Tumgik
#diário de escrita
escrevi-um-bujo · 2 years
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Lista de ideias pra colocar em seu bullet journal de escrita:
Obs: Esse post está sendo feito aos poucos, sempre tendo a possibilidade de adição ou retirada de ideias. Também aceito sugestões :).
Páginas de ideias com caixinha de to-do para dar um check ✔️ quando for implementado.
Personagens:
Incluindo apelidos, sobrenomes, nomes feios que ele/a/u possa ser chamado durante a obra;
se foi criado, de onde tirou essa inspiração?;
Resumos da estória de uma família que seja importante para o enredo.
Nomes e sobrenomes:
Combinações, significados, origem etc.
Universo:
É fictício?
Quais são os lugares onde se passa a estória? Em um café? Escola? Faculdade?
Esse lugar precisa ter o nome dele citado? E a decoração?
Usam uniforme neste ambiente?
A estória de criação dele é contada no livro?
Quais são as regras desse universo?
Tom da estória:
Eu normalmente prefiro escrever qualquer tema que tenha um romance no fundo, mesmo que mal apareça, só para ter um plot secundário ou terciário. E gosto de envolver cenas de comédia, até quando o gênero é suspense com fantasia, só para criar um "alívio cômico" para eu mesma. E você?
Playlist que me dá inspiração.
Metas de:
Palavras, capítulos, revisão, coisas a ser adicionadas ou retiradas, entre outras.
Ideias de capas.
Sinônimos de palavras.
Religiões (ou a falta dela) inclusas ali.
Perfeccionismo e inseguranças para superar.
Blogs, Tumblrs, páginas, canais de escrita favoritos e o porquê.
Para mim, a escrita é...
Grupos de escrita.
Filmes, séries, desenhos, Doramas que me inspiram a escrever.
Post atualizado em: 21/01/2023 - sábado.
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thenewpapiro · 2 years
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ESCREVA SOBRE SEU PRIMEIRO AMOR
Eu nunca amei. Eu tenho 21 anos e nunca amei ninguém, triste? Eu acho que não… mas as vezes eu penso que sim! Eu acho que a sensação de amar alguém que não compartilha os mesmo laços sanguíneos que eu... nunca foi sentida por mim. Claro que eu amo a minha melhor amiga. Mas é diferente.  Até porque  não tem atração (sexual)  entre nós. Tá eu sei que hoje em dia as pessoas entram em relacionamentos sem ter tesão algum pelo parceiro (a) ou por qualquer outra pessoa na face da Terra. Assexuais. É assim que eles são rotulados (militei). Não, eu não sou assexual, por um tempo eu até tentei me convencer disso e aos outros também, mas não deu certo. E a última pá de terra foi jogada na minha assexualidade pelo meu psicólogo que disse: Pessoas assexuais não se masturbam.
Então, é isso eu não tive/tenho um primeiro amor. Alguns podem dizer que eu sou sortudo, afinal de contas se eu não tive um primeiro amor, eu nunca tive o meu coração quebrado! Eu gosto de ver essa situação por essa perspectiva. Quando o assunto é relacionamento, a frase que me define é “eu nunca namorei, mas observo os relacionamentos dos outros’’.
É, eu nunca amei. mas já tive paixões que me abalaram, que mexeram comigo dia e noite. Nunca concretizadas. Fantasias de um adolescente que nunca foram concretizadas (e eu serei eternamente grato por elas não terem sido nada mais que delírios causados pelos hormônios). Paixões na minha vida foram inúmeras, quase uma por semana… por ambiente que frequentei, o que eu posso dizer além de que talvez eu seja um emocionado. Não, se tratando de mim, era tesão provavelmente, o que é incrível porque o tesão da mesma forma que surgi do nada, se dissipa de uma hora pra outra. Ainda bem que eu sou tímido (nem tanto, às vezes eu me exponho) imagina ter feito tudo o que se passou na minha cabeça nos momentos de fogo no rabo, eu me sinto estranho pensando nas fantasias que eu crio/crie em momentos de paixonites, é estranho até pensar na quantidade de pessoas que eu não conseguiria mais olhar olho no olho. 
Eu acho que talvez o fato de eu nunca ter me permitido ir além das minhas fantasias sexuais, não é o grande motivo pelo qual eu nunca amei ninguém, e blá blá blá… A verdade é que isso não me incomoda em nada, na maior parte do tempo. Confesso que certas datas mexem comigo. Mas eu acho que ficar sentido por não ter alguém no dias dos namorados é algo totalmente compreensível, e esse sentimento, acontece por dois motivos (digo isso baseando-me nas vozes da minha cabeça) o primeiro é por  não ter alguém, já o segundo motivo acontece devido a pressão social que existe em pessoas que escolheram não ter alguém. Simples assim. Eu quero alguém!? Quero. Eu vou me abrir ao mundo, experimentar novas possibilidades, conhecer novas pessoas, ser mais simpático, receptível, etc… Não! 
Não vou mentir, vire e mexe eu acabo pensando se um  dia eu vou  ter alguém. Horas a fio idealizando a pessoa ideal. Algo útil sobre mim, a minha habilidade de criar cenários imaginários na minha mente só não é maior que a minha vontade de ficar podre de rico.  Enfim, inúmeros fatores interferem diretamente na falta de amores em minha vida. Mas o principal, é que eu não quero me ver preso a nada, eu quero voar! Ver o mundo, conhecer tudo o que há de melhor nessa, viver aproveitando o supérfluo. Ser rico! Muito mesmo. Pra poder dizer igual a Bozena, “Vou ficar rica daí, comprar homens”.
A verdade é que eu sou bem egoísta, tenho muitos sonhos e caminhos que eu quero trilhar sozinho, ter alguém nesse momento da minha vida não é o ideal para mim, e isso é claro como água. A ideia de ter que refazer todos os meus planos para encaixar alguém na minha vida me assusta. Quem sabe algum dia no futuro eu não sinta borboletas no meu estômago ao ver alguém. 
