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#torturas
claudiosuenaga · 2 years
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Unidade 731: As fábricas da morte do Império Japonês - parte 1
As experiências macabras dos cientistas e militares japoneses com cobaias humanas na Segunda Guerra Mundial para o desenvolvimento de armas de guerra biológicas de destruição em massa e disseminação de epidemias entre populações civis
De tão escabrosos, aterrorizantes e chocantes, os crimes da Unidade 731 foram desconsiderados e até declarados impossíveis de terem ocorrido até a descoberta de corpos sob as ruas de Tóquio, o que obrigou o Japão a admitir que usou seres humanos em experiências de armas biológicas em um dos piores crimes de guerra cometidos pelo Exército Imperial Japonês na China e outros países da Ásia. Por que o Ocidente ignorou por tanto tempo estas atrocidades? Você irá saber as respostas a partir de agora em reconstituições históricas minuciosas e assustadoras baseadas em importantes pesquisas originais que atestam que a crueldade e a maldade humanas não têm limites.
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Por Cláudio Tsuyoshi Suenaga
Em 1989, operários que trabalhavam em obras de reurbanização nas ruas de Shinjuku (“Nova Pousada”), um movimentado e famoso bairro comercial e administrativo de Tóquio, iluminado por néon e repleto de bares, restaurantes, animadas discotecas, salas de karaokê e hotéis de luxo, encontraram sob o asfalto centenas de corpos de pessoas que foram usadas em experiências macabras. A notícia dessa descoberta obrigou o governo japonês a reconhecer o mais terrível segredo escondido desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945): a Unidade 731, que se dedicava a experiências para o desenvolvimento de armas de guerra biológicas com cobaias humanas.
Até então, os governos tanto do Japão como dos Estados Unidos negavam essas atrocidades. E com a abertura dos relatórios das experiências biológicas da Segunda Guerra Mundial em 1993, finalmente o segredo oficial tornou-se público, e uma série de relatórios oficiais vieram à tona. Em um arquivo do quartel general Douglas MacArthur (1880-1964), consta que uma investigação sobre a Unidade 731 foi realizada sob ordens da Junta de Chefes do Estado Maior, que ordenou que se guardasse “segredo absoluto na intenção de proteger os interesses dos Estados Unidos e salvá-los do escândalo”.
Muitas vítimas resolveram quebrar o silêncio e dar seus depoimentos sobre a Unidade 731, sendo que muitas delas eram soldados norte-americanos que haviam sido usados como cobaias nas experiências. “Que me matem se não digo a verdade, pois jamais esquecerei!”, declarou furiosamente Joseph Gozzo, antigo engenheiro de aviação, que vivia em San José, na Califórnia. Enquanto esteve preso, foi usado em experiências onde teve bastões de vidro introduzidos no seu ânus. “Não posso acreditar que o nosso governo os tenha deixado livres”, disse.
Shirô Ishii, o Josef Mengele japonês
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Shirô Ishii
O jovem general e oficial médico-chefe Shirô Ishii (1892-1959) era um brilhante microbiólogo do Exército. Foi em 1930 que ele propôs pela primeira vez a criação de uma pesquisa biológica e química japonesa após uma viagem de estudos de dois anos ao exterior, sob o argumento de que as potências ocidentais estavam desenvolvendo seus próprios programas. Seu apelo mais forte e quase irresistível era: “A guerra biológica deve ter muitas possibilidades. De outra forma, a Liga das Nações não a teria proibido”.
Quando o Japão invadiu a Manchúria em 1931, Ishii vislumbrou sua oportunidade. Foi em Beiyinhe, onde começou suas terríveis experiências químicas e biológicas. Com uma grande verba anual e 300 homens, sua primeira missão recebeu o nome secreto de “Unidade Togo”.  A Unidade Tōgō foi implementada na Fortaleza de Zhong Ma, uma prisão usada como campo de experimentação em Beiyinhe, uma vila a 100 km ao sul de Harbin na Ferrovia Sul da Manchúria. Conhecidas como “Campo de Prisão Zhong Ma”, as instalações da Unidade 731 foram construídas com mão de obra forçada chinesa. No centro, existia um grande edifício, o “Castelo Zhong Ma”, que mantinha os prisioneiros em um laboratório.
