#subjaz
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Nojo!
Aqui está a correção do texto:
Nojo é o sentimento que me anima quando vejo quanta coisa torpe subjaz nessa minha vida banal e comum.
Porto-me como um anencéfalo para agradar às convenções estúpidas sobre o que é o bem e o mal.
Temo pelo dia em que minha inteligência dirigirá um drone explosivo a caminho de um pai de família qualquer, porque me rendi subitamente a deixar que sorria mais alguém alienado de si.
Na penumbra da noite me agracia o refugo de mais um dia qualquer, onde cumpro com não cumprir coisa alguma, enquanto alguém morre por um ideal banal.
Quem é que está vivo nessa história?
Aquele ser que aderiu às ordens mórbidas de combater mais uma guerra sob a égide de um ideal que o satisfaz, ou eu, que no conforto da minha cama, gasto meu tempo com fantasias infantis enquanto escrevo mais uma vez?
Que ruína, que ruína!
A vida em mim pulsa dos tendões ao cerebelo, exigindo de mim, uma vez mais, as coisas suas, enquanto me assoberbo frente a ela, na esperança de que meu escrito revele algo de importante.
Nojo!
Essa é a palavra!
Nojo pela vida que carrego em mim e que poderia estar se realizando em um lugar qualquer, enquanto na verdade não faço mais que seguir minha torpe rotina.
Até quando será assim?
Até quando?
Até quando, no fim do meu dia, repousarei minha cabeça no travesseiro feliz por ter tentado ser um pouco melhor do que antes, enquanto pulsa em minhas veias a vontade de sair a pé e sem rumo para um lugar qualquer?
Ora, que quero eu com financiar uma casa, se a bem da verdade eu poderia muito bem fazer malabarismos na sinaleira em um lugar distante qualquer?
Um dia eu acreditei que minha vida se resumia ao que eu estava vivendo, e de súbito toda ela me foi arrancada, inclusive seus planos para logo mais. Dali eu recomecei e me reconstruí, então cheguei aqui, onde novamente meu destino já está predito e não me resta opção.
Para o caralho com meus ideais de futuro, para o inferno descobrir quem eu sou! Morrer é meu destino, seja eu prudente ou não, e em nada me torno melhor por viver um mês a mais.
Talvez o segredo da vida seja um hedonismo irrefreado, talvez seja ilusão crer que minha história justifica quem eu sou, pois a qualquer momento posso renascer e só a mim cabe o próximo passo.
Prudência de cu é rola!
Realidade e cotidiano é meu ovo!
Sempre que se quer, é possível reinventar-se por completo, e é pena que sigamos acreditando que o amanhã será igual.
#brasil#escrevendo#reflexões#sentimentos#textos#amor#escritos#filosofico#pequenosescritores#amor propio
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Eu não estou dizendo que sou capaz de trabalhar de maneira consistente a partir dessa premissa, mas me parece que a grande distinção entre a boa arte e a arte mais ou menos está em algum ponto do coração do objetivo da arte, os objetivos da consciência que subjaz ao texto. Tem algo a ver com amor. Com ter a disciplina de falar a partir da parte do seu eu que pode amar em vez da parte que simplesmente quer ser amada. Eu sei que isso não parece muito descolado. Não sei. Mas me parece uma das coisas que os grandes prosadores de verdade fazem — de Carver a Tchékhov e Flannery O’Connor, ou o Tolstói de A morte de Ivan Ilitch ou o Pynchon de O arco-íris da gravidade — é dar alguma coisa ao leitor. A leitora sai da arte de verdade mais pesada do que quando chegou. Mais plena. Toda a atenção e o envolvimento e o trabalho que você precisa conseguir da leitora não pode ser em seu próprio nome; tem que ser por ela.
— David Foster Wallace, com Larry McCaffery, em "Uma entrevista expandida com David Foster Wallace". Publicada originalmente em Review of Contemporary Fiction, 1993. Publicada na íntegra em "Um antídoto contra a solidão" (org., Setephen J, Burn, traduzida no Brasil por Caetano Galindo e Sara Grünhagen.)
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The Holy Mountain (1973)

Em 1929, ao escrever o Manifesto do Surrealismo, o poeta francês André Breton ponderou sobre como o homem tornou-se pertencente, de corpo e alma, a uma espécie de “imperativo prático” que sufoca a expansão dos gestos, das ideias e da capacidade do sujeito de se conectar com experiências excepcionais – como o amor –, restringindo e constrangendo sua própria capacidade de transformação e transcendência.
Ao procurar resolver a contradição entre sonho e realidade, a arte surrealista permite-se imergir no universo dos sonhos, do irracional e do inconsciente, do fluxo e influxo da imaginação e dos desejos, do delírio, do torpor e da catarse.
Solve et coagula.
De acordo com Breton:
A imaginação talvez esteja prestes a reafirmar-se, a reivindicar seus direitos. Se as profundezas de nossa mente contêm forças estranhas capazes de ampliar aquelas da superfície ou de travar uma batalha vitoriosa contra elas, há toda razão para agarrá-las — primeiro para agarrá-las, depois, se necessário, submetê-las ao controle da nossa razão (BRETON, André. Manifestoes of Surrealism. Translated from the French by Richard Seaver and Helen R. Lane. The University of Michigan Press, p. 10) (tradução livre).
A par disso, e depois de quase dez anos, assisti novamente “The Holy Mountain” (1973), do diretor chileno Alejandro Jodorowsky.
Lembro-me de ter lido uma resenha que definia o filme como sendo uma “jornada iniciática”, e melhor definição não há. O Mistério – guiado pelo próprio Jodorowsky, aqui Alquimista – se traduz na exploração de conceitos como riqueza terrena e imortalidade, e na influência contracultural que eles exerceram (especialmente) no século passado.
Nele, um grupo de peregrinos se lança em uma jornada rumo à uma ilha mítica onde deverão escalar a Montanha Sagrada em busca de iluminação espiritual. Cada um desses peregrinos representa um planeta do sistema solar, e, como tal, incorpora uma forma e exerce uma função, em nível individual e coletivo. Em meio ao todo subjaz o Ladrão-crístico, no qual o próprio espectador se espelha, sujeitando-se aos ordálios do seu Destino (Fate) e às surpresas do terrível e fantástico Desconhecido (Unknown).

Crítico à cultura bélica ocidental, aos Estados Unidos e às tensões políticas entre Chile e Peru, o filme adota uma linguagem mística, torta, e não raro subverte os signos, em um ambiente de estranheza, transgressão e simbolismo existencial cru, por vezes sacrílego, frequentemente ultrajante e quase sempre hipnótico.
O homem propõe e dispõe. Ele, e somente ele, pode determinar se é completamente senhor de si mesmo, isto é, se mantém o corpo de seus desejos, diariamente mais formidável, em um estado de anarquia. A poesia o ensina a fazê-lo. Ela carrega em si a compensação perfeita para as misérias que suportamos (BRETON, André. Op. cit., p. 18) (tradução livre).
E então, afinal de contas, qual é o significado do filme?
Depende.
Conforme propõe Jacques Lacan (e a referência, aqui, se deve ao meu recente interesse pela psicanálise lacaniana), não há significados fixos. Embora eles sejam determinados pela relação entre significantes dentro do registro do Simbólico, formado tanto pela linguagem quanto pelas regras sociais que organizam a comunicação, as relações e o desejo, a posição do sujeito no campo simbólico influencia sua experiência do significado.
