Tumgik
#soltar na cama e despertar o seu poder
caffezinho · 1 year
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Querida, há uma barreira invisível entre nós
Você está tão perto. Tão perto. Basta levantar a palma da mão para poder sentir a maciez da tua pele contra a minha. Não há nada entre nós dois que possa impedir tal contato. Aqui, neste lugar, só tem eu e você, mais nada.
Então, por que parece existir algo entre a gente? Algo que me mantém afastado de ti, algo que está no nosso meio mesmo quando estamos em união. Esta barreira - visível somente aos olhos do coração - se alojou em nossa relação. O inimigo invisível a olhos nus nos controla a seu bel-prazer, certamente comemorando cada vez que sofremos uma ruptura.
"Amor, já chega. Você tá ficando paranóico. Não há nada de errado no nosso namoro."
Suas palavras estão gravadas em minha mente desde que decidi compartilhar meus pensamentos contigo. Elas me incomodam. Me assombram constantemente. Sinto que a qualquer instante meus medos se tornarão realidade, e você acabará distante de mim. Isso me enlouquece! Detesto imaginar um futuro que você não exista, um futuro onde você conhecerá uma pessoa melhor do que eu e decidirá partir com ela.
Um futuro que consigo ver se concretizando.
Um futuro que preciso impedir a qualquer custo.
Balanço a cabeça num rápido movimento, dispersando todos os pensamentos invasivos. Baixo meu olhar do filme para focar em você, minha adorável namorada - em breve noiva - dormindo em meus braços. Como posso pensar em coisas tão tristes em sua presença, logo quando você está imersa em um sono sereno? Me perdoe, querida. Isso não irá se repetir. Deposito um beijo carinhoso em sua bochecha esquerda, provando assim o sabor da pipoca doce que você havia feito para comermos durante o filme. Ah, o filme! Como pude me esquecer do filme! Irei vê-lo mais tarde. Com muito cuidado, a levo para o quarto. Meu quarto. Em breve ele também será seu. A coloco na cama, e deito ao seu lado. Observo seu rosto adormecido por um longo tempo. Só noto isso ao ouvir o bip irritante do despertador soar. Me apresso em silenciá-lo. Não quero te acordar. Te conheço bem o suficiente para saber que você irá para seu apartamento assim que despertar completamente. Você odeia ser um incômodo para os outros.
"Não se preocupe com nada. Vou estar ao teu lado quando você acordar. Prometo não soltar tua mão. Juro que vou destruir a barreira que tenta nos separar." Pronuncio as palavras como se fosse uma oração. "Nada irá nos separar."
Com um último beijo casto na bochecha, não demoro a me juntar a você no reino dos sonhos.
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shopifhi · 3 years
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21 DIAS PARA SE SOLTAR NA CAMA E DESPERTAR O SEU PODER
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Este curso foi criado e desenvolvido pela Dra. Laís Gonçalves, Terapeuta e Educadora Sexual e Fisioterapeuta Pélvica e é voltado para mulheres que querem aprender como ser mais seguras no sexo para se soltar na cama com o seu parceiro(a) e consequentemente ter mais prazer
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Para quem é o Desafio?
É para mulheres que desejam ser mais soltas, mais seguras, confiantes, poderosas e empoderadas, com mais atitude. É pra proporcionar e receber uma experiência sexual incrível, com liberdade, conexão e mais prazer consigo e seu parceiro.
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O Desafio vai te tornar uma mulher capaz de se entregar na relação, eliminar o medo incapacitante do que o outro vai pensar sobre você, vai ajudar a vencer a timidez e a vergonha que te impede de ter prazer e se conectar com outra pessoa de forma plena.
Elimina os bloqueios básicos para que você seja protagonista na relação sexual.
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Se você sente isso, esse desafio é pra você!
* Sentem-se inseguras;
* Não confiam em si;
* Não sabem do seu real potencial;
* Se anulam na relação sexual;
* Terceirizam seu prazer, deixando o outro no comando;
* Se sentem bloqueadas;
* Não se entregam na relação Sexual;
* Estão frustradas sexualmente.
Eu quero participar dos 21 dias
(clique aqui)
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xmookeyx · 4 years
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you got me puttin' time in, nobody got me feeling this way. if i could, i'd forget about you || pov
❝— 𝑂𝑛𝑒 𝑙𝑜𝑜𝑘 𝑎𝑛𝑑 𝑦𝑜𝑢'𝑟𝑒 𝑚𝑖𝑛𝑒, 𝑘𝑒𝑒𝑝 𝑦𝑜𝑢𝑟 𝑒𝑦𝑒𝑠 𝑜𝑛 𝑚𝑒 𝑛𝑜𝑤. '𝐶𝑎𝑢𝑠𝑒 𝑜𝑛𝑐𝑒 𝑡ℎ𝑒 𝑠𝑡𝑎𝑟𝑠 𝑎𝑙𝑖𝑔𝑛, 𝑦𝑜𝑢 𝑤𝑖𝑙𝑙 𝑏𝑟𝑖𝑛𝑔 𝑡ℎ𝑒 𝑏𝑒𝑎𝑠𝑡 𝑜𝑢𝑡.❞   
Era cansativo levar uma vida dupla. 
Não havia hora exata para entrar em ação, fosse em sua vida contra o crime ou a que precisava fingir fazer parte do crime. Não existia alguém a quem confiar sem temer estar caindo em uma armadilha, dormir oito horas por dia? Isso era o mesmo que dizer que deveria ter três refeições completas ao dia, poucos detalhes que, normalmente, ele não iria se prestar o trabalho de cuidar ou sequer reparar se os faziam ou não. 
Todavia, agora faziam falta em sua vida e afetavam sua rotina de modo que o homem conseguia notar o quanto estava se tornando dependente da cafeína, energéticos, comidas pré-cozidas e até mesmo barrinhas de cereais. Tudo que fazia, mesmo que em sua maioria nem sempre fossem os mais saudáveis e corretos segundo os médicos, era uma fuga do tailandês de se manter em pé antes que caísse por exaustão. 
A princípio, imaginou que seria complicado. Sabia que a vida de um criminoso era movida a uma adrenalina e ritmo tão complicado quanto a sua vida de policial, e também não era como se seus colegas de trabalho, seus chefes, aqueles apenas que sabiam da missão em que estava, estivessem lhe sobrecarregando com trabalho mas sim o fato de estar constantemente lutando para que esse seu novo lado não viesse a tona ou fosse descoberto, preocupava-se em manter seus familiares e amigos o mais longe possível pois não se perdoaria caso algo acontecesse com um deles. Isto somado com a pressão constante que recebia de se infiltrar na gangue, além do esforço que fazia para consegui-lo, isso para não mencionar o trabalho complicado e perigoso que era estar no meio de tantos criminosos sem piedade, que o matariam em um piscar de olhos, essas coisas que cansavam ainda mais e o desgastavam. 
Raros momentos de paz ele tinha, e fazia de todo o possível para se concentrar em métodos de abordagem a Joongwon, formas de se aproximar deste para chegar até seu pai não faltavam assim como stickers e várias anotações espalhadas por seu pequeno apartamento naquela área da cidade; era como ter uma decoração de uma cena de filmes do FBI em seu próprio quarto, o que seria um passe de ida para seu caixão caso alguém invadisse a residência. 
Estando naquela posição, semanas - senão meses - após tantos planos que foram por ralo abaixo por não terem dado certo, foi quase como uma libertação divina poder estar deitado em sua cama, assistindo a um filme qualquer enquanto lia algumas notícias passadas sobre a gangue que estava tentando se infiltrar; afinal, nem mesmo em seus minutos de sossego ele deixava de estudar sobre eles, era necessário tomar muito cuidado e estudar para saber com que tipo de pessoas estava lidando. Muito embora estivesse claro que se tratava de seres humanos sem escrúpulos algum, que não hesitariam em matar suas mães caso fossem mandados a tal. Kunpimook não conseguia entender, quanto mais entrava naquele mundo, mais ele descobria que menos daquele universo sabia e ficava mais perplexo com a crueldade dos membros. 
E, sem saber exatamente o porquê, sua mente viajou e parou na figura de Joongwon. Era estranho pensar nele, mas ainda pior que isso, era se sentir tão atraído por alguém que o intimidava em certa parte, talvez fosse o efeito de estar tão empenhado em destruir aquele império mas, de algum jeito, se comover com o coreano. 
As palavras do mesmo ficavam rebobinando na mente de Kun; o que ele queria dizer com “não tem nada para você admirar aqui”. Ponderou um pouco sobre, Joongwon não parecia ser o tipo de pessoa insegura, do contrário, sempre pareceu exalar confiança. Mas ao dizer aquilo, o tailandês começou a pensar que talvez estivesse fazendo uma leitura errada sobre o homem e que, possivelmente, este poderia ter algum problema consigo, não necessariamente se sentisse inseguro mas algo o fazia pensar que não era digno de ser admirado? Bom, não era como se estivesse de um todo errado; certo, ele era muito bonito, conquanto, nada adiantava se parasse para refletir e pensar no quão podre o mesmo era por dentro, afinal, quem faria parte de algo tão desumano como uma gangue daquelas?
Todavia, uma vez mais, o policial acabou se pegando pensando sobre a situação alheia e algo surgiu a mente: e se, por desventura do destino do Kang, ele tivesse sido obrigado a ter aquela vida criminalista por causa de seu pai? Fazia mais sentido pensar assim. 
Ou era o que Kunpimook queria pensar, talvez porque ele não suportasse a ideia de existir pessoas ruins daquele jeito. Ou que Joongwon pudesse ser tão cruel assim. Havia esta questão que o incomodava muito. Respirando fundo e soltando um longo suspiro, ele se esticou para se espreguiçar na cama e colocou seu material ao lado, precisava de ao menos um cochilo antes de voltar ao trabalho. 
Por sorte não enfrentou uma insônia terrível como vinha tendo havia alguns dias, muito pelo contrário, aos poucos sua respiração foi ficando calma e suave, seus batimentos cardíacos foram diminuindo ao ponto em que foi necessário para que fosse imergido em um sono profundo. 
Naquela noite, em contra partida com a rapidez que conseguira dormir se comparado as demais, um par de olhos escuros, frios e intensos pareciam penetrar sua alma de forma tão forte que o corpo do asiático começou a se remexer na cama. Era inevitável, se sentia sendo puxado por aquele abismo de um jeito que não conseguia nem mesmo respirar sem sentir que sentisse cada átomo de seu corpo ser alvo de uma corrente elétrica poderosa, o fazendo suar como nunca. 
A escuridão ocultava muito do que sua visão queria ver, lhe oferecendo apenas imagens nem um pouco nítidas, mas a maneira como aquele olhar recaía sobre seu corpo, como se com apenas aquilo fosse capaz de devorar o tailandês por completo, o fez soltar um grunhido baixo e abafado. Mas foi a voz, em timbre rouco, profundo, que lhe passava uma firmeza da qual não era conhecida pelo oriental, que o fez despertar do sono suando, o coração acelerado, a pulsação disparada e seu corpo inteiro aclamando por um banho gelado; e foi o que o Tuey fez. 
A água fria escorria por sua derme e era como apagar uma fogueira, cada poro de seu corpo parecia estar recebendo um balde de gelo que ia derretendo conforme tocava em si, mas nem isso era suficiente para lhe acalmar ou fazê-lo esquecer da bizarrice de seu sonho. Ou seria um pesadelo? Não saberia dizer, apenas estava preocupado com sua condição, e se fosse um resultado devido o excesso de trabalho? Kunpimook passou a mão pelas madeixas molhadas e se desencostou da parede do chuveiro, nunca imaginou que um caso como aqueles o faria ficar tão envolvido daquela forma, na verdade, em todos seus anos - ainda que poucos considerando a jovialidade do asiático -, não houve um caso a qual o fez se sentir daquela forma preso, sufocado, como se tivesse uma corda no pescoço e prestes a ter o pescoço quebrado quando o empurrassem. 
Seria engraçado, se não fosse uma tristeza, se tentasse explicar para alguém, provavelmente daqui a alguns anos, quando tivesse se livrado de toda aquela bagagem horrível que estava tendo ao ter se aventurado em tal jornada, poderia falar disso abertamente e iria olhar para trás e se sentir melhor, feliz, mas não agora. Naquele momento, apenas conseguia pensar no quão destruído, emocionalmente, estava. Deixando de lado o sonho, seus pensamentos, a confusão que estava sentindo, tudo que seria um fardo para si, Kunpimook saiu do chuveiro e se arrumou para ir até o local do bar em que vinha trabalhando como atendente a fim de encontrar uma via que pudesse fazê-lo entrar na gangue. 
A noite estava correndo bem, considerando a forma estranha e desconfortável com a qual havia começado ela; havia uma boa movimentação por ali e isso ocupava sua mente, impossibilitando Kun de pensar sobre tantas questões ao mesmo tempo e se focar apenas em uma tarefa: sua máscara de atendente. 
Entregando as bebidas na mesa, ele virou e caminhou até o bar para pegar a próxima comanda, entretanto, antes de chegar na mesa, seu corpo congelou e ficou estático no lugar, como se seus pés tivessem sido colados ao chão. Joongwon adentrou o bar em seu habitual estilo arrebatador, uma camisa social preta, mangas cumpridas, tecido de seda, calças e sapatos da mesma cor. A mão esquerda, a qual Kun já sabia que ele utilizava um relógio de tantas vezes que o observou discretamente, estava dentro do bolso da calça enquanto a outra segurava algo que não foi capaz de captar naquele momento. 
Kunpimook deveria esperar que fosse ignorado como em tantas outras vezes, ou que conseguisse fugir dali antes de ser notado encarando-o dão descaradamente, contudo, naquela noite, Joongwon pareceu reparar que havia algo no ar, um clima diferente, ou apenas um par de olhos o fitando de forma tão invasiva. Observador como demonstrava ser, o Kang não tardou para colocar seu par de olhos evasivos na figura do tailandês, cujo engoliu em seco com aquele contato visual. 
Ali estava. Era ele o culpado de seu pesadelo; um olhar frio, distante, sombrio, que passava um vazio tão devastador que o Tuey não conseguiu sentir mais nada naquele instante, apenas solidão, um imenso e destruidor vácuo em uma escuridão profunda, depressiva até. Ele sentiu seu corpo inteiro ficar entorpecido, não conseguia se mover ou mesmo escutar o que acontecia ao seu redor. Apenas alguém que construíra um muro tão impenetrável em sua volta poderia ser capaz de fazer com que as pessoas ao seu redor pudessem sentir o vazio que era viver daquela forma, e mesmo assim, ser apto o suficiente para fazer com que não se aproximassem, talvez fosse verdade que a escuridão era assustadora. Mas, no caso de Joongwon, também era assustador como ele o fazia com que Kunpimook quisesse adentrar aquele abismo, mesmo que tivesse de se queimar ao longo daquela jornada pelas trevas. 
Um som estrondoso de copos sendo jogados ao chão o fez voltar a realidade. Piscando rapidamente, Kun engoliu em seco e encarou o lugar que viera o barulho: dois clientes pareciam estar disputando uma queda de braços. Não era algo que tivesse de intervir. 
Quando voltou a olhar para frente, Joongwon já não estava mais ali e ele pode perceber o sininho da porta fazendo barulho indicando que ela havia sido aberta. E, então, sentindo como se tivesse acabado de ter tirado a corda do pescoço e pudesse respirar direito, o asiático soltou a respiração levou a mão até as madeixas; o que diabos havia sido aquilo? 
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hcnia · 4 years
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Task 5 - A Hero’s Journey
Loss is like a wind, it either carries you to a new destination or it traps you in an ocean of stagnation. You must quickly learn how to navigate the sail, for stagnation is death
Hania...
A voz suave não ultrapassava a barreira física da lança, sendo rechaçada antes mesmo de soar mais alta que um sussurro. As mãos habilidosas, calejadas pelo treinamento, giravam a lança como se fosse uma extensão do corpo. As lâminas não tinham resistência ao atravessar corpo indefinidos e quase translúcidos, brilhantes como se estivessem embaixo do sol mais alto do dia. Piscando como estrelas na escuridão que rodeava Hania por todos os lados. Em cima, embaixo. O cenho franzido não quebrando a concentração enquanto era empurrado para todas as direções. A pele suada congelando com o toque morto, o toque de outro mundo. Ao passo que esquentava, fervia, vaporizava tudo o que tocava com a santidade do gume afiado abençoado pelo xamã.
Hania... Hania...
O nome soou um pouco mais forte, mas não atingiu seu objetivo. O despertar do guerreiro indígena tinha sido a muito tempo atrás, em outro mundo cujo o tempo passava na velocidade de cavalos selvagens. Hania sequer lembrava se tinha vestido uma roupa quando as vozes ficaram fortes demais. Aquelas, terríveis em tentação, o chamando para o desconhecido que lhe era tão familiar. Quando colocou o primeiro pé para fora da cama foi por puro instinto, a perfeita memorização da disposição dos móveis e distância da porta. Os olhos era nuvens de tempestade cerrada, cegos como um de nascença, e imploravam por verem a lua. Sim, a lua. O corpo celeste reino de tantos espíritos antepassados exigia uma observação espiritual e confusa. O índio mal e mal tendo tempo de processar o caminho para fora do dormitório, correndo com a exímia habilidade de um ‘enxergante’. O frio da noite tocou-lhe a fronte suada e não foi o suficiente.... Nunca seria o suficiente.
Por que você faz isso, Hania?