Por hora, eu me dou por satisfeito com as batalhas que eu enfrento pra poder tornar meus sonhos reais. Seria irônico se daqui um tempo eu voltasse a escrever sobre o meu primeiro amor. Melhor ainda seria se eu descobrisse que o meu primeiro sou eu, a ideia de aprender a me amar aquece o meu coração…
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kaduz4o · 2 years
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10 September 2022, Saturday
Alone at Home
I’m in my house now. Everybody goes to a Site. Well, it's Godmother's birthday. I lied. It's Godmother's graduation, actually. I'm in the kitchen, and it's dark now. I'm listening to really good R&B music. I've just had a fruit salad yogurt and four loaves of bread, which I baked in the toaster. The night is silent and the moon is full in the sky. I downloaded an app about the solar system, taking advantage of the subject. It is incredible to think about the immensity of the universe, and to know that we will never be able to explore everything or can we? I am very disappointed as my Office suite will expire in five days. In other words, I only have five more days to write and then I'll have to do "a Brazilian way" . I hope there's really a way to do it. I spent so much time without following the technological evolution, that I am still surprised, now, when I go back to using Microsoft devices that programs that were said to be basic in the computer's operating system are now paid, with licenses with minimum values (and this is a criticism) of one year.
I really want to fuck tonight. I'm horny, and it's been a few days. To be honest, it's been a while since I've had a really satisfying sexual relationship. I'm in a gigantic internal drama, and I'll explain.
It sounds like fiction, but believe me, it's all real and my sanity is intact, as James Sam’s would say.
in 2020 I entered a new level of consciousness, because of everything I had been living since then, and with the help of Cannabis, and all the philosophies and cultures that I had been studying for almost a decade, (speaking of which, it is wonder that I was still surprised that this happened - that I entered a new level of consciousness, I mean), the fact is that I entered that level, and that changed everything. The word transcendences better defines what happened to me.
I don't want to keep talking about it, because I'm sick of it, and people, being mediocre, don't understand. And for me to explain to a layman (someone who has no oriental philosophical basis) it is very difficult. in short, I have transcended my sexual level, this is a very important point in the physical world. And I, in my naivety, didn't realize it, sentient beings incarnate are all the time after food and sex. it's insane to sum up all our earthly life in this, but we all have a part that only thinks about that. pleasure.
Now that my eyes and senses are on women, it's all very funny and different. Amazing, how our mind absorbs energy, how other people's energy gets stuck (literally on us), even if we don't have physical contact with certain people. Just being close, the energy fields meeting by the proximity of the environment, the energy exchange so powerful of the look. All this alters our energy. I'm telling you this so I can comment that: I don't want to dirty my energy.
I will explain why.
There is something that I have affectionately called pure energy and dirty energy. when a man lies with another man he saps his energy. And that will be exposed for all to see. consciously or unconsciously, as we can "feel" each other's entire mental and inner field. When a male body has an abundance of male energy (and people expect a man to behave like a man and a woman to behave like a woman), he becomes more powerful within the Cosmos. The same goes for female bodies.
Now for the Drama part: I want to get laid, and there's an easy way, given my current financial situation. But that will sap my energy. And that's the last thing I want, because it takes work to clean, and clean energy is cultivated. so that from the moment I soil it, it is equivalent to killing my plant, pulling it out of firm soil, root and all, and having to cultivate it again, planting the seed again. That's what I feel. It was a good analogy. laughs. Can you understand now what I'm going through? To make matters worse, I am not working at the moment, and there is an insecurity in my head that whispers that it will be very difficult to find a suitable job for my interior level here in Minas Gerais. I sincerely hope that God will help. Another interesting thing is that if we keep ourselves straight in the sexual realm, we gain God's approval. And I don't want to miss it for the world. It is very good to be accepted by other incarnate spirits without resistance. The problem is that I've been hurt so much that I've created a defense mechanism to protect myself. I believe that this will harm me in creating new friendships in this initial period. Since I'm not used to Earth bodies being friendly to me. I'm used to rejection. with discrimination by others. with the looks and laughs of debauchery, coming free no matter how presentable, friendly, even honest I appear.
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wyinnix · 7 months
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៸ ᩠͡♡ ⊹ writing diary • 22.02.24
bom, decidi que vou tentar fechar o capítulo com no mínimo uns 16K. acho que consigo fechar com uns 15K, mas vamos ver. ainda preciso adicionar uma parte da penúltima cena que ficou meio estranha, e finalizar a última. pelo menos ta indo 🤪✌️
preciso terminar esse cap pra poder terminar logo a heejake... scrr to com tanta coisa pra fazer. ainda adicionei mais um capítulo ao planejamento, porque o capítulo não ia ter fim se eu colasse as cenas do próximo capítulo, então decidi transformar elas em um capítulo único e seja o que Deus quiser
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diarioelfico · 2 years
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Exatamente um mês atrás eu fazia a última atualização na contagem de palavras do meu projeto no NaNoWriMo deste ano mas, felizmente, não a última atualização no projeto em si.
Embora não tenha escrito mais nada desde o dia 20 de novembro até o final do mês - e, consequentemente, do desafio -, alguns dias atrás, agora já em dezembro, passei a me sentir inspirada e a ter realmente muita vontade de voltar a escrever.
Isso foi algo bem incomum para mim porque, nos últimos anos, tenho sido o tipo de escritora que só escreve durante o NaNoWriMo ou algum Camp NaNoWriMo, pois sinto que o senso de comunidade e desafio dos eventos são as únicas coisas capazes de me motivar o bastante para tomar o primeiro passo e manter alguma disciplina.
Mas, dessa vez, foi diferente. Sem que houvesse nenhum motivo em particular, em vários momentos aleatórios dos meus dias eu comecei a imaginar punhados de cenas, diálogos e interações entre meus personagens, chegando a um ponto em que eu simplesmente não conseguia mais não escrever.
Então, naturalmente, precisei me render e voltar para meu arquivo, já abandonado desde o vigésimo dia de NaNoWriMo.
Tenho escrito num ritmo bem mais lento, sem me preocupar realmente com a contagem de palavras nem com nada além da história em si.
Tenho escrito um pouco por dia já há alguns dias, e toda a experiência tem sido extremamente satisfatória.
Venho me sentindo tão imersa e conectada ao universo da minha história e dos meus personagens que tenho me lembrado da época em que eu ainda era criança e começava inumeráveis histórias que nunca chegava a terminar, mas que eu escrevia simplesmente pelo prazer que sentia durante o processo.
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passosnaareia · 1 year
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⊱ Você merece ser amada ⊰
Sua beleza é tão rara, tão única, não digo isso só por você ser a mulher mais linda que já conheci , mas por você ser,tão doce e amorosa, ter uma alma tão bela, como consegui ser assim? Eu sempre me pergunto isso. Não a nada em você que seja feio e sombrio,nada.