Experimente-o, portanto.

Diz-se que a obra provocou feroz controvérsia no Festival de Cinema de Cannes de 1973. Não tenho dúvidas de que ela continue instigando a mesma inquietação em alguns espectadores do Séc. XXI, especialmente dentre aqueles que se levam muito a sério.
O filme termina com uma aviltante piada, da melhor forma possível.
Duração: 92 minutos.
Atualmente indisponível para streaming no Brasil.
Para finalizar, algumas curiosidades.
Além de ser reconhecido especialista do tarô de Marselha (é dele o famoso livro "O Caminho do Tarot", publicado no Brasil pela Editora Chave), o próprio Jodorowsky é dado como alternativa ao Arcano 1 – O Mago, do tarô “Terra Volatile” (eu só soube disso ao manusear o deck).
"The Holy Moutain" é referenciado no curta metragem "Born Villain", lançado por Marilyn Manson em 2012 (direção de Shia LaBeouf).
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O filósofo alemão do século XIX, Arthur Schopenhauer (1788 - 1860), aborda a natureza do desejo e a inevitabilidade do sofrimento em sua filosofia. Schopenhauer desenvolveu sua ideia de que seres mais elevados sofrem mais através de uma perspectiva filosófica que integra elementos do budismo, do pessimismo e da metafísica.
Schopenhauer postulou que a essência fundamental do universo é a Vontade, uma força cega e impulsiva que subjaz a todas as coisas. Os seres humanos, por sua vez, são capazes de ter consciência dessa Vontade, o que os diferencia dos outros seres.
Para Schopenhauer, o conhecimento da Vontade, que os seres humanos possuem em grau mais elevado do que outros seres, leva ao reconhecimento da insatisfação fundamental que permeia a existência. Quanto mais uma pessoa é capaz de compreender a natureza do mundo e sua própria condição, mais ela está ciente do sofrimento inerente à vida.
Ele também argumentou que os desejos humanos são insaciáveis e muitas vezes levam ao sofrimento. Enquanto os animais podem seguir seus instintos sem questionamento, os seres humanos são constantemente atormentados pelo desejo e pela busca de algo além do que têm, o que pode resultar em angústia e dor.
Schopenhauer acreditava que os seres humanos são únicos em sua capacidade de compreender a mortalidade e a finitude da vida. Essa consciência da própria mortalidade pode levar a um sofrimento existencial profundo, já que os seres humanos são confrontados com a inevitabilidade da morte e a transitoriedade de suas próprias vidas.
Em suma, Schopenhauer via a capacidade humana de consciência, reflexão e desejo insaciável como elementos que contribuem para um maior sofrimento. Quanto mais elevado o ser, mais ele está imerso na complexidade e na dor da existência consciente.
“Querer é essencialmente sofrer, e como o viver é querer, toda a existência é essencialmente dor. Quanto mais elevado é o ser, mais sofre...”
— Arthur Schopenhauer. “As Dores do Mundo”, (1ª Edição, 3ª reimpressão – São Paulo: Editora Edipro; [2020]) p.38.
Obra: “The Sleep of Reason Produces Monsters”, por Francisco Goya (1797 - 1799).
#Schopenhauer#Arthur Schopenhauer#filosofia#vida#sofrimento#sofrer#reflexão#reflexões#pensamentos#correlatividade#existencial#sentidos#profundidade#profundeza#ser humano#desejo#vontade#entendimento#harmonia de contrários#citações#mood#🖤
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Geometria Sagrada & Autoconhecimento
A Geometria Sagrada A geometria existe por toda parte na natureza: sua ordem subjaz à estrutura de todas as coisas, das moléculas às galáxias, do menor vírus à maior baleia. Apesar do nosso distanciamento do mundo natural, nós, os seres humanos, ainda estamos amarrados às leis naturais do universo. Os artefatos singulares planejados conscientemente pela humanidade também têm sido baseados, desde os tempos mais antigos, em sistemas de geometria. Esses sistemas, embora derivem inicialmente de formas naturais, frequentemente as ultrapassaram em complexidade e engenhosidade, sendo dotados de poderes mágicos e de profundo significado psicológico. Fonte
Índice do Livro PDF - Os Princípios da Geometria Sagrada - As Formas - A Geometria Britânica Antiga - A Geometria Sagrada Egípcia Antiga - A Geometria Sagrada Mesopotâmica e Hebraica - Grécia Antiga - Vitrúvio - Os Comacinos e a Geometria Sagrada Medieval - Simbolismo Maçônico e Prova Documental - Problemas, Conflitos e Divulgação dos Mistérios - A Geometria Sagrada da Renascença - A Geometria do Barroco - A Geometria Sagrada no Exílio - Ciência: O Verificador da Geometria Sagrada
#sairdailusão#discernir#sabedorias#refletir#pensamentos#autoconhecimento#conhecimento#despertar#consciência#geometriasagrada
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David Chalmers O DIFÍCIL PROBLEMA DA CONSCIÊNCIA
O Podcast VirtualBooks explora o "problema difícil da consciência", introduzido por David Chalmers, que busca entender por que estados físicos geram experiência subjetiva, contrastando-o com "problemas fáceis" que tratam de funções e estruturas. Argumenta-se que os aspectos qualitativos e subjetivos da consciência não se encaixam facilmente em uma ontologia fisicalista, levando a uma aparente lacuna explicativa entre o físico e o consciente, conforme destacado por Nagel e Levine. O problema reside nas características da consciência como imediatismo, indescritibilidade e independência. O Podcast apresenta e discute várias respostas ao problema difícil, incluindo eliminativismo (negando a existência da consciência fenomenal), reducionismo forte e fraco (identificando a consciência com processos físicos/funcionais, embora com ressalvas explicativas), misterianismo (afirmando que o problema é insolúvel para a ciência atual ou para a cognição humana), dualismo interacionista e epifenomenalismo (postulando a consciência como ontologicamente distinta do físico), e teorias de aspecto dual, monismo neutro e panpsiquismo (propondo uma substância mais básica que subjaz tanto ao físico quanto ao fenomenal).
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Nossas escolhas são regidas pela consciência, pelo resultado de nossas experiências, mas também sofrem influência determinante do nosso inconsciente. De acordo com a psicologia o inconsciente é tudo aquilo que somos e desconhecemos sobre nós. Nossos traumas, emoções negadas, passado reprimido, tudo aquilo que naufragou no mar do esquecimento de nossa memória.
Quanto maior e mais desconhecido for o inconsciente de uma pessoa, maior sua força e influência sobre suas escolhas.
O inconsciente impõe a lógica da compulsão à repetição na tentativa de se fazer conhecer e com isso ser elaborado. Recordar, repetir para elaborar, disse-nos Sigmund Freud. Tudo que subjaz adormecido no nosso inconsciente anseia por reconhecimento, essa é a função da psicoterapia, nos ajudar a compreender os motivos e de que forma o inconsciente nos influência.
Tornar consciente o inconsciente é o que dá ao homem compreensão da sua história, possibilidade de elaboração dos traumas vividos e enfim autonomia e liberdade sobre suas escolhas, logo seu próprio destino. Somos tudo aquilo que sabemos de nós e também tudo o que de nós desconhecemos.
Conhecer a si mesmo é o mais próximos que chegamos de atingir a verdadeira autonomia e liberdade.
