Tumgik
#era só manter a bola do outro lado
lover-of-mine · 1 year
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Eu toda vez que eu vejo um jogo que vai pros pênaltis e o primeiro a cobrar é o camisa 10: *pro Tite que não pode me ouvir* tá vendo o que acontece quando você bota seu melhor jogador pra bater primeiro????
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babydoslilo · 11 months
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Entre Rivais
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O que acontece no jogo, fica no jogo. Ou pelo menos tinha sido assim até Harry Styles e Louis Tomlinson, capitães de times rivais, deixarem a competitividade e arrogância influenciar suas atitudes fora do campo.
Talvez não tenha sido uma boa escolha para Tomlinson pressionar o corpo forte na parede. Também não foi muito bem pensado que Styles se viu entre um peitoral másculo e um sofá. 
Em um cenário majoritariamente masculino e homofóbico como o mundo do futebol, não é recomendável que dois jogadores heteros desenvolvam certos tipos de sentimento. 
Bom.. eles terão que lidar com isso.
Essa história contém: Smut gay; Revezamento; Enemies to lovers; Harry um pouco menor que o Louis; Mutual pining (quando as duas pessoas se gostam, mas acham que o outro não está interessado).
Pequeno aviso aos que leram Rivals: vocês vão achar muita semelhança com a oneshot ziam no início, mas essa é a história completa que eu queria fazer quando pensei naquele plot. Boa leitura!!
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I
O apito soou estridente anunciando o início da partida. Seria só mais um jogo comum entre dois times ingleses se não fosse pela competitividade que exalava dos poros dos seus respectivos capitães. 
Apertar as mãos dos seus oponentes poderia ser descrito como o momento mais cortês e amistoso de qualquer esporte, mas também era o mais falso. Os olhos claros se encararam por segundos inteiros e nem um "bom jogo" foi pronunciado, os maxilares rigidamente marcados e o aperto forte em suas mãos deixou claro o quão sério iriam jogar naquela manhã. Assim que se encontraram frente a frente novamente para jogar a moeda e decidir quem iniciaria com a bola, o ar pareceu se tornar mais pesado e o choque entre o azul e vermelho das roupas assim tão próximas poderia soltar faíscas. 
Pela primeira vez durante toda a etapa classificatória das equipes, o sol brilhava forte no céu, fazendo com que os jogadores ficassem suados e cansados ainda mais rápido. A tela verde que era o gramado estava totalmente pintada com pontinhos misturados das cores azul, branco e vermelho dos times e o uniforme preto que acompanhava com velocidade os jogadores para marcar qualquer penalidade no jogo.
O uniforme de Louis era branco com mangas e short azuis, e já estava manchado de terra, suor e grama em poucos minutos da partida. A faixa preta que segurava os fios curtos molhados o irritava com a pressão constante em sua cabeça e ele estava a ponto de arrancar tudo com o nervosismo que sentia a cada minuto que passava sem um maldito gol. Os 15 minutos iniciais do primeiro tempo foram cruciais para determinar o ritmo e seriedade com que os times jogavam, e mesmo que o resultado não fosse eliminar ninguém da competição, era importante se manter em um bom pódio.
Tomlinson, como capitão, seguia correndo o máximo que podia e animando os colegas, incentivando a sempre continuar com as marcações e ataques. Aquele apoio era fundamental e todo mundo podia reconhecer o efeito que tinha uma boa liderança. Do outro lado do estádio, o time rival não tinha a companhia do seu capitão em campo, mas podiam sentir a apreensão e incentivo que o cacheado emanava dos bancos, não conseguindo, no entanto, se manter sentado enquanto os parceiros jogavam, e por isso estava sempre gritando ordens em pé como se fosse o técnico. 
Harry Styles estava se recuperando de uma cirurgia no joelho e por isso só entraria diretamente para o embate se fosse realmente necessário. Enquanto os colegas conseguissem manter a defesa bem alinhada, as marcações pressionando os adversários e os passes bem feitos, não havia motivos para se desgastar. Essa tática seria útil em não lesionar ainda mais o jogador se ele de fato conseguisse se manter calmo e descansado enquanto não precisava se esforçar, recomendação que realmente não era cumprida ao que as pernas envolta em um short branco se movimentavam ansiosas de um lado para o outro e os braços tatuados não paravam quietos, passando a mão pelos fios castanhos e apontando para o jogo aos gritos em todo segundo. 
O dois times em campo eram muito bons, não dava pra negar, mas assim que Louis fez o passe que foi brilhantemente finalizado por outro atacante, marcando o primeiro gol da partida quase no final do primeiro tempo, a torcida se tornou voraz na arquibancada e Harry sentiu a pressão em seus ouvidos, bem como no estômago. Teria que jogar também. 
Mais uma vez o sílvio longo do apito soou, indicando o final desse tempo, e os dois times se recolheram cada um em seu vestiário. Os técnicos e seus assistentes com prancheta em mãos mostravam desenhos e estratégias que poderiam tomar a seguir, os jogadores ouviam atentos às recomendações e sugeriam trocas e substituições, os massagistas e fisioterapeutas davam uma revisão geral em todos os garotos, aplicando sprays mentolados e fitas adesivas, Kinesio tape, para alívio de dores e possíveis distensões musculares, e os capitães tentavam se concentrar na responsabilidade que estava em suas mãos. 
Quando puderam voltar para o campo, alongando rapidamente o corpo e dando pulinhos para esquentar o sangue, o clima do ambiente parecia ter mudado. Com os capitães e atacantes à postos direcionando os seus, a atmosfera se tornou quente e pesada, o sol contribuindo para tal já que se aproximava do meio-dia, e os olhos quase fechados pela claridade acharam foco um no outro, encarando com determinação o rival do outro lado do campo. Mais uma vez o som estridente fez com que os corpos se movessem com velocidade, estavam todos famintos no segundo tempo, uns querendo se manter na liderança e outros querendo retomar o poder. 
A bola girava nas chuteiras de marcas famosas, o gramado já contava com algumas falhas e a terra se mostrava após quedas e derrapadas em um mesmo local. Os uniformes sujos já estavam se colando aos corpos musculosos e alguns jogadores se sentiam doloridos após tantos empurrões e puxadas que davam e recebiam. No entanto, o embate pessoal entre Tomlinson e Styles não tinha acontecido com tanta ênfase até que o calçado com o número 28 estampado conseguiu domínio total da bola, driblando a defesa dos outros com agilidade e se aproximando perigosamente do gol. 
Foi nesse momento, quando estava quase lá, de cara com o goleiro adversário e a área livre, que Louis sentiu um corpo forte e poucos centímetros mais baixo colar ao seu com dureza, uma mão agarrou firme a barra da sua camisa e um peito largo fez pressão em suas costas enquanto pernas ágeis trabalhavam para tentar tomar a bola. 
O maior tentou se livrar do agarre com os cotovelos, mas não conseguiu. Tentou jogar a pélvis para trás para ganhar mais distância entre o quadril do outro e o seu, o que também afastaria ele da bola disputada, mas o homem insistia em lhe encoxar, não se afastando um centímetro sequer. A confusão de corpos estava tão intensa que o juiz viu a necessidade de parar o jogo, dando um pequeno aviso de que aquilo não era dança de salão para estarem colados, e assim que Louis virou para ver quem estava lhe marcando daquela forma, seu sangue ferveu. 
O cacheado respirava com dificuldade enquanto seus olhos ferozes encaravam os azuis do outro, as mãos que estavam apoiadas na cintura alheia subiram em rendição quando o maior se encheu de uma adrenalina e raiva tão grande que mal viu a hora em que o corpo agiu sozinho e foi de encontro ao que estava em frente. As mãos grandes também tatuadas agarraram o uniforme vermelho e Harry sentiu seus pés levantarem involuntariamente pela força, os narizes quase se esbarraram com a proximidade que tinham tomado naquela confusão que pareceu durar minutos, mas, em verdade, durou segundos antes de diversos jogadores virem afastá-los. 
Eram vozes muito graves falando todos ao mesmo tempo, muitos sotaques diferentes de uma só vez e não dava para entender uma palavra sequer, a única coisa que estava em foco eram as feições raivosas e cheia de promessas silenciosas que eles trocaram pouco antes de um cartão amarelo ser levantado em direção ao de uniforme azul. 
O jogo seguiu acirrado, mais marcações pesadas ocorreram entre os dois e sempre pareciam mais violentas do que as demais. Uniformes eram esticados ao ponto de quase rasgarem, os músculos das pernas já estavam doloridos após tantos empurrões e rasteiras, shorts amassados e levantados depois de tanto contato e um certo volume compondo toda essa bagunça. Era normal de acontecer em partidas de futebol por conta de todo atrito entre os jogadores, então ninguém se importou muito com isso. 
O relógio mostrou que faltavam apenas 7 minutos dos acréscimos para o jogo terminar quando o time que estava em desvantagem marcou gol. A torcida cada vez mais barulhenta nos minutos finais, a ansiedade estampada na cara de cada um presente no estádio, vaias e gritos de guerra se confundiam na acústica local, jogadores mancavam cansados e doloridos pelo tempo em campo quando o apito soou pela última vez. 
Jogo encerrado, placar empatado. 
II
Após todo jogo era comum que rolasse uma after party com todos os jogadores dos times que competiram no dia, além disso várias modelos eram convidadas para embelezar a festa e outros artistas em geral não ficavam de fora. Era uma ótima oportunidade de confraternizar com outras celebridades, conhecer novas pessoas, arriscar uma noite casual ou simplesmente curtir como se fossem anônimos. 
– Que honra ter a sua preciosa presença nos agraciando essa noite senhor Alex, já estava me convencendo que tinha esquecido dos seus velhos amigos. – a voz de Louis saiu brincalhona enquanto conversava com Alex Turner. 
Eles se conheciam desde a adolescência, costumavam dividir baseados e andar de skate nas ruas mais esquisitas de Londres. Mas a vida seguiu e os caminhos se tornaram distantes assim que um olheiro levou Louis para a França para jogar em seu primeiro clube pouco antes de completar 18 anos e quando finalmente fechou contrato com o grande time inglês, Chelsea, e pôde voltar para casa, soube que seu antigo companheiro tinha dado sorte com a pequena banda de garagem e estava tentando a vida de artista nos Estados Unidos.
– Seu senso de humor não mudou nadinha, Louis. É muito bom te ver novamente, cara. – um sorriso torto estampou os lábios finos do cantor. – Ah! Deixa eu te apresentar uma pessoa.. – ele passou os olhos castanhos em volta de onde estavam até finalmente achar quem procurava. Acenou com as mãos e Louis acompanhou o belo homem que caminhava em sua direção. – Esse é Victor Nunez, meu acompanhante essa noite.
O rapaz era genuinamente bonito, Louis pensava nunca ter visto alguém com o rosto tão simétrico e anguloso dessa forma. Ele tinha o corpo alto e músculos em todos os lugares certos, diversas tatuagens que cobriam os braços, um estilo de roupas exóticas e invejáveis ao mesmo tempo e caminhava como se pudesse pisar em nuvens com suas botas de salto. 
– Eu sou Louis, muito prazer. – apertou em um cumprimento educado os dedos esguios com unhas pintadas do outro. – Não me leve a mal, mas você é modelo? Acho que combinaria muito com você, deveria tentar. 
– Sim, ele é, Tomlinson. Obrigado pelo elogio sutil ao meu parceiro, muito gentil da sua parte. – a voz de Alex cortou qualquer tentativa de fala do acompanhante e Louis virou o rosto em confusão para encarar o amigo. 
Os olhos castanhos dele estavam fuzilando as mãos ainda unidas e Tomlinson tratou de separar. Não entendia o que estava rolando entre os dois, mas não queria atrapalhar.
– Bom, Alex… eu posso falar por mim mesmo. – o modelo deu um sorriso pontual para o homem ao seu lado e voltou a olhar para o jogador, suavizando a expressão. – Obrigado, Louis. 
– Certo.. eu vou falar com os caras do time, mas aproveitem a noite. Depois a gente se vê, mate. – o jogador se despediu dos outros dois e saiu o mais rápido possível, não querendo ouvir a discussão entre dentes que pareceu começar ali. Estranho.
Louis tentou se misturar entre as rodinhas de conversa que estavam formadas, nenhum assunto lhe prendendo a atenção por completo. Tinha um sentimento que espreitava a superfície da sua pele sempre que ficava alguns minutos disperso, o cérebro se esforçando para encontrar da onde isso vinha, mas sem sucesso. 
Ele se sentia esquisito desde o jogo pela manhã. Geralmente no final do dia toda a adrenalina e tensão já teria ido embora depois do banho relaxante e sessão de massagem que era seu ritual obrigatório após cada partida, porém tinha algo diferente dessa vez. Tomlinson podia sentir sua nuca queimando e os pelos dos braços arrepiados, como se o corpo estivesse em alerta e não conseguisse descansar.  
Era estranho porque nenhuma confusão ou briga em campo era levada para a vida real, o ditado "o que acontece na partida, fica na partida" era seguido à risca, então o momento de confraternização posterior servia para acalmar os ânimos, reforçar a amizade entre jogadores de times rivais, desopilar do estresse diário com álcool e outras drogas, além de consolar quem tivesse perdido. Pelo menos estava sendo assim para todos os outros. 
No entanto, Louis e Harry ainda guardavam uma certa frustração e irritação mesmo após horas do término do jogo, o que até então era desconhecido por eles. Enquanto todos os colegas conversavam, riam e bebiam juntos, já nem lembrando do placar do jogo ou que no próximo mês iriam se enfrentar em campo novamente, eles fizeram questão de se manterem distantes, sendo ligados apenas pelo olhar duro que quase não desviava. Os olhos azuis de Tomlinson estavam tentando decifrar o que os esverdeados pensavam ao lhe fitar com tanta intensidade, fazendo o músculo dos braços fortes tensionar quando o cacheado levou o copo de bebida até os lábios grossos ainda com o foco sobre si. 
Os fios de cabelo lisos e molhados pelo recente banho do maior contribuíam para a sensação de calafrio que arrepiava todo o corpo, ao passo que as mãos se fecharam em punhos, sentindo o sangue quente pulsar nas veias saltadas e uma vontade absurda de segurar ou bater em alguma coisa. Não era normal tanta tensão vibrando pelo corpo por conta de uma situação comum de acontecer no trabalho que tinha, mas pareceu um sinal do destino quando Harry, que estava do outro lado do grande salão e aparentemente havia cansado desse jogo de encaradas raivosas que eles tinham entrado, largou o copo que segurava em cima de um balcão qualquer e, deixando uma espécie de desafio para trás, seguiu rumo a um corredor próximo à saída. 
O maior não precisou pensar nem por um minuto antes de seguir o rastro do perfume marcante que o outro deixou, não se importando em despedir-se dos colegas que estavam em sua volta. Talvez não tenha sido uma boa ideia, e ele só teve essa percepção quando sentiu o impacto das suas costas batendo contra o concreto da parede assim que dobrou um dos corredores mais afastados e escuros do local. 
Era tarde demais. 
– Oh, porra. Qual é seu problema comigo, cara? – Louis falou, sentindo sua cabeça ser forçada contra a parede e os punhos em sua camisa limitando a respiração. – Me larga!
– O meu problema com você? Você só pode estar brincando! – A respiração quente e descompassada de Harry batia no queixo do outro ao que ele gritava raivoso, se aproximando cada vez mais. – Tava me provocando a porra do jogo inteiro, fazendo questão de se esfregar em mim quando eu estava só fazendo o meu trabalho de marcação, e agora me segue até aqui pra quê? – encostou a testa contra a dele, o nariz amassando o do outro com a força que ele colocava na ação e os lábios rasparam quando ele continuou. – Qual a porra do seu problema? 
Louis sentia as respirações colidindo uma na outra pela proximidade, o sangue pulsando nas têmporas e a pupila dilatando quando o instinto falou mais alto e ele se viu tomando impulso com as mãos firmes na cintura fina do menor, empurrando-o com força contra o outro lado do corredor. Não foi uma escolha racional e eles só notaram o que de fato estavam fazendo quando uma mordida mais forte foi dada nos lábios grossos de Harry e devolvida na mesma intensidade. O beijo que trocavam era doloroso, faminto e puramente sexual.
Não existia delicadeza na troca de saliva, muito menos na maneira que as barbas arranhavam os dois rostos na mesma medida, deixando a pele por baixo vermelha e sensível, e também não havia delicadeza nas mãos que puxavam os fios lisinhos ou nas outras que apertavam as costas e cintura do menor. O gosto amargo do álcool que deixava resquício nas línguas só contribuía para que ambos sentissem o corpo mais receptivo, aceso, e a mente embaçada, sem foco. 
O tecido da camisa do cacheado estava sofrendo com os puxões e amassos que as mãos firmes de Louis deixavam por todo o peitoral e costas, descontando ali toda a frustração de estar desse jeito por um jogador rival. Não passaram muito tempo naquela bagunça de grunhidos graves e respirações pesadas entre os beijos e mordidas, numa disputa não muito silenciosa para ver quem dominava melhor ou por mais tempo, pois assim que a mão direita do maior foi em direção ao pau de Harry em um aperto forte, as mãos deste fincaram todos os dígitos na carne macia da bunda de Louis. 
Precisaram separar os lábios para ofegar em conjunto, ambos com as pupilas dilatadas e contornos visíveis em suas calças. 
Sem nenhuma palavra proferida em voz alta, saíram aos tropeços pelo corredor em direção a uma das portas que tinha ali. Pareciam incapazes de tirar as mãos um do outro e bastou a porta ser trancada por dentro, assim que encontraram um cômodo disponível, para as peças de roupas serem puxadas e tiradas da forma mais rápida possível. Harry não mediu forças quando pressionou o outro corpo na porta trancada, aproveitando para subir pelas costas largas o tecido fino da camisa que ele usava, e logo que Louis se viu livre daquele tecido, tratou de inverter as posições, trocando de lugar e abrindo sem muito cuidado a camisa social que Styles usava, não se importando realmente com os botões que acabaram voando pela força utilizada.
À medida que a pele pálida e completamente cheia de tatuagens ia se mostrando, o maior passou a deixar beijos molhados e mordidas. O primeiro alvo foi o pescoço de Harry, onde o amargo do perfume tomou conta da língua quente de Louis, trazendo um erotismo e ardência que nenhum deles tinha experimentado com os aromas adocicados anteriores.
Depois ele seguiu para o tronco, tentando manchar a pele com chupões e mordidas mais fortes, uma clara competição com a tinta preta que era abundante naquele local. A boca atrevida foi rápida em descer até o cós da calça de alfaiataria que Harry usava, os olhos azuis do maior encarando com curiosidade a espécie de folhagem desenhada no fim do abdômen definido.
Eles não pensaram muito ao tirar com agilidade os tecidos que faltavam para deixar aquele corpo estonteante totalmente despido, ambos descobrindo o quão bem podiam trabalhar juntos. No entanto, antes que Louis pudesse aproximar mais uma vez os lábios da pele quente que pulsava totalmente rígida, o menor pôs as mãos nos cabelos castanhos, segurando com força o suficiente para que o outro ficasse de pé mais uma vez e cambaleasse para trás, seguindo à contra gosto o comando silencioso que lhe foi dado. 
A sala que eles estavam não era muito grande e tinha apenas uma mesa de canto com um aparador de bebidas e copos, duas poltronas próximas uma da outra e um sofá de couro marrom claro ao centro. Parecia uma espécie mais informal de escritório ou sala para pequenas reuniões. Esse ambiente só ficou realmente claro para os homens que estavam tão absortos no que estavam fazendo para dar uma olhada geral, quando Louis sentiu seus calcanhares baterem em um material geladinho e liso, claramente o móvel de couro. 
E ele estaria sentado e à mercê do outro se sua mobilidade não fosse boa o suficiente para inverter de novo o jogo e derrubar o cacheado bem no centro. Harry estava agora nu, jogado no sofá e totalmente disponível para o que quisesse fazer. Foi com isso em mente que o maior não perdeu tempo e logo estava com as mãos firmes na cintura fina, pressionando o quadril alheio com força, e direcionando seus lábios e língua até a carne tenra e pesada da ereção em sua frente.
– Oh, merda! – Harry gemeu contra a própria vontade assim que seu pau foi abrigado por um calor quase opressivo. A única reação que seu corpo foi capaz de tomar naquele momento era fincar as pernas no estofado e segurar com firmeza o cabelo do outro.
Não era romântico, nem delicado. Parecia quase punitiva a forma como os lábios cheios de Louis desciam e subiam sem trégua, famintos e quase sem controle, deixando a aspereza da barba marcar a pele pálida sempre que descia até a base, olhando para cima como se desafiasse o outro a reclamar. O maior era rápido, não perdeu tempo com sutilezas ou preliminares e o primeiro contato já foi intenso e quase doloroso, ocupando toda a boca e se divertindo com o chiado que Styles soltou por entre os dentes.
O menor tentou algumas vezes fazer com que Louis o deixasse respirar um pouco, aquele aperto em seu membro em conjunto com os olhos raivosos lhe deixavam no limite, mas o outro não se importava, nem queria ceder. Foi por isso que, sentindo o momento em que um acúmulo de saliva escorreu de propósito pelas bolas até chegar em sua entrada, ele fechou os punhos de maneira dolorosa na cabeça alheia e passou a estocar com força contra a garganta, sentindo a glande bater ritmadamente bem no fundo. 
De sobrancelhas franzidas e olhos lacrimejantes pelos pequenos engasgos, Tomlinson não iria desistir. Esses momentos de intimidade geralmente não traziam à superfície seu lado mais competitivo e irracional, mas o outro jogador parecia ter o segredo para lhe deixar assim. 
Logo os dedos largos passaram a se esgueirar pela bagunça molhada que a própria saliva tinha deixado no corpo do menor, conseguindo penetrar aos poucos a entradinha minúscula e tensa mesmo com o balanço das estocadas que Harry não dava intervalos e vencendo com muito custo a resistência dos músculos que pareciam estar travados por pura provocação.
– Que filho da put- porra. – a respiração ficou presa na garganta assim que foi preenchido por dois dedos. – Não pense que você vai me foder. Isso não aconteceria nem nos seus melhores sonhos.  
O nariz que estava colado em sua virilha soltou um arzinho em deboche e a cabecinha sensível do seu pau pulsou com a vibração da garganta que lhe acomodava tão bem. Os jogadores se encararam mais uma vez em desafio antes de Harry retomar as estocadas com ainda mais agressividade, pouco se importando se isso poderia machucar ou esgotar a voz do outro quando acabassem. 
Ele também não pensou muito que, assim como ele poderia sempre ir mais forte e mais fundo naquela boquinha, o outro teria muito prazer em revidar suas ações. 
Cada maldita estocada que dava na cavidade quente e babada era seguida por uma pressão dentro de si. A ardência de ter aqueles dedos se movimentando com rapidez e sem muito cuidado na sua entrada, acertando aquele pontinho que deixava a visão escura, somado à pressão que por minutos assolava seu membro, não restavam opções para Harry senão deixar os músculos das pernas cansadas finalmente relaxarem e se render ao orgasmo.
Sem nenhum aviso, Louis sentiu um líquido quente e espesso jorrar por sua garganta, o fazendo tossir e se engasgar um pouco pela surpresa. Os músculos em volta dos seus dedos apertaram uma última vez antes de relaxarem completamente, os joelhos alheios caíram afastados e o rapaz parecia tremer um pouco quando ele tirou a extensão quase flácida da boca e passou a limpar as poucas lágrimas que tinham escorrido e a porra branquinha que escapou pelo canto dos lábios. A pupila completamente dilatada completava a bagunça do seu rosto e o pau rígido e dolorido quase furava o tecido fino do jeans que ainda vestia. 
O cacheado parecia completamente fodido enquanto tinha as mãos acima da cabeça e tentava recuperar o fôlego, ainda meio desnorteado pelo recente orgasmo e muito desatento para reparar no outro corpo que exalava uma tensão absurda enquanto se despia completamente com todos os músculos rígidos como pedra. Pela feição determinada, não parecia que ele realmente queria fazer aquilo, era mais como se ele precisasse e não conseguisse controlar. A cada passo mais próximo do corpo quente e relaxado no sofá, o rosto se fechava ainda mais e a extensão grande e rubra latejava. 
– Ei! O que você pensa que tá fazendo? – o cacheado se forçou a abrir os olhos repentinamente e apoiou o antebraço no sofá, levantando o corpo o suficiente para ver o que o outro pretendia após agarrar os tornozelos de Harry e se enfiar entre as pernas abertas dele. 
– Só.. cala a boca, tá? Eu- porra, eu preciso te foder agora. Então você vai fazer o favor de usar essa sua linda boquinha só pra gemer, entendeu? – A voz saiu grave e Louis pôde sentir a garganta arranhando, a primeira consequência da noite que ele teria que lidar. 
– O que? Você só pode estar louco – Harry riu surpreso e tentou afastar o próprio corpo para trás. Mas o riso morreu e os olhos claros se tornaram bem abertos assim que sentiu ser puxado pelas pernas e uma extensão grossa e rígida colidiu consigo. – Não. Não..  Eu disse não! Porra- Tomlinson, olha, você não pode-
– Mas que caralho! – O resmungo saiu dos lábios inchados ao mesmo tempo que um estalo fez eco no cômodo. Louis não percebeu em que momento sua mão saiu dos quadris magros de Harry e colidiu com o rosto dele. 
A palma da mão latejou, parecia que diversos alfinetes estavam sendo espetados ali e o maior só podia imaginar qual era a sensação que o outro estava sentindo na pele que rapidamente se tornava vermelha. A garganta secou, ele não sabia o que fazer e nem se tinha quebrado o clima com isso e talvez Harry considerasse um erro. Bom.. As dúvidas foram sanadas assim que viu o pau do outro, que estava quase flácido, tomar vida novamente. 
Até Styles parecia surpreso com a reação do próprio corpo, mas logo dispersou o transe que tinha entrado e agarrou com firmeza o pescoço alheio, forçando os dedos na nuca até ter a outra face contra a sua. Olhos nos olhos, eles se encaravam com raiva, determinação, desafio e algo a mais.
– Vai ficar só olhando ou vai fazer alguma coisa? – a voz raivosa e debochada era um contraponto aos olhos brilhantes que, impacientes, pareciam implorar.  
– Você quer tanto meu pau em você que está tão nervoso assim? – um riso em escárnio escapou dos lábios que, mesmo com a voz estranha, tinham um poder gigante sobre o corpo do outro. 
Louis finalmente cansou do joguinho de provocações e se rendeu ao que tanto queria. Levou a mão até sua ereção há tempos dolorida e sensível pela falta de contato, fechou os dedos ao redor e movimentou o punho para cima e para baixo algumas vezes, observando como os lábios bem desenhados de Styles se abriram, os olhos seguindo com atenção cada centímetro que era coberto para depois aparecer novamente. 
Não durou muito tempo, no entanto, e Harry acompanhou quando a pontinha brilhante e avermelhada tomou lugar no centro das suas pernas, sumindo até que ele sentisse uma pressão lhe empurrar. As bordas, antes molhadas, não estavam colaborando dessa vez. O tamanho do membro não se comparava com os dedos que lhe abriram e ele sentiu o estômago gelar com essa realização, ansioso. 
– Cospe. – levantou os olhos vidrados ao ouvir a voz ríspida dar o comando e uma mão ser estendida em sua frente. Harry realmente queria rebater, mas o corpo não pareceu concordar com essa vontade e quando se viu já estava acumulando o máximo de saliva que podia na ponta da língua e deixando escorrer pelos lábios. 
Ele não tinha desviado o olhar das orbes alheias e por isso se sentiu satisfeito quando viu a expressão de Louis endurecer enquanto o líquido transparente ainda fazia ligação entre sua boca e aqueles dedos que já estiveram tanto dentro de si, quanto contra seu rosto. Era interessante saber que podia causar sentimentos tão conflitantes no outro, como se a raiva entre eles fosse tanta que precisavam foder para finalmente seguirem em frente. 
Ambos ainda tinham a atenção um do outro quando Louis pressionou mais uma vez a glande naquele aperto sufocante, forçando toda a resistência até que Harry se sentiu cheio. Empalado talvez fosse mais fiel ao sentimento. Ele estava estático, esperando que em algum momento pudesse relaxar o corpo inteiro e aproveitar. No entanto, não parecia que aconteceria em breve e isso o irritou. 
– Caralho! Porra! Eu te odeio tanto, merda. – respirava ofegante e estava a um passo de desistir. 
– Então quer dizer que o querido capitão de um dos maiores times da Europa não pode aguentar uma simples foda? Você é patético, sinceramente..  Eu esperava mais.
Ouvir isso foi um pouco agridoce para Harry. Ele não queria se importar com que o outro pensava dele, mas ao mesmo tempo a fala mexeu com seu ego. Ele não simpatizava com esse específico jogador, mas não queria desistir agora. Ele não gostava de se sentir inferior, mas seu pau expeliu uma quantidade significativa de pré porra.
