Tumgik
#porque se contradizem
valkyrievanessa · 2 years
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Então, os Spoilers de fgo estão se contradizendo de novo hahaha, acho que o que torna os spoilers de fgo inofencivos é que é impossivel fugir das grandes lutas e tals, mas os detalhes da historia se perdem em meio a más interpretações, más traduções ou simplesmente mentiras inventadas.
Dessa vez é sobre o ORT, a unica informação é que o que enfrentamos está mais fraco que o da panhuman history, o que faz sentido, o fato da Kukulkan não ser a quetzalcoatl mas sim o coração de ORT também é concistente, na verdade muita coisa parece estar correta pelo que vi, menos 1 que continuam se contradizendo que é que o ORT que a gente luta é uma versão que sempre foi inferior ao ORT da historia normal do universo de fgo e o concenso que cheguei é que o ORT que lutamos já foi tão forte quanto o da panhuman history (porque só existe 1 ORT, o do lostbelt é o ORT que a gente conhece mas que viveu uma historia diferente), mas por conta do camazotz arrancar o coração do ORT ele ficou mais fraco, quando ganhou um coração novo, o novo era mais fraco que o original o que o impediu de usar seu poder total, sendo bem honesta, é a unica versão que faz sentido para mim, se o ORT que enfrentamos é chamado de subspecie é porque ele está mais fraco que a versão que ainda dorme na panhuman history, ele não esta completo.
E outra, já vi gente comentando que agora que derrotamos um aristoteles eles não são mais um desafio a ser superado, eles são, sempre vão ser. Ado Edem partiu 2 no meio e eles continuaram representando o desafio supremo da franquia, o pessoal do chaldea derrotando ORT foi um milagre que não tem como acontecer na historia normal, todos os fatores que permitiram a vitoria nunca aconteceram na historia normal, não foi algo que ocorreu na maioria dos universos paralelos, foi uma cituação completamente unica do Lostbelt 7 e pelo que comentam, quase não deu certo, morreu gente para caramba para possibilitar essa vitoria.
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raquelaquin0 · 1 year
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Review: The Beauty of Everyday Things - Soetsu Yanagi
O livro The Beauty of Everyday Things, escrito por Soetsu Yanagi (1889 - 1961), é um conjunto de artigos que o autor escreveu durante o período de toda sua vida. Ele era um filósofo e crítico de arte, fundador do movimento mingei (folk craft). Por não ser uma obra fechada, e sim uma coleção de textos separados, e escritos durante um longo período de tempo, há várias opiniões que se contradizem, portanto citarei apenas algumas mais marcantes. O autor mostra durante todo o livro um grande apreço por obras de artesanato, por objetos cotidianos, funcionais e feitos por classes mais baixas. Apesar de seu apreço ser realmente admirável, ele tem uma visão muito elitista e romantizada sobre esses artesãos. Não os vê como agentes autônomos e pensantes, mas como seres preocupados apenas com a estética dos seus produtos e a sua produção, o seu flow de trabalho. Não estão preocupados com suas condições de trabalho, remuneração ou nada do tipo, pois fazem o trabalho apenas pela recompensa espiritual. Não refletem mais profundamente sobre nada pois são seres iluminados, e são regidos por mãos divinas durante esse processo de produção. Há um saudosismo muito presente durante toda a obra, em que ele identifica uma degradação moral e estética dos indivíduos da sociedade atual, culpando tudo na industrialização, mas sem nunca apontar o capitalismo como responsável. Toda essa visão extremamente idealizada dos trabalhadores, o apelo a tradição e rejeição de tudo que é moderno são elementos essenciais do discurso fascista, o que torna o livro difícil de ser apreciado. Em alguns momentos, alguns bons pontos são feitos, como no capítulo The Japanese Perspective, em que ele disseca as diferenças de filosofias entre o leste e oeste, mas falta um olhar crítico essencial sobre a sociedade e cultura japonesas em específico. Sua opinião política culmina no penúltimo capítulo, A Letter to my Korean Friends. O artigo é uma carta que ele escreve para ser publicada na Coréia, em plena ocupação japonesa, que cometeu atrocidades no país e cujas marcas são sentidas até hoje na sociedade coreana. No texto, ele adota um tom "humanista", fazendo um mea culpa fortíssimo a favor dos japoneses, focando na sua dor pessoal e com um discurso hiper genérico de "mais amor" e "paz mundial". Não contente, ele pede que os coreanos parem de se proteger e contra-atacar militarmente. Para qualquer um que entenda minimamente o regime de terror promovido durante os anos de ocupação, é no mínimo de um mau gosto terrível ler esse capítulo. Seu saudosismo também atrapalha os assuntos mais filosóficos que aborda. É raro ele definir qualquer conceito que se proponha a defender, e costuma fazer afirmações universais e genéricas sobre tudo, o que torna um pouco difícil de entender seus argumentos. No capítulo Seeing and Knowing, ele explica que é contra definir as características do que é belo, pois deve-se saber isso “intuitivamente”, e durante todo o livro, ele condena quem não concorda com a sua visão “intuitiva” de beleza. O autor parece querer justificar sua incapacidade de articular suas opiniões como sendo superior, pois a beleza é misteriosa, e quem consegue fazê-lo é inferior pois a beleza não pode ser descrita. Portanto, se você tenta descrever uma obra de arte, é porque você não a está sentindo, e não sentir a obra significa que você é ignorante. Ele condena qualquer tipo de experimentação e criatividade, pois tudo deve obedecer às "leis da natureza" (que são majoritariamente arbitrárias, já que ele nunca as define), ao mesmo tempo em que aprecia como os mestres antigos do chá eram originais ao remendar bules sem tentar esconder suas rachaduras, simplesmente porque eles eram os mestres antigos. No trecho:
"Whether in the material used or in the technique employed, there are inherent restrictions, which is the essence of handicraft. Pure art, on the other hand, seeks freedom of expression and abhors restriction; that can be said to be its defining characteristic. Woodblock printing is not absolute freedom of expression; it is a handicraft created under certain constraints. Pure painting is a direct expression of individuality, while handicraft is an indirect expression."
fica claro como o autor, além de usar definições de arte e artesanato que não fazem sentido (há muitos artistas e obras de arte que usam restrições no seu processo de criação, e ignora o fator expressivo do artesanato), parece classificar diferentes técnicas como arte ou artesanato conforme seu gosto pessoal: se vê algo como bonito e valoroso, é artesanato, senão, é arte, portanto é inferior. Durante todo o livro, há uma distinção muito forte entre “artista individual” e “pessoa comum”, que é curiosa, pois em nenhum momento ele define o que é cada um, mas sempre tem um juízo de valor muito forte para cada. Sinto que a pergunta mais latente que tenho sobre todo o seu discurso é: o que diferencia uma pessoa comum de um artista individual? Além dessa, me surgem muitas outras, como por que o artesanato precisa ser tão restrito? Por que não pode expressar sentimentos do artesão? Por que a expressão de um artista é tão ruim? Ora, se se a beleza significa abdicar de toda e qualquer liberdade de criação, é preferível não ser belo. Minhas expectativas ao começar o livro eram encontrar divagações filosóficas sobre a beleza do cotidiano, sobre como deveríamos valorizar mais as pequenas coisas da vida, e a importância do design nos objetos do dia-a-dia. Me deparei com mais de 300 páginas de discurso fascista japonês, filosofia fraca e muitas afirmações genéricas sobre tudo.
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spaceskiddo · 6 days
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𝗌𝖾𝗉𝗍𝖾𝗆𝖻𝖾𝗋 𝗅𝗈𝗌𝗍 𝗇𝗈𝗍𝖾𝗌. refrigerante de frutas vermelhas, beijo dos ventos outonais, fones de fio, vinte e quatro anos, notas musicais em tom de decepção, paixões dos vinte, juras eternas de amor, blá-blá-blás embriagados.
Pensar é uma das coisas que mais aprecio, no entanto, é um dos hábitos que mais odeio. Por muitas vezes ao dia me pego pensando sobre tudo; o tempo, pessoas ao meu redor, o meu eu, músicas que gosto e suas letras, acontecimentos. Bem, já disse que penso em praticamente tudo? Após pensar por muitas noites mal dormidas ou madrugadas acompanhadas por refrigerante de frutas vermelhas, me dei conta de que, demoro a processar acontecimentos e é por isso que sempre estou pensando, afinal, tudo está acontecendo sempre. Enquanto escrevia esses blá blá blás que provavelmente serão perdidos como poeira no espaço, percebi que adoro contradições e vou além: tudo é contradição. A vida se contradiz, pessoas estão sempre se contradizendo e, como escrito no início da minha fala, os meus próprios quereres se contradizem porque, ao mesmo tempo que amo estar sempre pensando sobre tudo, odeio estar pensando sobre tudo. Onde mais existiria um bom exemplo como este se não aqui?
Com todo este pequeno monólogo sobre contradição, inicio o meu quase-mensal balanço sobre tudo que aconteceu desde a última vez que escrevi uma postagem para o meu abandonado blog com poucos corajosos leitores. Por que andei pensando sobre pensar? Me peguei em uma plena crise dos vinte anos quando passei diariamente a me questionar se queria mesmo levar a música como vício de vida. Sim, as exatas palavras vício de vida. A palavra vício não remete a algo ruim? Quer dizer, todos os vícios são ruins, entretanto, quando penso em música e o que seria música para mim, para além da denominação de profissão, e apenas encontrei duas palavras que se encaixavam neste meu pensar: paix��o e vício. Porém, pude igualmente perceber o problema destas denominações. Vícios e paixões não chegam ao fim? Um dia, música teria o seu próprio fim em meu existir? Sinto que hoje estou viajando demais e que talvez, só talvez, este texto seja uma prova contra mim de que sim, crise dos vinte anos é real, mas ela veio um pouco mais tarde porque aos exatos vinte anos, eu estava apenas pensando em marcar presença em lugares só um pouco insalubres.
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Neste ponto, começo a falar sobre o meu principal pensamento sobre o tempo. Quando se pensa em uma "nova vida" qual a primeira conclusão tirada? Como iniciar uma nova vida? Recomeçar? Renascer? Infelizmente, ambos são impossíveis. E é onde entra a minha concepção de tempo, ele é composto por ciclos, enormes ou minúsculos que sejam, para mim, o tempo sempre terá uma data de validade para acabar e um dia de recomeço para iniciar outra vez. Sonhar faz bem ao tempo cíclico. Gosto de pensar que sonhos são atingidos no fim de um ciclo, embora eu não tenha um sonho agora, a concepção de grande sonho soa até como esperança e, não consigo pensar em uma palavra mais bonita que essa no momento. Ao meu ver, a vida é feita de sonhos, muitos sonhos. Sejam eles sonhos nobres ou egoístas. Nós, seres humanos, somos naturalmente sonhadores porque desde crianças somos levados a crer que sonhos se realizam, a magia da infância nos leva a acreditar que é possível fazer o impossível. Até mesmo gosto daquela frase "tudo é impossível até que seja feito" e na infância, tudo é simples. Tudo é um sonho. Tudo é mágico.
Na minha fatídica crise dos vinte e quatro (hehehe) percebi que nem tudo é assim. Na verdade, a vida tem sido um imenso ponto de interrogação ou uma orquestra desafinada. Será que no filme Divertidamente 5 vamos ver a Riley passando pela crise dos vinte e quatro e finalmente, teremos a resposta do que fazer com a vida neste ponto que chegamos? Não importa se tenho doze, dezoito ou vinte e quatro anos, a vida parece confusa e caótica, me faz querer desejar que esse período passe e que grandes acontecimentos se tornem apenas o que aconteceu ontem. Tenho entendido que dar tempo ao tempo é mais real do que o imaginado.
