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#sagradogay
laparosdivinos · 1 year
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Tradução, Simbologias e Espiritualidade Queer
Tradução, Simbologias e Espiritualidade Queer.
Parte I - Das perdas tradutórias e da liberdade de se viver sem excessos de adaptações e traduções.
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Qualquer pessoa que já estudou ou trabalhou com tradução sabe que em todo processo tradutório alguma coisa do material original é perdido, mesmo com a tradução mais fiel e dedicada. Pode ser algo da forma, do conteúdo, das rimas, do sentido, do contexto, regionalismos, etc. O tradutor basicamente tenta ser o mais fiel possível, priorizando aquilo que acha mais importante trazer do original para cumprir um objetivo e ser direcionado a um público-alvo. Talvez, o sentimento original que um poeta quis passar seja seu foco, talvez seja a forma estilística de uma poesia. Talvez seja a praticidade feita num passo-a-passo de um manual, ou talvez o argumento central e proposições terminológicas de um texto científico-argumentativo. A questão é que sempre algo é perdido já que é transformado, adequado, filtrado, retrabalhado. Por isso um mesmo texto pode ter infinitas traduções igualmente corretas e válidas, trazendo escolhas e detalhes bem diferentes entre si, mas sempre remetendo a algo que existe no original.
Mas o que isso tem a ver com essa humilde página e seus temas “repetidos”? Tudo. Eu me pergunto se todos os lgbts têm esse sentimento/consciência de que somos tradutores quase que em tempo integral de um mundo de simbologias heteronormativas. Nas conversas, no entretenimento consumido, nas mitologias estudadas, em tudo do mundo estamos o tempo todo traduzindo, adequando, retrabalhando e se apropriando dessas coisas e temas “externos” de forma a fazerem sentido e serem aplicáveis à nossa realidade. E isso tem seu lado positivo. Somos realmente muito bons em adaptarmos e retrabalharmos coisas, captando ensinamentos e vivências em quaisquer lugares em que somos colocados. Somos seres de todos os mundos e de nenhum deles por inteiro. “Ah, Sirius, mas todo mundo faz isso”, você diria. Sim, eu concordo, mas será que no mesmo grau e pela mesma quantidade de tempo e aspectos?
O fato é que posso dizer que quando li esses primeiros 10 livros já indicados nos outros posts, pela primeira vez tomei ciência disso justamente por conta da relação com minha formação de tradutor. Mesmo que para discordar ou concordar do que estava sendo dito, pela primeira vez senti que não precisei “traduzir” nada. Nesses livros, era a minha língua que estava sendo falada. De alguma forma, senti como se estivesse recebendo um raio de luz direto no peito que falava comigo por inteiro, revelava minhas asas e desobstruía algumas “máscaras tradutórias” que eu nem sabia que tinha. Senti já pela primeira vez como desobstruísse formas e cores pelo corpo inteiro (ou corpos inteiros). É como se pudesse enxergar ainda melhor sem óculos. Como se tivesse tirado um equipamento de mergulho e respirasse ao vento num campo aberto. Como se alguém me dissesse “somos iguais a você, pode ficar nu e falar na sua língua. Somos sua família, da sua espécie, somos você também”. O mecanismo de tradução, ao menos esse mais ligado ao uso no mundo cotidiano, simplesmente não era necessário. E não é como se eu vivesse me disfarçando, "enrustido" ou nada assim rsrsr (quem me conhece sabe bem). Essa sensação é muito estranha de descrever. Algo como: “ah, então isso vem da minha casa, de um semelhante, e já está escrito na minha língua materna”.
Estamos tão acostumados a traduzir o tempo todo o mundo heteronormativo que muitas vezes nem percebemos ou achamos importante esse tema. Mas, como qualquer professor de línguas diria, consumir e compreender um filme/música/livro direto no idioma original traz uma experiência completamente diferente e única. Você conversa direto com a fonte e recebe muito mais da energia original. Por isso nossas mitologias, produções, espiritualidades, magias, vivências e outras coisas mais são tão importantes. Por isso discutir, concordar, discordar, aprender, repassar e trabalhar coisas escritas POR nós e PARA nós em NOSSOS ambientes e grupos é importante.
Parte II - Da natureza espiritual queer diminuída e apagada e da importância de representatividade real.
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Você poderia dizer: “Mas, Sirius, os Deuses estão acima disso, trazer só esses temas é separação e exclusão”. Eu sei que estão, e é justamente por isso que eles entendem onde quero chegar.
Em uma palestra qualquer sobre Dionísio, falarem de Ariadne como sua esposa é quase certo. Alguns podem falar de Ampelos (muitas vezes tratando-o como amigo) e praticamente nenhum falará de Prosimo e de quando o Deus sentou em um falo de madeira para honrar sua promessa de fazer amor com ele mesmo após sua morte.
Toda palestra falará como é lindo, maravilhoso e exemplo o amor de Oxossi e Oxum e como é empolgante e revigorante, mas pouquíssimos falarão de quando Oxossi decidiu passar a vida com Ossain na floresta, mesmo contra a vontade da mãe Iemanjá e com a benção de Oxalá (ainda mais difícil é falarem desse itan com o enfoque realmente homoafetivo porque sempre vão usar que Ossain enfeitiçou ou qualquer coisa do gênero).
