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Olá, aventureiros! Esta é a segunda parte do primeiro capítulo da história. Neste capítulo, acompanhamos a história de Fúrion Annorok, o draconato feiticeiro que deixou a Universidade Arcana Imperial para aprender mais sobre o mundo e criar experiências para se tornar um professor titular na universidade e seu primeiro contato com a lendária guilda da Alvorada Prateada. Se você ainda não leu o início da história, aqui vai os primeiros passos: Prólogo - Parte 1 / Prólogo - Parte 2 / Prólogo - Parte 3 / Capítulo 1 - Parte 1;
[SPOILER DEPOIS DESSA LINHA]
CAPÍTULO 1 - Parte Dois: A Trilha de Prata.
A Trilha de Prata, um caminho íngreme por entre rochas, árvores e desfiladeiros escarpados que corria desde a entrada de uma mina abandonada até o alto da Montanha do Olho da Lua. A montanha recebeu esse nome pois em seu cume há uma caverna cujo teto colapsou há muitos anos, revelando um lago subterrâneo. Segundo as lendas, a grande Fortaleza da Alvorada foi construída ao redor da entrada do lago secreto e suas águas se tornaram fonte de magia e mistério para àqueles que eram adornados com o Sol Radiante, a insígnia da Alvorada.
Sinceramente, eu não sei quem foi que teve a brilhante ideia de construir o castelo da mais importante guilda de aventureiros que já existiu no caminho mais inacessível possível. À muitos séculos atrás, quando os primeiros Herois da Alvorada subiram a montanha, eles deixaram uma trilha de degraus com insígnias de prata que levavam até o castelo. Na época, os degraus eram largos, limpos e o acesso era fácil mas, depois de mais de trezentos anos de abandono, quase não há degrau algum. (Há, e se você for esperto, já deve ter percebido... Insígnias de prata né... Pois é, já foram todas roubadas).
Infelizmente, já era tarde da noite quando cheguei na metade do caminho, um local de descanso para viajantes cansados (que coincidência), e eu precisava parar um pouco. O peso da minha mochila, o cansaço e a fome se abateram sobre mim, só agora eu lembrara que não comera nada na estalagem. Dois dobrões de ouro e três marcos de prata... Informação cara.
Me encostei em um pequeno santuário, não mais do que uma gruta artificial entalhada em pedra, com a imagem de uma divindade antiga, agora muito desgastada e coberta de musgo para se identificar. Por respeito, limpei e acendi algumas velas que eu trazia comigo e coloquei dentro do pequeno santuário, protegido do vento.
Seja quem for, tomara que se sinta mais aquecido nessa noite ao saber que não fora totalmente esquecido.
Coberto com meu manto, entre o santuário e uma árvore caída, eu estava relativamente seguro do frio e do vento cortante que açoitava os galhos e arbustos. Mesmo naquele estado, eu ainda estava contente de saber que um antigo mito da minha infância era real. Eu mal consegui perceber quanto o cansaço me abatera. Minha cabeça estava pesada, meus músculos doloridos, minhas escamas latejavam e meus olhos não me permitiam mais ficar desperto. A escuridão me engoliu.
Não sei dizer se foi um sonho ou se foi real, mas meus olhos se abriram com um raio de luz em minhas pálpebras. Demorou um pouco para minhas pupilas se adaptarem a luminosidade e minha visão embaçada logo clareou, havia uma figura estranha parada de frente para mim, cerca de cinco metros à minha frente, parecia ser um cavaleiro, sua armadura estava suja, arranhada e levemente enferrujada, sob o metal das placas havia um manto azulado desbotado, sujo do que pensei ser sangue seco e lama, a viseira do capacete estava abaixada mas a respiração se tornava visível conforme o vapor exalava das frestas daquele elmo sinistro.
Antes que eu pudesse falar qualquer coisa, ele se moveu, virou para o lado e começou a andar para algum caminho entre as árvores. Aquele encontro me perturbara intensamente então me levantei e fui atrás do cavaleiro misterioso.
Fúrion: Hey... Você... Volte aqui! Espere! Quem é você?
Ele se embrenhava por entre os arbustos, árvores e espinheiros, ignorando meus apelos. É claro que eu fui atrás, nenhuma boa história é feita por aqueles que decidiram ignorar essas coisas estranhas. Percebi que o solo em que eu pisava se tornara mais duro, havia uma trilha de lajotas meio cobertas de terra e raízes, o cavaleiro seguia religiosamente o caminho pela trilha, eventualmente sendo tocado pela luz que atravessava as copas das árvores. Sua armadura estava fosca, envelhecida, não refletia a luz, eu quase tinha a impressão de que se tratava de uma armadura vazia de tão monótono que era seu movimento.
Fúrion: Senhor... Por favor, se me permite...
