#Autoimagem

[obsesseddiary]

Espero que seu novo amor esteja preparado para ser uma ferramenta para seu ego.

[zilha]

a cada dia estou mais convencida do poder da moda como forma de autoexpressão. nada é mais satisfatório do que poder escolher todos os dias que versão de mim eu vou querer ser. a escolha de roupas, guiada sempre pela busca de algum grau de conforto e de uma manifestação autêntica de quem eu sou, mas também de quem estou naquele dia: meu humor, meus pensamentos, o tom que quero que a minha imagem passe. a maquiagem que complementa a escolha das roupas, mas que também traduz diretamente o que se passa pela miha cabeça. uma proporção direta: quanto mais pesado o delieador, maior o grau de tempestividade dos meus pensamentos. sem falar no poder transformativo de acessórios para elevar algo que parece básico a outro patamar.

tudo isso pode parecer bobo e superficial, dicas dignas de um editorial de revista teen que ensina sobre proporçproporçoes e regras para montar looks coesos; ou uma prisão estética guiada por tendências, mas é significativamente mais profundo do que isso e tem suscitado reflexões muito interessantes nos últimos tempos.

meu primeiro dia saindo de casa com um bermudão roubado do guarda roupa do meu irmão trouxe concretude a uma série de questionamentos de gênero que há anos povoavam a minha cabeça. consolidada a certeza de que a existência enquanto mulher é limitada e limitante, também emerge a dúvida sobre a minha própria identidade: em que momento deixo de ser uma mulher que não se sente confortável em performar uma feminilidade tradicional para virar alguém que não é, de fato, mulher? essa epifania derivada de vestir uma peça de roupa "masculina" me revela iluminada ou simplesmente limitada? se roupas não tem gênero, quão autêntico é o meu questionamento sobre minha própria identidade?

não ironicamente, a escolha do bermudão foi para a ocasião específica de um show onde, pelo menos na minha cabeça, todos os ouvintes da banda são homens que usam bermudas longas. male manipulator music. quero me misturar ou me diferenciar? o que existe no meio do midwest emo que é tão aberto e sincero, revelando uma sensibilidade e inteligência emocional descolada da masculinidade tradicional, mas que também é tão excessivamente masculina quanto qualquer gênero musical que já conhecemos antes? o que faz do ouvinte de midwest e de outros gêneros de rock triste o mestre da manipulação? vans, bermudas e camisas xadrez. gorros, bonés e óculos de acetato. a imagem do anticristo emocional é um homem branco que gosta de escalas harmônicas e usa uma afinação não tradicional na sua telecaster colorida. e na minha cabeça eles todos adoram bermudões. por que, então, eu quis usar um bermudão também?

se vestir é performar para si e para os outros, e por mais que as minhas escolhas estéticas reflitam o que se passa dentro de mim, a forma com que elas me fazem ser percebida na rua também afetam profundamente o que eu sei ou deixo de saber sobre mime s obre os outros. existe um poder em ser percebida, um poder maior em ser desejada, e outro secreto e propriamente potente em ser objeto de estranheza. piercings, cabelos e maquiagens diferentes dos tutoriais de tiktok. clean girl é o caralho. mas ao mesmo tempo não sou nem de longe tão excêntrica e esquisita quanto eu gostaria de ser. quando éramos crianças ouvíamos a conotação negativa em 'querer aparecer', mas será que isso é tão ruim assim? o poder de se diferenciar gera satisfação pessoal, e permeia a fornteira da verdadeira autenticidade.

me orgulho de quem eu sou e me orgulho de não ser como eles, mas sim pertencente a nós. se existe de fato uma comunidade alternativa, que é em si e ao mesmo tempo homogênea e heterogênea, foi nela em que encontrei conforto. ser como nós, como eles, diferente deles. aparecer e crescer com a percpeçpercpeçao alheia, mas, acima de tudo, com a diversão de ser eu.

[vinyativista]

A primeira pessoa que vc tem que gostar, é você, por que se você não gosta de você, o mundo não irá gostar.

Como está sua AUTOIMAGEM?

