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#Samurai de olhos azuis
druh19 · 9 months
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༝ Mizu, Blue Eye Samurai, icons |like and reblog if saved|
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alnbarcelos · 2 months
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Samurai de Olhos Azuis (2023)
Amber Noizumi e Michael Green
Animação Favorita
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venusemepifania-blog · 10 months
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Não Há Descanso Para Os Perversos
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Não aguentei, escrevi uma fanfic
https://www.wattpad.com/story/357355445?
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infinitividades · 11 months
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kim-sorie · 8 months
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⠀☆ ────╯ ꕀ ‧ ♥︎────
Mizu - Samurai de olhos azuis (Blue Eye Samurai)
╭┄┄┄⋯ ꕀ ❒ ⊹⁺◟★ ꕁ ꕂ┄—╯ ╭┄┄┄┄ꕂ﹢
@kim-sorie like + reblog pls !
⠀┊ ♥︎ ꕀ﹢ꕂ ⋯┄┄┄┄┄┄┄┄┄┄┄╯↷ 𓏲 🌾 ˖˚
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imninahchan · 9 months
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pessoal, nas minhas regras eu falei que escrevo pra mizu de blue eye samurai (samurai de olhos azuis). eu não sei se todo mundo conhece a animação, mas MEU DEUS DEIXA EU EXPLANARRRR
é a animação do ano, disponível na netflix (e nos sites piratas por aí) só tem reviews positivas, e eu estou completamente apaixonada e esperando ansiosa pela segunda temporada.
se passa no Japão feudal, e tem uma vibe meio mulan. é sobre vingança, identidade social, tem feminismo, tem obsessão, tem bullying, tem enemies to lovers, tem um vilão filho da puta, tem mulher bonita, tem cenas IMPECÁVEIS de ação, tem daddy issues. é uma obra de arte.
essa é a personagem principal↷
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o nome dela é mizu, e ela é japonesa, filha de um mercador britânico. um nenê, muito talentosa com a arte da espada, cede por vingança e nunca fez nada de errado mesmo quando tava matando um milhão de pessoas.
olha pra ela olha
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olha que gracinha
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agora, uns personagens secundários...
esse aqui é o taigen↷
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O pessoal do design dessa série NÃO precisava ter feito ele tão atraente, por que eu, pessoalmente, não gosto dele. Maaaaas, tem gnt no fandom gringo que gosta. Ele é dublado pelo ator que faz o paxton em eu nunca. Ele tem um arco bom, desenvolvido de certa forma, mas tenho medo do que os roteiristas vão fazer com ele pra próxima temporada (quem assistir vai entender o que eu tô falando)
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esse é o ringo↷
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um bebê, real. nunca fez nada de errado. ele não tem as mãozinhas e quer ser grandioso. meu precioso.
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e essa é a akemi↷
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aristocrata japonesa, faraônica, mesopotâmica, bibilônica, a senhora não estava para jogo neste Japão feudal.
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GAYS ASSISTAM BLUE EYE SAMURAI PRA GNT FANFICAR JUNTO
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thiagowdr · 9 months
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Blue Eye Samurai (Samurai de Olhos Azuis) - Jane Wu, Ryan O'Loughlin, Earl A. Hibbert, Alan Wan, Michael Green, Sunny Sun, Alan Taylor - 2023. ★★★★
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hotnew-pt · 9 days
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Emmy 2024: onde assistir aos vencedores do primeiro dia de premiação #ÚltimasNotícias #tecnologia
Hot News O Emmy 2024 foi realizado em duas cerimônias com prêmios distribuídos em mais de 100 categorias. Dentre elas, várias séries e programas foram premiados e hoje você descobrirá onde assistir os grandes vencedores que foram premiados na cerimônia de sábado. Samurai de Olhos Azuis Vencedor nas categorias: Melhor Programa de Animação Melhor Realização Individual em Animação Classificação…
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xforcestore · 9 months
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Camiseta Samurai de Olhos Azuis Blusa Anime Mizu Ringo Copie e cole o link abaixo no seu navegador e compre já: https://www.elo7.com.br/camiseta-samurai-de-olhos-azuis-blusa-anime-mizu-ringo/dp/1D82925 . . . #camiseta #xforceantifashion #antifashion #blusa #lojanerd #animebrasil #samuraideolhosazuis
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marcuslash · 9 months
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Tem também o Podcast, ASSINEM O CANAL, deixem as 5 estrelas, comentem sugestões e compartilhem com seus amigos
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sieartlery · 10 months
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oi miss maravilha, lindona! você faz icons gif? se não, ignore essa parte. você poderia fazer icons do mizu de Samurai de Olhos Azuis?
olá lenda! faço icons gifs sim, e como vc pediu, eu fiz 😭😭 eu espero que seja o personagem que eu fizKKKK (#medo). Além disso, fiz alguns gifs e icons porque alguns ficaram horríveis e nn achei legal postar, MAS trouxe alguns icons frescos pra ti! Aproveita os icons (+gifs) aqui, amor (obs: parece que os gifs estão ruins, mas assim que você baixar ele, ficará lindo no perfil 😍)
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dicaappdodia · 11 months
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Os principais lançamentos da Netflix em novembro de 2023
Netflix lançou a lista de novidades para filmes, séries, documentários, programação infantil e animes para o mês de novembro em 2023. Dentre as principais novidades para este mês são: 01/11/2023: Paralisia 02/11/2023: Toda Luz que Não Podemos Ver – Minissérie 02/11/2023: Higuita: El camino del Escorpión 03/11/2023: Sly 03/11/2023: Samurai de Olhos Azuis 07/11/2023: Velozes & Furiosos…
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upinflcmes · 4 years
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‘ You’ve got a friend in me ’     ›   𝑻𝑨𝑺𝑲 007
MEET ME IN THE M I D D L E OF YOUR STORY WHEN THE SOUL IS WORN BUT W I S E !
Gwenaëlle
O nome significa “abençoada e generosa” assim como o apelido “Gwen” significa “sagrado e branco”. Hua Li Na foi criada na filosofia dos monges das Montanhas Sagradas da China, sendo assim sua conexão com o espírito é bastante forte e o nome encaixou perfeitamente bem.
Sexo: Feminino 
Tigre branco. Para os budistas, o tigre simboliza a força espiritual, a fé, a confiança incondicional, a consciência disciplinada, a gentileza e a modéstia, todas características que Lina procura cultivar e desenvolver em sua trajetória. Já no horóscopo chinês, o tigre é um signo Yang, caracterizado pela impulsividade, imprevisibilidade, generosidade e afetuosidade que também são traços fortes na aprendiz. Para os samurais japoneses era um emblema colocado nas cabeças simbolizando o equilíbrio, a força e a realeza. Tigres simbolizam a remoção de todas as distrações da mente, assim como Hua busca esvaziar a mente durante suas meditações. São animais que estudam bastante o inimigo antes de atacar, usando-se de inteligência e cautela, mas quando estão bravos, a fúria vem à tona e ele ataca até o final sem nunca se render. Representam também a superação de dificuldades.
Características: Gwen possui um metro de altura e três de comprimento, sendo destes oitenta centímetros somente de cauda. Sua pelagem é branca com listras marrom escuro, os olhos azuis e o focinho rosa. Ela caminha de maneira calma e cadenciada, apresentando certa elegância ao fazê-lo. Sua voz também possuí um ritmo tranquilo e reconfortante, fluindo como água a qual serve para aplacar qualquer inquietação de sua dona, atingindo-a diretamente na alma. Geralmente fala pouco, sendo bastante observadora, mas quando o faz sua voz mezzo-soprano silencia completamente Lina com a sabedoria que parece conter milênios de existência.
Personalidade: Lina e Gwen são bastante parecidas e uma completa a outra. A tigresa acaba atuando como uma figura materna para a chinesa e, apesar de se manter consideravelmente quieta na maior parte do tempo, gosta de fazer um comentário sarcástico ou outro. Paciente, parece ter tudo sempre sob controle, mostrando-se calma e até bocejando e lambendo as próprias patas quando fica parada muito tempo. Coisa que é frequente quando Hua está estudando ou meditando.   
