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laparosdivinos · 1 year
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Tradução, Simbologias e Espiritualidade Queer
Tradução, Simbologias e Espiritualidade Queer.
Parte I - Das perdas tradutórias e da liberdade de se viver sem excessos de adaptações e traduções.
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Qualquer pessoa que já estudou ou trabalhou com tradução sabe que em todo processo tradutório alguma coisa do material original é perdido, mesmo com a tradução mais fiel e dedicada. Pode ser algo da forma, do conteúdo, das rimas, do sentido, do contexto, regionalismos, etc. O tradutor basicamente tenta ser o mais fiel possível, priorizando aquilo que acha mais importante trazer do original para cumprir um objetivo e ser direcionado a um público-alvo. Talvez, o sentimento original que um poeta quis passar seja seu foco, talvez seja a forma estilística de uma poesia. Talvez seja a praticidade feita num passo-a-passo de um manual, ou talvez o argumento central e proposições terminológicas de um texto científico-argumentativo. A questão é que sempre algo é perdido já que é transformado, adequado, filtrado, retrabalhado. Por isso um mesmo texto pode ter infinitas traduções igualmente corretas e válidas, trazendo escolhas e detalhes bem diferentes entre si, mas sempre remetendo a algo que existe no original.
Mas o que isso tem a ver com essa humilde página e seus temas “repetidos”? Tudo. Eu me pergunto se todos os lgbts têm esse sentimento/consciência de que somos tradutores quase que em tempo integral de um mundo de simbologias heteronormativas. Nas conversas, no entretenimento consumido, nas mitologias estudadas, em tudo do mundo estamos o tempo todo traduzindo, adequando, retrabalhando e se apropriando dessas coisas e temas “externos” de forma a fazerem sentido e serem aplicáveis à nossa realidade. E isso tem seu lado positivo. Somos realmente muito bons em adaptarmos e retrabalharmos coisas, captando ensinamentos e vivências em quaisquer lugares em que somos colocados. Somos seres de todos os mundos e de nenhum deles por inteiro. “Ah, Sirius, mas todo mundo faz isso”, você diria. Sim, eu concordo, mas será que no mesmo grau e pela mesma quantidade de tempo e aspectos?
O fato é que posso dizer que quando li esses primeiros 10 livros já indicados nos outros posts, pela primeira vez tomei ciência disso justamente por conta da relação com minha formação de tradutor. Mesmo que para discordar ou concordar do que estava sendo dito, pela primeira vez senti que não precisei “traduzir” nada. Nesses livros, era a minha língua que estava sendo falada. De alguma forma, senti como se estivesse recebendo um raio de luz direto no peito que falava comigo por inteiro, revelava minhas asas e desobstruía algumas “máscaras tradutórias” que eu nem sabia que tinha. Senti já pela primeira vez como desobstruísse formas e cores pelo corpo inteiro (ou corpos inteiros). É como se pudesse enxergar ainda melhor sem óculos. Como se tivesse tirado um equipamento de mergulho e respirasse ao vento num campo aberto. Como se alguém me dissesse “somos iguais a você, pode ficar nu e falar na sua língua. Somos sua família, da sua espécie, somos você também”. O mecanismo de tradução, ao menos esse mais ligado ao uso no mundo cotidiano, simplesmente não era necessário. E não é como se eu vivesse me disfarçando, "enrustido" ou nada assim rsrsr (quem me conhece sabe bem). Essa sensação é muito estranha de descrever. Algo como: “ah, então isso vem da minha casa, de um semelhante, e já está escrito na minha língua materna”.
Estamos tão acostumados a traduzir o tempo todo o mundo heteronormativo que muitas vezes nem percebemos ou achamos importante esse tema. Mas, como qualquer professor de línguas diria, consumir e compreender um filme/música/livro direto no idioma original traz uma experiência completamente diferente e única. Você conversa direto com a fonte e recebe muito mais da energia original. Por isso nossas mitologias, produções, espiritualidades, magias, vivências e outras coisas mais são tão importantes. Por isso discutir, concordar, discordar, aprender, repassar e trabalhar coisas escritas POR nós e PARA nós em NOSSOS ambientes e grupos é importante.
