Tumgik
#contos de uma vida super normal
tecontos · 2 months
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Realizando o Meu sonho !
By; Célia
Ola a todos, me chamo Célia. Eu sempre leio Contos Eróticos. Digo mesmo que sou uma quase viciada. Leio muitos deles, adoro os contos de traição/corno, mas também aqui a grande e imensa maioria é sempre narrada pelo homem que transou com uma mulher casada, ou a mulher casada que traiu o marido com outro.
Enfim basta dar uma espiada e sempre o homem é o corno. Parece não haver mulher que seja traída, no caso, mulher que tenha o prazer de entregar o seu homem para outra mulher. É o meu caso.
Conheci meu marido tinha dezesseis anos. Hoje tenho 32 e ele tem 37, e estamos casados faz exatos oito anos. Temos uma linda menina de seis e vivemos uma vida muito unida, muito feliz. Mas meu maior prazer era ver meu marido transar com outra mulher. Ele não é nada em super, mas eu o acho lindo. Tem corpo normal, não gosta de malhar, mas se cuida, portanto ninguém aqui pense que meu marido é um super-homem. Nada disso.
Mas vamos ao assunto: minha tara começou uma noite em que eu transava com Rubens, meu marido e perguntei a ele se já havia me traído e ele de forma incisiva disse que não. Quis saber mais e mais e dali não saía uma só declaração. Por fim disse a ele que meu maior tesão era vê-lo transando com outra mulher na minha frente.
Ele riu muito, disse que eu estava louca. Mas a ideia em mim foi se fortificando, se solidificando e cada dia mais o tesão que sentia em imaginar meu marido com outra mulher, me levava a um gozo sem fim. Fui falando, falando e Rubens dizia que não seria capaz, que poderia até brochar, mas depois de muitas tentativas de minha parte ele de forma incisiva me disse:
- está bem, eu topo para você tirar essas caraminholas da cabeça. Mas quem seria a candidata que toparia sair com um homem casado e ainda por cima juntamente com a esposa?
Aí é que pensei: seria mesmo difícil de acontecer.
E mais ele me disse:
- que se eu tivesse mesmo a certeza de minhas vontades, deveria procurar uma mulher e dizer isso a ela.
Quando me disse isso, fiquei louca de tesão e jurei a ele e a mim mesma que acharia alguém que preenchesse todos os nossos (meus) desejos.
Não foi fácil. Demorou. Às vezes eu pensava numa mulher e não tinha coragem de dizer a ela. Também tinha medo e certo pudor. Ficava imaginando como falar, como fazer tal proposta. Quando juntos na cama ele não tocava no assunto. Eu é que entrava nele e com picantes imaginações, gozava antevendo um momento que veria meu marido transar com outra mulher.
O acaso acontece. O imprevisto às vezes dá uma ajuda. Foi assim que recebemos um telefonema de velhos conhecidos nossos, dizendo que a filha iria prestar vestibular em nossa cidade e se ela poderia passar aquela semana em nossa casa. E foi sem qualquer ideia que não fosse outra que a menina chegou em nossa casa uns dias antes do vestibular.
Era uma menina muito linda, perto dos 18 anos. Alta, morena clara, olhos bonitos, magra, seios volumosos, e muito simpática. Chamava-nos de tios. Ela chegou e a rotina em nossa casa mudou também, claro. Mas em nada ela nos atrapalhava. Ficava no quarto estudando, às vezes na sala conversando, falando dos estudos, de seu futuro, falava dos pais, nossos amigos e coisas assim.
Mas dentro do quarto com meu marido, o tesão rolava a mil e fui eu mesma que falei que a Fernanda se encaixava naquelas vontades dele se fosse transar com outra mulher. Achou que eu era louca. A menina jamais serviria para isso. Também achei loucura, a amizade nossa com seus pais era grande e um passo em falta seria de grandes prejuízos para todos. A menina devia ter namorado ter seus paqueras de sua idade… Mas fiquei imaginando meu marido transando com aquela ninfa muito linda, novinha, exalando juventude e gozava e gozava pensando em tal possibilidade.
Para aguçar um pouco o tesão, saber que outra pessoa poderia ouvir minha transa com meu marido, nas noites seguintes passei a deixar a porta aberta de nosso quarto e nas transas nossas, diárias então, não fiz propósito algum em ser silenciosa. Gemia e gozava alto. Queria que Fernanda nos ouvisse e sentisse tesão e vontade.
Foram quatro noites assim, mas a menina estava preocupada com o Vestibular e parecia não ouvir nossos gemidos.
Sei que o Vestibular acabou e fiz a ela o convite para ficar em casa mais uma semana, assim poderia conhecer a cidade, que não tivera tempo, e também recuperar todo o desgaste vivido. Fernanda adorou a ideia. Telefonou para sua casa e disse que ficaria com a gente mais uma semana. Que queria conhecer nossa cidade e estava adorando nossa companhia. Que éramos jovens, bons de papo e que estava mesmo se sentindo em sua casa.
Não houve objeção alguma e Fernanda pode ficar em nossa casa mais uma semana. Foi o suficiente para eu realizar minhas vontades e desejos. Com ela agora em férias, ficava mais tempo comigo, fomos passear muito e todas as tardes ia comigo buscar meu marido no serviço. E eu fazia questão de, quando nos encontrávamos, dar uns beijos gulosos nele. Queria que ela sentisse tesão.
As noites seguintes foram ainda mais barulhentas entre mim e meu marido. A porta continuava aberta. E foi assim que vi, pela penumbra, o vulto de Fernanda aparecer à porta para nos ver transar. Vibrei com meu sucesso. E na manhã seguinte encontrei uma Fernanda com olheiras, sinal de que dormira pouco e imaginei que tivesse se masturbado muito nos vendo transar, mas não entrava no assunto.
Porém, na tarde seguinte, estávamos em meu quarto ela e eu e de propósito havia deixado várias camisinhas usadas pelo chão. Ela viu. Riu. Eu também ri. E ela teceu o comentário:
- você e o Rubens se dão bem na cama. Transam todas as noites.
E eu disse que sim, que ele era um amante maravilhoso, que transava muito bem. E passei a fazer considerações e comentários picantes com a menina, enaltecendo as qualidades de meu marido na cama. Senti que a menina arfava de desejo e por fim me disse que gostaria de ter a sorte de encontrar alguém assim também.
E maliciosamente disse que ela iria adorar passar por tal experiência. E fiquei olhando firme para ela. E me disse:
- tomara que eu encontre mesmo um Rubens para ser feliz!
Então disse a ela que ele era meu. Ela riu e disse;
- “eu sei disso”, mas se você não fosse a esposa dele, transaria sim, com ele.
Então percebi que ela estava mesmo a fim de dar para ele. Mas fiquei quieta.
Á noite quando fomos deitar, fiz questão de ser ainda mais audaciosa enquanto transava e novamente vi que Fernanda nos espiava. Comentei tudo com meu marido e ele também percebeu que a garota nos espionava na transa. E fui bem rápida na minha decisão: desvencilhei-me de seus abraços e fui à porta e peguei em fragrante Fernanda que a se ver descoberta, quase desmaiou de susto.
Rubens continuou no quarto enquanto fomos nós duas para a sala conversar. Ela me pedia desculpas, implorava para não contar nada para seus pais, e suplicava segredo. Quando me fitou com aqueles olhos verdes e cheios de lágrimas, me encontrou sorrindo e pude falar que não ficara brava nem nada, e que poderia confiar em nosso segredo. E conversamos muito. Disse a ela que havia já percebido sua presença em noites anteriores, mas agora ela não precisando acordar cedo, poderia até nos fazer companhia se quisesse.
Os olhos dela brilharam de prazer. E me disse que sim, havia nos olhado muito, se masturbado também. Que era um prazer que sentia ver outras pessoas transando. Que muitas vezes às escondidas, via os pais numa relação e imaginava estar mais perto.
E falei então que sua hora havia chegado que iria não somente ver, mas também participar de uma transa a três. Também era nosso desejo.
E tomando-a pela mão levei-a até nosso quarto onde Rubens estava deitado de costas para a porta.
Entramos. Apaguei a luz, fui até seu ouvido e disse que tinha uma surpresa para a noite. E ele se virou e viu, na penumbra, nós duas ali. Abraçou-me, me beijou e em minutos caí de boca em seu cacete rijo como pedra. Chupei muito enquanto Fernanda nos observava. Depois eu mesma peguei-a pela cabeça e levei sua boca até o cacete de meu marido. A menina não se fez de rogada. Meteu na boca o cacete e eu fui beijar meu marido, que percebendo o que acontecia, passou a comandar a relação a seu gosto. Somente falei:
- faça bem gostoso que quero ver. É a realização de meu sonho.
E fiquei olhando aquela transa.
Logo em seguida ele puxou a menina e passaram a se beijar. Eram beijos gulosos e tesudos. Ele passou a alisar o corpo de Fernanda, foi tirando suas roupas e quando deixou totalmente nua, lambia e mordia os seios, passava a mão na grutinha ensopada dela. A menina arfava de prazer, quis chupar mais aquele cacete e se posicionou para isso. Ficou deitada sobre as pernas de meu marido esmagando suas tetas e chupava gulosamente.
Eu apenas olhava aquela cena maravilhosa, quando senti que meu marido iria gozar. Com minhas mãos enterrei mais ainda a cabeça da menina de encontro ao cacete e ela praticamente engolia aquela vara. Gemia muito, ia e vinha. Não demorou. O gozo de meu marido veio forte. Intenso. E a menina se atrapalhou com tanta porra. O que pode engoliu, mas boa parte escorria pela sua face, molhava seus seios, meu marido se acalmou e ficou estirado na cama.
Fernanda me olhou e agradeceu pelo momento e disse que nunca havia antes bebido porra, mas havia adorado e que na próxima vez iria beber tudo. Eu ri.
Enquanto Rubens ficou no quarto, nós duas fomos fazer um lanche. Estávamos esgotadas mesmo. Na cozinha ela me disse que adorou a experiência. Que eu havia sido muito liberal, mas ainda gostaria de ter uma relação completa com ele, para apagar seu fogo e seu tesão. Rimos juntas.
Voltamos depois ao quarto e me sentei num banquinho da penteadeira. E ela o atacou. Virou uma mulher e tanto. Chupou, foi chupada, vi seus seios ficarem marcados pelos dentes de meu marido, sua bunda também, mas depois começou a transa mesmo e pude ver meu marido possuir aquela garota de forma quase inesgotável.
Transaram muito, a menina gozava em cântaros, meu marido se segurava, mas logo não suportou tamanho tesão e gozou muito. Ambos ficaram largados na cama e eu, realizada, fui beijar meu marido e não poderia naquele momento exigir mais nada dele. Dormimos os três abraçados.
Na manhã seguinte ele acordou com a boca da menina querendo mais. Acordei e vi… não fiquei com ciúme apenas o prazer acendeu novamente. Então falei a ela que queria a minha parte e ela apenas iria olhar nossa transa. E ficando como eu, na noite anterior viu, de pertinho, nós dois fodendo.
Na noite seguinte repetimos a dose e então ele comeu nosso rabinho, sendo que o de Fernanda foi inaugurado.
Isso já faz 3 anos. Fernanda, claro, passou no vestibular, faz Faculdade em nossa cidade e mora conosco. Com minha menina um pouco maior, temos tomado cuidados especiais, mas finais de semana ela vai para a casa dos avós e posso reviver, sempre com o prazer renovado, meu marido transando com uma linda garota.
Essa é a minha história. Sem traição, mas sou mesma corneada pelo meu marido e pela Fernanda e adoro essa situação.
Enviado ao Te Contos por Célia
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klimtjardin · 3 months
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☁ Contos de Nube ☁
Atualização 37
Yarnie convidou uma amiga 👀 para visitá-lo.
Vocês lembram que ele comentou ter outra pessoa em mente na sua vida amorosa?
Pois é. Ele e Liberty se conheceram através de um jogo online. Ambos são dois geeks que amam jogar videogame e eu acho que eles combinam super 💞
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Como comentei, Yarnie estava de olho em Liberty há algum tempo e decidiu oficializar isso.
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Talvez agora Hermes perceba que Yarnie realmente seguiu em frente e tudo volte ao normal.
Falando nele, acho que vocês vão gostar de saber o que as fotos a seguir significam...
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Fico feliz de lhes informar que a família de Hermes, Cereja e, por consequência, da pensão, irá crescer em breve! Será que teremos aí a nova protagonista da nossa série?
Vocês esperavam que Hermes fosse o primeiro papai de Nube? Aposto que não!
Sem mais delongas, e sem tantas fotos, me desculpem... Avelã chamou Netuno para uma conversa.
