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#fontes rocha
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Eu nasci das balas eu cresci das setas que em prendas de sala me foram jogando os mulheres poetas
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happywebdesign · 1 year
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docpiplup · 10 months
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Period dramas- El Mestre Que Va Prometre El Mar (The teacher who promised the sea) (2023)
7,7/10 ⭐ on IMDB
The film focuses on the life of Antoni Benaiges , a teacher from Mont-roig del Camp, in the Baix Camp, in Tarragona, Catalunya, who in 1935 was sent to the public school in Bañuelos de Bureba, a small town in the province of Burgos, Castilla la Vieja (Castilla y León). Little by little, and thanks to a pioneering and revolutionary teaching methodology for the time, he will begin to transform the lives of his students, but also that of the town, which is not always to everyone's taste.
It's based on the book of the same name by Francesc Escribano and has been adapted for the big screen by Albert Val, and its director is Patrícia Font.
To tell the story of Antoni Benaiges (Enric Auquer), the film interweaves past and present and the master's story will be known through the eyes of Ariadna (Laia Costa), a woman looking for her great-grandfather who disappeared during the Civil War.
The producers of the film wanted to emphasize the essence of this exciting story: " 'El mestre que va prometre el mar'  is a great story that has been unfairly forgotten for many years. With this film we are repairing an oblivion and at the same time valuing the work of the republican teachers and recognizing the struggle of so many people who still continue to search for their relatives buried anonymously in mass graves. An exciting and fully valid story.
Part of the technical team is made up of David Valldepérez, director of photography; Josep Rosell, art director; Dani Arregui, editor, and Natasha Arizu, composer, among other professionals.  
The film is shot for six weeks in various locations in the demarcation of Barcelona, in Mura, and in Briviesca (Burgos). It is a production of Minoria Absoluta, Lastor Media, Filmax and Mestres Films AIE. 
RTVE and TV3 participate and it has the support of the ICAA and the ICEC . Filmax is in charge of distribution to cinemas.
Length: 1 h 45 min
Premiere: November 10th 2023
Cast
Enric Auquer: Antoni Benaiges
Laia Costa: Ariadna
Luisa Gavasa: Charo
Ramón Agirre: Adult Ramón
Gael Aparicio: Carlos
Alba Hermoso: Josefina
Nicolás Calvo: Emilio
Antonio Mora: Mayor
Milo Taboada: Priest Primitivo
Jorge Da Rocha: Camilo
Eduardo Ferrés: Rodríguez
Alba Guilera: Laura
Laura Conejero: Rosa
Xavi Francés: Education inspector
David Climent: Falangist Chief
Felipe García Vélez: Adult Carlos
Elisa Crehuet: Adult Josefina
Padi Padilla: Encarna
Alicia Reyero: Ángeles
Gema Sala: Jacinta
Alía Torres: Ariadna's daughter
Carlos Troya: Bernardo Ramírez
Arnau Casanovas: Portraitist
Laura Gaja: Elvira
María Escoda: Juana
Chus Gutiérrez: Archivist
Joan Scufesis: Sergio
Cristina Murillo: Residency nurse
Sara Madrid: Hiker
Pep Linares: Falangist waiter
Albert Malla: Radio announcer
Izan Barragán: Leandro (School boy)
Didac Cano: Casimiro (School boy)
Hernán Gracia: Eulogio (School boy)
Noa Guillén: Asunción (School girl)
Ona Macía: Saturnina (School girl)
Elena Moreno: Dionisia (School girl)
Gal-La Petit: Hilaria (School girl)
Genís Lama: Falangist
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aprincesadegales · 1 year
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Catálogo de Looks da Princesa de Gales
Blusa: Alexander McQueen Brincos: Simone Rocha Colar: Astley Clarke Para marcar o Dia Internacional da Lembrança do Holocausto, Kate conversa com os sobreviventes do Holocausto Zigi Shipper e Manfred Goldberg, os quais havia conhecido durante a visita oficial à Polônia em 2017, e com jovens embaixadores da organização de caridade britânica Holocaust Educational Trust (Fundação Educacional do Holocausto) | 27.01.2021 Fonte: Kate's Closet
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kerimboz · 9 months
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DENIZ CAN AKTAŞ? não! é apenas KERIM ALDENA BOZ, ele é filho de HEFESTO do chalé NOVE e tem 30 ANOS. a tv hefesto informa no guia de programação que ele está no NÍVEL III por estar no acampamento há 20 ANOS, sabia? e se lá estiver certo, KEN é bastante LEAL mas também dizem que ele é TEMPERAMENTAL. mas você sabe como hefesto é, sempre inventando fake news pra atrair audiência.
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Resumo - background:
Ken sempre soube que era um semideus. O que pode parecer um tanto estranho para uma criança, ter uma informação tão importante, verídica e sigilosa. Mas Ken a tinha. Seus pais sempre cultuaram os deuses, e por mais que isso pudesse ser considerado algo estranho para os outros, dentro da família Boz, era algo perfeitamente normal, como respirar. Seus pais eram tão devotos, que o nascimento do garoto pode até ser considerado uma oferta, algo planejado ou coisa assim. A divindade estava na evolução de Kerim, instruindo cada passo seu, moldando-o a sua semelhança.  Ken cresceu sem jamais contestar as vontades do deus, apenas o obedecia e respeitava. Até que seu treinamento acabou, e ele não conseguiu mais evitar a sensação de vazio. Decidindo que seria a hora de ter uma vida mortal e comum, Kerim abandonou o acampamento, sob o aviso de Hefesto de que aquela decisão traria consequências. Kerim passou alguns anos fora, relacionou-se, tinha uma vida pacata e feliz. Quase esquecendo-se o que era ser um semideus, até que num ataque inesperado, acabou ficando em coma e retornando ao acampamento. 
