Tumgik
#ants' nest 1971
celluloidrainbow · 1 year
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HANGYABOLY (1971) dir. Zoltán Fábri The head of the nunnery is dying, and the members are divided in two groups as the election of the new head approaches. Led by Virginia, the younger nuns stand up for changing the strict religious dogmas and would like a modern school with genuine science, a bathroom to be built, and a freer spirit. Their candidate is sister Magdolna, who went to secular universities, too. The seminarists, led by Király Erzsi, also rebel against the older nuns’ strict discipline and the depressed atmosphere of the institution. However, Magdolna does not want to stay involved in the fight because she is deterred by Virginia’s intense attraction towards her and the tools Virginia is using to gain victory at any price. (link in title)
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writinglittlemagics · 5 months
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Another Will Wood analysis while I edit a load of personal pieces and try to find an internship! I have a few ideas for this account >:]
The Impact of Masculinism on “Willard!”
“Willard!” is a unique song on an already wildly diverse album. This song, the only one that draws inspiration from a separate piece of media, tells the story of Willard Stiles, a lonely man who befriends rats to cope. The song offers an introspective view of Stiles’s view of humanity and how distanced he views himself. Stiles is affected by the masculinist people around him, which causes him to regard his sensitivities as something that makes him “other.” In the movie, Willard’s boss, Martin, constantly cites his masculinity as his reason for tormenting Stiles. In the song, Willard uses traditional male expectations self-deprecatingly.
Stiles opens the song like an admission of guilt, “You know I couldn’t hurt a fly, my friend / I’m not the type to step on ants” (Line 1). Being insecure about being non-violent is a common trait among men who are in highly masculine environments. Typical gender norms insist that men are to be the aggressors or unafraid of bloodshed. This machismo bloodlust is the foundation of masculinist ideals. A “good” man should strive for dominance over everything: the workplace, the home, and public spaces. Willard is not a man who strives for anything. He knows he can not fit in with the aggressive men at his office, stating, “I've failed to fit in into those nests that scrape the sky / Is there room for me in your cage?” (Line 6) He is also embarrassed about his emotional displays, namely, “I've nearly cried for moths that die at porchlight lamps,” and “Just seem haunted by my stupid urge to protect” (Lines 3 and 22). His sympathetic nature is a target for most of the people in Stiles’s life: his mother, who insists he kills his rats; his coworkers, who mock him; and his boss, who disparages him.
Like most men who struggle to fit into the masculine mold, Stiles feels an undue amount of shame. Feminism is for Everybody explains this reaction. It states, “These men identified themselves as victims of sexism, working to liberate men. They identified rigid sex roles as the primary source of their victimization…” (Hooks). As the song continues, Stiles starts to reject his role as a masculine man before extracting himself from humanity altogether. He ostracizes himself, hiding in closets with his rats and becoming a recluse. He states, “They'll call me crazy, but their words all seem made up to me / Maybe they just need more friendship like yours” (Line 24) and then regresses further into, “You might seem behind bars, but friend, this cage is inside out” (Line 35). The song concludes with a nod to the source material, quoting the climactic scene in which Willard uses his rats to murder Martin. This final scene solidifies the impact masculinity has had on Willard. He devolves from a man too timid to step on an ant to a man capable of premeditated murder. Willard is unfulfilled by his revenge and driven to madness, as Hooks predicts, claiming, “Many men are anguished because they do not engage the liberating critiques that could enable them to face that these promises were rooted in injustice and domination and even when fulfilled have never led men to glory” (Hooks).
(537 words)
Works Cited
hooks, bell. “FEMINIST MASCULINITY.” Feminism Is for Everybody: Passionate Politics, South End Press, Cambridge, MA, 2000, pp. 67–71.
“Will Wood – Willard!” Genius, 29 July 2022, genius.com/Will-wood-willard-lyrics.
Willard. Directed by Daniel Mann, Performances by Bruce Davison, Elsa Lanchester, and Ernest Borgnine, Bing Crosby Productions, 1971
Wood, Will. “Willard!” “In Case I Make It”, Will Wood, 2022, track 15. Spotify, https://open.spotify.com/track/1eZQFmVxyAeE3SHppgMxce?si=517f42b8c2e04c80
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claudiosuenaga · 1 year
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O que nunca te contaram sobre JIM MORRISON, O REI LAGARTO
Por Cláudio Tsuyoshi Suenaga
Jim Morrison, o "Rei Lagarto", como se auto intitulava, costumava contar que aos 3 anos e meio de idade, quando trafegava de carro com sua família pela Rota 66 em direção a Albuquerque, Novo México, presenciou o acidente com um comboio de índios na estrada, e que as almas de um ou dois deles, que "andavam a correr e aos pulos", segundo suas próprias palavras, "transmigraram" e se conectaram à sua própria alma, que as absorveu "como uma esponja".
Como JM nasceu em 8 de dezembro de 1943, esse incidente se conecta com um outro famoso, o de Roswell, acontecido na mesma área e época, no início de julho de 1947. Teria JM sido testemunha da operação limpeza e/ou resgate em andamento? A “conexão psíquica” que manteve, não teria sido assim com índios, propriamente, mas com alienígenas que para minimizar o impacto ou por algum outro motivo, manipularam a mente dos circunstantes, mormente a de Jim, ainda mais por ser uma criança, e os fez vê-los como índios. Essa tese se reforça pelo fato da memória dos pais de Jim terem sido apagadas, já que diziam não se recordarem do incidente.
Para quem sempre teve pendores para o oculto e ainda se considerava um reptiliano, isso décadas antes do termo entrar em voga, seria natural que o conectassem aos UFOs, ainda mais por ser filho de um militar de alta patente, o almirante George Stephen Morrison, e ter vivido na época do surgimento e auge do Fenômeno, outro de nossos mitos modernos inquebrantáveis.
Neste vídeo dividido em três partes, Cláudio Suenaga aborda aspectos do mito Jim Morrison que costumam ser evitados, como suas ligações com o ocultismo, o satanismo e os Illuminati. Teria sido ele vítima do controle mental, como muitos artistas e celebridades, que o levou à morte precoce aos 27 anos, morte esta até hoje obscura e cercada de mistérios?
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Saiba mais sobre Jim Morrison:
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tradermeximas · 2 months
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Se você está interessado em operar no mercado Nasdaq, sabe o quanto a escolha do horário certo pode afetar seus resultados. O mercado Nasdaq é conhecido por ser altamente volátil e influenciado por uma variedade de fatores, incluindo notícias econômicas, relatórios trimestrais das empresas e eventos globais. Neste artigo, exploraremos os diferentes horários de negociação no mercado Nasdaq e discutiremos as considerações importantes para ajudá-lo a determinar o melhor horário para operar. Introdução: O mercado Nasdaq é um dos maiores e mais renomados mercados de ações eletrônicas do mundo. Fundado em 1971, o Nasdaq se tornou uma importante plataforma de negociação para empresas de tecnologia, biotecnologia e outras indústrias inovadoras. Com sede em Nova York, o mercado Nasdaq é conhecido por sua abordagem inovadora e sua influência no setor financeiro global. O Nasdaq é um acrônimo para National Association of Securities Dealers Automated Quotations (Associação Nacional de Corretores de Títulos de Cotações Automáticas, em tradução livre). Ele foi criado como uma alternativa ao mercado de ações tradicional, com o objetivo de fornecer uma plataforma eletrônica para a negociação de ações de empresas de tecnologia emergentes. Desde então, o mercado Nasdaq se expandiu e agora inclui empresas de diversos setores. Uma das principais características do mercado Nasdaq é a sua natureza eletrônica. Diferentemente da Bolsa de Valores de Nova York, onde as negociações são realizadas em um pregão físico, o Nasdaq permite que as transações sejam feitas eletronicamente, por meio de uma rede de computadores. Isso torna o processo de negociação mais rápido e eficiente, além de facilitar o acesso a investidores de todo o mundo. Outra característica distintiva do Nasdaq é a sua ênfase em empresas de tecnologia e inovação. Muitas das maiores empresas de tecnologia do mundo, como Apple, Microsoft, Amazon e Google, estão listadas no Nasdaq. Essas empresas desempenham um papel fundamental no crescimento do mercado e atraem investidores interessados em oportunidades de investimento de longo prazo. Além disso, o mercado Nasdaq oferece uma série de índices para acompanhar o desempenho das empresas listadas. O índice Nasdaq Composite, por exemplo, é composto por mais de 3.000 ações e é frequentemente usado como um indicador do mercado de tecnologia como um todo. Outros índices, como o Nasdaq 100, incluem apenas as 100 maiores empresas listadas no Nasdaq. O mercado Nasdaq também é conhecido por sua abordagem regulatória rigorosa. As empresas listadas no Nasdaq devem atender a certos requisitos, como capitalização de mercado mínima e histórico financeiro sólido. Isso garante que os investidores tenham acesso a informações confiáveis e possam tomar decisões informadas sobre seus investimentos. Horário de Pré-Mercado (Pre-Market): O horário de pré-mercado ocorre antes da abertura oficial do mercado. Nesse período, os investidores podem fazer pedidos de compra ou venda, mas a liquidez geralmente é menor, o que pode levar a spreads mais amplos entre os preços de compra e venda. No entanto, para aqueles que buscam reagir a notícias overnight ou a eventos globais, o pré-mercado pode ser uma oportunidade. Abertura do Mercado (Market Open): A abertura do mercado é um dos momentos mais voláteis do dia. À medida que os mercados abrem, há um aumento significativo na atividade de negociação. Isso pode resultar em movimentos de preços rápidos e imprevisíveis. Se você estiver preparado para lidar com essa volatilidade e souber como identificar oportunidades, a abertura do mercado pode ser lucrativa. Horário Diurno: Durante o horário diurno, o mercado tende a ser mais estável em comparação com a abertura. No entanto, ainda pode haver flutuações significativas nos preços à medida que notícias e eventos são anunciados. Este é um período em que traders de curto prazo e investidores de longo prazo buscam oportunidades de negociação. Horário da Tarde (Afternoon): O período da tarde geralmente vê uma diminuição temporária na atividade após o almoço.
Isso pode levar a movimentos de preços menos imprevisíveis e a uma redução na volatilidade. Os traders podem aproveitar esse período para analisar as tendências do mercado e tomar decisões informadas. Fechamento do Mercado (Market Close): Assim como a abertura, o fechamento do mercado também é um período de alta volatilidade. Muitos investidores e traders estão buscando concluir suas operações antes do fechamento. Isso pode levar a movimentos acentuados nos preços. É importante estar atento a essa volatilidade se você optar por operar próximo ao fechamento do mercado. Horário de Pós-Mercado (After-Hours): O horário de pós-mercado permite que os investidores continuem negociando após o fechamento oficial do mercado. No entanto, a liquidez é ainda menor do que durante o horário regular de negociação, o que pode resultar em spreads mais amplos e movimentos de preços imprevisíveis. Fatores que Influenciam a Escolha do Horário: Ao determinar o melhor horário para operar no Nasdaq, considere os seguintes fatores: Volatilidade e Liquidez: Horários de alta atividade tendem a ser mais voláteis, enquanto horários de baixa atividade podem ter menor liquidez. Escolha um horário que corresponda ao seu apetite pelo risco e estilo de negociação. Notícias e Eventos: Anúncios de empresas, dados econômicos e eventos globais podem impactar os preços das ações. Considere operar durante horários que possibilitem reações rápidas a esses eventos. Sazonalidade e Dados Econômicos: Certos setores podem ter melhor desempenho em determinadas épocas do ano. Além disso, indicadores econômicos podem influenciar os mercados. Esteja ciente desses fatores ao escolher um horário. Operando com Eficiência em Diferentes Horários: Adaptar sua estratégia de acordo com o horário pode aumentar sua eficiência. Por exemplo, considere estratégias mais agressivas durante a abertura e o fechamento, e estratégias mais estáveis durante o dia. Estratégias para Horários Específicos: Abertura: Procure por gaps de abertura e reações exageradas a notícias overnight. Horário Diurno: Siga as tendências e use análises técnicas para identificar pontos de entrada e saída. Fechamento: Aproveite a volatilidade, mas esteja ciente de que os movimentos podem ser amplificados. Pós-Mercado: Seja cauteloso devido à baixa liquidez, mas aproveite para ajustar posições. Conclusão: A escolha do melhor horário para operar no mercado Nasdaq depende de vários fatores, incluindo seu estilo de negociação, tolerância ao risco e estratégia. Cada horário tem suas próprias características de volatilidade e liquidez. Ao considerar os fatores mencionados acima e adaptar suas estratégias, você pode aumentar suas chances de sucesso nas operações. Perguntas Frequentes Sobre Melhores Horários Para Operar Nasdaq Posso operar no Nasdaq durante o horário de pré-mercado? Sim, é possível operar durante o horário de pré-mercado, mas a liquidez pode ser limitada. Qual é o horário de abertura do mercado Nasdaq? O mercado Nasdaq abre às 9h30, horário do leste dos EUA. Os horários de maior volatilidade são sempre os melhores para operar? Nem sempre. Horários de alta volatilidade podem ser lucrativos, mas também envolvem maior risco. Posso usar a mesma estratégia durante todo o dia? É recomendável ajustar sua estratégia com base nas características de cada horário. O que é o horário de pós-mercado? É o período de negociação após o fechamento oficial do mercado, com menor liquidez.
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demoura · 3 months
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DIA 11 DE FEVEREIRO DE 2024: NUM DOMINGO DE. CARNAVAL CHUVOSO MEMÓRIAS SOMBRIAS DA LONDON CLINIC . MUITO ANTES DO REI CARLOS III DE INGLATERRA ,E IMPORTANTE PARA MIM ESTEVE LÁ INTERNADO MEU PAI EM 1971 COM UM CANCRO EM FASE TERMINAL . AS SONATAS DE SCHUBERT POR ANDRAS SCHIFF.: num domingo de carnaval chuvoso que interrompeu os festejos dos foliões e as máscaras que sempre detestei voltaram memórias sombrias de Inglaterra . A London Clinic está agora na ribalta por o Rei Carlos III lá ter feito recentemente intervenção à próstata e Kate Midletton uma cirurgia abdominal desconhecida . Mas o mais importante para mim na sua história foi em 1971 ter lá estado internado meu Pai (o cirurgião e professor universitário António Augusto Villas -Boas Carneiro de Moura) .Com metastases hepáticas de um cancro do cólon procurava avaliar junto de Avery Jones a hipótese de um tratamento experimental que Sir Hugh Lockart -Mummery investigava . Infelizmente não existiam já condições e meu Pai veio a falecer em Lisboa a 22 de Abril de 1971 na sua casa de S.Bernardo 116 com apenas 62 anos.
A London Clinic ,o mais famoso hospital privado do Reino Unido, foi oficialmente inaugurada pelo Rei Jorge VI e sua esposa, a rainha Elizabeth, em 1932. Ideia de um grupo de médicos de elite da Harley Street, foi "fundada nos princípios de fornecer excelência num só lugar". De facto a enfermeira até escrevia as cartas ao Pai …Todavia a última inspeção da Care Quality Commission (CQC), realizada em junho de 2021, classificou a The London Clinic como “boa” no geral….Passei muito tempo deste domingo a ouvir as sonatas de Schubert por Andras Schiff numa edição da Decca que muito prezo e esgotada há muito . O ciclo foi gravado em 1992 em Viena na Brahms-Saal do Musikverein num piano Bösendorfer. Pouco pianistas de topo serão menos exibicionistas que András Schiff. Essa atitude , tornará o seu Schubert demasiado ascético para alguns . Para mim não ;há uma profunda compreensão do pulso schubertiano : a tensão entre o rubato subtil e o que Theodor Adorno chamou de "sonambulismo". A compreensão de Schiff é revelada em toques minúsculos e delicados Schiff não é um daqueles pianistas que querem mostrar em todos os momentos a paleta muito rica que possui,. Mas o fundamental é que neste tempo de luto as sonatas de Schubert evocam-me a delicadeza, característica essencial da Maria Zaza ..
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maiomaio-blog2 · 5 months
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Sobre a FPLP e a crise de setembro
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Na edição de maio/junho de 1971, a New Left Review publica uma entrevista com Ghassan Kannafani. Além de escritor, Kannafani era, à época, editor do al-Hadaf, publicação semanal da FPLP (Frente Popular de Libertação da Palestina). 
Um ano antes, em junho de 1970, o Egito e a Jordânia aceitam o Plano Rogers, proposto pelos EUA, que procurava colocar um fim ao conflito entre as duas nações e Israel. O acordo é bastante polémico e muito mal recebido pelo povo palestiniano, que não se considera representado no documento. Com esta medida, antecipava-se o desaparecimento da resistência palestiniana, que depois da Guerra dos Seis Dias, em 1967, se refugiara em peso na Jordânia. O governo deste país, controlado pelo Rei Hussein, vinha bloqueando sucessivos ataques da Organização para a Libertação da Palestina (OLP) dirigidos a Israel. Em setembro de 1970, sob pressão, membros da OLP sequestram três aviões civis e forçam a sua aterragem na Jordânia. Para Hussein, esta é a gota de água, e inicia uma ofensiva sangrenta contra as guerrilhas palestinianas. 
Interpelado sobre o sequestro dos três aviões, Kannafani fornece o contexto social e político desta ação, procurando sempre reconduzir a conversa para o plano estratégico geral da resistência palestiniana. Mais do que uma interpretação pronta-a-usar dos acontecimentos de 7 de outubro deste ano, este testemunho reflete um momento histórico bastante particular da luta pela libertação. Na década de 70, vários grupos palestinianos, como a FPLP de Ghassan, apresentavam-se como marxistas-leninistas, reflexo da influência crescente da República Popular da China, de Cuba e do Vietname, e da desilusão recente do Nasserismo. 
Sob este quadro político, Kannafani defende que apenas “um movimento proletário em massa”, combinando a resistência palestiniana e um movimento de oposição interno em Israel, será capaz de derrubar esta cruel “situação colonial” 
Numa altura em que ensaiamos formas de solidariedade, trabalhadores do mundo inteiro organizam boicotes ao fornecimento de armas e de outros carregamentos a Israel. Perante uma comunidade internacional complacente com o genocídio em curso, este testemunho de Kannafani realça a importância de uma luta em várias frentes, “contra Israel, o Sionismo mundial, o imperialismo e os regimes reacionários árabes.” 
