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#simbologiagay
laparosdivinos · 1 year
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Ressonância e Sinergia para além da polaridade conceitualmente reduzida.
O início do segundo ciclo de estudos sobre magia, espiritualidade e o Sagrado Gay/Queer/LGBT+
Introdução:
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O segundo ciclo de estudo começa com tudo para mim. E já trago coisas que me interessaram que foram trazidas não só nos livros da fase II, mas também da fase I, mas que agora quero discutir um pouquinho mais a fundo neste e nos próximos posts. Ja Tinha visto esse assunto aparecendo antes relacionado à Magia Queer nos livros anteriores, como o mistério do "Double", "Twinning", trabalhado em algumas versões do mito de narciso, nas versões do Queer do Grande Rito (com dois athames, duas varinhas ou dois cálices) e agora vejo novamente com a nomenclatura de Ressonância.
Em breve pretendo publicar uma tradução livre do Manifesto da Wicca Inclusiva de Yvonne Aburrow aqui, pois esse manifesto traz uma bruxaria muito próxima do que eu considero realmente inclusiva e que eu gostaria de viver trabalhando vários destes aspectos. Por hora, vamos pensar juntos essas naturezas mágicas e palavras por partes.
Bom, toda a conversa sobre Yin e Yang, geração de energia mágica através da polaridade e dos opostos vocês já conhecem. Na maioria dos casos, até mesmo esse conceito nos é apresentado de forma estanque e heteronormativa. Mas hoje estamos aqui para conhecer melhor outras possibilidades que não são muito faladas (se é que são faladas), mas que são trabalhadas na Wicca de Ivonne Aburrow.
Por que pensar em Ressonância e Sinergia?
"Me diz que você também pensa em nós. Saudades quando éramos Dois Sóis." - Música "Boy" de Nuno Leão.
Começo com uma frase de um cantor e compositor gay na qual é utilizada uma das simbologias mais poderosas para o nosso sagrado ressonante: As Estrelas Binárias. Tenho tanta afinidade por essa simbologia que ela está não só no símbolo do blog, como também no meu próprio nome mágico. Sirius é uma estrela binária e Cor Leonis (Regulus) também possui estrelas binárias compondo seu brilho. E o que isso diz sobre nosso sagrado? Que as coisas são um pouco mais complexas do que sempre nos fizeram crer.
Essa coisa de um só Sol e uma só Lua tratados na prática sempre como "homem e mulher" pode até ser o mainstream heteronormativo, mas não quer dizer que seja a única forma nem de sistema físico do universo, nem de simbologia e visão mágica. Aliás, mesmo quando colocam a Lua e o Sol em metáforas homoafetivas, tendem a priorizar sempre uma visão heteronormativa de aspectos como polaridade, atividade sexual, passividade, etc. Obviamente, é coisa de quem só consegue pensar nessa ótica. Então, para quebrar um pouco disso, vamos falar um pouco sobre o poder advindo da semelhança (Ressonância) e da diversidade sistêmica (Sinergia).
Yvonne Aburrow escreve em um dos seus textos:
"Ume amigue meu descreveu 'polaridade' como a palavra mais exageradamente utilizada na Wicca. Há, afinal de contas, outras formas de fazer magia. Há a Ressonância que é a energia criada quando duas pessoas similares se reúnem. O nome 'ressonância' foi cunhado por Ed Gutierrez do Unnamed Path [Caminho sem nome/inominável]. Há então a Sinergia, que é quando todas as energias em um círculo se reúnem. Eu acho que provavelmente experimentei a sinergia na minha prática mágica mais frequentemente do que a polaridade." - Tradução livre por Sirius Cor Leonis.
Em outro texto, ela questiona: "E se seu parceire (mágico e/ou sexual) não se sente um 'oposto' para você de nenhuma forma?" para depois citar Camilla Kutzner de forma literal:
"Para mim [Kutzner] - feminina que ama o feminino (e cada vez mais sentindo 'feminina' como minha identidade de gênero mais do que 'mulher') - [a minha] atração erótica não é baseada na polaridade de gênero de forma alguma. Levou algum tempo para perceber que minha noção de geração de poder e magia funciona sem polaridade." - Tradução e grifos de estudo por Sirius Cor Leonis.
Ressonância:
Observemos agora a definição do dicionário online Google da palavra Ressonância:
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Então, juntando os conceitos e as leituras, se eu tendi direito:
A Ressonância:
1) Diz respeito ao "Double" e ao "Twinning" trazidos no livro Visionary Love já comentado e revisado aqui.
2) É a junção de semelhantes que vai além da soma das partes.
3) É o ressoar, o uníssono que aumenta o volume e o harmônico que altera e complexifica o som emitido.
4) Amplificação, timbre e harmonia parecem ser palavras-chave para começarmos a entender.
5) Não parece ser a mesma coisa que a lei da similitude. Não é uma questão de "esse desenho é como/representa fulano, logo, é fulano". É a própria energia mágica em si trazida pela Ressonância e se mostrando algo maior do que a soma das partes. A própria geração da energia é ressonante, e isso pode estar presente, mas vai além de uma simples relação de similitude.
Sobre a Ressonância, devo dizer que faz muito mais sentido para mim, pois é o que eu mais vejo em minha vida. As ressonâncias, reflexos e amplificações estão muito mais presentes no meu dia-a-dia. Minha atenção e formas de aprendizado mais efetivas sempre estiveram mais no que ressoa (de bom ou de ruim) do que no que falta, completa ou polariza.
Sinergia:
Olhemos agora a definição de sinergia:
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Sobre a sinergia:
1) Se entendi corretamente, ela tem muito a ver com a palavra "sistema". Para que um sistema funcione perfeitamente, é preciso que haja tanto complementaridades, quanto diferenças e similitudes. Pensem num órgão ou sistema do corpo.
2) O que ocorre aqui é que essa complementaridade polar não pode ser vista como uma régua reta com escalas no meio. Há que ser vista de forma mais complexa com vários encaixes, pontos relativos entre as partes, diferenças, polaridades, semelhanças, repetições, etc.
