Tumgik
#lolita livre
semena--mertvykh · 1 year
Text
Où notre héroïne a un gros béguin
Samedi soir à boire des mojitos avec Valérie, à Savigny-sur-Orge, en pleine vague de froid.
Savigny, ses richesses architecturales, son rayonnement culturel.
On a trottiné dans la nuit et les néons laiteux jusqu'au seul bar un peu classe du coin, pour le plaisir de se répéter la vanne immortelle de Lolita : "Heureusement qu'il y a du brouillard, çà cache un peu les crétins qui vivent ici".
Je voulais lui parler de cette histoire avec les boulets de la classe, qui me tombe sur le pied au moment où j'en ai le moins besoin ; et puis finalement, on s'est retrouvées à parler de Prof Sexy toute la soirée. Elle est heureuse en ménage et les fixettes de célibataires doivent lui rappeler des souvenirs.
Tumblr media
Le calcul que je traînais dans les reins, depuis l'après-midi, irradiait d'heure en d'heure, et elle m'a proposé de rouler un spliff en sortant. Elle a insisté pour qu'on le fume dans la voiture - "Thierry va me prendre la tête sinon" - alors on est restées devant son pavillon, dans sa petite rue transie, à attendre que çà fasse effet et que je puisse reprendre la route. On voit bien que ce ne sont pas des pavillons riches qu'il y a dans sa rue, certains ressemblent même plutôt à de petits immeubles mitoyens ; mais enfin, c'est déjà quelque chose. Une jardinière sur la façade de devant, un jardinet-couloir derrière : le début de l'accession à la propriété. On déglutissait, chaque fois qu'on tirait sur le cône, parce qu'elle l'avait bien chargé, et on soufflait la fumée par les vitres entrouvertes.
On essayait d'imaginer avec quel genre de fille Sexy était maqué. Val le voyait avec une bourge toute refaite de partout, le genre "Grande connasse, blonde en carton, les nichons sous le menton et le chihuahua dans les bras, genre le clébard il pose jamais les pattes par terre". J'ai dit que je le voyais bien cerné par des tas de doctorantes jeunes et sexy qui se battaient à coup de tablettes, en mode Matrix, pour obtenir une audience avec lui. Je sais pas si c'est les mojitos ou le THC, mais visualiser la scène nous a bien fait marrer. On a convenu ensuite que la réalité devait être un mix des deux.
Après, on a essayé de se mettre d'accord sur la chanson à lui envoyer pour lui faire comprendre mes intentions - des chansons de Q, évidemment. Les grandes idées humaines ne naissent jamais après un verre de jus d'orange. Elle voulait que je lui donne son mail pour lui envoyer le clip de Fatal Bazooka
Tumblr media
Je lui ai dit que c'était un message subtil mais que, si elle voulait coller à ma réalité, il valait mieux lui envoyer les paroles de Hey Lover, de LL Cool J.
Elle m'a encore proposé de dormir chez eux, mais je savais que j'allais être réveillée à 7h par leur bouledogue - rebaptisé le Chien Le Plus Con De La Planète depuis qu'il avait essayé de s'accoupler avec un kilo de pommes de terre en filet ; et encore après, à 7h30, par Enzo, leur fils de cinq ans. Je n'avais pas envie que : "Vas-y casse-toi le chien" sois la première phrase qui sorte de ma bouche un dimanche matin. Je ne sais pas pourquoi tout ce qui est en état de marche, à 7h, dans cette maison, n'a rien de mieux à faire que de venir étaler ses jouets gluants sur mon oreiller.
En rentrant, j'ai reçu le sms de Valérie qui me demandait si j'avais croisé des flics sur la route. Je lui ai écrit que tout était ok, que je gardais mon permis. Sa réponse m'a collé le sourire d'une oreille à l'autre :
"NEVER EVEN THOUGHT. MURRAY HEAD !!! "
0 notes
historysisco · 2 years
Photo
Tumblr media
On This Day in History August 18, 1958: Russian-born author Vladimir Nabokov published his novel Lolita. The book centers around a late thirties literarure professor Humbert Humber who becomes obsessed with 12-year-old girl Dolores Haze.
