Tumgik
#aluado
butvega · 1 year
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I. 𝖆𝖑𝖚𝖆𝖉𝖔.
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𝖆𝖑𝖚𝖆𝖉𝖔.
avisos: nesta história, andrew garfield representa o seu, o meu, o nosso: remus lupin. menção à cio, masturbação masculina, e primeira vez. apenas menção mesmo, sorry.
Seus pézinhos andavam rápidos pelos corredores. Envolta na capa da invisibilidade emprestada por Potter, você caminhava às pressas até o quarto de Remus. A lua, que aos poucos tornava-se minguante, iluminava os corredores Grifinórios, tornando sua fuga até o dormitório masculino mais simples.
Claro, se sentia envergonhada, mas sabia que os marotos dariam um jeito de vocês ficarem a sós, pelo menos um pouco. James estaria suplicando o amor de Lily por algum canto do castelo, Sirius aos amassos com sua amada sonserina, e Pedro... Bem, sendo o Pedro.
Abre com delicadeza a porta, não antes de dar leves toques. O encontra sentadinho na cama, um sorriso sem graça no rostinho que contém cortes e arranhões. Está todo machucado, como sempre. Você suspira, uma feição sofrêga e preocupada ao mirar seu namorado daquele jeito. Já trás consigo sua caixa de primeiros socorros, e a coloca ao lado dele na cama, para primeiro selar com vontade os lábios macios do mais velho.
"Por Merlin, Remus... Está mais machucado do que a última vez." você acaricia o rosto dele, que aprecia de bom grado o carinho como um filhote.
"Esse mês foi bem forte. Mas já passou, amor." disse para acalentá-la, já percebendo as lágrimas se formando em seus olhinhos. Odiava vê-lo machucado. Remus era doce demais para tal.
"Deixe-me cuidar desses machucados, anda!" disse você, incisiva, sentando-se ao lado dele na cama, e passando a tratar os ferimentos com alguns remédios e poções cicatrizantes.
Remus sabia o motivo deste ciclo ter sido tão poderoso, mas nunca diria a ti. Se sentia sujo e impróprio, havia tido um cio, um desses que vinham de alguns em alguns meses, maltratando seu físico e seu psicológico, o fazendo passar horas e horas tocando-se com violência, no mais cru e direto contato de sua palma, com seu membro.
Mas não, não lhe diria. O que você pensaria, afinal? Uma moça tão pura, tímida, que ali estava limpando seus machucados com tamanha atenção. Mas Remus não podia controlar sua própria respiração descompassada, o cenho franzido, e até mesmo a vontade de morder os lábios. Durante o cio, só conseguia pensar em você. Pensar em tomá-la nos braços, fazê-la dele finalmente, afundar-se e deliciar-se em seu interior provavelmente quente, molhado, e apertado. Uivava seu nome, implorava por você. A fértil mente perturbada pelo prazer imaginava você naqueles momentos calorosos. Talvez os efeitos colaterais do cio demorassem um pouco a passar.
Balança a cabeça negativamente, afim de espantar os pensamentos que o inconsciente impunha. Estranhando, você se levanta, se põem em sua frente, o tronco abaixado para visualizar melhor. A visão de Remus também melhora, uma vez que abaixada, sua blusa mostra mais de seu colo, aquele que Lupin mesmo sem querer, vê com amplidão.
Arregala os olhinhos cor de mel, e ao te olhar com pânico, se deita na cama rapidamente com os olhos fechados.
"Desculpa, desculpa, desculpa." ele diz, e você, finalmente entende o motivo dos perdões, e dele estar deitado com as mãos no rosto, tapando a vermelhidão das bochechas. Ajeita a própria camisa, e se deita ao lado de seu namorado, sorrindo fraco, achando graça da situação, mesmo que enrubrescida.
"Acho que isso é normal. Estamos juntos a um tempo, e... Uma hora vai acontecer, né? Deixa rolar, Remus. Está tudo bem." é você quem sorri. A voz calma, e o carinho nos cabelos do mais alto o acalmam, fazendo-o retirar as mãos da face, e te encarar sem graça. Se você soubesse que o pensamento de "acontecer" já passou um milhão de vezes pela cabeça dele...
"Deixar rolar. Tudo bem. Eu posso fazer isso." ele diz, sorrindo fraco, e tentando relaxar novamente, com você colocando alguns esparadrapos nos cortes dele, ainda deitados em sua cama.