Parte II - Da natureza espiritual queer diminuída e apagada e da importância de representatividade real.
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Você poderia dizer: “Mas, Sirius, os Deuses estão acima disso, trazer só esses temas é separação e exclusão”. Eu sei que estão, e é justamente por isso que eles entendem onde quero chegar.
Em uma palestra qualquer sobre Dionísio, falarem de Ariadne como sua esposa é quase certo. Alguns podem falar de Ampelos (muitas vezes tratando-o como amigo) e praticamente nenhum falará de Prosimo e de quando o Deus sentou em um falo de madeira para honrar sua promessa de fazer amor com ele mesmo após sua morte.
Toda palestra falará como é lindo, maravilhoso e exemplo o amor de Oxossi e Oxum e como é empolgante e revigorante, mas pouquíssimos falarão de quando Oxossi decidiu passar a vida com Ossain na floresta, mesmo contra a vontade da mãe Iemanjá e com a benção de Oxalá (ainda mais difícil é falarem desse itan com o enfoque realmente homoafetivo porque sempre vão usar que Ossain enfeitiçou ou qualquer coisa do gênero).
É Só digitar nos sites de compras “esculturas de Apolo e” para constatar que será completo com “Dafne” e que você terá um bom trabalho para encontrar material com toda a beleza real do mito de Jacinto e todos os outros homens que Apolo amou (inclusive alguns dizem que ele até preferia homens, assim como Hércules). O mesmo vale para inúmeros outros casais homoafetivos e queers de deuses e heróis transformados em amigos, tendo seus gêneros alterados para a norma, tendo suas histórias apagadas, etc. Sempre reduzindo nossa complexidade de existência e poderes a uma mera questão de “orientação sexual e gênero” quando, na verdade, o buraco é bem mais embaixo e os céus são bem mais altos e lindos.
Ta, mas isso importa? Acredito que para quem não sente na pele essa falta de representatividade do que sempre nos pertenceu realmente não importe. Acredito que para quem já está a tanto tempo traduzindo e retraduzindo que já até esqueceu seu idioma original e se sente realmente feliz em ser simplesmente aceito, tbm não importará tanto assim. Isso me lembra uma das histórias aceitas sobre a fundação da Umbanda quando o Caboclo das 7 Encruzilhadas incorporou naquele fatídico dia no centro espírita e trouxe a reflexão de que basicamente não estavam deixando os espíritos de pretos velhos e caboclos se manifestarem por preconceito e medo. Alguns vão dizer que esses espíritos, no caso dos vovôs e vovós, nem sequer necessariamente eram só negros escravizados, mas que eles vêm como pretos velhos para honrar essas pessoas que tanto sofreram e sofrem. Daí eu pergunto, considerando que meus apontamentos seriam "irrelevantes" porque espíritos "não têm sexo": Os espíritos têm raça? Espírito tem etnia, regionalidade ou é limitado por alguma cultura? Por que o mundo espiritual achou que essa representatividade era importante? Seja lá qual a visão do seu sagrado, ela deve ser minimamente coerente na hora de realmente pensar sobre o que é ou não relevante. Para os Deuses e espíritos, tenho certeza que no mundo deles nada disso interfira muito em sua Luz. Mas para nós aqui na Terra isso importa muito, até porque tenho certeza que há uma série de Deuses e entidades empenhados em reparar e se preocupar com as pessoas Queer. Eu sinto essa presença amorosa e familiar cada vez mais próxima. Todo termo utilizado, toda história escolhida pra ser contada, toda abordagem, toda tradução é uma escolha que serve bem ou mal a um ou outro objetivo ou visão.