#Lolita #VladimirNabokov #LiteraryHistory #Literature #Fiction #Books #Libros #Livres #History #Historia #Histoire #Geschichte #HistorySisco
https://www.instagram.com/p/ChZkdD4O_HL/?igshid=NGJjMDIxMWI=
3 notes · View notes
primevalove · 1 year
Text
murder me like you murdered my mother
(aviso de conteúdo - referências à abuso verbal e estupro.) no meu tempo livre, ter um pequeno acervo de coleções criativas me facilita o acesso à expressão dos meus pensamentos, sentimentos e gostos. como tenho memória curta - possível efeito colateral de anos de tratamento com remédios - eu temo o inevitável dia em que eu esqueça de todas as coisas, das mais simples às mais traumáticas. tenho apreço à todas memórias, até as mais ruins; a angústia ilumina tanto quanto a felicidade. posso olhar para trás e ver com outros olhos a minha vida e o meu sofrimento, e dissertar sobre sobre meus erros e acertos e minha visão atual me trazem um alívio ao luto eterno que é o trauma. tendo dito isso e resgatando meu ponto original, minhas "cápsulas do tempo" são muitas e diversas. boards do pinterest, conversas com meus amigos, contas antigas de redes sociais. sobretudo, playlists no spotify. o spotify não é uma plataforma de streaming que eu apoie: acho abominável a forma que o aplicativo remunera os seus artistas. contudo, permaneço usando, visto que tais são as coisas na sociedade capitalista. eu não tenho o controle monetário, muito menos ético, nas minhas escolhas. somente o criativo; o que eu escolho fazer com o que me é dado. e esses dias (ontem, pra ser exata), eu decidi criar algo novo; não num sentido único e exclusivo, mas como uma adição às minhas outras coleções. a playlist é do mesmo título que o post deste blog. é uma referência ao filme Lolita (1998), que por sua vez é uma adaptação do livro de Vladimir Nabokov, intitulado o mesmo, lançado em 1955. a ideia veio de um fio de pensamentos: queria algo sobre o "female rage", e a cena em questão me remetia muito ao tema. não tive a coragem de assistir ou ler a obra no meu tempo livre por ser sensível à temática geral da história, e nisso peço perdão pela ignorância. vim à conhecer Lolita por meio de dissertações em volta da obra, que é controversa em natureza; portanto sei do contexto da cena o suficiente para entender a angústia de Dolores. esse post é sobre a Mulher e inocência. e a playlist, bem, já não sei. Dolores é uma criança de 12 anos raptada de sua infância pelo seu padrasto, que possui uma obsessão pela mesma, e depois se torna sexualmente envolvido com ela. quando ela o confronta na cena mencionada acima, é como uma súplica para que ela fosse tirada da sua miséria. e enquanto eu assistia, e tentava pensar na próxima música a ser adicionada na playlist, me veio à mente uma cacofonia de memórias desagradáveis. eu penso assim: retire o personagem de seu contexto e fique só com a cena como ela é. as falas, as expressões, e as emoções contidas na mesma. o que sobra? o confronto da mulher com o homem que a tira de sua virtude, dignidade, e vida, no fim das contas. e onde isso se insere na vida real? isso é algo que acontece? já aconteceu com minhas amigas, minhas parentes, minha mãe? eu? já. e na hora, com muito amargor, pensei no meu pai, e pensei em todos os homens que já conheci, e cheguei na conclusão que a inocência não é necessariamente ser introduzida à pornografia, ou sexo, numa idade inadequada. a inocência é a cúpula da realidade em que você é inserido. é o cotidiano como nós, enquanto vivos, experimentamos. é acordar e saber o que você vai fazer hoje. é a infame "área de conforto". a cúpula da inocência não tem portas, nem janelas, e ela é um casulo das suas experiências. um indivíduo não só simplesmente "adentra" à sua cúpula, ou a fura como se fosse uma bolha: pois a bolha é frágil; são seus ideais, seus amigos, seus pensamentos. uma cúpula é algo exterior e resiliente; dentro dela existem várias bolhas. portanto, não se fura, não se entra: se destrói o caminho de ida e volta. uma vez que as paredes são rachadas, a cúpula nunca volta a ser o que era antes.
Tumblr media
meu pai foi meu herói uma vez. ele vivia no meu domo comigo, no meu domínio, tanto quanto minha mãe. parte de crescer é ser tão absorto nas suas próprias questões que você não para pra perceber que seus pais também estão crescendo junto com você; e junto do seu sofrimento, vêm o sofrimento deles; o trauma que você sofre agora, é algo que eles anteriormente carregaram consigo antes, durante e depois da sua concepção. e meu pai era um homem sofrido, mas íntegro; ele amava a filha dele mais do que tudo, por ser parte dele, por ter presenciado meu nascimento, e pelas circunstâncias da gravidez da minha mãe que tornavam minha existência algo quase impossível. foi a vontade dele, tanto quanto dela, que me trouxeram aqui. mas isso não é tudo.
eu fui amada e eu fui respeitada enquanto pude. mas meu pai, como disse, era um homem sofrido. eu não tiro dele a culpa de ter fodido com a minha cabeça por mais de uma década, mas consigo entender seus acessos explosivos porque vejo no meu rosto o rosto dele, e nos meus atos, e no jeito que eu falo, ando, e como, e meu humor...
