Tumgik
#Nem sei o que pensar deste poema
fabien-euskadi · 2 years
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Breve história de uma só palavra mil vezes maldita
Pois que mil vezes m’arda a língua se a palavra proibida por mim for proferida Mais mil vezes morra eu se do verbo brotar semente, qual luz em terra ardida, Onde os sobejos de um ontem infindo se acoitam na penumbra do que já não é. No restolho do que não se chora mora a hora em que um demónio bebeu da fé Algo menos que tudo o que era menos que menos que nada. Nada mais eu sou: Sorvo tragos da história do que podia ter sido quando não fui aquele que falou Uma só palavra a mais: a palavra (essa!) que, hoje, quando sentida, dita não será. E assim serei eu o que poderia ter sido nesse hiato entre o que existe e o que há.
                                                                               Fabrien Euskadi
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orapazdapoesiasblog · 2 months
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Tabacaria
O poema do heterônimo Álvaro de Campos, com o famoso verso: tenho em mim todos os sonhos do mundo.
Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.
Janelas do meu quarto,
Do meu quarto de um dos milhões do mundo que ninguém sabe quem é
(E se soubessem quem é, o que saberiam?),
Dais para o mistério de uma rua cruzada constantemente por gente,
Para uma rua inacessível a todos os pensamentos,
Real, impossivelmente real, certa, desconhecidamente certa,
Com o mistério das coisas por baixo das pedras e dos seres,
Com a morte a pôr humidade nas paredes e cabelos brancos nos homens,
Com o Destino a conduzir a carroça de tudo pela estrada de nada.
Estou hoje vencido, como se soubesse a verdade.
Estou hoje lúcido, como se estivesse para morrer,
E não tivesse mais irmandade com as coisas
Senão uma despedida, tornando-se esta casa e este lado da rua
A fileira de carruagens de um comboio, e uma partida apitada
De dentro da minha cabeça,
E uma sacudidela dos meus nervos e um ranger de ossos na ida.
Estou hoje perplexo como quem pensou e achou e esqueceu.
Estou hoje dividido entre a lealdade que devo
À Tabacaria do outro lado da rua, como coisa real por fora,
E à sensação de que tudo é sonho, como coisa real por dentro.
Falhei em tudo.
Como não fiz propósito nenhum, talvez tudo fosse nada.
A aprendizagem que me deram,
Desci dela pela janela das traseiras da casa,
Fui até ao campo com grandes propósitos.
Mas lá encontrei só ervas e árvores,
E quando havia gente era igual à outra.
Saio da janela, sento-me numa cadeira. Em que hei-de pensar?
Que sei eu do que serei, eu que não sei o que sou?
Ser o que penso? Mas penso ser tanta coisa!
E há tantos que pensam ser a mesma coisa que não pode haver tantos!
Gênio? Neste momento
Cem mil cérebros se concebem em sonho gênios como eu,
E a história não marcará, quem sabe?, nem um,
Nem haverá senão estrume de tantas conquistas futuras.
Não, não creio em mim.
Em todos os manicômios há doidos malucos com tantas certezas!
Eu, que não tenho nenhuma certeza, sou mais certo ou menos certo?
Não, nem em mim…
Em quantas mansardas e não-mansardas do mundo
Não estão nesta hora gênios-para-si-mesmos sonhando?
Quantas aspirações altas e nobres e lúcidas —
Sim, verdadeiramente altas e nobres e lúcidas —,
E quem sabe se realizáveis,
Nunca verão a luz do sol real nem acharão ouvidos de gente?
O mundo é para quem nasce para o conquistar
E não para quem sonha que pode conquistá-lo, ainda que tenha razão.
Tenho sonhado mais que o que Napoleão fez.
Tenho apertado ao peito hipotético mais humanidades do que Cristo,
Tenho feito filosofias em segredo que nenhum Kant escreveu.
Mas sou, e talvez serei sempre, o da mansarda,
Ainda que não more nela;
Serei sempre o que não nasceu para isso;
Serei sempre só o que tinha qualidades;
Serei sempre o que esperou que lhe abrissem a porta ao pé de uma parede sem porta
E cantou a cantiga do Infinito numa capoeira,
E ouviu a voz de Deus num poço tapado.
Crer em mim? Não, nem em nada.
Derrame-me a Natureza sobre a cabeça ardente
O seu sol, a sua chuva, o vento que me acha o cabelo,
E o resto que venha se vier, ou tiver que vir, ou não venha.
Escravos cardíacos das estrelas,
Conquistamos todo o mundo antes de nos levantar da cama;
Mas acordamos e ele é opaco,
Levantamo-nos e ele é alheio,
Saímos de casa e ele é a terra inteira,
Mais o sistema solar e a Via Láctea e o Indefinido.
(Come chocolates, pequena;
Come chocolates!
Olha que não há mais metafísica no mundo senão chocolates.
Olha que as religiões todas não ensinam mais que a confeitaria.
Come, pequena suja, come!
Pudesse eu comer chocolates com a mesma verdade com que comes!
Mas eu penso e, ao tirar o papel de prata, que é de folhas de estanho,
Deito tudo para o chão, como tenho deitado a vida.)
Mas ao menos fica da amargura do que nunca serei
A caligrafia rápida destes versos,
Pórtico partido para o Impossível.
Mas ao menos consagro a mim mesmo um desprezo sem lágrimas,
Nobre ao menos no gesto largo com que atiro
A roupa suja que sou, sem rol, pra o decurso das coisas,
E fico em casa sem camisa.
(Tu, que consolas, que não existes e por isso consolas,
Ou deusa grega, concebida como estátua que fosse viva,
Ou patrícia romana, impossivelmente nobre e nefasta,
Ou princesa de trovadores, gentilíssima e colorida,
Ou marquesa do século dezoito, decotada e longínqua,
Ou cocote célebre do tempo dos nossos pais,
Ou não sei quê moderno — não concebo bem o quê —,
Tudo isso, seja o que for, que sejas, se pode inspirar que inspire!
Meu coração é um balde despejado.
Como os que invocam espíritos invocam espíritos invoco
A mim mesmo e não encontro nada.
Chego à janela e vejo a rua com uma nitidez absoluta.
Vejo as lojas, vejo os passeios, vejo os carros que passam,
Vejo os entes vivos vestidos que se cruzam,
Vejo os cães que também existem,
E tudo isto me pesa como uma condenação ao degredo,
E tudo isto é estrangeiro, como tudo.)
Vivi, estudei, amei, e até cri,
E hoje não há mendigo que eu não inveje só por não ser eu.
Olho a cada um os andrajos e as chagas e a mentira,
E penso: talvez nunca vivesses nem estudasses nem amasses nem cresses
(Porque é possível fazer a realidade de tudo isso sem fazer nada disso);
Talvez tenhas existido apenas, como um lagarto a quem cortam o rabo
E que é rabo para aquém do lagarto remexidamente.
Fiz de mim o que não soube,
E o que podia fazer de mim não o fiz.
O dominó que vesti era errado.
Conheceram-me logo por quem não era e não desmenti, e perdi-me.
Quando quis tirar a máscara,
Estava pegada à cara.
Quando a tirei e me vi ao espelho,
Já tinha envelhecido.
Estava bêbado, já não sabia vestir o dominó que não tinha tirado.
Deitei fora a máscara e dormi no vestiário
Como um cão tolerado pela gerência
Por ser inofensivo
E vou escrever esta história para provar que sou sublime.
Essência musical dos meus versos inúteis,
Quem me dera encontrar-te como coisa que eu fizesse,
E não ficasse sempre defronte da Tabacaria de defronte,
Calcando aos pés a consciência de estar existindo,
Como um tapete em que um bêbado tropeça
Ou um capacho que os ciganos roubaram e não valia nada.
Mas o Dono da Tabacaria chegou à porta e ficou à porta.
Olhou-o com o desconforto da cabeça mal voltada
E com o desconforto da alma mal-entendendo.
Ele morrerá e eu morrerei.
Ele deixará a tabuleta, e eu deixarei versos.
A certa altura morrerá a tabuleta também, e os versos também.
Depois de certa altura morrerá a rua onde esteve a tabuleta,
E a língua em que foram escritos os versos.
Morrerá depois o planeta girante em que tudo isto se deu.
Em outros satélites de outros sistemas qualquer coisa como gente
Continuará fazendo coisas como versos e vivendo por baixo de coisas como tabuletas,
Sempre uma coisa defronte da outra,
Sempre uma coisa tão inútil como a outra,
Sempre o impossível tão estúpido como o real,
Sempre o mistério do fundo tão certo como o sono de mistério da superfície,
Sempre isto ou sempre outra coisa ou nem uma coisa nem outra.
Mas um homem entrou na Tabacaria (para comprar tabaco?),
E a realidade plausível cai de repente em cima de mim.
Semiergo-me enérgico, convencido, humano,
E vou tencionar escrever estes versos em que digo o contrário.
Acendo um cigarro ao pensar em escrevê-los
E saboreio no cigarro a libertação de todos os pensamentos.
Sigo o fumo como uma rota própria,
E gozo, num momento sensitivo e competente,
A libertação de todas as especulações
E a consciência de que a metafísica é uma consequência de estar mal disposto.
Depois deito-me para trás na cadeira
E continuo fumando.
Enquanto o Destino mo conceder, continuarei fumando.
(Se eu casasse com a filha da minha lavadeira
Talvez fosse feliz.)
Visto isto, levanto-me da cadeira. Vou à janela.
O homem saiu da Tabacaria (metendo troco na algibeira das calças?).
Ah, conheço-o: é o Esteves sem metafísica.
(O Dono da Tabacaria chegou à porta.)
Como por um instinto divino o Esteves voltou-se e viu-me.
Acenou-me adeus gritei-lhe Adeus ó Esteves!, e o universo
Reconstruiu-se-me sem ideal nem esperança, e o Dono da Tabacaria sorriu.
Álvaro de Campos (Fernando Pessoa)
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deniscorreia2099 · 14 days
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Carta para um certo alguém
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Oi, tudo bem? Como você está? Eu? Eu vou indo… sempre indo… pra onde, eu ainda não sei.
Tenho sentido muito a sua falta... você não telefona e nem manda mais mensagens de texto... eu sinto falta dessas coisas... falta de ver o seu rosto aparecendo de repente no telefone ou alguma mensagem nas horas mais impróprias... tudo isso fazia com que eu sentisse você um pouco mais perto de mim.
Vez ou outra, eu escuto a nossa música… é doloroso escutá-la e pensar que… … … … … … … … que… … … … … … … … que não é mais a nossa música.
Você despareceu… e está desaparecendo aos poucos de dentro de mim… e eu não sei quanto tempo ainda vou conseguir segurar você aqui dentro.
Não sei se você foi embora para sempre... não sei se vou vê-la ou escutar a sua voz novamente... mas eu queria que você ao menos me ligasse só pra... ... ... ... ... ... ... ... ... ... pra... ... ... ... ... ... ... ... só pra me dizer algo... nem que fosse pra sei lá... pra me mandar pra puta que o pariu ou pra dizer que tudo terminou mesmo.
Não sei se te atenderia se você me ligasse… sinceramente, eu não sei… não depois deste tempo todo… não depois de tudo o que aconteceu.
Sim... eu sinto a sua falta... só que à cada dia que passa, eu sinto você cada vez mais longe de mim e do meu coração. Eu disse pra mim mesmo que eu NUNCA escreveria esta carta. Talvez, por querer acreditar que como num passe de mágica ou como num conto de fadas, você me ligaria e tudo ficaria bem... que aquele Sonho que sonhamos juntos se realizaria... que seríamos felizes para sempre e coisa e tal.