Esse tipo de questionamento (o do velho “importa mesmo?”) acaba por perpetuar a nossa invisibilização e a nossa diluição perante aos padrões, normas, cultos, sistemas e simbologias heteronormativas não só dentro da bruxaria ou outras religiões, mas também perante ao mundo. Em qualquer lugar do mundo e em qualquer tempo histórico de grandes mudanças de regência, após a perseguição dos opositores, nós sempre fomos os mais perseguidos logo em seguida. Não existe só a realidade ocidental urbana atual onde as coisas são um pouquinho mais tranquilas para nós, lembremos disso sempre. Nós temos um papel e uma responsabilidade de construir um mundo melhor para nossos filhos e irmãos em nome do que nossos ancestrais construíram para nós. Sejam sanguíneos, adotados ou espirituais. Acredito mesmo que tenhamos uma grande egrégora própria que desejo cada vez mais entrar em contato e começar a compreender de verdade.
Por isso acho importante divulgar o trabalho de bruxos e espiritualistas LGBTs que publicam e divulgam materiais sobre isso. Por isso divulgo e acompanho grupos religiosos e covens compostos por e para membros LGBTs. Seria mesmo mais fácil e mais próspero para eles no meio esotérico/bruxístico falar “o de sempre” sobre “o de sempre” partindo de uma ótica neutra (que num mundo heteronormativo, muitas vezes acaba sendo sentida por mim como pseudo ou semi-inclusiva ou mesmo praticamente heteronormativa) ou decididamente partindo de uma ótica puramente reprodutora de heteronormatividades. Contudo, essas pessoas escolheram dedicar um espaço e um tempo para esse enfoque e remar contra a maré para nos ajudar a acessar esses mistérios. Já admiro demais a maioria dos adeptos da bruxaria por suas naturezas, mas tenho que dizer que nutro admiração mais singular, afetuosa e natural por esses estranhos (queers) rebeldes. Que eu possa pelo menos ser um prego da ponte para instigar ou ao menos conectar uma pessoa que precise/queira acessar a qualquer um desses trabalhos, bruxes, grupos, seres ou Deuses. Para que possamos cada vez mais voltar a acessar e professar o nosso verdadeiro verbo divino sem tantas traduções distorcidas.
Sirius Cor Leonis
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laparosdivinos · 1 year
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Storm FaeryWolf - Dicas GAYs - Sites e Blogs #1
Storm FaeryWolf
Site/blog: https://faerywolf.com/
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É de macumba de bruxaria que vocês gostam? Mesmo se não gostarem é do que eu vou falar porque eu AMO! Storm FaeryWolf é autor de muitos livros sobre magia, bruxaria e Reiki. Dos muitos livros, eu destaco o The Satyr's Kiss (o Beijo do Sátiro) focado em magias para Homens Queers.
Esse blog foi um dos primeiros que encontrei para juntar material de estudo sobre Homotheosis e uma prática magística e religiosa que despertasse a potencialidades de meu Ser gay. Para vocês terem ideia da riqueza de conteúdo trazida por esse cara deixo alguns screenshots de seu blog nas imagens do post.
Acredito que muito conteúdo foi retirado porque acabou sendo adicionado nos livros, mas que tenho para dizer pra vcs (e pra bom entendedor um pingo é letra) é: - Os livros NÃO são inacessíveis e os posts antigos também não. - O site está em inglês, mas com a ferramenta de tradução do Google dá para entender tranquilo. - O autor também tem postagens regulares e textos no Instagram, em revistas eletrônicas, etc. No próprio blog tem os links. - Ele não escreve só sobre bruxaria Queer, mas também sobre sua tradição mágica, bruxaria em si, Reiki e muito mais.
Vale muito a pena ler seu conteúdo. Siga o autor no Instagram e demais redes de acesso. Mais para frente, em um outro post na parte de "Livros para estudo", colocarei meu pequeno review do Satyr's Kiss.
Alguns screenshots de posts no blog Storm FaeryWolf:
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Beijos Láparos.