Com os olhos fuzilando o outro, o menor respirou fundo algumas vezes, aproveitando para descontar a frustração da dor que sentia com as pontas dos dedos que marcavam os ombros e costas largas de Louis. E assim que relaxou o suficiente para que ele pudesse se movimentar, não dava para voltar atrás. 
O ritmo não foi intenso de início como era esperado apenas por se tratar deles dois. Na verdade, a junção do aperto doloroso que a extensão de Louis sofria somado à própria vontade dele de fazer com que outro se sentisse ainda mais desesperado e frustrado, só o fazia retardar as estocadas, deslizando para fora numa lentidão enlouquecedora, como se precisasse sentir todos os malditos centímetros com detalhe, para logo depois brincar com a ponta gorda da cabecinha, deixando apenas ela em contato com a pele do outro que tremia em impaciência. 
Ele fez isso uma, duas.. talvez cinco vezes antes que Harry surtasse com a provocação. 
A destra agarrou com força uma das nádegas firmes do maior e a outra mão se ocupou em rodear o pescoço lisinho, trazendo finalmente um contato que não fosse extremamente calculado e sufocante. O cacheado puxou aquela carne macia em um só impulso e gemeu aliviado com todo o pau de Louis dentro de si. A mão que estava no pescoço trouxe o rosto corado e suado dele para próximo do seu, os lábios grossinhos esbarrando com as respirações enquanto o polegar e indicador afundavam as bochechas barbadas. 
– É melhor você fazer essa porra direito antes que eu me arrependa, tá me ouvindo? – Harry rosnou com as bocas ainda em contato e deixou uma mordida forte no lábio inferior de Louis. 
– Lembre que foi você quem pediu, princesa. – jogou no ar com um sorriso maldoso e logo Styles sentiu seu fôlego ir embora. 
As estocadas se tornaram firmes e certeiras, pareciam saber exatamente onde mirar, lhe deixando totalmente zonzo e sem direção. Não ajudava com sua tentativa de preservar a dignidade o fato de que as mãos grandes e pesadas insistiam em segurar suas coxas ao redor do quadril que lhe empurrava sem parar e, quando não estavam deixando a marca dos dedos ali pelo aperto, estavam subindo em direção ao rosto, alcançando uma distância moderada antes de descer a palma na pele corada. 
Eram nesses momentos que o menor se sentia mortificado após gemidos saírem altos sem autorização por seus lábios. Sentia a bochecha quente dos dois lados, todo o local ardia e pinicava, mas a sensação parecia lhe deixar flutuando. Estava tonto e sobrecarregado, não tinha certeza se seus olhos estavam abertos ou não, só conseguia focar no peso sobre si, na face latejando sem parar e em sua entrada totalmente preenchida. 
Em algum momento seus dedos fizeram caminho até os próprios lábios que soltavam murmúrios confusos e ininteligíveis, ocupando espaço ali por alguns segundos e resgatando toda a saliva que conseguiu. Logo em seguida, com a ponta dos dedos lambuzadas e escorregadias, ousou em aproveitar que o outro estava concentrado em acabar consigo e arrumou a posição para conseguir o que queria. Ele estava tão sobrecarregado que precisava descontar de alguma forma e arranhar a pele bronzeada ou morder os lábios macios de Tomlinson já não parecia ser o suficiente.
– Oh, porra! Hm.. – Louis gemeu surpreso ao sentir os dígitos gelados em sua entrada, estranhando um pouco o desconforto de ser alargado ainda que minimamente, mas seria hipocrisia pedir para que o outro retirasse os dedos de si enquanto ele próprio afundava com brutalidade o pau naquela bundinha de Harry. Então ele não iria negar. 
Era um pouco estranho e desconfortável para ele. Na verdade, toda essa situação com o outro jogador era completamente estranha e surreal. 
Tomlinson nunca imaginou que teria Styles abaixo de si, tão entregue e corado, parecendo mais macio a cada gemido que escapava pelos lábios agora inchados e com o rosto completamente vermelho e marcado. Eles deveriam se preocupar com essas marcas se não quiserem levantar suspeitas, mas os olhos verdes que pareciam espelhos de tão brilhantes ao revirar as orbes não pareciam sequer cogitar se preocupar com isso naquele momento. 
Enquanto Harry parecia estar fora de órbita, soltando gemidos cada vez mais altos e manhosos sem pensar em quem poderia ouvir do lado de fora, Louis parecia estar fora de si. Os olhos, em vez de possuírem um brilho bonito e sensual como no outro, revelavam um brilho que escurecia a feição, o deixava feroz, como se estivesse em conflito com uma besta dentro de si e não havia chance do lado de fora ganhar. 
Não era arrependimento, no entanto. Estava mais para fome e revelação. 
Ele nunca teve a experiência de ter outro homem sob si e no momento isso só parecia certo demais. O sentimento era de que perdeu muito tempo sem aproveitar de um corpo forte gemendo e implorando pelo seu pau, a voz grave deixando todos os pelos do corpo arrepiados, sabendo que poderia reduzir à lágrimas outro cara, que seria tão viril quanto possível para a sociedade . 
Assim que o pensamento se realizou e Louis notou pequenos caminhos molhados na face de Harry, ele percebeu como seu corpo, sozinho, estava empenhado em tirar tudo o que pudesse daquele momento. O quadril ia forte e rápido, acertando a próstata do outro em quase todas as estocadas, as mãos estavam segurando os joelhos do cacheado o mais afastado possível um do outro e a visão dali de cima era surreal. 
Styles já tinha há muito fechado os olhos e se rendido, ainda tinha uma das mãos apoiadas na carne farta e dois dedos que lutavam para permanecerem quentinhos dentro da entrada alheia, mesmo que só tivesse conseguido deixar que as pontas dos dígitos ficassem ali sem que ele precisasse se esforçar para alcançar mais profundidade. Ele estava fodido demais para esse trabalho. A outra mão estava na própria ereção que descansava sobre a barriga lisinha, deixando uma bagunça pegajosa e molhada pela pele tatuada e ele sequer sabia em que momento o cérebro deixou de registrar o que acontecia com o próprio corpo. Harry gozou em algum momento entre os tapas no rosto, mãos marcando as coxas, estocadas brutas e olhos azuis lhe enlouquecendo. Era impossível para ele precisar o tempo, estava tudo uma bagunça. 
Mas aparentemente seu corpo ainda estava sensível o suficiente para perceber o segundo exato em que seus ouvidos captaram um gemido sôfrego mais alto, seu tronco sentiu um peso extra repentinamente jogado sobre si e sua entrada vazou com a porra quentinha, lhe deixando melado por dentro e por fora.
Harry não teve coragem de abrir os olhos e realizar que eles realmente fizeram isso. Louis sentiu que o outro tentava controlar a respiração abaixo de si e não tinha intenção de conversar sobre o que aconteceu agora. Porra.
Com os olhos firmemente fechados e pernas bambas, o cacheado só deu falta de um corpo quente em cima do seu quando um arrepio subiu pela pele descoberta, o vento frio marcando presença agora que não tinha nada lhe aquecendo. Não tinha barulhos no ambiente, nenhum farfalhar de roupas ou passos. Quanto tempo ele passou tentando fingir que nada tinha acontecido?
Finalmente ele reuniu coragem para lidar com a situação feito um adulto responsável pelas próprias atitudes e abriu os olhos. Não tinha ninguém ali, estava sozinho. 
III
No dia seguinte, Louis estava com uma ressaca infernal e muita dor de cabeça. As memórias da noite anterior não estavam muito claras desde o momento em que ele deixou o corpo tenso do outro jogador no sofá e saiu às pressas de volta pro mezanino da festa, pediu duas doses de alguma bebida muito forte e não lembra de ter parado apenas nelas. 
Ele não costumava ser um babaca com suas parceiras casuais, na verdade ele se considerava um ficante bem responsável emocionalmente. Nunca deixava elas sozinhas após fodê-las como fez com Harry.
Mas.. tudo com o cacheado foi tão repentino e intenso, o corpo de Louis reconheceu que vinha ansiando isso por um longo tempo, ele nunca se deixou ser tão rude com os corpos pequenos e femininos outras vezes, ele nunca tinha deixado o impulso o dominar, e ver como podia ser agressivo com outro homem, de uma maneira que não sabia querer ser, lhe assustou pra caralho. Além de todo esse choque sobre o próprio comportamento, ainda tinha um outro lado para lidar.
Enquanto eles estavam trabalhando juntos em prol do prazer, não parecia que havia nada errado. Mas assim que ambos gozaram e a realidade pareceu vir à tona, sentir o corpo de Harry cada vez mais petrificado, tenso e aparentemente arrependido não era o que Louis estava esperando. O cara estava todo mole e derretido embaixo dele em um momento e no minuto seguinte tinha as pálpebras fechadas com força, lábios franzidos e parecia implorar para que o corpo em cima dele sumisse. 
Foi um banho de água fria. 
Louis até pensou, enquanto virava copos e mais copos no bar, que preferia esquecer esse dia inteiro. Mas ao levantar na própria cama, sem saber exatamente quem tinha o ajudado a chegar em casa, e ao olhar para o espelho do outro lado do cômodo, vendo o corpo bronzeado e dolorido com listras vermelhas e círculos arroxeados manchando a pele, percebeu que dificilmente conseguiria esquecer. 
Ele tentou seguir a rotina normalmente, rezando para que ninguém do clube tivesse notado algo na festa e para que nenhum blog de fofoca tivesse postado algo com seu nome. Por incrível que pareça, tudo estava normal. Louis compareceu aos treinos pelo resto da semana, os assuntos com o pessoal do time pareciam os mesmos de sempre, os olhares de zombaria pelas costas marcadas não pareciam diferentes de quando ele aparecia assim após um dos vários encontros com as antigas ficantes, nenhuma desconfiança sobre um jogador adversário específico. 
Mas apesar de não haver nenhum boato envolvendo o nome do cacheado, Tomlinson não conseguia tirar os olhos verdes e o corpo pálido da cabeça. Podia ser uma fixação completamente normal para um cara que teve seu primeiro homem, só que a forma como os dedos vibravam em ânsia para tocar na pele macia novamente, além da maneira que a concentração parecia cada vez mais dispersa em momentos que não deveria tirar a atenção das orientações do treinador, por exemplo, ou da bola que foi facilmente tomada dos seus pés, e, ainda, a forma como uma angústia subia pelo estômago antes de dormir, lembrando de como os olhos verdes foram escondidos de si pouco depois dele ter uma das melhores experiências da vida.. isso definitivamente não era normal. 
E Harry.. Harry estava uma bagunça.
Depois de abrir os olhos e se pegar sozinho e usado, um frio se alojou por toda a espinha. Foi difícil levantar dali, não apenas pelas dores em todo o corpo, mas porque ele se sentia pequeno e frágil. Ainda assim, reuniu o pouco de dignidade que lhe restava, se é que havia algum resquício ainda, e juntou as roupas, se martirizando um pouco sobre a aparência desgrenhada da blusa sem botões e implorando às divindades para que todos da festa já estivessem bêbados o suficiente a ponto de não notar o estado deplorável dele. 
Assim que deu um jeito na aparência das roupas, fingindo que era comum sair por aí com o peito exposto e a blusa social completamente aberta sobre os ombros, ele se esgueirou pelo corredor quase vazio até encontrar um banheiro. Deplorável era um elogio perto de como ele se sentiu assim que a luz clareou a visão e ele se viu no espelho. 
Definitivamente não dava para se deixar ser visto dessa forma. Os cabelos pareciam nunca ter visto um pente, totalmente embolados, o torso pálido parecia uma tela abstrata com tantas manchas em tons diferentes de vermelho, os olhos ainda guardavam um certo brilho e o rosto tinha marcas bem delineadas pelos diversos tapas que ganhou. Porra. Ele parecia bem fodido. 
Demorou alguns minutos até ele se recompor do choque inicial ao se ver assim e quando se convenceu a não surtar em um local cheio de pessoas, ele caminhou em passos rápidos e com a cabeça baixa até a saída dos fundos. Nem cogitou se despedir dos colegas e conhecidos, só focou em chamar um uber o mais rápido que pôde e finalmente desabar na própria cama. Com sorte esse dia não teria acontecido de verdade e seria só mais um pesadelo estranho como os que ele imagina ser um super herói ou uma donzela da Idade Média.
Ele não teve sorte. 
Isso ficava cada vez mais claro quando ele teve que dar uma desculpa esfarrapada, esperando ser convincente o suficiente, para o técnico do time por ter faltado três dias seguidos de treino. Não era prudente se ausentar quando estava tão perto do próximo jogo, mas Harry não podia simplesmente aparecer publicamente com cinco dedos tatuados em cada lado da face, isso seria humilhante e revelador demais.
Infelizmente os dias em casa não foram exatamente de descanso. O cérebro se manteve ocupado demais em repetir muitas e muitas vezes tudo o que aconteceu entre ele e Louis desde o início do outro dia. O cacheado estava com problemas para seguir em frente sobre isso e esquecer o outro jogador, na verdade parecia que o corpo não queria esquecer e ele se via excitado e sensível sempre que os pensamentos lhe levavam de volta ao momento, e isso acontecia com mais frequência do que ele estava disposto a admitir. 
Quando achou que estava suficientemente decente para voltar à vida em sociedade, Harry tentou ocupar a cabeça com tudo que não lhe causasse gatilhos sobre o maior. Isso era uma tarefa muito difícil quando o próprio trabalho e uniformes suados lhe remetiam ao outro jogador, quando os corpos molhados no vestiário pareciam demais um corpo bronzeado que ele conheceu muito mais que qualquer outro, quando olhava no espelho em casa e já sentia falta das manchas cobrindo a própria pele, mesmo que elas ainda não tivessem sumido completamente. 
°°°°°
–  Tá tudo bem, filho? Você tá nervoso com o jogo de hoje? – Harry ouviu a voz carinhosa da mulher. 
Geórgia trabalhava em sua casa desde que Harry se entende por gente e cuidava dele como uma mãe faria. Por isso que ele fez questão de levá-la consigo para todas as cidades que mudava por conta do trabalho, pelo menos facilitava o fato de o marido da senhora já tinha falecido e não tiveram filhos. Talvez seja por isso o apego quase materno e o cuidado que ela tinha com Harry. 
– Oi, Gê.. – cumprimentou com um abraço carinhoso que sempre lhe deixava confortável, com a sensação de lar. – É.. acho que tô um pouco nervoso sim hoje. Quer dizer, é um jogo importante né- é compreensível.. eu acho. – sorriu sem graça. 
Essa mulher provavelmente o conhecia mais que a própria mãe do cacheado, ele não tinha esperanças que ela acreditasse nesse discurso. 
– Mas não é só isso.. ou é, criança? – Criança. Era assim que Geórgia chamava ele sempre que queria mostrar que estava ali, não importava para o quê. 
Não dava para se enganar em pensar que ela não tinha notado o comportamento estranho de Harry nesse último mês. Logo após um dos primeiros jogos do campeonato, seu garoto tinha aparecido todo marcado, faltou alguns treinos, coisa que não tinha costume de fazer, e andava com a cabeça nas nuvens. Ele não explicou o que tinha acontecido, mas Geórgia não era tão desatenta como ele imaginava, e sabia muito bem como jovens bonitos conseguiam marcas como aquelas. Ela também já foi jovem um dia.
– Acho que não posso mais ser considerado uma criança, sabia?! – Harry tentou brincar e desviar a atenção dos olhos castanhos que o faziam querer se encolher e desabafar como um bebê de 5 anos no colo da mãe. Bem parecido com o Harry dessa idade que corria para o colo materno da empregada sempre que as crianças mais velhas não lhe deixavam jogar no campinho da escola. 
– Você vai ser sempre uma criança para mim, filho. E você sabe que eu estou sempre aqui se você quiser conversar.. não precisa temer. 
Os carinhos que ela fazia nos fios cacheados e o beijo que ela deixou em sua testa, fizeram Harry soltar uma respiração profunda e deixar o medo de lado. 
Ela lhe conhecia melhor do que ninguém, esteve em todos os momentos difíceis com ele, comemorou cada vitória.. Ela não iria lhe abandonar se ele contasse como estava se sentindo após a descoberta. 
Harry nem percebeu em que momento começou a falar. Ele simplesmente soltou tudo que vinha guardando, eram muitos murmúrios confusos e rápidos, mal fazia sentido para os próprios ouvidos e a respiração repentinamente ofegante não ajudava, mas isso só refletia como ele estava por dentro. 
Ele esperava que Geórgia tivesse compreendido pelo menos alguma parte do que conseguiu jorrar pelos lábios trêmulos, esperava não precisar repetir sobre a noite com Louis e sobre como se sentiu bem com ele, esperava que não tivesse soado tão patético quando contou que não conseguia tirar o outro homem da cabeça apesar de ter tentado muito. Esperava também não ter soado muito inseguro quando falou sobre estar em processo de aceitamento sobre ser gay.
A sexualidade não seria uma questão para ele se o universo em que estava inserido fosse diferente. Isso parecia estar estampado na cara dele, pois o abraço que recebeu após minutos de desabafo parecia dizer "eu vou estar aqui mesmo que tudo dê errado, criança". 
°°°°°
Entrar em campo contra aquele time novamente não tinha o direito de o deixar tão nervoso assim. Louis estava se sentindo um amador, isso era inaceitável. 
O estômago estava embrulhado, os olhos vagavam ansiosos pelo gramado, procurando por alguma coisa de forma inconsciente, os músculos rígidos e as pernas trêmulas. Esses sintomas não eram habituais e ele quase agradeceu quando viu o corpo forte com cabelos marrons e olhos verdes ao longe, porque finalmente a agonia por baixo da pele pareceu se acalmar. Quase.
Mas logo esse sentimento ansioso deu margem a outro, mais feio e mais forte. Irritação. Ele não tinha esquecido completamente a forma como o outro se negou a olhar em seus olhos após o que fizeram, e Louis queria empurrar ele em alguma superfície e forçá-lo a olhar só para si. Queria fazer os olhos verdes ficarem vidrados, obcecados, eles não deveriam desviar de Louis.
O mês que passou não fez nada para diminuir essa necessidade que o maior sentia. Cada dia vivido foi doloroso para essa necessidade de atenção, ser negado a isso fez algo muito forte nascer nele. 
O moreno nem se importava mais que o outro cara fosse um homem, a única coisa que conseguia pensar era em como foi bom, como o fez se sentir poderoso ter aqueles olhos brilhantes fixados nele, implorando por ele. Provavelmente isso significava que Louis era gay ou pelo menos bissexual, mas ele não estava surtando por isso. 
Sua família sempre foi muito apoiadora e se ele dissesse que descobriu um aspecto novo da sexualidade aos 25 anos, o máximo que fariam seria dar risada e zombar dele por ter perdido tanto tempo. Ele também sente como se tivesse perdido tempo, talvez seja por isso a urgência pulsando nas suas veias. 
O jogo passou em um borrão. Chelsea em seu costumeiro uniforme azul versus Manchester United de vermelho. O moreno tentou se manter o mais distante possível do cacheado durante a partida, trocou as marcações com os parceiros do time, errou alguns passes e teve que ouvir os gritos e broncas do técnico. Louis não se sentia o mesmo, e provavelmente os fãs também notaram isso.
Agradeceu mentalmente a Alex quando o amigo mandou uma mensagem o convidando para um pub após o jogo, era a desculpa perfeita para não ir no after com os companheiros de time e de brinde não deixaria suspeitas. Mas assim que chegou no local marcado para encontrar o cantor, Louis não tinha mais certeza. O clima estava estranho, Alex estava cabisbaixo e parecia angustiado com alguma coisa, ele também estava sem acompanhante dessa vez. 
Não demorou muito para a bebida fazer efeito e liberar as amarras dos dois homens que queriam conversar com alguém, mas sem admitir para si mesmos o real problema. 
O jogador tentou ouvir o que o outro falava, tinha algo sobre o modelo que ele lhe apresentou da outra vez, Louis não entendeu muito bem porque o sangue que pulsava nos ouvidos o impediu de se concentrar. Provavelmente estava sendo um péssimo amigo e ao ver como Alex parecia um merda, deduzindo que foi a falta do outro rapaz que fez isso com ele, Louis tomou a decisão mais prudente para a sua cabeça. Bom.. Essa cabeça que já tinha inserido uma quantidade questionável de álcool, mas ainda assim. 
Ele esperava ter aconselhado bem o amigo a resolver o problema com o modelo quando disse algo como essas frases clichês sobre “correr atrás da felicidade” que você geralmente encontra em imãs de geladeira. Não estava prestando muita atenção, mas lembra do olhar repentinamente motivado do outro e do momento em que ele virou as costas e saiu do bar. Com a mente girando em ansiedade, Louis só podia imaginar que foi por uma boa causa que o amigo lhe deixou sozinho e com a conta para pagar. 
Ele nunca tinha sido o amigo conselheiro ou racional dos seus círculos sociais, aquele em que as pessoas confiavam para lamentar da vida e pedir ajuda. Louis estava mais para o amigo brincalhão que as pessoas chamavam para se divertir e desestressar, mas essa situação com o outro mexeu em alguma coisa dentro de si.  
Foi no impulso que ele se viu pegando um carro para o local da festa dos times quando já tinha passado tempo o suficiente para a comemoração estar em seu melhor estado. Ele queria se convencer que não, mas tinha uma vozinha em sua cabeça que acertava em dizer o motivo para ele querer ir até lá. Só tinha uma pessoa que ele precisava encontrar. 
IV
O lugar escolhido para a festa dessa vez tinha sido um clube noturno e o ambiente sensual e elegante recepcionou Louis muito bem assim que o rapaz passou pelos seguranças da porta. O auge da madrugada tinha chegado e havia muitos corpos suados e colados dançando alguma música eletrônica no centro do salão e era bonita a confusão de luzes roxas e azuis que piscavam para a euforia dos convidados.
O ambiente não era tão grande como da última vez, para a alegria do jogador, então Louis pensou que poderia conseguir uma melhor visão das pessoas que estavam ali se fosse para o mezanino observar de cima e quem sabe encontrar o que tanto estava procurando. Andou por entre as pessoas, se atrapalhando um pouco com o embalo dançante que elas seguiam e tropeçando em algumas pernas pelo caminho, passou sem realmente cumprimentar ninguém específico até chegar na escada que dava acesso ao espaço mais alto e aberto do salão. 
Não tinha nenhum jogo de luzes ali em cima, o que deixava o ambiente um tanto escuro e sufocante, mas dava para enxergar a presença de alguns grupos sentados nos sofás e mesas que rodeavam o local. Algumas risadas chegavam até seus ouvidos enquanto Louis se apoiava no metal preto que rodeava todo o mezanino e passava as orbes azuis por todos os rostos lá embaixo. Era frustrante não reconhecer os fios marrons em meio a tantas cabeças e mais chato ainda era perceber que com tantas luzes coloridas, o verde que ele veio buscar talvez tenha passado despercebido. 
Louis soltou um suspiro resignado e estava pronto para sair dali quando sentiu um arrepio correr pela espinha, daqueles que traz o sentimento de estar sendo observado. No entanto, o ponto principal no caso dele era que só tinha uma pessoa capaz de despertar a rigidez em seus músculos ao ponto dos punhos fecharem com força ao mesmo tempo em que traz moleza para as pernas, fazendo com que queiram ceder ao peso de apenas um olhar. 
Ele nem tinha certeza se a presença que sentia atrás de si era real mesmo ou apenas fruto dos muitos copos de cerveja que tomou antes de vir, mas foi só girar em seu próprio eixo que ficou claro. Um pouco tonto por finalmente ter toda a atenção que desejou daqueles olhos tão enervantes ao longo das últimas semanas, o moreno sentiu como se a consciência tivesse abandonado seu corpo ao que as próprias pernas se moveram para a frente até sentir duas mãos em sua cintura e ele finalmente respirou, nem lembrando em que momento seus pulmões resolveram prender o máximo de ar que era possível.
Diferente da primeira vez em que estiveram tão próximos, agora nenhuma palavra ousou sair de ambos os lábios, nem mesmo para provocar ou ofender. A tensão entre eles era cautelosa, os corações ainda receosos sobre tudo que tinha acontecido e sobre o que ainda poderia acontecer, apenas o mínimo som já poderia tornar tudo real. Eles ainda não estavam prontos para a realidade.
Apesar de toda a confusão mental, os corpos não escondiam a chama e necessidade correndo pelas veias e bombeando no peito. Louis não beijou Harry ali, estava contente em apenas ter para si o monopólio de toda a atenção do jogador. Harry não tirou as mãos da cintura firme do outro, mas sentia as pernas pesadas demais para fazer qualquer movimento diante daquele homem à sua frente.
Mas eles devem ter saído do torpor em algum momento porque instantes depois Louis se viu seguindo Harry para dentro de uma casa grande, bem arrumada e um tanto impessoal. Sua testa franziu um pouco e ele piscou os olhos mais uma vez ao subir a escada até o segundo andar, não lembrava em que momento decidiram sair da festa ou mesmo como chegaram ali, a única certeza era que aqueles móveis frios no quarto espaçoso que entravam definitivamente não eram seus. 
°°°°°
Harry sentia os dedos tremendo um pouco em nervosismo e seu estômago dava piruetas ao que deixou a porta do quarto fechar em um baque surdo. Talvez os drinques que tinha virado na festa tentando descontar a frustração por não achar os olhos azuis bonitos ali tenham lhe dado a coragem necessária para levar o outro ao seu lar, ou talvez as doses só tenham servido para ele esquecer da humilhação e desprezo que arrepiava sua pele com as lembranças no último mês.
Nublado por sentimentos conflitantes, o cérebro do cacheado só tinha a pretensão de sentir mais uma vez o que ele sentiu naquele dia. Era certo, ele foi desejado.. feliz. Pelo menos por um momento. 
Enquanto se aproximava do ser confuso em sua cama, era fácil notar como as emoções para ele também não eram muito claras. O maior ainda exalava uma energia de tensão nos músculos como da primeira vez, mas agora seu olhar transbordava contentamento e uma certa possessividade sempre que o verde encontra o azul. É desconcertante. 
O silêncio parecia dizer muito para eles e logo passou a ser mesclado com os sons de ofegos rápidos e sem ritmo. Harry beijava e mordia os lábios finos de Louis como se estivesse à deriva e aquela fosse sua salvação. A saliva escorrendo pelo canto dos lábios, os narizes se esbarrando enquanto eles tentavam ganhar mais profundidade do que era possível, nunca sendo suficiente. Os cabelos de Louis já estavam uma bagunça porque as mãos grandes de Harry não se contentavam em apalpar os músculos do braço e todo o tronco do outro, também tinham que reivindicar os fios castanhos para si.
Não demorou para as peças de roupas estarem jogadas pelo quarto e o lençol claro que compunha a cama ficar amarrotado, as pernas fortes de músculos torneados se embrenhavam em uma tentativa de fazer com que os membros rígidos entre elas não incomodassem tanto assim. Harry estava por cima e se sentia poderoso dessa forma, podendo ver e marcar cada pedacinho da pele bronzeada que seus dentes pudessem alcançar, se contentando e afastando a boca apenas quando via a cor irradiar o local. 
Louis tentou inverter as posições algumas vezes antes de desistir completamente e apenas aproveitar. Ele se sentia vulnerável de alguma forma essa noite, não sabendo se isso era reflexo da conversa com o amigo mais cedo, da inquietude do mês que passou ou simplesmente era o efeito que Harry Styles despertava em seu corpo. Mas foi assim que ele se viu completamente duro e ansioso por qualquer toque que o outro estivesse disposto a lhe dar. 
As mãos possessivas de Harry viajaram por todo o corpo quente do maior até se encontrarem no local que sabia que ele ia gostar, deixando uma sobre o pescoço que subia e descia tremulante em respirações rasas e a outra no membro grande que pulsava com aquelas saliências grossas aparentes por toda a extensão. Styles ainda não tinha decidido onde as veias lhe desconcertam mais, se nos braços fortes de Louis ou.. bem. 
Os gemidos saíam entre os beijos longos, mal era possível discernir qual dos dois tinha soltado e ainda assim Harry conseguia notar o brilho feroz que tomava conta da face de Tomlinson sempre que via o outro também tendo prazer ao lhe tocar. E ele não ficava para trás, na verdade sua posição tão maleável essa madrugada tinha uma certa malícia por trás, os corpos pareciam entender que cada um precisava que fosse exatamente assim daquela vez, como se houvesse uma necessidade implícita de acabar com algumas inseguranças que ainda permeavam suas mentes.
Mas enfim Harry conseguiu sentir dois dígitos roçarem em sua entrada enquanto  a própria mão ainda bombeava devagar o pau alheio, os dedos que queriam lhe penetrar estavam secos e a fricção era um tanto áspera, mas causava um certo arrepio satisfeito em sua nuca. Não querendo nada muito desconfortável, o menor olhou nos olhos do outro e separou os lábios, deslizando a língua rosada para fora em um convite que Louis entendeu muito bem. 