Se ele fosse destemido como Sirius, talvez, já teria te dito seus segredos, e talvez não passariam por esta situação em específico. Mas se ele não fosse tímido, casto, e atrapalhado, ele não seria o seu Remus Lupin. Aquele que você amava com todo seu coração.
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ainda nessa vibe diferente, acredito que sintam falta dos neos, mas tô gostando de explorar uma escrita diferente, isso não quer dizer que eu tenha deixado de escrever com eles, viu? aqui vai algo bem smut/soft soft com nosso aluado. ♡
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Aluado & Almofadinhas completou 11 anos hoje!
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wormtraitor · 1 year
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Unidos pelo fracasso. Seguinte, eu realmente acho @fenwick-benj1 uma pessoa bacana. Acho mesmo. Sacrificaria meu melhor amigo para salvar a vida dele, se fosse preciso - na verdade, até somos amigos. Mas sinceramente? É melhor que ninguém saiba. Se perguntarem, Peter irá negar até a morte a tamanha proximidade que tem com Benjy. As pessoas sabem que se conhecem e até conversam, que se dão bem, mas não que são verdadeiros amigos. O motivo? Fracasso em dose dupla. Tanto muse quando Peter acham que a amizade é melhor em segredo, visto que ambos não são os mais queridos de Hogwarts.
Se conheceram há pouco tempo, mas são almas gêmeas. Puta beleza e carisma desbalanceada, bicho. Não estou dizendo que sou apaixonado por OPHELIA, mas sinceramente? Ela é muito! Muito, muito. Se eu pudesse, passaria horas conversando com ela. Sabe aquelas pessoas que a gente conhece em um dia e parece que conheceu a vida toda? Então. Realmente, Peter é um admirador de @chamaleondiggle nada secreto. Ambos tem coisas em comum que mostram o melhor do Pettigrew, e ele adora a versão que é com ela - sua versão real. E sinceramente? Uma quedinha, o ratinho tem.
Penhasco da Luiza Sonza. Eu tive que desaprender a gostar tanto de você. Por que cê faz assim? Não fala assim de mim... @ohmurphy foi O AMOR de Peter durante o quinto ano, talvez o sexto, e agora no sétimo, no silêncio da noite ele ainda remói os acontecimentos. A ideia aqui é que muse 1- não tenha sentido o mesmo por Peter, mas acabou ficando com ele por um tempo pois tinha medo de magoa-lo, ou 2- iludiu o ratinho por pura piada. Ou outra situação que possa caber aqui. Doloroso, sim? Eu quero que fale é muito mal! Mas se eu quisesse ser feliz não estaria aplicando o Peter Pettigrew.
Vai uma ervinha, aí? Eu gosto que esse cara é dos meus. Desinformado e mediocre? Não. Mas temos o mesmo gosto por plantas e espécimes raras, então vale a pena manter essa amizade. Frank e Peter dividem o conhecimento e gosto por herbologia, e até se arriscam a manter um horto com algumas plantas especiais. Quer saber de plantas diferenciadas? É só chegar neles! Não essas que vocês estão pensando, viu? Frank é uma boa influência para o Pettigrew.
São amigos, mas secretamente não se suportam e não sabem porque são amigos. Não gosto de você. Não sinto verdade em você. Acho você, sim, incoerente, você está onde te convém. em todos os seus jeitos, falas, posicionamento e etc - mas vou fingir que estou aqui por você quando precisar, da boca pra fora mesmo, tá? Já que tenho que cumprir a lista de amigos para ser bem visto em Hogwarts, e você esta nela, é o que temos pra hoje. Muse e Peter não se gostam, mas forçam uma amizade de boas aparências. O Pettigrew rasga elogios, bate palmas e está sempre disposta a ajudar, mas quer mesmo é que muse vá para o crucio que o parta na maioria das vezes - e o contrario também é verdadeiro.
Amizade vai e vem. Se nós somos amigos? Agora, sinceramente, eu não sei. Muse é de lua e nem é o aluado! Uma hora me ama e me quer perto, outra hora me odeia e me esnoba. Todos os dias brincamos de montanha russa, onde eu acordo e penso: será que vou levar um tapa ou ganhar um carinho hoje?
+ em breve, pois no momento irei tomar vergonha e aparecer na dash rsssss. Fora esses, sou aberta a TODOS os tipos de conexões, só chegar junto que eu topo, ta? <3.
