Tumgik
#minha escrita hoje tá oh
keeholover · 11 months
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''Princesinha do Nana'' 🍭🩷
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avisos: dirty talk! masturbação fem e masc! fingering! uso de "boneca" e "bebê". Acho que é só!!
notas do autor: ando muito insegura com a minha escrita por isso faz tempo que não posto nada, mas decidi postar esse pq slaaa não podia deixar esse cenário só na minha cabeça e não compartilhar com vocês né? 😼 espero de verdade que vocês gostem!!
contagem de palavras: não contei 😃
Gargalhava alto com as histórias engraçadas que nana contava sobre a viajem que estava fazendo nos Estados Unidos a trabalho, estavam conversando por vídeo chamada já faziam umas 3 horas.
- Juro eu achei que iam me dar uma bronca, mas no final não aconteceu nada
- Ainda bem, imagina ia acabar com o clima na hora..
- Aham!
Nana sorri e começa a te mirar com um sorriso.
- o que foi nana??
- Nada não boneca, é só que 'ce tá muito linda hoje.. sempre tá na verdade, mas hoje... com essa roupinha linda..
- Você acha nana? Eu comprei essa saia rosa ontem, você gostou??
Abaixa a câmera para mostrar ao namorado a peça nova, uma saia cargo rosa que é tão pequena que mal cobre o corpinho.
- Eu adorei minha princesa, você conseguiu ficar ainda mais gostosa com ela, sabia? Mas sabe.. queria te ver sem ela, tô com tanta saudade boneca.. de você.. do seu corpinho.. deixa o nana te ver?
você começa a subir a saia lentamente pra cima deixando a calcinha de renda branca com lacinhos a mostra. Jaemin morde os lábios e sorri, vidrado na telinha.
- O quê acha da gente brincar um pouquinho, hein minha gatinha? Você deita aí na caminha e faz o que eu te disser pra fazer, hm?
Sorri travessa e posiciona o celular sobre o travesseiro, deita na cama e faz carinho na barriga de levinho.
- Essa saia tá muito linda em você gatinha, mas eu quero você sem ela agora! Tira ela pra mim bebezinho.
Logo começa a tirar a saia rosinha devarinho e a joga em um canto qualquer do quarto, passa os dedos de levinho sobre a bucetinha ainda coberta pelo tecido da calcinha.
- Eu tô com saudade nana, queria tanto que estivesse aqui agora..
- Oh boneca eu também estou, com muita saudade! Mas essa semana eu chego meu amor. Agora tira essa calcinha bebê.. deixa eu ver como você tá.
Tira a calcinha de renda e abre as pernas devagar para que o namorado consiga ver melhor.
- Tão molhadinha, porra boneca! Se eu estivesse aí ia te chupar todinha, até você me implorar pra parar. Chupa os dedinhos agora,hm? deixa eles bem molhadinhos pra mim amor, chupa eles como se fosse o nana, o seu nana!
Leva os dedinhos até a boca e os chupa, fecha os olhinhos imaginando o nana no lugar deles, se imaginando fazendo sua coisa favorita, chupar o namorado como se fosse seu doce favorito no mundo.
- Isso bebê agora coloca um dedinho nessa bucetinha linda, coloca bem devarinho..
Tira os dedinhos da boca e coloca um dedo dentro, bem devarinho, suspira ao sentir o contato do dedinho com a bucetinha quentinha. E com a outra mão aperta os próprios peitinhos sobre a camiseta branca.
- Põe esses peitinhos pra fora meu amor, deixa o nana ver eles por favor!
Ergue a camiseta e deixa os peitinhos bonitos a mostra, para que o namorado possa vê-los. Nana sorri e aperta o pau sobre a calça de moletom cinza.
- Você não sabe como eu sinto falta deles amor, saudade de colocar eles na boca e mamar eles até cansar.. são tão lindos, você é tão linda minha bonequinha!
Fecha os olhinhos levemente e coloca mais um dedinho dentro da bucetinha, ficava cada vez mais exitada só ouvindo a voz do namorado, essa que sempre a deixou maluca. Jaemin começa a tirar a calça junto da cueca e deita na cama, masturbando o próprio pau. As mãos fazendo movimentos de vai e vem assim como você que socava os dedos na bucetinha molhada.
- N-nana eu vou gozar logo..
- Isso bebê, goza pro nana e deixa eu ver tudinho, quero ver essa bucetinha escorrendo, porque quando eu chegar aí vou foder você e te encher de porra, te deixar cheia até escorrer, como você gosta!
acelera as estocadas na buceta enquanto mantém os olhos fechados, geme manhosa apertando os peitinhos com força, Jaemin masturba o pau se deliciando com os seus gemidos manhosos e ao te ver socando os dedos na bucetinha, desesperada pra gozar logo.
E logo você vem, geme alto, agudo, e não demora muito para que nana goze também, ambos suados e ofegantes com os olhos ainda fechados, aproveitando a sensação prazerosa do orgasmo.
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Em papel com uma cartinha, escrita a lápis nunca que nunca foi enviada ou menos entregue, falava a falta que você fazia o quanto lamentei a sua partida quando a minha ficha caiu. Naquele tempo estava frio tanto quanto agora neste momento escrevendo sobre você esta carta. Aquele tempo não sabia o que eu queria, mais você sempre deixou bem claro quanto eu fazia seu mundo virar de ponta cabeça e o quanto eu mexia com o seu psicólogo. E Mesmo com tudo hoje já não importa mais em quantos pedaços o nossos coração foi partido porque eu parti o seu mas em seguida o meu. Com uma mente tão fechada e um coração imaturo acabei deixando você partir, não te liguei não te procurei e sumi do mapa. mais agora eu sei o que eu queria naquele tempo tinha tanta coisa para falar mais fiquei com medo, mais saiba que você sempre vai ser a minha “Saudade boa”. Nesse momento estou eu aqui fazendo uma análise de tudo, e te confesso que tive medo, angústia, insegurança vontade de soltar o choro foi muito mais real do que eu pudesse imaginar mais segurei e me mantive em segredo todos estes anos. Sei que a vida é assim uma hora por cima, outra por baixo caminhos diferentes, e esta tudo bem. Mesmo sabendo que poderia ter um final diferente tudo isso mas que dá saudade dá oh se dá. Sendo estes de momentos que vivemos e passamos juntos do nosso primeiro beijos tão inocente e tão verdadeiro do nossos abraços de você tentando ser o cara mais carinhoso possível comigo. Muitas pessoas torcia para que a gente ficasse junto. Não posso reclamar até porque tudo foi maravilhoso momentos únicos que vou guardar em sete chaves do meu coração, sabe por consequência minhas você segue no seu caminho lutando pelo seu sonho, hoje você esta com uma outra pessoas que corre na sua correria ao seu lado e abraçou o seu sonho de um jeito que eu não fiz, eu bem sei que você já não é o mesmo que conhecei  isso eu sei nos afastamos mas é estranho como tudo sobre você chega tão rápido até a mim, parece que as pessoas sabe sobre este sentimento e toda vez vem uma nostálgico respiro fundo e digo para mim mesma valeu a pena tudo isso? e nunca tenho a resposta só sei que estou aprendendo que o tempo não é algo que possa voltar atrás, e é ai que você não tem uma resposta concreta se valeu a pena seguir o seu caminho  é muito doida porque a gente não sabe bem o que tá acontecendo e quando o destino vai cruzar o nosso caminho mais uma vez. 
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tomsobre-tom · 1 year
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atualizações e reflexões.
quem é vivo sempre aparece.
Olha só, seria esse o novo recorde de tempo que fiquei sem reclamar por aqui? Quer dizer que a vida anda bem ou que tô só sem tempo de reclamar? talvez os dois, não sei. Mas bora lá...
Acho que o novo estilo de vida que tô tentando adotar pra mim, tem feito eu me autoquestionar bastante sobre muitos aspectos da minha vida.
A terapia tem ajudado muito né, a verdade é que toda pós sessão eu me mergulho dentro dos meus próprios pensamentos e tento me autoanalisar pra saber onde determinados sentimentos e sensações surgiram.
E engraçado que as fichas vão caindo durante o passar dos dias e não no momento da terapia ou dos meus autoquestionamentos e agora nesse exato segundo uma ficha caiu e decidi que deveria registrar no meu espaço seguro de bla bla bla. vamos lá.
já devo ter comentado em inúmeros posts por aqui sobre exigir de mim mesma uma perfeição que não existe e isso tem trazido memórias e sensações que julguei ter trancado numa caixa funda, escondida e empoeirada com uma plaquinha escrita "cuidado, favor não mexer" onde eu mesma deixei lá, pra não reviver e nem sentir mais essas sensações e sentimentos ruins.
mas a gente não pode se esconder dos problemas, se não eles nunca vão deixar de ser um problema.
então resolvi abrir essa caixinha e remexer nessas memórias e descobri algumas coisas que estavam muito enraizadas em mim.
e descobri a maior sabotadora de sonhos na minha vida,
oh que surpresa, sou eu mesma. A vilã da minha própria história.
existe um sentimento chamado medo e é nele que eu me escoro, me escondo e me mantenho. falta coragem em mim
coragem de não ligar pra que os outros pensam, coragem pra assumir o que penso, coragem pra falar, coragem pra gritar, coragem pra admitir que eu erro e que essa perfeição que eu exijo em mim e em TODOS ao meu redor, não existe e nunca vai existir.
não existe a vida perfeita, que foi escrita e pensada em todos os detalhes, não tem como fugir de problemas, não tem como ser a pessoa mais legal, mais amorosa, mais criativa, mais inteligente, mais forte, mais atlética, mais linda, mais rica, mais estilosa, mais divertida... não tem.
e a busca por ser quem não é tem um preço MUITO caro.
Hoje eu me questiono todas as possibilidades e oportunidades que perdi buscando ser o melhor sempre pros outros e nunca pra mim.
Tenho aqui dentro do meu coraçãozinho um medo terrível de decepcionar quem eu amo e passei tanto tempo na minha vida tentando agradar essas pessoas que agora eu tô aqui me questionando o que sou e o que é de fora.
quais músicas eu realmente escutei pq gostava e não pra agradar as pessoas ao meu redor.
quais séries e filmes eu realmente gostei sem ter medo de falar que na real eu achei ruim, mas todo mundo gostava então eu tinha que gostar também
e qual a infinidade de coisas que fiz ou deixei de fazer pelos outros?
quem é yasmin? quem é minzi?
a estrada pro autoconhecimento é íngreme, cheia de pedras e buracos. falta o ar diversas vezes pelo percurso. a gente busca uma luz no fim do túnel nessa estrada escura.
sendo que a gente tem uma lanterna o tempo todo.
eu sinto raiva por não conseguir controlar meus sentimentos, porque sei o quão longe eu poderia chegar se o medo de não agradar a todos me barrasse.
mas ao mesmo tempo eu sei que eu sou humana e sentir medo é algo natural da vida.
e que no final a gente só precisa aprender a aceitar e saber conviver e enfrentar o que nos aflige.
e se por acaso você acabou caindo de paraquedas nesse tumblr e não tá entendendo nada do que isso tudo significa
fica aqui um conselho pra você e pra mim
tudo e absolutamente tudo que você viveu te transformou no que você é hoje. nunca é tarde pra tentar de novo. Recomeço é a maior prova de coragem que você pode fazer por si mesmo.
então recomece.
eu vou recomeçar também.
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molequelipao · 3 years
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𝐋𝐢𝐯𝐫𝐞 𝐩𝐫𝐚 𝐫𝐢𝐫 𝐝𝐨 𝐪𝐮𝐞 𝐞́ 𝐫𝐮𝐢𝐦.
FELIPE ALVES — resumo, trivia & conexões.
RESUMO
A vida toda de Felipe fora apenas ele e sua mãe. O pai sumiu no mundo quando era pequeno, a mãe tinha apenas uma irmã com quem não falava há anos. Ele vivia uma vida simples e com muitos sonhos, um deles sendo uma vaga em uma faculdade pública para estudar enfermagem. Mas o Alves colocou os estudos de lado com o adoecimento da mãe, perdendo-a em questão de meses por câncer e acabando por ficar perdido na vida em sua solidão.
Foi de repente que sua tia Joana entrou em contato com ele. A mulher, embora podre de rica, sofria do mesmo problema do sobrinho distante: solidão. Foi à contra gosto a senhora lhe pediu companhia para que não vivesse os últimos anos de sua vida sozinha, mas Felipe aceitou com apenas uma condição: que pagasse sua faculdade.
Foi como o jovem parou no condomínio Maldivas, vivendo da vida boa ainda que não se desse muito bem com a tia — ela dizia que o odiava assim como odiara a irmã, mas sempre que Felipe ameaçava ir embora ela implorava pra ficar — e estudando muito para realizar o sonho de se tornar enfermeiro.
TRIVIA
Ele gasta sem dó o dinheiro da tia, falando que é compensação pela mãe e pela forma que a irmã a tratou a vida toda.
Tem a falsa pinta de rico também, não conta pra qualquer um que o dinheiro que tem não é realmente dele.
Fissurado por samba.
Se apaixona e desapaixona umas cinquenta vezes por dia. 
Tem um lado meio nerd, se deixar passa o dia todo no videogame ou vendo filme de heróis.
IDEIAS DE CONEXÕES
Amigos: amigos da sua vida antiga, melhores amigos, amigos de nerdices, amigos de praia, amigos de samba, amigos só quando bêbados, etc.
Mais que amigos: peguetes, ex-namoradas, paquerinhas, alguém que só dá toco nele mas que ele insiste em continuar tentando, amigos coloridos, etc.
Inimigos: tretas em geral, Felipe normalmente se dá bem com todos mas podemos pensar em situações especificas.
Outros: vizinhos, parceiros de classe, alguém que ele tratou como enfermeiro, etc.
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cherrykindness · 4 years
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Oi, você podia fazer um imagine em que a s/n e o Harry estão namorando, mas ela tem um filho de outro relacionamento e ainda é amiga do pai da criança, o que deixa o Harry inseguro por achar que não pode competir com ele por eles serem uma família. Isso é uma coisa que eu pensei enquanto lia honeymoon, e adoraria que você fizesse se os pedidos estiverem abertos. Eu amo a sua escrita.
AMO VOCÊ... E SUAS PANQUECAS DE CHOCOLATE
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“Ei, tio Harry! Mamãe disse que você ‘tá no trânsito agora, por isso não pode conversar comigo. Eu acho que já vou ‘tá dormindo quando você chegar; ainda é quinta, então não posso dormir depois das dez. Eu queria esperar pra dizer isso amanhã, mas eu ‘tô com muita, muita, muuuuita vontade de contar, então eu vou dizer... Eu consegui tirar um A naquela prova, tio Harry! Você disse que eu conseguiria, mas nem acreditei. Mamãe fez bolo de chocolate de sobremesa e disse que amanhã podemos tomar sorvete depois da escola pra comemorar. Você vai né, tio Harry? Amanhã eu quero comer no café da manhã aquelas panquecas que só você consegue fazer... Minha mãe sempre queima quando tenta copiar, mas não diz pra ela que eu te contei. ‘Tô com saudade, tio Harry... De você e das suas panquecas. Tenho que ir agora, meu papai chegou. Tchau, te amo!”
“Eu também estou com saudades, garoto! Não vejo a hora de ver você e sua mãe novamente. O que acha de darmos uma volta pelo parque enquanto tomamos esse sorvete? Ainda não me esqueci da promessa que fiz antes de sair. Agora eles têm aqueles carrinhos com formato de cisne, podemos pedalar até o outro lado do lago. Parabéns pela nota, cara, estou realmente orgulhoso de você! Eu estou dirigindo agora, devo chegar bem tarde, mas cuide da sua mãe até que eu esteja aí, ok? Prometo que suas panquecas preferidas estarão quentinhas quando você acordar amanhã. Eu também te amo, Tom. Sinto falta de vocês.”
Hall silencioso, luzes apagadas.
Harry precisou se esforçar um pouco para não pisar nas pequenas peças de Lego que se espalhavam por quase todo o tapete, a iluminação fraca e o barulho quase inaudível de água corrente revelando que a cozinha parecia ser o único lugar ocupado entre todos os cômodos da enorme casa que Styles dividia com a noiva e o pequeno Thomas há quase três anos.
Ele estava exausto. Pouco mais de dois meses haviam se passado desde que o cantor deixara Londres para a gravação de um novo trabalho. Harry gostava de estar próximo de seus companheiros de elenco e de se aventurar às novas oportunidades, sendo seu papel como Jack no longa-metragem “Don’t Worry Darling” a mais nova entre elas. Entretanto, apesar de estar grato por mais uma chance de exteriorizar seus dons no universo da atuação, o britânico não podia negar o aperto no peito sempre que estava sozinho e do outro lado do mundo, ainda estranhando o ambiente silencioso que rodeava seu apartamento em Los Angeles, uma ocasião rara quando se convive vinte e quatro horas por dia e sete dias por semana à presença de uma criança de seis anos. Mesmo após todos aqueles meses, ele ainda não havia se acostumado com a “vida real” após o fim da quarentena.
Sem se preocupar com o amontoado de malas deixadas na sala, Harry se dirigiu à cozinha já com um sorriso no canto dos lábios. Ele tinha certeza de que S/N não havia escutado o barulho da porta, provavelmente com alguma música de seu último disco soando alto nos fones de ouvido enquanto lavava as louças deixadas no jantar. Ele estava ansioso para beijá-la novamente e dormir em lençóis quentes, a cama espaçosa se tornando sua pior inimiga durante os dias longe de casa.
Harry sabia que não encontraria Tom acordado àquela hora da noite; como foi dito na mensagem de voz deixada pelo pequeno, o dia marcado no calendário ainda o impedia de ir para a cama após as dez, o relógio indicando meia-noite e quarenta e sete ao lado do porta-retrato que mostrava a pequena família durante uma viagem à Disney, comemoração aos cinco anos de Thomas.
O sorriso sincero no rosto do cantor, guardado há longos dias apenas para duas pessoas em específico, vacilou, no entanto, dando lugar a uma careta involuntária. Chris, mais conhecido por ser ex-namorado, primeiro amor e pai do filho de S/N, estava ali, ensaboando alguns talheres como se aquilo fizesse parte de sua rotina diária.
Harry odiava se sentir inseguro. Ele não tinha absolutamente nada contra o homem que estava à sua frente, exceto o fato de que tudo em Christopher o fazia parecer minúsculo, a confiança se tornando um termo desconhecido quando o loiro de quase 1,90m ocupava a mesma sala.
“Ah, ei, cara.” Chris cumprimentou assim que notou a presença de Styles, levantando os olhos da louça por alguns segundos. “Pensei que chegaria mais tarde.”
Harry ergueu uma sobrancelha como um tipo de resposta automática, encostando-se no batente da porta.
“Não, o trânsito estava estranhamente favorável hoje.” Sorriu com os lábios fechados, girando a chave do carro na mão direita, um hábito nervoso que havia adquirido há algum tempo. “S/N está lá em cima?”
“Sim, ela foi verificar se Tom continua dormindo. O garoto tentou te esperar até o último segundo.” O loiro riu, balançando a cabeça negativamente. “Parabéns pelo filme, aliás.”
“Obrigado.” Harry agradeceu genuinamente, observando com atenção a forma em que o australiano parecia tão à vontade em sua presença e em sua casa, guardando todos os utensílios nos lugares corretos como se houvesse feito aquilo milhares de vezes.
“Eu e S/N decidimos transferir a noite de sexta-feira para hoje porque Tom parecia ansioso demais para comemorar o A em inglês.” Chris continuou discursando animadamente, se referindo ao dia em que a família — a verdadeira família — se reunia para comer algumas besteirinhas de fast-food e se divertir com jogos de tabuleiro. “Fomos ao cinema, depois voltamos porque Thomas nos convenceu a ajudá-lo a construir uma cenário enorme de Lego. É claro que S/N desistiu daquilo em menos de uma hora, ela continua tão impaciente quanto na época em que a conheci.”
Porra.
Harry sabia que não havia sido proposital, mas Chris estava fazendo um péssimo trabalho em fazê-lo acreditar que era minimamente merecedor de pertencer àquela família. O cara não era nada além de um pacote de qualidades embrulhado em um papel de presente bonito e um laço cor-de-rosa, e não ajudava em nada saber que a separação entre ele e S/N não havia sido por nada além da descoberta que os levaram a perceber que eram melhores como amigos, sendo Tom uma lembrança eterna do que um dia fora um relacionamento amoroso e feliz.
Harry queria socá-lo, mas também queria agradecê-lo porque bem... Tom era uma das coisinhas mais preciosas de sua vida, e não haveria um Tom se não houvesse uma S/N e um Chris no passado.
Porra.
“Ela disse que está treinando.” O cantor disse com um sorriso fraco, balançando os ombros. “Essas pecinhas de Star Wars que Tom gosta são como uma fórmula pronta para uma dor de cabeça, não posso culpá-la totalmente.”
Chris riu, sua resposta sendo interrompida por uma S/N eufórica se jogando nos braços do noivo, o abarrotando de beijinhos por todo o rosto com uma parada certa nos lábios, unindo-os em um beijo rápido mas absurdamente significativo.
“Senti sua falta, Styles.” Ela disse com os olhinhos brilhando, desferindo um tapa fraco no peito do britânico logo em seguida. “Por que não me avisou que já estava em casa?”
“Chris disse que você estava checando Tom.” Harry argumentou, fazendo uma careta enquanto massageava o local atingido dramaticamente. “Você tem um jeito engraçado de demonstrar saudade, babe.”
Christopher riu enquanto observava a cena, logo checando o relógio de ouro branco que adornava seu pulso: “Bom, chegou a hora de deixar os pombinhos a sós. S/N, me ligue se Tom continuar reclamando dessa dor de dente, certo? Acredito que seja só um dentinho de leite prestes a bambear, mas todo cuidado é pouco.”
Após saudar o australiano com uma despedida rápida, Harry aproveitou a deixa para finalmente ir ao quarto no qual sentira tanta falta, carregando consigo todas aquelas malas. Exceto pela adição de uma pelúcia do Baby Yoda à cama, certamente esquecida por Tom durante alguma das noites em que o pequeno preferia se refugiar no quarto do casal, tudo continuava o mesmo.
S/N ainda se despedia de Chris no andar de baixo, e Harry tentava não deixar a insegurança levar o melhor de si enquanto sentia os jatos de água quente atingirem e relaxarem os músculos de todo o seu corpo, um alívio após longas horas dentro de um avião. Ele ouviu quando a porta do banheiro foi aberta, mas permaneceu com os olhos fechados até que os braços de sua futura esposa o rodearam pela cintura, abraçando-o carinhosamente.
“O que está pensando?”
“Nada.” Harry respondeu baixinho, alcançando uma das mãos macias da mulher para da início a um afago. “Apenas cansado da viagem.”
“Você sabe que não pode mentir para mim, querido.”
O cantor suspirou, virando-se para S/N já com uma feição constrangida e bochechas coradas, o vapor ardente que flutuava pelo ar servindo apenas para piorar a situação.
“Se Chris pedisse por outra chance, você aceitaria?” Ele perguntou timidamente, mantendo os olhos baixos. “Você voltaria para ele?”
“O quê?” S/N perguntou incrédula, soltando uma risada nervosa. “Você está brincando comigo, não é?”
Harry acenou negativamente, mordendo o lábio inferior: “Eu-eu não sei se mereço você ou Tom, S/N. Chris está sempre por perto enquanto eu estou do outro lado do mundo, ele pode comparecer a todos os eventos e festinhas na escola de Tom enquanto eu apenas o deixo triste quando digo que não poderei estar presente por culpa de algum show ou ensaio da banda. Eu sei que não sou o pai de Tom de verdade e nem estou tentando ocupar o papel de Chris na vida dele, mas às vezes-às vezes sinto que não consigo ser o suficiente para vocês dois.”
“Oh, Harry, eu não sabia que você se sentia assim.” Ela disse pesarosa, o apertando em um abraço. “Me desculpe se algum dia eu te fiz se sentir inseguro sobre isso, eu não sabia...”
“Não se preocupe, amor, você não fez.” Harry respondeu de imediato, sentido-se completamente ridículo ao notar que algumas poucas lágrimas pinicavam o canto de seus olhos. Droga, ele odiava a sensibilidade extrema que o assolava depois de tanto tempo longe dela. “Eu só... Acho que é demais tentar competir com alguém como ele.”
S/N riu fraco, negando antes de afastar um cacho molhado que estava quase a cobrir os olhos do cantor, o encarando amorosamente: “Você não precisa se sentir assim porque simplesmente não há competição alguma acontecendo por aqui. Chris foi sim uma parte importante da minha vida, a pessoa que me deu o melhor presente do mundo e que terá minha gratidão eterna por isso, mas você é o homem que eu amo, Styles. Você pode não compartilhar laços sanguíneos com Tom, mas eu sei que ele o considera como um pai assim como Christopher, e Chris também sabe disso. Eu não voltaria para o meu antigo relacionamento nem por todas as chances do mundo porque não me vejo passando o resto da vida com qualquer outra pessoa que não seja você.”
“Deus, eu te amo.” Harry murmurou, distribuindo algumas dezenas de selinhos na boca da mulher. “Eu não vejo a hora de me casar com você.”