É... mas nada disso vai acontecer. Você se foi… e nem ao menos se despediu de mim.
Se você ao menos tivesse alguma consideração, teria me telefonado… me dito alguma coisa.
Acho que vou dar início ao meu lento processo interior de cura... sei que vou me afastar de tudo e de todos e ficar bem antissocial por uns tempos. Vou escrever coisas deprimentes... coisas de “cortar os pulsos” – que é como eu chamo essas coisas tristes, amargas e melancólicas que eu escrevo quando estou assim... mas o que posso fazer? É o meu jeito de lidar com essas coisas.
Se você me ligasse agora… será que eu atenderia? Eu não sei… sinceramente eu não sei dizer.
Vou ficar na minha... quietinho no meu canto... é melhor assim. Só o que me restou, foi a falta que ficou... e nada mais.
Denis Correia, 08,09/07/2014-00:22
Confiram outros textos inéditos de minha autoria:
Zona Literária: https://minhazonaliteraria.blogspot.com
Terra dos Sonhos: https://sonhosdesperto.blogspot.com
Recanto das letras: http://www.recantodasletras.com.br/autores/denis
Luso Poemas (Portugal): https://www.luso-poemas.net/modules/news/index.php?uid=17029
Caso gostem dos textos, curtam, comentem e divulguem!!!
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cafebananasecocos · 11 months
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Perdi o poema que estava a escrever. Falava de ti, do que é gostar de ti, de afinal não gostar de ti, de te querer aqui mas preferir que estejas aí, lá longe onde só vou às vezes porque adoro mas finjo que é um filme nem que seja para ter uma estória para me queixar e contar às amigas.
Falava também de algum desconforto este que se vive quando se quer viver a verdade e se percebe que a verdade tem os dois lados, não os da moeda mas os da vida que afinal são é muitos. O bom, o mau, o assim-assim e ainda tudo no meio que é lá que está a virtude, dizem, mas eu prefiro mesmo o caos e queixar-me dele. Tu sabes, esta mania de viver intensamente.
Lá me estou eu a desviar de novo do que queria dizer. Dizem que é ADHD, ou lá como se diz de quem tem o deficit da pouca atencão que aqui entre nós, deve corresponder a 90% da população - digo eu que não sou nada boa com dados. Eu sou mulher dos anos 80, sol em aquário com lua em touro, e não ligo muito a essas coisas das labels inglesas da psicologia, que nos colocam em caixinhas chatas e nos confundem mais que explicam.
Se queres saber, acho que é o cérebro a pensar mais rápido do que as mãos conseguem escrever. Sempre foi assim, acho que não tem nada a ver com aquelas teorias Instagramizáveis de como nos agarramos uns aos outros que eu acho que isso a cada um lhe diz respeito. Ora nervoso, ora distante, ora os dois mas que aparentemente podem todos virar seguro.
Seguro-me. Interessante mas vou voltar aqui ao poema.
Falava lá em cima deste poema promissor que fala de amor. Já não sei quantos poemas de amor li, ouvi e escrevi, tantos que sinto que são todos o mesmo, a roçar ali no meio piroso no meio jucoso. Parece que o amor é mesmo isso, não é? Um sitio complicado de se estar, um sitio complexo para se ser, sempre muito esquisito visto de fora.
Agora quero-te aqui daqui a nada já não quero saber de ti para logo mais estar doida para te escrever, pra te olhar, pra te beijar, . Hoje quero isto, amanhã quero aquilo mas na verdade não quero é nada disto que as relações dão muito trabalho. Mais aberta ou mais fechada eu cá já não sei é nada.
Gosto de ti. Então como gosto arranjo todas as desculpas e outras para não gostar ou, pior, fingir que não gosto e comportar-me como todas aquelas personas que a espiritualidade chama de sombra - ou personagens. Aí viro bruxa, fantasma, puta, miragem, viro mesmo personagem e comporto-me esquisito, nem que seja pra comprovar a teoria.
Que não sou talhada para isto, que o amor é uma grande confusão e que estou melhor sem ti. Mas não.
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gabrielpardal · 2 years
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Dois desenhos, dois motivos
Outro dia estava conversando com uma amiga sobre os motivos que me fazem escrever um desenho e outro. Então disse que existem dois canais diferentes. Às vezes uma ideia surge de fora pra dentro e noutras de dentro pra fora. Ou a ideia vem de algo que estou observando, que está acontecendo com outras pessoas, que leio; ou então é algo pelo que estou passando que me faz ter uma ideia. Quase sempre o segundo caminho me gera mais satisfação. Porém nem sempre é o que alcança melhores resultados em termos de métricas e de curtidas, comentários e compartilhamentos. Se eu ligo pra isso? Não muito. O efeito de dopamina que me interessa não está unicamente no sucesso de algo que faço mas na realização dessa coisa.
Vou dar um exemplo.
Há um tempinho atrás publiquei esse desenho onde hoje em dia se publica desenhos (ou qualquer coisa). Seu alcance ou sucesso (medido pelo número de likes) foi apenas 5% deste outro desenho. Entretanto, me deu muito mais prazer fazer o primeiro, e o acho muito mais interessante do que o segundo. O segundo foi criado a partir de uma leitura que fiz de um texto, o primeiro veio de uma questão pessoal. Mas mais do que isso: geralmente os que fazem mais sucesso são mensagens simples e diretas, fáceis de serem entendidas em dez segundos e servem pra enviar pra outra pessoa. Foi justamente o oposto disso que me deixou contente na criação do desenho que não teve tanto alcance. Ele está em aberto. Ele não entrega uma mensagem e pronto. Além disso, fico orgulhoso de ter conseguido algo que fica entre o triste, o humor, o singelo, o melancólico. Era assim que me sentia antes de fazê-lo e é isso que me lembro quando vejo novamente. A poeta Wislawa Szymborska lindamente define a coisa assim: “No poema tento conseguir o efeito que na pintura se chama ‘chiaroscuro’. Gostaria que o poema contivesse o sublime e o trivial, as coisas tristes e cômicas – lado a lado, misturadas”.  
Fazer a newsletter e roteirizar e gravar o podcast me dão muito mais trabalho do que fazer um desenho no Instagram. Nenhuma das duas coisas têm o mesmo alcance que os desenhos. Mas não é pelo alcance que eu faço o que faço. Por isso, quando alguém me diz "adoro receber seus e-mails, neles descobri que..." ou que um episódio do podcast lhe fez pensar coisas ou lhe emocionou, bom, eu recebo isso de forma diferente.  Não sei explicar por quê. Ou talvez saiba, mas fico constrangido em assumir. Pois tem a ver com o fato de que eu poderia simplesmente parar de fazer todas essas coisas, principalmente essas duas que me dão mais trabalho e tomam mais o meu tempo. Mas eu não paro. E me sentir unido a alguém pelos motivos que me fazem fazer essas coisas é das maiores satisfações que poderia ter.
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odiodonula · 2 years
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Postando novamente porque este poema me toca o coração em todas as vezes. Fernando Pessoa é único e Tabacaria também.
POEMA TABACARIA
Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.
Janelas do meu quarto,
Do meu quarto de um dos milhões do mundo que ninguém sabe quem é
(E se soubessem quem é, o que saberiam?),
Dais para o mistério de uma rua cruzada constantemente por gente,
Para uma rua inacessível a todos os pensamentos,
Real, impossivelmente real, certa, desconhecidamente certa,
Com o mistério das coisas por baixo das pedras e dos seres,
Com a morte a pôr umidade nas paredes e cabelos brancos nos homens,
Com o Destino a conduzir a carroça de tudo pela estrada de nada.
Estou hoje vencido, como se soubesse a verdade.
Estou hoje lúcido, como se estivesse para morrer,
E não tivesse mais irmandade com as coisas
Senão uma despedida, tornando-se esta casa e este lado da rua
A fileira de carruagens de um comboio, e uma partida apitada
De dentro da minha cabeça,
E uma sacudidela dos meus nervos e um ranger de ossos na ida.
Estou hoje perplexo, como quem pensou e achou e esqueceu.
Estou hoje dividido entre a lealdade que devo
À Tabacaria do outro lado da rua, como coisa real por fora,
E à sensação de que tudo é sonho, como coisa real por dentro.
Falhei em tudo.
Como não fiz propósito nenhum, talvez tudo fosse nada.
A aprendizagem que me deram,
Desci dela pela janela das traseiras da casa.
Fui até ao campo com grandes propósitos.
Mas lá encontrei só ervas e árvores,
E quando havia gente era igual à outra.
Saio da janela, sento-me numa cadeira. Em que hei de pensar?
Que sei eu do que serei, eu que não sei o que sou?
Ser o que penso? Mas penso tanta coisa!
E há tantos que pensam ser a mesma coisa que não pode haver tantos!
Gênio? Neste momento
Cem mil cérebros se concebem em sonho gênios como eu,
E a história não marcará, quem sabe?, nem um,
Nem haverá senão estrume de tantas conquistas futuras.
Não, não creio em mim.
Em todos os manicômios há doidos malucos com tantas certezas!
Eu, que não tenho nenhuma certeza, sou mais certo ou menos certo?
Não, nem em mim...
Em quantas mansardas e não-mansardas do mundo
Não estão nesta hora gênios-para-si-mesmos sonhando?
Quantas aspirações altas e nobres e lúcidas -
Sim, verdadeiramente altas e nobres e lúcidas -,
E quem sabe se realizáveis,
Nunca verão a luz do sol real nem acharão ouvidos de gente?
O mundo é para quem nasce para o conquistar
E não para quem sonha que pode conquistá-lo, ainda que tenha razão.
Tenho sonhado mais que o que Napoleão fez.
Tenho apertado ao peito hipotético mais humanidades do que Cristo,
Tenho feito filosofias em segredo que nenhum Kant escreveu.
Mas sou, e talvez serei sempre, o da mansarda,
Ainda que não more nela;
Serei sempre o que não nasceu para isso;
Serei sempre só o que tinha qualidades;
Serei sempre o que esperou que lhe abrissem a porta ao pé de uma parede sem porta,
E cantou a cantiga do Infinito numa capoeira,
E ouviu a voz de Deus num poço tapado.
Crer em mim? Não, nem em nada.
Derrame-me a Natureza sobre a cabeça ardente
O seu sol, a sua chuva, o vento que me acha o cabelo,
E o resto que venha se vier, ou tiver que vir, ou não venha.
Escravos cardíacos das estrelas,
Conquistámos todo o mundo antes de nos levantar da cama;
Mas acordamos e ele é opaco,
Levantamo-nos e ele é alheio,
Saímos de casa e ele é a terra inteira,
Mais o sistema solar e a Via Láctea e o Indefinido.
(Come chocolates, pequena;
Come chocolates!
Olha que não há mais metafísica no mundo senão chocolates.
Olha que as religiões todas não ensinam mais que a confeitaria.
Come, pequena suja, come!
Pudesse eu comer chocolates com a mesma verdade com que comes!
Mas eu penso e, ao tirar o papel de prata, que é de folha de estanho,
Deito tudo para o chão, como tenho deitado a vida.)
Mas ao menos fica da amargura do que nunca serei
A caligrafia rápida destes versos,
Pórtico partido para o Impossível.
Mas ao menos consagro a mim mesmo um desprezo sem lágrimas,
Nobre ao menos no gesto largo com que atiro
A roupa suja que sou, em rol, pra o decurso das coisas,
E fico em casa sem camisa.
