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#Quando José contou esse sonho ao pai e aos irmãos
pr-eduardo-silva · 2 years
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#✍🏻Eduardo R. da Silva🙋🏻‍♂️: Certa vez José teve um sonho e o contou aos seus irmãos. Aí é que ficaram com mais raiva dele porque ele disse a#— Escutem#que eu vou contar o sonho que tive. Sonhei que estávamos no campo amarrando feixes de trigo. De repente#o meu feixe ficou de pé#e os feixes de vocês se colocaram em volta do meu e se curvavam diante dele.#Então os irmãos perguntaram:#— Quer dizer que você vai ser nosso rei e que vai mandar em nós?#E ficaram com mais ódio dele ainda por causa dos seus sonhos e do jeito que ele os contava.#Depois José sonhou outra vez e contou também esse sonho aos seus irmãos. Ele disse assim:#— Eu tive outro sonho. Desta vez o sol#a lua e onze estrelas se curvaram diante de mim.#Quando José contou esse sonho ao pai e aos irmãos#o pai o repreendeu e disse:#— O que quer dizer esse sonho que você teve? Por acaso a sua mãe#os seus irmãos e eu vamos nos ajoelhar diante de você e encostar o rosto no chão?#Os irmãos de José tinham inveja dele#mas o seu pai ficou pensando no caso.#Amados sabemos neste texto que o sonho que José teve vinha do próprio de Deus#quero dizer nesta noite pra você#deixe os sonhos de Deus tomarem conta de você. Os sonhos de Deus são necessários na nossa vida#veja o quando isso mudou a vida de José e quanto isso impactou outras vidas com o propósito de Deus#É preciso deixar as coisas velhas pra viver coisas novas#o sonho de Deus faz isso conosco#não adianta você querer que as coisas mudem se você não estiver disposto a mudar e a abrir mão de tudo aquilo que te impede de viver as pro#por isso#seja determinado#dê mais um passo#se desprenda do que deu errado e faça tudo diferente amanhã...Pergunte a Deus o que Ele sonhou pra sua vida#e viva este sonho por completo#Boa noite
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dilofilho · 4 years
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💞NÃO MEXE COMIGO, QUE EU NÃO ANDO SÓ - CARTA DE AMOR - MARIA BETHÂNIA - LOUVAÇÃO AOS GUIAS, SANTOS E ORIXÁS!!! GRATIDÃO POR TUDO!!!💞
"Não mexe comigo que eu não ando só
Eu não ando só, que eu não ando só
Não mexe não
Eu tenho zumbi, besouro o chefe dos tupis
Sou tupinambá, tenho erês, caboclo boiadeiro
Mãos de cura, morubichabas, cocares, arco-íris
Zarabatanas, curarês, flechas e altares.
A velocidade da luz no escuro da mata escura
O breu o silêncio a espera. Eu tenho jesus,
Maria e josé, todos os pajés em minha companhia
O menino deus brinca e dorme nos meus sonhos
O poeta me contou
Não mexe comigo que eu não ando só
Eu não ando só, que eu não ando só
Não mexe não
Não misturo, não me dobro a rainha do mar
Anda de mãos dadas comigo, me ensina o baile
Das ondas e canta, canta, canta pra mim, é do
Ouro de oxum que é feita a armadura guarda o
Meu corpo, garante meu sangue, minha garganta
O veneno do mal não acha passagem e em meu
Coração maria ascende sua luz, e me aponta o
Caminho.
Me sumo no vento, cavalgo no raio de iansã,
Giro o mundo, viro, reviro tô no reconcavo
Tô em face, vôo entre as estrelas, brinco de
Ser uma traço o cruzeiro do sul, com a tocha
Da fogueira de joão menino, rezo com as três
Marias, vou além me recolho no esplendor das
Nebulosas descanso nos vales, montanhas, durmo
Na forja de Ogum, mergulho no calor da lava
Dos vulcões, corpo vivo de xangô
Não ando no breu nem ando na treva
Não ando no breu nem ando na treva
É por onde eu vou que o santo me leva
É por onde eu vou que o santo me leva
Medo não me alcança, no deserto me acho, faço
Cobra morder o rabo, escorpião vira pirilampo
Meus pés recebem bálsamos, unguento suave das
Mãos de maria, irmã de marta e lázaro, no
Oásis de bethânia.
Pensou que eu ando só, atente ao tempo num
Começa nem termina, é nunca é sempre, é tempo
De reparar na balança de nobre cobre que o rei
Equilibra, fulmina o injusto, deixa nua a justiça
Eu não provo do teu féu, eu não piso no teu chão
E pra onde você for não leva o meu nome não
E pra onde você for não leva o meu nome não
Onde vai valente? você secô seus olhos insones
Secaram, não vêêm brotar a relva que cresce livre
E verde, longe da tua cegueira. seus ouvidos se
Fecharam à qualquer música, qualquer som, nem o
Bem nem o mal, pensam em ti, ninguém te escolhe
Você pisa na terra mas não sente apenas pisa,
Apenas vaga sobre o planeta, já nem ouve as
Teclas do teu piano, você está tão mirrado que
Nem o diabo te ambiciona, não tem alma você é
O oco, do oco, do oco, do sem fim do mundo.
O que é teu já tá guardado
Não sou eu que vou lhe dar,
Não sou eu que vou lhe dar,
Não sou eu que vou lhe dar
Eu posso engolir você só pra cuspir depois,
Minha forma é matéria que você não alcança
Desde o leite do peito de minha mãe, até o sem
Fim dos versos, versos, versos, que brota do
Poeta em toda poesia sob a luz da lua que deita
Na palma da inspiração de caymmi, se choro, quando
Choro e minha lágrima cai é pra regar o capim que
Alimenta a vida, chorando eu refaço as nascentes
Que você secou.
Se desejo o meu desejo faz subir marés de sal e
Sortilégio, vivo de cara pra o vento na chuva e
Quero me molhar. o terço de fátima e o cordão de
Gandhi, cruzam o meu peito.
Sou como a haste fina que qualquer brisa verga
Mas, nenhuma espada corta
Não mexe comigo que eu não ando só
Eu não ando só, que eu não ando só
Não mexe comigo!!!"
🌷💞Eu venho de onde vem as bruxas perseguidas e queimadas,
a gargalhada delas também é minha...
Eu venho de onde vem as escravas exploradas e acorrentadas, a chicotada delas também é minha...
Eu venho de onde vem as meninas violentadas e maltratadas, a dor delas também é minha...
Eu venho de onde vem as mulheres femininas, feministas guerreiras, feiticeiras, barulhentas e inconformadas, a luta delas por seus direitos também é minha!!!💞🌷
💞ORAÇÃO AO SAGRADO E BENDITO POVO DE ARUANDA💞
"Ao Sagrado Princípio do Todo invocamos, do mais íntimo de nossa Consciência, em sinal de reverência à Verdade, ao Amor e à Virtude, propositando cooperar junto às Legiões de Pretos Velhos, Índios, Hindus e Caboclos, dos círculos espirituais das Falanges do Povo de Aruanda, para os serviços que são chamados a desempenhar na Ordem Doutrinária.
Ao Cristo apelamos, como Diretor Planetário e Senhor dos Sete Escalões em que se distribui a Humanidade Terrestre, composta de encarnados e desencarnados, desejando oferecer colaboração eficiente, de caráter fraterno, em defesa da Verdade e da Justiça, contra aqueles que, contrariando os Sagrados Objetivos da Vida, se entregam aos atos que contradizem a Lei de Deus.
Conscientes da integridade da Justiça Divina, afirmamos a mais fiel e intensa observância dos Mandamentos da Lei, conforme o Divino Exemplo do Verbo Exemplar, para todos os efeitos invocativos. Acima de alternativas constituirá barreira contra o Mal, em qualquer sentido em que se apresente, venha de onde vier, seja contra quem for, conquanto que, em defesa da Verdade, do Bem e do Bom.
Conseqüentemente, que aos bondosos Pretos Velhos e aos bondosos Caboclos de Aruanda seja dado refletir, em seus trabalhos, os sábios e santos desígnios daqueles que, traduzindo a Divina Tutela do Cristo Planetário, assim determinarem das Altas Esferas da Vida."
💞Que todos tenham um Maravilhoso e Feliz Ano que passa, com as bençãos de Nosso PAI OXALÁ!!!💞
⭐☀🌙PRECE AOS GUIAS E ORIXÁS🌙☀⭐
Tudo o que eu quero!!!
… Ter a longevidade, a paz e a luz das palavras de Oxalá.
… Ser livre como os raios e os ventos de Iansã.
… Ser justo e firme como o machado e as pedreiras de Xangô.
… Ser forte, decidito e corajoso como a espada de Ogum.
… Ser firme como o arco e certeiro e reto como as flechas de Oxóssi.
... Ser a constante transformação de Oxumaré.
… Ser mágico, curador e libertador como as forças de Obaluaê.
... Ser paciênte, tolerante e curador como o Velho Omolu.
… Ser infinito como a sabedoria de Nanã.
… Ter a doçura e a magia das águas de Oxum.
… Ter o amor e as forças dos mares sagrados e oceanos de Yemanjá.
… Ter a força, a energia, a vitalidade, alegria, a auto-estima, o respeito, a prosperidade e os caminhos abertos dos Guardiões Exús, Damas do Espaço, Cavaleiros e Guias Missionárias.
… E a boa esperteza do Malandro Zé Pelintra.
… Ser humilde, simples, amoroso, caridoso e paciente como meus amados e sagrados Preto Velhos.
… Carregar a lealdade, a fidelidade e a pureza dos amigos e amados Caboclos.
… Ter o equilíbrio dos Marujos, das Sereias, Princesas e do Povo das Águas.
… A fé na reza dos Boiadeiros.
… O amor ao mundo dos amigos e companheiros Ciganos.
... A harmonia, o equilibrio, a cura e a sabedoria dos Médicos de Cura e do Povo Indiano e do Oriente.
... A luz e a proteção de todos os Anjos, Arcanjos e Santos, Ministros e Mestres.
… E um dia merecer a doçura e a pureza de meus Erês, dos meus Ibejis, dos meus Pequenos Pajezinhos, das minhas Crianças.
💞Que todos os Orixás que representam as Forças da Nossa Mãe Natureza, e que todos os nossos Mentores e Guias Espirituais nos abençoem e nos iluminem hoje, agora e sempre. Que a Paz e a Luz esteja sempre presente em nossos Lares!!!💞
💞Que todos os Orixás que representam as Forças da Nossa Mãe Natureza, e que todos os nossos Mentores e Guias Espirituais nos abençoem e nos iluminem hoje, agora e sempre. Que a Paz e a Luz esteja sempre presente em nossos Lares!!! O Amor é a Linguagem mais Universal que existe, e cantado e poetizado assim, é mais lindo e universal ainda!!! Um Maravilhoso e Feliz Resto de Ano para todos nós, com o Amor e a Paz de Jesus de Nazaré, NOSSO PAI OXALÁ, em nossas mentes, em nossos corações, em nossas almas, em nossas vidas, e em todos os nossos caminhos!!! Que o Astro Rei Sol nos ilumine bastente, clareando todos os nossos horizontes, com muita Luz, e com muita sabedoria!!!💞
💞Contos de Preto Velho - Os Intolerantes - Defesa do Alabê de Jerusalém💞
"Já que você deu licença pra esse nego falar,
Não duvide da cabeça que tem coroa ou cocar.
Nenhuma auréola resiste ao tempo sem se apagar,
Se não tiver a serviço de Deus ou de um Orixá.
Preto Velho vem de longe, minha crença tem estrada.
Moço, exijo respeito, a sua voz é "macriada"!
Não seja tão leviano, respeite minha Aruanda!
Tem quase cinco mil anos de existência a minha banda!
Às vezes, corações que ‘crêem’ em Deus
São mais duros que os ateus.
Jogam pedras sobre as catedrais
Dos meus deuses iorubás.
Não sabem que a nossa Terra é uma casa na aldeia.
Religiões na Terra são archotes que "clareia"!
Ah, essa nossa Terra é uma casa na aldeia.
Religiões na Terra são archotes que "clareia"!
Num canto da casa, quem com fervor procura ajuda,
Tem um archote de Buda
Pra iluminar sua fé.
Lá onde a terra pouco verdeia,
Pra não se perder na areia,
Tem que ter lá na candeia
A chama de Maomé."
💞“Me perdoem a liberdade, mas religião de verdade é mais parecido com que Jesus queria, talvez seja Ecologia!” Alabê de Jerusalém – PRETO VELHO. Penso que sobre todas as formas de crenças, denominações, culturas, gêneros e rótulos que nossas mentes insistem em colocar, por necessidade do ego de se identificar com um ou outro grupo, nossa maior necessidade é voltar nossa conexão com nosso interior, com a Fonte Criadora de todas as coisas, independente do nome que se dê… Allah, Deus, Zambi, Zeus… Fonte criadora e criatura, pois todos temos essa Luz internamente, então ao mesmo tempo que nos criou, também somos essa Fonte. São tantos os caminhos, mas todos almejam o mesmo destino… o retorno para a Alegria, a Paz e o Amor intrínsecos às nossas Almas e ainda assim, nos dias de hoje é incrível ainda presenciar como a intolerância é presente em nosso cotidiano… Religiões que escutam sobre Deus, mas que não sabem praticar o respeito com a religião do vizinho. Se todos somos filhos do mesmo Criador, isso não significa ofender a Fonte, visto que o vizinho é seu irmão? A intolerância vive em nossos corações e por isso se manifesta na sociedade… ainda brigamos com nossa sombra, com o lado nosso que não queremos ver. Isso não apenas para a espiritualidade, mas para tudo... Lembremos sempre que aquilo que damos com sinceridade no coração ao mundo é o que receberemos em retorno, então se agimos com amor, receberemos amor… o contrário também é verdade, pode-se chamar de Lei do Retorno… eu creio em espelhos!!!💞
💞Amai-vos uns aos outros, como Eu vos amei, assim nos ensinou Jesus de Nazaré, nosso Pai Oxalá... Se todos nós, independentemente de religiões, de crenças e de convicções, praticarmos esse simples mandamento, com certeza, teremos um mundo bem melhor para TODOS nós!!! Que o Cristo Curador, Jesus de Nazaré, Nosso Divino Pai Oxalá, o Médico dos Médicos, e o Divino Lázaro, Nosso Pai Omolu, o Médico das Almas, nos abençoem sempre!!! É necessário que morra o nosso Eu Velho, para que nasça o nosso Novo Eu!!! Por um mundo melhor, com muito mais solidariedade, com muito mais fraternidade, com muito mais amor, com muito mais paz, com muito mais diálogo, com muito mais entendimento, com muito mais compreensão, com muito mais educação, com muito mais tolerância, com muito mais gentileza, com muito mais ecumenismo, com muito mais universalismo, com muito mais união entre os povos, e entre todas as nações, de toda a Humanidade, existente no Planeta Terra, e que o Sol brilhe igualmente para todos nós!!! ENTRE EM SINTONIA COM A LUZ, E TENHA ESPERANÇA QUE TUDO VAI MELHORAR... NÃO SE DESESPERE... CONFIE EM DEUS, CONFIE NO SAGRADO, CONFIE EM JESUS DE NAZARÉ, CONFIE EM PAI OXALÁ, CONFIE EM NOSSOS ANJOS GUARDIÕES, CONFIE NOS ORIXÁS, CONFIE NOS DEVAS, CONFIE NA MÃE NATUREZA, CONFIE NA ESPIRITUALIDADE MAIOR, E ACIMA DE TUDO, CONFIE EM VOCÊ MESMO, POIS DEUS ESTÁ EM VOCÊ, DEUS ESTÁ EM TODOS NÓS!!! PENSE POSITIVO, POR MAIS DIFÍCIL QUE SEJA ATUALMENTE... VEJA SEMPRE O LADO MAIS BELO E POSITIVO DE TUDO!!! TUDO PASSA!!! OXALÁ MEU PAI, TENHA PENA DOS FILHOS TEUS, TENHA DÓ, SE A VOLTA DO MUNDO É GRANDE, TEU PODER É BEM MAIOR!!! VENÇA AS TREVAS COM A TUA LUZ, COM O TEU AMOR, COM TUA VERDADE, COM A TUA JUSTIÇA, COM A TUA NOBREZA E COM A TUA PAZ, SENHOR!!!💞
💞Jesus de Nazaré, nosso Pai Oxalá, não amava a religião, Ele amava as pessoas, Ele amava a Humanidade!!! Sabia que as vezes, ou melhor, milhares de vezes, Jesus de Nazaré, nosso Pai Oxalá, se disfarça de um mendigo, que é para testar a bondade dos seres humanos? Pois é... Fiquemos bem espertos!!! Do que adianta você ser um religioso praticante, um cristão devoto, um frequentador assíduo da sua igreja, um espírita e espiritualista assíduo no seu templo ou centro espírita, um umbandista ou candomblecista assíduo no seu terreiro, um budista que sempre medita, um judeu assíduo na sua sinagoga, um mulçumano assíduo na sua mesquita, e etc, se você muitas vezes pisa, humilha e rejeita os mais pobres e necessitados, se você muitas vezes olha com maldade quem pensa e crê diferente de você, se você muitas vezes age com preconceito e discriminação para com seus semelhantes de outra cor de pele, de outra raça, de outra origem, de outra etnia, de outra nacionalidade e de outras culturas? Jesus de Nazaré, nosso Pai Oxalá, está realmente presente aonde realmente se precisa Dele... Como Ele mesmo nos ensinou, no seu Evangelho: 'quando der de comer a quem tem fome, quando der de beber a quem tem sede, quando vestir a quem estiver nú, quando agasalhaste a quem estiver com frio, quando ajudar a quem estiver doente, quando visitar a quem estiver preso e oprimido, quando fizererdes o bem aos mais pequeninos de meus filhos, é a Mim que fostes feito.' Esse Ensinamento resume toda a Moral do Cristo... Independentemente da sua fé, se você amar os teus semelhantes e fizer o bem a quem quer que seja, sem exigir nada em troca, você já estará no Caminho da Luz... Por mais Amor, Humildade, Tolerância, Respeito, Solidariedade, Fraternidade e Ecumenismo em nosso Planeta Terra!!!💞
💚💗Mangueira
Samba, teu samba é uma reza
Pela força que ele tem
Mangueira
Vão te inventar mil pecados
Mas eu estou do seu lado
E do lado do samba também
Eu sou da Estação Primeira de Nazaré
Rosto negro, sangue índio, corpo de mulher
Moleque pelintra no buraco quente
Meu nome é Jesus da Gente!!!💚💗
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Para quem gosta de mensagens de luz, de reflexões, de reforma íntima na base do Evangelho, de preces, de orações, de Espiritualidade Fraterna, Espiritualista, Ecumênica e Universalista, de Pretos Velhos, de Caboclos, de Hindus, de Guardiões, de Orixás, de Umbanda Sagrada, de Vale do Amanhecer, sigam o Preto Velho "Pai Joaquim de Aruanda" no Instagram...
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E curta um bom som de qualidade!!!
Gratidão!!!
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janiepedrosa · 3 years
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Ministério Evangelistico a Caminho de Sião S.B.C 😊 💕
Preleitor Pr Alex
1. Jacó habitava na terra das peregrinações de seu pai, na terra de Canaã.
3. Israel amava mais a José do que a todos os seus filhos, porque era filho da sua velhice; e fez-lhe uma túnica de várias cores.
4. Vendo, pois, seus irmãos que seu pai o amava mais do que a todos eles, odiavam-no, e não lhe podiam falar pacificamente.
5. José teve um sonho, que contou a seus irmãos; por isso o odiaram ainda mais.
6. Pois ele lhes disse: Ouvi, peço-vos, este sonho que tive:
7. Estávamos nós atando molhos no campo, e eis que o meu molho, levantando-se, ficou em pé; e os vossos molhos o rodeavam, e se inclinavam ao meu molho.
8. Responderam-lhe seus irmãos: Tu pois, deveras reinarás sobre nós? Tu deveras terás domínio sobre nós? Por isso ainda mais o odiavam por causa dos seus sonhos e das suas palavras.
9. Teve José outro sonho, e o contou a seus irmãos, dizendo: Tive ainda outro sonho; e eis que o sol, e a lua, e onze estrelas se inclinavam perante mim.
10. Quando o contou a seu pai e a seus irmãos, repreendeu-o seu pai, e disse-lhe: Que sonho é esse que tiveste? Porventura viremos, eu e tua mãe, e teus irmãos, a inclinar-nos com o rosto em terra diante de ti?
11. Seus irmãos, pois, o invejavam; mas seu pai guardava o caso no seu coração.
(Gênesis, 37)
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reginaldodpg · 3 years
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OS SONHOS DE FARAÓ
PASSARAM-SE dois anos, nos quais José continuou na prisão. O copeiro não se lembrou dele. Daí, certa noite, Faraó teve dois sonhos especiais e quis saber o que significavam. Vê aqui como ele está dormindo? Na manhã seguinte, Faraó chamou seus sábios e falou-lhes sobre o que tinha sonhado. Mas eles não lhe puderam contar o significado dos sonhos.
Então, por fim, o copeiro se lembrou de José. Ele disse a Faraó: ‘Quando estava na prisão, havia ali um homem que podia interpretar sonhos.’ Faraó mandou logo trazer José da prisão.
Faraó contou a José seus sonhos: ‘Vi sete vacas gordas e belas. Depois vi sete vacas muito magras e esqueléticas. E as magras comeram as gordas.
‘No segundo sonho, vi sete espigas cheias e maduras numa só haste. Depois, vi sete espigas finas e murchas. E as espigas finas começaram a engolir as sete espigas boas.’
José disse a Faraó: ‘Os dois sonhos significam a mesma coisa. As sete vacas gordas e as sete espigas cheias significam sete anos, e as sete vacas magras e as sete espigas finas significam outros sete anos. Haverá sete anos de muito alimento no Egito. Depois haverá sete anos em que pouquíssimos alimentos crescerão.’
Daí, José disse a Faraó: ‘Escolhe um homem sábio e encarrega-o de recolher mantimentos durante os sete anos bons. Assim, o povo não passará fome nos sete anos maus que se seguirão, quando haverá colheitas escassas.’
Faraó gostou da ideia. E ele escolheu José para recolher os mantimentos e armazená-los. Depois de Faraó, José ficou sendo o homem mais importante no Egito.
Oito anos mais tarde, durante a fome, José viu chegar certos homens. Sabe quem eram? Eram seus 10 irmãos mais velhos! Seu pai, Jacó, os mandou ao Egito, porque não havia mais comida em Canaã. José reconheceu seus irmãos, mas eles não o reconheceram. Sabe por quê? Porque José já era mais velho e estava vestido de modo diferente.
José lembrou-se de que, quando era rapaz, havia sonhado que seus irmãos viriam curvar-se diante dele. Lembra-se disso? Por isso, José entendeu que foi Deus que o tinha enviado ao Egito, e por um bom motivo. O que acha que José fez? Vejamos.
 Dois anos se passaram. Um dia o rei do Egito sonhou que estava de pé na beira do rio Nilo.
 De repente, saíram do rio sete vacas bonitas e gordas, que começaram a comer o capim da beira do rio.
 Logo em seguida saíram do rio outras sete vacas, feias e magras, que foram ficar perto das primeiras vacas, na beira do rio.
 E as vacas feias e magras engoliram as bonitas e gordas. Aí o rei acordou.
 Mas tornou a dormir e teve outro sonho. Desta vez ele viu sete espigas de trigo que saíam de um mesmo pé; elas eram boas e cheias de grãos.
 Depois saíram sete espigas secas e queimadas pelo vento quente do deserto
e elas engoliram as sete espigas cheias e boas. O rei acordou: tinha sido um sonho.
 De manhã ele estava muito preocupado e por isso mandou chamar todos os adivinhos e todos os sábios do Egito. O rei contou os seus sonhos, mas nenhum dos sábios foi capaz de dar a explicação.
 Então o chefe dos copeiros disse ao rei: —Chegou a hora de confessar um erro que cometi.
 Um dia o senhor ficou com raiva de mim e do chefe dos padeiros e nos mandou para a cadeia, na casa do capitão da guarda.
 Certa noite cada um de nós teve um sonho, e cada sonho queria dizer uma coisa.
 Lá na cadeia estava com a gente um moço hebreu, que era escravo do capitão da guarda. Contamos a esse moço os nossos sonhos, e ele explicou o que queriam dizer.
 E tudo deu certo, exatamente como ele havia falado. Eu voltei para o meu serviço, e o padeiro foi enforcado.
 Então o rei mandou chamar José, e foram depressa tirá-lo da cadeia. Ele fez a barba, trocou de roupa e se apresentou ao rei.
 Então o rei disse: —Eu tive um sonho que ninguém conseguiu explicar. Ouvi dizer que você é capaz de explicar sonhos.
Isso não depende de mim—respondeu José. —É Deus quem vai dar uma resposta para o bem do senhor, ó rei.
 Aí o rei disse: —Sonhei que estava de pé na beira do rio Nilo.
 De repente, saíram do rio sete vacas bonitas e gordas, que começaram a comer o capim da beira do rio.
 Depois saíram do rio outras sete vacas, mas estas eram feias e magras. Em toda a minha vida eu nunca vi no Egito vacas tão feias como aquelas.
 E as vacas feias e magras engoliram as bonitas e gordas,
 mas nem dava para notar isso, pois elas continuavam tão feias como antes. Então eu acordei.
 Depois tive outro sonho. Eu vi sete espigas de trigo boas e cheias de grãos, as quais saíam de um mesmo pé.
 Depois saíram sete espigas secas e queimadas pelo vento quente do deserto
 e elas engoliram as sete espigas cheias e boas. Eu contei os sonhos aos adivinhos, mas nenhum deles foi capaz de explicá-los.
 Então José disse ao rei: —Os dois sonhos querem dizer a mesma coisa. Por meio deles Deus está dizendo ao senhor o que ele vai fazer.
 As sete vacas bonitas são sete anos, e as sete espigas boas também são. Os dois sonhos querem dizer uma coisa só.
 As sete vacas magras e feias que saíram do rio depois das bonitas e também as sete espigas secas e queimadas pelo vento quente do deserto são sete anos em que vai faltar comida.
 É exatamente como eu disse: Deus mostrou ao senhor, ó rei, o que ele vai fazer.
 Virão sete anos em que vai haver muito alimento em todo o Egito.
Depois virão sete anos de fome.
 E a fome será tão terrível, que ninguém lembrará do tempo em que houve muito alimento no Egito.
 A repetição do sonho quer dizer que Deus resolveu fazer isso e vai fazer logo.
 E José continuou: —Portanto, será bom que o senhor, ó rei, escolha um homem inteligente e sábio e o ponha para dirigir o país.
 O rei também deve escolher homens que ficarão encarregados de viajar por todo o país para recolher a quinta parte de todas as colheitas, durante os sete anos em que elas forem boas.
 Durante os anos bons que estão chegando, esses homens ajuntarão todo o trigo que puderem e o guardarão em armazéns nas cidades, sendo tudo controlado pelo senhor.
 Assim, o mantimento servirá para abastecer o país durante os sete anos de fome no Egito, e o povo não morrerá de fome.
 O conselho de José agradou ao rei e aos seus funcionários.
 E o rei lhes disse: —Não poderíamos achar ninguém melhor para dirigir o país do que José, um homem em quem está o Espírito de Deus.
 Depois virou-se para José e disse: —Deus lhe mostrou tudo isso, e assim está claro que não há ninguém que tenha mais capacidade e sabedoria do que você.
 Você vai ficar encarregado do meu palácio, e todo o meu povo obedecerá às suas ordens. Só eu terei mais autoridade do que você, pois sou o rei.
 Neste momento eu o ponho como governador de todo o Egito.
 Então o rei tirou do dedo o seu anel-sinete e o colocou no dedo de José. Em seguida mandou que o vestissem com roupas de linho fino e pôs uma corrente de ouro no pescoço dele.
 Depois fez com que José subisse no carro reservado para a maior autoridade do Egito depois do rei e mandou que os seus homens fossem na frente dele, gritando: “Abram caminho! ” Assim, José foi posto como governador de todo o Egito.
 O rei disse a José: —Eu sou o rei, mas sem a sua licença ninguém poderá fazer nada em toda a terra do Egito.
 O rei pôs em José o nome de Zafenate Panéia e lhe deu como esposa Asenate, filha de Potífera, que era sacerdote da cidade de Heliópolis.
 José tinha trinta anos quando entrou para o serviço do rei do Egito. Ele saiu da presença do rei e viajou por todo o Egito.
 Durante os sete anos de fartura a terra produziu cereais em grande quantidade.
 E José ajuntou todos os cereais e os guardou em armazéns nas cidades, ficando em cada cidade os cereais colhidos nos campos vizinhos.
 José ajuntou tanto mantimento, que desistiu de pesar, pois não dava mais: parecia a areia da praia do mar.
 Antes de começarem os anos de fome, José teve dois filhos com a sua mulher Asenate.
 Pôs no primeiro o nome de Manassés e explicou assim: “Deus me fez esquecer todos os meus sofrimentos e toda a família do meu pai. ”
 No segundo filho pôs o nome de Efraim e disse: “Deus me deu filhos no país onde tenho sofrido. ”
 Então acabaram-se os sete anos de fartura no Egito,
e, como José tinha dito, começaram os sete anos de fome. Nos outros países o povo passava fome, mas em todo o Egito havia o que comer.
 Quando os egípcios começaram a passar fome, foram pedir alimentos ao rei. Ele disse: —Vão falar com José e façam o que ele disser.
 Quando a fome aumentou no país inteiro, José abriu todos os armazéns e começou a vender cereais aos egípcios.
 E de todos os países vinha gente ao Egito para comprar cereais de José, pois no mundo inteiro havia uma grande falta de alimentos.
Quando Jacó soube que havia mantimentos no Egito, disse aos filhos: Por que vocês estão aí de braços cruzados?
 Ouvi dizer que no Egito há mantimentos. Vão até lá e comprem cereais para não morrermos de fome.
 Então os dez irmãos de José por parte de pai foram até o Egito para comprar mantimentos.
 Mas Jacó não deixou que Benjamim, o irmão de José por parte de pai e de mãe, fosse com eles; ele tinha medo de que lhe acontecesse alguma desgraça.
 Os filhos de Jacó foram comprar mantimentos junto com outras pessoas, pois em todo o país de Canaã havia fome.
 Como governador do Egito, era José quem vendia cereais às pessoas que vinham de outras terras. Quando os irmãos de José chegaram, eles se ajoelharam na frente dele e encostaram o rosto no chão.
Logo que José viu os seus irmãos, ele os reconheceu, mas fez de conta que não os conhecia. E lhes perguntou com voz dura: —Vocês, de onde vêm? —Da terra de Canaã—responderam. —Queremos comprar mantimentos.
 José reconheceu os seus irmãos, mas eles não o reconheceram.
 Então José lembrou dos sonhos que tinha tido a respeito deles e disse: —Vocês são espiões que vieram para ver os pontos fracos do nosso país.
 Eles responderam: —De modo nenhum, senhor. Nós, os seus criados, viemos para comprar mantimentos.
 Somos filhos de um mesmo pai. Nós não somos espiões, senhor! Somos gente honesta.
Não acredito—disse José. —Vocês vieram para ver os pontos fracos do nosso país.
 Eles disseram: —Nós moramos em Canaã. Somos ao todo doze irmãos, filhos do mesmo pai. Mas um irmão desapareceu, e o mais novo está neste momento com o nosso pai.
 José respondeu: —É como eu disse: vocês são espiões.
 E o jeito de provar que vocês estão dizendo a verdade é este: enquanto o irmão mais moço de vocês não vier para cá, vocês não sairão daqui. Isso eu juro pela vida do rei!
 Um de vocês irá buscá-lo, mas os outros ficarão presos até que fique provado se estão ou não dizendo a verdade. Se não estão, é que vocês são espiões. Juro pela vida do rei!
 E os pôs na cadeia por três dias.
No terceiro dia José disse a eles: —Eu sou uma pessoa que teme a Deus. Vou deixar que vocês fiquem vivos, mas com uma condição.
 Se, de fato, são pessoas honestas, que um de vocês fique aqui na cadeia, e que os outros voltem para casa, levando mantimentos para matar a fome das suas famílias.
Depois tragam aqui o seu irmão mais moço. Isso provará se vocês estão ou não dizendo a verdade; e, se estiverem, não serão mortos. Eles concordaram
 e disseram uns aos outros: —De fato, nós agora estamos sofrendo por causa daquilo que fizemos com o nosso irmão. Nós vimos a sua aflição quando pedia que tivéssemos pena dele, porém não nos importamos. Por isso agora é a nossa vez de ficarmos aflitos.
 E Rúben disse assim: —Eu bem que disse que não maltratassem o rapaz, mas vocês não quiseram me ouvir. Por isso agora estamos pagando pela morte dele.
Eles não sabiam que José estava entendendo o que diziam, pois ele tinha estado falando com eles por meio de um intérprete.
 José saiu de perto deles e começou a chorar. Quando pôde falar outra vez, voltou, separou Simeão e mandou que fosse amarrado na presença deles.
 José mandou que os empregados enchessem de mantimentos os sacos que os irmãos haviam trazido e que devolvessem o dinheiro de cada um, colocando-o nos sacos de mantimentos. E também que lhes dessem comida para a viagem. E assim foi feito.
 Os irmãos de José carregaram os jumentos com os mantimentos que haviam comprado e foram embora.
 Quando chegaram ao lugar onde iam passar a noite, um deles abriu um saco para dar comida ao seu animal e viu que o seu dinheiro estava ali na boca do saco de mantimentos.
Ele disse aos irmãos: —Vejam só! O meu dinheiro está aqui no meu saco de mantimentos! Eles devolveram! Todos ficaram muito assustados e, tremendo de medo, perguntavam uns aos outros: —O que será isso que Deus fez com a gente?
 Quando chegaram a Canaã, contaram a Jacó, o seu pai, tudo o que havia acontecido com eles. E disseram:
Aquele homem, o governador do Egito, tratou a gente com brutalidade e nos acusou de termos ido ao seu país como espiões.
 Nós respondemos: “Somos homens honestos; não somos espiões.
 Somos ao todo doze irmãos, filhos do mesmo pai. Mas um dos nossos irmãos desapareceu, e o mais novo está neste momento com o nosso pai em Canaã. ”
 O governador respondeu: “Eu tenho um jeito de descobrir se vocês são homens honestos. Um de vocês ficará aqui comigo, e os outros vão voltar, levando um pouco de mantimento para as suas famílias, que estão passando fome.
 Mas tragam aqui para mim o seu irmão mais novo. Assim, eu ficarei sabendo que vocês não são espiões, mas homens honestos. Aí entregarei o irmão de vocês, e vocês poderão ficar aqui negociando. ”
 Aconteceu que, quando despejaram os mantimentos, cada um achou na boca do saco um saquinho com o seu dinheiro. Quando eles e o seu pai viram o dinheiro, ficaram com medo.
 Então Jacó disse: —Vocês querem que eu perca todos os meus filhos? José não está com a gente, e Simeão também não está. Agora vocês querem levar Benjamim, e quem sofre com tudo isso sou eu!
 Aí Rúben disse ao pai: —Deixe que eu tome conta de Benjamim; eu o trarei de volta para o senhor. Se não trouxer, o senhor pode matar os meus dois filhos.
 Jacó respondeu: —O meu filho não vai com vocês. José, o irmão dele, está morto, e só ficou Benjamim. Alguma coisa poderia acontecer com ele na viagem que vão fazer, e assim vocês matariam de tristeza este velho.
 A fome continuava muito grande em Canaã.
 Quando as famílias de Jacó e dos seus filhos comeram todo o mantimento que tinha sido trazido do Egito, Jacó disse aos filhos: Voltem ao Egito e comprem mais um pouco de alimento para nós.
 Mas Judá lembrou: —Aquele homem deixou bem claro que, se o nosso irmão não fosse junto com a gente, ele não nos receberia.
 Se o senhor deixar que ele vá, nós iremos comprar mantimentos para o senhor.
 Se o senhor não deixar, não iremos. Aquele homem disse assim: “Eu só os receberei se vocês trouxerem o seu irmão mais novo. ”
 Jacó disse: —Por que vocês fizeram cair tamanha desgraça sobre mim? Por que foram dizer ao tal homem que tinham outro irmão?
Eles responderam: —Aquele homem fez muitas perguntas a respeito de nós e da nossa família. Ele perguntou: “O pai de vocês ainda está vivo? Vocês têm mais um irmão? ” Nós tivemos de responder às perguntas dele. Por acaso podíamos adivinhar que ele ia pedir que levássemos o nosso irmão?
 Aí Judá disse ao pai: —Deixe o rapaz por minha conta. Nós partiremos agora mesmo, e assim ninguém morrerá: nem nós, nem o senhor, nem os nossos filhinhos.
 Eu fico responsável por Benjamim. Se eu não o trouxer de volta são e salvo, o senhor poderá pôr a culpa em mim. Serei culpado diante do senhor pelo resto da minha vida.
 Se não tivéssemos demorado tanto, já teríamos ido e voltado duas vezes.
 Então o pai disse: —Já que não existe outro jeito, façam o seguinte: ponham nos sacos alguns presentes para aquele homem. Levem os melhores produtos desta terra: um pouco de bálsamo, um pouco de mel, especiarias, nozes e amêndoas.
 Levem também o dinheiro em dobro, pois vocês precisam devolver a quantia que foi encontrada na boca dos sacos de mantimentos que vocês trouxeram. Deve ter havido algum engano.
 Levem o irmão de vocês e vão depressa encontrar-se outra vez com aquele homem.
 Que o Deus Todo-Poderoso faça com que ele tenha pena de vocês e deixe que o seu outro irmão e Benjamim voltem para casa. Quanto a mim, se tenho de perder os meus filhos, o que é que eu posso fazer?
 Assim, os filhos de Jacó pegaram os presentes e o dinheiro em dobro e foram para o Egito, levando Benjamim. Logo que chegaram, foram falar com José.
 Quando José viu que Benjamim estava com eles, disse ao funcionário administrador da sua casa: —Leve esses homens até a minha casa. Mate um animal e prepare tudo, pois eles vão almoçar comigo hoje, ao meio-dia.
 O administrador cumpriu a ordem e levou os irmãos até a casa de José.
 Quando chegaram lá, eles ficaram com medo e disseram uns aos outros: —Trouxeram a gente para cá por causa do dinheiro que da outra vez foi colocado de volta nos sacos de mantimentos. Com certeza eles vão nos atacar, vão tomar de nós os nossos jumentos e obrigar a gente a trabalhar como escravos.
 Assim que chegaram à porta da casa, disseram ao administrador:
Por favor, senhor! Já viemos aqui uma vez para comprar mantimentos.
 Porém, quando chegamos ao lugar onde íamos passar a noite, abrimos os sacos de mantimentos, e na boca dos sacos cada um encontrou o seu dinheiro, sem faltar nada. Trouxemos esse dinheiro de volta
 e também temos mais dinheiro aqui para comprar mantimentos. Nós não sabemos quem colocou o dinheiro nos sacos de mantimentos.
 Aí o administrador respondeu: —Fiquem tranqüilos, não tenham medo. O Deus de vocês e do seu pai deve ter posto o dinheiro nos sacos de mantimentos para vocês, pois eu recebi o dinheiro que pagaram. O administrador trouxe Simeão ao lugar onde eles estavam.
 Depois os levou para dentro da casa, deu água para lavarem os pés e também deu de comer aos jumentos.
 Os irmãos prepararam os presentes que iam entregar a José quando ele viesse ao meio-dia, pois já sabiam que iam almoçar ali.
 Quando José chegou à sua casa, eles lhe entregaram os presentes que haviam trazido, se ajoelharam na frente dele e encostaram o rosto no chão.
 José perguntou como iam passando e depois disse: —E como vai o pai de vocês, aquele velho de quem me falaram? Ele ainda vive?
 Eles responderam: —O seu humilde criado, o nosso pai, ainda está vivo e vai passando bem.
 José olhou em volta e, quando viu Benjamim, o seu irmão por parte de pai e mãe, disse: —É esse o irmão mais moço de vocês, de quem me falaram? Que Deus o abençoe, meu filho! Ao ver o seu irmão, José ficou tão emocionado, que teve vontade de chorar. Então foi para o seu quarto e ali chorou.
 Quando conseguiu se controlar, lavou o rosto e saiu. E disse: —Sirvam o almoço.
 Serviram o almoço a José numa mesa e aos seus irmãos em outra. E havia ainda outra mesa para os egípcios que estavam ali, pois estes, por motivos religiosos, eram proibidos de comer junto com os israelitas.
 Os irmãos se sentaram de frente para José. Eles foram colocados por ordem de idade, desde o mais velho até o mais moço. Quando viram isso, eles começaram a olhar uns para os outros, muito admirados.
 Serviram a eles da mesma comida que foi servida a José e deram a Benjamim cinco vezes mais comida do que aos outros. E eles beberam com José até ficarem alegres.
Depois disso José deu ao administrador da sua casa a seguinte ordem: —Encha de mantimento os sacos que esses homens trouxeram, o quanto puderem carregar, e ponha na boca dos sacos o dinheiro de cada um.
 E, na boca do saco de mantimentos que pertence ao irmão mais moço, ponha o meu copo de prata, junto com o dinheiro que ele pagou pelo seu mantimento. O administrador fez tudo como José havia mandado.
 De manhã bem cedo os irmãos de José saíram de viagem, com os seus jumentos.
Quando eles já tinham saído da cidade, mas ainda não estavam longe, José disse ao seu administrador: —Vá depressa atrás daqueles homens e, quando os alcançar, diga o seguinte: “Por que vocês pagaram o bem com o mal?
 Por que roubaram o copo de prata do meu patrão? Ele usa esse copo para beber e para adivinhar as coisas. Vocês cometeram um crime. ”
 Quando o administrador os alcançou e disse o que José havia ordenado,
 eles responderam: —Por que o senhor está falando desse jeito? Nós não seríamos capazes de fazer uma coisa dessas!
 Nós lhe trouxemos de volta do país de Canaã o dinheiro que encontramos na boca dos sacos de mantimentos de cada um de nós. Então por que iríamos roubar prata ou ouro da casa do seu patrão?
 Se o senhor encontrar o copo com algum de nós, ele será morto, e nós ficaremos seus escravos.
O administrador disse: —Concordo com vocês, mas só aquele com quem estiver o copo é que será meu escravo; os outros poderão ir embora.
 Então eles puseram depressa os sacos de mantimentos no chão, e cada um abriu o seu.
O administrador de José procurou em cada saco de mantimentos, começando pelo do mais velho até o do mais moço; e o copo foi encontrado na boca do saco de mantimentos de Benjamim.
 Então os irmãos rasgaram as suas roupas em sinal de tristeza, colocaram de novo as cargas em cima dos jumentos e voltaram para a cidade.
 Quando Judá e os seus irmãos chegaram à casa de José, ele ainda estava ali. Eles se ajoelharam na frente dele e encostaram o rosto no chão.
Aí José perguntou: —Por que foi que vocês fizeram isso? Vocês não sabiam que um homem como eu é capaz de adivinhar as coisas?
Judá respondeu: —Senhor, o que podemos falar ou responder? Como podemos provar que somos inocentes? Deus descobriu o nosso pecado. Aqui estamos e somos todos seus escravos, nós e aquele com quem estava o copo.
 José disse: —De jeito nenhum! Eu nunca faria uma coisa dessas! Só aquele que estava com o meu copo é que será meu escravo. Os outros podem voltar em paz para a casa do pai.
 Então Judá chegou perto de José e disse: —Senhor, me dê licença para lhe falar com franqueza. Não fique aborrecido comigo, pois o senhor é como se fosse o próprio rei.
 O senhor perguntou: “Vocês têm pai ou outro irmão? ”
Nós respondemos assim: “Temos pai, já velho, e um irmão mais moço, que nasceu quando o nosso pai já estava velho. O irmão do rapazinho morreu. Agora ele é o único filho da sua mãe que está vivo, e o seu pai o ama muito. ”
 Aí o senhor nos disse para trazer o rapazinho porque desejava vê-lo.
 Nós respondemos que ele não podia deixar o seu pai, pois, se deixasse, o seu pai morreria.
 Mas o senhor disse que, se ele não viesse, o senhor não nos receberia.
Quando chegamos à nossa casa, contamos ao nosso pai tudo o que o senhor tinha dito.
 Depois ele nos mandou voltar para comprarmos mais mantimentos.
Nós respondemos: “Não podemos ir; não seremos recebidos por aquele homem se o nosso irmão mais moço não for com a gente. Nós só vamos se o nosso irmão mais moço for junto. ”
 Então o nosso pai disse: “Vocês sabem que a minha mulher Raquel me deu dois filhos.
 Um deles já me deixou; eu nunca mais o vi. Deve ter sido despedaçado por animais selvagens.
 E, se agora vocês me tirarem este também, e alguma desgraça acontecer com ele, vocês matarão de tristeza este velho. ”
 Agora, senhor—continuou Judá—se eu voltar para casa sem o rapaz, logo que o meu pai perceber isso, vai morrer. A vida dele está ligada com a vida do rapaz, e nós seríamos culpados de matar de tristeza o nosso pai, que está velho.