“Apenas mais alguns meses, Styles.” Ela disse cordialmente, rindo entre os beijos que recebia. “Então seremos uma família ainda mais completa.”
-
Andando pelo corredor com a pelúcia verde e estranhamente fofa na mão, Harry nem tentava disfarçar o sorriso bobo que insistia em querer aparecer em seus lábios, tudo graças às palavras e atividades que o deixaram fora de órbita após todo aquele tempo fora. Era bom finalmente saber quais eram os pensamentos de S/N sobre o futuro que os aguardava e se sentir um pouco menos vulnerável após todas aquelas declarações doces. Harry havia a deixado com tanto custo no quarto, como se uma ida rápida ao cômodo mais próximo fosse semelhante a uma viagem ao Japão. Ele estava decidido a não se desgrudar dela por pelo menos mais algumas noites, mas sabia que Tom não dormiria bem sem o Baby Yoda ao seu lado.
Adentrando sorrateiramente ao quarto, Harry sorriu ao ver o garotinho completamente esparramado sobre os lençóis com estampas do Darth Vader, o tecido de algodão preto casando perfeitamente com os pijamas do pequeno, também pertencentes à franquia de Star Wars.
Ele se aproximou da cama com cuidado, colocando o bichinho na abertura deixada entre os bracinhos de Thomas. Harry presumiu que o fato do garoto estar habituado a sempre dormir com a pelúcia, apenas havia acionado aquela sensação natural de estar sempre próximo a ela, suas suspeitas sendo confirmadas quando Tom a abraçou em um movimento automático, resmungando palavras incoerentes assim como sua mãe costumava fazer quando caía no sono.
Harry planejava sair logo após o beijo rápido deixado na testa do pequeno, desligando a luminária em formato de sabre de luz acoplada à parede. Sua ideia, no entanto, falhou drasticamente, Tom apoiando os cotovelos sobre o colchão macio enquanto o encarava com os olhos pequenininhos.
“Tio Harry?” O garotinho murmurou, fazendo com que o mais velho pressionasse o botão para que o quarto fosse iluminado novamente.
“Ei, garoto.” Harry disse baixinho, sorrindo abertamente ao ter uma interação real com Thomas após tanto tempo o vendo apenas através de uma tela. “Desculpa, não queria te acordar.”
O pequeno balançou os ombros, abrindo os braços em um convite silencioso. S/N fazia o mesmo quando estava atrás de abraços, e mesmo que Tom houvesse herdado grande parte das características físicas de Chris, seu interior gritava S/N/C.
“Vim até aqui trazer esse carinha pra você.” Harry continuou ao se afastar, apontando para o Baby Yoda.
“Eu dormi com a mamãe ontem. A gente ‘tava brincando na sala hoje, mas acho que dormi no sofá e o papai esqueceu de trazer o Grogu pra mim. Obrigado, tio Harry.”
“Espero que você consiga dormir melhor agora.” O cantor disse, levantando-se novamente. “Agora vamos deitar de novo, uh? Você tem escola amanhã, e tenho certeza de que sua mãe ficará uma fera se descobrir que te acordei.” Fingiu estremecer, fazendo Thomas rir baixo. “Nos vemos no café da manhã, Tom.”
“Com panquecas?”
“Com panquecas.”
Já com luzes apagadas e o ar-condicionado ajustado para uma temperatura que não faria com que a criança tivesse uma gripe pelos próximos dias, Harry deu uma organizada rápida em alguns briquedos que quase escapuliam da “caixa da bagunça” de Thomas, dando uma última conferida no garoto antes de ir até a porta, a encostando suavemente.
“Tio Harry.” Ele ouviu o garoto chamar em um tom quase inaudível, colocando a cabeça para dentro do quarto instantaneamente. “Eu amo você... E suas panquecas de chocolate.”
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Note
Oii amore , tudo bem? Amo sua escrita! Eu queria um com Zayn que eles são melhores amigos o n° 8 e 15.
Espero que goste 😍
N8“Não é óbvio? Eu estou apaixonado por você!” N15 “Você não pode contar a ninguém sobre isso”
Masterlist • Cronograma
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Zayn Concept#4 “ The Secret”
“Céus, por que você sempre tem que agir como um adolescente?” Revirou os olhos. “ Você já é adulto Zayn Malik, tem que agir como tal.” Passou para o outro lado do balcão da cozinha.
“ Mas eu não quero ir.” arqueou a sobrancelha “Apenas quero evitar situações de stress.” Tomou um gole de chá de sua xícara.
“ Bom, se queria evitar situações como essa, não tivesse um filho com ela.” Zombou rindo da feição brava de seu amigo.
Já faziam dois anos e meio desde o término com sua namorada Gigi, depois que seu bebê nasceu, ouve muitas discussões e brigas e resultou num término doloroso que sua melhor amiga S/n teve que ajudá-lo a superar. Desde que conheceu Zayn quando ainda eram garotos, ela esteve presente na vida do moreno mesmo que mais afastada durante algum tempo. Quando três anos e meio atrás ela foi morar em Londres, eles voltaram a se reaproximar e seu elo juvenil tornou-se mais forte, após essa reviravolta em sua vida, o pequeno apartamento de S/n era seu refúgio para esquecer um pouco a realidade.
“ Isto não é justo, eu amo nosso bebê, ele não tem nada a ver com a história, é ela que me odeia.” Observou-a sentar-se ao balcão junto à ele.
“ E não é para menos eu também te odiaria se me deixasse com um bebê de 6 meses.” Riu.
“ Mas é que eu percebi que não amava mais ela.” Suspirou “ Eu não poderia ficar com alguém que eu não amava mais.”
“ Nisso você tem razão.” Admitiu, mordendo um pedaço de sua panqueca.
“ Você gostava dela?” Observava-a atentamente.
“ Não acho relevante, se você estava feliz por mim já era suficiente.” Sorriu “ Se você está feliz me faz feliz.” aquelas palavras trouxeram um tremendo impacto a Zayn.
Fazia apenas algum tempo atrás que começou sentir algo mais por S/n, no começo foi tudo tão confuso, como se estivesse sentindo aquilo por carência e falta da sua antiga vida, mas ao passar dos dias seus sentimentos foram se tornando mais forte e não pôde negar a si mesmo que havia sentimentos reais por ela, sentimentos estes que estavam lhe sufocando por não poder transmiti-los. Afinal como poderia contar a ela? Seu medo estava submergindo seu coração, ele nunca esteve tão confuso.
“ Eu não sei o que eu faria sem você.” Deu-lhe seu melhor sorriso. “ Eu te amo.” Seu coração apertou-se a dizer isto de uma maneira que não gostaria de dizer mais.
“ Eu também te amo.” Riu “ Você está estranho hoje.” Encarou-o “ Aconteceu algo ?”
“ E por que deveria ter algo?” Desviou o olhar.
“ Porque eu lhe conheço e o que te deixou assim não é pelo aniversário de hoje, é algo mais profundo.” Afirmou tomando sua bebida.
“ Se você gostasse de alguém, alguém que não deveria gostar ou estar apaixonado o que faria.?” Era tão estupida a forma que ele ainda precisava dela para ajudar-lhe a contar que estava apaixono por ela.
“ Que tipo de pergunta é essa?” suspirou surpresa. “ Eu não sabia te dizer isto, eu sou péssima em relacionamentos.”
“ Apenas curiosidade.” Riu nervoso. “ Fico feliz que não tenha ninguém pois aí eu tenho você só para mim.” Suas bochechas queimaram pela vergonha.
“ Sabe que isso uma hora vai acabar, ambos vamos conhecer alguém nos casar ter filhos e eventualmente vamos nos afetar como fizemos antes.” Admitiu.
“ Mas nos voltamos um pro outro.” Sorriu ao vê-la sem jeito. “ Eu sempre volto pra você, não é estranho? Ou destino.”
“Se o destino for eu ter curtido suas fotos e ter chamado no direct ele está fazendo bem seu trabalho.” Argumentou “ Não existe isto foi apenas uma coincidência que talvez nunca teria acontecido Zayn.” Ela era tão incrédula.
“ Isto é o que você diz.” Foi ao seu encontro deixando um leve beijo ao topo da sua cabeça antes de colocar a xícara na pia. “ Vamos comigo hoje?”
“ Oh não.” Retrucou.
“ Por Favor?! Preciso de você lá.” Implorou “ É o aniversário de três anos de James, ele ama você.”
“ Tá, apenas por ele.” Brincou ao ser empurrada.
*****
S/n torcia a barra de seu vestido sentada a beira da grande escada da antiga casa de Zayn, apenas observando de longe todas aquelas crianças brincando e se divertindo.
“ Hey! Você sumiu.” Zayn sentou-se ao lado dela.
“ Não sumi, apenas estou apreciando minha comida em silêncio.” Riu ao mexer no pequeno prato ao seu colo. “ Sente saudades daqui?” Sua pergunta soou suave, mesmo que tão direta.
“ Da casa?” perguntou confuso.
“ De tudo? Afinal foram anos.” Encarou-o
“ Acho que não mais, sei que sempre vou ter meu filho e bom, meu coração já se sente em casa em outro lugar.” Suas bochechas coraram ao vê-la tão confusa, ela não tinha idea “ Acho que finalmente consegui seguir em frente.”
“ Uau! Fico feliz por você.” Seu coração apertou, em pensar mais uma vez que iria vê-lo ser feliz com outro alguém. “ Fico mesmo.” Mas não é assim quando se ama alguém? querer que a pessoa seja feliz independente de ser consigo. “ E posso saber quem é à coitada?” Brincou, mesmo com seus olhos querendo derramar algumas lágrimas.
“ Não é óbvio? Eu estou apaixonado por você!” Os olhos dela não poderiam estar mais brilhante neste momento.
“ Eu... não sei o que dizer.” Havia um sorriso enorme em seu rosto.
“ Apenas diga o que me disse no dia em que parti, e me mudei para Londres quando tínhamos 17 anos?!” Segurou seu rosto com delicadeza alisando sua bochecha rosada. “ Aqueles sentimentos ainda estão aí? Talvez desta vez possamos fazer dar certo.”
“ Sempre estiveram, eles nunca foram embora.” Sussurrou em seus lábios dando permissão que seus lábios fossem beijados por ele.
“ Papai?” Um menininho todo lambuzado de bolo estava parado à frente dele. “ O que está fazendo?”
“ James!” Ele murmurou alguns palavrões. “ O que você viu?”
“ Você com a boca na tia S/n” Fez uma cara estranha “ Eca.” Mostrou a língua.
“Você não pode contar a ninguém sobre isso.” Abaixou-se olhando bem no fundo daqueles olhinhos “ Tudo bem?”
“ Tá “ deu os ombros e saiu cantarolando.
“ Ele vai contar né?” Ela riu após ver garoto sumindo entre as outras crianças.
“ Oh! Com certeza.”
* Não tenho nda contra Gigi, isto é apenas uma ficção q seu nome foi citado para dar enredo história***
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Na cartinha, escrita a lápis nunca enviada.
Na cartinha, escrita a lápis nunca enviada, falava o que sentia por você a sua falta o quanto chorei e lamentei a sua partida, o pior que estava frio tanto quanto agora neste momento escrevendo sobre você esta carta. Aquele tempo não sabia o que eu queria, mais você sempre deixou bem claro quanto eu fazia seu mundo virar de ponta cabeça e o quanto eu mexia com o seu psicólogo. E Mesmo com tudo hoje já não importa mais em quantos pedaços o nossos coração foi partido. Com uma mente tão fechada e um coração imaturo acabei deixando você partir, não te liguei não te procurei e sumi do mapa, mais você sempre me achava, mais agora eu sei o que eu queria naquele tempo tinha tanta coisa para falar mais fiquei com medo, mais saiba que você sempre vai ser a minha “Saudade boa”. Nesse momento estou eu aqui fazendo uma análise de tudo, e te confesso que tive medo, angústia, insegurança vontade de soltar o choro foi muito mais real do que eu pudesse imaginar mais segurei e me mantive em segredo todos estes anos. Sei que a vida é assim uma hora por cima, outra por baixo caminhos diferentes, e esta tudo bem. Mesmo sabendo que poderia ter um final diferente tudo isso mas que dá saudade dá oh se dá. Sendo estes de momentos que vivemos e passamos juntos do nosso primeiro beijos tão inocente e tão verdadeiro do nossos abraços de você tentando ser o cara mais carinhoso possível comigo. Muitas pessoas torcia para que a gente ficasse junto. Não posso reclamar até porque tudo foi maravilhoso momentos únicos que vou guardar em sete chaves do meu coração, sabe por consequência minhas você segue no seu caminho lutando pelo seu sonho, hoje você esta com uma outra pessoas que corre na sua correria ao seu lado e abraçou o seu sonho de um jeito que eu não fiz, eu bem sei que você já não é o mesmo que conhecei  isso eu sei nos afastamos mas é estranho como tudo sobre você chega tão rápido até a mim, parece que as pessoas sabe sobre este sentimento e toda vez vem uma nostálgico respiro fundo e digo para mim mesma valeu a pena tudo isso? e nunca tenho a resposta só sei que estou aprendendo que o tempo não é algo que possa voltar atrás, e é ai que você não tem uma resposta concreta se valeu a pena seguir o seu caminho  é muito doida porque a gente não sabe bem o que tá acontecendo e quando o destino vai cruzar o nosso caminho mais uma vez. 
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sehunfest-blog · 7 years
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11 - #34 O Consultor de Caldas
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Título da fanfic: O Consultor de Caldas
Sinopse: Kyungsoo gostava de mistérios, mas em nenhum de seus livros havia garotos tarados pela bunda do protagonista escondendo-se por trás de bilhetes desleixados.
Couple: SeSoo
Número do plot: #34 Sehun gostava de observar Kyungsoo na biblioteca, ele nem ia para ler os livros, mas sim para ver o carinha baixinho e olhudinho devorar quase a estante toda rapidamente. Por achar que o outro gostava muito de ler, decidiu se comunicar com ele desta forma bilhetes, escritas nas páginas dos livros, mensagens. Kyungsoo viciado em livros de mistério do jeito que era, queria desvendar quem era o seu escritor de mensagens.
Classificação: +18 pelo yaoi
Aviso: Linguagem Imprópria, Homossexualidade
Quantidade de palavras: 11.275
Nota do autor(a): hey. eu só queria pedir desculpas para a pessoa que doou o plot, porque acho que não ficou bem como ela imaginou, poderia ter ficado melhor kkkk e nem ficou tão engraçado quanto deveria, mas a gente releva. eu espero que gostem mesmo assim, até mais!
Minha calda endurece por você, garoto
               Sabe quando você é adolescente, tá naquela fase, e acredita veementemente que a vida adulta – mais especificamente a vida de um jovem adulto recém-admitido na universidade dos sonhos – é beeem supimpa? Que deve ser super fantástico ter independência e poder fazer o que quiser sem papai e mamãe por perto para dar um piu sequer? Que viver num dormitório cheio de marmanjos da sua idade é algo de outro mundo e que as festas todo fim de semana vão te salvar de todo o estresse barra trabalho de parto que foi o vestibular? E que juntando tudo isso você vai entrar na melhor fase da sua vida?
               Doce ilusão, meus caros amigos, doce ilusão.
               Primeiro que os seus pais vão continuar mandando em 90% de você, seja porque eles vão continuar te sustentando à distância ou simplesmente porque eles continuam sendo os seus pais, oras. No máximo vão deixar de te impedir de beber e usar outras drogas lícitas, no máximo. E, vai por mim, você não vai querer passar um dia sequer no dormitório da universidade depois que der uma boa olhada no banheiro. E nos quartos. E nas pessoas! É tudo uma enorme, colossal, gigantesca bagunça e os banheiros... Bom, digamos que eles não conseguem manter as regras básicas para uma boa convivência (nem as normas de higiene) por mais de cinco minutos. As pessoas são barulhentas demais e você encontra todo tipo de encrenqueiro, tipo aquele carinha que te irritava na quinta série e agora acha que vai poder te incomodar novamente depois de velho. Como se você não pudesse revidar na surra.
               Ou no processo, se você for o Zitao, claro.
               Ah, e não acaba por aí, não mesmo! Se você achou que rola festa todo fim de semana, que a galera é super-relaxada e tudo o mais, sinto informar que festa só após a formatura, meus queridos, porque é trabalho atrás de trabalho e teste atrás de teste e pesquisa atrás de pesquisa. Se você achou o vestibular um parto, vai doer muito mais quando começar o ano letivo, acredite. E além disso tudo, ainda existe a possibilidade dos professores não irem com a sua cara, ou até os alunos, e você acabar isolado como o Yixing (que deixou de ser isolado quando eu cheguei, rs). O cara viaja, mas até que é divertido... zinho.
               Enfim, o começo da vida adulta é tudo, amigos, menos a melhor fase de todos os tempos.
               Mas isso também não quer dizer que ela não possa ser legalzinha, calma. Depende muito do seu santo, hm? Vai ver você é um cara de sorte como eu e encontra algo ou alguém que te salve de todo o inferno que é a faculdade logo de primeira. Nunca se sabe. No meu caso demorou um pouquinho para dar certo, mas que graça teria a minha história se fosse tudo simples e fácil, não é mesmo? Então vamos lá, vamos começar pelo acidente que mudou tudo.
~*~
               Quando fui aprovado no vestibular e soube que finalmente me mudaria para Seul e deixaria a casa dos meus pais foi uma loucura. Vamos dizer que ninguém costuma botar muita fé em quem dormiu quase todas as aulas de matemática no pré-vestibular, então foi realmente chocante eu ter conseguido passar em Nutrição. Foi lindo. Lindo por algumas horas, pois mamãe logo começou a surtar com tudo para cima de mim.
A senhora Oh me mandava arrumar minhas coisas para lá e outras para cá, me dava uns conselhos completamente sem noção para quando eu chegasse a Seul, reclamava sobre o fato de eu querer ficar no dormitório com um monte de gente desconhecida, aí começava a chorar como se não quisesse se livrar de mim desde que completei dezoito anos e pedia para o meu pai lhe dizer quando foi que eu deixei de ser Sehunnie, o pivete de seis anos mais chorão da cidade em que nasci.
               Eu achava que ia entrar naquele ônibus e nunca mais seria perturbado pelos gritos da minha mãe, viveria em paz e rodeado de gente que com certeza me entenderia na cidade que realmente nunca dorme. Engano meu, óbvio. Mal pisei em Seul e já recebi uma ligação de mamãe avisando que eu não viveria à custa dela durante mais quatro anos, ou seja, ela gritou a plenos pulmões: arranja um emprego, vagabundo! E foi tão alto que o moço parado ao meu lado pareceu ouvir, já que me olhou com uma careta desgostosa – aquelas que gente sem noção faz para quem está desempregado, como se a pessoa quisesse estar – e deu um passo para o lado, afastando-se de mim como se eu tivesse alguma doença contagiosa. Revirei os olhos para o carinha, voltando minha atenção para o celular e percebendo que a mulher ainda berrava comigo. E foi berrando até eu chegar à universidade.
               Ao botar os pés em frente à porta do prédio onde eu ficaria, senti um alívio estranho que durou mais ou menos cinco segundos, porque foi só abrir a porta do local que meu coração deu dois toquinhos no meu peito, abriu uma portinha e disse com a voz esganiçada: nem a pau, Juvenal. Arrependi-me de não ter ouvido minha mãe, arranjado um emprego no ensino médio e guardado dinheiro para alugar algum apartamento fora do campus. O local era uma algazarra total, havia roupas por todos os lados e o chão parecia não ver uma vassoura há séculos. Detalhe: eu tenho alergia a poeira. Comecei a tossir loucamente enquanto caminhava em direção ao quarto 614, tendo que subir alguns lances de escada antes de chegar lá, podendo admirar de perto algumas cuecas (nem me pergunte se sujas ou limpas) sobre o corrimão e uns malucos brincando de... De alguma coisa que envolvia correr sem camisa pela casa.
               O corredor onde eu ficaria era o menos bagunçado, o que me fez quase ajoelhar e agradecer aos céus por isso. Não que eu fosse um ser completamente organizado e cheio de paranoias... É só que de bagunça bastava a minha, se misturasse com a dos outros não ia dar certo. Nunca deu, hohoho. Assim que avistei a porta de meu quarto, dei dois toques nela antes de abrir e me deparar com uma cena nada bonita, meus lindos.
               — Caralho, mano, o que você tá fazendo? — minha voz saiu completamente desafinada enquanto cobria meus olhos com as mãos. — Devia trancar a porta quando vai fazer esse tipo de coisa, doente!
               — Eita porra — ouvi sua voz, logo em seguida o som de algo caindo no chão (julguei ter sido seu corpo ao tentar levantar e tropeçar nos lençóis) e depois uma risada envergonhada. Tirei as mãos da cara e o vi meio enrolado num edredom, aproximando-se de mim. — Desculpa, carinha, eu não sabia que você ia chegar hoje. E também não costumam entrar no meu quarto, por isso não me preocupei em trancar e...
               — Desgruda, peladão — interrompi ainda meio desafinado pelo susto, afastando-me rapidamente. — Na próxima vez, que tal bater uma no banheiro? É mais seguro, sabia? E veste uma roupa, pelo amor de Deus.
               — Ih, maluco, tu já viu o estado dos banheiros daqui? Se eu fosse você ia me adaptando à arte do voyeurismo, porque aqui ninguém usa o banheiro por mais de dois minutos — ele deu uma risada engraçada e estendeu uma mão em minha direção. — Sou Zhang Yixing.
               — É, aposto que sim, e eu sou Oh Sehun — dividi o olhar entre seu sorriso simpático e a sua mão, empurrando-a para o lado com a ponta do indicador e negando com um gesto. — Depois do que eu vi aqui, nessa mão eu jamais vou encostar.
               — Nunca diga que desta água não bebereis, por que vai que bebereis? Hidratação é tudo.
               Encarei o Zhang com a minha melhor expressão de “o que você tomou no café da manhã?” e passei por ele, admirando o minúsculo quarto que dividiríamos com duas certezas: a) eu não aguentaria viver ali por muito tempo e b) eu precisava arranjar um emprego e me tirar dali logo. E não, não foi esse pequeno acidente que mudou tudo. Só tava enrolando, risos, desculpa.
               Bom, depois de arrumar minhas coisas e tirar a cena que torrou minha visão quando cheguei, aceitei sair para tomar um café com meu mais novo colega de quarto, mesmo que ele não tivesse me chamado. Eu sabia que era só uma questão de tempo até que eu o obrigasse a sair para me pagar uma bebida, anyways. E no caminho até o shopping mais próximo, eu pude ver que Yixing não era uma pessoa muito sociável pelas coisas que me contava sobre os nossos colegas. Ele também tinha um jeitinho engraçado que me faria vê-lo como alguém adorável se não fosse a cena anterior.
               Então, é o seguinte, nós tomamos o café, batemos um papo saudável sobre como tudo funcionaria no nosso quarto, intimei ele a almoçar comigo todos os dias a partir daquele, curtimos a companhia estranha um do outro e nos separamos na cafeteria mesmo. Eu me sentia pleno novamente. E com toda a minha plenitude caminhei até a sorveteria ao lado, comprei a primeira coisa que vi pela frente e, quando estava me retirando, senti meu celular vibrar e fui atender mais uma ligação da minha mãe. E aí pow. Enfim o tal acidente. No meu momento de distração, um homenzinho fardado de forma bonitinha simplesmente brotou na minha frente e eu acabei por derramar todo o meu sorvetinho na roupa dele! Nossa, galera, meu cu trancou. Jurei que ia levar um esporro daqueles por ser tão descuidado, só que no fim não veio nada. Nadinha, só uma risadinha que me arrepiou dos pés a cabeça.
               — Sinto muito — murmurei ainda encarando o sorvete sobre seu abdômen. Ele falou alguma coisa que soou distante demais para mim, então fui erguendo o olhar e parei alguns instantes sobre o seu crachá. — Consultor de caldas? Desde quando isso existe?
               — É uma boa pergunta. Acho que inventaram na hora de me contratar — outra risada, dessa vez mais alta, e eu fui puxado de volta à realidade. — Vem, vou te dar outro potinho, esse daqui já era.
               Finalmente olhei para o rosto do moço simpático que começava a me puxar em direção ao balcão e, uau, maluco, a única coisa que eu conseguia pensar era: uau, que sorriso lindo, uau, que olhos bonitos, uau, que voz gostosa, uau, que corpinho maravilhoso, uau, que homem é esse?! Tanto que só sai do meu momento bizarro de contemplação quando o consultor de caldas, Do Kyungsoo, estalou os dedos em frente ao meu rosto. Ele riu do meu jeito meio avoado, completamente alheio aos corações que apareceram no lugar das minhas pupilas ao vê-lo de pertinho, e aquilo fez meu heart dar mais uma aceleradinha.
               — Desculpa...
               — Tudo bem. Aqui está. Até a próxima, e volte sempre. — foi o que ele disse.
               Suspirei ao pegar o potinho de suas mãos e fiz uma breve reverência ao agradecer, virando-me e seguindo para fora do estabelecimento com duas orelhas torrando e um sorriso bobo no rosto.
               Aquele moço ainda não sabia, mas ele seria o pai dos meus filhos.
↩↪
               Dois meses.