Relação do seu personagem com o daemon: Assim que a tigresa lhe foi designada, elas instantemente criaram um laço forte onde se compreendem sem precisar de muita coisa. Isto é percebido na maneira em que caminham juntas, sempre executando movimentos sincronizados. Lina sequer precisa dizer que está buscando o seu bracelete, por exemplo, que Gwen prontamente diz: está na segunda gaveta, debaixo da sua blusa cinza e azul. Com outros daemons e pessoas, no entanto a tigresa se mostra preguiçosa, sem vontade de interagir visto que, segundo ela, isso esgota suas energias. Desta forma, sempre deixa esta tarefa para Hua.
Primeira reação do seu personagem ao encontrar o daemon: Na manhã seguinte a excursão, Li Na se levantou de sua cama visto que era uma das poucas aprendizes que não tinha se ferido tão gravemente e estava em seu dormitório. Para ela tudo estava razoavelmente normal, considerando tudo o que tinha acontecido até chegar ao pé da cama e se deparar com a felina ali, bocejando preguiçosamente: “Bom dia! Por um momento pensei que você fosse a filha da Aurora, por dormir tanto assim.” cumprimentou.
Como foi o primeiro contato do seu personagem com o daemon e como está agora? Em um primeiro momento, ela estranhou ter uma tigresa conversando e a conhecendo tão bem. Parecia inclusive que o animal podia ler os pensamentos dela e isso era assustador. Mas uma ligação tão transparente assim acabou as aproximando bastante e uma realmente parece fazer parte da outra. Lina gosta da companhia de Gwen e da forma como se comunicam telepaticamente.
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revistazunai · 6 years
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Manuscritos de Alexandria 1: Claudio Rodrigues
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Epifanias pela dor
FRANCISCO (1181-1226)
A cruz entalada na garganta. Luz por todos os poros. O corpo são lanças que o transpassam. Uma só ferida. E doer e sangrar. Amanhecer pela dor. O ser todo escâncara.
Eu me libertarei! O todo amor. Tudo todos. Tudo muito. Solidão.
Não dizer o já dito. A língua se agita. A palavra é Tua. E tudo já foi feito.
Amanhece.
Abriram-se chagas em meus pés e mãos como se eu fosse o crucificado. Os ombros doem-me como quem o céu sustém. Abro meus braços em cruz e me entrego aos prazeres da dor. Tuas chagas abertas nos pontos cardeais do meu corpo. No limite do ser. Quando sou pedra, sou raio, sou língua de fogo, sou ninguém. Multidão.
Por que é preciso tanta dor, meu Deus? Por que tanto prazer?
Porque é preciso compreender.
O quê?
O quê. O isso. Francisco!
De braços abertos Cristo somos todos os homens.
TERESA (1515-1582)
O mar encapelado, línguas azuis, verde-douradas, brancas, para cima aos milhares, navios luzem à distância, de quaisquer terras distantes, em uma terceira margem, ao mar adentram. No coração do oceano, como perdidos, à Nova Espanha se dirigem. Meus irmãos, Hernando, Rodrigo, Lourenço, Jerônimo, Pedro e Antônio vão dentro deles, cada qual com sua espada e seu mosquete para levar a palavra de Deus. Não como vigários. Não pregarão. Serão soldados do Divino. É sua ação e exemplo de cristãos que se quer levar às novas terras de além-mar. Para que as descobrimos, meu Deus, se não para semear Tua palavra? Para isso é preciso abrir-lhes um sulco e regar com sangue a semente.
Cascos de navios como cascas de nozes sobre as águas, pequenas e frágeis vistas à distância, aos olhos do cosmos e de Deus, à mercê dos elementos. Para enfrentar os elementos é preciso uma alma intrépida e atrevida que desafie o medo. É necessário vencer a si mesmo. Os elementos somos nós mesmos a gesticular com violência colocando em perigo nossas eternas almas. Mas nossa é a vontade de Deus.
Ao longe o mar cintila. É lá que minha alma está e meu corpo gostaria de estar. No limite. No coração da aventura. Sulcando o oceano, brandindo espadas, cravejando de sangue o peito do inimigo com a explosão do meu mosquete. A lâmina de fogo da língua de um anjo doma as terras de além. O sopro de Deus sobre as coisas. Mas, estou em terra firme, se é que firme a terra é. E entre paredes. Minha missão é de pedra e com ela erguer Tua morada. Foi-me dado fundar conventos, esta é a minha aventura. Agarrar-me às pedras, subir com elas paredes, fazê-las chegar ao céu. Desmesurar-me neste afã. Desafiar a Deus para servi-lo.
O mar, onde meus irmãos estão, e inteira eu gostaria de estar. Em breve, um dia as irmãs em Deus seguirão os caminhos abertos por eles e novos mares e terras se abrirão para nós. Desbravaremos com eles terras mais novas ainda, que desoladas serão reabitadas. Desabitaremos o planeta se for preciso para conquistá-lo. Um país tem que tomar o mundo de assalto. A terra é pouca para um país.
Para levar Tua palavra é preciso antes apossar-se da carne alheia e tomar a alma para domá-la. Como Deus faz conosco. Não teve pena nem de seu filho na cruz e não o livrou da morte infame entre ladrões. Pela ousadia de ter nascido homem, morreu como cão.
Ó, lancetado coração! Eu que tenho pecado tanto e tanto errei nesta vida e tanto te amei com a força de meus pecados e erros. Eu que sou voltada à loucura. Eu, a tua pecadora, sou toda entregue a ti.
Toca meus seios um anjo. Um anjo só asas adeja. Abre meus braços em cruz e penetra certeira uma seta. A carne diante do espanto sacrifical. Um espiral se abre em minha testa em voluta infinita.
Suave martírio de teus laços. O fogo de teu abraço docemente fere-me a alma. As bodas contigo já começaram.
FRIDA KAHLO (1907-1954)
Tudo pela causa. O amor pela causa. A dor. Torturada constante. Como se amada por um deus. Toda entregue à causa. Só ela existe. E o amor. Ah, o amor! É tudo o que existe. O amor é a própria causa.
Fecundada de cores. Represento a história do meu corpo.
Eu te amo. Meus lábios fecham esta palavra. Cada gesto cria uma aurora. É sempre manhã. Amanhã tudo luz.
A causa é o amor. O amor da carne. A carne ama como se alma existisse. A humanidade é um deus.
O corpo ama a vida. A vida precisa de um corpo. Anima um corpo a vida. Mistério. A arte e o amor irão algum dia deslindá-lo? Mas para quê? Não bastaria vivê-lo?
No ar um verso há que um poeta resgata. A pintura é um grito a custo revelado. Procuro a paisagem no retrato. Sou todos os seres que me pintam diante do espelho. Não há Deus. Não há alma. Só há arte. E o amor. Sem amor não há arte ou causa alguma. Só o amor importa.
A causa é o povo redivivo. A sociedade renovada. Os direitos que se igualam. Deveres e haveres distribuídos entre todos. E tudo é de todos e todos são um. Mesmo que custe mais de um milênio de lutas para que se realize. O homem pequeno, diante da vida se engrandece. Um grão frente ao mar esconde o universo. O coração no peito aberto. Um dia seremos isso. Mas é preciso lutar.
Amar não crendo em alma ou deuses é um desafio. Amar por amar. Ser corpo. Alma não precisa. Não precisamos de deuses. Precisamos acreditar em nós mesmos. Se Deus ou deuses houvesse é isso que esperariam de nós.
Perder a vida assim tão cedo. Perder a morte na velhice. Perder a experiência de ser velho. Por mais dura e seca e só. Perder um pedaço de mim mesma que seria. A experiência de outro eu. O meu próprio envelhecer. O ver um mundo novo nascer de novo das cinzas do antigo.
Ao morrer perdemos a fração de eternidade que nos cabe do universo? O universo morre conosco? Nós nos entregaremos novamente ao nada de onde viemos? Mas por que deixamos por algum momento de ser nada? Por que fomos compelidos a ser? Por que este esforço da natureza por nos tirar para depois nos devolver ao nada? Que somos nós desabalados de volta rumo ao abismo do qual saímos?
Amo um pintor de paredes. Eu, uma pintora de telas. Ele pinta murais. Eu pinto a mim mesma, a mesma paisagem que sempre se renova. Um umbigo a girar. Faço o filme de uma vida. No meu corpo habita a humanidade e um panteão de deuses ilimitado. Um lúcido delírio. Línguas de sol sobre nossas cabeças.
Coroada de flores. Eu toda flores. Como um arranjo. Eterna noiva. Leio um livro. Pinto um quadro. Sorrio meus lamentos. O corpo floresce. Primavera-se enquanto eu morro.