Eu percebi que ele caminhava firme em seu percurso, adentrando ainda mais a floresta, estava frio mas havia luz solar o suficiente para ver bem o caminho. Vi que ele se direcionava para uma clareira. Eu o segui por todo o percurso e quando finalmente cheguei na clareira, vi que o cavaleiro se dirigia para uma estrutura em ruínas, não mais do que um pequeno templo, talvez, parcialmente engolido pela vegetação e por musgo. Eu nunca tinha ouvido falar de templos naquela área, até onde eu sabia, a unica construção era o Castelo da Alvorada e, mesmo isso, até onde eu sabia era apenas uma lenda.
O Cavaleiro silencioso adentrou as ruinas acompanhado somente pelo som ritmado de seus passos, o som do metal de sua armadura batendo contra o chão de pedra. Para ser honesto, o aspecto daquele lugar era horripilante, eu não tinha nenhuma vontade de entrar ali mas... Fazer o que, na pior das hipóteses aquilo poderia acabar bem rápido... Eu o segui.
Logo que dei o primeiro passo para dentro daquela estrutura, senti o sopro de ar gelado do vento daquela região, era como o suspiro melancólico de uma alma penada que me avisava com todas as suas forças para dar meia volta e sair dali. O vento açoitava minha capa e adentrava a estrutura produzindo sons agudos sinistros, como lamentos perdidos no escuro. Engoli em seco mas levantei a mão e tentei uma truque simples de magia, tentando sentir uma tocha ou braseiro antigo, estalei os dedos mentalizando uma chama que iluminaria meu caminho.
Não sei dizer se aquilo foi a melhor decisão mas, funcionou. Uma a uma as tochas foram se acendendo no caminho, iluminando um grande corredor de pedra que descia profundamente na terra criando um padrão em caracol, as chamas, para minha surpresa, não iluminaram a passagem como eu esperava pois, suas chamas não era amareladas e calorosas mas sim, um tom frio e pálido de azul, como o fogo-fátuo dos rios de enxofre do Inferno.
Fúrion : . . . Onde é que eu fui me meter . . . [CONTINUA . . .]
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Bom, galera, com o fim do prólogo, podemos começar realmente essa história. Se você ainda não leu, pula essa parte porque tem spoiler, e vai direto pros links ali embaixo! No mais, divirta-se! [SPOILER DEPOIS DESSA LINHA]
O prólogo aconteceu cerca de trezentos anos atrás e o Rei Amarelo foi derrotado, ou era o que todos pensavam pois, agora, meio milênio depois, rumores de uma entidade sinistra que vaga pelas terras a noite adornada de uma capa amarela desbotada tem chegado aos ouvidos dos mais antigos o que tem levantado suspeitas de que um mal ancestral tenha retornado. Bom, toda boa aventura começa numa taverna e essa não é diferente então, segurem seus copos, boa leitura e boas rolagens!
Prólogo parte 1
Prólogo parte 2
Prólogo parte 3;
Capítulo 1 - Uma Alvorada Peculiar.
Se o céu noturno fosse a abóbada de um castelo, o que seriam as estrelas? Seriam as luzes dos candelabros tão altos que só se pode ver um brilho tênue contrastando contra a escuridão? E o que seria a lua? Um unico ponto de abertura por onde a luz externa ainda consegue passar? Talvez um farol ou uma chama ainda mais intensa que a dos candelabros? O quão distante será que as estrelas devem estar? Eu sinceramente não sei porque fico me perguntando essas coisas, não é como se o universo desse a mínima para mim, de qualquer forma. Mas ainda assim, tem algo de profundamente belo em todo esse vazio. Eu estava ali sentado na grama da campina, encostado sob uma tora velha caída e esquecida por ali, observando o céu noturno enquanto saboreava a ultima leva das minhas ervas de fumo, um pequeno luxo que eu trouxera da Cidade. Não era qualquer cidade, eu vim da Capital Imperial, Attan'Ore, um centro urbano nervoso e pulsante repleto de todo tipo de pessoas, engenhocas e quinquilharias mágicas, um lugar fascinante, eu diria. Bem, depois que você o conhece bem, é claro. Eu sou um assistente docente na grande Universidade Arcana Imperial, estou no meio do meu último ano como aprendiz para me tornar um professor titular completo. Para terminar meu treinamento, eu devo mergulhar em uma jornada e registrar cada passo dessa aventura. Bem, foi isso que me disseram e, na verdade, não me deram muitos detalhes a mais para trabalhar então, já fazem seis meses que eu estou andando de um lado para o outro fazendo de tudo, ajudando camponeses, resgantando animais, consertando pontes... Nada muito épico até aqui, mas tudo bem, tenho certeza que algo bom há de sair disso tudo. Ah, onde estão os meus modos, eu sou Furion, Furion Annorok, sou um meio dragão, ehr... Na verdade, o termo correto é "Draconato". Meu pai era um dragão de bronze muito sábio que tomou forma humana quando se apaixonou pela minha mãe, uma poeta e cantora humana. Eles viveram um amor curto pois, quando eu nasci, meu pai desapareceu. Desde então, eu tenho me esforçado muito para melhorar meus poderes arcanos para, um dia, me transformar em um dragão completo e ir ao encontro dele!