[lissaturn]

Minha relação com o meu corpo

[Alerta de gatilho, trantorno alimentar/depressão/autoimagem]

Não sei como iniciar isso, mas penso que seria interessante externalizar a minha angústia e compartilhar como eu lido com a minha autoimagem.

Me recordo que seja desde os meus 16 anos que tenho uma percepção exagerada do meu corpo, sempre foi de grande desejo ter um corpo exageradamente magro, tenho 1,67 de altura e prefiro não falar qual o meu peso atual, minha meta é chegar aos 58kg (peso que tinha em 2021 quando tinha 18 anos)

Atualmente me vejo obcecada com essa ideia e de quanto eu me sinto mal por não estar como eu desejo, desde que comecei com essa ideia eu conto calorias, limito a quantidade de refeições por dia, faço caminhadas diárias e um pouco de musculação (não curto muito esse último) faço automedicação para perda de apetite, acelerar o metabolismo e eliminar gordura (não irei citar os nomes dos medicamentos) cortei açúcar e o máximo de carbo que podia, comer parece algo punitivo para mim, e quanto mais eu me restringir mais compulsiva eu me torno. Isso me faz me sentir cada vez mais longe do meu objetivo, estou estagnada na balança, as minhas roupas parecem ridículas no meu corpo, eu choro quando me olho no espelho, me sinto frustada por não ter o corpo que eu quero, eu me sinto mal quando saio na rua e vejo as pessoas olhando para mim, tenho vergonha de quem eu sou fisicamente, sinto que tudo o que tenho e as minhas qualidades são insignificantes diante disso.

Ultimamente eu tenho focado mais na minha saúde mental, terapia semanalmente, medicamentos em dia e acompanhamento com o nutricionista que está me orientando a uma relação melhor com a comida. Eu espero conseguir chegar ao meu objetivo de uma maneira saudável, é difícil evitar gatilhos quando se está rodeado de influências e pressão estética, quando nem todos entendem a dor e a mente de uma pessoa com transtornos alimentares.

[latabularasa-369]

La auto-imagen es una prisión, los demás son los guardianes.

[mastermaverick]

A Influência das Marcas na Autoimagem dos Brasileiros: Uma Reflexão Necessária

Anna Azem, Julia Guilger e Ivan Scarpelli, sócios da Dubu. Crédito: Fernando Cavalcanti Introdução: A Responsabilidade das Marcas na Autoimagem Você já parou para pensar em como as marcas influenciam a forma como nos sentimos em relação aos nossos corpos? Um estudo recente conduzido pela consultoria Dubu, especializada em estratégias para marcas e negócios, trouxe à tona uma questão intrigante:…

[giseleportesautora]

O Espelho que Não Queria Refletir #Poesia

O Espelho que Não Queria Refletir #Poesia Me senti especial, ganhei um presente diferente. Coloquei na sala, para todos verem a sua beleza. Nenhuma imagem apareceu e a vergonha foi sem tamanho. Não assuma responsabilidades por pura fraqueza.

Me senti especial, ganhei um presente diferente. Coloquei na sala, para todos verem a sua beleza. Nenhuma imagem apareceu e a vergonha foi sem tamanho. Não assuma responsabilidades por pura fraqueza. Não me envolva em seus problemas. Você se humilha pela aparência que tem. O que você acha de você é sua pior algema. O espelho que não queria refletir, me fez me sentir um ninguém. Disfarçando com…

[marentt3]

Elogios

Sempre tive dificuldades de receber elogios, mais ainda de acreditar neles...

E dificil explicar o que se passa na minha mente quando alguém me elogia por algo que eu mudei ou fiz de forma diferente, a sensação que eu tenho e que antes estava pessimo. Venho tentando mudar isso, de só dizer obrigada e por mais que eu queria olhar no fundo dos olhos das pessoas e perguntar "É serio?", não faço.

Essa semana está sendo muito difícil pra mim, sinto como se eu tivesse sem energia sabe? Igual ao um telefone quando ele chega a 15%, ele ainda funciona. Mais com um desempenho totalmente reduzido. Decidir que estava tendo uma semana ruim e que iria me arrumar, me embelezar pra ver se eu me animava um pouquinho, autoamor.

