conexões
abaixo do read more você encontrará um oceano de possibilidades. nestas terras, um like é traduzido como interesse e, se busca firmar alguma conexão para si antecipadamente, basta responder com o “muse + (insira aqui a letra do plot)”.
Todas as relações são descritas pela perspectiva do Aidan, sinta-se livre para desenvolver a perspectiva do seu char quanto ao relacionamento.
Todos em negrito estão disponíveis!
Exes - (f)
MUSE A teve um one night stand com Aidan duradouro, podendo ouvir não ter nutrido sentimentos por ele.
MUSE B tiveram um relacionamento abusivo há alguns anos atrás, o término turbulento gerou alguns problemas para ambos (detalhes no chat).
@pips-plants e Aidan mantiveram um relacionamento sério por um curto período após o término com a primeira namorada de Aidan. Acontece que ele ainda estava indisponível emocionalmente e parte daquela relação foi usada para alfinetar sua ex namorada, fazendo com que o convívio com Pietra fosse insalubre. Mais brigas por ciúmes, atritos desnecessários e um fim trágico. De uma forma peculiar o ex casal se tornaram grandes amigos após o passar dos anos.
Lovers.
@kittybt era vista como um mascote para Aidan. Ele não se irrita com a presença dela, e tem uma inclinação para defende-la sempre que se mete em problemas. Mas algo nessa amizade parece ser diferente. Ela estranhamente consegue conduzi-lo, domando a personalidade difícil de Aidan com certa facilidade. Apelidos: Wandinha, teimosa, Mortícia, tatu, toupeira.
Friends:
Aidan é a má influência de MUSE C. Uma relação pautada na tentativa de aliciar MUSE para o lado rebelde da força,
MUSE D atua muito bem quando se trata de contornar os conflitos gerados por Aidan
MUSE F acompanha Aidan nas aulas de meditação e já viu muitas coisas esquisitas quando estava ao redor do semideus.
MUSE é caso de uma noite que acabou muito bem. Hoje, MUSE possui intimidade suficiente para aconselha-lo nas inúmeras merdas que Aidan se propõe a fazer.
@zmarylou era o amor platônico de Aidan. Muitas fatores distanciaram Aidan da possibilidade de um dia se aproximar de Mary, mas repentinamente, após uma obra do destino, eles finalmente experimentaram um pouco daquele desejo. Agora, tentam disfarçar o que aconteceu, ainda digerindo os resultados daqueles encontros. Apelidos: Lovebird, santinha e trovoada.
@zeusraynar (conhecido internamente como espantalho invernal) e Aidan possuem pensamentos semelhantes. Na verdade, essa amizade poderia se chamar "linha de Chernobyl". Um espaço onde toda a radioatividade do acampamento se reúne. Apelidos: Diabo de Aspen, Pikachu, fio desencapado, rinoceronte elétrico, enguia.
A amizade com @magicwithaxes é o ápice da perturbação. No início se recusava a aceita-la por perto, justamente por ver na semideusa uma equação perigosa de inocência e lerdeza, mas hoje ele já se vê rendido nesta amizade: ela é sua amiga e é sua missão protegê-la de si e dos outros. Apelidos: Megera, bruxinha, banhofóbica, chinchila, madre teresa, duzentos (CC em algarismo romano) e Sabrina feiticeira.
@zevlova possui uma rivalidade/admiração silenciosa com Aidan. Ele admira a semideusa pela resiliência que apresenta em treinamento, mas não aceita que a mesma ultrapasse seu desempenho.
@tachlys e @alekseii são os melhores amigos de Aidan, sempre envoltos nos caóticos projetos do filho de Ares. Confusão, alcoolismo e uma pitada de baixaria da pior qualidade.
@lucianshale treina com Aidan rotineiramente.
@nyctophiliesblog e Aidan possuem uma sutil amizade estabelecida ao redor dos treinos. Quando o semideus notou que Zev também usava o combate para se regular emocionalmente, a amizade se estreitou um pouco mais.
@izzynichs foi a primeira semideusa a interagir com Aidan quando ele sequer sabia sobre sua ancestralidade divina. Quando ele percebeu que ela conseguia ver os monstros assim como ele, Aidan passou a tratá-la como uma louca e se recusou a acreditar nas palavras dela.
@mindkiler e Aidan eram grandes amigos, até que ele soube dos sentimentos de Bee e percebeu que sua permanência na vida da amiga estava com os dias contados. Afastou-se imediatamente, temendo por trazer o caos para aquela relação que foi construída com tanto cuidado.
