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contos-de-valeria · 6 months ago
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NA BEIRA DA ESTRADA
Sempre que faço um flashback das coisas que vivi (principalmente das aprontadas que dei), acabo pousando em uma época específica na qual eu cedia mais facilmente às tentações que se apresentavam. O meu período dos 18 até uns 25 anos foi o mais safado e, apesar de um manter um namoro sério e duradouro, acabava dando uma escapada para gozar num pau diferente.
Já contei aqui de uma transa que tive com um (ex) colega de trabalho (no conto Entre Colegas). Essa relação, na verdade, durou bem mais que uma transa. Ainda que nosso contato fosse bem esporádico, por um período de quase 3 anos, entre 2001 e 2004, aproveitávamos as poucas oportunidades e dávamos uma escapadinha para uma boa sessão de sexo.
O nosso período mais ativo aconteceu no ano de 2003 que, para mim, foi uma época mais solitária do que o normal, já que meu namorado havia se formado e ido morar em outra cidade. Em outras palavras, passava a semana no desespero aguardando o final de semana, que nem sempre me satisfazia.
Na época eu tinha 23 anos, me sentia bonita, gostosa e tinha muito tesão. Minha mente pensava cada dia mais em putaria e não eram poucas as possibilidades que passavam por mim para dar uma pulada de cerca. E, apesar de já ter tido outras transas com o meu ex-colega Leonardo, seguia firme no propósito de não trair e aproveitar no final de semana. Não era suficiente e com o passar do tempo a carência era inevitável.
Recordo que já estava há pelo menos seis meses sem encontrar ou falar com Leonardo e, neste período, somente me mantendo com o sexo do final de semana e muitos pensamentos safados, praticamente subindo pelas paredes.
Até que numa manhã amena da primavera eu me preparava para sair para o almoço quando, inesperadamente, Leonardo, que àquela altura trabalhava em outra empresa, chegou para visitar os ex-colegas e tratar assuntos de interesse de sua nova função.
Logo ao entrar tomou conta do ambiente, cumprimentou seus conhecidos e correu os olhos ao redor do salão cruzando o seu olhar com o meu. Ganhei uma breve encarada e retribui com um sorriso contido, bochechas vermelhas e um tímido aceno, seguido de um calorão que subiu pelo meu corpo. Após falar rapidamente com os ex-colegas, Leonardo dirigiu-se diretamente a mim e me deu um carinhoso beijo no rosto, perguntando:
- Aceita um convite para o almoço?
A presença dele e a pergunta me pegaram de surpresa, a ponto de um ficar com a voz trêmula e falhada. Ainda que quisesse aceitar prontamente e tirar minha roupa ali mesmo, titubeei e pensei duas vezes, até que recusei o convite sob a justificativa que tinha um compromisso no centro da cidade.
- Espera eu sair da reunião. É coisa rápida. – disse Leonardo, sem dar muita importância à tentativa de esquiva.
Já passava do meio-dia quando a porta da sala de reuniões se abriu e vi Leonardo se despedindo do pessoal. O setor já estava vazio e Leonardo veio alegre em minha direção reforçando o convite para o almoço. Peguei minha bolsa e sai junto com ele.
A empresa onde eu trabalhava se localizava na saída da cidade, às margens de uma importante rodovia e, para minha surpresa, Leonardo saiu para o lado inverso da cidade sob a desculpa de me mostrar uma grande obra que estava sendo feita perto dali.
Andamos uns poucos metros na estrada e enquanto conversávamos, Leonardo esticou sua mão grande e forte e repousou sobre a minha coxa. Eu vestia uma calça social, de tecido fino e sentia o contato e a temperatura de sua mão através do tecido. A sua mão carinhosa percorria minhas pernas para cima e para baixo, esticando os dedos para o meio das coxas até o dedinho encostar na buceta. Ao mesmo tempo em que falava que já estava com saudade de me encontrar e não se desconcentrava da estrada. Eu, adorando a situação, só concordava.
Depois que passamos a desinteressante obra, Leonardo reduziu a velocidade e entrou em uma porteira de fazenda, afastando o carro alguns metros da rodovia e estacionando ao lado da entrada. Seu olhar safado (e o saliente pau duro sob a calça) ao conferir minha reação já mostrava aonde chegaríamos.