Talvez não seja o mais nobre dos objetivos e, para falar a verdade, eu nem sei por onde começar. Já fazem mais de 130 anos que eu estou me aperfeiçoando o que é surpreendente. Dizem que sou o Draconato mais longevo que já viram e ninguém sabe explicar exatamente o porquê. Parece que estou tendo outro devaneio, pensando no passado novamente, tenho feito muito isso ultimamente. Eu estava pensando muito nisso naquele momento, ali sentado sob o tronco de madeira, por algum motivo eu começava a questionar minha jornada, será que eu deveria desistir? Eu deveria voltar? Ou talvez eu devesse ter ido para a Academia Militar da Cidade Imperial e ter me registrado para uma expedição, quem sabe. Tudo o que sei é que só tive forças para levantar, apagar a fogueira que me aquecia durante aquele curto descanso e para seguir viagem, havia uma estalagem na beira da estrada, à alguns quilômetros dali, eu iria até lá, comeria algo quente, passaria a noite e então, na manhã seguinte, eu procuraria uma caravana de volta para a Cidade Imperial.
De todas as estalagens que eu já vi durante esas jornada essa parecia ser a menos pior. Não era luxuosa nem enorme como as que existem nos bairros centrais da Capital mas, era bastante decente, eu diria. Eram dois andares, contando o térreo, uma base de pedra simples, não mais do que meio metro e estrutura de madeira, telhas vermelhas desbotadas e janelas em todos os lados. A porta era dupla, parecia ser feita de carvalho mas estava bem desgastada e com algumas marcas de... adagas?... Sinceramente, nada mais me surpreenderia naquele ponto, já se passaram meses desde a última vez que vi uma cama de verdade que não estivesse infestada de piolhos. Minhas noites tem sido totalmente escuras ultimamente, tudo o que eu queria era um alvorecer digno.
Ao entrar, me deparei com um salão dividido em três partes, a ala oeste era um salão amplo com pelo menos seis grandes mesas redondas com cadeiras em volta, algumas delas estavam lotadas, outras tinham um ou dois cavalheiros de aparência suspeita. Na extremidade dessa parte, havia uma grande lareira com uma cabeça de javali anormalmente grande pendendo como trofeu acima. A ala leste era ocupada por um balcão em "L" onde estava o taverneiro limpando um copo do tamanho de um pequeno barril de chope. O balcão era cercado com alguns bancos mais altos e havia uma única mesa redondo menor do outro lado, com apenas duas cadeiras, estava vazia. Por fim, o setor norte era um corredor largo que levava para uma remessa de escadas que, presumi, levavam para os dormitórios da estalagem.
Eu me aproximei do estalagadeiro, ainda usando meu capuz, nunca foi segredo para mim que as pessoas tem muita desconfiança de seres... "não humanos".
Fúrion: Boa noite, Senhor. Por acaso há bebida fresca e comida quente?
Eu observei quando vi aquelas duas sobrancelhas monumentais se arquearem como se fossem se abrir no meio e alguma fera bestial fosse sair dali. O taverneiro era um senhor humano de pelo menos um metro e noventa de altura, seus braços eram especialmente grossos, cheios de cicatrizes e dava para ver em sua expressão que, aquele homem já tinha visto muitas aventuras no passado. Ele respondeu:
Taverneiro: Para aqueles com as moedas para paga-las... Sim.
Direto e reto. Típico. Eu coloquei três moedas de prata no balcão, ciente de que era mais do que uma caneca de bebida e um prato de guisado valeriam, era proposital e eu sabia que o taverneiro também sabia.
Fúrion: Perfeito. Há alguma novidade por essas bandas?
Era um costume novo que eu havia adquirido durante as viagens, sempre que chegar em uma taverna ou estalagem, pague por noticias ou rumores, nunca se sabe o que pode descobrir. Os olhos daquele ex aventureiro pareciam sintilar, parece que o que eu disse despertara memórias de sua juventude.
Taverneiro: Procurando por aventuras, é? Não me diga que você é mais um aventureiro desses que andam por ai enfrentando "seres do mal" ...
A maneira como ele falou "seres do mal" me incomodou um pouco, admito. Parecia que estava zombando de mim ou, melhor dizendo, dos aventureiros em geral. De fato, eu estava buscando qualquer coisa que fosse emocionante e interessante o suficiente para adicionar ao meu registro mas, também só queria saber se era seguro ficar ali.
Fúrion: Oh, não não, meu caro, eu sou apenas um viajante, vê? Sequer carrego armas comigo. Eu estou coletando histórias, por isso minha curiosidade.
Não era totalmente mentira. Bem, talvez um pouco. Eu sou um feiticeiro, meu sangue é uma arma.
Taverneiro: Histórias é? ... Talvez você goste dessa. Já ouvi falar da... Ordem da Alvorada de Prata?
Aquele nome era familiar, tratava-se de uma lendária guilda de tempos atrás que era composta apenas pelos mais corajosos herois daquela época. Segundo as lendas, eles eram grandes guerreiros, verdadeiras chamas de esperança em meio às sombras. Não conheço totalmente a história mas sei que a guilda foi oficialmente desmantelada à seculos.
Fúrion: Só vagamente, por que?