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poderes e habilidades:
PODERES: Transformação de aço orgânico: Kerim tem a capacidade de converter o tecido de todo o seu corpo em uma substância de aço como orgânica. Esta substância semelhante ao aço, dá a ideia de que ele está de armadura dos pés à cabeça, deixando-o blindado. O tempo mais longo que ele se manteve em forma blindada por opção , até agora, foram cinco dias. Uma vez em sua forma blindada, ele permanece assim até que ele conscientemente volte ao normal. Se ele estiver inconsciente, no entanto, ele espontaneamente reverte à sua forma normal.  Manipulação de Magma: poder de criar, moldar e manipular magma existente nas profundezas, por suas fontes de calor e metal. Pode ser usado como rajadas diretas de lava ou surpreender inimigos ao fazer com que ela seja expelida em qualquer lugar do solo. Por ser um material extremamente quente, concedendo uma capacidade destrutiva significativa, serão atribuídas as limitações de: seu uso requer autocontrole, pois o uso inconsciente traria resultados catastróficos; não é imune a água, gelo ou frio. Uma vez que entra em contato com qualquer dessas matérias, perde sua potencia e torna a forma de simples rochas que não são dominadas por Kerim. HABILIDADES: força sobre-humana.
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ARMA:
como bom filho de Hefesto, Kerim desenvolveu todas as adagas que usa. Um total de oito lâminas, que são ativadas magneticamente no momento em que ele entra no seu estado blindado, sendo assim, ficam coladas ao corpo, facilitando o uso quando necessário. Além disso, sempre que lançadas e o alvo atingido, elas voltam ao local de origem em seu corpo.
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EXTRAS:
instrutor de duelo com armas especializadas (Adagas) e membro dos Ferreiros.
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espiritismo · 2 months
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Humildade
1 Por humilhar-se, no seio da terra, a semente aprende a morrer para renovar-se, enriquecendo o celeiro.
2 Por rebaixar-se de nível, a fim de ajudar, o grande rio faz-se pai das fontes e dos córregos, suportando todos os detritos e garantindo a economia dos continentes, a caminho do mar. 3 Por se ocultarem no subsolo, as raízes sustentam as árvores que são a fartura do mundo. 4 Por sofrer resignado, o óleo escuro converte-se em luz no pavio incandescente. 5 Por obedecer ao pensamento do oleiro, ergue-se a argila em vaso precioso. 6 Por curvar-se ante a ventania, a erva tenra consegue sobreviver à passagem da tormenta. 7 Por esconder-se solitária, sob o chão, a rocha alimenta a beleza do vale.
8 Humilha-te, engrandecendo a vida que te cerca, e a vida te exaltará.
9 Por isso mesmo, o Mestre Maior de Todos preferiu sofrer e dobrar-se na cruz, porque, com a grandeza imortal do sacrifício, construiu o caminho para a redenção de todas as criaturas.
Emmanuel
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almanoolho · 11 months
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Glauber Rocha no set de O Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro (1969)
(fonte: Banco de Conteúdos Culturais da Cinemateca Brasileira)
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nebulatriz · 2 years
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seca.
E eu que tanto transbordava, hoje sequer tenho o que secar.
Parte de mim diz que já transbordei tudo o que tivera por dentro. E agora apenas jaz aqui a terra rachada, que antes sempre encharcada pecava em transbordar sem nem por chuva passar. 
Eu que achava ser fonte de água mineral, hoje me encontro em racionamento daquilo que me fazia vibrar por dentro. 
As libélulas que se agitavam em meu estomago, hoje estão bem longe, ou mortas. Afinal, a água secou e eu nem sei que fim a última gota tomou.
Quando me dei conta, já estava assim. Seca. Tal como a areia que é levada com o vento, eu rodopio no ar, sem ter onde parar. 
O vento seco que paira no ar quente e sem umidade. Não me lembro sequer da saudade que tive de alguém que eu pudera um dia amar. 
Estático. Assim se dispõe aquilo que eu chamava de correnteza forte como o (a)mar. Rachado, após tanto tempo seco ficar.
Viajantes passam por mim. Me agrada a sombra e respingos de água que temporariamente podem me dar, enquanto lhes ofereço caminho firme para atravessar. Uma troca. É agradável com eles compartilhar. 
Contudo, sinto falta de transbordar. Mesmo que eu sequer consiga recordar.
Um dia eu desaguei no (a)mar. Mas acho que colidi forte nas rochas, não me recordo como foi estar lá.
Sequei e não sei mais como me hidratar.
~Nebulatriz
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VIVA PORTUGAL!
C'est parti !!!
Longue est la route pour rejoindre notre destination : Carvoeiro en Algarve.
Plusieurs itinéraires s'offrent à nous, nous choisissons celui qui passe par le pays Basque. Cela tombe bien, nous adorons cette région et plus particulièrement Saint Jean de Luz.
Partis depuis poltron minet, nous prenons possession de notre chambre à Ascain, en milieu d'après-midi. Nous profitons de l'accalmie météo pour rejoindre Saint Jean de Luz où nous organisons un pique nique apéritif face à la baie et au magnifique coucher du soleil.
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En rentrant à l'hôtel, nous croisons ce panneau improbable qui nous fait immédiatement penser à notre fils!
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Nous passons la frontière à 6h30 en direction de Caceres, en Espagne, notre seconde étape.
Après l'autoroute très sinueuse du pays Basque espagnol, se succèdent de très longues plaines agricoles bien grillées. Déconcentrés par ces paysages désertiques, nous en avons oublié de regarder notre niveau d'essence...dommage!, car après une première partie de route constellée de station service tous les 10 km, celles-ci se font beaucoup plus rares! Fidèles à notre réputation, nous sommes cependant sauvés par l'ami "Repsol" (=Total espagnol).