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달은 모두의 시야에 있지만 이곳이 나의 은신처인 건 비밀 — 𝗍𝗁𝖾 𝖽𝗂𝗌𝗍𝖺𝗇𝗍 𝗆𝗈𝗈𝗇.
Chega de reclamações, irei pela primeira vez escrever algo que não é causa de uma crise existencial ou reclamação. Estes últimos dias, tenho descoberto o que é amar. Tá, não amor do tipo "caramba, amo esse filme!" ou "eu amei o seu corte de cabelo". Aquele amor que faz alguém olhar para as estrelas e repetir pela décima vez "amo você mais que o tamanho do universo" mesmo que todos saibam que o universo continua se expandindo há bilhões de anos. Sei falar sobre uma boa quantidade de assuntos, mas quando chegamos no tópico amor, é um pouco difícil porque se torna indescritível e subjetivo demais. Eu odeio coisas que não entendo, mas por que continuo adorando amar? EWWWW... Odeio falar de assuntos pessoais em público. Vamos ao que interessa;
Best of the week ★ = favorites ²
Festa de aniversário com alguns dos meus amigos + bolo azul com cookies ★
Novo telescópio que ganhei de aniversário ★
Música lançada (finalmente)
Dias desligado do mundo, sozinho e aproveitando a minha companhia ★
* O último item é muito importante porque eu moro com quatro outros caras que nunca me deixam em paz *
Worse of the week BAD = too bad ²
Minha bike quebrou e eu caí na rua
Eu caí na POÇA DE ÁGUA
Após cair na poça de água, tive que ir para a universidade fazer uma PROVA
Será que eu preciso repetir os itens acima?
Espero que com estes itens acima, os meus caros leitores entendam porque eu amo reclamar. Como não reclamar tendo essa vida? Eu sou muito azarado.
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memesterious · 8 days
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Doeu
Ah sim, aquela velha sensação
Até tinha esquecido como era
Depois de tanto fugir, tanto evitar
Por medo, por receio, por achar que não vá sobreviver de novo
Até a fuga parecer bem-sucedida, até achar que não mais vai ser alcançado
Mas aí do nada, o universo dá um jeito de alcançar, dá um jeito de fazer doer de novo
Ah como dói
Saber que é tão pouco
Mesmo tendo entregue tudo
Essa mixaria, essa miséria, esses restos
Perdão por só ter restos, entreguei cada um deles
Um choro disfarçado de sorriso, por infelizmente saber que é pouco
Dói bastante acreditar
Por isso sempre duvidar
Sempre buscar nas entrelinhas
Sempre guardar o coração
Porque outras palavras já se tornaram facas, outras frases já se tornaram feridas
Mas aí acreditei
Especial
Tolo! Nunca aprende a lição
Quantas vezes essa mesma faca fez tamanha ferida
Quantas vezes penetrou tão fundo, sangrou tão exageradamente
E ainda assim segue abrindo para mais apunhaladas
E ainda assim baixa a guarda, ainda assim se permite acreditar
Mesmo com todos os medos, noite e dia com medo
Medo que vai doer de novo
Se permitiu acreditar
Se permitiu doer
Porque só queria ser especial
Ah como dói demasiadamente não poder ser especial
Sim dói muito
Uma dor que prende
Uma dor que paralisa
Corpo, se movimente!
É uma ordem!
O mundo lá fora não se importa com a dor!
Esconda a dor, vista um sorriso, seja produtivo
Salve a si mesmo, ninguém vai vir te salvar, ninguém
Ninguém
Não chore! Homens não choram
Não chore! Chorar é fraqueza
O mundo não tolera fraqueza
Mesmo todos sendo fracos, não se pode chorar
Algo tão bobo, um conto de fadas
Querer ser especial
Isso sequer existe, criança
Olhe ao redor, ações contradizem palavras
Tanto se fala de amor, mas não se permite ser praticado
Tantos dizem ansiar por receber amor, sem nunca sequer entregar amor
Aceite, engula, enfie em si
Essa própria culpa
Por se permitir acreditar
Ignorou todas as infinitas marcas e cicatrizes
Avisos e presságios da dor por vir
E se permitiu acreditar
Você não é especial
Você não é compreendido
Você não vai receber o carinho que tanto ama fornecer
Você não vai receber paz
Você não vai ser amado.
Criança tola, cria suas próprias expectativas
Não pode culpar ninguém a não ser a si mesmo
Você mesmo se fere, você mesmo sangra
Abrace o seu eu criança
Console seu eu criança
Mas como? O eu adulto também chora
Quem consola quem? Quem protege quem?
Será que existe um eu adulto?
Tão ingênuo, tão facilmente iludido
Um corpo de gigante, de exterior forte
Um coração que cabe entre os dedos
Que bate em prantos, que fica trêmulo
Frágil quanto um brinquedo de borracha
Tolo, não protegeu de novo esse frágil coração
Tolo de fato, eu sempre soube
Meu eu de dentro segue falando tudo isso
Sem piedade, porque também sente dor
E só agora notei
Amor rima com Dor
E no fim, eu só queria ser especial pelo menos uma vez
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leiturasvarias · 13 days
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THE HUMILIATION OF THE WORD, JACQUES ELLUL
Introduction
- “Images today are the daily nutrient of our sensory experience, our thoughts processes, our feelings, and our ideology”. Ellul intencionalmente simplificará o tema à volta da diferença entre ver e ouvir. Sentimos e pensamos em imagens: elas são, de facto, a nossa ideologia. Idealmente, visão e audição devem equilibrar-se mas o problema é o desequilíbrio que já se verifica com o protagonismo da primeira. E o coração da questão é a linguagem falada, muito mais do transmissão de informação (com espaço para o sentido, ambiguidade, variação e interpretação).
Capítulo 1: Seeing and hearing: prolegomena
- O nosso ponto de vista coloca-nos no centro do universo (dá-nos até uma propriedade sobre ele). A nossa acção é permitida e condicionada pelas imagens que se tornam imperativas para nós (daí o medo ancestral do escuro, na perda do nosso domínio). Para podermos interpretar o que vemos precisamos do discurso, que torna polivalente o que vemos (e nos dá espaço para reflexão e mediação).
- “A human being’s sight commits him to technique”. A visão é o órgão da eficiência. Pelos olhos somos colocados na relação mais directa e natural com o ambiente, ao passo que é a palavra que entra no domínio do indefinido. Mas a visão também nos leva a uma artificialidade que causa uma diferença entre sujeito e objecto. A visão pode levar-nos ao horror, ao choque. Já a linguagem livra-nos dessa relação.
- Ao passo que a imagem segue um padrão ordenado, a audição contradizem-se umas às outras e cancelam-se (panorama visual contra incoerência auditiva). O espaço é visual e a audição é temporal. Não há nenhum som, todavia, como a palavra falada: coloca-nos noutra dimensão que nos leva ao relacionamento com as outras pessoas—é a palavra que nos distingue de tudo o resto (e não há nada tão universalizável como ela).
- Pela sua temporalidade, o discurso é fundamentalmente presença e nunca se limita a ser um objecto—coloca-nos num lugar temporal também, de espera. A palavra pede sempre um ouvido que, em último grau, pode ser o de Deus. A linguagem pede uma troca, uma comunicação e a sua ordem não é a da evidência, situa-se entre o esconder e o revelar. Ao mesmo tempo, o diálogo envolve uma certa distância porque como pessoas, somos diferentes. Mas é interessante que Adão, ao ver Eva, celebre a semelhança entre eles com um discurso tão vigoroso. Nessa medida, o discurso completa o espaço entre as pessoas.
- “The blessed uncertainty of language is the source of all its richness”. A incerteza do sentido mantém-me afinado para a interpretação das palavras. Também é isso que nos mantém livres de nos tornarmos reféns uns dos outros através do discurso. É a identificação verbal que autenticamente nos faz entrar no desconhecido, com esperança no encontro significativo entre as pessoas—o mais próximo que temos de uma iluminação.
- A palavra relaciona-se com a verdade ao passo que a imagem se relaciona com a realidade (“the word is the creator, founder, and producer of truth”). Com a palavra há espaço para discussão, paradoxo e mistério (“language is the only nonterrorist form of expression!”). A sua ambiguidade é um espaço de liberdade. Ellul reconhece que exagera a antítese entre ver e ouvir para que o contraste seja claro. Logo, a visão pede espaço e realidade, e a visão pede tempo e verdade. Hoje em dia “there is nothing left beyond reality. Nothing is Other; the Wholly Other no longer exists”. O nosso destino, como pessoas, é o da verdade.
- Afirmar o valor da felicidade como o principal torna-nos apenas consumidores.
- A oposição entre palavra e imagem não é a mesma que entre idealismo e materialismo. Uma imagem nunca nos poderá o que a Igreja é, por exemplo (“this explains in part way all ‘spiritual’ films are failures”). A nossa geração vive sob o predomínio da realidade, e não da verdade (o problema do marxismo, que equaliza realidade com verdade, e daí o seu apelo tão grande). “An image is explosive only if the spectator knows what it represents and if it is taken for what it is: a faithful representation of reality. (…) When the image is understood to speak only of reality, however, it is explosive and terrible”—devemos cultivar uma ambiguidade diante da aparente objectividade da imagem.
- Apenas a palavra pode ser falsa em relação à verdade, nunca a imagem. A imagem não se relaciona nesse plano de verdade mas apenas de realidade. É por isso que a palavra anda humilhada, porque se limita a ser um instrumento da realidade. A realidade, ao querer mandar na palavra, limita-a a uma objectividade empobrecedora (o problema do século XIX e das suas pretensões científicas). Limitar a palavra à sua objectividade é um modo de a manter no terreno do óbvio.
- Não é mau a imagem acompanhar a palavra mas a palavra tem um poder de criticar a imagem, trazendo a capacidade de separação e de discernimento (é daqui que vêm as decisões éticas).
- Kierkegaard critica a obsessão da filosofia ocidental com a visão, desde Platão que colocava a essência das coisas dependendo da percepção, através de ideias e formas, passando por Descartes e a sua ênfase na intuição e até Hegel (e uma posterior fenomenologia fascinada pela aparência).
- Se tivéssemos meios perfeitamente adequados para exprimir a verdade (e não a fragilidade do discurso), “we would be pinned down once and for all in a butterfly museum—everything would be said, closed up, and finished: perfect”. A ligação entre palavra e verdade só pode existir através da linguagem.
- Nas duas linguagens de ouvir e ver, escrever torna a fonética visual, linearizando os símbolos, colocando-os no espaço: dessa fixação do discurso em objecto nasce a abstracção típica do acto de leitura moderno. Nessa medida, a palavra ganha um aspecto abstracto e também objectivo—fica sobretudo escrita. Precisamos de mudar do texto para o discurso, a poesia precisa de ser lida em voz alta, as palavras precisam de voar, e por aí fora. Precisamos de desmumificar a palavra escrita e ver o fôlego regressar a ela.
Capítulo 2: Idols and the word
- A tendência da Bíblia de separar entre ver e ouvir corresponde à separação entre ídolo e a palavra de Deus. “A palavra de Deus é o trabalho dele por excelência”—não há manifestação divina como a sua palavra. “The Bible vigorously opposes mystics of all descriptions, including christians, who ascend to heaven and contemplate God by means of ascetic practices”.
- Porque recebeu a palavra, Adão responde a Deus em diálogo. Não há acção ou poder maior do que a palavra.