na minha casa éramos eu, ele e minha mãe. em um outro post vou detalhar melhor a experiência de ter vivido onde vivi, e ter crescido como cresci, até porque tenho uma playlist sobre - o que não é de se surpreender. bem, éramos nós três e mais ninguém. esse era a minha cúpula. e eu fui amada e amei. mas era compreensível e não me compreendiam. fui contrariada e fui desafiada pelo meu pai muitas vezes. e durante meu crescimento, eu também suplicava entre berros que ele me tirasse da minha miséria. o sofrimento da mulher com o homem é matizado e vai além do sexual. ele rachou minha cúpula quando se mostrou alguém que eu não tinha conhecido antes. essa face nova do meu pai era alguém feroz e imponente, cujos meios não justificavam os fins, e haviam dias que ele parecia me magoar por esporte. de tão enojado que era de ser contrariado, era ácido no jeito de falar, e nunca contra-argumentava, só berrava e xingava e esperneava como uma criança mimada. e eu entendo ele. eu queria ter conhecido ele na infância. eu queria que ele tivesse tido a oportunidade de ter escolhas melhores na vida, que não o levassem pro caminho em que discussões na nossa casa fossem rotineiras. queria que ele fosse amado além do amor que eu o dei, por anos e anos da minha vida, mesmo depois de tantas feridas que ele me infligiu que ainda não sararam.
eu o amei, e eu sofri. e depois eu encontrei um outro homem, e o amor era uma bolha dentro da minha já rachada, pré-estabelecida cúpula de vivências. eu tinha pouco mais de treze anos. foi meu primeiro beijo. fui alvo de uma aposta de um grupo de garotos mais velhos.
e eu estava na festa de quinze anos de uma colega de classe; eu bebi pela primeira vez. quando o céu já era totalmente escuro, e sem estrelas, eu sentei numa cadeira com este menino e ele me explicou a aposta. ele não foi rude. ele não foi áspero. ele só não enxergava o quão antiético tinha sido em ter aceitado aquela aposta. e eu também não.
e eu pedi pra ir embora da festa. liguei para o meu pai, que era o único da casa que sabia dirigir. e no meu estômago, senti o embrulho das minhas expectativas. eu fui violentada da minha inocência. e não foi um estupro físico, nem não-consensual, mas foi como um estupro do meu emocional. fantasiei sobre aquele menino por talvez dois minutos, achando que ele tinha gostado de mim, e nunca tinha sido o caso. a inocência de esperar que o amor é assim, espontâneo, como um conto de fadas, foi rachada bem ali, naquela noite, quando os lábios dele encostaram nos meus. e nem tinha sido um beijo realmente; um selinho, no máximo. me perguntei depois se ele tinha nojo de mim. ele tinha dito que me achava bonitinha - mas acho que eu era só a 'menos pior'.
eu nunca fui a mesma depois disso. e eu tenho vinte anos agora.
e encaro aquela playlist, e vejo o título, e penso no sofrimento da minha mãe, e das minhas parentes, das minhas amigas, e no meu. e me pergunto - quando o abuso é brutal e constante, quando a dor é imóvel e persistente, quando você senta na frente do seu computador e decide fazer da sua dor a criatividade, e nem assim encontra o alívio. quem ouve suas súplicas?
quem ouve minhas súplicas?
2 notes · View notes
sushis4kalyo · 1 year
Text
Liste de livres à lire 📚
Aventures :
J. VERNE - Vingt Mille lieues sous les mers
Dystopies :
G. ORWELL - La ferme des animaux
r. BRADBURY - Fahrenheit 451
P. K. DICK - Le Maître du Haut Château
Science-fiction :
I. AZIMOV - Le cycle des Robots ( tomes 3, 4, 5 et 6)
I. AZIMOV - Le cycle Fondation
A. C. CLARKE - 2001 L'Odyssée de l'Espace
Fantastique :