Dilacerada.
O mural de meu marido. Meu homem. O meu povo. A sua carne e o seu sangue. Um prédio se ergue sobre nós. Entre nós. Por nós. De dentro de nós. Feito por nossas mãos. Mas não o habitamos. No mural, sobre o prédio, uma antena dita suas regras. Pedra a pedra nós trouxemos. Tijolo a tijolo o erguemos. O espaço da parede é constelado. O aqui e o ali. O antes e o depois. O agora e o outrora. O mais próximo e o mais ao fundo. Um ponto de mistério. O ponto de fuga submetido ao delírio de uma elipse. O outro revelado. A câmara-clara no quarto escuro. O espaço se desvela múltiplo. A página em branco preenchida por lacunas.
Só a dúvida fecunda.
A mão do pintor na parede nua. Carrega uma tocha a figura da pintura. A chama das tintas. De dentro do mural a mão arranha a realidade. Arranca dela marcas de tinta. Meu coração estremece. A espátula na mão do pintor aponta a ferir-me. Abre uma exceção em meu peito. Como um espelho.
O pintor tem uma canção assobiada. De lado mastiga um talo de capim. Cospe nas mãos para masturbar-se. E ardem seus olhos como os de um tarado. As meninas-dos-olhos excitadas.
Cada cor me fere. O vento venta. A chuva chove. O luar escorre. O suor e o sangue.
As meninas-dos-olhos, agora exaustas, cochilam. Bocejam burocráticas à lembrança das velhas aventuras. As pálpebras caem. Os cílios se encontram assustados. Minhas mãos se soltam distraídas. A pose se desfaz.
Ele morde a maçã de meu rosto e me oferece um pedaço.
Da dor escapa um sorriso. Delírio doce a flor escarlate. A rosa é uma rosa é uma rosa é uma rosa de Gertrude e o verde que se quer é o de Lorca. As mãos tintas das tentações. Ou vender-se a alma ao demônio ao entregar a arte ao mercado? Do lado de cá da pintura. O lado de dentro do espelho. O sonho de névoa.
A causa é a arte. A arte pela arte. Ou a arte pela causa. O que, no fundo (e na forma), dá no mesmo. A arte é a causa. E a causa é o povo. Mas, o que mesmo importa é o amor.
MISHIMA (1925-1970)
Sob a luz da janela, em uma sala em penumbra – dentro do filme – o menino de coxas grossas dedilha um livro de capa dura com representações das pinturas dos mestres do Ocidente. Abre uma página ao acaso e se depara com o santo.
Sebastião crivado de flechas – os flancos do jovem forte sangram – coxas de homem furadas – o corpo cravejado de estrelas vermelhas – o sexo pulsa – a virilha – homens armados – homens de flechas – homens de lanças – línguas de fogo, ardentes anjos terríveis – flores de sangue exalam aromas excitantes – martírio, martírio, martírio – o corpo jogado às feras – homem e homem em luta sobre a cama como anjos que se enfrentam pelo amor divino, cheios do Espírito, cheios de espanto, cravados punhais. O menino bate uma punheta.
O corpo mudo escreve o homem. O corpo nu se escreve. Um livro. A saga de um corpo. Um conjunto de corpos. Corpos feitos de palavras. Signos. O corpo significa. O homem. Maduro o livro se publica. O corpo do livro nu aberto.
Amadurece o corpo. Abre-se e fecha-se a obturadora rapidamente. A imagem é capturada. A cópia da cópia é perfeita. É um original. E será reproduzida a imagem do corpo em quantas outras cópias forem necessárias.
Representa um samurai de flanco ardente. A sunga de pano branco. A braguilha aberta como se preparado para o coito, enquanto as mãos seguras empunham o sabre para a autoexecução.
A outra foto é o santo. O flanco nu. Cravejado de flechas. Os olhos esgazeados ardem de desejo pela dor do próprio corpo exposto.
O sabre penetra o corpo. Fura o fígado. Rasga os intestinos na direção do umbigo. Da boca sai um urro e uma flor de sangue.
Um amigo o degola.
É um fim honrado. Antes de tudo, uma decisão. O sabre, a mente, as mãos, o corte, o âmago estrelado, a luz no centro do crânio. Tudo centelha, tudo lâmina de luz, tudo luz. Uma noz.
O abismo e a vida por um fio.
CHE (1928-1967)
Ao Lula da Silva
“Se o principal instrumento do Governo popular em tempos de paz é a virtude, em momentos de revolução devem ser a virtude e o terror: a virtude, sem a qual o terror é funesto; o terror, sem o qual a virtude é impotente.”
Maximilien Robespierre
  “Trabalho, estudo e fuzil.”
Ernesto Che Guevara
Olhos abertos. Estrelas opacas. Cintilam.
As sombras. Sobras de luzes. Os olhos opacos abertos cintilam.
A imagem de um homem se destaca e se aproxima. Olha nos olhos do outro homem. Aponta a arma. Uma rajada de tiros. A queda. Outra rajada. E está morto.
A morte exemplar. O Cristo redivivo. O corpo em uma urna de vidro. Sangram as feridas do deus martirizado. Os olhos estatelados. Estrelas opacas cintilam.
A morte eloqüente. A morte que se diz. A morte propaganda. Propaga a morte ela mesma. A morte símbolo. A morte metáfora. A morte mais que a morte, que é a vida.
Uma leva de homens. Uma salva de tiros. Um magote de corpos. Outra salva de tiros. As mãos amarradas às costas. É preciso que estejam rendidos e não possam se defender. Homens encostados às paredes. Homens encostados às árvores. Homens desamparados e sós sem nada a poder se encostar. Apenas o abismo em que caem.
Uma salva de tiros. Um raio de Iansã. Cai um homem em si mesmo. Um santo em desmesura.
(Tudo está suspenso. Tempo e espaço não são mais enquanto os deuses curiosos observam o que acontece. Deuses arrastam seus móveis. Resmungam, sussurram. Pigarros de deuses ecoam no alto das serras. Deuses são antigos e têm costumes antigos. Usam esporas dentro de casa. Adentram salões de palácios alheios com seus cavalos alados empunhando suas armas ou instrumentos de trabalho. Precisam dessas coisas ou não seriam deuses. E fazem e desfazem de nossas idas e vindas, chamadas vidas.)
Cabeça de santo. Raios de luz iridescentes incidem por todos os poros. Barbas de Cristo. Longos cabelos de um nazireu. Vários tiros no corpo. Abertos olhos vidrados de peixe-morto.
Olhos obcecados pelos sonhos que os corpos inventam.
A morte triunfa sobre o corpo. A humildade de um morto. O corpo cego. O corpo surdo. O corpo mudo. Todos os sentidos nulos. Mas significa. A vida do morto em seu corpo, como o morto o viveu. E dobra-se e desdobra-se esta imagem de palavras. O morto e o seu corpo.
Assombram-lhes as sombras. São corpos. Foram homens. E tombam. Um a um. Dois a dois. Quantos forem necessários. Já não enxergam. Nada sentem. Opacos olhos brilham ao sol da madrugada. Os olhos do corpo morto. Os olhos mortos do corpo. Globos arregalados diante da morte. De olhos abertos eles morrem. Espantados. Os corpos tombam. Um a um. Dois a dois. Tantos quantos forem necessários. A fuzilaria recomeça. Feridas do tamanho de um punho. Corações e outras vísceras.
Os globos dos olhos se enchem de sombras. São corpos. São homens. Tombam. Em suas retinas. Nos globos de vidro de seus mortos olhos de santo. Corpos sem nome. São números. São homens. Mãos amarradas às costas. A fuzilaria recomeça. Sacos vazios os corpos dos homens. São vidas. E sombras. E tombam. Não se pode desperdiçar uma bala. Um fuzil para cada homem e um tiro em cada corpo. Dentro dos olhos abertos do morto. À superfície dos olhos mortos do corpo. Os globos vidrados.
Grita o animal degolado sobre a pedra da ara. Ele quer viver. Contorce-se. Corcoveia. O fio da lâmina o degola. O corpo tomba. A fuzilaria recomeça. Um tiro em cada peito. A rosa vermelha no centro do corpo. Sobre a superfície dos olhos baços do homem. Deitado como santo. Inocente como santo. Inofensivo como santo. Velado como à santa efígie de Jesus Cristo morto.