É Só digitar nos sites de compras “esculturas de Apolo e” para constatar que será completo com “Dafne” e que você terá um bom trabalho para encontrar material com toda a beleza real do mito de Jacinto e todos os outros homens que Apolo amou (inclusive alguns dizem que ele até preferia homens, assim como Hércules). O mesmo vale para inúmeros outros casais homoafetivos e queers de deuses e heróis transformados em amigos, tendo seus gêneros alterados para a norma, tendo suas histórias apagadas, etc. Sempre reduzindo nossa complexidade de existência e poderes a uma mera questão de “orientação sexual e gênero” quando, na verdade, o buraco é bem mais embaixo e os céus são bem mais altos e lindos.
Ta, mas isso importa? Acredito que para quem não sente na pele essa falta de representatividade do que sempre nos pertenceu realmente não importe. Acredito que para quem já está a tanto tempo traduzindo e retraduzindo que já até esqueceu seu idioma original e se sente realmente feliz em ser simplesmente aceito, tbm não importará tanto assim. Isso me lembra uma das histórias aceitas sobre a fundação da Umbanda quando o Caboclo das 7 Encruzilhadas incorporou naquele fatídico dia no centro espírita e trouxe a reflexão de que basicamente não estavam deixando os espíritos de pretos velhos e caboclos se manifestarem por preconceito e medo. Alguns vão dizer que esses espíritos, no caso dos vovôs e vovós, nem sequer necessariamente eram só negros escravizados, mas que eles vêm como pretos velhos para honrar essas pessoas que tanto sofreram e sofrem. Daí eu pergunto, considerando que meus apontamentos seriam "irrelevantes" porque espíritos "não têm sexo": Os espíritos têm raça? Espírito tem etnia, regionalidade ou é limitado por alguma cultura? Por que o mundo espiritual achou que essa representatividade era importante? Seja lá qual a visão do seu sagrado, ela deve ser minimamente coerente na hora de realmente pensar sobre o que é ou não relevante. Para os Deuses e espíritos, tenho certeza que no mundo deles nada disso interfira muito em sua Luz. Mas para nós aqui na Terra isso importa muito, até porque tenho certeza que há uma série de Deuses e entidades empenhados em reparar e se preocupar com as pessoas Queer. Eu sinto essa presença amorosa e familiar cada vez mais próxima. Todo termo utilizado, toda história escolhida pra ser contada, toda abordagem, toda tradução é uma escolha que serve bem ou mal a um ou outro objetivo ou visão.
Esse tipo de questionamento (o do velho “importa mesmo?”) acaba por perpetuar a nossa invisibilização e a nossa diluição perante aos padrões, normas, cultos, sistemas e simbologias heteronormativas não só dentro da bruxaria ou outras religiões, mas também perante ao mundo. Em qualquer lugar do mundo e em qualquer tempo histórico de grandes mudanças de regência, após a perseguição dos opositores, nós sempre fomos os mais perseguidos logo em seguida. Não existe só a realidade ocidental urbana atual onde as coisas são um pouquinho mais tranquilas para nós, lembremos disso sempre. Nós temos um papel e uma responsabilidade de construir um mundo melhor para nossos filhos e irmãos em nome do que nossos ancestrais construíram para nós. Sejam sanguíneos, adotados ou espirituais. Acredito mesmo que tenhamos uma grande egrégora própria que desejo cada vez mais entrar em contato e começar a compreender de verdade.
Por isso acho importante divulgar o trabalho de bruxos e espiritualistas LGBTs que publicam e divulgam materiais sobre isso. Por isso divulgo e acompanho grupos religiosos e covens compostos por e para membros LGBTs. Seria mesmo mais fácil e mais próspero para eles no meio esotérico/bruxístico falar “o de sempre” sobre “o de sempre” partindo de uma ótica neutra (que num mundo heteronormativo, muitas vezes acaba sendo sentida por mim como pseudo ou semi-inclusiva ou mesmo praticamente heteronormativa) ou decididamente partindo de uma ótica puramente reprodutora de heteronormatividades. Contudo, essas pessoas escolheram dedicar um espaço e um tempo para esse enfoque e remar contra a maré para nos ajudar a acessar esses mistérios. Já admiro demais a maioria dos adeptos da bruxaria por suas naturezas, mas tenho que dizer que nutro admiração mais singular, afetuosa e natural por esses estranhos (queers) rebeldes. Que eu possa pelo menos ser um prego da ponte para instigar ou ao menos conectar uma pessoa que precise/queira acessar a qualquer um desses trabalhos, bruxes, grupos, seres ou Deuses. Para que possamos cada vez mais voltar a acessar e professar o nosso verdadeiro verbo divino sem tantas traduções distorcidas.
Sirius Cor Leonis
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laparosdivinos · 1 year
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Queer Magic: LGBT+ Spirituality and Culture From Around the World. - Thomas Prower.
Vamos falar um pouco sobre o Queer Magic (E esse primeiro fim de ciclo de estudos)?
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Finalmente, o décimo da minha primeira seleção de livros para estudos sobre o Sagrado Queer termina. E termina muito bem!
Direto ao ponto, esse é o livro mais didático, direto e de linguagem mais simples de todos os lidos até agora. Não é tão complexo, completo quanto a Enciclopédia, o Contercoulture ou o Visionary Love. Também não tão ligado mais especificamente à bruxaria quanto o Satyr’s Kiss, o Garbed in Green, o Scarlet Wand, o Gay Witchcraft ou o Líber Queer. Também não é tão focado tematicamente quanto o Queering The Tarot.
Mas é isso que o torna tão perfeito para começar esses estudos. Já pelo índice, vê-se que o autor faz um apanhado geral da história, religiosidade, espiritualidade, sociedade (antiga e atual), magia e vivência Queer de vários povos em cada continente, trazendo sempre uma lição a ser tirada deles aliada a uma prática espiritual proposta e relatos de pessoas selecionadas que possuem alguma relação com as culturas retratadas em cada parte.
