por isso, estamos com uma operação em andamento justamente para combater a receptação de aparelhos de celular”, destacou o comandante-geral da PM, coronel Cássio Araújo de Freitas. O governo federal, em parceria com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), apresentou em dezembro o aplicativo Celular Seguro para impedir o acesso dos criminosos a aplicativos financeiros e dados pessoais em caso de roubo ou furto de celulares. O aplicativo e o site Celular Seguro permitem bloquear o aparelho, a linha telefônica e os aplicativos bancários em poucos cliques. Após baixar o aplicativo ou acessar o site, é preciso fazer o login por meio da conta gov.br. O usuário deverá cadastrar seu aparelho informando o número, marca e modelo. Pode ser registrado mais de um dispositivo, mas a linha deve estar cadastrada no CPF do usuário. O sistema permite o cadastro de uma ou mais pessoas de confiança, que poderão auxiliar criando ocorrências em nome do usuário. Em caso de perda ou roubo, o usuário ou a pessoa de confiança poderá registrar uma ocorrência por meio do site ou do aplicativo. Após descrever quando, onde e como ocorreu o problema, o sistema emitirá alertas para instituições participantes, para que tomem as ações necessárias, como o bloqueio de aplicativos financeiros, do aparelho e da linha telefônica. Golpes Além do roubo de celulares, os foliões precisam ficar atentos aos golpes praticados por criminosos que se passam por comerciantes ambulantes. No último final de semana, a Polícia Civil de São Paulo prendeu cinco homens que se passavam por vendedores para aplicar golpes financeiros em foliões trocando os cartões utilizados pelas vítimas na hora de pagar por mercadorias. As vítimas davam o cartão ao criminoso para efetuar uma compra e digitavam a senha na maquininha. O aparelho, com um software malicioso, memorizava a senha. O falso comerciante, então, devolvia à vítima um cartão trocado e ficava com o original. Dessa forma, o criminoso obtinha o cartão e a senha. Nessa operação, os policiais apreenderam com os suspeitos 146 cartões de débito e crédito, cinco máquinas, R$ 1.602 em espécie, oito aparelhos celulares e duas bolsas. Ao serem questionados, os homens confessaram a prática da fraude. Com informações da Agência Brasil
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avidaealetra · 11 months
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BÊNÇÃO NA PRAIA
Lápis e papel na mão. Um trabalhador senta ao meu lado para almoçar em uma quentinha de isopor. Era magro e tinha muita idade, embora não aparentasse. Descobri quando um de seus colegas ambulantes passou por nós e esbravejou o fato de aquele homem ter 60 anos vendendo picolé na praia. O senhorzinho reforçou com orgulho:
-E 79 de idade!
No estande à minha frente, os salva-vidas se espreguiçam indicando o tédio de estar tudo em paz. Um deles entrega o turno ao colega. Troca de roupa para mergulhar por lazer. Na camisa que veste no lugar do uniforme, lê-se “De Boa”. Nada mais redundante para uma tarde de setembro na Barra.
Uma senhora lava a areia dos pés com a água coletada do mar em uma garrafa plástica. O motorista de aplicativo desembarca os passageiros à direita. Os namorados caminham de mãos dadas com a preocupação de um pássaro. No máximo devem estar pensando o que vão cozinhar hoje para assistir a série favorita deles à noite. O casal próximo a mim finge saber lutar capoeira; imitam o gingado de coluna curvada e braços dobrados em V. Os bares estão cheios pois é quinta-feira. Na beira da água, um tapete de guarda-sóis azuis e brancos, cheios de pequenos seres acumulados debaixo.
Passa por mim o carrinho dos drinks. O sorriso no rosto do barman ambulante faz jus ao produto. Ele cumprimenta o vendedor de picolé ao meu lado, enquanto passeiam pela orla os biquínis, bermudas e calças jeans. O vendedor de queijo coalho também cumprimenta meu vizinho alimentado. A companhia dele me agrada; e me agrada tanto que desejo que ele saia para que eu possa acender um cigarro, cuja fumaça há de atrapalhar o vigor do seu almoço. Pelo menos é o que me diz a direção do vento.
O capitalismo da praia é movimentado por camisas de proteção solar, biscoito caseiro, bronzeador, amendoim cozido, cangas e cerveja gelada. Mas eu aguardo ansiosamente pela água de coco, que nunca vem. Um trio de mergulhadores sai da água. Um caminhão às minhas costas descarrega gelo, e o sol começa a acariciar o lado esquerdo do meu corpo. Meu compatriota de banco me oferece, gratuitamente, uma de suas mercadorias e ainda me explica que não ofereceu o almoço, porque era um só, na intenção de dizer: “picolé, tudo bem, tem vários”. Agradeço, mas nego. Ele prepara o material para levantar acampamento e eu mudo de ideia: resolvo comprar um, antes que ele se vá. Ele não aceita meu dinheiro. Me dá a bronca mais simpática que já recebi na vida:
- Eu que te ofereci primeiro!
Tudo indica que também tenha apreciado minha companhia silenciosa. Gosto de imaginar que tenha achado terno uma jovem sozinha na praia sem celular à mão, apenas imersa em folha branca, rabiscando letras ininteligíveis. Desejo bom trabalho a ele e, com sorriso no rosto, ele deseja que deus me abençoe.
Fui embora sem a menor dúvida de que, naquela tarde, deus me abençoou com um picolé e um sorriso.
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arlindenor1 · 1 year
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Catastrófica humanidade - Madu
A humanidade marcha Marcha para onde marcha? Para o que chama civilização? Ela não sabe nada Sobre a terra pandêmica Por onde passa. Fetichista, a mercadoria desloca Reflete, projeta, espelha Imagens de corpos, despeja Dejetos sobras soçobras Ambulantes, esvaziados, ocos Submersa em pensamentos loucos Quer pisar no acelerador, enlouquecida À beira do abismo, enfurecida… A humanidade…
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gabientalismo · 1 year
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Crises - 05/04/22
Ouvia alguém chama-la. Era sempre frequente: Ao longe, como o eco da voz de um ambulante, soava "Rita...Rita!", e ela prestava atenção, procurando o som para ver se intensificava ou continuava. Para ver se perdurava por mais tempo do que um engano.