A pergunta ficou sem resposta, assim como a floresta o recebeu de maneira misteriosa. As mãos encostavam nos cascos, os pés circulavam as raízes, e nada.... Nada tinha o cheiro ou a sensação de casa. O reino de Pocahontas não tinha como ser contido, não quando era a natureza e tudo era ‘natureza’. Seu pequeno pedaço de terra, habitado e protegido por sua tribo, nada mais era que um empréstimo. Uma boa vontade dos deuses para que pudesse ter onde deitar a cabeça e colher o alimento, e, em troca, devolver tudo que lhe era dado. Não, a floresta o agarrava e empurrava para frente. Incitava o movimento que a cada minuto tomava um quê hesitante. Um repensar sobre aquilo ser certo ou não.
Hania... Por favor...
Em algum momento adentrou a clareia sombria, os pelos do braço arrepiando no mesmo instante que o choro foi ouvido. Ah, ele sabia que aquilo era uma armadilha. Tinha conhecimento da artimanha espectral desde os últimos trinta metros. Contudo, como podia evitar de dar o passo final para dentro e a cúpula esfumaçada brotasse do chão? Névoa e fumaça escapando por entre os torrões de terra e pedra, fazendo o chão sumir e tudo ganhar cores azuladas, mortíferas. A lança, presente e herança da tribo, abriu-se ao primeiro toque do guerreiro; as duas pontas com suas lâminas duplas e assimétricas. E foi assim, depois que estava preparado, que a visão voltou sem nem pedir. Sem nem trabalhar o poder para que o liberasse mais cedo. O que viu, no entanto, acabou com a cor do seu rosto.
Criança, pobre criança...
O choro era de uma figurinha enrolada em si mesma, abraçando as pernas com todas as formas no meio de membros e roupas e mãos de tonalidade pálida. Vermelhos, azuis e verdes; o tom prata ganhando do dourado. E o preto corroendo cada uma das bordas iluminadas. O pulo foi definitivamente sobrenatural, porque em um só movimento estava sobre a criança e sussurrando. Falando. Gritando. Exigindo que os espíritos parassem ou ele teria que fazer alguma coisa. A voz alta era rouca, estranha em seu tom fora do usual, e algo sangrava por dentro. Uma barreira que não deveria ser ultrapassada. Hania tinha sido ensinado a respeitar os espíritos tanto quando os vivos, mostrando que a diferença entre eles era um detalhe perante aos deuses. Agora... agora precisava considerar outra possibilidade, uma eliminação forçada por meios que lhe foram confiados. Usar a benção da lâmina para exorcizar os aprisionados à terra, a este purgatório trazido a Aether. A criança ou os espíritos? A vida humana ou a passagem pacífica para o além? A resposta veio rápida e em forma de arco metálico, do chiado abrupto de uma alma deixando aquele plano.
Você não precisa...
A voz ainda era distante e sem força, mal conseguindo atrasar ou colocar hesitação na batalha do índio. E conforme ele girava a lâmina sobre a cabeça, aumentava o espaço para a criança respirar, notava algumas peculiaridades. 1) Não era atingido. Os espíritos quase ignoravam sua presença, os olhos opacos focados na figurinha protegida. 2) Eles voltavam. A benção não parecia definitiva, mas um pequeno ‘tempo’. Afastar e prender para soltar alguns minutos depois. 3) A sensação estranha no estômago perdurava. Tinha começado com um nó, depois uma sucessão destes, terminando com a tradução exata de: curiosidade. Curiosidade mórbida e exasperada. Mas ele não podia virar, não podia forçar. Não queria mexer em alguém se não sabia estar machucado e a extensão de seus ferimentos. Mais um balançar de lança, mais chiado, e, dessa vez, a solução veio. Hania aumentou o diâmetro do arco e arremessou a lança pelo ponto menos povoado dos círculos de fantasmas. O ‘Vamos’ pronto para sair da garganta, a mão posta sobre o braço fino e o rosto que levantou travou todos os seus movimentos.
O rosto que encarava... Riscado de lágrimas e enfeitado com o cenho franzido de concentração...
De aceitação de um destino...
Era o dele...
A criança era Hania.
Mais novo, tão mais novo. Os cabelos na altura dos ombros. Não precisava sorrir para saber que tinha a janelinha dos dentes da frente. Ou que o corte da última escalada da árvore ainda cicatrizava na coxa esquerda. E mesmo que fosse tão da tribo como podia ser, não tinha como se enganar nos olhos. Os cheios de vida e perguntas de Pocahontas com os tons azuis e claros do explorador e defensor John Smith.
E assim, tão veloz tinha sido seu reconhecimento, os espíritos mudaram. Não eram monstros, não eram indistintos ou ameaçadores. Seus rostos carregavam tristeza e ansiedade, a esperança brilhando nos olhos pálidos. Focados no pequeno Hania que tinha ficado de pé e esperava. As almas passavam por si com educação, formando filas lonas e organizadas, apesar de numerosas. Tocando as palmas abertas do pequeno índio, conversando e confessando suas vidas nos ouvidos. Pressionando-se e mostrando suas visões com o toque fantasmagórico.
Hania... Hania... Hania.... Por que faz isso, Hania? Hania.... Por favor... Criança, pobre criança...  Você não precisa...
Dessa vez ele ouviu tudo, de uma vez só. As palavras entrando pelos ouvidos e fazendo sua visão granular e desaparecer. Um piscar e estava em outro canto, olhando o cortejo interminável de cima. Parecia uma aranha, o corpo muito escuro e as inúmeros patas estendendo-se pálidas, esbranquiçadas. Hania olhou ao redor e viu...  Viu  um mundo belo e rico, cidades enormes e fervilhantes de vida. Viu pessoas conversando, o ruído de suas conversas e risadas salpicadas como estrelas. Enxergou oportunidades, aberturas tão claras quanto acessíveis, alguém igual a si conseguindo o que ele jamais tinha imaginado ser capaz. Hania enxergou um futuro paralelo, o resultado de uma escolha feita à muito tempo atrás. Ele enxergou a si mesmo mais ereto, mais sorridente, as linhas de expressão marcadas por sorrisos e felicidade, não a seriedade contemplativa. Hania enxergou um sonho que nunca teve e que ansiava com força, esquecendo que nunca o conseguiria.
“Ainda pode ser seu, Hania, você só precisa enxergar o que está bem à sua frente. ”  A voz masculina atiçava uma memória antiga, remota. Entrelaçava-se com mãos rechonchudas e olhos afogados nas nuvens cinzentas da cegueira. Acalentava um coração repousado aos pés de um salgueiro, sendo acariciado no rosto por uma mãe quente e calejada. Uma pressão na testa. Um pinicar da pele por se segurar e não olhar. Não ver o único espírito que tinha procurado e nunca achado. Nunca perto para ver só mais uma vez e que...  E que estava ali, tão distante quanto um toque. “Não tenha medo. Nós esperamos por isso a muito tempo. ” John Smith estava igual ao que Pocahontas descrevia com tanto amor e adoração. Os mesmos cabelos loiros como o metal reluzente, os olhos azuis como o céu de verão, o queixo forte e a robustez; o físico que Hania herdara com tanto gosto. E nem precisava de muito para que a conexão se estabelecesse, o reconhecimento passasse pelo assombro, rejeição e aceitação. Passos dados rápidos demais para se chegar à necessidade de tê-lo ali, abraçado contra si. “Você sabe que não podemos. ”  O índio bem sabia, mas não custava terminar à vontade com visões bem elaboradas e realistas. De sentir o toque paterno através das camadas e mais camadas que separavam os dois mundos justapostos, somente visto pelo poder concedido ao mais novo.
John aproximou-se andando na pequena nuvem formada sobre seus pés, os braços cruzados atrás do corpo projetavam uma parte que parecia encostar no de Hania. A sensação tão real que ele podia jurar sentir o tecido fazendo cócegas na pele exposta e suada. Não devia estar aqui, pai. Porque, por mais que se perguntasse do porquê de ele estar ali e agora, de se mostrado depois de anos do seu falecimento. De mostrar seu rosto e constituição ‘ao vivo’ só agora para o caçula, Hania já sabia. Quem ficava no mundo dos vivos, quem permanecia nessa realidade, eram pessoas ou animais com pendências. Seres que encontraram a felicidade em dar suas forças aos elementos da natureza, ou que queria terminar assuntos inacabados, ouvir preces e rezas em seu nome. Saber que estava tudo bem partir. Como John teria ficado se a vida ao lado de Pocahontas foi um sonho? Que ela cuidaria dos filhos ainda melhor do que com ele? Que não passaria por nenhuma dificuldade ou abstinência se não pela própria saudade? John e Pocahontas conheciam bem demais o plano espiritual para irem além do que fora ensinado por vovó Willow. Era...  Era a lei da vida. O ciclo natural das coisas. E uma promessa de que se encontrariam do outro lado quando chegasse a hora da índia na terra.
Hania aguardou a resposta com o cenho franzido, o olhar sobre o pequeno Hania focado no rosto do pai. Em decorar suas feições, dar um toque nos detalhes que tinha criado com a imaginação. “Nem você deveria estar ali, mas aqui estamos nós, realizando ações que vão contra o que o Destino nos reserva. ” Suas mãos espalmaram o ar e abriram, o espaço entre elas brilhando e condensando. Minúsculas gotas de água se tornando uma imagem ampliada do rosto riscado da versão mais nova de si. O choro não significava essencialmente uma coisa ruim. Se estava ali, ajudando inúmeros espíritos, era porque estava seguindo o caminho que foi trilhado para si. O que há de errado em ajuda-los? Não foi o poder que me foi abençoado? Não é meu- A interrupção do pai não veio de forma que esperava. Não teve risada, não teve negativa, não teve nada além da tristeza escurecendo as irises azuladas; a forma como os olhos se tornaram mais... penosos. “O errado você já sabe. O errado você já viu. Por que você defendia a criança com tanto ardor e agora a deixa no meio dos espíritos? O que mudou de uma situação para a outra? São os mesmos espíritos, o mesmo filho, meu filho, ali no meio. O que mudou na sua visão para interpretar a ameaça como conhecidos de tribo? “
O que tinha mudado, de fato? O que a confusão que precisava ser rechaçada ganhou sua permissão com tanta facilidade. Por que tinha ficado tão permissivo só pelo simples fato de reconhecer o rosto na vítima? Hania girava com aquelas perguntas, o coração e a mente brigando para ver quem ganharia. Para decidirem se liberavam o que já sabia ou deixava escondida por mais algum tempo – e, pelo visto, o tempo chegava na casa dos anos. John enxergava as engrenagens do cérebro do filho girando e soltando faísca, e via aquela teimosa que se recusava a deixar funcionar corretamente. “Sua habilidade é um dom, Hania, não uma obrigação. Você não nasceu para atender cada um dos desejos de nós, mortos. Você não deve nada a ninguém, ninguém além de você mesmo. E você sabe que eu falo é verdade ou não teria feito o que fez. Não teria feito distinção, de uma criança desconhecida ou você, se soubesse que o que está fazendo vai além do natural. É uma tarefa honrosa o que está fazendo, de ajudar os perdidos, mas não é a sua vida. Não é para desperdiçar a sua vida dando para aqueles que a perderam antes de você. “ A imagem de John ficou trêmula e estranha, um sinal sendo cortado. Uma transmissão enfrentando turbulências. “Hania, filho,-“
Não podiam ser consideradas dicas as informações que já estavam intrínsecas em seu ser, certo? Ou melhor, não era novidade nem grande revelação se lá dentro, bem dentro, a suspeita tivesse tornado realidade e todo o resto a abafava com um pano. Abafava seus gritos com força e escondia suas mensagens na parede. Quando tinha transformado as lições de conviver com os espíritos em descoberta de modos para ajuda-los? Vovó Willow, agora lembrava, em momento algum tinha o colocado no caminho de xamã. Sua presença era para acalmar e mostrar a saída, garantir que ainda tinha um mundo para a qual voltar depois de ter sido por uma visão de tirar todos os sentidos. Os ensinamentos.... Eles não tinham sido para ficar de joelhos e esperar, ser um condutor entre dois mundos, trazendo a mensagem dos mortos como lera em algumas histórias. Não tinha sido num livro, num conto tão próximo que seu descendente tocava seu coração, que um certo homem os usava ao seu favor? Não tinha sido outro em que navegara num rio e chegara ao outro lado?
Hania não queria, mas estava ali, revisando tudo o que tinha aprendido. Cada aula direcionada e dúvida externalizada. Elas.... Elas não tinham sido deturpadas daquela maneira. Uma interpretação diferente para uma situação que era tão simples quanto o piscar dos olhos. Uma respiração profunda depois de um treino extenuante de canoa. Cada dia aprendia a reduzir o preço do seu dom, tornar mais fácil ‘a vida’, não a capacidade de receber mais e mais espíritos. O aprendizado era para minimizar o dom, não para torna-lo mais efetivo. O...  A...  A cabeça do índio girava tanto que a tontura o fez balançar no próprio equilíbrio. A nuvem abaixo dos seus pés abrindo pequenos e traiçoeiros buracos. Seus pensamentos se repetindo de maneiras diferentes, todos com o mesmo conteúdo de jeitos diferentes. Línguas diferentes. Cada uma aprendida por ajudar um espírito colocando sua contribuição. Mais uma pedra sobre o descendente de Pocahontas que, àquela altura, estava enterrado em sete palmos delas.
Eu pensei... Eu achava... Mais um buraco aberto, mais um saltar para longe do pai. “Eu também achava isso, quando estava na Virgínia Companhia. Todos os indígenas são iguais. Selvagens e assassinos, sem inteligência e facilmente ganhados com presentes. Eu era bom, muito bom, mas quando conheci sua mãe...” John tinha seus lá muitos anos de companhia, de exploração e assassinato. Assim como Hania tinha toda a sua vida dedicada a um propósito diferente de seu nascimento. Dois homens com grandes dons, dons em que eram reconhecidos por todos, e seguindo pelo mesmo caminho ignorante de uma faceta somente explorada. Pai, e- A garganta travou ao mesmo tempo que o pai levantou a mão, o interrompendo. O seu rosto não exibia mais o viço da juventude, os traços assumindo o rosto que nunca tinha conhecido em vida. A velhice, as linhas de expressão, e o mesmo amor pela figura paterna crescendo em seu peito. “Nunca é tarde demais para ninguém, Hania. Nunca duvide de si mesmo, porque és sim, capaz de mudar.”  Porque ser medo estava distante, na visão da vida da cidade e na incapacidade de se adequar a ela.
“E você não está sozinho. ”  Não só tinha amigos, grandes amigos, apesar de tudo como era diferente com eles. A facilidade de agir com eles era tão estranha quanto excitante, o sorriso automaticamente aparecendo no rosto e a risada louca querendo sair. De correr quando estava perto, de provocar a mesma sensação de felicidade quando estava perto. E ele foi percebendo, notando, que não era só com eles. No remo era sim. Escalando era assim. Como Rocket era assim. Com cada uma daquelas pequenas atividades e prazeres, Hania se tornava mais leve e distraído. Menos conectados com os espíritos. Não que estivesse completamente alheio a eles só...  Uma aura diferente cercava-o e não era incomodado. Quantas tinham sido as vezes que tinha sido interrompido com Felicia? O número decrescente de episódios conforme ia conhecendo-a? E Daren? Mesmo tão semelhantes no dom, menos o usava para ficarem juntos... Hania sabia, sabia. Sempre soube.
Quando olhou para o pai, ele não estava mais lá, e seu corpo descendia dos céus com suavidade. Elegância. No ar, o espírito do vento e do calor rodeando seu corpo com o ‘eu te amo’ compartilhado no cálido sentimento. De expressão não dita. Ao tocar o chão, a lança se recolheu e foi guardada. Hania desviava dos espíritos com o porte régio de um príncipe, de um filho do chefe pronto para assumir seu cargo. Os corpos pálidos se afastavam sem necessidade do toque, os que permanecendo acabando por conhecer a solidez do guerreiro de dois mundos.
Não precisava de violência, nenhum movimento brusco. O índio chegando perto da criança e a tomando no braço, o corpo diminuto envelopando ao redor de si com força. Temendo se soltar, morrendo de medo de voltar a um trabalho que não tinha sido instruído corretamente. E assim, tão simples quanto dar o primeiro passo, os espíritos foram desaparecendo. Miragens evaporando conforme se afastava e saía da clareia. Cada um dos pequenos chiados do sumiço diminuindo um arrepio na pele exposto do pequeno índio. O peso ficando mais leve nos ombros, nos braços, facilitando cada passo para transformar em corrida. A floresta puxando e empurrando para a frente e para longe. Potencializando a velocidade com a canalização da brisa entre os troncos, os pássaros cantando e indicando o caminho mais rápido.
E quando saiu. Quando o sol amanhecendo tocou-lhe a face, Hania caiu de joelhos e chorou. Chorou por tudo. Chorou por cada espírito. Chorou por cada um dos perdidos e dos salvos.
Chorou, principalmente, por si mesmo. Por tudo o que tinha perdido. E por tudo o que tinha sido aberto para si.
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idem-neoqeav · 5 years
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Meu mundo nos meus braços...