Já conheci tantas mulheres, algumas realmente bonitas, mas nenhuma delas era como você, e sinceramente tenho quase certeza que não existe nenhuma que chega aos seus pés, você é o tipo de pessoa que só aparece uma vez em cada século, ou que exista apenas algumas espalhadas nesse mundo.
Tenho medo do porquê você apareceu na minha vida, logo eu,todo errado,tenho medo de ser só mais um que vai te machucar, esse coração que tanto admiro que facilmente seria motivo de estudos, de tão gentil e puro. Não me assusto nem um pouco com seu passado, porque foi assim que se tornou essa pessoa, que mostrou pro mundo o tamanho do seu coração e da sua força.
Que engraçado eu nunca tive tanto medo em machucar alguém, não gosto da sensação de machucar as pessoas, mas também não ligo tanto assim, porque no final elas nunca ligaram pra mim, mas você eu não quero, não posso.
Não sou merecedor, mas ao mesmo tempo não quero te perder, queria sei lá, ser o primeiro que vai te amar na mesma intensidade que ama os outros, na forma que nunca foi amada. Porque eu sei , que você acha que não merece ser amada, mesmo isso sendo um absurdo,mas sei o quanto sonha com isso, e se alguém nesse mundo merece é você.
Mas ao mesmo tempo e se eu não for capaz, cuidar de algo tão grandioso. E se eu estragar tudo ainda mais, eu não quero ser o culpado, nunca me perdoaria, mesmo sabendo que você me perdoaria e pior se culparia, eu tenho consciência que não mereço você na minha vida, mas quero merecer de alguma forma.
Quero estar aqui, te esperando, e tentando ser meu melhor pra você, fazer coisas que sempre esperou e nunca fizeram, ou até aquilo que nunca esperou ,pra quem sabe um dia eu merecer ser amado por você, e sentir que mereço isso, e eu finalmente aprender a amar você como sempre sonhou, pra que você veja no final que valeu a pena me esperar, que enfim chegou seu momento, e quero que seja meu momento também,  o nosso ,de provar ao mundo e a nós mesmo que o amor é real.
- passosnaareia
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nanagoeswest · 1 year
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leituras de agosto
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“ensaio sobre a cegueira” por José Saramago
Eis o livro da book lottery para agosto. Tinha imensa vontade de reler Saramago. Tal como muito boa gente fiquei com trauma do autor depois do "Memorial do Convento", que fiz questão de ler na integra durante o secundário. Não consigo explicar a diferença que senti entre estes dois Saramagos. O livro que vos falo ganhou um Prémio Nóbel no ano do meu nascimento, apenas para compreenderem a grandiosidade da obra. A leitura não é vagarosa e enfadonha como a do "Memorial". É antes uma distopia epidémica onde toda a população é afetada por uma cegueira clara, sem razão aparente. Confesso que tive breves vislumbres das nossas epidemias e pandemias, coisa que revela a mente organizada e real do escritor. Quanto ao livro em si confesso que é um pouco fora da "minha praia". Contudo achei-o fascinante. Li-o num instante pela curiosidade desmedida de querer saber o desfecho. Eis que Saramago consegue levar-nos numa aventura imprevisível.
“an obsession with butterflies” por Sharman Apt Russell
Por fim acabei este livro. Comecei-o no mês anterior mas precisei de uma pausa. O livro é extremamente interessante e de nicho, pois aborda tudo o que é relacionado com borboletas. Por ser tão específico comecei a sentir um enjoo por falta de novidade. Aprendi muito embora, não saiba até que ponto o recomendaria. Dou-lhe as três estrelas pela escrita bonita.
“the descent of man" por Perry Grayson
Sou feminista e, por isso mesmo, vi interesse neste livro. Este foi escrito por um homem artista, explora a masculinidade na contemporaneidade e como consegue ser tóxica. Aborda os problemas sistémicos do patriarcado e de como (também) reprime os homens de uma vivência saudável. Penso que são livros como estes que nos dão a perspectiva do outro lado da moeda. Que nos faz ver que um objetivo em comum é possível e vantajoso para a generalidade. Considero "The Descent of Man" um livro leve e até cómico, cheio de tópicos necessários e bem refletidos. Recomendo-o sem pensar duas vezes.
“tóquio, diário 1946” por Franco Nogueira
Comprei este livro porque adoro o Japão e porque sou uma cusca, curiosa por diários. Este livro retrata a ida de um diplomata português para a Tóquio no pós Segunda Guerra Mundial. O autor, procura captar a essência deste país em ruínas, do estado de espirito dos locais e dos estrangeiros. Considero-o um retrato bastante descritivo e quase sociológico desta época. Foi uma leitura muito diferente do que costumo procurar. Ganha-se outra noção, temos um visualização em primeira pessoa destes acontecimentos históricos.
“birthday girl” por Haruki Murakami
Este livro é pequenino e lê-se em meia hora. Nunca antes tinha lindo o tão famoso Murakami e com este livro tive um vislumbre do seu estilo e escrita. O livro embora de rápida leitura, deixou-me a pensar. Deu-me depois aquele momento de realização de um "Ah! Não pode!". Confesso que fiquei bastante surpreendida.
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loridiario · 3 months
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1. Um pouco do foi e do que é
Eu me lembro de como eu me sentia sozinha quando criança. Ninguém me entendia e eu tentava compreender o mundo e as dores do mundo ao meu redor.
Eu fui uma criança com pensamentos suicidas e isso era terrível.
Eram tantas as pessoas com as quais eu tinha que convier e tantas casas que eu frequentava. Morando um tempo na casa de uma vizinha que cuidava de mim ou de alguma tia, enquanto minha mãe vinha me buscar nos finais semana ou vinha me ver por 10 minutos em uma noite qualquer. Meu pai na época eu pouco via, pois quando eu ia para casa nos finais de semana, era quando seu trabalho era mais intenso e suas aventuras com raparigas em fortemente prioridade. Meu irmão ia me ver e passar alguns dias na casa da minha comigo para que não se sentisse tão solitário e pudesse fazer uma refeição digna.