(Tu, que consolas, que não existes e por isso consolas,
Ou deusa grega, concebida como estátua que fosse viva,
Ou patrícia romana, impossivelmente nobre e nefasta,
Ou princesa de trovadores, gentilíssima e colorida,
Ou marquesa do século dezoito, decotada e longínqua,
Ou cocote célebre do tempo dos nossos pais,
Ou não sei quê moderno - não concebo bem o quê -
Tudo isso, seja o que for, que sejas, se pode inspirar que inspire!
Meu coração é um balde despejado.
Como os que invocam espíritos invocam espíritos invoco
A mim mesmo e não encontro nada.
Chego à janela e vejo a rua com uma nitidez absoluta.
Vejo as lojas, vejo os passeios, vejo os carros que passam,
Vejo os entes vivos vestidos que se cruzam,
Vejo os cães que também existem,
E tudo isto me pesa como uma condenação ao degredo,
E tudo isto é estrangeiro, como tudo.)
Vivi, estudei, amei e até cri,
E hoje não há mendigo que eu não inveje só por não ser eu.
Olho a cada um os andrajos e as chagas e a mentira,
E penso: talvez nunca vivesses nem estudasses nem amasses nem cresses
(Porque é possível fazer a realidade de tudo isso sem fazer nada disso);
Talvez tenhas existido apenas, como um lagarto a quem cortam o rabo
E que é rabo para aquém do lagarto remexidamente
Fiz de mim o que não soube
E o que podia fazer de mim não o fiz.
O dominó que vesti era errado.
Conheceram-me logo por quem não era e não desmenti, e perdi-me.
Quando quis tirar a máscara,
Estava pegada à cara.
Quando a tirei e me vi ao espelho,
Já tinha envelhecido.
Estava bêbado, já não sabia vestir o dominó que não tinha tirado.
Deitei fora a máscara e dormi no vestiário
Como um cão tolerado pela gerência
Por ser inofensivo
E vou escrever esta história para provar que sou sublime.
Essência musical dos meus versos inúteis,
Quem me dera encontrar-me como coisa que eu fizesse,
E não ficasse sempre defronte da Tabacaria de defronte,
Calcando aos pés a consciência de estar existindo,
Como um tapete em que um bêbado tropeça
Ou um capacho que os ciganos roubaram e não valia nada.
Mas o Dono da Tabacaria chegou à porta e ficou à porta.
Olho-o com o desconforto da cabeça mal voltada
E com o desconforto da alma mal-entendendo.
Ele morrerá e eu morrerei.
Ele deixará a tabuleta, eu deixarei os versos.
A certa altura morrerá a tabuleta também, os versos também.
Depois de certa altura morrerá a rua onde esteve a tabuleta,
E a língua em que foram escritos os versos.
Morrerá depois o planeta girante em que tudo isto se deu.
Em outros satélites de outros sistemas qualquer coisa como gente
Continuará fazendo coisas como versos e vivendo por baixo de coisas como tabuletas,
Sempre uma coisa defronte da outra,
Sempre uma coisa tão inútil como a outra,
Sempre o impossível tão estúpido como o real,
Sempre o mistério do fundo tão certo como o sono de mistério da superfície,
Sempre isto ou sempre outra coisa ou nem uma coisa nem outra.
Mas um homem entrou na Tabacaria (para comprar tabaco?)
E a realidade plausível cai de repente em cima de mim.
Semiergo-me enérgico, convencido, humano,
E vou tencionar escrever estes versos em que digo o contrário.
Acendo um cigarro ao pensar em escrevê-los
E saboreio no cigarro a libertação de todos os pensamentos.
Sigo o fumo como uma rota própria,
E gozo, num momento sensitivo e competente,
A libertação de todas as especulações
E a consciência de que a metafísica é uma consequência de estar mal disposto.
Depois deito-me para trás na cadeira
E continuo fumando.
Enquanto o Destino mo conceder, continuarei fumando.
(Se eu casasse com a filha da minha lavadeira
Talvez fosse feliz.)
Visto isto, levanto-me da cadeira. Vou à janela.
O homem saiu da Tabacaria (metendo troco na algibeira das calças?).
Ah, conheço-o; é o Esteves sem metafísica.
(O Dono da Tabacaria chegou à porta.)
Como por um instinto divino o Esteves voltou-se e viu-me.
Acenou-me adeus, gritei-lhe Adeus ó Esteves!, e o universo
Reconstruiu-se-me sem ideal nem esperança, e o Dono da Tabacaria sorriu.
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gratitudeforyoou · 3 years
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Hoje é um daqueles dias cujo tenho a honra de fazer parte, o dia onde você completa mais um aninho de vida e estou presente. Nunca pensei em ganhar uma amizade tão espontânea, singela e limpa dessa forma, até porque sempre fui muito fechada com a chegada de novas pessoas em minha vida. Mas, com você foi diferente, a sua presença é diferente e todos notam isso nitidamente! Você sabe ganhar as pessoas, sabe a hora de falar sério e pegar “pesado” é a menina do sorriso solto, do coração bondoso, que hora ou outra está perdoando uns vacilos alheios e esquecendo que, você também precisa de cuidados e não precisa abraçar a dor de todos e esquecer da sua. Você também merece cuidado, também merece de olhar com amor e perceber que, é necessário autoconhecimento para entendermos que temos nossas barreiras que não devem ser ultrapassada, pois é ali que está nosso equilíbrio. Você tem seus limites e não pode ultrapassar eles por ninguém. Saiba cuidar de você com mais atenção, com mais amor, invista em você, como você investe nas pessoas! Você é uma menina de luz, não tenho dúvidas sobre isso, você ilumina as vidas por onde passa e traz aquela sensação de paz, de aconchego, de calmaria. Você é como aquele ponto de paz em meio a tantas coisas ruins acontecendo, é aquela conversa boa após um dia longo e cansativo, você é uma complexidade única em uma só pessoa! Eu vejo a grandeza de mulher que você é, sei que você vai sim alcançar tudo o que almeja nessa vida. Mudanças em nossas vidas são necessárias, diante de tudo, saiba que você mudou para melhor! Não pense que não te compreendo ou que você me enche o saco falando dos seus problemas, pelo contrário, melhor parte do meu dia, é te escutar por horas e horas.
Acredite, mil vezes que você me procurar, mil vezes, irei te escutar. Sei que às vezes a gente so precisa de um ombro amigo, alguém que fale que está tudo bem e tudo vai se resolver, que segure nossa mão e não solte ou até mesmo que esteja ali para escutar o nosso silêncio. E eu estarei aqui, para qualquer opção que for, não importa o horário, o momento, é só me chamar ou me ligar. Sei que as coisas estão pesadas, que os sentimentos vem te afligindo como uma avalanche e te fazendo duvidar até de si mesma, porém, estou aqui pra ressaltar que: apesar de todos esses sentimentos, toda essa desesperança, toda essa falta de perspectivas, quero lhe dizer uma coisa: você é forte! Você é incrivelmente forte e única, não é qualquer pessoa que se mantém em pé no meio de tamanho caos. Você é forte, só está cansada e não tem nada de errado nisso, okay? Aprenda a cuidar mais de você, tire o seu tempo, recarregue-se. Quando se sentir pronta, levante-se e mostra a si mesma o quão longe você ainda pode chegar e pode superar tudo que está por vim! Você é forte porque mesmo quando todas as luzes se apagaram, você não deixou de iluminar as vidas de outras pessoas. Sempre que pensar sobre desistir, sobre não ser tão capaz, lembre-se dessas palavras, porque elas são as mais puras e verdadeiras. Você está cansado de ser forte, eu entendo, cansado de suportar sozinho as dificuldades, mas não desista, da vida, de você, da sua felicidade. Mantenha a sua bondade e siga lutando por tudo o que é importante para você. Nunca se esqueça que depois de um longo, de toda a escuridão vem a luz, e que sempre haverá um novo amanhã e um novo recomeço. Uma menina que carrega um coração lindo, uma alma pura e um sorriso que exala alegria. �� impossível ficar perto de você e não soltar uma risada, seja com sua lerdeza ou com alguma proeza que você diz. Queria poder morar aí pertinho de você, porque assim iria te distrair todos os Santos dias, te fazer parar de pensar nestes pensamentos que te consomem, te lembrar que existe uma mulher magnífica, esplêndida, dentro de você! E que precisa de pouca coisa para ela se mostrar e você reconhecer.
Falar da mulher que você é, visualmente é como juntar vários icoginistas, é mostrar uma beleza oculta, uma beldade até mesmo melhor, que a obra do próprio Picasso. Nem as mais lindas obras, se equipara a você! Quem dirás, a Monalisa. Por mais que não acredite, você exala beleza, não só por fora, como por dentro! É dona de um sorriso encantador , ao sorrir, seus olhos ficam parecendo dois japoneseszinho. Você tem a graça da leveza na palma da mão, contagia, cria sensações, histórias e lembranças na vida de todos que entra! Ah, minha menina, Norman Gimbel, Antonio Carlos Jobim e Vinicius De Moraes, ficariam encantados com tanta beleza, tenho certeza que, a garota de Ipanema, seria mera ilustração perto de você! Nunca vou cansar de elogiar o que existe de mais belo em você, não digo da beleza só de fora, porque aí eu uma deusa grega, mas da de dentro também. Das coisas lindas que você carrega em você! Um serzinho tão pequeno, mas com tanto amor, com tanta bondade, que chega a transbordar. Se o mundo tivesse mais de você, seria um mundo melhor, um mundo mais limpo! Você significa muito na minha vida, tenho certeza que não só na minha, mas na de outras pessoas também. Em todos meus momentos você esteve lá comigo, quando precisei de um colo, você esteve ali oferecendo o seu, quando precisei de uma alegria, você me proporcionou noites de risadas. Você é isso na vida das pessoas, um pequeno grande milagre, que por onde passa deixa a sua marca (de uma forma boa) infelizmente, tem pessoas que deixam uma preciosidade como você escapar e não sabem a sorte que tinham em mãos! Você é como o poema da Ana Jácomo, “Almas Perfumadas”, que diz que tem gente que tem cheiro de passarinho quando canta. De sol quando acorda. De flor quando ri. Que ao lado de certas pessoas, a gente se sente no balanço de uma rede que dança gostoso numa tarde grande, sem relógio e sem agenda. Que ao lado delas, a gente se sente comendo pipoca na praça. Lambuzando o queixo de sorvete, e a vida fica com a cara que ela tem de verdade, mas que a gente desaprende de ver. Que tem gente que tem cheiro de cafuné sem pressa. Do brinquedo que a gente não largava. De passeio no jardim. E que do lado delas, a gente não acha que o amor é possível, a gente tem certeza. E uma dessas pessoas, pode ter certeza, é você!
Saiba que me orgulho muito da mulher menina que você, da força que você transmite e pela garra que tem. Não deixe que palavras te diminuía, não deixem que sabotem a sua decisão, seja o melhor por você e para você! Lembre-se sempre de acreditar nestas palavras, saiba que você é sim capaz, não deixe nada atrapalhar o seu caminho. Tenho orgulho de ser sua amiga, você tem um espaço aqui no meu coração, onde só voce faz moradia! Curta bastante o seu dia, comemore mais um ano de vida e mais uma fase indo é um novo (re)começo. Que papai do seu sempre ilumine os seus caminhos, que te guie e te livre de horas ruins, que nossa senhora derrame as bençãos dela sobre você, assim juntamente como o manto da proteção e salvação dela. É uma honra fazer parte deste dia e encher o meu coraçãozinho com a sua alegria. Eu amo você! Te desejo paz, amor, harmonia, toda felicidade que em um mundo bom possa existir! Que as bênçãos de Deus caiam sobre você, não somente hoje, mas, todos os dias da sua vida. Comemore por nós duas, porque aqui do outro lado, estarei comemorando por você! Feliz aniversário, meu toquinho de gente. Te desejo paz, amor, felicidade, muito dinheiro e que todos seus sonhos se realizem. Amo muito você!
