Tumgik
#Ouro Fino
bikeaospedacos · 17 days
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Kenda Cup comemora 10ª edição com a equipe Squadra Oggi em Ouro Fino
A Kenda Cup 2024 em Ouro Fino terá shows, presença da Squadra Oggi e diferentes distâncias de prova de mountain bike.
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idollete · 3 months
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– 𝐬𝐚𝐮𝐝𝐚𝐝𝐞 ⋆ ˚。 𖹭
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𝑤arnings: conteúdo exclusivo para +18.
ೀ ׅ ۫ . ㅇ atendendo a esse pedido; fran!namoradinho; um fran carente e cheio de amor pela leitora; muitas palavras no diminutivo; dry humping; creampie; sexo desprotegido (proibido aqui e na sua casa tbm!!!); e muita saliva.
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– Amorcito…’Tá acordada? 
A pergunta ecoou em um sussurro pelo quarto silencioso, Fran, seu namorado, estava inquieto desde que haviam apagado as luzes e deitado para dormir. 
Aquela era a primeira vez dele no Brasil, estavam na casa de praia dos seus pais. E já na segunda semana de viagem, Fran parecia a ponto de subir pelas paredes. Sentia falta dos momentos mais íntimos, de te ver andar quase sem roupas pela casa, de se aninhar nos seus peitos, sempre como quem não quer nada, somente para acabar mamando neles depois. 
Fran sentia muita falta de ficar de chameguinho no meio da madrugada contigo. 
Você murmurou um uhum preguiçoso, estava cheia de maresia depois de um dia inteiro na praia. Aninhada no namorado, sentiu o braço rodeando sua cintura, te puxando para perto e vários beijos estaladinhos eram deixados no seu ombro. Sentia o peito quente através do babydoll fininho e a respiração no pé do teu ouvido. 
Quando a mão ousou ultrapassar os limites da blusinha, alertou em um tom de aviso. Fran…As paredes eram finas e vocês nunca foram conhecidos por serem silenciosos. Mas Francisco precisava de ti, e te mostrou isso pressionando a semi-ereção na tua bunda, se esfregando sem vergonha alguma. ‘Tô com saudade. Algo sobre o jeitinho meio dengoso com que as palavras saíram te arrancou um suspiro, bobinha de amor. 
– Meus pais estão no quarto da frente. – Encarou-o por cima do ombro, dando de cara com aqueles olhinhos azuis pidões que te desarmavam toda. – Ai, não me olha assim, Fran…
– A gente faz quietinho, vai… – Tentou, te dando aquele olhar de menino que só ele tinha. – Olha como eu tô. – Aqui foi mais sujo, colocando o pau bem entre as bandas. O tecido fino da bermuda fazia a fricção ser ainda maior, mais sensível. – Fiquei assim só de pensar em ti mais cedo, com aquele biquíni, deu vontade sabe de quê? – Francisco sabia o que fazer para te atiçar, falava mansinho no pé do teu ouvido, roçando em ti todo carente. – De mamar nos seus peitinhos. Deixa, nena, vai ser gostosinho. 
Ousado, o argentino beijou seu pescoço, descendo pelo ombro até alcançar o canto dos seios, onde a blusa não cobria, selou ali também, se demorando, absorvendo o teu cheirinho. Instintivamente, empurrou o próprio quadril contra a ereção, se arrebitando para ele. Você deixou que ele deslizasse uma das alças da camisa, que segurasse um dos seios, que apertasse o biquinho sensível. 
Fran era apaixonado pelos seus peitos, obcecado mesmo, adorava quando você não usava sutiã só para te provocar e ver os mamilos ficarem durinhos. Ele gemeu só de senti-los novamente, se esfregando cada vez mais rápido em ti. E em um portunhol enrolado, revelou sussurrando: ‘tô com saudade de você, mô. 
– Argh, você é um canalha, sabia, Francisco? Vale, vale. Vem aqui, bobão.
Se virou para o argentino, dando de cara com um sorriso de quem parecia ter ganhado um pote de ouro. Não podia negar, também sentia falta de quando Fran te acordava no meio da madrugada, morrendo de vontade de ti, só para te comer bem lentinho. Ou de quando despertava sedento e te fodia daquele jeito preguiçoso, ainda cheios de sono de manhã.
Apressado, Fran se livrou da bermuda e do seu shortinho, te puxando para um beijo calmo, enrolavam as línguas uma na outra, o molhadinho do contato causava estalos pelo quarto silencioso. As mãos masculinas te tomaram pelos seios, apertando com a vontade de quem está matando a saudade. 
Observou quando Fran cuspiu na própria mão, usando a saliva para lambuzar toda a extensão, se colocando no meio das suas pernas, se esfregando bem lentinho na buceta ensopada. Ao abaixar as alças da blusinha, a atenção do argentino logo foi para o par de seios diante de si, abrigando um deles na boca prontamente, te sugava, mordia fraquinho, deixava babadinho. Você tombou a cabeça para trás, vergou a coluna para frente, estufando o peito; faz o que quiser comigo, queria dizer. 
Levou as mãos até os fios loiros, meio grandinhos, fez um carinho, puxava quando sentia os dentes te morderem com um tanto mais de força, chamava baixinho o nome dele. Se deliciavam no quentinho dos corpos grudados, no calor da fricção entre os íntimos, no jeitinho faminto que Fran te devorava, no desespero com que passou a se esfregar em ti, melando o pau com o seu melzinho, fazendo uma bagunça.
Deslizava as mãos por tuas curvas, te amando através do toque afetuoso. Fran te adorava e deixava isso claro quando te acariciava com devoção. Te puxou novamente para um beijo cheio de língua, desceu em um afago por tuas costas, entrelaçando as pernas, os físicos unidos como se fossem um só. A cadência dos movimentos agora era afoita, estavam muito perto do limite. 
– Nena…Posso, hm? – Recebia beijinhos atrás da orelha, mordidas no lóbulo. – Deixa eu colocar tudo aí dentro? – O pedido era dócil, te cativava com a mansidão.
– Vai, Fran, coloca… 
Foi preenchida com calma, sentiu o interior ser alargado a cada centímetro que te ocupava, ouviu Fran chamar pelo teu nome, divido entre te chamar e se declarar, dizia que te amava enquanto metia devagarinho em ti. Com as testas grudadas, se agarrou ao namorado quando gozaram juntos, sendo tomada por arrepios ao sentir os jatos mornos te aquecendo por dentro. 
– Te amo, mi reina.
– Eu te amo, Fran.
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angellicus · 15 days
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Prévia de um smut – Larry –, que talvez em algum dia seja realmente publicado.
Aviso importante aqui:
Ltops;
Louis bruxo;
Harry fada.
The lost world, não tão perdido assim...
xx
Quando Louis o deitou sob a cerâmica de mármore fria, ele não imaginava que Harry poderia proferir um grito animalesco, fino e manhoso na mesma proporção, um gemido de dor e luxúria que Louis não esperava ouvir de uma fada, ainda mais dele. Ele não esperava deixá-lo inclinando sob a borda da jacuzzi fria e cheia de água perfumada, pelo o perfume de Harry, tão doce quanto o cheiro do amanhecer ou esplêndido como o florescimento de uma flor na primavera. Louis o inclinou o copo da fada sob jacuzzi, deixando seus mamilos endurecidos sob o contato repetino, seus cabelos já bagunçados encostaram no piso de cerâmica preto reluzente, apenas para deixar o clima ainda mais sádico quanto o olhar tenebroso de Louis. A bunda redondinha empinada na direção do bruxo, as pernas pálidas de Harry estavam dentro da jacuzzi e dentre as coxas torneadas simplesmente escorria seu gozo, do qual era dourado como o maltido ouro, sua cintura já estava marcada pelos dedos de Louis, não teve piedade ao apertar e deixar claro que essa fada já teria um dono, um Bruxo.
O corpo já tremia e sofria de espasmos de um quase orgasmo recente, mas Louis não o deixou gozar, não deixou ter o alívio dos Deuses. Harry gemia com obscenidade, da qual Louis nunca tinha escutado, até hoje nesse momento de carinho e luxúria. As mãos de Harry estavam abertas sob o piso e deixou ainda mais sua bunda empinada, o seu quadril já doía com a ardência do aperto, ele não ligava. Harry não se importava com a dor, com a ardência de seu cu estava sentido pelos dedos de Louis o penetrando, juntamente com a porra dos anéis de metal puro, céus estava ardendo. Uma queimação do próprio inferno, mas Harry continuava gemendo como uma puta virgem e não se importava se todo o bosque escutava. Louis o preenchia tão bem apenas com os dedos, e caralho, quanto mais Harry imaginava o pau de Louis o alargado seu próprio pau pulsava de uma maneira insana, ele não aguentaria ter outro orgasmo negado pelo o Bruxo que o fodia arduamente apenas com os dedos cheios de anéis.
xx
Então, suficiente para uma demonstração? Haha bjs bjs
Ah, tô no watt como Angellicus78 tbm
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markiefiles · 9 months
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CÊ SABE NÉ...
fem!reader, br!au, muitos palavrões, menção a creampie, "burra", "estúpida", "hongie" e mais alguns apelidinhos, menção a álcool.
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Cabelos pretos raspado pelos lados, as tatuagens no pescoço, os anéis banhados a ouro nos dedos grossinhos, você o analisa de longe.
A boca saliva, o jeito que te observa seduz, enlouquece.
Olhos afiados, terno preto e fino caindo bem no corpo mediano, o cheiro de perfume caro lhe banhando as narinas, você trocava a posição da perna vez ou outra e Hongjoong devolvia o olhar.
Analítico, quieto, mas o sorriso insinuante intacto, os olhos sempre nos teus, no teu corpo, na maneira como o vestidinho vermelho deixava seus ombros e coxas expostas.
Você estava ansiosa, o corpo levemente febril, a festa movimentada, pessoas dançando, se esbarrando, a batida típica do funk ao fundo, noite, calor, muito calor.
Ele chegava junto, o amigo Mingi deu a abertura que precisava para sentar-se ao seu lado, despojado, um dos braços nas costas do sofá, olhos nos teus lábios bonitos, hálito quente batendo contra sua clavícula, o álcool perfumando-lhe levemente os lábios, intenso demais. Conversam, ele tem um pretexto o qual te cativa, as palavras ambíguas, os olhares com segundas intenções, quer ele todinho.
Você olha para Hongjoong. Tem vontade de passar os dedos pelo pescoço atraente, uma sede imensurável de beijá-lo, deixar-se entorpecer pelo perfume, pelo calor da pele, pela curiosidade, queria saber quantas tatuagens mais ele teria por aí.
— Cê sabe, né gatinha? — Hongjoong aproxima-se da sua orelha, a voz profunda, fazendo uma pergunta vaga, queria papo, queria te ouvir, você era a musa dele, só você e ele. — Cê sabe que eu tô doidinho pra te ter.
Você ri, sem graça, muito direto, o carinho da coxa para no seu antebraço, ele tem a palma quente, os dedos são extensos, te almeja, conquista.
— E como você me deseja, Hongjoong?
— Prefiro mostrar, princesa.
Dá um sorriso de escanteio, passa a pontinha dos dedos na sua pele, faz você se sentir um pouco, o mínimo que te incendeia, deixa molinha. Você morde os lábios, ansiosa, puxa-o pelo braço, guia por aí a procura de um ambiente afastado.
Seu olhar sedento te deixa exposta, olhinhos brilhantes, tonta, burrinha demais. Hongjoong te coloca contra a parede, passa o nariz pela linha da sua mandíbula, sente o cheiro da sua pele, as mãos caminham para a cintura.
— Cheirosa demais, amor. — Sussurra intencionalmente, baixinho, as cordas vocais numa rouquidão que te molha.
— Me deixa te presentear, deixa. — Você fala, um tom adocicado, gostoso, manhoso.
O pau de Hongjoong pulsa, ele quer muito beijar sua boca, mas pacientemente espera por você, gosta de brincar.
Você se vira, olha pra trás com uma carinha de puta, esfrega a bunda na semi ereção e rebola, lentamente, no ritmo da música que toca ao fundo. Hongjoong segue o ritmo, toma seu pescoço com a mão direita, rosna baixinho ao pé de seu ouvido, você sorri, esperta, sorrateira.
Hongjoong parece impaciente, te vira pra frente de novo, dá um tapa estalado na sua coxa, colocando-a na altura de seu quadril seguidamente.
O tesão te deixa inconsequente, você olha a mão enfeitada com os anéis e geme, manhosa, as sobrancelhas arqueiam, sua feição expõe que você quer muito levar pau.
Ele leva o polegar até seu clitóris, circula a região e então, dá mais um tapinha na sua buceta, coberta ainda pela calcinha.
Agarra seu rosto, aperta sua bochecha entre os dedos, quer te ver destruída, corrompida. Te beija, a língua é quentinha, habilidosa, se mexe lentamente, chupa seus lábios, se agarra no teu corpo, te prende possessivo entre os dedos e quando para te surpreende.
— Vai tirar o vestidinho ou prefere que eu coloque a calcinha pro lado, princesa?
— Pro lado… — Você diz, ofegante.
— Tá burrinha demais, hm. Vou poder mamar os peitinhos também, boneca? — O xingo seguido dos apelidos carinhosos te incentivam, você afirma feito uma garotinha virgem, desesperada por pica.
— Vamos Hongie…— Pronuncia pela primeira vez o nome dele, abre desesperada o terno e o blazer, quer facilitar.
Ele abre a calça, você saliva ao ver a Calvin Klein preta, os pelinhos ralos abaixo do umbigo te fazem querer chorar, não consegue tirar os olhos. Hongjoong coloca a cabecinha arroxeada pra fora, o pau baba, um filete de pré-gozo torna a região perolada.
Você pensa que, se ele pedisse com jeitinho você mamava, ficaria de joelhos e engoliria tudo.
Deixa o pau pra fora, te provoca, masturba olhando nos teus olhos, mas não deixa que toque, ele domina, ele instiga.
— Sua vagabunda. — Diz, solta um sorriso, uma risada diabólica.
Resvala a ponta dos dedos a parte da virilha, expondo parcialmente sua intimidade, começa fodendo o meio de suas coxas e então penetra, devagar. A grossura expande, ele geme, você é apertadinha, quente demais.
— Cacete princesa. — Agarra seus fios, puxando-os pra trás, expõe teu pescoço, a boca te chupa, os dedos da outra mão revelam seus biquinhos, ele mama enquanto mete o pau, fundo.
— Quero mais, mais, mais! — Implora, quase cedendo, precisa se apoiar nos ombros do homem, os pés não se aguentam mais nos saltinhos pretos.
— Buceta gulosa é assim. — Desdenha de você, ainda te dá o mínimo. Ele enfia um dos dedos na sua boca, pressiona os lábios e em seguida te dá um tapinha fraco na bochecha.
Você quer chorar de prazer, sente que pode gozar só com isso.
— Quer que eu vá mais rápido, é? — Sua cabeça balança repetidas vezes, confirma compulsivas vezes. — Ah, menina burra, estúpida.
Hongjoong te vira de costas, sobe o vestidinho levemente e enfia o pênis de novo, vai e vem, estimula seu pontinho, encharca o caralho dele sem pretensão, excitada demais pra pensar em alguma coisa coerente.
Ele passa a meter mais rápido, fundo, os dedos mergulham na sua cintura, estapeiam sua bunda, não liga se alguém aparecer. Hongjoong te parte ao meio, quer exibir você, não se importa.
— Vou deixar essa barriguinha estufadinha, quer? — Pergunta, algo no contexto te incentiva, faz você estremecer da cabeça aos pés.
— Por favor, por favor…
— Ai cê sabe né, você vai ser todinha minha.
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thegoldenarrow · 1 month
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͏ ͏ ͏ ͏͏ ͏ ͏ ͏͏ ͏ ͏ ͏𝒓𝒐𝒃𝒊𝒏 𝒉𝒐𝒐𝒅 welcomes the lost ones. (play as you read)
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Os trajes finos eram para ele como uma fantasia, e dele eram esperados desde que havia assumido um título de importância em seu reino. Se a decisão fosse sua, jamais seria pego vestindo roupas luxuosas como as que eram exigidas em um baile. Marian o havia ensinado sobre códigos de vestimenta e etiqueta, sobre a linguagem silenciosa dos bordados e tecidos, e com ela aprendera a empunhar o veludo e os tons de ouro como uma arma. Ao se olhar no espelho, não conseguiu escapar da ironia que era o próprio reflexo: indo de encontro aos perdidos, mais se sentia como um personagem do que como ele próprio, incapaz de se reconhecer sob a máscara de cortesão. Levava o amuleto de estrela consigo sob as vestes, uma lembrança de quem realmente era sob as camadas de mentiras calculadas, seu calor servindo para ancorá-lo no aqui e agora. Arriscou um sorriso ladino antes de deixar o conforto de sua privacidade e, como se conjurada por sua imaginação, ouviu a voz familiar e há muito silenciada lhe falando ao pé do ouvido. Give 'em hell, kid.
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princekang · 5 months
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𝐅𝐄̂𝐓𝐄𝐒 𝐃𝐄 𝐅𝐈𝐍 𝐃’𝐀𝐍𝐍𝐄́𝐄 ❅ 【 outfit selected 】
DIA 23 — noite do pinheiro, não era uma grande novidade para haewon, por isso que ele já sabia que deveria estar bem confortável, por sorte, estava muito frio e não precisaria esconder as suas tatuagens da forma como o seu pai indicava, a roupa muito parecida com um pijama de flanela só porque combinava com o momento.
DIA 24 — o terno vermelho, era até simples para quem estava tentando se destacar, foi uma escolha fácil para o baile, em um tom claro quase laranja. a blusa por baixo era o que destacava o corpo perfeitamente malhado do príncipe, que precisou amarrar os cabelos que estavam longos demais.