Lembro de brigar para assistir Caillou ou qualquer desenho na TV Cultura enquanto ele queria assistir qualquer coisa que estivesse passando na MTV. Eu só não relutava quando passava Beija Sapo pois o cenário e as fantasias me chamam a atenção, e com apenas 3 ou 4 anos de idade eu acha interessante e nojento quando ao final do programa o sapo escolhido e princesa se beijavam com Guaraná Antártica na boca, algo incentivado pela Daniella Cicarelli.
As crianças não costumavam gostar de mim e os adultos me controlavam e não me levavam a sério como faziam com outras crianças. Mas eu compreendia suas dores e quando sempre presenciava as cenas de violência independente com quem estivesse ou em qual casa eu estivesse. Sobrava para mim segurar toda a carga emocional e depois consolar as mulheres agredidas.
Lembro do dia anterior e do dia em que eu, meu irmão e minha mãe fugimos de casa e fomos morar em outro bairro. Lembro também que no dia da mudança meu irmão me levou para de umas tias minha, uma delas me criou por alguns meses. A noite, depois do jantar, quando enquanto eu, duas tias minha e uma prima minha que tinha ajudado a cuidar de mim estávamos assistindo TV – acho que um sábado a noite – quando eu ia falar que tinha presenciado quando toda a cena de sexo dos meus pais dias antes, minha mãe chegou antes de relatar o que tinha visto. Eu não tinha ideia que íamos para uma nova casa. Chovia muito naquela noite e lembro do caminho que fizemos pois já havíamos feitos algumas vezes antes. Chegamos na casa nova e tínhamos pouquíssimos móveis. Um sofá que já estava bem velho e tinha um buraco bem no meio. Ele era azul marinho com um certo brilho bonito. Uma televisão que chegou a durar uns 15 anos ou mais no total, um beliche que foi divido, minha mãe e eu ficando com um e meu irmão com outro. Não tínhamos mesa e nem cadeira, mas minha mãe fez de um apoio de pedreiros de mesa e sei lá mais o quê de cadeira. Um guarda roupa velho e igualmente um armário de cozinha. Não lembro se levamos uma geladeira, acho que não pois lembro vagamente de minha dizer que não tinha pego porque foi algo que meu pai tinha pago, mas o restante das coisas que levamos para a casa nova tinha sido minha mãe que havia comprado.
A casa do meu pai não era nossa e tampouco a casa que havíamos a acabado de nos mudar também não era nossa, esta última não estava acabada, na verdade nem tinha reboco e o banheiro era um nojo e horrendo.
Escrevendo esse relato me faz ter ainda mais admiração por minha mãe, apesar de seus erros terríveis. Tenho cada vez mais trabalhado em não tê-la como uma mãe que na maior parte da minha vida errou como mãe, mas a sua superação é de levantar e bater palmas. Ela luta para que tenhamos uma vida confortável até hoje. E é incrível como mesmo que meu pai seja um terrível genitor, costumamos culpar a nossa mãe por tanta coisa, mas é porque com ela tivemos e temos mais contato, por tanto culpamos e temos como monstros aquele com quem convivemos e não a alguém que não está ao nosso alcance.
Lóri Diário
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vinteepoucasdoses · 3 months
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#003: eu falo com Deus, mas o céu está vazio.
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Foram longos meses não querendo tocar nesse assunto. Me sentia encurralada, observada por inimigos invencíveis e invisíveis o tempo inteiro, com medo de que alguém pudesse estar escutando meus pensamentos no momento em que eles eram formados. E se eu fosse mesmo tão ruim quanto diziam que eu era? E se todo aquele ódio, toda aquela raiva por terem arruinado minha percepção sobre o que é o amor não fosse legítima? Só por que ele foi cavalheiro o bastante para me oferecer amizade após me destroçar viva, então eu deveria me sentir feliz e me contentar? E esquecer que sou mulher, com necessidades de mulher e um coração ardente, irrevogavelmente apaixonado que encontrou em um narcisista seu primeiro amor?
Foi fácil fingir no início. Eu estava maníaca. Me acostumei em poucos meses com a dosagem de Divalproato prescrita pelo psiquiatra e, quando tudo desabou, eu não chorei. Minha reação foi uma bela gargalhada. Sai com caras que não gostava, que não me agradavam, sequer me divertiam. Eu era beijada, tocada, mas não reagia. Aprendi que não é necessário ser alguém para um homem que só quer te tocar. Você só precisa estar ali, de delineado, gloss e um vestido apertado, sorrindo quando fazem uma piada sem graça, fingindo ser interessada em video games e Saramago, mesmo achando que a Lygia Fangundes Telles é bem melhor, fazendo perguntas e mais perguntas sem realmente se importar com as respostas. E quando é beijada, você pensa, não é como daquela vez com ele e tudo perde a graça e você tem que ir correndo para casa, quase literalmente, para dizer que acabou e que não dá mais e nossa, o próximo não vai dar em nada, mas não há mais nada no mundo. O quarto é sombrio, frio, e não tem ninguém além de você. O seu mundo foi embora. Então você se prepara para o próximo.
No meio disso tudo eu quase consegui construir algo. Tive amigas com as quais passei os fins de semana bebendo vinho pelo campus universitário, chorando pitangas por aí, criando conexões verdadeiras. Mas como tudo o que eu toco, isso também se estilhaçou como vidro. E o pior de tudo é que tenho minhas suspeitas de que talvez minha mente tenha inventado parte dos motivos. Às vezes, sou acometida por ideias absurdas. Que meu tio viajou para o Rio apenas para me matar, que minha mãe me odeia, que posso cair para cima quando atravesso uma passarela e que vejo o futuro nos meus sonhos. E se essa foi só mais uma delas?
Eu não sei porque faço o que faço. Não sei porque as vozes nunca param de me convencer que as pessoas querem meu mal, não sei porque existe tanto ódio dentro de mim se tudo o que sempre quis foi ser amada. Como Sylvia Plath, eu falo com Deus mais o céu está vazio. Nenhum santo de nenhuma religião atende minhas preces. Estou presa nessa existência atormentada, cogitando a ideia de acabar com tudo da maneira mais dolorosa e sangrenta que consigo, realizando meu ato final no lugar que batalhei para poder estudar, o lugar onde o conheci, onde tudo começou. Não sei quanto tempo vou durar, estou fazendo máximo que posso, mas não é mais suficiente. Não há mais nada, nem ninguém. O silêncio me engole madrugada a dentro e não tenho certeza nem de ser humana nesse ponto. O que isso tudo significa, afinal? Pra que sofrer tanto?