- “There is no contradiction in the fact that the word is spoken by God and also incarnate in Jesus, since this word is what reveals God, and God has effectively revealed himself only in the Incarnation of his Son. The incarnate Word is in reality the Word fully given to humankind. (…) If we devalue the Word even a little, we are rejecting all of Christianity and the Incarnation.”
- A importância do nome está relacionada com isto: é o significado mais profundo da pessoa. A integridade de quem somos está em como somos nomeados. A partir do momento que uma pessoa tem um nome, ela existe para mim. Daí não ser estranho que em Babel a revolta é feita contra Deus procurando aquela gente ganhar um nome para si mesma. Eles não querem ser nomeados por Deus, eles querem auto-nomear-se.
- “Creation is an act of separation”. Deus cria coisas diferenciando-as. A diferença estabelece a palavra e resulta dela. Para as pessoas existirem, dependem da palavra que as distingue de tudo o resto—identidade e alteridade vêm daqui.
- A criação através da palavra coloca-nos no tempo: Deus fala e a luz aparece, numa sequência. Deus aceita ser constrangido pelo próprio tempo que criou. Criando pela palavra, Deus entra na história: o auge é a encarnação de Cristo, o verbo feito carne.
- Mas a encarnação, sendo física, não é apreendida pelos nossos olhos. Daí a Escritura falar que Jesus não era visivelmente impressionante. Até os milagres, que são sinais de poder, funcionam enquanto manifestações da palavra. No pentecostes a multiplicidade de sinais converte-se numa mensagem única e perceptível.
- A palavra é um convite à liberdade humana de participar no diálogo. Ao falar, Deus sugere um relacionamento connosco. O pior que pode acontecer à Igreja é, neste sentido, deixar de querer falar para querer agir.
- “When God comes into the world in his Son, there are only two possibilities: either the world will die, or God will die in his Son”. O que isto também significa é que não é possível a fé cristã conviver com os deuses falsos deste mundo. Querer ver Deus é da ordem deste impulso idólatra de precisar dos olhos para confirmar o que é divino—o contrário da fé (e o problema do bezerro de ouro, exemplo desenvolvido por Ellul nesta parte). É o discurso que separa Deus dos falsos deuses e é por isso que ele se revela em lei no Sinai. A nossa própria resposta a Deus envolve o uso das nossas palavras, o retorno humano à iniciativa verbal divina. “The Word of God distinguishes and separates, and because it criticizes, it judges”.
- É com Caim que se desenvolve a técnica, o poder oposto da palavra (Génesis 4:17-22)—o que manda já não é a boca mas as mãos.
- Paul Ricoeur distingue entre proclamação e manifestação: a primeira é um acto discursivo, que depende do tempo e da interpretação; a segunda é mostrar o sagrado, de preferência com poder. Manifestar pede eficácia, proclamar pede sentido. Daí que a religião judaica se constrói à volta de códigos e leis e não de sinais e visualizações (mesmo quando as últimas acontecem, são em função da palavra). “In Israel, a theology of the Name of God opposes the mystery of idols. Listening to the word mas taken the place of looking at signs (Ricoeur)”. “The Speech is necessarily iconoclastic”. Ricoeur fala da dinâmica entre proclamação iconoclástica e manifestação simbólica nos sacramentos e Ellul adiciona a tentação de querer converter coisas demais na última: “only the Incarnation of Jesus shows us the correct equilibrium or synthesis”.
- “In the sphere of truth, everything is related to the word, nothing to sight”. Até as passagens bíblicas que evocam ver Deus evocam também a impossibilidade de Deus ser visto (ouvir é que é o verdadeiro ver, diria São João da Cruz). Quando Deus se revela, é o seu sopro que verdadeiramente o apresenta (Job 37:21): logo, a ausência visual de Deus torna-se um aspecto positivo. O que interessa na sarça ardente é a palavra que é dita. “The is no real teophany in the Bible. The only possible image of God is a human being”. É a palavra que vai determinar a essência de ser humano. Até quando Isaías vê Deus, a presença dele diante do Criador é feita em função de o serafim purificar os seus lábios—a palavra é a condição de convívio com Deus. “The prophet’s vision is an understanding of the meaning of the things of the world. (…) Reality means nothing without this word backing it up”.
- Sem a encarnação de Jesus, a pessoa não vê nada do mundo. “The Word is related to truth, whereas images are related to reality. The Incarnation is the only moment in world history when truth joins reality, when it completely penetrates reality and therefore changes it at its root. The Incarnation is the point where reality ceases being a diversion from truth and where truth ceases being the fatal judgement on reality. At this moment the Word can be seen. Sight can be believed”. Mas isto é temporário ao ponto que, no final do evangelho de João, Tomé é censurado por colocar nos seus olhos o leme da sua fé. Viver por provas é o contrário de seguir Jesus.
- É nesta luxúria dos olhos que as tentações acontecem. A encarnação é a promessa desse mundo novo que aqui ainda é constantemente rejeitado enquanto somos guiados pelo que vemos—o “já e o ainda não”. Também é por isso que o protestantismo rejeita uma visão substancialista, necessária por exemplo na visão eucarística católica. A encarnação não introduziu o olhar como órgão da verdade—só a palavra continua lá. A visão nem sequer foi suficiente para depois da ressurreição reconhecer Jesus. E aqui Ellul rejeita a visão do Jesus histórico como opção aparentemente mais segura, mais visivelmente verificável, típica do liberalismo teológico.
- Os ídolos, mais do que substâncias espirituais concretas, são a manifestação da nossa necessidade de sermos guiados pelos olhos e, nessa medida, são bem reais: realmente conferimos-lhes poder sobre a nossa vida. De certo modo, eles simplificam a nossa existência enquanto símbolos materiais da nossa devoção. [Não é tanto que eles precisem que os adoremos (eles não existem), somos nós que precisamos de os adorar]. Serem chamados de ídolos ou ícones é indiferente. A nossa alienação diante dos ídolos é das coisas mais concretas que existe e confirma totalmente que nos tornamos propriedade deles. Há uma troca da verdade, que existe em função da glória de Deus, pela realidade—e a realidade triste da nossa devoção aos ídolos.
- O núcleo do Templo está vazio, como antídoto à logística atafulhada dos ídolos. Deus, que é verdadeiro, é invisível; e os ídolos, que não existem, são os que parecem mais reais. A proibição da imagem de Deus tem a ver com Deus ser o radicalmente Outro, incapaz de ser representado por nós. “The empty Temple is a critical place, just as the Word is critical and the Empty Tomb is absolutely critical of all our representations of the Resurrection”. “Breaking the images obliges people to discover themselves faced again with the gaping void that challenges them”. Esta é a questão mais importante de todas numa época de extrema visualização: a da recuperação do vazio.
- Na nossa época o iconoclasmo deve derrubar a trindade do dinheiro, do estado e da técnica.
- “Iconoclasm is the first act of the christian life: the breaking down of images through the Word (Gabriel Vahanian)”.
- A queda acontece assim que a visão é considerada independentemente da palavra: nos olhos de Eva o fruto da árvore é bom (Génesis 3:6)—um modo de dominar a realidade. Ao contrário do que diz Descartes, não devemos aceitar a verdade de nada a partir da sua evidência. Para a acção, a visão ajuda mas não para o sentido. É daqui que se alimenta a ciência e a técnica, atraídas mais pela suposta realidade das coisas do que pela verdade delas. Temos a antítese disto em Filipenses 2, quando é dito que Cristo não olhou para a sua igualdade com Deus mas, pelo contrário, humilhou-se.
- Ellul rejeita as sugestões do teólogo ortodoxo Paulo Evdokimov, em que o ícone é um símbolo que deve ser recebido numa contemplação mística que encaminha para o reconhecimento da hipóstase em causa: o corpo celeste, a pessoa, é, graças à encarnação, acessível pela santificação da matéria e da transfiguração da carne. O ícone guia assim o olhar para o altíssimo, simbolizando a presença do mistério em forma da imagem (nesse sentido, é uma espécie de teofania). O ícone passa a funcionar como uma erupção material do transcendente. Mesmo que o divino seja invisível, é reflectido no objecto humano. Ellul não duvida do esquema idólatra desta convicção, deixando a humanidade no Tabor quando o objectivo de Jesus para os seus discípulos era descer desse monte. O pensamento ortodoxo tenta encontrar a deificação humana na humanização de Deus, como se Deus se tornasse humano para a humanidade se tornar divina. A humanidade passa de um microcosmos para um micro-theos.
- “Myth is the living word that soon will become a text”.
- A nossa adesão à palavra de Deus é o que animou Agostinho, Lutero e Kierkegaard a não recearem proclamá-la no risco do ridículo. “Preaching is the most rightful adventure”. A palavra de Deus nunca se torna um objecto passível de ser controlado por nós. “When God chose the Word, he adopted the means of Revelation that forbids and human familiarity or possession”.
Capítulo 3: Sight triumphant
- O mandamento contra fazer imagens por si já deveria ser suficiente para nos alertar acerca do risco da nossa tendência para confiar na vista. Ao longo da História a exposição a imagens foi intensificando-se. O ponto a que chegámos agora é incomparável: um universo de imagens encurrala-nos (e a frase atribuída a Napoleão, torna-se um truísmo: “uma imagem vale por mil palavras”). Supostamente, a pessoa de acção coaduna-se àquela que lida com o mundo visível e a teoria da comunicação vira uma teoria da informação visual—sabemos o que vemos (Guy Debord e a sua sociedade do espectáculo confirmam-se). Tudo está subordinado à imagem e nada tem sentido fora dela.
- Antigamente olhava-se a natureza mas este universo de imagens substitui agora a própria natureza: o que é natural é viver cercado de imagens. A nossa sociedade tornou-se o espetáculo das imagens e só pode ser entendida como esse mesmo espectáculo. A metáfora é a de um navio que no meio de uma tempestade chama os passageiros para assistirem a uma representação da Tempestade de Shakespeare. Já não se sofre a tempestade real mas o espectáculo dela: o sofrimento é tornado alienação. As imagens da realidade tornaram-se mais reais do que a realidade. Antes as imagens ilustravam o texto mas agora o texto ilustra as imagens.
- O cidadão vive no deboche das imagens, relegando o que sente ao poder delas (neste contexto, a tv era a droga mais dura). Assim que a nossa memória é plasmada em filme, aborrece-se. “In the modern identity crisis, in the midst of technical change and dispersion, images give us some certainty that we exist”—não somos nós que vivemos as imagens mas são as imagens que nos vivem a nós. “This triumph of images in political liturgy is only one facet of the image-oriented civilisation”, o dispositivo que facilitou os vários fascismos que conhecemos (e até os comunismos): o poder das massas é usado visualmente para mostrar a passividade delas. “Liturgy, be it religious, fascist, Maoist, or popular, is a decisive manifestation of our permanent drive to reduce truth to reality by means of symbols”.
- Os slogans funcionam como empobrecimento das palavras em ritmo e nervo, em que a pessoa responde com reflexo e não com reflexão. As imagens são a linguagem da acção e quanto mais espectadores ficamos, mais paradoxalmente paralisados para a acção acabamos.
- A construção de uma sociedade tecnológica depende da imagem: é mais competente quanto mais a crítica seja dispensada. “Images are essential if I am to avoid seeing the day-to-day reality I live in. They glitter continuously around me, allowing me to live in a sort of image-oriented fantasy”. A palavra aumenta o nosso sentido de ansiedade e incerteza, oferecendo-me a consciência do meu vazio e da minha impotência. A palavra obriga-me a olhar para a realidade a partir da verdade, ao passo que as imagens, passando por verdade, obliteram a realidade de mim. “Images are the royal path to modern knowledge”, e somos poupados da exigência do diálogo. As imagens passam como a prova do que mostram, tornando-se causa e consequência, realidade e verdade (a mesma fotografia pode ser usada para significar dois opostos). “Television is an agent of standardization and conformity to the world”. A sociedade fragmenta-se num frenesim ininterrupto de imagens.