Dessa vez fora logo de manhã, quando mal havia acordado e as intempéries descanavam. Começou confundindo com o vendedor de peixe, esse que passava todas as manhãs gritando avisando a mercadoria, contudo logo notou-se que a voz era mais feminina e menos cansada, mais aristocrática. O chamado, que não parava, fincou-se longe dela, mas ainda assim ficou amargo no fundo da audição, sempre ouvindo o ruído que poderia ser qualquer coisa.
Morava, pois, sozinha havia alguns anos, sempre pulando de lar em lar, alugando uma casa inteira aqui, às vezes um meio quarto acolá mas nunca tendo para si algo para si. A casa dessa vez era grande, o pé-direito era alto e os moveis eram vazios, muito pequenos, ao ponto de que a respiração reverberava e o engolir das salivas se tornava um murmúrio de um conhecido. Era estranho toda noite não saber a diferença entre o ranger das camas, o gato do vizinho ou um ladrão, mesmo que ela agora morasse num nobre bairro da cidade que gabava-se de não ter furtos. Ela achava uma superstição presunçosa. O furto está para as casas urbanas como o lobo para o galinheiro: inevitável.
Se moldava no colchão, se escondendo da estepe, do horizonte, cobrindo-se das coisas. Mas era borbulhante sim, porque se mexia sem cessar na escuridão, os olhos não acostumavam e parecia mergulhada no lodo de petróleo. Era a crise de tudo: Crise do petróleo, crise da paz, crise da guerra, crise econômica, crise do mercado, crise da saúde. Eram tantas as crises que a mental era a menos preocupante. Misturada em toda aquela massa tinha sempre aquele sentimento que evitava. O pedreiro que todo fim de tarde gritava alto os adeus para a vizinha do lado esquerdo soava exatamente como ele: Feliz, cansado. Logo em seguida ouvia-se a ignição e o carro partir para sabe-se lá onde.
As mãos estavam geladas e procuravam tudo. Nada era capaz e o Tudo era longe. Longínqua a voz continuava. E ela ligava o fogão e botava a água, ainda sendo chamada. Sempre espiando o portão, atrás da cortina, da janela mais alta do segundo andar, mas a voz de alguém que procurava-a nunca tinha a forma física que a dúvida tem, a forma abstrata, meio pastosa, ignóbil. Ignóbil. Como se tivessem dúvidas nobres, pois, a confusão de nada serve senão para provar tua burrice, ou tua ignorância. E a mão tateava, procurava, ainda que ela não possuísse-a, e encostava em tudo, sentido na ponta da mente algo que gostaria de se lembrar mas que a implacável dúvida, sem orgulho.... Sem preconceito.... Não deixava-a e desesperada jogava as cobertas no chão, desarrumava a cama, derrubava os livros e "Rita! Rita!" Continuava a chamar.
Estaria em qualquer lugar, porque nada poderia estar tão longe. A rua que era vazia o dia inteiro e desmentia a chance do não-furto, a prepotência de se sentir alguém e de achar que ignorar a crise - todas as crises que estava mergulhada, ou sozinha ou com os outros- era algo a se orgulhar. A cada novo local que derrubava para encontrar, a sua pele descascava, desencadeando toda uma trilha por todos os locais que passava, da mesma maneira que a memória - já muito cansada, decadente e óbvio, em crise - agia.
Agia.... Mas de nada adiantava a ação. Corria... mas de nada adiantava correr se nada perseguia-a, senão a voz aristocrática que procurava ela.
No parapeito da janela, com ambas as mãos no mármore, a alma no céu, com o arco acima da cabeça ela procurou. Os olhos, agora olhinhos, passeavam pela paisagem, e nada.
Com um desespero em alta, com ações descartadas, ela deu de costas e sentou. Os dedos antes tenros e tensos agora jaziam soltos e desesperançosos. O cabelo já havia sido melhor. Quando caminhava com o olhar via o rastro, ziguezagues, hexágonos, e via os cabelos - todos no chão. As pessoas que já haviam passado na casa estavam em pé em cada canto: O pai sentava na poltrona do lado da grande estante. A mãe deitava na cama descansando. O Homem tomava banho e a irmã mais nova, agora mais velha, brincava de boneca. A nudez do espaço, mostrando-se nada mais que ela mesma, deixou-a atônita. Quando percebeu que todos fitavam-na e que o passado dançava funebremente no meio da casa, com os braços loucos soltos, e com movimentos esparsos, tendo nem rosto nem cor, sendo simplesmente escuridão, ela percebeu que ao seu lado tinha ela, chamando no ouvido, com os olhos ternos e grandes, engolindo-a, o rosto lindo, divino, os cílios grandes - tinha uma moça linda que chamava ela com amor: Rita.... Rita amor, cheguei. Terminou com um sorriso, talvez um beijo terno
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pirapopnoticias · 1 year
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gazeta24br · 2 years
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A prefeitura do Rio realizou hoje (27) mais uma ação de fiscalização em um depósito clandestino de mercadorias de ambulantes, localizado na Rua Ronald de Carvalho, no bairro de Copacabana, zona sul do Rio.   O material apreendido encheu cinco caminhões do tipo baú, onde foram transportadas as 45 estruturas de carrinhos, carroças e triciclos, além de centenas de mercadorias de ambulantes. Todo o material estava armazenado de forma irregular e em condições insalubres, com presença de baratas e grande cheiro de urina no local. A vigilância sanitária municipal interditou o local por falta de higiene para a atividade comercial. O material apreendido era vendido na areia da Praia de Copacabana e em condições insalubres para os frequentadores do local.   Técnicos da Defesa Civil também constataram as instalações elétricas em estado precário, o que colocava em risco quem utilizava o local. O laudo de vistoria será encaminhado para o Corpo de Bombeiros do Rio.   [caption id="" align="alignnone" width="463"] Fiscalização apreende mercadorias contaminadas vendidas na Praia de Copacabana - Secretaria de Ordem Pública/ Fábio Costa[/caption]   O secretário de Ordem Pública, Brenno Carnevalle, disse que este é o segundo depósito clandestino identificado pelo setor de inteligência do órgão no ano de 2023 e interditado.   "Depósitos esses que apresentavam condições absolutamente insalubres de armazenamento de carrocinhas, de produtos de alimentação, por exemplo, armazenados em local com odor de urina, com presença de baratas. O nosso trabalho tem foco, obviamente, no ordenamento urbano da cidade, mas também na saúde da população tendo em vista que esses produtos são acondicionados de forma irregular e insalubre acabam sendo comercializados nas ruas por esses ambulantes, em grande parte ilegais."   Dezenas de boxes eram alugados para armazenamento de materiais e equipamentos de comerciantes ambulantes e barraqueiros de praia. O valor mensal do aluguel variava de acordo com o volume das mercadorias.   Outra apreensão Na primeira operação de fiscalização em depósito clandestino em Copacabana, realizada no dia 13, foram apreendidas cerca de 10 toneladas de materiais diversos como dezenas barraquinhas de cachorro-quente, lanches, bebidas, chapa para preparo de sanduíches com fezes de ratos, além de muito equipamento de ambulantes de praia.   Edição: Juliana Andrade - Agência Brasil
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elaineloveskristen · 2 years
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Rejeitando o Covil de Ladrões
David Wilkerson (1931-2011)
14 de dezembro de 2022
Jesus subiu a Jerusalém na Páscoa e entrou no templo (ver João 2:13-17). O que ele viu o deixou horrorizado. Mercadores haviam tomado conta da casa de Deus! Ele veio em busca de uma casa de oração, e o que encontrou foi uma preocupação com a promoção, exposição e venda de mercadorias religiosas. Os líderes religiosos estavam contando seus lucros. Homens de Deus tornaram-se mascates de mercadorias religiosas, correndo para promover seus bens.
Mesas foram montadas em todos os lugares da casa de Deus para promover e vender ovelhas, bois, pombas, doces, incenso e outras mercadorias para fins religiosos. O dinheiro trocando de mãos fazia o barulho mais alto da casa, dinheiro que estava sendo ganho em Deus e na religião.
Que dor terrível fez o coração compassivo de nosso Senhor ferver com uma ira santa? Seu grande sofrimento fez com que seu espírito manso se enfurecesse com justa indignação. Você consegue imaginar esse momento? Com um chicote na mão, nosso Senhor invadiu o templo e começou a se debater em todas as direções, derrubando as mesas cheias de mercadorias. Ele dispersou os promotores, vendedores e vendedores ambulantes.
"Fora!" ele trovejou. “Tire essas coisas! Não façam da casa de meu Pai uma casa de comércio!” (João 2:16, NKJV). Foi provavelmente uma das experiências mais dolorosas em todo o seu ministério, mas ele não podia ficar parado e permitir que a casa de seu Pai se tornasse um covil de ladrões religiosos.
Estamos dispostos a ter comunhão com Cristo neste aspecto de seus sofrimentos hoje? Compartilhamos sua dor ao ver a casa de Deus mais uma vez sendo entregue aos comerciantes? Ficaremos indignados com a horrível comercialização do evangelho? Sentiremos sua raiva contra o mercantilismo espiritual o suficiente para nos retirarmos de todas essas atividades? Sentimos sua dor o suficiente para renunciar a ministérios que vendem mercadorias apenas para ganhar dinheiro?
Podemos compartilhar seu sofrimento neste ponto o suficiente para enfrentar aqueles que transformariam a casa de Deus em um teatro ou centro de entretenimento para promotores? Podemos lamentar toda a especulação sobre o nome de Jesus? Podemos tirar os olhos do dinheiro e voltar para a cruz?
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schoje · 2 months
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Em três dias de fiscalizações para verificar o cumprimento do novo decreto da Prefeitura do Rio, que determinou a parada emergencial entre 26 de março e 4 de abril, foram registradas 2.788 autuações entre multas e interdições a estabelecimentos, infrações sanitárias, multas de trânsito, reboques e apreensões de mercadorias. Dessas, houve 289 multas a bares, restaurantes e ambulantes. A fiscalização também interditou 42 estabelecimentos que não respeitavam as determinações atuais na capital fluminense. De acordo com a Secretaria de Ordem Pública (Seop), boa parte das autuações (1.188) ocorreu ontem (28), quando 12 estabelecimentos foram fechados e aplicadas 43 multas a ambulantes, restaurantes e bares. Além de agentes da Seop, as equipes de fiscalização contam com integrantes da Guarda Municipal, do Instituto Municipal de Vigilância Sanitária e apoio da Polícia Militar, que percorreram os bairros de Santa Cruz, na zona oeste; Tijuca, Vila Isabel, Maracanã, Andaraí, Vista Alegre, Vila da Penha, Madureira, na zona norte; Flamengo, Botafogo, Laranjeiras, Catete, Largo do Machado, na zona sul. As fiscalizações são realizadas também com bloqueios móveis em pontos estratégicos da cidade para impedir a entrada de ônibus e vans fretados, que eventualmente estejam descumprindo as determinações da Prefeitura O secretário de Ordem Pública, Brenno Carnevale, destacou a abrangência das ações que estão sendo feitas. “Pela natureza do atual decreto, nossas fiscalizações passam por operações nas praias, comércio regular e ambulante, bares e restaurantes, além de eventuais festas clandestinas e temos feito isso nos mais diversos pontos do município”. Para o secretário, embora o resultado seja satisfatório, até agora é preciso manter a fiscalização rígida. “O saldo, no geral, é positivo, mas sabemos que precisamos continuar firmes com o trabalho de orientação e fiscalização para autuar aqueles que ainda seguem desrespeitando as regras”, observou. Apesar das operações diárias, ainda há aglomerações, especialmente, em festas clandestinas. Ontem à tarde, uma das equipes de fiscalização da Seop fechou uma pool party com cerca de 300 pessoas, no bairro da Taquara, na zona oeste do Rio. O responsável pelo evento foi identificado e autuado. No início da