Olhos abertos focados no nada. Os olhos de santo só veem o deserto. De cada poro sai um raio irisado de luz. A sua aura. Os milagres de suas mãos com o fuzil. O corpo sangra. Tomba. Dedos de fogo penetram-lhe as entranhas. Há uma dor que é de todos. A humanidade nos corpos que tombam.
Ele sabe que é preciso. (Dói escrever isso.) A fuzilaria recomeça. Corpos são jogados em valas comuns. Apagar aqueles nomes. Apagar aqueles homens e mulheres. Dizer não ao que representam. Definitivamente não! E o limite é um tiro de fuzil. Um só. É preciso economizar. A fuzilaria recomeça. Os corpos tombam. Um a um. Dois a dois. Aos magotes. É necessário para a Revolução. A revolução definitiva. A revolução constante. Para que não haja mais necessidade de revoluções.
Os olhos vazios diante do espanto. Vazios diante do mundo. Seus olhos de santo. Não veem mais. Opacos, brilham. Diante deles, mais uma vez tombam os corpos dos homens. Um coração para cada tiro. À superfície dos olhos baços. Claros lagos de águas mortas.
Um tiro é uma palavra. Um tiro é um poema. Um tiro é um coração furado. Um tiro é um dente lascado. Um tiro é um pai. Um tiro é uma mãe. Um tiro é um filho. Um tiro é um santo. Um tiro é uma boca. Um tiro é um nariz. Um tiro são dois olhos. Um tiro são duas pernas. Um tiro são dois pés. Um tiro são dois braços. Um tiro são duas mãos. Um tiro é o sexo. Um tiro é o ânus. Um tiro é o umbigo. Um tiro é o cérebro. Um tiro é uma bala a menos. É preciso economizar. A fuzilaria recomeça.
Quando se começa a morrer?
Os olhos captam o homem. À sua imagem e semelhança. A última cena começa. O cenário é uma sala de aula de uma escola pública onde está encarcerado. O homem entra com a manhã. É pela manhã que se executa uma pessoa. É dada a quem vai morrer uma última noite de insônia.
O homem é um índio. Olhares se cruzam. O deus que preside os encontros está presente. Olhos nos olhos. O homem e o homem. O que vai matar e o que vai morrer.
_Você veio me matar, jovem?
_Sim!
E o outro se engrandeceu diante do homem. Muito grande para ele era ele. A vertigem diante do outro. Diante do ato que vai cometer. O outro poderia com um movimento rápido tomar-lhe a arma, mas não o faz. Pacientemente espera.
O homem que vai matar se apequena diante do homem que vai morrer. Sente-se envergonhado pelo que vai fazer. O homem que vai morrer o observa. Parece ter pena. O todo vitória e de arma em punho treme diante do homem desarmado que ele executará. O espanto diante da morte do outro. Respirar é difícil. Seu corpo sua. As mãos que seguram a arma tremem. Os olhos se esgazeiam. O homem diante do mito.
_Por favor, fique calmo! – Ele disse. – Você vai apenas matar um homem, não vencer uma guerra.
O homem concentrou-se, deu um passo atrás, postou-se à soleira da porta, engatilhou a arma e soltou a primeira rajada. O outro caiu com as pernas destroçadas, se contorcendo em um jorro de sangue. Uma segunda rajada atingiu-lhe um dos braços, o ombro e o coração.
O que seus olhos não viram:
_Suas mãos cortadas a pedido de seu amigo Juan Coronel Quiroga e mantidas em formol durante décadas.
_Seu corpo levado para o hospital de Vallegrande.
_Seu corpo exposto como um santo morto. E as sombras dos camponeses passando em fila para o assistirem. (Eis, um cão! – Era a mensagem aos camponeses – É assim que acabarão se o seguirem! É assim que acabam os que o seguem. Continuem a ser o que são e se contentem com o que têm! Só o trabalho liberta! Não ousem levantar a cabeça acima de suas cervizes curvadas! Jamais serás além do que és!)
_Um tratorista ser acordado de madrugada pelos militares para abrir uma cova na pista do aeroporto da cidade e depois ser por eles ameaçado para que não revelasse o paradeiro do corpo e apagar-se o seu nome e a sua memória.
_A sua ossada sem mãos encontrada 30 anos depois.
_E a foto de seu corpo emoldurado por seus algozes, como os olhos de Jesus Cristo morto.
Em março de 1967, chegou à Bolívia com um grupo de 44 homens para organizar um levante como o de Cuba e impulsionar a Revolução na América Latina. Acamparam na fazenda de um militante comunista, mas foram delatados por desertores e o exército boliviano os atacou, mas em uma emboscada o grupo os venceu, sem sofrer nenhuma baixa. Um segundo ataque do exército chegou ao mês de abril, quando os guerrilheiros os venceram mais uma vez. Mas foram novamente traídos, agora por um camponês que cooperava com eles, de nome Honorato Rojas, que lhes armou uma emboscada no Vale Del Leso, onde toda a retaguarda do grupo foi morta. Vendendo-se pelos US$4.200 que a CIA oferecia em recompensa por seu paradeiro, outro camponês, de nome Pedro Pena os traiu, levando-os a uma ravina chamada Quebrada Del Churo, onde o grupo foi cercado por uma companhia do ex��rcito dirigida pelo general Gary Prado. No dia 8 de outubro, em combate, foi atingido em uma perna e perdeu sua arma. Seu companheiro Willy (Simon Cuba) conseguiu retirá-lo da linha de fogo, mas os dois foram capturados por um jovem de nome Félix Rodríguez, treinado pela CIA para caçá-lo, e levados para o povoado de La Higuera onde ficaram presos, cada qual em uma sala de uma escola pública. No dia seguinte, um rapaz de 24 anos, de nome Mário Terán, também treinado pelos norte-americanos, a mando do coronel Joaquin Zenteno Anaya e do vice-presidente da Bolívia, o ultra-direitista René Barrientos Ortuño, os executou.
No povoado de La Higuera, departamento de Santa Cruz, na Bolívia, há quase dois mil metros acima do nível do mar sobre a cordilheira dos Andes, em pleno coração do século XX nasceu um santo novo. O santo vermelho. O santo marxista. O santo do povo. O povo que não sabe o que é direita ou o que é esquerda, mas sabe que é povo. E assim como todo povo, sabe que pode erigir um santo novo assim que os velhos se desgastam. E a imagem de um santo é sobreposta à de outro. Cabelos e barbas longas, uma história de ideais, paixões, viagens, lutas, privações e de martírio. E está pronto o novo santo, à imagem e semelhança do próprio povo: San Ernesto de La Higuera.