No mundo não-árabe, a Frente Popular é mais conhecida pelos sequestros que levou a cabo em setembro de 1970. Muitas críticas foram tecidas aos sequestros. Algumas delas de proveniência burguesa. Mas há outras duas críticas que gostava aqui de apresentar. A primeira tem surgido tanto de pessoas no interior da resistência palestiniana, como Kamel Radouan, porta-voz do Comité Central, como no exterior: os sequestros terão dado a Hussein uma desculpa para atacar a resistência numa altura em que, de outra forma, isso não aconteceria. A segunda crítica é feita sobretudo por pessoas de fora do movimento de resistência. Os sequestros terão transmitido às massas palestinianas uma falsa sensação de poder e de confiança, que estava longe da sua força organizacional e militar real. Os sequestros substituíam, por isso, a organização das massas, e eram um evento teatral que encorajava a fantasia. Isto não serve para negar que os sequestros tiveram um efeito positivo, dando-vos uma audiência mundial na televisão, perante a qual podiam explicar o propósito da resistência palestiniana. Este ponto não está em causa. Mas neste momento defende os sequestros? 
Em primeiro lugar, aprecio a sua rejeição do moralismo burguês e da obediência à lei internacional. Foram as grandes causas da nossa tragédia. Agora, gostaria de responder às suas questões. Quero falar neste tipo de operações no geral. Disse sempre que não planeamos sequestros porque adoramos Boeings 707. Fazemo-los por razões específicas, em alturas específicas e contra um inimigo específico. Seria ridículo sequestrar aviões atualmente e aterrá-los no Cairo, por exemplo, ou na Jordânia. Neste momento não teria qualquer significado. Mas é preciso analisar a situação política em que levámos a cabo estas operações, e os objetivos que queríamos alcançar. Recordemos a situação. A 23 de julho, Nasser aceitou o Plano Rogers, e uma semana mais tarde o governo jordaniano fez o mesmo. Mais uma vez, os palestinianos foram postos de lado. Se for ler a imprensa árabe e internacional entre 23 de julho e 6 de setembro, verá que o povo palestiniano estava a receber o mesmo tratamento que recebera entre 1948 e 1967. Os jornais árabes começaram por escrever sobre o quão “heroicos” são os palestinianos, mas também sobre o quão “paralisados” estavam, ou sobre como não havia qualquer esperança para estes “bravos heróis”. A moral do nosso povo na Jordânia, na Cisjordânia e em Gaza estava extremamente em baixo. Em cima disso, uma delegação da liderança do movimento de resistência palestiniano, o Comité Central do PLO, viajou para o Cairo para negociar com Nasser e com o seu governo; passaram dias e dias a discutir se deviam permitir que retomássemos as transmissões a partir do Egito, depois do encerramento da nossa rádio em meados de agosto. A delegação queixou-se então à Liga Árabe e tentou trazê-la para a discussão. Antes de 23 de julho, na imprensa árabe, a resistência palestiniana era tratada como a grande esperança do povo palestiniano; ao mesmo tempo, todos os árabes consideram que a Liga Árabe é, no mundo árabe, a mais baixa forma de política, o órgão político mais paralisado. E agora tínhamos a mais elevada forma de política a aproximar-se da “pocilga” da Liga Árabe. Isto indicou que a liquidação ameaçava a revolução, quer Hussein a esmagasse fisicamente ou não. Toda a gente – incluindo aqueles que criticavam as operações da PFLP – estava convencida de que a destruição da resistência era uma parte essencial do Plano Rogers. 
Concorda que Nasser e o regime egípcio apoiavam esta destruição? 
O regime egípcio estava um passo ao lado da participação direta nesta liquidação, já que não tinha contacto direto com os palestinianos; estava numa posição mais segura. A única forma de o regime egípcio poder ajudar Hussein era mantendo-se em silêncio: e foi o que fez, sob condição de conseguir resistir à pressão das massas árabes. Nos primeiros três dias de luta, em setembro, o governo egípcio, e todos os governos árabes, mantiveram-se em silêncio, porque pensavam que o movimento de resistência não sobreviria por mais de três dias. Mas depois foram forçados a mexer-se, porque as pessoas nas ruas do Egipto, Síria e Líbano estavam furiosas com o massacre; ainda assim, as primeiras cinco mil vítimas palestinianas tombaram em silêncio em Amman, e ninguém se queixou. 
O Plano Rogers pressupunha a liquidação do nosso movimento, uma coisa que se antecipava numa atmosfera de submissão palestiniana. Por isso, algo teria de se fazer; em primeiro lugar, dizer ao mundo que não nos poriam na prateleira uma segunda vez, e, em segundo, dizer que os dias em que os Estados Unidos e os árabes reacionários podiam mandar no nosso povo tinham chegado ao fim. Além disso, havia a questão da moral do nosso próprio povo, da capacidade de luta. Não podíamos deixar que as coisas permanecessem como estavam, com um massacre em curso, mesmo que nos tenhamos sentado calmamente nos degraus do palácio de Sua Majestade e beijado a sua mão. 
Portanto não aceita a ideia de que o próprio Hussein estivesse inseguro do que devia fazer, mas que o exército o pressionou a agir. 
Nem pensar. É uma parvoíce completa. É verdade que há ainda secções do movimento de resistência que acreditam ser possível “neutralizar” o regime jordaniano; mas não faz sentido. Quanto ao argumento de que os sequestros provocaram e aceleraram o ataque de Hussein, a resposta curta a isso é que o regime jordaniano tinha já parado ações das guerrilhas a sul do Mar Morto, bloqueado forças em direção a Eilat e evitado que as nossas unidades atacassem a barragem de Naharin, no norte da Cisjordânia. Ao mesmo tempo, o exército jordaniano colocou minas em grande parte dos pontos em que as guerrilhas atravessaram o Rio Jordão, forçando-as a ir por determinados corredores; estes corredores eram emboscadas. Enviavam-nos para a morte, seja como for. Tudo isto aconteceu antes do massacre de setembro; era outra forma de massacre. 
Por isso o verdadeiro confronto tinha lugar continuamente: proibiam-nos de exercer a nossa raison d´être. Evitavam que fizéssemos incursões contra Israel, e suprimiam as nossas atividades políticas nas cidades. Desta forma, as nossas próprias ações, incluindo os aviões, não eram provocações; eram o movimento de uma revolução procurando escapar a um círculo em que estava preso. 
Como é que a vossa ação levaria a isso? 
Todas as nossas atividades eram uma tentativa de sair da nossa situação. Por exemplo, organizámos manifestações em Amman e gritámos “abaixo Nasser” e “abaixo o Egipto”; talvez tenham sido um erro, mas eram uma de muitas formas de tentar derrubar o círculo. 
Era óbvio que Hussein iria atacar a resistência assim que aceitasse o plano Rogers. Nesse momento tiveram de fazer uma escolha: ou esperavam que ele vos atacasse, ou atacavam-no primeiro. Em qualquer dos casos, parece que nunca quiseram derrubar Hussein, e que nunca imaginaram que o poderiam fazer. O vosso objetivo não era essencialmente preservar a posição organizacional da resistência, e não era esta a ideia por detrás dos sequestros? 
Não se deve isolar os sequestros do contexto político total. Por exemplo, a al-Fatah enviou lança-mísseis para Ghor-Safi, abaixo do Mar Morto, e explodiu as fábricas de potássio. Estávamos todos a tentar escapar, para dar mais esperança às massas palestinianas e para afirmar que a batalha estava em curso. Queríamos colocar pressão sobre o governo jordaniano para que adiasse o ataque que nos dirigiria. A nossa relação com o governo jordaniano não se baseava em convicções comuns, apenas na pressão; não havia qualquer consenso com eles. Era uma questão de equilíbrio de poder. Todas as nossas ações, desde o grande erro da integração na Liga Árabe até aos próprios sequestros (que foram o exercício de pressão mais elevado), eram formas de pressão. Algumas foram mal calculadas pela negativa, outras pela positiva. Por outro lado, havia certamente indivíduos e organizações dentro da resistência que acreditavam na possibilidade de se derrubar o rei. Estavam errados. 
E nem aí acreditaram que podiam derrubar o rei esperando que ele vos atacasse? Pensava-se que as pessoas se manteriam unidas pela adoção inicial de uma posição defensiva. 
Era o nosso dilema, e estávamos em crise. A resistência, e todos os governos militares árabes, estavam numa crise que era o preço a pagar pelo plano Rogers. Se tivéssemos decidido lutar contra Hussein, poderíamos escolher o momento e o local. Mas se Hussein nos atacasse, não teríamos outra opção que não lutar no momento e no local que escolhesse 
Assim, os sequestros eram parte de uma cerâmica extramente perigosa que compunha o mapa árabe e palestiniano desde julho de 1970 até à atualidade. Nós estávamos numa encruzilhada, e tínhamos duas formas de escapar. Ou nos defendíamos até à vitória, contra Hussein, ou “perderíamos a batalha ganhando-a”, se o atacássemos. O desfecho não foi decidido apenas por nós, mas também pelo outro lado; eles tinham mais planos do que nós. Devemos lembrar-nos de que Hussein tinha de provar aos americanos que eles não precisavam de criar um estado palestiniano. Os americanos estavam a ponderar se, através de um golpe em Amman, traziam um general tipo-Suharto para substituir o Rei Hussein, o que precipitaria a criação de um estado palestiniano. Os Israelitas também discutiam esta possibilidade. Hussein queria recuperar o seu prestígio, e foi isso que fez; Nixon mudou de ideias, e os americanos acreditam novamente que Hussein é capaz de lidar com a situação. 
Quanto aos sequestros, neste ponto da revolução, a sua importância era muito mais psicológica do que militar. Agora, se estivéssemos na última fase da revolução, ou mesmo em primórdios das fases avançadas, e tivéssemos sequestrado aviões, eu seria o primeiro a denunciar este ato. Mas na fase preparatória da revolução, as operações militares têm a sua importância psicológica.
Portanto, ainda acha que estavam corretos quanto decidiram levar a cabo os sequestros? 
Acho que, de uma forma geral, estas operações foram corretas. Talvez tenhamos cometido alguns erros táticos. Talvez pudéssemos ter deixado que toda a resistência palestiniana tivesse mais responsabilidade sobre eles, e depois, caso nos pedissem para libertar os aviões duas horas mais tarde, aceder. Talvez não devêssemos ter sido tão intransigentes. Não pode imaginar o que tudo isto representou para o povo na altura. Levantou a questão sobre se os sequestros tinham criado no seio das massas palestinianas uma atmosfera que o movimento de resistência foi incapaz de absorver e organizar. Talvez tenha sido assim. Mas mesmo que isso seja verdade, lutámos durante doze dias em setembro, e, por tudo o que fizemos, obrigámos o exército jordaniano a combater a mais longa guerra da sua história. 
Em setembro, muitos comentadores acreditavam que a resistência palestiniana só poderia ganhar caso o exército jordaniano se dividisse e uma secção se juntasse à resistência, ou se um regime árabe externo – a Síria ou o Iraque – interviessem e ajudassem. Esperava que alguma destas eventualidades ocorresse?
Não acredito que nenhuma delas desse a vitória à resistência. Numa guerrilha, as condições de guerra são diferentes, e o que é importante é o objetivo de uma ação particular. O objetivo do regime jordaniano era acabar completamente com a resistência. Mas o objetivo da resistência palestiniana não era derrubar o regime jordaniano, antes colocá-lo simplesmente sob pressão. Nenhum destes dois objetivos se concretizou, por isso ninguém ganhou. Claro que, até certo ponto, tivemos de abrir mão de alguns pontos e de passar para a clandestinidade. Mas a batalha prossegue; a retirada para a atividade clandestina ou para as montanhas é apenas uma dimensão tática da regularização do equilíbrio de forças. 
Não nega que tanto a possibilidade de operações contra Israel desde a Jordânia como o espaço político-militar para manobrar a resistência dentro da Jordânia foram drasticamente reduzidos pelos eventos de setembro? Não continua a monarquia Hashemita a tentar desarmar as milícias em Amman e ganhar controlo direto dos vossos campos de refugiados e outras posições fortes? 
Eu sei. Não nego que o regime jordaniano ganhou algum terreno, e que nos forçou à retirada. Mas gostaria de destacar duas coisas, para inserir os eventos de setembro no seu contexto. Antes de setembro, o regime jordaniano conseguiu evitar quase por completo que colocássemos em marcha qualquer ataque contra Israel; isto não era uma consequência de setembro, mas um dos motivos que o precipitaram. Tínhamos de dizer às nossas pessoas que estávamos a fazer alguma coisa; não nos podíamos sentar em Amman e não fazer nada. Agora estamos nas montanhas, numa fase preparatória, e a revolução tomou uma forma mais real do que aquela que assumira quando as pessoas achavam que estava numa fase muito avançada. Sou contra dizer-se que fomos derrotados, porque, no passado, a nossa força real foi sobrestimada e agora temos uma dimensão proporcional à nossa força. Nunca tivemos espaço de manobra diante do nosso povo ou da opinião pública mundial, e alguns líderes nunca tiveram esse espaço diante dos seus próprios militantes. Levará muito tempo para restaurar o anterior equilíbrio de poder com o governo jordaniano, e continuaremos a recuar até ter uma perceção correta da nossa própria força. Há inúmeros exemplos na história de povos com espingardas a viver nas montanhas, fazendo emboscadas a camiões e a disparar sobre soldados estranhos, sem alcançar mais nada. Este é o nosso problema, e há um debate em curso dentro da resistência; de facto, a FPLP está a ser acusada de não querer render as armas das suas milícias. Na realidade, não acredito que um combatente da al-Fatah rendesse as suas armas. 
Até que ponto a Frente Popular mudou a sua estratégia desde setembro? George Habbash terá declarado em janeiro que era tempo de derrubar a monarquia Hashemita. É verdade? 
A Frente Popular insistiu sempre que temos quatro inimigos equiparáveis: Israel, o Sionismo mundial, o imperialismo mundial levado a cabo pelos EUA, e o reacionarismo árabe. Derrubar estes regimes árabes reacionários é parte da nossa estratégia, parte da libertação da Palestina. Derrubar o regime jordaniano deve ser uma parte do programa para uma FLP palestiniana. Temos de o fazer, mas não necessariamente amanhã. Insistimos sempre nesta necessidade, mas terá de fazer parte de uma linha estratégica geral. 
Passaram agora cinco meses desde os eventos de setembro. Na sua opinião, quais é que foram os seus efeitos no povo palestiniano? 
Para alguns é normal ir embora em períodos de luta árdua. As fases avançadas da luta são atrativas para as pessoas, que se juntam porque não há qualquer preço a pagar por isso. Ficam em casa, continuam a ir aos seus empregos; se alguém está a estudar na Universidade de Damasco, por exemplo, pode tirar um ano sabático e trabalhar com a resistência. Por outro lado, choques como o de setembro cristalizam a força da revolução, porque a forçaram para as montanhas. Neste momento há comandos a viver nas florestas de Ajloun, no norte da Jordânia; estão a viver em grutas, com água e comida limitadas, e munição reduzida. Nesta situação, não podemos esperar que os milhares que circundaram Amman em khaki carregando as suas Kalashnikovs vivam este tipo de vida. Nas cidades, a organização e o recrutamento são diferentes. Costumávamos ter um determinado escritório, e podíamos recrutar e treinar pessoas nos campos. Agora temos uma relação diferente com as massas: não vestimos khaki enquanto descemos a rua, não fazemos discursos nos campos. Temos de operar de forma diferente, e é exatamente aqui que um partido é necessário. Ainda que nas montanhas seja difícil, a situação é ainda mais difícil nas cidades. Muitas pessoas tinham um sentimento de pressa burguês, mas neste momento estamos numa fase de retirada. Militar e politicamente, isto não é um erro, e não é perigoso. Mas coloca problemas psicológicos, pela necessidade de manter o povo connosco. Alguns elementos da Cisjordânia reclamam neste momento um estado palestiniano. Sabemos que discutiam este plano em privado, entre si, de há três anos para cá, depois da guerra de junho, e que estavam em contacto com os israelitas, com os reacionários árabes e com os imperialistas. Só desde que o movimento de resistência foi forçado a recuar é que se atreveram a desvelar abertamente este projeto. Ao mesmo tempo, os eventos de setembro mostraram às massas na Cisjordânia o que é que significaria o regresso de Hussein, e a reação que daí resulta de um povo sob ocupação e sem uma organização devida é dizer: “Qualquer coisa, menos o Hussein outra vez”. Para a Cisjordânia, um estado palestiniano seria melhor do que ter o regime do Rei Hussein de volta. Esta é uma reação muito temporária, que resulta de um choque psicológico. 
Gaza é outra história. A resistência estava na defensiva na Cisjordânia e na Transjordânia, mas escalou de repente em Gaza de uma forma impressionante. A Frente Popular é a mais influente em Gaza, por isso agimos. Deixe-me mencionar um caso específico, o de Youssef el-Khatib Abu Dhumman. Ele era o líder das operações militares da Frente Popular em Gaza, e foi morte no início de dezembro. Durante seis dias, houve greves contínuas e manifestações em Gaza; por isso toda a gente sabia que os homens ainda estavam a lutar. Isto subiu o nível de ação em Gaza, ainda que tenha aumentado mais do que nunca as nossas baixas. 
O que é que criou a maior militância em Gaza? 
A população em Gaza é de 360,000 pessoas; a maioria são refugiados palestinianos. Em Gaza as pessoas estão familiarizadas com armas. Foram treinadas pela PLA sob administração egípcia, ao contrário da Cisjordânia. Outro fator é que o Movimento Nacionalista Árabe foi suprimido em Gaza pelos egípcios, mas nunca ao ponto do que aconteceu na Cisjordânia. Quando Gaza foi ocupada, A ANM tinha as suas fações lá; enquanto Hussein entregara a Cisjordânia “limpa” aos israelitas, como o próprio referiu – lá não havia nenhuma fação da ANM. Por isso havia uma base mínima com que começar em Gaza. Há ainda um fator psicológico: Gaza está cercada a oeste pelo mar, a sul pelo Sinai, a este pelo Neguev e a norte pelo estado israelita. Lá, os palestinianos estão psicologicamente sitiados, e habituados a dificuldades. Na Cisjordânia os contactos eram muito mais fáceis nos primeiros meses de ocupação; era mais simples enviar dinheiro, homens e armas para a área. O povo na Cisjordânia habituou-se a métodos mais simples, e não foi capaz de resistir às contramedidas isrealitas. Em Gaza eram mais duros e profissionais. Outro fator era que o regime jordaniano em Amman continuava a pagar salários a professores, detetives, trabalhadores do estado, etc; é a única forma de um regime reacionário manter a lealdade destas pessoas. Os israelitas também lhes pagavam salários. Não era verdade que a maior parte era contra a resistência, mas certamente não tinham pressa; na Faixa de Gaza o povo estava sob grande pressão. 
