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danguito tenho pensado... como o itachi reagiria quando estivesse com ciúmes?



• Ah, o problemático clã Uchiha. As pessoas desse clã são muito intensas, elas sentem as emoções de uma maneira muito mais visceral do que os outros clãs. Quando odeiam, odeiam profundamente e de todo coração, da mesma maneira que quando amam, amam profundamente e de todo coração. E, claro, esse amor impetuoso que eles sentem vem acompanhado de certos sentimentos subjacentes. Então, sim, os Uchihas são possessivos.
• Itachi é do tipo ciumento silencioso, ele não demonstra o que está sentindo com palavras, mas sim com ações.
• Um toque mais prolongado na sua mão, na sua costa ou na sua cintura, um braço firmemente colocado ao seu redor, ou uma inclinação sutil para diminuir o espaço entre você e a outra pessoa. São gestos que comunicariam "esta pessoa é minha".
• Ele também pode ativar sem querer o sharingan enquanto olha fixamente para a pessoa, mas isso só em casos mais extremos (como, por exemplo: a pessoa dando em cima de você abertamente ou te tocando despreocupadamente mesmo que sem segundas intenções aparentes... COF COF TOBI COF COF).
• São os pequenos detalhes que o traem, uma postura mais rígida, um leve franzir de cenho, olhos mais afiados e pesados na direção da "ameaça", pálpebras ligeiramente contraídas, e uma expressão de descontentamento que só quem realmente o conhece vai perceber ela em meio à sua fachada costumeiramente estoica.
• Ele poderia cruzar os braços inconscientemente, ou talvez apertar um objeto que estivesse segurando. Sua voz, que já é calma, se tornaria ainda mais monótona e controlada, quase robótica. Ele ficaria mais silencioso, observaria mais, analisaria a interação entre você e o outro sujeito de modo a não deixar escapar nenhum detalhe.
• Se você for da Akatsuki, há o fator ambulante e caótico denominado "Tobi". Itachi sabe a verdadeira identidade deste meliante, então vai se sentir mais protetor em relação a você perto dele. Os gestos costumeiros de Tobi — aqueles abraços repentinos, os toques desnecessários e as reações exageradas —, quando direcionados a você, o incomodam profundamente.
• Se Itachi notar que Tobi está ficando muito confortável com você, ele reafirmará "território" de maneira silenciosa e sutil. Como uma pessoa educada, apesar dos pesares, ele não será rude ao dizer: "por favor, tire as mãos dela(e)" enquanto o afasta de você, mas é claro que terá certa frustração escondida por baixo do seu tom frequentemente calmo.
• Ele é protetor, então permaneceria ao seu lado, de uma maneira vigilante silenciosa, com sua presença intimidante, como que para servir de lembrete para a outra pessoa se manter na linha. Se você não for shinobi, isto é, for apenas um civil comum, triplique essa atitude.
• Não entenda mal, não é que Itachi sinta ciúmes facilmente ou de coisas frívolas, de jeito nenhum, ele confia em você com a vida dele, afinal. Mas quando sente ciúmes, é de maneira possessiva e silenciosa.
• Itachi provavelmente se recriminaria por sentir algo do tipo, ele travaria uma batalha interna contra a emoção quando a identificasse, tentando racionalizar seus sentimentos, lembrando a si mesmo da confiança e devoção que existe em seu relacionamento. Ele poderia se sentir um pouco mesquinho por estar com ciúmes, como se isso fosse, de alguma maneira, algum tipo de traição a você e à sua confiança depositada nele.
• Se Itachi perceber que o sujeito se encaixa como uma "ameaça" real ou que você está desconfortável, ele vai interromper o diálogo de maneira sutil e despercebida, posicionando-se entre você e a pessoa como se ele sempre estivesse estado lá, iniciando uma conversa com você que se sobreponha silenciosamente à que estava tendo com outrem, ou simplesmente chamando sua atenção para outra coisa.
• Quando a situação chegar ao fim e o indivíduo se afastar, Itachi pode ou não soltar um suspiro imperceptível enquanto sua postura relaxa levemente. Mas uma coisa é certa, e isso eu garanto que sempre acontece: Itachi se vira para você, dá um leve sorriso e ergue o dedo indicador e o médio em direção à sua testa, cutucando-a.
• Mais tarde, Itachi pode ficar um pouco mais pegajoso com você, ele já é um namorado naturalmente carinhoso (isto é, se vocês já estiverem namorando, mas caso ainda não estejam, o ponto continua válido), então não vai ser tão diferente do normal, apenas um pouco mais carente de atenção. Te seguindo pelos cantos e por toda a casa, não necessariamente para iniciar uma conversa, apenas para estar no mesmo cômodo que você e apreciando sua companhia. Estava na sala e decidiu se deslocar para a cozinha? Quando olhar para trás, Itachi estará ao seu lado. Ficando propositalmente mais próximo de você enquanto andam ou estão sentados, deixando seus ombros roçarem levemente às vezes. Te convidando para fazer as coisas de que ele sabe que você gosta. Começando conversas sobre o relacionamento, sobre o futuro de vocês, ou sobre memórias compartilhadas. É quase como se ele quisesse reafirmar — mais para si mesmo do que para você — que o relacionamento de vocês está seguro e você ainda é dele tanto quanto ele é seu.
• Apenas dê um beijo na bochecha de Itachi e sorria para ele, vai ser o suficiente para que ele saiba que está tudo bem e se sinta recompensado por todos os esforços e sufocos daquele dia.
۶ৎ এ 𖦹
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🌙Pesadelos🌙
Manjiro Sano x Leitora



Resumo: Pesadelos atormentam Mikey e você é a única capaz de confortá-lo.
Avisos: Leve angústia, mas em geral fluffy.
Gênero: Fanfic de capítulo unico, romance fofo e suave.
Palavras: 2.424
Postado também em: Wattpad e Spirit Fanfics.
3:38 AM.
Suas pálpebras pesadas da sonolência focaram preguiçosamente na hora marcada no relógio grudado na parede ao lado. Com um suspiro baixo, você puxou as cobertas para mais perto e se aconchegou um pouco.
Você estava tendo um maravilhoso sono desde que se deitara para dormir — seu corpo relaxado era prova viva disso —, algumas ondulações oníricas ainda persistiam em se mover ao seu redor do recente despertar e memórias bem vagas de algum sonho a invadiam vez ou outra.
Voltando seus olhos para frente, fitou o teto de forma fixa, perdida em pensamentos. Só fazia alguns minutos desde que de repente foi puxada para fora de seu tão maravilhoso descanso e trazida de volta ao mundo real; o motivo? Ora, ninguém menos que você mesma. Você não sabia o porquê, mas acordou há pouco com uma sensação de pulga atrás da orelha, sentindo-se incomodada e, desde então, seu corpo se recusou a voltar ao estado em que estava. Era como se alguma coisa... algum sentido a mantivesse em alerta, querendo avisá-la sobre algo.
... E esse "algo" estava assassinando sua hora do descanso. 30 minutos podiam se passar de maneira bem apressada quando se é de madrugada, e você gostaria muitíssimo de retornar ao sonho em que estava — sequer sabia que sonho era esse — antes do sol nascer, mas o seu bendito cérebro era um teimoso que não colaborava com o seu plano e pelo contrário, parecia estar em uma balada, comemorando com luz de LED, música alta de tremer o chão e muita bebida, certamente muita bebida porque para ele não querer dormir quando você estava morta de cansaço e o corpo todo exigia, só podia estar muito alterado mesmo; essa era a única explicação que tinha: seu cérebro estava embriagado. Você, por outro lado, estava tão sóbria quanto um monge.
Já havia descartado qualquer ideia de ser algum sexto sentido entrando em ação devido a um perigo externo ou interno porque absolutamente nada acontecera, então só lhe restava a ideia de que a insônia atacava mais uma vez e debochava da sua cara lindamente, o que de fato não era uma surpresa para você, isso acontecia de vez em sempre.
Resultado: agora você definhava na sua cama, pensando em mil e uma coisas enquanto tentava tirar ao menos um cochilo.
Até pensou em fazer um leite quente e tomar para ver se lhe ajudava, mas a cama estava tão quentinha e confortável que você não conseguiu sair dela. O seu refúgio era com certeza melhor do que o frio do piso.
Esfregando os olhos, soltou um bocejo longo que te fez lacrimejar e decidiu não se dar por vencida, fechou as pálpebras mais uma vez e se virou de lado, imaginando-se berrando um 'eu vou dormir, sim!' Enquanto sacolejava seu cérebro, dava três tapas nele, mandava-o criar vergonha na cara, parar de folia e ir trabalhar antes de forçar-se a relaxar a mente.
Depois de sabe Deus quanto tempo, você conseguiu vencer a batalha e tirou um belo cochilo, mas, para o seu infortúnio, a campainha da sua casa tocou e ecoou por todos os cômodos, fazendo-lhe acordar em um susto.
Você ficou parada por um momento, choramingou um pouco e sentiu vontade de rosnar e xingar alguém, não sabia quem. Tampando o rosto com ambas as mãos, respirou fundo e juntou a pouca coragem que tinha para erguer-se daquele mar macio que lhe envolvia e atender a porta — o que o fez depois de muita luta interna.
E lá se vai o meu devido descanso, depois meu corpo colapsa e eu não sei por quê. Resmungou mentalmente para si mesma enquanto destrancava a porta.
Um pequeno barulho de ranger se fez audível quando você a abriu. Ao deparar-se com quem a esperava do outro lado, suas sobrancelhas saltaram para cima em surpresa.
━ Mikey? ━ Você observou o tufo loiro e bagunçado do rapaz cabisbaixo ━ O que faz aqui tão tarde da noite?
Os globos oculares pretos dele pareciam opacos e perdidos, Mikey levantou a cabeça e suas íris imediatamente procuraram por você de maneira desesperada. Seus olhos encontraram os dele e você logo percebeu que algo estava errado. Eles transmitiam dor, um pedido de ajuda silencioso, diziam o "só você pode me ajudar" que os lábios entreabertos e trêmulos não ousaram dizer.
Soltando a fechadura da porta, você se aproximou dele, suas mãos voando para seu rosto; sua pele estava pálida e gelada, lembrava a de um cadáver, seus trajes estavam adornados de uma fina camada de neve e seu nariz estava avermelhado, irritado do frio, do imenso frio que fazia ali fora devido a uma tempestade que outrora avassalou a cidade, mas também do imenso frio que avassalava seu coração há mais tempo do que se podia imaginar.
O clima estava gelidamente atormentado, mas não estava tão atormentado quanto Mikey.
━ O que aconteceu? ━ perguntou preocupada, buscando resposta em suas orbes de ônix.
Silêncio foi a resposta dele.
Não querendo pressioná-lo a falar naquele frio glacial, você o soltou.
━ Vamos entrar ━ convidou-o, dando espaço para que ele passasse.
Quando ambos já estavam lá dentro, você se certificou de fechar e trancar a porta antes de voltar-se para ele.
━ Você está bem?
Mikey negou com a cabeça.
Aproximando-se dele, você o analisou com visível cuidado e começou a limpar um pouco da neve que o revestia, dando batidinhas leves em suas roupas.
━ O que aconteceu, Mikey? ━ tentou novamente, fitando ao seu rosto angustiado e sentindo-se igualmente angustiada.
Ele fez uma careta, como se estivesse sentindo dor, e desviou o olhar.
━ Eu tive... um pesadelo.
Você segurou a mão do rapaz, tentando dar-lhe algum conforto.
━ Quer conversar sobre isso?
Lágrimas brilharam em suas orbes ao se espalharem por elas, deslizando pelo seu rosto em uma chuva silenciosa de choro contínuo. Ele negou com a cabeça novamente, dessa vez de maneira mais veemente.
━ Tudo bem, então não vamos falar sobre esse pesadelo ━ murmurou, usando a mão livre para enxugar algumas das lágrimas dele e acariciar seu rosto com o polegar. ━ Afinal, nada do que aconteceu foi real, não é?
Mikey fungou, debulhando-se em pranto. Ele observou suas feições por um momento, antes de enterrar a cabeça no seu ombro esquerdo e puxá-la para um abraço urgente.
Você afagou as costas do loiro, abraçando-o de volta. O rapaz te segurava forte, como se fosse morrer se não o fizesse, você sentia o leve tremor que sacudia o corpo dele contra o seu e não pôde deixar de desejar sugar toda aquela aflição para si mesma, para livrá-lo dela.
━ Quer dormir aqui? ━ perguntou em um tom fraternal.
Ele aquiesceu contra seu ombro.
━ Certo.
Soltando uma quantia de ar pela boca, você o embalou detidamente enquanto tentava acalmá-lo. Vocês permaneceram assim por um longo tempo, abraçados, até ele finalmente se acalmar e seu choro se cessar; quando isso aconteceu, Mikey continuou a segurá-la, parecendo hesitante em soltá-la a princípio, mas depois cedeu e deixou-lhe ir.
Você o fitou; agora seus olhos também eram vítimas de um inchaço soturno e a imagem lhe apertou o coração.
Levantando a mão, acarinhou-o na região abaixo da pálpebra inferior. Uma forma silenciosa de confortá-lo, já que as palavras lhe faltavam.
━ Espere aí um momento, eu vou trazer um pouco de leite quente para você ━ falou, não aguentando mais ficar sem fazer nada.
Antes que pudesse se retirar para a cozinha, no entanto, Mikey agarrou seu pulso e a impediu de ir.
━ Não quero leite.
━ Então, vou preparar um chá.
━ Também não quero chá, (Nome). Eu quero você.
Você o perlustrou por cima do ombro. Ele parecia tão sôfrego.
━ Um chá vai te ajudar a se sentir melhor, Mikey.
━ Não, não vai. Nem chá, nem leite, nada vai funcionar comigo, só você consegue fazer eu me sentir melhor, só você consegue me acalmar.
Aquela declaração deixou-lhe aturdida. Uma sensação quente avassalou o seu interior, inundando-o por completo.
━ Não vá... ━ lamuriou em um sussurro, crispando os lábios.
Abriu a boca para responder, não conseguiu pensar em nada a dizer, fechou-a novamente. Então, suspirou.
━ Bom, eu não "ia" exatamente para canto nenhum, a cozinha é logo no cômodo ao lado. ━ Apontou, dando de ombros. ━ Mas, já que você pediu, não vou.
Ele abriu um pequeno sorriso em resposta.
━ Vem, vamos 'pro sofá ━ chamou, guiando-o para a sala e instruindo-o a sentar-se. Assim que o fez, você se acomodou ao seu lado, entrelaçando os dedos com os dele.
Mikey apertou levemente sua mão, observando à TV desligada logo a frente de forma vazia e perdida. Você se aproximou um pouco mais dele e seu rosto virou na sua direção.
Com um suspiro audível e cansado, Mikey deixou a cabeça cair em seu ombro e o corpo dele deslizar contra o seu, se aninhando sem um pedido prévio. Você sentiu a respiração do rapaz afagar a curvatura de seu pescoço, fazendo-lhe cócegas.
Envolvendo os ombros dele com os braços, abraçou-o novamente, seus dedos encontrando caminho até o mar dourado de maciez que eram aqueles fios de cabelo atualmente desgrenhados. Você os afundou lá, sentindo prazer nisso, e começou a penteá-los.
━ Melhor? ━ perguntou baixinho, enquanto sentia-o segurar sua cintura com força e puxá-la para perto.
Ele cantarolou em resposta. Melhor.
O nariz gelado como um floco de neve do rapaz encontrou o caminho que levava de seu pescoço para a sua bochecha e ancorou-se lá, esfregando parte do rosto contra o seu em uma carícia suave.
━ (Nome)?
━ Sim?
━ Você promete para mim que não vai sumir?
Pausa.
━ Quê?
━ Promete que não vai me abandonar e nem desaparecer da minha vida para sempre? ━ O loiro ergueu a face e te olhou, esperando uma resposta, ansiando por alguma confirmação, alguma segurança.
━ Prometo.
As orbes dele lacrimejaram novamente e algumas lágrimas voltaram a descer.
━ Tenho tanto medo de te perder. Tanto ━ admitiu com a voz embargada.
━ Você não vai me perder ━ assegurou, inclinando-se na direção dele e beijando suas lágrimas salgadas. ━ Eu estou aqui.
Mikey chorou um pouco mais. Seu coração não aguentou ver aquela cena — quebrava-lhe a alma — e você puxou o rosto dele para si, conduzindo-o a descansar a cabeça em seu peito, embalando-o como uma m��e embala uma criança assustada.
Você continuou a fazer-lhe cafuné, até que o corpo dele parou de tremer contra o seu e o choramingo chegou ao fim. Ele não se moveu, e após algum tempo sua respiração tornou-se regular e pesada.
Você o assistiu adormecer em silêncio, sentindo seus membros ficarem mais e mais dormentes conforme o tempo se passava. Quando foi capaz de concluir que ele estava dormindo profundamente, mexeu-se e mudou para uma posição mais confortável, deitando-se no sofá e aconchegando-se contra ele. Você não queria acordá-lo, não quando ele finalmente parecia estar em paz.
Mikey dormia serenamente; e você não pôde deixar de apreciá-lo, admirando suas feições relaxadas e tranquilas enquanto retirava sem pressa alguns dos fios de madeixa que ondulavam sobre seu rosto. Foi com essa visão que você caiu no sono sem nem perceber.
Um baque estrondoso de repente ecoou em algum momento da manhã pela casa, fazendo-lhe acordar em um pulo assustado.
Você não tinha certeza de quando havia adormecido, mas quando solevantou-se sobre o apoio de seus cotovelos e olhou para a janela que tinha na sala, viu raios de sol animados espreitarem pela fresta e iluminarem o cômodo — o que significava que já era dia —; e um pouco mais na frente dela, a silhueta do Draken.
Atordoada devido à sonolência, você balançou um pouco a cabeça e piscou com força, supondo que estava vendo miragem ou que ainda estava sonhando. Ao abrir os olhos, entretanto, continuou a encontrar Draken.
É, não era miragem.
━ Eu sabia que você ia estar aqui.
━ Hã?
Franzindo o cenho, você o fitou confusa. Como assim?
Uma movimentação perto de ti lhe chamou a atenção, você ouviu um pequeno resmungo sonolento e frustrado.
Draken apontou para o corpo molenga largado em cima do seu.
━ Você! ━ exclamou ━ Como pode ainda estar dormindo?! Sabe que horas são?!
━ Não e nem quero saber ━ resmoneou um Mikey com voz rouca, apertando sua cintura e virando a cabeça para o outro lado.
━ Mas vai saber mesmo assim, são...
━ Espera aí ━ você o interrompeu, ficando completamente sóbria do sono ao lhe ocorrer um pensamento simples: ━ Como diabos você entrou na minha casa? A porta estava trancada!
Silêncio. Eis mais um dedo acusador apontado na direção do jovem Manjiro.
━ Isso é coisa dele.
Você piscou.
━ Como?
━ Ele disse que era uma boa ideia ter uma cópia da chave da sua casa. ━ Para provar a sua declaração, Draken puxou a dita chave e balançou-a na sua frente.
Virando-se para Mikey, você ergueu uma sobrancelha.
━ Explica.
O loiro apoiou o queixo na sua barriga e lançou um sorriso felino na sua direção.
━ Você fica linda quando acorda, sabia?
━ Chega com suas manhas para lá! Explique agora.
Um beicinho surgiu nos lábios dele.
━ Não me olhe assim... Eu fiz isso para casos de emergência.
━ Em casos de emergência, invada minha casa?
━ Mais ou menos isso.
A cara de tacho surgiu na mais perfeita forma em seu rosto.
Fala sério.
━ Mais importante que isso, temos uma reunião para ir e já estamos atrasados ━ Draken mudou de assunto, cruzando os braços e fitando o menor, que voltou a virar a cabeça para ele.
━ Não vou.
━ O quê?
━ Não vou.
━ Mikey, foi você que marcou a reunião.
━ Então desmarca.
━ Não dá 'pra simplesmente desmarcar, já estão todos lá te esperando.
━ Que pena. Manda todos embora.
━ Absolutamente não.
Draken estava com uma expressão indignada, mas Mikey não parecia dar a mínima e encolheu os ombros — um movimento que você foi totalmente capaz de sentir.
━ Pois pode ir tirando sua bunda desse sofá, porque você vai sim!
Mikey soltou um "não" prolongado e se agarrou em você como se a vida dele dependesse disso, quando Draken se aproximou do assento e começou a puxá-lo pela perna.
━ Deixa disso, cara! ━ admoestou o mais alto, não desistindo da batalha.
Em resposta, Mikey apenas enterrou a cabeça na sua barriga e continuou a segurar você, se negando a largá-la.
━ Eu já disse que não vou!
Você, por outro lado, não tinha muito o que fazer a respeito e grunhiu.
Socorro.
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🍎Flerte🍎
Keisuke Baji x Leitora



Resumo: Após ver uma curiosidade sobre a forma como os gregos pediam alguém em casamento em uma aula de História, você passa a usar maçãs como uma forma secreta de flertar com Baji e ela se torna simbólica na relação de vocês.
Avisos: Nenhum.
Gênero: Romance, capítulo único, fluffy, comédia romântica, friends to lovers.
Palavras: 5.541
Postado também em: Wattpad e Spirit Fanfics.
━ Como vocês já sabem, a Grécia Antiga foi o berço de vários filósofos famosos que...
━ Ei! Psiu!
Sendo, de repente, tirada do transe de foco em que estava presa desde que o professor começara a explicar o conteúdo, você desviou suas orbes do quadro e voltou-as para a carteira ao seu lado, onde Chifuyu estava sentado.
Ao perceber que tinha conseguido chamar sua atenção, o loiro lhe mostrou um sorriso brincalhão e apontou disfarçadamente para a carteira logo atrás da sua. Curiosa, você olhou por cima do ombro esquerdo, uma risada fantasma escapando de sua boca logo quando viu o que era. Baji estava recostado em sua mesa, completamente alheio à aula, ele tinha caído num sono tão profundo que até mesmo babava um pouco sobre seu caderno, era uma visão digna de foto.
Após dar uma boa olhada em seu amigo, você fitou Chifuyu novamente e compartilhou um sorriso confidente com ele, ambos claramente segurando a risada.
━ Esses gregos tinham uns costumes bem diferentes dos nossos, né? ━ Um dos alunos comentou em voz alta de súbito, atraindo o interesse de todo o restante da sala, incluindo os que não estavam prestando atenção.
O professor riu, sendo claramente um fã do assunto abordado.
━ Totalmente diferente, é fascinante estudar certos hábitos deles, como por exemplo... ━ Ele fez uma pausa, fazendo suspense e despertando ainda mais curiosidade nos alunos. ━ Vocês sabiam que na Grécia Antiga, jogar uma maçã em alguém era considerado um flerte? As pessoas faziam isso para pedir seus interesses amorosos em casamento.
Um barulho coletivo de espanto dominou a sala, que se tornou barulhenta.
━ O QUÊ?!
━ Sem chance de que eles flertavam assim!
━ Não brinca!
Erguendo as sobrancelhas em interesse, você puxou sua caneta e começou a anotar em um espaço separado do caderno essa informação. Sabia que não tinha chance nenhuma daquele detalhe cair na prova, mas quis anotar mesmo assim porque achou cativante.
Mais tarde, naquele mesmo dia, o Sol lançava um brilho laranjado sobre o mundo enquanto começava lentamente a se esconder no horizonte. O céu era um enorme quadro pintado de uma miríade de cores celestiais e belas, que se misturavam e se enroscavam numa dança harmoniosa e majestosa. Era um retrato lindo de se ver.
Você, Baji e Chifuyu andavam lado a lado, rindo e se divertindo enquanto voltavam da escola para casa, assim como faziam todos os dias.
━ Ei, mas eu entendi o assunto! ━ O moreno se defendeu, dando um sorriso orgulhoso. ━ O cateto é o lado maior do triângulo losango.
Chifuyu gargalhou ainda mais alto do que antes, segurando a barriga que já estava dolorida. Você fungou e enxugou as lágrimas enquanto se recuperava do ataque histérico de risos que acabara de ter.
━ Isso aí é a hipotenusa, Baji. E é triângulo retângulo.
━ Porcaria ━ murmurou o rapaz, estalando a língua no céu da boca.
Subitamente, um vislumbre de vermelho surgiu na sua visão periférica, distraindo-lhe da interação amistosa que ainda acontecia. Parando de andar e olhando para o lado, você procurou pela fonte daquele carmesim, encontrando-a sem demora logo atrás de um pequeno muro que adornava uma casa tradicional japonesa.
Era uma macieira, uma que tinha sido plantada e cultivada bem próxima ao muro, de modo que seu tronco se inclinava ligeiramente para a rua e seus lindos frutos brilhavam contra o delicioso banhar do sol. Ela estava cheia de maçãs, todas bem maduras e vermelhas, saborosas, de dar água na boca; seria tão fácil roubar uma apenas se esticando para alcançar...
Seus olhos distraidamente pousaram nas costas de Baji, que ainda andava e já estava um pouco distante de você. Foi quando, como um lampejo de uma ideia maravilhosa, lhe veio à mente.
Baji não sabia o que aconteceria a seguir, ele simplesmente não esperava, estava totalmente desprevenido quando inopinadamente foi acertado em cheio na nuca por algo que não era exatamente duro, mas também não era exatamente macio. Uma interjeição escapou de seus lábios e sua cabeça tombou para frente.
Massageando o local prejudicado e virando-se para trás, ele encontrou você há alguns passos de distância, rindo malandramente enquanto jogava uma maçã que segurava para o ar e a aparava em seguida repetidamente.
━ Ei! Por que diabos você... ━ Ele parou de falar quando seus olhos caíram para baixo, na maçã que jazia parada próxima aos seus pés. Erguendo uma sobrancelha em confusão, Keisuke se agachou e pegou a fruta, averiguando-a por um segundo, antes de limpá-la com a manga de seu uniforme e morder um pedaço. ━ Obrigado pela maçã.
Você parou de jogar sua fruta e franziu o cenho para a atitude dele, mas então bufou e revirou os olhos.
Chifuyu, que até então assistia em silêncio, arregalou as orbes e alternou entre olhar para o Baji, olhar para a maçã que ele comia e olhar para você. Uma centelha de entendimento incendiou suas íris esverdeadas quando ele se lembrou do que foi dito na aula de história mais cedo e a expressão de choque que surgiu em seu rosto não poderia ser mais hilária.
Colocando a mão na boca e apontando para a fruta na mão de seu amigo, o jovem exclamou:
━ Você acabou de aceitar a proposta dela!
Baji, alheio ao verdadeiro significado por trás de suas ações, fitou o amigo de maneira indiferente e deu outra mordida.
━ Mas do que é que você 'tá falando, hein?
Chifuyu olhou na sua direção como se questionasse se você tinha feito aquilo mesmo, você só deu de ombros e riu.
━ Isso que dá dormir durante a aula ━ falou para o loiro, dando uma piscadela brincalhona, como se tivesse acabado de compartilhar um segredo com ele.
Baji olhou entre os dois.
━ Que?
Desde então, ele não teve mais sossego.
Baji simplesmente esqueceu o que era ter paz desse dia em diante, no qual você, por algum motivo que ele desconhecia, havia aparentemente proclamado guerra contra ele e entrado decididamente no campo de batalha vestida numa armadura brilhante feita completamente de maçãs.
Em todas as oportunidades possíveis que lhe surgiam, você arranjava uma dessas benditas frutas vermelhas, sabe Deus de onde — Baji já teorizou que você carrega um exército delas na sua bolsa, o que, é óbvio, não faz sentido nenhum, mas ele tem certeza absoluta de que é o caso — e joga com força total nele, acertando em cheio sempre, e você estava com a proeza de conseguir fazer isso todos os dias.
No início, Keisuke ficou realmente confuso com sua atitude, chegando a se questionar se tinha feito algo para te irritar tanto ao ponto de te motivar a agredi-lo constantemente, mas ao observar a maneira como tanto você quanto Chifuyu sempre se espocavam de rir ao final do pequeno ataque, ele deixou a ideia de lado e passou a levar isso como uma nova brincadeira dinâmica que surgia no trio.
Até que, em algum momento entre o intervalo de dias, semanas, mais ou menos dois meses que se passaram, aquilo simplesmente se tornou uma competição entre vocês dois e Chifuyu era o juiz não proclamado da coisa toda. Sua atitude, antes considerada estranha e inesperada, começou a ser vista como normal e até mesmo esperada, uma parte divertida do cotidiano de Baji.
Ele agora reagia de maneira mais atenta aos seus ataques, algumas vezes tentando desviar (e falhando), outras vezes levantando a mão e aparando enquanto prosseguia com o que quer que estivesse fazendo sem nem mesmo desviar o olhar, outras vezes ele seria um completo idiota e tentaria pegar a maçã com a boca; mas de qualquer forma, não importava quantos dias tivessem se passado ou quantas vezes você já tivesse feito aquilo, Baji sempre aceitava e comia a sua fruta, e infelizmente, para o seu consternamento, esse detalhe fazia seu coração palpitar e se agitar no peito feito o pobre iludido que era.
Mas é claro que palpitava! Como não palpitaria quando você estava, obviamente, certamente e indubitavelmente flertando com Baji descaradamente? No início, você disse para si mesma que era apenas uma brincadeira engraçada e inocente, mas no fundo, sabia que não era; viu na ignorância do rapaz sobre o assunto, a oportunidade perfeita para se declarar sem usar palavras e sem correr o risco de ser rejeitada, porque ele não sabia que era uma declaração, ele não tinha nem ideia, aquele tolo.
E você se aproveitou desse fato para manifestar de alguma maneira os sentimentos que estavam há muito reprimidos em seu peito. Foi de uma maneira covarde, mas ainda assim foi de uma maneira. Você não aliviou a pressão de nutrir aqueles sentimentos com palavras, porém arranjou um jeito de fazer isso com maçãs, e embora soubesse que Baji não considerava o seu gesto algo romântico e que ele via como nada mais do que uma competiçãozinha boba e amistosa, você não conseguia evitar de sentir seu batimento cardíaco acelerar sempre que ele afundava os dentes na fruta, de sentir uma fagulha de esperança se acender no fundo do seu âmago que, talvez, aquilo significasse algo mais.
Porque toda vez que mordia a maçã, Baji aceitava a sua proposta de relacionamento, mas ele nunca, em nenhuma das vezes, aceitou de maneira consciente. E você, idiota como era — porque certamente só poderia ser idiota para continuar com aquilo —, prosseguia arremessando as maçãs nele, de novo e de novo, ainda na esperança de que uma hora ele perceba que não se trata só de um gesto inocente.
Baji não notava, é claro. E ainda assim, você insistia em continuar, você o cortejava todos os dias sem falta.
Era isso, você estava perdida. Não tinha mais salvação para (Nome) (Sobrenome).
━ Até quando pretende continuar fazendo isso?
Com um suspiro, suas orbes saltaram do seu caderno para o rosto de Chifuyu, que estava sentado ao seu lado nas arquibancadas do campo de educação física da escola. Alguns fios dourados e selvagens de seu cabelo festejavam no rosto do rapaz, embalados pela brisa suave da manhã que os envolvia.
Apoiando o queixo na mão, você o observou em silêncio por um momento, então desviou o olhar e fitou o verde limpo e energético do campo, antes de fitar a construção da escola de vocês como se fosse a coisa mais interessante do mundo.
━ Não sei do que está falando.
Chifuyu franziu as sobrancelhas e fez uma careta típica de "você está ofendendo a minha inteligência se acha que isso vai funcionar".
━ Você sabe muito bem do que eu 'tô falando!
━ O clima de hoje está uma maravilha, hein?
━ Para de desconversar!
Você grunhiu enquanto olhava para o céu. Não tinha como fugir de Chifuyu Matsuno; ainda mais quando ele obviamente já sabia o que até mesmo um micróbio no chão deveria saber a essa altura.
━ Não sei... ━ respondeu por fim, deixando os ombros caírem e voltando sua atenção para a atividade que antes fazia no caderno.
Chifuyu te observou por um momento, como se analisasse algo.
━ Você faz isso só para zoar com o Baji ou...?
━ Ou.
Os olhos dele se arregalaram com a sua admissão.
━ Então você realmente está cortejando ele igual os gregos faziam!? Tipo, de maneira séria mesmo?!
Você aquiesceu com a cabeça, dando de ombros enquanto sentia uma certa pontada de vergonha te atingir.
━ Pode rir à vontade.
Boquiaberto, Chifuyu apenas negou com a cabeça, precisando de um tempo para processar o fato de que todas as teorias dele estavam, de fato, certas.
━ Sabia que você não estava fazendo isso só por zoação! ━ exclamou como se tivesse acabado de acertar os números da Mega-Sena, com um sorriso que ia de uma orelha a outra e dando uma batidinha na própria coxa.
Você só bufou e resmungou algo para si mesma, alguma reclamação qualquer enquanto tentava voltar a focar na tarefa escolar que ambos haviam se juntado para fazer ali no campo.
Para a sua inquietude, Chifuyu não parecia nada interessado em voltar a se concentrar na tarefa. Bom, azar o dele, porque você já estava na última questão.
━ Mas você sabe que Baji não faz ideia do que significa o lance da maçã, né?
━ É óbvio que eu sei, ele estava mais inconsciente do que um cadáver naquela aula.
━ Então, de que adianta você todo dia se declarar para ele, se ele não sabe que é uma declaração?
Empertigou-se com aquela pergunta e hesitou por um momento, mas depois voltou a escrever, não se dando ao trabalho de olhar na direção de seu companheiro.
━ (Nome), você deveria parar de enrolar e confessar de verdade o que sente por aquele bocó, porque já 'tá mais do que na cara que os dois... ━ ele se interrompeu, piscando algumas vezes e respirando fundo enquanto passava a mão no rosto. ━ Não. Não cabe a mim falar nada.
Você o olhou de soslaio e ergueu uma sobrancelha.
━ Você poderia pelo menos explicar para ele como funciona! É injusto da sua parte deixar ele por fora disso, Baji tem o direito de saber sobre sua proposta.
━ Hm. ━ Foi tudo o que respondeu.
Juntando as mãos no próprio colo e se inclinando na sua direção, Chifuyu suspirou e abaixou a cabeça, murmurando de maneira desanimada:
━ Se continuar nesse ritmo, vocês nunca vão avançar para a próxima etapa...
O silêncio caiu sobre ambos, o som do vento, acompanhado de conversas longínquas de outros alunos e do barulho baixo da sua caneta contra o papel, foram os responsáveis por embalar a audição de vocês por um longo tempo. Até que você largou a caneta de lado e levantou o rosto.
━ Chifuyu.
Ele ergueu a cabeça num movimento repentino.
━ Sim?
━ Se contar para o Baji, eu mato você.
Foi a vez do Chifuyu se empertigar.
━ Sim... ━ Uma gota d'água deslizou lentamente pela cabeça do rapaz.
Silêncio novamente... dessa vez, o que o abafou foi o som das páginas do caderno de Chifuyu sendo viradas.
━ Achou a resposta da quatro?
Você olhou para ele e depois releu a questão mencionada.
━ A resposta dessa 'tá no livro, na página 45.
Ele soltou um barulho de compreensão e abriu o livro de história que jazia esquecido ao seu lado.
━ Ah, achei vocês! ━ Uma voz se manifestou de repente, atraindo a atenção de ambos. ━ O que estão fazendo aí?
Derrubando as orbes na figura de Baji que se aproximava de onde estavam, você deu um pequeno sorriso amigável, ignorando o aumento quase instantâneo de seu ritmo cardíaco.
━ Oi, Baji. Estamos fazendo a atividade de revisão que o professor de história passou para hoje ━ Chifuyu respondeu, abrindo um sorriso animado ao ver seu melhor amigo.
━ Entendi... Então tinha atividade para entregar hoje ━ murmurou mais para si mesmo do que para vocês, parecendo não se importar muito com esse fato, mas então os olhos dele se arregalaram e algo pareceu clicar em seu cérebro. ━ Espere... atividade de revisão?! Revisão?! Tipo, revisão de prova?!
Você concordou com a cabeça, antes de elaborar:
━ Sim, a atividade em si é a revisão da prova.
━ Vai ter prova?! Quando?! ━ O desespero tomou conta do moreno, que colocou a mão na cabeça em completa agonia.
━ Nessa sexta.
━ O quê?! Meu Deus do céu, mas isso é amanhã!
━ Ué, Baji. Você não sabia? Isso foi avisado semana retrasada... ━ Chifuyu franziu o cenho em confusão, ficando pensativo por um momento muito breve, antes de apertar os olhos de maneira desconfiada na direção do jovem. ━ Estava dormindo durante a aula de novo, não estava?
Baji fitou Chifuyu sem cerimônia alguma e, com uma expressão muito séria, admitiu:
━ Eu sempre durmo nas aulas de história.
O loiro soltou um suspiro e fez uma careta.
━ Você tem sorte de o professor não te notificar por isso.
Ignorando o comentário do amigo, Baji lamuriou-se com uma expressão aflita, apresentando uma reação semelhante ao que uma pessoa teria ao receber o pior tipo de notícia possível.
━ Cara, o que eu faço agora? Não anotei quase nada que ele passou nesse bimestre! ━ Botando uma mão na cintura e a outra na testa.
Você revirou os olhos, deixando escapar um sorriso fantasma. Não era novidade esses desesperos de Baji em situações de pré-prova, também não era novidade a falta de conteúdos no caderno dele.
━ Eu te empresto o meu caderno, se você quiser. Fiz anotações da aula e grifei as partes mais importantes enquanto revisava, você pode estudar por ele ━ sugeriu enquanto levantava o objeto e o balançava suavemente em um convite.
Os olhos do rapaz praticamente brilharam em alívio, como se você tivesse acabado de salvá-lo de uma enrascada.
━ Sério mesmo? Eu posso? ━ perguntou, embora já estivesse estendendo a mão para pegá-lo. ━ Mas e você?
━ Eu já terminei a atividade, fique à vontade ━ assegurou gentilmente.
Baji deu uma olhada breve e rápida nas anotações antes de fechar o caderno e se curvar na sua frente de maneira dramaticamente agradecida.
━ Você é um anjo enviado do céu para me socorrer, obrigado!
━ E lá vai você de novo se garantindo nas anotações da (Nome) ━ comentou Chifuyu, se divertindo com a situação.
━ É bom você me devolver esse caderno acompanhado de um dez na prova, ouviu?
Baji enrijeceu instantaneamente com o pedido.
━ Eu não posso prometer um dez, mas eu prometo um sete!
Você cruzou os braços e ergueu uma sobrancelha para ele, que coçou a nuca de maneira ligeiramente nervosa e tentou de novo:
━ 'Tá bom, sete e meio então.
Sentiu vontade de negar a oferta, mas no fim você acabou apenas rindo dela e deixando para lá.
Mais tarde, naquele dia. Quando o Sol já havia saído de cena e a Lua encantava com o seu brilho resplandecente no céu, Baji se encontrava aconchegado no conforto do seu quarto, sentado na cama e com o caderno na mão.
De maneira corajosa, como se estivesse prestes a abrir o portão de um castelo infestado de monstros sedentos que estavam se preparando para pular no pescoço dele assim que surgisse a chance, Baji abriu o caderno, engolindo em seco.
━ Muito bem, vejamos o que temos aqui... ━ murmurou para si mesmo enquanto começava a ler as partes grifadas com marca-texto.
Ele permaneceu ali parado, absorto na leitura, por longos minutos, até entender mais ou menos o básico do assunto e começar a conversar mentalmente consigo mesmo numa tentativa pouco esforçada de decorar algumas informações. Durante toda essa onda de silêncio que preenchia o quarto, era possível ouvir o ruído abafado da novela que sua mãe assistia na sala.
Quando se deu por satisfeito, avançou nas anotações e as leu silenciosamente, até o momento em que suas íris bronzeadas se depararam com algo que o chocou tanto, que ele precisou reler mais uma vez em voz alta para ter certeza de que havia entendido corretamente.
━ "Na Grécia Antiga, era costume jogar uma maçã na pessoa para pedi-la em casamento"... Quê?! ━ Ele apertou os olhos, antes de afastar o caderno do rosto e fazer uma expressão chocada. ━ Fala sério, que coisa mais estranha! Por que ela anotou isso? Não acredito que uma informação besta dessas vai cair na pro... espera um momento aí.
Baji ergueu uma sobrancelha, permanecendo em um silêncio pensativo enquanto conectava as peças lentamente.
Quando a última peça se encaixou naquele quebra-cabeças, o moreno arregalou os olhos — não só arregalou, esbugalhou — e gritou, pulando para fora da cama.
Barulhos pesados e apressados de passos foram escutados fora do quarto, antes que a mãe de Baji abrisse a porta em um baque repentino e examinasse o quarto com uma expressão assustada.