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daylee-info · 6 years
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Amy Dylan
PP: Kuroyukihime (Accel World)
𝒫𝑒𝓈𝓈𝑜𝒶𝓁
Idade: 17 Apelidos: Mimy Ocupação: Descendente Samurai Espécie: Humana Gênero: Feminino Orientação: Heterossexual
𝒜𝓅𝒶𝓇𝑒̂𝓃𝒸𝒾𝒶
Cabelo: Preto  Olhos: Castanhos Altura: 1.80
ℱ𝒶𝓂𝒾́𝓁𝒾𝒶
Armin Dylan (Irmão-Gémeo)
Par Romântico:  xxx (Shipp Wish: Bea)
𝐸𝓍𝓉𝓇𝒶𝓈
Status: Morta
Kills: Hinata Ootani
Killed By: Kokkuri-san
RPG: Marcador da Morte    
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𝐵𝒶𝒸𝓀 𝒮𝓉𝑜𝓇𝓎
Se fosse possível mudar o passado, certamente eu o faria, afinal, passei por muitas coisas que não gostaria de ter passado, mas isso é um desejo egoísta, que eu prefiro esquecer... Mas eu não seria quem sou hoje se não fosse as coisas que passei, certo? Sou Amy Dylan, irmã gêmea de Armin Dylan, e somos os únicos filhos da família Dylan até onde sabemos... Mas, não há grande importância nisso, certo? Eu não estava sozinha no mundo... Desde que eu e Armin nascemos, até nossos 6 anos, compartilhamos de uma infância feliz, pois tínhamos um ao outro, do mesmo jeito que tínhamos nossos pais, e não tivemos qualquer problema financeiro, vivíamos de uma maneira comum. Meu pai trabalhava como detetive na polícia antes mesmo que eu e Armin nascessemos, e ambos gostávamos de saber sobre os casos criminais, como nosso pai dizia, e até queríamos ajudar as vezes, mas éramos crianças e não entendíamos muito sobre investigações. Quando novos casos surgiam, sempre pedíamos para ver do que se tratava dessa vez, incluindo as fotos que eram tiradas sobre tais casos... Porém, nosso pai negava mostrar as fotos, dizendo que elas poderiam nos assustar, mas insistiamos muito e ele acabava mostrando, e nem se quer nos assustavamos quando víamos aquelas pessoas mortas... Nós até achávamos algo... Normal. Mas, eu gostava mesmo era do trabalho da minha mãe, que no caso, ela era fotógrafa. Quase todo dia eram fotos novas, basicamente de tudo: desfiles de moda, de artistas que ela entrevistou, eventos em que ela era convidada para fotografar, e muitos outros... Mas o que eu mais gostava era das paisagens. "Esse lugar é bonito! Podemos ir também?", eu perguntava coisas semelhantes quando via fotos de paisagens que eu gostasse e normalmente quisesse visitar. "É claro, minha pequena Amy... Quando eu tiver tempo livre, levarei vocês para lá, ok?", e nossa mãe deixava, e tanto eu quanto Armin ficávamos animados, e realmente íamos nesses lugares quando ela podia nos levar. (...) Quando eu e Armin tínhamos 7 anos e já frequentavamos a escola, nossos pais já não tinham tanto tempo de ficarem conosco como era antes, e isso me entristecia bastante. No nosso primeiro ano na escola, Armin se habituou facilmente e fazia amigos com facilidade, já eu andava sozinha... Eu não conseguia me enturmar, não queria parecer uma intrusa no meio de um grupo de pessoas que já se conheciam, isso resultou em que eu fosse uma anti-social que só falava mesmo com o próprio irmão, e que o seguia como se fosse sua sombra. "Amy... Por quê não tenta falar com alguém? Tenho certeza que se daria bem...", Armin tentava diversas vezes me convencer a falar com os outros, incluindo os que eram da minha sala... Infelizmente, eu e Armin não éramos da mesma sala, e eu ficava a aula inteira calada, apenas falando quando os professores pediam. Até nossos 8 anos, eu continuei falando apenas com meu irmão e sendo sua sombra, por mais que ele tentasse me apresentar para seus amigos ou algumas pessoas que ele achava que eu me daria bem, mas eu nunca falava com ninguém e dava alguma desculpa para não o fazer. "Eu esqueci o meu caderno na sala...", "Eu tenho que fazer um dever...", "Tenho algo para fazer agora, até mais...", e muitas outras desculpas que deixassem que eu me afastasse dos outros e pudesse ir para o terraço, para assim, ficar sozinha com meus pensamentos. Mas no primeiro dia de aula de mais um ano escolar, provavelmente não suportando mais me ver sempre sozinha, Armin praticamente me arrastou até seus amigos, me apresentando à eles e inventei mais uma desculpa para tentar me afastar, porém meu irmão não deixou que eu me afastasse, obrigando-me a ficar exatamente onde eu estava, ou seja, na frente de duas garotas e um garoto. Uma das garotas tinha cabelos rosas e os olhos cinzentos, mas belos e cheios de vida, além de ter um imenso sorriso no rosto. A outra era morena como eu, mas seus olhos eram dourados e ela me encarava de cima a baixo fazendo careta. Já o garoto tinha cabelos e olhos igualmente azuis. "Oi...", foi tudo o que eu disse dando um leve aceno de mão e a garota rosada alargou seu sorriso. "Own, ela parece ser fofa, não concorda Hinata?", a rosada se virou alegremente para a morena que não mudava sua expressão, e logo veio mexer no meu cabelo, o que me deixou extremamente nervosa. "Ela é mesmo sua gêmea? Achei que ela fosse mais baixa e também tivesse os olhos da mesma cor dos seus, Armin.", o azulado disse com uma expressão confusa, mas logo levou um tapa no meio da testa dado pela rosada que havia parado de mexer no meu cabelo... Suspirei aliviada, disfarçadamente, por ela ter se afastado. "Hey Nick! Isso soou ofensivo sabia? Os olhos dela são lindos... Veja! O tom castanho é bem puxado para o laranja!", a rosada falava de um jeito empolgante, o que fez meu irmão e o azulado, Nick, rirem. "Shinayder... Se acalma!", meu irmão ria, e eu também queria rir, mas o olhar da morena, que se entendi bem se chamava Hinata, me deixava desconfortável. "Eu tô calma, baka!", Shinayder deu língua brincalhona, mas logo Hinata começou a rir de um jeito debochado que fez a atenção de nós quatro, e do resto do pátio também, olha-la. "Ora, Armin, essa garota não se parece em nada com você, na minha opinião. Ela nem se quer fala... É muda, por acaso?", Hinata se virou para mim com um sorriso maldoso nos lábios, acabei me encolhendo, incomodada. "Pare com isso, Hinata! Por quê está agindo assim?", Nick questionou a outra morena que apenas revirou os olhos. "Eu sempre fui assim! Você é um idiota por não ter percebido... Aliás, essa garota é mais idiota que você! Além de parecer uma nerd, anti-social, e sem graça...", Hinata dizia, mas foi interrompida. "CALA A BOCA HINATA! Eu não acredito que está dizendo isso de Amy, não acredito que você é uma falsa!", Shinayder falava com fúria e decepção ao mesmo tempo... Eu já não entendia mais nada. "Falsa? Eu estou sendo sincera, e eu é que não acredito que você não saiba disso, nos conhecemos faz 1 ano!", Hinata falou incrédula, e logo se voltou para mim. "Se tem alguma falsa aqui, com certeza é ela! Eu já a vi andando atrás da gente, ouvindo nossas conversas, essa fofoqueira!", Hinata sorriu vitoriosa e eu me encolhi, só então notando a quantidade de alunos a nossa volta. "Ela não é fofoqueira, nem falsa, e ela andava atrás da gente por minha causa! A Amy é uma pessoa muito gentil, não posso nem compará-la a você porque estaria ofendendo minha irmã, e ela ao menos não fingi ser quem não é! Ela só não fala muito porque não conhece ninguém!", Armin me defendeu e o sorriso vitorioso de Hinata desapareceu, dando lugar a uma expressão raivosa. "Você é outro idiota, e vocês dois também, são um bando de idiotas e babacas! Cansei de ficar com gente como vocês...", Hinata virou de costas e foi embora, mas eu tenho certeza de que ouvi alguém gritar "Falsa é você! E também é mimada!", mas eu não sabia quem era e nem iria saber tão cedo, pois eu já corria para longe de todos, segurando as lágrimas. (...) Eu não parava de correr, apenas parava quando tropeçava no meu próprio pé e caí no corredor, que estava vazio pelo fato da discussão no pátio ter chamado atenção, mas logo voltava a correr para as escadas, subindo-as e indo para o terraço. Quando cheguei ao terraço, não pude suportar a mágoa e desabei em lágrimas. Idiota, nerd, anti-social, sem graça, fofoqueira, idiota, babaca... Essas palavras me magoaram profundamente, eu não sou uma nerd, e não tenho nada contra os nerds pois eles são inteligentes, mas ela falou aquilo como quem tem nojo. E aquilo havia doído. "Amy! Amy Dylan! Você está aí?", ouvi