borboletaechamas

[borboletaechamas]

Vamos falar de Poemas? Quem convive comigo sabe, o meu forte sempre foi poemas. Somente, agora que estou aprimorando a minha linguagem em prosa através das Fanfics que tenho publicado por aqui… no @maodedefunto

Muita gente acredita que poema é difícil de ser lido. E, a partir da visão tradicional que as escolas ensinam: sim. Mas, poema é fácil de ser lido quando você lê com sua alma.

Percy Shelly, em Defesa da Poesia, vai explicar que todos possuem liras dentro de si, que são tocadas suavemente ao longo da vida. A diferença dos artistas e os demais humanos é: o artista faz sua lira ser ouvida mais alto.

Aqui segue MEU ranking de melhores poetas e poetisas:

Poeta Ana Cristina César

Poetisa Florbela Espanca

Poeta Paulo Leminski

Lord Byron

Poeta Fernando Pessoa (Heterônimo favorito: Bernardo Soares)

Ian Curtis

Poeta Hilda Hist

Poeta Mário de Andrade

Dorothy Parker

Poeta Augusto dos Anjos

Na língua portuguesa há uma diferença entre poeta e poetisa que possui um significado político-social muito importante. Em outro post posso elaborar melhor.

[borboletaechamas]

[borboletaechamas]

“Essa experiência de amor verdadeiro (uma combinação de cuidado, compromisso, confiança, sabedoria, responsabilidade e respeito) nutriu meu espírito ferido e permitiu que eu sobrevivesse a atos de desamor.” - Tudo sobre o Amor: Novas perspectivas, bell hooks. p.36.

[borboletaechamas]

“Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como o sino que ressoa ou como o prato que retine.Ainda que eu tenha o dom de profecia e saiba todos os mistérios e todo o conhecimento, e tenha uma fé capaz de mover montanhas, mas não tiver amor, nada serei.Ainda que eu dê aos pobres tudo o que possuo e entregue o meu corpo para ser queimado, mas não tiver amor, nada disso me valerá. “ - 1 Coríntios 13,1-3 (NVI)

[borboletaechamas]

Título: uma carta de término (autoral)

Caio, acho que precisamos conversar... Na verdade, vou ser bem direta com você: eu quero terminar. Não por algo específico, mas porque percebi, de um modo que me esvaziou, que não desejo estar em um relacionamento agora. Além disso, estou completamente indisposta a sentir alguma coisa por alguém, como se a ideia de me relacionar emocionalmente com o próximo estivesse além do que posso, ou quero, alcançar.

Sempre achei que eu fosse romântica, fã dos filmes do Hugh Grant, né? E então… eu sempre tive uma grande curiosidade pelo que é o amor... Mas descobri que não sei nada sobre o Amor, especialmente após ler bell hooks. Fui eu quem te convidou para a minha vida, e eu errei... Porque relacionamentos não são a minha aspiração; a minha aspiração sou eu mesma. Eu quero me relacionar comigo, nesta atual fase da vida.

O meu mundo interior estava em colapso, e há uma inquietação nos meus olhos que Nietzsche diria ser a inquietação que atrapalha a beleza das artes. E digo mais: é uma inquietação que me destrói, que me rouba de mim e me escraviza nesse Tempo Devorador... Eu preciso voltar para o Tempo Restaurador.

E não, não pense, nem por um instante, que você errou. Tudo o que te disse sobre ser inteligente, bonito, interessante... Eu fui sincera, completamente verdadeira. Você é, sim, tudo isso. Talvez por isso mesmo. Você tem essa leveza, esse jeito casual que não precisa de grandes gestos para ser notado. Como estudante, você é impressionante na sua calma, no seu foco. E eu sei que qualquer profissão que você escolher, vai trilhar o caminho com uma discrição que poucos têm.