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Netuno e Avelã chegaram a conclusão de que namoro não é o lance deles. Eles ficaram muito eufóricos por terem gostos parecidos, só isso. Foi uma decisão tomada em conjunto, na qual ambos decidiram continuar apenas como amigos.
Relacionamentos começando, outros terminado, responsabilidades aumentando...
O que será que Contos de Nube nos reserva?
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booklovershouse · 7 months
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Oi oi, booklovers!
Vcs já sabem q eu costumo ler livros de classificação baixa (pq é mais difícil ter hot/palavrões), ent resolvi fazer dois posts indicando livros pela classificação: esse, com livros +12 e outro, com livros +14 - eu poderia até fazer de outras tbm, mas eu basicamente só leio nessa faixa, ent é oq tem kkkkkkk
» Caso queira mais detalhes, os links nos títulos irão te levar para a resenha específica do livro/saga!
🧁| A Seleção (Kiera Cass)
Tudo começa em um pequeno país chamado Illéa, onde a sociedade é dividida em castas. É como uma herança: se seus pais são Seis, você será Seis pro resto da vida, a menos que consiga casar com um cara de uma casta acima (caso seja uma mulher), entrar para a guarda real e se tornar Dois (caso seja um homem) ou que pague uma fortuna pra mudar de casta.
A Seleção é um evento onde jovens de várias castas e províncias diferentes são sorteadas para ir ao palácio e, se escolhida pelo príncipe, se tornar a próxima rainha de Illéa. Caso perca, a garota ficará com a casta Três - se não for uma Dois -, já que é difícil para as moças de castas mais baixas voltarem pra a rotina normal após o tempo no palácio.
America Singer é uma Cinco (apenas três níveis acima do fundo do poço) e sua mãe está tentando convencê-la a se inscrever para a Seleção a qualquer custo, mas a garota tem um temperamento forte - e um namoro secreto. Após muita insistência, ela resolve fazer o que a mãe quer, já que há uma grande possibilidade dela nem ser chamada...mas é claro que as coisas fogem do controle e então America se vê "brigando" por uma coroa que nem deseja.
~ resenha originalmente publicada no meu outro blog, em janeiro de 2023.
🧁| As Férias da Minha Vida (🇧🇷)
Um romance de verão durante as férias no Caribe, uma viagem que deveria ser pra comemorar os quinze anos, mas só aconteceu aos dezessete.
🧁| Instant Karma - Caos, Amor e Destino
Foi meu primeiro lido de uma das minhas autoras favoritas e conta a história da Prudence, q depois de muita luta pra terminar um trabalho em dupla com Quint Erickson - que todos amam, mas ela odeia -, Pru recebe uma nota abaixo do que esperava e decide refazer o trabalho, nem que tenha que suportar Quint outra vez.
Mas então, numa animada noite no karaokê, ela cai enquanto cantava, bate a cabeça no chão e recebe o estranho poder de fazer "justiça kármica".
🧁| Amor e Gelato
Depois da morte da mãe, Lina cai de paraquedas em Florença, na Itália, para morar com um pai que nunca viu na vida.
Maaaaas, no meio dessas mudanças, longe de seu país e de sua melhor amiga, há uma coisa boa: Lorenzo Ferrara. Eles logo viram amigos e saem por aí, visitando os pontos turísticos que aparecem no recém descoberto diário da mãe de Lina.
Agr olha, se vc viu o filme e não gostou, por favor, tente dar uma chance pro livro, pq nem a gnt q gosta da história achou o filme bom, imagina qm nunca leu 🤡
🧁| Trilogia Princesas Modernas (🇧🇷)
• Cinderela Pop: sinceramente, eu não lembro de muita coisa, só que a Cintia é DJ e tem All Stars.
• Princesa Adormecida: meu preferidinho. Ana Rosa vive com seus três tios super protetores e praticamente só sai de casa para ir ao colégio. Isso até as amigas dela a levarem escondido para comemorar seu aniversário e ela começar a receber mensagens de um garoto misterioso no dia seguinte.
• Princesa das Águas: Arielle Brotel �� uma nadadora famosa, que está prestes a participar das Olimpíadas pela primeira vez, porém, ela é super protegida por ser a caçula da família e então ela é apresentada a um novo mundo...onde tem alguém que pode virar sua vida de cabeça pra baixo.
🧁| Um Estudo em Vermelho
O primeiro de uma saga com 4 livros e 56 contos, Um Estudo em Vermelho é a porta de entrada para o 221b da Baker Street e seus moradores que adoram um mistério não solucionado: Sherlock Holmes e seu fiel companheiro, o Dr. Watson.
Nesse livro, você vai ver como uma das duplas mais amadas do mundo se conheceram e solucionaram o primeiro de muitos casos espetaculares.
🧁| Minha Vida Fora de Série (🇧🇷)
Um dos meus preferidos da pré-adolescência, Minha Vida Fora de Série conta a história de Priscila, uma garota de 13 anos que, após o divórcio dos pais, se muda com a mãe (e alguns dos seus muitos bichinhos de estimação) para BH.
Cidade nova, amigos novos e, quem sabe, talvez um novo amor?
🍰| Conhecem mais livros +12? Se sim, conta aí, eu amo e aceito indicações!
Bjs e boas leiturassss <333
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amantedosfandons · 1 year
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1 • Trauma
KAYRA
Poderia dizer que tudo começou quando minha filha nasceu, mas seria errado, porque tudo começou no colegial, apesar de uma criança te acordar e te fazer perceber que a vida é mais que festas e bebidas.
Conheci o Justin quanto tinha só dez anos, estudamos juntos, na mesma turma, sempre, nos formamos no fundamental, e um dia, ele me convidou para ir ao baile com ele, no primeiro ano do ensino médio.
Primeiro, era somente sobre ele ser meu melhor amigo, morava quase ao lado da minha casa, nos conhecíamos desde muito novos, mas algo mudou no nosso último ano.
Namoramos, nossos pais adoravam, porque já o conheciam e não foi o maior dos problemas. Foram cinco anos, desde os meus dezesseis anos pensando que o amor da minha vida sempre esteve ao meu lado.
Só que um dia, eu e ele nos acordamos do sonho.
Percebemos que, talvez, como casal não funcionava, somente como amigos, chegamos a um acordo, nenhum saiu triste, foi uma decisão dos dois, e ele continuava morando perto, cinco minutos da minha casa, talvez nem isso.
Ele continuou indo conversar comigo, íamos ao mercado juntos, naquele tempo, de quase cinco meses separados, me contou sobre uma outra garota, e eu contei sobre estar tentando também, e era tão...normal?
Não me sentia estranha tratando ele como um amigo, e ele parecia aliviado por me tratar como uma amiga também.
Até que a bomba estourou, e descobri que estava grávida de quatro meses, e pelo tempo, só podia ser de uma pessoa.
Fiquei com medo de contar, mas precisava ser feito, e tudo que ele disse foi: Tudo bem, vamos dar um jeito.
Meus pais ficaram bravos, disseram que não era saudável e super difícil criar uma criança sozinha.
Teoricamente era sozinha, apesar do Justin ter me ajudado muito. Ela morava comigo, então, eu precisava estar sempre correndo.
Jamais faria aquilo por ninguém, mas a diferença de ser sobre um filho seu, é que por mais difícil que seja, tudo se torna gratificante no final.
- Não deixa ela comer Nutella, sente dor de barriga depois.
- E sorvete? Ela pode? - Rolei os olhos.
- Só depois do almoço.
- Que chata...
- Estou falando sério, ela precisa saber que tem regras. - Cerrou os olhos.
- Vou respeitar, mas só porque é você. - Entreguei a bolsa para ele. - Ela volta na segunda a noite, certo? Eu te ligo caso algo aconteça, e...ela provavelmente vai querer falar com você.
- Não esquece que ela fala, se a sua namorada tratar ela mal, eu vou saber...
- Kay, se qualquer pessoa tratar a Bella mal, eu mesmo faço questão de expulsar do meu círculo social. - Sorri, satisfeita. - Inclusive, aonde ela foi?
- Oh, ela está dormindo. - Levantei do sofá. - Eu não quis acordar, mas se você...
- Não, pega ela, vou colocar as coisas no carro.
E a semana do pai começava, a parte boa de ter a guarda compartilhada era aquela, e por qual motivo? Faxina completa na casa, por mais horrível que fosse admitir.
Nem se mexeu quando a peguei no colo, o banho e a roupinha confortável provavelmente fez com que sentisse sono. Levei ela até o carro, a deixei na cadeirinha e beijei a testa dela, era sempre difícil, por mais que fosse com alguém confiável.
Ele me abraçou e beijou meu rosto, prometendo que ninguém ia tratar ela mal e que na segunda estaria de volta. Apenas assenti, sorrindo.
Suspirei, e disse ao meu próprio cérebro que tudo bem, a namorada do J não ia tratar a minha Bella mal, e que ela não precisava ser necessariamente a rainha má dos contos de fada.
- Ela foi com o pai hoje?
Lorence, a minha vizinha, uma senhora de sessenta e poucos anos, um pouquinho sem noção, fofoqueira e que sabia cozinhar muito bem. Me recebeu com uma fornada de biscoitos quando mudei para o bairro.
- É o fim de semana dele. - Falei simples, sem dar tanta informação.
- É uma pena. - Franzi o cenho. - Que sejam separados.
- Foi melhor para nós.
- Ele é um bom homem.
- Com toda certeza.
Sorri, e saí antes que começasse a falar mais. O elogio dela teria sido normal se não a conhecesse, sabia que acobertava o Justin e pensava que provavelmente eu era uma vagabunda que prendeu ele com um filho.
O que não chegava nem perto de uma meia verdade.
Sempre trabalhamos, os dois, e o consenso da separação chegou antes da notícia da gravidez, e desde que a Bella nasceu, expliquei tudo para ela, sobre o papai não morar com a mamãe, porque eles eram apenas amigos, e também tinha a terapia, nenhum de nós queria que ela ficasse confusa.
Peguei minha bolsa, liguei e fui em direção a maior festa da minha vida.
Mentira, era só o mercado.
Eu não evitava ir ao mercado com a bebê, mas era mais fácil e rápido sozinha, e visto que não tinha nada melhor para fazer, fui até lá.
Fazia uma lista típica no celular e comprava tudo que precisava, incluindo o cereal colorido dela e os biscoitos sortidos sabor chocolate e morango.
Fazer compras era sempre uma tarefa difícil para qualquer dona de casa, primeiro pelo tempo, o escritório que eu trabalha por meio período me fazia ter preguiça de qualquer coisa quando chegava em casa, e depois porque tudo custa uma fortuna, não só as compras do mês, mas manter uma casa era cansativo.
Sorri sozinha quando vi um pote de Nutella, ela não podia comer sempre, mas eu sim, então, cometeria o pecado de comprar e comer sozinha. Mães sempre têm seus segredos.
Deixei o carrinho no corredor e fui até o final, apenas para pegar uma embalagem de salgadinho, nem olhei para frente, e pelo visto, o outro ser humano também não.
Nossos ombros bateram fortemente e o barulho de algo caindo foi característico e até alto, e depois senti alguns respingos.
Até me dar por conta que duas caixas de leite estavam no chão, uma sobreviveu, a outra não.
- Merda. - Ele murmurou, em inglês.
Franzi o cenho na hora, estávamos em Quebec, no Canadá, era raro escutar inglês e não francês, apesar de não ser tão assustador encontrar alguém que falasse as duas línguas.
- Desculpa. - Falei no mesmo momento. - Eu...eu não te vi e...
- Ei! - O encarei, e ele só sorriu. - Não adianta chorar pelo leite derramado, não é?
Pelo visto falava as duas línguas, só mais um morador comum, e sorri aliviada quando ele riu, pegando a outra caixa do chão.
- Eu pago pelo leite, e pelo outro que você provavelmente vai repor no lugar desse...
- Não precisa, foi só uma caixa de leite. - Levantou, com a outra caixa na mão, a sobrevivente. - Duas caixas eram mesmo exagero.
- Mesmo assim, foi eu quem bati em você.
- E quem garante que não foi eu? - Levantou as sobrancelhas. - Harry, a propósito. - Estendeu a mão.
- Kay. - Ele sorriu, e apertei a mão. - Bom, ainda acho que foi eu...
- Mas acho que foi eu. - Cerrou os olhos. - Não gosto muito de perder, acho que seria bem importante dar uma olhada nas câmeras...
- Seria muito exagerado? - Pensou por momentos.
- É, talvez.
Rimos baixo, e ele encarou a caixa de leite na mão dele, enquanto eu encarei meu pacote de salgadinhos, dando uma olhadinha no semblante animado de alguém que acabou de perder uma compra e provavelmente teria que pagar.
Pessoas simpáticas, nunca entendi muito essa espécie.
- Então...
- Eu pago, é isso. - Disse rápido. - Foi um prazer, tenha um bom dia, e o mais importante, senhora...