- “Nothing is worse for the image’s influence than to be taken apart and analysed by language. The word produces disenchantment with the image; the word strips it of its hypnotic and magical power”. Os meios de comunicação visual são meios de controlo social e tudo fica preenchido por imagens, não vá o tédio produzir questionamentos. “This is precisely the role of the audiovisual approach: to incorporate the word into the flood of images, making it useless and empty”. A apatia é a nossa resposta pretendida, fechados que ficamos num “cocoon of familiarity”.
- Duas proposições contraditória: uma série de imagens não é uma linguagem; e uma série de imagens torna-se uma linguagem. Uma terceira proposição: uma série de linguagens é uma linguagem falsa.
- Sem os meios técnicos, a imagem não triunfaria. A técnica exclui o discurso (ainda que possam ser produzidas técnicas dele). Para ser tecnicamente competente, a pessoa tem de ser visualmente capaz: “technique requires visually oriented people”.
- Michel Foucault dizia que o sistema de vigilância prisional (o esquema panóptico) tinha-se tornado como a nossa sociedade funciona, em que tudo é interpretado através da visualização. A pessoa é reduzida a ver e a ser vista e só a técnica isso permite.
Capítulo 4: The word humiliated
- Esta época moderna é a da humilhação da palavra: o hábito de falar sem dizer nada come-nos por dentro como um cancro. “In addition to the ritual and mystery that codify the word we insist on speaking. These days we speak without saying anything: we just chitchat. (…) Scholasticism, at its very origins, was not just chatter; it became chatter. (…) After the 16th century, we have an avalanche of talk that is increasingly useless” (isto está associado com a burguesia).
- Ellul assume uma postura contrária a Henry Miller, a Deleuze e a Guattari, como mestres de verborreia, acusação feita por ele. Enlouqueceríamos se os ouvíssemos com seriedade. E também criticará Lacan, Foucault e Derrida. Lacan, por exemplo, julga que a a verdade sairá do desmembramento da linguagem. Com Ferdinand Saussurre o cientismo triunfa sobre a palavra como se ela fosse um objecto científico. À palavra oferece-se uma autópsia.
- “If a person is not behind his word, it is mere noise”. É inútil falarmos de sinais, signos, significantes e significados se a palavra for desvalorizada—ela vai tornar-se apenas um estímulo e pouco mais.
- “An image-oriented person is a person with no past”.
- O estruturalismo desenvolve-se filosoficamente baseado em imagens.
- A palavra tornou-se imagem graças à eficiência da técnica. A partir do momento em que a escrita se desenvolve, o valor da palavra enfraquece. A obsessão por objectividade e factos desmotiva-nos para a ambiguidade exigente da palavra: a linguagem torna-se instrumental. O especialista pragmático triunfa. E o mais triste é que até intelectuais e artistas entram por este caminho de desvalorização da palavra. Por um lado, a palavra é vista como arbitrária, por outro, o a matéria formal do que é comunicado é sobrevalorizada (o signifier). Nesta mentalidade técnica, interessa a estrutura da linguagem mais do que a mensagem que ela possa conter: tudo se mecaniza. O próprio diálogo desaparece.
- Ellul assumia que isso implicava muitas vezes ser visto como reaccionário, burguês, conservador, de direita e anti-revolucionário. Mas recusava essas acusações dizendo que a atitude destes autores não era de esquerda nem revolucionária. Acusa Deleuze de ter mãe na máquina, como se a linguagem se limitasse a um instrumento de poder. O tanto que se dedicam a estudar a palavra nãos servirá outro objectivo que não a morte dela. E ao odiarem a palavra, terminarão a odiar a própria humanidade. Sem a palavra não é possível o encontro do outro. “By trying to be liberated from a language that is learned, along with its accompanying conditioning, one simply gives up all possibility of relationship with others, and forgoes the one thing that makes humankind truly unique: the word”.
- A linguagem seria um instrumento e poder burguês se ela fosse objectiva, sem espaço para a ambiguidade e para as margens. A reificação da palavra (a palavra tornar-se uma coisa) é uma forma de fetichismo e uma ilusão. Aí sim, ela poderia servir para uns dominarem sobre outros. Mas a linguagem é precisamente o instrumento que nos permite questionar e contrariar a conformidade. “The word is revolutionary in itself”.
- A atitude anti-linguagem exprime conforma-se com o desenvolvimento de uma sociedade visual, aprisiona-nos no domínio da realidade em vez da verdade.
Capítulo 5: The religious conflict between image and word
- À medida que a Igreja permitiu ser invadida por imagens, desenvolveu o seu poder que se instituiu. “Sculpture is christian when it limits itself to what can be shown: devils and demons”. Visualizar a mensagem de Deus trouxe todos os horrores possíveis da magia, idolatria, superstição e paganismo. “The abundance of images, ceremonial beauty, the visual triumph of liturgy, and purely visual symbolism—all these things were the main source of all the medieval and later errors in the Roman and Orthodox Churches”.
- “In the church images very quickly became the glorification of humanity and of individuals”. As catedrais são construídas a pensar na glória de Deus mas rapidamente assinam o poder humano. Já não interessa servir, como fez o nosso Salvador, mas dominar. Ellul coloca no mesmo saco a formalização do dogma. Esta explosão visual acontece no Século XIV, quando a Igreja se desintegra moralmente: a sua institucionalização e imagem têm o mesmo objectivo de eficiência. “Mystical theology takes the place of discursive theology”. As relíquias, por exemplo, ganham importância precisamente nesta época. A hóstia passa a ser levantada para ser bem vista por todos.
- Há um modo de elogiar a linguagem visual da liturgia que deseja substituir a palavra falada. Todos passam supostamente a participar de um culto em que nada é realmente transmitido. Regressa-se tragicamente ao Século XIV e à sua superstição em que tudo tem de ser vertido em visão, com apetites barrocos a brotar. A crise da palavra acontece na Igreja para acontecer tristemente fora dela também. Sobretudo, perde-se a fé nas promessas para se querer compensar num alegado olhar místico. Em toda esta crise, a Igreja tem saudades de restabelecer o seu poder mundano. A liturgia precisa de recapturar a sua sumptuosidade para que a instituição não corra o risco de ficar invisível: “the triumph of reality and the elimination of truth takes place”. A palavra deve descer ao nível de ser apenas mais um dos elementos do espectáculo. O mundo precisa de voltar a pertencer à Igreja. “Human glory and possessing the world are attitudes in life that are expressed by the primacy of sight over everything else”. É sempre o entusiasmo com o que se v~e que favorece abandonarmos a palavra. Maillot dizia que “a renovação litúrgica era na realidade uma transformação do louvor cristão em religião canaanita”.
- A hipnose constante que produz o fluxo incessante de imagens escraviza-nos à realidade, que é a atitude mais religiosa da época em que vivemos. O conflito entre imagem e palavra tem a ver com o valor último que uma sociedade escolhe para si. Kierkegaard dizia que o ruído constante da imprensa, da conversa coloquial, da política, da publicidade, sufoca a palavra num ambiente que é um escárnio da linguagem—precisamos do silêncio como uma catarse. Diz o dinamarquês que “the basic error in modern times is being continually concerned with what one needs to communicate, rather than with the nature of communication”. A linguagem torna-se uma intriga.
- Um segundo aspecto desta polémica contra a palavra é que, com o triunfo da visualização, exclui-se o que é discreto e escondido. “The triumph of images makes acknowledgment of the Incarnation impossible; the hidden God is not God precisely because he is hidden”. Deus só morre para quem não concede que ele possa ser invisível. Por isto mesmo, Jesus falava do seu reino usando figuras insignificantes e pouco promissoras como as sementes. A ordem do visível pede triunfos políticos óbvios e atestáveis. Já não acreditamos no poder criador de uma palavra. A natureza verbal de Deus é negada, bem como consequentemente o poder da oração.
- A modernização da Igreja fica dependente da pouca paciência que há para a palavra. No Catolicismo a fé foi tornada religião e uma tentativa feita para cristianizar a sociedade: tudo precisa de ficar visível. A (boa) acção substitui a palavra.
- “What people do not understand is not certain words but the word itself”. “What can a Church of the Word possibly show”?
Capítulo 6: The image-oriented person
- Desde a Idade da Pedra que nenhuma mudança se deu como esta, da cultura da visualização que hoje temos. “Western people no longer hear; everything is grasped by sight”.
- Termos como luta de classes, imperialismo, estruturas, sistemas, desejo, liberdade sexual, machismo e falocracia, são usados pelos intelectuais como espantalhos.
- Cada vez vivemos mais longe da natureza, e considerá-la um refúgio é também uma ficção.
- “Everything right now is the notion that comes from the presence of images”.
- Até o marxismo, que segundo Ellul nasce da força da palavra e do discurso, se desenvolve baseado em imagens.
- Duas tendências que nascem do domínio das imagens: querer o mundo todo já e o medo do fim dele.
- “We are arriving at a purely emotional stage of thinking”: saltar de imagem em imagem é saltar de sentimento em sentimento. O nosso pensamento torna-se emocional e produz uma convicção de violência extrema que encaixa na incoerência dos nossos argumentos. “We grasp the entirety of a situation or a reality by means of an instantaneous intuition”. O uso das imagens destrói a distância entre a pessoa e o que ela sabe: produz um pensamento baseado em evidências e comprometido com determinada visão de acção social ou política. Perde-se o poder de abstracção e crítica.
- O audiovisual convence-nos da sua eficácia mas não nos oferece a liberdade do diálogo: “the word creates a free space between two people, through the possibility of understanding and misunderstanding”.
- “Language in visual form unfolding in space replaces verbal language unfolding in time”. Daí o visual procurar o impacto instantâneo (o jazz, por exemplo, é uma música que valorizando oe spontaneously tenta dissolver o papel do tempo.
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ENTÃO, O PERÍODO DO ANTICRISTO, QUE É O PRECURSOR DE SATANÁS, VIRÁ.
💥💥💥O NOSSO SENHOR JESUS DIZ:
“Até no Apocalipse os períodos parecem confusos, mas não é o caso. Melhor seria dizer que se refletem no futuro sob aspectos cada vez mais grandiosos.
"Estamos agora no período que chamo de ''DOS PRECURSSORES DO ANTICRISTO.'' Então, o período do Anticristo, que é o precursor de Satanás, virá. Ele será ajudado pelas manifestações de Satanás: as duas bestas nomeadas no Apocalipse. Será um momento pior do que o atual.
O mal está aumentando constantemente. Assim que o Anticristo for derrotado, o período de paz virá para dar aos homens - pasmos pelo espanto com as sete pragas e a queda da Babilônia - tempo para se reunirem sob Meu Sinal.
A época anticristã alcançará o poder máximo em sua terceira manifestação - isto é, quando ocorrer a última vinda de Satanás.
"Você entende? Para acreditar é necessário, não reclamar e não duvidar. Você realmente entendeu, precisamente porque você não deve duvidar. Os ditados não se contradizem. É preciso lê-los com Fé e Simplicidade de Coração.
“Como Quem está ansioso por fazer vocês entenderem, vou sempre direto ao que é mais importante, que neste caso é o Meu reino. Pois no reino existe a justificativa para Eu ter Me encarnado e morrido. Pois no reino há prova de Meu infinito Poder, Bondade e Sabedoria. Pois no reino há prova da vida eterna, da ressurreição da carne, do Meu poder como Juiz.