Logo os dedos tatuados foram inseridos na boca molhadinha e o cacheado revirou os olhos ao sentir sua garganta ser atingida com precisão. Não era necessário estocar os dedos ali se a intenção fosse apenas lubrificar, mas Louis não pôde resistir à face do outro enquanto levava dois dedos tão fundo naquela boquinha e quando se viu, já estava forçando o queixo alheio para cima e provando que ele podia aguentar ainda mais. O aperto que o menor deixou em seu pau antes de largar ele pesado sobre a barriga de Louis tinha sido apenas mais um incentivo.
Mesmo com apenas a lembrança do toque quente em sua extensão, Tomlinson só percebeu mesmo o que Harry pretendia quando sentiu seus lábios serem forçados a abrir ao que os dedos lambuzados com sua pré-porra se inseriam ali, reinvidicando o espaço como seu. 
Styles ainda deu um jeito de alinhar suas ereções enquanto colocava e tirava repetidamente os dedos daqueles lábios finos, por vezes passando os dígitos por toda a boca e queixo de Louis só para gemer manhoso com a visão, deixando o som sair entre os dedos grossos que lhe preenchiam. Esfregar os membros era tão gostoso e tão frustrante na mesma medida, porque ele queria mais contato, mais pressão e por mais tempo. Sempre iria querer. 
Foi quando Louis abandonou a cavidade quentinha em que seus dedos estavam e voltou a esgueirar a mão por entre as nádegas pálidas que Harry decidiu fazer o mesmo. Nada de se sentir usado essa noite, ele queria tudo. As pontinhas rodaram por algum tempo, espalhando saliva pelo local até que, um pouco temeroso pela brincadeira de espelho que o cacheado pareceu começar, Tomlinson penetrou as duas pontas de uma vez, contando com a sorte da excitação e saudade para que aquilo não fosse doloroso. 
Sentiu seus músculos retesarem assim que o cacheado espelhou a ação em si e viu os olhos dele brilharem em determinação. Era estranho como o inferno, mas ao mesmo tempo era alucinante e ele, sem pensar, acabou introduzindo cada vez mais centímetros até que sentiu a borda do cacheado no último nó dos seus dedos. Soltou a respiração que nem percebeu ter prendido e um gemido saiu sem aviso por entre os lábios, sentindo também em si o incômodo de ser preenchido pelos longos dedos do outro, ao passo em que Harry gemeu com um sorriso brilhante e todos os dentes à mostra. Ele parecia a porra de uma puta.
As estocadas começaram receosas e apenas gemidos e as respirações pesadas dominavam o quarto, não sendo necessária uma palavra para os corpos que já se entendiam tão bem. Logo a necessidade e euforia deslizavam por baixo das suas peles e ambos os quadris não se continham ao rebolar freneticamente, o pulso de Louis já estava dolorido pela posição enquanto tinha três dos seus dedos dentro do cacheado que ainda estava por cima e arrastava o próprio pau rubro e tenro sobre o membro do outro, não esquecendo nunca de estocar os dígitos com cada vez mais força entre a bunda redonda do maior. 
Os lábios estavam se mordendo e respirando juntos no pouco espaço que os distanciava quando Louis soltou um murmúrio de descontentamento, ficando confuso por um tempo sobre o motivo pelo qual seu cérebro tinha ficado chateado repentinamente até ele perceber que a entrada estava agora vazia e pulsando em torno de nada, mas não por muito tempo. Harry foi rápido em se posicionar melhor entre as pernas musculosas e bronzeadas do outro, agarrando a própria extensão pela base e direcionando a glande vermelha para a entradinha lambusada que piscava ansiosa. 
A agilidade de Louis não foi o suficiente para interromper, no entanto. Apenas se dando conta da audácia do cacheado quando um gemido dolorido rasgou sua garganta e suas pernas prenderam com força a cintura do outro homem. 
E como se isso tivesse despertado algo em si, a primeira palavra em, provavelmente, horas foi proferida.
– Filho da puta!
O aperto ao seu redor era no mínimo sufocante, tornando difícil pensar e até mesmo a respiração estava saindo rasa, como se os pulmões não conseguissem absorver todo o ar necessário. Harry usou todo o controle que tinha para tentar permanecer estático, sabendo muito bem como podia estar sendo doloroso para o outro, mas ainda conseguiu sorrir assim que aquelas palavras deixaram os lábios alheios.
Todo o esforço foi em vão, pois assim que seu queixo foi agarrado com uma força que deixou sua visão escura por um tempo, o quadril de Harry se movimentou involuntariamente. Ele descobriu essa inclinação a gostar de situações, digamos, mais agressivas com Louis, então o corpo parecia agir antes mesmo que ele conseguisse pensar. 
– Hoje você me surpreendeu, princesa. Não achei que tentaria me foder desse jeito, já que você gostou tanto quando a situação estava invertida.. Rhm – grunhiu com a estocada forte e certeira que recebeu assim que Harry ouviu sua fala.
– Eu a- eu acho melhor você, hm.., ficar bem mansinho hoje. O comando não é seu d-dessa vez. – a respiração e os gemidos que saíam pelos lábios gordinhos atrapalharam um pouco a intensidade com que o cacheado pretendia falar, o que o deixou um tanto irritado. 
Parecia que mesmo Louis estando embaixo ele ainda tinha controle do corpo do cacheado, de modo que Harry se perdia nas estocadas, sentindo aquele aperto em seu pau tão sensível e rezando para não se desmanchar em poucos minutos, e a irritação por reconhecer isso só o deixou ainda mais empenhado em arrancar a pose serena do outro. Por isso o menor passou a ir e vir com mais força e intensidade, mesmo que os movimentos saíssem erráticos algumas vezes, em outras ele acertava com louvor a próstata do outro jogador e se não fosse o cenho franzido e os arranhões que Louis deixava pelo seu peito, Harry até pensaria que ele realmente não estava afetado. 
Mas suas pernas, apesar de fortes, não estavam acostumadas com a intensidade de foder um cara, então logo os músculos estavam falhando e tremendo. Com medo de Louis aproveitar disso para tirar sua diversão momentânea, Harry conseguiu virá-los sem tirar sua extensão do local quentinho e apertado em que ela estava, sorrindo aliviado ao que pôde estender as pernas e ainda assim sentir seu pau tão bem abrigado. 
Louis soltou um palavrão baixinho ao notar que as mãos do outro em sua cintura não lhe deixariam desmontar dali tão cedo. Com as duas mãos sobre os mamilos marrons do homem deitado, Louis tomou impulso e passou a deslizar pela extensão de maneira intensa e ritmada, torcendo os biquinhos rígidos nas pontas dos dedos e admirando como o outro parecia desnorteado sempre que recebia algum estímulo mais forte. 
O pau de Louis balançava e batia no próprio umbigo a cada movimento e Harry não tinha a mínima vergonha de encarar a ponta gorda totalmente vermelha e brilhante, deixando um rastro molhado na pele lisa da barriga do outro sempre que encostava lá. A boca do cacheado estava aberta e soltava palavras desconexas e sons que ele sentiria vergonha mais tarde apesar de não conseguir impedir agora, seu pau começou a pulsar repetidamente mas alguma coisa estava segurando seu orgasmo e ele não conseguia entender. 
Tomlinson viu o outro homem começar a ficar cada vez mais agitado e audível, com uma feição dolorida, como se precisasse muito se libertar e o corpo não estivesse obedecendo, as pernas dele se debatendo no lençol e os olhos verdes aguados implorando por ajuda. Foi puro instinto quando Louis torceu mais uma vez um dos mamilos que ainda segurava e desferiu um tapa ardido no rosto de Harry. A pele se avermelhou instantaneamente e o cacheado gritou. O líquido quente escorrendo por sua entrada mostrou que sua ideia funcionou perfeitamente e o maior precisou apertar com força a própria base para não gozar também. Ainda não. 
Enquanto Harry respirava fundo e forçava os olhos a se abrirem depois de ter o orgasmo mais intenso da sua vida, sentiu uma respiração em seu ouvido e suas pernas serem abertas. Louis se posicionou entre elas e deslizou o pau na entradinha do cacheado, penetrando todos os centímetros sem nenhuma pausa, totalmente impaciente. O menor abriu os olhos e azul foi a primeira coisa que viu pela janela do quarto, o céu estava naquele estado entre se despedir do cinza da madrugada e dar saudação à luz do dia. Depois, o azul que apareceu em sua frente quando virou o rosto era bem mais intenso.
– Minha vez. – sentiu mais do que ouviu a voz do outro já que a fala se deu tão perto dos próprios lábios e em apenas um sussurro rouco. 
As estocadas começaram ao mesmo tempo em que Louis tomou os lábios inchados para si, forçando sua língua a desbravar todo o espaço e mal deixando o cacheado lhe beijar de volta. Louis era assim quando queria uma coisa, ele não se contentava com pequenas partes, queria a posse de tudo. 
Sua língua parecia foder a boca de Harry tão bem quanto seu pau na entrada dele, o ar era superestimado e ele não queria precisar parar para uma coisa tão superficial quanto respirar sendo que podia apenas devorar aquele homem o tempo inteiro. Mas o cacheado estava molinho e sensível demais, responsivo demais, manhoso demais.. e deixando Louis mal acostumado demais. 
Ele tinha essa coisa sobre sentir que conseguia ser muito bom para o parceiro ao ponto de o deixar desnorteado, e Harry levava isso a outro nível. Eles eram muito bons juntos, de fato. 
E após um choramingo com o seu nome saindo daquela boquinha que, para Louis, já era sua, não foi possível se segurar mais. Esporrou todo o interior de Harry, mordendo mais uma vez o lábio inferior que já estava quase roxo e o marcando, reivindicando.
Se jogou exausto ao lado do outro, sem ligar para o quanto estavam grudentos ou sujos, e apenas deixou a inconsciência lhe levar, aproveitando da respiração pesada próxima a si como um conforto e deixando os resquícios de prazer do orgasmo ondular pelos seus nervos.
V
Um latejar incessante na cabeça acordou Louis e assim que ele abriu os olhos ficou um tanto confuso com o quarto e a cama confortável onde havia dormido. A confusão, porém, durou segundos bastantes para ele relembrar com todas as células do corpo o que tinha acontecido na noite anterior, sentindo os pelos se eriçarem e o membro fisgar com a recordação. 
No entanto, ele estava sozinho na cama e não ouvia nenhum barulho no quarto inteiro, o cacheado provavelmente tinha acordado há um tempo dado o lençol já frio ao seu lado. Louis não se deixou abalar por isso, então apenas levantou como se estivesse em casa e abriu umas duas portas antes de finalmente encontrar o banheiro para ficar minimamente apresentável. Depois de vestido, desceu a escada lembrando como chegou confuso ontem, mas sem se arrepender nem por um minuto. 
À esquerda da sala de entrada ele ouviu uma voz melodiosa e não conteve sua curiosidade até entrar no local e dar de cara com uma senhora de cabelos grisalhos e com a aparência simpática montando uma mesa de café da manhã. Assim que passou pelo aro da porta, ela notou sua presença e deu um sorriso com a feição confusa.
– Oh, olá, querido! Você dormiu aqu- ah! Entendi. – soltou um risinho sem deixar que Louis a respondesse primeiro, já se ocupando em puxar uma cadeira para ele e lhe direcionar um olhar que seria impossível recusar.  – Vem, senta para o café. Se você estiver procurando o Harry, ele teve um telefonema cedo e saiu sem nem comer, acredita? Vocês, crianças, são sempre assim. 
– É.. Eu não, eu- eu não estava com o Harry desse jeito, sabe.. – como ele poderia explicar pra uma senhora tão gentil e aparentemente muito íntima do cacheado a relação totalmente conturbada deles sem ofendê-la?
– Não se preocupe, querido. Eu sei como vocês jovens são com essas "ficadas" hoje em dia, é assim que chama?! Enfim.. eu não preciso de explicações, pode ficar tranquilo. – Sorriu de uma maneira sincera mesmo com o olhar cuidadoso, era possível notar que apesar de tudo ela se preocupava com Harry. – Pode me chamar de Geórgia, você é o Louis, certo?
– Como..
– O meu menino pode ter deixado escapar alguma coisa vez ou outra, bobagem. – fez um gesto com as mãos como quem dizia "deixa pra lá", mas Louis só focou na parte em que Harry tinha comentado com outra pessoa sobre ele. Isso era.. interessante. – Só peço que não magoe ainda mais meu Hazz, entende? Ele já teve o suficiente por uma vida. 
– Mas é que-
– Gê! Bom dia! – um Harry sorridente entrando pela cozinha atrapalhou sua fala. O homem se direcionou até a funcionária e deu um abraço carinhoso, deixando um beijo sobre sua cabeça, e só então notou Louis ali sentado com uma xícara de café fumegante em mãos. – Ah, oi Louis. Não sabia que você ainda estava aqui.
O maior ainda não conhecia a personalidade de Harry o suficiente para dizer que o tom com que ele deixou essa última frase soou um tanto magoado, porém Louis não lembrava haver razão para isso, então apenas ignorou tal pensamento. 
– Na verdade eu estava só esperando você chegar.. – coçou a nuca um tanto sem jeito. – a gente pode conversar?
– Eu- na verdade eu não acho que seja necessário. – ele tomou uma respiração funda e desviou os olhos, completando em seguida sem nenhuma entonação. – nós dois somos adultos, foi consensual, é o que é. Aí! – Ele deu um pulinho no lugar e Tomlinson quis sorrir ao ver a mão de Geórgia sair da cintura do cacheado. Os dois trocaram um olhar enquanto Louis apenas observava a conversa silenciosa que apenas quem se conhece muito é capaz de ter.
Depois de uns segundos Harry soltou um suspiro longo e encarou Louis, a senhora deu um sorriso astuto e saiu sem falar mais nada.  
– Vem logo. – com um revirar de olhos, Harry tomou caminho rumo a uma parte ainda desconhecida para o outro, que logo percebeu estarem indo para um belo quintal. Não tinha nenhum funcionário por perto e o cacheado sentou em uma mesa sombreada que tinha ali, esperando com uma calma fingida o que Louis tinha a dizer. 
A questão é que ele não tinha ideia do que falar agora ao encarar os olhos verdes clareados pela luz do dia. Tomlinson ficou alguns segundos experimentando as palavras na boca, apenas para desistir e recomeçar uma tentativa após a outra, o que já estava deixando o outro homem sem paciência. 
– Olha, vamos só pular a parte em que você diz que a noite anterior não significou nada e que ninguém pode descobrir, ok? – Harry desandou a falar rápido, desistindo de esperar que o outro decidisse usar a própria voz ao invés de parecer um peixe fora d'água, abrindo e fechando os lábios. – Eu sei de tudo isso e concordo. Sua saída sorrateira da outra vez deixou muito claro o jeito como você lida com as coisas, então vamos só-
– Porque você não olhou para mim? – O maior deixou as palavras saírem pelos lábios junto a uma respiração estrangulada, e só notou que queria perguntar isso esse tempo todo quando as palavras já tinham soado no ambiente. – Você fingiu que eu não estava lá, que nada tinha acontecido. Você se recusou q me encarar, porra! Porque?
– O que? Eu- Você não estava lá, Tomlinson. Eu não precisei fingir uma ausência porque, advinha, eu estava sozinho! – Harry estava confuso de verdade e a sua respiração saía cada vez mais rápida enquanto ele tentava diminuir o tom de voz para não chamar ainda mais atenção dos funcionários. 
Os dois pares de olhos claros se encararam confusos e ressentidos. A comunicação não parecia ser fluida entre eles e muitos sentimentos contraditórios povoavam suas mentes. A diferença do ponto de vista, a sinceridade em cada palavra, a dor não tão explícita, mas ainda visível, a forma como eles enxergaram o que aconteceu.. Nada podia ser mais diferente, mesmo se tratando de uma única situação.
– Eu.. – respirou fundo. – Eu saí de lá porque percebi que você não queria lidar com minha presença no momento. Eu não iria aguentar essa rejeição depois de me sentir tão be- quer dizer, depois de tudo. – os olhos azuis estavam fixos na mesa entre eles. 
– Bom, então você imagina como eu me senti um merda quando abri os olhos e não tinha ninguém comigo. E-eu estava literalmente fodido e sozinho, realmente não foi nada legal. – O sorriso irônico que apareceu em sua face tentava desviar a  atenção dos olhos marejados, sem muito sucesso. 
– Eu não imaginei na hora..
– Deu pra perceber. 
O silêncio que se estendeu a partir dali foi angustiante. Ambos estavam confusos, magoados e ressentidos do próprio egoísmo. Não tinha muito o que falar no momento, o assunto era sensível demais e eles só precisavam refletir um pouco sozinhos.
Foi assim que Louis se viu dando um sorriso triste e saindo da grande casa após uma despedida estranha, tinha sua cabeça doendo e fervilhando em pensamentos, o coração palpitando da mesma forma. O cacheado não se ressentiu da saída dele dessa vez, precisava mesmo de um tempo pra colocar tudo no lugar, sua mente e emoções, e então tentar entender um outro lado dessa história. 
°°°°°
Horas.
Dias.
Semanas.
O tempo não parava de correr.
Nos primeiros dias Harry finalmente conseguiu entender o outro, apesar de não descartar a própria razão. Reconheceu que transar com uma pessoa e ver um possível arrependimento tão instantâneo deve ser mesmo dolorido e Louis não estava tão errado assim de ter saído antes de uma decepção maior. 
Mas seu ponto de vista também era válido, e Louis percebeu isso quase imediatamente após a conversa deles. O maior não tinha pensado por esse ângulo até sair dos lábios de Harry e quando se deu conta de como pareceu pro outro, se sentiu muito mal. Ele ficou tão focado na própria rejeição depois de se sentir tão certo com o outro que só de pensar que Harry poderia não ter sentido o mesmo… foi demais para suportar. Então ele nem cogitou a possibilidade de como Styles poderia se sentir usado e descartado ao se ver sozinho naquela sala.
Louis não era uma pessoa má, tampouco um amante egoísta. Ele se arrependeu amargamente de ter saído como saiu assim que as consequências ficaram claras em sua mente, mesmo reconhecendo e validando também seu ponto de vista. 
A vida não era preto no branco e tudo que acontece tem nuances que só enxergamos quando mudamos a perspectiva. O que não significa que a visão anterior estava errada ou algo do tipo, só resta aprender a lidar com as novas informações também. 
Após todo esse esclarecimento, as semanas que se seguiram revelaram algo muito importante: eles não pensavam um no outro apenas pelo mal entendido, senão isso teria acabado assim que entenderam o lado um do outro. Mas, pelo contrário, Louis continuou distraído nos treinos e sem conseguir sair com nenhuma outra pessoa, seus amigos estranharam e zoaram o fato até o moreno admitir que alguém estragou todas as outras para ele.
Harry já havia admitido sua derrota quando na terceira semana seguida àquela noite, ele continuou sonhando com um par de olhos azuis e acordava decepcionado por não ter aquele corpo quente ao seu lado. Se lamentou com Georgia por algumas horas certo dia até a senhora se cansar de ouvir sobre a mesma pessoa tantas vezes. Seu refúgio tinha se tornado ler as matérias que saíam com o nome Tomlinson na manchete, já que não tinha com quem conversar, nem tinha visto o homem novamente. 
O assunto sexualidade não passou por eles. Harry já tinha desabafado com a única pessoa que importava e Louis já tinha o apoio de toda a família sobre isso. Estava tudo normal em suas vidas, apenas precisavam superar aquela saudadezinha que doía no peito, uma saudade de algo que nunca tiveram. 
VI
– Vem Styles, o jogo já vai começar e não tem muita gente aqui, prometo. – a voz de Josh, um colega do futebol, soava pelo celular do cacheado, enquanto tentava convencê-lo de se juntar aos amigos em um bar próximo para assistir uma das partidas do campeonato. Por sorte, o Manchester United, seu time, já estava na semifinal, então ele não estava preocupado com essa parte.
– Cara, você é tão insistente! – deu um sorriso derrotado. – Chego em 20. – e desligou a ligação a tempo de ouvir os gritos na outra linha.
Seria bom pra ele distrair um pouco a cabeça, estava finalizando três meses desde o primeiro jogo da temporada e ele poderia espairecer e se divertir com os amigos de uma forma mais tranquila. Com a seriedade que eram os últimos jogos, as festas pós partida não eram mais tão badaladas, os jogadores que ainda estavam no campeonato preferindo descansar para o próximo jogo. Então o máximo que faziam era se juntar em algum pub mais discreto e sem movimento para tomar uma cerveja e torcer para os times mais "fracos" ganharem, o que traria mais chance de vitória para eles mesmos.
Harry chegou no local combinado, que não era tão longe do centro de treinamento deles em Londres, e se direcionou à mesa dos fundos em que reconheceu estarem sentados dois colegas do Manchester e um do Chelsea, a rivalidade realmente só ficava nos campos. Tinha um outro copo em frente a uma cadeira vazia, provavelmente o dono tinha saído para algum lugar e voltaria depois. 
Após cumprimentar todos da mesa e pedir sua própria cerveja, o menor sentou ao lado da cadeira vazia, olhando fixamente para o telão suspenso na parede e vendo os times cantarem o hino da Inglaterra. A cadeira ao seu lado foi puxada e um perfume amadeirado tomou conta dos seus sentidos, trazendo uma sensação de que conhecia aquele cheiro de algum lugar. Quando seus olhos desviaram da tela para o homem que havia chegado, Harry prendeu a respiração e sentiu as bochechas avermelharem.
Louis deu um sorriso mínimo, um tanto envergonhado, após sentar e tomar um gole longo da própria bebida. Era estranho encontrar o cacheado depois de tudo o que aconteceu entre eles, ficava difícil saber como agir. Ele nunca se sentiu assim antes e o revirar em seu estômago era prova disso.
Apesar desse impasse inicial, bastou o jogo começar para que eles ficassem agitados e barulhentos, pareciam velhos amigos comemorando ou discutindo a cada toque de bola. De alguma maneira eles acabavam sempre se tocando, as cadeiras pareciam mais juntas que no início e as mãos vira e mexe se esbarravam ou tocavam o braço do outro para comentar algum acontecimento. Os copos de cerveja se amontoavam pela mesa no decorrer da tarde e sorrisos esticavam os rostos, era como se as poucas pessoas na mesa deles e na parte externa do bar desaparecessem quando eles estavam se olhando, nada mais tinha foco. 
Quando o apito final consolidou o placar de dois a um para o time que teria que enfrentar o Chelsea na semifinal, o moreno colocou as mãos no rosto apesar de um sorriso brincalhão estampar sua face enquanto Harry zoava consigo apertando o braço envolta do seu ombro e bagunçando seus cabelos. O sorriso de covinhas era gigante e os olhos verdes brilhavam em apenas uma direção, e não era para os ganhadores da partida que ele estava olhando.
°°°°°
Louis chegou no vestiário no dia seguinte pronto para se preparar para o jogo tão importante que teria, precisava dar o seu melhor, por ele e pelo time. O dia anterior foi importante para estabelecer um novo recomeço com o outro jogador, eles não conversaram mais sobre o que passou, mas ficou implícito que estava tudo bem agora, haviam superado.  
No entanto, bastou entrar no local e ver o desgosto no rosto de alguns companheiros que ele notou ter algo errado. Dave, um dos colegas mais antigos ali, veio imediatamente em sua direção e o levou até os chuveiros e sem falar nenhuma palavra estendeu o celular em frente ao rosto de Tomlinson, estava aberto em uma página de fofoca como qualquer outra, mas o que chamava atenção era uma foto sua. Com Harry.
Franziu a testa ao reconhecer que a foto foi tirada no momento de comemoração do fim do jogo no dia anterior, o recorte não mostrava os outros amigos ao redor da mesa, só focava nos dois rivais sorrindo e muito próximos. Até aí não teria nenhum problema, se não fosse as outras imagens dos últimos jogos desses dois times, mostrando os momentos em que Louis e Harry perderam a bola ou cometeram algum erro em campo. Em uma dessas fotos Louis parecia irritado consigo mesmo e chutava o gramado. Em outra, Harry estava de joelhos com a mão no rosto e de cabeça baixa após perder um pênalti. 
"Até que ponto o profissionalismo vai? Estariam Styles e Tomlinson negligenciando o próprio talento no futebol por um romance escondido? Descubra como os dois jogadores rivais estão sendo medíocres em campo apenas para não enfrentar seu affair em uma final."
– Que porra? – A manchete era desonesta e nojenta, Louis estava tão chocado que não conseguiu pensar muito no que dizer para convencer seus colegas que aquilo não era verdade. 
– Ei, eu te conheço, cara.  Fica de boa, já já eles esquecem isso tá? Bora pra cima hoje e vai ficar tudo bem, não precisa explicar. – Dave tentou consolar o amigo mesmo sabendo que os outros não compartilhavam da mesma ideia. 
Louis não teve tempo para mais nada antes do treinador e técnico entrarem no ambiente, o aquecimento e instrução começou e ninguém mais tocou no assunto. Ele pensou que tudo seguiria normal, mas bem.. o pensamento só durou até o técnico vir até ele enquanto já estavam na fila para entrar em campo e retirar a faixa preta de capitão do seu braço. Não despejou nada mais do que um sorriso de desculpas antes de sair com a faixa e entregar para outro jogador. Então é isso, seu próprio time não confiava nele o suficiente para permanecer no posto. Ótimo. 
O clima do jogo foi sufocante, parecia que toda a arquibancada tinha visto a matéria e estavam duvidando do caráter da estrela do time, o que deixou Louis um tanto desnorteado durante os primeiros minutos. Mas ele ainda faria o trabalho dele mesmo que ninguém tivesse fé, então guardou as preocupações em um cantinho do cérebro e jogou como nunca. Não era como se ele estivesse tentando se provar para alguém, só que todos os olhares desconfiados sobre si lhe deixaram com um gás e uma determinação maior ainda. 
Não sabia se era a homofobia internalizada que fez seus parceiros de trabalho agirem daquela forma ou se foi pelo fato da notícia envolver um concorrente, e Louis só podia torcer para que Harry não tenha visto aquela palhaçada ainda ou que, pelo menos, esteja tudo bem. 
Placar final 2x2. Teriam que ir para os pênaltis. Dos 5 jogadores escolhidos, Louis seria o último a chutar. Os torcedores apreensivos, o técnico sem outra opção, e na cabeça do moreno só passava uma dúvida: ele provaria que todos estavam errados ao duvidar de si ou daria o desgosto que muitos estavam esperando?
A rede balançou seis vezes, cada time com três gols. O quarto jogador do Chelsea bateu na trave, mas o goleiro, por sua vez, equilibrou a situação conseguindo agarrar a bola adversária. Na quinta e última oportunidade, o jogador adversário chutou alto de mais. Seria agora ou nunca, Louis iria bater. 
°°°°°
Harry estava no estádio daquela vez. Como o próximo time classificado iria ser seu adversário na final, depois de ganharem a semi, todos os jogadores do Manchester United estavam juntos acompanhando o jogo da arquibancada. Ele tinha visto a notícia pouco antes de sair de casa e foi o caminho inteiro implorando para todos os deuses que Louis não tenha se desestabilizado com isso ou perdido o foco da partida. 
Em que momento passou a desejar que o outro se classificasse para a grande final, ele não sabia dizer. Mas ainda assim se pegou mais apreensivo pelo outro do que por si. 
Os colegas de time lhe lançavam olhares tortos cada vez que ele se empolgava um pouco mais durante o jogo, fazendo com que o cacheado tivesse que reprimir alguns gritos ao morder o próprio lábio e segurar firmemente o banco onde estava sentado para não levantar. No entanto, todo o controle que tinha conseguido não foi o suficiente para lhe segurar durante o pênalti que seria decisivo. Louis só precisava acertar aquela maldita bola na rede e foi impossível para Harry se manter calmo. 
Quando percebeu já estava em pé enquanto todos os jogadores que lhe faziam companhia permaneciam sentados, apesar de tensos. As mãos do cacheado revezavam entre ir para os lábios ou os fios chocolates, ora mordendo as unhas, ora puxando os cabelos. Ele não percebeu na hora, mas havia um paparazzi atrás de si e o ângulo permitia que o foco da lente estivesse totalmente sobre o cacheado, captando Louis posicionado ao fundo, e, além disso, a diferença entre a altura dele em pé e os colegas sentados daria muito para falarem. 
Os olhos verdes captaram o momento exato em que Louis deu um beijo no topo da bola, a posicionando no local marcado na grama, para logo depois dar alguns passos para trás. A chuteira branca bordada com o número 28 oscilava na visão das pessoas enquanto Louis dava uma corridinha sem sair do lugar. O apito soou e ele correu. Fingiu que ia chutar em uma direção e chutou em outra. Harry fechou os olhos. 