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Fortaleza de Zhong Ma
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Sadao Araki
Com sua carismática personalidade, Ishii logo atraiu a atenção dos oficiais veteranos e conseguiu uma rápida promoção de posto. Em 1932 era alçado ao comando do Laboratório de Pesquisa de Prevenção de Epidemias, tornando-se o mais jovem oficial a ocupar um alto cargo no Exército Japonês. Aliando-se com ultranacionalistas do Ministério de Guerra do Japão, Ishii fez uma forte pressão a favor do desenvolvimento de armas biológicas. Entre seus protetores estavam alguns dos mais proeminentes representantes do estamento militar, entre eles o ministro do Exército Sadao Araki (1877-1966), general, estadista e líder da facção Kodoha, um grupo ultranacionalista dos anos 1930, e que por sua participação na Segunda Guerra Mundial foi condenado por crimes de guerra e sentenciado à prisão perpétua.
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Chikahiko Koizumi
Um dos principais apoiadores de Ishii dentro do Exército era o coronel Chikahiko Koizumi (1844-1945), que mais tarde se tornou ministro da Saúde e do Bem-estar do Japão de 1941 a 1945 sob o gabinete de Fumimaro Konoe (primeiro-ministro de 1937 a 1939, e que cometeu suicídio com a vitória dos Aliados) e do general Hideki Tojo (primeiro-ministro de 1941 a 1944 e líder de fato do país durante a maior parte da Segunda Guerra Mundial), até que ficou sob suspeita de crimes de guerra com a derrota do Japão e cometeu suicídio por seppuku. Formado na Universidade Imperial de Tóquio, Koizumi havia se juntado a um comitê secreto de pesquisa de gás venenoso em 1915, durante a Primeira Guerra Mundial, quando ele e outros oficiais ficaram impressionados com o uso bem-sucedido de gás cloro pelos alemães na Segunda Batalha de Ypres, onde os Aliados sofreram 15 mil baixas como resultado do ataque químico. Ele se tornou cirurgião-geral do Exército Imperial Japonês em 1934.
Ishii costumava frequentar festas regadas a bebida que duravam a noite inteira, além de ter sido um promíscuo mulherengo, conhecido nas principais casas de gueixas por sua preferência por adolescentes. Ainda não se sabe como Ishii financiava suas atividades “recreativas” com o salário de jovens oficiais. Posteriormente tornou-se um homem rico, exigindo comissões dos empreiteiros que construíram suas diversas “instalações”.
Uma fuga de prisioneiros no outono de 1934 e uma explosão posterior (que se acredita ter sido um ataque) em 1935, levaram Ishii a fechar a Unidade Togo na Fortaleza de Zhongma. Ele recebeu então a autorização para se mudar para Pingfang, a aproximadamente 24 km ao sul de Harbin, para estabelecer uma instalação nova e muito maior.
Em 1936, o imperador Hirohito autorizou, por decreto imperial, a expansão desta unidade e sua integração ao Exército Kwantung como Departamento de Prevenção de Epidemias e Purificação de Água (Kantōgun Bōeki Kyūsuibu Honbu), originalmente ajustada às políticas, ideologias e seções da Kempeitai (Polícia Militar). Foi dividida ao mesmo tempo em “Unidade Ishii” e “Unidade Wakamatsu” com base em Hsinking. A partir de agosto de 1940, todas essas unidades eram conhecidas coletivamente como “Departamento de Prevenção de Epidemias e Purificação de Água do Exército Kwantung” ou “Unidade 731”.
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A Unidade 731 em Pingfang, sul de Harbin
Um projeto especial de codinome Maruta usou seres humanos para experimentos. As cobaias eram chamadas eufemisticamente de “tora”. Este termo surgiu como uma piada da equipe porque a história oficial de cobertura da instalação dada às autoridades locais era que se tratava de uma serraria. Em um relato de um homem que trabalhava como “funcionário civil júnior uniformizado” do Exército Japonês na Unidade 731, o termo maruta veio do alemão, significando experimento médico, usado em contextos como “Quantas toras caíram?”