- Senhorita. - O corrigi.
- Bom saber. - Sorriu largo, me deixando com vergonha. - E o mais importante, não esbarre em mais ninguém com caixas de leite. - Riu baixo. - Vou chamar alguém para limpar, foi um prazer.
- É...acho que foi.
Aquela foi a coisa mais ridícula que eu já disse para um homem bonito, e quando uso o termo "homem bonito", me refiro a alguém simpático, e compreensível que merece mais que um "acho que foi".
Ele só sorriu, e deu meia volta, desaparecendo no corredor. Corri até o carrinho e joguei o pacote de salgadinho dentro, e me dirigi ao caixa.
Fiquei constrangida de não ter pago pelo leite, e não queria ficar lá até alguém aparecer para limpar, seria tipo bisbilhotar o serviço dos outros, então só fui pagar pelas minhas compras.
Deixei tudo no carro, coloquei o carrinho de volta e lá estava eu, voltando para casa, retirando as compras do carro, guardando tudo e aproveitando para limpar armários.
Roupas lavando, depois na secadora, o pó sendo limpo e o barulho do aspirador por sorte não era tão alto contra o carpete. Arrumei todo o quartinho da Bella, incluindo o espaço para os brinquedos e depois arrumei o meu, e os banheiros.
No final do dia, eu só queria sentar no sofá e assistir algo legal, mas nem a televisão compensou, então peguei meu celular.
Face time nunca foi tão legal, antes eu não gostava, mas ficar sem falar ou ver o meus pais o chateavam muito.
Não moravam tão longe, era na cidade próxima, pouco menos de meia hora de carro, e se tinha algo que eles amavam, era a neta deles.
Filha única, fui criada sozinha, na companhia de uma prima, mas nunca fomos tão próximas. Minha mãe tentou ter outros filhos, mas nunca conseguiu, parou de tentar depois do segundo aborto, quando eu tinha onze anos.
Eles costumavam dizer que eu era o milagre deles, a semente que deu certo, a luz da vida deles, e muito mais. Talvez, por aquele motivo eu me contesse tanto.
Queria que tivessem orgulho de mim, eu era a única filha, alguém precisava fazer o trabalho duro, e por aquele motivo, criava a Bella sem pedir nada, para eles conseguirem perceber o quanto eu podia ser independente.
Criava uma filha sozinha, cuidava da casa, trabalhava, e eu precisava fazer tudo aquilo, eu queria fazer aquilo, cuidar de uma criança que passou a ser a minha prioridade.
Suspirei, naquele sofá ridiculamente aconchegante, chamada encerrada e a televisão sintonizada em algum canal de filmes que eu não fazia a menor ideia do que era.
Levantei e saí pela porta dos fundos, arrumei toda a casa e esqueci de verificar a parte externa, mesmo que não fosse a melhor hora para fazer aquilo, quase escurecendo.
- Bella! - Franzi o cenho. - Bella! Tia Kay, a Bella está em casa?
Ri alto, olhando para o muro, mas não tinha ninguém. Obviamente o garotinho de quatro anos estava escondido atrás dele.
Fui até lá, e o espiei por cima da madeira, e ele sorriu, acenando com a miniatura de mão.
- Oi, Joe, tudo bem?
- Sim. - Assentiu, olhando para cima com um sorrisinho adorável. - A minha amiga Bella está em casa?
- Oh, hoje não...
- Ela saiu, tia?
- Saiu, querido. - Sorri com os lábios. - Saiu com o pai dela.
- Mas...ela foi lá hoje? - Ri nasalmente, e assenti. - E ela volta hoje? - Ri mais alto.
- Só na segunda, Joe, podemos ir ao parque juntos no próximo fim de semana, pode ser?
- Sim eu... - Franziu o cenho. - Tia, vou pedir para a minha mãe primeiro.
- Tá bom, é importante pedir antes, certo?
Ele assentiu, animado.
Joe era dois anos mais velho que a minha filha, e eram melhores amigos, depois que descobriram a arte de conversar através da madeira, falando alto e batendo as mãos na cerca.
Foi um dia mágico quando eu e a mãe dele os levantamos e eles se conheceram pela primeira vez, depois, a Bella ia na casa dele e ele na nossa, passavam bastante tempo juntos, além de frequentar a mesma creche.
- Joe. - A mãe dele sussurrou. - A tia Kay deve ter um monte de coisas para fazer.
- Coitada da tia Kay, meu único amigo é seu filho. - Ela riu.
- Isso é meio decadente para um círculo social popular. - Assenti, rindo. - E a Bel?
- Com o J. - Ela assentiu.
- Vai aproveitar a noite, então?
- Ah, é claro. Eu com certeza vou à uma festa muito popular, se chama dormir. - Ela riu alto. - Estou cansada, nem lembro a última vez...
- Nem me fale. - Rolou os olhos. - O meu cunhado chegou hoje de viagem, ele é legal, mas...fico sozinha, a única mulher, aí é difícil. - Deixou o ar escapar pela boca.
- Cunhado solteiro e encrenqueiro? - Apenas sorriu, ajeitando o cabelo do Joe.
- Não, ele é do tipo sério, mas mesmo desse jeito, me sinto deslocada, ainda mais porque ele vai dormir aqui, e...sabe? É difícil receber visitas que não sou acostumada.
- Ah, eu sei, no ano novo, eu e minha prima dormimos na mesma casa, saímos juntas, somos parentes e eu gosto mesmo dela, mas não nos conhecemos, sabe?
- É exatamente isso. - Suspirou, me analisando, sorrindo com os lábios, inclinando a cabeça em seguida. - Na verdade, você podia vir jantar aqui hoje.
- O quê? - Franzi o cenho, provavelmente fazendo uma careta junto.
- É, para eu não ficar sozinha, podem ser dois homens, e duas mulheres. - Sorriu largo.
- Chelle, eu não sei se deveria...
- Não vem com essa, o que você tem de melhor para fazer? Ficar deitada no seu sofá comendo chipps e assistindo série?
- Ei! Não fala do chipps como se fosse algo errado! - Fingi xingar.
- Por favor. - Chegou mais perto da cerca. - Vai ter mousse de morango...
- Não faz isso...
- E eu fiz barra de nanaimo...
- Tá bom! - Falei rápido, fechando os olhos, mas os abrindo logo em seguida. - Eu vou no seu jantar chato. - Ela sorriu largo.
- Te espero às sete. - Deu um pulinho. - Tchauzinho para a Kay, filho!
- Tchau, kay. - Abanou a mãozinha, e fiz o mesmo.
Passos lentos até a porta dos fundos, suspirando. Não queria realmente ir, mas Michelle estava certa, não tinha nada melhor para fazer, e se ficasse em casa, ia passar a noite preocupada com a minha garotinha, me perguntando se estava bem e o que estava fazendo.
Banho demorado, mas só por preguiça, não valia a pena exagerar, era um jantar em família, uma família que não era minha, mas pelas barras de nanaimo valia a pena.
Calça jeans, meu fiel vans preto e blusas de frio, sempre nevava no inverno, e a temperatura já estava de matar mesmo que a estação ainda estivesse no processo de mudar.
Eu podia dar uma de delinquente e pular a cerca de madeira, mas seria muito mal-educado, então fui andando, fiz a volta na rua até parar do lado contrário, na frente da casa, andando devagar até o desastre.
Barras de nanaimo, Kay, pense nas barras de nanaimo.
Bati na porta, e lá estava a Chelle, sorridente, praticamente me puxando para dentro.
- Pensei que não viesse.
- Trato, é trato. - A segui pela cozinha.
A casa dela era legal, não tão diferente da minha, só a paleta de cores dela que ia de rosa, para lilás e branco, enquanto eu preferia só o branco, bege, talvez alguns tons em vermelho ou laranja, mas nada absurdo.
Ela entrou na cozinha, e escutei os risos deles, provavelmente todos lá, e então entrei logo atrás, pronta para forçar um sorriso e cumprimentar quem quer que fosse.
- Escondam as caixas de leite. - Olhei na direção da voz. - Oi, não veio pagar pela caixa, veio?
- Ah...não. - Franzi o cenho levemente, o acompanhando com o riso baixo.
- Vocês se conhecem? - Chelle perguntou, tão confusa quanto o marido.
- Do mercado. - Ele disse breve. - Nos esbarramos, enfim. Boa noite. - Estendeu a mão.
- Boa noite. - O cumprimentei. - Oi, Mitch. - Dois passos na direção do marido dela.
- Oi, Kay, faz tempo. - Ri nasalmente.
- É o trabalho. - Dei de ombros.
- Muitos casos?
- Tem sido mais tranquilo agora...
- Você é da polícia? - Harry se intrometeu, nos fazendo rir.
- Conselho tutelar. - Ele fez um semblante surpreso.
- Ela é famosa aqui. - Rolei os olhos assim que Chelle disse aquilo. - E a melhor que temos no cargo, ela já esteve nos jornais.
- Ela exagera. - Falei rápido.
- Mentira. - Mitch se pronunciou. - Sabe aquele caso do garoto Harlo? - Harry assentiu. - Foi ela.
Ele virou o rosto, me observando, e sorrindo em seguida.
- Kayra Chambers, claro, sei quem você é. - Sorriu com os lábios. - E olha que nem moro aqui...
- O Harry é de Los Angeles. - Ri de novo, não sabia qual deles era o mais intrometido.
- Legal. - Falei, e me afastei, andando até o lado da Chelle.
Eles não falaram muito, na verdade, Harry passou a falar bem menos, mas percebia ele me encarando, provavelmente queria me perguntar sobre o caso.
Não era um troféu para mim, a Chelle ter tocado naquele assunto só me trouxe más lembranças.
O caso dos Williams não era diferente dos outros. A mãe e o pai do Harlo, um garotinho de três anos, e no começo tudo bem, eles eram uma das famílias mais potentes da nossa cidade.
Até o dia que fui ao mercado e vi Mary com o olho roxo, não tinha desculpa nenhuma para aquilo, e me equivoquei quando a segui até o estacionamento e disse que podia ajudar, ela me xingou, disse para eu não me meter e só o que fiz foi deixar meu cartão com ela.
Uma semana depois, as duas da manhã, recebi uma ligação de um número desconhecido, Bella estava com o pai, e eu não tinha nada melhor além de assistir séries até pegar no sono, então atendi.
Foi assustador, ela estava chorando desesperada e só sabia dizer "ele quer ele, ele quer meu filho", e "ele tem uma arma, por favor, me ajuda", em meio a soluços de choro, eu podia até sentir as lágrimas.
A única coisa que fiz foi vestir uma calça jeans e um casaco em menos de cinco minutos, peguei as chaves e digitei o número da polícia. Enquanto eu dirigia, dava as informações a policial.
Estacionei bruscamente, nenhuma viatura, então recorri a algo que nunca havia precisado antes, minha arma.
Eu tinha porte, não que ser do conselho tutelar seja uma série criminal, mas nunca se sabe.
Sai do carro e dei a volta na casa, os barulhos de alguém tentando arrombar eram característicos, e quando gritei para chamar atenção, ele se virou, apontando a arma na minha direção.
Tive medo de morrer.
- Você não quer isso. - Falei, calma. - Vai causar uma desgraça na sua família, e...
- A desgraça já foi feita. - Ele disse, sem parar de me encarar.
- E o que vai fazer? Matar seu filho? Grande ideia para consertar tudo.
- Não, ele não. - Riu. - Ela, aquela desgraçada!
- Você bateu nela!
- Eu nunca encostei na Mary, porra! - Estava bravo, eu sentia. - Nunca bateria nela, acha que em todos esses anos, com todo esse recurso e tecnologia, já não estaria preso? - Não baixamos as armas em nem um momento. - Você me conhece, Kay...
- Não te conheço, e nem quero...
- Qual é? Fizemos o ensino médio juntos, você sabe que não sou assim! - Falou rápido, gritando. - De que lado?
- Como assim?
- O olho roxo dela, de que lado?
- Direito.
- É, direito. - Foi quando olhei para ele, estava segurando a arma com a esquerda. - Não sou destro, aquela vadia burra não soube nem...
- Não fala assim. - O interrompi. - Abaixa essa arma, e eu te ajudo a resolver.
- Quem garante?
- Eu garanto. - Falei firme. - Falou do ensino médio, então sabe que trato, é trato.
Ele ficou quieto, e de repente, deu passos a frente, me entregando a arma, mas eu não podia abaixar a minha, então peguei da mão dele e o conduzi até a frente da casa.
Os policiais chegaram, o jornal local, a Mary com o olho direito roxo e o garotinho chorando, assustado, prometi ao Greg que daria um jeito.
E consegui, não sei como, mas desvendei o caso com a polícia, na verdade, eles nem queriam, disseram que era simples, o marido batia na mulher e depois do divórcio ele tentou matá-la, mas não era só aquilo, e eu sabia, algumas peças não se encaixavam.
