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#estranheza
obsesseddiary · 5 months
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o monstro que não é um monstro chega perto de mim com maçãs, perfumes, ferrovias, televisores, crânios um universo que se come e se bebe a si mesmo
— Ácido Lisérgico (Allen Ginsberg)
Livro: Uivo, Kaddish e outros poemas
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tioxao · 1 year
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O vale da estranheza: quando os robôs parecem humanos, mas ainda não convencem
Descubra o que é o vale da estranheza, como ele afeta nossa percepção e emoções em relação a objetos que imitam a aparência humana, e sua relação com áreas como a robótica, a computação gráfica e o cinema. Confira o artigo.
Você já sentiu uma sensação de desconforto ou repulsa ao ver um robô, um boneco ou um personagem de animação que se parece muito com um ser humano, mas não é? Se sim, você provavelmente experimentou o que se chama de “vale da estranheza”, um conceito que tenta explicar por que algumas imitações da aparência humana nos causam estranhamento. Neste artigo, vamos explorar o que é o vale da…
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themasterusersblog · 28 days
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cara eu as vezes penso em como seria morar em outro país e tal mas sempre acho tão estranho a ideia de me mudar para outro país e passar tanto tempo sem falar minha língua natal em um lugar em que as pessoas não vão entender meu português
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renjunplanet · 8 months
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n sei q tipo de pedido vc espera mas pensando mt num renjun com ciumes
[22:37] w/renjun
atenção. escrevi e reescrevi tantas vezes que no final saiu algo bem gay baitola boiola, tem muitas palavras no diminutivo e um injun manhoso
huang, que estava sentado no sofá de braços cruzados, apenas desviou o olhar para a televisão. fingiu assistir o programa de televisão aleatório que passava só para te ignorar de propósito.
— sério, renjun? vai mudar essa carranca ou tá difícil?
sem resposta.
e o motivo dessa estranheza toda? com certeza foi te ver conversando com jeno a noite toda sem dar atenção para ele.
renjun nunca foi do tipo de demonstrar chateação e tampouco ciúmes no relacionamento, mas não quer dizer que não sentia. hoje por exemplo, após voltarem do apartamento de chenle, ele ficou totalmente estranho do nada.
— quer saber, foda-se. se tu quer continuar com essa birra toda, que tu continue sozinho porque eu cansei. — jogou as mãos para o ar em redenção e foi em direção ao banheiro. estava cansada do dia exaustivo, havia trabalhado a tarde inteira com papeladas, além de ter passado a manhã toda na faculdade. de combo, tinha esquecido do convite dos amigos então logo após o trabalho teve que se arrumar correndo para se encontrar com eles.
claramente não queria ganhar mais um bônus nesse dia corrido e sabia que discutir com renjun não levaria a nada além de uma briga desnecessária.
tomou seu banho e foi para o quarto, encontrando o namorado na cama com uma carinha triste e arrependida. facilmente teve seu coração amolecido e se rendeu a conversa que antes queria evitar.
— você vai falar comigo agora, injun? — perguntou ao se deitar ao lado dele. recebeu um aceno com a cabeça e um abraço tímido como resposta.
— me desculpa... — ele disse baixinho, com o rostinho sob seus seios e um biquinho nos lábios.
— ah, amor... me conta o que aconteceu... — você levou os dedos aos fios macios, fazendo um cafuné gostosinho no namorado que te apertou ainda mais no abraço.
— me perdoa, por favor. eu sei que fui infantil, mas é que... — ele suspirou tenso, fechando os olhos com firmeza tentando não se chatear com o ocorrido de mais cedo.
— mas é que?... — instiga renjun a te responder.
— mas é que eu não gostei nenhum pouquinho de te ver de brincadeirinha com o jeno...
— hã?
— você e ele passaram a noite toda conversando e trocando risinhos um com o outro, não gostei nenhum pouco de ver ele de sorrisinhos pra minha namorada. — disse enquanto fazia carinho em sua cintura, com a carranca de mais cedo voltando de novo.
— é sério isso? — você suspirou cansada, soltando um riso fraco.
— é sério. — renjun se levanta e fica de frente para seu rosto — você ficou o dia todo ocupada, mal teve tempo pra mim, dai quando a gente finalmente tem um descanso e um tempinho de lazer pra ficar entre a gente e nossos amigos você preferiu ficar maior parte dele junto com o jeno e os olhinhos sorridentes dele...
— nossa... sinceramente... eu nunca pensei que teria esse tipo de conversa com você, jun. — você riu, achando graça do rostinho do namorado.
— eu tava com saudades... e me senti deslocado... perdão, amor. — renjun diz envergonhado, voltando a te abraçar, dessa vez com o rosto escondido entre seu pescoço e ombro.
— tá tudo bem, bobinho. só não faz mais esse tipo de coisa, quando isso te chatear fala comigo, tá legal? — você segura a carinha dele e faz um carinho nas bochechinhas.
— tá...
seus lábios vão de encontro com os do namorado, num selinho gostoso de boa noite.
— me desculpa de novo...
— tá tudo bem, agora vamos dormir!
— tá bom — ele ri.
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poemaseletras · 1 year
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"Você vai tolerar a estranheza dentro de mim? As peculiaridades da minha alma?"
Tyler Knott Gregson
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skzoombie · 7 months
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!menção a relacionamento tóxico, violência psicológica e sangue!
-O que está fazendo? - a mulher virou assustada quando escutou a voz grave atrás de si.
-Dobrando algumas roupas - comentou disfarçadamente e tentando esconder a mochila esportiva que estava jogada sobre a cama.
-Você viu algo? - homem questionou escorando o corpo na patente da porta e cruzando os braços na altura do peitoral musculoso.
Jaehyun era um homem bonito, mostrava presença onde chegava, tinha um tom de voz grava que soava como algo sensual, e sabia ser persuasivo quando queria. Porém havia aquele sentimento de amedrontador por parte da mulher, aquele arrepio que subia pela espinha todas as vezes que ele estava perto demais.
-Não sei do que está falando - ela respondeu com uma voz que suou aguda, não era o tom normal.
-Por favor, não se faça de idiota - ele desencostou o ombro da porta e começou a caminha lentamente em direção a esposa. - O que você viu?
-Jaehyun, eu não juro que não vi nada - respondeu tropeçando no tapete do chão e caindo na cama de casal.
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Havia um tempo que estava suspeitando das horas diárias que o marido passava dentro do celeiro, em certos dias ele voltava atônito e perdido, outro momentos parecia ter uma raiva embutida que poderia furar o chão da casa de madeira com força que caminhava.
A mais frustrantes de todas as "estranhezas" que ele fazia, era os dias ensolarados que sumia entre as plantações de milho de milhares de hectares, reaparecendo apenas tarde da noite com seu macacão inteiramente cheio sujo de terra, feno e algumas gotas de sangue de vaca, pelo menos o que aparentava.
Mas sabe, ela já tinha dado o braço a torcer e aceitado seu medo pelo marido, mesmo que esses sentimentos não devessem existir em um casamento. Já era de se esperar que o homem seria a pessoa mais estranha de se conviver, ele havia mostrando isso desde os primeiros momentos de casados, quando simplesmente ela percebeu que jaehyun tinha afastado todos a volta de vocês, silenciosamente.
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-Por que a mochila? - ele apontou com o dedo para o que estava em cima da cama.
Um silêncio instaurou no ambiente e a mulher baixou a cabeça encarando o chão de madeira. O homem soltou um ar pelas narinas e deu uns passos para mais perto, a ponto de ficar entre as pernas dela, que subiu na cama e encolheu um pouco do corpo.
-Tudo seria mais fácil se você talvez... - ele parou a frase e pensou em como finalizaria - morresse.
Ela ergueu a cabeça que ainda estava baixa, arregalou os olhos em choque e deixou os pensamentos sangrentos dominarem a sua mente, as possíveis mortes que poderia ter pelas mãos do marido.
-Você está me assustando - respondeu descendo da cama e caminhando para ao lado de uma cômoda próxima da porta.