Portanto, quando falei para explicar o Apocalipse, quase sempre coroei cada ponto individual explicado com Meu Julgamento, Meu triunfo, Meu reino e a derrota de Satanás em si mesmo, em sua criatura e nos precursores.
“Leia com atenção e verá que não há contradição. Eu disse o que disse.”
JESUS - CADERNO [01] MARIA VALTORTA.
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blac-k · 1 month
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Eu não tenho certezas, absolutamente. Não me entenda com olhos de ignorância e pilhérias fúteis, é certo que após a segunda será terça e que canções natalinas serão entoadas até a exaustão dos ouvidos no mês de dezembro. Disserto sobre certezas utópicas, ideias sobre o universo e a natureza humana. Até as tenho - ideologias temporárias jamais me faltaram -, mas certamente nada capaz de me persuadir por mais do que algumas horas. A base é tão fraca que cai por terra ou são esquecidas antes do próximo alvorecer, que dirá do mês. Admitir me soa tolo, as definições básicas me contradizem enquanto rascunho. Ideais políticos e religiosos, se fossem pessoas, estariam agora mesmo de braços cruzados me olhando como se eu houvesse blasfemado de forma inaceitável. Não, não falo disso. É algo além de crença, é aquela certeza absoluta sobre todas as atitudes que procuro compreender, incluindo as minhas. Tenho dúvidas sobre porque tenho ganas de desaparecer por completo, a mania de observar incessantemente até encontrar algum erro incalculável capaz de justificar minha partida. Digo que sou efêmera mas a verdade - temporária - é a imposição. Mesmices me enojam. Tenho ânsia por mudanças, apesar de temê-las como qualquer pessoa com o mínimo de sanidade. Não que eu a tenha, é claro. Penso incessantemente sobre essa menina que fita o céu como se visse além das nuvens, a cor anil, estrelas, galáxias, imensidão. “Um grão de areia no universo”, pensaria para logo depois discordar, “não, menos, muito menos”. O cabelo espalhado sob a grama, as folhas recém caídas como se o enfeitassem para a análise soar poética. E essa mania estética na cena, por quê? o que acrescenta além de um belo cenário? me parece que só é passível de seriedade cenas analíticas belas. Devaneio como se fosse ela, talvez seja. Talvez dentro de nós exista um ser alheio que impedimos a liberdade por temer que nossa real natureza se sobreponha ao resto. Talvez eu tenha exagerado no licor do jantar. Mas veja, veja quão bonito seria se essa menina nesse parque em pleno verão contradizendo a felicidade imposta pela brisa quente, se deita nas cores e indaga absurdos inexplicáveis que Freud explicaria de bom grado, quem sabe?, mas ele não a agrada, respostas não a agradam porque assim a charada teria fim e não haveria mais motivo para deitar-se na grama, sujar os dedos mergulhados na terra e - Deus a ajudasse - deixar de escrever. As explicações estariam ali para dissolver qualquer utopia tola e satisfatória, o céu seria apenas imensidão bela feita para florear um dia cheio. É assim que ela via o verão, cheio. Cores tomando todos os lugares disponíveis, não havia espaço para nada além de gargalhadas e o barulho da água sendo jogada de um lado para o outro num ritmo inconstante. Até a noite parece ser mais clara, mais, mais. A palavra é mais. E então tudo partia (e se partia também, por que não?) e era como se não mudassem diante dos meses. Os dias passavam lentos e ágeis, tudo de uma vez. E o ciclo recomeçava. Enquanto ela continuava ali, com devaneios incansáveis e inacabados. O pensamento sempre seguia para outro rumo, como se a mente não permitisse respostas, fugisse delas. O céu se pintava de laranja e ela continuava. Olhos fixos no nada, cabelos contrastando com o verde da grama. Ela só queria continuar. Até o próximo verão, como se não houvesse pausa, como se não houvesse fim, ainda que no fundo ansiava desesperadamente por um ponto final, como anseio nesse rascunho. Os dedos tem muito a escrever e os dias não admitem controle.
Se pudesse adivinhar pensamentos, diria que se pergunta quem sou e o motivo de tamanha aflição sobre a personagem. Veja bem, sou aquela que ainda sente os dedos marcarem a grama. Ainda tenho as unhas sujas de terra.
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A Apologética de Estêvão
Olhando para ele, todos os que estavam sentados no Sinédrio viram que o seu rosto parecia o rosto de um anjo. (Atos 6:15)
Em 1 Pedro 3:15, a Bíblia ensina que devemos estar sempre preparados para responder a alguém que nos pede para explicar a razão da esperança que temos em Cristo. O versículo é frequentemente usado como um estatuto geral para a apologética, e os instrutores sobre o assunto quase universalmente insistem que isso deve ser feito com “gentileza e respeito”,¹ não conforme definido pelo contexto interno da Escritura, como outras passagens e exemplos bíblicos de personagens bíblicos, mas como definido pelas normas e culturas não cristãs contemporâneas. O contexto do versículo, mesmo o contexto imediato de 1 Pedro 1—2, é raramente mencionado ou aplicado à interpretação deles.
É frequentemente dito que podemos defender a fé sem ser defensivo. Essa é uma das declarações mais idiotas e clichês nos escritos cristãos, e aparece em muitos lugares, seja na literatura evangélica, reformada, arminiana ou carismática. Mas não é um ensinamento bíblico. Uma pessoa que ensina com clichês é um pensador preguiçoso, um expositor impotente e um crente inútil. Ainda assim, eu admito que um clichê ocasional não é imperdoável. Mas uma pessoa que o usa com muita frequência é apenas uma pessoa clichê, ininteligente e desinteressante.
Como qualquer pessoa que realmente lê a carta de Pedro deve perceber, o contexto de 3:15 é interrogação por figuras de autoridade. Dependendo das circunstâncias de uma pessoa, esse interrogatório pode ocorrer muito raramente, mesmo se incluirmos perguntas de pais, professores e afins. O cristão não precisa responder a um amigo ou a um estranho na rua da mesma maneira que responde a um agente federal, juiz ou rei. Ainda menos é exigido que um pregador do evangelho ordenado por Deus fale sempre com palavras e tons suaves para o público em geral. De fato, se ele faz isso, provavelmente é um pregador fraco e desobediente, visto que a Bíblia diz que algumas pessoas devem ser repreendidas severamente, para que possam ser sãs na fé.
Enquanto nossos encontros raramente se encaixam no contexto exato de 1 Pedro 3:15, a situação de Estêvão se encaixa muito bem. Aqueles que ensinam que a apologética deve ser feita com gentileza e respeito não cristãos têm medo dos exemplos bíblicos, porque muitos deles contradizem a interpretação deles do ensino apostólico. Ou seja, se esses mestres da apologética estão corretos, isso significa que todos os profetas e apóstolos praticaram o comportamento oposto que eles propuseram para nós seguirmos. Eles eram hipócritas? Não, dizem nossos mestres apologéticos, eles eram exceções. Presumo que os crentes de outras tradições também afirmem isso, mas ouço isso com mais frequência de apologistas reformados — vergonha, vergonha, vergonha. Os mantras reformados são “Isso é um mistério” e “Aquilo é uma exceção” ou, como em muitos casos, “Tudo isso são exceções”. E é por isso que alguns pentecostais se perguntam se os evangélicos e os reformados afirmam mesmo a inerrância bíblica. Deixe-me dizer uma coisa: eles pensam que vocês são os teólogos liberais. Reformados Holandeses? Não, dizem eles, você são Muito Deformados.²
Mas Estevão não era apóstolo nem profeta. Ele nem foi chamado de evangelista, pastor ou mestre. A Bíblia diz que ele tinha o Espírito Santo, a fé, a graça e o poder (Atos 6:5, 8). Portanto, quem o chama de exceção também confessa que ele carece dessas coisas. E ironicamente, nisso Estêvão era de fato uma exceção. Nossos apologistas podem ter alguns argumentos bons, mas o Espírito? A fé? O poder? Vendo por este lado, devo aceitar a explicação. Estêvão foi uma exceção notável. No entanto, para aqueles de nós que possuem a herança espiritual de Estevão, ou pelo menos que desprezam a desculpa lamentável, vamos examinar a resposta dele, sua apologética.
Toda a resposta dele é interessante, mas o ponto culminante é mais aplicável ao nosso tópico. Ele recita a história de Abraão e Moisés, depois brevemente Josué e Davi, e isso chega nos versículos 51–53: “― Povo rebelde, obstinado de coração e de ouvidos! Vocês são iguais aos seus antepassados: sempre resistem ao Espírito Santo! Qual dos profetas os seus antepassados não perseguiram? Eles mataram aqueles que prediziam a vinda do Justo, de quem agora vocês se tornaram traidores e assassinos — vocês, que receberam a lei por intermédio de anjos, mas não lhe obedeceram”. Foi assim que Estêvão respondeu sob interrogatório oficial. Isso não pode ser reconciliado com a interpretação comum de 1 Pedro 3:15. Se a interpretação deles de 1 Pedro 3:15 pode acomodar isso, então minha discordância com eles termina. No entanto, se eu realmente fizer isso, então que eles não reclamem, mas se sentem e calem a boca.
Muitas críticas e recomendações positivas para livros sobre apologética cristã compartilham um tema comum, que esses livros conseguem fornecer argumentos sólidos para a fé sem se tornarem ofensivos, confrontadores ou simplesmente rudes. E os debates sobre a existência de Deus e a verdade do Cristianismo são frequentemente elogiados porque os dois lados permaneceram cordiais — isto é, educados e acadêmicos — durante todo o intercâmbio. “Que refrescante!” — diriam os cristãos. Essas pessoas não teriam aprovado Estêvão. Elas teriam condenado os profetas e os apóstolos, e até o próprio Jesus Cristo. Afinal, o Senhor usou a força física e virou as mesas. Agora os cristãos o chamarão de terrorista? A verdade é que esses cristãos não são corajosos o suficiente e não se importam o suficiente. Mas eles querem esconder isso, então transformam os comportamentos que se assemelham àqueles exibidos pelos personagens bíblicos em comportamentos errados. Agora é antibíblico agir como os profetas, os apóstolos e Jesus Cristo. Mais uma vez, esses pentecostais coçam a cabeça: Essas pessoas são mesmo cristãs? São esses os teólogos liberais que ouvimos tanto? São esses os anticristos que João mencionou, que desviariam as pessoas?
Mas eu seguirei Estêvão. Pode haver uma maneira indireta de dizer isso, mas isso deve ser breve: Tenho muito pouco respeito por esses cristãos para me importar com o que eles pensam. Eu respeito Estêvão porque ele recebeu a aprovação do Senhor: “Estêvão, porém, cheio do Espírito Santo, levantou os olhos para o céu e viu a glória de Deus, e Jesus em pé, à direita de Deus. Então, disse: ― Vejo os céus abertos e o Filho do homem em pé, à direita de Deus” (vv. 55–56). Eu quero isso. Estêvão teria cobiçado um endosso tolo que diz: “Estêvão nos ensina que podemos discordar sem ser desagradáveis”? Ou, pegando um livro da minha prateleira para encontrar outro exemplo, li: “O autor prova que não precisamos ser abrasivos para sermos persuasivos”. Isso é uma crítica sobre Estêvão?
