Tumgik
#dica criativa
cachorrodivagador · 5 months
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O tempo não para, pra ninguém, mas cada um tem seu próprio tempo, respeite seu tempo pois ele se vai e você fica sozinho e sem tempo para nada. Ter tempo não é literal, e sim como você usa seu tempo, viva uma respiração de cada vez e o tempo será seu aliado e não seu oponente.
- Reflexão do dia [ 25 de janeiro de 2024] - (Cachorro Divagador)
Autor: Jean Rodrigues Gattino
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haruthinks · 1 year
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(descrição de imagem: retângulo azul claro tendo nas bordas duas formas geométricas arredondadas em um azul levemente mais escuro para decoração. uma foto de um óculos fechado com a escrita "haruthinks" embaixo indicando o autor do post. em seguida, o título da série "guia para escrever personagens cegos ou com baixa visão", seguido de uma linha para separar o texto do indicador da parte "parte 4: bengalas, cães guia e O&M (orientação e mobilidade). fim da descrição de imagem).
guia para escrever personagens cegos ou com baixa visão parte 4: bengalas, cães guia e O&M (orientação e mobilidade).
opa, aqui estou eu para a parte 4 da tradução desse guia escrito originalmente (em inglês) por mimzy cujo blog você pode acessar clicando aqui. já postei as 3 primeiras partes no meu blog, mas se esse post é o primeiro que você vê da série, você pode encontrar os outros 3 aqui:
parte 1: construção de personagem (link)
parte 2: escolha de narrativa, descrições visuais e verbais e interações sociais (link)
parte 3: clichês para evitar (link)
mimzy é uma pessoa com deficiência visual que está escrevendo seu próprio livro de fantasia, e ao decorrer de sua jornada na escrita já escreveu dois personagens cegos.
segue os famosos disclaimers: eu não sou uma pessoa cega e nenhuma das experiências trazidas nesse guia são minhas. esse post se trata de uma tradução de um guia escrito por uma pessoa cega. acho que esse tópico é de extrema importância, não apenas para aprender a como escrever personagens cegos de uma forma mais coerente e respeitosa, como apenas para saber mais sobre. digo aqui também que fiz essa tradução da forma mais fiel possível, mas caso haja algum termo incorreto, por favor, fale comigo! sem mais delongas, vamos a parte 4!
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a partir daqui começa a tradução. o guia foi escrito em primeira pessoa por se tratar muito das vivências pessoais de mimzy, então irei traduzir em primeira pessoa também. retorno a dizer que NÃO SÃO minhas experiências.
o que é orientação e mobilidade (o&m)
orientação e mobilidade (ou o&m) é a habilidade de entender e navegar pelo mundo com segurança e confiança, tendo perda de visão.
irei citar a definição do vision aware (portal online e gratuito que informa pacientes, parentes próximos e mais sobre possíveis tratamentos, além de mais informações).
orientação: se refere à habilidade de saber onde você está e para onde você quer ir. seja andando de um cômodo para o outro, andando no centro da cidade ou no shopping.
mobilidade: se refere à habilidade de se deslocar com segurança e eficiência de um lugar para o outro. exemplo: conseguir andar pela rua sem tropeçar ou cair em degraus de escada e mudanças de piso, como atravessar ruas e usar transporte público de maneira segura.
o&m pode envolver:
✓ aprender a como usar uma bengala e qual seria a mais adequada para você.
✓ se deslocar com segurança entre obstáculos utilizando sua bengala. isso inclui escadas, rampas, elevadores, calçadas irregulares e curvas, e também como andar entre uma multidão e entre móveis/mobília.
✓ aprender estratégias seguras para atravessar a rua.
✓ planejar rotas para destinos, sejam eles novos ou recorrentes.
✓ usar tecnologia como gps e aplicativos como uber.
✓ acessar o transporte público de maneira segura.
✓ como pedir ajuda quando preciso.
✓ como lidar com guias que enxergam (humanos).
um adendo a comunidade cega e seu relacionamento com bengalas
A Escola para Cegos Perkins (ou Perkins School for the Blind, uma renomada instituição estadunidense voltada para a educação de jovens e crianças com deficiência visual) estima que apenas 2 a 8% da comunidade cega conta com a bengala para se locomover. o resto depende na visão restante, cães guias e guias que enxergam. porém, estima-se que apenas 2% da comunidade cega se apoia em cães guias. e para conseguir um cão guia, a pessoa precisa passar pelas aulas de o&m e usar a bengala por 6 meses antes de poder se inscrever para ter um cão guia.
notas da tradutora: pesquisei como se dá esse processo no brasil e é bem similar, porém aparentemente não precisamos da etapa de utilizar a bengala por 6 meses. mas sim, é preciso realizar o treinamento de o&m, ter mais de 18 anos, ter condições financeiras e psicológicas para cuidar de um cachorro, e mais. você pode ler um pouco mais nesse portal oftalmológico aqui.
isso significa que 90% da comunidade cega não utiliza bengalas. eu não sabia desse dado até começar a pesquisar para esse guia, e esse número me assustou. sério, mesmo que eu já tenha me locomovido sem a bengala antes, eu não consigo imaginar voltar a não usar. mesmo que eu só precise da bengala em alguns momentos, eu não consigo não usar nas situações que eu realmente preciso. ter uma bengala facilitou muito a minha vida, além de deixá-la mais segura também.
eu não sei a que atribuir esses números. talvez aos conceitos de deficiência visível x invisível, capacitismo internalizado, ou o sentimento de "não ser cego o suficiente" para usar uma bengala. além de tudo, a acessibilidade e informação para a comunidade cega saber mais sobre, e também onde comprar uma.
como se aprende o&m? como meu personagem vai aprender?
seu personagem vai ter que encontrar um instrutor de orientação e mobilidade que vai ensiná-lo as habilidades pessoalmente. o instrutor de o&m é um adulto que enxerga e que possui um diploma de bacharel na área, além de passar pelo treinamento de o&m estando vendado, que geralmente possui um requerimento mínimo de horas para conseguir o certificado de instrutor (um programa exige 400 horas de treino de o&m vendado antes de conseguir a licença).
esse é o processo para se tornar um instrutor nos estados unidos, em outros países isso pode variar.
notas da tradutora: pesquisei sobre o processo de se tornar instrutor de o&m no brasil e devo dizer que não achei muita coisa. mas, pelo que eu vi, aparentemente o curso não precisa ser superior para conseguir a licença. posso estar errada, caso você saiba mais informações, favor comentar que eu insiro aqui!
para encontrar um instrutor de o&m, seu personagem precisa entrar em contato com uma escola, fundação ou instituto para cegos. é possível encontrar a instituição mais perto de você através de:
✓ pesquisas no google;
✓ indicação de um oftalmologista;
✓ ajuda de um assistente social;
✓ a escola/universidade pode tentar entrar em contato com alguma instituição por você.
infelizmente, não há uma abundância de escolas e fundações por aí, então a mais próxima do seu personagem pode ser bem longe. a mais perto da minha casa fica a 45 minutos de carro, para algumas pessoas pode ser até horas de viagem.
mas isso é, novamente, a minha experiência nos estados unidos. leve em consideração que é um país muito grande e tem um espaço maior entre uma cidade e outra. então uma viagem de 4 a 6 horas pode não significar muita coisa aqui (por mais que seja bem inconveniente para uma pessoa cega que não pode dirigir), mas em outros países, uma viagem de 6 horas pode significar cruzar várias fronteiras, além de que podem ter outros tipos de programas sociais.
notas da tradutora: esse último parágrafo se trata da experiência pessoal de mimzy, não minha. já disse antes, mas não custa repetir.
não existe um banco de dados completo com todas as escolas para cegos disponíveis, nem um site com todas as opções de locais possíveis. por exemplo, a escola que eu fui não estava listada na maioria dos sites que eu encontrei, mesmo que tenha 7 filiais em diferentes lugares.
isso é mais um desabafo sobre como é difícil encontrar serviços para pessoas com deficiência, tem pouquíssimos recursos que sejam acessíveis por aí. se você me perguntar, eu diria que já passou da hora de ser mais fácil entrar em contato com sua comunidade cega local. serviços de acessibilidade deveriam estar disponíveis de forma bem mais fácil e simples.
se a sua história se passa em um lugar real, então pesquise por "escola para cegos (cidade/estado/país)" e você deve encontrar alguma que seja na área.
o que uma escola para cegos pode dar ao seu personagem?
bem, além de ajudar o seu personagem a se conectar com um instrutor de o&m, uma escola para cegos pode oferecer outras aulas de reabilitação e também acesso a outros recursos. essas aulas de reabilitação podem incluir:
✓ aprender a escrever/ler em braile e também usar máquinas de braile;
✓ aulas de tecnologia com leitores de tela, lupas e etc no seu computador e celular (na minha escola há cursos separados para android, ios, etc);
✓ habilidades de independência (cozinhar, limpar, organizar, planejar compras de alimentos e medicações);
✓ cuidado próprio (dança, arte, música, defesa pessoal).
recursos adicionais nessas escolas podem incluir:
✓ encaminhamento para receber ajuda para lidar com a perda da visão;
✓ acesso a biblioteca de audiobooks e livros em braile;
✓ acesso a dispositivos para ampliação (como lupas) e máquinas de braile (tipo uma máquina de escrever, só que em braile).
algumas escolas oferecem um tipo de ensino fundamental e médio, onde as crianças e adolescentes cegos iriam aprender ao invés de uma escola comum.
algumas escolas também possuem alojamentos onde os estudantes podem ficar enquanto estão fazendo os cursos de reabilitação, especialmente se a perda de visão for repentina e severa. nesse caso, eles moram no campus e vão para as aulas. outras escolas vão oferecer apenas aulas, então seu personagem teria que encontrar um transporte para todas as visitas. várias escolas também possuem especialistas em reabilitação ou instrutores de o&m que podem visitar o aluno em casa.
minha escola tinha as duas últimas opções, aulas presenciais ou o instrutor iria de encontro ao aluno. como era uma viagem de 45 minutos de carro até lá e eu precisava que alguém me levasse sempre, eles mandavam um instrutor até a minha casa.
toda quarta de 15h ela dirigia até a minha casa para me dar aulas de como usar a bengala. essas aulas incluíam me levar para diferentes lugares para praticar certas habilidades (como usar escadas comuns e escadas rolantes no shopping, ou passar por um lugar movimentado, ir até um ponto de ônibus para aprender a pegar um de forma segura e a comunicação que eu deveria ter com o motorista para informar onde era minha parada.
ela também trazia vários tipos de bengala para que eu experimentasse e decidisse qual funcionava melhor pra mim.
os vários tipos de bengala
bengalas longas são utilizadas para tatear a área logo na frente do usuário enquanto ele anda. esse é o tipo de bengala que o público geral tem mais familiaridade. porém, há vários sub tipos de bengalas longas. elas também podem ser chamadas de bengala branca ou bengala de sondagem.
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(descrição de imagem: homem usando calça jeans andando na calçada com uma bengala branca e vermelha. fim da descrição de imagem).
"bengala branca" pode ser um termo impróprio por duas razões: primeiro, o conceito da bengala padrão para cegos pode ser diferente em alguns países. nos estados unidos, o padrão é uma bengala branca com a ponta vermelha. em uns países o padrão é a bengala toda branca e em outros países a bengala completamente branca pode significar que o usuário é cego, enquanto a bengala com a ponta vermelha significa que o usuário é surdo-cego.
a segunda razão é que algumas empresas como a ambutech permitem que os clientes customizem as cores de sua bengala. por exemplo: molly burke tem uma bengala rosa choque. a minha bengala branca tem uma ponta roxa. mas também podem haver bengalas completamente pretas, ou toda azul marinho, ou toda vermelha, etc. a ambutech também dá a opção para os clientes colocarem fita refletiva de cores neons nas bengalas para fazer com que elas sejam mais visíveis de noite.
"bengala de sondagem" não é um termo que eu já ouvi pessoalmente, mas é um termo utilizado pelo vision aware no site deles.
três tipos principais de bengalas longas
bengalas não dobráveis: uma bengala que não é dividida em seções, não pode ser dobrada ou desmontada.
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(descrição de imagem: homem de calça jeans com uma bengala não dobrável branca com o cabo vermelho. fim da descrição de imagem).
bengalas dobráveis: uma bengala que possui de 3 a 6 seções, dependendo do tamanho dela. quanto mais alta a bengala, mais seções ela terá. as seções são partes separadas que são feitas para serem unidas depois, elas são conectadas por uma espécie de corda elástica bem resistente.
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(descrição de imagem: uma bengala dobrável branca com a ponta amarela, com 5 seções. fim da descrição de imagem).
bengalas telescópicas: uma bengala onde as seções deslizam pra dentro uma das outras ao invés de serem dobradas, como um telescópio. a seção mais grossa é o cabo da bengala e a mais fina é a ponta.
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(descrição de imagem: três imagens, uma em cima da outra, de uma bengala telescópica azul. na primeira foto, a bengala está completamente retida. na segunda, as seções estão parcialmente pra fora. e na terceira, as seções estão completamente pra fora e a bengala está travada. fim da descrição de imagem).
além disso, também temos a bengala de identificação. a função dessa bengala é identificar o usuário como cego. não é utilizada da mesma forma que as bengalas longas são, pois ela não foi feita para tatear os próximos passos do usuário. porém, ela pode ser usada como uma bengala para apoio. por conta disso, ela é mais desejada pelos idosos, não apenas porque eles formam uma grande parte da comunidade cega, mas também porque seria benéfico uma bengala de apoio, assim também como uma bengala para identificá-lo como uma pessoa cega caso eles precisem de alguma assistência.