3) A sinergia pode ser melhor pensada no exemplo de um grupo que atua para um mesmo fim e que, simultaneamente, tanto se completa quanto se amplifica de diversas formas na relação entre cada um dos seus componentes.
4) Na sinergia, a diversidade é algo tão central quanto ter uma base comum de ressonância, ou um objetivo comum e compartilhado. Isso me lembrou muito uma das definições da Umbanda: "A reunião de espíritos para prática da caridade". E, logo me vem em mente como também podemos ver a ressonância e sinergia fortemente em ação na oração de um ponto cantado.
Quando penso nas concepções de Ressonância, Sinergia e na visão mais abrangente da Multipolaridade Relativa, vejo que esses conceitos fazem e sempre fizeram mais sentido na minha vida do que a concepção dicotômica, polarizada, bidimensional, binária e cisheteronormativa tanto martelada em todos os espaços magia, bruxaria, religião e espiritualidade justificada numa ótica falha e escorregadia acerca do Yin e Yang. Agora minhas práticas podem ser também mais amplificadas e complexificadas para além da égide de "leis" castradoras, limitantes e excludentes.
Em suma, gostaria de deixar essa reflexão que utilizo e utilizarei cada vez mais no Meu Sagrado: Se há a polaridade em nós (e realmente há), acredito que:
1) Ela nada tem a ver com heteronormatividade, binariedade, gênero ou posição sexual.
2) Ela é multipolar e sempre relativa.
3) Também há em nós a ressonância e seus mistérios.
4) Também há a sinergia e seus mistérios.
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Sirius Cor Leonis
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laparosdivinos · 1 year
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Tradução, Simbologias e Espiritualidade Queer
Tradução, Simbologias e Espiritualidade Queer.
Parte I - Das perdas tradutórias e da liberdade de se viver sem excessos de adaptações e traduções.
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Qualquer pessoa que já estudou ou trabalhou com tradução sabe que em todo processo tradutório alguma coisa do material original é perdido, mesmo com a tradução mais fiel e dedicada. Pode ser algo da forma, do conteúdo, das rimas, do sentido, do contexto, regionalismos, etc. O tradutor basicamente tenta ser o mais fiel possível, priorizando aquilo que acha mais importante trazer do original para cumprir um objetivo e ser direcionado a um público-alvo. Talvez, o sentimento original que um poeta quis passar seja seu foco, talvez seja a forma estilística de uma poesia. Talvez seja a praticidade feita num passo-a-passo de um manual, ou talvez o argumento central e proposições terminológicas de um texto científico-argumentativo. A questão é que sempre algo é perdido já que é transformado, adequado, filtrado, retrabalhado. Por isso um mesmo texto pode ter infinitas traduções igualmente corretas e válidas, trazendo escolhas e detalhes bem diferentes entre si, mas sempre remetendo a algo que existe no original.
Mas o que isso tem a ver com essa humilde página e seus temas “repetidos”? Tudo. Eu me pergunto se todos os lgbts têm esse sentimento/consciência de que somos tradutores quase que em tempo integral de um mundo de simbologias heteronormativas. Nas conversas, no entretenimento consumido, nas mitologias estudadas, em tudo do mundo estamos o tempo todo traduzindo, adequando, retrabalhando e se apropriando dessas coisas e temas “externos” de forma a fazerem sentido e serem aplicáveis à nossa realidade. E isso tem seu lado positivo. Somos realmente muito bons em adaptarmos e retrabalharmos coisas, captando ensinamentos e vivências em quaisquer lugares em que somos colocados. Somos seres de todos os mundos e de nenhum deles por inteiro. “Ah, Sirius, mas todo mundo faz isso”, você diria. Sim, eu concordo, mas será que no mesmo grau e pela mesma quantidade de tempo e aspectos?
O fato é que posso dizer que quando li esses primeiros 10 livros já indicados nos outros posts, pela primeira vez tomei ciência disso justamente por conta da relação com minha formação de tradutor. Mesmo que para discordar ou concordar do que estava sendo dito, pela primeira vez senti que não precisei “traduzir” nada. Nesses livros, era a minha língua que estava sendo falada. De alguma forma, senti como se estivesse recebendo um raio de luz direto no peito que falava comigo por inteiro, revelava minhas asas e desobstruía algumas “máscaras tradutórias” que eu nem sabia que tinha. Senti já pela primeira vez como desobstruísse formas e cores pelo corpo inteiro (ou corpos inteiros). É como se pudesse enxergar ainda melhor sem óculos. Como se tivesse tirado um equipamento de mergulho e respirasse ao vento num campo aberto. Como se alguém me dissesse “somos iguais a você, pode ficar nu e falar na sua língua. Somos sua família, da sua espécie, somos você também”. O mecanismo de tradução, ao menos esse mais ligado ao uso no mundo cotidiano, simplesmente não era necessário. E não é como se eu vivesse me disfarçando, "enrustido" ou nada assim rsrsr (quem me conhece sabe bem). Essa sensação é muito estranha de descrever. Algo como: “ah, então isso vem da minha casa, de um semelhante, e já está escrito na minha língua materna”.
Estamos tão acostumados a traduzir o tempo todo o mundo heteronormativo que muitas vezes nem percebemos ou achamos importante esse tema. Mas, como qualquer professor de línguas diria, consumir e compreender um filme/música/livro direto no idioma original traz uma experiência completamente diferente e única. Você conversa direto com a fonte e recebe muito mais da energia original. Por isso nossas mitologias, produções, espiritualidades, magias, vivências e outras coisas mais são tão importantes. Por isso discutir, concordar, discordar, aprender, repassar e trabalhar coisas escritas POR nós e PARA nós em NOSSOS ambientes e grupos é importante.
Parte II - Da natureza espiritual queer diminuída e apagada e da importância de representatividade real.
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Você poderia dizer: “Mas, Sirius, os Deuses estão acima disso, trazer só esses temas é separação e exclusão”. Eu sei que estão, e é justamente por isso que eles entendem onde quero chegar.