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alemdoarcoiris · 1 month
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Os senhores Aluado, Almofadinhas e Pontas tem o prazer de apresentar o Mapa do Maroto Welington Potter ☁️😊🍄
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Olá, Tumblrs, boa noite! Noite desta segunda-feira, 6 de maio de 2024. Esse acima é a arte que criei para o banner grande do meu aniversário Temático Harry Potter deste ano de 2024, aos meus 37 anos, está chegando em breve! Bolo, cupcake, doces, pirulitos, tudo no tema de magia de Hogwarts!
Abaixo, mostro meu Mapa do Maroto Original com o livro importado e com a varinha original do Harry:
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Aproveitando, mostro o vídeo que gravei nessa madrugada sobre o espiritismo em minha vida. Tenho participado de grupos e estudos on-line com médiuns superiores e gostando muito do resultado, incrível e esclarecedor sempre estudar em grupo! Assista aí em meus 16 minutos de vídeo falando de minha experiência e o que penso sobre os manicômios e hospícios:
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E aquela coleção de dinheiro americano e brasileiro, dólar e cruzeiros, muito legal, faz parte do meu museu:
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E um rabisco especial!
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Perdido de Harry nas plataformas 9 3/4 de Cataguases e Providência. Sou Harry, só Harry!
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Estive na Plataforma 9/34 real, São Paulo, lindo demais, intenso! Cerveja amanteigada do Harry (canela, sorvete, baunilha, açúcar mascavo), muito doce, mas delícia:
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Faltando agora apenas 1 semana pro SOUL GEEK FESTIVAL, Shopping Jardim Norte, com muita comida japonesa, 19 de Maio de 2024 - Siga meu Instagram de cosplays e eventos nerds, estou postando tudo lá e impulsionando @welingtoncosplay :
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My collection shirts that I love! My Nerd Collection! ❤️🤓
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Patins, vôos de parapente, aventuras, café, coxinha, comida japonesa, viagens, séries, livros, filmes… 11 anos de primavera, 11 anos de amizade, que começou como um professor e um aluno! Somos os LOS PAMPAS. Igão e eu, como a musiquinha do Bob Esponja e Patrick: "…melhores amigos para sempre, melhores amigos para sempre.."
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alreiss · 7 months
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SUA FAMÍLIA TE APOIA?
Quem, do seu sangue, fala mal de você, ainda mais pelas costas, não é Sua Família!Chamavam Jesus Cristo de louco, aluado, maluco, seus irmãos e até sua mãe Maria!Voltando para casa uma tarde, depois de longos dias de Pregação. Vizinhos e parentes correram até Ele avisando-o: “Yeshua, (Jesus, em Aramaico), onde estava? Seus irmãos, sua mãe, seu pai estão preocupados, procurando-o!” E ensina Jesus:…
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fireowll · 2 years
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when u get this u have to put 5 songs 🎵 u actually listen to, publicly. then, send this ask to 10 of your favorite accounts (non-negotiable, positivity is cool)✨ (<- /nf whatsoever!!!)
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chafodase · 2 years
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doida maluca insana adoidado
alienado
aloprado
aloucado
aluado
amalucado
biruta
demente
desassisado
desatinado
desequilibrado
mas eu te amo
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poetadeplateome · 3 years
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The Marauders.
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mikha-k · 4 years
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After all this time I am back to digital art. Let’s see how it turns out 😶
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nabru-canecaroxa · 4 years
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Grupo para reunir quem ama o nosso casal, Remus Lupin (Aluado/Moony) e Sirius Black (Almofadinhas/Padfoot), ou para os mais íntimos, Wolfstar <3Local para compartilhar fanfics, fanarts, vídeos, tudo sempre com créditos! E bate-papo em geral sobre o shipp ou sobre HP.
https://www.facebook.com/groups/743795876187614
Crédito da ilustração na capa do grupo: https://alessiajontrunfio.tumblr.com/
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lupin-lovegood · 4 years
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butvega · 1 year
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𝔒𝔰 𝔰𝔢𝔫𝔥𝔬𝔯𝔢𝔰 𝔄𝔩𝔲𝔞𝔡𝔬, ℜ𝔞𝔟𝔦𝔵𝔬, 𝔄𝔩𝔪𝔬𝔣𝔞𝔡𝔦𝔫𝔥𝔞𝔰 𝔢 𝔓𝔬𝔫𝔱𝔞𝔰, 𝔱𝔢𝔪 𝔬 𝔭𝔯𝔞𝔷𝔢𝔯 𝔢𝔪 𝔞𝔭𝔯𝔢𝔰𝔢𝔫𝔱𝔞𝔯; 𝔪𝔦𝔫𝔥𝔞𝔰 𝔥𝔦𝔰𝔱𝔬𝔯𝔦𝔞𝔰.