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(descrição de imagem: bengala de identificação com o cabo curvado. toda branca com uma ponta vermelha. fim da descrição de imagem).
observação: do que eu ouvi da comunidade cega, algumas pessoas preferem as bengalas sólidas/não dobráveis do que as telescópicas ou dobráveis. a razão para isso é que uma bengala não dobrável transfere vibrações melhor do que as outras duas. é dito que quanto mais seções uma bengala tem, menos precisas as vibrações serão.
alguns usuários de bengala se treinam para entender as vibrações da superfície que a bengala está tocando. isso diz a eles que tipo de superfície eles estão (madeira, concreto, mármore...), se tem algum objeto próximo à bengala, etc. pessoalmente, eu uso a bengala apenas para identificar a superfície que estou andando, ainda não tenho essa habilidade de o&m para conseguir identificar vibrações de objetos ou paredes próximas.
as vibrações da bengala são informações para somar aos outros sentidos sendo utilizados na locomoção.
partes da bengala: materiais, cabo, pontas, seções e elástico
material
os três materiais mais comuns são alumínio, fibra de carbono e fibra de vidro. cada material tem seus prós e contras.
a bengala ideal é leve e durável. ela precisa ser resistente o bastante para aguentar bater em algo sólido sem quebrar ou envergar.
✓ alumínio: é resistente e durável, porém pesado. se danificado, é mais provável que envergue do que quebre. uma curva pode ser endireitada, mas é preciso de uma força considerável.
✓ fibra de carbono: é leve e durável. é mais forte que fibra de vidro e, assim como o alumínio, é mais provável que envergue do que quebre.
✓ fibra de vidro: é leve, mas meio rígida. se quebrar, se estilhaça.
cabos e elásticos
enquanto algumas bengalas possuem materiais diferentes para o cabo (como plástico, madeira, cortiça...), o mais comum é um emborrachado preto com mais ou menos 25cm.
aqui está um exemplo de uma bengala com um cabo de madeira.
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(descrição de imagem: uma bengala dobrável com 4 seções, branca com uma ponta vermelha. possui também um cabo de madeira com um elástico preto ligado a ele. fim da descrição de imagem).
os benefícios do cabo de emborrachado preto é que é mais fácil de segurar, principalmente se suas mãos suam bastante. também não mostram arranhões e outras marcas de uso. creio que também devem ser mais baratos de serem produzidos, então, convenientemente, é o mais comum.
preste atenção no elástico preto ligado ao cabo na foto acima, percebe como tem tipo um nó "não amarrado" no final? ele serve para guardar a bengala dobrável, colocando todas as partes juntas.
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(descrição de imagem: uma bengala dobrável de 4 seções, dobrada e guardada com um elástico preto. fim da descrição de imagem).
outras funções do elástico incluem colocar no seu pulso enquanto usa a bengala, ou pendurar enquanto não está usando.
altura da bengala
a altura ideal da bengala vai depender da altura do seu personagem. para a maioria das pessoas, é preferível ter uma bengala mais ou menos da altura do ombro. talvez o seu personagem precise de uma bengala mais longa se anda mais rápido, com passos largos. ou uma bengala mais curta se prefere segurar a bengala num ângulo mais baixo que o normal.
o que quero dizer com segurar a sua bengala em um certo ângulo é que o mais usual é segurar a bengala na sua mão dominante e posicioná-la em frente do seu umbigo, movendo para um lado e para o outro conforme se anda. outros jeitos tradicionais de segurar a bengala seriam segurá-la com a palma da mão virada pra cima, ou até mesmo segurar na seção mais próxima do cabo como se estivesse segurando um lápis enorme.
dependendo da altura do seu personagem, a bengala dele pode ter entre 3 e 6 seções. a seção de cima inclui o cabo e a última, a faixa colorida (tradicionalmente vermelha, a não ser que seja personalizada), e por fim, a ponta.
as seções da bengala são geralmente meio refletivas, independente da cor. se você segurar uma bengala na luz, vai poder observar pequenas partículas de brilho refletidas ali, como um glitter bem fino. esse detalhe é bem importante na produção de bengalas, pois faz com que elas sejam mais visíveis de noite, principalmente se algo como um farol de um carro acaba refletindo na bengala enquanto a pessoa atravessa a rua. isso pode ser ampliado adicionando fitas refletivas através da haste da bengala, como dito anteriormente.
ponteiras de bengala
existem vários tipos de ponteiras para bengalas.
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(descrição de imagem: 4 tipos diferentes de ponteiras de bengala num fundo azul, com escritas. da esquerda para a direita: ponteira marshmallow ou cogumelo, ponteira roller, ponteira fixa e ponteira deslizante. fim da descrição de imagem).
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(descrição de imagem: uma ponteira marshmallow roller num fundo branco. fim da descrição de imagem).
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(descrição de imagem: uma ponteira bundu basher num fundo branco. para quem não está familiarizado com o nome, é uma ponteira longa e curvada que se assemelha a um taco de hóquei. fim da descrição de imagem).
notas da tradutora: eu não consegui de forma alguma achar o nome traduzido de bundu basher, perdão. não sei nem se esse tipo de ponteira existe no brasil, só sei que não consegui achar o nome em português.
algumas dessas ponteiras são melhores para o "método toc-toc", meio que sair dando batidinhas nos lugares onde você planeja pisar. também podem ser usadas para sentir o formato de objetos, escadas e etc.
✓ ponteira de marshmallow e ponteira fixa: essas não devem ser esfregadas nas superfícies, pois vão gastar muito mais rápido. existem ponteiras melhores para isso.
✓ ponteira roller, marshmallow roller e deslizante: essas são melhores para o método de rolar, que é o método que eu uso. elas não são boas para tatear com batidinhas, mas dá pra fazer em alguma emergência.
✓ ponteira bundu basher: a ponteira de taco de hóquei é melhor para pairar um pouco acima do solo e tocar de leve em objetos. ela pode dar batidinhas, mas não deve ser esfregada no chão como uma ponteira roller.
depois de usar muito, as ponteiras vão se gastar e vão precisar ser trocadas. as partes da ponteira com mais contato com o chão, geralmente as bordas, vão ficar arranhadas e eventualmente vão parecer que foram lixadas.
não tenha medo, as ponteiras da bengala podem ser removidas e trocadas quando gastam, sem necessidade de trocar a bengala inteira. algumas ponteiras se encaixam, outras se penduram como num gancho. você pode ver esse gancho na imagem da ponteira marshmallow roller.
ponteiras são vendidas por mais ou menos 5 a 10 dólares nos estados unidos, tirando o frete. então é indicado comprar várias ponteiras reservas junto com sua bengala. eu troco a minha ponteira (marshmallow roller) a cada 6 meses. não sei se isso é considerado muito ou pouco.
notas da tradutora: assim como tudo, aqui no brasil as ponteiras são mais caras. as rollers custam, em média, 40 a 50 reais na internet (fora o frete).
detalhes sensoriais/como é usar uma bengala
todo tipo de superfície tem uma sensação e um som diferente ao tocar ou rolar a bengala por cima. é essa diferença que diz muito sobre o ambiente que a pessoa cega está. isso informa quando você sai da calçada e pisa na grama, quando você entra em casa porque a superfície muda de concreto para madeira, carpete ou azulejo. esses pequenos detalhes também se tornam uma espécie de marcadores, sendo bem úteis para perceber os lugares pra onde se vai com frequência.
por exemplo: uma semana antes das aulas começarem, eu costumo ir até o campus e aprender todas as rotas que me serão necessárias. eu aprendi que alguns caminhos possuem rachaduras enormes na calçada que são distintas o suficiente para que eu use aquilo como marcador pra saber onde eu estava. também tinham alguns caminhos que mudavam de concreto para pedregulho, ou concreto para grama.
carpete
o som é bem suave, e se seu personagem estiver usando uma ponteira roller por cima dele, vai soar como um "swish-swish" bem quieto. os tons das batidinhas dependem do quão grosso o carpete é, quanto mais grosso, mais suave o som. se ele é muito grosso, as batidinhas quase não vão fazer barulho. mas se for muito fino, então o som vai ser mais alto, mas ainda discreto. se seu personagem rolar a ponteira no carpete, ele vai sentir uma certa resistência, pois o roller se move mais devagar em cima do carpete. quanto mais grosso e peludo o carpete for, mais resistência a ponteira vai ter.
piso de madeira
as ponteiras fazem um ruído quando rolando por cima de pisos de madeira. quanto mais lisa a madeira, menos ruído. há uma pequena vibração vinda da ponteira, passando pelo corpo da bengala e chegando até sua mão enquanto você rola por pisos de madeira. bem pequena mesmo, quanto mais sensível seu personagem for a vibrações, mais ele vai sentir. dar batidinhas faz sons mais "ocos" na madeira. às vezes soa meio estalado se você bater com força. as sensações são mais fortes ao dar batidinhas. madeira mais velha é mais suave, já as novas são mais fortes e causam mais vibrações na bengala.
azulejo
depende do tamanho dos azulejos e a largura do rejunte, mas não é um sentimento agradável. azulejos possuem rejuntes, que são aquelas pequenas "divisórias" entre um e outro. quanto menor os azulejos, mais "grosseiro" e óbvio o rejunte vai ser para uma pessoa cega, causando muita vibrações. a vibração de cada impacto vai direto para sua mão. o som é meio chiado, imagine 50 salto alto andando em um azulejo que você vai ter uma ideia do som. já azulejos maiores com rejuntes mais suaves não são tão ruins. dar batidinhas no azulejo com a bengala soa como um passo forte de um salto alto, cada batida um passo. pisos de azulejo são geralmente encontrados em banheiros, cozinhas e locais industriais onde o cômodo vai ter paredes mais rústicas (como mais azulejo, concreto, etc) e poucos móveis, então o som ecoa ainda mais.
linóleo
é uma superfície lisa e nivelada, dá a sensação da bengala estar deslizando quando a ponteira rola no piso, mal causa vibrações. os sons da rolagem são bem suaves pela falta de impacto ou textura. porém, os sons das batidinhas são um pouco mais altos. não são tão estalados quanto os do azulejo ou mármore, mas quase.
mármore
é parecido com o linóleo por ser bem liso. a bengala desliza enquanto rola. os sons das batidinhas são fortes. já que pisos de mármore são mais comuns em lugares mais chiques como shoppings, casas luxuosas ou escritórios, lugares que geralmente possuem tetos altos e paredes mais grossas com decoração mínima, os sons podem ecoar.
concreto
estarei me referindo a concreto de estacionamentos e prédios industriais, não de calçadas. vai depender do quão velho é o concreto e como ele é mantido. concreto velho com várias rachaduras e mini crateras tem uma sensação bem diferente de um concreto que foi colocado há menos de um ano. com concreto velho, há um ruído alto enquanto a ponteira da bengala rola pelas rachaduras e texturas do chão, e essas vibrações vão direto para a mão de quem usa a bengala. concreto novo tem uma sensação mais parecida com mármore ou linóleo. os sons das batidas são altos em concreto velho e mais agudos em concreto novo.
calçadas
são feitas de concreto, mas na minha experiência elas têm uma sensação um pouco diferente. calçadas tem uma superfície mais "areosa" ou "pedregosa", mais rústica, seca. tem mais vibrações quando rolando a ponteira e as batidinhas são mais altas. e, porque ficam do lado de fora, provavelmente você não vai ouvir nenhum eco ao menos que você esteja andando num beco ou entre dois prédios.
asfalto
é uma das piores superfícies, em minha opinião. asfalto é o material utilizado em estradas e é feito pra ser rústico e pedregoso para que os pneus dos carros consigam agarrar nele e não perder tração enquanto andam. quanto mais velho e danificado, mais grosseiro. por causa disso, as vibrações são muito mais fortes, às vezes é irritante. não consigo rolar minha bengala pelo asfalto porque minhas mãos não conseguem suportar essa intensidade de vibrações. os sons são ruídos maçantes. infelizmente, o asfalto é uma superfície inevitável, a não ser que seu personagem consiga descobrir um jeito de nunca ter que atravessar a rua ou andar num estacionamento.
observação 1: as linhas brancas ou amarelas que foram pintadas no asfaltado às vezes têm uma sensação mais suave por conta do material da tinta e porque foram adicionadas depois que o asfalto já estava ali.
observação 2: existe uma coisa vinda de uma empresa chamada tarmac que é similar ao asfalto e usada com um intuito parecido. são mais comuns no reino unido (eu acho), mas não sei dizer se já andei em um desses então não tenho nenhuma experiência pessoal para dar sobre isso.
cascalho
é outra dessas superfícies diabólicas. cascalho é feito de pedras soltas e é mais comum em estradas rurais, entradas de garagem e algumas paisagens. como as pedras estão soltas, se torna meio difícil de confiar. faz um som de trituração. se você rolar a bengala, é bem capaz de acabar jogando algumas pedrinhas e poeira por aí. se você der batidinhas, você vai ouvir um "crunch", mas talvez seu cérebro não acuse o cascalho de primeira, até você andar nele e perceber as pedras nas solas seus sapatos.