Nous arrivons à Caceres en milieu d'après-midi sous une pluie battante. Tant pis pour la piscine! L'hôtel Extramadura, chiné sur Booking, est un peu comme la ville, d'une architecture rétro des années 70. Armés d'un parapluie, nous partons à la conquête de la partie ancienne de la ville. Après un pique-nique dans notre chambre, nous y retournons le soir : objectif, déguster une sangria! Les monuments anciens sont très joliment mis en valeur par un éclairage. La musique d'un bar branché nous invite à passer le pas de porte. La sangria "maison" est plutôt bien chargée en alcool blanc, Gin?!
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Le copieux petit déjeuner nous permet également de prévoir notre pique-nique du midi.
A 10h55, (9h55 locales), nous passons la frontière portugaise, où des cigognes, nichées sur des pilônes, nous accueillent. Les plaines désertiques font place à des champs vallonnés et verdoyants de chênes liège.
Nous faisons une halte à Evora, qui mérite mieux que le court moment que nous lui avons consacré. Capitale de l'Alenjero, c'est une belle petite ville qui comporte entre autre de nombreux vestiges de l'antiquité.
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Nous arrivons enfin à Carvoeiro ! Nous donnons rendez-vous à Jean-Michel, notre contact français local. Notre petite maison sur 3 étages, est située dans un quartier résidentiel dans la partie haute de la ville. C'est une maison mitoyenne avec de petites cheminées qui nous a immédiatement fait penser aux "Trullis" vus dans les Pouilles, en Italie.
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Ici, toutes les maisons sont blanches, avec des jardins exotiques. Nous pouvons aussi profiter d'une piscine partagée.
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Comme il faut remplir le réfrigérateur, nous prenons la destination des 3 mousquetaires. Eh oui, la France est là aussi ! En sortant du supermarché, il fait nuit, le GPS ne connait pas notre rue et le téléphone affiche aucune connexion internet… Nous mettons un certain temps avant de retrouver, enfin!, (grâce à Olivier) , notre maison dans ce labyrinthe !
Le lendemain, nous avons rendez-vous avec Jean-Michel, qui avait proposé une marche jusqu'à sa (très grande) villa, pour un apéritif destiné à nous présenter la région proche et les usages portugais locaux.
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Voici la plage de Carvoeiro.
Les jours suivants, nous visitons les environs et nous constatons que la circulation en voiture est souvent compliquée, parce que les indications de lieux sont aléatoires.
Visite de Portimao, située à quelques kilomètres de Carvoeiro.
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Plage de Praia da Rocha
Nous y avons déniché un tout premier restaurant, petit et fréquenté par les locaux, des plats typiques et pas chers.
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Nous randonnons à Alvor, petit port à 15 km de Carvoeiro. Très belle randonnée sur la plage, longue de plusieurs kilomètres et aménagée de chemins de bois qui permettent la marche à marée haute dans la lagune, sur l'arrière.
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chavemistica · 6 months
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A Pedra Pirita
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A pirita, também conhecida como "ouro dos tolos", é um mineral sulfeto de ferro com a fórmula química FeS₂. Reconhecida pela sua aparência metálica brilhante e a sua semelhança superficial com o ouro, a pirita tem intrigado e fascinado os seres humanos ao longo da história. Vamos explorar mais sobre esse mineral fascinante, as suas características, benefícios e vantagens.   Características da Pirita:   Aparência: A pirita é reconhecida pela sua cor dourada ou amarelo latão e o seu brilho metálico. Ela cristaliza numa variedade de formas geométricas, como cubos, octaedros e formas maciças.   Composição química: consiste principalmente em ferro e enxofre, com traços de outros elementos como cobre, prata e ouro. Esta composição confere à pirita a sua dureza e brilho.   Dureza e Tenacidade: A pirita tem dureza de cerca de 6 a 6.5 na escala de Mohs, o que significa que é relativamente resistente a arranhões e abrasões. No entanto, ela é quebradiça e pode fragmentar-se facilmente sob pressão.   Formação Geológica: A pirita é encontrada numa variedade de ambientes geológicos, incluindo depósitos sedimentares, veios hidrotermais, e também pode formar-se em rochas metamórficas. A sua formação está frequentemente associada a depósitos de minério de ouro e cobre.       Benefícios e Vantagens da Pirita:   Utilização industrial: A pirita tem várias aplicações industriais. Devido ao seu teor de enxofre, é usada na fabricação de ácido sulfúrico, uma componente chave em muitos processos industriais, como a produção de fertilizantes, produtos químicos e na indústria de mineração.   Fonte Potencial de Elementos: A pirita pode conter traços de outros metais valiosos, como ouro e prata, tornando-a uma fonte potencial desses elementos. Embora seja chamado de “ouro dos tolos” devido à sua semelhança com o ouro, a presença desses metais em quantidades exploráveis é relativamente rara.   Uso em Joalheria e Decoração: A pirita também é usada em joalheria e decoração devido ao seu brilho metálico distintivo. Ela é frequentemente polida e usada em colares, pulseiras e como pedras decorativas em artigos de decoração.   Propriedades Esotéricas: Alguns acreditam que a pirita é associada a prosperidade, proteção e vitalidade. Ela é frequentemente utilizada como uma pedra de cura e equilíbrio energético em práticas espirituais e de autocura.   Tarologa Sandy A Equipa Chave Mística www.chavemistica.com
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astcrixs · 9 months
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O olhar vidrado do filho de Esculápio denotava a ansiedade crescente em seu interior. Sua vida inteira havia corrido de tudo, como um covarde, não entendia o porquê de ter sido escolhido para uma missão tão importante quanto aquela. Jazia sentado em uma rocha no acampamento improvisado que haviam montado às pressas em meio à floresta. Ao seu redor, podia ouvir o som das armaduras a tilintar em atrito entre as peças ao que os soldados se moviam, carregando armas e caixas de suprimentos de um lado a outro sob a liderança da comandante. Ainda assim, os ruídos pareciam desaparecer perante a respiração pesada do rapaz, que sentia sua mente pairar sobre os perigos e os riscos daquela missão. Como estratego designado, não podia cometer erros.