Em uma palestra qualquer sobre Dionísio, falarem de Ariadne como sua esposa é quase certo. Alguns podem falar de Ampelos (muitas vezes tratando-o como amigo) e praticamente nenhum falará de Prosimo e de quando o Deus sentou em um falo de madeira para honrar sua promessa de fazer amor com ele mesmo após sua morte.
Toda palestra falará como é lindo, maravilhoso e exemplo o amor de Oxossi e Oxum e como é empolgante e revigorante, mas pouquíssimos falarão de quando Oxossi decidiu passar a vida com Ossain na floresta, mesmo contra a vontade da mãe Iemanjá e com a benção de Oxalá (ainda mais difícil é falarem desse itan com o enfoque realmente homoafetivo porque sempre vão usar que Ossain enfeitiçou ou qualquer coisa do gênero).
É Só digitar nos sites de compras “esculturas de Apolo e” para constatar que será completo com “Dafne” e que você terá um bom trabalho para encontrar material com toda a beleza real do mito de Jacinto e todos os outros homens que Apolo amou (inclusive alguns dizem que ele até preferia homens, assim como Hércules). O mesmo vale para inúmeros outros casais homoafetivos e queers de deuses e heróis transformados em amigos, tendo seus gêneros alterados para a norma, tendo suas histórias apagadas, etc. Sempre reduzindo nossa complexidade de existência e poderes a uma mera questão de “orientação sexual e gênero” quando, na verdade, o buraco é bem mais embaixo e os céus são bem mais altos e lindos.
Ta, mas isso importa? Acredito que para quem não sente na pele essa falta de representatividade do que sempre nos pertenceu realmente não importe. Acredito que para quem já está a tanto tempo traduzindo e retraduzindo que já até esqueceu seu idioma original e se sente realmente feliz em ser simplesmente aceito, tbm não importará tanto assim. Isso me lembra uma das histórias aceitas sobre a fundação da Umbanda quando o Caboclo das 7 Encruzilhadas incorporou naquele fatídico dia no centro espírita e trouxe a reflexão de que basicamente não estavam deixando os espíritos de pretos velhos e caboclos se manifestarem por preconceito e medo. Alguns vão dizer que esses espíritos, no caso dos vovôs e vovós, nem sequer necessariamente eram só negros escravizados, mas que eles vêm como pretos velhos para honrar essas pessoas que tanto sofreram e sofrem. Daí eu pergunto, considerando que meus apontamentos seriam "irrelevantes" porque espíritos "não têm sexo": Os espíritos têm raça? Espírito tem etnia, regionalidade ou é limitado por alguma cultura? Por que o mundo espiritual achou que essa representatividade era importante? Seja lá qual a visão do seu sagrado, ela deve ser minimamente coerente na hora de realmente pensar sobre o que é ou não relevante. Para os Deuses e espíritos, tenho certeza que no mundo deles nada disso interfira muito em sua Luz. Mas para nós aqui na Terra isso importa muito, até porque tenho certeza que há uma série de Deuses e entidades empenhados em reparar e se preocupar com as pessoas Queer. Eu sinto essa presença amorosa e familiar cada vez mais próxima. Todo termo utilizado, toda história escolhida pra ser contada, toda abordagem, toda tradução é uma escolha que serve bem ou mal a um ou outro objetivo ou visão.
Esse tipo de questionamento (o do velho “importa mesmo?”) acaba por perpetuar a nossa invisibilização e a nossa diluição perante aos padrões, normas, cultos, sistemas e simbologias heteronormativas não só dentro da bruxaria ou outras religiões, mas também perante ao mundo. Em qualquer lugar do mundo e em qualquer tempo histórico de grandes mudanças de regência, após a perseguição dos opositores, nós sempre fomos os mais perseguidos logo em seguida. Não existe só a realidade ocidental urbana atual onde as coisas são um pouquinho mais tranquilas para nós, lembremos disso sempre. Nós temos um papel e uma responsabilidade de construir um mundo melhor para nossos filhos e irmãos em nome do que nossos ancestrais construíram para nós. Sejam sanguíneos, adotados ou espirituais. Acredito mesmo que tenhamos uma grande egrégora própria que desejo cada vez mais entrar em contato e começar a compreender de verdade.
Por isso acho importante divulgar o trabalho de bruxos e espiritualistas LGBTs que publicam e divulgam materiais sobre isso. Por isso divulgo e acompanho grupos religiosos e covens compostos por e para membros LGBTs. Seria mesmo mais fácil e mais próspero para eles no meio esotérico/bruxístico falar “o de sempre” sobre “o de sempre” partindo de uma ótica neutra (que num mundo heteronormativo, muitas vezes acaba sendo sentida por mim como pseudo ou semi-inclusiva ou mesmo praticamente heteronormativa) ou decididamente partindo de uma ótica puramente reprodutora de heteronormatividades. Contudo, essas pessoas escolheram dedicar um espaço e um tempo para esse enfoque e remar contra a maré para nos ajudar a acessar esses mistérios. Já admiro demais a maioria dos adeptos da bruxaria por suas naturezas, mas tenho que dizer que nutro admiração mais singular, afetuosa e natural por esses estranhos (queers) rebeldes. Que eu possa pelo menos ser um prego da ponte para instigar ou ao menos conectar uma pessoa que precise/queira acessar a qualquer um desses trabalhos, bruxes, grupos, seres ou Deuses. Para que possamos cada vez mais voltar a acessar e professar o nosso verdadeiro verbo divino sem tantas traduções distorcidas.
Sirius Cor Leonis
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laparosdivinos · 1 year
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The Satyr's Kiss: Queer men, sex magic and modern witchcraft. - Storm FaeryWolf.
Finalmente chegou a vez dele: hora de falar um pouco do que senti lendo The Satyr’s Kiss.
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Sem muito mistério, deixo logo lá no final as imagens, os capítulos e textos que considero mais impactantes, importantes e que mais me tocaram (junto com mais alguns trechos que me foram muito caros) para meu humilde objetivo neste blog.