Foi bom estar com você, mas... não te encontro dentro do meu coração. Não porque você não esteja ali, mas porque algo em mim se perdeu. Eu me sinto incapaz de sentir, como se meu coração estivesse exilado em um lugar ao qual nem eu tenho acesso. Você me chama de “raio de sol”, mas a verdade é que eu não sou. Agora, sou Napoleão perdido no frio da Rússia, sem saber como voltar, receosa de uma derrota final… “derrota” a qual é esquecer os meus sonhos mais preciosos…

Por isso… preciso, antes de tudo, me resgatar. Reconstruir-me de pedaços que se quebraram, e só depois, quem sabe, ser capaz de amar. Amar verdadeiramente, dividir o caminho com alguém sem medo de me perder de novo. Por enquanto, sou apenas uma garota, procurando em mim a mulher que Deus quer que eu seja… e não o que as pessoas querem ou dizem...

Caio, a vida não se desenha com linhas perfeitas. Às vezes, o amor nos escapa, não porque ele falha, mas porque nos transformamos enquanto o vivemos. Você ainda é tão jovem, com a vida inteira à frente, e esse término não é uma falha sua, nem minha...

É apenas o Tempo Cronos seguindo seu curso.

O que você sente agora, por mais confuso e profundo, é parte da imensidão que é viver. Você não perdeu nada. Continue, mesmo que seja sem entender. O futuro ainda não existe, mas é você quem fica responsável por trazê-lo à sua realidade… e neste momento, enquanto escrevo, estou criando o MEU futuro… MEU PRÓXIMO PRESENTE…

Aprenda a caminhar com seu próprio passo, sem pressa, e confie na sua capacidade de se recriar.

Desculpa, mas eu preciso libertar você de mim.

Se cuida… com respeito—

[borboletaechamas]

[borboletaechamas]

Título: Primeiro Dia (texto autoral)

Ontem, pela primeira vez em muito tempo, a água com gás estava mais amarga que o normal. Na verdade, ela ficou ali, esquecida, no meio da noite. Eu havia acabado com recém namoro. Um namoro que, desde o primeiro momento, eu sabia que não era certo para mim. Contudo, aquele garoto sempre me lançava um olhar úmido, como se dissesse: “tenha piedade”, e, por isso, eu não tinha coragem de terminar.

Por provisão divina, ele reclamou do meu temperamento racional e frio, o qual minha mãe também sempre criticou, desde os meus primeiros passos. Porém, algo mudou no instante em que ele disse: “Quero insistir em você.” Como um vento suave de liberdade, eu deixei que minha voz respondesse: “E eu quero terminar.” Nunca me senti tão confortável com uma decisão. Não foi fácil vê-lo chorar, mas… eu estava morrendo por dentro. Eu sou uma jovem mulher que tem sonhos: sonhos acadêmicos, sonhos de maternidade, sonhos artísticos. E, naquele relacionamento, tudo isso estava morrendo.

O jovem não era um namorado ruim, mas me deixou em uma posição que não era a minha. Eu tinha que estar sempre disponível para ele, tinha que ser amável de uma maneira que o agradasse. Minha forma de amar não era a correta. Meu relacionamento com Deus era um problema. Eu tinha que pagar todos os jantares. Eu sempre tinha que dedicar palavras a ele.

Eu estava infeliz. Amarga, como a água de ontem à noite.

Mas hoje é meu primeiro dia solteira depois de dois meses. Voltei-me para Deus e para Seu propósito. Li hoje Provérbios, capítulo dois:

“Meu filho, se você aceitar as minhas palavras e guardar no coração os meus mandamentos, se der ouvidos à sabedoria e inclinar o coração para o discernimento, se clamar por entendimento e por discernimento gritar bem alto, se procurar a sabedoria como se procura a prata e buscá-la como quem busca um tesouro escondido, então você entenderá o que é temer ao Senhor e achará o conhecimento de Deus. Pois o Senhor é quem dá sabedoria; de sua boca procedem o conhecimento e o discernimento” (Provérbios 2:1-6, NVI).

E apenas orei: “Senhor, que você possa aliviar a dor dele, mas que o teu Espírito Santo também me dê o discernimento que preciso para este momento. Eu quero encontrar o Senhor. Eu quero, de verdade, temer ao Senhor.”