DIA 29 — na sessão de fotos, haewon colocou um hanbok clássico mas dentro da sua posição hierárquica e na linha de sucessão ao trono, enquanto o irmão sempre utiliza peças com bordados feitos com fio de ouro, pedrarias e os acessórios requintados a nível de um rei, haewon utilizava peças em tecidos finos, mas nenhum bordado feito na roupa, porque não pode se destacar de forma alguma.
DIA 31 — azul foi a cor que escolheu pro ano novo, mas dessa vez, usou uma roupa um pouco menos simples, o terno com detalhes na gola e na lateral da calça, com muito brilho, foi o que tirou de seu guarda-roupas para ir até o evento do castelo.
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nonuwhore · 1 year
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Lamber as feridas, coisa do tipo.
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boxeador!jun x female reader
contém: sub!jun; jun e a leitora são casados; linguagem vulgar; sexo oral e masturbação (masculino), apelido (amor, bom menino); um xingamento feito a leitora; praise; ejaculação no rosto; 
contagem de palavras: 1-2k
nota da autora: esse post é um oferecimento dessa e dessa ask, obrigada! tô escrevendo no momento outro cenário com o Jun (que tá me tomando mais dedicação do que esperava),e aí lembrei desse e não achei justo deixar ele mofando nos meus rascunhos por tanto tempo.
"Você não vai falar nada? Nadinha?" Jun te olhou de longe, sentado no banco de concreto daquele vestiário velho, as pernas abertas e um cotovelo apoiado na coxa, secando continuamente o suor que continuava a descer da testa.
"O que você quer que eu diga?" você respondeu procurando dentro da mochila curativos, pomadas e algo gelado o suficiente para colocar sob o inchaço dos machucados. Achou uma garrafa de água tirada do congelador exatamente para essa situação.
"Um 'parabéns'? 'Você foi bem'? 'Tô orgulhosa'? Um boquete, quem sabe?" citou o último exemplo como se essa fosse a opção mais plausível e você riu, incrédula. 
"Você sabe que eu não posso fazer isso."
"O quê? O boquete? Claro que pode."
"Não posso te elogiar, você vai ficar mal acostumado." e levantou o rosto do homem, começando a limpar com algodão os cortes da bochecha e da boca. Um "aí" e outro "ei" apareciam eventualmente, apesar de Jun já estar acostumado com essa rotina.
"Qual o problema nisso? Pelo amor de Deus, me deixa mal acostumado!" os braços cheios de músculos rodearam sua cintura, te trazendo para mais perto. Sentiu o suor dele grudar na sua roupa, o corpo ainda em chamas pela sequência insana de rounds e mais rounds. Ele foi perfeito hoje, tinha aguentado muita porrada do outro cara (que tinha mais experiência que ele, mais financiamento, mais mídia) e dado a volta por cima no último momento, Jun merecia um elogio, mas seu prazer sádico de vê-lo implorar também não podia ser negligenciado.
"Jun, você é um atleta de alto nível, você não pode ficar mal acostumado. Qual é a próxima coisa que você vai me pedir? Dia do lixo?" 
"Você sabe que não tem outra coisa que eu goste mais de comer do que-"
"Não! Pode parar, você prometeu." disse empurrando o tronco dele e se afastando, pegando agora a água oxigenada para espirrar em cada ferida. "Nós somos dois profissionais. Eu sou sua treinadora, droga!" 
"Qual a vantagem de ser casado com a minha treinadora, então?" os olhinhos cansados da luta exaustiva e de uma súplica fingida te faziam querer dar qualquer coisa que ele quisesse.
"Trabalhar com uma das profissionais mais premiadas da área? Acho que você às vezes esquece quem eu sou…" agora foi sua vez de fingir mágoa, se afastando dele e sendo puxada de volta pelo pulso
"Não esqueço! Não fala isso, você sabe o quanto eu te admiro, foi por isso que eu te escolhi entre tantas outras…" a mão dele deslizou da sua bochecha para o pescoço, empurrando um pouco do cabelo para trás do ombro e massageando a região.
"Isso foi machista e um pouco brega também."
"Desculpa, eu fico meio sem cérebro perto de você." a voz num oitava a menos e o brilho que ele tinha depois de uma luta eram as suas fraquezas e Jun sabia muito bem como usá-las. A pele dele quando tinha acabado de sair do ringue cintilava como ouro e ele sempre brincava como isso tinha feito você se apaixonar, apesar de ambos saberem que isso era, no fim, verdade.
"Certeza que não foram as pancadas que você tomou na cabeça?" Jun balançou a cabeça negativamente, um biquinho nos lábios finos se formando em tom de afetação. "Agora você vai me dar minha recompensa ou não?"
"Não sei se devo…"
"Por favor… Qualquer coisa, qualquer uma. Só preciso que você me toque." seu olhar foi até o short vermelho com duas listras em cada lateral cheias de estrelinhas azuis e viu o volume praticamente saltando na sua direção. Você se ajoelhou na frente dele e viu as pupilas do homem se dilatarem em velocidade recorde. 
"Aqui?" sua mão direita segurou o membro rígido com certa força, fazendo movimentos tímidos, quase sem ânimo. "Assim?" seu tom de voz também diminuiu, preocupada com algum paparazzo atrás da porta, mas também porque sabia que Jun adora quando você sussurra pra ele. Ele jogou a cabeça para trás quando colocou a mão dentro do short, mas por cima da cueca, indo do topo do membro, passando pela base e indo em direção ao saco, brincando um pouco na região e arrancando um suspiro pesado e aflito.
“Isso, mas eu agradeceria se fosse um pouquinho mais-” e sem conseguir completar o pedido, soltou um xingamento baixinho quando você desceu com força as duas peças, de uma vez, e com a outra mão continuando os movimentos curtos, espalhando com o dedão o líquido brotando na ponta e em seguida levando a própria boca. O sorriso sacana dele suspeitou sobre qual seria o próximo passo, mas você não o deu, continuou repetindo a ação enquanto o encarava fingindo ignorância sobre quais eram as expectativas do seu marido. “Amor…”
“O quê? Você pediu pra eu te tocar. De qualquer jeito.”
“Você é uma sádica filha da puta.”
“Se eu estivesse no seu lugar não me xingaria.”
“Mas temos que concordar que você é sádica”
Você riu, orgulhosa. “Tá, concordo.” e sua mão começou a deslizar por uma região maior, com uma pressão maior, e seu rosto foi em direção ao membro, o posicionando na frente dos lábios. “Sou assim porque você gosta, não gosta? Não adora que eu te coloque no seu lugar?” seus dedos da outra mão se juntaram aos outros, segurando a extensão. “Gosta tanto que me contratou pra mandar em você.” Jun arrumou a coluna no banco, tentando se recompor e não pular no buraco de onde você estava chamando, mas você finalmente colocou a língua para fora da boca e, como se o pau dele fosse um pirulito, deu uma única chupada, comprimindo a pele com tanta força que, quando soltou, o barulho seco de ploc preencheu o vestiário. 
“Droga….” Jun se lamuriou baixinho, sabendo que também seria repreendido por isso.
“Por que você tá xingando? Achei que era isso que você queria…. Mal agradecido.” se afastou alguns centímetros dele, ameaçando se levantar.
“Não não não. Desculpa, desculpa. Eu não disse nada.” os dedos embranquecidos da força que ele fazia para se segurar no assento quase segurava seu braço, mas ele sabia que assim seria pior.
“Agora está mentindo. Pra quem implorou por um boquete você tá sendo bem desobediente, não acha?” 
“Desculpa, eu vou me comportar, prometo.”
“Promete?” Jun assentiu freneticamente. “Vai ser meu bom menino?” perguntou de novo, distribuindo beijinhos molhados pela pele avermelhada e que quase estourava de rigidez dentro do punho fechado.
“Sim…” ele respondeu, mais relaxado e com a voz enfraquecida.
“Não ouvi.” 
“Sim, vou ser seu bom menino.” disse dessa vez com mais clareza e disposição, tentando não te deixar irritada de novo.
“Perfeito. Bons meninos ganham-” você colocou o pau todo dentro da boca e o expeliu de novo, agora completamente envolto em saliva “-elogios.” sua mão aumentou o ritmo da  massagem, arrancando gemidos mais sonoros. O rosto dele era uma confusão de prazer, ansiedade e suor, sentiu pena, mas não o suficiente para parar. Beijou o lábio inferior, seco, fazendo a punheta agora com as duas mãos, indo para frente e para trás, girando os pulsos ao mesmo tempo. 
“Obrigada…”
“Você foi incrível hoje… Aquele cara deve tá xingando você até a sua oitava geração. Enganou ele direitinho."  o pau vibrou na sua mão quando Jun ouviu suas palavras de aprovação. “Aquele gancho de direita do nada… Eu quase me gozei todinha por sua culpa.” a respiração dele ficava mais e mais ofegante cada vez que você colocava mais empenho na punheta, o peito dele subia e descia loucamente e a boca tremia um pouquinho. “Meu marido foi perfeito hoje, um atleta de verdade. É claro que ele merece um bom carinho.” e trocando uma mão pela boca, abocanhou o membro, circulando a língua, chupando com vontade, tocando a ponta com o funda da garganta vez ou outra. “Talvez até mereça gozar no meu rosto? Hum? Você sabe que isso não acontece todo dia.”
“Sim. Sim, por favor, sim.” os olhos dele viraram duas bolas brancas arregaladas quando ouviu a sugestão. Balança a cabeça compulsivamente, implorando pra que você deixasse ele se derramar todinho em você, sabendo agora o quão orgulhosa estava ao ponto de oferecer um privilégio desses. 
“Olha como tá todo educadinho agora…” os movimentos das mãos voltaram a ser rápidos e precisos, o suficiente para deixá-lo pronto para explodir. “Esse é meu garoto. Já pode gozar agora.” permitiu, percebendo como ele estava se esforçando para obedecer quando as inúmeras veias que ia da barriga de Jun até o baixo ventre estavam a ponto de estourarem. Em menos de dois segundos um jato de porra quente atingiu seu nariz e sua boca, te fazendo fechar os olhos, pronta para outro e depois outro. Ouviu o grunhir rouco, aliviado e cansado do seu marido se tornar um gemido estremecido pelo prazer intenso e ao tirar um pouco do líquido do rosto, abriu os olhos e viu todos os músculos dele relaxarem de uma vez e seu corpo quase desmontar na sua frente.
“Sem essa de… ficar sem sexo… antes de grandes… lutas.” Jun pontuou, sem fôlego, pegando lencinhos da bolsa e te ajudar a se limpar.
“Ué, mas tá funcionando.”
“Funcionando pra quem?!” 
“Hoje você ‘tava bastante motivado.”
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dejuncullen · 2 years
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Break up with your boyfriend - Johnny e Jaehyun
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Estava ciente sobre os olhares calorosos de Jaehyun sobre você. Um amigo de verdade não faria isso, não mesmo.
Johnny acariciava a perna da noiva por debaixo da mesa, a mão quente fazia questão de apertar a carne até preencher completamente, amava fazer isso várias e várias vezes. Estavam jantando em um restaurante chique que sequer fizeram questão de decorar o nome, não voltariam lá mesmo. Comemoravam o recém noivado e a promoção na empresa em que o Suh trabalhava.
Não costumavam gastar com frequência, dado que qualquer moeda era importante para que investissem no enxoval da casa nova e pagassem as contas em dia. Entretanto, o convite veio por parte de Jaehyun, chefe do Johnny e um dos principais personagens naquela história, já que tinha sido ele quem promovera o amigo em um cargo melhor na própria empresa para que pudesse ter boas condições após se casar.
Eram amigos de longa dada, estudaram juntos na época de faculdade, porém, a realidade financeira entre os dois ficava clara quando combinavam de se encontrar em um restaurante qualquer, que o Jung julgava como "simples".
O sorriso do Johnny continha sempre um ar de preocupação, mesmo que tentasse passar serenidade para a noiva. O problema é que ela não sabia decifrar se isso ocorria por ele não se sentir acolhido no local, em meio aos vinhos e carnes caras, ou se era pelas investidas — nada sutis — do amigo.
— Estão gostando da comida? — Jaehyun perguntou do outro lado da mesa, balançando a taça calmamente e bebendo seu vinho em sequência.
— Sim, está uma delícia — respondeu Johnny, pausando apenas para terminar de mastigar e engolir — Muito bom mesmo, nota dez — a voz oscilou, estranhamente tímida para alguém tão extrovertido. Estaria ele inquieto e com vontade de ir embora? Ela nunca saberia.
— Ah, que ótimo! — o sorriso convencido desabrochou dos lábios finos e olhar focou na mulher — E você? Também está gostando?
— Sim — respondeu direta, cutucando a última ostra com um dos garfos — São deliciosas, eu diria.
— São sim — concordou, aproveitando para cruzar os braços na mesa e se debruçar sobre eles — Sabia que ostras são consideradas afrodisíacas? — a pergunta fora para ela, mas como um bom amante, Jaehyun sabia fingir bem. Sendo assim, o olhar se direcionou ao amigo como alguém que está prestes a contar uma novidade — Deveria pedir um montão delas na lua de mel. Sei bem o quanto quer ser pai e isso... — direcionou a mão até o rosto e cobriu a lateral, para que somente o amigo o ouvisse — ... seria perfeito para apimentar a noite de núpcias, e quem sabe já te ajudar no projeto da criança.
— Oh céus, Jaehyun! — pigarreou desconfortável, enxugando os dedos no guardanapo de tecido marfim — Eu... Nós — consertou a fala e buscou a mão da noiva para poder se juntar a sua — queremos muito uma criança, porém sabe bem como a vida não está fácil.
— Exatamente, querido — a mulher tocou o ombro do seu homem e o ajudou a completar a fala — Nosso plano é dedicar os primeiros anos de casados aos nossos trabalhos, para adquirirmos dinheiro o suficiente para sustentar nosso filho. Não é todo mundo que nasce em berço de ouro que nem você — brincou e o outro riu
— Poxa! Eu jurava que no próximo ano eu estaria correndo pela empresa com o mini Johnny. Sabem bem que eu vou querer ele lá todos os dias, não é? Sou um tio babão.
— Sim, sabemos bem — Johnny respondeu sem muito ânimo, achando mais interessante mirar o prato ao invés do amigo.
— Mas tudo bem, um bom tio espera o tempo certo — um suspiro fingido escapou dos lábios e ele voltou a direcionar o olhar afiado para a mulher outra vez — Por sinal esqueci de elogia-la: Está magnífica nesse vestido. Foi o que lhe dei semana passada?
A pergunta fez o Suh retesar o corpo, segurar o garfo com força e virar lentamente para a noiva com um olhar desacreditado após o que ouvira.
— Não, esse foi o que Johnny me deu. Lindo, não é? Ele comprou hoje a tarde — reforçou o elogio e o Suh relaxou na cadeira por alguns instantes, mas ainda mantendo um dos punhos cerrados.
— Mas os saltos... — insistiu e a mulher engoliu em seco já sabendo o que ele falaria — Conheço um bom Jimmy Choo de longe e lembro-me perfeitamente bem de ter te dado estes em seu último aniversário.
— Ah! Sim, foi o seu presente — riu sem graça, escondendo os sapatos por debaixo da mesa.
— Branco combina com você, não é atoa que em breve usará essa cor no altar — desviou o assunto fingindo naturalidade — Quando os vi na vitrine não resisti, precisei comprar no mesmo instante, tal qual o Rolex do Suh. Veja bem como combina com ele.
— Jaehyun e seus presentes — replicou Johnny com ironia, dessa vez arranhando o garfo no prato enquanto tentava pegar o último pedaço de carne.
— E já decidiram em qual bairro irão morar? Soube que preferiram ficar lá na comunidade mesmo, mas se quiserem, conheço ótimos corretores com propostas incríveis e em bairros muito melhores.
— Não precisa, estamos satisfeiitos morando perto dos nossos pais — a garota respondeu e Jaehyun lhe deu atenção.
— Sabem que se precisarem de ajuda, um empreśtimo... Eu posso ajudar. Não fiquem envergonhados, amigos servem para isso mesmo, ajudar.
— Nós sabemos, Jaehyun — o nome saiu com um certo tom raivoso e a garota precisou tocar na perna do noivo para que ele tivesse noção do que estava prestes a fazer — Mas não precisa, vamos trabalhar para pagarmos tudo sozinhos. Agradecemos a sua ajuda mesmo assim!
Dito isso, voltou a cortar a carne e os olhos semicerraram, sem em nenhum momento direcionar o olhar para a noiva ou ao amigo.
Notando a inquietação do Suh, ela decidiu ir ao banheiro para respirar um pouco. Tudo aquilo estava a deixando completamente maluca e não saberia reagir caso ele a colocasse contra a parede e perguntasse sobre as reais intenções do chefe.
Olhou-se no espelho, retocou o batom, penteou os cabelos com os próprios dedos e jogou um pouco de água no pescoço e nuca, tentando controlar a sensação sufocante que aquele jantar estava lhe causando.
No entanto, não contava que ao sair dali um certo homem estivesse a aguardando, com os braços cruzados, olhar de canto e sorriso ladino.
— Está melhor? Não era a minha intenção te deixar tensa.
— Ah não era? — balançou a cabeça desacreditada — Jaehyun, o Johnny é um bom homem e será um bom marido, assim como um bom pai.
— Sim, eu não tenho dúvidas quanto a isso.
— Então por que insiste nessas suas brincadeiras?
— Ora, é divertido — respondeu sincero, aproximando-se cada vez mais da mulher até que ela estivesse com as costas pressionadas na parede — É divertido te ver assim, nervosinha.
— Mas não é nada divertido ver o meu homem tão cabisbaixo, se sentindo um lixo todas as vezes em que você menciona os presentes caros que me deu. — suspirou irritada e o empurrou pelos ombros, para que ele se afastasse — Empréstimo? Sério isso? — elevou o indicador e o direcionou até o rosto alheio — Além disso, eu espero não ter que deixar claro outra vez. Eu só fiz aquilo por ele e por mim, pelo nosso futuro. Eu jamais me submeteria a um mimado que nem você por contra própria. JAMAIS!