━ O que foi?!
O jovem a fitou, então voltou a fitar o caderno largado no colchão, as mãos na cabeça em absoluto choque.
━ Eu não acredito nisso!
━ Não acredita no quê?! O que aconteceu, filho?!
━ Não é possível!
━ O que não é possível?!
━ Como não notei isso?! O Chifuyu ainda me deu dicas do que 'tava rolando! ━ exclamou, tampando o rosto com as duas mãos e grunhindo.
Semicerrando os cílios, a mulher encostou a mão na borda da porta e analisou seu filho, percebendo que ele só estava tendo mais algum tipo de surto dramático da adolescência, aparentemente.
━ E eu aqui preocupada... ━ suspirou, observando-o andar em círculos pequenos enquanto murmurava coisas incoerentes em voz baixa. ━ Meu Deus, meu filho endoidou.
Na manhã seguinte, Baji foi para a escola com uma determinação inabalável e um andar que o fazia parecer que estava prestes a atravessar um rio inteiro nadando e enfrentar três jacarés e uma cobra no processo, tudo isso só com os punhos e os dentes. Ele estava tão focado no objetivo, que em seu rosto havia uma carranca profunda — responsável por ter assustado várias idosas no caminho que o compararam com um rottweiler agressivo, pronto para morder qualquer um que se aproximasse demais.
Aonde quer que passasse, as pessoas iam se afastando como se ele fosse uma gota de óleo em um recipiente cheio de água, temendo por suas vidas enquanto desviavam o olhar e suspiravam. Uma áurea de determinação intensa o rodeava de tal maneira, que quem o via, achava que ele era alguma espécie de John Wick japonês, caminhando em câmera lenta ao som de "Story Of Wick" enquanto ia rumo aos seus rivais mais odiosos para socá-los na cara.
Mal sabiam eles que Baji era só um romântico que acabara de descobrir uma informação encantadoramente inesperada e que tinha consigo apenas uma maçã, uma mochila e um sonho — e também uma preocupação maçante com a prova que era para ele ter estudado na noite anterior, mas não conseguiu porque ficou ocupado demais pensando. E, sim, ok, ele também era um delinquente, mas isso era história para outro dia.
Você, completamente alheia ao que acontecia, estava tranquilamente no telhado da escola, observando a paisagem e os alunos atrasados correndo pelo pátio. Encostada na grade, sentiu o vento acariciar seu rosto enquanto revisava mentalmente os assuntos que cairiam na prova. Estava tão absorta na tarefa que nem notou quando a porta atrás de si foi bruscamente aberta.
A última coisa que você sabe é que estava tentando lembrar o que acarretou a Guerra do Peloponeso quando, subitamente, sentiu algo acertar a sua nuca com força, te atordoando.
Virando-se para trás, você se surpreendeu ao encontrar Baji em toda a sua glória parado há poucos metros da sua figura, parecendo super concentrado, mas se surpreendeu ainda mais ao ver o que ele havia jogado na sua direção. Seu coração quase falhou no seu peito e você prendeu a respiração enquanto seus olhos se grudavam na forma avermelhada da maçã, uma quantidade extenuante de esperança florescendo no seu âmago.
Será que... ele finalmente...?
Você deu um breve e imperceptível balançar negativo de cabeça.
Não, ele provavelmente...
━ Decidiu revidar os meus ataques? ━ Terminou seu pensamento em voz alta, forçando o seu lado esperançoso a calar a boca e ficar quieto. Você pegou a fruta e a analisou por um momento, antes de começar a jogá-la de uma mão para a outra. ━ Achei até que demorou para reagir, levando em conta que você é você.
Baji deu um sorriso presunçoso e se aproximou, apoiando-se ao seu lado na grade.
━ Conseguiu estudar? ━ perguntou após um momento de puro e simples silêncio, sem olhar para ele.
━ Mais ou menos. ━ Você praticamente conseguiu ouvi-lo dando de ombros.
Você soltou um suspiro e apertou os olhos, rindo de maneira soprada.
Traduzindo 'mais ou menos' na linguagem do Baji: Dei uma lida superficial e fechei o caderno enquanto dizia de maneira orgulhosa: "Enfim, fiz o que pude" e fui comer.
━ Entendi... ━ murmurou, conhecendo bem o amigo que tinha.
Mais nenhuma palavra foi dita após essa. O vento se manifestou ao redor e assobiou levemente contra seus ouvidos, tentando quebrar o gelo que inconscientemente se formou ali, com Baji completamente e perfeitamente parado, estático, olhos fixos de maneira intensa na sua figura, sem piscar, sem desviar, como se fosse um policial avaliando um suspeito e meditando se ele é ou não o criminoso. Você era a suspeita, um passo em falso seu e o policial te descobria.
Firme na posição em que estava, você também não desistiu, permaneceu observando o pátio, não cedendo em momento nenhum ao olhar intenso de Baji e muito menos o correspondendo; estava decidida a ignorar implacavelmente aquela expressão dele de: "eu sei algo que você não sabe" e fingir que estava tudo normal, embora o ar que os envolvia insistisse em berrar o contrário. Então, era esse o jogo da vez: você olhando para frente, Baji te encarando, você sabendo que Baji estava te encarando e ignorando isso, Baji sabendo que você sabia e também ignorando isso.
Os dois, teimosos feito uma mula, não cederam na pequena guerra que se formou por longos, longos minutos, até que o moreno finalmente decidiu quebrar o silêncio e falar algo, impaciente demais para prosseguir com o jogo do você-me-olha-eu-desvio.
━ Não vai comer a maçã? ━ perguntou com uma voz arrastada, descansando a bochecha na palma da mão e apertando as pálpebras na sua direção. ━ Eu aceitei todas as suas propostas e você está me rejeitando agora? Um pouco tarde para voltar atrás, não?
Você se atrapalhou com a maçã na mão e por pouco não a deixou cair.
━ O que...? ━ Levantando a cabeça e o fitando com uma expressão similar à de alguém que acabou de ver um crocodilo dar à luz a uma capivara, você sussurrou, quase escandalizada.
Ele observou atentamente o seu rosto, como se o estudasse.
━ Que foi? ━ Erguendo uma sobrancelha, ele hesitou, coçando o queixo pensativamente. ━ Eu errei? Era ao comer que aceitava a proposta mesmo?
Você não teve reação, você simplesmente não teve reação nenhuma além de congelar no lugar e o encarar como um cervo na frente de um carro com farol ligado.
━ Por que você 'tá me olhando assim?
Seu lábio inferior tremeu, um rubor surgindo vagarosamente no seu rosto conforme a percepção caía com a força de uma fornalha sobre você.
━ V... você sabe?
Ele abriu um sorriso arrojado, seus caninos afiados ficando orgulhosamente à mostra.
━ Que você tem me pedido em casamento esse tempo todo? Sim, estava escrito algo sobre os gregos fazerem isso no seu caderno.
━ Ah... ━ Foi a única coisa que saiu de seus lábios enquanto você se xingava mentalmente.
Seus olhos pousaram na fruta que brilhava em um carmesim atraente e inocente. Você piscou, seu coração conseguiu a proeza de acelerar ainda mais e um calor subiu do seu pescoço até o seu rosto.
Espera, se ele sabe, então ele acabou de... Sua linha de pensamento foi interrompida bruscamente por Baji, que cruzou os braços e se inclinou para frente, ficando cara a cara com você, que sentiu a respiração dele pairar perigosamente perto da sua pele.
━ Não vai aceitar o meu pedido? ━ perguntou mais uma vez, sua voz mais baixa agora. ━ Sei que pela quantidade de vezes que fizemos isso, já deveríamos estar nos chamando de marido e mulher ou coisa assim, mas só vamos poder oficializar de verdade quando a proposta acontecer em um momento que os dois sabem o que ela é, né?
Naquele instante, se colocassem um ovo na sua bochecha e deixassem por 3 a 5 minutos, tirariam ele de lá já cozido.
Você voltou a olhar para a maçã, ela estava intocada e parecia zombar de você, te desafiando a mordê-la de verdade. O peso do seu significado pairou sobre seus ombros, ela não era mais uma mera brincadeira, para nenhum dos dois.
E, para o seu completo choque, Baji ainda estava aqui mesmo depois de ter descoberto isso, fazendo a proposta ele mesmo — para o seu segundo completo choque.
Você titubeou, mãos trêmulas e rosto queimando em constrangimento por ter sido pega no pulo do gato, mas não só por isso, seus sentimentos haviam sido expostos sem aviso prévio e de maneira inesperada, agora você não tinha esconderijo algum à sua disposição, estava vulnerável na frente do motivo de seus devaneios e suspiros apaixonados, e ele estava simplesmente ali, lhe fazendo uma pergunta, a mesma pergunta que você vinha secretamente fazendo a ele.
Aquilo era um pedido, mas não um pedido qualquer, era um que você ansiou com todas as suas forças, por isso, você reprimiu os lábios, seu coração bombeando sangue feito louco, juntou coragem e mordeu a maçã, sentindo o suco dela invadir seu paladar em uma explosão doce e suave. Você conseguia sentir Baji assistindo, olhando cada pequeno movimento do seu corpo, que praticamente queimava sob a atenção enfática dele.
Seu maxilar se mexeu sem pressa alguma enquanto você mastigava, a grandeza do significado daquele simples gesto pesando, e quando você engoliu o pedaço, as mãos de Baji saltaram na sua direção sem perder tempo.
A maçã caiu da sua mão e rolou no chão, você teria ido pegar a pobre coitada, se não fosse pelos braços malhados — e sim, essa foi a primeira coisa que você reparou — que te enjaularam no lugar.
Uma boca macia e quente cobriu a sua antes que você pudesse raciocinar e sua mente ficou em branco por um momento enquanto Baji te beijava. Quando a onda de surpresa passou, você começou a corresponder o beijo, a princípio timidamente, mas conforme o dançar de lábios se desenrolava, você ganhava mais confiança.
Em algum momento, as mãos de Baji deixaram de te abraçar e se alojaram na sua cintura. Elas permaneceram lá, firmes e quentes, como se sempre tivessem pertencido ali e você, que até então estava com os braços pairando no ar, lembrou-se da existência deles e os relaxou, apoiando suas mãos no peitoral do jovem.
Elas não só se apoiaram, elas se espalmaram, criaram vida própria, enrolaram o tecido do uniforme contra os dedos ansiosamente.
E quando ele se afastou, testa colada na sua e sorriso altivo que seria totalmente capaz de elencá-lo como Jacob Black de algum novo filme do Crepúsculo, você sentiu suas pernas bambearem.
━ Já posso pegar seu celular e trocar o nome do meu contato para "namorado mais gostosão e sexy de todos" com três corações no final ou ainda está cedo demais para isso? ━ ele falou, quebrando o encanto do beijo com uma risada gutural.
Você franziu o cenho, mas não conseguiu evitar o sorriso apaixonado que seus lábios traidores abriram para ele.
━ Idiota... ━ murmurou, sentindo o cheiro do perfume dele tomar conta de seus sentidos.
O rapaz levantou uma das mãos e tocou na sua bochecha, deslizando as costas dos dedos pela sua pele, antes de se acomodar carinhosamente lá, seu polegar traçando movimentos suaves e circulares.
━ Diga para mim ━ pediu, o sorriso se foi. Ele te olhou nos olhos, não com presunção, nem com diversão, apenas com amor, carinho e seriedade.
Você cantarolou em resposta, observando o tom bronzeado de suas íris, que pareciam brilhar no banhar da luz solar, cativante.
━ Diga em voz alta o que sempre me dizia silenciosamente quando jogava uma maçã em mim.
Você desviou o olhar, ainda corada, feito a boba apaixonada que era. Com um toque leve, Baji segurou seu queixo e o ergueu para que você voltasse a vê-lo, encorajando-a silenciosamente.
Você abriu a boca e respirou por ela, fitando-o enquanto puxava coragem do mais profundo do seu ser para deixar as palavras saírem.
Vocês ficaram parados, se olhando. O silêncio se instalou e se estendeu entre ambos.
E então:
━ Estou apaixonada por você. ━ As palavras escaparam de algum lugar escondido nas suas vísceras em um sussurro que era apenas um pouco mais alto do que o vento brando da matina.
O canto dos lábios de Baji se enrolou para cima em uma ternura que você só tinha o visto ter com gatos. Ele beijou sua testa, alcançou uma de suas mãos no peito dele e entrelaçou-as de maneira reverenciável, selando seus lábios em mais um beijo depois disso, um mais demorado, apaixonado, meigo.
━ E eu estou te amando. ━ falou assim que se afastou de você, dotado de uma calmaria que fazia parecer que aquilo era a coisa mais simples e óbvia do mundo, como se sempre tivesse sido assim.
Você soltou um suspiro para aquela declaração, seu coração praticamente aplaudindo-o. Baji jogou um braço preguiçoso no seu ombro e a puxou para si, sorridente.
━ Depois dessa história toda, a gente merecia comer uma maçã do amor ━ sugeriu, animado.
Você riu, uma risada espontânea e genuína.
━ Verdade.
Ele olhou para o seu rosto por um momento, um resquício de animação brilhando em suas orbes.
━ Ok, 'tá decidido. Vamos matar aula hoje e ir passear.
Em algum lugar dentro da escola, o professor de história travou dramaticamente no meio do corredor e colocou a mão no coração, sentindo um mau presságio.
━ O quê?! De jeito nenhum, Baji! Precisamos fazer a prova! ━ você argumentou, encarando seu agora namorado com uma expressão de reprovação.
Ele encolheu os ombros, devolvendo a sua expressão com uma traquina.
━ Só quem se arrisca merece viver o extraordinário.
Mordendo o lábio inferior enquanto se deleitava com o fato de esse completo pateta em forma de delinquente com 1,75 de altura ter se tornado seu para lidar — e também se repreendendo por estar pensando nisso enquanto ele sugeria a pior ideia possível para quem queria passar de ano sem complicações —, você balançou a cabeça em negação, um sorriso ladino nos lábios.
━ Se você continuar desse jeito, o único extraordinário que vai viver é o de reprovar.
#fanfic#imagines#s/n#anime#imagine#tokyo revengers#baji keisuke#x y/n fluff#y/n#fluffy#one shot#romance#comedia romántica#wattpad#baji x reader#baji x y/n#baji x you#baji x s/n#toman gang#tokyo manji revengers#yn fanfic#sn fanfic
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Info: these were all drawn & edited by me. please reblog/like if use!
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🧣Cachecol🧣
Mikasa Ackerman x Leitor sem gênero



Resumo: A noite está fria e Mikasa decide te esquentar com o cachecol dela.
Avisos: Nada demais, só muito fluffy e baitolatens para aquecer o coração.
Gênero: One-shot, romance, fluffy, pode ser visto como gl, mas isso depende inteiramente dos pronomes que você emparelha ao leitor.
Palavras: 2.074
Postado também em: Wattpad.
O céu que outrora refletia o acinzentado de um dia nublado agora estava tão escuro quanto a própria escuridão. Esta era uma noite onde a lua nova se mantinha escondida atrás de suas fiéis companheiras nuvens, deixando apenas algumas faíscas de seu brilho iluminar a terra. Há quem diria que até mesmo a Lua se assombrava com aquele frio avassalador que, de repente, decidiu visitar o mundo, trazendo uma montanha de neve que deslizava daquele céu horrivelmente escuro e criava uma camada de branco sobre tudo que conseguia tocar.
Embora nevasse muito e a friagem estivesse tenebrosa, a noite estava bastante calma. O local onde você estava era iluminado por uma fogueira que trazia um pouco de calor para aqueles que perto dela estavam, as labaredas do fogo ardente que queimavam sobre vários troncos de madeira faiscavam em uma batalha árdua e contínua que parecia não ter fim contra aquele frio avassalador, e como se não bastasse apenas o frio, elas também lutavam bravamente e corajosamente contra a escuridão daquela noite, a Lua e as estrelas que dantes eram aliadas meritórias, já não acompanhavam mais aquela eterna batalha. Escondidas em algum lugar daquele vasto céu, dominado por uma coloração negra que poderia facilmente ser confundida com um roxo profundamente escuro.
Soltando um suspiro e respirando aquele ar congelante tão afiado que parecia uma lâmina cortando seu nariz e sua garganta, você tirou suas mãos delicadas e avermelhadas por culpa do frio do bolso confortável e quente de sua calça e as ergueu em direção ao seu rosto, juntando ambas e formando uma concha com elas, antes de tampar sua boca e sugar todo o oxigênio que conseguia, e soltá-lo lentamente logo depois, esquentando suas mãos e formando várias partículas de vapor que se deslocaram de sua boca e evaporaram no ar, levando consigo aquela sensação quente que você havia acabado de criar.
Repetindo o mesmo processo mais algumas vezes, antes de guardar as mãos no bolso novamente, você derrubou suas orbes no seu colo, fitando-o sem observá-lo de verdade, sua mente perdida em pensamentos insignificantes enquanto você se inclinava um tantinho mais para perto da fogueira, ainda mantendo uma distância considerável.
Sua concentração em seus pensamentos foi quebrada assim que você sentiu uma presença ser despejada ao seu lado.
Desgrudando as orbes de seu colo e as voltando para a pessoa que subitamente se aproximou de sua figura, você foi capaz de ver Mikasa se sentando no mesmo tronco de árvore deitado que servia como um banco em que você estava, se aproximando cuidadosamente de você.
A fitando com curiosidade, mas sem proferir nenhuma palavra, você tombou a cabeça para o lado.
As íris negras da mulher se fixaram em você por um momento, antes dela — em um suspiro — desviá-las e voltá-las para o céu.
Não se importando com a companhia repentina, você se ocupou em analisar a fogueira à sua frente, o reflexo do fogo dominando suas orbes (cor).
Um assobiado penetrou seus ouvidos de repente, juntamente de uma ventania gelada que fez seus pelos se eriçarem ainda mais e o seu corpo se tornar mais trêmulo do que antes. Encolhendo-se um pouco, em busca de se esquentar com o seu próprio calor corporal, você respirou fundo e cerrou as pálpebras por um momento, sentindo um arrepio percorrer sua figura.
━ Você parece estar com bastante frio ━ a voz de Mikasa ecoou por seus ouvidos, fazendo-te dar um leve sobressalto.
Virando-se para ela novamente, você deu um sorrisinho sem graça.
━ Para falar a verdade, estou sim ━ assumiu, coçando levemente a bochecha com o dedo indicador ━ Embora esteja com roupas adequadas para esse frio, sinto-me como se não estivesse vestindo nada ━ não disse nada mais do que a verdade, afinal, você era aquela típica pessoa frienta, que sentia mais frio que os demais, então não era uma surpresa para todos que, em meio aquela chuva de neve, quem mais estava sofrendo com frio era você.
A Ackerman te analisou cautelosamente por alguns segundo silenciosos, antes de segurar a ponta de seu cachecol avermelhado e puxá-lo um pouco para baixo, deixando sua boca que até então estava tampada à mostra.
Você seguiu os movimentos dela com o olhar, vendo-a desenrolar o cachecol do pescoço, tentando decifrar o que ela estava querendo fazer. Não demorando para descobrir, assim que a viu deslizar no tronco para mais perto de sua pessoa e se inclinar na sua direção, jogando uma parte do enorme pedaço de pano avermelhado sobre sua cabeça e o envolvendo por seu pescoço.
━ M-Mikasa, não precisa fazer isso ━ murmurou, fitando a mulher com um tanto de surpresa.
━ Não preciso, mas quero ━ rebateu, arrumando o cachecol cuidadosamente, fazendo o tecido esconder parte de seu rosto.
━ O cachecol é seu, você deveria usá-lo ━ insistiu.
━ O cachecol é meu, por isso eu posso dá-lo à você ━ suspirou de volta.
━ Mas... e você? ━ segurando a ponta do tecido, sua voz sendo abafada por ele, você perguntou.
━ Não estou com tanto frio assim. ━ Deu de ombros, pousando as mãos no colo e desviando o olhar. Sua respiração meio profunda sendo transformada em um vapor que escorregava por sua boca e evaporava no ar.
Desistindo após notar que ela estava teimosa com sua escolha, você reprimiu os lábios, escorregando as orbes pela figura da bela mulher ao seu lado enquanto a mirava analiticamente, começando a ponderar sobre algo.
O silêncio dominou a área por minutos incontáveis. O som do estralar breve que o fogo fazia na madeira e das labaredas se ascendendo cada vez mais havia se tornado o único barulho audível naquele lugar e naquele momento, enquanto a floresta se mantinha tão quieta quanto uma presa se escondendo de um predador.
Mas claro, tudo que se inicia também termina, e com aquele silêncio até que bem agradável não foi diferente. Ele se iniciou e foi brutalmente interrompido pelo barulho repentino que suas coxas pressionadas contra aquele tronco de madeira caído fizeram quando você se arrastou para mais perto de sua companheira, que se surpreendeu levemente quando notou sua aproximação súbita.
Desenrolando o cachecol de seu pescoço sem tirá-lo de lá, você puxou grande parte dele e o segurou firmemente em suas mãos, se aproximando um pouco mais da mulher e jogando a parte que não estava em volta de seu pescoço sobre os ombros dela.
━ O que você está fazendo? ━ indagou com certa curiosidade, seguindo com o olhar as suas mãos que se moviam com rapidez enquanto você enrolava uma parte do cachecol na mulher, inconscientemente deixando seu corpo ainda mais próximo do dela.
━ Esse cachecol é grande o suficiente para esquentar nós dois ━ respondeu de forma suave, puxando um pouco o cachecol para frente do rosto dela, que estava levemente ruborizada enquanto lhe fitava, ainda meio surpresa
Colando os lábios que até então estavam abertos, a morena se calou e desviou o olhar por um momento, demonstrando que havia aceitado a sua ideia e que já não tinha nada mais para reclamar.
Dando um pequeno sorriso em resposta, você recolheu suas mãos e as escondeu no bolso novamente, sentindo sua própria respiração bater contra seu rosto, esquentando-o ainda mais.
Suas orbes se demoraram por mais alguns minutos em sua companheira, que segurou levemente a barra do pano avermelhado entre os dedos de forma costumeira enquanto encolhia o rosto, escondendo-o.
O cachecol envolvido em vocês formava uma pequena e perfeita ponte, que conectava você à Mikasa.
Seus ombros estavam encostados, mas você sinceramente não ligou para esse fato, e Mikasa também parecia não ligar, afinal, aquela aproximação toda estava sendo muito boa. Em meio a tanto frio, duas pessoas conectadas dividiam o calor corporal, formando uma camada aconchegante e quentinha que as protegia daquele clima selvagem.
Cerrando as pálpebras depois de alguns minutos calmos e silenciosos, você soltou um suspiro e se permitiu relaxar por completo, se deleitando do calor corporal de Mikasa.
A paz interior e exterior que existia naquele local era tanta que você sentia que poderia cochilar ali,?naquela posição, sem dificuldade alguma.
O frio já não te abalava mais.
Era como se, de repente, vocês estivessem presos dentro de uma bolha resistente e extremamente confortável, nada conseguia perfurar a zona de conforto em que vocês se encontravam naquele momento.
Suas orbes saltaram para o seu lado quando de repente você sentiu algo começar a pesar em seu ombro direito.
━ ...
Mas tão rápido quanto surgiu, a sua surpresa rapidamente sumiu, dando espaço para uma expressão mais relaxada reinar em seu rosto.
Suas feições se suavizaram enquanto você observava Mikasa com a cabeça deitada em seu ombro, grande parte do corpo dela já colado com o seu, sua respiração se tornando mais pesada a cada momento que passava enquanto sua consciência começava a voar para longe, juntamente da ventania calma e tímida que deslizava pelo local, deixando totalmente nítido o fato de que confiava tanto em você ao ponto de dormir ao seu lado, lhe permitindo a tarefa de cuidar do corpo dela, que no momento estava totalmente dependente do seu para não desabar no chão coberto de uma neve traiçoeira.
Abrindo um sorriso inconsciente, você relaxou seu corpo, que momentaneamente havia se tornado tenso, sentindo o seu calor corporal se misturar com o dela.
Deslizando delicadamente seus dedos pelo rosto agora adormecido da mulher, você tirou os fios de cabelo que insistiam em cair sobre suas pálpebras, antes de deitar cuidadosamente sua cabeça sobre a dela e fechar os olhos, sentindo o aconchego do momento acariciar seu interior.
O fogo agitou-se levemente, ameaçando apagar-se quando uma ventania ousada decidiu cumprimentar aos seres humanos que ali estavam, acariciando a pele já maltratada pelo frio das pessoas que alcançava.
━ Olha o climão que está rolando alí.. ━ Sasha de repente sussurrou para seus companheiros, observando as duas figuras quase que adormecidas no outro lado da fogueira.
━ Estamos em alguma história clichê ou algo do tipo?? De repente me sinto um figurante... ━ Connie comentou subitamente, coçando o queixo com uma careta.
━ Uau...essa é a primeira vez que vejo Mikasa dividindo o cachecol com alguém ━ Armin murmurou, parecendo bastante chocado com esse simples fato.
━ Que inveja!! ━ Jean exclamou, torcendo o nariz enquanto choramingava, não se importando nem um pouco em esconder o ciúmes que estava sentindo naquele momento.
━ Oh, meu nobre rapaz, se você não tomar a iniciativa, vai perder a vez ━ Hange tentou consolar ao garoto, dando leves batidinhas no ombro dele.
As palavras que eram proferidas pelas pessoas ao redor daquela fogueira eram levadas pela brisa da noite, sendo rapidamente esquecidas no mar de palavras que vieram a ser ditas logo em seguida.
Não estando nem um pouco ciente dos vários olhares curiosos que pesavam em vocês. Você soltou um suspiro contente, aninhando-se em Mikasa confortavelmente.
Não era preciso ter um cérebro para notar a enorme paz que reinava naquele local, vários sorrisos poderiam ser vistos no rosto das pessoas que estavam ao redor daquela fogueira, risadas eram transmitidas vez ou outra, como se fosse uma música harmoniosa.
Naquele dia e naquele lugar, onde todos estavam expostos ao frio maldoso que dominava o céu e a terra, não existiam problemas, não existiam preocupações, todos haviam se reunido apenas para comemorar por estarem vivos. Naquele mundo onde não só titãs, como também humanos se fantasiavam de diabo, estar vivo no dia de hoje já era uma grande conquista.
E você sentia orgulho de si por ter sobrevivido por tanto tempo naquela guerra entre humanos e titãs, você sentia orgulho por conseguir desfrutar de momentos como aquele mais vezes do que esperava.
Mikasa se mexeu levemente, em busca de mais conforto, causando o esbarro da mão dela contra a sua. Aquele encontro repentino te tirou do transe sonolento em que você se encontrava naquele momento e te fez abrir os olhos curiosamente, derrubando-os ao seu lado enquanto você observava as mãos dela, notando uma coisa:
Elas estavam tão frias quanto as suas.
Juntando as sobrancelhas por um momento, você deitou novamente a sua cabeça sobre a dela, voltando a fechar as orbes e a relaxar, mas não antes de puxar a mão da Ackerman para um de seus bolsos, entrelaçando seus dedos entre os dela e tratando de esquentar a mão da mulher com o próprio calor da sua.
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🧛Penumbra da Noite🌙
Gaara Vampiro x Leitora
Resumo: Você é uma caçadora que foi capturada e mantida como prisioneira por um poderoso vampiro. Certo dia, ao vê-lo fraco, você oferece seu sangue para ele.
Avisos: Menção de mordida e sangue. Situação de confinamento em uma mansão.
Gênero: Universo Alternativo, romance gótico, fluffy, one-shot.
Palavras: 2.716
Postado também em: Wattpad e Spirit Fanfics.
Ele deve estar se revirando no caixão agora...
Com um leve balançar negativo de cabeça, (Nome) fechou os olhos e suspirou. Apertando os dedos contra o punhado de fios de cabelo (cor) que ela segurava em uma única mão, deixando-os todos juntos em uma espécie de rabo de cavalo puxado apenas para o lado esquerdo.
Que situação cômica para se estar, francamente! Dentre todas as pessoas, logo ela estava fazendo aquilo. O impensável, o absurdo. (Nome) quase conseguia ouvir a voz rabugenta de seu pai gritando do leito da morte uma lista estupidamente grande de xingamentos e maldições para com ela.
Ela sabia que era estranho lembrar justamente do falecido pai em um momento como aquele, mas a moça não conseguia evitar pensar no quão desgostoso ele ficaria se visse o que sua filha estava prestes a aprontar.
Claro que ela não poderia culpá-lo, afinal, ela mesma estava incrédula com aquilo tudo. Sendo de uma família tradicional e rígida de caçadores de vampiros, (Nome) cresceu sendo treinada para dizimar tais criaturas sobrenaturais e odiá-las naturalmente, óbvio. Ela já havia matado para mais de 20 vampiros e com muito prazer o fez, mas nunca imaginou que chegaria o dia em que não só estaria pacificamente no mesmo cômodo com um vampiro, como também ofereceria seu pescoço para ele.
Sério mesmo? O pescoço, (Nome)?!
Ela se questionava seriamente se ainda tinha algum resquício de bom senso consigo. Como diabos havia se tornado tão maluca e suicida — aparentemente — de um dia para o outro?
A curva de seu pescoço estava completamente amostra e vulnerável para aqueles olhos vermelhos, brilhantes e penetrantes, não havia nenhum único fio de cabelo no caminho e ela inclinava seu pescoço, oferecendo-o para ele. Era um alimento dado.
Apesar de tudo, (Nome) não conseguiu evitar sentir um arrepio passar deliciosamente por suas vísceras, ficava tonta só de pensar na ideia. Os pelos de sua nuca estavam eriçados sob o olhar atento dele, ela conseguia sentir que ele a observava, e sua pele esquentava em cada canto para a qual ele olhava.
Maldito seja, homem miseravelmente bonito e charmoso, que tinha que ser a droga de um vampiro!
Não suportando mais a falta de atitude do companheiro, a caçadora estalou a língua no céu da boca.
— Vamos, acabe logo com essa coisa.
O homem hesitou. (Nome) conseguiu sentir os olhos dele rastejarem do pescoço para o rosto dela, criando uma linha quente por onde passavam.
— Você não pode realmente estar me sugerindo isso.
Ah, mas ela estava.
— Gaara, de todos os momentos para agir como um cavalheiro, este é o pior. Você está fraco e precisa se alimentar.
— Eu não vou beber do seu sangue, (Nome). Não quero te machucar!
A respiração engatou em sua garganta, um friozinho conhecido revirando sua barriga mais uma vez enquanto ela prendia o ar nos pulmões.
Ele sempre fazia isso, sempre dizia essas coisas doces, sempre se importava, sempre protegia, sempre cuidava... Mas que droga de vampiro era aquele?! Como ela poderia não se preocupar com ele quando a única coisa que Gaara conseguia fazer era tratá-la bem, respeitá-la e protegê-la de uma forma tão malditamente romântica e às vezes até mesmo um pouco possessiva?
Mas que inferno! Odiá-lo se tornava uma tarefa cada vez mais impossível.
— Você não vai me machucar. — Pausa para se recompor. — Eu confio em você, então faça isso.
— Mas não deveria. Eu sou um vampiro, e você é uma caçadora.
— Pelo amor de Deus, homem! Não há mais ninguém aqui e você não está em condições de ir procurar por uma presa, bebe logo o meu sangue!
— Eu poderia acabar te matando!
— Não, você não poderia.
— Como pode ter tanta certeza disso?!
— Porque eu te conheço!
O silêncio se instalou após essa afirmação, que vibrou por todas as paredes do cômodo quando ela firmou a voz. A surpresa de Gaara foi quase palpável.
— Eu te conheço, Gaara, e você não faria algo assim.
(Nome) soltou o cabelo que até então segurava e o deixou cair igualmente por seus ombros novamente, uma névoa (cor) e sedosa de madeixas deslizou pelos dedos cálidos dela e acariciou suas costas, enquanto a mulher voltava a joia que carregava naqueles olhos para a figura esguia de Gaara.
O cabelo liso e avermelhado beijava suas feições enquanto o vampiro a observava intensamente, embora a expressão séria, as orbes dele demonstravam afeição e preocupação, e aqueles lábios entreabertos revelavam uma pequena parte de suas presas afiadas.
— (Nome)... — Foi a vez dele de suspirar, parecendo ter certa dificuldade em desprender os olhos do pescoço dela. — Não é só porque eu estou ferido e enfraquecido que vou me aproveitar de você. Posso ser muitas coisas, mas esse tipo de ser desprezível eu não sou.
— Mas você não estaria se aproveitando. — disse ela, engolindo em seco.
Definitivamente não, até porque eu quero isso. Pensou, sentindo uma pequena parte de si mesma se julgar por aquele tipo de desejo esquisito. Mas parecia estranhamente tentador ser mordida por Gaara. Talvez ela estivesse enlouquecendo?
Era só que... Depois de tanto tempo presa naquela mansão, cujo sua única companhia era um vampiro, ela aprendeu sobre ele de uma forma que jamais pensara aprender, isso a fez ficar relutantemente próxima dele. Céus! A fez se preocupar com ele e até pior, amá-lo.
(Nome) simplesmente não podia evitar. Ele era diferente dos outros vampiros que havera conhecido, era bom e gentil, justo, mas também solitário. Ele tinha um vazio no coração, o mesmo vazio que ela tinha, e quando estavam juntos era como se esse vazio não existisse.
Ele não era um monstro como ela pensara, ele era apenas sozinho e triste, e apesar de ser de uma espécie rival, a tratou melhor do que qualquer um poderia tê-la tratado.
— Eu não consigo entender. Então por que você não me matou quando teve oportunidade? — (Nome) perguntou, deixando os ombros caírem. — Você não fez de mim sua bolsa de sangue ambulante, não me torturou, nem nada do tipo. Por quê?
Gaara desviou o olhar, suavizando as pálpebras.
— A minha intenção nunca foi matá-la ou violá-la...
Foi o que ele respondeu. Resposta vaga, típica de Gaara.
Já havia se passado tanto tempo... tanto que (Nome) nem sequer sabia dizer de forma exata o quanto "tanto" englobava.
Foi na penumbra de uma noite de inverno que ela o conheceu, quando aldeões de um vilarejo próximo a contrataram para matar o grandioso e temeroso vampiro que vivia na floresta e que os atormentava por séculos. Um vampiro que tinha mais de mil anos, um dos; senão o mais velho que ela já chegou a conhecer. Era óbvio que ele seria mais forte e mais experiente do que ela, mas ela não ligou.
(Nome) não se importava de morrer, ela estava pronta para completar sua missão ou perecer tentando, afinal, era para isso que ela vivia. Ela era uma caçadora de vampiros, treinada desde criança para eliminar as criaturas da noite. E ele era um vampiro antigo, poderoso e solitário, que vivia escondido em uma mansão. Quando ela invadiu sua casa para matá-lo, ele a capturou e a fez sua prisioneira.
A princípio, (Nome) pensou que seria seu fim, ela achou que ele era um vampiro do tipo curioso que gostava de brincar com suas presas antes de devorá-las. Ela deduziu que ele achou divertido ver a reação dela ao ser capturada, e quis prolongar o seu sofrimento para prazer próprio.
Mas não, Gaara não a tratou mal, nem sequer foi rude ou mal-educado. Ele nem ao menos a deixou presa em uma masmorra como ela pensou que faria, pelo contrário, deu um quarto enorme e luxuoso só para ela, a alimentou com comida humana e a tratou como uma convidada especial. Embora a mantivesse em estado cativo na mansão, sem que ela pudesse sair, (Nome) sinceramente nunca se sentiu tão bem cuidada ou segura em toda a sua vida.
No primeiro mês foi difícil para (Nome) baixar a guarda, ela o evitava de toda forma e sempre tentava fugir. É claro que o achava extremamente suspeito, ainda mais porque ele não fazia nada contra ela; no entanto, conforme o tempo foi se passando a proximidade entre eles dois foi inevitável. Aos poucos, eles começaram a se conhecer melhor e a sentir uma atração irresistível um pelo outro.
Por mais vago e misterioso que ele fosse, (Nome) aprendeu a decifrá-lo e entendê-lo, ela aprendeu sobre ele e passou a apreciá-lo. Foi só então que ela entendeu o porquê de Gaara ter feito algo tão sem sentido como cuidar de uma rival e deixá-la viver no mesmo teto que o dele: ele estava sozinho há sabe Deus quanto tempo, ansiava por companhia, ansiava por conexões, ansiava por ter alguém com quem conversar. E só um vampiro conseguiria descrever o quão terrivelmente solitária e melancólica a imortalidade é.
Essa era a história deles. Agora querendo ou não eles eram tão próximos que (Nome) o via como um porto seguro, sempre que ele saia ela contava as horas para vê-lo novamente. Ela nem sequer tentava fugir mais, já havera se acostumado com a vida naquela mansão, não queria se desvincular dela; para ser franca, (Nome) nem mesmo sabia dizer em que momento desistiu de fugir e se o fez de forma consciente.
— No início, eu vi em você uma oportunidade de aprender mais sobre os humanos caçadores, meus inimigos naturais. Eu quis estudá-la e compreendê-la. — O dito cujo retomou a fala, se aproximando dela.
Uma resposta bem explicada e nada vaga. Atípica de Gaara.
— Todavia, eu me apeguei muito a você, se quer saber. E não pretendo deixá-la ir embora, não mais.
Agora ela quase se engasgou.
Ele precisava parar de dar aquelas respostas de tirar o fôlego, caso contrário acabaria matando (Nome) sem sequer tocá-la.
— Eu nunca te machucaria, nem te morderia, a não ser que você quisesse. Eu te respeito, eu te admiro, eu te venero. Eu só quero o seu bem, o seu amor, o seu carinho. Eu só quero que você me aceite, que você me abrace, que você me beije — ele propôs, beijando-a no pescoço.
Os pelos de (Nome) se arrepiaram e ela soltou um suspiro melindroso, antes de voltar a respirar normalmente. Seu coração acelerando no ritmo de uma dança animada de carnaval diante daquela confissão.
— Isso tudo que você disse é realmente muito poético e tudo o mais — disse ela, olhando-o nos olhos e deslizando uma mão pela lapela dele. — ... Mas eu literalmente acabei de pedir para você me morder.
(Nome) fez uma pausa, e quando ele só piscou em resposta, ela continuou.
— Se você só vai me morder quando eu quiser, então você vai me morder agora.
Gaara ergueu uma sobrancelha e arrastou seus dedos álgidos pelos braços cálidos da jovem mulher, puxando-a para mais perto dele.
Revirando os olhos, ela tentou de novo.
— Eu me preocupo com você, seu idiota! Não me importo de dividir um pouco do meu sangue contigo. Se a situação fosse inversa você faria o mesmo, então cale a boca e beba de uma vez.
Bom, agora poderíamos dizer que vaga-lumes se acendiam no mar escarlate dos globos oculares de Gaara, que firmou o maxilar e baixou o olhar para o pescoço dela novamente. Ele não demonstrava estar afetado, mas (Nome) o conhecia bem o suficiente para enxergar através daquela fachada estoica dele.
Ela deixou que sua mão afundasse na maciez aveludada que era o cabelo dele, penteando aqueles fios rebeldes para trás e os afagando numa forma de acalmar o vampiro, o que pareceu dar certo, já que Gaara se aconchegou em (Nome) e enterrou o rosto na curvatura de seu pescoço, cheirando-o.
A sensação da respiração dele contra sua pele a fez se arrepiar ainda mais, e ela deslizou os braços ao redor dele, o abraçando.
Foi uma sensação acalorada sentir ele se segurando nela e abraçando-a apertado de volta, por mais gelado que ele fosse, (Nome) tinha calor o suficiente para os dois. Gaara acariciou o local com seus lábios gelados, antes de arrastar um beijo por lá, por seu maxilar e por fim pela ponta da orelha dela, sendo tão carinhoso quanto possível.
Eles permaneceram assim por mais alguns segundos calmos e sossegados, até que uma dor aguda se arrastou pela área do pescoço dela, um ardor forte que fez um chiado de dor escapar de sua garganta. A sensação era similar a de tomar uma injeção, só que em dois lugares ao mesmo tempo, e com agulhas mais grossas do que as usadas normalmente.
As presas de Gaara se afundaram na pele dela e (Nome) mexeu a cabeça inconscientemente para tentar se livrar do desconforto da sensação, o que só aumentou a dor, é claro.
Gaara colocou uma mão atrás da cabeça dela e a segurou, imobilizando-a e inclinando-a um pouco para baixo, para ter mais acesso ao seu pescoço. (Nome) engoliu em seco e respirou com dificuldade, sentindo o canto de seus olhos arderem com lágrimas não derramadas enquanto os fechava com força, sentindo o sangue sendo drenado de si por aqueles dois pequenos furinhos.