@deathpoiscn era um grande amigo de Aidan e, após as acusações que Josh sofreu injustamente, o filho de Ares tentou ser o pacificador, pela primeira vez na vida. Entretanto, quando todos os patrulheiros se manifestaram contra o filho de Thanato e ameaçaram remover os defensores do semideus, Aidan foi silenciado. A relação beirava a irmandade e Aidan se sente culpado por não ter se posicionado com mais firmeza durante o período sombrio. Hoje, Aidan se mantém de braços abertos para receber Josh, sem certeza alguma dessas reaproximação.
@kretina é uma grande colega de Aidan. No início, ele nutriu um certo crush por ela, mas logo o interesse se desfez e deu espaço para a relação de amizade concreta. Hoje a relação é pautada na admiração.
Irmãos (ARES)
MUSE IRMÃO 001 teve acesso aos escritos de Aidan após encontrar o diário no chalé de Ares. Ele sabe demais e por isso Aidan o mantém por perto.
MUSE IRMÃO 002 é detestado por Aidan. A convivência hostil deixa o chalé de Ares um pouco mais perigoso, já que as farpas frequentes se tornam em agressões.
MUSE IRMÃO 003 foi a primeira pessoa a presenciar os poderes de Aidan e sabe dos riscos que a instabilidade emocional de Aidan pode causar, não atoa tenta amordaçar o irmão sempre que a situação se complica dentro do chalé (precisa estar no acampamento desde 2021).
@wrxthbornx é a irmãzinha de Aidan. Não importa o quanto as brigas dentro do chalé de Ares sejam intensas, ela sempre será sua protegida e sua fonte de consultas. Apelidos: Kill Bill, Polly de guerra, mini tanque, intriguinha (intriga pequena), pinscher loiro, raspa do tacho (resto do que sobrou da panela, coisa pouca), Playmobil.
Neutral
@arktoib passou a agir de forma estranha com Aidan. Na verdade, ele notou que a semideusa passou a nutrir um certo desgosto da aproximação dele e, justamente por isso, ele passou a relevar o comportamento esquisito da semideusa. Ele nem imagina que, na verdade, ela tem motivos de sobra para desconfiar de sua presença.
Colegas de artesanato, patrulha, clube de luta e aulas de meditação. (1/4) @melisezgin
Companheiros de missões passadas (0/4)
Companheiros de dinâmicas anteriores.
Enemies:
Aidan sempre diz que um soco no estômago é melhor do que conviver com MUSE G. E, sempre que se aproximam, o choque é garantido.
MUSE H é alvo do ódio gratuito de Aidan. Na verdade, tudo começou quando Aidan notou que MUSE era próximo demais de uma garota a qual o filho de Ares gostava. Hoje, Aidan possui o prazer de hostilizar MUSE perante os demais.
MUSE I era amigo de Aidan, até que tentou corrigir o comportamento do filho de Ares após uma confusão.
MUSE L teve a audácia de defender um semideus que estava sendo vítima do bullying de Aidan. Hoje, anos depois, Aidan ainda aguarda a oportunidade de enfrenta-lo em um Caça Bandeira para responder a ofensa.
MUSE M é/era membro da patrulha, atuando com Aidan, e reparou que o filho de Ares possuía hábitos peculiares durante seu turno. Facilitava a entrada e saída de filho de Hermes contrabandistas, fazia a entrega de alguns objetos peculiares à pessoas que se aproximavam da barreira mágica. O burburinho se iniciou e o filho de Ares deu um jeito de abafar as hipóteses acerca de ser um facilitador/um ladrão de objetos mágicos, mas MUSE não se esqueceu disso.
@thecampbellowl já foi vítima do bullying praticado por Aidan durante sua chegada no acampamento.
@ncstya não gosta de Aidan e ele sequer sabe o motivo. Ao invés de consultar a origem daquele sentimento, ele apenas replica o tratamento e o potencializa.
@ktchau , por azar, foi selecionado para realizar uma missão junto ao filho de Ares. Acontece que o semideus se estressava com os trejeitos de Nico e a missão quase fracassou por isso. Tempos mais tarde, Nico sofreu uma lesão grave em um Caça Bandeira devido aos ataques desproporcionais de Aidan.
TREINAMENTO.
MUSE A está treinando por obrigação. É uma questão de incompatibilidade com a ideia de combate, um peacemaker não lidaria bem com a ideia de ser obrigado a ser um lutador ativo, sempre optando por magia/outras artimanhas. Aidan, por sua vez, vê em MUSE um caso interessante e irritante, sendo seu caso mais complicado e que mais demanda sua atenção.
MUSE B é um prodígio. Sabe combater, esquivar e se defender muitíssimo bem. Na verdade, Aidan vez ou outra traz MUSE como seu auxiliar para demonstrar na prática as técnicas da aula já que confia muito em seu desempenho. Mas não se engane, o filho de Ares jamais iria elogiar o avanço de MUSE!