G. R. R. MARTIN - A song of Ice and Fire (tome 4 et 5)
M. CHATTAM - Autre Monde (on reprend de zéro !)
A. SAPKOWSKI - Le sorceleur
Les classiques :
E. ZOLA : Au Bonheur des Dames
COMTESSE DE SEGUR - Les malheurs de Sophie
COMTESSE DE SEGUR - Les petites filles modèles
COMTESSE DE SEGUR - Les Vacances
V. HUGO - Notre Dame de Paris
Mythologie :
S. STURLUSON - Les Eddas
HOMERE - L'illiade et l'Odyssée
Comédie dramatique :
L. WEISBERGER - Le diable s'habille en Prada
L. WEISBERGER - Vengeance en Prada
Pour me faire un avis :
N. MACHIAVEL - Le Prince
V. NABOVOK - Lolita
B. WERBER - La trilogie des Fourmis
4 notes · View notes
lleah · 18 days
Text
Liste œuvres sur l'inceste et ou post me too
Films
Le consentement
She Said ( mouvement me too)
Les Chatouilles
Livres
Triste Tigre de Neige Sinno
Lolita de Nabokov
Le consentement de Vanessa Springora
Futures de Lauren Bastide
Les bons pères de famille de Rose Lamy
Théatre
Les Chatouilles d'Andréa Bescond
0 notes
daily-anna · 29 days
Text
como começar um clube de literatura
Tumblr media
como vão meninas?
estou fazendo muitas postagens mas é uma forma de eu ficar sã em meio ao caos emocional que está sendo minha vidinha. eu comecei um clube de leitura com minhas amigas recentemente e achei legal a ideia de fazer uma postagem de como começar um! no final dou sugestões de livros para começar. dividi essa postagem em duas partes pra não ficar muito longo. espero que gostem :)
˚₊· ͟͟͞͞➳❥ em primeiro lugar, é preciso ter em mente quantas pessoas você vai querer chamar. eu recomendo começar com poucas pessoas, no mínimo 4 e preferencialmente amigas suas que vocês tenham coisas em comum.
˚₊· ͟͟͞͞➳❥ em segundo lugar, a frequência de encontros que vocês vão ter. semanalmente? mensalmente? isso vai depender da rotina dos membros e da disponibilidade de cada um. quanto menos pessoa, mais fácil remanejar isso.
˚₊· ͟͟͞͞➳❥ em terceiro lugar, onde vai ser os encontros. lanchonetes, restaurantes aconchegantes, picnic ao ar livre, uma cafeteria... tenha em mente que vocês vão conversar, então dê preferencia a locais que possa falar mas também não tão barulhentos como um shopping.
˚₊· ͟͟͞͞➳❥ por fim, quais livros cada membro sugere, se vai ser sorteio ou votação. tente achar uma maneira que todos possam ter a chance de escolher.
✧*̥˚ sugestões iniciais *̥˚✧
A Redoma de Vidro, Sylvia Plath
Paixão segundo G.H., Clarice Lispector
O Estranho, Alberto Camus
O Grande Gatsby, F. Scott Fitzgerald
As Meninas, Lygia Fagundes Telles
A Máquina do Tempo, H. G. Wells
Mrs. Dalloway, Virginia Woolf
A Leste do Éden, John Steinbeck
O Velho e o Mar, Ernest Hermingway
O amante, Marguerite Duras
Lolita, Vladimir Nabokov
Hilda Furacão, Roberto Drummond
O Mundo de Sofia, Jostein Gaarden
Anna Karenina, Tolstói
1 note · View note
madamedemerteuil · 1 month
Text
Tumblr media Tumblr media Tumblr media
Bonjour chers lecteurs, et bienvenue sur mon blog !
Tout d'abord, laissez moi me présenter. Je m'appelle Madame de Merteuil et je suis étudiante à la Sorbonne. J'adore lire et écrire et je passe beaucoup de temps à la bibliothèque. Mes livres favoris sont probablement "A tous les garçons que j'ai aimés" de Jenny Han ainsi que le livre "nouveau manuel de la manipulation" de Gilles Azzopardi qui m'a appris beaucoup de choses en grandissant. Je suis une personne très observatrice et j'aime beaucoup avoir le contrôle sur les choses qui m'entourent. J'aime beaucoup me cultiver car je pense que le savoir est une réelle arme et une source de pouvoir. J'aime donc aller au cinéma ou à des concerts, cela me permet de voir des gens.
En effet, je pense que mes films préférés sont surement "Lolita malgré moi", "Ocean's 8" et "Kill bill". Mes gouts musicaux sont aussi en accord avec ces films car j'écoute beaucoup de chansons comme "Run the world" de Beyoncé, "Boy's a liar" de PinkPantheress et Ice Spice ainsi que "Ecrire" de Nekfeu. Si vous ne le saviez pas, je suis une femme indépendante et je m'inspire beaucoup des héroïnes et artistes qui m'entourent.
Parmi les sorties que j'aime le plus faire, j'adore prendre un café avec mes amies afin de parler des dernières nouvelles et de potins. Même si une part de moi aime bien la romance et la séduction je préfère de loin faire des manigances et regarder les choses se dérouler. Si je commence ce blog c'est certainement pour mon amour de l'écriture mais également pour vous faire part et peut-être vous inspirer sur ma vie de femme indépendante et intelligente.