-O que eu fiz de errado? - ele perguntou encarando com um olhar que penetrava a alma e perfurava o coração.
-Como assim? - rebateu confusa e dando passos para trás quando viu ele se aproximando cada vez mais.
-QUE PORRA EU FIZ DE ERRADO? - dessa vez o tom de voz elevou para um grito - VOCÊ ESTÁ CONSTANTEMENTE FUGINDO DE MIM.
O corpo de jaehyun tremia com o grito, as veias saltavam no pescoço, punho estava cerrado e os passos firmes como de alguém que pisava no chão com a intenção de tremer a casa até desmoronar.
Não havia muito como ela fugir para longe da discussão, sua pior escolha foi aceitar morar com o marido em qualquer lugar. Primeira opção dele foi no campo, no meio do nada, onde nem Judas cogitaria perder as botas.
-Amor, é só uma audição - ela respondeu com uma voz doce para não alimentar uma atitude agressiva - Prometo que vou voltar rápido e aí podemos ter nossa rotina novamente.
-EU DISSE ONTEM E VOU REPETIR - ele elevou a voz ainda mais, se isso ainda fosse possível - VOCÊ NÃO VAI NESSA AUDIÇÃO.
-EU SOU A PORRA DE UMA ESTRELA - rebateu sem conseguir conter a raiva.
Ele sempre odiou a imaginação fértil dela, odiava como sempre foi obrigado a assistir filmes dos milionários que moravam a milhares de quilômetros, apenas para escutar a esposava repetir as mesmas falas e ficar "treinando" para ser uma estrela em ascensão.
-Só se for uma estrela pornô - jaehyun respondeu com uma voz de provocação.
Em poucos segundos ele sentiu o tapa na cara e os socos no peitoral protegido pelo macacão jeans que estava usando. Ela batia com forças nele enquanto gritava de raiva, o homem ao contrário, seguia rindo irônico e segurava as mãos dela com apenas uma.
-EU ODEIO VOCÊ - ela gritou e se afastou com agressividade, caminhando até a cama e enfiando de qualquer forma as peças de roupa dentro da mochila.
O homem deixou ela organizar tudo, seguiu em pé encarando os movimentos apenas com o olhar, enfiou as mãos dentro do macacão e sorriu falsamente com a situação.
Ela colocou uma das alças da mochila no ombro e apressou os passos a caminho da porta, seguiu até o banheiro e pegou seus materiais de higiene. Rapidamente andou em direção as escadas de madeira que levavam ao primeiro piso da casa de madeira, onde seguiria seu caminho rumo ao sucesso hollywoodiano, sem cogitar na possibilidade de encarar aquele homem novamente.
-Como eu disse - ele soltou a frase e viu ela virar o resto levemente para escutar suas últimas palavras - Tudo seria mais fácil se você morresse.
Sem conseguir degirir, a mulher sentiu mãos grandes na suas costas e desequilibrou rumo ao último degrau da escada de madeira. Percebeu uma perfuração na parte de trás do peito, caiu dura no chão e deixou a mochila rolar para longe sem possibilidade de conter a distância.
Ela virou a cabeça lentamente para o lado enquanto sentia o gosto de ferro escorrer entre os lábios, a cabeça parecia ter começado a latejar repentinamente, fios de cabelo cobrindo quase toda a visão e o som de passos descendo até a sua frente.
-VOCÊ NÃO VAI ME DEIXAR SOZINHO NESSA FAZENDO - ele gritou com uma força tremenda que saiu de dentro do peito e pareceu rastejar entre a dor aguda na cabeça da mulher, que fechou os olhos com força.
Em questão de segundos quando abriu os olhos novamente, percebeu o reflexo de um objeto e apenas sentiu uma dor agoniante no peito, sangue espalhado no chão e um grito ensurdecedor saindo do homem.
-NÓS VAMOS FICAR JUNTOS PARA SEMPRE - soltou no chão o objeto pontudo e sujo de sangue. - PARA A PORRA DE TODO O SEMPRE.
Observou o corpo da esposa de cima para baixo, levou a mão até o rosto e limpou a sujeira de sangue que havia espirrado.
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geniousbh · 2 months
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amigas, é o seguinte😌☝🏼 o preço da vaca é 120😝😝🤪🤪 não, calma, é que eu quero abordar um tema delicado. amanhã eu irei postar uma smutfic de dubcon com um sociopath!felipe otaño. porém, ficou extremamente GRANDE e extremamente dubcon real oficial. irei postar, mas peço encarecidamente que se me cancelarem vocês me acompanhem nas trincheiras pois eu ainda sou apenas uma garotinha🤧🎀 falando sério! espero muito que vocês gostem, mas o propósito é causar estranheza sim, mas que seja algo interessante e novo de ler
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livrosencaracolados · 8 months
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"Serafina e o Manto Negro" (Serafina #1)
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Sɪɴᴏᴘsᴇ Oғɪᴄɪᴀʟ: Serafina nunca teve motivos para desobedecer e aventurar-se além da propriedade de Biltmore, onde vive em segredo, ninguém desconfiando da sua existência. Mas quando as crianças da herdade começam a desaparecer, apenas Serafina sabe quem é o seu raptor: um homem assustador com um manto negro, que percorre os corredores de Biltmore durante a noite. Conseguindo escapar a este vilão, arrisca o seu segredo, juntando forças com Braeden Vanderbilt, o sobrinho mais novo dos donos da herdade. Antes que seja tarde demais, lutam por revelar a verdadeira identidade do Homem do Manto Negro. Esta demanda levará Serafina até à floresta que aprendeu a temer, onde descobre uma magia há muito esquecida, ligada à sua identidade. Para salvar as crianças e desvendar o mistério, terá de procurar as respostas para completar o puzzle do seu passado.
Aᴜᴛᴏʀ: Robert Beatty.
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ALERTA SPOILERS!
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O Mᴇᴜ Rᴇsᴜᴍᴏ: Na Carolina do Norte, a quilómetros e quilómetros do centro de Asheville, ergue-se no meio da natureza intocada a maior e mais esplendorosa propriedade da América, a mansão Biltmore. Com as suas dezenas de quartos, salões, estribarias e biblioteca monumental, a mansão domina tudo à sua volta, fazendo por merecer o título de "Senhora da Colina", da mesma forma que os seus donos, os Vanderbilt, dominam a alta sociedade, usando a propriedade para criar uma cúpula resplandecente onde a elite dos poderosos e dotados pode prosperar. Mas não deixem que os talheres de prata e a belíssima vista das montanhas Blue Ridge vos distraia, nem tudo é luminoso. A floresta que rodeia a mansão, e de onde é impossível sair sem a atravessar, é sombria, lar de plantas tortas e sufocantes e de histórias aterrorizantes sobre aldeias que desaparecem de repente, cemitérios de onde os cadáveres se arrastam e criaturas malignas que esperam nas sombras pelos viajantes. E não é só a floresta que esconde segredos e seres fora do normal, no interior da mansão, uns bons pisos para baixo, encontra-se a cave, que além de acomodar as máquinas, serve de casa para Serafina, uma rapariga singular de quem ninguém suspeita a existência. Filha do faz-tudo dos Vanderbilt, Serafina não é nada para ninguém, não apenas porque se se mostrar à luz do dia arrisca revelar a transgressão do pai e fazê-lo perder o emprego, mas também devido à estranheza da sua aparência, que adicionada aos seus instintos animais, mais a faz parecer o resultado de um bruxedo obscuro do que uma miúda de 12 anos. Não obstante a sua situação, francamente ilegal, de alojamento, Serafina faz por merecer o seu lugar na divina propriedade tal como todos os outros, tratando da tarefa que é, ao mesmo tempo, a mais nojenta e a mais importante de todas: livrar-se das ratazanas, o que ela faz com gosto (e com as próprias mãos). Certa noite, a caça às ratazanas da Serafina é interrompida por gritos, e quando vai investigar o que se passa, depara-se com a cena mais horripilante da sua vida: as pregas negras de um manto flutuante a retorcerem e a cerrarem-se sobre o corpo de uma menina indefesa até o esmagarem, fazendo-o desaparecer sem deixar para trás nada mais do que um cheiro putrefacto a morte e a entranhas. Paralisada com a imagem, Serafina repara, quase tarde de mais, que o manto tem um dono, uma figura macabra e coberta em sangue que, ao detetar a sua presença, decide fazer dela a sua nova vítima. O homem persegue-a incansavelmente pelos corredores e pelo terreno da propriedade e ela quase não sobrevive para contar a história, mas quando o faz, desesperada por ajuda, a única pessoa em quem confia acha que ela inventou tudo. Entretanto, o dínamo é sabotado, mergulhando a mansão numa escuridão perturbadora, e torna-se evidente que o demónio da noite não foi um fragmento da imaginação da Serafina, mas que, muito pelo contrário, ele é bem real, e faz parte da elite que frequenta o palacete. Quando se apercebe que a menina da cave foi apenas uma das muitas vítimas do Homem do Manto Negro e que este já escolheu o próximo alvo, Serafina é atingida com a dura perceção de que não o consegue derrotar sozinha, e é obrigada a fazer sacrifícios em troca da aliança de alguém mais poderoso. Para vencer, a Serafina vai ter de quebrar todas as promessas que alguma vez fez ao pai, usar-se a si própria como isco e aventurar-se nas profundezas da floresta amaldiçoada, onde as respostas sobre o mistério da sua identidade estão sepultadas. Se vai conseguir ou não é incerto, mas se há uma coisa que é inquestionável é que a Serafina nunca deixa uma ratazana escapar impune...e o Homem do Manto Negro é a maior ratazana que há.