               Passaram-se dois meses desde o dia em que cheguei a Seul, conheci o amor da minha vida e tive que arranjar paciência do além para lidar com meu colega de quarto falando das séries dele sem parar. Nesse meio tempo eu também conheci Zitao, chinês como Yixing, alto como um arranha-céu e magro de um jeito assustador. O garoto fazia Design de Moda em algum canto daquele lugar imenso.
               Nossos cursos não tem nada a ver, por isso não nos conhecemos pelos corredores da universidade, e sim numa liquidação em que Yixing me enfiou dizendo que havia blusas com as casas de Hogwarts e ele queria comprar a da sua. Nós acabamos esbarrando em Zitao, que achou que a gente queria pegar as botas que ele estava segurando com todo cuidado e acabou metendo a mão na minha cara, dizendo que não eram quaisquer botas, mas da Prada. Aí eu acertei a cara dele também, é claro. E então nós dois acabamos parando no YouTube com um vídeo de dois minutos de pura gritaria, tapas e sapatos por todos os lados. Digamos que ficamos bem conhecidos pelo campus, e num vira e mexe do caralho acabamos virando amigos, uma espécie bem estranha de amigos.
               Só que esse não é o ponto, não mesmo. O ponto é: dois meses e eu nunca mais vi o homem da minha vida.
               Tudo bem que eu nunca mais tive tempo de ir à sorveteria em que ele trabalha, mas putz, o procurei em tudo que é rede social e nadinha de Do Kyungsoo, o consultor de caldas. Yixing disse que eu deveria desistir e procurar alguém como um garçom ao invés de um consultor de caldas, porque garçons não somem com tanta facilidade, o que me deixou com um grande ponto de interrogação na testa... Mas ao me mandar desistir de um cara, os ouvidos de Tao pareceram aguçar, pois ele avançou na minha direção com um sorriso malicioso assustador e quase derrubou a mesa em que estávamos na lanchonete próxima ao prédio onde eu cursava Nutrição.
               — Então Oh Sehun está apaixonado? E não me contou nada? Quase me magoou, sabia? Agora me diz quem é, como é e o que está acontecendo — e aquilo não era um pedido, era uma ordem.
               Eu não queria levar um chute do novo tênis de Zitao, pois ele era cheio de uns trequinhos pontiagudos que pareciam servir para tortura, então falei tudo numa velocidade humanamente impossível.
               — Ah, então está tendo problemas em encontrar o Cinderelo? Que inconveniente ele não ter deixado o sapatinho de cristal, hein? Deixa comigo — ele piscou e se afastou, tirando seu celular do bolso e abrindo o Instagram.
               — Nem adianta procurar aí, eu já tentei e...
               — Acho que encontrei.
               — É o quê? — Yixing e eu gritamos, chamando a atenção de algumas pessoas ao nosso redor.
               — Aqui, pedi para o Chanyeol procurar para mim — ele sorriu e me entregou o celular. — Chanyeol conhece todo mundo nessa cidade, então só pode ser esse garoto... E olha só, ele cursa Gastronomia. Aqui.
               — Que sorte, Sehun — Yixing murmurou admirado, enquanto eu observava o chat de Tao com aquele tal Chanyeol. — Ei, Tao, você poderia usar esses seus poderes para encontrar um namorado para mim, sabe?
               — Desculpa, brotinho, mas pro teu caso não tem mágica que resolva — ele desdenhou, logo rindo e dizendo que faria o seu melhor para encontrar alguém pro Zhang. Vi os olhos de Yixing brilharem e sorri.
               — Mas então... Ele não tem nenhuma rede social segundo o Chanyeol, hein? — murmurei.
               — Aparentemente não. Porém, entretanto, todavia, se for o Kyungsoo que eu estou pensando, ele vive na biblioteca estudando — Tao disse. — Você pode ir até ele e, tchan, puxar assunto.
               — Tá doido? Eu não posso simplesmente chegar nele — falei entregando o celular.
               — Claro que pode, oras. — replicou. — Você tem pernas para ir até ele, uma boquinha lindinha para dialogar e, olha que coincidência, falam a mesma língua. Destino.
               — Se não vai chegar nele, pretende fazer o quê? — Yixing perguntou.
               — Eu não sei... Ainda. Mas eu vou descobrir.
               — Tá sentindo isso, broto? — Tao olho para Yixing e o mesmo assentiu, depois negou e voltou a assentir segundos mais tarde.
               — Sentindo o quê? — deixei uma risada escapar com a expressão do nosso novíssimo estilista.
               — Esse cheiro de Sehun vai se dar mal — ele revirou os olhos. — Isso é Deus, sabia? Ele tá te castigando por ter me feito ser expulso daquela lojinha antes de pagar pelas minhas botas.
               — Desde quando você acredita em Deus? — arqueei as sobrancelhas em sua direção.
               — Eu acredito em Cha Hakyeon, okay? — ele apontou o indicador para mim, arrancando mais uma risada de minha parte. — Certo, chega de papo, quero meu bolo... Cadê aquela garçonete?
               Ele passou a procurar a garçonete que havia anotado nossos pedidos e Yixing voltou a mexer em seu celular, e eu botei minha cabecinha para funcionar – a de cima, por enquanto. Kyungsoo, o consultor de caldas, vivia enfurnado numa biblioteca, eu não conseguiria chegar perto dele sem derreter no meio do caminho e precisava de um plano infalível para conquistá-lo à distância. E, não, galera, eu não pegaria o número dele para dar uma de te crusho anonimamente e só vou dizer meu nome quando for correspondido, eu não sou a S/n.
               Então me restava arquitetar um bom plano e... Minha comida chegou, quem sabe mais tarde.
↩↪
               Bendita hora que fui deixar para arquitetar meu plano maligno mais tarde. Nunca me senti tão agraciado na vida do que quando conheci Park Chanyeol e ele me contou sobre Kyungsoo e o motivo dele viver na biblioteca. E, galera, meu homem não é tão estudioso quanto ele aparenta ser, não mesmo, o Do vivia enfurnado na biblioteca lendo livros sobre qualquer coisa, menos Gastronomia!
               Segundo o ficante do Tao (que ele dizia não ser ficante, mas Yixing e eu sentíamos no coração), todo ano a universidade promovia algum ‘jogo’ que durasse um semestre inteiro, e o desse ano era um projeto chamado Encontro às Cegas Com Um Livro, ou só ECL. Os veteranos da faculdade de Literatura e de Letras tiveram que espalhar livros embrulhados por toda a nossa biblioteca, que por um acaso é a maior biblioteca de Seul, e então as pessoas teriam que caçá-los, lê-los até o final e ir até a bibliotecária registrar seu nome e o título do livro, entregando-o para que ela o escondesse novamente. Aparentemente, quem ler todos os livros até o final do semestre ganha algum prêmio, e Kyungsoo apostou com os colegas de turma que leria todos e ganharia a tal coisa.
               — Uou, isso parece meio complicado, não é? Quero dizer, ele deve ler rápido como o Flash para ter tanta confiança de que vai conseguir. Eu não apostaria se não estivesse confiante. — Yixing disse enquanto eu contava sobre o meu encontro com Chanyeol. — E como esse Chanyeol sabe tudo isso?
               Estávamos no nosso quarto no dormitório, Zitao também estava presente, e nós três estávamos jogados um ao lado do outro sobre o chão que eu havia milagrosamente limpado mais cedo.
               — Ele disse que foi um dos veteranos que espalhou os livros e que é vizinho do Soo — respondi empolgado. — E adivinha só o que ele me deu? Hein, hein?
               — Um fora em nome do Kyungsoo? — semicerrei os olhos em sua direção. — Mais informações sobre o motivo da sua trouxice crônica...? Não, já sei, ele te deu um cartão que autoriza levar mais de quatro livros emprestados da biblioteca! Cara, como eu queria aquele cartão...
               — Você tá pedindo pra morrer, Zhang Yixing — ergui meu punho em forma de ameaça, vendo-o encolher-se sobre Zitao, que por acaso estava adormecido do seu outro lado. — Ele me deu A Lista. Segundo ele, para facilitar as coisas, o Soo pediu a lista que diz onde estão os livros, quais os nomes deles e qual a ordem do início ao fim, ou seja... Eu tenho um mapa do tesouro e um plano maravilhoso.
               — Ah, sim, entendi — ele assentiu e puxou o lençol para cobrir as pernas quilométricas da nossa gazela. — Então qual é o plano?
               — Eu vou pôr bilhetes nos livros que ele vai pegar, antes dele pegar, é claro.
               — Hm — ele pareceu pensar por alguns instantes. — Não parece um plano tão ruim. Só toma cuidado para não fazer besteira e perder o consultor de caldas de vista novamente, okay? Nunca se sabe quando você vai pôr calda de morango no sorvete errado. Nunca.
               Ele me olhou como quem sabia do que estava falando e eu o olhei de volta como se pudesse examinar o grau de retardo só com uma encarada, assentindo com a cabeça rapidamente. Ficamos em silêncio por um tempo, mas o Zhang logo se voltou para mim com a sua melhor carinha de sonso e questionou:
               — Mas, Hunnie, que tesouro é esse que o mapa mostra?
               E mais uma vez eu ergui o punho, dessa vez não só ameaçando-o como acertando seu ombro em cheio.
               — A bunda do Kyungsoo é o tal tesouro — ouvimos o sussurro de um Tao sonolento e o mesmo empurrou Yixing para o lado e deitou o rosto no peito do meu amigo, não voltando a dormir sem antes dizer: — Agora calem a boca e durmam, cremosos.
               Yixing me olhou assustado e eu sorri, falando sem emitir som algum: vai que é tua.
               E logo seria minha também. A bunda do Soo, quero dizer.
               Mas antes de fazê-la minha, aqui vão alguns conselhos do mestre Oh Sehun; antes de botar qualquer plano maligno que envolva conquistar o homem da sua vida em prática, amorteçam a terra – preparem o ambiente, conheçam o local em que vão alcançar o coração da sua presa. É importante saber por onde fugir caso as coisas fiquem muito perigosas. E foi exatamente isso o que eu fiz, irmãos, eu amorteci a terra e de bônus aproveitei para admirar o Kyungsoo de longe, fingindo que estava estudando na biblioteca quando a única coisa que fazia era estudar a sua beleza a uma ou duas mesas de distância.
               Após amortecer a terra, vocês devem descobrir por onde começar a atacar, no meu caso, descobrir qual livro riscar primeiro. Confesso que foi difícil descobrir em qual livro da lista o Do estava sem ter contato algum com ele, mas eu sou eu, não é? Então eu dei meu jeito. Estava tudo okay quando o grande dia chegou, sabe? Eu sabia os horários de Kyungsoo graças ao garoto que dormia no quarto ao lado do meu (ele também fazia Gastronomia), e por saber o horário em que ele ia até a biblioteca eu deveria me adiantar, sair mais cedo da minha aula e pôr o bilhete antes que ele chegasse e pegasse o livro. Eu finalmente me comunicaria pela primeira vez em quase três meses com o crush, e me sentia empolgado. Empolgado até a hora de escrever o bilhetinho e o nervosismo me invadir.
               Na teoria a coisa é simples, parece fácil, mas acreditem, na prática a história é outra.
               Eu cheguei quinze minutos antes do horário em que Kyungsoo normalmente chegava, caminhei até a estante onde o próximo livro estava e peguei um dos papéis do bloquinho que havia roubado de Zitao quando ele não estava olhando. Então o deitei sobre a superfície embrulhada do livro e me perguntei o que dizer para Kyungsoo naquele momento. Óbvio que me deu o famigerado branco, o que me deixou puto porque eu passei horas e horas na frente de Yixing planejando todo tipo de frase de ação para escrever, mas no fim, saiu essa enorme cagada:
              Para: Kyungsoo
              Gato, você não é uma estrada com buraco
              Mas é um pedaço de mau caminho, seu lindo.
                                                             Seu Futuro Namorado.
               Não sabia se ria ou se chorava, então resolvi fazer os dois enquanto saía de fininho da biblioteca, logo após observar se meu plano daria certo ou não. Devido a minha posição, não pude ver a expressão de Kyungsoo ao desembrulhar o livro e ver que havia um papelzinho dentro direcionado a si mesmo, mas ela não podia ser pior do que a de Zitao quando eu disse o que havia escrito para o Do mais tarde, quando o encontrei na minha corrida para o dormitório.
               — Fala sério, Sehun, você aprendeu isso com quem? O Yixing? — me encarou enquanto subíamos a escada. — Porque só sendo com alguém inexperiente como ele para tu tirar uma porcaria dessas.
               — Você não deveria falar assim do Xing, ele gosta de você — falei, tentando desconversar.
               — Eu também gosto dele, querido, e amigos são sinceros uns com os outros — deu com os ombros. — Yixing é o que chamam de virjão, Hun. Ele tem sorte de ser fofo, sabe? É tipo você, só que os papéis se invertem. O Yixing é virjão e adorável, você é retardado e... um safado. Eww.
               — Às vezes eu sinto vontade de acertar a tua cara — falei ao parar no corredor em que nos separaríamos.
               — Sente nada. De qualquer forma, não tente mudar de assunto, eu sei como te ajudar. Vem cá. — ele me puxou pela gola da camisa e sussurrou o que eu deveria escrever para Kyungsoo na próxima vez. — E vê se dá um jeito de olhar pra cara dele na hora que ele ver o bilhete.
               Sorri amarelo e nos despedimos. Eu só gostaria de ter visto Yixing nos acompanhando alguns degraus atrás antes de deixar um beijo na bochecha do meu salvador, afinal, quando eu disse para Tao que o Zhang gostava dele, eu não estava falando de amizade.
↩↪
               — Tá tudo bem entre a gente mesmo? — perguntei para Yixing, que a todo o momento olhava sobre os próprios ombros para me avisar caso Kyungsoo se aproximasse.
               Havia descoberto que Kyungsoo era capaz de ler um livro fino em questão de horas, e livros maiores em apenas dois dias. O cara era realmente incrível, e eu sabia que logo ele ganharia aquela aposta. Yixing havia se oferecido para ir comigo naquela tarde, não parecia estranho ou irritado comigo.
               — Eu já te disse que sim — sorriu fofinho. — O Zitao não gosta de mim, mas não é como se fosse novidade o cara que eu gosto não me curtir de volta. Tá tudo bem, okay? Pelo menos ele me acha fofo.
               — Zhang, não o deixe com pena de você. Sentir pena não é legal — falei com uma vozinha afetada, mas Yixing revirou os olhos e me empurrou quando tentei dar um beijo nele.
               — Sai dessa, bundão — tentou espiar o bilhete. — O que você disse pro tesouro aí?
               — Pode ler... — entreguei o papelzinho.
Para: Kyung Tesouro Soo
Se a sua bunda fosse minha, trataria como
rainha. Que tal me dar a soobootynha?
O Amor da Sua Vida.
               — O Zitao te mandou escrever isso? — ele perguntou e eu assenti. — E o inexperiente sou eu?!
               O grito de Yixing chamou a atenção de geral para nós, o que me fez voar em seu pescoço, e nesse passo brusco eu pude ver – além do corpo magrelo do meu amigo – o crush entrar na biblioteca. Meu sangue gelou. Enfiei o bilhetinho de qualquer jeito no embrulho e puxei Yixing para longe dali, então sentamos juntinhos e ficamos esperando em uma distância segura o Do sentar e ler o bilhete.
               Ele pegou o livro, sentou um pouco longe da gente (completamente alheio ao fato de estar sendo vigiado) e o desembrulhou, deixando o papel amarelado cair sobre seu colo. Ele leu e pareceu demorar alguns segundos para processar o que havia escrito ali, então revirou os olhos e amassou o papelzinho, enfiando-o no bolso. Nem preciso dizer que meu coraçãozinho partiu em vários pedacinhos, preciso?
               — Ih, mané, se fodeu — Yixing sussurrou. — Agora vai lá com o senhor experiente.
               — Cala a boca. — bufei, cruzando os braços. — Parece que vai ser bem mais difícil do que eu achei que seria.
               Ouvi a risada de Yixing e ele se levantou, agarrando minha mão e me puxando para fora daquele lugar.
               Na outra semana, mesmo com a minha confiança abalada, eu voltei de queixo erguido à biblioteca e segui direto até o corredor de terror e horror, agarrando o terceiro livro do mês e deixando minhas palavras mega românticas rabiscadas na primeira página – pois Zitao havia descoberto meu furto e tomou de volta o bloquinho de notas bem na hora que eu ia sair para conquistar o Do.
               Afastei-me quando vi que estava perto da hora dele chegar e sentei-me à mesa ao lado da que eu percebi ser a que Kyungsoo sempre usava. Peguei o primeiro livro que vi sobre a mesa e abri-o na metade, fingindo concentração quando O Homem dos Meus Sonhos chegou e, assim como eu, foi direto no corredor que estava o seu próximo match. Ele sentou-se à mesa ao lado da minha, na mesma cadeira de sempre, e abriu o embrulho como se já soubesse o que ia encontrar ali. Pareceu suspirar aliviado quando não encontrou nenhum papelzinho amarelo, mas sua mão causou um estalo e tanto quando ele a acertou na própria testa ao ver que eu havia rabiscado uma das páginas do seu livro.
               Primeiro ele olhou irritado para todos os lados, procurando alguém suspeito, o que me fez desviar o olhar por alguns segundos. Depois se voltou para o livro e rabiscou algo também, o que me surpreendeu. Ele começou a ler e eu me encolhi na cadeira, pensando nas milhões de coisas que ele poderia ter escrito naquela página, e pensei tanto que mal vi o tempo passar... Acabei adormecendo sobre o livro que supostamente estava lendo e só acordei quando senti uma mão em meu ombro. Balancei a cabeça, sentindo a baba no canto de minha boca e levantei de supetão. Engoli em seco e me virei para a pessoa que me acordou, fazendo uma reverência antes mesmo de olhar sua face.
               — Ei, sorvete de amoras, se eu fosse você não dormiria por aqui — ergui o olhar e foi como a primeira vez que nos vimos, minha mente se encheu de vários uau. Era Kyungsoo ali, bem na minha frente. — Soube que a bibliotecária já trancou um garoto aqui, porque ele estava dormindo sobre o livro favorito dela e nunca mais o viram.
               — A-acha que ela jogou os restos foras depois de... Digo, é mesmo? Não me contaram, consultor de caldas — dei um sorriso meio nervoso, mas ele pareceu gostar da piada que eu faria. — Sou Sehun, a propósito.
               — É, eu sei... Digo, é um prazer — imitou meu tom de voz, brincando comigo. — O Chanyeol me falou de você.
               Galerinha do mal, eu dei uma engasgada tão forte e tão grande que tive que me apoiar na mesa. Mais uma vez eu não sabia se chorava ou se ria da cara preocupada que o Do fez ao se inclinar para perto de mim, uma mão dando leves tapinhas em minhas costas.
               — Calma, eu só estou brincando — deixou uma risada escapar, mesmo que as sobrancelhas ainda estivessem meio franzidas devido à preocupação. Awn, que fofo. — Todo mundo sabe o seu nome. Sabe, por causa do vídeo...
               — Ah, o vídeo — murmurei, lembrando do fatídico dia em que fui parar no Youtube.
               — Mas então você também conhece o Chanyeol? Por que será que não me surpreende?
               — Ele é amigo de um amigo meu — eu respondi. — Isso foi um teste?
               — Para saber se você é mais um dos desmiolados que já ficou com o meu vizinho retardado? Talvez... — ele sorriu. — Você é um desses desmiolados?
               — Tenha fé, homem — fiz uma careta. — Aquela boca já tocou na do Zitao, tenho certeza, eu jamais o beijaria. Eww.
               — Certo, você tem 100% do cérebro trabalhando bem apesar de babar enquanto dorme e brigar com caras como o das botas — ele voltou a rir e eu pude admirar seu sorriso bem de pertinhozinho e, caramba, Do Kyungsoo definitivamente seria o pai dos meus filhos. — Enfim, legal te ver de novo, sorvete de amoras.
               — Legal te ver de novo também, consultor de caldas — sorri e ele assentiu, afastando-se um pouco.
               — Nos vemos por aí?
               — Eu espero que sim... Quero dizer, claro, vou precisar de ajuda com a minha calda de morango, digo... Hohoho — deixei escapar aquela risada que travava em minha garganta quando eu estava nervoso e vi Kyungsoo segurar um sorrisinho ao acenar para mim, distanciando-se. — Tchau.
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               — Como assim ele falou com você e você não atacou de volta? — o berro de Zitao me fez pular na cadeira. Estávamos sentados num dos muros próximos ao dormitório. Eu sabia que haveria escândalo e não queria parar no Youtube novamente, por isso levei meus dois companheiros para longe do foco de gente.
               — Você queria que eu fizesse o quê após ser visto babando em cima de um livro pelo cara que eu gosto? — questionei indignado.
               — Não sei, talvez perguntar se ele não queria aproveitar que você já estava babando e trocar saliva? — arqueou as sobrancelhas e Yixing desatou a rir. Ele estava estranho ultimamente, mais risonho. Hm.
               — Ah, claro, como eu não pensei nisso na hora? Deve ser porque eu sou um cara normal.
               — Tá, tanto faz — o Zhang se pronunciou. — Mas o que ele escreveu na tal página? Você chegou a ver?
               — Claro que sim. — sorri enviesado e eles me olharam inquisitivos. — Bem...
Para: o idiota que acha que tem o direito de falar da minha bunda
Eu vou descobrir quem é você e aí nós teremos uma
conversa muito séria sobre os seus probleminhas, meu parceiro.
Do carinha que já pegou ranço de você.
               — Você devia desistir — Zitao disse após uma crise de risos, então olhou para Yixing como se em algum momento do nosso lindo relacionamento tivesse valorizado a opinião dele. — Ele não deveria?
               — Deveria — Yixing disse sem nem olhar na cara do Tao. Ui. Acho que nossa gazela reparou na mudança de comportamento do Zhang. — Agora diz aí, Hun, o que tu planeja fazer para que ele pare de te odiar?
               — Eu não sei, não é todo dia que o cara que a gente tá querendo beijar parece ir com a nossa cara, mas ao mesmo tempo nos odeia sem saber — arqueei as sobrancelhas, desviando o olhar.
               — Certo, como você não vai desistir, continue com os bilhetes... Talvez você só precise de um pouquinho mais de delicadeza ao abordar o Kyungsoo — Zitao falou e eu até me surpreendi por ter sido ele, e não Xing.
               — Delicadeza?
               — É, tipo, fala isso aqui... — ele começou, mas foi interrompido com a risada incrédula de Yixing.
               — Não, cara — ele empurrou Tao um pouquinho pro lado. — Você nunca mais vai escutar o Zitao, ou isso vai deixar o Kyungsoo ainda mais puto com você, vai por mim, fala pra ele...
               E assim passou-se o resto da minha tarde, com dois brigões se empurrando e me dando inúmeras ideias podres para lidar com a fúria do crush que recaia sobre mim. Entretanto, no fim, dispensei as sugestões deles e resolvi ser eu mesmo quando entregasse o próximo bilhetinho.
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               Na outra semana, quando fui entregar outro bilhetinho, lembrei que estava sendo oficialmente investigado barra procurado por um futuro chef de cozinha – que provavelmente sabia usar uma faca bem até demais – e tentei ser mais discreto. Não fui direto até onde o próximo livro estaria... Dei uma voltinha pela biblioteca e agarrei alguns livros, fingi ler uma sinopse ou outra e até sorri para o fóssil da bibliotecária. E quando entrei no corredor de romances, senti que aquela não era bem a área de Kyungsoo, pois ele realmente parecia ser o tipo que lê mais suspense do que tudo. O cara deve gostar de uma tensão.
               Dessa vez eu mesmo havia comprado um bloquinho de notas para mim – não sei se disse antes, mas eu finalmente arranjei um emprego. Yixing e eu, na verdade, pois fizemos um trato e juntaríamos dinheiro para alugar um apartamento para nós dois bem longe dali. Ok, não tão longe, mas vocês entenderam. Enfim. Aproximei-me do livro embrulhado e apoiei o bloquinho em minha coxa, escrevendo rapidamente a seguinte cantada:
              Para: o cara mais bonito da cidade
Gato, escreve download na sua cueca que
eu baixo. Que bundinha gostosa, Kyungsoo!
Do carinha que vai te lascar uns beijos.
               Enfiei o papel no embrulho do livro e saí assobiando do corredor, disfarçando minha culpa no cartório enquanto seguia para perto da mesa de sempre. Sentei-me e abri três livros de uma vez, botando um do lado do outro e examinando-os por um tempo, até o Do aparecer cumprimentando algumas pessoas. Ele acenou para mim, até. E quando voltou com o livro embrulhado, sentou-se ao meu lado e sorriu como se perguntasse se tinha problema. Eu ri de nervoso, pessoas. Aí ele abriu o embrulho, examinou o bilhetinho que havia ali e suspirou, dessa vez não fez nenhuma cara irritada ou qualquer coisa do tipo, só suspirou e em vez de amassar o papel, dobrou e enfiou no bolso do casaco que usava.
               — Admirador secreto? — chamei sua atenção e senti vontade de bater na minha própria cara ao falar aquilo. Eu devia ter investido na carreira de ator, porque fazer a egípcia era comigo mesmo.
               — Algo assim — ele riu. — Provavelmente algum maluco tentando me passar um trote, mas eu não vou cair nessa.