Sua mente ia a milhão, meticulosamente calculando os movimentos que teriam que seguir, enquanto se mantinha apoiado em seus joelhos com os cotovelos, debruçado sobre pedaço de tronco que utilizava como mesa para escrever com a pena no papiro amassado. O estado de hiperfoco foi cortado apenas pela sensação de dor e desequilíbrio que quase o levou ao chão ao que a bota de metal atingiu sua panturrilha, fazendo com que tivesse que se apoiar para não cair. Estava pronto para reclamar quando elevou seu olhar e encontrou o sorriso maldoso da comandante.
As íris azuladas pareciam analisá-lo com frieza, mas isso seria se já não conhecesse bem a figura à sua frente. "Vai ficar aí sentado até quando, Estrelinha?" A voz suave certamente contrastava com a personalidade dela, mas combinava com o grego antigo que ela entoava. O olhar de Asterios desceu à mão que lhe era oferecida, como sinal de que estavam para partir dali; recolheu suas coisas, guardando-as na bolsa de couro simples que carregava, e aceitou o convite, levantando-se com a ajuda dela.
"Prefere que eu não tenha os planos prontos quando forem necessários?" Questionou, pegando seu capacete de bronze e tirando a poeira que havia se acumulado, pelo terreno em que decidiram acampar, antes de colocá-lo em sua cabeça. Assim que o fez, notou a expressão irritada dela em sua direção, e logo se lembrou do combinado anterior. "Se forem necessários..." Corrigiu-se. Má sorte e karma eram conceitos bastante importantes no meio em que viviam, então, policiar-se sobre o que se podia ou não falar em uma missão era essencial.
"Pelo mapa, esse é o atalho..." O olhar dele se voltou à entrada da caverna, não muito longe dali, enorme, como uma boca de alguma criatura a devorar quem quer que entrasse. "Espero que esteja certo sobre isso..." Asterios sabia que a semideusa à sua frente odiava lugares fechados, e entendia o porquê disso também, afinal, ela era filha dos céus, estar longe de seu domínio devia ser aterrorizante para aqueles que com ele estavam acostumados. Sua destra foi ao ombro dela ao que o sorriso surgiu em seu rosto, como se dissesse que estava tudo bem, e pôde notar que o sentimento havia sido captado, mas logo a personalidade dela entrou no caminho do entendimento novamente.
Com um tapa, ela se livrou da mão em seu ombro. "Mantenha essas patinhas longe de mim, soldado." Aos que não os compreendiam, podia parecer uma briga, mas Asterios sabia muito bem que aquele era o modo dela demonstrar sua versão de agradecimento. Suspirou levemente ao vê-la se afastar, fazendo sua função de comandar o grupo de soldados que ali estavam junto deles, um ou outro semideus à vista, o resto composto de mortais normais. Ele também devia se preparar.
As tochas eram a única coisa que iluminava o ambiente. O som de gotas d'água escorrendo pelas estalactites e caindo em gotas ritmicamente denotavam a presença de uma fonte natural correndo por entre as parede do local, formando lagos cristalinos no interior da caverna. Mesmo com a baixa luminosidade, Asterios habilmente analisava o mapa que haviam recebido de Hermes para a ocasião, sinalizando o melhor caminho a ser seguido.
"Comandante..." O olhar dele se mantinha nos traçados que mais pareciam um labirinto aos olhos inexperientes, tentando não perder o foco de onde deveriam estar para que não se perdessem no interior da gruta. "Eu estava aqui pensando... Acho que não cheguei a perguntar qual o objetivo dessa missão...?" O rapaz questionou pela primeira vez desde que saíram de Atenas, suas írises esmeralda se encontraram com as azuis da mulher.
A surpresa era nítida nas feições dela, o que ocasionou a confusão em suas próprias. "Me desculpe, eu não..." Ela balançou a cabeça em negativa e gesticulou com a mão como se dissesse que estava tudo bem. "Só fiquei surpresa de ainda não saber." Ela comentou, e instantaneamente a realização veio à mente do filho de Esculápio, ao que olhou ao redor para os outros semideuses por ali, todos pareciam saber no que estavam se metendo. "Estamos em uma missão de resgate. Meu meio-irmão, inclusive, pelo que entendi do Oráculo..."
A preocupação se fez clara no rosto de Asterios, afinal, Esculápio nunca havia se pronunciado sobre ele ter irmãos, então, não sabia se os tinha e, julgando pela personalidade do Deus, provavelmente era o único e o seria por algum tempo. Não sabia qual era a sensação de tê-los. As írises azuladas apenas precisaram encontrar suas expressões uma vez para que o riso escapasse da garganta da filha de Zeus, genuíno. "Não é como se fossemos próximos! Eu nem sabia que meu pai tinha outros filhos até dois meses atrás..." Ela tinha razão, era assim quando o assunto eram os Deuses. Os semideuses eram sempre os últimos a saber de tudo.
"Mesmo assim, imagino que esteja preocu-..." A companhia parou a marcha quase que em um mesmo momento. O frio na barriga veio como um aviso do que viria a acontecer, antecedendo o som do rumor grave. De repente, as expressões dos outros semideuses e dos soldados deixou o animado para demonstrar um misto de pânico e terror ao que sacaram suas armas. Foi apenas o tempo de Asterios fechar o punho com o anel, vendo ao que ele se formava em seu antebraço, e puxar sua lâmina e... Bam! O baque seco contra a lateral de sua armadura só não soou mais alto que o som de seu capacete se chocando contra a parede de pedra ao que foi arremessado contra ela, voando aos ares ao que ele caiu ao chão. Se fosse uma pessoa normal, com certeza teria morrido ali mesmo.