 E esse item da nossa lista, eu posso ticar??? Sim! Posso! Porém… com a restrição de que quero escreve-lo mais inúmeras vezes só para ter que cumprir novamente, porque foi a melhor sensação que eu poderia ter tido, 24 horas ao seu lado, conversas, carinhos, beijos, abraços, dormir de conchinha e tudo o que eu poderia desejar viver com a mulher que eu amo, com a pessoa que eu escolhi para ter na minha vida.    A primeira noite ao lado de quem a gente ama não tem como esquecer né, afinal foi algo que desejei tanto e vi que a espera valeu a pena, que agora sei do que sentir falta, sei do que senti saudade e sei qual a sensação de passar a noite ao lado de quem amamos. Combinamos de passar uma noite juntas para ambas viverem as experiências que querem viver sem ter ninguém ou algo que nos impedisse de passar por tal fato. Sim, uma experiencia nova para ambas as parte. Você por ser uma mulher, por ser a primeira vez que viaja sozinha, por ser a primeira vez que iria dormir com uma mulher do seu lado, que acordaria e dormiria do lado de alguém que anda virando o seu mundo de ponta cabeça e te tirando da casinha. No meu ponto de vista o novo de ter quem eu amo do meu lado, o dormir de conchinha a noite toda, a sensação de você não saber se tudo não passa de um sonho ou se o momento ali, eu e você em uma cama deitadas era real, e sim era, pois velei seu sono por quase uma hora para ter certeza que estava ali do meu lado.    Amei todos os momentos, todos os olhares, todos os carinhos, todos os mimos, todos os beijos e abraços, amei todos os momentos de amor que vivemos, foi a melhor experiencia que poderia ter vivido mesmo pisando em ovos como estamos, mas me anima e me faz ter forças para aprender a ter paciência e calma quando você me fala que você queria viver esse momento, que queria estar ali comigo vivendo o que vivemos e que está aproveitando as oportunidades mesmo sabendo que estamos respeitando um tempo necessário para as coisas se encaixarem e acontecerem no seu tempo.    Quero te contar uma coisa que acho que não te falei, afinal… não teria como ver foi enquanto você dormia. Sim… por mais que eu quisesse um dia todo ao seu lado o desejo de ter você nos meus braços, de sentir sua respiração pesando, de ver você entrando no estado de sono, de eu poder ter a chance de dar um beijo de boa noite e ceder meu peito como travesseiro, de sentir você entrelaçar suas pernas nas minhas, de sentir abraçar meu braço e não soltar, de saber que o meu mundo estava ali…. aonde eu sempre quis que estivesse… nos meus braços é uma responsabilidade imensa…. de saber que naquele rosto calmo, tranquilo, daquela respiração pesada de sono profundo está a pessoa que tomou conta do meu corpo, da minha alma, do meu coração todinho, é uma sensação de um mix de emoção. Adrenalina, ansiedade, coração acelerado, respiração ofegante, o corpo inteiro transpirando, as pernas tremulas, mas apesar de tudo… A melhor sensação que uma pessoa pode ter… sentir o se amor repousando tranquila nos seus braços. E Sim… eu demorei para dormir, fiquei observando pra saber se eu não acordaria de um sonho, fiquei olhando cada detalhe enquanto dorme. Os gemidos quando pega no sono, o modo que segurou meu braço abraçado, o jeito que entrelaçou meus dedos no seus, a sua respiração ofegante, o modo que não se mexe por nada enquanto dorme, e o melhor de tudo, a calmaria para me acordar, mesmo correndo o risco de despertar um monstro por saber que odeio acordar cedo. Quando acordei e me dei conta que era você ali me chamando e tudo era real, a sutileza do seus lábios nas minhas costas, do seus dedos me acariciando me tirou um sorriso do rosto em plena 7 horas da manhã, ou seja, um milagre e um mérito que você teve, assim como tem o mérito de ter a chave do meu coração.    Amei cada momento, cada hora, cada minuto, cada segundo ao seu lado e só posso dizer que tive ainda mais a certeza que vale a pena esperar o tempo que for pra ter você pra mim por inteira, que vale a pena esperar o seu tempo para vivermos nossa história… e não tem “e se não der certo”… Eu sinto que devemos viver essa história e queremos viver seja para durar 1 segundo, 1 minuto, 1 hora, 1 dia, 1 semana, 1 mês, 1 ano ou 1 vida inteira, sabemos que esse não é nosso final, pelo contrário, esse pode ser o nosso começo, começo pelo qual eu esperei até hoje, e não tenho dúvidas que eu encontrei a tampa da minha panela. Você sabe o quanto eu te amo e te quero, sabe que amo sua teimosia, seu dengo, sabe que eu amo todas as suas qualidades e defeitos, sabe que amo seus filhos como se fossem meus, sabe que quero ter você ao meu lado juntamente com eles, sabe que vou mimar os dois o quanto for necessário, sabe que vai me perder pra quando quiserem jogar ou assistir um filme ou brincar de cosquinha o de lutinha, sabe que eu vou ser sempre a menina moleca com eles, com você e com qualquer criança que esteja ao nosso redor, sabe o quanto eu estou disposta a enfrentar o que for preciso, a passar pela guerra independentemente de saber quem será o ganhador mas quero lutar todas as suas batalhas ao seu lado, que estar do seu lado quando você mais precisar seja nos momentos de alegrias ou de tristeza, quero você do meu lado com nas minhas conquistas e nas minhas derrotas, quero ter seu bom dia todas as manhãs com um selinho matinal, quero os seus beijos calientes de boa noite, quero seus abraços quando chegar do trabalho, quero os banhos compartilhados enquanto contamos como foi nosso dia, quero o seu colo nas minhas tpm, quero seu cheiro todos os dias… o cheiro que me descontrola por inteira, que eleva minha imaginação, que faz meu coração disparar, quero dormir e acordar ao seu lado pelo resto da minha vida, quero ter a minha família junto com a sua, quero que viremos a pagina das nossas vidas e iniciemos a nossa história, sabemos que ambas temos passado mas quero que saiba que o futuro a nós pertence, quero viver com você tudo o que eu sempre sonhei, quero ser sua por completo, assim como eu quero que se torne minha.    Obrigada…. por ter resgatado uma pessoa que eu jamais sabia que existia aqui dentro, obrigada por me mostrar que o amor é uma flor e deve ser cultivado todos os dias para não morrer, obrigada por me tornar uma pessoa melhor, obrigada por me ensinar a te amar.                                                                            05-07-2019 ♥
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oddityzspace · 5 years
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01. Father, I love you
Aquela era uma manhã calma e nublada no bairro de Bloomsbury, localizado no centro da cidade de Londres, local onde Andrew e sua família composta pelo pai e pela mãe viviam desde o nascimento do garoto, em meados do ano de 1994.
A família Eastman poderia se considerar uma família tradicional da capital, contando com o seu sangue exclusivamente inglês e a sua moradia de classe média, estilo de vida que havia sido possível graças ao emprego do pai, James, que trabalhava há pouco mais de dois anos em um grande escritório de contabilidade da região.
Ao ouvir o som do despertador, os olhos do garoto foram se abrindo aos poucos e mesmo que a sua visão ainda estivesse um pouco embaçada e o seu corpo estivesse casado para aquele despertar repentino - coisa que jamais se acostumaria, mesmo com anos estudando durante o período da manhã - Andrew se curvou e parou, sentado na cama. Seus cabelos eram médios e a franja o atrapalhava quando estava comprida, então ele aproveitou para jogar os fios que estavam tampando a testa para trás, melhorando sua visão e deixando que a região do corpo respirasse mais. Após finalmente reunir coragem, se levantou da superfície macia e confortável e se espreguiçou, dando seus primeiros passos do dia em direção ao outro extremo do quarto, onde a porta de saída ficava localizada. Antes de girar a maçaneta e se despedir do quarto por algumas horas, o jovem olhou para o lado e notou o seu violão cuidadosamente guardado ao lado, pendurado no suporte que o seu pai havia colocado na parede, o que fez com que um pequeno sorriso se formasse em seus lábios, reflexo de seu orgulho e felicidade sobre às memórias que passavam por sua mente naquele momento.
— Bom dia, Gibson lindo do pai, mais tarde eu vou chegar da escola e poder tocar algum clássico do Sinatra em você, tudo bem? — depois disso, parou em silêncio por alguns segundos mas não se aguentou, deixando um riso fraco escapar ao ver o que tinha feito; conversar com um objeto não parecia coisa de uma pessoa sã e de juízo bom.
Deu de ombros e finalmente seguiu para o seu destino principal desde que havia acordado: o banheiro. Chegando lá, o garoto não fez questão de tomar um banho quente, apenas lavou o rosto com o seu sabonete para espinhas, recomendação da mãe, que não gostava de ver a pele de seu garotinho repleto de marquinhas avermelhadas, e escovou os dentes, terminando com o enxaguante bucal e voltando para o quarto uma última vez. Ali, abriu o guarda-roupas e tirou o uniforme vinho que era regra em seu colégio, se sentando na cama mais uma vez para que pudesse finalizar o traje com meias brancas e os sapatos escuros.
Definitivamente pronto, Andrew puxou a mochila preta que estava apoiada no chão e se despediu de vez do quarto, pelo menos por algumas horas, descendo as escadas com certa rapidez e dobrando no corredor que o levaria até a cozinha. Chegando lá, se deparou com a linda cena que lhe trazia paz durante às manhãs: sua mãe estava preparando a mesa do café-da-manhã enquanto o seu pai, com um avental branco que tinha os dizeres "BEST DAD EVER", presente do próprio garoto quando ele ainda estava na quinta série, cozinhava alguns ovos no fogão.
— Bom dia, meu amor. — disse a mãe, de voz adocicada e que facilmente passava o ar de gentileza, se aproximando do garoto de cabelos escuros e deixando um beijo estalado em sua testa. 
— Bom dia, mãe, mas não precisa de tudo isso... — reclamou um pouco mais baixo; no auge da sua puberdade, as coisas haviam ficado diferentes, então até um gesto carinhoso de sua mãe o deixava envergonhado. 
— Ei, garotão, deixa a sua mãe! Ela me enche de beijos todos os dias e eu só consigo agradecer, enquanto me derreto todinho. — contestou o pai, que acabou por rir um pouco, acompanhando o riso de sua mulher, e aproveitou que os ovos já estavam prontos e já tinha os organizado em cada um dos pratos e bagunçou os cabelos do filho, já que as mãos agora estavam livres de qualquer frigideira ou espátula.
Em respeito ao pai e a mãe, Andrew resolveu que apenas acenaria com a cabeça para que aquele assunto terminasse logo, então logo depois todos se juntaram a mesa e se sentaram em suas respectivas cadeiras, na ordem de sempre: James, seu pai, Melanie, sua mãe, Andrew e uma cadeira vazia, reservada para um futuro filho, já que o casal compartilhava publicamente a vontade de aumentar a família e dar uma companhia fiel para o garoto que havia crescido sem o prazer de saber como era ter um irmão, ou uma irmã.
Típico de suas manhãs em família, as conversas se concentrava em como estavam sendo os dias de Andrew no colégio e em como estava o trabalho de James, que compartilhava mais feliz do que nunca que estava prestes a receber uma promoção, assim finalmente realizariam o sonho de fazer uma grande viagem em família. Mesmo que a família fosse muito unida e zelasse por momentos como aquele, o relógio de pulso do pai apitou e ele olhou para os familiares com um semblante triste, como se o clima mudasse da água para o vinho em questão de um milésimo de segundo, e todos já sabiam o que aquilo significava, principalmente depois que o pai deu uma única mordida na torrada recheada que tinha no prato e se levantou da mesa.
— Bom, o dever chama o pai...Tenha um bom dia e qualquer coisa é só me mandar uma mensagem, tudo bem? — disse, se aproximando do filho e deixando um beijo rápido em seus cabelos macios e cheirosos, que exalavam a essência do shampoo de camomila que o garoto costumava usar. Em seguida, se aproximou da esposa e grande amor de sua vida desde a juventude, a deixando um selinho demorado e um carinho próximo a região da bochecha. — Tchau, querida. Qualquer coisa é só me ligar, certo? — Então, depois de suas respectivas despedidas, o homem alto buscou pelas chaves do carro, que estavam sobre a bancada da cozinha, e acenou com a mão livre, dando um último tchau e enfim saindo da cozinha para que pudesse sair da casa e seguir o seu destino em direção ao prédio empresarial onde o seu trabalho ficava, que não era muito longe dali mas que necessitava do carro para se locomover.
🕑 Eight hours later ( . . . )
Aquele dia no colégio não havia sido fora do comum. Como sempre, Andrew havia feito suas obrigações e passado o tempo livre com os poucos amigos que tinha então, quando foi possível ouvir o alto som do alarme ecoando pelos corredores vazios do colégio, as portas das salas começaram a ser abertas e os alunos a sair, não deixando o garoto de fora, que se apressou e saiu do enorme prédio do colégio, para então seguir de pé para a rua onde morava, que não ficava longe dali.
O percurso até a casa foi tranquilo, porém, quando o garoto girou a chave na porta e entrou na casa pode notar algo de diferente. A casa estava cheia, podia contar rapidamente dez ou quinze pessoas, todas com um semblante triste ou que demonstrava desespero, enquanto outras caíam em lágrimas. Aquela cena havia o deixado confuso e sem saber o que fazer deu alguns passos entre as pessoas e no fim do amontoado de pessoas conhecidas pode avistar a própria mãe, em prantos.
— M...Mãe? O que aconteceu?! — a questionou em um tom alto, que fez com que todas as pessoas se calassem e se virassem em sua direção. Era possível ouvir alguns sussurros, pessoas que lamentavam e outras que diziam "Coitadinho..." ou "O que vai ser dele e da mãe?", e isso só contribui para o deixar ainda mais confuso mas com uma sensação de angústia em seu interior já que ele sabia que algo definitivamente não estava certo.
Depois de alguns instantes olhando para a mãe com aquela expressão de dúvida, pode ver a mulher se levantando aos poucos, enquanto algumas pessoas a sua volta a ajudavam e outras a seguravam pela cintura, como se quisessem a impedir de cair, mesmo que ainda não soubesse o motivo. A mulher de longos e lisos cabelos castanhos escuros se aproximou com os olhos verdes tão avermelhados e os olhos inchados, dando facilmente a entender que ela estava chorando devido a sua pele da face molhada. Ela apenas segurou em seu rosto e então engoliu em seco, tentando reunir forças para o explicar o que havia acontecido. 
— A...Andrew...O seu pai...O papai, ele...ele foi ficar com a sua avó...lá no céu... — no instante em que ela disse aquilo, Andrew sentiu uma forte pontada no peito e não conseguia explicar tudo o que estava sentindo já que os sentimentos mais diversos possíveis chegaram de uma só vez e o preencheram totalmente por dentro e, sem dizer nada, o garoto caiu no chão ajoelhado e sentiu a sua visão ficar embaçada conforme olhava a sua volta as pessoas o olhando com a mesma expressão de pena de antes, como se ele fosse uma atração de um musical e todos os holofotes estivessem em si.
— QUE PORRA VOCÊS ESTÃO OLHANDO AQUI...?! EU...EU QUERO QUE TODO MUNDO VÁ EMBORA...EU QUERO FICAR SOZINHO COM A MINHA MÃE, OKAY?! — os gritos altos e roucos do garoto que se debruçava nas próprias lágrimas ecoaram pela sala silenciosa, deixando todas as mesmas pessoas boquiabertas. 
Quando Andrew notou que o pedido não havia sido atendido por ninguém, ele reuniu a adrenalina do momento e se levantou do chão, buscando a primeira coisa que encontrou naquela sala, um abajur, e jogou contra a parede no mesmo instante, não atingindo por um triz um pequeno grupo de pessoas; a atitude só piorou ainda mais a surpresa das pessoas no local, e mostrando o quão descontrolado ele estava, Andrew prosseguiu buscando mais objetos de decoração da sala e os quebrando da mesma maneira, até que dois homens altos e fortes, pai e filho e os vizinhos da família, o seguraram, impedindo que ele fizesse algo pior. Andrew até tentou se soltar e pedir por ajuda com mais gritos e com toda a sua força restante mas não adiantou, e em poucos segundos a sua mente foi ficando mais confusa e a sua visão mais escura, até que o barulho alto do piso de madeira pode ser ouvido e tudo ficou preto de uma só vez...
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gunshzt-a · 3 years
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“ if you don’t turn that alarm off i’m gonna throw it out the window. ” / yumi&taehyun
um gemido ruidoso fora expelido pela garota ao ser despertada pelo alarme, mexendo-se na cama com preguiça até mesmo de abrir os olhos. ao seu lado, sentia o peso do corpo de taehyun, e logo nos primeiros segundos de seu acordar ela havia sido cometida por diversos flashes de memórias da noite que haviam dividido juntos. de novo. desde que começaram com aquilo, cada vez menos dormiam em camas separadas, intercalando-se entre dividirem o mesmo colchão ou, em alguns casos, até mesmo se encolherem juntos no sofá da sala, quando não tinham a paciência para chegar até o quarto.
antes que passasse tempo demais em seus próprios pensamentos acerca daquilo, yumi pode ouvir o murmúrio mal humorado do melhor amigo, e o conteúdo de sua sentença a fez soltar uma risadinha. com um suspiro, resolveu abrir os olhos e esticar-se para o lado, para poder apanhar o celular de cima da mesinha de cabeceira e desligar o despertador. “é por causa da faculdade. tenho uma matéria agora de manhã.” o desagrado com o fato era palpável em seu tom de voz, enquanto a hwang esfregava os olhos e tentava despertar.
o olhar acabou por recair em taehyun, que parecia muito disposto a simplesmente voltar a dormir a seu lado. correu a atenção pelas costas nuas do rapaz, sorrindo com o canto dos lábios ao notar as marcas avermelhadas que as próprias unhas haviam deixado por ali na noite anterior. aquilo foi melhor do que cafeína para deixar yumi acordada, e ela escorregou para próximo dele novamente, arqueando-se sobre o corpo masculino e apoiando um dos antebraços ali, para começar a transferir alguns beijos contra sua pele.
