Limbo fotolibro del mes de Abril en la Fondation Henrier Cartier-Bresson
El comisario Clément Chéroux ha elegido como fotolibro del mes de Abril de la Fundación Henrie Cartier-Bresson en Paris, Francia a Limbo. Este es el texto que escribio para la web:
Book of the month - April 2024
Limbo opens with an image that could have introduced a different story: that of a late afternoon on a sunny beach. However, followed by the X-ray of a damaged spine, it actually tells the personal, therapeutic, story of photographer Sergio Castañeira who, as a result of a diving accident, lost the use of his legs and of one of his hands, and was left in a wheelchair.
For almost five years, he resided in a physiotherapy center, where he resumed his photography practice. Physically constrained, the first-person narrative shifts the angle of the shots, revealing a gaze that is too rarely represented in photography.
Published by Ediciones Anómalas, Limbo is the third book by Spanish photographer Sergio Castañeira.
0 notes
*Clássicos THE DECISIVE MOMENT > Henri Cartier-Bresson
Henri Cartier-Bresson (1908-2004) começa o prefácio do seu livro The decisive moment (Simon e Schuster, 1952 ) dizendo que como qualquer menino, gostava de "irromper" no mundo da fotografia com uma Box Brownie e fazer snapshots nos feriados. Dizia que sua paixão pela arte também vinha da infância, pintando as quintas e domingos, os dias que as crianças não tinham aulas na França. Gradualmente foi buscando o que podia com a câmera, mas do momento em diante que começou a pensar sobre isso "houve um fim para as fotos de férias e aquelas bobagens com meus amigos. Fiquei sério." O fotógrafo farejava alguma coisa e se ocupou indo atrás disso. O resultado foi um legado à fotografia incalculável.
Originalmente Images à la Sauvette (Editions Verve, 1952) - em uma tradução livre, imagens às escondidas ou às pressas- é um dos livros mais importantes da história da fotografia. Reunia até então os melhores trabalhos de Cartier-Bresson, com uma capa que não trazia uma fotografia mas sim uma colagem feita pelo artista francês Henri Matisse (1869-1954) e apresenta um título que resistiu até hoje como epíteto de sua obra. A frase usada para a versão inglesa está na epígrafe do livro, um extrato escrito pelo clérigo e memorialista francês Jean-François-Paul de Gondi (1613-1679), Cardeal de Retz: " Não há nada neste mundo que não tenha um momento decisivo."
Se existe ou não um "momento decisivo" na fotografia, definido por Cartier-Bresson como "o reconhecimento simultâneo, em uma fração de segundo, da significância do evento, bem como a precisa organização de suas formas que dão a este sua expressão adequada." é um debate que perdura até hoje passadas quase duas décadas da morte do fotógrafo, embora seja certa ao menos a origem desta "expressão fotográfica" a partir da publicação do livro. Em seu decurso o pensamento ganhou além de seguidores, aqueles que desafiam o tal acontecimento. Um deles é o crítico Sean O'Hagan, do diário inglês The Guardian, em seu review pouco antes do relançamento do livro em 2015. Ele escreveu que "Sim, ele mudou a fotografia para sempre, mas por que republicá-lo 62 anos depois quando suas ideias parecem tão desatualizadas?".
Quando ligamos as imagens com o ponto de vista humanista de Henri Cartier-Bresson vemos que a fotografia tornou-se parte da memória coletiva do mundo diz o conterrâneo do autor Clément Chéroux, atualmente Curador Senior do Museum of Modern Art de San Francisco (SFMoMA), indicado como o novo Curador Chefe do Departamento de Fotografia do Museu of Modern Art (MoMA), de Nova York, que deverá assumir o cargo em junho de 2020 no lugar de outro francês, Quentin Bajac, que retorna à França para ser o novo diretor do Jeu de Paume.
Chéroux escreve em um booklet especial na edição lançada em 2015 publicada pela Steild-DAP - a qual usamos aqui para este review - cujo título é nada menos que " A Bible for Photographers", um grande ensaio sobre a história e o fazer de The decisive moment. Ele lembra que na edição original de 1952 com o prefácio do fotógrafo americano (nascido na Letônia) Philippe Halsmann (1906-1979 ) este comentava a insistência de Cartier-Bresson com o texto, lembrando que as 13 páginas escritas por ele estavam entre as mais lúcidas e inteligentes já escritas sobre fotografia, embora ressalvava que até este ano não haviam muitas. "Aquelas escritas pelos fotógrafos contando suas experiências, seus approaches ou assumindo suas posturas eram ainda mais escassas". Por esta razão, escreve o curador francês, a introdução rapidamente se tornava uma "inescapável referência".
Uma reedição era necessária, sem dúvida. Esgotada a edição original, os livros estavam cotados a uma média de R$17 mil em 2015. "Embora a obra não tinha mais esse domínio, ainda carregava o peso de sua importância inicial", diz o crítico irlandês Sean O'Hagan, que também escreve para o The Observer. A questão é como " enquadrá-la" hoje junto a outras ideias como a Staged Photography; as estratégias conceituais, as manipulações digitais, segundo ele tornaram a idéia antiquada, exceto para os puristas, os fotojornalistas e os chamados "Street Photographers."