(Nome) segurou firmemente o tecido da roupa dele contra seus dedos. Aquilo doía, e como doía! Ardia como o inferno! Era extremamente desconfortável e ela não via a hora de acabar, mas apesar de tudo, ela não podia negar o quão íntima a situação era, e nem o quão cuidadoso e carinhoso ele estava sendo, era muito claro em seus gestos e na forma como ele acariciava a cintura dela com a mão livre o tanto que ele tentava minimizar seu desconforto.
Aquele vampiro era um querido, o querido dela.
E ela era dele, certamente que era, porque só ele mesmo para fazer (Nome) passar por um sufoco como aquele.
Após alguns momentos, o alívio veio e a sensação se tornou menos desagradável conforme (Nome) se acostumava com aquilo, ela se permitiu relaxar nos seus braços fortes e sentiu o cheiro familiar dele agraciar suas narinas.
Antes mesmo que (Nome) pensasse em começar a se sentir tonta, Gaara retraiu as presas da pele dela e parou de sugar seu sangue, lambendo o local da mordida uma última vez e só então levantando o rosto para observá-la.
Graças ao meu bom Deus.
A mulher não pôde deixar de soltar um ar aliviado pela boca quando a sessão suga-sangue finalmente acabou, abrindo as orbes logo em seguida e se deparando com o olhar atento dele sobre ela.
Veja só se não é o sanguessuga mais bonitinho que eu já vi na vida.
Puxando uma mão para si, (Nome) massageou levemente a área da mordida enquanto o encarava de volta, vendo-o lamber os lábios por um momento, com a língua mais vermelha que o costume.
O pai dela definitivamente estava se revirando no caixão agora, e não só ele como mais uma centena de gerações da família também deveriam estar.
Encaixando a mão na curvatura de seu quadril, Gaara puxou a cabeça de (Nome) novamente para si e chocou os lábios dele contra os dela, beijando-a em um beijo casto e amoroso, cavalheiro.
(Nome) se derreteu contra aquela maciez e frio, um frio aconchegante. Esquecendo-se completamente do ardor de seu pescoço, ela envolveu os braços na nuca dele e o beijou de volta, sentindo levemente o sabor de ferro do sangue em seus lábios, que moldavam os dela de forma tão dominante e decidida.
O sabor de seu próprio sangue...
Nossa, ela provavelmente deveria estar achando isso tudo muito nojento e estranho.
Mas droga, ela não estava. Aquilo era bem íntimo e ela estava gostando da situação.
Se o preço por cada mordida fosse um beijo daqueles, (Nome) ofereceria seu pescoço mais vezes.
Quebrando o contato depois de alguns minutos de deleite mútuo, Gaara murmurou um agradecimento rouco e acariciou a ponta do nariz dela com a dele. Uma carícia na qual (Nome) ficou contente em retribuir, ainda com os olhos fechados.
— O seu sangue é o mais gostoso que eu já provei na vida...
Ela parou e o encarou, aturdida.
— Isso deveria ser um elogio?
— Não faço a mínima ideia do que deveria ser. Mas é a verdade.
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5 Formas de Se Declarar no Dia de São Valentim!
(NEJI HYUUGA X LEITORA)
-BÔNUS-
Capítulo Final
Avisos: Nenhum.
Palavras: 2.097
🍡Todos os desenhos utilizados nos separadores ao decorrer dos capítulos pertencem a @/Marcinha20 no DeviantArt (com exceção do desenho do Rock Lee, que eu encontrei no perfil @/Shinoharaa).
━ Ela desconfia de algo?
━ Não chega nem perto de desconfiar.
━ Bom. ━ O homem se virou com um sorriso radiante no rosto, como se fosse capaz de resolver todos os problemas do mundo. ━ Está vendo, Neji? Temos tudo sob controle.
O Hyuuga, que até então apenas piscava e ouvia em silêncio o diálogo entre os três, enquanto se sentava e apoiava a bochecha na mão, se manifestou com um simples e baixo suspiro, abaixando a cabeça por um momento antes de se levantar.
━ Tentem não ir muito longe nessa coisa toda de "distrair" ela.
━ Pode deixar, pombinho apaixonado! ━ Tenten brincou.
Neji disfarçou o rubor que surgiu em seu rosto e cruzou os braços, olhando para o lado de maneira emburrada enquanto resmungava uma reclamação para a kunoichi, que não ouviu pois já tinha se afastado do lugar juntamente com Guy; Rock Lee ia fazer o mesmo, mas antes que pudesse se retirar, Neji o alcançou.
━ Lee.
━ Oi?
Vendo a expressão curiosamente animada do amigo, Neji vacilou momentaneamente.
━ Eu estava elaborando o que vou falar para a (Nome) lá na hora e... ━ Coçando a nuca, ele procurou as palavras certas para prosseguir, constrangido. ━ Bem, eu preciso de ajuda para ensaiar a minha declaração e também queria saber sua opinião sobre o...
O rapaz parou de falar no momento em que notou o brilho radiante que de repente surgira no rosto de seu companheiro, tal como o sorriso deliberadamente lento que estendeu-se de orelha a orelha. Apertando as sobrancelhas em confusão, Neji estranhou aquela reação.
━ O que foi? Por que você está me olhando com essa cara?
Rock Lee parecia estar prestes a explodir.
━ Eu pensei que você nunca fosse pedir isso! ━ Agarrando os ombros do Hyuuga e chacoalhando-o enquanto seus globos oculares tomavam formas de estrelas, Lee exclamou: ━ Finalmente!
━ ...
Neji apenas piscou em desentendimento, não compreendendo a comoção de seu colega de equipe.
━ Isso é realmente necessário? ━ questionou o Hyuuga, observando embasbacado Rock Lee trajado em roupas femininas.
━ Nós estamos treinando para uma declaração de amor importantíssima! É claro que precisa! ━ Lee afirmou com o punho fechado na frente do rosto, tendo determinação de sobra. ━ Ok, a partir de agora eu sou (Nome) e não mais Rock Lee, certo? Me diga tudo que você planeja dizer para ela, mas diga como se estivesse realmente na frente dela! ━ Pediu, e então tossiu um pouco e se ajeitou, antes de imitar uma pose feminina de forma exagerada enquanto também piscava de forma exagerada.
Neji soltou um suspiro e se perguntou pela quarta vez o porquê de ter pensado que pedir ajuda do Lee era uma boa ideia, não encontrou resposta e desistiu de lutar contra aquela situação ridícula. Aquilo tudo era por (Nome) e ela merecia cada fibra de esforço que ele pudesse despejar para entregar a declaração perfeita, não importava o quão humilhante fosse treinar com o seu amigo vestido de mulher, Neji estava disposto a tudo por ela.
━ Tudo bem... ━ disse, como se estivesse se preparando para entrar em um combate.
━ Já pode começar! ━ avisou, dando um joinha para o rapaz.
Neji respirou fundo e, lutando contra toda a parte da sua consciência que se retorcia enquanto berrava o quão ridículo isso era, ele começou:
━ (Nome), quando eu te vejo, meu coração acelera...
━ Não, não ━ Rock Lee negou com a cabeça, interrompendo Neji. ━ Não assim, você precisa pôr mais intensidade na voz!
━ Eu vou me declarar, não encenar em um teatro.
━ Ainda assim! Vamos, tente de novo.
Neji apertou as pálpebras e colocou a mão na cintura, mas obedeceu mesmo assim.
━ Não consigo te tirar da cabeça. ━ Pausa, se encolhendo um pouco em algo que estava entre desgosto e puro constrangimento de ver Rock Lee encenar uma reação forçada de garota tímida. ━ ... e você mexe comigo de um jeito que ninguém nunca mexeu.
Ele engole em seco.
━ Perto de você, sinto que posso ser quem eu realmente sou...
━ Ah, Neji-kun! Que romântico... ━ Ele soltou um suspiro apaixonado.
Alguém me mate. Pensou instantaneamente o rapaz.
Ele respirou fundo mais uma vez e fechou os olhos, se forçando a continuar.
━ (Nome), seja minha namorada.
Rock Lee apertou as sobrancelhas e então coçou o queixo pensativamente, ficando em silêncio por alguns bons segundos. Curioso, Neji separou as pálpebras e o fitou.
━ Não, assim não. Tem algo errado aí.
O Hyuuga cruzou os braços e inclinou a cabeça para o lado.
━ O que você quer dizer?
━ Quando você propõe desse jeito, faz parecer mais como a ordem de um superior do que como um pedido romântico, sabe?
Neji franziu o cenho, mas lentamente fez uma expressão de compreensão quando a ficha realmente caiu para ele. Aquele ponto fazia sentido.
━ Oh, ok. Desculpe.
━ Vamos tentar de novo! ━ Bateu palmas ao anunciar, ajeitando o sutiã (sim, ele estava usando sutiã) por cima da blusa antes de dar continuidade. ━ Acho que você deveria dizer mais coisas melindrosas antes de fazer o pedido também.
━ Tipo o quê?
━ Seja poético, diga apaixonadamente o quanto os olhos dela o lembram a curry ou algo assim.
Neji fez uma careta.
━ Mas os olhos dela não me lembram curry ━ argumentou, se questionando se existia alguma criatura na Terra que tivesse olhos parecidos com curry e por que Rock Lee achava aquela comparação romântica.
━ Diga o que eles te lembram. Seja romântico, Neji! Seja poético. Cite para ela trechos de Shakespeare! ━ Exigiu Lee enquanto gesticulava dramaticamente.
━ Por que Shakespeare?! Nós somos japoneses, não ingleses!
━ Então cite para ela trechos de Chikamatsu Monzaemon!
Afundando a mão no cabelo e escovando-o para trás de maneira inconsciente enquanto se frustrava com a situação, Neji bufou.
━ Certo, vamos mais uma vez, testa elogiar ela.
━ Ok. ━ Ele fez uma breve pausa, ponderando o que falar, antes de iniciar novamente em um tom meio inseguro: ━ Seus olhos brilham como constelações.
━ Eu sei que você consegue fazer melhor do que isso, Neji Hyuuga! Bote amor nessas palavras!
Estalando a língua no céu da boca, Neji investiu no personagem e colocou na base da raiva mais sentimentos nas palavras e nos gestos do corpo, agindo tal qual um personagem apaixonado de alguma peça teatral.
━ Seu olhar é um abismo estrelado onde eu me perco e me reencontro, uma constelação que guia meus passos e ilumina os caminhos mais sombrios!
━ Sim, sim! É disso que eu 'tô falando! ━ afirmou Rock Lee, entusiasmado. ━ Continue! É desse jeito que você tem que fazer!
━ Sua voz é um canto de sereia que me prende e me liberta, uma sinfonia que ressoa nos confins do meu universo particular!
━ Ah, que lindo! ━ O rapaz funga, parecendo estar prestes a se desmanchar em lágrimas enquanto abanava o próprio rosto.
Em meio àquele ensaio caótico e envolvente, nenhum dos dois shinobis percebeu quando, de repente, um certo Uzumaki atrapalhado entrou no quarto de Lee segurando uma bolsa ninja e murmurando algo sobre devolvê-la e, é claro, ninguém reparou quando este mesmo Uzumaki congelou diante da cena que encontrou. Agora ele assistia, boquiaberto, o que julgara ser a coisa mais esquisita da sua vida.
━ E seu sorriso... seu sorriso é o nascer do sol mais grandioso, capaz de dissipar qualquer névoa de dúvida, um farol de alegria que irradia luz e calor!
━ Isso é tão romântico, Neji!
Deixando-se levar pela adrenalina da estranha empolgação que tomou seu coração em meio à enxurrada de palavras que se deixou derramar, Neji ajoelhou-se na frente de Lee e tomou sua mão.
━ Me concederia a honra de ser seu namorado?
Lee deu um gritinho e botou a mão na boca.
━ MAS O QUE DIABOS ESTÁ ROLANDO AQUI?!
Ambos congelaram instantaneamente ao ouvir a voz de uma terceira pessoa, como se tivessem sido pegos em flagrante cometendo algum crime. Tanto Neji quanto Rock Lee se viraram lentamente na direção do loiro.
Parecido com a reação de alguém que levou um choque, o Hyuuga ergueu-se num só pulo, sentindo vontade de ser sugado para o além.
━ Naruto?! ━ falaram em uníssono.
━ O QUE É ISSO?! ━ O dito cujo estava com os olhos esbugalhados, segurando desesperadamente a cabeça com a mão enquanto levava suas orbes azuladas da figura de um para o outro histericamente. ━ Neji, você é GAY?!
━ O que? Não! Não é o que parece, Naruto! Nós não estávamos!... Eu não estava...
Naruto, que nem prestava atenção no que ele dizia, encarou assombrado a silhueta de Rock Lee.
━ Sobrancelhudo... você está vestido de mulher?!
Ele não respondeu, apenas ajeitou o sutiã.
━ Vocês estão tendo um caso?! ━ Naruto praticamente começou a berrar.
Batendo a palma da mão no rosto, Neji gemeu em frustração.
━ Naruto, me escuta! ━ O rapaz obedeceu, atordoado e definitivamente necessitando de respostas. ━ Eu não estava me declarando para o Rock Lee.
━ Mentiroso! Acabei de ouvir você elogiando o sorriso dele e pedindo ele em namoro!
━ Não era para mim, eu estava apenas ajudando Neji a ensaiar. ━ Lee interveio, explicando a situação.
━ Ensaiar? ━ O loiro olhou de um para o outro, e então lentamente fez uma expressão de compreensão e soltou um "ah" prolongado. ━ Entendi, por isso você está vestido assim?
O moreno concordou. Naruto esfregou o queixo e ergueu uma sobrancelha, perguntando:
━ Certo, e para quem Neji planeja se declarar?
━ Para a (Nome) ━ admitiu, com a mão apoiada no rosto, em completo constrangimento. Neji tinha a absoluta, mais profunda e assustadora certeza de que nunca em toda a sua vida passara tanta vergonha e humilhação quanto passou nessa tarde.
Naruto, por outro lado, parecia em êxtase com a notícia.
━ O QUÊ?! A (NOME)?! MEU DEUS! ━ Exaltou-se, agindo semelhante a alguém que ingeriu 10 copos de café. ━ ISSO MUDA TUDO! EU PRECISO IR CORRENDO CONTAR PARA ELA!
Tanto Rock Lee quanto Neji se desesperaram e correram atrás de Naruto, que já havia descido como um furacão para o andar debaixo. Ambos bloquearam o caminho do rapaz com a rapidez de um foguete.
━ Pare aí mesmo!
━ Saiam da frente, a (Nome) tem que saber disso!
━ De jeito nenhum!
Naruto parou por um momento e mirou Rock Lee.
━ Seu traidor! Por que não contou para ela se sabia disso!?
━ Porque é surpresa, Naruto! ━ Neji respondeu como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.
━ Surpresa?
━ Neji está trabalhando nisso há dias! Se você contar para ela, vai estragar todo o trabalho dele. ━ Lee abriu um sorriso nervoso enquanto explicava.
━ E de qualquer forma, quem tem que revelar meus sentimentos para ela sou eu e não você ou outra pessoa ━ resmungou o Hyuuga por fim, parecendo apenas um pouco mal-humorado.
━ Oh. ━ Os lábios de Naruto formaram um perfeito círculo. ━ Ooooooh! Entendi. Caramba, você é romântico, hein, Neji! Não sabia que tinha um lado assim, hehe! ━ provocou ao amigo, dando uma cotovelada brincalhona nele.
Neji respondeu ao comentário com uma exasperação irritada.
━ Nesse caso, já que eu estou aqui, vou ajudar no ensaio! ━ falou, parecendo repentinamente motivado enquanto arregaçava as mangas e se posicionava na frente de Lee. ━ Eu ouvi um pouco do que você planejava dizer e estava pensando aqui, acho que ficaria ainda mais legal se você... ━ Naruto começou a falar sem parar, dando todos os detalhes sobre suas opiniões quanto à declaração e ao que deveria ser dito e feito lá na hora.
E agora, repentinamente, Neji estava preso com dois shinobis jovens que discutiam entre si coisas que ele deveria ou não dizer, enquanto também decidiam — por ele e sem pedir a opinião dele — que poses deveriam ser feitas.
O Uzumaki subitamente se ajoelhou na frente de Rock Lee enquanto exclamava um "é assim que se faz!" E começava a mexer as mãos dramaticamente, não falando coisa com coisa, mas tentando dizer algo romântico ali.
━ Mas o que é que você está fazendo? ━ indagou o Hyuuga, fazendo uma careta.
━ Te mostrando como deve ser feito ━ respondeu convictamente o loiro.
Isso não vai dar certo. Pensou.
━ Aí você desmaia nessa hora, sobrancelhudo.
━ Seria melhor se eu desmaiasse caindo para frente ou para trás?
━ Acho que lá na hora ela vai cair para trás.
Isso DEFINITIVAMENTE não vai dar certo.
E, com isso em mente, o rapaz balançou a cabeça em negação e começou a se retirar do local, desistindo daquela ideia estúpida.
━ Neji? Neji! Para onde você vai?
━ Vou deixar os sentimentos falarem por mim na hora.
━ O que?! Mas você não pode fazer isso!
Sim, ele pode.
E ele fez.
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🎨Retrato🎨
Deidara x Leitora
Resumo: Deidara pinta um retrato seu enquanto você dorme.
Avisos: Universo alternativo, estudantes de Ensino Médio.
Gênero: one-shot, comédia romântica, fluffy.
Palavras: 2.716
Postado também em: Wattpad & Spirit Fanfics.
Assobiando enquanto passeava pelo corredor movimentado da escola, você acenou e cumprimentou todos os rostos conhecidos que passavam, nunca desviando de seu caminho.
A luz quente do Sol irradiava por todos os cantos que conseguia tocar, penetrando pelas janelas escancaradas que enfeitavam quase todas as paredes azuladas do local e lançando a partir delas um brilho refrescante e comum de uma simples manhã no verão.
Soltando um suspiro, você parou na porta do Clube de Artes e leu — por completo capricho do costume — a placa que tinha logo ao lado dela, então adentrou o cômodo espaçoso e cheio de utensílios coloridos, já sabendo exatamente o que esperar do outro lado.
Deidara, que estava sentado em uma pequena cadeira de madeira posicionada de frente para um cavalete, deslizando preguiçosamente o dedo pela tela do celular, olhou na sua direção no momento em que ouviu a porta ser aberta. Você o fitou por um segundo, fez um movimento de cabeça cumprimentando-o e fitou o quadro completamente branco e desanimado que jazia na frente do rapaz.
━ Sem ideias do que pintar?
Ele esticou o canto dos lábios e revirou os olhos.
━ Novamente. Estou passando por um bloqueio criativo.
━ Imagino que estava no celular procurando ideias...? ━ Meio perguntou, meio afirmou, puxando uma cadeira para perto do balcão que tinha ali próximo e se sentando nela.
━ Tentando. Entrei no Pinterest para procurar inspiração, mas ainda não consegui encontrar nada que realmente me deu uma ideia impactante ━ explicou, desligando o celular e observando a tela branca. ━ Bom, enquanto não vem nada, vou pintar algum cenário qualquer, talvez floresça uma boa ideia do que fazer dessa maneira.
Encostando o corpo no balcão e apoiando a cabeça na mão, você observou silenciosamente o loiro guardar seu celular e começar a preparar a paleta de cores que iria usar, logo em seguida sujando a ponta do pincel com uma delas e começando a traçar suavemente linhas tortas pelo quadro. Era algo extremamente satisfatório de se ver, você amava assistir ele desenhando como se não existisse preocupação nenhuma no mundo além daquela que o instigava a continuar movendo o pincel.
Sua parte favorita do dia sempre fora essa: sentar-se confortavelmente em algum lugar enquanto contemplava o seu artista favorito criar obras-primas.
━ Você viu o que rolou na turma 2? ━ Puxou assunto minutos depois, quando recordou-se da informação, atraindo a atenção do seu companheiro.
Olhando na sua direção com aquele brilho curioso que você já estava tão familiarizada, Deidara deu um sorriso ladino.
━ Apenas ouvi boatos rasos aqui e ali, você sabe da informação completa?
━ E quando é que eu não sei?
━ Então, me conte tudo.
E essa foi a deixa mais do que perfeita para que vocês prosseguissem conversando pelos próximos minutos sobre toda a situação, compartilhando detalhes e opiniões, assim como pedaços de conversas que iam se conectando como um quebra-cabeça conforme o diálogo avançava. Era essa a rotina diária de fofoca que existia entre ambos, que já estavam acostumados a sempre se "atualizarem" quando podiam.
Em algum momento do bate-papo, o assunto desviou-se do tópico inicial e focou-se em Deidara, que tomou as rédeas da conversa e passou a ser 100% falante ativo, transformando-a em uma ouvinte 100% ativa também. Ele estava animado, falando sem parar sobre as coisas que lhe aconteceram na escola nos últimos dias, que eram justamente os dias em que você havia faltado.
O papo estava bom, engraçado até, divertido como sempre era quando se estava na presença do artista, e você estava tão confortável apoiada no balcão, que não conseguiu impedir que seu corpo relaxasse e o cansaço começasse a levar sua consciência embora. Quando deu por si, estava com as pálpebras pesadas e os pensamentos esvoaçantes, lutou para se manter acordada toda vez que percebia que havia cochilado, mas o resultado final foi inevitável.
Você dormiu ali mesmo, ouvindo a voz suave e animada de Deidara, que estava tão absorto no que falava ao ponto de não perceber que você já não ouvia mais nada mesmo depois de um bom tempo.
━ Aquela bruxa velha ainda teve a coragem de olhar para mim e falar que eu nunca ia ser alguém na vida se continuasse dormindo durante as aulas, acredita? ━ comentou em um tom recheado de indignação, enquanto trabalhava no contorno de luz e sombra do cenário que já estava quase completamente finalizado. ━ Logo ela me dizendo isso, ela que só sabe passar a aula toda falando daquele ex-marido mocoronga dela. Não passa um conteúdo que preste, mas ama fazer a sala de psicoterapia. ━ Bufou, irritando-se só de lembrar. ━ Ela fala tanto dele que até eu 'tô ficando com saudades desse infeliz.
Com um baque suave, Deidara largou o pincel na base do cavalete e guardou a paleta godê ao seu lado, analisando o cenário que acabara de fazer. Estava simples, era um mero início de projeto, um cômodo parcialmente vazio, apesar da riqueza nos detalhes, ainda parecia meio vazio, afinal, faltava o elemento-chave — que ele ainda estava tentando descobrir qual era — para completar aquela lacuna. Havia uma janela no centro da sala, e dela se estendia uma linha de iluminação que alcançava quase todo o quadro, fora uma das partes mais gostosas de se trabalhar naquele cenário para ele.
Franzindo o cenho e mordendo o lábio inferior de maneira contemplativa, o loiro soltou um zumbido pensativo e coçou o queixo.
━ Ainda não sei o que desenhar aqui... ━ comentou, deixando seus ombros caírem. ━ Ah, por falar nisso, vai ter um festival no colégio fundamental que fica lá perto da tua casa, nós deveríamos ir. O que você acha?
O silêncio se estendeu por um longo período na sala, enquanto Deidara puxava o celular para observar o horário e esperava sua resposta. Quando percebeu que ela tardou a chegar, ele se virou para trás, chamando seu nome.
Ao olhar na sua direç��o, Deidara se deparou com a sua figura adormecida. Seus braços estavam enroscados e apoiados no balcão e sua cabeça descansava no meio deles, alguns fios desordeiros de seu cabelo brincavam pela sua testa, caindo sobre seu rosto sereno e pacífico, era possível ver em todo o seu corpo o movimento da sua respiração lenta e harmoniosa. Do jeito que estava, você parecia imperturbável, como uma pintura renascentista; uma beleza efêmera detida em apenas um momento fugaz do cotidiano e merecedora de ser eternizada para sempre numa tela outrora branca.
Ele fechou os lábios lentamente e os apertou, indeciso quanto à maneira de prosseguir. Deidara hesitou um pouco, mas então ergueu-se do banco em que estava e se aproximou de você, puxando uma cadeira largada no canto do cômodo e trazendo-a para o seu lado. Ele sentou-se e inclinou-se na sua direção, observando-a de perto enquanto apoiava a lateral do rosto no punho.
Os raios solares banhavam a sua figura serena, dando a impressão de que você brilhava. Deidara não pôde deixar de apreciar cada pequeno detalhe seu que foi disposto a ele naquele momento, como a forma que seus lábios estavam entreabertos ou a maneira que sua bochecha estava imprensada contra seu braço, era tudo muito lindo para ele, muito importante, muito precioso para não ser contemplado. Sorrindo de maneira suave, o loiro ergueu a mão e teve todo o cuidado do mundo para ser gentil e não te acordar quando penteou os fios rebeldes de seu cabelo para o lado e os colocou carinhosamente atrás da sua orelha, tendo uma melhor visão de seu rosto.
"Fofo", foi o que ele pensou.
━ Olhando assim, nem parece que você se preocupa demais com tudo quando está acordada ━ sussurrou para si mesmo, alargando o sorriso enquanto deslizava as costas da mão pela sua bochecha esquerda — a que não estava imprensada —, e decorava a sensação da sua pele quente e macia contra a dele.
Encostando na ponta do seu nariz com o dedo, Deidara o deslizou por lá, brincando levemente e achando graça da maneira como seu nariz se contorceu com a sensação, e você soltou um resmungo mesmo dormindo. Foi naquele momento que uma ideia maravilhosa brilhou na cabeça do artista, que levantou a cabeça e apertou as sobrancelhas, então deu mais uma olhada em você, deixando suas orbes varrerem e tomarem conta de cada mínimo detalhe antes de voltarem para a arte inacabada na qual ele estava trabalhando.
Seus dentes surgiram por entre seus lábios quando ele os separou em um sorriso radiante ao se dar conta da musa magnífica que tinha consigo, a inspiração perfeita para o desenho perfeito.
Levantando-se da cadeira com animação renovada, Deidara se aproximou às pressas do quadro e retornou ao seu trabalho, tomando cuidado extra para não fazer nenhum barulho e acabar acordando-a. Ele preparou mais algumas novas cores na sua paleta e se virou para você de onde estava sentado, te visualizando daquele ângulo em que estava e tentando decorar tantos detalhes quanto possíveis para iniciar a arte.
Sua consciência voltou aos poucos para o seu corpo conforme você foi acordando de um sono incrivelmente pesado para alguém que estava sentado. Abrindo os olhos lentamente e com certa dificuldade devido ao quão pesados eles estavam, você soltou um bocejo e olhou em volta, meio atordoada.
A primeira coisa que notou foi o fato de que o Sol já não estava mais tão tímido quanto era antes de você adormecer, agora ele brilhava forte e ousado, clareando de uma maneira quase ofuscante. Você olhou para a janela e, com a mente ainda lerda e meio dopada, se questionou quanto tempo havia se passado, puxou o celular do bolso e piscou algumas vezes enquanto buscava mais coerência de raciocínio. No momento em que viu a hora, todo e qualquer resquício de sono que tinha no seu sistema se dissipou em um só segundo e você acordou de verdade, de corpo e alma, praticamente saltando da cadeira.
━ Meu Deus! O intervalo já acabou faz tempo! ━ Desesperou-se com a ideia de ter perdido mais de uma aula só naquele cochilo.
━ Relaxa, eles liberaram a gente depois do recreio para os preparativos do JEBRA, lembra?
Você parou instantaneamente e se permitiu soltar um suspiro, voltando a se sentar e passando uma mão pelo rosto.
━ Ah, é verdade. Os Jogos Escolares Brasileiros no Japão... ━ murmurou, lembrando-se de que a data do evento já estava próxima. ━ Mas eu sou brasileira também, deveria estar ajudando nos preparativos ━ choramingou, deitando a cabeça e escondendo o rosto nos braços.
━ (Nome), você é a pessoa mais sedentária que eu já vi na vida. Vai fazer o que no meio de um evento de esportes? ━ disse o loiro, com uma calma que lhe deu nos nervos.
━ Não é porque eu não vou participar dos jogos que eu não posso ajudar por trás dos holofotes! Eu preciso apoiar o restante dos meus que vão estar no meio dos holofotes! ━ defendeu-se, levantando a cabeça e fitando as costas do rapaz, que ainda trabalhava no desenho.
━ Você se preocupa demais, (Nome). Se acalma um pouco aí e tira mais um cochilo.
Você bufou e cruzou os braços.
━ Se eu fosse seguir todos os seus conselhos, Deidara, eu já estaria na cadeia.
Ele virou para você apenas por um momento para te mostrar a língua.
━ Seu patife! ━ Você exclamou e então riu ao perceber a situação do seu companheiro, que tinha tinta espalhada até pelo rosto. Você não sabia como ele conseguia a proeza de sempre terminar suas obras de arte todo colorido. ━ Você está todo pintado. ━ Apontou para ele, gargalhando.
Deidara, que já voltara a se concentrar no seu desenho, sequer se preocupou em fitar você, concentrado demais no movimento que traçava com o pincel.
━ Não sufoque o artista, faz parte do processo ━ falou em um tom baixo, a concentração visível até mesmo na sua voz.
Curiosa, você esticou o pescoço e tentou ver o que ele desenhava, só verdadeiramente então prestando atenção no quadro. Conseguindo capturar uma parte da arte, suas sobrancelhas se ergueram e você se levantou, se aproximando dele. A figura que Deidara desenhava era estranhamente familiar.
Se inclinando por cima do ombro do loiro, você observou de perto, surpresa ao se ver na arte.
━ 'Tá desenhando o quê? ━ interrogou, querendo ter certeza de que estava vendo certo.
Deidara demorou para responder, finalizando a última parte.
━ Você.
Um perfeito círculo se formou na sua boca conforme você se atentava à enxurrada de sutilezas e detalhes que fora acrescentado ao decorrer da arte. Deidara havia visivelmente caprichado em desenhar você de maneira fiel à visão que ele provavelmente tinha sua enquanto dormia. A iluminação que te adornava fazia parecer que você própria era um raio do Sol. Deidara traçou sua feição e o jeito como você descansava contra o balcão de tal maneira que lhe deixou com um ar delicado e elegante, como se você fosse alguma princesa presa em um encanto de sono profundo.
Suas bochechas esquentaram involuntariamente e você se viu encantada, deslumbrada com aquele desenho seu. Pigarreando um pouco enquanto disfarçava o constrangimento em sua voz, questionou:
━ Você me desenhou enquanto eu dormia?
━ Sim.
━ Seu tarado...
Ele soltou um barulho, como se você tivesse acabado de ferir seu ego.
━ Tarado, não! Eu tenho olho biônico quando o assunto é encontrar algo bonito para pintar ━ respondeu como se fosse a coisa mais óbvia do mundo, fazendo seu rosto esquentar ainda mais. Você agradeceu profundamente o fato de Deidara ainda estar distraído demais na própria obra para notar o rubor que te atacava.
━ Hm.
Seu coração estava uma mistura de leveza alegre e surto bagunçado, era algo que te emocionava profundamente saber que Deidara pensou em você como uma musa. Ter um desenho seu feito com tanta apreciação e amor te enternecia e fazia uma sensação quente borbulhar por todo o seu interior. Era como se esse artista de mão cheia que te fazia companhia estivesse disposto a fazer de tudo para que você se apaixonasse cada vez mais e mais por ele.
O silêncio caiu sobre a sala e reinou por longos minutos, na qual vocês dois permaneceram quietos, contigo acompanhando o trabalho dele, até o loiro dar sua última pincelada no quadro.
━ Gostou? ━ As orbes dele, tão azuladas quanto o próprio oceano, procuraram as suas, buscando validação.
Você correspondeu ao olhar, então soltou um suspiro e ficou reta novamente, fitando o desenho agora finalizado.
━ Ficou maravilhoso... Eu amei ━ admitiu com sinceridade, dando um pequeno sorriso genuíno e apreciativo. Dessa vez, você não se importou em deixar que ele visse o seu rubor.
Os globos oculares cristalinos do rapaz brilharam em satisfação com a resposta, como se fosse algo extremamente importante vindo de você. Ele correspondeu ao seu sorriso de uma maneira inicialmente fofa, que foi se tornando orgulhosa e confiante pouco depois.
━ É claro que ficou! Fui eu que fiz, afinal ━ disse, empinando o nariz. ━ Tudo que eu faço fica... b-b-b-boni... ━ Deidara travou no momento em que sentiu seus lábios acariciarem a bochecha dele em um beijo carinhoso, deixando-o confuso e sem nenhuma reação além de corar fortemente.
Você demorou seus lábios lá por um momento, antes de afastar e acariciar o local onde havia beijado, que era também onde ele estava manchado de tinta, traçando uma linha com o seu dedo por sua pele, deleitando-se com a atitude repentinamente tímida do rapaz.
━ O que dizia?
Ele não respondeu, mas resmungou algo incongruente e inaudível. Você riu, observando a ponta da orelha de Deidara ficar carmesim, e envolveu os braços em seu pescoço, abraçando-o. Demorou um pouco, mas Deidara contribuiu ao seu gesto com um pequeno beijo no seu braço.
Você apoiou a cabeça no ombro dele e ambos ficaram assim, aconchegados um no outro em um silêncio confortável enquanto observavam a obra de arte de Deidara. Ocasionalmente a sala era preenchida pelo barulho de alunos passando pelo corredor e conversando.
Você separou os lábios depois de um tempo, brincando com um fio do cabelo dourado de seu namorado distraidamente enquanto apertava os olhos.
━ Sabe, eu não sou tão frufru desse jeito não ━ comentou de repente. ━ Você me aviadou demais nesse desenho.
Deidara franziu o cenho e virou o rosto para você, fazendo uma careta confusa.
━ Eu te o quê?
Você sorriu e deu de ombros.
━ Esquece. Gíria brasileira, você não entenderia.
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❄️ Chuva de Neve ❄️
Hoshigaki Kisame x Leitora
Resumo: Kisame está emburrado porque não pode nadar no lago e você decide convencê-lo de que o inverno é tão legal quanto o verão.
Avisos: Nenhum, apenas um pouco de fluffy para adoçar nossas vidas.
Gênero: one-shot, comédia romântica.
Palavras: 3.371
Postado também em: Wattpad.
Era inverno. Os animais hibernavam e o clima era negativo. Se isso era bom ou ruim? Bom, dependia da opinião de cada um.
Mas uma coisa era certa: estava frio.
Estava tão frio que qualquer água, ao ser jogada no ar, congelaria em uma questão de segundos. Tão frio que a neve caía como um batalhão sem fim e acumulava-se em todo lugar que conseguia tocar da Terra. Tão frio que não era possível ver uma grama sequer, nenhum resquício de verde, apenas branco e mais branco, camadas de branco se afundando toda vez que alguém pisava no chão.
E não importava o quão frio estivesse, o quão hipotérmico uma pessoa comum ficava só de pensar em água, o infeliz do Kisame ainda lamuriava e lamentava a perda do amor da vida dele.
O amor da vida dele, era assim que esse desmiolado chamava um lago que tinha próximo ao esconderijo. Sim, um lago!
Lago este que, aliás, estava certamente, totalmente, completamente, indubitavelmente congelado. E é claro que o Hoshigaki não aceitou esse fato muito bem, afinal, sempre que surgia uma oportunidade, ele se jogava de corpo e alma naquele poço de água cristalina. A frequência com a qual se banhava lá era tão grande que você tinha certeza de que todos os peixes que residiam ali o conheciam muito bem. Inclusive, podia jurar que já o pegara conversando com um peixe pequeno e que ele o tinha apelidado de Kero.
Então, é óbvio que, quando você o encontrou agachado na borda do lago congelado, choramingando pela vigésima nona vez só naquela semana, não se surpreendeu nem um pouco.
━ O que foi dessa vez? ━ perguntou mesmo já sabendo a resposta, era um jeito fácil de iniciar conversa.
━ O lago ainda está congelado ━ respondeu, emburrado.
━ Realmente ━ concordou, olhando na mesma direção que ele. ━ Fica lindo assim, não acha? ━ questionou, só para ver a reação dele.
━ Não, não fica! ━ negou quase instantaneamente, parecendo ultrajado. ━ É horrível! Não dá para nadar nele desse jeito!
Você soltou um suspiro e se agachou ao lado dele. Kisame voltou a olhar para frente, com a cara amarrada, ignorando a olhada pensativa que você dava na direção dele.
━ Kisame, você não gosta do inverno?
━ Não.
━ É, percebi. Toda vez que chega nessa época do ano, você fica assim ━ comentou, dando um empurrão leve no ombro dele.
━ As coisas sempre são paradas no inverno, eu prefiro o verão.
━ Você está sendo meio injusto, sabia disso? ━ falou enquanto abraçava os próprios joelhos. Você estava confortavelmente protegida pelo manto da Akatsuki e um bom cachecol grosso que se enrolava no seu pescoço, e ainda assim sentia frio. ━ Acha que as coisas são "paradas", mas isso é só porque você escolhe enxergar elas desse jeito. Sua visão é muito limitada! ━ criticou-o com sinceridade.
━ Eu sei que você é do tipo de pessoa que gosta do inverno, inclusive eu não consigo entender o porquê disso, já que você está sempre tremendo o queixo de tanto frio nessa estação; mas isso não vai funcionar comigo, detesto neve.
Você o encarou como se ele tivesse dito algo ridículo.
━ Gosta de água, não gosta? Então deveria saber que neve é só uma forma vaporizada da água! Você está sendo preconceituoso, se gosta da água, deve gostar dela em todos os estados!
Em contrapartida, Kisame lhe observou como se uma nova cabeça tivesse surgido no seu pescoço.
━ O que é que isso tem a ver?
━ Tem tudo a ver!
━ Por que, do nada, estamos tendo essa conversa?
━ Porque eu, como uma pessoa que ama o frio, estou ofendida com a sua opinião!
━ Bom, como uma pessoa que ama o calor, eu estou ofendido com a sua ofensa!
Você inflou as bochechas e o fuzilou com o olhar, Kisame fez a mesma coisa e ambos permaneceram desse modo, imóveis, até o momento em que você se levantou em um pulo e botou as mãos na cintura.
━ Muito bem! Eu me comprometo a te fazer mudar de opinião. Vou mostrar para você o lado bom do inverno!
Ele arqueou uma sobrancelha.
━ E como pretende fazer isso?
━ Com uma lista!
━ ... Uma lista?
━ É! Uma lista das melhores coisas que só podemos fazer quando estamos no inverno. Anote aí...
━ Não tenho nenhum papel comigo.
━ Se vira. Decora!
━ Hein?
━ Número um: fazer anjo na neve. Número dois: fazer boneco de neve. ━ Começou a listar oralmente, levantando um dedo para cada contagem. ━ Número três: fazer uma guerra de bola de neve. Número quatro: ficar agarradinho na pessoa que ama porque está frio e essa é a desculpa perfeita para abraçá-la por longas horas. Número cinco: tomar um bom chocolate quente com marshmallow...
━ Não precisa fazer frio para tomar chocolate quente e definitivamente não precisa fazer frio para abraçar alguém que gosta.
━ Sim, mas a sensação de fazer isso no verão não é a mesma. Há algo mágico em fazer isso quando se está frio.
Kisame abriu a boca para protestar, mas lhe faltou argumentos, então ele ponderou, fechou a boca e acenou, admitindo derrota silenciosamente.
━ Número seis: poder se aconchegar em um edredom confortável durante todo o dia. Número sete: usar um cachecol estiloso. Número oito: usar roupas de frio estilosas. ━ Você parou e silenciosamente recontou cada uma das coisas, averiguando se não estava esquecendo de nada. ━ E acho que só, não me vem mais nada à mente... É, por enquanto é só isso. Já decorou?
━ Ainda nã...
━ Ótimo, então vamos. ━ Puxou-o para cima impacientemente até que ele estivesse de pé, depois começou a puxá-lo para longe do lago.
Kisame apenas aceitou a situação e se deixou ser levado, mas não antes de dar uma última olhada de despedida no queridíssimo lago dele.
Quando vocês pararam de andar, estavam em um campo aberto, havia várias árvores banhadas de neve pelos arredores, mas elas não se estendiam até onde vocês estavam.
Kisame olhou ao redor, curioso.
━ Qual é o plano?
Você apontou para o chão.
━ Você vai deitar ali e desenhar um anjo.
O Hoshigaki fitou o chão, voltou as orbes para a sua figura e piscou.
━ Como?
━ Observe e aprenda!
Sorrindo de maneira brincalhona, você se deitou de barriga para cima e abriu bem as pernas e os braços, assim como uma estrela. Balançou-os para cima e para baixo contra a neve fofa, sentindo uma leveza jorrar de seu peito, era como se você fosse transportada para a sua infância, onde não existiam preocupações e nem responsabilidades sempre que brincava daquele jeito na neve. Era como nadar em um mar de memórias boas e confortáveis.