Mais um aprofundamento no estudo da magia feita por nós e para nós que utiliza nossas próprias simbologias, mitologias, ritos de passagem, linguagens, questões, desafios e capacidades únicas. Engraçado que este trabalho estranhamente dialoga muito com o Visionary Love que li anteriormente, principalmente na questão da potencialidade do Double. Acho que os Deuses têm uma “ordem de leitura” indicada para mim, porque ler nessa ordem específica tem realmente feito TODA a diferença nos estudos e práticas.
Arrisco dizer que os verdadeiros tesouros deste livro não estão necessariamente nos ritos ou feitiços passados. Um tesouro é algo que não é tão comum ou visível facilmente. Algo que se esconde nas sombras ou entrelinhas. Se você lê esse livro de sátiros buscando rituais e práticas sexuais interessantes, vai até encontrar muitos, mas as falas do coração que vêm nas entrelinhas são o grande tesouro desse livro.
Há momentos em que pareceu que o autor falou direto aos meus eus divino, astral e mental com a plena concordância de todos. Nossa magia está mesmo na polaridade? Só há um tipo de polaridade? Só há polaridade? O que é o poder do Double? O meio magístico escancaradamente heteronormativo (digo em ideias e práticas, não em meros discursos nem em quantidade de indivíduos) realmente nos reconhece como divinos ou, na prática, apena nos utiliza como suporte? Somos melhores como consumidores e devotos do que como seres igualmente divinos? Todas as perguntas que todos os livros anteriores tinham feito e que eu faço questão de trazer sempre também estão problematizadas no livro de uma forma bem simples e honesta. Sendo um livro de 2022, isso prova que essas questões já estão aí há tempos sendo ignoradas pelo mainstream mágico e que caminham para uma evolução substancial a passos mais lentos do que merecemos (mesmo dentro da própria comunidade LGBT+ magística, gosto sempre de frisar).
Eles sempre verão como “balela”, “exagero” ou “irrelevante”. Quantas vezes ouvi a velha conversa de que “Somos todos divinos”, “Espíritos não tem sexo”, “Deuses e entidades são mais que isso”, mas, na prática, perpetuam a cultura do apagamento Queer em prol da lógica binária e heteronormativa (na mitologia, nas práticas, nos discursos, nos ritos, nas palestras de Sagrados Feminino e Masculino, nas terminologias utilizadas, etc) relegando-nos ao suporte de alimentação da grande ilusão da superioridade heteronormativa (seja ela patriarcal ou matriarcal), achando que uma mera adição de “LGBTs também” no final de uma fala nos será suficiente.
Isso o próprio autor deixa claro num dado momento em que explica que muitos estão realmente tentando nos incluir, mas tentam nos incluir em SEUS mundos com SUAS regras e axiomas implícitos, sem ceder um milímetro nas questões centrais. E eu adiciono à fala de Faerywolf que eles fazem isso aplicando muitas distrações devocionais, comerciais, discursivas e estéticas, muitas vezes se aproveitando de nossa carência e necessidade de aceitação. Além do que muitos desses axiomas com cheiro e gosto de patriarcado e heteronormatividade são ditos universais, mas podem ser quebrados facilmente pela mera existência de qualquer Queer que nem sequer conhece algo sobre magia.
Enfim, o beijo do sátiro não é só sexualmente libertador. É questionador, é empoderador e mostra onde estão as correntes escondidas do Arcano XV. Quais delas você vê? Quais você não vê? E, principalmente, quais você não quer ver?
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Sirius Cor Leonis
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laparosdivinos · 1 year
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Visionary Love - A Spirit Book of Gay Mythology - Mitch Walker and Friends.
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Hora de falar um pouco sobre este livro fantástico e, devo dizer, não é uma tarefa fácil para mim. Eu arrisco afirmar que, se eu não tivesse lido todos os outros já indicados aqui antes, provavelmente não teria entendido nem o mínimo da real mensagem deste. Este livro acerta em feridas e mistérios ainda mais profundos com muita velocidade e clareza, mas também podemos perceber que há uma série de camadas que simplesmente só podem ser acessadas facilmente pelo nosso Eu divino.
Falando de forma mais objetiva, o livro se divide em 3 partes principais. A primeira trata do Amor Visionário, conceituações, provocações bem pertinentes. Conceitos da espiritualidade gay como ROIKA, LOKA, YAN, Falseself, Double, Magic Twinning e muitos outros são trabalhados aqui, mas muito da principal contribuição desta parte vem acerca de provocações fortes para a própria comunidade gay e demais lbt+. Toda essa parte é tão importante que realmente estou pensando em fazer uma tradução livre e disponibilizar em algum lugar. Essas provocações, antes pinceladas nos outros livros, aqui ganham corpo e olham dentro nos seus olhos para dizer: "você terá que lidar comigo!". São tantos elementos e textos importantes que fico realmente perdido sobre o que falar neste espaço limitado.
A segunda parte é um aprofundamento envolvendo aspectos do xamanismo, a ilusão da polaridade, histórias pessoais e a importância de não deixarmos nosso poder divino lgbt ser diluído ou absorvido quando trabalhamos magicamente com magistas não-lgbts. Esse trecho todo também é fora de série e nos ajuda muito a buscar as origens dos demônios criados pela sociedade do Falseself.
A terceira parte é literalmente uma grande viagem faérica. Aqui realmente consegui entender o motivo de sermos associados a esses seres magníficos. Tentar entender logicamente o terceiro trecho pode ser um enorme desperdício de Momentum de fluxo. Sentir e viver pode ser a real chave de acesso a esses mistérios.
Esse livro tem de tudo para preencher algumas lacunas deixadas pelos demais. Aqui é apresentado um propósito espiritual para os LGBTs na nova era, são descritas as fases da iluminação homoteótica, são apresentadas as naturezas bruxas, xamanicas e faéricas dos lgbts, é discutida a questão dos lgbts simplesmente quererem se enquadrar num sistema desigual e consumista doente, é provocada a factualidade de subserviência de alguns lgbts às espiritualidades alheias, dentre muitas outras reflexões que continuam sendo muito caras à comunidade LGBT e mágica mesmo mais de 40 anos depois destes textos serem escritos.