— É mesmo? — voltou a encurralar a mulher, dessa vez com os dois braços impedindo-a de fugir — Então por qual motivo me liga quase todos os dias me chamando para foder, hm? Seus gemidos no meu quarto parecem tão sinceros, acho que ao menos eu faço meu trabalho muito bem ou então não voltaria cada vez mais sedenta.
— Eu já disse: Fiz isso pelo Johnny. Queria que o promovesse para que ele não se sentisse táo culpado por não ter nem um local para cair morto.
— E foder comigo garante uma promoção para ele? — gargalhou, roçando os lábios pelo pescoço dela — Ah, minha querida! Eu só o promovi para que a ganância dele apenas aumentasse.
— Ele não é ganancioso, diferente de você.
— Não é? — a sobrancelha se ergueu e ele se curvou até que os olhos estivessem na mesma altura — Digamos que o seu queridíssimo Suh propôs um after na minha casa depois daqui, ele disse que estava disposto a experimentar algo novo e você estava inclusa no pacote.
— Deixe de suas mentiras, garoto. Ele jamais...
— Não coloque tanto a sua mão no fogo por ele, se quiser pode ir lá perguntar. Porém, se eu fosse você não faria isso. Não quer que ele realmente descubra sobre nós dois, hm? Até então ele só especula que temos algo, por isso lançou a ideia.
— O que ele propôs exatamente?
— Bem, eu sugeri mais um aumento no salário dele caso ele tivesse uma ideia brilhante para depois desse jantar, e aí ele me disse que, se caso você quisesse, estaria disposto a dividí-la comigo por uma noite — a língua estalou e o sorriso escarnioso voltou a aparecer — Pobre homem, mal sabe ele que você dorme na minha cama quase todos os dias.
— Pare de falar isso agora mesmo, está me deixando enjoada.
— Mentindo eu não estou — defendeu-se e com a palma livre enrolou uma mecha nos dedos — Mas o que me diz? Prefere ir embora para casa e deixá-lo sem o aumento, ou prefere fazer a brincadeira a três, fingindo que nunca transou comigo, e no fim, dar ao seu marido uma vida digna? Ou então... — selou os lábios da garota com afinco, sendo retribuído na mesma medida — Pode terminar com ele e assumir um relacionamento comigo, lhe darei uma vida digna de uma princesa. A escolha é sua.
Tantas coisa passavam pela sua cabeça, desde os momentos bons aos momentos ruins com Johnny. Todas as vezes que se submeteu a deitar-se com Jaehyun e gostou daquilo, gostou da forma em que ele a tratou, como o sexo era diferente do que o noivo lhe oferecia.
Entretanto, não conseguiria destruir tudo assim tão rápido. De um lado existia o amor e de outro paixão, estava tão perdida nesses dois sentimentos que seria impossível escolher somente um, não naquela noite.
— Eu... Eu vou com vocês. — respondeu já sem voz, enlaçando o braço ao dele e caminhando em direção a mesa.
— Boa garota, fez a escolha certa — sorriu — Lembre-se que é só fingir que nunca fizemos isso e ele irá acreditar.
— Por favor, não me lembre sobre essa questão. O Johnny não merece uma mulher que o trai, não mesmo.
— Minha queida, deixe de bobagens! Hoje você será nossa e quero vê-la sorrindo, portanto, trate de fazer isso agora mesmo — ao chegarem na messa o Suh já os aguardava em pé, os olhos foram em direção aos braços cruzados e ele tomou a noiva para si, enciumado — Muito bem, meus amigos. Prontos para beberem na minha casa? — o sorriso enorme estampava a sua face e vê-los tão retraídos somente alimentava o seu ego, pois tamanho era o orgulho ao saber que era a principal peça daquele tabuleiro, prestes a destruir aquele relacionamento.
Para Johnny seria o início de uma turbulência no relacionamento e para os outros dois somente mais uma mentira contada ao Suh. Permaneceriam assim até que Johnny descobrisse por si só que quem tivera a ideia inicial não fora ele, e sim, um Jaehyun ambicioso que de uma forma ou de outra conseguiu a jóia mais preciosa do amigo com apenas três coisas: dinheiro, status e promessas.
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tbthqs · 2 months
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Treinador Simon Towley (Steven Ogg) - 50 Anos - Treinador do Time de Futebol
Simon Towley é o novo treinador dos Bruins Bears. Ele não era o treinador original de 2014, ele treinava a USC Trojans, time que derrotou a UCLA na final da NCAA em 2014. Simon é um técnico conhecido por ser multi campeão na NCAA e foi trazido a peso de ouro por um dos doadores do time de futebol que desejou permanecer anônimo. O temperamento do treinador é bastante conhecido, já que uma das suas reações para com um repórter da ESPN acabou viralizando na internet. Simon é adepto da tática do medo, seu comportamento errático comprova isso.
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Edward Morrison (Laz Alonso) - 45 Anos - Treinador assistente
Edward Morrison ou Ed é o treinador assistente dos Bruin Bears. Ed era o treinador original do time em 2014 e essa deveria ser sua temporada de estreia a frente dos Bruins. Entretanto, isso mudou quando um doador anônimo bancou a vinda de Simon Towley para treinar os rivais da USC Trojans. Ele é um cara tranquilo, educado e de fino trato, muito diferente de Towley, já que ele prefere uma boa conversa ao invés de impor medo nos jogadores.
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Michael Rosenthal (Eric Dane) - 44 Anos - Vice Coordenador dos cursos de Humanas
Michael Rosenthal é o vice coordenador dos cursos de humanas. Ele era professor de SciPo 101 na linha do tempo original em 2014. Michael foi promovido ao cargo recentemente, após uma estranha reunião quando o mesmo quase foi demitido por motivos que ainda permanecem um mistério. Ele foi assistente da professora Carmen Kfouri durante os anos de 2008 a 2010, quando ela apareceu morta. Michael é um bastante sociável, carismático, e divertido, entretanto, alguns membros do corpo docente desconfiam pela proximidade que ele tem com algumas alunas de suas matérias, mas usa a sua esposa como escudo para desviar os rumores.
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copycatkill · 3 months
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levante-se da cama, vista a armadura
e calce seus melhores sapatos finos
ao menos, não há onde se perder
quando se está sem rumo a tomar
tomo seu grosso sangue o suficiente
porque os céus não compartilham mais
a divindade da cor azul comigo
desde que estive naquele vale
não há mais um "eu" de qualquer modo
agora, não posso mais ficar aqui com ele
preciosa má sorte, linda tragédia
sempre me ponho na linha do trem de níquel
quando permito meu coração ir à loucura
quando as coisas não parecem mais as mesmas
quando não há caminho alternativo a seguir
"dê a sua melhor morte para os que partiram"
eles dizem sem ouro nos bolsos, assustados
ainda estoicos, no fim de suas vidas feias
mas eu ainda tento, tento enxergar como
o cego que Jesus fez voltar a olhar
ainda tento me render a Sua misericórdia
ainda me pego cantarolando Suas palavras
esperando a passagem do seu manto sobre
mim, a cidade que já foi clareira um dia
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Cartografias
O encanto se desenha na sonoridade Me inventa nomes e significados e ditados Tão vingativo e doce, como seu céu de vinagre Misturando chacinas que não coagulam Abruptamente, o homem me interrompe Há a espera para anjos significativos Solvidos há luz da neblina de algodão Meu púbis reluzindo dentro do teu mistério Temente a construção-esôfago Importunando a hipótese ao escombro As glórias folhadas em um ouro cego Ou seria um sangue advertido do processo de clarividência? Canto somente ao meu estômago Que sutura você nas sombras que me rodeiam Nos amores que diluo teu nome com a força De quem reza para enfim ser esquecido Moinhos me atentam ao caminho de tijolos Inventando dúzias de baratas tontas As convencendo que meu corpo é karma E involuntariamente eu mereceria seu conforto Derreti em teu cinema junkie Feito silicone na língua Inventei você e nosso paraíso industrial Arrotando carne de fino corte com estômagos vazios Me assusta tua vinda, mesmo que eu a tenha desejado Não esperaria que você se desposasse de teu amores Tão furtivos. Já eu eu tão afoito, não lhe conheço E pulso amor, rancor e outros mil desejos homogêneos Outra vez, estive nas intranquilas águas Afundava e gritava teu nome para que ele me escapasse Para que águas o afogassem, mas tal regalia não fora comprida Tu, mostrara-se mais resistente do que a minha vã imaginação
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haileybieberbrs · 7 months
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Hailey Bieber para GQ Hype
A modelo e fundadora tirou um tempo para descansar de sua bem-sucedida marca de cuidados com a pele e se juntou-se a nós no hotel mais badalado do Caribe - e para nos contar sobre sua incrível jornada rumo à fama ao longo da última década.
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Quando Hailey Bieber tinha 18 anos e estava se firmando no mundo da moda, às vezes ela deixava escapar que era realmente fã da mitologia grega. Em 2015, ela recomendou a Ilíada e a Odisseia (os tipos de textos que um recém-formado no ensino médio, como Hailey estava na época, poderia citar em uma entrevista de revista) como boas leituras de viagem. Como ela disse à revista W naquele ano, "Homero é fascinante."
Hailey, agora com 26 anos, ri quando menciono isso. "Era minha coisa favorita que aprendi na escola", ela confirma. "Eu estava simplesmente obcecada com as ideias e as histórias desses deuses e deusas."
Alguns anos depois, Hailey descobriu que seu segundo nome, Rhode - que acabaria servindo como o nome da bem-sucedida marca de cuidados com a pele que ela lançou em 2022 - descende de uma dessas antigas divindades: Rhode, a protetora e personificação da ilha de Rodes, no Dodecaneso. Ela era a filha náiade de Poseidon, poderoso deus do oceano, e esposa de Helios, o incandescente deus do sol; como alguns mitos afirmam, a própria ilha nasceu de sua união.
"Se você voltar, voltar, voltar e olhar", diz Hailey sobre o sobrenome da família, que foi transmitido pelo lado de sua mãe, "vem daí".
É quase anoitecer quando Hailey e eu nos encontramos em um dos sofás de veludo vermelho do Bambi's, um bar secreto e exclusivo no resort Palm Heights, em Grand Cayman. Temos o espaço só para nós, e aqui dentro está tranquilo, somos apenas nós duas. Do lado de fora, turistas desprevenidos estão aproveitando os últimos raios de sol do dia - hora ideal para um banho pós-praia ou uma soneca pré-jantar. Mais cedo, naquela tarde, Hailey e seus amigos, relativamente discretos apesar de estarem cercados por outros hóspedes, mergulhavam na água turquesa translúcida saboreando bebidas congeladas, seus copos de furacão gelados equilibrados em uma prancha de surfe flutuante. "O Caribe é um nível completamente diferente", diz ela. "Eu gosto da umidade porque deixa minha pele tão deliciosa".
Como os destinos teriam, Hailey Bieber se tornaria uma deusa moderna, não proveniente das margens do Mar Egeu, mas do rio Hudson. Ela é uma figura mítica entre as mulheres da Geração Z e os millennials que correm para comprar seus soros de peptídeos homônimos e smoothies de Erewhon com cobertura de frutas vermelhas; que idolatram seu estilo sexy-descontraído, sua rotina de beleza impecável e sua vida repleta de estrelas.
Hoje, com seu bob moreno penteado para trás, ela está usando um minivestido bege e chinelos de couro branco da The Row. Ela tem tatuagens delicadas nas mãos, anéis de ouro empilhados em seus dedos, e as unhas pintadas com pequenos morangos. Sua pele está mais clara do que um filtro do Instagram ganhando vida - um lembrete de frente do porquê ela é a melhor porta-voz de sua própria marca de beleza. Em seu pescoço, há um colar fino com um pingente de letra bolha "B" cravejado de diamantes.
Antes de se tornar Hailey Bieber, ela era Hailey Baldwin, a filha mais nova do ator Stephen Baldwin (ele mesmo o mais jovem dos quatro irmãos Baldwin) e Kennya Baldwin, uma designer gráfica nascida no Brasil, que criaram suas duas filhas em Nyack, Nova York. Atualmente, ela vive principalmente em Los Angeles com seu marido, Justin Bieber, que neste momento está por aqui, nas redondezas. (Durante sua estadia de vários dias em Palm Heights, Justin consegue se manter discreto e fora dos holofotes)
Pessoalmente, Hailey é amigável e centrada, embora também, compreensivelmente, cautelosa. Crescendo em um enclave tranquilo a uma hora ao norte de Manhattan, ela foi criada na fé cristã e começou a ser educada em casa no oitavo ano. Ela saiu de casa aos 17 anos. "Eu mal podia esperar para ser adulta", diz ela, dando um gole em um limonada. "Eu era jovem, de olhos bem abertos, superindependente, mal podia esperar para sair de casa, mal podia esperar para ganhar meu próprio dinheiro".
Depois do ensino médio, seu mundo se tornou uma festa. "Você se muda para Nova York e está nas baladas como o Up & Down aos 17 anos", ela brinca, referindo-se à boate no West Village que agora está fechada. Ela acumulou campanhas de moda e contratos de patrocínio enquanto ela e seus amigos, incluindo as irmãs Jenner e Hadid, formavam a primeira onda de mega-modelos e influenciadores das redes sociais.
Quando ainda era uma estudante desajeitada do ensino médio, ela foi brevemente apresentada a um cantor canadense de 15 anos chamado Justin Bieber antes de sua apresentação no programa Today em 2009 - uma oportunidade feita por seu tio Alec. "Na verdade, o conheci quando tinha 12 anos", ela me lembra em um ponto, "então o conheço há muito tempo". Depois de se reconectarem em um culto na igreja em Nova York anos depois, eles se tornaram amigos próximos, namoraram, terminaram, voltaram e finalmente se casaram em um tribunal de Manhattan em 2018, seguido por um grande casamento inspirado em "Diário de uma Paixão" na Carolina do Sul um ano depois. Sua vida instantaneamente se tornou grandiosa, uma odisseia de novas experiências e triunfos.
O movimento constante a tornou uma viajante ágil: "Para mim, casa é onde posso estar. Contanto que esteja com meus cachorros e meu marido, estou bem. Posso fazer um lar com isso em qualquer lugar." Quando pergunto o que sua família pensa de sua vida, ela diz: "Meu pai às vezes só diz: 'Não estou surpreso. Sinto que esse tipo de vida acelerada é natural para você'."
Segundo a amiga de longa data de Hailey, Kelia Moniz, é assim que Hailey sempre foi: uma garota legal, firme em suas metas, que também é linda e tem ótimo gosto. "A garota sabe o que gosta", diz Moniz, que conheceu Hailey pouco depois de ela sair de Nyack, quando "ambas eram apenas adolescentes dando voltas pelo mundo".
Moniz, uma surfista profissional de Honolulu, conhece uma versão despretensiosa de Hailey que poucos têm a oportunidade de testemunhar. "A vida que ela vive é muito grande, cheia de coisas que estão fora do seu controle", explica. "Ela sempre teve paixão por tudo o que faz, desde ser uma modelo até se tornar uma esposa, agora, obviamente, uma empresária muito bem-sucedida. Cada pequeno capítulo em que ela esteve, não é por acaso."
De volta ao Palm Heights, é noite na sala de bar de tons âmbar do Bambi's. "Quero dar uma olhada no livro sobre sexo bem aqui", diz Hailey, olhando para uma estante próxima.
Ao nosso lado, há uma cômoda empilhada com livros de mesa de centro eróticos e cafona, com títulos como "The New InterCourses: An Aphrodisiac Cookbook" e "The Visual Dictionary of Sex". Ela não pega o livro (que pena), mas, de forma não relacionada, ela compartilha que está assistindo a "Sex and the City" pela primeira vez. Até ontem à noite, ela tinha começado a segunda temporada - Carrie acabou de convidar o novo jogador de baseball para sair. Ela gosta de assistir quando está indo dormir, pausando periodicamente quando alguém veste um ótimo figurino para tirar uma foto da tela. "É muito mais ousado do que eu pensava", diz ela. "Tem peitos para fora o tempo todo".
Pergunto a Hailey a pergunta obrigatória: Qual das garotas de "Sex and the City" você é?
"Me identifico com cada uma delas por diferentes motivos", ela diz - a resposta quintessencial. Considerando por um momento, ela se aprofunda.
"Ah, às vezes eu acho que a inocência ingênua da Charlotte, de certa forma, me lembra de quando eu era um pouco mais jovem. Tudo era meio que, 'Bem, por que você não tenta isso?'", ela diz, fazendo uma convincente imitação de Kristin Davis. Ela se relaciona com a garra da garota da cidade Carrie, seu amor pela moda. Ela se identifica com o fato de que Samantha "realmente não liga para nada, mas, por baixo de tudo isso, ela realmente se importa muito". (Samantha, concordamos, teria folheado o livro de sexo)
"E então, quem é a última? Miranda. Sinto que ela é a supercerebral, analítica na situação. Eu também sou muito analítica, então meio que me identifico com isso. Eu estava assistindo um episódio, acho que foi ontem à noite, e ela diz, 'Me avisem quando vocês terminarem de falar apenas sobre garotos. Não estamos mais na sétima série. Vamos falar sobre algo que importa.'".
Mais frequentemente, quando Hailey veste seu chapéu de Miranda (que, de acordo com a segunda temporada de "Sex and the City", episódio 14, é um chapéu de balde usado sobre o capuz de um agasalho esportivo), é quando ela está cuidando da Rhode. Como fundadora e diretora criativa da empresa, ela fez a próspera empresa crescer desde o início. Hoje, ela testa produtos até que estejam perfeitos. Ela tem um forte senso do que é atraente, no que os fãs da marca podem se interessar - como, por exemplo, a parceria com a Krispy Kreme para destacar o compromisso da Rhode em fornecer uma tez de "rosquinha glaceada".