Esse é sem dúvida o melhor para quem não leu nenhum dos anteriores, mas já viu alguma coisa de bruxaria e deseja começar a se conectar com as egrégoras dessa Grande Tribo LGBT+. Caso você já queira iniciar na bruxaria já nessa ótica Queer, outros posts anteriores podem ser mais úteis para você.
Entretanto, meus queridos irmãos, mesmo para aqueles que leram todos os outros, este livro traz alguns detalhes novos. São algumas deidades, visões diferentes sobre as mesmas mitologias queer, algumas visões atualizadas sobre questões Queer dos dias de hoje, novas práticas e muito mais.
Estou muito feliz por fechar esse mini-cliclo e em breve trago outros livros para indicar. Espero de verdade que eles estejam sendo úteis para alguém. Espero de verdade que todas essas coisinhas meio desajeitadas que eu posto neste perfil estejam sendo úteis de alguma forma para empoderar, emancipar e libertar outres como eu em cada uma de suas singularidades divinas. Em breve posto mais dicas de livros, filmes, artistas, músicas, blogs, animações feitas por e para nossa Grande Tribo. Afinal, isso também contém simbologias, correlações, vivências e Magia Gay/Queer. Espero que isso ajude a incentivar outras pessoas LGBT+ a escreverem sobre suas letras na bruxaria, como tenho tentado fazer com a minha. Essa são minhas únicas missões e vontades aqui. Amo vcs.
Índice do livro:
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Deixo abaixo os destaques que achei mais interessantes do livro:
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Sirius Cor Leonis
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laparosdivinos · 1 year
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Visionary Love - A Spirit Book of Gay Mythology - Mitch Walker and Friends.
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Hora de falar um pouco sobre este livro fantástico e, devo dizer, não é uma tarefa fácil para mim. Eu arrisco afirmar que, se eu não tivesse lido todos os outros já indicados aqui antes, provavelmente não teria entendido nem o mínimo da real mensagem deste. Este livro acerta em feridas e mistérios ainda mais profundos com muita velocidade e clareza, mas também podemos perceber que há uma série de camadas que simplesmente só podem ser acessadas facilmente pelo nosso Eu divino.
Falando de forma mais objetiva, o livro se divide em 3 partes principais. A primeira trata do Amor Visionário, conceituações, provocações bem pertinentes. Conceitos da espiritualidade gay como ROIKA, LOKA, YAN, Falseself, Double, Magic Twinning e muitos outros são trabalhados aqui, mas muito da principal contribuição desta parte vem acerca de provocações fortes para a própria comunidade gay e demais lbt+. Toda essa parte é tão importante que realmente estou pensando em fazer uma tradução livre e disponibilizar em algum lugar. Essas provocações, antes pinceladas nos outros livros, aqui ganham corpo e olham dentro nos seus olhos para dizer: "você terá que lidar comigo!". São tantos elementos e textos importantes que fico realmente perdido sobre o que falar neste espaço limitado.
A segunda parte é um aprofundamento envolvendo aspectos do xamanismo, a ilusão da polaridade, histórias pessoais e a importância de não deixarmos nosso poder divino lgbt ser diluído ou absorvido quando trabalhamos magicamente com magistas não-lgbts. Esse trecho todo também é fora de série e nos ajuda muito a buscar as origens dos demônios criados pela sociedade do Falseself.
A terceira parte é literalmente uma grande viagem faérica. Aqui realmente consegui entender o motivo de sermos associados a esses seres magníficos. Tentar entender logicamente o terceiro trecho pode ser um enorme desperdício de Momentum de fluxo. Sentir e viver pode ser a real chave de acesso a esses mistérios.
Esse livro tem de tudo para preencher algumas lacunas deixadas pelos demais. Aqui é apresentado um propósito espiritual para os LGBTs na nova era, são descritas as fases da iluminação homoteótica, são apresentadas as naturezas bruxas, xamanicas e faéricas dos lgbts, é discutida a questão dos lgbts simplesmente quererem se enquadrar num sistema desigual e consumista doente, é provocada a factualidade de subserviência de alguns lgbts às espiritualidades alheias, dentre muitas outras reflexões que continuam sendo muito caras à comunidade LGBT e mágica mesmo mais de 40 anos depois destes textos serem escritos.
Sei que pareço novamente alarmista, mas assim que li esse livro pensei que principalmente a primeira e segunda partes deveriam ser acessadas por qualquer LGBT e principalmente por homens gays o quanto antes.
Mais uma vez, sinto que a cada momento que eu não acesso essas obras, mais adio o encontro iminente com meu ROIKA (ou self). Hermes me mostrou isso, afinal esse livro veio (acredito eu) através dele e eu estava adiando por pura preguiça até que comecei a ler e devorei tudo em 1 dia. E não é a toa que ele é uma das divindades centrais para os ensinamentos do livro.
Índice do livro:
Parte I
Visionary Love: The magickal Gay Spirit-power - Spring Equinox, 1976.
Spirit Forces - 14
Social Falseself Systems - 15
LOKA - 18
YAN - 19
The Primal Parents, the Double, the Competidor, and Hermes - 21
Modern Western Society - 26
The Myth of the Homossexual - 29
Gay Personality Development in Modern Western Society - 30
ROIKA - 34 Postscript - 37
Part II
Becoming Gay Shamanism - Winter Solstice, 1977. - 39
Story of my life- 45
Fear - 48
Crazy Faggots - 53
The Black Faggot Magickal Wand - 56
MA LOKA - 58
Shamans Key - 63
New Age Faggot Becomes Sorcerer - 66
Parte III
Trans-mutational Faerie - Fall Equinox, 1979. - 73
DESTAQUES E TRECHOS IMPORTANTES:
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Sirius Cor Leonis.