No fim, descobrimos a verdade. Mary queria o dinheiro, metade dos bens dele, Greg era dono de quase metade da cidade, e ela, com parte do dinheiro, conseguiu comprar muitos imóveis no nome dela, ainda no casamento.
O garotinho, infelizmente contou que viu a mãe machucando o próprio rosto, e ainda nos disse que ela falava que era tudo culpa do pai, e que era para ele contar aos colegas da escola, porque ela "precisava de ajuda". Honestamente, preferia que ele não soubesse de nada sobre aquilo.
A questão mesmo foi que o uso de armas contra ela não estavam nos planos, Greg surpreendeu a todos.
No final das contas, ela foi presa, e ele também, por ameaçar de morte e todas aquelas coisas, mas teve direito a fiança, já Mary, não, e foi levada para a prisão da cidade de nascimento, no sul do Canadá.
Mesmo que Greg estivesse fora da cadeia, decidi que Harlo não podia ficar com alguém que recorreu a uma arma, então, passei a responsabilidade para os avós paternos dele, e liberei visitas constantes do pai.
No fim, apareci no jornal depois de todo o crime revelado, e só dei uma entrevista, não achei que aparecer demais fosse fazer bem para a Bella, então tentei esclarecer tudo de uma vez só.
Não foi grande coisa, mas o que veio a seguir foi pior.
- Kay? - Encarei a Chelle. - Você quer salada?
- Ah...não, valeu.
- Aonde você estava? Te chamei umas três vezes.
- Só...pensando.
Era o que acontecia quando alguém falava sobre aquele caso, eu ficava aérea, e alguém na mesa percebeu aquilo.
Eles estavam falando de alguma empresa, não entendi bem, e nem queria. Pedi licença e subi, aquela altura, depois de mais de um ano sendo amiga dela, eu sabia onde ficava o banheiro.
Fechei a porta e tranquei, peguei meu celular no bolso e abri as chamadas de vídeo.
- Fiz uma aposta com a Hanna, disse que não aguentaria até as nove sem ligar. - Justin disse, sem nem me dar oi.
- É, boa noite. - Ri baixo. - O que ela está fazendo?
- Brincando de massinha. - Sorriu. - Olha...Bel, a mamãe ligou...
- Mãe!
O alívio que surgiu no meu coração quando ela pegou o celular, e eu ri, Bella, aproximava o celular da boca para falar, e depois o afastava, para me ver na câmera, era sempre engraçado.
- Oi, meu bebê. - Acenei para ela, que franziu o cenho levemente.
- Mamãe, eu não sou um bebê, sou grande. - A fala indignada dela foi adorável.
- Eu sei. - Sorri. - Mas para mim, você é um bebê.
- Mas...mas eu não sou, mãe.
- Tá bom. - Ri. - O que você fez hoje?
- Eu dormi muito na cama grande do J. - Riu, olhando para cima, provavelmente para ele. - E comi sorvete de morango, é o nosso sabor favorito, e...
Fiquei escutando ela falar por uns minutos, sobre colocar areia do parquinho no cabelo, e depois o Jus pegou o celular, me prometendo que não tinha mais areia no cabelo dela.
E depois ele se despediu, dizendo que ia arrumar ela para dormir. Desliguei e guardei o celular, suspirei, com os olhos fechados.
Ninguém sabia do medo excessivo que eu tinha de algo acontecer com ela toda vez que eu lembrava do caso, mas nunca contei para ninguém, parecia muito bobo dizer que me traumatizei depois de pegar uma arma pela primeira vez, e pensar em atirar.
Passei água no rosto, sequei e me olhei uma última vez no espelho, canalizando a ideia de que estava tudo bem.
Abri a porta, e voltei para o banheiro, pulando se susto com o ser humano parado bem na frente dela, encostado na parede.
- Qual é o seu problema? - Riu, me analisando.
- Fiquei preocupado.
- E resolveu me seguir até o banheiro?
- Foi exatamente isso, na verdade. - Deu de ombros, e fiquei boquiaberta. - Não sou fã de mentiras.
- Percebi. - Olhei para o corredor vazio. - Vou voltar.
- Isso é mentira. - Parei de andar, e virei o corpo, para observá-lo. - Você pode até voltar, mas a sua mente não está aqui. - Saiu da parede, e deu alguns passos até mim. - Não quer estar nesse jantar, não é?
- Eu quero. - Queria mesmo, de verdade, a família da Chelle sempre foi legal comigo, o problema era a minha mente me sabotando. - Só...não foi um dia tão bom.
- Claro, o meu também não foi tão legal. - Deu de ombros. - Primeiro dei um azar enorme no mercado. - Rolei os olhos, o fazendo rir. - Depois eu passei o dia fora resolvendo umas coisas, e quando voltei, precisei escutar o discurso da Michelle sobre não comer o nanaimo, e eu já tinha pego dois, então...
- Escutar os sermões da Chelle nem sempre é fácil. - Ele riu, concordando. - Vou voltar.
- Justin é seu namorado? - Dei meia volta de novo.
- Não. - Depois continuei andando.
- Isso foi um "não, ele não é meu namorado" ou um "não, eu não tenho um namorado e podemos sair para jantar amanhã a noite"? - Fui obrigada a rir.
Parei no meio do corredor e virei o corpo, estava incrédula com a audácia, mas não foi o que meu rosto mostrou.
- Isso foi um "Não, eu não tenho um namorado, e não quero sair com você", tenha uma boa noite. - Continuei andando.
Murmurou algo, mas não escutei, desci as escadas e fui até a cozinha, sentei na banqueta bem ao lado da Chelle e não vi nem Harry, nem Mitch.
Ela ficou falando alguma coisa sobre fazer pilates, porque segundo ela, yoga era o esporte das mães, o que me fez rir.
Sempre gostei de correr, curiosamente, em qualquer horário, inclusive nas madrugadas, mas parei depois que tive minha filha, não dava para sair e deixar ela sozinha.
Fui para casa depois, sozinha de novo, caminhando na rua, observando as luzes das casas ligadas e pensando se eu teria um bom sono.
Deitei na cama, e dormi, o problema mesmo veio depois.
Minha casa inteira pegando fogo, e meu primeiro instinto foi correr para dentro, a Bella estava lá dentro, de alguma forma eu sabia que estava.
Então entrei, chamando por ela, e ela gritou, me pedindo ajuda. Subi o mais rápido que pude, não estava no meu quarto, nem nos banheiros e nem na sala de brinquedos.
A porta do quarto dela estava trancada, e não vi a escada, mas sabia que o fogo já estava quase lá, e a fumaça no andar de cima era característica. Bati na porta com meu pé, usei toda a força que tinha, e então a porta abriu.
A garotinha estava sentada na cama, agarrada ao coelho de pelúcia, e não olhou para mim, mas sim para algo a frente.
Eu mesma, segurando uma arma na direção dela, prestes a atirar, e eu sabia o que viria a seguir.
- Mamãe, por que está fazendo isso comigo?
Seguido do barulho do tiro, eu sabia que havia matado ela, mas nunca vi realmente.
Eu sempre gritava e tentava impedir a mim mesma, o que sempre resultava em um hematoma.
Abri os olhos, percebendo que estava gritando e estapeando a fechadura da porta dela, e suspirei, fechando os olhos e segurando minha mão.
Abri a porta e liguei o luz, o quartinho dela vazio e bem arrumado, nada de fogo ou fumaça e nem ela mesma estava lá.
Sentei na cama, e peguei o coelhinho do meio dos travesseiros, para encará-lo. Nem sabia ao certo o horário.
- Maldito terror noturno. - Sussurrei.
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lubay · 2 years
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Boa noite..
Cá estou eu novamente, falando de meus dilemas diários. Ontem encontrei meu professor, aquele pelo qual eu estou apaixonada (só para deixar claro, não é algo platônico, realmente nos envolvemos, fizemos "juras de amor" e do nada ele me coloca pra escanteio e finge que eu não existo. Em algum outro momento eu conto essa história.).
Bom.. Foi difícil vê-lo.. Foi até mais que o normal, porquê ele mudou o corte e ficou um gato. Meu coração doeu. But anyway né! Apesar disso... Eu estou feliz. Sadicamente feliz. Por quê? Porquê me vinguei acidamente. Muahahaha! Okay, parei.
O exercício de aula era escrever uma peça de teatro da sua vida. Escrevi. E ele era um dos personagens. Foi incrível ver a cara dele assistindo a tudo o que ele fez. Chamei a atenção que eu queria. Ainda não nos falamos e ele ainda não me procurou. Mas causei o efeito que eu queria e acordei hoje me sentindo maligna. Muahahahahaha!! Okay, eu não devia me divertir tanto com isso. Crianças, por favor, não façam isso.
Maligna, porém triste. A realidade não mudou e tô tendo que lavar as minhas roupas de cama hoje. É difícil esvaziar a mente e não pensar na pessoa que te infligiu uma ferida.
O que nos leva a pensar.. Como conseguir esquecer a pessoa que você tanto amou e acreditou? O amor e o ódio andam de mãos dadas, lembrem-se disso. Quanto maior for o amor, maior será o ódio quando for traído. Mas o ódio não vêm da noite pro dia. O amor dura.. se prorroga.. custa a te deixar...
Primeiro uns dois ou três meses sofrendo muito... Chorando, se perguntanto o que deu de errado, se a culpa é sua, se seria diferente se não tivesse feito tal coisa.. Afinal... você deu tanto de si. Deu o seu melhor.. E, nesses três primeiros meses, você fica naquela bolha de dor e a sua ficha de que tudo acabou, demora a cair.
Depois disso você começa a usar outras pessoas pra esquecer a pessoa amada.. Procura substitutos.. Em vão... São só os tapa buracos. Mas em algum momento, aqueles tapa buracos funcionam e você entra no modo "estar vazio".
Ao entrar no "estar vazio", você começa a se perguntar várias coisas. Como você acabou assim? Por quê você ficou assim?. E aí começa a internamente querer se vingar. "Vingar" é uma palavra super forte, mas não tenham vergonha. Somos seres humanos e sentimentos a necessidade de retaliação quando nos sentimos injustiçados. A partir daí, você começa a se amar e a cuidar de si, querendo que o outro se arrependa de tudo que fez e olhe pra trás "porra que pessoa gata, não acredito que a deixei" ou coisas muito similares...
Acreditem.. o intervalo entre, amar, superar e odiar vai ficando mais curto conforme você vai ganhando mais experiências amorosas, ainda mais se você for do tipo que se entrega. Aí fodeu, vai levar na cara direto mas, não desista do amor.
Eu não vou e nem quero desistir do amor.. É a melhor droga de todas
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dioniosworld · 6 hours
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Bom dia!
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Acordei pensando em quanto a a vida é injusta, nunca vou me encaixar em nenhum local, mas sei que isso é um pensamento individualista de alguma forma eu só quero achar uma caixinha pra suprir o vazio que eu sinto…
Eh talvez eu deva voltar a dormir
Mas entretanto eu não consigo estou deitada ouvindo Elton john e billy Joel, sentindo oque só uma mãe recém divorciada poderia descrever.
Talvez eu seja insossa como um peito de frango cru e viverei com isso a vida inteira.
Se eu fosse magra? Se eu fosse bonita? Se minhas características não dependesse da minha personalidade que nem sequer eu tenho.
QUE GRANDE MERDA! Depender de algo que eu idealizo ter, eu sou oque um filósofo metafísico?? pra isso eu precisaria ser um homem com alguns escravos tentando justificar a vida ateniense de alguma forma que atenue a culpa que eu sinto.
Eu não sou contra metafísica na verdade, gosto muito, então porquê critiquei??? EU SEI LÁ! Eu gosto de ser insatisfeita.
Lendo isso percebo o quão eu não faço sentido.
obsessão
Eu supro grande parte do sentimento de vazio com coisas, isso me fez ter um conhecimento vasto e razo de coisas aleatórias como por exemplo a CARALHA DA TÁVOLA REDONDA.
“Mas Dionísio porque a távola a redonda foi sua obsessão da vez?”
Porquê estava lendo sonhos de uma noite de verão de novo, todas as peças de Shakespeare é inspirado em algum mito Clássica ou lenda grega eu sla foda se eu li isso quando tinha 17 anos, não me lembro mais, continuando os contos da távola redonda são tudo de bom tem traição e por mais que sejam clássicos.
meu personagem favorito é sonsomongo do galahad.
“MAS OQUE ISSO TEM A HAVER COM A PORRA DE Shakespeare DIONÍSIO??”
calma!
Então além de facismo, monarquistas e meninas metidas a tradwife a comunidade de fãs dos livros clássicos sempre falava do lancelot e eu ficava tá ??? Quem é esse mano?? Por mais que eu tenha assistido merlin nunca peguei nada pra ler dos cavaleiros.