De sua carreira de modelo, Hailey trouxe uma lista de talentos da indústria - fotógrafos, maquiadores, estilistas - para moldar a identidade da marca. E no mundo dos negócios liderados por celebridades, as campanhas publicitárias da Rhode são especialmente artísticas. Para o lançamento de um bálsamo labial com sabor tropical edição limitada, Hailey posou com maquiagem mínima na praia em Anguilla, tirando a polpa de uma maracujá ao meio com o dedo indicador. Quando a Rhode lançou um produto hidratante chamado Glazing Milk neste verão, a chefe de marca Lauren Ratner lembra da Hailey dizendo: "Quero ser fotografada no deserto em uma banheira transparente, em um banho de leite", para contrastar o deserto seco e rachado contra a promessa do produto de uma pele leitosa e saciada.
"A visão realmente vem da mente dela", diz Ratner, que antes comandava o marketing da animada marca de moda feminina Reformation. (Ela e Hailey se conheceram por meio de seu marido, Michael D. Ratner, fundador e CEO da produtora OBB Media e diretor da série documental do YouTube de 2020, "Justin Bieber: Seasons".) "Ela consegue se conectar com seu público de uma maneira orgânica e autêntica porque já consegue antecipar o que as pessoas querem e dar isso a elas".
Mas o que Ratner mais se orgulha na construção da Rhode por Hailey é que "ela decidiu apostar nela mesma".
Da parte de Hailey, a marca tem sido uma presença sólida, uma vez que ela diz "só aumentou minha confiança e segurança". Ela e Justin celebraram seu quinto aniversário de casamento neste verão; agora, após meio década, "minha identidade individual parece ainda mais sólida".
A mitologia em torno dos Biebers é perpetuamente incerta, se não for nem um décimo tão escandalosa quanto as histórias das musas antigas. Às vezes, é tão inofensiva quanto a piada visual contínua de Hailey e J.B. se vestindo para sair juntos como se estivessem participando de eventos em dois planetas diferentes. "É tão engraçado porque vejo tanta gente falando sobre isso", diz Hailey. Primeiro de tudo, ela insiste, Justin geralmente está vestido antes dela. Mas também, "ele pode querer usar moletons largos para o jantar, e eu posso querer usar um vestidinho porque é assim que estou me sentindo. Não podemos ficar lá sentados e dizer, 'Então eu vou usar isso e você vai usar isso'".
Houve uma instância viral, pouco depois da nossa entrevista, quando Hailey usou um vestido vermelho vibrante e saltos para um evento da Rhode na Times Square; fotos dos paparazzi mostraram Justin seguindo-a com bermudas cinza bobas e Crocs amarelos, o que atraiu a atraiu a atenção dos especialistas em relacionamentos do TikTok. (Para Moniz, como amiga de Hailey, esses comentários realmente a irritam: "É como se não fosse o dia de Justin. Era o dia da Hailey. Ele está lá para apoiar sua esposa, ponto final. Mas também, ele ainda parece legal, então você não pode odiar o cara"). Poucos casais famosos se divertem tanto com estilo quanto os Biebers, mesmo que Hailey não revele exatamente mexer com a mídia com seus trajes discordantes. Às vezes, no casamento e em outras situações, o melhor compromisso é não fazer concessões.
Mas outras vezes, os boatos são mais íntimos: "Recentemente, todo mundo estava tipo, 'Oh, meu Deus, ela está grávida', e isso já aconteceu comigo várias vezes antes", diz Hailey, antecipando minha própria pergunta sobre um rumor que estava circulando online. "É algo que é desanimador, tipo, caramba, eu não posso estar inchada uma vez e não estar grávida? Seria uma mentira se eu dissesse, 'Ah, sim, eu não dou a mínima'."
"Quando chegar o dia em que isso for verdade, você -" ela espalha as mãos no ar, gesticulando para o mundo em geral, "você, quer dizer, a internet, será o último a saber". Em entrevistas antigas, Hailey falou sobre querer criar sua própria família longe dos holofotes, como seus pais fizeram. Agora, ela admite, esse foco é "provavelmente totalmente inevitável. Isso foi antes de eu estar casada. Não sabia com quem eu ia me casar na época, tenho certeza".
“Talvez eu tenha gostado da ideia aos 18 anos de não criar filhos em certas circunstâncias, mas minha vida é tão diferente agora do que era quando eu tinha 18 anos”, diz ela. “É tão difícil dizer o que vou fazer ou não fazer quando nem mesmo há uma criança aqui ainda. Eu nem sei como é ser mãe, exceto mãe de cachorrinhos. E isso não é a mesma coisa, de forma alguma.”
A maternidade, ela observa, "é algo que espero ansiosamente. Também é algo tão privado e íntimo. Vai acontecer quando tiver que acontecer. E, sinceramente, no final do dia, é tão hilário o quanto as pessoas se importam. Deixe-me fazer o que eu quero fazer com meu corpo, e vocês podem fazer o que quiserem com o corpo de vocês - e vamos apenas deixar por isso mesmo".
Hailey sabe que um dia seus filhos crescerão com um sobrenome famoso, assim como ela. Isso, ela pode deduzir da experiência, será "incrível para eles e desafiador ao mesmo tempo". No início deste ano, quando o grande debate sobre os filhos de pessoas famosas estava circulando na internet, Hailey e a estilista dela e de Justin, Karla Welch, idealizaram uma camiseta "Nepo Baby" que Hailey usou na frente dos paparazzi a caminho de uma consulta médica. No Palm Heights, brincamos sobre combinar bodies "Nepo Baby" para os futuros filhos de Baldwin-Bieber. "Sim, para o meu bebê!", ela diz animada. "Isso seria genial".
Antes de ser levada para a praia e para uma mesa de jantar privada obscurecida por palmeiras, ela reflete momentaneamente sobre a distância que percorreu em menos de uma década. "Às vezes sinto falta da espontaneidade louca de ter 18 anos e correr por Nova York", diz ela. "Também havia talvez mais uma sensação de anonimato na época que acho que nunca mais voltarei, então talvez eu devesse ter apreciado isso um pouco mais".
Apesar da atenção duradoura em sua vida cada vez mais pública, o caminho de Hailey parece notavelmente estável. "Sinto que aqui é o lugar que devo estar", diz ela. "Tive momentos em que não me senti tão conectada comigo mesma ou com meu corpo por diferentes motivos. Neste momento da minha vida, me sinto muito clara, muito sólida, muito feliz. Estou focada no que está diante de mim".
CRÉDITOS DE PRODUÇÃO
Fotografada por Tyrell Hampton
Estilo por Stella Greenspan
Cabelo por Amanda Lee para Mane Addicts
Maquiagem por Leah Darcy
Localização: Palm Heights
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willianghostwriter · 1 year
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O Despertar do Elio
 Será que eu superaria? Será que eu conseguiria seguir em frente? 
 
 Depois daquela ligação, eu sentia tudo ao mesmo tempo, como se um filme de seis semanas passasse pela minha cabeça. Eu não estava triste, mas também não estava feliz, porém me sentia vivo, cheio e um pouco atordoado.  
 Meus pais estavam arrumando a mesa para o jantar e eu não queria falar nada, não conseguiria.  
 Brinquei com uma moeda na mesa, pensando: ele ainda me ama... cara... sim... coroa... não... deu cara... rá... Que diferença fazia a final. Ele não estava mais ali, eu não sabia quando ou se voltaria a ver ele novamente.  
 Me agachei em frente a lareira para me aquecer do frio melancólico que eu sentia. Eu só conseguia pensar nele. Elio, Elio, Elio... Oliver, Oliver, Oliver.  
 Minha mãe me chamou para ir a mesa. Eu acordei do transe em que estava. 
 — Como está o Oliver, mon amour? — perguntou minha mãe em um tom educado. 
 — Bem! Vocês sabiam que ele vai se casar na próxima primavera? — eu não consegui esconder a amargura na minha voz. 
 — Sim. E ele parecia estar feliz com isso. — disse meu pai em um tom duro, como se colocando um ponto final no assunto. 
 Ainda estávamos nos servindo. 
 Minha mãe olhou de relance para o meu pai querendo dizer: “Não seja tão duro com ele”. 
 Ele olhou de volta com um olhar mais brando. 
 — Está ansioso pela volta às aulas? — Minha mãe perguntou, sendo corriqueira. 
 — Tanto faz. O que me importa agora é ir para a NYU. 
 — Ficamos muito felizes com a sua carta. — Meu pai disse em um tom satisfeito, se esticando para alcançar a minha mão e afagá-la. Ele me olhou com orgulho. 
  
 As férias de inverno do contrário das de verão, passaram lentamente, como se eu conseguisse sentir cada dia passando, cada hora. Sempre pensando nele, em seu olhar inteligente, porém jovial, seu cabelo loiro impecável penteado para o lado direito, seus traços belamente desenhados, finos e clássicos, no modo como ele usava a camisa com dois ou três botões soltos deixando seu peito magro, porém definido a mostra para completar o visual “movie star” que fisgava qualquer um que estivesse no mesmo ambiente que ele. Todos só esperando pelo o seu “later” quando saísse. 
 Passei boa parte do tempo tocando e transcrevendo música, fazendo a única coisa que me distraia de pensar no Oliver. A cada nota que eu tocava em meu piano, eu me aprofundava mais nos meus sonhos.  
 Eu tentava pensar em NYU e como seria incrível dividir minhas experiências com outros colegas que talvez pudessem ser melhores do que eu, sendo assim, eu poderia melhorar as minhas composições. Como eu passaria noites em claro vivendo a vida como um calouro descobrindo os prazeres da faculdade. 
  
 As aulas voltaram e eu me sentia apático. Eu queria que aquilo acabasse logo, então eu poderia sair da li. Parecia que cada canto daquela cidade onde eu olhasse ou passasse, me lembrava dele. 
 Apesar disso, meus amigos eram legais. Era engraçado como cada um trazia algo diferente para o grupo: Francesco era o mais engraçado, ele poderia parecer estupido as vezes, porém sabia escrever como ninguém da nossa sala; Paolo era o mais carismático entre nós, sempre sabia o que falar e era o melhor nos esportes; Luisa tinha um estilo único para se vestir, mas tinha um gosto refinado em moda, apesar de parecer fria, ela era a que sempre sentia que algo estava errado com alguém; Luigi e eu éramos os mais próximos um do outro, ele sempre estava junto comigo em tudo o que eu fazia. Ele não tinha uma personalidade muito forte, sempre tentando me alcançar no piano, ouvindo o que eu recomendava, lendo o que eu estava lendo, porém ele era um bom amigo com um coração de ouro.  
 Ninguém poderia imaginar o que eu vivi no verão, pois passamos todos separados, e depois que voltamos das férias eu não falava muito sobre.  
 Eles não se importaram muito no começo, mas ficaram desconfiados. De vez em quando eles me perguntavam alguma coisa, mas eu sempre me esquivava, mudando de assunto. 
 Eles começaram a parecer preocupados e curiosos com o que aconteceu no verão.  
 No inverno nós conseguimos apenas conversar por telefone, mas eles não conseguiram arrancar muito de mim. Quando eles perguntavam como tinha sido o verão, eu apenas respondia: 
 — Foi bom. — Tentando ser curto nas respostas. 
 — O hóspede da vez? hum, o de sempre. — Escondendo as verdadeiras palavras que eu usaria para descrever o Oliver. 
 — Se eu estive com alguém? — Sim, com a pessoa que eu mais amei na minha vida. — Somente com a Marzia, a Chiara, os meus primos e amigos que vieram nos visitar. 
 Eu não sabia se eles entenderiam tudo o que aconteceu comigo naquele verão. O desejo, a vergonha, a dúvida, a descoberta... 
 Aquele foi um verão especial, um verão em que eu senti coisas que eu nunca havia sentido antes. Talvez eu ainda não tivesse as palavras certas para descrevê-lo. Talvez eu ainda não tivesse a coragem de compartilhar com todos o que aconteceu naquele verão. O meu pai e a minha mãe sabiam o que viram de perto, mas eu só consegui compartilhar uma fração do que eu senti, com o meu pai. Eu ainda não conseguia falar sobre o que eu senti e ainda estou sentindo depois daquilo tudo. 
 
 Já estávamos entrando na segunda semana de aulas e eu mais observava e ouvia do que falava e sempre era carregado para todo canto da escola pelos meus amigos.  
 Eu sentia no olhar astuto de Luisa que ela estava prestes a me derrubar e me obrigar a dizer o que estava acontecendo dentro da minha cabeça. Eu sempre fui modesto com as palavras, mas também sempre tinha algo a dizer quando era o momento certo.  
 Luisa nunca precisou me questionar sobre o que eu estava sentindo porque eu sempre sabia qual era o momento certo de contar a ela. Mas naquele momento eu queria ficar sozinho, isolado, pensando, lembrando dos momentos com o Oliver, somente para não ter que confessar que eu estava sofrendo, que minha cabeça sempre dava voltas e mais voltas e sempre pousava no mesmo lugar. 
 — Você vai me dizer ou eu vou ter que começar a te interrogar? — Luisa me pegou sozinho depois da aula enquanto eu ia em direção a gelateria mais próxima. 
 —  Eu não sei do que você está falando. — Tentei me manter firme, fingir que não fui pego de guarda baixa por alguém que consegue ler emoções através das esculturas de Praxiteles.  
 — Você anda calado, apático desde o último verão. — Ela me olhou com pena. Obviamente ela não poderia saber o que aconteceu comigo no último verão, mas ela sabia que eu não estava bem. 
 — Impressão sua. — Eu tentei dar um meio sorriso para parecer que estava tudo bem. 
 — Luigi não quer falar nada, mas é aparente que ele sente a sua falta. Você não? — Aquilo me doía, mas Luigi era a pessoa que eu menos precisava no momento. Então fiquei em silêncio, apenas continuei andando. 
 — Por que você não quer contar? — Ela perguntou como se soubesse de tudo. 
 — Eu não tenho nada a dizer. — O que era verdade, apesar de ser a maior mentira que eu já havia contado para a Luisa. 
 — Aconteceu alguma coisa naquele verão, Elio. Eu ainda vou descobrir o que foi, você querendo ou não. — E assim ela foi embora com as mãos nos bolsos do seu sobre tudo, com passos leves e ligeiros e seu ar frio, com um visual impecável. 
 Naquela semana parecia que meus amigos haviam se cansado de mim, da minha apatia, do tortuoso silêncio. Eles não disseram nada, apenas se afastaram. Me olhavam desconfiados e aborrecidos. Talvez esperando que assim, eu fosse me aproximar deles novamente, contar tudo o que havia acontecido comigo e voltar a ser eu mesmo novamente.  
 Eu não me importei. Nada mais me abatia. Eu pensava: “Logo isso tudo acaba. Nós não vamos mais nos ver e tudo seria diferente.” 
  
Na sexta-feira entrou um menino novo na nossa turma. Eu olhei para ele de relance, mas ele parecia comum.  
 “Con il respiro di um drago” a professora mandou o menino novo se sentar ao meu lado. 
 Ele veio andando com uma postura impecável. Ele usava o cabelo bagunçado, mas de um jeito que parecia descolado, usava jeans claro, um suéter fino preto com um sobre tudo xadrez verde jogado por cima e carregando a sua bolsa na mão.  
 — Piacere di conoscerti, mi chiamo Viktor. — Ele esticou a mão para um aperto. 
 — Le plaisir est pour moi. — Eu respondi revirando os olhos e virando a cara. 
 Quando eu olhei de volta, o Viktor estava sorrindo e com um olhar interessado. 
 — Algo de errado? — Eu perguntei na defensiva. 
 — Rien. — Ele respondeu com um sorriso de canto de boca e com um olhar misterioso e satisfeito, pendurando o sobre tudo no encosto da cadeira e arrumando o seu material sobre a mesa. 
 Algo naquele olhar me deixou intrigado.  
 Enquanto eu ia embora naquele dia, Luigi me alcançou.  
 — Você já tem um par para o trabalho de francês? — Ele perguntou casualmente, como se a gente não se falasse há duas semanas. 
 — Sim. — Eu não queria soar tão seco, mas eu queria acabar logo com aquela conversa. 
 — Quem? — Ele perguntou imediatamente. Ficando corado ao mesmo tempo. 
 — Viktor, o garoto novo. — Eu respondi sem olhar para ele. 
 — Hum... Ele parece ser legal. 
 — Eu não sei... tem algo nele...  
 — Você não gostou dele? 
 — Gostei... ã... — Eu não sei porque eu me engasguei para responder — Não sei ainda. 
 — Bom, você vai ter dois meses para descobrir isso. O trabalho vai levar o bimestre todo. — Eu não sabia disso. Ainda estava com a vontade de ficar sozinho, somente com os meus pensamentos. Eu não estava prestando atenção nas aulas. 
 — Que ótimo. — Eu disse com um tom de ironia, mas tentando dar um ponto final naquela conversa. 
 Luigi me encarou por alguns instantes, parecendo querer dizer alguma coisa. 
 — Então a gente se vê na escola. — Eu falei tentando sorrir um pouco para parecer que tudo estava bem e não parecer tão rude. 
 — A gente se vê. — Luigi deu um aceno tímido, ficou parado por uns dois minutos, me encarando, até voltar a si e seguir o seu caminho de casa. 
 
 Na próxima sexta-feira, na aula de francês, enquanto todos entravam eu fui me sentar perto da janela mais ao fundo da sala. Meus amigos geralmente sentavam nas primeiras cadeiras das duas primeiras fileiras. Eles me olharam lá da frente enquanto conversavam entre si, provavelmente se perguntando se havia algo de errado.  
 Paolo veio em minha direção. 
 — O que está acontecendo, Elio? — Ele perguntou, tentando me encurralar. Ele parecia um pouco aborrecido. 
 — Me diz você. Não foi eu quem se afastou e está agindo feito uma criança de dez anos. — Eu disse em um tom sarcástico, mas com uma cara séria, desafiando o tom dele. 
 Ele me encarou, olhou nos meus olhos e disse: 
 — Você não está bem. Nós somos amigos há o quê? A vida inteira? Nós não somos os mais próximos um do outro, mas eu te conheço. Você está diferente. Você mudou desde que conheceu alguém no último verão. 