               — Trote?
               — É, aquele negócio que as pessoas fazem para ridicularizar os outros... — ele começou a explicar e eu dei um sorrisinho, negando com um gesto.
               — Eu sei o que é um trote, só não entendo por que você acha que é um — disse.
               — Pelas coisas que ele diz  — tirou o papel do bolso e me entregou. — Olha só o que o cara diz. E eu também não sou o Chanyeol. É a primeira vez que demonstram algum interesse por mim desde que cheguei aqui, mas essa demonstração é meio estranha, não acha? Parece até brincadeira.
               — Não acho que seja — murmurei quase tímido. — Talvez ele só não saiba como se comunicar.
               — Você acha?
               — Claro. Ele pode não saber o que dizer, ficar nervoso e falar a primeira coisa que vier à mente.
               — Então acha que ele gosta de mim mesmo? — me encarou e percebi que ele havia ficado meio ansioso. Sorri e assenti duas vezes, entregando o papel.
               — Acho que sim, você deveria dar uma chance. Digo, para as cantadas dele — desviei o olhar. — Se for mesmo um trote, a gente chama o Zitao para tacar as botas dele na cabeça do cara.
               Aquilo arrancou uma risada gostosa do garoto ao meu lado, que concordou e me deu um sorriso agradecido muito fofo. Continuamos a conversar até eu receber uma ligação de Yixing gritando que estava tudo pegando fogo. Eu me levantei num salto digno de olímpiadas, deixei os livros onde estavam e me despedi de Kyungsoo rapidamente, correndo para longe dali o mais rápido possível.
               Quando cheguei ao dormitório, não havia um sinal sequer de fogo, então subi as escadas já sentindo meu sangue ferver por ter sido interrompido no meio de um diálogo com o amor da minha vida. Parei em frente à porta e respirei fundo, tentando me controlar para não acertar o celular na cara de ninguém quando entrasse, mas não teve jeito. Eu abri a porta e a primeira coisa que vi pela frente arremessei em direção à cama de Yixing, porém ele não estava deitado nela. Não, ele estava deitado na minha. E pe-la-dão.
               — Porra, é? O que tá acontecendo aqui, caralho? — me aproximei e chutei sua panturrilha, fazendo-o me olhar com um sorriso meio assustador.
               — Cara, eu consegui — foi a única coisa que disse.
               — Conseguiu o quê?
               — Eu peguei o Zitao de jeito — sussurrou como uma criança que contava ao melhor amigo que havia conseguido roubar alguns brigadeiros antes dos parabéns numa festa de aniversário.
               — Quê?! — olhei incrédulo. — Tu fumaste maconha estragada? Onde é que a gazela tá...?
               — Eu tô aqui — ouvi a voz de Tao e me virei com os olhos arregalados para o mesmo. — Então era isso, hm? Você queria me pegar e exibir pro mundo? Caramba, Yixing, achei que você gostasse de mim.
               Não, querem saber? Quem deveria ter investido mesmo na carreira de ator era o Zitao. Quanto drama. Eu dormia ali, oras, era meu quarto e eu podia ter entrado sem o Zhang ter me chamado e pegado os dois na massa. Ele sabia que uma hora ou outra eu ficaria sabendo. E tem mais, ele esperava o quê vindo do Yixing? O cara era doido de pedra – e por causa da pedra, se brincar.
               — Ele gosta de você, retardado. — falei e os dois pararam com aquela troca de olhares ressentidos de filme de romance, me encarando com um ponto de interrogação estampado na testa. — Olha, vocês dois se gostam e ficam nessa putaria, cansei. Só se comam pelo quarto todo e comecem a namorar logo, porque eu não aguento mais. E pelo amor de Deus não me interrompam mais quando eu estiver conversando com o Do!
               — Você conversou com ele de novo? — Zitao perguntou.
               — Sim, e vocês atrapalharam! — disse irritado.
               — Mas o que aconteceu? — Yixing perguntou, se cobrindo com um lençol e me puxando para sentar ao seu lado. E, cara, o que é um peido para quem já tá todo cagado? Só sentei e comecei a contar.
               — Sehun você tá aconselhando o cara que você gosta a dar uma chance para si mesmo — Tao sorriu, sentando do meu outro lado, e eu agradeci aos céus por ele estar de cueca. Antes uma única peça, do que nem uma. — Isso é genial!
               — Só até o Kyungsoo descobrir que sou eu e começar a me chamar de duas caras — falei.
               — Então é melhor você pegar o número dele antes que isso aconteça, não é? Para insistir nele depois que tudo der errado — foi a vez do Zhang aconselhar e pela primeira vez me vi realmente concordando com ele.
               — É, acho que vou fazer isso...
               — Certo, agora vaza daqui que eu preciso me acertar com o cara que eu gosto também — ele me deu um chute para fora da cama, expulsando-me do quarto ao voltar a agarrar Tao.
               Golfei.
               Então era isso... Eu tinha dois melhores amigos para lá de estranhos, morava num local que mais parecia o inferno de tanto caos, não ia para festa alguma e passava os finais de semana trabalhando numa papelaria. E tinha um crush num garoto que provavelmente deveria me achar louco.
               Mas vai ficar tudo suave. Os bilhetes vão dizer.
↩↪
Para: o futuro pai dos meus filhos
Gato, eu rezo 1/4 para achar ½ de te levar
para ¼, seu lindo.
Do cara dos seus sonhos.
↩↪
Para: o homem mais lindo do universo
Gato, você é quadrado? (Insira aqui um NÃO)
Então rola, né?
Do amor da sua life.
↩↪
Para: o príncipe do rabetão
Gato, entre Star Wars e Star Trek, eu queria
Mesmo é estar com você.
De você sabe quem.
↩↪
Para: o crush ultimate
Gato, você não é tampinha de caneta, mas...
Dá vontade de morder! Principalmente essa bundinha.
Que calça linda, Soo.
Daquele carinha.
↩↪
Para: o dono do meu coração
Gato fiquei sabendo que você trabalha
numa sorveteria, então aqui vai... Você
não é sorvete, mas endurece a minha calda.
Do cara que ama sorvete.
↩↪
               E com esses bilhetes, mais dois meses se passaram. Já estávamos perto do final do semestre e as coisas haviam avançado de uma maneira meio louca.
               Começando por Yixing e Zitao. Os dois começaram a namorar e, graças à personalidade de Tao, eles viraram o típico casal ioiô que não sabia se ficavam ou se separavam de uma vez por todas. Apesar da confusão, eles formavam um casal até que interessante, tendo em vista a meia inocência de Yixing para certos assuntos e a língua grande de Tao. Eu só odiava quando eles começavam a discutir em chinês, e odiava tanto que comecei a estudar a língua para saber quando eles estariam me acusando de alguma furada em outra língua. Até aí tudo certo.
               E então nós tínhamos o crush barra foco do assunto. Toda semana eu entregava um bilhetinho para ele, como puderam ver alguns exemplos, e toda semana nós nos encontrávamos na biblioteca e conversávamos. Eu passei a tirar tempo do inferno para visitá-lo na sorveteria em que ele trabalha e até trocamos números de telefone.
               De vez em quando nos falávamos pelo Line, e eu sabia exatamente tudo sobre o que Kyungsoo achava de mim, pois ele sempre perguntava o que deveria fazer quanto ao admirador. E eu sempre pedia para que ele tivesse paciência, claro.
               Primeiro ele ficou naquela fase irritadiça e queria porque queria me matar enforcado, pois eu não conseguia não falar da bunda maravilhosa que ele tinha. Depois começou a ignorar as mensagens, aí passou a investigar e houve um momento em que eu realmente achei que ele tinha descoberto, tanto que comecei a preparar minha mochila para fugir em direção às montanhas, mas no fim ele desconversou e disse que até que é engraçadinho o jeito que o admirador – vulgo eu – falava. Hohoho, coitado.
               Mas então chegou o fim de semestre e Zitao estava me perturbando, dizendo que eu deveria abrir o jogo com o Soo e explicar o que estava acontecendo antes que ele descobrisse por si só e enfim me matasse. E eu estava ignorando-o muito bem, sabe? Bem demais... Porém aconteceu algo que me deixou meio desesperado e finalmente me fez ver que, bem, eu deveria assumir logo que era o admirador secreto.
               Kyungsoo começou a falar de um tal de Junmyeon e sobre como tudo indicava que era ele o carinha dos bilhetes.
               Gente, eu surtei. Sur-tei.
               E sabe o quê mais? Ele disse que iria tentar chegar no cara no outro dia!
               Eu fiquei sem ideias, sem saber o que fazer, completamente desnorteado. Mas Yixing me passou a solução! Ele disse que eu deveria deixar um último bilhetinho chamando Kyungsoo para se encontrar comigo, antes que ele fosse até o Kim e estragasse tudo. E foi o que eu fiz.
               Era um dos últimos livros que Kyungsoo leria, por isso cheguei bem cedinho à biblioteca, escrevi o bilhetinho, deixei-o no embrulho como em todas as outras vezes e corri dali, pouco a fim de ver a reação feliz do Do ao imaginar que era Junmyeon o chamando para se conhecerem. Mais tarde ele me chamou no Line, animado demais para o meu gosto (vejam só, eu estava com ciúmes da minha própria pessoa, como é que pode?), e me mandou uma foto do bilhete que dizia as seguintes palavras:
              Para: Kyungsoo
Gato, me chama de urna eletrônica e
deposita um voto de confiança. Vem
me encontrar aqui, na biblioteca, no
corredor dos mistérios amanhã. Duas
horas da tarde em ponto.
                              Do carinha apaixonado.
               Eu só mandei um emoji. Tava atacado de ciúme, e como resposta o Do mandou três pontos de interrogação – que eu fiz questão de não responder, claro. Dormi aquela noite com um nó na garganta, com medo de tudo dar errado e ele ficar irado comigo e nunca mais querer me ver.
Quando acordei no outro dia, Zitao estava sentado na janela do quarto com um Yixing entre as suas pernas, trocando uns beijos que me fizeram sentir o nó na garganta transformar-se em uma vontade grande de vomitar. Levantei com tudo, assustando-os e ficando tontinho da Silva.
               — Você tá bem? — Tao perguntou e eu murmurei um ‘não’. — O que foi, cara?
               — Eu vou encontrar o Kyungsoo hoje — disse enjoado.
               — Ué, pensei que já tivesse se acostumado — ele riu.
               — Não, é diferente, hoje eu não vou como o conselheiro Sehun — eu disse procurando uma toalha para tomar banho. — Eu vou como o admirador secreto, Sehun.
               — Sério? Boa sorte, cara — foi a última coisa que ouvi dizer antes de sair para tomar um banho.
               Banho de gato, porque como Yixing disse no começo, ninguém passava mais de dois minutos no banheiro e ele estava mais do que certo. Saí do banheiro partilhado ainda com cheiro de quem havia acabado de acordar de um pesadelo, e quando voltei para o quarto me enchi de perfume e desodorante, sendo acompanhado pelos outros dois até a minha sala de aula porque – segundo eles – eu não parecia muito bem.
               E o tempo passou que nem uma tartaruga. Quanto mais o professor falava, mais longe das duas horas a gente ficava. E quando finalmente deu a hora, eu me retirei da sala e quase ajoelhei e agradeci a Deus por não ter demorado mais um século girando as engrenagens do tempo. Fui caminhando em direção à biblioteca, me apoiando nas paredes por estar me sentindo meio tonto, e quando eu estava passando pelo prédio onde Zitao tinha 90% das aulas, senti uma bola acertar minha cabeça em cheio.
               A última coisa que vi antes de apagar foram algumas estrelinhas rodeando minha cabeça, e então tudo ficou escuro.
↩↪
               Acordei com os gritos estridentes de um Tao histérico, os sussurros de Yixing me implorando para acordar e controlar o namorado dele e uma voz desconhecida que não parava de pedir desculpas.
               — Enfermeira — ouvi Yixing chamar. — Você não acha que ele está morto, acha? Quero dizer, eu vi na internet que alguns animais demoram a ter todo o corpo desativado após a morte. Vai que o Sehun tem algum parentesco com um deles e...
               — Eu não sou uma galinha, Yixing — murmurei, estranhando minha voz tão rouca e baixa. Os gritos cessaram.
               — Viu? Seu amigo não está morto. Pode ficar calmo agora — a voz suave e risonha me fez abrir um pequeno sorriso, mesmo que minha cabeça doesse para caralho. Era fofa a maneira como tratavam Yixing como uma criança de vez em quando. E mais fofo ainda era como ele se preocupava comigo.
               — Eu dormi por quanto tempo?
               — Uma hora? Uma hora e meia? Algo assim — Tao respondeu e eu abri os olhos aos poucos, podendo ver o que acontecia ao meu redor. Estávamos na enfermaria e tinha um cara mais alto que Chanyeol pedindo desculpas para mim. — Cala a boca, cara, você poderia ter matado o Hunnie! Eu vou te processar!
               — Mas foi sem querer! Eu não o vi e... Sehun? — ele me olhou com uma careta que eu logo reconheci.
               — Ah, fala sério — murmurei, sentando-me com certa dificuldade devido à dor em minha testa. — Você quase estourou meus miolos, Yifan, de novo.
               — Ih, eu achei que depois de tanto apanhar, sua cabeça tinha criado resistência, mané — ele falou e eu revirei os olhos, puxando Tao pelo braço e me apoiando nele para levantar. — Mas pelo visto continua a mesma Maria Mole de sempre.
               — Você vai ver a Maria Mole — retruquei e empurrei Tao para trás, meio que pegando impulso, e me joguei para cima de Kris com o punho erguido, acertando-o direto no olho esquerdo. Ele caiu só a merda no chão. — Isso foi por ter me feito perder o meu encontro. E pela sexta série inteira, babaca.
               E então a lanterna sobre minha cabeça acendeu, e não foi porque eu tive uma ideia... Foi porque eu havia me lembrado do maldito encontro. E eu estava atrasado! Puta merda!
               — São que horas? — perguntei para a enfermeira, meio desesperado. A mulher me olhou feio, já que acertei a cara de Yifan com tudo, mas respondeu-me. — Três da tarde?
               Olhei para a gazela e dei um sorriso enviesado.
               — Tenho que ir — disse e saí correndo enfermaria a fora, esquecendo completamente da dor.
               Eu precisava chegar lá a tempo. Precisava, precisava, precisava. E se Kyungsoo resolvesse tirar satisfações com Junmyeon? Ia dar tudo errado!
               Estava tropeçando quando cheguei à biblioteca. Abri as portas com tanta força que chamei a atenção de geral para mim. Entretanto, eu ignorei e continuei a correr em direção ao corredor que havia marcado de encontrá-lo. Ele não estava lá e claro que não me surpreendi. Quem esperaria uma hora inteira por um idiota que nunca nem viu na vida? Suspirei cansado e encostei-me à estante, deslizando até estar sentado no chão. Pensei em Yifan, aquele babaca que me importunava quando eu era criança e agora, depois de adulto, resolveu estragar mais um dos meus momentos. Fiquei tão puto que dei um soco no canto da estante, e isso fez com que um livro escorregasse e caísse bem no meu colo. Revirei os olhos ao vê-lo todo embrulhado, com uma mensagem de parabéns mostrando que aquele seria o último livro de todo o projeto.
               Passei alguns minutos apenas encarando o embrulho, até que resolvi abrir – não tinha muito o que fazer, e já que havia ido até a biblioteca em vão, precisava arranjar outro bom motivo para estar ali após a bolada que levei na cabeça. Ler pode ser o melhor remédio, certo? Desembrulhei o livro e ao abrir a primeira página, senti meu coração acelerar ao reconhecer a letra de Kyungsoo.
Para: o admirador secreto
Gato, pare de brincar de esconde-esconde
e vamos logo pro pega-pega. Eu já descobri
quem é você, agora falta você descobrir o que
eu quero. Me encontra na sorveteria? Eu sei
que você sabe onde ela fica.
Amanhã, sem atrasos. 17h00min.
O Consultor de Caldas.
               Engoli em seco, meio desacreditado, e então um sorriso foi crescendo aos poucos em meu rosto. Senti as famigeradas borboletas no estômago e quase gritei de tão feliz, mas tinha noção de que seria capado caso gritasse numa biblioteca, então sai dela primeiro e agarrei meu celular, ligando para Yixing.
               — Hunnie? Cadê você? A gente ficou preocupad...
               — Tá pegando fogo, bicho! — berrei a plenos pulmões, devolvendo o favor que ele me fez naquele dia.
↩↪
               Eu estava nervoso. Nervoso pra caramba, de um jeito anormal. Tão nervoso que minhas pernas tremiam como se eu tivesse Parkinson e pareciam querer sucumbir a qualquer momento enquanto eu caminhava lentamente até o shopping. Tao havia me feito botar uma calça de couro que grudava mais do que cola quente, e Yixing me fez vestir aquela blusa da casa dele em Hogwarts, afirmando que aquilo me daria sorte. Eu só ri de nervoso, coloquei meus tênis e sai que nem uma lesma do nosso quarto.
               Okay, eu não queria dizer isso para não deixá-los na mesma situação que eu, mas estava apavorado por ser o meu primeiro encontro com alguém que eu gosto de verdade. Pelo menos era o primeiro que eu levava a sério em vinte anos de existência. E eu estava com medo de falar alguma besteira, não sei, de derramar sorvete nele de novo ou algo do tipo. E se ele estiver trabalhando e só me chamou para dizer que não queria nada comigo, e aí me expulsasse da sorveteria? Seria cruel, mas parece bem a cara do Kyung.
               Pensando nisso e em outras inúmeras situações, fui me aproximando da sorveteria onde o Do trabalhava e quando estava prestes a empurrar a porta do local, percebi que ela estava fechada. Franzi as sobrancelhas. Então era isso? Um trote? Grrr. Dei um empurrãozinho irritado barra magoado na porta de vidro e me virei, pronto para refazer o caminho de volta para casa, entretanto, antes de dar o primeiro passo senti uma mão quentinha rodear meu pulso e me puxar para trás.
               — Achou mesmo que eu faria isso com você? — ele perguntou bem pertinho do meu ouvido, fazendo-me arrepiar. — Qual é, sorvete de amoras, eu não sou idiota.
               — Eu sei que não... — murmurei sem saber ao certo o que dizer.
               — Ok, então vamos, temos um filme para assistir agora — ele sorriu e sua mão deslizou pelo meu pulso até encontrar minha palma, entrelaçando nossos dedos em seguida. Ai, caralho, berro.
               — Filme? Você não quer conversar sobre...? — comecei, mas ele me interrompeu.
               — Relaxa, Sehun, eu não tô irritado — ele disse e começou a me puxar. — Depois a gente fala sobre isso.
               E é isso, galerinha do mal. Acabou. Bye, bye.
                   Brincadeira, safados, ainda tem mais.
               Nós fomos ao cinema. O CRUSH ME LEVOU AO CINEMA, PAGOU MEU REFRIGERANTE, MINHA PIPOCA E MINHA ENTRADA E DISSE QUE EU ESTAVA LINDO. Só que essa não é a melhor parte da coisa! Não mesmo. Adivinhem só o que Do Kyungsoo fez comigo? Isso mesmo. Ele passou a mão na minha bunda e disse que quem tem uma bela raba sou eu.
Brincadeirinha de novo!
               O Soo derramou sorvete na blusa do Yixing depois que o filme acabou. Sabem o que é isso? É o que precede a terceira guerra mundial, pois quando Yixing olhar para a blusinha favorita dele manchada de morango, ele vai fazer um escândalo do inferno. Já estou sentindo o tapa que ele vai dar na minha cara.
               — Acho que agora estamos quites, sorvete de amoras — ele brincou depois de me levar até o banheiro do shopping e me ajudar a tentar limpar minha roupa. Eu ia falar alguma coisa, mas esqueci quando ele ergueu o olhar e me encarou daquele jeitinho que deixa qualquer um desconsertado. — Você realmente gosta de mim?
               — Uh... — engoli em seco. — S-sim... Desde o dia do sorvete. Eu realmente gosto de você.
               — Quando você começou a enviar aqueles bilhetinhos para mim, eu fiquei muito irritado — começou a falar. — Eu achei de verdade que era alguma brincadeira de mau gosto. Mas depois da nossa primeira conversa, eu fui mudando de ideia, porque o cara que estava mandando não desistia... Continuava mandando e mandando, e quando eu descobri que era você que estava escrevendo aquelas coisas, fiquei meio admirado por não ter desistido depois de todas as reclamações que eu fiz para ti. Aquelas cantadas idiotas... Você ficava tão nervoso assim por causa de mim? — deu um sorriso e eu acompanhei, assentindo rapidamente. — Elas são realmente péssimas, Hunnie. Nunca mais faz isso, pelo amor de Deus. Algumas eram até legais, só que as que vinham depois... Credo. Nunca mais, por favor.
               Nesse momento eu virei um tomate gigante, pessoinhas. Não sabia mais para onde desviar o olhar de tão envergonhado, então foquei na barra da sua camisa.
               — Mas sabe... Eu acho que posso te perdoar pelo tanto de vezes que falou da minha bunda se você me acompanhar em mais um encontro, sorvete de amoras. E depois me acompanhar em outro, e mais outro, mais um e então novamente e por assim em diante até... Até cansarmos um do outro. Ou você derramar mais sorvete em mim.
               — Idiota — murmurei. — Eu não vou cansar de você.
               — Então isso é um ‘sim’? — perguntou e eu revirei os olhos, mesmo com todo o nervosismo eu não perdia a pose que roubei de Tao.
               Levei minha mão até sua nuca e o puxei para cima de mim, dando-lhe um beijo e tanto, sem me importar com o que os outros caras que estavam ali iriam dizer. Não era da conta deles, afinal, e quem não quisesse ver que fechasse os olhos. Além do mais, eu fui correspondido bem demais para sequer focar em outra coisa que não fosse a língua e os lábios de Do Kyungsoo. Ou na mão dele seguindo até minha bunda e dando uma apertada de arrepiar a espinha, enquanto a livre me puxava pela cintura. Quer saber? Acho que eu não quero mais a bunda do Soo, eu quero é outra coisa. Ri entre o beijo com meu pensamento e o Do acabou por sorrir comigo, por fim me dando alguns selinhos antes de se afastar.
               — Como você descobriu? — perguntei. — Que era eu?
               — Você não é tão discreto quanto acha que é — ele disse com um olhar divertido. — Primeiro, quando eu me sentava perto de você, cê não fazia questão de esconder o bloquinho de notas, o que foi seu maior erro. Segundo, acha mesmo que eu não percebia as secadas que tu dava na minha bunda? E você defendendo o tal admirador a todo momento também te colocava na lista de suspeitos. E o seu desespero quando falei de Junmyeon? Por falar nele, relaxa, ele é meu primo. Eu só estava...
               — Me testando. Droga. — praguejei.
               — Exatamente. E, tem mais, você achou mesmo que o Chanyeol não ia me falar nada? — arqueou as sobrancelhas. — Depois de te provocar com o Junmyeon, foi só botar um pouquinho de pressão no Chanyeol para ele me dar a certeza de que era você que estava escrevendo para mim.
               — Que filho da put... Quero dizer, que otário — me corrigi rapidamente, forçando um sorrisinho. Kyung não gostava de palavrões.
               — Então eu endureço a sua calda? — me engasguei na mesma hora, fazendo-o rir da minha cara que nem um idiota. — E sobre eu ser o futuro pai dos seus filhos? — ele arqueou as sobrancelhas, lembrando-me de um dos bilhetinhos que eu havia mandado.
               — N-não vamos mudar de assunto — falei. — Eu vou matar o Chanyeol e...
               — Vai ter que me deixar escolher o nome de todos eles, hein? — ele riu e eu senti minhas orelhas queimarem ainda mais. Tá, de fato, pegando fogo, bicho.
               Nem tive chances de responder. No fim fui atacado de novo com um beijo de tirar o fôlego. Mas quem liga, não é mesmo? A sorte é minha.
↩↪
               Um ano e dois meses de namoro.
               Zitao e Yixing estavam fazendo um ano e dois meses de muitas brigas e reconciliações, beijos e transas na minha fucking cama e várias outras coisas as quais não me atentei, porque estava ocupado demais estudando na biblioteca, rs.
O lance é o seguinte: vai fazer um ano que Kyungsoo e eu estamos nessa juntos, somos namorados – claro que somos –, só não oficializamos a coisa ainda, mas Zitao entende isso? É claro que ele não entende. O Huang gosta de rotular as coisas, até para o formato das nuvens ele dá um título, e não consegue aceitar que Kyungsoo e eu ainda não abrimos o caso ao público e nos assumimos namoradinhos. Mesmo que não precisemos assumir nada porque, damn, a universidade inteira já nos viu por aí de agarramento. Principalmente os frequentadores da biblioteca.
               Só que, não vou mentir... Eu queria poder apresentar ele como meu namorado para os outros, e não só como Kyungsoo, o cara que eu gosto. Porque ele nunca me apresentou como namorado, então eu também nunca o apresentei como o meu. E, putz, até minha mãe cobrava um relacionamento sério de nós dois. Porém o Do sempre fugia do assunto, dizendo que não precisávamos disso por enquanto. Maldito ‘por enquanto’.
               Mas seguimos fortes. Eu, ele, o Tao e o Yixing.