Só teve coragem de abrir as orbes e ver o resultado quando seu ouvido doeu pelos gritos da torcida completamente exaltada e seus músculos tremeram com a vibração da arquibancada. Como se tivessem ensaiado, Louis, dos ombros dos colegas e com um sorriso gigante no rosto, conseguiu lhe encontrar na multidão e o cacheado finalmente se permitiu sorrir.
O sorriso e o olhar que trocaram prometia um jogo disputado na final, uma competição acirrada, mas também exalava uma alegria por serem eles, ainda que de lados opostos. 
VII
A foto rodou todos os meios de comunicação e redes sociais possíveis, até os jornais em TV aberta decidiram confabular sobre o possível romance entre os jogadores, Styles e Tomlinson estavam estampados no cenário mundial com um alcance gigante dada a proporção em que chegaram na competição. Entretanto, eles não tinham se visto durante esse intervalo entre os finais de semana que separava o último jogo da grande final, também não tinham se comunicado por qualquer outro meio.  
Harry tinha recebido uma ligação dos pais poucos minutos após entrar no carro em direção à própria casa depois de assistir a semifinal, o tom de voz da mãe, sempre impessoal, não tinha mudado apesar das circunstâncias. A mulher gastou alguns poucos segundos para perguntar como estavam as coisas, mas não demorou a entrar no assunto que realmente a fez lembrar o contato do filho depois de, provavelmente, meses sem uma ligação decente. 
Desde criança o cacheado não guarda lembranças de ser muito próximo dos pais. Enquanto os colegas eram buscados na escolinha pela mãe ou pai e recebiam um abraço caloroso no portão de saída, Harry tinha que esperar algum carro com um motorista para pegá-lo, sempre foi assim. Essa logística só mudou com a chegada de Geórgia na casa da família, que viu como o garoto vivia solitário e sem atenção dos mais velhos, sempre ocupados demais para o próprio filho, e passou a dar todo o carinho e companhia que ele merecia e precisava. Nos próximos anos da infância e adolescência, o garotinho de cabelos encaracolados nem cogitava esperar a presença dos pais em algum evento ou reunião na escola, já sabia que era Geórgia quem viria lhe socorrer e estava bem com isso. 
“Então, é verdade?” – ela questionou sem qualquer entonação, não demonstrava nenhum sentimento, seja decepção ou acolhimento.
“E se for?” – Harry não se sentia corajoso, os olhos marejados e a respiração presa eram provas disso. Ele preferiu observar o trânsito lento enquanto o silêncio da mãe pesava em seus ouvidos. Quando tinha passado segundos suficientes para ele achar que a ligação tinha caído, continuou. – “Eu não tenho nada com o Louis, mãe. Mas só porque não depende apenas de mim.”
“Ahn.. certo, Harry. Eu preciso ir agora, se cuida filho.”
Depois de deixar o celular cair ao seu lado no banco, Harry não sabia como se sentir. Aliviado não era bem a palavra já que ela não demonstrou qualquer apoio, mas não estava necessariamente triste. Na verdade, ele percebeu que aquela ligação não tinha mudado em nada e não o faria chegar em casa chorando como ele pensava que seria assim que sua família descobrisse. Estava tudo normal. 
Assim que consolidou isso e passou pela porta da sua casa com um sorriso ameno, lembrou da frase que disse para a mãe: “Mas só porque não depende apenas de mim”, e parou de andar no meio da sala, encarando a parede contrária como se ali tivesse qualquer coisa minimamente interessante. Então era isso? Ele realmente não se importaria de entrar em um relacionamento com um homem? Quer dizer, não dá para enganar a si mesmo, ele não se importaria de estar num relacionamento com Louis. 
°°°°°
A grande final iria acontecer em algumas horas e todos os jogadores já estavam na concentração se preparando física e psicologicamente. O gol da vitória no outro final de semana fez com que os parceiros de time de Louis respirassem mais aliviados e com a certeza de que o colega jamais prejudicaria o próprio trabalho em prol do que ou de quem quer que seja. A faixa preta identificando o capitão voltou a apertar o braço tatuado de Tomlinson, deixando um calor reconfortante e prazeroso para ele no local. 
Louis não teve mais notícias de Harry e nem conseguiu entrar em contato, suas redes sociais sempre monitoradas o impedia de enviar qualquer mensagem para o outro antes do jogo decisivo porque isso poderia significar alguma manipulação do resultado e eles não precisavam de mais essa atenção negativa. A pressão já era muita naquele momento, então ele teria que esperar o campeonato acabar e os ânimos acalmarem para finalmente ir atrás do que queria. E ele sequer tentava enganar a própria mente para arranjar uma outra explicação para a pele arrepiada com determinadas lembranças ou para o coração acelerado e o estômago embrulhado só de pensar nele. Louis queria o cacheado e era impossível fingir que não. 
No momento em que entraram no gramado, tudo sumiu. Seu pensamento só estava preenchido pela gratidão por ter chegado até ali e pela determinação em dar o seu melhor. Assim que encarou os olhos ainda mais verdes que o campo, o apito soou e eles sentiram os corpos encherem com a adrenalina.
O suor banhava a pele pálida de Harry, suas pernas queriam tremer enquanto corria e dava a vida pelo próprio time, a cada posse da bola no próprio pé ou nas chuteiras dos companheiros ele sentia seu estômago revirar em ansiedade. Essa sensação sempre foi o porquê ele escolheu o futebol. Além de, obviamente, ser muito bom no que fazia, o frio na barriga antes de entrar em campo e a adrenalina durante toda a partida eram completamente recompensados ao final do jogo quando ele reconhecia ter feito o que estava ao seu alcance, Harry jogava com tudo que tinha, independentemente do resultado. 
E todo esse esforço ficou claro quando, finalizando os acréscimos do segundo tempo, o placar estava empatado. 1x1. O desespero evidente no olhar de ambos os técnicos e a torcida fazendo o estádio tremer com a euforia de um jogo tão acirrado, assim como deveria ser. Mais um resultado que seria decidido nos pênaltis, eles não poderiam vacilar agora, tinha muito em jogo: um título, uma taça, o auge das suas carreiras.
Dez jogadores escolhidos, entre eles seus respectivos capitães. Todos completamente determinados e focados em um único resultado, a vitória. O Manchester seria o primeiro a tentar marcar gol e Harry estava como o quarto da fila, na última posição estava o camisa 10 do time e o cacheado se sentiu um pouco mais aliviado por não estar no lugar do cara. De outro lado, Louis era o quinto jogador a bater, como de costume, pois o seu pênalti de esquerda era a melhor chance para o Chelsea. O moreno estava fazendo exercício de respiração para focar apenas em fazer um bom trabalho, esquecendo todos ao redor.
O primeiro jogador correu logo após a autorização do árbitro, mas talvez esse impulso impensado tenha custado muito. A bola caiu direto nas mãos do goleiro. Isso poderia desestimular todos os próximos a chutar, não era um bom começo para a moral do time, mas Styles tirou de si uma confiança que não existia e tentou incentivar os outros quatro na linha de frente.
O jogador do Chelsea deu uma parada antes de chutar, o que fez com que o goleiro antecipasse a jogada e fosse ao chão, oportunidade que o primeiro aproveitou muito bem. Goleiro no chão e bola na rede, a torcida comemorou como nunca. 
Era a vez de um dos melhores amigos de Harry e ele deixou um aperto de incentivo no ombro do rapaz, coisa que pareceu funcionar. A torcida vibrou antes mesmo dos jogadores perceberem o gol. O segundo e terceiro jogadores adversários conseguiram marcar no canto direito, mas o antecessor de Harry não deixou barato. Harry estava em desvantagem de um ponto quando se posicionou atrás da bola, se ele errasse agora não teria mais chance de ganhar. 
Respirou fundo e olhou nos olhos do goleiro. O cacheado não tinha a estratégia de olhar para um canto do gol e chutar no oposto, isso já era manjado pela maioria, então ele focava apenas em desestabilizar o goleiro olhando no fundo dos seus olhos como se nada temesse. O apito soou em seus ouvidos e ele permaneceu alguns segundos imóvel, a tensão era tanta que torcida se calou. Harry correu e chutou. A bola rodou quase que em câmera lenta para todos ali, a respiração falhou na garganta dos torcedores quando a bola raspou nos dedos do goleiro e entrou no canto superior esquerdo. A rede balançou e a torcida se tornou ensurdecedora. Harry finalmente pôde respirar. 
Não dava para saber se era o nervosismo pelos gritos de guerra que cercavam o local ou se o goleiro colega de Harry tinha ficado mais incentivado após a marcação do seu capitão, mas para a infelicidade do Chelsea, seu quarto jogador não teve sucesso como o quinto adversário. Louis teria que acertar, era a chance de um empate ou já era. 
Tomlinson beijou a bola no seu ritual costumeiro, deu passos para trás e soltou uma expiração longa ao esperar a autorização do árbitro. Quase que de imediato ao som do apito, ele correu e chutou, confiante. Não encarou outro lugar senão o goleiro caindo para a esquerda enquanto sua bola entrava com louvor no canto direito. 4x4, placar empatado. Teriam mais cinco rodadas então. 
A confiança dos jogadores agora estava mais firme, cada um sabendo da própria capacidade de ganhar. Então dizer que o jogo estava sendo um dos mais difíceis e disputados da história era até eufemismo. Começaram novamente os próximos cinco pênaltis com os jogadores na mesma ordem, no entanto o resultado não permaneceu o mesmo. 
Após Harry marcar e se posicionar ao lado dos colegas para dar apoio ao último jogador do time, só lhe restavam torcer para que ele acertasse e Tomlinson não, realização que foi um pouco agridoce para o menor. Infelizmente, o chute não teve força o suficiente e o goleiro do Chelsea conseguiu bater a bola para fora antes dela ultrapassar a linha do gol. Se Louis acertasse agora, o título seria deles. 
A pressão de estar nessa posição era terrível ao mesmo passo em que era revigorante. Se errasse teria que conviver com a decepção de milhares de pessoas em suas costas, mas se acertasse a gratidão de outras milhares o faria se sentir realmente bem. Bom.. ele não teria que lidar com a primeira opção e percebeu isso assim que terminou de fazer sua jogada e viu todos do time que estavam no banco invadir o gramado em sua direção. Ele olhou para a bola dentro do gol, depois desviou para os amigos pulando sobre suas costas e comemorando como nunca, mas seu olhar acabou encontrando um cacheado com lágrimas nos olhos e costas encurvadas. 
Louis estava feliz, óbvio, mas só conseguiu realmente aproveitar aquele sentimento quando Harry deu de ombros em sua direção e ofereceu um sorriso mínimo, reconhecendo o bom trabalho do outro e a vitória merecida. O espírito esportivo não tinha sumido, afinal. Ainda era possível ficar feliz com a conquista de quem se gosta, mesmo que não seja a sua também. 
VIII
A festa de comemoração estava sendo o ambiente mais barulhento e feliz que Harry já tinha posto os pés na vida. Litros e mais litros de champanhe eram jogados para o alto, molhando todos que estivessem por perto, os saltos e sapatos mais desconfortáveis faziam uma barreira próximo à parede, mostrando que os seus respectivos donos estavam se divertindo tanto que deixaram a classe de lado para aproveitar o momento. 
Harry chegou um tempo depois do usual, já que teve que passar em casa e ser consolado por Geórgia. Somente aquela mulher sabia o quanto o cacheado costumava ficar afetado com perdas desse tipo, e foi por isso, inclusive, que ela estranhou assim que ele passou pela porta da frente sem nenhuma lágrima manchando o rosto. A postura estava abatida, é claro, mas ela estava esperando algo pior. 
Ainda assim, acolheu seu menino nos braços como sempre fazia e sentaram juntos no sofá para comer besteira e assistir algo desinteressante na televisão por algumas horas. Eles não precisavam falar nada, o conforto e companhia já foi o suficiente para Harry recuperar pelo menos um pouco da sua energia e bom humor. Então, apenas depois de despedir-se da mais velha com um beijo no topo da cabeça e um abraço apertado, ele decidiu ir se arrumar. Tinha uma festa para comparecer.
O rapaz cumprimentou alguns conhecidos, ouviu inúmeros elogios à sua performance em campo, bebeu uns drinks e finalmente começou a procurar por Louis. Suas mãos estavam suando e a garganta estava seca quando finalmente encontrou a figura muito bem vestida parada em uma das saídas laterais do espaço em que a festa rolava. 
Ali o vento frio da madrugada bagunçava os fios da franja do moreno, mas sua blusa preta de manga longa e gola alta parecia fazer seu trabalho muito bem em mantê-lo aquecido. Louis estava de costas, sem prestar tanta atenção à sua volta e muito focado na paisagem de luzes da cidade em sua frente para reconhecer o barulho de passos atrás de si. 
– Parabéns pelo jogo de hoje, o resultado foi até que justo. – o maior ouviu o tom rouco proferir tais palavras de maneira calma e a forma como seu corpo reagiu ao reconhecer o dono da voz não deveria ser considerado normal. 
– Obriga– o agradecimento ficou preso na garganta quando ele virou na direção do outro e viu o que poderia ser considerado a versão mais bonita que já havia visto de um ser humano. Não, em verdade nada se compara ao próprio cacheado quando está chorando de prazer, mas o visual das coxas grossas apertadas em uma calça social branca e o tronco vestido em uma camisa de cetim vermelho sangue chegava bem próximo. – É.. você foi muito bem também, sabe disso. 
Eles ficaram se encarando em silêncio pelo o que poderia ser considerado uma eternidade, apenas sentindo as batidas ritmadas dos corações quase em sintonia, pulsando e exigindo que os anseios fossem atendidos. Louis olhava o ser em sua frente e queria ele para si, o tempo todo e completamente seu. Harry encarava o mais alto e se sentia completo, feliz como nunca esteve antes. 
– Você sairia comigo?
– Podemos ter um encontro?
Foi um pouco confuso quando dispararam as perguntas ao mesmo tempo, o que causou um sorriso digno de covinhas afundando as bochechas do cacheado e um Louis com ruguinhas ao redor dos belos olhos azuis. Eles não poderiam estar mais sintonizados. 
Epílogo
– Quero você olhando para mim, princesa. – deixou um tapa ardido na coxa do outro, por cima da calça social azul marinho que ele vestia. – Se você revirar esses lindos olhos verdes de novo eu vou te deixar assim, ouviu? – Louis proferiu em um tom duro antes de abrigar novamente toda aquela extensão rígida entre os lábios.
Eles estavam numa limusine em direção a festa de comemoração aos 118 anos do Chelsea, que ano após ano surpreendia cada vez mais a imprensa e os amantes do futebol com toda a dimensão do evento. As pessoas se comportavam como se estivessem em um desfile de gala, e o tapete vermelho que geralmente ficava em frente ao local realmente dava tal impressão. 
Era também por isso que Louis e Harry tinham escolhido chegar em grande estilo no carro luxuoso preto, com direito a motorista e champanhe lá atrás. Por sorte o automóvel era extenso o suficiente para a parte traseira, onde os passageiros estavam, ficar distante do painel fechado que os dividia da cabine do motorista. 
O trânsito em Londres já não ajudava em um dia normal, imagina em um dia de evento como esse. A cidade estava praticamente parada, os poucos resquícios de paciência sendo extremamente necessários a cada um que andava poucos metros num trânsito infernal apenas para frear segundos depois. Foi assim que Harry, um pouco risonho e leve pelas bolhas da bebida no paladar, acabou atiçando o outro jogador. Bastaram pequenos deslizes de mão pelas pernas fortes, alguns beijos molhados pelo pescoço alheio e num instante ele estava segurando gemidos manhosos e pressionando a nuca contra o estofado de couro. 
O conjunto social que vestia, junto à camisa branca por baixo, fazia o calor queimar sua pele e os olhos azuis em sua direção, desafiando ele a desviar o olhar, era enlouquecedor. Louis descia com os lábios sem se importar com a intensidade na maneira como chupava a glande rosada ou, ainda, com as linhas finas e vermelhas que sua barba deixava na púbis do cacheado. 
– Porra, Lou.. hm- eu amo tanto sua boca. – duas lágrimas gordas caíram em sequência pelos olhos de Harry, que não ousou desviar do homem em sua frente, de joelhos no chão do carro. – Eu preciso-ah! Amor, por.. por favor.
E Louis jamais negaria um pedido feito dessa forma, então tratou de forçar a própria garganta a engolir tudo o que podia, sentindo o peso conhecido em sua língua e o calor lhe povoar por dentro enquanto marcava a cintura pálida do outro com um aperto forte por baixo dos tecidos. 
O líquido pegajoso a esse momento já tinha um gosto comum e até apreciado, algo entre o sal e o vinagre, mas muito bem vindo. O maior engoliu como pôde, restando na língua apenas o fantasma do sabor para dividir com o outro que, de bom grado, abriu a boca para receber um dos melhores beijos que já havia experimentado. 
– Deixa eu te ajudar, amor? Vai ser rapidinho.. – Harry apalpou sem vergonha a ereção de Louis por cima da calça preta de tecido fino que ele usava. O terno também preto deixou seu homem tão sexy que foi impossível não aproveitar daqueles minutos de trânsito parado. Entretanto, deviam tomar cuidado para não serem ouvidos pelo motorista ou vistos apesar do vidro escuro. Por isso Louis não deixou o outro ajoelhar como ele mesmo tinha feito há poucos instantes. 
– Nós estamos quase chegando, não vai dar tempo.. Mas tá tudo bem, sim? Quando a festa acabar você me- Ei! – parou de falar quando Harry se pôs de joelhos no banco, abaixou a calça apenas o suficiente para deixar a bunda redondinha à mostra e apoiou as mãos no vidro que rapidamente embaçava. – O que você tá fazendo, Haz, ficou louco?
– Vem, me fode, rápido. – Louis não tinha a intenção de levar o comando a sério, mas sua mente não impediu que levasse a mão até o zíper e liberasse o membro grosso e rígido, se aproximando o bastante para arrepiar a pele pálida do outro. – Você não gozaria a tempo se eu te chupasse, mas tenho certeza que eu sou muito mais apertado e você vai - Isso, Hmm.. 
– Você sabe bem como me convencer não é? – sorriu contra a bochecha que ostentava uma covinha profunda e puxou o rosto de Harry em sua direção, deixando o queixo virado o suficiente para que os lábios pudessem se conectar e gemer em conjunto. – Olhos nos meus, querido. – sussurrou com a voz rouca enquanto deslizava o pau rígido na entradinha do outro.
Não foi muito difícil vencer a resistência porque Harry ainda estava um pouco aberto pelo sexo no banho antes de se arrumarem, então Louis rapidamente passou a estocar de maneira forte e precisa. Ele saía de maneira lenta e voltava com tudo, atingindo a próstata com as marteladas mais prazerosas que o menor já conheceu. A intenção era serem rápidos, não tinham tanto tempo disponível. 
A adrenalina de estarem praticamente visíveis, os gemidos que eram soprados em sua boca, os olhos verdes que reviravam e lutavam para não ceder ao peso das pálpebras, o aperto em seu membro sensível..  não tinha como segurar. Assim que o carro virou a esquina da Avenida na qual reconheceu o local da festa pelos flashes das câmeras que faziam luzes piscarem ao longe, Louis só precisou imaginar a face do cacheado exatamente como ele estava agora, entregue e fodido, completamente lindo, sendo estampada naquelas câmeras para o orgasmo lhe atingir de maneira intensa. Egoísmo ou privilégio, não sabia, mas agradeceu por aquela imagem ser apenas sua. 
– Deixa minha porra bem guardadinha, princesa. Não quero ver uma gota escorrendo quando a gente chegar em casa. – deixou um beijo na testa de Harry, que ainda estava um tanto desnorteado e com bochechas coradas.
E após fecharem mais uma vez os zíperes e botões, conferirem se estavam com os fios de cabelo no lugar certo e roupas sem muitos amassos, o moreno saiu pela porta da limusine e estendeu a mão para o outro jogador. Assim que Harry se pôs em pé ao seu lado, de mãos dadas e uma feição séria contrastando com a vermelhidão no rosto, muitas câmeras e microfones viraram na direção deles e uma série de flashes foram disparados. 
°°°°°
"Depois de 8 meses desde o primeiro rumor sobre o casal do futebol, finalmente o namoro foi oficializado. Tomlinson e Styles chegaram juntos à festa de comemoração dos 118 anos do Chelsea, uma revelação em grande estilo, não acham?
Confira agora as fotos desse momento revolucionário para o cenário do esporte inglês, com direito a mãos dadas e olhares apaixonados. Eu já estou shippando e vocês?"
Fim.
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jenniejjun · 4 months
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𝐆𝐄𝐓 𝐇𝐈𝐌 𝐁𝐀𝐂𝐊 ⸻ 𝘤𝘩𝘢𝘭𝘭𝘦𝘯𝘨𝘦𝘳𝘴.
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pairing.: art donaldson x leitora!fem x tashi duncan x patrick zweig
sinopse.: olivia miller era tudo o que tashi duncan não era. e tudo o que ela era ao mesmo tempo. uma força a ser reconhecida. não foi uma surpresa quando elas se tornaram parceiras de tênis. elas eram lendas. nada nem ninguém poderia mexer com elas. exceto art donaldson e patrick zweig.
warnings.: esta história foi avaliada como +18. incluirá uso de cigarro, consumo de álcool, temas sexuais e linguagem forte. aconselha-se a opinião do autor, caso você se sinta desconfortável com alguma das citações anteriores priorize sua saúde evitando a leitura. não possuo nenhum desses personagens, exceto os millers e justine bonsoir. todos os direitos vão para MGM e Guadagnino. fora isso, isso aqui é apenas eu cedendo à minha necessidade bissexual de ter os três, não sei o que dizer.
notas da autora.: quem é vivo sempre aparece né? tava vendo rivais pela primeira vez esses dias e tudo que me veio a mente é como eles deviam ter formado um trisal. seria saudável? provavelmente não. resolveria os problemas deles? também não. mas a vida deles seria bem mais fácil se o casamento da tashi e do art fosse aberto! anyways, vendo esse filme eu fiquei mais obcecada ainda do que já era pelo mike faist e minha obsessão pelo josh o'connor e pela zendaya retornou. daí veio a ideia de montar a olivia e sua história! espero que vocês gostem! essa eu dedico pra @cruelyouths que tava ansiosa pela postagem. aliás, os personagens começam com dezoito anos como no filme. eu costumo postar tiktoks sobre a fanfic lá na minha continha, caso vocês queiram seguir pra ficar por dentro também o user é daemonyra!
elenco.: jennie kim como olivia miller, kim see-hun como aira choi, jeremy strong como oliver miller, zendaya como tashi duncan, josh o'connor como patrick zweig, mike faist como art donaldson, swann arlaud como justine bonsoir.
ESCUTE A TRILHA SONORA AQUI.
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I. MISS SUGAR PINK, LIQUOR LIPS
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2006
OLIVIA MILLER E TASHI DUNCAN eram parceiras desde crianças. Elas não tinham certeza de quando tudo começou, mas faziam tudo juntas. Frequentaram a mesma escola, tiveram os mesmos amigos, compartilharam alguns namorados… Não foi surpresa quando se tornaram parceiras de tênis. Duplas eram difíceis de manter no esporte, a maioria delas acabaria se separando para seguir carreira solo. Um certamente chamaria mais atenção do que o outro. E por isso as pessoas preferiram um jogador só. Mas não com elas.
Tashi e Olivia eram notáveis. Uma daquelas equipes que você sonha ver nos Jogos Olímpicos de Verão. Elas nunca perdiam uma partida, desde que começaram juntas. A rotina delas seria simples. Sempre começava com Olivia fazendo o saque, então Tashi entrava em modo animal no lado oposto da quadra e elas marcavam o match point. Juntas.
Desta vez não seria diferente. Enquanto a garota de dezoito anos fazia o saque, ela já podia ouvir a bola de tênis indo e voltando entre elas e a outra dupla do outro lado da quadra. Olivia olhou para Tashi. A grande Tashi Duncan, a mulher que fazia todos à sua frente se contorcerem de medo, bateu na bola com sua raquete. O suor escorria pela sua testa quando Olivia saltou para acertar a pequena esfera verde.
Anna Muller e sua parceira pareciam furiosas pelos próximos dois sets, mas Olivia não se importava, ela estava na lua. Elas estavam ganhando. A expectativa do público já estava escorrendo, todos sabiam quem estava prestes a vencer. E não era Anna Muller e seu traseiro racista.
"Chupa essa, vadia!" Olivia gritou, ignorando o par de olhos que seus pais lhe deram por xingar no campo de tênis. Ela não se importou. A partida deles foi vencida.
Quase como se fosse sua segunda natureza, Olivia Miller se lançou nos braços de Tashi Duncan gritando de alegria enquanto as duas se abraçavam febris e suadas. Era tênis em sua forma pura, a intensidade crua de como Tashi mantinha suas testas juntas e ela segurava o rosto de Tashi. Ambas sorrindo como tolas. Não. Como vencedoras.
“Isso sim foi tênis de verdade, porra”, disse ela com confiança. Claro que foi a primeira coisa que ela observou, Tashi respirava aquele esporte.
Passando o braço em volta do pescoço da garota, Olivia revirou os olhos saindo da quadra. Passando pelas perdedoras, a garota Miller não pôde deixar de notar o mau humor que Anna carregava consigo quando passavam. Ela sorriu, discretamente. Bem feito. Vadias. Sentindo um tapinha na bunda, Olivia olhou para sua parceira enquanto elas se dirigiam ao vestiário.
“Espero que esse espírito vencedor permaneça com você até esta noite”, Tashi franziu as sobrancelhas enquanto brincava, secando o suor do rosto. "Você não esqueceu, certo?"
“Como se você ou minha mãe fossem me deixar esquecer!” Olivia murmurou deixando sua amiga ir. “Mas quero dizer... Se isso significa ver a cara de perdedora da Anna, posso tolerar isso. Qualquer coisa para deixar aquela vadia racista infeliz.”
“Você realmente tem muito ódio pra alguém tão pequeno”, brincou sua melhor amiga antes de continuar. “Mas, na verdade, é a festa da Adidas. Você não pode desistir. É para nós.”
Era a dinâmica delas. Tashi Duncan vivia por todo aquele profissionalismo, embora ainda não quisesse seguir carreira. Aquela garota era a tenista mais profissional dos Challengers, disso Olivia Miller sempre poderia ter certeza. Não era como se ela não fosse profissional também, ela era. Elas fizeram muitos anúncios, conferências e treinamentos juntas. E Olivia Miller nunca chegou atrasada.
Mas ela era mais o tipo de garota que gostava de festas universitárias. Louca, bagunçada e divertida. Festas de trabalho? Esse era o playground de Tashi. Ela dominava a coisa enquanto Olivia permanecia ao seu lado, bebendo silenciosamente seu champanhe e aparecendo bonita para a câmera. Esse era o trabalho dela em festas como essas, Olivia odiava.
“Tash, está tudo bem! Eu sei, ok? Toda aquela merda de ‘celebrar os campeões de amanhã’. Eu sei, estarei lá mesmo que a festa seja uma merda.”
As duas entraram no vestiário, seguindo seus respectivos caminhos até seus armários. O clube de campo era enorme, mas era fácil ficar perplexo com o quão pequeno ele realmente era. De perto assim, Olivia pôde ver plenamente sua melhor amiga tirando a camisa. O sutiã esportivo que ela usava fazia a curva perfeita para seus seios, tanto que quase deu vontade de gritar. Era uma sensação com a qual ela estava acostumada quando estava ao lado de Tashi Duncan.
Tashi era perfeita demais, às vezes. Era esmagador.
“Ei, você pode me emprestar um de seus sutiãs para esta noite? Preciso de algo que não faça meus seios parecerem tão pequenos”, Olivia perguntou, encostando-se em seu armário enquanto olhava para frente. Quando de repente a peça de roupa bate em seu rosto. “Ai! Cadela."
Tashi olha para ela, com o peito totalmente à mostra enquanto ela sorri.
"Seus seios estão ótimos, mas se você precisar", ela encolheu os ombros. “Você está tentando impressionar alguém?”
Começando a se livrar das roupas de tênis, Olivia riu enquanto se dirigia para o chuveiro. Tashi seguindo. Virando-se, ela viu sua amiga em toda sua glória nua entrando em contato com a água fria de seu chuveiro. Apenas abrindo espaço para ela, Olivia começou a lavar o cabelo logo sentindo as mãos de Tashi substituírem as dela.
“Sabe, eu tenho que pelo menos transar já que você está me obrigando a ir a essa festa idiota.” Olivia sorriu suavemente, seu tom provocativo quando sentiu as mãos de Duncan agarrarem seu couro cabeludo com mais força. Ela riu. “Depois de tirar todas as fotos, claro!”
Se Tashi achou engraçado, ela decidiu ignorar isso, retomando seus tratamentos no couro cabeludo de Olivia com o condicionador. “Eu não subestimaria a festa se fosse você, pode ficar interessante,”
A garota Duncan encolheu os ombros.
“Não é subestimar se eu sei que a festa é uma merda.”