 Agora, senhor—continuou Judá—se eu voltar para casa sem o rapaz, logo que o meu pai perceber isso, vai morrer. A vida dele está ligada com a vida do rapaz, e nós seríamos culpados de matar de tristeza o nosso pai, que está velho.
 E tem mais: eu garanti ao meu pai que seria responsável pelo rapaz. Eu disse assim: “Se eu não lhe trouxer o rapaz de volta, serei culpado diante do senhor pelo resto da minha vida. ”
 Por isso agora eu peço ao senhor que me deixe ficar aqui como seu escravo em lugar do rapaz. E permita que ele volte com os seus irmãos.
 Como posso voltar para casa se o rapaz não for comigo? Eu não quero ver essa desgraça cair sobre o meu pai.
José não conseguiu mais controlar a sua emoção diante dos seus empregados, de modo que gritou: —Saiam todos daqui! Por isso nenhum dos empregados estava ali quando José contou aos irmãos quem ele era.
 Ele começou a chorar tão alto, que os egípcios ouviram, e a notícia chegou até o palácio do rei.
 José disse aos irmãos: —Eu sou José. O meu pai ainda está vivo? Quando os irmãos ouviram isso, ficaram tão assustados, que não puderam responder nada.
E José disse: —Cheguem mais perto de mim, por favor. Eles chegaram, e ele continuou: —Eu sou o seu irmão José, aquele que vocês venderam a fim de ser trazido para o Egito.
 Agora não fiquem tristes nem aborrecidos com vocês mesmos por terem me vendido a fim de ser trazido para cá. Foi para salvar vidas que Deus me enviou na frente de vocês.
Já houve dois anos de fome no mundo, e ainda haverá mais cinco anos em que ninguém vai preparar a terra, nem colher.
 Deus me enviou na frente de vocês a fim de que ele, de um modo maravilhoso, salvasse a vida de vocês aqui neste país e garantisse que teriam descendentes.
 Portanto, não foram vocês que me mandaram para cá, mas foi Deus. Ele me pôs como o mais alto ministro do rei. Eu tomo conta do palácio dele e sou o governador de todo o Egito.
Agora voltem depressa para casa e digam ao meu pai que o seu filho José manda lhe dizer o seguinte: “Deus me fez governador de todo o Egito. Venha me ver logo; não demore.
 O senhor morará na região de Gosém e assim ficará perto de mim—o senhor, os seus filhos, os seus netos, as suas ovelhas, as suas cabras, o seu gado e tudo o que é seu.
 A fome ainda vai durar mais cinco anos, e em Gosém eu darei mantimentos ao senhor, à sua família e aos seus animais. Assim não lhes faltará nada. ”
 José continuou: —Todos vocês e Benjamim, o meu irmão, podem ver que sou eu mesmo, José, quem está falando.
 Contem ao meu pai como sou poderoso aqui no Egito, contem tudo o que têm visto. Vão depressa e tragam o meu pai para cá.
 José abraçou o seu irmão Benjamim e começou a chorar. E, abraçado com José, Benjamim também chorou.
 Então, ainda chorando, José abraçou e beijou cada um dos seus irmãos. Depois disso os irmãos começaram a falar com ele.
 A notícia de que os irmãos de José tinham vindo chegou até o palácio do rei do Egito, e ele e os seus servidores ficaram contentes com isso.
 O rei disse a José: —Diga aos seus irmãos que carreguem os animais e voltem para a terra de Canaã.
 E me tragam o pai deles e as famílias deles. Eu lhes darei as melhores terras que há no Egito, e eles comerão o que este país produz de melhor.
 Que os seus irmãos levem daqui do Egito carretas para trazerem as mulheres, as crianças pequenas e também o pai deles.
E não se preocupem por deixarem para trás as coisas que têm, pois o melhor que há na terra do Egito será deles.
 Os filhos de Jacó fizeram isso. José lhes deu carretas, como o rei havia mandado, e mantimento para a viagem.
 Também lhes deu roupas novas, mas a Benjamim deu trezentas barras de prata e cinco mudas de roupas.
 Para o pai, José mandou dez jumentos carregados das melhores coisas do Egito e dez jumentos carregados de trigo, pão e outros mantimentos para a viagem.
 Os irmãos se despediram, e na hora de partir José aconselhou: —Não briguem pelo caminho.
 Eles saíram do Egito e, quando chegaram a Canaã, foram à casa de Jacó, o seu pai.
 Então lhe disseram: —José está vivo! Ele é o governador de todo o Egito! Jacó quase desmaiou e não podia acreditar.
 Porém, quando lhe contaram tudo o que José tinha dito, e quando viu as carretas que havia mandado para levá-lo para o Egito, Jacó ficou muito animado.
 E disse: —Já chega! O meu filho José ainda está vivo. Quero vê-lo antes de eu morrer.
Jacó partiu com tudo o que tinha e foi até Berseba, onde ofereceu sacrifícios ao Deus de Isaque, o seu pai.
 Naquela noite Deus falou com ele numa visão e o chamou assim: Jacó, Jacó! —Eu estou aqui—respondeu ele.
 Deus disse: —Eu sou Deus, o Deus do seu pai. Não tenha medo de ir para o Egito, pois ali eu farei com que os seus descendentes se tornem uma grande nação.
 Eu irei para o Egito com você e trarei os seus descendentes de volta para esta terra. E, quando você morrer, José estará ao seu lado.
 Então Jacó partiu de Berseba. Nas carretas que o rei do Egito havia mandado, os filhos de Jacó levaram o pai, as esposas deles e os seus filhos pequenos.
 Jacó e todos os seus foram para o Egito, levando o seu gado e todas as coisas que haviam conseguido em Canaã.
Jacó levou consigo todos os seus descendentes, isto é, filhos e filhas, netos e netas.
Os israelitas que foram para o Egito, isto é, Jacó e os seus descendentes, são os seguintes: Rúben, o filho mais velho de Jacó,
 e os filhos de Rúben: Enoque, Palu, Hezrom e Carmi.
 Simeão e os seus filhos Jemuel, Jamim, Oade, Jaquim, Zoar e Saul, que era filho de uma mulher de Canaã.
 Levi e os seus filhos Gérson, Coate e Merari.
 Judá e os seus filhos Selá, Peres e Zera ( Os outros dois filhos, Er e Onã, haviam morrido em Canaã. ). Os filhos de Peres foram Hezrom e Hamul.
 Issacar e os seus filhos Tolá, Puá, Jasube e Sinrom.
 Zebulom e os seus filhos Serede, Elom e Jaleel.
 Esses foram os filhos que Léia deu a Jacó na Mesopotâmia, além da sua filha Dina. Os descendentes de Jacó e Léia eram trinta e três.
 Gade e os seus filhos Zifião, Hagui, Suni, Esbom, Eri, Arodi e Areli.
 Aser e os seus filhos Imna, Isva, Isvi e Berias e a irmã deles, que se chamava Sera. Os filhos de Berias eram Héber e Malquiel.
 Esses dezesseis foram os descendentes de Jacó e Zilpa, a escrava que Labão deu à sua filha Léia.
 Raquel, mulher de Jacó, lhe tinha dado dois filhos: José e Benjamim.
 Os filhos de José com Asenate foram Manassés e Efraim, que nasceram no Egito. Asenate era filha de Potífera, sacerdote da cidade de Heliópolis.
 Os filhos de Benjamim foram Belá, Bequer, Asbel, Gera, Naamã, Eí, Rôs, Mupim, Hupim e Arde.
 Esses catorze foram os descendentes de Jacó e Raquel.
 Dã e o seu filho Husim.
 Naftali e os seus filhos Jazeel, Guni, Jezer e Silém.
 Esses sete foram os descendentes de Jacó e Bila, a escrava que Labão deu à sua filha Raquel.
 Ao todo foram para o Egito sessenta e seis descendentes diretos de Jacó, sem contar as mulheres dos seus filhos.
Os dois filhos de José nasceram no Egito. Assim, foi de setenta o total de pessoas da família de Jacó que foram para o Egito.
 Jacó mandou que Judá fosse na frente para pedir a José que viesse encontrá-los em Gosém. Quando eles chegaram,
José mandou aprontar o seu carro e foi para Gosém a fim de se encontrar com o pai. Quando se encontraram, José o abraçou e chorou abraçado com ele por muito tempo.
 Então Jacó disse: —Já posso morrer, agora que já vi você e sei que está vivo!
 Depois José disse aos irmãos e à família do pai: —Eu vou falar com o rei do Egito e vou lhe dar a notícia de que os meus irmãos e os parentes do meu pai, que moravam em Canaã, vieram para ficar comigo.
Vou dizer ao rei que vocês são criadores de ovelhas e cabras e cuidam de gado. Direi que trouxeram as suas ovelhas, o gado e tudo o que têm.
 Quando o rei lhes perguntar qual é a profissão de vocês,
 digam que a vida inteira vocês têm sido criadores de ovelhas, como foram os seus antepassados. Assim, vocês poderão ficar morando na região de Gosém, pois os egípcios detestam os pastores de ovelhas.
Então José foi dar a notícia ao rei. Ele disse: —O meu pai e os meus irmãos vieram da terra de Canaã e estão na região de Gosém com as suas ovelhas e cabras, o seu gado e tudo o que têm.
 Depois levou cinco dos seus irmãos e os apresentou ao rei.
 O rei perguntou: —Qual é o trabalho de vocês? Eles responderam: —Senhor, nós somos criadores de ovelhas, como foram os nossos antepassados.
 Viemos morar neste país porque na terra de Canaã não há pastos para os animais, e a fome lá está terrível. Por favor, deixe que a gente fique morando na região de Gosém.
O rei disse a José: —Agora que o seu pai e os seus irmãos vieram ficar com você,
 a terra do Egito está às ordens deles. Dê a eles a região de Gosém, que é a melhor do país, para que fiquem morando lá. E, se na sua opinião houver entre eles homens capazes, ponha-os como chefes dos que cuidam do meu gado.
 Depois José levou Jacó, o seu pai, e o apresentou ao rei. Jacó deu a sua bênção ao rei,
 e este perguntou: —Qual é a sua idade?
 Jacó respondeu: —Já estou com cento e trinta anos de idade e sempre tenho andado de um lado para outro. A minha vida tem passado rapidamente, e muitos anos foram difíceis. E eu não tenho conseguido viver tanto quanto os meus antepassados, que tiveram uma vida tão dura como a que eu tive.
 Jacó deu a sua bênção ao rei e foi embora.
 E José deu ao pai e aos irmãos terras na melhor região do Egito, perto da cidade de Ramessés, como o rei havia ordenado. Essas terras se tornaram propriedade deles, e eles ficaram morando ali.
José dava mantimentos ao pai, aos irmãos e aos parentes, conforme as necessidades de cada família.
 Não havia alimento em lugar nenhum, e a fome aumentava cada vez mais. Os moradores do Egito e de Canaã ficaram fracos de tanto passar fome.
 O povo comprava mantimentos, e José ajuntava todo o dinheiro e o levava para o palácio.
 Quando acabou todo o dinheiro do Egito e de Canaã, os egípcios foram falar com José. Eles disseram: —Por favor, nos dê comida! Não nos deixe morrer só porque o nosso dinheiro acabou!
 José respondeu: —Se vocês não têm mais dinheiro, tragam o seu gado, que eu trocarei por mantimento.
 Os egípcios levaram a José cavalos, ovelhas, cabras, bois e jumentos, e em troca ele lhes deu mantimento durante todo aquele ano.
 O ano passou, e no ano seguinte foram dizer a José:
Senhor, não podemos esconder o fato de que o nosso dinheiro acabou e que os nossos animais agora são seus. Não temos mais nada para entregar a não ser os nossos corpos e as nossas terras. Não deixe a gente morrer. Compre a nós e as nossas terras em troca de alimentos. Seremos escravos do rei, e ele será dono das nossas terras. Dê-nos mantimento para que possamos viver e também sementes para plantarmos, e assim a terra não se tornará um deserto.
 Então José comprou todas as terras do Egito para o rei. Todos os egípcios tiveram de vender as suas terras, pois a fome era terrível. Assim, a terra ficou sendo do rei,
 e José fez dos egípcios escravos no país inteiro.
 José só não comprou as terras dos sacerdotes. Eles não tiveram de vendê-las, pois o rei lhes dava certa quantidade de alimentos; e assim eles tinham o que comer.
Então José disse ao povo: —Agora vocês e as suas terras são do rei, pois eu os comprei para ele. Peguem aqui sementes para semearem nos campos.
 Do que colherem, dêem a quinta parte ao rei; usem as outras quatro partes para semear e para alimentar vocês, os seus filhos e as pessoas que moram com vocês.
 Eles responderam: —O senhor salvou a nossa vida e tem sido bom para nós. Seremos escravos do rei.
 Assim, José fez uma lei que existe até hoje. A lei é a seguinte: em todo o Egito a quinta parte das colheitas pertence ao rei. Só as terras dos sacerdotes não ficaram para o rei.
 Os israelitas ficaram vivendo no Egito, na região de Gosém, onde compraram terras e tiveram muitos filhos.
 Jacó viveu dezessete anos no Egito, chegando à idade de cento e quarenta e sete anos.
 Quando sentiu que ia morrer, Jacó mandou chamar o seu filho José e disse: —Se lhe posso pedir um favor, ponha a mão por baixo da minha coxa e jure que será fiel e honesto comigo nisto que vou pedir: não me sepulte no Egito.
Quando eu morrer, tire o meu corpo do Egito e me coloque na sepultura dos meus antepassados, a fim de que eu descanse com eles. José respondeu: —Eu farei o que o senhor está pedindo.
Então jure—disse Jacó. José jurou, e aí Jacó se inclinou sobre a cabeceira da cama e orou.
Algum tempo depois disseram a José que o seu pai estava doente. Então José foi visitá-lo, levando consigo os seus dois filhos, Efraim e Manassés.
 Alguém foi dizer a Jacó: —O seu filho José veio visitá-lo. Jacó fez um esforço e se sentou na cama.
 Aí disse a José: —O Deus Todo-Poderoso me apareceu na cidade de Luz, lá na terra de Canaã, e me abençoou.
 Ele me disse: “Eu farei com que você tenha muitos filhos, e os seus descendentes formarão muitas nações. Eu darei esta terra aos seus descendentes para ser propriedade deles para sempre. ”
 E Jacó continuou dizendo a José: —Agora, os seus filhos Efraim e Manassés, que nasceram aqui no Egito antes de eu vir para cá, esses dois me pertencem. Efraim e Manassés são meus tanto como Rúben e Simeão.
Se você tiver outros filhos, eles serão seus e, por serem irmãos de Efraim e de Manassés, terão parte na herança deles.
 Estou fazendo isso por causa de Raquel, a sua mãe. Nós estávamos voltando da Mesopotâmia, quando, para minha infelicidade, ela morreu no país de Canaã, pouco antes de chegarmos a Efrata. Eu a sepultei ali, na beira do caminho ( Efrata é agora conhecida como Belém. ).
 Quando Jacó viu os filhos de José, perguntou: —E esses, quem são?
São os filhos que Deus me deu aqui no Egito—respondeu José. Jacó disse: —Ponha-os perto de mim para que eu lhes dê a minha bênção.
 Por causa da velhice a vista de Jacó estava fraca, e ele não podia ver bem. José levou os rapazes para perto dele, e ele os abraçou e beijou.
 Jacó disse a José: —Eu pensei que nunca mais ia ver você, e agora Deus me deixou ver até os seus filhos.
 Então José tirou os dois do colo do seu pai, ajoelhou-se e encostou o rosto no chão.
 Em seguida pegou Efraim com a mão direita e Manassés com a mão esquerda e fez com que ficassem perto de Jacó. Dessa maneira Efraim ficou do lado esquerdo de Jacó, e Manassés, do seu lado direito.
 Jacó estendeu os braços e cruzou-os, pondo a mão direita sobre a cabeça de Efraim, embora fosse o mais moço, e a mão esquerda sobre a cabeça de Manassés, que era o mais velho.
 Em seguida deu a sua bênção a José, dizendo assim: “Ó Deus, a quem os meus pais Abraão e Isaque serviram, abençoa estes rapazes. Abençoa-os, ó Deus, tu que me tens guiado como um pastor durante toda a minha vida até hoje.
 Que os abençoe o Anjo que me tem livrado de todo mal! Que o meu nome seja lembrado por meio deles e também o nome dos meus pais Abraão e Isaque! Que eles tenham muitos filhos e muitos descendentes neste mundo! ”
 José não gostou quando viu o seu pai colocar a mão direita sobre a cabeça de Efraim; por isso pegou a mão dele para tirá-la da cabeça de Efraim e colocá-la sobre a de Manassés.
 E explicou: —Não, pai; assim não. Este aqui é o filho mais velho; ponha a mão direita sobre a cabeça dele.
 Mas Jacó não quis e disse: —Eu sei, filho, eu sei. Os descendentes de Manassés também serão um grande povo. Mas o irmão mais moço será mais importante do que ele, e os seus descendentes formarão muitas nações.
 Desse modo Jacó os abençoou naquele dia, dizendo: —Os israelitas usarão os nomes de vocês para dar a bênção. Eles vão dizer assim: “Que Deus faça com você como fez com Efraim e com Manassés. ” Dessa maneira Jacó pôs Efraim antes de Manassés.
 Aí disse a José: —Como você está vendo, eu vou morrer. Mas Deus estará com vocês e os levará de volta para a terra dos seus antepassados.
 Eu dou Siquém a você e não aos seus irmãos. Siquém é aquela região que tomei dos amorreus, lutando com a minha espada e o meu arco.
Jacó chamou os seus filhos e disse: —Fiquem em volta de mim, e eu lhes direi o que vai acontecer com vocês no futuro.
 “Fiquem reunidos em volta de mim para ouvir, filhos de Jacó; escutem o que diz Israel, o seu pai.
 “Rúben, você é o meu filho mais velho. Você é a minha força, o primeiro fruto do meu vigor, o mais orgulhoso e o mais forte dos meus filhos.
Você é violento como a correnteza, porém não será o mais importante, pois dormiu com a minha concubina, desonrando assim a cama do seu pai.
 “Simeão e Levi são irmãos; com as suas armas praticam violências.
 Não estarei presente quando fizerem planos, não tomarei parte nas suas reuniões, pois no seu furor mataram homens e por brincadeira aleijaram touros.
 Maldito seja o furor deles, pois é violento! Maldita seja a sua ira, pois é cruel! Eu os dividirei na terra de Israel, eu os espalharei no meio do seu povo.
 “Judá, os seus irmãos o louvarão e se curvarão na sua frente. Você segurará os inimigos pelo pescoço.
 O meu filho Judá é como um leãozinho quando mata a sua vítima; ele se agacha e se deita como um leão e como uma leoa. Quem tem a coragem de mexer com ele?
 Judá vai segurar o cetro de rei, e os seus descendentes sempre governarão. As nações lhe trarão presentes, os povos lhe obedecerão.
 Ele amarra o seu jumentinho numa parreira, na melhor parreira que há. Ele lava as suas roupas no vinho, lava a sua capa no vinho cor de sangue.
 Os seus olhos estão vermelhos de beber vinho, os seus dentes estão brancos de beber leite.
 “Zebulom morará no litoral, onde haverá portos para navios. A sua fronteira chegará até Sidom.
 “Issacar é como um jumento forte, deitado entre as suas cargas.
 Quando viu que o país era bom e agradável para descansar, ele se abaixou para que colocassem a carga nas suas costas e, sem reclamar, trabalhou como um escravo.
 “Dã governará a sua própria gente; será como as outras tribos de Israel.
 Dã será como uma cobra na beira da estrada, como uma serpente venenosa no caminho, que morde a pata do cavalo, fazendo cair para trás o seu cavaleiro.
 “Ó SENHOR, meu Deus, espero que me salves!
 “Gade será atacado por um bando de ladrões, mas depois ele os perseguirá.
 “A terra de Aser produzirá bons alimentos, dará alimentos que só reis merecem.
 “Naftali é como uma corça solta que tem lindos filhotes.
 “José é como uma planta perto de uma fonte; ela dá muita fruta, e os seus galhos sobem pelo muro.
 Os inimigos o atacam com violência e o perseguem com os seus arcos e flechas.
 Porém o seu arco ficou firme, e os seus braços continuaram fortes pela força do Poderoso de Jacó, pelo nome do Pastor, a Rocha de Israel.
 O Deus do seu pai ajudará José, o Todo-Poderoso lhe dará bênçãos—bênçãos do alto céu, bênçãos de águas que ficam debaixo da terra, bênçãos de muitos animais e muitos filhos,
 bênçãos de cereais e de flores, bênçãos de montanhas antigas, coisas deliciosas dos montes eternos. Que todas essas bênçãos estejam sobre a cabeça de José, sobre a testa daquele que foi escolhido entre os seus irmãos.
 “Benjamim é como um lobo feroz; de manhã devorará a vítima e de tarde repartirá as sobras. ”
São essas as doze tribos de Israel, e foram essas as palavras que o pai disse aos seus filhos quando os abençoou; a cada um deu uma bênção especial.
 Então Jacó deu aos filhos a seguinte ordem: —Eu estou para morrer e me reunir com o meu povo no mundo dos mortos. Sepultem-me onde estão enterrados os meus antepassados, na caverna que fica nas terras de Efrom, o heteu,
em Macpela, a leste de Manre, no país de Canaã. Abraão comprou de Efrom essa caverna e o terreno onde ela fica, para ser a sepultura da família.
Ali estão sepultados Abraão e Sara, a sua mulher; Isaque e a sua mulher Rebeca; e ali eu sepultei Léia.
 O terreno e a caverna foram comprados dos heteus.
 Quando acabou de dar essa ordem aos filhos, Jacó deitou-se de novo na cama e morreu, indo reunir-se assim com o seu povo no mundo dos mortos.
José se atirou sobre o pai, chorando e beijando o seu rosto.
 Ele deu ordem aos médicos que estavam ao seu serviço para embalsamarem o corpo do seu pai, e assim eles fizeram.
 Gastaram quarenta dias para fazer isso, o tempo normal para embalsamar um corpo. E os egípcios ficaram de luto setenta dias.
 Quando passou o tempo do luto, José falou com os altos funcionários do palácio do rei do Egito. Ele disse: —Façam o favor de levar ao rei a seguinte mensagem:
“Quando o meu pai estava para morrer, ele me fez jurar que eu o enterraria na sepultura que ele mesmo preparou no país de Canaã. Por favor, deixe-me ir sepultar o meu pai, que depois eu voltarei. ”
 O rei respondeu: —Vá e sepulte o seu pai, como ele fez você jurar que faria.
 E assim José foi sepultar o seu pai. Com ele foram as autoridades ligadas ao rei, os altos funcionários do palácio e todos os líderes do Egito.
 Foram também as famílias de José, dos seus irmãos e de Jacó. Deixaram na terra de Gosém somente as crianças pequenas, as ovelhas, as cabras e o gado.
Também foram homens a cavalo e em carretas, de modo que o grupo era muito grande.
 Quando chegaram a Atade, que fica a leste do rio Jordão, fizeram uma cerimônia de enterro num terreiro onde o trigo é malhado. Ali choraram muito alto durante sete dias.
 Quando os moradores de Canaã viram tanta gente chorando, disseram: “Como é impressionante o choro desses egípcios! ” Por isso puseram naquele lugar o nome de Abel-Misraim.
 Assim, os filhos de Jacó fizeram com o seu pai tudo o que ele havia ordenado.
 Eles levaram o seu corpo até Canaã e o sepultaram na caverna de Macpela, a leste de Manre, no terreno que Abraão havia comprado de Efrom, o heteu, para ser a sepultura da família.
 Depois do sepultamento, José voltou para o Egito com os irmãos e com todos os que o haviam acompanhado.
 Depois da morte do pai, os irmãos de José disseram: —Talvez José tenha ódio de nós e vá se vingar de todo o mal que lhe fizemos.
 Então mandaram dizer a José: —Antes que o seu pai morresse,
 ele mandou que pedíssemos a você o seguinte: “Por favor, perdoe a maldade e o pecado dos seus irmãos, que o maltrataram. ” Portanto, pedimos que perdoe a nossa maldade, pois somos servos do Deus do seu pai. Quando recebeu essa mensagem, José chorou.
 Depois os próprios irmãos vieram, se curvaram diante dele e disseram: —Aqui estamos; somos seus criados.
Mas José respondeu: —Não tenham medo; eu não posso me colocar no lugar de Deus.
 É verdade que vocês planejaram aquela maldade contra mim, mas Deus mudou o mal em bem para fazer o que hoje estamos vendo, isto é, salvar a vida de muita gente.
 Não tenham medo. Eu cuidarei de vocês e dos seus filhos. Assim, ele os acalmou com palavras carinhosas, que tocaram o coração deles.
José ficou morando no Egito, ele e a família do seu pai. José viveu cento e dez anos
 e chegou a ver os netos de Efraim. Ele também pegou no colo, como membros da família, os filhos do seu neto Maquir, que era filho de Manassés.
 Certo dia José disse aos irmãos: —Eu vou morrer logo, mas estou certo de que Deus virá ajudá-los e os levará deste país para a terra que ele jurou dar a Abraão, a Isaque e a Jacó.
 Então José pediu à sua gente que fizesse um juramento. Ele disse: —Estou certo de que Deus virá ajudar vocês. Quando isso acontecer, levem o meu corpo com vocês.
 José morreu com cento e dez anos. O seu corpo foi embalsamado e posto num caixão, no Egito.
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oliveira7 · 3 years
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Eva (Gênesis 2:18, 21-24)
Temos meditado muito sobre o Evangelho e assuntos afins, verdades que nos afetam em nossa vida cristã individual. Agora eu gostaria de dizer um pouco sobre o outro lado; não o que o Senhor é para nós, mas o que somos para o Senhor.
As primeiras coisas que geralmente absorvem os cristãos são as bênçãos que eles recebem de Cristo, mas há um outro lado, cheio de bênçãos para nós também, que é o que Cristo receberá de nós. No início de nossa carreira como cristãos, somos muito parecidos com bebês. Quando um bebê pega qualquer coisa, sempre vai à boca, então a primeira coisa que fazemos quando pegamos a Palavra de Deus é agarrar tudo para nós mesmos. Consideramos como isso se encaixa em nós ou como se encaixa em nosso caso. Mas existe outro lado. Há um objetivo diante de Deus, que é que devemos ser colocados em associação com Cristo, não apenas que devemos ser salvos do inferno, que é o passo inicial.
Quando José se deu a conhecer a seus irmãos, ele começou a desdobrar novamente para eles o maravilhoso esquema que Deus tinha em mente a respeito deles e dele. Ele havia indicado isso antes a eles, como Deus havia indicado a ele por meio de sonhos, e eles zombaram de tudo e riram dele com desprezo; e pior do que isso, seus corações estavam cheios de ódio e inveja contra ele. Mas quando encontramos esses suplicantes homens na presença de José, com que ouvidos diferentes eles ouviram a mesma história que José primeiro indicou quando lhes contou seus sonhos. Depois de se dar a conhecer a eles e descansar seus corações, eles e ele se dispuseram a abrir, podemos dizer, o livro do propósito de Deus em relação a ele e a eles.
A primeira coisa que Deus faz conosco é nos trazer a Si mesmo. A primeira operação do Espírito de Deus é despertar necessidades dentro de nós a fim de nos fazer apreciar a Cristo. É quando o Senhor Jesus Cristo é conhecido como Aquele que supriu nossa necessidade desesperada, quando todas as necessidades da consciência são satisfeitas, quando a alma é salva, quando o beijo da reconciliação é colocado em nossas bochechas, quando encontramos Se estivermos em casa e em repouso e em paz com Deus, então estaremos em lazer, e Ele estará livre para desdobrar este maravilhoso esquema que está em Sua mente a respeito de nós e de nossa associação com Cristo. É uma coisa maravilhosa que devemos ser capazes de dizer,
"Que Tu deves ser muito para mim,
E seja o Deus que és;
É escuridão para o meu intelecto
Mas luz do sol para o meu coração. "
No entanto, é mais maravilhoso se virarmos (com todas as desculpas ao autor) e colocá-lo desta forma,
“Que eu deveria ser muito para Ti
E tu, o Deus que és,
É escuridão para o meu intelecto
Mas luz do sol para o meu coração. "
Que Cristo em toda a Sua grandeza e glória deva ser tanto para mim, não é tão surpreendente quanto que eu, apesar de todas as minhas fraquezas, contaminações e pecados, deva ser tanto para ele.
Você deve ter observado, sem dúvida, ao ler os Cânticos de Salomão, o avanço que a noiva faz. Ela primeiro disse: “Meu amado é meu e eu sou dele”. Em seguida, ela continua dizendo: "Eu sou da minha amada e minha amada é minha". A primeira coisa que ela aprecia é o pensamento do que Ele é para ela; o segundo estágio no crescimento de sua alma é o que ela é para Ele, e então ela termina com a terceira expressão, "Eu sou do meu amado, e o desejo dele é para mim." Ela descobre esse fato, que se tornou necessária para a alegria dele. Não deixe isso tirar seu fôlego, meu caro irmão; basta fazê-lo; mas você e eu somos absolutamente necessários para a alegria e glória de Cristo.
Nada poderia exceder a importância de ver o lugar único que a Igreja ocupa no pensamento de Deus em relação a Cristo. Os anjos nunca estiveram nesse relacionamento e nunca estarão. É a posição peculiar para a qual a Igreja é chamada, e deixe-me dizer de passagem o que quero dizer com Igreja. É o que é chamado no final de Efésios 1, “a Igreja que é o Seu corpo”, e abrange em seu escopo todo crente lavado pelo sangue e selado pelo Espírito no Senhor Jesus Cristo. Onde quer que você encontre um crente gerado pelo Espírito, selado pelo Espírito no Senhor Jesus Cristo, você encontrará um que faz parte da Igreja de Deus. É o fato de ele ter nascido de novo, de ter confiado em Cristo, o fato de ter sido habitado e selado pelo Espírito que o leva a fazer parte da Igreja de Deus. Essa é a Igreja, não importa a cor da sua pele, não importa o nome que você possa ter se rotulado ou se permitido ser rotulado; não importa qual seja a sua profissão, se você for um cristão genuíno e de boa fé, de acordo com as Escrituras, você faz parte daquilo que é chamado nas Escrituras de Igreja de Deus, o corpo de Cristo.
Não estou falando sobre você ser salvo do inferno e ir para o céu quando morrer, mas estou falando sobre o que aconteceu pela obra do Espírito desde que você creu no Senhor Jesus Cristo. Pelo fato de o Espírito Santo te selar como Seu, você não se uniu à Igreja, mas o Espírito de Deus uniu você à Igreja, e como você faz parte da Igreja, você não poderia deixá-la. Essa é a única Igreja que as Escrituras reconhecem, ou sobre a qual desejo saber algo. Qualquer outra “igreja” à qual você pode se filiar é uma organização que não tem o apoio do Livro. A Igreja à qual o Espírito de Deus se une a você, é a única Igreja que Deus reconhece.
Essa Igreja está destinada a um futuro maravilhoso. Ele está destinado a ser associado de Cristo, o companheiro de Cristo por toda a eternidade, e quando eu olho em seus rostos, embora você possa pertencer a todas as denominações na cidade, isso não faz diferença para mim, eu penso em você apenas como relacionado a Cristo dessa maneira. Posso dizer isto, que nas Escrituras, a Igreja vem antes de nós sob vários nomes, cada nome tendo seu próprio significado. Às vezes é chamado de Corpo de Cristo, em relação a Si mesmo como a Cabeça desse Corpo, que traz diante de nós o pensamento de unidade, a unidade de todos os membros juntos, e todos sendo governados por uma Cabeça. Esse é o pensamento do corpo de Cristo. É aquilo em que Cristo se expressa, aquilo em que o caráter de Cristo deve ser visto. Às vezes é chamada de Casa de Deus, às vezes é chamado de Templo. Todos esses termos têm seu próprio significado.
Mas há outro título que a Igreja carrega, ela é a “noiva” de Cristo. A Igreja como Corpo de Cristo é mencionada como o grande mistério, aquilo que nunca foi revelado antes. Aquilo que estava oculto de todas as idades e gerações, diz o apóstolo Paulo nos versos finais de Romanos, agora é manifesto. Não diz que estava escondido nas Escrituras. Não, estava “escondido em Deus”, e este mistério, que não foi conhecido desde o início do mundo; agora é manifestado. A primeira vez que o Apóstolo Paulo fala da Igreja é na Epístola aos Romanos. Romanos é a epístola do Evangelho, onde temos as grandes verdades fundamentais do Evangelho. O resultado do Evangelho é que somos levados a participar dessa estrutura maravilhosa na terra que é conhecida como a Igreja, e que também tem o caráter de uma Noiva.
Na verdade, a Igreja não existia até o Pentecostes. Quando o Senhor Jesus Cristo esteve aqui, Ele disse: “Edificarei a minha Igreja” (Mt 16:18), e começou a anunciar esse fato quando João Batista foi assassinado. Se Seu precursor encontrasse uma morte tão cruel, o que Ele poderia esperar? Portanto, Ele começou a dar a entender aos Seus discípulos que eles não deveriam mais falar sobre Ele publicamente como o Cristo. Porque? Como Cristo, Ele tinha o título do Reino; mas o que estava agora diante Dele era a Igreja. Havia outro título pelo qual ele seria conhecido - “O Filho do Deus vivo”. Essa é a rocha sobre a qual Ele iria construir Sua Igreja. Não era Peter. Pedro não era aquele sobre quem Cristo iria edificar Sua Igreja. Não. Ele iria construir a Igreja sobre aquela rocha sólida, inexpugnável e invulnerável - Ele mesmo, como o Filho do Deus vivo. Ele era a Pedra viva. Ele seria tirado por Deus do solo no qual o homem O lançou, e seria levantado novamente, a Pedra viva, e sobre esse fundamento Ele iria construir Sua Igreja, que é Seu Corpo. Essa construção começou no Pentecostes.
No Antigo Testamento são encontradas analogias, ilustrações e figuras maravilhosas da Igreja. Gênesis, que foi descrito como 'a sementeira' da Bíblia, em seu segundo capítulo, nos dá uma indicação dessa mesma verdade. Não é pouco notável que em Gênesis, onde o Espírito de Deus está usando tipos ou figuras da Igreja, Ele quase sempre usa a figura da noiva. Não o corpo, não a casa, não o templo, mas a noiva.
Em Gênesis 2, temos Deus tomando a iniciativa de trazer Eva a Adão. Diz: “E o Senhor Deus disse: Não é bom que o homem esteja só; Eu farei dele um ajudante idôneo para ele ”, isto é, uma contraparte. Deus está tomando a iniciativa.
Não preciso dizer que Adão, o primeiro, era apenas uma figura daquele que havia de vir - Adão o último, que estava sozinho. Houve um tempo em que Aquele que conhecemos e amamos como Salvador e Senhor estava sozinho. Ele estava sozinho na glória que tinha com o Pai antes que o mundo existisse. Então chegou um momento em que Ele desceu do trono de glória para a terra e ainda estava sozinho. Nunca houve um homem na face da terra como Ele. Ele estava sozinho, quando todos os outros homens eram construídos de maneira diferente. Todos os outros homens estavam empenhados em fazer sua própria vontade, seguir seu próprio caminho, fazer seu próprio prazer e satisfazer seus próprios desejos. Aqui estava um Homem que estava decidido a seguir o caminho de Deus e fazer a vontade de Deus e satisfazer os desejos de Deus e cumprir a vontade de Deus. Este homem era o Senhor do céu; o outro era da terra, terreno. Nós, como filhos da raça de Adão, percorremos um caminho; Ele tinha vindo por outro caminho. Ele era um homem de uma classe totalmente diferente, e você O encontra aqui na terra sozinho.
Você se lembra do Monte da Transfiguração, quando sempre me parece que a própria glória de Deus se curvou para imprimir em Sua fronte o beijo da satisfação Divina; ali, no final de Sua carreira terrena, a glória desceu e Ele foi glorificado. Pedro, que estava com Ele, ignorando o que Ele estava dizendo, disse: “Façamos três tabernáculos, um para Ti, um para Moisés e outro para Elias”, isto é, coloquemo-los todos no mesmo nível. O que aconteceu? Uma nuvem veio e Moisés e Elias desapareceram. E então veio uma voz do céu, dizendo: "Este é o meu filho amado, ouça-o." O que é que foi isso? Deus Pai, protegendo a glória distinta de Deus Filho. Pedro, em sua ignorância, de bom grado o colocaria no mesmo nível daqueles dois maravilhosos servos de Deus. Mas Deus não queria que fosse assim. Quando a nuvem se foi e Moisés e Elias também se foram, diz: “Jesus foi deixado sozinho”. Se Ele tivesse ido do topo da montanha para a glória do céu, Ele teria ido sozinho.
O próprio Senhor disse: “Se o grão de trigo não cair na terra e morrer, fica ele só”. Se Ele não tivesse morrido, estaria sozinho para sempre. Mas ele não estaria sozinho. Para poder ter Sua companheira, deixou o monte da glória pelo monte do sofrimento. Ele seguiu Seu caminho direto para Jerusalém, a fim de que pudesse ter companheiros através das eras de uma Eternidade vindoura. Ele não os procurou nas fileiras cerradas de anjos. Não. Ele os procurou entre os simples da raça caída de Adão.
Eu quero que você observe que Eva foi tirada de Adão. Ela não era uma criação separada. Deus não criou algo novo. Ele não criou um ser novo. Não. Ela fazia parte do próprio Adam. Foi com sua costela que Deus formou a mulher. Ela derivou sua origem dele. Não ignore esse fato. Ela tinha a vida e a natureza dele, você pode dizer, pois era derivada dele. O propósito de Deus com respeito a Adão ter essa noiva era uma coisa, mas como esse propósito deveria ser realizado era outra coisa. Quando chegamos à realização desse propósito, descobrimos que Adão tem que cair em um sono profundo, e do lado de Adão quando ele caiu em um sono profundo, Deus construiu esta mulher, e quando ele acordou de seu sono , ela foi apresentada a ele.
Não poderia haver nenhuma Igreja de Deus na terra unida a Ele se não houvesse aquele sono profundo em que Ele caiu - o sono da morte. Mas Ele desceu para a morte e o resultado é que Deus agora é capaz de apresentar a Ele aquele que está destinado a ser Sua noiva e compartilhar com Ele o amor do Pai, compartilhar com Ele Seu trono e compartilhar com Ele Seu glória. Ela é de Lo como a origem. Ela é em Lo como tendo a mesma vida e da mesma natureza. Ela está unida a Ele, osso de Seus ossos, carne de Sua carne, parte de Si mesmo.
Hebreus 2 coloca desta forma: “Tanto o que santifica como os que são santificados são todos um”. João 12 coloca desta forma: “Se o grão de trigo, cair na terra e não morrer, fica só; mas se morrer, dá muito fruto” - muitos grãos, mas da mesma ordem e caráter do que cai para dentro do Chao. Se você semear trigo, não obterá aveia. Se você semear trigo, terá uma safra de trigo. A Epístola aos Efésios nos diz: “Maridos, amai vossas mulheres; da mesma forma que Cristo também amou a Igreja e se entregou por ela; para que Ele possa santificá-lo e purificá-lo com a lavagem de água pela Palavra, para que Ele possa apresentá-lo a Si mesmo como uma Igreja gloriosa. ” Esse é o mistério, diz ele. Ele não estava falando sobre marido e mulher, mas de Cristo e da Igreja.
Isso é algo mais do que ser salvo do inferno, algo mais do que ir para o céu quando morrermos. A exibição completa permanece para o futuro, mas há uma Noiva na terra hoje e ela está na companhia do Espírito Santo no momento. Cristo se apresenta como a estrela brilhante e matutina. Há uma resposta no coração da noiva ao Senhor Jesus Cristo quando Ele é apresentado a ela como o Noivo vindouro, a Estrela Brilhante e da Manhã. “O Espírito e a Noiva dizem: Vem.”
Rebeca (Gênesis 29: 18-28, 24: 2-6, 58, 61-67)
Se em Gênesis 2 temos Eva como tipo da igreja, a noiva de Adão, por dom de Deus , encontramos em Raquel, a noiva de Jacó, aquela que tipifica a Igreja como objeto de amor do Noivo , e em Rebeca, o tipo da igreja como o objeto do interesse do Espírito , conduzido pelo servo através do deserto até o noivo.
Já consideramos Gênesis 2. Voltemos agora ao assunto de Jacó e Raquel.
Muito pouco é dito sobre este caso, mas o amor que Jacob sentia por Raquel é a característica marcante. Traz diante de nós a Igreja no caráter de uma Noiva, mas desta vez em relação ao amor do Noivo e não ao dom de Deus. Eva foi um presente de Deus para Adão, é verdade. A Igreja é um presente de Deus para Cristo. No momento, Ele não tem o Reino, mas Ele deu a Ele uma noiva - a Igreja - e repetidamente em João 17, Ele fala sobre nós termos sido dados pelo Pai a Ele.
Mas há também este lado da história, que a noiva é o objeto do amor do Noivo, assim como Raquel era o objeto do amor de Jacó. Diz: “Jacob amava Rachel”. Ele serviu um período duplo por ela. Ele teve que prestar um duplo serviço por ela, e ao falar daqueles sete anos de serviço, diz: “Pareceram-lhe apenas alguns dias, pelo amor que ele tinha por ela”. Há um velho ditado que diz que “o amor torna o trabalho mais leve”, e há verdade nisso. Houve um amor que aliviou o fardo de Cristo. “Pela alegria que Lhe estava proposta, Ele suportou a Cruz, desprezando a vergonha.” É verdade que nosso Jacó está servindo por nós por um período duplo. Ele serviu um período de serviço e agora está cumprindo o segundo período antes de receber Sua noiva.
Ele nos serviu bem naquela Cruz sob o peso do julgamento. “Ele amou a Igreja e se entregou por ela.” Eles disseram a Ele: "Desce da Cruz e salva a ti mesmo e a nós." Mas Ele desceu do trono de glória para a cruz para que pudesse salvar. Descer da cruz e salvar, Ele não podia. “Ele não pode salvar a si mesmo”, disseram eles, e nunca disseram uma palavra mais verdadeira. Tomemos essas palavras conforme elas saem sibilando de seus lábios farisaicos e as tecamos em uma coroa para Sua glória:
“O fluxo do amor fluía muito profundamente,
No próprio amor Ele deu
Para pagar a dívida que devemos:
Obediência à vontade do Pai
E o amor a Ele tudo cumpriu. ”
Temos a explicação de como ele fez sua primeira obra. Não foram os rudes pregos romanos que mantiveram o Salvador na cruz. Não foi sua fixação que O manteve lá. Foi o amor que O manteve ali. “Ele nos amou e se entregou por nós.”
Podemos nos voltar para Êxodo 21, onde temos outra figura do mesmo amor. É o servo hebreu, e a lei com relação a ele, que é, que ele tem que servir seis anos e quando esses seis anos terminarem, ele pode partir. Mas, conforme a lei, ele tinha de sair quando entrava. “Se ele entrou sozinho, sairá sozinho; se ele fosse casado, sua esposa sairia com ele. ” Tudo dependia de como ele entrava. Se seu senhor lhe deu uma esposa, e ela lhe deu filhos ou filhas, a esposa e os filhos dela serão de seu senhor, e ele sairá sozinho. ” Aqui, temos o paralelo com Gênesis, aquele que lhe foi dado por seu mestre. O que aconteceu quando os seis anos de serviço terminaram? A esposa e os filhos passaram a ser do senhor. E quanto a ele? Ele deve sair quando entrou - sozinho. Sair sem eles? Deixar os objetos de seu amor e ir sem eles? sim. Que teste!
Mas outra cláusula é introduzida, uma cláusula de salvaguarda. O que é aquilo? “Se o servo disser claramente: Amo meu senhor, minha esposa e meus filhos, não sairei livre.” Então, há apenas uma coisa para ele. “Seu mestre o levará aos juízes; ele também o levará até a porta, ou até a ombreira da porta, e seu mestre furará sua orelha com um furador, e ele o servirá para sempre ”. Ele então pode ter os objetos de seu amor para sempre. Isso é apenas Lucas 9 de novo. O Senhor havia chegado ao fim de Sua vida de serviço, pouco antes da Transfiguração. Seus anos de serviço haviam praticamente acabado, e Moisés e Elias desceram à montanha e conversaram com Ele sobre Sua morte. Se você tiver um Testamento grego, descobrirá que a palavra traduzida aqui como “falecimento” é na verdade a mesma palavra para o segundo livro da Bíblia - Êxodo. Eles falaram sobre Seu êxodo. Moisés e Elias estavam conversando com Ele sobre Sua saída. Como Ele entrou? Ele entrou sozinho e terá que sair sozinho, a menos que esteja preparado para ir ao local da perfuração e, Aleluia ao Seu bendito nome, Ele foi ao local da perfuração, e a cada passo dessa jornada desde o Monte da glória ao Monte da tristeza e morte e julgamento, foi musical com isso: “Eu te amo, eu te amo, não vou sair sem você. Para ter você Minha para sempre, eu morrerei por você. ” Esse é o Salvador que conhecemos e amamos. Oh, que amor! Não existe amor como o amor de Jesus. Aleluia ao Seu bendito nome, Ele foi para o lugar da perfuração, e cada passo dessa jornada do Monte da Glória ao Monte da tristeza e morte e julgamento, foi musical com isto: "Eu te amo, eu te amo, eu vou não saia sem você. Para ter você Minha para sempre, eu morrerei por você. ” Esse é o Salvador que conhecemos e amamos. Oh, que amor! Não existe amor como o amor de Jesus. Aleluia ao Seu bendito nome, Ele foi para o lugar da perfuração, e cada passo dessa jornada do Monte da Glória ao Monte da tristeza e morte e julgamento, foi musical com isto: "Eu te amo, eu te amo, eu vou não saia sem você. Para ter você Minha para sempre, eu morrerei por você. ” Esse é o Salvador que conhecemos e amamos. Oh, que amor! Não existe amor como o amor de Jesus.