alguém me chamar e me virei para a porta do terraço, de olhos arregalados. Um loiro de olhos verdes apareceu e acabou me vendo, antes que eu pudesse me esconder, dando um sorriso alegre e aliviado ao mesmo tempo, logo gesticulando com a mão para alguém atrás dele. Assim que o loiro passou pela porta e começou a se aproximar de mim, me encolhi, e ele se afastou dizendo alguma coisa como "Ela não se sente segura! Vamos com calma pessoal..." e logo mais pessoas apareceram pela única porta do terraço... Eu não podia sair dali. Armin, Shinayder, Nick, um outro loiro e um moreno que não conhecia apareceram... Armin se aproximou limpando as lágrimas e me abraçando. "Tudo bem fofa? Não liga para a Hinata, nem nós sabíamos que ela era daquele jeito... Poxa, eu gostava muito dela...", Shinayder sorria tristemente. Ela "gostava"? "Senhorita Shinayder. Não é culpa sua se ela é daquele jeito... Por favor, não fique triste.", o loiro que havia entrado depois, que tinha olhos roxos e que parecia ser mais baixo que o outro, falou dando um sorriso encantador para Shinayder, e eu só vi a rosada rir fracamente assentindo. "Me desculpem...", falei e todos se viraram para mim. "É culpa minha por terem brigado com a Hinata... Eu disse que não me daria bem com os outros, Armin...", me encolhi no abraço que meu irmão me dava e ele fez um leve cafuné na minha cabeça. "Por quê está se desculpando? Se não fosse por você, iríamos descobrir num momento pior como a Hinata realmente é... E sejamos sinceros, você se deu bem com a gente!", ouvi a voz de Nick e ouvi Shinayder concordar. "Exatamente! Eu achei que a Hinata fosse super legal... Que primeira impressão maligna!", o loiro de olhos verdes concordou, pensativo. "Primeira impressão? Mas vocês já não há conheciam?", perguntei e o loiro riu, junto com o outro loiro e o moreno que não tinha dito nada ainda. "Não... Somos novos aqui! Chegamos hoje sabe? Ah, aliás, meu nome é Misaki... Misaki Chiyoko.", o loiro que havia me encontrado se apresentou fazendo "V" com uma das mãos e um largo sorriso. "Sou Yuri Chiyoko, irmão gêmeo do Misaki, assim como você é gêmea do Armin. Prazer em conhecê-la, Senhorita Amy.", o outro loiro se apresentou educadamente, que até fez meu queixo cair. "Sou Sanosuke Gregory, prazer...", e o moreno se apresentou também, se aproximando e oferecendo ajuda para que eu me levantasse... Eu aceitei e me levantei, logo depois ajudando Armin. "Prazer em conhecer vocês...", eu disse e acabei sorrindo sem perceber. "Eu adoro esse sorriso...", ouvimos Armin dizer e todos acabamos rindo. (...) Desde aquele dia passei a conversar bastante com Misaki, Yuri e Sanosuke e até soube que haviam se transferido para a nossa escola um pouco antes das aulas começarem, e como eram novos ainda e a maioria de nós já era veterana, mostramos à eles todos os lugares permitidos da escola... Avisando onde não podiam ir também, como o prédio abandonado do outro lado do campus, mesmo que Sanosuke quisesse ir lá e fomos obrigados a arrasta-lo. O bom de toda aquele discussão com Hinata, foi que eu pude conhecer Misaki, Yuri e Sanosuke, além de ter me aproximado de Shinayder e Nick, que eram boas pessoas, e eu finalmente havia conhecido meus primeiros e verdadeiros amigos. (...) Eu fiquei muito próxima de Shinayder, ela era uma pessoa muito animada e gostava de um pouco de tudo, sem dizer Nick e os outros... Todos acabamos ficando cada vez mais próximos a cada dia que passava. Yuri me contou que ele e Misaki conhecem Sanosuke desde quando eram bem pequenos, porém eles não estudaram na mesma escola anterior que o moreno, mas eles se viam quase todos os dios, pois eram quase vizinhos. Fiquei sabendo também que a antiga escola dos gêmeos teve um problema que causou 1 ano sem aulas, e por esse motivo, os gêmeos estavam um ano atrasados, mesmo que não mostrassem se incomodar com isso. Eu fiquei pensativa sobre isso, pois queria saber que problema causou o atraso nos estudos deles, mas nem mesmo eles sabiam, Sanosuke disse que agradecia não ser daquela escola. Já fazia 2 anos desde a discussão com Hinata. Eu, Armin, Shinayder, Nick e Sanosuke já tínhamos nossos 10 anos, e Misaki e Yuri tinham 11 anos. Nós éramos um grupo inseparável, embora eu e Sanosuke brigassemos muito, até nos encaravamos como rivais diversas vezes, assim descobrimos nossa "inimizade"... Não que isso nos incomodasse, continuávamos sendo amigos próximos do mesmo jeito. Naquele ano eu tive que por aparelho nos dentes, para deixá-los direito, e acabei me deparando com Hinata e duas outras garotas, uma esverdeada e uma albina, que não conhecia durante o intervalo. "Oi boca de lata! Como anda seu irmão e amiguinhos idiotas?", Hinata e as duas garotas riram, como aquelas patricinhas que se acham as maiorais, mas eu me mantive firme. Eu mudei bastante nos últimos 2 anos, já era mais social e sabia bem como lidar com garotas como a Hinata. "Meu irmão e meus amigos? Ah, eles estão muito bem, não olhar para essa sua cara de patricinha maquiada tem os feito muito felizes!", falei cruzando os braços, sorrindo e deixando amostra o aparelho na cor vermelha, vendo a cara furiosa da Hinata. "Ora sua... Quem você pensa que é? VOCÊ NÃO PASSA DE UMA NERD SEM-GRAÇA!", Hinata berrou no meio do corredor, chamando a atenção de todos que passavam. "Quem eu penso que sou? Eu sou Amy Dylan, irmã de Armin Dylan, e eu posso ser mesmo uma nerd, mas pelo menos não me acho a dona de tudo e todos, ou uma patricinha mimada e popular!", disse, e quando vi que Hinata ia falar algo, levantei o indicador e o balancei como um "não". "Ora Hinata, você pode ser bonita e popular, mas dignidade e caráter é uma coisa que você não tem!", falei e ouvi aplausos ao meu redor... Nossa, de onde veio tanta gente? Olhei envolta e metade da escola estava ali, incluindo meu irmão e os outros, até os alunos que a Hinata atormentava estavam ali gritando coisas como "É isso aí!", "Você é demais, Amy!", "Você não manda em ninguém, Hinata!", e coisas do gênero. Hinata saiu pisando duro, e eu só ri pedindo para pararem com os aplausos desnecessários, meio envergonhada. Desde então a Hinata não me atormentava mais, e sempre que a via atormentando alguém, eu ia defender essa pessoa sempre dando um tapa invisível na cara da outra morena. Então, eu acabei me tornando popular, mesmo que sem querer, e sempre pedia para que ninguém me tratasse como uma princesa, mas sim como uma aluna normal que só queria ajudar os outros. (...) Faltavam 10 dias para que eu e Armin fizéssemos 12 anos, e nosso pai havia tirado esses 10 dias de folga para ajudar a arrumar as coisas para a festa, enquanto nossa mãe continuava trabalhando, mas ela saía cedo para ajudar no que podia. Nick, Shinayder, Misaki, Yuri e Sanosuke também quiseram ajudar, e 2 dias antes do dia da festa, quase tudo já estava pronto. Eu, Armin, nossos amigos e nosso pai ficamos em casa cuidando das últimas coisas da decoração da festa, enquanto nossa mãe ia comprar algumas últimas coisas para as comidas que seriam servidas. Já era noite quando acabamos tudo que tínhamos para fazer em casa, e no dia só teríamos que montar tudo. Estávamos todos exaustos e a maioria já havia ido embora, só eu, meu irmão e meu pai que havíamos ficado, obviamente, e queríamos todos descansar, porém ainda tínhamos que esperar a mamãe. Eu então resolvi ligar a tv, e não parava de trocar os canais quando o celular do meu pai tocou. Ele atendeu, e depois de alguns minutos de conversa no celular, finalmente desligou o aparelho e chamou a mim e Armin. "A mãe de vocês sofreu um acidente... Um carro vinha em alta velocidade e bateu contra o carro dela. Ela está agora no hospital, mas... Ela está morrendo...", meu pai dizia isso tristemente e eu simplesmente berrei pedindo para que ele nos levasse ao hospital. Ele não excitou, e poucos minutos depois, já estávamos no hospital. Falamos com a enfermeira que nos levou até a sala em que mamãe estava. "Amy... Armin... Venham aqui...", ela pediu quando entramos na sala, e nosso pai vinha logo atrás. "Vocês sabem que eu terei que ir... Mas não esqueçam que... Nas suas veias... Correm o meu sangue... Sejam fortes como os samurais!", ela disse com