Andréa Beheregaray
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Pequeno Esclarecimento
Os poetas não são azuis nem nada, como pensam alguns supersticiosos, nem sujeitos a ataques súbitos de levitação. O de que eles mais gostam é estar em silêncio – um silêncio que subjaz a quaisquer escapes motorísticos e declamatórios . Um silêncio… Este impoluível silêncio em que escrevo e em que tu me lês.
Mario Quintana
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A Alma (jiva) no Yoga-Vasistha
Na metafísica geral de Madhusūdana, compartilhada, em seus traços gerais, pela maioria dos Advaita Vedāntins, é afirmado que, em última análise, há uma e somente uma Realidade verdadeira: brahman, que é idêntica ao verdadeiro “Eu” ou ātman. No entanto, todos nós experimentamos o mundo ao nosso redor, e o experimentamos como não brahman. Portanto, dado que o mundo — conhecido como “criação” (sṛṣṭi) — é experimentado (ao contrário de outras ficções menos controversas que nunca são diretamente experimentadas, como círculos quadrados ou cidades nas nuvens), a aparência do mundo, portanto, tem que ser explicada de alguma maneira. O relato básico de Madhusūdana para a criação é por meio do conceito de avidyā (“ignorância”): embora brahman seja um, único e imutável, ele, no entanto, “cria” o mundo por meio da instrumentalidade de avidyā. Brahman, sendo eterno e absoluto, não pode sofrer nenhuma mudança ou alteração no processo de criação; em vez disso, é avidyā que sofre todas as modificações, enquanto brahman é meramente o locus passivo (āśraya) ou substrato (adhiṣṭhāna) sobre o qual avidyā “senta” ou que avidyā “cobre”. Avidyā, em outras palavras, é a causa material apropriada do universo, a “matéria” da qual o universo é feito: as várias “modificações” particulares (vṛtti, vivarta) que essa “ignorância cósmica” pode assumir são responsáveis pelas inúmeras e diversas formas dos objetos e entidades do mundo. Brahman, enquanto isso, é apenas o substrato que o fundamenta, inalterado, não afetado e absoluto. Brahman, portanto, é a “causa” do mundo apenas indiretamente ou por atribuição, enquanto avidyā é a causa direta da aparência do mundo.
Esta avidyā não tem começo — sempre esteve presente — mas tem um fim: vidyā, “conhecimento”, pode destruir avidyā (ignorância). Portanto, de acordo com Madhusūdana e a tradição Advaita em geral, o objetivo fundamental do praticante de Advaitin é erradicar sua própria ignorância para que o conhecimento surja sobre ele, e a ilusão deste mundo — causada, precisamente, pela ignorância (avidyā) — seja finalmente dissipada. É importante notar, no entanto, que Madhusūdana se oporia à sugestão de que avidyā e seu produto, o mundo fenomenal, são “ilusões” puras e simples: uma ilusão pura seria algo totalmente inexistente (asat), como o proverbial círculo quadrado ou o filho de uma mulher estéril, enquanto o mundo, em contraste, possui algum tipo de realidade convencional (vyāvahārika). Avidyā, portanto, é dito não ser nem existente (sat) nem inexistente (asat), mas uma terceira categoria, “indefinível” (anirvacanīya). Este relato, historicamente, abriu os Advaitins à crítica de que, com todo o trabalho que eles fazem avidyā realizar dentro de sua visão metafísica, eles realmente admitem duas realidades existentes (brahman e avidyā) em vez daquela que eles reivindicam (somente brahman). Os próprios Advaitins há muito sustentam que avidyā não é real nem irreal, enquanto também desaparece no momento da libertação (mokṣa). Portanto, a realidade exclusiva de brahman é, aos olhos dos pensadores Advaitin, coerentemente mantida.
Madhusūdana descreve este brahman como consciência pura e ilimitada (caitanya), a única Realidade verdadeiramente existente, e a única entidade auto-reveladora (svaprakāśa). Como uma luz, que, por sua própria natureza, se revela e revela outros objetos, assim também brahman, consciência pura, espontaneamente se revela e os objetos do universo, que são, em si mesmos, os produtos não conscientes (jaḍa) de avidyā. Brahman, sendo o substrato de avidyā, é, portanto, aquilo que subjaz ao universo, com avidyā como uma cobertura sobre ele: brahman “brilha através” da cobertura avidyā, revelando todos os objetos contidos dentro de avidyā no processo. Em um ponto, ao responder a uma crítica feita pelo Viśiṣṭādvaitin Rāmānuja (m. 1137), Madhusūdana invoca a imagem do sol em um céu nublado: brahman, o sol, se revela espontaneamente, mas uma nuvem (avidyā) pode cobrir o sol, dando ao observador a impressão equivocada de que o sol não está lá. Sem a presença do sol, além disso, o céu seria escuro como breu, e as nuvens não apareceriam de forma alguma; é somente quando o sol está presente que todas as nuvens, em todas as suas miríades de formas e feitios, são reveladas. Consequentemente, como as nuvens, Madhusūdana atribui a avidyā dois “poderes” distintos (śaktis): o poder de “ocultação” (āvaraṇa śakti) e o poder de “projeção” (vikṣepa śakti). Por meio de seu poder de ocultação (āvaraṇa), avidyā esconde a natureza real de brahman como consciência pura, infinita e ilimitada, fazendo com que pareça limitada, finita e não consciente, assim como a nuvem bloqueia a luz pura e brilhante do sol e a torna opaca, fraca e difusa. Por meio de seu poder de projeção (vikṣepa), avidyā projeta suas próprias qualidades ilusórias em brahman na forma do universo, assim como a nuvem faz o observador pensar erroneamente que a luz do sol é cinza, que o sol tem a forma de uma nuvem, etc.
Entre todos os objetos no mundo que são diferentes de brahman, três em particular atraem atenção estendida de Madhusūdana: jīva, a pessoa individual ou “alma”; īśvara, o Senhor e Criador; e sākṣin, a “testemunha” onisciente que é o revelador de todos os objetos percebidos. Brahman, consciência pura, quando se torna associada a avidyā, aparece ilusoriamente como cada um desses três (como é verdade para todos os objetos no mundo). Os Advaitins discordam, no entanto, sobre a natureza particular da associação de brahman com avidyā que produz essas três manifestações e, consequentemente, criaram modelos e estruturas rivais para explicar o relacionamento. Em seu Advaitasiddhi — e também em outros textos, particularmente o Siddhāntabindu — Madhusūdana expõe todas essas estruturas e tenta julgar entre elas. De acordo com Madhusūdana, a primeira grande distinção entre os modelos ocorre sobre a questão da jīva (alma): há muitas jīvas (aneka jīva), ou há realmente apenas uma (eka jīva)? Aqueles que optam pela primeira opção — que há muitas jīvas — são ainda subdivididos em três campos: 1) os proponentes de ābhāsavāda (doutrina de “semelhança”, ābhāsa), 2) os proponentes de pratibimbavāda (doutrina de “reflexão”, pratibimba), e 3) os proponentes de avacchedavāda (doutrina de “delimitação”, avaccheda). Quanto àqueles que optam pela segunda opção — que realmente existe apenas uma jīva — Madhusūdana identifica esse grupo com a doutrina acima mencionada de dṛṣṭi-sṛṣṭi-vāda, dentro da qual ele enumera dois campos.