Sirius Cor Leonis
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laparosdivinos · 1 year
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VINCINT - Dicas GAYs - Músicos/cantores/compositores Gays #1
Vincint Cannady
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Aqui vai a minha lista de músicas e versões favoritas dele:
• Be Me ( Versão Acústica)
• Creep (cover no programa The Four)
• Remember me (Versão Acústica)
• Higher
• Please don't fall in love.
• Someday
• Marrow
• All over again
• Wherever you are (Live in LA)
• Simple
Já começo minha lista de dicas musicais com um dos meus favoritos. A voz desse homem quando está cantando sem as restrições da música enlatada é ainda mais absurda. Difícil não se apaixonar quando ele começa a cantar, seja com a doçura ou com a agressividade presentes na sua magia vocal. Eu sou um cara que valorizo muito as vozes, os arranjos instrumentais, a interpretação e principalmente as letras poéticas e suas mensagens, então realmente não é qualquer coisa que me atrai musicalmente. No caso do Vincint, ele me pegou de primeira. Só de ver a versão dele de Creep eu já me apaixonei.
Para resumir, esse cara é FODA e canta demais. Tendo a amar mais os seus acústicos do que as gravadas em estilo pop porque a voz desse boy é de arrepiar os pelos da alma e derreter o coração.
Demorei bastante para achar os artistas que aqui irei postando aqui, embora já tivesse conhecido alguns (como meu também crush Adam Lambert). Mas muitos que eu trarei têm pouquíssimos likes e views no YouTube e certamente isso não é merecido.
Pessoalmente acho um pouco incoerente cultuar divas pops do jeito que cultuam e nem sequer parar para ouvir e apoiar pessoas como nós que tentam com dificuldade viver sua arte. Muitos foram expulsos de casa, sofreram homofobia, tem traumas e questões como as nossas e que se refletem nas músicas. Mas não é só isso, tem o AMOR. O NOSSO amor e suas simbologias enaltecidas ao máximo. Não vou ficar contando as histórias deles e dos outros que citarei, pois isso se acha fácil. Vale muito buscar essas músicas e artistas. Contudo, agora gostaria de esclarecer um ponto que sempre é perguntado quando inicio essas listas: "Por que focar em artistas gays?".
Bom, já passei 27 anos consumindo um mundo hétero e um entretenimento também assim. De uns anos para cá, resolvi inverter essa lógica e recuperar o tempo perdido. E, devo dizer, tem valido MUITO a pena. Porque mesmo que eu ame outros artistas, nem a Beyoncé, nem a Avril, nem o Nightwish (minha banda favorita), nem o Alex Band, nem o Kamelot, nem o Aerosmith precisam tanto do meu apoio e também nenhum deles canta a minha existência. Eles não cantam meu amor, nem minhas dores, meus símbolos, meus mistérios, minha vida e nem o meu divino homoteótico.
Tem muita gente como nós fazendo coisas incríveis e sendo apagados até mesmo pela captalização do Movimento LGBT. Valorize esses artistas, filmes gays independentes, pintores, escritores, poetas e todos os outros demais profissionais LGBT+. Eu focarei nos gays simplesmente por identificação e porque não é também como se os gays já tivessem conquistado tudo. Aliás, estamos beeeeeeeem longe disso e qualquer um com o mínimo de visão e bom senso sabe constatar essa situação. Muitos têm menos de 50 likes em suas músicas e não contam com o apoio nem do Movimento LGBTQ+ que em parte considerável foi consumido pela retórica do consumismo enlatado e do falso poder. Ainda falta muito para sermos realmente valorizados nesse mundo homofóbico, doentemente capitalizado e desigual.
Sirius Cor Leonis.
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laparosdivinos · 1 year
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Eu me achava louco e isolado, mas eu li.
Eu me achava louco e chato de ficar reclamando dessa heteronormatividade tratada como Lei Mágica Universal no maistream da Magia. Mas, depois que eu li algumas coisinhas e continuei a buscar ainda mais, vi que não sou tão maluco assim. O que eu aprendi lendo? O que cada livro me mostrou?