Eu já estava com as esperanças de uma boa história esgotadas, se aquele velhote quisesse me passar a perna contando uma história de crianças eu iria perder totalmente minha motivação. Talvez fizesse o guisado explodir nas mãos dele só por diversão. Quem eu estou querendo enganar, eu não faria isso...
Um sorriso muito estranho se abriu no rosto daquele velho taverneiro, ele parecia bastante satisfeito.
Taverneiro: A guilda reabriu as portas faz três semanas, a cada dia mais aventureiros passam por essas estradas e por essa taverna e seguem a trilha de prata que sobe a montanha ao norte, na fronteira da provincia. Se você correr, talvez consiga ver a história sendo escrita, ao invés de apenas ouvir de outras pessoas.
Aquele velhote. A cada palavra meu estomago afundava ainda mais, eu estava num misto de euforia, ansiedade e curiosidade. Eu já havia estudado um pouco sobre a guilda mas nunca imaginei que ela pudesse renascer. Quem faria isso? Por que? E por que agora? Não havia nenhum minuto a perder, se a Alvorada de Prata estava renascendo, eu não podia perder! Eu joguei mais duas moedas de ouro no balcão e sai correndo noite adentro, meus olhos se acostumavam fácil com a escuridão e, de qualquer forma, a luz do luar iria me guiar até lá.
Trilha de Prata. Montanhas do Norte da Provincia. Alvorada de Prata.
Minha mente disparava todas as informações, o que poderia me aguardar lá? Que tipo de aventuras eu poderia observar ou até mesmo, fazer parte? Quem poderia imaginar que eu poderia ser um aventureiro? Eu estava eufórico. Era o Alvorecer que eu precisava.
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Fúrion Annorok. 150 anos. Ordem da Alvorada. Provincia da Campina de Lonalion.
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Fúrion Annorok. 87 anos, Universidade Arcana Imperial. Attan'Ore.
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This reminds that time when one of my players, who are really good ate chemistry, suddenly wanted to make C4 explosives and listed all ingredients he had to make it. I didnt let him do it. Them, the next session, he came up with an idea. Nitroglycerin. i swear... Walter White and Osama Bin Laden had a child...

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Dungeons & Dragons Curse of Strahd by Jedd Chevrier
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Olar, povo, continuando nossa história, segue a última parte do prólogo que conta a história de como o maior e mais perigoso vilão da campanha foi criado. Lembrando que a parte um e dois já foram postadas, espero que gostem! Boa leitura e boas rolagens!
Parte 1 aqui;
Parte 2 aqui;
Continuação do Prólogo - Parte 3 - O Começo do Fim.
Ah, alías, é importante lembrar que, naquela época, o norte não era um deserto branco de gelo, neve e criaturas sinistras vagando pelas florestas petrificadas. Não! O Norte já foi uma província próspera, você só via a neve cobrindo a paisagem durante o inverno e, principalmente no auge da Invernália, no resto do tempo, era uma paisagem belíssima, com camos verdejantes, florestas densas e montanhas com picos nevados à distância. Mas algo mudou quando o Rei-Bruxo foi maculado. Bem, vamos chegar lá, primeiro, vamos continuar de onde paramos, sim?
O Rei-Bruxo foi consumido pela culpa pelos seus atos, pela raiva de si mesmo por não ter conseguido salvar a todos e ficou obcecado pela ideia de controlar aquele poder imenso. Há quem diga que ele realmente acreditava que poderia encontrar um meio de reverter aquele efeito mágico castrófico, mas nunca vamos saber se ele realmente tentou buscar uma "cura".
As rotas comerciais subitamente se tornaram perigosas, boatos de caravanas desaparecendo à luz do dia, deixando nada além de carroças vazias, suprimentos intocados e tesouros deixados para trás. Era obvio que, quem quer que fosse que estivesse atacando os viajantes, não estava interessado em tesouros mas sim, nas pessoas. A situação ficou insustentável quando um vilarejo de pouco mais de quinhentos habitantes desapareceu por completo da noite para o dia. Lembro bem que, na época, o Rei do Norte, um velho Berserker de sessenta anos de idade chamado Eoric, convocou seus porta-bandeiras e marchou para a região pois, acreditavam que se tratava de alguma ameaça bestial, como um dragão, por exemplo.
A história aqui fica um pouco mais... Nublada... Pois não há registros do que aconteceu, apenas relatos de alguns poucos sobreviventes que, podemos dizer que não eram mais os mesmos. Mas vamos lá.
Os homens de Eoric chegaram na região e encontram o vilarejo abandonado, nenhum sinal das pessoas que lá viviam nem rastros, pegadas, nada que pudesse indicar o que houve com aquelas pessoas. As casas vazias ainda com a mesa posta para o jantar, roupas guardadas, suprimentos intocados, lareiras frias com tocos de madeira semi carbonizados. Nada indicava que haviam sido atacados, tampouco havia indícios de que o povo tinha ido embora voluntariamente. Por que fariam isso? E por que deixariam todas as suas posses? Para onde foram? Tudo aquilo era um mistério perturbador.