MUSE C não leva os treinos a sério como Aidan exige. Faltas, atrasos ou uso exagerado do celular fazem com que o filho de Ares perca a pouca paciência que tem dando broncas em MUSE.
MUSE D é iniciante, mas é dedicado no que faz. Ganha a atenção de Aidan sempre que direciona suas dúvidas e dificuldades para ele.
Mais opções genéricas:
Inimizades unilateral (MUSE não gosta de Aidan pois...) (0/3)
Interesse afetivo unilateral (MUSE acha Aidan bonito, mas... / Aidan acha MUSE bonita mas...) (0/2)
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Cap 12 - CIA
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Murphy acompanhou a família Escobar. Antes de embarcar ligou para você avisando que estavam a caminho da Alemanha. As negociações com a Alemanha era difícil. Você teve que pedir ajuda de Crosby, mas nem ele conseguiu muita coisa. A imigração alemã era liberal, devido ao seu histórico turbulento.
E enquanto Murphy fazia uma viagem. Centra Spike conseguiu rastrear Fernando Duque.
"Ele usou o cartão de crédito, aqui, e aqui nesses restaurantes" Edward mostrava no mapa para Javier "e olhe isso" ele alcançou um papel, entregando para Javier "eu chequei o banco de dados, houve uma denúncia está manhã. Ele é fugitivo"
"Por que?" Javier avaliava a ficha.
"A esposa fez uma denúncia, de roubo e rapto" Edward completou.
"Ele está fugindo, e levou o filho. Ele só tem 14 anos. Merda!"
Javier estava encurralado. O que ele deveria fazer? Ele não sabia.
Seu ramal tocou. Era tarde. Ele esperava que fosse você.
"Peña"
"Javier" a voz de Don Berna "alguma notícia do nosso amigo?"
Javier ficou em silêncio.
"Peña?"
"Ainda não"
Desligou o telefone.
Javier alcançou o relatório com as informações que Edward havia registrado. Deu um trago em seu cigarro.
Discou seu ramal em Bogotá. Ele escutou sua voz anunciando seu nome.
"Sou eu, Peña"
"Como posso te ajudar Agente Peña"
Ele conhecia seu jeito de se defender exercendo a formalidade com ele.
"Acho que Fernando Duque está foragido, e levou o filho"
O que isso significava? Agora ele decidiu trabalhar respeitando toda a burocracia que ele sempre criticou? Ok. Você era profissional. Não poderia deixar os sentimentos afetar seu trabalho.
"Certo. O que você precisa que eu faça? Se ele está tão desesperado talvez ele aceite colaborar em troca de proteção"
Javier amava a forma como você tinha visão, e ele não precisava se explicar para você.
"Sim, foi exatamente o que eu pensei, eu..." ele hesita "talvez eu saiba onde ele está"
Voce quis perguntar o porque dele estar ligando para você e não para Don Berna, fornecendo as informações para os Los Pepes. Mas você precisava fazer o seu trabalho.
"Ok. Vou preencher os formulários. Você quer que eu faça o requerimento para tirarmos ele do país?"
"Se ele aceitar colaborar acha que conseguimos?"
"Posso tentar"
"Sim… claro"
"Ok."
"Ei"
"Sim?"
"Obrigado"
"Só estou fazendo meu trabalho"
"Sim"
"Agente Peña?"
"Sim?"
"Como você conseguiu essa informação?"
Javier sabia que você sabia como ele tinha conseguido essa informação. Mas ele também sabia que você precisava explicar no formulário, para documentar. Então sua pergunta não foi burra. Mas inteligente. Já que a ligação poderia ser eventualmente usada posteriormente contra vocês.
"Um informante conhece a esposa dele. Dei sorte."
"Certo. Boa sorte"
***
Você não dormiu, estava trabalhando em 3 fuso horário. Os EUA, da Colômbia e da Alemanha.
Murphy ligou para você assim que pousou.
"Preciso de mais tempo" você falou "não querem cooperar conosco"
"Ok, o que vamos fazer?"
"Eu não sei" voce suspirou, mordendo os lábios "Não deixe que eles saiam do aeroporto, se saírem estamos fodidos. De um jeito de revistarem a mala deles, Pablo não deixaria que eles viajassem sem dinheiro... improvise"
"Certo, vou dar um jeito de segura-los aqui, faça o que puder"
Você desligou e bufou, escorregando o corpo na cadeira. Sua cabeça iria explodir.
Murphy seguiu sua ideia e realmente. Pablo mandou uma grande quantidade de dinheiro junto com a família. E a imigração barrou a entrada da família.
***
Javier encontrou Fernando Duque. O homem estava em estado de choque. Implorou por ajuda.