               Como planejado, Zhang e eu compramos o nosso querido apartamento fora do campus, cada um com seu quarto e um banheiro limpinho, uma sala muito bem arrumada e uma cozinha que só era tocada quando Kyungsoo ia me visitar. Ou quando Tao dormia por lá e resolvia queimar minhas panelas. Nós estávamos indo muito bem, apesar de passarmos mais que a metade do dia estudando sem tempo para nada. A faculdade estava exigindo muito de nós nos últimos tempos, mas para tudo há uma recompensa, meus caros. E eu não estou falando da graninha preta que a gente vai ganhar quando se formar, como os pais costumam idealizar.
               Estou falando das festas de fim de ano.
               Yixing e Tao resolveram passar o natal e o ano novo na casa dos pais do Huang. Eles até me chamaram para ir também, mas eu disse que preferia ficar em casa, onde as únicas velas que eu precisaria segurar seriam as que guardei para o caso de faltar energia. Infelizmente eu não vou poder voltar para minha cidade nesse fim de ano, pois meus pais resolveram dar a louca em Jeju e sequer me avisaram que iriam, ou seja, eles furaram com a minha belíssima pessoa. Então eu ficaria no meu apartamentozinho, compraria alguns montes de chocolate e doces, me enterraria num edredom quentinho na sala de estar, ligaria o notebook na TV e assistiria todos os filmes que a Netflix tem a oferecer até o ano acabar e eu ter que levantar a bunda do sofá para desejar feliz ano novo a todos.
               Era para ser assim, pelos menos.
               Não passou pela minha cabeça que, poucos minutos antes de ser oficialmente dia 25 de dezembro, tocariam a minha campainha. E quem poderia ser tão tarde da noite? Me levantei com toda preguiça do mundo, mas quando cheguei ao corredor que dava para a porta, lembrei que havia assassinos que trabalhavam na calada de noites comemorativas, por isso voltei alguns passos e peguei uma vassoura, pronto para atacar se ele me atacasse. Abri a porta já apontando minha arma na direção do cara quando, puff, morderam meu tornozelo. Dei um grito. Havia um cachorrinho minúsculo e peludão tentando arrancar meu pé e eu estava prestes a bater na cabeça dele com a vassoura quando...
               — Feliz natal, amor — Kyungsoo desejou, agachando-se para pegar o filhote de Satã. — Esse aqui é o Lu, espero que vocês se gostem. Ele é meu presente de onze meses e três dias.
               — Onze meses e três dias? Onze meses e três dias de quê? — questionei me agarrando à vassoura. — O que é que tu tá fazendo aqui? Não ia passar o Natal com a tua família? Eles vão me odiar se souberem que você os deixou na mão para vir me visitar.
               — Eles não vão ligar... — ele sorriu, me empurrando para dentro de casa e fechando a porta atrás de si, logo deixando o cachorrinho no chão e me abraçando pela cintura. Só consegui focar no pequeno demoniozinho correndo em direção aos meus doces. — Você realmente não sabe? Onze meses e três dias que estamos juntos, amor.
               — Você conta? — olhei-o com os olhos um pouquinho maiores do que o normal. Estava surpreso.
               — Vai me dizer que você não? Eu pareço tão indiferente assim? — ele pareceu ressentido, então segurei seu rosto entre as minhas mãos e lhe dei um beijinho de esquimó.
               — Claro que não, meu bem, é só que... Sei lá, você sabe — ri sem jeito. — Eu nunca te pedi em namoro ou vice-versa, achei que estávamos só... Curtindo...?
               — E estamos — ele me abraçou ainda mais forte. — Mas para mim o que nós temos vai além disso de só curtir. Você está parecendo o Taozi, sabia?
               — Ai, não, credo — fiz uma careta. — Tudo menos o Tao. Olha, obrigado pelo presente, mas eu nem te preparei nada porque achei que estaria fora.
               — Tudo bem. Só me diz o que estava fazendo — ele sorriu de um jeito tão bonitinho que quis morder sua bochecha.
               — Assistindo um filme, quer ver comigo? — perguntei sem abrir espaço para respostas, puxando-o em direção ao sofá e o obrigando a se sentar no meio dos lençóis. — É de suspense, do jeitinho que você gosta.
               — Tem certeza de que não sabia que eu viria? — ele brincou, me puxando para sentar ao seu lado e colocando minhas pernas para cima das suas, de forma que eu ficasse deitadinho no sofá.
               — Deixa de ser bobo — murmurei, então o vi se inclinar sobre mim para depositar um beijo em minha testa, depois em minha bochecha, no meu queixo e em seguida em meus lábios. — Hey...
               — Hm? — ele murmurou com a testa encostada à minha.
               — Eu te amo — murmurei com um dos milhares de sorrisos bobos que já dei para ele.
               — Eu também te amo — e então ele ia me beijar novamente, mas nosso momento foi interrompido pelo filho de Lúcifer, Lu. Fiz uma careta de dor que fez com que Kyungsoo risse. — Ele mordeu você de novo, não é?
               E eu apenas assenti.
               Passamos o resto da noite agarradinhos no sofá lá de casa após prendermos a bola de pelos no quarto de Yixing. Nos enchemos de chocolate e beijinhos e eu o agradeci, com mais algumas coisinhas, por não ter me deixado sozinho na véspera de natal. Mas essas coisinhas eu não posso contar, porque é segredo, hohoho.
↩↪
               Acordei na manhã de Natal com um Zitao me ligando apenas para gritar:
               — Corre no Instagram, agora! Vai, vai, vai! E procura @kyungtwo!
               E é aquele ditado, né? Manda quem pode, obedece quem tem juízo. Desliguei em sua cara e abri o Instagram, fazendo como ele pediu. Estranhei ao ver o meu Kyungsoo na foto de perfil daquela conta, então entrei e vi que só havia uma postagem. Cliquei nela e meu queixo caiu. Era uma foto nossa na noite anterior, eu dormindo com o rosto enfiado em seu peito e ele dando um beijo em minha testa. E a legenda dizia:
              Eu sei que eu demorei, mas... Eu te amo demais.
Namora comigo?
               E eu corri até o sofá onde Kyungsoo ainda dormia, pulando em cima dele e o acordando ao gritar a musiquinha que havia inventado para ele:
               — Minha calda endurece por você, garoooooto! Eu gosto de você, pode crer, meu pau te ama!
               E quando Kyungsoo acordou prontinho para me matar, não deixei que ele sequer abrisse a boca, apenas o beijei murmurando o óbvio: é claro que eu aceitava namorá-lo.
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stylestoriespt · 7 years
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Behind the scenes of Dunkirk: 2ª parte
N/A: Eu e os meus títulos rsrsrs Esta parte acabou ficando grandinha como a outra por isso aproveitem!!!
2.188 palavras
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1ª Parte 
Extras e expulsões 
Pousei o pente sobre o balcão e ajeitei uns fios de cabelo que tinham tomado a direção errada. 
Parei entre a casa de banho e o quarto; Percorri com os olhos a divisão à procura de algo em específico.
“Vais contar-me o que aconteceu ontem ou é segredo?” Alina atacou-me, enquanto a mesma terminava de atar as suas sapatilhas brancas.
“Hã?” Franzi as sobrancelhas, aparentando estar confusa com a sua pergunta.
Levantei mais uma vez as cobertas, as almofadas – nada. “Mas onde raios te meteste?” Murmurei para mim mesma. 
“Ontem… no restaurante do hotel… com o Harry Styles,” A sua voz acentuou a última palavra ao mesmo tempo que o seu corpo ergueu-se da sua cama.
Fingi não a ter ouvido até porque neste momento a minha maior preocupação não era sobre a primeira vez que vi e falei com Harry Styles.
“Viste o meu telemóvel?” Alina bufou alto. “Não o encontro em lado nenhum,” Despejei o conteúdo da minha mala de mão sobre a cama.
“Oh vá lá (S/N),” Suplicou-me. “Eu sou tua amiga, não sou?” Não sei como tanta curiosidade cabe dentro de uma pessoa tão pequeninha.
“Sim, és,” Rolei os olhos mas acabei por ceder. “Não aconteceu nada,” Um sorriso formou-se nos meus lábios. “Falamos,” A conversa de ontem com Harry Styles passava na minha cabeça como um filme distraindo-me do meu objetivo de encontrar o maldito aparelho. “Falamos sobre o meu trabalho-” Parei dramaticamente de arrumar a minha mala e encontrei os seus olhos atentos. “Ok, dito assim não parece nada glamoroso como tinha guardado na minha memória,” Sacudi a cabeça rindo embaraçada.
“Não me digas que mataste o rapaz de tédio?” Alina gozou da situação.
“Não! Quer dizer, acho que não, espero que não, ele parecia interessado na conver-viste o meu telemóvel ou não?” A minha cabeça começou a distorcer tudo conduzindo à frustração da minha pergunta.
“Não,” Vestiu o seu casaco e empurrou o cabelo para fora do mesmo. “Podes ter deixado num dos trailors,” Pegou na mala e começou a andar até à porta. “Só não perdes a cabeça porque tá colada,” 
“Não tem piada Alina,” Peguei as minhas coisas e corri atrás da sua pessoa. E rezei mentalmente para ela estivesse certa. 
Fionn pousava à frente da câmara com Christopher por detrás da mesma, a analisar a sua personagem. 
O espaço ainda estava adormecido na tranquilidade de apenas alguns técnicos e membros da produção.
“Aneurin,” O rapaz indicado passou pelo mesmo processo. “Podias passar mais pó preto na base do pescoço… sim aí, perfeito,” Chris passava indicações a Patricia.
Emma detalhava a próxima cena nas dunas entre Fionn e Aneurin.
“Ei, Harry,” Num ato irracional, a minha cabeça respondeu como se fosse o meu nome que tinham chamado. A figura robusta do seu guarda costas contrastava com a sua caminhando até o nosso pequeno bando. “És o próximo,” 
Harry cumprimentou polidamente os presentes.
“Bom dia (S/N),” A sua voz enrouquecida fez alguma coisa no meu estômago mexer. Traços de sono ainda visíveis nas suas pálpebras inferiores. 
“Oi Harry,” Senti as minhas bochechas quentes levantarem por conta do meu sorriso.
“Hmmm eu acho que,” A sua mão direita entrou no bolso das suas calças castanhas. “Eu acho que isto é teu,” E tiraram um telemóvel – o meu telemóvel. 
“Oh meu-, como-onde é que o encontraste?” A minha visão alternou entre a palma da sua mão e os seus olhos esmeralda. Alívio e felicidade eram mais que visíveis. A minha mão recuperou o aparelho. “Obrigada, andei a manhã toda à procura dele, como-”
“Esqueceste-te dele… ontem no-”
“Harry,” O assistente de Hoyte chamou-o.
“Obrigada,” Agradeci mais uma vez; O seu sorriso construía duas covinhas absolutamente arrebatadoras.
E os meus olhos não ganharam vergonha quando decidiram mirá-lo durante a análise da sua personagem.
“As botas estão mal amarradas,” Chris indicou e Patricia ajoelhou-se.
E depois foi só sorrisinhos e palavrinhas entre ambos.
Sinceramente, nada que já não tivesse acostumada a ver entre a rapariga e os outros membros da equipa.
Às vezes interrogo-me sobre a verdadeira personalidade da rapariga; Ela é simpática com toda a gente até ao momento em que não é mais simpática com toda a gente. Como, por exemplo, com Alina; Qualquer coisa como Alina ter-lhe passado instruções precisas e Patricia acabar fazendo à maneira dela e o resto já adivinham não é.
“Vamos?” A mão de Emma pousou sobre o meu antebraço e assim despertei.
Mais uns segundos e formava um buraco na cabeça de Patricia. 
“Obrigada Harry, salvaste-me a vida,” Alina imitava a minha voz mas não as minhas palavras; As suas mãos pousaram uma sobre a outra no seu coração.
O seu almoço ainda estava intacto e a encenação continuava.
Abanei a cabeça de um lado para o outro, contendo uma gargalhada. Arrependo-me amargamente de lhes ter contado o encontro desta manhã. 
“Como é que posso agradece-te?” Bernard estendeu o braço sobre a mesa; Alina seguiu a deixa e pousou a sua mão sobre a dele. “Talvez com um beijo,” Os seus olhos fecharam e os seus lábios formaram um bico.
“Vocês são impossíveis,” Bufei as palavras. “Nem sei como sou vossa amiga,” E uma risada emergiu das nossas bocas.
“Oi,” A minha cabeça e a de Bernard rodaram para trás e encontramos Aneurin. “Podemo-nos sentar?” Fionn e Harry atrás da sua pequena figura.
“Claro,” Bernard falou e fez espaço.
A química entre o pequeno grupo deu-se quase instantaneamente. As pessoas eram genuinamente simpáticas, fazíamos ótima conversa e até eram boas a contar anedotas.
“… e ele virou-se para mim e disse, sabes para quem estás-”
“Saluuut,” O sotaque francês interrompeu a história de Aneurin. Todas as cabeças viraram para a figura de Patricia. “Posso juntar-me a vocês?”
“Eh sim, claro,” Alina excitou.
Patricia sentou-se ao pé de Harry – claro.
“Se o olhar matasse,” Bernard sussurrou-me, com uma mão a tapar a sua boca.
Odeio quando a minha cara fala pela minha boca.
“(S/N),” O talkie walkie chamou-me. “Precisamos de ti,” As minhas mãos agarraram o aparelho e a garrafa de água e meti-me de pé, voltando a atenção de todos sobre mim.
“Preciso ir,” Os meus olhos varreram todo o mundo e por fim pousaram em Harry. Os seus lábios numa linha reta, sem reação. “Até logo pessoal,” Despedi-me do grupo.
Senti o seu olhar penetrante seguir os meus movimentos até estar fora de alcance.  
Tínhamos sido abençoados com um céu azul claro, com vagas nuvens no horizonte, um sol quente quase a atingir o seu ponto mais alto e um mar calmo; Condições perfeitas para capturar as imagens planeadas.
A praia de Malo Les Bains lotada; Não de banhistas mas de soldados, alinhados em várias e extensas filas únicas em direção ao mar. Apenas um Spitfire no ar, acompanhado de dois helicópteros. E quatro relíquias de guerra no mar do canal.
Toda a equipa tomou finalmente total consciência do enorme cenário diante dos próprios olhos; E devo dizer que ainda parecia surreal para muitos de nós.
Alguns nervos pairavam no ar.
A próxima cena era complexa; Um avião, várias expulsões, soldados a correr de um lado para outro.
Christopher oferecia os últimos conselhos a Fionn e depois deu sinal verde.
Toda vez que acontecia uma expulsão o meu coração queria sair-me pela boca, mas por fim ouvimos o “Corta!”
Claro que alguns imprevistos apareceram, alguns incidentes aconteceram, mas no final estávamos todos felizes mas sobretudo aliviados.
“Bom trabalho pessoal,” Chris agradeceu o dia de trabalho.
Segui as costas de Christopher para-
“Ei, (S/N),” Voltei-me e Fionn corria na minha direção. “Combinamos ir tomar uma bebida depois das gravações,” Penteou o seu cabelo para trás. “Coisa rápida, para descontrair e tal,” A sua risada era adorável. 
Refleti rapidamente sobre a proposta. “Ahmm, hoje não consigo,” Olhei para trás e a figura de Christopher estava cada vez mais longe. “Tenho que ver alguns e-mails com o Chris, ” Sorri como pedido de desculpas. “Fica para a próxima sim?”
“Claro,” Ouvi antes de correr atrás do diretor.
-
As minhas costas encostaram na cabeceira da cama, as minhas pernas esticaram sobre a coberta.
O ecrã do computador iluminava o meu rosto; Olhos atentos às pequenas letras e dedos apressados.
As costas do meu dedo indicador endireitavam os óculos de vista que de vez em quando teimavam em escorregar-me pelo nariz; Os meus dentes prendiam o meu lábio inferior quando o meu cérebro procurava uma certa palavra ou refletia sobre a frase escrita.
As notificações mantinham o meu telemóvel acordado; Notamente mensagens de Alina e Bernard insistindo para ir ao encontro do pequeno grupo.
(S/N) | Alina | Bernard
(S/N)
(S/NNNNNNNNNNN) 
(S/N) ma belle, vient
Agora falas francês tu
O Aneurin está a ensinarmos algumas palavras
O bar é muito giro! Nada parecidos aos de Londres
Estes franceses têm cá uma classe
Até tem karaoke!
Nós sabemos que tu adoras karaoke
Pára de ser teimosa e vem!
Tenho um monte de trabalho para terminar e e-mails para responder
Ele está aqui
Oi?
É só uma bebida, algumas músicas e depois vamos
De quem é que estás a falar?
Fica para a próxima, divirtam-se xx
Oh vá lá (S/N)
De qUEM É QUE ESTÁS A FALAR?
Au! Isso é a minha perna
DO HARRYYYY DAHH
Ele parece distraído
E preocupado
Também acho
Ele perguntou-me pOR TI
ELE ACABOU DE PERGUNTAR AO BERNARD SE ESTAVAS BEM
Parem de me distrair, tenho trabalho para acabar, adeus xx
O que lhe dizemos???
Que és uma teimosa
Que não quiseste vir porque estás com ciúmes da Patricia
Que estás neste momento no hotel a fazer trabalho que bem pode esperar
Quem precisa de inimigos com amigos destes?
Fica a saber que ele está completamente a ignorá-la
Ele está mais interessado no dia de Fionn que nos toques ocasionais nos seus bíceps
+ os olhos de Alina não largam o Fionn
Eiiii eu estou aqui!
E ISSO É MENTIRA
Só estou atenta, como os restantes
(…)
Voltei a concentrar-me totalmente no trabalho – bem, pelo menos tentei; Sejamos sinceras como é que querem que me concentre depois desta conversa?
Os meus olhos embaciavam-se toda a vez que a minha boca abria para deixar um bocejo sair; As minhas pálpebras pesavam com sono.
Quando finalmente meti ponto no último e-mail e cliquei em enviar o meu corpo relaxou.
Depois entretive-me a coscuvilhar a internet. Encontrei alguns artigos que falavam do início das gravações do novo filme de Christopher Nolan, onde revelavam aos leitores o cenário que se encontrava em Dunquerque; Encontrei vários vídeos dos curiosos que captavam os bastidores por detrás das barreiras montadas; Encontrei fotos de fãs com o Fionn e o Aneurin à porta do hotel, fotos de Harry a correr.
Mirei essas fotos por muito mais tempo que o necessário.
O meu corpo estremeceu quando uma batida na porta interrompeu a paz na divisão.
Tirei o computador de cima das pernas e puxei os óculos para cima da cabeça; As minhas meias tocavam no chão frio.
“Desculpa, esqueci-me das chaves.” Abri a porta para encontrar Alina. “Estou tão aflita para ir à casa de banho que…” Correu para dentro do quarto.
O meu cérebro deixou de processar qualquer palavra ou movimento assim a figura atrás da rapariga foi revelada; As suas mãos estavam escondidas nos bolsos das suas calças pretas; Os seus olhos intensos dirigidos sobre mim.
“Hmm… Oi,” Harry decidiu quebrar o longo silêncio. “Vim só acompanhar Alina,” Foi rápido a explicar-se mas soou como uma desculpa (?) “Como o meu quarto fica ali ao fundo do corredor,” A sua cabeça demonstrou o que tinha acabado de dizer; A sua mandibula afiada encarou-me. “Hmm… e tu… estás bem?” Os seus lábios rosa desapareceram por breves segundos para serem molhados. “Nós fomos hmm a um bar perto daqui e hmm-”
“Sim sim, estou bem,” Quis assegurá-lo o mais depressa possível. “Tinha trabalho para acabar e alguns e-mails para responder,” O meu polegar esquerdo apontou para onde sabia que ia encontrar o meu utensílio de trabalho; A minha cabeça seguiu a ação para confirmar que ele estava bem ali em cima da cama… numa página com uma foto de Harry a correr.
Os meus olhos arregalaram, as minhas bochechas aqueceram.
Agachei a cabeça à procura de um buraco para me enterrar e nunca mais sair – que, para minha sorte, não existia.
Nunca o meu corpo tinha vivenciado tanta vergonha e desespero ao mesmo tempo.
A minha vontade era de explicar a situação; De dizer que estava a ver as notícias e aquelas fotos apareceram, que foi sem esperar, que não sou nenhuma maluca obcecada, que-   
Harry limpou a garganta. “Hmm é melhor ir andando,” O seu sorriso levantou as suas bochechas rosadas. “Só passei para ver se estavas bem,” Confessou. A sua cabeça encarou o chão por breves segundos. “Hmm amanhã é dia de trabalho. Boa noite (S/N),”
“Boa noite Harry,” Despedi-me com o contacto visual mais rápido do mundo e um sorriso envergonhado.
A minha testa encostou na superfície dura da porta fechada. E finalmente, expirei o ar preso nos meus pulmões. “Boa,” Murmurrei para mim mesma completamente embaraçada.
“Uh, está foto está qualquer coisa,” Minutos depois Alina comentou a tal foto.
3ª Parte
N/A: Obrigada por lerem! Se gostaram, por favor, dêem like, rebloguem e deixem as vossas opiniões e/ou perguntas na minha ask! SENÃO VOU NA CASA DE VOCÊS brincadeirinha masss significa muito para mim e só assim sei o que realmente estão a achar da série, porque eu estou a adorar escrevê-la! 
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lpanziera · 4 years
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Ano passado o cinema foi muito discutido em todo mundo, como de costume. Mas 2019 nos reservou uma surpresa pelos filmes em destaque de vários festivais renomados serem de diferentes lugares do mundo. Parece que alguns diretores de países longínquos se reuniram e combinaram um tema que seria tratado, seria isso ou realmente o planeta passa por uma crise global, a crise de existir e ser importante. Afinal, os filmes: Bacurau no Brasil, Parasita na Coréia, Honeyland da Macedônia, Coringa e Nós dos Estados Unidos venceram Cannes, Oscar, Bafta e Sundance. Existe algo a ser dito pelos cineastas mais talentosos da nossa era, traduzido em protestos contra a morte de George Floyd em Minneapolis, passeatas contra Bolsonaro na Av. Paulista, e posts de mídias sociais furiosos. EU EXISTO. EU TENHO VALOR. EU NÃO SOU MENOS QUE VOCÊ. E entenda que o “eu” aqui pode ser singular, mas que quando as vozes se somam ele se transforma numa voz coletiva. 
Eu não queria escrever sobre as injustiças de nossa época. Não queria, apesar de isso encher meu interior, a revolta e a tristeza se confrontam com a incapacidade de poder fazer alguma coisa contra um poder maior, que explora seres humanos por toda história. Eu queria escrever aqui porque hoje eu precisava escrever. Não sei sobre o que, mas precisava escrever. 
Meu pai é um homem cheio de ideais, e ele vive elas. Ele tem um coração simples, mas um coração confortável, e do raiar do dia ao escuro da noite ele vive o que ele prega. Algo que ele diz, e eu na minha vida cristã já ouvi muito, foi que encontramos vida na bíblia, na vida de Jesus. E é verdade mesmo, suas palavras atemporais ainda marcam profundamente o pensamento ocidental dois milênios depois de sua existência. Mas nestes dias de quarentena são nas palavras do colombiano Gabriel Garcia Márquez que tenho encontrado vida e forças para ver o dia e as pessoas numa outra perspectiva. 
Gabriel escreve as nuances não percebidas por mim, em pessoas comuns e lendo sua escrita, vale a famosa frase de Chesterton "A coisa mais extraordinária do mundo é um homem comum, uma mulher comum, e seus filhos comuns".
Eu acredito numa fé que dignifica o valor da vida humana, creio que se Deus criou o homem a sua imagem, apesar de ser infinitamente menor que o criador, ele deve refletir características suas. E Gabriel me faz ver isso. E eu queria praticar este olhar.
Quero praticar. Quando morei com o Massao por um semestre me aproximei muito dele. O conheci dois anos antes, ele morava no andar de cima do meu quarto de alojamento e não conseguimos nos relacionar tanto. Vivia o ápice do meu cristianismo norte-americano e ele o ápice de seu ateísmo. Meus primeiros encontros com ele têm gosto de Jaggermaster com RedBull. Aí está algo que você precisa saber sobre este homem. Ele é intenso, mas não permanece nos mesmos gostos por muito tempo, vive cada época intensamente e depois muda. Quando morávamos juntos no início sempre bebia whiskey, mas depois se rendeu a gin tônica. Uma seleção de 3 a 5 músicas o acompanha por período. Quando sai do banho animado, de calça preta e sem camisa, por vezes cantava alegremente “Oh where, oh where Will my lady be?” por outras ensaiava os passos e movimentos mais novos do funk brasileiro. Algumas noites ouvia os seus passos no quarto de porta fechada, praticava os passos sozinho por horas a noite e depois vinha me mostrar, eu me alinhava ao seu lado e tentava imitar-lo. O que mais me chamava atenção nele no entanto era as mulheres, Massao é o homem mais mulherengo que eu conheço, mas ele não era um babaca. Massao não se interessava só pra satisfazer uma vontade mesquinha por prazer, ele realmente estava a procura de alguém que seu coração se apaixonasse, saia com mil mulheres e as levava pra casa, e eu perguntava como foi com elas. Ele me dava a mais sincera descrição, e falava animado pelas coisas que ela estava interessada, e pelo que eles conversavam, me dizia se o sexo era bom ou ruim, e quando o coração da garota era bom, ele sofria porque ele não ia conseguir ficar com ela. As garotas em casa pela manhã eram sempre muito gentis, claramente tentavam impressionar o rapaz. Me lembro uma noite que duas garotas vieram, uma já era conhecida dele, e a amiga veio junto porque ela falou que podia ficar comigo. Ela me olhou de cima abaixo e virou pra amiga, “é ele então?” Eu dei risada, no fim da noite os dois foram pro quarto, eu olhei pra ela, e ela confiante que iria dormir comigo perguntou como iríamos fazer, eu olhei pro colchão encostado na parede e falei, “se quiser pode dormir na sala.” 