I. Sirius Black (Almofadinhas).
II. Remus Lupin (Aluado).
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vivendonostalgia · 5 years
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Diálogo retirado do capítulo 22 de: Harry Potter e o prisioneiro de Azkaban (J.K. Rowling).
**********
(...) — O senhor é o melhor professor de Defesa Contra as Artes das Trevas que já tivemos! — disse Harry. — Não vá embora!
Lupin sacudiu a cabeça e ficou calado. Continuou a esvaziar as gavetas. Então, enquanto Harry tentava pensar em um bom argumento para convencê-lo a ficar, Lupin falou:
— Pelo que o diretor me contou hoje de manhã, vocês salvaram muitas vidas ontem à noite, Harry. Se eu tenho orgulho de alguma coisa que fiz este ano, foi o muito que você aprendeu comigo... me conte sobre o seu Patrono.
— Como é que o senhor soube? — perguntou Harry espantado.
— Que mais poderia ter afugentado os dementadores?
Harry contou a Lupin o que acontecera. Quando terminou, o professor voltara a sorrir.
— É, seu pai se transformava sempre em cervo. Você acertou... é por isso que o chamávamos de Pontas.
Lupin jogou seus últimos livros em uma caixa, fechou as gavetas da escrivaninha e virou-se para fitar Harry.
— Tome, trouxe isto da Casa dos Gritos ontem à noite — disse, devolvendo a Harry a Capa da Invisibilidade. — E...— ele hesitou e em seguida devolveu o Mapa do Maroto também. — Não sou mais seu professor, por isso não me sinto culpado por lhe devolver isso também. Não serve para mim, e me arrisco a dizer que você, Rony e Hermione vão encontrar utilidade para o mapa.
Harry recebeu o mapa e sorriu.
— O senhor me disse que Aluado, Rabicho, Almofadinhas e Pontas tinham querido me atrair para fora da escola... o senhor disse que eles teriam achado graça.
— E teríamos — respondeu Lupin, abaixando-se para fechar a mala. — Não tenho dúvida em afirmar que Tiago teria ficado muitíssimo desapontado se o filho dele jamais descobrisse as passagens secretas para fora do castelo.
Ouviu-se uma batida na porta. Harry guardou apressadamente o Mapa do Maroto e a Capa da Invisibilidade no bolso.
Era o Prof. Dumbledore. Ele não pareceu surpreso de encontrar Harry ali.
— O seu coche já está no portão, Remo — anunciou ele.
— Obrigado, diretor.
Lupin apanhou sua velha mala e o tanque vazio de grindylow.
— Bom... adeus, Harry — disse sorrindo. — Foi realmente um prazer ser seu professor. Tenho certeza de que voltaremos a nos encontrar. Diretor, não precisa me acompanhar até o portão, posso me arranjar...
Harry teve a impressão de que Lupin queria sair o mais rápido possível.
— Adeus, então, Remo — disse Dumbledore sério. Lupin empurrou ligeiramente o tanque do grindylow para poder apertar a mão de Dumbledore. Então, com um último aceno para Harry e um breve sorriso, Lupin saiu da sala.
Harry se sentou na cadeira desocupada, olhando tristemente para o chão. Ouviu a porta se fechar e ergueu a cabeça (...).
"Harry Potter e o prisioneiro de Azkaban" (2000), J.K. Rowling. Trechos recortados das páginas: 310-312 do capítulo 22 "Novo correio-coruja".
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Confesso que quando li essas cenas do pedido de demissão do prof. Lupin, fiquei de coração partido. Achava o máximo a boa convivência de professor-aluno que ele tinha com Harry, assim como a amizade e carinho que ambos desenvolveram durante a história. 💔
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davweaver · 5 years
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“Are you okay?” Murmurou ao sentar-se ao lado de @aluametraiiiu, sem se importar com a forma como a grama pinicava suas pernas por debaixo da saia. Provavelmente ficaria com alergia no final do dia, mas naquele momento, não estava se importando tanto assim. “Você disse que estava bem, mas você não me parece bem. Me desculpe se eu estiver sendo enxerida demais...”
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pedro-scarpa · 6 years
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O Lobo e o Gato
Nas minhas andanças por essa mata fechada e escura, volta e meia eu me deparo com ilustres figuras que sabe-se lá o porquê aceitam a árdua tarefa de andar ao meu lado. Pegam o fardo pesadíssimo que é partilhar de minha penosa existência, e de minha deplorável e autodepreciativa caminhada.
