Tumgik
#o meu feixe ficou de pé
arbitri · 1 year
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Caminhei à beira-mar, e veio até mim,
como um raio de estrela na areia molhada,
uma concha branca como um sino do mar;
trêmulo, estava em minha mão molhada.
Em meus dedos trêmulos, ouvi acordar
um ding dentro, perto de uma barra do porto
uma bóia balançando, um chamado ressoando
sobre mares sem fim, fraco agora e distante.
Então vi um barco flutuar silenciosamente
na maré noturna, vazio e cinza.
'É mais tarde do que tarde! Por que esperamos?
Pulei para dentro e gritei: 'Levem-me daqui!'
Ele me levou para longe, molhado com spray,
envolto em uma névoa, enrolado em um sono,
para uma praia esquecida em uma terra estranha.
No crepúsculo além das profundezas,
ouvi um sino do mar balançar no swell,
ding, ding, e as ondas rugem
nos dentes ocultos de um recife perigoso;
e por fim cheguei a uma longa margem.
Branco ele brilhava, e o mar fervilhava
com espelhos de estrelas em uma rede de prata;
penhascos de pedra clara como osso ruel
na espuma da lua brilhavam úmidos.
Areia brilhante escorregou pela minha mão,
pó de pérola e pó de joia,
trombetas de opala, rosas de coral,
flautas de verde e ametista.
Mas sob os beirais do penhasco havia cavernas sombrias,
cobertas de ervas daninhas, escuras e cinzas;
um ar frio agitou-se em meu cabelo
e a luz diminuiu enquanto eu me afastava apressado.
Descendo de uma colina corria um riacho verde;
sua água eu bebi à vontade do meu coração.
Subi a escada da fonte até uma bela paisagem campestre
de sempre, longe dos mares,
escalando prados de sombras esvoaçantes:
flores jaziam ali como estrelas caídas,
e em uma lagoa azul, vítrea e fria,
como luas flutuantes, os nenuphars .
Os amieiros dormiam e os salgueiros choravam à beira
de um rio lento de ervas daninhas ondulantes;
espadas de gladdon guardavam os vaus,
e lanças verdes e juncos de flechas.
Houve eco de música durante toda a noite
no vale; muitas coisas
correndo de um lado para o outro: lebres brancas como a neve,
ratazanas saindo de tocas; mariposas nas asas
com olhos de lanterna; em silenciosa surpresa,
os Brocks estavam olhando para fora das portas escuras.
Ouvi danças ali, música no ar,
passos rápidos no chão verde.
Mas sempre que eu vinha era sempre a mesma coisa:
os pés fugiam e tudo ficava quieto;
nunca uma saudação, apenas as fugazes flautas
, vozes, buzinas na colina.
De folhas de rio e feixes de junco
fiz para mim um manto verde-jóia,
uma vara alta para segurar e uma bandeira de ouro;
meus olhos brilhavam como o brilho das estrelas.
Com flores coroadas, eu estava em um monte,
e estridente como um canto de galo
orgulhosamente eu gritei: 'Por que você se esconde?
Por que ninguém fala, onde quer que eu vá?
Aqui estou agora, rei desta terra,
com espada de gladdon e maça de junco.
Atenda minha ligação! Venham todos!
Diga-me palavras! Mostre-me um rosto!'
Preto veio uma nuvem como uma mortalha noturna.
Como uma toupeira escura tateando eu fui,
ao chão caindo, em minhas mãos rastejando
com olhos cegos e minhas costas dobradas.
Rastejei até uma floresta: silenciosa ela permanecia
em suas folhas mortas; nus estavam seus ramos.
Lá devo sentar, vagando com inteligência,
enquanto as corujas roncam em sua casa oca.
Por um ano e um dia eu devo ficar:
besouros batiam nas árvores podres,
aranhas teciam, no mofo
bolas de sabão pairavam sobre meus joelhos.
Por fim, veio a luz em minha longa noite
e vi meus cabelos grisalhos.
'Por mais que eu esteja curvado, devo encontrar o mar!
Eu me perdi e não sei o caminho,
mas deixe-me ir!' Então eu tropecei;
como se a sombra de um morcego caçador estivesse sobre mim;
em meus ouvidos soou um vento fulminante,
e com sarças esfarrapadas tentei me cobrir.
Minhas mãos estavam dilaceradas e meus joelhos desgastados,
e os anos pesavam sobre minhas costas,
quando a chuva em meu rosto ficou com gosto de sal
e senti o cheiro de destroços do mar.
Os pássaros vieram voando, miando, lamentando;
Ouvi vozes em cavernas frias,
focas latindo e rochas rosnando,
e em esguichos o barulho das ondas.
O inverno chegou rápido; em uma névoa eu passei,
até o fim da terra meus anos eu suportei;
a neve estava no ar, gelo no meu cabelo,
a escuridão jazia na última margem.
Ainda flutuando esperava o barco,
na maré subindo, a proa balançando.
Cansado eu me deitei enquanto ele me levava para longe,
as ondas subindo, os mares cruzando,
passando por velhos cascos agrupados com gaivotas
e grandes navios carregados de luz,
vindo para o porto, escuro como um corvo,
silencioso como a neve, no meio da noite.
As casas estavam fechadas, o vento murmurava ao redor delas,
as estradas estavam vazias. Sentei-me perto de uma porta
e, onde a garoa escorria pelo ralo,
joguei fora tudo o que carregava:
em minha mão agarrada alguns grãos de areia
e uma concha do mar silenciosa e morta.
Nunca meu ouvido ouvirá aquele sino,
nunca meus pés pisarão a margem,
nunca mais, como em triste beco,
em beco sem saída e em longa rua
esfarrapada eu ando. Para mim mesmo eu falo;
pois ainda não falam, homens que encontro.
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thunderlighsworld · 3 months
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6 de junho de 2023
A gente se beijou de novo em um beijo longo e demorado, eu deitei no meu colchão e vc ficou com o braço pendurado, fiz um carinho na sua mão e a gente dormiu. De manhã eu acordei, fui no banheiro e me deparei que eu estava na sua casa, mesmo sonolenta pensei em tudo q tinha acontecido, q maluco! Quando eu voltei vc dormia como um ursinho, parecia até q vc tava sorrindo aaaaaaaaaaa eu nuncaaa vou me esquecer daquela cena de vc dormindo aiiiiinn, imediatamente eu quis te acariciar e quando eu fui te tocar vc acordou e aaaaaaaaaaaaaaaaaaaa vc me olhou tão fofinhaaaa que eu jamais vou esquecer sua carinha, ela ta tatuada aqui no meu coração, quando percebi q acordou eu disse bom dia amor, vc sorriu e me disse bom dia amô com sua voizinha que meganha tão facil pq eu amo o timbre da sua voz! Nesse momento meu coração derreteu e eu sabia q queria q aquilo acontecesse sempre, a gente se abraçou muito e enquanto eu te admirava sem parar saiu um eu te amo da minha boca, vc se surpreendeu e disse q tbm me amava, a gente ficou deitada agarradinhas e dormimos, quando a gente acordou a gente ficou conversando e vc batia o pé na cortina toda hora e aquele feixe de luz refletia no meu rosto então a gente mudou de lado, enquanto eu te acariciava vc me disse que as coisas não tinham hora pra acontecer, e depois disso a gente se beijou muito, muito mais. Só que agora sua casa só tinha eu e você. Você tava pegando fogo! Sua pele tava muito quente, minha mão já sabia andar pelo seu corpo, quando a encontrei e vc me permitiu, senti o seu arrepio, vc se revirava ofegante com uma cara de safada e fazia um som instigante e fofo (tá foi estranho eu achar fofo) fiquei com medo de te machucar então eu parei a gente ficou mais um tempo abraçadas e eu levantei pra ir embora, me vesti e vc me deu um beijo. Fui embora com o seu gosto pelo meu corpo, com a mistura dos nossos cheiros. O problema disso tudo é que eu nunca mais vou esquecer daquele dia. Do dia em que eu me senti entregue inteiramente por alguem, de corpo e alma. Até hoje não consigo mensurar o quanto você faz eu me sentir bem.
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buildingmycastle · 2 years
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Desabafo sobre 2022 e tudo que estava entalado antes disso.
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Senhoras e senhores, que ano! Tudo que contém nesse texto é sem exageros e sem dramas estou sem tempo pra isso no momento, ainda sou "caos saindo do cais."
Confesso que 2022 era um ano cheio de expectativas boas, fazer 27 anos no dia 27 "pós pandemia" parecia bom presságio para novos projetos e de para uma esperança imensa meamo sendo "a arte de viver da fé só não se sabe fé em que". Porém, foi um ano que me virou do avesso, já que eu era uma pessoa com certeza calculista e negligente com meus sentimentos, mas em contrapartida era desesperada para fazer o que puder pelo próximo merecendo ele ou não, até porque já existe muitas pessoas ruins no mundo e não precisamos ser mais uma no meio de milhões. Me vi em uma situação de vulnerabilidade que confesso já saber da sua existência, porém por mais que eu lide com isso por mais de uma década e meia cada vez fica mais difícil, cada dia era uma nova caixinha enterrada com milhares de sentimentos ruins e destrutivos, basicamente já havia virado um campo minado se pisasse no local errado todo o problema explodiria no meu rosto e voltava a tona. Eu aprendi a desmoronar tão silelnciosamente que ninguém mais percebia. Me vi totalmente solitária, insuficiente, impulsiva, inconsequente, mais xoxa, capenga, manca, frágil e inconsistente do que nunca. Foi tão ruim que a melhor coisa que aconteceu foi quebrar meu pé já que foi assim que conheci pessoas que me fizeram acreditar novamente na existência genuína de bondade a troco de nada.
Ademais, pude ficar os últimos dias de vida da minha vó junta a ela visto que prometi que jamais deixaria ela sozinha naquele momento e não deixei até literalmente seu último suspiro e a última batida de seu coração.
Porém, observando tudo que se passou as vezes percebemos que o avesso é nosso lado certo ou o caminho certo para tomarmos atitudes de verdade que farão diferenças reais nas nossas vidas e assim sigo no caminho, aprendendo muito mais sobre minha condição, sobre mim, sobre atitudes que não me pertencem e tentando me redescobrir sem essa máscara que a maldita genética me trouxe. No inicio eu ficava calejada, até que chegou em um ponto que eu enterrei tanta coisa que acabei sendo enterrada viva por mim mesma e pelos outros que contribuíram para esse desfecho. Eu fui totalmente tomada pelo caos e drama de outras pessoas e pelo meu próprio. Nesse percurso inclusive, eu fui ficando sem ar aos poucos, ataques de pânico, idas a emergências, taquicardia, desmaios constantes, exames que duravam dias, mas certamente se o pior acontecesse na certidão de óbito estaria escrito: causa mortis; sufocada pelo emaranhado de sentimentos não ditos.
Ficou evidente que um dia eu sucumbiria e fui totalmente destruída restando apenas escombros, não havia mais um resquício do que eu era de verdade, mas isso não é desculpa para não se reerguer, montar pedaço por pedaço e entender essa nova pessoa que estou me tornando gradualmente, com novas crenças, propósitos, metas, objetivos e o principal a nova rotina. Será fácil? Nenhum pouco, precisa de constância pro resto da vida, mas seguimos.
Em 2023 as expectativas fantasiosas ficaram de lado, sem contar com "o ovo antes da galinha", porém, com a certeza de que farei o meu melhor para ser uma pessoa melhor e ser exemplo daquilo que tanto prego. A palavra para 2023 é ESTABILIDADE, não financeira (porém até que não faria mal nenhum, alô mega sena) mas emocional, afinal sem isso somos só um esboço do que já fomos.
Obrigada a todos que contribuíram aos surtos emocionais e a todos que me acolheram, pois sem o mau não existiria o bem e sem a escuridão não existiria luz. Tô abraçada com a Samara no fundo do poço ainda, viramos até amigas, mas agora já enxergo um feixe de luz. O conhecimento liberta, ele expande a mente e te faz entender que o verdadeiro milagre não cai do céu e sim na força de vontade que tu coloca em cada atitude, afinal toda ação tem sua reação. Eu achei por muitos anos ser libertador não se identificar com nada e nem ninguém, mas no íntimo se percebe que não se reconhecer em nada é assustador e personagens de filmes, séries e livros não contam afinal eles são fictícios não é mesmo? Não estamos aqui para vivermos papeis e sim a nossa verdade.
Que esse novo ano que se aproxima você seja o reflexo daquilo que quer ver no mundo, que possa enxergar beleza até nos dias mais sombrios, se permita sentir triste, mas não permaneça nesse lugar por muito tempo porque é altamente perigoso, que cada dificuldade vire aprendizado e a felicidade vire rotina e não a exceção a regra.