Havia tanta vida se movendo pela 413 Karen, fazíamos festas, e fumávamos lá. Cozinhávamos e nos divertíamos. Um dia eu ouvi ele chorando alto, muito alto. Abriu a porta do quarto, caminhou a passos largos para a sala, colocou o casaco e saiu de casa, passou uns bons 30 minutos fora de casa, ao voltar perguntei o que foi. Ele me disse ainda em lágrimas que viu o filme que eu indiquei mais cedo, Mudbound, tem tanta injustiça no mundo, falava chorando. Aí eu percebi um pouco mais do coração sincero dele. Sempre me lembro um dia na biblioteca, eu o vi estudando na mesa sozinho, dei um oi rapidamente e já ia saindo, ele disse então que me amava, “não sei se eu vou tá vivo amanhã, então saiba, eu te amo.” Eu de corpo virado já em direção ao corredor, voltei o abracei e falei “eu também te amo amigo.” 
Eu escrevi um pouco sobre ele porque ontem chorei de saudades. Apesar de ter amigos de longa data, ele foi o amigo mais intenso que eu tive. De viagem a Cuba, a dividir apartamento, casa, trabalho, e faculdade. Ele tem uma desenvoltura e um jeito cativante de falar com as pessoas que eu nunca vou ter, sentado a mesa ele facilmente é o centro das atenções, uma paixão pela vida. Fica empolgado com seus planos e quer saber mais, genuinamente, quer saber e comemorar suas conquistas. Eu dou risada, e comemoro por tê-lo encontrado. Usa anéis, e colar e quer que você use também, divide tudo o que tem sem restrições, e hoje ao efeito da leitura de Gabriel e às saudades de um companheiro distante, sinto falta e escrevo ao amigo que quer fazer de todas as noites, especial. 
Espero praticar esta ótica. E me surpreender com ela. Escrever mais, talvez aqui, talvez em meus cadernos, mas trazer um pouco do encanto da vida, tão sofrida e dura, das palavras à realidade.
“Há uma alegria avassaladora que crepita em cada canto do mundo. Eu sou minúsculo, mas estou aqui. Recebi sentidos, consciência, existência, e fui colocado em um palco tão lotado com a vastidão, tão abarrotado com a pequenez, que não consigo fazer nada além de rir, e, às vezes, rir e chorar. Viver faz a morte valer a pena." 
 N. D. Wilson
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jkappameme · 7 years
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Ah,finalmente tempo de me atualizar. Com certeza não foi coisa do tempo,continua tudo igualzinho aqui no blog. E que beleza de blog. Dá pra passar um dia inteiro de suspiros e calmaria,sentir que o dia foi completamente produtivo só de ficar aqui lendo tudo isto. É tudo tão não ofensivo,realmente tão confortante. A sensação de estar numa rede,numa mesa,casualmente lendo tudo daqui enquanto paro pra comer,conversar e tomar um suco é a melhor. E ver tudo isto do mesmo jeito me faz lembrar 1/?
da primeira vez que cheguei aqui. Ah,eram tantos problemas.Tantas coisas na cabeça,e só um pedido de descanso,de liberar a mente de tudo mesmo sem mudar o que estava acontecendo,e fico feliz de informar que quase tudo daquele tempo já está encaminhado. E é incrivel como esse site me acalma,sério. Não é nem mesmo uma calma forçada,o layout,as palavras,é tudo tão detalhadinho,tão proposital,tão delicadamente pensado,e a sensação é sempre de conforto. Como uma xicara de nescau e uma boa leitura antes de dormir. E dá pra ter essa mesma sensação em tanta coisa aqui. Tá,vamos parar de divagar e realmente comentar sobre algo,hoho. Falando diretamente,as descrições das cenas,das emoções,me deixa num enlace tão delicado,é só começar uma história,que não tem como parar. E novamente,a sensação de pressa que não existe aqui é simplesmente acolhedora. É tudo tão bem ambientado,tão realmente dum ponto de vista de um ser humano;de outros;considerado.
E foi muito bom encontrar novas histórias,com certeza. Mesmo elas são carregadas desse sentimento. Sabe,é curioso como as vezes nós mesmos pulamos alguma ação da nossa vida para focar no principal. “andei até ali” não é o mesmo que “senti meus pés baterem no assoalho” . E ah,mesmo o meu lado escritora quando sai,me mostra que é assim que eu deveria viver. sem tomar pressa,apreciando cada nuance. E vocês,as duas,conseguem captar isso perfeitamente. Ah,e se posso ser ousada,creio que já até consigo captar o estilo de escrita de cada uma das duas. De Florence sinto uma certa turbulência, e é divertido ver até onde ela quer chegar. Embora a ideia já esteja lá desde o começo. Sendo mais ousada ainda,comparo isso com a euforia de falar com alguém que você estima. Saber exatamente o que falar para seu idol,seu crush,seu autor,mas ter um festival de xingamentos rolando pela própria mente de incredulidade. Relaciono á coragem de dar um passo a frente e estender a mão. “Olá,sou a ___”.
E mesmo que a conversa role de boa,quando chega em casa,voltam os xingamentos de incredulidade e um soco no travesseiro. Uma tempestade interna,mas com a qual você ainda consegue se sair bem. Aainda assim,bem organizada,e sabendo bem aonde ir. Isso é o que sinto de sua escrita,moça Florence. Aquelas que você estica o corpo pra frente e leva um dedo a boca pra ler,bem,essa era eu,ao menos.
De Agness me lembra o sentimento de sentar numa cadeira com algodão doce depois de ler um livro na beira da água. É sonhador,é a loucura de uma filosofia. Mas que se começar a conversar sobre o livro não vai dar muito certo e o melhor é escrever sobre ele. Daquelas coisas que você quer assoprar suavemente. E oh Meu Deus,é um balanço tão bonito o de vocês duas. Ainda assim tem a mesma essencia,parece que as histórias se intercalam no mesmo mundo. *suspira*adoro o transporte pra esse mundo que é esse blog. Eu não sei,cara,inclusive dá pra sentir a vontade mais forte de tentar coisas novas,ah,novamente,eu tenho medo de banalizar o sentimento.Então eu vou só voltar e reler minhas histórias preferidas. Que dia calmo que passei por esse blog. é como se eu tivesse sido restaurada depois de uma longa semana. E realmente foi,há algo por aqui que sempre dá essa sensação. A vontade de sentar num banco,apoiar a mão atrás,e sentir que tudo está encaminhado e você pôde ver isso acontecer. 
blabbing,blabbing, e por um lado de fandom,é muito bonito sentir que vocês não desrespeitam os meninos,mas eles que desrespeitam vocês. Haha. abafa o caso. Bem,acho que agora já deu,tenho certeza que meu corpo tá bem mais descansado depois de tudo isso. E tem coisa aqui que eu realmente sinto que irradia dos meninos,que a ideia veio justamente de algo que eles fizeram,e ficou. Oh,e tem horas,claro,que a criatividade flui,e aí a gente entra naquele universo. Oh,eu realmente não paro. hohoho
Espero que essa seja mesmo a ultima,ao menos dessa noite,porque Jesus,eu ainda tenho que ir ver minha lovezinho,Strawberry milk,rever a do Hoseok,gravar nomes nos favoritos,ah. Enfim,desejo uma boa semana,um bom mês,bons encontros,coisas caóticas que deem idéias,calmaria pra coloca-las no lugar,boas bebidas e saídas,e sempre um lugar para voltar. Boa seja lá a hora do dia[se eu pensei que tinha falado muito no outro dia,foi culpa do pc bugado. esse aqui é o normal,is it 2 late now to say sorry?]
Tá, o lance é que eu não sei como te responder. Fiquei dias tentando encontrar palavras pra te agradecer por todo o carinho, algo que te passasse tudo o que eu senti quando li o que você mandou. Mas não achei nada. E continuo sem achar. Só que queria te agradecer mesmo assim, mesmo com as palavras não tão boas quanto eu queria que elas fossem…
Eu ainda me lembro de quando você enviou as mensagens ano passado, eu tava no meio do trabalho quando recebi as notificações. E, poxa, foi tudo tão legal! Tão, tão legal. A gente é grata desde aquele tempo, de verdade. Espero que você saiba disso.
E sabe? O JK Appa Meme é um super refúgio pra gente e saber que ele funciona como refúgio pra ti também é incrível. A gente tem nele todo o nosso mundo mágico, a gente colocou todo nosso carinho aqui, tanto na edição do layout, quanto nas páginas do menu. Não só nas histórias. Cada partezinha dele foi feita com cuidado, porque a gente queria que trouxesse conforto pra todo mundo que parasse por aqui. Então saber que alguém percebeu e sentiu isso é muito legal, o coração fica quentinho de amor.
E, poxa vida, obrigada por reparar nos detalhes, pegar essências e transformar em metáforas. Acho que ninguém nunca tinha falado algo assim sobre a minha escrita. E eu me senti tão bem! Sério, eu me senti muito bem mesmo. Porque é esse sentimento que quero ter quando leio e é esse sentimento que quero passar quando escrevo. É tudo isso!! E tem tantas, tantas vezes que acho que não chego lá, que paro no meio do caminho, que me interrompo, que pego estradas erradas. Então, sério, é muito legal ler isso e saber que consigo, saber que sou suficiente em algo que eu gosto tanto de fazer. Obrigada mesmo.
E sobre o balanço entre nós duas ser bonito… Eu não sei o que dizer!!! Eu fiquei tão amolecida com isso, porque foi tão lindo de se ler, hahaha. Sério. Eu fico lendo e relendo essa parte o tempo inteiro e não consigo parar. Acho que tudo isso fica ainda mais especial pela minha dupla ser a Florence (aka minha melhor amiga e momolada do Yoongi). E perceber que a gente tem um balanço bonito não só na amizade, como na escrita também é a prova concreta de que a gente é best friends forever, hahahaha.  
Eu espero que você sempre tenha um tempinho pra parar por aqui e que o JK Appa Meme sempre te leve esse conforto, que te leve paz e esse sentimento de querer algo novo. Espero que todas nós tenhamos um lugar pra voltar e que nos encontremos sempre por aqui.
Queria que minha resposta te levasse toda a minha gratidão, mas não sei se vai chegar aos pés do sentimento. Só quero que saiba que o que eu sinto é algo imenso e muito bom, é a felicidade de saber que algo que faço me deixa feliz e deixa outro alguém feliz também.  
Bom finalzinho de fim de semana, bom resto de mês, bom ano, bom tudo. Boa vida também. Obrigada por dividir o amor em forma de comentário com a gente e obrigada por entrar no nosso mundo. Não te desejo mais boas-vindas, você já é de casa.
Com todo o carinho, amor e memes fofos que carrego comigo, eu te mando um super beijo e um abraço bem apertado.
P.S.: “é muito bonito sentir que vocês não desrespeitam os meninos, mas eles que desrespeitam vocês”, olha, eu só queria comentar que já não aguento mais eles sendo lindos e nos fazendo sofrer desse jeito o tempo todo. A gente só quer paz!
– Agness
Oi, coisa fofa!!! First things first, MUITO MUITO MUITO obrigada por mais uma vez tirar um tempinho do seu dia pra vir aqui dizer essas coisas maravilhosas como você sempre faz. Significa muito pra mim receber esse tipo de mensagem, e definitivamente serve como incentivo pra continuar escrevendo, mesmo que eu não poste com tanta frequência quanto a Agness. E como se não fosse o suficiente você ler nossas histórias, você ainda faz questão de reler as suas preferidas e reparar nas nossas narrativas e nos detalhes.
Eu acho maravilhoso você ter conseguido pegar alguns traços de nós duas na nossa escrita e, de certa forma, da nossa personalidade também (você tava certa quando descreveu minha narrativa falando da turbulência e da tempestade interna). Pra mim, escrever é uma coisa muito pessoal e uma exposição enorme, como se eu colocasse um pedacinho meu em cada história, então sempre que eu tenho esse tipo de retorno positivo é muito importante, de verdade. É muito surreal imaginar que eu consegui transformar algo intangível em algo concreto, e ter uma pessoa que, em algum outro lugar, sem ter ideia do contexto de onde surgiu aquela história, conseguiu se identificar e sentir algum tipo de conforto com isso. Se você for pensar, é algo bem pessoal e eu fico muito honrada de saber que isso aconteceu/acontece com você.
E óbvio que eu fiquei super sentimental com o que você falou do balanço entre nós duas, porque eu também tenho essa sensação (tanto na escrita quando na vida real, na verdade). Hoje mesmo nós estávamos conversando que, em alguns aspectos, a escrita de uma complementa a outra. E até então eu não sabia que era algo tão óbvio (e talvez nem seja), mas eu também acho bonito e fico muito feliz por você ter notado. No fim das contas, acho que o mais legal do JK é o fato de podermos fazer isso juntas.
Aproveitando o momento pra ser ainda mais sincera, eu levei dias lendo e relendo suas mensagens na caixa de entrada porque eu não sabia nem por onde começar a responder. E óbvio que eu não consegui expressar nem metade do que eu gostaria com minha resposta, mas eu tenho certeza que ainda vamos ter bastante tempo pra conversar e poder trocar mensagens. Eu gosto de pensar que tenho muita facilidade de me expressar com palavras, mas essa é a prova clara de que eu não sou tão boa assim nisso quanto pensei que fosse haha.
Existe uma liberdade enorme no ato de escrever, mas também existe uma liberdade enorme em poder transitar por outros lugares ao ler. E eu sou muito, muito grata por conseguir que aconteça essa troca entre a gente!
Um beijo enorme pra você e um obrigado muito sincero, mesmo. Espero que as próximas histórias continuem te trazendo esse mesmo sentimento acolhedor ♡
PS: tô torcendo pra que você realmente leve em consideração o balanço entre nós duas, porque eu acho que não consegui te responder com 1/3 da fofura da Agness haha.
– Florence
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Parte 2: Capítulo 5: Taconic
Sylvia e a mãe tiveram as vidas mudadas pra sempre quando pararam pra abastecer em um posto Sunoco em East Fishkill.
Procuramos por sinais e profecias das grandes mudanças que nos esperam, mas, na maioria das vezes, elas vêm de repente, nos lugares mais mundanos, enquanto fazemos as coisas mais mundanas. Um ataque cardíaco quando se está assistindo Netflix. Uma ligação sobre uma gravidez quando ‘tá decidindo que marca de granola comprar no supermercado. Um ato de violência repentino quando parou pra abastecer.
A mãe de Sylvia também se chamava Sylvia.
— As pessoas não pensam duas vezes se um homem dá o nome dele ao filho, ou mesmo se todos os homens da família têm o mesmo nome há gerações. Mas uma mulher dá o nome dela a filha, e todo mundo fica confuso. — disse Sylvia.
Quando ela era pequena, não tinha nenhuma opinião sobre ter o mesmo nome que a mãe. Depois, percebeu que era estranho, e não gostava de ser estranha. E isso fez com que ficasse defensiva sobre o nome, e que não gostasse de contar ele às pessoas. Quando atingiu a adolescência, culpou a mãe e se recusou a ser chamada de Sylvia. Perguntei que nome ela usava.
— Skip. — ela disse
— Sério? — perguntei a ela
— Sério, Skip. — ela respondeu — Não seja idiota.
Ela ‘tava certa. Pedi desculpa.
— Quer que eu te chame de Skip?
— Não. — ela disse, baixinho — Desde que... desde que minha mãe... Voltei a usar Sylvia. Não culpo ela mais, eu entendo. Entendo ela tão melhor agora que se foi. Queria poder dizer isso pra ela.
Deixo ela se encolher sob o meu braço. Faz um bom tempo desde que tive que confortar alguém.
Foi Sylvia quem viu primeiro, naquela noite. Um homem se contorcendo perto de uma caçamba. Pensou que talvez estivesse machucado, ou fosse um viciado, apesar do cenário rural não condizer com aquela narrativa. Mas ela sentiu um frio na barriga quando viu que era um homem agachado espancando algo debaixo dele.
Uma pessoa debaixo dele.
Sylvia viu, mas não conseguiu entender que o homem ‘tava comendo outra pessoa.
— Mãe. — ela sussurrou — Mãe!
E a mãe dela se virou e, incrivelmente, Deus a abençoe, não perdeu as forças como eu teria feito, ou correu, como uma vez fiz. Ela apertou o maxilar, disse:
— Sylvia, querida, entre no posto e encontre algum lugar pra se esconder.
E pegou o telefone dela pra ligar pra polícia.
Mas, é claro, a polícia não teria sido capaz de ajudar.
E, de qualquer forma, logo depois da Sylvia sair, o Homem de Thistle percebeu a mãe dela assistindo. Se Sylvia ‘tivesse lá também, se ele soubesse que tinha duas testemunhas... Mas só sabia de uma. Uma pessoa com quem ele precisava lidar.
— Não era só o Homem de Thistle, — ela disse — tinha outra pessoa lá.
Ela deu andou pelo Sunoco, fazendo um show de investigação meticulosa. Mas eu podia ver as mãos dela tremendo enquanto pressionava elas firmemente à cintura. Esse lugar, pra ela, era uma ferida.
— Não vamos encontrar nada aqui. — ela falou
— Não — eu disse
— Faz anos, — ela disse — não teria mais nenhuma evidência física.
— Não.
— Mas esses são os fatos, Keisha: Me lembro de uma segunda pessoa. O Homem de Thistle teve ajuda.
Ela encarou o último lugar em que viu a mãe vive por um bom tempo.
— Preciso saber o que realmente aconteceu.
— Eu sei. — eu disse
Ela concordou.
— OK, vamos lá.
A Taconic Parkway é bonita. Uma estrada que serpenteia. Dá a mesma sensação de uma caminhada num bosque. Mas fazer uma caminhada num bosque é algo que se quer fazer devagar, a pé, não acelerando um carro. É uma estrada perigosa. Sem iluminação, curvas acentuadas, longos períodos sem acostamento. Só uma encosta de um lado e uma barreira fina de outro. Se a vida é, de muitas formas, uma linha fina entre beleza e perigo, então a Taconic é pavimenta bem no meio.
Logo a norte do rio Hudson, onde comemos um falafel delicioso num restaurante Kosher que tem como propaganda, praticamente com certeza errada, “o último restaurante Kosher até a fronteira com o Canadá”
Vimos algo estranho na encosta à beira da estrada. Uma escultura enorme de uma face humana e, na frente dela, uma figura gigante sentada num trono. A cabeça dela aplainada e curvada na forma de uma bola. Tinha outras estátuas por toda a colina. Parecia um santuário de um deus que ninguém jamais venerou.
Sylvia voltou pra fora quando a mãe começou gritar. As luzes tinham convenientemente enfraquecido daquele lado do posto. Nenhum sinal da polícia vindo, de ninguém vindo. De qualquer ajuda.
— Você queria ver, — disse o Homem de Thistle numa voz que escorria da garganta dele. Arrastou uma perna pra frente, o resto o corpo se curvando pra frente. — Agora vai ver.
Sylvia deu um passo na direção deles, mas a mãe cruzou o olhar com o dela e estendeu uma das mãos. “Fique longe, se esconda”.
— E fiz isso, acho. — ela disse — Não me lembro do que aconteceu depois disso. É só tristeza e sangue. Mas me lembro de ‘tar, algumas horas depois, encolhida na vegetação do outro lado da Taconic, me escondendo. Lembro de pegadas nas folhas perto de mim. Acho que o Homem de Thistle ‘tava me procurando, mas não me encontrou. Até hoje não.
Tinha mais uma parte dessa história, e é a parte que ‘tamos tentando entender agora. Tinha mais alguém lá com o Homem de Thistle. Sylvia se lembrava de uma pessoa usando um capuz, perto da mãe, já bem no final. Só o Homem de Thistle e a pessoa encapuzada. Pequenos, sem rosto, com as mãos estendidas para a mãe dela.
— Alguém ajudou o Homem de Thistle matar minha mãe, e quero saber quem. — ela disse
Comemos asinhas num bar em Red Hook. Um homem mais velho e um garoto estavam sentados nos fundos do bar.
— Passei pelo governo de Nixon, sabe, — o homem mais velho disse, balançando a cabeça — Passei pelo governo de Nixon, e nunca passei por nada assustador assim.
Incertas do que fazer a seguir, fomos pro escritório do Xerife do Condado Duchess em Poughkeepsie na manhã seguinte. A mulher na recepção parecia amigável. Uma mulher mais velha, definitivamente não mais uma policial, se é que chegou a ser.
— Posso ajudá-las? — ela perguntou
Ótima pergunta. Não sei se alguém poderia.
Explicamos que ‘távamos investigando um assassinato que aconteceu há alguns anos. Demos os detalhes. Ela deu uma vasculhada no computador.
— Huh, — ela disse — isso está estranho.
— O quê? — Sylvia perguntou.
— O caso foi fechado. Não sei por que teria sido. É uma investigação de assassinato, homicídio duplo, apenas há alguns anos e sem suspeitos apreendidos. Por que o fechariam? — ela franziu o rosto, lendo as notas que tinham no arquivo. — Por que o fechariam? —repetiu
O tom dela não era de confusão, mas de desespero. Sabia exatamente por que tinham fechado o caso. Ela olhou pra nós, a boca levemente aberta, segurando o que tinha pra dizer lá dentro por um momento. E então, colocou pra fora:
— Vão almoçar no Palace Diner. É bem ali na esquina. A comida é gostosa.
Sylvia e eu agradecemos a ela e fomos pra lanchonete. Uma grandiosa instituição 24-horas, com um estacionamento rápido e sua própria padaria. O tipo de lanchonete que não se encontra fora do Nordeste.
‘Távamos na metade das nossas coxas de peru quando a mulher apareceu, segurando uma caixa-arquivo.
— Quero que vocês saibam que alguns de nós não concordamos, que acreditamos que isso é errado; o que estão fazendo. Quero que saibam que não estamos todos do lado deles. — ela colocou a caixa debaixo da nossa mesa — Não tem muito aí, mas fiquem com ela. Não eu, hã-hã. Não eu, pelo menos.
Ela se virou e foi embora, sem esperar nossa resposta. O garçom perguntou se estávamos bem com nossos cafés.
Estávamos bem.
Tinha algumas vinheiras no Vale do Hudson, dentre os pomares de maçã. Há ali, como em vários lugares que não são notáveis por seu vinho, um esforço sério pra criar uma indústria de vinho. O melhor vinho de Nova York que já provei era talvez OK. Mas, com o clima mudando, quem sabe? Certamente as áreas famosas por seu vinho vão perder o clima delas, e um desses lugares de que rimos vai virar o novo Bourdeaux. Ou todo mundo vai ‘tar ocupado demais com nossas cidades alagadas pra se preocupar com vinho.
A caixa ‘tava quase vazia. Nenhuma investigação real feita no caso. A polícia sabia quem era o assassino e, portanto, não tinha nenhuma pista oficialmente. O mínimo possível de papelada, que ainda é muita papelada, mas nada nela dizendo coisa alguma. Especificação de fatos físicos básicos da cena, descrição das ações do policial num estilo de escrita passo-a-passo feito intencionalmente pra repelir o leitor por tédio.  
Sylvia Parker Senior, outra vítima do Homem Faminto.
Mas tinha um item de real interesse. Um envelope pardo dobrado e mumificado com fita adesiva. Peguei a faca da minha bolsa e abri. Dentro tinha uma fita cassete.
— Da câmera do posto? — eu disse
— Oh, Deus, espero que sim. — ela disse
— Temos algum jeito de tocar isso?
— Bom, essa região é conhecida pelos antiquários.
Fomos ao antiquário mais sombrio que conseguimos encontrar em Hudson. Uma loja de porão com pinturas infantis de animais empinando pipas e andando de skate ao ar livre. Tinha uma cabeça de alce empalhada na parede, já bem acabada. E, nos fundos, por 15 contos, um combo de VCR e TV.
Pagamos um quarto num motel barato de um andar em Saugerties. Nem nos incomodamos em levar o resto das nossas coisas pra dentro, só a TV e a fita.
Fechei as cortinas. ‘Tava completamente escuro no quarto. Pluguei a TV, coloquei a fita na abertura. [sons de fita rodando]
Cores distorcidas e estática digital. Talvez tivesse sido tudo à toa. A fita ‘tava defeituosa ou estragada. Mas aí, apareceu uma imagem ampla da lateral do posto de gasolina. A mãe de Sylvia ‘tava contra a parede, e o Homem de Thistle caminhando na direção dela. Não o mesmo Homem de Thistle que me seguiu ano passado, um outro. Tão deformado e dentado quanto.