Alors je vous laisse avec cette dernière phrase "Pour les hommes, l'infidélité n'est pas l'inconstance" de Pierre Chordelos De Laclos.
Bien à vous,
Mme de Merteuil.
1 note · View note
anorexyca · 4 months
Text
Esperança é uma coisa perigosa para uma mulher como eu ter.
É quase como uma redoma que toma toda a sanidade que há em mim e transfere para outro lugar. Um lugar inaudível, não palpável, obscuro e imprevisível e eu viro refém de mim mesma por intermináveis e incontroláveis instantes. 
Eu faço  uma mistura de comprimidos que descem pela minha garganta junto a um café amargo dormido e horrível que é o melhor que tenho em casa agora. Não há energia para fazer um café novo, digo energia própria do meu corpo, porém a energia artificial da minha casa também não é recomendável pelo meu cérebro. 
Prefiro ficar no escuro, rolando para cima e para baixo um feed de uma rede social porcamente falsa e mentirosa, nada ali é real. “As pessoas não podem viver tão bem assim e serem tão felizes assim”, repito a mim mesma incessantemente. Não seria justo com as outras Lolitas como eu, que existam mulheres tão livres de suas próprias mentes e bem sucedidas. A dependência começa com a pobreza e a doença mental é um conjunto de tudo.
Insanamente mistura cafeína com calmantes, pois não faço mais ideia do que fazer. O suicídio é uma opção que passa pela minha cabeça pelo menos a cada meia hora, mas eu tenho alguém que eu amo e que não quero deixar para trás. Não falo da minha mãe, familiares que refletem meus ancestrais, não. Falo do homem que eu amo e sei que me ama e que egoístamente não quero que viva sem mim. 
As horas passam no escuro aconchegante do meu lar e eu percebo que tudo isso se tornou meu escudo. Ao colocar os pés para fora, tudo vira kriptonita e eu, como uma boa doente mental esquisita, sinto que minha mente pode morrer de vez se tiver contato com o mundo externo.
Eu tentei imensamente por diversos meses investir todo o meu tempo em tudo o que gosto, todos os ramos da arte passaram pelos meus dedos de modo meio mórbido, pois, ao passarem e eu perceber que sou um completo desastre em qualquer coisa, morreram para mim logo em seguida. Menos a escrita.
Eu não sou uma menina que consegue mais falar sobre como se sente realmente, não tenho abertura para isso e as unidades de saúde locais me deixaram ainda mais doente. Escrevo, porque consigo ser honesta com meus próprios dedos, com o restante do mundo eu finjo uma sanidade e um desapego que nunca existiram de fato. 
Eu consigo ver quando as coisas estão desmoronando e eu não consigo fazer nada para mudar tudo isso, todos os caminhos são imprecisos, é tudo muito dif��cil e minha mente foi danificada em um nível que eu simplesmente não consigo mais fingir ser outra pessoa senão eu mesma. Fora de casa isso é um problema porque quem eu sou não é empregada nunca. Eu não gosto de sorrir todos os dias para pessoas que eu não amo. Tem momentos que fico não verbal e não sei como lidar com tudo isso em segundo plano, visto que o primeiro plano precisa começar com a minha socialização forçada, da qual eu também não consigo mais nada e isso acaba com tudo.
Acaba com tudo porque coloca tudo em perigo, porque o mundo e as pessoas são meus inimigos e eu sei que vou perder o homem que eu amo por ser a pessoa que sou. Porque o amor não basta, o mundo não é feito para amantes, o mundo é feito para pagantes e se você não tem capital de giro você não é ninguém. 
Não consegui concluir os estudos, surtei na época em meio a pandemia e tudo e depois novamente devido ao meu vício em substâncias que me façam esquecer da minha mediocridade. 
O problema é que não me sinto medíocre, me sinto um gênio e sei que sou, mas ser um gênio não significa nada se você não nasce na família certa, já possuindo tudo aquilo que a maioria das pessoas morrem tentando ter e nunca alcançam: sucesso. Sucesso em resumo quer dizer dinheiro, estão intimamente ligados. Se você não nasce possuindo, dificilmente vai ter depois. Saúde mental também faz parte desse combo. Eu não possuo nada disso a não ser as certezas de que sou uma menina muito bonita, possuo grande genialidade e inteligência, tenho TEA e sou casada com o homem mais incrível de toda a história do mundo todo. Outra certeza que tenho é de que vou perdê-lo, por tudo o que escrevi até agora.