Sei que pareço novamente alarmista, mas assim que li esse livro pensei que principalmente a primeira e segunda partes deveriam ser acessadas por qualquer LGBT e principalmente por homens gays o quanto antes.
Mais uma vez, sinto que a cada momento que eu não acesso essas obras, mais adio o encontro iminente com meu ROIKA (ou self). Hermes me mostrou isso, afinal esse livro veio (acredito eu) através dele e eu estava adiando por pura preguiça até que comecei a ler e devorei tudo em 1 dia. E não é a toa que ele é uma das divindades centrais para os ensinamentos do livro.
Índice do livro:
Parte I
Visionary Love: The magickal Gay Spirit-power - Spring Equinox, 1976.
Spirit Forces - 14
Social Falseself Systems - 15
LOKA - 18
YAN - 19
The Primal Parents, the Double, the Competidor, and Hermes - 21
Modern Western Society - 26
The Myth of the Homossexual - 29
Gay Personality Development in Modern Western Society - 30
ROIKA - 34 Postscript - 37
Part II
Becoming Gay Shamanism - Winter Solstice, 1977. - 39
Story of my life- 45
Fear - 48
Crazy Faggots - 53
The Black Faggot Magickal Wand - 56
MA LOKA - 58
Shamans Key - 63
New Age Faggot Becomes Sorcerer - 66
Parte III
Trans-mutational Faerie - Fall Equinox, 1979. - 73
DESTAQUES E TRECHOS IMPORTANTES:
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Sirius Cor Leonis.
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laparosdivinos · 1 year
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Visionary Love - Desabafo + Primeiras impressões do Livro.
Desabafo (porque também tenho presas e garras) + Reflexões acerca do Sagrado LGBT+, da magia, da nossa missão e da comunidade.
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Continuando os estudos do Sagrado Gay, os Deuses me trazem esse livro maravilhoso que ainda não terminei, mas que já estou achando fantástico. Muito em breve faço meu breve review após ler o livro completo. Por hora, gostaria de relatar alguns pensamentos que me vieram à mente enquanto lia essa primeira parte.
Por conta da escrita incisiva e provocadora do autor, alguns pensamentos que me são recorrentes ficaram ainda mais fortes. Por isso, hoje quero falar sobre uma coisa que já me incomoda há muito tempo tanto no mainstream do Mov Gay quanto nos gays magistas, bruxos ou esotéricos. Quando leio livros com mistérios e coisas tão fantásticas, logo me pergunto: Onde estão todos esses conhecimentos e materiais maravilhosos nos trabalhos dessas pessoas? Por que esses temas são tão ausentes ou tratados de forma tão rasa? Cadê o Sagrado Gay para além do que o livro chama da dimensão da sociedade do Falseself e da vontade de adequação aos espaços heteronormativos?
Posso estar bem enganado, e não me surpreenderia mesmo se eu estiver, mas após ler calmamente uma dezena desses livros, vários textos, artigos científicos ou não sobre esse tema do Sagrado Gay, do Ser Gay e do também sobre os LGBT+ como um todo, fico abismado com as chaves mágicas e profundidades únicas que eles trazem para nós.
Seus conteúdos são MUITO potentes e transformadores para qualquer LGBT+. E, infelizmente, isso faz com que muito do que eu veja por aí de magia e bruxaria pareça sem cor, inócuo para o meu espírito e, algumas vezes, até potencialmente castrador dos poderes pessoais únicos dos LGBT+.
Não estou dizendo que esses conteúdos mainstream não contribuam em nada, só estou dizendo que não surtem mais tanto efeito em muitos de nós e que, na verdade, muitas vezes eles nos reduz a um pensamento do tipo "só queremos ser aceitos pela sociedade do falseself". Esses bruxes e ativistas acabam só se adequando tanto em falas, quanto em conteúdos, quando em percepções, quanto em filosofia, pensamento e magia. Por isso, deixo como uma anotação de impressões, questionamentos e pensamentos que tenho vivido recorrentemente desde sempre, mas que ficaram muito mais fortes desde desse primeiro ciclo de estudos:
1) Por que os bruxos e magistas gays, embora sejam parte expressiva da comunidade mágica, quase nunca falam ou trabalham a Homotheosis e o Sagrado Gay em seus canais, veículos de mídia, livros, etc?
2) Por que quando há uma palestra ou conversa sobre Homotheosis é sempre tão rasa? Quem leu alguns desses livros sabe que a maioria dessas palestras pseudoinclusivas de Sagrado Masculino ou palestras do Sagrado Gay podem ter seu conteúdo inteiro resumido em dois ou três parágrafos introdutórios de qualquer um desses livros, Cadê o "ROIKA" que nos empodera de verdade?
3) Por que eu sinto sempre esse cheiro de "quero você como eu quero" vindo tanto de parte do Mov LGBT capitalizado quanto de Covens e grupos de bruxaria "inclusivos"?
4) Por que será que sinto que, na verdade, esses grupos nem sequer fazem a menor ideia de como pensar e trabalhar uma espiritualidade gay ou LGBT+ inclusiva para além dos modelos, símbolos e lógicas heteronormativas?
5) Por que somos sempre um "adendo da nota de rodapé" ou, no máximo, ganhamos uma citação de "gays também" nos conteúdos produzidos por esses covens tão pseudoinclusivos?
6) E, pior ainda, por que insistimos em nos submeter a isso? Por que insistimos em consumir, importar, nos adequar e reproduzir essa ilusão heteronormativa mesmo na arte e na busca espiritual onde, teoricamente, seriam caminhos promissores para o tal "ROIKA" e o "trueself" (eu verdadeiro)? Será que já estamos domesticados?
7) Por que quando alguém decide tratar sobre nossa espiritualidade no mainstream (mesmo com boa intenção) acaba sempre nos reduzindo a uma "variação" da "norma" sexual, quando, na verdade, é algo bem mais complexo e poderoso do que isso? O livro, por exemplo, traz os conceitos de Doublle e Magical Twinning que pode ser entendido como a Ressonância trazida com a Sinergia no fantástico livro Queer "Inclusive Wicca" da Ivonne Aburrow no qual a autora também contesta esse foco turvo e exagerado numa Polaridade cisheteronormativa.