O Vilarejo ficava em uma planície entre um pequeno bosque, ao leste que era fonte de caça para aquelas pessoas; ao sul, a estrada do Rei levava para as demais regiões do reino; à oeste, ficava o sopé da montanha mais próxima, um amontoado enegrecido de rochas tão antigas quanto a idade da terra, coroado com um pico nevado que escorria como lágrimas brancas pelas escarpas afiadas da montanha; finalmente, ao norte, a planice se abria entre vários outros bosques, lagos semi congelados e, é claro, o Grande Palácio Branco do Rei-Bruxo do Norte.
Agora você deve estar pensando: É obvio que Eoric imediatamente se voltou para o castelo, era a unica hipótese lógica para o desaparecimento daquelas pessoas! É, poisé, mas não. Você tem que entender que todos amavam o Rei Bruxo naquele momento, a história da destruição de uma cidade e de um dragão ainda não havia se espalhado e, mesmo aqueles que já ouviram a história, creditavam a destruição ao dragão, não ao Bruxo. Eoric nem suspeitou do castelo, imediatamente mandou suas tropas se espalharem e procurarem pela região por pistas.
Talvez tenha sido a melhor decisão, talvez Eoric sequer tivesse o controle dos eventos que ocorreriam depois e era apenas um peão num jogo muito mais complexo onde apenas os deuses conheciam as jogadas. Não se sabe o tamanho da responsabilidade de Eoric mas, uma coisa é certa, aquilo mudou tudo. Não haviam pistas nos bosques além da ausência completa de animais, insetos, nada, nenhum som além do vento.
A Estrada do Rei, que levava para o Sul, estava intacata, sem marcas de passos, patas de cavalo ou carruagens, nada indicava que talvez tivesse ido para lá. Então, só restava um lugar, é claro (além do Castelo do Rei Bruxo). Já faziam algumas horas que os homens de Eoric não enviavam notícias das montanhas então ele foi pessoalmente para lá com o restante da comitiva e lá, encontraram algo novo. Uma caverna. Nunca houve qualquer notícia ou informação de que havia cavernas naquela região, se houvesse, seria do interesse do Rei explora-la para encontrar minérios. A entrada da caverna era um círculo quase perfeito que seguia reto com uma inclinação suave para baixo, as paredes e o teto lembravam a garganta de alguma criatura colossal, onduladas e congeladas, como se tivesse coberta por uma camada grossa de vidro.
Poisé, é obvio que aquele lugar não era nada convidativo e praticamente gritava "morte iminente" mas... Eles entraram, claro, porque se não, não teria história. Continuando.
Parece que eles caminharam por alguns minutos lá dentro até que o frio era tão intenso que mesmo as tochas pareciam estar tímidas, tremendo com um gelo que penetrava até a alma. As armaduras de aço dos berserkers do Rei Eoric começavam a queimar na pele dos guerreiros, queimaduras de frio que doiam tanto quando um corte de uma lámina afiada. Ao chegar no que deveria ser o fim da caverna, era possível ver que o local havia sido escavado, com degraus e paredes bem feitas, obviamente fruto de intervenção humana, que formavam uma escadaria espiral que descia por um longo poço no chão da caverna, também era possível ouvir sons estranhos vindo do fundo daquele buraco.
Era evidente que ninguem mais queria estar ali, dava para ver nos olhos dos homens que para eles, aquele mistério poderia continuar sendo isso, um mistério. Não dá para julgá-los, se você tivesse sentido a aura daquele lugar, também teria implorado para voltar correndo. Bem, eles não voltaram, eles desceram pela escadaria e lá embaixo, encontraram uma gigantesca galeria como uma masmorra, paredes de tijolos de pedra, pilares, escadarias, arcos segurando o teto da caverna, era como uma fortaleza inteira escondida sob a montanha. Havia alguns braseiros e tochas iluminando o caminho com chamas azualdas bruzuleantes que refletiam nas paredes as sombras fantasmagóricas daqueles pobres coitados que, a cada passo, desejavam mais intensamente ir embora dali.
A descida não foi tão longa quando a entrada na caverna mas a galeria terminava em algo que parecia uma mina, embora diferente de tudo aquilo que Eoric já vira pois, não eram veios de ouro ou prata, nem depósitos de diamantes ou esmeraldas, não, eram cristais, grandes e pontiagudos, com cores que variavam e pareciam se mover conforme a luz mudava de lugar, cristais tão estranhos que capturavam a atenção do Rei Eoric e de seus homens, subitamente eles havia esquecido o terror e o frio. Um engano.
O som de metálico de impactos sendo desferidos revelava que aquele lugar estava sendo minerado naquele exato momento, então os homens correram na direção do som. Uma sucessão rítimica de impactos que sequer parecia humana, pareciam trabalhadores excelentes, talvez anões, que trabalhavam em sincronia total. Os homens correram seguindo os braseiros acesos, iluminados por aqueles fantasmas de chama azul que pareciam dançar e rir de seus destinos desgraçados. Nenhum deles percebeu que estavam correndo para a própria perdição.