1 note · View note
e-stranger · 2 years
Text
auto-traduction self-translation
A friend, quand je lui parle de l’auto-traduction m’écrit : j'entends à la radio ce matin que Nabokov avait voulu traduire lui-même son livre Lolita de l'anglais au russe et que cette traduction n'est pas une belle traduction selon l'écrivain Makine, écrivain d'origine russe admis à l'académie française, car pleine d'anglicismes. Ne pas belle, vraiment? J’ai du mal d’y croire. Je n’y crois pas. Wouldn’t it be possible that Nabokov played with the performative space of what Lily Robert-Foley called the Third Text?
Clichés et auto-traduction chez Vladimir Nabokov et Samuel Beckett, Michaël Oustinoff, Palimpsestes, 13 | 2001, 109-128.
Résumé: L’auto-traduction n’est nullement un aspect marginal des œuvres de Nabokov ou de Beckett : elle en constitue une part essentielle, notamment au regard des libertés dont dispose un auteur se traduisant lui-même. On ne s’étonnera donc pas de voir Nabokov et Beckett poursuivre le travail de l’écriture au travers de la traduction : les clichés, partie intégrante de leur style, sont souvent soumis à toutes sortes de transformations créatrices, comme lorsque Beckett traduit “je n’ai rien contre les cimetières” par “I have no bone to pick with graveyards”, montrant ainsi comment le télescopage des clichés peut faire naître une formulation neuve. Il ne faudrait cependant pas en conclure que la traduction proprement dite est, par contraste, nécessairement déficiente. C’est l’inverse qui est vrai : il suffit de voir dans la traduction du Ulysses de James Joyce les cliches se répondre avec bonheur d’une langue à l’autre pour se convaincre que traduction et auto-traduction relèvent en réalité d’un même domaine, celui de la poétique.
Wastes and wilds of the Third Text, a roving topos between Samuel Beckett’s self-translations of L’Innommable and The Unnamable, Lily Robert-Foley, Eu-topias, 2016.
Abstract: Using the theoretical tools of reflections on self-translation and the heritage of Deconstruction and Postcolonial thinking, this article strives to deform discourse surrounding a canonical author. It constructs a third text in-between the self-translation of Samuel Beckett’s The Unnamable and L’Innommable. The third text is a performative space, where reading takes immediate form in its rewriting, its transformation. It creates new syntagms, figures, stories and themes in the transport routes shared by translation and metaphor. After a brief look at work on self-translation, specifically in Beckett, the article attempts to deconstruct theory with practice, reading (and thus rewriting) translations of the same, instances of self-allegory, and figures of displacement in time and space.
0 notes
Text
Sexy le cover
Cher lecteur, aujourd’hui je te livre le cover de Sexy, une chanson issue de la comédie musicale de Mean Girls. Peut être ne le sais tu pas, mais Mean Girls c’est l’adaptation scénique du film, Lolita malgré moi, film qui a bercé mon adolescence ! On y suit l’histoire de Cady Heron, qui a passé son enfance en Afrique, avant de rentrer directement au lycée aux Etats Unis. Le choc est assez…
Tumblr media
View On WordPress
0 notes
Lolita - Vladimir Nabokov
✅ Découvrez la première et la dernière phrase du livre de Vladimir Nabokov "Lolita" ➽ L'Alpha & L'Omega publié tous les dimanches matin 😎
Lolita, lumière de ma vie, feu de mes reins. … Et c’est la seule immortalité que je puisse partager avec toi, ô ma Lolita. Lolita – Vladimir Nabokov Vous appréciez les premières et dernières phrases de livres ? … Vous pouvez désormais les découvrir sous un autre format en les feuilletant dans un livre qui regroupe 52 premières et dernières phrases. Peut-être une idée de cadeau pour les fêtes…
Tumblr media
View On WordPress
2 notes · View notes
Photo
Tumblr media
“HELL” by Lolita Pille
- My Bible
21 notes · View notes
mlletravensky · 4 years
Text
Tumblr media
Janine montupet dans un grand vent de fleurs.
1 note · View note
mary-and-james · 6 years
Quote
Parfois je me demandais pourquoi je le haïssais à ce point. Peut-être parce que je me haïssais moi-même. Peut-être aussi parce qu’il faisait tout pour que je le haïsse. Je n’avais de toute façon plus assez de forces pour le haïr comme je l’aurais voulu. J’étais tout simplement lasse.