Com amor, Angel
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ari2001sthings · 3 years
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#amor
1 ano e 3 meses ♥
Amor da Minha Vida, mas um 22chegou .. Parabéns pra nós uhuuu, tô feliiz pra caramba :)) Cada mês que se passa é uma felicidade a mais, poq vai aumentando nosso tempo de vidas juntos !
Desde quando deu 00:00, que apareceu no meu celular 22.07.2018 e comecei a agradecer a Deus por você, por nos dois, claro que hoje em especial. Que Deus nos abençoe sempre , esteja conosco , guiando nosso amor !
Meu Amor quando estou em seus braços eu me sinto a pessoa mais segura do mundo, me sinto a pessoa mais especial deste planeta, que nada pode me fazer mal, pode ser um abraço longo ou rápido, não importa, eu gosto de sentir seu cheiro, seu toque, seu coração batendo, você não faz ideia de como isso me faz bem, do quanto isso me faz feliz, que seja apenas alguns segundos ou horas, portanto que seja você… É a sensação de que o amor da minha vida está ali, comigo, para o que der e vier, e que seja assim até o meu ultimo suspiro, até que a morte nos separe. 
Hoje nesse dia tão especial completamos mais um mês de namoro. Muito obrigada por fazer esses 1 ano e 3 meses serem os melhores da minha vida Meu Anjo, eu te amo . Nem sei o que falar você já sabe tudo né? Que eu te amo muito, que você é o amor da minha vida, você é a mulherrrrrr por quem eu daria a minha vida. Por mais que eu queira não consigo pensar em nada, a não ser em você. Você é a primeira pessoa que eu penso ao acordar. E a ultima que eu penso ao dormir e a única que eu consigo pensar por 24 horas por dia. Você é o único que consegue dominar totalmente os meus pensamentos, me faz sentir uma coisa boa só de pensar em você. Ninguém me faz feliz como você faz. E o incrível disso tudo que você faz tudo isso sendo você mesmo, e faz com que eu te ame cada vez mais. Você não tem ideia do quanto é grande o meu amor por você.
Encontrei mil razões pra te amar mesmo que no fundo só bastava uma. Coloquei você nos meus planos, te apresentei ao meu mundo e hoje não imagino mais um dia da minha vida em que eu não esteja ao seu lado. Contei os meus sonhos e você quis fazer parte de cada um deles. Você é o motivo de um sentimento que invadiu meu coração e o deixou sem reação. E me fez descobrir que a vida inteira eu vou te amar… Eu Te Amo… e meu αmor por você não pode ser descrito em palavras. É um sentimento maior que versos, estrofes ou poemas, um sentimento demostrado através de atos, pequenos gestos, simples detalhes, que apenas nós conhecemos que apenas você consegue tirar de mim. Quero passar o resto da minha vida ao seu lado nem que seja pelo puro prazer de te fazer sorrir todos os dias, minha vida não tem mais sentido sem você e não há formas que eu possa te devolver tudo de bom que você dá a mim, talvez ate exista e eu não descobri ainda, mas enquanto eu não sei te dou tudo que eu posso, nem que isso seja apenas o meu coração e todo amor que trago nele por você.
Obrigada por fazer parte da minha vida, por ser quem você é, por ser essa pessoa tão maravilhosa que Deus me deu de presente, a realização de um sonho, o presente mais gracioso da minha vida.
Eu Te Amo Monamur, Te Amo Muito, saiba que você é o dono do meu coração e sempre será. Meu anjo, Minha vida, Meu Porto Seguro, Meu Bem Maior, Minhaaaaaa Melhor Amiga Meu TUDO !
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livyabeatriz17 · 3 years
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1 ano e 3 meses ♥
Amor da Minha Vida😍 mas um 06 chegou🥺🥳😍Parabéns pra nós uhuuu😍🥳tô feliiz pra caramba 😍 Cada mês que se passa é uma felicidade a mais👫🏽🥳😍
porque vai aumentando nosso tempo de vidas juntos😍🥳👫🏽
Que Deus nos abençoe sempre😍👫🏽
esteja com agente😍👫🏽
guiando nosso amor🥺👫🏽🙌
Meu Amor quando estou em seus braços eu me sinto a pessoa mais segura do mundo😍👫🏽 me sinto a pessoa mais especial deste planeta🥺que nada pode me fazer mal🥺pode ser um abraço longo ou rápido🥺 eu gosto de sentir seu cheiro🥺 seu toque🥺seu coração batendo🥺 você não faz ideia de como isso me faz bem🥺 do quanto isso me faz feliz🥺 É a sensação de que o amor da minha vida está ali🥺 comigo😍 para o que der e vier🥺 e que seja assim até o meu ultimo suspiro🥺🙏 até que a morte nos separe🥺👫🏽
Hoje nesse dia tão especial completamos mais um mês de namoro😍 Muito obrigada por fazer esses 1 ano e 3 meses serem os melhores da minha vida Meu Anjo😍eu te amo😍😍😍 Nem sei o que falar você já sabe tudo né?🥺😍 Que eu te amo muito😍 que você é o amor da minha vida🥺você é o homem por quem eu daria a minha vida😍Por mais que eu queira não consigo pensar em nada, a não ser em você😍👫🏽 Você é a primeira pessoa que eu penso ao acordar🥺 E a ultima que eu penso ao dormir🥺 e a única que eu consigo pensar por 24 horas por dia😍👫🏽 é Você quem me faz sentir uma coisa boa só de pensar em você😍 E o incrível disso tudo que você faz tudo isso sendo você mesmo😍 e faz com que eu te ame cada vez mais🥺 Você não tem ideia do quanto é grande o meu amor por você😍👫🏽
Encontrei mil razões pra te amar mesmo que no fundo só bastava uma🥺😍 Coloquei você nos meus planos😍te apresentei ao meu mundo e hoje não imagino mais um dia da minha vida em que eu não esteja ao seu lado😍😍😍 Você é o motivo de um sentimento que invadiu meu coração e o deixou sem reação😍🥺E me fez descobrir que a vida inteira eu vou te amar 😍Eu Te Amo 😍e meu αmor por você não pode ser descrito em palavras🥺 É um sentimento maior que versos, estrofes ou poemas🥺 um sentimento demostrado através de atos, pequenos gestos, simples detalhes, que apenas nós conhecemos que apenas você consegue tirar de mim🥺 Quero passar o resto da minha vida ao seu lado nem que seja pelo puro prazer de te fazer sorrir todos os dias🥺 minha vida não tem mais sentido sem você e não há formas que eu possa te devolver tudo de bom que você dá a mim🥺 talvez ate exista e eu não descobri ainda, mas enquanto eu não sei te dou tudo que eu posso🥺nem que isso seja apenas o meu coração e todo amor que trago nele por você😍👫🏽
Obrigada por fazer parte da minha vida🥺 por ser quem você é🥺por ser essa pessoa tão maravilhosa que Deus me deu de presente😍 a realização de um sonho🥺 o presente mais gracioso da minha vida😍👫🏽
Eu Te Amo príncipe eu te Amo Muito🥺 saiba que você é o dono do meu coração e sempre será😍Meu orgulho 🥺Minha vida🥺 Meu Porto Seguro🥺Meu Bem tudo🥺Meu TUDO😍😍
Você é o melhor namorado do mundo😍😍😍😍😍
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poesiaeart · 3 years
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Poema Tabacaria (versão completa)
Não sou nada. Nunca serei nada. Não posso querer ser nada. À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.
Janelas do meu quarto, Do meu quarto de um dos milhões do mundo que ninguém sabe quem é (E se soubessem quem é, o que saberiam?), Dais para o mistério de uma rua cruzada constantemente por gente, Para uma rua inacessível a todos os pensamentos, Real, impossivelmente real, certa, desconhecidamente certa, Com o mistério das coisas por baixo das pedras e dos seres, Com a morte a pôr umidade nas paredes e cabelos brancos nos homens, Com o Destino a conduzir a carroça de tudo pela estrada de nada.
Estou hoje vencido, como se soubesse a verdade. Estou hoje lúcido, como se estivesse para morrer, E não tivesse mais irmandade com as coisas Senão uma despedida, tornando-se esta casa e este lado da rua A fileira de carruagens de um comboio, e uma partida apitada De dentro da minha cabeça, E uma sacudidela dos meus nervos e um ranger de ossos na ida.
Estou hoje perplexo, como quem pensou e achou e esqueceu. Estou hoje dividido entre a lealdade que devo À Tabacaria do outro lado da rua, como coisa real por fora, E à sensação de que tudo é sonho, como coisa real por dentro.
Falhei em tudo. Como não fiz propósito nenhum, talvez tudo fosse nada. A aprendizagem que me deram, Desci dela pela janela das traseiras da casa. Fui até ao campo com grandes propósitos. Mas lá encontrei só ervas e árvores, E quando havia gente era igual à outra. Saio da janela, sento-me numa cadeira. Em que hei de pensar?
Que sei eu do que serei, eu que não sei o que sou? Ser o que penso? Mas penso tanta coisa! E há tantos que pensam ser a mesma coisa que não pode haver tantos! Gênio? Neste momento Cem mil cérebros se concebem em sonho gênios como eu, E a história não marcará, quem sabe?, nem um, Nem haverá senão estrume de tantas conquistas futuras. Não, não creio em mim. Em todos os manicômios há doidos malucos com tantas certezas! Eu, que não tenho nenhuma certeza, sou mais certo ou menos certo? Não, nem em mim... Em quantas mansardas e não-mansardas do mundo Não estão nesta hora gênios-para-si-mesmos sonhando? Quantas aspirações altas e nobres e lúcidas - Sim, verdadeiramente altas e nobres e lúcidas -, E quem sabe se realizáveis, Nunca verão a luz do sol real nem acharão ouvidos de gente? O mundo é para quem nasce para o conquistar E não para quem sonha que pode conquistá-lo, ainda que tenha razão. Tenho sonhado mais que o que Napoleão fez. Tenho apertado ao peito hipotético mais humanidades do que Cristo, Tenho feito filosofias em segredo que nenhum Kant escreveu. Mas sou, e talvez serei sempre, o da mansarda, Ainda que não more nela; Serei sempre o que não nasceu para isso; Serei sempre só o que tinha qualidades; Serei sempre o que esperou que lhe abrissem a porta ao pé de uma parede sem porta, E cantou a cantiga do Infinito numa capoeira, E ouviu a voz de Deus num poço tapado. Crer em mim? Não, nem em nada. Derrame-me a Natureza sobre a cabeça ardente O seu sol, a sua chuva, o vento que me acha o cabelo, E o resto que venha se vier, ou tiver que vir, ou não venha. Escravos cardíacos das estrelas, Conquistámos todo o mundo antes de nos levantar da cama; Mas acordamos e ele é opaco, Levantamo-nos e ele é alheio, Saímos de casa e ele é a terra inteira, Mais o sistema solar e a Via Láctea e o Indefinido.
(Come chocolates, pequena; Come chocolates! Olha que não há mais metafísica no mundo senão chocolates. Olha que as religiões todas não ensinam mais que a confeitaria. Come, pequena suja, come! Pudesse eu comer chocolates com a mesma verdade com que comes! Mas eu penso e, ao tirar o papel de prata, que é de folha de estanho, Deito tudo para o chão, como tenho deitado a vida.)