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pr-eduardo-silva · 2 years
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#✍🏻Eduardo R. da Silva🙋🏻‍♂️: Certa vez José teve um sonho e o contou aos seus irmãos. Aí é que ficaram com mais raiva dele porque ele disse a#— Escutem#que eu vou contar o sonho que tive. Sonhei que estávamos no campo amarrando feixes de trigo. De repente#o meu feixe ficou de pé#e os feixes de vocês se colocaram em volta do meu e se curvavam diante dele.#Então os irmãos perguntaram:#— Quer dizer que você vai ser nosso rei e que vai mandar em nós?#E ficaram com mais ódio dele ainda por causa dos seus sonhos e do jeito que ele os contava.#Depois José sonhou outra vez e contou também esse sonho aos seus irmãos. Ele disse assim:#— Eu tive outro sonho. Desta vez o sol#a lua e onze estrelas se curvaram diante de mim.#Quando José contou esse sonho ao pai e aos irmãos#o pai o repreendeu e disse:#— O que quer dizer esse sonho que você teve? Por acaso a sua mãe#os seus irmãos e eu vamos nos ajoelhar diante de você e encostar o rosto no chão?#Os irmãos de José tinham inveja dele#mas o seu pai ficou pensando no caso.#Amados sabemos neste texto que o sonho que José teve vinha do próprio de Deus#quero dizer nesta noite pra você#deixe os sonhos de Deus tomarem conta de você. Os sonhos de Deus são necessários na nossa vida#veja o quando isso mudou a vida de José e quanto isso impactou outras vidas com o propósito de Deus#É preciso deixar as coisas velhas pra viver coisas novas#o sonho de Deus faz isso conosco#não adianta você querer que as coisas mudem se você não estiver disposto a mudar e a abrir mão de tudo aquilo que te impede de viver as pro#por isso#seja determinado#dê mais um passo#se desprenda do que deu errado e faça tudo diferente amanhã...Pergunte a Deus o que Ele sonhou pra sua vida#e viva este sonho por completo#Boa noite
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shinymoonbird · 3 years
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🕉️  Histórias maravilhosas sobre Sri Bhagavan  🕉️
Uma pequena pérola de livro: 'At the Feet of Bhagavan' (Aos pés de Bhagavan) de Sri T K Sundaresa Iyer
PODE UM OVO RACHADO SER CHOCADO?
Foi às primeiras horas da manhã no Salão de Sri Bhagavan. Ele tomou o Seu banho, e de seguida foi para a extremidade mais distante do Salão para tirar a toalha que pendia de um bambu suspenso horizontalmente, e numa extremidade do qual um passarinho tinha construído o seu ninho e nele colocado três ou quatro ovos. Ao retirar a Sua toalha, a mão de Sri Bhagavan veio contra o ninho, que balançou violentamente, de modo que um dos ovos caiu ao chão. Desta forma o ovo partiu-se; Sri Bhagavan ficou perplexo, consternado. Ele exclamou para Madhavan, o assistente pessoal: "Olha, olha o que eu fiz hoje!" Assim dizendo, segurou o ovo partido na Sua mão, olhou para ele com os Seus ternos olhos, e exclamou: "Oh, a pobre mãe vai ficar tão triste, e talvez zangada comigo também, por ter causado a destruição do seu pequenino esperado! A casca do ovo poderá ser unida outra vez? Vamos tentar! Assim dizendo, pegou num pedaço de pano, molhou-o, envolveu com ele o ovo partido, e voltou a colocá-lo no ninho. A cada três horas, Ele retirava o ovo partido, retirava o pano, colocava o ovo na palma rosada da Sua mão, e olhava para ele com Seus olhos ternos por minutos seguidos. O que estava Ele realmente fazendo nesses momentos? Como é que podemos dizer? Ele estava enviando, com aqueles olhares maravilhosos de Graça delicada, feixes vivificantes para o ovo partido, transmitindo cada vez mais novo calor e vida para ele? Isso é um mistério que ninguém pode resolver. E Ele ia repetindo: "Que o partido seja curado! Não poderá ser chocado mesmo assim? Deixe o pequenino vir deste ovo partido!" Esta preocupação ansiosa e ternura de Sri Maharshi continuou dia após dia por aproximadamente uma semana. Assim, o ovo afortunado estava no ninho com a sua ligadura de pano molhado, apenas para ser acariciado por Sri Maharshi com toque divino e olhar benigno. No sétimo dia, Ele pega no ovo e com o espanto de um estudante anuncia: "Olha que maravilha! A fenda fechou, assim a mãe já vai ficar feliz e vai chocar o seu ovo! Meu Deus libertou-me do pecado de causar a perda de uma vida. Vamos esperar pacientemente pela saída do abençoado pequenino!" Mais alguns dias se passam, e finalmente uma bela manhã Bhagavan encontra o ovo aberto e o pequeno pássaro cá fora. Com o rosto exultante de alegria, radiante com a luz de sempre, Ele leva o passarinho na Sua mão, acariciando-o com os lábios, afagando-o com Sua mão macia, e passa-o para todos os espectadores para que o possam admirar. Ele recebe-o por fim de volta em Suas próprias mãos, e está tão feliz, por um pequeno gérmen de vida ter sido capaz de se desenvolver apesar do infeliz acidente sofrido em embrião. Ah, quanta preocupação com o mais pequeno (só do ponto de vista humano) da criação! Não é o coração de um Mahatma tão compassivo, que derramou as primeiras lágrimas de ansiedade quando o ovo se partiu, e depois lágrimas de alegria com o nascimento do bebé recém-nascido? Poderia o leite da bondade ser visto ou concebido mais doce do que isto? ॐ
Imagem: Fotografia de Kumar “Pássaros de Arunachala"  https://www.myramanamaharishi.com/photography-of-birds-of-arunachala-by-kumar-artist/
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portuguesiando · 5 years
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O DEDO - por Lygia Fagundes Telles
Achei um dedo na praia. Eu ia andando em plena manhã de sol por uma praia meio selvagem quando, de repente, entre as coisas que o mar atirou na areia – conchas, gravetos, carcaças de peixes, pedras -, vislumbrei algo diferente. Tive que recorrer aos óculos: o que seria aquilo? Só depois de aparecer o anel é que identifiquei meu achado, o dedo trazia um anel. Faltava a última falange.
Não gosto nada de contar esse episódio assim com essa frieza, como se ao invés de um dedo eu tivesse encontrado um dedal. Sou do signo de Áries e os de Áries são apaixonados, veementes, achei um dedo, UM DEDO! Devia estar proclamando na maior excitação. Mas hoje minha face lúcida acordou antes da outra e está me vigiando com seu olho gelado. “Vamos – diz ela – nada de convulsões, sei que você é da família dos possessos, mas não escreva como uma possessa, fale em voz baixa, sem exageros, calmamente.”
Calmamente?! Mas foi um dedo que achei! – respondo e minha vigilante arqueia as sobrancelhas sutis: “E dai? Nunca viu um dedo?” Tenho ganas de esmurra-la: Já vi mas não nessas circunstâncias.
O poeta dizia que era trezentos, trezentos e não sei quantos. Eu sou apenas duas: a verdadeira e a outra. Uma outra tão calculista que às vezes me aborreço até a náusea. Me deixa em paz! – peço e ela se põe a uma certa distância, me observando e sorrindo. Não nasceu comigo, mas vai morrer comigo e nem na hora da morte permitirá que me descabele aos urros. Não quero morrer, não quero! Até nessa hora sei que vai me olhar de maxilares apertados e olho inimigo no auge da inimizade: “Você vai morrer sim senhora e sem fazer papel miserável, está ouvindo?” Lanço mão do meu último argumento: Tenho ainda que escrever um livro maravilhoso… E as pessoas que me amam vão sofrer tanto! E ela implacável: “Ora, querida, as pessoas estão fazendo montes. E o livro não ia ser tão maravilhoso assim”.
É bem capaz de exigir que eu morra como as santas. Recorro às minhas reservas florestais e pergunto-lhe se posso ao menos devanear um pouco em torno do meu achado: não é todos os dias que se acha um dedo. Ela me analisa com seu olhar lógico: “Mas não exorbite”.
Fecho a porta. Mas então eu ia dizendo que passeava por uma praia completamente solitária, nem biquínis, crianças ou barracas. Praia áspera e bela, quase intacta: três pescadores puxando a rede lá longe. Um cachorro vadio rosnando sem muita convicção para dois urubus nos pousados detritos. O sol batia em cheio na areia brilhante, viva, cheia de coisas do mar de mistura com coisas coisa da terra  longamente trabalhadas pelo mar. Guardei na sacola uma pedra cinzenta, tão polida que parecia revestida de cetim. Guardei um caramujo amarelo, o interior oco e roxo se apertando em espiral até a raiz inatingível. Guardei uma asa de concha rosa-pérola. O dedo não guardei não.
Não senti nenhum medo ou asco quando descobri o dedo meio enterrado na areia, uns restos de ligamentos e tecidos flutuando na espuma das pequeninas ondas. Há pouco encontrara as carcaças dos peixinhos que escaparam das malhas das redes. Lavado e enxague, o dedo parecia ser da mesma matéria branca dos peixes, não fosse a mundana presença do anel, toque sinistro numa praia onde a morte era natural. Limpa.
Inclinara-me para ver melhor o estranho objeto quando notei o pequeno feixe de fibras de algodão emergindo na areia banhada pela espuma. Quando recorri aos óculos é que vi: não era algodão, mas uma vértebra meio descarnada – a coluna vertebral de um grande peixe? Fiquei olhando. Espera, o que seria aquilo? Um aro de ouro? Agora que água se retraíra eu podia ver um aro de ouro brilhando em torno da vértebra, cingindo-a fortemente, enfeixando as fibras que tentavam se libertar, dissolutas. Com a ponta do cipó, revolvi a areia. Era um dedo, dedo anular, provavelmente, com um anel de pedra verde preso ainda à raiz intumescida. Como lhe faltasse a última falange, faltava o elemento que poderia me fazer recuar: a unha. Unha pontuda, pintada de vermelho, o esmalte descascando, acessório fiel ao principal até no processo de desintegração. Unha de mulher burguesa, bem cuidada, à altura do anel de joalheiro de classe que se esmerou na cravação da esmeralda. Penso que se restasse a unha certamente eu teria fugido, unha é importante demais. Mas naquele estado de despelamento, o fragmento do dedo trabalhado pela água acabara por adquirir a feição de um simples fruto do mar. Contudo, havia o anel.
A dona do dedo. Mulher rica, um anel daqueles devia ser de mulher rica e de meia idade, que as jovens não usam joias, só as outras. Afogada no mar? O biquíni verde combinando com o anel. O óleo perfumado fazendo brilhar a pele sem brilho. A onda, começou inocente lá no fundo e foi se cavando cada vez mais alta, mais alta, Deus meu, tão grande! A fuga na água resistente como um muro, os pés de ferro e a praia tão longe, ah! Mas o que é isso?… Explosão de espuma enrolando boca e olhos em esparadrapos de sal. Sal.
Respirei com ênfase. Mas que mulher vai hoje de anel de esmeralda para o mar? A elegante passageira de um transatlântico de luxo que afundou na tempestade? Mas fazia tempo que nenhum transatlântico de luxo naufragava assim.
Podia ser ainda uma suicida, dessas que entram de roupa pelo mar adentro, que o desespero é impaciente, mal teve tempo de encher os bolsos com pedras. A pedra verde no dedo. Ou a personagem real de um crime, crime passional, é evidente, enfraquecida a hipótese de latrocínio pela presença do anel. Um crime misterioso, já arquivado: mulher bonita. Marido rejeitado. Minhocando, roque-roque. Roque-roque. O flagrante da traição, “Ai, como dói!” A premeditação no escuro, tão profundo o silêncio no quarto que podia se ouvir o murmurejar do pensamento, roque-roque. Ela acorda em pânico no meio da noite “Mas que barulho é esse? Um camundongo? Ele se aproxima sem poeira. Sem emoção. No banheiro cintilante a proximidade da água facilita demais, os crimes deviam ser cometidos perto de cascatas. Um pouco de lavanda nas mão ligeiramente trêmulas após a tarefa cumprida na ausência da cozinheira em licença remunerada para ir visitar a mãe. A casa na praia não foi uma solução? E a praia deserta, o homem feliz não tinha camisa, só maiô. Tão simpático o homenzinho de maiô azul que todos os dias vai à praia levando a caixinha de sabonete, que será que ele leva naquela caixinha? Um detalhista: ideias miúdas, objetos miúdos. Na cabeça, um pequeno boné se tem sol. Era ele que andava com uma mulher grande, bonita? Era. E a mulher? Lá sei, deve ter viajado, ele ficou só. Parece que adora o mar, faça sol ou não, vai dar o seu passeio com sua caixinha e seu sorriso.
Por que cabeça de assassino fica do tamanho do mundo? A solução seria um porta-chapeú, mas se ninguém usa mais chapéu?… Enfim, se sobrou a cabeça não sobrou o dedo que na manhã de garoa ele deixou no mar. O anel foi junto, era tão afeiçoado a carne que se recusou a sair e ele não insistiu, pois ficasse o dedo com seu anel, que suma os dois! Nem os urubus saíram de casa nessa manhã. Ele saiu.
A pedra brilhava num tom mais escuro do que a água. Lembrei-me de um quadro surrealizante: uma praia comprida e lisa, de um branco leitoso com flores brotando na areia, flores-dedos e dedos-flores. No quadro, o insólito era representado por uma gota de sangue pingando nítida da ponta do dedo. No meu achado, o insólito era a ausência do sangue. E o anel.