Bubble Gum, Lolita Pille
3 notes · View notes
leserrancesdetoiles · 7 years
Photo
Tumblr media Tumblr media Tumblr media Tumblr media Tumblr media Tumblr media Tumblr media Tumblr media Tumblr media
Un professeur cinquantenaire tombe désespérément amoureux de la fille de sa logeuse… La réputation sulfureuse du roman de Nobokov rendait son adaptation délicate. La première difficulté était bien entendu de pouvoir passer la censure et de faire accepter le projet par les ligues de vertu, alors très puissantes. Faire vieillir Lolita de quelques années fut le premier stratagème : au lieu d’avoir 12 ans comme dans le roman, l’actrice Sue Lyon en avait 14 au moment du tournage et en paraissait deux de plus. Il fallut bien aussi mettre en sourdine l’aspect érotique du récit. Mais la difficulté principale était d’avoir suffisamment de talent pour ne pas faire de cette description d’un amour obsessionnel une histoire salace ou sordide. Du talent, Kubrick en a et, tout comme le charme du roman de Nabokov doit beaucoup à la très grande qualité de son écriture, le film Lolita est plus séduisant par le traitement qu’en fait Kubrick. Sa façon de construire ses scènes est assez remarquable. Côté acteurs, il leur a laissé une part d’improvisation et cela augmente d’autant l’authenticité. James Mason a juste ce qu’il faut d’ironie distante et Kubrick accentue le ton sardonique du récit avec le personnage joué par Peter Sellers, dont l’humour peut paraître décalé mais qui participe à l’équilibre global. En quelque sorte, il nous fait prendre du recul. Kubrick est aussi ironique envers l’american way of life avec l’insupportable mère de Lolita, jouée par Shelley Winters. La jeune Sue Lyon est étonnante par son alliance de charme et de complexité, exprimant toute l’ambigüité de son rôle : dès sa première scène, on se demande s’il s’agit d’une ingénue ou d’une manipulatrice. On ne le saura jamais. En revanche, le glissement de James Mason vers la folie est patent et son obsession pour une chose qu’il ne peut posséder finit par nous émouvoir. Elle  – Lui : Acteurs: James Mason, Shelley Winters, Sue Lyon, Peter Sellers Voir la fiche du film et la filmographie de Stanley Kubrick sur le site IMDB. Remarques : * Kubrick avait demandé à Nabokov d’écrire le scénario et s’en mordit les doigts quand il reçut un manuscrit de 400 pages. Il entreprit alors de le simplifier et de le transformer… Nabokov a estimé que Kubrick n’avait utilisé qu’environ vingt pour cent de son texte tout en s’estimant heureux du résultat. * Kubrick a beaucoup développé le personnage de Clare Quilty (Peter Sellers) . * Stanley Kubrick raconte : « L’un des problèmes majeur avec le livre, et avec le film, même dans son adaptation, c’est que le principal intérêt de l’histoire se résume à la question : « Est-ce qu’Humbert va coucher avec Lolita ? » … Pour éviter ce problème dans le film, Nabokov et moi, nous sommes tombés d’accord pour qu’Humbert tue Quilty sans explication dès le début, pour faire en sorte que le public se demande pendant tout le film ce que Quilty avait bien pu faire. » (interview de Joseph Gelmis, 1970) * A l’origine, Peter Sellers devait se déguiser en femme pour jouer le rôle du psychologue scolaire (il existe une photo de tournage où l’on voit Sellers ainsi déguisé). Mais au dernier moment, Sellers et Kubrick sont tombés d’accord pour dire que ce serait trop exagéré et le personnage du Docteur Zemph fut inventé sur place. Remake : Lolita d’Adrian Lyne (1997) avec Jeremy Irons, Dominique Swain, Melanie Griffith
49 notes · View notes
justforbooks · 3 years
Photo
Tumblr media
Le Monde's 100 Books of the Century
Starting from a preliminary list of 200 titles created by bookshops and journalists, 17,000 French participants responded to the question, "Which books have remained in your memory?" (Quels livres sont restés dans votre mémoire?).
The list includes both classic novels and genre fiction (Tolkien, Agatha Christie, A. C. Doyle), as well as poetry, drama and nonfiction literature (Freud's essays and the diary of Anne Frank). There are also comic books on the list, one album from each of these five francophone series: Asterix, Tintin, Corto Maltese, Blake and Mortimer and Gaston. The large number of French novels of the list is due to the demographics of the surveyed group. (Likewise, comparable lists by English language sources—- such as the two lists of Modern Library 100 Best Novels published in 1998, one by the Board of the Modern Library and the other by readers who responded—- disproportionately favor British and American authors. Non-English language works were not eligible for the two Modern Library lists.)