Gostaria agora de tecer alguns comentários mais gerais. Em todas as revoluções há uma onda inicial de entusiasmo que esmorece passado algum tempo, porque não está enraizada profundamente. Creio que a nossa primeira onda atingiu o seu pico em Karamé, em março de 1968. Depois disso, começámos a decair, porque estávamos a regressar às nossas proporções reais. Nestes períodos de retrocesso, há sempre divisões, romantizações exageradas, tendências para o individualismo e para tornar a revolução um mito, e por aí em diante. Estas são as doenças do mundo subdesenvolvido, e expressam-se num período em que ninguém está envolvido num trabalho revolucionário real, mas em que olham para nós, seja como for, como se estivéssemos a fazer uma revolução. Se a revolução não sai disto, se não realiza algo como a longa marcha de Mao, ou se não adquire mais força de fora através da libertação de um estado árabe, então as derrotas terão um efeito perigoso na moral das massas. O período de declínio não começou em setembro, começou depois de Karamé. 
Podemos agora chegar propriamente à questão de Israel? Acha que há tal coisa como uma nação israelita? O grupo Matzpen e outros dentro de Israel têm argumentado que originalmente poderá não haver uma nação judaica, mas que os imigrantes judeus que chegaram à Palestina estabeleceram lá uma nova comunidade, a que podemos chamar nação israelita. 
Essa é a solução de Maxime Rodinson. É um compromisso intelectual fantástico; significa que um grupo de colonos que ocupa uma área e que por lá fica um bocado pode justificar a sus existência dizendo que se está a tornar numa nação. 
Então não acha que os Israelitas são uma nação?
Não, não acho. É uma situação colonial. O que temos é um grupo de pessoas, trazido por várias razões, justificadas ou não justificadas, para uma área particular do mundo. Juntos, participam todos numa situação colonial, enquanto entre si há também relações de exploração. Concordo que os trabalhadores israelitas são explorados. Mas não é a primeiro vez que isto acontece. Os árabes em Espanha estavam na mesma posição. Havia classes entre os árabes em Espanha, mas a principal divisão dava-se entre os árabes em Espanha, como um todo, e o povo espanhol. 
Então vê contradições dentro da população israelita que a podem dividir no futuro, garantindo à resistência palestiniana aliados dentro da sociedade israelita? 
Claro. Mas isto não acontecerá facilmente. Antes de tudo, temos de escalar a revolução para uma fase em que esta se lhes apresente como uma alternativa, porque até agora isso não aconteceu. Não faz sentido começar a falar de uma “Palestina Democrática” a este ponto; teoricamente falando, isto estabelece uma boa base para futuros debates, mas este debate pode apenas ocorrer quando a resistência palestiniana for uma alternativa realista. 
Quer dizer que tem de ser capaz de garantir uma alternativa prática ao proletariado israelita? 
Sim. Mas neste momento é muito difícil fazer com que a classe operária israelita ouça a voz da resistência palestiniana, e há vários obstáculos. Este incluem as classes dirigentes israelitas e árabes. As classes dirigentes árabes não oferecem nem aos israelitas nem aos árabes uma perspetiva democrática. Podemos perguntar: onde é que há democracia no mundo árabe? A classe dirigente israelita é obviamente outro obstáculo. Mas há um terceiro, que é o real, ainda que pequeno, benefício que o proletariado israelita retira do seu estatuto colonial dentro de Israel. Não só é a situação dos trabalhadores israelitas colonial, como também beneficiam do facto de Israel como um todo ter sido recrutada para desempenhar um papel específico em aliança com o imperialismo. Dois tipos de movimento são necessários para quebrar estas barreiras, de forma a haver um contacto futuro entre o proletariado israelita anti-sionista e o movimento de resistência árabe. Estes seriam, por um lado, o movimento de resistência, e, por outro, um movimento de oposição dentro de Israel; mas não há ainda nenhum sinal real desta convergência, já que, ainda que exista o Matzpen, era necessário um movimento proletário em massa. 
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forexdigitalinfo · 9 months
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Se você está interessado em operar no mercado Nasdaq, sabe o quanto a escolha do horário certo pode afetar seus resultados. O mercado Nasdaq é conhecido por ser altamente volátil e influenciado por uma variedade de fatores, incluindo notícias econômicas, relatórios trimestrais das empresas e eventos globais. Neste artigo, exploraremos os diferentes horários de negociação no mercado Nasdaq e discutiremos as considerações importantes para ajudá-lo a determinar o melhor horário para operar. Introdução: O mercado Nasdaq é um dos maiores e mais renomados mercados de ações eletrônicas do mundo. Fundado em 1971, o Nasdaq se tornou uma importante plataforma de negociação para empresas de tecnologia, biotecnologia e outras indústrias inovadoras. Com sede em Nova York, o mercado Nasdaq é conhecido por sua abordagem inovadora e sua influência no setor financeiro global. O Nasdaq é um acrônimo para National Association of Securities Dealers Automated Quotations (Associação Nacional de Corretores de Títulos de Cotações Automáticas, em tradução livre). Ele foi criado como uma alternativa ao mercado de ações tradicional, com o objetivo de fornecer uma plataforma eletrônica para a negociação de ações de empresas de tecnologia emergentes. Desde então, o mercado Nasdaq se expandiu e agora inclui empresas de diversos setores. Uma das principais características do mercado Nasdaq é a sua natureza eletrônica. Diferentemente da Bolsa de Valores de Nova York, onde as negociações são realizadas em um pregão físico, o Nasdaq permite que as transações sejam feitas eletronicamente, por meio de uma rede de computadores. Isso torna o processo de negociação mais rápido e eficiente, além de facilitar o acesso a investidores de todo o mundo. Outra característica distintiva do Nasdaq é a sua ênfase em empresas de tecnologia e inovação. Muitas das maiores empresas de tecnologia do mundo, como Apple, Microsoft, Amazon e Google, estão listadas no Nasdaq. Essas empresas desempenham um papel fundamental no crescimento do mercado e atraem investidores interessados em oportunidades de investimento de longo prazo. Além disso, o mercado Nasdaq oferece uma série de índices para acompanhar o desempenho das empresas listadas. O índice Nasdaq Composite, por exemplo, é composto por mais de 3.000 ações e é frequentemente usado como um indicador do mercado de tecnologia como um todo. Outros índices, como o Nasdaq 100, incluem apenas as 100 maiores empresas listadas no Nasdaq. O mercado Nasdaq também é conhecido por sua abordagem regulatória rigorosa. As empresas listadas no Nasdaq devem atender a certos requisitos, como capitalização de mercado mínima e histórico financeiro sólido. Isso garante que os investidores tenham acesso a informações confiáveis e possam tomar decisões informadas sobre seus investimentos. Horário de Pré-Mercado (Pre-Market): O horário de pré-mercado ocorre antes da abertura oficial do mercado. Nesse período, os investidores podem fazer pedidos de compra ou venda, mas a liquidez geralmente é menor, o que pode levar a spreads mais amplos entre os preços de compra e venda. No entanto, para aqueles que buscam reagir a notícias overnight ou a eventos globais, o pré-mercado pode ser uma oportunidade. Abertura do Mercado (Market Open): A abertura do mercado é um dos momentos mais voláteis do dia. À medida que os mercados abrem, há um aumento significativo na atividade de negociação. Isso pode resultar em movimentos de preços rápidos e imprevisíveis. Se você estiver preparado para lidar com essa volatilidade e souber como identificar oportunidades, a abertura do mercado pode ser lucrativa. Horário Diurno: Durante o horário diurno, o mercado tende a ser mais estável em comparação com a abertura. No entanto, ainda pode haver flutuações significativas nos preços à medida que notícias e eventos são anunciados. Este é um período em que traders de curto prazo e investidores de longo prazo buscam oportunidades de negociação. Horário da Tarde (Afternoon):
O período da tarde geralmente vê uma diminuição temporária na atividade após o almoço. Isso pode levar a movimentos de preços menos imprevisíveis e a uma redução na volatilidade. Os traders podem aproveitar esse período para analisar as tendências do mercado e tomar decisões informadas. Fechamento do Mercado (Market Close): Assim como a abertura, o fechamento do mercado também é um período de alta volatilidade. Muitos investidores e traders estão buscando concluir suas operações antes do fechamento. Isso pode levar a movimentos acentuados nos preços. É importante estar atento a essa volatilidade se você optar por operar próximo ao fechamento do mercado. Horário de Pós-Mercado (After-Hours): O horário de pós-mercado permite que os investidores continuem negociando após o fechamento oficial do mercado. No entanto, a liquidez é ainda menor do que durante o horário regular de negociação, o que pode resultar em spreads mais amplos e movimentos de preços imprevisíveis. Fatores que Influenciam a Escolha do Horário: Ao determinar o melhor horário para operar no Nasdaq, considere os seguintes fatores: Volatilidade e Liquidez: Horários de alta atividade tendem a ser mais voláteis, enquanto horários de baixa atividade podem ter menor liquidez. Escolha um horário que corresponda ao seu apetite pelo risco e estilo de negociação. Notícias e Eventos: Anúncios de empresas, dados econômicos e eventos globais podem impactar os preços das ações. Considere operar durante horários que possibilitem reações rápidas a esses eventos. Sazonalidade e Dados Econômicos: Certos setores podem ter melhor desempenho em determinadas épocas do ano. Além disso, indicadores econômicos podem influenciar os mercados. Esteja ciente desses fatores ao escolher um horário. Operando com Eficiência em Diferentes Horários: Adaptar sua estratégia de acordo com o horário pode aumentar sua eficiência. Por exemplo, considere estratégias mais agressivas durante a abertura e o fechamento, e estratégias mais estáveis durante o dia. Estratégias para Horários Específicos: Abertura: Procure por gaps de abertura e reações exageradas a notícias overnight. Horário Diurno: Siga as tendências e use análises técnicas para identificar pontos de entrada e saída. Fechamento: Aproveite a volatilidade, mas esteja ciente de que os movimentos podem ser amplificados. Pós-Mercado: Seja cauteloso devido à baixa liquidez, mas aproveite para ajustar posições. Conclusão: A escolha do melhor horário para operar no mercado Nasdaq depende de vários fatores, incluindo seu estilo de negociação, tolerância ao risco e estratégia. Cada horário tem suas próprias características de volatilidade e liquidez. Ao considerar os fatores mencionados acima e adaptar suas estratégias, você pode aumentar suas chances de sucesso nas operações. Perguntas Frequentes Sobre Melhores Horários Para Operar Nasdaq Posso operar no Nasdaq durante o horário de pré-mercado? Sim, é possível operar durante o horário de pré-mercado, mas a liquidez pode ser limitada. Qual é o horário de abertura do mercado Nasdaq? O mercado Nasdaq abre às 9h30, horário do leste dos EUA. Os horários de maior volatilidade são sempre os melhores para operar? Nem sempre. Horários de alta volatilidade podem ser lucrativos, mas também envolvem maior risco. Posso usar a mesma estratégia durante todo o dia? É recomendável ajustar sua estratégia com base nas características de cada horário. O que é o horário de pós-mercado? É o período de negociação após o fechamento oficial do mercado, com menor liquidez.
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opcaoturismo · 1 year
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“A aposta é ter várias opções nos destinos em que nos consideramos especialistas”, afirma Tiago Encarnação (Lusanova)
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A Lusanova, fundada em 1959, é um dos mais antigos operadores turísticos portugueses, tendo iniciado a sua atividade com circuitos de viagens em autocarros pela Europa. Fernando Lourenço, atual presidente do grupo, adquiriu o operador em 1971, tendo a partir dessa data consolidado um posicionamento familiar que se mantém até aos dias de hoje, estando a gestão da empresa já na terceira geração. Durante largos anos, o negócio da Lusanova focou-se nos circuitos de autocarro pela Europa, sobretudo por serem mais acessíveis e irem ao Contudo, a crescente competitividade das tarifas aéreas contribuiu para que a empresa evoluísse na sua programação e passasse a oferecer avião com autocarro. Entretanto e porque os circuitos se tornaram mais flexíveis, com uma duração média entre 8 e 10 dias, o operador foi ‘obrigado’ a rever também a sua programação. Seguiram-se os Grandes Destinos e, hoje, a programação da Lusanova divide-se em oito segmentos: Grandes Destinos, Fly & Drive; Europa em Comboio; Circuitos Ibéricos; Circuitos Europeus; City Breaks; Praias; Portugal, incluindo Açores e Madeira. Refira-se ainda que o operador conta também com departamentos dedicados a Grupos, Cruzeiros e Corporate, e ainda uma plataforma de reserva de hotéis. A estes, junta-se também o departamento de Incoming, responsável pela promoção do destino Portugal nos mercados estrangeiros, nomeadamente: norte-americano, europeu e asiático. A internacionalização da marca surge em 1998, com a abertura da Lusanova Brasil, onde conta atualmente com três escritórios: – São Paulo, Rio de Janeiro e Recife. Neste país, o negócio começou pelos circuitos de avião com autocarro para a Europa, mas rapidamente evoluiu para a oferta de Grandes Destinos. Parte da programação é preparada em Portugal, mas a equipa local também desenvolve programação própria, ajustada às características específicas do mercado brasileiro. Esclareça-se que a Lusanova Portugal e a Lusanova Brasil são empresas independentes, embora com sócios em comum, mas não estão consolidadas enquanto grupo empresarial único. Ou seja, não existe nenhuma participação da Lusanova Portugal na Lusanova Brasil ou vice-versa. Antes de uma troca de impressões com Tiago Encarnação, diretor de Operações da Lusanova, ficámos a saber que o volume de negócios em 2022 atingiu os 21,9 milhões de euros, dos quais 15 milhões de euros correspondentes à Lusanova Portugal. Comparativamente com o ano de 2019, pré-pandemia, o volume de negócios só em Portugal atingiu os 31 milhões de euros. Nesse mesmo ano, o volume de negócio agregado foi de 43,6 milhões de euros. Opção Turismo - Gostava que me fizesse uma breve análise do que foi o ano 2022? Foi um ano de crescimento? Tiago Encarnação - O ano de 2022 foi claramente o ano da mudança. Face às expectativas iniciais o mercado respondeu muito bem e finalizamos o ano com números bastante positivos e encorajadores para 2023. Foi claramente um ano de crescimento em destinos como os Açores e a Madeira, e a manutenção dos nossos destinos ‘ancora’ no continente europeu. É claro que alguns destinos na Europa cresceram durante o ano de 2022, outros foram claramente afetados pela guerra na Ucrânia dificultando a sua venda. Nos Grandes Destinos o crescimento foi mais lento pois muitos ainda se encontravam fechados e a sair da pandemia. Opção Turismo - Comparativamente com o período pré-pandemia, o que significam esses resultados? Existe otimismo quanto a 2023? Tiago Encarnação - Para 2023 estamos otimistas. O ano começou bem, as vendas já atingiram valores de 2019, com o mês de janeiro a ter até superado o seu homólogo da pré pandemia. À data de hoje, com as perspetivas de vendas que temos até junho, estou muito otimista e se continuarmos assim, atingimos ou superamos mesmo os valores de 2019. Ainda assim, note-se que embora até junho esteja tudo muito bom, o mercado está muito instável, o que torna difícil traçar perspetivas. Ou seja, não podemos embandeirar em arco porque sendo verdade que o cliente português querer viajar, não sabemos que cenários podem ainda acontecer durante este ano, e alguns cenários podem ser muito negros. Opção Turismo - Já agora, como suportaram todo o período de pandemia? Tiago Encarnação - Durante o período de pandemia, a Lusanova, para além de apostar noutros destinos, como as praias do Indico, também aproveitou para melhorar e adaptar muitos dos nossos procedimentos internos, quer a nível tecnológico, quer ao nível dos recursos humanos, para fazer face às novas exigências do mercado. Opção Turismo - A programação da Lusanova assenta nomeadamente nos circuitos. Para este ano quais são as grandes apostas? Tiago Encarnação - Para o ano de 2023 a grande aposta é ter a maior variedade possível em opções nos destinos em que nos consideramos especialistas. Desta forma o agente de viagens, nossos parceiros neste negócio, pode sempre vender mais e melhor a preços cada vez mais competitivos. A nível de programação o destaque terá de ser a Madeira e os Açores, os nossos tradicionais Circuitos em autocarro com cada vez mais partidas garantidas. Nos Circuitos Europeus o destaque será a Turquia, Albânia, Bulgária, Grécia e Macedónia.