Cʀɪᴛᴇ́ʀɪᴏs ᴅᴇ Cʟᴀssɪғɪᴄᴀᴄ̧ᴀ̃ᴏ:
Qᴜᴀʟɪᴅᴀᴅᴇ ᴅᴀ Pʀᴏsᴀ: É puramente incrível, são quase 300 páginas de texto, mas a história acontece em menos de uma semana, praticamente sem pausas, então não é um feito pequeno o facto de o autor ter conseguido manter o interesse, a fluidez e a beleza das palavras o livro inteiro. Também há que elogiar a habilidade incrível que Robert Beatty tem para construir, rápida e efetivamente, cenários vivos na cabeça do leitor, e a magia sombriamente encantadora das suas descrições.
Hɪsᴛᴏ́ʀɪᴀ: É uma história veloz, cheia de adrenalina e risco que não dá tempo para relaxar, porque nunca nos são dadas certezas de segurança, mas que, ao mesmo tempo, passa uma sensação de conforto e calor que permite que haja um equilíbrio entre as partes sombrias e as adoráveis. Este livro tem tudo: a magia de um mundo prestes a fazer a viragem para o século XX, um ambiente fielmente histórico, fantasia eletrizante que compensa a sua falta de doçura com o tipo de originalidade que não abdica da nostalgia dos velhos contos, alianças improváveis, suspense, mistério e o género de horror que arrepia qualquer um sem lhe mexer com a cabeça. A razão para este livro ser tão bom é o facto de funcionar para uma vasta faixa etária, e para mim, essa é uma das maiores marcas de uma obra de qualidade: ter a capacidade de criar uma história que não se alicerça em sensacionalismos ou momentos despropositadamente chocantes para fixar o leitor, que não aliena a audiência mais nova no esforço de ser levada a sério. A "Serafina e o Manto Negro" é incrivelmente bem sucedida nesse aspeto, conseguindo transportar o leitor por momentos com diferentes níveis de gravidade sem o perder: tão rápido estamos com a protagonista a observar os membros da alta sociedade a rodopiar num grande salão, como a ler lápides e a lutar contra um puma, e até a ter uma crise filosófica onde questionamos se a maldade é uma característica intrinsecamente humana. É a experiência completa!
Pᴇʀsᴏɴᴀɢᴇɴs: A Serafina é uma das minhas protagonistas preferidas, o autor conseguiu dar-lhe a voz perfeita para o tipo de história em que ela está, e não só, também lhe deu a voz perfeita para a forma como a personagem dela foi construída, É claríssima a maturidade que ela tem no que importa, a responsabilidade que está habituada a carregar e a coragem e o sangue frio que adquiriu dos seus hábitos de caça. O seu lado humano alia-se ao seu lado selvagem, não há o cliché de ela só ser uma pessoa normal (e todos sabemos que em livros com menos qualidade, "normal" quer realmente dizer uma pessoa sem um único defeito que arranja forma de ser insegura) quando interessa e, nas piores alturas possíveis, se lembrar que tem um lado paranormal que a faz agir de uma forma estranha. O que se destaca sobre a Serafina é que, não obstante a sua imensa garra (no sentido literal e figurativo), incorrigível desobediência, e foco inabalável (ela entra na curta lista dos protagonistas que decidem o que querem nas primeiras 30 páginas e tratam logo do que precisam de fazer para o obter, em vez de se estarem sempre a queixar) ela é só uma miúda que quer poder experienciar as bênçãos de uma vida calma, fazer amigos, ter a confiança do pai e saber o que aconteceu à mãe. Tudo o que ela alcança vem das suas próprias habilidades e trabalho e a recompensa que obtém no fim do livro está em perfeito acordo com quem ela é. Para além da protagonista, a caracterização que merece mais mérito é a do Homem do Manto Negro. O Robert Beatty PERCEBE o que faz um vilão, sabe que criar um que seja autêntico é algo mais complexo do que um riso assustador ou uma história triste, e isso é visível. Todos os maneirismos do Homem do Manto Negro estão no ponto: o modo como ele anda, os sapatos que usa (que são uma parte vital da história e mostram a sua natureza), a forma como fala, o timbre da sua voz e como isso afeta o ouvinte, a presença da sua pessoa (que é tão impactante que altera o tom da cena, tem um som associado e causa medo na própria natureza) e, principalmente, o seu modo de perseguir as vítimas. Tudo isso é um indicador da sua altivez, do seu poder e da sua falta de hesitação, mas aqui está a parte interessante: mesmo quando ele não usa o manto, todas estas características se mantêm, o autor não as elimina para tentar manter a sua identidade um enigma. Quando está entre a elite, o vilão comporta-se exatamente da mesma forma, mas como não tem na mão um objeto possuído que anuncia as suas intenções, o seu domínio da sala, a sua intensidade e compostura permanentes, e até a proximidade constante a crianças, são interpretadas como sinais de um senhor de alto requinte, talento e carisma, e inspiram confiança e admiração nos que o rodeiam. Para mim isto é fascinante, talvez sem se aperceber, o escritor acabou por fazer do seu vilão o caso de estudo perfeito para analisar o quão ténue é a linha entre o bem e o mal, entre o desejável e o desprezível, e entre o amor e o ódio. A conclusão a que se chega é que não há uma única delimitação palpável entre os dois lados, e que os humanos têm a tendência de se perder nos extremos, julgando de forma absoluta moralidades que só existem num plano subjetivo. Fabuloso!
Rᴏᴍᴀɴᴄᴇ: Não há neste primeiro volume, o que eu compreendo, sendo que a se história passa em poucos dias e que a Serafina e o Braeden têm 12 anos... MAS, eles têm uma química natural e inegável (e adorável) e o meu maior desejo é que, ao longo das sequelas, eles fiquem mais velhos para que alguma coisa aconteça entre eles.
Iᴍᴇʀsᴀ̃ᴏ: Li o livro incrivelmente rápido e como já mencionei, um dos grandes trunfos do escritor é a sua habilidade de nos fazer sentir que estamos mesmo dentro da história (e quem não quer estar num mundo de animais metamórficos, objetos encantados e grandes bailes em mansões históricas?) então só o posso elogiar nesse aspeto.
Iᴍᴘᴀᴄᴛᴏ: Outro livro que já li várias vezes, e por ótimas razões. A verdade é que as peripécias da Serafina nunca abandonaram o meu coração, e ter lido este livro outra vez só me fez perceber que não o tinha valorizado tanto quanto devia antes, é muito mais assustador e magnífico do que me lembrava.