lascas de madeira
não tive nenhuma experiência com esse tipo de superfície depois da perda de visão, então estou usando minhas memórias de brincar em parquinhos na época da escola porque o chão do parque era de lascas de madeira. eu diria que esse piso é um híbrido entre cascalho e piso de madeira. a superfície é solta e rolar a bengala nele vai afastar algumas lascas soltas e também poeira. provavelmente soaria similar a andar na areia, eu acho, porque lascas de madeira são muito mais suaves que cascalhos, mas não tão consistentes quanto madeira. se choveu recentemente, então soaria ainda mais suave.
estradas de terra
são menos diabólicas que asfalto e cascalho. podem ser grosseiras como todas as estradas são, mas o material não é tão duro e sólido. rolar a bengala por ela vai soltar um pouco de poeira num dia seco, mas se choveu alguns dias antes vai ser possível ouvir um som mais suave enquanto a ponteira rola por cima da terra úmida. batidinhas também soaram bem suaves.
terra de jardinagem
é bem mais suave que a terra da estrada, quase não faz som e é facilmente espalhada pela ponteira quando rolada. tem um pouco de resistência, mais ou menos a mesma que em areia ou grama. batidinhas praticamente não têm som, mas talvez você sinta uma certa resistência da ponteira conforme ela "afunda" na terra.
lama
eca. só consigo imaginar isso entrando na ponteira da minha bengala e o quão nojento isso seria. o som e a sensação depende muito do quão molhada a lama é. lama molhada soa pegajosa, tem meio que uma sensação de apertar algo molhado se você rolar ou der batidinhas com a bengala. seu personagem talvez não identifique na mesma hora até começar a escorregar na lama enquanto andam, experiência própria. já a lama mais seca soa mais suave e tem uma sensação quase sólida embaixo da bengala. lama molhada tem mais resistência para uma ponteira roller, além disso, superfícies com lama são geralmente desniveladas pela camada de cima do piso ter sido movida pela lama. então é normal ter mudanças de nível quando andando principalmente em morros com lama.
poças
tem um som mais pegajoso ao rolar a bengala por cima, já se utilizar batidinhas, tem um som mais como um "splash". quanto mais funda a poça, mais alto vai ser o som e mais resistência vai ter. não gosto dessa textura/experiência.
neve
não tenho experiência com neve desde o começo do desenvolvimento da minha cegueira, então não sei como é andar sobre uma com uma bengala. gostaria que algum leitor cego pudesse me informar para que eu editasse depois. meu melhor palpite é que deva ter um som crocante, mas suave. ainda mais suave que o som de passos na neve. deve ter muita resistência e rolar a bengala por cima deve ser quase impossível, principalmente se é uma neve muito profunda ou muito condensada.
grama
um dos que eu mais odeio. tem muita resistência, é pior que um carpete gasto. é bem macio e não faz muito som, mas se está molhada você pode ouvir um "crunch" maior.
superfícies com folhas
esse depende de que tipo de superfície as folhas estão. elas iriam deixar o cimento mais suave, mas teria um som mais alto na grama. se as folhas forem grandes e curvadas, elas seriam mais fáceis de afastar com a bengala. já folhas menores e mais retas são mais difíceis. folhas mais secas vão fazer um barulho meio crocante embaixo da sua bengala. é divertido, se seu personagem for o tipo de pessoa que gosta de pisar em folhas de propósito então ele vai gostar. porém, se não consegue ver as folhas, talvez tire um pouco da diversão e se torne mais uma surpresa.
areia
eu nunca levei minha bengala para a praia porque a areia da praia é tão fofa e solta que já é difícil se manter em pé com um bom equilíbrio. a areia fica sempre afundando embaixo do seu pé, ao menos que você esteja perto da água e ela tenha deixado a areia mais firme. por isso, uma bengala não é muito útil na praia, sem mencionar que areia não é algo que você quer entrando nas articulações de sua bengala (se for dobrável), pois a areia corrói as articulações, sejam elas de plástico ou de metal. se eu levasse minha bengala para a praia, provavelmente faria um som extremamente suave de areia passando por cima de areia, parecido com as pegadas, mas provavelmente mais baixo porque uma bengala é mais leve.
nota: minha mãe me perguntou como é passar com a bengala por cima de cocô de cachorro ou de chiclete no meio da rua. não tenho como responder porque nunca aconteceu comigo, mas use sua imaginação!
a invenção do piso tátil
eles são incríveis! pisos táteis são aqueles retângulos amarelos ou cinzas com alguns "carocinhos" que você vê em rampas que vão dar em estacionamentos, ou antes de atravessar uma rua. em 1965, um engenheiro japonês chamado seiichi miyake usou seu próprio dinheiro para desenvolver um tijolo tátil que você pudesse sentir mesmo pisando com sapatos. ele fez isso porque um amigo estava perdendo a visão e ele queria ajudá-lo. essa invenção é incrível e acessível para todos, até mesmo para os cegos que não usam bengala ou cão guia. pisos táteis literalmente salvam vidas. antes de ter minha bengala, se eu sentisse um desses "carocinhos" embaixo dos meus sapatos, eu sabia que eu deveria parar imediatamente porque estava prestes a chegar na estrada. já que menos de 10% da comunidade cega usa bengalas ou cão guias, os pisos táteis são os apoios mais acessíveis disponíveis.
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(descrição de imagem: um retângulo amarelo de piso tátil localizado no canto da calçada informando que está próximo à estrada. também há uma pessoa com uma bengala branca com ponta vermelha, sentindo a textura do piso. fim da descrição de imagem).
nota: parecido com isso, a maioria das portas em prédios comerciais (ao menos onde eu moro) possuem uma placa de metal na entrada para segurar a porta no lugar, evitando rachaduras embaixo. o som e textura do metal quando passando a bengala por cima é distinto o suficiente para indicar a pessoa cega que chegaram na entrada da loja.
manias de cegos
tem uma sessão nesse guia sobre manias de cegos, mas essas vão ser focadas especialmente em bengalas.
→ não. toque. na. minha. bengala. não faça isso.
a ameaça acima vem do fato de que a bengala de uma pessoa cega é o porto seguro dela, uma extensão de seus corpos, seus olhos. muitas vezes a única coisa que vai garantir que vão conseguir chegar em algum lugar com segurança. por causa disso, pessoas cegas odeiam que toquem em suas bengalas ou cão guia (quando em serviço), sejam eles estranhos, amigos não muito próximos ou até alguns parentes.
nota importante: isso é algo universal para pessoas com deficiência, não toque seus objetos auxiliares de mobilidade, isso é abuso. tocar a cadeira de rodas de alguém ou empurrá-los por aí sem a sua permissão é abuso. mover a cadeira de rodas de alguém enquanto o usuário está em pé é abuso (a maioria dos usuários de cadeiras de roda não são paralíticos, mas isso não é da conta de ninguém). não importa se a cadeira de rodas está no caminho, a pessoa precisa dela ali, não toque. tocar ou pegar a bengala de apoio de alguém é abuso. pegar ou mover o andador de alguém é abuso. tocar o aparelho auditivo de alguém é abuso. tocar o tanque de oxigênio ou cânula de alguém é abuso.
voltando ao assunto...
→ ficar de bobeira com sua bengala enquanto espera na fila. eu geralmente apoio meu queixo na bengala ou me apoio nela.
→ girar e brincar com a bengala quando ninguém está vendo. eu nunca faria isso na frente de alguém porque eu não quero ninguém achando que é um brinquedo e que podem tocar nela.
→ andar com a bengala dobrável pendurada no pulso pelo elástico quando dentro de uma loja ou coisa do tipo.
→ manter a bengala ao alcance de seu braço o tempo inteiro, mesmo em situações onde você não precisa dela. por exemplo: se estou na sala de aula e preciso sair da minha mesa, eu levo minha bengala comigo mesmo que eu conheça minha sala o suficiente para não precisar dela. nunca deixaria na mesa (isso não se aplica a minha casa e na casa de alguns poucos amigos em quem confio).
→ ter um lugar específico dentro de casa para guardar a bengala. no meu caso, é em cima de uma cômoda antiga, na sala. se eu tivesse colegas de quarto, minha bengala ficaria dentro do meu quarto.
→ pessoas com bengalas dobráveis desenvolvem uma memória muscular de dobrar e desdobrar a bengala, então fazem sem nem precisar pensar nisso.
→ desdobrando a bengala: seguro o cabo preto entre meu polegar e a palma da minha mão, com meus outros dedos dobrados por cima das 3 sessões restantes, com a ponteira pra cima. eu tiro o elástico pela ponteira, afrouxo meus 4 dedos e rolo meu pulso para o lado oposto. com isso, a sessão vermelha desdobra e trava no lugar com a sessão vizinha. rolando o pulso para o outro lado, a próxima sessão branca consegue desdobrar e travar no lugar. rolando o pulso novamente e a última sessão vai travar no lugar.
→ às vezes eu apenas seguro o cabo preto e deixo as sessões desdobrarem sozinhas, mas esse método é menos controlado e tem o risco de bater em algum lugar ou em alguém.
→ dobrando a bengala: começo com o cabo preto, levantando ate que as "juntas" da bengala destravem. dobro, seguro as duas sessões na minha mão e levanto a segunda sessão, afastando da terceira, então dobro. segurando todas as sessões com minha mão, as destravo da sessão vermelha.
→ pessoas com bengalas não dobráveis gostam de apoiar suas bengalas em paredes ou objetos quando não estão usando. cantinhos são populares. mas a frustração quando a bengala simplesmente cai sozinha é um saco.
→ sentar com a bengala entre as pernas, tipo um cara que senta todo aberto. a ponteira da bengala fica apoiada em um lado do pé para manter a estabilidade e o corpo da bengala apoiado no ombro ou no joelho oposto.
→ uma alternativa a ficar com as pernas abertas é ficar com a bengala apoiada no ombro, a ponteira em cima dos dedos do pé, e segurada com as mãos, ou com o braço, ou o cotovelo.
nota: há um tempo eu estava procurando por fotos de alguém usando uma bengala para usar como referência em um desenho. só encontrei três e duas delas eram fotos promocionais do demolidor. sem ofensa ao charlie cox, mas ele não é cego e ele não usa uma bengala no dia a dia dele. ele não tem o relacionamento que alguém cego tem com uma e o conceito de um quinto membro, e é bem aparente. então as fotos eram inutilizáveis.
no carro com uma bengala não dobrável
→ carros com o assento do passageiro na direita: a ponta da bengala vai bem pro cantinho, do lado direito do pé, com o cabo preto apoiado no ombro ou no cinto de segurança. fica um pouco acima do encosto da cabeça. quanto mais longa a bengala, mais difícil vai ser guardá-la no carro.
→ mão inglesa (ou australiana, ou japonesa): a mesma coisa, só muda que ao invés de ser na direita, vai ser na esquerda.
→ banco de trás: horrível. tem bem menos espaço para os pés e se você está num sedan quase não tem espaço atrás do seu ombro para o cabo da bengala. coloco minha bengala na diagonal com o cabo apoiado no ombro mais perto da porta.
por causa disso, ninguém com uma bengala não dobrável vai querer sentar no banco de trás.
sobre cães guia
meu conhecimento sobre cães guia está limitado sobre o que pesquisei, pois não tenho nenhuma experiência pessoal com eles. irei dar aqui alguns fatos básicos. "Guiding Eyes for the Blind" estima que existem 10 mil duplas de cães guias + pessoa cega por aí. isso é tipo 2% da comunidade cega e com baixa visão.
o treino de um cão guia
o treino de um cão guia é o treino mais difícil para os cachorros. a maioria dos que entram no treinamento são "descartados" e ou vão para outro tipo de serviço como cães de terapia, ou viram cães familiares normais.
cães guia passam por dois ou três anos de treino, incluindo o treino como filhotes. socialização básica, comportamento adequado quando em serviço e o treinamento de guia de fato. a maioria de cães de serviço só passam de um ou um ano e meio treinando antes de começarem a exercer.
o custo médio do treino, manter e alimentar o cachorro, contas veterinárias e etc deve dar algo entre 30 e 40 mil dólares. embora algumas organizações de treinamento de cães de serviço exigem que a pessoa pague o custo do treinamento do cachorro (geralmente algo em torno de 15 a 30 mil dólares), existem organizações de cães guia que doam seus cachorros para clientes cegos e qualificados. essas organizações pagam pelos custos dos cães através de angariações de fundo e caridade. felizmente para essas organizações, cães guias são uma causa muito respeitada e têm muita caridade direcionada a ela, enquanto outros cães de serviço possuem menos interesse quando se trata de caridade.
organizações de cães guias possuem um processo de aplicação, requisitos e uma lista de espera antes que você possa ser pareado com um cão guia.
requisitos para se ter um cão guia
precisa ser legalmente cego e ter pelo menos seis meses de treinamento de O&M com uma bengala e demonstrar habilidades suficientes para andar por aí sozinho. também pedem que você seja responsável o suficiente para cuidar de um cachorro de forma independente, ou seja, ser capaz de manter a rotina de treinamento do cão assim como financiar a alimentação e contas veterinárias dele.
a razão pela qual exigem treinamento com bengala antes de ter um cão guia é porque o cachorro não pode fazer tudo por você. você, o dono do cachorro, é responsável por saber onde você está e como ir até onde quer chegar.
cachorros não conseguem ler placas de "pare" e nem identificar quando o semáforo está vermelho ou verde. eles também não possuem GPS para achar uma rota e nem irão aprender essa rota em uma só tentativa. também não vão saber exatamente pra onde você quer ir quando você diz "starbucks", "livraria" e te guiar. isso é sua responsabilidade, por isso você precisa saber quando é seguro atravessar a rua, como aprender novas rotas e como se manter nessa rota. o cão guia também não sabe se comunicar com motoristas de ônibus e não sabem qual número de ônibus usar ou quando pedir parada.