A primeira pessoa que passar por aqui vai levar esse anel, pensei. Eu mesma – ou melhor, a outra, a lúcida, com falsa inocência não chegou a insinuar que eu devia guardar o anel na sacola? “Mais um objeto para sua coleção, não é uma linda pedra?” Expulsei-a, repugnada. Horror. A morte de Itabira reclamava a flor que o distraído visitante do cemitério cólera na sua sepultura, “Eu quero a flor que você tirou, quero de volta a minha florzinha!” A dama do mar faria uma exigência mais terrível por telegramas, cartas, telefone, me soprando com sua voz de sal: “Eu quero o anel que você roubou do meu dedo, eu quero o meu anel!” Como reencontrar naqueles quilômetros de praia os diluidíssimos restos de dedo para lhe devolver a esmeralda?
Com a ponta do cipó, cavei rapidamente um fundo buraco e nele fiz rolar o dedo. Cobri-o com o tacão do sapato e na areia tracei uma cruz, intuí se tratava de um dedo cristão. Então veio uma onda, que esperou o fim da minha operação para inundar o montículo. Dei alguns passos. Quando me voltei pela última vez, a água já tinha apagado tudo.
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anna-alfajiri · 2 years
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Quando voltei à Rússia pela primeira vez em 2003, comecei a escrever o que na minha cabeça se chama "Vivat Matriarcado!" 
Hoje vou começar a publicá-lo, terminando-o no processo.
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Vivat Matriarcado - 1 "Sonho"
Foi em Khabarovsk.
Um dos dias ensolarados eu estava sentado no sofá. Um mapa do mundo estava pendurado na parede acima do sofá. Lembro-me daquele breve momento, como um flash, o pensamento "A África está chamando".
Mais de sete anos se passarão antes que meu pé ponha os pés no grande solo africano.
E haverá um sonho.
Nesse sonho, todo o espaço estava preenchido com ritmos claros, fundindo-se em um pulso fascinante. Os bateristas estavam nas profundezas da cabana, longe do fogo, e foram isolados da luz por uma multidão de pessoas. A partir disso parecia que eles não existem, que o som existe em si é transparente e onipresente.
Olhando mais de perto, vi que havia três bateristas. Mas o som dos tambores era tão alto e claro que dava a impressão de que pelo menos cem instrumentos estavam presentes.
De repente, os tambores pararam. A multidão cantou uma música em um idioma que eu não conhecia. Apitos e gritos entusiasmados eram ouvidos periodicamente. Durante o canto, o círculo perto do fogo se expandiu e uma mulher apareceu. Seu rosto, pintado de branco e vermelho, parecia uma máscara à luz do fogo.
Esta impressão foi especialmente reforçada pelos círculos amarelos brilhantes ao redor dos olhos. Aproximando-se do fogo, a feiticeira jogou um punhado de grama no fogo e faíscas do próximo punhado salpicaram com pequenos vaga-lumes. A partir do feixe seguinte, a fogueira subiu e, quando desceu, começou a fumar, enchendo o ar com um doce etéreo.
О poste, que eu não havia notado antes, estava à direita do fogo. Tornou-se o centro da dança da feiticeira, à qual se juntaram duas. Os dançarinos nus até a cintura, pisando com cuidado, se aproximaram do fogo, e fiquei surpreso ao ver que um deles era uma menina.
Enquanto a feiticeira, dançando ao redor do poste, repetia alguns cânticos, a multidão já estava em silêncio. O menino e a menina se separaram. De pequenos bules regavam o chão de barro, desenhando um círculo. Então, novamente foi a vez da bruxa criar algo no chão. Primeiro ela polvilhou o círculo com farinha, depois começou a desenhar símbolos.
E novamente, de repente, o ar se encheu de rufar de tambores, o ritmo ficou mais rápido e mais alto, as pessoas na multidão começaram a se levantar e dançar em êxtase.
O tambor pariu e todos se sentaram no palco um círculo polvilhado com farinha branca, onde os assistentes da feiticeira continuou a se mover soltaram um galo. A princípio o pássaro  caminhou com seu natural andar orgulhoso. Mas notando que o feiticeira pretende pegá-lo, ele começou a ter por perto desenhando novos símbolos misteriosos na farinha.
Por esforços comuns, o galo foi pego e o emaranhado e a feiticeira com um movimento brusco cortaram sua cabeça.
Diante dos meus olhos, a neblina vermelha ainda flutuava quando acordei. Junto com o desgosto pela crueldade que acabara de ver em algum lugar da periferia da alma foi êxtase, os tambores ainda batiam com um eco moribundo em realidade.
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drsemanacid · 2 years
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Aves enferrujadas, lava? para onde estou indo, isso dói muito.
Certo dia contaram uma piada para mim na qual seguia uma linha bem boba e obvia que era ‘’você sabia que pode tomar lava pelo menos uma vez na vida?’’ na época eu tinha uns 12/14 anos de tempo gasto na terra então não via lógica e toda vez perguntava o motivo e como, a resposta era sempre a mesma ‘’você pode tomar lava só que em seguida você vai morrer k k k k’’
Bom acho que hoje em dia isso não é mais tão engraçado e eu não faço ideia de como deve ser a reação da lava com a pele por motivos óbvios porém forçando um pouco a barra é engraçado pensar que não suportamos as chamas de problemas quando sobrevoam a nossa pele, pequenos pássaros metálicos fazem acrobacia enquanto deslizam rasgando a nossa pele. Depois de varias cicatrizações tudo parece normal... e você sente um sentimento de ‘’isso sangra porem não me faz querer chorar’’ e é o mesmo com a tal lava mental, cada ser humanos é uma vulcão, alguns entram em erupção e outros seguram tudo até ter uma imensidão interminável de resíduo incandescente dentro de si.. queimando sem parar e impossível ser salvo.
Acho que ainda não fugi daquele universo com semelhança ao inferno bíblico mas conheci outras cantos no qual o problema é mais apertado e o ar que eu estava acostumado é trocado por um mais denso e pesado, sinto-me respirando um nevoeiro feito micro pedaços de metal o que em outrora eu tinha conseguindo enfrentar.. caiu tudo por terra ou melhor por chamas... ja não me importava mais com os meus pés ardendo cada passo dado porém nesse lugar é tudo diferente.. talvez eu esteja investigando mais a fundo o meu próprio vulcão, olho para o céu e nem consigo manter minha visão fixa lá..
Tudo aqui é novo e a paisagem é mais devastadora ? ao entrar em contato com o céu consigo ver feixes de luz rebatendo nos doces pássaros de ferro que dançam enquanto rangem com as suas asas de ferro semi enferrujado e sim, caso você se pergunte ‘’pq doces sendo que elas dilaceram a pele enquanto dançam ?’’ Bom eu tenho a respostas aquilo ali era diversão, na primeira investida que recebi eu gritei por ter recebido cortes nos pés o que o chão afoguetado só piorava e criava uma reação em cadeia dolorosa. Não consegui andar por diversos dias.. o resto do meu corpo não estava acostumado com a intensidade daquele lugar, eu tinha me acostumado com a brisa infernal mas nunca antes tombará sobre o solo. Ali percebi como meu pés eram resistentes por suportar todos esses anos perambulando. Nunca tive paz o som de metal de esfregando e os giros lindamente acrobaticos que cortavam a minha pele e deixava meu corpo queimando.. aquilo foi doloroso e único eu estava triste e perdendo todo meu sangue nesses processos repetitivos mas estava tudo bem, eu sangrava mas podia ver os pássaros dançando e o doce... e o doce... e o som escarrado de cantar barulhentos e desorganizado olhando melhor eu não gostava me prendi em um vício, a desordem sonora fazia parecer que estava tudo bem.
E é... não estava bem porém consegui me enganar em um nível que parecia ter fortificado o meu corpo, levantei com uma força quase nula e para piorar era a época de troca dessas aves desgraçadas... e elas foram embora.. eu consegui dar um grande salto porém não demorou muito para ouvir os mesmos barulhos de antes porém em numero maior... e bom era isso, não tinha mais um casal de pássaros que me dilaceravam enquanto tentava lutar... existiam milhões acho que até mais do que eu poderia contar e tudo ficou mais lotado fui tão ingrato com aquele casal de aves que agora todos os meus demônios adormecidos viraram adagas, navalhas, espadas entre outros itens cortantes e todos me perfuraram sem eu nem ter direito de resposta.
Acho que estou chegando ao fim ? a combinação do metal com a atmosfera abrasada. Todos esses problemas que achei ter sumido me caçaram e provavelmente vão acelerar a minha carbonização enquanto sou atravessado
Não tem segredo, eu não sei para onde estou indo e eu não sei o que esta acontecendo o MOTIVO disso tudo, não existe viver assim.. bom dessa vez não tenho uma respostas achei que tinha derrubado  todos os meus medos e aquela dupla de aves não eram nada.. afinal não me fazia chorar os cortes constantes. Apenas o diário de alguém que esta sendo consumido pela lava.. voltando a piada de quanto tinha 14 anos.. acho que da para sentir a sensação inigualavelmente da lava rasgando sua pele lentamente mais de uma vez...
EU ODEIO VOCÊS, MALDITO PÁSSAROS DE FERRO.
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caprimistica-blog · 6 years
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Parte 2
- Opa – falei enquanto ele continuava a massagear minha bunda.
- Algum problema? – Ele perguntou e olhou para minhas costas não entendi o motivo até ele enfiar a mão pela abertura do vestido que ia até a cintura chegando a minha bunda.
Deixei-o fazer isso por alguns segundo e me livrei de sua mão. Virei-me para ele e falei – O que você quer?
- Nada que você não queira fazer – falou pegando minha mão e levando até o pau dele sob a calça, que eu apertei no ato.
- Viu como estou e a culpa é sua – Falou.
- Minha culpa! – falei sem parar de apertar.
Então retirei a mão e caminhei até a mesa de centro, coloquei minha taça que ainda estava pela metade na mesa, virei-me e falei – Melhor pararmos por aqui pode chegar alguém. E eu sou casada, você também, meu marido esta na festa... Ele me cortou
- Ninguém vai vir aqui, é área privativa da casa – falou fazendo sinal de negação com as mãos.
- Você tem certeza?
- Tenho sim – Falou se aproximando um pouco.
- Não sei pode aparecer alguém... – mas antes que eu terminasse ele abriu o zíper da calça e tirou o pau para fora.
Olhei e gostei do que vi, era um belo cacete, de bom tamanho e grossura. Involuntariamente mordi o lábio inferior.
Ele se aproximou mais segurando e se masturbando lentamente de mim – Pegue – Falou.
Olhei para a cara dele bem séria para ele, depois para o pau sendo acariciado por ele.
Estiquei a mão e o segurei, apertei-o todo, acaricie com as duas mãos, e comecei lentamente uma punheta.
- Isso Paula, bate uma para mim, com essa mãozinha macia que você tem – Falou meio sacana.
Bater uma punheta para ele era a última coisa que queria. Olhei para aquele cacete babando na minha mão. Minha boca se encheu de água. Olhei a cadeira ao meu lado e sentei-me puxando-o pelo pau. Ele veio sorrindo. Seu membro ficou quase na altura certa.
- Punheta? Você quer uma punheta? – falei sem parar de massagear aquele cacete cheio de veias que vibrava na minha mão.
- Queria era comer você, mas isso é impossível aqui – disse alisando meu rosto.
Olhando nos olhos dele disse – verdade, me comer aqui sem chance. Mas eu posso comer você – E abocanhei aquele cacete mamando com prazer, sem muita presa.
- Ah! Safada – Falou Alfredo – Gosta de chupar então!
Tirei o pau da boca e falei – Adoro.
Chupei com muito carinho aquele pinto. Lambia todo á cabeça, depois enfiava novamente na boca.
- Nossa que boca deliciosa, você é uma puta boqueteira – ele falou alisando minha cabeça.
Tirei o pau da boca e falei – Uma puta boqueteira? Não querido, eu sou uma boqueteira puta – e voltei a mamar deliciosamente.
- Puta – Falou - Vou foder sua boca – e segurou minha cabeça com as duas mãos e começou a foder minha boca, por instantes só depois me soltou para que eu continuasse o boquete do meu jeito e prazer.
Ele deslizou a mão e começou a apalpar meu peto por cima do vestido, como esse tinha bojo estava sem sutiã. Parei de chupa, endireite-me na cadeira e abri os feixes da gargantilha. A frente do vestido caiu, expondo meus peitos com os bicos duros.
Então falei – Você disse que não vem ninguém aqui não é?
- Não, não vem não – Falou e levou a mão e acariciou meu peito.
Estava com medo, mas estava muito excitada. Abri o cinto da calça dele e abaixei-a junto com a cueca até os pés, deixando totalmente exposto o objeto do meu desejo.
- Agora sim – E levantando aquele mastro gostoso, lábio inteiro. Desci para o saco lambendo-o lentamente.
- Você é uma profissional do boquete – Falou.
- Adoro um pau na boca – falei esfregando o rosto naquele membro duro.
- Aposto que você faz muito isso – ele falou
- isso o que? Chupar um pau?
- Isso, você deve mamar em muitas rolas por ai – Disse forçando o pau para dentro da minha boca.
Puxei a cabeça e falei – Não tanto quando eu gostaria
- Seu marido não desconfia?
- Não, infelizmente ele não sabe – falei lambendo todo o talo cheio de veias.
- Queria que ele soubesse é? - perguntou e continuou não me dando chance de resposta – Além de fazê-lo de corno, ainda queria que ele fosse corno manso?