A questão é que eu cheguei no trabalho e todos notaram que eu estava mais arrumada, com batom, com saltos e a maioria fez questão de me elogiar. Sei que deveria ter ficado feliz, sei lá. Mais o sentimento que eu tive foi totalmente diferente.

Sentir desconforto por ser o centro das atenções.

Senti que nos dias anteriores eu devia estar horrível, um caco para chegar ao ponto de todos comentares.

Me senti inadequada.

Me senti invisível, quer eu só seria vista se me esforçasse muito.

Devo ser uma aberração porque gosto da validação sobre o meu serviço, faculdade, qualquer coisa que eu faça. Mais a validação sobre a minha aparência me causa dor.

Com toda a minha sinceridade

marentt3

[convidar]

Como Aumentar a Autoestima | A Beleza Interior [10 dicas imperdíveis]

Você sabe o que é autoestima e como ela pode afetar sua beleza interior e a vida das pessoas que te cercam? Neste artigo você confere nossas 10 dicas muito importantes para aumentar sua autoestima. Confira! Continue reading Untitled

[blogdoronaldo]

Como você define o seu valor?

Em um mundo competitivo e acelerado, muitas pessoas caem na armadilha de vincular sua autoestima e identidade à sua ocupação profissional.

Neste mundo maluco em que a gente vive, os valores estão invertidos. E, frequentemente, a nossa imagem é definida pelo sucesso profissional conquistado. Em um mundo competitivo e acelerado, muitas pessoas caem na armadilha de vincular sua autoestima e identidade à sua ocupação profissional. Por isso, hoje, quero falar sobre este assunto e dizer pra você que você é muito mais do que o cargo que…

[mejormequedosola]

“ainda estou lutando para fazer as pazes com meu corpo e minha sensualidade.”

[obsesseddiary]

Procuro algo pra te dizer, uma razão pra falar, mas as fotos suas no cinema com ela me perguntam: "Ela é mais nova e mais bonita que eu?"

Younger And Hotter Than Me (Selena Gomez & Benny Blanco)

[lidia-vasconcelos]

Sobre DISFARCES...

Tem muita gente que vive “burlando” a própria imagem, usando botox, bundex, peitex e não sei mais o quê, numa tentativa desesperada de ser aceita por esta ou aquela característica.

Mas aí eu fico pensando: o que será que acontece, quando alguém descobre que a bunda – ou o peito – não é tão grande como aparentava? O que será que rola, quando se está de “cara lavada”?

Sabe, a pessoa que o rejeita por causa dessas bobagens não vai ficar ao seu lado, quando um câncer ou outro problema grave aparecer no seu corpo.

E, ainda que não haja problemas de saúde, um dia, inevitavelmente se envelhece, não é? E, pelo que sei, a despeito do avanço da Medicina e da Tecnologia, ainda não inventaram nada que impedisse essa fatalidade.

Bom mesmo é se aceitar, ficar em paz consigo mesmo e se libertar dessa obsessão com a aparência. A autorrejeição faz mais estragos na alma do que a rejeição que vem fora!

Melhor ainda é poder dizer, em qualquer circunstância, sem estresse e sem falsa modéstia:

- Ei, olha aqui esse corpinho, é imperfeito, está meio fora do padrão, mas ele é todinho meu. Pode tocar sem medo, é 100% de verdade!

Lídia Vasconcelos

[isiswolfblog]

Como uma nova identidade cria um novo mundo.

Você não está manifestando com base no que deseja. Você está manifestando com base em quem acredita ser. E essa crença, sua identidade, é o que determina o que aparece em sua vida, o que se repete, o que sai, o que permanece e como as coisas se desenrolam.

É por isso que Neville repetia incansavelmente: "Assuma o sentimento do desejo realizado". Ele não estava dizendo para você fingir. Ele estava dizendo que sua realidade se molda ao seu estado de ser. E seu estado de ser é simplesmente sua identidade em ação.

Sua identidade é a base do autoconceito. Não é apenas uma crença, é toda a autoimagem que você carrega. É o que você espera sem pensar. É como explica as coisas para si mesmo. É a história interna que você conta há tanto tempo que esqueceu que a estava contando.