Madhusūdana começa seu relato no Advaitasiddhi com o primeiro subgrupo dentro do grupo que afirma a existência de muitas jīvas (aneka-jīva-vāda), a saber, os ābhāsavādins (ou seja, proponentes da doutrina da “semelhança” ou “aparência”). A doutrina ābhāsavādin visa enfatizar, em particular, a irrealidade completa da criação (sṛṣṭi), chegando ao ponto de afirmar que “não há criação como tal”. De acordo com este grupo, a única entidade que realmente “aparece” é a consciência, que é, na realidade, imutável; qualquer suposta aparência que seja diferente da consciência pura e imutável, então, é de fato apenas uma ilusão ou “semelhança” (ābhāsa). O que é real é o sol; a nuvem não é de forma alguma o sol, e assim, tomar o último como real seria um erro puro e simples. Os ābhāsavādins começam assim com a única Realidade: brahman ou o Ser (ātman). Este Ser torna-se condicionado (upahita) por avidyā e, devido à influência de avidyā, torna-se erroneamente identificado com aquele estado condicionado. Este ser condicionado, identificado com seu estado condicionado, embora erroneamente, é conhecido como īśvara, o Criador do mundo, e também o sākṣin, a Testemunha onisciente sobre o mundo. Neste ponto, os ābhāsavādins são rápidos em interpor que o Ser puro não cai em si mesmo na ilusão de se identificar com aquele estado condicionado, porque, afinal, ele permanece acima de toda a briga; em vez disso, apenas o ser condicionado (upahita ātman) pode se tornar o objeto de tal identificação errônea. Poderíamos dizer, por analogia, que o próprio sol sempre será o sol, mas o pedaço específico de luz que produz uma miragem pode ser erroneamente identificado como um lago, que, claro, não está realmente lá.
Por sua vez, o Ser puro também se torna condicionado (upahita) por uma modificação particular (vṛtti) de avidyā chamada de “intelecto” ou buddhi, e, novamente, se torna identificado com aquele estado condicionado particular. Esta forma do ser condicionado é chamada de jīva, que, por falta de discriminação, erroneamente pensa ser o fazedor (kartṛ), o desfrutador (bhoktṛ) e o conhecedor (jñātṛ), quando, na realidade, está apenas falhando em reconhecer sua verdadeira identidade com ātman/brahman. O intelecto ou buddhi é diferente em cada corpo, enquanto também há inúmeros corpos no mundo, e assim, essas “semelhanças de jīva” também são incontáveis. Avidyā per se, no entanto — isto é, a “avidyā cósmica”, em contraste com a ignorância individual de cada pessoa — é uma; assim, o Ser condicionado por um avidyā — isto é, īśvara — também é um.
Poderíamos então resumir ābhāsavāda da seguinte forma: Ātman → (condicionado [upahita] por, e identificado com, avidyā) = īśvara, sākṣin Ātman → (condicionado [upahita] por, e identificado com, buddhi) = jīva
Quanto ao segundo subgrupo dos aneka-jīva-vādins, os pratibimbavādins (proponentes da doutrina da “reflexão”), sua doutrina utiliza a ideia de uma reflexão para enfatizar, contra os ābhāsavādins, a maneira pela qual a criação é, em última análise, idêntica a brahman. No caso de um objeto refletido em um espelho, em certo sentido, o objeto refletido (bimba, frequentemente traduzido como “protótipo”), por um lado, e seu “reflexo” dentro do espelho (pratibimba), por outro, são idênticos. Se, quando uma pessoa se olha no espelho, ela se reconhece, então é precisamente por causa desse tipo de “identidade” entre o protótipo e o reflexo. Então, de acordo com Madhusūdana, os pratibimbavādins afirmam que o Ser, consciência pura, primeiro se torna condicionado (upahita) pela avidyā cósmica, cujo resultado é a consciência na forma de īśvara, o Criador. Essa consciência īśvara, por sua vez, se torna refletida (pratibimbita) sobre a modificação particular de avidyā que é o buddhi (intelecto), cujo resultado é o jīva. Mais uma vez, uma vez que há incontáveis intelectos residindo dentro de incontáveis corpos, os jīvas também são incontáveis.
Madhusūdana também menciona uma versão alternativa de pratibimbavāda, na qual o Ser puro condicionado (upahita) por avidyā se torna a Testemunha, sākṣin. Este sākṣin, por sua vez, se torna o protótipo para duas reflexões separadas: primeiro, o sākṣin refletido (pratibimbita) sobre avidyā se torna īśvara; segundo, o sākṣin refletido (pratibimbita) sobre o buddhi se torna o jīva.
Poderíamos então resumir pratibimbavāda da seguinte forma: Primeiro modelo: Ātman → (condicionado [upahita] por avidyā) = īśvara → īśvara (refletido [pratibimbita] em buddhi) = jīva Segundo modelo: Ātman → (condicionado [upahita] por avidyā) = sākṣin → sākṣin (refletido [pratibimbita] sobre avidyā) = īśvara sākṣin (refletido [pratibimbita] sobre buddhi) = jīva
Quanto ao terceiro e último subgrupo dos aneka-jīva-vādins, os avacchedavādins (ou seja, proponentes da doutrina da “delimitação”), Madhusūdana descreve seu modelo como sendo bem diferente. Ele identifica os avacchedavādins como aqueles pertencentes à chamada subescola “Bhāmatī” do Advaita Vedānta, que encontra sua expressão clássica no supercomentário de Vācaspati Miśra (ca. 960) sobre o comentário Brahmasūtra de Śaṅkarācārya; os modelos ābhāsavāda e pratibimbavāda, presumivelmente, são mais reflexivos da subescola “Vivaraṇa” de Advaita, traçando sua linhagem através do supercomentário Vivaraṇa de Prakāśātman (ca. 975) sobre o supercomentário Pañcapādikā do próprio Padmapāda (fl. ca. 800) sobre as cinco primeiras seções do comentário Brahmasūtra de Śaṅkarācārya. A subescola Bhāmatī resistiu à ideia de que brahman poderia ter qualquer conexão direta com avidyā. Brahman, afinal, é Realidade, conhecimento e consciência pura, então a ignorância (avidyā) deve se tornar totalmente obliterada ao entrar em contato com ele. Consequentemente, os avacchedavādins rejeitaram a noção de que brahman poderia ser o locus (āśraya) ou substrato (adhiṣṭhāna) de avidyā; avidyā nunca poderia “sentar-se sobre” ou “cobrir” brahman diretamente — dizer isso é sugerir que brahman poderia se tornar ignorante! Em vez disso, o locus da ignorância deveria ser, naturalmente, a entidade que é ela mesma ignorante, que não é brahman, mas sim, a jīva, a alma individual. Como tal, para os avacchedavādins, enquanto a jīva é a “sede” de avidyā, brahman é apenas o “objeto” (viṣaya) de avidyā: em outras palavras, a jīva é aquele que é ignorante, e brahman é meramente aquilo sobre o qual a jīva é ignorante. Em vez de nuvens no céu obstruírem o sol, para os avacchedavādins, o impedimento está no próprio observador, que pode ter, nesta analogia, uma doença ocular que o impede de ver o sol corretamente.