Dei umas três ou quatro chupadas com bastante gosto e falei – Queria sim, queria que o corninho do meu marido me visse chupando um caralho. Sendo fodida por outro.
Meu tesão foi a mil, comecei a punhetar e mamar com gula e desejo – Me de leite. Goza na minha boca, me deixe tomar sua porra, cachorro filho da puta.
Não demorou e Alfredo soltou um urro contido. Senti a boca se encher de porra. Engoli tudo e continue com aquele pau na boca até senti-lo amolecendo.
Quando ele saiu da minha boca Alfredo falou – Nossa que gostosa sua boca – e começou a querer levantar a calça.
- Calmo ai – Falei pegando minha taça sobre a mesa.
Tomei um gole e bochechei lavando minha boca por dentro, depois mais um gole matando o resto fiz o processo novamente.
Então peguei seu pau mole já e comecei a chupá-lo – Que esta fazendo quer mais, não sou mais jovem não é assim – Falou Alfredo meio que rindo.
Chupei um pouco e levantando falei – Não quero chupá-lo mais estava apenas limpando-o.
Arrumamo-nos e voltamos para a festa, fui direto ao banheiro retoquei minha maquiagem e fui para o lado do meu maridinho sentando-me como uma séria esposa que sou.
- Vamos indo querida, estava só esperando você – Disse meu marido – Completando - Meus amigos disseram que você esta uma gata e eu concordo.
Abri um sorriso - Vamos sim, estou louca para chegarmos a nossa casa e brincar com você um pouquinho – falei e levei a mão entre suas pernas.
Ele riu e falou – Querida! Que você andou bebendo além de champanhe?
- Leite amor, é o que as gatas bebem, não é? - falei rindo.
- Só você mesma! Vamos embora – Falou rindo
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minhaslidas · 3 years
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Formas negras agachadas, deitadas e sentadas, apoiadas contra os troncos das árvores, confundiam-se com a terra, entre escondidos e paridos pela luz parca, todos com ares de dor, abandono e desespero.
Outra mina explodiu no penhasco, seguida por um leve tremor no solo sob meus pés. O trabalho continuava. O trabalho! E era aqui o lugar em que alguns de seus ajudantes se retiravam para morrer. “Claramente morriam devagar. Não eram inimigos, não eram criminosos, não eram mais criaturas deste plano — nada além de sombras negras doentes e famintas jazendo de forma confusa sobre o lamento verde. Trazidos de todos os recantos da costa, seguindo a legalidade dos contratos temporários, perdidos em vizinhanças desconhecidas, alimentados com comida estranha, adoeciam, tornavam-se ineficientes e então recebiam permissão para rastejar para longe e descansar. Essas formas moribundas eram livres como o ar — e quase tão rarefeitos como ele. Passei a distinguir o brilho de seus olhos sob as árvores. Então, olhando para baixo, vi um rosto próximo à minha mão. Os ossos negros se reclinaram completamente, apoiando um dos ombros contra a árvore. Suas pálpebras se abriram vagarosamente e olhos fundos me fitaram, enormes e vazios, como se já cegos, brancos somente nas profundezas das órbitas, que lentamente se apagaram.(...)
Próximo a essa mesma árvore havia mais dois feixes de ângulos agudos acocorados. Um deles tinha o queixo apoiado nos joelhos, olhando para o nada, de uma maneira incômoda e desalentadora: seu irmão fantasmagórico apoiava a testa como se lutasse contra um cansaço imenso. Por todos os lados, outros se espalhavam em poses contorcidas como em alguma foto de massacre ou epidemia. Eu ainda estava paralisado pelo terror quando uma dessas criaturas ficou de quatro como um animal e se dirigiu ao rio para beber.
Joseph Conrad, Coração das Treva
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procura-seoquefazer · 3 years
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Echo estava gostando de ver como o seu monólogo havia gerado efeitos adversos no grupo, estavam com raiva, intrigados, curiosos, e novamente com raiva. Ele estava impressionado com a forma que uma brincadeira dele se tornou algo tão grande, ele não tinha planos para depois se não ir preso ou tentar ser morto. O castelo do Drácula não fazia realmente seu estilo, então no fim não desejaria morar ali. Na verdade poderia até vender seus pertences e ganhar um bom dinheiro com isso. Ficou feliz quando alguns o questionaram sobre algumas coisas, o que abriria margem para mais um monólogo. A primeira a se manifestar foi a loba Mars, cujo Echo não pôde evitar de notar sua boa aparência e personalidade irritável, algo que particularmente gostava. Com o comentário dela, Echo apenas abriu um sorriso, deixando suas duas mãos repousando na cadeira.  ———— Eu não me importaria, por obséquio, se quisesse me dar uma surra.———— Logo após, ouviu a voz do bruxo, curioso com o paradeiro do vampiro. Echo não sabia a importancia ou o motivo pela preocupação, mas queria esbanjar seus poderes. Com a pergunta de Guiren, Echo passou a mão em seus cabelos, podiam notar em seu olhar o orgulho.  ———— Ele já está sumido a alguns dias. Eu não cheguei a mat#r ele, mas eu o mandei para um lugar especial. Quem sabe um dia ele não aparece de novo.———— para Echo não haveria motivo de manter o Drácula livre se queria ficar com sua casa antes. Mas agora que tinha desistido da ideia, não ia querer mais um vampiro no seu pé. A pergunta de Claphira, então, era boa e Echo já havia treinado a resposta para dar em seu julgamento, a respondendo entusiasmado.  ———— Sinceramente eu não tenho certeza. Talvez eu tenha criado um caos no tempo e espaço, ou talvez não tenha sido nada. Talvez seja bom vocês sobreviverem. As mortes lá fora não eram reais... em parte... mas seus ferimentos aqui são. Ou talvez não.———— bem... Ele não tinha certeza, e seu depoimento não faria muita diferença em relação à sua pena. Era aceitar o que vinha e torcer para não morrer. Com o enfrentamento de Jihoon após o aparecimento dos clones, Echo somente meneou a cabeça em negativa. ———— Eu não sou um lutador, sou um ilusionista. Não tenho a mínima vergonha em usar os meus poderes para isto.———— o respondeu colocando as mãos no bolso, já extremamente animado para acompanhar o show. Echo se divertia com as lutas, observando os corpos caírem aos poucos e alguns de seus clones sobrevivendo. Estava observando tudo em cima de uma cristaleira mais baixa, balançando os pés e gritando em torcida para seus filhos clones. Quando a briga cessou, e uma boa parte estava sem consciência, ele desceu do móvel, se juntando aos clones sobreviventes e fazendo sumir aqueles que haviam perdido. Avançou na direção das criaturas sobreviventes, porém hesitou quando observou a estaca que Astaroth segurava. Calarook abriu um sorriso mostrando todos os seus dentes e deu dois passos para trás. Criou um pequeno portal na área menos ocupada do ambiente, trazendo aqueles que estavam no segundo andar para cima. Vivos ou desacordado. Ou mortos. ———— Vejo que alguns de vocês conseguirem. Ihul! Parabéns. Vocês aproveitaram muito bem a chance, eu talvez não devesse ter devolvido os seus poderes, mas ficaria chato, né?———— falava rápido, gesticulando com as mãos e aparentemente nervoso. Astaroth provavelmente impunha a estaca, pronto para testar o rumor de sua fraqueza, algo que Echo achou que não chegaria em suas mãos. Nunca viu um Trickster ser morto por uma estaca. Nunca viu um Trickster ser morto, na verdade.                         Echo estava prestes a colocar as mãos em seu rosto, para tentar se defender quando uma luz forte apareceu no céu, quebrando toda a estrutura aparentemente frágil do Castelo. Não podiam ver nada. Papai, é você? Nao conhecia seu pai, mas queria o conhecer. Sentiu seu corpo ser puxado pelo feixe de luz que ocupava o espaço. Aquilo estava o deixando frágil. Echo oi tinha certeza que estava sendo abduzido. Talvez fosse sua hora depois de tantos dias fazendo merd# com o mundo. Cruzou os
braços em frente ao peito e se deixou levar, não sem antes estalar os dedos para iniciar uma contagem regressiva.                           5... 4... 3... 2... 1...                          ——— ɪʟʜᴀ ᴅᴏs ᴍᴏɴsᴛʀᴏs, 21 ᴅᴇ sᴇᴛᴇᴍʙʀᴏ ᴅᴇ 2021                          Aos olhos de um qualquer, era apenas um dia normal nas ruas da Ala Leste. A classe operária trabalhando de maneira cansativa para rodar a economia ou apenas para preencherem seu calendário com atividades produtivas, estudantes planejando seu futuro de maneira responsável aos olhos da coordenação, governantes fazendo o que sabem de melhor… Estava tudo nos conformes — a não ser por pequenos detalhes. Ninguém sequer se lembrava do dia anterior, com exceção deles, vivos. ECHO VOLTARÁ (?¿?¿) INTERAGINDO COM: ??? EM: ??? EXTRA: ROUPA
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Acordei com um feixe de Sol pintando meu rosto. Meu corpo doía e meu estômago roncava. Percebi, então, que estava sozinha. Levantei para ir ao banheiro e me deparei com Thiago na banheira.
- Desculpe, não achei que você fosse acordar agora.
Balancei a cabeça, em um sinal de despreocupação e saí do cômodo. Decidi me vestir e sair para encontrar Pedro. Ele estava na recepção, pagando pela estadia. Deu um sorriso ao me ver e perguntou se já estávamos indo. Ao voltarmos para o quarto, Thiago já estava vestido e decidimos que era hora de voltar para estrada.
[...]
Chegamos à casa de praia no final do dia. Passamos algumas horas arrumando tudo. Os dois conversavam bastante, como se nada tivesse acontecido e eu me afogava em meus pensamentos. A noite passada havia sido incrível e surpreendente, melhor do que eu sequer havia sonhado. Nunca havia trazido esse assunto à tona com nenhum dos dois e me pergunto se eles haviam conversado sobre isso. Decidi que era melhor agir como eles para não estragar a viagem.
[...]
A noite foi se findando enquanto bebíamos na sala. Thiago havia trazido um baralho e eles estavam tentando me ensinar pôquer, porém sem sucesso. Eu estava bêbada demais para aprender a blefar. O calor estava tão forte quanto de dia e eu estava corada pela combinação da noite quente com o álcool. Decidimos ir dormir para aproveitar o dia na praia logo pela manhã. A casa tinha apenas um quarto, com uma cama de casal e uma de solteiro. Pedro se ofereceu para dividir a cama comigo, já que nos conhecíamos a mais tempo, e eu aceitei.
Coloquei minha camisola no banheiro e, ao voltar pro quarto, cada um estava em uma cama. Deitei ao lado de Pedro e ficamos de costas um para o outro. A cama de Thiago ficava bem a minha frente e ele estava virado em minha direção. Seus olhos me invadiam das mais variadas formas possíveis e meu calor aumentava. Eu havia bebido relativamente bem e conseguia sentir minha calcinha molhada. Uma onda de tesão percorrera pelo corpo e eu implorava pra sentir algum prazer.
Depois de algum tempo, percebi que Thiago havia caído no sono e, então, comecei a passar meu pé pelas pernas de Pedro e pude sentir que ficou arrepiado. Repeti esse movimento algumas vezes até que ele se virou para mim e apertou seu corpo contra minhas costas. Pude perceber que ele estava tão excitado quanto eu. Senti sua mão percorrendo minha cintura, passando pelo meu quadril até chegar em minhas coxas, onde descansou após um longo aperto. Lentamente, Pedro começou a beijar meu pescoço e eu fechei meus olhos, gemendo baixinho. Ele pressionava meu corpo contra o dele até eu sentir seu pau enrijecido em minha bunda. Em um sinal de consentimento, abaixei minha calcinha e senti que ele também tirou sua roupa íntima. Ainda beijando meu pescoço, ele colocou sua mão no meio das minhas pernas e eu já estava completamente molhada. Com movimentos firmes e circulares, ele movia seus dedos pelo meu clitóris, de um jeito que só ele sabia. Em poucos minutos, gozei sem esforço e pedi para ele me foder. Foi então que senti seu pau entrando com força em mim. Deixei escapar um gemido audível e ele prontamente tapou minha boca. Senti sua outra mão apertar meu quadril e, com isso, a intensidade do movimento só aumentava. Eu suava e gemia, totalmente inebriada pelo prazer. Foi então que, voltando do transe que eu me encontrava, olhei para frente e pude perceber que Thiago estava acordado. Ele não estava coberto, então pude reparar que seu pau estava marcado em sua cueca. Seus olhos estavam fixos nos meus enquanto meu corpo tremia a cada vez que Pedro metia com força. Esse momento fez com que meu tesão aumentasse e eu chegasse no pico do meu prazer. Gozei intensamente enquanto Pedro tirava seu pau de mim para gozar também. Ficamos ambos estirados na cama, ofegantes. Pedro estava visivelmente exausto e não notou que Thiago estava acordado. Eu o beijei suavemente e disse que iria ao banheiro me limpar.