  Como eu poderia contar que havia me apaixonado por um homem. Um homem que eu desejei mais do que qualquer pessoa que eu já havia desejado na minha vida, um desejo que faria gelo queimar no fogo. Não era uma coisa normal para um adolescente. Eu não poderia contar. Eu preferia me afastar de vez dos meus amigos e não deixar um clima mais estranho do que já estava rolando entre nós. Eu não sabia como dizer a verdade para todos. Então eu só disse: 
 — Eu só quero ficar sozinho. Só isso. — O clima gelou como o inverno que pairava sobre o continente. 
 — Bene allora! — Ele disse com dureza, como se dissesse adeus. 
  No mesmo momento, Viktor chegou preparando-se para se sentar ao meu lado. Ele olhou para o Paolo pedindo licença e lançou um olhar para mim como se perguntasse: “qual é a do garoto?”. Paolo olhou rapidamente para o Viktor e depois para mim, como se chegando a uma conclusão.  
 — Muito sozinho. — Ele disse para mim, com um olhar desapontado, se virando e retornando em direção aos nossos amigos. 
 — Está tudo bem? — Perguntou Viktor, preocupado. 
 — Sim, está. Apenas houve um mal-entendido. — Eu respondi sem olhar para ele. 
 — Bene! Eu percebi que você é muito bom em francês. Você já morou lá? — Ele olhou para mim com um olhar interessado, mas casual. 
 — Oui, J'ai de la famille en France et je veux y vivre un jour. — Eu não sabia se ele havia entendido, mas queria impressioná-lo. 
 — Não precisa se gabar. — Ele disse com um olhar Jocoso e um sorriso na boca. — Eu falo um pouco também. Talvez viver por lá um dia, quem sabe? — Será que eu havia o humilhado? 
 — Você conseguiu acompanhar? 
 — Eu entendi tudo o que você disse, só não sou fluente. — Ele disse tentando não parecer tão humilde. 
 — Eu posso deixar você fazer todo o trabalho de francês, então? — Falei para ele, tentando melhorar a situação. 
 Ele sorriu e pareceu se divertir. 
 — Somente se você me prometer a me apresentar a cidade. — Ele estava flertando? 
 — Avec plaisir. — Eu estava respondendo ao flerte? 
 Passamos o intervalo inteiro conversando.  
 — Você é de onde? — Eu perguntei, reparando em seu rosto. Ele tinha traços finos como os do Oliver. Os olhos azuis. Os lábios finos. Talvez se ele penteasse o cabelo para o lado, ele poderia ficar decente. 
 — Eu sou daqui. Quer dizer, de Milão. Mas eu me mudei para a Rússia com dez anos. Moscou, a terceira Roma. A minha família é de lá. — O garoto russo. Ele não era bem articulado, não como o Oliver era, mas ele era perspicaz. 
 — E você? É daqui também? — Ele colocou as mãos no bolso do seu sobre tudo quando fez esta pergunta. O garoto tímido. 
 — Eu nasci em Cambridge, Massachussetts, perto de Boston. Meu pai fez faculdade e trabalhou por lá um tempo. Meus avós maternos são italianos e tenho tios e primos franceses. Uma atípica combinação. — Eu sorri. Foi o que eu disse para o Oliver na nossa primeira conversa. Mas eu e o garoto tímido tínhamos algo em comum: Ambos nascemos e fomos criados em diferentes lugares. 
 — O que você gosta de fazer por aqui? — Ele me perguntou. Eu estava começando a gostar deste garoto. 
 — No inverno não se tem muita coisa para se fazer, mas eu tenho um interesse em música. Então eu passo a maior parte do meu tempo tocando, transcrevendo música, lendo livros e indo ao único cinema nas redondezas, em Pandino, com os meus amigos. Quando está passando algo que preste, pelo menos. — Eu sorri me lembrando dos momentos felizes de diversão em grupo antes do último verão. Eu dei uma rápida olhada para os meus amigos que estavam reunidos conversando e “vadiando” como a gente sempre costumava fazer nos intervalos. — Eu posso te apresentar qualquer dia desses. 
 — Seria legal. — Ele de repente se aproximou e arrumou a gola da minha camisa. 
 — Você é bem estiloso para um russo. Aonde aprendeu a se vestir? — Dando uma segunda olhada, ele realmente parecia estiloso e muito bonito. 
 — Ah, Moscou é uma cidade enorme, então eu conheci muita gente com interesses diversos. Mas eu não ligava muito para moda até conhecer Maxim. Ele é a pessoa mais genial que eu já conheci na vida. Ele me apresentou aos maiores estilistas do mundo e como moda pode ser um modo de expressão e arte. — Ele parecia sonhador enquanto falava. — Mas as minhas referências geralmente vêm das revistas de moda. Principalmente as francesas. E eu também... 
 — Eles estão nos encarando agora. — Eu peguei no braço do Viktor e nos virei de costas. 
 — Quem? — Ele olhou nos meus olhos e depois para a minha mão no seu braço. Eu soltei imediatamente. 
 — Paolo, Luisa, Francesco e Luigi estavam nos encarando. Eu acho melhor a gente ir por aqui. — E fomos andando devagar, casualmente, como se não estivéssemos sendo observados, em direção ao ginásio. 
 — Qual é a melhor atividade pra se fazer por aqui? — Viktor perguntou de repente. 
 — Eu participo do clube de artes. Mas eles não são muita coisa. É meio decadente para ser sincero. — Viktor ficou procurando uma atividade na lista do quadro. 
 — Hum... bem que eles podiam ter um clube de moda. Eu acho que seria o único garoto do grupo. — Nós nos olhamos e rimos. — O clube de artes não. O que você sugere então? — Ele olhou para mim, procurando ajuda. 
 Eu não estava prestando muita atenção. Na verdade, eu estava observando os garotos no ginásio jogando uma partida de vôlei. Eu me lembrei do Oliver e dos seus ombros largos e pelados, suados do sol, ágeis na quadra de vôlei nos fundos da velha casa de campo da minha família. Naquela época eu ainda estava em negação sobre qualquer sentimento positivo sobre ele. Estava meio aborrecido pela forma que logo na primeira semana ele cativou a todos, quando na verdade, no fundo estava começando a brotar um desejo.  
 — Que tal, o clube de esportes? — Eu disse desviando o olhar da quadra e mirando os olhos grandes e azuis do Viktor, com um largo sorriso na boca. 
 — Tem certeza? Esportes não são bem o meu forte. — Ele ficou pensativo por um segundo, considerando a opção. 
 — Bem, você tem o porte físico para isso. — Ele era alto e esbelto e tinha mesmo um bom físico. — E é sempre bom combinar uma atividade física para ajudar a fortalecer outras habilidades cognitivas. — Não seria nada mal ver aquele garoto, sem camisa, suado e se exibindo para todos. 
 — É, talvez você tenha razão. Eu costumava praticar futebol quando ainda morava em Milão. Está decidido, então! — Ele abriu um sorriso contagiante que me lembrou o Oliver e colocou o seu nome na lista. 
 — Você pratica algum esporte? — Ele me perguntou enquanto eu estava admirando os seus lábios finos e rosados. 
 — Quê? Ã?... Ah... não, regularmente. Na verdade, tenho passado mais tempo tocando o meu piano do que jogando qualquer coisa. Mas gosto muito de nadar e aproveitar a água no verão. — Eu fiquei um pouco envergonhado, torcendo para que ele não tivesse notado que eu o estava encarando. 
 — Você deveria se inscrever também. Assim poderíamos sair juntos depois para conhecer a cidade. — Ele deu um sorriso de canto de boca, colocando suas mãos nos bolsos do sobre tudo, tentando esconder a timidez. — Afinal, é sempre bom combinar uma atividade física para ajudar a fortalecer outras habilidades cognitivas. — Nós nos olhamos e rimos. Percebendo que eu estava meio relutante em colocar o meu nome na lista, logo depois ele pegou na minha mão bem gentilmente, posicionou e escreveu meu nome no quadro. 
 Eu corei, mas sorri. Trocamos um olhar significativo por um breve momento. 
 — Está assinado, então! — Depois que ele tirou a sua mão decima da minha, eu levei meus dedos até a sua boca e passei entre os seus lábios. Eu não sabia o que eu estava fazendo. Tentei disfarçar e fazer parecer que eu estava limpando a sua boca. Uma sorte que ninguém tenha visto. Mas ele pareceu ter gostado. 
 O sinal tocou. 
 — Eu vou te levar no meu lugar secreto depois da aula. — Eu não havia ido a Fontanile desde aquele dia com o Oliver. 
 O tempo estava agradável para o inverno, então eu achei que seria uma boa ideia irmos de bicicleta. Nós fomos para o apartamento da minha família, os meus pais não estavam em casa, então eu fui direto para o porão pegar a minha bicicleta e a bicicleta velha do meu pai. 
 — Fica fora da cidade? — Ele estava empolgado. 
 — Uma hora de bicicleta. — Eu olhei para ele pra ver a reação dele. — Mas vale muito a pena, pode ter certeza. — Ele estava estonteante com um sorriso largo na boca. 
 Eu já havia tirado a minha bicicleta do fundo do porão, porque é a que eu mais uso, mas a bicicleta do meu pai estava emperrada em algumas ferramentas antigas do Anchise. O Viktor veio tentar me ajudar, puxando junto comigo a bicicleta para soltá-la e quando ela se soltou, eu acabei caindo encima dele, não cheguei a derrubá-lo, mas fiquei de cara a cara com ele. Olhamos um no olho do outro por um momento e um impulso de beijá-lo ali, apareceu. Eu me segurei por um segundo, me esquivando no mesmo instante que eu senti que ele iria avançar para um beijo. Eu fiquei envergonhado, mas aquilo só me deu mais vontade de voltar a Fontanile. 
 Quando chegamos lá, nada parecia ter mudado. Eu fiquei admirando por alguns minutos todo o lugar, a árvore no monte de Monet onde eu e o Oliver demos nosso primeiro beijo, o rio com a água congelante (de acordo com o Oliver).  
 Apesar de terem sobrado poucas folhas nos galhos da velha árvore e o rio raso estar com uma água realmente congelante, eu ainda conseguia me sentir como naquele dia de verão. Eu fechei os olhos e consegui sentir o cheiro doce das plantas, o cantar dos grilos e o desejo de estar perto dele. Eu acho que devo ter ficado bobo, parado com os olhos fechados por tanto tempo que o Viktor falou: 
 — Deve fazer uma eternidade que você não vem aqui. — Eu acordei das minhas lembranças e olhei para ele. Ele estava com a barra da calça dobrada até quase alcançar o joelho, o seu sobre tudo dobrado cuidadosamente em cima de sua mochila, e ele parecia estar feliz ali, me encarando com um olhar de desejo e gratidão ao mesmo tempo. Ele iria fazer o inimaginável. Ele iria entrar na água. 
 — Faz quase seis meses que eu não venho aqui, realmente. Mas eu sinto como se fosse ontem a última vez que eu vim aqui. — Eu estava me aproximando de onde o Viktor estava, na escada de terra que levava ao rio, para tentar impedir que ele entrasse. — E talvez a água esteja muito gelada para entrar nela. Você não acha? — Eu cheguei do lado dele e tentei parecer que sabia do que eu estava falando. 
 — Bem, talvez possa estar, mas só iremos descobrir se eu entrar na água. — E falando isso ele deu um pulo para dentro do rio, com um largo sorriso no rosto e segurando a barra dobrada da calça. No momento em que seus pés afundaram na água, ele foi dando pulos alternando entre uma perna e outra e gritando baixo, até chegar na beira da escada.  
 — Ai, ai, ai, ai, ai, ai... 
 Eu estava rindo, não, gargalhando, com tanta força que por um momento eu me esqueci de onde eu estava. Ele parou na minha frente com uma cara maliciosa. De repente, ele começa a jogar a água do rio em mim. Sim, realmente estava congelante. 
 — Ok, ok... Eu não estou mais rindo. Mas você tem que assumir que a água está realmente congelante. — Ele parou, do nada, descansou as suas feições e fez o imprevisível: Ele se deixou cair na água, o corpo inteiro. Eu fiquei sem reação, porém impressionado. Mas por um segundo, eu tive o impulso de pular naquele rio junto com ele. 
 Ele saiu da água tremendo muito. 
 — Eu disse que a água estava muito gelada. Não diga que eu não avisei. — Eu estava ajudando-o a sair do rio. Mas o Viktor estava com uma cara satisfeita. 
 — Melhor experiência que há, meu homem. — Nós trocamos um olhar com um meio sorriso na boca. Ele saiu do rio, mas continuava a se tremer. Os seus lábios estavam roxos. Eu peguei o sobre tudo dele e levei ele para o mais longe do rio, com medo que ele pudesse tentar outro mergulho. 
 — Você me disse que tinha vindo da Rússia e não de uma casa de loucos. — Nós nos sentamos mais acima, próximos da árvore no monte. Eu havia colocado o sobre tudo por cima dele para tentar esquentá-lo e esfregando as suas mãos, mas todo o esforço parecia em vão. 
 — Eu estou congelado até a alma, mas não me arrependo. — Realmente, ele parecia satisfeito com aquela experiência. — Na Rússia quando estamos acampando em uma noite de inverno muito fria, nós tiramos nossas roupas e nos aquecemos com o calor do corpo um do outro. — Ele disse aquilo sem olhar para mim. Eu simplesmente comecei a tirar a minha roupa. Ele me olhou e ficou surpreso com aquilo, mas logo começou a tirar as suas roupas também. Quando ficamos os dois completamente nus, um na frente do outro, eu só o abracei. 
Ficamos os dois abraçados. Parecia um abraço rápido que você dá em alguém que acabou de conhecer. E o clima começou a ficar estranho. 
 — Seria uma péssima hora para se ter uma ereção, agora. — Ele disse, depois de um tempo. Eu ri. 
 — Ou talvez não. A gente poderia se esquentar ainda mais. — Eu disse de volta. Eu o senti ruborizar, mas depois ele riu. 
 Aquela interação pareceu ter quebrado o gelo entre nós. E o abraço começou a ficar mais forte. Eu tentei não encostar a minha perna no pênis dele, mas nós estávamos tão colados um no outro que foi inevitável. O calor começou a subir. Ele tinha os ombros largos e magros, como os do Oliver. 
 Ele me fazer lembrar do Oliver quando estávamos naquela posição, estava me deixando excitado. Eu fechei os olhos e eu me lembrei do calor das pernas do Oliver nas minhas, o modo como eu agarrava as costas dele durante o sexo, o jeito que eu o sentia dentro... 
 — Ã... eu acho que eu já estou bem aquecido. — Ele me soltou. E eu voltei para a realidade. Eu não estava totalmente duro, mas meu pau estava dando sinal de vida. Viktor não parecia constrangido, apesar disso. 
 — Me desculpe. — Eu estava envergonhado e comecei a me vestir rapidamente. 
 — Está tudo bem. Sério. Essas coisas acontecem. — Ele estava sendo generoso. 
 Nós voltamos para a cidade e quando chegamos na minha casa, eu ainda estava um pouco envergonhado.  
 — Você não precisa ficar assim, Elio. Eu acho que seria impossível não ter uma meia ereção naquela situação. Eu acho que isso acontece com todos os russos, mas eles guardam isso em segredo. Os russos são bons em guardar segredo. — Ele realmente parecia à vontade. Então eu consegui relaxar mais. 
 — Nós ainda precisamos começar a fazer o trabalho de francês. — Eu tentei direcionar a conversa para outro assunto. Mas a gente precisava mesmo começar a escrever a redação de francês. Já tínhamos perdido uma semana. 
 — Verdade! Qual era o tema, mesmo? — Já estávamos conversando um com o outro como se nada tivesse acontecido. 
 — L’Avenir! Eu vou ser o velho rabugento e você vai ser o velho louco. — Eu disse sério, como um médico que dá um diagnóstico de vida ou morte. Ele riu. 
 — Um velho louco que gosta de nadar em águas congelantes e um velho rabugento que tenta esquentá-lo, de todas as formas possíveis. — Nós nos olhamos por um segundo e trocamos um olhar como se guardássemos um segredo só nosso. 
 — Na minha casa amanhã, então? — Eu queria apresentar ele para os meus pais. 
 — Eu não posso. Amanhã eu vou ter um compromisso. Na verdade, eu estou ocupado a semana inteira. Mas nos outros sábados eu sou todo seu. Se a gente puder fazer o trabalho somente na minha casa, seria melhor para mim. — Eu fiquei surpreso por ele ser tão ocupado morando em Crema, mas concordei em nos ver somente aos sábados na casa dele. 
 
 A única aula que eu e o Viktor tínhamos em comum era francês, que era nas sextas-feiras, mas sempre nos víamos nos intervalos. Nós sempre passávamos a maior parte do tempo de baixo da escada que dava acesso para as salas de aulas no segundo andar.  
 Ele falava de como era sua vida na Rússia, um pouco da sua relação com os seus pais, sem dar muitos detalhes e a vontade dele ir morar na França.  
 Eu me identificava muito com ele e seu desejo de ir embora para o mais longe possível.  
 O Viktor falava sobre a sua vida como se ele estivesse contando tudo, mas ainda parecia que ele guardava algum segredo. As vezes quando ele falava da Rússia, parecia que ele tentava fugir de alguns detalhes da sua vida por lá.  
  No nosso primeiro encontro para escrever a redação de francês, o Viktor me recebeu bem discretamente. 
 — Ciao. — Disse ele, atendendo a porta. Ele parecia sorrateiro, quase como se eu estivesse entrando escondido na sua casa. 
 — Ciao. — Eu disse, tentando soar o mais baixo possível. Ele havia dito que sua mãe ficava em casa o tempo todo, pois estava em uma gravidez de risco. Então imaginei que este poderia ser o motivo de toda a discrição. 
 — Vamos até lá em cima, no meu quarto. — Ele falou e já foi indicando o caminho. 
 Quando chegamos lá, era um quarto bem grande, quase parecia um outro apartamento ali. Havia uma cama de casal em um canto, em outro havia um piano de calda e um violoncelo apoiado em uma cadeira. 