Ele está nos servindo na glória agora. O ontem de Seu amor foi “Ele amou a Igreja e se entregou por ela”. O hoje de Seu amor é “para que o purifique com a lavagem de água pela Palavra, para que o apresente a Si mesmo como uma Igreja gloriosa”. A apresentação disso é o amanhã de Seu amor. Ele está realizando Seu segundo período de serviço agora, aquele nosso amado Senhor. O Noivo está lá em cima com o duplo caráter de Intercessor e Sacerdote, para nos sustentar em nossa fraqueza e assumir nossa causa quando pecamos. Ele é um Advogado junto ao Pai e um Sacerdote junto a Deus, para nos representar ali na presença de Deus. Oh, que lágrimas amargas tivemos que derramar. Muitas vezes tive que derramar lágrimas amargas porque não aproveitei Seu serviço como sacerdote para me apoiar e caí na estrada, e tive que chorar pelo fato de que tive que aproveitar Seu serviço de intercessão como Advogado junto ao pai. E é isso que Ele está fazendo para que possa nos limpar de toda injustiça, e quando esse período de serviço terminar, Cristo terá Sua noiva, Sua Raquel, o objeto de Suas afeições.
Chegamos agora ao caso de Isaac e Rebeca. Há outra pessoa proeminente neste caso. O servo é chamado por Abraão e enviado em missão em busca de uma noiva para seu filho, e seu serviço parece ser a característica predominante. Ele diz: "Onde devo procurá-la?" A resposta foi: “Você deve procurá-la entre os nossos parentes. Não escolha uma noiva entre as nações, deve ser um de nossa própria parentela, um de nossos parentes. ” Você não vê, não deve haver disparidade. O Santificador e o santificado são todos um, por isso Ele não se envergonha de nos chamar irmãos. Tudo em nós, que O teria envergonhado de nos possuir, Ele obliterou com Sua morte, a fim de que Ele pudesse nos ter em um novo terreno, em uma nova associação e relacionamento, de uma forma que Ele não se envergonhe de chame-nos de Seus irmãos.
Bem, o servo começa sua missão. Ele é uma figura adequada do Espírito Santo em Sua missão na Terra hoje, buscando em Suas atividades abençoadas uma noiva para o verdadeiro Isaque. Isaac foi recebido dos mortos. Quando você encontra o Espírito Santo registrando a ação de Abraão ao oferecer Isaque, Ele praticamente diz que Abraão o ofereceu e que o recebeu dos mortos em figura, e que Abraão é positivamente colocado ao lado de Deus nesse aspecto. Ele pode sentir algo do que Deus sentiu quando deu Seu Filho. Diz: “Ele não reteve seu filho unigênito”. E quanto a Ismael? Ele era da carne, e Deus não o considerou. Deus olhou para Isaque, o filho da promessa, como o filho unigênito, e Ele disse que Abraão praticamente ofereceu seu filho, e praticamente o recebeu novamente dentre os mortos.
O servo enviado por Abraão é uma figura do Espírito Santo, Aquele enviado por Deus em busca de uma noiva para Seu Filho exaltado. A história é tão doce e abençoada. O servo encontra a noiva e a coloca em primeiro lugar com joias de prata (prata é o dinheiro da redenção) e joias de ouro (o ouro traz diante de nós a justiça de Deus); então ele traz a vestimenta, que representa o novo personagem. Então ela é estabelecida na redenção e justiça, e em um novo caráter. Você e eu, que fazemos parte da noiva de Cristo, fomos estabelecidos na base da redenção e na base da justiça, e agora devemos aparecer no caráter do próprio Cristo. As características de Cristo devem ser vistas em nós.
Em seguida, os parentes de Rebeca desafiam: "Queres ir com este homem?" O desafio para nós é: “Você irá com o Espírito Santo?” O que o Espírito Santo está fazendo? Conduzindo a noiva a Cristo. O que mais? Atrair as afeições de nossos corações, que deveriam ser afeições nupciais, para Cristo onde Ele está agora. É a missão do Espírito Santo nos levar através do deserto para encontrar Cristo, porque descobrimos que Isaque veio ao encontro de sua noiva. Ele os encontra no campo.
Há outra coisa notável em conexão com isso, você nunca ouve falar de uma palavra do servo, exceto sobre Isaque, depois que ele assumiu o comando de Rebeca para trazê-la a Isaque. A missão do Espírito Santo não é apenas nos levar a Cristo, mas no caminho para encontrá-Lo, o Espírito de Deus envolveria nossos corações e afeições com o próprio Senhor. Mais tarde, encontramos Isaac e Rebeca se encontrando e se cumprimentando, e o capítulo termina dizendo: “Ele a trouxe para a tenda de sua mãe Sara,. . . e Isaac foi consolado. ” Aqui está uma noiva que será um conforto para um coração enlutado.
Sarah representa Israel. Ela é conhecida como a mãe de Israel. Assim como uma mãe representa sua família, Sarah representa Israel; e Sarah está morta. O que isso significa? Isaac perdeu sua mãe. Portanto, Cristo perdeu Israel por enquanto. O que Ele tem no lugar do Reino e do povo? Ele recebeu uma nova companhia, a Igreja que será Sua noiva, e que nesse ínterim, uma vez que Ele perdeu Israel, será uma fonte de conforto para Seu coração. Que privilégio é nosso hoje na hora da rejeição de Cristo, quando Ele foi privado de Seus direitos terrestres, de administrar um pouco de conforto a Seu abençoado coração.
Então, quando voltamos para o final da Bíblia, encontramos a noiva novamente. A noiva, diz-se, é a esposa do Cordeiro, e quando se fala em casamento, não diz "as bodas da noiva", mas "as bodas do Cordeiro". Ele é tudo. A noiva é vista em associação com ele. A Igreja, como noiva de Cristo, compartilhará de Sua alegria e glória quando ela sair em seu traje nupcial, vestida como uma noiva adornada para seu marido. Não é o vestido que combina com seus olhos, não é o adorno que agradaria seus gostos. Não. Tudo é para atender aos gostos e prazeres do marido. Ele é tudo, e a noiva é tudo para ele.
Que lugar único a Igreja ocupa no pensamento de Deus, não é? Aqui estamos nós, um conjunto de pessoas pobres e insignificantes, tendo muitas vezes que lamentar nossa perversidade e obstinação, e ainda pensar que devemos estar ligados a Cristo, como aquele que está destinado a ser Sua noiva, para sentar-se com Ele em Seu trono e compartilhe com ele. Todos os interesses Dele são nossos, e nossos Dele, ambos fundidos em um só. Portanto, Deus coloca um nome neles, que abrange os dois. Ele coloca o nome de Cristo agora sobre nós, para que sejamos os portadores de Seu nome.
Assim será com Israel, quando ela sair novamente, e Jeová receber Sua noiva terrena. Seu nome é Jeová-Tsidkenu, e este é o nome pelo qual ela será chamada. Ele vai colocar Seu nome sobre ela naquele dia de glória, como Ele colocou Seu nome sobre nós neste dia de rejeição. Existe união, e com união vem o pensamento de afeto. União de propósito, união de afeto, estamos unidos a ele. Que povo privilegiado! Oh, que queda a Igreja sofreu quando pensamos em seu destino elevado e santo. Que queda terrível ela sofreu, que encontrássemos sua mão e luva com o mundo, que manchou sua mão com o sangue dAquele de quem a Igreja é noiva.
Que o Senhor nos dê mais vitalidade e afeição de coração por Si mesmo, para que possamos olhar para nós mesmos aqui, por mais insignificantes que sejamos, como um presente de Deus para Seu Filho, para que possamos nos ver como objeto dos interesses do Espírito Santo e atividade à medida que Ele nos conduz através desta perda cansativa até que nos coloque na presença do verdadeiro Isaque, e vamos ser Sua alegria e glória para sempre. Que o Senhor seja louvado por tal privilégio. Um homem!
A.Cuttting
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Com um pouco mais de demora do que eu gostaria, aqui estou eu novamente. Não sei se vocês se lembram, mas mês passado eu compartilhei com vocês um story, no insta, mostrando os filmes bíblicos que o primevideo fornece e acontece que um desses filmes falou muito comigo, que foi o de José do Egito. Quando eu assisti esse filme eu fiquei pensando em como Deus nos ajuda sempre, as vezes deixamos de repararmos nos mínimos detalhes e não percebemos isso. Também vi como nada pode atrapalhar os planos de Deus e que Ele usa todas as situações de nossas vidas para nos colocar onde Ele quiser, contanto que desejemos o mesmo. Enfim, pra dar início ao texto vou detalhar alguns pontos da história de José.
* JOSÉ DO EGITO *
Após assistir o filme de José, eu também resolvi ler novamente sua história na bíblia e a primeira coisa que a Palavra de Deus nos diz é que José era pastor e ajudava todos os seus irmãos no trabalho, mas há um primeiro detalhe. Por ser justo e íntegro, mesmo ajudando seus irmãos José relatava a seu pai tudo de errado que seus irmãos realizavam, falava sobre a má fama deles e aqui já temos o primeiro motivo de José ser odiado por eles. O segundo motivo era que José era o favotiro de seu pai, o que alimentava ainda mais o ódio deles já que eles sentiam um ciúme incontrolável. E pra finalizar, o terceiro motivo foi os sonhos de José, que ao serem compartilhados por ele fez com que seus irmãos, ao ouvirem que se curvariam diante dele, ficassem ainda mais irados. Não somente seus irmãos ficaram incomodados, mas até mesmo Jacó, que o repreendeu e depois ficou pensativo sobre o sonho.
Os irmãos de José haviam saído todos juntos para apascentar os rebanhos de seu pai e Jacó mandou José ir atrás deles. No meio do caminho José se perdeu e é agora que temos mais um detalhe: um homem apareceu e disse a José onde seus irmãos estavam, ou seja, José realmente precisava encontrá-los.
Ao encontrá-los, logo que viram José já disseram: “Lá vem aquele sonhador!” , nos confirmando como o sonho de José os irritou e teve influência na injustiça que fizeram com ele. Nisso tramaram contra José, o jogaram no fundo do poço e, depois de discutirem, resolveram vendê-lo aos ismaelitas que estavam passando. José foi vendido aos ismaelitas e depois disso foi vendido novamente para Potifar, um oficial do faraó e capitão da guarda. E o detalhe dessa história entre José e Potifar é que tudo que José realizava dava certo, o Senhor estava com José durante todo o tempo e isso fez com que José ganhasse a confiança de Potifar, que com o tempo acabou deixando José morando em sua casa e administrando todos os seus bens.
Essa parte de agora que vou destacar acredito  que seja a mais conhecida da história de José. A bíblia nos diz que José era um homem bonito e atraente, e isso fez com que a esposa de Potifar quisesse se deitar com ele. Eu não sei vocês, mas eu achava que José tinha sido tentado uma vez e dado a fuga, mas na verdade a bíblia nos diz que ele foi tentado diariamente, ou seja, foram muitas vezes que José negou a esposa de Potifar, e a melhor parte é que a bíblia nos mostra o por quê disso. A Palavra de Deus nos mostra que José disse assim à mulher:
Mas ele se recusou e lhe disse: "Meu senhor não se preocupa com coisa alguma de sua casa, e tudo o que tem deixou aos meus cuidados. Ninguém desta casa está acima de mim. Ele nada me negou, a não ser a senhora, porque é a mulher dele. Como poderia eu, então, cometer algo tão perverso e pecar contra Deus? " Assim, embora ela insistisse com José dia após dia, ele se recusava a deitar-se com ela e evitava ficar perto dela. - Gênesis 39:8-10
Podemos ver com clareza como José colocava Deus sempre em primeiro lugar, a sua resposta foi: “Como poderia eu, então, cometer algo tão perverso e pecar contra Deus?”. Ele não pensou momentaneamente, mas teve um pensamento com os olhos para a eternidade! José deixou de lado o prazer momentâneo, pensando em todo o prazer que teria ao lado do Senhor após sua peregrinação! É isso o que nos faz sermos fortes contra o inimigo e as tentações do mundo, estarmos com os olhos voltados para o Senhor, para a eternidade, termos a fé de que o que está aqui é passageiro!
Acontece que mesmo negando essa mulher, em uma de suas fugas ela conseguiu rasgar a roupa de José e inventar uma história para Potifar que acabou o jogando na prisão. Porém, José não estava só, o Senhor estava com ele e fez com que José fosse bem tradado pelo carcereiro da prisão. Quando este carcereiro viu que o Senhor estava ao lado de José, o deixou responsável por tudo na prisão.
O tempo se passou e nisso dois homens foram rebeldes ao faraó e foram presos no mesmo local que José, um era padeiro do rei e o outro copeiro. Esses homens tiveram sonhos que os incomodaram muito, pois eles não sabiam o significado, mas José, vendo a insatisfação deles resolveu ajudá-los, e disse que Deus daria a eles o significado dos sonhos. José disse a eles qual era a interpretaçãode cada sonho, um deles seria morto e o outro teria sua posição restaurada, e assim aconteceu. Quando José disse ao copeiro que ele teria sua posição restaurada, pediu ao homem que se lembrasse dele e falasse para o faraó que fosse bom com ele, mas o homem se esqueceu.
Dois anos depois, foi a vez do faraó ter sonhos que ninguém conseguia interpretar. Ele chamou todos os sábios e magos do Egito e ninguém conseguiu dar a ele a resposta. Foi aí então que o chefe dos copeiros se lembrou de José e disse ao faraó que a falha foi dele por ter se esquecido. Após contar ao faraó que José havia interpretado os sonhos dele e do padeiro, e que tudo aconteceu exatamente como José havia dito, o faraó mandou buscarem José na hora. Quando José chegou e o faraó contou a ele os seus dois sonhos, José disse que Deus daria a ele a interpretação e assim ocorreu. Em pouco tempo o Egito passaria por 7 anos de fartura e depois por 7 anos de fome, então José disse ao faraó que ele deveria ter alguém que o ajudasse a armazenar nos bons anos para que houvesse comida nos ruins. A ideia de José foi agradável ao faraó e todos os conselheiros, e olha o que aconteceu:
Por isso o faraó lhes perguntou: "Será que vamos achar alguém como este homem, em quem está o espírito divino? " Disse, pois, o faraó a José: "Uma vez que Deus lhe revelou todas essas coisas, não há ninguém tão criterioso e sábio como você. Você terá o comando de meu palácio, e todo o meu povo se sujeitará às suas ordens. Somente em relação ao trono serei maior que você". E o faraó prosseguiu: "Entrego a você agora o comando de toda a terra do Egito". Em seguida o faraó tirou do dedo o seu anel de selar e o colocou no dedo de José. Mandou-o vestir linho fino e colocou uma corrente de ouro em seu pescoço. Também o fez subir em sua segunda carruagem real, e à frente os arautos iam gritando: "Abram caminho! " Assim José foi colocado no comando de toda a terra do Egito. Disse ainda o faraó a José: "Eu sou o faraó, mas sem a sua palavra ninguém poderá levantar a mão nem o pé em todo o Egito". O faraó deu a José o nome de Zafenate-Panéia e lhe deu por mulher Azenate, filha de Potífera, sacerdote de Om. Depois José foi inspecionar toda a terra do Egito. - Gênesis 41:38-45
Quando passou essa cena no filme eu fiquei extasiado, pensei como José poderia estar se sentindo naquele momento, já que ele sempre enfrentava uma dificuldade atrás da outra e mesmo assim sempre mantinha a sua fé firme, sem perder sua sede de justiça e sua integridade. Mas agora peço que vocês pensem comigo em todos os detalhes da vida de José que mostrei a vocês. Lá no começo, qual foi o primeiro detalhe? José era odiado pelos irmãos por dizer ao pai tudo que cometiam de errado. E o segundo? José teve sonhos sobre o futuro que deixou seus irmãos ainda mais irados e foi o grande motivo dele ser vendido aos ismaelitas. E depois disso? José foi vendido exatamente para Potifar, um oficial do faraó! E depois? José, após ser tentado constantemente pela esposa de Potifar e negá-la, foi injustamente preso na mesma prisão que mais tarde seriam presos o padeiro e o copeiro do faraó! Agora pensem comigo, e se algumas dessas coisas não tivessem acontecido, e se esses detalhes fossem alterados, como teria sido?
Mas Alan, o que você quer dizer com isso? Eu quero que vocês enxerguem que não há limites para o poder e o cuidado de Deus em nossas vidas, quero que vocês exerguem que Deus sabe tudo o que acontece na sua vida, sabe tudo o que aconteceu e quer te ajudar a ir em direção ao melhor caminho, que é o dEle! Não há um único detalhe que escape dos olhos de Deus! José enfrentou muitas dificuldades durante grande parte de sua vida, mas graças a fidelidade de Deus ele conseguiu ter a vitória e no final ser honrado por Deus na frente de todos! Cada dificuldade era necessária para José chegar onde ele precisava chegar.
* O DETALHE DO ERRO *
Na segunda parte desse texto eu quero mostrar pra vocês como um erro, mesmo parecendo pequeno, pode afetar grandemente o teu futuro. E o homem que eu vou usar pra mostrar isso pra vocês será Moisés. Moisés foi um profeta do Senhor que O conheceu face a face, foi o homem usado por Ele que fez todos aqueles sinais e maravilhas, e na palavra de Deus(Deuteronômio 34:12) está escrito que ninguém jamais demonstrou poder como Moisés.
A história de Moisés se passa de Êxodo até Deuteronômio, ou seja, são 4 livros em 137 capítulos com 4319 versículos, e em um único versículo Moisés foi impedido de entrar na terra prometida. Quem já leu tudo isso e acompanhou toda essa trajetória e história de vida de Moisés com o Senhor sabe como é triste ler no final que ele não pôde entrar na terra prometida. Eu me lembro como se fosse ontem quando eu li esse versículo:
E o Senhor lhe disse: "Esta é a terra que prometi, sob juramento a Abraão, a Isaque e a Jacó, quando lhes disse: Eu a darei a seus descendentes. Permiti que você a visse com os seus próprios olhos, mas você não atravessará o rio, não entrará naquela terra". - Deuteronômio 34:4
Quando eu li esse versículo eu lembro que fiquei com muita vontade de chorar, porque eu sabia que a história de Moisés terminaria e confesso que foi talvez a parte da bíblia que eu mais demorei pra ler por causa de Levítico e Números que possuem capítulos muito extensos. Mas eu pergunto a vocês, vocês sabem por que Moisés não entrou na terra? Leiam comigo agora:
No primeiro mês toda a comunidade de Israel chegou ao deserto de Zim e ficou em Cades. Ali Miriã morreu e foi sepultada. Não havia água para a comunidade, e o povo se juntou contra Moisés e contra Arão. Discutiram com Moisés e disseram: "Quem dera tivéssemos morrido quando os nossos irmãos caíram mortos perante o Senhor! Por que vocês trouxeram a assembléia do Senhor a este deserto, para que nós e os nossos rebanhos morrêssemos aqui? Por que vocês nos tiraram do Egito e nos trouxeram para este lugar terrível? Aqui não há cereal, nem figos, nem uvas, nem romãs, nem água para beber! " Moisés e Arão saíram de diante da assembléia para a entrada da Tenda do Encontro e se prostraram, rosto em terra, e a glória do Senhor lhes apareceu. E o Senhor disse a Moisés: "Pegue a vara, e com o seu irmão Arão reúna a comunidade e diante desta fale àquela rocha, e ela verterá água. Vocês tirarão água da rocha para a comunidade e os rebanhos beberem". Então Moisés pegou a vara que estava diante do Senhor, como este lhe havia ordenado. Moisés e Arão reuniram a assembléia em frente da rocha, e Moisés disse: "Escutem, rebeldes, será que teremos que tirar água desta rocha para lhes dar? " Então Moisés ergueu o braço e bateu na rocha duas vezes com a vara. Jorrou água, e a comunidade e os rebanhos beberam. O Senhor, porém, disse a Moisés e a Arão: "Como vocês não confiaram em mim para honrar minha santidade à vista dos israelitas, vocês não conduzirão esta comunidade para a terra que lhes dou". - Números 20:1-12
Pra quem leu e não prestou muita atenção, deve ter se perguntado: “Ué, o quê Moisés fez de errado? Deus mandou ele tirar água da rocha e ele assim fez”. Mas como eu disse há um detalhe na parte em que Moisés faz a água sair.
No início do capítulo vemos que o povo estava reclamando para Moisés e Arão por causa da sede que eles estavam sentindo, tudo o que acontecia com eles era motivo de reclamação, até vemos o escritor de Hebreus falar disso:
Quem foram os que ouviram e se rebelaram? Não foram todos os que Moisés tirou do Egito? Contra quem Deus esteve irado durante quarenta anos? Não foi contra aqueles que pecaram, cujos corpos caíram no deserto? E a quem jurou que nunca haveriam de entrar no seu descanso? Não foi àqueles que foram desobedientes? Vemos, assim, que foi por causa da incredulidade que não puderam entrar.  - Hebreus 3:16-19
Moisés já estava sem paciência diante desta situação, ele ficou irado pelo fato do povo só reclamar mesmo tendo sido resgatado por Deus de todo o sofrimento que eles passavam. Deus cuidou desse povo durante todo o tempo em que eles estavam sendo guiados para a terra prometida, mas mesmo assim eles nunca estavam satisfeitos e foi isso que engatilhou o erro de Moisés que acabou dizendo:
Escutem, rebeldes, será que teremos que tirar água desta rocha para lhes dar" - Números 20:10
Puderam ver a angústia que Moisés sentia neste momento ? E lembrem-se de que Deus havia mandado Moisés falar à rocha para que dela saísse água, mas Moisés por causa de sua raiva bateu na rocha duas vezes e eu fico imaginando a força que ele deve ter feito nesse momento. Foi nesse momento que Moisés foi negado pelo Senhor à entrar na terra prometida, pois o detalhe de não obedecer à Deus da maneira que deveria acabou fazendo com que a santidade do Senhor não fosse honrada à vista dos israelitas, ele fez a água sair, mas o detalhe de não ter feito da maneira que Deus queria foi o suficiente para não entrar na terra.
* O CUIDADO ATRAVÉS DE PEQUENOS DETALHES *
Não vai ser a primeira vez que eu vou postar esse versículo pra vocês, pra falar a verdade acredito que no meu último post eu até comentei sobre, mas é perfeito para essa parte do texto. Leiam comigo:
Observem as aves do céu: não semeiam nem colhem nem armazenam em celeiros; contudo, o Pai celestial as alimenta. Não têm vocês muito mais valor do que elas? - Mateus 6:26
Em uma das pregações do bispo da minha igreja, ele comentou sobre isso e nos disse para pararmos pra pensar nas feiras dos finais de semana, em que as pessoas vão lá comer o que quer que seja e restinhos de comida vão caindo ao chão, pequenos pedaços que nem percebemos e nisso os pombos acabam comendo. Também podemos pensar nas pessoas que vão às praças e os alimentam por vontade própria e assim vemos como é verdade que Deus cuida dessas aves da Sua maneira.
Eu me lembro da época que eu estava no mundo, saía praticamente todos os finais de semana e várias vezes me vi voltando pra casa a pé, sozinho na madrugada andando pela cidade e refletindo na perda que tinha sido aquele rolê, e o que mais me chama a atenção é que eu nunca passei por uma situação apertada de ser assaltado nesses momentos, e tenho certeza de que Deus estava cuidado de mim, pois minha mãe e minha avó me disseram que oravam por mim TODAS AS VEZES que eu saía! Podia ter acontecido algo? Podia. Pode acontecer algo? Pode. Mas Deus não quis que acontecesse, e aqui estou eu hoje contando pra vocês o que eu passei e que a certeza que eu tenho disso foi na última vez que saí pra um rolê desses. Eu me lembro que tinha ido num sítio, não estava muito cheio, o que foi até uma decepção no momento, mas mesmo assim pra não perder viagem eu acabei bebendo bastante. A festa terminou e depois disso acabei levando duas garotas que estavam conosco em uma cervejaria aqui da cidade, mas tem um detalhe, depois de deixá-las lá eu não lembro de quase nada, eu as deixei e fui comer lanche com meu amigo que também estava comigo, mas não me lembro de deixá-lo na casa dele e nem de voltar com o carro pra casa, ou seja, EU DIRIGI POR UMA BOA PARTE DA CIDADE, CHEGUEI EM CASA, DESCI DO CARRO, ABRI O PORTÃO, GUARDEI O CARRO, TRANQUEI O PORTÃO, FUI DORMIR E NÃO ME LEMBRO DE FAZER NADA DISSO! Quando eu acordei e escutei minha avó levantando eu só disse: “Vó, olha o carro!” Ela ficou assustada e perguntou se tinha acontecido alguma coisa e eu respondi: “Não sei, por isso tô pedindo pra senhora olhar”, graças a Deus que nada aconteceu comigo nessa noite, pois com certeza eu traria muita tristeza a toda minha família, e não só isso, fico muito feliz que eu não tenha tido um acidente envolvendo outras pessoas que não tinham nada a ver com isso. Essa foi a primeira e última vez que eu dirigi bêbado desse jeito, e a última vez que fiquei bêbado na vida, isso já faz mais de dois anos, graças a Deus. Esse rolê foi alguns dias antes de eu confessar pra minha mãe que eu não aguentava mais essa vida, e que precisava do Senhor, pois eu podia ver através da vida deles(meus familiares que vivem para o Senhor) que eles tinham a paz que eu precisava, pois mesmo tendo tantas dificuldades eles estavam sempre cheios de fé! Esse rolê foi dias antes de eu pegar a minha bíblia e começar a ler, foi pouco tempo antes de eu me arrepender verdadeiramente e ter meu encontro com nosso Senhor Jesus Cristo!
* A PERFEIÇÃO DOS CAMINHOS DE DEUS *
Agora quero compartilhar com vocês mais uma coisa, quero mostrar quando que eu comecei a escrever textos, que é uma das razões de hoje eu conseguir passar aqui pra vocês tudo aquilo que Deus fala comigo.
Quando eu estava no ensino médio, no segundo ano, me apaixonei por uma garota da minha sala. Resumindo a história eu sofri muito com isso e foi uma paixão na qual eu não deveria ter nem entrado. Mas o detalhe disso foi que um dia, precisando desabafar eu acabei postando vários tweets no meu Twitter. Quando minha prima leu esses tweets, ela me disse que eu deveria criar um Tumblr, que na época eu não tinha a menor ideia do que era. Criei o tumblr e vi que muitas pessoas usavam esse site para liberarem suas dores através de textos, fotos, poemas e diversos outros modos. Foi aí que eu comecei a escrever textos. Eu escrevia todos os meus textos para essa garota, em primeira pessoa, era como se tudo aquilo que eu quisesse dizer pra ela fosse transformado em letras numa tela de computador. No começo eu não usava acentos, escrevia da maneira que queria e do jeito que queria, mas com o passar do tempo fui percebendo que isso poderia dificultar muito a leitura das pessoas, porque por mais que os textos fossem pra ela, muitas outras garotas liam meus textos e gostavam. Fiz muitas amizades nessa época e conheci pessoas incríveis que estavam sofrendo com as suas paixões da mesma maneira que eu.
O que eu quero mostrar pra vocês através disso é que, através de uma coisa da qual eu nunca imaginava, um site o qual eu apenas usava para desabafar, Deus está hoje usando para que eu possa glorificá-lo!  Deus usou uma parte da minha história pra ser usada dessa forma maravilhosa, pois eu amo escrever esses textos pra vocês, sinto uma paz enorme de poder de alguma forma glorificar meu Salvador Jesus Cristo e até mesmo ajudá-los por aqui. Eu sei que ainda preciso melhorar, tenho certeza que um professor de gramática encontraria muito mais que 7 erros aqui no meu texto, mas o objetivo principal é que vocês o entendam, e que a glória disso tudo seja do nosso Senhor Jesus!
Saiba que Deus está acompanhando cada acontecimento da sua vida, cada decisão que você faz, detalhe atrás de detalhe. Saiba que todas essas vezes que você sofre por Ele, nega o mundo por causa dEle e rejeita as tentações do inimigo por causa dEle, Ele está vendo! Deus pode construir uma história através de cada detalhe da sua vida, como fez com José, como está fazendo comigo. O maior detalhe é que Jesus Cristo, mesmo sendo Deus, desceu aqui em carne para que eu e você, pecadores condenados, pudéssemos ser salvos. Jesus foi crucificado no meu lugar, no seu lugar e no lugar de todos.
Peça a Ele que te ajude, que te dê direção. E depois de mostrar toda essa trajetória de José, quero compartilhar com vocês esse versículo muito conhecido:
Sabemos que Deus age em todas as coisas para o bem daqueles que o amam, dos que foram chamados de acordo com o seu propósito. - Romanos 8:28
Cada dificuldade de José parecia ser a coisa errada pro momento. Ser jogado no poço, ser vendido, ser escravo, ser tentado, ser esquecido... mas depois de tudo isso chegou a sua vez, chegou a hora de José ser HONRADO! Todas as coisas aconteceram para o bem de José, mesmo sendo difícil pra nós percebermos isso.
Não desista, peça forças para Deus, ore sempre e leia a Palavra de Deus todos os dias!
Que a glória seja toda do nosso Senhor Jesus, amém.
Alan Coura
19/12/2020
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ev1dances · 4 years
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Com um pouco mais de demora do que eu gostaria, aqui estou eu novamente. Não sei se vocês se lembram, mas mês passado eu compartilhei com vocês um story, no insta, mostrando os filmes bíblicos que o primevideo fornece e acontece que um desses filmes falou muito comigo, que foi o de José do Egito. Quando eu assisti esse filme eu fiquei pensando em como Deus nos ajuda sempre, as vezes deixamos de repararmos nos mínimos detalhes e não percebemos isso. Também vi como nada pode atrapalhar os planos de Deus e que Ele usa todas as situações de nossas vidas para nos colocar onde Ele quiser, contanto que desejemos o mesmo. Enfim, pra dar início ao texto vou detalhar alguns pontos da história de José.
* JOSÉ DO EGITO *
Após assistir o filme de José, eu também resolvi ler novamente sua história na bíblia e a primeira coisa que a Palavra de Deus nos diz é que José era pastor e ajudava todos os seus irmãos no trabalho, mas há um primeiro detalhe. Por ser justo e íntegro, mesmo ajudando seus irmãos José relatava a seu pai tudo de errado que seus irmãos realizavam, falava sobre a má fama deles e aqui já temos o primeiro motivo de José ser odiado por eles. O segundo motivo era que José era o favotiro de seu pai, o que alimentava ainda mais o ódio deles já que eles sentiam um ciúme incontrolável. E pra finalizar, o terceiro motivo foi os sonhos de José, que ao serem compartilhados por ele fez com que seus irmãos, ao ouvirem que se curvariam diante dele, ficassem ainda mais irados. Não somente seus irmãos ficaram incomodados, mas até mesmo Jacó, que o repreendeu e depois ficou pensativo sobre o sonho.
Os irmãos de José haviam saído todos juntos para apascentar os rebanhos de seu pai e Jacó mandou José ir atrás deles. No meio do caminho José se perdeu e é agora que temos mais um detalhe: um homem apareceu e disse a José onde seus irmãos estavam, ou seja, José realmente precisava encontrá-los.
Ao encontrá-los, logo que viram José já disseram: “Lá vem aquele sonhador!” , nos confirmando como o sonho de José os irritou e teve influência na injustiça que fizeram com ele. Nisso tramaram contra José, o jogaram no fundo do poço e, depois de discutirem, resolveram vendê-lo aos ismaelitas que estavam passando. José foi vendido aos ismaelitas e depois disso foi vendido novamente para Potifar, um oficial do faraó e capitão da guarda. E o detalhe dessa história entre José e Potifar é que tudo que José realizava dava certo, o Senhor estava com José durante todo o tempo e isso fez com que José ganhasse a confiança de Potifar, que com o tempo acabou deixando José morando em sua casa e administrando todos os seus bens.
Essa parte de agora que vou destacar acredito  que seja a mais conhecida da história de José. A bíblia nos diz que José era um homem bonito e atraente, e isso fez com que a esposa de Potifar quisesse se deitar com ele. Eu não sei vocês, mas eu achava que José tinha sido tentado uma vez e dado a fuga, mas na verdade a bíblia nos diz que ele foi tentado diariamente, ou seja, foram muitas vezes que José negou a esposa de Potifar, e a melhor parte é que a bíblia nos mostra o por quê disso. A Palavra de Deus nos mostra que José disse assim à mulher:
Mas ele se recusou e lhe disse: "Meu senhor não se preocupa com coisa alguma de sua casa, e tudo o que tem deixou aos meus cuidados. Ninguém desta casa está acima de mim. Ele nada me negou, a não ser a senhora, porque é a mulher dele. Como poderia eu, então, cometer algo tão perverso e pecar contra Deus? " Assim, embora ela insistisse com José dia após dia, ele se recusava a deitar-se com ela e evitava ficar perto dela. - Gênesis 39:8-10
Podemos ver com clareza como José colocava Deus sempre em primeiro lugar, a sua resposta foi: “Como poderia eu, então, cometer algo tão perverso e pecar contra Deus?”. Ele não pensou momentaneamente, mas teve um pensamento com os olhos para a eternidade! José deixou de lado o prazer momentâneo, pensando em todo o prazer que teria ao lado do Senhor após sua peregrinação! É isso o que nos faz sermos fortes contra o inimigo e as tentações do mundo, estarmos com os olhos voltados para o Senhor, para a eternidade, termos a fé de que o que está aqui é passageiro!
Acontece que mesmo negando essa mulher, em uma de suas fugas ela conseguiu rasgar a roupa de José e inventar uma história para Potifar que acabou o jogando na prisão. Porém, José não estava só, o Senhor estava com ele e fez com que José fosse bem tradado pelo carcereiro da prisão. Quando este carcereiro viu que o Senhor estava ao lado de José, o deixou responsável por tudo na prisão.
O tempo se passou e nisso dois homens foram rebeldes ao faraó e foram presos no mesmo local que José, um era padeiro do rei e o outro copeiro. Esses homens tiveram sonhos que os incomodaram muito, pois eles não sabiam o significado, mas José, vendo a insatisfação deles resolveu ajudá-los, e disse que Deus daria a eles o significado dos sonhos. José disse a eles qual era a interpretaçãode cada sonho, um deles seria morto e o outro teria sua posição restaurada, e assim aconteceu. Quando José disse ao copeiro que ele teria sua posição restaurada, pediu ao homem que se lembrasse dele e falasse para o faraó que fosse bom com ele, mas o homem se esqueceu.
Dois anos depois, foi a vez do faraó ter sonhos que ninguém conseguia interpretar. Ele chamou todos os sábios e magos do Egito e ninguém conseguiu dar a ele a resposta. Foi aí então que o chefe dos copeiros se lembrou de José e disse ao faraó que a falha foi dele por ter se esquecido. Após contar ao faraó que José havia interpretado os sonhos dele e do padeiro, e que tudo aconteceu exatamente como José havia dito, o faraó mandou buscarem José na hora. Quando José chegou e o faraó contou a ele os seus dois sonhos, José disse que Deus daria a ele a interpretação e assim ocorreu. Em pouco tempo o Egito passaria por 7 anos de fartura e depois por 7 anos de fome, então José disse ao faraó que ele deveria ter alguém que o ajudasse a armazenar nos bons anos para que houvesse comida nos ruins. A ideia de José foi agradável ao faraó e todos os conselheiros, e olha o que aconteceu:
Por isso o faraó lhes perguntou: "Será que vamos achar alguém como este homem, em quem está o espírito divino? " Disse, pois, o faraó a José: "Uma vez que Deus lhe revelou todas essas coisas, não há ninguém tão criterioso e sábio como você. Você terá o comando de meu palácio, e todo o meu povo se sujeitará às suas ordens. Somente em relação ao trono serei maior que você". E o faraó prosseguiu: "Entrego a você agora o comando de toda a terra do Egito". Em seguida o faraó tirou do dedo o seu anel de selar e o colocou no dedo de José. Mandou-o vestir linho fino e colocou uma corrente de ouro em seu pescoço. Também o fez subir em sua segunda carruagem real, e à frente os arautos iam gritando: "Abram caminho! " Assim José foi colocado no comando de toda a terra do Egito. Disse ainda o faraó a José: "Eu sou o faraó, mas sem a sua palavra ninguém poderá levantar a mão nem o pé em todo o Egito". O faraó deu a José o nome de Zafenate-Panéia e lhe deu por mulher Azenate, filha de Potífera, sacerdote de Om. Depois José foi inspecionar toda a terra do Egito. - Gênesis 41:38-45
Quando passou essa cena no filme eu fiquei extasiado, pensei como José poderia estar se sentindo naquele momento, já que ele sempre enfrentava uma dificuldade atrás da outra e mesmo assim sempre mantinha a sua fé firme, sem perder sua sede de justiça e sua integridade. Mas agora peço que vocês pensem comigo em todos os detalhes da vida de José que mostrei a vocês. Lá no começo, qual foi o primeiro detalhe? José era odiado pelos irmãos por dizer ao pai tudo que cometiam de errado. E o segundo? José teve sonhos sobre o futuro que deixou seus irmãos ainda mais irados e foi o grande motivo dele ser vendido aos ismaelitas. E depois disso? José foi vendido exatamente para Potifar, um oficial do faraó! E depois? José, após ser tentado constantemente pela esposa de Potifar e negá-la, foi injustamente preso na mesma prisão que mais tarde seriam presos o padeiro e o copeiro do faraó! Agora pensem comigo, e se algumas dessas coisas não tivessem acontecido, e se esses detalhes fossem alterados, como teria sido?
Mas Alan, o que você quer dizer com isso? Eu quero que vocês enxerguem que não há limites para o poder e o cuidado de Deus em nossas vidas, quero que vocês exerguem que Deus sabe tudo o que acontece na sua vida, sabe tudo o que aconteceu e quer te ajudar a ir em direção ao melhor caminho, que é o dEle! Não há um único detalhe que escape dos olhos de Deus! José enfrentou muitas dificuldades durante grande parte de sua vida, mas graças a fidelidade de Deus ele conseguiu ter a vitória e no final ser honrado por Deus na frente de todos! Cada dificuldade era necessária para José chegar onde ele precisava chegar.
* O DETALHE DO ERRO *
Na segunda parte desse texto eu quero mostrar pra vocês como um erro, mesmo parecendo pequeno, pode afetar grandemente o teu futuro. E o homem que eu vou usar pra mostrar isso pra vocês será Moisés. Moisés foi um profeta do Senhor que O conheceu face a face, foi o homem usado por Ele que fez todos aqueles sinais e maravilhas, e na palavra de Deus(Deuteronômio 34:12) está escrito que ninguém jamais demonstrou poder como Moisés.
A história de Moisés se passa de Êxodo até Deuteronômio, ou seja, são 4 livros em 137 capítulos com 4319 versículos, e em um único versículo Moisés foi impedido de entrar na terra prometida. Quem já leu tudo isso e acompanhou toda essa trajetória e história de vida de Moisés com o Senhor sabe como é triste ler no final que ele não pôde entrar na terra prometida. Eu me lembro como se fosse ontem quando eu li esse versículo:
E o Senhor lhe disse: "Esta é a terra que prometi, sob juramento a Abraão, a Isaque e a Jacó, quando lhes disse: Eu a darei a seus descendentes. Permiti que você a visse com os seus próprios olhos, mas você não atravessará o rio, não entrará naquela terra". - Deuteronômio 34:4
Quando eu li esse versículo eu lembro que fiquei com muita vontade de chorar, porque eu sabia que a história de Moisés terminaria e confesso que foi talvez a parte da bíblia que eu mais demorei pra ler por causa de Levítico e Números que possuem capítulos muito extensos. Mas eu pergunto a vocês, vocês sabem por que Moisés não entrou na terra? Leiam comigo agora:
No primeiro mês toda a comunidade de Israel chegou ao deserto de Zim e ficou em Cades. Ali Miriã morreu e foi sepultada. Não havia água para a comunidade, e o povo se juntou contra Moisés e contra Arão. Discutiram com Moisés e disseram: "Quem dera tivéssemos morrido quando os nossos irmãos caíram mortos perante o Senhor! Por que vocês trouxeram a assembléia do Senhor a este deserto, para que nós e os nossos rebanhos morrêssemos aqui? Por que vocês nos tiraram do Egito e nos trouxeram para este lugar terrível? Aqui não há cereal, nem figos, nem uvas, nem romãs, nem água para beber! " Moisés e Arão saíram de diante da assembléia para a entrada da Tenda do Encontro e se prostraram, rosto em terra, e a glória do Senhor lhes apareceu. E o Senhor disse a Moisés: "Pegue a vara, e com o seu irmão Arão reúna a comunidade e diante desta fale àquela rocha, e ela verterá água. Vocês tirarão água da rocha para a comunidade e os rebanhos beberem". Então Moisés pegou a vara que estava diante do Senhor, como este lhe havia ordenado. Moisés e Arão reuniram a assembléia em frente da rocha, e Moisés disse: "Escutem, rebeldes, será que teremos que tirar água desta rocha para lhes dar? " Então Moisés ergueu o braço e bateu na rocha duas vezes com a vara. Jorrou água, e a comunidade e os rebanhos beberam. O Senhor, porém, disse a Moisés e a Arão: "Como vocês não confiaram em mim para honrar minha santidade à vista dos israelitas, vocês não conduzirão esta comunidade para a terra que lhes dou". - Números 20:1-12
Pra quem leu e não prestou muita atenção, deve ter se perguntado: “Ué, o quê Moisés fez de errado? Deus mandou ele tirar água da rocha e ele assim fez”. Mas como eu disse há um detalhe na parte em que Moisés faz a água sair. 
No início do capítulo vemos que o povo estava reclamando para Moisés e Arão por causa da sede que eles estavam sentindo, tudo o que acontecia com eles era motivo de reclamação, até vemos o escritor de Hebreus falar disso:
Quem foram os que ouviram e se rebelaram? Não foram todos os que Moisés tirou do Egito? Contra quem Deus esteve irado durante quarenta anos? Não foi contra aqueles que pecaram, cujos corpos caíram no deserto? E a quem jurou que nunca haveriam de entrar no seu descanso? Não foi àqueles que foram desobedientes? Vemos, assim, que foi por causa da incredulidade que não puderam entrar.  - Hebreus 3:16-19
Moisés já estava sem paciência diante desta situação, ele ficou irado pelo fato do povo só reclamar mesmo tendo sido resgatado por Deus de todo o sofrimento que eles passavam. Deus cuidou desse povo durante todo o tempo em que eles estavam sendo guiados para a terra prometida, mas mesmo assim eles nunca estavam satisfeitos e foi isso que engatilhou o erro de Moisés que acabou dizendo:
Escutem, rebeldes, será que teremos que tirar água desta rocha para lhes dar" - Números 20:10
Puderam ver a angústia que Moisés sentia neste momento ? E lembrem-se de que Deus havia mandado Moisés falar à rocha para que dela saísse água, mas Moisés por causa de sua raiva bateu na rocha duas vezes e eu fico imaginando a força que ele deve ter feito nesse momento. Foi nesse momento que Moisés foi negado pelo Senhor à entrar na terra prometida, pois o detalhe de não obedecer à Deus da maneira que deveria acabou fazendo com que a santidade do Senhor não fosse honrada à vista dos israelitas, ele fez a água sair, mas o detalhe de não ter feito da maneira que Deus queria foi o suficiente para não entrar na terra.
* O CUIDADO ATRAVÉS DE PEQUENOS DETALHES *
Não vai ser a primeira vez que eu vou postar esse versículo pra vocês, pra falar a verdade acredito que no meu último post eu até comentei sobre, mas é perfeito para essa parte do texto. Leiam comigo:
Observem as aves do céu: não semeiam nem colhem nem armazenam em celeiros; contudo, o Pai celestial as alimenta. Não têm vocês muito mais valor do que elas? - Mateus 6:26
Em uma das pregações do bispo da minha igreja, ele comentou sobre isso e nos disse para pararmos pra pensar nas feiras dos finais de semana, em que as pessoas vão lá comer o que quer que seja e restinhos de comida vão caindo ao chão, pequenos pedaços que nem percebemos e nisso os pombos acabam comendo. Também podemos pensar nas pessoas que vão às praças e os alimentam por vontade própria e assim vemos como é verdade que Deus cuida dessas aves da Sua maneira.