dificuldade, mas deu um sorriso fraco. Os ancestrais da família da minha mãe eram samurais, e o sangue samurai também corria em minhas veias. Minha mãe contava que alguns samurais da nossa família, há muitos anos atrás, costumavam ter dois nomes, o nome de origem e outro para terem uma nova vida, como outra pessoa. "Não esqueceremos... Prometemos!", eu e Armin dissemos ao mesmo tempo, entristecidos. "Ótimo... E nunca se esqueçam... Que eu amo... Vocês...", e essas foram as últimas palavras de Ai Hotaru. (...) O que deveria ter sido uma festa de aniversário, acabou se tornando num dia triste e de muitas despedidas para minha mãe. O que ela havia dito antes de morrer, antes de falar para não esquecermos que ela nos amava, ainda estava na minha cabeça... E como os samurais do passado, eu queria ter um outro nome, mesmo que eu continuasse preferindo Amy, eu queria adotar aquele costume de tantos tempos atrás, e "recomeçar" a minha vida. "Pai! Eu decidi adotar um nome japonês!", eu disse para meu pai, e ele não negou nada, até mesmo disse que sabia que um dia eu diria isso. Armin chegou na hora, dizendo o mesmo que eu. Nosso pai já tinha seu nome japonês, era Mikoto Kimura, mas ele disse para escolhermos um nome em homenagem ao da mamãe. Eu pensei por algum tempo, e Armin parecia pensar muito também... Demoramos a decidir, mas, no fim, nos entreolhamos, decididos. "Bom... Eu serei Aimi Hotaru...", disse decidida e meu pai concordou, olhando para Armin. "E eu serei Aikon Hotaru!", disse meu irmão e meu pai sorriu. "Poxa... Ambos com com o nome da sua mãe no início... Ai ficaria feliz! Irei registra-los com esses nomes a partir de hoje...", ele disse, mas neguei, sorrindo fracamente. "Eu só usarei Aimi Hotaru quando for preciso, como o senhor faz... Você vai fazer isso também Armin?", falei e olhei para meu irmão, que assentiu. Meu pai sorriu e concordou. Então, eu tinha um novo nome, mesmo que o fosse usar apenas quando necessário. Amy Dylan... Aimi Hotaru... O nome verdadeiro, e um nome em homenagem a falecida Ai Hotaru, minha amada mãe. Amy ou Aimi, ainda era eu, e isso não mudaria. (...) Finalmente, tínhamos 16 anos, mas logo faríamos 17 anos, a escola não havia mudado depois que a notícia da morte de Ai Hotaru havia se espalhado. Ela era conhecia, afinal. Eu e Armin havíamos recebido muitas palavras de consolo por dias, mas nós sempre dizíamos estar bem e que não era necessário tais palavras de apoio, mesmo quando agradeciamos. Eu acabei fazendo novos amigos com o passar do tempo, eu acho até que já conhecia a metade da escola. Teve um dia que decidi entrar para o clube de líderes de torcida, para me distrair quando estivesse com tempo livre. Shinayder também entrou nas líderes de torcida, e ela era ótima quando se tratava de berrar de animação, afinal, ela era a Shinayder Kotori... O tempo se passou, e a líder do clube de líderes de torcida iria ser transferida para outra escola. As garotas pediram a ela que me deixasse ser a nova líder, e ela aceitou, assim como eu aceitei com alegria. Eu já me divertia bastante com os saltos, mortais e coreografias que fazíamos, era algo muito divertido. Um dia, eu fiquei muito cansada durante o treinamento da nova coreografia para o campeonato, e decidi apenas assistir por um tempo, porém acabei tendo que ir ao refeitório comprar água para uma das garotas, além de precisar ir ao banheiro lavar o rosto para refrescar um pouco. Fui primeiro ao banheiro, e lá me encontrei com Akiko Kame, uma ruiva que não era de falar muito com as pessoas, mas que eu me preocupava muito e sempre tentava ajudá-la no que podia, e ela... Estava com a respiração fraca? Não fiquei raciocinando por muito tempo, pois não demorou que eu a pegasse no colo, por ser mais leve e baixa que eu além de que sou mais forte, e a levei para a enfermaria o mais rápido que pude. Eu não sabia o que tinha acontecido com ela, mas eu havia percebido que ela estava morrendo... Morrendo de overdose. (...) Akiko estava melhorando, e isso me deixou extremamente aliviada e feliz por ela estar bem. A acompanhei durante quase toda sua recuperação, e eu apenas não estava com ela quando pôde sair do hospital porque as provas se aproximavam e eu não poderia faltar, infelizmente, mas queria poder ter ficado com Akiko até que estive completamente bem e saísse do hospital com boa saúde... A semana de provas estava sendo agitada e difícil para todos, mas foi pior no dia das provas de química para mim, e ciências para Armin, pois nossos professores não eram os mais gentis e nem eram de "pegar leve" quando se tratava de provas. Mas as coisas parecem ficar piores quando menos esperamos... Estava tentando responder uma questão na prova de química, mas logo houve uma explosão. Todos os alunos se espantaram e só ouvíamos algumas pessoas gritando nos corredores coisas como "incêndio", "o laboratório de ciências está em chamas", "ajudem os outros", enquanto eu corria para tentar ajudar o máximo possível de pessoas. A maioria dos alunos já havia saído da escola, estávamos quase todos um pouco longe do pátio enquanto mais e mais alunos saíam do prédio com o terceiro andar em chamas, só que... "Onde está o Armin?", perguntei para Nick e ele negou com a cabeça, acabei arregalando os olhos, procurando meu irmão pela multidão, mas não o achava. "AMY!!!", ouvi Shinayder gritar meu nome antes que eu entrasse na escola novamente. (...) Tudo estava caindo aos poucos, ou em chamas, e o cheiro da fumaça já incomodava bastante... Eu quase me sentia com falta de ar por tossir quase sem parar. "ARMIN! ARMIN, ONDE VOCÊ ESTÁ?", gritei pelo meu irmão correndo por onde não tinha fogo ou nada quebrando e desmoronando, sem obter resposta. "ARMIN! ARMIN, RESPONDE POR FAVOR!", tentei novamente e achei ter ouvido um grito... Era ele! "AMY!!!", Armin gritou e, pelo som da sua voz, ele estava no terceiro andar, onde havia acontecido a explosão e onde as chamas eram maiores. Subi pela escada de emergência até o terceiro andar, corri o mais rápido que pude até onde ouvia a voz do meu irmão. "Armin!", falei após vê-lo abaixo de alguns destroços enquanto tossia alto pela fumaça. "Amy!", ele disse, e ainda pude ver a felicidade em seus olhos. "Eu vou tirar você daí! Fique calmo...", pedi usando o máximo de força possível para tirar os destroços, porém quando faltava pouco para libertar meu irmão, novamente houve uma explosão e eu fui jogada para longe, batendo-me fortemente contra os armários. "AMY!", ouvi alguém me chamando, porém não pude distinguir quem era, eu só podia ver meu irmão de olhos arregalados, empurrando os últimos destroços de cima de si, e logo rastejando na minha direção antes que tudo ficasse escuro. (...) Acordei com uma imensa dor de cabeça, e tudo o que eu ouvia eram os sons como se fossem zumbidos irritantes. Minha visão pestanejou até que eu pudesse perceber o teto branco acima de mim, além da maior parte do meu corpo enfaixado e dolorido. "Amy... Você acordou...", ouvi alguém dizer com certo alívio e logo vi o rosto do meu pai, me fazendo sorrir minimamente. "Ela acordou? Oh meu Deus! Amy... Fiquei preocupada...", ouvi uma voz feminina, e logo Shinayder apareceu no meu campo de visão, me abraçando com cuidado. "S-Shinayder...", murmurei com dificuldade, mas ela fez sinal para que eu me calasse. "Onde... Está o Armin? Cadê o meu... Irmão?", perguntei, forçando minha voz a sair, e a expressão do meu pai me preocupou. "Não sabemos, filha... Ele... Ele também saiu da escola junto com você e Sanosuke... Depois que te trouxemos para o hospital, ele ficava dizendo que a culpa de você ter se machucado assim era dele, nem se quer deixou que cuidassemos dos seus ferimentos, e sumiu...", meu pai disse como se fosse o culpado e comecei a me agitar. Tentei me levantar, me debatia, tentava gritar pelo meu irmão, eu tinha que vê-lo, eu queria vê-lo e ter certeza de que estava bem, nem mesmo aqueles machucados iriam me impedir de dizer-lhe que não tinha culpa de nada, que eu havia me machuquei por minha causa, não dele. Meu pai tentou me acalmar e Shinayder chamou o médico que logo apareceu me dando sonífero. A última coisa que sussurrei antes de perder a consciência, foi o