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Na verdade, ela subestimou a festa.
Certo. Talvez ela tenha sido um pouco... severa ao julgar um livro pela capa. Afinal, toda a celebração dos campeões de amanhã não foi tão ruim. Fotos delas estavam espalhadas por metros quadrados, Olivia com suas raquetes e saltos e Tashi com suas elegantes poses de tênis. As estrelas do show.
Brilhantes era o que elas eram.
Olivia balançava os quadris para a esquerda e para a direita fazendo um movimento estranho que ela gostava de chamar de “o passo sexy”, tentando igualar a facilidade de sua melhor amiga em ficar linda na pista de dança. Apenas algumas pessoas poderiam parecer gostosas e suadas por se movimentarem no que achavam que é dançar. Tashi era uma dessas pessoas. Tanto que não era surpresa que ela chamasse atenção.
"Esses dois estão te comendo com o olhar desde que você chegou aqui", Olivia riu no ouvido da amiga, já embriagada com as bebidas. Confortavelmente, Miller deixou a garota na frente dela puxá-la para perto, dançando ao ritmo. "Danadinhos."
“Eles estão nos comendo com os olhos, cara de merda.” Tashi beliscou a cintura dela, sorrindo maliciosamente. “Um para cada uma de nós.”
E ali nas mesas estavam eles. Dois garotos perfeitamente legais, que Olivia Miller nem sonharia em imaginar jogando tênis de uma forma tão bruta e desagradável. Os tipos de características que você não imagina cobertas de suor. Um moreno e um loiro. Um alto e um baixo. Um parecia inteligente, o outro parecia bobinho. Olhando bem, Olivia sabia exatamente quem eles eram.
“Art Donaldson e Patrick Zweig, sério?” Um tom de zombaria pôde ser ouvido da boca da garota. O sorriso malicioso de Tashi só aumentou.
“Fogo e Gelo em carne e osso,” ela quase parecia ansiosa. Como se Art Donaldson e Patrick Zweig pudessem ser capazes de mudar o rumo daquela noite inteira para ela, como se ela estivesse esperando para experimentá-los. Foi a vez de Olivia sorrir.
“E justamente quando pensei que iríamos compartilhar,” ela brincou, balançando os braços em volta do pescoço de Duncan. Foi uma brincadeira, claro. Uma inofensiva, na melhor das hipóteses. Mas a maneira como Tashi Duncan arqueou uma sobrancelha e a girou enviou um frio na barriga, isso não poderia significar nada de bom. Isso significava que Tashi teve uma ideia. As ideias de Tashi sempre foram perigosas quando se tratavam disso.
“Ainda podemos.” A tenista deu um passo mais perto, olhando milimetricamente para os garotos que as fodiam com os olhos. Era quase imperceptível por causa do jeito que elas estavam tão próximos que o cabelo escuro de Olivia bloqueava a visão de Art ou Patrick do que estava acontecendo ali. Ou mesmo o que foi dito lá.
Se eles soubessem.
“Ok, hora de tirar você do álcool,” Olivia deu um tapinha de leve na bochecha de Tashi duas vezes como uma piada enquanto sorria elegantemente. Elas estavam próximas o suficiente para que a jovem pudesse sentir o hálito alcoólico de sua melhor amiga. “Sério, Tash! Está mexendo com sua cabeça. Fala sério, quatro?"
“Não me diga que você não aguenta.” Tashi respondeu.
Uma risada escapou dela, tão brilhante e encantadora que chamou a atenção de algumas pessoas ao seu redor. Brevemente, Olivia Miller abraçou a cintura da amiga, dando um beijo molhado em sua bochecha.
Parte dela sabia que ela só tomou tal atitude porque estava sendo observada, algo nas palavras de Tashi estava fazendo sua cabeça girar. Tirando seu julgamento normal. Isso e o fato de que eram Art Donaldson e Patrick Zweig quem os observava. Provavelmente os caras mais gostosos do clube de campo.
“Tudo bem, gatinha, vou pegar um pouco de água para você e então poderemos resolver seu problema. Tá? Se acalma aí, falou?" Foi a última coisa que Olivia lhe disse antes de Tashi Duncan simplesmente desaparecer diante de seus olhos.
Coincidentemente junto com Art e Patrick.
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Areia não era muito seu forte. Na verdade, andar de salto alto na areia não era seu forte. Mas Olivia Miller marchava como se sua vida dependesse disso no momento em que avistou Tashi sentada em uma das rochas perto do mar.
Primeiramente com raiva. Até que ela notou os dois meninos que estavam sentados à sua frente nas cadeiras de praia, a dupla infame. Fogo e gelo. Tashi estava conversando com eles sobre tênis quando a jovem decidiu intervir com suas reclamações sobre como era desconfortável andar na areia da praia.
Naturalmente, os olhos se voltaram para a rica Olivia Miller em seu vestido tubinho branco com mangas compridas e esvoaçantes. Quase parecendo um anjo. Quase. Se não fosse pela boca pintada de vermelho.
Tashi sorriu, um daqueles sorrisos que ela reservava apenas para Olivia.
“Você perdeu as fotos”, disse ela, estendendo a mão para ajudar a amiga a se sentar na pedra. Dividindo o espaço com ela, porque era assim que elas eram. Não existia espaço pessoal quando se tratava de Tashi Duncan e Olivia Miller. As duas vinham como um combo. “Meninos, esta é Olivia Miller, mas suponho que vocês já saibam disso.”
Um pouco confusa, Olivia virou-se para os dois garotos sentados ali com seus cigarros e bebidas. Estranhamente, ela se sentiu pequena e envergonhada sob tantos olhares. Havia algo quase como uma reverência nos olhos de Art Donaldson quando ela se acomodou ao lado de Tashi, um breve sorriso nos lábios enquanto ele acenava com a cabeça em direção a ela em saudação. Patrick Zweig, por outro lado, olhou para ela como se ela fosse uma sobremesa que ele não comia há muito tempo. Seus olhos brilharam olhando para sua pele cremosa e físico tonificado.
Como se ela fosse uma estátua que merecesse ser elogiada. Sua própria heroína pessoal do tênis.
"Sobre o que estamos conversando?" Miller perguntou, sua voz suave uma distração da tensão que pairava no ar da conversa.
“Tashi estava prestes a nos explicar o que o tênis deveria ser.” Pela primeira vez, a voz de Art enfeitou os ouvidos de Olivia Miller. Desta vez, não coexistiu com o tom alto e frustrado que ele soltou quando perdeu uma partida de tênis na quadra. Foi infinitamente mais calmo, mais sério e aconchegante.
Ela teria feito uma careta se estivesse sozinha, porque como era possível que a existência daquele homem a fizesse descrever uma voz masculina como aconchegante? Mas em vez de se concentrar na própria vergonha, ela gemeu de brincadeira. Revirando os olhos brevemente com a revelação de Donaldson.
"O que?" Perguntou Patrick, sorrindo entretido.
“Você não está dando a eles o sermão de ‘tênis é um relacionamento’, né?" Olivia choramingou, já entediada enquanto colocava a cabeça no ombro de Tashi.
“Cala a boca, você sabe que é”, confessou Tashi, havia algo definidor em sua voz. Como se ela não estivesse aberta a discussões, ainda assim permaneceu excepcionalmente dócil na frente dos meninos.
Certamente convenceu Patrick Zweig, o pobre rapaz... Ele mal conseguiu esconder a sua admiração ao ouvir a grandiosa Tashi Duncan ensinar-lhe rapidamente o que realmente era o tênis. Ensinar o que era tênis para um tenista. Exceto que Olivia entendeu brevemente o motivo de tudo isso, o excesso de confiança de Patrick transparecia em seus movimentos, mas não em sua compreensão do esporte.
Não como seu amigo ao lado dele.
“Foi isso que vocês e Anna Muller tiveram hoje?” Ele perguntou, brincando com seu cigarro. Curiosa, Olivia apoiou-se nas duas mãos observando as idas e vindas de Tashi com o cara Zweig. Assim como Art Donaldson estava fazendo o mesmo. Ocasionalmente, roubando alguns olhares para ela.
“Foi, na verdade. Durante cerca de quinze segundos em que estávamos jogando tênis, nós nos entendemos completamente, assim como todos que estavam assistindo. Era como se estivéssemos apaixonadas”, disse Duncan, batendo o ombro dela no da filha.
Balançando a cabeça, Olivia revirou os olhos de brincadeira mais uma vez, mas concordou. Isso? Essa era sua área, não havia nada no mundo que Tashi Duncan entendesse e amasse mais do que tênis. Mais do que qualquer profissional.
Isso fez Olivia sentir tremores na espinha, a alegria de ver sua amiga entusiasmada com o que ela amava. Foi contagioso.
“Ou como se não existíssemos”, terminou Miller para a amiga.
“Sim,” ela riu, inclinando a cabeça para o lado. Satisfeita consigo mesma. “Fomos a algum lugar… lindo juntas.”
“Tão lindo quanto pode ser com a porra da Anna Muller”, brincou Olivia, algumas risadas puderam ser ouvidas do trio. Art olhou para eles por alguns minutos antes de falar, curioso sobre suas reações. Patrick ao lado dele, não conseguia identificar se a pergunta tinha sido bem-vinda ou não. Isso pareceu frustrá-lo.
“Você gritou”, disse ele, dando uma tragada no cigarro. “Nunca ouvi nada parecido antes.”
Olivia quase riu. Foi chocante, para dizer o mínimo, mas ver Tashi sorrindo e escondendo o rosto no ombro foi uma visão nova para ela. Era quase magnético. Art Donaldson foi capaz de extrair tanta emoção dela, considerando que era a Tashi que ela estava se referindo.
Foi surpreendente, ela não podia negar. Talvez esse garoto realmente soubesse do que estava falando, afinal ele não queria apenas transar com ela.
No entanto, Tashi não estava errada quando apontou o interesse deles nas duas. Pois os olhos claros de Art se voltaram para sua figura, o sorriso que acabara de desconcertar Duncan mirava direto no coração de Olivia Miller.
“Mas você não fez, você nunca faz. Por que?"
A pergunta a pegou desprevenida, assim como Tashi alguns segundos antes.
Afinal, qual foi o motivo?
Foi uma pergunta fácil. Não foi falta de motivação nas partidas, mas também nunca despertaram emoções tão viscerais de dentro. Ela gostava de vencer, obviamente. Ela também gostaria de ser profissional um dia.
Porém, por que ela não era tão crua quanto Tashi?
“Temos que ir”, Seu mundinho de percepções foi quebrado pela voz da amiga, pelo calor de sua mão na dela. Pelo canto do olho, Miller pôde identificar o olhar de segurança que Duncan lhe deu. Ela provavelmente ficou quieta por um tempo. “Nossos pais estão esperando.”
“Sim, hum… Nos vemos na escola, Art. Ouvi dizer que você entrou em Stanford.” Olivia tentou pelo menos se despedir para não parecer estranha. Mas foi difícil com a maneira como ela estava ajustando o vestido, pois ela estava envergonhada.
Os dois parceiros de tênis estavam prontos para partir quando a voz de Patrick soou estridente e incerta, esperando que eles realmente esperassem.
"Espere!" Ele disse, sentando-se muito rapidamente em sua cadeira. "Vocês tem Facebook?"
Se Olivia pudesse fechar os olhos e soltar uma risada dolorosa, ela o faria. Mas isso seria demais para o coração já acelerado de Patrick. Em vez disso, ela escolheu sorrir, tendo que virar a cabeça para o lado para esconder a leve risada que lhe escapou. Rapidamente, a garota Miller viu o sorriso preguiçoso nas feições de Art tomando forma.
“Ele está pedindo o número de vocês e eu também.” Aquele merdinha presunçoso, Art Donaldson, inclinou a cabeça loira para o lado enquanto olhava para os dois de cima a baixo.
“Vocês dois querem nossos números?” Tashi perguntou, fingindo bajulação. Olivia cruzou os braços, isso estava ficando interessante.
“Muito, sim.”
“Vocês dois querem nossos números?” Olivia provocou, erguendo a sobrancelha em convicção. De repente, estar diante do mar não despertava mais o frio dentro dela. Pelo contrário. O tecido leve do vestido branco que ela usava aqueceu sua pele como um micro-ondas.
“Somos dois caras, vocês são duas garotas”, Patrick sorriu, aquele sorriso libertino.
"E daí? Você tentará nós duas para ver qual de nós encaixa melhor?" A insinuação da frase foi clara o suficiente para fazer crescer o sorriso canalha no rosto de Patrick, assim como o de Art.
Tashi Duncan pendurou um dos braços no pescoço da amiga, sorrindo também. Eles pareceriam maníacos para quem olhasse de fora, mas a compreensão era suficiente para permanecer ali.
“Bem, não somos destruidoras de lares”, ela brincou. Como se elas também não tivessem compartilhado um monte de caras antes. Olivia mordeu o lábio contendo o sorriso.
"Está tudo bem, não moramos juntos."
“É um relacionamento aberto.”
“Venha passar um tempo conosco mais tarde, estamos hospedados em um hotel próximo”, disse Patrick, com a boca cheia de fumaça. Seus modos sujos eram um pouco cativantes para Olivia, como é que um homem assim era tão bonito? Estava além dela.
“Quer que a gente coloque vocês na cama?” Ela não perdeu a oportunidade ali, abraçando a cintura de Tashi.
“Ou podemos continuar conversando”, sugeriu ele, olhando para as outras três pessoas ali. Parecia tentador, Olivia não era mentirosa. Um quarto de hotel com Art Donaldson, Patrick Zweig e sua melhor amiga. Parecia a porra de um sonho. “Sobre tênis.”
"Boa noite!" Foi tudo o que Tashi disse antes de afastá-la dos meninos, rindo das tentativas fracassadas de Patrick de fazê-las ficar.
"Foi um prazer te conhecer!" A garota gritou, acenando de volta para eles. Olivia estava tropeçando um pouco devido aos saltos arenosos, mas a proximidade do contato permitiu que ela visse o rosto de sua melhor amiga.
E nele ela viu algo que pensou que nunca veria enquanto eles se afastavam.
Desejo.
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©️ jenniejjun. todos os trabalhos postados aqui pertencem a mim e não devem ser repostados sem meu consentimento de maneira alguma.
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panthepeter · 9 months
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Rethink and Renew — POV
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Sentado nos fundos do Snuggle Duckin, Peter Pan observava os Meninos Perdidos aparecerem e desaparecerem entre os arbustos, bolas de neve se espalhando pela clareira misturados a gritos agudos das crianças e adolescentes com cabelos úmidos de água. Um sorriso surgiu em sua face antes de desaparecer, colocando um dos biscoitos de gengibre entre os dentes.
Seus planos para invadir o navio de Hook e destruí-lo ficaram em segundo plano desde que chegou a Tão Distante, as reviravoltas impedindo-o de arranjar um meio de acabar de vez com o contrato com o pirata. O recanto na Floresta Proibida tornou-se sei "covil" e suas fugas finalmente tinham um álibi minimamente plausível. Peter se orgulhava de dizer que conhecia cada um dos castelos, palacetes e mansões do reino, incluindo o palácio de Rumpelstiltskin e o do Conde Drácula.
Mas seus desencontros diminuíram quando a saudade de casa aumentou. Seus meninos, que um a um somavam o bando, curavam a saudade da Terra do Nunca, de suas florestas, cachoeiras, sereias e de poder voar em seu eterno corpo de menino, onde nunca poderia ser infeliz. Sombra e Tinker Bell continuavam a ser seus braços, olhos, pulmões e força motriz num reino que veio a habitar contra sua vontade.
Seus bolsos ainda estavam cheios de moedas quando se sentou num toco de madeira, prato de rabanadas das crianças desaparecendo enquanto pensava, mastigando todo o açúcar que conseguia surrupiar. Ainda hoje a noite, enquanto os moradores aproveitavam a festa natalina no centro da cidade, o "Papai Noel" recolheria suas ofertas, para manter sua fábrica funcionando of course. Deixaria seus elfos descansando após um pouco de chocolate quente e partiria voando pelos telhados em busca da próxima vítima.
Só que, ao contrário dos outros natais, para esse havia um pedido especial ao bom velhinho, um que ainda não havia discutido com ninguém, que incomodava seu coração. Peter Pan tinha reservas "gordas" o suficiente para considerar o novo plano, e a falta de destino de todo seu trabalho agora ganhava um norte. Talvez pudesse recorrer aos outros habitantes por ajuda, ainda haviam boas almas dispostas a ajudar os órfãos da Floresta. Diminuir o perigo para as crianças que passavam o dia andando com vilões, dormindo em lugares impróprios e comendo o que desse das vielas escuras. Um orfanato, grande o suficiente para acolhê-las, um teto que impedisse a neve suave de cair sobre seus cabelos, matando seus sonhos tão precocemente. Só que...
Só que era uma reviravolta muito grande. Uma responsabilidade muito grande, e Peter Pan odiava burocracia, dever e ordem. No fundo, tinha até medo de que Sombra e Tink pudessem se afastar, rir de seu plano mirabolante porque essa nunca foi a vida que planejaram. Não havia aventura nenhuma em finalmente por os pés no chão e se estabelecer em um lugar cheio de crianças. E, que os deuses o protegessem, e se Hook descobrisse?
Uma bola de neve bateu na parede ao lado de sua cabeça, o tirando de seu torpor. O prato estava vazio e seus dedos encontravam os grãos de açúcar e canela, lábios doces e língua amarga. Peter odiava a sensação de estar ele perdido, ele que tanto se gabava de seu controle emocional. Cabeça ou coração? Por que teria que escolher? Limpando sua mão na calça, se pôs de pé, um sorriso genuíno para as crianças que agora se juntavam para montar um boneco de neve, o mais feio que já viu em sua vida.
Era tempo de repensar.
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deepsixfanfic · 2 years
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PARTE I - A GAROTA
Miles não conheceu o mundo antes da infecção, mas havia lido livros o suficiente para imaginar como ele era. Era o que podia fazer para manter sua sanidade, depois de quinze anos vivendo com medo e fugindo. Ele sabia se virar o suficiente, havia sobrevivido sozinho por alguns anos depois que seus pais decidiram que cuidar de uma criança era trabalho demais em um mundo decadente. 
Mesmo assim, sabia que sem John Constantine, já teria sido morto há muito tempo. 
— É melhor segurar isso com força, ou vão facilmente tirar de você — o comentário do mais velho o fez apertar a pistola em suas mãos com força. — Não sabemos o que vamos encontrar aqui, então, por favor, fica atento. 
— Eu tô atento! — Miles sussurrou levemente alto. — Por que estamos aqui? Não parece ter comida. 
— Uma pessoa me chamou aqui, alguém que eu não vejo há anos. E se eu deixar ela na mão mais uma vez, ela vai cortar as minhas bolas — ele deu uma risada. 
— Precisa parar de irritar mulheres poderosas — Miles comentou, abrindo um dos armários no estreito corredor para procurar algo interessante. 
Mal teve tempo de piscar antes de ser empurrado para trás quando um chute acertou em cheio seu peito. O desespero do jovem aumentou quando não sentiu mais a arma em sua mão, e a pessoa acima dele a segurava na direção de sua testa. 
Era uma garota, não muito mais velha do que ele, cabelo castanho com mechas azuis espalhadas por ele e olhos azuis furiosos. Olhando para ela, só conseguia pensar que aquela era a melhor pessoa para tê-lo atacado neste momento. 
Até John literalmente acertar um chute tão forte nela, que a garota saiu voando para o fim do corredor. 
— O que estava dizendo? — Constantine o ajudou a se levantar e apontou seu rifle para ela. 
— Seu filho da puta! — a garota berrou, ignorando o fato de ter uma arma apontada para ela e correndo na direção dos dois. 
— Ela é maluca, legal — Miles comentou, fingindo não estar se escondendo atrás do seu mentor.��
John pareceu se divertir com a situação e abaixou sua arma, rapidamente desviando quando ela os alcançou e dando uma rasteira nela. A garota caiu com as costas no chão, fazendo um barulho que provavelmente foi ouvido em outros andares do prédio. 
— Não tenho tempo pra isso, pirralha — ele puxou sua pistola e apontou para ela, que agora estava parada, porém ainda com o mesmo nível de ódio. — Quem é você?
— Constantine? — outra voz ao fim do corredor chamou a atenção dos três. 
Uma mulher de cabelos curtos e cacheados apareceu. 
— Zed, querida, deveria ter me falado que tinha uma surpresa esperando por mim — John abriu espaço para que ela visse a adolescente no chão. 
— Como você saiu? — Zed gritou, parecendo mais do que surpresa em vê-la ali. 
— Pela ventilação, duh — a garota respondeu, e chutou a canela de John em seguida. 
— Sua desgraçada! — ele grunhiu de dor, mas a deixou passar para perto da outra mulher. — Ok, eu cheguei. O que você quer? Onde está a Zee?
Zed pareceu hesitar por um momento, olhando entre ele e a jovem ao seu lado.
— Esta é Zoe… Ela é filha da Zee. 
Um turbilhão de emoções passou pelo rosto de Constantine. Desde confusão até desespero. 
— Ela é…?
— Não! — Zed e Zoe responderam juntas, a mais velha completando. — Ela não é sua. 
— Ah, sim. Ok. Isso é ótimo, na verdade, porque já tenho bagagem o suficiente com aquele ali — ele apontou para Miles, que soltou um som indignado. 
— Zatanna morreu há alguns anos — ela continuou e, pela primeira vez, Miles viu a expressão despreocupada de John sumir. — Eu tenho cuidado da Zoe desde então, mas tenho muitas pessoas que dependem de mim para encontrar um local seguro. Eu conheço alguém no norte que vai poder ficar com ela e…
— Eu não sou seu garoto de entregas, Zed — Constantine virou as costas e simplesmente andou para a saída. 
Ela bufou, não parecendo surpresa com a reação e o seguiu, deixando Miles e Zoe sozinhos no corredor. 
— Hum… Posso ter minha arma de volta? — ele perguntou. 
— Você sabe usar isso? 
— É claro que sei usar! — ele desviou o olhar quando a ouviu dar uma risada. — Fica com ela, tanto faz. 
— Vou guardá-la com muito carinho — ela zombou, prendendo a pistola na cintura. — Vocês são caçadores de infectados?
— Não, somos sobreviventes. Por que você me atacou?
— Achei que eram invasores. Não costumo sair muito, a Zed acha perigoso — Zoe voltou para dentro do armário de onde havia saído, voltando com uma mochila grande nas costas. 
Ela parecia mesmo estar tentando fugir. 
— Pra onde ela quer que a gente te leve? 
— Acha que eu sei? Zed não me conta nada. Ela ficou puta comigo porque fugi há duas semanas — ela inconscientemente tocou em seu antebraço esquerdo, que estava coberto por sua jaqueta de couro. — Deve ser alguma base militar pra crianças desobedientes. 
— Não acho que isso exista. Se existisse, John já teria me deixado lá na primeira oportunidade — ele riu, sabendo não ser verdade, mas querendo deixar o clima leve. — Eu sou o Miles. 
A jovem ofereceu um aceno de cabeça como resposta, antes de se virar para onde Zed e John retornavam. 
— Ele concordou em te levar em segurança para o Norte. 
— Não preciso da droga de um velhote como segurança! — ela retrucou, e John deu uma risada. 
— Ela é uma merdinha, gosto dela — ele comentou. — Escuta, garota, a sua mãe foi alguém especial pra mim e é só por isso que vou te fazer esse favor. Se sair da linha, vou te usar como isca de infectado. 
— Adoraria ver você tentar — a audácia dela estava deixando Miles cada vez mais pasmo. 
— Ou podemos ter uma viagem em grupo agradável e sem agressões — ele sugeriu, recebendo olhares irritados de ambos. — Eu não quero morrer porque vocês são babacas. 
Constantine revirou os olhos e saiu sem se despedir de Zed. Zoe ficou para trás por alguns segundos a mais para falar com ela, e Miles deu o espaço necessário para deixá-las à vontade. Quando viu a jovem voltar, ela parecia menos segura de suas ações do que estava quando quase o matou. 
— Nunca esteve lá fora? Quero dizer, lá fora mesmo — ele perguntou. 
— Não. Você já? — ele assentiu, vendo os olhos dela se enxerem de curiosidade. — Ainda existem carros? 
— Sim. Nós temos um, mas precisamos parar fora da cidade para não atrair atenção. 
— Que maneiro — ela andou mais depressa, o puxando pelo casaco para que a acompanhasse. — Me conta mais sobre esses carros. 
E ele contou o que sabia, o que John havia lhe contado. Não era muito além do básico para controlar o veículo, mas foi o suficiente para mantê-la entretida por alguns minutos. 
Eles esperaram dentro de uma antiga loja de conveniência, onde Miles e Zoe puderam explorar enquanto John vigiava o lado de fora. Não havia nada de interessante lá, mas a antiga caixa registradora foi o suficiente para fazê-los soltar algumas risadas de vez em quando. 
Mesmo quase tendo sido morto mais cedo, Miles estava mais do que feliz em tê-la os acompanhando. Em sua vida, estava sempre cercado por adultos, nunca havia encontrado alguém da sua idade que estivesse vivo. Além disso, sentia que eles tinham muito em comum, que precisavam de momentos como aquele para continuar sobrevivendo. 
— Hora de ir — Constantine os interrompeu quando terminavam de montar uma torre de latas vazias. 
A noite sempre o deixava mais nervoso do que o normal. Era fácil se esconder dos soldados na escuridão, assim como outras coisas também poderiam estar à espreita nela. Ele se movia cautelosamente, Zoe sempre ao seu lado com sua mochila bem presa nas costas. 
Quando cruzaram os muros da cidade, Miles não sabia se sentia alívio ou paranoia, já que ali eram alvos extremamente fáceis para infectados. Pelo menos, não levariam um tiro. 
— Isso é tão legal! — Zoe comemorou e John quase a empurrou para trás para fechar sua boca. 
— Fica caladinha, querida, ou vai levar um tiro — ele alertou, apontando para as torres ao redor dos muros. 
Miles não conseguia emitir som algum durante momentos como este, então apenas os seguiu até que viu uma luz aparecendo em um dos cantos do muro. Antes que pudesse avisar os dois, estava sendo empurrado contra a parede por um soldado. 
— Parados! Quem são vocês? — o soldado apontava sua arma para ele, fazendo com que Zoe e John ficassem impotentes para atacá-lo. 
— Calma, amigo — Constantine abaixou seu rifle e se aproximou do chão. — Só estamos tentando sair, não estamos infectados. 
Como de costume, o soldado puxou o dispositivo para verificar se estavam dizendo a verdade e o pressionou contra o pescoço de Miles. A agulhada era dolorosa, porém ainda era melhor do que um tiro. A tela verde se iluminou e o soldado o deixou ir. Foi até John e também o espetou, recebendo mais uma confimação. 
Quando chegou a Zoe, no entanto, ela estava pálida e seus olhos se moviam freneticamente entre ele e Miles. Assim que teve o pescoço furado, ela devolveu a ação, esfaqueando o soldado em cheio na coxa e o fazendo soltar um grito de dor. 
Constantine rapidamente o jogou no chão e puxou sua arma, empurrando mais a faca de Zoe contra a coxa dele. 
— Por que você fez isso?! — Miles a puxou para longe da briga, que não parecia ir bem para o soldado. 
Foi quando ele viu o dispositivo caído aos pés dela e seus olhos se arregalaram. 
— Merda… — ele pegou o aparelho e começou a se afastar o mais rápido que pôde dela. — Merda, merda merda! 
— Miles, espera! — Zoe tentou ir atrás dele, mas o jovem apontou seu canivete para ela. — Eu posso explicar. 
— John! — ele gritou e o mais velho, que agora estava respirando de forma ofegante depois da briga vencida, olhou em sua direção. 
Miles apenas mostrou o aparelho, a luz vermelha brilhando forte na tela.
E temos o vencedor das votações!! Esse universo alternativo vai ser muito gostosinho de escrever, só espero não chorar no processo lol Devo fazer 3 partesd esse e seguir para o universo alternativo de A Múmia!! Espero que gostem :3
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Problematic Fave: Saem Lee
Na tag do Rainy Day só pra ele entender que não vai ter outro.
A maciez dos lábios dela e a umidade de sua boca só não são melhores que o aperto da buceta dela, mas ele tem certeza, plena consciência mesmo, que os pontos separando seu favoritismo são poucos quando se trata do quão Rukia trata o pau dele.
Mesmo agora, quando ela só está aceitando ele foder sua boca, ele acha que não tem nada mais delicioso e viciante que aquilo; o jeito como os olhos delas estão lacrimejando mas ela está gemendo de prazer com ele atolando sua garganta, então como ela tenta manter as mãos ansiosas do lado do corpo só porque ele a proibiu de tocá-lo. A visão é linda, faz ele segurar o cabelo dela com mais força, faz ele gemer mais alto com o barulho úmido que acompanha os engasgos dela. Como ela pode ser tão gostosa e tão dele?