Cʟᴀssɪғɪᴄᴀᴄ̧ᴀ̃ᴏ Fɪɴᴀʟ: ⭐⭐⭐⭐+ ½
Iᴅᴀᴅᴇ Aᴄᴏɴsᴇʟʜᴀᴅᴀ: Como já disse, este livro tem algum horror, sangue e violência, não no sentido demasiado gráfico e exagerado mas mesmo assim incomoda (é esse o objetivo). Eu diria que a partir dos 14 anos é uma leitura fantástica, apesar de poder parecer "infantil" se for lido por um miúdo demasiado habituado aos excessos que andam por aí.
Cᴏɴᴄʟᴜsᴀ̃ᴏ/Oᴘɪɴɪᴀ̃ᴏ Fɪɴᴀʟ: Nem sequer me tinha apercebido disto antes, mas este livro é perfeito para o outono e para o inverno, ESPECIALMENTE para o Halloween. É assustador e arrepiante da maneira que pede um cobertor e umas velas. Se estão à procura de um livro que não vos dê pesadelos mas que tenha a ver com esta altura do ano, não precisam de ir mais longe, está aqui, RECOMENDO.
Pᴀʀᴀ ᴏʙᴛᴇʀ: Serafina e o Manto Negro, Robert Beatty - Livro - Bertrand
Assɪɴᴀᴅᴏ: Ƹ̵̡Ӝ̵̨̄Ʒ 𝐿𝓊𝓏 Ƹ̵̡Ӝ̵̨̄Ʒ
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kimtechamou · 3 months
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experimentava a consciência de que a encaravam como se possuísse um par de chifres na cabeça, pelos no rosto e uma longa cauda abanando atrás de si — opa, tinha quase certeza de que essa história já existia, e não era sua. fato é que recebia olhares de estranheza, como se fosse um animal vindo de outro planeta, e realmente era se analisasse a situação friamente. mas nem mesmo isso a impedia de ser fiel à suas crenças, incluso seu refinado gosto para moda. estampava revistas semanalmente, e todos os modelos que usava se esgotavam em questões de dias — ou melhor, horas. portanto, independente de estar em seoul ou não, ela jamais concordaria em entrar em um trambolho como o deixado em seu cabide. a roupa com a qual desaparecera de sua realidade, então, era o que usava naquela tarde, enquanto tomava chá. incrivelmente, aquela era a área menos incomum que encontrara. ❛ melhor manter distância ❜ era impossível compreender se falava dos chás e biscoitos, ou de si mesmo, a postura desdenhosa ao que pousava a xícara na mesa e finalmente direcionava os olhos para checar a presença de muse. ❛ as coisas aqui são um pouco perigosas. ❜ o completar foi acompanhado de leve curvar dos lábios, um sorriso sem humor.
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eroscandy · 4 months
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ANYA TAYLOR JOY? não! é apenas CANDACE SUNSHINE LOVEGOOD, ela é filha de EROS do chalé NÚMERO 25 e tem VINTE E CINCO anos. a tv hefesto informa no guia de programação que ela está no NÍVEL II por estar no acampamento há TRÊS ANOS, sabia? e se lá estiver certo, CANDY é bastante MULTIFUNCIONAL mas também dizem que ela é MELODRAMÁTICA. mas você sabe como hefesto é, sempre inventando fake news pra atrair audiência.
LINKS IMPORTANTES: TASK1, TAKS2, POV - pais mortais, headcanons mortais, headcanons divinos.
ꨄ I like turning heads, breaking necks... High heels in the morning!
♡ Candace foi o fruto do amor entre Aimée e Lukas, uma modelo e um empresário. Queridinhos do público, bem sucedidos em seus ramos, faltava uma única coisa para a mídia deixá-los em paz: um filho. E não era por falta de tentar, era o que diziam, quando na verdade Lukas era infértil e Aimée fadada a gravidezes difíceis. Contudo, o amor deles eram tão grande e evidente que Eros ouviu suas preces e deu de presente uma menina. Seu sangue divino facilitando os nove meses e meio até o derradeiro parto, que quase levou Aimée para Hades.
♡ A menina nasceu saudável e encantadora, perfeita como o amor. Uma risada provoca comoção, um sorriso ao som de suspiros coletivos. Cada palavra um evento, cada passo um show. Ela cresceu no meio da atenção e do luxo, mas nada disso subiu à cabeça. Seus pais tiveram origens humildes, trabalharam para conseguir, então ela seguiria honrosamente atrás dos frutos do próprio esforço. Com quinze anos, Candace chegava ao auge. Popular, carismática, empreendedora, influencer. Desfilando de braços dados com a mãe, participando das reuniões no último andar de prédios chiques com o pai. E foi com quinze anos também que ela confirmou que sua imaginação não era tão ilusória.
♡ Não era incomum vê-la perdida em pensamentos, com a visão distante. Às vezes perguntando sobre o que outra pessoa via, às vezes se assustando com o nada. Mas ela deixava passar, culpando a estranheza normal do seu TDAH. Candace ignorou aquela repórter estranha entre os convidados pelo decorrer do desfile e ela só se fez perigosa quando foi tarde demais. Candace correu para fora sob o ataque da Fúria disfarçada e o florescer do poder, literalmente, encobriu seu rastro. Pegou o carro do pai e afundou o pé no acelerador, se perdendo rapidamente nas ruas estranhas do país nada familiar. Acabou parando ~apenas~ quando um grupo estranho de garotos 'cruzou' seu caminho.
♡ Ali foi explicada sua verdadeira origem, afinal, bastou pisar no acampamento meio-sangue para o símbolo de Eros aparecer acima de sua cabeça. Magia, mitologia grega, poderes mágicos. Não faz sentido? Candace tentava conciliar tudo novo com a vida antiga, intercalando na ligação para os pais e no treinamento 'de combate' de sua nova família. Para o mundo mortal, a mais nova Lovegood estava num internato secreto; no acampamento, ela explorava o raio de explosão de suas rosas e criava um nome para si entre os seus. Ganhando mais confiança, ela saiu mais do acampamento Meio-sangue e ingressou na faculdade de Economia no Júpiter, que era mais perto da sua família.
♡ Candace considerou ficar por ali, mesmo não era o acampamento do seu coração. A rigidez e o treinamento militar não combinavam com o seu jeitinho excêntrico, então logo voltou para casa. Contudo, entre desfiles e reuniões de negócios, Candace encontrava-se cada vez menos ligada ao divino. E com a ausência de Eros para "compensar", o mundo mortal ganhava novas cores e subia em prioridade.
♡ Só que... Não dava para desligar-se assim. Seus melhores amigos, os que entendiam realmente sua vida, estavam no acampamento. Os monstros não a deixariam fora do radar por não sustentar uma espada. Então ela aceitava missões esporádicas, principalmente associada a rede de contatos que tinha. Numa dessas, o humor não colaborou com a necessidade. Candace estava impaciente e mal-humorada, suja da cabeça ao pés e com bolhas nos pés no sapato de marca. Uma missão tão simples e essa dificuldade toda? Faça-me o favor. O ego juntou-se à equação e o desrespeito tomou carona... Achando que tinha o mundo nas mãos, o vento da sorte sob as asas, o sexto sentido e o terceiro olho trabalhando juntos; as palavras saíram sem querer. A semideusa menosprezou a lua. Ora? Está cheia? Eu consigo passar por aqui de olhos fechados! Quando aquela luz era refletida pelos espelhos escondidos da caverna e 'criava' a sensação de que os cristais eram iluminados.
♡ A missão foi bem sucedida. Nenhum semideus sofreu algum dano exceto Candace Lovegood. Foi em sonho, realista e arrepiante, a luz materializou em mulher e a voz fria cantou a maldição em seu ouvido. A luz da lua não será sua aliada, semideusa. Que ela te confunda, te desnorteie, até que aprenda a valorizar o que lhe é oferecido. Se ela precisava de um sinal para sair dali? Parabéns, ganhava um de bandeja. Assim que acordou, Lovegood arrumou as malas e voltou pra casa; ganhando apenas seis meses para aprender a lidar com a maldição antes de ser compelida a voltar indefinidamente para o acampamento Meio-sangue.