Numerados em ordem crescente até o número 500, as cobaias eram selecionadas para fornecer uma ampla amostra da população e incluíam além de crianças, idosos e mulheres grávidas, criminosos comuns, bandidos capturados e partidários anti-japoneses, prisioneiros políticos e também pessoas presas pelos Kempetai por supostas “atividades suspeitas”. Eram bem alimentados e faziam exercícios regularmente, somente porque sua saúde era vital para a obtenção de bons resultados científicos.
As primeiras experiências centraram-se em doenças contagiosas como o carbúnculo ou antraz e a peste bubônica. O antraz é uma infecção causada pela bactéria Bacillus anthracis que provoca úlceras doloridas na pele, envenenamento do sangue e uma febre que mata nove em cada dez infectados. As experiências consistiam em amarrar as pessoas em estacas e explodir bombas de antraz ao seu lado para ver como se dava a contaminação. Em outros testes, guerrilheiros chineses eram infectados com bactérias Yersinia pestis da peste bubônica. Doze dias depois, os infectados contorciam-se com febres de 40º C. Um desses guerrilheiros conseguiu sobreviver por 19 dias antes que lhe fizessem uma autópsia enquanto ainda estava vivo.
Alguns prisioneiros foram envenenados com gás fosfina e em outros foi aplicado cianureto de potássio. Alguns foram submetidos a descargas elétricas de 20.000 volts. Os prisioneiros que sobreviviam ficavam à disposição para receberem injeções letais ou para serem dissecados vivos.
Quando Ishii necessitava de um cérebro humano para uma experiência, simplesmente ordenava que os guardas obtivessem o órgão. Enquanto o prisioneiro era pego por um dos guardas, que segurava seu rosto contra o chão, o outro quebrava-lhe o crânio com um machado. O órgão era retirado grosseiramente e levado rapidamente ao laboratório de Ishii. Os restos mortais do prisioneiro sacrificado eram lançados no crematório do campo.
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O instrumental utilizado pelos médicos da Unidade 731 incluía serras e ganchos. Nenhum “tronco” escapava da morte: os que tinham a sorte de sobreviver às provas da guerra biológica eram submetidos à dissecação ou executados.
O instrumental utilizado pelos médicos da Unidade 731 eram toscos, verdadeiros instrumentos de açougueiros, e incluíam serras e ganchos. Nenhum “tronco” escapava da morte: os que tinham a sorte de sobreviver às provas da guerra biológica eram submetidos à dissecação ou executados. O número de mortos pela Unidade 731 ultrapassa as dezenas de milhares de vítimas. A qualidade do trabalho, assim como sua personalidade, garantiram a Shirô Ishii um crescente poder. Em 1939, pôde mudar-se para instalações tão grandes quanto o campo de concentração de Auschwitz-Birkenau da Alemanha nazista. O novo quartel general da Unidade 731 situava-se em Pingfan, capital da província de Heilongjiang, na Manchúria, nordeste da China. O complexo de Pingfan possuía 6 km² e abrigava edifícios administrativos, laboratórios, galpões, uma prisão para indivíduos submetidos aos testes, um edifício de autópsias e dissecação e três fornos crematórios.
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Major Robert Peaty, que manteve um diário enquanto esteve detido em Mukden o qual forneceu evidências suficientes de que a Unidade 731 estava usando prisioneiros de guerra como cobaias. (Foto por PA Images via Getty Images)
Um campo de prisioneiros de guerra localizado em Mukden, capital e maior cidade da província de Liaoning, a 563 km de Pingfan, no nordeste da China, detinha os prisioneiros de guerra americanos, britânicos e australianos, que também eram usados nas experiências. De acordo com o major Robert Peaty (1903-1989), da Royal Army Ordnance Corps, que era o oficial britânico sênior em Mukden, médicos da Unidade 731 administravam injeções regulares de doenças infecciosas, disfarçadas de inofensivas vacinações, que eventualmente mataram 186 americanos.