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laparosdivinos · 1 year
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Visionary Love - Desabafo + Primeiras impressões do Livro.
Desabafo (porque também tenho presas e garras) + Reflexões acerca do Sagrado LGBT+, da magia, da nossa missão e da comunidade.
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Continuando os estudos do Sagrado Gay, os Deuses me trazem esse livro maravilhoso que ainda não terminei, mas que já estou achando fantástico. Muito em breve faço meu breve review após ler o livro completo. Por hora, gostaria de relatar alguns pensamentos que me vieram à mente enquanto lia essa primeira parte.
Por conta da escrita incisiva e provocadora do autor, alguns pensamentos que me são recorrentes ficaram ainda mais fortes. Por isso, hoje quero falar sobre uma coisa que já me incomoda há muito tempo tanto no mainstream do Mov Gay quanto nos gays magistas, bruxos ou esotéricos. Quando leio livros com mistérios e coisas tão fantásticas, logo me pergunto: Onde estão todos esses conhecimentos e materiais maravilhosos nos trabalhos dessas pessoas? Por que esses temas são tão ausentes ou tratados de forma tão rasa? Cadê o Sagrado Gay para além do que o livro chama da dimensão da sociedade do Falseself e da vontade de adequação aos espaços heteronormativos?
Posso estar bem enganado, e não me surpreenderia mesmo se eu estiver, mas após ler calmamente uma dezena desses livros, vários textos, artigos científicos ou não sobre esse tema do Sagrado Gay, do Ser Gay e do também sobre os LGBT+ como um todo, fico abismado com as chaves mágicas e profundidades únicas que eles trazem para nós.
Seus conteúdos são MUITO potentes e transformadores para qualquer LGBT+. E, infelizmente, isso faz com que muito do que eu veja por aí de magia e bruxaria pareça sem cor, inócuo para o meu espírito e, algumas vezes, até potencialmente castrador dos poderes pessoais únicos dos LGBT+.
Não estou dizendo que esses conteúdos mainstream não contribuam em nada, só estou dizendo que não surtem mais tanto efeito em muitos de nós e que, na verdade, muitas vezes eles nos reduz a um pensamento do tipo "só queremos ser aceitos pela sociedade do falseself". Esses bruxes e ativistas acabam só se adequando tanto em falas, quanto em conteúdos, quando em percepções, quanto em filosofia, pensamento e magia. Por isso, deixo como uma anotação de impressões, questionamentos e pensamentos que tenho vivido recorrentemente desde sempre, mas que ficaram muito mais fortes desde desse primeiro ciclo de estudos:
1) Por que os bruxos e magistas gays, embora sejam parte expressiva da comunidade mágica, quase nunca falam ou trabalham a Homotheosis e o Sagrado Gay em seus canais, veículos de mídia, livros, etc?
2) Por que quando há uma palestra ou conversa sobre Homotheosis é sempre tão rasa? Quem leu alguns desses livros sabe que a maioria dessas palestras pseudoinclusivas de Sagrado Masculino ou palestras do Sagrado Gay podem ter seu conteúdo inteiro resumido em dois ou três parágrafos introdutórios de qualquer um desses livros, Cadê o "ROIKA" que nos empodera de verdade?
3) Por que eu sinto sempre esse cheiro de "quero você como eu quero" vindo tanto de parte do Mov LGBT capitalizado quanto de Covens e grupos de bruxaria "inclusivos"?
4) Por que será que sinto que, na verdade, esses grupos nem sequer fazem a menor ideia de como pensar e trabalhar uma espiritualidade gay ou LGBT+ inclusiva para além dos modelos, símbolos e lógicas heteronormativas?
5) Por que somos sempre um "adendo da nota de rodapé" ou, no máximo, ganhamos uma citação de "gays também" nos conteúdos produzidos por esses covens tão pseudoinclusivos?
6) E, pior ainda, por que insistimos em nos submeter a isso? Por que insistimos em consumir, importar, nos adequar e reproduzir essa ilusão heteronormativa mesmo na arte e na busca espiritual onde, teoricamente, seriam caminhos promissores para o tal "ROIKA" e o "trueself" (eu verdadeiro)? Será que já estamos domesticados?
7) Por que quando alguém decide tratar sobre nossa espiritualidade no mainstream (mesmo com boa intenção) acaba sempre nos reduzindo a uma "variação" da "norma" sexual, quando, na verdade, é algo bem mais complexo e poderoso do que isso? O livro, por exemplo, traz os conceitos de Doublle e Magical Twinning que pode ser entendido como a Ressonância trazida com a Sinergia no fantástico livro Queer "Inclusive Wicca" da Ivonne Aburrow no qual a autora também contesta esse foco turvo e exagerado numa Polaridade cisheteronormativa.
8) O que ser gay ou qualquer outra letrinha do LGBT+ tem de potencial ÚNICO e exclusivo para o processo de evolução planetária e para a Nova Era? Garanto que temos mais a ensinar para o mundo do que meramente algo como "precisamos aceitar os pobres coitados que sofrem por conta do preconceito". Também temos nossas sabedorias mágicas próprias para trocar. Também temos mistérios e capacidades únicas e um papel fundamental nessa transição.