ꨄ Catch your breath, break a sweat... Leave the suckers snoring
♡ PODERES: ROSAS MÁGICAS. Como o símbolo do deus do amor, as rosas nascem e crescem à vontade da semideusa que detém o poder. Seus efeitos dependem do sentimento imposto durante sua formação. Candace dominou a explosão durante seu treinamento no acampamento Júpiter e, agora, foca nas outras facetas das consequências.
♡ HABILIDADES: Reflexos sobre-humanos e sentidos aguçados.
♡ ARMA: 
♥︎ Escudo PASSIO. O melhor ataque é a defesa, certo? Disfarçado de uma bela (e caríssima) pulseira de ouro branco. O coração cravejado de diamantes se expande num escudo meio físico meio mágico. Leve e resistente, ele é perfeito para quem tem o arco-e-flecha como arma de combate preferida. ♥︎ Arco-e-flecha DESIDERIUM. Um arco dourado com corda feita de raios de sol que ajuda as flechas a atingirem uma velocidade acima do comum ao serem disparadas, as flechas são de ouro imperial. Adquirido na missão bem-sucedida de resgate com Pietra e Indra. ♥︎ Perfume de Eros. Permite tornar a pessoa tão profundamente apaixonada por alguns dias que a paixão chega em um nível obsessivo. Se esquecendo de comer, viver, e sendo perigoso até para quem o possui pela intensidade do sentimento imposto. Adquirido na TASK .2
♡ MALDIÇÃO OU BENÇÃO: MALDIÇÃO DE SELENE. Candace perde qualquer senso de direção quando a lua está no céu. Não importava se faz o caminho de olhos fechados durante o dia, se é uma coisinha de dez metros de distância, a lua não a ajuda.
♡ DESEJA ESCOLHER ALGUM CARGO DE INSTRUTOR? Membro da equipe vermelha de arco-e-flecha e esgrima.
♡ PERMITE QUE A CENTRAL USE SEU PERSONAGEM PARA DESENVOLVER O PLOT? PERMITE QUE A CENTRAL USE SEU PERSONAGEM EM PLOT DROP, EVENTOS, TASK OU ATIVIDADES EXTRAS SEM AVISO PRÉVIO? Sim.
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azulare · 27 days
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fazia um calor infernal nesse dia. torcia para que chovesse ao mesmo tempo que aquela angústia no peito passasse. em dias assim, costumo sentir inveja de quem se apoia em algum deus e implora aos céus por misericórdia. eu só tenho uma fé descabida, dessas tão efêmeras quanto a garoa que caiu e deixou tudo mais abafado. enquanto isso, as palavras de Clarice me percorriam. ela narrava o pavor de uma personagem diante de si mesma, que aos poucos ia se perdendo e entrando em completa desorganização.
desorganização.
a palavra estalou no céu da minha boca. esse foi um daqueles momentos em que, nutrido de uma esperança vulgar, você se apega a algum contorno sobre aquilo que viveu, a algum sentido àquilo que, marcado na pele, escapava da palavra. assim como a personagem de Clarice, me desconheci. e me dei conta de que tal desconhecimento sempre fizera parte de minha vida.
eu me desconheci quando, aos 10 anos de idade, ritualisticamente arrumava meu quarto e contava até 3 porque tinha nojo de mim, na tentativa de ser uma outra eu. eu me desconheci aos 16 anos, quando vi meu pai não sentindo mais nenhuma vontade de viver. (ele não pensou em mim?). eu me desconheci quando conheci o amor, aos 17 anos, e quis tanto, mais tanto, fugir dele. (eu não consegui escapar). e assim como o amor chegou, ele partiu. e aos 19 anos eu me desconheci com o coração partido e a certeza de que nunca mais amaria de novo. (eu amei). eu me desconheci quando vi a morte de perto e tive medo de sua força avassaladora, arrastando tudo consigo. me desconheci quando a vida passou a ter sabor cru e eu não tinha mais forças pra levantar da cama.
altos e baixos. altos e baixos. altos e baixos. repetia como um mantra.
sigo me desconhecendo. levo comigo uma estranheza de mim. e me faço nas tentativas, nessa fé descabida e esperança vulgar. tento, tento e tento. a vida, embora amarga, às vezes tem lá seu gosto doce.
M.
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mcronnie · 5 months
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LILI REINHART? não! é apenas VERONICA STORMI MCKINNEY, ela é DEVOTA DE HERA (FILHA DE HÉCATE) do chalé 21 e tem VINTE E TRÊS ANOS. a tv hefesto informa no guia de programação que ela está no NÍVEL III por estar no acampamento há 10 ANOS, sabia? e se lá estiver certo, RONNIE é bastante CRIATIVA, mas também dizem que ela é EMOTIVA. Mas você sabe como Hefesto é, sempre inventando fake news pra atrair audiência.
faz parte dos filhos da magia e é instrutora de furtividade e espionagem.
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Quando se fala de herança, há diversos tipos; herança em dinheiro, influência, conhecimento, contatos… e embora no mundo mortal se pense primeiro na herança que importa como famílias de longa linhagem de contatos e dinheiro, educação e influência, e que obviamente não faria mal algum contar com tal ajuda. Entretanto, existe uma realidade por além da névoa, que marca famílias desde o auge da civilização Grega. Famílias que não perderam completamente suas linhagens, que carregaram suas crenças apesar da estranheza e perseguição que o paganismo causava. Precisaram se esconder, disfarçar para sobreviver, mas nunca abandonaram suas origens e crenças, ensinaram seus filhos os contos, os nomes dos deuses, titãs e monstros. Justificavam eventos estranhos com a presença dos deuses, ainda que nem todos de suas linhagens nascessem com o dom de ver através da névoa. Por vezes, o legado parecia uma maldição, porém, famílias são chamadas assim por um motivo, e são feitas para se manterem juntas. 
E foi assim que os Makinnis seguiram migrando, seguindo bons ventos que lhes sopravam dicas valiosas de para onde deveriam seguir, lidando com um ou outro semideus que nasciam dentro da família… Não tinha como evitar, restavam poucas famílias que resistiam e seguiam ainda o paganismo em uma linhagem tão longa, eram uma atração à parte para os deuses, e uma honra para os Makinnis mais antigos. E de tanto se mudarem, os Makinnis se tornaram McKinney em algum ponto, provavelmente em um dos momentos em que precisaram fugir da perseguição religiosa. Desde a década de 60, se estabeleceram em Los Angeles.
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Algumas pessoas vivem assombradas pelo gostinho do  “e se”, e outras, têm a sorte que o Ethan teve de ter absoluta certeza de como teria sido sua vida se tivesse tomado outro caminho. Caso ele não tivesse decidido encerrar sua carreira nos palcos para se dedicar à paternidade, caso ele não tivesse entendido que dentro de um ônibus de banda; cercado de fãs, drogas, uma rotina de estúdio e shows não era o jeito de criar uma criança que já havia sido rejeitada pela mãe. Ethan não apenas sabia como teria sido seu futuro. Ele aproveitou do gosto por alguns anos, e por isso ele nunca permitiu que Veronica se culpasse pelo que havia escolhido abrir mão. Desde que ela entrou na equação, Ethan McKinney e Veronica McKinney eram a dupla principal, e ele fez e continua fazendo de tudo para que sua garotinha não sentisse tanto que tivesse sido rejeitada pela mãe. 