Essa estrutura avacchedavāda, no entanto, levanta uma questão imediata: como pode o jīva, ele próprio um produto da ignorância, também ser o “assento” ou substrato sobre o qual a ignorância repousa? Esse cenário parece implicar uma regressão infinita, com a ignorância dependendo do jīva para sua existência — não existe ignorância sem o jīva, pois é precisamente o jīva que é ignorante — mas o jīva, por sua vez, depende da ignorância para sua própria existência, já que o jīva é o efeito/produto da ignorância — quando a ignorância é dissipada, o jīva também o é, após o que resta apenas brahman. A essa acusação de uma dependência mútua que leva a uma regressão infinita, os avacchedavādins respondem: muito correto! Há de fato uma regressão infinita aqui, mas não problemática. Assim como uma planta foi produzida por uma semente que foi produzida por outra planta, voltando ad infinitum, da mesma forma, avidyā efetua uma nova jīva e a jīva então efetua uma nova avidyā. De fato, no mundo do pensamento sânscrito, onde karma, reencarnação e ciclos infinitos de universos criados e destruídos são pressupostos básicos compartilhados, essa regressão infinita em particular não apresenta dificuldades reais. Uma jīva em particular nascerá, produzirá todos os tipos de novos karmas durante sua vida e então morrerá, momento em que esses karmas determinarão o caráter do próximo nascimento da jīva. Como geralmente todos os Advaitins concordarão, esse ciclo sem começo de renascimento e rede-morte e o acúmulo de karmas sempre novos podem ser quebrados de apenas uma maneira, a saber, quando o conhecimento de brahman (brahma-vidyā) é alcançado e toda a ignorância, junto com seus efeitos, é dissipada.
Assim, como Madhusūdana explica, para os avacchedavādins, em primeiro lugar, há o Ser puro, ātman, que em si não tem contato direto com avidyā. O jīva, por sua vez, não é de forma alguma uma “criação” ou “produto” de ātman; ao contrário, é inteiramente um efeito da ignorância, bem como o locus sobre o qual a ignorância repousa. Isso significa que, de acordo com esse modelo, o jīva, “delimitado” (avacchinna) por sua própria avidyā, é a causa material do universo. Em outras palavras, assim como a pessoa que erroneamente vê a corda como uma cobra, na verdade, produz essa cobra por meio de sua própria ignorância, da mesma forma, o jīva individual e ignorante projeta e cria o universo. Uma vez que, de acordo com os avacchedavādins, existem incontáveis jīvas, consequentemente, em certo sentido, também existem incontáveis mundos, cada jīva criando e experimentando seu próprio universo individual. No entanto, essa pluralidade de jīvas habita o mesmo espaço, e então a sugestão parece ser que as projeções de suas “ignorâncias” individuais afetam cumulativamente o universo coletivo como o conhecemos, compartilhado por todos nós, embora também experimentado exclusivamente por cada um de nós. O objeto (viṣaya) da ignorância da jīva, enquanto isso — aquilo sobre o qual ela é ignorante — é ātman. Em sua ignorância sobre ātman, a jīva erroneamente pensa que ela (ātman) é o Criador do universo (īśvara), quando na verdade ātman é completamente desconectado da criação.
Poderíamos resumir avacchedavāda da seguinte forma: Ātman = o objeto (viṣaya) de avidyā; aquilo sobre o qual se é ignorante Jīva = o locus (āśraya) de avidyā, e “delimitado” (avacchinna) por avidyā: “aquele que é ignorante”. A pluralidade de jīvas é, coletivamente, a causa material do universo
O que une todos os três grupos acima é sua classificação compartilhada dentro da perspectiva de sṛṣṭi-dṛṣṭi-vāda, ou seja, a visão de que a criação é independente da percepção. Em outras palavras, sṛṣṭi-dṛṣṭi-vāda sustenta que o universo criado continua a existir, esteja você, o observador individual, lá para percebê-lo ou não. Tomando a jīva como um exemplo de uma entidade criada, todos os três grupos acima admitem que existem múltiplas jīvas, o que significa que uma jīva específica que reside no extremo norte da Caxemira, por exemplo, continuará a existir, esteja ou não uma segunda jīva específica no sul profundo de Kerala ciente da primeira. Em todos esses modelos, consequentemente, “existir” e “perceber” são eventos distintos e separáveis. Os dois modelos finais que Madhusūdana enumera, no entanto, articulam a doutrina alternativa chamada dṛṣṭi-sṛṣṭi-vāda, ou “criação-como-visão”. Madhusūdana ainda vincula ambos os modelos com a visão acima mencionada de eka-jīva-vāda, isto é, a visão que afirma que, apesar de todas as aparências, existe, na realidade, apenas uma jīva.
O primeiro grupo de defensores do eka-jīva-vāda, de acordo com Madhusūdana, identifica ātman com īśvara. Aqui, no entanto, īśvara é simplesmente um sinônimo para consciência pura (śuddha caitanya); o īśvara articulado neste modelo não faz nenhuma criação diretamente. Este īśvara, em outras palavras, é pura consciência inteiramente não condicionada por avidyā. Esta mesma consciência condicionada (upahita) por avidyā, no entanto, torna-se um único jīva, que então passa a imaginar todo o cosmos fenomenal. Assim como, em um sonho, o sonhador cria um universo inteiro através de suas próprias imaginações — apenas para ter esse universo completamente destruído ao acordar — da mesma forma, este único jīva, sob o domínio da ignorância, imagina o mundo (incluindo os outros jīvas [aparentes] dentro dele), servindo assim como a causa material para toda a criação. Se o único e único jīva dissipar sua ignorância, então, todo esse universo imaginado (kalpita) também deixará de existir. Dado que a criação do mundo é aqui equiparada às imaginações e percepções do jīva singular, esse modelo se enquadra diretamente na categoria de dṛṣṭi-sṛṣṭi-vāda.
Este modelo particular de eka-jīva-vāda, que é a visão acima mencionada articulada por Prakāśānanda em seu Vedāntasiddhāntamuktāvalī (século XV), pode ser resumido da seguinte forma: Ātman = īśvara (não condicionado por avidyā) → īśvara (condicionado [upahita] por avidyā) = jīva
Finalmente, chegamos ao último grupo de eka-jīva-vādins, cuja postura é, na verdade, o modelo preferido de Madhusūdana. De uma forma notavelmente sintética, Madhusūdana aqui articula uma estrutura que incorpora os conceitos centrais de todos os modelos acima - ābhāsa, pratibimba, avaccheda e eka-jīva-vāda. De acordo com este modelo, em primeiro lugar, há ātman, a consciência pura que permanece sozinha, não sofrendo nenhuma relação com nenhuma outra entidade. Então, como nos modelos ābhāsavāda e pratibimbavāda, esta consciência ātman, quando condicionada (upahita) por avidyā, torna-se īśvara; este īśvara, por sua vez, permanece como o protótipo (bimba) que, quando refletido (pratibimbita) na avidyā cósmica ou “coletiva” (samaṣṭi), tem o jīva como seu reflexo (pratibimba). Uma vez que a avidyā coletiva é única, o reflexo de īśvara dentro dela também é único, resultando no único jīva que realmente existe. Como no primeiro modelo eka-jīva-vāda, este jīva singular funciona como a causa material do mundo, projetando todo o universo fenomenal por meio de seus próprios poderes de imaginação, como em um sonho. A percepção (dṛṣṭi) da jīva dos objetos de sua própria imaginação, portanto, é sinônimo de criação (sṛṣṭi), de acordo com a definição básica de dṛṣṭi-sṛṣṭi-vāda.