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mixyl · 1 year
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DICA: Explorando novos estilos
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Como boa amante das edições, que sou, mais uma vez eu venho aqui dar dicas de como você pode abordar um novo tema de capa no seu cotidiano. Sendo capista desde de 2018/2019, eu posso deixar bem claro que sempre vai ter um tema ou uma edição em específico que vai revolucionar outra.
— Antes de tudo, eu queria dizer que precisamos ter uma concepção do que é adotar um estilo e "copiar" o estilo da pessoa. Lembrando que o plágio é muito comum nesse meio, mas é sempre bom relembrar que a inspiração é você tirar alguns elementos dali e dar uma nova cara, é claro.
Mas o assunto não é esse, oque queremos saber é: como explorar novos estilos? E como isso pode nos ajudar em questão de criatividade?
BASE: criatividade
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Vamos usar a capinha das Aespa como exemplo!
A base de uma capa divertida sempre vai ser muitos elementos, seja ela básica ou não, porque o nome mesmo já diz "capa divertida". Sempre vai ter um jeito de inovar com capa divertida, seja ela básica ou não. Eu confesso que é um estilo meio difícil de fazer, mas é isso que trás o ar da graça. A capa divertida é pra ser cheia de cor, elementos, formas e consequentemente dá muito pra explorar diversas formas de fazer capa divertida.
Você pode inovar em uma capa divertida usando; cores, formas, desenhos, brush's, fontes e psd. Não tem uma base? Então crie uma. Na minha visão, posicionar o png ou a foto do jeito que você gosta ajuda muito na hora de editar uma divertida. Um segredo? Cores sempre ajudam na hora de tentar encaixar o elemento.
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Novo estilo? Talvez.
sisi, por que você colocou no título, "explorando novos estilos"?
Faz um tempinho de lá pra cá que eu venho querendo muito inovar nesse lance de fazer capa. Porque de alguma forma fazer capa divertida, clean e dark tudo do mesmo jeito não tava me agradando nem um pouco. Daí eu pensei, "por que não fazer oque eu gosto e misturar nas capas?". Foi assim que eu comecei a dar um estilo para as minhas capas desenhadas. Passei a utilizar mais fotos, a desenhar mais sem usar recursos baixados ou qualquer tipo de png.
Eu falo com convicção que dá muito pra abordar essas capas novas como "divertidas", mas pra mim, que tô deixando um velho jeito de editar de lado e abordando um novo tema eu acho que podemos chamar ou substituir o nome dessas capas para (capa criativa), sim, eu não tenho criatividade pra nome. Mas toda vez que eu fizer uma capa nesse estilo, eu irei abordar esse tema mas a conjunção deles como por exemplo: capa clean, capa divertida e etc...
A questão é, eu gosto muito de desafiar minha criatividade, eu gosto muito de capas cheias e coloridas, e eu acho que sim, isso é uma forma de explorar um novo estilo. Não tô dando uma dica muito útil, mas é algo que é bom abordar.
📚 você quer uma dica de quem seguir e seus estilos revolucionários? Segue a listinha: @xxpujinxx-jjk , @mercuryport, @chanyouchan, @nekomancee, @xxxzzum <3. cr moodboard: @.staincastle 💌.
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teceladashistorias · 2 years
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Como descrever cenas sem entediar seus leitores
A descrição de personagens e dos ambientes são pontos importantes para a constituição de um livro, talvez por isso sejam os que mais dão trabalho para os autores. Muitos se perguntam o quanto deveriam descrever as situações para que os leitores possam entender bem o que está sendo passado, já que se escrever demais fica muito entediante de ler, mas se escrever pouco a cena parece incompleta.
Há tipos narrativos que é ilógico manter muitas descrições, devido a forma como o texto é estruturado, como contos e poemas. No entanto, para a criação de um livro, o equilíbrio entre descrever e imaginar deve ser levado bastante em conta.
O importante é saber como descrever, como você pode tomar uma cena sem levá-la aos extremos. A descrição deve ser fluída o bastante para que o leitor não se sinta exausto ao procurar absorver aquelas palavras, mas densa o suficiente para que não pareça que foi feita de qualquer jeito.
Em alguns tipos de livros é comum encontrarmos esse tipo de apresentação de personagem, por exemplo:
Olá, meu nome é S/N. Tenho pele morena, 1,60 metros e por isso todo mundo diz que estou mais perto do inferno. Olhos azuis e cabelo castanho, sou nem muito cheio e nem muito magro, já falei que sou órfão? Pois é…
O exemplo não é um erro por si, mas a forma que foi construído é um pouco mecânica e pode chocar alguns leitores. Há formas melhores de apresentar seu personagem sem quebrar com a narrativa e forçar seu leitor a formar uma imagem naquele momento.
Vamos usar o mesmo exemplo e descreve-lo de forma mais natural:
Dezesseis anos atrás eu nasci, e meus pais tiveram a brilhante ideia de me chamar de S/N. Não faço ideia do porquê desse nome… Talvez meus olhos azuis lembrem minha mãe do seu antigo irmão, que tinha as íris da mesma cor. Talvez eles decidiram que esse nome tinha um significado de alguma forma. Não posso perguntar para eles… Já que passei minha vida inteira morando em um orfanato. Posso apenas imaginar, se minha pele morena veio da minha mãe ou do meu pai, se meus cabelos escuros lembravam algum avô, se eles me deixaram porque não se importavam ou se era por me amarem tanto que queriam me dar uma oportunidade melhor.
Bem, tudo o que realmente tenho deles é meu próprio nome.
Perceba que nesse exemplo mais aprimorado não temos apenas a descrição do personagem, mas que ele também está conversando com o leitor, se abrindo e expondo levemente sua personalidade. O leitor se torna uma parte ativa da história sem nem ao menos perceber, pois há um significado em ouvir aquele desabafo.
No primeiro exemplo, apesar de ser mais curto e direto, é como se o personagem estivesse fazendo uma entrevista de emprego para o leitor, e apresentando apenas suas características físicas, enquanto no segundo exemplo há um diálogo silencioso. O leitor assume o papel de confidente do personagem, aquele que pode entender seus segredos, desejos em inseguranças.
O mesmo pode acontecer com cenários, é diferente escrever:
O céu estava azul, o carro que me levava para a escola era uma van branca e amarela e no caminho eu vi a senhora Tonks tentando tirar seu gato da árvore. Sou muito distraída.
E escrever:
Quando eu saí de casa olhei para o céu limpo de nuvens, apaixonada pelo seu brilhante azul. A antiga van amarela e branca buzinou para chamar minha atenção e caminhei para ela a passos apressados, entrando pelas portas quase que enferrujadas e procurando meu acento livre. Consegui sentar perto da janela, por sorte, e quando o veículo começou a andar eu fiquei distraída com meus fones de ouvido, imaginando cenas em minha mente conforme olhava para o exterior em movimento.
Só tome muito cuidado para não estender demais, cenas maiores do que isso acabam tornando tudo mais cansativo para os leitores, e eles irão sentir a necessidade de pular alguns parágrafos que consideram desnecessários. Assim, todo o seu trabalho terá sido em vão!
Vou mostrar o mesmo exemplo anterior, descrito em exagero:
Quando eu saí de casa olhei para o céu limpo de nuvens, apaixonada pelo seu brilhante azul, os raios do sol quase me cegaram, mas eu não me importei. Estava praticamente hipnotizada pela beleza do ciano brilhante e natural acima de mim. A antiga van amarela e branca buzinou para chamar minha atenção, com o mesmo motorista de sempre, o senhor O’conell fazendo uma careta enquanto olhava para mim pela janela. Caminhei para o veículo a passos apressados, entrando pelas portas quase que enferrujadas, evitando me cortar com elas, e procurando meu acento no meio daquele oceano de adolescentes irritantes que não paravam de conversar alto. Consegui sentar perto da janela, por sorte, e quando o veículo começou a andar eu fiquei distraída com meus fones de ouvido que tocavam um metal pesado, imaginando cenas em minha mente conforme olhava para o exterior em movimento, como uma vizinha velha presa ao tentar tirar seu gato de uma árvore, será que ela se apaixonaria pelo bombeiro gostosão?
Perceba como o mesmo exemplo de 3 linhas conseguiu ser transformado de formas diferentes com apenas um pouco mais de imaginação. Mas saiba que: tanto a falta quanto o excesso fazem mal.
Um leitor corajoso até poderia ler o maior parágrafo e se divertir, mas raramente são aqueles que conseguem acompanhar o ritmo se a história for muito extensa.
Uma ação tão simples como entrar em uma van para ir até a escola não merece uma descrição detalhada. Apenas que seus pontos sejam apresentados sem quebrar com o ritmo da narrativa já estabelecida. Você quer capturar seu leitor e deixar que a mente dele imagine o caminho, e para isso apresente apenas alguns detalhes essenciais de maneira fluída. Não cite personagens que só vão aparecer uma vez na história, não é necessário inserir o nome de alguém que logo será esquecido. A personagem também pode adorar o azul sem parecer uma louca hipnotizada, e você consegue apresentar uma personalidade distraída sem exagerar, apenas focando em alguns pensamentos básicos.
Encontrar um ponto de equilíbrio entre fala, descrição e descrição excessiva é essencial. Não é sempre que acertamos, por isso todo livro precisa ser revisado e editado.
Uma organização de cartões com as principais características dos seus personagens e cenários vai te ajudar melhor a saber o que realmente precisa ser posto em seu livro. Conheça seus limites e saiba qual o melhor estilo de escrita para você, isso ajudará sua história a se desenvolver e seus leitores terão apreciação pelo esforço.
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cayalle · 26 days
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Início da criação
Você deve estar pensando que precisará começar do começo, certo? Partindo do surgimento do cosmo e de toda criação, contudo, esse tipo de pensamento está errado. Não que errado e certo existam, afinal, são concepções humanas e não usaremos termos do tipo aqui. O que eu quis dizer é que, caso opte por começar pelo começo de tudo, envolvendo um Criador, que no caso seria você... Você se colocaria em uma situação muito mais complicada, pois teria que pensar em diversas perguntas que acarretariam diversas outras em conjunto, fazendo você perder horas, dias, meses e talvez até mesmo anos em busca de tais respostas.
Por que falo isso? Bem, eu estou nessa jornada de criar um universo a cerca de quatro anos e devo confessar que é um processo árduo e trabalhoso, principalmente quando chegamos no princípio de tudo, afinal, não existia nada, então de onde você surgiria para criar o mundo, entendeu? São perguntas filosoficas que carregam o peso mental que encontrarás ao criar tudo do começo, mas não tema, eu tenho alguns passos que são super úteis em criações de universo. Vamos começar?
Comece de modo simples, busque criar algum conto (Não é obrigatório, mas ajuda), eu recomendaria dar vida a um livro, pois livros são maiores e dará oportunidades de trabalhar em cima de mais coisas. O porquê(motivo) desse conselho? É simples, criando uma narrativa com enredo, você estará dando à luz a um local, geralmente um continente ou cidade, não precisa começar de forma grandiosa, os rpg’s explicam isso de modo surpreendentemente útil, usando o conceito de começar pequeno e ir expandindo o mundo à medida que o mesmo vai se desenvolvendo...
Usaremos um conceito parecido com este, contudo, estamos lidando com um universo e não com um rpg, entenda, um rpg pode ter problemas e incoerências no desenrolar da história, afinal, a história sempre será contata pelos jogadores, mas aqui, na criação de mundos, somos nós os Criadores e como Criadores... Tudo é nossa responsabilidade. Não há tempo para temer, pois farás o papel de um Deus, criando todo o conceito de mundo que queres ver.
Um exemplo que gosto mundo de falar sobre o ato da criação, eu comecei usando as espécies(raças) que sempre achei interessante ao redor da cultura de rpg, entenda que utilizar raças não é plagiar ou copiar o trabalho de alguém, pois no ato da criação as raças não se tornaram as mesmas, apesar de terem um conceito visual ou de características que se baseiem umas nas outras. Como citei no exemplo, estava falando de elfos, sim, uma raça tão antiga que surgiu graças às mudanças feitas por Tolkien, que utilizou da mitologia Nórdica para transmutar(Transformar) esta raça em algo mais próximo de uma visão humanoide. Alguns críticos dizem que Tolkien apenas humanizou os elfos, que caso não saibam teriam uma aparência diminuta e parecida com o que chamam de fadas hoje em dia... E eu concordo, Tolkien humanizou os elfos para se adaptarem em seu mundo e é sobre isso que iremos tratar aqui.
Os elfos são criaturas comuns em todo e qualquer mundo de fantasia, com diversos autores e criadores utilizando sua cultura e aparência para moldá-los, contudo, evite o uso de palavras como elfos, não que seja errado, você pode usar o termo elfo para citar que é assim que eles são rotulados pelas demais raças, mas vejamos, os elfos não se chamariam de elfos, certo? E é aqui que entra a parte de criação, você pode usá-los, mas seria mais interessante se dessemos um novo nome para a raça, por mais que ainda possamos utilizar a nomenclatura antiga (Elfos), mas será mais interessante justamente por ser um mundo novo usarmos uma nova nomenclatura que se adapte aos seus conceitos de mundo. É assim que eu uso as raças que já foram criadas por outras pessoas.