É um recorte interessante do crítico, embora a questão é que estes chamados fotógrafos de rua ainda permanecem mundo afora como um contigente nada desprezível. É preciso lembrar que algumas imagens das ruas feitas por Cartier-Bresson são comparadas a obras de mestres da pintura como o famoso quadro Rua de Paris, Dia de chuva, de 1887, do impressionista francês Gustave Caillebotte (1848-1894) e relacionado a produção do também impressionista Edgar Degas (1834-1917) ou ao pontilhista Georges Seraut (1859-1891).
The decisive moment surgiu da necessidade de Henri Cartier-Bresson ver suas fotografias mais "organizadas". A edição categórica das imagens em um livro trazia então uma leitura mais ampla de seu trabalho ( o que é inerente somente aos bons livros de fotografia pelo seu conteúdo e não pela quantidade de imagens) anteriormente publicado fragmentado em revistas ou jornais e que não permitiam uma diagramação mais interativa, um sequenciamento mais contíguo. É bom pensar que em 1952 também não era muito comum o livro de fotografia mais autoral.
Cartier-Bresson fotografava desde 1929 e como vemos no livro, já colocando suas características como flagrantes feitos na rua, geometrias elaboradas e as indefectíveis impressões de negativos inteiros (sem corte) e com o fio preto no entorno ( resultado do "vazamento" de luz entre a emulsão e a borda dos negativos). Em 1930, duas décadas antes da publicação seu trabalho foi apresentado nos Estados Unidos na exposição da galeria de Julien Levy (1906-1981) importante dealer novaiorquino dos anos 1930 e 1940.
A mostra chamou a atenção do americano Beaumont Newhall (1908-1993), o primeiro curador de fotografia do MoMA, que tornou-se seu amigo e quem faria sua primeira exposição neste museu em 1947, conforme escrito pelo curador e historiador novaiorquino Stuart Alexander, editor chefe da Delpire Éditeur [editora fundada por Robert Delpire (1926-2017) amigo íntimo de Cartier-Bresson e seu editor por muitos anos] na preciosa Encyclopedia of Twentieth-Century Photography (Routledge, 2005) cerca de 1700 páginas em três volumes, editada por Lynne Warren, curadora do Museum of Contemporary Art (MCA) de Chicago.
The Decisive Moment começou a ser construído em 1949 quando Newhall, que já tinha feito o catálogo da mostra no MoMA, quis fazer um outro livro, originalmente pensando em "Fleeting Image" para o título, que segundo uma carta ao fotógrafo, escrita por ele em outubro deste ano: "lidará totalmente com o que você chama de fatias de 1/100 segundos..." (referindo-se aqui a alta velocidade do obturador da câmera fotográfica para "congelar" os momentos).
Em 1951 Newhall e Richard L. Simon, sócio da Simon & Schuster, uma das editoras mais importantes do mundo e que hoje pertence ao conglomerado multinacional ViaconCBS , chamaram o grego radicado em Paris Tériade [Stratis Eleftheriades] (1897-1983) crítico de arte, designer e amigo do fotógrafo para preparar o livro. Em 1952, este chama a francesa Marguerite Lang (1900-1971), antiga colaboradora na sua luxuosa revista de arte Verve ( publicada entre 1937 e 1960, cuja primeira capa também foi feita por Matisse) e começa a compilar as imagens, fazem o layout e publicam o livro na França. Foi ideia dos dois que Cartier-Bresson escrevesse seus pensamentos sobre fotografia. Neste caso raro, tanto o texto quanto as imagens influenciariam e influenciam fotógrafos pelo mundo todo.
Uma das ascendências marcantes para as imagens precisas do livro foi o professor de Cartier- Bresson, seu compatriota e pintor cubista André Lhote ( 1885-1962) que, ainda nos anos 1920, enfatizava a harmonia da "Proporção Áurea" ou " Número de Ouro" (como uma constante real algébrica irracional) uma divisão do quadro pensada na arte desde a antiguidade e como vista nas pinturas renascentistas. Também fazia parte de seu repertório as ideias de Maurice Tabard (1897- 1984) um dos principais nomes do surrealismo fotográfico, cujos textos tratavam da geometria nas imagens. Curiosamente no início dos anos 1950, Llothe foi professor da fotógrafa inglesa Maureen Bisilliat (radicada em São Paulo desde 1957) em Paris e esteve no Brasil, ministrando cursos no Rio de Janeiro. Entre seus alunos estavam a artista carioca Renina Katz e a artista fluminense Anna Letycia (1929-2018).