"Não trabalhamos de graça, preciso da sua total cooperação"
"Colaboro com você, faço o que quiserem, mas nos tirem da Colômbia. Imediatamente, não posso ter contato com a polícia, Los Pepes tem gente trabalhando para eles da polícia, preciso sair do país"
"Temos um trato?" Javier pergunta.
Ferrando Duque assentiu.
"Faça o que eu disser. E comece, escondendo o carro que você roubou da sua mulher"
Acontece, que Fernando Duque estava certo. Los Pepes tinham informantes dentro da polícia. E descobriram que Javier Peña estava protegendo o advogado de Pablo Escobar.
Los Pepes, tinham um contato muito ativo, e prestativo dentro da embaixada, era o cara da superintendência da CIA, que chegou junto com Messina e Crosby em Bogotá.
Quando Javier foi a lanchonete a pedido de Don Berna, pra se encontrarem. Ele encontra Bill Stechner, em seu lugar.
"Agente Peña, acho que Don Berna não virá hoje"
O estômago de Javier sente a adrenalina gelada sendo irradiada pelo resto do corpo.
Ele hesita. Observa o local, se senta na cadeira em frente ao agente da CIA.
"O que é isso?"
"Apenas uma conversa amigável" ele faz uma pausa dramática "você está deixando pessoas muito perigosas, irritadas Javier"
Javier fica em silêncio, olhando para o nada, com o queixo levemente inclinado para frente. A postura básica do Javier insolente de sempre.
E ele continua.
"Estou em uma situação difícil porque, fui eu quem sugeriu seu nome a eles, já que você tem um bom relacionamento com a assistente do Embaixador, tendo acesso a informações valiosas" essa última parte Bill falou com malícia.
Javier vira drasticamente a cabeça para encarar Bill, franzindo o cenho, a ruga marcada de uma cara fechada por anos, agora ficando mais exposta.
"Não sei se você sabe sobre o que eu faço, mas quero que saiba que eu defendo os interesses do nosso país a longo prazo, e estou aqui para garantir que as pessoas corretas ainda estejam vivas quando Escobar levar um tiro na cabeça. Então faça um favor, a você e sua garota, e não complique as coisas. Você sabe o que eles podem fazer com ela."
Javier encara Bill em silêncio. Ele se levanta pronto para ir embora, quando Bill volta a falar.
"Essa gente geralmente toma decisões com a cabeça quente. Isso pode levar a péssimas ideias como matar um agente federal e levar sua garota como prêmio. Inclusive, eles acharam o advogado, mesmo sem sua ajuda, então..."
Javier sai da lanchonete. A cabeça pensando mil possibilidades. Mas a principal era ligar para você e saber se você estava bem, primeiro.
Você atendeu, assim que chamou. Javier ficou em silêncio, com a mão apoiada na testa, respirando somente agora, ouvindo sua voz, sabendo que você estava bem.
"Oi? Alô?"
"Hey. Sou eu" a voz dele rachou.
Você percebeu. Houve um silêncio. Você hesitou em se preocupar, mas era mais forte que você.
"Você está bem?"
"Sim. Estou bem. Você está bem?"
Você franziu o cenho.
"Javi, está tarde, o que está acontecendo?"
Você conhecia Javier, as nuances do seu tom de voz. Não precisava estar olhando para ele para saber quando algo estava acontecendo.
"Nada. Por favor, só..." ele hesitou "tenha cuidado, não saia sozinha, esteja acompanhada ou escoltada, e não confie em ninguém"
Sua respiração começou a ficar irregular.
"Você está me deixando nervosa. O que está acontecendo?"
Javier não queria te assustar mas não havia muitos meios.
"Esteja segura. Ligo para você depois."
"Javi..."
Ele desligou.
Merda.
Dirigiu até o endereço onde havia encontrado Fernando Duque. E era tarde demais. Encontrou o corpo do homem e do filho, dentro do porta malas do carro roubado da mulher, com uma mensagem:
"Cortecia de Los Pepes"
Javier ficou cego de raiva e desconfiança. Quem era o informante de Los Pepes? Quem estava trabalhando para eles de dentro da base? Quem sabia que você é ele eram próximos? Quem poderia colocar você em risco? Entregando um homem que tinha ligação direta com Pablo e poderia ser o maior trunfo que vocês teriam em meses. Um nome brilhou na cabeça dele. Trujillo.
Ele dirigiu até a base, e enquadrou Trujillo colocando-o contra o carro do lado de fora, na frente de outros agentes que acompanhavam Trujillo até a saída da base.
"Você me seguiu até a porra do hotel? Huh?" Javier estava com o ante braço no pescoço do colega. "Contou a Berna?"
"Me solta"
Javier grudou no colarinho do uniforme de Trujillo e o empurrou novamente contra o carro.
"Me fala seu babaca!"
Trujillo empurrou Javier.