9) Por que tantos LGBT+ diluem sua real sabedoria e seu Self só para serem aceitos em grupos que nem sequer consequem/querem realmente nos entender? E, infelizmente, isso vale também para os grupos que parecem ser super "prafrentex". Nós temos que continuar nos mutilando para caber em suas nomenclaturas excludentes e alheias às práticas que SABEMOS que não fazem sentido e efeito conosco só porque eles "já foram super legais em nos aceitar" como membros? Isso é realmente inclusão ou aceitação? Isso é realmente te ver como "tão sagrado quanto qualquer outro"?
Posso dizer que muitos dos caminhos para essas respostas estão nesse e nos outros livros. Por isso, tirando alguns raríssimos veículos de mídia que tratam de alguma forma (mesmo que rasa) da homotheosis e dos Sagrados LGBT+ , sinceramente estou ficando MUITO cansado de ter que viver no mundo sempre retraduzindo e readaptando tudo.
Até quando vamos viver quebrando nossos ossos para cabermos nas realidades (mesmo as espirituais e religiosas) deles? Não podemos contribuir com nossas missões se continuarmos tão subservientes, tutelados, ignorantes, capachos, fracos, desunidos e meros replicadores do Falseself.
Não digo para irmos à guerra contra eles, mas digo para não sermos nem escravos e nem servos de nenhuma pessoa ou grupo. Mesmo que sejam gentis conosco. Leiam esse livro senhores (as/us). Ser LGBT+ é sim parte importante do seu Eu Divino e é absolutamente relevante para a espiritualidade aplicada no seu poder de modificação positiva no mundo.
Se os bruxos são caminhantes entre os mundos que podem transitar entre eles trazendo e levando sabedorias, nós LGBT+ somos naturalmente bruxos. Intrinsecamente bruxos. Nosso mero Ser, Sentir, Pensar, e Agir são bruxísticos. Nos temos nossa própria força. NUNCA SUBESTIME UM LÁPARO! Nem mesmo se você for um.
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laparosdivinos · 1 year
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VINCINT - Dicas GAYs - Músicos/cantores/compositores Gays #1
Vincint Cannady
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Aqui vai a minha lista de músicas e versões favoritas dele:
• Be Me ( Versão Acústica)
• Creep (cover no programa The Four)
• Remember me (Versão Acústica)
• Higher
• Please don't fall in love.
• Someday
• Marrow
• All over again
• Wherever you are (Live in LA)
• Simple
Já começo minha lista de dicas musicais com um dos meus favoritos. A voz desse homem quando está cantando sem as restrições da música enlatada é ainda mais absurda. Difícil não se apaixonar quando ele começa a cantar, seja com a doçura ou com a agressividade presentes na sua magia vocal. Eu sou um cara que valorizo muito as vozes, os arranjos instrumentais, a interpretação e principalmente as letras poéticas e suas mensagens, então realmente não é qualquer coisa que me atrai musicalmente. No caso do Vincint, ele me pegou de primeira. Só de ver a versão dele de Creep eu já me apaixonei.
Para resumir, esse cara é FODA e canta demais. Tendo a amar mais os seus acústicos do que as gravadas em estilo pop porque a voz desse boy é de arrepiar os pelos da alma e derreter o coração.
Demorei bastante para achar os artistas que aqui irei postando aqui, embora já tivesse conhecido alguns (como meu também crush Adam Lambert). Mas muitos que eu trarei têm pouquíssimos likes e views no YouTube e certamente isso não é merecido.
Pessoalmente acho um pouco incoerente cultuar divas pops do jeito que cultuam e nem sequer parar para ouvir e apoiar pessoas como nós que tentam com dificuldade viver sua arte. Muitos foram expulsos de casa, sofreram homofobia, tem traumas e questões como as nossas e que se refletem nas músicas. Mas não é só isso, tem o AMOR. O NOSSO amor e suas simbologias enaltecidas ao máximo. Não vou ficar contando as histórias deles e dos outros que citarei, pois isso se acha fácil. Vale muito buscar essas músicas e artistas. Contudo, agora gostaria de esclarecer um ponto que sempre é perguntado quando inicio essas listas: "Por que focar em artistas gays?".
Bom, já passei 27 anos consumindo um mundo hétero e um entretenimento também assim. De uns anos para cá, resolvi inverter essa lógica e recuperar o tempo perdido. E, devo dizer, tem valido MUITO a pena. Porque mesmo que eu ame outros artistas, nem a Beyoncé, nem a Avril, nem o Nightwish (minha banda favorita), nem o Alex Band, nem o Kamelot, nem o Aerosmith precisam tanto do meu apoio e também nenhum deles canta a minha existência. Eles não cantam meu amor, nem minhas dores, meus símbolos, meus mistérios, minha vida e nem o meu divino homoteótico.
Tem muita gente como nós fazendo coisas incríveis e sendo apagados até mesmo pela captalização do Movimento LGBT. Valorize esses artistas, filmes gays independentes, pintores, escritores, poetas e todos os outros demais profissionais LGBT+. Eu focarei nos gays simplesmente por identificação e porque não é também como se os gays já tivessem conquistado tudo. Aliás, estamos beeeeeeeem longe disso e qualquer um com o mínimo de visão e bom senso sabe constatar essa situação. Muitos têm menos de 50 likes em suas músicas e não contam com o apoio nem do Movimento LGBTQ+ que em parte considerável foi consumido pela retórica do consumismo enlatado e do falso poder. Ainda falta muito para sermos realmente valorizados nesse mundo homofóbico, doentemente capitalizado e desigual.
Sirius Cor Leonis.