Finalmente, chegaram ao local da mineração, uma galeria gigantesca, no formado de uma grande sala oval com luzes mágicas brilhando no teto, flutuando pela abódada artifical daquele local. Próximo às paredes, caixar, barris e carrinhos de mineração abarrotados de rochas simples e alguns de cristais recem minerados e, para surpresa de todos, minerando aquele local estavam centenas de pessoas, humanos, não anões, eles trabalhavam em sincronia, picaretando e martelando as paredes e cristais para extrair o máximo possível. Ditando o ritmo, haviam capatázes estalando chicotes e gritando ordens em um idioma desconhecido. Uma cena suficientemente desagradável se não fosse um fato ainda mais perturbador: Aquelas pessoas estavam todas mortas.
Corpos mutilados, enegrecidos, alguns com ossos expostos, ferimentos letais, alguns desmembrados outros tão decompostos que era impossível sequer pensar que pudesse ser um "sobrevivente". Todos com um brilho sinistro nos olhos, uma chama azulada brilhava em suas órbitas, uma legião de mortos-vivos. É claro que, em algum momento, ficar parado ali observando acabaria virando um problema, os mortos viram eles e alertaram os outros, em poucos segundos, aquilo tudo virou uma luta desesperada para sair dali o mais rápido possível. E é aqui que a história se torna errática.
Pouquíssimos saíram lá de dentro, além do Rei. E todos, sem excessão, ficaram atormentados pelo o que viram. Eles repetiam coisas sem sentido como "o manto amarelo, o manto amarelo" ou "O coração negro sangra e os mortos levantam". O próprio Rei nunca mais foi o mesmo. Ele morreu em sua cama poucos anos depois, completamente insano, precisando de ajuda até para se lavar. Dizem que algum tempo depois que os sobreviventes enlouquecidos retornaram para casa, outros foram averiguar a situação, encontraram a caverna descrita por eles, encontraram a mina mas não havia mais nada lá, nenhum cristal, nada. Tudo o que havia eram alguns corpos de soldados de Eoric e alguns corpos de civis, presumidamente do Vilarejo abandonado. Eles foram enterrados com um prego de ferro no peito próximos ao vilarejo.
Na época não sabiamos o que aquilo significava, foi somente no mês seguinte que descobrimos que tudo aquilo estava acontecendo em várias partes da província ao mesmo tempo, que muitas vilas e assetamentos haviam sido eliminadas e que as pessoas desaparecidas agora alimentavam uma legião de mortos-vivos que respondiam somente à um mestre. Um Rei que adoranava a si mesmo com um manto amarelo como ouro. Foi assim que ele ganhou o apelido. Monarca Dourado. Rei Amarelo.
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"Olá, rapeize, mestre Bigode aqui. Essa é a parte dois do Prólogo da história de um RPG que eu mestre há alguns anos. Se você ainda não leu a parte um, corre lá e da uma olhada antes de ver essa aqui! Espero que gostem, boa leitura e boas rolagens!"
Parte 1 aqui
Continuação Prólogo - Todos os Caminho Levam ao Escuro.
Onde eu estava? Ah, sim. A Fortaleza. Bem, obviamente ele não à construiu do dia para a noite, foram várias semanas, na verdade e todos na província estavam eufóricos com aquilo. Afinal, seu Rei nunca havia se dedicado à obras grandiosas e aquilo poderia significar que seu Rei pretendia grandes coisas, projetos, sabe-se lá o que o povo do Norte pensou. Mas gostaram, ou não teriam ido ajudar quase de graça.
A Fortaleza era gigantesca e opulenta, muralhas e torreões de uma rocha branca que só existia na região, lisa como gelo e branca como a neve, ainda assim, dura como as escamas de um dragão ancião. Cada torre parecia que iria rasgar o véu cósmico que cobre o mundo material, tão altas quanto a abóbada celeste, com telhas azuis e ameias brilhantes, ele fez questão de acrescentar suas próprias pedras mágicas ao local - Agora lembre-se, existem pedras mágicas, cristais mágicos, jóias mágicas... E existem as Lágrimas, essas nunca foram vistas fora do atelier do Rei Bruxo. Mantenha isso em mente enquanto escuta a história, sim?
Bom, quando a construção ficou pronta, era como uma exposição pública de poder e magia, todas as cidades, cidadelas e castelos do norte tinham estradas que levavam direta até o Castelo do Céu, como ficou chamada a Fortaleza do Rei Bruxo do Norte, pois de dentro da cidade era como se você sempre pudesse ver as estrelas brilhando, acho que ele deve ter enfeitiçado o local para dar essa aparência. Todos queriam poder ter livre e fácil acesso até aquele lugar, bugigangas mágicas, feitiços e encantamentos, poções, jóias, até armas e armaduras mágicas, tudo poderia ser encontrado lá, ele abriu seu castelo para as mentes mais brilhantes do mundo para que, em troca de compartilhar o que sabiam com ele, terem um espaço na "Maior Exposição Arcana do Mundo".