"O que está acontecendo?" Um dos outros agentes tentou separar os dois.
"Tudo bem, vão na frente, encontro vocês" Trujillo falou.
Houve um silêncio. A respiração de Peña irregular.
"Que passa, Peña?" Trujillo perguntou. "Vai agir como um americano?"
Peña o encarou.
"Você viu o que fizeram com o filho dele?" A imagem do adolescente dobrado no porta-malas com uma bala na cabeça.
"Quantas famílias Pablo Escobar destruiu Peña? Você sabe? Você não decide quem vive ou quem morre."
***
Você não lembra quantas ligações fez de um dia para o outro. Foram horas de negociações, em conjunto com o Embaixador, com a Alemanha. Usaram todas as brechas legais, e a diplomacia para que a autorização de desembarque da família Escobar não fosse concedida.
E finalmente vocês conseguiram convencer a imigração que não poderiam recebê-los. Por questões políticas legais, a família teria que fazer a viagem de volta a Colômbia.
Murphy esteve presente com a família o tempo todo. Não junto. Mas próximo. E ainda bem.
Na saída do aeroporto já em terras colombianas, se Murphy não estivesse junto, teriam atacado a família na entrada do aeroporto.
Murphy viu um carro suspeito se aproximar. Mas protegeu a esposa, a mãe e os filhos de Escobar.
A polícia federal levou a família sob proteção. Esse era um trunfo. Com a família de Pablo aos cuidados do governo, ele não poderia estar mais desarmado.
Mas como toda ação teria uma reação. Pablo não deixaria barato o fato da família não ter sido aceita em outro país.
Cem quilos de explosivos. O equivalente de uma bomba num F-16. Dezenas de mortos. Centenas de feridos. Dentre eles, muitas crianças. Ele implantou as dinamites em um shopping próximo ao início das aulas.
Pablo continua construindo sua fama com terrorismo. Mas agora ele tinha ido longe demais. Todos ficaram revoltados. Um cara sem limites, havia cruzado os limites. O tempo de Pablo estava acabando.
Você mal tinha pousado em Medellin, e já estava sendo convocada para uma nova reunião com o coronel, os agentes, central spike.
Só deu tempo de você deixar alguns arquivos na sua mesa, e seguir para a sala de reuniões.
Javier parou você no corredor.
"Estou atrasada" você falou, tentando desviar dele.
"Estamos indo para o mesmo lugar" Javier espelhava seus passos, na sua frente.
Você parou. Fechou os olhos, tentando não explodir, jogando a cabeça para trás.
"O que você quer, Agente Peña? Nenhum amigo narcotraficante disponível?"
Peña te encara e inclina a cabeça.
"Preciso falar com você. É rápido, e é importante, me encontre na sala de arquivos hoje a noite."
Você bufou, sorrindo ironicamente.
"De jeito nenhum"
"Como medo de não conseguir resistir? Também estou com saudades."
"Me poupe"
Ele segurou seu braço antes de vocês entrarem na sala.
"É importante. Preciso que você vá"
Você não respondeu e entrou na sala. Javier revirou os olhos. Teimosa.
Assim que todos estavam organizados, coronel Martinez começou a explicar o motivo da reunião.
"A situação com Escobar está prestes a Estourar" Coronel, começou.
"Na verdade já estourou" você não se conteve. "Desculpe, pensei... alto" você fechou os olhos. Tentando organizar a cabeça e a língua.
Javier tentou segurar o riso.
"Continuando. Nossas informações sugerem que seus apoios foram reduzidos para apenas alguns sicários leais"
"Menos sicários, menos conversas para rastrear" Edward pontuou "grampeamos o telefone do Advogado, mas acho que ele não está atendendo"
Você olhou para Javier. Ele não se moveu, apenas te olhou de volta.
"Foram Los Pepes, eles mataram a família e ele" coronel Martinez informou, jogando fotos da cena do crime na mesa na frente de vocês.
Você piscou. Incrédula. Alcançando algumas fotos. E se encostou na cadeira. Cruzando os braços.
"Gostaria de dizer que, eu sei que alguém está em contato com Los Pepes. Embora isso me deixe enojado. Eu não posso fazer muita coisa. Mas será um policial colombiano ao lado do corpo de Escobar quando isso chegar ao fim. E não um vigilante qualquer. Isso é tudo. Muito obrigado"
Você ficou imovel por um tempo processando as informações. O que tinha acontecido? Javier pediu proteção para Fernando Duque, o que ele fez que até a mãe do cara foi esfaqueada?! Jesus.
Você foi atrás dele.
"Ei" você chamou.
Correndo de salto, no corredor, segurou o braço dele.
"Aqui não" ele murmurou.
"O que aconteceu?"
"Hoje a noite" ele falou sem parar de andar. Passos largos fazendo você correr para alcançá-lo.