Da posição que estava, sentado com as costas contra a parede, podia sentir o ar se contrariando a adentrar seus pulmões, como se apertassem um nó à sua garganta. A visão turva pelo atordoamento lutava contra o sangue que descia em seu rosto para tentar enxergar o que acontecia. Sentia a pontada em sua testa, mas essa dor era superada em muito pelas inúmeras costelas quebradas que havia adquirido nesse interim. Ouvia, ao longe, como se estivesse mergulhando, as vozes ao seu redor. Conseguia distinguir o timbre da comandante dentre eles, liderando o grupo.
Viu a criatura, parte leão, parte serpente, parte bode, avançar contra a companhia, fazendo voar soldados aos ares, com um ou outro semideus mantendo a postura perante a besta. Tinha que ir até eles. Seu olhar baixou à região em que havia sido ferido, sentindo a dor se intensificar ao que identificou a ferida, como se sua armadura fosse feita de papel, as garras haviam feito um corte médio em sua pele, e sabia que se não a tivesse vestido, certamente teria sido seu fim. Cambaleou para se levantar, inspirando fundo. Suas pernas estavam trêmulas, não sabia se era pela desorientação ou pelo medo, era difícil se mantar de pé, por isso, se apoiava contra a parede.
Estendeu a mão em direção à filha de Zeus, concentrando-se, as partículas esverdeadas envolveram sua figura bem a tempo de prevenir que as chamas exaladas pela criatura a eliminassem, mas tão logo quanto surgiram, desapareceram com a tontura que surgiu. Não sabia o que fazer naquela situação, precisavam recuar e reagrupar, mas a visão que tinha era de seus companheiros, um a um, caindo, e Asterios, em sua atual situação, não conseguia impedir o mal que sobre eles caía.
Seu olhar foi à comandante, esperançoso e desesperado, procurando por um comando que pudesse ajudá-lo, ou alguma direção, mas esse apenas encontrou um sorriso gentil. "Corra, Estrelinha." Correr? O que ela queria dizer com aquilo? Não podia abandonar todos ali para morrer. "Não, eu não-..." Ela balançou a cabeça em negativa. "Isso é uma ordem de sua superior." Tudo pareceu passar em câmera lenta no momento seguinte, ao que as chamas novamente voltaram a escapar pelas narinas da Quimera, envolvendo a filha de Zeus e alguns outros soldados ali presentes.
A voz lhe escapava e mesmo que quisesse gritar ou agir, não conseguia. Suas pernas o levavam para longe dali, seguindo as ordens de sua comandante... Não... De sua amiga. Assim que alcançou a entrada da caverna, viu que a tempestade rugia do lado de fora, e o que o esperava era algo pior do que o monstro que havia enfrentado há pouco. Caiu de joelhos perante a aura esmagadora e poderosa da figura à que caminhava até ele em meio aos relâmpagos que iluminavam os céus acompanhados dos trovões que faziam a terra estremecer.
"COVARDE!" A voz ecoou aos quatro ventos. A esse ponto, se apoiava na espada curta que carregava, joelhos ao chão, incapaz de se levantar mais que isso. "Não, eu-..." Tentou se explicar, mas os raios caíram uma vez mais, cada vez mais perto de onde estavam. "Você abandonou sua missão, seus companheiros e seu destino... Por sua culpa, agora velo por dois filhos." Esbravejou a figura que agora podia identificar, com certeza, como o Deus-Rei, Zeus.
"Eu tentei..." Agora já podia enxergar os pés da figura à sua frente, mas seu olhar não ousava se elevar além daquilo, como se lá no fundo também se culpasse pelo que havia acontecido. Havia sido sua culpa... Ele quem havia encontrado o atalho no mapa mesmo quando havia sido dito que o caminho deveria ser longo. "Desculpas e mais desculpas... Você não é digno do poder com o qual seu pai te abençoou de nascença. Até que suas conquistas excedam seu pecado, eu, Zeus, te amaldiçoo... Que cada gota de sofrimento que voc�� livre com seu dom te puna pela sua covardia."
O último raio partiu o céu sobre a figura de Asterios, mas a dor causada por esse não podia ser maior que aquela que ele já sentia por suas ações. Nunca se perdoaria pelo que havia feito, eternamente fadado a sentir o peso de seu pecado sempre que por seu bom coração desejasse ajudar aqueles ao seu redor. Perdeu a consciência...
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arbitri · 1 year
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Caminhei à beira-mar, e veio até mim,
como um raio de estrela na areia molhada,
uma concha branca como um sino do mar;
trêmulo, estava em minha mão molhada.
Em meus dedos trêmulos, ouvi acordar
um ding dentro, perto de uma barra do porto
uma bóia balançando, um chamado ressoando
sobre mares sem fim, fraco agora e distante.
Então vi um barco flutuar silenciosamente
na maré noturna, vazio e cinza.
'É mais tarde do que tarde! Por que esperamos?
Pulei para dentro e gritei: 'Levem-me daqui!'
Ele me levou para longe, molhado com spray,
envolto em uma névoa, enrolado em um sono,
para uma praia esquecida em uma terra estranha.
No crepúsculo além das profundezas,
ouvi um sino do mar balançar no swell,
ding, ding, e as ondas rugem
nos dentes ocultos de um recife perigoso;
e por fim cheguei a uma longa margem.
Branco ele brilhava, e o mar fervilhava
com espelhos de estrelas em uma rede de prata;
penhascos de pedra clara como osso ruel
na espuma da lua brilhavam úmidos.