As baixas temperaturas diminuíam o rendimento militar durante os rigorosos invernos da Manchúria. Por esse motivo, experiências sobre congelamento foram especialmente desenvolvidas. Alguns prisioneiros eram deixados nus, ficando submetidos a temperaturas abaixo de zero e seus membros eram golpeados com paus até que se produzissem sons secos e metálicos indicando que o processo de congelamento estava terminado. Em seguida, os corpos eram “descongelados” através de técnicas experimentais.
Com as mãos e os pés amarrados, um trabalhador chinês é dissecado sem anestesia. “Sabia que tudo estava terminado para ele, por isso nem ofereceu resistência”, lembra um legista da Unidade 731. “Porém, quando peguei o bisturi, começou a gritar”. Essa era somente uma das inúmeras experiências realizadas.
Em seu livro Fábricas da Morte (Factories of Death: Japanese Biological Warfare 1932-45 and the American Cover-up, New York, Routledge, 1994), Sheldon H. Harris (1928-2002), historiador e professor emérito da California State University (Universidade Estadual da Califórnia), descreve outras experiências, como a suspensão de indivíduos de cabeça para baixo, para determinar quando morreriam asfixiados. É quase indescritível a prática de injetar ar nos prisioneiros para acompanhar a evolução das embolias. Em outros indivíduos, era injetada urina de cavalo em seus rins.
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Cobaias humanas empregadas nas experiências em Manchuko (estado fantoche na Machúria e leste da Mongólia Interior, no nordeste da China, criado por oficiais da antiga Dinastia Qing com apoio do Japão Imperial em 1932, sendo um governo totalmente subordinado aos interesses do Império Meiji), foram transferidas de lá para o laboratório de Ishii em Shinjuku, Tóquio, onde uma escola de medicina e um centro de pesquisa pertencentes à Unidade 731 operavam durante a Segunda Guerra Mundial. Ao término da guerra, os restos mortais dessas pessoas foram enterradas em uma fossa comum e lá permaneceram até serem descobertas em 1989. Em 2006, Toyo Ishii, uma enfermeira que trabalhou na escola durante a guerra, revelou que ajudou a enterrar corpos e pedaços de corpos nas dependências da escola logo após a rendição do Japão em 1945. Em resposta, em fevereiro de 2011, o Ministério da Saúde começou a escavar o local. A China solicitou amostras de DNA de todos os restos humanos descobertos no local, mas o governo japonês rejeitou o pedido.
Sem nenhum sentimento de culpa, Shirô Ishii redigia regularmente documentos nos quais descrevia os resultados de suas experiências. Nestes relatórios, dizia que os testes eram realizados em macacos. O uso de seres humanos como cobaias era mantido em segredo.
Com a invasão russa de Manchuko e Mengjiang em agosto de 1945, Ishii teve que abandonar seu trabalho às pressas. Na tentativa de eliminar todos os vestígios da Unidade 731, Ishii ordenou a destruição de todas as instalações de pesquisa e que todos os membros do grupo “levassem o segredo para o túmulo”, ameaçando encontrá-los se falhassem e proibindo qualquer um deles de trabalhar em obras públicas no Japão. Frascos de cianeto de potássio foram distribuídos para uso pessoal no caso de alguém ser capturado. Ishii e seus homens regressaram para casa no anonimato. Tropas japonesas explodiram o complexo de Pingfan e outras instalações nos dias finais da guerra para apagar as evidências de suas atividades, mas a maioria era tão bem construída que sobreviveram um tanto intactas.