Leonardo desligou o carro, soltou o cinto e voltou seu corpo em minha direção, também soltando o meu cinto de segurança. Se mostrava interessado em mim, não somente na transa, e perguntava como eu andava, o que tinha feito neste período, se tinha sentido falta de nossas transas e do nosso contato. Sempre deixei claro que minha intenção com ele era puramente sexual, mas é impossível negar que todo aquele carinho me excitava muito, até mesmo porque me sentia solitária nos últimos tempos.
O clima entre nós ia esquentando e enquanto falava, Leonardo ia acariciando meu rosto, colocando o meu cabelo atrás da orelha, passando a mão pelo meu pescoço. Abriu os botões da minha camisa lentamente, um a um, expressando tesão a cada centímetro de pele revelado, como se ele não conhecesse.
Passou a mão nos meus seios por cima do sutiã e foi vindo em minha direção. Beijou meu pescoço e baixinho, ao pé do ouvido, sussurrou dizendo que estava morrendo de tesão em me ver e me tocar. Deslizou umas das mãos em minhas costas e soltou o sutiã. Eu estava complemente entregue e louca para ser devorada. Respirava de forma ofegante antes mesmo do primeiro beijo.
Leonardo me aproximou-se me olhando fundo nos olhos, com um sorriso safado e passou a ponta de sua língua nos meus lábios, deslizando sua mão por cima dos meus seios e acariciando os mamilos. Nos pegamos num beijo molhado e tórrido, cheio de tesão e saudade.
Enquanto nos beijávamos demoradamente, abri seu cinto e sua calça e agarrei com vontade aquele pau grande, gostoso e duro. A cabeça grande estava completamente melada e aproveitei para massageá-la com a palma da minha mão, arrancando pequenos gemidos de Leonardo.
A essa altura eu já estava sem calças e com a calcinha de lado, completamente molhada e dominada pelos habilidosos dedos de Leonardo, que deslizavam para dentro de mim e me deixavam louca de tesão.
Ainda que o tesão tenha tirado um pouco do nosso juízo, ficava pensando sobre o perigo do lugar, a possibilidade de estar sendo observada, e se aquela era a entrada da fazenda de algum conhecido. Ao mesmo tempo pensava que o perigo e a vulnerabilidade eram extremamente excitantes. Os dois ali, seminus, num lugar absolutamente inusitado, a luz do dia e tomados pelo intenso tesão que nos exigia urgência para gozar.
Não me contive e pulei para o banco do motorista. Montei em cima dele deixando-o tirar completamente minha camisa e meu sutiã, oferecendo meus seios para uma vigorosa chupada.
Eu rebolava no seu colo e sentia a cabeça do pau sendo forçada contra a minha buceta, contida apenas pela calcinha que ainda resistia no seu lugar. Me sentia cada vez mais molhada e esfregava meu clitóris seu pau, chupando seu pescoço e seu peito, enlouquecida para se penetrada.
Estava tão doida que mesmo sem camisinha pedia para ele me comer. Foram tantos beijos e esfregões loucos em cima dele que me rendi e deixei ele entrar dentro de mim, só colocando a calcinha de ladinho
A primeira metida lenta literalmente me arrombou. O pau dele era grande, maior do que eu estava acostumada com o namorado e, apesar de já termos transado antes, já havia perdido o costume. Pude sentir um arrepio pelos braços e na nuca enquanto aquele pau de abria e me completava o mais fundo que podia. Sentia a cabeça do pau inchada e pulsante dentro de mim.
O tesão era tanto que bastaram umas três ou quatro sentadas para que ele dissesse que ia gozar e então eu senti um forte jato de porra dentro de mim. Dei um pulo e posicionei a cabeça do pau dele para a entrada do meu cuzinho recebendo todo o resto de porra ali e nas costas. Não me contive e enquanto ele me lambuzada de porra, encaixei meu clitóris em sua pelve e depois de umas esfregadas ali comecei a gozar junto. Ofegante, suada e toda esporreada, me deitei sobre o seu peito e ficamos ali rindo do que tínhamos acabado de viver, um sexo louco e ao mesmo tempo super curto e muitas sensações misturadas.
Depois dali nos arrumamos e pedi para ele me levar de volta a empresa antes que o pessoal voltasse do horário do almoço e muita gente nos visse juntos.
No final de semana seguinte, fiquei esperando ansiosa meu namorado voltar e ele não tinha ideia de onde estavam os meus pensamentos.