Pegando algo já criado e moldá-lo para se encaixar na sua visão de mundo é justamente um ato de criação. Assim você não cometerá o erro de plagiar algo, mas transformará esse algo totalmente em algo único, é importante lembrar que existem casos e casos, por exemplo, não se pode usar os Tieflings do Dnd com a mesma nomenclatura, pois dá um baita processo. Mas, caso você pense bem, não existe proteção(Registro) de mitologia, ou seja, ninguém pode te impedir de usar o conceito visual da aparência dos tieflings... No caso, sua aparência “Demoníaca”. E foi assim que eu criei uma outra raça em cima de algo já criado, claro, no início tive uma ideia de praticamente ir seguindo o rumo comum, com a ideia de serem filhos de demônios, mas quando percebi o quão repetido isso ficaria... Tomei um novo rumo e acabei chegando a um ponto interessante... Os Deuses do meu mundo.
Não falaremos de Deuses por agora, irei citar alguns por menores da criação. Com a criação de uma espécie(Raça), você será forçado a criar um local onde eles habitam, quer seja uma cidade, uma tribo, vila, local... E assim você já será forçado a pensar em condições biológicas para a raça que acabou de criar, além de claro, criar características que os destaquem de outras obras, um exemplo, meus elfos possuem sub-espécies, pois divisões surgiram aos longos das eras, fazendo com que cada um deles tenham suas próprias características únicas que os diferenciam, mas claro, são diferenças pequenas, que podem ser notadas por qualquer pessoa, mas, óbvio, que a grande maioria das demais raças os veem como elfos, nomenclatura geral.
Viram? Com a criação de um povo... Automáticamente criamos um local onde eles habitam, agora, o que temos que pensar? Podemos embarcar em coisas como idade maxima, alimentação, taxa de nascimento entre gêneros, se esta espécie possue conceitos de macho e fêmeas, características físicas, habilidades da raça, conflitos com alguns animais ou raças (E aqui já abrimos a porta para mais criações).
Eu sei que parece um pouco confuso e que realmente não me foquei em tudo, pois quero abordá-los por tópicos que serão melhores de entender o ato da criação em si. Esse pequeno texto foi apenas um modo de embarcamos no conceito inicial da criação, lembrando-os que todo ato de criação é um ato divino em si e aqui, na nossa imaginação, podemos criar tudo que desejarmos, por isso, amigos, aprecie o seu poder de criação.
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Como se tornar escritor? + 5 dicas de para isso
Ao contrário do que muitos podem pensar, não surgirá um alienígena do céu e te levará para uma seita secreta e assim você se tornará um escritor — depois de alguns rituais loucos, obviamente.
Apesar de ser uma profissão reconhecida no Brasil, pela Classificação Brasileira de Ocupações (CBO), ser escritor não é uma profissão regulamentada. Logo, não possui piso salarial ou jornada de trabalho.
• "Então como eu me torno um escritor?"
Bem, nada impede você de escrever. E quem escreve textos, livros, estrofes ou qualquer outra coisa, pode ser considerado um escritor.
PORÉM… (sempre tem um "porém" aff)
… É necessário estudo para fazer isso bem.
Ou você acha que a técnica se desenvolve em um passe de mágica?
• "Precisa fazer faculdade?"
Não, mas pode ajudar. Existem algumas pós-graduações em escrita criativa pelo Brasil e, caso tenha a oportunidade, recomendo que faça.
Existe também a possibilidade de adquirir conhecimento para escrita por meio de outras graduações. Psicologia, jornalismo e letras são alguns exemplos.
Porém, ter graduações não é essencial.
A única coisa que realmente é essencial é criatividade. E ela pode (e deve) ser praticada. Não vem do dia para noite.
• "Como aprender a escrever bem?"
1 - Leia A leitura é sua aliada nessa jornada. Leia da tudo um pouco e analise como seus autores favoritos escrevem.
2 - Paciência Escrita de verdade requer muita reescrita. Não desanime quando aquele parágrafo ou capítulo não ficar tão bom.
3 - não se limite Cada um tem seu ritmo, estilo, técnica, etc. mude quando necessário, porém seja compreensivo com o que funciona melhor para você.
4 - Cursos e eventos de literatura Além de aprimorar e conhecer técnicas, você também conhecerá pessoas da área. Existem vários cursos online e gratuitos (são mais curtos mas também auxiliam muuuuito no básico da escrita).
5 - Escreva (Uma dica que parece óbvia.) Contudo, a prática leva à perfeição e é ela que te fará um excelente escritor.
Espero que tenham gostado. Até a próxima!
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vickdss · 10 months
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Prompt #18
Medusa estava entristecida e apaixonada, mas não pelo homem que a fez ser transformada em um monstro, nao.
Ela estava apaixonada pelo doce guerreiro que a vigiava em sua prisão.
Contudo, o maior problema não foi um amor impossível, foi que em um momento de muito amor ele acabou o petrificando.
Agora, ela teria que fugir e lutar oara desfazer a maldição no seu amado.
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fraizteconta · 1 year
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John Green e As Primeiras Páginas
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Antes de começar a explicação, queria deixar claro que a escolha dos livros do John em específico não significa que ele seja um dos melhores ou o melhor exemplo de como começar um livro, mas reli “Quem É Você, Alasca?” recentemente e, além de gostar muito deste livro, gosto de utilizar livros infanto-juvenis para falar de escrita, pois normalmente se tratam de escritas mais “leves” e/ou fluidas.
Começos são sempre muito importantes, quase tanto quanto os finais. Sabe aquela famosa frase de que “a primeira impressão é a que fica”? Isso é totalmente válido quando falamos do mundo dos livros! As primeiras linhas, parágrafos ou páginas do seu livro são o que vão fazer o seu leitor decidir se irá continuar a leitura ou não.
John Green escreve livros, em sua maioria, para o público infanto-juvenil que, precisamos admitir, é um público um pouco mais complexo se tratando de retenção da atenção, principalmente por estarem quase o tempo todo expostos a muitos estímulos.
Ainda assim, JG consegue capturar bem a atenção de seu público desde o primeiro momento (talvez não do “alecrim dourado” anti-YA), e isso torna seus livros um bom material de estudo para entendermos boas lições sobre como começar o seu livro.
1- Começo Impactante
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Exemplos:
“Na minha opinião, todo mundo tem seu milagre.”  – Cidades De Papel
“Uma semana antes de eu deixar minha família, a Flórida e o resto da minha vida sem graça e ir para um colégio interno no Alabama, minha mãe insistiu em me fazer uma festa de despedida.” – Quem É Você, Alasca?
“Faltando pouco para eu completar meu décimo sétimo ano de vida, minha mãe resolveu que eu estava deprimida (…)” – A Culpa É Das Estrelas
2- Apresentação da Trama/Personagens
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Outro ponto importante nos primeiros parágrafos de Green é que, normalmente, ele apresenta duas coisas: aspectos que demonstrem o caráter/a personalidade do(s) protagonista(s) e/ou aspectos ligados ao evento principal da trama (ou ainda do incidente incitante, como no caso de “QEVA?”).
Exemplos:
“Eu poderia ter presenciado uma chuva de sapos. Poderia ter pisado em Marte. Poderia ter sido engolido por uma baleia. (…) Mas meu milagre foi diferente. Meu milagre foi o seguinte: de todas as casas em todos os condados em toda a Flórida, eu era vizinho de Margo Roth Spiegelman.” – Cidades De Papel (apresentação do incidente incitante/evento central)
“Apesar de ter sido mais ou menos forçado a convidar todos os meus “amigos da escola” — ou seja, o grupo de esquisitões do teatro e nerds de literatura com quem eu me sentava no refeitório cavernoso da minha escola pública por pura necessidade social — , eu sabia que eles não iriam.” – Quem É Você, Alasca? (apresentação de traços do personagem)
“(…) mamãe achava que eu precisava de tratamento, então me levou ao meu médico comum, o Jim, que concordou que eu, de fato, estava nadando numa depressão paralisante e totalmente clínica e, além disso, eu teria que frequentar um Grupo de Apoio uma vez por semana.” – A Culpa É Das Estrelas (apresentação de traços do personagem e, também, do incidente incitante da história)
3- Contextualização da Atmosfera da Narrativa
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Nos três livros analisados, o autor deixa bem contextualizada a atmosfera da narrativa. Quando falamos de atmosfera da narrativa, nos referimos tanto ao tom e clima, quanto a ambientação de uma história. O tom ou clima da narrativa se refere ao tipo de emoção que você deseja provocar no leitor. Já a ambientação é o contexto e o cenário em que a história se passa.
Por exemplo, em “ACEDE” conseguimos entender que o livro terá uma grande carga dramática, não apenas pelo câncer, mas também pela depressão, e assim nos “preparamos” para a leitura. Também conseguimos compreender um pouco da relação de Hazel com seus pais, conhecer um pouco de sua rotina, além de sermos introduzidos a outros personagens (como Augustus e Isaac) e a forma de Hazel se relacionar com estas e outras personagens e situações.
Já em “QEVA?” conseguimos entender a vida de Miles em sua antiga cidade e também a motivação desta mudança que irá mover a trama, sendo ela a “saída em busca de um Grande Talvez”.
No fim, o que importa é que não existem regras sobre como começar um livro, mas é importante lembrar que algumas diretrizes foram estudadas e analisadas por anos, e podem com certeza te ajudar a apresentar com êxito a sua história e conseguir o principal: fazer seus leitores continuarem para o capítulo dois, três, e assim por diante.
Ei, espero que tenha gostado desse post. Ele foi produzido com base na técnica de leitura atenta, aprendida durante a matéria de Fundamentos da Escrita Criativa, na pós-graduação em Escrita Criativa, Roteiro e Multiplataformas. 🥰
Você pode apoiar o meu trabalho e me incentivar a continuar escrevendo aqui curtindo o post, comentando e também me seguindo no Instagram clicando aqui.
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catscantwrite · 1 year
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Ter completo controle sobre a sua carreira e a sua obra é um dos maiores sonhos de qualquer artista e isso é possível. Essa é a vida do artista independente.
Observando o cenário artístico brasileiro, em especial o musical, o independente surge ali por volta dos anos 1980, quando, em meio a uma crise, as gravadoras focaram os seus investimentos em quem tinha grande potencial de venda (novidade, né?), e vale lembrar que até metade dessa década o Brasil ainda estava sob o domínio da ditadura militar. Dessa forma, muitos artistas não tinham oportunidade de serem representados e tiveram que buscar a sua forma de ganhar espaço no mercado, a forma encontrada foi tomar todo o controle de sua carreira e fazer tudo por contra própria.
Trazendo para o mercado editorial, quando dizemos que um autor é independente significa que ele não tem vínculo com uma editora tradicional ou agência de autores. Todos os processos da carreira do autor estão nas mãos dele mesmo, no máximo são terceirizados (por exemplo, contratar revisores e diagramadores), mas, no geral, o autor é o responsável por tudo, inclusive ir atrás de profissionais para cuidar do livro.
É quase de lei todo autor passar por sua fase independente. Embora o mercado esteja ficando mais aberto aos autores nacionais, começando a enxergar os independentes, ainda assim o mercado é fechado. É preciso ter contato, é preciso se colocar no radar dos grandes. É quase impossível você acordar num dia e descobrir que tem um contrato para publicação após um agente esbarrar com aquele livro que está esquecido num canto da internet.
Os prós
Temos que começar de algum lugar, certo? As chances de você escrever um livro, mandar o manuscrito para uma editora (quando ela não pediu por ele) e ganhar um contrato no dia seguinte porque promete ser a próxima *insira aqui o nome de qualquer autora de renome na atualidade*, são inexistentes. Acompanho alguns editores e agentes literários pelo Twitter e eu diria que é quase um consenso: eles ODEIAM receber manuscritos de livros que não foram solicitados. É muito mais provável você ser ignorado (até entrar na listinha de chatos), do que receber um contrato.
Então tomar as rédeas da sua carreira e começar publicando em plataformas como Amazon é uma ótima forma de colocar algo no mundo e ter o que mostrar para os editores (aí sim eles estão de olho, tem muito autor indie sendo descoberto pelo sucesso na Amazon). E como comentei, aqui você tem total controle de para onde vai o livro, você não precisa dividir os lucros com terceiros, a capa vai ser exatamente aquilo que você quer. Sonho dourado de todo artista, comandar todas as etapas das suas obras.
Os contras
Ter tudo sob o seu controle, também significa o dobro (triplo, quádruplo) de trabalho. Cada etapa depende de você, se não puder contratar alguém para fazer algo, é você quem terá que fazer. É correr atrás de orçamento, avaliar as possibilidades, ficar de olho em prazo, divulgar o livro, estar em contato com os leitores. Tudo aquilo que, dentro de uma editora tradicional, seria distribuído entre os setores, aqui você será o exercício de uma pessoa só.
E por termos que cuidar de tudo sozinho, tudo vai parecer acontecer mais devagar. Nossa função não será apenas escrever, então você não vai conseguir escrever todos os romances que tem vontade de escrever em um único ano, porque depois da escrita você tem que se preocupar com todos os outros processos de finalização, ao invés de só partir para a próxima história. Você não vai lançar as coisas no ritmo que pretendia.
Ainda temos o público. Hoje as pessoas estão tendo um pouco mais de abertura e recepcionando melhor os nacionais independentes, mas a luta ainda é imensa. Temos que competir com a atenção das grandes editoras, que entregam trabalhos impecáveis, que tiveram centenas de reais de investimento e uma multidão de profissionais cuidando. Infelizmente muitas pessoas vão exigir do autor independente o mesmo nível de entrega do produto de uma editora tradicional, quando às vezes a gente mal tem o dinheiro para uma revisão.