Há quem diga que, já consagrado, o fotógrafo afirmava que sua maior (ou única) inspiração da fotografia seria o húngaro Martin Munkácsi (1896-1963) e sua famosa imagem das crianças no Lago Tanganica. Outras influências talvez sejam mais difíceis de confirmar devido a existência de centenas de citações apócrifas atribuídas a ele. Mas a ideia até que faz sentido quando pensamos no que Peter Galassi, curador do MoMA entre 1991 e 2011, escreve no livro Henri Cartier-Bresson O Século Moderno ( Cosac e Naify-MoMA, 2010) sobre fotógrafos que fizeram do momento imobilizado seu próprio tema. O paralelo entre os dois pode ser visto na imagem Gare de Saint-Lazare, em Paris, de 1932, talvez sua imagem mais celebrada.
O livro segundo os editores, traz as melhores imagens de Cartier-Bresson dos seus primeiros 20 anos como fotógrafo. A impressão foi feita a partir da reprodução que manteve a qualidade dos originais em photo-engraving / engrave prints pelos impressores franceses Draeger Frères, uma casa situada na região de Íle-de-France e fundada em 1886 e é dividido em duas partes, imagens do Ocidente ( França, Itália, Espanha, México e Estados Unidos) e do Oriente ( Índia, Indonésia, Japão, China, Egito) entre estas alguns retratos dos escritor francês Jean-Paul Sartre (1905-1980) e dos americanos William Faulkner (1897-1962) e Truman Capote (1924-1984) além de artistas como o americano Saul Steinberg (1914-1999), e os franceses Christian Bérard (1902-1949), Pierre Bonnard (1867- 1947) e Henri Matisse, um prefácio do fotógrafo ( que foi alterado por ele em 1980) e um anexo tecnológico escrito pelo próprio Richard Simon, que a princípio achou que o texto escrito pelo autor não continha dados técnicos suficientes.
Henri Cartier-Bresson, quando fez sua famosa (e inescrutável) imagem no dia chuvoso da Gare de Saint-Lazare, tinha 24 anos. Alguns anos mais tarde, trabalharia para revista Life, infiltrado na Resistência Francesa, indicado por seu amigo Endre Ernő Friedmann (1913-1954) conhecido por Robert Capa, como me contou John Morris (1916-2017), primeiro editor da Magnum Photos, icônica cooperativa criada em 1947 pelos dois fotógrafos e pelo polonês David" Chim" Seymour ( 1911-1956). Filho de um industrial têxtil, soube dividir a vida burguesa e confortável com pensamentos idealistas e democráticos e um forte ativismo que o levou a cobrir como fotojornalista dramáticos acontecimentos mundiais como a Guerra da Espanha, nos anos 1930, o funeral do indiano Mahatma Ghandi (1869-1948) e a Segunda Grande Guerra.
Imagens © Henri Cartier-Bresson Texto © Juan Esteves
* nestes tempos bicudos de pandemia e irresponsabilidade política vamos apoiar artistas, pesquisadores, editoras, gráficas e toda nossa cultura. A contribuição deles é essencial para além da nossa existência e conforto doméstico nesta quarentena *
>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>
9 notes
·
View notes
Socialism and cha-cha-cha: Agnès Varda's photos of Cuba forgotten for 50 years
"Agnès Varda’s pictures of Cuba had been sitting untouched in boxes since the mid-1960s. The images – of female bodies in form-fitting silhouettes, and men harvesting in cane fields – 'were never meant to be shown,' says the grande dame of French cinema. The compendium of thousands of photographs had been taken in service of her film, Salut les Cubains; after it was completed, Varda cast the images aside. That was until curator Clément Chéroux looked through her archives and discovered them. ..."
Guardian
Beyond the Photo Album: Relocating Varda’s Salut les Cubains
YouTube: AGNES VARDA in Cuba
May 2011: The Beaches of Agnès, 2011 December: Interview - Agnès Varda, 2013 February: The Gleaners and I (2000), 2013 September: Cinévardaphoto (2004), 2014 July: Black Panthers (1968 doc.), 2014 October: Art on Screen: A Conversation with Agnès Varda, 2015 September: Cléo from 5 to 7 (1962), Plaisir d’amour en Iran (1976), 2017 April: Agnès Varda’s Art of Being There, 2017 April: AGNÈS VARDA with Alexandra Juhasz, 2017 August: Agnès Varda on her life and work - Artforum, 2017
2 notes
·
View notes
A partir de ahora - From Here On - es el título del manifiesto de Les Rencontres d‘Arlés firmado por cinco pensadores y artistas del hecho fotográfico -Clément Chéroux , Martin Parr, Eric Kessels, Joan Fontcuberta y Joachim Schmid- que vienen trabajando desde hace un tiempo en una tesis que ha terminado por madurar en Arlés: La premisa del manifiesto pone en evidencia que ahora podemos hacer imagen con y de cualquier cosa, mezclando, reciclando, cortando, pegando y que lo único que necesitamos es un ojo, un cerebro, una cámara, un teléfono, un portátil, un escáner, un punto de vista, y es que la fotografia tal como la entendíamos, ya sea reportaje o documental, en un mundo digital y fragmentado en su globalidad cultural, ha dejado de tener sentido.
http://antevuestrosojos.blogspot.com/2011/07/from-here-on.html
0 notes