Você segurou o braço dele. Javier parou só por respeito, já que você era uma pluma ao lado dele.
"O que?" Ele se virou, abruptamente fazendo você entrar no meio dele.
"Jesus" você exclamou. Ele segurou sua cintura te dando equilíbrio.
Vocês se encararam por alguns segundos. O mundo parava quando ele te olhava? Até você limpar a garganta.
Ele estralou os olhos.
"Sala de arquivos" ele reforçou. E saiu caminhando.
Merda! Você perdeu todas as cartas nesse jogo. Anos tendo a resposta na ponta da língua, para agora não conseguir nem respirar direito.
Peña falou com Murphy sobre o que estava por vir, mas Steve ficaria ao lado do parceiro. Se protegendo é claro. Mas entendia. Para ele, se ao final disso tudo, Pablo estivesse acabado estava tudo certo.
Você passou o dia tentando desacumular o serviço. Mas era muita papelada. Com os atentados você simplesmente tinha que, no mínimo, mais duas pessoas para fazer o seu trabalho, e era só você.
A sua ida para Bogotá bagunçou seu fluxo de serviços e atividades. E sinceramente você não estava no seu melhor desempenho.
Você estava triste. Você teve que ouvir Javier falar enquanto estava deitado em sua cama o quanto ele queria você. Para depois descobrir e ficar fazendo milhões de suposições sobre o envolvimento dele com Don Berna.
Todas as informações chegavam para você primeiro. Todas. E se eventualmente ele estivesse se envolvendo com você para ter conhecimento, acesso. E se ele na verdade estivesse apenas te usando.
Em Bogotá você procurou os arquivos das operações de resgate. Javier mencionou que um informante deu acesso a um dos laboratórios que supostamente você deveria estar. E se Javier tivesse feito uma troca entre você e uma informação? Ah! Não dava para saber, era torturante, não dava para confiar em Javier Peña. Você não conseguia saber quando ele estava falando a verdade ou quando ele estava brincando e manipulando o sentimentos das pessoas.
Você estava com raiva. Tentando desencarrilhar seus pensamentos dos trilhos que levavam sempre a ele. Tentando adquirir um pingo de auto respeito. Mas você não conseguia parar de pensar nos seus corpos juntos.
Agora você estava caminhando em direção a sala de arquivos. Que tipo de mentira você estava contanto para si mesma? Que estava indo apenas porque precisava saber o que aconteceu com a família de Fernando Duque? O que ele fez abrindo a boca e entregando alguém que ele pediu proteção a Los Pepes?!
Você andava tão rápido, que pensou estar correndo. Sua barriga contorcia de ansiedade, antecipação. Era como se você tivesse engolido a gravidade e seus órgãos dançassem dentro de você.
Eu odeio esse homem.
Você abriu a porta.
"Estou aqui"
Voce escutou a voz de Javier, vindo do fundo da sala.
Ele estava sentado na mesa, que alguns meses atrás ele te fodeu ali. Você piscou tentando afastar a lembrança sexual fazendo seu corpo se contorcer.
Você manteve uma distância segura dele.
"Você mandou Murphy viajar, o que ele fez que mereceu mais a viagem do que eu?"
Você deu um sorriso forçado.
"Ele não é um informante de um grupo paramilitar"
Javier estralou os olhos, abaixou a cabeça, e assentiu. Essa ele mereceu.
"Pensei que você não viria..." ele mexia nas mãos, sem olhar para você.
"Com os atentados, estou tentando organizar os documentos que preciso reportar para Bogotá..."
"É muito trabalho" ele te interrompeu.
Você suspirou.
"Sim. É muito trabalho"
Você estava ficando incomodada com Javier com esse comportamento vitimista. Triste. Ele não é assim.
Por que você veio aqui? Para assistir ele encarar os pés? Qual era o plano? Absorver a culpa e se despedir?
"O que você quer Javier?"
Ele olhou para você.
"Aconteceu uma coisa"
"Sim, aconteceram várias coisas. Você pediu proteção para uma família e eles foram encontrados mortos pelo grupo para quem você trabalha"
Ele titubeou.
"É complicado"
Você suspira. Piscando impaciente.
Ele se levanta. E você automaticamente da um passo para trás.
"O que? Você tem medo de mim agora?"
"Talvez"
"Eu nunca te faria nada para te machucar, você sabe disso. Nunca"
Seria tão mais fácil se você não tivesse sucumbido à ele. Se você não tivesse provado dele. Se ele retirasse tudo que disse. Se ele continuasse te negligenciando.
"Ok. Eu não vim aqui para isso. Me conta de uma vez o que está acontecendo. Você está ferido? Alguma coisa assim?"
Ele franze a testa decepcionado pela sua suposição ridícula.