Eu me lembro da época que eu estava no mundo, saía praticamente todos os finais de semana e várias vezes me vi voltando pra casa a pé, sozinho na madrugada andando pela cidade e refletindo na perda que tinha sido aquele rolê, e o que mais me chama a atenção é que eu nunca passei por uma situação apertada de ser assaltado nesses momentos, e tenho certeza de que Deus estava cuidado de mim, pois minha mãe e minha avó me disseram que oravam por mim TODAS AS VEZES que eu saía! Podia ter acontecido algo? Podia. Pode acontecer algo? Pode. Mas Deus não quis que acontecesse, e aqui estou eu hoje contando pra vocês o que eu passei e que a certeza que eu tenho disso foi na última vez que saí pra um rolê desses. Eu me lembro que tinha ido num sítio, não estava muito cheio, o que foi até uma decepção no momento, mas mesmo assim pra não perder viagem eu acabei bebendo bastante. A festa terminou e depois disso acabei levando duas garotas que estavam conosco em uma cervejaria aqui da cidade, mas tem um detalhe, depois de deixá-las lá eu não lembro de quase nada, eu as deixei e fui comer lanche com meu amigo que também estava comigo, mas não me lembro de deixá-lo na casa dele e nem de voltar com o carro pra casa, ou seja, EU DIRIGI POR UMA BOA PARTE DA CIDADE, CHEGUEI EM CASA, DESCI DO CARRO, ABRI O PORTÃO, GUARDEI O CARRO, TRANQUEI O PORTÃO, FUI DORMIR E NÃO ME LEMBRO DE FAZER NADA DISSO! Quando eu acordei e escutei minha avó levantando eu só disse: “Vó, olha o carro!” Ela ficou assustada e perguntou se tinha acontecido alguma coisa e eu respondi: “Não sei, por isso tô pedindo pra senhora olhar”, graças a Deus que nada aconteceu comigo nessa noite, pois com certeza eu traria muita tristeza a toda minha família, e não só isso, fico muito feliz que eu não tenha tido um acidente envolvendo outras pessoas que não tinham nada a ver com isso. Essa foi a primeira e última vez que eu dirigi bêbado desse jeito, e a última vez que fiquei bêbado na vida, isso já faz mais de dois anos, graças a Deus. Esse rolê foi alguns dias antes de eu confessar pra minha mãe que eu não aguentava mais essa vida, e que precisava do Senhor, pois eu podia ver através da vida deles(meus familiares que vivem para o Senhor) que eles tinham a paz que eu precisava, pois mesmo tendo tantas dificuldades eles estavam sempre cheios de fé! Esse rolê foi dias antes de eu pegar a minha bíblia e começar a ler, foi pouco tempo antes de eu me arrepender verdadeiramente e ter meu encontro com nosso Senhor Jesus Cristo!
* A PERFEIÇÃO DOS CAMINHOS DE DEUS *
Agora quero compartilhar com vocês mais uma coisa, quero mostrar quando que eu comecei a escrever textos, que é uma das razões de hoje eu conseguir passar aqui pra vocês tudo aquilo que Deus fala comigo.
Quando eu estava no ensino médio, no segundo ano, me apaixonei por uma garota da minha sala. Resumindo a história eu sofri muito com isso e foi uma paixão na qual eu não deveria ter nem entrado. Mas o detalhe disso foi que um dia, precisando desabafar eu acabei postando vários tweets no meu Twitter. Quando minha prima leu esses tweets, ela me disse que eu deveria criar um Tumblr, que na época eu não tinha a menor ideia do que era. Criei o tumblr e vi que muitas pessoas usavam esse site para liberarem suas dores através de textos, fotos, poemas e diversos outros modos. Foi aí que eu comecei a escrever textos. Eu escrevia todos os meus textos para essa garota, em primeira pessoa, era como se tudo aquilo que eu quisesse dizer pra ela fosse transformado em letras numa tela de computador. No começo eu não usava acentos, escrevia da maneira que queria e do jeito que queria, mas com o passar do tempo fui percebendo que isso poderia dificultar muito a leitura das pessoas, porque por mais que os textos fossem pra ela, muitas outras garotas liam meus textos e gostavam. Fiz muitas amizades nessa época e conheci pessoas incríveis que estavam sofrendo com as suas paixões da mesma maneira que eu.
O que eu quero mostrar pra vocês através disso é que, através de uma coisa da qual eu nunca imaginava, um site o qual eu apenas usava para desabafar, Deus está hoje usando para que eu possa glorificá-lo!  Deus usou uma parte da minha história pra ser usada dessa forma maravilhosa, pois eu amo escrever esses textos pra vocês, sinto uma paz enorme de poder de alguma forma glorificar meu Salvador Jesus Cristo e até mesmo ajudá-los por aqui. Eu sei que ainda preciso melhorar, tenho certeza que um professor de gramática encontraria muito mais que 7 erros aqui no meu texto, mas o objetivo principal é que vocês o entendam, e que a glória disso tudo seja do nosso Senhor Jesus!
Saiba que Deus está acompanhando cada acontecimento da sua vida, cada decisão que você faz, detalhe atrás de detalhe. Saiba que todas essas vezes que você sofre por Ele, nega o mundo por causa dEle e rejeita as tentações do inimigo por causa dEle, Ele está vendo! Deus pode construir uma história através de cada detalhe da sua vida, como fez com José, como está fazendo comigo. O maior detalhe é que Jesus Cristo, mesmo sendo Deus, desceu aqui em carne para que eu e você, pecadores condenados, pudéssemos ser salvos. Jesus foi crucificado no meu lugar, no seu lugar e no lugar de todos.
Peça a Ele que te ajude, que te dê direção. E depois de mostrar toda essa trajetória de José, quero compartilhar com vocês esse versículo muito conhecido:
Sabemos que Deus age em todas as coisas para o bem daqueles que o amam, dos que foram chamados de acordo com o seu propósito. - Romanos 8:28
Cada dificuldade de José parecia ser a coisa errada pro momento. Ser jogado no poço, ser vendido, ser escravo, ser tentado, ser esquecido... mas depois de tudo isso chegou a sua vez, chegou a hora de José ser HONRADO! Todas as coisas aconteceram para o bem de José, mesmo sendo difícil pra nós percebermos isso.
Não desista, peça forças para Deus, ore sempre e leia a Palavra de Deus todos os dias! 
Que a glória seja toda do nosso Senhor Jesus, amém.
Alan Coura
19/12/2020
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dietasdicas1 · 4 years
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Vital Brazil o incansável brasileiro que criou o soro antiofídico
Em 12 junho de 2020, publiquei aqui neste blog um texto com o título A Incrível História do Brasileiro que Ajudou a Fundar a OMS. Na reportagem, conto como o médico Geraldo de Paula Souza teve participação essencial na criação da maior entidade global de saúde. Para colher todas as informações, entrevistei a historiadora Mariana Dolci, doutora em ciências pela Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo.
Qual não foi minha surpresa quando, dias depois, recebi uma mensagem de WhatsApp da Mariana com uma sugestão dessas que jornalista nenhum pode deixar passar. Ela havia compartilhado comigo o contato de Érico Vital Brazil, neto de Vital Brazil (se escreve com Z mesmo), um dos mais importantes cientistas de nosso país durante os séculos 19 e 20. 
Se você já esteve em São Paulo e andou pelos lados do bairro do Butantã, a Avenida Vital Brazil é uma das vias mais importantes da região. E, como você vai conferir nos próximos parágrafos, a escolha da homenagem justamente nessa região da capital paulista faz todo o sentido.
Curioso para saber mais sobre o assunto, escrevi para Érico, que gentilmente me respondeu e passou quase duas horas no telefone contando histórias fascinantes sobre seu avô e um Brasil do passado. Ajeite-se bem na poltrona ou na cadeira e venha comigo nessa viagem pela nossa história. 
Os primeiros anos
Manuel dos Santos Pereira Junior era um homem à frente de seu tempo. Enfrentou a família e desistiu de um casamento arranjado para viver com o amor de sua vida, Maria Carolina Pereira de Magalhães. Para cada um de seus filhos, resolveu dar um nome diferente: foi assim que o primogênito acabou registrado em 1865 como Vital Brazil Mineiro da Campanha. 
Vital porque nasceu em 28 de abril, dia de São Vital. Brazil porque era brasileiro, ora pois. Mineiro porque veio ao mundo em Minas Gerais — e, como você já deve ter sacado pelo ritmo da minha explicação, ele é natural de Campanha, município que fica na porção Sul do estado. 
O nome de seus sete irmãos são um show à parte: Maria Gabriela do Vale do Sapucaí, Iracema Ema do Vale do Sapucaí, Judith Parasita de Caldas, Acacia Sensitiva Indígena de Caldas, Oscar Americano de Caldas, Fileta Camponesa de Caldas, Eunice Peregrina de Caldas. A diferença nos sobrenomes se deve ao fato de Manuel, o patriarca, trabalhar como caixeiro viajante — daí a distribuição geográfica de acordo com a cidade em que a família estava no momento de cada nascimento. 
Um dos fatos mais marcantes da biografia de Vital Brazil aconteceu quando ele tinha cerca de 7 anos de idade. À época, ele, seus pais e irmãos moravam no município de Caldas. Foi ali que conheceram um pastor presbiteriano, que resolveu fixar residência e abrir uma escola na cidade. Manuel ficou encantado com o líder religioso e decidiu converter toda a sua família ao protestantismo.
Na esteira das mudanças, o pequeno Vital foi matriculado na escola presbiteriana, onde teve uma educação de rígida e de alta qualidade, que repercutiu por toda a sua vida.
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Vital Brazil com seus pais e irmãos num retrato tirado no Rio de Janeiro na década de 1890Foto: Divulgação/Museu Casa de Vital Brazil/SAÚDE é Vital
É ainda na infância que nosso personagem teve o primeiro contato com a medicina, o que possivelmente influenciou na sua decisão de seguir na área. Nessas andanças pelas terras mineiras, a família conheceu um médico sueco, que havia escolhido o Sul de Minas Gerais para criar um centro de tratamento contra a tuberculose. 
Na intenção de produzir vacinas contra a varíola, o especialista europeu inoculou no braço do menino Vital o vírus causador da doença. A partir das feridas causadas pela infecção leve, ele extraiu o pus que serviu para imunizar outras pessoas da região.  
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Faculdade: do sonhos ao diploma
Aos 15 anos, Vital já trabalhava para contribuir com a renda da família. À época, todos eles moravam na então pequena e pacata cidade de São Paulo. No período, o jovem atuou como bedel de colégio, professor, redator de jornal, entregador e construtor de estrada de ferro. Em sua cabeça, o sonho era reunir as condições para cursar medicina dali a alguns anos. 
Para isso, contou com o esforço de seu pai, que enviou cartas requisitando apoio financeiros aos familiares mais ricos que pertenciam à classe política da elite mineira — um dos destinatários dessas cartas foi um primo distante (e futuro presidente da república) Venceslau Brás. Porém, a resposta recebida foi a pior possível. Um senador chegou a desmerecer Manuel, dizendo que ele era muito pobre para ter filho médico. 
Apesar das dificuldades financeiras, Vital Brazil conseguiu se formar na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro em 1891, aos 26 anos. O diploma veio com muito sacrifício: o estudante passava a parte livre do dia trabalhando como professor ou escrivão de polícia para conseguir pagar as contas. O único momento que tinha para estudar era de madrugada — para não dormir, ele mastigava nacos de pão molhado e ficava com os dois pés dentro de uma bacia de água gelada. 
Em seus anos na universidade, Vital foi aceito como estagiário de José Pereira Rego, o Barão de Lavradio, um médico com grande fama na então capital do país, o Rio de Janeiro. O barão foi um dos precursores do movimento sanitarista no Brasil, que propunha mudanças nas casas e na configuração das cidades para deixar os ambientes mais arejados, além de se preocupar com o impacto do lixo e do esgoto na saúde humana. 
Volta à pauliceia (nada) desvairada
Com a proclamação da República em 1889, muita coisa se modificou na administração do país. Uma das alterações mais importantes aconteceu quando o médico Cesário Motta foi enviado para São Paulo com o objetivo de estabelecer uma estrutura de saúde pública na cidade. Em pouco tempo, foram criados os institutos bacteriológico, vacinogênico, de química e de distribuição de medicamentos para atender todo o estado paulista. 
Vital Brazil foi convidado a trabalhar nesse projeto em 1892 e inaugurou o posto de inspetor de saúde em 1893. Sua principal tarefa era acompanhar e combater as doenças infecciosas que assolavam não só a capital, mas também os municípios do interior e do litoral. Ao longo de seus anos na função, o médico teve que lidar com surtos de febre amarela, varíola, cólera, entre vários outros.
Esse período também marca o contato de Vital Brazil com uma turma de respeito: ele virou companheiro de trabalho de nomes como Adolfo Lutz, Emílio Ribas, Teodoro Sampaio e Victor Godinho, todos eles importantíssimos para o movimento sanitarista em voga na época. Juntos, eles trouxeram ideias novas e revolucionárias — caso dos cuidados com a higiene e com o saneamento básico como essenciais para a saúde pública.
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O grupo de sanitaristas de São Paulo. Na foto, além de Vital Brazil, estão Emílio Ribas e Victor GodinhoFoto: Divulgação/Museu Casa de Vital Brazil/SAÚDE é Vital
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Rumo ao interior
O fato de Vital Brazil trabalhar com doenças infecciosas gerava grande preocupação em sua família. Numa época em que vacinas e remédios praticamente não existiam, qualquer infecção por vírus ou bactéria representava uma sentença de morte. Em 1895, o médico contraiu a febre amarela e, após sua recuperação, ele foi vencido pelos argumentos de sua esposa para largar o cargo de inspetor público e procurar outros caminhos profissionais. 
Pouco depois desse episódio, Vital recebeu e aceitou um convite para ser clínico-geral em Botucatu, a 238 quilômetros da capital paulista. Nesse período, a cidade do interior servia como um grande portal para o sertão e as terras inexploradas do noroeste paulista, do Paraná e do Mato Grosso do Sul. 
A vida de nosso personagem sofreu uma nova guinada quando ele foi atender uma menina de 14 anos que havia sido picada por uma cobra. Sem ter o que fazer, o médico viu a garota morrer em seus braços e decidiu que, a partir daquele dia, se dedicaria a encontrar um tratamento para acidentes com esses répteis. 
Que fique claro: Vital já demonstrava interesse por essa área desde a época da faculdade, quando assistiu uma palestra de um especialista indiano a respeito do tema. Apesar de ter tentado explorar a área algumas vezes, havia uma grande dificuldade logística. Não existia nenhum laboratório no país com a capacidade de receber serpentes com segurança — como não tinha antídoto para o veneno, qualquer picada significava um perigo mortal. 
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Ainda no interior, Vital resolveu construir um serpentário na frente de sua casa. Ele pagava para os moradores da região caçarem cobras vivas na natureza. O médico realmente mergulhou de cabeça no assunto e começou a estudar e fazer as experiências. Nessas sessões, descobriu que um grupo de cientistas franceses propunha o desenvolvimento de um soro a partir do veneno como solução para esse problema. Foi um daqueles momentos “eureca” de descoberta, tão raros na medicina.
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Junto com um assistente, Vital Brazil extrai veneno de cobra em meados de 1900Foto: Divulgação/Museu Casa de Vital Brazil/SAÚDE é Vital
Chegava a hora de dar adeus a Botucatu: Vital juntou seus pertences e voltou a São Paulo, onde começou a fazer seus experimentos no Instituto Bacteriológico, com o apoio de seus amigos Adolfo Lutz, então diretor da instituição, e Emílio Ribas, secretário de saúde do estado paulista. 
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Crise no litoral
Apesar do franco crescimento, São Paulo estava longe de ser a locomotiva do país nessa época. Isso, claro, tinha repercussões na área da saúde, com um diminuto número de médicos para cuidar de muita gente. A fim de organizar o atendimento, Emílio Ribas dividiu responsabilidades e deu a cada dupla de profissionais de sua equipe o dever de acompanhar a situação sanitária de várias cidades paulistas. 
Vital Brazil e o colega Bonilha de Toledo ganharam a incumbência de ficar de olho em tudo que estava ocorrendo em Santos, local estratégico onde muitas encomendas e cargas chegavam ou eram enviadas pelos navios. Tudo ia bem nesse trabalho até que, em 1899, surgiu a notícia de que um surto de peste negra (provocada pela bactéria Yersinia pestis e responsável pela pandemia mais devastadora da história durante a Idade Média) havia brotado na cidade do Porto, em Portugal, que tinha conexões e linhas de comércio frequentes com o município do litoral paulista. 
Não demorou para que os primeiros casos suspeitos de peste negra fossem notificados em Santos. Vital Brazil desceu rapidamente para o litoral, com a intenção de coordenar as ações para que a doença não se espalhasse para a região e, quem sabe, afetasse todo o país. Mal sabia que, dali a alguns dias, ele mesmo seria infectado pela bactéria causadora da peste negra. 
Preocupado com toda a situação, o governo federal resolveu enviar médicos do Rio de Janeiro para reforçar o time de combate em campo. E, num desses encontros fascinantes da história, coube ao jovem Oswaldo Cruz tirar o sangue e fazer o diagnóstico da doença em Vital Brazil. Ainda bem, nosso personagem principal se recuperou e pode seguir a carreira normalmente. 
O sonho da casa própria
Com o surto de peste negra devidamente controlado, Vital Brazil voltou a São Paulo e logo recebeu uma ótima notícia: finalmente o governo aprovara a compra do terreno onde funcionaria um instituto para a produção dos seus soros antiofídicos — até então, tudo era feito no Instituto Bacteriológico, próximo à Avenida Paulista, onde não havia estrutura para receber as cobras (de onde era extraído o veneno) e os cavalos (em quem esse veneno era aplicado para que o soro fosse obtido). 
O terreno escolhido para abrigar o novo centro de pesquisa era a antiga Fazenda Butantan, às margens do Rio Pinheiros, que ficava muito, mas muito, distante do centro da cidade — e pensar que, hoje em dia, esse mesmo local corresponde mais ou menos aos bairros de Pinheiros e Butantã, um dos polos econômicos mais poderosos e pungentes da capital paulista.  
A compra do terreno foi oficializada em 8 dezembro de 1899. Em apenas 16 dias, Vital Brazil começou a trabalhar em seu laboratório no novíssimo Instituto Serunterápico do Estado de São Paulo, atual Instituto Butantan, que segue até hoje como uma dos centros de pesquisa e inovação mais importantes do Brasil e do mundo. 
Já produzindo ciência de ponta numa boa velocidade, Vital Brazil se viu diante de uma nova polêmica: enquanto grupos de cientistas franceses defendiam a criação de um remédio único para lidar com todos os acidentes com cobras, o brasileiro apostava que, para cada veneno, deveria existir um tipo de soro específico. O avançar do conhecimento mostrou que nosso representante estava correto.
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Vital Brazil extraindo veneno de cobra no Instituto Serunterápico do Estado de São Paulo (atual Instituto Butantan)Foto: Divulgação/Museu Casa de Vital Brazil/SAÚDE é Vital
A partir daí, Vital ganhou ainda mais fama e começou a representar o país em missões científicas por outros países. Na Exposição Universal de 1904 em St. Louis, nos Estados Unidos, o Instituto Butantan foi a primeira instituição brasileira a ganhar reconhecimento internacional com uma medalha de prata por suas pesquisas pioneiras.
Uma passagem curiosíssima com o médico aconteceu nos primeiros meses de 1916, quando ele estava na cidade americana de Nova York para um ciclo de palestras e reuniões. Numa madrugada, Vital Brazil foi acordado em seu hotel: um sujeito havia levado uma mordida de cobra no Zoológico do Bronx. Nenhum profissional de saúde tinha conseguido fazer algo. O brasileiro foi até o local, conseguiu produzir o soro e salvou a vida do paciente, que já agonizava por 72 horas. 
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Mudança de ares
O cenário começou a ficar estranho para Vital nos últimos anos da década de 1910. Nesse período, seu amigo Oswaldo Cruz morreu, Emílio Ribas se aposentou e Adolfo Lutz aceitou um convite para trabalhar no Rio de Janeiro. A partir de 1919, sentindo-se isolado e incomodado com as interferências políticas em seu trabalho, o médico resolveu largar a direção do Instituto Butantan. 
Com muitos convites para trabalhar no país e no exterior, nosso personagem escolheu a cidade de Niterói para construir o Instituto Vital Brazil, onde abriu um centro de pesquisas na área de medicina tropical. Com os contatos que tinha feito em suas passagens pelos Estados Unidos, ele conseguiu o investimento de grupos privados, como a Fundação Rockefeller, para financiar suas linhas de estudo. 
Esse misto de parceria público-privada, aliás, foi outra grande sacada de Vital Brazil. Vacinado com o que vivenciara no Instituto Butantan, ele moldou sua nova instituição para que ela não sofresse tanto com as mudanças políticas, de cargos e de interesses que ocorrem a cada eleição. 
Na década de 1920, Vital Brazil ficou entre indas e vindas do Rio de Janeiro a São Paulo. Em terras paulistas, assumiu por alguns anos a direção do Instituto Adolfo Lutz (o antigo Instituto Bacteriológico). No período, também se interessou por venenos de aranhas e passou a estudar e classificar as espécies mais frequentes no país. 
Outro projeto genial que botou em prática nesses anos foi a criação dos postos antiofídicos. Ele incentivou a construção de entrepostos em vários locais do Brasil em que a comunidade levava cobras e recebia em troca o soro, para ter à mão em caso de problemas. 
Esses centros eram instalados em locais com maior frequência de acidentes desse tipo — há registros dessas unidades na Paraíba, no Mato Grosso, em Goiás, no Maranhão, no Rio Grande do Norte, em Alagoas e até no Acre! Se hoje a comunicação e o acesso a algumas áreas do país é difícil, imagine a situação no início do século 20. 
Vital Brazil permaneceu firme no trabalho até 1949, quando resolveu se aposentar aos 84 anos. O pioneiro morreria um ano depois, em 1950.
Não merecia mais?
Ao terminar de ouvir toda essa história, não pude deixar de perguntar: com tantas contribuições, Vital Brazil não merecia um Prêmio Nobel de Medicina?
Érico, que é pesquisador e trabalha no Museu Casa de Vital Brazil, uma instituição familiar que reúne a obra do pesquisador, diz que ninguém sabe se seu antepassado chegou a ser indicado alguma vez ao prêmio da fundação sueca. “Meu avô acreditava que a ciência existe para dar respostas aos grandes problemas da humanidade. Apesar dessa missão tão nobre, ele sempre foi extremamente modesto e nunca aceitou um cargo de fundo político ou que não tivesse a ver com suas pesquisas”. 
A personalidade reservada talvez tenha impedido Vital Brazil de alçar voos ainda maiores e conquistar certos reconhecimentos internacionais. Mas seu trabalho incansável repercute até hoje na vida de milhares de pessoas, que são salvas todos os anos graças ao seu legado.
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Vital Brazil o incansável brasileiro que criou o soro antiofídico
Em 12 junho de 2020, publiquei aqui neste blog um texto com o título A Incrível História do Brasileiro que Ajudou a Fundar a OMS. Na reportagem, conto como o médico Geraldo de Paula Souza teve participação essencial na criação da maior entidade global de saúde. Para colher todas as informações, entrevistei a historiadora Mariana Dolci, doutora em ciências pela Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo.
Qual não foi minha surpresa quando, dias depois, recebi uma mensagem de WhatsApp da Mariana com uma sugestão dessas que jornalista nenhum pode deixar passar. Ela havia compartilhado comigo o contato de Érico Vital Brazil, neto de Vital Brazil (se escreve com Z mesmo), um dos mais importantes cientistas de nosso país durante os séculos 19 e 20. 
Se você já esteve em São Paulo e andou pelos lados do bairro do Butantã, a Avenida Vital Brazil é uma das vias mais importantes da região. E, como você vai conferir nos próximos parágrafos, a escolha da homenagem justamente nessa região da capital paulista faz todo o sentido.
Curioso para saber mais sobre o assunto, escrevi para Érico, que gentilmente me respondeu e passou quase duas horas no telefone contando histórias fascinantes sobre seu avô e um Brasil do passado. Ajeite-se bem na poltrona ou na cadeira e venha comigo nessa viagem pela nossa história. 
Os primeiros anos
Manuel dos Santos Pereira Junior era um homem à frente de seu tempo. Enfrentou a família e desistiu de um casamento arranjado para viver com o amor de sua vida, Maria Carolina Pereira de Magalhães. Para cada um de seus filhos, resolveu dar um nome diferente: foi assim que o primogênito acabou registrado em 1865 como Vital Brazil Mineiro da Campanha. 
Vital porque nasceu em 28 de abril, dia de São Vital. Brazil porque era brasileiro, ora pois. Mineiro porque veio ao mundo em Minas Gerais — e, como você já deve ter sacado pelo ritmo da minha explicação, ele é natural de Campanha, município que fica na porção Sul do estado. 
O nome de seus sete irmãos são um show à parte: Maria Gabriela do Vale do Sapucaí, Iracema Ema do Vale do Sapucaí, Judith Parasita de Caldas, Acacia Sensitiva Indígena de Caldas, Oscar Americano de Caldas, Fileta Camponesa de Caldas, Eunice Peregrina de Caldas. A diferença nos sobrenomes se deve ao fato de Manuel, o patriarca, trabalhar como caixeiro viajante — daí a distribuição geográfica de acordo com a cidade em que a família estava no momento de cada nascimento. 
Um dos fatos mais marcantes da biografia de Vital Brazil aconteceu quando ele tinha cerca de 7 anos de idade. À época, ele, seus pais e irmãos moravam no município de Caldas. Foi ali que conheceram um pastor presbiteriano, que resolveu fixar residência e abrir uma escola na cidade. Manuel ficou encantado com o líder religioso e decidiu converter toda a sua família ao protestantismo.
Na esteira das mudanças, o pequeno Vital foi matriculado na escola presbiteriana, onde teve uma educação de rígida e de alta qualidade, que repercutiu por toda a sua vida.
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Vital Brazil com seus pais e irmãos num retrato tirado no Rio de Janeiro na década de 1890Foto: Divulgação/Museu Casa de Vital Brazil/SAÚDE é Vital
É ainda na infância que nosso personagem teve o primeiro contato com a medicina, o que possivelmente influenciou na sua decisão de seguir na área. Nessas andanças pelas terras mineiras, a família conheceu um médico sueco, que havia escolhido o Sul de Minas Gerais para criar um centro de tratamento contra a tuberculose. 
Na intenção de produzir vacinas contra a varíola, o especialista europeu inoculou no braço do menino Vital o vírus causador da doença. A partir das feridas causadas pela infecção leve, ele extraiu o pus que serviu para imunizar outras pessoas da região.  
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Faculdade: do sonhos ao diploma
Aos 15 anos, Vital já trabalhava para contribuir com a renda da família. À época, todos eles moravam na então pequena e pacata cidade de São Paulo. No período, o jovem atuou como bedel de colégio, professor, redator de jornal, entregador e construtor de estrada de ferro. Em sua cabeça, o sonho era reunir as condições para cursar medicina dali a alguns anos. 
Para isso, contou com o esforço de seu pai, que enviou cartas requisitando apoio financeiros aos familiares mais ricos que pertenciam à classe política da elite mineira — um dos destinatários dessas cartas foi um primo distante (e futuro presidente da república) Venceslau Brás. Porém, a resposta recebida foi a pior possível. Um senador chegou a desmerecer Manuel, dizendo que ele era muito pobre para ter filho médico. 
Apesar das dificuldades financeiras, Vital Brazil conseguiu se formar na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro em 1891, aos 26 anos. O diploma veio com muito sacrifício: o estudante passava a parte livre do dia trabalhando como professor ou escrivão de polícia para conseguir pagar as contas. O único momento que tinha para estudar era de madrugada — para não dormir, ele mastigava nacos de pão molhado e ficava com os dois pés dentro de uma bacia de água gelada. 
Em seus anos na universidade, Vital foi aceito como estagiário de José Pereira Rego, o Barão de Lavradio, um médico com grande fama na então capital do país, o Rio de Janeiro. O barão foi um dos precursores do movimento sanitarista no Brasil, que propunha mudanças nas casas e na configuração das cidades para deixar os ambientes mais arejados, além de se preocupar com o impacto do lixo e do esgoto na saúde humana. 
Volta à pauliceia (nada) desvairada
Com a proclamação da República em 1889, muita coisa se modificou na administração do país. Uma das alterações mais importantes aconteceu quando o médico Cesário Motta foi enviado para São Paulo com o objetivo de estabelecer uma estrutura de saúde pública na cidade. Em pouco tempo, foram criados os institutos bacteriológico, vacinogênico, de química e de distribuição de medicamentos para atender todo o estado paulista. 
Vital Brazil foi convidado a trabalhar nesse projeto em 1892 e inaugurou o posto de inspetor de saúde em 1893. Sua principal tarefa era acompanhar e combater as doenças infecciosas que assolavam não só a capital, mas também os municípios do interior e do litoral. Ao longo de seus anos na função, o médico teve que lidar com surtos de febre amarela, varíola, cólera, entre vários outros.
Esse período também marca o contato de Vital Brazil com uma turma de respeito: ele virou companheiro de trabalho de nomes como Adolfo Lutz, Emílio Ribas, Teodoro Sampaio e Victor Godinho, todos eles importantíssimos para o movimento sanitarista em voga na época. Juntos, eles trouxeram ideias novas e revolucionárias — caso dos cuidados com a higiene e com o saneamento básico como essenciais para a saúde pública.
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O grupo de sanitaristas de São Paulo. Na foto, além de Vital Brazil, estão Emílio Ribas e Victor GodinhoFoto: Divulgação/Museu Casa de Vital Brazil/SAÚDE é Vital
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Rumo ao interior
O fato de Vital Brazil trabalhar com doenças infecciosas gerava grande preocupação em sua família. Numa época em que vacinas e remédios praticamente não existiam, qualquer infecção por vírus ou bactéria representava uma sentença de morte. Em 1895, o médico contraiu a febre amarela e, após sua recuperação, ele foi vencido pelos argumentos de sua esposa para largar o cargo de inspetor público e procurar outros caminhos profissionais. 
Pouco depois desse episódio, Vital recebeu e aceitou um convite para ser clínico-geral em Botucatu, a 238 quilômetros da capital paulista. Nesse período, a cidade do interior servia como um grande portal para o sertão e as terras inexploradas do noroeste paulista, do Paraná e do Mato Grosso do Sul. 
A vida de nosso personagem sofreu uma nova guinada quando ele foi atender uma menina de 14 anos que havia sido picada por uma cobra. Sem ter o que fazer, o médico viu a garota morrer em seus braços e decidiu que, a partir daquele dia, se dedicaria a encontrar um tratamento para acidentes com esses répteis. 
Que fique claro: Vital já demonstrava interesse por essa área desde a época da faculdade, quando assistiu uma palestra de um especialista indiano a respeito do tema. Apesar de ter tentado explorar a área algumas vezes, havia uma grande dificuldade logística. Não existia nenhum laboratório no país com a capacidade de receber serpentes com segurança — como não tinha antídoto para o veneno, qualquer picada significava um perigo mortal. 
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Ainda no interior, Vital resolveu construir um serpentário na frente de sua casa. Ele pagava para os moradores da região caçarem cobras vivas na natureza. O médico realmente mergulhou de cabeça no assunto e começou a estudar e fazer as experiências. Nessas sessões, descobriu que um grupo de cientistas franceses propunha o desenvolvimento de um soro a partir do veneno como solução para esse problema. Foi um daqueles momentos “eureca” de descoberta, tão raros na medicina.
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Junto com um assistente, Vital Brazil extrai veneno de cobra em meados de 1900Foto: Divulgação/Museu Casa de Vital Brazil/SAÚDE é Vital
Chegava a hora de dar adeus a Botucatu: Vital juntou seus pertences e voltou a São Paulo, onde começou a fazer seus experimentos no Instituto Bacteriológico, com o apoio de seus amigos Adolfo Lutz, então diretor da instituição, e Emílio Ribas, secretário de saúde do estado paulista. 
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Crise no litoral
Apesar do franco crescimento, São Paulo estava longe de ser a locomotiva do país nessa época. Isso, claro, tinha repercussões na área da saúde, com um diminuto número de médicos para cuidar de muita gente. A fim de organizar o atendimento, Emílio Ribas dividiu responsabilidades e deu a cada dupla de profissionais de sua equipe o dever de acompanhar a situação sanitária de várias cidades paulistas. 
Vital Brazil e o colega Bonilha de Toledo ganharam a incumbência de ficar de olho em tudo que estava ocorrendo em Santos, local estratégico onde muitas encomendas e cargas chegavam ou eram enviadas pelos navios. Tudo ia bem nesse trabalho até que, em 1899, surgiu a notícia de que um surto de peste negra (provocada pela bactéria Yersinia pestis e responsável pela pandemia mais devastadora da história durante a Idade Média) havia brotado na cidade do Porto, em Portugal, que tinha conexões e linhas de comércio frequentes com o município do litoral paulista. 
Não demorou para que os primeiros casos suspeitos de peste negra fossem notificados em Santos. Vital Brazil desceu rapidamente para o litoral, com a intenção de coordenar as ações para que a doença não se espalhasse para a região e, quem sabe, afetasse todo o país. Mal sabia que, dali a alguns dias, ele mesmo seria infectado pela bactéria causadora da peste negra. 
Preocupado com toda a situação, o governo federal resolveu enviar médicos do Rio de Janeiro para reforçar o time de combate em campo. E, num desses encontros fascinantes da história, coube ao jovem Oswaldo Cruz tirar o sangue e fazer o diagnóstico da doença em Vital Brazil. Ainda bem, nosso personagem principal se recuperou e pode seguir a carreira normalmente. 
O sonho da casa própria
Com o surto de peste negra devidamente controlado, Vital Brazil voltou a São Paulo e logo recebeu uma ótima notícia: finalmente o governo aprovara a compra do terreno onde funcionaria um instituto para a produção dos seus soros antiofídicos — até então, tudo era feito no Instituto Bacteriológico, próximo à Avenida Paulista, onde não havia estrutura para receber as cobras (de onde era extraído o veneno) e os cavalos (em quem esse veneno era aplicado para que o soro fosse obtido). 
O terreno escolhido para abrigar o novo centro de pesquisa era a antiga Fazenda Butantan, às margens do Rio Pinheiros, que ficava muito, mas muito, distante do centro da cidade — e pensar que, hoje em dia, esse mesmo local corresponde mais ou menos aos bairros de Pinheiros e Butantã, um dos polos econômicos mais poderosos e pungentes da capital paulista.  
A compra do terreno foi oficializada em 8 dezembro de 1899. Em apenas 16 dias, Vital Brazil começou a trabalhar em seu laboratório no novíssimo Instituto Serunterápico do Estado de São Paulo, atual Instituto Butantan, que segue até hoje como uma dos centros de pesquisa e inovação mais importantes do Brasil e do mundo. 
Já produzindo ciência de ponta numa boa velocidade, Vital Brazil se viu diante de uma nova polêmica: enquanto grupos de cientistas franceses defendiam a criação de um remédio único para lidar com todos os acidentes com cobras, o brasileiro apostava que, para cada veneno, deveria existir um tipo de soro específico. O avançar do conhecimento mostrou que nosso representante estava correto.
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Vital Brazil extraindo veneno de cobra no Instituto Serunterápico do Estado de São Paulo (atual Instituto Butantan)Foto: Divulgação/Museu Casa de Vital Brazil/SAÚDE é Vital
A partir daí, Vital ganhou ainda mais fama e começou a representar o país em missões científicas por outros países. Na Exposição Universal de 1904 em St. Louis, nos Estados Unidos, o Instituto Butantan foi a primeira instituição brasileira a ganhar reconhecimento internacional com uma medalha de prata por suas pesquisas pioneiras.
Uma passagem curiosíssima com o médico aconteceu nos primeiros meses de 1916, quando ele estava na cidade americana de Nova York para um ciclo de palestras e reuniões. Numa madrugada, Vital Brazil foi acordado em seu hotel: um sujeito havia levado uma mordida de cobra no Zoológico do Bronx. Nenhum profissional de saúde tinha conseguido fazer algo. O brasileiro foi até o local, conseguiu produzir o soro e salvou a vida do paciente, que já agonizava por 72 horas. 
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Mudança de ares
O cenário começou a ficar estranho para Vital nos últimos anos da década de 1910. Nesse período, seu amigo Oswaldo Cruz morreu, Emílio Ribas se aposentou e Adolfo Lutz aceitou um convite para trabalhar no Rio de Janeiro. A partir de 1919, sentindo-se isolado e incomodado com as interferências políticas em seu trabalho, o médico resolveu largar a direção do Instituto Butantan. 
Com muitos convites para trabalhar no país e no exterior, nosso personagem escolheu a cidade de Niterói para construir o Instituto Vital Brazil, onde abriu um centro de pesquisas na área de medicina tropical. Com os contatos que tinha feito em suas passagens pelos Estados Unidos, ele conseguiu o investimento de grupos privados, como a Fundação Rockefeller, para financiar suas linhas de estudo. 
Esse misto de parceria público-privada, aliás, foi outra grande sacada de Vital Brazil. Vacinado com o que vivenciara no Instituto Butantan, ele moldou sua nova instituição para que ela não sofresse tanto com as mudanças políticas, de cargos e de interesses que ocorrem a cada eleição. 
Na década de 1920, Vital Brazil ficou entre indas e vindas do Rio de Janeiro a São Paulo. Em terras paulistas, assumiu por alguns anos a direção do Instituto Adolfo Lutz (o antigo Instituto Bacteriológico). No período, também se interessou por venenos de aranhas e passou a estudar e classificar as espécies mais frequentes no país. 
Outro projeto genial que botou em prática nesses anos foi a criação dos postos antiofídicos. Ele incentivou a construção de entrepostos em vários locais do Brasil em que a comunidade levava cobras e recebia em troca o soro, para ter à mão em caso de problemas. 
Esses centros eram instalados em locais com maior frequência de acidentes desse tipo — há registros dessas unidades na Paraíba, no Mato Grosso, em Goiás, no Maranhão, no Rio Grande do Norte, em Alagoas e até no Acre! Se hoje a comunicação e o acesso a algumas áreas do país é difícil, imagine a situação no início do século 20. 
Vital Brazil permaneceu firme no trabalho até 1949, quando resolveu se aposentar aos 84 anos. O pioneiro morreria um ano depois, em 1950.
Não merecia mais?
Ao terminar de ouvir toda essa história, não pude deixar de perguntar: com tantas contribuições, Vital Brazil não merecia um Prêmio Nobel de Medicina?
Érico, que é pesquisador e trabalha no Museu Casa de Vital Brazil, uma instituição familiar que reúne a obra do pesquisador, diz que ninguém sabe se seu antepassado chegou a ser indicado alguma vez ao prêmio da fundação sueca. “Meu avô acreditava que a ciência existe para dar respostas aos grandes problemas da humanidade. Apesar dessa missão tão nobre, ele sempre foi extremamente modesto e nunca aceitou um cargo de fundo político ou que não tivesse a ver com suas pesquisas”. 
A personalidade reservada talvez tenha impedido Vital Brazil de alçar voos ainda maiores e conquistar certos reconhecimentos internacionais. Mas seu trabalho incansável repercute até hoje na vida de milhares de pessoas, que são salvas todos os anos graças ao seu legado.
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wesdigital · 5 years
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O sonho de José
1 Jacó habitou na terra de Canaã, onde seu pai tinha vivido como estrangeiro.
2 Esta é a história da família de Jacó:
Quando José tinha dezessete anos, pastoreava os rebanhos com os seus irmãos. Ajudava os filhos de Bila e os filhos de Zilpa, mulheres de seu pai; e contava ao pai a má fama deles.
3 Ora, Israel gostava mais de José do que de qual­quer outro filho, porque lhe havia nasci­do em sua velhice; por isso mandou fazer para ele uma túnica longa.
4 Quando os seus irmãos viram que o pai gostava mais dele do que de qualquer outro filho, odiaram-no e não conse­guiam falar com ele amigavelmente.
5 Certa vez, José teve um sonho e, quando o contou a seus irmãos, eles passaram a odiá-lo ainda mais.
6 "Ouçam o sonho que tive", disse-lhes.
7 "Estávamos amarrando os feixes de trigo no campo, quando o meu feixe se levantou e ficou em pé, e os seus feixes se ajuntaram ao redor do meu e se curvaram diante dele."
8 Seus irmãos lhe disseram: "Então você vai reinar sobre nós? Quer dizer que você vai nos gover­nar?" E o odiaram ainda mais, por causa do sonho e do que tinha dito.
9 Depois teve outro sonho e o contou aos seus irmãos: "Tive outro sonho, e desta vez o sol, a lua e onze estrelas se curvavam diante de mim".
10 Quando o contou ao pai e aos irmãos, o pai o repreendeu e lhe disse: "Que sonho foi esse que você teve? Será que eu, sua mãe, e seus irmãos viremos a nos curvar até o chão diante de você?"
11 Assim seus irmãos tiveram ciúmes dele; o pai, no entanto, refletia naquilo.
José é vendido pelos irmãos
12 Os irmãos de José tinham ido cuidar dos rebanhos do pai, perto de Siquém,
13 e Israel disse a José: "Como você sabe, seus irmãos es­tão apas­centando os rebanhos perto de Siquém. Quero que você vá até lá".
"Sim, senhor", respondeu ele.
14 Disse-lhe o pai: "Vá ver se está tudo bem com os seus irmãos e com os rebanhos, e traga-me notícias". Jacó o enviou quando estava no vale de He­brom.
Mas José se perdeu quando se aproximava de Si­quém;
15 um homem o encontrou vagueando pelos campos e lhe perguntou: "Que é que você está procurando?"
16 Ele respondeu: "Procuro meus ir­mãos. Pode me dizer onde eles estão apascentando os rebanhos?"
17 Respondeu o homem: "Eles já partiram daqui. Eu os ouvi dizer: 'Vamos para Dotã' ".
Assim José foi em busca dos seus irmãos e os encontrou perto de Dotã.
18 Mas eles o vi­ram de longe e, antes que chegasse, planejaram matá-lo.
19 "Lá vem aquele sonhador!", diziam uns aos outros.
20 "É agora! Vamos matá-lo e jogá-lo num destes poços, e diremos que um animal selvagem o devorou. Veremos então o que será dos seus so­nhos."
21 Quando Rúben ouviu isso, tentou livrá-lo das mãos deles, dizendo: "Não lhe tiremos a vi­da!"
22 E acrescentou: "Não derramem sangue. Joguem-no naquele poço no deserto, mas não toquem nele". Rúben propôs isso com a inten­ção de livrá-lo e levá-lo de volta ao pai.
23 Chegando José, seus irmãos lhe arranca­ram a túnica longa,
24 agarra­ram-no e o jogaram no poço, que estava vazio e sem água.
25 Ao se assentarem para comer, viram ao longe uma cara­vana de ismaelitas que vinha de Gileade. Seus camelos estavam carregados de especiarias, bálsamo e mirra, que eles levavam para o Egito.
26 Judá disse então a seus irmãos: "Que ganharemos se matarmos o nosso irmão e escon­dermos o seu sangue?
27 Vamos vendê-lo aos ismaelitas. Não tocaremos nele, afinal é nosso irmão, é nosso próprio sangue". E seus irmãos concordaram.
28 Quando os mercadores ismaelitas de Midiã se aproximaram, seus irmãos tiraram José do poço e o venderam por vinte peças de prata aos ismaelitas, que o levaram para o Egito.
29 Quando Rúben voltou ao poço e viu que José não estava lá, rasgou suas vestes
30 e, vol­tando a seus irmãos, disse: "O jovem não está lá! Para onde irei agora?"
31 Então eles mataram um bode, mergu­lha­ram no sangue a túnica de José
32 e a mandaram ao pai com este recado: "Achamos isto. Veja se é a túnica de teu filho".
33 Ele a reconheceu e disse: "É a túnica de meu filho! Um animal selvagem o devorou! José foi despedaçado!"
34 Então Jacó rasgou suas vestes, vestiu-se de pano de saco e chorou muitos dias por seu filho.
35 Todos os seus filhos e filhas vieram consolá-lo, mas ele recusou ser consolado, dizendo: "Não! Chorando descerei à sepultura para junto de meu filho". E continuou a chorar por ele.
36 Nesse meio-tempo, no Egito, os midiani­tas venderam José a Potifar, oficial do faraó e capitão da guarda.
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betopandiani-mar · 5 years
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Minhas Irmãs
 Diário de bordo da Travessia do Pacífico. 
18 de novembro 2008.
Saudades da mãe
Hoje faz muito calor aqui. Passamos a manhã jogando baldes de água na cabeça para resfriar. Sombra no barco é coisa rara; agora mesmo estou escrevendo com a cabeça dentro da barraca, que está me derretendo.
Hoje vou falar da longa história que há por baixo deste barco.