Depois de alguns segundos fazendo isso, você julgou ser o bastante e levantou-se novamente, batendo no seu manto para tirar o excesso de neve e depois apontando para a obra-prima que havia desenhado com o corpo.
━ Contemple minha arte!
O homem deu um sorriso soprado.
━ Você falou que nem o Deidara agora.
Estufando o peito orgulhosamente, você riu e pediu para ele imitá-la, ao que ele respondeu com um simples gesto de coçar o queixo, como se questionasse a si mesmo silenciosamente se deveria ou não fazer isso. No final, ele deu de ombros e cedeu ao pedido.
━ Ok... agora é só balançar as pernas e os braços simultaneamente?
Você aquiesceu. Kisame olhou para o céu branco que se estendia infinitamente e hesitou, então começou lentamente a fazer os movimentos.
━ Isso é ridículo.
━ Não, não é. Isso é diversão! ━ Observando a cena com atenção para se lembrar de todos os detalhes dela mais tarde, você se agachou perto dele e apoiou a bochecha na palma da mão.
━ Que sensação esquisita...
━ É bom, não é? A neve é bem fofinha.
Ele virou a cabeça na sua direção e fitou seu rosto, franzindo o cenho, então suspirou e fez uma careta.
━ É macia, mas é esquisita. ━ Ele continuou fazendo por algum tempo, até que voltou a falar: ━ Já posso parar?
Você concordou com a cabeça e Kisame se levantou, batendo no próprio manto igual você fizera antes. Voltando a cabeça para trás, o Hoshigaki observou o desenho que fizera.
━ O meu 'tá melhor que o seu.
Ele riu baixinho e você deu um soquinho nele, sorridente.
━ Não abuse da minha boa vontade.
━ É, mas 'tá mesmo! O meu ficou mais alinhado, olha! ━ Apontou de um para o outro.
━ Pelo menos você está pegando a ideia da coisa toda ━ falou, dando uma piscadela na direção dele, que semicerrou as pálpebras, desconfiado.
━ Certo, vamos para a número dois agora! ━ Bateu palminhas e saiu puxando-o.
━ Estamos indo para onde agora? ━ questionou, confuso.
━ No esconderijo, buscar algumas cenouras e botões.
━ Cenouras e botões?
━ Iremos precisar para o boneco de neve! ━ disse, animada.
━ Ah, é mesmo. Ainda tem essa. ━ Pausa rápida. ━ Já vou avisando que não sei fazer isso...
━ Não tem problema, a gente dá um jeito! Não é difícil de qualquer forma.
Ele te olhou com um ar de desacreditado, mas deu de ombros e foi em busca das cenouras.
Cerca de trinta minutos depois, vocês dois estavam soltando gargalhadas em conjunto, com neve presa até no cabelo e com dois bonecos de neve bem-feitos logo à frente. Ao redor de vocês, havia mais uma coletânea de bonecos de neve mal feitos, tentativas anteriores tragicamente falhas.
━ Pronto, aí está! ━ anunciou o óbvio, tentando recuperar o fôlego da risada incontrolável que vinha tendo nos últimos minutos.
━ Você não disse que era fácil?
Deixando de apoiar as mãos nos joelhos para ficar ereta e olhar na direção dele; você ergueu um dedo para o alto.
━ Seres humanos cometem erros, ok?
━ Isso aqui quase não sai ━ disse, erguendo os braços na direção dos dois bonecos de neve.
━ Pois é. Ninguém mandou você ser ruim nessas coisas.
Ele apontou para si mesmo, insinuando estar ofendido.
━ Eu sou ruim?!
━ É sim!
Como se não precisasse de palavras para expressar o que queria dizer, Kisame balançou o braço na direção dos outros bonecos, especificamente na direção dos seus.
━ Ah, não. Nem vem que isso não conta! ━ defendeu-se
━ Bom, acho que isso é prova suficiente de que o calor é melhor. Sem neve, sem oportunidade para bater cabeça tentando fazer bonec... huff! ━ Antes que ele terminasse de falar, você já estava jogando uma bola de neve na cara dele; o que resultou no Kisame cuspindo branco. ━ Você está tentando me matar?!
━ Terceira coisa da lista! ━ Ergueu três dedos na direção do Hoshigaki. ━ Guerra de neve!
Após se recuperar do ataque repentino, Kisame sorriu de maneira competitiva e se agachou, pegando uma boa quantidade de neve.
━ Ah, é? Então é melhor você se preparar porque eu não vou ser bonzinho.
Você arregalou os olhos quando viu o tamanho da bola que ele projetava com as mãos. Dando um grito sincero, você correu para longe, prezando pela sua vida.
━ Não foge não!
Deitados lado a lado no chão, enquanto respiravam pesado e de maneira ofegante, vocês dois riam sem parar.
━ 'Tá vendo só? Você se divertiu! Minha lista está dando certo! ━ comentou quando finalmente conseguiu acalmar a gargalhada.
━ Não vai ficar se achando ━ Kisame bufou, pegando um punhado de neve na mão e jogando na sua direção. Você observou os farelos caírem como em uma valsa em cima de você, daquele jeito que olhava, parecia que eles também caíam do céu.
━ Vamos prosseguir com a lista! ━ decidiu animadamente.
Kisame virou para o lado e apoiou a lateral do rosto em uma única mão, fitando sua silhueta deitada.
━ A última foi a número três, qual é a número quatro? ━ perguntou o homem enquanto traçava desenhos preguiçosos pela extensão da Samehada.
Juntando as mãos perto do peito, você olhou para ele e depois retornou as orbes para o céu, franzindo o cenho pensativamente.
━ A número quatro é... ━ Suas sobrancelhas foram lentamente se arqueando para cima conforme você se recordava. ━ Vamos pular direto para a número cinco.
━ O que? Por quê? ━ Você se recusa a responder. Ele insiste: ━ Qual é a número quatro?
━ Número cinco ━ falou, dando ênfase no intuito de calar suas perguntas, mas logo se atrapalhou quando percebeu que lhe escapou a memória o que havia listado neste número. Demorou-se alguns segundos tentando lembrar. ━ ...chocolates quentes com marshmallows, isso! Lembrei. Vamos lá fazer um!
Kisame fez uma careta, como se considerasse se continuaria a questionar sobre ou se só ignoraria. No final, a barriga acabou vencendo a curiosidade e ele aceitou.
Vocês se dirigiram para a cozinha do esconderijo, no caminho foram interrogados por Hidan sobre o "entra e sai" dos dois na base, na qual Kisame rebateu perguntando se ele era fiscal de vocês e você respondeu que iriam fazer chocolate quente. Resultado? Acabara que os três foram para a cozinha se deliciar de uma boa bebida quente; você preparou o seu primeiro para demonstrar ao Hoshigaki e ensinar como se fazia, em seguida, os dois homens prepararam os seus respectivos copos, com a única complicação de que Kisame era um desastre na cozinha — e é claro que Hidan deu boas gargalhadas e se divertiu às custas desse detalhe, zombando dele.
Findou que, antes de terminarem suas bebidas, Kakuzu adentrou a cozinha e saiu arrastando Hidan para uma missão, este que teve que engolir de uma só vez o chocolate quente antes de se despedir, deixando novamente vocês dois a sós.
E um pouco mais tarde disso, enquanto você balançava as pernas no balcão e sentia um marshmallow se dissolver na sua boca, ouviu seu parceiro afirmar:
━ Sabe, acabei de me lembrar qual é a número quatro.
Você se engasgou imediatamente.
━ Que?
Ele te deu um olhar ladino.
━ Abraços, né?
Você gemeu em constrangimento e abaixou a cabeça, botando uma mão no rosto.
━ Por favor, vamos esquecer esse.
━ Por quê?
━ Eu falei no impulso, vamos direto para a número seis.
Ele apontou um dedo em riste na sua direção e falou: ━ Você está burlando sua própria lista?
━ Estou fazendo alterações. É diferente!
O Hoshigaki apoiou o rosto na palma da mão.
━ E qual é a número seis?
━ Cobertores quentes e confortáveis ━ revelou, bebendo mais um gole do seu chocolate quente.
Ele soltou um barulho pensativo em resposta, olhando para baixo logo em seguida.
━ Creio eu que nossos mantos já servem como cobertores.
Você dirigiu suas orbes para as suas próprias vestimentas também, ponderando.
━ Então vamos tirá-los.
Kisame deu de ombros e se levantou da cadeira, abrindo o zíper do manto dele. Você fez o mesmo e, prontamente, ambos estavam sem o uniforme da organização.
Você juntou o tecido em suas mãos e deu uma espiada na silhueta de seu companheiro, era sempre uma surpresa agradável vê-lo sem o manto, tomou consciência de alguns detalhes que sempre julgava chamativos de seu peitoral e logo em seguida voltou a atenção para o manto que dobrava em seus braços, disfarçando.
Ao terminar de dobrar o próprio manto, Kisame pegou o seu e os enfiou debaixo do braço.
━ Vou pegar as cobertas ━ explicou antes de se retirar da sala.
Você aquiesceu, murmurando um baixo "valeu". Voltou para o balcão no momento em que ficou sozinha no cômodo e pegou sua xícara, bebericando seu chocolate quente.
Enquanto esperava o retorno do azulado, você apreciou silenciosamente sua bebida, dando goles pausados e demorados.
Uma melúria escapou de seus lábios quando percebeu que a bebida tinha acabado. Triste com a chegada inevitável do fim, você colocou o copo na pia e ponderou se deveria lavar agora ou deixar para depois.
Distraída demais para sequer perceber a chegada discreta de Kisame, você só reparou quando sentiu um cobertor suave cair sobre seus ombros e se enrolar no seu corpo, antes de mãos grandes e fortes puxarem seu corpo repentinamente para cima, tirando seus pés do chão.
Soltando um grito surpreso, você arregalou os olhos na direção de Hoshigaki, que agora apoiava seu corpo — ainda enrolado na coberta — no estilo nupcial.
━ Kisame! ━ Repreendeu-o enquanto ele andava para sabe Deus onde. ━ O que você está fazendo?
━ Número quatro: abraçar a pessoa que gosta.
Foi a única resposta que ele deu.
Você gemeu em constrangimento e deixou a cabeça cair para trás, mas, apesar de tudo, tinha surgido um pequeno sorriso no seu rosto.
━ A número quatro e a número cinco têm a ver com ficar aconchegado, então eu acho que dá para mesclar as duas coisas numa só ━ comentou, sentando-se no sofá da sala e te apoiando no colo dele, ainda enrolada no cobertor.
Você soltou um suspiro e ficou em silêncio por um momento, pensativa. Um sorriso surgiu em seu rosto e você aceitou com ânimo a situação após alguns segundos, concordando.
━ Neste caso, você está fazendo errado... ━ comentou, dando um jeito de se desenroscar do coberto, então se virou para trás e o jogou por cima dos ombros largos do mais alto, enrolando o tecido fofo e cor de musgo ao redor de vocês dois. ━ É assim que deve ser feito.
Acomodou-se perto do homem e permitiu que o calor dele te envolvesse, que a temperatura de ambos seus corpos se fundissem. Você derreteu contra o peitoral dele e agradeceu ao inverno por aquele momento maravilhoso. O frio que vinha de fora e adentrava por entre as portas e frestas parecia não penetrar o pequeno escudo que vocês formavam. A satisfação floresceu em seu peito quando você finalmente tinha todas as partes de seu corpo igualmente esquentadas, nada de vento gélido escapando por entre as aberturas do manto, apenas a calidez de Kisame e do cobertor.
O azulado também soltou um suspiro satisfeito — embora você tivesse certeza de que o infeliz não sentia frio — e deitou o queixo no topo de sua cabeça.
━ Estou começando a gostar desse negócio de inverno e neve... mais ou menos ━ admitiu ele; você não pôde deixar de gargalhar.
━ É claro que sim! Eu disse, não disse? E mulher não mente!
Ele soltou uma quantia de ar pela boca e ergueu uma sobrancelha, a qual você não percebeu pois não via o rosto dele naquela posição.
━ Eu tenho mil e uma situações que facilmente refutariam essa afirmação.
━ Não ouse falar nenhuma delas.
Ele apenas riu e a conversa morreu ali mesmo. Vocês permaneceram no aconchego dos braços um do outro por um bom tempo, apenas em silêncio, apreciando a companhia, até que, depois de um longo período sem falas, você soltou um ar de ponderação e disse:
━ Agora a número sete... ━ Parou de falar e franziu o cenho, pensando. ━ O que era mesmo a número sete? Não consigo me lembrar.
Ele soltou um resmungo, se mexendo um pouco e te puxando para mais perto.
━ Ah, tanto faz. Também não lembro quais eram as outras. Elas não importam, vamos simplesmente considerar que já fizemos ━ decidiu, claramente não querendo se levantar para nada.
Você não poderia concordar tanto com isso.
[MESES DEPOIS]
━ FINALMENTE!
Você levantou os olhos do jornal que lia.
━ FINALMENTE! FINALMENTE COM TRÊS EXCLAMAÇÕES! ━ repetiu mais uma vez a voz, apreciando a brisa do sol e olhando para o céu com uma excitação quase palpável. ━ FINALMENTE O VERÃO CHEGOU! ━ E com essa declaração, Kisame correu para o seu tão amado lago e pulou nele, fazendo um tibum audível e espirrando água para todos os lados.
A cabeça dele surgiu na superfície depois de um tempo, ele estava todo molhado e com um sorriso que ia de orelha a orelha no rosto.
━ Como é bom sair da abstinência de lagos! ━ Exclamou para si mesmo, jogando o corpo para trás e começando a boiar na água.
Você balançou a cabeça em negação e soltou um suspiro, baixando os olhos para o jornal novamente e voltando a se recostar na árvore na qual estava.
Kisame voltou ao seu habitat natural. Pensou, bebendo um gole do chocolate quente que havia trazido consigo para acompanhar sua leitura.
Quando a bebida quente passou pela sua garganta, você fez uma careta e olhou para a xícara.
Realmente, chocolate quente fica melhor no inverno do que no verão.
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5 Formas de Se Declarar no Dia de São Valentim! (NEJI HYUUGA x LEITORA)
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Avisos: Nenhum
Palavras: 2.878
QUINTA FORMA — SEDUÇÃO E DELICADEZA
Mais tarde, naquele mesmo dia... você estava largada na cama, ânimo zero.
O Sol já havia batido o ponto e se retirado do serviço, dando espaço para a Lua. A noite mal começara, mas já havia um tanto de estrelas brilhando no céu, impacientes demais para esperar até que escurecesse totalmente; miríades de um tom azulado vivo que, conforme as pinceladas de um pintor divino avançavam, iam se transformando em um tom mais escuro, enfeitavam a abóbada celeste. Os sons de animais que cantarolavam alegremente e cultivavam a noite com uma alegria louvável enquanto apreciavam a sua hora favorita do dia eram audíveis e passeavam pelo cenário lá fora, adentrando sua janela aberta e brincando pelo seu quarto, sorrateiramente servindo como um lembrete maldoso para você de que já estava chegando ao fim, de que você havia falhado.
Miseravelmente falhado, em todas as tentativas falhado. Até agora, você só conseguiu conquistar mais e mais falhas, um peso enorme para se carregar nas costas, tão enorme que você mal saiu da cama desde aquele incidente de mais cedo, aquele fiasco que aconteceu durante a tarde... Foi deplorável, não tinha outra palavra para descrever.
Não, não, você retirava o que tinha dito, acabara de pensar em uma palavra nova para descrever: Vergonhoso.
Terrível.
Catastrófico.
E quanto mais pensava nisso, mais palavras surgiam à mente, até chegar a um ponto em que você teve que parar e forçar a sua voz interior a ficar quieta, pelo bem da saúde mental que ainda tinha.
Levantando a cabeça do travesseiro ainda úmido por conta de um chororô que durou até demais — na sua opinião — você olhou para cima e viu que seu quarto já estava ficando escuro, com exceção da pouca luz que vinha da janela aberta, oriunda de alguns postes próximos na rua e da própria Lua.
Jazera neste quarto, definhando, há tanto tempo que sequer sabia que horas tinham se passado desde então. A única coisa que sabia era que, às vezes, a sua própria companhia era terrível de se apreciar, porque seus pensamentos a corroíam, a dilaceravam, a cortavam em pedaços e preparavam para o jantar. Aquela voz interior insistia em botar a culpa de tudo em você, e aquelas palavras que vinham de si própria a consumiam.
Quando mais um pensamento infeliz lhe veio à tona, você suspirou e levantou-se, decidindo dar uma caminhada para espairecer. Olhava para a visão do lado de fora da janela, antes de fechá-la.
Era fato que estava desanimada, muito desanimada; mas ficar ali deitada sem fazer nada estava lhe deixando ainda mais para baixo. Você queria fazer alguma coisa para distrair sua mente do fracasso que fora a missão de se declarar, e andar poderia ajudá-la, respirar o ar fresco da noite e observar as estrelas, quem sabe?
Deu uma breve pausa para se olhar no espelho do banheiro, averiguando se estava com os olhos visivelmente inchados. Não estava. Satisfeita, saiu de seu apartamento e pulou as escadas direto para o chão das ruas de Konoha.
Você começou a caminhar, sem pressa, um passo de cada vez. Sugando uma boa quantia de ar para dentro da boca e então a soltando, observou a vila, os lugares por onde passava, as pessoas que via.
Criou uma pequena brincadeira de ficar tentando adivinhar o nome das pessoas e até mesmo dos animais domésticos que encontrava pelo caminho, apenas uma maneira boba de ocupar a cabeça com outra coisa que não fosse aquilo.
E enquanto você tentava se decidir se o nome perfeito para um velho senhor careca que ensinava seu neto a jogar shogi seria Antônio ou Raimundo, avistou uma cabeleira rosa na sua visão periférica que lhe tirou do devaneio de sua escolha.
Olhando na direção dela, você instantaneamente reconheceu o lugar pelo qual estava passando nesse exato momento; bem como as pessoas que estavam plantadas na frente dele. Eram Sakura e Ino, em frente à floricultura Yamanaka Flores.
Você se aproximou e percebeu que elas pareciam meio ocupadas, aparentemente Sakura estava ajudando Ino a carregar alguns vasos de flores para dentro da casa, havia alguns vasos ainda depositados no chão do lado de fora.
━ (Nome)! Como vai? ━ Sakura notou sua presença antes mesmo que você pudesse se manifestar, parando de lado e lhe oferecendo um sorriso.
Ino fez o mesmo assim que a ouviu, olhando na sua direção e se animando.
━ Há quanto tempo, amiga! Por onde esteve?
Estive tentando fisgar o Neji... e estive falhando nisso também. Pensou, mas manteve essa resposta para si.
━ Estive ocupada com algumas coisinhas e algumas missões... ━ respondeu, meneando a cabeça em reconhecimento à saudação delas. Não era mentira o que dissera, realmente veio estando ocupada durante o último mês com missões simples e curtas, porém frequentes.
Somente no início do mês atual é que veio ter algum descanso... em partes.
━ Querem mais uma mão amiga? ━ Se ofereceu para ajudar, olhando para os vasos que elas seguravam.
━ Adoraríamos, na verdade. Obrigada! ━ Ino concordou imediatamente, grata por não ter que fazer o trabalho sozinha.
Arregaçando as mangas, você se agachou e pegou um que continha uma flor amarela. Vocês trabalharam em conjunto em um silêncio agradável por alguns segundos, até que Ino e Sakura começassem a conversar entre si. Você passou um bom tempo apenas ouvindo-as divagar sobre diversos tópicos, se divertindo do seu próprio jeito com aquilo, até que chegou naquele tópico. O temido.
Elas começaram a falar sobre romance!
Ai, meu Pai amado. Pensou, ficando desconfortável a princípio; mas depois de um tempo curto escutando aquele papo, sentiu-se instigada e falou para elas sobre toda a sua situação e seu plano.
No final, perguntou, curiosa:
━ Se estivessem no meu lugar, o que vocês fariam para se declarar?
As duas escutaram atentamente e se entreolharam, então, Ino deu um sorriso felino e guardou um vaso organizado e cheio de detalhes em um canto estratégico da floricultura, de maneira a chamar atenção, antes de se virar na sua direção e falar:
━ Para conquistar o Neji, você precisa seduzir ele, entendeu? Se-du-zir. ━ Movendo os lábios lentamente, ela soletrou.
Você inclinou a cabeça para o lado lentamente.
━ Hã?
━ Assim, olha. ━ Ela pegou no próprio cabelo amarrado e o jogou sedutoramente para o lado, fazendo-o balançar levemente.
Você apertou os olhos enquanto observava.
━ Você precisa usar sua beleza como uma arma letal e atraí-lo direto para a sua armadilha!
━ Armadilha...?
Uma gota d'água começou a descer pela sua cabeça. Da última vez que usamos armadilha, o resultado não foi muito satisfatório...
Botando a mão na testa e soltando um suspiro exasperado, Sakura negou com a cabeça, demonstrando decepção.
━ Isso não faz sentido nenhum.
A Yamanaka e você olharam na direção da rosada ao mesmo tempo.
━ O que você quer dizer com isso? ━ a loira questionou, na defensiva.
━ Não escute o que ela diz, (Nome). Basta você se declarar para o Neji de forma doce e delicada, utilizando palavras sinceras e que despertem alguma emoção nele.
Ino cruzou os braços e bufou.
━ Credo, que brega.
Uma veia estourou na testa de Sakura no momento em que ela fechou a cara em uma careta irritada.
━ Não é brega! ━ Ela te fitou, botando a mão espalmada em cima do próprio coração. ━ Eu acredito que a autenticidade dos seus sentimentos é a chave para conquistar o coração de Neji.
━ Quanta besteira! ━ Ino levantou um dedo em riste na sua direção. ━ Você tem que mostrar o lado mais ousado da sua personalidade, o lado mais confiante! Você precisa fazer uma declaração audaciosa e utilizar de seu charme e beleza para atrair a atenção dele.
━ Não é assim que se faz, Ino!
━ É assim que se faz, sim! Para fisgar um homem, é preciso seduzi-lo! Confiança e atitude positiva vindo dela farão a diferença na hora da declaração, e não essa melindrosidade toda!
A Haruno já estava tão irada que era possível ver fumaça saindo de seus ouvidos.
━ Essa palavra sequer existe?!
A Yamanaka deu de ombros.
━ E isso importa?
Você ficou alternando o olhar de uma para a outra, tendo dificuldades em seguir a discussão.
━ Ela precisa ser delicada e não se jogar em cima dele!
━ Ela não vai se jogar em cima dele, ela vai seduzir ele!
━ É a mesma coisa!
━ Não é, não! Homens não gostam dessas coisinhas de palavras fofas, eles gostam de ação!
Sakura rangeu os dentes.
━ Você que pensa!
A essa altura, elas já estavam quase se estapeando.
Valei-me Minha Nossa Senhora.
A diferença de opinião que as duas carregavam era quase palpável, de tão notável. A discussão entre Sakura e Ino se intensificou cada vez mais, cada uma defendia com fervor seu ponto de vista. Você, confusa e indecisa perante aquilo tudo, se sente sobrecarregada pelas diferentes perspectivas e acaba desistindo de ouvir os conselhos delas.
Enquanto elas estão distraídas brigando, você solta um suspiro cansado e sai da cena, indo embora furtivamente.
Você começa a andar pelas ruas de Konoha mais uma vez. Sem nenhum rumo definido em mente, apenas perambulou para lá e para cá distraidamente, observando as coisas ao seu redor.
Avistou uma praça e dirigiu seus passos para lá, adentrando-a e ficando por ali mesmo. Caminhou mais um pouco, cansou e sentou-se em um dos banquinhos próximos.
Ao recostar-se, escutando o pequeno barulho da madeira em resposta ao seu movimento, você jogou a cabeça para trás e observou as diversas árvores que se espalhavam por aquela praça. Já era totalmente noite; não havia mais nenhum resquício de luz solar, apenas a Lua e as estrelas majestosamente dominando o céu. O farfalhar das folhas e seu balançar sereno ajudaram você a se sentir mais calma.
━ (Nome)? ━ Uma voz que parecia ter surgido do além chamou-lhe de supetão, e o susto que tomou foi tão grande que você saltou no banco e arregalou os olhos, sentindo o coração simular uma quase arritmia. ━ Ah, é você. Finalmente te achei!
Você olhou na direção de sua nova companhia, se recuperando do susto.
━ Eu te procurei por toda parte. Não te vi mais desde que nos encontramos na rua essa tarde, por onde esteve?
Ao ser questionada sobre isso pelo próprio Neji, você ficou meio sem graça e desviou o olhar.
━ Eu passei o dia no meu apartamento... ━ E ocultou todos os outros detalhes derivados, óbvio.
Você voltou a fitá-lo, ele ainda lhe olhava com atenção, o que te deu uma sensação de nervosismo no âmago.
━ Vem comigo, precisamos resolver um assunto urgente.
Ao ouvir isso, você franze o cenho e se levanta rapidamente, deduzindo que aquilo se tratava de alguma missão ou convocação da Hokage. Antes que pudesse perguntar qualquer coisa, no entanto, o Hyuuga te puxou pelo pulso e começou a andar apressadamente, te arrastando com ele para sabe Deus onde.
Confusa perante aquela situação, você começou a se questionar se, na verdade, não era algum ataque da Akatsuki ou coisa assim.
━ É... é alguma missão? ━ Ele não respondeu nada, você engoliu em seco e tentou de novo: ━ Aconteceu alguma coisa? Ou é a Hokage que está chamando?
Não recebeu resposta alguma, então desistiu e apenas aceitou.
Neji te traz para um lugar afastado da vila, onde só há árvores e gramados para onde quer que olhe. No meio da floresta, vocês seguem uma trilha que leva até um lago cristalino, banhado pela luz do luar.
Você solta um suspiro encantado e observa, vislumbrada, o local. Era tão lindo e sereno, a Lua estava cheia naquela noite e seu reflexo brilhava nas águas daquele lugar, que parecia mágico aos seus olhos, como um cenário que facilmente se veria ilustrado em um livro de conto de fadas.
Você estava tão distraída apreciando a beleza do lago, que não percebeu o momento em que Neji soltou sua mão e se afastou para pegar algo debaixo de uma árvore, dentro de uma cesta de madeira. Você só notou no momento em que ele ficou na sua frente e te ofereceu.
Era um enorme buquê de flores, flores reais — você percebera instantaneamente isso — e diversas, colorido com uma rica miríade de espécies e com um aroma excepcionalmente maravilhoso que agraciou suas narinas. Com um pouco de demora, você percebe que, além do buquê, ele também segurava um ursinho de pelúcia marrom com um laço vermelho amarrado no pescoço, abraçando um coração; e o detalhe de alguns chocolates em um saquinho vermelho amarrado ao buquê.
De orbes arregaladas e um amontoado de confusão nas costas, você pergunta, surpresa:
━ O que é isso?
Um rubor se alastrou pelas bochechas de Neji, que desviou o olhar e fez uma careta que facilmente seria assimilada à de uma criança emburrada.
━ Só pega ━ resmunga ele, já deixando nas suas mãos.
Você os segura aturdida, o buquê era enorme. Com uma curiosidade que se manifestava em cada batida do seu coração — este que batia rápido até demais no momento ━ você abriu o saquinho vermelho com um pouco de dificuldade e viu os chocolates que tinha lá dentro.
━ Para mim? ━ Você levantou a cabeça e o olhou, chocada.
━ São chocolates para o Dia dos Namorados, mas eu queria te dar logo hoje porque precisava te falar...
Ele coça a nuca, parecendo meio nervoso. O Neji nervoso? Essa era nova. Até então, você pensava que ele era incapaz de sentir essas coisas.
Seus olhos brilhavam e algo no seu peito florescia, você se perguntou se estava sonhando enquanto se sentia emocionada com o desfecho daquele dia, jamais na sua vida imaginou que veria o que estava vendo no momento.
━ Caso não tenha ficado claro ainda, eu amo você. ━ Ele declarou.
E foi o suficiente para você ter a certeza de que estava tendo um AVC.
Ele coçou a cabeça, acanhado, enquanto procurava as palavras certas para te dizer.
━ ... Eu passei essa última semana toda bolando um plano de como iria me declarar para você com o restante da Equipe 3. Foram eles que me ajudaram a fazer esses chocolates, a Tenten me disse que eram seus favoritos, aliás. Espero que não seja um incômodo. ━ Neji franziu as sobrancelhas, fazendo uma expressão de concentração, como se levasse muito a sério cada palavra que dizia e cada gesto que fazia. O fato de ele estar corado durante toda a situação apenas o deixou ainda mais adorável, ao seu ver. ━A ideia era entregar isso para você amanhã, mas eu não consegui esperar muito mais tempo. Eu só queria te dizer logo que... eu te amo, não sei quando, como e nem porquê, apenas sei que há um logo tempo te amo.
Bom, a essa altura você já estava chorando tal qual uma criança e Neji, é claro, ficou confuso com essa reação.
━ Eu te assustei...?
━ Não! ━ Negou abruptamente, enxugando as lágrimas. ━ Não é isso, é que... eu correspondo aos seus sentimentos. Eu também venho tentando me declarar para você nesses últimos dias. ━ Não se aguentando de emoção, você deixa as coisas de lado e o abraça, o que parece pegá-lo de surpresa. ━ Eu também te amo, Neji!
É ISSO!
Mas que droga de frase difícil de falar! Agora que você finalmente havia conseguido arrancá-la de seu âmago, era como se um peso enorme tivesse se esvaído, você se sentia mais leve, mais feliz e bem mais relaxada, a sensação era como a de flutuar, sinceramente.
Você finalmente havia admitido seus sentimentos por ele. Certamente, nesse momento, estava tendo uma festa no céu, porque em seu coração, com certeza, havia uma rolando.
Neji a abraçou de volta, ele parecia meio desajeitado quanto a isso, claramente não estando acostumado a receber abraços. Alguns segundos mais tarde, você criou coragem e se afastou para observar o rosto dele. Neji te olhou de volta de maneira carinhosa e você não pôde deixar de assimilar a cor de seus globos oculares com a da Lua, que estava radiante lá no céu, como se soubesse o que acontecia convosco.
Ele levantou a mão e limpou com dedos cuidadosos as lágrimas que rolavam em suas bochechas, acariciando logo em seguida seus lábios com um selinho amoroso que você correspondeu alegremente.
De repente, um barulho forte e estranho que com certeza vinha de uma pessoa que acabara de fungar não tão longe, foi escutado por ambos, que se afastaram. Era algo parecido com um sniff.
E então veio a voz de Tenten, dizendo em um sussurro um pouco alto demais:
━ Chora mais baixo, Naruto! Ou eles vão te escutar!
━ A paixão da juventude é realmente bela! ━ Guy ponderou com uma voz piegas, como se estivesse aos prantos.
━ QUE LINDO! ━ Rock Lee exclamou, agora esse sim estava chorando.
━ Shhhh! Calem a boca! ━ exigiu uma Tenten impaciente.
Não acredito... Foi a única coisa que você conseguiu pensar enquanto constatava o que aquilo significava, chocada.
Se antes você estava corada, agora você estava em chamas.
Neji faz uma careta de desgosto e, carrancudo, marcha até o arbusto de onde vinham os barulhos e o afasta bruscamente, revelando o esconderijo dos quatro enxeridos que estavam vendo tudo. Pegos no flagra, eles dão sorrisinhos e risadinhas sem graça e tentam disfarçar, como se estivessem procurando algo no chão e não tivessem visto nada do que aconteceu, que teatrozinho meia boca.
Neji bota a mão na testa e balança a cabeça em negação.
━ Vocês são péssimos em mentir.
FIM! :D
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5 Formas de Se Declarar no Dia de São Valentim! (NEJI HYUUGA x LEITORA)
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Avisos: Nenhum
Palavras: 3.721
QUARTA FORMA — CARTA DECLARATIVA
O gorjear dos pássaros era uma melodiosa canção que pairava por Konohagakure naquela manhã tão promissora e rubra. Um novo dia que lentamente começava e triunfava-se enquanto orgulhosamente esbanjava sua graciosa alvarada por todo o infinito céu, detalhando sua obra-prima com pinceladas delicadas de um tom rosa-claro que formavam traços oblíquos e chamativos interligados a cada impetuoso raio de sol que aos poucos ia rasgando o horizonte com suas pontas flamejantes.
O ar parecia úmido, de certa forma, e a aragem intermitente que passeava em passos soprados e pacientes trazia a tona o costumeiro frio matinal que sempre vinha antes do calor agradável e afagante do exuberante Sol que abraçava a Terra ao fim do amanhecer.
Assim como era fato que a água é molhada, era fato que você estava ficando impaciente — e não era pouco! — em cada dia que se passava. Suas unhas estavam novamente sofrendo com o esforço em vão que colocavam em crescer adequadamente, para no fim não terem reconhecimento algum e serem roídas até o desgaste completo. O desespero era tanto, que elas já estavam até mesmo considerando parar de avultar seus tamanhos para poupar o trabalho.
Quanto mais tempo passava, mais perto ficava! Seus dias estavam acabando rapidamente, eles escapavam por entre seus dedos como uma areia sorrateira, e conforme cada grão escapulia, o fatídico São Valentim batia mais forte na porta; daqui há pouco ele já estaria arrombando a bendita porta e adentrando ao dia 14 com um sorriso arrojado e "descontos" estampados em vitrines de lojas que eram muitíssimos mais caros do que o valor original.
Ah, o dia 14... O que dizer sobre ele?
Bem, você sabia exatamente o que dizer sobre ele! E o que diria é que se ele fosse uma pessoa, você certamente o expulsaria de casa a pontapés muito bem dados!
Você soltou um suspiro melindroso. Fosse o que fosse, havia feito uma promessa para si mesma e teria de arcá-la — principalmente após ter puxado seus amigos para o problema e ter inconscientemente estimulado a criação de um congresso que servia unicamente para esse propósito —, então você precisava se apressar e arranjar uma forma de se declarar de uma vez por todas, não havia tempo a perder! Mesmo tendo tanta dificuldade para pôr em palavras como se sentia por ele devido a sua absurda timidez (maldita timidez!), você precisava dar um jeito e rápido!
E foi justamente por causa disso que hoje você despertou inveja no galo ao acordar antes do cantar dele — antes de qualquer resquício de clareza no céu, aliás — completamente movida pela motivação, e se dirigir para a localização de um estabelecimento local específico.
No cantar do galo você estava lá — para o completo desgosto do galo —, e o estabelecimento em questão ainda nem estava pronto para começar as vendas do dia.
Meia-hora depois, você ainda estava na frente da doceria, chutando uma pedra miúda que vinha maltratando com o pé há um tempo, quando uma voz conhecida e veluda despertou sua animação anteriormente resfriada.
━ (Nome)!
Erguendo alegremente a cabeça na direção do chamado, você contemplou a figura que se projetava conforme ela corria apressadamente na sua direção, um semblante preocupado estampado em sua face.
━ Desculpe! Eu te fiz esperar muito?
Fitando aos olhos claros e grandes que a encaravam, você abriu um pequeno sorriso e negou com a cabeça.
━ Não se preocupe ━ E era franca ao dizer isso, pois apesar de ter realmente ficado plantada ali por meia-hora, não culpava sua nova companhia. Ela chegara na hora combinada, fora você que havia se adiantado e saído de casa cedo demais.
Aliviada, Hinata soltou um suspiro suave que se misturou com a brisa da manhã e sorriu de maneira complacente, colocando um fio de cabelo atrás da orelha.
Compartilhando um olhar de pura camaradagem feminina, vocês duas aquiesceram; como se tivessem compartilhado a mesma linha de pensamentos, e se dirigiram na direção da doceria, adentrando-a.
O aroma inebriante dos mais diversos tipos existentes de doces pairou no ar e lhe deu um tapa bem-dado na barriga, que rugiu em resposta ao ataque açucarado. O cheiro era, ao mesmo tempo, acolhedor e estonteante, e você não pôde deixar de soltar um barulho satisfeito da garganta.
Aperitivos de uma miríade de cores e tons empoleiravam-se nas vitrines de maneira tentadora, adornando o local como o néctar das flores de um vasto campo que atraia inevitavelmente uma pobre abelha faminta. Você era a pobre abelha faminta e fitou as guloseimas com água na boca, estava morta de fome e aquele seria seu café da manhã, então sua barriga estava totalmente vazia desde que acordara e claramente nada contente com a situação em que foi colocada; para ser franca, ela parecia prestes a criar vida própria e sair correndo loucamente pela loja, atacando qualquer docinho que estivesse em seu alcance.
Caminhando mais um pouco para dentro da loja, vocês duas encontram uma cadeira vazia e logo se sentam, não demorando para inspecionar o cardápio e pedir o que gostariam de comer para o simpático garçom que lhes atendia. Enquanto esperam, Hinata se recosta na cadeira em que estava e direciona olhos curiosos na sua direção, incitando-lhe silenciosamente a falar.
Você desvia o olhar e esfrega a nuca de maneira tímida por um momento.
━ Bem... você já sabe que eu gosto do Neji, não é? ━ começou, meio hesitante.
O canto dos lábios da jovem Hyuuga se ergueram em um sorriso confidente, como se ela mesma guardasse segredos iguais aos seus — e de fato, guardava.
━ Sempre soube ━ admite de maneira afetuosa o que as duas já estavam cientes.
━ Estamos próximos do Dia dos Namorados ━ Você parou, analisando a data atual ━ ... Muito próximos, aliás. E eu decidi me declarar para ele antes que a data passasse, Guy-sensei e os meninos estavam tentando me ajudar com isso, mas eu não consegui ter sucesso em nenhuma das minhas tentativas porque, uh, eu sou um desastre nessas coisas e não sei me declarar.
Hinata ouviu atentamente enquanto você explicava seu plano, aquiescendo em resposta para demonstrar que estava entendendo.
━ Então, eu pensei em pedir sua ajuda, já que vocês são parentes e você o conhece melhor do que eu.
Ela desvia o olhar e sorri, compactuando com seus sentimentos.
━ Eu também tenho dificuldade em me declarar para o Naruto... ━ admitiu, acanhada. ━ Apesar de não ter coragem para dizer o que sinto, estou preparando um presente de Dia dos Namorados para ele.
━ Ele seria o homem mais feliz do mundo só em receber um simples cupom de desconto no Ichiraku como presente.
A risada de vocês duas entrou em sintonia, ambas dividindo a mesma opinião quanto a isso.
O pedido chegou em uma bandeja, carregado de um cheiro delicioso e um vaporzinho quente que revelava o fato das guloseimas terem acabado de sair do forno. O foco da conversa mudou temporariamente para os aperitivos e vocês começaram a comer; seu estômago agradecendo profundamente por esse momento abençoado.
Hinata começou a compartilhar detalhes sobre o que ela sabia dos gostos de Neji; a atmosfera que as rodeava era tranquila e agradável.
Posicionando a xícara no pires novamente com um pequeno tilintar, a Hyuuga ergue as orbes para você novamente, que mastigava um pedaço macio de doce, ela irradiava a alegria de alguém que acabou de passar por um "ahá!" da vida.
━ Já que você tem dificuldades em falar para ele como se sente, por que não manifesta seus sentimentos em um papel? Acho que facilitaria.
Você ponderou a ideia, percebendo que realmente fazia sentido. Era mil vezes mais fácil escrever em uma carta do que dizer para ele cara a cara!
━ Você tem razão... ━ murmurou em um tom apenas um pouco mais alto do que um sussurro, a ficha caindo.
Hinata se animou enquanto mordia mais um pedaço de seu doce.
━ Você poderia entregar um presente para ele de Dia dos Namorados também, assim como eu! ━ Um sorriso tímido dominou os lábios dela por um momento. ━ E caso tenha vergonha demais para entregar a carta pessoalmente, você poderia envelopá-la e deixar na casa dele ou coisa assim.
As engrenagens no seu cérebro começaram a trabalhar com fervor enquanto você encarava sua amiga.
A ideia lhe agradou, e muito. Você estava mais do que satisfeita com o plano, a determinação inflou em seu coração que triunfava de esperança. Hinata era como você, então isso era um ponto positivo a mais que lhe deixou confortável; pois você sentiu que finalmente funcionaria.
Erguendo lentamente as orbes brilhantes na direção da de madeixas roxas, você sorriu de orelha a orelha.
━ Hinata isso... isso é incrível!
Ainda era de manhã quando começou a escrever a carta. Você estava vibrante e cheia de energia; era seu dia de folga, então decidiu se ocupar apenas nisso e esquecer outros assuntos.
Você se esforçou para ser o mais rica possível em palavras enquanto se debruçava sobre aquela folha branca, inspirada como estava, se demorou tanto quanto precisava, podia e queria; tentando despejar todo o peso de manter aquele sentimento incontrolável para si há tanto tempo no papel e manchá-lo com a sua mais pura e sincera determinação.