Assim que voltei, Pedro já estava totalmente adormecido. Decidi ir para sala fumar um cigarro na sacada. Estava absorta em meus pensamentos. Não tinha interesse algum de voltar a ter algo com Pedro, mas não podia negar que aquele homem sabia me fazer gozar como ninguém. Eu estava parada na varanda, tragando profundamente o cigarro e fitando o céu. Até que escuto um sonoro "ei" e, ao virar pra trás, encontro Thiago na sala novamente me invadindo com seu olhar.
[...]
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brunoronald · 4 years
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Lockhem , tentou convencer Miltra mais uma vez ,  demonstrando que   não seria cruel.  
Lockhem – Eles nem irão lembrar do que aconteceu, acordarão sem consciência do que lhes falta e sem saudades.  O parentesco de quem perder, tio , pais , avós,  não trará  sofrimento ou magoas .    É a misericórdia máxima que posso conceder.  Isso casa com suas ambições atuais, já planejava destruir Arias Plantem.
Miltra – O lugar sim mas os habitantes não.   Por um bom preço posso comprar a parte dos outros fundadores.   Não sei o que eles querem, não fiz qualquer proposta ainda sobre as vida lá , talvez  algum montante dos os meus poderes atuais posso ofertar a eles. Lockhem – Faz de tudo para que não morram.   Um amor imotivado  . Imotivado porque não a cabimento em tanto afeto.   Está desgastando respeito recíproco cumulado durante anos  por conta deles .
Miltra –  Há  muita hipocrisia!  Você é o que  mais gasta entre nós, a construção desse seu  cofre  deveria ser interrompida.  Todos os seus esforços se dirigem a essa caixa preta que é   quilométrica  . Isso sim é um  extravagante consumo de material cósmico .
Lockhem –    Não gasto nada,  eu reaproveito o que não está sendo utilizado , todo os sois  que nada aquecem , todo ouro que não enriquece ,  terras onde ninguém pisa ,   extraio o material   de mundos   inertes  e desnecessários.   Esse meu projeto  será  de grande valia   para  cada um aqui.   Lembre-se  que  se obstaculizar o cumprimento da  eutanásia daqueles  seres   a consequências de sua afronta ensejará em punição.  Escolherei o interventor em breve que fará o extermino.  
Miltra – O meu paraíso não é desnecessário!
Esbravejou Miltra contra o menosprezo do senhor dos eternos.
Lockhem desapareceu, voltou para dentro de sua caixa preta.  Miltra e PraxFord ficaram sozinhos.
Miltra – Todo material que ele consegue, inclusive o nosso poder , ele está se utilizando para fomentar   aquela muralha  . Eu vou voltar para Arias Platem ,  vou bloquear qualquer  um  que tente erradicar   a minha criação.  Voce...
Praxford – Não precisa me pedir , estrei a disposição.  Se não conseguir defender sozinha.
Miltra – Grata.
Miltra deixou  Vayervelenver   e voltou   ao seu mundo em um feixe  de luz.
Arias Platem estava incólume até o  início da  tarde , havia paz do subsolo ao céu , dos rastejantes , aos voadores e entre os homens de todas as nações . Miltra olhava para sua criação no topo da mais alta montanha a Presa de Marfim  que tinha dois mil metros e  era adornada por camadas e camadas de neve. A voz da montanha era o vento frio urrante que batia em sua encosta. As vezes dava a  impressão de que o monte  gemia com a baixa temperatura.  Antes o Presa de Marfim era só um cume qualquer mas agora , era uma atalaia  onde Miltra com seus olhos vistoriava qualquer indicio de uma possível  invasão . Não era necessário um deus estar presente ali para matar  um quarto da humanidade , mas ela acreditava   que quem quer que fosse fazer  o pedido de  Lockhem,  desceria do céu  só para ver esse um quarto desaparecendo, alguém que sentiria prazer e zero remorso nessa espurcícia. Se defesa dela falhasse, ficou imaginando quais dos habitantes seriam escolhidos para  morrer ... Presa de Marfim tinha esse nome por ser uma elevação bem acentuada e com uma leve curvatura que ao longe  parece o dente de ataque deu m grande elefante fincado ao chão  , é um lugar alvo  por causa do gelo e da luz solar , pinheiros cresciam mas eram invisíveis a distancia , cobertos pela neve. Nenhum animal em especial vivia ali  a não ser o Bode dos Pinheiros ... Existe o bode escalador que sobe penhascos  , mas o bode do pinheiro sobe em árvores ! Quando ele fica com fome a alternativa que esse animal tem é de subir nos pinheirais para procurar o seu fruto, a pinha. Alguns  lenhadores , ao  derrubar uma árvore por aqueles ardores ,  podem por acaba por  derrubar também alguns bodes .. e alguns até  colidem com a cabeça de uns lenhadores quando  esses começam a dar machadadas que  assustam os animais nos galhos. Se já é ruim uma maçã madura  cair na cabeça de alguém , imagine um bode.
 Cardio –  É embaraçoso não ter conseguido perceber a minha entrada aqui.
Cardio falou  sentindo  vergonha pela falta de percepção da divindade.
Miltra – A minha preocupação  foi o que abriu  a brecha para esse erro.  Olhei tanto para os que estão lá em baixo que esqueci de guardar o próprio lugar onde vigio .   Então você é o interventor de Lockhem ?  
Cardio –  Já tenho em  mira todos os cinquenta mil ,  baste eu apontar um dedo para um cidade  e disparar  os  raios invisíveis  que iram   penetrar na cabeça deles  e desintegrar  todo o sistema nervoso . Posso ?
Miltra –  Se tentar já imagina o que vai acontecer.
Cardio – Não sentirão nada, será indolor.
Miltra –  Você escolheu esse método ? Esses homens pertencem a mim , sou e que decido como e quando devem morrer.
Cardio –  Lhe deixo então escolher o método , mas o quando é para agora. Lockhem quer o expurgo  de imediato.
Miltra – Ele que se mate para poupar o universo.
Cardio apontou o dedo indicador para baixo pronto para dizimar .
 ·         A montanha inteira ruiu como um castelo de areia . Miltra  disparou o punho esquerdo fechado  no rosto de Cardio . O ponto mais alto de Arias Platem , a edificação das edificações , foi posta a baixo.Cardio foi enterrado com um cruzado no meio do rosto , e ele desceu do  pico aos pés da montanha  , dois mil metros de queda  , quebrando o corpo  contra o monte de calcário e arenito  . Àrvores , rochas  caíram em cima dele.  Um túmulo de pedras empilhadas    era o que os escombros pareciam.  Grande parte do  gelo que se acumulou  na encosta e no cume da Presa de marfim  foi dispersa por quilômetros , e causou uma  inesperada chuva de  neve em algumas vilas e cidades próximas. A poeira da desintegração da montanha  entretanto   foi contida por Miltra  , pois acabaria sufocando os que ela estava tentando salvar.
·         Cinco soldados gigantes cinzentos brotaram do chão ,  com 160  metros portados com  escudos gigantes se posicionaram em um pentágono  e juntaram  escudos  formando uma barreira  prendendo os dois deuses em  na arena de cinco lados.  Os soldados com seus broqueis iriam evitar que a luta causasse danos fora daquela área. Eles eram  invocações subordinadas a Miltra
·         Cardio deslocou toneladas de rochas para o lado ,  saindo de baixo do que restara da Presa de Marfim.  Cardio saltou , dois dos soldados  o manteram  no chão chocando seu escudos no Deus , o espremendo entre eles.
·         Cardio voltou a cair do mesmo lugar, estonteado.  Ele desejava que Miltra explodisse , que o vento se torna-se um chicote  que a rasgasse no meio , só que nada acontecia a ela... os seus poderes estavam sendo anulados .  A Miltra flutuava perto do chão muito seria .
·         Cardio  tredestinou sua energia para os habitantes de Arias Platem  e o mesmo quis para eles , que morressem   mas  isso não se realizou . Cardio , como qualquer Deus é acostumado a ter o que deseja feito instantaneamente  e pela primeira vez ele via seu poderes falharem. Aquele mundo , as coisas daquele mundo não obedeciam a ele , as nuvens não aparavam suas quedas e nem a terra se amolecia quando ele  incidia  contra , parecia era se tornar mais dura  quando mais desejava que dulcificasse.
Cardio –  Eu vou soltar um raio  que vai percorrer todo esse planeta e matar quem estiver pisando no chão .
As mãos de Cardio ficaram incandescentes e raios estalavam delas , raios amarelos  que  percorriam o seu braço inteiro .  Ele juntou as mãos e as ergueu para  desemboca-las no chão. A eletricidade compilada nos seus punhos era enorme  mais   que o sol . PraxFord , chegou  e segurou as mãos relampejantes.            
Cardio –  Atrapalhou meu ataque .  Solte meus braços.
Praxford – Está com raiva ?
Cardio – Não.
PraxFord –  Então porque decidiu matar todos ?
Cardio – Pelo insulto que ela cometeu ao me humilhar.
Praxford – Ser brocado no chão com um soco só , já deveria ser o suficiente para você não atentar contra o lugar  de novo.
Cardio –  Estou cumprindo ordens . Se Lockhem aparecer aqui , ela teria coragem de acertar a cara dele também ?
Miltra –  Claro. Lockhem podia ter vindo aqui  mas preferiu testar  a obediência dos seus  subordinados enviando você.  
Cardio –  Porque você questiona nosso líder ? Porque não se rende a lógica dele. Bom , o tempo ira revelar que você  esta se posicionando da maneira errada . Humanos podem ser substituídos , clonados , copiados mas nós não , deuses tem uma existência singular  , somos os seres que   realmente importam , sem nós , como o universo se regularia ?
Miltra – Se o universo está sobe o nosso controle, porque Lockhem não impede a morte do mesmo ?  Eu não vou mais debater isso , os deuses que concordam com Lockhem que se delimitem a seguir suas regras , agora eu não sou obrigada a entrar nesses mesmos ditames.  
Cardio –  Então vá embora de Vayervelenver como seu pai.  
Miltra –  Para deixar Lockhem sem contestação , enlouquecendo todos ?  
Lockhem apareceu
Lockhem –  Fez um estrago em  Garra de Marfim .  Que pena, era uma montanha bonita, um ponto de referencia . Os mortais  estão vindo para cá   saber que fenômeno foi esse que colocou o monte mais alto abaixo e que fez nevar fora de época.  
Miltra – Veio finalmente sem intermediários.  
Lockhem –  Vim para prende-la. Interferiu apesar das minhas orientações.
Miltra –  Existe uma cela que pode conter-me ?
Lockhem –  Que te faz achar que não pode ser posta em reclusão ?
Miltra – Hoje eu posso ser ,  pois estou nerfada ...vou descobrir o meio que você usa para subtrair meus podres  e então vou te impedir de com todas as minhas forças que esse seu plano secreto com a muralha se conclua.
Lockhem –  Eu limito todos.
Miltra – Menos a si mesmo.
Lockhem –  Meus propósitos ,  são famosos em seus ouvidos  .   N��o passarei   a  eternidade  dizendo que  estou tentando para o fim de tudo cada vez que sou questionado .  Eu não sei de onde vem tanto ativismo, essa desconfiança , essa não concordância e  falta  colaboração. Por conta de suas afrontas  pueris e irremediáveis , ei de silencia-la.
Praxford  soltou os braços de Cardio   para lançar uma rajada de energia branca  em Lockhem que desfez a rajada em nada antes que ela o alcançasse.
Lockhem –   Não torne a reunião um ringue.  
PraxFord – Ameaça-la com uma  pena de restrição de liberdade , é algo que me deixa embrazado.
Os embate dos  deuses foi  interrompido , um pequeno grupo de habitantes da região  foi  aproximando  acanhados diante  das grandes estatuas erguidas   ao redor de cinco seres celestiais .  Um grupo de homens , receosos , talvez vinte , curiosos   , amedrontados , com medo de serem esmagados pelos soldados de concreto . ‘’ será que eles se mexem ? ‘’ ‘’Será que são vivos ‘’  ‘’ Onde está a montanha ? onde está a Presa de Marfim  ‘’  esses eram os murmúrios  daquele bando.
Lockhem – Agora acho que sei exatamente como para-la Miltra , sem carecer de  grilhões. Vendo esses homens me veio uma incessante vontade de perguntar a eles que destino eles preferem.
Miltra –  Como assim.
 Lockhem –  Irei questionar a todos os mortais de Arias Platem  o que preferem :  Que apenas cinquenta mil morram , ou que morram todos de uma vez . A primeira opção é a que eu oferto , a segunda opção é a que você oferta a eles ao me afrontar.  Qual será a vontade da maioria ?
 Uma breve explicação ao leitor para situar um pouco mais dentro da historia .