No mar, nós, velejadores, nos orientamos por estrelas, sol, vento, ondas e faróis, se bem que hoje algumas coisas mudaram e outras apareceram, como o GPS: como ele qualquer um consegue achar uma praia por mais longe que esteja. Se nos mares navegamos sobre o casco das embarcações, na vida, na minha vida, o casco que me sustenta e o farol que me guia é a minha família e tia Nilda. Os exemplos de moral e de conduta e a perseverança transmitidos por elas na minha infância é que me trouxeram até aqui. Minha mãe diz que sou corajoso, mas nada se compara à coragem dela de enfrentar as vicissitudes vida, de cabeça erguida. Hoje, aos 87 anos, ainda mantém nos olhos o brilho do olhar de uma criança que vê prazer em tudo, sempre disposta a uma viagem, um jogo ou uma caipirinha.
Os dias estão lindos e a chuva passou. Ontem de manhã acordei e vi o sol se levantar atrás de nuvens de chuva, deixando uma cortina alaranjada contrastando com um cinza-chumbo de outras nuvens. Um espetáculo tão lindo e intenso que me deixou paralisado. Liguei o iPod e ouvi Just time to see the sun, do Carlos Santana. Pouco depois uma baleia emergiu bem ao nosso lado, mas desapareceu, deixando Igor  e eu com as câmeras nas mãos, desolados. Não pegamos nenhum peixe, nos viramos com as latas de atum.
Vou dormir. Pensando na minha mãe e na minha família, fico muito emocionado, lembrando tudo o que passamos juntos. Aqui, dentro da pequena barraca-cama, me transporto para uma história que tem muito significado para mim.
Quando era menino minha mãe sempre me falava: “Menino, come, você está muito magro! Se você não comer direito um dia o vento te leva!” Como ela tinha razão! Além de muito magro, eu era bastante tímido, meio introspectivo, e a minha brincadeira favorita eram os foguetes e meu sonho, ser astronauta. Eu os construía em cartolina e me enfiava dentro deles. Lá eu sonhava viajar pelo universo explorando as estrelas. Vivia literalmente no mundo da lua, tanto é que meu professor de Matemática, o Carlos, me apelidou de “Astronauta”.
Passei a infância em Santos, cidade litorânea paulista, muito tranquila. Vivia na rua jogando bola com os vizinhos, e sempre que podia ia para o canal ao lado da praia, pescar com latas presas em barbantes. Quando tinha nove anos meus pais mudaram-se para São Paulo e fomos morar num apartamento no bairro das Perdizes, ao lado da PUC. O condomínio era enorme, lá viviam centenas de garotos. Como era acanhado e assustado, típico de filho único, no primeiro dia que desci ao playground para brincar, o fiz com um arco e flecha na mão. Hoje é fácil entender a minha atitude: eu estava com medo do desconhecido e queria me proteger. Logo fiz novos amigos e em pouco tempo consegui meu espaço.
Eu estudava no Colégio São Luis, e era um aluno sofrível, pois tinha preguiça de estudar. Queria mesmo era jogar futebol e andar de bicicleta. Adriana, meu primeiro amor, morava no andar de cima e seu quarto ficava bem em cima do meu. Minha paixão nunca declarada vivia sufocada e todos os dias eu subia para o apartamento dela para ver novela no sofá da sala, junto com os pais e os irmãos dela, que eram também meus amigos. Ficava ali calado, vendo Beto Rockfeller, coladinho com ela, mas sem coragem de falar nada. Até hoje me lembro da personagem Titina, que era uma cega que vivia um amor impossível. Acho que me identificava com ela.
Um dia mandei-lhe um bilhete dizendo-lhe que exatamente às 19 horas ela deveria estar no quarto dela. Eu ia bater com uma vassoura no teto três vezes e, se ela respondesse com três batidas, era o sinal de que aceitava namorar comigo. Pontualmente lá estava eu, apreensivo, para enviar meu “código Morse”. Bati com a vassoura bem no meio do teto e, para minha surpresa, ela respondeu com três batidas. Moral da história: fiquei um mês sem subir para o apartamento dela para ver a novela tamanha era a minha timidez.
Um dia meu pai veio ao meu quarto à noite e sentou-se na cama para falar comigo. Tinha doze anos. Contou-me que eu tinha duas irmãs que moravam na Itália e um dia eu iria conhecê-las. Elas se chamavam Barbara e Liliana.
Não sei por que aquele segredo demorou tanto a ser revelado, pois sempre quis ter irmãos e aquelas palavras entraram no meu coração de astronauta como um bálsamo. No dia seguinte escrevi a elas uma pequena carta em português e dei ao meu pai.
Certa vez minha babá, a Dinorá, me ajudou a escrever uma carta em que eu pediu à cegonha que me trouxesse um irmão. Antes de dormir deixamos a carta em cima de um móvel da sala de jantar. Era uma espécie de cristaleira dos anos 1950, com pés palito e dois tons de madeira. Fui para a cama com muita esperança de que a cegonha passasse por lá à noite e levasse o pedido. Assim que acordei saí voando da cama para ver se a carta ainda estava lá. Não estava.
Não sei que efeito teve na minha vida alimentar a esperança de ter um irmão, ou uma irmã, mas a revelação que meu pai fez naquela noite trouxe de volta todas as minhas fantasias de criança, e passei a viver com uma ânsia de conhecê-las, de abraçá-las, de ter alguém para dividir minhas dúvidas e aliviar um pouco a minha tendência de ficar mergulhado nos pensamentos, que muitas vezes me engoliam.
Algumas perguntas flutuaram à minha volta por muitos anos: quem foi meu pai? Onde estão as minhas irmãs? O que fazem? Estão felizes? Onde moram? E clamava para a vida: por favor, me dê pistas! Tudo isso porque meu pai partiu desta vida quando eu tinha dezoito anos e levou todas as conexões com a família na Europa. Da sua história pessoal nada conhecia, e não sabia a quem pedir ajuda para buscar o sentido de tudo aquilo. Carregar aquele mistério e a ausência dele foi muito dolorido, pois justamente quando ele se foi eu estava começando a descobri-lo, a olhar para o mundo, tentando sair do meu foguete.
Meu pai era um homem carismático, inteligente, exigente, aventureiro, poliglota, que sabia viver como ninguém. Tinha hábitos finos, gostava de comer e beber bem, viajava todos os meses para o exterior e sempre trazia novidades. Corrado Pandiani era seu nome, um italiano nascido em Savona, mas criado em Milão. Nessa época, 1976, eu estava no segundo colegial do Colégio Objetivo. Com a morte dele a redoma de vidro se partiu e meu chão ruiu. Aliás, o meu e o da minha mãe. Morávamos numa casa no bairro de Cidade Jardim. Somente depois de sua morte é que soubemos que a casa não era nossa e que a nossa herança era um monte de dívidas. Perdemos tudo o que pensávamos ter. Fomos obrigados a sair da casa apenas com os pertences pessoais. Tudo foi penhorado. Assim fui apresentado ao mundo. Era melhor não ter saído do foguete!
Passados dois meses, minha mãe e eu estávamos morando na casa dos meus tios Ciro e Nilda. Algum tempo depois tio Ciro comprou um apartamento na rua da Consolação e para lá nos mudamos, a fim de começar vida nova. Tio Ciro havia sido administrador do Santos Futebol Clube da era Pelé, e nessa época eu passava os fins de semana na praia, nas barracas montadas na areia, jogando tamboréu, almoçando no Parque Balneário e freqüentando a Vila Belmiro, o estádio do Santos. Sempre tive muito afeto por ele, e esse gesto de carinho era uma pequena amostra do seu lindo coração.
Meu primo Hamilton passou a custear meus estudos após a morte do meu pai. Um dia, ele me convidou para ir à casa dele para uma conversa. Hamilton é um advogado tributarista muito competente. Disse então com muita seriedade que a partir daquele momento eu seria o homem da família, e ele não sabia o que eu queria ser na vida. Para ser sincero, eu também não tinha a menor ideia disso. Continuando, ele me disse: “Roberto, não me interessa o que você vai fazer. Se quiser ser varredor de rua, tudo bem, mas seja o melhor varredor de rua do mundo”. Aquilo teve um impacto enorme dentro de mim, levei daquela conversa um fundamento importante para a minha vida.
Minha mãe foi muito forte, pois aos 55 anos de idade arregaçou as mangas e voltou a trabalhar. Era professora e a aposentadoria mal dava para pagar as contas. Ela perdeu tudo, mas não a esperança, nem a dignidade. Mesmo com tantas dificuldades, sofreu em silêncio e tentou me preservar. Somente hoje tenho consciência de que foi ela quem carregou o piano.
Sem o apoio da família a vida teria sido muito mais difícil e reconheço que os valores morais da minha mãe, assim como os das minhas tias Ivone, Nilda e Eunice é que nortearam a minha vida e dos meus primos. Meu tio José, pai do Hamilton, me sugeriu que eu fosse conversar com um amigo dele, o sr. Veríssimo, dono do supermercado Eldorado. Precisava arranjar um emprego e fui para a minha primeira entrevista bastante inseguro. No escritório do supermercado, fui recebido por um senhor bastante objetivo, que me perguntou o que eu sabia fazer. Respondi-lhe que nunca havia trabalhado, portanto não sabia fazer nada. Só quando dei essa resposta é que eu percebi o quanto é difícil você cair na real. Me senti muito mal. Continuando, ele me perguntou se havia alguma área de especial interesse no supermercado. Eu lhe disse que eu havia ouvido falar que a área de computação seria uma boa opção, pois esse setor tendia a crescer.
Ele permaneceu calado, anotou o nome dele num cartão e pediu-me que procurasse o departamento de RH. Não entendi nada, senti que a conversa tinha sido cortada. Mas eu não estava em condições de falar, me senti até um pouco humilhado, não pela atitude dele, mas pela minha própria condição.
Durante minha vida empresarial, quando as circunstâncias me colocaram na posição de empregador – muitos anos depois –sempre atendi com muito carinho e respeito qualquer pessoa, pois é muito difícil estar sem emprego. No departamento de RH me pediram vários documentos, e depois de uma semana estava empregado. Na minha carteira estava anotado: auxiliar de estoque.
Quando voltei para casa minha mãe quis saber de tudo. Ingenuamente respondi a ela que eu ia controlar o estoque no computador, dando entrada e saída das mercadorias. Meu chefe era um português de Angola, mal-humorado e mal-educado, que, ao me receber, mal me olhou na cara. O estoque ocupava o andar superior do prédio, sem janelas, iluminado por aquela luz fria, horrível. O pó e aquelas músicas infernais se espalhavam pelo ambiente o dia todo. Eu voltava para casa com elas espremidas na cabeça.
No primeiro dia o português me mostrou um corredor cheio de caixas com milhões de pratos de plástico. Minha função era abrir as caixas, etiquetar o preço em cada uma das peças e empilhá-las na prateleira. Calculei que se eu fizesse o trabalho rápido, trabalhando as minhas oito horas por dia, demoraria uns quatro dias para terminar.
Todos os dias eu saía do Objetivo, almoçava na minha tia Nilda e depois descia a Rua Pamplona até o Eldorado. Entrava duas da tarde e saía onze e meia da noite. Voltava a pé, para casa, na rua da Consolação. Minha relação com o chefe não era das mais cordiais. E ele, de alguma maneira, se sentia ameaçado por mim, pois não desgrudava do meu pé.
Certo dia terminei meu trabalho antes das dez e não havia mais nada que fazer. Estava sozinho na seção. Ele apareceu, viu que eu havia terminado o trabalho, me mandou varrer o estoque, que não era minha função. Mas, como não queria criar problemas e, de certa forma, me sentia mal porque o emprego foi conseguido graças à intervenção do meu tio, empunhei a vassoura e me esforcei para ser o melhor varredor do mercado, conforme preceituava meu primo Hamilton. O português voltou, postou-se num canto e ficou me encarando. De repente começou a praguejar comigo, desdenhando da minha capacidade e depreciando o meu trabalho e por fim deu um chute na caixa de madeira onde depositava o pó recolhido com tanta diligência. Meus colegas de trabalho ficaram assustados com a minha reação, pois eu era calado e tranquilo: avancei na direção do português, gritei com ele, xinguei-o, quebrei a vassoura, dei um chute nas mercadorias empilhadas ao lado da prateleira e fui embora.
No dia seguinte, claro, fui chamado pelo superintendente da empresa, que me pediu explicações, que, parece, ele não aceitou. Pedi demissão. Não me adaptei no Eldorado. Então, com meus amigos inseparáveis Maurício Medeiros e Luiz Carlos Marinho, começamos a fazer som para festinhas de aniversário, e essa atividade fazia pingar um dinheiro para levar a vida. Assim, durante cinco anos vivi como DJ e fizemos cerca de cento e vinte festas.
No final da década de 1970 entrei em Administração de Empresas na PUC, um curso bem genérico, pois ainda não sabia o que queria da vida. Minha mãe tornou-se a mulher mais feliz do mundo. Não posso dizer que foram anos infelizes. Fiquei um pouco mais introspectivo, mais questionador e, no fundo, ainda carregava as mágoas do mundo, e o meu olhar para a vida não era otimista. Tornei-me bastante incrédulo em relação ao ser humano e me distanciei do meu lado espiritual. O ambiente da universidade ajudou-me a criar uma casca ao meu redor. A PUC havia sido invadida pela polícia um ano antes, a mando do então secretário de Segurança Erasmo Dias. O clima era pesado. Havia greves, confrontos e muita tensão no ar. O Brasil estava sob o regime da ditadura, e tudo o que se falava no campus universitário era contra o sistema. Como se politizar sem radicalizar? Esse foi o meu desafio nos anos que estudei na faculdade.
O dinheiro estava curto e eu andava de ônibus, como a maioria, mas pus na cabeça que queria comprar uma motocicleta, um sonho que acalentava desde a adolescência. Tinha planos de ir para a Patagônia de moto, sonho alimentado pelos relatos do Amyr Klink, que havia recentemente voltado de lá. Conheci o Amyr por meio da Carla, irmã do Luiz Carlos. Naquela época ele não falava em atravessar o oceano Atlântico a remo para ninguém, nem para Alcebíades, seu morcego de estimação que morava no sótão do velho casarão de Paraty. Eu tampouco imaginava o que ia suceder na minha vida.
No dia da morte do meu pai, retirei do seu pulso um Rolex antigo de ouro, um lindo relógio de coleção. Para comprar a minha primeira moto pensei em vender o relógio. Estava apegado e não queria me desfazer dele, mas encontrei um amigo, o Tony Lunardelli, que se interessou pela peça, e acabamos fazendo negócio. Pelo menos sabia que o relógio estaria em boas mãos. Comprei minha primeira moto. No final de 1978 viajei de carro, uma velha Belina marrom do Lucas, com o Maurício e o Luiz Carlos para o nordeste. Passamos dois meses acampando pelo litoral do Brasil, até chegar a Ubatuba. No ano seguinte, repetimos a viagem, mas dessa vez em dois carros: o Maurício, o Zé Renato Vessoni, o Cláudio Nunes e eu. Como estávamos duros, “assaltamos” a despensa das nossas casas e levamos uma lataria infindável, além de uma barraca Bangalô para quatro com cozinha e tudo.
Fomos num tiro até Fortaleza, depois viemos descendo devagar. A trilha sonora do nosso carro era o disco do Gil Refavela, e cantávamos “Samba do avião” o dia todo. Chegamos a Salvador, onde ficamos para pular o carnaval na Praça Castro Alves. Os trios elétricos eram muito diferentes dos de hoje. Dancei e pulei muito ao som do trio de Dodô e Osmar: “Balança o chão da praça ohohoho...” E balançava mesmo.
Depois de dias de carnaval, estávamos os quatro andando de tarde pelas barracas que vendiam bebida e comida, quando demos de cara com a Maria Bethânia. O Cláudio era completamente apaixonado por ela, e ficou hipnotizado ao vê-la. Caminhou em direção a ela, que estava conversando tranquilamente numa roda de amigos. Ele entrou no meio da roda, abriu os braços e disse: “Maria Bethânia”. Se não estivesse lá eu nunca teria acreditado. Os dois se abraçaram sem trocar nenhuma palavra e deram-se um beijo na boca de cinema, mas um beijo longo, muito longo. Todo mundo ficou paralisado. Depois daquela cena de amor, ele disse a ela: “Valeu, Bethânia”, e virou-se para nós: “Vamos embora”. Foi uma das cenas mais loucas que vi na vida, e acho que só poderia acontecer na Bahia dos anos 1970.
Como aluno da PUC tinha o privilégio de ter ao lado o teatro da universidade recheado de atrações culturais. Realizavam-se shows no Tuca, no Tuquinha e nas alamedas internas da faculdade. Foram anos de descoberta, assistindo a shows, como o de Jorge Mautner, com direito a palestra e regado a pinga com guaraná. Depois das aulas de filosofia, reuníamo-nos nas escadarias e sempre tinha alguém tocando violão. Tempo para cantar e ver shows não faltava – havia mais greve do que aula.
Um dia, ao sair da aula, à noite, subo a rampa da escola e quase já na saída vejo um burburinho na porta do Tuca. Curioso, fui ver o que estava acontecendo e descubro que ia ter um show dos Novos Baianos. Na hora bateu uma nostalgia da viagem de carro para o nordeste e as boas lembranças da Bahia. Decidi ver o show, mas já não havia ingressos.  Tentei em vão descolar um convite. Já estava quase desistindo quando percebi estacionado na rua um caminhão gerador, de onde saíam vários cabos que entravam pelo Tuquinha, o teatro menor. Como já havia trabalhado com som concluí que os cabos iam dar no teatro, provavelmente atrás do palco. Onde passa um cabo passa alguém.
Entrei no auditório do teatro onde se realizava uma palestra e me sentei bem no fundo. Procurei os cabos e, para o meu azar, eles passavam por trás da mesa do professor que proferia a palestra e entravam numa sala escura. A sala estava cheia, prestando atenção na palestra, mas eu precisava entrar nela. Tomei coragem: levantei-me, caminhei em direção ao professor, subi no pequeno palco onde estava disposta a mesa, passei por trás dele e entrei na sala. E o homem continuou a falar, enquanto me encarava sem entender nada.
Dentro da sala vi que os cabos entravam por um duto de ar instalado quase no teto. Subi numa cadeira e me enfiei na tubulação. Rastejei por um lugar imundo e escuro até chegar a uma antecâmara de cimento. De lá os cabos continuavam para outro duto, pelo qual não conseguia passar. Arrisquei a outra passagem que havia ao lado. Não tinha a menor ideia do seu destino.
À medida que eu avançava o som das vozes do público aumentava. Por fim, cheguei debaixo do auditório e pelos respiros pude ver os pés das pessoas sentadas no teatro. O lugar estava imundo. Àquela altura eu devia estar preto de sujeira, mas estava pouco me importando com aquilo – queria mesmo era ver o show.
Continuei me arrastando em direção ao palco, até chegar debaixo do tablado. De repente, pelo alvoroço da platéia, imaginei a banda entrando no palco.  Pelas frestas do piso conseguia ver que os músicos estavam em cima de mim. Jamais pensei que iria ficar tão perto da Baby Consuelo, Pepeu Gomes, Paulinho Boca de Cantor e Moraes Moreira. Estava tão próximo, mas também muito longe. Bateu um desespero, pois queria ver o show, mas só sentia o pessoal da banda correndo de um lado para outro, pisando forte nas tábuas do palco e despejando quilos de pó na minha cabeça.
Continuei me enfiando por aquela catacumba até chegar ao final do palco, onde vislumbrei uma espécie de alçapão. Abri a tampa e saí atrás do palco e das pessoas da equipe de produção que assistiam à apresentação. Saí correndo dali, passei pela lateral do palco já no embalo da música e pulei para a platéia, na turma do gargarejo.
Que emoção inesquecível! Era como se tivesse voltado para a praça Castro Alves. Cantando e pulando, me sentia recompensado pelos apuros por que tinha passado. A partir daquele dia não haveria a expressão “pagar ingresso para ver shows do Tuca”.
No mês seguinte vejo no cartaz do teatro a próxima atração: ela, a minha deusa, vinha cantar para mim no Tuca. A musa de todas as musas, Gal Costa, no show Gal Tropical, que eu já havia visto no Teatro Ipanema, no Rio, uns meses antes. Depois dessa apresentação me apaixonei pela Gal e nunca mais me esqueci dela vestida de vermelho, com uma rosa no cabelo, cantando “Índia”.
Com o know-how adquirido na primeira incursão ao Tuca, fui para a segunda mais bem preparado: munido de uma lanterna, vestido de roupa escura para ninguém pensar que eu havia chegado de alguma guerra. Cheguei todo animado à rua Monte Alegre e lá tomei o segundo banho do dia, dessa vez de água fria: o auditório do Tuquinha estava fechado. Pensei na hora: acabou tudo, acabou meu caminho secreto. Até então eu não havia contado para ninguém o “caminho do Tuca”, pois sabia que a história se espalharia como fogo, e eu não queria perder a minha rota. Mas o que fazer agora?
Refeito do susto, fiz outra inspeção do prédio e encontrei do lado oposto uma janela bem alta, pequena, escura e sem vidro. A entrada ficava do lado da rampa de acesso, um local bem visível. Esperei o segurança da universidade passar, corri e, dando um salto, agarrei-me na janela, me suspendi e pulei para dentro... de um banheiro trancado! Que merda! Ao pé da letra!
Novamente refeito da desagradável surpresa, olho para cima e vejo um alçapão. Penso: é por aí mesmo. Entro num duto e começa a segunda exploração pelo submundo do Tuca. Passei por vários dutos e câmaras de cimento até chegar a uma espécie de chaminé bem alta com degraus de ferro chumbados na parede. Escalei a chaminé e saí na seção de iluminação do teatro. Inacreditável! Lá de cima podiam-se ver o camarim dos músicos, que estavam aquecendo os instrumentos, e o da Gal.
Era um lugar privilegiado, mas não o ideal para ver o show. Dali se estendia uma passarela estreita em direção ao forro do teatro e desaparecia nas trevas. Comecei a caminhar em direção ao forro e confesso que gelei, pois estava me agarrando nas vigas suspensas a uma altura de 12 metros. Cruzei o teto do teatro por cima do forro e cheguei à sala de projeção. Daí entrei no saguão do segundo andar e fui direto para o banheiro me lavar. O coração estava a mil, era pura adrenalina: um misto de transgressão e orgulho do sucesso da empreitada. Essa rota era bem mais complexa e exigia cerca de 20 minutos para conclui-la. Assisti à estréia sentado no chão, bem na frente, e nos três meses que o espetáculo ficou em São Paulo voltei pelo menos umas quinze vezes, e levei uns vinte amigos comigo, um de cada vez, sob a condição de guardar o segredo a sete chaves.
Algumas vezes fui ao teatro sozinho e dependurado na iluminação via a Gal aquecer a voz, sonhando conhecê-la pessoalmente um dia. Ela, sim, nem sonhava que tinha um admirador secreto, quase um fantasma da ópera.
No segundo ano da faculdade fiz um estágio na Pirelli. Meu primo Hamilton havia novamente entrado em cena e agora tinha que ser para valer, pois não podia ficar parado. Como diz meu amigo Sidão: “Pato que não se mexe leva chumbo” .
Passados seis meses do estágio, fiquei imaginando como seria trabalhar trancado em um escritório nos próximos trinta e cinco anos, sentado à mesa todas as tardes, olhando pela janela as pessoas caminharem livremente na rua. Procurei meu chefe para sondar meu futuro na empresa. Ele me disse exatamente o que eu temia: “Olha Roberto, aqui no departamento o funcionário que entrou por último aqui é o Carlos. Ele trabalha aqui há oito anos”. Aquelas palavras me fizeram mergulhar na crise novamente.
Uma lembrança muito forte do meu pai vinha à minha cabeça; alguém livre, que viajava o mundo à procura de tecnologias novas para trazer ao Brasil. Ele era engenheiro químico e logo que chegou ao Brasil foi trabalhar na refinaria de petróleo de Cubatão. Isso na década de 1950. Em Santos ele conheceu minha mãe, Ivonette Dias, natural de Passos, cidade localizada no sul de Minas Gerais, que havia se mudado para Santos para trabalhar como professora e alcançar uma autonomia financeira para poder viajar e curtir a vida. Ela não sonhava casar, como a maioria das mulheres daquela época. Queria mesmo era ser independente para viajar.
Mas a vida é sempre mais forte, e o nosso destino sempre nos reserva surpresas. Assim, eles se conheceram, se apaixonaram e em 1956 casaram-se. Nasci em Santos em 1957, de frente para o mar.
Nesta vida somos pródigos em construir crenças, e a minha mãe dizia que meu pai era o ser mais livre deste planeta, que tudo podia e vivia numa outra esfera. Assim, cresci com essa fantasia. E para mim, achava eu, estava reservado algo muito melhor, ou seja, não era a Pirelli.
Um dos meus melhores amigos, o Cláudio, aquele que beijou na boca a Bethânia, me procurou para contar que havia arranjado um emprego maravilhoso, que pagava muito bem, mais ou menos umas seis vezes o que eu ganhava na Pirelli. Ele era hostess de um bar recém-aberto em São Paulo que estava arrebentando, o Clyde´s, um American bar em que o atendimento era feito apenas por estudantes, e a  clientela, bonita e descolada. Marquei uma entrevista com o dono, Jimmy Lee. Ele me perguntou se eu estava disposto a largar o estágio. Respondi que sim, sem pestanejar. No dia seguinte recebi um telefonema da gerente comunicando-me que eu fora aceito e deveria começar imediatamente. Como não sabia fazer nada, restou-me ser ajudante de garçom, ou seja, não atendia o público, só limpava as mesas.
Uma semana depois Jimmy me disse que eu iria ser transferido para o bar, pois minha altura não era compatível com o salão. Achei ótimo, mas não sabia sequer fazer uma caipirinha. Não era chegado a bebidas, então não tinha muita intimidade com elas. Para não correr riscos ele me colocou para tirar chope. Agora eu era chopeiro, e não estagiário da área de exportação da Pirelli.
Minha mãe caiu de cama quando lhe disse que havia me demitido da Pirelli, mas não tive coragem de dar essa notícia ao meu primo. Logo na segunda semana como chopeiro, aquele atributo que me havia retirado do salão me denunciou implacavelmente: Hamilton entrou no restaurante acompanhado de várias pessoas para almoçar e imediatamente me achou atrás do balcão, de avental e todo engravatado. Ele então apertou o passo, distanciou-se um pouco do grupo e me perguntou, com um olhar inquisidor: “Roberto, o que você está fazendo aí dentro?” Expliquei-lhe rapidamente a minha metamorfose profissional. Com um olhar reprovador ele me intimou: “Depois nós conversamos”.
Iniciava-se a década de 1980 e São Paulo estava destinado a ser um dos maiores centros de entretenimento noturno do mundo. Fiquei no Clyde´s quase um ano. Depois de trabalhar como barman, passei por treinamentos e cheguei à vice-gerência do restaurante, que vivia lotado. Até chamei alguns amigos para trabalhar no restaurante, e um deles, o José Renato Vessoni, viria ser meu sócio alguns anos mais tarde.
No balcão do bar conheci o diretor do Maksoud Plaza, Michel Asmussen. Sujeito sério, sempre tomava um uísque no bar antes de se dirigir ao restaurante para jantar sozinho. Eu o achava meio estranho. Notei que durante sua estada na casa ele ficava me observando. Certo dia me fez perguntas a respeito da minha vida profissional e no final me deu seu cartão de visitas convidando-me para conversar.
Fui ao hotel conversar com ele e recebi um convite para fazer um estágio no hotel para trabalhar na área de alimentos e bebidas. Na época o Maksoud era o hotel mais famoso e chique de São Paulo. Aceitei, e na primeira semana, me escalaram para cuidar do bar que dava suporte ao jantar do show do Frank Sinatra. Trabalhei tanto que nem cheguei a ver a cara do Frank: só ouvia o som do show que se misturava à barulheira da cozinha.
Depois, ainda dentro do hotel, passei para o Trianon Piano Bar, um reduto dos executivos. Era auxiliar do famoso Pinheiro, na época um dos melhores barmen do país. O sujeito era um foguete, e me ensinou tudo o que aprendi nessa carreira que começou como uma brincadeira e se tornava séria. Aonde ia chegar, não podia imaginar. A princípio, achei que ia fazer carreira na área hoteleira.
Quando chegava um figurão, Pinheiro me dizia baixinho: ”Chegou um príncipe, Beto, fica olhando”. Os príncipes eram os clientes habitués que gastavam bem e davam boas gorjetas. Pinheiro sabia agradar como ninguém. Dispensava aos grã-finos um tratamento especial, que depois de alguns copos revertia em gorda gorjeta.
Do piano bar me transferiram para o 150 Night Club, um bar com música ao vivo e decoração meio anos 1950. Não gostei muito do novo ambiente, mas era estágio! Trabalhando com o Pinheiro eu ganhava um dinheiro extra, proveniente das gorjetas, que incrementavam o salário no final do mês. Mas o que mais me atazanava era o uniforme do 150: blazer amarelo-canário, que me fazia parecer um autêntico periquito gigante. Alguns amigos meus foram lá só para me ver e gozar com a minha cara.
Rodei o hotel todo: trabalhei no room service, no bar da piscina e nos bares que serviam aos restaurantes. Depois de seis meses, o Michel que havia me contratado, saiu da empresa e eu sobrei. O novo diretor não tinha planos para mim, e eu também já não estava achando a menor graça em trabalhar de barman, ainda mais fantasiado de periquito. No Clyde´s eu me divertia; no Maksoud fiquei esquecido. Nunca me adaptei a empresas muito grandes; nelas as relações são mais burocráticas, frias e muitas vezes a gente nem conhece o dono delas. Além disso, via muita coisa errada e havia uma máfia de maitres e garçons que me fazia me sentir um peixe fora da água.
Um dia, Mark James, grande amigo da faculdade, me ligou e contou: “Beto, descobri um boteco na Oscar Freire muito maluco, você tem que conhecer”. Fomos no mesmo dia, fim de tarde de uma segunda-feira, conhecer o tal lugar. Sentamo-nos ao balcão de um boteco pequeno e simples, mas senti algo ao mesmo tempo especial naquele lugar, cuja cara não combinava com os donos e muito menos com os clientes.
O Sanduíche, nome do bar, era um lugar ímpar e inigualável. Para mim, foi o lugar mais genial que São Paulo já teve. Lá se comia um sanduíche de pastrame com gorgonzola e se tomava um uísque doze anos ou um de presunto cru com chutney, acompanhado de champanhe.
Foi freqüentando o Sanduíche assim que em outubro de 1981 conheci o Arthur e Maria Helena, pessoas maravilhosas que mudaram o curso da minha vida. Tivemos uma empatia imediata, e me encantei com o jeito único e poético de olhar o mundo. Muito sensíveis, formavam uma dupla especial. Arthur era intuitivo e tinha um faro para negócios como poucas vezes vi. Maria Helena tinha era uma cozinheira de mão-cheia, pois vivera muitos anos em Londres, onde aprendera segredos da gastronomia. Na época estavam totalmente envolvidos na reforma do Ritz da Alameda Franca, que acabou virando um ícone da cidade. Fui contratado para ajudá-los no Sanduíche.
Difícil imaginar que um lugar tão despretensioso e simples fosse fazer tanto sucesso. Uma coisa sempre me intrigou: todos os dias, às seis da tarde pontualmente, saíam sessenta empadinhas de frango, que acabavam em cinco minutos. Eu me perguntava: por que não faziam mais? O Arthur respondeu: “É estratégia. Tem que deixar o pessoal com um gosto de “quero mais”. Assim, antes de sair, as empadinhas já estavam vendidas, e eu anotando reserva de empadinhas.
O Sanduíche tinha clientes célebres, habitués das mesinhas da calçada: publicitários, jornalistas, fotógrafos, músicos, modelos, artistas e executivos, espremidos entre os copos de drinques e petiscos. A televisão ficava ligada, mas só era alvo de atenção na hora do Jornal Nacional, quando o burburinho cessava e as antenas se ligavam nas últimas notícias sobre a guerra das Malvinas.
Depois que o Ritz foi inaugurado passei a trabalhar nas duas casas. Da hora do almoço até as dez da noite ficava no Sanduíche; depois ia para o Ritz, onde ficava até fechar.
Tempo bom aquele! Às dez da noite eu subia a Augusta a pé, tranquilamente, com o dinheiro do faturamento dentro de um saco de pão. Entregava-o ao Arthur, que nem conferia. Aliás, nem caixa registradora ele tinha, só uma gaveta. A confiança em mim era total. Eram tempos mais românticos.
Devo ao Arthur e ao Ritz quase tudo o que aprendi da noite, pois sabíamos administrar o excesso, que é tão difícil quanto o oposto. Aquele paraíso de hambúrgueres vivia lotado até a tampa todos os dias.
Foi lá que expandi meus relacionamentos, porque o barman fica ao mesmo tempo no bar e no palco, e nesse espaço a timidez teve que dar lugar a algo que ficou abafado desde a morte do meu pai dentro de mim e estava para explodir. A vida voltava a ter cores, os dias cinzentos estavam chegando ao fim e a alegria das noites do Ritz me mostrava que mesmo trabalhando muito eu podia ser feliz, namorar, me relacionar não só com as pessoas, mas comigo também. A porta do quarto escuro se abriu, as trevas começavam a se dissipar. Era hora de sair do foguete de vez.
Minha vida estava mais estabilizada. Estudava, ganhava meu dinheirinho e já podia pensar em começar a realizar um velho sonho: comprar um pequeno veleiro. Em novembro de 1982, junto com Mauricio, meu companheiro de escola e sócio na locação de som para festas, comprei o primeiro barco, o Krakatoa, um catamarã de 16 pés. Estava dando o primeiro passo para uma grande mudança que iria ocorrer na minha vida alguns anos mais tarde.
Eu não sabia velejar, mas a vontade era tanta que fui sozinho para Ilhabela rebocando o nosso catamarã para colocá-lo na água. Montei o barco na praia do Sino e numa manhã de dezembro de 1982 me lancei para a minha primeira aventura: sair da praia do Sino, dar uma pequena velejada no canal de São Sebastião e voltar. Consegui! A felicidade foi tanta que me pareceu que um vácuo que havia dentro de mim foi preenchido. João foi meu primeiro professor de vela, mas quem me colocou em cima de um  pela primeira vez foi o Luiz Carlos, que tinha um Hobiecat 14 em Ubatuba. Nas férias eu andava com ele. Observá-lo manejar as velas ajudou-me muito.
No final do ano fomos velejar no farol de Santa Marta, na cidade de Laguna, em Santa Catarina, um dos locais mais perigosos para navegação. Foi muito atrevimento, pois minha experiência no mar consistia apenas em uma semana de Ilhabela. Logo no primeiro dia saímos para o mar aberto, mas o tempo mudou e nos impediu de voltar para a mesma praia. Entramos então pela praia da vila, muito procurada por surfistas, ou seja, ondas enormes arrebentando na praia era o que não faltava. Entramos assim mesmo e quando passamos da linha de arrebentação fomos pegos por uma onda imensa que nos jogou para cima e virou o barco. Acabamos na areia com o barco todo avariado. Depois de vinte dias no farol voltamos para Ubatuba.
No dia seguinte saí com o Maurício para dar uma velejada e fomos parar em Ilhabela. Não havíamos levado dinheiro, água, nem camisetas. Já era tarde para voltar a Ubatuba. O problema das camisetas foi resolvido, pois achamos duas na praia onde deixamos o barco. A comida foi providenciada em frente ao Hotel Itapemar ao encontrar uma amiga, que nos convidou para um churrasco na casa dela no final do dia. E quando nos preparávamos para dormir enrolados na vela em cima do barco, encontrei o Maurício Toldi que nos ofereceu um teto para passar a noite. No dia seguinte partimos às sete da manhã, remando até a saída do canal, pois não havia vento. Só chegamos a Ubatuba ao anoitecer, pois o vento não colaborou e ficamos boiando e torrando ao sol o dia todo. Uma grande roubada.
Já na primeira semana como barman do Ritz estava eu afogado no meio de mil pedidos, fazendo caipirinhas, coquetéis e atendendo aqueles clientes que sentam na frente do balcão e querem mais atenção. De repente vi entrar o Otávio Horta, sobrinho do Arthur, que veio direto na minha direção. Ele me chamou e disse baixinho: “Tenho um lança-perfume maravilhoso aqui comigo, você não ta a fim de experimentar?”
“Respondi: ”Você esta louco, não cheiro nada e se beber uma dose de qualquer coisa, fico muito louco”. Só faltava essa: o restaurante lotado, cheio de gente na minha frente, e eu cheirando um lança. Eu, que mal conseguia me manter em pé depois de uma simples caipirinha. Mas o Otávio foi insistente, e eu, fraco: sucumbi à curiosidade. Agachei-me atrás do balcão e disparei o lança num pano de prato, levei-o à boca e o aspirei profundamente.
Quando me levantei minha vista escureceu e tudo começou a girar. Veio aquele zumbido e fui me sentindo longe, cada vez mais longe e longe. Fiquei encostado na parede, de olhos fechados. Quando comecei a enxergar novamente, olhei para a boqueta da cozinha e pensei: “Vou passar por ali”. Saí do balcão e fui até a porta de entrada. Tomei distância e fiquei como um touro nas arenas, com os olhos fixos no alvo – nesse caso, a boqueta. De repente saí numa disparada louca pelo meio do salão, subi os seis degraus que davam para o piso superior do restaurante e no embalo dei um peixinho em direção à boqueta, passei voando por ela e aterrissei na copa, com os meus 2 metros de altura, em cima de um armário de copos. Fiquei lá esborrachado, com um som de destruição na cabeça e cercado por cacos de vidro por todos os lados.
Tamanho estrondo deve ter assustado o Arthur, que entrou esbaforido na copa para saber a razão daquela hecatombe. Contei-lhe toda a história e pensei: estou no olho da rua. Mas a reação do Artur foi a mais engraçada que vi na vida – ele simplesmente disse: “Que loucura, Betão! Já pro bar!”. Desci correndo para o salão, passando entre as mesas cheias de gente, que me olhava em silêncio, sem entender nada.
Já no bar, o Otávio com um sorriso discreto, me disse: “Betão, você é muito louco!”. Eu retruquei: ”Não te disse que sou fraco? Não posso tomar nada!”
No Ritz, além de barman. passei a ser gerente e depois de algum tempo também acumulei a tarefa de programar a música do restaurante. Naquela época eu gravava as fitas cassete em casa com uma seleção eclética, que ia do jazz à MPB. Quando eu estava animado o som era pra cima, feliz e dançante, mas se estivesse mais introspectivo a música me acompanhava.
Um dia chegaram quatro amigos. Eles sentaram no balcão do bar e pediram cinco porradinhas, um drinque que derruba qualquer um. É uma mistura de qualquer bebida, por exemplo, vodca, soda limonada em um copo, sem gelo. Dá uma porradinha debaixo do copo e a soda faz um efeito sonrisal. Pronto! Vira de uma vez e espera o resultado, que vem bem rápido.
Eu perguntei a eles: “Quem é o quinto cliente?”.
Eles me responderam: “Você!  Viemos aqui para te dar um porre”.
Caí na gargalhada e, mesmo sabendo que a coisa ia acabar mal, aceitei o desafio. Tomamos em quarenta minutos cinco porradinhas diferentes, misturando vodca, uísque, rum, tequila e gim. Não preciso nem contar o que aconteceu. Não passei voando por boqueta nenhuma, mas me deu uma vontade de fazer o Ritz virar um inferninho. Duas amigas minhas que estavam no balcão assistindo ao desafio entraram para ajudar a fazer as bebidas, pois eu já não estava em plenas condições físicas.
Decidi fazer uma farta distribuição de doses de tequila pura para os clientes, uma oferta da casa para ver todo mundo feliz. Saíram várias bandejas de tequilas, e os clientes foram entrando no clima de festa. Apaguei as luzes, só deixando acesos os lustres para dar um clima de bordel. Aumentei o som e a galera começou a dançar em cima das cadeiras e dos sofás.
Um dos meus amigos veio e me cochichou: “Duvido você subir no balcão e dublar a Gal”. Ele sabia da minha paixão pela Gal, aquilo foi um golpe baixo. Não tive o menor constrangimento: desliguei o som, subi no balcão e anunciei o show. Coloquei a fita da Gal e dei o play. Comecei a cantar “Meu nome é Gal”. A galera veio abaixo. No meio da minha performance em cima do balcão quem eu vejo entrar no Ritz? O Arthur. Pensei de novo: agora não escapo, estou na rua. Ele entrou pela porta giratória vermelha, olhou, continuou a rodar a porta e saiu sem dizer uma palavra. Escapei de novo. Só foi difícil de levantar no dia seguinte.
Todas as noites, ao sair do Ritz, eu fazia um ritual: colocava o fone de ouvido, ligava o walkman e dirigia minha moto bem devagar pela avenida Paulista. Era a maneira de me desligar, sonhar e curtir a cidade que dormia. Hoje São Paulo não dorme mais.
Passados três anos de muitas noites de trabalho, algumas difíceis, outras divertidas, o Ritz sofreu um assalto e sobrou para mim abrir o caixa sob a mira de um revólver. Dois meses depois os mesmos bandidos voltaram e, quando os vi empurrando para dentro alguns clientes, reconheci o chefe da gangue. No momento em que ele me olhou e notou que eu o havia reconhecido temi pelo pior. Abaixei-me atrás do balcão e saí correndo pela escada lateral que dava para a cozinha. Ao me ver fugindo, ele deu um tiro. Assustado, eu só pensava: sebo nas canelas e não olhe para trás. Passei voando, dessa vez pela cozinha e colidi com o Benê, o chefe da cozinha, que caiu de bunda no chão com várias panelas na mão. Assustado, ele passou a me seguir. Subi para o terraço e dali para o telhado. Nem sequer olhava para trás, mas ouvia alguém me seguindo. Eu estava tão assustado que achei que fosse o bandido, mas era o Benê.
Pelos telhados dos sobrados alcancei a rua Augusta, onde desci por uma sacada e cheguei à calçada. E continuei a correr. Só parei na alameda Santos, três quadras acima. Avisei um carro da policia, que rapidamente voltou ao Ritz. Prenderam os cinco bandidos menos aquele meliante que atirou em mim, justamente o que havia me reconhecido.
Já não me sentia seguro trabalhando num bar que tinha uma vitrine lateral que dava para a rua. Eu adorava o que fazia e não queria sair de lá, mas fiquei muito assustado e decidi aceitar um convite do Alexandre Negrão para abrir um bar nos Jardins. Sempre que ia ao Ritz ele me convidava para fazer algo juntos.
Começamos a procurar um local nos Jardins, que na época era muito caro, pois havia as luvas do ponto. Um dia, andando na alameda Tietê, que fica duas quadras acima da Oscar Freire, vi uma casa em reforma e na porta uma senhora que me pareceu ser a proprietária. E era, dona Filomena, uma mulher de personalidade forte e uma pedreira nas negociações. Ela me mostrou a casa, que era sua antiga residência. Quando desci ao porão tive uma sensação muito forte. Enxerguei o bar cheio de gente. Não tinha nenhuma dúvida: era ali que iríamos levantar o Singapore Sling.
Depois de uma longa batalha com a dona Filomena, fechamos o negócio e começamos a reforma, financiada por algumas economias e dinheiro emprestado da tia do Alex. Dois meses de reforma e acabaram-se os recursos. Convidei então o Zé Renato, que era o arquiteto e conduzia a reforma, a entrar na empreitada.  
Inauguramos o Singapore Sling em março de 1985, um bar muito charmoso no porão de uma casa que nem sequer tinha placa na rua. Com boa comida, música ao vivo e gente bonita, o bar estourou e depois de quatro meses não tínhamos mais dívidas. Era o lugar mais badalado da cidade, juntamente com o Rose Bom Bom, do amigo Angelo Leuzzi.  
Minha dedicação ao novo negócio era total, e eu só pensava em duas coisas nessa época: trabalhar e velejar. Organizava-me para trabalhar todos os fins de semana em que não havia competições e nos outros dias trabalhava sem folga. No Singapore conheci a Renata Jubran, uma namorada que teve um papel muito importante na minha vida. Ela foi como um anjo que me trouxe a primeira brisa de uma mudança importante. Depois de dois anos nosso namoro não andava bem e eu ia completar trinta e um anos. Ganhei de presente dela um mapa astral de um astrólogo carioca muito conhecido, que de vez enquando atendia em São Paulo. Fui fazer meu mapa com o Bola, mas não tinha ideia do que ia encontrar, pois andei muitos anos com o coração fechado para qualquer assunto que dissesse respeito aos sentimentos.
Saí de lá como se estivesse de ressaca. O homem me contou coisas que só alguém que me conhecesse muito bem poderia dizer. No primeiro momento achei que a Renata havia conversado com ele, mas logo percebi que existia um outro mundo ao qual eu havia dado as costas e que algo me chamava. O próprio Bola me disse que eu ia mergulhar numa busca espiritual muito profunda e não haveria volta.