“MAS PRA QUE ESSA LADAINHA DIONÍSIO???!”
Porque como toda boa, jovem eu precisava de coisas pra suprir minha baixa autoestima e meu caráter duvidoso, isso sempre me levou a locais estranhos tipo MLP parece legal agora mas tenta ser fã disso em 2015 quando os grupos sobre era tudo cheio de P5d0 no fandom.
Vazio e pertencimento
Tudo volta a isso eu sempre quero fazer parte de algo, mas a verdade mesmo é que eu quero ser algo me sentir eu , mas nem sequer sei oque é isso estou numa procura incessante ao nada.
Rodapé
AH QUANTA MELOSIDADE MEU DEUS SINTO DOR FÍSICA LENDO ISSO aaaaa ai ah porque eu sou incompreendida ai porque eu sou coitada e feia,é mesmo supere!
Dionísio se você fosse normal quem você seria???
Tudo isso porque você ouviu Vienna as 6 horas da manhã e resolveu escrever sobre seu vazio.
VAZIO DE CU É ROLA! Meus Deus.
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eubiahzinnn · 11 days
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Escrevo esta carta em um momento em que a vida parece ter se acalmado um pouco, um momento em que posso olhar para trás e ver a jornada que percorremos juntas. Uma jornada cheia de altos e baixos, de sonhos realizados e outros que ainda estão por vir. Lembro-me daquela menina cheia de esperança e sonhos, com os olhos brilhando diante de um futuro que parecia infinito. A menina que acreditava em contos de fadas, em príncipes encantados e finais felizes. Aquela menina que sonhava em mudar o mundo, em deixar sua marca. E sabe de uma coisa? Você conseguiu! A menina que você era, com toda a sua inocência e entusiasmo, plantou as sementes que floresceram na mulher que você é hoje. Você enfrentou desafios que jamais imaginou, superou obstáculos que pareciam intransponíveis e, a cada passo, cresceu e se fortaleceu. Quero te dizer que você não está sozinha nessa jornada. Você tem dentro de si uma força incrível, uma capacidade de amar e de ser amada que te surpreende a cada dia. Acredite em si mesma, confie nos seus instintos e nunca deixe que ninguém te diga que você não é capaz. Lembro-me das suas inseguranças, dos seus medos e das suas dúvidas. Mas quero que você saiba que tudo isso faz parte da vida. É normal sentir medo do desconhecido, é normal se questionar e é normal querer ser perfeita. Mas a verdade é que a perfeição não existe. O que existe é a autenticidade, e defeitos. Capacidade de ser quem você é, com todas as suas qualidades. A vida é uma montanha-russa, cheia de curvas e loops. Haverá momentos de alegria e momentos de tristeza, momentos de sucesso e momentos de fracasso. Mas o mais importante é aprender com cada experiência, crescer com cada desafio e seguir em frente com a cabeça erguida. Não tenha medo de errar, afinal, é errando que aprendemos. Não tenha medo de mudar de direção, afinal, a vida é feita de escolhas. E não tenha medo de ser feliz, afinal, você merece todo o amor e toda a felicidade do mundo.
@.desabafos_29
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wickedlyrefined · 29 days
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x - 8, 13, 21, 22, 42
what do they sleep in? pj’s, normal clothes, nothing?
Costumeiramente longas camisolas de seda ou cetim, sempre em tonalidades mais escuras de verde, vermelho e roxo. Exemplo 1, 2, 3 e 4. (Falhei em achar nas cores, mas algo por esses modelos é o que eu imagino.)
do they like the room cold or hot when they sleep?
Ela diria que um meio termo, não gosta de nada muito extremo em temperatura, mas se tiver que pender para algum lado. Ela definitivamente prefere o quarto mais bem aquecido.
did they have any fears growing up that they’ve since conquered?
Não diria que ela superou, mas certamente ela aprendeu a lidar muito melhor com o medo de cachorros, conseguindo os tolerar até certo grau de distância. Consegue ficar no mesmo ambiente, mesmo que com muito desgosto de sua parte e visivelmente faz de tudo para sair de perto o quanto antes.
do they have a fear they want to conquer, but haven’t yet?
Uma pergunta difícil, por que por mais que ela veja os medos como empecilhos, ela não tem qualquer desejo de enfrentar qualquer um deles. Considera que se não superou por completo até agora, já passou da hora e não tem mais por que tentar. Covarde até o fim.
are they happy in their current living situation? why or why not?
Com a chegada dos perdidos e as mudanças na vida dela? Nenhum pouco. Digamos que ela não gosta nada dessas memórias estranhas do novos contos, especialmente por que detesta a pessoa que ela vai se tornar futuramente se isso seguir mesmo essa linha. Odeia a ideia de se tornar tudo aquilo que falavam dela e ainda pior, não gosta de ter ganhado mais um falso marido traidor ou uma família que a odeia, menos ainda da perspectiva de acabar completamente sozinha, humilhada e o pior de tudo... Pobre!
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contosane · 4 months
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Boletim de Anelândia: #23 - Meu processo de escrita (com história nova, velha e conto)
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Olá, pessoas! Cá estamos com mais edição do Boletim de Anelândia. Continuando na pegada de contar um pouco mais sobre minhas experiências como autora nessa minha vida. E uma coisa que sempre acaba rolando uma curiosidade é de como acontece o meu processo de escrita, até porque o de cada autor acaba sendo bem diferente. Sempre rola um pouco da curiosidade das outras pessoas - sejam leitores ou até outros autores - sem saber como que acontece quando surge uma nova história. Separei em alguns tópicos para organizar e falar melhor. Bora lá!
Quando surge uma história nova e “ela cresce em mim”
Num primeiro momento, surge alguma inspiração para alguma coisa nova, independente do tamanho (conto ou livro). Mas, eu não cometo a loucura de já sair abrindo um arquivo em branco e escrevendo igual uma doida. Nem saio primeiro montando as listas de personagens e montando os planejamentos da história - que falaremos mais a frente. Primeiro a ideia vai sendo maturada na minha cabeça. Geralmente, ela surge com o seu início e o seu final, aí eu passo uns dias devaneando e pensando na história. Vou construindo-a dentro de mim, com seus personagens e alguns dos principais acontecimentos do comecinho, montando meio que um mapa mental do que eu quero fazer. Só depois de um tempo - não tem uma estimativa exata, pois varia de acordo com a história - é que eu começo a montar os planejamentos e a começo a escrita em si.
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O famoso "Caderno das Ideias" que tenho já faz uns bons anos!
Como eu me planejo para escrever?
Costumo usar algumas folhas soltas, primeiro para montar um rascunho e depois passo o caderno de ideias. Geralmente, eu monto um resumo do enredo principal - como uma sinopse mais longa - e listo os nomes dos personagens. Depois faço outra lista com os nomes dos capítulos, para eu saber mais ou menos qual caminho eles vão seguir, mas é só uma ideia, pois só vou ver mesmo quando vou escrever mesmo. Ou eu faço um pequeno resumo de alguns capítulos no caderno e/ou nas folhas ou vou deixando no arquivo alguns tópicos com acontecimentos que quero colocar, mas o trajeto até lá é sempre um mistério. Pois é, gatas, esta autora é o maior exemplo de jardineiro, tanto que vira e mexe meus personagens saem de controle e fazem o que querem - Will (Filha do Conselho) e Koishiro (O Diário da Escrava Amada) estão mais do que de prova. Outro exemplo que posso citar de organização é quando fiz o ”12 Meses com Minorin”, em que a organização era um resumo de cada conto, mas o normal era eles seguirem outro caminho… Em especial o conto de Outubro. Porém, apesar da bagunça, eu sempre chego no final que eu gostaria, só a trilha que até lá que fica um tortuosa.
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Como eu sei qual voz usar?
Chega a ser engraçado como algumas coisas da história sempre já vem dentro do pacote e de uma vez. Até o nome dela costuma vir nesse pacote. (Com exceção dos contos do “12 Meses com Minorin”, que foi uma loucura!) Então, sim, eu sei muito bem qual voz acabarei usando… De que forma aquela história será contada. Quando vai ser um personagem como narrador - como em Aventuras de Jimmy Wayn ou em O Diário da Escrava Amada - ou com narrador onipresente - como As Super Agentes e boa parte das histórias mais antigas. Vai soar bem prepotente o que falarei agora, mas boa parte dos meus processos são bem instintivos, ainda mais quando se trata da criação. Claro que eu sempre estudo um bocado sobre os processos de escrita… Até a minha formação tem um pouco a ver com isso. Só que o meu aprender a escrever foi feito muito na parte prática e pouco na parte teórica. Tanto que chega a ser engraçado eu ler sobre algumas técnicas e acabo rindo sozinha, pois acaba sendo uma coisa que já faço.
Eu sei o “tamanho da ideia”
Ironicamente, até a ideia da história já vem no formatinho certo dela, seja conto, história curta ou um livro mais longo. Nunca me aconteceu de eu pensar que algo ia ser um conto e acabou se tornou um livro, pois a coisa acabou saindo de controle. (Estou comentando isso pois já alguns autores comentaram que aconteceu isto com eles.) Eu sei muito bem o tamanho e formato que a minha árvore vai ter no final, mas como farei a poda é que a questão. Obviamente, tem algumas que gosto muito e que eu tenho uma vontade de expandir, mas aí é uma situação bastante diferente.
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"Minha Tsundere é uma Agente" é uma das histórias que tenho um enorme vontade de transformar em livro, pois eu amo a ideia e ela não pode ficar presa em só cinco capítulos.
Digitado ou manuscrito? Hora para escrever?
E sobre trabalho o ato da escrita em si… Uns bons anos atrás, quando eu ainda era universitária e dividia o computador com todos da família, acabava que todos os meus livros eram escritos com a minha bela letra em todos os cadernos ou folhas de fichários que comprava especialmente para isso. As minhas histórias mais antigas ainda tenho todos os manuscritos guardados bem no meu armário. Por exemplo, O Diário da Escrava Amada, foi todo escrito a mão e depois parava e digitava os capítulos para poder lançar. Acho que isso era um dos motivos que fazia atrasar tanto as atualizações. Os três volumes de As Aventuras de Jimmy Wayn (até agora) eu fiz manuscrito. A versão antiga de As Super Agentes também… Toda em cadernos! Somente as histórias mais novas que eu já sento no computador para poder escrever, ai já sai bonitinho e eu não preciso ter mais trabalho. Por exemplo, todos os contos do “12 Meses com Minorin” ou até a Contemporânea Erótica fiz todo no bendito do google docs - porque eu gosto de ficar relendo no celular e já ir dando umas revisadas. Quanto aos horários para escrever… Bom, eu nunca fui boa de escolher as horas mais convenientes! Quando mais nova, na minha idade acadêmica - fosse escola ou na faculdade mesmo -, amava escrever durante a aula. Todo mundo pensava que eu era uma aluna super dedicada e quietinha, mas eu estava escrevendo as mais altas putarias (o DEA, especificamente). Inclusive, ainda lembro exatamente da aula em que escrevi o famoso capítulo 35 do DEA, foi na aula de estatística e fiquei revoltada que a aula acabou antes de eu concluir o bendito. Atualmente, chego a escrever no horário de almoço ou descanso no trabalho ou quando o dia está mais tranquilo e eu posso tomar a liberdade disso. Porém, o mais comum é eu acabar indo escrever à noite, pouco antes de dormir. Lá pelas 22h ou 23h, indo talvez até a 1h da manhã. Minhas sessões de escrita me rendem em média umas mil palavras, quando muito. O que vale mesmo é conseguir escrever de pouco em pouco, ainda mais que na maioria desses dias eu passei trabalhando e chego muito cansada.
Bem, pessoal, é isto! Espero que tenham gostado de conhecer um pouco mais sobre meu processo de escrita. Nos vemos no próximo “Boletim de Anelândia”!
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noalexitimia · 1 year
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Lembro de quando iniciei minha vida como leitora: livros, fanfics, textos e por aí vai. Gostava de ler sobre tudo, mas nada me prendia mais do que aquela velha narrativa do bad boy com a garota tímida do colegial. Acho que talvez por eu ter sido uma "integrante da lista das mais feias da turma" durante todos os meus anos de escola, essas histórias me tiravam da realidade... me faziam ter uma chance de ter um contexto diferente, ou pelo menos imaginar isso.
É interessante analisar o estilo desses personagens, o "bad boy", que me atraía tanto: Cara fechada, desajustado. Pique "rock na veia, funk na cadeia" e afins. Até aí, ok, né? Mas, acho que o que mais pega é que as demonstrações de afeto eram sempre as mais estranhas possíveis. E a personagem principal (e, claro, a leitora aqui), ficava hipnotizada por aquele comportamento. Não é nem preciso citar o quanto as cenas de sexo eram super excitantes.