— Eu amo quando você me mama, linda, mas eu preciso tanto foder sua boca… — E apesar do tom doce, ele não se importa de empurrar fundo na garganta dela, todo o ódio que ele sente por dentro não está nem perto de acabar. — Eu preciso tanto, tanto fazer com força.
Não que ele não fizesse sempre, mas quando ele estava puto da cara e a um passo de virar uma Beyblade humana, rodando e socando todo mundo, em simplesmente preferia descontar as frustrações nela porque 1) ela gostava e 2) se ela gostava, quem era ele pra negar os desejos de Kuchiki?
Ele também a beija com força, como se fosse devorá-la e sugar sua alma pela boca, plantando as mãos em sua cintura depois de puxar o cabelo dela até ela se levantar do chão e colar o corpo no dele. É como se ainda existisse uma infinidade de espaço entre os dois quando ele a joga na cama e não espera um segundo antes de a segurar pelas pernas, virando seu corpo menor e mais magro como se não fosse nada e nenhuma tarefa difícil pra ele.
— Rukia, eu juro. Se você tiver escolhido hoje pra usar uma calcinha… — Mas ele quase perde as batidas já aceleradas do próprio coração, quando levanta a saia dela e percebe que naquele dia, ela escolheu simplesmente não perder a calcinha depois de dar pra ele. — Não importa. Eu vou bater em você do mesmo jeito.
E ele bate, mesmo, pra caramba. Não fica satisfeito enquanto não vê as bochechas da bunda dela vermelhas e fervendo debaixo de seus dedos, e quando ele acha pouco, simplesmente acerta um tapa na buceta dela, que está impossivelmente encharcada.
— Mas você ama quando eu te trato assim, não é? — Ele pergunta em um tom baixo, se inclinando pra morder a pele dolorida, a mão que não está segurando ela no lugar, livremente esfregando a palma contra a buceta. E ele sabe que não precisa de uma resposta, mas quer que ela diga, e a cada sim choroso e desesperado que sai dos lábios dela, ele acerta outro tapa no meio sensível entre suas pernas abertas, mas não era nem o começo da tortura.
Ele poderia ficar horas arrastando a cabeça do pau entre a entrada da buceta e o cu, sentindo e vendo ela tremer de ansiedade e implorar pra ele fazer alguma coisa, mas em algum momento até ele perde a paciência e mete nela de uma só vez e sem pudor algum.
— Porra, porra de buceta apertada! — Que o suga e o estrangula por dentro, o deixando mais puto, porque tem certeza que se ela fizer mais daquilo, vai gozar antes de fazer ⅓ do que ele quer. — Da ela bem gostoso pra mim.
Porque ele mesmo está inspirado em comê-la bem e com força, segurando sua cintura fina no lugar enquanto investe os quadris contra ela, as bolas batendo com força contra sua bunda e ficando encharcadas graças a quão bem ele a fode, e ela não consegue parar de gemer e muito menos ficar mais molhada por causa dele. A maneira como ele alterna em estocadas frenéticas e rápidas e depois metidas profundas e lentas, é só pra ela sentir tudo, esquecer o próprio nome e o resto do mundo e só pensar no caralho dele, duro, grosso e fundo macetando ela com propósito.
Imprimir ele na buceta, e ter certeza que ninguém nunca vai fazer ela se sentir tão bem quanto ele.
Ele só consegue pensar em cada episódio de raiva e ódio que segurou naquele dia, só pra oferecer pra ela ali e agora, do jeito que os dois mais gostavam.
— Mais alto, puta! — Ele puxa o cabelo dela com força, a forçando a desgrudar o rosto do colchão e soltar aqueles gemidos no ar e não sufocados contra o lençol. — Eu quero ouvir você pedir por mais.
E, claro, ele ia atender.
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ricardocaian · 1 month
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Somos sete os filhos de Renato, mas esse pai também são vários. A experiência de cada um dos filhos faz com que, de um pai pro outro hajam radicais diferenças. Entre as presenças e ausências, entre os mimos e as violências, entre cada uma das três mães que gestaram filhos desse homem, e os conflitos entre si, existe um pai específico para cada filho. O meu especificamente eu ainda não consigo descrever com total precisão. Já achei que o sabia todo, depois aceitei que não sabia nada, e depois fui entender que eu não tenho que me ocupar disso também. Que meus pontos ligados estavam quase todos bem atados. Mas o ponto que não liga é eu viver nessa tentativa de recuperar algo que não me diz respeito mais e eu já nem quero também. E eu preciso agora é ME respeitar mais, porque eu não sou obrigado a viver em desconforto e frustração, nem performar bem estar pra conseguir manter um vínculo.
Eu não sei me relacionar só dizendo o que a pessoa do outro lado quer ouvir. Isso, na minha humilde opinião, é desumanizar o afeto. E afeto é o que afeta a gente seja bom ou seja ruim. Portanto, uma briga entre um par de pessoas e/ou parentes que se amam, haverá de ter em algum lado desse embate alguém que está ali brigando pra pra que o afeto permaneça. É assim que me sinto nessa muvuca genealógica há tempos.
Entre as derrotas e glórias, da empatia à selvageria, das anedotas lúdicas aos cruéis xingamentos aos berros, existe o meu pai, tão personalizado quanto pra cada um dos outros peixinhos seus. Como eu já disse em outro texto: meu pai é um anti-herói. É o meu malvado favorito. Mas, como disseram-me recentemente: “seu erro é ir sempre pelo certo”. E é bem verdade mesmo, eu fico querendo sempre botar as cartas na mesa, mas ninguém tem estômago pra isso além de mim, e pronto! Quando acabar o maluco sou eu, Raul diria. Viro eu o doido de praça dizendo que o mundo vai acabar enquanto é absolutamente óbvio o fato de que ele já está acabando. Pois eu cansei desse papel de bode expiatório, de quem é lançado ao deserto carregando culpas que jamais seriam suas, e isso é tão evidente olhando com a distância da idade que tenho hoje, e me entristeço lembrando que eu já tive que pedir desculpas para meus algozes. Mas não farei mais. Já não romantizo esses afetos familiares seja de que lado for.
Na verdade, eu reconheço hoje a família que construí com coração e o braço. Uma rede de apoio tão transparente e acolhedora, entre mulheres gigantes e amigos irmãos, com quem cruzei nessa estrada da vida. Interrompi um tanto de reproduções que vêm desse berço, seja na minha relação com o feminino ou o masculino, seja a questão pai, ou a questão mãe. Me sinto hoje sendo amado por quem eu amo tremendamente, e valido sem nenhum pudor os meus méritos pra ser amado pelo que sou, e não pelo que tenho. Mas meu coroa pisou na bola horrendamente comigo e eu não vou ficar batendo palma pra maluco só pra manter um contato mecânico e cínico na rotina da semana. E ele sempre usa o atestado médico do seu câncer pra me chantagear emocionalmente e fazer eu me sentir culpado. Pois só nos últimos meses eu vi tanta gente morrendo. Prima, amigo, mais jovens que meu pai. Então enquanto ele está vivo o tratarei ou me distanciarei conforme eu julgar necessário pra minha saúde mental, que não é brincadeira não. A doença dele tem chance de cura, a minha não tem e nem terá daqui pra o dia da minha morte, e eu não vou permitir que me adoeçam ainda mais, seja quem for.
Errar é humano, demasiado humano, mas isso não torna o que é errado em certo. Recentemente, em duas ocasiões, meu pai me disse que eu era o mais lúcido dos seus 7 filhos, e eu não discordaria dessa afirmação dele num embate com irmã ou irmã nenhuma, ainda que sejam todos deveras brilhantes, eloquentes e cultos. Mas eu menti, eu daria meu “Oscar” de filho mais “sóbrio”, por mais irônico que seja isso, eu um adicto, o único de toda essa turma que já precisou de intervenção clínica psiquiátrica pra sobreviver. Mas é isso, eu paguei um preço muito alto por ser o único com coragem de dizer aquilo que realmente pensa sobre as pessoas e as coisas. Meu pior sintoma é mesmo a lucidez diante dos meus sintomas e das minha relações interpessoais vida afora. Erro muitas vezes também, mas tentando sempre acertar. Me responsabilizo pelos equívocos e faço movimentos de reparação que nunca ninguém já fez comigo, enquanto eu já fiz com quase todos, eu acredito.
Mas eu não preferiria o sono dos ignorantes ou dos covardes não. Não trocaria minha clarividência por um filtro nos olhos que mostrasse da pessoa só aquilo que você quer e espera.
Pois esse foi meu dia dos pais, sem ver meu pai porque a gente tretou feio, mas dessa vez eu não vou admitir culpa, vou fazer o mesmo jogo de orgulho e proteção do ego de tudo que tenha o poder de fazê-lo lidar com a culpa. Eu vou me cuidar, e espero que ele também. Enquanto estamos vivos, vivos estamos, silenciosos e presentes, barulhentos e ausentes. Uma hora a gente acerta o fuso horário do território reconciliação.
Ah, eu acabei fugindo do tema, mas se eu pudesse dar o Oscar da lucidez pra alguma outra pessoa que não a mim mesmo, pra minha irmã mais velha Rita, que pra fazer esses sete filhotes sorrirem junto pra um a mesma câmera, disse assim: “vamo lá manos, todo mundo sorrindo e fingindo que se gosta”.
E todos abrimos os dentes, pois no fundo é bem isso mesmo. Família, eu vou passar a vida sem entender direito essa equação. Mas de todo modo, um adeus e…
Feliz dia dos pais, seu velho bobalhão.
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intotheroaringverse · 4 months
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Mikko Lee: Who are we to fight the alchemy?
Contos e fantasias, qualquer coisa pode e irá ser alterada no futuro. E aquilo, perdão aos envolvidos, ele não queria calar a boca.
Sentado naquele estúdio iluminado, ele sente que tem todas as cartas na manga e pode pegar aquele entrevistador desprevenido. Ser consagrado um piloto famoso e estável nos primeiros anos na Fórmula 1 o fez ter os olhos da mídia sobre ele, mesmo que tivesse mudado. Ele, seu rendimento, sua vida. E embora não fosse a sua melhor fase no esporte, estava no melhor momento consigo mesmo. Por isso, não tinha nada que aquele cara lhe dissesse que o faria perder a paciência.
Podia falar mal da sua última corrida, onde terminou abaixo da linha de classificação. Podia falar que ele foi burro quando abriu mão de trocar de equipe para se manter naquela que ele era fã desde a infância, a McLaren de Ayrton Senna. Podia falar que ele estava para perder sua posição de primeiro piloto para Vince, no ritmo que ia. Nada daquilo pareceu o abalar e nem tinha chance de fazer com que acontecesse.
— Mas apesar de tudo isso, você segue sorrindo — o outro homem comentou, apertando o cenho. — O que há de tão bom na vida de Mikko Lee que nada mais importa?
— Bom, aí eu teria que voltar um pouco no tempo pra começar a explicar.
Porque sua felicidade real começou alguns anos atrás, durante o Torneio Aberto de Wimbledon.
Estava na Grã-Bretanha para a corrida de Silverstone quando foi com os Miller assistir a competição de tênis. Chegou mais cedo do que os outros pilotos, e ao invés de seguir a rotina de ir para festas e eventos, simplesmente acompanhou o casal de amigos que 1/2 estava ali a trabalho. Não entendia realmente do esporte, mas seria uma tarde agradável, então por que não?
— Espera, aquela é a atual campeã da categoria? — perguntou a Elijah, apontando para a esportista que se preparava para o primeiro set.
Mas foi Milicent quem discorreu sobre Elodie, falando sobre como ela era um fenômeno e vinha fazendo o nome dela em todos os torneios, dos menores aos Grand Slams. Millie falou sobre recordes, estimativas, manchetes, mas o que fascinava Mikko era a expressão de concentração que ela tinha a cada vez que aquela pequena bola amarelo néon era lançada para cima. O próprio Lee sabia reconhecer o foco no olhar, a postura intimidadora e ao mesmo tempo despojada. Ela era uma esportista que levava a sério o que fazia e isso chamou tanto a sua atenção que ele saiu com uma certeza dali:
— Preciso do número dela.
Mas como ele consegue fazer isso se não tinha um amigo em comum, um ser humano para chegar na cara de pau e dizer "meu amigo tá interessado em você"? Então ele fez a coisa mais desesperada que achava que poderia funcionar, que foi botar a boca no mundo.
— Eu fiquei muito, muito impressionado com a performance da tenista, Elodie, no último fim de semana, então posso dizer que me senti inspirado para o sprint de hoje depois de assisti-la jogar — falou em uma entrevista, na cara de pau, deixando a informação circular o quanto poderia.
Até chegar nela. Até ela o seguir de volta no Instagram e responder o seu "oi" tímido na DM. Até eles conversarem por uma noite toda e ele perguntar se ela teria interesse em assistir a corrida naquele fim de semana como VIP da McLaren. E até ele dizer que queria, muito, deixá-la impressionada do jeito que ele tinha sido impressionado por ela.
Conciliar um jantar, uma volta no London Eye, fotos na ponte de Londres, todo o pacote, não foi exatamente fácil, mas Mikko insistia que não era impossível. Ele faria caber na agenda dele, era só uma questão de organização. E não conseguia parar de sorrir quando Elodie disse que ela faria todo o esforço possível do outro lado.
Ele a beijou pela primeira vez sob as luzes fracas da cidade próximo da meia-noite, no dia seguinte estaria num avião para seguir a rotina e a agenda de corridas antes do Summer Break.
— Eu vou voltar. Se você quiser, eu volto correndo assim que a corrida na Bélgica acabar — sussurrou contra os lábios de Elodie. — Só preciso do seu sim.
Ela realmente disse sim e ele realmente acompanhou cada torneio dela, a parabenizando com flores a cada fim de partida. Mikko estava presente, torcendo e apoiando, sendo tão próximo que não foi surpresa quando ele disse que não queria ser apenas um ficante no verão europeu. Começaram a namorar oficialmente pouco antes da volta dos Grand Prix, em setembro.
Tinha tudo para dar errado, com aquela agenda maluca dos dois, as entrevistas dúbias, o assédio dos fãs, os eventos que eram tão exclusivos que restavam várias dúvidas sobre o que acontecia dentro deles. Porém eles persistiram, em todos os obstáculos. E ele sabia que a amava, numa profundidade que não tinha sentido por mais ninguém. Amava a risada, os comentários espertos e analíticos, a forma suave, mas firme, de lidar com qualquer problema. Amava a curvatura de seu sorriso, o gosto de seu beijo e o cheiro do travesseiro com seu perfume pela manhã.
Quem era ele para negar a química entre os dois?
— Ah, sabemos da história... As estrelas dos seus próprios esportes que se casaram em uma das festas mais épicas dos últimos anos.... Inclusive, nesse verão vocês completam bodas, não é? Deveriam fazer uma festa tão grande quanto para comemorar.
Mikko riu, balançando a cabeça.
— Ah, nós vamos comemorar sim. Mas precisa ser algo bem mais tranquilo dessa vez — ele comentou, encolhendo os ombros.
— Algum motivo especial?
— Até dois — soltou, deixando o suspense no ar até o fim da entrevista.
Porque ninguém tirava a serenidade e a felicidade daquele homem, principalmente a de ser ele e Elodie a darem a notícia primeiro. A notícia de que a alquimia tinha acontecido, mais uma vez.
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oldmxneys-archive · 6 months
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ㅤㅤ⸻ POV #OO2 / procure acender uma vela em vez de amaldiçoar a escuridão
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ㅤㅤTer ficado nas sombras desde que haviam voltado tinha sido confortável, isso era fato e não negava a si mesma. A mesma rotina que por anos foi seu escape mental, a forma que evitou se afundar em qualquer precipício psicológico. As aulas eram tediosas muitas vezes, no entanto, gostava da satisfação de levantar a mão e saber elaborar suas respostas melhor do que qualquer um da classe porque agora tinha dez anos de experiência. Durante as tardes, praticava tênis até a exaustão porque sentia que assim não lhe restava tempo para pensar e era bom, para variar. Também praticava ioga, apesar de não funcionar tão bem como antes. Entretanto, a vida lhe acordou do seu sono e sabia que não podia continuar daquela forma.
ㅤㅤA conversa com Theodore, o caos do Olympic no final de semana e como Marcelo descobriu tudo sobre o futuro fizeram-na entender que não tinha como seu futuro ser o mesmo daquele ponto em diante. Tudo tinha saído dos trilhos há muito tempo e estava percorrendo caminhos muito diferentes. Assim, ela ponderou que deveria existir uma maneira dela tomar controle do próprio futuro a partir daquele instante, contudo a questão era como? Donna parecia saber o que deveria fazer, mas não exatamente e isso a deixava agoniada.
ㅤㅤNaquele domingo de manhã, depois do anúncio do reitor tocar por todos os lados e decretar que não estavam mais presos nos dormitórios, a Zhanlan resolveu que iria passar sua manhã se exercitando para aliviar a mente, talvez assim ela liberasse o restante de adrenalina que não a deixou dormir bem e isso clareasse suas ideias. Trocou-se rapidamente, colocando suas roupas comuns de tênis: a camiseta, a saia plissada e os tênis, todos da mesma cor. Prendeu os cabelos escuros, pegou sua mochila que vivia sempre arrumada e colocou o par de fone de ouvido. Escutava Arctic Monkeys, uma escolha típica de quando tinha vinte e três anos. ❝Blue moon girls from once upon a shangri-la, how I often wonder where you are. You have got that face that just says "Baby, I was made to break your heart"❞ Ecoava alto pelos fones, enquanto ela caminhava rapidamente pelo Olympic tentando não ser parada ou encontrar com ninguém. Felizmente era domingo de manhã e muitos ainda dormiriam por muito mais tempo.
ㅤㅤOs passos rápidos a fizeram passar pela área dos dormitórios de forma ágil, chegando até o LA Tennis Center em poucos minutos e, para sua felicidade, estava completamente vazio. Começou se aquecendo sem nenhum tipo de pressa agora que estava ali, sentindo o corpo ficando cada vez mais quente e a mente indo cada vez mais longe. Algum tempo depois pegou sua raquete favorita e uma bola, começando a treinar contra a parede com a falta de um parceiro. Lembrou-se de quando era adolescente e fazia isso na quadra da mansão, sozinha e tentando se manter sempre longe dos olhos vorazes do pai e suas mãos pesadas que a puniam por literalmente qualquer coisa.
ㅤㅤ⸻ Domingo de manhã e você por aqui? ⸻ A voz feminina e suave soou longe, porém era o suficiente para ela perder a concentração, se assustando e deixando a bola voar para o outro lado sem conseguir acertá-la. Ao virar-se viu a Treinadora Marshall chegando com seus equipamentos e o mesmo estilo de roupa que ela mesma usava. Na verdade, Donna não se lembrava de ter visto-a com roupas diferentes daquele estilo esporte muitas vezes, só na formatura. ⸻ Te assustei? Não era a intenção… ⸻ Disse, finalmente chegando perto.
ㅤㅤ⸻ Eu só não estava esperando encontrar alguém aqui em um domingo. ⸻ Poucos alunos na UCLA treinavam tênis, não era treinos tão lotados quanto os demais esportes. Menos ainda no fim de semana.
ㅤㅤ⸻ Nem eu. Essas horas você não deveria estar tomando café da manhã com algum amigo ou com seu namorado? ⸻ A pergunta era rotineira, porém Donna apenas balançou a cabeça negativamente e o olhar passou a fitar o chão. Era visível a tristeza nela apesar que a treinadora conhecia seu psicológico bem para entender que algo não estava certo. ⸻ Está tudo bem? Meu Deus, vocês terminaram? Ou o Marcelo continua te perturbando? ⸻ A mulher perguntou, sabendo mais da vida de Donna do que ela se lembrava, porém, não se apegou aquele detalhe.
ㅤㅤ⸻ Não. Só estou estressada e resolvi treinar. Você sabe como minha cabeça funciona melhor depois de queimar energia… ⸻ Proferiu tentando soar um pouco mais animada, colocando a raquete atrás da cabeça e forçando um sorriso. ⸻ E você, o que faz aqui?
ㅤㅤ⸻ Se esqueceu que de domingo os clubes de L.A. que tem quadras ficam lotados de pessoas fingindo que praticam esportes? ⸻ A forma descontraída que ela falava enquanto jogava sua bolsa no chão e prendia o cabelo era reconfortante para Donna. Era algo na sua vida que nunca foi ruim e não precisava mudar, não havia mudado pela forma dela. ⸻ Quer aproveitar e treinar com uma partida? Quem perder paga o café, o que acha? 
ㅤㅤDonna não precisou falar nada. Apenas assentiu e correu para o seu lado da quadra, com um sorriso um pouco mais animado desenhado nos lábios. Pela próxima hora, ela não se preocupou com nada, apenas gingar o corpo, ficar de olho na bola, rebater no momento correto e manter os ritmo das pernas e dos braços. O suor caia pelo seu rosto, no entanto não lhe incomodava porque a mente não estava pensando em nada, estava focada em manter os movimentos tão conhecidos e quase automáticos dentro da partida até o ponto que a bola que rebateu foi tão forte que foi parar longe e a treinadora riu, assobiando depois após ver a bolinha verde bater no outro lado do centro. 
ㅤㅤ⸻ Sinceramente, nunca entendi por que você não quer competir profissionalmente. Você tem o porte, o talento, já compete e ganha alguns torneios estudantis…
ㅤㅤEnquanto ela falava, a moça apenas ponderava que não havia feito nada daquilo porque seu destino estava traçado desde o dia em que a mãe não pode mais engravidar e dar o filho homem que seu pai tanto aguardava. Era uma herdeira, tinha que carregar o legado dos Zhanlan, principalmente do pai, que havia construído um império com as próprias mãos. Contudo, a mente dela fez uma simples pergunta: E se? E se desse a oportunidade para o esporte? E se rebelasse do pai, finalmente? O que poderia acontecer de tão ruim? Assim, fugiria do roteiro da sua vida e de toda a tristeza que esse envolvia. Estava pronta para enfrentar o pai? Precisava estar, talvez não tivesse outra oportunidade.
ㅤㅤ⸻ Você acha? ⸻ Perguntou, timidamente, e quando viu a feição da treinadora como quem dizia ❝Eu acabei de dizer tudo isso, quer que eu fale de novo?❞ teve de rir. ⸻ Enquanto você me paga um café, por que não me diz como poderíamos fazer isso, então? ⸻ Disse, com toda coragem e ímpeto, voltando a colocar a raquete atrás da cabeça e tomando aquela postura pretensiosa que apenas Donna Zhanlan conseguia ter.
ㅤㅤ⸻ Adorei a postura, Donna. Vamos, acredito que temos alguns torneios que seriam bem interessantes de você participar e quanto antes arranjarmos tudo, melhor. ⸻ A treinadora parecia extremamente animada, o que deu ainda mais gás e coragem para que ela seguisse com aquela ideia. Em um instante, sentiu o peso da mão da mulher em seu ombro e um olhar sério dela, fitando-a. ⸻ Você tem certeza?
ㅤㅤ⸻ Nunca tive tanta certeza antes.
ㅤㅤDonna não fazia ideia de como aquilo poderia acabar, no entanto, a leveza que sentiu pelo corpo todo com a sensação de ser dona da própria vida a fazia ter certeza de que valeria a pena, de uma forma ou outra.
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contuartebr · 10 months
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Confissão
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A lua se escondia atrás das nuvens enquanto as ondas embalavam a caminhada dos dois. A areia entrava entre os dedos acariciando sua pele e o silêncio só era quebrado pelos gritos alegres das crianças.
“Eu…”
“Eu…”
Os dois disseram juntos, rindo da coincidência e olhando para o outro lado.
“Você primeiro” ele atrasou a passada para ficarem frente a frente..
“Eu queria te agradecer por tudo que você fez por mim até agora.”
“Imagina, não foi nada.” ele abriu um sorriso.
“Pode ser, mas mesmo assim, queria te agradecer.”
“Tá bom. Eu aceito. Pena que vai deixar o que eu preciso dizer mais complicado.”
“Ué, por que?”
“Vamos ali no banco, já estamos chegando perto da sua casa e acho melhor a gente descansar um pouco.”
Ela balançou a cabeça e se encaminhou para o banco, ele só conseguiu ficar admirando os cabelos dela balançando pelo vento e seus pés marcando a areia, poderia jurar que via uma musa caminhando na sua frente e seu coração disparou, suas pernas já não respondiam e sua mão começou a suar.
“Você não vem?”
“Já vou. Só estou querendo guardar esse momento na memória.” sussurrou para si mesmo a segunda parte.
Se aproximou dela e sentou ao seu lado, tentou memorizar o rosto dela enquanto ela admirava o mar e sorria ao ver um cachorro buscar uma bola e levar de volta a um garoto que brincava com ele na areia.
“Sabe, eu acho que entendo os romancistas dos anos 60.”
“Como assim?”
“Pensa bem, o que a maioria dos romances clássicos têm em comum? Um amor impossível, uma musa, e a falta de confiança do protagonista. Essa falta de confiança pode vir de vários fatores, trauma, auto-estima e até da própria realidade. Me sinto o Cyrano de Bergerac.”
“Quem é esse?”
“Ah, é um escritor francês que tinha um nariz enorme, inspirou uma peça muito boa onde ele contava para um rapaz o que deveria falar para conquistar a moça, mas ele também era apaixonado nessa moça.”
“E por que você se sente assim?”
“É que o Cyrano não se sentia confiante em falar com a moça, então usava sua poesia para que outro, mais bonito do que ele, o fizesse. E não é muito diferente do que eu faço, a diferença é que uso redes sociais em vez de me esconder no arbusto, como Cyrano fazia.”
“Ah, pára disso, você é lindo.”
“Sério? Você acha mesmo?”
“Claro que sim!”
“Então você sairia comigo?”
“Bom, veja bem, é que…”
“Não precisa responder, acho que você já respondeu em alto e bom tom.” Ele suspira fundo e volta a olhar para o mar. “E é por isso que eu vou embora.”
“Tá cedo ainda, desculpa, eu não quis dizer aquilo.”
“Não é esse tipo de embora, eu estou parando com o que quer que a gente tenha.” Ele segurou a mão da moça e tentou segurar as lágrimas. “Vou te pedir pra não falar nada, deixa eu falar e quando eu acabar eu vou me levantar e vou embora. Pode ser?” Ela balança a cabeça relutantemente.
“Acho que já te falei isso algumas vezes, mas acho que você é a pessoa perfeita para a maioria dos homens, linda, simpática, determinada. Quem não vê isso é um idiota completo. E eu vi isso por metade da minha vida. Sentia dentro de mim um carinho que não cabia no meu peito, e uma admiração que me fazia correr atrás de seus passos para ver suas vitórias, mas a vida não é fácil como colocar letras em uma página em branco, e os conflitos não são resolvidos simplesmente com um ex-machina conveniente do escritor.
“Fico falando um monte de coisa pra não entrar direto no assunto, por que é algo que preciso dizer e depois não consigo colocar de volta. E depois não sei se vou conseguir manter uma amizade com você, pelo menos por enquanto.
“Quando eu digo que te amo, eu digo de coração, não é um amor fraterno. Sou perdidamente apaixonado por você há anos, e sempre me senti feliz em só estar ao seu lado, como amigo. Não fiz tudo que fiz para te conquistar, e sim pois era o certo a se fazer, não me arrependo de nada do que fiz, mas chega um momento que eu preciso parar de pensar nos outros e pensar em mim.
“Sinto que você não está em um momento em que essa conversa seja bem vinda, e eu sinto muito por isso, mas eu estou em um momento em que essa conversa é necessária. Preciso colocar um ponto final e apagar qualquer chama de esperança de que, um dia, quem sabe, a gente possa ficar junto. 
“Por maior que seja a minha vontade de estar ao seu lado para comemorar cada vitória ou te levantar a cada derrota, eu fico na lona a cada porrada que recebo enquanto você segue adiante.
“E eu cansei de ficar para trás e correr para te alcançar, ou de rezar para que alguma entidade atenda o meu desejo de ser visto, e isso pois sequer acredito em entidades. Talvez esse seja meu maior defeito, me guiar pela razão, acreditar que tudo acontece por um motivo, seja ele pelo caos ou consequências, se eu fosse mais espiritual, poderia culpar algo pelos meus fracassos, mas não consigo.
“E é por isso que eu vou embora. Vou embora porque dói demais ficar para trás, esquecido, dói se sentir menor, ou desvalorizado e por mais resiliente que eu possa parecer, não aguento mais sentir dor.”
Ele suspira, deixando o silêncio se assentar, as gargalhadas das crianças já não mais um pano de fundo, somente o som das ondas quebrando e embalando o pensamento acelerado. Seu peito doía com as palavras recém proferidas, mas se sentiu mais leve, sua ansiedade desaparecia e finalmente seu pensamento ficou em branco. Quis olhar a reação da moça, mas sabia que se o fizesse, sua emoção viria à tona.