Negligente como sou, autodestrutivo, mesquinho e odioso. Sanguinário, ardiloso… Sangrando e pingando o tempo todo, sempre com esse maldito sorriso no rosto, sempre com essa falsa positividade e essa necessidade extrema de fugir de qualquer reflexo que eu possa ver nos espelhos de água pela floresta fechada. Fugindo de qualquer reflexo de minha cara acabada e de minhas olheiras enormes, fugindo de qualquer indício da depreciação e da miséria que me sujeito. Fugindo de qualquer sentimento que possa me tirar dessa maquiação toda, qualquer reflexo que possa desbotar essa máscara que me disponho a vestir ante a minha decrepitude que não tenho coragem de encarar.
E mesmo assim, fantásticas e ilustres figuras aparentemente enxergam algo em mim que os faz querer ficar e talvez caminhar um pouco comigo…
Primeiro tinha uma corsa. Dei-lhe um bote um dia e ela quis ficar. Andava sobre uma rédea curta e era esquiva como só ela. Dava-me coices o tempo todo, e queria correr, mas no seu encalço eu ia, conforme ela saltitava e parava, esperando eu alcançá-la, de forma que no seu joguinho, ela me tinha nas mãos, sempre esquiva, e sempre me pondo no movimento de perseguí-la.
Depois encontrei um beija-flor. Com esse pássaro esfarrapado eu decidi não cometer o mesmo erro de idealizar como fiz com a corsa. Eu via a corsa como a própria lua, a minha razão de viver, minha maior paixão, e todas essas pataquadas de besteirol adolescente. Com o beija-flor eu decidi enxergar ele só pelo que ele era: Simples, mirrado, gentil e bonito. Sem idealizações. Mas eu levei isso muito a sério: Ocorreu uma idealização inesperada, uma exacerbação de todas as qualidades, e para todos os mirabolantes e desgraçados defeitos do beija-flor, ao invés de entender o que eu sentia a respeito deles, eu simplesmente os maqueei através de uma máscara de “ah, ela é assim mesmo”, “ah, isso tem uma justificativa, porque se aconteceu A na infância dela, é normal que ela reproduza hoje B na vida, de forma que obture aquela relação frustrada”.  O grande problema do beija-flor foi ignorar o imenso mal que ela me fazia. Foi passar por cima de todo e qualquer sentimento ruim porque ela ameaçava voar, e eu queria que ela ficasse mais um pouco. A miserável não tinha esforço nenhum pra estar ao meu lado, agia como se a minha presença fosse completamente descartável, e como se eu que tivesse que ceder sempre, mesmo quando estava certo, em prol daqueles caprichos infantis e estúpidos.
O beija-flor as vezes tinha o peso de um mamute em minhas costas: Afinal, eu deixei ela subir, e nunca pedi pra descer. Abriguei-lhe do frio da noite, recolhi ela sobre o teto de minha toca, apresentei-a a minha matilha e trouxe ela para meus dias cotidianos, o que me proporcionou vários momentos bons. Mas quando suas asas feridas se curaram, ela simplesmente alçou voo para outro ninho, dormiu com outro predador (o da pior espécie, o predador que se faz de vítima), e depois voltou com a cara deslavada pra voar acima de mim contando vantagem, e cagando na minha cabeça com a sua ingratidão. Eu deveria ter comido aquele beija-flor sujo antes dele me tirar tanta coisa…
Atualmente limpei o cocô de pássaro da cabeça e me recuperei do rombo que aquele beija-flor ingrato deixou em minha vida, juntei todos os cacos dos inúmeros bebedouros que eu deixei apostos pra ele, joguei fora sapatos e quinquilharias, usei com gosto seus cosméticos e sabonetes, risco as folhas em branco com seu material de escrita. Fiz o possível pra tampar esse rombo absurdo que esse pássaro desgraçado deixou em meu peito, essa amargura de nunca ter expressado, de ter aguentado suas bicadas incessantes contra minha cabeça, de ter aguentado ele pedacinho por pedacinho comendo as partes moles do meu corpo e depois querendo se aconchegar e me roubar calor. Parasitado por um pássaro.
Enquanto o beija-flor alçava voou, nessa floresta torpe e escura eu avistei um animal que simplesmente não encaixava com a atmosfera selvagem  e bucólica: Um gato doméstico.