Lembro de ver coisas absurdas (que na época eram super normalizadas), desde a história de um chefe que tratava muito mal a funcionária, e a tensão sexual deles aumentava por causa disso, até a história onde a personagem era mantida em cárcere privado pra ser uma espécie de "escrava sexual". O clichê básico "nunca trouxe ninguém aqui antes" era um dos momento mais aguardados, era o auge da vulnerabilidade do cara.
Depois de 5 anos num relacionamento digno de uma fanfic, em todos os sentidos, parei pra refletir no óbvio: Precisamos parar de romantizar relacionamentos problemáticos.
Não, amiga, soquinho na parede "porque ele te ama" não é normal. Ele te tratar mal e depois querer te comer como se não houvesse amanhã, não é normal. Não há nada de excitante nisso. É violento. É mais fácil notar abuso nos outros, no relacionamento dos outros, nunca no nosso. E uma dica valiosa pra você, que assim como eu, nasceu em berço religioso: Você não vai mudar ele. Pelo menos, não se ele não quiser. Você não merece esse peso, mais um peso.
E como se curar disso? Como se curar de anos de leituras e comportamentos que deturparam todo seu conceito de amor e afeto, a ponto de te fazerem querer algo igual e conseguir?
Conto pra vocês quando eu tiver a resposta.
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inseptember91 · 1 year
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Observações
Tem um tempo que não escrevo para cá. Primeiro, é que eu voltei a usar o Twitter. Não é de hoje, fiquei uns 5 dias só longe de lá. Só que, precisava ver algumas notícias e decidi ignorar todos os problemas que estavam me incomodando. Me ajudou pra cacete, realmente estava dando bola demais para coisas que não mereciam atenção e eu deveria focar mais em mim e em quem gosta de mim.
E em segundo, é que eu achei um lugar na internet, onde o foco é apenas texto. Sim, texto. Não tem imagens pipicando na sua frente, não tem anúncios. Não tem nem comentário, justamente para livrar tudo lá de Spam. E isso me ajudou pra cacete. Tenho escrito todo dia, salvo quando fico ocupado - como foi esse fim de semana. Quando isso ocorre, eu escrevo num dia que estou mais de boas, mas ai anoto o que fiz de bom nos dias que não escrevi.
Mas não é sobre isso esse texto. E sim sobre as observações que eu tenho feito...sobre eu mesmo. Nada narcisista, só observando como meu corpo se comporta. Não me acho velho na porta de fazer 32 anos. Não mesmo. Eu acho, inclusive, que devo chegar aos 60 curtindo tudo o que eu curto agora: rock/metal, filmes e séries. Imaginei agora um senhor, grisalho, escutando uns metal com gritaria. Um senhor escutando o Djent. É um pouco engraçado, mas isso vai acontecer comigo.
Fugi um pouco do assunto. Por mais que eu não me sinta velho, eu tenho notado que as coisas não são mais como antes. Acho até que é normal. Mas sei lá, começar a perceber essas coisas, me faz pensar que eu sou chato. Bom, a principal mudança de hoje em dia para, sei lá, quando eu tinha até uns 25 anos, é que eu não suporte mais som muito alto. As pessoas devem me achar loucas quando conto isso. "Como assim uma pessoa que escuta rock/metal não gosta de som alto?" deve ser o pensamento de alguns. Mas eu vou tentar explicar.
Eu não curto nada muito alto que saia da tolerância. Se eu estou de frente ao meu PC, não tem porque eu deixar o som super alto. O volume geral no meu pc é de 30%. Claro que quando tem mais pessoas por aqui e estamos conversando eu vou aumentando o volume do Youtube, de um Spotify por exemplo. Mas nunca o do pc em si. Acho que também porque eu uso o Dolby Atmos, e o som fica muito bom, ai pra mim, 30% no volume do pc, está mais do que suficiente.
Claro que quando vou em show, o volume tem que ser alto para atingir todo mundo. Mas não curto ficar super perto. Não sou a pessoa da grade. Mas isso tem sentido - na minha visão, claro -, pois eu quero ouvir o som. E quanto mais perto eu fico do palco, menos consigo entender o que é cantado e tocado. Talvez eu seja bugado de fábrica, não sei kkkk.
E no celular, quando vou escutar na rua e tal, meu fone raramente chega nos 50% de volume. Claro que fica ali em torno de 30% a 45% de volume, quase sempre. Depende muito do fone e da música que estou ouvindo, claro. Eu tenho um fone que é muito gostoso de usar e ouvir, mas só em casa. E em casa, já passa de 50% para conseguir ouvir "bem", imagina na rua? Por isso só uso o Moondrop Quarks DSP em casa. Nunca na rua.
Eu percebo que sempre que ultrapasso partes desses limites citados, começa a me causar fadiga. Começo a sentir que está alto demais. Começa a me dar dor de cabeça. E não sei bem se é agudo ou grave. Já vi em avaliações de fones as pessoas falando que determinado fone não é muito bom para pessoas sensíveis à agudos. Porém, não sei bem qual seria o meu "problema". Sei que vou seguindo esses meus limites e tudo certo. O que importa, no final, é que os fones que tenho me mostram detalhes que antes eu não percebia em fones mais simples. E isso sem precisar estourar meu ouvido.
A outra coisa é que notei que sinto mais frio nas pernas. Quando me lembro da infância e adolescências, eu usava super de boas bermuda e um casaco em cima e show de bola. Vida que segue. Mas agora, eu me agasalho todo na parte de cima e sinto tudo gelando nas pernas. E se eu colocar só uma calça, fico suave demais.
Outra coisa estranha e relacionada a isso, é que eu me sentia uma pessoa frienta demais. Começa a bater uns 22 graus, eu já pegava meu moletom e era feliz. E ficando mais velho, agora não sinto tanto frio quanto antes. Claro que sinto, como agora. Está marcando 19 graus, segundo meu PC. Porém, estou suave no quarto. Se fosse antigamente, eu já estava de calça, moletom e coberta para ajudar na empreitada. Agora, estou apenas de camiseta e um short comum. E sentindo que o tempo está mais fresco, até porque semana passada até que fez calor por uns dias.
Tem um tempo que queria deixar registrado isso. Venho percebendo isso um tempo. Quando mais novo, só andava com som alto na orelha e dentro de casa e hoje não suporto; sentia bastante frio com qualquer ventinho e hoje sou mais de boas e quando sinto, é mais na parte das pernas. É a velhice? Sempre senti isso, mas era mais tolerante? Não sei, mas acho interessante o registro.
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tecontos · 1 year
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Contar como dei pro meu cunhado e primeira vez.
By; Keilany
Oi, me chamo Keilany e vou contar pra vocês o dia que dei para meu cunhado pela primeira vez em 2021. Eu com 23 anos, branquinha, baixinha 1.55 de altura, cabelos pretos, peitos durinhos. Ele com 20 anos, bem alto 1.80 de altura, branco.
Tudo começou quando eu e meu esposo fomos morar ao lado da casa da minha sogra. Meu cunhado sempre foi parceiro pra tudo, topava qualquer coisa que eu dissesse.
Além disso ele me dava presentes e era a pessoa com quem eu mais conversava. Não tinha segredo nem pudor entre a gente. Só que depois de ir morar tão perto, ele passou estar mais presente comigo. Ele ficava me dando abraços com muita frequência sem motivos.
Até então normal. Só que ao comentar isso com uma amiga de trabalho, ela me disse que ele estava com segundas intenções. Eu sabia que ele ainda era virgem e nunca teve namorada. Já eu tinha muita experiência, afinal tive uma história antes de casar. Eu já havia contado algumas de minhas aventuras pro meu cunhado. Depois disso passei a reparar melhor nas atitudes do meu cunhadinho e mesmo que eu negasse, era impossível não me sentir atraída pela situação. Adoro sexo proibido contra as regras.
Os olhares dele pra mim mexiam demais comigo. Durante um mês mais ou menos, meu cunhado passou a só ir embora da minha casa tarde. Quando meu esposo já estava dormindo. Quando ele ia embora eu tinha que tomar um banho pois cada vez que ficávamos próximos eu ia ficando cada vez mais molhada. A essa altura já era impossível falar que não estava rolando algo entre a gente.
Tudo ficou mais quente no dia que ele fez carinho na minha buceta por cima do short. Nesse mesmo dia nossas bocas se encontraram e a gente deu o primeiro beijo. Senti um pouco de culpa, um pouco de adrenalina e muito, muito tesão. Fui dormir mais molhada do que nunca e ansiosa pelo dia seguinte. Não dissemos uma só palavra sobre o que aconteceu, simplesmente nós nos beijamos e depois ele foi embora.
No dia seguinte, assim que cheguei do trabalho ele já estava me esperando. Tentamos conversar sobre o que aconteceu e decidimos que eu faria apenas um agrado para ele. Nos beijamos mais uma vez e eu abri a bermuda dele. Meus olhos brilharam quando viram aquele pau enorme grosso super duro na minha frente. Eu disse que ele não ia me comer, estava com medo de não aguentar aquilo tudo. Então abocanhei aquele pau enorme e comecei a chupar como se fosse a última coisa que eu fosse fazer na minha vida. Aquele sexo oral era tão gostoso eu estava molhada de tesão, estava fora de mim. A sensação de chupar ele ver a cara dele de tesão me deixava cada vez mais louca, até que ele gozou como nunca e eu engoli tudo, QUE DELÍCIA, mas o pau dele não baixou por nada.
Foi então que de pé mesmo eu levantei o meu vestido de costas para ele e disse para enfiar aquele pau gostoso na minha buceta. Meu cunhadinho não perdeu tempo. Eu pegava fogo por dentro, mas ele meteu com tanta vontade, tanta vontade que a última coisa que eu queria naquele momento era que ele gozasse. Pra minha sorte, a vontade dele de gozar não veio tão rápido quanto pensei. Ele me deixava louca, seu pau preenchendo a minha buceta toda como nunca tinha acontecido na minha vida.
A cara dele sério, concentrado naquele vai e vem gostoso, puxando meu cabelo, me contive pra não gemer alto e deixar que todos soubessem o que estávamos fazendo. Ele metia tão gostoso até o fundo e aquilo me dava um tesão enorme.
Depois de um certo tempo dando bem gostoso eu não aguentei e gozei, as pernas perderam a força, não fraquejei, deixei ele meter até gozar e foi maravilhoso. Quando ele anunciou que ia gozar, eu deixei que fosse dentro, que sensação maravilhosa o pau dele pulsando dentro da minha buceta, sentindo cada jorrada de porra lá dentro, me encharcou todinha e eu tremia de tesão.
Depois dessa foda e de todo o tesão que sentimos quando estamos perto um do outro, não deu outra, viramos amantes.
Enviado ao Te Contos por Keilany
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klimtjardin · 1 year
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Olá, klimtaes!
não sei se eu já disse, mas eu adoro o nome do seu username kkkk
desculpa? pela demora de resposta. eu tenho que ser sincera com você e dizer que eu não tenho tido semanas tão boas, e eu não sentia vontade de responder. não porque é com você ou porq a convs é chata (eu adoro falar com vc), mas porque eu to super amarga (apesar de querer não estar assim). sabe, klim, as vzs eu me sinto uma idiota, aqueles crianças meio bobas e carentes? enfim. vc não precisa dar uma resposta sobre isso.
como você está? O que anda fazendo? você já conseguiu de adaptar a sua rotina? espero que sim...
eu ainda não li nenhum artigo sobre infância? tudo que eu tempo tido é sobre o desenvolvimento delas, e como normalmente é afetado pelos cuidadores... teve uma mulher na minha sala dizendo que tinha uma amiga que lidava com as birras da filha trancando ela do lado de fora de casa. eu fiquei chocada. fico muito triste quando escuto histórias de crianças sendo maltradas. eu antes pensava que não queria ter filhos por ser uma pessoas traumatizada? mas agr eu penso na maternidade com outros olhos. seria bom ter um serzinho que eu pudesse amar e cuidar, eu posso superar ser uma pessoa quebrada. sabia que o sexo de um bebê pode ser decidido pelo dia de ovulação da mulher? depois eu te conto mais sobre isso.
eu não acho que adultos fazerem isso é uma coisa ruim. É só imaginação. acho que seria ruim se afetasse o real. vc sabia que, pra Psicanálise, os sonhos são a mesma coisa que experimentar a loucura? o que diferencia uma pessoa normal de uma louca, é que a louca continua sonhando durante o dia.
acho que não. nunca pensei em encerramentos de fase, mas já ouvi falar. acho que pode ajudar mesmo ter um ritual de fechamento.
entendo essa coisa de sempre tá buscando um estímulo. eu não sei te dizer a última vez que eu tbm não me senti assim. to tentando estabelecer uma nova rotina, isso inclui ficar longe do celular pelo menos meia hora antes de dormir, e ler alguma coisa.