Estevão era cheio do Espírito Santo, cheio de fé, graça e poder. Quando os não cristãos discutiram com ele, eles “não podiam resistir à sabedoria e ao Espírito com que falava” (6:10 ARC). Se você ainda insiste que ele foi uma exceção, terei de concordar com você. Eu posso ver que você está certo. Você não é nada como ele. E eu espero nunca ser como você.
━━━━━━━━━━━━━━━ ¹ Nota do Tradutor: Gentleness and respect (mansidão e respeito), na versão do autor. ² No original, o autor fez um trocadilho com rimas: “Dutch Reformed? No, they say, you are Much Deformed”.
— Vincent Cheung. The Apologetics of Stephen. Disponível em Sermonettes — Volume 1 (2010), p. 56–58. Tradução: Luan Tavares (03/10/2019, atualização em 26/02/2024).
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sorrybloodline · 11 months
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At The Exit
Bem, acho que me reneguei muito a admitir, que tenho pensando em você, me questionado o porque foi como foi, e é o que é. Me indagando se tudo que senti e cultivei foi em vão? Perceber que eu realmente nunca fui sua opção, só alguém que você criou um vínculo, porque era bom, conveniente. Tenho me sentido muito sozinho, mesmo amando minha companhia, minhas conquistas, minhas aventuras, sinto falta de algo. E não, não é de você, mas do tesão de me apaixonar, entregar, acreditar naquilo que todas as minhas experiencias contradizem, numa eterna tentativa de não ser só mais um poeta sem musa. Meu ultimo não foi você, e você nunca chegaria perto do que ele me fez sentir, ele me me chamava de Apollo, o deus da beleza, da guerra, o simbolismo do intocável, inconfundível, inesquecível. Eu era mais um mortal, mas ele esqueceu na vastidão do meu existir, que Apollo eu era, só pra ele. No dia que tivemos de dizer adeus, eu mais uma vez fui só mais um mortal. E foi assim que eu percebi que você não era isso tudo, chorei por você pelo que eu queria que fosse, porque eu insistia em tentar te fazer enxergar em vão.
Mas com ele não, no dia que decidimos, foi como dilacerar minha alma, mesmo sem nunca tê-lo tocado, me separar do vínculo que criamos custou mais do que toda penetração física, beijos, olhares, abraços e intrigas que tivemos. Eu chorei porque ele era tudo, porque eu sabia que eu era enxergado, e não apenas visto. Que eu era ouvido, e não simplesmente escutado, como você fez comigo. Nunca vou esquecer da nossa última conversa, onde eu disse que não podia gostar tanto assim de você, enquanto incessantemente tentava me fazer admitir o óbvio, ou como quando apareceu dias depois namorando outro, enquanto a semanas antes me disse que namorar não era o que você queria no momento, que estava focado em você, mas acho que como a Taylor disse, as vezes é difícil acreditar ‘‘how can the devil be pulling you toward someone who looks so much like an angel when he smiles at you?’’. Eu não quis acreditar até te ver amado outro alguém, sentindo falta de alguém, enquanto eu sigo sentado na porta de saída, tentando me livrar do resto do veneno que foi gostar de você, que ainda corre dentro de mim.
A desculpa é porque ele era seu amigo de infância, seu amor perdido? Ou eu que fui ingênuo demais pra te amar. É como Conan Gray disse “Feels like we buried alive, Something that never died’’, você me deixa tão confuso, quando sente raiva do meu melhor amigo que você tinha ciúmes e bloqueou, até hoje. Ou como quando não perde nada que eu posto, ou seu surto de ciúmes, até como quando ousou me dizer “eu tenho coração, basta saber acessá-lo”, sabendo que nunca me daria as chaves, que esse posto nunca foi meu, eu queria que você tivesse me tratado como qualquer um, não porque eu merecesse, mas porque seria mais justo comigo, todas as oportunidades de me afastar você me trouxe mais para perto me deixando totalmente sem saber como lidar. Chorei enumeras vezes por que queria poder te dizer o quanto eu te amava, ou que simplesmente estava com saudade do seu beijo, abraço, do jeito carinhoso que me tratava. Mas agora você esta ai curado, sorrindo, amando outro alguém, e por mais que eu esteja muito bem na minha companhia, se curar sozinho sempre demanda mais.
Até porque, eu quem fui largado sozinho, que fiquei num pesadelo acordado, esperando pelo menos um “Lucas, sendo sincero, estou gostando de alguém, e não quero te machucar”; eu e um exercito sem propósito, sem rumo, sem ter motivos mais pra que lutar. Foi assim que você me deixou, com soldados seriamente feridos, desnorteados, sem saber bem o que fazer ou pra onde ir, compreendendo que não dava tempo pra lidar ou lugar pra onde voltar, apenas teríamos que descobrir no caminho…E até hoje eu sigo tentando entender, ou melhor, seguir sem questionar muito, respostas que talvez eu nunca vá ter, e se bem que, até é melhor assim. Entretanto que bom que você ama ele, que está bem, vivendo algo que não seja uma farsa. E eu? Gostaria de dizer que por aqui está tudo muito lindo, mas eu estaria mentindo, ou ao menos omitindo, realmente estou bem, emprego novo, conquistas, mais de mim, mais do que eu amo fazer, reta final do meu curso, um mundo de possibilidades sem você. Parece até um sonho, se não fosse a vida real.
O ultimo depois de você me ensinou tanto, mesmo que ele não pudesse ficar, ele foi tudo que sonhei, todos os “bom dia, meu príncipe”, todas as poesias, as mil ligações, ou como ele simplesmente queria saber como foi meu dia; quando ficou comigo até dar o horário da minha ligação com a Etihad, sem nem ao menos saber o motivo dessa ligação, ou quando me ligou dias seguidos as 2:59 AM pra saber se eu havia tomado meu remédio pra garganta, nossas noites juntos assistindo filme. Eu ainda não tive coragem de terminar rainha Charlote. Eu não vou mentir, tenho evitado algumas coisas que me lembram ele, e substituindo por coisas que me lembram você, creio que porque seja mais fácil lembrar, sem te querer. Mas lembrar dele? Me faz querer chorar, me faz querer correr pra ele, como uma criança dengosa, e dizer que não preciso dos “bom dia”, mas sinto falta dele, de todo o cuidado e atenção que ele me dava. Você era só uma só um beira mar, mas ele era meu oceano, onde eu podia mergulhar, sem medo de me afogar, você era salvador atrativo, mais nada além, já ele? Era como Barcelona, uma caixinha de surpresas, todas as ruas e esquinas eram apaixonantes e intensas, toda música era sinfonia da agonia, do prazer, da loucura de me apaixonar, eu namorei ele antes de conhecê-lo, como diria Luisa Sonsa “tem gente que amanhece com voce e tem gente que o seu amanhecer”.
O intuito disso tudo não é dizer que ele foi melhor que você, nem compará-los, até porque no fim nem um dos dois eram pra mim, mas sem sombra de dúvidas aprendi muito com ambos, aprendi o que quero e o que não, entendi que todo “talvez”, “não to pronto”, “agora não”, definitivamente são uma grande RED flag, Cauhan me ensinou como não quero ser amado, e Iohanan me ensinou como devo ser amado. E você, plot da minha história, onde quer que esteja, saiba que prometo aprender cada dia mais sobre mim, sobre o que quero, o que preciso, quem sou.
Porque sei, que te amar será avassalador, inesquecível, apaixonante e maduro, sei que me sentirei seguro com você, não haverão espaços para duvidas, inseguranças, seremos capazes de passar por tudo isso. Mesmo ainda aqui “at the exit”, sei exatamente onde quero ir, assim que estiver curado o suficiente. Se tem algo que aprendi, é que respeitar meu tempo é a minha melhor arma contra as minhas maiores aflições, mesmos sendo um ansioso, apaixonado ou louco aperreado. Tudo que é pra ser, será, então…até logo!
Com amor, Lucas.
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bunkerblogwebradio · 1 year
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11 de setembro – A lenda do aço derretido
Mais de 1.500 arquitetos e engenheiros duvidam da explicação oficial sobre os desabamentos. Certamente dois aviões atingiram as torres. Mas o que nós não sabemos é o tipo de avião, pois o FBI se nega a identificá-los. E o WTC 7 não foi atingido por qualquer avião, mas ele foi o terceiro arranha-céu que desabou naquele dia. Ou seja, a teoria “o fogo enfraqueceu o aço” não vale neste caso.
“Na apuração, edição e publicação de uma reportagem, seja ela factual ou analítica, os diversos ângulos que cercam os acontecimentos que ela busca retratar ou analisar devem ser abordados. O contraditório deve ser sempre acolhido, o que implica dizer que todos os diretamente envolvidos no assunto têm direito à sua versão sobre os fatos, à expressão de seus pontos de vista ou a dar as explicações que considerar convenientes” [Princípios Editoriais das Organizações Globo]
Devido à proximidade do 10º aniversário dos acontecimentos de 11 de setembro de 2001, eu gostaria de relembrar alguns fatos, os quais contradizem completamente a explicação oficial do governo norte-americano. Por exemplo, a afirmação de que o choque dos aviões e o fogo originado pelo combustível teriam enfraquecido a construção metálica e por isso as torres desabaram.
A afirmação de que a queima do querosene seria tão forte, ocasionando a perda de rigidez dos perfis metálicos e até seu derretimento, é uma tolice completa e fisicamente impossível. Em primeiro lugar, grande parte do combustível já se queimara durante a primeira explosão e em grande parte fora do prédio. Pode-se observar a bola de fogo em todas as imagens exibidas. O restante que permaneceu queimou durante 5 minutos, e então restou apenas o material de escritório. Para queimar 100.000 toneladas de aço seriam necessários vários dias e muita energia, pois o aço é um bom condutor de calor, e este se dissipa rapidamente.
Segundo, a afirmação de que um fogo normal derrete o aço é tão absurda, que me leva a perguntar por que minha churrasqueira não derrete, quando a aqueço por horas a fio? As chamas são até otimizadas pelo bico. Ou por que um motor de carro não derrete ou então uma turbina onde o combustível é queimado sob alta pressão? Isso não acontece e por isso esta afirmação – o combustível dos aviões e o material de escritório levaram as espessas barras de aço ao colapso – é totalmente ridícula.
Mas o que esperar deste espetáculo hollywoodiano, encenado em plena Nova York, reduto maior das Altas Finanças e do “Santo Holocausto”? Mais uma vez devemos relembrar as proféticas palavras do judeu Vidal-Naquet: “Não se deve perguntar como foi tecnicamente possível um extermínio em massa. Foi tecnicamente possível porque aconteceu. Este é o ponto de partida obrigatório para toda investigação histórica sobre este tema. Esta verdade queremos simplesmente lembrar: não existe debate sobre a existência das câmaras de gás, e não deve haver nenhum.”. Portanto, senhores, todos nós devemos engolir bravamente os esclarecimentos do honesto governo norte-americano. E se armaram um circo após a Segunda Guerra que deixaria vermelho de vergonha até o Barão de Münchhausen – e o mundo todo acreditou – por que oras não deveria funcionar agora? – NR.
Antes e depois do 11 de setembro, inúmeros edifícios pegaram fogo de cima a baixo, durante horas a fio, e nenhum entrou em colapso. Em 1946, um bombardeio quadrimotor colidiu com o Empire State Building, em Nova York, e alguns andares superiores se danificaram e se incendiaram. O edifício está em pé até hoje.
Existem boas provas de que a temperatura nos andares onde os aviões se chocaram, era bem baixa, sim, até haveria tido um resfriamento. Pois pessoas apareceram nos buracos e acenaram da fachada. Isso seria impossível se dominassem temperaturas propícias para o derretimento do aço. O ponto de fusão do aço, segundo o tipo de liga metálica, pode chegar até a 1.536 ºC. O porém é que não se desenvolveu qualquer alta temperatura e o período de alguns minutos também foi muito breve para abalar a estrutura.