“tenho vinte minutos antes da aula começar...” sussurrou, contra o ouvido de tae, aproveitando para transferir um breve mordiscar contra o lóbulo de sua orelha. deslizou o nariz pela curva de seu pescoço, e ao chegar ali, plantou um chupão mais forte contra a epiderme, sabendo que deixaria uma marca para acompanhá-lo pelo dia com aquilo. “não quer me dar bom dia antes de eu sair?”
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alivioimediato · 6 years
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Máquinas que Pensam, que Amam e que Comem Maçãs
1
Há não muito tempo atrás, numa ilha lá do outro lá do oceano, nasceu um menino. Porque tinha a pele branca como a neve e porque fez um elaborado cálculo com os dedinhos antes mesmo de soltar o primeiro choro de vida nova, seus pais o chamaram Alan Turing. Era um menino calado, desajeitado, solitário. Esquisito, diriam alguns. Entretanto, desde cedo demonstrou-se dotado de uma extraordinária inteligência. Um gênio, diriam alguns. Um dia esse menino iria usar toda a sua genialidade para ajudar os reis da ilha onde vivia a vencerem uma terrível guerra que estavam travando contra um homem muito muito mau. Um homem de coração murcho e sorriso enferrujado que não conseguia entender que a beleza não existe somente nas peles brancas como a neve e que achava uma barbaridade admitir que o beijo de amor que desperta a princesinha adormecida poderia vir, não somente de um príncipe, mas também de uma outra princesa. O menino ficava muito triste com as ideias desse homem mau e ficava mais triste ainda por saber que até mesmo os reis de sua ilha também não gostavam muito dessa história de príncipe com príncipe e princesa com princesa. E se vem uma bruxa, pensava o menino, disfarçada de velha boazinha, pensava o menino, e me dá uma maçã envenenada, pensava o menino, e eu a como e vem os anõezinhos e encontram meu corpo inanimado, pensava o menino, e me colocam no caixão de vidro e eu fico esperando o príncipe que vai vir me despertar e, por culpa dos homens maus, o príncipe não vem? Pensava o menino. O menino pensava muito. Pensava tanto e tão calculadamente e com tantos gráficos mentais e funções e continhas e se isso é 3 e aquele é 4 eu somo aquele outro e elevo ao quadrado e multiplico pela progressão aritmética do axioma de a+b por x ao infinito e etc etc, que as vezes ficava em dúvida se era um menino mesmo ou uma máquina. Não que as máquinas pudessem pensar, mas ele acreditava que ensinando-as com carinho e dedicação e paciência de bom pedagogo, elas aprenderiam. As máquinas também precisam de amor, dizia. E não só dizia, mas também as amava. E amava não só as máquinas, mas também a matemática e a lógica e a física e a astronomia e a criptologia e até mesmo algumas pessoas. E todos os dias, sentado na cama, antes de entrar em modo de hibernação, comia uma maçã. Meninos-máquinas também precisam se alimentar, pensava. E depois da maçã comida, continuava pensando, pensando e pensando, até tudo virar descanso de tela, com imagens dinâmicas de príncipes encantados, que vinham lhe entregar mensagens de amor criptografadas, escritas ternamente em código binário.
2
Um belo dia, o menino Turing passeava contente pela floresta, colhendo flores e conversando com os animaizinhos, quando avistou ao longe um príncipe. Aproximou-se lentamente, atraído pela singular beleza daquele jovem rapaz, louro, de olhos azuis, e ficou particularmente encantando ao perceber, chegando bem perto, que saíam-lhe números pelos poros da pele e que seu crânio mostrava-se envolto num glorioso halo de luz incandescente, onde enxergavam-se simpáticas equações de terceiro grau. Disse então que oi, sou Alan Turing, e você?, e ouviu em troca um oi, prazer em conhecê-lo, Alan Turing, meu nome é Christopher Morcom. E todos os dias, o menino Alan ia visitar o príncipe Christopher, pois desde que vira aqueles mágicos algarismos emanando de sua pele e desde que notara que as flores da floresta ficavam com inveja do seu cheiro e que cada frase que pronunciava era dividida em intervalos proporcionais à sequência de Fibonacci, não conseguiu mais passar um dia sem vê-lo. E acordava pensando em Christopher e somava pensando em Christopher e multiplicava pensando em Christopher e dividia e fatorava e elevava ao cubo, pensando nele em todos os instantes. Christopher era seu único e melhor amigo, seu príncipe encantado, sua terna paixão, mas por causa dos homens maus e das coisas feias que eles diziam sobre menininhos pecadores que sonham com príncipes ao invés de princesas e que querem inverter a ordem natural das coisas e fazem da porta de saída uma porta de entrada e seguem não os exemplos sóbrios de deus, mas os do diabo, o jovem e frágil Alan não tinha coragem de falar para Christopher sobre todo o amor que sentia por ele. E foi numa segunda-feira de agosto, em que o mundo estava estranhamente silencioso e frio e que os passarinhos não saíram de seus ninhos para o concerto matinal e as orquídeas da varanda pareceram ter esquecido de se perfumar e o café da tarde estava com gosto de guarda-chuva, que Christopher não apareceu. Alan o procurou por todos os cantos da floresta, no oco das árvores e debaixo dos pedregulhos e no fundo do riacho e perguntou à sua amiga raposa e à dona coruja e aos senhores esquilos e a todos os animaizinhos da floresta se por acaso não o tinham visto, mas tudo o que conseguiu obter foram informações imprecisas de um pernilongo que ouvira uma ratazana contar que, senhor, quando acordei para beber água vi um belo moço de olhos azuis tossindo sangue na beira do riacho e em seguida surgiu uma criatura toda de preto, que cheirava a mato seco e que segurava uma enorme foice de aço inoxidável e que disse rapaz, venha comigo, que tenho algo importante a lhe mostrar, e os dois desapareceram por entre as árvores, senhor, e depois disso, tudo o que vi foi que as águas do riacho começaram a subir, pois todos os peixinhos haviam se posto a chorar.
3
O menino Alan, que já não era mais tão menino assim, continuava a encantar-se com o poder dos números e continuava a sonhar com o dia em que as máquinas lhe diriam que olá, Alan, como tem passado? Será que chove hoje? E foi entre um sonho e outro que Alan decidiu fazer um longo passeio, numa terra do lado de cá do oceano, onde falavam a mesma língua que na sua ilha, e onde notavam-se manias muito esquisitas como, vejam só, colocam a direção dos carros no lado errado! E nessa terra distante, longe de sua mãe, longe de sua escola, longe de seu príncipe Christopher, que nunca mais aparecera, Turing se sentia muito triste e sozinho e todas as noites chorava ao perceber que suas maçãs pareciam cada vez menos doces e era chorando que dizia boa noite, escrivaninha, e boa noite, porta, e boa noite, abajur, e deitava e dormia e sonhava com uma criatura de preto que surgia do nada e lhe dizia que olá, Alan, se quiseres posso te levar até o lugar em que seu príncipe está. Turing queria muito ter seu príncipe de volta, mas ao mesmo tempo tinha muito medo de acompanhar a criatura de preto para onde quer que ela o quisesse levar e dizia, então que, não, obrigado, senhora criatura, prefiro continuar aqui mesmo. E passava o dia seguinte calculando, rodeado por homens muito muito inteligentes que lhe ensinavam tudo o que sabiam sobre a mágica arte dos números, e à noite conformava-se em, mais uma vez, comer sozinho suas maçãs cada vez mais amargas, até que um dia os homens inteligentes lhe disseram que pronto, rapaz, és agora um doutor, e voltou para sua ilha. E foi na sua ilha que assistiu um adorável filme sobre uma princesinha que comia uma maçã que parecia bem mais amarga que as suas e que dormia e que era despertada por um belo príncipe no final. E o doutor Turing, que sempre gostara de maçãs e de príncipes e de finais felizes, começou a gostar deles mas ainda e frequentemente pensava em comer uma maçã igual à que a princesinha comera e exclamava contente para todos ao seu redor que oh, fulano, sabe qual a minha cena favorita? É aquela em que a Bruxa Malvada banha a maçã no veneno efervescente e diz mergulhe a maçã na infusão, deixe o sono da morte penetrá-la, mergulhe a maçã na infusão, deixe o sono da morte penetrá-la, mergulhe a maçã na infusão, deixe o sono da morte penetrá-la, e ao longo de todo o dia cantarolava alegremente a fala da maldosa bruxa por todos os lugares onde passava, e à noite, já cansado de cantarolar, fazia o mesmo de sempre: comia sua maçã e deitava e sonhava.
4
O menino Turing não entendia porque, mas os homens maus gostavam de fazer guerras e gostavam de inventar códigos secretos para que os homens maus de um lado não ficassem sabendo dos planos dos homens maus do outro lado e vice-versa, porque assim, diziam alguns, a guerra fica mais divertida. E enquanto diziam isso, explodiam uma bomba aqui, e outra lá, e outra acolá, e todos queriam descobrir onde explodiria a próxima, mas a única forma de saber seria decifrando os códigos secretos. E Turing, que não gostava nada de guerras, mas gostava muito de códigos, foi convidado pelos homens de sua ilha para ajudá-los na difícil tarefa da decifração, antes que mais e mais bombas explodissem. E passou dias e dias estudando um amontoado de letras embaralhadas, que não faziam sentido nenhum, enquanto bombas continuavam explodindo e submarinos eram afundados e os homens maus brincavam de assar pessoas, até que um dia assustou toda a sua equipe ao soltar um grito entusiasmado em meio a saltinhos de contentamento, dizendo Eureca! Vamos construir uma máquina! Uma máquina que possa ser ensinada a pensar numa velocidade muito maior do que a nossa e que possa ler todas as letras embaralhadas e com sua digna inteligência maquinal nos mostrar a forma certa de desembaralhá-las! E construiu-se então uma gigantesca máquina, com milhares de válvulas e tubos e fios e fitas e cabos e botões e manivelas, diferente de absolutamente tudo o que já havia se visto antes, que decifraria magicamente as mensagens criptografadas dos homens maus através de complexos cálculos em números binários, e que não funcionou. Mas Turing e sua equipe eram teimosos e construíram então uma outra máquina, que também não funcionou, e outra, que também não funcionou, e outra, e outra, e mais outra,  até chegarem a uma que funcionava perfeitamente e que foi carinhosamente ensinada a decifrar os códigos secretos dos homens maus, demorando primeiramente horas, e depois minutos, e depois segundos, até que se chegou ao ponto em que não havia mais nada de secreto na guerra, e se diziam explodam uma bomba aqui, a bomba não matava ninguém, pois todos já haviam fugido, e se diziam afundem aquele submarino, o submarino não era afundado pois conseguia escapulir antes que qualquer míssil chegasse perto. E por essas e outras coisas os homens maus não quiseram mais brincar de guerra porque, ora bolas, só é divertido quando a gente ganha, e ficaram todos resmungando numa língua parecida com as mensagens criptografadas, enquanto Turing foi na venda comprar maçãs.
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O menino Alan não gostava da solidão, mas a solidão parecia gostar muito dele, pois vivia o perseguindo e dizendo ah, Alan, fique aqui comigo, ao que Alan respondia que não, que preciso de alguém para abraçar, alguém para beijar, alguém para amar, alguém para tapar o buraco que o príncipe Christopher deixou em meu frágil coração maquinal. E sentava tristonho num banco qualquer da pracinha da universidade e esperava que algum rapaz agradável se aproximasse e iniciava uma conversa com frases previamente ensaiadas, que sempre terminavam com o mesmo convite: belo rapaz, não queres por acaso subir até meu apartamento, para bebermos uma xícara de chá? E se o rapaz dizia não, Turing continuava na praça esperando por um próximo rapaz, e se dizia sim, os dois subiam ao apartamento e juntos bebiam chás e conversavam e se abraçavam e se beijavam e tapavam os buracos do coração e outros tantos mais. E Turing queria muito arranjar um namorado, mas não conseguia amar ninguém da mesma forma que amou Christopher e mesmo que chegasse a gostar muito de um rapaz ou de outro, sempre acabava voltando para a praça e oferecendo seus chás a quem se dispusesse a amenizar sua enorme solidão. E tinha que fazer tudo isso com o máximo de discrição e cautela, pois devido às tristes leis de sua ilha, poderia até ser preso caso os homens maus descobrissem que andava a tomar chás com outros rapazes. Os homens maus definitivamente não sabem apreciar um bom chá, pensava o menino Turing.
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myespiritualidade · 4 years
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• DESPERTAR • 12 sintomas
1. Dores no corpo e sofrimentos, especialmente no pescoço, ombros e costas. Isto é o resultado de intensas mudanças no seu nível de DNA, enquanto a "semente Crística" é despertada interiormente.
2. Sentimento de profunda tristeza interna sem aparente razão. Você está soltando seu passado (dessa vida e de outras) e isto causa o sentimento de tristeza. Isto é semelhante a mudar-se de uma casa na qual você viveu por muitos, muitos anos para uma nova casa. Por mais que você queira mudar-se para uma nova casa, existe uma tristeza por deixar as memórias para trás, energias e experiências da velha casa.
3. Chorar sem razão aparente. É bom e saudável deixar as lágrimas fluírem. Isto ajuda a soltar a velha energia interna.
4. Repentina mudança no trabalho ou carreira. Um sintoma muito comum. Como você muda, coisas à sua volta igualmente mudarão. Não se preocupe em achar o emprego “perfeito” ou sua carreira agora. Você está em transição e poderá fazer várias mudanças de empregos até se estabelecer em algum onde caiba sua paixão.
5. Afastar-se das conexões familiares. Você está conectado com sua família biológica via velho carma. Quando você sai do ciclo cármico, os vínculos das antigas conexões são soltos. Vai parecer que você está afastando-se de sua família e amigos. Depois de um período de tempo, você pode desenvolver uma nova conexão com eles, se isso for apropriado. Porém, a conexão será baseada na nova energia sem elos cármicos.
6. Padrões de sono pouco comuns. É provável que você acorde muitas noites entre duas e quatro horas da manhã. Há muito trabalho sendo feito em você, e isso muitas vezes faz você acordar para dar uma respirada. Não se preocupe. Se você não puder voltar a dormir, levante-se e faça alguma coisa. É melhor do que deitar na cama e preocupar-se com coisas humanas.
7. Sonhos intensos. Nestes podem ser incluídos sonhos de guerra e batalhas, sonhos de caçadas e sonhos com monstros. Você está literalmente soltando a velha energia interna, e estas energias do passado são muitas vezes simbolizadas como guerras, corridas para escapar e o "bicho papão".
8. Desorientação física. Em tempos você sentirá muito sem chão. Você estará "mudando espacialmente" com a sensação de que você não pode por os dois pés no chão, ou que você está andando entre dois mundos. Conforme sua consciência muda para a nova energia, seu corpo algumas vezes "atrasa-se" e "fica para trás", isto é, ele não acompanha. Gaste mais tempo na natureza para ajudar a aterrar a nova energia.
9. Aumento da "conversa consigo mesmo". Você encontrar-se-á conversando com seu "Eu" mais freqüentemente. Você de repente perceberá que esteve batendo papo com você mesmo pelos últimos 30 minutos. Existe um novo nível de comunicação tomando lugar dentro do seu ser, e você está experimentando a "ponta do iceberg" com a "conversa consigo mesmo". As conversas aumentarão, e fluirão mais facilmente, serão mais coerentes e com mais visões interiores. Você não está ficando maluco. Você é Shaumbra movendo-se para a nova energia.
10. Sentimentos de solidão, mesmo quando em companhia de outros. Você pode sentir-se sozinho e longe dos outros. Você pode sentir desejo de evitar grupos e multidão. Como Shaumbra, você está percorrendo um caminho sagrado e solitário. Tanto quanto os sentimentos de solidão causem ansiedade, é difícil, neste tempo, contar sobre isto a outros. Estes sentimentos de solidão estão associados ao fato de seus Guias terem partido. Eles estiveram com você em todas as suas jornadas, em todos os cursos de suas vidas. Era tempo deles se afastarem, assim você ocuparia esse espaço com sua própria divindade. Isto também passará. O vazio interior será ocupado com amor e energia de sua própria consciência Crística.
11. Perda da paixão. Você pode sentir-se totalmente desapaixonado, com pouco ou nenhum desejo de fazer qualquer coisa. Isto está certo, e isto é apenas parte do processo. Pegue este tempo para fazer nada mesmo. Não lute com você mesmo por isso, porque isto também passará. É semelhante a reprogramar um computador. Você precisa fechar por um breve período de tempo para poder carregar com o novo e sofisticado software, ou neste caso, a nova energia da semente Crística.
12. Um profundo desejo de ir para Casa. Esta talvez seja a mais difícil e desafiante de qualquer uma das condições. Você pode experimentar um profundo e irresistível desejo de voltar para Casa. Isto não é um sentimento suicida. Não é baseado numa frustração ou raiva.
Você não quer fazer um grande negócio disto ou causar drama para você mesmo ou para outros. Tem uma quieta parte de você que quer ir para Casa. A raiz que origina isto é bastante simples. Você completou seus ciclos kármicos. Você completou seu contrato para esta duração de vida. Você está pronto para começar uma nova vida enquanto ainda está neste corpo físico.
Durante este processo de transição você tem lembranças interiores do que é estar do outro lado. Você está pronto para alistar-se para outra viagem de serviço aqui na Terra? Você está pronto para um contrato de desafios de mudanças em direção à Nova Energia. Sim, na verdade você pode ir para Casa agora mesmo. Mas, você veio até aqui, e depois de muitas, muitas vidas seria um pouco frustrante ir embora antes de ver o final do filme.