Além disso, Madhusūdana, colapsando os conceitos de ābhāsa e avaccheda, descreve em seguida o “processo” pelo qual, durante as atividades criativas da jīva, ela se torna delimitada (avacchinna) pelos vários intelectos diferentes (buddhis) que residem dentro dos vários corpos diferentes, que são então falsamente identificados com esta única jīva verdadeira. O resultado é a infinidade de indivíduos neste mundo, cada um pensando em si mesmo como uma “jīva”, quando, na verdade, ela é apenas uma falsa “aparência” (ābhāsa) da única jīva verdadeira. Como Madhusūdana articula, a única jīva deve ser identificada como o “eu” (aham) dentro de cada corpo: embora possa parecer que há múltiplos “eus”, cada “eu” é, na verdade, apenas uma delimitação individual do único “eu” da única jīva. Este jīva, portanto, é o princípio da autoconsciência ou “eu-ismo” dentro de cada indivíduo.
Poderíamos, portanto, resumir a interpretação preferida de Madhusūdana de eka-jīva-vāda da seguinte forma: Ātman → (condicionado [upahita] por avidyā) = īśvara īśvara (o bimba) → (refletido [pratibimbita] em avidyā) = jīva (o pratibimba) jīva → (delimitado [avacchinna] por diferentes buddhis) = jīvābhāsas (múltiplos)
É importante destacar a identificação de Madhusūdana da criação com a percepção — à la dṛṣṭi-sṛṣṭi-vāda — ocorrendo, neste caso, na forma das imaginações da jīva. De acordo com este modelo, o mundo inteiro é realmente apenas consciência ou percepção; os vários objetos e entidades existentes deste mundo, não importa o quão insensíveis eles possam parecer, são realmente apenas modificações (vṛttis) da consciência, assim como o mundo visto em um sonho não é nada mais do que as modificações da mente do sonhador. Também é importante enfatizar, ao longo destas linhas, que a estrutura preferida de Madhusūdana sozinha, entre estes modelos, articula uma jīva explicitamente cósmica ou “coletiva” (samaṣṭi), que fornece a “mente” dentro da qual todo este universo é imaginado e projetado. Madhusūdana conecta esta jīva diretamente com a noção de autoconsciência ou “eu-ismo”, descrevendo-a como o princípio e fonte comum para o senso de “eu” que ocorre dentro da mente e consciência de todo e qualquer ser autoconsciente individual. Por fim, como mencionado acima, Madhusūdana atribui explicitamente esta doutrina ao Yoga-Vāsiṣṭha, identificando esta obra como a fonte primária da doutrina.
Translating Wisdom: Hindu-Muslim Intellectual Interactions in Early Modern South Asia- Shankar Nair
#madhusudana sarasvati#laghu yoga-vasistha#advaita vedanta#vedanta#brahman#atman#avidya#drishti-srishti-vada#advaitasiddhi#traducao-en-pt#cctranslations#translatingwisdom-sn#hinduismo#jiva#karma
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sobre ética psicanalítica
https://www.printfriendly.com/print?url=https://www1.folha.uol.com.br/colunas/vera-iaconelli/2024/11/qual-fantasia-subjaz-a-reeleicao-de-trump.shtml
"O analista convive com uma rotina nada glamourosa de escutar a repetição da queixa do paciente, por vezes, ao longo de anos. Alguns sintomas podem até ceder, mas a mudança da posição do sujeito diante da vida, que o leva a um sofrimento insistente, requer um trabalho mais radical. Não raro, o paciente troca de trabalho, sexo, marido/esposa ou casa sem que isso o faça sair da posição que o mantém numa existência miserável.
O prazer inconfesso que se obtém com a repetição de certos padrões de comportamento está recalcado sob a queixa. Daí a importância de ajudá-lo a reconhecer sua parte naquilo do qual se queixa. O analista não tem a pretensão de modificar a escolha do paciente, mas de fazê-lo assumir sobre que bases se dá essa escolha. A atitude aqui é ética, de responsabilização, e não moral, de dever a ser cumprido."
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“Os sacrifícios do amor - Esta caridade, coração do espírito da política, é sempre um amor preferencial pelos últimos, que subjaz a todas as ações realizadas em seu favor. Só com um olhar cujo horizonte esteja transformado pela caridade, levando-nos a perceber a dignidade do outro, é que os pobres são reconhecidos e apreciados na sua dignidade imensa, respeitados no seu estilo próprio e cultura e, por conseguinte, verdadeiramente integrados na sociedade. Um tal olhar é o núcleo do autêntico espírito da política”. CARTA ENCÍCLICA - FRATELLI TUTTIDO SANTO PADRE FRANCISCO SOBRE A FRATERNIDADE E A AMIZADE SOCIAL

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Uma leitura do Batismo de Fogo de Manoel Luís Osório
A partir de um fragmento histórico, recuperado de memória de leituras antigas, buscar-se-á iluminar a estrutura lógica(*) de um evento bélico. Tal estrutura, exatamente por estrutura, tem potência de futuro, ou seja, pode auxiliar a modelá-lo (jamais a defini-lo, pois o futuro é por definição contingente, isto é, pode ser ou não ser). A par disto, será iluminada uma característica de personalidade da pessoa central no evento, Manoel Luís Osório, a qual, enquanto constante antropológica de valor na guerra, é valioso meio auxiliar de instrução para o desenvolvimento da liderança em combate.
(*) A expressão ‘estrutura lógica’ poderia, aqui, ser substituída por ‘dinâmica’, já que busca explicitar um certo tipo de ordem que subjaz ao evento. Optei por ‘estrutura lógica’ exatamente por querer ressaltar o aspecto imaterial.
O evento histórico é o batismo de fogo de Manoel Luís Osório.
1822, mais ou menos (dois p’ra lá, dois p’ra cá, não muda nada). Território da, depois, República Oriental do Uruguai. Dois exércitos defrontam-se de surpresa. Um, embrião do Exército Imperial, tem um só homem naquele campo de batalha- Manuel Luís Osório, o outro, a que chamaremos de Exército Inimigo (o inimigo) tem o dobro de poder de combate, dois homens.
O que faz o Exército Imperial? Retira-se celeremente do campo de batalha, ou, para falar português claro, foge! (que não se suste a leitura pela palavra feia).
O que faz o inimigo? Ora, o mesmo que fariam Napoleão, Clausewitz e mestres tantos, entra em feroz perseguição. Afinal, a diferença de poder de combate é avassaladora e inimigo acovardado é inimigo semi-derrotado.
Ocorre que o Exército Imperial era Osório (isto o inimigo não sabia). Depois de entrar em desabalado galope, fuga escrachada, Osório, repentinamente, volta-se e dá combate. Um dos inimigos ele mata ali, o outro está fugindo até hoje.
Estrutura do evento bélico:
Dois exércitos defrontam-se de surpresa.
Um tem o dobro do poder de combate do outro.
O exército mais fraco retira-se do campo de batalha com extrema rapidez.
O exército mais forte entra imediatamente em perseguição.
Além da superioridade física, o exército mais forte tem (pretensamente) superioridade moral.
O exército mais fraco percebe sinais de desestruturação na articulação do exército mais forte.
O exército mais fraco obtém surpresa ao dar combate.
O exército mais forte, agora o único surpreendido, é forçado ao combate em más condições.
A fração do exército mais forte que engajou-se em combate é derrotada.
Agora não há mais superioridade física no campo de batalha e a superioridade moral está claramente a favor do ex-exército mais fraco.