noite, no bairro de Colégio, na zona norte, um outro evento foi interditado. Segundo a Seop, a festa tinha aproximadamente 150 pessoas. Lá também, o organizador foi multado. Já no início da madrugada de hoje (29), uma operação da Seop encerrou uma rave que reunia cerca de 2 mil pessoas. A festa era em uma pousada em Vargem Pequena, na zona oeste. A equipe não conseguiu identificar o responsável pelo evento e a autuação foi feita em nome do estabelecimento. As multas para o descumprimento do decreto variam de R$ 2.800,00 a R$ 15.000,00, conforme a avaliação da Vigilância Sanitária conforme provas e evidências apresentadas. Guarda Municipal Dentro das operações de fiscalização a Guarda Municipal atua também de maneira destacada em todo o município, em pontos onde são registradas aglomerações e nas denúncias enviadas por cidadãos via Central 1746 da Prefeitura do Rio. Nesses três dias de operações as equipes atenderam chamados nos bairros de Madureira, Campinho, Vila Valqueire, Engenho Novo, Bento Ribeiro, Tijuca, Ilha do Governador e Vila Isabel, na zona norte; Leblon, Gávea, Copacabana, Urca, Botafogo, na zona sul; Taquara, na zona oeste; e Lapa e Centro do Rio, entre outros locais. A Guarda Municipal também fez patrulhamento em toda a orla da cidade para orientar banhistas sobre a proibição da permanência na areia. As rondas ocorreram nas praias do Leme ao Pontal, incluindo Flamengo, Botafogo e Urca, praias da Baía de Guanabara. Para restringir o acesso às praias de Grumari, Prainha, Barra de Guaratiba e Joatinga, na zona oeste, foram montados bloqueios nas principais vias. As equipes do Grupamento Especial de Trânsito que percorreram a orla para fiscalizar a proibição de estacionamento determinada no decreto multou 596 veículos no fim de semana.
Durante as ações de patrulhamento, o som das viaturas foi utilizado para emitir mensagens sonoras com orientações de prevenção do contágio do novo coronavírus, como lavar as mãos constantemente e o uso da máscara de proteção facial. As ações são realizadas em pontos que registram grande movimento de pessoas como praias, praças e paradas de transporte público. Mesmo com todo o trabalho de fiscalização, o fim de semana foi de aglomerações na orla do Rio, com flagrantes de banhistas nas praias do Leme, Copacabana, Arpoador, Ipanema, Leblon e Barra da Tijuca. A permanência nas praias está proibida. A permissão é apenas para atividades esportivas individuais, incluindo mergulhos e prática de surf. BRT Para impedir aglomerações e a ocorrência de calotes no pagamento das passagens, o patrulhamento foi reforçado nas estações do BRT, nos três corredores do sistema (Transcarioca, Transolímpica e Transoeste). Apesar do esquema, as aglomerações continuam mesmo com a intervenção no BRT, que completa uma semana amanhã, feita pela Prefeitura do Rio. Com a intervenção, o município colocou ônibus extras comuns não articulados como os característicos do sistema, mas a medida não resolveu o problema que atinge os passageiros que fazem o deslocamento em ônibus lotados e enfrentam filas extensas nas estações. O pior é que muitos ainda entram nos veículos sem usar máscaras de proteção.
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fopenzenhacafula · 2 years
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Mercadoria Ambulante
Eu já fui comprado e vendido várias vezes, a custo nenhum.
#Fopenze
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hqslegaciesarchive · 2 years
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PARTE II & PLOT DROP: O DIA DO SALVADOR.
OOC.
Começamos direto com as orientações OOC porque a leitura é longa. Vocês PODEM continuar as interações da parte I do evento e PODEM continuar abrindo interações nela também, assim como podem abrir novas interações na parte II e postarem POVs também. Tá tudo liberado.
Os personagens PODEM ir para Academia/casa depois do que rolou. Vocês não precisam abrir interações só no cenário da tragédia. Só não podem fazer interações no dia seguinte ainda. Mas interações em outros cantos do reino, no Dia do Salvador/na noite do acontecido, estão liberadas.
A parte II deverá ser encerrada no Domingo e seguiremos o plot do RP a partir de tudo o que aconteceu aqui. Até lá, vivam apenas o momento! Ou seja, tomem esse tempo para desenvolverem o que os seus personagens vão sentir e como vão agir diante disso tudo. 
Vocês podem postar looks para a parte II do evento. Usem a mesma tag #lhqslookbook
Tag exclusiva da parte II para POVs e looks também: #lhqssaviorday
Ainda falta informações para vocês receberem em OOC! Aguardem os contos. 
Espero que gostem! 
O DIA DO SALVADOR.
Você acorda, ainda no acampamento, e sai da sua barraca. Talvez você esteja se cansando de tanta areia, mar e de Seatopia num geral — quem precisa de férias de verão, não é? — mas é impossível não se encantar pela beleza da praia ao alvorecer do dia mais importante do ano. Em algum lugar, os deuses sabem, e também comemoram, de modo que as suas criações resplandecem junto com a festividade. Você fecha os olhos, respira fundo, e sente a magia preencher o ar. É o Dia do Salvador.
Seus professores, familiares e conhecidos estão correndo de um lado para o outro — há muito o que fazer até a Hora do Salvador! E o tema da festa foi anunciado. Cada ano, depois da Hora do Salvador, o castelo de Camelot abre as portas para uma festa.
Não um baile, ou um fesitval, algo no meio. Tem dança e música, atrações e jogos, comes e bebes... E ninguém pode ir embora antes da meia noite, sendo essa semana uma grande exceção ao toque de recolher de Arthurian, porque o Dia do Salvador precisa ser celebrado até o seu último minuto, e a Semana do Salvador é sempre encerrada com uma homenagem final.
Você tem os seus compromissos, mas larga todos os que consegue se lembrar porque precisa arranjar as suas roupas para a festa.
Ah, é, o tema desse ano! Você pega o seu iWish e vê a notificação na tela de bloqueio: HOJE, AS APARÊNCIAS ENGANAM.