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Nos Grandes Destinos a aposta clara terá de ser o reforço pois este ano estão todos disponíveis depois das restrições pandémicas. Os destaques serão sem sombra de dúvida a Índia, o sudeste Asiático (Tailândia, Vietname, Camboja e Laos) e os principais destinos do continente americano. Para finalizar destacamos também as Parias Exóticas e os Safaris. Por fim, mas com especial importância para o corrente ano estão os Grupos Exclusivos, são circuitos com partidas únicas e em datas especiais. Este ano teremos 14 partidas, 5 fora do continente Europeu. Opção Turismo - Quais as razões que apontam para a preferência dos circuitos Lusanova? Tiago Encarnação - Queremos manter duas características que achamos que são fundamentais. A primeira dessas características é a de nos mantermos uma empresa 100% portuguesa e 100% familiar, o que nos dá proximidade às agências de viagens. Uma proximidade que está ligada ao serviço prestado e manifestando-se no reforço dos nossos colaboradores ao nível do back office, no aumento dos produtos com reservas online e também na resposta que a Lusanova continua a dar ao nível dos orçamentos à medida. A outra característica é a nossa vertente atlântica, com a presença em Portugal e Brasil. Esta característica dá-nos dimensão e capacidade de negociação, o que nos permite colocar no mercada português cada vez mais produtos com qualidade e a preços competitivos. Read the full article
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galeria22 · 2 years
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Compre a pintura de Antonio Peticov
Antonio Peticov é um pintor, desenhista, escultor e impressor brasileiro nascido em Assis em 1946. Ele era autodidata e sabia desde os doze anos que queria seguir carreira nas artes. E para cumprir seu objetivo, você buscou informações em livros e periódicos. Sua rigorosa pesquisa pessoal em história da arte e integração com grupos de vanguarda no final da década de 1960 são o que define seu desenvolvimento artístico. Em 1970, mudou-se para Londres para completar sua educação. Mudou-se para Milão no ano seguinte e novamente, desta vez para Nova York, antes de voltar ao Brasil em 1999. Ao longo de sua carreira, usou suas habilidades em embalagens, design e desenvolvimento de uniformes, sempre pensando na arte. Participando de inúmeras mostras, Antonio Peticov incluiu: Salão Paulista de Arte Moderna, Nova York, 1965, 66 e 6 Bienal Internacional de São Paulo, São Paulo, em 1967, 69 e 89 Camden Arts Centre, Londres, Inglaterra, 1971; Símbolo Situazione - Galeria San Fedele, Milão, Itália, 1973; National Arts Center, Nova York, Estados Unidos, 1979; 212 Galerie, Paris, França, 1983; Labirinto - Galeria GB, Rio de Janeiro, 1984; Galeria SHO, Tóquio, Japão, 1988; Tempo Antropofágico com Oswald de Andrade, instalação permanente na estação República do metrô, Toronto, 1990; Música - Museu do Cartaz, Galeria Curitiba e BANESTADO, Londonderry, 1992; A Exposição de Arte Brasileira, Hong Kong, Hong Kong, 1995; Creative Bulgarians Abroad - Galeria de Arte Moderna, Sofia, Bulgária, 1996; Libros Artistas - Instituto de Gráfica A. Oaxac, Oaxaca, México, 1998. "A arte é a transformação do ordinário em extraordinário. Não procure mais se estiver procurando por uma pintura de Antonio Peticov. Você está no lugar certo. A Galeria 22 oferece a seus clientes o melhor da arte brasileira há mais de 25 anos. Com um acervo diversificado de mais de 2.500 obras, entre pinturas, desenhos e esculturas de renomados artistas brasileiros, a Galeria 22 tem como objetivo assessorar seus clientes sobre os melhores itens, possibilidades e soluções para a aquisição de uma obra de arte, sempre garantindo autenticidade e procedência. Nosso objetivo é satisfazer as necessidades dos clientes respeitando o investimento de quem tem interesse neste setor, como colecionadores, investidores e conhecedores.
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bunkerblogwebradio · 2 years
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AUGUSTO PINOCHET
Augusto Pinochet foi um militar e ditador chileno, que ocupou o poder de 1973 a 1990, e é conhecido tanto pelas mudanças no campo econômico do Chile quanto pela pela brutalidade de seu governo.
A ditadura de Pinochet perseguiu violentamente opositores durante os anos em que Pinochet governou. O regime ficou marcado por matar por volta de 3 mil pessoas e torturar cerca de 40 mil. Vamos falar hoje sobre sua vida e os principais acontecimentos de seu governo.
FORMAÇÃO ESCOLAR E INÍCIO DA CARREIRA
Nasceu no dia 25 de novembro de 1915, em Valparaíso, no Chile. Seu pai era um militar de origem francesa, e a família era de classe média alta. Assim, estudou em boas escolas durante a infância. Aos 17 anos mudou-se para Santiago, capital chilena, para estudar na Escuela Militar del Libertador Bernardo O’Higgins.
Dois anos após sua graduação, em 1939, tornou-se oficial de infantaria. E, após cumprir uma missão no Equador, tornou-se professor de geopolítica na Academia de Guerra de Santiago. Casou-se logo em seguida, em 1943, e teve cinco filhos.
Em 1969, ganhou uma promoção para General de Brigada e tornou-se general da divisão em 1971, quando Salvador Allende já ocupava a cadeira da presidência no Chile.
PINOCHET NO GOVERNO DE SALVADOR ALLENDE
Salvador Guillermo Allende Gossens foi médico e político, além de um dos fundadores do Partido Socialista do Chile, em 1933. Elegeu-se à presidência em 1970, com o apoio da Unidade Popular, com 33% dos votos. Tratou-se de uma coalizão partidária de esquerda que reuniu diversas organizações sociais chilenas em prol de um projeto de institucionalização do socialismo por meio de vias democráticas.
Salvador Allende foi eleito presidente do Chile, em 1970
Após ser eleito, Allende nacionalizou reservas de cobre chilenas, estatizou bancos, levou adiante uma reforma agrária e propôs a realização de uma nova constituição. Seu viés ideológico era marxista, característica muito presente em seus três anos de governo. Durante o governo Allende, Pinochet ocupou uma posição de destaque no exército, e não era reconhecido como voz da oposição.
ASCENSÃO DE AUGUSTO PINOCHET AO PODER
Durante o governo de Allende, Pinochet assumiu o controle da Guarnição do Exército em Santiago, e foi nomeado como Chefe do Estado-Maior em 1973. O posto era o mais elevado do exército chileno.
Após três anos de governo, em 11 de setembro de 1973, os militares deram um em Allende do poder, sendo que Pinochet aderiu ao movimento apenas dois dias antes do ataque ao Palácio de La Moneda. Com isso, Salvador Allende cometeu suicídio antes de ser encontrado durante à invasão. Após o golpe, formou-se uma junta militar para governar, com poder rotativo entre quatro pessoas. Porém, Pinochet logo tomou o controle do país.
A REPRESSÃO DA DITADURA DE PINOCHET
Um dos primeiros atos do novo ditador foi colocar os partidos de esquerda na ilegalidade, e o restante dos partidos em recesso indefinido. Ele também se utilizou de elementos da doutrina de segurança nacional para combater seus inimigos internos. Para isso, criou uma polícia secreta, a Dirección de Inteligencia Nacional (DINA).
Durante as quase duas décadas de ditadura, houve 37.055 vítimas de tortura e prisão política, além de 3.225 casos de desaparecidos e executados. Os dados são do relatório da Comissão Valech, ou Comissão Nacional sobre Prisão Política e Tortura, produzido em 2011 para investigar as violações de direitos humanos no Chile ocorridas durante o regime.
Pinochet exercia o máximo controle sobre o que ocorria no país, chegando a afirmar que: “No Chile, uma folha não se move sem que eu saiba.”
O MILAGRE ECONÔMICO CHILENO: CHICAGO BOYS
Muito se fala também sobre as mudanças econômicas empreendidas em seu governo. Ocorre que o início do governo foi desastroso neste aspecto e, por isso, viu-se a necessidade de mudar a direção da política econômica do país. Ocorre que, além da continuidade de um regime de interferência estatal, o período foi marcado por muitas crises internacionais e pela desconfiança dos investidores internacionais após vários países darem calotes em suas dívidas.
Nesse sentido, foi escolhido um grupo de cerca de 25 economistas chilenos da Universidad Católica de Chile que tinham feito intercâmbio na Universidade de Chicago, os “chicago boys” para empreender mudanças nos rumos da economia do país. Assim, foram influenciados pelas ideias liberais e pelo pensamento de Milton Friedman, Nobel em Economia de 1976.
Algumas das atitudes tomadas por eles foram a liberação do câmbio, uma onda de privatizações e a reestruturação da previdência social no país, por meio do regime de capitalização, desonerando as contas públicas do Estado, em direção contrária aos rumos que o país tomava até aquele momento. Além disso, rompeu-se com as práticas protecionistas, reduziu-se a carga tributária e a taxa de juros foi estabilizada, incentivando a atividade produtiva e a geração de mais negócios.
Embora muito se critique o “abandono dos mais pobres” pelo estado no Chile, a renda per capita, antes de US$ 4.463 no início do século, superou os US$ 16 mil em 2016. E o percentual de pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza caiu de 45,1% em 1987 para 11,5% em 2009, condições proporcionadas pela abertura do mercado no país.
Porém, após anos de melhorias econômicas no país, hoje o Chile vive um momento de valorização do social, com um projeto constitucional em direção contrário ao livre mercado.
FIM DO GOVERNO AUGUSTO PINOCHET
A Constituição de 1980, aprovada pelo próprio Pinochet, estabeleceu que em 1989 um novo governante deveria ser eleito, o que aumentou ainda mais as pressões para a saída do ditador. Além disso, os Estados Unidos já faziam força para uma reabertura democrática nos países latinos com a Guerra Fria chegando ao fim.
A população também passou a pedir mudanças, em prol das liberdades civis e políticas. Dessa forma, não restou outra escolha para Pinochet além da legalização dos partidos políticos em 1987 e posterior convocação de um plebiscito em 1988 para decidir sobre o próximo governante. A população votou pela saída do general e elegeu Patricio Aylwin, iniciando a transição democrática.
Após a sua posse, Pinochet continuou nos principais meios de poder do país, pois era comandante e chefe do exército chileno, e tornou-se Senador Vitalício após a saída da presidência, um cargo destinado aos ex-presidentes no país.
A VINGANÇA DA ESQUERDA
Na década de 1990, passou por acusações em função da infração de direitos durante seu governo. Ele foi preso em 1998 em Londres, onde estava realizando um tratamento de saúde. Ao fim de sua vida, ele possuía diversas doenças crônicas. A prisão deu-se em função de mandado internacional de apreensão pela violação de direitos humanos protagonizada por ele.
Posteriormente foi extraditado para o Chile, tendo em vista que foi considerado incapaz mentalmente para ser julgado na Espanha, onde sua ordem de prisão foi emitida. Ele morreu em 2006 no Chile, vítima de falência cardíaca.
Após sua morte, investigações apontaram que Pinochet desviou dinheiro público e os enviou para contas em bancos nos Estados Unidos, no valor total de US$ 27 milhões. Além disso, foram encontrados indícios de seu envolvimento com tráfico de drogas produzidas pelo exército chileno.
Apesar da base que auxiliou a construir para uma maior estabilidade econômica e crescimento sustentável chileno, não se pode ignorar a barbaridade e as práticas inaceitáveis cometidas em seu governo, com destaque para os ataques às liberdades civis e políticas, composto por um grande rastro de cadáveres que ficou para trás.
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claudinei-de-jesus · 3 years
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Cesare Battisti (ativista)
Escritor e ativista italiano
 Nota: Se procura o geógrafo italiano, veja Cesare Battisti.
Cesare Battisti (Cisterna di Latina, 18 de dezembro de 1954) é um escritor italiano e ex-ativista do Proletários Armados pelo Comunismo, um grupo militante e terrorista de extrema-esquerda que cometeu atos ilegais na Itália durante o período conhecido como Anos de Chumbo. Foi condenado à prisão perpétua na Itália por quatro homicídios (dois policiais, um joalheiro e um açougueiro). Para sair de sua terra natal, ele fugiu para a França e depois para o México antes de se estabelecer no Brasil. Ele se tornou um autor de ficção, tendo escrito 15 livros.
Factos rápidos
Battisti foi inicialmente condenado a doze anos sob a responsabilidade de participar de um grupo armado e pelo assassinato de duas pessoas, sendo acusado de outros dois homicídios. Na França, recebeu proteção sob a Doutrina Mitterrand. Mais tarde, ele foi julgado à revelia com base em depoimento no julgamento de Pietro Mutti, implicando-o em quatro assassinatos, o que elevou o total de acusações contra ele para 36. Ele recebeu uma sentença de prisão perpétua, com restrição de luz solar. Após a revogação de facto da Doutrina Mitterrand em 2002, Battisti entrou no Brasil com documentos falsos para evitar uma possível extradição.
Foi preso no Rio de Janeiro em 18 de março de 2007 por policiais brasileiros e franceses. Posteriormente, o ministro da Justiça, Tarso Genro, concedeu a ele o status de refugiado político, em uma decisão polêmica que foi muito criticada na Itália, enquanto a imprensa brasileira e internacional ficou mais dividida. Em 5 de fevereiro de 2009, o Parlamento Europeu adotou uma resolução em apoio ao governo italiano e realizou um minuto de silêncio em memória às vítimas de Battisti. Em 18 de novembro de 2009, o Supremo Tribunal Federal (STF) considerou ilegal o status de refugiado e permitiu a extradição, mas também declarou que a Constituição Brasileira confere ao presidente poderes pessoais para negar a extradição se ele assim decidir. Em 31 de dezembro de 2010, no último dia efetivo de Luiz Inácio Lula da Silva como presidente, a decisão de não permitir a extradição foi oficialmente anunciada.
Battisti foi libertado em 9 de junho de 2011 da prisão depois que o STF negou o pedido da Itália para extraditá-lo. A Itália planejava então recorrer ao Tribunal Internacional de Justiça em Haia, nos Países Baixos. Em março de 2015, um juiz federal decidiu anular a decisão de conceder-lhe um visto de permanência, uma vez que isto entraria em conflito com a lei brasileira, ordenando sua deportação. Em 14 de setembro, a sexta seção do Tribunal Regional Federal da Primeira Região (com sede em Brasília) declarou a deportação de Battisti ilegal. Em 13 de dezembro de 2018, teve ordem de prisão expedida pelo ministro Luiz Fux do Supremo Tribunal Federal, tendo sido assinado no dia seguinte pelo presidente Michel Temer, o decreto de extradição de Battisti. Capturado em 13 de janeiro, na Bolívia, Cesare Battisti foi extraditado diretamente para a Itália, e enviado para uma prisão de segurança máxima na Sardenha.
Biografia
Entre 1968 e 1971, frequentou o liceu clássico e acompanhou as atividades de militância do irmão maior, Giorgio, no Partido Comunista Italiano e em sindicatos. Participou, ainda muito novo, da juventude do PCI e das agitações estudantis de 1968. Abandonou os estudos em 1971, afastando-se do PCI pouco tempo depois, para aderir, ainda durante a adolescência, à Lotta Continua (LC), movimento da esquerda extraparlamentar italiana, ativo entre 1973 e 1979. Após sair da LC e participar de alguns squats, aderiu à Autonomia Operária. Foi preso pela primeira vez em 1972, por furto, em Frascati. Em 1974 foi novamente preso e condenado a seis anos de prisão, por assalto a mão armada. Libertado em 1976, em 1977 foi preso novamente. Na prisão de Udine, conheceu Arrigo Cavallina, ideólogo dos Proletários Armados pelo Comunismo (PAC), grupo armado de extrema-esquerda, que o introduz na organização.
Battisti passou à clandestinidade, estabelecendo-se em Milão, onde começou a militar nos PAC. Fundado naquele ano, o grupo deixaria de existir em 1979. Tratava-se de uma pequena organização regional, com cerca de sessenta membros, a maior parte deles de origem operária. De orientação marxista e autonomista, diferenciava-se das Brigadas Vermelhas, não só por ser bem menor mas também por sua estrutura menos rígida e muito mais descentralizada. Os PAC nunca tiveram a expressão das Brigadas Vermelhas, que sequestraram e mataram Aldo Moro, líder democrata-cristão. Enquanto as Brigadas se estruturavam militarmente, os PAC eram um grupo fluido, sem hierarquia, que assaltava mais para garantir o sustento de seus militantes do que para incentivar a expropriação de capitalistas. PAC era mais um dos cerca de 600 grupos que, entre 1969 e 1989, reivindicaram ações subversivas na Itália. Só em 1979, quando os PAC fizeram três vítimas fatais, mais de duzentos grupos de extrema-esquerda praticaram atentados na Itália.
Quatro assassinatos foram perpetrados pelo seu grupo: o de Antonio Santoro, um agente penitenciário, morto em Údine, a 6 de junho de 1978, sob a alegação de maltratar prisioneiros; o de Pierluigi Torregiani, morto em Milão, em 16 de fevereiro de 1979; o de Lino Sabadin, morto em Veneza, no mesmo no dia, sob a alegação de ser simpatizante do fascismo; e, finalmente, o de Andrea Campagna, agente policial que havia participado das primeiras prisões no caso Torregiani, morto em Milão (19 de abril de 1979). Torregiani e Sabbadin foram mortos quando reagiram a assaltos de que foram vítimas. O filho de Torregiani, à época com treze anos, também foi ferido no episódio e ficou paraplégico. O filho de Torregiani considera que Battisti é o principal responsável pelo incidente e que deve cumprir a pena a que foi sentenciado. Em declaração à agência ANSA, disse "Não se trata de nada pessoal com respeito a Cesare Battisti, mas sim de que todos entendam que os criminosos devem, mais cedo ou mais tarde, pagar por crimes tão graves".
Posteriormente, em seu livro Minha Fuga Sem Fim, Cesare Battisti declarou que abandonou os meios violentos de luta política desde o sequestro e posterior assassinato do ex-primeiro-ministro Aldo Moro, ocorrido em maio de 1978, pelas Brigadas Vermelhas. Relata que, desde então, as organizações de esquerda se apavoraram diante da violenta repressão que se seguiu à morte do expoente da democrata-cristão, e mergulharam na discussão sobre a continuidade da luta armada. Também os PAC refluíram, mas, sendo uma organização excessivamente descentralizada, um dos núcleos do grupo reivindicou o assassinato do comandante da prisão, no verão de 1978. Foi quando Battisti rompeu com a organização. "Juntamente com parte dos militantes de primeira hora, naquele momento decidi virar a página e renunciar definitivamente à luta armada", diz, no livro. Assim, segundo afirma, quando ocorreram os outros três assassinatos pelos quais foi condenado, ele nem sequer seria militante dos PAC.
Primeiro julgamento e fuga
De todo modo, Cesare Battisti acabou sendo preso na Itália, em junho de 1979. Neste primeiro processo, não lhe foi atribuída qualquer relação com a morte do comandante da prisão. Foi sentenciado a doze anos de prisão, sob acusação de participação em grupo armado, assalto e receptação de armas.
Foi dessa época também a lei de delação premiada, que fez proliferar os pentiti (arrependidos).
Battisti conseguiu fugir da prisão de Frosinone, em 4 de outubro de 1981, com a ajuda de Pietro Mutti, o futuro "arrependido", que lhe imputaria participação central nos crimes e delitos atribuídos aos PAC.
Foi para a França e, durante cerca de um ano, viveu clandestinamente, em Paris, onde conheceu sua futura esposa. Mudou-se para o México, instalando-se em Puerto Escondido. No México nasceu sua primeira filha. Ali também escreveu o seu primeiro livro, atuou na área cultural, fundando a revista ViaLibre, que ainda existe em versão eletrônica, e dedicou-se a atividades literárias. Participou do Festival do Livro, em Manágua, e organizou a primeira Bienal de Artes Gráficas do México. Ali começou a escrever, estimulado pelo romancista Paco Ignacio Taibo II, e colaborou com vários jornais.
Retorno para a França
O presidente francês François Mitterrand indicou, em 21 de abril de 1985, no 65º Congresso da Ligue des Droits de l'Homme, que "pessoas envolvidas em atividades terroristas na Itália até 1981 e que tivessem abandonado a violência" poderiam optar pela não extradição para a Itália, caso não praticassem mais crimes.