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laparosdivinos · 1 year
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Sobre esses posts/palestras do Sagrado Masculino e outras coisas mais que vivem me indicando:
Aqui vai um singelo desabafo curto e grosso, pois não tenho tanto tempo assim para perder com isso:
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"Você viu aquele vídeo sobre masculinidade que eu te falei? Leu aquela parada de 'Sagrado Masculino' que eu te passei? Não é lindo esse post sobre o 'Sagrado Masculino'?"
Ok, vou responder sincerão agora:
Cada um tem o direito de postar e fazer (quase) tudo o que quiser com a abordagem que achar interessante. Mas eu também não sou obrigado a ficar mais 26 anos vendo coisas que nada tem a ver comigo ou que sequer consideram minha existência para ficar retirando trechos e retorcendo coisas para que se apliquem a mim. Já fiz isso a vida inteira praticamente, então não venha me chamar de exclusivista.
Se o papo de "Sagrado Masculino" já começa tomando o heteronormativo como base para todos os homens, já nem me interessa. Tirando livros específicos e mais profundos sobre o tema (geralmente escritos adivinha por quem? Isso, LGBTs) fica parecendo que você só é homem de verdade se for hétero e Cis. Ou então somos rapidamente citados como um "adendo da nota de rodapé". Então, amigos, nem me peçam para ver ou ler esse tipo de coisa.
Descobri que tem um mundo inteiro e maravilhoso escondido bem debaixo do nosso nariz no qual toda essa retórica hegemônica e normativa nem faz sentido. Tenho mais o que fazer aprendendo mais nesse lugar especial que é meu lar do que ficar mais 26 anos tendo que "traduzir" tudo para minha realidade. Quantas vezes eles viveram a situação inversa? Pois é, não tô afim.
OBS: O mesmo vale também sobre o Sagrado Feminino.
Gratidão imensa, tchau e um beijinho no ar. Fui!
Sirius Cor Leonis enquanto Lykeon Solunar.
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laparosdivinos · 1 year
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Indicação e Review: Liber Queer - Círculo da Viada Chama Púrpura; Da Costa G. de F. et al.
Vamos falar um pouco sobre o Liber Queer do Círculo da Viada Chama Púrpura?
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Já começo agradecendo aos criadores por partilharem seus textos e conhecimentos. É praticamente impossível achar livros sobre magia gay ou das demais letras do lgbtq+ em português e acessível a todos. E só por essa iniciativa e coragem todos, todas e todes têm enorme mérito e meu profundo agradecimento.
O livro é composto por vários textos e diversas autorias que abordam temas LGBTQ+ na magia. Alguns, eu confesso que, a meu humilde ver, foram mais inspirados e inspiradores, outros mais inovadores, outros mais específicos sobre alguma das letras da sigla e outros mais gerais. Eu tendi a curtir mais os textos mais gerais, mas entendo e apoio a necessidade dos textos específicos, sobretudo para tratar esses assuntos da forma até bem enérgica e transgressora que alguns deles trataram.
Aqui colocarei os que eu considero que mais falaram ao MEU SER e trouxeram reflexões empoderadoras para qualquer LGBTQ+. Embora tenham diversos trechos fantásticos, deuses, deusas e práticas maravilhosas para cada letra específica que eu realmente amei acompanhar, tentei colocar aqui a nata do que tem de mais impactante para qualquer lgbt que lida com magia e espiritualidade numa ordem que poderia ser considerada um top 8 dos textos que considero mais importantes, completos e abrangentes do livro:
19 - Xamã: Gênero Neutro? - por Ghaio Nicodemos
14 - Empoderamento LGBT e Magia - por Felix Mecaniotes
7- Manifesto por uma Bruxaria Queer Inclusiva- por Felix Mecaniotes
2- Ancestrais da Viada Chama - por Felix Mecaniotes
6- O Gênero na Magia - por Gabriel Costa e Ghaio Nicodemos
5- Fortalecendo a Si com a Viada Chama - por Felix Mecaniotes
9- Inanna - Mãe das Travestis - por Helena Agalenéa [Trecho introdutório (completo); páginas 46 (último parágrafo) e 47; Versos 122-133 (trecho completo).]
15- Drag Queens e Magia - por Gabriel Costa.
Sirius Cor Leonis
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laparosdivinos · 1 year
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Eu me achava louco e isolado, mas eu li.
Eu me achava louco e chato de ficar reclamando dessa heteronormatividade tratada como Lei Mágica Universal no maistream da Magia. Mas, depois que eu li algumas coisinhas e continuei a buscar ainda mais, vi que não sou tão maluco assim. O que eu aprendi lendo? O que cada livro me mostrou?
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Queering The Tarot da Cassandra Snow me mostrou que esse meu incômodo com os decks, as simbologias, os jogos, os modelos de tiragem e as interpretações não eram "mimimi". Aqui percebi também que nossa mera existência é resistência social, política, cultural, histórica e espacial.
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Witchcraft and The Gay Counterculture do Arthur Evans mostrou que o meu incômodo com a maneira que a história da bruxaria é contada não é sem fundamento, pois os LGBTs são elementos CENTRAIS, não só na história da magia e seu desenvolvimento, mas também enquanto grupo fortemente perseguido nas diversas inquisições.
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Gay Witchcraft - Empowering The Tribe do Christopher Penczak me mostrou que meu incômodo com a abordagem heteronormativa da Roda do Ano e dos Deuses (mesmo os conhecidamente gays ou bissexuais) não é mera chatice.
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The Scarlet Wand - Sex Magic for Gay Males de Raji Dorotez me mostrou como o meu incômodo em constatar como quase sempre somos deixados de fora dos temas da magia (como se não fôssemos um público altamente expressivo) não é sem fundamento. Também aprendi que nós temos os nossos próprios mistérios e poderes exclusivos.