O ex-exército mais forte retira-se celeremente do campo de batalha e não é perseguido.
Agora a análise.
A chave explicativa é o verbo fugir. Foi porque Osório fugiu que o Exército Inimigo desarticulou-se. Tivesse Osório se afastado do campo de batalha, batido em retirada, retrogradado ou coisa que o valha, teria sido perseguido por um exército que manteria sua integridade estrutural. Em qualquer momento no qual Osório decidisse dar combate ter-se-ia defrontado com a mesma desvantagem inicial, o inimigo continuaria tendo o dobro de poder de combate. Foi a “fuga” de Osório que induziu o Exército Inimigo à desarticulação. Assim, quando deu combate, Osório defrontou-se com um inimigo que já não lhe era superior, além de contar agora com extraordinária vantagem moral. Na realidade, o que Osório fez foi uma emboscada. Penso que, agora, posso ser inocentado da acusação de ter dito ‘Osório fugiu’.
Para completar, abordo dois outros aspectos do evento. Primeiro o mais simples. Por que Osório, após matar o primeiro inimigo, não perseguiu o outro? Talvez por questões puramente fáticas (exaustão dele próprio ou da montaria, etc...), talvez por recear que ele o conduzisse ao próprio Exército Inimigo, quando estaria novamente em desvantagem. Sobre isto só podemos conjecturar. Segundo o mais complexo. O Exército Inimigo agiu corretamente ao defrontar-se, no início da ação, com Osório? Pensamos que sim. Afinal, um exército que ao defrontar-se, repentinamente, com um inimigo claramente mais fraco não age para destruí-lo não vencerá a guerra jamais. Qual o erro, então, do inimigo? Na continuação da ação, a tropa desarticulou-se. Evidente que quanto maior o conjunto, mais difícil isto é, mas guardadas as proporções pode evidentemente ocorrer. Por justiça, penso dever-se dizer que, muito mais do que erro, o que prejudicou o inimigo (cuja bravura não questiono) foi o azar. Afinal, não precisavam ter encontrado logo Manoel Luís.
Qual a explicação para a ação de Osório? Isto interessa porque aqui poderemos observar constantes antropológicas (atitudes de valor militar) que convém identificar e, se possível, fomentar. Quanto a isto, apresentarei as três hipóteses que me ocorrem, comentando-as.
Osório entrou em pânico? Penso que não, afinal se isto tivesse ocorrido ele simplesmente teria continuado galopando em fuga e, qualquer que fosse o resultado do encontro entre os dois exércitos, isto não teria virado fato histórico.
Osório efetuou um cálculo napoleônico e conscientemente arquitetou tudo? Penso que não, afinal ele era muito jovem e este é considerado seu batismo de fogo.
Osório tinha instinto de guerreiro (aquele que luta sozinho)? Penso que sim. Osório agiu por instinto, e o concluo tanto por já ter abandonado as outras hipóteses, quanto por aceitar a existência de talentos naturais (para fazer esporte, para fazer música, para fazer política, para fazer guerra, para ...). Não recorro aqui ao (então) futuro de Manoel Luís, mas vendo em perspectiva ele reforça esta hipótese.
Parece-me que este evento bélico, abordado sem sentido panegírico, pode servir para ensinar, e assim fomentar mesmo nos que não nasceram tão bem dotados de talento, uma virtude bélica central: a capacidade para desestruturar (não apenas física, mas também mentalmente) o inimigo.
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Será que estamos realmente todos juntos nisso?
Siglas – LOL, PIN, ASAP, CAPTCHA, RADAR, LASAR, SCUBA e outras que combinam as letras iniciais de outras palavras, sendo o todo pronunciado como uma única palavra – tornaram-se parte da língua inglesa. Vamos cunhar outra: WAITT (não, isso não é um erro ortográfico de WAIT), um acrônimo para "We're All in This Together" (“Nós Estamos Todos Juntos Nisso”).
A frase de cinco palavras apareceu nas primeiras semanas da pandemia, que começou no início de 2020. Embora a pandemia tenha terminado oficialmente – pelo menos até que o próximo vírus contagioso chegue às nossas costas –, alguns americanos ainda se comportam como se ela continuasse, e o WAITT espreita em algum lugar nas ervas daninhas aguardando seu ressurgimento. Se você nunca viu ou ouviu o termo antes, espere, pois ele pode reaparecer em algum momento.
Como uma relíquia de duas faces, que pode parecer atraente à primeira vista, a frase WAITT se junta ao léxico como prima de primeiro grau do aviso de Ronald Reagan de que as nove palavras mais perigosas na língua inglesa são: "eu sou do governo e estou aqui para ajudar".
Vi pela primeira vez a frase WAITT em cartazes afixados no início de 2020, quando os funcionários na porta pediam que todos os clientes entrassem mascarados e "distanciassem socialmente" seis metros entre si. O uso da frase pela loja parecia sempre tão condizente com a imagem acolhedora e voltada para a comunidade. Os cartazes foram redigidos à mão, como se o varejista estivesse dizendo: "Queremos acalmar os temores de vírus de todos, garantindo que você estará seguro em nossa loja se todos usarem máscara e se distanciarem, porque estamos todos juntos nisso".
Quando tomei consciência do sentimento, fiquei imediatamente insultado e ofendido, mas não consegui determinar naquela hora o porquê. Mais tarde, após reflexão, reconheci pelo menos quatro razões.
Primeiro, a frase soa vagamente relacionada à parte de "inclusão" da rubrica predominante de diversidade, equidade e inclusão que passou a dominar o ensino superior e o mundo corporativo, mas que, felizmente, parece agora ter começado a detonar após eventos recentes infelizes em audiências no Congresso e em campi universitários.
Em segundo lugar, a frase parece excluir a individualidade de qualquer um, agrupando-nos em uma categoria abrangente de união, despojando a todos o mais básico dos direitos, o da singularidade individual que subjaz a todos os outros direitos dados por Deus embutidos em nossa Constituição e Declaração de Direitos.
Em terceiro lugar, a frase é manipuladora e soa vagamente coletivista e estatista, algo como: "O Big Brother está te observando e sabe o que é melhor para você, então você deve cumprir quaisquer mandatos ou decretos que possam ser impostos".
Quarto, a frase é factualmente incorreta. Não, claramente não estávamos todos juntos em uma pandemia de vírus. Qualquer pessoa que lesse as manchetes à época saberia que o vírus diferenciava entre vários grupos e indivíduos dentro da população: as crianças corriam pouco risco, os idosos com comorbidades eram mais seriamente ameaçados do que a população em geral, os homens mais do que as mulheres e algumas etnias mais seriamente do que outras.
Considere, além disso, os efeitos diferenciados do WAITT sobre gerações de americanos, todos os quais foram forçados em nome da saúde pública a suportar restrições uniformes às liberdades pessoais do início de 2020 até meados de 2023, um período de três anos completos. As ramificações de longo prazo das restrições do WAITT impostas politicamente a indivíduos de diferentes idades inevitavelmente continuarão a afetar cada geração de forma bastante diferente à medida que passam por suas vidas.
Considere o que três anos representam na vida de um indivíduo. Para aqueles de meia-idade ou idosos, esse tempo é uma parcela relativamente pequena da vida – 7,5% para uma pessoa de quarenta anos, 6% para uma de cinquenta anos e 4% para uma de setenta anos. Mas para aqueles em idade escolar, esse período representa uma parcela muito maior da vida – 100% para uma criança de três anos, 60% para uma de cinco anos, 30% para uma de dez anos, 20% para uma de quinze anos.