Acreditando nesta declaração, Battisti retornou para a França em 1990, onde já estavam a esposa e a filha, mas acabaria sendo preso, em razão de um pedido de extradição da justiça italiana, em 1991. Permaneceu na prisão de Fresnes por quatro meses, antes de ter sua extradição negada, em abril de 1991, pela Câmara de Acusação de Paris (Chambre d'accusation de Paris) que o declara, por duas vezes, não extraditável.
Libertado, continua a viver em Paris, com a esposa e, agora, duas filhas, trabalhando como escritor e tradutor, amparado pela chamada "Doutrina Mitterrand" (do então presidente socialista François Mitterrand), segundo a qual nenhum acusado que abdicasse da violência seria extraditado, caso não houvesse, no país de origem, garantia de amplo direito de defesa.
Já no governo Chirac, com a mudança de orientação política, também a justiça francesa modifica sua posição e, depois de quase vinte anos, em outubro de 2004, a França concede a extradição de Battisti - já então um escritor conhecido. A mudança de atitude do governo francês provoca reações da opinião pública do país e o surgimento de um movimento de apoio ao escritor. Na iminência de ser extraditado, Cesare Battisti foge novamente - segundo ele, com a ajuda de membros do serviço secreto francês, que lhe teriam sugerido o Brasil como destino, além de lhe fornecerem um passaporte italiano, com sua foto e dados pessoais. Battisti conta que saiu da França de carro para a Espanha e, de lá, para Portugal, onde embarcou para a Ilha da Madeira e, em seguida, para as Ilhas Canárias e, finalmente, para Fortaleza, via Cabo Verde.
Segundo julgamento
Depois de quase dez anos do trânsito em julgado, o processo contra Battisti é reaberto na Itália, sendo o mais forte elemento da acusação o depoimento do preso "arrependido" - Pietro Mutti.
Com a morte do carcereiro Santoro, à época da primeira fuga de Cesare Battisti, Pietro Mutti - também ex-integrante dos PAC - opta pela delação premiada e atribui os quatro assassinatos a Battisti, que, foragido, foi julgado à revelia e condenado à prisão perpétua pelos crimes de homicídio e roubo. De acordo com a Justiça italiana e alguns analistas, mesmo julgado como revel, Battisti teve amplo direito de defesa e a sentença foi baseada no testemunho de diversas pessoas.
Em 1987, ainda enquanto estava no México, foi novamente julgado na Itália, à revelia, por estar foragido. É então considerado culpado pela autoria direta ou indireta dos assassinatos de Antonio Santoro, Lino Sabbadin, Andrea Campagna e Pierluigi Torregiani, e condenado à prisão perpétua. De acordo com a justiça italiana, foi dado a Battisti amplo direito de defesa e a sentença foi baseada no testemunho de diversas pessoas. No entanto, seus advogados, inclusive os franceses, alegam que o julgamento teria sido viciado, com manipulação da delação premiada e falsificação da procuração passada ao advogado que o defendeu (nomeado após a prisão dos advogados que inicialmente cuidavam do caso). Os advogados também consideram que houve falhas na produção de provas técnicas. Nos anos posteriores, as Cortes italianas negariam um novo julgamento ao condenado.
Nesse segundo julgamento, as delações premiadas dos ex-militantes do PAC Pietro Mutti e Sante Fatone foram decisivas para a condenação à prisão perpétua aplicada a Battisti. Conforme a própria sentença do Tribunal do Júri de Milão de 1988, "as declarações dadas por Pietro Mutti a partir de 5 de fevereiro de 1982 determinam uma reviravolta radical nas investigações e levam à incriminação dos atuais imputados [Battisti e outros membros do PAC]".
Dois dos quatro assassinatos ocorreram em 16 de fevereiro de 1979 - sendo um em Milão, às 15 horas, e o outro em Mestre, a quinhentos quilômetros de Milão, às 16h50. Battisti foi condenado pela participação direta em um dos homicídios e como mandante intelectual do outro.
A sentença proferida em seu julgamento, e também pelo Primeiro Tribunal do Júri de Apelação de Milão em 1988, qualificam todos os tipos penais em que teria incorrido Battisti como integrantes de "um só projeto criminoso, instigado publicamente para a prática dos crimes de associação subversiva constituída em quadrilha armada, de insurreição armada contra os poderes do Estado, de guerra civil e de qualquer maneira, por terem feito propaganda no território nacional para a subversão violenta do sistema econômico e social do próprio País".
Battisti declarou numa entrevista que Mutti teria sido coagido a dar seu testemunho através de torturas, que segundo ele faziam parte do cotidiano da Itália naquela época. Cesare Battisti foi condenado, em 1987, com base em uma legislação de emergência, reservada aos processos contra militantes da extrema esquerda. Essas chamadas leis especiais de 1974-1982 suspendiam alguns direitos. Durante a instrução do processo do homicídio Torreggiani, por exemplo, treze indiciados denunciaram ter sofrido torturas e muitas confissões foram retratadas posteriormente. A propósito da legislação de exceção vigente nos anos 1970, o jurista italiano Italo Mereu escreve, no prefácio da segunda edição do seu livro Storia dell'intolleranza in Europa: "Queria documentar o quanto era equívoco fingir salvar o Estado de Direito, transformando-o em Estado policial".
Setores da extrema esquerda, especialmente na França e no Brasil, questionam a neutralidade do julgamento e a extradição concedida pelo governo francês, lembrando que o condenado já havia comparecido a uma jurisdição francesa, a Chambre d'accusation de Paris, em 1991. Naquela ocasião, a Corte, por duas vezes, se manifestara contra a extradição de Battisti. Ao julgar pela segunda vez o mesmo caso, atendendo às pressões do governo italiano, a justiça francesa teria violado um princípio do direito, segundo o qual não se pode julgar mais de uma vez a mesma pessoa pelo mesmo fato.
Os advogados de Battisti no Brasil afirmam também que não houve provas materiais, além do depoimento de uma testemunha que supostamente se aproveitava dos benefícios da delação premiada. Alegam ainda que Battisti foi condenado à prisão perpétua na Itália, com isolamento solar - pena que não existe no Brasil - e que o advogado que o defendeu, quando o caso foi reinaugurado, utilizou-se de procuração falsa. Acrescentam também que os delitos imputados a Battisti no pedido de extradição, são frutos de ação política, e que a Constituição Brasileira, bem como a jurisprudência e o tratado de extradição entre Brasil e Itália, impedem a extradição por crimes políticos.
Para o governo francês, a condenação à prisão perpétua em contumácia, sem possibilidade de um novo julgamento - o que contraria a legislação francesa - foi motivo para negar por mais de uma vez a extradição de Battisti, assim como a de vários outros italianos acusados de crimes políticos.
Refúgio no Brasil
Em 18 de março de 2007, foi detido no Rio de Janeiro, durante uma operação conjunta que envolveu a Interpol e as polícias brasileira, italiana e francesa. Em 28 de novembro de 2008 o Comitê Nacional para os Refugiados (CONARE), órgão responsável por julgar casos de asilo em primeira instância, rejeitou, por três votos a dois, seu pedido de refúgio no Brasil.
Em dezembro de 2008, a defesa de Cesare Battisti recorreu ao Ministro da Justiça, Tarso Genro, conforme orienta o artigo 29 da Lei 9 474/97.
A resposta ao recurso foi publicada em janeiro de 2009, num arrazoado de treze laudas, sendo favorável à concessão do status de refugiado político ao ex-terrorista. A decisão gerou controvérsia, que ocupou os meios de comunicação internacionais, particularmente dos três países diretamente envolvidos no caso - Brasil, França e Itália.
A decisão do ministro baseou-se na tese de "fundado temor de perseguição por suas ideias políticas", argumento indispensável para reconhecer a condição de refugiado político, como prevê o artigo 1º da mesma lei.
Concessão do refúgio
Em seu despacho, Tarso Genro citou obras de teoria política segundo as quais é normal e previsível que, em momentos de extrema tensão social e política, haja uma reação legítima por parte do Estado democrático para garantir sua autopreservação; e que também é normal e previsível que comecem a funcionar aparatos semiclandestinos ou paralelos ao Estado, com a colaboração ou conivência dos órgãos de serviço secreto, que se autoinvestem da função de legítimos justiceiros, sendo estes, em última análise, tão perigosos para o Estado Democrático quando os que tentam subvertê-lo por meio da violência. Segundo Tarso, nesses casos, a judicialização da política, paradoxalmente, atinge as garantias democráticas sem que o regime democrático seja colocado em dúvida.
Segundo o despacho, no caso da Itália, as possibilidades para que os abusos ocorressem estavam dadas pelo próprio ordenamento jurídico forjado nos anos de chumbo, conforme análise de Mucchielli, sobre o artigo 41-bis. Segundo o autor, "a magistratura italiana foi então dotada de todo um arsenal de poderes de polícia e de leis de exceção: a invenção de novos delitos como a associação criminal terrorista e de subversão da ordem constitucional veio se somar e redobrar as numerosas infrações já existentes – associação subversiva, quadrilha armada, insurreição armada contra os poderes do Estado etc." E que conclui dizendo que "esta dilatação da qualificação penal dos fatos garantia toda uma estratégia de arrastão judiciário a permitir o encarceramento com base em simples hipóteses, e isto para detenções preventivas, permitidas pelo decreto-lei de 15 de setembro de 1979, por uma duração máxima de 10 anos e 8 meses."
A respeito da definição de crime político, baseou-se no entendimento de Francisco Rezek: "no domínio da criminalidade comum … os estados se ajudam mutuamente, e a extradição é um dos instrumentos desse esforço cooperativo. Tal regra não vale no caso da criminalidade política, onde o objetivo da afronta não é um bem jurídico universalmente reconhecido, mas uma forma de autoridade assentada sobre ideologia ou metodologia capaz de suscitar confronto além dos limites da oposição regular num Estado democrático" e sobre a juridicidade da concessão de refúgio, no entendimento do mesmo jurista: "A qualificação de tais indivíduos como refugiados, isto é, pessoas que não são criminosos comuns, é ato soberano do Estado que concede o asilo. Cabe somente a ele a qualificação. É com ela que terá início ou não o asilo".
O ministro da Justiça ressaltou também o fato de que Battisti foi condenado pelo testemunho de um ex-companheiro dos PAC, Pietro Mutti, premiado pela delação. Tais alegações de Genro foram peremptoriamente negadas por autoridades italianas. Por último, mencionou que Battisti viveu mais de uma década na França como zelador de um prédio, tendo recebido da França o que chamou de "asilo informal"; que tal asilo teria sido dado por motivos políticos e revogado também por motivos políticos e que, portanto, a seu ver, haveria suficientes fatores objetivos e subjetivos para concluir que havia fundado temor de perseguição.
O então ministro dos Negócios Estrangeiros da Itália, Franco Frattini, disse que a decisão Genro foi emitida "por um ministro da Justiça que tem uma visão ideológica e política muito evidente, de aberto apoio às ideias de guerrilha". Tarso, que nunca participou de luta armada, disse que seu passado de oposição à ditadura não influenciou sua decisão: "se pesasse o meu passado político eu não daria o refúgio. Meu passado político não está vinculado a nenhum tipo de aceitação de ações da natureza das ações que são imputadas ao senhor Battisti. Se pesasse, ele determinaria a não concessão do refúgio". Lembrou que o Brasil asilou o ex-ditador paraguaio Alfredo Stroessner, e completou: "a decisão do Ministério da Justiça não está fazendo nada de mais do que já houve em relação a esse cidadão durante onze anos na França. O Brasil não está fazendo nada de novo ao reconhecê-lo como refugiado".
Reação da Itália
Com sua argumentação em favor do refúgio político, o ministro brasileiro causou a irritação das autoridades italianas, segundo as quais Tarso Genro coloca em dúvida a democracia italiana e a lisura de seus mecanismos judiciais.
As ameaças italianas foram das mais variadas - desde o cancelamento de uma partida de futebol amistosa entre Brasil e Itália, até o "boicote turístico" ao Brasil, proposto pelo senador Sergio Divina, da Liga Norte, entremeadas por alusões feitas por um deputado, também da Liga Norte, acerca da fama dos juristas do Brasil, comparada à das "dançarinas" (sic) brasileiras. Embora os italianos sejam um dos mais numerosos grupos de turistas que visitam o Brasil, notadamente a região Nordeste, a ameaça de boicote turístico não provocou reações significativas por parte de empresários do setor. Também não foram registradas manifestações, seja por parte das dançarinas, seja por parte dos juristas brasileiros.
A Associação Italiana das Vítimas do Terrorismo (AIVITER) condenou o refúgio concedido a Battisti. Realizaram-se protestos diante da embaixada brasileira. A Itália pediu explicações ao embaixador brasileiro, Adhemar Bahadian, e chamou seu embaixador em Brasília, Michele Valensise, para consultas, fatos que ilustram uma possível tensão diplomática gerada pelo episódio.
A Câmara dos Deputados da Itália aprovou em 26 de fevereiro, por unanimidade dos 413 votos, uma moção que cobrava a intervenção do governo italiano para obter do Brasil a revogação do refúgio. O Partido Democrático, principal partido de centro-esquerda italiano, favorável à extradição, condenou o refúgio.
No governo brasileiro, o Ministério das Relações Exteriores apoiou a decisão de Tarso Genro e reiterou a manifestação de confiança de Lula na carta enviada ao presidente italiano.
Corte Internacional de Haia
O ministro italiano das Relações Exteriores, Franco Frattini, informou que se encerraria no dia 15 de setembro de 2011 o prazo para a formação da Comissão de Conciliação sobre o caso do italiano Cesare Battisti. Frattini explicou que se o Brasil não indicasse o seu representante, a Itália levaria o caso à Corte de Haia.
Repercussão na imprensa
A grande imprensa da Itália se manifestou em peso contra a decisão do governo brasileiro.
No Brasil, os vários órgãos da grande imprensa se manifestaram contra a decisão do governo. A Folha de S.Paulo, entretanto, em matéria assinada por Eliane Cantanhede e Simone Iglesias, informou que o veto do Conare à concessão de asilo fora influenciado pela representante do Itamaraty, a qual "considerou a pressão da Itália pela extradição".
A revista Veja, na edição de 21 de janeiro de 2009, na seção "Carta ao Leitor", levantou a hipótese de Tarso Genro estar certo, mas, já na edição seguinte, publicou "O que ainda não se sabia sobre ele" e concluiu dizendo que a decisão ministerial fora um erro e um desrespeito às instituições democráticas italianas.
Mino Carta, editor da revista Carta Capital, criticou duramente a decisão do Ministério da Justiça.
A edição brasileira do Le Monde diplomatique, tradicional periódico de origem francesa, apoiou o refúgio a Cesare Battisti e criticou duramente o ítalo-brasileiro Mino Carta, dizendo que o artigo fere a tradição da revista que o publica e que, como texto jornalístico, é desinformado e omisso.
O influente semanário britânico The Economist, igualmente se manifestou contra a decisão do ministro Tarso Genro, recordando o caso de Ronald Biggs, notório assaltante britânico que obteve asilo no Brasil por ter tido um filho brasileiro. O jornal acusa o ministro brasileiro e outros membros do governo, de serem solidários a Battisti por também serem ex-militantes da extrema esquerda.
Já no jornal brasileiro Valor Econômico, matéria assinada por Maria Inês Nassif sustentava que "Tarso certamente não cometeu nenhuma heresia ao conceder a Battisti o status de refugiado político" e que as múltiplas contradições e inconsistências existentes no processo que levou à condenação de Battisti, podem "expor a falta de legitimidade de ações policiais e judiciais desse período difícil da Itália" - gli anni di piombo. Segundo ela, ele foi o único dos PAC a ser condenado à prisão perpétua. O jornalista Reinaldo Azevedo, por sua vez, criticou a articulista por ter usado a autobiografia de Cesare Battisti como uma das fontes da matéria e por conceder o epíteto de cavaleiro errante a um condenado por quatro assassinatos.
Já o semanário francês Le Journal du Dimanche, em matéria denominada "Brasil, terra de asilo", comenta que "Tarso Genro aparentemente foi sensível aos argumentos do ex-ativista italiano", que havia declarado, durante entrevista a um semanário brasileiro, que temia por sua vida, caso voltasse à Itália. De resto, o jornal francês publicou uma pequena retrospectiva do caso, desde o pedido de extradição da Itália para a França, o apoio dado a Battisti por intelectuais e políticos franceses, a fuga do italiano em agosto de 2004, quando sua extradição era dada como certa, e finalmente a prisão no Brasil, em março de 2007, "onde em breve deverá, finalmente, ser capaz de viver em liberdade".
O Le Monde, por sua vez, deu espaço aos diferentes pontos de vista sobre o caso. Logo após o governo brasileiro ter negado a extradição, o jornal publicou as manifestações de desagrado, em seus vários tons, registradas na Itália - desde o bombástico L'Italia non si arrende, de Silvio Berlusconi, em seguida de declarações do seu ministro da Defesa, que ameaçou boicotar o Brasil, até as críticas de parlamentares italianos de todas as tendências, incluindo alguns desaforos dirigidos ao então presidente Lula, pessoalmente, e os protestos das famílias das vítimas e da Associação Nacional dos Funcionários da Polícia. O jornal também registrou as reações de aprovação à decisão do presidente Lula, sendo observadas na França, por parte de integrantes do movimento que apoiavam Battisti. Segundo enquete do Estado de São Paulo, 74% dos brasileiros apoiaram a permanência dele no Brasil.
Argumentos a favor da extradição
Setores favoráveis à extradição acreditavam que Battisti seria culpado dos crimes que lhe eram imputados, e que a democracia italiana tenha sido capaz de julgá-lo com a conveniente neutralidade, conforme reconheceram o governo da França, o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos e o CONARE.
Em carta entregue à agência ANSA, dois ex-companheiros de Battisti, Sebastiano Masala, Giuseppe Memeo e a viúva de um terceiro, Gabriele Grimaldi, todos condenados pelos mesmos quatro homicídios que valeram a Battisti a condenação à prisão perpétua - classificam como "infames" as acusações de serem "arrependidos". "Fomos condenados e pagamos pelos acontecimentos dramáticos nos quais estivemos envolvidos há trinta anos. Não negociamos nossa liberdade em detrimento dos outros. Consideramos abjeto o fato de Battisti nos tratar de 'arrependidos'", declararam os dois ex-integrantes do Proletários Armados para o Comunismo. Um quarto homem, um "arrependido" - que foi beneficiado com uma redução da pena em troca da colaboração com a justiça - não assinou a carta.