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obsesseddiary · 1 year
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Meu maior medo é minha mãe descobrir esse diário!
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escrevi-um-bujo · 1 year
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Olá, escritores e apaixonados por BuJo, como vão? Sei que estou demorando muito — uma verdadeira eternidade — para atualizar os posts, mas trouxe novidades da minha rotina no Bullet Journal.
Na semana da sexta-feira santa com a páscoa, eu escrevi várias coisas do meu livro autoral favorito, mas que eu sempre abandono por ser muito perfeccionista, mas no dia 10 de abril, finalmente consegui folgar, depois de uma semana maluca kkk. O que eu fiz, no Bullet Journal:
Se um personagem específico se tornasse vilão:
inclui a personalidade da ficha de personagens;
inclui acontecimentos da narrativa;
inclui seu passado;
como a protagonista o enxerga dentro da estória (estou pensando se faço em terceira ou em primeira pessoa, prefiro os detalhes em terceira, mas os pensamentos da protagonista em primeira);
o que isso afetaria na estória.
Esses tópicos me fizeram pensar em coisas que já imaginei no plot, mas ele não seria considerado um vilão. Sinceramente, não sei se isso o torna, porque ele vai fazer coisas que vão deixar as pessoas afetadas furiosas, mas só uma é realmente prejudicada no livro. As outras estão mais pra beneficiadas pelo o que ele fez.
Ele também não é uma pedra no caminho da protagonista, já que eles são próximos, não quero dar muitos detalhes por enquanto. Eles estão do mesmo lado, ele só faz o que ela não, por status social, dinheiro e a própria essência dela.
Também tentei fazer uma BATALHA ENTRE PERSONAGENS:
Vejo isso bastante em Reading Journals, mas eles são dos próprios livros, um contra o outro, daí a pessoa decide qual livro foi o melhor que ela leu durante o ano. No meu caso, decidi adaptar pra personagem.
A minha tabela deu errado, bom, as três tentativas deram *rindo de desespero*, porém, ok. Posso deixar pra outro dia, antes que eu surte.
Eu não sei se vou fazer de melhores personagens, ou meus favoritos, mas provavelmente será a segunda opção. E vai ser de todos os livros que foram abandonados e eu volto a planejar. Alguns realmente foram cancelados e eu não pretendo fazer sobre eles, e outros ainda não me decidi. Provavelmente vai ser 2 livros. E eu não sei quem vai ganhar, mas o Christopher com certeza vai para as quartas de final, porque ele que torna uma das estórias engraçadas. Eu sou a favor da comédia.
Post atualizado em: 12 de abril, quarta-feira.
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BEDA | Quando escrever era apenas uma maneira de dialogar comigo mesma
Um exercício de escrita dentro da tarde de sexta-feira chuvosa, medida em goles de café...
Eu não encontro espaço na palavra saudade. Sei como escreve, como usa… mas não cabe nas frases que eu invento. Não há sabor-aroma-gosto. É uma palavra estranha, que me remete ao letreiro de cemitérios antigos. A palavra não arde, não incendeia. Não é comigo as suas vogais e consoantes. O som não pulsa, não grita, tampouco silencia. É aquele olhar para o vazio…. Respiro fundo e vislumbro a…
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aidankeef · 2 months
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Point of view - Desenvolvimento de Poderes
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Am I savage? Scratching at the door Am I savage? I don't recognize you anymore
O poder herdado por Aidan era surpreendente.
Durante os últimos anos acreditava que a manifestação do poder só ocorreu durante a maturidade. Entretanto, após a leitura do diário de sua mãe, encontrou um relatório completo sobre a forma o poder se manifestava desde tenra idade, sempre causando estragos significativos.
A primeira ocasião, quando ainda possuía quatro anos, foi engraçada. Aileen estava tentando manter o jovem Aidan entretido no banco de trás, durante uma viagem interestadual. Aid não aguentava os inúmeros desconfortos daquele momento. A música não lhe agradava, o solavanco do carro fazia com que o cinto apertasse seu pescoço, a roupa pinicava sua pele, os tênis eram apertados. Tudo estava péssimo. Em um quadro normal, a birra infantil seria apenas uma birra infantil, exceto pelo momento em que Aileen viu, pelo retrovisor, uma neblina vermelha sair do corpo de Aidan, como se seu corpo estivesse superaquecido. A mulher estacionou o carro, desceu, e deixou Aidan lá dentro sozinho até que a neblina dissipasse, por ordens de Ares. Ainda não sabiam ao certo os efeitos de sua manifestação, mas passaram a supor que aquela neblina causaria envenenamento ou alucinações. Naquela ocasião, Aidan conseguiu quebrar a maçaneta do carro em uma força descomunal.
Entretanto, após o apagão causado pela crise de Aidan um ano depois, Aileen optou por um monitoramento mais intensivo, principalmente pela introdução do menor na escola e em novos círculos sociais. Era regrado. Primeiro, o descompasso emocional, um grande sentimento atingia o filho. Depois, a febre e os tremores nas mãos e pernas. Vez ou outra surgiam manchas vermelhas em seu corpo, como uma irritação na pele. E, só então, a névoa. Em um tratado com o filho, Aileen precisava saber de qualquer alteração em sua temperatura corporal, fato o qual gerou uma febre psicossomática em Aidan que viu naquela preocupação uma forma de receber o carinho materno, um rastro de sua atenção.
TW: violência doméstica e infantil. A segunda grande manifestação que sequer foi notada por Aidan foi dias antes de sua fuga. Andy, seu padrasto, discutia à plenos pulmões com Aileen, avançando em sua direção, vociferando inúmeras ofensas enquanto o semideus assistia toda ação. Os gritos cessaram quando finalmente Andy acertou Aileen com o primeiro soco, dando sequencia às agressões que assustaram o filho de Ares. Febre, tremor e iniciativa. Aidan rompeu na direção da mãe, tomando sua frente, enquanto a mulher escondia a barriga com ambas as mãos, já grávida de Nessa. O semideus tentou intermediar o conflito sem reparar que a névoa era absorvida pelo padrasto. Alucinado, o padrasto passou a agredir Aidan, deixando que Aileen fugisse pelo apartamento. Seu corpo foi lançado contra a cristaleira e arrastado pelo tapete de cacos de vidro e copos estilhaçados. Depois daquele dia, o garoto estava ciente que morreria naquele local se permanecesse dentro daquela casa. Fim do TW.