"O que isso significa?" Você se pergunta, franzindo o cenho, mas o segredo de todas as festas do Salvador é que a resposta é subjetiva. Cada um tem a sua interpretação do tema, e é por isso que no ano passado Simba e Nala King apareceram pintados de ouro dos pés à cabeça, usando coroas, e sem roupas, porque o tema sugeria: "HONRE QUEM VOCÊ É".
Hoje, então, as aparências enganam.
Ok, talvez você precise correr para a loja de fantasias ou negociar com a Fada Madrinha uma magia bibbidi bobbidi ou com Mirana Marmoreal uma poção que te transforme em alguém diferente pela noite, uma coisa meio Cinderela, quem sabe?
Você tem até a Hora do Salvador para estar em Camelot.
A HORA DO SALVADOR.
AVISO DE GATILHO: antes de lerem, estejam cientes que uma morte vai acontecer de uma maneira chocante. Eu descrevi o mínimo possível. Peço desculpas, mas é um plot necessário.
A Hora do Salvador acontece todos os anos, no ilustre Dia do Salvador, quando o relógio da Fada Madrinha aponta as dezoito horas — e, no passado, Wyatt se sacrifica para salvar os finais felizes de todos que conhecemos.
Às dezesseis, você já está vestido e pronto para esperar a Hora do Salvador com os seus familiares e amigos na parte externa do castelo de Camelot. O reino inteiro parece estar ali. Alguns ainda estão vendendo os mesmos produtos que vendiam ontem no festival, em barraquinhas. Alguns saem por aí oferecendo suas mercadorias, como vendedores ambulantes. Outros se reúnem em grupos e trocam fofocas e segredos, enquanto há os que fazem uma leitura dramática das cenas da peça teatral do Salvador.
E, é claro que não iria faltar; não teria sido apenas um alarme falso. No centro do pátio, as crianças brincam com o TOMATO-A-VILLAIN. De um lado, o Lobo Mau, como é conhecido por todos, permanece de cabeça baixa enquanto tomates estouram nele como bexigas cheias de tinta vermelha. Do outro, a Rainha de Copas grita que eles estão pintando as rosas errado e que vai cortar suas cabeças por errarem a mira.
Você tenta não olhar muito naquela direção. Algo nessa visão lhe deixa... desconfortável. Então você presta a sua atenção para as pessoas vestidas como animais, objetos; como os próprios pais ou como versões diferentes delas mesmas. Você tem medo de se aproximar de um par de adolescentes com pele de jacaré — eles beberam alguma poção, você tem certeza disso — e aí se lembra que as aparências enganam. E você já viu Ian e Johanna Hopps, os filhos mais novos do Sr. Hopps, em diversas festas antes, eles não tem nada de jacaré neles.
O tempo passa devagar enquanto você espera pela Hora do Salvador, mas assim que o grande relógio anexado a uma das paredes externas do castelo dá dezoito badaladas, qualquer barulho é cessado.
Na grande sacada acima de onde você está, o rei e a rainha aparecem, seguidos de Merlin e do Feiticeiro. Ninguém aplaude. Arthur e Guinevere seguram as mãos e se posicionam à esquerda. Merlin e o Feiticeiro à direita. A família Charming são os próximos a chegarem. Eles ficam no centro, com David e Snow um passo à frente dos filhos.
O hino de Storydom começa a tocar. A Fada Madrinha gira a varinha de condão e, de repente, imagens de vilões do Castigo assistindo à Hora do Salvador com dezenas de Defensores os cercando são refletidas por todos os cantos. Onde você olha, seja à direita, à esquerda, para trás ou para frente, você os enxerga. É como se telas invisíveis tivessem sido espalhadas e flutuassem no ar.
Eles estão miseráveis. Vestem-se de cinza, todos. Alguns são segurados por Defensores, provavelmente porque tentaram escapar, e você reconhece Jafar entre eles. Você vê a Rainha Má acompanhada de Malévola, e nenhuma das duas se assemelha às figuras nos livros, em seus dias de excelência.
O mais assustador é que você enxerga a própria Úrsula em uma dessas projeções. A vilã que ordenou matar Belle e Adam. Ela está acorrentada, o rosto está sujo, os cabelos emaranhados e há um sorriso nos lábios dela que você não sabe decifrar o que significa enquanto a bruxa dos mares olha diretamente para a câmera.
É como se ela estivesse olhando para você. Dentro da sua alma. E você desvia o olhar antes que o seu coração saia correndo pela boca.
"Povo de Storydom, nós honramos nesse dia e nessa hora, a vida e o sacrifício de Wyatt Charming," David começa depois de alguns segundos silenciosos ao final do hino. "Sempre me emociono ao falar de Wyatt. Para um pai, não há dor maior do que perder um filho. Pior do que isso, ter um filho tirado de você por um ato de egoísmo, vingança. Maldade." Todas as transmissões do Castigo mostram uma Rainha Má revirando os olhos. "Mas também não há orgulho maior do que saber que esse filho que foi tirado de você..." Ele segura a mão de Snow White, que está chorando. "Cresceu para se tornar um herói. Não qualquer herói. O herói que tornou esse reino possível — porque eu sei que não fui o único que perdeu um filho. Muitos de vocês também perderam. Filhos, pais, maridos e esposas, amigos... Pessoas importantes em nossas vidas que nunca tiveram a chance de um recomeço como nós, graças a Wyatt, tivemos. E por quê? Por que alguém não foi convidada para uma festa de batismo?"
Malévola aparece nas transmissões, respirando pesado.
"Por que um irmão mais velho encontrou o amor, teve um filho, e alguém perdeu a chance de ganhar uma coroa?"
Dessa vez, mostram Scar. Ele está cercado de Defensores.
"Ou talvez por que alguém estava obcecado com uma criança?"
James Hook carrega uma expressão impassível, como se não visse a hora daquilo acabar e ele poder voltar para o seu bar. Estranhamente, as câmeras da transmissão não desviam o foco do capitão.