Sobre o amor, eu não lembro sobre o que a gente discutia? Kkkkk eu to um pouco alta nesse momento. não vou conseguir sair da ask e me reiterar sobre o assunto. mas eu sinto que qualquer forma que eu veja de amor é inalcançável e acho muito difícil eu conseguir experimentar genuinamente qualquer um deles.
eu não tenho tantas novidades pra vc :( existe algo que eu queria compartilhar com vc - é bobo -, mas não agora!
Com carinho, Jessie!
Olá 🌻🌻🌻 (obrigada por gostar do meu user! Confesso que mesmo você falando seu nome, prefiro te chamar de lilith mentalmente por causa do seu hehe!)
Ah, entendo perfeitamente! Sabe, às vezes é até por causa do clima? A gente tende a ficar mais triste por causa do frio. E isso também acontece porque, teoricamente, no frio deveríamos dormir mais e trabalhar menos 😂 enfim, se não for por causa disso tudo bem também, né, todo mundo têm seus dias. A minha última semana também não foi "ideal" porque não fui "produtiva" (aproveitando sua pergunta sobre rotina). E com isso tenho tentado entender que... A vida é assim, né? O que ando fazendo é descansar e assistir YouTube, pra ser sincera. Mas isso me devolveu um pouco a vontade de escrever. Penso como você! Sigo dois perfis de maternidade, um deles fala sobre educação positiva, e como isso me ajudou a entender de onde vêm meus traumas! Amo crianças, amo a visão que elas têm do mundo, como elas naturalmente são criativas e um só com a natureza. Amo imaginar que um dia terei minha casa e aos poucos ela se tornará dos meus filhos, e eles irão bagunçar e pintar as paredes. De verdade, gostaria que todas as crianças pudessem ter uma infância somente e cheia de brincadeiras, longe de telas, brincando na terra, se envolvendo com a vida! "Somente seres amados e amáveis são capazes de criar algo bom para o coletivo." Como o mundo seria diferente se as pessoas entendessem isso... Enfim! Fiquei curiosa sobre essa questão da ovulação 👀
"é que a louca continua sonhando durante o dia", peraí, então eu sou maluca? 😂 Brincadeira, mas, por favor, explica melhor?
Que ótimo que você tá fazendo isso! Sei que faz diferença, eu também tento, maaaas às vezes pegar o celular é mais forte que eu. Especialmente se eu estiver ansiosa.
Voltando ao assunto sobre amor, porém, mudando a direção: estou realmente interessada no amor como uma forma de conexão. Não só o romântico, sabe? Digo em amar as pessoas (amigos/familiares) sem querer mudá-las? (Essa é minha concepção de amor btw).
Sinceramente nunca achei que servi pra beijar alguém só por beijar (você entende?), é óbvio que a atração e tesão é importante, mas pensando bem... Paixão acaba. Quero ser vista e ouvida, não usada como algo para alívio de alguém (ou usar alguém como alívio do meu desejo). Quando eu era mais nova isso era bem mais interessante, mas agora, acho que prefiro trabalhar em um relacionamento com alguém, construir. Entender alguém como um indivíduo e, por favor, que seja recíproco (só estou escrevendo o que vem à minha mente no momento, então talvez não faça sentido). Não, não acho que amor seja algo fácil e sempre bonito. Pelo contrário, acho que é um trabalho doloroso de aceitar que você não tem direito de decidir o que o outro deve ser/fazer. E obviamente, terão dificuldades, e às vezes você irá precisar se retirar. E, enfim, vou encerrar com uma frase do filme Ponyo (Studio Ghibli) em que o protagonista diz que amaria a Ponyo de qualquer forma, do jeito que ela fosse. Porque acredito que todos merecemos sermos amados. Não porque somos bons ou menos piores, mas porque existimos.
Minha nossa, isso foi fruto de uma epifania muito grande 😂 mas é o que tem estado na minha mente ultimamente. Curiosa pra saber o que você quer compartilhar!
Sua Klim, etc.
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booklovershouse · 8 months
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Oiii, booklovers!
Se vcs têm filhos/sobrinhos/irmãos...enfim, ✨crianças✨ e querem que elas tenham o hábito da leitura, mas não sabe por onde começar, vc veio ao post certo!
Primeiramente, esse texto não tem como objetivo dar dicas sobre como fazer sua criança ler, mas espero que você tenha sucesso, afinal, a leitura traz vários benefícios e é muito importante para os pequenos - ajudam a melhorar a fala, a escrita e, é claro, a imaginação :)
♦️| Alice no País das Maravilhas (+6)
~ edição da Ciranda Cultural ~
Alice tem uma pegada mais "poética" e não entendi muita coisa das duas vezes que li - a primeira com 12 anos e a segunda com 15 -, mas é fato que o País das Maravilhas é um lugar bem presente na nossa imaginação.
A história, todos já conhecemos: uma garotinha, chamada Alice, cai na toca do coelho e vai parar no País das Maravilhas.
👒| Pollyanna (+9)
A edição que li de Pollyanna tem uma linguagem um pouco mais complicada, mas pela idade, suponho que as crianças devam entender - e, qualquer coisa, serve pra aprender palavras novas.
Pollyanna é uma menina órfã que vai morar com sua amarga tia Polly e acaba contagiando todos da vizinhança com sua felicidade e o "jogo do contente".
Tem também o segundo volume, Pollyanna Moça.
❄️| O Príncipe Congelado (+9)
Esse aqui eu enrolei a resenha por tanto tempo q resolvi nem fazer mais 🤡👍🏻
Mas enfim, é estilo "conto de fadas" envolvendo um garoto frio como gelo (ou seja, o príncipe que dá título ao livro) e uma princesa de fogo bem louca da vida. Enfim, os dois têm tudo a ver com a forma deles em aparência e personalidade.
💫| O Pequeno Príncipe (+9)
Esse aqui é o clássico dos clássicos. É tipo uma tradição de iniciação literária: todo leitor precisa ler esse livro.
Em resumo, um principezinho de outro "planeta" (asteróide B-612, pra ser mais exata) que já passou por vááários lugares no universo, vem parar na Terra, onde encontra um aviador - entre outras coisinhas...
🍫| O Dia em que Minha Vida Mudou (+9)
Esse aqui, eu não daria "+9", mas foi o que tava na classificação. Na verdade, eu acho que se encaixa mais numa faixa de 10-12 anos, pq os personagens tão passando do 5° ano pro 6° - e tem toda aquela coisa de pré-adolescência, namoro, celulares, amizades...sabe, o sexto ano.
🪐| O Diabo dos Números (+9)
Eu tbm n daria "+9" pq aborda assuntos de matemática q a gnt vê mais no 6° ano. É um livro sobre matemática, mas bem tranquilo e divertido, com ilustrações e tudo mais - foi um dos meus preferidinhos na época kkkkkkkk amo esse livro!
Super indico ele e A Vizinha Antipática que Sabia Matemática pra qm não curte muito a matéria - inclusive esse segundo tem mais cara de 9/10 anos, pq é a parte mais "inicial" da matemática, é curtinho e um pouco superficial.
🧑🏼‍🚀| Extraordinário (+10)
Extraordinário é extraordinário kkkkkkkk
Esse livro fala sobre o bullying - nada muito pesado, mas pra quem sofre, é óbvio que qualquer coisa, por "menor" que seja, machuca - que Auggie sofre por não ser um menino de dez anos normal. O livro não conta só com o pov dele mas tbm com o da Via (irmã), Jack Will e outros personagens.
Pra quem quiser conhecer mais a história antes de comprar o livro, aconselho assistir ao filme, que tem o mesmo nome e é uma adaptação bastante fiel.
🍁| Anne de Green Gables (+11)
~ edição da Ciranda Cultural ~
Se vc veio aqui achando que a saga Anne tem algo a ver com Anne With an E, pode tirar o cavalinho da chuva, pq uma boa parte da série veio direto da cabeça dos produtores - e, por incrível que pareça, a história ficou muito melhor.
Anne é quase a mesma coisa de Pollyanna, só que ao invés de uma loirinha otimista, aqui temos uma ruivinha teimosa. E, diferente da Pollyanna, a Lucy Maud fez praticamente um "esquema de pirâmide", pq a saga tem uns oito livros e os extras.
Sinceramente, parecia que todo personagem que eu gostava precisava morrer (ou sumir da história) logo em seguida - e eu nem me apeguei a tanta gente.
• É claro que, se você quiser algo mais "curto e simples" pra seus pequenos começarem, opte por Pollyanna, O Pequeno Príncipe, Alice no País das Maravilhas, O Príncipe Congelado e O Dia em que Minha Vida Mudou, pois os outros têm mais páginas.
• Especifiquei as edições da Ciranda Cultural pq eles fazem livros mais voltados para crianças, talvez tenha uma linguagem mais acessível do que outras edições.
Bjs e boas leiturasss <3
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oiumze · 1 year
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2022-2023 pt.1
é meio amorfo tentar explicar oq rolou nesse limbo aqui pq indiretamente vou ter que falar da minha vida pessoal e da música em si. Talvez seja um processo desconfortável até pra mim, mas necessário pra por as coisas em ordem:
depois de lançar o escatocanções eu sei que em 2021 eu tinha lido: O estigma da cor da jacira monteiro -> esse livro foi essencial pra me permitir a acessar as portas da causa da justiça social que foi fechada por um tempo por mim (por desgaste e descrença) -> com isso comecei a escrever coisas sobre... não só isso como escrever um livro meixmo:
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não era só uma crise que eu passava na área de justiça social mas sentia que passava uma crise em tudo -> por isso, na época comecei a escrever um livrinho chamado: ENSAIO SOBRE A INCREDULIDADE, era mais um exercício que fiz na época pra não desacreditar de tudo e jogar tudo que eu acreditava pro ar. Definitivamente não terminei ele em 2021 mas arrastei ele comigo e o processo junto pra 2022 ano esse que comecei me posicionando como OANNM
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tinha começado a fazer alguns testes e aplicações de arte pra ver como ficava e tava gostando hahaha. apesar dos pesares, o nome, como eu disse, era uma forma d'eu me lembrar de qual essência não era pra eu esquecer, independente do que acontecesse. Deveria manter-me um anônimo, um homem sem face em meio aos holofotes. Na época, lembro de ter lido Sociedade do Cansaço tbm então muito do que compus e escrevi no livro passou por isso
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No meio disso, tava na maluquice de tentar achar fãs hahaha e descobrir produção, tava na fase de querer samplear tudo hahaha.
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e descobrir como mexia no FL studio (sai do bandlab para essa daw hahaha). Nessa época o cezinha me ajudava tb (até pq ele tinha mixado e masterizado a música do meu amigo Érick - que eu tava ajudando na Época, querendo lançar ele pelo selo Escatocanções - mas deu errado tbm)
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mas lembro que o cezinha fazia brainwashing em mim pra que eu acreditasse que era possível gravar música em casa sem gastar tanto -> e foi, comprei um isolador de acústicokkk, um microfone fifine e um fone de ouvido da EDZ eu acho
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na mesma época consegui ir no show da tuyo lá no cine jóia na faixa pq tava pobre kkkkkk (obrigado Lio) e de novo a palavra POSSIBILIDADE saltou nos meus olhos, ali, ao vivo, quente, em movimento, foi o show que minha alma foi elevada hahahah. Lembro depois de ficar até as 4 da madruga esperando o trem abrir conversando com a Sayuri e o namorado dela e mais uma pessoa (desculpa pessoa esqueci seu nome), conversando sobre música e processo de criação. Lembro de falar do meu projeto na época, o conceito de xoteafroindie e eles super compraram e amaram a ideia. Senti ali de novo, POSSIBILIDADE.
Com o equipamento novo lembro de regravar umas coisas e o primeiro feedback foi:
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e eu ali fiquei feliz demais da conta.
MAIS UMA COISA, NA ÉPOCA LANÇOU O DOCUMENTÁRIO DO MANO YE (que deus o tenha até ele voltar ao normal) + lançamento de Donda, e ali eu vi possibilidade tbm, um crente (recem convertido) fazendo arte que dialogasse com a cultura
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vamos deixar o bafafá de lado sobre o artista e as listen parties dessa vez. AI ENTRA EM 2022 UMA NOVA TEMPORADA DA MINHA VIDA --> FUI PRA UMA REPÚBLICA MASCULINA cristã kkkk
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e ali muita coisa em mim foi mudada (dps conto se sobrar tempo), mas ali que o pessoal me apoiou e suportou nesse sonho amando e cantando as músicas
Nesse processo tbm, "agenciar" o Érick foi uma benção pq com os erros do escato fui implementando melhorias na proposta de lançamento dele (antes dele sumir pra fazer missões hahaha) mas foi muito desafiador e gostoso -> principalmente escrever um EP em duas-três semanas hahahah
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OUTRA COISA QUE MUDOU MEU ANO
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ver o candiero ao vivo (Telles, Daguia, Daniel, Midian e Anelô se não me falha a memória) lá no Teatro Viradalata IPP, foi um arrebatamento da alma e de novo POSSIBILIDADE. Cristãos fazendo arte que dialoga com a cultura, CULTURA ESSA que eu dialogo desde cedo, a nordestina.