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antropofagis · 4 months ago
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cientirinhas · 1 year ago
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thelesworlds · 7 months ago
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Será que algum dia você pensou em mim? Algum dia você acordou querendo falar comigo? Mandar aquela mensagem esquisita que você sabia que ia mexer comigo? Será que algum dia, antes de dormir você riu de algum meme pensando que eu também iria gostar? Será que em algum dia você pensou em mim no exato momento em que eu estava pensando em você? Será que a gente já se cruzou no mundo dos sonhos? Vivendo nossos dois sonhos ao mesmo tempo? Será que um dia você olhou pro horizonte e me esperou chegar? Será que um dia você já escondeu o celular da sua namorada pq escreveu algo pra mim e não mandou? Será que você tem ideia que eu fico aqui pensando esse tanto de será sobre você?
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outro-sagitariano-no-mundo · 6 months ago
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Meu Tumblr @outro-estranho-no-mundo acaba de ser apagado pelo Tumblr, devido a isso estarei nessa conta, at�� quando só Deus sabe.
Se puderem reblogar esse post 💙
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notasdeportamalas · 2 months ago
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[...] ela descansou o rosto sobre os joelhos, cansada, queria ser teorema, mas era apenas uma hipótese.
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jeskadutra · 3 months ago
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Teus olhos tão gigantes
Medonhos de amor
Eu cabia perfeitamente no teu olhar
Volte doçura, volte
Volta, quero te amar
Jéssica Dutra
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embriaguezlirica · 19 days ago
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PRAIA
fomos até uma praia deserta, apanhar banhos de sol e entregarmo-nos livremente ao sal na pele. não era incomum, de vez em quando, irmos até este tipo de praias até porque ambos gostávamos da liberdade que nos ofereciam.
passámos a tarde inteira dentro e fora de água, nós e algumas outras pessoas que se encontravam por lá.
ao fim da tarde, restavam apenas alguns corpos que se confundiam na sua lonjura e um casal, afastado de nós por uma duna e alguma florestação.
cansada de ler e de estar deitada, sentei-me junto a ele, encaixada do seu abraço, ambos a ver o mar, a ouvir o som das ondas enroladas com a brisa salgada misturada com protector solar e os últimos raios de sol douravam a nossa pele. era o fim de tarde perfeito.
beijava as suas mãos nas minhas enquanto sentia o nariz dele afastar o meu cabelo do pescoço e a humidade dos seus lábios arrepiar-me por completo.
ele sabe que não resisto estar arrepiada muito tempo sem que os meus mamilos enrijeçam empertigados contra a luz, então desliza a ponta dos dedos pelos meus, cruzando o antebraço pelo interior chegando agora perto das axilas, fazendo-me rir baixinho e seguindo firme até ao meu peito. sustive a respiração na expectativa do que poderia fazer a seguir e, tal como eu temia, arrastou-se pela auréola e apertou-me levemente o bico contra os seus dois dedos. soltei um gemido respirado e, de imediato, as suas mãos encaixaram inteiras no meu peito, apertando-me contra si enquanto me mordia o pescoço e respirava profundamente ao meu ouvido.
conseguia agora sentir a sua carne crescer contra mim e instantaneamente comecei a sentir-me molhada. mas não podíamos, já nos tinham dito isto! enchia-me de razões enquanto ele continuava a explorar a minha pele na ponta aos seus dedos e a provocar-me ao ouvido com o "se quiseres, eu páro.."!. afastou-me as pernas com delicadeza e estava agora completamente exposta, de frente para o oceano que nos via.
já não tinha controlo sobre a minha respiração nem mostrava qualquer tipo de resistência à manipulação que fazia do meu corpo. roçava agora entre os meus grandes lábios, pressionando contra o meu clitóris e o meu corpo levantava do chão contra a sua mão para que me tocasse mais e mais profundamente.
virei-me para o beijar e a dança das nossas línguas acendeu em nós sem ponto de retorno: estava cega de desejo, independentemente das regras.
encostou a palma de uma mão no meu pescoço enquanto subia novamente com a outra. fez-me provar o sal que estava em mim ao penetrar a minha boca com os seus dedos.
estava agora praticamente deitada contra ele, completamente molhada e exposta de pernas afastadas, com os mamilos duros, com uma mão no pescoço e a garantir que toda a minha saliva encharcava os seus dedos.
pediu-me então que lhe dissesse o que queria, baixinho ao passo que ia deixando um rasto da minha própria saliva pela minha barriga e pelo meu umbigo. respondi-lhe que queria que me fodesse, mas o comando não parecia ser suficiente. continuei o meu pedido, fazendo-o saber que queria sentir os dedos dele em mim e que me queria vir dessa forma.