 — Você não me disse que também tocava. — Eu olhei meio surpreso, mas impressionado, para ele. 
 — Pois é, este é um dos motivos do porque eu sou tão ocupado a semana inteira. — Ele estava com um olhar triste quando eu olhei para ele. 
 Nos sentamos e arrumamos nossos materiais em uma mesa redonda que havia no meio do quarto, com duas cadeiras. 
 O trabalho de francês era uma redação com o tema “futuro”. A professora deixou que nós escrevêssemos sobre qualquer coisa, desde que tivesse relação com a palavra futuro.  
 — O que você quer ser no futuro? — Eu perguntei despretensiosamente para o Viktor. 
 — O meu sonho é ir para Esmond, na França, cursar moda. Eu gostaria muito de me tornar um estilista. Lançar os meus próprios designs. Vê-los a mostra em uma passarela. — Parecia que eu estava olhando para um espelho ao ver o brilho no rosto do Viktor, a emoção de como ele falava era a mesma que eu sentia quando falava dos meus sonhos.  
 — Nós devíamos escrever como imaginamos nós mesmos daqui há dez anos. Realizando todos os nossos sonhos e sendo quem nós sonhamos ser. — Eu estava empolgado com a ideia. 
 O Viktor concordou, mas estava meio cabisbaixo. 
 — Você não gostou da ideia? — Eu coloquei a minha mão em cima da dele para demonstrar que eu estava preocupado. 
 — Gostei! Gostei, sim! — Ele abriu um sorriso, tirou a sua mão debaixo da minha, colocando a por cima, dando uma leve pressionada e dando uns tapinhas carinhosos.  
 E assim nós nos encontrávamos todos os sábados na casa dele para discutir sobre a redação. 
  
 O Viktor era incrível. Nós tínhamos muito em comum, mas todo o momento em que eu o via na quadra de esportes ou quando estávamos juntos no intervalo, eu só conseguia pensar no Oliver. Por algum tempo eu não estava mais pensando nele, mas quanto mais eu me aproximava do Viktor, mais eu lembrava dele. O Viktor era diferente do Oliver, mas ao mesmo tempo tinham muitas coisas em comum. Eles tinham algumas características físicas parecidas, como os olhos, a altura e os traços do rosto. O Viktor é tímido e introspectivo. O Oliver podia parecer tímido, mas ele só esperava o momento certo de agir. O Viktor era espirituoso como ele. O Oliver era uma pessoa noturna, porém o Viktor não era uma criatura da noite. O Viktor era alguém que me lembrava do Oliver, mas ele nunca poderia ser ele. O que era uma pena.  
 Em uma noite de segunda, eu recebo uma ligação do Viktor: 
 — Alô? 
 — Oi. Sou eu. — Ele estava sussurrando. Ele não precisava mais se apresentar para mim. Eu já o reconhecia só pela voz. 
 — Mon russe préféré! Em que devo a honra? — O Viktor podia ser tão introspectivo que ele poderia me esquecer por dias, sem nenhuma ligação ou uma visita. Ele conseguia ser um pior amigo do que eu, às vezes.  
 — Ah! Eu queria sair hoje à noite. Você ficou de me mostrar a cidade, lembra? — Ele já estava falando em um tom normal agora. Eu havia esquecido.  
 — Tudo bem! Nós podemos ir no cinema, em Pandino. Fica perto... — Do memorial da batalha de Piave. Onde eu confessei o que eu sentia pelo Oliver.  
 — Bene! Nós vamos de bicicleta? — Eu não queria ir. Mas eu não tinha muitas escolhas de lugares para leva-lo. E eu já havia sugerido o cinema. Gênio! 
 Nós fomos de bicicleta e quando chegamos no centro da cidade, eu parei bem em frente ao monumento da batalhe de Piave. O ar estava fresco, a noite agradável, eu fechei meus olhos e me transportei para aquele dia de verão junto com o Oliver.  
 — Você sabe os filmes que estão em exibição? — O Viktor parou do meu lado. Eu abri os olhos e olhei para ele, meio confuso e abafando um riso. 
 — Filmes? — Eu perguntei pare ele retoricamente. Ele me olhou confuso. 
 Eu encostei a minha bicicleta na grade que protegia o monumento e fui andando em direção a única sala de cinema da cidade e fiz sinal com a cabeça para ele me seguir. O Viktor era ingênuo. Diferente do Oliver que era maduro e conhecia bem a realidade do mundo. Eu acho que eu poderia ensinar uma coisa ou outra ao garoto ingênuo. 
 Depois do filme, nós fomos em um bar comprar um refresco e nós nos apoiamos na grade do monumento. 
 — Eu gostava muito de ir ao cinema em Moscou, eu e meus amigos. — Viktor estava olhando vidrado para a frente, segurando a sua garrafa.  
 — Os filmes na Rússia devem ser chatos, não? — Pelo o que eu sabia, o cinema russo era puramente propaganda política. 
 — Sim, são. Mas nós íamos nos cinemas proibidos. Onde exibiam os filmes americanos, e até alguns filmes italianos também. Eu tinha um grande grupo de amigos por lá. Quase como o seu. — Ele olhou para mim com um meio sorriso na boca e um olhar saudoso. 
 — Eu também sinto saudades dos meus amigos. — Era a primeira vez que eu assumia isso para outra pessoa. 
 — O que aconteceu com vocês? Eu percebi que estava acontecendo algo estranho entre vocês quando eu cheguei. Não foi minha culpa, foi? — O jeito carinhoso e sensível que ele demonstrava se importar, me cativava. Isso me lembrava o Oliver. 
 — Não! De forma alguma. As coisas já estavam estranhas bem antes de você chegar. É difícil de explicar. Eu não tenho as palavras certas para isso agora, como eu não tive as palavras certas para falar com eles. — Mesmo naquele momento, eu ainda tinha receio de contar qualquer coisa.  
 — Você não precisa explicar nada. Nem para mim, nem para eles. Seja lá o que for, se você não se senti a vontade de falar sobre, é uma escolha sua. — Ele falava quase como se ele soubesse e entendesse o que eu vivo e como eu estava me sentindo. 
 Eu apoiei a minha cabeça em seu ombro, fechei os meus olhos e me lembrei do modo como eu me sentia seguro e compreendido nos abraços e nos ombros do Oliver.  
 Ficamos ali parados pelo o que pareceu ter sido horas. 
 — Elio, está ficando tarde, melhor irmos embora. — Ele colocou uma mão na minha cabeça, me afagando. Eu olhei para cima e vi os olhos marejados do Viktor. 
 — Sabe, tem coisas sobre mim que eu também não consigo falar com qualquer um. Coisas que são difíceis de explicar. Mas eu tinha um amigo que me entendia, porque ele era igual a mim. — Eu não estava entendendo o que ele queria dizer com aquilo. — Talvez, você devesse achar alguém que seja igual a você. Assim você poderia se sentir compreendido, assim como eu fui por este amigo. — Eu olhei para ele confuso. Eu não estava entendendo o que ele queria dizer com “achar alguém que seja igual a você”.  
 — Sabe, eu tive alguém que me entendia. Alguém que se sentia como eu me sinto. — Eu queria falar tudo para ele. Falar sobre o Oliver, do meu amor e de tudo o que eu vivi com ele. — Você não gosta da nossa amizade? — Eu segurei o braço dele, como se eu estivesse tentando não deixar ele escapar. 
 — Eu gosto, Elio. Mas eu não sei o que você quer de mim. — Eu fiquei confuso. Eu não havia percebido o tanto que eu havia me aproximado dele neste tempo todo.  
 — Você quer algo a mais do que amizade, Viktor? — Eu olhei nos olhos dele. Eu precisava saber. 
 Ele me encarou. Parecia que ele estava se contendo para dizer alguma coisa. 
 — Eu te amo, Elio. Eu te amo como amigo. Mas eu não sei se esse amor pode virar algo a mais. — Ele soltou o seu braço da minha mão. Ele fez um movimento como se ele estivesse indo embora. 
 Eu gostava do Viktor, mas não da mesma forma que ele parecia gostar de mim. Eu o queria por perto porque ele me lembrava do Oliver. Eu precisava dele por perto. 
 — Espera! — Eu segurei o braço dele novamente. — Eu quero ser mais do que amigos. É isso então? Você gosta de garotos? Eu também. Nós podemos dar certo. — Ele se virou e me encarou. Então ele se aproximou de mim, devagar, encostou uma mão no meu rosto e me beijou. 
 
 O inverno terminou e junto com ele o nosso trabalho de francês. Apesar de eu não me ver com o Viktor no futuro, o Viktor havia ficado bem empolgado com os nossos encontros. Ele queria, apesar da minha forte relutância, colocar na redação, nós dois vivendo juntos como “amigos”, em Paris, cada um correndo atrás do seu sonho. Eu como um regente de sucesso, apresentando as minhas composições nos maiores teatros de Paris e ele como um estilista de sucesso, trabalhando para alguma grife famosa como Chanel. Como eu queria agradá-lo, eu aceitei. Com a condição de colocar como eu imaginava a minha vida na universidade em Nova Iorque. Porque este era meu grande sonho, que se tornaria realidade dali há alguns meses, mas ainda assim eu não conseguia parar de pensar sobre. 
 A nossa relação após aquela noite em Pandino havia mornado. Eu não queria me relacionar com o Viktor da mesma forma que ele queria comigo. Ele parecia apaixonado e sempre fazia coisas românticas para mim, como: escrever bilhetes com recados carinhosos e cartas de amor se declarando para mim. Eu só continuava com essa relação porque toda vez que eu fechava os meus olhos enquanto eu o beijava, eu pensava no Oliver. Todo o momento em que eu estava deitado com a cabeça apoiada no colo do Viktor, enquanto estávamos em Fontanile, eu fechava os olhos e pensava no Oliver. Toda e qualquer afeição que eu sentia pelo Viktor era porque eu imaginava o Oliver no lugar dele. Por um tempo isto parecia funcionar, mas em vésperas de maio nós tivemos uma conversa: 
 — Elio, eu vou para a França. — Nós estávamos em Fontanile, com a minha cabeça apoiada no seu colo. 
 — Sim, eu sei, é o seu sonho. — Eu estava com os olhos fechados tentando mentalizar o Oliver. Eu não sabia por que ele estava falando sobre aquilo naquele momento. 
 — Sim, é o meu sonho. Mas meus pais querem que eu faça um intercâmbio rápido por lá. Quer dizer, pelo menos eu consegui convencer eles a isso. — Eu abri os meus olhos. Aquilo me pegou de surpresa. 
 — Tudo bem... ã... você pode ir... — Eu não sabia o que falar. 
 — Eu sei que você quer que eu vá. E eu vou de qualquer maneira. Mas eu vou voltar somente na última semana das férias de verão. — Ele terminou de falar aquilo como se eu tivesse que deduzir alguma coisa. — E nós não fizemos sexo ainda. — Há! Eu sabia que devia deduzir alguma coisa. — E eu queria muito ir para a França tendo já perdido a minha virgindade. — Eu me sentei e olhei para ele com uma cara confusa. — E eu queria muito que fosse com você. 
 Eu não teria problema nenhum em foder o Viktor, quer dizer, ele era bem atraente. Nós já havíamos nos masturbados juntos antes (eu estava pensando no Oliver o tempo todo, mas eu acho que ainda valia, não?) e nós quase transamos uma vez, bem aqui, em Fontanile. O fato era que eu havia transado somente com duas pessoas na minha vida até ali: A Marzia e o Oliver. Com a Marzia, havia sido um desejo de me aliviar e explorar o corpo feminino. Com o Oliver, havia sido sincero. Havia sido com um desejo além da curiosidade, era algo passional que eu achava que nunca sentiria algo assim por ninguém, e realmente não havia sentido a mesma coisa outra vez. O que eu teria para oferecer ao Viktor? Seria justo com o pobre garoto apaixonado, transar sem sentir a mesma coisa de volta?  
 — E se esperássemos você voltar? — Eu estava um pouco nervoso. Eu estava usando o Viktor como um boneco voo doo do Oliver este tempo todo. Mas ele queria algo que fizesse sentido, que marcasse a vida dele. Eu não sabia se era justo. 
 — Nós não teríamos tempo. Seria a nossa última semana juntos. Você não quer? — Ele ficou com uma expressão confusa no rosto. O ar apaixonado que ele estava conversando comigo estava se esvaindo e um ar de insegurança estava surgindo. — Eu fiz alguma coisa errada? Eu posso fazer qualquer coisa que você queira. Eu não tenho muita experiência, mas você pode me guiar. Eu... — Eu precisava dar um fim a aquela angustia. Eu precisava fazer o certo. 
 — Calma! Está tudo bem. É claro que eu quero! Quer dizer, se é importante para você a gente transar antes de você ir para a França... Mon amour, je vais te donner la meilleure nuit de ta vie! 
 No caminho para casa, eu fui pensando se eu havia feito a coisa certa, realmente. Eu decidi fazer sexo com o Viktor porque eu queria agradar a ele, e de certa forma retribuir por todos os momentos que ele me fez eu me sentir estar ao lado do verdadeiro amor da minha vida.  
 Eu sentia tesão pelo Viktor. Sempre que estávamos nos beijando mais intensamente, eu sempre ficava duro, e eu gostava desses momentos com ele. Mas eu ainda amava o Oliver. Eu queria estar beijando o Oliver quando beijava o Viktor. Eu queria estar pegando no pau do Oliver quando eu colocava a minha mão dentro da calça do Viktor. Não! Eu daria a noite que o Viktor tanto queria comigo e logo mais quando ele voltasse da França, nós diríamos Adeus um ao outro e cada um seguiria o seu caminho na vida. 
 Quando eu entrei em casa, eu deixei a minha bicicleta no hall de entrada. Quando eu ia em direção as escadas, subir para o meu quarto, o meu pai estava sentado no sofá na sala, lendo um livro. 
 — Elio! Você parece ansioso. Aconteceu alguma coisa? — O meu pai olhou para mim. Ele sabia me ler melhor do que qualquer pessoa na face desta terra. Nada parecia escapar o seu olhar esperto. 
 — Não. Eu só estava com um amigo, conversando. — Eu não soei convencido. 
 — Talvez, você não estivesse pensando no Oliver? — Ele realmente sabia me ler. 
 — Não. Por que estaria? — Eu disse um pouco desaforado. — Ele deve estar se casando neste momento com... alguém. Eu não tenho nada a ver com isto.  
 — Sim. Falando nisso, ele já está casado, na verdade. — Eu olhei confuso para ele. — Ele nos enviou um convite do seu casamento. Aconteceu no dia vinte e três de abril, há três semanas.  
 Ele estava com aquele olhar de sabedoria superior, como se ele soubesse o que estava fazendo.  
 Eu fiquei confuso com aquela revelação. 
 — E por que você não me cont... não fomos? — Eu estava com um nó na garganta. Eu não costumava ter raiva das coisas ou das pessoas. Eu achava que tudo fazia parte da vida e de um aprendizado, mas naquele momento subiu uma fúria e uma vontade selvagem de atacar o meu pai naquele momento. 
 — Você parece abatido. — Eu já não conseguia mais esconder. As lágrimas estavam correndo pelo meu rosto e a minha raiva devia estar transparecendo na minha cara. — Eu não falei nada porque eu não queria que você sofresse. Eu sei que você teria gostado de ir, ter visto o Oliver. Talvez mais uma despedida. Mas isto só teria te amarrado com o passado que você tem com ele.  
 — Eu já estou amarrado a ele. O que nós vivemos juntos foi forte o suficiente para nos amarrar para a vida inteira. — Eu limpei as lágrimas. Dizer aquilo me ajudou a esvaziar um pouco da raiva que eu sentia. — Eu penso nele o tempo todo, em todo o lugar que eu vou nesta cidade, quando estou com qualquer pessoa que seja apenas uma sombra da lembrança dele.  
 — É isto que você está fazendo com este pobre menino? — Ele sabia do Viktor. — Você quer tanto estar ao lado do Oliver que está enganando amar um menino que te faz lembrar dele? Você acha isto justo? — Ele me perguntou aquilo como se ele não carregasse uma culpa. 
 — Você também tem culpa de não ter me contado do casamento. De não ter me mostrado o convite. De não ter me dado o que poderia ter sido minha última chance de me despedir dele da forma que nós merecíamos. Você não tem o direito de questionar a minha moral. — Eu já havia descontado a minha raiva. Ele não devia mais nada a mim. 
 — Ele não iria querer isto. Você sabe disso. Ele mesmo ligou para contar sobre o casamento, nas suas férias de inverno. Ele mandou o convite no meu nome e no nome da sua mãe. Ele não queria você lá. — Eu já havia me virado, triunfante, em direção as escadas, quando aquilo me atingiu como um soco no estomago. — Se você quer permanecer dormindo para poder sonhar com o Oliver toda vez que você está com aquele menino, tudo bem. A moral é sua, a vida é sua. Mas quando você perceber que passou a sua vida inteira sonhando e esqueceu de viver, talvez seja tarde demais. 
 — Tanto faz. — Aquilo me sufocou. Saber que o Oliver não me queria por perto no que poderia ter sido nossa última despedida, definitiva. Saber que eu estava me enganando com o Viktor, e enganando o pobre garoto também. Saber que eu estava pensando no Oliver este tempo todo, quando ele devia estar ocupado demais com a sua vida acadêmica e com os preparativos do seu casamento. 
 Eu subi para o meu quarto. Eu estava triste. Eu finalmente estava sentindo algo real. 
  
 Elio, Elio, Elio. Eu acordei naquela manhã com os meus sussurros chamando pelo Oliver, na maneira que nós fazíamos na cama. Era dia dezoito de junho, um sábado. Neste dia eu iria fazer sexo com o Oliver, pela última vez.  