Ele me encarava com aqueles olhos inexpressivos de felino e de uma forma despretensiosa e delicada, caminhou, com o cabo dançando, e com aquele desinteresse sedutor em seus passos. Com seu charme ela suscitou minha curiosidade: O que esse animal faz por aqui? E por que não tem medo?
O gato não se intimidou com o ser decrépito e machucado que eu sou, e provou ser um gato vadio, um gato de rua, que carrega também muitas feridas e marcas do tempo e de maus tratos. Carrega no peito um coração grande o suficiente pra sentir por dois, e na cabeça a astúcia de um animal que se filiou ao mais esquisito e cruel dos animais: O homem. Logo, a gata tinha um trunfo que nenhum outro animal daquela floresta tinha: Ela adaptou-se e condicionou seu comportamento pra ser dócil e doméstica, e assim aprendeu e evoluiu com o bicho homem.
Esquiva e inconstante, mas ainda assim charmosa e sedutora, a felina escondeu-se na grama alta, e com grande curiosidade e apreensão eu me enfiei pra procurar ela. Ela mancava e tinha espinhos de roseira enfiados por todo o corpo, e isso me provocou dúvidas. Então veio o choque: Deliberadamente ela, de forma dolorosa, se embrenhava entre os galhos espinhentos de uma roseira, em busca de um acolhimento que aquelas folhas não poderiam dar-lhe, e em sua carência imensa, aceitava ser furada e machucada para que tivesse onde repousar.
Observar essa passividade e essa relação violenta entre a roseira e o gato me deu calafrios.
Lembrei de minha relação com os outros animais, de como a corsa me ludibriava e me atraia pra armadilhas, de como o beija-flor comia de pouco em pouco os meus pedaços moles, e aquilo me revirou o estômago. O gato naquela cena de cortar o coração, como um gato vadio que deita em qualquer canto, mesmo furado ronronava e buscava conforto em meio a uma superfície que nunca a deixaria dormir tranquila.
Naquele momento tomei uma decisão: Faria pelo gato o que ninguém fez pelo lobo. Tiraria ela dessa situação.
Embrenhei-me na roseira e ela de súbito começou a me atacar, me arranhar e tentar me estrangular. Quanto mais perto eu chegava do gato, mais a roseira me machucava, mas mesmo banhado de sangue e suor, eu me motivava pra continuar, e aquele gato miava, mas simplesmente não levantava do seu leito “confortável”, como se tivesse medo de deixar a roseira e vir comigo. Mas rasgando os galhos com os dentes, e proferindo algumas palavras tranquilizadoras, o gato saiu pela brecha que eu abri, e deixamos a roseira pra apodrecer sozinha, atrás no caminho.
Desde então esse gato doméstico machucado tem andado comigo, o lobo fodido e estropiado que manca das quatro patas. Diferente do beija-flor, o gato não tem anseios de subir em mim, diferente da corsa, ele não fica correndo e se esquivando a fim de me atrair. O gato tem seu jeito peculiar de lidar com as coisas: Ele ronrona, roça o rosto nas coisas, chama atenção, mia incessantemente, chora e pede petiscos e carinho nas orelhas. Mas algo sobre os gatos domésticos sempre remete ao seu estado mais primordial e rústico: Por isso eles precisam de arranhadores, ervas de gato, caixas e coisas pra escalar. É algo que simplesmente nunca os deixa. E nesse gato que encontrei, isso se manifesta em súbitas arranhadas e mordidas, que vem de formas inesperadas, geralmente durante os carinhos ou os petiscos, e sempre arrancam sangue. O gato machuca de formas inesperadas, naqueles sentimento súbito de nostalgia de sua natureza como animal, totalmente justificável, mas não menos doloroso - pelo menos isso o beija-flor me ensinou.
Decidi andar ao lado do gato, que abastado de regalias humanas comprou-me roupinhas de cachorro e me paga refeições caras. Seu conhecimento do mundo dos homens se faz totalmente útil, enquanto por minha vez eu tento ensiná-la o que é estar novamente sobre regimento de instintos bem afiados.
Espero não ansiar devorar e consumir. Espero sinceramente que o gato, embora negativo e machucado como eu, fique pra tomar um chá, ou que simplesmente não me abandone como os outros que não aguentam minha presença… Espero não saturar, ou não querer matá-lo.
Vários animais passaram e provavelmente muitos outros ainda passarão, mas a caminhada só para quando ela acaba...
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Por Pedro Scarpa.
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iamtheartsy · 7 years
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oh well… I guess no one really expected them to be all harry potter related… right?
also, mind me, I love this brush
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