Mas ao menos fica da amargura do que nunca serei A caligrafia rápida destes versos, Pórtico partido para o Impossível. Mas ao menos consagro a mim mesmo um desprezo sem lágrimas, Nobre ao menos no gesto largo com que atiro A roupa suja que sou, em rol, pra o decurso das coisas, E fico em casa sem camisa.
(Tu, que consolas, que não existes e por isso consolas, Ou deusa grega, concebida como estátua que fosse viva, Ou patrícia romana, impossivelmente nobre e nefasta, Ou princesa de trovadores, gentilíssima e colorida, Ou marquesa do século dezoito, decotada e longínqua, Ou cocote célebre do tempo dos nossos pais, Ou não sei quê moderno - não concebo bem o quê - Tudo isso, seja o que for, que sejas, se pode inspirar que inspire! Meu coração é um balde despejado. Como os que invocam espíritos invocam espíritos invoco A mim mesmo e não encontro nada. Chego à janela e vejo a rua com uma nitidez absoluta. Vejo as lojas, vejo os passeios, vejo os carros que passam, Vejo os entes vivos vestidos que se cruzam, Vejo os cães que também existem, E tudo isto me pesa como uma condenação ao degredo, E tudo isto é estrangeiro, como tudo.)
Vivi, estudei, amei e até cri, E hoje não há mendigo que eu não inveje só por não ser eu. Olho a cada um os andrajos e as chagas e a mentira, E penso: talvez nunca vivesses nem estudasses nem amasses nem cresses (Porque é possível fazer a realidade de tudo isso sem fazer nada disso); Talvez tenhas existido apenas, como um lagarto a quem cortam o rabo E que é rabo para aquém do lagarto remexidamente
Fiz de mim o que não soube E o que podia fazer de mim não o fiz. O dominó que vesti era errado. Conheceram-me logo por quem não era e não desmenti, e perdi-me. Quando quis tirar a máscara, Estava pegada à cara. Quando a tirei e me vi ao espelho, Já tinha envelhecido. Estava bêbado, já não sabia vestir o dominó que não tinha tirado. Deitei fora a máscara e dormi no vestiário Como um cão tolerado pela gerência Por ser inofensivo E vou escrever esta história para provar que sou sublime.
Essência musical dos meus versos inúteis, Quem me dera encontrar-me como coisa que eu fizesse, E não ficasse sempre defronte da Tabacaria de defronte, Calcando aos pés a consciência de estar existindo, Como um tapete em que um bêbado tropeça Ou um capacho que os ciganos roubaram e não valia nada.
Mas o Dono da Tabacaria chegou à porta e ficou à porta. Olho-o com o desconforto da cabeça mal voltada E com o desconforto da alma mal-entendendo. Ele morrerá e eu morrerei. Ele deixará a tabuleta, eu deixarei os versos. A certa altura morrerá a tabuleta também, os versos também. Depois de certa altura morrerá a rua onde esteve a tabuleta, E a língua em que foram escritos os versos. Morrerá depois o planeta girante em que tudo isto se deu. Em outros satélites de outros sistemas qualquer coisa como gente Continuará fazendo coisas como versos e vivendo por baixo de coisas como tabuletas, Sempre uma coisa defronte da outra, Sempre uma coisa tão inútil como a outra, Sempre o impossível tão estúpido como o real, Sempre o mistério do fundo tão certo como o sono de mistério da superfície, Sempre isto ou sempre outra coisa ou nem uma coisa nem outra.
Mas um homem entrou na Tabacaria (para comprar tabaco?) E a realidade plausível cai de repente em cima de mim. Semiergo-me enérgico, convencido, humano, E vou tencionar escrever estes versos em que digo o contrário.
Acendo um cigarro ao pensar em escrevê-los E saboreio no cigarro a libertação de todos os pensamentos. Sigo o fumo como uma rota própria, E gozo, num momento sensitivo e competente, A libertação de todas as especulações E a consciência de que a metafísica é uma consequência de estar mal disposto.
Depois deito-me para trás na cadeira E continuo fumando. Enquanto o Destino mo conceder, continuarei fumando.
(Se eu casasse com a filha da minha lavadeira Talvez fosse feliz.) Visto isto, levanto-me da cadeira. Vou à janela.
O homem saiu da Tabacaria (metendo troco na algibeira das calças?). Ah, conheço-o; é o Esteves sem metafísica. (O Dono da Tabacaria chegou à porta.) Como por um instinto divino o Esteves voltou-se e viu-me. Acenou-me adeus, gritei-lhe Adeus ó Esteves!, e o universo Reconstruiu-se-me sem ideal nem esperança, e o Dono da Tabacaria sorriu.
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demoramentosdoolhar · 3 years
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Por que ainda lemos poesia?
Teve uma época da minha vida em que eu só consumia livros de poesia. Não conseguia me dedicar a um livro que não fosse de poemas. Quando cheguei no Instagram, procurei pessoas que também gostassem de ler o que eu lia. Mas aí encontrei pessoas tão maravilhosas que liam de tudo, principalmente os fora da curva. Fui me envolvendo nos grupos de leitura e passei a ler muito mais romances, depois ensaios e teóricos. No meio disso tudo, deixei a poesia um pouco de lado. Vez ou outra eu me entregava.
Agora, durante a pandemia, tem sido um desafio gigantesco me concentrar em algo tendo meu coração apertado com tudo que nos acontece. Mas, só para lembrar que essa rede me trouxe muitos presentes (as pessoas dos livros), eu me deparei com a Oficina das meninas do @poesiasqueinundam, onde estou aprendendo falar o poema, usar tudo que é o meu corpo para encontrar, colocar e transmitir os sentimentos que ele transmite. Ontem foi dia de nos acontecer e eu me deparei comum poema do Alberto Caeiro, que diz tanto sobre o olhar, coisa na qual estou me dedicando: demorar o meu olhar sobre o meu momento.
O meu olhar é nítido como um girassol. Tenho o costume de andar pelas estradas Olhando para a direita e para a esquerda, E de vez em quando olhando para trás... E o que vejo a cada momento É aquilo que nunca antes eu tinha visto, E eu sei dar por isso muito bem... Sei ter o pasmo essencial Que tem uma criança se, ao nascer, Reparasse que nascera deveras... Sinto-me nascido a cada momento Para a eterna novidade do Mundo... Creio no Mundo como num malmequer, porque o vejo. Mas não penso nele Porque pensar é não compreender... O Mundo não se fez para pensarmos nele (Pensar é estar doente dos olhos) Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo... Eu não tenho filosofia: tenho sentidos... Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é, Mas porque a amo, e amo-a por isso, Porque quem ama nunca sabe o que ama Nem sabe porque ama, nem o que é amar... Amar é a eterna inocência, E a única inocência é não pensar...
Junto a isso, conheci também o projeto @leiturasliricas da @nadia.camuca, que propõe lermos um livro de poesia por mês, conversarmos sobre ele, e ainda ter a nossa disposição ideias para escrevermos nossos próprios poemas, dando lugar a tanta coisa que em nós pede passagem, pede para ir pro mundo. Hoje, no primeiro encontro deste projeto lindo, encontrei (porque não consegui ler o livro todo) o poema Mineiridade da Conceição Evaristo que diz, de uma forma tão acolhedora, qual a sensação de ter que voltar de Minas, o meu lugar preferido no Brasil (não conheço outro país). Sempre que eu penso em descanso, natureza, desligamento do que é a cidade, conexão com o que é o corpo da terra, eu penso em Minas. Posso fechar os olhos e estar em Minas e o rebuliço que houver em mim vai se acalmando, dando espaço para ser mais paz.
Mineiridade
Quando chego de Minas
trago sempre na boca um gosto de terra.
Chego aqui com o coração fechado,
Um trem esquisito no peito.
Meus olhos chegam divagando saudades,
meus pensamentos cheios de uais
e esta cidade aqui me machuca
me deixa maciça, cimento
e sem jeito.
Chegando de Minas,
trago sempre nos bolsos
queijos, quiabos babentos
da calma mineira.
É duro, é triste
Ficar aqui
com tanta mineiridade no peito.
É por isso e por tanto, tanto, tanto que ainda lemos poesia. Ela que nos acolhe. Ás vezes também dá na nossa cara, mas não nos pede finalização. Um livro de poesia pode ser devorado de gole em gole; ou religiosamente, como meu pai se relaciona com a Bíblia: um por dia, uma consulta, um conselho, um encantamento necessário para um momento de fúria, angústia ou qualquer outra coisa que peça. A poesia é um grito, protesto, revolta, declaração de amor a qualquer coisa: a poesia é a nossa voz e sempre será.
Será que nós ainda lemos poesia pela voz que se assemelha a nossa? Nós ainda lemos poesia porque é conforto? Ou justamente porque é grito? Nós ainda lemos poesia porque nos encontramos dentro dela? Por que você ainda lê poesia?
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momo-de-avis · 5 years
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Guerras de Midgard, Cap. 9: Voltar Para a Frente de Combate
Eu estou a começar a questionar que “guerras de Midgard” são estas porque a este ponto, tendo em conta que o capítulo abre na página 87, já teríamos uma indicação de que é que isto está a falar, mas a única guerra que vemos é a primeira, e aliás, lembram-se da praga de ratedo que eliminou toda a Islândia por causa de uma torre no capítulo um? Ainda não voltou a ser mencionado, portanto, nem sequer percebo qual é o propósito disso. Eu nem consigo dizer se ainda estamos no acto um ou onde é que vamos, mas continuando.
Questões e intervenções:
@rhythmlessgay​ disse: Espera lá, quando é que o Zuzas estabeleceu que dinossauros ainda existem???
Ele já no Filho de Odin tinha introduzido umas espécies mutantes de dinossauros ou que caralho era aquilo bem bizarras que apareceram do nada, portanto, nem vou questionar mais lmao
@reyavie​ disse:  Dude não se percebe nada! Pk é k está gente está a ir para onde quer que estão a ir? Quem são? Onde estão? Mas o gajo está tipo a escrever com droga no bucho? ... Se o soldado no final é o Hitler outra vez, eu vou partir kk coisa
Imagina eu que levei uma eternidade a escrever isto porque passei a vida a virar páginas para trás e para a frente para ter a certeza de que li bem, e acredita quando te digo que estava mais preocupada em ser clara e fazer-vos perceber do que perder neurónios a entender este tronco.
@contrasinfonia disse:  Isso do poema parece-me tb ser "influência" do senhor dos anéis. E a ampulheta pode ter saido harry potter
Em boa verdade, lançar feitiços tem aquela cena de ser sempre em poema, o que não consigo compreender. Spellcasting é sempre foda e orienta-se ou por mãos ou por voz, o que faz sentido, sendo que é necessário um veículo, mas porque é que tem de ser em poema??? E se não rimar?? 
...
Antevisão: no qual Jonatã 2.0 experiencia o Natal nos Hospitais em primeira mão.
James dorme durante três dias (LOL) e acorda numa cama da “ala hospitalar do exército inglês”, de olhos vendados. Um médico diz-lhe que não está cego, só todo rebentado, e que teve sorte. O médico acrescenta ainda:
-- Bem, está mesmo com sorte, capitão, por dois bons motivos. O homem que o salvou deveria conhecê-lo muito bem, pois só com grande dedicação o poderia ter transportado tão depressa até nós e, felizmente para si, acrescentou -- ficará com uma das nossas melhores enfermeiras à nossa disposição.
Eu vou ignorar aquela atrocidade de regras de sintaxe já que o Zuzarte ainda não percebeu que: travessão significa início do discurso directo, e para o interromper, coloca-se outro travessão, indica-se a deixa do narrador, e prossegue-se colocando outro travessão antes de continuar com o discurso directo do personagem. É realmente muito simples.