Qualquer um deveria saber que Hécate não era o tipo de mãe que ficaria em casa e assistiria as apresentações de ginástica de Ronnie. Tanto Ethan quanto Veronica tinham o conhecimento suficiente para saber que não havia sido uma escolha aleatória, não eram ingênuos, tudo foi pensado visando apenas a linhagem sanguínea, a possibilidade de uma criança bruxa com chances de brilhantismo. Mas Ronnie, se ressentiu pela frustração de seu pai, e seu pai por sua vez se doía por achar que Veronica precisava de uma mãe. Talvez nenhum dos dois tivessem desconfiança de Hécate se houvessem tirado esse elefante branco da sala mais cedo, porém, quando aconteceu, era tarde demais; nenhum dos dois tinha mais qualquer interesse em se aproximar de Hécate.
Começou a frequentar o acampamento ainda bem cedo, aos treze anos. Voltava do treino de ginástica quando foi atacada por uma dracaenae, e apenas conseguiu escapar com ajuda de Hera, que lhe orientou telepaticamente. Unindo as orientações e suas habilidades de ginástica, e as pequenas competências com magia, que já treinava em casa, conseguiu fugir o suficiente para Argos a encontrar, matar a dracaenae e apresentar o acampamento meio sangue. 
A verdade é que quando se tratava de uma deusa, rejeição com sua prole não devia ser a palavra, e tão pouco o sentimento que Veronica deveria alimentar sobre ela, porém talvez fosse um pouco inevitável, quando nem mesmo depois que passou a frequentar o acampamento durante todos os verões entre os treze e dezessete anos, e seguir os desejos da deusa teve alguma atenção dela. Diferente, entretanto, de Hera, a deusa que lhe instigou a segui-la e dedicar-suas habilidades para atender seus interesses, pois se havia algo em que a McKinney era boa, essa coisa era em ser grata.
Ela era uma boa ginasta, com potencial, mas abandonou quando começou a frequentar o acampamento. Assim como tem habilidades artísticas apuradas, sempre se destacou na música, aprendeu desde cedo a tocar alguns instrumentos e a cantar, era uma homenagem e pedido do pai, e fazia com tanto orgulho que até que era mais por ela, que por outra pessoa.
No entanto, talvez sua melhor habilidade fosse em conseguir coisas. Preferencialmente coisas valiosas; quanto mais alto precisar apostar ou barganhar por elas, melhor! Aprendeu a blefar, afanar, localizar e chantagear para acumular itens que considera valiosos, e nisso, foi onde Hera mais encontrou utilidade para si. Era uma via de mão dupla, as duas ganhavam, porque ela adorava receber a atenção da deusa que todos diziam ser tão difícil de lidar e agradar, mas que para si, parecia tão admirável. 
Veronica não sabe matar. Se a pedir, a feiticeira pode lhe fornecer poções para imobilizar, congelar, iniciar incêndios e até para amores falsos que se parecem verdadeiros, mas caso peça um veneno letal, para uma missão que seja, ela não vai poder ajudar. Algo nela a impede, e por isso, Ronnie não tem interesse em sair em missões de resgate ou qualquer uma onde acabe precisando enfrentar monstros, menos ainda enfrentar outros semideuses. Seu único medo, entre tudo de mais perigoso que ser um semideus a proporciona, é perder sua essência e se tornar apenas uma assassina. Nem mesmo se for para a própria sobrevivência. 
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Magia de Localização: Ronnie consegue rastrear objetos e até pessoas, contando que saiba o que está procurando. Precisa conhecer ou visualizar, em caso de objetos inanimados, que é como a magia funciona melhor e para distâncias maiores. No caso de pessoas, a magia funciona em distância bem menores e ela precisa ter alguma familiaridade com a pessoa antes de conseguir rastreá-la. 
Ophis Thaleros: A serpente graciosa; um colar de serpente que ao ser tirado do pescoço por Veronica, se torna um chicote de Ferro Estígio com punho de couro. As texturas de escamas de cobra do colar ainda estão presentes também no chicote quando ele se transforma, e podem ser usadas tanto para dar aderência ou machucar o alvo, dependendo da vontade do seu portador, uma vez que as escamas podem se levantar, tornando a arma bem dolorosa ao toque ou ótima para agarrar ou firmar-se em coisas. No fim do comprimento, a ponta quase furta cor é uma pequena lâmina afiada que pode ser banhada em veneno e assim se tornar letal em batalhas, ao cortar os oponentes. Seu alcance é variado, podendo alcançar diferentes distâncias dependendo da necessidade.
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mattribbiani · 6 months
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JULIO PEÑA? Não! É apenas MATTEO TRIBBIANI, ele é filho de NIKÉ do chalé 17 e tem 24 ANOS. A TV Hefesto informa no guia de programação que ele está no NÍVEL III por estar no Acampamento há TREZE ANOS, sabia? E se lá estiver certo, MATT é bastante AMIGÁVEL mas também dizem que ele é SISTEMÁTICO. Mas você sabe como Hefesto é, sempre inventando fake news pra atrair audiência.
* BIOGRAFIA / CONEXÕES /
BIOGRAFIA.
No coração da cidade de Nova York, um simples entregador de pizza, Marco Tribbiani, viu sua vida transformada quando cruzou o caminho da esplêndida deusa Nike. Uma conexão inesperada floresceu entre eles, resultando no nascimento de Matteo Tribbiani. O relacionamento deles evoluiu rapidamente, mas a súbita partida de Nike, guiada por deveres divinos, deixou Marco perplexo, ignorante da herança divina que ela compartilhava com seu filho recém-nascido, Matteo. Mesmo assim, ele tinha infinitos planos para com seu primeiro filho, animado para tudo o que ainda viveriam juntos — até uma fatalidade acontecer e Marco parar de respirar.
Matt foi acolhido pelas seis irmãs mais novas de Marco. Essas irmãs, unidas pelo desejo comum de proteger e orientar o jovem semideus, formaram um laço familiar único, oferecendo a Matteo suporte emocional e amor, tornando-se a âncora essencial em sua jornada. Elas não poderiam saber de seu laço divino, mas sua infância foi repleta de desafios e sinais de sua herança.
Na escola primária, seus momentos de fúria ou intensa concentração desencadeavam episódios de força, causando estranheza entre seus colegas; como arrebentar a alça da mochila ao retirá-la do encosto da cadeira, machucar de verdade um colega que só queria dar um susto, e rasgar com facilidade livros ao meio quando queria zombar do professor.
Ao chegar ao Acampamento Meio-Sangue, os sinais tornaram-se mais tangíveis. Durante treinamentos de combate, a força descomunal de Matt se revelava sem aviso prévio, superando qualquer expectativa para alguém de sua idade. Nos campos de treinamento de corrida, sua agilidade sobrenatural e resistência inabalável se destacavam, transformando desafios que deixariam outros semideuses exaustos em mera formalidade para ele.
No interior do acampamento, Matt encontrou um lar entre seus iguais, aprimorando suas habilidades sobrenaturais. Seu dom notável, a super força, logo se destacou, tornando-o uma figura respeitada entre seus colegas. Hoje, aos vinte e quatro anos, Matt é um instrutor habilidoso de combate com espada e mestre em corridas de obstáculos solitárias, uma verdadeira força a ser reconhecida dentro das fronteiras seguras do acampamento.
Numa noite sombria, enquanto desfrutava de uma refeição no refeitório, a tranquila atmosfera do Acampamento Meio-Sangue foi abruptamente quebrada. Rachel Elizabeth Dare, a atual oráculo, pronunciou uma profecia angustiante. A revelação de que segredos do Olimpo seriam revelados e o próprio Olimpo cairia mergulhou Matt e seus companheiros semideuses em um estado de apreensão.
Antes do chamado de Dionísio, Matt estava no acampamento. Ele se comunica periodicamente com as seis tias, embora a maioria delas já tenha a sua vida particular e o contato seja mais raro, mas ele sempre as atualiza de tudo o que acontece. O Tribbiani literalmente havia acabado de chegar da casa de uma das irmãs e seus filhos quando foi jantar no pavilhão, no momento em que tudo aconteceu.
TRIVIA.
Como filho de Niké, tem a autoconfiança como uma velha amiga. Real, ele esbanja autoestima... Só não conta para ele que se ele não tiver pelo menos um date por semana, ele fica insuportável na matéria de insegurança. É uma relação complexa: ele é confiante desde que consiga agradar os outros e os tenha na mão.