“Me desculpa por tudo isso” quebrou o silêncio. “Não é justo com você o que eu acabei de falar, e posso soar ainda mais egoísta, mas era algo que eu precisava tirar do peito.”
Percebeu que ainda segurava a mão da moça ao seu lado, sentiu que o antes afetuoso gesto, parecia algo que o segurava ali. Desvencilhou seus dedos e apoiou sua mão no próprio joelho. Tomando impulso para se levantar, respirou fundo o ar salgado da maresia.
“Era tudo o que eu tinha a dizer. Quero que saiba que eu sempre te amarei, não importa o que aconteça, e é por isso que eu preciso ir embora, para que meu amor não me machuque e que possamos viver nossas vidas.”
Não ousou olhar para trás, torcia para que as nuvens trouxessem uma chuva para justificar seu rosto molhado das lágrimas, mas sua sorte nunca foi das melhores. Deixou as lágrimas escorrerem e caminhou o resto da praia com as mãos no bolso. Se sentia mais leve, menos ansioso, torceu para que ela corresse atrás dele e dissesse que o sentimento era recíproco, mas assim como as ondas quebrando na areia, era intermitente.
Seu celular vibrou em seu bolso, queria ler o nome dela na notificação, mas era apenas mais um grupo, aproveitando o aparelho em sua mão, bloqueou o número dela, sabia que se recebesse qualquer mensagem, todo o sentimento o inundaria novamente.
Seu caminhar se tornou mais vagaroso, observava as marcas que seus passos deixavam na areia, sua visão ficou turva, caminhou em direção ao mar para deixar seus pés se enterrarem com o balançar das águas, olhou para os céus esperando uma intervenção divina.
A chuva finalmente o alcançou, mas estava somente em seus olhos.
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cifrasefrases · 11 months
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Lembra quando você a a conheceu?
Como ela era linda
Sorridente
Extrovestida
Carinhosa
Ela era a sua melhor companhia; e talvez a única.
Juras de amor vocês fizera entre si
Quantos sorrisos deram juntos...
Lembra aquela tarde que você deixou de ir pro futebol só pra ficar ao lado dela.
Tudo parecia mágico!
Mas e aí, tudo mudou!
O encanto acabou!
Aquela deusa virou uma bruxa.
Aquele príncipe virou um sapo.
Cadê as promessas?
Sabe...
É fácil amar uma pessoa perfeita aos seus olhos.
Difícil é manter apaixonado quando os anos se passarem.
Quando surgirem as tempestades.
No início de tudo você axava ela linda.
Mas ocupação do dia a dia; tem ofuscado toda aquela sua beleza. Ela deixou de cuida de si pra cuidar de você.
Vocês prometeram viver um para o outro.
E ela cumpriu; abriu mão do mundo pra criar o seu próprio mundo. Pra cuidar do lar; da família.
Ela mudou...
Você mudou...
Ela vive para o lar.
E você vive pra quem?
O homem nasceu pra ser o provedor da família.
Mas isso não tira de você a responsabilidade de cuidar do lado sentimental da familia.
O fato de você comprar roupas de marcas; sapatos caros. Não te dar o direito de gritar com sua esposa.
Dar atenção; carinho; tratar ela como a parte mais fragil; não vai te fazer menos HOMEM.
Ao contrário ela vai te respeitar; te amar ainda mais! Por que mesmo você maltratando; ela ainda acredita em você.
Por que ela sabe que por dentro dessa pessoa; existi um ser maravilhoso. Aquele ser por quem ela se apaixonou loucamente.
Ela ainda acredita em você! E você ainda acredita em você?
Pergunte pra si mesmo; será que todo o sacrifício que voces fizeram pela família valeu apena? Pra ela valeu!
Por que ela ainda te ama. E você; ainda a ama? Depois dos filhos... Depois da idade.. Depois de tantos anos?
É fácil ver o problema surgir e querer cair fora. É fácil dobrar a esquina e se entregar a primeira (o) que aparecer. Tentando esquecer os problemas de casa. Mas isso é apenas uma bola de neve.
As vezes uma simples palavra pode salvar.
Salvar uma vida
Salvar uma relação
Salvar um emprego
Tudo só depende do bom senso.
Amar é isso! É você doa se pedir nada em troca.
Amar e cuidar mesmo que você não receba o merecimento devido.
Então; ame... mas ame mesmo; pra valer!
Por que somente amor para transforma uma vida.
Publicado pela primeira vez em 27.07.16
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radiorealnews · 2 years
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babydoslilo · 1 year
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O maior tentou se livrar do agarre com os cotovelos, mas não conseguiu. Tentou jogar a pélvis para trás para ganhar mais distância entre o quadril do outro e o seu, o que também afastaria ele da bola disputada, mas o homem insistia em lhe encoxar, não se afastando um centímetro sequer. A confusão de corpos estava tão intensa que o juiz viu a necessidade de parar o jogo, dando um pequeno aviso de que aquilo não era dança de salão para estarem colados, e assim que Liam virou para ver quem estava lhe marcando daquela forma, seu sangue ferveu. 
Aviso muito importante: Essa é uma história ZIAM graças aos pedidos que me fizeram, então não terá nada de Larry! Se não gostarem do shipp, sintam-se à vontade para pular e esperar a minha próxima atualização. (Se quiserem versão Larry dessa, me deixem saber também)
Essa oneshot contém: Smut Ziam (Zayn + Liam); Ltops; Enemies to lovers; Briga por dominação; Degradation leve; Spanking leve.
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°°°°°
O apito soou estridente anunciando o início da partida. Seria só mais um jogo comum entre dois times ingleses se não fosse pela competitividade que exalava dos poros dos seus respectivos capitães. 
Apertar as mãos dos seus oponentes poderia ser descrito como o momento mais cortês e amistoso de qualquer esporte, mas também era o mais falso. Os olhos castanhos se encararam por segundos inteiros e nem um "bom jogo" foi pronunciado, os maxilares rigidamente marcados e o aperto forte em suas mãos deixou claro o quão sério iriam jogar naquela manhã. Assim que se encontraram frente a frente novamente para jogar a moeda e decidir quem iniciaria com a bola, o ar pareceu se tornar mais pesado e o choque entre o branco e vermelho das roupas assim tão próximas poderia soltar faíscas. 
Pela primeira vez durante toda a etapa classificatória das equipes, o sol brilhava forte no céu, fazendo com que os jogadores ficassem suados e cansados ainda mais rápido. A tela verde que era o gramado estava totalmente pintada com pontinhos misturados das cores azul, branco e vermelho dos times e o uniforme preto que acompanhava com velocidade os jogadores para marcar qualquer penalidade no jogo.
O uniforme de Liam era branco com mangas e short azuis, e já estava manchado de terra, suor e grama em poucos minutos da partida. A faixa preta que segurava os fios molhados o irritava com a pressão constante em sua cabeça e ele estava a ponto de arrancar tudo com o nervosismo que sentia a cada minuto que passava sem um maldito gol. Os 15 minutos iniciais do primeiro tempo foram cruciais para determinar o ritmo e seriedade com que os times jogavam, e mesmo que o resultado não fosse eliminar ninguém da competição, era importante se manter em um bom pódio.
Payne, como capitão, seguia correndo o máximo que podia e animando os colegas, incentivando a sempre continuar com as marcações e ataques. Aquele apoio era fundamental e todo mundo podia reconhecer o efeito que tinha uma boa liderança. Do outro lado do estádio, o time rival não tinha a companhia do seu capitão em campo, mas podiam sentir a apreensão e incentivo que o moreno emanava dos bancos, não conseguindo, no entanto, se manter sentado enquanto os parceiros jogavam, e por isso estava sempre gritando ordens em pé como se fosse o técnico. 
Zayn Malik estava se recuperando de uma cirurgia no joelho e por isso só entraria diretamente para o embate quando fosse realmente necessário. Enquanto os colegas conseguissem manter a defesa bem alinhada, as marcações pressionando os adversários e os passes bem feitos, não havia motivos para o desgastar. Essa tática seria útil em não lesionar ainda mais o jogador caso ele de fato conseguisse se manter calmo e descansado enquanto não precisava se esforçar, recomendação que realmente não era cumprida ao que as pernas envolta em um short branco se movimentavam ansiosas de um lado para o outro e os braços tatuados não paravam quietos, passando a mão pelos fios negros e apontando para o jogo aos gritos em todo segundo. 
O dois times em campo eram muito bons, não dava pra negar, mas assim que Liam fez o passe que foi brilhantemente finalizado por outro atacante, marcando o primeiro gol da partida quase no final do primeiro tempo, a torcida se tornou voraz na arquibancada e Zayn sentiu a pressão em seus ouvidos, bem como no estômago. Teria que jogar também. 
Mais uma vez o sílvio longo do apito soou, indicando o final desse tempo, e os dois times se recolheram cada um em seu vestiário. Os técnicos e seus assistentes com pranchetas em mãos mostravam desenhos e estratégias que poderiam tomar a seguir, os jogadores ouviam atentos às recomendações e sugeriam trocas e substituições, os massagistas e fisioterapeutas davam uma revisão geral em todos os garotos, aplicando sprays mentolados e fitas adesivas, Kinesio tape, para alívio de dores e possíveis distensões musculares, e os capitães tentavam se concentrar na responsabilidade que estava em suas mãos. 
Quando puderam voltar para o campo, alongando rapidamente o corpo e dando pulinhos para esquentar o sangue, o clima do ambiente parecia ter mudado. Com os capitães e atacantes à postos direcionando os seus, a atmosfera se tornou quente e pesada, o sol contribuindo para tal já que se aproximava do meio-dia, e os olhos quase fechados pela claridade acharam foco um no outro, encarando com determinação o rival do outro lado do campo. Mais uma vez o som estridente fez com que os corpos se movessem com velocidade, estavam todos famintos no segundo tempo, uns querendo se manter na liderança e outros querendo retomar o poder. 
A bola girava nas chuteiras de marcas famosas, o gramado já contava com algumas falhas e a terra se mostrava após quedas e derrapadas em um mesmo local. Os uniformes sujos já estavam se colando aos corpos musculosos e alguns jogadores se sentiam doloridos após tantos empurrões e puxadas que davam e recebiam. No entanto, o embate pessoal entre Payne e Malik não tinha acontecido com tanta ênfase até que o calçado com o desenho de um ursinho estampado conseguiu domínio total da bola, driblando a defesa dos outros com agilidade e se aproximando perigosamente do gol, e foi nesse momento, quando estava quase lá, de cara com o goleiro adversário e a área livre, que Liam sentiu um corpo forte colar ao seu com dureza, uma mão agarrou forte a barra da sua camisa e um peito largo fez pressão em suas costas enquanto pernas ágeis trabalhavam para tentar tomar a bola. 
O maior tentou se livrar do agarre com os cotovelos, mas não conseguiu. Tentou jogar a pélvis para trás para ganhar mais distância entre o quadril do outro e o seu, o que também afastaria ele da bola disputada, mas o homem insistia em lhe encoxar, não se afastando um centímetro sequer. A confusão de corpos estava tão intensa que o juiz viu a necessidade de parar o jogo, dando um pequeno aviso de que aquilo não era dança de salão para estarem colados, e assim que Liam virou para ver quem estava lhe marcando daquela forma, seu sangue ferveu. 
O moreno mais baixo respirava com dificuldade enquanto seus olhos ferozes encaravam os castanhos escuros do outro, as mãos que estavam apoiadas na cintura alheia subiram em rendição quando o maior se encheu de uma adrenalina e raiva tão grande que mal viu a hora em que o corpo agiu sozinho e foi de encontro ao que estava em frente. As mãos grandes também tatuadas agarraram o uniforme vermelho e Zayn sentiu seus pés levantarem involuntariamente pela força, os narizes quase se esbarraram com a proximidade que tinham tomado naquela confusão que pareceu durar minutos, mas, em verdade, durou segundos antes de diversos jogadores virem afastá-los. Eram vozes muito graves falando todos ao mesmo tempo, muitos sotaques diferentes de uma só vez e não dava para entender uma palavra sequer, a única coisa que estavam em foco eram as feições raivosas e cheia de promessas silenciosas que eles trocaram pouco antes de um cartão amarelo ser levantado em direção ao de uniforme azul. 
O jogo seguiu acirrado, mais marcações pesadas ocorreram entre os dois e sempre pareciam mais violentas do que as demais. Uniformes eram esticados ao ponto de quase rasgarem, os músculos das pernas já estavam doloridos após tantos empurrões e rasteiras, shorts amassados e levantados depois de tanto contato e um certo volume compondo toda essa bagunça. Era normal de acontecer em partidas de futebol por conta de todo atrito entre os jogadores, então ninguém se importou muito com isso. 
O relógio mostrou que faltavam apenas 7 minutos dos acréscimos para o jogo terminar quando o time que estava em desvantagem marcou gol. A torcida cada vez mais barulhenta nos minutos finais, a ansiedade estampada na cara de cada um presente no estádio, vaias e gritos de guerra se confundiam na acústica local, jogadores mancavam cansados e doloridos pelo tempo em campo quando o apito soou pela última vez. 
Jogo encerrado, placar empatado. 
°°°°°
Após todo jogo era comum que rolasse uma after party com todos os jogadores dos times que competiram no dia, além disso várias modelos eram convidadas para embelezar a festa e outros artistas em geral não ficavam de fora. Era uma ótima oportunidade de confraternizar com outras celebridades, conhecer novas pessoas, arriscar uma noite casual ou simplesmente curtir como se fossem anônimos. Nenhuma confusão ou briga em campo era levada para a vida real, o ditado "o que acontece na partida, fica na partida" era seguido à risca, então o momento de confraternização posterior servia para acalmar os ânimos, reforçar a amizade entre jogadores de times rivais, desopilar do estresse diário com álcool e outras drogas, além de consolar quem tivesse perdido. Pelo menos estava sendo assim para todos os outros. 
No entanto, Liam e Zayn ainda guardavam uma certa frustração e irritação mesmo após horas do término do jogo, o que até então era desconhecido por eles. Enquanto todos os colegas conversavam, riam e bebiam juntos, eles fizeram questão de se manterem distantes, sendo ligados apenas pelo olhar duro que dificilmente desviava. Os olhos quase negros estavam tentando decifrar o que os mais claros, meio âmbar, estavam pensando ao lhe fitar com tanta intensidade, fazendo os pelos dos braços fortes arrepiarem quando o outro homem levou o copo de bebida até os lábios grossos ainda com o foco sobre si. 
Os fios de cabelo molhados pelo recente banho do maior contribuíam para a sensação de calafrio que arrepiava todo o corpo, ao passo que as mãos grandes se fechavam em punhos, sentindo o sangue quente pulsar nas veias saltadas e uma vontade absurda de segurar ou bater em alguma coisa. Não era normal tanta tensão vibrando pelo corpo por conta de uma situação comum de acontecer no trabalho que tinha, mas pareceu um sinal do destino quando Zayn, que estava do outro lado do grande salão e aparentemente havia cansado desse jogo de encaradas raivosas que eles tinham entrado, largou o copo que segurava em cima de um balcão qualquer e, deixando uma espécie de desafio para trás, seguiu rumo a um corredor próximo à saída. 
O maior não precisou pensar nem por um minuto antes de seguir o rastro do perfume marcante que o outro deixou, não se importando em despedir-se dos colegas que estavam em sua volta. Talvez essa não fosse uma boa ideia, mas quando sentiu o impacto das suas costas batendo contra o concreto da parede assim que dobrou um dos corredores mais afastados e escuros do local, já era tarde demais. 
– Oh, porra. Qual é seu problema comigo, cara? – Liam falou, sentindo sua cabeça ser forçada contra a parede e os punhos em sua camisa limitando a respiração. – Me larga!
– O meu problema com você? Você só pode estar brincando! – A respiração quente e descompassada de Zayn batia no queixo do outro ao que ele gritava raivoso, se aproximando cada vez mais. – Tava me provocando a porra do jogo inteiro, fazendo questão de se esfregar em mim quando eu estava só fazendo o meu trabalho de marcação, e agora me segue até aqui pra quê? – encostou a testa contra a dele, o nariz amassando o do outro com a força que ele fazia e os lábios rasparam quando ele continuou. – Qual a porra do seu problema? 
Liam sentia as respirações colidindo uma na outra pela proximidade, o sangue pulsando nas têmporas e a pupila dilatando quando o instinto falou mais alto e ele se viu tomando impulso com as mãos firmes na cintura fina do menor, empurrando-o com força contra o outro lado do corredor. Não foi uma escolha racional e eles só notaram o que de fato estavam fazendo quando uma mordida mais forte foi dada nos lábios grossos de Zayn e devolvida na mesma intensidade. O beijo que trocavam era doloroso, faminto e puramente sexual.
Não existia delicadeza na troca de saliva, muito menos na maneira que as barbas arranhavam os dois rostos na mesma medida, deixando a pele por baixo vermelha e sensível, e também não havia delicadeza nas mãos que puxavam os fios castanhos ondulados ou nas outras que apertavam as costas e cintura. O gosto amargo do álcool que deixava resquício nas línguas só contribuía para que ambos sentissem o corpo mais receptivo, aceso, e a mente embaçada, sem foco. 
O tecido da camisa do moreno estava sofrendo com os puxões e amassos que as mãos grandes de Liam deixavam por todo o peitoral e costas, descontando ali toda a frustração de estar desse jeito por um jogador rival. Não passaram muito tempo naquela bagunça de grunhidos graves e respirações pesadas entre os beijos e mordidas, numa disputa não muito silenciosa para ver quem dominava melhor ou por mais tempo, pois assim que a mão direita do maior foi em direção ao pau de Zayn em um aperto forte, as mãos deste fincaram todos os dígitos na carne macia da bunda de Liam. Precisaram separar os lábios para ofegar em conjunto, ambos com as orbes dilatadas e contornos visíveis em suas calças. 
Sem nenhuma palavra proferida em voz alta, saíram aos tropeços pelo corredor em direção a uma das portas que tinha ali. Não conseguiam tirar as mãos um do outro e bastou a porta ser trancada por dentro, assim que encontraram um cômodo disponível, para as peças de roupas serem puxadas e tiradas da forma mais rápida possível. Zayn não mediu forças quando pressionou o outro corpo na porta trancada, aproveitando para subir pelas costas largas o tecido fino da camisa que ele usava, e logo que Liam se viu livre daquele tecido, tratou de inverter as posições, trocando de lugar com moreno e abrindo sem muito cuidado a camisa social que ele usava, não se importando realmente com os botões que acabaram voando pela força utilizada.
À medida que a pele bronzeada e completamente cheia de tatuagens ia se mostrando, o maior passou a deixar beijos molhados e mordidas. O primeiro alvo foi o pescoço de Zayn, onde o amargo do perfume tomou conta da língua quente de Liam, trazendo um erotismo e ardência que nenhum deles tinha experimentado com os aromas adocicados anteriores. Depois ele seguiu para o tronco, tentando manchar a pele com chupões e mordidas mais fortes, uma clara competição com a tinta preta e vermelha que era abundante naquele local. A boca atrevida foi rápida em descer até o cós da calça de alfaiataria que Zayn usava, os olhos castanhos do maior encarando com curiosidade a espécie de dragão desenhada no fim do abdômen definido.
Eles não pensaram muito ao tirar com agilidade os tecidos que faltavam para deixar aquele corpo estonteante totalmente despido, ambos descobrindo o quão bem podiam trabalhar juntos. No entanto, antes que Liam pudesse aproximar os lábios da pele quente que pulsava totalmente rígida, o menor pôs as mãos nos cabelos castanhos, segurando com força o suficiente para que o outro ficasse de pé mais uma vez e cambaleasse para trás, seguindo à contra gosto o comando silencioso que lhe foi dado. 
A sala que eles estavam não era muito grande e tinha apenas uma mesa de canto com um aparador de bebidas e copos, duas poltronas próximas uma da outra e um sofá de couro marrom claro ao centro. Parecia uma espécie mais informal de escritório ou sala para pequenas reuniões. Esse ambiente só ficou realmente claro para os homens que estavam tão absortos no que estavam fazendo para dar uma olhada geral, quando Liam sentiu seus calcanhares baterem em um material geladinho e liso, claramente o móvel de couro. 
E ele estaria sentado e à mercê do outro se sua mobilidade não fosse boa o suficiente para inverter de novo o jogo e derrubar o moreno bem no centro. Zayn estava agora nu, jogado no sofá e totalmente disponível para o que quisesse fazer. Foi com isso em mente que o maior não perdeu tempo e logo estava com as mãos firmes na cintura fina, pressionando o quadril alheio com força, e direcionando seus lábios e língua até a carne tenra e pesada da ereção em sua frente.
– Oh, merda! – Zayn gemeu contra a própria vontade assim que seu pau foi abrigado por um calor quase opressivo. A única reação que seu corpo foi capaz de tomar naquele momento era fincar as pernas no estofado e segurar com firmeza o cabelo do outro.
Não era romântico, nem delicado. Parecia quase punitiva a forma como os lábios cheios de Liam desciam e subiam sem trégua, famintos e quase sem controle, deixando a aspereza da barba marcar a pele morena sempre que descia até a base e olhando para cima como se desafiasse o outro a reclamar. O maior era rápido, não perdeu tempo com sutilezas ou preliminares e o primeiro contato já foi intenso e quase doloroso, ocupando toda a boca e se divertindo com o chiado que Malik soltou por entre os dentes.
O menor tentou algumas vezes fazer com que Liam o deixasse respirar um pouco, aquele aperto em seu membro em conjunto com os olhos raivosos lhe deixavam no limite, mas o outro não se importava, nem queria ceder. Foi por isso que, sentindo o momento em que um acúmulo de saliva escorreu de propósito pelas bolas até chegar em sua entrada, ele fechou os punhos de maneira dolorosa na cabeça alheia e passou a estocar com força contra a garganta, sentindo a glande bater ritmadamente bem no fundo. 
De sobrancelhas franzidas e olhos lacrimejantes pelos pequenos engasgos, Payne não iria desistir. Esses momentos de intimidade geralmente não traziam à superfície seu lado mais competitivo e irracional, mas o outro jogador parecia ter o segredo para lhe deixar assim. 
Logo os dedos largos passaram a se esgueirar pela bagunça molhada que a própria saliva tinha deixado no corpo do menor, conseguindo penetrar aos poucos a entradinha minúscula e tensa mesmo com o balanço das estocadas que Zayn não dava intervalos e vencendo com muito custo a resistência dos músculos que pareciam estar travados por pura provocação.
– Que filho da put- porra. – a respiração ficou presa na garganta assim que foi preenchido por dois dedos. – Não pense que você vai me foder. Isso não aconteceria nem nos seus melhores sonhos.  
O nariz que estava colado em sua virilha soltou um arzinho em deboche e a cabecinha sensível do seu pau pulsou com a vibração da garganta que lhe acomodava tão bem. Os jogadores se encararam mais uma vez em desafio antes de Zayn retormar as estocadas com ainda mais agressividade, pouco se importando se isso poderia machucar ou esgotar a voz do outro quando acabassem. Ele também não pensou muito que, assim como ele poderia sempre ir mais forte e mais fundo naquela boquinha, o outro teria muito prazer em revidar suas ações. 
Cada maldita estocada que dava na cavidade quentinha e babada era seguida por uma pressão dentro de si. A ardência de ter aqueles dedos se movimentando com rapidez e sem muito cuidado na sua entrada, acertando aquele pontinho que deixava a visão escura, somado à pressão que por minutos assolava seu membro, não restaram opções para Zayn senão deixar os músculos das pernas cansadas finalmente relaxarem e se render ao orgasmo.
Sem nenhum aviso, Liam sentiu um líquido quente e espesso jorrar por sua garganta, o fazendo tossir e se engasgar um pouco pela surpresa. Os músculos em volta dos seus dedos apertaram uma última vez antes de relaxarem completamente, os joelhos alheios caíram afastados e o músculo parecia tremer um pouco quando ele tirou a extensão quase flácida da boca e passou a limpar as poucas lágrimas que tinham escorrido e a porra branquinha que escapou pelo canto dos lábios. A pupila completamente dilatada completava a bagunça do seu rosto e o pau rígido e dolorido quase furava o tecido fino da calça que ainda vestia. 
O moreno parecia completamente fodido enquanto tinha as mãos acima da cabeça e tentava recuperar o fôlego, ainda meio desnorteado pelo recente orgasmo e muito desatento para reparar no outro corpo que exalava uma tensão absurda enquanto se despia completamente com todos aqueles músculos rígidos como pedra. Pela feição determinada, não parecia que ele realmente queria fazer aquilo, era mais como se ele precisasse e não conseguisse controlar. A cada passo mais próximo do corpo quente e relaxado no sofá, o rosto se fechava ainda mais e a extensão grande e rubra latejava. 
– Ei! O que você pensa que tá fazendo? – o moreno abriu os olhos repentinamente e apoiou o antebraço no sofá, levantando o corpo o suficiente para ver o que o outro pretendia após agarrar os tornozelos de Zayn e se enfiar entre as pernas abertas dele. 
– Só.. cala a boca, tá? Eu- porra, eu preciso te foder agora. Então você vai fazer o favor de usar essa sua linda boquinha só pra gemer, entendeu? – A voz saiu grave e Liam pôde sentir a garganta arranhando, a primeira consequência da noite que ele teria que lidar. 
– O que? Você só pode estar louco – Zayn riu surpreso e tentou afastar o próprio corpo para trás. Mas o riso morreu e os olhos claros se tornaram bem abertos assim que sentiu ser puxado pelas pernas e uma extensão grossa e rígida colidiu consigo. – Não. Não..  Eu disse não! Porra- Payne, olha, você não pode-
– Mas que caralho! – O resmungo saiu dos lábios inchados ao mesmo tempo que um estalo fez eco no cômodo. Liam não percebeu em que momento sua mão saiu dos quadris magros de Zayn e colidiu com o rosto dele. 
A palma da mão latejou, parecia que diversos alfinetes estavam sendo espetados ali e o maior só podia imaginar qual era a sensação que o outro estava experimentando na pele que rapidamente se tornava vermelha. A garganta secou, ele não sabia o que fazer e nem sabia se tinha quebrado o clima com isso e talvez Zayn considerasse um erro. Bom.. As dúvidas foram sanadas assim que viu o pau do outro, que estava quase flácido, tomar vida novamente. 
Até Zayn parecia surpreso com a reação do próprio corpo, mas logo dispersou o transe que tinha entrado e agarrou com firmeza o pescoço alheio, forçando os dedos na nuca até ter a outra face contra a sua. Olhos nos olhos, eles se encaravam com raiva, determinação, desafio e algo a mais.
– Vai ficar só olhando ou vai fazer alguma coisa? – a voz raivosa e debochada era um contraponto aos olhos brilhantes que, impacientes, pareciam implorar.  
– Você quer tanto meu pau em você que está tão nervoso assim? – um riso em escárnio escapou dos lábios que, mesmo com a voz estranha, tinham um poder gigante sobre o corpo do outro. 
Liam finalmente cansou do joguinho de provocações e se rendeu ao que tanto queria, levou a mão até sua ereção há tempos dolorida e sensível pela falta de contato, fechou os dedos ao redor e movimentou o punho para cima e para baixo algumas vezes, observando como os lábios bem desenhados de Malik se abriram, os olhos seguindo com atenção cada centímetro que era coberto para depois aparecer novamente. 
Não durou muito tempo, no entanto, e Zayn acompanhou quando a pontinha brilhante e avermelhada tomou lugar no centro das suas pernas, sumindo até que ele sentisse uma pressão lhe empurrar. As bordas, antes molhadas, não estavam colaborando dessa vez. O tamanho do membro dele não se comparava com os dedos que lhe abriram e ele sentiu o estômago gelar com essa realização, ansioso. 
– Cospe. – levantou os olhos ao ouvir a voz ríspida dar o comando e a mão ser estendida em sua frente. Zayn realmente queria rebater, mas o corpo não pareceu concordar com essa vontade e quando se viu já estava acumulando o máximo de saliva que podia na ponta da língua e deixando escorrer pelos lábios. 
Ele não tinha desviado o olhar das orbes mais escuras e por isso se sentiu satisfeito quando viu a expressão de Liam endurecer enquanto o líquido transparente ainda fazia ligação entre sua boca e aqueles dedos que já estiveram dentro de si e contra seu rosto. Era interessante saber que podia causar sentimentos tão conflitantes no outro, como se a raiva entre eles fosse tanta que precisavam foder para finalmente seguirem em frente. 
Ambos ainda tinham a atenção um do outro quando Liam pressionou mais uma vez a glande naquele aperto sufocante, forçando toda a resistência até que Zayn se sentiu cheio. Empalado talvez fosse mais fiel ao sentimento. Ele estava estático, esperando que em algum momento pudesse relaxar o corpo inteiro e aproveitar. No entanto, não parecia que seria em breve e isso o irritou. 
– Caralho! Porra! Eu te odeio tanto, merda. – respirava ofegante e estava a um passo de desistir. 