os seus braços compridos encontraram forma e sentia-o dentro de mim com dois dedos centrais perfeitamente acomodados na minha cona e a outra mão apertando a minha mama.
as suas investidas foram-se identificando em mim e os meus gemidos foram aumentando em volume. ao meu ouvido dizia-me "toca-te. vem-te para mim, o meu pau está louco por entrar em ti, vou deixar-te cheia". esfregava-me agora contra os meus dedos, circulando o meu clitóris com força até que me senti explodir por dentro. tremi, gritei e esperneei contra aquela onda quente que tomava conta de mim. ouvi-o dizer "boa menina" ao meu ouvido enquanto se ajeitava agora atrás de mim, ficando depois de pé, ao meu lado.
ia-se tocando enquanto me via arfar, num espectáculo que ele mesmo produziu e ia mordendo o lábio, excitado de me ver assim, entregue. fui-me recompondo e, já de joelhos, ia olhando para ele de baixo, enquanto a minha língua passava em torno da sua glande. passava os meus lábios levemente no seu comprimento enquanto o ia sentindo cada vez mais impaciente, agarrando o meu cabelo num rabo de cavalo.
engoli-o tão fundo quanto consegui e, durante alguns segundos, escolhi-o sobre a minha respiração. quando o soltei, fios grossos de saliva pintavam a areia. chupava-o enquanto o masturbava com ambas mãos, num trabalho perfeitamente coordenado de o ouvir gemer.
então, ouvi-o alertar que achava ter visto alguém mas não conseguia parar. estava tão absorta naquele momento que nem me apercebi do que se passava e continuei. novamente, interrompe para me dizer "estamos a ser observados.. queres?", olhei para ele, desocupei a minha boca apenas o suficiente para olhar para trás e dizer "podem ver", com a altivez de quem os tivesse a premiar com um vislumbre de um espectáculo milionário.
nesse momento, baixou-se para me beijar e indicou-me que me deitasse de costas. pôs uma toalha enrolada debaixo do meu rabo e os meus pés nos seus ombros. bateu com o seu pau melado contra a minha cona sedenta e palpitante e entrou, devagar, dentro de mim. senti cada pedaço dele afastar-me e soltei um gemido profundo. enquanto me fodia, olhei para o casal que nos observava e também ele reproduzia nela o que viam e a cada gemido meu, iam também eles soltando sons de prazer.
virei-me de costas e deitada de bruços, fui ficando com as nádegas marcadas da sua mão em mim. ele disse-me que já não aguentava muito mais e eu pedi que me enchesse até transbordar; assim o fez, entrou dentro de mim fortemente vezes sem conta até bombear todo o seu esperma quente, até derramar. quando terminou, saiu de dentro de mim e exibiu-me, pingando, como se de um troféu se tratasse. deixou-me assim, para que eles vissem, enquanto ia passando os seus dedos pela junção de fluídos nossos e batendo com a sua mão, de forma a revelar os rastos no ar. parecia ser exactamente isso que o outro casal queria ver porque alguns segundos depois, ouvi-os grunhir de tesão. olhei por cima do ombro só para os ver bradar ao céu o prazer que estavam a sentir.
quando terminaram, agradeceram pelo fim de tarde divertido e recolheram dentro da florestação novamente e nós aproveitámos o último banho do dia.
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nunasworlds · 7 months ago
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Meu mundo caiu, mas quantas vezes ele já caiu? Quantas vezes ele caiu, foram quantas vezes ele foi refeito e assim será de novo. O jogo de cintura de saber desabar sem maiores fraturas, aceitar que tudo muda, o outro muda, eu mudo. Aceitar que o que não tá bom será denunciado eventualmente e mesmo se a gente se esforçar pra não olhar. Aceitar que o desabar pode ser a janela que faltava para reconstruir tudo, mesmo que a gente não deixe portas abertas. O que fica pode ser o fio condutor do novo e por mais que a gente não queira o novo, ele chega. O mundo cai eventualmente, precisamos antes de tudo aprender a cair para que sobre algo que nos ajude a levantar.
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aliciaquadrosepoemas · 1 month ago
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Alicia Quadros
Sentimentos ou experiências?
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omeulirico · 8 days ago
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Os silêncios de agosto
Conheci ele numa terça-feira arranhada pelo calor.
O ventilador do jornal fazia mais barulho do que vento, e eu tinha acabado de descobri que pauta de estagiária é café, morte e trânsito. Ele, não. Ele escrevia sangue.