Além disso, o espírito precisa de você aqui para ajudar outros na transição para a nova energia. Eles precisarão de um guia humano, como você, que fez a jornada da velha energia para a nova. O caminho que você está percorrendo agora fornece as experiências que te habilita a vir a ser um Professor para o Novo Humano Divino. Tão solitária e escura que sua jornada possa ser às vezes.
Lembre que você nunca está só.’
Via: unknowed
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sorenotsore · 4 years
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𝐚𝐟𝐭𝐞𝐫 𝐭𝐡𝐞 𝐦𝐚𝐭𝐜𝐡 𝐨𝐟 𝐭𝐡𝐞 𝐜𝐞𝐧𝐭𝐮𝐫𝐲 𝐰𝐢𝐭𝐡 — 𝒂𝒖𝒕𝒖𝒎𝒏.
❝Venha até mim, Autumn Rose.❞
❝Me deixa em paz!❞ Suas palavras agitadas irromperam no silêncio absoluto que pairava na enfermaria, tarde demais da madrugada para qualquer aprendiz estar conversando ou mesmo acordado naquele lugar. Ela própria repousava até uma voz desconhecida lhe invadir em sonhos — conturbados demais devido aos acontecimentos do dia —, o terror em ter algo ou alguém em sua cabeça fazendo-a acordar num sobressalto, a respiração acelerada. Tendo plena noção de como funcionava o seu poder, Autumn sabia que vozes surgindo inesperadamente não se incluíam no pacote. O que estava acontecendo? Pensou por um instante enquanto se desfazia da confusão mental em despertar bruscamente, recordando-se das poucas cenas vivenciadas consciente durante o ataque — já eram o suficiente para entender o motivo de estar ali. A dor de cabeça também entregava, claro. Numa poltrona ao seu lado, encontrava-se um Soren alerta, muito provavelmente devido ao seu grito repentino. Sequer lembrava do seu estado no ocorrido de horas atrás, mas já era um enorme alívio vê-lo ali. Vivo. ❝Te acordei?❞ Um questionamento óbvio, mas vale lembrar a condição mental da aderense ainda um tanto quanto vacilante. Sua voz nada mais era que um sussurro e, ignorando qualquer relação meramente de provocações e poucas conversas reais que ambos se faziam ter, soltou: ❝Eu… eu tive um sonho muito esquisito agora.❞
* * *
Talvez tivesse batido a cabeça mais forte do que dera crédito a princípio ou, quem sabe, fossem os remédios para dor a afetá-lo daquela maneira. Qualquer que fosse a razão, os sonhos de Soren fugiam do comum naquela noite. Ao invés das habituais cenas desconexas, misto de lembranças e imaginação, eram os contos de ninar da avó que ocupavam a mente adormecida, embora maculados por interferências medonhas. Os cenários grotescos eram tão nítidos que o corpo reagia fisicamente, retraindo-se em espasmos ante o terror inventado. O pior, no entanto, era a voz sombria, como o sibilar de várias criaturas, que sussurrava uma cantiga agourenta repetidamente. 
       “ Venha até mim, venha até mim, venha até mim. Mostre-me o que deseja, príncipe. ”
Despertou do pesadelo sobressaltado, o murmúrio soando cada vez mais venenoso conforme pairava no limiar da sua consciência. Caralho, que tipo de poção tinham lhe dado? Sentia os membros pesados, duros, e ainda ouvia vozes? A mão enfaixada foi até o rosto, os dedos pressionando os olhos ao tomar uma respiração profunda. Não sabia como o medicamento havia sido aprovado, mas certamente não o tomaria novamente… Ou sim, com certeza, pensou, trincando o maxilar ao tentar mudar de posição na poltrona. Servir de saco de pancada pra ogro, afinal, tinha suas consequências. De todas as coisas que podiam ter acontecido durante o jogo… O suspiro que deixou seu lábios exprimia frustração e cansaço. Dar uma de herói realmente não era para ele, porém, não podia se dizer arrependido ao lembrar de Saxa ou encarar o corpo na cama a seu lado — corpo esse que, aparentemente, vivia para assustá-lo com seus despertares súbitos. A destra automaticamente se moveu para o peito, como se o toque pudesse diminuir a dor que o movimentar repentino causou. “ Puta merda, Autumn ”, repreendeu em voz baixa. Não conhecesse melhor a princesa e seus apagões, diria que criara gosto por surpreendê-lo daquela forma — uma estratégia peculiar para desconsertá-lo por um instante. “ Não, não me acordou ” sussurrou de volta. Apesar da intenção tranquilizadora por trás da resposta, não lhe escapou como poderia soar estranha. Já esperava um “ o que estava fazendo então? Me observando dormir, bonitinho? ” como réplica, dado o tipo de provocações que costumavam trocar, contudo, fora pego de surpresa novamente. O tom sério e incerto da Stein atiçou algo em seu interior — uma curiosidade mórbida —, incitando-o a se inclinar rigidamente sobre sua cama. “ Vindo de você, Soneca, chega a ser preocupante. ” As íris escuras estavam focadas na face apreensiva, a voz saindo mais suave ao questionar “ Com o que sonhou? ” Não tinha dúvidas de que não vinha de um sono tranquilo, assim como ele. Seria possível terem tido o  mesmo tipo de sonho?
* * *
Sonhos.
Sonhos eram uma área perigosa na mente de Autumn, sempre foram e nunca deixariam de ser. Eles lhe mostravam e diziam coisas as quais nenhuma criança gostaria de crescer vendo, muito menos vivenciando diariamente a cada vez que fosse dormir. Os pesadelos tentavam, constantemente, puxar-lhe para um lado o qual lutava para jamais ser puxada, esforçando-se para repetir na mente que nada era tão ruim quanto interpretava ser. Por vezes, muitas vezes, era. Fato esse a tornar ainda mais assustadoras as ameaças e convites das vozes que, naquela noite, se fizeram presentes. Tão assustadoras que sequer raciocinava com clareza sobre o que Soren dizia. Pelo menos não havia o acordado, era o pensamento, quando em outro momento teria feito questão de soltar um comentário engraçadinho de volta, principalmente sobre o apelido inusitado. Nada vindo dela para retrucar o herdeiro de Corona? A tensão realmente estava mexendo com sua cabeça — fora a dor que sentia, claro.
❝Eu, er… meus sonhos não costumam ser assim. Isso… isso nunca aconteceu antes. Eu tenho pesadelos, mas não desse jeito.❞ Apesar de baixa, apenas um sussurro, sua voz trazia nervosismo conforme as palavras saíam. Nada do que via dormindo se expressava com tanta clareza sobre a possibilidade de haver pessoas da sua vida em perigo — o próprio sonho com o Fitzherbert era um exemplo disso, o qual se tornava mais e mais difícil de decifrar. Cada vez que o encarava, as imagens repassavam-se em sua mente, um filme soturno de se assistir. Era tentando não pensar nisso que o olhou nos olhos quando aproximou o rosto do seu, possibilitando que diminuísse ainda mais o tom ao dizer: ❝Eu escutei… vozes. E essas vozes… me chamavam. Tentavam me convencer a ir com elas. Eu nunca escutei vozes antes, Soren.❞ A confissão, fruto da sua mais pura angústia, era feita num momento raro — inédito, diria. Participava do clube de Interpretação dos Sonhos, claro, mas guardava suas interpretações para si, contava por alto o que via, sabendo do teor catastrófico das próprias visões que as dos demais não traziam. E ali, no meio da madrugada, com alguém que jamais imaginaria estar desabafando sobre um sonho, o fez. Alguém a quem protegia dos próprios pesadelos sem sequer imaginar tal fato. Naquele dia, no entanto, fora ele a protegê-la. Sabia ter sido o príncipe, mesmo tendo presenciado muito pouco das cenas do fatídico dia. Sentindo a cabeça latejar de dor e reparando nos curativos do próprio rapaz por estarem tão próximos, seus pensamentos automaticamente mudaram o teor. ❝E… acho que te devo um agradecimento por me manter viva, certo? Eu com certeza teria morrido se não fosse por você hoje, Fitzherbert.❞
* * *
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onedidreamsforever · 8 years
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One Shot Harry Styles
Pedido - Oie linda tudo bem?espero que sim,então queria que vc realizasse um sonho meu,tipo,um imagine onde a s/n não é filha biológica dos pais dela e acaba fugindo pq tem um cara muito ruim atrás dela então ela encontra o Harry e eles se escondem em um galpão e o Harry cuida dela no final eles são separados.
A casa estava completamente escura, apenas alguns feixes da luz da lua adentravam pelas janelas que tinham cortinas mal fechadas. Muita cautela era necessária e (seu nome) repassava em mente todo o seu plano de fuga, não se esquecendo de ser sorrateira já que qualquer barulho poderia denunciar sua saída.
Apenas com uma mochila nas costas (seu nome) atravessou a porta de sua casa, sabendo que qualquer coisa poderia estar a esperando no mundo lá fora. Ela não poderia ficar no aconchego de seu lar colocando em risco a vida de pessoas que a ama mesmo não tendo o mesmo sangue correndo pelas veias.
É sempre difícil abandonar o lugar que te faz sentir segura e é ainda mais difícil pensar que tem que viver por conta da própria sorte. Algumas poucas notas de dinheiro no bolso, uma garrafa média de água e poucos biscoitos não durariam para sempre e a garota não queria nem imaginar o que faria quando definitivamente acabasse.
— Você é forte, vai conseguir se virar sozinha.
Essas foram as palavras que (seu nome) usou como incentivo para que suas pernas a obedecessem e começassem a mover seu corpo para longe da casa a qual foi criada com muito amor. Não estava saindo dali por causa de seus pais, eles eram ótimos, ela estava saindo de sua casa sem dizer tchau, parecendo ingrata, para proteger os pais que mesmo não sendo biológicos eram os de verdade, os que deram amor e ensinaram valores.
[…]
Depois de ter pego um trem que lhe custou metade do dinheiro, (seu nome) acreditava estar em outra cidade, ela não prestou atenção durante a viagem por ter pego no sono e tão pouco estava disposta a pedir informação as pessoas que passavam quase que voando perto dela como se ela fosse um nada. O que restava agora era fazer o reconhecimento do lugar e encontrar algum abrigo para passar a noite já que as merrecas que economizou já estavam quase no fim depois da viagem de trem.
Caminhando exaustivamente pelo que acreditava ser horas, ela ao longe viu um grande local que era impossível passar despercebido, parecendo abandonado. (Seu nome) se aproximou empurrando a grande porta de ferro tomada pelo ferrugem e entrou no lugar depois de ter ouvido o chiado alto ao que a porta liberou seu caminho. O local era imenso e de fato estava abandonado, havia algumas caixas de papelão em um canto e mais nada em volta.
Cansada, (seu nome) largou a bolsa no chão e deixou seu corpo cair sobre as caixas, mas algo estranho estava sob elas, um corpo. Assustada ela gritou alto fazendo com que sua voz ecoasse pelo imenso vazio e o corpo que inicialmente ela achou estar morto, levantou rapidamente a deixando mais assustada.
— Que merda está acontecendo?
Um garoto também assustado parou há alguns metros de distância olhando (seu nome) como se estivesse diante de um fantasma. Eles pareciam ter a mesma idade, mas o garoto tinha alguns bons centímetros a mais que ela.
— Meu Deus… — com a mão no peito, (seu nome), deixou seu corpo cair sentado no chão.
— Ei? Está passando mal? — o garoto inclinou a cabeça para o lado parecendo preocupado.
— Foi um grande susto. — (seu nome) disse depois de alguns segundos em silêncio, de olhos fechados.
— Sim… Você quase nos matou. — uma risada engraçada e um tanto escandalosa ecoou fazendo (seu nome) abrir os olhos só para poder ver o garoto tapando a própria boca, envergonhado.
— Sua risada é engraçada. — ela riu fazendo com que ele risse também, só que mais contido dessa vez.
[…]
— Então quer dizer que tem um desconhecido atrás de você? — Harry perguntou tentando entender a história que acabou de ouvir.
— É… Ele me mandou algumas mensagens dizendo que eu precisava morrer, que eu não seria a única da minha família a ficar viva.
— Claramente um psicopata. — Harry concluiu — Então seus pais são mortos? Eu sinto muito.
— Não, quer dizer, mais ou menos. — (seu nome) se embolou deixando Harry confuso — Meus pais biológicos são mortos pelo que o cara das mensagens falou, mas eu tenho meus pais adotivos.
— Isso é bom, quer dizer… Em parte.
Os dois ficaram alguns minutos em silêncio comendo alguns biscoitos lado a lado sobre alguns dos papelões, e com um cobertor velho de Harry sobre as pernas. Eles já haviam conversado o suficiente para saberem o nome um do outro e a idade, Harry era apenas um ano mais velho que (seu nome), com dezesseis anos. Eles também já haviam tido tempo de reparar nas características um do outro e agora compartilhavam um pouco de suas histórias.
— E você? Por que está aqui?
— Bem… Eu não tenho um motivo grande como o seu, eu briguei com a minha mãe por causa do meu padrasto e resolvi sair de casa. — Harry deu de ombros falando tudo naturalmente.
— Quer me falar o que aconteceu? — (seu nome) olhou para o lado podendo ver o perfil do garoto.
— Não foi nada demais… Ele queria fazer de mim um pessoa que eu não sou e minha mãe não foi capaz de ficar do meu lado. — ele explicou vagamente — Faz três dias que eu encontrei esse lugar.
— Que bom que eu encontrei você. Eu estava pensando que ficaria sozinha por aí por muito tempo. — (seu nome) sorriu ganhando o sorriso de Harry em troca.
— Estava bem chato ficar solitário aqui, eu já estava começando a falar sozinho. — os dois riram juntos.
[…]
— Vamos lá, (seu nome)!
Harry puxava a mão de (seu nome) enquanto caminhavam apressados pelo corredor de um velho hotel. O local ainda funcionava e sempre que podia, Harry dava um jeito de entrar, pegar escondido a chave no carrinho da camareira - que fica no corredor enquanto ela está arrumando um dos quartos - e entrava por alguns minutos para tomar banho.
— Eu estou indo o mais rápido que posso…
(Seu nome) estava cansada, o galpão não era tão próximo do hotel e eles tiveram que chegar ali a pé não tendo tempo para descansar e já entrando rapidamente para não serem pegos. Quando os dois atravessaram a porta do quarto, (seu nome) suspirou aliviada que teria algum tempo para descansar.
— Eu vou tomar banho primeiro, descansa que quando eu sair, você vai. — (seu nome) assentiu se deitando na cama e quase gemendo por tão confortável que estava — Não se esqueça que não podemos fazer barulho.
Harry sumiu porta do banheiro adentro e (seu nome) fechou os olhos imaginando o que seria dela se não tivesse cruzado com ele logo no primeiro dia. Ele estava sendo muito atencioso e cuidava dela como se fossem uma família, nunca disse nada que a deixasse desconfortável e não tentou nada com ela nos dois dias que estiveram juntos.
Não demorou muito para que Harry saísse do banheiro e a cutucasse para que fosse logo, eles não podiam ficar ali muito tempo já era a segunda vez que iam no mesmo lugar tomar banho e isso não era seguro, eles poderiam ser pegos a qualquer momento.
Harry se sentou na cama olhando ao redor desejando ter dinheiro suficiente para oferecer um quarto confortável como o que estava à (seu nome) e não apenas papelões e um velho cobertor. Aquele não era o quarto mais bonito ou luxuoso, mas com toda certeza era melhor do que um galpão abandonado e aquela garota no banheiro merecia mais, ele merecia mais.
Batidas na porta o fizeram despertar de seus pensamentos e correr para a porta do banheiro batendo de leve para quem quer que estivesse no corredor não pudesse ouvir.
— Já estou terminando. — a voz de (seu nome) saiu abafada pela porta e Harry temeu dizer algo e ser ouvido.
— Sabemos que estão aí. Abra a porta antes de termos que abri-la do nosso modo. — era a voz de um homem e por um instante Harry pensou se não seria o que havia feito (seu nome) fugir — Nós avisamos! — a mesma voz disse após alguns segundos em silêncio.
Harry continuou parado em frente a porta do banheiro como se quisesse proteger a pessoa que está lá dentro e logo pôde ouvir um baque na porta, sendo seguido de outro que a fez bater no canto da parede revelando dois policiais.
— Onde está a garota? — um dos homens perguntou enquanto entravam no quarto.
— Eu estou sozinho aqui. — Harry disse rapidamente e para desmenti-lo, a porta do banheiro abriu atrás dele.
— Sua mãe nunca o ensinou a não mentir para a polícia? — um dos homens altos e forte, segurou Harry pela nuca o levando para fora do quarto.
— Para onde vão levá-lo? — (seu nome) tentou passar pelo homem que ficou no quarto e teve o braço segurado pela grande mão.
— Ele ainda não sabemos, mas você vai para sua casa. — o homem começou a levá-la para fora do quarto.
— Eu quero ficar com ficar Harry! — ela tentou se soltar, mas foi em vão.
— Enquanto você foge com o namoradinho, seus pais estão morrendo de preocupação atrás de você. — os dois saíram do hotel e (seu nome) pôde ver Harry algemado no banco de trás da viatura.
— Eu passei um rádio para delegacia. — o homem que havia levado Harry disse ao que ainda segurava (seu nome) — O garoto é menor e também fugiu da casa dos pais.
— Eu vou levá-la de volta e você leva o garoto. — o homem colocou (seu nome) dentro da viatura travando as portas. — O romancezinho acabou.
Enquanto a viatura deixava o local, (seu nome) pôde ver a imagem de Harry pela última vez sendo embaçada pelas lágrimas em seus olhos. Eles haviam se tornado parceiros, cúmplices, e agora estava tudo acabado.