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• Garbed in Green - Gay Witchcraft and the Male Mysteries do Casey Giovinco me mostrou que, para além de qualquer noção de "Sagrado Masculino" ou "Feminino", tudo o que é meu é parte do meu Ser enquanto homem. Tudo do homem gay é parte do seu Ser Homem. Da arte marcial ao salto alto. Nem a coisa chamada de masculinidade, nem a chamada de feminilidade é propriedade e deve ser sempre balizada pelos héteros. Nós só estamos recuperando a nossa parte que nos cabe de algo que sempre foi tão nosso quanto deles e não precisamos (nem vamos) seguir suas caixinhas limitadas, pois estamos além.
Sirius Cor Leonis
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laparosdivinos · 1 year
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Um resuminho útil sobre os quatro primeiros livros de Homotheosis e Sagrado Gay que eu li:
Liberdade, independência, empoderamento real e gratidão!
Foi o que eu senti quando li o meu primeiro livro de magia focado em bruxaria para Homens Gays. E a cada livro de bruxaria e espiritualidade Gay, Queer ou LGBT+ eu sinto cada vez mais todas essas coisas.
Então te pergunto: Não sabe o que é homotheosis, mas está cansado de ser, quando muito, mera nota de rodapé em temas como história do paganismo e bruxaria, mitologias, práticas mágicas e outros? Se sim, então você pode começar por esses 4 livros:
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Witchcraft and The Gay Counterculture do lendário Arthur Evans para ver que éramos e somos mais importantes na história da magia do que os bruxs "pops" mainstream fazem parecer. Na verdade, mais do que isso, somos figuras centrais inclusive nas principais perseguições, cultos e eventos da história da bruxaria.
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Gay Witchcraft -Empowering the Tribe do Christopher Penczak para listas de ervas, animais, deidades e ritos ligados ao Sagrado Gay. Acha essa coisa de Deus e Deusa heteronormativa demais? Sem problemas! Aqui ele ensina também o que se aprende em qualquer livro de bruxaria, mas vai além com outras formas mais inclusivas de girar a roda do ano e que atende ao nosso Sagrado Gay e à nossa realidade. Como um primeiro Grimório Gay é excelente!
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• Garbed in Green - Gay Witchcraft and the Male Mysteries do Casey Giovinco traz aspectos de ambos os livros anteriores, mas com um enfoque especial no que pode ser percebido como o "Sagrado Masculino Gay" ou "Mistérios Masculinos". Aqui o tema Sagrado Masculino não nos trata somente como uma mera concessão de "gays também". Neste livro ser Gay é algo central para a discussão do que é o Masculino e a Masculinidade em si. Aqui não somo periféricos e os homens héteros são o padrão. Aqui somos o foco.
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The Scarlet Wand - Sex Magic For Gay Males de Raji Dorotez é um livro fantástico. Quer ler experiências de um bruxo mais antigo e mais experiente sem a censura costumeira e de uma forma que mais relação imediata e identificação? The Scarlet Wand realmente não é para os fracos, mas traz umas visões e histórias bem curiosas e diferentes sobre temas MUITO relevantes, como, por exemplo, sobre o lendário Bezerro de Ouro. Este livro traz uma oportunidade raríssima para alguém como nós, pois é como se fosse uma conversa direta com um ancião experiente que passou por muita coisa e que pode nos ensinar até sobre o que temos receio de perguntar.
Espero que esses livros tragam para você, leitor, tantas mudanças maravilhosas e empoderamento quanto eles trouxeram para mim no início da minha caminhada no meu primeiro ciclo de estudos enquanto bruxo e gay. Com eles, eu me senti abraçado de verdade pela bruxaria pela primeira vez.
Gratidão imensa aos Deuses que ouviram minhas angústias e me permitiram o acesso a esses conhecimentos.
Sirius Cor Leonis.
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laparosdivinos · 1 year
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A origem dos Espíritos LGBTs - Mito Sumério (Trecho do Livro Gay Witchcraft de Christopher Penczak)
Leiam esse trecho maravilhoso do Gay Witchcraft - Empowering the tribe do Christopher Penczak. Aqui o autor fala sobre algumas lendas e percepções acerca dos primeiros espíritos lgbt. Diferentes, únicos, poderosos, amaldiçoados a viver com dificuldades no mundo terreno dos homens, mas amados pela arte, pela magia e pela natureza.
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laparosdivinos · 1 year
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Nem Sagrado Feminino, Nem Sagrado Masculino.
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É reducionista pensar em Yin como mal/feminino e Yang como bem/masculino. Os filmes podem nos levar a pensar assim, mas realmente é uma visão bem pobre do Tao. Tanto Yin quanto Yang são ambos femininos e masculinos e podem ser negativos quando em desequilíbrio. Tao = Yin/introversão/receptivo + Yang/extroversão/projetivo.
Agora pense no Tao como a respiração. Quando você puxa o ar do ambiente está sendo receptivo em uma parte e expansivo em outra (os pulmões), quando solta o ar está sendo projetivo (pois projeta o ar para fora) e retroativo (pulmões contraem). Vê agora como o Yin e Yang estão em equilíbrio e funcionam simultaneamente?
Sair da heteronormatividade nos faz contemplar mistérios únicos e a chave pode estar em coisas simples como as nomenclaturas e concepções limitantes. Nós LGBTs deveríamos naturalmente ter (e, na verdade, temos mesmo) acesso natural a essas chaves do fluxo do Tao, conforme defendido nos livros que tenho postado como referência.