 Desde aquela discussão com o meu pai em que eu descobri que o Oliver não me desejava por perto mais, a minha cabeça ficava vagando entre me imaginar nos corredores da NYU e pelas linhas do corpo do Oliver. Quando eu estava junto com o Viktor, eu já não via mais ele. Eu só via o Oliver. Eu queria o Oliver ali. Quando a minha mão passava pelo seu peito nu, eu sentia a pele do Oliver. A minha pele contra a pele do Viktor, era a minha pela contra a pele do Oliver. Eu queria o Oliver ali.  
 Eu levantei da cama, até um pouco mais animado do que do costume das últimas quatro semanas. Fui até o banheiro e lavei o meu rosto. 
 Quando eu olhei o meu reflexo no espelho, eu percebi que eu precisava fazer o meu bigode.  
 Eu desci as escadas até a sala de estar e os meus pais já estavam na cozinha tomando o café da manhã.  
 — Bom dia, mon amour! — Disse minha mãe, carinhosa como sempre. — Eu separei um par de tiras de bacon com ovos para você. — Era quase como se ela soubesse que eu iria precisar de uma força extra hoje. 
 — Bom dia, Elio! — Meu pai estava estranho desde aquela discussão. Ele não fazia o tipo passivo-agressivo, mas sempre que a gente se cruzava, ele me dava um olhar de desaprovação. Nós não conversamos mais sobre o ultimo assunto e tudo continuou normal, apesar disso. 
 — Bom dia a todos! — Eu fui até a pia pegar o prato que a minha mãe havia reservado para mim. E meu humor estava melhorando gradativamente. Receber o olhar de desaprovação do meu pai dia após dia, estava me deixando deprimido, mas naquela manhã, sabendo o que eu iria fazer a noite, fez eu me deliciar em rebeldia naquele olhar. 
 Eu passei a manhã transcrevendo música. O que me mantinha focado e não me fazia pensar naquela noite, mais tarde.  
 A tarde eu me encontrei com o Viktor na Piazza. Tomamos um gelato e jogamos conversa fora. Eu falava com ele como se genuinamente eu estivesse prestando atenção ao que ele estava dizendo, quando na verdade eu estava pensando no Oliver. Aquela noite para o Viktor, significava a perda da inocência. O selo de um amante com o outro. Para mim, aquela noite iria representar a minha última despedida com o Oliver. A que foi tirada de mim. A que o próprio Oliver, aparentemente, não queria que acontecesse.  
 A noite chegou. Nós marcamos de transar em Fontadine, pois ali era o lugar que nós sempre nos encontrávamos aos sábados para flertar, conversar e as vezes nos masturbar juntos. Este era o nosso ritual de namoro.  
 Antes de sair de casa, eu fui até ao meu armário e peguei a camisa azul que o Oliver havia deixado para mim. Eu pressionei a camisa contra o meu rosto, o meu pescoço, fechei os meus olhos e comecei a evocar a lembrança do toque da pele dele na minha, o calor, os pelos, a força das mãos dele me segurando. Aquilo me deixou muito duro. 
 Agora sim, eu estava pronto para ter a minha noite. 
 Eu saí bem sorrateiramente para não acordar ninguém. Quando eu cheguei lá, ele já estava me esperando.  
 — Uau! Você está com tanto tesão que dá até para perceber através da sua calça. Ah, ah, ah... — Ele estava de olho no que realmente interessava naquela noite. 
 Eu fui até ele, me agachei e comecei a beijá-lo. Ele desceu a mão até a minha ereção e esfregou o meu pau gentilmente por cima da minha calça. Eu comecei a desabotoar a camisa que ele estava vestindo, beijando o seu pescoço e descendo para o seu peito. 
 — Eu estava com tanta saudade. — Eu queria que ele soubesse que se o meu pau estava tão duro daquele jeito, era por ele. 
 — Nós nos vimos hoje a... — Eu beijei a sua boca. Esta noite ele era meu. 
 Conforme eu fui descendo os meus beijos, eu fui sentindo uma pressão aumentando no meio da perna dele. Ele estava ficando duro também. Ele era meu.  
 Eu desabotoei a calça dele e coloquei o pau dele na minha boca. O gosto era o mesmo de sempre. Que saudades eu estava daquele gosto. Eu chupava aquele pau, enquanto ele gemia de prazer. Eu queria que ele sentisse tanto tesão naquela noite que ele me chamasse pelo seu nome. Eu queria que ele sentisse todo o meu amor naquela noite. 
 Eu tirei toda a minha roupa, ele já estava completamente nu. Eu me sentei no colo dele, olhei nos olhos azuis dele e coloquei o pau dele dentro de mim. Eu comecei a fazer um movimento devagar, subindo e descendo, enquanto nós nos beijávamos. Continuei assim até o grande ápice. Eu estava no pico do meu prazer. Eu estava gozando. E neste momento eu olhei no olho dele e não consegui mais ver o Oliver. 
 — Oliver? Oliver? Oliver? — Eu chamei por ele, segurando o rosto dele. 
 O Viktor me empurrou para o lado. 
 — Oliver? Quem é Oliver, Elio? — Ele parecia que havia sido violado por um estranho.  
 Eu deitei na grama, relaxando, exasperado e satisfeito. Eu olhei para o Viktor e ele estava em posição fetal, sem entender nada. Eu não queria ter assustado ele. Eu só queria ter usado ele. 
 — Olha, me desculpe. Você sabe aquela outra pessoa que eu disse que sabia como eu me sentia. Essa pessoa se chama Oliver. Eu descobri até a pouco tempo que ele havia se casado com outra pessoa, convidou os meus pais, mas não queria que eu fosse. Eu só queria uma última noite com ele. Uma despedida. — Havia rancor no olhar do Viktor. A dor de ter sido usado este tempo todo. O jeito frágil que ele parecia acuado, como uma criança. Aquilo estava me fazendo eu me sentir sujo.  
 Nós ficamos alguns minutos ali, absorvendo o que havia acontecido, até que ele recuperou as suas forças, levantou depressa, se vestiu e foi embora, sem falar nada.  
 O Viktor foi embora para a França no dia seguinte. Eu tentei ligar para ele para tentar me despedir sem ter que olhar nos seus olhos, mas ele desligava sempre que ouvia a minha voz. Parecia que todo o peso dos olhares de desaprovação que o meu pai havia me dado naquele último mês estavam começando a fazer efeito. Eu me sentia doente. 
 
 As férias de verão vieram e pensar no Oliver já não era mais uma coisa prazerosa ou nostálgica. Pensar nele era lembrar do quanto eu estava doente. Eu me afastei dos meus amigos porque eu não conseguia compartilhar a minha “amizade” que eu tive com o Oliver. Eu tinha medo de não ser aceito. Mas eles mereciam a verdade. Eu conheci um garoto tão legal quanto o próprio Oliver, mas nunca tive a chance de o conhecer melhor porque eu estava preocupado o tempo todo em comparar ele com o Oliver.  
 Eu finalmente havia encontrado alguém que gostava de garotos, assim como eu, mas não consegui ter nenhuma conversa sincera sobre isto porque eu só conseguia pensar no Oliver. 
 Nós fomos para a casa de campo da nossa família e era doloroso entrar no meu quarto pela primeira vez desde o último verão, quando foi ocupado pelo Oliver. Eu estava triste e angustiado. 
 — Mon amour, porque você não convida alguns dos seus amigos para nos visitar? Isto poderia te animar um pouco! — Minha mãe veio por trás, encostando suas mãos em meus ombros enquanto eu estava sentado no jardim à frente da casa. Se o meu pai sabia me ler como ninguém. A minha mãe era como a natureza em volta. Sempre sabia do que eu estava precisando. 
 — Sim. Seria bom! — Eu me levantei e fui até o telefone da casa. 
 Eu tentei reunir toda a minha dignidade para ligar para o Luigi, a Luisa, o Francesco e o Paolo, e convidá-los para virem até aqui. Eu havia os afastados de mim no começo do ano, e depois que comecei a minha amizade com o Viktor eu simplesmente ignorei a existência deles. 
 — Está tudo bem, Elio? — Luigi foi a primeira pessoa para quem eu liguei. Talvez por causa da nossa proximidade, ele não estivesse guardando tanto rancor de mim. 
 — Sim, está. Eu só queria te ver... 
 — Mas é claro! Qualquer hora, amigo. — Ele parecia aliviado no telefone. 
 — Tem uma coisa que eu preciso contar para você. Para todos os nossos amigos, na verdade. — Eu pausei por um segundo. Um nó na minha garganta estava se formando. — Eu preciso explicar o porquê eu andei estranho desde o último verão. 
 — Claro, amigo. Eu tenho certeza que você vai conseguir ser o mais estranho possível sobre isso. O Elio sendo o Elio. — Ele riu do outro lado. Eu ri também. 
 Eu desliguei o telefone. Disquei novamente. 
 — Alô? — A voz da Luisa nunca havia parecido tão dura. 
 — Alô! Sou eu. — Eu tentei soar engraçado, mas talvez tenha soado estranho. Talvez o Luigi estivesse certo. 
 — Elio? Mio Dio! Há quanto tempo! Quer dizer... como você some e reaparece assim do nada, como se nada houvesse acontecido? Eu... — A Luisa podia ser dura, mas era a mãe do grupo. 
 — Eu sei! Eu sei! Me perdoe! Eu não queria que as coisas fossem do jeito que foram. Por isso eu quero ver você e todo mundo junto, hoje, para eu me explicar. Eu preciso contar o motivo de estar estranho desde o último verão. 
 — Bene, amore! — Ela parecia em paz do outro lado. 
 Desliguei o telefone e disquei novamente. 
 — Elio? Saudades de ti, amigo! — O Francesco foi o que pareceu mais feliz com a minha ligação.  
 — A gente pode se ver hoje? Tem algo que eu preciso falar para todos. — Com o Francesco não parecia ter ficado nenhum ressentimento. 
 Eu desliguei o telefone e agora só faltava discar para só mais um número.  
 Paolo foi o que ficou mais ressentido comigo depois que eu me separei do nosso grupo. O jeito que ele me olhava quando nos cruzávamos na escola, beirava a insignificância.  
 — Alô? — Ele me atendeu com todo o carisma que ele sempre colocava em tudo o que fazia. 
 — Alô? Paolo? — Eu reuni toda a minha dignidade para dizer aquele “alô”. 
 — Como você tem a cara de pau de me ligar? — Ele parecia furioso agora. 
 — Eu sei! Eu sei! Me desculpe! Eu preciso falar... — Ele havia desligado o telefone. Talvez eu não fosse conseguir contar e me explicar para todos os meus amigos naquele dia. Eu só esperava que eu não tivesse perdido o Paolo de vez. 
 Conforme eles foram chegando, eu fui acomodando todos na sala.  
 Todos estavam em pé, cada um em um canto da sala, formando um círculo. Todos me encarando. 
 — Bem. Eu chamei todos vocês aqui para contar o que aconteceu no verão passado. — Estava me custando muito dizer todas aquelas palavras. Às vezes eu conseguia ser somente monossilábico em conversas. Mas eu tinha que colocar tudo para fora. — Eu me apaixonei... 
 — Sim, por um homem. — Disse o Luigi. Eu olhei para ele como se ele tivesse revelado algo horrível do meu passado. 
 — Deixe o Elio contar, Luigi! — A Luisa disse, com compreensão.  
 — Sim, foi por um homem. 
 — Nós sabemos, Elio. — Disse o Francesco, como se ele tivesse acabado de revelar todo um plano que os quatro, quer dizer, três, haviam tramado. 
 — Mas não foi só isso. — Eu queria contar de todo o meu desejo pelo Oliver, explicar como nós nos conhecemos, tudo o que eu senti e descobri com ele. 
 — Elio, está tudo bem! — A Luisa veio em minha direção e me abraçou de lado. — Você não precisa dar detalhes de algo que pertence somente a você. Nós só queríamos que você assumisse que você gosta de garotos. Só isso. — Eu estava um pouco confuso agora. Eles sabiam de tudo? Como? 
 — Como vocês sabiam? — Eu fiquei com um pouco de medo de fazer esta pergunta. Talvez eu não estivesse preparado para a resposta. 
 — Elio, o seu primo Mathéo me contou há uns dois anos atrás que viu você beijando um garoto enquanto a sua família estava de visita. A gente já suspeitava disso porque, quer dizer, você é todo sensível e muito bom nas coisas. Nós não achamos nada demais, mas queríamos que você mesmo contasse para nós. Porque é uma coisa sua. Principalmente quando você foi ficando cada vez mais estranho. — O Luigi revelou. Eu fiquei sem reação. Eu não sabia o que pensar, mas um peso saiu das minhas costas. Era quase como se eu estivesse nu ali, na frente de todos, mas sem sentir a vergonha ou humilhação. Eu estava confortável em estar nu na frente dos meus amigos. — E nós sabíamos que você devia ter se envolvido com um homem no verão. Os seus pais falaram da sua amizade com o último hóspede. Então foi somar dois mais dois. Nós não queríamos detalhes desta relação. Nós queríamos que você se sentisse à vontade para falar qualquer coisa que quisesse sobre isso. 
 Nós nos reunimos e demos um abraço em grupo.  
 — Toma, Elio. Eu escrevi esta pra você. — O Francesco me entregou um pedaço de papel. Eu olhei e continha um poema nele: 
 
 O garoto das músicas. 
 O garoto dos livros. 
 O garoto inteligente. 
 O garoto sensível. 
 Quando você acha que nada deixa nos passar batido, 
 Com o seu jeito próprio de dizer as coisas, o seu jeito misterioso. 
 Ele está sempre do seu lado. 
 Não importa a estação ou a temperatura. 
 Frio ou quente 
 Ele sempre vai estar lá 
 Fazendo-lhe se sentir querido 
 Mesmo distante, em sonhos 
 Você sempre vai estar pensando nele 
 Pensando no seu jeito único de estar, 
 Ele sempre vai estar lá. 
 
 Eu li e percebi que eu não precisava encontrar as palavras certas para dizer qualquer coisa para eles. Eu só precisava estar presente e ser quem eu era. 
 — Vocês estão bravos comigo? — Era uma pergunta ingênua. 
 — Claro que não! — Todos disseram em coro. 
 — Por favor, digam para o Paolo que eu sinto muito. Eu não queria que as coisas chegassem aquele ponto. — Eu olhei para a Luisa que estava do meu lado. Ela acenou com a cabeça com os olhos marejados.  
  
 Um mês havia passado desde aquela noite em que eu transei com o Viktor. Eu só conseguia pensar nisso desde a minha conversa com os meus amigos. Eu não sabia como me desculpar com ele por tê-lo usado da forma que eu fiz. Eu tentei escrever uma carta, mas a pilha de papéis do lado da minha escrivaninha mostrava que eu não estava conseguindo escrever nada bom o suficiente ou sincero o suficiente para me desculpar. Eu teria que olhar nos olhos dele. 
 Eu resolvi que chamaria o Viktor para conversar aqui na casa de campo da minha família, assim como foi com os meus amigos. Até lá eu estava aproveitando bem o verão com os meus amigos e primos. Infelizmente, a Marzia não pode vir nos visitar este ano, mas eu estava criando uma amizade nova com a hóspede da vez, Jennifer. Ela era engraçada, muito espirituosa e bonita, mas eu não sentia nada por ela. Eu não gostava de usar a palavra gay, mas talvez eu fosse gay. 
 Em um dia bem quente, estávamos todos reunidos ao redor da piscina. 
 — Elio, você foi em nossa formatura? — Perguntou a Luisa. Ela estava sentada em uma espreguiçadeira de pano, tomando sol usando os seus óculos escuros. 
 — Não! Nós tivemos formatura? — Eu estava tão obcecado no Oliver na nossa última semana de aula que eu não estava nem me importando mais em comparecer na escola. — Foi legal? 
 — Foi bom. O Paolo foi o nosso orador. Ele fez um bom discurso.  
 Eu fiquei meio sem jeito, então comecei a nadar de um lado para o outro. 
 Eu estava começando a me esquecer sobre o Oliver e só conseguia pensar no Viktor. Tanto, que eu me surpreendi com uma ligação.  
 — Alô! — Eu estava animado. Havia acabado de ganhar uma partida de vôlei. 
 — Alô, Elio? — Era o Viktor. Toda a culpa e remorso voltou a pesar na minha cabeça. 
 — Viktor? — Ficou um silencio incomodo por alguns segundos. — Você está bem? Como está aí em Paris? — Eu queria soar casual. 
 — Na verdade, eu não estou mais na França, Elio. Eu fiquei doente e tive que voltar para casa. — Eu achei estranho. Devia ser algo sério para ele não conseguir tratamento em Paris. 
 — Nós precisamos conversar. — Nós dois falamos ao mesmo tempo. 
 Eu ainda não havia tocado nada no piano que ficava na sala da nossa casa. E mesmo com os meus amigos de escola ali, os nossos amigos da França e os nossos familiares chegando, a casa parecia silenciosa. 
 O Viktor havia insistido em nos falarmos amanhã na casa dele. 
  Eu me encarava no espelho e tentava ensaiar uma conversa com o Viktor: 
 — Eu sinto muito por tudo! 
 — Eu estava doente. Vivendo sonhando com um passado que não iria voltar. 
 — O Oliver foi a primeira pessoa que eu me apaixonei na minha vida, e o romance que nós vivemos foi algo que ficou marcado dentro de mim. Eu sei, eu sei. Isso não é desculpa para usar alguém da forma como eu usei você, mas eu estou reconhecendo o meu erro. Eu só quero que você entenda que foi algo impulsivo. Eu só estava agindo pelo o meu desejo. 
 Será que essas palavras seriam o suficiente? 
 Eu saí para o lado de fora, no jardim, e senti o calor do sol queimar no meu rosto. Eu olhei ao redor e vi minha mãe em seu pomar, o meu pai sentado à mesa tomando um “espresso”, algumas pessoas nadando e aproveitando a água na piscina mais ao longe. Tudo parecia calmo e em paz. Eu estava pronto para conversar com o Viktor. 
 No dia seguinte, eu tomei o meu café da manhã com os meus pais. 
 — Buongiorno a tutti! — Eu os cumprimentei. 