Nesse mesmo ano comecei a ler Dooyewerd e Rookmaaker, bem como o famigerado livro do Marco Telles Vida Após o Gospel
Lembro de ter cantado no sarau da faculdade (mas eu não tenho foto alguma pq odiava ver registros meus cantando ou falando)
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Fiz uma mentoria com o Mateto sobre Direito Musical (pra aprender a registrar as músicas e ganhar com o ECAD) - não sabia nada disso kkkk
E enquanto isso tava no dilema interno comigo - não se esqueça disso kkk
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ai, de vida, eu fui no primeiro barzin da minha vida (eu acho), o famoso Stout, dancei forró naquela noite (uma maravilha)
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depois surtei várias vezes no ano e sai do instagram, como essa aqui abaixo:
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mas o sentimento era vdd -> não ri, lembra que eu tava em rebranding. Mesmo depois de um certo tempo (desde 2019), tava na luta de relacionar minha fé com minha sexualidade e foi uma peleja em 2022 mesmo
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não vou dar espaço pra terceiros pitacarem sobre como devo ou não levar minha vida, até porque eu já vivo pra audiência do meu jesuzinho, uma pessoa só tá top, vc pode guardar suas opiniões e concepções dentro da sua caixola <3
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Depois desse parêntese, sei que na época eu passei por poucas e boas, desviei dentro da igreja (não é novidade, mas me achava o único)
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e no final fiquei preso no personagem que criei, tentando ganhar no grito um espaço que já era meu (convívio eclesiástico) e me sentia uma pessoa com uma doença contagiosa no final
mas minha família, meus pastores e amigos próximos me ajudaram, por sinal, valeu aline, te amo
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na época lembro de ter surtado dps, sai do grupo do zap das meninas da faculdade, uma bagunça danada, mas hoje estou devidamente tratado e medicado
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PARTE 2 daqui a pouco pq só pode 30 fotos por post e eu não sei falar de coisas sérias sem 300 memes pra quebrar o gelo
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carolinasousawrites · 2 years
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Independência
Charlie sai da casa dos pais. De novo
>> Independência <<
            Charlie achou que a parte complicada de sair da casa dos pais seria lidar com os pais.
            Não que eles fossem superprotetores nem sufocantes, aliás era nada menos que um milagre considerando a escolha de carreira deles. Bom, a escolha de carreira da mãe e a escolha de atividade não remunerada do pai. Mas isso não importa.
            Charlie achou que eles iam reagir mais ou menos como foi antes, quando ela saiu de casa da primeira vez. Bob tinha checado o apartamento de cabo a rabo quase que com lupa. Lee tinha insistido pra Charlie levar quase metade da casa junto, ainda que Charlie achasse que não ia precisar de pelo menos uns 70% daquilo. O apartamento ser uma caixinha de fósforo foi uma ótima desculpa pra não levar o monte de coisa extra.
            Dessa vez, eles acreditaram quando Ben disse que tava tudo certo. Pra ser justa, era a opinião profissional dele, então era pra acreditar mesmo. Lee não tentando convencer Charlie a encaixotar metade do planeta pra levar junto. Ela só disse pra pegar o que quisesse da dispensa e estava (majoritariamente) de boas com o que a filha tinha empacotado.
            A parte complicada era fazer as caixas caberem na mala do carro do Ben. O jeito a la Charlie de resolver isso podia ser resumido em “me arruma um martelo maior”, mas a caixa de livros não tava com cara de quem ia ceder. Se bobear, Gray e os dois volumes do Harrison tavam é rindo da cara dela.
            “Sem querer jogar na cara, mas tem motivo pra você ser a médica e eu, o arquiteto.” Ben sacudiu a cabeça “Dá isso aqui.” Ele estendeu as mãos pra pegar a caixa.
            “É física.” Charlie entregou-a “Dois corpos não podem ocupar o mesmo lugar no espaço.”
            Ben sorriu de lado e arqueou uma sobrancelha.
            “Seguinte: se você encaixar isso sem usar mais força do que eu, te dou batata frita extra.”
            “Beleza.” Ele sorriu como o gato que tava pra pegar o canário. Ben deixou a caixa no chão e avaliou a mala. Tirou umas coisas, rearrumou outras e voila “Nada de batata fria.”
            “Criatura insuportável.” Charlie revirou os olhos.
            “Aqui.” Lee veio arrastando uma mala média e entregou para Charlie.
            “Que isso?” ela olhou pra mala e de volta pra mãe.
            “A gente não é depósito. Se é teu, vai contigo.” Lee levantou as mãos.
            “Mas eu tenho que ficar com isso por mais dois anos!” Charlie reclamou.
            “Azar, minha flor.” Ela disse a Charlie “Enfia isso aí em algum lugar.” Ela apontou a mala olhando pra Ben.
            “Não.” Charlie esticou o indicador para o irmão “Mãe, eu não uso isso.”
            “Pois é, eu tô chocada que a minha filha não opera usando vestido de festa.” Lee respondeu “Preparada pra tudo. É o lema da família.” Ela abanou a mão num ‘deixa pra lá’ e entrou em casa.
            “A Vovó disse que é sabedoria e honra!” Charlie retrucou.
            “É sábio estar preparada!” Lee devolveu já a distância.
            “Então, eu acho que você vai levar isso?” Ben apontou pra mala.
            “Não seria assim uma perda irreparável se essa mala caísse pelo caminho, sabe.”
            Ben riu sacodindo a cabeça e acomodou a mala no carro.
            “Acho que você tá pronto pra ir. Eu vou dar uma última olhada e qualquer coisa, ponho no carro do papai.”
            “Vai você. Eu vou ajudar ele com a mobília.” Ele entregou as chaves do carro.
            “É uma cama e uma cômoda. Ele precisa mesmo de ajuda?”
            “Papai acha que tem quarenta, mas tem sessenta e quatro.” Ben avisou.
            “Você passa mais tempo com ele do que eu.” Charlie levantou as mãos em rendição.
            “É sério, nada de batatinha fria.”
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            Nic empurrou a porta com o quadril enquanto carregava duas caixas empilhadas pra dentro do apartamento novo, “Você marcou as caixas direito?”
            “Sim.” Charlie empurrou uma pilha de malas pra dentro.
            “Você tem alguma coisa que não seja livro ou roupa?” Nic deixou cada caixa no cômodo que deveria, segundo as etiquetas.
            “Tem uma caixa marcada como banheiro.”
            Nic botou a cabeça pra dentro do quarto “E como você vai viver só com roupas, livros e um vidro de xampu?”
            “Ah, qual é. Não tô nesse estado todo de penúria.” Charlie deixou as bolsas no canto e olhou em volta. O lugar parecia bem melhor depois da faxina que ela e Nic deram de manhã. A luz do sol entrava pelas janelas, o armário do outro lado do quarto tinha um bom tamanho. As paredes brancas eram bem sem graça, mas isso era um problema pra depois.
            “Eu ainda não vi nenhuma caixa marcada como cozinha.” Nic observou.
            “Oliver e Lyla tão vendo isso.” Charlie deu de ombros.
            “Tinham caixas da cozinha quando você voltou de Oakham.”
            “Não, tinham caixas da cozinha quando eu fui pra Oakham.” Charlie frisou “Eu vendi quase tudo antes de voltar.”
            “Eu achei que a gente tava usando copo descartável porque você já tinha empacotado tudo, não porque você não tivesse copos.”
            “Eu não ia precisar.” Charlie ergueu os ombros.
            “E agora nossa menininha de dezesseis anos vai escolher seus pratos.”
            “Nossa neném cresceu.”
            “Ela vai voltar com prato da Branca de Neve.” Nic avisou.
            Charlie riu, “Oliver não ia deixar.”
            “Eu tenho umas canecas de princesa que discordam.” O celular de Nic apitou no bolso da calça “Ben precisa de ajuda.” Ela leu a mensagem.
            Em alguns minutos, Charlie passou de dona de roupas, livros e um vidro de xampu à orgulhosa dona de uma cômoda e uma cama. Bom, quase. A dona de uma cômoda e de partes pra montar uma cama, porque Bob e Ben estavam parados no meio do quarto discutindo onde e quando o sol batia.
            Eles eram farinha do mesmo saco. Altos, ombros largos, em pé ali com uma mão na cintura e outra apontando pra onde achavam que a mobília devia ficar. Mas as diferenças estavam cada vez mais aparentes. Ben era mais alto, mas largo, o queixo era mais definido. Bob não tinha mais quarenta anos e ficar do lado do filho de vinte e oito só reforçava isso.
            “Ô de casa!” a voz de Lyla interrompeu a linha de raciocínio de Charlie, que voltou pra sala.
            Lyla deixou as caixas – panelas, pratos, talheres, copos – no balcão da cozinha.
            “Quanta discrição, hein.” Nic deu uma cotovelada de leve em Oliver.
            “Ela só carregou tudo do carro até aqui em cima.”
            “A gente não pode encorajar a Lyla a mexer com a gravidade desse jeito.” Nic cochichou.
            “Não tinha ninguém perto.” Oliver disse “Ou eu não teria deixado.”
            Nic não tava 100% convencida, mas deixou pra lá.
            “Além do mais, eu não ia conseguir carregar tudo numa viagem só.”
            “Seu cartão.” Lyla devolveu pra Charlie “O que eu faço agora?” ela juntou as mãos empolgada.
            “Você e a Nic podem encarar os livros enquanto eu e o Ollie arrumamos a cozinha?” Charlie sugeriu “E vocês dois,” ela botou a cabeça no quarto “resolvam logo a cama. Eu vou fazer 24 horas amanhã e não quero voltar pra casa pra desfazer mala.” Ela saiu do quarto.
            “Às vezes, ela é igualzinha a minha mãe.” Bob abaixou a voz.
            “Eu ouvi isso!”
            “Tá vendo?” Bob apontou a direção geral de onde a voz veio.
            Uns vinte minutos depois, Bob disse que tinha terminado enquanto botava as chaves, a carteira e o celular nos bolsos.
            “Já?” Charlie fechou a porta do armário recém-organizado.
            “Quanto tempo você acha que leva pra montar uma cama?” Bob perguntou “Eu tô indo.”
            “Mas a gente ainda não comeu.” Charlie balançou a cabeça.
            “Na próxima eu fico.” Bob prometeu “A Lee tá de folga hoje e eu quero aproveitar o dia com ela.” Ele deu um beijo no alto da cabeça da filha “Lyla, sexta-feira?”
            “Sim. Te vejo no Murphy’s.”
            Mais um aceno e despedida geral e Bob foi embora.
            “O que tem na sexta?” Oliver perguntou a sua prima.
            “Arquitetura tá na lista de possibilidades. Então eu perguntei pro Bob se eu podia acompanhar um dia de trabalho e ele concordou.” Lyla rearrumou o rabo de cavalo “Ele vai me pegar depois do almoço no restaurante.”
            “Tem um tempo que a gente não vai lá.” Nic ficou com água na boca de pensar no Murphy’s.
            “Se vocês tiverem livres na segunda...” Oliver sugeriu.
            “A gente pode fazer uma noite dos Murray Moore McKenna.” Charlie concordou.
            Oliver pigarreou da forma menos sutil possível.
            “Murphy Murray Moore McKenna.” Charlie corrigiu.
            “O quarto tá pronto.” Ben avisou “Quando a gente vai comer?” ele esfregou as mãos em antecipação.
            “A gente tá quase acabando.” Lyla disse.
            “Acho que se a gente sair agora, quando voltar, eles já terão terminado.” Charlie falou.
            “Eu dirijo.” Ben pegou suas chaves no balcão “O de sempre?” ele olhou em volta e as cabecinhas balançando pra cima e pra baixo foram a resposta.
            Tinha uma parte de Charlie se perguntando se esse apartamento tinha sido a escolha certa. Ela não tinha mentido pra Nic quando disse que era aconchegante, mas Nic também não estava errada de chamar de pequeno. Mas sentados no chão da sala (sofá era problema da Charlie do Futuro) com os irmãos – tanto o de verdade quanto os que eram em tudo menos no papel – rindo enquanto comiam hamburguer, batata frita e milkshake fazia parecer que estava tudo certo no mundo. É, aqui era a casa dela agora. Ainda não era incrível, mas ela faria desse apartamentinho um lar.
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