E ADIVINHEM LÁ QUEM É A ENFERMEIRA? Claro que vocês sabem a resposta:
-- Ah capitão, esta é a enfermeira Amy Isläimr, ela estará ao seu dispor sempre que precisar.
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Amy olhou para o seu paciente e reconheceu-o logo: James Strongheart, o homem que ela sempre amara mas temeu quando se lembrou do demónio que tinha visto dentro dele.
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1) viste-o FORA dele.
2) Nada, até agora, nos mostrou “amor”. À parte daquela cena hyper-cringe da chavala a sacar de um fio do pescoço tipo lenda do Green Ribbon e dizer “sOu eU a TuA pRenDa”, ou as demasiadas instâncias em que Dark Jonatã se comportou como um puto de 12 anos que descobriu uma erecção no cinema a ver uma filme com a Carmen Elektra em 2002, nada deu qualquer química entre os personagens. O narrador simplesmente disse com o mesmo tom com que um incel olha para a sua body pillow de anime enquanto lhe toca nas tetas 2D e murmura “tu amas-me não amas, yoko-chan?”
3) bebam um shot sempre que o Zuzarte diz o apelido Strongheart no texto. Vou começar a contar.
Preparem-se que isto vai ficar mais cringe.
Amy, embora cagada de medo ao primeiro contacto com este gajo, decide que está imediatamente “disposta a nunca mais o abandonar”. Os dias entretanto passam e James ainda não vê um cu porque continua com as ligaduras nos olhos e “Amy e James passavam muito tempo juntos e puderam conversar sobre as suas vidas” e Amy, desculpa lá fofa, mas tu não tens outros pacientes que atender?
James pedira desculpa pelo que acontecera no baile de Natal e disse que não deveria de ter mais medo, o demónio que residia dentro de dele já não exista [OOF]. Amy disse-lhe que não era culpa dele e que agora já não tinha nada a recear, isso não interessava e deu-lhe um beijo.
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A seco. O gajo diz-lhe: “Maria! Tem lá calma que eu já caguei o demónio!”
“Tens a certeza, Jaime? Aquilo foi tão feio da última vez que o vomitaste, e se isso será contagioso, tipo herpes?”
“Está descansada! Já foi! Estou livre da bicha! Anda cá e espeta-me com as beiças que estou com a tusa, fofa! Vamos lá!”
Pináculo do romance moderno.
E epá nUNCA SE DIZ “DEVIA DE” ISSO É DAQUELES ERROS QUE A GENTE CAGA QUANDO SE FALA PORQUE NÃO SOMOS PEDANTES MAS QUE QUALQUER PROFESSOR DE PORTUGUÊS CASCAVA NOS MIÚDOS QUE USAVAM ISTO QUANDO ESCREVIAM COMPOSIÇÕES. 
O tempo passava devagar e James dizia que se sentia melhor, embora não tivesse já o dom de ver a longo alcance.
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Fezlimente, com o tempo também haveria de recuperar a visão de águia que já vinha do avô.
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Ele fala destas duas coisas como se fossem totalmente diferentes e sinceramente não percebo a intenção disto.
Amy, aborrecida porque aparentemente não trabalha, conta o que se passou com os amigos Harry e Gulliver:
Harry ingressou na RAF e vivia para servir o Rei de Inglaterra.
Pausa. A RAF é da segunda guerra mundial, que é dos serviços militares aéreos se calhar mais conhecidos. Antes da RAF---que já existia, mas com outro nome e organização---chamava-se Royal Flying Corps, e que eventualmente convergiu com outro ramo da força aérea para fundar a RAF, mas só em 1918.
Also,
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Fora ele que encontrou James e o trouxera para a ala hospitalar quando este estava totalmente vulnerável devido ao gás mostarda.
“Fora ele que encontrou” isto é tipo... nível de quarta classe. Como é que este miúdo com 16 anos não sabia fazer concordância entre tempos verbais.
E agora, uma dica sobre tonalidade, suspense e cliffhangers.
Um cliffhanger é um final em aberto, com a promessa de ofertar uma solução no capítulo/volume seguinte. É para deixar o leitor agarrado, a tecer teorias e a tentar adivinhar o que aí vem. Sim, o objectivo é pôr a pessoa com vontade de ler o seguinte.
Se terminam um capítulo num cliffhanger, a solução desse cliffhanger TEM de ter destaque. Não me interessa se não está à altura do tom épico que estão a criar, nem isso é sequer necessário. O último capítulo terminou com James a cair na inconsciência enquanto um estranho lhe salvou a vida. Esta tonalidade foi reforçada pelo facto de terminar com reticências. Portanto, esperariam um major reveal de quem é esta personagem, certo? Faz sentido. É um momento duro de guerra, de um amigo a salvar o outro num instante de perigo extremo.
Em vez disso, Zuzarte quer tanto esfregar o pénis do seu alter-ego, que nos caga a informação aqui de forma tão seca que me deu assadura só de ler. Isto é o tipo de instâncias que dá potencial ao livro, mas que o autor caga neles repetidamente. São coisas que, numa boa obra, permite-se a mergulhar nas possibilidades de exploração psicológica e nos oferece uma profunda caracterização dos envolvidos. Acresce que estamos na PUTA DA GUERRA, que não há cenário mais ideal para isso que esse mesmo.
Infelizmente, estamos a falar de um miúdo com braços de franguinho, que se calhar sofreu bullying, ou uma vez levou com uma bolada na testa a jogar volley com as miúdas, e como não tem qualquer portento para ser gajo para andar à pancada mas claramente jogou demasiado WoW e sei lá que mais, onde as suas personagens eram claramente Barbarians com peitorais à Rob Liefeld, a guerra, para o Zuzarte, é palco de transpiração de macheza. É lugar para explorar os centímetros em falta do seu caracolzinho encarquilhado. O Zuarte é claramente daqueles putos que hoje, com 30 anos, se senta num rooftop a beber gin e diz casualmente “antigamente, havia valores verdadeiros, os homens eram os primeiros a pegar em armas e lutar pelo seu país, mas hoje isso perdeu-se, obrigado esquerda” mas ele próprio borrar-se-ia na cueca com um chunga na estação de Corroios a pedir-lhe 5 cêntimos para o MTS, certíssimo de que estava a ser assaltado, e provavelmente vota CDS mas tem vergonha de dizer porque se acha oprimido.
Adiante que já criei um plot novo com a minha divagação.
Quanto a Gulliver, este era capitão dos morteiros do Rei e era o principal fabricante de bombas e explosivos, sendo o autor da maiora dos engenhos que foram utilizados na I Grande Guerra.
E vende livros nas horas vagas, recordem-se.
Tu que leste Tolkien, estás a fazer o pobre homem, QUE COMBATEU NA PRIMEIRA GUERRA E VOLTOU DE LÁ COM TANTO TRAUMA QUE ESCREVEU O SENHOR DOS ANÉIS, revirar-se na tumba.
Já agora, pequena curiosidade: nunca o livro informou que Amy conhece Gulliver e Harry. São os três amigos de infância, sim, mas como o narrador indicou, James andou em Eton, que é uma escola só de rapazes, e de seguida informou-nos que Amy foi alguém que conheceu a brincar num parque, portanto, existe 0 de ligação entre ela e os outros dois. A ponto algum o narrador 1) referiu que se conhecessem, 2) mostrou instâncias que nos levassem a pensar “ok, eles sabem quem são”. Nada. Eu não faço ideia como é que ela sabe o que quer que seja destes dois.
James começa a ver após duas semanas, mas é obrigado a ficar mais uma, e o man começa a stressar porque “estava ansioso para lutar” e eu vou-te dizer isto com toda a honestidade que Deus me deu, Zuzarte: acredita em mim, o James é literalmente O ÚNICO homem em todos os “Aliados” da primeira grande guerra que está todo esfaimado para lutar. Acredita mesmo em mim quando te digo que é O ÚNICO.
E eu falo de uma guerra onde CENTENAS de gajos se alistaram porque acreditaram nela. Falo de uma guerra apoiada e impulsionada por o movimento Futurista Italiano. Aliás, sabiam que Amadeo de Souza Cardoso era a favor da guerra e chamou-a, inclusive, de “higiene do mundo”?
E sabem o que é que fez assim que a guerra estalou?
Raspou-se para Portugal. Pensem lá nisso.
Foi um momento de muita macheza e muito “bora lá rebentar com merdas” e isto era um sentimento baseado em algo que foi palco de exploração para os ideais dos fascismos que aí viriam (os Futuristas Italianos meteram Mussolini no poder, essencialmente). O pessoal que acreditava nesta guerra fazia-o porque cria que era necessária uma limpeza---sim, “higiene do mundo” era um termo utilizado comummente, não uma coisa que aparece numa ocasional carta do Amadeo. Foi um momento extremamente traumático, e aqueles que acabaram por se juntar porque acreditaram que a guerra e máquina eram necessários para limpar este mundo de gente, 1) voltaram traumatizados e mudaram de ideias (vejam a participação do Apollinaire na guerra, que inclusive levou com um balázio nos cornos que não foi nada bonito), 2) tornaram-se fachos.
E eu digo isto porque o Zuzarte está aqui a construir um fascistazinho.
James visita ainda os seus homens na ala hospitalar que
Mal o viram, ficaram felizes,
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Vê, contudo, uma cama vazia (sim, de todo o seu batalhão, ninguém morreu. Nunca ninguém morre sob a alçada dos Strongdicks) que Amy diz pertencer a
um homem de nacionalidade egípcia cujo nome, de momento, não se recordava.
Tal como James pensou, era Rassid.
Foda-se, 
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génio.
Mas Rassid não bazou, só não gosta de estar deitado, e adivinhem lá onde é que o James o vai encontrar?
Rassid estava numa ala hospitalar de crianças a dar um espectáculo de fantoches.
Isto é muito giro mas eu gostava que me dissessem o que é que faz uma ala hospitalar de crianças num hospital militar. Não é que não houvesse crianças, evidentemente---e infelizmente---havia, era necessário, mas darem-se ao trabalho de criar uma ala hospitalar para crianças num hospital que, por definição (de campanha) tem de armar e desarmar tenda e andar de um lado para o outro, e ainda meter ali a Make a Wish para belprazer dos moços soa só conveniente para o plot para o esgalho do micro-pénis do Zuzarte que vem aí:
viram dois fantoches, um de James e outro do Rei Kaleth “Angïll” Durthang; os dois chocavam as suas espadas de pano, fingindo uma luta. 
Aposto que crianças que acabaram de sobreviver a ataques aéreos, de gás mostarda e algumas delas possivelmente com estilhaços de bomba nos crânios estão a adorar ver um espectáculo infantil sobre pancada, né?
As crianças riam e torciam por James que também se ria.
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-- Hãa! (sic) -- disse o fantoche de Kaleth. -- Eu vou utilizar o meu dragão para ganhar a guerra e destruir tudo e todos, incluindo as crianças que estão a ver este espectáculo HAHAHA! E não há ninguém que me detenha!
Crianças salvas de um cenário violentíssimo de guerra, algumas delas inclusive devem ter pedido famílias inteiras, inalado gases perigosos, possivelmente com queimaduras nos corpos e levado até com balas. 
-- Eu vou deter-te, Kaleth, eu sou o grande Strongheart e vou ganhar esta guerra para o bem de todos.
Crianças vítimas de guerra, que escaparam por pouco a ataques horríveis.
O boneco que representava James espetou a espada no boneco de Kaleth e este foi arremessado para fora do pequeno palco.