[…]
— Você deveria ter nos dito, foi muito mais arriscado você sair de casa sozinha. — o pai de (seu nome) estava um pouco alterado por causa da angústia de ter a filha sumida por dias — Nós encontramos o seu celular e levamos a polícia, não foi difícil para que eles encontrassem e prendessem no homem que mandava as mensagens.
— E quem é ele? — (seu nome) perguntou abatida e com a voz baixa.
— O seu pai biológico… — sua mãe começou — A mulher que te deu a luz, traiu o marido com esse homem e se recusou a ficar com ele depois. Ele estava obcecado, ele a matou e estava atrás da criança que no caso é você.
— Poderia ter acontecido uma coisa muito ruim por não ter nos contado das ameaças, filha. Por favor, não faça mais isso. Não nos deixe sem notícias suas. — seu pai implorou.
— Eu mentiria se dissesse que estou arrependida. — os olhos de (seu nome) se encheram de lágrimas novamente — Eu conheci uma pessoa que cuidou de mim mesmo sem me conhecer, mesmo sem ter nada em troca, como vocês ao me pegarem naquele orfanato. Mas agora eu não sei como ele está e eu acho que não o verei nunca mais. — (seu nome) limpou as lágrimas que escorreram por seu rosto — Eu vou… Para o meu quarto.
Em passos lentos (seu nome) caminhou até as escadas e subiu degrau por degrau com os olhos fixos no chão e os pensamentos presentes em Harry. Ela não sabia se ele estava bem ou se teve problemas maiores, ela não sabia como encontrá-lo, apenas queria voltar no tempo em que estiveram juntos e pausar o naqueles momentos.
Espero que tenham gostado… ❤
Me falem o que acharam do 1s 😊
- Tay
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saalsodre · 5 years
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AMBÍGUO - AMBIGUOUS
Despertou, sentindo o corpo cansado, sem saber bem aonde estava, parecia seu studio, mas quando abriu bem os olhos, pelos detalhes viu que não era.
Riu, para si mesmo, a vontade de soltar uma gargalhada era grande.  Não podia beber, porque sempre se metia em confusão.  Sentiu dormência em seu braço direito, bem como a perna, mas isso sempre acontecia ao despertar, tinha que mover o mesmo, apertar, abrir, cerrar a mão várias vezes, até que funcionasse como devia.
O quarto não era feio, simplesmente era como um lugar de passagem.
Ia fazer o movimento de se sentar na cama, quando escutou a voz rouca que o tinha impressionado tanto.
Como é vai levantar ou não seu preguiçoso.
Ali estava seu novo monumento.  Um metro e noventa de altura, cabelos imensos negros, como a asa da graúna, olhos de um azul transparente, uma pele azeitonada, que ao tato produzia uma sensação de sensualidade.
Não tinha esperado acabar o primeiro dia do encontro, na cama desse garoto lindo.
Olhou os detalhes de seu rosto, além dos olhos, um nariz reto, esculpido a faca, uma boca vermelha sensual. Enfim, entendo agora que tive que me render.
Tudo que respondeu foi.   A culpa é tua, eu só queria conversar contigo, coisa que não fizemos.
Isso lá é verdade. De novo essa voz que estremecia qualquer um.
Quando lhe perguntou por que tinha essa voz?   Tinha lhe respondido, que fora por causa de uma acidente, quando servia num porta-aviões.   Tinham lhe entubado de emergência, tudo um pouco mal feito, quando saiu do coma, tinha essa voz que lhe ficou para sempre.
Se encostou na parede, ficou olhando, tinha um corpo perfeito, sem gorduras, mas tampouco com musculação exagerada.  Se poderia dizer um corpo normal.
Se levantou com preguiça, afinal tinha que ir trabalhar. Era o chefe, mas tinha que ir trabalhar.
O outro, continuava apoiado no marco da porta, o olhando fixamente.
Com uma certa dificuldade, se levantou, isso acontecia todos os dias de manhã, os primeiros movimentos sempre lhe eram complicados.
O que te aconteceu?
Uma larga história, depois te conto.
Se vestiu, toda sua roupa era negra, como gostava de se vestir, sentia que assim estava preparado para qualquer ocasião, bastava um casaco, ou um abrigo diferente para estar pronto para tudo.
Vou até minha casa tomar banho, mudar de roupa, gostaria que passasses pelo meu escritório, para uma entrevista.  Assim te explico tudo. Ok.
Nem sei teu nome, respondeu o outro?
Marcus Aurélius, mas não sou italiano, coisas de minha mãe.
Depois de colocar o sapatos, já vestido completamente, o olhou diretamente nos olhos, como era difícil resistir.   Lhe estendeu um cartão.  Se puderes estar dentro de uma hora e meia no escritório, te agradeceria, creio que vais gostar da minha proposta.
Segurou seu rosto com ambas mãos, lhe beijou.  Ah, tentação, pois a vontade era lhe jogar na cama, começar tudo outra vez.   Isso não era normal, em se tratando dele.
Mas tu sabes meu nome pelo menos?
Sim o artístico sei,  mas é o verdadeiro?
Não, Smith Darius, esse é o verdadeiro.
Gosto mais deste.
Nu como estava, o acompanhou até a porta.
Já na rua, fez sinal para um taxi, lhe deu a direção de seu apartamento, afinal tinha pressa.
Vivia no Vilagge a muitos anos, mesmo agora tendo dinheiro, continuava vivendo no seu velho apartamento.  O tinha comprado, reformado, mas já vivia antes de poder fazer isso.   Tinha dinheiro a partir de seus problemas físicos.
Trabalhava para um grande armazém, desenvolvendo produtos, não ganhava o suficiente, embora fosse bom no que fazia, como era seco, direto ao argumentar as coisas, nem sempre agradava aos diretores.
O dinheiro que ganhava, dava para pagar seu apartamento, se vestir corretamente, comer, mais nada.   Não levava uma vida de glamour, como tinha sonhado em sua juventude, em Texas. Mas estava contente, pelo menos fazia o que gostava.
Tinha sido quase por milagre, conseguir esse emprego, mal tinha saído dos cursos que tinha feito.  Nesse meio tempo, tinha trabalhado de ajudante de cozinha, num restaurante pela noite.
Estava parado, esperando o semáforo abrir, quando escutou ao longe, sirenes da polícia, era uma movimentação inusual. Ninguém se atreveu a atravessar a rua, apesar de estar o semáforo estar aberto.
Tudo que viam era um carro, tentando escapar da polícia.
Escutaram um tiro, o carro da frente rodou, avançou para cima da calçada, nem teve tempo de dizer corra, para sim mesmo.  Foi jogado para cima, caindo em cima do capo do carro. Tudo que se lembrava desse momento, era como seu corpo real estivesse voando, o corpo físico, foi para cima, caindo de costa no carro que tinha batido na parede.
Só despertou no hospital, estava entubado, com uma máscara de respiração, mas não podia se mover.   Em seguida apareceu uma enfermeira, avisou o médico imediatamente. Tentou mover-se, mas o corpo não respondia.
Não faça movimento nenhum ainda, espere que vamos tirar o tubo, já digo a situação.
Depois de terem retirado o tubo, sentiu uma sensação horrível na garganta, mas o médico disse que era normal.
Bom estiveste em coma vários dias, te operamos, recompondo teu corpo.  Pelo que dizem, teu corpo foi jogado para cima, caindo de costa no capo do carro, fraturaste algumas vertebras, o braço direito em vários lugares, bem como a perna direita.  Tudo isso está no lugar, agora falta a operação das vertebras.  Isso é mais delicado, por isso não podes mover o corpo.   Agora que te recuperaste, podemos fazer a operação.
Ia dizer que não tinha dinheiro para pagar nada.   O médico se antecipou.
Tens sorte, quem te atropelou foi um desses filhinhos de papai, a família, está cobrindo todas tuas despesas.   Te aconselho arrumar um advogado.  Pois o mesmo estava drogado, por isso tentava escapar da polícia.   Se quiser posso te indicar um, muito bom.
Fez que sim com a cabeça, pois não conhecia nenhum advogado.
Lhe deram uma injeção para relaxar, em seguida estava mergulhado num sono profundo.
Se viu uns anos antes, numa pequena cidade do Texas, numa família totalmente louca.  Era o único que ia a escola, seus pais, estavam sempre brigando, bebendo.  Seu irmão mais velho, tinha morrido a pouco. Havia entre eles uma diferença grande. Seu irmão era filho do primeiro casamento de sua mãe.  Tinha morrido de overdose de cocaína.
Ele passava mais tempo na escola, tinha encontrado um refúgio na biblioteca da cidade, ali passava seu tempo.  Só ia para casa, quando esta fechava.  Pelo menos ali, tinha ar condicionado no verão, calor no inverno.   As vezes até dormia em cima de algum livro.
Um dia chegou em casa, está não existia mais.  Bom casa o modo de dizer, uma caravana como casa. Tinha explodido o bujão de gás, com os dois dentro.
Sorte dele estar na biblioteca.  Dali foi direto para um centro de menores, de onde saiu só com dezoito anos.  Lá tinha abusado dele várias vezes.  Afinal era um garoto maltratado, mas bonito.  Aprendeu a se defender, fazendo o pouco que lhe ofereciam de esporte.
Quando saiu, conseguiu um emprego num restaurante, para lavar pratos, depois passou para ajudante de cozinha.   Sua grande distração era ver revistas de moda, observar padrões, as vezes olhava o modelo da roupa ou do acessório, redesenhava o padrão, explorando outras vias.   Dormia nos fundos do restaurante, mas bem armazém do mesmo.
Sonhava com ir para New York, mas não tinha dinheiro. Tudo que pensava, era como conseguir o mesmo.   Viu que um dos cozinheiros mais jovens tinha sempre dinheiro, lhe perguntou como conseguia.   Este disse sério, quero ser um grande cozinheiro, para isso preciso estudar, então me prostituo de noite. Junto com o que ganho aqui, um dia terei dinheiro suficiente para começar vida nova em San Francisco. Resolveu acompanhar, pensava, quando abusaram de mim, nem obrigado me disseram, que mais dá, é só o meu corpo nada mais.
Mas seu corpo não atraia muito os homens, era meio desengonçado. Foi viver no quarto do amigo, juntos saiam de noite, este lhe ensinou uma série de truques.  Começou a ganhar dinheiro, arrumou como o outro um esconderijo para guardar o mesmo.
Fazia cálculos, de quanto iria necessitar para poder sair. Teria que ir de ônibus até New York, depois precisava de dinheiro para um quarto, até arrumar um emprego.  Foi juntando dinheiro, o quarto não era bom, mas como dividiam as despesas, comiam no restaurante, assim podiam economizar.   Um dia o amigo, entrou num carro, mas não voltou.  Os dois tinham um hábito, anotar a placa do carro, além da marca do mesmo.   Quando a polícia apareceu, deu o número da placa.   Mas acabou em nada.  Passaram semanas, até arquivarem o processo.  Ele deixou de sair de noite, lhe dava medo.  Como sabia aonde o amigo guardava dinheiro, juntou com o seu, dava para partir.   Sem dizer nada a ninguém, comprou um bilhete, teria que trocar várias vezes de ônibus, mas dava igual. A coisa era chegar vivo a grande cidade.
Partiu na calada da noite, aliás uma noite escura, sem lua, como as noites que quando estava no centro de menores, as que eram perigosas.
Quando chegou, depois de muita estrada, morto de cansaço, conseguiu um quarto numa pensão daquelas de “mala muerte”, se lavou, saiu imediatamente procurando emprego.  Conseguiu rápido um de ajudante de cozinha.  Deste passou para outro melhor, já com um salário mais justo, assim pode arrumar um pequeno studio, aonde vivia até hoje.  Logrou entrar para o FIT, apresentando como trabalho, um estudo sobre um tecido.  Durante o curso todo se destacou pela sua criatividade.  Por sua sorte nos domingos o restaurante não abria, estava numa zona de escritórios, portanto sem movimentos no final de semana. Aproveitava para cuidar de sua roupa, ir a algum museu. Levava sempre um bloco de desenho para anotações.   Não lhe interessava muito a obra em si, mas a roupa retratadas, mas sim os detalhes dos tecidos.
Se esforçava ao máximo para entender tudo, fuçava todos os livros a disposição na biblioteca, sobre estamparia.   Quando desenhava, criava não só um padrão de roupa, mas tudo o que se podia fazer com a mesma estampa.
No final do curso, tirou com louvor o diploma.   Agora se dedicava a apresentar seu trabalho, nas grandes empresas. Até que conseguiu o que tinha agora.
Dois dias depois lhe operaram. Quando despertou estava numa cama especial, em que sua cabeça ficava virada para baixo.
Foi quando apareceu o advogado.  Este tinha se documentado bem a respeito do acidente, poderiam mover uma ação contra o que conduzia, bem como contra a polícia, pois sem querer ao atirar no pneu do carro do perseguido, tinha provocado o acidente.
Faça como achar melhor.
Foram meses de recuperação, aprender a andar de novo, mover o braço e perna direita, teria sequelas a vida inteira.  Quando finalmente ficou livre, foi com o advogado ao julgamento, este lhe disse que exagerasse um pouco quando o fizesse subir à tribuna.
Tinha que conseguir alguma coisa, pois tinha perdido o emprego.
Para sua surpresa, o advogado era bom, conseguiu uma boa soma de dinheiro, tanto de um lado como do outro.  Depositou o dinheiro todo numa conta num banco.  O advogado disse que poderia até comprar um apartamento.   Mas resolveu guardar.
Continuou fazendo fisioterapia.  Se lembrou de um fornecedor para a empresa que trabalhava, que sempre lhe procurava para encomendar algum trabalho.  Mas pela norma da mesma, ele não podia.   Foi até lá, com um caderno cheio de desenhos.  Estes só encomendavam trabalhos, mas não tinham empregados.   Fizeram um contrato.  Ele desenvolveria uma série de produtos, eles venderiam os mesmo, dividiram da seguinte maneira. 30 por cento para ele, o resto para a empresa.   Foi trabalhando, agora tinha mais dificuldade, mas não desistiu. A partir deste contato conseguiu outros, até se tornar conhecido.  Alugou um espaço num edifício comercial, contratou dois criativos,  com eles seguiu em frente.   Agora tinha uma clientela boa.
Dois dias antes, tinha recebido uma visita de casal de empresários, tinha feito pequenos trabalhos para eles.  Estavam no auge, traziam um perfume que tinham desenvolvido na Europa, queriam tudo, embalagem, uma imagem para o mesmo. O perfume era diferente, se o fosse classificar, seria ambíguo, pois poderia ser usado tanto por homens como por mulheres. Em sua cabeça imediatamente surgiu a embalagem, um desenho de tecido.   Passou para os criativos.
Depois de terem passado pela recepção várias secretárias, tinha contratado um negro, educadíssimo, que lhe entendia.  Era super formal, mas sabia de tudo que acontecia na cidade, como, porque, o mais importante aonde.
Numa reunião, quando começaram a surgir as ideias, disse que precisavam de uma imagem, um modelo que pudesse ser ambíguo.
Charles, o secretário, rapidamente comentou, olha, no final de semana, assisti uma peça de teatro, que creio tem um ator que está começando, que pode ser o que procuras.
Lhe fez uma reserva.
Sempre seguia o instinto do Charles, desta vez tampouco estava errado.
Era um teatro pequeno, um cenário limpo, pelo visto poucos atores.
Num determinado momento, o ator principal, um homem já com idade, num monologo contava como se tinha transformado pela primeira vez em mulher.  A iluminação, só estava num lado do palco, percebeu um movimento do lado esquerdo, um vulto com uma capa negra.  O homem começava a contar, a capa caia ao chão, o que se via do outro lado, um corpo completamente nu.  Se preparava colocando uma espécie de bandagem para esconder o sexo. Se via tudo através do espelho.  Quando o outro ator se sentava, uma bela cabeleira negra era jogada para trás, se vendo o rosto magnifico do Smith Darius.                             Enquanto o outro falava, ele ia gradativamente, fazendo a maquilagem, vestindo umas meias negras, colocando o vestido, subindo em cima de uns sapatos de salto de vertigem.  Quando se virava para a plateia, ali estava uma mulher lindíssima, a luz do outro lado se apagava, começava a soar uma música de Billie Holiday, a voz rouca, trabalhada, fazendo um número de cabaré.  O publico ficava eletrizado.  Depois continuava a cena com o outro ator, mas lhe roubando total protagonismo.
Era realmente a imagem que procurava, uma pessoa que pudesse transmitir o Ambíguo de um perfume. Tanto sendo homem como mulher.
Esperou que saísse do teatro, ia se aproximar, quando dois outros rapazes se aproximaram, saíram os três caminhando, entrando num bar perto do teatro.  Os seguiu, não havia nenhuma mesa disponível, perguntou se podia se sentar com eles.   Quando viu, já estava no apartamento do Smith Darius.   Tinha sido uma noite de sexo, impressionante.
Ao chegar ao escritório, todo vestido de negro, mas com um casaco todo colorido, disse ao Charles, cravaste em cheio com o ator.  Daqui a pouco deve estar por aqui.
Estás errado, já está te esperando na tua sala de reuniões.
Quando entrou, o outro sorriu.  Tinha que verificar se era uma brincadeira de mal gosto, ou o que?
Foi até ele, lhe disse rapidamente, para todos os efeitos, apenas nos conhecemos.  Não gostava de misturar as estações. Ok.
Chamou os dois criativos.  Primeiro olharam Smith sem entender.  Mas ele tinha filmado com o celular a transformação do mesmo.
Caramba. Disseram ao mesmo tempo.