Conseguiu parcialmente o que queria, quando finalizou e finalmente sentiu-se satisfeita, foi prontamente preparar um presente feito à mão para o bendito objeto de seus mais inescrutáveis sentimentos. Pensando nos mais minuciosos detalhes que conseguia e com uma caixinha artesanal em mãos, você começou a forrar lá dentro com um pequeno pano vermelho, logo cuidando de enfeitá-la com algumas palavrinhas aleatórias escritas em kanjis que remetessem a afeição e amor, tal como alguns desenhos fofos de coração, bonequinhos e gatinhos, nos quais você trabalhou por boas horas fazendo, espalhou-os dentro da caixa e os arrumou metodicamente. Você então separou alguns chocolates — que comprou no caminho de volta — e a encheu com eles, organizando-os enfileirados.
Ao final de seu trabalho, você sentiu-se orgulhosa de si mesma, a caixa estava tão fofa e aqueles chocolates davam água na boca só de olhar, alegrava seu coração saber que você tinha conseguido fazer tudo sozinha. Massageando a testa com os dedos por um momento, você suspirou e ergueu os olhos, fitando a janela do seu quarto que era banhado pela luz animada do sol, este que já estava no topo do céu, irradiando uma bela tarde, você notou.
Levantando em um pulo, você sai de casa com um destino muito bem traçado na sua mente: Mansão Hyuuga. Você iria deixar esse presente na porta da casa dele e se retirar do local sem ser percebida.
As ruas de Konoha estavam movimentadas como nunca, mal dava para andar livremente sem se esbarrar em alguém. Estava estranhamente lotado de gente, para uma aldeia que normalmente tem poucas pessoas perambulando pela rua, talvez fosse o horário?
Você não se importou muito com isso e deixou para lá, simplesmente aceitando a situação e se esgueirando pela multidão; para a sua grandiosíssima sorte, no entanto, você acabou avistando uma cabeleira longa e sedosa logo à frente e a reconheceu imediatamente. Um sorriso enorme nasceu em seus lábios.
Era Neji! Você quase saltitou de alegria ao perceber. Só podia ser um sinal do destino! Encontrá-lo no meio do caminho não podia ter sido mera coincidência. Animando-se dos pés à cabeça, você decide entregar o presente para ele ali mesmo, sentindo-se motivada pelo Universo.
Apesar da barulheira toda de conversas que iam e viam dos transeuntes que, por sinal, eram aos montes e definitivamente eram obstáculos para chegar até o rapaz, você o chamou e acenou com a mão.
Neji demorou um pouco para reconhecer quem o havia chamado na multidão extensa, mas ele logo te nota e olha na sua direção. Seu coração estava a mil por hora, mas você sorriu de maneira radiante mesmo assim e começou a andar, fingindo que não havia surto interno nenhum acontecendo.
Entretanto, antes mesmo que você pudesse se aproximar direito de Neji, um Rock Lee e um Guy surgiram em meio à rua lotada, fazendo um alarde daqueles, enquanto gritavam e chamavam a atenção de todo mundo para eles; Tenten vinha marchando em sua direção logo atrás deles, mais silenciosa do que seus companheiros, como sempre.
Você pôde ver pelo canto do olho Neji observar a cena com um certo quê de estranheza, fazendo uma careta de reprovação.
━ (NOME)! VOCÊ É TÃO CRUEL! ━ Rock Lee exclamou em meio ao choro... não, sério, ele realmente estava chorando.
Quando já estavam próximos o suficiente para ter uma conversa decente, Guy, o sensei, começou a dramatizar, falando:
━ Ah, minha jovem aluna! Que tragédia! Você nos abandonou e foi em busca da ajuda da Hinata, você traiu o Congresso do Amor! ━ Tal qual um ator de teatro, ele apoiou a costa da mão na testa e soltou um suspiro trágico.
━ VOCÊ NOS TROCOU DE MANEIRA TÃO INSENSÍVEL! ━ choramingou aos berros a fotocópia do sensei.
━ Perdão? ━ questionou, aturdida.
━ Parem de fazer tanto barulho por algo tão insignificante ━ exigiu Tenten com uma careta. ━ Isso é desnecessário.
Estarrecida como estava, você ficou parada, perfeitamente imóvel, como um dois paus.
Aquela barulheira toda, que já havia se tornado o centro das atenções no momento em que começou, agora te envolvia, e as pessoas que iam e vinham olhavam torto na sua direção, a curiosidade quase emanando deles. Você, como a tímida desgarrada que era, sentiu-se coagida sob aquele tipo de pressão e encolheu-se mentalmente, tomada por um nervosismo repentinamente triplicado.
Um dedo em riste foi apontado por Guy em sua direção, trazendo seus olhos que se perderam nos transeuntes de volta para as figuras que ainda dramatizavam.
━ Você.
Ele parou de falar e você pacientemente esperou que o homem completasse a sentença, mas ele não o fez, por outro lado, apenas ficou parado encarando-a. Engolindo em seco e já sabendo exatamente o que ele queria que fizesse, você o instigou.
━ Eu.
━ Desonrou o nosso congresso, ━ disse, colocando a mão no peito, como se tivesse levado uma facada ━ nos humilhou diante da sociedade!
━ Pelo amor de Deus, parem! ━ Tenten pediu (melhor dizendo, implorou), massageando a têmpora.
━ COMO PÔDE FAZER ISSO CONOSCO?! ━ Completamente alheio à caixa que você segurava, Lee segurou-a pelos ombros e chacoalhou-a enquanto reclamava sobre o fato de ter sido trocado, sequer percebendo que o objeto acabou caindo e se esparramando no chão devido àquela movimentação repentina.
Alguns chocolates caíram para fora e rolaram pela rua, sendo instantaneamente esmagados por milhares de pés que, tão ocupados com seus próprios problemas, nem perceberam no que pisavam. A carta, antes tão branca e limpa, estava agora completamente enrugada e amassada, sendo pisoteada e arrastada para lá e para cá pelo que mais parecia com uma manada de humanos.
Você sentiu seu sangue gelar ao ver isso, sua expressão de agonia não passou despercebida pelos seus companheiros, que logo se aquietaram e pararam de protestar, eles seguiram seu olhar e não foi preciso muito para perceberem que fizeram besteira e entenderem o que era aquilo que você segurava antes.
━ Ops... ━ Rock Lee deixou escapar, e o silêncio que se seguiu sobre os dois foi quase cômico, quase.
Tenten se virou para os dois e botou a mão na cintura.
━ Estão vendo o que fizeram?! Eu ainda disse para vocês pararem! Vocês são tão teimosos, urgh! ━ Deu uma bronca nos dois, como se fosse uma mãe.
━ Não! ━ você choramingou, uma lamentação escapando dos seus lábios.
Estando a caixa mais próxima e de fácil alcance, você se agachou e esticou o braço, pegando-a novamente com todo o cuidado. Um suspiro aliviado se fez presente quando você reparou que, por sorte — ou talvez dó —, quatro dos diversos chocolates que antes estavam ali não rolaram rumo à morte iminente e permaneceram intactos lá dentro.
Quatro, pelo menos quatro sobraram. Pensou comedida e se levantou, fechando a parte de cima da caixa e cobrindo os chocolates; mas o pânico logo se instalou novamente quando você avistou a carta sendo afastada. Com uma pressa notável, você abandonou a caixa, entregando-a para um de seus parceiros — você não se incomodou em ver quem era — e começou a andar o mais rápido que podia naquelas condições.
Impulsionando seu corpo para frente, você tentou desesperadamente passar entre as pessoas sem bater ou ser parada por nenhuma delas e alcançar a carta, que ia cada vez mais longe por culpa da gravidade e das contínuas movimentações de pés. Você precisava recuperar aquele pedaço de papel enfeitado e cuidadosamente envelopado, tinha botado todos os seus sentimentos nele, todo o seu esforço! Você derramou sua alma naquela carta, ousava dizer até que parte do seu futuro também estava contido ali, dependente dela. Ela não podia simplesmente se perder na multidão, não podia.
A carta estava fazendo um ótimo trabalho em criar distância de você e frustrá-la, mas, para a sua completa surpresa, ela de repente parou de ser afastada e grudou no sapato de um homem barbado e não passou despercebida por ele, que, incomodando-se com a sensação, olhou para baixo e a percebeu na sola do pé.
Seu coração errou uma batida quando o homem arrancou-a brutalmente do sapato e começou a analisar a pobre coisa toda amarrotada que tinha em suas mãos. Mil vezes pior do que isso foi quando ele simplesmente abriu a carta e começou a ler sem cerimônia nenhuma, seu coração parecia prestes a cuspir fogo enquanto testemunhava a cena, um completo desconhecido lendo o que era parte da sua alma exposta com uma cara de desdém.
Ao terminar a leitura, o homem soltou um "tsk" irritado e amassou a carta, reduzindo-a a uma simples bolinha de papel e depois jogando-a em uma lixeira próxima, continuando seu caminho tranquilamente depois, como se não tivesse acabado de desprezar todos os seus sentimentos mais sinceros.
Você parou no momento em que a carta acertou a lixeira com um pequeno barulho que foi abafado pelos diversos outros que tomavam conta da pavimentação, não realizando mais nenhum movimento enquanto uma expressão trágica desenhava seu rosto, a mais pura tristeza dominou seu âmago e seus ombros caíram em desânimo.
A possibilidade de ir buscar a carta no lixo foi instantaneamente descartada e listada como uma ideia absurda, então você simplesmente ficou lá, parada no meio da rua, sem saber mais o que fazer, ignorando completamente os diversos "sai da frente" murmurados impacientemente pelas pessoas que continuavam a seguir seus caminhos e acabavam esbarrando em ti enquanto passavam; sequer se importando em respondê-los, você permaneceu cabisbaixa e tristonha.
━ Jovem (Nome), que ideia esplêndida! ━ Guy elogiou-a ao se aproximar de você juntamente de seus dois alunos. ━ A força do seu amor juvenil é admirável! ━ Ele gesticulou na direção da caixa que segurava em uma das mãos. ━ Foi você que fez?
Você olhou para o objeto mencionado e acenou vagarosamente com a cabeça.
━ Me desculpe! Eu não tinha visto o... eu não tive intenção de... Sinto muito mesmo! Eu me sinto um monstro! ━ Rock Lee junta as mãos e começa a pedir desculpas desesperadamente, seu rosto era desenhado com uma carinha de dor que fazia parecer como se ele estivesse prestes a cair aos prantos novamente.
Tenten andou para mais perto de você, o cenho dela estava franzido naquela típica expressão preocupada da qual você já havia visto inúmeras vezes em campo de batalha.
━ 'Tá tudo bem? ━ Ela pausa, crispando as mãos e desviando o olhar por um momento, como se tivesse acabado de errar a pergunta mais importante de uma prova oral. ━ Quero dizer, você está bem?
Guy te devolve a caixa e você a observa, permanecendo em silêncio por um momento, ainda meio abalada com o que houve e com uma animação digna de nota zero.
━ 'Tô... ━ murmurou, abrindo-a. Seus olhos deslizam por cada doce restante, ao final da curta inspeção, você fala: ━ Bom, pelo menos ainda sobraram alguns chocolates, vocês querem?
Dando um sorrisinho chateado, você ofereceu para eles, que aceitaram calados. Cada um pegou um, com uma tristeza visível no semblante.
━ O que aconteceu aqui? ━ Uma nova voz se faz presente. Era Neji, que acabara de alcançar vocês e, alheio ao que aconteceu, estranhou a expressão de velório no rosto do quarteto costumeiramente animado. ━ Por que o clima entre vocês está pesado? Perdi alguma coisa?
A única resposta que Neji recebeu veio de Tenten, que balançou a cabeça em negação enquanto mordia um pedaço do chocolate.
Neji se virou para você, curioso.
━ Está tudo bem, (Nome)? Você tinha me chamado antes, queria falar alguma coisa?
Você o fita, seus olhos se arregalando ligeiramente e seus lábios se separando. Seu coração deu um salto no peito, batendo tão forte que era possível sentir sua pulsação até mesmo na orelha. Você sugou o ar, como se estivesse se preparando para dizer algo, sua mente parecendo superaquecer enquanto entra em um turbilhão, trabalhando a mil por hora. Por um momento, seu corpo aparentou esquentar, mas então você fechou a boca e reprimiu os lábios, engolindo em seco, suas íris nervosas saltaram em uma direção diferente, evitando a figura dele.
━ Nada de mais, só queria te oferecer um dos meus chocolates ━ respondeu baixinho.
As orbes de Neji se abaixaram em direção à caixa e ele ficou calado, aquiescendo em compreensão. Você a ergueu na direção dele, como se questionasse se ele queria. O rapaz pegou o último que havia sobrado e agradeceu em um cicio.
Todos permaneceram em um acordo de silêncio tácito e não proclamado, os quatro ocupados degustando o doce e você ocupada sendo comida viva por seus pensamentos.
Seus olhos vagaram desatentamente e se perderam enquanto se fixavam em um ponto específico na rua, não vendo nada exatamente, mas ainda assim encarando. Talvez não fosse para ser, pensou, talvez você simplesmente não devesse declarar seus sentimentos. Distraída, começou a considerar que era impossível para você, e em meio às diversas reflexões que lhe mastigavam, você notou inconscientemente a frequência com que pessoas interrompiam sua visão do "nada", então, você reparou novamente naquele tanto de gente na rua.
Afinal, por que hoje está tão movimentado? Tá tendo alguma promoção ou coisa do tipo? Apertando as sobrancelhas em desentendimento, analisou.
Você soltou um suspiro imperceptível quando seu cérebro constatou algo, fazendo-lhe recordar.
Ah, sim. Amanhã é Dia dos Namorados, por isso a agitação.
Isso te deixou ainda mais angustiada.
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5 Formas de Se Declarar no Dia de São Valentim! (NEJI HYUUGA x LEITORA)
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Avisos: Nenhum.
Palavras: 4.817
TERCEIRA FORMA — IMPRESSIONE-O... OU SÓ VÁ DE UMA VEZ
━ Nada que tentamos funcionou.
━ É.
Um novo dia se iniciava, mais uma manhã consideravelmente ensolarada em Konoha, mais uma reunião do Congresso do Amor em seu apartamento e mais uma vez você admitindo derrota na frente de seus companheiros.
Que humilhante... sinceramente. Só de recordar, você já sentia vontade de cavar um buraco e se enterrar no fundo do fundo da terra, se possível, na camada de ozônio.
O Dia dos Namorados estava chegando cada vez mais perto e a ansiedade te mastigava de maneira faminta. Você não podia mais fracassar, você não tinha tempo o suficiente para continuar fracassando.
━ Nós não podemos continuar a falhar assim ━ disse Tenten, pensativa.
━ Verdade.
━ Precisamos de um novo plano, um que dê certo logo de cara ━ comentou Rock Lee, com os lábios crispados.
━ Ahã.
━ Nossa cota de missões que deram errado já extrapolou ━ Guy suspirou.
━ Pois é.
━ Isso que aconteceu ontem foi o cúmulo do ultraje! A armadilha se voltou contra nós.
━ É, é.
━ Neji é muito inteligente, não podemos baixar a guarda perto dele ━ murmurou o mais velho.
━ Realmente.
━ O que nós podemos fazer para melhorar a situação? Nosso próximo passo precisa ser certeiro, mas cuidadoso ━ o dotado de sobrancelhas chamativas analisou.
━ Sim.
━ Tem que pegar o Neji de surpresa ━ afirmou a morena.
━ É.
━ E não pode abrir brechas para interrupções.
━ Certamente.
Tenten respirou fundo e olhou para o lado.
━ De qualquer forma... O que que o Naruto está fazendo aqui?
━ Ei! Eu também faço parte do Congresso do Amor agora, 'tá!? ━ diz o loiro, indignado.
Fitando o garoto, que até então só se manifestava na reunião para concordar com o que estava sendo dito, você apoiou o rosto na mão e encolheu os ombros, demonstrando que não se importava com mais um membro entulhado no seu quarto.
De repente, Rock Lee, que estava com uma expressão séria no rosto, ergueu-se em um pulo e, com as orbes brilhando e os punhos firmemente fechados no ar, exclamou com júbilo:
━ Eu tive uma ideia!
A kunoichi ao seu lado fez uma careta.
━ Prevejo desastres.
Guy se aproximou de seu pupilo e passou a mão pelo ombro do rapaz, dando batidinhas amigáveis e orgulhosas enquanto abria um sorriso que fazia jus aos seus dentes perfeitamente brancos.
━ Compartilhe conosco o que seu brilhante cérebro arquitetou, jovem Lee.
Anuindo com a cabeça, Rock Lee começou a falar de maneira sorridente.
━ (Nome) pode impressionar o Neji através da sua força!
Tirando o professor, que possuía uma expressão contemplativa no rosto, todos fitaram o rapaz com espanto.
Vou ter que tornar a dizer... que força?!
━ A gente literalmente acabou de falar sobre mudar nossas táticas ━ Tenten o lembrou, indignada.
━ Que ideia tosca! ━ esbravejou o mais novo membro do Congresso do Amor.
━ Ela é um pouco parecida com a do Guy-sensei, eu confesso, mas...
━ Agora eu achei essa ideia mais tosca ainda! ━ Naruto o interrompeu sem pudor algum, cruzando os braços.
Ignorando completamente a opinião dele, Rock Lee deu continuidade:
━ ... conseguiríamos fazer isso funcionar se, no lugar dela vangloriar seu poder, usasse dele para se tornar mais íntima do Neji.
Guy analisou com um cantarolar pensativo — e que claramente já acatava o plano de braços abertos.
━ Como assim? ━ perguntou depois de um momento.
O rapaz se virou para você — que o assistia com os olhos semicerrados — e ofereceu mais uma de suas demonstrações eufóricas de dentes brilhantes.
━ Vocês dois se conectariam através de uma luta. Quando os nervos estivessem à flor da pele e os dois cansados, liberariam todas as emoções que estão segurando por tanto tempo.
Você fez uma careta e Naruto... bem, mais do que uma careta, Naruto o julgou em silêncio, como se tivesse acabado de vê-lo jogar fora uma tigela inteira de lámen.
Percebendo a confusão estampada na cara dos colegas, Rock Lee se apressou em explicar melhor.
━ Eu proponho uma disputa romântica!
Ai, meu Pai Amado.
━ Vai funcionar assim: você luta contra o Neji, melhor de três, e aquele que perder tem que revelar um segredo.
━ O que eu faço se não ganhar em nenhuma das três partidas?
Que é provavelmente o que vai acontecer... Você pensou assim que o questionou.
━ Você continua tentando até conseguir. ━ Ele faz uma pausa, balançando o punho erguido ao se animar com a ideia. ━ Na verdade, isso seria ainda melhor! Porque demonstraria a sua insistência e força de vontade para o Neji. (Nome), você é um gênio!
Não, você com certeza não era.
━ Se eu fosse esse plano, eu teria vergonha de mim mesmo... ━ ciciou Naruto, mais para si mesmo do que para qualquer outra pessoa naquele cômodo.
━ Estou com a sensação de que estamos regredindo dois capítulos ao invés de avançar rumo ao êxito da "missão" ━ disse Tenten, negando com a cabeça enquanto botava as mãos na cintura, já sabendo o que estava por vir.
Você se recostou na própria cama e suspirou, olhando para baixo enquanto coçava o queixo, ponderando.
É basicamente igual ao plano do Guy-Sensei... eu não sei se... Raciocinou. Seus amigos, vendo a posição que havia adotado, esperaram por uma resposta sua.
Após um bom tempo decidindo, você levantou a cabeça e se manifestou.
━ Bom, não custa nada tentar. ━ Deu de ombros.
━ Você só pode 'tá de sacanagem! ━ E é claro que Naruto se rebelou contra a decisão. ━ Essa é a coisa mais estúpida que eu já ouvi em todos os meus bons 15 anos de vida! Esse plano é ridículo!
Você observou o esgar no rosto do loiro que se agitava como um furão abespinhado, menosprezando o esquema elaborado pelo seu companheiro.
Com ímpeto, ele apontou na direção do moreno.
━ Sobrancelhudo, você como cupido é um ótimo ninja!
━ Muito obrigado, Naruto!
━ Isso não foi um elogio!
━ Definitivamente não.
Ele nem sequer esperou você terminar de perguntar antes de recusar.
━ Por que não?! ━ Rock Lee, claramente desapontado, se manifesta no seu lugar.
Guy, Tenten e Naruto, que estavam ao seu lado, ficaram calados enquanto observavam a situação, cada um tendo sua própria reação. O mais velho do grupo franziu o cenho de maneira pensativa, como se não entendesse o motivo da recusa; a única garota presente além de você fez uma expressão condizente a um 'eu sabia' e o loiro apertou os lábios em linha reta, fitando o companheiro — cujo fazia beicinho tal qual uma criança — como se ele fosse o epítome da burrice.
Olha só, que ironia, um burro olhando para outro.
━ Porque sei que isso é ideia sua, Lee ━ Neji justificou, fechando a cara ao mirá-lo. ━ Estou muito ocupado agora para participar dos seus treinos malucos.
O Hyuuga se retirou então, satisfeito.
━ É. O Lee tem uns treinos malucos mesmo ━ Tenten admite após um ou dois minutos de silêncio.
━ Malucos? Os treinos dele beiram a insanidade! ━ Você falou, gesticulando na direção do rapaz.
━ O quê? Como assim? ━ Foi a única coisa que o acusado disse em defesa.
Você suspirou, apoiando a testa na palma da mão.
━ Isso tudo é uma perda de tempo ━ Naruto afirmou despreocupadamente, com as mãos entrelaçadas na nuca.
Todos olharam na direção dele.
━ Por que você só não vai de uma vez e fala o que sente 'pra ele ao invés de ficar enrolando com essa baboseira toda? O importante de verdade é ele saber o que você sente, o resto é sem relevância. ━ As orbes dele, tonalizadas em um cerúleo similar aos raios de uma tempestade, perfuraram sua figura. ━ Só diz 'pra ele que você o ama e pronto.
Seus ombros murcham enquanto você sustenta o contato visual.
━ Como se fosse assim tão fácil ━ resmungou.
Como é que poderia dar certo se acovardava-se apenas em imaginar?
━ Qual é! Você não pode descartar a ideia desse jeito, sem nem tentar!
Quem disse que eu não posso?
Naruto se aproximou de você, aparentemente motivado a convencê-la.
━ Se não der certo, nós somos seus amigos e vamos estar aqui te ajudando; você sabe que somos o Congresso do Amor, não te deixaremos na mão. Nós vamos dar um jeito de fazer funcionar, você só não pode amarelar.
Reprimindo os lábios, você analisou as palavras dele.
━ Ou você vai simplesmente desistir de se declarar? ━ Naruto questionou, inclinando a cabeça para o lado.
━ Não!... É claro que não...
━ Foi o que eu pensei. ━ Aquiescendo com a cabeça, o loiro cruzou os braços e fez uma expressão de sabichão. ━ De qualquer maneira, você vai precisar encarar aquele cabeçudo e falar seus sentimentos 'pra ele de um jeito ou de outro, com plano mirabolante ou sem plano mirabolante, então porque só não vai de uma vez? Fala: "eu te amo" e pronto.
Você mordeu o lábio inferior, descendo os olhos para os próprios pés.
━ Eu não sei se conseguiria...
O moçoilo pousou as mãos em seus ombros.
━ Nada na vida é fácil, (Nome). Não deixe que esse fato te impeça, você precisa tentar antes de assumir derrota.
As palavras ficaram presas na sua garganta e você prendeu a respiração. Naruto tinha razão, mas tais fatos não impediam o medo e a vergonha de massacrar com a sua pobre coragem e mantê-la presa em cativeiro.
Você era covarde quando o assunto envolvia o bendito Hyuuga, era covarde e sabia muito bem disso. A incerteza carcomia o seu interior e te infestava incansavelmente de pensamentos que poderiam desencorajar até o mais bravo dos guerreiros. O receio falava mais alto — gritava, na verdade — em relação à sua bravura. Bravura essa que você facilmente associaria ao tamanho de um grão de arroz.
O silêncio que assolou vocês cinco foi inopinadamente interrompido por uma aspiração ruidosa de nariz seguida de aplausos.
━ Que discurso lindo, Naruto! Estou me sentindo ainda mais motivado depois dessas belas palavras! ━ exclamou Rock Lee com lágrimas nos olhos, parecendo emocionado com a coisa toda.
━ Sábias palavras, jovem Naruto ━ Guy concordou, erguendo o polegar para cima.
━ É isso aí, (Nome)! O Congresso do Amor vai te ajudar! ━ Tenten declarou de maneira animada, balançando o punho para cima.
Um sorriso que ia de orelha a orelha surgiu no rosto de Naruto quando ele percebeu que seu discurso foi recebido de braços abertos pelo restante. Ele colocou a mão na cintura e empinou o nariz.
━ Hehehe! Eu sou demais!
Suspirando mais uma vez (para variar), você decidiu se deixar levar e acatou a ideia, não tendo muito o que fazer sobre o assunto.
━ Está bem. Vou tentar.
Seus companheiros comemoraram sua decisão com entusiasmo, manifestando contentamento com frases do tipo: "oba!", "É isso aí!", "É assim que fala!", "A força da juventude é magnífica!" Ou algo do tipo.
━ E se ele recusar a declaração dela? ━ De repente, alguém perguntou, Naruto, e todos se aquietaram diante de tal possibilidade.
━ Nesse caso, a gente faz ela se apaixonar por outra pessoa e junta os dois para namorarem ━ concluiu Tenten.
━ Por quem ela se apaixonaria? ━ Rock Lee indagou logo em seguida.
━ Por algum Hyuuga, talvez? ━ ponderou Guy, coçando o queixo.
━ 'Tá, mas qual?
━ Não sei... vocês conhecem algum outro Hyuuga?
━ Não.
━ Não.
━ Não... mas a gente pode perguntar para o Neji se ele tem algum parente entre os 17 anos que está solteiro.
━ Verdade, né?
━ Boa ideia.
Você fez uma careta enquanto escutava a divagação de seus amigos.
━ Vocês não estão ajudando ━ disse, erguendo as mãos para frente, como se pedisse trégua. ━ Poderíamos, por favor, parar de falar na possibilidade de rejeição enquanto eu tento justamente criar coragem de ir lá e me confessar?
Eles rapidamente se desculparam, conseguindo a proeza de fazer isso em completa sincronia.
Agradecendo em um murmúrio pelo silêncio que veio — e que era bem-vindo —, você massageou as têmporas em agonia, analisando todas as grandes chances desse "só ir lá" dar completamente errado.
━ Com que cara eu vou ficar se ele me der um fora? ━ fez uma pergunta retórica, olhando para eles.
━ Ué, com a sua de sempre. Não dá 'pra mudar sua cara. ━ Foi a brilhante resposta que recebeu de Naruto.
Tenten bufou, esfregando o rosto com as mãos.
━ Naruto, você calado é um poeta.
O jovem sorriu, estufando o peito e vangloriando-se.
━ Eu sei.
━ Isso não foi um elogio.
Você se virou para a direção em que Neji havia seguido antes e reparou no cenário. Uma dúvida prontamente surgiu.
━ Espera aí. O Neji não vai sair em missão hoje? Em que momento eu me declararia para ele?
A percepção caiu sobre a face do restante, exceto de Guy, que, sem delongas, falou:
━ De fato, Neji está saindo em uma missão solo, mas é algo simples e a previsão é que ele volte de noite.
Você cantarolou em entendimento, voltando-se para o mais velho.
━ Ok, de noite então. Precisamos criar o ambiente ideal para (Nome) se declarar. ━ A kunoichi bateu a lateral do punho na palma da mão.
━ Isso não será difícil. ━ Com uma risada altruísta e forte, Guy negou com o dedo, esbanjando um enorme sorriso dental. ━ Basta convidá-lo para comer conosco em uma reunião de equipe.
Naruto limpou a garganta, claramente querendo chamar a atenção.
━ Eu não sou da equipe de vocês.
━ ... Uma reunião de equipe com o Naruto ━ corrigiu.
━ Esplêndido, Guy-sensei! Realmente genial! ━ Aplaudiu o moreno, com as orbes brilhando.
━ Ótima ideia! ━ Claramente triunfando em animação, Tenten se inclinou um pouco mais na direção de seus amigos. ━ Ouçam, hoje é dia de rodízio de churrasco na Q, podemos marcar de jantar lá!
Todos concordaram.
━ Certo, temos o plano traçado! ━ Rock Lee se virou na sua direção, ele estava tão entusiasmado que você quase conseguia ver faíscas saindo dele. ━ Você vai conseguir, (Nome)! E eu vou ensinar o filho de vocês a treinar!
Você abriu um sorriso totalmente sem graça.
━ Calma aí, Lee. Você está pensando um pouco além demais.
Guy anuiu com a cabeça, fechando os olhos e fazendo uma pose heroica.
━ Pois bem, nos reuniremos novamente esta noite. Congresso do Amor, dispensados!
Uma expiração aliviada deixou seus pulmões e você se permitiu relaxar um pouco.
Ok. Pensou. Vai dar certo.
Girando os calcanhares, se preparou para ir embora. Eu consigo, eu consigo.
━ Para onde você está indo? ━ Tenten te parou antes mesmo que começasse a andar, puxando a parte de trás da sua blusa.
━ Uh... para casa...?
━ De jeito nenhum, mocinha. Todos estão dispensados, menos você ━ O sensei informou, parando na sua frente.
━ Por quê?! ━ gaguejou, confusa.
━ Ora, (Nome), você ainda precisa treinar sua declaração ━ disse a garota atrás de ti, lhe oferecendo um sorriso astuto que dava uma prévia do que estava por vir.
━ Ai, minha Nossa Senhora do chá de camomila...
Eu não consigo.
EU NÃO CONSIGO!
Ok, desesperos à parte. Depois que a reunião do Congresso do Amor chegou ao fim, começou o treinamento e a tarde passou de maneira lenta e angustiante para você; parecia que nunca acabava!
Tenten e Guy te ajudaram dando sugestões de frases ou palavras que você poderia agregar à sua declaração. Os dois acabaram se animando muito com a tarefa e criaram um texto enorme sobre amor, juventude e tudo o mais; mas o rascunho logo foi descartado.
No final das contas, você elaborou uma pequeníssima coisa para falar, a qual teve de treiná-la pelo resto do dia enquanto praticava exercícios físicos e... sim, você passou longas horas ensaiando e alterando entre fazer flexões e polichinelos simultaneamente — ideia do Guy.
Ao anoitecer, sua voz já estava rouca e sua garganta dolorida de tanta repetição. Para a sua alegria, você foi liberada da tortura medieval metida a romance antes do dia dar seu último suspiro, então aproveitou para ter um merecido banho e um gracioso descanso antes de sair para se encontrar com seus amigos novamente.
Ainda era cedo da noite quando Neji chegou e, assim que vocês o viram, Guy não perdeu tempo em convidá-lo — depois de saber sobre o paradeido da missão — para jantar. O rapaz aceitou o convite de muito bom grado, provavelmente faminto do esforço, e vocês se dirigiram em direção à Churrascaria Q.
Desse modo, a equipe 3 e o Naruto se encontravam agora todos sentados à mesa, se deliciando e provando dos mais diversos tipos de carnes que eram trazidos pelos garçons.
O local estava lotado de clientes, havia famílias e amigos ocupando todas as mesas disponíveis pelo estabelecimento, o ambiente era agitado, com risadas e vozes reverberando por toda parte, umas se sobressaindo mais do que as outras, mas, em geral, o clima constituído ali era de perfeita harmonia e alegria.
A conversa fluía tranquilamente entre vocês, que dialogavam sobre tópicos diversos de maneira costumeira, sem menção alguma de relacionamento amoroso, Dia dos Namorados ou qualquer coisa relacionada à declaração que você iria fazer daqui a pouco e que claramente estava te deixando biruta de nervosa.
Era uma regra que todos ali respeitavam e mantinham taciturnamente, evitando levantar quaisquer suspeitas da parte do Hyuuga.
━ Então, Neji... ━ Naruto chamou o rapaz de repente, atraindo o foco da conversa para si enquanto apoiava o queixo na costa da mão. ━ Você tem namorada?
Todos respeitavam, exceto Naruto.
A pergunta foi seguida de uma série de tosses que você soltou após se engasgar com a comida. Rock Lee, que estava ao seu lado, massageou as suas costas e lhe ofereceu um copo de água.
Neji permaneceu tão estoico quanto sempre e ergueu o olhar na direção do loiro, bebericando um pouco de suco antes de responder.
━ Não.
Um pequeno silêncio reinou pela mesa após essa resposta curta, todos o fitaram.
Naruto tentou te olhar de maneira discreta e falhou miseravelmente. Ele abriu um sorrisinho sapeca como se dissesse: "olha aí!" E soltou uma risadinha baixa.
━ É claro que não! ━ concordou, espetando um pedaço de carne do seu prato e mastigando. ━ Mas diz aí. Tem interesse em alguém? ━ questionou com um balançar de sobrancelhas.
━ Santo Deus... ━ Você murmurou para si mesma, desejando desaparecer.
Tenten bateu a palma da mão na própria face e o som do tapa foi audível. O mais velho ali coçou a garganta em um "caham" desconfortável e Rock Lee desviou o olhar com as sobrancelhas bem erguidas.
"Não falemos nada que faça o Neji perceber o plano. Sejamos discretos", disse Guy momentos antes de vocês se encontrarem com o Hyuuga, mas o Uzumaki ali simplesmente não sabia o que era discrição e estava fazendo tudo, menos o combinado.
Neji lançou um olhar gélido, capaz de congelar um exército inteiro, na direção do loiro.
━ Não vejo como isso venha a ser da sua conta, Naruto.
━ Dá um tempo! Não mude de assunto, fale logo de uma vez de quem você gost...
━ Naruto, você precisa experimentar isso daqui! Olha como é gostoso! ━ Tenten é ágil em interromper o companheiro, enfiando vários pedaços de carne na boca dele de uma vez, impedindo-o de falar e deixando-o com as bochechas estufadas.
Ele solta vários barulhos desconexos, com dificuldade para mastigar todo aquele conteúdo. Assim que consegue engolir, no entanto, abre um largo sorriso.
━ Nossa, que delícia! ━ diz animadamente, virando a cabeça na direção da colega. ━ É carne de quê?
━ Não faço ideia, come mais ━ ela respondeu, não deixando ele de boca vazia por muito tempo.
A boca rebelde de Naruto é domesticada pela comida e ele larga de lado a conversa para ir devorar mais do churrasco.
Você negou com a cabeça, incrédula com a situação que se desenrolava diante de ti.
A kunoichi se inclina para se aproximar mais de Lee, que estava do outro lado da mesa, e de Guy que estava na ponta próxima de ambos.
━ Melhor acelerarmos o plano. Se continuarmos assim, o Naruto vai estragar tudo ━ sussurrou para eles.
Os três começaram a ciciar entre si.
━ Certo! Precisamos dar um jeito de deixá-los a sós.
━ Mas o que é que vocês estão cochichando aí? ━ Com uma sobrancelha erguida, Neji interrogou enquanto os assistia.
Não obtendo resposta deles, o rapaz voltou suas orbes para ti e lhe fitou curiosamente, pedindo silenciosamente por uma explicação; todavia, você tampouco sabia e deu de ombros, envergonhada com o comportamento de seus amigos.
━ Como é que vamos fazer isso?
━ Eu tenho uma ideia, deixa comigo! ━ Guy bichanou com um sorriso orgulhoso, antes de erguer-se do pequeno círculo que o trio havia formado e olhar para você. Os outros dois imitaram ele.
━ ...
━ ...
━ ...
━ ...
━ ...?
Um silêncio estranho e desconfortável — pelo menos para você — se instalou na mesa. Isto é, até o professor de vocês abrir a boca em um "o" perfeito como se tivesse visto um fantasma e apontar para algo à frente dele.
━ Meu Deus, o que é aquilo?!
A curiosidade falou mais alto do que qualquer outro pensamento e vocês dois instantaneamente viraram a cabeça para olhar na direção apontada.
Vocês três, aliás, porque Naruto também olhou.
━ Aquilo o quê?
━ Naruto, você não.
━ Desculpe.
Você procurou pelo que quer que fosse o tal "aquilo" que Guy havia apontado, mas não achou.
━ Eu não estou vendo nada ━ admitiu, por fim.
━ Não tem nada de mais ali ━ e Neji concordou.
O sensei negou com o dedo de maneira graciosa, antes de apontar novamente.
━ Oh, não, tem sim. Mas vocês precisam ver de perto.
Essa afirmação dele foi a deixa para que você e Neji fossem praticamente jogados para fora de seus assentos.
Os quatro empurraram vocês dois pela churrascaria até um cantinho isolado e depois sumiram em alta velocidade — Claramente se escondendo em algum lugar próximo para ouvirem a declaração.
━ O que deu neles hoje? Estão agindo esquisito desde cedo... ━ estranhou o Hyuuga, apertando as sobrancelhas e inspecionando ao redor com os olhos, procurando.
Você apertou os lábios, já sentindo suas mãos suarem frio com o nervosismo conforme percebia que agora era a bendita hora de "só ir". Instantaneamente, seu cérebro decidiu apagar da memória tudo o que havia treinado durante o dia, deixando no lugar só um branco sem fim.
Ah, legal. Muito obrigada por me trair quando eu mais preciso, viu? Pensou enquanto mordia o lábio inferior e juntava as migalhas da sua coragem.
━ Ainda não vejo nada ━ concluiu o rapaz, cruzando os braços e expelindo ar pela boca, apoquentado.
━ Neji!
Ele se virou na sua direção com as sobrancelhas erguidas, a atenção se dissipando do cenário e concentrando-se na sua figura tremelicosa.
Você abriu a boca para falar, fraquejou na bravura e fechou-a de novo, tão nervosa que parecia um soldado prestes a ir para a guerra.
Neji esperou pacientemente que você desse continuidade. Quando percebeu que não falaria mais nada, incitou-a.
━ Pois não?
A essa altura, seu corpo já oscilava entre ser humano e ser algo parecido com um terremoto de magnitude 10 na escala Ritcher.
━ E-eu p-p-p-preciso te falar uma coisa ━ informou enquanto engolia em seco. A tentativa foi de dizer com arrojo, mas sua voz saiu tal qual um violão desafinado.
Se dando um tapa mentalmente, um bem dado, você olhou para os próprios pés e encabulou-se até a última fibra de seu ser.
Estúpido. Completamente estúpido, (Nome)! Gaguejou tanto que agora ele deve pensar que estou interpretando uma personagem seminua no Alasca.
━ Estou ouvindo.
Seus olhos — que não conseguiam se aquietar em um só canto — o evitaram com enorme e visível esforço, um rubor fumegante chamuscou suas bochechas de maneira apressada; que lhe deixou dolorosamente altoconsciente e tingida pela timidez com um vermelho similar a uma pimenta em plena luz do dia.
━ E-e-eu...
Um nó se formou em sua garganta. Era como se sua voz se recusasse a percorrer o caminho para fora e se segurasse com as garras e os dentes na faringe para não ser levada.
Permanecendo incrivelmente imóvel, o objeto de seus desejos lhe fitou atentamente e de maneira indagadora, completamente alheio ao caos que causava nas suas entranhas e ao turbilhonado visceral que lhe corroía por total e indubitável culpa dele.
Você começou a balbuciar sem parar palavras desconexas por bons segundos morosos.
━ Veja bem... eu, caham. ━ Pausa. ━ Eu.... eu... sabe?... eu... ━ E lá vêm gesticulações desnecessárias. ━ E-eu... a... ah... ahn...
Cada segundo que passava parecia ser contado com uma batida do seu coração.
━ É-é que... uhm... eu... qu-queria dizer que... que...
Não conseguindo pensar direito e nem formular nenhuma frase decente, você praguejou baixinho apenas para si mesma, certa de que estava tão quente de vergonha que seus miolos estavam sendo fritados naquele instante juntamente com seu raciocínio, e só seu rosto devia alcançar 40 graus de febre.
Abrindo e fechando os lábios em inquietação algumas vezes, você se forçou a respirar fundo e controlar a entrada e saída de ar dos pulmões através de pequenas contagens de 1 a 10. Quando estava se sentindo minimamente mais sob controle de si mesma, reorganizou sua linha de raciocínio e tentou de novo.
Ok, eu posso, eu consigo! Afirmou mentalmente, encorajando-se.
Sugando uma grande quantia de ar para dentro da boca, você falou em plenos pulmões:
━ Neji, eu am...
━ Opa, meu consagrado! Vai uma carne de sol? ━ Tão de repente quanto um fantasma surge para assustar, um funcionário da churrascaria praticamente se materializa do lado do Neji com uma bandeja oferecida na direção dele.