8) O que ser gay ou qualquer outra letrinha do LGBT+ tem de potencial ÚNICO e exclusivo para o processo de evolução planetária e para a Nova Era? Garanto que temos mais a ensinar para o mundo do que meramente algo como "precisamos aceitar os pobres coitados que sofrem por conta do preconceito". Também temos nossas sabedorias mágicas próprias para trocar. Também temos mistérios e capacidades únicas e um papel fundamental nessa transição.
9) Por que tantos LGBT+ diluem sua real sabedoria e seu Self só para serem aceitos em grupos que nem sequer consequem/querem realmente nos entender? E, infelizmente, isso vale também para os grupos que parecem ser super "prafrentex". Nós temos que continuar nos mutilando para caber em suas nomenclaturas excludentes e alheias às práticas que SABEMOS que não fazem sentido e efeito conosco só porque eles "já foram super legais em nos aceitar" como membros? Isso é realmente inclusão ou aceitação? Isso é realmente te ver como "tão sagrado quanto qualquer outro"?
Posso dizer que muitos dos caminhos para essas respostas estão nesse e nos outros livros. Por isso, tirando alguns raríssimos veículos de mídia que tratam de alguma forma (mesmo que rasa) da homotheosis e dos Sagrados LGBT+ , sinceramente estou ficando MUITO cansado de ter que viver no mundo sempre retraduzindo e readaptando tudo.
Até quando vamos viver quebrando nossos ossos para cabermos nas realidades (mesmo as espirituais e religiosas) deles? Não podemos contribuir com nossas missões se continuarmos tão subservientes, tutelados, ignorantes, capachos, fracos, desunidos e meros replicadores do Falseself.
Não digo para irmos à guerra contra eles, mas digo para não sermos nem escravos e nem servos de nenhuma pessoa ou grupo. Mesmo que sejam gentis conosco. Leiam esse livro senhores (as/us). Ser LGBT+ é sim parte importante do seu Eu Divino e é absolutamente relevante para a espiritualidade aplicada no seu poder de modificação positiva no mundo.
Se os bruxos são caminhantes entre os mundos que podem transitar entre eles trazendo e levando sabedorias, nós LGBT+ somos naturalmente bruxos. Intrinsecamente bruxos. Nosso mero Ser, Sentir, Pensar, e Agir são bruxísticos. Nos temos nossa própria força. NUNCA SUBESTIME UM LÁPARO! Nem mesmo se você for um.
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laparosdivinos · 1 year
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VINCINT - Dicas GAYs - Músicos/cantores/compositores Gays #1
Vincint Cannady
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Aqui vai a minha lista de músicas e versões favoritas dele:
• Be Me ( Versão Acústica)
• Creep (cover no programa The Four)
• Remember me (Versão Acústica)
• Higher
• Please don't fall in love.
• Someday
• Marrow
• All over again
• Wherever you are (Live in LA)
• Simple
Já começo minha lista de dicas musicais com um dos meus favoritos. A voz desse homem quando está cantando sem as restrições da música enlatada é ainda mais absurda. Difícil não se apaixonar quando ele começa a cantar, seja com a doçura ou com a agressividade presentes na sua magia vocal. Eu sou um cara que valorizo muito as vozes, os arranjos instrumentais, a interpretação e principalmente as letras poéticas e suas mensagens, então realmente não é qualquer coisa que me atrai musicalmente. No caso do Vincint, ele me pegou de primeira. Só de ver a versão dele de Creep eu já me apaixonei.
Para resumir, esse cara é FODA e canta demais. Tendo a amar mais os seus acústicos do que as gravadas em estilo pop porque a voz desse boy é de arrepiar os pelos da alma e derreter o coração.
Demorei bastante para achar os artistas que aqui irei postando aqui, embora já tivesse conhecido alguns (como meu também crush Adam Lambert). Mas muitos que eu trarei têm pouquíssimos likes e views no YouTube e certamente isso não é merecido.
Pessoalmente acho um pouco incoerente cultuar divas pops do jeito que cultuam e nem sequer parar para ouvir e apoiar pessoas como nós que tentam com dificuldade viver sua arte. Muitos foram expulsos de casa, sofreram homofobia, tem traumas e questões como as nossas e que se refletem nas músicas. Mas não é só isso, tem o AMOR. O NOSSO amor e suas simbologias enaltecidas ao máximo. Não vou ficar contando as histórias deles e dos outros que citarei, pois isso se acha fácil. Vale muito buscar essas músicas e artistas. Contudo, agora gostaria de esclarecer um ponto que sempre é perguntado quando inicio essas listas: "Por que focar em artistas gays?".
Bom, já passei 27 anos consumindo um mundo hétero e um entretenimento também assim. De uns anos para cá, resolvi inverter essa lógica e recuperar o tempo perdido. E, devo dizer, tem valido MUITO a pena. Porque mesmo que eu ame outros artistas, nem a Beyoncé, nem a Avril, nem o Nightwish (minha banda favorita), nem o Alex Band, nem o Kamelot, nem o Aerosmith precisam tanto do meu apoio e também nenhum deles canta a minha existência. Eles não cantam meu amor, nem minhas dores, meus símbolos, meus mistérios, minha vida e nem o meu divino homoteótico.
Tem muita gente como nós fazendo coisas incríveis e sendo apagados até mesmo pela captalização do Movimento LGBT. Valorize esses artistas, filmes gays independentes, pintores, escritores, poetas e todos os outros demais profissionais LGBT+. Eu focarei nos gays simplesmente por identificação e porque não é também como se os gays já tivessem conquistado tudo. Aliás, estamos beeeeeeeem longe disso e qualquer um com o mínimo de visão e bom senso sabe constatar essa situação. Muitos têm menos de 50 likes em suas músicas e não contam com o apoio nem do Movimento LGBTQ+ que em parte considerável foi consumido pela retórica do consumismo enlatado e do falso poder. Ainda falta muito para sermos realmente valorizados nesse mundo homofóbico, doentemente capitalizado e desigual.