Os deuses são divididos por eras , isso é , por surgimento :   Os deuses do  Primevo : Ungradir , Mogharim ,  Exermandes, Plurima. Os deuses da Semeadura  :  Miltra , PraxFord , Lockhem , Blayerbaund , Fluxmier , Gahoya , Arenvestrus , KrayFelerom , Sargash , Arbrindel   Os deuses do Terciário : Cardio , Mayrom , Evaiontrax Os deuses do Quaternário :  Lunima     Os deuses do Primevo são originários diretamente do Dispensador de   Auim ( os primeiros )  . Já os da Semeadura  são os descendentes  dos Primevos .  Os deuses do terciário  , descendentes dos da Semeadura e   Lunima , do Quaternário se originou de Auim  como  os deuses do Primevo , porem  ela nasceu depois da Terceira Era por isso ela não pode fazer parte da categoria Primevo . O nome  da Era  da  semeadura , se da por ser uma época bastante abundante do nascimento de Seres celestiais. (Voce encontra meus outros trabalhos nos links abaixo ) http://brunoronald.deviantart.com/ https://facebook.com/NoCoracaoDaFantasia/ https://brunoronald.tumblr.com/ #escritor #autornacional #artista #livros #literatura #portugal #brasil #textos #meustextos #fantasia #trechos #trechosdelivros #tumblr #frases #autorais #poesia #romance #escritor #autoresnacionais #brunoronald #osreisdopecado #tumblr #frases #histórias #fantasia #contos #novelas #animais #meuslivros #livros #literatura #brasil #portugal #trechos #minhas #meus #rabiscos #ariasplatem
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2045pm · 7 years
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Hoje não 14/16
56 dias
O conforto da rotina, o som da voz de Isak , as patas de Blue pela escada, o cheiro de café ... Depois de sua segunda noite de volta, Even se sentiu infinitamente melhor e quando ele acordou , Isak já estava totalmente vestido , na cozinha.
"Bom dia!"
Isak olhou por cima da caneca de café.
"Parece que alguém está realmente disposto ".
"Estou!" Even confirmou "E, só tive um pesadelo noite passada".
"Pequenas vitórias, de fato" disse Isak e Even concordou com a cabeça.
Ele beijou Isak em cada bochecha e sua testa antes de mergulhar num beijo adequado nos lábios. Isak colocou sua caneca no balcão atrás dele rapidamente e agarrou o topo de pijama de Even , cuidadosamente mas com entusiasmo, deslizou uma das mão nos cabelos dele o puxando para perto até ter Even contra o balcão.
"Esta é definitivamente a melhor maneira de começar o dia” disse Even ainda com os olhos fechados
"É?" Isak perguntou, brilhantemente. "Bem, você pode ter isso todos os dias".
"Eu posso?"
"Sim. Tudo o que você precisa fazer é se casar comigo hoje".
Even gemeu e deu um passo atrás. Ele deveria saber , Isak tão brilhante e acordado a esta hora , claro que teria um motivo .
"Mas eu disse a você -"
"Isso foi ontem", Isak completou , retomando ao seu café "E hoje é hoje".
Even o olhou com carinho enquanto servia seu próprio café ; carregado com creme e açúcar.
"Não hoje, Isak."
Isak fez beicinho . Era como normalmente ele conseguia suas conquistas . Mas essa não era uma situação "normal' e a voz de ítalo ainda acuava em sua cabeça dizendo a palavra 'viúvo'
"Você sabe por quê" Even lembrou. Isak suavizou um pouco e assentiu.
"Eu sei"
"Eu ouvi um fim disso ?"
"Absolutamente não." Isak colocou a caneca a pia enquanto Even suspirou, mordendo uma torrada . "Não esqueça de tomar os comprimidos , ok?"
Even olhou para as caixas organizados por cor no armário
"Mal posso esperar", ele disse amargamente. Isak lhe deu um olhar de simpatia antes que Even se juntasse a ele, recostado no balcão . Isak acariciou o rosto contra o bíceps de Even até que abraçou seus ombros.
"Você tem certeza que tem trabalhar hoje?" 
"Sim. Mas os casamentos são uma desculpa válida para faltar."
Even suspirou e olhou para os feixes de madeira escura do teto. Seria um longo período de dois meses.
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47 dias
Even se arrastou pelas escadas determinado a passar pelo menos alguns minutos com Isak antes dele ir para o trabalho hoje . Seus pés estavam sensíveis e ele não queria nada além de arrastar Isak de volta para o andar de cima e ficar na cama o resto do dia. Mas Infelizmente Isak precisava ir .
“Ah, bem na hora ”, disse Isak enquanto Even entrava . O sorriso alegre dele caiu quando viu os círculos escuros sob os olhos de Even .
Sem o beijo habitual , Even forçou um sorriso enquanto passava para o outro lado , para se sentar num dos assentos próximo ao balcão.
“Cheira bem” Even murmurou, descansando a cabeça na mão.
“Você não está se sentindo bem?" isak perguntou. Sua sobrancelha denunciava a preocupação.
"Estou bem” Even assegurou  " Só não dormi bem".
“Por que você não me acordou?”
“Você precisava dormir. Não faz sentido que ambos estejamos cansados”.
Isak parecia dividido entre discutir e ou queimar o café da manhã .
Bom , o café da manhã ganhou . E ele voltou sua atenção para o fogão, usando uma espátula para virar a panqueca e colocar num prato .
Isak colocou o prato com três panquecas amontoadas uma em cima da outra , com duas palavras escritas com mel . “Case comigo”
Isak sorriu para ele orgulhoso . Não era o tipo de sorriso com uma espectativa de ‘sim’ mas que ele simplesmente queria dizer que ainda estava esperando . Em vez de fingir ser sério, Isak se inclinou sobre o balcão e olhou para Even , batendo seus longos cílios até Even começar a rir. Isak se endireitou depois de ter alcançado seu objetivo.
“Hoje não, Isak” Even respondeu enquanto separava as palavras com uma faca.
“Agora isso foi grosseiro" Isak sorriu um pouco encarando seu trabalho destruído no prato.
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43  dias
Isak estava ansioso para chegar em casa . Ele carregava uma sacola cheia de mantimentos e tinha planos para cozinhar o prato favorito de Even . 
Ele colocou as duas bolsas pesadas no balcão o mais rápido que pôde e passou um momento calmando Blue antes de chamar por Even
“Evvvvvvvi!" ele gritou. "Cadê você?”
“Aqui em cima!”
Blue correu pelas escadas e Isak o seguiu. A cauda do cachorro balançava com tanto entusiasmo que dificilmente podia caminhar em linha reta. 
Isak levantou a mão para bater na porta do banheiro onde Blue já estava com as duas patas , mas foi interrompido pela voz de Even 
“Entra!”
Isak abriu a porta e encontrou Even esticado na banheira . A água era opaca coberta com uma espessa espuma que cheirava de lavanda e Even segurava um livro cuidadosamente nas mãos , usava óculos e cabelos meio úmidos .
“Só estou lendo um pouco , para passar o tempo ”
“Hum. Pensei que estava me esperando ” Even balançou a cabeça com um sorriso malicioso. Isak sorriu e se ajoelhou ao lado da banheira, tirando o livro das mãos de Even que se moveu para o beijar.
“Eu vou ficar mais um pouco ,preciso lavar meu cabelo . Devia ter começado mais cedo mas acabei me distraindo ”
“Com o quê?" Isak perguntou. Ele cruzou os braços sobre a borda da banheira e descansou o queixo sobre as mãos.
"Papai veio aqui . Eu acho que ele estava tentando me distrair enquanto você estava fora ”
“Todos esses livros e ele acha que você ficaria entediado?” Even deu uma risada cansada e fechou os olhos, respirando fundo. Isak nunca admitiria isso, mas ele gostava muito desse banheiro, apesar dos toques ostentosos que Fernando havia acrescentado.
 As paredes de musgo verde, as bancadas de mármore e a banheira maciça e o chuveiro separado eram muito mais do que Isak estava acostumado .
Isak agarrou o sabonete líquido de Even e colocou um pouco na palma da mão, antes de começar a espalhar gentilmente pelas as costas de Even , esfregando entre os ombros e a clavícula.
“Isso é bom”, Even disse “As instruções na garrafa disseram esfregar na pele o máximo possível”
“Eu sei o que as instruções dizem , meu bem” Isak respondeu com sarcasmo fazendo Even sorrir um pouco , Isak notou que seus lábios haviam perdido um pouco do rosa que costumavam ter.
“Ele trouxe pelo menos 20 tipos de chocolate diferentes .”
“Ugh. Eu comprei ingredientes para fazer sua torta de maçã”
“Hummm! Estou interessado ”. Isak desenhou um sorriso e mergulhou a mão de volta na água, massageando suavemente as costas de Even outra vez. O hematoma em seu ombro estava lá a tanto tempo , Isak se quer se lembrava desde quando .
Durante algum tempo, eles ficaram ali . Até Isak sentir a água esfriando e ele quebrou o silêncio.
“Sabe, eu já estou de joelhos, então, você quer se casar comigo ?” Even sorriu. Seus olhos ainda estavam fechados, mas seu rosto estava virado para Isak que pegou os cinco centímetros de espuma que estavam em sua bochecha.
“Hoje não , Isy .”
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35 dias 
Seria um bom dia, Even pensou . Seria um ótimo dia .
Estava ensolarado, eles estavam na cama e Isak ainda tinha uma hora antes de ir para o trabalho . Ele tinha dormido bem e não tinha acordado se sentindo tonto ou desorientado como nos últimos dias - um evento que Isak parecia totalmente dispostos a tirar vantagem. Antes que ele pudesse aproveitar completamente a sensação quente de acordar sem alarme, Isak o pressionou nos travesseiros, as mãos sob a camisa de Even e os lábios se movendo sobre sua garganta.
“Hum” Even gemeu eventualmente mordendo a orelha de Isak quando a oportunidade se apresentou. Seu estômago resmungou mas ele escolheu ignorar - não havia nenhuma refeição que pudesse ser melhor do que isso - e ele puxou a camiseta de Isak , querendo que ela desaparecesse.
“Hummm” ele gemeu vendo mais pele disponível
Isak o beijou calorosamente , fazendo com que Even sentisse os dedos dos formigando . Ele tentou e não conseguiu conter um gemido um pouco mais alto, Isak riu contra seus lábios, movendo uma mão para o quadril de Even antes de beijar uma trilha da garganta até a clavícula.
“Você pode faltar ao trabalho hoje ?” Even suspirou passando a mão pelos cabelos de Isak  “Eu quero fazer isso o dia todo”.
“Eu não quero faltar sem uma boa razão”, murmurou Isak contra a pele de Even 
“Nós podemos encontrar uma boa razão. Embora eu pense que essa seja uma realmente boa”
“Você sabe qual seria uma verdadeiramente boa ?” Isak perguntou e sorriu para Even que apertou os lábios numa linha reta.
“Qual ?”
“Nós poderíamos nos casar”.
Isak cruzou as mãos no peito de Even , sorrindo com falsa expectativa, seus olhos arregalados e brilhantes.
“Você não vai desistir , não é?” ele perguntou, Isak sacudiu ligeiramente a cabeça, e Even suspirou de volta aos seus travesseiros com um leve sorriso. Ele perguntou todos os dias nos últimos nove dias, e embora Even soubesse que era um jogo, ele se perguntou por quanto tempo sua resistência poderia durar contra a determinação de Isak e seus belos olhos verdes .
“Não hoje, Isak ”, ele disse puxando Isak para outro beijo mas Isak ficou perfeitamente imóvel.
“Hoje nao?”
“Não hoje” Even confirmou .
Isak suspirou e inclinou a cabeça contra o peito dele por um momento antes de deslizar para a borda da cama. Even tentou o segurar , mas era tarde demais - os pés de Isak já estavam no chão , vestindo a camisa que ele tinha acabado de descartar
“Isak?”
“Eu tenho cerca de quarenta e cinco minutos para sair para o trabalho”, disse Isak , olhando para o relógio.  Even procurou por seus óculos para que ele pudesse ver claramente  “Tenho que tomar banho , fazer café .”
“Hãn?!? Mas nós estávamos -”
“Eu teria tirado um dia de folga” Isak respondeu encolhendo os ombros. Even olhou para ele quando sorriu e cruzou os braços. "Mas preciso ir … ser responsável”.
Even continuou olhando para ele enquanto caminhava até a porta, aparentemente satisfeito consigo mesmo e com sua nova marca de tortura persuasiva. Com a mão na porta, ele se virou e olhou para Even , ainda emaranhado nos lençóis. Isak piscou e saiu .
“Isak ?” Even chamou não muito alto mas não obteve resposta , exceto de Blue que pulou na cama .
Ele ouviu a frigideira , o abrir da geladeira e alguns passos na andar de baixo . Even queria muito gritar por Isak até ele ficar rouco mas ele sabia que não fazer isso , era o melhor caminho a seguir .  
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29 dias 
Isak estava sentado no seu balanço favorito da casa de seus pais enquanto tomava uma cerveja num completo silêncio por pelo menos dez minutos. Ele precisava disso. Ele quase conseguiu, também, e tinha desligado, olhando para o campo gramado fora da casa que levava à floresta. As estrelas eram brilhantes e o ar estava calmo,
Isak se recostou, fechando os olhos , apenas respirando ..
“Isak?”
Isak saltou ao som de seu nome e se virou para Natália saindo pela porta .
“Ei Nat..”
Natália fechou a porta atrás dela e se juntou a Isak nos balanços
"Então, como você está?”
“Estou bem , vou viajar para o Japão amanhã , você sabe .”
“Você vai melhorar ! Tenho certeza .″
Natália assentiu com um sorriso modesto “Even parece melhor hoje ” Ela disse com um pouco de otimismo.
“É …” Isak disse olhando para o rótulo da garrafa em seus mãos
"Ele tem sorte de ter você para cuidar dele.”
"Têm ?”