━ Ah! Muito obrigado. ━ O rapaz aceita a oferta e pega a carne, provando-a.
O funcionário acena com a cabeça e se retira, Neji então se vira na sua direção novamente.
━ Desculpe, o que dizia?
Mas você não estava mais lá para prosseguir sua fala.
━ ... (Nome)?
Você tinha sumido.
Você tinha fugido, aliás, na primeira oportunidade que surgiu. Assim que ele tirou os olhos de sua figura, você correu e se escondeu atrás de uma coluna, encolhendo-se lá.
E, por alguma ironia do destino ou simples coincidência, você acabou parando justamente atrás da coluna em que o quarteto que constituía o Congresso do Amor estava. Resultado dessa sua fatal sorte? Pares de olhos confusos, tão arregalados que pareciam pirilampos na noite, vendo você agachada, com a cabeça entre os joelhos e aos prantos — a um fio de chorar.
Eles se amontoaram perto de você, ao mesmo tempo preocupados e atordoados com a sua repentina fuga.
━ Por que você veio para cá? Você estava conseguindo!
━ Você está bem?
━ Não se acanhe! Volte para lá e diga para ele... Ei, você está se sentindo mal?
━ O que aconteceu?
Um turbilhão de perguntas repentinas atacou-lhe, mas você não se preocupou em saber quem estava falando o quê. Com os olhos marejados e uma visão que se tornava turva, você estava mais focada em não desabar em choro do que em qualquer outra coisa.
━ Não fica assim, você consegue.
A voz feminina da sua companheira flutuou pelos seus ouvidos. Você negou com a cabeça, ainda sem erguer ela para fitá-los.
━ Não consigo. ━ Sua voz falhou ao zarpar pela garganta, as palavras saindo com um tremor arrastado, como se fossem pesadas demais para serem ditas. ━ Não deu.
A sua respiração irregular acariciava a pele da região de seu joelho, deixando-lhe ciente do estado em que se encontrava — estado deplorável, a seu ver. Você soluçou, não sendo mais capaz de conter as lágrimas para si mesma, elas derramaram-se e trilharam um longo e lento caminho pelo seu rosto, molhando-o.
Afirmar aquilo em voz alta te deixava arrasada, você se sentiu patética naquela situação. Nem sequer foi capaz de manter contato visual com ele durante a tentativa e achou isso ridículo, como podia ter tão pouca confiança em si mesma para tal?
Frustrada como estava, sentiu-se o pior tipo de covarde.
Compadecendo silenciosamente, Tenten agachou-se ao seu lado e te abraçou, reconfortando-a em um calor amigável e conhecido.
━ Jovem (Nome), a coragem que você demonstrou ao tentar se declarar nesses últimos dias é admirável. Não se martirize por hesitar e não ter conseguido, você precisa manter a cabeça erguida e seguir em frente. Lembre-se de que você é mais forte do que imagina! A vida é feita de momentos, não deixe que o medo te paralise. Levante-se, respire fundo e tente novamente, a próxima vez pode ser a certa. ━ Guy fez um discurso motivacional na tentativa de melhorar seu astral. Dessa vez, não teve nenhuma pose exagerada ou brincadeira, só uma seriedade nua e crua. ━ De qualquer maneira, você não está sozinha, nós estamos aqui contigo.
Enxugando o excesso das lágrimas do rosto com a palma da mão, você olha para cima e observa seu sensei, fungando um pouco no processo.
━ Eu compreendo seu medo de ser rejeitada. ━ Sentando-se no chão ao seu lado, Rock Lee comenta, dando pequenas batidinhas amigáveis nas suas costas.
Dobrando os joelhos na sua frente e imitando sua pose agachada, Naruto oferece um prato cheio de carne para você — o prato dele.
━ Come um pouco de churrasco, vai te animar.
A reação dos seus amigos te fez querer chorar mais. Com um beicinho inconscientemente nos lábios, você se debulhou em lágrimas na frente deles e foi consolada.
Enquanto isso, ainda no canto da churrascaria, um Neji aturdido analisava os arredores com um olhar desentendido, procurando por você. Num momento como esse, certamente havia uma legião de interrogações pairando sobre a cabeça dele.
━ Cadê ela?
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INCÓGNITO (Herobrine x Leitora)

Encomendei essa arte com a yorkutie no Instagram! <3
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CAPÍTULO II - O ANDARILHO
ELA JOGOU UMA TOCHA EM MIM?!
Uma tocha, uma maldita tocha... Nunca em todos os meus milhares de anos de vida, pensei que iria encontrar um humano tão audacioso (e estúpido) quanto este.
Claro, já me deparei com diversos que tiveram coragem de me enfrentar — e nenhum saiu vivo para contar história —, mas jamais me deparei com um que fosse tão sem escrúpulos e sem amor à vida quanto aquela menina.
É sério mesmo? Uma tocha? Eu tinha de admitir, ela era corajosa.
Não doeu, óbvio. Já fazia tempo que eu não sabia o que era dor de verdade. Mas certamente fiquei indignado; sou eu quem bota fogo e não quem é queimado.
Bom, pelo menos normalmente.
Eu não corri atrás dela; não tinha intenção alguma de matá-la, então apenas a observei sair correndo e fiz com que as chamas que se espalharam ao meu redor se acalmassem e cessassem.
Naquela noite, eu estava entediado, não tinha absolutamente nada para se fazer no meu reino. Quando se vive por tanto tempo, a maioria das coisas se torna enfadonha. Por isso decidi sair e me aventurar pelo reino do Minecraft, especificamente naquela floresta, eu gostava dela.
Na verdade, eu só fui até lá porque sabia que ia encontrar alguém perambulando por aquelas bandas naquele horário. Não me passava despercebido a tradição da Academia de Cavaleiros Antelucanos daquela vila de mandar calouros inexperientes para o meio da floresta ao anoitecer. Eu não tinha nada contra, afinal, estaria mentindo se não admitisse que me divertia todos os anos assustando as vítimas dos veteranos.
Era sempre um entretenimento bem-vindo atazanar um bando de pivetes sem nada para fazer, principalmente quando eu mesmo também não tenho nada para fazer.
Eu nunca os matava; apenas os assustava. Não havia nada mais hilário do que ver suas expressões de pavor ao se depararem comigo. Era estranhamente satisfatório.
Embora não fosse sempre que eu ia, às vezes comparecia e com uma certa frequência. Naquele ano não foi diferente, eu estava entediado, então decidi ver qual era a vítima da vez. Resultado? Uma tocha jogada na minha cara. Mas que falta de respeito...
Infelizmente para aquela garotinha, eu me lembraria deste evento pelo resto de minha vida, até porque minha memória é muito boa. Eu sempre me lembro de tudo.
Não me interessei em procurá-la, era tão fácil achar alguém que chegava a ser chato, optei por deixar para lá. Tenho certeza de que aquela menina também não tinha interesse algum em me encontrar de novo, e estava certa em não ter, porque se nós nos encontrássemos novamente, eu arranjaria um jeito perverso de retrucar pela tocha.
Mas enfim, águas passadas. Tenho mais o que fazer... e se a sorte estiver do lado dela, eu nunca mais a verei.
Cinco anos depois, eu pude constatar que a sorte não estava do lado dela.
Percebi pouco mais de uns dias atrás que um certo caçador de recompensas vinha se sentindo muito confortável no Nether. Ele saqueava fortalezas, matava as criaturas, pegava o que bem queria e se retirava, provavelmente vendendo tudo o que encontrava por uma boa grana no mercado clandestino.
O acesso ao portal do Nether é rigorosamente restrito e era raro ver alguém do reino terrestre ali no subsolo. Eram pouquíssimas as pessoas que podiam legalmente entrar, e quando vinham, vinham puramente para resolver negócios, com toda aquela cautela e cuidado que um reino tem ao não querer entrar em conflito com outro.
Só que um mero caçador ordinário não entrava nesta lista. Mas é claro que existem aqueles indivíduos errantes que conseguem burlar o sistema e criar ou ter acesso a um portal de maneira ilegal, como era o caso do meu mais novo companheiro, como descobri após algumas horas o observando de longe.
Aquele miserável achava que podia vir no meu reino e fazer o que quisesse sem levar uma punição? Ele não poderia estar mais enganado. Ele iria conhecer a sensação de ser caçado da pior maneira possível.
Sem muita dificuldade, descobri que ele era um morador da Vila Roosevelt, um lugar que, por ser próximo da capital de Minecraft, guardava grande riqueza e bom comércio. Se eu não me engano, recebera esse nome em homenagem ao fundador dela ou algo assim, uma dessas baboseiras que os humanos gostam de fazer. E, olha só que coincidência, era justamente a vila dos calouros que eu amava assustar.
━ Tem certeza de que irá fazer isso, meu senhor?
Olhei na direção de Kon, um dos esqueletos que trabalhava como mordomo no meu palácio.
Terminei de vestir a capa azul-escuro e soltei um suspiro, antes de respondê-lo.
━ É claro que eu vou. Não posso deixar ele maltratar meu súditos. Eu sou maligno, mas sou maligno com princípios.
Kon bufou... ou fez o derivado de um bufar vindo de um esqueleto.
━ Certamente. Mas não é muito perigoso Vossa Majestade se infiltrar no meio dos mortais? ━ Ele me seguiu enquanto falava, parando por um momento enquanto me assistia amarrar a venda preta nos meus olhos, cobrindo-os totalmente. O tecido era bem grosso, então por mais que eles brilhassem, não ficavam visíveis, o brilho sequer penetrava para fora. ━ Isso não é perigoso?
━ Eu sou o perigo, Kon. ━ Comentei, observando-me no espelho. Por mais que aquela venda estivesse cobrindo toda a extensão dos meus olhos, eu conseguia enxergar perfeitamente, como se estivesse sem ela. Uma das vantagens em ser "não humano".
━ De fato, mas e se eles descobrirem o seu disfarce?
━ Aí eu mato eles. ━ Puxei o capuz para cima da minha cabeça e me virei na direção dele, abrindo os braços. ━ Como estou?
━ Está parecendo um mortal arrojado.
━ Bom.
━ Mas temo que o senhor não saberá agir como um.
━ Caso não se lembre, eu já fui um mortal.
━ E devo lembrá-lo de que isso foi há décadas atrás?
━ Não é necessário.
━ Na época, eu era revestido de pele.
━ Ha-Ha. Muito engraçado, Kon. ━ Ironizei, pegando os equipamentos que julguei necessários para a minha pequena aventura.
━ Eu não entendo. Por que o senhor simplesmente não extrai as informações que precisa sobre esse caçador, observando-o de longe, como sempre costuma fazer?
━ E qual é a graça nisso?
━ Perdão?
━ Observar ele de longe é sem graça e eu estou morrendo de tédio aqui. Matá-lo seria muito fácil e rápido. Aliás, eu nem precisaria extrair informações sobre seu cotidiano para isso. ━ Guardei alguns utensílios pequenos no bolso da minha calça, dando uma pausa momentânea. ━ Mas fazer isso como um mero humano dá um novo grau de dificuldade para a situação, é mais divertido assim, você não acha?
━ Não.
Parei e observei seu rosto esquelético.
━ Você é sem graça, sua opinião não conta. Enfim, vou conseguir as informações que precisar dele me disfarçando entre os aldeões como um simples andarilho. Isso vai me limitar, vai dar mais adrenalina para a situação.
Kon se rendeu, seus movimentos causando o leve barulho de bater de osso com o qual eu já estava tão acostumado.
━ Desejo-lhe boa sorte, Vossa Majestade.
━ Não preciso, mas agradeço.
Pouco depois disso, eu havia me infiltrado com sucesso e sem dificuldades na Vila Roosevelt, para a surpresa de ninguém. Ela estava bem movimentada e animada devido a uma espécie de evento que rolava no momento; uma flor extremamente rara e enorme nascera no solo dela há alguns dias atrás. Ela era grande, possuía um cheiro esquisito e era para além do incomum, o que despertou bastante curiosidade nas pessoas de fora.
Era a situação perfeita para se infiltrar na multidão que se aglomerava naquela vila. Eu tinha a desculpa infalível de que estava interessado nesta flor exótica. Não tinha como levantar suspeitas se um forasteiro passasse tanto tempo em Roosevelt, quando ela está em um período de popularidade e recebendo uma coletânea de forasteiros. Simples assim.
Para eles, eu seria só mais um na multidão.
E foi enquanto caminhava pelas ruas barulhentas e movimentadas da vila que eu a vi pela segunda vez; a reconheci no momento em que botei meus olhos nela.
Minha nova fonte de entretenimento.
Ajoelhada de frente para o cadáver desfigurado, você analisou o corpo com um cuidado minucioso.
━ A suspeita é de que ele tenha sido atacado por alguma criatura noturna ━ murmurou aquele que fora designado para ajudá-la naquela tarefa. Ele estava visivelmente nervoso, suas mãos suavam frio e sua voz não demonstrava um pingo sequer de confiança; era compreensível, afinal, ele era novato.
Você entendia bem a sensação de nervoso ao passar pelas primeiras experiências de trabalho. Quando era novata, o número de vezes que teve algum ataque de ansiedade ou de paranoia pensando no seu futuro era assombroso, mas com o tempo, foi se acostumando e perdendo o medo; ou pelo menos aprendendo a conviver com ele.
Agora era algo normal, fazia parte da rotina, não mais te assustava ou te causava ansiedade. Foram cinco longos anos trabalhando como guerreira noturna, você já era experiente e familiarizada.
Um dia, esse pobre novato trêmulo também seria. Por ora, no entanto, ele estava apenas começando a engatinhar, então você não seria uma superior rígida; sabia bem como era o nervoso de ser inexperiente.
━ Não, não foi ━ respondeu calmamente após concluir sua pequena análise.
━ Como pode ter certeza? ━ perguntou com aquela fome de aprendizado que todo principiante tem.
━ Esfaquearam ele na perna, bem aqui. ━ disse, apontando para a fossa poplítea, a região detrás do joelho. — Provavelmente antes de ser rasgado, enquanto fugia de seu agressor. Isso que fizeram na parte de cima do corpo dele foi uma falha tentativa de simular um ataque de animal ou de mob.
O rapaz se ajoelhou ao seu lado e esticou o pescoço, tentando reconhecer.
━ ... Não poderia ter sido obra de algum esqueleto que pegou uma espada que alguém perdeu?
Você negou com a cabeça.
━ Pouco provável. O esqueleto não miraria especificamente no joelho, o que foi feito no intuito de imobilizar a vítima... ━ Pausou, se levantando e cruzando os braços. ━ Além do mais, ele estaria cheio de cortes, mas não com as tripas para fora.
Ele sugou o ar para dentro da boca e fez uma careta enquanto observava o rasgo horrendo que fizeram na barriga do cadáver.
━ Certo... faz sentido ━ Ele aceitou a contragosto. Claro, era muito mais fácil lidar com um caso de ataque animal do que com um de ataque humano. ━ Mas então o que faremos? Os militares designaram essa missão para nós porque acreditam fielmente que foi coisa de alguma besta.
━ Você vai até lá e dirá que nenhum esqueleto em sã consciência, se é que eles têm uma, faria algo do tipo. Nenhum zumbi acertaria a parte detrás do joelho com uma espada, nem propositalmente, e que este senhor foi visto nas comodidades do muro mais ou menos na mesma hora em que relataram tê-lo encontrado fora da região segura, então é meio suspeito que ele tenha simplesmente andado até lá por conta própria.
━ Sim, senhora. ━ Ele aquiesceu com a cabeça, meio rígido.
━ E se persistirem com a ideia, lembre-os de que não é trabalho dos guerreiros noturnos investigar assassinatos. Nós comparecemos em casos de dúvidas e asseguramos se foi ou não um ataque de mob, passou disso, é com eles.
━ Sim, senhora.
Você soltou um suspiro e apoiou uma mão no ombro do rapaz.
━ Não se preocupe, eles não mordem.
O novato reprimiu os lábios, acenou uma terceira vez e caminhou em direção a um grupo de homens que estava um pouco mais afastado do local.
Boa sorte. Pensou, desviando o olhar da cena e se virando de costas.
Você saudou com um pequeno balançar de cabeça as outras pessoas que estavam ali próximas e também trabalhavam no caso, antes de sair de lá.
Em poucos minutos de caminhada, chegou ao destino que desejava: o Departamento de Cavaleiros Antelucanos.
Adentrou o local e, mais uma vez, questionou-se por que ninguém se preocupou em trocar esse nome, já que o termo "cavaleiros antelucanos" estava em desuso há bons anos.
━ Eu só posso estar no Nether!
Você escutou a voz de Steve esbravejando de dentro de uma das salas, foi para lá que se encaminhou.
━ Qual foi a da vez? ━ perguntou assim que passou pela porta.
Steve e Alex rapidamente olharam na sua direção, um sorriso naturalmente surgindo em seus rostos.
━ Olha só se não é a aniversariante ━ Alex a saudou alegremente, deixando a enorme papelada que segurava em cima da mesa, a mesma que Steve se recostava, quase sumindo em meio a tanto documento.
━ 25 anos, hein? Nossa menina 'tá crescendo ━ Steve comentou com um tom de voz paternal, depois de uma boa careta que fez para os novos papéis entregues pela ruiva.
━ Quando vocês falam assim, eu me sinto uma criança. Esqueceram que nós temos poucos anos de diferença? Vocês têm 27 e não 50 ━ você argumentou risonha, enquanto se sentava em uma cadeira.
━ Por favor, não me lembre disso. Gosto de pensar que ainda estou nos meus 18.
Você riu do comentário de Alex e a fitou, então, apontou com a cabeça na direção do homem, perguntando silenciosamente.
━ Ah, o mesmo de sempre. O Steve precisa analisar esses documentos, sugerir alterações caso ache necessário e aprovar ou não as leis ou diretrizes ━ respondeu a mulher, dando de ombros.
Você cantarolou em reconhecimento. Coitado.
━ Guerreiros noturnos não deviam ter que fazer isso! Nosso trabalho deveria ser apenas defender a vila durante a noite e passar o resto do dia todo dormindo!
━ Bom, mas como essas leis dizem respeito às criaturas noturnas, faz sentido eles pedirem a opinião das pessoas que mais têm contato com elas ━ você analisou, coçando o queixo enquanto pegava um dos papéis e lia o conteúdo dele de maneira rápida e desatenta.
━ Não ouse concordar com eles. ━ Steve levantou um dedo em riste na sua direção. ━ Aqueles parentes de creeper!
━ Os creepers estão muito ofendidos no momento ━ Alex debochou.
Steve coçou a cabeça, irritado. Mas então olhou na sua direção e sorriu de maneira lúdica, a raiva se esvaindo dos olhos.
━ Você, por outro lado, deve estar escapando de todas as tarefas chatas de hoje ━ gesticulou na sua direção, apoiando a cabeça na mão.
━ Há! Você que pensa. Desde quando nossos superiores pegam leve com aniversariante? ━ você zombou, apertando as sobrancelhas.
Os três riram em conjunto.
━ Mas, pelo menos vou ser liberada mais cedo, ainda 'tô no lucro. ━ encolheu os ombros e protraiu a língua na direção deles.
Steve olhou para a papelada e gemeu.
━ Quem me dera.
━ Não temas, Cara de Bolacha! Eu consegui permissão para sair mais cedo hoje também, vou dar um jeito de te raptar daqui e a gente foge sem ninguém perceber ━ Alex pisca na direção dele, que levanta as mãos para cima e murmura um "glória a Deus" seguido de um "obrigado" sincero. ━ Vamos aproveitar que estamos de folga na parte da noite e vamos nos juntar para comemorar seu aniversário.
Você aquiesce enquanto pega o papel e a pena de ganso que Alex lhe oferecia. O seu último trabalho do dia era assinar um documento referente a uma convocação feita pelo imperador na última semana, comprovando que esteve presente.
━ Onde? ━ perguntou enquanto escrevia seu nome.
━ Estávamos pensando em ir naquela taberna nova que abriu, dizem que a comida de lá é ótima ━ sugeriu a ruiva, pegando o papel de volta.
━ Ah, é aquela lá perto do cuteleiro, né? Qual era o nome mesmo...?
━ Lenha na Fogueira ━ Steve disse enquanto alinhava alguns documentos.
━ Esse mesmo. ━ Você se levantou em um pulo e sorriu. ━ Certo, combinado! Que horas?
━ Umas sete, pode ser?
Você concordou com a cabeça, contente.
━ Sua avó disse que está fazendo um bolo bem gostoso para você. 'Tô doido para provar.
━ Ela está? Ela não me disse nada...
━ Claro que não disse! Você é a aniversariante e era para ser um bolo surpresa, mas esse bocó não sabe ficar de boca fechada. ━ Alex acertou a cabeça de Steve com um dos papéis, este que ficou na defensiva.
━ Ela não falou nada sobre ser surpresa!
━ E precisa?
Você revirou os olhos.
Esses dois.
━ Vou deixar vocês trabalharem, então. Até mais tarde! ━ anunciou, prestando uma continência rápida e abrindo a porta.
━ Até! ━ Os dois falaram em uníssono, acenando para você.
Retirando-se do Departamento, você olhou para o céu e soltou um suspiro audível, estirando seus membros. O plano de agora era ir para casa e dormir por umas boas horas, até o entardecer, se possível.
Andando pela vila, você não demorou a estranhar o tanto de transeuntes que iam e vinham sem parar. Acostumada com a rotina normalmente pacata de Roosevelt, era esquisito se ver tendo que desviar de pessoas aqui e ali, que caminhavam e conversavam animadamente.
Eram, em grande maioria, rostos desconhecidos e estrangeiros, vindos de biomas diferentes. Essa situação, por mais interessante e ótima — economicamente falando — que fosse, criou um cenário propício para cometer um assassinato e se esconder nas sombras da multidão sem ser visto, você analisou.
Suspiro. Bom, pelo menos a vila toda estava animada com a flor, e fosse o que fosse, teria que admitir que ela era, de fato, bem exótica... Era uma visão e tanto.
━ Ei, (Nome)!
Ao ouvir seu nome, você virou para trás e procurou o dono da voz, não viu nada e se demorou procurando na aglomeração, até que percebeu que a voz vinha debaixo; descendo seus olhos, você se deparou com uma criança miúda em seus joviais 9 anos de idade.
━ E aí, Hendrick. ━ Sorriu ao reconhecer o pequeno rapazinho de cabelo castanho e pele cor de cacau.
Ele abriu a boca para responder, mas hesitou, corando um pouco, como se estivesse nervoso, quase constrangido com alguma coisa.
━ É seu aniversário, né? ━ questionou e você meneou com a cabeça. ━ Eu gostaria de saber o que você quer ganhar de presente. Eu consegui juntar algum dinheiro, posso comprar algo para você...
Seu sorriso se alargou ainda mais.
━ Você não precisa me comprar presente nenhum, Hendrick.
━ Ah, qual é! Todo mundo quer ganhar presente. Fala o que você quer!
━ Tudo bem, então. ━ Você coloca as mãos no joelho e se agacha na frente dele, para ficar na altura do jovenzinho. ━ Meu presente vai ser você parar de ser teimoso.
━ O quê?! ━ Ele faz uma careta. ━ Pô! Aí não dá. Eu poderia passar dois anos minerando feito um condenado para achar um diamante para você que ainda assim seria mais fácil do que isso! Escolhe um presente mais fácil aí, minha filha!
━ Não dá, é só isso que eu quero de presente.
Ele bufa e sai resmungando: por que mulheres sempre são TÃO exigentes?!
Gargalhando baixo, você o observou se afastar em passos pesados. Hendrick era um bom garoto, morava na casa ao lado da sua e você o conhecia desde que ele nasceu. Sua mãe morrera no parto e o pai se esforçava trabalhando de minerador para sustentar o filho sozinho, mas como o trabalho exigia que ele passasse muito tempo fora, Hendrick acabava por sempre ficar sob os cuidados de você e da sua avó, que amava o garotinho.
━ Com licença.
Uma nova voz, dessa vez desconhecida, tirou-lhe de seus devaneios. Você se virou na direção dela e surpreendeu-se ao encontrar um homem alto que usava venda nos olhos, algo que era bem incomum — pelo menos para ti e para a cultura do lugar onde morava —. Mas não pensou muito nisso, afinal, ele facilmente poderia vir de um bioma bem distante ou sequer ser do reino de Minecraft; e também, você estava distraída demais percebendo o quão bonito ele era.
━ Reparei nessa bela espada que carrega consigo e não pude deixar de supor que trabalha com a segurança desse lugar.
Suas sobrancelhas arquearam para cima e você tocou inconscientemente na espada que estava nas suas costas. Você nem se lembrava dela, já era tão acostumada a carregá-la o tempo todo que era como se essa espada fosse uma parte do seu corpo.
━ Seu palpite está correto, senhor. Eu sou uma guerreira noturna.
Um sorriso ladino surgiu nos lábios do desconhecido.
━ É mesmo? Pensei que guerreiros noturnos só trabalhavam no período da noite.
━ Isso depende inteiramente da escala da semana. ━ Você parou de falar por um momento, levando em consideração todos os detalhes que conseguiu captar da aparência do homem. ━ Pelas suas vestimentas, suponho que o senhor venha de muito longe.
━ Podemos dizer que sim ━ respondeu, levantando um ombro. ━ Eu vim para ver a famosa flor rara que desabrochou por este solo.
━ A flor-cadáver? ━ Você fitou a rua cheia de visitantes. ━ Várias pessoas vieram com o mesmo propósito.
Ele te imitou e observou o lugar, e você se perguntou se ele estava realmente enxergando alguma coisa com aquela venda.
━ De fato... ━ Voltou-se na sua direção. ━ Devo confessar que estou um pouco perdido, essa é a minha primeira vez nesta vila e estou tendo certa dificuldade em encontrar o local de exposição. Você se importaria em me mostrar o caminho?
Você considerou por um momento antes de responder:
━ Não me importaria. Por favor, siga-me ━ pediu educadamente, começando a andar ao lado do forasteiro. ━ Não fica muito longe daqui, prepararam um festival para comemorar a situação e a flor-cadáver está no centro dele.
Ele murmurou em compreensão, deixando-a liderar o caminho.
━ Obrigado, senhorita... como devo chamá-la?
━ (Nome).
━ (Nome) ━ repetiu lentamente, como se testasse a sensação de dizer tal palavra. ━ Já viu a flor-cadáver?
━ Claro que sim. Todo mundo que mora na vila já viu.
━ E ela é realmente tão extraordinária como dizem os boatos?
━ Mais do que isso, e também fede feito um gambá morto.
━ Ah, então é verdade o que comentam sobre o odor que ela exala?
━ Totalmente verdade, ela realmente cheira a cadáver.
Ele acena com a cabeça enquanto anda, crispando os lábios de forma pensativa.
Curiosa, você o olhou de soslaio.
━ Interessada? ━ Ele te pegou olhando e ofereceu um sorriso cheio de si.
Meio envergonhada por ter sido descoberta no flagra, você desviou e concentrou sua atenção para frente.
━ Apenas curiosa...
━ Fique à vontade para perguntar. ━ Gesticulou na sua direção, como se a convidasse para chegar mais perto, coisa que você não fez.
Franzindo as sobrancelhas, você o fitou novamente, observou a postura casual e preguiçosa dele, mas ainda perfeitamente ereta, e então cedeu
━ O senhor mora em qual parte do reino?
━ Seria de grande agrado para mim se você parasse de me chamar assim ━ ele comentou, mas sorriu da mesma maneira que um malandro prestes a roubar algo sorriria ao responder a sua dúvida. ━ Depende do dia e da hora. Sou um humilde andarilho com ânsia de conhecimento, então pode-se dizer que eu moro em muitos lugares, embora não tenha uma casa fixa.
Um andarilho, é?
Você já havia conhecido alguns, eles eram do tipo de pessoa que sempre tinham história para contar.
━ Certo. Devo chamá-lo de quê, então?
━ Do que você quiser.
Você ergueu uma sobrancelha, confusa.
━ Como assim?
Ele deu de ombros.
━ Deixe-me reformular a pergunta: como se chama?
━ Ah, eu tenho vários apelidos, por todo canto que visitei as pessoas inventaram um ou dois para mim. Mas os mais próximos me chamam de Hero.
━ Hero?... Herói em inglês?
━ Sim.
━ Por que herói?
━ Porque eu venci a cegueira.
Você hesitou nos seus passos, sendo pega de surpresa por aquela nova informação.
É por isso que ele tampa os olhos?
━ Uau. Parece uma história de superação e tanto ━ murmurou. Ele balançou com a cabeça em concordância e continuou a caminhar, seu sorriso se tornando algo mais voltado para o orgulho. ━ Você era cego por conta de algum acidente ou era de nascença?
O homem bufou, soltando uma risada soprada.
━ Isso é meio indelicado de se perguntar, você não acha?
Arregalando os olhos, você tampou a boca com as mãos, como se isso fosse reverter o que acabara de falar.
━ Oh! Desculpe, não foi minha intenção...
Ele balançou a mão, como se dissesse "tanto faz".
━ Você não iria gostar de saber a história toda.
Por quê? Sentiu vontade de interrogar, mas absteve-se, fazendo uma expressão de puro desentendimento enquanto fitava a venda dele.
Talvez a situação que acarretou tenha sido desagradável. Analisou, por fim, voltando a olhar para frente.
━ Tudo bem, retornemos para o tópico anterior. Não sou muito chegada a apelidos, principalmente com pessoas que não conheço. Qual é o seu nome de verdade?
Ele se virou para você e sorriu mais uma vez, parecia estar de bom humor quando disse:
━ Adivinhe.
Você não poupou esforços ao erguer uma sobrancelha.
━ Como?
━ Não vou dar meu nome de mão beijada para você, isso seria sem graça. Descubra por si só.
Que cara esquisito... que conversa esquisita.
Você ficou calada por longos segundos, apenas encarando-o, perplexa, até que chegou a conclusão de que ele era atraente na mesma medida em que era estranho.
━ Então... eu deveria simplesmente te chamar de "você" enquanto supostamente tento descobrir seu nome?
━ Me chame do que você quiser.
━ Ok, nesse caso vou chamá-lo de senhor.
━ ... Do que você quiser, com exceção disso.
━ Então andarilho.
━ Vamos lá, você consegue ser mais criativa.
Você suspirou, aborrecida. Esse cara não batia bem da cabeça.
━ Chegamos ━ anunciou, parando de andar.
O homem alto e robusto levantou o rosto e olhou para o festival.
━ É aqui? ━ Assobiou em aprovação, cruzando os braços. ━ E a flor?
Você o fitou de esguelha por um momento silencioso, antes de apontar para frente, sinalizando que se ele seguisse reto, a encontraria.
Ele fez menção de ir, mas parou quando percebeu que você não fez o mesmo.
━ Você não vem?
━ Não. Espero que aproveite o festival.
━ Obrigado. ━ E continuou lá parado, observando-a.
Sentindo-se como se tivesse a obrigação de permanecer ali, você também ficou plantanda, sem saber exatamente porque estavam assim.
━ Sabe, essa vila é realmente muito bonita, eu adoraria conhecer ela por completo.
Você captou o que ele quis dizer e foi rápida em responder:
━ Nós temos alguns guias turísticos por aqui, se quiser...
━ Eu estava pensando que você poderia me apresentar a vila. Como uma das militares daqui, deve conhecer esse lugar com a palma da mão. ━ Ele a interrompeu sem um pingo de sutileza.
Você abriu a boca para responder, mas fechou, estranhando o convite.
━ Bom, sim, mas... ━ pausa rápida para ponderar. ━ Oh, sim. Entendo, você quer economizar esmeraldas.
O andarilho deu um passo para frente e se inclinou para perto, tão perto que você conseguiu sentir o cheiro dele invadir suas narinas. O aroma lembrava o de uma vela sendo queimada, misturada com o de pinheiro e algum perfume masculino que não conhecia, mas que era estranhamente gostoso de sentir.
Ele era cheiroso, constatou, e aquela barba dele era com certeza tocável. Seus dedos formigaram, desejando deslizar por aquele maxilar e, opa, (Nome), o que diabos você está pensando? Concentre-se, garota!
━ Na verdade, eu só queria ocupar o seu tempo mesmo.
Você piscou.
Ele disse o que eu acho que disse?
Porcaria, agora você estava em um impasse. Este homem acabara de flertar contigo na cara dura!
Engolindo em seco, você escolheu cuidadosamente cada palavra que diria a seguir.
━ Vou pensar no seu caso.
━ Então 'tá, nos vemos amanhã, podemos começar pela entrada dos portões.
━ Espera aí, eu não concordei em ser sua guia.
━ Ah, mas você vai concordar mais tarde.
Você franziu o cenho.
━ Um pouco convincente, não acha? ━ disse, descruzando os braços e desviando o olhar. ━ De qualquer forma, acho bem difícil nós tropeçarmos por acaso um no outro amanhã.
━ Não se preocupe quanto a isso, eu sempre encontro o que procuro. ━ Você o olhou meio surpresa, o tom de voz que o andarilho usou era quase intimidador.
Ele abriu um sorriso lentamente, deixando seus dentes à mostra. Você não sabia o porquê, mas sempre que ele sorria, um arrepio passava pela sua espinha, como se existisse algo puramente perverso naquele simples gesto.
Tentou compreender o que ele estava querendo dizer nas entrelinhas, mas não conseguiu chegar a conclusão alguma.
━ Você é estranho, sabia?
━ Vou ter isso como um elogio.
Sem saber como prosseguir com a conversa desconcertante, você decidiu encerrá-la. Virou-se horizontalmente, deu uma última olhada no festival e despediu-se de maneira formal antes de ir embora.
━ Até mais tarde, (Nome). ━ Foi a última coisa que você ouviu ao se afastar.
Acho que essa foi a interação mais peculiar que já tive em toda a minha vida. Você pensou, enquanto desviava da multidão e tomava um atalho até sua casa.
Decidiu não bater muita cabeça pensando nisso. Todos os turistas que vinham para ver a flor-cadáver passavam um ou dois dias na vila e iam embora, com aquele homem não seria diferente.
Chegando em casa, você tomou um bom banho e se jogou na cama logo depois, dormindo por boas e longas horas a seguir. Acordou no entardecer meio grogue com sua avó apressando-a para se arrumar, a senhora parecia animada para comemorar seu aniversário.
Após se prepararem, vocês duas saíram de casa para encontrar Steve e Alex na taberna, e enquanto você esperava sua avó terminar de trancar a casa, observando o céu agora noturno da vila, avistou um Hendrick todo sujo de terra se aproximar.
Derrubando seus olhos na figura desgrenhada dele, você fez uma pergunta silenciosa com o olhar, na qual o rapazinho respondeu levantando o braço e oferecendo uma linda tulipa para você.
━ Feliz aniversário ━ murmurou, acanhado.
Você sorriu para a cena e aceitou a tulipa, acariciando suas pétalas com o dedo e cheirando-a.
━ Obrigada, meu amor ━ agradeceu, bagunçando o cabelo dele afetuosamente.
Hendrick estufou o peito, orgulhoso de sua conquista.
━ Essa flor vem acompanhada de obediência? ━ perguntou após um momento, se inclinando para ele.
Em resposta, o garoto fecha os punhos no rosto e bufa.
━ Aaaaah!
━ Hendrick! Que bom que você chegou, nós estávamos prestes a... ━ A mulher idosa parou no momento em que percebeu o estado no qual se encontrava o jovem. Botando as mãos no peito, ela exclamou. ━ Oh, céus! O que aconteceu? Está todo sujo! Venha, rápido. Vamos te limpar.
━ Ah, não, Vovó! Não gosto de banho... ━ ele resmungou.
━ Pensasse nisso antes de bolar na lama.
━ Eu não estava bolando na lama!
Você riu enquanto observava sua vó arrastar Hendrick para dentro de casa. Então ergueu a cabeça e voltou a observar o céu estrelado e a bela Lua Crescente que sorria alegremente lá do alto.
A noite estava linda hoje.
E em algum outro lugar na vila; um certo Herobrine disfarçado de andarilho teve exatamente o mesmo pensamento.
Quer dizer... quase o mesmo, exceto que o dele foi algo mais parecido com: que noite linda para incendiar uma vila.
Bom, detalhes à parte.
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5 FORMAS DE SE DECLARAR NO DIA DE SÃO VALENTIM! (NEJI HYUUGA X LEITORA)
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Avisos: Nenhum.
Palavras: 3.495
SEGUNDA FORMA — ARMADILHA CUPIDO
Mais tarde, naquele mesmo dia, o Congresso do Amor voltou a se reunir na "base secreta" — seu quarto.
━ E, aí! (Nome), como foi a declaração? ━ questionou Rock Lee assim que botou os pés no cômodo, quase não se aguentando de curiosidade.
Você mal havia desjejuado e já se via encurralada por três pares de olhos indagadores, enormes e atentos a qualquer detalhe.
Com um suspiro derrotado, você deixou seus ombros caírem e adotou uma posição nada confiante.
━ Não deu certo...
A animação do trio murchou diante de ti.
━ Como assim?! ━ retornou a perguntar o rapaz, franzindo o cenho em completa descrença. Ele parecia realmente acreditar que tudo tinha dado certo ontem.
Mas não deu. Foi um desastre.
Ugh...
━ Eu acabei desmaiando de cansaço na frente dele, nem sequer consegui recitar a primeira parte do poema ━ admitiu o fracasso tristonhamente. Só de lembrar do fiasco que foi, você sentiu um arrepio te cobrir por inteira.
Em completa sincronia, os três piscaram lentamente duas vezes; então, tanto Tenten quanto Rock Lee viraram na direção de Guy e o observaram em silêncio.
Percebendo isso, Guy entreabriu os lábios, mas não ousou proferir palavra alguma. Ele virou a cabeça para um lado, virou a cabeça para o outro, observou seus alunos e respirou fundo, cruzando os braços e logo depois fitando o chão como se fosse a descoberta do século.
━ Talvez eu tenha pegado um pouco pesado... ━ murmurou o homem, coçando o queixo.
━ Um pouco? ━ repetiu Tenten, incrédula. Voltando-se para frente, ela tampou o rosto com a mão, negando levemente com a cabeça. ━ Eu disse que isso não ia dar certo. l
É, realmente ela tinha dito. Ela tinha percebido a ineficácia do plano no momento em que ele foi posto à mesa.
Quer dizer, você também percebeu; mas é que... bem, não custava tentar, não é?
Não deu certo, mas vendo pelo lado positivo, agora você estava mais bem treinada e resistente que antes, sem dúvidas, você estava mais forte após aquela provação.
... E estava com dores musculares para além do normal também. Parecia que uma carruagem tinha te atropelado (e se tivesse sido mesmo uma carruagem, você tinha certeza de que não estaria tão dolorida quanto estava do treino).
━ Não se preocupe, (Nome)! Nós vamos enfrentar essa dificuldade juntos e superaremos ela igualmente juntos! ━ Rock Lee tentou te consolar da maneira dele, botando uma mão gentil em seu ombro e mostrando-lhe um sorriso amigável enquanto jogava o polegar para cima em um joinha.
━ Lee tem razão, jovem (Nome)! Você ainda não perdeu a batalha, iremos te ajudar até o prazo estimado. ━ Guy meneou com a cabeça, deixando seus brilhosos dentes à mostra conforme voltava a sorrir.
Você, ainda meio desanimada, ergueu as orbes para seus amigos de equipe e os fitou, sentindo-se ao mesmo tempo emocionada e agradecida.
━ Pessoal... obrigada. ━ Fungou e devolveu o sorriso para ambos, o seu sendo mais fraco que o deles.
━ Te garanto que até o dia 14 você já vai ter conseguido. ━ Sua companheira falou, juntando as mãos como se estivesse fazendo uma prece.
Uma prece... É, talvez você devesse fazer uma prece também.
━ Antes que perceba, ele já vai estar amarrado a você, por bem ou por mal ━ continuou a morena, diminuindo consideravelmente o tom da sua voz e apertando as pálpebras.
Seu sorrisinho se tornou sem graça após ouvir essa declaração.
Calma lá. Não é assim que a banda toca.
Rock Lee demorou cerca de 1 minuto para compreender, e quando isso aconteceu, ele praticamente torceu o pescoço para o lado e a mirou com orbes arregaladas.
━ Isso foi uma ameaça?!
A garota o mirou de volta em silêncio, em completo silêncio, e de repente o clima tornou-se um pouco estranho.
Misericórdia.
━ Mas então, o que faremos agora? ━ Você perguntou, optando por ignorar aquele pensamento sádico de sua colega e trazer o assunto de volta para o cerne da questão.
O trio voltou-se para sua figura novamente e todos te analisaram, rapidamente prendendo a atenção ao assunto mais uma vez.