"Não..."
"Então o que é?"
Javier queria tempo com você. Aproveitar que estavam apenas vocês. Queria enrolar ao máximo. Sentir seu cheiro. Demorar os olhos em você. Ele não queria te perder. Mas não se perde o que nunca teve.
"Eu fui ao encontro de Don Berna" ele hesitou olhando para você, você fechou os olhos, ele continuou "fui avisar que não faria mais parte disso..."
"Ah claro, e ele deixou você sair como se fossem os melhores amigos, narcotraficantes bonzinhos e compreensivos... Peña, eu não sou idiota!"
Javier manteve a calma. Falava baixo e pacífico com você. O timbre de voz que você amava, e odiava na mesma intensidade.
"Você está certa. Ele não aceitou, ao invés disso pediu para que eu rastreasse Fernando Duque como uma última ajuda"
Você riu ironicamente, balançando a cabeça.
"Como você foi se enfiar nessa merda?"
Javier ficou em silêncio. Gostaria que fosse uma pergunta retórica.
"Quando você desapareceu. Ele me procurou. Se eu ajudasse com as informações ele liberaria você"
Você parou de respirar.
"O que?" Era mais um sussurro que saiu da sua boca. Era mais para você do que para Javier.
Você soltou os braços. Se apoiou na estante atrás de você, as mãos geladas passando pela sua testa. Parecia que você iria desmaiar.
"Você tá bem?" Javier perguntou com medo de se aproximar e você ter um colapso com ele.
"Mhmmm, só... um minuto. Está quente aqui"
Na verdade você só não conseguia respirar.
Era por isso? Javier se envolveu com narcotraficantes para poder salvar você? Mentira. Não podia ser real. Javier só pensa em uma pessoa, e essa pessoa é ele mesmo.
"Continue" você falou. Tentando se endireitar. Ainda apoiada na estante.
"Mas ele mentiu. Pretendia continuar com você até que eu aceitasse continuar ajudando o Cartel de Cali e Montecassino, a matar Pablo com os serviços dos irmãos Castaño. Eles ameaçaram. Disseram que você poderia ser pega. Mas no fim das contas, eu também gostei de ver os sicários e Pablo se esconderem com medo feito ratos"
Ela muita informação para você.
"Então eu fui atrás de Fernando, encontrei. Ele aceitou colaborar. Eu o mantive escondido. Não informei Don Berna. Mas aí as coisas ficaram piores"
Você estava respirando de forma irregular. Um medo se instalando na sua espinha.
"O que aconteceu?"
Javier desviou o olhar. As mãos na cintura, o peso do corpo mudando de uma perna para a outra.
"Javi?"
Você chamá-lo assim, fez com ele olhasse diretamente para você. Javier passou às mãos sobre a testa.
"Quando encontrei Fernando, ele me falou que não poderia ser levado a polícia porque haviam informantes dentro da polícia que passavam informações para Los Pepes"
"Sim, você"
"Não"
"Não?" Você estava confusa.
"Eu pensei que eu era o único. Mas não sou."
Você franziu a testa.
"O que isso? Uma espécie de vírus? Você contagiou outros agentes?"
De certa forma você estava certa. Como sempre. Se não fosse por ele, Trujillo não teria conhecido Don Berna. E ele não teria contato com os irmãos Castaño. Ele preservaria o rapaz, não tinha necessidade de saber sobre Trujillo.
"Não importa. O que importa é que informaram que eu encontrei Fernando, e Los Pepes mataram ele, e a família"
Você usou um braço para apoiar seu cotovelo, e deixar a mão sobre a boca, enquanto andava de um lado para o outro.
"Tem mais..."
Você parou. Olhou para Javier pasma.
"Eu fiquei fora por 4 dias, e você simplesmente..." você não tinha palavras.
"Bill Stechner"
"O superintendente da CIA" você sabia quem era.
"Sim. Ele trabalha para os irmãos Castaño"
Sua boca se abriu em choque.
"O que?" Você estava perplexa.
"Quando descobriram que eu não passei a informação. Eles iriam me matar. E matar você"
Seus olhos se estralaram. Você piscava sem reação.
"Eles pensam que você passava as informações para mim"
"Porque eles pensariam isso?"
Javier franzi a testa, decepcionado que você não tenha entendido.
“As pessoas sabem…”
Você não conseguia raciocinar.
"Sabem do que?"
Ele apontou para você e para ele, várias vezes.
"Nós"
"Não existe" você fez o movimento de aspas com o dedo "nós"
Javier se inclinou para trás. Virando as costas para você, se inclinando na mesa, sem olhar pra você.