Coluna de criminalidade. Crime e poesia urbana. Toda tarde, ele digitava como se matasse alguém a cada ponto final. Chamava-se Arthur — nome de rei em cidade sem trono. Tinha acabado de se formar, mas já andava como quem sabia demais do mundo. Alto. Ombros largos demais pro lugar apertado onde trabalhávamos. Óculos meio tortos, sorriso de canto — e cigarro.
Era nos fundos do jornal que ele respirava de verdade. Ali, entre lixo reciclável e o som abafado dos teclados, ele acendia seu cigarro como se fosse um ritual secreto. E eu… bem, eu comecei a ir atrás dele. Com meu próprio cigarro barato e a cara lavada de alguém que finge não estar afundando.
Nos sentávamos lado a lado na calçada, quase encostando as pernas, mas nunca encostando de fato. O toque nunca veio — e talvez por isso ainda me arda. Ele falava pouco. Olhava muito. Às vezes soltava alguma frase sobre como certos assassinatos cheiravam a vingança antiga. E eu queria desesperadamente que ele olhasse pra mim como olhava pras cenas de crime.
A gente fumava em silêncio. Um silêncio que me cortava em fitas. Ele sorria, às vezes. Aquele sorriso com cigarro nos lábios, e era como se eu tivesse um orgasmo cerebral. Tudo pulsava por dentro. Como se meu corpo não me pertencesse mais. Como se eu tivesse virado parte da fumaça que saía da boca dele.
Nunca nos tocamos. Nunca nos dissemos nada. Mas eu ainda lembro da primeira vez que ele se virou pra mim e disse:
— Você escreve com raiva bonita.
Guardei aquilo como se fosse bilhete de suicídio.
O estágio acabou. Ele ficou. A cidade seguiu sangrando. Nunca mais o vi — mas toda vez que passo por algum beco onde o asfalto racha, juro que sinto o cheiro do cigarro dele. E sinto de novo aquela ausência elétrica. Aquela sensação de ser nada diante de um homem que nunca me quis, mas que me fez sentir, por um instante, que eu podia explodir o mundo se quisesse.
Ele nunca me tocou. Mas me marcou mais do que qualquer mão.
Porque às vezes é isso.
O quase.
O que não aconteceu.
É o que acende a gente por dentro até virar incêndio.
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contos-de-valeria · 1 year ago
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baixotu · 2 months ago
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15h00 · 1 year ago
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Anjo
Quando eu lhe conheci eu estava quase desistindo de tudo, mas, naquele dia, quando lhe vi sorrindo eu soube, naquele momento, que você seria especial para mim. Tudo começou quando preferi escutar as clássicas músicas românticas, quando passei a ler, ver, assistir por você, por que você gostava. Eu demorei tanto para entender que eu estava completamente apaixonado por você.
Eu soube que me apaixonei por você porque toda vez que estou junto a ti eu tenho a esperança de que isso dure pra sempre, por que contar todas as tatuagens que envolvem teu corpo se tornou meu maior passatempo, por que eu sempre sonhei em ter alguém como você: você é como um sol após um dia chuvoso, por que você me trouxe de volta a vida, por que você me fez amar cada pequeno detalhe seu, por quê todas os dias que eu esperei por você valeram a pena, por que você é o meu anjo.
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jeskadutra · 4 months ago
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Eu disse a ele que iria sentar um pouco pra descansar
Minha mente vagou
É isso que acontece quando eu me meto com gente grande
Mesmo quando me prendo ao "gostando das mesmas coisas", não é suficiente
Eles ( os pensamentos negativos ) sempre sabem mais que eu
Ele ficou parado, na sombra de uma árvore, olhou pra mim e disse
_ Que foi, você não vem ?
Pensei: se eu der mais um passo, ele saberá quem eu sou
Acabei por inventar mil e uma desculpas
Ele acreditou em qualquer uma e se foi
Eu o deixei ir por medo de perdê-lo
Sei lá, ou melhor, será que terei outra oportunidade ?
Minha mente ( otimista ) me consola
Pelo menos, e desta vez, foi menos pior
Ele leva uma memória bem feita tua
Certamente voltará
Talvez ele volte
É isso, por medo, cá estou, parada à beira do caminho de algum lugar
Na torcida que ele grite de longe, algo como "suas desculpas são péssimas! "
Torço que eu tenha coragem de dizer " sim, elas são!"
Jéssica Dutra
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