Especula-se também que, em sua recente visita ao Brasil, o presidente francês Nicolas Sarkozy tenha solicitado ao presidente Lula a concessão de refúgio a Battisti, aventando-se [quem?] a possibilidade de que a posição do governo francês quanto ao caso tenha sido modificada por influência da primeira-dama, Carla Bruni, italiana de nascimento. Esta, porém, desmente tudo, dizendo-se "surpresa" pelo crescimento de tal boato.
O Tribunal Europeu dos Direitos Humanos declarou, por unanimidade, em uma decisão de 12 de dezembro de 2006, que as decisões na Itália sobre Battisti foram feitas em estrita conformidade com os princípios do devido processo.
Em 5 de fevereiro de 2009, o Parlamento Europeu aprovou resolução de apoio à Itália e realizou um minuto de silêncio, por sugestão da deputada Roberta Angelilli, do Partido Popular Europeu (Democratas-Cristãos), pelas vítimas dos assassinatos.
Em 20 de Janeiro de 2011 o Parlamento Europeu aprovou uma nova resolução (com um voto contra) para solicitar a intervenção da União Europeia para apoiar o pedido de extradição na Itália de Cesare Battisti
Argumentos a favor do refúgio político
Julgamento sobre o caso Battisti no Supremo Tribunal Federal.
Já os defensores da decisão do governo argumentavam que - à diferença da legislação francesa, por exemplo - na Itália, Battisti não teria direito a novo julgamento, mesmo tendo sido condenado à prisão perpétua, à revelia, com a ajuda da delação premiada, e apesar das alegadas falhas técnicas no processo. Afirmavam haver uso político do caso, por setores interessados na manutenção de uma legislação excessivamente dura, concebida no auge da ação de grupos armados, que ameaçavam a ordem social e política na Itália - isto é, havia mais de vinte anos. Destacavam também que o governo italiano julgou crimes claramente políticos como crimes comuns, numa suposta manobra para dar base jurídica a pedidos de extradição. Esta tese foi atestada pelo próprio ministro do Interior italiano daquela época, Francesco Cossiga, em carta datada de fevereiro de 2008. Na carta, Cossiga declara que havia, na ocasião, um acordo para "fazer passar os subversivos de esquerda e os subversivos de direita como simples terroristas, ou absolutamente como criminosos comuns". Finalmente, sustentavam, com base na conduta de Battisti nos países onde viveu desde que deixou a Itália, que o escritor não seria um perigo para a sociedade.
A decisão do Ministério da Justiça foi defendida pelo jurista Dalmo Dallari, professor emérito da Universidade de São Paulo. Eduardo Carvalho Tess Filho, presidente da Comissão de Direito Internacional da Ordem dos Advogados do Brasil e Durval de Noronha Goyos Júnior, especialista em Direito Internacional, afirmaram, sem entrar no mérito do caso de Cesare Battisti, que o governo brasileiro tem a prerrogativa de oferecer refúgio em casos análogos.[carece de fontes?]
Da mesma forma, isto é, sem entrar no mérito do caso, o constitucionalista brasileiro José Afonso da Silva, em parecer datado de 3 de abril de 2009, aprovado pela Comissão de Estudos Constitucionais do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, concluiu que a decisão do ministro da Justiça, Tarso Genro, de conceder a condição de refugiado a Cesare Battisti foi constitucionalmente legítima, sendo "um ato da soberania do Estado brasileiro" . Segundo o jurista, "nos termos do art. 33 da lei 9 474, de 1997, fica obstada a concessão da extradição, o que implica, de um lado, impedir que o Supremo Tribunal Federal defira o pedido em tramitação perante ele, assim como a entrega do extraditando ao Estado requerente, mesmo que o Supremo Tribunal Federal, apesar da vedação legal, entenda deferir o pedido".
O deputado federal Pompeo de Mattos (PDT-RS), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, afirmou que "ao conceder refúgio político a Cesare Battisti no Brasil, o Estado brasileiro age em inequívoca consonância com nossa Carta Magna, que veda a extradição motivada por crimes políticos e estatui que, neste país não haverá penas de morte ou de caráter perpétuo".
O então senador Eduardo Suplicy, um dos defensores de Cesare Battisti, entregou pessoalmente ao STF uma carta do italiano, na qual o ex-militante reconhece ter participado de movimentos armados subversivos na década de 1970 e admite, inclusive, a participação regular em roubos de bancos; nega, contudo, qualquer participação ativa nos homicídios pelos quais foi condenado.
O Ministério da Justiça recebeu um documento com 89 assinaturas de professores universitários, escritores, representantes de organizações não governamentais de defesa dos direitos humanos, manifestando apoio à sua decisão.
Na França, o movimento de solidariedade a Battisti existia desde 2004, quando foi feito o segundo pedido de extradição - atendido - às autoridades francesas. A iniciativa contou com a adesão de vários intelectuais e personalidades do mundo das artes e da política do país, dentre os quais, Bernard-Henri Lévy (autor do prefácio ao último livro de Battisti, Ma Cavale) e os escritores Serge Quadruppani e Daniel Pennac. Cesare Battisti recebeu o apoio, inclusive econômico, da escritora francesa Fred Vargas, autora do livro La Vérité sur Cesare Battisti ("A verdade sobre Cesare Battisti"). No dia em que ele foi preso no Rio de Janeiro, seu telefonema para a casa de Vargas, em Paris, teria sido rastreado pela polícia brasileira.
A publicação Amnistia.net afirmou também que as enormes pressões exercidas pela Itália no caso Battisti não se verificavam quando se tratava de procurar ex-militantes [necessário esclarecer] da extrema-direita italiana - intimamente ligada às agências do estado, segundo a publicação.
O caso de Cesare Battisti também foi motivo de preocupação nas Nações Unidas. O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) enviou documento ao Supremo Tribunal Federal, alertando que caso Battisti poderia incentivar reabertura de antigos processos de extradição em outros países, caso o Brasil descumpra a regra prevista na Convenção da ONU de 1951, que impede a extradição de refugiados. Temia-se que a instituição do refúgio fosse debilitada. "O ACNUR previu que a decisão que viesse a ser tomada neste caso pudesse influenciar a maneira pela qual as autoridades de outros países aplicarem a definição de "refugiado" e lidassem com casos de extradição envolvendo refugiados reconhecidos formalmente," disse o representante do órgão no Brasil, Javier López-Cifuentes, em documento encaminhado aos ministros do STF.
O alerta partiu inicialmente do Comitê Nacional para os Refugiados (Conare), órgão do Ministério da Justiça. Em documento encaminhado aos ministros do Supremo, o Conare diz que uma decisão do Supremo poderia estimular outros países a recorrer ao Poder Judiciário para pedir a extradição de outros refugiados. O Conselho avaliou que o STF não tinha competência para julgar se esses refugiados sofreriam perseguição política ou motivada por fatores raciais, étnicos ou religiosos, em seus países. Caberia aos ministros do Supremo analisar apenas as questões técnicas legais - não os fatos que levaram à concessão do refúgio. Os países não apelam às Cortes Supremas porque a lei impede a entrega de refugiados e determina que processos de extradição sejam arquivados quando existe a concessão do refúgio pelo Poder Executivo. Também Segundo um ex primeiro ministro italiano, um juiz italiano e um ex-chefe da espionagem italiana admitiram que a OTAN com apoio da CIA e do Pentágono faziam atentados na Itália contra civis para culpar os comunistas.
O artigo 41 bis
O Comitê Europeu para a Prevenção da Tortura (CPT), em relatório acerca dos regimes de detenção especiais vigentes na União Europeia, assinalou a extrema dureza do regime especial vigente na República Italiana, referindo-se especificamente ao chamado artigo 41-bis O CPT levantou problemas de conformidade com os Direitos do Homem, lembrando que o Tribunal Europeu dos Direitos do Homem já havia condenado o regime de detenção especial da Itália, por violação do artigo 6 da Convenção Europeia dos Direitos Humanos. A legislação italiana não contempla a possibilidade de recurso para obter a revisão da condenação sob um tal regime. Sobre medidas especiais de detenção vigentes na Itália, a rede de peritos independentes da União Europeia para questões de Direitos do Homem também já se havia manifestado em seu relatório de 2002. Segundo o documento, "dado que o regime excepcional compreende [...] medidas que não apresentam qualquer relação com o objetivo da segurança, é lícito questionar-se a sua compatibilidade com a abordagem preconizada pelo Comitê para a Prevenção da Tortura."
Segundo Patrizio Gonella, presidente da organização Antigone, atuante na defesa de direitos e garantias no âmbito do sistema penal europeu, a Itália ficou famosa no exterior por sua legislação de emergência, imposta desde os anni di piombo (período compreendido entre o pós-1968 e o início da década de 1980). Segundo ele, "as penas durante os anos de chumbo eram desproporcionais. A Itália tinha e tem uma legislação de emergência que a tornou tristemente célebre no exterior. Uma pena aplicada 30 anos depois do fato torna-se vingança." Segundo Gonella, até mesmo a juíza federal norte-americana D.D. Sitgraves, tida como linha dura, considerava que o regime de cárcere duro - instituído pelo artigo 41 bis e aplicado aos acusados de terrorismo - estivesse "no limite da tortura". A juíza Sitgraves, que atuou no julgamento de casos de deportação, notabilizou-se por ser, estatisticamente, bem mais severa do que seus pares, no julgamento de casos de imigração ilegal - mesmo considerando-se o baixo padrão geral de tolerância vigente durante a administração Bush, pós-11 de Setembro.
Tentativa de extradição
Ficheiro:Battisti Nov 2009 4.jpgBattisti na penitenciária da Papuda, em Brasília, durante visita de um grupo de parlamentares das comissões de Direitos Humanos do Senado e da Câmara dos Deputados.
O parecer do Ministério Público Federal sobre o caso chegou ao Supremo em janeiro. Nele, o então procurador-geral da República, Antonio Fernando Souza, opinou pelo arquivamento do pedido de extradição, sem julgamento de mérito, em razão do artigo 33 da Lei 9 474/97.
Em maio, Antonio Fernando de Sousa já havia encaminhado parecer ao STF reiterando a recomendação de que fosse extinto o processo de extradição contra Cesare Battisti, sem julgamento de mérito, e que o preso fosse libertado. De acordo com o procurador-geral, a concessão do status de refugiado a Battisti impediria o prosseguimento da extradição, conforme decisões anteriores do próprio STF. Ademais, Sousa esperava que o STF julgasse improcedente o mandado de segurança apresentado pelo governo italiano contra a decisão de Tarso Genro, já que apenas pessoas físicas ou pessoas jurídicas de direito privado podem impetrar mandados de segurança. O governo italiano é pessoa jurídica de direito público internacional. Não poderia, portanto, mover esse tipo de ação. No início de junho de 2009, o presidente da OAB divulgou nota solicitando presteza no julgamento pelo STF do pedido de extradição de Cesare Battisti - que, apesar de ter status de refugiado desde dezembro de 2008, continuava preso desde março de 2007.
Em janeiro de 2009, em meio à repercussão do caso nos meios de comunicação, o presidente do STF, Gilmar Mendes, anunciou que o pedido de extradição seria julgado em março e enquanto isso, o réu seria mantido preso. De março, a previsão foi para maio; de maio, foi para junho. Depois, o ministro Gilmar Mendes informou que o processo deveria ser julgado em agosto. O Supremo deveria analisar se a concessão do refúgio a Battisti anularia ou não o processo de extradição, solicitada pela Itália. Caberia ao relator do caso, ministro Cezar Peluso, levar o caso ao plenário. A colocação de processos em pauta é atribuição exclusiva do presidente do STF, Gilmar Mendes.
Julgamento
Após sucessivos adiamentos, o julgamento do pedido de extradição foi marcado para o dia 9 de setembro de 2009, pelo Supremo Tribunal Federal. Quanto ao mandado de segurança impetrado pelo governo italiano, contestando a decisão do ministro da Justiça de conceder status de refugiado político a Cesare Battisti, os ministros do Supremo Tribunal Federal decidiram não julgá-lo. A sessão, transmitida ao vivo pela TV Justiça, durou cerca de onze horas. O relator do caso, ministro Cezar Peluso, e mais os ministros Ellen Gracie, Carlos Ayres Britto e Enrique Ricardo Lewandowski votaram pela anulação da concessão do refúgio ao ex-militante, por entenderem tratar-se de crimes comuns. Os ministros Joaquim Barbosa, Cármen Lúcia, Eros Grau e Marco Aurélio Mello manifestaram-se pela legalidade da decisão do ministro Tarso Genro, de conceder refúgio a Battisti, o que automaticamente suspenderia o julgamento do processo de extradição pelo STF. A expectativa era de que o ministro Marco Aurélio também votasse pela suspensão do processo de extradição, mas, antes de votar, o ministro pediu vistas aos autos do processo, de modo que, mais uma vez, a decisão sobre o caso foi adiada. Caso, ao final do julgamento, houvesse empate de votos, poderia caber ao ministro Gilmar Mendes, presidente da Corte, dar o voto de desempate. Mendes era favorável à anulação da concessão do refúgio.
Ao final da sessão, o então advogado de defesa de Battisti, Luís Roberto Barroso acrescentou que, se o caso fosse considerado como matéria criminal, seria análogo ao habeas corpus - quando o empate beneficia o réu. Em 22 de setembro, o senador Eduardo Suplicy enviou ofício ao STF, encaminhando "13 Perguntas ao Ministro Relator Cezar Peluso. Equívocos e Imprecisões que podem levar um homem à Prisão Perpétua", texto elaborado pela ativista francesa Fred Vargas.
A continuação do julgamento do processo de extradição pelo Supremo Tribunal Federal ficou marcada para dia 12 de novembro de 2009. A pouco menos de dois dias para o julgamento de Battisti, o Ministro da Justiça Tarso Genro declarou que a pressão feita pela Itália para a condenação do réu era "um desaforo ao Estado brasileiro e um desaforo à democracia no país". Deu-se continuidade ao julgamento da extradição de Battisti em 12 de novembro. O julgamento começou novamente com protestos contra a extradição do ex-ativista logo após que o ministro Gilmar Mendes anunciou o início do julgamento. Apesar de serem retirados do tribunal, ainda era possível ouvir os manifestantes quando o ministro Marco Aurélio de Mello iniciou a leitura de seu voto-vista.
Marco Aurélio votou contra a extradição de Battisti, indo contra o voto do relator Antonio Cezar Peluso, empatando o julgamento em 4x4. Em 18 de novembro, o ministro-presidente Gilmar Mendes proferiu voto de desempate a favor da extradição. No mesmo dia o STF em votação posterior, também por 5 votos a 4, entendeu ser da competência do Supremo Tribunal Federal autorizar a extradição, cabendo no entanto ao executivo, na pessoa do Presidente da República a decisão sobre a execução do ato. O voto final coube ao ministro Carlos Ayres Britto que em seu pronunciamento declarou "Na medida em que o Supremo declara a viabilidade da extradição não pode impor ao presidente da República a entrega do extraditando ao país requerente".
O acórdão composto de 686 páginas, contendo os votos dos magistrados e o resultado do julgamento, só foi publicado em 16 de abril de 2010 - quase cinco meses depois de o STF ter delegado ao presidente da república a decisão sobre a extradição. Nesse ínterim, no dia 5 de março de 2010, Battisti havia sido condenado a dois anos de prisão, em regime aberto, por ter entrado no país com passaporte falso. Segundo despacho do juiz Rodolfo Kronemberg Hartmann, o tempo já servido na prisão de Brasília pelo ex-ativista não contaria para a justiça brasileira. O réu ainda pode recorrer da sentença, mas, se mantida a condenação, Battisti poderia ter que cumprir a pena no Brasil.
Desfecho e libertação
Em 31 de dezembro de 2010, o presidente Lula decidiu não conceder a extradição de Cesare Battisti, com base em parecer da Advocacia Geral da União. No documento, a AGU salientava que a extradição poderia ser negada com base em "razões ponderáveis para supor que a pessoa reclamada será submetida a atos de perseguição e discriminação por motivo de raça, religião, sexo, nacionalidade, língua, opinião política, condição social ou pessoal; ou que sua situação possa ser agravada por um dos elementos antes mencionados". Os advogados da União juntaram ao relatório notícias veiculadas pela imprensa italiana, incluindo declarações de integrantes do governo, sobre o tratamento que seria dado a Battisti caso fosse extraditado para a Itália.
Segundo a nota lida pelo então ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, o parecer considerou as cláusulas do Tratado de Extradição entre o Brasil e Itália, particularmente o seu artigo 3, item 1, alínea “f”, que cita, entre as motivações para a não extradição, a condição pessoal do extraditando. Na mesma nota, governo brasileiro manifestou também sua "estranheza em relação aos termos da nota da Presidência do Conselho dos Ministros da Itália, de 30 de dezembro de 2010, em particular com a impertinente referência pessoal ao Presidente da República." No dia 30 de dezembro, o gabinete de Berlusconi havia emitido comunicado declarando que uma possível preocupação com a deterioração do bem-estar de Battisti no caso de ser extraditado para a Itália poderia ter afetado a decisão de Lula, acrescentando que "o presidente brasileiro terá que explicar esta decisão, não apenas ao governo italiano, mas também a todos os italianos e, em particular às famílias das vítimas". No mesmo dia 30, o ministro italiano da Defesa, Ignazio La Russa, havia se declarado favorável a um boicote contra o Brasil, caso fosse negada a extradição: "Que ninguém pense que o 'não' à extradição seja sem consequências", ameaçou. Acrescentou que uma negativa de Lula seria "um ato de grande falta de coragem" .
Três dias depois da decisão do então presidente Lula, a defesa de Battisti entrou com um pedido de soltura no STF. No pedido, os advogados argumentavam que a competência do STF, no caso, já se esgotara, já que a palavra final do ex-presidente da República encerrara o assunto. Entretanto o governo italiano pediu ao STF o indeferimento da petição, alegando "absoluta falta de apoio legal". Em 4 de fevereiro de 2011, a República Italiana ajuizou reclamação contra a decisão do presidente da República, alegando que a decisão sobre a revogação da prisão do extraditando seria da competência exclusiva do plenário do Supremo Tribunal Federal. Na ocasião, o Tribunal se encontrava em recesso, e o presidente da Corte, ministro Cezar Peluso, negou a soltura imediata do preso, determinando que os autos fossem encaminhados ao relator do caso, ministro Gilmar Mendes, para apreciação, após o fim das férias coletivas.