"Nós não devemos nos esquecer do que aconteceu no passado. Nós não podemos seguir para o futuro enquanto não tivermos certeza de que a justiça continuará sendo feita no presente. E nós com certeza não devemos estender a mão para os culpados disso tudo. Eles não tiveram pena de nenhum de nós no passado. Não se arrependeram do que fizeram para as nossas famílias. A morte de Belle e Adam não provou isso? Quantos mais inocentes precisam morrer para que vocês acreditem?" David Charming continua a falar, só que dessa vez, ele está olhando na direção de uma pessoa na plateia. Você segue o olhar dele e encontra a família Triton. "Mas o Dia do Salvador representa um dia de recomeços. De esperança. E, hoje, nós e Wyatt escolhemos perdoar alguém que desviou do caminho da luz enquanto tentava fazer o bem... Eric Triton, meu amigo, apesar da sua traição para com o nosso reino, você terá a sua chance de recomeçar. Não o esperamos na sala do Conselho quando o dia terminar, mas esperamos que um tempo longe, navegando os mares de Undersea o ajudem a refletir sobre o seu compromisso com Storydom, e a encontrar o seu caminho de volta para a luz."
Até Merlin parece chocado com a declaração repentina. Até então, a Hora do Salvador era um momento de homenagens. Claro que David Charming sempre foi um pé no saco e sempre encontrava um jeito de mencionar os malfeitos dos vilões, mas nunca... assim. E nunca humilhando publicamente um membro do Conselho. Nas transmissões, a imagem do queixo caído de James Hook e uma tentativa dele de protesto (rapidamente rompida por quatro Defensores o segurando) é substituída por fotos em alta qualidade de Eric Triton no Castigo, sempre acompanhado de James. Em uma delas, Eric entrega para o capitão um vidro de aquário fechado, cheio de fadas de Pixie Hollow dentro.
A magia contrabandeada.
Você olha em volta atrás da professora Clarion, a rainhas das fadas, porque só consegue imaginar a dor em seu coração, mas não encontra nenhuma delas. Clarion, o conselho das fadas, as jogadoras do War Pixies... Ninguém está na cerimônia, o que é definitivamente estranho.
"Agora, onde estávamos..." David Charming tenta voltar a discursar, mas é o Rei Arthur quem dá um passo para frente e o impede de continuar.
"É o suficiente, Charming." O rei fala, voltando-se para o público abaixo dele. Arthur nunca pareceu tão irritado quanto agora. "Camelot dá as boas vindas a todos que vieram celebrar o Dia do Salvador hoje. Tenho certeza que Wyatt, onde quer que esteja no mundo dos deuses, agradece as suas homenagens. Como portador da Excalibur, posso senti-lo em cada aspecto puro e bondoso do reino de Merlin, e sei que ele está contente com o jeito que as coisas são, porque Wyatt foi criado por dois homens repletos de luz, que o ensinaram sobre o verdadeiro significado de perdão e recomeços. Então, meu povo, por favor—"
Um estrondo é ouvido. O rei para de falar e antes que você consiga reagir, a névoa cobre o seu campo de visão. Você não vê ninguém, você tenta tatear algo, mas só encontra figuras tão perdidas quanto você. Há gritos confusos e tropeços, pessoas caindo no chão, pessoas batendo umas nas outras... até que a névoa passe.
E é o berro desesperador de Elsa Snaer que arranca todos de seus próprios eixos. Você olha na direção dela e quase vomita.
No palco do Tomato-A-Villain, Wendy Darling está deitada em uma poça de sangue. Wolf está solto e em cima dela, as garras de lobisomem encharcadas do líquido vicoso, e a Rainha de Copas dá pulinhos e aplaude, fazendo as correntes que a seguram no lugar balançarem. "UAAAAAU! Você arrancou a cabeça dela! Ela morreu! Há! FAZ DE NOVO!"
A voz maníaca de Iracebeth é o único som que você escuta por longos segundos. Os Defensores correm para prenderem o Lobo Mau, que perde a consciência antes de ser arrastado pela segurança do reino. Você sabe para onde ele foi levado, porque não há recomeços para monstros como ele. Ou de sua linhagem. O filho com o gene lobisomem é detido junto; Iracebeth é levada de volta para o Castigo. 
Mais tarde, quando acordar em sua cela no Isolamento, Wolf vai implorar para ver o filho e agonizar gritando que ele não fez nada disso. Não foi culpa dele. 
E ninguém vai acreditar.
Membros da Ordem aparecem dando ordens para que todos voltem para suas casas ou os seus dormitórios na Academia. O Rei Arthur e a Rainha Guinevere vão atrás dos filhos de Wendy. O corpo da professora é levado por outro grupo de Defensores para dentro do castelo de Camelot. Merlin e o Feiticeiro criam uma barreira invisível que impedirá que qualquer um que não esteja associado à Ordem ou ao corpo docente da Academia entre no castelo.
Você não consegue sair do lugar, assim como muitos de seus colegas.
O que acabou de acontecer?
EXTRA.
OBSERVAÇÃO: o que for narrado abaixo NÃO é de conhecimento dos personagens. Já viveram traumas o suficiente por um dia. Mas os players precisam ter conhecimento!
O CHAMADO DE CLARION.
Mirana Marmoreal está impaciente. Ela anda de um lado para o outro no salão da Távola em Camelot, esperando alguma notícia. A rainha do País das Maravilhas não sabe o que, exatamente, ela espera. Um por quê. Uma solução. Um como. Qualquer coisa, mesmo que nenhuma delas possa trazer a sua amiga de volta.
Não está sozinha. Sr. Hopps reza as suas preces em um canto. Hiccup consola Jane Porter em outro, porque muito embora nenhum dos dois sejam membros da Ordem, eles eram amigos de Wendy.
E quando as portas duplas se abrem revelando a figura de Clarion, Mirana é a primeira a correr na direção da mulher que parece... "Vossa Fadacelência! O que aconteceu?"
A rainha das fadas despenca no chão da sala. Suas asas estão quebradas, ela tem machucados por todas as partes do corpo com a pele exposta, e o brilho inerente, a aura dourada que sempre a acompanhava, se apagou. "Está destruída. A Terra do Nunca está destruída. Minhas fadas, elas—elas não aguentaram. Sobraram apenas algumas de nós. Levei-as até Moors, mas..." Ela desaba em lágrimas.