E hoje é só… mais um Primeiro Dia.

[borboletaechamas]

Título: Drácula (poema autoral)

tu, isolado, perdido em tua mentira,

me convidaste ao lar, onde sombras dançam,

eu alegre em sol da meia-noite com doces romãs.

Eu disse o que querias, sussurro a te iludir,

e depois Me deliciei em ver teu desistir…

Fiz como sempre faço: danço até que o cansaço

se torne uma lembrança, Resvalo em teu traço.

Arranquei teu coração com zelo e precisão,

Coloquei-o na estante, entre a minha coleção.

tu, isolado, perdido em tua própria mentira,

chamaste-me ao teu lar, onde a vida delira.

Eu sussurrei baixinho o que querias ouvir,

e vi teus olhos mortos, já sem mais resistir.

De teu sofrimento fiz um banquete cruel,

Bebi teus ais, tão doces, como cálice de fel.

tuas lágrimas caíam, cada uma, uma oferenda,

enquanto Eu ria em silêncio, envolta da tua perda.

[borboletaechamas]

Repertório de Leitura: Ana Cristina César

Quando atingi o mais alto tédio, os garotos indisciplinados chamavam a atenção de garotas completamente vazias. Via-se apenas a bagunça de uma classe do primeiro ano do Ensino Médio, mas, em cima da minha mesa, estava a única coisa que talvez tenha mudado o rumo da minha vida: o livro didático de Literatura. Contudo, sendo bem específica, estava folheando todas as seções sem me preocupar com o texto; e, com meus olhos míopes, parei na foto de uma mulher com cachos, óculos redondinhos e um sorriso lindo! Ana Cristina César!

A sala de aula, especialmente a de literatura, é transformadora; e, sendo graduanda de Licenciatura, uma mulher, cristã, e leitora de diversas literaturas, me atrevo a dizer que a escola é a PRINCIPAL instituição social na vida de um indivíduo… a escola é onde a criança pode expressar sua personalidade, gostos e ideais sem a supervisão dos pais. Eu mesma gostava da escola por dois motivos: literatura e liberdade.

Na poesia de Ana Cristina César (Ana C.), aprendi que o autor possui o dom de traduzir o intraduzível. E assim, no poema “Psicografia”, ela escreveu: "Também eu saio à revelia." Eu me questionei: "Como assim? Ela sai sem um réu?" Sinceramente, mesmo lendo isso tantas vezes e estudando tanta Teoria Literária, nunca encontrei uma resposta que me satisfizesse. Mas, naquele momento, eu também queria sair à revelia, escrever sem que nada, nem ninguém, me ditasse. Sair da expectativa do que é ser uma garota.

Na escola, eu tinha a urgência de ser ouvida, a urgência de criar algo que apenas EU poderia criar, moldar com as minhas próprias mãos! E, na Poética de Ana C., eu me encontrei poeta, e não poetisa. Apesar de escrever sobre o amor e as paixões, eu sabia que as minhas letras não eram naturalmente frágeis, nobres ou puras… as minhas letras estavam cansadas, fascinadas pelo exagero, gritavam por espaço, por liberdade!

Eu era a estudante que não tinha medo de chorar em sala ou de gritar com quem me ameaçava… num ambiente hostil, pessoas com a alma artística precisam se cuidar… por isso saímos à revelia…

Entre as linhas de um livro, encontrei meu próprio verso. Em meio ao caos, a liberdade de ser quem sou: poeta e não poetisa. Ana C. me ensinou que, às vezes, é preciso sair à revelia para encontrar a nossa voz.