Sirius Cor Leonis.
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laparosdivinos · 1 year
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Indicação e Review: Liber Queer - Círculo da Viada Chama Púrpura; Da Costa G. de F. et al.
Vamos falar um pouco sobre o Liber Queer do Círculo da Viada Chama Púrpura?
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Já começo agradecendo aos criadores por partilharem seus textos e conhecimentos. É praticamente impossível achar livros sobre magia gay ou das demais letras do lgbtq+ em português e acessível a todos. E só por essa iniciativa e coragem todos, todas e todes têm enorme mérito e meu profundo agradecimento.
O livro é composto por vários textos e diversas autorias que abordam temas LGBTQ+ na magia. Alguns, eu confesso que, a meu humilde ver, foram mais inspirados e inspiradores, outros mais inovadores, outros mais específicos sobre alguma das letras da sigla e outros mais gerais. Eu tendi a curtir mais os textos mais gerais, mas entendo e apoio a necessidade dos textos específicos, sobretudo para tratar esses assuntos da forma até bem enérgica e transgressora que alguns deles trataram.
Aqui colocarei os que eu considero que mais falaram ao MEU SER e trouxeram reflexões empoderadoras para qualquer LGBTQ+. Embora tenham diversos trechos fantásticos, deuses, deusas e práticas maravilhosas para cada letra específica que eu realmente amei acompanhar, tentei colocar aqui a nata do que tem de mais impactante para qualquer lgbt que lida com magia e espiritualidade numa ordem que poderia ser considerada um top 8 dos textos que considero mais importantes, completos e abrangentes do livro:
19 - Xamã: Gênero Neutro? - por Ghaio Nicodemos
14 - Empoderamento LGBT e Magia - por Felix Mecaniotes
7- Manifesto por uma Bruxaria Queer Inclusiva- por Felix Mecaniotes
2- Ancestrais da Viada Chama - por Felix Mecaniotes
6- O Gênero na Magia - por Gabriel Costa e Ghaio Nicodemos
5- Fortalecendo a Si com a Viada Chama - por Felix Mecaniotes
9- Inanna - Mãe das Travestis - por Helena Agalenéa [Trecho introdutório (completo); páginas 46 (último parágrafo) e 47; Versos 122-133 (trecho completo).]
15- Drag Queens e Magia - por Gabriel Costa.
Sirius Cor Leonis
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laparosdivinos · 1 year
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Eu me achava louco e isolado, mas eu li.
Eu me achava louco e chato de ficar reclamando dessa heteronormatividade tratada como Lei Mágica Universal no maistream da Magia. Mas, depois que eu li algumas coisinhas e continuei a buscar ainda mais, vi que não sou tão maluco assim. O que eu aprendi lendo? O que cada livro me mostrou?
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Queering The Tarot da Cassandra Snow me mostrou que esse meu incômodo com os decks, as simbologias, os jogos, os modelos de tiragem e as interpretações não eram "mimimi". Aqui percebi também que nossa mera existência é resistência social, política, cultural, histórica e espacial.
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Witchcraft and The Gay Counterculture do Arthur Evans mostrou que o meu incômodo com a maneira que a história da bruxaria é contada não é sem fundamento, pois os LGBTs são elementos CENTRAIS, não só na história da magia e seu desenvolvimento, mas também enquanto grupo fortemente perseguido nas diversas inquisições.
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Gay Witchcraft - Empowering The Tribe do Christopher Penczak me mostrou que meu incômodo com a abordagem heteronormativa da Roda do Ano e dos Deuses (mesmo os conhecidamente gays ou bissexuais) não é mera chatice.
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The Scarlet Wand - Sex Magic for Gay Males de Raji Dorotez me mostrou como o meu incômodo em constatar como quase sempre somos deixados de fora dos temas da magia (como se não fôssemos um público altamente expressivo) não é sem fundamento. Também aprendi que nós temos os nossos próprios mistérios e poderes exclusivos.
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• Garbed in Green - Gay Witchcraft and the Male Mysteries do Casey Giovinco me mostrou que, para além de qualquer noção de "Sagrado Masculino" ou "Feminino", tudo o que é meu é parte do meu Ser enquanto homem. Tudo do homem gay é parte do seu Ser Homem. Da arte marcial ao salto alto. Nem a coisa chamada de masculinidade, nem a chamada de feminilidade é propriedade e deve ser sempre balizada pelos héteros. Nós só estamos recuperando a nossa parte que nos cabe de algo que sempre foi tão nosso quanto deles e não precisamos (nem vamos) seguir suas caixinhas limitadas, pois estamos além.
Sirius Cor Leonis
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laparosdivinos · 1 year
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Um resuminho útil sobre os quatro primeiros livros de Homotheosis e Sagrado Gay que eu li:
Liberdade, independência, empoderamento real e gratidão!
Foi o que eu senti quando li o meu primeiro livro de magia focado em bruxaria para Homens Gays. E a cada livro de bruxaria e espiritualidade Gay, Queer ou LGBT+ eu sinto cada vez mais todas essas coisas.
Então te pergunto: Não sabe o que é homotheosis, mas está cansado de ser, quando muito, mera nota de rodapé em temas como história do paganismo e bruxaria, mitologias, práticas mágicas e outros? Se sim, então você pode começar por esses 4 livros:
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Witchcraft and The Gay Counterculture do lendário Arthur Evans para ver que éramos e somos mais importantes na história da magia do que os bruxs "pops" mainstream fazem parecer. Na verdade, mais do que isso, somos figuras centrais inclusive nas principais perseguições, cultos e eventos da história da bruxaria.
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Gay Witchcraft -Empowering the Tribe do Christopher Penczak para listas de ervas, animais, deidades e ritos ligados ao Sagrado Gay. Acha essa coisa de Deus e Deusa heteronormativa demais? Sem problemas! Aqui ele ensina também o que se aprende em qualquer livro de bruxaria, mas vai além com outras formas mais inclusivas de girar a roda do ano e que atende ao nosso Sagrado Gay e à nossa realidade. Como um primeiro Grimório Gay é excelente!