Por anos, ele manteve o local como um refúgio para aqueles que perseguiam os mistérios do arcanum. E, é claro, aprendeu muito com todos aqueles magos, feiticeiros e xamãs que vieram bater à sua porta. O que pouca gente sabe é que, enquanto tudo isso acontecia, ele explorava as minas, extraia toda Lágrima que encontrava e estocava em seu atelier. Ele as estudava dia e noite, testava e entre uma explosão e uma fenda no espaço-tempo, ele descobriu que elas guardam uma quantidade imensa de poder, um poder antigo e selvagem, quase impossível de ser controlado. Quase.
Certo, tem uma coisa que eu havia deixado de fora de propósito. Lembra que eu comentei da criação? Bem, ela não aconteceu de repente, foi mais um "choque de forças" e algo sinistro acabou aprisionado nas profundezas do mundo, um sopro sombrio, um sussurro, uma sugestão perigosa, um olhar assassino, um desejo insaciável. Bem no fundo, as Lágrimas eram a prisão de algo que, como você deve imaginar, tinha uma razão para estar preso. Algo que percebeu que algum tolo intrometido andava escavando onde não devia e se manteve quieto, esperando, até que o tolo encontrasse a maior Lágrima daquela mina. Seu berço. Quando essa Lágrima, que vamos chamar de "Lágrima das Trevas" pois era totalmente escura por dentro, como se prendesse um oceano de tinta lá dentro, foi finalmente trazida para o atelier, algo mudou.
Aqui as coisas começam a ficar um pouco vagas pois, tudo o que resta dessa história são poucos relatos de quem trabalhava com o Rei Bruxo e o resto são boatos. Bem, ao que parece, o nosso nobre senhorio mágico começou a ficar obcecado com uma ideia nova. Se os fragmentos espalhados guardavam tamanho poder então, o que aconteceria se ele reunisse os pedaços e fundisse a coisa toda? Pouco a pouco, os pedaços foram reunidos até que uma jóia negra do tamanho de um quarto foi formada no centro do grande atelier.
Depois disso, muitos meses foram gastos em formas de criar uma "maquina" para extrair aquele poder de dentro do cristal de forma segura. Dias e noites acordado, horas debruçado sobre abontações, testes e experimentos fracassados. Nem quando uma dezena de seus aprendizes morreram de forma brutal e, as vezes, inexplicáveis, pelas forças arcanas que extravazavam daquele orbe, ele parou. Parece que a cada morte, ele se tornava mais obcecado em obter para si aquele poder.
Em segredo, o Rei Bruxo passou a manter relações diplomáticas com muitos outros reinos e provincias, comprando e negociando fragmentos encontrados em outros locais, outras gemas preciosas das profundezas do mundo, negociando até com os infames Drow, elfos negros das profundezas, e os Magos Vermelhos. Por um tempo, não se viu mais o Rei. Até que finalmente, ele conseguiu o que queria.
Tudo o que ele fizera até ali o levara para aquele momento. Dizem que ele conseguiu absorver totalmente o orbe, deixando apenas uma casca cristalina vazia. Por muito tempo não se soube como ele fez isso mas, uma coisa de cada vez. Como de costume, uma tragédia estava prestes à acontecer. Um dragão branco despertado acidentalmente por um festival em uma cidade distante causou uma comoção e é claro que o Rei foi resolver a situação pessoalmente.
Isso eu sei com cem por cento de certeza porque estudei os registros com alguem que esteve lá pessoalmente. Ele tentou dialogar com o Dragão mas, obviamente, foi inutil, todos sabem que Dragões Brancos são tão inteligentes e razoáveis quando a droga de um Urso-Coruja esfomeado! Bem, o Dragão atacou e eles lutaram pelo o que pareceu horas, até que o Dragão percebeu que o Bruxo em sua frente se esforçava para manter a luta longe da cidade. Então ele desceu até lá.
O Rei Bruxo tentou impedir mas não deu certo, o Dragão era grande e forte demais então, ele precisou dar tudo de si. Esse foi o problema, ele não percebera que agora ele não era um mero Bruxo mortal... Ele perdeu o controle e destruiu o dragão, junto com metade da cidade. Até hoje, se você quiser ver, é só ir até lá. Metade de uma cidade transformada em rocha pura com pedras preciosas encrustadas, como se cada particula fosse coberta pela lava derretida resfriada de um vulcão. Milhares de vidas perdidas.
O Rei Bruxo colapsou sem saber o que fazer. Algo sussurrou em sua mente, algo que agora nada nas profundezas de sua alma, um sussurro cruel. Era necessário controle. Ele já tinha o poder mas precisava controla-lo. Naquele momento, ele foi embora e se escondeu por semanas até que finalmente, decidiu voltar para a cidade, ele estava diferente, parecia cansado. Exausto, na verdade. Seja o que for que ele absorveu, agora o consumia de dentro para fora. Mas parece que o tempo que ele ficou fora serviu para ele descobrir algo novo. De volta a cidade, ele ergeu as mãos e luzes começaram a surgir das estátuas do que antes eram pessoas vivas. Suas almas. Ele absorveu as almas das pessoas (e do dragão) que havia acidentalmente matado e então ficou claro. A alma dele não era o bastante para controlar aquele poder. Ele precisava de mais.