Em complemento ao anterior, é um namorador de carteirinha e um amigo festeiro e fiel às amizades.
Pode aparentar ser metido por conta de seu jeito expansivo e do histórico de conquistas, mas é bem humilde em relação a essas coisas. É um jovem como qualquer outro, disposto a sobreviver mais anos do que a média do semideuses e aproveitar a tudo que tem direito. E se tiver muita sorte, ter filhos.
Nas rodas de conversa, é aquele que vai incentivar o mais calado a falar.
Não é competitivo por uma simples razão de autoestima: sabe que vai ganhar.
Estudou Arquitetura Romana por um ano na universidade de Nova Roma antes de trancar o curso por falta de identificação.
PODER.
Super força: Matt possui um nível imenso e extraordinário de força física, tendo suas capacidades elevadas muito além do nível natural. Isso o torna sobrenaturalmente mais forte do que membros comuns de sua espécie poderiam ser, mesmo através de vários métodos de treinamento.
HABILIDADES.
Vigor e Durabilidade Sobre-humana.
ARMA.
A Níkēphoros se revela de maneira astuta, escondida sob a forma de uma pulseira de ouro. Quando ativada, a pulseira se transforma instantaneamente na imponente espada de bronze celestial. "Níkēphoros" é um nome grego que combina duas palavras: "Níkē," que significa vitória, e "phoros," que significa portador ou transportador. Portanto, o nome "Níkēphoros" pode ser traduzido como "Portador da Vitória" ou "Aquele que traz a Vitória." Essa escolha reflete a natureza da espada, destinada a trazer triunfo e sucesso ao seu portador nas batalhas. Foi forjada pelos ferreiros do Acampamento Meio-Sangue e humildemente alcunhada pelo próprio Tribbiani.
CARGO.
Instrutor de combate com espadas e participa de maneira individual da corrida com obstáculos.
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isintensechaos · 28 days
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Frio na barriga, estranheza da vida
Quem sou, o quê sou?
Não sei para onde vou
Caminho da vida, vai seguindo
O tempo, sempre indefinido
Reflexo do espelho
Nem sempre convidativo
Nó estomacal
Mentalmente fatal
De pouco em pouco
Destruição total
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mcdameb · 2 months
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                     𝐓𝐡𝐞 𝐡𝐞𝐚𝐫𝐭 𝐧𝐞𝐯𝐞𝐫 𝐥𝐢𝐞𝐬 ¦ pov#2
⭑🍇ʿ                                     o amanhecer no acampamento tinha deixado de parecer estranho há algumas semanas. a falta do sol virou rotina, não estranhava despertar e não ter mais uma um fresta de luz solar invadindo o chalé para incomodar seu sono. o clima apático parecia esticar os dias, tornando-os mais entediantes e chatos. após o ataque dos monstros que saíram da fenda e a morte do cão infernal, brooklyn se recuperava do veneno da formiga, deixara a enfermaria sob o alerta de precisar de repouso pelos próximos dias. 
não foi o único machucado em seu chalé e o sentimento de pânico de saber que os irmãos estavam feridos foi algo assustador. o nível de preocupação que agora tinha com aquelas pessoas ia além do que imaginou que conseguiria ter; há quatro meses quando pisou ali pela primeira vez em oito anos, exceção de preocupação com os irmãos era algo que não passava por sua mente. depois de quase uma década longe, parecia hipocrisia de sua parte chegar ali obrigado e pensar que faria diferença em sua vida o estado de saúde daqueles com quem dividia o chalé.
mas foi o que aconteceu. 
culpava-se de não ter conseguido ajudar nenhum dos dois mais graves, a situação de james tinha lhe dado um susto e tanto... mas pelo menos tinha dado conta das crianças. seu foco ter sido isso no início talvez tenha feito a diferença para evitar mais feridos. 
a caixinha em cima da cama após voltar de um banho demorado foi encarada com estranheza porque já tinha recuperado sua recompensa da missão, aquilo era estranho demais para si. ao ler as instruções do papel grudado no caderninho laranja, sabia para onde iria: o punho de zeus. o lugar que muitos diziam ser amaldiçoado, brooklyn sentia paz. ninguém ousava se aproximar do local então era perfeito para que se concentrasse. 
não demorou a chegar e preparar o local segundo as instruções: a vela e a folha foram paradas mas primeiro começou a colocar no papel o que tinha sentido na missão que saiu na última semana. curiosidade, empenho, determinação…. impotência, desespero, medo, apreensão. todos os sentimentos foram escritos e cada vez que colocava um no papel, parecia sentir o exato momento que o teve pela primeira vez na missão. com os dígitos um pouco trêmulo, ligou o fogo da vela e queimou a folha. com um respirar fundo e os olhos sendo fechados, deixou-se mergulhar nas possibilidades dispostas a si. 
o lestrigão estava de frente para os três semideuses pequenos, as crianças sentiam um medo imenso e isso vazava para brooklyn mesmo de longe. elas não tinham esperanças de escaparem, de serem salvas, pareciam ter aceito que aquele era o fim. iriam morrer. e sequer entendiam o que acontecia, mesclado com o medo havia confusão. o mundo das crianças foi abalado por um conhecimento que elas sequer deveriam ter noção de que era real… e iriam morrer com isso. 
não podia deixar isso acontecer. sua determinação foi forte o suficiente para que inflasse o sentimento de segurança para os pequenos, tentando inundá-los com a segurança. agora que estava ali com os colegas, não os deixariam sucumbir. mas antes que pudesse fazer alguma útil, no momento que se lançou na direção delas, outro monstro surgia e pegava-lhe pelo braço, levantando-lhe com uma força bruta. sentiu o momento exato em que o braço deslocou, o grito de dor escapando de sua garganta. sua escolha foi correr para as crianças e era assim que acabaria. via as duas colegas como figuras secundárias passando como um borrão, no fundo de sua mente sabia que essa era a posição de pietra, não sua. mas ali na ilusão? o lestrigão jogou-lhe com toda força no chão e tudo ficou embaçado. ouviu os gritos das colegas de missão e das crianças… mas então tudo parou. tudo ficou em silêncio. sem ele para jogar a espada e cortar o braço do lestrigão, a criatura não soltou o corpo que segurava. sem ele para gritar para candace buscar as crianças, o monstro que as atormentava parecia ter levado a pior. o caminho que achava que deveria escolher levava todos para a morte e, de repente, voltava a realidade com um soluço alto. 
a folha de louro acabava de queimar. 
brooklyn soltou um grito agoniado, ainda sentia os resquícios da dor no braço e a cabeça tonta com o impacto que nunca sofreu de verdade. as lágrimas caíam grossas pelo rosto porque antes se culpava por não ter sido ele no lugar de pietra a se machucar tão feio, mas se fosse ele… não sabia nem se as amigas teriam voltado com vida. não conseguiu saber antes de sentir-se morrer. teria morrido se tivesse seguido os próprios impulsos. teria provavelmente colocado as amigas em um risco maior e ceifado a chance das crianças sobreviverem. 
tombou para frente com a testa no chão, as mãos espalmadas na grama molhada enquanto soluçava e deixava as lágrimas caírem para o solo. aquele choro não era de alívio por ter feito a escolha certa de não correr para os pequenos na hora que os viu, não era por causa da dor que pouco a pouco deixava seu corpo quando seu cérebro percebia que nada do que foi criado era real. 
era um choro por perceber o quanto se importava com aquelas pessoas. 
há quatro meses, estaria feliz de ter sobrevivido. há quatro meses, teria recusado sair em missão, não teria se importado com as crianças perdidas, teria se importado apenas com sua própria segurança. 
mas era seguro dizer que o brooklyn de quatro meses atrás já não existia. 
sua vida podia ser toda estruturada fora do Acampamento, ter criado para si todo um refúgio lá fora... mas não podia virar as costas para o primeiro refúgio que lhe acolheu e lhe deu um norte. estava preso naquele lugar, fazendo parte da vida daquelas pessoas se deixando que elas ocupassem um espaço especial em sua rotina, em seu coração. de certo modo, elas viravam sua prioridade. 
no momento que conseguiu parar de chorar e endireitar-se, apenas soluçava baixinho. o olhar caiu então para a conta de argila e, para sua surpresa, a conta estava pintada de roxo e tinha um desenho de um coração entrelaçado com o símbolo do infinito com traços brancos. pegando a conta em mãos, podia sentir a tinta seca, a superfície lisinha como se aquele desenho tivesse sido feito há dias e não aparecido magicamente há alguns segundos. depois de colocá-la no seu colar como a mais nova adição totalizando cinco contas, ao invés de retornar para o chalé o semideus migrou até a casa grande onde sentou-se na cadeira vazia à frente do pai sem sequer pedir para ser convidado. 