Com a fuga e ausência de supervisão, em inúmeras ocasiões o rapaz perdeu o controle emocional e liberou parte daquela substância, afetando mais a si do que aos demais, fazendo com que cogitasse que, no final das contas, estivesse enlouquecido. Monstros, semideuses e criaturas fantásticas, acompanhadas de visões extremamente realistas de violência. Algo parecia errado demais, cruel demais. Só quando finalmente chegou ao acampamento meio sangue, aos dezoito anos, que tomou proporção de sua capacidade.
Precisava se regular emocionalmente, dedicar o seu tempo na compreensão de si para dominar aquela habilidade tão complexa, controlar sua manifestação para que existisse uma utilidade em seu poder. E assim fez.
Inicialmente, precisava contornar seus extremos emocionais. A escrita do diário parecia insuficiente, incapaz de gerar resultados significantes além da verbalização de suas emoções. Então, na primeira oportunidade que obteve em Waterland, pressionou Charlie para que disponibilizasse de seu tempo e dedicação para ensiná-lo sobre meditação e seus benefícios.
Tempos difíceis, um acampamento desmontado. Era difícil manter sua concentração perante os acontecimentos, mas persistiu. Após três aulas, conseguiu finalmente entrar em estado meditativo e, dessas atividades, surgiram mais momentos de reflexão sobre seus traumas e desajustes com a realidade.
Posteriormente, sentido a confiança minimamente mais estabelecida em si, pediu que Nastya o acompanhasse em um treinamento intensificado, onde teria as emoções invadidas pela semideusa e seria exposto aos extremos de seu emocional. Com muito esforço conseguiu se manter firme e, consequentemente, motivado para continuar.
A rotina de treino foi intensificada, cada vez mais obcecado em se preparar para o terror invisível, o inimigo imperceptível que vinha de todas as direções. Horas seguidas de combate, fugindo de seus momentos de lazer para se manter dentro da arena. Testes físicos, combates intermináveis, resistência manifesta através da convivência com o medo. A chegada do diário de Aileen foi um elemento complementar para que pudesse aprender a viver com seus receios e conflitos internos.
Descobrir que era amado, que seu pai foi presente em sua criação de forma indireta, que sua mãe estava viva e que agora possuía Nessa, sua irmã mais nova, como alguém significativo o suficiente para conduzi-lo em direção à responsabilidade familiar novamente, fez com que parte de suas convicções caíssem ao chão.
Naquele dia, não viu a luz do sol por mais de vinte minutos. Sem se alimentar, manteve-se ativo. Os semideuses fazia fila para enfrentá-lo em combates corpo a corpo e, um por um, caíam no tatame, perplexos. Cada vez mais rápido, cada vez menos previsível. Quíron foi até o espaço assistir os últimos combates da tarde e viu que Aidan permanecia ali, o olhar penetrante focado em entender o inimigo e surpreendê-lo. Mais um corpo no chão, sem muita dificuldade.
O centauro assentiu como se estivesse surpreso com a capacidade do filho de Ares, que retribuiu o cumprimento com um esquivo indiferente, um tanto ressentido com o posicionamento do diretor nos últimos períodos. Manteve-se de pé, pronto para sua intervenção.
"Eu não estou causando problemas. Eles vieram aqui por querer, não por obrigação." Arguiu antes mesmo do centauro abrir os lábios. Desarmado, limpou o suor do rosto com o antebraço e balançou a cabeça, os cabelos tomados pelo suor.
"Não vim aqui para isso. Vim para te avaliar pessoalmente." O som do casco batendo no chão, caminhando para trás, abriu espaço para que outro semideus desconhecido se aproximasse, o olhar um tanto tomado pelo receio. "Ele precisa criar uma redoma de proteção e você precisa direcionar sua aura para ele. Comecem."
Despreparado, Aidan afastou-se do semideus franzino. O desconhecido já estava de olhos fechados, mãos estendidas, uma película translúcida se formava ao redor de si. O filho de Ares puxou o ar, deixou as pernas paralelas e focou em sua respiração e o trajeto do ar em seu peito. Pouco a pouco o calor foi aumentando, expandindo, tomando peso e forma. Sem pensamentos intrusivos, sem turbulência emocional, apenas a concentração em sua pureza. Os olhos castanhos do filho de Ares cruzaram a arena, encarando a feição do rapaz em sua frente com seriedade. A fumaça vermelha passou a fluir de seu corpo, rumando na direção de seu alvo, como se fossem sugadas para aquela silhueta, penetraram a barreira de proteção do garoto. O semideus ficou com os olhos avermelhados, inalando aquela névoa colorida.
TW: Sangue, combate. Em sua mente, a visão era clara e certa. Via o filho de Ares se armando com a espada Claymore, avançando em sua direção, acertando a barreira e penetrando seu espaço de proteção. Aidan rugia como uma fera, movimentando a lâmina na direção de seu pescoço. O corte preciso em seu pescoço, sentindo o jorrar do sangue tão realista. Fim do TW.
O semideus gritava desesperadamente, Aidan se mantinha imóvel, direcionando a névoa. Quando o rapaz franzino foi ao chão, curvado, as mãos estancando o ferimento imaginário em seu pescoço, Quíron ergueu o pulso sinalizando o fim da demonstração. O filho de Ares recolheu a fumaça para si, retornando ofegante, a cabeça pesada, o suor caindo pelo corpo.
"Está feito. Eles não estavam errados." O centauro uniu os braços, os cruzando em seu peito. O olhar orgulhoso pairando na direção de Aidan, um de seus casos mais instáveis parecia finalmente ter encontrado um rumo decente. "Você finalmente aprendeu a controlar o seu poder. E ainda nos mostrou que sua outra capacidade herdada está bem potencializada com seu auto controle. Está dispensado de sua grade de nível II, Aidan. Pode ir amanhã montar sua grade de interesse na Casa Grande."
@silencehq Semideuses citados: @thecampbellowl e @ncstya, interações citadas - x e x.
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memoryremainsl · 3 months
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Apesar da vasta coleção de obras sagradas da biblioteca de Circe, haviam obras intocadas que muito chamavam a atenção de Lip. Grimórios encantados que vibravam a energia por dentre suas páginas, cheiram há anos de registros e aprimoramentos, listavam feitiços que nasceram em bocas malditas e reverberavam pelos milênios. E ali estava Lipnía, perante a maior obra de todas. O Grimório de Hécate. Plot drop: Traidor da magia.