1. The Stranger & The Outsider Albert Camus 2. In Search of Lost Time & Remembrance of Things Past Marcel Proust 3. The Trial Franz Kafka 4. The Little Prince Antoine de Saint-Exupéry 5. Man's Fate André Malraux 6. Journey to the End of the Night Louis-Ferdinand Céline 7. The Grapes of Wrath John Steinbeck 8. For Whom the Bell Tolls Ernest Hemingway 9. Le Grand Meaulnes Alain-Fournier 10. Froth on the Daydream Boris Vian 11. The Second Sex Simone de Beauvoir 12. Waiting for Godot Samuel Beckett 13. Being and Nothingness Jean-Paul Sartre 14. The Name of the Rose Umberto Eco 15. The Gulag Archipelago Aleksandr Solzhenitsyn 16. Paroles Jacques Prévert 17. Alcools Guillaume Apollinaire 18. The Blue Lotus Hergé 19. The Diary of a Young Girl Anne Frank 20. Tristes Tropiques Claude Lévi-Strauss 21. Brave New World Aldous Huxley 22. Nineteen Eighty-Four George Orwell 23. Asterix the Gaul René Goscinny and Albert Uderzo 24. The Bald Soprano Eugène Ionesco 25. Three Essays on the Theory of Sexuality Sigmund Freud 26. The Abyss Zeno of Bruges Marguerite Yourcenar 27. Lolita Vladimir Nabokov 28. Ulysses James Joyce 29. The Tartar Steppe Dino Buzzati 30. The Counterfeiters André Gide 31. The Horseman on the Roof Jean Giono 32. Belle du Seigneur Albert Cohen 33. One Hundred Years of Solitude Gabriel García Márquez 34. The Sound and the Fury William Faulkner 35. Thérèse Desqueyroux François Mauriac 36. Zazie in the Metro Raymond Queneau 37. Confusion of Feelings Stefan Zweig 38. Gone with the Wind Margaret Mitchell 39. Lady Chatterley's Lover D.H. Lawrence 40. The Magic Mountain Thomas Mann 41. Bonjour Tristesse Françoise Sagan 42. Le Silence de la mer Vercors 43. Life: A User's Manual Georges Perec 44. The Hound of the Baskervilles Arthur Conan Doyle 45. Under the Sun of Satan Georges Bernanos 46. The Great Gatsby F. Scott Fitzgerald 47. The Joke Milan Kundera 48. Contempt/A Ghost at Noon Alberto Moravia 49. The Murder of Roger Ackroyd Agatha Christie 50. Nadja André Breton 51. Aurélien Louis Aragon 52.The Satin Slipper Paul Claudel 53. Six Characters in Search of an Author Luigi Pirandello 54. The Resistible Rise of Arturo Ui Bertolt Brecht 55. Friday Michel Tournier 56. The War of the Worlds H.G. Wells 57. If This Is a Man Se questo è un uomo, Survival in Auschwitz Primo Levi 58. The Lord of the Rings J.R.R. Tolkien 59. The Tendrils of the Vine Colette 60. Capital of Pain Paul Éluard 61. Martin Eden Jack London 62. The Ballad of the Salty Sea Hugo Pratt 63. Writing Degree Zero Roland Barthes 64. The Lost Honour of Katharina Blum Heinrich Böll 65. The Opposing Shore Julien Gracq 66. The Order of Things Michel Foucault 67. On the Road Jack Kerouac 68. The Wonderful Adventures of Nils Selma Lagerlöf 69. A Room of One's Own Virginia Woolf 70. The Martian Chronicles Ray Bradbury 71. The Ravishing of Lol Stein Marguerite Duras 72. The Interrogation J.M.G. Le Clézio 73. Tropisms Nathalie Sarraute 74. Journal, 1887–1910 Jules Renard 75. Lord Jim Joseph Conrad 76. Écrits Jacques Lacan 77. The Theatre and Its Double Antonin Artaud 78. Manhattan Transfer John Dos Passos 79. Ficciones Jorge Luis Borges 80. Moravagine Blaise Cendrars 81. The General of the Dead Army Ismail Kadare 82. Sophie's Choice William Styron 83. Gypsy Ballads Federico García Lorca 84. The Strange Case of Peter the Lett Georges Simenon 85. Our Lady of the Flowers Jean Genet 86. The Man Without Qualities Robert Musil 87. Furor and Mystery René Char 88. The Catcher in the Rye J.D. Salinger 89. No Orchids For Miss Blandish James Hadley Chase 90. Blake and Mortimer Edgar P. Jacobs 91. The Notebooks of Malte Laurids Brigge Rainer Maria Rilke 92. Second Thoughts Michel Butor 93. The Origins of Totalitarianism The Burden of Our Time Hannah Arendt 94. The Master and Margarita Mikhail Bulgakov 95. The Rosy Crucifixion Henry Miller 96. The Big Sleep Raymond Chandler 97. Amers Saint-John Perse 98. Gaston Gomer Goof André Franquin 99. Under the Volcano Malcolm Lowry 100. Midnight's Children Salman Rushdie
Daily inspiration. Discover more photos at http://justforbooks.tumblr.com
79 notes · View notes