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Queering The Tarot da Cassandra Snow me mostrou que esse meu incômodo com os decks, as simbologias, os jogos, os modelos de tiragem e as interpretações não eram "mimimi". Aqui percebi também que nossa mera existência é resistência social, política, cultural, histórica e espacial.
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Witchcraft and The Gay Counterculture do Arthur Evans mostrou que o meu incômodo com a maneira que a história da bruxaria é contada não é sem fundamento, pois os LGBTs são elementos CENTRAIS, não só na história da magia e seu desenvolvimento, mas também enquanto grupo fortemente perseguido nas diversas inquisições.
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Gay Witchcraft - Empowering The Tribe do Christopher Penczak me mostrou que meu incômodo com a abordagem heteronormativa da Roda do Ano e dos Deuses (mesmo os conhecidamente gays ou bissexuais) não é mera chatice.
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The Scarlet Wand - Sex Magic for Gay Males de Raji Dorotez me mostrou como o meu incômodo em constatar como quase sempre somos deixados de fora dos temas da magia (como se não fôssemos um público altamente expressivo) não é sem fundamento. Também aprendi que nós temos os nossos próprios mistérios e poderes exclusivos.
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• Garbed in Green - Gay Witchcraft and the Male Mysteries do Casey Giovinco me mostrou que, para além de qualquer noção de "Sagrado Masculino" ou "Feminino", tudo o que é meu é parte do meu Ser enquanto homem. Tudo do homem gay é parte do seu Ser Homem. Da arte marcial ao salto alto. Nem a coisa chamada de masculinidade, nem a chamada de feminilidade é propriedade e deve ser sempre balizada pelos héteros. Nós só estamos recuperando a nossa parte que nos cabe de algo que sempre foi tão nosso quanto deles e não precisamos (nem vamos) seguir suas caixinhas limitadas, pois estamos além.
Sirius Cor Leonis
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laparosdivinos · 1 year
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Tu'er Shen / Hu Tianbao - O Deus Láparo
Vamos falar um pouquinho sobre Hu Tianbao / Tu'er Shen?
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Um dos poucos deuses gays de fato. O único que vi até agora que ascendeu por ser morto por amar outro homem. Vítima da homofobia dos seus tempos, Hu Tianbao retorna como patrono do amor homossexual.
Eu particularmente gosto de fazer oferendas a este Deus quando presto homenagens a todos os mortos e ancestrais LGBTs, mas também quando quero comemorar o amor homoafetivo.
No caso dos ancestrais, pode ser interessante remeter a esse Deus em datas fúnebres como as de referência ao "Holocausto Gay" e outros tristes eventos de morte e martírio de LGBTs. Hu Tianbao passou por isso, ele entende a dor desses espíritos. Ele encontrou a iluminação mesmo após esse martírio e pode ajudar essas almas a se encontrar também.
Já no amor, o vejo como um Deus que traz fertilidade (que não é só ter filhos), companheirismo, romance, paixão, prosperidade e lealdade no casamento homoafetivo. Aos solteiros, o vejo como alguém que pode ajudar a encontrar um bom parceiro, não só pra cama, mas pra vida.
Essa é a diferença de conhecermos deuses com o qual nos identificamos de formas mais imediatas: a ligação, o Religare ideal para as religiões.
DICAS:
- BUSQUEM O CURTA METRAGEM "THE KISS OF THE RABBIT GOD" EM SITES COMO O FILMESGAYS. É uma obra linda sobre aceitação da própria homossexualidade e da espiritualidade da homotheosis.
- BUSQUEM O LIVRO/ANIME/DORAMA/MANHUA "MO DAO ZU SHI" ou "THE UNTAMED". A simbologia dos coelhos de Tu'er Shen são aplicadas ao taoismo numa história de ação e aventura com protagonistas declaradamente homoafetivos. Não é a toa que é minha franquia favorita. O Dorama é mais censurado, mas ainda é bom. Está na NETFLIX. O Anime completo e traduzido está no site Mo dao zu shi Brasil. O Livro em português (o melhor e totalmente sem censura) pode ser comprado pelo site da editora NEW POP no Brasil.