Areia brilhante escorregou pela minha mão,
pó de pérola e pó de joia,
trombetas de opala, rosas de coral,
flautas de verde e ametista.
Mas sob os beirais do penhasco havia cavernas sombrias,
cobertas de ervas daninhas, escuras e cinzas;
um ar frio agitou-se em meu cabelo
e a luz diminuiu enquanto eu me afastava apressado.
Descendo de uma colina corria um riacho verde;
sua água eu bebi à vontade do meu coração.
Subi a escada da fonte até uma bela paisagem campestre
de sempre, longe dos mares,
escalando prados de sombras esvoaçantes:
flores jaziam ali como estrelas caídas,
e em uma lagoa azul, vítrea e fria,
como luas flutuantes, os nenuphars .
Os amieiros dormiam e os salgueiros choravam à beira
de um rio lento de ervas daninhas ondulantes;
espadas de gladdon guardavam os vaus,
e lanças verdes e juncos de flechas.
Houve eco de música durante toda a noite
no vale; muitas coisas
correndo de um lado para o outro: lebres brancas como a neve,
ratazanas saindo de tocas; mariposas nas asas
com olhos de lanterna; em silenciosa surpresa,
os Brocks estavam olhando para fora das portas escuras.
Ouvi danças ali, música no ar,
passos rápidos no chão verde.
Mas sempre que eu vinha era sempre a mesma coisa:
os pés fugiam e tudo ficava quieto;
nunca uma saudação, apenas as fugazes flautas
, vozes, buzinas na colina.
De folhas de rio e feixes de junco
fiz para mim um manto verde-jóia,
uma vara alta para segurar e uma bandeira de ouro;
meus olhos brilhavam como o brilho das estrelas.
Com flores coroadas, eu estava em um monte,
e estridente como um canto de galo
orgulhosamente eu gritei: 'Por que você se esconde?
Por que ninguém fala, onde quer que eu vá?
Aqui estou agora, rei desta terra,
com espada de gladdon e maça de junco.
Atenda minha ligação! Venham todos!
Diga-me palavras! Mostre-me um rosto!'
Preto veio uma nuvem como uma mortalha noturna.
Como uma toupeira escura tateando eu fui,
ao chão caindo, em minhas mãos rastejando
com olhos cegos e minhas costas dobradas.
Rastejei até uma floresta: silenciosa ela permanecia
em suas folhas mortas; nus estavam seus ramos.
Lá devo sentar, vagando com inteligência,
enquanto as corujas roncam em sua casa oca.
Por um ano e um dia eu devo ficar:
besouros batiam nas árvores podres,
aranhas teciam, no mofo
bolas de sabão pairavam sobre meus joelhos.
Por fim, veio a luz em minha longa noite
e vi meus cabelos grisalhos.
'Por mais que eu esteja curvado, devo encontrar o mar!
Eu me perdi e não sei o caminho,
mas deixe-me ir!' Então eu tropecei;
como se a sombra de um morcego caçador estivesse sobre mim;
em meus ouvidos soou um vento fulminante,
e com sarças esfarrapadas tentei me cobrir.
Minhas mãos estavam dilaceradas e meus joelhos desgastados,
e os anos pesavam sobre minhas costas,
quando a chuva em meu rosto ficou com gosto de sal
e senti o cheiro de destroços do mar.
Os pássaros vieram voando, miando, lamentando;
Ouvi vozes em cavernas frias,
focas latindo e rochas rosnando,
e em esguichos o barulho das ondas.
O inverno chegou rápido; em uma névoa eu passei,
até o fim da terra meus anos eu suportei;
a neve estava no ar, gelo no meu cabelo,
a escuridão jazia na última margem.
Ainda flutuando esperava o barco,
na maré subindo, a proa balançando.
Cansado eu me deitei enquanto ele me levava para longe,
as ondas subindo, os mares cruzando,
passando por velhos cascos agrupados com gaivotas
e grandes navios carregados de luz,
vindo para o porto, escuro como um corvo,
silencioso como a neve, no meio da noite.
As casas estavam fechadas, o vento murmurava ao redor delas,
as estradas estavam vazias. Sentei-me perto de uma porta
e, onde a garoa escorria pelo ralo,
joguei fora tudo o que carregava:
em minha mão agarrada alguns grãos de areia
e uma concha do mar silenciosa e morta.
Nunca meu ouvido ouvirá aquele sino,
nunca meus pés pisarão a margem,
nunca mais, como em triste beco,
em beco sem saída e em longa rua
esfarrapada eu ando. Para mim mesmo eu falo;
pois ainda não falam, homens que encontro.
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mineraisgeraldo · 10 months
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Turmalina
Classe: Silicato
Sub-Classe: Ciclossilicatos
Fonte imagem: Autor
Fórmula (Na,Ca (Fe2+,Fe3+,Mg,Al,Li)3(Al,Fe3+,Cr3+,Mg)6(BO3)3Si6O18(O,OH,F)4
(Fórmula Genérica do Grupo)
Dureza: alta 7,0 - 7,5
Densidade: Pesado 2,90g/cm3 - 3,41g/cm3
Diafaneidade: Transparente, Translúcido
Traço: Branco, Incolor
Brilho: Resinoso, vítreo
Sistema: Trigonal
Classe cristalográfica: Piramidal ditrigonal
Hábito: Normalmente ocorre com hábito prismático com 3, 6 e 9 faces, com seção basal triangular a “arredondada”. Normalmente com estrias verticais (paralelas ao eixo “c”). Os prismas são terminados via de regra por um pédio e por pirâmides trigonais.
Geminação rara.
Clivagem: Sem clivagem ou quando apresentam é muito fraca.
Fratura: Conchoidal, irregular.
Tenacidade: Quebradiço.
Cor: Vermelho, Azul, Verde, Verde escuro, Incolor, Preto, Rosa.