nome do meu irmão. (...) Eu passei mais algumas semanas no hospital, minha recuperação foi lenta e dolorosa, além de que me informaram que perdi muitas memórias por ter batido a cabeça... E eu realmente via em minha mente coisas em brancos. Eu não lembrava o que tinha acontecido no meu primeiro dia de aula, nem me lembrava do nome de muitas pessoas da escola, ou se quer lembrava do rosto dessas pessoas... Nem mesmo do rosto da minha mãe. Meu pai, Shinayder, Sanosuke, os gêmeos Chiyoko e Nick tiveram que me contar algumas coisas, mas não me contavam tudo... Eu sentia que faltava muitas coisas para saber. "Senhorita Amy, por favor, entenda que saber muito o que perdeu pode sobrecarregar seu cérebro, e você pode morrer...", o médico me disse isso com um olhar de pena, e a minha vontade era de chorar e soltar toda aquela tristeza de ter perdido memórias importantes, de não poder me lembrar de coisas da minha vida... A vida que foi dividida e perdida por causa do acidente, e que eu tinha quase certeza de que nunca a teria devolta... (...) Quando finalmente estava recuperada e pude sair do hospital, fiquei sabendo que minha escola não seria reconstruída, e que era necessário que todos os alunos fossem transferidos... Nas eu não ligava para isso, eu só pensava no meu irmão e onde ele estaria. Shinayder quis comemorar a minha recuperação, além de que meu aniversário de 17 anos estava próximo, e sugeriu que fôssemos todos na pizzaria, e como esperado, a maioria concordou e ajudaram Shinayder a me convencer. Até que havia sido divertido, principalmente quando Misaki deixou escapar sua fatia de pizza, que foi parar acidentalmente e em cheio na cara de Nick. Foi uma cena engraçado ver o azulado com ketchup no rosto, eu até pude esquecer a minha tristeza, além de que eles me convenceram de que eu iria rever Armin, e assim já não me preocupava tanto... Ele é forte, sabe se cuidar, e tinha esperança de que iríamos nos rever novamente. Na volta, meu pai me ligou dizendo que eu já estava matriculada numa escola e contei aos outros, mas a expressão de Nick e Shinayder me deixou um tanto confusa. "Poxa Amy... Desculpe, mas... Meus pais e os pais do Nick já nos matricularam numa escola, e, infelizmente, não foi a mesma que a sua...", Shinayder disse cada palavra com a mais profunda tristeza, mas a abracei para que se sentisse melhor. "Senhorita Amy... Eu e Misaki também não iremos para a sua escola, desculpe-nos...", Yuri disse mostrando uma mensagem que tinha acabado de receber dos seus pais, e ele parecia triste, enquanto Misaki não parava de protestar logo atrás. "Tudo bem gente, sério... Sei que nos veremos novamente, afinal, nossa amizade não vai acabar por causa da distância, não é?", sorri ainda abraçada a Shinayder e ouvi Sanosuke murmurar alguma coisa, que ninguém entendeu, e por isso o encaramos. "Hey Amy! Posso me matricular na sua escola, se quiser...", Sanosuke falou com as mãos no bolso e com seu jeito meio rebelde de ser, acabei sorrindo animada. "Isso é ótimo! Obrigada... E Shinayder, veja pela lado positivo, existem redes sociais hoje em dia!", e a rosada se soltou do abraço, dando pulinhos e batendo palminhas enquanto dizia "sim" feito criança. Nos despedimos e fomos cada um para a direção da sua casa. Como eu não morava perto de nenhum deles, nem se quer sabia onde moravam, o caminho até a minha casa seria solitário... Ao menos, eu poderia pensar sobre como foi meu dia, e esquecer um pouco minhas dores emocionais com algumas lembranças que ainda tinha. "Ora, ora... É bom ver que está viva Aimi Hotaru... Ou devo dizer, Amy Dylan!" ouvi uma voz enjoada e me virei para trás dando de cara com Hinata e suas sombras. Por quê eu aimda tinha que lembrar dessa desgraçada? De tanta gente que eu podia me lembrar, tinha que se logo ela? "O que quer Hinata?", cruzei os braços, dando aquele sorriso de deixar amostra o aparelho vermelho, que iriam sumir dois dias depois, e vi a garota tirar algo brilhante detrás de si enquanto suas amigas só riam. "Te matar!", e Hinata partiu para cima de mim com uma faca de cozinha erguida. Arregalei os olhos, descruzando os braços, e me desviei no último segundo. As amigas da Hinata tentaram segurar meus braços atrás da costa, mas, como nos últimos anos eu andava fazendo algumas artes marciais, me soltei rapidamente de uma delas quando Hinata atacava novamente... Mas invés de me ferir, a própria Hinata apunhalou a albina, acertando-a quase no pescoço. Hinata recuou, horrorizada, encarando a amiga morta enquanto eu continuava tentando me soltar da esverdeada. "Vai pagar por isso!", Hinata voltou a tentar me atacar depois do estado de choque que teve após ver que havia matado a própria amiga, mas novamente me soltei a tempo e empurrei a esverdeada na direção de Hinata. A garota de cabelos verdes caiu encima da outra morena, e quando Hinata ia se levantar, eu e ela vimos que a faca afundou exatamente encima de onde ficava o coração da esverdeada. "Já chega Hinata!", falei e não esperei que ela empurrasse o cadáver para o lado, recuperando-se do choque novamente, e se levantasse para me atacar. Tomei a faca da mão de Hinata e imobilizei a garota contra o chão, segurando a faca acima da sua testa. "Vai me matar é? Você não tem coragem...", ela disse, rindo debochada, tentando se soltar. "Eu entrei numa escola em chamas e desmoronando, arrisquei a minha vida por uma pessoa, matar alguém é algo fácil para mim!", eu disse com um sorriso maldoso no rosto, vendo-a arregalar os olhos e se debater, além de que tentava gritar, mas apertei seu pescoço para que não houvesse ar para se quer sussurrar. Eu me sentia estranha, vê-la sofrer daquele jeito era algo... Bom, e eu queria matá-la e acabar de vez com as chances que ela teria de atormentar mais pessoas na sua futura escola, qualquer que fosse. "Adeus... Hinata!", e minha mão com a faca desceu até a cabeça da garota, que nem se quer pôde reagir ou gritar, apenas sangrar já morta. (...) A morte de Hinata e das outras duas estava sendo um caso difícil para a polícia, nem meu pai, que continuava trabalhando como detetive, não conseguia saber quem havia matado aquelas três... Ele não sabia que eu havia matado alguém. Eu não havia deixado pistas, eu as havia destruído e feito da morte daquelas três como se a própria Hinata tivesse matada suas amigas, o que era verdade, e como se ela tivesse se matado depois... Como a polícia não achava nada, e o "possível assassino" havia se matado depois de matar as próprias amigas, o caso foi dado como encerrado. (...) A nova escola não era muito diferente da minha antiga, mas, dessa vez, eu me socializei com os outros, e falava com mais pessoas além de Sanosuke. Eu e Sano havíamos decidiu entrar num dos clubes, e no fim, entramos no Clube Dos Rumores, onde uns tinham que matar os outros. Eu havia me enganado... Aquela escola era diferente da minha antiga, e eu admito isso... Mas, eu pude conhecer boas pessoas... Aliás, eu sentia que conhecia um deles à muito tempo... Se eu estiver certa e não me lembre dessa pessoa por causa do meu acidente, espero que ela se lembre de mim e que não leve a mal o fato de eu tê-la esquecido... Juro que eu não queria que isso acontecesse, seja lá quem fosse... Eu só lamento pelo fato de não poder mais ver Shinayder, Nick, os gêmeos Chiyoko, e, principalmente, reencontrar meu irmão... Mas sabe, apesar de ter passado tão pouco tempo com aquelas pessoas, foi algo muito bom... E também, eu jamais me esquecerei das pessoas do Clube Dos Rumores... Pessoal, muito obrigada por terem tirado o sofrimento do meu coração, e terem devolvido a felicidade que eu tinha antes do desaparecimento do meu irmão, da minha perda de memória, e da morte da minha mãe... Acima de tudo, obrigada pela nossa amizade. Eu acredito que ela não terá um fim, não é mesmo? Eu agradeço à todos vocês... Um dia, quem sabe, possamos nos reencontrar e continuar sorrindo, rindo e nos divertindo, todos nós... Todos juntos...
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imninahchan · 8 months
Note
Nina, você escreve com quais personagens de Samurai de Olhos Azuis?
só a mizu, por enquanto.
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