Afinal, em 8 de junho de 2011, o STF decidiu pela libertação imediata de Cesare Battisti, preso desde março de 2007. Votaram pela libertação os ministros Luiz Fux, Carmen Lúcia, Ricardo Lewandowski, Joaquim Barbosa e Carlos Ayres Britto. O relator Gilmar Mendes e a ministra Ellen Gracie votaram pela extradição de Battisti. O presidente do STF, Cezar Peluso, também votou contra a maioria. Os ministros José Antônio Toffoli e Celso de Mello não participaram do julgamento por se julgarem impedidos. Em maio de 2014, o ministro Nefi Cordeiro, do Superior Tribunal de Justiça, decidiu extinguir a punição de Battisti por ter usado carimbos oficiais falsos do serviço de imigração brasileiro no passaporte quando ele entrou no Brasil.
Desdobramentos
Pedidos de deportação
O Ministério Público Federal, através de Ação Civil Pública, questionou a situação de Cesare Battisti no Brasil. Por se tratar de estrangeiro em situação irregular, não fazia jus à obtenção de visto e nem mesmo de permanência no país. Assim, a juíza federal Adverci Rates Mendes de Abreu, titular da 20ª Vara do Distrito Federal, no final de fevereiro de 2015, decidiu pela sua deportação, pois entendeu que sua situação era irregular, já que ele havia sido condenado no país de origem por crime comum doloso (quatro assassinatos). A magistrada declarou a nulidade do ato que concedeu a permanência de Cesare Battisti no Brasil e decidiu pela sua deportação, pois entendeu que a concessão do visto permanente foi ilegal. A defesa de Battisti, por sua vez, disse que recorreria da decisão da juíza, pois, no seu entender, tratava-se de tentativa de "modificar uma decisão do Supremo Tribunal Federal e do Presidente da República". Em consequência, no dia 12 de março, o ex-ativista foi detido em sua residência, na cidade paulista de Embu das Artes. Horas depois, foi solto.
Em novembro de 2018, o presidente eleito do Brasil Jair Bolsonaro manifestou o interesse em decidir a situação de Battisti, reunindo-se como o embaixador italiano no Brasil, Antonio Bernardini. Desde a campanha eleitoral, Bolsonaro já expressava que pretendia autorizar a deportação do ex-terrorista, caso fosse eleito, opinião compartilhada pelo embaixador Bernardini e também pelo vice-primeiro-ministro da Itália Matteo Salvini.
Decreto de extradição
Em 13 de dezembro de 2018, o ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal, revogou a liminar concedida por ele mesmo em outubro de 2017, que impedia a extradição de Battisti, e ordenou sua prisão pela Interpol ou pela Polícia Federal, argumentando que, uma vez que o STF entendeu pela possibilidade de extradição, não caberia à Justiça, mas ao Poder Executivo, o juízo político de sua conveniência. No dia seguinte o presidente Michel Temer assinou o decreto de extradição. Com a expedição do decreto de prisão pelo STF, Battisti foi procurado pela Polícia Federal em diversos endereços obtidos por denúncias anônimas, onde o ex-terrorista poderia estar escondido. No entanto ele não foi localizado, sendo considerado foragido da justiça, e procurado também pela Interpol.
Fuga do Brasil, prisão na Bolívia e retorno à Itália
Após um mês de fuga realizada diante da expedição do decreto de prisão e de mais de 30 operações da Polícia Federal para localizar o italiano, em 12 de janeiro de 2019 Battisti foi preso sem oferecer resistência em Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia (onde residia ilegalmente), pela Polícia Boliviana - que atuou em conjunto com a Polícia Federal brasileira e a italiana. Chegou a ser cogitada uma passagem do italiano no Brasil antes de ser enviado à Itália, contudo, considerando que o governo de Evo Morales aplicou a Lei 370 de Migração, que dispõe sobre a saída obrigatória do país por sua condição ilegal, o governo italiano decidiu buscar Battisti diretamente da Bolívia. Nessa ocasião, o embaixador italiano em La Paz, Placido Vigo, explicou que foi uma decisão estratégica: "a ida direta da Bolívia para Itália, sem passar pelo Brasil, permitiu que o governo italiano não ficasse restrito à pena de 30 anos de prisão que Brasília tinha solicitado no acordo de extradição”. Dessa forma, Battisti foi enviado de avião diretamente à Itália por investigadores italianos da Interpol a fim de cumprir prisão perpétua no presídio de segurança máxima de Oristano, na ilha de Sardenha. Em 25 de março de 2019 foi anunciado que Battisti finalmente havia admitido em depoimento ter participado de quatro homicídios na Itália "Percebo o mal que causei e peço desculpas às famílias das vítimas", afirmou. Após a admissão de Battisti, o ex-presidente brasileiro Lula pediu desculpas por ter dado asilo ao italiano.
Obras de Cesare Battisti
Les habits d'ombre. Série Noire, Gallimard, 1992.
L'ombre rouge. Série Noire, Gallimard, 1994.
Nouvel an nouvelle vie. Mille et une nuits, 1994.
L'air de rien. Autrement, 1995.
Buena onda. Série Noire, Gallimard, 1996.
J'aurais ta Pau. Baleine, 1977.
Copier coller. Père Castor-Flammarion, 1997.
Dernières cartouches. Joëlle Losfeld, 1998.
Terres Brulées, Rivages thriller, 2000.
Jamais plus sans fusil, éditions du Masque, 2000.
Avenida Revoluciòn, Rivages thriller, 2001
Le Cargo Sentimental, Joëlle Losfeld, 2003
Vittoria, Eden Production. Ilustrações de Alain Korkos 2003
L'eau du diamant, éditions du Masque, 2006.
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De "herói" a "bebê chorão e covarde", a relação complicada entre Kareem Abdul Jabbar e Wilt Chamberlain.
É sabido que Kareem e Wilt são dois dos melhores pivôs a já terem jogado basquete. O que não é tão discutido, porém, é o relacionamento complexo e cheio de eventos que os dois tiveram ao longo de 60 anos.
"Eu conheci o Wilt Chamberlain na quadra do Rucker Park," conta Jabbar. "Eu estava na oitava série e eu já era quase tão alto quanto ele. Finalmente eu tive a oportunidade de conhecer meu herói e ele meio que me colocou sob sua asa. Eu me lembro de uma vez em que peguei o elevador com ele e um cara perguntou 'E aí, como que tá o tempo aí em cima?' O Wilt cuspiu no cara e respondeu, 'Está chovendo.' Eu fiquei bem assustado."
Com onze anos de diferença entre si, Wilt e Kareem atingiram seus auges esportivos em momentos muito distintos. Apesar disso, os gigantes de 2,16 e 2,18m de altura, respectivamente, tiveram alguns bons duelos.
Em 1971, quando Chamberlain tinha 34 e Jabbar 23 anos, eles se encontraram nas finais da conferência oeste (Milwaukee fez parte do Oeste até 1980). Jabbar estava em sua segunda temporada e havia liderado a equipe para o melhor recorde da liga, 66 vitórias e 16 derrotas. Já Wilt buscava seu segundo título, mas, com Elgin Baylor e Jerry West machucados, não foi páreo. Perdeu a série por 4 a 1 e viu o moleque do Rucker Park ganhar seu primeiro título.
No ano seguinte, para a felicidade dos fãs, o encontro se repetiu: Bucks e Lakers nas finais de conferência. Neste ano, o confronto estava mais equilibrado. Jerry West estava saudável. No fim das contas, Wilt contribuiu mais defensiva do que ofensivamente, por incrível que pareça, e mesmo assim Kareem teve média de 34 pontos e 18 rebotes por partida. Chamberlain teve apenas 11 pontos de média (e 19 rebotes), mas viu seu time se sagrar campeão da série e, eventualmente, campeão da NBA com ele sendo eleito MVP das Finais.
Em 1973, Wilt já tinha 36 anos, mas tanto seu time, quanto o de Kareem, novamente ficaram no topo da tabela. Muitos esperavam que o confronto entre Milwaukee e Lakers nas finais de conferência acontecesse pelo terceiro ano seguido, mas Kareem decepcionou e foi eliminado ainda na primeira fase. Sobrou para Wilt tentar repetir e ele realmente chegou até às finais, mas nåo conseguiu completar a campanha de sucesso e ficou com o vice. O último jogo desta série contra o Knicks foi também o último da sua carreira na NBA. Ele fez 23 pontos e pegou 21 rebotes.
Depois de uma temporada ruim como técnico na ABA, Wilt anunciou oficialmente sua aposentadoria. Ele deixou o esporte com dois títulos, um MVP de Finais e quatro MVPs de temporada regular. Já Kareem seguiu na NBA, onde ele conquistou, no total, seis campeonatos, dois MVPs de Final e seis MVPs de temporada regular.
Depois que o Wilt se aposentou, ele passou a ser um crítico do Kareem. Ele dizia que Kareem não maximizava seus talentos, que ele poderia ser um melhor reboteiro, que ele deveria ter se aposentado mais cedo, entre outras coisas. Quando enfim chegou a vez do próprio Kareem se aposentar, ele respondeu ao criticismo do seu colega por meio de uma carta. Ei-la, aqui, em toda sua glória:
"Uma carta aberta a Wilt Chatolão" - Opa, pera aí. Antes de traduzir a carta eu preciso explicar esse nome "Wilt Chatolão". Porque, você vê, a tarefa de traduzir um texto muitas vezes é ingrata, como neste caso. Kareem escreve "Uma carta aberta a Wilt Chumperlame". "Chump", em inglês, é "idiota", "estúpido", "pateta". E "lame" significa "muito ruim", "imperfeito", "falho". Ou seja, Kareem deu um jeito de chamar o Wilt de "pateta imperfeito" ao mesmo tempo que manteve uma sonoridade parecida com a de seu sobrenome. Eu tentei fazer o mesmo pro português e falhei miseravelmente. Chatolão nem soa tão parecido com Chamberlain e certamente soa menos ofensivo do que o Jabbar pretendia com Chumperlame - isso tendo sido dito, vamos nessa.
"Uma carta aberta a Wilt Chatolão,
Já faz muitos anos, Wilt, que você tem criticado publicamente a minha carreira. Já que esse comportamento parece não ter fim, eu sinto que também devo dizer algo sobre a situação.
Era de se esperar que alguém que conquistou tanto quanto você estaria satisfeito com a própria carreira. Afinal de contas, algumas coisas que você fez foram admiráveis e proporcionaram recordes duradouros. Então, porque toda essa inveja e esse ciúmes?
Na tentativa de entender, eu comecei a me perguntar sobre quais coisas você poderia ter ciúmes e, aos poucos, você passou a fazer sentido. Muitos se lembram sobre como você ficou frustrado quando o seu time não conseguiu vencer a NCAA. Suas habilidades e o seu talento eram tão grandes que todos assumiram que a NCAA era toda sua. Mas, depois de um jogo com três prorrogações, Kansas perdeu. Você reclamou dos árbitros, reclamou dos seus companheiros de time, você reclamou de muitas coisas e depois largou o time, abandonando a faculdade para sair numa tour com o Globetrotters. Essa situação estabeleceu um padrão pra você. Depois de toda dificuldade que você enfrentava e na qual você não se dava muito bem, você culpava quem estivesse a sua volta e saía fora.
No basquete profissional, Bill Russell e o Boston Celtics te deram uma lição anual de como ser competente e trabalhar em equipe. Na época, tudo o que você dizia é que os seus companheiros eram ruins e que você tinha feito tudo o que podia, e que os árbitros estavam sempre contra você. Pobre Wilt.
Em 1967, seu time finalmente chegou lá. Aquele time do Philadelphia estabeleceu recordes que existem até hoje. Mas, no ano seguinte, o Sixers perdeu e, previsível como sempre, você saiu fora. Você foi para Los Angeles e entrou para um time dos sonhos. A única falha daquele time era a falta de um líder pra jogar na posição de pivô. Bill e os Celtics pegaram um título de você em 69, e os Knicks pegaram outro no ano seguinte. As pessoas ainda estão se perguntando onde foi que você se escondeu durante aquela série. Verdadeiro a si mesmo, depois que o Knicks bateu o Lakers nas finais de 1973, você saiu do time e não foi mais visto jogando desde então.
É claro que, às vezes, você deu as caras para me atacar gratuitamente. Durante as finais de 1988, você disse que eu deveria ter me aposentado cinco anos atrás. E atualmente eu consigo entender porque você disse aquilo. Se eu tivesse desistido na hora que você sugeriu, teria sido logo após uma derrota contra o 76ers. E teria sido típico de um dos seus recuos. Mas, depois daquela derrota, eu decidi que eu tinha mais em mim para doar. Eu acreditei em mim e o Lakers acreditou também. Nós acabamos vencendo três de quatro títulos entre 1985 e 88. Os dois times nos quais você jogou e que conquistaram títulos, em 1967 e 72, nunca ganharam duas seguidas. Eles nunca mostraram tanta consistência quanto o Lakers dos anos 80 mostrou, e você não queria que eu tivesse feito parte disso - agora, eu consigo entender.
E, agora que eu me aposentei, uma coisa fará parte do meu legado: as pessoas vão se lembrar que eu trabalhei com os meus companheiros e os ajudei a vencer. Você será lembrado como um bebê chorão e um covarde, mesmo com seus recordes."
Cerca de um ano depois, Wilt respondeu a carta aberta de Kareem durante uma entrevista:
"O Kareem tem o direito de dizer o que ele sente. As minhas críticas sobre ele, antes de mais nada, quando eu falava sobre o Lakers e o Kareem, eu falava nove coisas positivas sobre ele, sobre o jogo dele, e a décima coisa que eu falava era algo do tipo 'mas eu acho que ele não é tão bom no rebote. Eu não acho que ele está fazendo o trabalho que poderia e deveria fazer.' As manchetes no dia seguinte falavam sobre como o 'Wilt criticou o Kareem por não fazer o seu trabalho' ou qualquer coisa do tipo. Então, foi assim que o Kareem começou a achar que eu o estava desmerecendo na reta final da carreira dele.
Eu respeitava o Kareem. Eu dei a ele todos os créditos por ter quebrado meu recorde de pontos, por exemplo. É um recorde de longevidade. Os recordes importantes são aqueles que demoram anos para serem conquistados. Qualquer um pode ter um jogo bom, mas ter mil jogos bons tem muito mais significado. Eu respeito o Kareem, e eu respeitei muitos caras do esporte, Joe Louis, Sugar Ray Robinson, Willie Mays, e alguns de nós, Muhammad Ali, eu achei que poderiam ter se aposentado dois ou três ou quatro anos antes do que fizeram. E eles perderam, eu acredito, um tanto da estima que eles tinham por não terem feito isso. Eu sentia isso sobre o Kareem e talvez eu estivesse subconscientemente dizendo algumas coisas sobre ele para que ele talvez se aposentasse, porque eu achava que era a hora certa pra ele fazer isso.
Essa era a minha opinião e não era a dele e ele tem o direito de se sentir, sei lá, pego de surpresa por isso. Mas eu nunca cheguei ao ponto de chamá-lo de covarde. Eu joguei em situações que, tenho certeza, boa parte dos atletas nunca jogaria. Eu joguei 14 anos na NBA. Eu não acho que você pode me chamar de covarde."
O entrevistador acrescenta um comentário: "Você teve uma sequência na sua carreira de 51 partidas jogadas sem perder um minuto. Você teve uma temporada na qual você teve média de mais minutos jogados por jogo do que existem minutos para serem jogados porque você também participava das prorrogações, então você teve média de mais de 48 minutos por jogo.
Wilt completa: "O que isso quer dizer, então? Eu acho que ele estava apenas nervoso e precisava desabafar dizendo algo que não necessariamente ele acreditava. Por mim, eu fiz as pazes com o Kareem. Se o Kareem estivesse aqui hoje, não haveria nenhuma animosidade. Eu não acho que ele acredita nas coisas que ele disse."
Antes do fim da década de 90, Wilt Chamberlain faleceu. Na ocasião da sua morte, Kareem disse o seguinte:
"O Wilt foi um dos maiores de todos os tempos, e nunca haverá outro como ele."
Curto e fofo.
E, indiscutivelmente, verídico.
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Referência:
https://www.reddit.com/r/nba/comments/oriuub/from_my_hero_to_crybaby_and_quitter_the/
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renaultportugal · 3 years
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ESTEBAN OCON E O ALPINE A110S AO «ASSALTO» DO RALI DE MONTE-CARLO 2021
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O piloto do Alpine F1 Team, Esteban Ocon, fará, ao volante do Alpine A110S, uma série de passagens nas especiais do Rali de Monte-Carlo 2021, nesta quinta-feira, dia 21 de janeiro.
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Esteban irá pilotar, pela primeira vez, o Alpine A110S, enquanto piloto do Alpine F1 Team, nesta sua primeira participação num rali e irá percorrer duas especiais no dia de abertura do 89º Rali de Monte-Carlo, ao volante do automóvel VIP.
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Depois do shakedown a primeira especial será a ES1 (às 13h10), num percurso de 20,58 km entre Saint-Disdier e Corps, seguida da ES2 que liga Saint-Maurice a Saint-Bonnet. O Alpine A110S, na tradicional cor azul, vai ostentar o nº 31.
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Esta semana, a Alpine terá cinco equipas na categoria R-GT do Rali de Monte-Carlo, com Cédric Robert, Emmanuel Guigou, Philippe Baffoun, Pierre Ragues e Raphaël Astier, ao volante dos Alpine A110 Rally.
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Esteban Ocon: «Esta é uma oportunidade fantástica e estou impaciente para esta minha estreia no Rali de Monte-Carlo, ao volante do magnífico Alpine A110S. Pude descobrir o Alpine A110 em outubro último, fazendo três voltas no Nordschleife. Este automóvel nasceu para este tipo de desafios, com curvas fechadas em terrenho montanhoso. Os ralis fizeram sempre parte dos meus sonhos e, portanto, pilotar o Alpine A110S no rali de Monte-Carlo é uma forma perfeita de começar o ano.»
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Patrick Marinoff, Diretor-Geral da Alpine Cars: «A participação do Esteban no Rali de Monte-Carlo 2021 é a primeira ativação a ligar a Alpine Cars ao Alpine F1 Team. A Alpine tem um historial extremamente rico nos ralis e, em particular, no Monte-Carlo. É, portanto, a prova ideal para que o nosso piloto da F1 absorva as mais míticas páginas da história da marca, ao volante do Alpine A110 e nas estradas emblemáticas para as quais foi concebido. A Alpine está muito bem representada neste rali e estamos impacientes para ver, para além das passagens do Esteban, como se comportam os nossos automóveis ao longo do fim de semana.»