Pouco depois Renata e eu fizemos um curso de astrologia com a psicóloga Ruth Calil. Eu queria entender um pouco de tudo aquilo que haviam me dito.  No final da segunda aula entrou na sala o filho da Ruth, Moreno, que era treinador de cavalos na Hípica Paulista. Sem nenhuma cerimônia e sem me conhecer, ele me disse que eu estava com a energia baixa e muito triste. Como ele poderia afirmar isso se não havíamos trocado mais que duas palavras? Mas ele estava certo: a Renata e eu havíamos rompido e estávamos os dois tristes. Moreno não parou por aí; continuou a falar uma porção de coisas a meu respeito.
Sua mãe intercedeu e se desculpou, explicando que desde que nasceu ele via o mundo invisível. Não era uma escolha. Para ele isso era um encargo. Fiquei meio incrédulo, mas com um tom de brincadeira perguntei-lhe se estava vendo algum fantasma na sala.
Ele me rebateu de cara: “Fantasma? Não sei, mas espíritos eu vejo muitos e atrás de você tem sete”. Fiquei gelado e meio sem graça com a brincadeira. Ele continuou: “As sete entidades que estão com você te acompanham e algumas estão com você para te proteger; outras para aprender”. Ruth se desculpou novamente comigo. Eu lhe disse que não se preocupasse e que ele podia falar. Mas Moreno ficou em silêncio por um instante, olhando para mim e por fim disse: ”Tem alguém com muita luz atrás de você e não sei se tenho permissão para falar dele para você. Espera. Beto, você perdeu seu pai, mas ele está aqui agora, bem atrás de você”.
Moreno descreveu meu pai, e disse que nossa vida se cruzou em várias encarnações e por algumas vezes vivemos no mar, em algum navio. Ele me perguntou se eu gostava de mar. Respondi-lhe que era velejador. Foi muito difícil, tentei resistir, mas não me contive – chorei copiosamente. Meu coração estava provando de algo de que já não me lembrava, uma sensação de conforto, ao ouvir palavras tão reveladoras. Ele contou muitas coisas a respeito da morte do meu pai e do desconforto que ele sentia ao nos deixar numa situação tão difícil, mas que ele estava presente em muitos momentos da minha vida e que ainda tinha uma missão.
Esse foi um dia importante na minha vida, as palavras do Bola se encaixavam em tudo aquilo que estava acontecendo.
Fazia um ano que o Radar Tan Tan, uma casa de show encravada num armazém da Barra Funda, zona oeste de São Paulo, aberta pelo Arthur e um grupo de sócios, havia fechado. Nessa época eclodia no Brasil uma efervescência musical. Muitas bandas de garagem pipocavam por todos os lados e não havia lugar para elas mostrarem seus sons em São Paulo. Tivemos a ideia então de abrir uma casa menor mais central.
Em novembro de 1987 inauguramos o bombástico Aeroanta, um galpão no largo da Batata, em Pinheiros, também na zona oeste da cidade. Uma casa de shows com pista de dança e restaurante que funcionava seis vezes por semana, com gente saindo pelo ladrão. Nesse empreendimento juntaram-se a nós, Sérgio Zerbini, que achou o ponto, e o Alfredo Pimenta, que fez o projeto de arquitetura com o Zé Renato. Mais de mil shows, entre 1987 e 1993 , deram oportunidade a muitas bandas novas se apresentarem no largo da Batata.
Marisa Monte, Ed Motta, Cazuza, Barão Vermelho, Lobão, Biquini Cavadão, Daniela Mercury, Ratos do Porão, Léo Jaime, Inocentes, Ultraje a Rigor, Ira!, Plebe Rude, RPM, Kid Vinil, Mulheres Negras, Luni, Titãs, Engenheiros do Hawaii, Cássia Eller, Cidade Negra, Manu Chao e Capital Inicial foram alguns dos nomes que fizeram história no Aero.
Muitos artistas consagrados também tocaram no Aeroanta. Em 1990 Rita Lee queria alugar o galpão por dois dias, na parte da tarde, para ensaiar, pois ela havia sido convidada para tocar no Festival de Montreux. Como ela não tocava em público fazia cerca de dez anos, pensamos em convidá-la. Seria uma injustiça a Rita tocar no Aero para ninguém. Fizemos uma oferta irrecusável: 100% da bilheteria para ela e o movimento do bar para nós. Ela aceitou. E isso caiu na boca da imprensa e daí pra a boca do povo. Era a semana inteira de gente telefonando para pedir ingressos. Até aquela lindinha da escola que nunca olhou para sua cara e você não vê há mais de vinte anos.
Colocamos à venda quinhentos ingressos e deixamos outros quinhentos para vender no dia. O largo da Batata estava tomado, a fila dava volta ao quarteirão, e quem já tinha ingresso chegou cedo, ou seja, às dez e meia já tinham entrado na casa mais de quinhentas pessoas.
Estávamos tensos e ansiosos. De repente, pluft,, acaba a luz. Achei que fosse um problema do Aero, mas ao sair para a rua vejo Pinheiros às escuras. Meu Deus, isso nunca aconteceu e vai acabar a luz logo hoje, no dia da estreia Rita Lee!  As pessoas perguntavam: “Vocês não têm gerador?” “O show vai ser cancelado?”. O pior: parou o ar, os caixas, a máquina de chope... tudo, e lá dentro só as luzes de emergência davam aquele ar de fim de festa.
Fiquei olhando aquela imensa fila atônito, pensando no que fazer. Fui despertado pela pergunta de uma moça: “Você não é um dos sócios da casa?” “Sim”, respondi. Ela continuou: “Sabe eu trabalho na Eletropaulo e quem sabe se eu ligar pra lá não posso descobrir o que aconteceu”.
Não botei muita fé nela, mas aceitei a sugestão e a levei para o escritório. Ela ligou e falou com alguém de plantão: “Olha estou em uma casa de shows aqui em Pinheiros e acabou a luz aqui no bairro. Vocês já sabem o que aconteceu?”
Do outro lado da linha responderam que um caminhão bateu em um poste na avenida Eusébio Matoso e derrubou um transformador, e que a previsão da energia voltar era por volta das seis  da manhã do dia seguinte. Quando ela me repetiu isso, gelei, mas ela continuou: ,”Por favor, transfere a ligação para quem está de plantão aí na chefia”.
Ouvi, estupefato: “Sabe, fulano, eu sou a fulana de tal, estou aqui no Aeroanta para ver um show da Rita Lee e acabou a luz por causa de um acidente na avenida Eusébio Matoso, e quero te pedir um favor. Vamos fazer a energia chegar aqui por um outro caminho: apaga Alto de Pinheiros e acende Pinheiros para mim, por favor”. Dez minutos depois pluft de novo: acendeu o bairro.
Eu sei que o show não pode parar, mas como pude ter tanta sorte de encontrar aquela moça na porta justamente naquele dia! Claro que ela nunca mais pagou ingresso no Aero, virou nossa convidada permanente. Assim como eu, alguns dos meus sócios moravam na Vila Madalena, e em 1989 não havia nenhum bar descolado, nada. Para não dizer que não havia nada, tinha lá o Bartolo, um lugar discreto, reduto da antiga boemia da vila.
Dois amigos nos ofereceram uma esquina simpática, ocupada por uma antiga padaria. Alex sempre foi um visionário e ele dizia para nós: “A vila vai estourar, vai ser o próximo Jardins” Assim nasceu o Olívia, o primeiro bar diferenciado da vila. Depois dele veio uma leva de bares que se multiplicaram como vírus de computador, e a vila é hoje um dos pólos da vida noturna de São Paulo.
Nessa época meus namoros não duravam mais de três meses, não estava preparado para ter nada sério, mas me apaixonei por uma mulher encantadora, de quem havia tempos eu tentava me aproximar. Comecei a namorar a Vânia e depois de dois meses fui participar de um campeonato de vela nos Estados Unidos. Quando voltei ela disse que não estava a fim de ficar comigo e pediu um tempo. Fiquei triste, claro, e no dia seguinte, ao entrar num restaurante, a vi com outro namorado. Isso certamente já ocorreu a muitas pessoas. Quem não viveu uma desilusão amorosa, uma frustração? Quem não se sentiu rejeitado? Mas meu coração ficou destroçado, algo mais profundo foi tocado. Acho que tinha que ver com abandono, e eu perdi o pé do mundo. Foram muitas noites de insônia, dor de estômago e uma angústia aguda.
Já fazia um ano que eu frequentava a um grupo de vivências que se reunia às quartas-feiras à noite. O grupo era coordenado pelo Seiji, que com muita precisão e clareza nos dava ferramentas para lidar com as emoções e buscar algo bem simples: ser. Pedi ajuda a ele e marquei uma sessão individual. Precisava falar e saber o porquê daquele impacto tão profundo e o que me prendia num rodamoinho emocional. Com um olhar compreensivo e amoroso, Seiji pegou a minha mão e me perguntou o que estava acontecendo comigo. Deitado no tatame, contei-lhe a minha mágoa e a angústia que me afligia, pois havia quatro meses não conseguia fazer nada. Seiji, com um sorriso transbordante de amor, me disse: “Beto, eu sei que você, quando olha para as estrelas, sente saudades. Sente saudades de onde você veio, não é? Mas não esqueça que todos nós temos um propósito nesta vida, e você não é diferente. Não queira voltar, pois você veio para cá para trazer um pouco daquela luz”.
Enquanto ele falava eu me afogava num mar de lágrimas e voltava para o meu foguete, para a minha infância, meus medos, inseguranças, e vi quão forte era o sentimento de abandono que eu trazia no coração. Mas num passe de mágica ele ficou mais leve e percebi que não deveria carregar mágoas das pessoas. Não era o que a Vânia tinha me feito que me deixara daquele jeito, mas o que despertava dentro de mim passar por uma experiência como aquela de me sentir rejeitado. Não era a Vânia, e sim o que ela representava. Ela, na verdade, tinha me ajudado, mas é difícil olhar as coisas por essa perspectiva.
Já fazia algum tempo que eu notava que havia algo em mim que não estava legal. A vida na noite me levou para uma rotina e uma qualidade de vida que não compatibilizavam com o que eu queria para mim. Mas o que fazer?, eu me perguntava. Um dia, andando no Shopping Iguatemi, encontrei Marcus Sulzbacher, um antigo amigo da vela. Falamos de barcos, viagens, projetos, e ele comentou que um outro amigo, que estava morando em Miami, o Fernando Almeida, pensava em fazer uma viagem de Hobiecat 21 pés pelo Caribe, até Belize, na América Central, local repleto de ilhas paradisíacas pouco exploradas, turisticamente falando. Imediatamente me convidei e disse ao Marcus que faria a viagem também, mas com uma condição: vir até a Ilhabela. Acho que ele me achou maluco, pois ninguém costuma tomar uma decisão daquelas depois de uma conversa casual.
A partir desse dia só respirei vela, e a vida começou a fazer sentido para mim, pois tudo por que eu havia passado parecia ter-me levado àquela condição e todos os acontecimentos desfavoráveis, no primeiro momento, pareciam já não ter aquele peso. Havia um ano eu não competia, faltava algo forte que me levasse de volta ao mar. Foram dez anos velejando em competições, mais de quinhentas regatas e outras centenas de dias treinando. Tive vontade de mudar novamente. Agora o desafio não era chegar na frente, mas simplesmente chegar.
No ano seguinte, 1994, velejamos as 7.500 milhas que separam Miami e Ilhabela, aonde chegamos no dia 10 de dezembro. A viagem foi um sucesso, apesar dos acidentes e percalços, mas, em termos comerciais, um fiasco: cheguei a São Paulo sem um tostão no bolso.
Não me arrependi; ao contrário, estava nas nuvens, feliz. Era isso que eu queria fazer da vida, viajar pelo mundo no meu pequeno catamarã sem cabine. De volta a São Paulo, não sabia por onde recomeçar a vida na cidade. Tentamos publicar um livro de fotografias e editar um vídeo da viagem, mas não tivemos êxito. 1995 foi um ano difícil para a economia brasileira. Pensei na próxima viagem, mas faltou fôlego.
Mas nem tudo estava tão negro assim. A Richards, uma marca de roupas, ofereceu-se para organizar uma exposição de fotos no Shopping Iguatemi. Não foi a salvação da lavoura, mas deu um pequeno fôlego financeiro.
Na noite de abertura da exposição estávamos eu, Marcus e todos os amigos que participaram da viagem. Um homem com sotaque italiano me chama e se apresenta: “Meu nome é Andrea Ruggero e trabalho no consulado da Itália aqui em São Paulo. Como vi que seu sobrenome é italiano, gostaria de saber se você é cidadão italiano”
Respondi-lhe que não, meu pai, sim, era italiano, ao que ele me fez outra pergunta: “E por que você nunca pediu sua cidadania?” Disse-lhe que achava o procedimento complicado, pois o consulado tinha fama de ser muito burocrático e só uma coisa me motivaria a dar entrada no processo de cidadania: encontrar minhas irmãs.
Para minha surpresa ele se prontificou a me ajudar e disse que um velejador como eu tinha que ser italiano também. Trocamos telefones e alguns dias depois nos encontramos. Dei-lhe todos os documentos e informações que eu tinha do meu pai. Novamente acendeu uma luz no meu coração e tive esperanças que dessa vez iria encontrar minhas irmãs ou, pelo menos, um outro Pandiani na vida, pois até aquele momento só tinha conhecido um Pandiani – meu pai.
Passado um ano e meio, recebo um telefonema do Andrea, que disse ter nas mãos a minha cidadania italiana e queria me encontrar para me contar as novidades. Marcamos um almoço no Mr. Fish, um restaurante de frutos do mar dos Jardins em que eu tinha entrado como sócio-gerente alguns meses antes.
Levei minha mãe para almoçar com o Andrea e ele gentilmente nos levou um champanhe, a minha nova nacionalidade e notícias sobre meu pai. Ele contou que na Itália os registros são muito precisos, mas nada fora encontrado sobre a Barbara e a Liliana.
Provavelmente elas devem ter-se casado e mudado de sobrenome ou podem ter nascido em outro país. Prometeu-me continuar a busca, mas o simples fato de ter a nacionalidade italiana me deu novo alento e me senti um pouco mais próximo do meu pai.
Outra coisa maravilhosa que se deu no Mr. Fish foi o encontro com a Bebel Tagliaro, que viria a ser minha mulher algum tempo depois. A vida louca em São Paulo continuou, e eu continuei na noite. Um ano depois inauguramos o Clube B.A.S E, uma casa noturna que São Paulo jamais havia visto, o primeiro clube a tocar música eletrônica nos mesmos padrões europeus.
Nesse mesmo ano mudei para um pequeno dúplex no bairro do Itaim e na primeira semana na casa nova tive um sonho tão claro, tão cristalino e cheio de detalhes, que acordei impressionado. Sonhei que partia de Puerto Montt, no Chile, velejando no meu catamarã pelos canais chilenos. Passava pelo cabo Horn e chegava finalmente a Ilhabela, depois de muito tempo. O sonho veio numa hora que a minha energia estava toda voltada ao trabalho da noite, mas foi maravilhosa a sensação de me ver velejando novamente, mesmo em sonho. Acendeu-se a vontade de me reencontrar com o mar.
No dia seguinte, ao voltar para casa, à noite, vejo o nome do prédio da minha nova casa: Edifício Puerto Montt. Coincidência impressionante. Certamente guardei o nome do edifício sem nem mesmo perceber. Mesmo assim, considerei aquele um sinal positivo para a realização da viagem. Não bastasse isso, na semana seguinte recebo um telefonema do Pedrão, um amigo da vela e comandante de um catamarã de 55 pés que pertencia ao Décio Clemente. Ele me diz: “Betão, estamos em Puerto Montt com o barco e vamos descer os canais chilenos até Punta Arenas. Tem um lugar e você é nosso convidado”. Fiquei mudo, arrepiado. Já não era questão de eu querer ou não fazer a viagem – eu tinha de fazê-la.
Contei a ele tudo o que havia acontecido, agradeci o convite, e expliquei que era impossível naquele momento. Pedi-lhe então que levantasse todas as informações e me trouxesse as cartas náuticas e os guias. O roteiro e o novo projeto tornaram-se meu maior objetivo na vida, mas tinha que esperar pelo melhor momento para tomar a decisão de partir.
No final de 1998 inauguramos o Lounge, um bar sofisticado no Itaim que tinha como sócios quase a mesma turma. Um dia acordo com um telefonema da Renata Jubran, agora fotógrafa do jornal O Estado de S. Paulo. Ela disse que num evento realizado no restaurante Gero conheceu uma pessoa chamada Fellipo Pandiani, italiano e namorado de uma brasileira chamada Paula. Novamente a Renata me trouxe uma brisa de renovação.
Ela conversou com Fellipo e disse-lhe que conhecia um Pandiani aqui no Brasil que estava à procura da família dele na Itália. Ele desconhecia a existência de alguém da sua família aqui. De qualquer maneira, ele pediu a Renata que desse o telefone dele para mim. Assim que a Renata desligou liguei para Paula. Ela me disse que Fellipo estava muito curioso e passou-lhe o telefone rapidamente. Fiquei surpreso ao notar que ele falava bem o português. Ele era de Milão, mas viveu na Espanha e agora morava em Londres. Disse-me que a família estava espalhada entre Milão e Turim.
Eu lhe disse que a minha família também era das mesmas cidades e citei o nome do meu pai, Corrado Pandiani. Ele não conhecia ninguém com esse nome. Bom, pensei: ele tem 31 anos, então não poderia ter conhecido meu pai. Perguntei das minhas irmãs, citando o nome delas, mas, infelizmente, também não as conhecia. Na verdade, eu não tinha muita coisa para falar da minha família, a não ser que meu pai fora velejador. Fellipo também velejava, assim como seu pai, que já havia falecido.
Ao falar com ele ao telefone minha vontade de encontrar alguma pista do passado era tão grande que deixei vir à tona todas as emoções que ficaram guardadas e na minha memória algo de que já nem lembrava: “Fellipo, meu pai me disse uma vez, quando eu era bem pequeno, que tinha um primo, ou tio, sei lá, que tinha uma fábrica de sapatos na Itália”.
Fellipo me responde imediatamente: “Meu pai era dono de uma fábrica de sapatos”. Gelei! Mas a dúvida permaneceu e ele disse que só havia um jeito de saber: “Vou ligar para Luciano Pandiani, meu tio de setenta anos que mora em Turim. Ele conhece bem a história da família. Depois te ligo”. Foram minutos longos de espera. Quando o telefone tocou Fellipo gritou: “Primooooo” e com muito humor me contou a conversa com Luciano. De fato, era a mesma fábrica de sapatos, e essa lembrança mágica, quase esquecida, que veio para nos aproximar, disparou uma série de acontecimentos que pareciam impossíveis de suceder.
Essas coisas são mesmo incríveis. Essa informação já estava na minha memória, fui buscá-la no fundo de alguma gavetinha perdida no passado. O Luciano de que Fellipo acabara de falar é meu primo-irmão. O pai dele era irmão do meu pai e chamava-se Enrico, e o pai do Fellipo era meu primo também. Senti uma alegria indescritível ao saber que pela primeira vez na vida encontrava alguém da família e que essa aproximação poderia trazer para mim a história do meu pai e as minhas irmãs. Difícil viver sem referências!
A afinidade com Fellipo foi instantânea e marcamos para o mesmo dia um jantar no Lounge, juntamente com a Bebel e a Paula. Além do mais, estava curioso de ver a fisionomia dele, ávido por histórias da família. Mandei um e-mail para o Luciano perguntando se sabia onde eu poderia encontrar a Barbara e a Liliana. Ele ficou de me escrever uma carta com notícias, fotos e uma árvore genealógica da família Pandiani. Reservei uma mesa no Lounge. Ficamos, eu e Bebel olhos pregados na porta e vimos entrar uma figura familiar, parecida com o meu pai, os mesmos olhos verdes. Fiquei arrepiado com tanta semelhança. Abraçamo-nos como irmãos que não se viam fazia muito tempo. Meus olhos se encheram de lágrimas, eu não sabia o que falar.
Mais relaxado e depois de uma hora de conversa, vi o quanto tínhamos em comum, além da vela. Fellipo tem um ótimo humor, é bom contador de histórias, gosta de viver com intensidade e sempre está disposto a mudar de vida se acredita em um sonho. Ele me adiantou que Luciano pouco sabia das minhas irmãs, mas ia buscar alguma informação sobre elas.
Passamos horas conversando e bebendo vinho, e tudo o que Fellipo me contava sobre seus irmãos, seu pai e sua vida caía como um alimento para mim. Como a vela sempre teve um lugar especial dentro de nós, combinamos velejar no fim de semana para celebrar aquele encontro maravilhoso com que a vida nos presenteou. Numa mesa vizinha estavam João Lara Mesquita e Fernão Mesquita, amigos e jornalistas. Como todo bom jornalista, eles ficaram sabendo do meu encontro e da minha busca. Fernão me propôs uma entrevista para o Jornal da Tarde. Achei divertido e topei. Só não imaginava que a matéria seria de página inteira no caderno de domingo com este título: “Beto Pandiani, um homem à procura de suas origens”. Sem desconfiar de nada, a vida me deu a oportunidade de lançar uma isca ao vento, e esses acontecimentos também só foram compreendidos anos mais tarde.
O Fellipo ficou no Brasil mais duas semanas e ao embarcar de volta para Londres, no começo de fevereiro, prometeu-me tentar encontrar informações sobre as “meninas”.
Num domingo ensolarado de março de 1999, Bebel e eu estávamos saindo de casa para caminhar no parque. À porta ouvimos o telefone tocar. Bebel voltou e atendeu: “Beto, tem uma Isabela no telefone, tem um sotaque italiano, quer falar com você”. Atendi o telefone tentando imaginar quem poderia ser aquela pessoa e procurei lembrar os nomes que o meu primo havia citado. Só poderia ser alguém encontrado por Fellipo ou Luciano.
Ouvi uma voz em inglês com um sotaque italiano: “Roberto, sou sua sobrinha, Isabela”.
“Isabela! Filha da Barbara ou da Liliana?”.
Para minha completa surpresa ela disse: “Não, sou filha da Graziella, sua outra irmã”. “Como? Quem é Graziella?”
Como sempre na minha vida, as coisas se sucederam de forma misteriosa e ao mesmo tempo perfeitamente em sincronia com o tempo, dando-me a oportunidade de enxergar muito além dos fatos, aprendendo a aceitar e ter paciência, pois os acontecimentos me mostraram que é preciso ser observador e não resistir a eles.
Uns dias antes desse telefonema fiquei cismado com a certidão de casamento do meu pai. Ao reler os documentos que foram levantados pelo consulado italiano, vi que meu pai havia sido casado com uma italiana na Itália. Ela se chamava Elsa Pierina Katerina Victoria Severina, mas a história de que eu me recordava, contada por ele mesmo quando eu era pequeno, dizia que sua ex-mulher se chamava Etti, e era turca, e o casamento havia sido na Turquia. Mas muito tempo havia se passado e minha memória poderia estar me traindo.
Rapidamente fiz todas as conexões possíveis e achei ser possível meu pai ter-se casado com outra mulher antes de se unir a Etti. Nesse caso eu seria filho do seu terceiro casamento.
Minha sobrinha Isabela continuou: “Roberto, estou ao lado da sua irmã, ela está muito emocionada em te encontrar. Nós procuramos por você há muitos anos”.
Eu não conseguia entender como aquelas conexões estavam se fechando. Assim, antes de deixar as emoções falar e dando atenção à minha curiosidade: “Isabella, como vocês me encontraram? Foi o Fellipo Pandiani quem te deu meu telefone?”
Ela respondeu:” Quem é Fellipo?”
Desconcertado, respondi: “Um primo que conheci há dois meses. Então, foi Luciano Pandiani?”, insisti.
E passou a falar com a minha irmã, traduzindo a nossa conversa para o italiano. Essas pausas me deixavam cada vez mais impaciente, curioso e ao mesmo tempo anestesiado. Bebel, ao meu lado, não entendia nada, me olhava com aqueles olhos interrogativos.
Isabela me disse então que a Graziella não via Luciano fazia muito tempo e não recebiam notícias do Corrado havia mais de trinta anos. Imaginavam que ele já não deveria estar mais vivo. Disse-lhes que ele morreu em 1976 e que eu nada sabia da existência delas.
Enfim, quando as comoções se recompuseram, perguntei: “Isabela, por favor, me explica como vocês me encontraram, pois fiquei toda a vida sem saber nada sobre a família e de repente aparece Fellipo em São Paulo e agora você me telefona...”
Alguns dias atrás ela colocou meu nome no Yahoo Brasil e apareceu uma matéria num jornal com o título “Beto Pandiani, um homem à procura de suas origens”.
Meus olhos encheram-se de lágrimas, a garganta secou, e eu não conseguia falar: um mundo de sentimentos inundou meu coração, e, mesmo sem saber que tinha ainda outra irmã, aquele encontro me pegou em cheio. Por algum tempo foi difícil dizer coisa com coisa. Eram tantos fatos que vinham à cabeça que não conseguia exprimir o que queria dizer. Na verdade, queria abraçá-las e chorar o tempo necessário para que toda a tristeza e angústia guardada fosse embora.
Ficamos conversando mais de quarenta minutos. Contei a Isabella sobre o encontro com Fellipo, a conversa com Luciano e algumas coisas da vida de Corrado. Que sensação diferente conversar com uma moça de trinta e oito anos que era minha sobrinha! E naquele ano minha irmã Graziella estava completando sessenta e três anos. Depois Isabella me disse que tinha uma irmã que vivia em Nova York, a Raffaela, minha outra sobrinha. Assim como eu, elas também sabiam da Barbara e da Liliana, mas também não tinham notícias e provavelmente não sabiam nada a respeito delas.
Anotei os telefones e e-mails e prometi ligar. Eu precisava deixar toda aquela informação entrar em mim e permitir que todos os sentimentos guardados jorrassem. Necessitava ficar em silêncio. Despedimo-nos. Minha irmã ressaltou em italiano quão importante era para ela aquele encontro. Passadas duas horas, toca o telefone de novo: era Raffaela.
Bastante emocionada, também falou sobre o buraco na vida delas causada pela ausência do Corrado, sobre a esperança que minha irmã alimentou de poder conhecer o pai que partiu quando ela tinha cinco anos e nunca mais o viu, e a partir daí só se comunicava com ele por meio de cartas, que um dia também pararam de chegar. Não podia imaginar Graziella esperando encontrar o pai um dia, um dia que nunca chegava. Que será que se passava na mente daquela criança? Quanta dor ela sentiu!
Essa história me partiu o coração. Senti que ir à Itália para conhecê-la era muito importante, pois o coração dela estava muito ferido. Disse a Raffa que gostaria de ir a Nova York e encontrá-la também.
Ouvindo aquelas vozes pelo telefone, eu tentava imaginar as minhas sobrinhas, a minha irmã. Será que éramos parecidos? Iríamos nos dar bem? Teríamos os mesmos valores? E muitas perguntas me assolaram depois que passou aquela emoção arrebatadora. Agora, raciocinando com mais clareza, decidi que tinha que me organizar para ir vê-las o mais breve possível.
Alguns dias depois chegou a carta de Luciano Pandiani, acompanhada de algumas fotos. Luciano conta resumidamente a história da família: nosso avô, Giovanni Pandiani, nasceu em Manchester, na Inglaterra, em 1865, filho de um italiano com uma inglesa de Manchester também. Tiveram quatro filhos: Enrico, Franco, Irma e Corrado, meu pai, o caçula, que nasceu em 1913. Ele foi o único que nasceu na Itália, em Savona, uma pequena cidade portuária na Riviera di Ponente. Os outros irmãos nasceram em Dublin, na Irlanda.
A respeito das minhas irmãs, disse apenas que um parente da mulher dele encontrou em Cannes, na França, a Barbara e a Lilliana. Elas viviam com a mãe em um hotel caríssimo, juntamente com o padrasto, um americano muito rico e poderoso. Infelizmente, essas pessoas que haviam tido algum contato com elas já haviam falecido.
A sensação após ler a carta era a de que alguém não queria que eu encontrasse a Barbara e a Liliana, pois, mesmo depois de todos esses acontecimentos mágicos, não havia notícias delas. Elas continuavam distantes, mas sabia que estavam vivas até ao menos dez anos antes. E Luciano não menciona Graziella, mesmo sabendo da existência dela. Muito estranho!
Na mesma semana chegou a carta da Graziella, com fotos dela, da Raffa e da Isabella, e também do meu pai bem jovem em uma estação de esqui, no seu laboratório e velejando. Eu nunca tinha visto meu pai jovem, e tampouco o imaginei velejando. Mesmo antes de começar a ler meus olhos viraram um mar e desabei a chorar de felicidade e de saudades dele!
Nunca meu pai me estimulou a ser velejador. Não sei por quê. Mas por conta própria me tornei um e olhando para trás, acho que fui para o mar em busca dele. Demorou, mas comecei a encontrá-lo. Outro fato curioso é que ele sempre sonhou ter um restaurante: tive vários. Essa sobreposição de sonhos e desejos me fez sentir muito próximo dele.
As cartas de Luciano e de Graziella denotam uma estranha coincidência: ambas foram escritas no mesmo dia - 4 de abril de 1999, uma em Milão e a outra em Moncalieri, distantes cerca de 140 quilômetros uma de outra, e como mencionei, eles não se falavam havia muitos anos.
O universo conspira a nosso favor quando estamos alinhados com um objetivo. No mês seguinte um amigo velejador, Dan van der Klugt, me convidou para velejar no campeonato mundial de Hobiecat Tiger 18 no lago di Garda, no norte da Itália. Aceitei e para essa empreitada convidei meu amigo João Simonsen, enquanto o Dan chamou o Gui von Schmidt. Bebel e eu estudamos italiano durante um mês para não chegar lá tão crus.
Começo de junho, bye,bye, Brasil. Pegamos um avião da Alitalia uma semana antes dos nossos amigos velejadores e voamos rumo a Milão. Na mala levava meus trajes náuticos, mas no coração eu estava levando muitos anos de espera, muitas perguntas. Levava também muito carinho para minha irmã. O avião chegou pontualmente a Milão às seis horas da manhã. Era a minha primeira viagem para a Itália, e justo para resgatar muita coisa do meu passado naquelas terras. Saímos pelo portão de desembarque e logo vi a Graziella e a Isabela paralisadas. Não hesitei: larguei o carrinho e fui correndo abraçá-las. Ficamos abraçados, muito emocionados. Eu não sabia se falava ou simplesmente ficava ali calado, sentindo a presença delas, sentindo o que se passava comigo. Aquele foi um dia de lembrar muitas coisas. Não era um dia qualquer – era o dia que eu sempre havia sonhado.
Quem estava ali? O menino carente, inseguro e medroso ou o homem que enfrentou seus medos, acreditou na sua intuição e fez um voo cego pela vida, lançando-se de cabeça nos seus sonhos? Não sei. Acho que carrego ainda a minha infância bem lá no fundo.
Apresentei Bebel, que toda sorridente e bem-humorada arriscou o italiano que começava a aprender com a avó dela. A Bebel sempre foi mestra em arranjar o que falar nos momentos em que eu fico sem saber o que dizer. Minha irmã sugeriu tomarmos café num lugar perto da casa dela, onde a Raffa iria nos encontrar.
Enfrentamos o congestionamento matutino de Milão, que veio em boa hora, pois tivemos um tempo para nos adaptarmos e conversarmos sobre a rotina da vida delas na Itália, sobre o trabalho, filhos, as coisas do dia-a-dia. Ao chegar ao café reconheço imediatamente a Raffa, uma loira bem exótica e bonita de 1,80 metro de altura. Assim como a Isabella, minha irmã tem 1,70 metro de altura, os mesmos olhos verdes do papai, mas é a Raffa a mais parecida comigo.
Ao entrarmos no café somos apresentados a uma amiga da minha irmã, que toma o café da manhã conosco. Logo em seguida fomos para a casa da Graziella, um simpático apartamento. Na entrada vejo o nome dela gravado na campainha, aquele nome que tanto significado trazia para mim sempre esteve ali, à minha espera. Ao entrar naquela casa, do outro lado do mundo, vejo fotos do meu pai velejando, com sua esposa, viajando. Encontro um pouco do meu mundo, do mundo do meu pai e do pai dela. Estava entrando na vida dela também.
Difícil descrever meus sentimentos daquela hora, mas eram sensações boas. Um ar familiar pairava no ar, e aquela mulher que eu nunca havia visto estava misteriosamente muito próxima. Os dias em Milão foram de muito passeio, almoços e jantares recheados de conversa e revelações, pois Graziella sabia a primeira parte da história e eu, a última. Os anos em que ele viveu fugido da guerra e com a Etti, sua segunda mulher, não nos pertenciam ainda. Quiçá um dia!
Meu pai sempre foi um homem de bom gosto, e ao ouvir as histórias dele contadas pela Grazi concluía-se que as pessoas o admiravam e ficavam fascinadas por ele. Ele foi amigo do rei Humberto, que foi deposto por Mussolini, e no começo da Segunda Guerra Mundial, quando começou a escassear comida na Itália, ele recorria às boas relações que tinha com o Vaticano para manter o estilo de vida que fazia questão de aparentar.
Uma noite fomos jantar na casa da Isabella e do Cesare, seu marido. Ao entrar no apartamento Cesare me pega pelo braço e me puxa para a outra sala a fim de me mostrar uma sequência de fotos feitas em 1928 do meu pai velejando no lago de Como em um Star de madeira, um barco muito clássico. Não chorei. Senti um aperto no coração, mas me segurei. Aquelas fotos tinham muito significado para mim e me transportaram para Chicago de 1989.
Nesse ano, junto com a Uli, ganhei o Campeonato Norte-Americano de Hobiecat 16. Fomos os primeiros brasileiros a ganhar um título internacional dessa classe e também os primeiros estrangeiros a ganhar um torneio nacional nos Estados Unidos. Quando terminaram as regatas do último dia todos os barcos voltaram para a praia, e como os cinco primeiros barcos estavam embolados na pontuação ninguém sabia quem tinha sido campeão. Começaram a fazer as contas, e tanto eu como a Uli não imaginávamos que estaríamos entre os dois primeiros. Alguns minutos depois Jeff Alter me perguntou os resultados do dia. Passei-os a ele. Ele olhou para um lado, olhou para o outro e perguntou: “Tem certeza, Roberto?” “Claro”, respondi, e ele estendeu a mão e disse: “Parabéns, vocês são os novos campeões norte-americanos”.
Na hora que ele me deu a notícia eu estava desmontando o barco na areia, como todos os velejadores. Meus joelhos dobraram, me abaixei, e chorei muito. Foi uma reação incontrolável, e como nunca havia sentido a presença do meu pai ao meu lado, tinha certeza naquele momento que aquele prêmio era a ponte entre nós. Como num filme, me recordei rapidamente das regatas e percebi que velejei aquele campeonato com muita segurança, intuição e inspiração.
A segunda maior surpresa do campeonato chegou à noite, quando o organizador do evento, Paul Ulibari, nos chamou para receber o prêmio das mãos de Hobie Alter, o criador do hobie cat. Cat é abreviação de catamarã, daí o nome. Paul, que já me conhecia de outros campeonatos, disse em seu discurso que o que mais o impressionou não foi a conquista do campeonato, e sim como conquistamos o coração dos americanos.
Na semana seguinte chegou a turma que iria velejar o mundial no lago di Garda. Minha irmã e minhas sobrinhas também foram para Garda para passarmos aquela semana juntos – o tempo era precioso. Como nunca havia velejado o Hobiecat Tiger, João e eu fomos treinar e testar o barco no único dia que não era muito apropriado, pois o vento estava em torno de 35 nós, aproximadamente 65 quilômetros. Resumo da ópera: capotamos e, ao virar, abri um rasgo na perna ao bater na bolina. Desviramos o barco naquela água gelada e com a perna sangrando muito chegamos ao clube depois de uma hora. Finito: o campeonato acabou para mim antes de começar. Levei cinco pontos na canela e em vez de velejar fui fazer turismo.
Em Garda recebi a visita do meu primo Luciano, um homem muito importante e ocupado. Ele dirigiu quatro horas, almoçou comigo e voltou para Turim. Muito carinhoso, convidou-me para ir à Grécia na semana seguinte para velejar durante uns dez dias num veleiro oceânico. Não pude aceitar, porque precisava voltar ao Brasil.
No dia da partida, a caminho do aeroporto, minha irmã me diz. “Roberto, vou te entregar uma carta, mas eu quero que só a abra no avião”. Concordei, mas achei estranho, e muito curioso. Como toda despedida, aquela também foi triste, mas, na verdade, foi um até breve, e não um adeus.
No avião, Bebel e eu, mortos de curiosidade, abrimos a carta que estava escrita em italiano. Graças a ela, entendi o surpreendente conteúdo. Na verdade, havia uma carta maior e uma menor. Na maior a minha irmã dizia do contentamento de nos encontrarmos, que a nossa comunhão havia sido instantânea e que nunca mais iríamos ficar longe um do outro. Disse-me também que aquela amiga apresentada no café, no primeiro dia em Milão, era sensitiva. Ela havia psicografado uma mensagem de uma entidade espiritual chamada Matteo, que aparecia para ela na forma de criança. Fiquei arrepiado. Custava-nos acreditar no que líamos.
A carta do Matteo para mim:
“Deves dizer a ele que os anjos no céu o têm protegido muitas vezes. Pergunte a ele e ele te dirá por quê. Invisível são as mãos dos anjos, mas é sempre protegido.
Ele passou por momentos muito difíceis pela depressão, mas chegou a hora finalmente, e esta novidade tão bela o encontrará com um sorriso.”
Nesta primeira parte Matteo fala com a mulher, cujo nome não recordo, amiga da minha irmã.
Continuando, Matteo fala diretamente para mim.
“Matteo te diz que no céu sempre te preparam surpresas, preparando-as também para o momento correto, e o tempo certo para gozá-lo até o fim.  Deves festejar esse encontro. Nós estaremos entre vocês, como em um círculo, e verás que não foi tanto esperar todos esses anos para encontrar a imagem do teu pai.
No momento que seus olhos se cruzarem e quando vocês se abraçarem, uma campainha no céu soará e uma luz branca cobrirá essa entidade (papai), que finalmente terá terminado a sua jornada no reino terreno.”
Fechei os olhos e um filme passou pela minha mente. Tive uma sensação de que tudo o que aconteceu na minha vida ocorreu exatamente como deveria ocorrer, e que as decisões que tomei para mudar o rumo do barco nos momentos decisivos foram decisões iluminadas, a quatro mãos, se é que posso usar esse termo.
Acredito que a mágica na minha vida só sucedeu porque só pode experimentá-la quem acredita na magia. Essa foi a comunhão que senti com a Graziella, que, assim como eu, procurou entender o papai, e juntos o perdoamos, bem assim as mágoas de nos sentirmos abandonados, e a dor da separação foi curada pelo maravilhoso encontro, e pelo esclarecimento de que nunca estivemos separados.  
Senti-me leve e concluí que somente quem viaja leve pode ir longe. Viaje leve e viaje longe: esse conceito é valido para tudo – corpo, mente e espírito.
O encontro com Grazi foi intenso, mas tanto para ela como para mim ainda faltavam algumas peças do quebra-cabeça da nossa vida. Agora, com uma aliada na Itália, era questão de tempo descobrir aquelas peças, mas ela me alertou que esse encontro tinha também um tempo certo para ocorrer, e isso não estava em nossas mãos.  
Voltei para São Paulo feliz e muito motivado para levantar os recursos para fazer a segunda expedição, a Rota Austral.
Juntamente com o Gui von Schmidt, meu companheiro de viagem, tentamos, sem sucesso, fechar nossos patrocínios até setembro de 1999. Adiamos então a viagem por um ano. Como não podíamos ficar parados, decidimos participar da Regata dos 500 anos, que partia de Lisboa e refazia a viagem de Pedro Álvares Cabral em 1500, passando pela ilha da Madeira, Cabo Verde e finalmente Salvador. Depois, na etapa brasileira, velejaríamos de Hobiecat 18 as 800 milhas que separam Salvador do Rio de Janeiro.
Na travessia do Atlântico propriamente dita, velejamos no Hozhone, um barco de 50 pés dos nossos amigos Ari e Marcelo. O comandante da viagem foi Tierry Stump. Para mim a viagem foi muito cansativa e monótona, não passei bem depois de Cabo Verde e quando cheguei a Salvador prometi a mim mesmo nunca mais velejar em um barco cabinado.
No dia 3 de novembro de 2000 partimos de Puerto Montt, no Chile, e por 170 dias velejamos em dois catamarãs de 21 pés por toda a Patagônia chilena, entre canais. Dobramos o cabo Horn e subimos a costa argentina, enfrentando os fortíssimos ventos do deserto da Patagônia. Num sábado ensolarado, 21 de abril de 2001, chegamos ao Rio de Janeiro , dia da abertura do Boat Show .
Foi uma viagem dura, sob frio e vento inclementes. O sucesso dela deve-se a dois companheiros muito especiais: Santiago Isa e Felipe Tommazzi, argentinos da Patagônia.
No terceiro dia do Boat Show encontro Amyr Klink, amigo de longa data. Em tom jocoso ele me diz: “Betão, parabéns, confesso que não acreditava que vocês seriam capazes de chegar. Vocês escalaram o Everest de sandálias havaianas. Acho que era mais fácil ir para a Antártica”. Eu, também num tom irônico respondi: ”Olha, não é má ideia”. Rimos, mas ficou a sensação de que aquela era mesmo uma boa ideia.
Voltei novamente a São Paulo e, como não posso viver sem uma viagem pela frente, comecei a pensar na possibilidade de cometer tamanha loucura, porque essa viagem seria completamente diferente das outras. O estreito de Drake não é só um mar gelado; é constantemente açoitado por tempestades vindas da Antártida, que trazem um mar muito grande e desencontrado. E a travessia é de 500 milhas longe de qualquer lugar abrigado e de um eventual resgate. Parece até que esse lugar é longe do mundo.
Tomei a decisão de fazê-la somente numa embarcação, em vez de dois catamarãs, como foram as viagens anteriores, pois naquelas águas precisaríamos de um barco de apoio, precisássemos de assistência.
Logo na primeira semana de 2002 volto à minha rotina. Estava cheio de energia para a viagem programada para o começo do ano seguinte. Tinha doze meses para preparar tudo e novamente sentia a pressão de providenciar os parceiros em tão pouco tempo. A sensação que se tem é que há uma onda enorme vindo atrás da gente e é preciso remar desesperadamente para não ser engolido por ela.
Dia 8 de janeiro de manhã sentei-me na minha mesa, olhei para o meu notebook, o telefone, os papéis e pensei: por onde começo?, quando toca o telefone e uma voz de mulher com sotaque italiano pergunta: “Roberto?”.
Respondi: “Sim”.
Ela retrucou: “Quem fala é Barbara, sua irmã”.
“Barbara”, gritei, “minha imã!”
Não podia acreditar. Como era possível ela me ligar em casa? Rapidamente pergunto a ela como havia conseguido o meu telefone: “Pela Graziella?”.
Ela me responde: “Quem é Graziella?”.
Tudo de novo! Não era possível!
Tentei novamente: “Então foi Fellipo?”
Ela disse que não e me explicou que estava no escritório dela e teve a ideia de colocar meu nome no Yahoo Brasil e apareceu aquela mesma reportagem...
Fiquei mudo. Não podia crer que a história improvável tivesse se repetido. Parecia uma história combinada para brincar comigo. Dizem que um raio não cai duas vezes no mesmo lugar, mas esse caiu. Emocionadíssimo, disse a Barbara que falar com ela era um sonho muito antigo e havia anos eu a procurava, assim como a Lilli. Ela me disse que desde que deixou de receber notícias do pai passou a imaginar que ele havia falecido. Confirmei a morte do papai e em seguida contei a história da Graziella. Ela não sabia da existência da Graziella, mas me confessou que desconfiava dela, e ficou imensamente feliz pela possibilidade de conhecê-la.
Passei-lhe o telefone da Grazi, que mora a duas horas da casa dela. Tão próximas e tão distantes durante tanto tempo! Quando a vida decide manter duas pessoas afastadas, fica impossível lutar contra isso. Durante os mais de trinta minutos de conversa, expliquei toda a história a ela, do meu encontro com Fellipo e com a outra irmã. Barbara, por seu lado, disse que havia conseguido o meu telefone fazia dois dias e estava tomando coragem para ligar, e Liliana, muito sensível, não dormia desde então.
Contou também que trabalha em San Remo, onde tem uma distribuidora de flores para toda a Europa. Liliana é médica de um laboratório de análises clínicas numa pequena cidade chamada Beaulieu-sur-Mer, distante 5 quilômetros de Nice. Barbara é casada com Mariano e tem uma filha, Claudia, que é casada com Fábio, e tem dois filhos. Nossa. Mais uma sobrinha! E sou tio-avô pela quarta vez! Tantas coisas tínhamos para falar! Tantas dúvidas! Mas o quebra-cabeça estava começando a tomar forma. Elas tinham as peças centrais.  Finalmente, a curiosidade falou mais alto e perguntei a ela onde ela tinha nascido, pois não havia encontrado nenhum registro delas na Itália.
Ela me disse: “Rio de Janeiro”.
“O que???????????”