Ninguém sabia o que fazer exatamente, e isso te deixou meio cabisbaixa.
Eles ficaram pensativos, você ficou pensativa, o passarinho que repousava na sua janela ficou pensativo, e todos ficaram longos minutos assim, calados, parados e ponderando possíveis soluções para o seu problema.
Até que Tenten abriu um sorriso e ergueu a mão, intervindo na sessão de pensamentos coletânea.
━ Eu tenho uma ideia! ━ disse ela.
Uma ideia que não envolvia amarrá-lo, você esperava.
━ E se a gente fizesse uma armadilha para o Neji?
Todos a encararam com um choque taciturno.
━ Uma o quê?
━ Como é?
A ideia não envolvia amarrar ele, mas sim prender?!
O mais velho entre vocês soltou um barulho gutural e considerativo.
━ Como funcionaria isso?
Com globos oculares que brilhavam tanto quanto faróis em uma noite densa, a kunoichi explicou animadamente.
━ Simples! Iríamos criar uma situação que desperte a atenção de Neji e o leve até a floresta, onde ele se deparará com um "ataque inimigo" e precisará da ajuda de (Nome) para se livrar da situação.
Ah, pronto. Agora, o Neji era a donzela em perigo e você o cavaleiro de armadura brilhante.
Mas espera aí...
Você franziu o cenho por um instante, contemplativa, imaginando o Neji sendo uma donzela — e que bela donzela — que você — vestida em uma majestosa armadura branca que brilhava no sol e montada a cavalo — salvava de forma heroica e bem clichê.
Rapaz... Até que não era má ideia.
Na verdade, era uma ideia brilhante! Era praticamente impossível ele não se apaixonar! Você só precisava descobrir onde vendiam armaduras desse tipo.
Completamente alheia às ideias mirabolantes e surreais que você inventava na cabeça, Tenten continuou a explicar seu próprio plano:
━ Precisaria ser especificamente em um local tranquilo e isolado na floresta, longe de olhares indiscretos, mas próximo o suficiente da Vila da Folha para que Neji possa ser facilmente convocado. ━ Ela ergueu um dedo para cima sorridentemente, visivelmente orgulhosa do que acabará de arquitetar como método de declaração infalível.
Rock Lee soltou um murmúrio admirado.
━ Oh, faz sentido!
━ A ideia principal é criar uma situação em que o Neji precise da ajuda da (Nome), que vai poder ter uma chance de demonstrar sua inteligência, habilidade e valor como ninja; o que com certeza vai cativar o Neji! ━ Tenten juntou as mãos com impacto, fazendo ecoar um único som de palma pelo seu quarto, antes de olhar para ti. ━ (Nome), talvez você não vá nem precisar se declarar para ele! Ele mesmo pode acabar se ajoelhando na sua frente e confessando seus sentimentos por ti, de tão encantado que vai estar!
Você quase ascendeu de tão esperançosa — e terrivelmente sonhadora — que ficou após ouvir aquilo. Suprimindo um gritinho eufórico, colocou as mãos nos ombros de sua companheira e a observou com orbes cintilantes.
━ Tenten, você é um gênio!
━ Eu sei, obrigada ━ murmurou ela, quase que timidamente, enquanto empinava o nariz com confiança.
━ Fascinante. ━ Guy aquiesceu com a cabeça, uma expressão séria no rosto, antes de tomar a iniciativa de marchar para frente — de novo —, e fazer uma pose dramática (de novo), enquanto ficava dramaticamente entre vocês três; de novo. ━ Nossa estimada parceira de time acaba de propor uma nova missão ninja de urgência máxima, uma missão de nível A!
O silêncio caiu sobre o quarto, vocês três mirando o sensei com certa expectativa.
━ O Congresso do Amor oficialmente entra em ação novamente! ━ disse por fim o homem, após uma pausa desnecessariamente grande, estufando o peito.
Rock Lee vibrou em animação e se apressou em acompanhar seu mentor, posicionando-se ao lado dele e imitando-o prontamente.
━ É isso aí! Guy-sensei disse tudo! ━ Ele ergueu um queixo e imitou a expressão séria do mais velho. ━ Nós do Congresso do Amor não iremos descansar até que (Nome) e Neji estejam juntos! Irremediavelmente juntos!
Se deixando levar pelos companheiros, Tenten acompanhou-os naquela "brincadeira" e, pondo-se ao lado de ambos, fez uma pose combinando com eles.
━ E com esse plano perfeito, vamos rumo à vitória!
Falando desse jeito, vocês dão a impressão de que isso é algo extremamente difícil, beirando ao impossível... Você pensou e quase manifestou seus pensamentos em voz alta, quase.
Lentamente e em uma diferença de poucos segundos, os três viraram a cabeça para trás e miraram você, que era a única dali que não tinha se juntado.
Enrijecendo os ombros, você apertou a sobrancelha e os mirou de volta, confusa.
━ O que?
Sem resposta; eles continuaram te olhando, como se esperassem que você fizesse algo.
Você continuou perdida, e então soltou um suspiro ao entender. Claro, eles queriam que você se juntasse a eles.
Sua vontade de fazer isso era a de um zero bem redondo. Por mais que ninguém mais ali estivesse vendo, você estava sentindo uma baita vergonha de adotar aquele mesmo comportamento, mas seus companheiros de equipe te encaravam tanto (e tão descaradamente também) que você se viu na obrigação de fazer o mesmo.
Retornando à mesma postura derrotada que estava carregando ao decorrer do dia (dessa vez por embaraço e não desesperança), você andou para frente e ficou ombro a ombro com Tenten, levou suas orbes para frente, fitou sem interesse a parede de seu quarto e botou duas mãos na cintura. Respirou fundo uma vez e:
━ É.
Tenten piscou histericamente, como se tivesse entrado poeira no olho dela.
━ "É"? Só isso? Não tem mais nada de impactante a dizer que vire uma frase de efeito? ━ indagou, parecendo decepcionada com o seu tudo-menos-frase-impactante.
━ É.
Botando a palma da mão para cobrir o rosto, a menina soltou todo o ar que prendia em seus pulmões e aceitou, resignada.
━ Nossa, que quebra de momento... ━ Ela deixou os ombros caídos, mas então ergueu-os subitamente e animou-se mais uma vez. ━ Enfim, Congresso do Amor, avante!
É, parece que a Tenten realmente ficou animada com isso de "Congresso do Amor".
Bom, você que lute.
━ Deixa eu ver se entendi... (Nome) quer se declarar 'pro Neji antes do dia 14, mas não sabe como fazer isso?
Cabeças concordaram em uníssono.
━ ... E vocês precisam da ajuda dos meus clones das sombras para ficarem disfarçados de saqueadores enquanto vocês enganam o Neji e atraem ele para uma emboscada?
Concordaram de novo.
━ 'Pra (Nome) se declarar?
Concordaram novamente.
━ Tudo isso 'pra ela se declarar durante a emboscada?
Concordaram mais uma vez.
━ Então, resumindo: vocês vão atacar o Neji com um intuito romântico?
━ Exatamente isso, você entendeu perfeitamente.
━ Não, não. ━ Negou com a cabeça, piscou algumas vezes pensativamente, negou de novo. ━ Não entendi não.
Cutucando o nariz com o dedo de uma forma nada elegante, Naruto fez uma expressão confusa e inclinou a face para o lado.
━ Eu não entendi por que é necessário fazer tudo isso. ━ Os olhos azuis elétricos focaram-se na sua figura. ━ Por que você simplesmente não diz 'pra ele como se sente?
Você suspirou.
━ Não é tão fácil assim, Naruto. Eu nunca me declarei antes, então não sei como fazer.
━ Ué. É só ir lá e falar.
━ Não consigo.
Naruto a encarou em silêncio por alguns segundos, como se analisasse a veracidade da sua afirmação.
━ Ok, contem comigo. ━ Deu de ombros, voltando-se para o restante da equipe. ━ O que precisam que eu faça?
Corta para Tenten abrindo um sorriso maléfico lentamente.
A garota explicou outra vez o mesmo plano com o mesmo entusiasmo.
E, certo. Dividido em etapas elaboradas para até um obtuso compreender — palavras da própria Tenten —, o esquema era basicamente o seguinte:
1. Armadilha: os meninos armam uma armadilha na floresta, fingindo um ataque inimigo. Neji será atraído para o local.
2. Resgate: Quando Neji estiver em perigo, tal qual uma donzela, você entrará em ação, utilizando suas habilidades e conhecimentos para resgatá-lo de forma heroica, tal qual um cavaleiro.
3. Declaração: Após o resgate, em um momento de alívio e gratidão, Neji estará encantado com você por salvá-lo. Momento perfeito para se declarar!
... Ok, quanto mais pensava na terceira etapa, mais você se envergonhava.
É sério, como você ia se declarar assim do nada? Tenten havia te confortado, dizendo que se sentiria mais confiante depois de ser a heroína dele... bom, você estava realmente contando com isso.
Assim que todos estavam a par de como tudo funcionaria, correram para a floresta e procuraram um lugar estratégico para dar início aos preparativos, o que, por incrível que pareça, não demorou muito.
A mente brilhante que formou a ideia estava averiguando tudo de perto, para garantir que estivesse perfeito. Ela guiou e informou como cada um dos meninos deveria agir, de que locais poderiam atacar e como precisava ser feita a armadilha.
Foram utilizados fios de aço, shurikens explosivas e... uma rede de arremesso bem grande para capturá-lo.
Sim, a Tenten parecia realmente pronta para prender o Hyuuga. Ela era do tipo de romântica-metida-a-cupido mais bruta que você já tivera visto na vida.
Para ser franca, ela parecia mesmo era uma caçadora sanguinária de Nejis naquele momento.
Vocês todos trabalharam em equipe para preparar as coisas. Amarraram fios de aço finos e quase invisíveis entre as árvores até que eles formassem uma rede de armadilhas que dificultaria os movimentos da "vítima", depois esconderam Shurikens modificadas com explosivos de baixo impacto em alguns pontos estratégicos e por fim, vincularam a rede de arremesso entre os galhos de uma grande árvore e implantaram um gatilho logo abaixo para acioná-la e prender o Hyuuga.
Quando estava tudo finalizado, os meninos aprontaram-se em arranjar algumas roupas e acessórios para que pudessem se disfarçar de malfeitores (eles acabaram se animando até demais com a tarefa), e foi somente no momento em que se voltaram para vocês, e confirmaram em silêncio que estavam prontos para o "show" — em milhares de aspas — que você e Tenten baixaram a guarda e se retiraram do local, com a certeza absoluta de que os rapazes não dariam um jeito de destruir a emboscada em menos de 5 minutos.
... Está bem, talvez não tão absoluta assim. Mas vocês estavam confiantes de que eles iriam conseguir ficar pelo menos 15 minutos concentrados no plano, sem se distrair com nenhuma aposta tosca.
Ambas correram de volta para a vila e procuraram pelo seu aspirante a namorado, noivo e marido — e você esperava que pai de seus filhos também — com visível vigor e pressa, buscaram em cada canto que conseguiram imaginar onde ele poderia estar e encontraram-no no mais improvável de todos... caminhando na rua, por acaso.
━ Neji! ━ Tenten chamou abruptamente enquanto se aproximava.
Você deu uma pausa para recuperar o fôlego, apoiando as mãos nos joelhos; que ninja sedentária era!
Com um movimento suave da cabeça, o rapaz virou-se para trás, seu belo cabelo que refletia a luz do sol balançando no processo de uma forma encantadoramente charmosa.
━ Tenten? (Nome)? ━ Suas íris, possuintes de uma coloração lavanda, se arrastaram sobre a figura de vocês duas.
Ele franziu o cenho ao perceber que a parceira de madeixas castanhas o observava com certa urgência e expectativa.
━ ...Aconteceu alguma coisa?
━ Saqueadores! ━ Você respondeu de imediato, sem pensar, ficando reta.
Neji ergueu uma sobrancelha.
━ Saqueadores?
Daí você pensou e fechou a boca, arregalando um pouco os olhos ao perceber que... que, bem... vocês tinham esquecido de combinar uma história para fisgar o Hyuuga.
Saqueadores eram o centro, sim, mas e quanto ao resto?
Se são só alguns saqueadores, por que eu e Tenten, duas ninjas treinadas, iríamos precisar da ajuda do Neji? Segundo a lógica, resolveríamos o problema sozinhas. Ele poderia muito bem desconfiar disso.
Deduziu, começando a imaginar o rapaz chamando-as de kunoichis fracassadas.
Às vezes era terrível pensar...
━ Uma legião deles! ━ Tenten tomou as rédeas da situação rapidamente, erguendo ambas as mãos em alerta, o que atraiu a atenção do garoto. ━ Nós estávamos passeando na floresta quando de repente os encontramos, eles estão em uma quantia grande e ficamos receosas de estarem planejando algo muito maior do que apenas furtar...
Você fitou sua amiga com uma mistura de choque e admiração, descrente de que ela realmente acabara de inventar tudo aquilo.
━ Então, pensamos em te chamar. Se você usar seu Byakugan, pode descobrir se o que estão planejando é muito perigoso, devemos ter cautela.
É, faz sentido. Você pensou, se apressando em concordar com a cabeça.
E não é que a malandrinha era boa na improvisação?
Neji permaneceu com uma expressão estoica inquebrável, não dava para saber o que se passava na mente dele, e o silêncio se estendeu por tempo suficiente para que seu coração resolvesse imitar um tambor barulhento, o medo de que ele não acreditasse se alastrando por suas vísceras.
━ Onde? ━ Ele de repente perguntou, parecendo tão sério quanto sempre.
Com um movimento rápido, Tenten apontou confiantemente para a direção de onde vocês haviam saído, mais especificamente para algum ponto na floresta que, embora a distância existente, ainda era possível discernir da rua.
━ Lá.
Sem esperar mais nenhum segundo, o moreno correu para onde lhe foi apontado.
Soltando os lábios que havia reprimido sem perceber, você deixou os ombros relaxarem e deu um baita suspiro de alívio.
Ele acreditou. Ele realmente acreditou?!
Por um momento, você pensou que ele iria ativar o Byakugan, ver dentro das suas almas e perceber que estavam mentindo; se é que isso é possível.
Na verdade, agora que você reparava, era impossível — pelo menos você esperava que fosse —, mas na hora da paranoia, tudo parece possível.
Voltando-se para sua parceira de "crime", você bufou.
━ Que bela lábia você tem.
Com uma risadinha convencida, Tenten botou as mãos na cintura e respondeu de forma sorridente:
━ Você tem que ser esperta na vida, minha cara (Nome).
Falou igual ao Guy-sensei.
━ Vamos, depressa!
Dominada pela animação e curiosidade sobre o desenrolar da situação, Tenten te puxou pela mão em tempo recorde e começou a te arrastar com ela. Foi necessário apenas alguns minutos para que alcançassem a floresta. A garota se certificou de que não entrassem em cena de imediato e parou algumas árvores antes da emboscada.
Tão prontamente quanto era possível para um ser humano, ela se enfiou em um arbusto que tinha logo ali.
Você olhou-a em silêncio, franzindo o cenho.
━ O que 'tá fazendo?
Com um movimento sutil, ela deixou o topo da cabeça aparecer em meio ao pequeno monte de plantas verdes.
━ Me escondendo para ver tudo de camarote, é claro.
Sua reação foi uma simples cara de tacho quanto a isso.
Então, para a sua completa confusão, Tenten de repente semicerrou as pálpebras e te mirou de lado, desconfiada.
━ Qual é a dessa cara?
━ Não vá querer amarelar, hein.
━ Mas eu não estava pensando em...
━ Só confia na profissional aqui. Eu sou formada nisso ━ afirmou, voltando a enfiar a cabeça no arbusto.
━ "Nisso" de armadilha ou "nisso" de declaração?
━ Nos dois.
Você bufou, não sabendo se ria ou se chorava.
━ Aposto que sim.
━ Fica aí paradinha e espera a sua deixa para entrar! ━ Agora apenas o dedo dela era visível, apontando e balançando diretamente para a sua figura.
Optando por não responder, você coçou o maxilar e soltou um suspiro nervoso. O silêncio reinou por pouquíssimo tempo, antes de ser interrompido por gritos.
Seu coração deu um solavanco. E não é que o plano estava dando certo mesmo?!
━ Olha ela aí. ━ Tenten comentou, mas você não ouviu; àquela altura, já havia praticamente voado na direção deles, movida 100% a um novo tipo de vapor chamado ansiedade.
━ Neji! O que...
Você congelou no lugar, boquiaberta.
O que. Realmente, "o que" era uma coisa apropriada para se dizer naquele momento.
Com olhos abertos até demais, você observou incrédula Neji dando bronca nos rapazes, com uma postura que lhe dotava de grande semelhança a um pai de família decepcionado.
Eles três caíram na própria armadilha.
Percebendo de seu próprio esconderijo o que estava havendo, Tenten saltou para fora do arbusto e tampou a boca com a palma da mão, não ousando sair de perto de seu covil improvisado.
Ouvindo o som da sua voz, Neji fitou-a por cima do ombro e relaxou a expressão rígida que antes tinha no rosto.
De forma equânime, ele voltou-se para você e tirou as mãos da cintura.
━ Ah, (Nome). Não precisa se preocupar, não eram saqueadores de verdade, só o Guy-Sensei e os outros dois idiotas fazendo idiotices ━ informou-a em um tom tranquilizador.
E após isso, retirou-se em passos plácidos, como se nada tivesse acontecido; deixando para trás Lee, Guy e Naruto, largados de cabeça para baixo e balançando na rede.
Seria uma visão cômica se não fosse trágica, francamente.
Fungando, você repara na roupa que eles estavam usando, algo que não tinha visto até então. O disfarce estava tão óbvio que até mesmo um esquilo conseguiria reconhecer quem era.
Ok, descartando disfarçadamente todas as afirmações sobre aquilo ser um bom plano...
Agora sim, ele acha que sou uma kunoichi fracassada.
Tenten botou a mão no seu ombro e deu uma batidinha amigável. Esta era oficialmente sua segunda derrota.
Você choramingou.
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5 FORMAS DE SE DECLARAR NO DIA DE SÃO VALENTIM! (NEJI HYUUGA X LEITORA)
Sinopse: Faltava pouco mais de alguns dias para o São Valentim chegar e você PRECISAVA se declarar para o Neji de um jeito ou de outro!... A questão era que você não sabia como fazer isso.
Eis que seus grandes heróis de batalha ━ mais encalhados que você, por sinal ━ surgem para lhe ajudar com as famosas (digo, temerosas) 5 formas de ter um vitorioso Dia dos Namorados!
Gênero: Fluffy, shortfic, comédia romântica.
Avisos: Nenhum.
Palavras: 3.333
Publicada também em: Wattpad.
PRIMEIRA FORMA — O CONGRESO DO AMOR
━ Vocês devem estar se perguntando porquê eu os convoquei hoje...
Três cabeças atentas viraram-se para frente em sincronia, olhos fixos na figura de braços cruzados que se projetava encostada na escrivaninha do quarto, todos tão sérios quanto estariam se estivessem em um funeral.
━ Essa reunião é de suma importância. ━ Sua voz firme e séria ecoou pelo pequeno apartamento.
O sol matutino banhava o vilarejo com graciosidade e calmaria, expulsando o frio que outrora permeava por lá e compartilhando do seu calor confortável conforme se alastrava entre as casas e as árvores. Seus raios, animados e sapecas como sempre, invadiam o quarto pela janela escancarada e brincavam por toda a área que alcançavam, iluminando e esquentando de forma relativamente agradável o local.
Era uma bela manhã, uma manhã costumeira para os habitantes de Konohagakure.
De fato, era uma manhã encantadora... para todos, exceto para você.
O dia mal havia começado e você já estava para morrer de ansiedade e ficar careca de nervosismo.
Por que? Há! Fevereiro era o porquê!
Deus do céu! Já estava próximo, estava próximo! Só na espreita... GAAH! Você mal piscou e já se via encurralada com a tremenda aproximação da data.
Suas unhas estavam sofrendo uma batalha extenuante com a aflição que a corroía e — você precisava admitir — estavam perdendo feio. Daqui para o dia 28 você conseguia se ver claramente desunhada.
Maldito seja o momento em que decidiu que... ah! Não importa, reclamar não adiantaria de nada! Aquilo precisava ser feito.
Dando um suspiro quase conspiratório, você voltou seus olhos, que há pouco se distraiam com a paisagem na janela, para os seus parceiros que constituíam aquela pequena reunião de última hora.
Eles se acomodavam na sua cama. Rock Lee estava no centro, sentado na postura borboleta, com as solas dos pés juntos, Tenten recostava-se na cabeceira, abraçando um velho ursinho de pelúcia seu e apoiando as costas em um travesseiro, Guy, por outro lado, preferiu sentar-se na beirada da cama, com uma postura perfeitamente ereta.
Todos do time 9 estavam presentes. Bem... quase todos, tirando aquele que era justamente o assunto da conversa.
Você deu uma analisada no rosto de cada um e percebeu que os três estavam intrigados, igualmente confusos, afinal, era raro você tomar a iniciativa de uma reunião, e a seriedade em seu tom também era incomum. Não era de se surpreender estarem assim, claro, você conseguia entendê-los, mas situações extremas exigiam medidas extremas.
━ Como vocês sabem, o Dia dos Namorados está logo aí, batendo na porta.
Os três solteiros com 'S' maiúsculo animaram-se instantaneamente ao lembrarem desse fato.
━ E eu quero me declarar para o Neji.
Neji Hyuuga, prodígio do clã Hyuuga, era como uma fortaleza impenetrável. Seus olhos, sempre atentos e perscrutadores, pareciam analisar tudo e todos com frieza e desdém. Seus movimentos, precisos e calculados, emanavam uma aura de poder inabalável. Sua expressão, estoica e impassível, raramente revelava qualquer emoção. Para você, Neji era um enigma, um ser distante e inalcançável, ele era como um sonho de um amor impossível.
Não era segredo para ninguém que você tinha uma quedinha metida a penhasco pelo Neji, todavia, sua confissão foi aparentemente tão repentina e convicta que fez seus amigos reagirem em completo choque.
Em total sincronia, seus companheiros de equipe arregalaram os olhos de forma igualitária e lentamente trocaram olhares cúmplices, como se estivessem guardando um segredo. Foi tão incrivelmente sincronizado que até mesmo parecia que eles tinham ensaiado aquilo.
━ Há alguns dias atrás eu percebi que essa era a ocasião perfeita para me declarar, então comecei a planejar revelar meus sentimentos para ele antes do dia 14.
Você fez uma pausa, respirando fundo e mordendo o lábio inferior.
━ Eu tentei bolar alguns planos mas... não consegui, não consigo pensar em nada! Nunca fiz isso antes, não tenho a mínima ideia do que poderia fazer ou falar quando estiver na frente dele e eu... e-eu...
━ Você precisa da nossa ajuda!? ━ Rock Lee te interrompeu com animação fervente, terminando a frase por você.
Precisar é pouco. Foi o que pensou quando ergueu a cabeça e o fitou.
━ Meu filho, eu não preciso de ajuda, eu preciso é de um milagre!
━ Rá! Parece-me que (Nome) está queimando com a força da paixão jovial! ━ Guy exclamou, orgulhoso, o sorriso que ele deu foi tão radiante que quase chegou a brilhar.
━ Nossa próxima missão consiste em sermos cupidos, então? Fufufu~ ━ Tenten soltou uma risadinha, revelando seus dentes em um sorriso confidencial.
Você concordou, dando de ombros e curvando os cantos dos lábios para cima timidamente.
━ Eu preciso fazer isso acontecer, me recuso a continuar parada sem tentar nada! Já estou nutrindo esse sentimento há tanto tempo que... ━ Balançou a cabeça e fechou os lábios, não sabendo como finalizar. ━ Enfim, tenho que agir e contar para ele, só que não sei como, e vocês são meus melhores amigos, eu não conseguiria fazer isso sem falar com vocês antes.
Não acredito que 'tô pedindo conselho para um bando encalhados que são tão encalhados e inexperientes quanto eu... Segurou a careta enquanto analisava sua situação, mas aí se deu conta de que era a única desesperada ali do grupo e meneou a cabeça ao se dar conta da sua posição no pódio dos encalhados, se é que existia algum.
Se existisse, você certamente ocupava o top 1 dos solteirões convictos cuja encalhação ia dos pés à cabeça, não havia dúvidas quanto a isso.
━ Woah! ━ Rock Lee fechou o punho na altura do rosto e te fitou com olhos admirados e fulgurantes. ━ Sua determinação é linda, (Nome)! Está fazendo eu me sentir motivado! ━ Exclamou o rapaz, visivelmente emocionado e empolgado. ━ Talvez eu devesse me declarar para a Sakura também?
━ Lee... ━ Tenten olhou na direção do amigo pensativo, dando um sorrisinho sem graça na forma de expressar que não achava uma boa ideia.
━ É muito bom ver os jovens ardendo com suas chamas a todo vapor ━ admitiu o mais velho de forma orgulhosa, levantando-se repentinamente logo depois. ━ Não se preocupe, minha estimada aluna, nós iremos ajudá-la! Esta é uma missão de alta importância, uma missão de nível A!
Você quase se engasgou com a própria saliva.
━ Nível A?! ━ Não era nada demais, não, era só um dos níveis mais difíceis que existia para se classificar uma função ninja.
Sua situação amorosa — inexistente ainda — era tão ruim assim?!
━ Isso mesmo! Nós não podemos levar isso na brincadeira, temos um assunto sério a tratar aqui.
Ele observou cada um de seus pupilos, demorando-se ao parar em você. Guy ergueu a cabeça e ficou com uma expressão séria gravada no rosto, como se muitas vidas dependessem disso, caminhou para frente e colocou as mãos na cintura, fazendo uma pose heroica.
━ Esta foi apenas a primeira reunião do Congresso do Amor. ━ Enfatizou o nome, mantendo a pose.
Nessa mesma hora, entrou um vento dramático que balançou dramaticamente o cabelo sedoso e hidratado do homem dramático.
━ O Congresso de quê? ━ Tenten estranhou.
━ É o quê? ━ Você acompanhou.
━ Congresso do Amor ━ repetiu ━ Um grupo que trabalha unicamente com o objetivo de juntar Neji Hyuuga e (Nome) (Clã).
Você fez uma careta, não acreditando no que acabara de ouvir.
━ OOH! QUE NOME ESPLÊNDIDO, GUY-SENSEI! É MAGNÍFICO! DIGNO DE RESPEITO! ━ Rock Lee aplaudiu com entusiasmo, pequenas estrelas brilhantes no lugar dos olhos enquanto ele estimava ao sensei.
O homem apenas balançou a cabeça positivamente, seu sorriso se alargando ainda mais, como se ele estivesse orgulhoso de si mesmo — e ele estava.
Ai gente.
━ Mais importante que isso!... ━ A menina do cabelo castanho escuro chamou atenção de repente, aumentando um pouco o tom de voz e fazendo o alvoroço tanto do pupilo quanto do tutor se cessar imediatamente ━ Precisamos pensar em um jeito de ajudar (Nome) a se declarar.
Você fitou ela com olhos agradecidos.
━ Tenten tem razão! ━ O rapaz concordou, ficando rapidamente sério e focado. ━ Não precisa temer absolutamente nada, (Nome)! Nós do Congresso do Amor vamos bolar planos! Formas de você se declarar que serão infalíveis! Vamos garantir que dê certo! ━ afirmou com uma confiança inabalável enquanto fazia contato visual contigo.
━ Na teoria, sim. Mas, na prática... Que formas vão ser essas? Eu não tenho a mínima ideia do que fazer ━ murmurou a ninja, olhando para o teto de forma pensativa e coçando o queixo.
Lee imitou a pose ponderante da amiga, soltando um "hm" prolongado.
━ Isso não será um problema! ━ virando-se para a moçoila, Guy negou com o dedo de uma maneira quase graciosa. ━ Porque eu já sei exatamente o que ela deve fazer.
━ Sabe?! ━ Não só você, como Lee e Tenten também perguntaram em choque e em completo uníssono.
━ Sei. A forma perfeita para (Nome) se declarar é...
Vocês três se inclinaram mais na direção dele para ouvi-lo melhor.
━ Impressioná-lo com sua força!
Você piscou algumas vezes, confusa.
━ Impressionar ele... com minha força? ━ repetiu, atordoada ao tentar pensar em uma suposta maneira de executar essa ideia.
Que força?!
━ É, faz sentido! ━ Rock Lee instantaneamente concorda, sendo o único no quarto (além do próprio Guy) a não julgar fervorosamente o método de declaração. ━ Não tem como dar errado, ele vai ficar tão deslumbrado com sua vitalidade que vai te pedir em casamento sem pensar duas vezes, (Nome)!
━ Você entendeu o sentido da coisa, rapaz, muito bem! ━ O mais velho aprovou, erguendo o polegar para cima em um joinha.
━ Guy-sensei como sempre sendo um gênio!
Os dois comemoraram entre si.
━ E como exatamente vai funcionar essa ideia? ━ você questionou, considerando.
Todo o seu bom senso apitou em completo desespero e alerta, se ele fosse uma pessoa, com certeza estaria te enforcando agora. Tipo, meu Deus! Você estava considerando?! Só podia ser louca.
Tenten moveu a cabeça na sua direção lentamente e te fitou como se estivesse vendo um fantasma asqueroso e hediondo. Ela parecia compartilhar dos mesmos pensamentos que o seu bom senso.
━ Primeiro, você vai participar de um treino intenso comigo para que desenvolva músculos radiantes e consiga impressionar o Neji; depois, vai fazer uma demonstração da sua força enquanto recita um discurso inspirador para ele, um onde você conta que o ama e a grande voracidade de seus sentimentos... e da sua força, é claro ━ explica o mais alto, com calma e tranquilidade, como se toda a situação descrita não fosse o cúmulo do absurdo.
━ Oh! Oh! ━ O mais novo dos rapazes ali presente ergueu a mão para cima com entusiasmo evidente, um jeito silencioso de dizer "tive uma ideia". ━ E se (Nome) ficar parada o tempo todo em uma pose heroica enquanto recita o discurso?!
━ Ótima ideia, Lee! ━ O sensei aplaudiu, acatando-a ━ Então (Nome) ficará estrategicamente posicionada como uma heroína ao se declarar. ━ Meneou, botando as mãos na cintura de forma decidida.
Você apenas ficou calada, presa em uma análise profunda sobre o que estava fazendo com sua vida.
━ Essa ideia é ridícula, vocês não podem estar falando sério! Isso nem pode ser considerado uma declaração de amor, é só uma demonstração de vitalidade e músculos sem escrúpulo algum! ━ Tenten ralha, gesticulando exasperadamente.
Em resposta, o sensei riu.
━ Pelo contrário, cara Tenten. O amor e os músculos andam lado a lado.
Você fez uma expressão confusa. A frase era assim mesmo?
━ Em que você baseia esse argumento? ━ Insiste a aluna, botando o ursinho que vinha segurando esse tempo todo de lado.
━ Em conhecimento.
━ Guy-sensei, você já namorou alguma vez?
━ Não.
Aha, legal. Você pensou, sorrindo nervosamente.
━ Uuh... eu não sei se isso vai dar certo, Guy-sensei... estou me sentindo meio insegura em ter que... ━ engoliu em seco ━ fazer isso.
É que... Como que você podia explicar?
Bem, você não queria parecer uma marombeira bodybuilder para o cara que gostava. Era capaz de espantar ele ao invés de ter o efeito desejado.
━ Relaxe e confie no seu senseizão aqui, vai dar tudo certo! ━ Guy deu um joinha para você e lhe ofereceu seu típico sorriso torto, exalando autoconfiança.
━ É, (Nome), nós vamos garantir que vai dar! ━ Rock Lee reforçou, erguendo seus punhos para cima.
Você soltou um suspiro e deixou seus ombros caírem.
━ 'Tá legal. Eu não tenho nada a perder mesmo, vamos tentar.
Era melhor tentar algo a não tentar nada.
━ Esse é o espírito! ━ O sensei aquiesceu, ufano.
━ Isso não vai dar certo. ━ Tenten murmurou em descrença, negando com a cabeça.
Deus lhe ajude.
E assim, Guy com toda a sua experiência — ou o que ele pensava ser experiência — no assunto, bolou um plano separado em etapas bem simples.
Os detalhes do plano consistiam em:
1. Musculatura: Treinar intensamente com Guy para desenvolver músculos radiantes e impressionar Neji com sua força física.
2. Discurso: Após o treino, você escreve um discurso inspirador sobre seus sentimentos por Neji, focando na força e determinação que adquiriu com o treinamento.
3. Apresentação: A grande declaração deve ser feita em frente à Mansão Hyuuga, com você recitando seu discurso em pose heroica, cercada por nuvens de poeira muscular.
Ok, a parte da poeira muscular era realmente desnecessária, mas Rock Lee insistiu nisso, então você se calou.
Acabou que Guy realmente não estava brincando sobre isso e levou o plano adiante. Após finalizarem a reunião do agora dito "Congresso do Amor", você se juntou a Tenten em uma lojinha de doces não muito longe de onde moravam e ela lhe ajudou a escrever o poema; a qual você fez questão de criar antes do treino começar, pois sabia que não teria neurônios o suficiente para compor qualquer coisa que fosse depois que acabasse lá, seu sensei já teria fritado todos eles antes do sol se pôr.
Ela deu ideias e te ajudou a se soltar mais sobre como se sentia enquanto você estava debruçada sobre o papel. Logo mais, já havia versos e estrofes manchando o branco perfeito e um poema carregado de sentimentos pronto.
Você mal teve tempo de comemorar sua produção e orgulhar-se dela, quando foi inopinadamente arrastada para um treinamento impetuoso que lhe confiscou quase todo o suor que seu corpo podia produzir.
Treinamento não! Aquilo estava mais para uma tentativa de homicídio, o seu treinador estava certamente tentando te matar com todo aquele exército de exercícios físicos ━ e Rock Lee era seu cúmplice fiel.
Ao término, seus músculos não só pediam arrego como também berravam como loucos e faziam um protesto violento com a hashtag: "DigaNãoAosTreinosComGuy" escrita em negrito nas placas. Eles já estavam até considerando iniciar uma greve de tempo indeterminado para maior alcance.
Era exatamente 6:3o da noite quando seu agora não-tão-querido-mas-ainda-querido professor decidiu demonstrar piedade e misericórdia, finalmente te liberando daquele tortura estilo medieval e considerando que era o suficiente para um dia (na verdade, era o suficiente para três dias).
Mãos suadas apoiadas em joelhos trêmulos e suados, uma você toda suada — suor que dava para encher uma panela inteira — ofegava audivelmente e erraticamente enquanto tentava recuperar todo o fôlego que lhe foi roubado, seus olhos estavam fechados, cada fibra do seu corpo doía só de encher os pulmões de ar, a poeira já havia se tornado uma amiga leal de tanto que você bolou no chão e se sujou com ela. Você agradecia por não ter nenhum espelho por perto, deveria estar parecendo o monstro do Lago Ness naquele momento.
E enquanto você estava se sentindo toda xoxa capenga, manca, anêmica, frágil e inconsistente; Guy e Rock Lee ainda estavam tão esplêndidos e enérgicos quanto antes. Que injusto!
Ambos se despediram de você com grande vigor, deixando palavras motivacionais e de apoio para trás.
"Você consegue, (Nome)".
"Vai que é tua, (Nome)".
"Foco, força e fé, (Nome)".
Você concordava com essa última.
Sim, sim, parecia ser tudo o que você precisava naquele momento.
Foco, forca e fé.
Com um suspiro recheado de cansaço em sua forma mais pura, você se retirou para casa e foi tomar um bom, longo e demorado banho, porque você merecia.
É, você sabia que o plano envolvia todo aquele negócio de "nuvens de poeira muscular", que implícita claramente ir visitá-lo do jeito que estava, toda suada e suja. Mas de JEITO NENHUM que você veria o amor da sua vida, aquela coisa perfeita e maravilhosa que parecia ter sido esculpida como uma estátua de deus grego, desarrumada e exalando a transpiração. Nuh-uh! Você ainda tinha resquícios de dignidade sobrando para não fazer um absurdo daqueles.
Então se lavou, se arrumou e ficou cheirosinha antes de mais nada. Foi somente quando se sentiu totalmente limpa que saiu de casa e marchou rumo ao seu destino.
Mansão Hyuuga...
Você se distraiu tanto em pensamentos que nem percebeu que chegou lá até que ela estivesse em toda a sua glória na sua frente.
Expirando lentamente, você levantou os olhos e os forçou, mirando a construção que de repente lhe pareceu turva.
Estranho... do caminho para cá, sua visão vez ou outra embaçava. Bom, provavelmente esse era o efeito colateral de treinar feito uma maníaca.
Deixando isso de lado, você caminhou um pouco mais para a frente e chamou a atenção de um dos funcionários que trabalhava na mansão, pedindo-o que chamasse a Neji.
Então escorou-se na parede e ficou esperando por ele. As bolinhas pretas que do nada apareciam e sumiam no seu campo de vista foram sua única companhia durante esse curto tempo.
━ (Nome)?
Seus ombros se enrijeceram assim que você ouviu a voz dele. Em um pulo ligeiro, arrumou a postura, virando-se de frente para o rapaz.
Lá estava ele. O motivo de você descabelar o cabelo e ter surtos femininos até demais enquanto imaginava cenários falsos e bregamente românticos com os dois, uma casa, um filho e três cachorros.
O rapaz estava parado com uma serenidade tão bela que ardia olhar, tão tranquilo, como se o fato de um simples movimento dele te deixar louca não o afetasse em nada — e realmente não afetava.
━ O que você está fazendo aqui há essa hora da noite?
Você piscou uma, duas, três, quatro vezes, tendo dificuldade para formular um pensamento lógico para responder aquilo.
━ E-eu... é...
O que você tinha ido fazer ali mesmo?
...
O poema!
Certo, lembre-se do poema. Recite o poema, você consegue, mulher! Aqui é cabra fêmea!
Você se preparou para fazer a pose "heroica" que havia treinado com Guy.
Neji franziu o cenho, uma expressão de estranheza pintando sua face.
━ Você está bem? Parece meio tonta.
Fitando-o aturdida, você sentiu seus olhos pesarem.
━ Neji, você é como um sopro...
━ Hã? ━ O Hyuuga a observou, claramente confuso.
Você parou de falar, fechando os lábios e percebendo que a silhueta dele estava... escurecendo?
Ué?
Manchas pretas invadiram seu campo de vista e tudo foi se tornando morosamente embaçado, pelo que pareceu ser a milésima vez naquele dia, você sentiu suas pernas fraquejarem.
E então desmaiou.
Assim que notou seu corpo caindo para frente, Neji foi rápido em avançar e te aparar nos braços, segurando firmemente sua figura contra ele.
━ Mas o quê... ?
É, parece que no final seus músculos realmente decidiram iniciar a greve.
━ EU NÃO ACREDITO QUE FIZ ISSO!
Na manhã seguinte, você entrou em pânico instantaneamente ao acordar e notar que estava na cama, no seu quarto. Claro que demorou um pouco para que a ficha caísse, mas quando caiu, foi só decadência.
Você tinha ido lá para se declarar, mas estava tão cansada do treino que acabou desmaiando em cima dele...
EM CIMA DELE!
E o Neji havia te carregado o caminho inteiro de volta para casa. Ele ainda fez o favor de te botar na cama!
━ AÍ! QUE VERGONHA! ━ Grunhindo em frustração, você derrubou seu tronco de volta na cama com força e escondeu o rosto no travesseiro, abafando seus gritos enquanto se debatia nos lençóis, indignadíssima com o resultado da coisa toda.
Agindo tal qual uma criança mimada e birrenta, você rolou na cama e bateu a cara no travesseiro.
━ Que constrangedor! Como vou conseguir olhar na cara dele de novo agora? ━ choramingou.
A exaustão levou o melhor de ti ontem...
Próximo Capítulo ->
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CUIDANDO DE UM BEBÊ
(Deidara + Bebê Gaara x Leitora)
Sinopse: Você e Deidara se veem forçados a interpretar o papel de mãe e pai do sobrinho do Sasori por um dia.
Gênero: Fluffy, curto, comédia.
Avisos: Nenhum.
Palavras: 4.210
Publicada também em: Wattpad & Spirit Fanfics.
━ ... E quando ele estiver com fome, vocês podem dar essas papinhas ou fazer mingau para ele, a receita com a quantidade de colheres está grudada na geladeira. Em suma, é isso, vocês entenderam?
Duas cabeças atentas aquiesceram em resposta.
━ Ótimo. ━ Sasori se moveu graciosamente pela sala, com a precisão de um excelente shinobi, ele pegou o restante das coisas que lhe eram necessárias para a missão e equipou-se com uma bolsa ninja.