O preconceito das pessoas ainda existe, tomando o mercado nacional independente como algo extremamente inferior e de baixa qualidade. Assim como em qualquer outro meio, é claro que existem livros que pecam no quesito qualidade, seja de entrega do produto ou da própria história, mas também existem verdadeiras joias, que foram concebidas com todo cuidado e não perdem em nada para livros de autores internacionais renomados.
Quais as perspectivas do mercado
Com os contras, parece que o mercado independente é um caminho perdido, mas não é. Volto a dizer: temos que começar de algum ponto. Ninguém fica bilionário vendendo e-book na Amazon, só o Jeff Bezos mesmo. Mas um livro que você coloque lá já é alguma coisa, é uma grana a mais que entra por menor que ela seja e, como qualquer outro artista, é o seu portfólio. Designers gráficos não expõem suas artes para mostrar que eles dominam aquilo que vendem? Você, como escritor, precisa mostrar o que sabe fazer.
E as perspectivas para o mercado são positivas. O meio independente está sendo assistido pelas editoras tradicionais, porque é aqui que estão as pessoas que vão estar publicando com eles amanhã.
Durante a Bienal de São Paulo, em julho desse ano, tivemos uma porção de lançamentos de autores independentes pela editora Qualis. Raíssa Selvaticci, que foi um sucesso com Immaculatus na Amazon, lançou Garotas (Im)perfeitas que todos os dias esgotava no stand da editora, e ainda durante a Bienal anunciou que lançaria com a Planeta dos Livros em 2023. Arquelana, de Realidade Paralela, foi outro nome que lançou pela Qualis o romance Querida Penélope, e já anunciou que no primeiro semestre de 2023 chega seu primeiro romance pela Paralela, um dos selos da Cia das Letras, responsável por livros como Daisy Jones & The Six (Taylor Jenkins Reid) e a série Off Campus da Elle Kennedy.
As editoras tradicionais estão nos vendo, e mesmo dentro do meio independente, está tendo uma abertura maior por parte dos próprios leitores (pelo amor de Deus!). Tem se perdido aos poucos o preconceito sobre o independente ser inferior, ter menos qualidade; as pessoas estão enxergando todo o potencial das histórias que não perdem em nada na qualidade em relação aos grandes autores. As nossas perspectivas para o futuro são promissoras, ser um autor independente apresenta vários desafios, mas é a fase em que você mais vai aprender sobre mercado e produção de livro, porque você tem que colocar a mão na massa e aprender a fazer, afinal não terá quem faça por você.
Então não fique com medo não, se junte a esse lado da força.
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tionitro · 2 years
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VAPORPUNK - Relatos Steampunk Publicados sob as Ordens de Suas Majestades (2010) - Org. Gerson Lodi-Ribeiro e Luís Filipe Silva (Vaporpunk #1) | A primeira e famosa coletânea de Contos Steampunk Brasileiros e Portugueses da Editora Draco | NITROLEITURAS
VAPORPUNK – Relatos Steampunk Publicados sob as Ordens de Suas Majestades (2010) – Org. Gerson Lodi-Ribeiro e Luís Filipe Silva (Vaporpunk #1) | A primeira e famosa coletânea de Contos Steampunk Brasileiros e Portugueses da Editora Draco | NITROLEITURAS
A coletânea de contos vaporpunk que foi um marco importante no Steampunk Brasileiro e Português contemporâneo. VAPORPUNK – Relatos Steampunk Publicados sob as Ordens de Suas Majestades (2010) – Org. Gerson Lodi-Ribeiro e Luís Filipe Silva (Vaporpunk #1) | 312 pgs, Editora Draco, 2010 | Lido de 15/05/22 a 19/07/22 | NITROLEITURAS SINOPSE Com força mundial, a estética steampunk vem angariando cada…
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cachorrodivagador · 5 months
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Tenha um corpo inflexível e uma mente flexível, sua mente pode ser complexa e difícil de lidar, mas seu corpo é simples.
Crie regras claras e efetivas para seu corpo, isso vai tornar mais simples a sua vida, agora você vai ter mais tempo para cuidar da sua saúde mental que é o verdadeiro mistério da vida.
— Reflexão do dia [ 24 de janeiro de 2024 ] - (Cachorro Divagador)
Autor: Jean Rodrigues Gattino
Siga-me no Instagram ✓😎😘
Instagram: @jeanrodriguesgattino
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haruthinks · 1 year
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(descrição de imagem: retângulo azul claro tendo nas bordas duas formas geométricas arredondadas em um azul levemente mais escuro para decoração. uma foto de um óculos fechado com a escrita “haruthinks” embaixo indicando o autor do post. em seguida, o título da série “guia para escrever personagens cegos ou com baixa visão”, seguido de uma linha para separar o texto do indicador da parte “parte 3: clichês para evitar quando escrevendo um personagem cego" fim da descrição de imagem).
guia para escrever personagens cegos ou com baixa visão parte 3: clichês para evitar quando escrevendo um personagem cego
e aí, tudo beleza? aqui é mais uma parte da tradução do guia para escrever personagens cegos ou com baixa visão escrito por mimzy cujo blog você pode acessar clicando aqui. o post original vai estar linkado na source!
a parte 1 fala sobre a construção do personagem e você pode acessar aqui.
e a parte 2 fala sobre escolhas narrativas e dicas de descrições visuais e você pode acessar aqui.
mimzy é uma pessoa com deficiência visual que está escrevendo seu próprio livro de fantasia, e ao decorrer de sua jornada na escrita já escreveu dois personagens cegos.
agora vamos aos disclaimers de sempre: este post é uma tradução de um guia já existente, não são experiências pessoais minhas pois eu não sou uma pessoa com deficiência visual. resolvi traduzir para compartilhar conhecimentos e informações de algo que acho interessante e importante de saber. tentei traduzir da forma mais fiel possível, mas caso haja alguma inconsistência ou termo inadequado, favor falar comigo! sem mais delongas, vamos ao post!
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a partir daqui começa a tradução. o guia foi escrito em primeira pessoa por se tratar muito das vivências pessoais de mimzy, então irei traduzir em primeira pessoa também. retorno a dizer que NÃO SÃO minhas experiências.
atenção!! em uma certa parte do post há um tópico que pode conter gatilhos para pessoas que possuem desconforto com temas como depressão e suicídio, não é nada gráfico. porém, caso queira evitar, eu coloquei um aviso antes do tópico, não se preocupe.
CLICHÊS CEGOS QUE VOCÊ PRECISA EVITAR
TODOS os personagens cegos usam óculos escuros O TEMPO TODO
isso não é verdade, principalmente se o personagem ainda tem alguma visão restante e prefere não utilizar as lentes escuras, pois elas deixam mais difícil de enxergar. às vezes, uma pessoa cega vai usar óculos escuros, mas você deveria considerar a razão por trás.
pessoas com muita sensibilidade à luz vão usar óculos escuros quando o dia está muito claro, com o sol muito forte.
pessoas que gostam de moda e gostam de usar acessórios provavelmente usarão óculos.
pessoas que não têm muita sensibilidade à luz, mas mesmo assim querem proteger os olhos do sol vão optar pelos óculos.
note que os pontos também se aplicam a pessoas que enxergam, afinal existem várias pessoas que enxergam que possuem sensibilidade à luz, gostam do acessório ou apenas querem proteger os olhos dos raios solares.
outras razões para usar os óculos: às vezes o seu personagem pode sentir que os desconhecidos que enxergam não levam a cegueira dele a sério quando ele pede por ajuda, então é comum colocar os óculos e pegar a bengala para tentar uma segunda vez na esperança que agora ele seja levado a sério (pessoas que enxergam podem ser bem ignorantes ás vezes).
disclaimer: eu sou o clichê, mas é porque eu tenho muita sensibilidade à luz, tanto que não consigo andar na rua sem óculos escuros. a luz me dá muita enxaqueca, até mesmo a luz dos faróis dos carros. então sim, eu sou aquela pessoa que usa óculos escuro de dia e de noite. mas seu personagem tem o mesmo problema que eu? ele precisa de óculos de sol como eu preciso?
notas da tradutora: esse último parágrafo se trata da experiência pessoal de mimzy, não minha. já disse antes, mas não custa repetir.
a criança prodígio cega
vejo muito isso com instrumentos musicais, principalmente piano. tenho certeza que várias pessoas cegas aprenderam um instrumento, mas duvido que todas se tornaram prodígios especificamente por conta da perda da visão. se o seu personagem é muito bom naquilo, você precisa explicar com todas as horas de estudo naquilo e como ele aprendeu as músicas (ele tem visão suficiente para ler partituras?). o problema maior desse clichê é que é chato e raso.
notas da tradutora: pesquisei sobre partituras em braile e acabei descobrindo que elas são mais difíceis de compreender, o que acaba exigindo um maior grau de abstração do músico e uma bagagem de conhecimento extensa, além de uma memória muito boa pra conseguir memorizar a partitura por completo, pois não vai poder enxergá-la enquanto toca. você pode ler mais sobre isso aqui.
o demolidor
seu personagem pode ter uns sentidos meio aguçados, mas isso não vai fazer dele um ninja cego. claro, talvez ele consiga distinguir um cheiro dentre muitos outros, mas isso está mais pra um problema do que pra uma benção (por exemplo, sou muito sensível a cheiros de produtos de limpeza, me dão dores de cabeça). pessoas cegas podem ser mais ligadas nos sons em volta delas porque elas precisam ser, mas isso não significa que elas escutem uma conversa que está acontecendo a um quarteirão de distância. mesmo com os melhores sentidos possíveis, acho que ninguém seria o demolidor (não me leve a mal, eu amo o demolidor, mas ele não é quem você deveria estar escrevendo porque ele já existe. vá escrever um personagem novo).
o cego psíquico
o exemplo mais recente que consigo pensar é na série da bruxa sabrina da netflix, onde a amiga cega perde a visão e então vira psíquica, como se isso de alguma forma melhorasse algo. se você tem um personagem cego, ele precisa ser cego. não use nenhuma trapacinha que faça ele enxergar mais do que a deficiência dele permita. se você realmente quer que seu personagem cego seja psíquico e tenha visões, então eu sugiro que as visões que ele tenha envolvam a mesma quantidade de visão que ele tem restante em sua vida normal. por exemplo, se ele vê com visão em túnel, então as visões dele também terão a visão em túnel.
atenção: seu personagem cego não precisa de uma habilidade mágica que negue sua cegueira
se ele tem uma habilidade assim, por que fazê-lo cego então? qual é o ponto? realmente se pergunte por que você quer dar a ele essa habilidade. se for porque o seu personagem não conseguiria fazer tudo o que você quer que ele faça sem ela, então será que você deveria ter feito dele cego? será que você não conseguiria pensar em outra maneira dele fazer essas coisas?
cães guias super poderosos
isso é algo que vi em várias fanfics, onde o cão guia é, de alguma forma, super inteligente e sabe de tudo ao seu redor. ou seja, não é um cachorro comum. não é uma boa ideia fazer isso e você não deveria, nem mesmo nos gêneros de fantasia. o cão guia do seu personagem cego deveria ser um cachorro que foi devidamente treinado por uma escola de cães guias, e ele deveria agir como um cachorro normal quando não está a trabalho e nem usando o colete. cães de serviço ainda são cachorros comuns quando estão de folga e ainda amam brincar e passar tempo com seus humanos.
para um bom guia sobre cães guias, cheque o canal de molly burke, ela tem uma playlist inteira sobre isso.
notas da tradutora: me repito aqui falando que o canal de molly é inteiramente em inglês, então, caso você não saiba a língua, recomendo pesquisar um pouco na internet. Inclusive, uma das partes desse guia (creio que a parte 4) fala sobre cães guias, então vem aí.
o olhar "nublado" e distorcido
você provavelmente já viu alguns personagens cegos que possuem olhos esbranquiçados e meio estranhos. esse clichê é, na verdade, bem incorreto e um pouco perigoso, pois acaba afetando como o público geral enxerga as pessoas cegas. a maioria das pessoas que vive com perda da visão possuem olhos normais. a menos que a forma com que o seu personagem se tornou cego cause essa aparência nos olhos (como queimaduras químicas ou cataratas severas, coisas do tipo), provavelmente ele vai ter olhos normais.
uma exceção a isso é o nistagmo, que é uma condição que causa movimento involuntário nos olhos da pessoa, como um tremor. é meio comum em pessoas com condições oftalmológicas e perda de visão. na perspectiva externa, os olhos do personagem podem estar se mexendo de um lado para o outro, ou até em círculos. já na perspectiva da pessoa com essa condição, provavelmente é bem desorientador. luzes e imagens que eles veem irão se mexer porque seus olhos estão se mexendo.
molly burke tem nistagmo há muitos anos já fez alguns vídeos sobre isso. ela se refere a isso dizendo que seus olhos estão dançando. você pode encontrar o vídeo clicando aqui. essa é uma das condições médicas que realmente pode mudar a aparência dos olhos do seu personagem sem que você caia nesse clichê, até porque é comum para pessoas com perda de visão.
notas da tradutora: bem, novamente, o vídeo é inglês, mas você pode achar informações sobre essa condição na internet em portais de oftalmologia brasileiros e até alguns artigos científicos sobre isso.
FALAS ESPECÍFICAS PARA SE EVITAR
ou, em outras palavras, diálogos clichês que vão fazer com que seus leitores desistam do que estão lendo no mesmo segundo que baterem os olhos nessas frases (especialmente os leitores cegos que buscam por uma boa representatividade).