Continua nas Partes 2 e 3
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blogoslibertarios · 6 months
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Tropas de Putin cometeram estupros e torturas, apontam provas da ONU
  Uma comissão da ONU encontrou novas provas de que as tropas russas cometeram deliberadamente crimes de guerra na Ucrânia, incluindo assassinatos, estupros e remoção de crianças ucranianas, de acordo com relatório divulgado na sexta-feira, 20, e noticiado pelo New York Times neste sábado, 21. Segundo o jornal americano, “os depoimentos das vítimas também apontaram o uso sistemático e…
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diario-vespertino · 7 months
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Juicio por torturas y vejámenes a manifestantes de No a la Mina: la trama del sistema judicial y la policía al servicio del poder extractivista
Desde hace dos décadas, el pueblo chubutense grita en las calles y en donde pueda su negativa a ser zona de sacrificio, al extractivismo, a la destrucción de un territorio del que se considera parte, no dueño. Ni las divisas, ni el pago de la deuda ilegítima, ni el camino hacia un progreso tapizado de espejitos coloridos son argumentos válidos, simplemente porque no está en discusión destruir los cerros, contaminar la cada vez más escasa agua potable, matar la vida en el mar o desalojar comunidades originarias para sembrar molinos. En la noche del 5 de diciembre de 2019, manifestantes de la UACCh (Unión de Asambleas de las Comunidades de Chubut), unión también conocida como “movimiento del No a la Mina”, protestaban frente a la Legislatura por la creación de un ministerio de hidrocarburos y minería. Uno de los tantos proyectos a pedido del poder multinacional, instrumentado por el gobierno de Mariano Arcioni, delfín de Sergio Massa y respaldado por el gobierno nacional. Pasada la media noche, una violenta represión termina con 6 militantes detenidos y detenidas. La golpiza que se inició durante la detención, continuó y se agravó en la comisaría, luego de ser encapuchados. A uno de los detenidos se lo amenazó con la desaparición “vos vas a ser el próximo Santiago Maldonado” y los tres varones fueron trasladados por calles de tierra hasta una comisaría de otra ciudad (Trelew). En todos los casos, lxs detenidxs fueron criminalizados por la fiscal de turno Florencia Gómez. Horas más tarde, luego de una revisación médica, las 6 personas violentadas logran radicar la denuncia contra la policía por torturas y vejámenes. Imagen: Eve Sureña. La fiscalía intentó evitar la instancia del juicio por todos los medios, paralizando la investigación, demorando ruedas de reconocimiento, obstaculizando la presentación de la querella, pidiendo la falta de mérito, entre otras mañas jurídicas. A las acciones dilatorias y maniobras de la fiscalía, se les suman vigilancia policial en los domicilios de los denunciantes durante casi dos años, amenazas y acoso callejero. En las sucesivas revictimizaciones también se coordinaron acciones judiciales y policiales. Este juicio es único en Chubut e incluso a nivel nacional, porque no sólo es en el sentido inverso a la criminalización con que el poder del capital está cargando sobre quienes defienden los territorios, sino porque su accidentado desarrollo deja al desnudo la parcialidad del sistema judicial, su connivencia con las ilegalidades de las fuerzas policiales, su rol protagónico para garantizar impunidad a quienes violan cotidianamente derechos humanos y convenciones internacionales. Estas políticas de Estado, moneda corriente en las provincias, fueron ensayadas hasta el hartazgo durante los períodos de nuestra historia reciente más oscura. Imagen: Iván. Las instituciones de la democracia representativa en Chubut son proclives, dinero mediante, a obedecer a las corporaciones antes que nada. Ya se sabe, no hay velo ni manto populista capaz de cubrir la vocación terricida de toda la dirigencia política, de ahí que pese a la represión policial y judicial, no cedan los cortes de ruta, las iniciativas populares, las recuperaciones territoriales, ni las puebladas como el Chubutaguazo en diciembre de 2021, que obligó a dar marcha atrás con la zonificación minera. El juicio a cargo de la jueza Carina Breckle, tiene como acusados por torturas, vejámenes y lesiones a los policías Juan García, Matías Basualdo, Cynthia Rodríguez y Verónica Larsen, continuará la semana que inicia el lunes 2 de octubre. Sea cual sea su resultado, el horizonte de la organización popular en Chubut es claro, rodear con ternura a quienes vienen sufriendo violencia institucional y prepararse para otra embestida de quienes siguen hablando de recursos, commodities y la cultura del consumo por sobre cualquier otra. :::ANRed::: Read the full article
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noticlick · 8 months
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"Justicia comunitaria" en La Cruz de Yacuiba conlleva riesgos
Cansados de robos, los vecinos del barrio La Cruz de Yacuiba decidieron organizar una vigilancia para identificar al responsable. Sin embargo, a pesar de la buena intención, el método empleado por los vecinos puede ser considerado un delito de torturas. Expertos advierten que el mecanismo de justicia comunitaria no se ajusta a derecho y pueden ser acusados.