- O Deus também faz uma aparição na série American Gods (Terceira Temporada).
MPORTANTE: Este pequeno texto foi escrito antes de me aprofundar e montar meu altar pessoal só para este Deus. Hoje, muito mais há para dizer neste espaço, contudo, ainda há muito o que pesquisar. Hoje Tu'er Shen é um dos principais deuses que cultuo, e um dos que tenho mais querido no meu coração. Então, hoje minhas práticas relacionadas a ele tem sido bem além do que relatei acima.
Ao que me parece, Hu Tianbao não é um Deus tão novo quanto os escritos do Yuan Mei em seu "O que o Mestre não discutiria". Hu Tianbao já tinha culto estabelecido naquela época e tenho a impressão de que pode se tratar de um Deus bem mais antigo e cultuado em muitos locais da ásia. O nome que o relaciona a coelhos (tuzi) Tu'er Shen, parece ter sido usado pelo escritor de forma pejorativa ou como zombaria, uma vez que chamavam homens gays de coelhos de forma irônica e preconceituosa. Entretanto, tal qual o Cervo, nós gays pagãos nos sentimos honrados por recebermos nomes em relações com animais. Sobretudo com animais tão versáteis, belos, ágeis e inteligentes como os coelhos e as lebres.
Fico devendo textos e estudos mais aprofundados sobre O Mestre (Da Ye) no futuro, mas para tal preciso de mais estudos e tempo de conexão. O que posso dizer é que O Mestre é um deus calmo, acolhedor, de poucas palavras, resoluto, paciente, versátil, belo, humilde, sábio e bem rígido quando algo deve ser feito. E, vale dizer, uma de suas principais características (ao meu ver) é como este Deus é complexo e misterioso. Até os materiais de estudo sobre ele são escassos e de acesso restrito na web. Por isso mesmo preciso de mais acessos, tempo e prática nos estudos para escrever algo com alguma propriedade.
BÔNUS - História do Deus segundo Yuan Mei + Artes Lindas que eu amo: (Crédito aos artistas):
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laparosdivinos · 2 years
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Bem vindo, láparo.
Sobre o Blog Láparos Divinos
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Tá cansado de nunca ler e conhecer nada que trate do seu sagrado?
• Cansado de ser (quando muito) uma mera nota de rodapé ou breve adendo em palestras "desconstruídas" de espiritualidade, sagrados masculino e feminino, relacionamento divino, etc?
• Não se identifica nem com a pegada Patriarcal opressiva, nem Matriarcal que vemos tanto por aí?
• Está num ponto onde chamar os sagrados de feminino e masculino nem faz mais tanto sentido assim para você?
• Tá cansado de ouvir dizerem para você que sua identidade e sexualidade não importam na busca de um caminho sagrado enquanto, hipocritamente, as heteronormativas são abertamente celebradas tanto nos mitos como na vida?
• Cansado de procurar deidades, encantados, entidades e seres sejam realmente como você? Enquanto homem gay, você tá cansado de buscar outros deuses iguais a você (além dos queridos Tu'er Shen e Antínoo, é claro)?
• Cansado de ver seu amor tratado como mero caso, affair, loucura, feitiço, descontrole na maioria dos mitos ditos "gays" enquanto os héteros adoram dizer que esses mesmos deuses costumam ter esposas que eles amam "de verdade"? Será mesmo que só o "par hétero" é "oficial"? Será que seremos sempre coadjuvantes e auxiliares comportados numa realidade espiritual (na prática) toda deles?