"você poderia descrever essa cor pra mim?"
esse clichê já morreu. isso não é mais um momento super significativo entre personagens. talvez tenha sido na primeira vez, mas agora, um milhão de pessoas já fizeram isso, com exatamente o mesmo diálogo. pense assim, você tem um certo limite de tempo e palavras em um texto para mostrar os personagens se conectando entre si, não gaste isso em algo como descrever cores. que tal fazer um momento único para os seus personagens ao invés disso?
se você precisar descrever cores para alguém cego na sua história, eu recomendaria o vídeo onde gabby hana descreve cores para molly burke. acho que gabby fez um bom trabalho. você pode acessar o vídeo clicando aqui.
mesmo assim, não é mais um momento significativo. provavelmente se você fizer isso, vai fazer alguns leitores suspirarem e apenas irem embora (acredite, já vi isso em um milhão de histórias que envolvem personagens cegos).
notas da tradutora: olá de novo, adivinha só? sim, em inglês. porém, tem alguns sites em português que falam sobre isso, só não sei se é tão confiável assim.
"posso sentir seu rosto?"
NÃO! por favor, nunca faça isso. isso é péssimo. é tão vergonhoso. não é realista, pessoas cegas não fazem isso. alguma pessoa que enxerga inventou isso em hollywood e a comunidade cega até hoje tem raiva disso. leitores cegos vão abandonar sua história no mesmo segundo que eles lerem essa frase. não. faça. isso.
"como você se parece?"
isso não é um "nunca faça isso", mas eu não recomendaria. eu sinceramente não sei te dizer um jeito de usar essa frase sem soar vergonhosa de alguma forma. porém, tem alguns jeitos de contornar isso. depende do motivo pelo qual seu personagem quer saber disso. é algum interesse amoroso? então coloque um amigo do seu personagem cego para falar pra ele como a tal pessoa é. é curiosidade sobre um amigo novo? então coloque outros amigos ou até os pais do seu personagem que viram essa pessoa, para descrevê-la.
"quando vejo fulana, vejo nuvens cinzentas de tempestade por trás de ondas quebrando, ouço o som do trovão e a chuva caindo, eu sinto o fogo..." "quando penso em sicrano, penso em prados ensolarados e o sentimento do verão, penso em céus limpos e noites quietas..."
não sei se conseguiria dizer muito mais. mas calma, antes que você fique com raiva, eu não estou dizendo que você nunca pode usar esse tipo de escrita. eu não estou dizendo para que você corte imagens que seus personagens associam aos seus respectivos amados, não é nada disso. o que eu estou dizendo é que não deveria ser assim que seu personagem cego descreve toda e qualquer pessoa que ele conhece. a razão pela qual eu estou falando isso é porque no ÚNICO livro que eu encontrei na loja que envolvia uma protagonista cega, ela descreveu TODOS os membros da família dessa forma. e depois disso, levou o cachorro normal dela para a escola como um cão guia falso. nunca mais li esse livro depois disso. fazem anos e isso ainda me ofende, ainda mais depois de entrar na vida adulta e escrever meus próprios livros.
o que você pode fazer no lugar disso é mostrar como seus personagens são através de ações e diálogos. o exemplo que dei acima é basicamente falar ao invés de mostrar. você me diz que fulana é como nuvens cinzentas de tempestade antes mesmo de me mostrar duas linhas de diálogo dela, é meio estranho.
O QUE EVITAR NO GERAL
ou, coisas que eu não gosto de ver acontecer com personagens cegos.
seu personagem cego não deveria sofrer bullying na escola
quando eu estava no ensino médio, eu ainda tinha uma visão normal, mas haviam duas garotas que eram cegas na escola que frequentei durante alguns anos. até onde eu sei, ninguém encheu o saco delas. inclusive, minha irmã era amiga de uma delas.
o bullying que você vê na tv não é tão baseado na realidade quanto parece. a geração atual de estudantes tem experienciado uma queda no bullying se comparado com gerações anteriores. mesmo que o bullying ainda exista, a maioria dos adolescentes vai evitar fazer isso com um colega cego (eles provavelmente iriam fazer bullying com outros colegas).
o que eu estou dizendo é, eu não quero ver o seu personagem cego apanhando como um condenado apenas por ser cego. quero ver esse personagem encontrando sua comunidade e sendo feliz com seus amigos e família.
ATENÇÃO!!! ALERTA DE GATILHO AQUI, SE SE SENTIR DESCONFORTÁVEL COM TEMAS COMO DEPRESSÃO E SUICÍDIO, PULAR PARA O PRÓXIMO TÓPICO!!!
por favor, não faça seu personagem se tornar suicida depois de ficar cego
deficiência é uma coisa difícil de se conviver. algumas pessoas ficam deprimidas enquanto se ajustam a uma deficiência, e sim, algumas delas se tornam suicidas por conta dessa deficiência. porém, livros e histórias são um lugar de escape, especialmente para pessoas que vivem com essa condição. essas pessoas querem ver alguém como eles e que se sinta feliz e amado, não uma pessoa que está prestes a acabar com sua vida durante toda a metade da história.
aqui eu coloco outra daquelas perguntas "por que você tornou seu personagem cego?", foi apenas para fazê-lo sofrer? então não faça. pessoas cegas não existem para sofrer, existem para viver suas vidas e serem felizes. seu personagem é cego apenas para deixar a vida dele mais dramática? a cegueira causa drama, sim, mas isso não deveria ser sua única fonte de história.
por favor, não faça com que a família do seu personagem cego o trate mal por conta da cegueira
ênfase no "por conta da cegueira". algumas pessoas crescem em famílias abusivas, mas a família do seu personagem não deveria se tornar abusiva apenas porque ele é cego. fazer um personagem que cresceu em um lar abusivo porque ele tem pais ruins é ok, e se acontecer do personagem ficar cego e os pais dele continuarem sendo uns bostas, ok. mas, sinceramente?
você não deveria vitimizar seus personagens com deficiência. você não deveria maltratá-los apenas porque você pode.
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Dicas de Acabamentos de Costura que Transformarão Suas Peças de Roupa
Aprenda técnicas de acabamento de costura para elevar o nível das suas criações. Descubra como dar um toque profissional às suas roupas com essas dicas essenciais.”
Neste artigo, exploraremos métodos práticos para aprimorar o acabamento das suas peças de roupa, garantindo um resultado impecável e duradouro. Desde bainhas bem-feitas até costuras invisíveis, você encontrará orientações valiosas para elevar suas habilidades de costura. Vamos começar! 🧵👗
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teceladashistorias · 1 year
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Como escrever: Arco de corrupção e loucura.
As pessoas odiaram essa cena:
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Mas amaram essa cena:
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E ambas as cenas são praticamente as mesmas, é um momento onde as duas personagens desistiram de quem eram e abraçaram o "vamos queimar tudo, vamos destruir tudo". São cenas seguidas de morte, onde há outros personagens presentes que estão tentando impedir esses momentos, e são cenas que se seguem logo após a paz finalmente ser alcançada ou estar perto de ser alcançada. Eram cenas inevitáveis e que tinham dicas de que iriam acontecer logo nos primeiros episódios, então nós deveríamos saber que esses finais aconteceriam pelas dicas presentes. Além disso tudo, as cenas não eram só desastres imediatos na história, mas também representavam triunfos pessoais para cada uma das personagens, apesar de destruir toda a construção de seus respectivos shows de uma forma chocante.
Então, por quê a cena da Jinx funciona enquanto a da Dany falha?
Yeah, depois de anos discutindo é claro que muitos chegaram a conclusão, e eu concordo, de que a cena da Dany foi totalmente sem sentido e apressada com o roteiro da história, onde toda a cena não tinha onde realmente se apoiar e justificar o que deixou uma sensação de injustiça sobre a personagem. O roteiro teve apenas DOIS episódios para construir como a história dela explodiria, o que deveria ter levado no mínimo uma nova temporada completa (provavelmente duas). Mas é sobre essa parte que eu quero focar: Se eles tivessem tido tempo para construir a personagem da Daenerys como é que teria sido?
E eu vou usar o modelo de Arcane e a trajetória da Jinx para explorar isso. Vamos analisar não apenas como ela se comporta, mas como ela tem falas em sua mente, como a loucura dela a influencia, e também vou citar alguns outros personagens ao longo do texto, então se prepare que vai ser bem longo.
Mas a loucura é o nosso tópico de hoje. Destrinchado da seguinte forma:
Como que uma boa cena de "Queimem tudo" funciona;
Como a loucura pode se manifestar nos personagens e ser separada em "boa loucura" e "insanidade";
Como os sentimentos de luto podem ser usados para alimentar um arco de corrupção bem estruturado e trazer um orgasmo literário para seus leitores.
Uma das coisas que, como psicóloga, eu preciso deixar bem claro é que existe uma diferença enorme entre "Doenças mentais e Estresse mental" e "Loucura / Insanidade", não apenas no universo literário, mas também na vida real.
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Como nós podemos conhecer sobre doenças mentais, estudá-las e acompanhá-las pessoalmente em nosso dia a dia (basta prestar um pouco de atenção nas pessoas ao seu redor para isso e ler conteúdos sobre psicologia), então quando vemos um personagem passando por isso na literatura (ou outro tipo de mídia), nós quase imediatamente criamos um sentido de empatia sobre aquelas emoções, porquê, quando bem escritas e determinadas, elas são familiares para nós, pelas doenças que temos e o estresse da vida real.
Insanidade, não é a mesma coisa.
A insanidade quase nunca é acessível na vida real, nós apenas a conhecemos através da ficção. O cientista louco. O chapeleiro louco. O rei louco. O iluminado. Nós vemos a insanidade nas histórias e não sentimos empatia ou simpatia, nós sentimos medo. A insanidade deve ser vista como um arquétipo de horror, porquê não devemos nos relacionar com ela, devemos temer sua imprevisibilidade.
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Então, quando queremos construir um arco de corrupção, loucura e insanidade, como podemos fazer com que as pessoas queiram acompanhar essa história? Como podemos fazer com que elas se relacionem com os personagens até o momento em que entendam "okay, essa pessoa não tem mais volta" e queiram continuar para observar a resolução até o fim?
Usando a Jinx como um objeto de observação, todos nós podemos ver a loucura dela de forma quase palpável na animação. Ela tem bonecas penduradas nas paredes, tem vozes na cabeça, rascunhos bizarros que a acompanham e fantasmas do passado. Mas essas coisas por si só não são o que tornam o arco dela bom, apenas são representações visuais para nós de como a insanidade dela se comporta.
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Há algo muito mais profundo que alimenta a personagem e seu desenvolvimento, algo que nos faz sentir a dor dela, mesmo que não estejamos do lado que ela defende. Vamos usar como exemplo a seguinte frase da personagem, quando ela captura VI:
"Eu realmente pensei que tinha enterrado esse lugar, mas eu deveria ter entendido melhor. Nada nunca continua morto." - Jinx, Arcane.
Okay, a Jinx solta muitas loucuras e frases incompreensíveis conforme os episódios vão avançando, mas coisas como "Nada nunca continua morto" é uma grande bandeira vermelha de alerta. Para a construção da personagem, essa frase é importante. Por quê?
Jinx passa 07 anos pensando que a VI estava morta e de repente, VI estava de volta com toda essa história circulando ela;
Temos Milo, que ao contrário de VI realmente está morto, mas para Jinx ele aparece em forma das vozes e rabiscos então na cabeça dela ele nunca ficou realmente quieto;
E logo na sequência temos essa frase de Jinx para a VI:
"Você nunca partiu, eu sempre te ouvi, nas sombras da cidade." - Jinx, Arcane.
Que completa ainda mais o que nunca foi dito sobre o outro irmão delas que faleceu;
Também temos o laudo psicológico mais complexo, da quantidade de traumas que Jinx sofreu como Powder, do desejo inconsciente dela de que seus familiares voltassem, da esquizofrenia desenfreada e não tratada que ela sofre e se alimenta constantemente do desejo de ouvir essas pessoas de volta. Quase traduzido como "O trauma nunca morre, ele sempre volta para te assombrar", que é basicamente toda a vida de Jinx.
Mas mesmo com tudo isso, ainda assim não há uma justificativa do porquê o arco da Jinx é melhor do que o arco da Daenerys, então isso se torna uma questão de não ter as respostas erradas, mas sim que estou focando no assunto errado.
O que realmente queremos saber, como autores, não é como a Jinx se comporta, mas sim, POR QUÊ ela se comporta dessa maneira anormal?
Então com as frases de Jinx podemos ter uma noção de como ela se comporta, mas que tipo de pessoa se comporta dessa forma? E que forma é essa? Nós não podemos só dizer "ah ela está agindo de um jeito louco" quando queremos construir uma história, essa é a pergunta que fica "o que significa 'jeito louco'?". Para entender isso, precisamos destrinchar as diferenças entre Doença mental / Estresse mental e Loucura / Insanidade:
REGRA UM: Externalizando conflito;
Todos nós, no mundo inteiro, experienciamos conflito. Alguns de nós mais do que outros. Mas na maioria das vezes quando isso acontece nós não desassociamos de nós mesmos e começamos a ter um diálogo com uma versão maligna de nós mesmos no estilo Smeagle de Senhor dos Anéis. A forma como Jinx se comunica muitas vezes não é sobre como ela se sente, e sim afirmações sobre a realidade que ela vive. "Nada nunca continua morto" é assim que a realidade funciona, "eu deveria ter entendido melhor" é como se ela estivesse aprendendo sobre o mundo e se cobrando por não ter visto o óbvio.