Gene, ou Genevieve, correu até a sala deles, voltou com um tecido, pintado em negro com desenhos num tom de azul profundo, pediu desculpas, pediu se podia tirar o casaco, camisa, que ficasse em pé.
Sem problemas.
Ela colocou o tecido em contato com a pele, ficava uma coisa fantástica.  Valorizava totalmente o tecido.
Ele como sempre objetivo, falou finalmente do que se tratava, explicou o que faziam ali, o que necessitavam. O valor que podiam lhe pagar pela imagem.  Quando formos fazer vídeos, para divulgação tudo isso, negociaremos o valor outra vez.
Charles entrou na sala, já com um pré-contrato.
Deves tudo isso a ele, foi o Charles, que quando discutimos que necessitávamos de uma imagem, sugeriu que eu fosse ver o espetáculo que trabalhas.
Bom agora te deixo nas mãos desses dois, que farão fotografias, pode confiar neles.
Tinha tido vontade de passar a mão outra vez, por aquela pele, que lhe tinha fascinado desde o primeiro momento.
Na hora do almoço, voltaram os três.  
Gene foi dizendo que era fácil trabalhar com ele. Mostrou o que tinham feito, ele semi nu, com maquilagem feminina, com a estampa em forma de roupa, ele masculino, deitado num chaise-longue, meio tapado pelo mesmo tecido.
Agora é vender o peixe para o cliente.
Bom gente vamos almoçar.  Vens conosco Smith?
Claro, gostei da experiencia.  Lhes agradeceu a oportunidade.
Mas afinal acabaram indo almoçar somente os dois.  Depois do almoço o convidou para ir a sua casa. Smith ficou impressionado com o que ele tinha feito com o lugar que morava, realmente havia semelhança em tamanho com a sua casa.  Telefonou ao Charles dizendo que tinha um compromisso extra.   Passaram a tarde inteira fazendo sexo.
Smith comentou como ele o tinha tratado no escritório.
Explicou que não gostava de misturar estações.  Sua vida pessoal era só sua, não gostava de dar conta a ninguém.
Finalmente ele disse que tinha que ir trabalhar, o teatro lhe esperava. Queres que volte depois?
Refletiu um momento, soltou o que pensava.  Sei que depois desse trabalho, vais fazer sucesso, serás alguém, te chamaram para fazer filmes, teatro, entrevista.  Pode ser que me esqueças, então quero aproveitar tudo que posamos desfrutar.
Todas as noites, ele vinha ficar com ele.  Basicamente faziam sexo como loucos, ansiosos para saciar a fome um do outro.
Como ele tinha previsto, a propaganda foi um sucesso, logo Smith estava no olho do furacão, convites, para trabalhos com agencias de modelos, filmes, séries de televisão.  Mas o incrível era que tinha uma cabeça seletiva.  Mostrava para ele as propostas, discutiam, basicamente agora viviam juntos.  Em menos de um ano, saia em reportagens exclusivas.  Entrevistas sobre o último trabalho que fazia em teatro.
Agora sabia que ele vinha de uma reserva no Idaho, que era filho de uma índia com um escocês por isso a cor de seus olhos.  Tinha sido criado pela sua avó, pois seus pais morreram jovens.
Era o diferente, o marginal. Não era como os outros índios, estudava porque sua avó desde o princípio lhe dizia que tinha que saber usar a cabeça.
Conseguiu que ele fosse para uma escola interna metodista, lhe disse que não importava que lhe quisessem incutir religião.  Todos os fins de semana passava com ela.
Um pastor ficou louco por ele, apesar de casado, abusou dele sexualmente.   A avó quando descobriu, criou um escândalo. Ameaçou o pastor de colocar a boca no trombone. Exigiu uma indenização enorme.   Colocou no banco tudo.   Já que ele abusou de ti, que sirva esse dinheiro para teu futuro.  Quando fez 18 anos, ele se tornou independente,  lhe passou todo o dinheiro, mais o que ela tinha economizado. Vai meu filho, voa como sempre sonhaste.
Primeiro serviço o exercito na marinha, num imenso porta-aviões, aonde aconteceu o acidente que lhe provocava essa voz rouca.
Ele conseguiu entrar para a Juilliard School, sendo aprovado no primeiro exame.  Se destacou desde o início.  Fez pequenos papeis em obras da escola, depois passou dois anos, fazendo castings para peças de teatro, séries de televisão.  Se tornou um catedrático nisso.  Foi quando surgiu o casting para essa peça aonde Marcus o tinha descoberto.   Depois do trabalho que fizera para ele, a coisa melhorou, não queriam que abandonassem o espetáculo, equipararam seu salário, com o ator principal.  Depois fez mais trabalhos.  Agora estava numa dúvida atroz, tinha sido chamado para um trabalho com um dos melhores diretores de cinema.  Não era o papel principal, mas exigia que ele fosse para Hollywood.   Amava Marcus profundamente, lhe disse que pensava em desistir do papel.
Nada disso, é a tua chance, não perca por mim.  Não quero ter isso na consciência.
Marcus continuava com seu trabalho, cada vez mais requisitado, agora que chegava aos quarenta o mundo lhe sorria, as agencias, tentavam contratar seus ajudantes, mas esses nem pensar.  Ele tinha sido experto, os tinha como sócios.
Agora eram chamados para trabalhos na Europa, viajava mais. Numa das viagens, foi contado por um empresário, Michael Bourgouis, fez para a empresa que lhe pertencia vários trabalhos, se tornaram amigos.  
Entre filmes, Smith aparecia, era como se nunca tivesse partido.
Mas nem sempre tudo é perfeito.  Um dia se apaixonou por um diretor de cinema, foi primeiro falar com Marcus.
Este andou triste um tempo, mas se jogou no trabalho.  Cada vez mais estava presente na Europa, agora não só Michael Bourgouis lhe chamava, tinha muitos outros clientes.  Entre ele e Michael, que era muito mais velho do que ele, surgiu um elo amoroso. Se hospedava em sua casa, o convencia de ficar para a Saison, iam a Teatro, Opera, Ballets.  Lhe apresentou muitas pessoas que lhe interessavam.  Quando estava em Paris, aproveitavam a companhia um do outro, isso fez com que se fosse esquecendo de Smith.
Com quarenta e três anos,  Michael lhe sugeriu fazer uma visita as fabricas de tecidos na Africa. Se apaixonou pelas estampas dos tecidos. Voltou várias vezes para explorar o trabalhos das fabricas.  Passou a estudar as estampas com afinco.  As vezes de um detalhe delas, criava uma série de objetos para vender a ideia.
Michael um dia lhe disse que se afastava do negócio, o deixava para um sobrinho seu, estava cansado, se retirava para uma vila que tinha no sul da França.  Lhe sugeriu que viesse com ele, justo nesse momento, estava cheio de trabalho.  Não queria parar, Michael, disse que entendia, lhe disse quase o mesmo que ele tinha falado ao Smith.  Que era seu momento que devia aproveitar, o tempo passa rápido, quando vemos nossa vida se esfuma na poeira do tempo.
Acabou comprando o studio ao lado, para poder trabalhar mais tempo em casa.  Um dia ao sair de um jantar de negócios, viu uma família pedindo dinheiro na rua. Tinham muitos filhos.  Um deles tinha aparência de doente. Os levou a um abrigo. Com o tempo conseguiu que a família lhe desse o filho em adoção.  Os ajudou a endireitar suas vidas.  Manteve o nome original da criança, George.   Era uma criança frágil, mas com uma inteligência fora do normal.
Se dedicou a criar seu filho, lhe dando o amor que esperava que lhe tivessem dado quando criança.   Dez anos depois, estava num hospital, ao que tinha levado George fazer um exame, saia destroçado da consulta, quando deu de cara com Smith.    Era um ator famoso, que tinha abdicado de fazer cinema, para fazer somente teatro.  Ficaram um olhando para o outro, se abraçaram.  Smith tinha vindo fazer um exame de rotina, pois se sentia cansado. Nunca tinha tirado férias em sua vida.
O médico me recomendou que tirasse um período para descansar, recuperar as energias que lhe faltavam.
Tu que fazes aqui. Venho receber os resultados dos exames do meu filho.  Infelizmente não lhe restam muito tempo de vida.
Gostaria de conhece-lo se me permite.
Claro, venha comigo até minha casa.
Smith ficou abismado, contínuas vivendo no mesmo lugar?
Sim, comprei o apartamento ao lado, aumentei, mas sigo no mesmo lugar.
Foi o único lugar no mundo aonde fui feliz.  O tempo que passei contigo, foi o melhor da minha vida.
Mas não estava apaixonado pelo diretor que conheceste.
Isso pensei eu, mas tudo não passou de uma fantasia. Nunca me quis como tu.
Tens alguém agora.
Na verdade, não, nunca mais quis ninguém perto de mim. Tenho somente trabalhado, não vou mentir que tenho aventuras quando necessito.  E tu.
Bom dedico a vida ao meu filho.  Nunca pude encontrar ninguém para te substituir.  Nunca amei ninguém como tu.
George, ficou imediatamente alucinado em conhecer Smith, assistia uma velha série que ele tinha participado.  Estavam sempre os três juntos.
Um ano depois o garoto morreu.   Para Marcus, foi como seu mundo tivesse caído aos pedaços, pensou que nunca ia se recuperar.  Mas agora tinha Smith ao seu lado todo o tempo.
Já não escondiam sua relação.  Smith queria adotar uma outra criança, mas Marcus, disse que já tinha idade para ser avô, não um pai.
Marcus, contou a Smith do relacionamento que tinha tido com Michael, quando este tinha se retirado no auge, a princípio não tinha entendido.  Depois de o visitar várias vezes, o vendo pintando, vivendo uma vida diferente, foi entendendo. Tinha realizado o seu sonho de juventude, quando conseguiu o que queria, tinha sentido que era hora de mudar. Foi buscar na sua juventude, coisas que não tinha realizado.  Então se dedicava a isso.  A conversa surgiu, depois que Smith um dia atendeu uma chamada de Michael.
Este disse que o conhecia de nome, de tanto Marcus falar dele. Sei que sempre te amou com loucura.  Diga que me chame.
Foram visita-lo, assistir uma grande exposição que fazia de seu trabalho.  Estava a mesma coisa, só que agora, com uns cabelos largos brancos.  Relaxado.
Passaram uma semana em sua vila. Tanto para um como para o outro, esse momento de descanso significou algo.
Marcus entendeu, que tinha alcançado seu sonho, era alguém no mundo, respeitado, com uma carreira consolidada, tirando a falta que sentia de George, sentia que tinha feito uma coisa boa.
Smith, seguia recusando papeis que não lhe interessavam. Quando lhe apareceu um texto em que o herói era um índio.  A princípio se entusiasmou, mas viu qual a visão que ia dar o diretor, se negou a fazer o papel principal. Era como todas os outros filmes de bang-bang, o índio sempre acabava mal.  O branco era o vencedor.   Quando o estúdio mudou o diretor, concordou fazer o filme.  Que virou um filme de culto, pois era o primeiro que colocava o branco como assassino em massa.  Afinal as terras era dos índios.  O tema discorria por ai.  Foi candidato a um Oscar pelo filme.  Mas nem foi assistir a entrega.   Sabia que a sociedade nunca lhe daria esse prêmio pelo filme.  Decidiu que era seu último filme, queria viver uma vida com Marcus.
Morreram os dois depois muitos anos vividos juntos, com uma diferença de dias entre um e outro.  Como estavam afastados do mundo aonde tinham vencido, poucos jornais, revistas deram importância ao fato.   Apenas amigos próximos, assistiram as cerimonias, podia se contar no dedo. Deram mais importância que um artista como Michael, viesse a New York.  
Na cerimônia, do enterro de Marcus, falou sobre isso, como tudo era efêmero, lutamos, vencemos, mas no momento que deixamos de estar na cima, nos retiramos, somos totalmente esquecidos pelo mundo.  Marcus foi um dos maiores criativos do nosso tempo, poucos hoje em dia sabem que abriu caminho para muita gente.  Jornais, revistas, televisão, cinema, divulgaram seus trabalhos, algumas vezes sem saber quem tinha idealizado isso.  Foi um pai por poucos anos, mas um grande pai.  Amou só a um homem, mas foi um amor de toda vida.
No dia que voltava, soube da morte do Smith, desta vez lamentou que ninguém falasse desse ator  carismático, que tinha escolhido os papeis que queria, com afinco, lutando com o estigma, de ser de uma raça, que os valores eram outros.  Poderia ter-se deslumbrado com o cinema, mas preferia batalhar dia a dia num palco.  Perco dois amigos em tão pouco tempo, dois amigos que se amaram, creio que seguiram juntos na eternidade.
Quando perguntado por que não fazia uma exposição em New York, disse que não interessava, tinha vindo para render pleisia a dois grandes amigos. Na viagem de volta comentou com outro amigo, que nunca tinha se sentido tão velho como agora, me sinto como Matusalém,  vejo os amigos partirem, como castigo fico para trás.  Será que se esqueceram de me chamar, ou me chamaram e não escutei.
Morreu meses depois, dormindo.
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idem-neoqeav · 5 years
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Meu mundo nos meus braços...
    E esse item da nossa lista, eu posso ticar??? Sim! Posso! Porém... com a restrição de que quero escreve-lo mais inúmeras vezes só para ter que cumprir novamente, porque foi a melhor sensação que eu poderia ter tido, 24 horas ao seu lado, conversas, carinhos, beijos, abraços, dormir de conchinha e tudo o que eu poderia desejar viver com a mulher que eu amo, com a pessoa que eu escolhi para ter na minha vida.     A primeira noite ao lado de quem a gente ama não tem como esquecer né, afinal foi algo que desejei tanto e vi que a espera valeu a pena, que agora sei do que sentir falta, sei do que senti saudade e sei qual a sensação de passar a noite ao lado de quem amamos. Combinamos de passar uma noite juntas para ambas viverem as experiências que querem viver sem ter ninguém ou algo que nos impedisse de passar por tal fato. Sim, uma experiencia nova para ambas as parte. Você por ser uma mulher, por ser a primeira vez que viaja sozinha, por ser a primeira vez que iria dormir com uma mulher do seu lado, que acordaria e dormiria do lado de alguém que anda virando o seu mundo de ponta cabeça e te tirando da casinha. No meu ponto de vista o novo de ter quem eu amo do meu lado, o dormir de conchinha a noite toda, a sensação de você não saber se tudo não passa de um sonho ou se o momento ali, eu e você em uma cama deitadas era real, e sim era, pois velei seu sono por quase uma hora para ter certeza que estava ali do meu lado.     Amei todos os momentos, todos os olhares, todos os carinhos, todos os mimos, todos os beijos e abraços, amei todos os momentos de amor que vivemos, foi a melhor experiencia que poderia ter vivido mesmo pisando em ovos como estamos, mas me anima e me faz ter forças para aprender a ter paciência e calma quando você me fala que você queria viver esse momento, que queria estar ali comigo vivendo o que vivemos e que está aproveitando as oportunidades mesmo sabendo que estamos respeitando um tempo necessário para as coisas se encaixarem e acontecerem no seu tempo.     Quero te contar uma coisa que acho que não te falei, afinal... não teria como ver foi enquanto você dormia. Sim... por mais que eu quisesse um dia todo ao seu lado o desejo de ter você nos meus braços, de sentir sua respiração pesando, de ver você entrando no estado de sono, de eu poder ter a chance de dar um beijo de boa noite e ceder meu peito como travesseiro, de sentir você entrelaçar suas pernas nas minhas, de sentir abraçar meu braço e não soltar, de saber que o meu mundo estava ali.... aonde eu sempre quis que estivesse... nos meus braços é uma responsabilidade imensa.... de saber que naquele rosto calmo, tranquilo, daquela respiração pesada de sono profundo está a pessoa que tomou conta do meu corpo, da minha alma, do meu coração todinho, é uma sensação de um mix de emoção. Adrenalina, ansiedade, coração acelerado, respiração ofegante, o corpo inteiro transpirando, as pernas tremulas, mas apesar de tudo... A melhor sensação que uma pessoa pode ter... sentir o se amor repousando tranquila nos seus braços. E Sim... eu demorei para dormir, fiquei observando pra saber se eu não acordaria de um sonho, fiquei olhando cada detalhe enquanto dorme. Os gemidos quando pega no sono, o modo que segurou meu braço abraçado, o jeito que entrelaçou meus dedos no seus, a sua respiração ofegante, o modo que não se mexe por nada enquanto dorme, e o melhor de tudo, a calmaria para me acordar, mesmo correndo o risco de despertar um monstro por saber que odeio acordar cedo. Quando acordei e me dei conta que era você ali me chamando e tudo era real, a sutileza do seus lábios nas minhas costas, do seus dedos me acariciando me tirou um sorriso do rosto em plena 7 horas da manhã, ou seja, um milagre e um mérito que você teve, assim como tem o mérito de ter a chave do meu coração.     Amei cada momento, cada hora, cada minuto, cada segundo ao seu lado e só posso dizer que tive ainda mais a certeza que vale a pena esperar o tempo que for pra ter você pra mim por inteira, que vale a pena esperar o seu tempo para vivermos nossa história... e não tem “e se não der certo”... Eu sinto que devemos viver essa história e queremos viver seja para durar 1 segundo, 1 minuto, 1 hora, 1 dia, 1 semana, 1 mês, 1 ano ou 1 vida inteira, sabemos que esse não é nosso final, pelo contrário, esse pode ser o nosso começo, começo pelo qual eu esperei até hoje, e não tenho dúvidas que eu encontrei a tampa da minha panela. Você sabe o quanto eu te amo e te quero, sabe que amo sua teimosia, seu dengo, sabe que eu amo todas as suas qualidades e defeitos, sabe que amo seus filhos como se fossem meus, sabe que quero ter você ao meu lado juntamente com eles, sabe que vou mimar os dois o quanto for necessário, sabe que vai me perder pra quando quiserem jogar ou assistir um filme ou brincar de cosquinha o de lutinha, sabe que eu vou ser sempre a menina moleca com eles, com você e com qualquer criança que esteja ao nosso redor, sabe o quanto eu estou disposta a enfrentar o que for preciso, a passar pela guerra independentemente de saber quem será o ganhador mas quero lutar todas as suas batalhas ao seu lado, que estar do seu lado quando você mais precisar seja nos momentos de alegrias ou de tristeza, quero você do meu lado com nas minhas conquistas e nas minhas derrotas, quero ter seu bom dia todas as manhãs com um selinho matinal, quero os seus beijos calientes de boa noite, quero seus abraços quando chegar do trabalho, quero os banhos compartilhados enquanto contamos como foi nosso dia, quero o seu colo nas minhas tpm, quero seu cheiro todos os dias... o cheiro que me descontrola por inteira, que eleva minha imaginação, que faz meu coração disparar, quero dormir e acordar ao seu lado pelo resto da minha vida, quero ter a minha família junto com a sua, quero que viremos a pagina das nossas vidas e iniciemos a nossa história, sabemos que ambas temos passado mas quero que saiba que o futuro a nós pertence, quero viver com você tudo o que eu sempre sonhei, quero ser sua por completo, assim como eu quero que se torne minha.     Obrigada.... por ter resgatado uma pessoa que eu jamais sabia que existia aqui dentro, obrigada por me mostrar que o amor é uma flor e deve ser cultivado todos os dias para não morrer, obrigada por me tornar uma pessoa melhor, obrigada por me ensinar a te amar.                                                                           ♥   05-07-2019
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periculumrp · 6 years
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                               BOAS-VINDAS, @PR86MK !