Foi assim que a luz desapareceu do Norte. Todas as rotas comerciais, os caminhos criados por outros reinos e cidades, todas as conexões que permitiriam progresso sem paralelos agora era uma mortalha sinistra, uma sombra que surgia do coração de um homem decente agora corrompido.
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elven wizard miku!! yes i forgot to post her yesterday SORRY
rogue miku tomorrow <3
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Prólogo - Um Lugar para Começar. Eu vou contar uma história para vocês, não é o tipo de história de terror que se conta em frente à uma fogueira em uma noite fria nem do tipo que se conta para uma pessoa amada para impressiona-la. Tem mais a ver com dificuldades. E com amigos. Mas também tem a ver com um lugar, um local especial onde tudo aconteceu.
Bem, vamos começar do início. No começo de tudo, havia um grande vázio até que, sem avisar, tudo passou a existir. É eu sei, não parece aqueles belas histórias da criação que a vovó conta ou aquele papo furado dos sacerdotes, eu sei muito bem disso, mas a história não é sobre a criação do mundo, é sobre o que aconteceu depois.
O que importa é você saber que a criação deixou cicatrizes no multiverso, alguns vão chamar essas cicatrizes de "Resquícios" e outros irão chamar de "Lágrimas da Mãe", nós nos acostumamos a chamar de "Lágrimas". Você precisa entender que é necessário muito poder e magia para criar mundos e essa energia toda acabou se condensando em alguns lugares, em forma de cristais límpidos transbordando de poder.
Bem, essa é uma introdução ruim, eu sei. Mas aqui é que as coisas ficam interessantes. Ninguem se importava com esses cristais ou, quando muito, prestavam respeitos à eles, até que alguem pensou que poderia controlar o que quer que estivesse dentro deles. Ele não era diferente de mim ou de você, era só um pouco mais curioso e imensamente mais ambicioso. Na antiguidade, diziam que era um Rei justo e poderoso, que desde cedo aprendeu magia e a usava para ajudar as pessoas. Dizem que ele ano após ano ele se esforçava para manter seu povo feliz, de barriga cheia e protegidos do frio (e do quer que seja que se escondia nas sombras desse mundo), mas nem sempre ele conseguia, sempre havia uma criança doente que ele não podia salvar, uma avalanche que ele não podia impedir, um ataque de lobos na floresta que ele não pôde evitar.
Essas pequenas perdas foram deixando ele deprimido e profundamente impotente à maior e mais simples verdade do mundo: Coisas ruins acontecem. Agora, o que você precisa entender aqui é que isso é imutável. Coisas ruins acontecem e vão acontecer, as vezes com pessoas boas. Na maioria das vezes com pessoas inocentes e não há nada que você possa fazer para impedir isso. É o mundo. Bom, esse cara não gostava dessa realidade e quis modifica-la, e foi com isso na mente (e no coração) que ele acabou encontrando as Lágrimas.
Em uma mina de Anões esquecida no tempo, não muito mais do que um buraco no chão, pequenos fragmentos de cristais ressoavam no escuro, no começo foi uma descoberta acidental mas, quando ele percebeu o que aqueles cristais eram, isso deu a ele uma ideia, algo importante poderia sair dali. Ele deve ter pensado "E se eu conseguir extrair esse poder?" ou "E se eu pudesse controlar tamanho poder?". Ele deve ter achado que salvaria todas as vidas do mundo. Para um Rei Bruxo, era tolo como uma galinha.
Em uma mina perdia, um buraco no chão, o Rei Bruxo das Terras do Norte construiu sua fortaleza, um castelo monumental feito para abrigar suas criações, suas pesquisas, seus componentes mágicos e para ser o local de onde ele começaria sua busca por poder. Foi lá que tudo começou. Foi naquele lugar amaldiçoado pelos deuses que tudo isso foi para o inferno. Se qualquer um tivesse se oposto naquela época... Tudo seria diferente. Mas não, aquilo iria acontecer e lá foi onde tudo começou, um castelo na paisagem. Um lugar para começar. E onde, eventualmente, tudo ia terminar.
"Olá, pessoal, eu sou o Mestre Bigode, também conhecido pelo meu nome, Henrique Matos, eu estou começando uma série de histórias sobre uma campanha de RPG que mestrei à alguns anos, baseada numa história muito importante para mim. Postarei com alguma regularidade e espero que gostem! Caso tenham interesse, eu respondo perguntas sobre o projeto! Até mais e boas rolagens!"
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A little break from work. A lot to do but i need some rest. Everybody has it's problems and all i can do is work to solve some o them.
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Life is a school, and even if it often hurts, it teaches you the lesson that it learns from the heart.
poetry-siir ©

La Vida es una escuela, y aunque a menudo duela, te enseña la lección que aprende del corazón.
poetry-siir ©
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Maravilhas nunca faltaram ao mundo, o que sempre falta é a capacidade de senti-las e admirá-las
Mario Quintana.
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