E caso aqui residisse o motivo, então apenas a parte superior teria se inclinado e a intacta parte inferior teria permanecido. Massas se movimentam na direção de menor resistência; isso é um princípio físico. Quando se serra uma árvore ao meio, então a parte superior se inclina e a base permanece. A parte superior não desaba sobre a inferior, restando apenas serragem. Isso eles nos contam, assim deve ter acontecido.
Nas fotos seguintes nós podemos notar uma mulher em pé, no canto do local do impacto na Nordturm, olhando para fora. Isso significa que nunca houve temperaturas tão altas neste andar, ao contrário do que nos dizem, pois senão a sola de seus pés estaria queimada e ela nunca teria conseguido estar naquele local.
Onde está o inferno no local do impacto? O fogo praticamente não existe. Bem ao centro podemos observar a mulher em destaque no contorno vermelho:
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Aqui o destaque ampliado:
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Segundo seu marido, acenando na foto se trata de Edna Cintron, uma secretária da empresa Marsh & McLennan. Ela até sobreviveu ao impacto do avião no seu escritório:
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Aqui nós podemos até ver outro homem em pé, à esquerda, com Edna à direita:
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Nós vemos que aquilo que afirmam o governo dos EUA, os meios de comunicação e os chamados especialistas, é completamente falso e não aconteceu.
Nestes próximos dias teremos a oportunidade de ver novamente as mentiras sendo repetidas à exaustão pelo Sião-Eletrônico. No caso das Organizações Globo, é com bastante satisfação que recebemos seus Princípios Editoriais, onde declaram aquilo que qualquer bicho de jornalismo já sabe: tem que ter correção, isenção, pluralismo!
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E sendo assim, durante o 10º aniversário dos atentados de 11 de setembro, podemos esperar um indignado Sr. Bonner anunciando as mentiras do governo dos EUA. Alguém duvida? – NR.
Só pode ter ocorrido uma implosão planejada e as inúmeras explosões ouvidas pelas testemunhas confirmam isso. Somente assim poderia ser criada a enorme quantidade de energia suficiente para derrubar ambos gigantescos prédios e transformá-los em pó.
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Caso seja verdade aquilo que afirmam o governo dos EUA e o NIST, ou seja, um simples fogo pode amolecer estruturas metálicas e levar um arranha-céu ao colapso, por que não reagiram imediatamente as companhias de seguro e as autoridades para prevenção a incêndios? Por que não foram evacuados imediatamente todos os prédios do mundo para reformá-los, pois não são inseguros? Estas conseqüências deveriam ser levadas a sério. Isso não aconteceu e o motivo reside no fato de que nenhuma destas empresas acredita na lenda.
Mas não somente a afirmação, onde a explicação oficial alega que o fogo teria derrubado as torres gêmeas, é falsa, mas também aquilo que afirmam certos extremistas da cena do 11 de setembro (No-Planer) é totalmente absurdo. A saber, não havia qualquer avião, eles foram inseridos depois nos vídeos. Uau, mas que trabalho. Mas como foram então encontrados tantos fragmentos de aviões nos escombros? Claro, alguém os espalhou posteriormente. Ridículo.
Partes dos aviões foram parar bem no interior das torres, pois alguns trajes de salvamento e assentos foram encontrados no teto do banco Trust. Um trem de pouso foi parar na esquina da West e Rector Street, cinco quadras ao sul do WTC.
Aqui uma parte da fuselagem do vôo 175 sobre o teto do WTC 5:
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Parte do trem de pouso:
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Uma turbina na Murray Street, próximo ao Ground-Zero:
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Certamente dois aviões atingiram as torres. Mas o que nós não sabemos é o tipo de avião, pois o FBI se nega a identificá-los. E o WTC 7 não foi atingido por qualquer avião, mas ele foi o terceiro arranha-céu que desabou naquele dia. Ou seja, a teoria “o fogo enfraqueceu o aço” não vale neste caso. Nós necessitamos e exigimos uma nova investigação, para que seja esclarecido o que realmente aconteceu neste dia.
Mais de 1.500 arquitetos e engenheiros duvidam da explicação oficial sobre os desabamentos. 
Alles Schall und Rauch, 17/08/2011.
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considerandos · 1 year
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Fora do tempo
Desde que me conheço que oiço os mais velhos usarem a expressão "no meu tempo", ou algo semelhante, com a maior naturalidade do mundo.
Agora, que levo mais de meio século de vida, dei comigo a pensar se não me terei mesmo deixado ultrapassar pelo tempo, isto é, se não estarei já num tempo que não é o meu, mas de outros mais novos, restando-me apenas duas opções: fazer de conta que este é também o meu tempo, fingindo o melhor que puder, pelo menos socialmente; ou passar a começar as frases, como os velhos da minha infância, pela expressão "no meu tempo" e assumir, sem vergonha, que sou doutro tempo, que não este.
Há gente da minha idade e mais nova que não tem pudor em dizer "no meu tempo". Quando isso acontece, há sempre alguém por perto que se insurge, dizendo, veementemente, que o seu tempo é este e agora, enquanto estiver vivo. Acho que os primeiros se renderam ao tempo alheio, enquanto os segundos se agarram ao "faz de conta", como se disso dependesse a sua sobrevivência.
Também é verdade que alguns dos auto proclamados contemporâneos se contradizem poucos minutos depois, criticando a pansexualidade dos mais novos, a sua aparente repugnância pela procriação ou até por um emprego na função pública.
Por isso sou obrigado a questionar-me: já terei gozado o meu tempo? Ou ainda faço parte do presente, não apenas fisicamente mas também nos valores e mentalidade?
A primeira hipótese significaria que a velhice seria assim uma espécie de prolongamento da vida, onde se espera que o árbitro marque um pênalti a nosso favor, só para não morrermos estúpidos.
Na segunda haveria ainda que averiguar se o otimismo não seria mero espírito de contradição ou de não aceitação da velhice e se ainda iria realmente a tempo de me apropriar de algum do tempo presente e talvez futuro?
A realidade é complexa. Há seguramente um conjunto de valores, de princípios, de referências, que são adquiridos nas primeiras décadas de vida e que formatam a essência do que somos. Não conseguimos esquecê-los, por mais que queiramos abraçar a contemporaneidade, com toda a sua novidade.
Mas também é verdade que aquilo que sou hoje é seguramente diverso do que fui aos vinte, aos trinta ou até aos quarenta anos de Idade. Parece que a nossa identidade está em constante mutação e que, apesar da formatação inicial, da qual dificilmente nos conseguimos livrar, sem hipocrisia, haverá espaço para uma área virgem, aberta a novas experiências e valores, que consegue aprender com as novas gerações, mesmo que, de vez em quando, não resista a compará-las com "o seu tempo".
De facto, no "meu tempo" muitas coisas eram tremendamente diferentes da atualidade, mas isso não me impede de gozar o presente e de usufruir das vantagens (e algumas desvantagens) do devir temporal.
Se eu mantiver essa capacidade, então este também será parte integrante do meu tempo, mesmo que em pequena proporção.
Afinal de contas, ninguém engloba em si a totalidade do seu tempo, só somos capazes de usufruir de uma pequena parcela daquilo que a realidade nos coloca à disposição. O que varia é a capacidade de armazenamento.
Quando somos jovens, absorvemos a novidade com sofreguidão, porque carecemos de preencher o vazio, da nossa nóvel existência.
Na maturidade, o disco começa a estar cheio, por isso, ou guardamos uma reserva, para absorver um pouco que seja da contemporaneidade ou, se tivermos coragem ou predisposição para isso, começamos a reciclar informação, apagando a que for velha e desatualizada e substituindo-a por versões mais recentes.
Mas o upgrade da personalidade não está, infelizmente, ao alcance da maioria. Há quem tenha o disco cheio e se recuse a deitar fora seja o que for. Para esses restará sempre a velha frase "no meu tempo", que servirá de bitola para tudo, no resto da sua vida. É gente incapaz de viver o presente sem ter os olhos na nuca. Só vê o passado e assume militantemente a recusa de olhar o presente ou o futuro, a não ser à luz da sua experiência pessoal e pré-formatada "no seu tempo". Até ao Crash final.
Da minha parte, reconhecidamente incapaz de fazer um upgrade completo, vou tentando manter o espaço necessário em disco, para, pelo menos, fazer uma meia dúzia de updates, os mais importantes, sem os quais a vida presente se tornaria insuportável e me veria assim obrigado a repetir a frase "no meu tempo", até ao fim dos meus dias fora de tempo.
7 de Setembro de 2023
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luantavares · 2 years
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Pastorado e Seminário
À pergunta "por que os pastores hoje têm de fazer seminário, se os apóstolos não fizeram seminário?", um pastor reformado bem conhecido no Brasil respondeu, um tanto piadista: "(1) Todo mundo naquela época já sabia o grego e o hebraico; (2) história da igreja só tinha 5 anos; (3) todo mundo já era calvinista". Todas essas justificativas falham porque: 1.1. Ao contrário do que fizeram você pensar, os pastores formados em seminários NÃO SABEM grego e hebraico. Essa fama toda é pura prestigitação para enganar os trouxas. É como dizer que as aulas de inglês na escola realmente ensinam uma pessoa a ler em inglês. Todo mundo sabe que isso é falso.
No seminário, os alunos têm aulas de grego e hebraico instrumental. Eles aprendem o alfabeto, os fonemas, diversas noções de declinações, desinências e sintaxe, e um pouco de vocabulário. Mas isso é insuficiente para capacitar alguém a realmente ler nesses idiomas. Todo pastor, ao fazer exegese, consulta léxicos e outras ferramentas prontas. E isso qualquer um pode fazer.
Veja, pessoas que conhecem o inglês fluentemente leem um mesmo texto da mesma maneira. Mas os pastores que supostamente sabem grego e hebraico vivem se contradizendo sobre o mesmo termo do mesmo versículo. Já vi isso inúmeras vezes. E com frequência eles extraem conclusões do grego e do hebraico que contradizem declarações bíblicas óbvias em outros lugares.
Quem realmente sabe grego e hebraico é quem estudou por conta própria própria além do seminário. Um homem como Gordon Clark lia os textos de Platão no grego, sem auxílio de qualquer ferramenta. O pastor brasileiro Luiz Sayão sabe tão bem o hebraico que conversa em hebraico com os israelenses hoje. Pastores assim são exceções. Formados em seminário não sabem ler a Bíblia em grego e hebraico.
1.2. O argumento de que todo mundo já sabia grego e hebraico não funciona, porque ele poderia apenas provar que todos os crentes hoje deveriam saber esses idiomas. Se o grego e o hebraico eram um fator comum aos pastores e às ovelhas, então por que hoje ele é distintivo para os pastores? Não faz sentido.
1.3. E o mais importante: o conhecimento de grego e hebraico antigamente não impedia que houvesse heresias para todos os lados. Os fariseus não sabiam grego e hebraico? Não foi necessário todo o Concílio de Jerusalém para estabelecer algo tão básico como a salvação pela graça? Se o conhecimento de grego e hebraico faz tanta diferença, por que havia tanta necessidade de discussão, debate e correção de doutrinas? Por que, mesmo hoje, os debates sobre escatologia, batismo ou seja o que for não conseguem se resolver apelando-se aos idiomas originais?