Então, não utilizo para mim a nomenclatura de Sagrado Feminino e Masculino e acredito ter demonstrado na imagem o porquê essa NOMENCLATURA é menos abrangente e mais reducionista. Também não aprovo o maniqueísmo nem sexismo no uso do Tao. Posso utilizar essas nomenclaturas em conversas aleatórias para facilitar a comunicação, já que a maioria (héteros) não parecem interessados em rever suas nomenclaturas. Não podemos aceitar que criem um conceito de mundo heteronormativo e universalizem isso de maneira imposta à toda a gama de complexidades além disso. Como eu disse em outro texto, "Deusa e Deus" é só mais uma das possibilidades para mim, nem mais, nem menos importante do que "Deus e Deus", "Deusa e Deusa" ou "Deuse e Deuse".
Há uma magia e uma forma de Ser mágico e espiritual que é só nossa e que foi roubada de nós. Usada como chacota ou quando conveniente. Já faz uns bons anos que não sou mais cativo das nomenclaturas, ideias, ideologias, arte, entretenimento, literatura, política, cultura e espiritualidade heteronormativa. Uso termos reducionistas quando o contexto exige para absorver conhecimentos e aplicá-los da minha própria forma, mas não quer dizer que eu não veja as correntes escondidas neles
Uso esse termos reducionistas quando o contexto exige para absorver conhecimentos e aplicá-los da minha própria forma, mas isso não quer dizer que eu não veja as correntes e os grilhões escondidos neles para tentar (em vão) me prender. Sim, fomos jogados para escanteio, tratados como aberrações sujas e depravadas, fomos tratados como bobos da corte , como animais exóticos de estimação, como ótimos serviçais, como chaveirinhos de héteros e muito mais. Mas vamos recuperar o poder que sempre tivemos e que nos é de direito. E é isso que eles temem mais, pois, todo LGBT+ tem tudo pra ser um/uma/ume Senhor/Senhora/Senhore do Tao, da Polaridade, da Ressonância, da Sinergia, da Arte e da Magia.
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Sirius Cor Leonis enquanto Lykeon Solunar
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laparosdivinos · 2 years
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Bem vindo, láparo.
Sobre o Blog Láparos Divinos
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Tá cansado de nunca ler e conhecer nada que trate do seu sagrado?
• Cansado de ser (quando muito) uma mera nota de rodapé ou breve adendo em palestras "desconstruídas" de espiritualidade, sagrados masculino e feminino, relacionamento divino, etc?
• Não se identifica nem com a pegada Patriarcal opressiva, nem Matriarcal que vemos tanto por aí?
• Está num ponto onde chamar os sagrados de feminino e masculino nem faz mais tanto sentido assim para você?
• Tá cansado de ouvir dizerem para você que sua identidade e sexualidade não importam na busca de um caminho sagrado enquanto, hipocritamente, as heteronormativas são abertamente celebradas tanto nos mitos como na vida?
• Cansado de procurar deidades, encantados, entidades e seres sejam realmente como você? Enquanto homem gay, você tá cansado de buscar outros deuses iguais a você (além dos queridos Tu'er Shen e Antínoo, é claro)?
• Cansado de ver seu amor tratado como mero caso, affair, loucura, feitiço, descontrole na maioria dos mitos ditos "gays" enquanto os héteros adoram dizer que esses mesmos deuses costumam ter esposas que eles amam "de verdade"? Será mesmo que só o "par hétero" é "oficial"? Será que seremos sempre coadjuvantes e auxiliares comportados numa realidade espiritual (na prática) toda deles?
Pois é, também estou cansado disso faz tempo. Cansado de ter que ficar quebrando minhas longas asas para caber numa espiritualidade que também reflete todo véu cisheteronormativo. Não tenho solução para nada disso. Mas entre concepções heteronormativas do amor divino, nomenclaturas excludentes, práticas espirituais homofóbicas e coisas assim, decidi buscar por mim mesmo e ir divulgando tudo o que me ajudar de alguma forma nos meus primeiros passos mágicos significativos rumo ao meu sagrado. Enquanto homem gay, focarei em buscas relativas ao meu sagrado enquanto tal, mas os materiais comumente podem servir para que mais pessoas LBTQIA+ achem novas peças.
Esses livros e materiais indicados não são perfeitos, nada é. Mas tudo o que eu trouxer aqui tem algo de relevante que nos ajuda a quebrar esse monopólio mental e espiritual. Da mesma forma que não quero ficar subjugado ao ultrapatriarcado opressor e seus dogmas, também não pretendo ficar subjugado a nada mais (nem mesmo às visões heteronormativas dos sagrados e visões pagãs ultramatriarcais). Se quiser chamo de "Deus e Deus", "Deusa e Deusa" ou "Deuse e Deuse" ou mesmo muitas coisas pra além disso. "Deus e Deusa" é SÓ UMA das possibilidades e deve ser tratado como tal.
Espero mesmo que os materiais, textos e dicas aqui possam nos ajudar a encontrar nosso divino. Espero que isso nos ajude a promover nossa identidade mágica e espiritual, reconquistar o espaço tirado de nós e viver com o real "Pride" que tanto dizemos promover. Espero que sejamos Lebrões e Láparos mágicos, guerreiros, guardiões, caçadores, bruxos, libertadores, curandeiros, exploradores, estudiosos, sábios e Divinos como O Mestre Tu'er Shen e tantos outros.
Gratidão imensa aos Três Arqueiros que regem minha vida e a cada Deus, Deusa ou Deuse maravilhose que nos auxilia.
Beijos Leporinos!
Sirius Cor Leonis
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