Mirana abraça a amiga, engolindo o nó que se formou na garganta e respirando fundo para conter o aperto em seu coração.
Hiccup se levanta com Jane atrás dele. "Clarion. Como isso aconteceu?"
"Não sei. Eu senti... a morte de Wendy... e corri para alertar o Conselho das Fadas... Não consegui chegar a tempo. Não sei o que aconteceu. Não consigo me lembrar. Alguém soltou as bestas da Terra do Nunca e elas perderam o controle."
As bestas da Terra do Nunca. Mirana conhecia a história. Eram como o Jaguadarte, mas maiores e mais destrutivas. Foram criadas por Pan, inicialmente para assustar os Meninos Perdidos que tentavam fugir, depois se tornaram uma ameaça real para a terra quando começaram a realmente atacar os humanos e as fadas que habitavam no lugar, sedentas por sangue e por destruição. Em bando, poderiam derrubar qualquer terra, qualquer reino. Por isso, na época, o Conselho das Fadas se reuniu com Peter Pan e ele baniu as bestas da Terra do Nunca para uma caverna onde ficariam adormecidas e presas por toda a eternidade.
"Pan está desaparecido... Quem mais teria poder para soltá-las além dele?" O Sr. Hopps interrompeu as suas preces para ouvir a conversa, e questionar.
"Peter não tinha poder para soltá-las. Não mais. Ele perdeu a conexão mágica com a Terra do Nunca e a posse dela quando foi embora."
"Então quem, querida rainha?"
"Apenas eu."
Um filete de sangue escorre do olho esquerdo dela e o Sr. Hopps é ágil para segurá-la em seus braços quando Clarion desmaia.
O ENCONTRO COM ÚRSULA.
Para quem a assiste pelas câmeras, Úrsula está de pé, diante do pequeno espaço que ela tem como janela nos fundos de sua cela. Sozinha.
Mas ela não está sozinha. Uma sombra se movimenta pelas paredes.
"Você conseguiu. Meus parabéns." Úrsula diz, pouco impressionada.
"Você me desafiou. Eu não perco desafios. Ou brincadeiras." A sombra responde. Sua voz é um sussurro que entra nos ouvidos da bruxa dos mares. "Brincadeiras são muuuuuito sérias para mim, senhora madame."
"Então, o que fará agora? Já nos ajudou com o que pedimos. Vai querer largar a brincadeira?"
"Não, sua adulta chata! Meninos de verdade nunca param de brincar!" O vulto aumenta, assim como o tom usado para gritar com Úrsula. "Ainda preciso recuperar a minha juventude e conquistar a minha terra de novo. Faço parte do seu time agora, você querendo ou não."
"Que bom, Peter. Esperávamos que se juntasse."
"Quem é “nós”, aliás?"
"Você vai descobrir logo."
"Que chatoooo..." A Sombra resmunga. "Posso pelo menos me divertir mais um pouco? Você está perdendo um alvo fácil!"
Úrsula tenta não se mexer muito, uma vez que sabe que está sendo observada constantemente. Ela troca o peso do corpo de uma perna para a outra e cruza os braços.
"E quem seria esse alvo fácil?"
"A Rainha Branca, dãã! Todo mundo sabe que ela é uma bobona."
"Faça o que quiser. Apenas seja discreto. Eles ainda não perceberam os sinais..."
"Adultos tolos!" Peter Pan ri como uma criança malvada.
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Leonardo e Meredite (Parte 2 de 22)
    Leonardo e Meredite
    Autora: Ana Luiza Lettiere Corrêa (Ana Lettiere)
    Janeiro de 2021
* Parte 2 de 22
      As estradas ainda um tanto quanto primitivas do reino ofereciam passagem e embevecidos suspiros para os pés e imaginação de Meredite. Eram dias nos quais reinava o Sol e o chão se mantinha firme, poeirento, o que naquelas circunstâncias ela entendia como algo bom. Em sua caminhada atual ela já vira muitas auroras e ocasos, por vezes, quando se cansava, buscava um abrigo seguro dentro dos bosques que margeavam alguns trechos da estreita via que percorria. Ali, em meio ao verde, se dormia um pouco, quando contava com a sorte se deliciava com alguma fruta silvestre (Ela aprendera desde cedo o que as matas permitem ou não), encontrava algum poço público ou fonte e matava sua sede, além de reabastecer seu cantil para os momentos mais áridos do percurso. Agradecia principalmente quando em uma dessas aventuras na floresta presenciava o canto de uma cachoeira cristalina na qual podia se banhar. Tudo isso a motivava, a fazia perceber que fizera a escolha certa, vitória acrescida pelo contentamento de não precisar procurar uma estalagem para se recompor. Sem dúvida, Meredite estava feliz. Lembrava perfeitamente que, ao se despedir de sua choupana, pegara tudo que julgava necessário para uma boa jornada de ida e volta... Algum alimento, roupas e muito material para construção de suas peças místicas. Nos últimos dias de sua jornada, porém, as nuvens resolveram se manifestar e liberar água em abundância. E com seus pretendidos a abrigo bastante reduzidos, já que a estrada passara a ser margeada prioritariamente por pequenas fazendas ou grandes propriedades com pouca ou nenhuma reserva de mata alta e conservada, já que se destinavam à cultura da uva, por duas vezes ela precisou se hospedar e seus passos se tornaram mais lentos por causa da dificuldade apresentada na superação da lama que exercia um efeito de cola nas solas de suas pequenas botas. Mesmo com esse contratempo final ela chegou ao destino, agora só faltava encontrar um pouso apropriado para se higienizar adequadamente e fazer sua esperada última troca de roupa. Sim, ela possuía alguma maquiagem (Um potinho de carmim que ela reservava para situações singulares. Aplicava-o discretamente nos lábios e maçãs do rosto) e deixara sua melhor vestimenta para o momento de estar diante das obras.