Pois é, também estou cansado disso faz tempo. Cansado de ter que ficar quebrando minhas longas asas para caber numa espiritualidade que também reflete todo véu cisheteronormativo. Não tenho solução para nada disso. Mas entre concepções heteronormativas do amor divino, nomenclaturas excludentes, práticas espirituais homofóbicas e coisas assim, decidi buscar por mim mesmo e ir divulgando tudo o que me ajudar de alguma forma nos meus primeiros passos mágicos significativos rumo ao meu sagrado. Enquanto homem gay, focarei em buscas relativas ao meu sagrado enquanto tal, mas os materiais comumente podem servir para que mais pessoas LBTQIA+ achem novas peças.
Esses livros e materiais indicados não são perfeitos, nada é. Mas tudo o que eu trouxer aqui tem algo de relevante que nos ajuda a quebrar esse monopólio mental e espiritual. Da mesma forma que não quero ficar subjugado ao ultrapatriarcado opressor e seus dogmas, também não pretendo ficar subjugado a nada mais (nem mesmo às visões heteronormativas dos sagrados e visões pagãs ultramatriarcais). Se quiser chamo de "Deus e Deus", "Deusa e Deusa" ou "Deuse e Deuse" ou mesmo muitas coisas pra além disso. "Deus e Deusa" é SÓ UMA das possibilidades e deve ser tratado como tal.
Espero mesmo que os materiais, textos e dicas aqui possam nos ajudar a encontrar nosso divino. Espero que isso nos ajude a promover nossa identidade mágica e espiritual, reconquistar o espaço tirado de nós e viver com o real "Pride" que tanto dizemos promover. Espero que sejamos Lebrões e Láparos mágicos, guerreiros, guardiões, caçadores, bruxos, libertadores, curandeiros, exploradores, estudiosos, sábios e Divinos como O Mestre Tu'er Shen e tantos outros.
Gratidão imensa aos Três Arqueiros que regem minha vida e a cada Deus, Deusa ou Deuse maravilhose que nos auxilia.
Beijos Leporinos!
Sirius Cor Leonis
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laparosdivinos · 1 year
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Festival dos Mortos de 2022 - Uma prece e um agradecimento aos (nem) sempre esquecidos.
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Dia 29 não rolou pois foi dia de festa de Ogum. Dia 30 foi dia de prece aos desencarnados/ancestrais na umbanda, mas no dia 1 eu não podia deixar de homenagear meus amados ancestrais. Àqueles que foram castrados física e quimicamente, àqueles atirados do alto de prédios e fuzilados, àqueles que usaram o triângulo rosa, àqueles que foram queimados na inquisição e ainda foram apagados e negligenciados depois.
Aos Leões de Queronéia; aos lambdas; aos grandes chefes Xamãs Two-Spirits que foram apagados; aos sacerdotes, bruxos e magos que bailavam entre todos os mundos do Yin e Yang, mas que foram diminuídos em sua importância. Aos militantes, mártires, médicos, poetas, cientistas, artistas, prostitutos, professores, sábios, soldados, cientistas e mais. Aos homens, mulheres e àquelus além. A todos os ancestrais LGBTQIA+
É por conta de vocês que posso Ser mais Eu hoje. É pela sua influência de vida e espiritual que pude buscar algumas de suas gloriosas histórias de vida, de amor e de luta para existir de forma verdadeira e livre. Muito foi feito por vocês, muito ainda deve ser feito por nós. Tenho orgulho imenso de ser descendente de todos vocês e espero um dia merecer sentar-me como um igual numa mesa redonda rodeada por nossas cores esplendorosas. Queria poder ter feito algo mais trabalhado e digno de suas luzes, mas espero que ao menos sirva para marcar o carinho, amor e admiração genuína que tenho por vocês.
Se as suas fotos são as não mostradas e comentadas nas reuniões de famílias, eu as exalto. Se seus nomes são os pouco pronunciados, eu os grito. Se suas histórias e amores são sempre diluídos e negados, eu as conto e eu os vivo. Eu me lembro, Eu vos admiro, Eu sou grato, Eu vos amo.
Sirius Cor Leonis.
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