E lá estava Sylvia, saindo da loja do posto, vendo o que ‘tava prestes a acontecer, gritando. O Homem de Thistle avistando a Sylvia mais nova e abrindo um sorriso torto e derretido.  
— Não foi isso que aconteceu. — Sylvia disse — Eu me escondi. Ela sinalizou pra eu correr. Ele nunca chegou a me ver.
Na fita, o Homem de Thistle se voltou pra mãe de Sylvia de novo. Não foi bem andando, caiu direto em cima dela, a mão dele na garganta dela. E lá estava, sim, uma pessoa encapuzada. Não vi ela surgir de lugar nenhum, só nada e então uma pessoa nas sombras. Como se estivesse estado lá o tempo todo, e só agora eu tivesse percebido. A pessoa foi correndo em direção à mãe de Sylvia. Na fita, Sylvia deu um grito choroso que não dava pra ouvir porque não tinha som. Ela, também, correu pra mãe.
Antes que qualquer outra coisa pudesse acontecer, o Homem de Thistle arrancou a garganta de Sylvia Parker Sênior. Não sei de que outra forma dizer isso. Pegou ela como alguém pegaria uma caixa de cereal da prateleira. Recolheu a mão e tinha algo molhado nela, e a mãe de Sylvia tinha uma ferida aberta onde a garganta dela tinha sido. Agora, Sylvia estava gritando de novo, não na fita, mas do meu lado, no quarto. Abracei ela apertado, e ela gritou no meu ombro.
A pessoa encapuzada alcançou os dois, e envolveu a mãe de Sylvia com os braços. Parecia estar deitando ela no chão cuidadosamente. A mulher à beira da morte escarou a, pra nós, invisível cara da pessoa como se tivesse visto algo ainda mais espantoso que a própria morte, e, então, se foi.
O Homem de Thistle jogou o que tinha pegado da mulher no chão e então, com a mesma casualidade, levantou Sylvia no momento em que a corrida colocou ela ao alcance dele. Segurava ela sem interesse, como um pai olhando um bebê. Ele ‘tava rindo, a mandíbula se abrindo cada vez mais.
Sylvia desabou no chão e, de novo, isso parece um jeito simples demais de dizer isso, mas– a pessoa encapuzada partiu o Homem de Thistle ao meio. Arrancou os braços e as pernas dele e daí decepou a cabeça. Foi muito rápido.
Sylvia ‘tava inconsciente no chão. A pessoa encapuzada pegou e carregou ela pra fora da imagem, e tudo ficou preto.
Sylvia tocou a tela.
— Ela me salvou. Todo esse tempo, achei que tinha ajudado o Homem de Thistle a matar minha mãe. Pensei que eu tinha fugido sozinha. Mas estaria morta também, se não fosse quem quer que seja essa pessoa.
— Quem quer que seja, é muito, muito forte. —  eu disse
— Sim. — ela disse — E parece que ‘tá do nosso lado.
— E agora? — perguntei
— Agora, tenho que ir de novo. — ela disse
— O que você vai fazer?
— Vou procurar essa pessoa, o quer que ela seja. Tem uma força poderosa do bem em algum lugar. Não vou atrás do mal ainda. Primeiro, vou procurar o bem.
Ela me abraçou, e abracei ela de volta, bem apertado. Nós duas ‘távamos chorando, é claro.
É claro.
— Você vai me ver de novo. — ela disse.
— É bom mesmo — eu disse. — Puta merda, é bom mesmo.
Toc toc.
[voz à esquerda] Quem é? 
[voz à direita] Quem é?
[voz à esquerda] Eu perguntei primeiro.
[voz à direita] Tenho tanto direito quanto você de saber. 
[voz à esquerda] Você bateu na minha porta. 
[voz à direita] Não tem nenhuma porta, eu só disse “toc toc”. 
[voz à esquerda] Se não tem nenhuma porta, o que você quer que eu faça?
[voz à direita] Diga para mim quem você é.
[voz à esquerda] Claro, mas primeiro me diga quem é você. 
[voz à direita] Quem é?
[voz à esquerda] Quem é?
[voz à direita] Quem é?
[voz à esquerda] Quem é? 
[voz à direita] Não estamos chegando a lugar nenhum. 
[voz à esquerda] “Não estamos chegando a lugar nenhum” quem?
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luadeoutromundo · 7 years
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Depois de fazer minha promessa, que daria um tempo ao amor, e que definitivamente não queria conhecer mais ninguém, eu te encontrei ou você me encontrou, não sei. Em 3 dias você conseguiu mudar minha vida de uma forma, mexeu com meu coração, sinceramente, como ninguém mais, com você tiver vontade de casar, como nunca quis com ninguém, com você fiz planos de viajar, de conhecer o mundo, pra você contei meus sonhos malucos, minhas vontades loucas, meus desejos, minhas brisas. Com você planejei morar, ter um cachorro de nome engraçado, de você eu falei pro porteiro, pro cachorro, meus amigos, no Twitter, pra você eu escrevi cartas, com você fiz bagunça, pra você dei amor. Lembro de suas mensagens no meio da madrugada, que você mandava logo depois que eu pegava no sono e eu acordava com uma mensagem boa, lembro que acordava pela madrugada e já pensava em você, dormia pensando em você, acordava todos os dias pensando em você. Você sempre de alguma forma conseguia me trazer uma paz, me fazer esquecer os problemas, com uma única mensagem animava meu dia, me fazia rir com a maior facilidade, mesmo que meu dia tivesse sido uma droga. Lembro de suas fotos, as que me mandava e elas estão todas na galeria, numa parte que evito ir, porque me dá saudade. Lembro de quando ficamos cantando, tão desafinados, mas tão bom. Como me olhava, ainda me lembro, e sorrio, teu perfume em todos os lugares sinto, teu nome passa toda hora no jornal, leio na revista, vejo no tt. Teus abraços, teus beijos, eram demais, mas nunca os sentirei mais. Ouço nossas músicas, lembro de você, como macarrão, lembro de você, chocolate então, aí que saudade. Sobre você eu ainda falo, é inevitável, mas tento evitar, mas sempre digo aos meus amigos, pro cachorro, pro porteiro que tô com saudade, que queria te ver, mas depois mudo de assunto como se nada tivesse acontecido. Sinto saudades de acordar cedinho pra ir te ver, sentir aquele frio na barriga no meio do caminho antes de chegar, chegar no teu portão te chamar e te ver com aquela cara de sono que só você tem.  Lembro dos filmes que planejamos ver, dos lugares que queríamos ir, das nossas ideias malucas, nossas brincadeiras, de quando eu ficava tentando te bater. Lembro do dia que pintamos a parede, que olhei pra trás, você estava lá parado olhando pra mim, e eu sempre me arrepio, sinto aquele frio na barriga, e todas as sensações que senti aquele dia. Lembro de mensagens suas, das coisas que me falava e ainda leio algumas antigas, prints que tenho guardados, em seguida sorrio mas depois sempre me acabo no choro. As vezes, quase sempre me pego lembrando de você, me lembro desde o primeiro dia, de quando ficamos até 5 dá manhã conversando, do dia que o vi no bar com nome engraçado, me esperando com aquela camiseta que ofereceu a mim, me arrependo até hoje de não ter aceitado. Lembro do pedido de casamento, do pedido de namoro, o primeiro que recebi pessoalmente, lembro também quando fez um grupo, me lembro de tanta coisa, a todo instante, me desligo do mundo pensando em você, escrevo sobre você, desenho sobre você. Será que quando você come pão, lembra de mim? Quando olha pro céu como estou olhando agora, será que você tá vendo ele daí? Será que sente saudade? Será que ainda pensa em mim? Será que lembra daquele dia que fiquei deitada na cama, quase dormindo esperando você, será que quando entra no quarto, lembra disso? Me faço essas perguntas as vezes. Vejo horas iguais, agora, será que você tá pensando em mim, como eu tô em você?! Uma noite, a alguns dias atrás pensei em você, uma como mais todas desde que você se foi, e pensei teria sido você o meu primeiro amor, porque parei pra pensar, por longas horas pensei no meu passado e em você, e os liguei e posso dizer que tenho certeza que de fato você foi meu primeiro amor, porque eu nunca senti isso que eu sinto por você, por mais ninguém, nunca senti um frio na barriga, ou tanta saudade por alguém como por você. Desde aquela noite acredito que eles, os outros caras, conto apenas 2, que eles só foram uma diversão, uma companhia, um passatempo, uma paixão, nada mais, eles não foram amor, mas você foi, ou pode ter sido, então desde essa noite quando me perguntam quem foi  o meu primeiro amor, me lembro de você, meu primeiro amor. Ainda sonho acordada com você, imagino um dia você voltar, a gente casar, sonho acordada com o dia que você irá aparecer aqui de surpresa me pedindo pra voltar, pra tentar de novo, que bobagem. E Sabe eu tenho tanto pra escrever, em tão pouco tempo e eu tenho tanta coisa, mas irei parar por aqui, guardar minhas lembranças e deixar apenas essas escritas aqui, que com todo meu amor escrevi, com todo meu amor um texto que você nunca lera, com todo meu amor escrevi sobre você, sobre nós. Oh, horas iguais de novo 19:19 e meu pedido é você.  P.s : sinto saudades 
Luadeoutromundo
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tgtexto · 5 years
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Aquele Segredinho 10
- Sabe Celo, eu estava pensando, se eu comer o cu da Ângela primeiro eu quero que tu de pra mim em público depois.
- Tá louca! Da onde tu tirou isso?!
- Ai, amor, eu sempre quis fazer isso!! - diz ela dando pulinhos animadinhos.
- Não, eu não vou fazer isso!
- Então corre pra comer o cu dela primeiro, seu safado!
- Ju, deixa o cu da Ângela em paz!
- Tu não tá entendendo Celo! Imagina se a gente conseguir fazer uma dupla penetração nela, tu na frente e eu atrás. Já pensou que delícia!
Às vezes eu acho que a Ju devia virar uma coaching do sexo. Ela realmente sabe como entusiasmar o cara!
- Que vocês estão falando de mim aí? - grita a Ângela vindo lá do quarto.
- A gente estava falando que tu devia abrir novos horizontes, sabe?
- Cala a boca Ju! Eu já disse que o meu rabo não!! Se tu quer comer um cu por que não come o do Celo?
- Mas amor, não é nada de mais! Eu prometo que faço com carinho! - diz a Ju agarrando a Ângela por trás e demonstrando como ela iria fazer. Dá pra ver a cara da Ângela mordendo os lábios e se esforçando loucamente para não ceder à tentação.
- Para Juuuuu!!
Eu não sei o que a Ju disse no ouvido dela, só sei que ela não pode conter o gemido após aquelas palavras. Com a testa franzida e com o olhar de quem sente uma espécie de dor ela de repente dá uns passos pra frente num rompante pra se livrar da tentação e diz
- Chega Ju, tu pode ser super gostosa, mas eu não vou dar meu cuzinho pra essa pica de cavalo aí!
- Hahahahaha, e a minha serve?
- Ah não, Marcelo! Tu também? A tua pica é tão grande quanto a dela, amor!
Mais tarde, no mesmo dia, eu encontro a Ângela na biblioteca da faculdade, sento ao seu lado e abro os livros pra gente estudar junto. Normalmente a gente estuda com uma turma, mas hoje somos só nós dois. Ela olha pra mim e começa a rir sem nenhum motivo.
- Que foi?
- Nada não!
- Hmmm?
- Estava lembrando da Ju, como ela está safada, né?
- Ela tá obcecada pelo teu rabo, né?
- Fala baixo!
- Kkkkk!
- Ela me falou que tem muita vontade de transar em lugar público e eu não consigo mais parar de pensar nisso!
- Ah Deus!
Ela fica me olhando com aquele sorrisinho maroto. Não acredito que ela quer fazer isso aqui!
- Tu não tá pensando em fazer isso aqui na biblioteca, né?
- Ela ri com a mão na boca evitando fazer barulho.
- Bom, tem aquele cantinho ali atrás das estantes! Kklkkk!
Sabe que se tem uma coisa que eu nunca tive vontade de fazer é transar em lugar público, nunca entendi que graça tem isso! Fico olhando pra ela com aquela cara de: "você não tá falando sério, né?"
- Celo, respira! Tu tá ficando branco kklkkk!
Volto os meus olhos pro livro que está a minha frente e faço de conta que eu não ouvi aquilo. Mas não adianta, ela toca na minha mão e diz
- No banheiro então!
Eu olho pra ela sem esboçar reação
- Vamos Celoooo!!
Diz ela sapateando em baixo da mesa. Aí aparece uma amiga nossa do nada! Quem sabe agora a Ângela esqueça essa loucura.
- Oi Dani, tu chegou bem na hora! Pode cuidar do nosso material um pouco?
- Posso! Claro!
- Legal! Vamos Celo!
Eu estava tão desgostoso com aquela situação que nem sabia se ia funcionar. Mas eu tenho um problema pra dizer não e a danada sabe disso! Aliás as duas sabem e abusam de mim assim! Então ela escolhe o banheiro do andar de cima mesmo tendo um banheiro no mesmo andar da biblioteca. No início eu não entendo porque, mas logo fica evidente quando eu vejo aquela bunda subindo as escadas na minha frente. Ela usa uma saia curtinha e exagera no rebolado. Não tem quem não dê uma espiadinha no meio do caminho. Até aquele professor feminista, que deu uma aula só sobre a masculinidade tóxica pra gente uma vez não se aguenta e dá uma espiada com o cantinho do olho. Eu, claro, não perco tempo e dou aquela olhada zuada pra ele só pra ver ele sem jeito kklkkk! Quando a gente chega no banheiro ela entra logo no banheiro masculino. O cara que estava urinando olha pra trás meio sem jeito vendo o casal entrar numa daquelas cabines onde ficam os sanitários. E ela não está nem aí! Quando eu conheci a Ângela ela era um anjinho, sabe? Tarada ela sempre foi, mas jamais faria uma coisa dessas. Foi só eu a apresentar a Ju e nós três começarmos a namorar e a má influência dominou a menina.
O lugar é tão apertado que mal dá pra ela se agachar pra chupar o meu pau direito. Até aquele momento eu não tinha reparado que ela está com aquela blusa bem decotada e com a metade dos seios pra fora. Ela manda minhas calças pro chão e começa a me masturbar. Eu fico surpreso com o meu pau. Eu achei que ele não fosse se animar naquelas condições, mas o danado tá bem vivo ali! A gente se beija e logo minha mão está dentro da calcinha dela nas portas daquele buraco molhado. Os pelinhos da bucetinha estão cortados bem pequenos o que deixa a parte de fora áspera, como se fosse uma barba por fazer. Mas no meio é tudo tão macio e Indefeso. ela geme logo que eu meto o dedo num ponto saliente da bucetinha fazendo aquele movimento circular que eu sei que ela gosta. Geme como se tivesse esquecido aonde a gente está. Dá pra ouvir que na cabine do lado tem alguém. Ele abre a porta da cabine e vai em direção a pia. A gente só pode imaginar o que passa pela cabeça do coitado. Então dou um abraço nela com as minha duas mãos afofando aquela bunda por debaixo da saia. Aproveitando que meu dedo já está lubrificado, ameaço mete-lo no buraco proibido.
- Celo! - Diz ela em sinal de advertência
Antes que ela faça um escândalo e o pessoal pense que eu estou abusando da mina, eu paro. Então eu viro ela de costas pra mim, levanto a saia pra ver aquela bunda fascinante tiro a calcinha da frente e meto o pau naquela bucetinha molhada sem dó. Ela tenta gemer baixinho, mas é impossível. Tapo a boca dela com a mão em vão. Apesar de ela não estar gemendo alto, o silêncio é grande naquele banheiro. Dá pra ouvir um cara lavando as mãos na frente da nossa cabine. Ela usa as mãos pra me afastar. Eu achei que ela tinha desistido, mas na verdade ela quer que eu sente no vaso. Ela senta no meu colo de frente pra mim com aqueles seios bem na frente dos meus olhos e os braços no meu ombro. Não para de rebolar com meu pau metido na xana. Pelo menos assim ela geme menos! Não que isso importe a essa altura, a tesão é tanta que dane-se se alguém está ouvindo. Depois de um tempo nessa posição eu mando ela se virar. Ela então senta de costas pra mim e, com as mão eu guio o movimento de vai e vem. Ela geme baixinho mas ameaça dar uma gemida bem entoada a qualquer momento. Logo a gente gosa gostoso.
Ainda sentada em mim, suada e ofegante eu mostro pra ela uma frase escrita na porta da cabine. Ela diz: "Não tenha medo de dar o cuzinho! Tu não vai te arrepender!".
- Ai Celo, pára com isso!
- Hahaha!
- Olha lá em cima oh!
Estava escrito "Deus está te olhando agora".
- Aquele tarado!
- Hahahaha!
Na saída um homem que lava as mãos olha pra gente com espanto.
- Ângela?!
- Oi professor Pereira! Até mais tarde! Bjs!
Tinha sido um longo dia: aulas, bolsa de iniciação científica, em fim. Chego em casa super cansado e ouso a Ju no banho. A Ângela só chega mais tarde. Me aproximo da porta do banheiro e abro só um pouquinho pra espiar. Ela leva um susto.
- Celo! Que está fazendo aí, amor? Quer entrar? Fica a vontade.
Entro e fecho a porta atrás de mim pra ficar ali parado olhando aquela obra de arte que é a Júlia. Já descrevi aquele corpo lindo várias vezes nos meus contos anteriores, ela tem aquele cabelo loiro bem cuidado, uma carinha de boneca, os seios fenomenais nem grandes demais nem pequenos. Uma bunda de tirar o fôlego e aquelas pernas maravilhosas. Ninguém que olhe essa mina passando na rua ou até mesmo de biquíni na praia adivinha que ela tem algo a mais. Eu mesmo, se não tivesse visto com meus próprios olhos e sentido me rasgando por dentro não acreditaria. Mas esse segredinho dela ainda está bem comportado, ainda não dá para vê-lo.
- Que tá fazendo aí, amor? Tá atrás desse rabinho, é?
Ela começa a rebolar que nem a Anitta. Não tem como não babar!
- Kkkkk! E aí Celo, vai só ficar olhando? Entra logo aqui!
Me despi enquanto ela continua rebolando sem parar. Entro no box já com meu mastro erguido. Ela rebola com as mãos no joelho esfregando aquela bunda no meu mastro. Se vira em minha direção e começa a me beijar com uma mão no meu peito e a outra já no meu pau. Mas repentinamente para.
- Tu transou com alguém hoje?
Olho pra ela com cara de bobo espantado
- Tu tá cheirando a buceta.
- É… a gente transou no banheiro da facul hoje.
- Safados! E nem me convidaram!! Eu achava que vocês fossem lá pra estudar.
Dou um breve resumo do que aconteceu enquanto ela me dá banho.
- Mas tu não comeu o cuzinho dela, né? Se tivesse eu saberia! Hoje eu sonhei que a gente estava transando na beira da praia com uma galera olhando e batendo uma em nossa homenagem! Hahahaha!
- Ah Deus!
- Uma vez tu me contou que já transou numa praia na frente de todo mundo.
- Na praia de Galheta, sim.
- Tu não quer dar em público, né? Comer tu come, mas dar, nem pensar!
- Ah, é que quando tu falou em público eu pensei no Parcão ou no Gasômetro. Mas se for numa praia de nudismo…
- Ahã, ahã, sei…
- Ta, e tu não vai me dar esse teu rabinho?
- Ai que menino tarado! Vamos esperar a nossa escravinha chegar primeiro amor
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denversaaa · 5 years
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Capítulo II
Eu estava completamente gelado mas suado, minha barriga estava fria e eu estava mais quieto e pensativo que o normal. Quando sai do quarto, Tia Serena veio me perguntar o por que do rosto branco e assustado.
- Eu tive um pesadelo, apenas isso, tia.
Ela sorriu e afagou meu cabelo.
A profecia... Aquela profecia... Era a mesma que meu tio falava ontem? Será que eu participo de alguma profecia estranha que pode sei lá, salvar uma tal de Runeterra? Eu estava muito assustado e perdido, não fazia ideia no que pensar fora isso, no momento o colégio nem me assustava mais, e cada vez mais eu ficava pensando e pensando nisso, e algumas memórias estranhas começaram a surgir em minha cabeça, como foi o dia de um aniversário de Bart de 5 anos onde ela ganhou erva de gato de presente. Eu me lembro exatamente que eu ri tanto que até havia perdido o ar e passado mal, mas Tia Serena e Bart ficaram um tanto quanto desconcertadas quanto a isso.
Sai do meu quarto e fui direto para a mesa de café da manhã, onde tinha muitos pães e frios e muitos sucos e como sempre as torradinhas com atum. Mas na mesa havia... Adivinha? Ervas de gato exclusivamente para Bart. Ela chegou toda vestida de uniforme, com o mesmo suéter bege claro, saia e com maquiagem feita, bastante animada mostrando seus dentes e percebi que Bart tem caninos bem grandes, o que na verdade eu achei até fofo, ao invés de bizarro. Não era comum de Bart estar assim, já que ela é séria e quieta.
- Bom dia! O que houve que está de uniforme e já está vestida? - perguntei com uma voz de sono.
Bart imediatamente ficou corada e com vergonha pois não havia visto que eu já havia chego na mesa.
- É que hoje... Como eu sou vice-presidente do conselho estudantil eu preciso estar hoje na escola para fazer as últimas alterações e cuidados da sala. - respondeu rapidamente. - E já que está aqui, poderia ir comigo para que eu possa te apresentar a escola e o campus, não? - respondeu, irônica.
Os adultos começaram a chegar e dizer bom dia em uníssono um para o outro, enquanto se sentavam na mesa. E mais uma vez apenas eu me senti incomodado com o fato de Bart estar comendo erva de gato, mas decidi não perguntar pois dependendo dela mesmo, se eu fizesse essa pergunta na mesa ela me daria um soco no estômago. Apesar da aparência infantil, fofa e serena de Bart, ela é bastante brava e séria, e sempre quando eu fazia algo ruim para ela, me devolvia um forte soco no estômago. Sinceramente, ela deve ter algum descontrole emocional as vezes para ficar violenta dessa maneira.
Todos ali estavam me forçando a poder ir hoje conhecer a escola, então me senti como se não tivesse muito escolha e fui para o meu quartinho de vassouras me trocar, para colocar o uniforme (pelo visto mesmo que não é horário de aula é necessário entrar lá apenas com o uniforme), mas é claro que não usei o suéter bege e nem os sapatos sociais, e coloquei meu bom, velho e gasto AllStar preto. A gravata vermelho vinho dava para usar sem sentir vergonha...
Estava saindo da mansão para eu e Bart entrarmos no carro de minha mãe para ela nos levar, porém Jacques chegou no vidro do motorista e disse algo estranho:
- Os meus homens terminarão o apartamento antes mesmo dos meninos voltarem.
- Certo. - minha mãe respondeu animada. - Obrigada, Jacques.
- Não é nada!
O carro partiu e fomos em direção da Saint Sirius High School. Enquanto eu via a vista escutando no meu fone de ouvido meu repertório de rocks farofas antigos, Bart estava lendo um livro clássico que havia trazido em sua mochilina, que sinceramente não entendi o motivo para trazer tal coisa apenas para uma visita praticamente. E foi nas minhas reflexões enquanto olhava a floresta que havia próxima a mansão LeBlanc que havia me tocado que meu aniversário seria amanhã, o que me deixou depressivo já que eu detesto meus aniversários e isso tem um motivo muito claro: eu nunca tive amigos. Então minhas festas sempre eram churrasquinhos com minha mãe e geralmente uma ou outra amiga do antigo trabalho dela. Eu estava meio farto e cansado disso... E sinceramente espero pelo menos fazer amigos quando as aulas voltarem. Quem sabe mesmo uma namorada?
Minha mãe estava passando por uma planície cheia de grama e alguns gados até chegar no território do campus, e olha, fiquei assustado com a imensidão daquilo. Havia um casarão enorme e branco no centro, com muitas colunas e uns três andares, algumas casinhas que na verdade são grandes, mas que se ofuscam comparando ao prédio principal, tinha muita grama e árvores, uma enorme piscina olímpica e um prédio maiorzinho que os que haviam ao lado que havia nele uma placa escrita "biblioteca". Fora tudo isso um enorme estacionamento do lado, mamãe parou o carro ali e eu e Bart descemos.
- Pego vocês na hora do almoço! - disse minha mãe, partindo com o carro. - Até mais meninos! Que o anjo da guarda esteja com vocês!
O estacionamento estava meio vazio e apenas havia alguns carros, provavelmente de funcionários (e olha que eram carrões, apenas de marcas de prestígio!).
- Espero que goste da escola, Peter. - Bart quebrou o silêncio enquanto tocava os próprios dedos. - Eu gosto daqui, me sinto confortável, apesar de existir pessoas que, bem... Não são boas pessoas e que sinceramente ficaria aliviada se elas forem embora.
- Eu imagino, Bart. - coloquei as mãos em sua cabeça. - Eu tô acostumado com esse tipo de coisa, se lembra?
Bart sorriu com a confiança que dei a ela. Mas é verdade, eu já estava acostumado com qualquer tipo de otário que tentasse fazer bullying no mesmo lugar que eu, e acho que pelo meu grande senso de justiça eu nunca deixei isso passar batido, sempre enfrentei esse tipo de gente, principalmente quando não era comigo.