O estresse mental muitas vezes é um evento interno, mas a Insanidade pega esses eventos internos e transforma em uma realidade. Isso tudo combinado com a forma como ela vive, as bonecas penduradas, os rabiscos e as vozes, deixa claro para a pessoa que está acompanhando sua história de que a Insanidade não só tem origem na Jinx, como também está constantemente a controlando e moldando a realidade para ela.
Ok então, três pontos sobre criar a externalização de insanidade para seus personagens:
1: Não é apenas sobre como esse comportamento aparenta destoante com o normal, mas como ele se conecta com quem o personagem é;
2: Temos que ter o conflito entre a pessoa que o personagem costumava ser e a pessoa que está presa nessa nova realidade insana, entre o mundo real e o mundo insano; Na literatura isso geralmente é representado com dois nomes para o mesmo personagem (ex: Powder e Jinx, Smeagle e Gollun, Anakin e Vader, etc), mas você também pode fazer de forma mais sutil.
3: Conflito. Essas realidades precisam gerar conflito entre o personagem contra ele mesmo, o personagem precisa estar vivendo o pesadelo de tentar equilibrar a realidade insana com a realidade verdadeira, é esse conflito que vai alimentar a empatia dos leitores pelo seu personagem e fazer com as pessoas acompanhem até o fim, sempre se perguntando qual lado vai vencer, mesmo que já seja claro que aquela situação não tem volta. Com Jinx nós sempre vemos esse conflito, com ela mandando as vozes calarem a boca, com ela gritando descontroladamente de dor quando é impactada por uma memória gatilho, com ela se julgando mesmo na frase insana "eu deveria ter entendido melhor".
Se faça a pergunta: O que significa para esses personagens viver entre o mundo real e o mundo insano?
É preciso criar uma espécie de paradoxo quando falamos sobre insanidade e arcos de corrupção. Jinx não gosta que todos estejam voltando da morte, mas se não fosse por essas mortes ela não teria trauma o que a faz desejar que eles continuem vivos. Smeagle amava e odiava o anel, assim como amava e odiava a si mesmo. E nós precisamos que essa dualidade esteja expressa na sua história, sem parar, mas em momentos chaves para que nada fique muito exaustivo.
E quando finalmente alcançamos o momento da Jinx de "Queimar tudo" é uma cena triste acompanhada de uma sensação imensa de alívio. Alívio pela beleza do momento, alívio pelo fim do paradoxo, por ela finalmente abraçar um lado, mesmo que esse lado seja o lado ruim da história. Nós sabemos disso, sabemos que é errado, sabemos que ela caiu e se entregou para a insanidade, mas só conseguimos pensar: Finalmente!
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Nós não tivemos isso com a cena da Daenerys.
Então, o arco de corrupção e insanidade tem seu Clímax quando o personagem sai do caminho trágico de conflito para seu compromisso máximo com a loucura conquistado por algum ato extremo que só vai fazer sentido para aquele mundo insano que o personagem vive.
Então, por conta de quão dramático esse tipo de plot costuma ser, é preciso que em algum momento da história o conflito do seu personagem entre em um ponto de ebulição. Não pode ser apenas um comportamento estranho que fica se repetindo e as pessoas falam "ah, aqui vamos nós de novo", não. Tem que ter desenvolvimento atrás de desenvolvimento e camadas de o personagem realmente tentando lutar para acabar com isso, tentando se amarrar ao mundo real e continuar lá, mas que deixe claro que essa repressão de suas emoções apenas cause mais conflito e deixe tudo pior, até que o "Queimem tudo" não seja mais apenas uma decisão tomada por impulso e sim um basta para toda essa repressão e agonia, uma salvação que apenas o personagem pode enxergar.
É importante que não haja romantização do ato para a história. O leitor tem que entender que aquilo é ruim, que a pessoa caiu, que ela foi corrompida. Mas ao mesmo tempo a história tem que deixar claro que para o personagem insano aquilo é triunfo, é salvação, é desejo em sua forma mais pura e é destino. Nós não devemos defender, mas sim explicar como tudo aquilo aconteceu, em ordem de causar um impacto significativo nos espectadores.
O clímax da história não deve ser apenas chocante, como trazer um profundo misto de emoções. Nós devemos sentir luto pelo personagem que perdemos, assim como sentir alívio pela tortura ter finalmente chegado ao fim. Nós devemos entender a insanidade como uma coisa horrorosa e apavorante, que agora que alcançou seu ponto máximo, torna toda a história imprevisível. Por fim, o leitor precisa desejar que essa corrupção chegue ao fim, o desfecho precisa ser satisfatório e trazer consequências que vão impactar. Quando o personagem entra na insanidade, o leitor deve parar de apoiá-lo, mas se sentir incapaz de abandoná-lo, chegando até as páginas finais.
Então, tendo tudo isso, como podemos consertar o final da Daenerys? Eu tenho algumas ideias, mas seria interessante ver seus comentários.
Para mim:
É claro que eles tentaram fazer isso durante a história, todo esse arco de corrupção e insanidade da Daenerys não veio do nada, e vários fãs teorizavam sobre isso temporadas antes de acontecer, mas o problema é que estava longe de ser suficiente. Muitos não chegaram no final achando que Daenerys estava errada, e a sensação de que ela foi injustiçada impactou até mesmo quem não gostava da personagem, de tão mal feito que foi o roteiro. Então antes de falar sobre como eu teria escrito, eu preciso apontar os erros que percebi na série em si:
O gatilho do luto: Eles tentaram fazer com que a morte da Missandei fosse gatilho suficiente para Daenerys surtar, mas depois de ela perder dois dragões e ter poucas reações sobre o assunto, pareceu que a morte da amiga foi insuficiente. Daenerys literalmente vê seus filhos empalados, mas ela já passou por tanta desgraça na vida que as atitudes dela foram logo deixadas de lado pelo roteiro. E todas essas coisas ruins foram se acumulando a um ponto que seus fãs estavam "queima, é só queimar todo mundo, não tem para quê se segurar", sendo o oposto de um final desejado para esse tipo de plot.
Imagine assim: Daenerys está finalmente invadindo Kingslanding, ela tem todos os seus três dragões, mas então Cercei revela as Scorpios, e Visserion e Rhaegal são mortos em sequência, Drogon é gravemente ferido e essa é a primeira vez que vemos dragões caindo. Um senso de urgência é criado, e Daenerys perde o controle queimando tudo e todos para salvar a vida de Drogon antes que ele leve um golpe fatal. A guerra acaba então, ficamos aliviados que ela não morreu, mas então percebemos que a cidade inteira foi destruída, que muitas pessoas morreram, os outros personagens estão em conflito sobre o que sentir, a vingança dela não trouxe seus dragões de volta. Mas ao invés de Daenerys sentir culpa, ela gosta daquilo, gosta da vingança, gosta do poder. Ela se tornou a rainha das cinzas, e nós somos atingidos pelo paradoxo da história.
Mas o que tivemos? Dragões morreram e ficou por isso.
Momento de ebulição: Com Daenerys nós não tivemos um momento de ebulição da história, tivemos pouquíssimos momentos onde mostrava que ela estava reprimindo emoções, mas eles nunca eram muito aprofundados, então quando chegamos no Clímax ele parecia fora de ordem.
Realidade insana: Tivemos poucas coisas na história que realmente provavam que Daenerys estava acometida pela loucura. Ela falava coisas como "eu sei o que é bom e ninguém pode dizer o contrário", mas era tudo muito justificado pelas ações que ela tomava, ela libertava escravos, ela salvava mulheres de estupro, como raios isso pode ser definido como insanidade? Eu sei que eles tentaram dar a entender que ela era boa até não ser mais, mas todos aqui podem concordar que foi mal feito. "Ela vai construir uma sociedade de paz" é uma frase muito atrativa, que para ser considerada ruim precisa de muito trabalho. "Ela vai libertar o mundo dos tiranos" enquanto ela mesma se torna tirana era uma saída melhor, que eles tentaram fazer, mas novamente com a falta de desenvolvimento ficou vazio.
Isolamento: É citado no show que Daenerys entrou em um luto profundo, que não queria comer, que não queria falar com ninguém, mas isso rapidamente é esquecido. Daenerys não se mostrou isolada da realidade e presa na insanidade, ela só foi mostrada como alguém que estava sofrendo pela perda de uma amiga. Como podemos julgar ela por isso?
O verdadeiro motivo da insanidade dela? O verdadeiro motivo para o clímax? Eles pensam que nos mostraram isso, mas acho que não. Parece que tudo deve se relacionar ao sangue, e ao vínculo dela com o rei louco (seu pai), e nós temos várias menções sobre isso na série o que ajuda, mas então temos isso:
"Dizem que quanto um Targeryen nasce os deuses jogam uma moeda e o mundo segura seu fôlego" - Varys.
Então... Toda a loucura da Daenerys é isso? Aleatoriedade? Isso não é uma causa e nem uma justificativa, mas sim falta de ambos. E não é satisfatório que um dos arcos mais importantes da história não tenha causas, não tenha base e seja simplesmente assim porquê o roteiro quer.
É o mesmo que olhar para Senhor dos Anéis e dizer: Aqui está o Aragorn, se ele vai virar rei ou não a gente vai resolver jogando uma moeda. Não seu personagem, não seu sofrimento, só aleatoriedade.
E no Clímax eles nos dão um momento decisivo, um momento de escolha, exatamente igual ao roteiro de Arcane com a Jinx, e foi até okay? Só que não tinha nenhum fundamento forte o suficiente para Daenerys escolher ignorar paz e abraçar a insanidade, então a cena falha porquê todo o roteiro falhou antes.
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Queimou foi pouco. Ahem.
Então, o que seria necessário para consertar o final? Que fique claro que meu foco aqui não é na Temporada 8 como um todo e sim no arco de corrupção e loucura da Daenerys. Na minha opnião:
Daenerys precisava de um gatilho para sua insanidade, algo que a colocasse no caminho do trauma, que mostrasse que ela não tinha controle sobre si mesma, sobre suas ações, mas algo que fosse forte o suficiente para o público entender e se relacionar com o sofrimento dela.
Daenerys precisava demonstrar conflito entre quem ela queria ser e quem seu eu insano demandasse que ela deveria ser, o que a faz lentamente cair dentro de armadilhas da própria mente (geradas pelo gatilho), e não saber mais separar o que era realidade e o que era insanidade.
Associação com a nossa própria realidade. Nós podemos começar a ver atos de Daenerys se tornando cada vez mais estranhos e fazer uma associação histórica com nosso próprio mundo. Eles tentaram fazer isso no discurso dela, copiando o mesmo estilo de Hitler de discursar, mas eles deveriam ter trazido muito mais sobre isso. Um discurso é apenas um discurso da forma como eles fizeram, por mais que tenha impacto não foi o bastante para realmente construir algo para Daenerys. Eles poderiam ter feito ela ficar louca pela história da antiga Valyria ao ponto de Daenerys querer destruir Kingslanding e desejar reconstruir Valyria a todo custo, eles podiam misturar isso com o próprio desejo de Hitler de construir estradas e monumentos que durassem séculos. Tornem essa insanidade palpável, façam as pessoas entenderem que ela está começando a entrar em um mundo destoante. O paraíso da Daenerys provavelmente será o inferno para os outros, e era necessário uma ameaça de que esse inferno iria durar.
Isolamento. Daenerys precisa se isolar para que sua mente se afaste da realidade e comece a se perder mais na insanidade, para que ela se convença de que ela está certa e todos estão errados. Eles podiam ter explorado mais o luto dela e a incapacidade dela de se reerguer, mas isso simplesmente não faria sentido com as outras temporadas da personagem, então algo realmente trabalhoso teria que ter sido feito para que a base fosse melhor explorada e o isolamento dela fosse feito. Perder dois dragões, ter um ferido e ganhar a guerra com altos custos poderia ser uma das vias, mas há outras oportunidades que poderiam ser pensadas também, bastava os envolvidos realmente desejarem isso.
Com um plot de corrupção desses há sempre o risco de que: Se for demais acaba sendo muito fora da realidade, e se for pouco explorado acaba sendo insuficiente. É um tipo de plot que se tem muito pouco a se trabalhar, e que muitas vezes quem escreve sente que está pisando em cascas de ovos, então eu não recomendo para iniciantes.
Mas se você realmente quer escrever um plot como esse, então tenha em mente que é um processo demorado, que requer desenvolvimento e que precisa de justificativas suficientes para parecer plausível. Também procure analisar outras histórias que carregam esse tipo de plot, seus erros e acertos, e se imaginar como você teria feito no lugar do autor.
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cayalle · 2 years
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Noção de combate
Muitos acreditam que estão abalando ao escreverem seus livros com combates mesquinhos e mal desenvolvido. Eu acho hilário quando as pessoas simplesmente colocam personagens magros e humanos e focam naqueles tipos de frases como “Se focar na agilidade será tão mortal quanto qualquer inimigo”... As pessoas que criam frases do tipo parece que desconhecem de combates de modo geral.
Velocidade pode até te fazer esquivar de alguns ataques, mas o que acontece quando você receber um golpe? (Porquê claramente um bom combate em livros só nasce assim, de dar e receber golpes, caso contrário é apenas um protagonismo doentio de um lado)
PS: Art no final não é minha, se conhecem o criador... Comentem.
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