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ttimekeepsrollingby · 10 months
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Gerardo Morales es una tortura
Se conocen casos de torturas aberrantes por parte del gobernador jujeño. Impune, hambrea docentes mientra paga represores. El bono represión El submarino de Gerardo Morales Imagen: Código Baires.
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adribosch-fan · 11 months
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Las Torturas de Castro
Fidel Castro -Archivo La Ong, Prisoners Defenders, que dirige Javier Larrondo, ha presentado un informe titulado “Primer Estudio Integral sobre la Tortura en Cuba” un trabajo muy bien elaborado que demuestra como el régimen totalitario cubano, abusa despiadadamente de sus ciudadanos sin importar edad, sexo o cualquier otra condición. Segun el documento el trabajo se inició en el 2022, tomando…
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solavalla · 2 years
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barbieaemond · 5 months
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Ewan Mitchell as Aemond Targaryen | behind the scenes of House of the Dragon (2022-)
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alone-one-sleep · 2 years
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Todo cambia, todo envejece, el tiempo pasa y te comienzas a cuestionar los ¿porque?, desde hace mucho tiempo atrás, cuando todavía debía(debí) estar sin preocupaciones me enfrente con el peor enemigo. Madure por la fuerza y sigo a fuerzas pero sin algo de que apoyarme(de nuevo),
no se si lo que siento es miedo o es simplemente sin sentido, porque tengo envidia de todos los que sonríen, de los que todavía no tienen preocupación alguna, de los que disfrutan, de cada una de las alegrías de otros, después de todo creo que sigo siendo un poco basura..
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elcorreodigital · 2 years
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ATENCION PRESIDENTE LUIS ABINADER. ¿Con quién discutió el joven David de los Santos en una Plaza Comercial? ¿Dónde está el jefe de seguridad de esa plaza comercial? Insisto, si el joven estuvo dentro de una plaza comercial o discutió con alguien y ese alguien llamó a la @PoliciaRD, quién es esa persona. A QUIEN PROTEGEN?. Síguenos en @elcorreord . . . . . .. . . . . . .#daviddelossantos #torturas #abusopolicial RD #dominicano #ayuda #dominicanos #elecciones #santiagodeloscaballeros #santiago #santodomingord #santodomingo #orgullodominicano #zonaoriental #dominicanrepublic #dominican #prd #diputados #familia #vacunaterd #gobiernodelcambio #elpaisdelcambio #sevanloscorruptos #unidosporelcambio #presidenciard #raquelpenavice #arbaje #raquel #impunidad #elcorreord #publica https://www.instagram.com/p/CdF-_tculep/?igshid=NGJjMDIxMWI=
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strawdool · 19 days
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something about eating the forbidden fruit or something like that lmao
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kaereth · 2 months
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Torture Tortura from 'Tis Time for "Torture," Princess presenting a new torture: little plush Sulemio dolls to play with for a kofi!
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beatricealfbern · 2 months
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So happy one of my favorite manga has an anime this season! Even though her name is Torture she is a very sweet person and amazing cook!
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arrozconlecheeee · 7 months
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Trying to make detention more bearable…only to get in trouble again😔
(I know electronics supposedly don’t work in hogwarts but I’m ignoring that for a second)
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akimao · 29 days
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I really like how this sketch turned out, the real question is when will I be able to do a proper watercolor? 🙄🫣
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ttimekeepsrollingby · 10 months
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El bono represión
Gerardo Morales no destina recursos a mejorar los salarios docentes más bajos del país pero paga un bono extra a los policías que violan derechos humanos. No son policías, son gurkhas: Morales les pagó un bono extra por salir a reprimir al pueblo jujeño La indignación estalló en todo Jujuy tras confirmarse la existencia de un pago extraordinario de 50 mil pesos a policías que participaron en la…
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