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Sobre o Alpine A110S
O A110S é fiel aos princípios intemporais da Alpine: leveza, agilidade e conforto para o uso no quotidiano. O A110S distingue-se das restantes versões pela potência do motor, afinação do chassis e pelos requintados elementos estilísticos, com uma excecional atenção aos detalhes e à utilização de materiais topo de gama como o carbono. O Alpine A110S oferece uma experiência de condução «intensamente» Alpine.
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Motor turbo: Com uma potência de 292 cavalos, o A110S é a versão mais potente da gama do A110. O motor quatro cilindros, de 1,8 litros, do A110, vê aumentada em 0,4 bars a pressão de sobrealimentação no A110S.
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Chassis sport: A regulação do chassis sport do A110S oferece a maior estabilidade a alta velocidade e uma excecional precisão no comportamento dinâmico. As novas molas helicoidais são 50% mais rígidas e a regulação dos amortecedores foi adaptada à maior rigidez das molas.
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Suspensões e travões: A suspensão de duplos triângulos, associada à leve carroçaria em alumínio, conferem toda a agilidade e prazer de condução ao A110S. Os travões Brembo são potentes e resistentes. As jantes e os largos pneus conferem ao A110S uma excelente aderência mecânica.
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A Alpine no Rali de Monte-Carlo
A Alpine nasceu a partir dos ralis e, mais exatamente, da vitória do seu fundador, Jean Rédélé na Coupe des Alpes.
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Ao fazer a sua aparição nas «especiais» nos anos 60, o Alpine A110 teve sucesso imediato. Em 1969, Jean Vinatier e Jean-François Jacob terminam em terceiro lugar do Rali de Monte-Carlo. Um ano mais tarde, Jean-Pierre Nicolas e Claude Roure repetem este feito, antes da primeira vitória, em 1971, por Ove Andersson.
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Criado em 1973, o Campeonato do Mundo de Ralis (WRC) abriu, na sua primeira época, com o Rali de Monte-Carlo. E os Alpine A110 dominaram totalmente. Jean-Claude Andruet e Michele Petit dominaram com 26 segundos de avanço sobre os colegas de equipa Ove Andersson-Jean Todt, enquanto Jean-Pierre Nicolas e Michel Vial completaram o pódio monopolizado pela Alpine. No final da temporada, a Alpine conquistou o campeonato do mundo de construtores, com um extraordinário avanço de 74 pontos.
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chantaleoff59 · 3 years
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To Produce A Real Brand, You Must Tell A Real Story
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Probe Completely no. 19 - create 2 assimilators and then a cybernetics principal. When completed, place three probes on each geyser (take them from the mineral line). Continue creating probes and chrono boosting them. While you fly over furniture, the ultrasonic height hold could get confused. Many times, it climbs up while you fly over a couch and in most cases it goes. Sometimes it will get so puzzled the AR Mavik Pro Drone Reviews visits the sky. But in general, it does a very good job role. Stage 2: You do you need a queen soon after the first vespene geyser is brimming. Protect yourself with a few zerglings in case of a rush. Following a queen is finished, truly have enough vespene and minerals to obtain lair. Quickly build this and when is morphing you both expand a few new location with a hatchery or perhaps build a hatchery very close to to the lair. Keep making specific the queen is populating your bases with larvae. A queen per hatchery/lair is ideal. While the lair is forming, also make sure you retain the other vespene geyser brimming. When scv's 15 and 20 are finished, put them, within two other scv's out of your mineral line, two on each heater. At this stage, you should be competent at go that is you would need. Bees maintain venom in the sac at this point attached back to the stinger and only the females can trick. That is because the stinger is aspect of the female bees' reproductive human body. A queen bee uses her stinger to put eggs as well as sting. The third type of ant within a colony may be the worker insect. These ants are sterile females and then have a numerous functions belonging to the colony. Employees serve when compared to the defense against predators and make the nests. Most of the ants people meet are worker ants that are out seeking of food or supplies used for maintaining the nests. The employees are placement to build very intricate nests that have many different areas for adult ants and nursery-type areas for ants that aren't adults however. The average lifespan for the worker ants is around five numerous. Second, anyone want you may even people can slightly hear when you drive by, or do you want something so loud that the neighbors understand what time you leave for work every day of the week? I hope it is the former, Mavik Pro Drone Reviews Pro Drone but an individual decide for the latter, uncover words like "racing" or "glasspack".
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animelista · 4 years
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Referências Literárias
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Bungou Stray Dogs é um mangá escrito por Kafka Asagiri e ilustrado por Sango Harukawa. A maioria dos personagens da série tem o nome de autores literários famosos e/ou personagens em suas obras, incluindo Ryūnosuke Akutagawa, Atsushi Nakajima, Agatha Christie, Osamu Dazai, Fyodor Dostoyevsky, Rampo Edogawa, Edgar Allan Poe, Mark Twain, Natsuhiko Kyogoku, Kenji Miyazawa , Doppo Kunikida e Akiko Yosano.
Atsushi Nakajima nasceu em Tóquio, é conhecido por seus contos poéticos em cenários históricos distantes, em 1941 foi enviado a Palau para ensinar Japonês mas retornou em 1942 por conta de uma asma, morreu neste mesmo ano por Pneumonia, ele escreveu o romance Grande luz ventos e sonhos e Pequenas histórias controversas sobre micronésia.   
Osamu Dazai (1909-1948) foi um autor japonês considerado um dos maiores escritores da literatura japonesa do século XX, ele é conhecido pelo seu típico estilo de escrever irônico e pessimista, ele possuía uma obsessão por suicídio traço marcante em seus livros e na sua vida já que ele se suicidou-se junto de sua mulher afogando-se em um canal que ficava próximo de sua casa. (isso lembra o primeiro episódio do anime em que Nakajima o encontra boiando em um rio.)
Doppo Kunikida (1871-1908) Foi um autor japonês de romances e de poesias românticas durante o período Meiji, em 1892 começou seu diário privado com o nome Azamukazaku no ki que se traduz como " Um registro honesto " que foi publicado após sua morte, o autor contraiu tuberculose em 1907 e veio a falecer no ano de 1908 devido a doença.
Tarõ Hirai (1824-1965) mais conhecido pelo pseudônimo Edogawa Ranpo foi um escritor japonês que teve grande importância no desenvolvimento de histórias de Ficção-mistério, era um grande admirador de histórias de mistério ocidentais em especial do autor Edgar Allan Poe. 
Akiko Yosano (1878-1942) era o pseudônimo da poetisa japonesa Yosano Shiyo, ela foi uma das autoras mais famosas e polêmicas de seu país, ele foi uma feminista pioneira, pacifista e educadora, ela faleceu em 1942 devido a um derrame cerebral aos 63 anos de idade na época seus trabalhos foram bastante esquecidos mas recentemente seu estilo romântico e sensual tem ganhado popularidade.
Kenji Miyazawa (1896-1821) foi um poeta japonês e autor de literatura infantil, ele também era conhecido como um professor de Ciência agrícula, um vegetariano, violoncelista, budista devoto e ativista social, morreu de pneumonia em 1933 e só ganhou reputação após a sua morte e teve seu boom em 1990 e muitos de seus poemas foram traduzidos para outros idiomas e são conhecidos até hoje.
Ryunosuke Akutagawa (1892-1927) é considerado o " pai do conto japonês ", é famoso por seu estilo e histórias ricas em detalhes que exploram o lado negro da natureza humana, cometeu suicídio aos 35 anos por overdose. 
Agatha Christie (1890-1976) foi uma escritora britânica nascida na Inglaterra que atuou como romancista, contista, dramaturga e poetisa, se destacou no gênero romance policial, em sua carreira publicou mais de 80 livros e foi considerada a romancista mais bem sucedida da história da literatura mundial, todas as suas obras juntas venderam mais de 4 bilhões de cópias, em 1971 foi condecorada pela rainha Elizabeth II com o título de dama do império honraria equivalente a de ao feminino de Sir (senhor).
Edgar Allan Poe (1809-1849) foi um autor, poeta, editor, crítico literário americano, integrante do movimento romântico americano, suas histórias são conhecidas por serem macabras e envolverem mistério, é considerado o inventor do gênero Ficção policial e recebeu créditos por suas contribuição ao emergente gênero ficção científica, suas obras influenciaram grandemente a literatura americana e mundial e nos campos de cosmologia e criptografia, morreu aos 40 anos a causa de sua morte é desconhecida. 
  Mark Twain (1835-1910) começou sua carreira com prosas leves e divertidas, evoluindo até se tornar um cronista irreverente das futilidades, hipocrisias, loucuras e maldades da humanidade, no meio de sua carreira com Huckleberry Finn, ele combinou humor refinado, uma narrativa vigorosa, e críticas sociais para formar o romance que é considerado um dos melhores da literatura americana, antes de morrer o autor teria escrito " Eu cheguei com o cometa Harley em 1835, ele vai passar de novo ano que vem, e espero ir embora com ele ", parece que sua predição estava correta, ele morreu um dia após o cometa passa próximo a terra vítima de um ataque cardíaco.
Jun'ichirō Tanizaki (1886-1965) ele foi um dos principais escritores da literatura japonesa moderna e talvez o romancista japonês mais popular depois de Natsume Sōseki. Algumas de suas obras apresentam um mundo chocante de sexualidade e obstruções eróticas destrutivas. Outros, menos sensacionais, retratam sutilmente a dinâmica da vida familiar no contexto das mudanças rápidas na sociedade japonesa do século XX. Muitas vezes, suas histórias são narradas no contexto de uma busca de identidade cultural em que as construções de "Ocidente" e "tradição japonesa" são justapostas. Neve Leve foi seu livro de maior sucesso. Ele foi um dos seis autores na lista final para o Prêmio Nobel de Literatura em 1964, ano antes de sua morte.
Fukuzawa Yukichi  (1835-1901) foi autor, escritor, professor, tradutor, empreendedorista e teorista político que fundou a Universidade Keio. Suas idéias sobre governo e instituições sociais deixaram uma impressão marcante no Japão em constante mudanças durante o período Meiji. Ele foi uma das personalidades mais influentes na modernização do Japão e um dos mais progressistas pensadores do Japão. Ele é considerado um dos líderes da Restauração Meiji. Fukuzawa nunca aceitou uma posição do governo, e manteve-se como um cidadão normal por toda a sua vida. Quando Fukuzawa morreu, ele foi reverenciado como um dos fundadores do Japão moderno.
Fyodor Mikhailovich Dostoievski (1821-1881) foi uma das maiores personalidades da literatura russa, tido como fundador do Realismo. Era epilético e já teve várias crises, e uma delas foi quando soube que seu pai foi assassinado. Em 1849 foi preso por participar de reuniões subversivas na casa de um revolucionário, e condenado à morte. Seu reconhecimento definitivo como escritor universal surgiu somente depois dos anos 1860, com a publicação dos grandes romances: "O Idiota" e "Crime e Punição". Seu último romance, "Os Irmãos Karamazov", é considerado por muitos escritores e especialistas como o maior romance já escrito.
Mori Ougai foi um médico, tradutor, romancista e poeta japonês. Gan é considerada sua obra histórica mais importante. Ōgai Mori, ainda recém-chegado da Alemanha, funda juntamente com Naobumi Ochiai e Kimiko Koganei a empresa S.S.S. Publica "Omokage" em 1890.
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forexdigitalinfo · 9 months
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Se você está interessado em operar no mercado Nasdaq, sabe o quanto a escolha do horário certo pode afetar seus resultados. O mercado Nasdaq é conhecido por ser altamente volátil e influenciado por uma variedade de fatores, incluindo notícias econômicas, relatórios trimestrais das empresas e eventos globais. Neste artigo, exploraremos os diferentes horários de negociação no mercado Nasdaq e discutiremos as considerações importantes para ajudá-lo a determinar o melhor horário para operar. Introdução: O mercado Nasdaq é um dos maiores e mais renomados mercados de ações eletrônicas do mundo. Fundado em 1971, o Nasdaq se tornou uma importante plataforma de negociação para empresas de tecnologia, biotecnologia e outras indústrias inovadoras. Com sede em Nova York, o mercado Nasdaq é conhecido por sua abordagem inovadora e sua influência no setor financeiro global. O Nasdaq é um acrônimo para National Association of Securities Dealers Automated Quotations (Associação Nacional de Corretores de Títulos de Cotações Automáticas, em tradução livre). Ele foi criado como uma alternativa ao mercado de ações tradicional, com o objetivo de fornecer uma plataforma eletrônica para a negociação de ações de empresas de tecnologia emergentes. Desde então, o mercado Nasdaq se expandiu e agora inclui empresas de diversos setores. Uma das principais características do mercado Nasdaq é a sua natureza eletrônica. Diferentemente da Bolsa de Valores de Nova York, onde as negociações são realizadas em um pregão físico, o Nasdaq permite que as transações sejam feitas eletronicamente, por meio de uma rede de computadores. Isso torna o processo de negociação mais rápido e eficiente, além de facilitar o acesso a investidores de todo o mundo. Outra característica distintiva do Nasdaq é a sua ênfase em empresas de tecnologia e inovação. Muitas das maiores empresas de tecnologia do mundo, como Apple, Microsoft, Amazon e Google, estão listadas no Nasdaq. Essas empresas desempenham um papel fundamental no crescimento do mercado e atraem investidores interessados em oportunidades de investimento de longo prazo. Além disso, o mercado Nasdaq oferece uma série de índices para acompanhar o desempenho das empresas listadas. O índice Nasdaq Composite, por exemplo, é composto por mais de 3.000 ações e é frequentemente usado como um indicador do mercado de tecnologia como um todo. Outros índices, como o Nasdaq 100, incluem apenas as 100 maiores empresas listadas no Nasdaq. O mercado Nasdaq também é conhecido por sua abordagem regulatória rigorosa. As empresas listadas no Nasdaq devem atender a certos requisitos, como capitalização de mercado mínima e histórico financeiro sólido. Isso garante que os investidores tenham acesso a informações confiáveis e possam tomar decisões informadas sobre seus investimentos. Horário de Pré-Mercado (Pre-Market): O horário de pré-mercado ocorre antes da abertura oficial do mercado. Nesse período, os investidores podem fazer pedidos de compra ou venda, mas a liquidez geralmente é menor, o que pode levar a spreads mais amplos entre os preços de compra e venda. No entanto, para aqueles que buscam reagir a notícias overnight ou a eventos globais, o pré-mercado pode ser uma oportunidade. Abertura do Mercado (Market Open): A abertura do mercado é um dos momentos mais voláteis do dia. À medida que os mercados abrem, há um aumento significativo na atividade de negociação. Isso pode resultar em movimentos de preços rápidos e imprevisíveis. Se você estiver preparado para lidar com essa volatilidade e souber como identificar oportunidades, a abertura do mercado pode ser lucrativa. Horário Diurno: Durante o horário diurno, o mercado tende a ser mais estável em comparação com a abertura. No entanto, ainda pode haver flutuações significativas nos preços à medida que notícias e eventos são anunciados. Este é um período em que traders de curto prazo e investidores de longo prazo buscam oportunidades de negociação. Horário da Tarde (Afternoon):
O período da tarde geralmente vê uma diminuição temporária na atividade após o almoço. Isso pode levar a movimentos de preços menos imprevisíveis e a uma redução na volatilidade. Os traders podem aproveitar esse período para analisar as tendências do mercado e tomar decisões informadas. Fechamento do Mercado (Market Close): Assim como a abertura, o fechamento do mercado também é um período de alta volatilidade. Muitos investidores e traders estão buscando concluir suas operações antes do fechamento. Isso pode levar a movimentos acentuados nos preços. É importante estar atento a essa volatilidade se você optar por operar próximo ao fechamento do mercado. Horário de Pós-Mercado (After-Hours): O horário de pós-mercado permite que os investidores continuem negociando após o fechamento oficial do mercado. No entanto, a liquidez é ainda menor do que durante o horário regular de negociação, o que pode resultar em spreads mais amplos e movimentos de preços imprevisíveis. Fatores que Influenciam a Escolha do Horário: Ao determinar o melhor horário para operar no Nasdaq, considere os seguintes fatores: Volatilidade e Liquidez: Horários de alta atividade tendem a ser mais voláteis, enquanto horários de baixa atividade podem ter menor liquidez. Escolha um horário que corresponda ao seu apetite pelo risco e estilo de negociação. Notícias e Eventos: Anúncios de empresas, dados econômicos e eventos globais podem impactar os preços das ações. Considere operar durante horários que possibilitem reações rápidas a esses eventos. Sazonalidade e Dados Econômicos: Certos setores podem ter melhor desempenho em determinadas épocas do ano. Além disso, indicadores econômicos podem influenciar os mercados. Esteja ciente desses fatores ao escolher um horário. Operando com Eficiência em Diferentes Horários: Adaptar sua estratégia de acordo com o horário pode aumentar sua eficiência. Por exemplo, considere estratégias mais agressivas durante a abertura e o fechamento, e estratégias mais estáveis durante o dia. Estratégias para Horários Específicos: Abertura: Procure por gaps de abertura e reações exageradas a notícias overnight. Horário Diurno: Siga as tendências e use análises técnicas para identificar pontos de entrada e saída. Fechamento: Aproveite a volatilidade, mas esteja ciente de que os movimentos podem ser amplificados. Pós-Mercado: Seja cauteloso devido à baixa liquidez, mas aproveite para ajustar posições. Conclusão: A escolha do melhor horário para operar no mercado Nasdaq depende de vários fatores, incluindo seu estilo de negociação, tolerância ao risco e estratégia. Cada horário tem suas próprias características de volatilidade e liquidez. Ao considerar os fatores mencionados acima e adaptar suas estratégias, você pode aumentar suas chances de sucesso nas operações. Perguntas Frequentes Sobre Melhores Horários Para Operar Nasdaq Posso operar no Nasdaq durante o horário de pré-mercado? Sim, é possível operar durante o horário de pré-mercado, mas a liquidez pode ser limitada. Qual é o horário de abertura do mercado Nasdaq? O mercado Nasdaq abre às 9h30, horário do leste dos EUA. Os horários de maior volatilidade são sempre os melhores para operar? Nem sempre. Horários de alta volatilidade podem ser lucrativos, mas também envolvem maior risco. Posso usar a mesma estratégia durante todo o dia? É recomendável ajustar sua estratégia com base nas características de cada horário. O que é o horário de pós-mercado? É o período de negociação após o fechamento oficial do mercado, com menor liquidez.
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