 — Bom dia, mon amour! Eu pedi a Mafalda que separasse aquela sua camisa azul para você usar hoje. Você fica tão bem nela. — Eu olhei para ela meio confuso, mas logo entendi qual era a camisa. 
 — Eu acho que vou vestir algo diferente hoje, na verdade. — Eu me aninhei ao lado dela. Eu sabia que ela só estava com uma boa intenção, mas eu achava que aquele não era o momento de usar aquela camisa. 
 — Eu estou sentindo um pouco de leveza em você hoje? — Perguntou meu pai. Retoricamente, obviamente.  
 — Eu vou falar com o Viktor, hoje.  
 — Quem é Viktor, mon amour? — Minha mãe perguntou. Eu troquei um olhar com o meu pai. Ele talvez soubesse da existência do Viktor, mas eles nunca foram propriamente apresentados. 
 — Um amigo. — Eu respondi, com as palavras saindo um pouco mais pesadas do que eu pretendia. 
 — Eu espero que se divirtam. — Minha mãe sabia trazer leveza a qualquer momento. 
 Eu cheguei de bicicleta em frente ao apartamento do Viktor na cidade. Deixei-a escorada na parede ao lado da porta de entrada, fui até a porta e bati. 
 Uma mulher alta, com os cabelos pretos e longos, presos em um coque desajeitado, com uma barriga de gestante enorme, me atendeu na porta. Ela parecia um pouco abatida. 
 — Oi, eu sou o Elio! Um amigo do Viktor. Ele está? — Eu tentei parecer o mais carismático possível. Eu não sabia se o Viktor havia falado de mim para os seus pais. 
 — Oi, Elio. Muito prazer, meu nome é Berenice. O Viktor está sim, mas ele está muito doente no momento, eu não sei é uma boa hora para visitas. — Ela parecia um pouco impaciente e já estava fechando a porta, até o Viktor aparecer. 
 — Vic, você deveria estar de repouso. — Ela se virou para ele. Ela colocou uma mão na barriga de gestante enquanto parecia preocupada com o filho. 
 — Eu estou bem, mammina! Hoje eu acordei melhor disposto. Não se preocupe! — Ele deu um beijo na testa de sua mãe e ela se retirou. 
 — Tudo bem, Elio? — Ele havia perdido peso, estava pálido e parecia muito doente, mas mesmo assim ele parecia estar com uma boa energia naquele dia. 
 — Comigo, está sim. Mas devo confessar que já te vi melhor. — Eu sorri condescendente para ele. 
 Ele só abriu o caminho para eu passar. Eu já não precisava ser guiado até o seu quarto, quando eu já havia estado ali inúmeras vezes. 
 — Você nunca me apresentou aos seus pais antes. — Eu disse um pouco irreverente. 
 — Você também nunca me apresentou aos seus. — Ele retrucou. 
 — Quites. — Eu não queria discutir ou argumentar amarguras pequenas naquele momento. Haviam coisas maiores para lidar. 
 — Elio, tem uma coisa que eu preciso te dizer. — Ele começou a falar, mas eu que deveria falar. 
 — Não! Eu quem devo falar. Eu... — Ele fez sinal com a mão para eu me calar. Ele parecia cansado. 
 — Eu estou doente, Elio. No momento eu estou com pneumonia, mas tudo começou com uma tosse seca. — Eu não sabia porque aquilo era relevante para a nossa conversa, para a nossa história. Ele era jovem. Ele com certeza iria superar aquilo. — O médico disse que pode passar daqui alguns dias, se eu continuar com o tratamento certo e tudo o mais. Mas eu também tenho sentido dores no abdômen e outros sintomas estranhos. 
 — Deve ser só a infecção! Eu tenho certeza de que vai passar logo. Olha, eu realmente acho que nós deveríamos estar conversando sobre outra coisa. — Ele fez novamente o sinal com a mão.  
 — Eu tenho lido algumas notícias sobre um certo vírus que está se alastrando pelos Estados Unidos. E alguns dos sintomas são parecidos com o que eu estou tendo. — Vírus? Que vírus?  
 — Do que você está falando? — Eu olhei confuso para ele, mas eu havia lembrado de uma notícia que eu tinha lido de um jornal americano que o meu pai havia trazido para casa, sobre um vírus que só afetava homens gays e que não havia cura. 
 Ele compreendeu quando eu tinha acabado de perceber sobre o que ele estava falando. Talvez porque o horror tomou conta das minhas feições. 
 — Como? Você só fez sexo comigo! — Eu estava desesperado. Eu não podia estar com o vírus. Se eu estivesse com o vírus, talvez o Oliver também estivesse. 
 — Não. Eu não fiz sexo só com você, Elio. — Ele estava com um semblante triste, arrependido e com uma postura de desanimo. — Alguns dias depois que eu cheguei em Paris, eu fui em um bar gay e conheci um homem. Ele era alguns anos mais velho do que eu. Bonito, charmoso, inteligente e francês. Ele era perfeito. Uma das melhores noites da minha vida. Eu nem estava mais pensando em você. Quase dois meses já haviam se passado que eu estava em Paris quando este homem veio me procurar. Ele estava com uma aparência muito doente, com erupções na pele. E ele veio me dizer que havia testado positivo para AIDS. — Ele desabou na cadeira mais próxima. Eu não sabia o que fazer, se eu saia correndo da li ou se eu o abraçava e tentava o consolar. 
 — Você precisa de ar fresco. Isso! Vem até a minha casa. Vai fazer bem pra você. — Eu não sabia o que eu estava falando, mas eu sentia que ele precisava de mais pessoas cuidando dele. — Luisa, Francesco e Luigi estão lá. A gente pode ajudar a cuidar de você.  
 — Não! Ninguém pode saber disso, Elio. Por favor, me prometa que você não vai contar para ninguém! — Ele parecia tão desesperado que parecia que a vida dele dependesse disso. — Existe um motivo para eu chamar você aqui na minha casa somente aos sábados. Porque aos sábados o meu pai não está em casa. Ele sabe que eu sou gay. O meu pai me proibiu de trazer qualquer homem para dentro de casa, mesmo um amigo. Se o meu pai descobrir que eu tenho HIV... eu não sei do que ele é capaz. 
 Agora eu entendia. Mas agora fazia muito mais sentido ele passar o restante das férias na minha casa. 
 — Viktor, eu imagino o peso que você deve estar carregando neste momento, mas eu acho que não há lugar melhor para você estar senão do que na minha casa. Eu não vou contar para ninguém. Os meus amigos já sabem sobre mim e eu tenho certeza que eles vão te aceitar com o coração aberto. Você já tem algum plano? — Eu estava decidido que eu iria cuidar dele. Era o mínimo que eu poderia fazer. 
 — Eu consegui convencer o meu pai de me deixar ir para ESMOND. Então depois das férias eu vou morar em Paris. — Ele parecia ter se recomposto. — Eu acho que eu posso ir para a sua casa, Elio.  
 Era de manhã no domingo quando o Viktor chegou de carro com o meu pai. Eu havia conversado com o meu pai sobre a situação do Viktor, esclareci tudo e ele prometeu que não iria contar nada para ninguém e disse que ele poderia passar esta última semana de férias em nossa casa no campo, desde que ele recebesse tratamento médico.  
 Eu ajudei a descarregar as malas e ajustei o meu quarto para que ele se acomodasse. Nós teríamos que dividir o meu quarto, enquanto a Jennifer teria que ficar no quarto ao lado. Eu conversei com ela e expliquei que iria receber um amigo que estava muito doente. Ela não fez objeção alguma e cedeu o quarto para nós. Meu pai não fez objeção sobre isso, tão pouco. Ele confiava em mim, mesmo entendendo que o vírus só poderia ser passado pelo sexo. 
 Depois de tudo arrumado eu desci com o Viktor para pegarmos um pouco de sol e tomar um banho na piscina. 
 — É muito pacífico aqui. — Ele estava deitado na beirada da piscina, com o corpo molhado e usando óculos de sol. — É quase como se estivéssemos em um oásis. Um descanso do mundo real. Cof, cof, cof... — Ele ainda não havia melhorado totalmente da pneumonia e receberia a visita de um médico hoje, no final da tarde. 
 — Eu acho melhor a gente se secar e entrar. Está passando uma corrente de ar que não deve ser muito boa para você. — Eu queria cuidar dele. Eu queria conversar mais com ele. Prestar atenção no que ele tinha a dizer, pelo menos uma vez. 
 Nós entramos e fomos para a sala. Ele vestiu uma camiseta velha minha dos Talking Head, uma das minhas favoritas. Eu sentei no sofá e ele deitou, apoiando a cabeça no meu colo. 
 Ficamos ali por alguns minutos em silêncio. Eu estava pensando em cada momento de interação que eu havia perdido, quando eu estava com o Oliver na cabeça, em vez de estar prestando atenção no Viktor. 
 — Você toca tão bem quanto parece? — Ele perguntou de repente. 
 — Praticamente Bach reencarnado. — Nós dois rimos. — E você toca o que exatamente? 
 — Eu toco Violino, Viola, Violoncelo e um pouco de piano. — Eu fiquei impressionado. — Mas eu não gosto de nada do que eu toco. — Deve ser uma vida triste passar a semana inteira treinando instrumentos tão belos e não se encantar com nenhuma nota que ressoa deles. 
 — Eu sei que você gosta de moda. Do que mais você gosta? — Eu queria saber quem era o Viktor. 
 — Eu gosto de desenhar. E não apenas designs de roupas, mas também gosto de desenhar pessoas e animais. O meu desenho favorito é um que eu fiz quando eu tinha dez anos. Faltavam alguns dias para irmos para Moscou e eu estava triste por ter que abandonar os meus amigos e a minha cidade natal. Eu e meus amigos tínhamos o costume de ca��ar animais silvestres. Então nesse dia, eu estava sozinho, e encontrei um coelho-selvagem. O que é um pouco raro, já que eles se escondem em tocas, durante o dia. Ele parecia perdido e com medo. Eu fiquei o observando até que ele fugisse da li. Depois eu fui até o meu quarto e comecei a desenhar. Eu me lembrava de cada detalhe do coelho. — Eu fiquei imaginando toda a cena enquanto ele me contava a história. Eu imaginei um Viktor de dez anos triste.  
 — Deve ser um desenho bem realista. — Eu fiquei imaginando cada traço do desenho. 
 — Mais ou menos, na verdade. Eu tentei capturar o medo que o coelho estava sentindo naquele momento. Porque era quase como o medo que eu estava sentindo em ter que ir para um território desconhecido. — Eu não sabia que ele podia ser tão profundo. 
 — Existe algum momento feliz na sua vida? Per l'amor di Dio! — Nós dois rimos. 
 — Eu tive alguns momentos felizes junto com os meus amigos em Moscou! O que você quer saber? — Eu queria saber dos amores dele. 
 — Você já se apaixonou? — Eu perguntei, enquanto eu afagava o seu cabelo. 
 — Sim. Ele era da minha turma. Mas não tivemos um final feliz. — Ele parecia estar bem resolvido com isso. — Na verdade, existe uma música que eu gosto de tocar. — Ele se desvencilhou das minhas mãos e se levantou, indo em direção ao piano. 
 O Viktor senta ao piano, respira fundo, endireita a sua postura e começa a tocar Album for the Young (mamma) de Tchaikovsky.  
 Eu olhei para ele tocando de costas, e parecia que eu estava olhando para mim mesmo de costas. O tempo todo eu estava procurando o Oliver no Viktor, quando era eu mesmo que deveria estar procurando nele. Um novo eu, um novo amor. 
 O verão acabou. Eu fui para Nova York, o Viktor foi para a França, mas mantivemos contato através de cartas. Ele continuou a adoecer, mas também continuou a lutar bravamente pela sua vida. Estava tudo resolvido entre a gente. Nós tivemos uma conversa sincera antes de cada um ir embora em busca do seu sonho: 
 — Você tinha dito que precisava falar alguma coisa para mim, naquele dia na minha casa. — O Viktor sentou do meu lado no sofá. 
 — Sim. — Eu me ajeitei no sofá e comecei a falar sem olhar pra ele. — Viktor, eu gosto de você. Muito. Mas infelizmente todos os momentos em que nós passamos juntos, eu estava pensando em outra pessoa. Uma pessoa que eu amo muito. E que eu não havia conseguido superar, até agora. — Eu olhei para ele. — Depois da nossa transa, de ter feito tudo aquilo pensando nele, eu me senti doente e talvez eu estivesse doente. Mas eu percebi que eu não posso passar a minha vida sonhando para ter momentos junto com ele, quando eu estou esquecendo de viver o aqui e o agora. — Eu peguei na mão dele. — Eu vejo você como você é. Eu quero ouvir todas as suas histórias com os seus amigos, em Moscou. Eu quero ouvir você reclamando do seu pai. Eu quero poder conversar com você sobre o que nós dois sentimos por homens. Eu quero ser o seu amigo e quem sabe um dia, algo mais. 
 Ele colocou a outra mão dele em baixo da minha que estava segurando a dele e levou até a sua boca, beijo-a e disse: 
 — Eu também te vejo, Elio.  
 Eu levei as nossas mãos até a minha boca e dei um beijo. 
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Exu Morcego
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Em um castelo, inteiramente de pedra, mal cuidado e isolado no meio de uma floresta, típico daqueles pertencentes ao feudo europeu, vivia um homem branco e corpulento, trajando uma surrada roupa, provavelmente antes pertencente a um guarda-roupa fino. Percebia-se o desgaste causado pelo passar do tempo, pois ainda carregava uma grossa e rica corrente de ouro de bom quilate, com um enorme crucifixo do mesmo material cobiçado.
Parecia viver na solidão, muito embora no castelo vivessem vários serviçais. Na torre do castelo, as janelas foram fechadas com pedra, e só pequenas frestas foram feitas no alto das paredes. A luz não podia entrar. A torre não tinha paredes internas, formando uma enorme sala, com pesada mesa de madeira tosca, tendo como iluminação dois castiçais de um só vela cada. 
Ao lado da tênue luz das velas, livros espalharam-se sobre a mesa, mostrando ser aquele homem um estudioso e que buscava na literatura. De braços abertos, com um capuz preto cobrindo sua cabeça, emitia estranhos e finos sons, tentando descobrir o segredo da conhecida Sagrada Arte. Pelas frestas da torre, entravam e saiam voando vários morcegos com os quais ele procurava inspiração e força para atingir sua conquista. Parecia um homem de fino trato, transfigurado na fixação de atingir um poder que não lhe pertencia.
Características
BEBIDA vinho, absinto, conhaque
FUMA charutos, cigarros
GUIA Vermelha e Preta com um morcego
LUGAR matas, cavernas e encruzilhadas,cemitérios e pântanos
METAL Cobre
MINERAL Quartzo Azul Escuro
PLANTA Mamona
VELA pretas, vermelhas e pretas
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coochiequeens · 2 years
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BR — Vila dos Comerciários, Paranaguá. A young adult male has filed a police complaint alleging he was forcibly removed from the women’s toilets at a nightclub. He is also planning to sue the establishment for the incident. The 20-year-old, who has chosen to remain anonymous, told JB Litoral that on Thursday, June 16, he accompanied several “transsexual friends” to Clube Ouro Fino Pub Bar, which is on the coast of Paraná in Vila dos Comerciários.
At some point during their night out, the young adult male, who also identifies as transsexual, entered the women’s restroom. An employee who spotted the patron approached and told him he should be using the men’s restroom, and attempted to forcibly remove him from the space, he said. Having the understanding that he had the right to access the women’s toilets, the patron said he refused to leave.
In an interview with the press, he described the earlier situation as embarrassing, adding:
“My friends didn’t go through this, but it’s important to remember that trans women are women too and this has nothing to do with my genitals, because change comes from within. It doesn’t matter what I wear, whether it’s green, yellow, white and black clothes, I’m still going to be a woman.”
He has filed a police report and is planning further legal action against the establishment. When asked for comment, management of Clube Ouro Fino Pub Bar said in a written statement to JB Litoral:
“We emphasize that the policy of our establishment is not to tolerate any prejudice, be it race, gender or sexual orientation. Proof is that diversity has always been the main characteristic of our customers and we do everything to better serve the public that honors us with their preference. Regarding the fact that came to light, we are not aware that any discriminatory act has been carried out by our employees. We regret what happened and we are available for further clarifications.”
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applewyatt · 2 years
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tarde. cabine dos viajantes. @bonitoeusei​
a curiosidade levava a problemas. mesmo assim, apple wyatt não podia evitar. ao ver o ex-amor-de-sua-vida bonito adormecido se aproximar de uma das atrações da festividade, ela pensou em casualmente se aproximar, perguntar como ele estava casualmente e então os dois se apaixonariam novamente. tudo muito, muito casual. e então ela correu para se aproximar, mas antes que ela pudesse dar por si, bonito tinha entrado em um dos elevadores da cabine dos viajantes. se ela perdesse a chance poderia perder sua chance de esbarrar nele por horas, isso atrasaria tudo! não, ela não poderia deixar isso acontecer. mostrou seu passe, deixando uma inteira multidão enfurecida ao furar a fila. mesmo assim, as portas metálicas da atração estava quase fechando quando se jogou para dentro do brinquedo no último minuto sem sequer pensar no que fazia. graças a sua pequena estatura e complexo fino, a charming estava dentro da cabine sã e salva. nem ela podia acreditar em sua sorte. --- ... Oi! --- disse esbaforida, nada, nada casual. --- o que- --- ela mal teve tempo para terminar a frase quando o chão desapareceu debaixo de seus pés e ela se viu caindo em um poço fundo. a sensação de queda era assustadora e ela gritou a plenos pulmões mas mesmo depois de seu ar acabar eles ainda não haviam atingido o fundo. depois do que pareceu muito tempo ela caiu, em um campo de rosas vermelhas e sua roupa agora era vermelha e preta, com um losango de ouros em seu olho direito e batom preto enquanto bonito estava todo de branco, como um principe encantado. demorou uns bons dois segundos até ela perceber onde estavam e ela sentiu um ódio profundo em seu ser. --- sério?
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