Enfim, não há evidência de que o conhecimento de grego e hebraico seja indispensável para um pastor. 2. História da igreja não é Bíblia. História da igreja é uma disciplina de conhecimento comum, tanto quanto matemática ou geografia. Onde está a prova de que um pastor precisa necessariamente ser bom em história da igreja para manejar bem as Escrituras? Tem sua utilidade, claro, mas não é realmente necessário. Do contrário, a Bíblia não seria realmente um cânon; seria uma autoridade secundária a ser interpretada de acordo com o cânon maior da história da igreja. É exatamente dessa maneira herege que os pastores usam a história da igreja - isto é, o fragmento da história da igreja que favorece a denominação de que eles gostam. 3.1. Se todo mundo já era calvinista, por que Paulo teve de escrever Romanos 9??? 
3.2. Você precisa de um seminário para persuadir os alunos a serem calvinistas? Não tem como só abrir a Bíblia e mostrar, como qualquer um pode fazer? Bem, talvez seja porque "calvinista" é apenas o nome da deturpação do monergismo bíblico que se adequa à sua sede por contradições e paradoxos. Realmente, nesse caso, você precisa fazer toda uma cena e sibilar muito nos ouvidos dos incautos. Mais um motivo para não se fazer seminário. Conclusões:
1. Seminários não são necessários para alguém ser pastor. Nunca deveriam ser exigência de uma igreja. É um critério totalmente inventado. Um pastor precisa ter bom conhecimento bíblico e raciocinar muito bem a partir da Palavra de Deus, mas seminários não têm nenhuma correlação com isso. Seminaristas são com frequência burros e incrédulos, e inflados de orgulho. Isso é nada mais do que o lado gospel do pecado geral do Brasil, que é o amor pelos diplomas unido ao desprezo pelo verdadeiro conhecimento. 2. Ensino bíblico e ensino sobre conhecimentos em geral são muito bons, mas eles nunca deveriam ser privilégio de pastores e candidatos. É um absurdo que membros comuns de uma igreja precisem pagar, e caro, para terem acesso a uma educação teológica superior que é dada de graça para os clérigos. Isso apenas reforça o elitismo nas igrejas e protege a categoria dos "intocáveis".
Bíblicamente, toda educação bíblica e teológica além do que ocorre no lar deve ser patrocinada por dízimos. Uma igreja que realmente prioriza teologia oferecerá isso de graça a todos os membros. Os dízimos são para isso.
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Oração a São Jerônimo  Ó Deus, criador do universo, que vos revelastes aos homens, através dos séculos, pela Sagrada Escritura, e levastes o vosso servo São Jerônimo a dedicar a sua vida ao estudo e à meditação da Bíblia, dai-me a graça de compreender com clareza a vossa palavra quando leio a Bíblia. São Jerônimo, iluminai e esclareci a todos os adeptos das seitas evangélicas para que eles compreendam as Escrituras, e se dêem conta de que contradizem a religião católica e a própria Bíblia, porque eles se baseiam em princípios pagãos e supersticiosos. São Jerônimo, ajudai-nos a considerar o ensinamento que nos vem da Bíblia acima de qualquer outra doutrina, já que é a palavra e o ensinamento do próprio Deus. Faça que todos os homens aceitem e sigam a orientação do nosso Pai comum expressa nas Sagradas Escrituras. Amém. https://www.instagram.com/p/CoVuLFmvCW6/?igshid=NGJjMDIxMWI=
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souamorinfinito · 2 years
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LIÇÃO 26
Meus pensamentos de ataque estão atacando a minha invulnerabilidade.
1. É, sem dúvida, óbvio que se podes ser atacado, não és invulnerável. 2Vês o ataque como uma ameaça real. 3Isso é assim porque acreditas que realmente podes atacar. 4E o que pode surtir efeito através de ti, também tem que surtir efeito em ti. 5É essa a lei que em última instância te salvará [te libertará, despertará], mas estás usando-a equivocadamente agora. 6Portanto, tens que aprender como ela pode ser usada em favor dos teus maiores interesses ao invés de usá-la contra eles.
2. Como os teus pensamentos de ataque serão projetados, terás medo do ataque. 2E se tens medo do ataque, tens que acreditar que não és invulnerável. 3Portanto, pensamentos de ataque fazem com que sejas vulnerável em tua própria mente, que é onde esses pensamentos estão. 4Pensamentos de ataque e invulnerabilidade não podem ser aceitos juntos. 5Eles contradizem um ao outro.
3. A ideia para o dia de hoje introduz o pensamento de que sempre atacas a ti mesmo primeiro. 2Se pensamentos de ataque necessariamente acarretam a crença em que és vulnerável, seus efeitos te enfraquecem aos teus próprios olhos. 3Assim, atacaram a tua percepção de ti mesmo. 4E por acreditares neles, já não podes acreditar em ti mesmo. 5Uma falsa imagem de ti veio tomar o lugar do que és.
4. A prática da ideia de hoje te ajudará a compreender que a vulnerabilidade ou a invulnerabilidade é o resultado dos teus próprios pensamentos. 2Nada exceto os teus pensamentos pode atacar-te. 3Nada exceto os teus pensamentos pode fazer-te pensar que és vulnerável. 4E nada exceto os teus pensamentos pode te provar que isso não é assim.
5. Seis períodos de prática são requeridos para a aplicação da ideia de hoje. 2Dois minutos inteiros devem ser dedicados a cada um embora o tempo possa ser reduzido para um minuto se o desconforto for grande demais. 3Não o reduzas mais do que isso.
6. O período de prática deve começar com a repetição da ideia para o dia de hoje; em seguida, fecha os olhos e faze uma revisão das questões não resolvidas, cujos resultados estão te causando inquietação. 2A inquietação pode assumir a forma de depressão, tormento, raiva, um senso de imposição, medo, pressentimento ou preocupação. 3Qualquer problema ainda sem solução que tenda a ser recorrente em teus pensamentos durante o dia é um sujeito adequado. 4Não serás capaz de considerar muitos deles em qualquer um dos períodos de prática, pois deves dedicar a cada um mais tempo do que o usual. 5A ideia de hoje deve ser aplicada como segue:
7. Primeiro cita a situação:
2Eu estou preocupado com ______.
3Em seguida revê todos os resultados possíveis que tenham te ocorrido a esse respeito e que tenham te causado inquietação, referindo-te a cada um de modo bem específico, dizendo:
4Tenho medo de que _____ aconteça.
8. Se estiveres fazendo os exercícios adequadamente, deverás ter umas cinco ou seis possibilidades aflitivas para cada situação que usares e possivelmente mais. 2É muito mais útil examinares por completo algumas poucas situações do que tocar em um maior número. 3À medida que continuas a lista dos resultados antecipados para cada situação, provavelmente acharás alguns deles, especialmente aqueles que te ocorrerem perto do final, menos aceitáveis para ti. 4Contudo, tenta tratá-los todos do mesmo modo na medida do possível.
9. Depois de teres citado cada resultado do qual tenhas medo, dize a ti mesmo:
2Este pensamento é um ataque contra mim mesmo.
3Conclui cada período de prática repetindo a ideia de hoje para ti mesmo mais uma vez.
UCEM L-26.
– Texto de lição com alterações de termos. Para texto original visite acim.org.
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marianeaparecidareis · 4 months
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ENTÃO, O PERÍODO DO ANTICRISTO, QUE É O PRECURSOR DE SATANÁS, VIRÁ.
💥💥💥O NOSSO AMADO SENHOR JESUS ENSINA E DIZ:
“Até no Apocalipse os períodos parecem confusos, mas não é o caso.
Melhor seria dizer que se refletem no futuro sob aspectos cada vez mais grandiosos.
"Estamos agora no período que chamo de "DOS PRECURSSORES DO ANTICRISTO." Então, o período do Anticristo, que é o precursor de Satanás, VIRÁ. Ele será AJUDADO pelas manifestações de Satanás: As duas bestas nomeadas no Apocalipse.
Será um momento pior do que o atual.
O MAL está aumentando constantemente e cada vez ficando maior.
Assim que O Anticristo for derrotado, O PERÍODO DE PAZ VIRÁ para dar aos homens.
Pasmos pelo espanto com AS SETE PRAGAS e a queda da Babilônia. ESSE É O Tempo para se reunirem sob MEU SINAL.
A época Anticristã alcançará O Poder máximo em sua Terceira manifestação, isto é, quando ocorrer a última vinda de Satanás.
"Você entende?
Para acreditar é necessário, não Reclamar e não duvidar.
Você realmente entendeu, é preciso porque você não deve duvidar.
Os ditados, E MINHAS PALAVRAS não se contradizem.
É preciso lê-los com FÉ e Simplicidade de Coração.
“Como QUEM está ansioso por fazer vocês entenderem, VOU sempre direto ao que é mais importante, que neste caso É O MEU REINO".
Pois no reino existe a justificativa para EU TER ME Encarnado e morrido.
Pois no Reino há prova de MEU Infinito Poder, Bondade e Sabedoria.
Pois no Reino há prova da Vida Eterna, da Ressurreição da Carne, do MEU Poder como Juiz.
Portanto, quando falei para explicar O Apocalipse, quase sempre coroei cada ponto individual explicado com MEU JULGAMENTO, MEU Triunfo, MEU Reino e a derrota de Satanás em si mesmo, em sua criatura e nos precursores.
“Leia com atenção e Verá que não há contradição".
"EU DISSE O QUE DISSE.”
JESUS - CADERNO [01] MARIA VALTORTA.
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memories-invented · 2 years
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Embriagado no volante.
Eu gostaria apenas de escrever uma carta, com uma caligrafia ligeira e desvairada. Por isso escrevo a ti. Gosto de pensar que tenho alguém importante como destinatário, gosto de escrever cartas mesmo que elas nunca sejam entregues. Pensando agora, isso me parece bastante melancólico, como aquelas músicas calmas que se repetem incessantemente. Ou como um som neutro, quase como um chiado mudo, de fim de vinil. Como dor latejante, e é por isso que escrevo. Porque olhando a chuva sentada aqui nesse banco do passageiro no sinal vermelho, mil palavras passam por mim, como as pessoas passaram, como a vida está passando. E eu não posso e não quero, joga-las ao devaneio assim, então as capturo e escrevo aqui nesses versos ligeiros, como se a dor, essa mesma dor latejante, as deixo aqui nessas palavras. E eu inventaria nesse momento qualquer pretexto para escrever, porque se não fosse assim, meu grito inaudível seria silenciado, como esse meu choro, silenciado por essas palavras. Mesmas palavras sujas que escreverei inúmeras cartas que nunca serão lidas. Essas palavras contradizem meus silêncios. Escrevo isso, porque vi morrer em mim, coisas que eu gostaria de eternizar. Porque ouvindo essa melodia triste no carro parado sozinho no sinal vermelho, acendo um cigarro e vejo a fumaça me impregnar, como tudo nesta cidade cinza me impregna, e despejo nestas folhas sujas estas mesmas palavras sujas que outrora também me impregnaram e olhando o reflexo no vidro embaçado no carro, desconheço o estranho que me olha de volta. E percebo que todos os livros que li nesta minha vida suja, os autores talvez desconhecidos, sempre me disseram que o que realmente importa é o que sentimos, e o que deixamos nesta vida, e olhando agora deixarei apenas alguns versos, escondidos em algumas cartas que nunca entreguei, como meus sentimentos silenciados, como essa melodia silenciada pelo barulho da chuva, que também me silencia. Como o cinza impregnado pelo vermelho do sinal. E eu desapareço, sentado aqui sozinho. Mas quero esquecer tudo isso, e saio do carro na chuva, e agora sentado aqui no capô, deixo a chuva também me impregnar.
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