      Percebeu, fascinada, porém com uma gota de angústia, que aquilo era muito maior do que uma simples vila. Era um reino de galerias, vendas, tablados, casarios, carruagens e ambulantes. Seria complicado perambular por ali, ela pensou. Mas era preciso, não iria desistir agora que estava tão perto, tão junto... Do quê? De quem? Que não pedissem para ela explicar. Era algo dela. Que nem ela compreendia. Então, ela recomeçou a caminhar, seguiu por ruas, vielas, fez curvas, subiu e desceu escadas e... Se perdeu... Então parou, se desesperou, mas, em seguida, sorriu... Aquilo tudo era um caos... Porém era muito mais, era poético. Tentando, no entanto manter seu lado prático afinado tanto quanto suas emoções, observou o entorno e percebeu que bastante perto de onde ela estava, uma tenda que vendia roupas parecia estar esperando por uma visita. Ela se aproximou já se preparando para a má impressão que seu visual causaria na jovem comerciante que terminava de repôr mais algumas mercadorias.
      - Bom dia! - falou.
      - Oi! Bom dia! Como vai? Você não é daqui, né?! Seja bem-vinda à vila e ao festival! - a moça falava rapidamente e parecia realmente empolgada com o evento e com a oportunidade de demonstrar isso à forasteira.
      Meredite respondeu deixando evidente seu contentamento com a nobre recepção e ainda mais pelo fato da interlocutora parecer não ter sido afetada pela sua aparência:
      - Estou bem! Tem razão, acabo de chegar! Muito obrigada pela gentileza... Estou emocionada com toda essa energia que já está emanando para o festival! E a vila é maravilhosa, pelo que já pude perceber... E confesso que a achei maior do que tinha em mente!
      - Ah... Muita gente comenta isso. Mas continue deixando que o encantamento fale mais alto do que a primeira impressão... Sei que pode ser meio intimidadora mesmo, porém veja como realmente somos, todos nós, você também... Celebrantes da cultura! - respondeu ao mesmo tempo em que pegava uma nova pilha de vestimentas.
      - Claro! Concordo com sua observação! Não quero abusar da sua simpatia... Mas... Poderia me indicar algum albergue onde eu poderia descansar da viagem e me arrumar adequadamente para acompanhar os eventos? - Meredite falou isso enquanto apontava suavemente para suas vestes encardidas e cabelos levemente embaraçados.
      - Não está cometendo abuso algum... Mas sinto informar que a maioria das pousadas nesse momento deve estar superlotada. Sabe como é... Tanta gente, tantos artistas, sacolas, rolos, envelopes, gritaria e... Não se surpreenda... Brigas... Por qualquer motivo... Desde discordâncias sobre o valor das diárias, até uma atriz acreditar que a camareira flertou com um de seus pretendentes. E sempre aos berros. Dedos em riste, mãos como espanadores, faces coradas em excesso, terminando em bebedeiras e palavras de ainda mais baixo calão.
      Fez uma pausa para suspirar profunda e dramaticamente e continuou:
      - Às vezes concordo com os nobres... Sobre as mulheres e menores deles serem aconselhados a não frequentar esses ambientes muito livres e criativos, mas aí, paro para refletir e vejo como tudo se torna uma espécie de aprendizado. Nós, aqui, do dia a dia é que dominamos as artes e inspirações.
      Parou uma segunda vez, foi até o balcão, pegou um copo com água, sorveu o líquido e continuou:
      - Olhe, desculpe meu desabafo! Vou fazer uma lista para você... Vou citar apenas os locais mais familiares. Espere só um momento.
      Meredite assentiu e viu a vendedora retornar ao balcão, pegar um lápis e um pedaço de papel e começar a escrever. Essa tarefa levou minutos que pareciam horas. Com tudo feito ela caminhou até a forasteira com um largo sorriso e balançando o papel em uma das mãos. Disse:
      - Pronto! Mas não garanto que encontrará vaga. Perdoe-me por não conseguir te ajudar mais.
      A recém-chegada sorriu em agradecimento, pegou e leu o papel, reparando em silêncio que a lista contava com mais de trinta indicações detalhada e apertadamente escritas. Se sentiu radiante. Em algum daqueles endereços haveria de ter um espaço para ela. Sem conseguir conter sua euforia de esperança, sem enviar prévios sinais, se aproximou daquela que ela já considerava uma amiga e a abraçou ternamente enquanto dizia:
      - Muito obrigada! Você não tem a mínima ideia do quanto está me ajudando! Mas, antes que eu me esqueça de perguntar... Qual é o seu nome? O meu é Meredite!
      A vendedora tinha sido verdadeiramente influenciada por aquele gesto impetuoso de gentileza. Respondeu:
      - E eu sou Tamara!
      As duas interromperam gradativamente o abraço e Tamara continuou:
      - Saiba que você tem oficialmente, a partir de agora, Meredite, a forasteira, uma nova e fiel amiga! Se precisar de algo, me procure...
      Ao que a artesã respondeu:
      - O sentimento é totalmente recíproco, Tamara. E te antecipo uma coisa. Antes de me despedir dessa vila, te trarei um presente. Só me esclareça uma coisa: Você gosta mais do dia ou da noite?
      Tamara, curiosa e fascinada, respondeu:
      - Do dia!
      - Está certo então! Nos vemos em breve, amiga! Até!
      - Até!
      E assim, Meredite se encaminhou para o primeiro local indicado. Bem no instante em que o relógio das águas, o orgulho daquela vila, indicava uma hora da tarde. A artista só encontrou descanso ao visitar o vigésimo terceiro endereço. Estava exausta. Sua procura tinha se transformado de passeio em corrida a partir do décimo primeiro "Desculpe, não temos vaga" que ela escutou. Ao ser beneficiada com um "Sim" acolhedor, enquanto esperava seu dormitório ficar pronto, perdeu o senso de etiqueta, tirou seu calçado e se sentou em um canto afastado da pequena recepção.
     Com Patrícia Lettiere ( http://patricialettierepintandonopedaco.tumblr.com ) , Paulo Renato Lettiere Corrêa ( http://osabordamente.blogspot.com.br ) e todos os meus inspiradores.
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