CRIANÇAS QUE VIRAM VIOLÊNCIA QUE AS MARCARÁ PARA O RESTO DA VIDA.
MAS ISTO FICA MAIS CRINGE
Rassid apresentou um outro boneco, representando Amy, que as crianças tinham feito propositadamente para uma peça de teatro.
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Rassid falou com uma voz aguda:
-- Oh! James, conseguiste derrotá-lo, derrotaste o Rei Kaleth! -- disse o boneco de Amy.
Já agora, quero relembrar que o Rei Kaleth foi introduzido no Filho de Odin, no penúltimo capítulo, e que foi o pai de Jonatã quem o matou.
O boneco de James ergueu a sua espada e disse:
-- HA! HA!! Não há ninguém que me ganhe no uso da espada, eu sou bom demais, HA! HA!
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De repente, surgido do nada,
portanto, bem dentro do espírito deste livro,
Rassid mostrou mais um boneco, mas desta vez era um boneco dele mesmo:
-- Eras, até eu, o grande Rassid, chegar! Agora vamos ver quem é o melhor. HA! HA!
Este é o momento do livro em que alguém deveria simplesmente ter entrado pelo quarto do Zuzarte adentro e ter posto um fim a esta merda, mas infelizmente, ela aconteceu e aqui estamos.
Os dois bonecos iniciaram uma luta e caíram no exterior do palco imrpovisado. Rassid saiu do outro lado do palco e perguntou:
-- Quem ganhará a luta entre Rassid e o grande Strongheart? Não percam o próximo episódio.
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ANTÓNIO SEMEDO*, DIZ A FRASE!
Entretanto, as crianças sem que tivessem oportunidade de responder, levantaram-se e voltaram para as suas camas
eu sinto que, cada vez que me deparo com uma frase destas, estou a ensinar o meu sobrinho de 7 anos a construir uma frase, porque isto é daquelas construções frásicas que nós sentimos como super estranha, algo não nos faz sentido, mas a razão pela qual nem sempre conseguimos apontar o porquê é porque... são coisas já gravadas no nosso cérebro, automáticas, sobre as quais não pensamos. Daí que explicar isto a uma criança, que está a desenvolver padrões de linguagem e português, faça sentido, mas a um puto de 16 anos é... ridículo.
“sem que tivessem oportunidade de responder” aqui é um complemente circunstancial, e é das raras instâncias em que este complemento pode ser colocado no início, fim ou meio da frase, que ela não perde o sentido, se o complemento estiver inserido entre vírgulas (coisa que o Zuzarte não faz, a vírgula deveria vir imediatamente a seguir a “crianças”). O que isto significa, nesta frase em específico, é que as crianças se levantaram e voltaram para as suas camas, mas houve uma circunstância que as levou a fazê-lo. 
Eu já disse várias vezes que estou a usar terminologia antiga (a gramática portuguesa mudou no meu 12º ano, em 2007, e nunca me adaptei às mudanças por razões que vos devem ser óbvias). Tenho a noção que hoje estas coisas têm um nome diferente, que eu acho ser “modificadores”, mas não tenho a certeza. De qualquer forma, não estou muito preocupada porque me interessa mais que vocês percebam o que significa que chamarem as coisas pelos nomes certos (a menos que estejam na escola e isto seja matéria, nesse caso, vão consultar uma gramática e vejam lá como as coisas se chamam!). 
A função dos complementos circunstanciais é mesmo essa (e atenção que isto é um tema bem mais complexo que eu agora também não me lembro de tudo, mas isto chega para o assunto em mãos). É indicar uma circunstância que delimita o sentido do sujeito/complemento directo. Afunila-nos o sentido da frase e ajuda-nos a perceber o contexto, ajuda-nos a entender não só o que a frase está a tentar comunicar, mas a anunciar o que vem de seguida.
Portanto, quando a primeira coisa que lemos é “sem que tivessem oportunidade de responder”, imediatamente o que este complemento circunstancial nos diz---e que nos vai definir o resto da frase---é que houve uma interrupção.
E depois lemos que elas “levantaram-se e voltaram para as suas camas”, sem qualquer indicação de que acção poderia ter interrompido a sua possibilidade de resposta. Logo, temos uma bela duma contradição que---epa caralho, e eu não estou a exagerar---um professor de português da quarta classe teria notado e chamado à atenção.
Fim da lição. Prosseguindo.
James aproximou-se e bateu-lhe [em Rassid] nas costas em sinal de camaradagem. Rassid voltou-se e os dois cumprimentaram-se e fingiram uma luta de boxe, fazendo momices, apostando que o seu próprio fantoche seria o vencedor.
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Epa o absurdo desta frase é tipo galopante. Quando pensam que esta singela cena não passa de um trope ridículo e super desactualizado de masculinidade à pancada, o Zuzarte enaltece a virilidade mútua com uma luta de boxe simulada, e como se já não sentíssemos vergonha alheia suficiente até aqui, ele usa a palavra “momices”, que nos retira brutalmente da narrativa, e ainda manda fantoches lá para o meio, sem qualquer tipo de evidência que a “luta de boxe” simulada utilizasse mais que os próprios punhos cerrados.
Eu deliro com estes pedaços de escrita porque para mim é tipo BBC Vida Selvagem dos escritores. O Zuzarte fez tão, mas tão pouca revisão, que nós conseguimos ver o processo criativo dele. Claramente o gajo decidiu que haveriam os dois de andar à pancada amigavelente tipo
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mas a meio deu-lhe qualquer coisa que o fez perceber que era estúpido e decidiu que afinal estavam a usar fantoches, mas como rever uma puta duma frase e alterá-la dá demasiado trabalho, inseriu a informação no fim, chamou-lhe um dia de trabalho, e foi afagar uma a ouvir Manowar.
E o resultado é tipo
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James e Rassid, depois deste duelo de tomates, entendem que já estão prontos para voltar para a frente de batalha e
James aproveitou os últimos momentos para estar com Amy.
E pensam: bom, há aqui romance entre os dois, isto é uma guerra, como será essa despedida? Longa? Profunda? Tormentosa? Carregada de lágrimas e juras de amor?
Ao qual Zuzarte, categoricamente, responde: comam-me o cu.
James despediu-se pela última vez de Amy, jurando que viria vê-la assim que a guerra acabasse.
Nestas merdas é preciso ter MUITO CUIDADO com a linguagem que se usa. “despediu-se pela última vez” pode ser lido de duas formas: 1) ele despediu-se dela várias vezes, e esta foi a última. 2) É foreshadowing, e os dois não se voltam a ver.
Como conhecemos o portentoso esgalho hormonal que jorra das gónadas do autor, todos podemos afirmar com absoluta certeza que não será o último. Contudo, e porque eu estou a torcer para que o Jaiminho morra de uma morte horrivelmente lenta e dolorosa, isto deu-me falsas esperanças.
Rassid também viu Tekmet à saída do hospital.
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PORQUE É QUE ESTA GAJA ENTRA E SAI DA NARRATIVA CONSOANTE TE APETECE? FODA-SE. FODA-SE.
O Medjay dispensou-a dos seus serviços e disse-lhe que podia voltar para casa. Ela agradeceu, dizendo que tinha sido uma honra lutar ao seu lado e partiu.
Literalmente não fez nada na narrativa. Ela só foi introduzida para mostrar que o Rassid é um tomate de aço fodido que lhe deu uma coça. Quando reaparece, a única agência que teve foi obedecer ao Rassid---QUE NÃO MANDA NELA---e ir ao Egipto buscar merdas que estavam em falta, usando um poderosíssimo feitiço---que O ZUZARTE ANULOU ALGUNS PARÁGRAFOS ANTES E NOS CONFIRMOU QUE ERA INVIÁVEL E PERTO DE IMPOSSÍVEL. Ele meteu-a na guerra e não nos disse uma única coisa que ela tenha feito. Enobreceu-a e depois retirou-lhe TODA a agência. E agora que o Rassid já está a arrastar os enormíssimos tomates e o Zuzarte já cresceu espontaneamente uma segunda pila, ela aparece para o Rassid---que repito: NÃO MANDA NELA---a dispensar, como se fosse seu superior.
E entretanto Tekmet não tem um traço de personalidade, mas sabemos que tem: 
1) lâminas nos sapatos de couro
2) veste seda
3) é dançarina e bastante flexível
4) uma trança cuja ponta parece os espigão de um escorpião 
5) a certo ponto usou um lenço a cobrir a cara
6) a pele é da “cor do mel dourado”
Não meto nesta lista que ela é “das melhores espadachins” porque embora o narrador tenha dito, e apesar das várias oportunidades de o mostrar, nunca o vimos.
É por estas merdas que dizemos “proíbam os homens de escrever sobre mulheres”.
Os dois soldados saíram do hospital francês,
TU DISSESTE NO SEGUNDO PARÁGRAFO DO CAPÍTULO QUE ESTAVA NA ALA HOSPITALAR DO EXÉRCITO INGLÊS. PORQUE É QUE NÃO DISSESTE LOGO “NUM HOSPITAL FRANCÊS, NA ALA HOSPITALAR” PORQUE SÓ AGORA, SÓ DEPOIS DE CINCO PÁGINAS DESTE CAGALHÃO, É QUE EU PERCEBI QUE ESTÃO NUM HOSPITAL A SÉRIO, E NÃO NUM DE CAMPANHA, O QUE TERIA FEITO SENTIDO SENDO QUE ESTAVAM NO MEIO DA PUTA DA GUERRA, CAGADOS NO MEIO DA ALSÁCIA OU LÁ QUE ERA eu quero tanto bater-te, meu nabo. Tanto.
E não é qualquer hospital, é o
do Mont Saint Michel
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(é a primeira vez que uso esta imagem e só agora vi ali a marca de água do youtuber foda-se, quem é que faz marca de água a memes, caralho?)
Há muita coisa neste livro que está muito, mas muitíssimo pior, que o anterior, mas o que me está a irritar profundamente é que todas as frases---absolutamente TODAS---são construídas com qualquer informação mantida refém do leitor. Ler este livro é caminhar sobre cascas de ovos, sem saber para onde vamos. É ter sempre de pensar em todos os cenários possíveis para não sermos surpreendidos. O livro altera tanta informação, esconde outra, contradiz-se tão constantemente, e caga coisas novas nunca mencionadas tantas vezes, que chegamos mesmo ao ponto de não sabermos, genuinamente, se percebemos as coisas ou não, e andam como eu, para trás e para a frente, a reler passagens inteiras, para ter a certeza de que não somos nós que estamos loucos, mas que é mesmo o escritor que é uma merda.
Este livro está-me a fazer gaslighting.
Tinham deveres diferentes a cumprir: Rassid tinha de seguir o rasto do Dahaka e James tinha de voltar para a frente.
Terminámos o capítulo na página 91 e eu ainda, com toda a minha sinceridade, não percebi qual é o objectivo. A única possibilidade de objectivo que me foi apresentada já foi respondida, logo no primeiro acto (ou o que eu acho ser o primeiro acto, eu sei lá, caralho): ver-se livre do Dahaka.
Enquanto arc pessoal do James, esse assunto está resolvido, mas não a 100%. O Dahaka saiu-lhe do cu, mas a bicha continua aí livre. Certo. Pensei: ok, então o arc está só semi resolvido. A libertação do dahaka é um plot point que conduz a outro, e esse outro certamente conduzirá ao midpoint.
Mas não. James caga a peçonhenta e instantaneamente fica a borrifar-se para ela. Ah e tal que o meu avô é Jonatã Tomates de Aço, somos Strongheart Multi-Pénis, libertadores do Mal (com M capitalizado) e mandriões fodidos, mas agora que já me vi livre do vírus, eu quero é que ele e os outros se fodam. Bazei.