Que história, pensei. Isso pode dar uma boa novela.
Continuei: “E a Liliana?”
“Em uma cidade do interior do Estado do Rio, Pati dos Alferes”.
As surpresas não paravam de jorrar, e eu precisava de tempo para encaixar todos os acontecimentos. A emoção me invadia mais uma vez e vinha para me dar provas de que o céu estava conspirando a favor, nos dando a oportunidade de nos encontrar finalmente.
O dia chegou, e a teia da vida se encarregou de tecer todos os mais surpreendentes encontros, acontecimentos improváveis, e o que nós chamamos de “coincidência” passou a ter outro significado para mim. Combinamos nos escrever por e-mail, anotei todos os telefones e pedi-lhe que dissesse a Liliana que me ligasse: eu precisava ouvir a voz dela também. Barbara é bem-humorada e uma mulher de caráter forte, uma pessoa marcante.
Três dias depois recebo o telefonema da Liliana, que falava inglês com um forte acento francês; uma voz quase embriagada pela emoção mesclava um tom melancólico e feliz ao mesmo tempo. Ela me disse que tinha nas mãos a carta que eu havia escrito quando era pequeno e sonhou com esse dia por anos e anos.
Conversamos por mais de uma hora, eu falando da vida aqui no Brasil com o papai, meu trabalho, a vela, e ela a respeito da sua profissão, namoros, passado e o sonho do nosso encontro. Ela me contou também que a Barbara, a Grazi e ela haviam se encontrado um dia antes em San Remo e comemoraram festivamente a ocasião e a Grazi lhe contou bastante coisa sobre mim. Muito decidida, me disse que pensava vir ao Brasil dali a duas semanas. Não aguentava mais. Achei ótimo e planejei passear uns dias em Angra dos Reis e Rio de Janeiro com ela e a Bebel.
Minha caixa de e-mail vivia cheia de mensagens das minhas irmãs, sobrinhas, primo, com fotos, cartas. Por fim, combinamos nos encontrar em San Remo, em junho, na casa da Barbara. Pela primeira vez iríamos reunir a família toda: os quatro irmãos, os sobrinhos e os esposos e esposas.
Duas semanas depois fui esperar minha irmã no aeroporto de Guarulhos, palco repleto de alegria, tristeza, lágrimas. Abracei-a como toda força de um amor fraterno, vi os traços meus e de papai no rosto dela.Era mesmo a filha do Corrado. Novamente tinha muitas coisas para falar e nenhuma palavra para exprimi-las.
Fomos para minha casa, onde deixamos as malas, e seguimos para almoçar com minha mãe. Depois de um curto período parecíamos uma família que se reencontrava depois de uma longa viagem. No dia seguinte visitamos o túmulo do nosso pai e viajamos para Angra dos Reis. Ficamos cinco dias na ilha do Tamanduá, de Charles Bosworth, um amigo que trocou São Paulo pela ilha, onde administra uma pequena pousada.
Num lindo dia de sol de verão nos sentamos na beira do mar e conversamos longamente para unir as três histórias. Só faltava ela contar a parte que eu não conhecia.
O período que o papai esteve na Romênia é desconhecido, ninguém sabe, e acho que não haverá mais surpresas. Ele chegou à Turquia, mais precisamente em Istambul, em 1944, e durante uma festa da embaixada da Itália conheceu Etti, uma linda jovem de dezenove anos, filha de um advogado rico e influente. O pai da Etti não aprovou o casamento, pois ela havia sido criada num ambiente muito protegido, não conhecia a vida, era muito inexperiente. Mesmo assim casaram-se e passaram a viver de embaixada em embaixada, até o final da guerra.
Em 1945 chegaram ao Brasil e foram morar no Rio de Janeiro, onde pouco depois nasceu a Barbara. Etti abriu uma agência de turismo bem-sucedida, mas com uma filha pequena e um marido pouco presente ela passou a ter uma vida infeliz. Segundo Liliana, Corrado tinha um elevado cargo na Itália como engenheiro; então, aqui no Brasil, ele não se sujeitava a fazer coisas que não estivessem à sua altura, e por isso passou muito tempo às custas do dinheiro do sogro.
Como as coisas não andavam bem no Rio e o Corrado fazia muito sucesso com as mulheres, eles se mudaram para Pati dos Alferes, distante 120 quilômetros da capital, onde compraram uma pequena fazenda e passaram a criar galinhas. Não conseguia imaginar meu pai criando galinhas, mas foi lá que Liliana nasceu de um parto prematuro de sete meses. A vida com Corrado não era nada daquilo que Etti teria sonhado; assim, desajustados à vida no campo, mudaram-se para São Paulo e depararam com uma enorme colônia de italianos fugidos da guerra. A vida continuou penosa em São Paulo. O pai da Etti, vendo a filha tão infeliz, engendrou um plano para que ela fugisse do Brasil com as duas meninas. Enviou-lhe três passaportes americanos falsos e um dia elas embarcaram num navio cargueiro para a Europa, uma viagem horrível que duraria 45 dias. As meninas ficaram marcadas para sempre por essa brusca mudança. Para elas a vida iria recomeçar em San Remo, e meu pai, sem saber o que aconteceu, ficou sem a família pela segunda vez.
Alguns anos depois Etti conheceu um homem muito rico e casou-se.  Segundo minha irmã, sua infância havia sido muito difícil e solitária. Quando completou dezenove anos, Barbara decidiu se casar, e o padrasto dela tentou encontrar Corrado para avisá-lo de que a filha se casaria.  
Corrado recebeu a notícia, mas não podia retornar à Itália, pois era considerado desertor. Escreveu-lhes uma carta para marcar um encontro na Suíça. Ao voltar para casa, depois da aula, Liliana encontra a carta de Corrado às filhas e à ex-mulher enviada do Brasil. Elas se encontraram separadamente com o pai.  Liliana conviveu com ele durante quatro dias num pequeno vilarejo da Suíça (?) falando sobre a vida, as atividades do dia-a-dia, mas não tocaram no passado. Segundo Liliana, Corrado falava muito de mim: que eu não era muito bom aluno, que gostava de esportes, e que seu maior sonho era ter todos os filhos morando com ele no Brasil. Foi a última vez que se viram, não por alguma desavença, mas a vida os separou, embora tenham continuado a se corresponder por cartas. Um dia Liliana escreveu-lhe e não recebeu resposta; escreveu outra e nada. Imaginou que o destinatário poderia ter-se mudado, mas, passados anos, pensou o pior. A única certeza que restava era de que ela tinha um irmão em algum lugar de São Paulo.
Então a intuição lhe recomendou escrever uma carta para o cartório de Savona para verificar se eles tinham uma certidão de óbito de Corrado, meu pai. Não encontrou a certidão de óbito, mas a de casamento, ocorrido muitos anos antes, em que se dizia que ele fora casado com uma tal Elza em Turim. Ela perguntou a sua mãe se ela sabia desse casamento. A mãe lhe disse que não tinha a mínima idéia sobre isso. Anos depois Barbara telefonou a Liliana: “Você não tem ideia do que vou te falar. Adivinha: encontrei o Roberto!”.
Barbara contou-lhe que me encontrou pela internet num artigo de jornal de página inteira, que eu era velejador e deveria ser muito conhecido no Brasil. Liliana abriu seu computador imediatamente e viu a matéria do jornal com a foto do pai dela, nosso avô e eu. Tantos anos de busca e eu ali, na tela do computador dela.
No dia seguinte Barbara ligou de novo para Liliana e contou que acabara de falar comigo.
Liliana me disse que inicialmente não teve coragem de me ligar, mas, quando se encontrou com Graziella na casa da Barbara, sentaram-se no jardim e juntas começaram a ver as fotos do papai. Naquele instante um sentimento de solitude tomou conta delas, o que fez sentir que eram parte da mesma família desde sempre.
Liliana decidiu vir ao Brasil imediatamente. Depois de esperar mais de trinta anos para me encontrar, não estava disposta a esperar mais quatro meses – quem sabe o que podia acontecer nesse tempo. Estava feliz e serena agora, pois havia encontrado um irmão sensível, humano e afetuoso, do jeito que ela sempre sonhou.
À tarde, depois de horas de conversas e olhares, ela me disse: “Roberto, agora está começando a segunda parte da nossa história. O que o futuro nos reserva não sabemos, mas a partir de agora nunca mais vamos nos separar.” E ficamos sentados em silêncio, vendo o sol ir embora.
Dias depois, ao levá-la ao aeroporto, Liliana me disse que avisou que deixara uma carta no meu quarto. Despedimo-nos e combinamos nos encontrar em junho na casa da Barbara. Voltei correndo para casa, curioso para ler a carta.
Foi a carta mais linda, mais profunda e mais tocante que li na vida. Li-a e reli-a muitas vezes.  Minhas emoções, remexidas nos últimos tempos, foram me levando a águas muito profundas, forçando-me a refletir a respeito de tudo que senti e não deixei aflorar, coisas que ficaram guardadas, ressentimentos, inseguranças criadas pelo medo de perder mais do que eu havia perdido. Agora eu tinha a chance de olhar para tudo isso de frente. Adentrei um caminho de esclarecimento; pude ver que não havia perdido nada, mas, ao contrário, a vida me oferecia uma oportunidade única de crescimento.
Alguns anos antes me vi numa encruzilhada e tive que fazer uma opção. Não escolhi propriamente um caminho já aberto, não conseguia me ver seguindo veredas sugeridas por outras pessoas. Escolhi o meu caminho.
Não sei de onde veio a coragem, mas senti que se não seguisse meu coração me perderia. Assim a vida estava me testando e, sem olhar para trás, fui em busca das experiências que me aguardavam. Quatro meses depois embarquei para Nice para finalmente encontrar as minhas três irmãs. Pela primeira vez os quatro sentariam à mesma mesa. Aquele encontro tinha um significado muito especial para cada um de nós, um encontro esculpido pelo tempo, desejado por todos, que demorou quase uma vida para se apresentar.
Do aeroporto em Nice Liliana me levou para seu apartamento, em Beaulieu, e dali fomos para a casa de Barbara e Mariano, em San Remo. No segundo encontro com Lili já nos sentíamos muito próximos e desfrutávamos de alguma intimidade. Chegamos à casa da Barbara à tarde. San Remo é uma linda cidadezinha à beira do Mediterrâneo, incrustada numa montanha, com centenas de ruas estreitas e sinuosas e um belo e charmoso cais de pequenos pesqueiros.
Lili ia me indicando o caminho, enquanto a todo momento Barbara, ansiosa, nos ligava para saber onde estávamos. Paramos à porta de uma bela casa arborizada e florida. Nem precisei buzinar – lá estava ela abrindo o portão. Entramos na garagem, desci do carro e fui direto abraçar a minha querida irmã – finalmente estávamos todos juntos.
Logo em seguida chegou meu cunhado Mariano, junto com a minha sobrinha Claudia e seu marido Fabio. Todos muito alegres e extremamente simpáticos. Rostos diferentes, tons de peles distintos, alturas e tipos que pareciam não pertencer à mesma família. As diferenças mostravam o caminho percorrido por Corrado, deixando algo em comum, não nos nossos traços, mas no nosso coração, na nossa alma.
Pouco mais tarde chegaram de Milão Graziella, Isabella, Rafaella e Finius, seu marido, um advogado nascido em Nova York. Estávamos então reunidos para o fim de semana prolongado que planejamos passar juntos na casa de Barbara.
No dia seguinte logo cedo as mulheres se enfiaram na cozinha para preparar o almoço. Cada uma delas trouxe ou fez um prato e prepararam uma mesa repleta de iguarias deliciosas e coloridas. Aquele não era um dia comum – era o dia aguardado por todos há anos. A alegria não só estava no nosso rosto como também no ar, e aquela casa na montanha de San Remo estava iluminada.
Pensei em tudo o que aconteceu conosco durante esses anos, por onde cada um de nós andou o que cada um viveu e sentiu. Para aquele almoço se realizar muitas coisas ocorreram com uma precisão que eu chamaria de angelical, pois quem poderia arquitetar um plano tão mirabolante como aquele, em que fomos personagens de um filme que não sabíamos o final, aliás, nunca saberemos, por mais que queiramos controlar a vida?
Cada um de nós contou um pouco da sua existência, um pedaço da história, a vida com Corrado em lugar e época diferentes. Cada um de nós criou uma imagem dele, sentiu a ausência do pai, mas todos nós concordávamos que, apesar de todas as suas dificuldades e omissões, foi uma pessoa muito especial. O tempo das mágoas se dissipou. Minhas irmãs o perdoaram, o que me deixou aliviado e trouxe a certeza de que elas traziam a indulgência dentro do coração. Senti-me ainda mais próximo delas – senti que tínhamos a mesma essência.
Às vezes é difícil para mim falar ou escrever sobre tudo o que sucedeu conosco, mas, depois de reunir todos os caquinhos, concluo que essa história tinha mesmo de ocorrer, sem vítimas ou algozes. Impregnei-me do sentimento de pureza para combater as crenças que poluíam minha mente e deixar a vida me mostrar o que era mais importante.
Quando a redoma de vidro se quebrou na juventude a vida se mostrou muito dura, tive muitas escolhas por fazer e não imaginava que tantas coisas lindas estavam à minha espera. O caminho nem sempre foi suave, mas valeu a pena, sempre vale. O importante sempre foi seguir o coração, não importava aonde ele me levasse, pois esse controle está fora de nosso alcance. Agora tenho certeza de que vivemos um voo quase cego, movidos pelos nossos sonhos e guiados pela intuição.
 Os anos se passaram e, em 2003, depois da viagem à Antártica, organizei no Shopping Iguatemi a exposição de fotos feitas pelo Júlio Fiadi. Na noite de abertura, como sempre, estavam lá muitos amigos, entre os quais o Tony Lunardelli, ao qual havia vendido o relógio do meu pai. Fazia muito tempo que eu não o via. Abraçamo-nos e Tony colocou algo no meu bolso, um pequeno saco de feltro. Dentro estava o relógio do meu pai, mais brilhante e reluzente. Enquanto eu o acariciava e admirava, enternecido Tony me disse: “Esse relógio nunca me pertenceu, ele é seu. Por favor, fique com ele”.
Senti algo tão mágico naquele momento que só consegui dar um abraço no meu amigo. Aquela generosidade me deixou atônito, rendeu muitos choros e até hoje, quando me relembro, fico com os olhos cheios de água.
A história da busca e do encontro com meu pai tem certamente um significado especial para mim, mas acredito que o tenha para muitos. Os caminhos da vida são tortuosos, nos fazem perdidos à espera de respostas que demoram a chegar. Somente o tempo pode revelar-nos alguns mistérios, e o que precisamos é não nos perder no caminho.
O fato de o relógio voltar às minhas mãos significou o fim de um ciclo, pois tudo o que eu estava buscando, encontrei de alguma forma. O relógio, que é um instrumento de aferição do tempo, marcou o fim de um e o começo de outro.
Como dizia minha mãe, o vento me levou mesmo, e para lugares tão longínquos a que jamais imaginava chegar. Mas o vento me trouxe muitas coisas também: compreensão da vida, amores, mas da mesma forma os levou. Trouxe paixão, mas também a dor da perda. Trouxe o medo, mas igualmente a coragem.
Olhando para trás tenho a sensação que tudo se passou em um segundo, e talvez esse venha a ser o registro que fique na minha alma. Só quero viver o que me cabe e agora posso continuar a minha caminhada. Finalmente tenho meu pai dentro do coração.
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dilofilho · 4 years
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💞NÃO MEXE COMIGO, QUE EU NÃO ANDO SÓ - CARTA DE AMOR - MARIA BETHÂNIA - LOUVAÇÃO AOS GUIAS, SANTOS E ORIXÁS!!! GRATIDÃO POR TUDO!!!💞
"Não mexe comigo que eu não ando só
Eu não ando só, que eu não ando só
Não mexe não
Eu tenho zumbi, besouro o chefe dos tupis
Sou tupinambá, tenho erês, caboclo boiadeiro
Mãos de cura, morubichabas, cocares, arco-íris
Zarabatanas, curarês, flechas e altares.
A velocidade da luz no escuro da mata escura
O breu o silêncio a espera. Eu tenho jesus,
Maria e josé, todos os pajés em minha companhia
O menino deus brinca e dorme nos meus sonhos
O poeta me contou
Não mexe comigo que eu não ando só
Eu não ando só, que eu não ando só
Não mexe não
Não misturo, não me dobro a rainha do mar
Anda de mãos dadas comigo, me ensina o baile
Das ondas e canta, canta, canta pra mim, é do
Ouro de oxum que é feita a armadura guarda o
Meu corpo, garante meu sangue, minha garganta
O veneno do mal não acha passagem e em meu
Coração maria ascende sua luz, e me aponta o
Caminho.
Me sumo no vento, cavalgo no raio de iansã,
Giro o mundo, viro, reviro tô no reconcavo
Tô em face, vôo entre as estrelas, brinco de
Ser uma traço o cruzeiro do sul, com a tocha
Da fogueira de joão menino, rezo com as três
Marias, vou além me recolho no esplendor das
Nebulosas descanso nos vales, montanhas, durmo
Na forja de Ogum, mergulho no calor da lava
Dos vulcões, corpo vivo de xangô
Não ando no breu nem ando na treva
Não ando no breu nem ando na treva
É por onde eu vou que o santo me leva
É por onde eu vou que o santo me leva
Medo não me alcança, no deserto me acho, faço
Cobra morder o rabo, escorpião vira pirilampo
Meus pés recebem bálsamos, unguento suave das
Mãos de maria, irmã de marta e lázaro, no
Oásis de bethânia.
Pensou que eu ando só, atente ao tempo num
Começa nem termina, é nunca é sempre, é tempo
De reparar na balança de nobre cobre que o rei
Equilibra, fulmina o injusto, deixa nua a justiça
Eu não provo do teu féu, eu não piso no teu chão
E pra onde você for não leva o meu nome não
E pra onde você for não leva o meu nome não
Onde vai valente? você secô seus olhos insones
Secaram, não vêêm brotar a relva que cresce livre
E verde, longe da tua cegueira. seus ouvidos se
Fecharam à qualquer música, qualquer som, nem o
Bem nem o mal, pensam em ti, ninguém te escolhe
Você pisa na terra mas não sente apenas pisa,
Apenas vaga sobre o planeta, já nem ouve as
Teclas do teu piano, você está tão mirrado que
Nem o diabo te ambiciona, não tem alma você é
O oco, do oco, do oco, do sem fim do mundo.
O que é teu já tá guardado
Não sou eu que vou lhe dar,
Não sou eu que vou lhe dar,
Não sou eu que vou lhe dar
Eu posso engolir você só pra cuspir depois,
Minha forma é matéria que você não alcança
Desde o leite do peito de minha mãe, até o sem
Fim dos versos, versos, versos, que brota do
Poeta em toda poesia sob a luz da lua que deita
Na palma da inspiração de caymmi, se choro, quando
Choro e minha lágrima cai é pra regar o capim que
Alimenta a vida, chorando eu refaço as nascentes
Que você secou.
Se desejo o meu desejo faz subir marés de sal e
Sortilégio, vivo de cara pra o vento na chuva e
Quero me molhar. o terço de fátima e o cordão de
Gandhi, cruzam o meu peito.
Sou como a haste fina que qualquer brisa verga
Mas, nenhuma espada corta
Não mexe comigo que eu não ando só
Eu não ando só, que eu não ando só
Não mexe comigo!!!"
🌷💞Eu venho de onde vem as bruxas perseguidas e queimadas,
a gargalhada delas também é minha...
Eu venho de onde vem as escravas exploradas e acorrentadas, a chicotada delas também é minha...
Eu venho de onde vem as meninas violentadas e maltratadas, a dor delas também é minha...
Eu venho de onde vem as mulheres femininas, feministas guerreiras, feiticeiras, barulhentas e inconformadas, a luta delas por seus direitos também é minha!!!💞🌷
💞ORAÇÃO AO SAGRADO E BENDITO POVO DE ARUANDA💞
"Ao Sagrado Princípio do Todo invocamos, do mais íntimo de nossa Consciência, em sinal de reverência à Verdade, ao Amor e à Virtude, propositando cooperar junto às Legiões de Pretos Velhos, Índios, Hindus e Caboclos, dos círculos espirituais das Falanges do Povo de Aruanda, para os serviços que são chamados a desempenhar na Ordem Doutrinária.
Ao Cristo apelamos, como Diretor Planetário e Senhor dos Sete Escalões em que se distribui a Humanidade Terrestre, composta de encarnados e desencarnados, desejando oferecer colaboração eficiente, de caráter fraterno, em defesa da Verdade e da Justiça, contra aqueles que, contrariando os Sagrados Objetivos da Vida, se entregam aos atos que contradizem a Lei de Deus.
Conscientes da integridade da Justiça Divina, afirmamos a mais fiel e intensa observância dos Mandamentos da Lei, conforme o Divino Exemplo do Verbo Exemplar, para todos os efeitos invocativos. Acima de alternativas constituirá barreira contra o Mal, em qualquer sentido em que se apresente, venha de onde vier, seja contra quem for, conquanto que, em defesa da Verdade, do Bem e do Bom.
Conseqüentemente, que aos bondosos Pretos Velhos e aos bondosos Caboclos de Aruanda seja dado refletir, em seus trabalhos, os sábios e santos desígnios daqueles que, traduzindo a Divina Tutela do Cristo Planetário, assim determinarem das Altas Esferas da Vida."
💞Que todos tenham um Maravilhoso e Feliz Ano que passa, com as bençãos de Nosso PAI OXALÁ!!!💞
⭐☀🌙PRECE AOS GUIAS E ORIXÁS🌙☀⭐
Tudo o que eu quero!!!
… Ter a longevidade, a paz e a luz das palavras de Oxalá.
… Ser livre como os raios e os ventos de Iansã.
… Ser justo e firme como o machado e as pedreiras de Xangô.
… Ser forte, decidito e corajoso como a espada de Ogum.
… Ser firme como o arco e certeiro e reto como as flechas de Oxóssi.
... Ser a constante transformação de Oxumaré.
… Ser mágico, curador e libertador como as forças de Obaluaê.
... Ser paciênte, tolerante e curador como o Velho Omolu.
… Ser infinito como a sabedoria de Nanã.
… Ter a doçura e a magia das águas de Oxum.
… Ter o amor e as forças dos mares sagrados e oceanos de Yemanjá.
… Ter a força, a energia, a vitalidade, alegria, a auto-estima, o respeito, a prosperidade e os caminhos abertos dos Guardiões Exús, Damas do Espaço, Cavaleiros e Guias Missionárias.
… E a boa esperteza do Malandro Zé Pelintra.
… Ser humilde, simples, amoroso, caridoso e paciente como meus amados e sagrados Preto Velhos.
… Carregar a lealdade, a fidelidade e a pureza dos amigos e amados Caboclos.
… Ter o equilíbrio dos Marujos, das Sereias, Princesas e do Povo das Águas.
… A fé na reza dos Boiadeiros.
… O amor ao mundo dos amigos e companheiros Ciganos.
... A harmonia, o equilibrio, a cura e a sabedoria dos Médicos de Cura e do Povo Indiano e do Oriente.
... A luz e a proteção de todos os Anjos, Arcanjos e Santos, Ministros e Mestres.
… E um dia merecer a doçura e a pureza de meus Erês, dos meus Ibejis, dos meus Pequenos Pajezinhos, das minhas Crianças.
💞Que todos os Orixás que representam as Forças da Nossa Mãe Natureza, e que todos os nossos Mentores e Guias Espirituais nos abençoem e nos iluminem hoje, agora e sempre. Que a Paz e a Luz esteja sempre presente em nossos Lares!!!💞
💞Que todos os Orixás que representam as Forças da Nossa Mãe Natureza, e que todos os nossos Mentores e Guias Espirituais nos abençoem e nos iluminem hoje, agora e sempre. Que a Paz e a Luz esteja sempre presente em nossos Lares!!! O Amor é a Linguagem mais Universal que existe, e cantado e poetizado assim, é mais lindo e universal ainda!!! Um Maravilhoso e Feliz Resto de Ano para todos nós, com o Amor e a Paz de Jesus de Nazaré, NOSSO PAI OXALÁ, em nossas mentes, em nossos corações, em nossas almas, em nossas vidas, e em todos os nossos caminhos!!! Que o Astro Rei Sol nos ilumine bastente, clareando todos os nossos horizontes, com muita Luz, e com muita sabedoria!!!💞
💞Contos de Preto Velho - Os Intolerantes - Defesa do Alabê de Jerusalém💞
"Já que você deu licença pra esse nego falar,
Não duvide da cabeça que tem coroa ou cocar.
Nenhuma auréola resiste ao tempo sem se apagar,
Se não tiver a serviço de Deus ou de um Orixá.
Preto Velho vem de longe, minha crença tem estrada.
Moço, exijo respeito, a sua voz é "macriada"!
Não seja tão leviano, respeite minha Aruanda!
Tem quase cinco mil anos de existência a minha banda!
Às vezes, corações que ‘crêem’ em Deus
São mais duros que os ateus.
Jogam pedras sobre as catedrais
Dos meus deuses iorubás.
Não sabem que a nossa Terra é uma casa na aldeia.
Religiões na Terra são archotes que "clareia"!
Ah, essa nossa Terra é uma casa na aldeia.
Religiões na Terra são archotes que "clareia"!
Num canto da casa, quem com fervor procura ajuda,
Tem um archote de Buda
Pra iluminar sua fé.
Lá onde a terra pouco verdeia,
Pra não se perder na areia,
Tem que ter lá na candeia
A chama de Maomé."
💞“Me perdoem a liberdade, mas religião de verdade é mais parecido com que Jesus queria, talvez seja Ecologia!” Alabê de Jerusalém – PRETO VELHO. Penso que sobre todas as formas de crenças, denominações, culturas, gêneros e rótulos que nossas mentes insistem em colocar, por necessidade do ego de se identificar com um ou outro grupo, nossa maior necessidade é voltar nossa conexão com nosso interior, com a Fonte Criadora de todas as coisas, independente do nome que se dê… Allah, Deus, Zambi, Zeus… Fonte criadora e criatura, pois todos temos essa Luz internamente, então ao mesmo tempo que nos criou, também somos essa Fonte. São tantos os caminhos, mas todos almejam o mesmo destino… o retorno para a Alegria, a Paz e o Amor intrínsecos às nossas Almas e ainda assim, nos dias de hoje é incrível ainda presenciar como a intolerância é presente em nosso cotidiano… Religiões que escutam sobre Deus, mas que não sabem praticar o respeito com a religião do vizinho. Se todos somos filhos do mesmo Criador, isso não significa ofender a Fonte, visto que o vizinho é seu irmão? A intolerância vive em nossos corações e por isso se manifesta na sociedade… ainda brigamos com nossa sombra, com o lado nosso que não queremos ver. Isso não apenas para a espiritualidade, mas para tudo... Lembremos sempre que aquilo que damos com sinceridade no coração ao mundo é o que receberemos em retorno, então se agimos com amor, receberemos amor… o contrário também é verdade, pode-se chamar de Lei do Retorno… eu creio em espelhos!!!💞
💞Jesus de Nazaré, nosso Pai Oxalá, não amava a religião, Ele amava as pessoas, Ele amava a Humanidade!!! Sabia que as vezes, ou melhor, milhares de vezes, Jesus de Nazaré, nosso Pai Oxalá, se disfarça de um mendigo, que é para testar a bondade dos seres humanos? Pois é... Fiquemos bem espertos!!! Do que adianta você ser um religioso praticante, um cristão devoto, um frequentador assíduo da sua igreja, um espírita e espiritualista assíduo no seu templo ou centro espírita, um umbandista ou candomblecista assíduo no seu terreiro, um budista que sempre medita, um judeu assíduo na sua sinagoga, um mulçumano assíduo na sua mesquita, e etc, se você muitas vezes pisa, humilha e rejeita os mais pobres e necessitados, se você muitas vezes olha com maldade quem pensa e crê diferente de você, se você muitas vezes age com preconceito e discriminação para com seus semelhantes de outra cor de pele, de outra raça, de outra origem, de outra etnia, de outra nacionalidade e de outras culturas? Jesus de Nazaré, nosso Pai Oxalá, está realmente presente aonde realmente se precisa Dele... Como Ele mesmo nos ensinou, no seu Evangelho: 'quando der de comer a quem tem fome, quando der de beber a quem tem sede, quando vestir a quem estiver nú, quando agasalhaste a quem estiver com frio, quando ajudar a quem estiver doente, quando visitar a quem estiver preso e oprimido, quando fizererdes o bem aos mais pequeninos de meus filhos, é a Mim que fostes feito.' Esse Ensinamento resume toda a Moral do Cristo... Independentemente da sua fé, se você amar os teus semelhantes e fizer o bem a quem quer que seja, sem exigir nada em troca, você já estará no Caminho da Luz... Por mais Amor, Humildade, Tolerância, Respeito, Solidariedade, Fraternidade e Ecumenismo em nosso Planeta Terra!!!💞
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Para quem gosta de mensagens de luz, de reflexões, de reforma íntima na base do Evangelho, de preces, de orações, de Espiritualidade Fraterna, Espiritualista, Ecumênica e Universalista, de Pretos Velhos, de Caboclos, de Hindus, de Guardiões, de Orixás, de Umbanda Sagrada, de Vale do Amanhecer, sigam o Preto Velho "Pai Joaquim de Aruanda" no Instagram...
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Gratidão!!!
Para quem gosta de se aprofundar em temas como Ocultismo, Gnose, Hermetismo, Teorias do Kaos, Bruxaria, Kimbanda, Alta Magia, Thelema, Budhismo, Hinduísmo, Espiritualidade gnóstica, Chakras, Helena Blavatsky, Aleinster Crowlley, Paulo Coelho, Raul Seixas... Então siga o Instagram "Ocultismo Brasil"...
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Eu ouvi falar em lista de músicas no Spotfy??? Eu tenho a lhes ofercer algo melhor... Uma coleção de boas e velhas lembranças do que há de melhor do Rock'n'Roll Nacional e principalmente Internacional Anos 50, Anos 60, Anos 70, Anos 80 e Anos 90... E 2000, não conta? Acho que o que havia de melhor acabou nos Anos 90... kkk
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E curta um bom som de qualidade!!!
Gratidão!!!
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wejoaocardosop · 6 years
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Desenvolvimento Do Líder: A Liderança E Seu Aprimoramento
Como desenvolvimento entendemos que é: “Ato ou efeito de desenvolver. Crescimento, progresso”. O desenvolvimento do líder é tão importante quanto o seu processo de formação. Entretanto, algumas qualidades e potencialidades serão desenvolvidas com o tempo.
O líder deve estar atento ao seu processo de crescimento ministerial.
A educabilidade – que é a busca constante pelo aprimoramento e conhecimento de novas habilidades são de vital importância para que o líder mantenha-se vivo na dura caminhada que terá que fazer, para lidar com vidas e também desenvolvê-las.
A ação de mentorear na liderança – que seria uma espécie de guia intelectual (mentor) que um líder poderia ter – facilitaria em muito esta busca por novos “horizontes” dentro do saber de liderança cristã.
Liderança se desenvolve diariamente, não em apenas um dia.
Isto é o que pensa o maior especialista em liderança da atualidade: John C. Maxwell.
Tomando a vida de José, um dos filhos de Jacó como exemplo de liderança que se desenvolve através de processos, o idealizador da Bíblia da Liderança Cristã, discorre sobre o escravo hebreu que se tornou governador no Egito:
Tornar-se líder é bastante semelhante a investir na bolsa de valores. Se você espera conseguir uma fortuna em um dia, está enganado. O que mais importa é o que você faz dia após dia, por longo prazo. Se você desenvolve continuamente sua liderança, permitindo que os seus “ativos” se multipliquem no decorrer do tempo, o resultado inevitável será o crescimento. Embora algumas pessoas possuam dons naturais maiores do que outras, basicamente todas as habilidades de liderança podem ser aprendidas e aperfeiçoadas. Mas o processo não acontece do dia para a noite. A liderança possui tantas facetas: respeito, experiência, força emocional, habilidades pessoais, disciplina, visão, impulso, oportunidade, e a lista continua. Por isso, se exige tanto tempero dos líderes para que sejam eficientes. A boa notícia é que você pode crescer na sua habilidade de liderança. Independentemente do seu ponto de partida, você pode ser aperfeiçoado. José foi um menino convencido, arrogante demais em relação à sua bondade. Não se cansava de pensar que era o favorito de seu pai, o menino que recebeu tratamento especial, o filho da velhice de Jacó. José teve de senti-lo na pele. Quando Deus deu um sonho a José, revelando-lhe que, no futuro, governaria a sua família, não apenas os onze irmãos, mas também os seus pais, José contou, inadvertidamente a todos o assunto. Seu pai o repreendeu. Seus irmãos queriam vingança. E eles se vingaram. Na sua juventude José não sabia como lidar habilmente com outros. Faltava-lhe experiência, sabedoria e humildade, três qualidades que são obtidas apenas no decurso do tempo. A vida de José ilustra a Lei do Processo.
Referência: Este trecho foi retirado de um comentário por John C. Maxwell na Bíblia da Liderança Cristã.
→ Acesse para conhecer a Bíblia da Liderança Cristã.
A seguir vamos continuar estudando sobre o desenvolvimento do líder e seu potencial.
A descoberta vocacional e o desenvolvimento do líder e seu potencial
Todos possuem potencialidades que precisam ser primeiramente descobertas e posteriormente desenvolvidas.
O líder cristão precisa fazer esta descoberta, pois ela possivelmente se desdobrará em novas experiências, ferramentas e aptidões para o exercício mais eficaz de sua liderança.
A causa de muitos viverem entristecidos dentro e fora da igreja, deve-se ao fato de não ter ainda feito a descoberta de suas vidas, ou seja, suas potencialidades.
Nossas potencialidades são dádivas de Deus, como sendo possibilidades de realizar o chamado ministerial e a pôr em evidência a vocação.
Porém, são apenas possibilidades que precisam ganhar forma.
Não são a garantia de que as coisas acontecerão por certo, são habilidades que precisão entrar em ação para trazer a existência realizações que estão diretamente ligadas à glória de Deus e à felicidade daqueles que conseguem dar-lhe forma existencial.
O descobrimento da vocação
Joyce Meyer, autora de mais setenta livros, inclusive de Best-sellers do New York Times e com programas de televisão assistidos por todo mundo, ressalta sobre o descobrimento do potencial de liderança:
Muitos vivem frustrados por não saberem quais são os seus dons ou qual é a vocação de Deus para a sua vida. Porém, para descobrirmos qual é a nossa vocação, basta apenas começarmos a realizar atividades relacionadas a uma área pela qual temos interesse.
Referência: Este trecho foi retirado de um comentário por Joyce Meyer no livro A formação de um Líder.
→ Acesse para conhecer esta obra: A formação de um líder.
O caminho apresentado por Joyce Meyer é plenamente seguro. Uma das melhores maneiras de nos descobrirmos é descobrir qual é a nossa vocação, isto é, qual é a nossa missão de vida como líderes em potencial que somos.
Descobrir a causa para a qual fomos chamados à existência é a chama que vai manter o coração do líder aceso enquanto viver.
Cristo, sabedor de sua missão, a amou tanto que doou sua vida por ela. Se entregou por ela com amor sacrificial.
Sua missão foi tão abrangente que milhares e milhares de pessoas em todas as gerações foram impactadas por ela e até hoje são.
A respeito de Sua missão traduzida pela Nova Versão Internacional disse:
“…como o Filho do Homem, que não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos” (Mateus 20.28).
Assim Jesus Cristo estabeleceu o maior de todos os princípios de liderança que é a liderança servidora.
Joyce Meyer prossegue:
“Assim sendo, temos de dar uma forma definida ao nosso potencial, utilizando-o de modo prático. Afinal, nunca saberemos o que somos capazes de fazer se nunca tentarmos. Não devemos ter tanto medo de fracassarmos a ponto de nunca nos arriscarmos. Também não podemos cair no comodismo, achando que se não fizermos nada, estamos livres de todos os riscos. Agindo assim, poderemos até ter uma falsa sensação de segurança; todavia, nunca obteremos sucesso no desenvolvimento pleno de nosso potencial nem nos sentiremos realizados com o que  estamos fazendo”.
Desenvolvimento do Líder: A metáfora do processo de desenvolvimento
Um dos mais conhecidos palestrantes de motivação no Brasil é Daniel Godri, e numa de suas brilhantes mensagens motivacionais, ele fala sobre a escada e a maneira como você pode progredir de maneira constante.
Ele afirma que ninguém deve ter o desejo de pular direto para o último degrau da escada, para isso ela foi construída com degraus que, de uma maneira sucessiva, leva ao topo todo aquele que tiver disposto a galgar degrau por degrau.
Esta metáfora está de acordo com o estabelecido até agora. O desenvolvimento de um líder é vital, porém ele não precisa acontecer num só dia, como num pulo para se atingir o último degrau de uma escada.
É uma caminhada de paciência e perseverança. Vencendo obstáculos e amando sempre a sua missão. Mesmo que se avance 1% ao dia, 1% ao mês ou 1% ao ano, isto significa progresso.
Ele afirma na palestra metodologia 1% (um por cento) – Motivando com criatividade diz que:
“recursos não faltam o que está faltando realmente é a capacidade de usar esses recursos”.
Aqui entende-se por falta de capacidade de utilizar os recursos a falta de organização e planejamento de processos.
Os degraus da escada utilizada por Daniel Godri, simboliza estágios e processos pelos quais passam aqueles que querem sempre algo a mais em sua trajetória de vida.
Desta forma, cada degrau é um estágio dominado e consolidado como fundamento para se ir ao próximo estágio (degrau).
As crises como fatores de consolidação e amadurecimento
As crises pelas quais passam as pessoas, acabam por se constituir fatores de consolidação e amadurecimento de vida. Isto é verdadeiro quando aplicado à líderes.
As crises somente não conseguirão formar adequadamente um líder, mas gerarão condições de diretrizes e critérios para que os mesmos possam se sair bem nas mais diversas ocasiões.
Vemos nas Sagradas Escrituras vários exemplos de homens que foram chamados à liderança e que precisaram para por momentos que os lapidaram e os prepararam para a difícil tarefa que é a de liderar.
Ao observarmos a vida de Abraão, o homem que foi escolhido por Deus para exercer influência sobre vidas; o homem que foi posteriormente chamado de “Amigo de Deus”; percebemos o quanto foi lapidado na sua fé para se tornar uma referência para o povo.
Este homem teve de abandonar tudo e partir para uma terra que não conhecia. Foi desafiado a crer que do ventre estéril de sua esposa: Sara, nações e reis seriam levantados.
Moisés, outro que teve de ser lapidado pelas crises da vida para ser modelo para o povo que liderava.
Dele é dito que nunca ouve em Israel outro profeta como fora. Homem polido pelas crises do deserto.
Quarenta anos apascentando ovelhas de seu sogro no deserto foram importantes para a lapidação de seu caráter.
O homem que havia subtraído a vida de um semelhante, agora estava tão polido que observou uma maravilhosa visão celestial da pequena árvore em chamas sobrenaturais.
O profeta Elias é outro exemplo de como alguém pode ser polido por crises cotidianas. Após ser honrado por Deus no monte Carmelo sofreu forte oposição pelo governo da época.
Esta batalha à nível espiritual está descrita no primeiro livro de Reis, no capítulo dezoito e mostra o triunfo do homem de Deus frente às forças inimigas.
Logo após a vitória sobre os falsos profetas, foi duramente perseguido e ficou abatido a ponto sugerir a morte.
Ao receber uma visita celestial e ser alimentado sobrenaturalmente prosseguiu em sua caminhada ministerial sendo, posteriormente, levado aos céus apanhado numa carruagem de fogo e subindo num redemoinho.
Quando Jesus enviou os apóstolos para uma determinada missão em Israel, eles não estavam completamente preparados, nem amadurecidos o suficiente.
Entretanto, Cristo havia gerado aquele precioso momento a fim de que as primeiras experiências de proclamar as Boas Novas servissem-lhes de instrumento lapidador, ou seja, as crises decorrentes destas primeiras empreitadas começariam a implantar neles as primeiras experiências de desenvolvimento pessoal e ministerial.
Eles ainda eram homens marcados pela religiosidade, a visão de um novo tempo ainda não havia se mostrado de maneira clara e animadora, mas levá-los àquelas experiências era salutar para seus primeiros passos.
A Lei do processo de crescimento
Há um ditado em liderança: Veja o que uma pessoa faz todos os dias, dia após dia, e você saberá quem aquela pessoa é e o que ela está se tornando. Isto é válido também para todos os segmentos da experiência humana sobre a terra.
A Lei do processo é encontrada no livro que se tornou Best-seller do The Wall Street Journal, do The New York Times e da Business Week, conhecido como: As vinte e uma irrefutáveis leis da liderança.
Neste capítulo John C. Maxwell discorre sobre as cinco fases do crescimento da liderança, pelas quais devem passar os líderes para alcançar maior desenvoltura na arte de influenciar pessoas:
→ Fase 1: Não sei o que não sei – “Muitas pessoas não conseguem reconhecer o valor da liderança. Algumas não reconhecem sua importância. Outras acreditam que liderança é apenas alguns poucos – para as pessoas no topo da pirâmide empresarial. Isso foi algo que percebi quando um presidente de faculdade me confidenciou que apenas um punhado de estudantes se matriculara em um curso de liderança oferecido pela faculdade. Por quê? Apenas alguns deles se viam como líderes. Se eles compreendessem que liderança é influência, e que, ao longo de todos os dias, a maioria dos indivíduos normalmente tenta influenciar pelo menos quatro outras pessoas, isso poderia despertar seu desejo de aprender mais sobre o tema, Isso é uma pena, porque enquanto a pessoa não souber o que não sabe, não crescerá”.
→ Fase 2: Sei que preciso saber – “Em algum momento da vida muitas pessoas se descobrem em uma posição de liderança, mas, quando olham em redor, descobrem que ninguém as está seguindo. Quando isso acontece, nós nos damos conta de que precisamos aprender como liderar. E, claro, é quando o processo pode começar”.
→ Fase 3: Sei o que não sei – “Qual é o seu plano de crescimento pessoal?”
→ Fase 4: Passo a saber e cresço, e isso começa a ficar claro – “Comece a desenvolver sua liderança hoje e, algum dia, experimentará os efeitos da lei do processo”.
→ Fase 5: Avanço por causa do que sei – “Você desenvolve grandes instintos… Mas a única forma de conseguir isso é obedecer à lei do processo e pagar o preço”.
Trechos retirados como referência do livro de John C. Maxwell sobre as leis da liderança.
O real valor de todas as coisas só será demonstrado quando tiver sido submetido a sucessivos processos de beneficiamento.
O ouro, por exemplo, não é achado em sua forma limpa, trabalhada e lapidada na natureza. Ele é encontrado em sua forma rudimentar, bruta.
Entretanto, apesar de não ser observado em seu resplendor inicialmente, seu valor é intrínseco. Se trabalhado, alcançará seu maior potencial, seu real valor.
A Bíblia Sagrada demonstra de forma clara que o crescimento e a maturidade espiritual estão nos planos de Deus para todos.
Processos de crescimento e aprimoramentos pessoal, ministerial e espiritual sempre foram utilizados por Deus, querendo o desenvolvimento daqueles que professam a fé Nele.
A seguir referências bíblicas que demonstram o exposto acima:
Deixar os rudimentos – (Hebreus 6.1): “Portanto, deixemos os ensinos elementares a respeito de Cristo e avancemos para a maturidade, sem lançar novamente o fundamento do arrependimento…”
Chegar à maturidade e atingir a medida da plenitude de Cristo – (Efésios 4.12-15): “…com o fim de preparar os santos para a obra do ministério, para que o corpo de Cristo seja edificado, até que todos alcancemos a unidade da fé e do conhecimento do Filho de Deus, e cheguemos à maturidade, atingindo a medida da plenitude de Cristo. O propósito é que não sejamos mais como crianças, levados de um lado para outro pelas ondas, nem jogados para cá e para lá por todo vento de doutrina e pela astúcia e esperteza de homens que induzem ao erro. Antes cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo”.
Graça e conhecimento de Cristo – (2 Pedro 3.18): “Cresçam, porém, na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo…”
Em amor mutuamente – (1 Tessalonicenses 3.12): “E o Senhor vos aumente e faça crescer em caridade uns para com os outros e para com todos, como também nós para convosco”
O líder consciente de sua importante missão estará sempre disponível e aberto para novas descobertas e aprendizagens.
Sabe também que lidar com pessoas requer muita adequação e um intenso desejo de querer saber mais. Isto, certamente, lhe dará respaldo para ir além em seu ministério.
A educabilidade (processo conhecido pela busca incessante de novas descobertas e aprendizagens) deve estar sempre latente em seu coração.
Desenvolvimento do Líder: O líder e a imprescindível educabilidade
Há alguns perigos que rondam o líder em sua trajetória de vida. Entre estes perigos encontramos o do contentamento com o nível ou o status quo alcançado pelo líder.
Este contentamento funciona como um entendimento de se ter alcançado o topo do conhecimento de sua área.