Por todos os anos que viveu sob a capa de Circe, buscou chamar a atenção da mãe através de sua dedicação imparável com a prática da magia, investigando profundamente as práticas da linha das mágicas temporais, onde pôde manifestar, pela primeira vez, seu poder herdado da deusa da menor da magia. Um toque, uma visão. O passado era desvendado como um diário, onde Lipnía transitava pelos vislumbres do que já se foi.
Passagens pela Grécia antiga através dos livros de sua mãe eram os passeios mais corriqueiros que possuía enquanto esteve em sua ilha. Mas após isso, quando se escondeu em Tristan da Cunha, não mais se limitou à experiências tão antigas. Blusas, medalhões, brincos. Tudo era um portal para um passado recente, uma memória que vibrava nas linhas do tempo. E aquilo era instigante, completamente instigante.
Mas nada era se comparado com aquela experiência.
Não, aquele era o momento em que seus sonhos como bruxa sempre almejaram. O contato direto com o Grimório de Hécate em um treino comum para feitiços, aproveitando-se da ausência da supervisão dos demais filhos e aprendizes da magia, que pareciam entretidos com outra coisa nas proximidades.
Suas mãos formigavam como nunca. Um sinal da magia que corria por suas veias, ansiosa pelo contato, pelo deslumbre daquilo que poderia estar gravado nas folhas grossas. Aproximou-se do pedestal que guardava a obra após soltar um longo suspiro tentando afastar de si todos os pensamentos ansiosos que cruzavam sua mente. Seus olhos registravam cada detalhe da capa perfeitamente esculpida pelo tempo. Os sinais, as runas, as escritas gregas. Era como um pedaço concreto do passado perante o presente.
Lip ergueu a mão, levemente umedecida pelo suor. O nervosismo tornava sua respiração ofegante, cada vez mais fora de si, cada vez mais angustiada pelo contato que tornou-se lento pelo receio dos resultados. Até que sua mão tocou os escritos.
Mas, estranhamente, nada aconteceu.
Não houve uma passagem ou uma névoa. Absolutamente nada. Havia notado que sua força parecia estar se esvaindo desde o baile, notado que os rituais com seus cristais e ervas não pareciam eficazes, que seu formigamento nas mãos se tornou mais intenso e que sumia repentinamente, sem lhe dar muitas prévias sobre o mundo, mas aquilo? Uma obra tão fantástica não despertou uma memória sequer?
O cenho da filha de Circe se franziu em completa confusão. A boca entreaberta fechou-se, como se algo de errado estivesse acontecendo. A mão espalmada tocou a superfície do livro. Nada. Ela secou as mãos nas roupas, olhando para a sala ao redor de si como se buscasse algo no espaço que estivesse bloqueando seu poder, mas nada achou. O formigamento estava lá, por qual motivo não estava se manifestando?
Ao tornar a olhar para o livro, sentiu um forte arrepio correr sobre sua coluna, como se uma porta estivesse entreaberta e por ela soprasse os ventos do polo norte. O medo do inesperado então surgiu, como um ataque grosseiro. Buscou em si forças significativas para investir novamente na direção daquele livro que em segundos a fez questionar sua capacidade mágica.
Um suspiro longo.
Uma faixa de luz amarela subiu pelo seu braço como uma cobra, dourada e pulsante. Muito mais intensa do que o habitual, muito mais quente. Seus sentidos foram se esvaindo pouco a pouco, até que a energia acertou sua cabeça. Os olhos da filha Circe tomaram a mesma coloração amarelada, estáticos, olhando para o nada. E ela, por sua vez, estava distante dali.
A mão direita ergueu no ar, vagarosamente se direcionando para as folhas, intencionada a abrir aquele maldito grimório de uma vez e reaver parte de sua dignidade mágica. Mas o vento que antes lhe acertou pelas costas pareceu circundar seu corpo por completo e, ao tocar a obra com a ponta de seus dedos, sentiu a explosão dentro de si.
A visão do passado.
A visão de Lili havia escurecido por completo e, ao retornar à luz, estava no meio da floresta. Seus pés pisavam em folhas e pedras, caminhava, como sempre fazia, na direção da luz amarela que conduzia suas visões. Mas algo estava errado. O céu possuía uma coloração anormal, uma cor púrpura, sem nuvens, como um grande cobertor. Entre as árvores, ouvia os passos de alguém na direção da luz e, rapidamente acelerou seu caminhar até o seu destino.
Uma clareira com uma fogueira ao centro. Ao redor da fogueira criada, desenhos no solo se espalhavam por todo o local, numa cor vibrante. Seus olhos analisavam as runas, recordando-se que tratavam de símbolos de proteção. Um anseio por uma proteção exagerada, pensou. O som do fogo crepitando a lenha aumentou cada vez, como se estivesse cada vez mais enfurecido, até que o som de uma voz familiar chamou sua atenção. Semicerrou os olhos na direção daquela familiar que se aproximava do fogo, carregando o Grimório de Hécate em suas mãos.
"Revelo o destino que está por vir, com esta magia, o futuro descobrir. Com a força de Hécate, eu verei além do agora..."
O rosto de Lipnia se desfez em um assombro completo. Futuro? Não, futuro não. Circe não permitia os estudos do futuro. Aquilo era proibido pela mãe, como ela poderia estar fazendo aquilo?!
"PIETRA!" Lipnía gritou em uma ordem de afastamento na direção da semideusa, acreditando que aquela visão lhe responderia em clemência, mas nada foi realizado. Seus pés correram na direção da filha de Hécate, as mãos prontas para agarra-la e lançar seu corpo para longe do livro, mas nada foi manifestado. Ela estava estática, olhos vazios.
Ao se aproximar, Lili deslizou seus olhos para a página aberta do Grimório e viu aquilo que tanto temeu. O feitiço proibido por Quíron, com marcações escuras na folha. Lipnía levou a mão até a boca, tentando segurar em seus lábios o grito de horror que fugiu de sua boca quando seu corpo despencou no chão daquela floresta.
Subitamente arrancada de volta para o presente. Arfando trêmula, as pernas balançando como nunca antes, tomada pelo choque. Os inúmeros questionamentos surgiam em sua mente.