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• Garbed in Green - Gay Witchcraft and the Male Mysteries do Casey Giovinco traz aspectos de ambos os livros anteriores, mas com um enfoque especial no que pode ser percebido como o "Sagrado Masculino Gay" ou "Mistérios Masculinos". Aqui o tema Sagrado Masculino não nos trata somente como uma mera concessão de "gays também". Neste livro ser Gay é algo central para a discussão do que é o Masculino e a Masculinidade em si. Aqui não somo periféricos e os homens héteros são o padrão. Aqui somos o foco.
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The Scarlet Wand - Sex Magic For Gay Males de Raji Dorotez é um livro fantástico. Quer ler experiências de um bruxo mais antigo e mais experiente sem a censura costumeira e de uma forma que mais relação imediata e identificação? The Scarlet Wand realmente não é para os fracos, mas traz umas visões e histórias bem curiosas e diferentes sobre temas MUITO relevantes, como, por exemplo, sobre o lendário Bezerro de Ouro. Este livro traz uma oportunidade raríssima para alguém como nós, pois é como se fosse uma conversa direta com um ancião experiente que passou por muita coisa e que pode nos ensinar até sobre o que temos receio de perguntar.
Espero que esses livros tragam para você, leitor, tantas mudanças maravilhosas e empoderamento quanto eles trouxeram para mim no início da minha caminhada no meu primeiro ciclo de estudos enquanto bruxo e gay. Com eles, eu me senti abraçado de verdade pela bruxaria pela primeira vez.
Gratidão imensa aos Deuses que ouviram minhas angústias e me permitiram o acesso a esses conhecimentos.
Sirius Cor Leonis.
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laparosdivinos · 1 year
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A origem dos Espíritos LGBTs - Mito Sumério (Trecho do Livro Gay Witchcraft de Christopher Penczak)
Leiam esse trecho maravilhoso do Gay Witchcraft - Empowering the tribe do Christopher Penczak. Aqui o autor fala sobre algumas lendas e percepções acerca dos primeiros espíritos lgbt. Diferentes, únicos, poderosos, amaldiçoados a viver com dificuldades no mundo terreno dos homens, mas amados pela arte, pela magia e pela natureza.
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laparosdivinos · 1 year
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Símbolos do Sagrado Gay:
Você já notou que, além de símbolos de militância, também possuímos simbologias do Sagrado Gay?
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Em tudo o que eu pude estudar até agora, comecei a notar que alguns símbolos são recorrentes em mitologias Gays, representações artísticas e demais representações e autoexpressões de homens gays.
Você provavelmente já conhece símbolos como o duplo-marte, o lambda, o triângulo rosa, o arco-íris e outros. No entanto há uma gama de outros elementos simbólicos que de alguma forma sempre acabam se relacionando com alguma divindade compreendida como gay ou bissexual. Noutra esfera, temos símbolos relacionados com eventos e momentos específicos da história de luta do nosso Sagrado e do nosso Amor divino.
Destaco aqui, por exemplo, a presença a ligação do arco e flecha com mitologias de deuses e heróis ligados à Homoteose como Antínoo, Apolo, Oxossi, Logun-edé, Anteros, Tu'er Shen, Eros, Aquiles, Ártemis, São Sebastião e outros. O arco e flecha é recorrente mesmo nas representações artísticas, literárias e homoeróticas. Certamente não é um símbolo só gay, mas acredito que deve ter alguma relação direta com nossos mistérios homoteóticos. E sobre isso, pretendo discorrer melhor sobre cada símbolo em um outro momento.
Por hora, afirmo somente que o mesmo pode ser dito das simbologias homotheóticas do coelho ou lebre (Cultura chinesa, Tu'er Shen), do cravo verde (ver Sir Oscar Wilde), do naipe de paus, da cor verde (Ler Garbed in Green), do trevo, do Leão (Dionísio, Batalhão sagrado de Tebas, Queroneia, Antínoo, Hércules), os chifres (usado para identificar facilmente dois machos juntos, o veado, Cernunnos, Pan, Épico de Gilgamesh), Pavão, Cobra (Apolo, Oxumaré, Caduceu de Hermes, Loki), o Lobo e os homens-lobos (Apolo, Deuses da caça, floresta e instinto), o espelho/reflexo (Logun-edé, Narciso) Dupla Lua (Mitra e Varuna, Libulan), Duplo Sol, dois cravos juntos, fadas, seres faericos, sátiros e muitos outros símbolos usados tanto para nos reconhecermos em tempos perigosos quanto para que os deuses comunicassem mistérios acerca do nosso sagrado em seus contatos e mitologias.
Por isso, colocarei nos destaques deste perfil (no insta) algumas obras de arte de artistas gays que trazem essas simbologias para podermos refletir como esses mistérios e elementos se relacionam com nosso sagrado e por que aparecem tanto em nossas obras e autoexpressões. As dicas artísticas divulgadas tanto aqui quanto em outras redes minhas servem a esse propósito. O nosso sagrado está codificado para aqueles que, como nós, podem entendê-lo em nossas músicas, pinturas, esculturas, arte homoerótica, literatura, poesia, audiovisuais, dança, etc. Conheçam os símbolos e verão o quanto eles sempre estiveram relacionados à nossa vida mesmo sem que soubéssemos.
Lista de alguns dos símbolos mencionados trazidos abaixo:
Foto 1 = Duplo Marte + Bandeira Gay
Foto 2 = Coelho/Lebre protegendo um casal Gay / Tu'er Shen
Foto 3 = O obelisco de Antínoo
Foto 4 = O Leão de Queronéia.
Foto 5 = O Cravo Verde
Foto 6 = Dois pares de chifres / O Veado/Cervo/Gamo
Foto 7 = Lambda + Bandeira LGBT
Foto 8 = Yin Lobo e Yang Leão
Foto 9 =Arco e Flecha
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