“Você é um bom cozinheiro"
Eles trocaram dois segundos de sorrisos antes do silêncio e o ar frio os alcançarem. Isak olhou pela janela da sala , Even estava jogando xadrez com Isabel desolado enquanto ela sorria com orgulho.
Isak estava feliz em vê-lo assim , sorrindo e agindo normalmente , era reconfortante, até ver Carmem se aproximar de Even enquanto Isabel estava distraída. Ela se agachou ao lado dele , com alguns comprimidos e um um copo d’água  O sorriso de Even desapareceu e ele acenou com a cabeça, enquanto os jogava na boca e tomava um gole de água.
Isak apoiou a cabeça na parte de trás do banco e olhou para Natália , que estava olhando para ele com preocupação. Claramente, a expressão de Isak o denunciou
"Você está bem?” ela perguntou
Isak engoliu em seco. Eles sempre foram muito próximos desde o colegial .
“É difícil. Eu só estou tentando faze-lo sorrir , o deixar confortável. Mas , quase todas as noites ele tem febre , eu vejo como os passos que ele dá subindo as escadas são mais lentos e mais cuidadosos  . Eu sei que ele esta ficando fraco” Isak descartou a lágrima rapidamente
Natália olhou para Isak e o viu como nunca antes , ele parecia tão perdido . Ela segurou a mão de Isak, acariciando um pouco com seu polegar .
“Ele vai ficar bem , Isak.”
Isak apertou os olhos e nem se quer conseguia descrever sua dor . Ele encolheu os ombros e manteve os olhos fechados mas ainda assim , algumas lágrimas deslizaram sobre seu rosto .
“Eu não saberia viver sem ele . ”
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20 dias
Isak chegou em casa depois de um longo dia no zoo. Ele tinha deixado Even meio acordado no início da manhã com esperanças de ter um dia mais fácil .
Ficou meio surpreso quando Blue passou por ele e correu para fora sem o cumprimentar .
“Even ?” Isak chamou pelo corredor. Verificou os cômodos do andar de baixo , todos vazios . Antes de subir , certamente Even estava na biblioteca, tão envolvido que tinha esquecido de levar Blue parar fora e nem tinha notado Isak chegar .
Isak abriu a porta da biblioteca , ele não estava lá . Ele verificou mais alguns cômodos sem sucesso então provavelmente ele teria ido para casa de Fernando e esqueceu de o avisar .
Ele tomaria banho antes de fazer o jantar e esperar por Even . Ele começou a puxar sua camisa enquanto caminhava até seu quarto e quando ele ele descartou a descartou sobre a cabeça , viu Even dormindo .
As coxas cheias de hematomas estavam se tornando comuns, mas Isak ainda não estava acostumado . Ele suspirou e caminhou até o lado da cama. Se deu um momento para admirar seu noivo e o beijou suavemente enquanto ele ainda dormia .
Isak esperava o acordar e fazer uma comparação com um conto infantil mas não funcionou .
“Even?” Ele chamou o sacudindo um pouco ?
Even resmungou e puxou o lençol - Isak se sentiu aliviado por um instante .
“Ev, acorda .” Ele disse deslizando alguns fios de seu rosto
“Você esqueceu alguma coisa?” Even murmurou no travesseiro.
"O que?”
“Você deve ter esquecido alguma coisa”, ele continuou, rolando nas costas. O travesseiro amarrotado estava profundo ao longo do lado do rosto. “Voltou tão rápido. Mas você tomou café da manhã, não foi ?”
Isak olhou para o vazio enquanto tentava entender . Quando Even esfregou seus olhos, gemendo e se esticando sob as cobertas, Isak observou cautelosamente.
“Eu não sei”, ele resmungou, irritado por estar sendo questionado à essa hora “Nove horas? Talvez dez?”
“São seis”, disse Isak de repente bastante assustado e preocupado. “São seis horas da noite”.
Even olhou para ele incredulo, seu rosto contorcido com uma sonolenta confusão.
“Oque ?”.
“Você está dormindo o dia todo..??!
“A-o dia todo?” Even perguntou, olhando para o colo . “Eu fui dormir cedo na noite passada, então …”
“São quase vinte horas seguidas” Isak concluiu , respirou profundamente antes de se levantar e segurar a mão de Even .
“Vem ” ele disse puxando suavemente até Even se desmembrar dos lençóis. A cama estava funda e Isak engoliu a seco ao notar. Even claramente não estava se movendo muito enquanto dormia .
Even tropeçou mas Isak o segurou rapidamente. Even passou o braco sobre seu ombro .
“Vou te deixar no banheiro , ok? Você precisa tomar banho ”
 Even olhou para ele , um pouco tonto
 “Eu quase nem lembro de você saindo esta manhã” ele admitiu. 
“Tudo bem amor , vou fazer o jantar .”
 Isak só saiu do lado de Even para pegar a toalha e ficou horrorizado ao ver Even bocejando . Ele o segurou forte até o banheiro e viu Even lutar para tirar sua blusa . Isak se sentiu sufocando com a cena até ter coragem de dar alguns passos para frente e o ajudar a tirar suas roupas e sentar na banheira .
 Ele esperava que Even fizesse alguma piada ou dissesse algo engraçado mas ao invés disso ele apenas disse suavemente  “ Você é tão gentil ” . Isak desenhou três centímetros de um sorriso dolorosamente forçado . Ele sentiu vazio e frio enquanto arrepios atravessavam sua coluna .
“Vou me trocar e fazer o jantar . Me chame quando terminar. Ok?”  “Ok” Even respondeu sorrindo um pouco meio desorientado .
 Isak levantou e caminhou até fora do alcance dos olhos de Even . Ele sentiu seus joelhos tremerem e apertou seu estômago . 
O jantar provavelmente não iria o distrair suficiente mas era só o que ele podia fazer .
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16 dias 
Não havia muito que Even pudesse fazer para Isak em seu aniversário, ele estava ciente disso .
Algumas torradas , cubos de frutas e café com creme , e algumas flores que ele colheu cuidadosamente no jardim .
Even subiu devagar as escadas , rezando para que Blue não aparecesse e fizesse ele derrubar tudo.
Seu esforço, obviamente valeu a pena quando ele encontrou Isak adormecido na cama, agarrando o travesseiro com a boca entre aberta.
’Fofo’
Even colocou a bandeja ao lado da cama e se ajoelhou na borda perto de Isak . O sacudindo devagar até ele acordar assustado .
“Esta tudo bem?" Ele perguntou rapidamente  "Você está bem?”
“Estou bem” Even respondeu e acariciou sua bochecha "Feliz aniversário, amor.“
A expressão de Isak se suavizou em um sorriso, e ele caiu de volta ao travesseiro. Ele olhou para Even com carinho e se aproximou dele, ainda desordenado e sonolento. Even sorriu e o beijou .
"Feliz aniversário. Eu amo você e fiz café para você”
“Você fez café- wow - Isso é bom ou ruim ?”
Eles gargalharam juntos mas Even empurrou seu ombro com falsa indignação.
“Então, hoje é seu dia de folga . O que vai vai querer fazer ?”
Isak olhou para o café pensativo. "Livraria, almoço, cochilo e depois jantar na casa dos meus pais".
“Livraria?”
“Você me deve outro Atlas”
“Provavelmente devo dois mais”, Ele respondeu sorrindo, descansando a cabeça contra a cabeceira. A sensibilidade com que Isak olhava para ele, era quase como uma manhã de aniversário normal. Quase.
“Ou , você poderia me dar o que eu realmente quero ”.
Even não podia dizer se ele era sugestivo ou não, mas se Isak estivesse feliz em obrigar ao máximo de sua habilidade, embora isso possa exigir uma mudança na ordem do dia para sonhar, almoçar, livraria, outra soneca, e depois jantar nos Valtersen ’.
“E o que seria ?”
“Pode ser ‘casar’ , livraria, almoço, cochilo, jantar ”.
“Sua insistência poderia entrar em temas de concurso público”
“Isso é um” sim “porque você admira minha persistência?”
“É um 'hoje não’, embora eu admire sua persistência”.
Isak resmungou, soprando seu café , Even pensou ver um sorriso enquanto Isak mordia a torrada .
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Even tentou se manter animado durante o jantar de aniversário de Isak , três xícaras de café depois e ele ainda estava sonolento . Os primos ,tios e irmãos de Isak estavam discutindo calorosamente sobre futebol e Even não entendia nada sobre esse assunto, de brinde estava começando a sentir sua cabeça latejar então ele decidiu sair .
O ar quente parecia um cobertor quando ele caminhou pela varanda . Suspirou e se inclinou para uma das colunas de concreto. Foi um bom dia , Isak parecia estar apreciando seu aniversário. Ele tinha se juntado a Even no cochilo da tarde - uma raridade, já que ele sempre estava trabalhando ou cuidando de Even.
Ele quase não percebeu que a porta abrindo atrás dele.
“Posso me juntar a você?”
Por um momento, ele pensou que era Isak . Ele se virou e ficou surpreso ao ver Luís em vez disso, fechando a porta atrás dele e deslizando suas mãos nos bolsos.
“Claro.”
Ele deixou claro que queria conversar quando sentou ao lado de Even , que sentiu seu coração bater um pouco mais rápido. Ele engoliu sua apreensão e disse a primeira coisa que me veio à mente.
“Isak parece feliz hoje”.
“É. Mais feliz do que ele pareceu em muito tempo”.
Even ensaiou um sorriu, brincando com os punhos de sua camisa .
“Eu tenho que te pedir para fazer uma coisa muito difícil, Even . ” Luís falou cuidadosamente. Ele estava profundamente desconfortável e imóvel com as mãos dobradas no colo.
Even prendeu a respiração e olhou para ele com expectativa.
“Se … Sua irmã não for compatível ” ele disse lentamente “Eu preciso que você me prometa que vai se casar com Isak . Ele me contou que você continua dizendo não… E eu imagino e entendo o porque mas você o conhece tão bem quanto eu . Você sabe que mesmo que ele use um tom de brincadeira, mesmo assim , ele só quer que você continue com ele … ”
Even estremeceu “Isso não é … o que eu esperava que você dissesse. Eu -”
Luís olhou para ele com tanta tristeza e temia que Even tivesse que desviar o olhar.
“Eu tentei manter o aniversário dele o mais normal possível” Even falou , olhando por cima do ombro. Ele podia ver a cozinha pela janela aberta , Isak estava sentado no balcão, bebendo cerveja com Ítalo. Eles estavam rindo de alguma coisa, e consequentemente deixou Even feliz com a cena. A aliança reduzia em volta do dedo enquanto ele gesticulava . Even fez uma pausa e ouviu sua gargalhada única , era o tipo de riso amplo que Isak costumava dar na escola , era o tipo de risada que suavizou sua determinação e quebrava seu coração hoje em dia .
“Você que eu realmente o amo mais do que qualquer coisa ” Embora nunca tivesse posto palavras na intensidade de seus sentimentos antes. Seus olhos ficaram colados a Isak. “Ele foi meu primeiro amigo , ele foi meu ‘primeiro’ tudo . Eu só não quero magoa-lo , eu não quero o deixar ”
“Você é muito corajoso Even . Eu nunca disse isso à você mas você é. ” eles ficaram em silêncio por algum tempo até Even finalmente falar 
“Eu prometo.”
“Obrigado Even . Nós te amamos muito , você já faz parte da nossa família a muito tempo. ”
A porta abriu e Isak passou por ela sorridente.
“Do que vocês estão falando?" Isak perguntou cautelosamente.
"Você”, Even respondeu
“Even estava tentando me explicar exatamente por que ele gosta de você. Mas eu não vejo nada do que ele citou ” Luís falou eventualmente num tom sarcástico
Isak revirou os olhos para ele e caminhou até Even , envolveu seus braços ao redor da sua cintura por trás. Cautelosamente - Isak tinha visto algumas manchas começaram a crescer no estômago de Even .
Even recostou nele e fechou os olhos, apreciando o cheiro de chocolate e cerveja vindos de Isak e a força de seus braços em volta dele . Ele se sentia mais seguro aqui do que em qualquer outro lugar do mundo.
“É simples. Even se encantou pelo meu uniforme de futebol e nunca se recuperou”.
Even sorriu quando Isak apertou um beijo em sua bochecha. 
"Esse é um resumo decente" Even complementou e Isak concordou balançando com ele levemente e antes que Even ficasse envergonhado , Luís já tinha levantado mas antes dele entrar na casa , ele olhou brevemente para Even que soube que sua promessa não tinha chances de ser esquecida .
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02 dias 
“Como ele está?” Foi a primeira coisa que Fernando perguntou ao passar pela porta .
“Hum.. tivemos uma noite difícil .” Isak respondeu com as mãos nos bolsos , totalmente vazio de expressões “Ele teve uma pequena hemorragia mas insistiu para não irmos ao hospital .”
“Droga . Você deveria ter me ligado .”
“Eu sei , desculpe .” 
Eles não trocaram olhares e ambos estavam visivelmente esgotados e tristes .
“Como eu disse , preciso sair . Vou no zoológico - preciso tirar alguns dias . Tenho certeza que volto antes de 12:00 hrs e Even provavelmente não vai acordar até lá , mas não queria deixar ele sozinho .”
“Tudo bem . Eu fico com ele .”
“Obrigado .” Isak disse pegando suas chaves do balcão , fechando a porta atrás dele .