A identidade é sutil. Ela se esconde na forma como você reage a elogios e ofensas. Na forma como responde ao silêncio. Ela aparece no que você considera normal, provável ou típico para você.

Se você se identifica como alguém que sempre é deixado de lado, inconscientemente esperará ser excluído. Você antecipará abandono, interpretará situações neutras como rejeição e repetirá suposições dolorosas até que virem "fatos".

Se você se identifica como alguém amado, especial e sempre escolhido, o oposto se torna verdade. Sua mente filtrará a vida por essa lente. Você revisará os eventos a seu favor. Lembrará de apoio, não de abandono. Manifestará pessoas que refletem essa versão de você.

Você está manifestando o que sua identidade acredita ser verdade. E a identidade não é estática por natureza — é habitual. Você simplesmente a praticou ao longo do tempo. Isso significa que pode escolher uma nova com a mesma facilidade. Você só recisa parar de se identificar com a versão de você que não tem o que deseja.

Neville disse: "Mude sua concepção de si mesmo e automaticamente mudará o mundo em que vive". Ele também disse: "Para ser transformado, toda a base dos seus pensamentos deve mudar". E isso não acontece controlando cada pensamento, mas escolhendo uma nova identidade, um novo centro de ser, de onde seus pensamentos, suposições e reações passam a surgir.

Uma nova identidade muda o que parece natural. E a Lei sempre reflete o que é natural para você. Quando parecer normal ser adorado, você começará a ser adorado. Quando parecer natural ter dinheiro, se verá em circunstâncias onde o dinheiro flui. Você parará de achar que é um "sinal" quando alguém te trata bem. Passará a ver isso como o mínimo, porque combina com o "eu" que escolheu ser.

É por isso que identidade é tudo. A identidade determina suas suposições. As suposições determinam suas percepções. As percepções determinam suas reações. As reações reforçam sua realidade. E sua realidade sempre confirma o "eu" que você está sendo.

Você não precisa visualizar com mais força. Não precisa controlar cada detalhe da 3D. Precisa se perguntar: "Quem estou sendo? Quem assumo que sou agora?" Se a resposta não combinar com a versão de você que já tem tudo, mude. Agora. Sem demora.

Você não está aqui para perseguir o desejo. Está aqui para perceber que já é a versão de você que o possui. Tudo o que resta é assumi-la. O 3D sempre reflete quem você acredita ser.

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Manifestar não é conquistar, mas sim considerar como verdade quem se tornou.

[goddessfiles]

Como a Lei salvou minha saúde mental e me fez superar a procastinação.

Como sua mente também pode curar sua relação com o tempo, a produtividade e principalmente… com você mesma.

a thread :

Você já se sentiu presa num ciclo de cansaço mental, ansiedade e procrastinação, mesmo sabendo que tem potencial de sobra? Eu vivi isso. E foi através da Lei da Suposição que tudo começou a mudar.

Eu vivia exausta. Até quando “não fazia nada”, parecia que eu tava carregando um peso invisível. A cabeça cheia, até mesmo faltava em compromissos importantes por um peso tanto emocional quanto físico.

Só que no fundo, tudo o que eu queria era conseguir fazer as coisas com leveza, sem me forçar.

Cada vez que eu mais me afundava nesse ciclo de exaustão mais eu me auto declarava uma pessoa preguiçosa, uma pessoa que se auto sabota e coisas que sempre me degradavam, ou seja, eu estava assumindo uma identidade que me colocava como essas coisas.

Foi quando eu percebi que: Não era falta de disciplina, era excesso de crenças.

Então a primeira coisa que você tem que fazer é expandir sua mente e olhar, ver e entender esse ciclo viciante de sua mente.

A virada vem quando você entende que não adianta " consertar a procastinação " e sim reprogramar sua autoimagem para alguém que você queira ser como uma pessoa produtiva, determinada, mente blindada e etc.

Esse processo é menos sobre “forçar ação” e mais sobre criar segurança dentro de si.

Pois não há esforço na lei, há assumir oque já tem.

Quando eu parei de brigar com minha mente, ela floresceu. Quando eu parei de me chamar de incapaz, e me auto declarar uma pessoa produtiva eu vivi e vi isso pois eu sempre fui uma pessoa produtiva.