"Não importa. Eles sabem que eu sou envolvido com você. Por você. Eles usariam você para chegar até mim. Já fizeram isso antes. Não importa. O fato é que Bill Stechner sabe. Sabe que eu fornecia as informações para Don Berna. E que participei ativamente de todos os atentados de Los Pepes"
Você fechou os olhos. Queria chorar. Estava passando mal. Estava ficando doente. Você debruçou na estante que você estava escorada a minutos atrás, escondendo o rosto de Javier.
"Merda!" Voce murmurou.
Você era masoquista? Resistindo aos impulsos de voar em cima de Javier e socar os dentes dele. De xingá-lo e ir embora. Te ter te arrastado para esse buraco.
Javier caminha até você.
"Escuta..." Javier murmurava rouco e baixo.
Ele coloca a mão em seu braço, onde você afundava a testa. Puxando para fora para que você olhasse para ele. Ele vê seus olhos vermelhos. Não sabe se você chora de raiva ou tristeza. Isso parte ele em pedaços. Você não merecia passar por isso.
Quando você olha para Javier, a cara de um cachorro que caiu do caminhão de mudança. Você puxa seu braço para si.
Javier continua.
"Você precisa se preparar para problemas. Isso vai trasbordar. E essa gente, não vai acertar que eu pare. Se atacarem você por causa do que eu fiz, aqui dentro, se proteja. Você não sabia de nada. Entendeu?"
Você concordou assentindo com a cabeça.
"Eu sou tão estupida, como eu pude chegar até aqui?"
"É minha culpa. Isso tudo é minha culpa. Nunca deveria ter me aproximado de você. Se algo acontecer fora daqui, eu vou até o inferno atrás de você, mas a intenção é que eles me peguem para que você fique a salvo"
Você balança a cabeça incrédula.
Você empurra ele.
"Eu odeio você"
Você empurra ele novamente.
"Odeio você, seu filho..."
Javi segura seu braço.
"Você sabe o que isso significa?" Você tentava estapear ele.
"Eu vou perder meu trabalho..."
"Não..." Javier segurava seus punhos.
"Voce arruinou tudo de bom que existe na minha vida"
"Eu sei cariño"
"Cala a boca"
Javier te puxa para ele. E te prende em um abraço. Você esperneia no início. Xingando ele o quanto pode. Lutando para se desvencilhar dele. Mas se rende.
"Eu pedi para você Javi, eu tentei te avisar..."
Javier estava com os lábios no topo da sua cabeça.
"Eu sei meu bem, me desculpe."
Vocês ficam abraçados por um tempo. Até você conseguir pensar.
Você se afasta para olhar para Javier.
"Podemos sair dessa limpos"
Javier sorri, sem acreditar. Soltando o ar pela boca.
"Você ouviu Martinez hoje, se pegarmos Pablo, acabou. Tudo isso acaba. E podemos ir embora. Limpos"
Javier fica em silêncio. Pensativo.
Você se solta do abraço dele.
"Pense nisso antes de tomar qualquer outra decisão estúpida"
Você da alguns passos para trás. Ia se virar, quando Javier segura sua mão.
"Espera"
O calor da mão dele na sua pele, irradia um arrepio por todo seu corpo. Você observa onde suas peles se encontram. Parecendo tão certo. Mas sendo tão errado.
Ele puxa você de volta para próximo dele. Você da passos relutantes. Os olhos de Javier nunca estiveram tão atentos e cuidadosos como hoje. Estudando seu rosto. A outra mão sobe na sua bochecha, o polegar limpando a lágrima no canto do seu olho.
"Tudo que eu disse aquele dia. É verdade. Eu nunca usaria você. Nunca. Me odeie, me culpe, me xingue, mas por favor, nunca duvide do que eu sinto por você, e de como eu jamais faria nada para te magoar propositalmente"
Você sentiu seu coração amolecer. O sentimento era dúbio. Você odiava Javier. Mas você queria poder abraçá-lo e dizer que tudo iria ficar bem.
Você abaixa a cabeça. Segura mais firme a mão dele. Sua mão sobe para o rosto dele, segurando a bochecha dele. Javier fecha os olhos ao seu toque.
"Javi, no final, todos saíram um pouco da linha aqui. Obrigada por ter ido atrás de mim. Eu sou grata por isso. Mas, isso é tudo" sua voz falha.
Isso não é tudo.
Javier ainda segura você.
"Espere" ele engole em seco.
Ele não quer deixar você ir.
Você sofre. Ele vê. Ele sofre. Você vê.
"Só..." ele hesita. Os olhos descendo para seus lábios.
Você balança a cabeça quando ele vem se aproximando de você. Seu peito queima.
"Você vai me fazer sofrer" você murmurou um pouco ofegante demais.
Javier se aproxima, e beija sua testa. Demorado. Respirando você. Gravando seu cheiro.
E então deixa você ir.
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