Gênese A “Turmalina” é um mineral comum em rochas metamórficas (metamorfismo regional), ocorrendo em metassedimentos (xistos, filitos, paragnaisses), em turmalinitos, ortognaisses, migmatitos. Também é comum em rochas ígneas (granitos, pegmatitos, em alguns riolitos) e em sedimentos como mineral detrítico; em veios hidrotermais de alta temperatura e greisens; filões de quartzo; em skarnitos. Pode aparecer também em placeres. É um mineral acessório muito comum em rochas metapelíticas e outros sedimentos aluminosos ricos em boro (sedimentos marinhos).
Minerais com os quais ocorre associada são as micas, clorita, feldspatos, quartzo, anfibólios, piroxênios.
Fonte: Museu de Minerais, Minérios e Rochas Heinz Ebert
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blogdojuanesteves · 10 months
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CERCO FLUTUANTE > Helena Giestas KIRIRI> Ivonete Leite
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imagem: Ivonete Leite
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Imagem: Helena Giestas
Cerco Flutuante, da paulista Helena Giestas e Kiriri, da mineira Ivonete Leite, são dois livros da Fotô Editorial publicados neste final de ano com edição do fotógrafo e curador Eder Chiodetto e da professora e pesquisadora Fabiana Bruno. O primeiro reúne fotografia, monotipia e desenho com técnicas mistas (em parceria com Peter Erik Siemsen) e o segundo além da fotografia constrói seu itinerário usando técnicas como a frottage e a assemblagem. Ambos evocando um conjunto próximo de abstrações em agudas interseções imagéticas essencialmente gráficas expandindo o uso da câmera e ampliando o conceito de seus trabalhos para uma interessante forma de arte mais artesanal cujos resultados projetam representações mais atemporais.
A abstração- a idéia de que elementos das coisas visíveis representam pouco ou nenhum papel na arte, e mais calcada em forma, cor, linha, tom e textura: "uma superfície coberta por cores em uma determinada ordem..." como pensou o artista francês Maurice Denis (1870-1943) ainda no século XIX, rompendo com a tradição renascentista, abandonando a representação da realidade mais exata. Com diferentes percursos está incluída no que genericamente chamamos de simbolismo, uma arte distinta. É alcançada pela eliminação das "impurezas" dos fatos e mantendo o essencial de sua estruturas, uma questão vital, pois está na raiz de cada discussão sobre a fotografia como uma forma de arte.
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Imagem: Ivonete Leite
Como sugere o nome, a fonte de Ivonete Leite, está na região do Cariri, outrora chamado Kiriri pelos povos originários da região do sertão da Paraíba, atribuída pelo povo Tupi, da costa deste estado cujo significado é "calado" ou "taciturno". Na poética definição do curador Chiodetto: "é uma dessas áreas que nos defrontam com os mistérios da formação do universo" O que certamente amolda-se ao conjunto de imagens e design gráfico evocativos e sublimes, onde a sua peculiar paisagem e suas frottages percorrem páginas cobreadas e monocromáticas em contraste com a imagem fotográfica em preto e branco mais tradicional.
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Imagem: Ivonete Leite
O curador explica, que a autora em 2015, ao deparar-se com a geologia local que insinuava "terem sido esculpidas pelo divino" foi arrebatada por formas análogas à "paisagem lunar ou outro corpo celeste entrando em estado de gravidade ou flutuação", o que a transportava para uma perceptível manifestação de um tempo imemorial. "Enigmas que rondam a ordem cósmica e os desígnios da natureza." Certamente, as estruturas naturais das rochas arredondadas são recordativas de uma certa construção enigmática, que paralelamente aos belos mandacarus, plantas nativas do semiárido brasileiro, fornecem um bem elaborado contraponto por seus atributos  tipológicos claramente românticos e belos.
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Imagem: Helena Giestas
Cerco Flutuante para Fabiana Bruno é “ uma obra em que imagens se desdobram nas tentativas inventivas de imprimir tempos sobre tempo. Vidas, materiais e pessoas se entrelaçam por meio de linhas que Helena Giestas intercepta com o seu olhar e as transforma em emaranhados que se metamorfoseiam nas superfícies. As imagens- linhas traçadas pela prática artística da fotógrafa em Cerco Flutuante são também forças invisíveis, que se expressam como vínculos, afetos, memórias e costuram mundos." 
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Imagem: Helena Giestas
Neste sentido, Helena Giestas produz trabalhos que juntam-se a desenhos e pinturas por afinidades estéticas e íntimas, aqueles produzidos pelo grafite e tinta de seu avô Peter Erik Siemsen e a sua fotografia que revela as tramas urdidas pela natureza, enquanto o mar traça suas linhas em sua borda e relevos são esculpidos em rochas, assim como galhos de árvores secos acomodam-se na transição de suas existências e na transmutação para uma arte híbrida bem constituída.
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Imagem: Ivonete Leite
A aproximação da representação abstrata, fruto da criação do autor e uma fotografia, resultado de uma reação química ou digital, algo produzido por um registro mecânico, já mostrava-se interessante concomitantemente à pintura e outras artes nas primeiras décadas do século XX, mas ganha atenção quando em 1951, o Museum of Modern Art (MoMA), de Nova York promove a mostra Abstract Photography, com curadoria do luxemburguês  Edward Steichen (1879-1973). Pela primeira vez fazia-se uma tentativa de definir a ideia de uma abstração fotográfica, tanto seu  método quanto o conteúdo em uma exposição eclética com autores como o suíço Robert Frank(1929-2019), os americanos Louis Faurer (1916-2001), Harry Callahan (1912-1999) e Man Ray (1890-1976), o francês Henri Cartier-Bresson (1908-2004), o húngaro László Moholy-Nagy(1895-1946) e até mesmo nosso conhecido Thomaz Farkas (1924-2011),húngaro radicado no Brasil,  entre umas duas dezenas de autores, em 150 images.