━ Você vai demorar para voltar? ━ A figura loira, sentada no sofá de maneira arrojada e folgada, questionou.
━ Não muito, provavelmente eu volto amanhã de manhã mesmo, mas não dá para ter certeza, então cuidem do Gaara até lá, por favor.
━ Não se preocupe, Sasori. Você pode contar com a gente!
━ Essa criança nunca vai ser tão bem cuidada nessa vida como será agora ━ disse Deidara, antes de juntar as mãos como se tivesse tido um plano maligno e falar num tom aparentemente ameaçador: ━ Vou aproveitar e ensinar para ele o que é arte de verdade, hm!
━ Não ouse. ━ O companheiro de saída lançou um olhar mortal na direção do outro, que respondeu com um simples sorriso maroto.
━ E por que não?
━ Bem, podemos começar com o fato de que você estaria exibindo explosivos para uma criança e que pode acabar explodindo minha casa, então definitivamente não.
A animação no rosto de Deidara murchou um pouco e ele cruzou os braços, não admitindo que Sasori estava certo, mas também não negando. Um pequeno "tch" deslizou por entre seus lábios.
Sasori botou uma mão na cintura e se virou na sua direção, sério.
━ (Nome), conto com você para não deixar ele fazer besteira.
Você respondeu com uma continência brincalhona, como se fosse um capanga que acabou de receber ordens de seu capitão.
━ Pelo menos ele está dormindo agora, né? Nós poderemos ficar tranquilos por um tempo.
Deidara mal havia terminado de falar quando um barulho de choro começou repentinamente a ser escutado de um dos quartos, tornando-se constante e alto o suficiente para rebombar toda a casa.
━ Estava... ━ corrigiu-se o loiro, fazendo uma careta. O universo provavelmente ria da cara dele naquele momento.
Com um pequeno suspiro, Sasori sumiu no corredor por um momento, ressurgindo depois com um pequeníssimo bebê rosado nos braços, agora mais calmo.
Seu coração deu um pinote ao ver aquela pequena fonte de fofura.
━ Aqui, deixe-me ajudá-lo ━ você ofereceu, se aproximando do rapaz e pegando o pacote redondinho e ruivo nos braços, o acolhendo próximo ao peito.
A cabecinha dele se ergueu na sua direção e aqueles olhinhos azuis-esverdeados brilharam enquanto te observavam, um pequeno ar de curiosidade infantil esvoaçando deles.
Deidara espiou o bebê por cima do seu ombro.
━ Olha só se não é o ruivinho da areia.
━ Deidara... ━ Sasori o chamou em um tom de alerta que prontamente calou o colega.
Gaara fez um barulho baixo enquanto colocava a mão na boca, olhando para todas as três pessoas presentes na sala, alheio à situação.
━ Ok, tudo pronto. Preciso ir agora, senão vou me atrasar.
━ Boa sorte na missão, Sasori!
━ Se cuida.
Você e Deidara se despediram de seu amigo, que acenou com a cabeça em reconhecimento e saiu, mas não antes de depositar um pequeno beijo na testa do sobrinho.
━ Acha que ele vai ficar bem? ━ questionou, olhando distraidamente para a porta, onde Sasori acabara de estar.
━ Vai ━ respondeu, dando de ombros. ━ Ele sempre fica.
Você cantarolou um "hm" baixo, virando sua cabeça para o lado e fitando seu parceiro, insciente ao fato de que a movimentação simples fez com que alguns fios de seu cabelo caíssem sobre o rosto de Gaara, causando-lhe cócegas leves.
A criança riu, soltando um barulho gostoso de ouvir e balançando as mãozinhas macias para cima, brincando com seu cabelo.
━ Tem razão... ━ murmurou, sentindo um leve puxão na madeixa e olhando para o bebê, que puxava um fio dela entre os dedos como se fosse a coisa mais divertida do século. ━ O que nós fazemos agora?
Deidara se virou para você, seu rosto neutro se transformando imediatamente em um sorriso encapetado.
━ Agora nós tacamos o terror, hm!
Gaara, com toda a maestria que um bebê poderia ter, olhou para o loiro com a boca entreaberta, como se entendesse o que aquelas palavras implicavam, então, com a inocência característica de bolinhas fofas como ele, perguntou:
━ Dah?
━ Onde diabos eu deixei aquela chupeta?... Ei, pivete, você sabe andar, não sabe? Então aguenta um pouco aí no chão enquanto eu procuro ━ disse Deidara para a criatura minúscula que segurava (de maneira desengonçada) nos braços e que logo foi sentada no chão da sala, afofado por um tapete.
Em reação, Gaara apenas piscou, levantando a cabeça para cima e olhando para o gigante que agora estava vasculhando cada canto do cômodo. Ele parecia interessado na figura de Deidara, mas não demorou para perder o interesse e desviar a atenção para outro canto. Batendo as mãos no chão, o ruivinho começou a engatinhar pela sala.
Um barulho escapou de sua pequena boca quando ele avistou o ursinho de pelúcia dele largado na beirada da cama. Com um novo objetivo em mente, Gaara começou a engatinhar bem mais rápido.
Escutando pequenos barulhos que com certeza vinham de um bebê sapeca, você desviou seus olhos da cozinha e fitou o corredor ao seu lado, se surpreendendo ao ver um projeto de ninja passando por ela em alta velocidade.
━ 'Tá indo aonde, criança? ━ perguntou retoricamente, se apressando em seguir o mais novo.
Gaara se aproximou da cama e apoiou-se nela, fazendo um esforço visível para se equilibrar nos próprios pézinhos. Ele então começou a esticar as mãos para cima, tentando alcançar a pelúcia.
━ Ah, certo. O urso. ━ Percebendo o que queria, você pegou o brinquedo e deu para ele, que agarrou-o e abraçou.
━ Bah.
━ Bah? É o nome dele?
━ Bah.
━ Entendi...
Gaara voltou a esticar os braços, dessa vez na sua direção. As mãozinhas dele se retrairam e se abriram algumas vezes enquanto ele pedia colo.
━ Ugh, esse ataque foi de surpresa! ━ Você colocou a mão no peito, como se tivesse levado um tiro, e fungou em reação à fofura.
Pegando-o no colo, você o embalou carinhosamente, observando como ele segurava firmemente o ursinho dele, que não durou muito tempo imune e logo foi atacado pelo dono.
━ Mmmmmh ━ O som reverberava da garganta de Gaara enquanto ele mordia a cabeça do brinquedo.
━ Coitadinho, assim você machuca ele.
━ Achei a chupeta! ━ exclamou Deidara de repente, da sala. ━ Meu Deus, cadê o Gaara?
Suspirando, você negou com a cabeça e foi até o seu companheiro, que logo se acalmou ao ver a criança contigo.
━ Você é um irresponsável, Deidara.
━ O quê?! Eu estava atrás da chupeta dele, hm! ━ defendeu-se o rapaz, oferecendo o objeto que custou para encontrar na direção da criança, que a aceitou de bom grado e deixou de morder o urso.
Não querendo prolongar a discussão, você deixou o assunto de lado e observou o bebê em seus braços.
━ A gente deveria levar ele para brincar naquele parquinho que tem aqui próximo, uh?
━ Qual?
━ Aquele próximo da lanchonete em que a gente sempre come.
Seu nariz entortou com a leve careta que você fez.
━ Aquele que é basicamente uma caixa de areia gigante?
━ Esse mesmo, hm!
Você olhou para o pequeno Gaara novamente, que agora estava com a cabecinha deitada contra sua clavícula e com pequenos dedinhos irrequietos que balançavam seu ursinho de pelúcia.
━ Não sei não, Deidara... ━ comentou, hesitante.
E 20 minutos depois, lá estava você no parquinho, com um Gaara animado entre as pernas batendo a mão na areia, e um Deidara — bem orgulhoso — sentado logo à sua frente, mostrando bonequinhos de argila para a criança, que se divertia aos montes com o "espetáculo".
━ Você tem certeza mesmo de que isso daí não vai explodir?
O shinobi ergueu uma sobrancelha na sua direção, como se questionasse o quão baixa era a estima que você nutria por ele.
━ É claro que tenho, eu não sou louco! ━ defendeu-se, voltando a atenção rapidamente para um pequeno guaxinim muito bem feito que acabara de sair de uma das bocas em suas mãos. ━ Hm. Esses daqui não são explosivos.
Você suspirou, sentindo o bebê se remexer em seu colo enquanto se esticava para alcançar a argila. Deidara deu para ele de maneira sorridente, vendo-o observar com um fascínio infantil o bonequinho, seus dedinhos gordos deslizando curiosamente pela textura do objeto.
Gaara começou a brincar com os bonequinhos de argila de Deidara, se entretendo com eles enquanto mexia e remexia em diferentes formas e animais.
━ Ehj! ━ exclamou o pequeno com um sorriso banguela no rosto, batendo dois bonecos e se divertindo com o barulho que fizeram.
Um sopro audível escapou do loiro.
━ Esse menino é um apreciador da minha arte, ele tem bom gosto, hm! ━ afirmou com o peito estufado enquanto balançava a cabeça em concordância.
Você soltou uma risada soprada e revirou os olhos, pegando uma versão de argila do ruivinho em seu colo que Deidara acabara de fazer e balançando-a na frente de Gaara.
━ Brrrr. ━ Fazendo seus lábios tremerem conforme emitia o som, você imitou um motor e levou o bonequinho até o chão, como se ele estivesse pousando de um voo.
Desviando a atenção da versão de argila dele, Gaara levantou o queixo e olhou para cima, parecendo surpreso com o som que você fazia, a boca dele estava entreaberta e as orbes se fixaram nos seus lábios. Ele parou por um momento, analisou, então projetou os lábios para frente e tentou te imitar.
━ B... Buuh... Brrrh.
Bom, até que ele conseguiu.
━ Ah, que coisa fofa! ━ declarou com doçura na voz, apertando as bochechas rechonchudas do bebê com as mãos e dando um beijinho delicado na ponta do nariz dele, que deu um gritinho alegre e espevitou-se.
━ Garotinho atrevido... ━ resmungou seu parceiro, apertando os olhos e cruzando os braços. ━ Está todo animado só porque recebeu um beijo, hm!
Você fitou o loiro e arqueou uma sobrancelha, em resposta, Deidara protraiu a língua na sua direção.
Tão maduro. Pensou ironicamente.
━ Pega ━ falou, passando as mãos por baixo das axilas do bebê e levantando-o. ━ Segura ele, eu vou ver se consigo comprar algo para a gente comer.
Muito obediente, seu parceiro acolheu o pequeno Gaara perto do peito, este que oscilou em olhar curiosamente para você e para o rapaz.
━ Eu vou querer bakudan! ━ ele gritou para você, que já estava de pé e andando para fora do parquinho.
━ Conta uma novidade...
Sua figura foi se distanciando, até sumir por completo. Quando isso aconteceu, Deidara abaixou a cabeça distraidamente e olhou para a criança, que agora o fitava.
━ Somos só eu e você por um tempo, ruivinho ━ murmurou, botando-o sentado entre suas pernas, em meio a alguns bonequinhos de argila que tinha feito outrora, deixando-o brincar.
Gaara fez a festa com todos eles, brincando com uns e mordendo outros... quer dizer, tentando morder do jeito que era possível morder sem dentes.
━Dah! Dah! Dah! Daaaah! ━ exclamou o bebê enquanto segurava um bonequinho perto do rosto, apertando com força seus dedinhos contra ele, praticamente esganando o pobre coitado do brinquedo.
Deidara o observou com o espanto de um adulto totalmente inexperiente com crianças — coisa que ele era.
━ Que barulheira toda é essa, garoto? Você está brigando com minha arte por acaso? ━ Ele levantou um dedo em riste para o ruivo. ━ Olha, você respeite minha arte, hein!
Com uma inocência esculpida no rosto, Gaara fitou o mais velho com a boca entreaberta, ficando imóvel por um momento. Pouco depois, no entanto, o petiz volta a olhar para o brinquedo e, sem cerimônia alguma, o joga para longe.
Deidara sentiu como se tivesse sido golpeado e assistiu com melindro a obra dele cair contra o chão, demorando-se alguns minutos nela, antes de voltar as orbes para o mais novo.
━ Ah, seu garotinho atrevido, hm!... ━ Pausa dramática de Deidara para se recuperar do quase engasgo com a própria saliva. ━ Pelo amor de Deus, não! Para de comer a areia! Gaara, solta isso! Cospe, cospe essa areia! Para de comer isso, seu suicida, você quer morrer?!
E, com a mesma inexperiência de sempre, ele começa a chacoalhar a criança e deixá-la de cabeça para baixo, tentando botar para fora o que ela acabara de ingerir.
━ Meu Deus do céu, a (Nome) vai me matar!... Pior ainda! O Sasori vai me matar!
Com pequenas gargalhadas e barulhos infantis que reverberavam pela sala toda, o pequeno Gaara, com um sorriso banguela no rosto, brincava com as próprias perninhas, balançando-as no ar e usando do apoio das mãozinhas aqui e acolá para não deixá-las cair. Um rastro de poeira suave e fino o envolvia e chacoalhava-se junto dele.
━ Que que ele 'tá fazendo? ━ Deidara perguntou, fazendo uma careta enquanto entrava na sala e se recostava no sofá após um bom banho que tomou.
━ Brincando ━ você respondeu, também recostada no sofá, após um bom banho que teve de dar com muita dificuldade no ruivo; e em si mesma.
━ Sim, eu sei, hm! ━ O cabelo ainda úmido dele se agitou quando o loiro mexeu a cabeça. ━ Mas por que areia?
Você seguiu com o olhar na direção que era apontada pelo dedo de seu companheiro e observou os milhares de grãos que se juntavam em uma porção ao redor do bebê e que formavam diferentes desenhos em um intervalo de segundos.
━ Sei lá. Ele gosta de areia.
Deidara balançou a cabeça em negação, como se desaprovasse. Mais uma gargalhada do Gaara penetrou o ouvido de vocês.
━ Será que o mingau dele já esfriou? ━ questionou calmamente, batucando os dedos contra o queixo.
━ A essa altura, provavelmente já.
Você se espreguiçou, resmungou algo no famoso idioma da preguiça — ou seja, o resultado do que falou foi totalmente incongruente — e, depois de uns segundinhos enrolando, levantou-se em um pulo.
━ Está bem, então vou lá pegar a mamadeira, já é hora desse tomate comer.
Um calafrio passeou pela espinha de Deidara, que se encolheu inconscientemente enquanto pensava: Mais do que ele já comeu de areia? Mas é claro que esse pensamento continuou em perfeito anonimato, afinal, você não sabia desse detalhe, e se dependesse dele, morreria sem saber.
Seus olhos de um azul vívido se colaram na figura minúscula em decúbito supino — salvo as pernas, que ainda estavam no ar.
— Ok, e eu vou pegar o 'tomate' em questão.
Você, que já estava se retirando da sala, parou para ver seu companheiro se inclinar para pegar o pequenino. A risada que escapou dos seus lábios quando ele foi recebido com um tapa da areia que agora protegia o Gaara em uma espécie de casulo foi definitivamente genuína.
━ Neh! ━ reclamou o petiz de dentro do casulo de areia, como se tivesse desaprovado a interrupção de sua brincadeira.
━ Mas que...? ━ Sem saber o que fazer para pegar o menino, o rapaz fica parado, aturdido.
Você ri ainda mais alto e Deidara lança uma rabissaca na sua direção rapidamente, antes de voltar sua atenção para o "escudo" de areia, andando em volta e procurando alguma brecha — falhando miseravelmente em encontrar.
━ E agora? ━ perguntou retoricamente, coçando a cabeça, batendo na areia com a mão e tentando quebrar o casulo logo em seguida.
Você soltou um sorriso soprado e se retirou da sala, pegando o ursinho de pelúcia de Gaara no quarto e retornando para o cômodo logo em seguida. Caminhando até onde o bebê estava, você se agachou e balançou o brinquedo.
━ Gaara~ olha só quem está aqui! É o seu ursinho ━ falou com uma voz mansa, parando por um momento e olhando para cima enquanto considerava uma ideia. ━ ... É o "Bah".
A areia sucumbiu em uma velocidade admirável. O bebê ruivinho que surgiu de dentro dela tinha olhinhos enormes e brilhantes, e um sorriso banguela radiante no rosto quando se deparou com o objeto que você segurava.
Ele engatinhou até você e esticou o bracinho para alcançar a pelúcia, abraçando-a. Você se aproveitou da distração e o puxou para os seus braços, levantando-se com ele em seu colo.
Com a missão concluída, você olhou por cima do ombro para a silhueta do loiro, erguendo uma sobrancelha brincalhona para ele, que bufou e cruzou os braços.
━ Você claramente entende mais dessa coisa de criança do que eu, hm!
━ Claramente... ━ repetiu, divertida.
━ Ajó. ━ O pequeno ruivo virou a cabeça para cima e olhou para você, suas enormes orbes de um tom azul-esverdeado sendo simplesmente encantadoras.
━ Achei ━ concordou.
Você sorriu para ele e apertou seu narizinho minúsculo entre o dedo indicador e o médio, balançando levemente a cabeça dele. A risadinha recheada que ele soltou em resposta foi uma recompensa satisfatória.
━ Mas que bosta.
Você virou a cabeça na direção de Deidara tão rápido que sentiu seu pescoço estralar. Uma exclamação surpresa saiu da sua garganta. Em completa indignação, você deu uma bronca nele:
━ Não fale isso na frente da criança! E se ele aprender a palavra?!
O ninja apertou os olhos, te fitando com um quê de deboche.
━ Ah, qual é! O menino é banguela, vai aprender a falar "bosta" como? ━ falou, apontando para o pequeno pacote de fofura em seus braços, que agora olhava curiosamente para o rapaz.
A pequena boca do bebê, que estava entreaberta, se fechou por um instante, então ele a abriu de novo e começou a mexer os lábios curiosamente.
━ Buh. Bss... bss.
Você o fuzilou com o olhar.
Engolindo em seco, o loiro admitiu a contragosto:
━ Ok, entendi, foi mal.
Ainda com a face desenhada em pura desaprovação, você se aproximou dele e ofereceu a criança.
━ Segura ele enquanto eu vou pegar o mingau.
Ele obedeceu rapidamente, murmurando um baixo "sim, senhora". Você passou pela porta e sumiu do cômodo, deixando ambos sozinhos.
O silêncio se instalou por bons momentos, ambos os garotos parados, olhando para a porta.
Então, Deidara lentamente virou o rosto na direção de Gaara, que fez a mesma coisa segundos depois.
━ Você dá muito trabalho, sabia? Sua praguinha ━ acusou, apontando para o bebê em seu colo e fazendo uma careta.
As orbes de Gaara se fixaram no dedo que lhe era apontado, ele piscou algumas vezes, se inclinou para frente e mordeu a ponta do dedo em questão.
O grito que Deidara deu foi audível até mesmo para os vizinhos. Ele começou a chacoalhar a mão, se agitando enquanto tentava soltar-se do ataque; não foi nenhum desafio fazer isso, é claro, e assim que possível, o loiro recolheu a mão para si e analisou o próprio dedo, soltando um suspiro aliviado ao ver que não estava vermelho, nem inchado e muito menos quebrado — óbvio.
━ Argh! Sua peste! ━ Abespinhado com a situação e com uma expressão furiosa no rosto, ele começou a cutucar o rosto do bebê, empurrando-o.
━ Ou!... Guééé!
Gaara, nada contente com a situação, começou a espernear enquanto resmungava diversas coisas em um idioma que provavelmente só os bebês entendiam.
━ Mas que palhaçada é essa aqu... Deidara, o que diabos você está fazendo?
Ao ouvir sua voz, o rapaz rapidamente se aquietou, assustando-se. Gaara, por outro lado, continuou demonstrando frustração.
Torcendo o nariz em desaprovação, você colocou a mão que não segurava a mamadeira na cintura.
━ Eu não acredito que você 'tá implicando com uma criança!
━ Eu não estava...
━ Estava sim!
Ele bufou e desviou o olhar, resmungando.
━ Ele me mordeu...
━ Fala sério, Deidara. ━ Você revirou os olhos. ━ E por falar nisso, precisava daquele grito? Ele ainda nem tem dente, isso nem doeu.
━ O quê?! O dentinho dele está nascendo, 'tá?! E está bem afiado, para a sua informação.
━ Larga de drama.
Incomodado com a situação toda, o bebê começou a chorar nos braços de Deidara, balançando o ursinho de pelúcia dele e acertando o rosto do loiro diversas vezes, que fechou a cara.
━ Tira ele de mim.
━ Meu Deus, você seria um péssimo pai. ━ Negando com a cabeça, você envolveu um braço ao redor do petiz e o puxou para si, embalando-o em seu colo.
Os choros do pequeno ruivinho foram se acalmando conforme ele sentia o balançar suave do seu corpo, quente e reconfortante. Soluçando baixinho, ele apoiou a cabeça no seu peito e se encolheu. Você aproveitou o momento para deitá-lo em seus braços e oferecer o mingau, o qual ele aceitou de bom grado, envolvendo suas pequenas mãozinhas na mamadeira e largando o ursinho em cima da própria barriga.
━ Calma lá! Eu só tenho 19 anos, meu instinto de pai ainda não se aflorou.
Você ergueu uma sobrancelha na direção dele, que corou.
━ ... E meu filho não seria uma peste que nem essa ━ disse ele, indignado.
━ Que "peste" o quê! Gaara é um amor ━ você defendeu o mais novo, voltando suas orbes para a pequena silhueta.
Gaara estava concentrado no próprio alimento, mas levantou as orbes e te fitou quando sentiu sua mão acariciá-lo.
━ Amor? Se isso é amor para você, quero nem ver o que não é!
Ignorando seu companheiro, você começou a fazer carinho no rosto bochechudo e fofo do bebê, observando-o mamar na mamadeira. Gaara soltou um pequeno barulho, apoiando o recipiente com o mingau no seu peito para poder mantê-lo firme com uma só mão, antes de soltar a outra.
Uma risada fantasma escapou dos seus lábios quando você viu o mini ruivo envolver a mãozinha minúscula no dedo que você usava para o afagar e apertar ele. Você o balançou, tentando fazer o neném soltar, ele, no entanto, não largou de jeito nenhum; após algumas tentativas falhas, você desistiu e apenas aceitou o destino, deixando-o brincar à vontade com seu dedo.
━ Ei, estou me sentindo meio deixado de lado aqui...
Eu espero que eles não estejam se matando.
Você pensou enquanto lavava a louça, soltando um suspiro ao terminar de enxaguar o último prato, lembrando-se de como Deidara estava entretendo o Gaara com dois chocalhos rosados no momento em que os deixou por conta própria no cômodo ao lado.
Fechando a torneira e colocando o prato ao lado, você enxugou as mãos molhadas na lateral de suas roupas e se dirigiu em direção à sala, que estava silenciosa demais para o seu gosto...
Seus passos travaram na entrada do cômodo quando você se deparou com a cena inusitada; Deidara estava deitado no sofá, esparramado, e Gaara estava deitado no peito dele, encolhido como uma bolinha, ambos dormiam tranquilamente juntos.
Um pequeno sorriso nasceu em seu rosto e, com cuidado redobrado, você se aproximou do sofá, observando eles. Estavam tão serenos e fofos que você não pôde deixar de desejar ter uma câmera para fotografar o momento.
Que lindinhos, nem parece que estavam brigando...
Você se agachou e os analisou mais de perto, tirando o cabelo banhado em ouro do rosto de seu parceiro e o penteando carinhosamente para trás; ficou assim por uns momentos, apenas apreciando a situação em silêncio.
Bom, melhor não atrapalhar o sono deles.
Pensou, erguendo-se novamente e respirando fundo, girando os calcanhares para se esgueirar para o corredor novamente, mas antes de conseguir se afastar, você sentiu algo envolver seu pulso.
Olhando para trás, encontrou um Deidara sonolento te fitando enquanto segurava sua mão. Inclinando a cabeça para o lado, você o encarou com confusão, recebendo apenas o sorriso costumeiro dele em resposta; ele te puxa na direção do sofá e você, percebendo o que ele queria, aceita de bom grado, deitando-se ao lado de sua figura preguiçosa.
Ele envolveu um braço por cima do seu ombro e colou seu corpo ao dele, depositando um pequeno beijo na sua testa, mantendo a outra mão livre firme sobre as costas do bebê.
━ ... Você já considerou termos um filho? ━ ele comentou em um tom de voz apenas um pouco mais alto do que um sussurro, após um longo período de silêncio.
Você, que acabara de abraçá-lo, apertou-o ao começar a rir baixinho.
━ Agora não, Deidara. Somos muito jovens para isso.
Ele fez um barulho estranho e você olhou curiosamente para cima, tentando ver sua face.
━ Não, eu sei, mas... ━ Deidara começou a balbuciar. O rubor que dominava suas bochechas era visível na maneira dele falar.
Você riu um pouco mais.
━ Sim... mas só quando o seu "instinto de pai" se aflorar.
Deidara bufou, dando um sorriso soprado.
━ Acha que vai se aflorar antes dos 30?
Foi a vez dele rir.
━ Talvez aos 25, hm!
Você apoiou a cabeça no ombro dele e olhou para o pequeno Gaara que dormia tranquilamente logo ali. Começou a acariciar o cabelo avermelhado da criança.
━ Parece uma idade adequada para mim ━ concordou em um murmúrio e sentiu Deidara virar a cabeça para o lado, na sua direção.
Você devolveu o olhar, sorrindo de orelha a orelha para o seu namorado; inclinando a cabeça para cima, você selou os lábios nos dele em um selinho casto e amoroso, que foi correspondido rapidamente pelo loiro.
Aconchegados do jeito que estavam, não demorou muito para que vocês dois pegassem no sono e dormissem ali mesmo, com um pequenino Gaara se enrolando contra ambos.
[...]
Sasori, parado na entrada da sala, piscava silenciosamente para a cena que observava, em dúvida se esganava vocês dois ou se simplesmente matava.
Eu não acredito que esses incompetentes caíram no sono e deixaram meu sobrinho dormindo no sofá.
Ele sugou o ar para dentro da boca e respirou fundo.
Eu vou matar eles.
A grande pergunta que não quer calar é: afinal, como é que Karura, a mãe do Gaara, é irmã do Sasori? Que rolê doido no multiverso foi esse?
E a resposta é: não sabemos...
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SOB À ÁRVORE MILENAR
(Jirou x Leitora)
Gênero: Fluffy
Avisos: Nenhum
Palavras: 2.416
Solicitado no Wattpad por @/iludidapor2d
Era primavera quando Jirou te conheceu, as flores da cerejeira desabrochavam de maneira majestosa e graciosa, e suas delicadas pétalas rosadas dançavam uma lenta valsa que enfeitava todo o gramado próximo à árvore, caindo como airosas sinalizadoras da paz e rodeando aqueles que se aproximavam; como uma bela pintura pincelada por mãos divinas.
Você estava lá na árvore milenar, observando as flores de cerejeira caírem ao redor como gotas de chuva, um sorriso encantador enfeitando seus lábios. As flores pareciam se atrair por sua figura e emoldurá-la com um toque angelical, rodopiando ao seu redor juntamente do modesto vento que a acariciava, puxando suas vestimentas e fios de cabelo para uma dança quiescente. Parado ali, enquanto a observava com um brilho nos olhos, como se tivesse acabado de cair em um feitiço, Jirou nem imaginava que você estava completamente perdida na Montanha Kurama, que sequer sabia que lugar era aquele e que nunca havia visto um youkai.
Você foi a primeira mulher que ele viu na vida, e era tão menor que ele. Suas feições eram mais delicadas, seu corpo parecia ser mais suave, mais macio que o dele, seus olhos brilhavam como pequenas órbitas dotadas de estrelas cintilantes e possuíam uma ferocidade, um semblante destemido que complementava a brandura que seu corpo feminino parecia trazer à tona. Você era tão formosa que Jirou a associou a uma dama celestial — e perguntou-se mentalmente se todas as mulheres eram lindas daquele jeito.
Tendo em vista que a presença de mulheres era proibida na Montanha Kurama, ele se sentiu na obrigação de ir até você e repreendê-la por estar ali, ainda mais sendo uma humana. Ele teve de expulsá-la e mandá-la se afastar da grandiosa árvore milenar.
Você reclamou que ele era muito rude e o chamou de machista; Jirou nunca ouvira essa palavra. Quando se aproximou um pouco mais, você notou que as asas dele — que até então acreditava ser fantasia — eram de verdade, e assustou-se tanto que acabou fugindo, deixando para trás um tengu atordoado.
Sua presença se foi, mas o marcou de tal maneira que Jirou não conseguiu tirá-la da cabeça e o seu perfume ficou impregnado no olfato dele.
Mais tarde, durante o entardecer, Jirou voltou a encontrar-lhe enquanto caminhava para espairecer. Você estava sentada no chão e segurava consigo um filhote de passarinho que havia caído do ninho. Foi naquela situação que vocês dois tiveram a oportunidade de se conhecerem melhor, conversando de uma maneira que mais fazia parecer que Jirou era um policial na defensiva, te interrogando e te expelindo do que qualquer outra coisa. Vocês compartilharam o seguinte diálogo:
━ Essa criatura é tola e fraca, o mero fato dela não ter coragem de enfrentar os obstáculos da vida sozinha e se fortalecer torna sua existência indigna, ele não merece viver.
A resposta garantiu a ele um galho jogado na sua direção — do qual ele facilmente desviou com um movimento de sua asa.
━ Do que é que você está falando, besouro humanoide?!
━ Eu sou um tengu.
━ Besouro tengu humanoide, então...
━ Eu não sou um besouro.
━ Não importa! ━ Ergueu-se e apontou para ele, enquanto ainda aconchegava o filhote com a outra mão. ━ Isso que você acabou de dizer é ridículo! Ninguém nasce imbatível, sabia? Você também já foi fraco e frágil, assim como esse pássaro. Para se tornar forte e resistente, primeiro é preciso ser vulnerável! Não se sobrevive sozinho, mas em conjunto. Quando você era pequeno, outras pessoas cuidaram de você, te ajudaram e te apoiaram, foi a partir deles que você se tornou quem é hoje em dia! Então, não venha dizer isso, não!
Jirou ficou perplexo com a sua resposta, que o pegou de surpresa, quando ele claramente não esperava ouvir algo do tipo. Seu discurso sequer permitiu que ele conseguisse rebater de alguma forma, então ele simplesmente ficou calado.
Sim, você deu uma bronca enorme nele e ele, o tengu mais forte da montanha, medindo exatos 1,92 de altura, ficou calado enquanto ouvia o seu sermão, parecendo uma criança que acabara de aprontar.
Naquele dia, algo nele mudou, e por sua influência ele passou a ver o mundo de uma maneira mais suave.
Ao prolongar da conversa, você admitiu ter se perdido, então Jirou, com um claro rubor nas bochechas que negava veementemente, levou-a para a saída daquela montanha (após inventar mil e uma desculpas para não admitir que estava lhe ajudando) e a observou ir embora com um coração confuso e carregado de algo que ele nunca haverá sentido na vida.
No dia seguinte, para a alegria dele e sossego de sua cabeça que não parava de pensar em ti, você voltou para a montanha para visitá-lo. Então, retornou mais uma vez no outro dia, e no outro, e no outro, e nos outros adiantes, até chegar ao ponto de que as crianças tengus a amavam e se tornaram apegadas a você.
Muitos youkais da montanha estranharam sua presença, já que era proibido mulheres na Aldeia Tengu, o que resultou em Jirou recebendo reclamações e em tengus exigindo que você fosse embora. Mas ele não quis saber, ignorou o que os outros falavam e lhe protegeu das injúrias, até mesmo conseguiu convencer o Mestre Soujoubou a deixá-la vir visitá-los quando quisesse — e a potencialmente morar ali —, o que não foi uma tarefa difícil, na verdade.
Você parecia tão frágil e tão vulnerável aos olhos de Jirou, sendo uma humana em uma montanha de tengus, que ele passou a se considerar seu protetor e isso se tornou algo indiscutível, ele era e pronto. Ninguém chegaria perto de você sem que Jirou percebesse, então você estava sempre sob a guarda dele, enquanto caminhava para lá e para cá naquele lugar.
A questão era que Jirou te amava, foi amor à primeira vista e ele estava indubitavelmente, certamente, obviamente, totalmente e completamente apaixonado por você, isso era tão óbvio quanto a luz do dia; todos já sabiam, inclusive você, que já recebeu mais de uma declaração vinda do Tengu.
O coração do homem amoleceu de maneiras que ele nunca esperou ser possível, ele se tornou tão suave, mais afável do que nunca foi em toda a sua vida. O homem tinha certeza de que a versão dele de alguns anos atrás o acharia ridículo e fraco, uma bola de emoções desnecessariamente vulneráveis, mas Jirou realmente não se importava, porque aquela versão dele não tinha você.
Você, a bendita dama celestial que ele encontrou debaixo da árvore milenar, conseguiu penetrar o coração do homem desde o momento em que ele colocou os olhos em você, e desde aquele momento abençoado, você vinha remendando e consertando tal órgão; o coração não era mais do Jirou, era seu.
E era por essa e milhares de outras razões que Jirou estava agora sentado nas escadas do Monte Sagrado, observando você se despedir das crianças tengus com quem estava brincando até então; seus olhos castanhos estavam concentrados na figura feminina à sua frente. Era um passatempo que ele gostava de manter, admirar a mulher que amava, era mais do que digno gastar horas de sua vida fazendo isso, essa era a opinião dele.
━ Jirou! ━ Quando os petizes já haviam se retirado do local, você o chamou de repente.
As longas asas pretas do homem, que brilhavam sob a luz, estremeceram levemente em alerta.
Ele cantarolou em resposta.
━ Olha! Está nevando! ━ comentou animadamente enquanto se virava para sua figura e apontava para o céu.
Seus globos oculares ergueram-se e ele contemplou em silêncio os pequenos cristais brancos que começavam a descer de seus lares em pequenos movimentos graciosos que os conduziam até o chão.
Você soltou um pequeno som, uma vibração animada e sorriu alegremente para os flocos de gelo que os cumprimentavam naquele momento. Jirou abaixou a cabeça e voltou a fitar sua figura por alguns instantes silenciosos, antes de erguer-se e caminhar até você.
Quando estava na sua frente, parou e analisou sua face de maneira minuciosa, memorizando cada detalhe; você não disse nada ao perceber isso e devolveu o olhar dele, iniciando um contato visual que logo foi quebrado pela presença de um pequeno floco que pousou sobre sua bochecha direita e ali fez moradia.
Você franziu o cenho e deu um pequeno sobressalto quando de repente sentiu algo gélido contra sua pele, mas a frieza logo foi substituída por uma sensação quente e calorosa, quando Jirou estendeu a mão e enxugou gentilmente o cristal que se dissolvia em seu rosto. Seus dedos cálidos deslizaram sobre a sua pele e ele apalpou sua bochecha gentilmente, acariciando-a de uma maneira tão reverente que até mesmo fez sua barriga dar cambalhotas.
━ Obrigada... ━ você murmurou após um momento apreciando o carinho e ele recolheu a mão logo em seguida, aquiescendo com a cabeça.
Virando-se de costas para seu parceiro e ignorando-o por um instante, você voltou a mirar o céu com admiração, focada na dança das pequenas bailarinas brancas. A natureza, em sua infinita beleza, sempre a fascinou.
━ Brrrr! ━ Estremecendo conforme seu corpo estranhava a nova onda de temperatura álgida que começava a assolar o mundo, você esfregou os próprios braços. ━ A montanha vai virar um sorvete enorme daqui a pouco.
Uma risada soprada escapou do homem atrás de ti.
━ Com frio? ━ questionou, você concordou em resposta.
Jirou pousa o queixo delicadamente no topo da sua cabeça, envolvendo você com suas asas negras como a noite e compartilhando o calor das penas com sua silhueta — que era pequena comparada à dele. A firmeza de seu abraço te envolve em uma sensação de conforto e segurança, enquanto o suave aroma de pinho que emanava dele te inebriava.
Um som surpreso, porém satisfeito, escapou da sua garganta em resposta e você passou as mãos pelas asas que te rodeavam, brincando com as penas dele de maneira familiarizada; elas eram tão macias e agradáveis que até mesmo pareciam com nuvens.
Vocês ficaram assim por um tempo, em um silêncio confortável enquanto simplesmente apreciavam a companhia e o calor um do outro, até que você se inclinou um pouco mais contra ele e murmurou:
━ Vamos para o festival juntos amanhã?
━ Festival?
Sua cabeça surgiu por entre as asas enquanto ficava na ponta dos pés, e você apoiou os braços nos ombros do homem.
━ Sim! Vai ter um aqui perto, pensei em a gente ir dar uma olhada ━ falou animadamente, seu sorriso radiante ofuscando qualquer outro brilho. ━ Eu voto em você me levar voando!
Jirou apenas piscou em resposta, e então, tão sério quanto estaria se estivesse frente a frente com um inimigo mortal, respondeu:
━ Vou aonde você quiser.
A expressão em seu rosto era completamente sincera. Você deu uma risadinha em reação e plantou um beijo na ponta do nariz dele. Jirou fechou os olhos e apreciou a sensação por um instante, antes de passar as mãos pela sua cintura e depositar um beijo longo em seus lábios, ainda com as asas dele fechadas ao seu redor, como se fossem um casulo.
Quando seus lábios se separaram, você sorriu ao observá-lo, ele a olhava de maneira tão devota que você sentia seu interior se aquecer e borboletas se espalharem por seu estômago.
━ Você está corando ━ comentou em um tom provocativo que fez o tengu franzir o cenho, em uma expressão adorável de acanhamento.
E ele estava mesmo, mas o que antes era só um rubor fraco, rapidamente se tornou uma bagunça de tons avermelhados devido ao seu comentário.
━ Não estou.
━ Está sim! ━ Uma gargalha vibrou da sua garganta e preencheu o espaço em que estavam quando você notou que ele estava ficando nervoso — e emburrado.
━ Não estou.
━ Ah, você sabe que está!
Estalando a língua no céu da boca, ele fechou os olhos e respirou fundo, puxando sua cabeça para baixo e colando-a ao peito dele, para que seu rosto ficasse tampado e você não o visse naquele estado.
Pff. Como se você não o visse naquele estado quase todo dia.
━ Há algum problema em eu ficar ruborizado perante a mulher que amo?
Você parou, escutando o batimento cardíaco forte e irregular que acarinhava seus ouvidos. Ficou alguns momentos assim, apenas quieta e absorvendo cada reconfortante tum, tum, tum que vibrava no peito dele, antes de se afastar um pouco e levantar a cabeça novamente.
━ Então, você admite que está corado? ━ perguntou, erguendo uma sobrancelha.
Um pequeno sorriso inevitável pincelou os lábios dele, que apenas bufou em resposta.
Jirou se abaixou, passou um braço sob suas costas e outro sob suas coxas e a ergueu do chão, recebendo um gritinho animado da sua parte.
Você envolveu o pescoço dele com as mãos e riu alegremente enquanto o apertava.
━ Vamos. Conheço um lugar em que as cerejeiras florescem mesmo na neve.
━ Woo-hoo! Avante, meu helicóptero pessoal!
Ignorando a comparação — ele nem sabia o que era um helicóptero —, Jirou abriu suas grandes e belas asas e as esticou com júbilo. Seus membros se tensionaram no momento em que seu corpo se inclinou para frente e, com um impulso preciso e firme, ele se elevou, desprendendo os pés do chão e desafiando a gravidade da mesma maneira rompante de sempre.
━ Aproveitemos o percurso e façamos uma parada para comer dangos no caminho! ━ sugeriu você com elã.
As orbes dele caíram sobre seu rosto e o fitaram carinhosamente.
━ Claro.
E você, tão animada quanto sempre ficava toda vez que Jirou te levava em um passeio aéreo, apertou-o com um pouco mais de força, antes de plantar um beijo em sua bochecha quente e macia, acariciando a marca dele com os lábios.
O grande tengu parou por um momento, apenas pairando no ar, piscando algumas vezes enquanto absorvia seu gesto, para logo em seguida devolver o beijo da mesma maneira e ser maravilhosamente compensado com uma gargalhada sua.
Jirou então levou-a para contemplar as flores de aparência encantadora — as mesmas responsáveis pelo primeiro encontro de ambos —, enquanto ele próprio apenas contemplava a única pétala da cerejeira para a qual tinha olhos, sua querida dama celestial. Memorizando em sua memória cada pequeno detalhe daquele momento.
E mais tarde, quando vocês comiam dango, uma criança humana aproximou-se e questionou sobre as asas aveludadas que Jirou possuía; você se apressou em explicar para o mais novo que seu companheiro estava apenas fantasiado de besouro. Corta para Jirou se engasgando com o doce.
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