- Não vou deixar ninguém fazer isso com você. - disse, segurando o fino queixo de Bart.
Sinceramente eu esperava um obrigado vindo dela, mas foi um grande engano meu, apenas levei um soco na barriga.
- P-p-por q-q-que? - perguntei fazendo carinho na minha barriga.
- Por que está dizendo que não sei me defender. - ficou vermelha de raiva. - Vamos logo.
Bart foi na minha frente, irritada e rebolando como se estivesse dizendo "você não faz diferença aqui, idiota".
Balancei meus ombros e fiquei chutando as pedrinhas do estacionamento pra lá e pra cá.
Estávamos chegando no calçadão para poder entrar no casarão, mas quando eu pisei nele dando o primeiro passo, algo estranho aconteceu: minha visão começou a sumir, eu já não estava vendo mais nada, tudo estava escuro e frio, era como se eu estivesse sozinho no universo, até que uma forte onda de calor me atingiu bem no peito, e então uma figura apareceu para mim: um enorme dragão com asas, cauda e tudo mais apareceu diante de mim. Ele tinha uma cara de furioso, seus olhos eram como se fossem chamas e sua pele vermelha misturado com marrom escamosa parecia uma grossa armadura. Ele não se mexia mas eu conseguia sentir sua resposta fortíssima me puxando e me empurrando, no mínimo eu diria que ele teria uns 20 metros ou mais. Suas garras que estavam descansando conseguiriam facilmente derrubar um prédio e só uma de suas unhas afiadíssimas que pareciam ser de titânio tinham minha altura.
- Peter Denvers. - exclamou o Dragão, com uma voz alta e imponente. - Peter Denvers, o meu herdeiro.
- A-a-ah... O-o-oi. - disse me cagando de medo.
Sério Peter? "Oi?" Um dragão do tamanho de um estádio de futebol fala seu nome e você diz "oi"? Meu Deus você é burro!
- Amanhã será seu aniversário de dezesseis anos e você herdará minha força e minha marca finalmente poderá ser a estrela que mais brilha.
Eu não havia entendido essa parte de "a estrela que mais brilha" então apenas concordei com minha cabeça.
- E então começará a ser um dos dois protagonistas da batalha final, a luz contra as trevas.
Continuei concordando.
- E portanto, eu Skofomörg, lhe entregarei todo o meu poder, e que para utilizá-lo você necessitará apenas ter sentimentos e usá-los como arma.
Minha cabeça não parava de balançar de cima para baixo.
- Assim, quando você precisará de minha força, eu e você nos tornaremos um, para poder derrotar nosso inimigo e te tornar novamente o Imperador Vermelho.
Estava com dor de cabeça já... Mas espera, "retornar a ser o Imperador Vermelho"? Eu nunca fui para começo de conversa! Eu realmente não estava gostando daquilo e estava torcendo para que fosse só minha cabeça criando aquilo igual ontem.
- Tá bom... - comecei a falar com muito medo. - Skof alguma coisa, eu quero saber o por quê eu tenho que fazer tudo isso.
- Por que é seu destino, e se preferir, pode me chamar de Sirius, é bem mais fácil e rápido.
- Sirius? Da escola? - perguntei num tom de riso.
- Ah! Então essa escola tem o meu nome? Que homenagem... Depois de tanto tempo adormecido, é bom me atualizar um pouco. Vai ser bom ter um novo parceiro e principalmente um corpo jovem, estou FARTO de velhos rabugentos.
O assunto parecia estar mudando totalmente e tirando completamente o tom de seriedade que Sirius ou Skofomörg parecia ter. Mas também, sinceramente eu não fazia ideia o que poderia perguntar para ele, apenas fiquei o observando com respeito enquanto tremia de medo de levar um banho de fogo no rosto.
- Bom, você ainda não precisa de mim ainda, só por favor se mantenha vivo por enquanto.
Minha visão voltou ao normal e eu conseguia enxergar o mundo real novamente, e quando percebi estava deitado no chão do calçadão de bunda para cima completamente branco e tremendo. Minha visão ainda estava turva, mas consegui ver claramente Bart se aproximando de mim enquanto tirava uma foto minha naquela posição completamente comprometedora.
- Você poderia me ajudar ao invés de tirar uma foto apenas. - disse revirando os olhos.
- Oh! Você está bem? - perguntou Bart, irônica, mas depois estendeu a mão para ajudar a me levantar.
- Sim, obrigado.
- O que aconteceu, você caiu? - pertuntou em um tom de riso.
- É, mais ou menos isso. Aii! - senti uma forte dor no braço, e quando vi, uma forma de um estranho número II romano surgiu no meu pulso, como se fosse uma queimadura.
Bart não havia visto a minha marca, mas estranhou o fato de eu ter caído naquela posição do nada ao entrar na passagem da escola, mas antes mesmo de formular uma pergunta, desistiu na hora e se virou para continuar a visita.
Finalmente passamos pelos jardins da frente do prédio principal e entramos e comecei a ver que havias várias e várias salas, com muitas armaduras medievais e quadros antigos nas paredes. Era bem óbvio que o design de interiores que fez isso aqui é no mínimo um pouco antiquado, fora as bandeiras ridículas que haviam nos tetos. E então fomos até a sala de Jacques, e que curiosamente parecia mesmo ser maior por dentro do que por fora. Haviam muitas e muitas cadeiras para os alunos e uma enorme mesa principal onde sem dúvida era onde Jacques ficava. A sala estava cheia de papéis jogados e estava bem suja de pó, e acho que era isso a manutenção que Bart teria que fazer (mas não esperava que a vice-presidente teria que ter esse trabalho), e assim foi feito: Bart estava limpando a sala (eu ajudando, é claro), quando uma outra garota entrou na sala. Uma garota que parecia ser até... Angelical. Ela era maior que Bart, bem magra, tinha olhos azuis claríssimos, um cabelo muito longo e loiro com as pontas um pouco encaracoladas e usava um colar com uma cruz. Ela usava uniforme, mas sua saia era bem mais comprida e branca, diferente de Bart, que era preta e curta.
- Olá Bart. Boa tarde. - disse animada.
- Boa tarde presidente. - disse limpando as sujeiras de giz de uma cadeira.
- Desculpa pelo atraso, tive alguns problemas familiares. - a garota disse fazendo um sorriso amarelo. - E... Ah! Quem é esse garoto? - perguntou sobre mim, vermelha.
Bart olhou para mim com um sorriso bobo no rosto, ela não ia responder aquilo, ela queria que eu mesmo me apresentasse para a presidente, que péssimo! Eu sou tímido e horrível para me enturmar, principalmente com uma garota!
- Meu nome é Peter Denvers. Sou primo da Bart, de segundo grau ou algo assim, mas sou primo dela, prazer em conhecê-la.
Fui até ela, tremendo um pouco e apertando a mão dela, e algo muito estranho aconteceu quando toquei nas delicadas e finas mãos daquela garota, todo o meu cansaço em limpar a sala e a sensação de saco cheio sumiram quando nossas mãos se encontraram. Levei até um susto, sinceramente. Ela sorriu e ficou rosada.
- Meu nome é Maryangge'la Sophiehallwer , mas pode me chamar de Mary, eu prefiro... - respondeu muito tímida.
Meu Deus, que nome difícil e esquisito, apenas acenei de volta e me juntei novamente a Bart.
- Eu vou falar com o diretor sobre os casos de alunos quebrarem as dispensas de sabão, você consegue cuidar com o Peter da sala?
- Sim.
- Está bem! Tchauzinho!! - Mary foi embora dando beijinhos.
Ela se virou com um sorriso que parecia até maléfico, e antes mesmo de ficar de costas para nós, ela repetiu uma vez, apenas com a boca, a palavra "Denvers".
Mary fechou bruscamente a porta da sala e pelo vidro que havia na porta pudemos vê-la toda animada saindo correndo, e no exato segundo que Mary saiu de nossas vistas, Bart começou a rir sem parar. Fiquei muito confuso e ri para não deixá-la sem graça.
- Você não entendeu né seu bobão?! - perguntou rindo.
Fechei a cara e revirei os olhos em sinal de ignorância, sinceramente eu realmente não entendo as mulheres.
- Você não percebeu que ela ficou extremamente vermelha quando ela falou com você? Se ela não gostou de você, ela pelo menos te achou bonitão, e olha, ela é bem exigente viu?
- O que? - fiquei corado com aquilo.
- Você é bonitão Peter. - Bart deu uns tapas em meu ombro. - Alto, loiro, olhos azuis... Vocês até combinam!
Fiquei até desconfortável com aquilo pois nunca Bart havia feito um elogio tão direto para minha aparência. Fiquei envergonhado, sério. Ah, qual é, aposto que se vocês fossem elogiados tão diretamente assim vocês ficariam desconcertados também!
- Oh não. - Bart fez uma cara preocupada. - Vocês não combinam não! Ela é Santa, toda arrumadinha e perfeitinha, parece uma princesa e você é um ogro valentão que não se importa com as regras e leis.
- Valentão? Eu?
- Sim, Peter Denvers, você é um bully sim, e só você não percebe isso, apesar de se dizer contra.
Fiquei sem argumentos e sem moral depois daquilo... Poxa vida, Bart sempre usou a ideologia do Doce e Chicote ao contrário comigo, pois primeiro me elogia e depois claramente me chama de "ogro valentão".
Só de raiva comecei a limpar tudo mais rápido e com mais firmeza só para sair dali e daquela conversa, com certeza Bart nunca viu um limpador de mesas tão forte e potente como meu braço.
Minha barriga roncava de fome, e já estava desesperado para poder comer, e tinha cadeiras que não acabavam mais, não acreditava que havia tantos alunos em apenas uma sala... Como é possível o tio Jacques ter tantos alunos?
Apesar da fome imensa me consumindo por dentro, eu e Bart deixamos a sala um brinco, parecia até brilhar, realmente digna de uma boa volta às aulas prestigiosa, o que me incomodou foi o fato de ter que ser os alunos (no caso Bart e Mary) que teriam que limpar e não funcionários. Perguntei a Bart o por que ela que limpava e não faxineiros mas ela disse que só era para o primeiro dia, para provar que o conselho estudantil realmente era prestativo e proativo, e embora eu não fazer parte dele, tive que ajudar.
Chegou uma notificação no meu celular é quando fui ver era minha mãe avisando que logo voltaria para nós buscar. Então, Bart me puxou pelos braços e me apressou para poder conhecer todo o resto da escola.
Primeiro saímos do prédio principal, indo para os outros casarões que pareciam ser antigos. Primeiro passamos pelo clube de arte, onde era uma casa com tons de azul e branco, onde havia várias salas com espelhos e chãos lisos para treinos de dança e algumas outras possuíam quadros amadores do que provavelmente eram de alunos. Depois passamos pelo clube do esporte, que era do lado da piscina olímpica. O clube era um prédio vermelho e branco e dentro dele haviam passagens para quadras poliesportivas e algumas salas com tatames, que eram para artes marciais, e quando saímos do clube, passamos do lado da pista e Bart passou rapidamente, evitando ao máximo o contato com água.
- Eu odeio água.
A biblioteca era um prédio marrom e verde, e com certeza era do clube do livro. Haviam tantas prateleiras e tantos livros que eu literalmente fiquei perdido só ao entrar de tanta informação que havia ali, eram tantos livros que eu nem sabia que existiam que eu já estava achando que eu era um completo sem-cultura.
- Espera! - Bart me avisou antes de podermos sair da biblioteca e ir para o próximo clube. - Acabei de lembrar que se Mary vai assinar algo na sala do diretor eu preciso assinar embaixo... Vamos logo no próximo clube e depois voltar para o prédio principal para poder assinar.
Saímos dali dando trotinhos e fomos para o prédio mais distante do campus, que era muito velho e sua cor era totalmente negra. Havia uma estranha e escondida placa escrita: "clube de ocultismo". Ótimo, poderei virar um cultista nessa escola e fazer bruxaria.
Chegando lá, antes mesmo de Bart abrir a porta do casarão, ele já se abriu (confesso que gelei) e uma mulher sorridente saiu dali, trancando a porta.
- Desculpa meninos, mas o clube está fechado hoje, amanhã quando as aulas voltarem estará aberto denovo para os alunos.
Ela saiu dali e quando virei para poder vê-la denovo ela já havia desaparecido.
Sem dúvida era a mulher mais bonita que já vi em toda minha vida. Ela era um pouco mais baixa que eu, tinha compridos cabelos ruivos que iam até a cintura e diferente do cabelo ruivo alaranjado com franjinha, era um vermelho que mais parecia ser sangue, forte e vivo, e olhos azuis que era como se pudessem avaliar a alma de alguém só de olhar para eles. Ela usava um óculos vermelho e sua roupa era de uma professora não muito das comuns, já que tinha um íconico casaquinho, camisa social, gravatinha, minissaia e meia calça preta com um salto. Ok, imagino o que estão pensando, por que diabos eu reparei tanto nela e eu realmente não sei o porquê mas foi como se ela tivesse sugado minha alma só de olhar para ela.
- Fecha a boca que entra mosquito. - disse Bart, rindo.
- Que? - perguntei, voltando para a realidade.
- Você estava babando, isso é nojento. E ela é nossa professora.
Professora? Aquela deusa grega e divina seria nossa professora? Na hora minhas espectativas de ser um bom aluno que prestaria muita atenção na aula foram d'água abaixo. Quase tive um surto de felicidade quando fiquei sabendo da notícia, mas claro que não podia deixar claro para Bart, para não levar um soco na barriga, é claro.
Fomos novamente até o prédio principal ajudar Mary a assinar alguma coisa importante contra "os garotos que quebram as dispensas de sabão" por algum motivo, e eu sinceramente não entendo o porquê ter que haver uma petição para isso e muito menos duas assinaturas de duas pessoas do conselho. Ignorei e apenas fomos até lá.
Ao chegar, Bart pediu para que eu ficasse no banco de espera e enquanto ela estava na sala do diretor fiquei sentadinho em uns banquinhos verdes enquanto via um mostruário de troféus e medalhas de várias modalidades, e a que estava no meio e aparentava ser principal era uma competição interescolar, mas algo me chamou atenção. A Saint Sirius ganhava todos as competições há muitos e muitos anos, porém uma tal de Canopus High School havia ganhado pelos dois últimos anos seguidos.
Bart saiu exausta da sala do diretor.
- Tive uma briga por que ele não acha certo aplicar detenção de três dias para vândalos. Mas consegui convencê-lo a criar pelo menos uma multa para esses vagabundos que destroem parte da escola. - bufou irritada.
- O que é Canopus High School? - mudei completamente de assunto, já imaginando o socão que eu levaria por ignorar completamente o que ela estava reclamando.
- É uma outra escola de grande prestígio, fica no outro lado do mundo, na Rússia. - Bart não mudou de humor, mas ficou até mais calma e não me deu nenhuma porrada. - Você deve estar falando da Competição Garra. Sim, a nossa escola era invicta por várias e várias décadas e sempre acontece no final do ano. Até essa escolinha russa aparecer e começar a dominar todas as áreas. As quatro classes do ensino médio disputam várias modalidades: no começo é a Prova e depois Estratégia, Resistência, e por fim Combate. Mas isso só acontecerá no final do ano, então você pode ficar sussegado quanto a isso, vai ter tempo de treinar e trazer a vitória até nós dessa vez, não?
- Espero que sim então.
Saímos dali já exaustos de tanto andar (gostaria que Mary tocasse meu braço novamente para poder me deixar melhor) e fomos em direção do estacionamento esperando que minha mãe já estaria lá com o carro. Porém no mesmo exato instante que sai do calçadão da escola em direção do estacionamento meu corpo paralisou, quase como quando entrei, mas minha visão estava normal, porém dessa vez eu não conseguia me mexer e minha marca feita por Skofomörg começou a brilhar e a doer. Sua voz apareceu em minha mente.
- Essa escola é o único lugar na Terra que pode te proteger amanhã, fora dela você depende de muita ajuda contra aqueles que estão contra nós.
A voz de Skofomörg sumiu antes mesmo de eu perguntar quem estava "contra nós", no começo imaginei que poderia ser o outro dragão ou algo do tipo, mas não parecia ser o caso dessa vez.
- Você está bem? - perguntou Bart, dessa vez seriamente preocupada.
- Sim.
Esperamos alguns minutos e minha mãe chegou. Entramos no carro para finalmente poder almoçar, e na verdade senti um pouco de vontade de poder ver Mary e a professora mais uma vez... Mas como amanhã será meu aniversário, será um ótimo presente ver elas novamente.
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msartheartoie · 7 years
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Seguindo Em Frente [Helena Bertinelli x Renee Montoya]
X-Posted at:  Spirit fanfics , Nyah , FF.NET , AO3
Titulo: Seguindo Em Frente , Moving On
Categoria: Comics » Batman, Huntress
Idioma: Português, Classificação: T
Gênero: Dor/Conforto/Romance/Comédia
Casal:  Helena Bertinelli x Renee Montoya (Huntress/Caçadora x The Question II /Questão II)
Sinopse/ Notas do Autor:
 Alguns anos após a morte de Charlie e a reviravolta na vida de Detetive Montoya, o impasse com a Intergangue e a Bíblia do Crime, o interesse das Aves de Rapina, a eterna ligação com Kate Kane e o novo relacionamento com Caçadora fez com que Renee tomasse uma decisão importante...
OBs:  Fic escrita em Diálogos.
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Helena: Ennnnnnntããããããão... Você está certa disso?
Renee: Nunca estive mais certa em toda a minha vida.
Helena: Você sabe que este é um longo caminho sem volta, não?
Renee: Eu estou mais do que preparada pra isso.
Helena: Certeza absoluta?
Renee: POR DIOS, HELENA! Cabelo cresce! Eu não vou morrer por encurtar meu cabelo!
Helena: Tá certo, dona Mia Colucci ...
Renee: ...Vou apenas ignorar o fato de você ter acabado de me comparar com uma personagem de novela mexicana feita para adolescentes cabeça-de-vento.
Helena: Devo lhe informar que Rebelde foi uma novela muito famosa e que meus alunos não paravam de atrapalhar minha aula para ficar fofocando sobre cada maldito episódio... Eu diria que esta é a melhor referencia de rebeldia latina que tenho no momento.
Renee: Tsc... Se for para me entupir de trivias sobre cultura inútil, porqué no te callas y andale con ese corte de pelo?
Helena: Como desejar, sua boca-suja... Mas antes de eu começar a cortar saiba que eu sempre gostei de como você ajeitava seu cabelo antigamente, nunca seguindo à risca o padrão da Polícia... E antes que você reclame, isso é uma informação muito útil denominada elogio.
Renee: Ahhhh, então você admite que nas horas vagas você vigiava os oficiais de Gotham?
Helena: Hmm... É, só os mais bonitos.
Renee: Eu estou até me sentindo lisonjeada pela sua tamanha sinceridade agora... Mas eu já sei que sou linda mesmo. Obrigada por me lembrar disso.
Helena: Heh. Não me entenda mal, Montoya. Eu apenas reconheço um corpo bonito quando vejo um.
Renee: Ah, si, si, claro... Até hoje me pergunto o que você viu naquela cria do Batman. Asa noturna se o apelido não me falha...
Helena: Olha, não sei... Ele é doce e ao mesmo tempo amargo, um lorde e um canalha no mesmo ho- Perai... O que eu vi o quê em qu— COMO VOCÊ FICOU SABENDO DISSO!?
Renee: HÁ! Você não iria querer saber...
Helena: DESEMBUCHA!
Renee: Não posso. São informações confidências da Polícia, señorita Bertinelli.
Helena: É melhor você me dizer ou seu novo corte vai ser moicano...
Renee: Ah, você não faria isso.
*Zzzzzzzz*
Renee: Okokokok- Ó.K! Não precisa ameaçar! Pois saiba você que nada se esconde do Departamento de Policia de Gotham City, nem mesmo as suas tão preciosas ID secretas. Apenas acontece que não nos importamos com quem vocês são na rua, contanto que não estraguem a cidade. Tudo é uma questão burocrática, compreendes?
Helena: ...
Renee: Ops, acho que deixei alguém boquiaberta, ehehe—HEY!
Helena: QUEM MAIS SABE NOSSAS IDENTIDADES!? DESDE QUANDO!?
*Zzzzzzzz*
*Zzzzzzzz*
Renee: Por muito obséquio você poderia afastar essa máquina tenebrosa do meu pescoço?
Helena: Só depois que você falar o que sabe.
*Zzzz*
Renee: Acorda, Hel! Não é atoa que o GCPD tem um ultraeficiente departamento de inteligência. 'Cê sabe, isso é apenas garantia da polícia por causa do inferno que foi Terra de Ninguém. Não precisa nem se preocupar, só os policiais de confiança como -cof-eu-cof-cof- sabem dos segredinhos de vocês fantasiados.
Helena: Hmph. Falando como se você não fosse farinha deste mesmo saco agora.
Renee: Força do hábito... Vai saber.
Helena: Sei, sei... Se eu bem entendi, você está querendo me dizer que até mesmo o BATMAN foi fichado?
Renee: DIOS ME LIBRE! Ele me dá arrepios demais para sequer ousar a investigar sobre ele... Infelizmente não posso garantir os outros. A única coisa óbvia que sei é que o Batman não é qualquer mané.
Helena: É, faz sentido...
Renee: Claro que faz! Eu já fui uma Detective de alto escalão, esqueceu?
Helena: Ah, claro. Porque toda Latina é exagerada?
Renee: Exagerada, humhummm ... E você pensa que é o quê, irmã? Até onde sei nós fomos criadas exatamente sob os mesmos costumes católicos. Apenas crescemos em bairros diferentes.
Helena: É, isso explica a cruz de madeira que você pregou na parede do quarto bem em cima da cabeceira da cama... Mas não explica o porquê de você sempre arrumar alguma desculpa para insultar minha riqueza, né?
Renee: Te garanto que não é pessoal, Hel. Eu meio que gosto de insultar a riqueza de todos os endinheirados de Gotham.
Helena: Oh, Renee Montoya... Aonde você esteve em toda minha vida?
Renee: Rua Q, esquina com a 52, bairro Hispânico de Gotham City.
Helena: Você tem a mesma mania de sabichona que o Vic tinha, sabia? Já vi que nunca vou me livrar de pessoas enxeridas...
Renee: Pois se sinta muito agradecida por isso, viu?
Helena: Vou agradecer é pelo corte assimétrico que vou fazer em você agora, isso sim!
*Zzzzzzzz*
Renee: Nonononono! Peraí Hel, não foi esse o combinado!
Helena: Sua chorona... Seja sincera comigo: Você era tão enjoada assim com aquela ruiva Kane?
Renee: ...
Helena: Oh. Ferida aberta?
Renee: ...Sim.
Helena: Como eu ia dizendo... Chorona.
Renee: Apenas corte o maledetto cabelo, Caçadora.
Helena: Ok. Mas eu vou precisar te vendar com essas duas fatias de batata para poder fazer o corte, então segure elas bem nos seus olhos pra mim, sim?
Renee: E porquê do ato estúpido?
Helena: Porque se eu errar e acabar te deixando careca a você só vai perceber quando eu já estiver à caminho de Sicília.
Renee: Oookay...?
Helena: Tá, mentira. É porque esse seu olhar de cão arrependido com o rabo entre as patas está tirando minha concentração.
Renee: É sério isso!?
Helena: Óbvio que não! As batatas vão suavizar sua olheira, então serão dois problemas resolvidos de uma só vez.
Renee: Vamos fingir que eu comprei essa ultima explicação sua... Sendo assim nós podemos começar com o corte de uma vez por todas?
Helena: É pra já.
*Zzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz*
*Zzzzzzzz*
*Zzzzzzzzzzzzzzzz*
*Zzzzz*
*Zzzzzzzz*
*Zzz*
*Zz*
*Z*
Helena: ...Então? O que achou?
Renee: Hmm... É... Err... ÉÉEÉ…
Helena: Pára de me enrolar e diz logo o que achou do novo penteado!
Renee: É... Para alguém sem habilidade alguma com lâminas, você até que fez bem.
Helena: Vou lembrar disso da próxima vez que eu pegar a faca de cozinha e preparar nossas refeições, tudo bem pra você?
Renee: Tá certo, tá certo, parei com os gracejos... Obrigada mesmo pela ajuda, Hel.
Helena: Não tão rápido, senhõrita Montoya...
Helena: ~Sussurra~ Sabe que todo favor tem seu preço, certo?
*THUD*
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A/N: Já tem um tempo em que eu considero o shipp Huntress x The Question e tudo graças ao Liga da Justiça sem Limites... Daí me vem um Digníssimo chamado Greg Rucka e destroça de vez meu coraçãozinho shipper!
Esse foi o resultado, minha gente..
E claro, mais HuntCop vem aí~
Ah, eu esqueci de mencionar que as futuras fics Helena/Renee/Kate são Pré Rebirth / Pré The NEW 52. (Tudo que a DC publicou antes ou até o período de 2011, salvo o que for baseado na comic Convergence... Mas sinceramente? Convergence foi o tapa bura- Digo, DESFECHO do Arco "Pipeline" e o Final Crisis: Revelations, então eu nem considero isso dentro dos The New 52 :v)
Enfim, estão avisados ;)
(310514)
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