Ou seja, o líder, perigosamente, entende que já tendo atingido níveis de excelência em sua missão de liderar e por ter alcançado respeitabilidade e influência de impactos altamente positivos, já não há muita coisa a aprender.
Desta forma, muitos líderes estacionam e ao invés de reciclar, agregar e aprimorar conhecimentos, deixam de ir além na geração de novas habilidades e aptidões e, inevitavelmente, “param no tempo”.
A luta contra a auto-satisfação deve se tornar uma bandeira para todo o líder que quer continuar operante e frutífero.
A sociedade moderna tem sido bastante exigente nesta questão de educabilidade.
Profissionais que não valorizam a educabilidade estão sendo preteridos por outros que não abrem mão de estarem constantemente em transformação.
→ Professores precisam revisar seus métodos de ensino e aprendizagem;
→ Músicos precisam se adequar às mudanças tecnológicas e às inovações;
→ Atletas precisam se reavaliar sempre a fim de manter e avançar em seus resultados;
→ Médicos precisam priorizam seus processos de educabilidade participando de seminários nacionais e internacionais com propósitos de aprimoramentos profissionais e trocas de experiências;
Profissionais dentro das fábricas, indústrias e segmentos variados de atividades são submetidos a períodos de reciclagens, que têm por finalidade o aperfeiçoamento de suas habilidades técnicas.
Em se tratando que o mundo está em movimento constante, estagnar não seria uma escolha muito sábia.
Cinco diretrizes que podem suscitar uma atitude educável
Segue cinco diretrizes que podem suscitar uma atitude educável, descritas no livro: As vinte e uma indispensáveis qualidades de um líder – educabilidade, do pastor John C. Maxwell da editora Mundo Cristão.
Cure sua doença do alvo – “Ironicamente, falta de educabilidade muitas vezes está enraizada na realização. Algumas pessoas erroneamente acreditam que, se elas podem alcançar determinada meta, não precisam mais crescer. Isso pode acontecer em qualquer situação: ao obter um diploma, uma posição cobiçada, uma recompensa pessoal ou ao atingir uma meta financeira”.
Entretanto, os líderes eficientes não se podem dar ao luxo de pensar dessa forma. No dia em que pararem de crescer, serão privados de seu potencial – e do potencial da organização…
Supere seu sucesso – “Outra ironia da educabilidade é que o sucesso muitas vezes a dificulta. Líderes sabem que aquilo que os levou à liderança não os manterá lá. Se você foi bem-sucedido no passado, tenha cuidado”.
Renuncie aos atalhos – “Se você deseja crescer em determinada área, descubra o que será realmente necessário, inclusive o preço, e então esteja pronto a pagá-lo”.
Barganhe seu orgulho – “Na educabilidade é necessário admitir que não sabemos tudo, e com isso pode parecer que somos ruim. Além do mais, se continuarmos a aprender, também deveremos continuar a cometer erros. Para ganhar crescimento, desista do orgulho”.
Nunca cometa duas vezes o mesmo erro – “…Como um líder educável, você cometerá erros. Esqueça-os, mas lembre-se sempre do que aprendeu com eles. Senão, acabará cometendo-os novamente”.
O líder precisa estar suscetível à mudança. Precisa estar atento ao perigoso sentimento de auto-suficiência, o que lhe proporcionará danos em sua carreira e ao desenvolvimento de relacionamentos com outras pessoas.
A arrogância, a altivez e o orgulho funcionarão como um bloqueador para o líder impedindo seu aprimoramento.
→ Estar suscetível à mudanças é manter acionada a tecla da perceptividade.
É estar atento à novos conhecimentos, descobertas e tecnologias que poderão potencializar, ainda mais, o conhecimento adquirido até o momento.
Este artigo sobre o desenvolvimento do líder faz parte da minha monografia sobre A Pedagogia da Liderança Cristã: O Processo De Formação, Desenvolvimento Ministerial E O Poder De Influência.
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anaamaraltarsi · 6 years
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Desenvolvimento Do Líder: A Liderança E Seu Aprimoramento
Como desenvolvimento entendemos que é: “Ato ou efeito de desenvolver. Crescimento, progresso”. O desenvolvimento do líder é tão importante quanto o seu processo de formação. Entretanto, algumas qualidades e potencialidades serão desenvolvidas com o tempo.
O líder deve estar atento ao seu processo de crescimento ministerial.
A educabilidade – que é a busca constante pelo aprimoramento e conhecimento de novas habilidades são de vital importância para que o líder mantenha-se vivo na dura caminhada que terá que fazer, para lidar com vidas e também desenvolvê-las.
A ação de mentorear na liderança – que seria uma espécie de guia intelectual (mentor) que um líder poderia ter – facilitaria em muito esta busca por novos “horizontes” dentro do saber de liderança cristã.
Liderança se desenvolve diariamente, não em apenas um dia.
Isto é o que pensa o maior especialista em liderança da atualidade: John C. Maxwell.
Tomando a vida de José, um dos filhos de Jacó como exemplo de liderança que se desenvolve através de processos, o idealizador da Bíblia da Liderança Cristã, discorre sobre o escravo hebreu que se tornou governador no Egito:
Tornar-se líder é bastante semelhante a investir na bolsa de valores. Se você espera conseguir uma fortuna em um dia, está enganado. O que mais importa é o que você faz dia após dia, por longo prazo. Se você desenvolve continuamente sua liderança, permitindo que os seus “ativos” se multipliquem no decorrer do tempo, o resultado inevitável será o crescimento. Embora algumas pessoas possuam dons naturais maiores do que outras, basicamente todas as habilidades de liderança podem ser aprendidas e aperfeiçoadas. Mas o processo não acontece do dia para a noite. A liderança possui tantas facetas: respeito, experiência, força emocional, habilidades pessoais, disciplina, visão, impulso, oportunidade, e a lista continua. Por isso, se exige tanto tempero dos líderes para que sejam eficientes. A boa notícia é que você pode crescer na sua habilidade de liderança. Independentemente do seu ponto de partida, você pode ser aperfeiçoado. José foi um menino convencido, arrogante demais em relação à sua bondade. Não se cansava de pensar que era o favorito de seu pai, o menino que recebeu tratamento especial, o filho da velhice de Jacó. José teve de senti-lo na pele. Quando Deus deu um sonho a José, revelando-lhe que, no futuro, governaria a sua família, não apenas os onze irmãos, mas também os seus pais, José contou, inadvertidamente a todos o assunto. Seu pai o repreendeu. Seus irmãos queriam vingança. E eles se vingaram. Na sua juventude José não sabia como lidar habilmente com outros. Faltava-lhe experiência, sabedoria e humildade, três qualidades que são obtidas apenas no decurso do tempo. A vida de José ilustra a Lei do Processo.
Referência: Este trecho foi retirado de um comentário por John C. Maxwell na Bíblia da Liderança Cristã.
→ Acesse para conhecer a Bíblia da Liderança Cristã.
A seguir vamos continuar estudando sobre o desenvolvimento do líder e seu potencial.
A descoberta vocacional e o desenvolvimento do líder e seu potencial
Todos possuem potencialidades que precisam ser primeiramente descobertas e posteriormente desenvolvidas.
O líder cristão precisa fazer esta descoberta, pois ela possivelmente se desdobrará em novas experiências, ferramentas e aptidões para o exercício mais eficaz de sua liderança.
A causa de muitos viverem entristecidos dentro e fora da igreja, deve-se ao fato de não ter ainda feito a descoberta de suas vidas, ou seja, suas potencialidades.
Nossas potencialidades são dádivas de Deus, como sendo possibilidades de realizar o chamado ministerial e a pôr em evidência a vocação.
Porém, são apenas possibilidades que precisam ganhar forma.
Não são a garantia de que as coisas acontecerão por certo, são habilidades que precisão entrar em ação para trazer a existência realizações que estão diretamente ligadas à glória de Deus e à felicidade daqueles que conseguem dar-lhe forma existencial.
O descobrimento da vocação
Joyce Meyer, autora de mais setenta livros, inclusive de Best-sellers do New York Times e com programas de televisão assistidos por todo mundo, ressalta sobre o descobrimento do potencial de liderança:
Muitos vivem frustrados por não saberem quais são os seus dons ou qual é a vocação de Deus para a sua vida. Porém, para descobrirmos qual é a nossa vocação, basta apenas começarmos a realizar atividades relacionadas a uma área pela qual temos interesse.
Referência: Este trecho foi retirado de um comentário por Joyce Meyer no livro A formação de um Líder.
→ Acesse para conhecer esta obra: A formação de um líder.
O caminho apresentado por Joyce Meyer é plenamente seguro. Uma das melhores maneiras de nos descobrirmos é descobrir qual é a nossa vocação, isto é, qual é a nossa missão de vida como líderes em potencial que somos.
Descobrir a causa para a qual fomos chamados à existência é a chama que vai manter o coração do líder aceso enquanto viver.
Cristo, sabedor de sua missão, a amou tanto que doou sua vida por ela. Se entregou por ela com amor sacrificial.
Sua missão foi tão abrangente que milhares e milhares de pessoas em todas as gerações foram impactadas por ela e até hoje são.
A respeito de Sua missão traduzida pela Nova Versão Internacional disse:
“…como o Filho do Homem, que não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos” (Mateus 20.28).
Assim Jesus Cristo estabeleceu o maior de todos os princípios de liderança que é a liderança servidora.
Joyce Meyer prossegue:
“Assim sendo, temos de dar uma forma definida ao nosso potencial, utilizando-o de modo prático. Afinal, nunca saberemos o que somos capazes de fazer se nunca tentarmos. Não devemos ter tanto medo de fracassarmos a ponto de nunca nos arriscarmos. Também não podemos cair no comodismo, achando que se não fizermos nada, estamos livres de todos os riscos. Agindo assim, poderemos até ter uma falsa sensação de segurança; todavia, nunca obteremos sucesso no desenvolvimento pleno de nosso potencial nem nos sentiremos realizados com o que  estamos fazendo”.
Desenvolvimento do Líder: A metáfora do processo de desenvolvimento
Um dos mais conhecidos palestrantes de motivação no Brasil é Daniel Godri, e numa de suas brilhantes mensagens motivacionais, ele fala sobre a escada e a maneira como você pode progredir de maneira constante.
Ele afirma que ninguém deve ter o desejo de pular direto para o último degrau da escada, para isso ela foi construída com degraus que, de uma maneira sucessiva, leva ao topo todo aquele que tiver disposto a galgar degrau por degrau.
Esta metáfora está de acordo com o estabelecido até agora. O desenvolvimento de um líder é vital, porém ele não precisa acontecer num só dia, como num pulo para se atingir o último degrau de uma escada.
É uma caminhada de paciência e perseverança. Vencendo obstáculos e amando sempre a sua missão. Mesmo que se avance 1% ao dia, 1% ao mês ou 1% ao ano, isto significa progresso.
Ele afirma na palestra metodologia 1% (um por cento) – Motivando com criatividade diz que:
“recursos não faltam o que está faltando realmente é a capacidade de usar esses recursos”.
Aqui entende-se por falta de capacidade de utilizar os recursos a falta de organização e planejamento de processos.
Os degraus da escada utilizada por Daniel Godri, simboliza estágios e processos pelos quais passam aqueles que querem sempre algo a mais em sua trajetória de vida.
Desta forma, cada degrau é um estágio dominado e consolidado como fundamento para se ir ao próximo estágio (degrau).
As crises como fatores de consolidação e amadurecimento
As crises pelas quais passam as pessoas, acabam por se constituir fatores de consolidação e amadurecimento de vida. Isto é verdadeiro quando aplicado à líderes.
As crises somente não conseguirão formar adequadamente um líder, mas gerarão condições de diretrizes e critérios para que os mesmos possam se sair bem nas mais diversas ocasiões.
Vemos nas Sagradas Escrituras vários exemplos de homens que foram chamados à liderança e que precisaram para por momentos que os lapidaram e os prepararam para a difícil tarefa que é a de liderar.
Ao observarmos a vida de Abraão, o homem que foi escolhido por Deus para exercer influência sobre vidas; o homem que foi posteriormente chamado de “Amigo de Deus”; percebemos o quanto foi lapidado na sua fé para se tornar uma referência para o povo.
Este homem teve de abandonar tudo e partir para uma terra que não conhecia. Foi desafiado a crer que do ventre estéril de sua esposa: Sara, nações e reis seriam levantados.
Moisés, outro que teve de ser lapidado pelas crises da vida para ser modelo para o povo que liderava.
Dele é dito que nunca ouve em Israel outro profeta como fora. Homem polido pelas crises do deserto.
Quarenta anos apascentando ovelhas de seu sogro no deserto foram importantes para a lapidação de seu caráter.
O homem que havia subtraído a vida de um semelhante, agora estava tão polido que observou uma maravilhosa visão celestial da pequena árvore em chamas sobrenaturais.
O profeta Elias é outro exemplo de como alguém pode ser polido por crises cotidianas. Após ser honrado por Deus no monte Carmelo sofreu forte oposição pelo governo da época.
Esta batalha à nível espiritual está descrita no primeiro livro de Reis, no capítulo dezoito e mostra o triunfo do homem de Deus frente às forças inimigas.
Logo após a vitória sobre os falsos profetas, foi duramente perseguido e ficou abatido a ponto sugerir a morte.
Ao receber uma visita celestial e ser alimentado sobrenaturalmente prosseguiu em sua caminhada ministerial sendo, posteriormente, levado aos céus apanhado numa carruagem de fogo e subindo num redemoinho.
Quando Jesus enviou os apóstolos para uma determinada missão em Israel, eles não estavam completamente preparados, nem amadurecidos o suficiente.
Entretanto, Cristo havia gerado aquele precioso momento a fim de que as primeiras experiências de proclamar as Boas Novas servissem-lhes de instrumento lapidador, ou seja, as crises decorrentes destas primeiras empreitadas começariam a implantar neles as primeiras experiências de desenvolvimento pessoal e ministerial.
Eles ainda eram homens marcados pela religiosidade, a visão de um novo tempo ainda não havia se mostrado de maneira clara e animadora, mas levá-los àquelas experiências era salutar para seus primeiros passos.
A Lei do processo de crescimento
Há um ditado em liderança: Veja o que uma pessoa faz todos os dias, dia após dia, e você saberá quem aquela pessoa é e o que ela está se tornando. Isto é válido também para todos os segmentos da experiência humana sobre a terra.
A Lei do processo é encontrada no livro que se tornou Best-seller do The Wall Street Journal, do The New York Times e da Business Week, conhecido como: As vinte e uma irrefutáveis leis da liderança.
Neste capítulo John C. Maxwell discorre sobre as cinco fases do crescimento da liderança, pelas quais devem passar os líderes para alcançar maior desenvoltura na arte de influenciar pessoas:
→ Fase 1: Não sei o que não sei – “Muitas pessoas não conseguem reconhecer o valor da liderança. Algumas não reconhecem sua importância. Outras acreditam que liderança é apenas alguns poucos – para as pessoas no topo da pirâmide empresarial. Isso foi algo que percebi quando um presidente de faculdade me confidenciou que apenas um punhado de estudantes se matriculara em um curso de liderança oferecido pela faculdade. Por quê? Apenas alguns deles se viam como líderes. Se eles compreendessem que liderança é influência, e que, ao longo de todos os dias, a maioria dos indivíduos normalmente tenta influenciar pelo menos quatro outras pessoas, isso poderia despertar seu desejo de aprender mais sobre o tema, Isso é uma pena, porque enquanto a pessoa não souber o que não sabe, não crescerá”.
→ Fase 2: Sei que preciso saber – “Em algum momento da vida muitas pessoas se descobrem em uma posição de liderança, mas, quando olham em redor, descobrem que ninguém as está seguindo. Quando isso acontece, nós nos damos conta de que precisamos aprender como liderar. E, claro, é quando o processo pode começar”.
→ Fase 3: Sei o que não sei – “Qual é o seu plano de crescimento pessoal?”
→ Fase 4: Passo a saber e cresço, e isso começa a ficar claro – “Comece a desenvolver sua liderança hoje e, algum dia, experimentará os efeitos da lei do processo”.
→ Fase 5: Avanço por causa do que sei – “Você desenvolve grandes instintos… Mas a única forma de conseguir isso é obedecer à lei do processo e pagar o preço”.
Trechos retirados como referência do livro de John C. Maxwell sobre as leis da liderança.
O real valor de todas as coisas só será demonstrado quando tiver sido submetido a sucessivos processos de beneficiamento.
O ouro, por exemplo, não é achado em sua forma limpa, trabalhada e lapidada na natureza. Ele é encontrado em sua forma rudimentar, bruta.
Entretanto, apesar de não ser observado em seu resplendor inicialmente, seu valor é intrínseco. Se trabalhado, alcançará seu maior potencial, seu real valor.
A Bíblia Sagrada demonstra de forma clara que o crescimento e a maturidade espiritual estão nos planos de Deus para todos.
Processos de crescimento e aprimoramentos pessoal, ministerial e espiritual sempre foram utilizados por Deus, querendo o desenvolvimento daqueles que professam a fé Nele.
A seguir referências bíblicas que demonstram o exposto acima:
Deixar os rudimentos – (Hebreus 6.1): “Portanto, deixemos os ensinos elementares a respeito de Cristo e avancemos para a maturidade, sem lançar novamente o fundamento do arrependimento…”
Chegar à maturidade e atingir a medida da plenitude de Cristo – (Efésios 4.12-15): “…com o fim de preparar os santos para a obra do ministério, para que o corpo de Cristo seja edificado, até que todos alcancemos a unidade da fé e do conhecimento do Filho de Deus, e cheguemos à maturidade, atingindo a medida da plenitude de Cristo. O propósito é que não sejamos mais como crianças, levados de um lado para outro pelas ondas, nem jogados para cá e para lá por todo vento de doutrina e pela astúcia e esperteza de homens que induzem ao erro. Antes cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo”.
Graça e conhecimento de Cristo – (2 Pedro 3.18): “Cresçam, porém, na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo…”
Em amor mutuamente – (1 Tessalonicenses 3.12): “E o Senhor vos aumente e faça crescer em caridade uns para com os outros e para com todos, como também nós para convosco”
O líder consciente de sua importante missão estará sempre disponível e aberto para novas descobertas e aprendizagens.
Sabe também que lidar com pessoas requer muita adequação e um intenso desejo de querer saber mais. Isto, certamente, lhe dará respaldo para ir além em seu ministério.
A educabilidade (processo conhecido pela busca incessante de novas descobertas e aprendizagens) deve estar sempre latente em seu coração.
Desenvolvimento do Líder: O líder e a imprescindível educabilidade
Há alguns perigos que rondam o líder em sua trajetória de vida. Entre estes perigos encontramos o do contentamento com o nível ou o status quo alcançado pelo líder.
Este contentamento funciona como um entendimento de se ter alcançado o topo do conhecimento de sua área.
Ou seja, o líder, perigosamente, entende que já tendo atingido níveis de excelência em sua missão de liderar e por ter alcançado respeitabilidade e influência de impactos altamente positivos, já não há muita coisa a aprender.
Desta forma, muitos líderes estacionam e ao invés de reciclar, agregar e aprimorar conhecimentos, deixam de ir além na geração de novas habilidades e aptidões e, inevitavelmente, “param no tempo”.
A luta contra a auto-satisfação deve se tornar uma bandeira para todo o líder que quer continuar operante e frutífero.
A sociedade moderna tem sido bastante exigente nesta questão de educabilidade.
Profissionais que não valorizam a educabilidade estão sendo preteridos por outros que não abrem mão de estarem constantemente em transformação.
→ Professores precisam revisar seus métodos de ensino e aprendizagem;
→ Músicos precisam se adequar às mudanças tecnológicas e às inovações;
→ Atletas precisam se reavaliar sempre a fim de manter e avançar em seus resultados;
→ Médicos precisam priorizam seus processos de educabilidade participando de seminários nacionais e internacionais com propósitos de aprimoramentos profissionais e trocas de experiências;
Profissionais dentro das fábricas, indústrias e segmentos variados de atividades são submetidos a períodos de reciclagens, que têm por finalidade o aperfeiçoamento de suas habilidades técnicas.
Em se tratando que o mundo está em movimento constante, estagnar não seria uma escolha muito sábia.
Cinco diretrizes que podem suscitar uma atitude educável
Segue cinco diretrizes que podem suscitar uma atitude educável, descritas no livro: As vinte e uma indispensáveis qualidades de um líder – educabilidade, do pastor John C. Maxwell da editora Mundo Cristão.
Cure sua doença do alvo – “Ironicamente, falta de educabilidade muitas vezes está enraizada na realização. Algumas pessoas erroneamente acreditam que, se elas podem alcançar determinada meta, não precisam mais crescer. Isso pode acontecer em qualquer situação: ao obter um diploma, uma posição cobiçada, uma recompensa pessoal ou ao atingir uma meta financeira”.
Entretanto, os líderes eficientes não se podem dar ao luxo de pensar dessa forma. No dia em que pararem de crescer, serão privados de seu potencial – e do potencial da organização…
Supere seu sucesso – “Outra ironia da educabilidade é que o sucesso muitas vezes a dificulta. Líderes sabem que aquilo que os levou à liderança não os manterá lá. Se você foi bem-sucedido no passado, tenha cuidado”.
Renuncie aos atalhos – “Se você deseja crescer em determinada área, descubra o que será realmente necessário, inclusive o preço, e então esteja pronto a pagá-lo”.
Barganhe seu orgulho – “Na educabilidade é necessário admitir que não sabemos tudo, e com isso pode parecer que somos ruim. Além do mais, se continuarmos a aprender, também deveremos continuar a cometer erros. Para ganhar crescimento, desista do orgulho”.
Nunca cometa duas vezes o mesmo erro – “…Como um líder educável, você cometerá erros. Esqueça-os, mas lembre-se sempre do que aprendeu com eles. Senão, acabará cometendo-os novamente”.
O líder precisa estar suscetível à mudança. Precisa estar atento ao perigoso sentimento de auto-suficiência, o que lhe proporcionará danos em sua carreira e ao desenvolvimento de relacionamentos com outras pessoas.
A arrogância, a altivez e o orgulho funcionarão como um bloqueador para o líder impedindo seu aprimoramento.
→ Estar suscetível à mudanças é manter acionada a tecla da perceptividade.
É estar atento à novos conhecimentos, descobertas e tecnologias que poderão potencializar, ainda mais, o conhecimento adquirido até o momento.
Este artigo sobre o desenvolvimento do líder faz parte da minha monografia sobre A Pedagogia da Liderança Cristã: O Processo De Formação, Desenvolvimento Ministerial E O Poder De Influência.
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Desenvolvimento Do Líder: A Liderança E Seu Aprimoramento
Como desenvolvimento entendemos que é: “Ato ou efeito de desenvolver. Crescimento, progresso”. O desenvolvimento do líder é tão importante quanto o seu processo de formação. Entretanto, algumas qualidades e potencialidades serão desenvolvidas com o tempo.
O líder deve estar atento ao seu processo de crescimento ministerial.
A educabilidade – que é a busca constante pelo aprimoramento e conhecimento de novas habilidades são de vital importância para que o líder mantenha-se vivo na dura caminhada que terá que fazer, para lidar com vidas e também desenvolvê-las.
A ação de mentorear na liderança – que seria uma espécie de guia intelectual (mentor) que um líder poderia ter – facilitaria em muito esta busca por novos “horizontes” dentro do saber de liderança cristã.
Liderança se desenvolve diariamente, não em apenas um dia.
Isto é o que pensa o maior especialista em liderança da atualidade: John C. Maxwell.
Tomando a vida de José, um dos filhos de Jacó como exemplo de liderança que se desenvolve através de processos, o idealizador da Bíblia da Liderança Cristã, discorre sobre o escravo hebreu que se tornou governador no Egito:
Tornar-se líder é bastante semelhante a investir na bolsa de valores. Se você espera conseguir uma fortuna em um dia, está enganado. O que mais importa é o que você faz dia após dia, por longo prazo. Se você desenvolve continuamente sua liderança, permitindo que os seus “ativos” se multipliquem no decorrer do tempo, o resultado inevitável será o crescimento. Embora algumas pessoas possuam dons naturais maiores do que outras, basicamente todas as habilidades de liderança podem ser aprendidas e aperfeiçoadas. Mas o processo não acontece do dia para a noite. A liderança possui tantas facetas: respeito, experiência, força emocional, habilidades pessoais, disciplina, visão, impulso, oportunidade, e a lista continua. Por isso, se exige tanto tempero dos líderes para que sejam eficientes. A boa notícia é que você pode crescer na sua habilidade de liderança. Independentemente do seu ponto de partida, você pode ser aperfeiçoado. José foi um menino convencido, arrogante demais em relação à sua bondade. Não se cansava de pensar que era o favorito de seu pai, o menino que recebeu tratamento especial, o filho da velhice de Jacó. José teve de senti-lo na pele. Quando Deus deu um sonho a José, revelando-lhe que, no futuro, governaria a sua família, não apenas os onze irmãos, mas também os seus pais, José contou, inadvertidamente a todos o assunto. Seu pai o repreendeu. Seus irmãos queriam vingança. E eles se vingaram. Na sua juventude José não sabia como lidar habilmente com outros. Faltava-lhe experiência, sabedoria e humildade, três qualidades que são obtidas apenas no decurso do tempo. A vida de José ilustra a Lei do Processo.
Referência: Este trecho foi retirado de um comentário por John C. Maxwell na Bíblia da Liderança Cristã.
→ Acesse para conhecer a Bíblia da Liderança Cristã.
A seguir vamos continuar estudando sobre o desenvolvimento do líder e seu potencial.
A descoberta vocacional e o desenvolvimento do líder e seu potencial
Todos possuem potencialidades que precisam ser primeiramente descobertas e posteriormente desenvolvidas.
O líder cristão precisa fazer esta descoberta, pois ela possivelmente se desdobrará em novas experiências, ferramentas e aptidões para o exercício mais eficaz de sua liderança.
A causa de muitos viverem entristecidos dentro e fora da igreja, deve-se ao fato de não ter ainda feito a descoberta de suas vidas, ou seja, suas potencialidades.
Nossas potencialidades são dádivas de Deus, como sendo possibilidades de realizar o chamado ministerial e a pôr em evidência a vocação.
Porém, são apenas possibilidades que precisam ganhar forma.
Não são a garantia de que as coisas acontecerão por certo, são habilidades que precisão entrar em ação para trazer a existência realizações que estão diretamente ligadas à glória de Deus e à felicidade daqueles que conseguem dar-lhe forma existencial.
O descobrimento da vocação
Joyce Meyer, autora de mais setenta livros, inclusive de Best-sellers do New York Times e com programas de televisão assistidos por todo mundo, ressalta sobre o descobrimento do potencial de liderança:
Muitos vivem frustrados por não saberem quais são os seus dons ou qual é a vocação de Deus para a sua vida. Porém, para descobrirmos qual é a nossa vocação, basta apenas começarmos a realizar atividades relacionadas a uma área pela qual temos interesse.
Referência: Este trecho foi retirado de um comentário por Joyce Meyer no livro A formação de um Líder.
→ Acesse para conhecer esta obra: A formação de um líder.
O caminho apresentado por Joyce Meyer é plenamente seguro. Uma das melhores maneiras de nos descobrirmos é descobrir qual é a nossa vocação, isto é, qual é a nossa missão de vida como líderes em potencial que somos.
Descobrir a causa para a qual fomos chamados à existência é a chama que vai manter o coração do líder aceso enquanto viver.
Cristo, sabedor de sua missão, a amou tanto que doou sua vida por ela. Se entregou por ela com amor sacrificial.
Sua missão foi tão abrangente que milhares e milhares de pessoas em todas as gerações foram impactadas por ela e até hoje são.
A respeito de Sua missão traduzida pela Nova Versão Internacional disse:
“…como o Filho do Homem, que não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos” (Mateus 20.28).
Assim Jesus Cristo estabeleceu o maior de todos os princípios de liderança que é a liderança servidora.
Joyce Meyer prossegue:
“Assim sendo, temos de dar uma forma definida ao nosso potencial, utilizando-o de modo prático. Afinal, nunca saberemos o que somos capazes de fazer se nunca tentarmos. Não devemos ter tanto medo de fracassarmos a ponto de nunca nos arriscarmos. Também não podemos cair no comodismo, achando que se não fizermos nada, estamos livres de todos os riscos. Agindo assim, poderemos até ter uma falsa sensação de segurança; todavia, nunca obteremos sucesso no desenvolvimento pleno de nosso potencial nem nos sentiremos realizados com o que  estamos fazendo”.
Desenvolvimento do Líder: A metáfora do processo de desenvolvimento
Um dos mais conhecidos palestrantes de motivação no Brasil é Daniel Godri, e numa de suas brilhantes mensagens motivacionais, ele fala sobre a escada e a maneira como você pode progredir de maneira constante.
Ele afirma que ninguém deve ter o desejo de pular direto para o último degrau da escada, para isso ela foi construída com degraus que, de uma maneira sucessiva, leva ao topo todo aquele que tiver disposto a galgar degrau por degrau.
Esta metáfora está de acordo com o estabelecido até agora. O desenvolvimento de um líder é vital, porém ele não precisa acontecer num só dia, como num pulo para se atingir o último degrau de uma escada.
É uma caminhada de paciência e perseverança. Vencendo obstáculos e amando sempre a sua missão. Mesmo que se avance 1% ao dia, 1% ao mês ou 1% ao ano, isto significa progresso.
Ele afirma na palestra metodologia 1% (um por cento) – Motivando com criatividade diz que:
“recursos não faltam o que está faltando realmente é a capacidade de usar esses recursos”.
Aqui entende-se por falta de capacidade de utilizar os recursos a falta de organização e planejamento de processos.
Os degraus da escada utilizada por Daniel Godri, simboliza estágios e processos pelos quais passam aqueles que querem sempre algo a mais em sua trajetória de vida.
Desta forma, cada degrau é um estágio dominado e consolidado como fundamento para se ir ao próximo estágio (degrau).
As crises como fatores de consolidação e amadurecimento
As crises pelas quais passam as pessoas, acabam por se constituir fatores de consolidação e amadurecimento de vida. Isto é verdadeiro quando aplicado à líderes.
As crises somente não conseguirão formar adequadamente um líder, mas gerarão condições de diretrizes e critérios para que os mesmos possam se sair bem nas mais diversas ocasiões.
Vemos nas Sagradas Escrituras vários exemplos de homens que foram chamados à liderança e que precisaram para por momentos que os lapidaram e os prepararam para a difícil tarefa que é a de liderar.
Ao observarmos a vida de Abraão, o homem que foi escolhido por Deus para exercer influência sobre vidas; o homem que foi posteriormente chamado de “Amigo de Deus”; percebemos o quanto foi lapidado na sua fé para se tornar uma referência para o povo.
Este homem teve de abandonar tudo e partir para uma terra que não conhecia. Foi desafiado a crer que do ventre estéril de sua esposa: Sara, nações e reis seriam levantados.
Moisés, outro que teve de ser lapidado pelas crises da vida para ser modelo para o povo que liderava.
Dele é dito que nunca ouve em Israel outro profeta como fora. Homem polido pelas crises do deserto.
Quarenta anos apascentando ovelhas de seu sogro no deserto foram importantes para a lapidação de seu caráter.
O homem que havia subtraído a vida de um semelhante, agora estava tão polido que observou uma maravilhosa visão celestial da pequena árvore em chamas sobrenaturais.
O profeta Elias é outro exemplo de como alguém pode ser polido por crises cotidianas. Após ser honrado por Deus no monte Carmelo sofreu forte oposição pelo governo da época.
Esta batalha à nível espiritual está descrita no primeiro livro de Reis, no capítulo dezoito e mostra o triunfo do homem de Deus frente às forças inimigas.
Logo após a vitória sobre os falsos profetas, foi duramente perseguido e ficou abatido a ponto sugerir a morte.
Ao receber uma visita celestial e ser alimentado sobrenaturalmente prosseguiu em sua caminhada ministerial sendo, posteriormente, levado aos céus apanhado numa carruagem de fogo e subindo num redemoinho.
Quando Jesus enviou os apóstolos para uma determinada missão em Israel, eles não estavam completamente preparados, nem amadurecidos o suficiente.
Entretanto, Cristo havia gerado aquele precioso momento a fim de que as primeiras experiências de proclamar as Boas Novas servissem-lhes de instrumento lapidador, ou seja, as crises decorrentes destas primeiras empreitadas começariam a implantar neles as primeiras experiências de desenvolvimento pessoal e ministerial.
Eles ainda eram homens marcados pela religiosidade, a visão de um novo tempo ainda não havia se mostrado de maneira clara e animadora, mas levá-los àquelas experiências era salutar para seus primeiros passos.
A Lei do processo de crescimento
Há um ditado em liderança: Veja o que uma pessoa faz todos os dias, dia após dia, e você saberá quem aquela pessoa é e o que ela está se tornando. Isto é válido também para todos os segmentos da experiência humana sobre a terra.
A Lei do processo é encontrada no livro que se tornou Best-seller do The Wall Street Journal, do The New York Times e da Business Week, conhecido como: As vinte e uma irrefutáveis leis da liderança.
Neste capítulo John C. Maxwell discorre sobre as cinco fases do crescimento da liderança, pelas quais devem passar os líderes para alcançar maior desenvoltura na arte de influenciar pessoas:
→ Fase 1: Não sei o que não sei – “Muitas pessoas não conseguem reconhecer o valor da liderança. Algumas não reconhecem sua importância. Outras acreditam que liderança é apenas alguns poucos – para as pessoas no topo da pirâmide empresarial. Isso foi algo que percebi quando um presidente de faculdade me confidenciou que apenas um punhado de estudantes se matriculara em um curso de liderança oferecido pela faculdade. Por quê? Apenas alguns deles se viam como líderes. Se eles compreendessem que liderança é influência, e que, ao longo de todos os dias, a maioria dos indivíduos normalmente tenta influenciar pelo menos quatro outras pessoas, isso poderia despertar seu desejo de aprender mais sobre o tema, Isso é uma pena, porque enquanto a pessoa não souber o que não sabe, não crescerá”.
→ Fase 2: Sei que preciso saber – “Em algum momento da vida muitas pessoas se descobrem em uma posição de liderança, mas, quando olham em redor, descobrem que ninguém as está seguindo. Quando isso acontece, nós nos damos conta de que precisamos aprender como liderar. E, claro, é quando o processo pode começar”.
→ Fase 3: Sei o que não sei – “Qual é o seu plano de crescimento pessoal?”
→ Fase 4: Passo a saber e cresço, e isso começa a ficar claro – “Comece a desenvolver sua liderança hoje e, algum dia, experimentará os efeitos da lei do processo”.
→ Fase 5: Avanço por causa do que sei – “Você desenvolve grandes instintos… Mas a única forma de conseguir isso é obedecer à lei do processo e pagar o preço”.
Trechos retirados como referência do livro de John C. Maxwell sobre as leis da liderança.
O real valor de todas as coisas só será demonstrado quando tiver sido submetido a sucessivos processos de beneficiamento.
O ouro, por exemplo, não é achado em sua forma limpa, trabalhada e lapidada na natureza. Ele é encontrado em sua forma rudimentar, bruta.
Entretanto, apesar de não ser observado em seu resplendor inicialmente, seu valor é intrínseco. Se trabalhado, alcançará seu maior potencial, seu real valor.
A Bíblia Sagrada demonstra de forma clara que o crescimento e a maturidade espiritual estão nos planos de Deus para todos.
Processos de crescimento e aprimoramentos pessoal, ministerial e espiritual sempre foram utilizados por Deus, querendo o desenvolvimento daqueles que professam a fé Nele.
A seguir referências bíblicas que demonstram o exposto acima:
Deixar os rudimentos – (Hebreus 6.1): “Portanto, deixemos os ensinos elementares a respeito de Cristo e avancemos para a maturidade, sem lançar novamente o fundamento do arrependimento…”
Chegar à maturidade e atingir a medida da plenitude de Cristo – (Efésios 4.12-15): “…com o fim de preparar os santos para a obra do ministério, para que o corpo de Cristo seja edificado, até que todos alcancemos a unidade da fé e do conhecimento do Filho de Deus, e cheguemos à maturidade, atingindo a medida da plenitude de Cristo. O propósito é que não sejamos mais como crianças, levados de um lado para outro pelas ondas, nem jogados para cá e para lá por todo vento de doutrina e pela astúcia e esperteza de homens que induzem ao erro. Antes cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo”.
Graça e conhecimento de Cristo – (2 Pedro 3.18): “Cresçam, porém, na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo…”
Em amor mutuamente – (1 Tessalonicenses 3.12): “E o Senhor vos aumente e faça crescer em caridade uns para com os outros e para com todos, como também nós para convosco”
O líder consciente de sua importante missão estará sempre disponível e aberto para novas descobertas e aprendizagens.
Sabe também que lidar com pessoas requer muita adequação e um intenso desejo de querer saber mais. Isto, certamente, lhe dará respaldo para ir além em seu ministério.
A educabilidade (processo conhecido pela busca incessante de novas descobertas e aprendizagens) deve estar sempre latente em seu coração.
Desenvolvimento do Líder: O líder e a imprescindível educabilidade
Há alguns perigos que rondam o líder em sua trajetória de vida. Entre estes perigos encontramos o do contentamento com o nível ou o status quo alcançado pelo líder.
Este contentamento funciona como um entendimento de se ter alcançado o topo do conhecimento de sua área.
Ou seja, o líder, perigosamente, entende que já tendo atingido níveis de excelência em sua missão de liderar e por ter alcançado respeitabilidade e influência de impactos altamente positivos, já não há muita coisa a aprender.
Desta forma, muitos líderes estacionam e ao invés de reciclar, agregar e aprimorar conhecimentos, deixam de ir além na geração de novas habilidades e aptidões e, inevitavelmente, “param no tempo”.
A luta contra a auto-satisfação deve se tornar uma bandeira para todo o líder que quer continuar operante e frutífero.
A sociedade moderna tem sido bastante exigente nesta questão de educabilidade.
Profissionais que não valorizam a educabilidade estão sendo preteridos por outros que não abrem mão de estarem constantemente em transformação.
→ Professores precisam revisar seus métodos de ensino e aprendizagem;
→ Músicos precisam se adequar às mudanças tecnológicas e às inovações;
→ Atletas precisam se reavaliar sempre a fim de manter e avançar em seus resultados;
→ Médicos precisam priorizam seus processos de educabilidade participando de seminários nacionais e internacionais com propósitos de aprimoramentos profissionais e trocas de experiências;
Profissionais dentro das fábricas, indústrias e segmentos variados de atividades são submetidos a períodos de reciclagens, que têm por finalidade o aperfeiçoamento de suas habilidades técnicas.
Em se tratando que o mundo está em movimento constante, estagnar não seria uma escolha muito sábia.
Cinco diretrizes que podem suscitar uma atitude educável
Segue cinco diretrizes que podem suscitar uma atitude educável, descritas no livro: As vinte e uma indispensáveis qualidades de um líder – educabilidade, do pastor John C. Maxwell da editora Mundo Cristão.
Cure sua doença do alvo – “Ironicamente, falta de educabilidade muitas vezes está enraizada na realização. Algumas pessoas erroneamente acreditam que, se elas podem alcançar determinada meta, não precisam mais crescer. Isso pode acontecer em qualquer situação: ao obter um diploma, uma posição cobiçada, uma recompensa pessoal ou ao atingir uma meta financeira”.
Entretanto, os líderes eficientes não se podem dar ao luxo de pensar dessa forma. No dia em que pararem de crescer, serão privados de seu potencial – e do potencial da organização…
Supere seu sucesso – “Outra ironia da educabilidade é que o sucesso muitas vezes a dificulta. Líderes sabem que aquilo que os levou à liderança não os manterá lá. Se você foi bem-sucedido no passado, tenha cuidado”.
Renuncie aos atalhos – “Se você deseja crescer em determinada área, descubra o que será realmente necessário, inclusive o preço, e então esteja pronto a pagá-lo”.
Barganhe seu orgulho – “Na educabilidade é necessário admitir que não sabemos tudo, e com isso pode parecer que somos ruim. Além do mais, se continuarmos a aprender, também deveremos continuar a cometer erros. Para ganhar crescimento, desista do orgulho”.
Nunca cometa duas vezes o mesmo erro – “…Como um líder educável, você cometerá erros. Esqueça-os, mas lembre-se sempre do que aprendeu com eles. Senão, acabará cometendo-os novamente”.
O líder precisa estar suscetível à mudança. Precisa estar atento ao perigoso sentimento de auto-suficiência, o que lhe proporcionará danos em sua carreira e ao desenvolvimento de relacionamentos com outras pessoas.
A arrogância, a altivez e o orgulho funcionarão como um bloqueador para o líder impedindo seu aprimoramento.
→ Estar suscetível à mudanças é manter acionada a tecla da perceptividade.
É estar atento à novos conhecimentos, descobertas e tecnologias que poderão potencializar, ainda mais, o conhecimento adquirido até o momento.
Este artigo sobre o desenvolvimento do líder faz parte da minha monografia sobre A Pedagogia da Liderança Cristã: O Processo De Formação, Desenvolvimento Ministerial E O Poder De Influência.
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Com vocês, Beto.
Um pernambucano extrovertido, simpático e simples. Assim é José Alberto Queiroz da Silva, 49 anos. Conhecido como Beto, seu jeito de lidar com pessoas é marcante há 23 anos na rua do lazer, na Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP). Tira seu sustendo da lanchonete que administra juntamente com sua mulher, Maria Juraneide. O casal trabalha pesado durante os três turnos para garantir sua renda mensal e no período de férias, já que o estabelecimento fica fechado. Com quase 50 anos de idade, Beto já tem muita história pra contar. Aos 3 meses de vida, sua mãe o deixou dizendo não ter condições de criá-lo, e seu pai queria dar um jeito de devolve-lo para a mãe, por também não ter condições. Apesar das adversidades, não faltou amor, Beto foi criado e registrado pelos avós paternos, tendo o pai e os tios como irmãos mais velhos. Somente aos 15 anos, através de alguns vizinhos de bairro, soube que seus avós não eram seus pais biológicos, e a partir disso sua avó revelou sua verdadeira história.  A vontade de encontrar a mãe só surgiu aos 23 anos, quando se casou com sua primeira mulher. Até hoje tem curiosidade de ter alguma notícia da mãe biológica, mas todas as tentativas foram falhas até então. Não conseguiu ter acesso aos documentos do seu nascimento, pois com a cheia de 1970 o hospital perdeu todos os documentos. A única notícia que se teve dela, é que ela foi embora com um sócio do circo de Moscou para a Argentina. Sua avó contou que sua mãe ainda tentou buscá-lo, mais ou menos duas vezes no Brasil, mas ela própria não deixou, acreditava que seria pior para ele passar por mais esse “furdunço”.  Essa vontade de conhecer a mãe jamais morreu no coração de Alberto, ele recorreu até mesmo a programa de televisão, mandou centenas de cartas contando sua história, na esperança de que uma delas fosse a chave para realização desse sonho. Nessa jornada de busca a sua mãe biológica, Beto já tentou até pagar funcionários do hospital em que nasceu para tentar conseguir informações e documentos que pudessem ajudá-lo nessa busca, mas apesar de todos os esforços, nenhuma informação nova foi obtida. Hoje em dia seus avós e seu pai biológico já faleceram, e Beto não tem mais contato com nenhuma pessoa que conheceu sua mãe.    Alberto perdeu sua primeira mulher há 22 anos, durante o parto do segundo filho, nessa época ele morava em Maceió, após o falecimento da esposa ele mudou-se para Recife com dois filhos pequenos para começar do zero em uma nova cidade. O que o ajudou nesse momento de dificuldade foi resultado de uma coisa que ele semeia ao longo de toda a sua vida, a amizade. Seu ex sogro, pai de sua primeira namorada, soube da situação complicada em que Alberto se encontrava, então resolveu oferecer-lhe um quiosque na rua do lazer. Ele ajudou Beto a montar e equipar o quiosque com tudo que precisava e há 23 anos esse resultado de um ato de amizade, vem sendo o sustento da família Queiroz da Silva. Aquela frase “Você colhe o que você planta” pode descrever a vida de Alberto, uma pessoa tão querida por todos que passaram pela sua vida nunca ficou desamparada. Muitos problemas financeiros marcaram sua vida, mas em sua grande maioria, recebia ajuda de seus clientes ou amigos, e de pouco em pouco Beto vai levando a vida. Outra característica marcante em Beto é a solidariedade. No período do dia das crianças arrecada brinquedos e distribui numa festa que organiza. Atualmente, com as inúmeras ajudas, consegue arrecadar em média 2.000 brinquedos para distribuir na comunidade do Iraque e do caranguejo, onde se sente muito feliz na ação.
Longe de seu trabalho desempenha a função de pai de dois filhos e marido. O que mais aprecia em sua vida é a família e os amigos de verdade. No seu tempo livre curte um churrasco em frente a sua casa com pessoas queridas. Alberto tem um sonho de consumo. Sonha em ter um carro para ajudar em sua rotina de trabalho e na compra de mercadorias para seu estabelecimento. E sobre os sonhos já alcançados, conta que o maior deles é ver os filhos com a vida encaminhada, já fazendo faculdade.
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