Dada essa relação inversa entre idade e parte da vida, as restrições relacionadas ao WAITT claramente discriminaram os jovens, afetando-os negativamente de maneiras que só agora estamos começando a perceber, um ano depois que a maioria da sociedade se recuperou o suficiente para retomar a atividade social, a comunicação humana e a vida comunitária.
Essas políticas restritivas prejudicaram toda uma geração mais jovem, roubando-lhes a oportunidade de adquirir educação durante os longos fechamentos das escolas, quando as aulas por Zoom eram um substituto pobre para o ensino presencial JÁ apodrecido pelas metodologias aplicadas em sala de aula pela pedagogia socialista. É questionável se algum esforço de reparação pode ajudá-los a recuperar o tempo perdido, particularmente em habilidades de leitura e matemática, com crianças de baixa renda e minorias mais prejudicadas.
Foi isso que o WAITT, disfarçado de comunidade e união, produziu com suas respostas mal concebidas a um vírus contagioso dentro de um ambiente de medo que foi fomentado por alguns dos mais respeitados especialistas médicos e de saúde pública do país.
Longe de mim sugerir possíveis aplicações futuras do WAITT, mas suspeito que qualquer dia alguém começará a incorporar a frase na retórica das mudanças climáticas. Afinal, que aplicação mais óbvia poderia haver do que a afirmação de que nós, habitantes do planeta Terra, estamos "todos juntos nisso"?
Basta esperar, posso quase garantir que em breve veremos e ouviremos este lamento dos ativistas climáticos. Na verdade, se eu fosse uma pessoa que aposta, eu colocaria dinheiro nisso.
Jane L. Johnson
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EVANGELHO
Terça Feira 20 de Fevereiro de 2024
℣. O Senhor esteja convosco.
℟. Ele está no meio de nós.
℣. Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo ✠ segundo Mateus
℟. Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 7“Quando orardes, não useis muitas palavras, como fazem os pagãos. Eles pensam que serão ouvidos por força das muitas palavras.
8Não sejais como eles, pois vosso Pai sabe do que precisais, muito antes que vós o peçais.9Vós deveis rezar assim: Pai nosso que estás nos céus, santificado seja o teu nome; 10venha o teu Reino; seja feita a tua vontade, assim na terra como nos céus. 11O pão nosso de cada dia dá-nos hoje. 12Perdoa as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido. 13E não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal.
14De fato, se vós perdoardes aos homens as faltas que eles cometeram, vosso Pai que está nos céus também vos perdoará. 15Mas, se vós não perdoardes aos homens, vosso Pai também não perdoará as faltas que vós cometestes”.
-Palavra da Salvação.
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-Comentário do Dia
💎 Como deve rezar um cristão?
“Quando orardes, não useis muitas palavras, como fazem os pagãos. Eles pensam que serão ouvidos por força das muitas palavras. Não sejais como eles”.
A oração do pai-nosso, em torno da qual gira o Evangelho desta terça-feira, aparece nas Escrituras em duas versões ligeiramente distintas: uma em S. Mateus (cf. Mt 6, 7-15), outra em S. Lucas (cf. Lc 11, 1-13). Mais, porém, do que as variantes textuais, o que queremos considerar hoje é o contexto em que o primeiro evangelista expõe a oração dominical. Dentro da narrativa de Mateus, com efeito, o pai-nosso é parte de um ensinamento mais amplo, conhecido como Sermão da Montanha (cf. Mt 5-7), e, ao contrário do que lemos em Lucas, o Senhor o ensina não em resposta a um pedido dos Apóstolos, mas como advertência e contraponto ao modo de rezar dos gentios: “Quando orardes”, diz Ele, “não useis muitas palavras, como fazem os pagãos”. E acrescenta em seguida o motivo: “Eles pensam que serão ouvidos por força das muitas palavras”, para então concluir: “Não sejais como eles, pois vosso Pai sabe do que precisais, muito antes de que vós o peçais”. Jesus, por conseguinte, aconselha a economia de palavras, não porque Lhe desagradem as orações longas e prolixas, desde que nascidas de um coração devoto, mas por causa da “teologia” que frequentemente lhes subjaz. Os pagãos e os que como eles oram, por mais que sejam batizados, “pensam que serão ouvidos por força das muitas palavras”, à semelhança dos profetas de Baal, que desde a manhã até ao meio-dia invocavam embalde o nome do seu ídolo, retalhando-se “segundo o seu costume, com espadas e lanças, até se cobrirem de sangue” (1Rs 18, 28). Não é esta a oração cristã. O cristão não reza esperando modificar a vontade de Deus ou impor a sua sobre a dEle, à custa de muitas fórmulas e sacrifícios. O cristão reza sabendo que a vontade divina, sem deixar de ser imutável, é também amiga e ciosa das necessidades humanas: “O vosso Pai sabe do que precisais, muito antes de que vós o peçais”. O modo de o cristão rezar, portanto, consiste em pôr no centro de seus desejos e pedidos, não a própria, mas a vontade de Deus: “Seja feita a tua vontade, assim na terra como nos céus”. Eis por que devemos pedir sempre com grande cautela, conscientes de que nem sempre o que pedimos, sobretudo se se trata de bens temporais, é o que realmente nos convém. E para que os nossos pedidos coincidam com o que Deus, em seu eterno presente, espera e deseja conceder-nos sob a condição de Lho pedirmos, rezemos antes de tudo para seja feita a vontade dEle, e não a nossa, e para que a nossa se conforme tanto à dEle, que não tenhamos mais outro querer que o do nosso amorosíssimo Pai. Como criancinhas e filhos de um Deus tão bom, tenhamos confiança de alcançar dEle o que nos for necessário, não à força de nossas iniciativas, mas pela certeza de que Ele nos há de prover com o melhor no tempo e do modo oportunos, a fim de sermos salvos.
Deus abençoe você!
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Pluto de regresso, quase vinte anos depois
A banda portuense lançou hoje um novo single, que traz também a notícia de concertos e torna mais provável um regresso aos discos. “Túnel” é a primeira canção editada pelos Pluto desde 2004, quando gravaram o primeiro (e único) álbum de originais. A nova música é assim descrita por Manel Cruz: «Fala sobre a energia que subjaz a qualquer acção humana, independentemente do propósito moral. Uma…

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Podcast: FREUD ALÉM DO PRINCÍPIO DE PRAZER
Neste podcast, Sigmund Freud examina a natureza da vida mental, centrando-se no "princípio de prazer" que regula eventos psíquicos, buscando evitar o desprazer e produzir prazer através da redução da tensão. No entanto, ele observa que nem todos os processos mentais se encaixam perfeitamente nesse modelo, introduzindo a ideia de uma "compulsão à repetição" que pode levar à reencenação de experiências desagradáveis, especialmente em neuroses traumáticas e brincadeiras infantis. Freud então especula sobre as bases biológicas desses fenômenos, propondo uma dualidade entre instintos de vida (Eros), que visam à preservação e união, e instintos de morte, que tendem ao retorno a um estado inorgânico. Embora reconheça a natureza especulativa de suas ideias, particularmente sobre os instintos de morte, ele sugere que essa tensão entre as forças conservadoras e as que buscam o fim da vida subjaz aos processos psíquicos, incluindo a relação da consciência com os estímulos internos e externos.
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