Ela sabia que o ataque aconteceria? Ela agiu para que ele acontecesse? Ela estava sozinha? Ela agiu contra o acampamento? Ela é a traidora? Ela? Pietra!
Sua mão foi recolhida na direção do peito, sentindo um estranho ardor nos olhos e na ponta dos dedos após o contato com aquele fluxo tão intensificado pelo objeto mágico. O som de passos se aproximando fez com que Lili olhasse para trás assustada, os fios de cabelo grudados em sua pele úmida pelo suor, o tremor tomando conta de todo seu corpo.
"O futuro deve permanecer intocável", este era o ensinamento principal da magia dos estudiosos do passado, e aquele que toca o futuro perece por sua ousadia.
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Em um restaurante em Austin, Texas...
Richard se retirava do restaurante em que havia feito sua refeição segurando o celular nas mãos, buscando as últimas notificas sobre eventos estranhos que ocorreram na região, algo que pudesse demonstrar a proximidades de semideuses do local para que através deles, encontrasse uma ponte de comunicação para o acampamento meio sangue. Os dedos deslizavam pela tela rapidamente, mas nada lhe parecia convincente. Acidentes de carro, vazamentos de gás... nada que se assemelhasse aos absurdos causados por um monstro. Há tempos não sentia-se próximo de seu objeto de desejo. Na verdade, temia por sua integridade, haja vista que não mais manifestava sua pulsação ao utilizar seu poder. Assim que iniciou seu percurso até o carro, uma estranha força atingiu seus tímpanos, o deixando ensurdecido por alguns segundos e, logo em seguida, o som. O som dos batimentos cardíacos de Lipnía, acelerando majestosamente, como se estivesse perante um grande perigo. Seus olhos encheram-se de lágrimas, uma emoção quase nostalgica de sentir sua pequena deusa viva. Um alívio reconfortante, para aquele homem. Ao retomar a audição, bateu a ponta dos dedos sobre a janela do motorista de seu carro.
"Me leve para Long Island, imediatamente." Seus olhos vibrantes derramavam o convencimento sobre o motorista que, como um zumbi, acenou para seu mestre. "Ela está viva."
@silencehq
Chars citados: @pips-plants
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diarioelfico · 2 years
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#wrimobrasil Aconteceu. A faculdade me venceu e já estou desde o dia 20 sem conseguir escrever.
Mas, por outro lado, também sinto que esse tempo "afastada" está me fazendo bem. Eu já estava começando a ficar um pouco cansada e sem saber bem para onde direcionar a história, e esses dias sem escrever têm me dado várias ideias interessantes...
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klimtjardin · 2 months
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✨ A jornada de um artista ✨
capítulo seis - os olhos do artista
Nesse capítulo abordarei o meu assunto preferido de todos no que tangencia arte: o diário do artista.
Olá, caras e caros leitores! Espero que todos se encontrem bem e se sintam confortáveis em mais uma de nossas trocas de cartinhas artísticas, que pegue sua bebida quente e o seu cobertor e tenha uma boa leitura!
Sketchbook, journal, caderno de arte, caderno de artista, diário gráfico... Esse item um tanto subestimado recebe várias nomenclaturas, mas aqui chamarei de diário, porque também escrevo nele. Meu TCC foi exclusivamente sobre essa querida ferramenta que uso desde criança, então creio que tenho boa propriedade para falar sobre.
Antes de se preocupar com que material começar a usar na sua prática, digo que o primeiro e mais importante item que um artista deve adquirir/fazer é um diário. O diário de um artista poderia facilmente ser chamado de "os olhos do artista". E você nem precisa desenhar, pode ser que você seja da dança ou da música, ou só queira viver de forma mais criativa. O diário é de ótima serventia para refletir sobre a sua prática. Imagine um lugar onde você compila todas as suas referências, tanto internas quanto externas, pode avaliar seus desenhos em ordem cronológica e ainda, de lambuja, pode levar para qualquer lugar, como se você tivesse um ateliê no seu bolso.
Um dos meus maiores arrependimentos é não ter registrado tanto em fotos meu processo de crescimento como artista, de cada trabalho feito, mas então lembro que tenho registros nos meus diários! Penso num profissional da dança, escrevendo sobre seus desafios, sobre sua prática diária. De um arquiteto saindo por aí desenhando as estruturas que mais o interessam na sua cidade. As possibilidades são inúmeras. E se você é multimídia então, é ainda mais interessante o quanto se pode mesclar todas as áreas e isso te ajudará a criar algo único.
Não tem problema que a sua arte se perca no meio dos seus pensamentos cotidianos, escritas, listas, textos despretensiosos; na verdade acredito que essa é a melhor parte. Leu um poema e gostou? Um papel de bala que achou bonito? Enfim, tudo pode virar material para o seu diário, ele é um filtro entre o que você vê, sente, e o que sai de você.
Além disso, o fato de ser analógico o torna uma ótima ferramenta para quem busca se desconectar um pouco. Ele te traz o benefício de se fazer presente e se tornar observador das coisas ao seu redor.
Os cadernos de tamanho pequeno talvez não sejam uma boa escolha para quem desenha e é muito detalhista, mas são ótimos para serem levados para qualquer lugar. Os cadernos de tamanho médio são meus favoritos, pois permitem um bom uso e ainda assim podemos transitar com eles com alguma facilidade. Já os cadernos grandes, prefiro para quando me desafio a fazer alguma peça grande, já que eles são os mais chatinhos de carregar por aí.
Quanto à gramatura da folha, tudo depende da sua intenção. Se você é mais da escrita do que do desenho, um caderno de gramatura até 100 faz um ótimo papel. Mas se você quer testar vários materiais, pensa em trabalhar com tinta, recomendo gramatura acima de 180. Existem cadernos com folhas coloridas, com linha, sem linha, texturas diferentes, enfim, tudo vai da sua intenção! Se você tiver a possibilidade de fazer/montar um caderno, essa personalização fica ainda mais especial, já que se pode escolher folha por folha.
Sou muito suspeita para falar, pois dediquei uma pesquisa acadêmica inteira à estes queridos, mas realmente acredito que se todas as pessoas tivessem um diário, independente da sua profissão, nos tornaríamos muito mais conscientes do que absorvemos, do que sentimos e do que vemos.
Espero que tenha gostado dessa carta endereçada a você 💓 até a próxima!
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