– Então quer dizer que o querido capitão de um dos maiores times da Europa não pode aguentar uma simples foda? Você é patético, sinceramente..  Eu esperava mais.
Ouvir isso foi um pouco agridoce para Zayn. Ele não queria se importar com que o outro pensava dele, mas ao mesmo tempo a fala mexeu com seu ego. Ele não simpatizava com esse específico jogador, mas não queria desistir agora. Ele não gostava de se sentir inferior, mas seu pau expeliu uma quantidade significativa de pré porra.
Com os olhos fuzilando o outro, o menor respirou fundo algumas vezes, aproveitando para descontar a frustração da dor que sentia com as pontas dos dedos que marcavam os ombros e costas largas de Liam. E assim que relaxou o suficiente para que ele pudesse se movimentar, não dava para voltar atrás. 
O ritmo não foi intenso de início como era esperado apenas por se tratar deles dois. Na verdade, a junção do aperto doloroso que a extensão de Liam sofria com a própria vontade dele de fazer com que outro se sentisse ainda mais desesperado e frustrado, só o fazia retardar as estocadas, deslizando para fora numa lentidão enlouquecedora, como se precisasse sentir todos os malditos centímetros com detalhe, para logo depois brincar com a ponta gorda da glande, deixando apenas ela em contato com a pele morena que tremia em impaciência. 
Ele fez isso uma, duas.. talvez cinco vezes antes que Zayn surtasse com a provocação. 
A destra totalmente tatuada agarrou com força uma das nádegas firmes do maior e a outra mão se ocupou em rodear o pescoço lisinho, trazendo finalmente um contato que não fosse extremamente calculado e sufocante. O moreno puxou toda aquela carne macia em um só impulso e gemeu aliviado com todo o pau de Liam dentro de si. A mão que estava no pescoço trouxe o rosto corado e suado dele para próximo do seu, os lábios grossinhos esbarrando com as respirações enquanto o polegar e indicador afundavam as bochechas barbadas. 
– É melhor você fazer essa porra direito antes que eu me arrependa, tá me ouvindo? – Zayn rosnou com as bocas ainda em contato e deixou uma mordida forte no lábio inferior de Liam. 
– Lembre que foi você quem pediu, princesa. – jogou no ar com um sorriso maldoso e logo Zayn sentiu seu fôlego ir embora. 
As estocadas se tornaram firmes e certeiras, pareciam saber exatamente onde mirar, lhe deixando totalmente zonzo e sem direção. Não ajudava com sua tentativa de preservar a dignidade o fato de que as mãos grandes e pesadas insistiam em segurar as coxas ao redor do quadril que lhe empurrava sem parar e, quando não estavam deixando a marca dos dedos ali pelo aperto, estavam subindo em direção ao rosto, alcançando uma distância moderada antes de descer a palma na pele corada. 
Eram nesses momentos que o menor se sentia mortificado após gemidos saírem altos sem autorização por seus lábios. Sentia a bochecha quente dos dois lados, todo o local ardia e pinicava, mas a sensação parecia lhe deixar flutuando. Estava tonto e sobrecarregado, não tinha certeza se seus olhos estavam abertos ou não, só conseguia focar no peso sobre si, na face latejando sem parar e em sua entrada totalmente preenchida. 
Em algum momento seus dedos fizeram caminho até os próprios lábios que soltavam murmúrios confusos e ininteligíveis, ocupando espaço ali por alguns segundos e resgatando toda a saliva que conseguiu. Logo em seguida, com a ponta dos dedos lambuzadas e escorregadias, ousou em aproveitar que o outro estava concentrado em acabar consigo e arrumou a posição para conseguir o que queria. Ele estava tão sobrecarregado que precisava descontar de alguma forma, e arranhar a pele clara ou morder os lábios macios de Payne já não parecia ser o suficiente.
– Oh, porra! Hm.. – Liam gemeu surpreso ao sentir os dígitos gelados em sua entrada, estranhando um pouco o desconforto de ser alargado ainda que minimamente, mas seria hipocrisia pedir para que o outro retirasse os dedos de si enquanto ele próprio afundava com brutalidade o pau naquela bundinha de Zayn. Então ele não iria negar. 
Era um pouco estranho e desconfortável para ele. Na verdade, toda essa situação com o outro jogador era completamente estranha e surreal. 
Payne nunca imaginou que teria Malik abaixo de si, tão entregue e corado, parecendo mais macio a cada gemido que escapava pelos lábios agora inchados e com o rosto completamente vermelho e marcado. Eles deveriam se preocupar com essas marcas se não quiserem levantar suspeitas, mas os olhos caramelizados que pareciam espelhos de tão brilhantes ao revirar as orbes não pareciam sequer cogitar a preocupação com isso naquele momento. 
Enquanto Zayn parecia estar fora de órbita, soltando gemidos cada vez mais altos e manhosos sem pensar em quem poderia os ouvir do lado de fora, Liam parecia estar fora de si. Os olhos, em vez de possuírem um brilho bonito e sensual como no outro, revelavam um brilho que escurecia a feição, o deixava feroz, como se estivesse em conflito com uma besta dentro de si e não havia chance do lado de humano ganhar. 
Não era arrependimento, no entanto. Estava mais para fome e auto revelação. 
Ele nunca teve a experiência de ter outro homem sob si e no momento isso só parecia certo demais. O sentimento era de que perdeu muito tempo sem aproveitar de um corpo forte gemendo e implorando pelo seu pau, a voz grave deixando todos os pelos do corpo arrepiados, sabendo que poderia reduzir à lágrimas outro cara, que seria tão viril quanto possível para a sociedade. 
Assim que o pensamento se realizou e Liam notou pequenos caminhos molhados na face de Zayn, ele percebeu como seu corpo, sozinho, estava empenhado em tirar tudo o que pudesse daquele momento. O quadril ia forte e rápido, acertando a próstata do outro em quase todas as investidas, as mãos estavam segurando os joelhos do moreno o mais afastado possível um do outro e a visão dali de cima era surreal. 
Malik já tinha há muito fechado os olhos e se rendido, ainda tinha uma das mãos apoiadas na carne farta e dois dedos que lutavam para permanecerem quentinhos dentro da entrada alheia, mesmo que só tivesse conseguido deixar que as pontas dos dígitos ficassem ali sem que ele precisasse se esforçar para alcançar mais profundidade. Ele estava fodido demais para esse trabalho. A outra mão estava na própria ereção que descansava sobre a barriga lisinha, deixando uma bagunça pegajosa e molhada pela pele tatuada e ele sequer sabia em que momento o cérebro deixou de registrar o que acontecia com o próprio corpo. Zayn gozou em algum momento entre os tapas no rosto, mãos marcando as coxas, estocadas brutas e olhos escuros lhe enlouquecendo. Era impossível para ele precisar o tempo, estava tudo uma bagunça. 
Mas aparentemente seu corpo ainda estava sensível o suficiente para perceber o momento exato em que seus ouvidos captaram um gemido sôfrego mais alto, seu tronco sentiu um peso extra repentinamente jogado sobre si e sua entrada vazou com a porra quentinha, lhe deixando melado por dentro e por fora.
Zayn não teve coragem de abrir os olhos e realizar que eles realmente fizeram isso. Liam sentiu que o outro tentava controlar a respiração abaixo de si e não tinha intenção de conversar sobre o que aconteceu agora. Porra.
Com os olhos firmemente fechados e pernas bambas, o moreno só deu falta de um corpo quente em cima do seu quando um arrepio subiu pela pele descoberta, o vento frio marcando presença agora que não tinha nada lhe aquecendo. Não tinha barulhos no ambiente, nenhum farfalhar de roupas ou passos. Quanto tempo ele passou tentando fingir que nada tinha acontecido?
Finalmente ele reuniu coragem para lidar com a situação feito um adulto responsável pelas próprias atitudes e abriu os olhos. Não tinha ninguém ali, estava sozinho. 
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E aí, gostaram? Me contem tudo!!
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universepersonagens · 2 years
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( ooc: +18 ) Os fãs não param de falar disso! Parece que Gabriela "Gahyeon" Park, mais conhecida como Gabi, entrou para as redes sociais, sabia? Dizem que ela parece tanto com a Park Jiwon! Ela nasceu em 18/02/1998 na cidade de São Paulo, Brasil e atualmente tem 24 anos. Ela trabalha como líder geral do TIMELESS na SENSE Entertainment, deve ser muito talentosa… Ah, você quer seguir ela? Procura por @uv_gabi e fica de olho nas novidades.
DEMAIS INFORMAÇÕES.
Etnia: coreana-brasileira.
Personalidade: Apesar de não ser tão confiante, Gabi aprendeu a não demonstrar isso, principalmente quando se trata de seus sonhos, são poucos os que veem seu verdadeiro “eu”. Não é do tipo que evita conflitos, se precisar, ela entra na frente de qualquer um para defender seus amigos e aqueles que ama. Guarda muito rancor, pisou na bola com ela, pode ter certeza que o perdão não vem fácil, tem que batalhar muito para reconquistar sua confiança. No fundo, Gabi é uma garota cheia de sonhos e objetivos e está sempre pronta para compartilhar as melhores coisas com aqueles que ela ama.
Fofocas/rumores:
Durante as gravações do programa I=Future, netizens relataram que viram a participante saindo de um motel com um rapaz, mas a empresa realizadora do programa revelou que isso era impossível, negando todas as acusações. Até hoje esses boatos são espalhados, mas sua empresa atual nega veemente e Gabi nunca entrou em detalhes sobre o caso.
Vez ou outra saem boatos de que Gabi vai protagonizar um drama, uma vez que a garota já revelou em entrevistas que foi atriz mirim e que tem interesse em voltar a atuar. Mas todos os rumores acabaram sendo negados pela mídia, mesmo depois de uma foto dela postada por um internauta, onde segurava um roteiro.
Alguns fãs do Timeless acreditam que se Gabi começar a atuar, vai acabar saindo do grupo e focando apenas na atuação. Esses rumores se espalham a cada vez que sai alguma notícia de que ela será protagonista, mesmo sabendo que muitos idols conseguem manter as duas carreiras.
Na Copa do Mundo de 2022, Gabi postou diversas fotos e vídeos revelando que estava torcendo para a seleção brasileira. Ela chegou até mesmo a ser cancelada quando falou que torceria para o Brasil ao invés da Coréia no jogo Brasil x Coreia. Mas durante o jogo, postou um vídeo em comemoração ao gol da Coreia, revelando que estava bem feliz pelo time. Gabi também contou que é fã de Son Heungmin e de Richarlison.
BACKGROUND/HEADCANONS.
Filha de mãe brasileira e pai coreano, Gabriela recebeu seu nome em homenagem à novela “Gabriela”, a favorita de sua mãe. E, por influência dela, a garota acabou se apaixonando pela atuação, decidindo desde pequena que queria ser atriz. Ainda no Brasil, conseguiu alguns papéis curtos em novelas, mas tudo mudou quando sua família decidiu voltar para a Coreia. Assim, teve que recomeçar, conseguindo algumas pontas em doramas, uma vez que nem sempre agradava os produtores, principalmente por não falar coreano fluentemente. Suas cenas eram sempre curtas ou muitas vezes sequer aparecia.
Aos treze anos, decidiu deixar a atuação de lado e começou a fazer aulas de canto. Amigos próximos tinham comentado como sua voz era incrível e Gabi achou interessante dar voz a outros talentos, afinal sabia que não tinha apenas um, tinha certeza que era melhor do que isso. Não demorou muito para que ela conseguisse uma audição em uma empresa bem conhecida de K-pop. Foi trainee ali durante quase quatro anos, quando falaram que ela não era boa o suficiente para debutar, o que levou a garota a deixar a empresa.
Depois disso pensou em desistir de tudo e começar sua vida totalmente do zero. Afinal era jovem, tinha apenas dezoito anos, poderia tentar outra coisa, começar uma faculdade e talvez ser roteirista? Nessa altura do campeonato, ela não se importava em ficar atrás das câmeras, só queria fazer parte do mundo do entretenimento. Quando estava quase para desistir, um olheiro a chamou para fazer um teste na Maeum Entertainment e ela prontamente aceitou.
Foi ali que sua vida realmente mudou, acabou indo para um reality show, o I=Future, onde apesar de todas as dificuldades, finalmente conseguiu debutar. Ainda se lembra do choque que foi ao ter seu nome anunciado como finalista do programa, a sensação de vitória nunca deixou sua memória, tinha batalhado muito por aquilo.
Sabe bem que essa é uma nova fase de sua vida, batalhou muito para chegar onde está hoje e pretende batalhar ainda mais. Ser idol é o início de sua longa carreira, Gabi ainda quer ser protagonista de dramas famosos, afinal ser atriz nunca saiu de seus sonhos, agora, mais do que nunca está batalhando por essa segunda parte de sua vida. Enquanto isso, treina todos os dias para ser a melhor, agradar seus fãs e finalmente atingir suas metas, para assim criar outras.
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Chilling Adventures: Olive Prescott
Contos e fantasias, pode e vai ser mudado no futuro. Exausta porque esqueci que as piores putas, são as emocionadas.
Se ódio não te leva a lugares, como é que ela já está na metade dos buracos daquele campo enorme e ganhando de todos os velhos competindo com ela? Não que em seu estado de humor normal, Olive também não arrase com todos que escolhem competir tacadas com ela, mas tem um gosto diferente depois de ouvir de um (outro) homem de meia-idade que eles estariam rompendo o noivado se ela não largasse tudo pra ser esposa troféu: tem um gosto diferente quando ela está ali, conquistando todos os buracos, depois de ela mesma anunciar na grande mídia que estava solteira e que não ia largar sua carreira por pouca bosta.
Claro que ela sofreu, claro que ela chorou um mês e quinze dias enquanto se enchia de sorvete e sua mãe lhe consolava dizendo que ela merecia mais e que, mesmo atingindo uma idade ideal pra casamento, ela mesma não devia se preocupar em se casar com qualquer um pra manter uma cultura que elas nem seguiam a risca ao morar na América. Mas seu coração voltava um caquinho pro lugar cada vez que uma de suas bolas de golfe descia pro buraco ou era perfeitamente lançada no ar, e sua autoestima era renovada também.
Tinha uma vida só e não ia desperdiçar tudo por alguém que não fazia o mínimo pra entender suas prioridades, então ia trabalhar duro pra se bastar e deixar o resto pra depois.
Só não achou que o depois ia vir tão rápido, e achá-la naquele evento de fim de semana no clube de golfe, também.
— O que a senhora quer dizer com tem um rapaz bonitinho me assistindo? Não estão todos prestando a atenção no jogo?
— Você não entendeu…
Mas quando ela se vira rápido e meio indignada pra direção que sua mãe tinha apontado antes, discreta e ficando totalmente surpresa com a ousadia da própria filha, Olive entende. Ela entende, mas fica puta da cara, também, porque o dito rapaz não parece intimidado por ela, não desvia o olhar quando ela o pega olhando e nem para de sorrir em sua direção. Um sorriso fofo, e que com certeza deve fazer muitas meninas passarem mal.
Mas ela não. Nem agora, e nem hoje, porque ainda acha que todos os homens são iguais e que com ele não vai ser diferente, quando some daquele setor cantando pneu em seu carrinho e não olha mais pra trás.
Ela perdeu as contas de quantos fins de semana, quantos eventos de clube de golfe e quantas cidades feitas pro entretenimento e lazer de famílias ricas, correu do rapaz que parecia vê-la como protagonista em todos os jogos. Sabia que Aspen Prescott era uma figura pública, e que sempre dava um jeito de citar seu nome em uma entrevista por aí, quando não enchia sua caixa de mensagens com memes de cachorrinhos juntos dizendo que podia ser sobre eles, se ela não fosse tão poucas ideias e aceitasse sair com ele.
E ela só cede depois de uma taça de champagne — que não tinha álcool, porque ia jogar no dia seguinte, mas queria colocar culpa em algo além da curiosidade e tesão que estava sentindo naquele dia em especial — e muitas festas depois, quando atravessa o campo a noite só pra falar com ele, abandonando seus amigos e ignorando tudo que pode acontecer depois que ela diz que tem interesse.
Foi a noite mais alegre e agradável que ela teve em algum tempo, desde as piadas realmente engraçadas de Prescott, seu interesse genuíno em saber como estava as expectativas dela pro jogo do dia seguinte, e principalmente a forma como ele a beijou até deixar seus lábios formigando antes de perguntar muito gentilmente se ela queria passar a noite com ele. Foi bom acordar do lado dele e ainda sentir seu braço o redor de sua cintura, foi bom quando ele não a atrasou e disse que queria tomar café na companhia dela e de sua mãe se estivesse tudo bem, e foi melhor ainda perceber que ele achava mesmo ela protagonista de todos os jogos daquele dia. E que aquele sorrisinho fofo era pra ela.
Não teve outra saída a não ser assumi-lo como seu, porque se passasse mais um fim de semana fingindo que não estava apaixonada e amando ser amada por alguém tão doce, estaria mentindo em todas as entrevistas que o nome de Prescott era levantado. Eles sempre apareciam juntos e publicamente de mãos dadas, fosse nas corridas dele ou nos campeonatos dela depois do início da temporada, e mesmo assim, queria protegê-lo da comunidade do golfe, que tinha um comportamento melindroso e sensacionalista quando o assunto era a vida pessoal dos atletas.
Olive sabia que era seu dever porque era a pessoa mais velha da relação e não deixaria ninguém estragar o único relacionamento saudável que já teve na vida.
— Eu sei que meus antigos namorados e… Noivos, entregavam o tipo de drama que vocês gostam de ouvir e traduzir da maneira mais maldosa possível, mas precisam acreditar em mim quando eu digo que não me importo. — Usava seu tom educado e polido pra dar outro corte nada rápido em uma coletiva de imprensa, com todas aquelas câmeras apontadas pra ela procurando um vacilo que fosse em seu sorriso de quem estava vivendo um sonho. Tanto na vida profissional, quanto pessoal. — Querem me pintar como uma vagabunda que não consegue segurar um namoro enquanto protegem homens de conduta duvidosa e os negócios deles? Eu não me importo mais, vou me casar com o amor da minha vida e a única preocupação dele, é se vou conseguir ter energia e estar saudável na minha agenda de competições antes e depois da nossa lua de mel. Eu sou a única pessoa que importa, então se querem atacar alguém, que seja eu.
E se ódio levava as pessoas a lugares, um casamento saudável também podia, por que de qual outra maneira ela ia ter conseguido somar todos aqueles pontos pra ser convocada pras Olimpíadas e ainda conseguir representar Taiwan sem nem um problema político? Não teve um dia de paz desde que anunciou que ia tentar, e ficou tudo muito pior quando enfim conseguiu e soltou em uma nota que não ia aceitar o convite dos Estados Unidos e escolheu homenagear a mãe.
E não ficou melhor quando se juntou ao seleto grupinho de atletas que iam competir… Grávidas.
— Você acha que eu preciso levar a bolsa maternidade na mala? Tipo, vai que eu preciso e de repente, vem mais cedo? — Se ela soubesse que seu marido ia começar a ter uma crise de ansiedade e ligar pra sua obstetra e sua doula, desesperado, avisando que elas iam ter que ir pra vila olímpica também, não ia ter aberto a boca, mas até o desespero de Aspen era fofo. Ele se importava, tinha realmente ouvido o que ela estava falando e pensado sobre aquilo.
E aí que ele precisou de um remédio pra dormir o sono dos justos e não ter pesadelo com um bebê prematuro que ele não ia conseguir ver sair de sua vagina? Aquilo era amor, em seu estado mais puro, e deixava ela feliz. Realizada de verdade.
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hsywallows · 3 years
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oiii, vi q os pedidos estão abertos e resolvi fazer um: voc podia fazer um imagine em que o harry e a s/n estudam juntos e namoram, mas eles vivem brigando e de um dia pro outro o harry vai embora e deixa a s/n. só que depois de um tempo ele volta arrependido e tenta reatar com ela.
detalhe: eu amei o outro imagine, voc é super talentose.
muito obrigada por fazer o pedido, eu adorei a ideia e tentei escrever da melhor forma possível, espero que vc goste.
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WE MAKE IT WORK
S/N estava no seu dormitório. Estar na faculdade para ela era um sonho, seu curso — arquitetura —, fazia parte do seu desejo de infância, e estar realizando tudo isso a deixava extremamente feliz. A sua felicidade seria ainda maior, se ela não estivesse passando por tantos problemas em sua vida amorosa.
Assim que entrou na faculdade conheceu Harry, os dois tinham aula de paisagismo juntos. O curso de Harry era fotografia, o garoto sempre deixou bem claro que essa era a grande paixão de sua vida.
Harry e S/N começaram a namorar três meses depois que o garoto lhe mandou um bilhete na aula pedindo seu número, os dois viravam a noite conversando por SMS e passavam todo o tempo livro juntos. O começo do namoro foi incrível, a química que os dois exalavam sempre era nítida. S/N apresentou seus dois melhores amigos — Zayn e Liam — para Harry, e Harry apresentou — Louis e Niall — para S/N. Dali em diante os seis não se desgrudaram, muito menos S/N e Harry.
O primeiro rompimento aconteceu durante uma briga dos dois no refeitório, S/N e Harry já não estavam se falando a alguns dias e Harry resolveu colocar toda a culpa na namorada, alegando que ela não se esforçava para manter o relacionamento, uma semana depois os dois voltaram, e aparentavam estarem mais felizes do que nunca. Um mês depois os dois romperam mais uma vez, reataram, romperam e reataram novamente, tudo isso em um prazo de cinco meses. Não era surpresa para ninguém que o relacionamento estava desgastado, mas eles se amavam e acreditavam que se havia amor eles podiam dar um jeito no resto.
No dia do aniversário de namoro dos dois daquele ano, Harry iria levar S/N em um restaurante, por mais que o relacionamento dos dois estivesse um verdadeiro inferno, por mais que os dois estivessem atolados de provas, trabalhos e atividades e decisões difíceis, eles estavam tentando manter o relacionamento porque se amavam muito.
S/N e Harry chegaram no restaurante e se sentaram em uma mesa perto da janela, os dois logo fizeram o pedido e começaram a conversar, mas logo as histórias de Harry começaram a incomodar S/N.
– Então quer dizer que o seu futuro inclui você viajar o mundo inteiro tirando fotos, mas em nenhum momento você falou de nós.
– Ugh! – reclamou, – não acredito que você vai tocar nesse assunto de novo, S/N, nós já falamos sobre isso. – ele apoiou seu cotovelo na mesa e S/N o olhou feio reprovando a ação. – Está vendo? nada que eu faço te agrada, é nosso aniversário de namoro e nós já estamos brigando.
– Eu não queria brigar Harry, mas é que pela forma que você fala, parece que nós não vamos ter futuro.
– Nós temos um futuro, e vamos estar juntos. Você faz parte dos meus planos S/N, eu nunca te deixaria fora de nada.
Na hora S/N acredito, mas um mês depois se arrependeu amargamente dessa atitude.
– Foi embora? – perguntou S/N incrédula. – ele deixou bilhete ou alguma coisa do tipo?
– Não, ele só me mandou uma mensagem avisando que tinha conseguido uma oportunidade incrível e que tinha que ir embora. – respondeu Louis olhando seu celular. – disse também que acha melhor não continuar o relacionamento com você, ele não quer que você fique esperando por ele.
S/N ficou mal por meses, ela não podia acreditar que Harry tinha abandonado a faculdade e pior ainda, tinha acabado o relacionamento dos dois de forma tão vaga.
UM ANO MAIS TARDE
S/N estava muito animada aquela noite, era aniversário do seu amigo Louis, eles estavam comemorando em uma balada no centro de Londres. A garota podia sentir o álcool pulsando em suas veias e estava curtindo essa sensação, a faculdade estava exigindo tanto dela que só assim ela conseguia se divertir e sorrir um pouco. Mas isso durou pouco. Naquela noite S/N viu seu pior pesadelo reaparecer com um presente nas mãos.
– Harry! – gritou Zayn, – Puta merda, eu não acredito que você veio. Lou, olha quem apareceu.
Os garotos comemoram a chegada do amigo sem perceber a cara fechada de S/N para toda aquela recepção barulhenta.
– S/N, – uma voz embriagada a chamou, – acho que nós precisamos conversar.
Harry não deu tempo para uma resposta e puxou o braço da garota para um lugar mais afastado na festa.
– Você não acha que é um pouco tarde para me chamar para conversar?
– Eu sei que eu errei... eu realmente pisei na bola, mas tenta me entender, era uma oportunidade única.
– Foda-se! eu nunca liguei por você ter ido embora, eu me importei pela forma com que você me deixou. A gente namorou por um ano e três meses e você terminou comigo por mensagem de texto, pelo Louis. – S/N segurou as lágrimas e tentou sair de perto, mas Harry a empediu.
– Olha, eu sei que você não quer ouvir isso, mas eu sinto muito pelo que eu fiz.
– É, eu realmente não quero ouvir isso.
– As coisas entre nós não estavam boas, você sabe, a gente tentou até onde deu. Estava cansativo para nós dois. – a voz de Harry expressava arrependimento e cansaço. – Naquela época eu te amava, e eu ainda te amo S/N, mas você entende que nosso relacionamento não estava saudável.
– Não era motivo para você terminar comigo pelo Louis. Você já tinha terminado comigo antes, qual era a diferença? por que você não podia falar para mim?
– Porque você era a minha dúvida. Eu pensei muito antes de aceitar o emprego, e a única coisa que me prendia era você. Se eu fosse terminar pessoalmente eu iria desistir do emprego, e não conseguiria terminar, eu nunca consegui para valer. Por isso eu preferi terminar por mensagem, achei que seria menos doloroso para nós dois, mas não foi, não para mim. Me desculpa, S/N.
– Por que você está me pedindo desculpa agora?
– Você não teria me desculpado antes. Eu me odiei pelo que eu fiz, da forma que eu fiz, mas eu estava desgastado naquele relacionamento, S/N. Agora, eu acredito que nós dois estamos mais maduros. Meu amor por você não mudou.
– Você me magoou.
– Eu magoei até a mim mesmo.
– Então por que você espera que eu te perdoe?
S/N não disse mais nada e voltou para seu dormitório destruída, naquela noite ela não dormiu, ficou em claro, hora pensando em Harry e hora chorando por tudo que tinha acontecido. Será que ela devia perdoar Harry? Ele realmente parecia arrependido. Mas e se tudo voltasse a acontecer? e se ele largasse S/N pela sua carreiro de novo?
O sol saiu e S/N perdeu todas as aulas, não porque quis, mas porque finalmente consegui pegar no sono. A garota acordou com o barulho de alguém batendo na porta do seu dormitório.
– Nossa, você está horrível.
Harry entrou no quarto sem a permissão e julgando a bagunça do ambiente com os olhos.
– Eu não deixei você entrar.
– Os meninos estão preocupados, você não apareceu para almoço. Toma, – ele estendeu caixa de cupcakes que estava em sua mão para ela, – comprei para você.
S/N pensou em recusar, mas ela já havia perdido a hora do almoço e os cupcakes eram de graça, então ela pegou.
– Eu posso arrumar o quarto enquanto você vai comendo.
– O que você quer? – perguntou ríspida.
– Me redimir, não sei se tem como, mas eu quero que você me perdoe – Harry começou a observar o quarto da ex-namorada – Seus desenhos melhoraram muito.
– Você disse para o Niall que não pretendia vir para a festa do Lou, o que te fez mudar de ideia?
Harry demorou um pouco para responder, enquanto pensava ele resolveu encarar o chão, e assim que tinha uma resposta olhou diretamente para os olhos de S/N, começando um contato visual que ela temia.
– Eu sentia muita falta de vocês, principalmente de você. Tentava me convencer que não, mas esse ano foi quase insuportável sem vocês. Eu sei que eu errei, errei para caralho.– Harry se sentou na cama ao lado de S/N deslisou a mão sobre sua perna. – Mas eu precisava seguir meu sonho, eu estou realisando, mas não é como eu imaginei.
– É tudo que você imaginou Harry, viajar o mundo fotografando...
– Mas eu nunca tinha pensando nisso tudo sem você. No meu pensamento, você sempre estava comigo em todas as viagens, sendo minha modelo e me fazendo rir. Sem você nada tem graça S/N.
S/N sentiu seu coração acelerar, ela ainda o amava, mas temia a volta de Harry. Ela não queria se magoar, não mais do que já estava. Por outro lado, ela o desejava, e esse sentimento foi maior que todo o resto.
– Eu realmente quero te beijar agora. – Harry disse baixinho, fitando os lábios da garota e roçando seu nariz no dela.
– Então faça isso.
– Eu quero muito te beijar, mas eu sinto que não mereço, não depois do que eu fiz. Tudo que eu quero é ter você de volta, mas eu quero fazer isso do jeito certo.
– Acho que eu não me importo de começar do jeito errado, a gente faz da certo.
S/N puxou Harry pela gola de sua camisa e o beijou o mais rápido que pôde.
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