“olá, brooklyn, bom dia. vejo que está melhor, eu estou bem, esperando quíron voltar para continuarmos o jogo… mas sabe, poderia melhorar se você tentasse transformar minha água em vinho, obrigado por perguntar.” a ironia pesava na língua de dionísio que até colocou o copo de água na frente do filho. parecia estranho para si que toda vez o deus acertava o nome dos filhos mas sempre errava o nome dos outros semideuses. 
“pai, você e eu sabemos que isso não funciona.” disse, a voz saindo grossa por causa do choro anterior e isso parecendo atrair a atenção do deus que parou de olhar para as cartas que embaralhava e ergueu a vista para o filho. a vermelhidão no nariz e nos olhos entregavam tudo o que ele precisava saber.
“você estava chorando.” aquilo não era uma pergunta. os olhos roxos do deus caíram para o colar de contas e ele assentiu, o presente das contas foi algo especial para todos os campistas e confeccionar a nova levava a um momento doloroso. “o que houve?” perguntou com o que parecia interesse, mas beirava mais a desconfiança pela forma como estreitava os olhos para lhe encarar. 
“nada. não houve nada. mas eu vim perguntar uma coisa…” mexeu-se desconfortável na cadeira porque aquilo era um pouco fora de seu costume, sentar para conversar com pai sem ser chamado era algo que não fazia desde a infância. “o cargo de conselheiro está livre, não é? do chalé?” o deus assentiu em concordância para a sua pergunta e brook endireitou a postura mais uma vez, agora para passar segurança do que diria a seguir: “eu quero assumir o cargo.” 
para sua surpresa, dionísio soltou uma risada após alguns segundos, parecendo divertido com a sua questão. “você? brooklyn, se eu liberasse sua saída agora, você iria embora do acampamento sem olhar para trás, estou mentindo? de volta para aquela sua competição.”
“há um mês isso seria verdade… não, há três, talvez duas semanas isso seria verdade, pai. mas agora não. eu não iria. o acampamento é… as pessoas, os meus irmãos se tornaram mais importantes.” teimou, defendendo seu ponto. a determinação brilhava na expressão do semideus que sustentava o olhar com o deus. “eu deixaria tudo aqui num piscar de olhos, mas isso foi antes. agora? eu não cometeria esse erro. não sei o que está acontecendo com o olimpo, não sei o que está acontecendo com vocês deuses… mas eu sei que não seria capaz de ficar em paz sabendo que meus irmãos estão vulneráveis.” não ter alguém para os guiar os deixava vulneráveis em relação aos outros chalés. em meio ao que temia ser o início de uma guerra, isso era perigoso. “eu estou aqui, eu não vou embora. e eu quero ajudá-los.” 
sua firmeza calou dionísio. brooklyn edwards além de ser filho de um deus teimoso, era filho de uma semideusa de atena. quando decidia algo, não havia quem o tirasse do seu foco. os segundos em silêncio enquanto os dois se encaravam parecendo disputar quem piscava primeiro foi quebrado por um riso novo de seu pai, mas que dessa vez se encostou para trás na cadeira de modo relaxado. “parece que o chalé doze tem um novo conselheiro então. comunique aos seus irmãos, se eles concordarem, pode assumir.” o sorriso debochado então brincou não lábios do mais velho, fazendo com que automaticamente brook se levantasse. “o quê? não vai esperar eu dizer que eu avisei que você sentia falta desse lugarzinho de merda?”
o semideus fez questão de contornar a mesa para mexer com os cabelos grisalhos do pai, bagunçado os fios ondulados. “não, não estou ouvindo nada, papai. suas cartas estão repetidas, quíron vai ganhar.” alertou ao se afastar, o coração batia acelerado no peito e a mente estava transbordando euforia não ficando para trás para ver o pai trocar as cartas com algumas disponíveis na tentativa de roubar o jogo com o centauro. esperava não se arrepender de sua decisão. 
@silencehq
semideuses mencionados: @eroscandy @pips-plants @jamesherr
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lilpomegranate · 24 hours
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ADELINE RUDOLPH? não! é apenas VIOLET FOX, ela é filha de PERSÉFONE do chalé 24 e tem 25. a tv hefesto informa no guia de programação que ela está no NÍVEL 1 por estar no acampamento há 9 MESES, sabia? e se lá estiver certo, VI é bastante LEAL mas também dizem que ela é MELANCÓLICA. mas você sabe como hefesto é, sempre inventando fake news pra atrair audiência.
BIOGRAFIA: 
Violet Fox, nascida no Condado de Suffolk, nunca foi boa em suprir as expectativas de sua família. Filha adotiva de um casal de médicos renomados – ela desconhece o fato de que sua mãe adotiva se relacionava com seu pai biológico antes do falecimento misterioso do homem –, a jovem não era inclinada a socializar com parentes e, principalmente, com colegas de classe. Com o objetivo de isolar a estranheza de Violet dos olhos públicos, seus pais a enviaram para uma pequena comunidade rural, na qual ela se adaptou rapidamente por ter a oportunidade de ficar mais próxima de animais do que de seres humanos.
Foi cuidando de animais que Violet percebeu que algo muito errado acontecia com ela: aparentemente os animais a entendiam, e isso era recíproco. Ela poderia jurar que, durante um passeio pelas matas, uma raposa ferida chamou seu nome e implorou por ajuda. Quando ela se aproximou do animal, que mancava lentamente, ele não demonstrou ter qualquer vestígio de medo, encolhendo-se entre as pernas da jovem. Ao tocar a raposa, ela permitiu que Violet removesse o espinho que se prendia em sua pata traseira,  e logo o animal fugiu sem demonstrar qualquer sinal de dor. Logo suas interações “suspeitas” com animais se tornaram alvo de piadas dos seus vizinhos, que a tratavam como louca e buscavam se distanciar de Violet.
Curiosamente, a raposa que fora ajudada por Vi retornava semanalmente para visitá-la, e em um dia específico não sossegou até que a jovem a seguisse. Ela só não esperava que a caminhada fosse tão longa. De alguma forma que permanecia misteriosa para Violet, o animal a conduziu por dias até o Acampamento, onde, ainda muito receosa, foi orientada sobre sua origem especial e sobre como seus poderes poderiam ser melhor utilizados. Ela ainda tem dificuldades em controlá-los, e apesar de conseguir se comunicar com animais, não consegue estabelecer diálogos tão complexos, sendo capaz de uma comunicação mais superficial como quando se conversa com crianças.
Violet é ligeiramente esquiva, mas jurou para si mesma que melhoraria suas habilidades sociais logo após a revelação da profecia, já que, definitivamente, os semideuses precisariam unir forças para defender o Acampamento de sejá lá o que estivesse para acontecer.
PODERES: Comunicação com animais.
HABILIDADES: Previsão e Sentidos Aguçados.
ARMA: Adaga de ferro estígio que tem a forma “diária” de um colar com pingente em formato de romã. Foi herdado de seu pai biológico e presenteado a ela por sua mãe adotiva e ex-affair de seu falecido pai. Antes de chegar ao Acampamento e conhecer a utilidade da arma, Violet achava engraçado e quase impossível que seu pai usasse um colar estranho daqueles.
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