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Imagem: Helena Giestas
Considerando também a difusão da fotografia mais ligada a arte provocada pela Editorial Fotô, lembramos de alguns livros que associam-se ao conteúdo produzido por Helena Giestas e Ivonete Leite, como por exemplo os belíssimos Sublimação (2014), da artista paulistana Ana Nitzan e Herbário Baldio, (2019), da também paulistana Ana Lucia Mariz. [ Leia aqui review https://blogdojuanesteves.tumblr.com/post/185680834281/herb%C3%A1rio-baldio-ana-lucia-mariz ]. Ambas publicações que desenvolvem as técnicas e conceitos já comentados aqui anteriormente, os quais representam mais fielmente um "livro de artista".
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Imagem: Ivonete Leite
Cerco Flutuante e Kiriri, transcendem o discurso pessoal, ainda que sustentados em parte por tal, e ampliam os requisitos da imagem a outros patamares. Objetos que  "devem finalmente ocupar o seu lugar no campo tonal da imagem e conformar-se ao seu ambiente espacial." como pensou o fotógrafo e poeta americano Aaron Siskind (1903-1991) - A ideia de que suas estruturas entram em cena de certa forma e que, mesmo fotografadas diretamente, muitas vezes transformam-se em outras, pois tiradas do seu contexto habitual, dissociadas dos seus vizinhos habituais e levados a novas relações. Momento em que a consciência das artistas (o que sentem, a imagem a fazer, a relação destas com outras já feitas e outras experimentações.) surge pela habilidade em criar “amálgamas dessas matérias” como escreve Fabiana Bruno ou de transcender o tempo geológico, em metáforas de tempos-espaços, como escreve Eder Chiodetto.
Imagens © das autoras.  Texto © Juan Esteves
Infos básicas
Kiriri
Fotografias, Frotagens e Assemblages" Ivonete Leite
Edição e Texto: Eder Chiodetto
Co-edição Fabiana Bruno
Projeto gráfico: Rafael Simões
Coordenação Editorial: Elaine Pessoa
Tratamento de imagens: José Fujocka
Impressão: Gráfica Ipsis- 500 exemplares- capa dura
Cerco Flutuante
Concepção, Fotografias e monotipias: Helena Giestas 
Desenhos com técnicas mistas: Peter Erik Siemsen e Helena Giestas 
Edição e Texto: Fabiana Bruno 
Co-edição: Eder Chiodetto 
Design Gráfico: Letícia Lampert 
Coordenação Editorial: Elaine Pessoa 
Tratamento de imagens: José Fujocka
Impressão Gráfica Ipsis - 500 exemplares assinados e numerados - brochura
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aprincesadegales · 1 year
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Catálogo de Looks da Princesa de Gales
Vestido: Emilia Wickstead Brincos: Simone Rocha Em parceria com o Serviço Nacional de Saúde (NHS), a padaria escocesa Fisher and Donaldson e o comércio de culinária e vinhos escoceses Valvona & Crolla, William e Kate enviaram bucho de carneiro recheado (haggis), couves-nabos (neeps) e batatas (tatties) a funcionários da NHS Tayside, em comemoração à Burns Night. A data celebra Robert Burns, poeta nacional da Escócia, e o prato é típico da culinária escocesa e tradicionalmente consumido durante a celebração | 25.01.2021 Fonte: Kate's Closet
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ministeriofaladeus · 2 years
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“Porque Tú és a minha Rocha e a minha Fortaleza; assim, por amor do teu nome, guia-me e encaminha-me.”  Salmo 31.3. Nossa vida é feita de algumas decisões, que precisam ser tomadas diariamente, escolhas precisam ser feitas e sempre há um caminho mais acertado a seguir. As decisões sempre estão diante de nós, e por mais tementes que sejamos a Deus e atentos ao que Ele quer de nós, estamos passivos a cair no erro. Podemos escolher entre tantas coisas, O Senhor nos concede esta liberdade porque nos ama, e independente de nossas escolhas, é certo que Ele estará conosco em todo tempo, tempo de júbilo por nossos acertos e tempo de lamento pelos erros cometidos. E é nesse tempo, de lamento, que conseguimos ter a real noção do amor grandioso de nosso Pai por nós, transformando a maldição em benção. A cada momento dependemos da misericórdia de Deus porque somos imperfeitos. Nossa natureza insiste em nos impedir de agir plenamente conforme a pureza e santidade do Senhor, porque foi corrompida pelo pecado original e segue se corrompendo pelas escolhas erradas que fazemos. No salmo 31 Davi pede em oração que o Senhor o guie e o encaminhe. Que esta também seja a nossa oração! Que por amor de seu nome, que é a fonte de toda bondade, nos permita alcançar o entendimento e a direção vinda de seu coração para tomar as decisões corretas em nossas vidas. Que o Senhor seja nossa rocha e fortaleza, que nossos corações descansem certos da benignidade de seu caráter e de seu imenso amor por cada um de nós. Confie neste amor e nas perfeitas escolhas de nosso Deus. Ele é contigo, e assim está escrito em Jeremias 29.11: “Porque Eu bem sei os pensamentos que tenho a vosso respeito; pensamentos de paz, e não de mal, para vos dar o fim que esperais.” Confie, entregue, descanse, espere! - Ministério de Evangelização Fala DEUS 📖🔥 - #bomdia #palavradedeus #bibliadiaria #deusébom #jesus #maravilhosagraca #salvacao #sabedoria #espiritosanto #jovemsabia #devocional #milagre #jesusteama #versiculo #reinodedeus #pensenisso #ministeriofaladeus https://www.instagram.com/p/CqDQHh_LIyI/?igshid=NGJjMDIxMWI=
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