Fernando subiu as escadas devagar para verificar Even . Ele estava totalmente embrulhado nos lençóis e seu corpo estremeceu quando Fernando colocou a mão em sua testa .
Ele estava pálido , sua pele tinha uma textura diferente , os cabelos estavam sujos e ao redor dos olhos eram fundos de olheiras .
Fernando recebeu uma ligação :
Alô? Sim . Agora? Ok. Estamos indo .
Ele sacudiu um pouco o ombro de Even para o acordar - “Even ?”
Ele o sacudiu outra vez e puxou o cobertor um pouco . “Hum?” Even gemeu forçando seus olhos à abrir . 
“Even. Precisamos ir para o hospital . ” 
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fairiesarebarefoot · 5 years
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Ansiava pelo verão. Não só pelo clima quente, que costuma me encher de vida, mas pela felicidade que normalmente andava comigo. Recordo-me de todos, mesmo daqueles que trouxeram ventos gelados. Porque, no fim, ainda era verão.
Hoje, eu deveria estar transbordando sorrisos para o Sol. Até estava. Apesar de ter estranhado o clima, com muitas chuvas e temperaturas baixas, eu ainda andava pelas ruas irradiando minha própria luz. Ainda havia os feixes de Sol iluminando meu rosto, as brisas leves de começo de noite, meus vestidos que dançavam pelos ventos.
Até que tudo escureceu. A mão que eu segurava com tanto amor, ficou gélida. Fui pega de surpresa ao descobrir que meu verão havia desfalecido. Nem mesmo as minhas reminiscências, tão próximas de novo, conseguem esquentar o que há dentro de mim. Como acreditar que os mesmos olhos, feitos de pedras preciosas que nem foram descobertas, outrora me fizeram chegar a insanidade e, hoje, cortam o que restou de mim, como um leve, mas intenso quebradiço em um lago de gelo?
Estive na praia por tanto tempo que o mar já nem me causava medo. Mas, agora, parece que volto para ele e me entrego em seu fundo de novo. No final, o motivo das minhas inspirações é sempre o mesmo: amor. Se me aquece, transforma minhas palavras em ondas quentes e brandas, o céu azul celeste e o coração leve. Se me congela, cria metáforas que tentam expressar o que mora em mim e acabam se tornando meus trabalhos mais lindos. Melancólicos, mas belos.
Agora, é como se eu estivesse largada a beira do mar, com ondas formigando meus pés e o Sol escondido no fundo branco. A pequena caixinha que me mantém viva continua pulsando, mesmo depois da tormenta. Espero pelo dia em o Sol saia novamente, irradiando nossa vida em seus olhos. Que eu seja insana novamente. Que o verão dos meus sorrisos volte.
Adormeci, enfim.
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mainstuffs · 5 years
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Galaxy
Era um daqueles dias em que se acorda inspirado e se quer fazer memórias sobre tudo o que a gente faz, tudo que a gente vê. A cortina do quarto estava entreaberta e o seu colega de quarto ainda dormia. Ele olhou o celular: sete da manhã. Sim, o horário perfeito. Pulou da cama sentindo os feixes do sol em seu rosto e concluiu que aquele seria o dia perfeito, sem desculpas. Pegou um pequeno caderno, um lápis e saí do quarto em busca das aventuras que lhe trariam os melhores registros dentro de seu dia. Mas todos ainda dormiam. E agora? Os mais velhos eram os responsáveis por toda a ordem da casa, os pequenos apenas obedeciam. Não podia esperar. Correu ao primeiro quarto e abriu a porta cuidadosamente — não queria acordá-los, mas já era tarde demais.
— Hyung — Ele disse, em seu modo doce — preciso da sua ajuda.
— São apenas sete horas, Eunsang — Wooseok disse, a voz estava abafada por conta do travesseiro e ele parecia não querer nada além de dormir.
— Está bonito — Ele entreabriu as cortinas e apontou na direção da luz do sol — Eu devo registrar?
— Registrar o quê? — Wooseok ainda parecia desinteressado. Eunsang percebeu. Não queria atrapalhar os mais velhos que tanto se esforçavam. Saiu vagarosamente do quarto. O Wooseok apenas quer dormir mais um pouco.
Há outros 9.
Foi ao segundo quarto. Os dois estavam entretidos, em um jogo. Olharam para Eunsang, que abriu a porta repentinamente. Eunsang sorriu e logo sentou-se perto deles, o caderno em uma mão, o lápis em outra, pronto para qualquer registro.
— O que foi? — Dongpyo disparou — Você parece ter algum plano.
Eunsang olhou para a janela. Estava fechada. Ele franziu um pouco as sobrancelhas, insatisfeito com a situação. Levantou-se, correu até as cortinas e puxou-as de uma vez, sentindo o calor do sol alcançar instantaneamente a sua pele. Mas os dois não aprovaram.
— Deixe-as fechadas, Eunsang — Yohan disse calmamente — Achamos melhor deixar as cortinas assim, por enquanto. estamos jogando.
— Mas está tão bonito lá fora! Por que deixá-las fechadas, hyung? — Eunsang perguntou, um pouco decepcionado. Ele apenas queria ajuda para registrar algo.
— Diga o que você quer, talvez possamos te ajudar depois de terminarmos essa partida.
Eunsang parou. Observou que os dois estavam realmente se divertindo. Não queria atrapalhar. Passou por eles, indo em direção à porta. Não havia muito para registrar ali. Então ele foi ao terceiro quarto.
Os dois colegas estavam de pés e vestiam roupas bonitas demais para ficarem em casa. Eunsang pareceu confuso. Franziu as sobrancelhas, num sinal de interrogação. Seungyoun sorriu enquanto ajustava o cinto à calça que usava, e seu perfume amadeirado tomava de conta do ar.
— O que houve, Eunsang? — Ele finalmente chegou perto da criança e passou as mãos em seus cabelos antes de puxá-lo para dentro — Quer ir com a gente?
Ir pra aonde? Eles iriam sair. Eunsang parecia mais confuso ainda, mas então sorriu. Se iriam sair, era uma boa oportunidade de fazer registros.
— Vamos fazer uma live no Instagram — Hangyul disse — Precisamos atualizar todos os dias as redes sociais.
Eunsang pensou. Agradeceu pelo convite dos mais velhos, mas recusou. Não achava que conseguiria muitos registros em uma live no Instagram. Para quê? Queria registros para si mesmo, não para os outros.
Mas Eunsang ficou confuso. Que produção toda era aquela, só para as redes sociais? A vida deveria ser vivida do modo como ela é, não é isso o que os adultos todos diziam? Não tinha nada contra, talvez eles só queriam parecer legais. Mas Eunsang queria algo original. Algo que tivesse um motivo que fosse grande o suficiente para ser registrado.
Eunsang entrou em mais um quarto. A figura lânguida dormia serenamente. Ele não queria acordá-lo tão repentinamente... era tão bom com todos e, provavelmente, o mais cansado. Sentou-se ao lado da cama e repousou seu queixo no colchão, olhando para o rosto ali adormecido e pensando em como acordá-lo.
Mas ele percebeu. Parece maestria dos mais velhos perceber quando são observados pelos mais novos. Esfregou um pouco os olhos, tateou os óculos redondos e ao pô-los no rosto, observou as feições assustadas da criança ao seu lado que estava preocupada em tê-lo assustado.
— Algum problema, Eunsang?
— Seungwoo hyung... — Ele levantou e automaticamente sorriu deixando os dentinhos à mostra — o dia está bonito. Eu quero registrar alguma coisa.
— O que, exatamente, você quer registrar? — Seungwoo ainda parecia confuso, mas a expressão animada de Eunsang o deixava mais desperto. Ele coçou a cabeça e sentou devagar na cama, ajeitando os cabelos um pouco bagunçados pela noite de sono.
Eis aí o problema. Eunsang não sabia o que queria registrar. Ele só tinha vontade de registrar alguma coisa. Baixou a cabeça. Pensou, pensou... Não obteve ideia alguma. Seungwoo levantou, sorriu docemente, balançou os cabelos de Eunsang e disse para pensar um pouco mais. Ele o ajudaria a registrar o que quer que fosse mais tarde. E então saiu de seu quarto.
O que, então, ele deveria registrar? Eunsang não sabia que aquilo seria tão difícil. Apenas pensar em coisas requer um esforço maior do que nós imaginamos. Mas ele já estava triste por não ter conseguido nada. É assim que as pessoas se sentem? Bom, às vezes não conseguimos muitas coisas... Mas aquele deveria ser o melhor dia de todos e as coisas estavam saindo bem diferentes do que ele imaginava. Andou, andou pela casa e encontrou Minhee e Hyeongjun saindo de seu quarto. Os dois pareciam insatisfeitos e até um pouco preocupados. Pararam, se olharam e finalmente, Minhee disse:
— O Junho tá doente — ele coçou os cabelos dourados e respirou fundo — Ele está com febre e Seungwoo hyung pediu que ficássemos afastados. Pode ser contagioso.
Mas Eunsang não pensou direito. Ficou preocupado com Junho. Afinal, era o seu melhor amigo. Por que as coisas estavam dando tão errado naquele dia? Ele só queria registros bons, mas no final, um de seus amigos estava doente. Ele entrou no quarto, sem ligar para os dois que, lá fora, avisaram sobre o perigo de ele contrair algum tipo de virose. O quarto estava escuro. Junho estava deitado. Eunsang, assustado, sentou-se ao lado do melhor amigo e perguntou se ele estava bem.
— O que você tá fazendo aqui? — Junho perguntou — Seungwoo hyung disse que pode ser contagioso.
— Tá tudo bem — Eunsang sorriu — Eu sou seu amigo.
Junho sorriu. O sorriso tímido do amigo fez com que Eunsang se sentisse melhor. Apesar de não ser o melhor dia de todos, os dois estavam juntos. Podiam conversar, brincar, passar tempo juntos. Falaram dos garotos, das piadas, de épocas e histórias que tinham juntos. E sorriram. Sorriram tanto que ficaram sem ar. Eunsang lembrou-se então do sol. Olhou para a cortina e disse:
— O sol está bonito hoje.
— É? — Junho perguntou — Eu não posso vê-lo. Como está?
Eunsang olhou novamente para as cortinas fechadas e tentou lembrar dos feixes de sol. Foi descrevendo abstratamente, simplesmente da forma como ele o via. E sorria, pois estava realmente bonito. Mas ficou triste, de repente, pois queria ter registrado algo. Assim, poderia dizer com mais exatidão para o amigo.
Junho sorriu.
— Não se preocupe. Eu tenho a galáxia no meu quarto.
Como assim? Eunsang ficou confuso. E era possível se ter a galáxia inteira dentro de seu quarto? Só poderia ser mais uma das brincadeiras de Junho, que gostava muito de trocadilhos. Mas Junho sorriu novamente.
— Quis dizer que tudo o que eu gosto, tenho aqui — Junho explicou. Depois sorriu mais uma vez — Você pode ser o meu sol.
Eunsang não entendeu. Quis saber por que ele falava daquela maneira, por que ele poderia ser o sol quando o próprio sol estava lá fora. Mas Junho continuava sorrindo da ingenuidade do amigo. Então explicou:
— Você parecia alegre ao falar do sol. Parecia feliz. Eu gosto de estar feliz e sempre fico alegre ao falar com você. Sua presença me faz feliz. Então, por isso, você pode ser o meu sol.
Eunsang sorriu. Constatou a importância que sua presença era realmente importante, tão quanto a do sol. Junho nunca dizia aquelas coisas. Era muito tímido. Mas Eunsang não disse nada. Não sabia que era tão querido. Mas, provavelmente, para todos ele tinha a sua importância. Talvez seus objetivos apenas não era o mesmo dos outros lá fora. Mas no último quarto, havia alguém precisando da luz do sol. Mas assim como o sol se põe, era hora de Eunsang se recolher e dar espaço à calmaria da noite. Despediu-se do melhor amigo e saiu do quarto. Eles nem viram o tempo passar. Estava anoitecendo.
Passando pelo corredor, viu que havia deixado o caderno e o lápis pelo chão. Ajuntou-os, olhou em volta e sorriu, ainda a caminho de seu quarto. Dohyon olhou para a porta quando ela se abriu. Perguntou por onde ele andou.
— Estava em minha galáxia — Ele sorriu.
Sentou à mesa, pensando ainda em algo. Dohyon não entendeu nada. "Você pode ser o meu sol." Aquilo continuava martelando em sua cabeça. Ele seria o sol. Sempre que ele pudesse. Mas as melhores coisas da vida nem sempre devem ser registradas. E sim, sentidas.
"Você pode ser meu sol."
Ele sorria ao lembrar da frase. Mesmo assim, tinha medo de esquecê-la.
Pegou papel e lápis e anotou a frase. colocou-a em sua caixinha de lembranças, para o caso de esquecê-la. Mas ele achava quase impossível. Assim como o sol, que nascia todos os dias, aquela frase brilhante deveria brotar em sua mente durante todos os dias de sua vi...
Um espirro.
Eunsang pareceu confuso. Lembrou de Minhee dizendo que talvez Junho estivesse com algo contagioso. Não importava. Ele havia feito alguém se sentir bem e aquele foi um dia incrível. Então sorriu mais uma vez, satisfeito, porque alguns sacrifícios simplesmente valem a pena.
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