[borboletaechamas]

[borboletaechamas]

Friends (1994)

[borboletaechamas]

— Fyodor Dostoevsky; Letter to his brother 9th August 1838

[borboletaechamas]

— nós mulheres meio gregor samsa 🪳

comprei essa edição de a metamorfose em um sebinho na minha viagem para pirenopolis, sabia que era um clássico indispensável e eu já queria ler a um bom tempo. quando finalmente deixei a leitura fluir, entendi rápido o motivo de ser um livro tão recomendado.

essa história me deixou por dias refletindo sobre suas inúmeras interpretações, por exemplo, a forma como colocamos nosso trabalho na frente das nossas necessidades, como o capitalismo nos desumaniza, como deixamos a vida acelerada nos consumir e o fato de nos sentirmos culpados quando decidimos desacelerar.

também me fez refletir bastante sobre disponibilidade e a linha tênue entre a vontade de ajudar e a total servidão em nome do amor e responsabilidade familiar. quando deixamos que as pessoas nos vejam apenas como uma fonte de apoio, corremos o risco de nos tornar descartáveis quando deixamos de ser úteis. para mim, acho que foi uma grande lição sobre os relacionamentos que cultivamos e como nos apresentamos dentro deles.

eu te entendo, gregor samsa. às vezes, tudo o que eu queria era ficar na minha cama ignorando as minhas responsabilidades até me metamorfosear um inseto monstruoso.

[borboletaechamas]

Título: uma leitura inconvenientemente maravilhosa

(Resenha por Ana Beatriz P.)

A capa do livro, com tons de rosa e azul claro, despertou em mim a expectativa de ler uma história sobre o amor romântico. Contudo, o autor coreano Kim Ho-Yeon, vencedor de prêmios como o Bucheon Cartoon Story Contest (2005) e o Book of the Year Award da Yes (2022), apresenta uma história sobre o amor ao próximo, construindo diversas camadas de gentileza, calor humano, conforto e mistério.

O enredo se desenvolve em uma loja de conveniência, com foco em Dok-go, um homem sem memória em situação de rua na Estação de Seul, e sua adaptação à nova realidade após a senhora Yeom, uma professora aposentada e dona da loja de conveniência, lhe oferecer uma vaga de atendente no turno da noite.

Em cada capítulo do livro, o leitor tem acesso a como a presença de um homem como Dok-go consegue transformar cada personagem, despertando a consciência social sobre o alcoolismo, etarismo e aporofobia (preconceito contra pessoas em situação de miséria).

Durante a leitura, é possível sentir a alma sendo aquecida pela atmosfera presente, principalmente no último capítulo, que oferece à senhora Yeom e aos leitores a esperança de que Dok-go está no caminho de recuperar suas memórias e reconciliar-se consigo mesmo.

Portanto, “A Inconveniente Loja de Conveniência" é uma obra que surpreende pela profundidade emocional e pela sensibilidade despertada pelos personagens que a compõem. É dessa maneira que Kim Ho-Yeon se destaca, ao convidar a refletir sobre a empatia e a solidariedade em nossas vidas cotidianas, mostrando que a verdadeira revolução na sociedade está no ato de estender a mão. Recomendo este livro a todos que buscam uma leitura que aqueça o coração e inspire uma visão mais humana, compassiva do mundo.

---

[borboletaechamas]

Título:Realidade distorcida

(Poema autoral)

dentro e fora do meu coração

ergui um inabalável burgos,

e não há senhor feudal

que o destrua.

toda sexta-feira treze erguem:

tochas de fogo para dentro

de um interminável lugar

que fez o destino

dentro e fora da branca lua

ergui um inabalável vilão,

e não há herói são

que o destrua.

toda sexta-feira treze erguem:

forcas de palha para dentro

de um interminável lugar

que fez o destino

[borboletaechamas]

[borboletaechamas]

Sogno

(poema autoral)

mais um dia e mais uma noite

exceto Madrugada…

que ansiedade pra dormir…

e encontrar com você…

sei lá… quem sabe uma dose ?

uma dose de quê?

De demência medicamentosa…

reclamar de política e falar no sono…

aah… mas vou ter que ir pra casa…

pra ver você me esperando numa escada…

ah lá…de novo… lá vem você saltitando…

pra quê tanta alegria? são 03:45, me deixa!

mais um dia e mais uma noite

exceto Madrugada…

que ansiedade pra dormir…

e beijar você até…