Quando eu acordava, em vez de já me sabotar mentalmente, eu dizia:

"Hoje tudo flui. Meu dia é guiado pela minha calma."

Você não precisa torrar sua mente com afirmações faça de um jeito confortável e cotidiano, que aos poucos essas afirmações apareceram inconscientemente em sua consciência, assim como antes. E toda vez que eu sentia ansiedade vindo, eu fechava os olhos, respirava, e me imaginava naquela versão minha que vive com paz e clareza. Me sentia como ela e isso bastava pra minha mente florescer.

Pois tudo é moldável em sua realidade.

Consciência = Realidade

Basta você assumir seu papel.

Hoje, não sou “uma máquina de fazer coisa”. Sou uma mulher conectada com ela mesma, que cria, produz, vive e descansa... tudo na hora perfeita.

Porque eu sou o tempo. Eu sou a ordem. Eu sou a calma.

[martacasamorim]

Esquisso

A: Não te conheço, nem sei quem és, ao certo. B: Já me tinhas visto antes. A: De ti, tenho apenas uma impressão. Um eco de algo que se perde no ar. És como um delírio - um desses sonhos que se desfazem mal acordamos. Apenas uma imagem vaporosa, sem corpo nem peso, que me escapa quando tento agarrar os seus contornos. B: Hei de nascer e crescer, à medida que me fores escrevendo. Eu espero. A: E eu sinto-te. Num assomo confuso de entusiasmo e ansiedade. B: Entusiasmo? Ansiedade? A: Entusiasmo, porque ainda és uma nuvem dispersa de possibilidades. Ansiedade, porque, ao dar-te forma, é como se te estivesse a matar. Cada palavra uma lâmina que te prende, que te limita. Escrever-te será uma violência. Uma aniquilação. B: Sim. Gostamos tanto de retratos, de fotografias, de molduras. Mas esquecemo-nos de que somos volúveis e passageiros como as imagens de um filme. A: Tu escondes-te nos contornos imprecisos de um esboço. Um rascunho mal definido. Ainda assim, eu sinto-te. B: São os teus olhos de escritora. Habituados à fantasia, ao não dito, ao que está por existir. É neles que eu me vejo viver. É neles que sei o fim que me darás. Os teus olhos são o meu destino, o meu livro. A: Ou será que o que sinto é apenas o meu reflexo? Será que tu não passas de uma secreta autoimagem que guardo de mim mesma? Talvez sejas a minha sombra, a projeção de um desejo em que me vou sonhando a mim própria. B: Como aquele homem que sonhava ser borboleta e, no fim, já não sabia ser era uma borboleta a sonhar ser homem. A: Talvez. Mas isso não importa. O que importa é a bruma em que nos perdemos. Vou saboreando essa névoa, essa incerteza, porque é nela que tu vives. É nela que te liberto. Não te quero compacta, sólida, una. Quero-te no movimento difuso dos pensamentos, numa dança em que cada gesto é ao mesmo tempo criação e fuga. Apetece-me a rebeldia do ambíguo. B: Já me acusaram de ser incoerente. A: Porque tu não cabes nas histórias que nós tanto gostamos de contar. Quando se é capaz de vogar na própria impermanência, sem temer o caos, é impossível ser massacrado pelos nomes ou pelas descrições. B: A incoerência é absurdamente ampla, espaçosa. A: Agora vejo-te. À contraluz, sentada a uma janela que fere a manhã soalheira e morna, que fere o oceano lá fora. B: Adequo-me à cena? A: Não consigo perceber bem os teus traços. És como um espectro trémulo, diáfano. Dissipas-te no fumo do cigarro que fumas, nos raios de sol onde navegam corpúsculos de pó. Dispersas-te na maresia, no tempo que se desfaz. B: E agora? A: Agora? Olha. O fogo rebola no céu. Pum! Bate no horizonte. O mundo enternece-se no lusco-fusco, as colinas do deserto brilham sob a lua, e as ondas continuam a murmurar no seu vaivém noturno. És tudo isso. E nada disso. B: Continuarei à espera. Enquanto te escreves em mim, eu vou vivendo em ti.

@martacasamorim