E descarrega isso no Rassid.
Das duas uma: ou o Rassid se torna uma personagem central e vamos ver o seu desenvolvimento e percurso, ou ele esquece esta merda e nunca mais vemos o Rassid, que me parece mais Zuzarte.
A minha questão é: em que é que o Rassid vai contribuir? Ele tinha um objectivo, e a história está a ser narrada da perspectiva do James, o ocasional head-hopping que faz circunscreve-se sempre à volta do James, porque esta é claramente a história dele. Aquela merda nos telhados da cidade marroquina serviu apenas para nos introduzir Rassid. Vimos qual era o objectivo dele, e ele cumpriu-o a metade. Mas a história não é sobre ele, e até agora, ele não acrescentou em nada, não trouxe absolutamente relevância nenhuma, para esta merda---então para que caralho hei-de eu querer saber desta merda?
Eu só
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Ponham fim ao meu sofrimento, rogo-vos.
*António Semedo era o narrador do Dragon Ball, eu ia escrever “Henrique Feist, diz a frase!” para vocês apanharem a referência, mas o meu namorado desatou aos berros comigo a dizer “RESPEITA O TRABALHO DO HENRIQUE FEIST. ELE É O VEGETA. ELE É INIGUALÁVEL” e pronto, espero que tenham apanhado a piada.
___________
Anteriores:
Capítulo 1 - Maré de Trevas
Capítulo 2 - Novo Herói
Capítulo 3 - Memórias
Capítulo 4 - Dahaka
Capítulo 5 - Medjay
Capítulo 6 - Emboscada
Capítulo 7 - Resistência em Lille
Capítulo 8 - Faíscas de Cimitarras
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keliv1 · 4 years
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O caderninho deste post tem uma história bem engraçada: o ano era 2019 e eu estava batendo perna na Av. Paulista. Era julho, férias escolares, domingão, gente passeando com os dogs, patinetes a mil, músicos, gente perambulando.
(Saudades disso, não é mesmo? Do mesmo modo que tenho do meu velho celular...)
Bom, parou uma moça e entregou um panfleto de uma feira de artesanato, na frente de um hotel. Minúscula, umas quatro barracas.
Bem na primeira barraca, uma mulher vendendo camisetas, canecas e sabonetes com estampa de gatinhos.
Apontei, toda empolgada para os cadernos.
“Você tem pets, né?”, questionou a vendedora, toda sorridente.
Respondi que sou “tia de cachorro”. Saí e sorri.
Almocei, peguei os trocados, voltei e comprei o caderno. Ela ficou tão feliz, que me presenteou com um sabonete.
Perguntei sobre a capa, a foto da gata. Ela me disse que essa gata fora resgatada de um motor de carro (caminhão? Não me lembro) e foi uma peleja. “A chamo de Receba Selvagem”, disse gargalhando.
Cheguei em casa e fiquei com aquilo na cabeça.
“Rebeca Selvagem”.
Gostei.
Virou meu caderninho de poemas mais “pesados”.
Ponho aspas porque palavrões para uns fazem parte da vida, para outros podem ser ofensivos.
Para mim, faz parte eu falar palavrões, pensar palavrões, agora escrever, sinceramente, não curto.
Mas ali, nesse meu caderninho “selvagem”, extravaso: açoito os desejos mais internos, xingo, choro, faço declarações de amor a um cara que nem sabe da minha existência na Terra. Aliás, acho que ele até sabe que eu existo...
Tudo é possível!
Quem sabe, não é mesmo?
Só sei que dedico ali uns momentos para ser somente eu e minhas realidades.
Rebeca Selvagem.
Gata de atitude. Gratidão, felina!
Abaixo, trechos de poemas do caderninho com fotos de 2015.
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escritos-mortos · 5 years
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Alegria da possibilidade
Senti, hoje, um efusão milagrosa enquanto vivia. O intervalo em que esse fenômeno acontece é longo, e sua espera é dolorosa. É quando o espírito se abre completamente e a vida concorda com nossa alma. Tudo se encaixa perfeitamente, tudo que acontece acontece porque era este o meu vaticínio, minha estrela ardendo alto, finalmente, em uma milenar combustão de significado. À estas palavras, este gosto que vem à boca, não consigo resistir em silêncio. Nem mesmo meu íntimo consegue conter-se. As mãos na boca calam um grito, um urro de exuberância e felicidade que chega infinito. Ando descalço pela casa, procurando liberar toda a descontrolada energia que se manifesta de mim. Espalho, com as asas que penso ter, meus pensamentos alegres e eufóricos; quero depressa voltar ao meu estado de trabalho duro e contínuo: porque penso que vou conseguir e isto não está certo. É que sinto medo. E só eu sei como consigo me iludir. Às vezes, em momentos de distração - ou de intensa concentração em fantasias - vem-me à mente tal paisagem: estou de costas, imerso em meus tantos enleios, nos sonhos que desejo realizar, e algo, uma onda de melancolia, trazendo em si a realidade da vida, está à beira de atingir-me. Até onde sei isso é a morte certa. Nem eu, em meus sonhos, poderia sobreviver. Meu alento é que isso é só a hipótese de um imaginário fértil; um que não consegue construir para si um caminho. Sei que tenho olhos para ver além. Mas e o muro que derrubou-se em meu horizonte? Eu amo, só que em minhas ilusões, somente. Parando para pensar, agora que estou mais sóbrio de emoções, percebo o ridículo de meus sonhos mais pessoais. Vou te contar uma de minhas tristezas: meu raio de alcance. Imagine aí consigo o pouco que posso; depois esteja certo de que é menos da metade do que primeiramente pensaste. Eu poderia fazer um poema, porque estes são mais leves e voam mais rápido, mas estaria me iludindo. Acredito cá comigo que preciso de sonhos mais práticos, com efeitos reais na minha e na tua vida. Veja só: preciso sonhar caminhos. E, destes, tirar um, apenas um que me sirva. Sim, uma via que me ilumine, que me faça sentido, e não é preciso muito; mesmo um início triste basta para que encontremos várias possibilidades. O que não faço para manter a brasa da esperança acesa, não é mesmo? É o fervor com que me devoto a minha própria vida, única que me foi dada. Estaria cometendo um pecado terrível se agisse diferente. Me lembro de ter visto uma frase: you become what you believe. E desde então isto tem me sido um combustível; uma luz a mais. E sou bom em colecioná-las, esses ditos que não movem ninguém a não ser a pessoa certa. Certo poeta antigo escreveu: No mínimo que fazes sê intenso como as estrelas. Ao sentir-me alegre, ao pressentir uma felicidade ou euforia, é neste estado que fico; entusiasmado como estrela. E tento, com sinceridade, fazer tudo assim: doando-me inteiramente à tudo que faço, à tudo quanto posso e sou capaz. Quem sabe tenha sido esta prática que tenha me regalado este misterioso estado de exultação. Eu estava sentindo um prazer imenso pela possibilidade, e naquele estado de graça oculta nenhuma tristeza me abalava. Era a festa em um só corpo; estive em chamas e meu abraço aquecia, compensava toda separação; por um momento eu pude sarar toda falta, curar toda ausência. Encontrava um destino até no amanhecer, momento em que não existe nada de bom no mundo. Fora tanta a esperança que pensei em morrer e me tornar logo música; porque não sei quando tocará novamente esta minha melodia íntima.  No intervalo em que o milagre não se repete eu vivo.
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ABRIL
Oi, eu sou Ailahtan e decidi fazer um tumblr para escrever. Eu tentei fazer um blog, mas não deu certo e vim parar aqui. Eu confesso que não gostei da aparência deste site, mas fazer o que. Eu usava essa rede social quando tinha por volta dos meus quinze anos e era divertido. Naquele tempo, eu acho que a vida era mais leve de algum modo, agora é algo estranho e eu acho engraçado de pensar que perdi muitos amigos nesses anos todos, a gente morre um pouco quando isso acontece e tenho morrido um pouco todos os dias.
Primeiramente, eu asseguro que se você ler minhas escritas nem todas falarão sobre verdade, mas sobre o que eu sinto, mas nem tudo que sinto é verdade, às vezes escrevo, simplesmente. É a graça de ser poeta e de ser mentirosa, mas é Abril e esperei dar meia noite e vou evitar dizer os motivos, mas estamos em dois mil e vinte vivendo uma pandemia. 
Eu quero marcar história, não sei de que modo, na maior parte do tempo sou infeliz. E é algo que escuto muito e é algo que meu ex dizia muito e no final do relacionamento ele se referia assim para mim “sua infeliz”. Penso nisso às vezes e choro quando lembro e eu choro muito pelo passado, tanto que faço terapia, mas não sempre, pois estou ruim de grana.
Por um tempo fiquei com muita raiva do universo, mesmo fazendo piada com tudo e expondo minha vida de forma questionável, fiz história sendo corna, isso na época. Não entendi o motivo disso. No final de tudo eu percebi que meu erro foi amar demais.
É dois mil e vinte, estamos em uma pandemia e gostaria de fazer história, mas parei de publicar meus poemas depois que me reconheciam por eles nas festas que eu ia e mesmo no escuro, tocavam no meu ombro e perguntavam “você que é a Ailahtan que escreve poema bonitos?”. As pessoas liam minha alma, pessoas que eu não conhecia, tive vergonha e parei de publicar.
Confesso que estava mais empolgada e mais inspirada antes da criação do tumblr e agora que criei minha mente dispersou. Queria ouvir Corcovado para me inspirar, mas Corcovado é lembrar... E eu vivo lembrando, lembro mais do que vivo e isso tem me incomodado muito nos últimos dias.
#Au
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doidejada · 6 years
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XLVI
Deste modo ou daquele modo, Conforme calha ou não calha, Podendo às vezes dizer o que penso, E outras vezes dizendo-o mal e com misturas, Vou escrevendo os meus versos sem querer, Como se escrever não fosse uma coisa feita de gestos, Como se escrever fosse uma coisa que me acontecesse Como dar-me o sol de fora.
  Procuro dizer o que sinto Sem pensar em que o sinto. Procuro encostar as palavras à ideia E não precisar dum corredor Do pensamento para as palavras.
Nem sempre consigo sentir o que sei que devo sentir. O meu pensamento só muito devagar atravessa o rio a nado Porque lhe pesa o fato que os homens o fizeram usar.
Procuro despir-me do que aprendi, Procuro esquecer-me do modo de lembrar que me ensinaram, E raspar a tinta com que me pintaram os sentidos, Desencaixotar as minhas emoções verdadeiras, Desembrulhar-me e ser eu, não Alberto Caeiro, Mas um animal humano que a Natureza produziu.
E assim escrevo, querendo sentir a Natureza, nem sequer como um homem, Mas como quem sente a Natureza, e mais nada. E assim escrevo, ora bem, ora mal, Ora acertando com o que quero dizer, ora errando, Caindo aqui, levantando-me acolá , Mas indo sempre no meu caminho como um cego teimoso.
Ainda assim, sou alguém. Sou o Descobridor da Natureza. Sou o Argonauta das sensações verdadeiras. Trago ao Universo um novo Universo Porque trago ao Universo ele-próprio.
Isto sinto e isto escrevo Perfeitamente sabedor e sem que não veja Que são cinco horas do amanhecer E que o Sol, que ainda não mostrou a cabeça Por cima do muro do horizonte, Ainda assim já se lhe vêem as pontas dos dedos Agarrando o cimo do muro Do horizonte cheio de montes baixos.
“O Guardador de Rebanhos”. In Poemas de Alberto Caeiro. Fernando Pessoa
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