Moon Kyungsoo nasceu em Gangnam, Coreia do Sul, no dia 31 de Novembro de 1986. Antes da grande catástrofe ele costumava a trabalhar além de também ter herdado as empresas Hanbyul de seu falecido pai. As pessoas costumam dizer que ele é um homem um pouco calado e mais na sua, mas que quando se dá espaço, ele consegue se soltar um pouco mais, podendo assim qualquer um arrancar um sorriso de Moon. Há pessoas que dizem que o homem se parece com o Instagrammer Im Jino, mas são só o que dizem por ai. Se quiser saber mais desse morador de Koi, não esqueça de segui-l em seu Tumblr!
Personalidade: 
A personalidade de Kyungsoo varia conforme seu humor, se ele estiver num humor bom, sempre estará com um sorriso de canto, entretanto, se seu humor estiver ruim, é melhor que ninguém se aproxime dele. Tem a Frieza que é herdada de seu pai em seu coração, é um homem calculista e sempre sabe o que fazer, mesmo que nas mais piores e diversas situações. Tem o sangue tão frio que quando mata alguém, sente prazer naquilo, todavia, o pouco de sua mãe ainda reside em seu ser, que vem a ser o lado carinhoso, cuidadoso, carismático e simpático de Kyungsoo. Ele sabe se socializar bem, apesar da cara de sério e também do seu jeito de ser, mas adulto. Quando ele gosta de uma pessoa, ele realmente gosta, é fiel, é leal, tanto na amizade quanto em qualquer futuro romance. É rico, mas sempre prefere deixar isso baixo, além de dificilmente levar alguém à sua casa.
Biografia: 
Como uma pessoa pode se tornar tão igual a outra sendo que a despreza tanto? No final, todos são hipócritas e egoístas e ninguém se salva.
Nascido em Gangnam e natural da Coreia do Sul numa família de grande poder aquisitivo e muita influência, Kyungsoo foi criado com muito amor por sua mãe; ela era generosa, graciosa, meiga, amável e dedicada ao filho de uma maneira profunda e acontecia o mesmo quando tratava de seu marido. Todavia, nem tudo eram flores e ela não era correspondida com tamanho carinho e generosidade - pelo menos pelo marido. Seu pai era um homem rico, dono de uma empresa renomada mundialmente e muito bem reconhecida; sempre estava focado em seu trabalho, porém, era frio como um iceberg e também distante de sua família. Ao ponto de nem sequer dar atenção ao pequeno filho e à esposa. Com passar gradativo dos anos, Kyungsoo aprendeu a ser um adulto, apesar de ser ainda pequeno. Aprendendo com o seu pai que a família a qual pertencia não era como a de outras crianças que habitavam a Coreia do Sul, e sim, uma família de aparências, que só se mantinha de pé para que os negócios e a riqueza aumentassem mais ainda. A única coisa que não entendia ao certo era: porque eles ainda viviam daquela maneira?
Quando se tornou um adolescente, finalmente conseguiu entender a situação de sua mãe, que era traída sob seu próprio teto por seu marido que se quer ligava para tais coisas. Num belo dia, como outro qualquer, Kyungsoo presenciou uma daquelas cenas horríveis e pesada demais para ele e até para sua mãe (que ainda amava aquele repugnante velho, que nem merecia o respeito dela ). O coreano não conseguia entender porque ela ainda o permitia fazer aquilo com ela, todos os dias. Era a primeira vez na vida que Soo sentia algo estranho dentro de si, um sentimento que sequer sabia que existia, ainda mais sendo uma criança. Era aquela sensação de nojo, e chegava a ser insuportável olhar pra cara daquele homem o qual ele chamou de pai um dia. Pela primeira vez, o ódio estava nascendo e tomando o coração do garoto com uma obscuridade tremenda, não aguentava mais ver sua mãe falando que estava tudo bem e chorando às escondidas pelos cômodos. Tinha medo do que poderia vir a acontecer com aquela mulher que tanto amava, por isso tomou uma decisão que poderia mudar por completo sua vida: Iria dar um fim naquele sofrimento todo.
Numa noite chuvosa, esperou que todos adormecessem na mansão a qual morava, inclusive sua mãe. Seu pai trabalhava até tarde e visto isso, Sub esperou até que o mesmo voltasse à sua casa, acrescentando no suco do mesmo um pouco de remédio para dormir. Contudo, a intenção disto era deixá-lo inconsciente por algum tempo, para então esperar que o repugnante pai se deitasse e logo começou a pôr seu plano em ativa: Com algumas cordas, Sub amarrou as pernas e as mãos de seu pai na cama, pacientemente esperando que o mesmo acordasse, para então, o velho ainda que com a visão turva, conseguisse ver claramente o rosto de seu filho, Kyungsoo sorriu, quando notou no olhar de seu pai confuso, com medo e com o sentimento de querer correr dali, mas nada aquilo iria adiantar. Depois de uma conversa que o adolescente tivera com o mais velho, fazendo-o sofrer de inúmeras maneiras, foi a hora de dar um fim naquela situação. Com um saco plástico, envolveu a cabeça do homem e manteve-o ali, agonizando com a falta de oxigênio até não ouvir mais os seus batimentos cardíacos. Sua meta havia sido findada e jurou que acharia aquela amante e a mataria de modo pior.
Dormir, almoçar e viver era uma coisa natural para o rapaz, mesmo depois do feito daquela noite, sua mãe por outro lado, estava espantada, com tudo o que acontecerá, sabia que tinham as mãos de seu pequeno filho naquela cena de sangue, entretanto, resolveu que admitiria que aquilo teria sido um assassinato, onde alguém invadiu a casa e matou o velho de forma brutal, ela não queria que nada acontecesse com seu pequeno e por isso resolveu tomar tal decisão. Alguns poucos dias se passaram e Kyungsoo não entendia porque sua mãe só piorava, tudo o que havia feito era para o bem da mesma. Só que de nada adiantou e esta acabou piorando da depressão, tomando remédios controlados, que poderiam lhe causar a morte caso não administrado corretamente, sendo atualmente ela a dona da maior empresa daquela cidade, ela não podia deixar nada acontecer consigo mesma - e o adolescente, se preocupava apenas com ela e ainda assim, nenhum resquício de arrependimento parecia ter em seu ser. 
Certo dia, depois de terminar as tarefas que tinha por fazer, resolveu que tomar um banho e descansar seria a melhor coisa, porém, não antes de falar com sua querida mãe. Chamou na porta do quarto da mulher e nada de resposta, adentrou no lugar e ainda nada... O que levou a pensar que ela estivesse se refrescando na banheira. Tendo este pensamento, aguardou por um momento, acabando por adormecer na cadeira que havia no quarto. Passaram-se mais ou menos uma hora até despertar e notar que a mulher ainda não dera sinal de vida. Tinha acontecido alguma coisa, ele sabia! Quando adentrou ao banheiro Kyungsoo viu, o que nunca pensou em ver... Sangue, água e sua mãe era o centro de todo aquele sangue, a vida da mulher que ele mais amava, se não a única, ia se esvaindo enquanto o sangue escorria de seu corpo, dando um fim a vida da mulher.
Kyungsoo havia sido um homem egoísta por ter dado fim a vida do pai, o homem o qual sua mãe amava tanto... Aquilo causou sua morte e agora ele entendia, todavia, era tarde demais. Ele agora estava entendendo que era realmente diferente das demais pessoas que havia conhecido. Sentia um vazio, mas aquilo não o incomodava tanto quanto as pessoas ao seu redor, o vazio era até aconchegante para o rapaz. Ele até conseguia ser sociável, divertido quando o convinha, mas a realidade, era que Moon Kyungsoo era igual ao seu pai, seguindo essa linha de raciocínio! Infelizmente aquela era a verdade, ele só fingia algumas coisas, por questões de interesse, ou simplesmente tédio.
Passou-se algum tempo depois do acontecido, e agora era hora de demonstrar sua verdadeira face para si mesmo, ele começou a lutar num clube de luta escolar; praticar tiros, com alguns amigos inconvenientes; se dedicar aos seus treinos de combate, defesa e lutas marciais. Era como se ele pudesse dispensar todo o ódio do pai dele em cima de outra pessoa, ou até das lutas, era como se ele pudesse matar o próprio pai mil vezes. Devido à isso, Kyungsoo nunca teve uma vida normal, nunca se apaixonou e julgava até mesmo realmente complicado aquilo acontecer - não sendo impossível.
Anos passaram-se e ele era o melhor em tudo o que fazia. Trabalhava para magnatas que podiam pagar um bom dinheiro, por cada usura que cometia e não se arrependia e muito menos sentia dó de nada nem ninguém. Viajando de lugar para lugar, como um nômade, concluía trabalhos e ganhava muito bem por cada um deles; só que agora também era a hora de ele herdar sua posição na empresa, que até então, alguém que ele desconhecia estava cuidando, agora era a vez dele de tomar Hanbyul para si, da mesma maneira que seu pai e sua mãe fizeram quando ele era mais novo, sendo o único que restara daquela família que vivia em pecados há anos e o único filho herdeiro daquele homem e daquela mulher, Kyungsoo estava ainda mais rico do que antes, ele era realmente melhor do que o seu pai! Havia se tornado um homem de sucesso em seu meio, mas sempre discreto.
Tempos se passaram e estava tudo correndo tranquilamente, sua empresa, aquela que herdara ainda jovem de seu pai, só crescia, ele tinha que admitir, era MUITO melhor que o velho em tudo que fazia e aquilo enchia-o de orgulho, com seus negócios só decolando, Kyungsoo não podia realmente reclamar de absolutamente nada, além da saudade que sentia de sua falecida e querida mãe.
Agora, tudo estava encaminhando perfeitamente bem em sua vida.
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mulherama · 7 years
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Insônia é um problema? Veja truque para adormecer em minutos
Tática de respiração pode ser uma ajuda e tanto para quem sofre de insônia. Veja detalhes e mais boas práticas que ajudam a dormir melhor
Você é daquelas que sofre com insônia, fica tempos e tempos rolando na cama até conseguir pegar no sono? Pois saiba que um truque de respiração pode te ajudar a adormecer mais rapidamente.
Técnica de respiração ajuda a adormecer mais rápido e acabar com a insônia
Foto: Pinterest
Uma colunista do portal Byrdie, que fala sobre dieta, bem-estar, moda e beleza, estou uma tática de respiração e disse que caiu no sono em instantes, sem perceber. A prática, que envolve meditação, pode ser a saída para se livrar da insônia.
Como funciona o truque para dormir mais rápido
A técnica se chama respiração 4-7-8 e é comum em centros de meditação e bem-estar e estúdios de ioga. Esses números significam o tempo da respiração. A ideia é inspirar por quatro segundos, segurar a respiração por sete segundo e soltar o ar por oito segundos.
Essa combinação de números age no cérebro e no organismo, ajudando a diminuir a frequência cardíaca e fazendo a pessoa relaxar, e com isso, contribrui para uma noite tranquila de sono.
A colunista diz que testou o truque, dormiu muito bem e, na manhã seguinte, não conseguia dizer ao certo quando havia caido no sono. “Sabe a sensação de tomar uma anestesia? Você está consciente e a coisa seguinte que se lembra é de acordar? Foi assim”, comenta Alina Gonzalez.
Ela conta ainda que nos primeiros segundos, é comum tentar acelerar a contagem ou pensar que é tempo demais para ficar soltando o ar. “No começo, você fica desesperado para puxar de novo o ar”. Ainda assim, tente os números à risca e não fazer respirações extras.
Segredo é relaxar
Quando a pessoa fica estressada ou ansiosa, a adrelina corre solta pelo corpo, literalmente, a respiração fica mais curta e o batimento cardíaco acelera. Essa técnica faz com que a pessoa se concentre na respiração e esqueça do mundo ao seu redor, o que já é uma ajuda e tanta para os casos de ansiedade ou estresse. Ela também força o indivíduo a respirar mais calmamente, com movimentos mais longos, e isso está relacionado à frequência cardíaca. Uma frequência mais baixa significa uma pessoa mais relaxada, seja na hora de dormir ou em qualquer momento do dia que bater aquela sensação de nervosismo.
Além disso, ao contar quatro segundos para inspirar, você leva mais oxigênio para o corpo do que com respirações curtas. Ao segurar a respiração, você permite que o oxigênio atue em seu organismo. E depois, ao finalizar a prátia com os oito segundos exalando o ar, você expulsa o gás carbônico de seus pulmões de maneira mais efetiva. Todo o processo ajuda a acalmar a mente e funciona como uma espécie de anestesia para o corpo.
Fazer respirações mais longas e controladas ajuda o corpo a relaxar
Foto: shutterstock
Outras dicas para dormir melhor
Além de cuidar da respiração, é preciso preparar o ambiente do quarto e tomar alguns cuidados também garantir uma boa noite de sono e espantar a insônia. Veja algumas dicas:
1. Evite ingerir bebida com cafeína à noite
A substância é um estimulante e está presente em café e alguns chás, como o chá verde. Evite ingerir essas bebidas à noite para não despertar. Se quiser algo quentinho ante de ir para cama, opte por chás calmantes, como erva-doce ou camomila.
2. Cama é para dormir
Nada de ficar rolando na cama ou deitado assistindo à televisão. Se foi para o quarto e não pegou no sono, saia da cama e vá para outro cômodo da casa. Especialistas dizem que cama é o local para dormir e deixá-la para esse fim é um sinal a mais para seu corpo que chegou a hora de realmente dormir. Além disso, tente ir para cama sempre no mesmo horário, inclusive aos finais de semana. Esse hábito também ajudará a dormir melhor.
3. Prepare o quarto
O local deve ser, além de aconchegante, escuro. Luzes podem te manter despero porque elas bloqueiam a melatonina, hormônio regulador do sono. Portanto, antes de deitar, feche as janelas e até cubra aquelas luzinhas de equipamentos eletrônicos.
4. Cuidado com os exercícios
Atividade física faz muito bem e deve fazer parte da rotina, mas praticar exercícios à noite pode espantar o sono. Se você é daqueles que despertam com as atividades físicas, tente fazê-las na parte da manhã.
5. Aposte no calor
Tome um banho quente antes de ir para a cama. O calor alivia as tensões e ajuda a soltar a musculatura. Você também pode fazer um escalda pés, colocando os pés em uma bacia com água morna por 10 minutos com sal grosso e um óleo essencial relaxante, como lavanda ou camomila. Pés quentinhos também contribuem para o relaxamento.
Você ainda pode usar o calor as mãos no rosto. Esfregue as mãos e as coloque quentinhas sobre os olhos. Respire lentamente.
Alimentos para uma noite tranquila
O que você come também pode influenciar no sono. Se um jantar pesado pode acabar com sua noite, alguns alimentos podem te ajudar a ter uma noite mais tranquila e se livrar da insônia. Um clássico é o maracujá, graças a passiflorine, uma substância presente na fruta que tem poder relaxante. Ainda nas frutas, a banana é outra aliada por ser fonte de triptofano e magnésio, que também ajudam a relaxar.
Banana está na lista dos alimentos que ajudam a dormir melhor
Foto: Oba Hortifruti/divulgação
Na lista de legumes e vegetais está a batata. O carboidrato também contém triptofano, mas se quiser inclui–la no jantar, cuidado com o preparo. Para evitar a tal comida pesada, passe longe de frituras. Prefira preparar as batatas assadas ou cozidas ou mesmo em uma sopa. Aproveite e coloque também na receita brócolis e espinafre, ricos em magnésio, mineral capaz de ajudar o corpo a lidar com situções de estresse.
Já pensando em um lanchino, opte por nozes, que ajudam na atuação da melatonina, o mesmo hormônio que fica prejudicado com as luzes no quarto.
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